apostila bionergetica

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Análise Bioenergética: Os problemas psicológicos, o estresse, as atitudes negativas e as emoções como a raiva e o medo têm uma influência sobre a maneira de sentar-se, manter-se em pé, mover-se ou respirar. A Bioenergética é o estudo da personalidade humana a partir dos processos energéticos do corpo. A quantidade de energia que um indivíduo possui e como ele a usará irá determinar e refletir em sua personalidade. Para a Bioenergética, cada ser é o seu corpo e este expressa quem você é. Uma pessoa é a soma total das suas experiências de vida, cada uma das quais é registradas na sua personalidade e estruturada em seu corpo. Portanto, a Análise Bioenergética PE uma abordagem psicoterapêutica que tem a compreensão da pessoa através da análise de sua história de vida (processos subjetivos – simbólicos) e como esta história está estruturada no seu corpo físico – organismo (processo energético). Lowen trouxe de Reich os conceitos de caráter e couraça, que são as defesas que o indivíduo teve que construir ao longo da sua vida. Daí defini-se caráter como um padrão, o modo como uma pessoa organiza a sua forma de existir, como se expressa, como responde a partir do mundo interno aos desafios, agressões, traumas, choques, abusos, negligencias e como essas experiências e sentimentos dolorosos são corporificados. Economicamente, o caráter serve como meio de evitar o que é desagradável, estabelecer e preservar o equilíbrio psíquico e consumir energias reprimidas. Como essas defesas tornam-se crônicas são chamadas de couraça, pois constitui uma restrição a mobilidade psíquica como um todo. Os problemas da personalidade são vistos pela Bioenergética dentro de um esquema geral: busca do prazer privação, frustração ou punição ansiedade defesa. É uma maneira de compreender a personalidade em função do corpo e de seus processos energéticos. Também é uma forma de terapia que combina o trabalho corporal com o analítico (incluindo tanto procedimentos de manipulação como exercícios especiais), para ajudar as pessoas a compreenderem seus problemas emocionais e concretizarem, ao máximo, seu potencial para o prazer e alegria de viver. Bioenergética é, conforme Monteiro (2007), um termo reichiano que significa energia biológica. Adicionalmente, é um modo de entender a personalidade, em termos do corpo e de seus processos energéticos. Esses processos, a produção da energia por meio da respiração e do metabolismo e a descarga de energia no movimento e expressão dos

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Análise Bioenergética:Os problemas psicológicos, o estresse, as atitudes negativas e as emoções

como a raiva e o medo têm uma influência sobre a maneira de sentar-se, manter-se em pé, mover-se ou respirar.

A Bioenergética é o estudo da personalidade humana a partir dos processos energéticos do corpo. A quantidade de energia que um indivíduo possui e como ele a usará irá determinar e refletir em sua personalidade.

Para a Bioenergética, cada ser é o seu corpo e este expressa quem você é.Uma pessoa é a soma total das suas experiências de vida, cada uma das

quais é registradas na sua personalidade e estruturada em seu corpo.Portanto, a Análise Bioenergética PE uma abordagem psicoterapêutica que

tem a compreensão da pessoa através da análise de sua história de vida (processos subjetivos – simbólicos) e como esta história está estruturada no seu corpo físico – organismo (processo energético).

Lowen trouxe de Reich os conceitos de caráter e couraça, que são as defesas que o indivíduo teve que construir ao longo da sua vida. Daí defini-se caráter como um padrão, o modo como uma pessoa organiza a sua forma de existir, como se expressa, como responde a partir do mundo interno aos desafios, agressões, traumas, choques, abusos, negligencias e como essas experiências e sentimentos dolorosos são corporificados.

Economicamente, o caráter serve como meio de evitar o que é desagradável, estabelecer e preservar o equilíbrio psíquico e consumir energias reprimidas. Como essas defesas tornam-se crônicas são chamadas de couraça, pois constitui uma restrição a mobilidade psíquica como um todo.

Os problemas da personalidade são vistos pela Bioenergética dentro de um esquema geral: busca do prazer privação, frustração ou punição ansiedade defesa.

É uma maneira de compreender a personalidade em função do corpo e de seus processos energéticos. Também é uma forma de terapia que combina o trabalho corporal com o analítico (incluindo tanto procedimentos de manipulação como exercícios especiais), para ajudar as pessoas a compreenderem seus problemas emocionais e concretizarem, ao máximo, seu potencial para o prazer e alegria de viver.

Bioenergética é, conforme Monteiro (2007), um termo reichiano que significa energia biológica. Adicionalmente, é um modo de entender a personalidade, em termos do corpo e de seus processos energéticos. Esses processos, a produção da energia por meio da respiração e do metabolismo e a descarga de energia no movimento e expressão dos sentimentos, são as funções básicas da vida. Desta forma, a tese fundamento da bioenergética parte do princípio de que corpo e mente são funcionalmente idênticos, isto é, o que ocorre na mente é o que ocorre no corpo e vice-versa, mais conhecida como a Teoria da Personalidade, baseada em fatores energéticos de Lowen (considerado um dos primeiros discípulos neo-reichianos).

O objetivo da Análise Bioenergética é reequilibrar o paciente, desbloquear a circulação, em geral carregada de repressões, de tal forma que ao longo da terapêutica ocorre auto-percepção - a pessoa se dá conta de sua história, seus traumas e dificuldades – e, desta forma, retorno da fluidez natural do organismo (MONTEIRO, 2007).

Fazem parte da análise Bioenergética três aspectos fundamentais: história de vida da pessoa, postura corporal e o padrão de comportamento:

A história de vida diz respeito à forma como a criança estruturou suas defesas, na sua relação com os pais bem como forma de adaptar-se às condições familiares. O padrão corporal, somado aos papéis desempenhados, que se repetem

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ao longo da vida, são sintetizados pelo comportamento da pessoa no mundo. Sinais presentes, por exemplo: nos olhos, posição da cabeça, ombros, braços, diafragma, pelve, pernas e pés, além de outros como o nível de energia, volume e nuances de voz do paciente dão informações fundamentais para que o terapeuta possa direcionar o tratamento.

Cada um dos caracteres (defesas), de acordo com Lowen, fixa-se em algum dos anéis, de acordo com a fase do desenvolvimento em que o trauma ocorre e da formação deste (MONTEIRO, 2007), e podem ser dissolvidas por meio de massagens, exercícios e respiração.

Para que a terapia alcance os resultados esperados, o paciente deve reorganizar os seus pensamentos a fim de entrar em contato com seus sentimentos e emoções ou queixas relacionadas à infância, bem como reconhecer e expressar qualquer outro sinal que vier à tona, para que o movimento torne-se mais consciente e espontâneo. (EITLER, 2007).

