apostila concreto

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1 PROCESSO CONSTRUTIVO EM ESTRUTURAS DE CONCRETO

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Apostila Concreto

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1

PROCESSO CONSTRUTIVO EM ESTRUTURAS DE

CONCRETO

2

SUMÁRIO

Apresentação .............................................................................................................. 9

CAPÍTULO I – AGREGADOS E CIMENTOS ............................................................ 10

1.1 O que é concreto? ........................................................................................... 10

1.2 AGREGADOS .................................................................................................. 11

1.2.1 CLASSIFICAÇÃO DOS AGREGADOS ........................................................ 11

1.2.1.1 Quanto à origem, divididos em: ................................................................. 11

1.2.1.2 Quanto ao tamanho, classificados em: ...................................................... 12

1.2.2 CARACTERÍSTICAS DOS AGREGADOS ................................................... 12

1.2.2.1 CARACTERÍSTICAS ESPECÍFICAS ......................................................... 13

1.2.2.1.1 Granulometria ......................................................................................... 13

1.2.2.1.2 Abertura de Malha das Peneiras NBR 5734 ........................................... 14

1.2.2.1.3 Diferentes Resultados de Ensaios de Peneiramento .............................. 16

1.3 CONCRETO APRESENTANDO RETRAÇÃO .................................................... 18

1.4 CUIDADOS COM RELAÇÃO AOS AGREGADOS ............................................. 18

CAPÍTULO 2- NOÇÕES SOBRE COMPONENTES DO CONCRETO ..................... 19

2.1- CIMENTO PORTLAND ...................................................................................... 19

2.2- MATÉRIAS-PRIMAS .......................................................................................... 20

2.2.1- CALCÁRIO .................................................................................................. 20

2.2.1.1- Calcário Dolomítico ................................................................................... 20

2.2.2.2- Calcário Calcítico ...................................................................................... 21

2.2.3- ARGILA ....................................................................................................... 21

2.2.4- GESSO ........................................................................................................ 22

2.3- SUBSTÂNCIAS ADICIONADAS ........................................................................ 22

2.3.1- POZOLANA ................................................................................................. 23

2.3.2- ESCÓRIA DE ALTO-FORNO ...................................................................... 23

2.3.3- FÍLER .......................................................................................................... 24

2.4- PROCESSO DE FABRICAÇÃO DO CIMENTO PORTLAND ............................ 24

2.5- COMPOSIÇÕES DOS CIMENTOS (%) – NOVAS NORMAS ............................ 27

2.6- PROPRIEDADES DO CIMENTO ....................................................................... 28

2.6.1- Tempo de pega ........................................................................................... 28

2.6.1.1-Os cimentos de acordo com a pega se classificam em: ............................ 28

3

2.6.1.1.1- CIMENTO DE PEGA RÁPIDA ............................................................... 28

2.6.1.1.2- CIMENTO DE PEGA NORMAL ............................................................. 28

2.6.2-RESISTÊNCIA: ............................................................................................. 28

2.6.3- FINURA dos cimentos ................................................................................. 29

2.6.4-Expansibilidade: ............................................................................................... 29

2.8-FORMAS DE ENTREGA E IMPORTÂNCIA DO ARMAZENAMENTO DOS

CIMENTOS NAS OBRAS.......................................................................................... 31

2.9-ARMAZENAMENTO DO CIMENTO EM SACOS ................................................ 31

CAPÍTULO 3 – ELEMENTOS ESTRUTURAIS ......................................................... 33

3.1-SUPRA ESTRUTURA OU SUPERESTRUTURA ............................................... 33

3.1.1-Lajes ............................................................................................................. 33

3.1.1.1-Lajes simplesmente apoiadas ................................................................... 33

3.1.1.2- Lajes em balanço...................................................................................... 34

3.1.1.3- Laje Maciça .............................................................................................. 35

3.1.1.4- Laje Pré- moldada e Laje Treliçada .......................................................... 35

3.1.1.4.1- Vantagens ............................................................................................. 36

3.1.1.5- Laje Alveolar ............................................................................................. 37

3.1.1.5.1- Utilizações ............................................................................................. 37

3.1.1.5.2-Vantagens .............................................................................................. 37

3.1.1.6- LAJE PROTENDIDA ................................................................................. 38

3.1.1.7-LAJE NERVURADA ................................................................................... 38

3.1.1.8-LAJES MISTAS ......................................................................................... 39

3.1.2-VIGAS: ............................................................................................................. 40

3.1.2.1-Tipos de vigas: .......................................................................................... 41

3.1.2.1.1-Viga em balanço, engastada ou em console .......................................... 41

3.1.2.1.2- Viga biapoiada ou simplesmente apoiada ............................................. 41

3.1.2.1.3- Viga contínua ......................................................................................... 41

3.1.3-PILARES: ......................................................................................................... 42

3.1.4- Rampas ........................................................................................................... 43

3.1.5-Escadas ........................................................................................................... 44

3.1.5.1- Dimensionamento da Escada ................................................................... 46

3.1.5.3- Modelos de Escadas: ............................................................................... 46

3.1.5.3.1- Escada de um lance .............................................................................. 46

3.1.5.3.2- Escada de Dois lances .......................................................................... 47

4

3.1.5.3.3- Escada em "T" ....................................................................................... 47

3.1.5.3.4- Escada Caracol ou Helicoidal ................................................................ 48

CAPÍTULO 4 – CONCRETOS ................................................................................... 49

4.1- ÁGUA DE AMASSAMENTO E CURA DO CONCRETO .................................... 49

4.2- ADITIVOS PARA CONCRETOS E ARGAMASSAS .......................................... 50

4.2.1- Retardadores de pega ................................................................................. 50

4.2.2- Aceleradores de pega .................................................................................. 51

4.2.3-Plastificantes redutores de água .................................................................. 51

4.2.4-Incorporadores de ar .................................................................................... 51

4.2.5- Impermeabilizantes ...................................................................................... 51

4.3- PARÂMETROS BÁSICOS PARA DOSAGEM DE CONCRETO ........................ 51

4.3.1 RELAÇÃO ÁGUA/CIMENTO (a / c) .............................................................. 52

4.3.2- CONSUMO DE ÁGUA ................................................................................. 52

4.3.3- CONSUMO DE CIMENTO .......................................................................... 53

4.3.4- CONSUMO DE AGREGADO GRAÚDO ...................................................... 53

4.3.5- CONSUMO DE AGREGADO MIÚDO ......................................................... 53

4.4- PARA DOSAGEM ATRAVÉS DO PESO: .......................................................... 54

4.5-PARA DOSAGEM ATRAVÉS DE MEDIDAS DE VOLUME: ............................... 54

4.6-PROCESSO DE FABRICAÇÃO DO CONCRETO E DA ARGAMASSA ............. 54

4.6.1- DOSAGEM. ................................................................................................. 55

4.6.1.1- Dosagem através do peso ........................................................................ 55

4.6.1.2- Dosagem através de medidas de volume ................................................. 56

4.6.2- MISTURA DOS COMPONENTES ............................................................... 56

4.6.3-TRANSPORTE ............................................................................................. 56

4.7- CONTROLES DA CONSISTÊNCIA DO CONCRETO NA OBRA ...................... 57

4.7.1- ENSAIO DE ABATIMENTO-SLUMP TEST ( NBR 7223 ) ........................... 57

4.8- CONTROLES DA RESISTÊNCIA DO CONCRETO NA OBRA (NBR

12655/1992) .............................................................................................................. 59

4.9-DIMENSÕES DA FORMA E HASTE METÁLICA ................................................ 60

4.9.1-PROCEDIMENTO: ....................................................................................... 60

4.10- CONCRETO E ARGAMASSA ARMADOS ....................................................... 63

4.11- TIPOS DE AÇO ................................................................................................ 63

4.11.1- Barras de aço ............................................................................................ 63

4.11.2-Tela ............................................................................................................. 64

5

4.12-CATEGORIAS DE AÇO .................................................................................... 64

4.12.1-Tensão de escoamento .............................................................................. 64

4.13-TIPOS DE CONCRETO .................................................................................... 66

4.13.1-CONCRETO MAGRO ................................................................................. 66

4.13.1.1-CARACTERÍSTICAS ............................................................................... 66

4.13.1.2-APLICAÇÃO ............................................................................................ 66

4.13.2-CONCRETO CICLÓPICO .......................................................................... 66

4.13.2.1-CARACTERÍSTICAS ............................................................................... 66

4.13.2.2-APLICAÇÃO ............................................................................................ 66

4.13.3--CONCRETO CONVENCIONAL ................................................................ 66

4.13.3.1-CARACTERÍSTICAS ............................................................................... 66

4.13.3.2-VANTAGENS .......................................................................................... 67

4.13.3.3-APLICAÇÃO ............................................................................................ 67

4.13.4-CONCRETO BOMBEÁVEL ........................................................................ 67

4.13.4.1CARACTERÍSTICAS ................................................................................ 67

4.13.4.2-VANTAGENS .......................................................................................... 67

4.13.4.2-APLICAÇÃO ............................................................................................ 67

4.13.5-CONCRETO PARA PAVIMENTO RÍGIDO ................................................. 68

4.13.5.1-CARACTERÍSTICAS ............................................................................... 68

4.13.5.2-VANTAGEN ............................................................................................. 68

4.13.5.3-APLICAÇÃO ............................................................................................ 68

4.13.5.6-CONCRETO CELULAR ........................................................................... 69

4.13.5.6.1-CARACTERÍSTICAS ............................................................................ 69

4.13.5.6.2-VANTAGENS........................................................................................ 69

4.13.5.6.3-APLICAÇÃO ......................................................................................... 69

4.13.5.7-CONCRETO AUTO-ADENSÁVEL ........................................................... 69

4.13.5.7.1-CARACTERÍSTICAS ............................................................................ 69

4.13.5.7.2-VANTAGENS........................................................................................ 70

4.13.5.7.3-APLICAÇÃO ......................................................................................... 70

4.13.5.7.4-RESISTÊNCIA ...................................................................................... 70

4.13.5.8-CONCRETO LEVE COM ARGILA EXPANDIDA ..................................... 70

4.13.5.8.1-CARACTERÍSTICAS ............................................................................ 70

4.13.5.8.2-VANTAGENS........................................................................................ 70

4.13.5.8.3-APLICAÇÃO ......................................................................................... 70

6

4.13.5.9- CONCRETO DE ALTA RESISTÊNCIA INICIAL ..................................... 72

4.13.5.9.1-CARACTERÍSTICAS ............................................................................ 72

4.13.5.9.2-VANTAGENS........................................................................................ 72

4.13.5.9.3-APLICAÇÃO ......................................................................................... 72

4.13.5.10-CONCRETO PESADO: ......................................................................... 72

4.13.5.10.1-CARACTERÍSTICAS .......................................................................... 72

4.13.5.10.2-VANTAGENS...................................................................................... 72

4.13.5.10.3-APLICAÇÃO ....................................................................................... 73

4.13.5.10.4-RESISTÊNCIA .................................................................................... 73

4.13.5.11-CONCRETO PROJETADO ................................................................... 73

4.13.5.11.1-CARACTERÍSTICAS .......................................................................... 73

4.13.5.11.2-VANTAGENS...................................................................................... 73

4.13.5.11.3-APLICAÇÃO ....................................................................................... 73

4.13.5.11.4-RESISTÊNCIA .................................................................................... 73

4.13.5.12-CONCRETO PROTENDIDO ................................................................. 74

4.13.5.12.1-DEFINIÇÃO DE PROTENSÃO ........................................................... 74

4.13.5.12.2-Protensão aplicada ao concreto. ........................................................ 74

4.14-DOSAGEM EXPERIMENTAL DO CONCRETO ............................................... 76

4.14.1-Estudo das características do concreto ...................................................... 76

4.14.2-Resistência característica do concreto à compressão (fck) ........................ 76

4.14.3-Dimensão mínima das formas e espaçamento mínimo das armaduras ..... 77

4.14.4- DE DURABILIDADE .................................................................................. 77

4.14.4.1-Condições de exposição .......................................................................... 78

4.14.5-FIXAÇÃO DO FATOR ÁGUA/CIMENTO .................................................... 79

4.14.6-Outros parâmetros ...................................................................................... 81

4.14.7-COBRIMENTO DE ARMADURA ................................................................ 83

4.14.8-Proteção superficial .................................................................................... 84

4.14.9-CIMENTO ................................................................................................... 85

4.14.9.1-Finura ...................................................................................................... 85

4.14.9.2-Resistência à compressão ....................................................................... 85

4.15-CUIDADOS COM OS AGREGADOS ................................................................ 88

4.16-ÁGUA ................................................................................................................ 89

4.17-ADITIVOS ......................................................................................................... 89

4.18-MATERIAIS ....................................................................................................... 90

7

CAPÍTULO 5- Técnicas de lançamento e adensamento do concreto ....................... 91

5.1-LANÇAMENTO DO CONCRETO ....................................................................... 91

5.2-CUIDADOS A SEREM TOMADOS PARA O LANÇAMENTO ............................. 92

5.2.1-Antes do lançamento .................................................................................... 92

5.2.2-DURANTE O LANÇAMENTO ....................................................................... 93

5.2.2.1-Rapidez ..................................................................................................... 93

5.3-POSIÇÃO DE LANÇAMENTO ............................................................................ 93

5.4- ADENSAMENTO ............................................................................................... 94

5.4.1FINALIDADES DO ADENSAMENTO ............................................................ 95

5.4.2- TIPOS DE ADENSAMENTO ....................................................................... 96

5.4.2.1-ADENSAMENTO MANUAL ....................................................................... 96

5.4.2.2-ADENSAMENTO MECÂNICO ................................................................... 97

5.4.2.3-EQUIPAMENTOS USADOS PARA O ADENSAMENTO MECÂNICO ...... 98

5.4.2.3.1-VIBRADOR INTERNO ............................................................................ 98

5.4.2.3.1.1-VIBRADOR INTERNO OU IMERSÃO ................................................. 98

5.4.2.3.2- VIBRADORES EXTERNOS .................................................................. 99

5.4.3.2.1-DE PAREDE ........................................................................................... 99

5.4.3.2.2-DE MESA ............................................................................................... 99

5.4.3.2.3-DE SUPERFÍCIE .................................................................................. 100

5.5-DANOS NA MANGUEIRA E NA AGULHA ........................................................ 100

5.5.1-A MANIPULAÇÃO DA MANGUEIRA .......................................................... 101

5.5.3-A RETIRADA DA AGULHA ........................................................................ 102

5.5.4-OS PONTOS DE VIBRAÇÃO ..................................................................... 102

5.5.5-A LIMPEZA DO EQUIPAMENTO APÓS O USO ........................................ 104

5.6-SEGURANÇA NO TRABALHO ......................................................................... 104

5.7-CURA ................................................................................................................ 104

5.7.1-CURA POR IRRIGAÇÃO OU ASPERSÃO DE ÁGUA ................................ 105

5.7.2-CURA POR COBERTURA COM PLÁSTICO OU SIMILAR ........................ 106

5.7.3-CURA PELA PINTURA COM PRODUTOS QUÍMICOS ............................. 106

5.7.3.1-OS PRINCIPAIS TIPOS DE PINTURA SELADORES SÃO: ................... 106

CAPÍTULO 6- Desforma do concreto ...................................................................... 107

6.1-DESFORMA ...................................................................................................... 107

6.2-Cura e retirada de fôrmas e escoramentos ....................................................... 108

6.2.1-Retiradas das formas e do escoramento .................................................... 108

8

CAPÍTULO 7- ALVENARIA ESTRUTURAL ............................................................ 110

7.1- Sobre o Sistema Construtivo ............................................................................ 110

7.2- Modulação ........................................................................................................ 110

7.3- Assentamentos dos blocos .............................................................................. 111

7.3.1-Palheta ....................................................................................................... 111

7.3.2-Bisnaga ....................................................................................................... 112

7.3.3-Escantilhão ................................................................................................. 112

7.4-Amarração das fiadas ....................................................................................... 113

7.4.1-Encontro de paredes em “T”. ...................................................................... 113

7.4.2-Encontro de paredes em “L”. ...................................................................... 113

7.4.3-Amarração com grapas .............................................................................. 113

7.5- Portas e Janelas .............................................................................................. 115

7.6- Verga pré-moldada .......................................................................................... 116

7.7-Projeto Eletrico/TV/Telefone ............................................................................. 117

7.8-Projeto Hidráulico .............................................................................................. 118

7.9-Paletização ........................................................................................................ 120

7.10- Projeto de Alvenaria Estrutural ....................................................................... 121

CAPÍTULO 8- LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE PROJETO ESTRUTURAL ....... 123

8.1- Projeto de Fundação ........................................................................................ 123

8.1.1- Projeto com estacas .................................................................................. 124

8.1.2- Projeto de Tubulões ................................................................................... 126

8.1.3- Vigas de Fundação .................................................................................... 128

8.1.4- Locação de Pilares, Vigas e Lajes ............................................................. 129

BIBLIOGRAFIA .................................................................................................... 132

9

AApprreesseennttaaççããoo

As estruturas em concreto são partes fundamentais de uma edificação, sem elas, as

edificações se tornam um tanto quanto instáveis, perdem resistência.

