apostila 7º congresso de estudos espíritas

76
ESPIRITISMO E UFOLOGIA TEMA: “A Vida Universal” VIDA E OBRA DE DEOLINDO AMORIM TEMA: “O Estado e as Obras Sociais” MULHERES ESPÍRITAS TEMA 1: “Vida e Obra de Yvonne Pereira” Tema 2: “Reminiscências de Vidas Passadas” ESPIRITISMO E MEIO AMBIENTE TEMA: “Solidariedade – Comunhão Universal” ESPIRITISMO E A TECNOLOGIA TEMA: “Provas da Imortalidade da Alma pela Experiência” ESPIRITISMO E PSICOLOGIA TEMA: “Como o Perispírito Pode Adquirir Propriedades Funcionais” GRUPO DE VALORIZAÇÃO DA VIDA TEMA: “Cooperação” Coordenação Geral: Mônica Pimenta Congresso de Estudos Espíritas 7 o

Upload: buikien

Post on 08-Jan-2017

237 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Apostila 7º Congresso de Estudos Espíritas

– ESPIRITISMO E UFOLOGIA –

TEMA: “A Vida Universal”

– VIDA E OBRA DE DEOLINDO AMORIM –

TEMA: “O Estado e as Obras Sociais”

– MULHERES ESPÍRITAS –

TEMA 1: “Vida e Obra de Yvonne Pereira” Tema 2: “Reminiscências de Vidas Passadas”

– ESPIRITISMO E MEIO AMBIENTE –

TEMA: “Solidariedade – Comunhão Universal”

– ESPIRITISMO E A TECNOLOGIA –

TEMA: “Provas da Imortalidade da Alma pela Experiência”

– ESPIRITISMO E PSICOLOGIA –

TEMA: “Como o Perispírito Pode Adquirir Propriedades Funcionais”

– GRUPO DE VALORIZAÇÃO DA VIDA –

TEMA: “Cooperação”

Coordenação Geral: Mônica Pimenta

Congresso de Estudos Espíritas 7

o

Page 2: Apostila 7º Congresso de Estudos Espíritas

SUMÁRIO Espiritismo e Ufologia .................................................................. 3

Vida e Obra de Deolindo Amorim .............................................. 13

Mulheres Espíritas ..................................................................... 22

Espiritismo e Meio Ambiente ..................................................... 32

Espiritismo e a Tecnologia ......................................................... 44

Espiritismo e Psicologia ............................................................. 54

Grupo de Valorização da Vida ................................................... 66

Page 3: Apostila 7º Congresso de Estudos Espíritas

CENTRO ESPÍRITA LÉON DENIS

7o Congresso de Estudos Espíritas

Espiritismo e Ufologia

Tema: “A Vida Universal”

Patrono: Camille Flammarion

Page 4: Apostila 7º Congresso de Estudos Espíritas

7o

Congresso de Estudos Espíritas

— Espiritismo e Ufologia —

4

OS EXOPLANETAS

“Tendo o Espírito que passar por muitas encarnações, segue-se que todos nós temos tido muitas existências e que teremos ainda outras, mais ou menos aperfeiçoadas, quer na Terra, quer em outros mundos."

(O Livro dos Espíritos, Introdução).

Um exoplaneta (ou planeta extrassolar) é um planeta que orbita uma estrela que não seja o Sol e, desta forma, pertence a um sistema planetário distinto do nosso.

Embora a existência de sistemas planetários há muito tem sido aventada, até a década de 1990 nenhum planeta ao redor de estrelas da sequência principal havia sido descoberto. Todavia, desde então, algumas perturbações, em torno da estrela, atribuídas a exoplanetas gigantes, vêm sendo descobertas com telescópios mais possantes. Mesmo por estimativas, as observações cada vez mais frequentes de exoplanetas gigantes reforçam a possibilidade de que alguns desses sistemas planetários possam conter planetas menores e, consequentemente, abrigar vida extraterrestre.

Até 2008, já haviam sido catalogados mais de 200 planetas extrassolares, mas a maioria indicou sempre condições inóspitas à existência de vida tal como é concebida em nosso planeta. Os planetas detectados são, em sua maioria, do tamanho ou maior do que Júpiter, e giram na maioria das vezes em órbitas muito próximas da estrela-mãe.

O Telescópio Espacial Hubble (em inglês Hubble Space Telescope — HST) é um satélite astronômico artificial não tripulado, que transporta um grande telescópio para a luz visível e infravermelha. Foi lançado pela agência espacial estadunidense – NASA – em 24 de abril de 1990, a bordo do ônibus espacial Discovery (missão STS-31). Este telescópio já recebeu várias visitas espaciais da NASA para a manutenção e para a substituição de equipamentos obsoletos ou inoperantes.

O Telescópio Espacial Hubble é um dos mais produtivos instrumentos científicos jamais desenvolvidos. Desde o seu lançamento, a bordo do vaivém espacial Discovery, em 24 de abril de 1990, o Hubble acumulou cerca de 50 terabytes de dados (mais de 10 mil DVDs) que se encontram disponíveis num arquivo online para a comunidade científica e para o público em geral. Os cientistas responsáveis por uma determinada observação só têm acesso exclusivo aos dados dela resultantes durante um ano, e durante o qual podem publicar artigos relativos à sua análise. Ao fim desse ano, os dados passam a ser de domínio público e são arquivados.

A Sonda Kepler consiste em um observatório espacial projetado pela NASA que deverá procurar por planetas extrassolares. Para esta finalidade, a sonda deverá observar as 100.000 estrelas mais brilhantes do céu por um período de quatro anos, a fim de detectar alguma ocultação periódica de uma estrela por um de seus planetas.

Kepler não deverá permanecer em órbita da Terra, mas sim em uma órbita de perseguição à órbita solar da Terra, a fim de que a Terra não oculte estrelas que

Page 5: Apostila 7º Congresso de Estudos Espíritas

7o

Congresso de Estudos Espíritas

— Espiritismo e Ufologia —

5

estejam sendo observadas pelo observatório, além de este ficar distante das luzes da Terra. O observatório foi lançado em 6 de março de 2009.