Quando a energia vital flui livremente, o campo energético do corpo torna-se bastante forte. Expressões dessa energia fluindo denominam-se emoções e acontecimentos energéticos no corpo, sentimentos.

O campo energético pode alongar-se ou contrair-se de acordo com estímulos externos.

A liberação da energia reprimida consegue-se a partir de posturas especiais, exercícios de uma espécie de massagem (toques) em determinadas partes do corpo (pontos-chave) e da verbalização. Estes pontos são semelhantes a terminais energéticos, locais onde esta energia reprimida fica “represada”. A dissolução desses anéis, dessas blindagens pode levar o indivíduo a sentir dores, muitas vezes insuportáveis. Com o decorrer do processo, as mesmas posturas, exercícios e toques, ao invés de dor, passam a causar prazer (SANTOS, 2004).

Objetivos terapêuticos:•Integrar o ego ao corpo e sua busca de prazer e realização sexual;•Ajudar o indivíduo a retomar sua natureza primária, que se constitui na condição de ser livre e belo;•Ajudar o indivíduo a abrir seu coração para vida e o amor.

•Stress produz estados de tensão muscular – couraças;•Toda contratura muscular está bloqueando algum movimento;•Trabalho bioenergético inclui toques e exercícios, que podem ser feitos na terapia, nas classes e em casa.•Objetivos dos exercícios: aumentar o estado vibratório do corpo; grounding; aprofundar respiração; autoconsciência e autoexpressão

Diferenças entre a Bioenergética e as psicoterapias tradicionais:•O analista bioenergético além de analisar o problema psicológico do cliente, também analisa a expressão física do problema à medida em que é manifesto em sua estrutura corporal e movimento;•A técnica envolve uma tentativa sistemática de liberar a tensão física;•Transferência e contratransferência reconhecidas e trabalhadas no contexto terapêutico corporal a todo o tempo, facilitando o lado afetivo pelo contato corporal;•Contato de olhar, reconhecimento da existência somática do paciente.

Alguns conceitos fundamentais:

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Para tanto, utiliza-se de conceitos fundamentais: análise do caráter; couraça muscular, anéis ou segmentos da couraça muscular e técnicas corporais: grounding, respiração e massagem.

Análise do Caráter:Reich percebeu que o caráter de uma pessoa está ligado ao seu comportamento, e este é sempre uma manifestação muscular. Ele criou e desenvolveu o conceito de identidade funcional de caráter, ou seja, fez uma relação entre o mundo psíquico e o somático. O que se estruturou em nível psíquico através das experiências do desenvolvimento no ser humano estão também estruturadas no seu corpo. Então posturas, forma de expressar suas emoções foram chamadas de caráter. Tipos de caráter: esquizóide, oral, narcisista, masoquista e rígido

CARACTEROLOGIA• Na terapia bioenergética, o conceito de estrutura do caráter é continuamente enfatizado.•O tratamento dos sintomas requer uma compreensão do caráter. Se trabalharmos apenas a nível do sintoma, sem o conhecimento básico do caráter do cliente, e de como os sintomas são gerados pelo caráter para manter a homeostase, o plano de tratamento será inadequado.•Analiticamente, o caráter pode ser definido como aquele aspecto da personalidade que reflete o modo habitual do indivíduo manter a harmonia entres suas necessidades interiores e as exigências externas do mundo. É um conjunto de procedimentos, relativamente estáveis e constantes para conciliar os conflitos entre as várias partes do aparelho psíquico para conquistar um ajustamento em relação ao ambiente.•Terapeuticamente a análise do caráter tem como objetivo básico fazer o paciente sentir que seu caráter possui uma formação neurótica que limita e interfere nas funções vitais do ego.

Caráter esquizóideETIOLOGIA•Útero frio (ódio inconsciente da mãe pelo feto);•Rejeição e hostilidade da mãe pela criança nos primeiros meses de vida;•Frieza e indiferença;•Depressão, melancolia e apatia da mãe, sentidos pela criança como desejo de não existência;•Experiências de terror (guerra);•Falta de sentimentos ternos para com o bebê

ESTRUTURA CORPORAL;•Tensão na base do crânio e pescoço;•Cisão cabeça x corpo; a cabeça não parece estar conectada com firmeza no pescoço, parece estar fora da linha central de fluxo energético do corpo;•Movimentos mecânicos, o indivíduo não sente que as partes que se movem são suas;•Cisão na cintura (parte inferior x parte superior);•Tensão nas articulações;•Tensão na pélvis e espinha;•Olhar frio, vazio ou distante;

PADRÃO DE RESPOSTAS

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•Ódio inconsciente pela mãe;•Sentimento de não direito à vida;•Medo de existir; do aniquilamento; do contato e da intimidade; de suacarga energética;•Sentimento de inadequação;•O que está congelada é a musculatura, não o coração;•Sensibilidade e criatividade;•Fraco contato com a realidade; Baixa defesa egóica;•Sentimentos de amor e ternura sem expressão

TRATAMENTO•O mais importante no tratamento está na qualidade do vínculo construídoentre o cliente e o terapeuta;•O terapeuta precisa ser especialmente disponível, caloroso e afetuoso, para dar suporte e grounding ao cliente;•Permitir que o cliente sinta que seu corpo é ele e ele é seu corpo;•Inicialmente os trabalhos corporais deverão ser em pé. A medida que se perceber que o cliente tem grounding, pode-se iniciar os trabalhos nocolchão, trabalhando a energia da cabeça, pescoço, diafragma, olhos e pélvis.

Caráter OralETIOLOGIA- Origina-se de uma mãe que tem dificuldade de contato e ainda umasensação interna de ser cuidada, apoiada, e carregada, de forma que, por não possuir uma sensação interna de satisfação de suas necessidades, acaba por nãosintonizar-se com as do seu bebê;- Geralmente o pai está ausente e não dá o suporte que a mãe precisa para cuidar do bebê;- Ausência ou deficiência na amamentação e desmame feito de forma insegura e/ou brusca;- Dificuldade de vínculo, toque e cuidados maternos, deixando no bebê uma sensação de privação e abandono.