Uma estrutura de concreto mal feita resulta em possível dano a edificação, em

muitos casos a edificação chega a ruir, podendo causar danos as pessoas que nela

residem ou trabalham.

O estudo a seguir mostrará de maneira simples e prática como utilizar as estruturas

sem prejuízos a qualquer um.

10

CCAAPPÍÍTTUULLOO II –– AAGGRREEGGAADDOOSS EE CCIIMMEENNTTOOSS

Para se obter concreto, é preciso de uma mistura de cimento, areia, pedra e água.

1.1 O que é concreto?

Concreto é uma mistura de cimento, agregados e água

Esses três materiais, reunidos e bem misturados, constituem uma massa plástica

que endurece ao fim de algumas horas, transformando-se numa verdadeira pedra

artificial com o passar do tempo.

Figura 1: Componentes para a fabricação de concreto

Figura 2: Histograma da fabricação de concreto

CONCRETO

água

CIMENTO

areia

AREIA

brita

PEDRA

cimento

ÁGUA

11

As funções de cada componente do concreto:

As funções do cimento no concreto são as seguintes:

Colar todos os grãos de agregados;

Dar resistência ao concreto.

A função da areia é de:

formar a argamassa com cimento

e preencher os vazios entre os grãos de brita.

A função das britas é de:

enchimento,

fazer volume.

A função da água é de:

hidratar o cimento para que este sofra uma reação química exotérmica

(reação que emite calor), resultando em seu endurecimento.

Quando se tem mais água que o necessário, o concreto fica com água

sobrando e com isso, abaixa sua resistência e sua impermeabilidade.

1.2 AGREGADOS

Material granuloso, inerte, que compõe aproximadamente 80 a 90% do volume total

das argamassas e concretos.

1.2.1 CLASSIFICAÇÃO DOS AGREGADOS

Os agregados são classificados de duas maneiras:

1.2.1.1 Quanto à origem, divididos em:

Naturais

Artificiais

NATURAIS: São aqueles encontrados na natureza já sob a forma de agregados.

12

Exemplos: areia de mina, areia de rio, seixos rolados. (cascalho rolado),

pedregulhos, etc, pedras provenientes da exploração de pedreiras (pedra britada,

areia artificial (areia), pó de pedra.

ARTIFICIAIS: São aqueles agregados que necessitam de preparo para chegarem à

condição apropriada para uso (escória de alto forno, argila expandida, etc.).

1.2.1.2 Quanto ao tamanho, classificados em:

Miúdo

Graúdo

AGREGADO MIÚDO: “Agregado cujos grãos passam pela peneira com abertura

de malha de 4,75 mm e ficam retidos na peneira com abertura de malha de 150µ

m, em ensaio realizado de acordo com a ABNT NBR NM 248, com peneiras

definidas pela ABNT NBR NM ISO 3310-1.” (NBR 7211)

AGREGADO GRAÚDO: “Agregado cujos grãos passam pela peneira com

abertura de malha de 75 mm e ficam retidos na peneira com abertura de malha de

4,75 mm, em ensaio realizado de acordo com a ABNT NBR NM 248, com peneiras

definidas pela ABNT NBR NM ISO 3310-1.” (NBR 7211)

1.2.2 CARACTERÍSTICAS DOS AGREGADOS

Os agregados devem ser compostos por grãos de minerais duros, compactos,

duráveis e limpos, e não devem conter substancias de natureza orgânica (vegetais

em processo de decomposição, lodo, etc).

Dependendo da quantidade, as impurezas podem afetar:

a hidratação;

o endurecimento do cimento;

a proteção da armadura contra a corrosão;

a durabilidade;

afetar também o aspecto visual externo do concreto e da argamassa

13

1.2.2.1 CARACTERÍSTICAS ESPECÍFICAS

Os agregados devem ser avaliados de acordo com determinadas características

específicas:

1.2.2.1.1 Granulometria

A granulometria caracteriza a composição da mistura de agregados graúdos e

miúdos de uma amostra por sua dimensão.

A análise granulométrica pode ser feita por:

Peneiramento: quando se tem solos granulares como areias e pedregulhos;

Sedimentação: quando se tem solos argilosos;

Peneiramento e Sedimentação: quando se tem solos granulares e argilosos;

Difração de Laser: quando se tem partículas, dispersas em meio líquido ou em forma

de pó seco.

Figura 3: Abertura de Malha (mm)

14

1.2.2.1.2 Abertura de Malha das Peneiras NBR 5734

Série

Normal

mm

Série Intermediária

mm

152

102

76 64

38

50

32

19

9,5

25

12,5

6,3

4,8

2,4

1,2

0,6

0,3

< 0,15

Tabela 1: Abertura de malha das peneiras

15

Figura 4: Representação Esquemática da Série de Peneiras

O resultado deste peneiramento é importante, porque uma mistura com grande

quantidade de areia exigirá uma quantidade muito maior de ligante (cimento) para

colar os inúmeros grãos entre si, que uma mistura de poucos grãos de maior

diâmetro.

Por outro lado são necessários pedras e grãos de areias com maior diâmetro para

preencher os espaços entre as pedras maiores. Existe uma distribuição ideal de

quantidade de cada diâmetro, de modo a requerer pouco cimento como ligante, e ao

mesmo tempo, resultar em um concreto facilmente adensável na hora de moldagem.

E com boa resistência a compressão e estanqueidade à passagem de água após a

cura.

16

Figura 5: Quantidades necessárias de água+ aglomerante+agregados para a

confecção de 1 m³ de concreto

1.2.2.1.3 Diferentes Resultados de Ensaios de Peneiramento

Para ensaiar a granulometria é utilizado um conjunto de varias peneiras com

determinado espaçamento da malha para definir a quantidade de grãos de cada

diâmetro. Desde o pó de pedra ate os diâmetros máximos de 30 ou 50 mm.

As tabelas a seguir mostram o diâmetro dos agregados:

130kg

Água

Água

+

AGLOMERANTE

+

AGREGADOS

300kg

Cimento

1870kg

Pedra

britada

2300kg

Areia

1m³ DE

CONCRETO

17

Intervalo granulométrico (mm) Nome

>256 Matacão

256 a 64 Bloco ou Calhao

64 a 4,0 Seixo

4,0 a 2,0 Grânulo

2,0 a 1,0 Areia muito grossa

1,0 a 0,50 Areia grossa

0,50 a 0,250 Areia média

0,250 a 0,125 Areia fina

0,125 a 0,062 Areia muito fina

0,062 a 0,031 Silte grosso

0,031 a 0,016 Silte médio

0.016 a 0,008 Silte fino

0,008 a 0,004 Silte muito fino

<0,004 Argila

Tabela 2: Escala de Wentworth

MATERIAL (brita) DIMENSÃO MÁXIMA (mm) MASSA APARENTE MÉDIA

(kg/dm3)

Nº 0

9,5

1,4

Nº 1

19

1,4

Nº 2

32

1,4

Nº 3

50

1,4

Tabela 3: Classificação de britas (agregados graúdos)

18

A utilização de agregados graúdos barateia o custo do concreto, porém o emprego

de grandes diâmetros é limitado pela dimensão das peças a concretar; pelo

recobrimento da armadura (a maioria dos agregados deve ter diâmetro menor que o

recobrimento); e, pelo espaçamento da armadura e concentração de ferros dentro da

forma.

Com a adição de agregados:

O concreto toma-se mais barato, sem prejudicar a resistência do mesmo;

Evitam-se ou pelo menos diminuem os problemas de retração nas peças

concretadas.

Para não prejudicar o concreto, os agregados:

não devem se desgastar facilmente;

não devem conter impurezas;

devem ter grãos fortes, difíceis de se quebrarem;

devem ter grãos de tamanhos variados, para não deixarem vazios no concreto, o

que diminui o consumo de pasta e, portanto, de cimento.

11..33 CCOONNCCRREETTOO AAPPRREESSEENNTTAANNDDOO RREETTRRAAÇÇÃÃOO

Um concreto feito com excesso de cimento é inconveniente, porque fica mais caro, e

sofre maiores variações de tamanho quando endurecido.

11..44 CCUUIIDDAADDOOSS CCOOMM RREELLAAÇÇÃÃOO AAOOSS AAGGRREEGGAADDOOSS

Sendo os agregados de grande importância na composição dos concretos e

argamassas, merecem cuidados especiais, principalmente, na estocagem.

Os agregados devem ser estocados em local apropriado para evitar a mistura deles

entre si (fazer baias), evitar contaminação pela ação da poeira, matéria orgânica ou

de outros materiais.

19

CCAAPPÍÍTTUULLOO 22-- NNOOÇÇÕÕEESS SSOOBBRREE CCOOMMPPOONNEENNTTEESS DDOO CCOONNCCRREETTOO

22..11-- CCIIMMEENNTTOO PPOORRTTLLAANNDD

O cimento tem a função de formar massa pastosa com a areia e unir as pedras.

Sendo este um aglomerante (ligante).

Cimento é o nome popular de um produto que tem a capacidade de aglomerar e unir

firmemente entre si diversos tipos de materiais. Seu nome técnico, entretanto, é

cimento Portland.

O cimento Portlant é um pó fino, de cor cinza, que, depois de ser misturado com

água, passa a agir como uma cola, endurecendo após algum tempo, tomando-se

muito difícil de quebrar.

É um ligante produzido com calcário, argila, gesso e outros materiais como aditivos.

Figura 6: Cimento Portland

20

22..22-- MMAATTÉÉRRIIAASS--PPRRIIMMAASS

2.2.1- CALCÁRIO

É o carbonato de cálcio extraído da natureza.

Há dois tipos de calcário:

2.2.1.1- Calcário Dolomítico

Rico em magnésio, que é prejudicial á qualidade do cimento.

Figura 7: Calcário Dolomítico

21

2.2.2.2- Calcário Calcítico

É rico em carbonato de cálcio, essencial na fabricação de cimento Portland.

Figura 8: Calcário Calcítico

2.2.3- ARGILA

É um mineral encontrado na natureza á base de silicato de alumínio hidratado.

Figura 9: Argila

22

2.2.4- GESSO

É um mineral á base de sulfato de cálcio hidratado encontrado na natureza. Ele é

adicionado em pequenas quantidades (2 a 3%) no processo de fabricação do

cimento e assim regula o tempo de pega do cimento.

Figura 10: Gesso

22..33-- SSUUBBSSTTÂÂNNCCIIAASS AADDIICCIIOONNAADDAASS

São usadas na fabricação de tipos específicos de cimentos Portland, podendo

também reduzir o custo de fabricação.

As substâncias empregadas são:

23

2.3.1- POZOLANA

Encontrado na natureza – (pozolana natural).

Podendo obter a pozolana artificial a partir da calcinação da argila.

A sua função é reduzir as reações químicas iniciais do cimento em contato com a

água.

Figura 11: Pozolana

2.3.2- ESCÓRIA DE ALTO-FORNO

Tem a forma granulada e serve para baixar o calor de hidratação do cimento, e dar

mais resistência ao cimento.

Figura 12: Escória de alto forno

24

2.3.3- FÍLER

Calcário moído finamente. Este reduz o custo do cimento Portland e proporciona

melhor fluidez á mistura água – cimento

22..44-- PPRROOCCEESSSSOO DDEE FFAABBRRIICCAAÇÇÃÃOO DDOO CCIIMMEENNTTOO PPOORRTTLLAANNDD

O calcário e a argila, após a extração, são analisados em laboratórios para definição

da dosagem de cada um material na fabricação do cimento.

Após a análise, são enviados ao moinho de cru onde ocorre a pulverização (

transformação em pó).

Do moinho de cru a mistura vai para o pátio de homogeneização, onde é

proporcionalmente, misturada, para que não apresente desigualdades físicas e

químicas.

Em fornos rotativos, a mistura é submetida a tratamento térmico sob uma

temperatura aproximada de 1450º para fusão da argila com o calcário,

transformando-se em clinquer Portland.

O clíquer é resfriado e misturado com uma pequena quantidade de gesso bruto ou

moído.

E é nesta etapa do processo que também são feitas adições de outras substancias,

tais como, pozolana, escória de alto forno e filer para a produção de diferentes

tipos de cimento.

Essa mistura é reduzida a um pó muito fino em grandes moinhos.

Esse é o cimento Portland, encontrado no mercado.

25

Figura 13: Cimento Portland

26

Figura 14: Fluxograma de Produção do Cimento

27

22..55-- CCOOMMPPOOSSIIÇÇÕÕEESS DDOOSS CCIIMMEENNTTOOSS ((%%)) –– NNOOVVAASS NNOORRMMAASS

TÍTULO DA

NORMA

DENOMINAÇÃO

SIGLA

COMPOSIÇÃO (%)

Clíquer +

Sulfato de

cálcio

Escória

Pozolana

Filer

Cimento

Portland

Comum

Cimento Portland

Comum

CPI

CPI-S

100

95-99

0

0

1-5

0

Cimento

Portland

Composto

Cimento Portland em

escória

Cimento Portland

com pozolona

Cimento Portland

com filer

CPII-E

CPII-Z

CPII-F

56-94

76-94

90-94

6-34

0

0

-

6-14

-

0-10

0-10

6-10

Cimento

Portland de

Alto-forno

Cimento Portland de

alto-forno

CPIII

25-65

35-70

-

0-5

Cimento

Portland

Pozolânico

Cimento Portland

Pozolânico

CPIV

50-85

-

15-50

0-5

Cimento

Portland de

Alta

Resistência

inicial

Cimento Portland de

alta resistência inicial

CPV-

ARI

95-100

0

0

0-5

Tabela 4: Tabela de Composição dos Tipos de Cimento

28

22..66-- PPRROOPPRRIIEEDDAADDEESS DDOO CCIIMMEENNTTOO

2.6.1- Tempo de pega

É a propriedade que o cimento tem de perder a plasticidade dentro de uma faixa de

tempo. O inicio de pega deve ocorrer uma a quatro horas após a adição da água de

amassamento, e pode ser prolongado por aditivos.

A pega dos cimentos é muito influenciada pelas temperaturas da mistura e do

ambiente.

As temperaturas elevadas aceleram a pega, chegando muitas vezes a queimar o

cimento

(tornando-o pó solto).

Já as temperaturas mais baixas retardam-na, e as temperaturas tendendo para 0ºC

e abaixo podem, pela formação de gelo, inibir o desenvolvimento de resistência do

concreto.

2.6.1.1-Os cimentos de acordo com a pega se classificam em:

2.6.1.1.1- CIMENTO DE PEGA RÁPIDA

Quando o seu tempo de pega for inferior a uma hora.

2.6.1.1.2- CIMENTO DE PEGA NORMAL

Quando o seu tempo de pega for maior do que uma hora até aproximadamente

4(quatro) horas.