Uma descoberta feita pelo Telescópio Espacial (Sonda) Kepler pode se tornar um novo marco no estudo dos exoplanetas. A nova missão do equipamento da agência espacial norte-americana, apresentou ao mundo três novos planetas de tamanho similar ao da Terra e possivelmente rochosos, um deles na zona habitável de sua estrela. A grande diferença desta para outras descobertas recentes, porém, é a proximidade desses astros com nosso sistema: os novos planetas estão a “apenas” 150 anos-luz daqui, perto o suficiente para que possamos começar a estudar sua atmosfera com as tecnologias atuais.

Já são mais de 1.800 exoplanetas conhecidos até setembro de 2015, tendo este número a tendência de aumentar significativamente.

Existem vários tipos diferentes de exoplanetas, a título de exemplo podemos falar dos planetas de dimensões equivalentes ou maiores que o planeta Júpiter; outros de dimensões equivalentes ao do planeta Netuno; outros de dimensões equivalentes à da Terra ou um pouco maior, entre outros tipos.

É de se esperar que muitos outros exoplanetas venham a ser descobertos, sendo este um campo muito interessante e promissor para a astronomia moderna. A PRESENÇA EXTRATERRESTRE

“Joanna de Ângelis reporta: Há vida fora da vida. Mas não somente no mundo espiritual. Ela informa que visita outros mundos materiais onde a vida tem as suas especí-ficas manifestações.” (Divaldo Franco)

É comum afirmar que a chamada Era Moderna dos discos voadores que se

iniciou após o relato de Kenneth Arnold, que avistou uma esquadrilha de OVNIs bem próximo ao Monte Rainier, em 1947, nos Estados Unidos, foi o marco inicial para o registro da presença extraterrestre na Terra. Mas desde quando existem evidências desta presença? Quando foram observadas naves e seres extrater-restres pela primeira vez?

Em julho de 2014, arqueólogos indianos especularam que o território que pertence hoje em dia a esse país pode ter sido visitado por extraterrestres milhões de anos atrás. Tal é o resultado da análise de uma série de desenhos antigos achados em umas cavernas no distrito de Kanker do estado indiano de Chhattisgarh.

O Departamento de Arqueologia e Cultura Estadual planeja solicitar apoio à NASA e à ISRO (Organização de Estudos Espaciais da Índia) para estudar os petróglifos que têm mais de 10 mil anos.

Segundo o arqueólogo JR. Bhagat, citado pelo jornal The Times of India, os desenhos sobre pedra representam uma raça de extraterrestres.

Há mais: parecem com os extraterrestres “clássicos” de Hollywood e Bollywood. Os transportes imaginados (ou vistos?) pelos nossos ancestrais também

Page 6: Apostila 7º Congresso de Estudos Espíritas

7o

Congresso de Estudos Espíritas

— Espiritismo e Ufologia —

6

são parecidos com os míticos “discos voadores”. “As figuras são desenhadas de uma maneira estranha e têm nas mãos objetos que parecem armas; não têm aspecto claro. Particularmente, não têm nariz nem boca. Em uns desenhos, até vestem trajes espaciais”, afirma o cientista.

Em 1900, mergulhadores encontraram os destroços de um navio romano na costa da ilha grega de Antikythera. Entre os outros tesouros detidos pelo governo da Grécia estava um bloco irreconhecível de metal corroído. Algum tempo mais tarde o bloco se desmontou, revelando um mecanismo danificado de propósito desco-nhecido, que possuía grandes engrenagens com muitos dentes pequenos e algumas palavras gravadas em grego no metal. Estudos anteriores sugeriram que o mecanismo era algum tipo de dispositivo utilizado para estudos astronômicos.

As descobertas, publicadas na Revista Nature, são provavelmente melhor descritas como “alucinantes”. Aparelhos com este nível de complexidade não foram vistos novamente por quase 1500 anos, e a forma com que o mecanismo de Antikythera é compacto supera às dos projetos mais recentes. Provavelmente cons-truído em 150 A.C., o mecanismo de Antikythera pode resolver números e funções somente pelo movimento de sua manivela lateral.

Através do uso de nada além de um sistema engenhoso de engrenagens, o mecanismo podia ser usado para predizer o mês, o dia e a hora de um eclipse, e até mesmo contabilizava anos bissextos. Ele também podia prever as posições do Sol e da Lua no zodíaco, possui uma engrenagem com uma pedra preta e branca para mostrar as fases da Lua em determinadas datas.

Embora este achado de Antikythera seja um dos únicos mecanismos sofisti-cados da antiguidade cuja autenticidade não é contestada pela comunidade científica.

Page 7: Apostila 7º Congresso de Estudos Espíritas

7o

Congresso de Estudos Espíritas

— Espiritismo e Ufologia —

7

O mecanismo de Antikythera

Uma das mais surpreendentes descobertas ocorreu em 3 de junho de 1968. William Meister e Francis Shape descobriram pegadas calçadas em Antelope Springs, próximo a Delta, no estado de Utah, (EUA). Elas mediam 32,5 x 11,25 cm. O interessante destas pegadas é que elas esmagaram dois trilobites no momento em que foram impressas. O trilobite está extinto a 240 milhões de anos. A imagem abaixo mostra as pegadas. No retângulo, está assinalado um dos trilobites fossilizado juntamente com as pegadas.

Naves espaciais estão em diversas culturas, desde as vimanas nos escritos Mahabharata, na visão de Ezequiel às margens do rio quebar, relatada na Bíblia, as representações de seres espalhadas pelo planeta, em aparências de veículos voando, após a Segunda Guerra Mundial e com o famoso Caso Roswell e a proliferação dos casos nos anos seguintes até os dias de hoje.

ENCARNAÇÃO EM OUTROS MUNDOS

As nossas diversas existências corporais se verificam todas na Terra? “Não; vivemo-las em diferentes mundos. As que aqui passamos não são as primeiras

nem as últimas; são, porém, das mais materiais e das mais distantes da perfeição.” (O Livro dos Espíritos, q. 172.)