ESTRUTURA CORPORAL- Musculatura subdesenvolvida, principalmente braços e pernas, com isso o corpo tem uma tendência a escorregar, com coordenação motora pobre e inadequada;- A privação aparece por uma aparência delgada e subnutrida: aparência de fome, que retrata fisicamente o trauma de seu caráter;- Peito mal formado, com profundas reentrâncias, conjugado com a má formação das costelas, clavículas vazias, externo para dentro;- Frequentemente há na postura uma barriga pendurada, como se não houvesse força vital suficiente para mantê-la erguida – abdômen sem vitalidade;- A voz e o rosto geralmente um apelo que clama por contato e alimento. A boca tem forma de bico, como se estivesse chupando. A voz desmente a aparência física. Seu olhar é suplicante.PADRÃO DE RESPOSTAS- Defesa contra a ameaça do abandono, porque o medo de perder o objeto amado não é falado e se mantém intocado, para não reviver a dor da perda infantil;- Inabilidade em ser agressivo – falta de coluna, a hostilidade é passiva (amargura do fruto verde, imaturo);- Seduz pela comunicação, mas nunca falam de sua real emoção e necessidades;

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- Negação das necessidades como forma de não contactar o medo do vazio interno;- Sensação interna de que as pessoas e o mundo lhe devem, causando ressentimento e raiva nos outros;

TRATAMENTO- Um dos caráteres mais difíceis de tratar na terapia, pois não se pode prometer o amor da mãe, ou substituí-lo. Apesar da demanda infantil de amor, o terapeuta não pode substituir a mãe, deve acompanhar a dor da perda do cliente e estimular um padrão adulto de funcionamento;- Construir mais carga energética;- Trabalhar exaustivamente todos os tipos de grounding, principalmente nas pernas e pés;- Trabalhar e frustrar a ilusão “Não posso viver sem você” e “o mundo me deve”;- Reconhecer e aceitar a solidão infantil e a perda do contato da mãe, trabalhando a tristeza e a raiva por ter sido abandonado;- Ajudar na capacidade de manter um relacionamento amoroso de trocas, sem manipulações ou dependências simbióticas;

Caráter psicopático/narcisista

- Fator etiológico: presença de um pai sexualmente sedutor (sedução encoberta e realizada para satisfazer as necessidades narcísicas do mesmo)- Objetivo é vincular a criança ao pai sedutor- Pai sedutor: rejeita a criança a nível de suas necessidades de apoio e contato físico- Ausência de preenchimento das necessidades básicas (traço ORAL)- Relacionamento sedutor cria triângulo onde a criança está em posição de desafio frente ao pai do mesmo sexo- Cria-se barreira de identificação com o genitor do mesmo sexo, portanto aprofunda mais a identificação com o genitor sedutor - Qualquer tentativa de sair em busca de contato deixa a criança em posição de extrema vulnerabilidade e por isso a criança desprezou a necessidade ou a satisfez através da manipulação dos pais (sedução)

CONDICÕES BIOENERGÉTICASENERGIA: Deslocada para a cabeça e redução da carga na parte inferior do corpo DESPROPORÇAO CORPORAL: Parte corporal superior mais larga. Constricção ao redor do diafragma e da cintura - bloqueio da energia e dosentimento (fluxo de descida)CABEÇA: Aumento de energia, existe unia hiperexcitação da capacidademental. Contínua atenção aos meios de controle e domínio da situação. Fica acabeça muito erguida (não é possível perder a cabeça)OLHOS: Atentos e desconfiados. Não abertos para ver os inter-relacionamentos. Fechamento em relação a compreensão e percepção da natureza das coisas. Existe o controle dele para com ele também. CORPO: É rijo e mantido nos limites de seu controle.

CORRELATOS PSICOLÓGICOS- Precisa de alguém para controlar, se isto ocorre, depende dele neste fato(deixar ser controlado)- Necessidade de controle vinculado ao medo de ser controlado, ser usado- História pode observar disputa pelo domínio entre pais e filho

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- Motivação de ter êxito é forte. O individuo não permite ou admite um fracasso, que fica logo na posição de vítima (vitorioso sempre)- Ele é sedutor com ares de comando ou impele a vítima de modo insidioso e amaneirado - Prioriza o seu próprio desempenho ou conquista, e dá importância secundária ao prazer nas atividades- Nega os sentimentos e assim nega as necessidades- Estratégia: fazer os outros precisarem dele para não expressar sua necessidade e portanto fica sempre por cima

Caráter MasoquistaDESCRIÇÃO- Sofre por não ser capaz de alterar a situação (deseja permanecer)- Sofre e lamenta-se. Queixa-se e permanece submisso- Atitude exibida é a submissão, mas internamente ocorre o contrário- Medo de explodir se contrapõe ao padrão muscular de contenção- Músculos densos e poderosos restringem qualquer asserção direta de si – por isso só lhe é permitido queixas e lamentos- Tendências a: autodepreciação, autodestruição, sofrimento, torturar – fazer ooutro sofrer, provocação- Reich explica essa tortura, sofrimento, queixa, provocação, com base numa frustração real ou fantasiada de uma exigência de amor excessiva que não pode ser gratificada.- Lowen estudou o masoquismo também como caráter pré-genital, referindo-se ao mesmo como sendo um sadismo voltado contra si mesmo.

ETIOLOGIA- Repressão de todas as tentativas de auto-expressão e auto-afirmaçãofeitas,em geral, por uma mãe asfixiante. Atenção demais na hora de “comer” e “defecar” resulta numa pressão de cima para baixo.- Um pouco antes dos 02 anos, quando uma criança quer se auto-afirmar ese opor aos pais, esta expressão é esmagada. Há uma interferência da mãe nas funções orais e anais que em nome do amor exige que o filho se alimente, seja limpo, faça cocô na hora que ela quer, controle os esfíncteres, fique quieto e seja bonzinho;- A alimentação forçada e a exigência do controle dos esfíncteres (ficar no pinico), limpeza, além de ser humilhante ocasiona a idéia de que a descarga anal, uretral são sujas. A criança contrai e fecha as aberturas, garganta, ânus, para impedir a expressão.- Na garganta fica a tensão comer – vomitar. Só sai lamúrias. No ânus ficaa tensão – medo de sujar introdução supositório. Como a mãe o usou e o humilhou, desconfia do amor dos outros. Os sentimentos ternos são sufocados e a agressividade volta-se para si, é dirigida para dentro.- Isto gera um sentimento de insegurança e de incapacidade na criança pois ooutro (a mãe) sabe mais dela do que ela própria.- A criança sente-se no atoleiro entre atender a mãe (que exige amor) e as suas próprias necessidades. Ela fica insegura quanto aos seus sentimentos.- Todas as tentativas de expressão e liberdade como resistência, oposição, birra, raiva, são reprimidas e a saída é tornar submisso, bonzinho para ser aprovado e amado. Subjacentemente fica hostilidade, rancor, negatividade encoberta. A oposição e o ressentimento aparecem pela atitude provocativa.- O masoquista não se sente necessariamente desamado, mas a expressão de amor é que foi inadequada.