- Quando necessita uma pega mais lenta utilizam-se cimentos com adições de

escória de alto forno (CP III).

2.6.2-RESISTÊNCIA:

Conforme o tipo de cimento, a resistência á compressão do concreto com ele

fabricado desenvolve-se com velocidade lenta ou elevada. Geralmente o concreto

atinge aproximadamente 2/3 da resistência final após 7 dias e passando um mês

possui mais que 90% de sua resistência final.

29

Um cimento especial que desenvolve uma resistência alta após poucos dias é o CP-

V-ARI (alta resistência inicial)

No gráfico a seguir está representado o desenvolvimento da resistência de cada tipo

de cimento.

Figura 15: Desenvolvimento da Resistência de Cada Tipo de Cimento

2.6.3- FINURA dos cimentos

É uma característica relacionada ao tamanho dos grãos.

Os cimentos devem apresentar-se bem moídos. A finura do cimento é avaliada

através do processo de peneiramento, utilizando a peneira número 200 (abertura de

malha igual a (0,075mm).

22..66..44--EExxppaannssiibbiilliiddaaddee::

O concreto não deve apresentar aumento de volume.

30

2.7-TIPO DE CLASSE DOS CIMENTOS

NOME TÉCNICO SIGLA CLASSE IDENTIFICAÇÃO DO TIPO

E CLASSE

Cimento Portland

comum

(NBR 5732)

Cimento Portland

Comum

CPI

32

40

CPI-32

CPI-40

Cimento Portland comum

com adição

CPI-S 32

40

CPI-S-32

CPI-S-40

Cimento Portland

comum

(NBR 11578)

Cimento Portland

composto com Escória

CPII-E

32

40

CPII-E-32

CPII-E-40

Cimento Portland

composto com Pozolana

CPII-Z 32

40

CPII-Z-32

CPII-Z-40

Cimento Portland

composto com Escória

CPII-F 32

40

CPII-F-32

CPII-F-40

Cimento Portland de alto-forno

(NBR 5735)

CPIII 32

40

CPIII-32

CPIII-40

Cimento Portland pozolânico (NBR 5736) CPIV 32 CPIV-32

Cimento Portland de alta resistência inicial

(NBR 5733)

CPV-ARI CPV-ARI

Cimento Portland resistente aos sulfatos (NBR

5737)

- 25

32

40

Siglas e classe dos tipos

originais acrescidos do

sufixo RS. Exemplo: CPI-

32RS. CPII-32RS,

CPIII-40RS, etc.

Cimento Portland de baixo calor de hidratação

(NRB 13116)

- 25

32

40

Siglas e classe dos tipos

originais acrescidos do

sufixo BC. Exemplo: CPI-

32BC. CPII-32BC,

CPIII-40BC, etc.

Cimento Portland

Branco (NBR

12989)

Cimento Portland branco

estrutural

Cimento Portland branco

não estrutural

CPB

CPB

25

32

40

-

CPB-25

CPB-32

CPB-40

CPB

Cimento para poços petrolíferos

(NBR 9831)

CPP G CPP – classe G

Tabela 5: Tabela de Classe dos Cimentos

31

22..88--FFOORRMMAASS DDEE EENNTTRREEGGAA EE IIMMPPOORRTTÂÂNNCCIIAA DDOO

AARRMMAAZZEENNAAMMEENNTTOO DDOOSS CCIIMMEENNTTOOSS NNAASS OOBBRRAASS

O cimento pode ser comercializado:

-A granel, acompanhado por uma ficha de especificação.

-Em sacos invioláveis, constando o tipo de cimento.

O cimento em saco deve ser armazenado em lugar seco. Para a estocagem de

cimento em saco, a pilha não deve ultrapassar a altura de 10 sacos.

Lotes recebidos em épocas diferentes não podem ser misturados. Devem ser

colocados separadamente de maneira a facilitar sua inspeção e seu emprego na

ordem cronológica do recebimento.

Quando estiver sendo utilizado cimento de marcas, tipos e classes diferentes, São

necessários cuidados especiais no armazenamento para impedir a troca de marca

involuntária.

As pilhas de cimento devem ser armazenadas em lugar seco, sobre estrado de

madeira, construído a 10 centímetros do piso, para impedir o contato direto do

cimento com o piso do depósito.

Deve ser impedido também o contato com as paredes e teto.

Cobrir as pilhas com lona plástica.

22..99--AARRMMAAZZEENNAAMMEENNTTOO DDOO CCIIMMEENNTTOO EEMM SSAACCOOSS

Quando a temperatura do cimento entregue for superior 35ºC, as pilhas de

armazenamento deverão ter, no máximo, cinco sacos e estarem espaçadas pelo

menos a 30 centímetros, uma das outras, para favorecer o esfriamento do cimento.

Não é aconselhável o uso do cimento com temperatura acima de 70ºC.

O cimento não deve ser armazenado por mais que dois meses.

Uma estocagem inadequada, levando a formação de crostas ou pedras, pela ação

da umidade

(hidratação) prejudica a qualidade do produto.

32

É facilmente reconhecível o cimento hidratado; bastando esfregá-lo entre os dedos

para sentir-se que, já não está finamente pulverizado (grãos impalpáveis). Podendo-

se constatar mesmo, a presença de torrões e pedras, que caracterizam fases mais

adiantadas de hidratação (estado empedrado).

Figura 16: Armazenamento das Pilhas de Cimento

33

CCAAPPÍÍTTUULLOO 33 –– EELLEEMMEENNTTOOSS EESSTTRRUUTTUURRAAIISS

33..11--SSUUPPRRAA EESSTTRRUUTTUURRAA OOUU SSUUPPEERREESSTTRRUUTTUURRAA

Constitui-se por:

3.1.1-Lajes

Uma laje em engenharia civil e arquitetura é o elemento estrutural de uma edificação

responsável por transmitir as ações que nela chegam para as vigas (ou diretamente

para os pilares) que as sustentam, e destas para os pilares. As lajes também são

elementos estruturais bidimensionais, caracterizadas por ter a espessura muito

menor do que as outras duas dimensões. Outra característica que diferencia as lajes

de outros elementos estruturais planos é que o carregamento que nela atua é

perpendicular ao seu plano médio. Predominantemente, trabalham à flexão.

Normalmente configura-se por uma lâmina horizontal, e seu material mais comum é

o concreto armado.

As lajes quanto ao tipo estrutural podem ser:

3.1.1.1-Lajes simplesmente apoiadas

São lajes colocadas sobre vigas ou diretamente sobre as alvenarias, e descarregam

as cargas diretamente a estas.

34

Figura 17: Laje Simplesmente Apoiada

3.1.1.2- Lajes em balanço

São estruturas em balanço formadas por vigas e lajes ou por apenas uma laje.

Normalmente, são projetadas com a função arquitetônica de cobertura e proteção de

“halls” de entrada das construções. A estrutura das lajes em balaço a serem

projetadas, depende principalmente do vão do balanço e da carga aplicada. As mais

comuns na prática, como se pode verificar nas construções existentes, são as

formadas por lajes simples em balanço. Um exemplo comum são as marquises.

Figura 18: Laje em Balanço

35

3.1.1.3- Laje Maciça

Constituída de concreto maciço, armada normalmente em duas direções, podem ter

espessura mínima de 7 cm para lajes usuais a 15cm para outras finalidades, por

exemplo, uma laje de estacionamento.

Figura 19: Laje Maciça

3.1.1.4- Laje Pré- moldada e Laje Treliçada

As lajes pré-moldadas são constituídas por vigas ou vigotas de concreto e blocos

conhecidos como lajotas ou tavelas.

As lajotas e as vigotas montadas de modo intercalado formam a laje.

O conjunto é unido com uma camada de concreto, chamada de capa, lançada sobre

as peças.

As lajes pré-moldadas comuns vencem vãos até 5m entre os apoios.

Em geral, os seus comprimentos variam de 10 cm em 10 cm.

Outro tipo de vigota conhecido como vigota treliçada utiliza vergalhões soldados

entre si formando uma treliça. Essa laje pode vencer vãos de até 12m entre apoios.

A execução das lajes pré-moldadas é muito rápida e fácil, mas o fabricante deve

fornecer o projeto completo da laje, incluindo as instruções de montagem, a

espessura da capa de concreto e os demais cuidados que devem ser seguidos à

risca.

36

Figura 20: Materiais para Laje Pré-Moldada

3.1.1.4.1- Vantagens

Possuem menor peso-próprio, com conseqüente alívio sobre as fundações,

proporcionando a diminuição da mão-de-obra de execução

Figura 21: Corte de uma Laje Pré-Moldada

Figura 22: Detalhe de Enchimento de uma Laje Pré-Moldada com Garrafas

PET

37

3.1.1.5- Laje Alveolar

São constituídos por pranchas de concreto reforçado, de seção vazada, dispostas

lado a lado deixando um espaço vazio acima destes, cujo preenchimento é realizado

“in-situ” com concreto para solidarização do conjunto. O seu funcionamento é

comparável ao de uma laje comum, com armadura resistente unidirecional

3.1.1.5.1- Utilizações

Edifícios industriais, comerciais e de serviços

Edifícios escolares e hospitalares

Parques de automóveis e garagens

Figura 23: Detalhe de uma Laje Alveolar

3.1.1.5.2-Vantagens

Grandes Vãos

Autoportantes .(não necessitam escoramento)

Rapidez de montagem

38

3.1.1.6- LAJE PROTENDIDA

Elementos de concreto protendido nos quais parte das armaduras é previamente

alongada por equipamentos especiais de protensão com a finalidade de, em

condições de serviço, impedir ou limitar a fissuração e os deslocamentos da

estrutura e propiciar o melhor aproveitamento do aço. Normalmente, as forças de

protensão são obtidas utilizando-se armaduras de alta resistência chamadas

armaduras de protensão ou armaduras ativas. A armadura de protensão é

constituída por barras, por fios isolados, ou por cordoalhas destinadas à produção

de forças de protensão, isto é, na qual se aplica um pré alongamento inicial.

Figura 24: Laje Protendida

3.1.1.7-LAJE NERVURADA

Uma laje nervurada é constituída por um conjunto de vigas que se cruzam. Segundo

a NBR 6118:2003, lajes nervuradas são "lajes moldadas no local ou com nervuras

pré-moldadas, cuja zona de tração é constituída por nervuras entre as quais pode

ser colocado material. inerte.” As evoluções arquitetônicas, que forçaram o aumento

dos vãos, e o alto custo das formas tornaram as lajes maciças desfavoráveis

economicamente, na maioria dos casos. Surgem, como uma das alternativas, as

lajes nervuradas. Elas propiciam uma redução no peso próprio e um melhor

aproveitamento do aço e do concreto. A resistência à tração é concentrada nas

nervuras, e os materiais de enchimento têm como função única substituir o concreto,

39

sem colaborar.na.resistência. Essas reduções propiciam uma economia de

materiais, de mão-de-obra e de fôrmas, aumentando assim a viabilidade do sistema

construtivo. Além disso, o emprego de lajes nervuradas simplifica a execução e

permite a industrialização, com redução de perdas e aumento da produtividade,

racionalizando a construção.

Figura 25: Laje Nervurada

3.1.1.8-LAJES MISTAS

O sistema consiste na utilização de uma fôrma permanente de aço galvanizado,

perfilada e formada a frio, com nervuras. Antes da cura do concreto, essa chapa

metálica atua como plataforma de serviço e suporte para o concreto. Depois, os dois

materiais (aço e concreto) solidarizam-se, formando o sistema misto que atua como

armadura positiva. Em função dos vãos adotados, as lajes podem suportar

sobrecargas de utilização de 1 mil kg/m² a 2 mil kg/m². Assim, pode-se eliminar

parcialmente ou totalmente a necessidade de escoramentos para a execução das

lajes, e reduzir, conseqüentemente, custos com aluguel, montagem e desmontagem,

por exemplo, bem como mão-de-obra. A dispensa do escoramento traz reflexos,

ainda, no cronograma da obra, uma vez que permite o trabalho em vários

pavimentos ao mesmo tempo e a execução das lajes deixa de estar condicionada ao

tempo de endurecimento do piso de concreto. Além disso, o projeto estrutural pode

tirar proveito da geometria das lajes para facilitar a passagem de dutos das

instalações, bem como a fixação de forros. Em algumas situações, aliás, a forma

metálica pode ser fornecida com pintura eletrostática na face inferior para ficar

aparente, eliminando a colocação de forros. Embora admita compor um conjunto

40

estrutural com vigas e pilares de concreto, geralmente o steel deck é utilizado junto

com estruturas metálicas. Nesses casos, para serem executadas sem escoramentos

e manterem-se competitivas, as lajes costumam contar com vãos entre 2 m e 4 m.

Mas também são usuais, em edifícios com estrutura metálica, modulações de 8 m x

8 m ou 10 m x 10 m entre pilares.

Figura 26: Laje Mista

33..11..22--VVIIGGAASS::

Uma viga é um elemento estrutural, geralmente usada no sistema laje-viga-pilar

para transferir os esforços verticais recebidos da laje para o pilar ou para transmitir

uma carga concentrada, caso sirva de apoio a um pilar. Pode ser composta de

madeira, ferro ou concreto armado. A viga transfere o peso das lajes e dos demais

elementos (paredes, portas, etc.) aos pilares.

As vigas feitas em concreto armado, são dimensionadas de forma que apenas a sua

armadura longitudinal resista aos esforços de tração, não sendo levado em conta a

resistência a tração do concreto, por esta ser muito baixa. As vigas de concreto

armado recebem armaduras secundárias distribuídas transversalmente ao logo da

sua seção, denominadas estribos. Possuem a finalidade de levar até os apoios as

forças cisalhantes.

41

Em viadutos e pontes as vigas são comumentemente do tipo biapoiadas. Seus

apoios são chamados livres. Assim a estrutura pode oscilar em seus apoios,

evitando o aparecimendo de trincas e permitindo a estrutura oscilar com o

deslocamento das cargas móveis recebidas, sem afetar a sua estabilidade.

As vigas são classificadas de acordo com seu tipo de apoio, que são relacionadas

abaixo de maneira simplificada.

3.1.2.1-Tipos de vigas:

3.1.2.1.1-Viga em balanço, engastada ou em console

É uma viga de edificação com um só apoio. Toda a carga recebida é transmite a um

único ponto de fixação.

Figura 27: Viga em balanço, engastada ou em console

3.1.2.1.2- Viga biapoiada ou simplesmente apoiada

Diz-se das vigas com dois apoios, que podem ser simples e/ou engastados,

gerando-se vigas do tipo simplesmente apoiadas, vigas com apoio simples e

engaste, vigas biengastadas.

Figura 28: Viga biapoiada ou simplesmente apoiada

3.1.2.1.3- Viga contínua

Diz-se da viga com múltiplos apoios.

Figura 29: Viga contínua

42

Figura 30: Vigas de Concreto Armado de uma Edificação

33..11..33--PPIILLAARREESS::

Um pilar é um elemento estrutural vertical usado normalmente para receber os

esforços verticais transferi-los para outros elementos, como as fundações. Costuma

estar associado ao sistema laje-viga-pilar. Os pilares em concreto armado, são

dimensionados a resistir a compressão e a flambagem. O concreto apesar de

praticamente não resistir a esforços de tração, resiste bem à compressão, sendo

que em várias oportunidades, como em residências e edificação pequenas, os

pilares são armados com a armadura mínima exigida pelas normas. Os pilares de

concreto também devem receber uma armadura transversal que sirva de apoio a

armadura longitudinal para a concretagem e que evite a flambagem do pilar, quando

este estiver em carga.

43

Figura 31 a: Pilar Concretado Figura 31 b: Armação de Pilar

Figura 32: Esquematização da Flambagem do Pilar

33..11..44-- RRaammppaass

São utilizadas quando se há um desnível a vencer.

As rampas possuem inclinação definida por sua utilização.

Rampas para pedestres, inclinação máxima igual a 8,33%- em conformidade com a

NBR-9050, Lei de Acessibilidade.