Page 8: Apostila 7º Congresso de Estudos Espíritas

7o

Congresso de Estudos Espíritas

— Espiritismo e Ufologia —

8

A pluralidade dos mundos habitados é, como já se disse tantas vezes, um dos

princípios fundamentais do Espiritismo. Na obra da Criação divina, entre os mundos destinados à encarnação de

Espíritos em estágio probatório ou expiatório, encontra-se a Terra, uma das inume-ráveis habitações do ser humano.

Evidentemente existem muitos outros mundos que abrigam humanidades semelhantes à nossa, não sendo o homem terreno o único ser corpóreo dotado de inteligência, racionalidade e senso moral no Universo imenso.

Criado simples e ignorante, dotado de livre-arbítrio, inclinado tanto para o bem quanto para o mal, falível portanto, o Espírito sujeita-se a encarnar e reencarnar, experimentando múltiplas existências corporais na Terra ou em outros planetas, tantas quantas forem necessárias para ultimar sua depuração e seu progresso.

Esse processo admirável realiza-se por meio das emigrações e imigrações de Espíritos, ou seja, da alternância sucessiva e múltipla das existências humanas nos dois planos da vida: o corpóreo e o espiritual. Todo Espírito encarnado, enquanto seu corpo vive, está vinculado ao mundo em que encarnou. Desencarnado, passa ele à condição de Espírito errante, que é exatamente o indivíduo que necessita reencarnar para depurar-se e progredir.

No estado de erraticidade o Espírito continua a pertencer ao mundo onde tem de encarnar, mas, não estando a ele fixado pelo corpo, é mais livre e pode, se for permitido, até mesmo visitar outros mundos, com a finalidade de instruir-se.

As emigrações e imigrações de Espíritos ocorrem também entre mundos diferentes, isto é, podem os Espíritos migrar de uns para outros planetas.

Uns emigram por força do progresso realizado, que os habilita a ingressar em um mundo mais adiantado, o que é um prêmio para eles; outros, ao contrário, são banidos do mundo a que pertencem, por não haverem acompanhado o progresso moral atingido pela humanidade desse mundo. O exílio que lhes é imposto constitui verdadeiro castigo, que a lei de Justiça impõe aos recalcitrantes no mal, escra-vizados ao orgulho e à sensualidade.

Além disso, os habitantes de mundos mais adiantados, como Júpiter por exemplo, procuram auxiliar os mundos mais atrasados, o que assegura um inter-câmbio intenso entre eles.

L.E. 181. Os seres que habitam os diferentes mundos têm corpos seme-lhantes aos nossos?

É fora de dúvida que têm corpos, porque o Espírito precisa estar revestido de matéria para atuar sobre a matéria. Esse envoltório, porém, é mais ou menos material, conforme o grau de pureza a que chegaram os Espíritos. É isso o que assinala a diferença entre os mundos que temos de percorrer, porquanto muitas moradas há na casa de nosso Pai, sendo, conseguintemente, de muitos graus essas moradas. Alguns o sabem e desse fato têm consciência na Terra: com outros, no entanto, o mesmo não se dá.

Page 9: Apostila 7º Congresso de Estudos Espíritas

7o

Congresso de Estudos Espíritas

— Espiritismo e Ufologia —

9

Em primeiro lugar, invoca-se na resposta a necessidade do envoltório material

para propiciar a encarnação. Espírito, perispírito e corpo material são três ingre-dientes gerais que entram na composição de um "encarnado" com descrito pelos princípios do L.E. A pergunta feita por Kardec usa a palavra "corpo". Portanto, a resposta afirma que é possível existir corpos diferenciados do nosso, e que isso é imposto pela existência de uma escala de progresso (pureza) dos Espíritos. Além disso, a resposta caracteriza a diferença entre os mundos muito mais do que simplesmente pelo estado físico deles, é uma diferença entre "densidades".

Muito além do que comentamos acima, essa resposta leva a uma conclusão

muito mais importante: a de que a matéria pode ser encontrada em diferentes graus — não se trata aqui da densidade ordinária da física ou da química. Existiria, portanto, um tipo de matéria invisível, não acessível aos nossos sentidos ordinários (e nem a dispositivos ou equipamentos que usam esses sentidos).

A VIDA UNIVERSAL Camille Flammarion

Quando em meio a uma noite profunda e silenciosa nossa alma solitária se

eleva para esses mundos longínquos que brilham acima de nossas cabeças, instintivamente procuramos interpretar os raios que nos chegam das estrelas, porque sentimos que esses raios são outros tantos laços fluídicos, ligando os astros entre si na imensa rede da solidariedade. Agora que as estrelas já não são para nós cravos de ouro fixadas na abóbada celeste; agora que sabemos que essas estrelas são outros tantos sóis análogos ao nosso, centros de sistemas planetários variados e disseminados a incríveis distâncias através do infinito dos Espaços; agora que a noite não é mais para nós um fenômeno que se estende ao Universo inteiro, mas simplesmente uma sombra passageira situada por detrás do globo terrestre relativamente ao Sol, sombra que se estende a uma certa distância, mas não até às estrelas, e que atravessamos todos os dias durante algumas horas por força da rotação diurna do globo; — aplicamos esses conhecimentos físicos à explicação filosófica de nossa situação no Universo, e constatamos que habitamos a superfície de um planeta que, longe de ser o centro e a base da Criação, não passa de uma ilha flutuante do grande arquipélago, arrastado, ao mesmo tempo que miríades de outros análogos, pelas forças diretivas do Universo, não tendo sido marcado pelo Criador com nenhum privilégio especial.