ESTRUTURA CORPORAL

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- Carregado energicamente (pouca carga, apenas na periferia por causa decontração). O movimento natural é substituído pela RETENÇÃO.- Pele – tom escuro, devido a estagnação de energia- Estrutura pesada – atarracado: musculatura superdesenvolvida,- Pescoço curto e grosso para proteger a garganta contraída- Tensão nos maxilares- Pelos com crescimentos acentuado pelo corpo- Dobra na cintura, devido ao encurtamento e enrugamento para cima dasnádegas mais o peso da tensão logo acima- Tensão na região lombar - Sensação da falta de espinha dorsal – contração das vísceras dão sensação de apoio

TERAPIA- Pacientes difíceis pelo padrão de fracasso, desconfiança no terapeuta – oposição.- O masoquista busca no terapeuta aprovação e amor e repete o comportamento de agradar, submissão, ser bonzinho, mas sem sair do lugar.- É necessário estimular a auto-expressão – uso do “não”.- Desenvolver a confiança.- Transferência negativa – colocar suas raivas com o terapeuta e não contra a terapia.- Corporalmente, alongar pescoço, costas.- Trabalhar as tensões das nádegas, soalho pélvico, períneo.- Vomitar.- Oposição direta – sair do atoleiro.- Relaxar o sadismo anal e “cagar em você”.

Caráter RígidoDESCRIÇÃO- O conceito rigidez vem do fato destas pessoas se manterem eretas de orgulho. Cabeça erguida e coluna ereta, seria positivo se essa rigidez não fosse inflexível e a postura orgulhosa defensiva (depressão).- O medo de ceder deve-se ao fato de que para este caráter submeter-se é igualado a perder-se.- Suas estratégias defensivas assumem uma forma de contenção de todos os impulsos, de sair em busca do exterior. Segura-se nas costas para não se abrir, daí a rigidez.- Está sempre em alerta contra situações em que possa ser usado, enganado ou aproveitado pelas pessoas.- Ênfase na realidade que é um meio de defesa contra busca do prazer VERSUS ceder; que é o conflito básico deste caráter.- Caráter que mais possui energia sexual, porque a atuação dele é na sexualidade(sedução).

ETIOLOGIA- Não forneceu situações severamente traumáticas que pudessem dar margem a posições defensivas mais complexas. - Trauma relevante – experiência de uma frustração na busca da gratificação erótica, principalmente a nível genital. Frustração ocorrida através da proibição do desejo erótico infantil em relação ao pai do sexo oposto.- A rejeição das buscas de prazer erótico e sexual da criança é sentida como traição de sua ânsia de amar, pois na mente da criança estes termos

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sãosinônimos; prazer erótico sexualidade e amor. Trazendo confusão entre sensações eróticas e sexuais.- Devido ao forte desenvolvimento egoico ele não abandona a consciência, portanto, o coração não está isolado da periferia. Esse indivíduo age com o coração porém sob restrições e controle do ego.

ESTRUTURA CORPORAL- Vivacidade do corpo- Olhos vibrantes e fortes- Boa cor de pele e sensibilidade grande- Leveza de gestos e movimentos- Atos sexualizados, condutas sedutoras- Pelves muito energitizada, solta- Pescoço comprido- Cintura fina- Queixo para frente (orgulho e raiva)- Quadril largo- Corpo ágil com movimentação nervosa- Tem muita rigidez nas pernas, tem medo de cair 

TERAPIA O objetivo da terapia nessa personalidade - problema é ter o coração aberto a permitir a fluência livre dos sentimentos amorosos pela cabeça e genitais. A análise deve expor os sentimentos de ser sexualmente traído. Isso pode ser encorajado pelo trabalho do choro e da penetração na frustração e na dor. Física e analiticamente o paciente deve ser orientado a aceitar a derrota e a falha como parte da vida. A frustração não irá necessariamente quebrar o coração do indivíduo, como foi quebrado alguma vez no passado. O encorajamento de maior abertura e direção na expressão deve ocorrer, permitindo assim mais suavidade e vulnerabilidade. Eles devem aprender a descarregar uma sobrecarga energética de uma forma mais criativa e produtiva no trabalho da vida, com uma confiança mais plena na sexualidade amorosa.

EnergiaO organismo vivo exprimi-se em movimentos e a saúde é constituída por um

fluxo livre e desimpedido da energia vital. A pessoa adoece quando o fluxo energético está bloqueado.

•Pulsação – Expansão e contração – ondas de energia e vibração;•Se a pulsação é bloqueada, causa dor, sofrimento, depressão. A pulsação representa a ordem da vida. O corpo humano não é uma máquina, mas sim um organismo pulsante.•Todos os aspectos da vida são determinados por processos energéticos. A saúde depende da qualidade e quantidade de energia que a pessoa tem.Com seu sistema energético pleno, a pessoa é vital, vibrante, leve. Tensões estruturais no corpo não podem ser eliminadas completamente, varrendo o passado.

Caráter esquizóideETIOLOGIA•Útero frio (ódio inconsciente da mãe pelo feto);

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•Rejeição e hostilidade da mãe pela criança nos primeiros meses de vida;•Frieza e indiferença;•Depressão, melancolia e apatia da mãe, sentidos pela criança como desejo de não existência;•Experiências de terror (guerra);•Falta de sentimentos ternos para com o bebê

ESTRUTURA CORPORAL;•Tensão na base do crânio e pescoço;•Cisão cabeça x corpo; a cabeça não parece estar conectada com firmeza no pescoço, parece estar fora da linha central de fluxo energético do corpo;•Movimentos mecânicos, o indivíduo não sente que as partes que se movem são suas;•Cisão na cintura (parte inferior x parte superior);•Tensão nas articulações;•Tensão na pélvis e espinha;•Olhar frio, vazio ou distante;

PADRÃO DE RESPOSTAS•Ódio inconsciente pela mãe;•Sentimento de não direito à vida;•Medo de existir; do aniquilamento; do contato e da intimidade; de suacarga energética;•Sentimento de inadequação;•O que está congelada é a musculatura, não o coração;•Sensibilidade e criatividade;•Fraco contato com a realidade; Baixa defesa egóica;•Sentimentos de amor e ternura sem expressão

TRATAMENTO•O mais importante no tratamento está na qualidade do vínculo construídoentre o cliente e o terapeuta;•O terapeuta precisa ser especialmente disponível, caloroso e afetuoso, para dar suporte e grounding ao cliente;•Permitir que o cliente sinta que seu corpo é ele e ele é seu corpo;•Inicialmente os trabalhos corporais deverão ser em pé. A medida que se perceber que o cliente tem grounding, pode-se iniciar os trabalhos nocolchão, trabalhando a energia da cabeça, pescoço, diafragma, olhos e pélvis.