Já as rampas para veículos possuem inclinação máxima de 20%.

As rampas podem ou não ser armadas.

A inclinação de uma rampa é medida pela seguinte fórmula:

44

i= desnível x 100%

comprimento

Figura 33: Rampa de Acessibilidade

Figura 34: Rampa para Veículos

33..11..55--EEssccaaddaass

Para a construção de uma escada, de madeira, alvenaria ou de concreto, dependerá

de inúmeros fatores que variam de obra para obra, sendo elas: altura e distância a

vencer, localização (interna ou externa), etc.

Escada é o elemento da obra que faz a comunicação entre os diferentes

níveis (pavimentos) de uma edificação, e é composta por planos horizontais (pisos) e

verticais (espelhos) sucessivos.

45

Sendo o conjunto formado por estes planos, denominado degraus.

Para se obter a quantidade de degraus, é necessário saber a altura a vencer

(altura entre dois pavimentos).

Após 19 degraus, é necessária a colocação de um patamar. Os patamares

facilitam as mudanças de direção das escadas quando necessário.

Figura 34: Detalhe construtivo de uma escada

No desenho acima, P= piso

E= espelho

Bocel= “Parte do piso de um degrau que se projeta poucos centímetros (de 2 a 5) além da face do espelho. Nas escadas externas, principalmente as de pedra, costuma-se ter pingadeira.” (Dicionário informal)

46

3.1.5.1- Dimensionamento da Escada

Para o dimensionamento da escada utiliza-se a LEI DE BLONDELL

2D+P=62 A 64 (63 MÉDIA)

ONDE:

h= altura do espelho

p= piso

25 cm ≤ p≤ 30 cm

e≤18 cm

3.1.5.3- Modelos de Escadas:

3.1.5.3.1- Escada de um lance

Segue uma única direção. Seus lances são em sequência.

Figura 35: Corte Esquemático de uma Escada de um Lance

47

3.1.5.3.2- Escada de Dois lances

Escada que seus lances mudam de direção através da colocação de um patamar, podendo ser em “L”ou “U”.

Figura 36: Escada de Dois Lances

3.1.5.3.3- Escada em "T"

Lances em linha reta que ao chegar ao patamar, dão a possibilidade de seguir direções diferentes( para a esquerda ou a direita).

Figura 37: Escada em “T”

48

3.1.5.3.4- Escada Caracol ou Helicoidal

Escada circular, seus degraus possuem em sua menor dimensão 30 cm, e, são ligados e apoiados ao centro da escada. Seu diâmetro mínimo é de 1,60 m.

Não é considera uma escada muito confortável para subida, este tipo de escada não pode ser utilizado para a ligação de um pavimento a outro, somente pode ser utilizada internamente na edificação da ligação de um mesmo apartamento.

Figura 38: Escada Helicoidal ou Caracol

49

CCAAPPÍÍTTUULLOO 44 –– CCOONNCCRREETTOOSS

44..11-- ÁÁGGUUAA DDEE AAMMAASSSSAAMMEENNTTOO EE CCUURRAA DDOO CCOONNCCRREETTOO

A água é elemento fundamental para o concreto, principalmente, porque possui duas

funções básicas:

Hidratar o cimento transformando-o em uma cola;

Garantir a aplicabilidade do concreto. Permitindo que a massa penetre em

todos os cantos da forma.

A resistência mecânica do concreto e da argamassa pode ser comprometida, se a

água utilizada no amassamento e na cura contiver substancias nocivas, óleos,

graxas, sais, cloretos, sulfatos, açucares e impurezas orgânicas, em quantidade

prejudicial.

Consideram-se satisfatórias as águas potáveis.

Quando a água não for portável é necessária a sua avaliação através de ensaios em

laboratório, para verificar se atende aos limites das especificações brasileiras.

Quando o fornecimento de água for feito através de caminhão-tanque é

aconselhável conhecer a origem da água, pois, sem isso, é duvidoso o seu emprego

no concreto ou argamassa. Sugere-se medir o PH da água de todo fornecimento,

para caminhão-tanque, utilizando papel tornassol. Sugere-se também a verificação

do grau de turvamento da água.

Antes do inicio da produção de concreto ou argamassa é necessário estocar

quantidade suficiente de água para o amassamento e para a cura. Não se deve,

portanto, iniciar qualquer trabalho com concreto ou argamassa se não houver água

para atender a condição acima.

Local de armazenamento da água deve permitir fácil e rápido acesso aos operários

da produção de concreto e argamassa para não prejudicar o ritmo de trabalho. Não

deve, entretanto, ser permitido o contato direto dos operários com a água para o uso

pessoal a fim de impedir a contaminação da água com óleos, graxas, sabões,

detergentes ou outras substâncias nocivas.

50

Além de comprometer a resistência do concreto e da argamassa, a água

contaminada com graxas e óleos compromete também a aderência do concreto e da

argamassa com o aço. Os sais, cloretos e os sulfatos, quando em quantidade

superior ao admissível por norma, provocam oxidação nas armaduras de aço, que

aumentam de volume, rompem o concreto e comprometem a estrutura, às vezes, de

forma irreparável.

A quantidade de água necessária para o amassamento do concreto depende:

Da quantidade de cimento utilizado,

Da quantidade de agregados finos e também da umidade contida nos agregados.

Deve apresentar os seguintes limites máximos:

Matéria orgânica............................................................................................3mg/litro

Resíduo sólido.........................................................................................5000mg/litro

Sulfatos......................................................................................................300mg/litro

Cloretos......................................................................................................500mg/litro

Açúcar..........................................................................................................5mg/litro

PH (Potencial hidrogeniônico)........................................................... entre 5,8 e 8,0

44..22-- AADDIITTIIVVOOSS PPAARRAA CCOONNCCRREETTOOSS EE AARRGGAAMMAASSSSAASS

Aditivos são produtos químicos que adicionados aos concretos e argamassas,

reagem com o cimento e provoca os efeitos desejáveis a qualidade do produto. Os

principais tipos de aditivos são:

4.2.1- Retardadores de pega

Utilizados para:

A concretagem de grandes peças sem interrupções na mesma;

Concreto transportado em caminhões betoneiras;

Concretagem a temperaturas elevadas, o tempo de retardamento pode ser de

2 a 6 horas.

51

4.2.2- Aceleradores de pega

Utilizado para:

Concretagem com desforma rápida,

Fixação de âncoras

Premoldados.

4.2.3-Plastificantes redutores de água

Aumentam consideravelmente a resistência do concreto, melhoram a

trabalhabilidade e a plasticidade dos concretos

4.2.4-Incorporadores de ar

Proporcionam um concreto de baixa densidade

4.2.5- Impermeabilizantes

Aumentam a permeabilidade do concreto e argamassas

Além dos aditivos que são incorporados ao concreto e argamassa, existe um produto

para aplicação sobre a superfície do concreto ou da argamassa após a retirada da

forma. Ele atua como selador inibindo a evaporação precoce da água para

possibilitar a cura do concreto ou da argamassa.

Os aditivos só poderão ser usados se obedecerem às especificações nacionais.

Na falta de norma os aditivos só poderão ser usados se as suas propriedades

tiverem sido verificadas experimentalmente em laboratório nacional idôneo.

Os fabricantes de aditivos recomendam a dosagem do produto a ser usados, nos

seus manuais. Entretanto é sempre aconselhável conferir a dosagem no laboratório.

Na água de amassamento deve-se descontar a água existente na areia, conhecido a

umidade da areia.

44..33-- PPAARRÂÂMMEETTRROOSS BBÁÁSSIICCOOSS PPAARRAA DDOOSSAAGGEEMM DDEE CCOONNCCRREETTOO

52

A definição dos parâmetros básicos empregada para a dosagem de concreto tem

por objetivo, garantir a qualidade do produto, economia na produção, e atendimento

aos aspectos arquitetônicos.

A elaboração da dosagem de concreto compete a empresas que prestam serviços

técnicos de laboratório.

Para a determinação da dosagem do concreto considera-se:

A resistência do concreto à compressão, determinada pelo calculista;

As dimensões entre as faces das fôrmas;

O espaçamento entre as barras de aço e o recobrimento exigido;

A espessura das lajes;

Os aspectos arquitetônicos.

Ao preparar concreto para a fabricação de produtos pré-moldados, deve-se respeitar

os parâmetros básicos de dosagem determinados.

Esse procedimento garante que os produtos atendam ao especificado no projeto.

Os parâmetros básicos de dosagem de concreto são:

4.3.1 RELAÇÃO ÁGUA/CIMENTO (a / c)

É o parâmetro básico da dosagem. Responsável pela resistência e durabilidade do

concreto

É a proporção da quantidade de água em relação à quantidade de cimento. Quando

menor for à relação de água / cimento (a/c), maior será a resistência do concreto.

Isto é, menor quantidade de água em relação ao cimento, resulta em concretos mais

resistentes.

4.3.2- CONSUMO DE ÁGUA

É o parâmetro responsável pela trabalhabilidade do concreto, além de provocar as

reações químicas do cimento, que resultam no endurecimento do concreto.

53

4.3.3- CONSUMO DE CIMENTO

O cimento, também denominado aglomerante, é o elemento responsável pela união

das partículas dos agregados.

O consumo de cimento deve ser determinado com muito critério. O baixo consumo

de cimento no concreto resulta em baixa resistência e pouca durabilidade.

O elevado consumo, além de resultar em custo mais elevado, pode provocar

retração e fissuração no concreto.

4.3.4- CONSUMO DE AGREGADO GRAÚDO

O agregado graúdo é usado no concreto como elemento de enchimento, ou seja,

para aumentar o volume de massa.

O agregado graúdo é responsável também pela diminuição das tensões internas do

bloco moldado, provocadas pelas reações do cimento.

A dimensão máxima do agregado é definida em laboratório.

O diâmetro máximo do agregado graúdo deve ser inferior a:

¼ da menor distância entre as faces da fôrma, vigas e pilares;

A 1/3 da espessura das lajes,

Não devendo também exceder a ¾ da distância mínima entre as barras da

armadura.

Por ser material de baixo custo, recomenda-se que o consumo de agregado graúdo

seja mais elevado possível na determinação de dosagem para concreto.

4.3.5- CONSUMO DE AGREGADO MIÚDO

O agregado miúdo, no concreto, funciona como elemento de ligação entre o cimento

e o agregado graúdo. A variação no tamanho das partículas, ou seja, grãos

menores e grãos maiores, dentro de limites fixados por norma, interferem no

consumo de água e no consumo de cimento e, consequentemente, no custo do

produto.

54

Determinados tipos de concretos exigem agregado miúdo de granulometria

diferente. Por exemplo:

Areia fina funciona melhor nos concretos aparentes.

44..44-- PPAARRAA DDOOSSAAGGEEMM AATTRRAAVVÉÉSS DDOO PPEESSOO::

Utilizar a massa especificada em Kg/dm3 ou t/m³, que representa o peso do material

na sua forma compacta, sem vazios;

Por exemplo:

Massa especificada da pedra de granito – y= 2,7 Kg/dm³

44..55--PPAARRAA DDOOSSAAGGEEMM AATTRRAAVVÉÉSS DDEE MMEEDDIIDDAASS DDEE VVOOLLUUMMEE::

Utilizar a massa unitária em Kg / dm2 ou t / m³, que é a massa do agregado contido

na unidade de volume do seu recipiente. Esse volume inclui, portanto, todos os

vazios entre e dentro dos grãos do agregado.

Por exemplo:

Massa unitária de pedra britada nº 2

y = 1400 Kg / dm³

44..66--PPRROOCCEESSSSOO DDEE FFAABBRRIICCAAÇÇÃÃOO DDOO CCOONNCCRREETTOO EE DDAA

AARRGGAAMMAASSSSAA

O processo de fabricação do concreto e da argamassa consiste das seguintes

etapas:

55

4.6.1- DOSAGEM.

Pode ser feita de duas maneiras:

4.6.1.1- Dosagem através do peso

Para que o concreto e argamassa sejam dosados através de peso é necessária a

utilização de equipamentos tais como:

Balanças para agregados e cimento,

Dosador de água,

Silos para estocagem de cimento,

Correias transportadoras, etc.

Além dos equipamentos é necessária a montagem de uma central dosadora,

também conhecida como usina de concreto ou usina de argamassa.

A opção de produzir concreto e argamassa dosada pelo peso esta ligada à idéia de

melhoria da qualidade do produto implica em investimentos e tem retorno garantido,

desde que não ocorra falha no processo.

Apesar de o investimento ser relativamente alto, a operação é simples, confortável e

confiável. Normalmente a empresa que investe na produção de concreto e

argamassa como dosagem através do peso, necessita também investir na

montagem de um laboratório ou contratar serviços de terceiros.

O laboratório tem como objetivo analisar os agregados, o cimento e demais

componentes do concreto e da argamassa, além de estabelecer a dosagem com

segurança e economia.

Geralmente, na usina de concreto e argamassa, no setor de pesagem, são

encontradas tabelas contendo os quantitativos de cada material, já com as correções

da quantidade de água, em função da umidade dos agregados miúdos, para a

fabricação dos diferentes concretos e argamassas produzidos.

56

4.6.1.2- Dosagem através de medidas de volume

Consiste na medição volumétrica dos agregados, da água de amassamento e às

vezes, do cimento.

Pequenas indústrias, com menos recursos, antes da montagem das instalações em

que irão produzir concretos ou argamassa dosada em volume, devem contratar os

serviços de um laboratório para definir as dosagens dos componentes.

O laboratório emite certificados contento:

O número de padiolas com as respectivas dimensões (altura, largura e

comprimento) para os agregados miúdos e/ou graúdos.

A quantidade de água de amassamento para cada saco de cimento.

A partir do certificado, a empresa deve providenciar padiolas em metal ou madeira,

pintadas com cores diferentes e com o nome do agregado a ser dosado escrito em

cada padiola, para evitar trocas.

4.6.2- MISTURA DOS COMPONENTES

É a operação destinada à obtenção de um conjunto homogêneo resultante do

agrupamento dos agregados, aglomerantes, aditivo e água, e é feita, geralmente,

em betoneiras.

4.6.3-TRANSPORTE

É o trajeto percorrido pelo concreto ou argamassa através de determinado

equipamento, do local de fabricação até o local de aplicação.

Nas empresas, fabricante de pré-moldados é fundamental e possível reduzir o

transporte a zero. Se não for possível, devem-se tornar todos os cuidados para que

o sistema de transporte adotado garanta a manutenção da homogeneidade do

concreto ou argamassa.

57

Deve-se evitar também a vibração durante o transporte, pois, se isso ocorrer, haverá

compactação do concreto ou argamassa e, consequentemente, dificuldade na sua

descarga.

44..77-- CCOONNTTRROOLLEESS DDAA CCOONNSSIISSTTÊÊNNCCIIAA DDOO CCOONNCCRREETTOO NNAA OOBBRRAA

4.7.1- ENSAIO DE ABATIMENTO-SLUMP TEST ( NBR 7223 )

(espalhamento do tronco do cone – NBR 9606)

Procedimento:

Sobre a superfície metálica, limpa e plana, é colocado um cone (cone de Abrams)

de chapa galvanizada com 10 centímetros de diâmetro na base superior, 20

centímetros na base inferior e 30 centímetros de altura. O concreto é colocado em 3

camadas de igual volume, recebendo cada uma delas, vinte e cinco golpes de haste

de socamento uniformemente distribuídos, para o adensamento da amostra.

A haste de socamento deve ser uma barra de aço de forma cilíndrica, com superfície

lisa, de 16 milímetros de diâmetro e 60 centímetros de comprimento, com

extremidades planas.

Deve-se ter o cuidado de não atingir a camada anterior.

Logo depois de colocado na forma, esta deve ser levantada verticalmente. E

conforme for à consistência do concreto, o abatimento é medido em centímetros

ou milímetros.

Diz-se, por exemplo, que o concreto tem 10 centímetros de abatimento ou é de

consistência 10.