Imaginemos que o globo sobre o qual nos encontramos avance no vazio à razão de 660.000 léguas por dia, ou 27.500 léguas por hora! 30.550 metros por segundo: é uma velocidade mais de cinquenta vezes mais rápida que a de uma bala de canhão (550 metros). Por certo não podemos simbolizar exatamente essa rapidez inaudita, mas dela podemos formar uma ideia, representando uma linha de

Page 10: Apostila 7º Congresso de Estudos Espíritas

7o

Congresso de Estudos Espíritas

— Espiritismo e Ufologia —

10

458 léguas de extensão e imaginando que o globo terrestre a percorra num minuto. Perpetuamente, sem parar, sem trégua, a Terra voa assim. Supondo-nos colocados no espaço, ao lado de seu caminho, na expectativa de vê-la passar diante de nós como um trem expresso, nós a veríamos chegar de longe sob a forma de uma estrela brilhante. Quando não estivesse a mais do que 600 ou 700.000 léguas de nós, isto é, 24 horas antes de chegar, pareceria maior do que qualquer estrela conhecida, menor do que nos parece a Lua: como uma grande bólide, semelhante às que, por vezes, atravessam o espaço. Quatro horas antes de sua chegada, parece cerca de 14 vezes mais volumosa que a Lua e, continuando a inflar-se desmesuradamente, logo ocupará um quarto do céu. Já distinguimos em sua superfície os continentes e os mares, os polos carregados de neve, as faixas de nuvens tropicais, a Europa com as bordas recortadas... mas, aumentando, aumen-tando sempre, de repente o globo se desdobra como uma sombra gigantesca sobre o céu inteiro, levando seis minutos e meio para passar, o que talvez nos permita ouvir os gritos dos animais selvagens nas florestas equatoriais e o canhão dos povos humanos, para, em seguida, afastando-se com majestade nas profundezas do espaço, mergulhar no vazio e encolher-se na imensidade sem-fim, não deixando outro traço de sua passagem, senão um misto de espanto e de terror em nosso olhar apavorado.

É nesta bola colossal que estamos disseminados, pequenos seres impercep-tíveis, arrastados com uma energia indescritível por seus diversos movimentos de translação, de rotação, de oscilação, e por suas inclinações alternativas, mais ou menos como os grãos de poeira aderem a uma bala de canhão lançada no espaço. Conhecer e sentir esta marcha da Terra é possuir uma das primeiras e mais importantes condições do saber cosmográfico.

Assim voa a Terra no céu. A descrição desse movimento pode parecer puramente do domínio da Astronomia. Logo constataremos que a filosofia religiosa é altamente interessada nesses fatos e que, na realidade, o conhecimento do universo físico dá as bases da religião do futuro.

A Terra é um astro do céu, da mesma forma que Júpiter ou Sírius, e que circula no espaço eterno por meio de movimentos que nos dão uma medida do tempo: os anos e os dias – medidas de tempo que esses movimentos criam por si mesmos e que não existe no espaço eterno.

Por outro lado, observamos que os seres vivos, particularmente os homens, são formados por uma alma organizadora, que é o princípio imaterial, independente das condições de espaço e de tempo e das propriedades físicas que caracterizam a matéria, e que as existências humanas não são o fim da Criação, mas, antes, dão ideia de passagens, de meios.

Por si só, a vida na Terra carece de objetivo. É o que ressalta incontesta-velmente da própria organização da vida e da morte neste mundo. Aliás, a vida terrena nem é um começo nem um fim.

Page 11: Apostila 7º Congresso de Estudos Espíritas

7o

Congresso de Estudos Espíritas

— Espiritismo e Ufologia —

11

A Terra é um astro habitado, planando no céu em companhia de miríades de outros astros, habitados como ela. Nossa atual vida terrestre faz parte da vida universal e eterna, dando-se o mesmo com a vida atual dos habitantes dos outros mundos. O espaço é povoado de colônias humanas vivendo, ao mesmo tempo, em globos afastados uns dos outros e ligados entre si por leis, das quais sem dúvida ainda não conhecemos senão as mais patentes.

O esboço geral de nossa fé na vida eterna compõe-se, portanto, dos seguintes pontos:

1o – a Terra é um astro do céu; 2o – os outros astros são habitados como ela; 3o – a vida da humanidade terrestre é um departamento da vida universal; 4o – a existência atual de cada um de nós é uma fase de sua vida eterna –

eterna no passado como no futuro. Que provas se podem obter de que a nossa existência atual seja uma fase de

uma pretensa vida eterna? Se a alma sobrevive ao corpo, como pode existir sem matéria e privada dos

sentidos que poriam-na em relação com a Natureza? Se preexiste, de que maneira encarnou em nosso corpo e em que momento?

O que é uma alma? Em que consiste esse ser? Ocupa um lugar? Como age sobre a matéria? Se já vivemos, por que em geral não temos qualquer lembrança? Como a

personalidade de um ser pode existir sem a memória? Nossas lembranças estão em nosso cérebro ou na nossa alma? Se reencarnamos sucessivamente de mundo em mundo quando terminará

essa transmigração e para que serve? Em vez de afastar as objeções ou parecer desdenhá-las, nosso dever, o dos

que buscamos a verdade e não cremos obtê-la senão pelo trabalho, é, ao contrário, de as provocar e não nos deixar iludir, imaginando que nossas crenças já se tenham estabelecido e sejam inatacáveis. A Ciência marcha lentamente, progressivamente, e é sondando a profundeza dos problemas e atacando as questões de frente que aplicaremos a esses estudos filosóficos a severidade e o rigor necessários para assegurar aos nossos argumentos a solidez que lhes convém. A revelação moderna não provém da boca de um Deus encarnado, mas dos esforços da inteligência humana para o conhecimento da verdade.

Que esta certeza física inspire às nossas almas uma simpatia mais direta, mais humana para com os mundos que resplandecem na noite, e que até então olhávamos como se nos fossem estranhos! São as residências de nossas humanidades irmãs, as residências menos distantes!

Olhando uma estrela que se eleva no horizonte, estamos na mesma situação de um observador que, de seu balcão, contempla as árvores de uma paisagem

Page 12: Apostila 7º Congresso de Estudos Espíritas

7o

Congresso de Estudos Espíritas

— Espiritismo e Ufologia —

12

distante, ou que se inclina sobre o parapeito do navio ou do aeróstato para examinar um barco no mar ou uma nuvem na atmosfera; porque a Terra é uma nau celeste que vaga no espaço e olhamos ao seu redor quando nossos olhos se voltam para os outros mundos que aparecem e desaparecem seguindo o seu rastro. Sim, esses outros mundos são outras tantas terras análogas à nossa, movimentando na amplidão sob os raios do mesmo Sol, e todas essas estrelas cintilantes são sóis ao redor dos quais gravitam planetas habitados.