Caráter OralETIOLOGIA- Origina-se de uma mãe que tem dificuldade de contato e ainda umasensação interna de ser cuidada, apoiada, e carregada, de forma que, por não possuir uma sensação interna de satisfação de suas necessidades, acaba por nãosintonizar-se com as do seu bebê;- Geralmente o pai está ausente e não dá o suporte que a mãe precisa para cuidar do bebê;- Ausência ou deficiência na amamentação e desmame feito de forma insegura e/ou brusca;- Dificuldade de vínculo, toque e cuidados maternos, deixando no bebê uma sensação de privação e abandono.

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ESTRUTURA CORPORAL- Musculatura subdesenvolvida, principalmente braços e pernas, com isso o corpo tem uma tendência a escorregar, com coordenação motora pobre e inadequada;- A privação aparece por uma aparência delgada e subnutrida: aparência de fome, que retrata fisicamente o trauma de seu caráter;- Peito mal formado, com profundas reentrâncias, conjugado com a má formação das costelas, clavículas vazias, externo para dentro;- Frequentemente há na postura uma barriga pendurada, como se não houvesse força vital suficiente para mantê-la erguida – abdômen sem vitalidade;- A voz e o rosto geralmente um apelo que clama por contato e alimento. A boca tem forma de bico, como se estivesse chupando. A voz desmente a aparência física. Seu olhar é suplicante.PADRÃO DE RESPOSTAS- Defesa contra a ameaça do abandono, porque o medo de perder o objeto amado não é falado e se mantém intocado, para não reviver a dor da perda infantil;- Inabilidade em ser agressivo – falta de coluna, a hostilidade é passiva (amargura do fruto verde, imaturo);- Seduz pela comunicação, mas nunca falam de sua real emoção e necessidades;- Negação das necessidades como forma de não contactar o medo do vazio interno;- Sensação interna de que as pessoas e o mundo lhe devem, causando ressentimento e raiva nos outros;

TRATAMENTO- Um dos caráteres mais difíceis de tratar na terapia, pois não se pode prometer o amor da mãe, ou substituí-lo. Apesar da demanda infantil de amor, o terapeuta não pode substituir a mãe, deve acompanhar a dor da perda do cliente e estimular um padrão adulto de funcionamento;- Construir mais carga energética;- Trabalhar exaustivamente todos os tipos de grounding, principalmente nas pernas e pés;- Trabalhar e frustrar a ilusão “Não posso viver sem você” e “o mundo me deve”;- Reconhecer e aceitar a solidão infantil e a perda do contato da mãe, trabalhando a tristeza e a raiva por ter sido abandonado;- Ajudar na capacidade de manter um relacionamento amoroso de trocas, sem manipulações ou dependências simbióticas;

Caráter psicopático/narcisista

- Fator etiológico: presença de um pai sexualmente sedutor (sedução encoberta e realizada para satisfazer as necessidades narcísicas do mesmo)- Objetivo é vincular a criança ao pai sedutor- Pai sedutor: rejeita a criança a nível de suas necessidades de apoio e contato físico- Ausência de preenchimento das necessidades básicas (traço ORAL)- Relacionamento sedutor cria triângulo onde a criança está em posição de desafio frente ao pai do mesmo sexo- Cria-se barreira de identificação com o genitor do mesmo sexo, portanto aprofunda mais a identificação com o genitor sedutor

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- Qualquer tentativa de sair em busca de contato deixa a criança em posição de extrema vulnerabilidade e por isso a criança desprezou a necessidade ou a satisfez através da manipulação dos pais (sedução)

CONDICÕES BIOENERGÉTICASENERGIA: Deslocada para a cabeça e redução da carga na parte inferior do corpo DESPROPORÇAO CORPORAL: Parte corporal superior mais larga. Constricção ao redor do diafragma e da cintura - bloqueio da energia e dosentimento (fluxo de descida)CABEÇA: Aumento de energia, existe unia hiperexcitação da capacidademental. Contínua atenção aos meios de controle e domínio da situação. Fica acabeça muito erguida (não é possível perder a cabeça)OLHOS: Atentos e desconfiados. Não abertos para ver os inter-relacionamentos. Fechamento em relação a compreensão e percepção da natureza das coisas. Existe o controle dele para com ele também. CORPO: É rijo e mantido nos limites de seu controle.

CORRELATOS PSICOLÓGICOS- Precisa de alguém para controlar, se isto ocorre, depende dele neste fato(deixar ser controlado)- Necessidade de controle vinculado ao medo de ser controlado, ser usado- História pode observar disputa pelo domínio entre pais e filho- Motivação de ter êxito é forte. O individuo não permite ou admite um fracasso, que fica logo na posição de vítima (vitorioso sempre)- Ele é sedutor com ares de comando ou impele a vítima de modo insidioso e amaneirado - Prioriza o seu próprio desempenho ou conquista, e dá importância secundária ao prazer nas atividades- Nega os sentimentos e assim nega as necessidades- Estratégia: fazer os outros precisarem dele para não expressar sua necessidade e portanto fica sempre por cima

Caráter MasoquistaDESCRIÇÃO- Sofre por não ser capaz de alterar a situação (deseja permanecer)- Sofre e lamenta-se. Queixa-se e permanece submisso- Atitude exibida é a submissão, mas internamente ocorre o contrário- Medo de explodir se contrapõe ao padrão muscular de contenção- Músculos densos e poderosos restringem qualquer asserção direta de si – por isso só lhe é permitido queixas e lamentos- Tendências a: autodepreciação, autodestruição, sofrimento, torturar – fazer ooutro sofrer, provocação- Reich explica essa tortura, sofrimento, queixa, provocação, com base numa frustração real ou fantasiada de uma exigência de amor excessiva que não pode ser gratificada.- Lowen estudou o masoquismo também como caráter pré-genital, referindo-se ao mesmo como sendo um sadismo voltado contra si mesmo.