58

Figura 39: Determinação da consistência do concreto pelo método do

abatimento(SLUMP TEST)

Para concreto preparado em betoneira estacionária, o ensaio de consistência deve

ser realizado:

Na primeira masseira.

Ao reiniciar a elaboração após uma interrupção da jornada de concretagem

durante, pelo menos, 2 horas;

Na troca de operadores;

Cada vez que forem moldados corpos de prova.

Para concreto fornecido em betoneira móvel:

A cada betoneira (cada betoneira caminhão).

Consistência Abatimento (mm) Tolerância ( mm)

Seca

Medianamente plástica

Plástica

Fluída

Líquida

0 a 20

30 a 50

60 a 90

100 a 150

≥ 160

± 5

± 10

± 10

± 20

± 30

Tabela 6: Tolerâncias admitidas para consistência do concreto através do

abatimento do tronco de cone – NBR 7223

59

44..88-- CCOONNTTRROOLLEESS DDAA RREESSIISSTTÊÊNNCCIIAA DDOO CCOONNCCRREETTOO NNAA OOBBRRAA

((NNBBRR 1122665555//11999922))

Em primeiro lugar deve-se obter um esquema da quantidade de corpos de prova a

recolher, seguindo as instruções da Norma NBR 12655 (preparo, controle e

recebimento de concreto) (julho / 92):

Devem ser realizados ensaios de resistência mecânica. A cada lote de concreto

deve corresponder uma amostra formada por:

No mínimo, seis exemplares

Para concretos do grupo I (resistência até 50 MPa ) doze exemplares

Para concretos do grupo II (resistência acima 50 MPa ), coletados

aleatoriamente durante a operação de concretagem.

Cada exemplar de amostra é constituído por dois corpos de prova da mesma

amassada para cada idade de rompimento (7 dias, 28 dias).

Na ficha da amostra deve-se anotar sempre:

o remetente

nº de ordem

endereço da obra

idade de rompimento ( idade com qual será ensaiado )

local da amostragem ( em que peça o concreto foi utilizado ).

data da moldagem.

Convém sempre à mesma pessoa preparar os corpos de prova para obter

resultados confiáveis.

60

44..99--DDIIMMEENNSSÕÕEESS DDAA FFOORRMMAA EE HHAASSTTEE MMEETTÁÁLLIICCAA

4.9.1-PROCEDIMENTO:

São cheios cilindros metálicos, com 30 cm de altura e 15 cm de diâmetro.

No caso de agregados com diâmetro acima de 50 mm, são empregados cilindros de

40 cm de altura e 20 cm de diâmetro.

Ao retirar-se a amostra, coloca-se, por meio de uma pá o concreto em um balde ou

outro recipiente estanque (que não vaze água), para ser logo transportado para o

local de moldagem de, pelo menos, dois corpos de prova dos quais um será

ensaiado após sete dias, e outro após 28 dias.

Antes de apertar-se o anel do molde, passa-se uma leve camada de cera na

superfície lateral externa da forma, em toda a extensão da fenda vertical. Depois se

aperta o parafuso do anel, Em seguida coloca-se a forma sobre a base, utilizando ao

longo do seu bordo inferior, um cordão de cera, de modo a garantir perfeita

estanqueidade á forma. Untam-se levemente a superfície lateral interna e o fundo da

forma com óleo mineral.

Cada corpo de prova será moldado, colocando-se concreto na forma, em quatro

camadas sucessivas. De modo que cada uma venha ocupar a quarta parte do

volume do molde.

Para um adensamento correto, cada camada deve receber 30 golpes de haste.

Esses golpes serão distribuídos de modo uniforme pela secção do molde e dados de

maneira que não atinjam a camada anterior.

Na ultima camada, a superfície de topo do corpo de prova será alisada à colher de

pedreiro e, em seguida, coberta com a chapa de madeira, destinada a esse fim.

O lugar destinado á moldagem dos corpos de prova, deve ser coberto.

Decorridas cerca de duas horas do momento da moldagem, retira-se a chapa que

cobria a forma, passa-se sobre a superfície do topo do corpo uma escova grossa e

remata-se com uma camada de pasta de cimento.

Esse remate deve ficar aderente ao corpo de prova e não trincar durante a aplicação

da carga no ensaio de compressão.

61

O remate será terminado pela rasura do corpo de prova por meio de uma régua,

dando-lhe também um ligeiro movimento de vaivém na sua direção, de modo a

remover o excesso da pasta.

Quando o corpo de prova não tiver sido rematado no canteiro, poderá sê - lo no

laboratório.

Vinte horas depois após a moldagem procede-se a desforma do corpo de prova;

para isso calça-se o corpo de prova desaperta-se o anel e faz-se deslizar a forma

para o lado do seu topo inferior com cuidado suficiente para que não sejam

quebrados os bordos dos topos.

Os corpos de prova, durante a sua permanência no canteiro, devem ser

conservados em

Areia úmida,

Serragem úmida de madeira ou

Envolvidos em sacos molhados.

Os corpos de prova devem ser removidos no menor prazo possível para o

laboratório.

Para transporte, podem ser adotadas caixas de madeira, especialmente para os

corpos a ensaiar com pouca idade.

Os corpos de prova receberão um número de ordem à tinta fixa, escrito na sua

superfície lateral;

Serão enviados ao laboratório acompanhados da ficha de identificação.

Os corpos de prova que se destinam ao controle nas condições de cura semelhante

as da estrutura, serão conservados na obra, próximos ao local de onde foi retirada a

amostra, submetidos a tratamento idêntico ao lado a parte da estrutura que

representam. Esses corpos de prova só devem ser remetidos para o laboratório

depois de terem atingido ¾ da idade de ruptura.

62

Figura 40: Forma/corpo de prova

Figura 41: Prensa corpo de prova

Figura 42: Corpo de prova rompido

63

44..1100-- CCOONNCCRREETTOO EE AARRGGAAMMAASSSSAA AARRMMAADDOOSS

Concreto armado é o produto obtido pela combinação do concreto simples

(aglomerante + agregados + água + aditivo) com armaduras de aço.

Argamassa armada é a argamassa simples (aglomerante + agregado miúdo + água

+ aditivo) com armaduras de aço também.

44..1111-- TTIIPPOOSS DDEE AAÇÇOO

Os tipos de aço utilizados em concreto e argamassa armados são:

4.11.1- Barras de aço

Produtos siderúrgicos com diâmetro entre 3,4 a 40 mm, e comprimento entre 10 a 12

m. As barras de aço são produzidas em varias bitolas. Bitolas é o número

correspondente ao valor arredondado do diâmetro de secção da barra de aço. A

bitola é expressa em milímetros e polegada. O diâmetro ou bitola pode ser

identificado com segurança utilizando o paquímetro para fazer a medição.

Figura 43: Barras de aço

64

4.11.2-Tela

É uma armadura pré – fabricada em forma de rede de malhas retangulares. A malha

é constituída de fios longitudinais e transversais e soldados em todos os pontos de

contato (nós), por resistência elétrica (caldeamento).

Figura 43: Telas

44..1122--CCAATTEEGGOORRIIAASS DDEE AAÇÇOO

Existem cinco categorias de aço para concreto e argamassa armados

(CA 25, CA 32, CA 40, CA 50 E CA 60).

As letras CA correspondem a Concreto Armado. Os números 25 a 60 significam os

valores mínimos de tensão de escoamento, que o aço deve apresentar no ensaio de

tração dado em Kgf / mm²

4.12.1-Tensão de escoamento

Deformação é a passagem do estado elástico para o estado plástico, no momento

em que o aço está sendo tracionado. No ensaio de tração, o escoamento ocorre

com aproximadamente 90% do carregamento da amostra, e é considerado como um

aviso do limite de resistência do aço que está sendo ensaiado.

65

Figura 44: Barras de aço destinado a armaduras de concreto armado

Tabela 7: Área de aço da seção conforme número de barras

66

44..1133--TTIIPPOOSS DDEE CCOONNCCRREETTOO

4.13.1-CONCRETO MAGRO

4.13.1.1-CARACTERÍSTICAS

Concreto simples com reduzido teor de cimento. Apresenta baixa trabalhabilidade e

pouca resistência.

4.13.1.2-APLICAÇÃO

Utilizado em pisos, contra – pisos, peças submetidas a pequenos esforços,

revestimento de fundo de valas.

4.13.2-CONCRETO CICLÓPICO

4.13.2.1-CARACTERÍSTICAS

É um concreto comum em cujo lançamento é adicionado até 30% de pedra de mão.

4.13.2.2-APLICAÇÃO

Utilizado em tubulões, muro de arrimo de gravidade ou peças de grandes

dimensões, e baixa concentração de armadura.

4.13.3--CONCRETO CONVENCIONAL

4.13.3.1-CARACTERÍSTICAS

É um concreto comum cujo lançamento ocorre de modo tradicional, através de

carrinho de mão, calhas, latas, caçambas, etc.

67

4.13.3.2-VANTAGENS

Reduzir a mão de obra e necessidade de equipamentos.

Proporciona economia de espaço de canteiro de obras,

Elimina perda de materiais decorrentes da estocagem.

4.13.3.3-APLICAÇÃO

É utilizado em fundações, pilares, vigas, lajes, muros de arrimo, cortina, caixa

d’água, piscinas, pisos, premoldados.

4.13.4-CONCRETO BOMBEÁVEL

4.13.4.1CARACTERÍSTICAS

Concreto cujo lançamento é feito por meio de bombas hidráulicas.

4.13.4.2-VANTAGENS

Possibilita o lançamento do concreto em locais de difícil acesso, grandes

alturas e distâncias.

Reduz o tempo de concretagem.

4.13.4.2-APLICAÇÃO

Usado em fundações, pilares, vigas, lajes, muros de arrimo, cortina, caixas d’água,

piscinas, etc.

68

Figura 45: Concreto Bombeável

4.13.5-CONCRETO PARA PAVIMENTO RÍGIDO

4.13.5.1-CARACTERÍSTICAS

A resistência á tração na flexão é fundamental, bem como a resistência ao desgaste

superficial, e a resistência ao ataque de meios e agentes agressivos, tais como:

óleo, graxas, combustíveis, águas ácidas, etc.

4.13.5.2-VANTAGEN

Maior resistência ao desgaste, maior resistência mecânica, melhor aderência,

redução dos custos de manutenção.

4.13.5.3-APLICAÇÃO

Usando em pavimentação rodoviária e urbana, aeroportos, pisos industriais, pátios

de estacionamentos.

69

4.13.5.6-CONCRETO CELULAR

4.13.5.6.1-CARACTERÍSTICAS

Concreto leve, sem função estrutural, resultante da incorporação (do agrupamento)

de bolhas de ar a uma pasta ou argamassa de cimento Portland.

4.13.5.6.2-VANTAGENS

Como material de revestimento, apresenta propriedades de isolamento térmico e

acústico. Devido à sua baixa densidade reduz a sobrecarga da estrutura.

4.13.5.6.3-APLICAÇÃO

Usando para isolamento térmico entre lajes de cobertura e terraços,

Linhas subterrâneas de água fria e quente,

Frigoríficos,

Tanques de armazenamento de gases,

Paredes corta fogo,

Enchimento de pisos e rebaixamento de lajes,

Revestimento de estruturas metálicas e

Fabricação de premoldados.

4.13.5.7-CONCRETO AUTO-ADENSÁVEL

4.13.5.7.1-CARACTERÍSTICAS

Concreto com plasticidade elevada, indicado; para concretagem com dimensões

reduzidas e grande concentração de armadura.

70

4.13.5.7.2-VANTAGENS

Reduzir ao mínimo a necessidade de vibração permitindo a obtenção de peças,

compactadas, sem segregação, abreviando o tempo de concretagem e,

consequentemente, os custos relativos ao lançamento.

4.13.5.7.3-APLICAÇÃO

Usado em fundações, pilares, vigas, lajes, muros de arrimo.

4.13.5.7.4-RESISTÊNCIA

Dosado em funções da resistência característica Fck = 7,5 MPa a 30 MPa ou de

acordo com o projeto solicitado.

4.13.5.8-CONCRETO LEVE COM ARGILA EXPANDIDA

4.13.5.8.1-CARACTERÍSTICAS

Concreto leve com massa especificada em torno de 500 kg a 1700 Kg/ m³, feito com

agregado de argila expandida, em substituição ao agregado tradicional.

4.13.5.8.2-VANTAGENS

Empregado com ou sem função estrutural. Reduz o peso próprio da estrutura em

aproximadamente 30%

4.13.5.8.3-APLICAÇÃO

Enchimento de piso e lajes rebaixadas,

Na regularização de superfície,

Na execução de pilares, vigas, lajes e

Peças premoldadas.

71

4.13.5.8.4-RESISTÊNCIA

Pode variar de 7,5 MPa a 35,0 MPa, ou de acordo com o solicitado.

Figura 47: Concreto Leve com Argila Expandida

Figura 48: Argila Expandida

72

4.13.5.9- CONCRETO DE ALTA RESISTÊNCIA INICIAL

4.13.5.9.1-CARACTERÍSTICAS

Concreto feito com cimento de alta resistência inicial ao cimento Portland comum

dosado, capaz de atingir aos 3 dias de idade as resistências que só seriam

alcançadas aos 7 dias ou mais.

4.13.5.9.2-VANTAGENS

A desforma das peças em menores intervalos de tempo proporciona um melhor

aproveitamento das formas, agilizando a execução da estrutura.

4.13.5.9.3-APLICAÇÃO

Muito empregado em peças estruturais convencionais. Na indústria de premoldados

proporciona ao fabricante uma maior rotatividade das formas.

4.13.5.10-CONCRETO PESADO:

4.13.5.10.1-CARACTERÍSTICAS

Concreto feito com agregados de massa especificada elevada, geralmente minérios

do tipo minério de ferro, podendo ser empregados também esfera de aço.

4.13.5.10.2-VANTAGENS

Substitui o revestimento com painéis de chumbo em locais onde se trabalha com

aparelhos que emitem radiações.

73

4.13.5.10.3-APLICAÇÃO

Utilizado com anteparo radioativo, em lastros e contra peso.

4.13.5.10.4-RESISTÊNCIA

Dosado de acordo com o solicitado.

4.13.5.11-CONCRETO PROJETADO

4.13.5.11.1-CARACTERÍSTICAS

Concreto de pega ultra rápida, inicio de pega em poucos segundos, projetado no

local de aplicação por meio de equipamentos próprios através de jato de ar

comprimido,

É elaborado com elevado consumo de cimento, acima de 400Kg/m³, possui alto teor

de argamassa, agregado graúdo de dimensões reduzidas e aditivo acelerador de

pega.

4.13.5.11.2-VANTAGENS

O concreto projetado permite ao construtor executar recuperações em revestimentos

de estruturas, revestimentos em locais com presença de água e condições onde

seria impossível revestir com métodos tradicionais.

4.13.5.11.3-APLICAÇÃO

Utilizado para recuperação de estruturas, revestimento de paredes de canais,

taludes, túneis e galerias.

4.13.5.11.4-RESISTÊNCIA

Definida em função de projeto.

74

Figura 49: Concreto Projetado

4.13.5.12-CONCRETO PROTENDIDO

4.13.5.12.1-DEFINIÇÃO DE PROTENSÃO

A protensão pode ser definida como o artifício de introduzir, numa estrutura, um

estado prévio de tensões, de modo a melhorar sua resistência ou seu

comportamento, sob ação de diversas solicitações.

4.13.5.12.2-Protensão aplicada ao concreto.

O artifício de protensão tem uma importância particular no caso do concreto, pelas

seguintes razões:

O concreto é um dos materiais de construção mais importante. Os ingredientes

necessários à confecção do concreto (cimento, areia, pedra e água) são disponíveis

a baixo custo em todas as regiões habitadas na Terra.

O concreto tem boa resistência à compressão. Resistências da ordem de

200kgf/cm2 (20MPa) a 500kgf/cm2 (50MPa) são utilizadas nas obras.