Em tais mundos, como no nosso, há paisagens silenciosas e solitárias. Em sua superfície também se disseminam cidades populosas e ativas. Lá também há poentes de nuvens purpurinas e deslumbrantes auroras mágicas; mares de cantos melancólicos, regatos de doces murmúrios, pequenas flores de tenras corolas, banhando na água limpada suas cabeças perfumadas. Lá também há bosques sombrios, sob os quais reside a inalterável paz da Natureza; lagos, suaves espelhos que parecem sorrir aos céus e montanhas formidáveis, que levantam seus cumes sublimes acima das nuvens carregadas de relâmpago e que, do alto dos ares tranquilos, olham tudo o que está em baixo.

Mas nesses mundos variados há mais desses panoramas inenarráveis, desconhecidos na Terra, esta inimaginável variedade de coisas e de seres que a Natureza desenvolveu em profusão em seu império sem limites. Quem nos revelará o espetáculo da Criação sobre os anéis de Saturno? Quem nos revelará as metamorfoses maravilhosas do mundo dos cometas? Quem nos desvendará os sistemas mágicos dos sóis múltiplos e coloridos, oferecendo aos seus mundos as mais singulares variedades de estações, de dias, de luzes e de calor?

As metamorfoses da mitologia antiga não passam de um sonho, comparadas às obras universais da natureza celeste.

Referências Bibliográficas: — Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, 1. ed. — CELD, 2010. — Kardec, Allan. A Gênese, 3. ed. — CELD, 2010. — Kardec, Allan. Revista Espírita — Jornal de Estudos Psicológicos, Ano 12o. 1869. — FEB, 2005. — Site:

www.ufologialivre.webnode.com.br www.siteastronomia.com www.br.sputniknews.com www.hypescienc.com www.fenomenum.com.br www.forumespirita.net www.oconsolador.com.br www.eradoespirito.blogspot.com.br

Page 13: Apostila 7º Congresso de Estudos Espíritas

CENTRO ESPÍRITA LÉON DENIS

7o CONGRESSO DE ESTUDOS ESPÍRITAS

VIDA E OBRA DE DEOLINDO AMORIM

TEMA CENTRAL

O Espiritismo e os Problemas Humanos

Capítulo IV – O Estado e as

Caridade e Amor ao Próximo 886. Qual o verdadeiro sentido da palavra entendia Jesus? “Benevolência para com todos, indulgência para as i mperfeições dos outros, perdão das ofensas.” ( O Livro dos Espíritos

CENTRO ESPÍRITA LÉON DENIS

CONGRESSO DE ESTUDOS ESPÍRITAS

DEOLINDO AMORIM

TEMA CENTRAL

O Espiritismo e os Problemas Humanos – 2a Parte

O Estado e as Obras Sociais

Caridade e Amor ao Próximo

886. Qual o verdadeiro sentido da palavra caridade, assim como a

“Benevolência para com todos, indulgência para as i mperfeições dos O Livro dos Espíritos )

Page 14: Apostila 7º Congresso de Estudos Espíritas

7o

Congresso de Estudos Espíritas

— Vida e Obra de Deolindo Amorim

14

OBJETIVO GERAL

� Compreender que a presença do Poder Público não é suficiente para preencher todas as lacunas, principalmente quanto às carências de espiritualidade.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

� Compreender a distinção conceitual entre assistência social e servi

� Entender que a necessidade pode estar no corpo como pode estar na alma

� Entender o conceito de Assistência Integral

Já se disse, com alguma ênfase, que por isso, o movimento espírita não deveria interessartrabalho. É uma afirmativa à primeira vista ponderável, mas dis cutível quando confrontada com os fatos . Nas condições em que vivemos hoje são tais e tão gritantes as deficiências em matéria assistencial que chegam a dar a impressão de uma patologia social generalizada. Não queremos dizer que a ação do Estado seja desnecessária. Não. (...)

(...) Massuficiente para preencher todas as lacunas, principalmente quanto

Humildade e caridade , eis o que não cessa de recomendar, e do que mesmo dá o exemplo; orgulho e egoísmo, eis o que não cessa de combater. Jesus , porém, faz mais do que recomendar a caridade, e em termos bem definidos, como a condição absoluta

cap. XV – “ Fora da

Estudos Espíritas

Vida e Obra de Deolindo Amorim—

Compreender que a presença do Poder Público não é suficiente para preencher todas as lacunas, principalmente quanto às carências de espiri-

Compreender a distinção conceitual entre assistência social e serviço social.

necessidade pode estar no corpo como pode estar na alma.

Entender o conceito de Assistência Integral.

Vamos ao Estudo?

Já se disse, com alguma ênfase, que "obra social é função do Estado" e, por isso, o movimento espírita não deveria interessar-se por esse campo de

uma afirmativa à primeira vista ponderável, mas dis cutível quando . Nas condições em que vivemos hoje são tais e tão

gritantes as deficiências em matéria assistencial que chegam a dar a impressão de Não queremos dizer que a ação do Estado

(Parágrafo 1.)

Mas a presença do Poder Público não é suficiente para preencher todas as lacunas, princi-palmente quanto às carências de espiritualidade.

, eis o que não cessa de recomendar, e do que ele mesmo dá o exemplo; orgulho e egoísmo, eis o que não cessa de combater.

, porém, faz mais do que recomendar a caridade, ele a coloca claramente, a condição absoluta da felicidade futura.

(O Evangelho Segundo o Espiritismo , Fora da Caridade não há Salvação”, item 3.)

Page 15: Apostila 7º Congresso de Estudos Espíritas

7o

Congresso de Estudos Espíritas

— Vida e Obra de Deolindo Amorim

15

Podemos anotar claramente duas posições exageradas:

que advogam totalmente a gerência do Estadoeste compete os empreendimentos assistenciaisde orfanatos, abrigos, creches, etc; do outro lado,bem-intencionados, acham que os objetivos ou as metas do trabalho espírita devem situar-se na assistência social, como se o ser humano não tivesse outras necessidades e aspirações. (Parágrafo 1.)