ETIOLOGIA- Repressão de todas as tentativas de auto-expressão e auto-afirmaçãofeitas,em geral, por uma mãe asfixiante. Atenção demais na hora de “comer” e “defecar” resulta numa pressão de cima para baixo.- Um pouco antes dos 02 anos, quando uma criança quer se auto-afirmar ese opor aos pais, esta expressão é esmagada. Há uma interferência da mãe nas funções

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orais e anais que em nome do amor exige que o filho se alimente, seja limpo, faça cocô na hora que ela quer, controle os esfíncteres, fique quieto e seja bonzinho;- A alimentação forçada e a exigência do controle dos esfíncteres (ficar no pinico), limpeza, além de ser humilhante ocasiona a idéia de que a descarga anal, uretral são sujas. A criança contrai e fecha as aberturas, garganta, ânus, para impedir a expressão.- Na garganta fica a tensão comer – vomitar. Só sai lamúrias. No ânus ficaa tensão – medo de sujar introdução supositório. Como a mãe o usou e o humilhou, desconfia do amor dos outros. Os sentimentos ternos são sufocados e a agressividade volta-se para si, é dirigida para dentro.- Isto gera um sentimento de insegurança e de incapacidade na criança pois ooutro (a mãe) sabe mais dela do que ela própria.- A criança sente-se no atoleiro entre atender a mãe (que exige amor) e as suas próprias necessidades. Ela fica insegura quanto aos seus sentimentos.- Todas as tentativas de expressão e liberdade como resistência, oposição, birra, raiva, são reprimidas e a saída é tornar submisso, bonzinho para ser aprovado e amado. Subjacentemente fica hostilidade, rancor, negatividade encoberta. A oposição e o ressentimento aparecem pela atitude provocativa.- O masoquista não se sente necessariamente desamado, mas a expressão de amor é que foi inadequada.

ESTRUTURA CORPORAL- Carregado energicamente (pouca carga, apenas na periferia por causa decontração). O movimento natural é substituído pela RETENÇÃO.- Pele – tom escuro, devido a estagnação de energia- Estrutura pesada – atarracado: musculatura superdesenvolvida,- Pescoço curto e grosso para proteger a garganta contraída- Tensão nos maxilares- Pelos com crescimentos acentuado pelo corpo- Dobra na cintura, devido ao encurtamento e enrugamento para cima dasnádegas mais o peso da tensão logo acima- Tensão na região lombar - Sensação da falta de espinha dorsal – contração das vísceras dão sensação de apoio

TERAPIA- Pacientes difíceis pelo padrão de fracasso, desconfiança no terapeuta – oposição.- O masoquista busca no terapeuta aprovação e amor e repete o comportamento de agradar, submissão, ser bonzinho, mas sem sair do lugar.- É necessário estimular a auto-expressão – uso do “não”.- Desenvolver a confiança.- Transferência negativa – colocar suas raivas com o terapeuta e não contra a terapia.- Corporalmente, alongar pescoço, costas.- Trabalhar as tensões das nádegas, soalho pélvico, períneo.- Vomitar.- Oposição direta – sair do atoleiro.- Relaxar o sadismo anal e “cagar em você”.

Caráter RígidoDESCRIÇÃO

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- O conceito rigidez vem do fato destas pessoas se manterem eretas de orgulho. Cabeça erguida e coluna ereta, seria positivo se essa rigidez não fosse inflexível e a postura orgulhosa defensiva (depressão).- O medo de ceder deve-se ao fato de que para este caráter submeter-se é igualado a perder-se.- Suas estratégias defensivas assumem uma forma de contenção de todos os impulsos, de sair em busca do exterior. Segura-se nas costas para não se abrir, daí a rigidez.- Está sempre em alerta contra situações em que possa ser usado, enganado ou aproveitado pelas pessoas.- Ênfase na realidade que é um meio de defesa contra busca do prazer VERSUS ceder; que é o conflito básico deste caráter.- Caráter que mais possui energia sexual, porque a atuação dele é na sexualidade(sedução).

ETIOLOGIA- Não forneceu situações severamente traumáticas que pudessem dar margem a posições defensivas mais complexas. - Trauma relevante – experiência de uma frustração na busca da gratificação erótica, principalmente a nível genital. Frustração ocorrida através da proibição do desejo erótico infantil em relação ao pai do sexo oposto.- A rejeição das buscas de prazer erótico e sexual da criança é sentida como traição de sua ânsia de amar, pois na mente da criança estes termos sãosinônimos; prazer erótico sexualidade e amor. Trazendo confusão entre sensações eróticas e sexuais.- Devido ao forte desenvolvimento egoico ele não abandona a consciência, portanto, o coração não está isolado da periferia. Esse indivíduo age com o coração porém sob restrições e controle do ego.

ESTRUTURA CORPORAL- Vivacidade do corpo- Olhos vibrantes e fortes- Boa cor de pele e sensibilidade grande- Leveza de gestos e movimentos- Atos sexualizados, condutas sedutoras- Pelves muito energitizada, solta- Pescoço comprido- Cintura fina- Queixo para frente (orgulho e raiva)- Quadril largo- Corpo ágil com movimentação nervosa- Tem muita rigidez nas pernas, tem medo de cair 

TERAPIA O objetivo da terapia nessa personalidade - problema é ter o coração aberto

a permitir a fluência livre dos sentimentos amorosos pela cabeça e genitais. A análise deve expor os sentimentos de ser sexualmente traído. Isso pode

ser encorajado pelo trabalho do choro e da penetração na frustração e na dor. Física e analiticamente o paciente deve ser orientado a aceitar a derrota e a falha como parte da vida. A frustração não irá necessariamente quebrar o coração do indivíduo, como foi quebrado alguma vez no passado.

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O encorajamento de maior abertura e direção na expressão deve ocorrer, permitindo assim mais suavidade e vulnerabilidade.

Eles devem aprender a descarregar uma sobrecarga energética de uma forma mais criativa e produtiva no trabalho da vida, com uma confiança mais plena na sexualidade amorosa.

Quando seu nível de energia for aumentado através da respiração profunda (sua respiração estava reduzida junto com todas as outras funções vitais) e as sensações e sentimentos forem liberados, a pessoa sairá do seu estado de depressão

Os processos energéticos do corpo estão relacionados ao estado de vitalidade do corpo. Quanto mais vigorosa a pessoa está, mais energia ela tem, e vice-versa. Rigidez ou tensão crônica diminuem a vitalidade da pessoa e rebaixam sua energia. Ao nascer, o organismo está em seu estado de maior vitalidade e fluidez; ao morrer, a rigidez é total, rigor mortis. Nós não podemos evitar a rigidez que vem com a idade. O que podemos evitar é a rigidez devida às tensões musculares crônicas, resultantes de conflitos emocionais não resolvidos.

Vibração e MotilidadeA vibração indica que o corpo está vivo, quando não pode ser percebida ou

sentida, indica que a carga energética está ausente ou muito reduzida. Como a vibração se dá no nível da musculatura, a tensão crônica vai

dificultar o fluxo energético, impedindo dessa forma o estado vibratório.Um indivíduo pulsante tem a energia do corpo disponível para realização dos

seus desejos e para atender as suas necessidades. Um organismo cronicamente tenso usa a sua energia para manutenção da sua neurose, já que essa energia fica aprisionada na musculatura.