O concreto tem pequena resistência à tração, da ordem de 10% de resistência à

compressão. Além de pequena, a resistência à tração do concreto é pouco confiável.

De fato, quando o concreto não é bem executado, a retração do mesmo pode

provocar fissuras, que eliminam a resistência à tração do concreto, antes mesmo de

atuar qualquer solicitação. Devido a essa natureza aleatória da resistência a tração

do concreto, ela é geralmente desprezada nos cálculos.

75

Sendo o concreto um material de propriedades tão diferentes a compressão e a

tração, o seu comportamento pode ser melhorado aplicando-se compressão prévia

(isto é, protensão) nas regiões onde as solicitações produzem tensões de tração.

A utilização de aços de elevada resistência, como armaduras de concreto armado.

De fato, como os diferentes tipos de aço têm aproximadamente o mesmo módulo de

elasticidade, o emprego de aços com tensões de tração elevadas implica grande

alongamento dos mesmos, o que, por sua vez, ocasiona fissuras muito abertas. A

abertura exagerada das fissuras reduz a proteção das armaduras contra corrosão, e

é indesejável esteticamente.

O artifício da protensão, aplicado ao concreto, consiste em introduzir na viga

esforços prévios que reduzam ou anulem as tensões de tração no concreto sob ação

das solicitações em serviço. Nessas condições minimiza-se a importância da

fissuração como condição determinante de dimensionamento da viga.

O objetivo é evitar deformações e fissuras em estruturas de concreto. Isso permite a

execução de peças estruturais mais leves e finas e maiores vãos livres.

A protensão do concreto é realizada, na prática, por meio de cabos de aço de alta

resistência, tracionados e ancorados no próprio concreto. O artifício da protensão

desloca a faixa de trabalho do concreto para o âmbito das compressões, onde o

material é mais eficiente. Com a protensão, aplicam-se tensões de compressão nas

partes das secções tracionadas pelas solicitações dos carregamentos. Desse modo,

pela manipulação das tensões internas, pode-se obter a contribuição da área total

da seção da viga para a inércia da mesma.

Sob ação de cargas, uma viga protendida sobre flexão, alterando-se as tensões de

compressão aplicadas previamente. Quando a carga é retirada, a viga volta à sua

posição original e as tensões prévias são restabelecidas.

Se as tensões de tração provocadas pelas cargas forem inferiores às tensões

prévias de compressão, a seção continuara comprimida, não sofrendo fissuração.

Sob ação de cargas mais elevadas, as tensões de tração ultrapassam as tensões

prévias, de modo que o concreto fica tracionado e fissura. Retirando-se a carga a

protensão provoca o fechamento de fissuras.

76

44..1144--DDOOSSAAGGEEMM EEXXPPEERRIIMMEENNTTAALL DDOO CCOONNCCRREETTOO

4.14.1-Estudo das características do concreto

Ao se iniciar uma dosagem de concreto é fundamental a analise das características

do mesmo, para tanto devemos definir exatamente as peculiaridades do projeto, tais

como:

Resistência característica do concreto à compressão;

Condição de controle adotado na obra;

Dimensão mínima das formas e espaçamento mínimo das armaduras;

Durabilidade do concreto (Ambiente de exposição)

Devemos analisar, também, as condições de execução, na obra:

Mão-de-obra disponível;

Tipo de mistura;

Adensamento;

Equipamentos;

Lançamento;

Cura.

A seguir analisaremos alguns desses itens.

4.14.2-Resistência característica do concreto à compressão (fck)

Valor definido em projeto pelo calculista da estrutura. De acordo com as normas

brasileiras não será permitido que mais de 5% dos valores de resistência à

compressão, resultantes do rompimento de corpos-de-prova, geralmente com a

idade de 28 dias, possam estar abaixo do fck.

77

4.14.3-Dimensão mínima das formas e espaçamento mínimo das armaduras

Com base na dimensão mínima das formas e espaçamento mínimo das armaduras,

definiremos a dimensão máxima dos agregados e, em certas situações, a

trabalhabilidade do concreto.

De acordo com a NBR-6118/78 (em fase de modificação) e NBR-7583 a dimensão

máxima do agregado não deve ser maior que:

1/4 da menor distância entre faces e formas;

1/3 da espessura das lajes;

5/6 da distância entre duas barras horizontais na armadura.

1/2 da distância de duas barras horizontais dispostas verticalmente.

Exemplo:

Uma laje com 100 mm de espessura: 1/3 da espessura da laje corresponde a

33,3mm, portanto seria possível executar o concreto com agregado graúdo de ate

32 mm (brita n.º 2).

Uma laje com 80 mm de espessura: 1/3 da espessura da laje corresponde a

26,7mm, portanto seria possível executar o concreto com agregado graúdo de ate

25 mm (brita n.º 1)

4.14.4- DE DURABILIDADE

O concreto endurecido, estando sujeito a severas condições de exposição, deve ser

dosado levando-se em consideração a durabilidade e não somente a resistência que

se deseja obter. Para se garantir, ou simplesmente aumentar, a vida útil das

estruturas executadas com concreto vários fatores devem ser considerados, tais

como:

Condições ambientais

Condições de exposição

Classes de concreto

Tipo de cimento

Consumo mínimo / máximo

78

Resistência característica (fck)

Fixação do fator água/cimento

Cobrimento de armadura

Proteção superficial

Condições

ambientais

Tipo

Ambiente seco (1)

Interior de edifícios de apartamento e escritórios

Ambiente úmido (2)

Interior de edifícios com alta umidade

Ambiente marinho (3)

Peças imersas parcialmente em água do mar ou zona

molhada

Ambiente

quimicamente

Agressivo (4)

Peças em contato com solo, líquido ou gás com

agressividade química

Tabela 8: Condições Ambientais

4.14.4.1-Condições de exposição

Podemos citar como exemplo de exposição em meios agressivos os seguintes:

Água do mar

Águas residuais ácidas

Águas de regiões pantanosas ricas em húmus

Atmosferas ácidas de centros urbanos e industriais

Graxas e óleos.

Substâncias químicas agressivas

Meio abrasivo

79

4.14.5-FIXAÇÃO DO FATOR ÁGUA/CIMENTO

Para se garantir a qualidade e durabilidade da estrutura projetada, em função das

condições ambientais e condições de exposição, é rigorosamente necessário o

atendimento aos parâmetros estabelecidos nas tabelas 3 e 4, a seguir:

Entretanto, para cada 4 quilos de cimento, 1 kg de água é necessário para a

execução integral da reação. Isso resulta em uma relação água-cimento de 0,25.

Na realidade, uma mistura formada com a relação A/C de 0,25 é muito seco e não

flui bem o suficiente para ser colocado, deste modo, mais água é usada do que é

tecnicamente necessária para reagir com o cimento. Mais tipicamente são usados

índices de 0,4 a 0,6. Para maior resistência de concreto, e mais baixa relação

água/cimento, é utilizada, juntamente com um plastificante.

Tipo de cimento

Consumo mínimo / máximo

Resistência característica (fck) nas tabelas a seguir

Tabela 9: Curvas de Abrams

80

Condições de

Exposição

Tipo de cimento Consumo

mínimo

fck (MPa)

(mínimo)

Fator A/C

(máximo)

Estruturas de concreto

para fundações, com

e sem contato com

água.

CP I

CP II

CP III

CP IV

350 kg/m³

20

0,55

Estruturas para

tratamento de água e

reservatórios

CP I

CP II

CP III

CP IV

CP V (RS)

350 kg/m³

25

0,50

Estrutura em contato

com esgoto e seus

gases.

CP III

CP IV

CP V (RS)

400 kg/m³

25

0,45

Parede diafragma

Tabela 9: Curvas

de Abrams

Todos

(exceto em

casos de lençol

freático

agressivo –

considerar

esgoto)

400 kg/m³

20

0,60

Tubulões

Todos

210 kg/m³

15

0,70

Tabela 10: Fator A/C x Condições de exposição – meio agressivo

Em termos simples sabe-se que a resistência do concreto é tanto menor quanto

maior for à quantidade de água adicionada à mistura. Por isso cuidado com a água

adicionada ao concreto!

81

4.14.6-Outros parâmetros

Os concretos que devam ter baixa permeabilidade, pela condição de estanqueidade

(estruturas hidráulicas e sanitárias: reservatórios, decantadores etc.), devem ter

relação A/C máxima de 0,50 L/kg e teor mínimo de cimento de 350 kg/m³, referindo-

se o concreto de classe mínima C25. Em peças com espessura maior que 50 cm

este valor máximo pode ser elevado para 0,55 L/kg.

Concretos em contato com água, com teor de sulfatos (SO4) superior a 600 mg/dm3,

ou em contato com solos com teor de sulfatos superior a 3000 mg/kg, devem utilizar

concretos resistentes a sulfatos, respeitar a relação A/C máxima de 0,45 e classe

mínima C30

82

Tabela 11: Traços de Concretos com Cimento CP II-E-32

83

4.14.7-COBRIMENTO DE ARMADURA

O cobrimento visa à proteção das armaduras contra a corrosão. O cobrimento não

deve ser inferior aos valores da tabela 13.

Não considerar a participação de argamassa de revestimento, de qualquer tipo, ou

de impermeabilização, ou de tratamento especial de superfície, para efeito de reduzir

os valores de cobrimento a seguir:

Classe de

agressividade

ambiental

Agressividade Classificação geral do

tipo de ambiente para

efeito de projeto

Risco de

deterioração da

estrutura

I Fraca Rural Insignificante

Submersa

II Moderada Urbana 1) , 2) Pequeno

III Forte Marinha 1) Grande

Industrial 1) , 2)

IV Muito forte Industrial 1) , 3) Elevado

Respingos de maré

1) Pode-se admitir um microclima com uma classe de agressividade mais branda

(um nível acima) para ambientes internos secos (salas, dormitórios, banheiros,

cozinhas e áreas de serviço de apartamentos residenciais e conjuntos comerciais

ou ambientes com concreto revestido com argamassa e pintura.

2 ) Pode-se admitir uma classe de agressividade mais branda(um nível acima) em:

obras em regiões de clima seco, com umidade relativa do ar menor ou igual a 65%,

partes da estrutura protegidas de chuva em ambiente predominantemente secos,

ou regiões onde chove raramente.

3) Ambientes quimicamente agressivos, tanques industriais, galvanoplastia,

branqueamento em indústrias de celulose e papel, armazéns de fertilizantes,

indústrias químicas.

Tabela 12: Classes de Agressividade Ambiental

84

Classe de agressividade ambiental (tabela 1)

I II III IV3)Tipo de estrutura Componente ou

elemento Cobrimento nominalmm

Laje2)

20 25 35 45Concreto armado

Viga/Pilar 25 30 40 50

Concreto protendido1)

Todos 30 35 45 551)

Cobrimento nominal da armadura passiva que envolve a bainha ou os fios, cabos e cordoalhas,sempre superior ao especificado para o elemento de concreto armado, devido aos riscos decorrosão fragilizante sob tensão.

2) Para a face superior de lajes e vigas que serão revestidas com argamassa de contrapiso, com

revestimentos finais secos tipo carpete e madeira, com argamassa de revestimento e acabamentotais como pisos de elevado desempenho, pisos cerâmicos, pisos asfálticos, e outros tantos, asexigências desta tabela podem ser substituídas pelo item 7.4.7.5 respeitado um cobrimento nominal

15 mm.

3) Nas faces inferiores de lajes e vigas de reservatórios, estações de tratamento de água e esgoto,

condutos de esgoto, canaletas de efluentes e outras obras em ambientes química e intensamente

agressivos a armadura deve ter cobrimento nominal 45mm.

Tabela 13: - Correspondência entre classe de agressividade ambiental e cobrimento

nominal para c=10 mm (∆c - Tolerância de execução para o cobrimento)

No caso de concretos de classe acima de C30 os valores de cobrimento podem ser

reduzidos em 0,5 cm, respeitando o valor mínimo de 2 cm.

As peças em tanques de estações de tratamento de água e em tanques, caixas

d’água, estações, elevatórias, canais, condutos e canalização de esgotos,

independentemente das condições de exposição, devem respeitar o cobrimento

mínimo de 4 cm

4.14.8-Proteção superficial

Em principio, toda estrutura executada em concreto, sujeita a exposição a meios e

agentes agressivos, deve ser projetada e construída de modo a resistir ao meio sem

necessidade de proteção superficial.

85

Em situações excepcionais, onde a estrutura estiver em meio fortemente agressivo,

e sua estabilidade, durabilidade e estanqueidade possam, com o passar dos anos,

vir a ser comprometidas, por solicitação, ou exigência do projetista admite-se o

recobrimento através de pintura ou revestimento adequado e condição rigorosa de

cura como forma de proteger o concreto. O recobrimento para corrigir problemas

executivos deve ser evitado sempre que possível.

4.14.9-CIMENTO

Além do atendimento as especificações técnicas e garantia de homogeneidade

durante o transcorrer da obra deve-se considerar, na escolha do tipo de cimento,

outros fatores do tipo:

Adequação às condições de exposição do concreto.

Necessidade ou não de desforma antecipada;

Garantia de fornecimento;

Custo final (na maioria das vezes compensa comprar o mais caro e de melhor

qualidade).

Os resultados dos ensaios físicos de controle de qualidade do cimento devem

atender as especificações da ANBT, tais como:

4.14.9.1-Finura

Geralmente cimentos com finura elevada apresentam maiores resistências.

Inicio e fim de pega: Na maioria dos casos os tempos de inicio e fim de pega mais

prolongada são preferíveis. Em se tratando de peças pré-fabricadas ocorre o

inverso.

4.14.9.2-Resistência à compressão

Sem duvida a propriedade do cimento mais requisitada. Cimentos de alta resistência

mecânica é a escolha preferencial.

86

Dosagem de concreto

Traço aproximado

Dosagem para 1 saco

De cimento em nº de

Latas de 18L

Concreto

para

Kg

cimento/

m³ de

concreto

Relação

água/

cimento.

Cimento

Areia

Brita

Areia

Brita

nº 1

Brita

nº 2

Água

em

litros

Estrutura

peças

esbeltas

400

0,40

1

1,5

3

4

6

0

15-17

Estrutura

350

0,42

1

2

3

5

2

4

16-18

Fundações

275

0,54

1

2,5

4

6

2,5

6

21-23

Lastros de

pisos e

alicerces

200

0,65

1

3

5

7,5

3,5

7

26-29

Concreto

magro

enchimentos

100

0,95

1

4

8

10

5

11

39-43

Tabela 14: Tabela simplificada em nº de lata de 18L para 1 saco de cimento de 50kg

A quantidade da água deve ser ajustada conforme a umidade da areia utilizada.

Qualquer aumento da relação água/cimento diminui a resistência e a estanqueidade

do concreto obtido.

Os cimentos Portland comuns CP-1-32 e 40 são os mais utilizados para estruturas

em concreto armado. Caso necessitar de uma pega mais lenta, recomenda-se o

cimento adicionado de escória de alto forno tipo CPII e ou ainda o tipo CPIII.

87

CO

NC

RE

TO

ES

TR

UT

UR

AL

AR

GA

MA

SS

AS

CO

NC

RE

TO

ES

TR

UT

UR

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C/D

ES

FO

RM

A

PID

A

CO

NC

RE

TO

PR

É-

MO

LD

AD

O

FIB

RO

CIM

EN

TO

CO

NC

RE

TO

C/A

LT

A

RE

SIS

T. F

INA

L

CO

NC

RE

TO

P/B

AR

RA

GE

M

CO

NC

RE

TO

EM

ME

IOS

AG

RE

SS

IVO

S

CP I 32/40

*

*

*

R

R

*

R

*

*

R

R

*

R

A

A

A

CP I S 32

* * R R R R R A

CP I S 40

* R * * A * A A

CP II E 32

* * A A A R R R

CP II E 40

* R R R N * A A

CP II Z 32

* * A A R R R A

CP II Z 40

* R R R N * A A

CP II F 3

* * R R R A R R

CP II F 40

* R * * N * A A

CP III 32

* * N A N * A A

CP III 40 * R A A N * * R

CP IV 32

* * N A N R * R

CP V ARI

* R * * N * A N

CP ARS

CP MRS

*

ARS – ALTA RESISTÊNCIA A

SULFATOS

MRS – BAIXA RESISTÊNCIA A

SULFATOS

88

Tabela 15: Tipos de cimentos e suas recomendações

44..1155--CCUUIIDDAADDOOSS CCOOMM OOSS AAGGRREEGGAADDOOSS

Os agregados devem ser armazenados separadamente, em função da graduação

do agregado miúdo e graúdo. Não deve haver contato físico direto entre as

diferentes graduações e o local de estocagem deve ser ligeiramente inclinado de

modo a permitir o escoamento da água livre.