� E você, o que pensa? De que lado está?

� Uma caridade assistencialista

� Uma caridade que deve transcender o assistencialismo?

Há oportunidade, aqui, para uma repetição: não é o fim último a que se propõe o programa distinção conceitual entre assistência social e ser viço social.engloba muitas formas de trabalho em benefício dos alma, o que provoca muitas vezes iniciativas momentâneas ou de emepela gravidade ou premência das circunstâncias.

Mas a necessidade pode estar no corpo

(doença, fome ou debilidade) como pode estar na alma (depressão, desespero ou perturbação obsessiva), o que exige, às vezes, conforme a natureza casos, mais desvelo ou mais amor do que propriamente técnica.

Sob este ponto de vista, o trabalho coletividade e ao próprio Estado , embora as suas realizações assistenciais, muitas delas impregnadas de verdadeiro espírito missionárioas características do Serviço Social no conceito

Serviço Social não é assistência pura e simples, é uma forma de ação racionalizada, com técnicas, princípios e meios próprios. O Serviço Social utiliza inquérito, pesquisa de campo, levantamentos grupais.

Conquanto não obedeça inteiramente aos princípios e às técnicas ensinadas nos cursos de Serviço Social, a assistência que se pratica no meio espírita,

Estudos Espíritas

Vida e Obra de Deolindo Amorim—

Podemos anotar claramente duas posições exageradas: de um lado , a dos totalmente a gerência do Estado por entenderem que somente a

empreendimentos assistenciais , como a criação e manutenção do outro lado, os que, unilateralmente, embora

os objetivos ou as metas do trabalho espírita como se o ser humano não tivesse outras

que pensa? De que lado está?

assistencialista – filantrópica?

deve transcender o assistencialismo?

Há oportunidade, aqui, para uma repetição: assistência social é um meio, não é o fim último a que se propõe o programa espírita. Entretanto, existe uma distinção conceitual entre assistência social e ser viço social. A Seara Espírita engloba muitas formas de trabalho em benefício dos sofredores do corpo e da

iniciativas momentâneas ou de eme rgência pela gravidade ou premência das circunstâncias. (Parágrafo 2.)

Mas a necessidade pode estar no corpo (doença, fome ou debilidade) como pode estar na alma (depressão, desespero ou perturbação obses -

o que exige, às vezes, conforme a natureza dos casos, mais desvelo ou mais amor do que propria-mente técnica.

rabalho espírita presta inestimável serviço à , embora as suas realizações assistenciais,

espírito missionário , não tenham todas as características do Serviço Social no conceito específico.

(Parágrafo 2.)

não é assistência pura e simples, é uma forma de ação racionalizada, com técnicas, princípios e meios próprios. O Serviço Social utiliza inquérito, pesquisa de campo, levantamentos grupais.

Conquanto não obedeça inteiramente aos princípios e às técnicas ensinadas a assistência que se pratica no meio espírita,

Page 16: Apostila 7º Congresso de Estudos Espíritas

7o

Congresso de Estudos Espíritas

— Vida e Obra de Deolindo Amorim

16

cuidando do corpo e da alma, é obra de altruísmosempre umas tantas condições individuais

� Vocação

� Coragem

� Paciência

Uma sociedade egoísta, segundo Kardec em

� Com o egoísmo, prevalece o interesse pessoalvendo no semelhante apenas um antagonista, um rival que pode concorrer conosco, que podemos explorar ou que pode nos explorar; aquele que fará o possível para chegar antes de nós: a vitória é do mais esperto e a sociedade — coisa triste de dizer, muitas vezes consagra essa vitória, o que faz com que ela se divida em duas classes principais: os exploradores e os explorados.

� Kardec nos afirma que: “A questão social depende inteiramente do melhoramento moral do indivíduo e das massas...”.

E uma sociedade baseada na C aridade, segundo KardecEspírita de 1862:

� Substituí o egoísmo pela caridade e tudo se modific arárará fazer o mal ao seu vizinho; os ódios e os ciúmes se extinguirão por falta de combustível, e os homens viverão em paz, ajudandovez de se dilacerarem. Se a caridade substituir o egoísmo, todas as instituições sociais serão fundadas soreciprocidade ; o forte protegerá o fraco, em vez de o explorar.

Toda obra humana para ser Bela, Grandiosa, Duradoura, deve ser como um reflexo, como uma imagem reduzida da Obra Eterna. As Instituições, as Regras, as Leis Sociais devem se inspirar no Plano Geral, na Ordem do Universo.Espiritismo , Léon Denis.)

Estudos Espíritas

Vida e Obra de Deolindo Amorim—

cuidando do corpo e da alma, é obra de altruísmo e, por isso mesmo, reclama individuais :

Vocação para servir por amor.

Coragem moral para superar preconceitos.

Paciência e tenacidade .

Uma sociedade egoísta, segundo Kardec em Viagem Espírita de 1862:

Com o egoísmo, prevalece o interesse pessoal , cada um vive para si, vendo no semelhante apenas um antagonista, um rival que pode concorrer conosco, que podemos explorar ou que pode nos explorar; aquele que fará o possível para chegar antes de nós: a vitória é do mais esperto e a sociedade

iste de dizer, muitas vezes consagra essa vitória, o que faz com que ela se divida em duas classes principais: os exploradores e os explo-

Kardec nos afirma que: “A questão social depende inteiramente do melhora-mento moral do indivíduo e das massas...”. (Obras Póstumas – “Credo Espírita”.)

aridade, segundo Kardec em Viagem

Substituí o egoísmo pela caridade e tudo se modific ará; ninguém procu-rará fazer o mal ao seu vizinho; os ódios e os ciúmes se extinguirão por falta de combustível, e os homens viverão em paz, ajudando-se mutuamente em

Se a caridade substituir o egoísmo, todas as insti -tuições sociais serão fundadas so bre o princípio da solidariedade e da

; o forte protegerá o fraco, em vez de o explorar.

umana para ser Bela, Grandiosa, Duradoura, deve ser como um reflexo, como uma imagem reduzida da Obra Eterna. As Instituições, as Regras, as Leis Sociais devem se inspirar no Plano Geral, na Ordem do Universo. (Socialismo e

Page 17: Apostila 7º Congresso de Estudos Espíritas

7o

Congresso de Estudos Espíritas

— Vida e Obra de Deolindo Amorim

17

Estaria, realmentesua engrenagem burocráticapreencher os requisitos de uma

Assistência

Não se encerra na distribuição de alimentos e roupas,

mas envolve outros aspectosprofundos, porque concernentes ao ao tratamento espiritual,médicos usuais.Temos de assistência, no entendimento espírita, vai além das providências exteriores.