Quanto mais energia livre, mais vibrante é o indivíduo e mais inteiro está na direção do prazer e da vida. A atividade vibratória é a expressão de processos involuntários do organismo. É a manifestação da emoção e das ações espontâneas.

Couraça muscular do caráter    Wilhelm Reich foi um dos pioneiros na aplicação à psicoterapia de uma compreensão do ser humano que não dissociasse corpo e mente. Um dos pilares de sua abordagem é a noção de couraça muscular do caráter.    Conforme afirma Almeida (2004), o corpo é capaz de traduzir, em linguagem não-verbal, as suas necessidades, por meio de simbolismos ou sintomas. Desta forma, torna-se possível “ler” no corpo, também, as resistências e defesas do indivíduo, uma vez que ele revela expressões emocionais vividas até o momento.    O corpo/mente, por meio do sistema nervoso central, apresenta um mecanismo de memória celular que registra experiências e reage a estes padrões (BERRY, 2003). Quando estas são potencialmente lesivas: traumáticas, dolorosas ou mesmo ameaçadoras, ocorre uma reação predominantemente em contração e um conseqüente aumento da tensão muscular. Este tipo de defesa atua tanto na proteção do indivíduo contra ações externas e experiências traumatizantes, quanto na diminuição, de forma gradual, da espontaneidade nas relações humanas, da capacidade de auto-percepção, da sensibilidade para o amor, do afeto e compaixão, bem como, dificulta a respiração plena e profunda. Em suma, impede que o ser humano viva com intensidade e plenitude (MOYSÉS e LÉLIS, 2004; REICH, 1998).

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No momento no qual uma pessoa contrai sua musculatura por um longo período, essa contração passa a se tornar inconsciente e a ser controlada pelo sistema nervoso autônomo (EITLER, 2007). Quando está presente de forma crônica é considerado, por Reich, uma couraça muscular (BERRY, 2003; ALMEIDA, 2004; MOYSÉS e LÉLIS, 2004).

A couraça muscular funciona como uma “gigantesca encapsulação” e impede que a energia vital circule naturalmente pelo corpo. Do mesmo modo que o organismo fecha-se para não sentir medo, raiva, tristeza, raiva, também fica impedido de perceber e vivenciar os sentimentos de amor, prazer e afeto. Sendo assim, ocorre um “congelamento” dos sentimentos e emoções, que resultam em conflitos inconscientes e/ou doenças, por reprimir a expressão dos mesmos (REICH, 1998; MOYSÉS e LÉLIS, 2004).

A couraça, segundo Reich, é o maior obstáculo de crescimento, o indivíduo encouraçado seria incapaz de dissolver sua própria couraça e seria, também, incapaz de expressar as emoções (SANTANA, 2006).

Segmentos corporaisTodo organismo, além do intelecto, da linguagem e da vontade, funciona de

maneira autônoma, e utiliza-se de sua energia, que circula livremente pelo corpo, na direção céfalo-caudal. A partir deste pensamento, Reich (1995) mapeou o corpo em sete segmentos nos quais a couraça se estabelece e impede o livre movimento do fluxo energético. Funcionam de maneira circular: na frente, dos lados, e atrás, isto é, como um anel.

Cada segmento ou anel compreende aqueles órgãos e grupos de músculos que têm um contato funcional entre si e que podem induzir-se mutuamente a participar no movimento expressivo emocional.

Os segmentos, apresentados com maior detalhe no Quadro 1, são: ocular, oral, cervical, torácico, diafragmático, abdominal e pélvico (REGO, 1999; ALMEIDA, 2004). O bloqueio de energia ocorre desde muito cedo, durante os primeiros três meses, quando o bebê aprende a defender-se principalmente com os olhos, para evitar o contato ruim com o ambiente. O bloqueio, portanto, estabelece-se nos olhos. Mais tarde, na época do desenvolvimento da sexualidade, a interrupção do fluxo de energia ocorre na pelve (MONTEIRO, 2007).

Quadro 1. Descrição dos sete anéis ou segmentos da couraça muscular e sua constituição

Anéis ou segmentos

Constituição

Anel ocular

Abrange a base do crânio, constituído pelos músculos dos globos oculares, das pálpebras e da testa. Os olhos são órgãos irradiadores e receptores, ou seja, irradiam e recebem energia. (REICH, 1998; REGO, 1999).

Anel oralCompreende toda a musculatura do queixo, faringe, occipital, em torno da boca. Está relacionado com todos os impulsos de sugar (REGO, 1999). Introjeção, agressividade.

Anel cervical Estão os músculos do pescoço, os músculos platisma e esternocleidomastóideo, e a língua. É onde se situa a voz (REGO, 1999). Narcisismo primário, ponte entre cabeça e

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corpo – pensamento, movimento e expressão na garganta.

Anel torácicoAbrange os músculos dos braços e mãos, coração, pulmão e toda a caixa torácica. Narcisismo secundário – sede do coração e do EU, como também da angústia.

Anel diafragmático

Fazem parte do anel diafragmático o músculo diafragma, e "dois feixes de músculos salientes que se estendem ao longo das vértebras torácicas inferiores". É o principal músculo respiratório. Controle da respiração e ansiedade.

Anel abdominal

Abrange o músculo reto abdominal e transversos abdominais, porções inferiores dos músculos que correm ao longo da coluna (grande dorsal, eretor da espinha etc.) e órgãos do abdome. Digestão – questões de retenção – produção energética.

Anel pélvico

Como parte do anel pélvico estão "quase todos os músculos da pelve", os músculos adutores da coxa, o músculo esfíncter anal, os músculos glúteos. No anel pélvico está incluído o ânus, quadris, pernas, pés, dedos.Relacionado também a Sexualidade.

Técnicas corporais

Respiração    O trabalho de auto-conhecimento induz o paciente a perceber a limitação da respiração, bem como os pontos de inibição/bloqueio de energia e como restringem os movimentos, que pode ter tido início na infância. Por meio dos exercícios, ocorre um relaxamento das tensões musculares e o desbloqueio no fluxo energético, evidenciados por maior leveza nos movimentos do indivíduo, maior profundidade da respiração e uma auto-percepção mais aguçada (PEREIRA, MARTINS e CORDEIRO, 2004; SANTANA, 2006).

A quantidade de energia que o corpo possui depende da respiração plena e profunda, o que deveria ser um processo natural. Nos adultos, a respiração tende a ser desorganizada e/ou limitada, isso ocorre devido às tensões crônicas. A respiração aumenta a quantidade de energia do corpo, abre a garganta, ativa as emoções reprimidas e facilita a expressão dos sentimentos (LOWEN e LOWEN, 1985; SANTANA, 2006).