Além dos cuidados previstos em norma outros deverão ser observados, a

saber:

Os agregados devem ser armazenados separadamente, em função do tipo

(calcário, basalto, granito, areia natural, areia artificial, argila expandida, etc.)

e da graduação do agregado miúdo e graúdo.

Não existindo silo ou muro de separação a distância mínima entre os montes

deve ser de 1,5 metros.

O local de armazenagem deve ser o mais próximo possível da central de

concreto ou betoneira.

Os depósitos devem ser protegidos de enxurradas de águas pluviais.

Devem-se tomar cuidados para que não ocorra contaminação do agregado

por óleo, graxas e materiais terrosos nas operações de carga descarga.

Com relação à temperatura dos agregados, no instante de sua utilização,

entendemos que a mesma não deve ser superior a 45ºC.

* ALTAMENTE RECOMENDÁVEL

RECOMENDÁVEL

A ACEITÁVEL

NÃO APLICÁVEL R N

89

44..1166--ÁÁGGUUAA

A água destinada ao amassamento do concreto deve ser guardada em tambores ou

similares, estanques e tampados de modo a evitar a contaminação por substâncias

estranhas.

Além do cuidado citado em norma outras condições devem ser observadas no

uso da água, a saber:

Deve-se evitar o contato direto dos operários com a água, não permitindo a

contaminação com óleos, graxas, sabões, detergentes ou outras substancias

estranhas.

Com relação à temperatura da água, no instante de sua utilização,

entendemos que a mesma não deve superar a 30ºC.

Em principio, considera-se que toda água potável é apropriada para uso em

concreto.

44..1177--AADDIITTIIVVOOSS

Os aditivos devem ser mantidos na embalagem original e em local abrigado. O

aditivo líquido utilizado em sua embalagem original deve ser homogeneizado

energicamente antes de seu uso.

O aditivo líquido ou pó deve ser armazenado em ordem cronológica de entrada e de

tal modo que a sua identificação seja facilitada, evitando-se troca involuntária.

Aditivos com idade superior a 6 meses de fabricação devem ser necessariamente

ensaiados para verificação de sua eficiência. Aditivos com idade superior a data de

validade deverão ser rejeitados e retirados da obra.

90

44..1188--MMAATTEERRIIAAIISS

Tempo de Mistura em betoneira estacionária:

Tempo mínimo de 60 segundos para cada betonada de ate 1m³

Aumentar o tempo em 15 segundos para cada m³ adicional

Obs. Após cada descarga não deverá ficar retido no interior da betoneira mais de 5%

do volume produzido.

91

CCAAPPÍÍTTUULLOO 55-- TTééccnniiccaass ddee llaannççaammeennttoo ee aaddeennssaammeennttoo ddoo ccoonnccrreettoo

55..11--LLAANNÇÇAAMMEENNTTOO DDOO CCOONNCCRREETTOO

Depois de misturado, o concreto é colocado dentro de formas. O ato de colocar o

concreto dentro das formas é chamado lançamento.

Se o concreto for mal-lançado nas fôrmas, poderá apresentar problemas, como

segregação dos agregados, perda de argamassa nas armaduras e nas paredes das

formas, podendo produzir vazios e falhas (ninhos, bicheiras, brocas). Tudo isso

fará com que o concreto perca total ou parcialmente suas características mais

importantes, como resistência à compressão, durabilidade, impermeabilidade, etc.

Para evitar esses problemas, cuidados especiais devem ser observados na hora da

execução do lançamento do concreto nas fôrmas.

Figura 50: Colapso na estrutura devido ao mau lançamento do concreto

IMPORTANTE:

A segregação deve ser impedida porque, caso ocorra, não pode ser corrigida.

O ensaio de inicio e fim de pega do concreto e argamassa depende de uma serie de

variáveis, tais como:

tipo de cimento;

temperatura ambiente;

92

temperatura dos materiais;

utilização de aditivo;

55..22--CCUUIIDDAADDOOSS AA SSEERREEMM TTOOMMAADDOOSS PPAARRAA OO LLAANNÇÇAAMMEENNTTOO

5.2.1-Antes do lançamento

Deve ser feita a inspeção das fôrmas e ferragens. As fôrmas devem ter travamento,

calafetagem, escoramento e nivelamento. A limpeza das fôrmas deve ser perfeita e

estas devem estar constantemente umedecidas.

As armaduras devem ter espaçamento exato e a limpeza também deve ser muito

bem-feita. Os espaçadores devem recobrir as armaduras juntamente com a massa

de cimento dentro das formas.

Deve-se fazer também a inspeção das armaduras, equipamentos e pessoal,

verificando funcionamento dos equipamentos e o estado de conservação das

ferramentas. A distribuição dos vibradores e das ferramentas devera ser feita de

acordo com as frentes de trabalho.

Antes do lançamento do concreto, é necessária a presença de um ou mais

carpinteiros para supervisionarem as formas.

Deve-se dar uma atenção especial para o lançamento de um concreto fresco

sobre ou ao lado de outro já endurecido. Deverá ser feito o tratamento de junta de

concretagem e o livramento da superfície da capa de nata de cimento com excesso

de água.

Antes de lançar o concreto fresco sobre a camada já endurecida, deve-se apicoar e

raspar a superfície com escova de aço e jatos de areia ou água sob pressão, pois

esta tem de estar áspera para que se tenha uma boa vibração e aderência.

Quando se trata de juntas, usa-se material colante, para não acontece de surgir a

“junta fria”, que é a perda de resistência no corpo concretado.

93

5.2.2-DURANTE O LANÇAMENTO

5.2.2.1-Rapidez

Quanto mais tempo se passa após, a mistura, menor será a aplicabilidade do

concreto. Depois da mistura, o lançamento devera ser feito o mais rapidamente

possível.

55..33--PPOOSSIIÇÇÃÃOO DDEE LLAANNÇÇAAMMEENNTTOO

A segregação na hora da concretagem é causa de muitos danos ao concreto.

Segregação é a separação dos agregados do concreto, ficando partes com muitos

grãos graúdos (pedras) e partes com muita argamassa. Quando ocorre segregação

no concreto durante o lançamento, a peça concretada é de má qualidade, podendo

possuir regiões com muitas falhas, sendo, portanto, fraca e pouco durável.

Figura 51: Ninhos de brita em uma viga baldrame

Já que a segregação do concreto é tão inconveniente, devem-se observar algumas

normas básicas que podem ajudar a evitá-las quando do lançamento do concreto:

sempre que possível, o lançamento do concreto deve ser feito na posição

vertical;

94

a altura do lançamento deve ser a menor possível, nunca podendo ser maior

que 2m;

caso não seja possível observar essa altura, usam-se os mangotes, calhas,

trombas ou janelas, como acontece durante a concretagem de colunas com

altura superior a 2m;

sempre, fazer com que o concreto caia o mais próximo possível de sua

posição final, evitando que ele “corra” dentro das formas;

facilita o trabalho de vibração o lançamento do concreto em camadas,

espalhando-as com uma enxada. Essas camadas não devem ter espessura

maior do que 50 cm.

55..44-- AADDEENNSSAAMMEENNTTOO

Para a obtenção de concreto e argamassa compactos, com o mínimo de vazios,

após a colocação nas formas, há necessidade de compactá-los através do processo

manual ou mecânico.

A compactação é indispensável por que:

provoca saída do ar;

facilita o arranjo interno dos agregados;

melhora o contato do concreto e da argamassa com as formas e com a

armadura.

O adensamento manual é executado em concreto e argamassa plásticos, com

SLUMP médio (abatimento) entre 50 a 120mm. A espessura máxima a ser

compactada manualmente é de 20cm, e a compactação só deve cessar quando

aparecer uma película lisa e brilhante de finos da argamassa na superfície.

O processo manual de compactação é usado nas indústrias de pequeno porte ou

onde ocorre falta de energia elétrica, temporária ou parcial.

O adensamento através de vibração mecânica é o mais indicado, por sua maior

eficiência.

É fundamental a escolha do equipamento de vibração compatível com a forma e o

tipo de concreto ou argamassa a ser compactada.

95

Figura 52: Vibração do concreto

5.4.1FINALIDADES DO ADENSAMENTO

São duas as finalidades do adensamento:

fazer com que o concreto se acomode o melhor possível dentro das formas,

ocupando todos os espaços;

expulsar o ar do interior do concreto, o qual foi incorporado na mistura e

arrastado no lançamento.

Figura 53: Adensamento

96

5.4.2- TIPOS DE ADENSAMENTO

Existem dois tipos de adensamento: o manual, que utiliza hastes metálicas ou

soquetes, e o mecânico, que utiliza equipamentos que fazem o concreto vibrar.

5.4.2.1-ADENSAMENTO MANUAL

O adensamento manual pode ser feito através de:

socagem por meio de hastes: esses processo só deve ser empregado para

concretos de consistência bastante plástica (concreto mole ou com slump de

15cm ou mais).

Para relembrar: Slump é o abatimento que sofre uma massa de concreto recém

misturado, medido de acordo com um método de ensaio normalizado pela ABNT –

Associação Brasileira de Normas Técnicas.

O concreto com essa consistência apresenta, ao ser lançado nas fôrmas, pequeno

volume de vazios e por ser mais mole pode mais facilmente envolver as armaduras e

atingir todos os cantos da forma. Para que isso aconteça, o concreto deverá ser

socado com força, várias vezes, por meio de vergalhões pontudos de aço, devendo

ser aplicados pequenos golpes de martelo na face externa das fôrmas.

apiloamento: é executado por meio de soquetes de ferro ou de madeira,

batendo-se com bastante força ou na superfície do concreto.

Assim, a cada vez que se bate com o soquete no concreto, toda a massa treme e vai

se acomodando e adensando dentro das fôrmas.

Convém lembrar que este processo aplica-se apenas a peças de pequena

espessura como, por exemplo, pisos e lajes.

Observação: Quando um concreto for menos plástico (com slump entre 10 e 12 cm)

e precisar ser adensando manualmente, será necessário encontrar um meio de

socá-lo com maior força, pois esse concreto oferece maiores dificuldades para

ocupar todos os espaços da fôrma, formando-se mais quantidade de vazios

(bicheiras)

97

5.4.2.2-ADENSAMENTO MECÂNICO

É o processo de adensamento mais adequado e mais usado para concretagem em

geral.

Consiste essencialmente em vibrar o concreto com o auxilio de um vibrador,

conseguindo uma boa distribuição entre os agregados graúdos (brita) e a

argamassa.

Os vibradores fazem o mesmo trabalho dos vergalhões de aço ou dos soquetes, só

que com muito mais rapidez e perfeição.

Acima de tudo, a vibração oferece a vantagem de se poder trabalhar com concreto

menos plástico (pouco mole), empregando uma menor quantidade de água,

aumentando em muito a resistência do concreto e sua impermeabilidade.

É por isso que quando se usa a vibração mecânica em lugar do adensamento

manual, obtêm-se as seguintes vantagens:

a resistência do concreto é maior;

o consumo de cimento é menor;

a mão-de-obra é menor.

É necessário fazer uma boa compactação no concreto, para que não

se forme vazio (bicheira) na massa, pois isso compromete a qualidade

da peça.

98

Figura 54: Vibração do Concreto

5.4.2.3-EQUIPAMENTOS USADOS PARA O ADENSAMENTO MECÂNICO

O adensamento mecânico, classificado conforme o modo de aplicação da vibração

pode ser:

Interno – quando se introduz a parte vibrante na massa. Exemplo: vibrador de

agulha;

Externo – quando a parte vibrante atua diretamente sobre uma ou várias

faces do volume de concreto. Exemplo: vibrador de parede, mesa vibratória,

régua vibratória.

5.4.2.3.1-VIBRADOR INTERNO

5.4.2.3.1.1-VIBRADOR INTERNO OU IMERSÃO

É o mais recomendado pelo fato de operar diretamente dentro do concreto.

99

Figura 55: Vibrador Interno

5.4.2.3.2- VIBRADORES EXTERNOS

5.4.3.2.1-DE PAREDE

São fixados nas paredes da forma. São utilizados em pré-moldados, peças de

pequena secção em que a armadura seja muito densa. São chamados também de

vibradores-aranha.

5.4.3.2.2-DE MESA

O método de vibração através das mesas vibratórias pode ser considerado um caso

particular do anterior, tendo como vantagem a obtenção de uma vibração uniforme

de toda a fôrma. É empregado em pré-moldados, sendo que moldes cheio de

concreto são colocados sobre a mesa vibratória, que lhes transmite a vibração

necessária ao adensamento.

100

Figura 56: Vibrador de Mesa

5.4.3.2.3-DE SUPERFÍCIE

São as chamadas réguas vibratórias, isto é, uma régua com motor a gasolina, a óleo

ou elétrico, que é usada apenas para acabamento.

São muito usadas em pavimentos ou pisos de concreto e sua vibração atua em até

7cm de profundidade.

55..55--DDAANNOOSS NNAA MMAANNGGUUEEIIRRAA EE NNAA AAGGUULLHHAA

A mangueira não deve trabalhar dobrada ou com curvas fechadas, ou mesmo ser

arranhada pelas pontas dos ferros, pois isto provocará o seu desgaste ou a sua

ruptura.

Os estragos na agulha ocorrem quando sua penetração é forçada no concreto, ou

quando esta recebe pancadas fortes.

101

Devem-se evitar tais práticas, deixando que a agulha penetre no concreto pelo seu

próprio peso ou dando leves pancadas com a mesma para acionar o rotor, em caso

de necessidade.

Nem sempre o vibrador elétrico começa a vibrar assim que ligado. Leves pancadas

com a ponta da agulha darão início às vibrações.

O manuseio correto dos vibradores

Posicionamento do equipamento antes do início da vibração.

Deve-se evitar colocar o motor sobre o concreto lançado ou em local úmido, pois o

mesmo, estando aquecido, poderá danificar-se.

Não se deve deixar o vibrador ligado fora do concreto. Trabalhando livremente o

equipamento estará sujeito a desgaste e aquecimento excessivo.

O vibrador deve ser operado com o motor e a mangueira voltados para o mesmo

lado.

Em se tratando de motor a gasolina ou diesel, antes de colocá-lo em funcionamento,

verificar o óleo do carter e o tanque de combustível. Uma vez feito isso, pode-se dar

a partida, tendo o cuidado de, estando frio o motor, deixa-lo funcionar sem carga por

alguns minutos.

Fazer a limpeza periódica das velas e manter a abertura do eletrodo dentro da faixa

especificada pelo fabricante. As velas fastas devem ser substituídas por novas.

5.5.1-A MANIPULAÇÃO DA MANGUEIRA

A mangueira não deve sofrer dobras nem curvas muito fechadas, para evitar sua

ruptura. Lembrar também que ao ser transportada ou guardada ela deve

permanecer o mais esticada possível.

Durante a operação de adensamento evitar que a mangueira fique em cima do

concreto já adensado, pois seu movimento poderá introduzi-la dentro da massa,

causando dificuldades na operação e segregação do concreto.

A agulha deve penetrar no concreto na posição vertical, apenas pela ação de seu

próprio peso, sem tocar o funda da forma. Assim,conforme ela vai penetrando , via

adensando o concreto, devendo operador cuidar sempre para que a mangueira não

faça curvas fechadas.