O Espiritismo, com Allan Kardec, traz nova luz à ta refa assistencial.Realçando a responsabilidade dos seus seguidores pelo preceito “Foranão há salvação”, fundamenta a prática da fraternidade noDestacam-se os capítulos X, XI, XII, XIII e XV de sobre o assunto. (Serviço de Assistência e Promoção Social Espírita

A cobertura do Estado é necessária, mas os seus instrumentos não têm a

indispensável adequação aos problemas dos desajustamentos de ordem interiorHá instituições meritórias, com pessoal muito solícito e responsável, porém, são exemplos muito especiais, não constituem a generalidade.

Não basta construir abrigos ou "casas de recolhimento" sem a base da educação e dos valores espirituais.

Estudos Espíritas

Vida e Obra de Deolindo Amorim—

realmente, o mecanismo do Estado com a engrenagem burocrática bem aparelhada para

preencher os requisitos de uma Assistência Integral?

ssistência Integral?

Não se encerra na distribuição de alimentos e roupas, envolve outros aspectos , aliás, mais delicados e

profundos, porque concernentes ao reerguimento moral e ao tratamento espiritual, que não depende dos recursos

Temos que dizer, portanto, que a noção de assistência, no entendimento espírita, vai além das providências exteriores. (Parágrafo 3.)

O Espiritismo, com Allan Kardec, traz nova luz à ta refa assistencial. Realçando a responsabilidade dos seus seguidores pelo preceito “Fora da caridade não há salvação”, fundamenta a prática da fraternidade no Evangelho do Cristo.

se os capítulos X, XI, XII, XIII e XV de O Evangelho Segundo o Espiritismo Serviço de Assistência e Promoção Social Espírita .)

A cobertura do Estado é necessária, mas os seus instrumentos não têm a problemas dos desajustamentos de ordem interior .

Há instituições meritórias, com pessoal muito solícito e responsável, porém, são exemplos muito especiais, não constituem a generalidade. (Parágrafo 3.)

Não basta construir abrigos ou "casas de recolhi-sem a base da educação e dos valores

espirituais.

Page 18: Apostila 7º Congresso de Estudos Espíritas

7o

Congresso de Estudos Espíritas

— Vida e Obra de Deolindo Amorim—

18

“Numa sociedade organizada segundo a Lei do Cristo, ninguém deve morrer de fome.” (O Livro dos Espíritos , q. 930.)

“Quando o homem praticar a Lei de Deus, terá uma ordem social baseada na justiça e na solidariedade e ele próprio também será melhor”. (Comentários de Kardec, O Livro dos Espíritos , q. 930.)

Muitos (...) que saíram de estabelecimentos assistenciais ou simples

"depósitos de meninos" trazem hábitos e vícios perigosos, o que prova, lamenta-velmente, que não foram educados, mas foram corrompidos na inexperiência e na miséria! (...) Outros, que formam, a bem dizer, uma legião de deformados psi-cologicamente , são desajustados para a vida prática porque foram maltratados, não receberam a mínima consideração, como se não tivessem direito pelo menos ao respeito humano . Apenas vestidos e alimentados, sem nenhuma transformação. Passam então para a sociedade uma carga de problema s que se agravam de dia para dia. (Parágrafo 3.)

Há um elemento que quase não se faz pesar na balança e sem o qual a ciência econômica não passa de uma teoria: é a educação; não, a educação intelectual, mas a educação moral; tampouco a educação moral, através dos livros, mas a que consiste na arte de formar os caracteres, a que incute hábitos, pois a educação é o conjunto dos hábitos adquiridos. Quando se considera a massa de indivíduos, lançados, todos os dias, na torrente da população, sem princípios, sem freio e entregues aos seus próprios instintos, devemos nos espantar com as consequências desastrosas que daí resultam?

(Comentários de Kardec, O Livro dos Espíritos , 685a.)

Para conviver com internados (assistidos)(...) Três predicados deveriam ser a recomendação essencial: amor, paciência e capacidade natural de ouvir e dialogar para compreender e ajudar.

Quem trabalha apenas no cumprimento de uma obrigação funcional ou

adstrita aos regulamentos, sob a rigidez dos horários, não tem como extravasar o sentimento e descer à intimidade dos conflitos mais profundos e às confi-dências aliviadoras.

Quem está segregado de seu meio social, na prisão, no hospital ou no

asilo, suponhamos, sente necessidade muitas vezes d e confiar em alguém ou de se “abrir" a respeito de seus problemas. E se todos passam indiferentes, se ninguém lhe dá atenção, a vida transforma-se de tal modo que tudo parece um deserto de frieza e desumanidade.

Page 19: Apostila 7º Congresso de Estudos Espíritas

7o

Congresso de Estudos Espíritas

— Vida e Obra de Deolindo Amorim

19

Então os justos lhe perguntarão : Senhor, quando foi que nós te vimos com fome e te demos de comer, ou com sede e te demos de beber? Quando foi que te vimos sem teto e te abrigamos, sem roupas e te vestimos, ou enfermo, ou no cárcere, e te fomos visitar? E o rei lhes responderáas vezes que fizestes isso a um destes meus irmãos mais humildes, foi a mim que o fizestes. (Mateus, XXV:31 a 46, O Evangelho Segundo o Espiritismo

E quem é meu próximo?Jesus, respondeu: (Parábola do Bom Samaritano

A administração pública por natureza é subordina a critérios sentimentais.