Segundo Lowen e Lowen (1985), a onda inspiratória começa no fundo da pelve, chegando na boca, todas as cavidades do corpo vão se expandindo na tentativa de sugar o ar, sendo a garganta de grande relevância para o processo. Atualmente, muitas pessoas “fecham” as suas gargantas, ao reprimir sentimentos e emoções, em particular o choro e o grito, deixando-a continuamente contraída.

Já a onda expiratória começa na boca e vai em direção à pelve, induzindo o relaxamento do corpo todo, e auxilia a liberar as emoções e sentimentos reprimidos ao liberar o ar dos pulmões (LOWEN e LOWEN, 1985).

A prática de alguns exercícios faz com que as pessoas aprendam a liberar a couraça muscular, de modo a permitir que o corpo funcione livre e naturalmente (SANTANA, 2006).

Grounding

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O grounding é um dos exercícios mais visados em se tratando de Bioenergética. Não existe uma tradução literal para a palavra, ela remete ao chão, pés, aterramento, portanto, estar em grounding significa estar conectado com o solo, estar centrado com sua natureza e sexualidade (LOWEN e LOWEN, 1985; EITLER, 2007). De acordo com Santana (2006), é a sensação de contato entre os pés e o chão que representa o contato do indivíduo com as realidades básicas de sua existência. Acrescenta, ainda, outro conceito no qual o grounding é um processo energético em que um fluxo de excitação percorre o corpo da cabeça aos pés.

O exercício grounding facilita a vibração e a circulação da energia vital. Ele aumenta o senso de segurança, faz com que o indivíduo entre em contato com sua natureza primitiva, sexual, desta forma, libera os medos e bloqueios acerca da habilidade total de entrega (LOWEN e LOWEN, 1985; EITLER, 2007). Conforme afirma Santana (2006), as posturas de grounding e as vibrações aumentam as ondas respiratórias e a excitação geral do organismo.

GRUPOS DE MOVIMENTOAtualmente, há uma crescente preocupação com o corpo. Corpo que tem

sido visto como uma máquina a ser aperfeiçoada. O trabalho que propomos não se destina a fortalecer máquinas para deixá-las mais resistentes, e sim a fazer com que cada indivíduo relacione-se com seu corpo profundamente.

O que é... Os Grupos de Movimento utilizam exercícios corporais específicos da análise

bioenergética para levar cada indivíduo a fazer contato consigo por meio de seu corpo. Os mandamentos básicos desse trabalho corporal são permitir-se respirar, permitir-se ouvir o som de sua voz e expressar livremente seus sentimentos. Parte-se do princípio de que quanto mais vivo for seu corpo, mais vivaz você estará no mundo.

Todas as experiências da vida ficam armazenadas e retidas no corpo na forma de padrões crônicos de tensão muscular. Essas tensões restringem a capacidade de viver melhor. Os exercícios bioenergéticos propõem apresentar ferramentas que ajudam a desbloquear a energia aprisionada nelas.

Objetivo “(…) ajudar cada participante a fazer um maior contato com seu próprio

corpo, ampliar as sensações corporais, tornar-se consciente das tensões musculares e dos bloqueios existentes em seu corpo e, trabalhando com o movimento e respiração, num processo bem gradual, buscar sua liberação. O resultado ao qual esperamos chegar com este processo é um fluxo mais livre de energia no corpo, o qual traria consigo um sentimento mais intenso de estar vivo, o qual, por sua vez aumentaria nos participantes a capacidade de sentir prazer.” (Green, 1990).

Fundamentos teóricos As técnicas utilizadas foram desenvolvidas com base nas vivências feitas

por Alexander Lowen, fundador da análise bioenergética (link). Ele percebeu que determinadas posições e movimentos corporais são capazes de relaxar musculaturas cronicamente tensionadas e provocar a liberação emocional. Assim, é possível vivenciar do prazer de uma forma mais plena e ampla, aliviando o estresse.

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Funcionamento Os Grupos de Movimento são abertos à toda comunidade e coordenados por

profissionais credenciados pelo IABSP. Os encontros são semanais com duração de uma hora. É indispensável o uso de roupas leves e confortáveis, que possibilitem a

livre movimentação corporal. O interessado deverá entrar em contato com a secretaria do IABSP para

agendar sua participação de acordo com a disponibilidade de horário.

Referências bibliográficas ALMEIDA, D. Considerações neuropsicofisiológicas sobre a couraça muscular.

Anais da Convenção Brasil Latino América, Congresso Brasileiro e Encontro Paranaense de Psicoterapias corporais. v. 1, 2004.

BARROS, J. A. C. Pensando o Processo Saúde Doença: A que Responde o Modelo Biomédico. Saúde e Sociedade. v. 11, 2002.

BERRY, C. R. Memória Corporal: o que significa a dor e como massagens e terapias podem ajudar na recuperação. Rio de Janeiro: Nova Era, 2003. 252p.

EITLER, D. R. Bioenergética, saúde e qualidade de vida. Recife, 2007. 34f. Monografia (Especialização em Gestão de Equipes). Universidade Católica de Pernambuco, Libertas Consultoria e Treinamento.

LOWEN, A., LOWEN, L. Exercícios de Bioenergética: o caminho para uma saúde vibrante. 8a ed. São Paulo: Agora, 1985. 196p.

MOISÉS, M. H. F.; LÉLIS, M. T. C. Toque corporal: criatividade e vida. Anais da Convenção Brasil Latino América, Congresso Brasileiro e Encontro Paranaense de Psicoterapias corporais. v. 1, 2004.

MONTEIRO, F. R. Psicossomática e análise energética: um diálogo em expansão. Recife, 2007. 29f. Monografia (Especialização Clínica em Análise Bioenergética) – Libertas Clínica Escola.

PEREIRA, M. J. S. B; MARTINS, G. B.; CORDEIRO, P. L. Grupo de movimento: novas perspectivas no trabalho com idosos. Anais da Convenção Brasil Latino América, Congresso Brasileiro e Encontro Paranaense de Psicoterapias corporais. v. 1, 2004.

REGO, R. A. Anatomia e couraça muscular do caráter. Revista Reichiana. v. 2, p. 32-54, 1993.

REICH, E. Energia Vital pela Bioenergética Suave. São Paulo: Summus,1998. 143p.

SANTANA, A. L. R. A linguagem do corpo sob o olhar da respiração. Recife, 2006. 40f. Monografia (Especialização em Psicologia Clínica). Libertas Clínica-Escola.

SANTOS, J. A. S. Aspectos convergentes entre a psicomotricidade e a análise bioenergética. Congresso Brasileiro e Encontro Paranaense de Psicoterapias corporais. v. 1, 2004