Quando a vibração é executada muito próxima das formas, pode ocorrer a formação

de ninhos isto e monte de pedras não envolvidas pela argamassa. Além disso, se a

102

ponta vibrante tocar nas formas, estas ficarão marcadas, deixando também,

marcado(estampado) o concreto após o endurecimento, principalmente se ele for

aparente. Tudo isso prejudica a qualidade do trabalho. Sendo assim, deve-se evitar

colocar o vibrador muito próximo das paredes da formas.

É recomendável que o adensamento nos cantos da forma seja feito com o auxilio de

uma haste metálica (socamento).

A vibração não deve ser aplicada diretamente a armadura, pois esta, ao entrar em

vibração, pode deixar um espaço ao seu redor, diminuindo a aderência do aço

concreto. Além disso, não se deve tirar a armadura do seu exato local. Se a

armadura for muito densa, devem ser utilizados vibradores de diâmetros menores.

Quando a concretagem for feita em varias camadas, não se deve esquecer-se de

deixar a agulha penetrar de 5 a 10 cm na camada anterior, desde que esta camada

ainda não tenha iniciado a sua pega. Vibrar o concreto que já está dando pega

(endurecendo ou “puxando”) pode estragá-lo devido aos vazios que certamente

serão produzidos. Caso a camada anterior já esteja dura, não se deve deixar a

agulha tocá-la, pois isso além de danificar o concreto, poderá quebrar a ponta

vibrante.

5.5.3-A RETIRADA DA AGULHA

Do mesmo modo que para a penetração da agulha, a sua retirada merece atenção.

Ela deve ser lenta e sem movimentos bruscos. Uma retirada muito rápida pode

deixar buracos (vazios) na massa.

“O motor deve ser desligado somente após ser retirada a agulha de dentro do

concreto.”

5.5.4-OS PONTOS DE VIBRAÇÃO

Para se saber em quantos pontos da superfície do concreto se deve introduzir e

retirar a agulha, é preciso conhecer o raio de ação do vibrador.

O raio de vibração de um vibrador é a distância ao seu redor (circular), dentro da

qual ele exerce o seu efeito de vibração, produzindo assim o perfeito adensamento

do concreto.

103

O raio de ação de um vibrador é aproximadamente 10 vezes o diâmetro da sua

agulha.

O tempo de vibração deverá ser o suficiente para que o concreto fique isento de

vazios e homogêneo. Ele pode variar de 5 a 30 segundos, por que depende de

diversos fatores como freqüência de vibração, plasticidade do concreto, forma dos

agregrados e densidade da armadura (quantidade de aço).

Quando estiverem saindo bolhas pequenas e a superfície do concreto ficar brilhante

(espelhada), significa que naquela região todo ar já foi expulso e que já se pode

mudar a vibração para outro ponto.

Tanto a falta como o excesso de vibração deixa o concreto com excesso de vazios,

o que diminui muito a sua resistência.

O excesso de vibração pode provocar a segregação, que é a separação entre a

pedra, que vai para o fundo da forma, e a argamassa, que sobe formando na

superfície do concreto uma nata que chega a respingar em torno da agulha.

A distância de colocação do vibrador, isto é, a distância entre os pontos de vibração,

deverá corresponder a uma vez e meia o raio de ação do vibrador, ou ainda 5 vezes

o seu diâmetro. Por exemplo: se o diâmetro de um vibrador for 2,5cm, deve-se

introduzi-lo em pontos afastados de 37,5cm ou no máximo 40 cm um do outro.

Figura 57: Distância entre os pontos de vibração

104

5.5.5-A LIMPEZA DO EQUIPAMENTO APÓS O USO

A limpeza do motor deve ser feita com um pano úmido, para tirar o concreto aderido

ao seu corpo, fazendo logo a seguir a limpeza com o óleo.

O motor não deve ser lavado com jatos de água ou ser deixado na chuva, pois a

umidade pode provocar curtos-circuitos e queima do mesmo.

A mangueira pode ser lavada com jatos de água assim como a agulha.

Não se deve passar óleo na agulha do vibrador, somente água.

55..66--SSEEGGUURRAANNÇÇAA NNOO TTRRAABBAALLHHOO

Com o objetivo de evitar acidentes, danos aos equipamentos, desperdício de

material e perda de tempo, deve-se:

utilizar todo o equipamento de proteção para que trabalha com concreto:

botas, capacetes, luvas e óculos;

manter um bom relacionamento com os colegas de concretagem, pois isso

sempre traz resultados positivos, tias como: maior segurança, menor esforço

físico de cada um, melhor qualidade, satisfação e maior produtividade;

verificar frequentemente se não há aquecimento excessivo do equipamento

atentar para o estado dos cabos elétricos, executando reparos, se necessário

55..77--CCUURRAA

É um conjunto de procedimentos que tem por objetivo evitar a evaporação da água

utilizada na mistura do concreto ou argamassa, que reage com o cimento,

hidratando-o.

Em climas frios, que não é o caso do Brasil, a cura abrange também procedimentos

de proteção contra o congelamento da água.

105

Entre as etapas de fabricação de premoldados, a cura tem função relevante para a

obtenção de produto com qualidade.

As várias características de um produto de concreto ou argamassa são:

resistência à compressão e ao desgaste,

impermeabilidade

resistência ao ataque de agentes agressivos

O sol, o vento e a baixa umidade relativa do ar são os maiores inimigos do

concreto e da argamassa no período de cura.

Figura 58: Cura do Concreto

QUANTO MAIS PERFEITA E MAIS DEMORADA FOR A CURA, MELHORES

SERÃO AS CARACTERÍSTICAS DO CONCRETO.

Existem vários métodos de cura, devendo ser escolhido o mais indicado para cada

situação, sendo os mais utilizados:

5.7.1-CURA POR IRRIGAÇÃO OU ASPERSÃO DE ÁGUA

É um método de cura simples que consiste em irrigar o concreto ou argamassa ou

aspergir água, logo após o fim de pega, durante o prazo mínimo de sete dias;

106

5.7.2-CURA POR COBERTURA COM PLÁSTICO OU SIMILAR

Consiste no envolvimento das peças com plástico ou lona impermeável, que deve

ser vedado e preso nas extremidades da pilhas, para evitar a passagem de ar, que

acelera a secagem do produto. Este método é muito utilizado principalmente nas

primeiras 24 horas do premoldado.

O ideal é cobrir as peças nas primeiras 24 horas e aplicar a cura por irrigação ou

aspersão após esse período.

5.7.3-CURA PELA PINTURA COM PRODUTOS QUÍMICOS

Consiste na aplicação de um produto sobre a superfície da peça premoldada. A

camada aplicada funciona como um filme secador, que não permite a evaporação da

água de amassamento, Esse método pode ser aplicado também logo após o

endurecimento do concreto ou argamassa.

5.7.3.1-OS PRINCIPAIS TIPOS DE PINTURA SELADORES SÃO:

-De origem asfáltica;

-Á base de resinas tipo epóxi;

-Á base de óleo ou esmalte;

-Á base de vernizes.

107

CCAAPPÍÍTTUULLOO 66-- DDeessffoorrmmaa ddoo ccoonnccrreettoo

66..11--DDEESSFFOORRMMAA

Caso não tenha sido utilizado cimento de alta resistência ou aditivos que acelerem o

endurecimento, a retirada das formas e do escoramento não deverá dar-se antes

dos seguintes prazos:

1 - faces laterais.................................................................................... 3 dias

2 - retirada de algumas escoras............................................................. 7 dias

3 - faces inferiores, deixando-se algumas escoras bem encunhadas.... 14 dias

4 - desforma total, exceto item 5.......................................................... 21 dias

5 - vigas e arcos com vão maior do que 10 m...................................... 28 dias

Usando-se aditivos plastificantes ou incorporadores de ar, os prazos acima se

reduzem como segue;

Item 3 se reduz para.............................................................................. 7 dias

Item 4 se reduz para.............................................................................. 11 dias

Item 5 se reduz para............................................................................... 21 dias

Usando-se aceleradores de pega, os prazos se reduzem conforme indicação das

firmas fornecedoras do produto.

A desforma de estruturas mais esbeltas deve ser feita com muito cuidado, evitando-

se desformas ou retiradas de escoras bruscas ou choques fortes.

Nas estruturas com vãos grandes ou com balanços grandes, deve-se pedir ao

projetista um programa de desforma progressiva, para evitar tensões internas não

previstas no concreto, que podem provocar fissuras e até trincas.

108

66..22--CCuurraa ee rreettiirraaddaa ddee ffôôrrmmaass ee eessccoorraammeennttooss

Enquanto não atingir endurecimento satisfatório, o concreto deve ser curado e

protegido contra agentes prejudiciais para:

Evitar a perda de água pela superfície exposta;

Assegurar uma superfície com resistência adequada;

Assegurar a formação de uma capa superficial durável;

Os agentes prejudiciais mais comuns ao concreto em seu início de vida são:

Mudanças bruscas de temperatura;

Secagem;

Chuva forte;

Congelamento;

Agentes químicos;

Choques e vibrações de intensidade tal que possam produzir fissuras na massa de

concreto ou prejudicar a sua aderência à armadura.

6.2.1-Retiradas das formas e do escoramento

Formas e escoramentos devem ser removidos de acordo com o plano de desforma

previamente estabelecido e de maneira a não comprometer a segurança e o

desempenho em serviço da estrutura.

Para efetuar sua remoção devem ser considerados os seguintes aspectos:

Peso próprio da estrutura ou da parte a ser suportada por um determinado elemento

estrutural;

Cargas devidas a fôrmas ainda não retiradas de outros elementos estruturais

(pavimentos);

Sobrecargas de execução, como movimentação de operários e materiais sobre o

elemento estrutural;

Seqüência de retirada das fôrmas e escoramentos e a possível permanência de

escoramentos localizados;

Condições ambientais a que será submetido o concreto após a retirada das fôrmas e

as condições de cura;

Possíveis exigências relativas a tratamentos superficiais posteriores.

109

Escoramentos e fôrmas não devem ser removidos, em nenhum caso, até que o

concreto tenha adquirido resistência suficiente para suportar a carga imposta ao

elemento estrutural nesse estágio, evitar deformações que excedam as tolerâncias

especificadas, resistirem a danos para a superfície durante a remoção.

A retirada das fôrmas e do escoramento só pode ser feita quando o concreto estiver

suficientemente endurecido para resistir às ações que sobre ele atuarem e não

conduzir a deformações inaceitáveis, tendo em vista o baixo valor do módulo de

elasticidade do concreto e a maior probabilidade de grande deformação diferida no

tempo quando o concreto é solicitado com

110

CCAAPPÍÍTTUULLOO 77-- AALLVVEENNAARRIIAA EESSTTRRUUTTUURRAALL

77..11-- SSoobbrree oo SSiisstteemmaa CCoonnssttrruuttiivvoo

O projeto da casa popular foi adaptado a partir do projeto arquitetônico para o

uso de blocos estruturais de concreto.

Foi escolhida a modulação 40 dos blocos do fornecedor.

As juntas são de 1 cm.

Foram utilizados blocos estruturais:

Figura 59a: Bloco Inteiro-39x14x19 Figura 59b: Meio Bloco-19x14x19

Figura 59c: 39x14x19 (canaleta) Figura 59d: 39x19(canaleta J)

77..22-- MMoodduullaaççããoo

Foram realizados ajustes de eixos dos ambientes para adequação na

modulação adotada.

A sala e a circulação tiveram suas dimensões aumentadas.

111

Os demais cômodos perderam espaço interno devido a espessura das

paredes (16 cm acabada).

Para os vãos das portas foram usados 0,80m para as portas internas e 1,00m

para as portas externas.

77..33-- AAsssseennttaammeennttooss ddooss bbllooccooss

7.3.1-Palheta

Figura 60: Assentamento em Palheta

112

7.3.2-Bisnaga

Figura 61: Assentamento com bisnaga

7.3.3-Escantilhão

Figura 61: Assentamento com escantilhão

113

77..44--AAmmaarrrraaççããoo ddaass ffiiaaddaass

7.4.1-Encontro de paredes em “T”.

Figura 62: Armação das fiadas: encontro das paredes em “T”

7.4.2-Encontro de paredes em “L”.

Figura 63: Armação das fiadas: encontro das paredes em “L

7.4.3-Amarração com grapas

114

Figura 64: Armação das fiadas com grapas

As canaletas são grauteadas e possuem armadura.

115

Figura 65: Detalhe das canaletas grauteadas

77..55-- PPoorrttaass ee JJaanneellaass

Figura 66: Detalhe do assentamento de uma janela

116

Figura 67: Detalhe do assentamento de uma porta

77..66-- VVeerrggaa pprréé--mmoollddaaddaa

Figura 68: Detalhe de Verga Pré-moldada

117

Figura 69: Verga Pré-moldada

77..77--PPrroojjeettoo EElleettrriiccoo//TTVV//TTeelleeffoonnee

As alturas dos pontos são de 0,34, 1,14, e 2,14m.

As caixas 2x4’’ são colocadas verticalmente.

Figura 70: Tijolos preparados para a colocação das caixinhas da elétrica

118

Figura 71: Caixinhas elétricas embutidas na alvenaria

77..88--PPrroojjeettoo HHiiddrrááuulliiccoo

A pia da cozinha foi mudada de lugar para juntar todas as prumadas em uma

única parede hidráulica.

Adotou-se o uso de shaft dentro do box para as prumadas do banheiro.

Para alimentar o lavatório de coluna foi feito recorte no piso cimentado rente a

parede.

Figura 72: Detalhe do Projeto Hidrosanitário

119

Figura 73: Hidráulica embutida na alvenaria

120

77..99--PPaalleettiizzaaççããoo

Figura 74: Paletização dos tijolos estruturais

Foi considerada produção em série de várias unidades de habitação,

viabilizando a montagem dos paletes com a quantidade certa de cada bloco

usado.

Os paletes montados em canteiro terão identificação e posição definida por

planta baixa.

121

77..1100-- PPrroojjeettoo ddee AAllvveennaarriiaa EEssttrruuttuurraall

Figura 75: Projeto em Alvenaria Estrutural

122

Figura 76: Detalhamento do Projeto em Alvenaria Estrutural

123

CCAAPPÍÍTTUULLOO 88-- LLEEIITTUURRAA EE IINNTTEERRPPRREETTAAÇÇÃÃOO DDEE PPRROOJJEETTOO

EESSTTRRUUTTUURRAALL

88..11-- PPrroojjeettoo ddee FFuunnddaaççããoo

Os projetos de fundação devem ser calculados juntamente com o projeto de

estruturas, podendo ser, dependendo da carga:

124

8.1.1- Projeto com estacas

Figura 77: Projeto de Estacas

125

Figura 78: Detalhamento dos Blocos

Figura 79: Detalhamento de um Blocos com 3 Estacas

126

8.1.2- Projeto de Tubulões

Figura 80: Projeto de Fundações Utilizando tubulões

127

Figura 81: Detalhamento de um Tubulão

128

8.1.3- Vigas de Fundação

Figura 82: Detalhamento de uma Viga Baldrame

129

8.1.4- Locação de Pilares, Vigas e Lajes

Figura 83: Locação de Pilares, Vigas Superiores e Lajes

130

Figura 84: Forma e Armação das Lajes

131

Figura 85: Detalhamento de Pilares

Figura 86: Detalhamento de Viga Superior

132

BIBLIOGRAFIA

BOTELHO, Manoel Henrique Campos; MARCHETTI, Osvaldemar. Concreto

armado eu te amo. São Paulo: Blucher, 2010.

FUSCO, Péricles Brasiliense. Tecnologia do concreto estrutural. São

Paulo: Pini, 2008.

TAUIL, Carlos Alberto; NESSE, Flávio José Martins. Alvenaria estrutural.

São Paulo: Pini, 2010.

YAZIGI, Walid. A técnica de edificar. São Paulo: Pini, 2006.