Por isso mesmo, há muita diferença entre função e missão.� A função é inerente aos regulamentos e estatutos, é rotina,

pública tem as suas ordenações: horário de expediente livro de "ponto", prescrições regimentais, etc. Fora disto ou, além disto, nada mais se pode exigir.

� Mas a missão é doação de alma para alma, é permutacom alto espírito de renúncia. A missão é escolha voluntária, porque sente felicidade em servir. (...) Há muitos casos em que o trabalho missionário se prende a compromissos do passado, isto é a respo nsabilidade assumida noutras existência s, à luz da reencarnação. Espíritos que passaram a vida inutilmente

voltam à Terra com a missão de redimir- se, trabalhando pelos outros.

Necessidade da

25. A encarnação é uma punição, e só os espíritosA passagem dos espíritos pela vida corporal écom a ajuda de uma ação material, os desígnios dos quais Deus lhes confiou aexecução. (O Evangelho Segundo o Espiritismo

Estudos Espíritas

Vida e Obra de Deolindo Amorim—

: Senhor, quando foi que nós te vimos com fome e te demos de comer, ou com sede e te demos de beber? Quando foi que te vimos sem teto e te abrigamos, sem roupas e te vestimos, ou enfermo, ou no

E o rei lhes responderá : Em verdade vos digo, todas as vezes que fizestes isso a um destes meus irmãos mais humildes, foi a mim que o

O Evangelho Segundo o Espiritismo , cap. XV, item 1.)

E quem é meu próximo?Jesus, tomando a palavra, (Parábola do Bom Samaritano ).

A administração pública por natureza é formal e pragmática , não se

há muita diferença entre função e missão. regulamentos e estatutos, é rotina, (...) A função

pública tem as suas ordenações: horário de expediente livro de "ponto", etc. Fora disto ou, além disto, nada mais se pode

Mas a missão é doação de alma para alma, é permuta de sentimentos, A missão é escolha voluntária, porque sente

Há muitos casos em que o trabalho missionário se prende a compromissos do passado, isto é a respo nsabilidade

s, à luz da reencarnação.

Espíritos que passaram a vida inutilmente, noutros tempos, muitas vezes se, trabalhando pelos outros.

(Parágrafo 5.)

Necessidade da Encarnação

espíritos culpados estão sujeitos a ela? A passagem dos espíritos pela vida corporal é necessária para que possam realizar,

ação material, os desígnios dos quais Deus lhes confiou a O Evangelho Segundo o Espiritismo , cap. IV, item 25. São Luís. Paris, 1859.)

Page 20: Apostila 7º Congresso de Estudos Espíritas

7o

Congresso de Estudos Espíritas

— Vida e Obra de Deolindo Amorim

20

Reafirmamos, pois, que as obras de assistência à pobreza abandonada: assim como à orfandade desprotegida ou à velhice desamparada, por exemplo, necessitam de verdadeiras vocações missionárias, antes de tudo.

O movimento espírita ainda tem muito que realizar, além das obras já conso

lidadas. (...) Justamente este ponto é que nos leva a repetir que esperar que o Estado venha realizar aquilo que o Es piritismo está realizando nas obras de assistência", porque o Estado não pode penetrar nas feridas da alma para localizar a origem de muitos males sociai s.

Os Infortúnios

4. Nas grandes calamidades, a caridade se manifesta, e surgem generosos movimentos para reparar os desastres; porém, existem milhares de desastres particulares que pass am despercebidos,o de pessoas em seus leitos de dor, sem se queixarem. São esses infortúnios discretos e ocultos, que a verdadeira generosidade sabe descobrir, sem esperar que venham procurar ajuda. (O Evangelho Segundo o Espiritismo

Embora o Estado seja neutro em matéria religiosa, s egundo a letra da Constituição Federal , a participação direta do elemento oficial nas instituições assistenciais — principalmente em casas espíritas interferências na orientação essencial. Que o Estado, finalmente, cumpra a sua função no âmbito administrativo, mas que fiimpulsionadas e realizadas por sentimento de solida riedade

Estudos Espíritas

Vida e Obra de Deolindo Amorim—

Reafirmamos, pois, que as obras de assistên-cia à pobreza abandonada: assim como à orfandade desprotegida ou à velhice desamparada, por exemplo, necessitam de verdadeiras vocações missionárias, antes de tudo.

movimento espírita ainda tem muito que realizar, além das obras já conso-lidadas. (...) Justamente este ponto é que nos leva a repetir que "não podemos esperar que o Estado venha realizar aquilo que o Es piritismo está realizando

porque o Estado não pode penetrar nas feridas da alma para localizar a origem de muitos males sociai s. (Parágrafo 7.)

Os Infortúnios Ocultos

Nas grandes calamidades, a caridade se manifesta, e surgem generosos movi-mentos para reparar os desastres; porém, ao lado desses desastres gerais, existem milhares de desastres particulares que pass am despercebidos, como o de pessoas em seus leitos de dor, sem se queixarem. São esses infortúnios

deira generosidade sabe descobrir, sem esperar que O Evangelho Segundo o Espiritismo , cap. XIII, item 4.)

Embora o Estado seja neutro em matéria religiosa, s egundo a letra da , a participação direta do elemento oficial nas instituições

principalmente em casas espíritas — abriria caminho para Que o Estado, finalmente, cumpra a sua

mas que fi que livre o campo das iniciativas impulsionadas e realizadas por sentimento de solida riedade humana, (...)

(Parágrafo 8.)

Page 21: Apostila 7º Congresso de Estudos Espíritas

7o

Congresso de Estudos Espíritas

— Vida e Obra de Deolindo Amorim—

21

Conclusão

793. Através de que sinais pode-se reconhecer uma civilização completa?

“Vós a reconhecereis pelo desenvolvimento moral. Credes que estais muito adiantados, porque fizestes grandes descobertas e invenções maravilhosas; porque vos alojais e vos vestis melhor do que os selvagens; mas só tereis verdadeiramente o direito de vos considerar civilizados, quando tiverdes banido de vossa sociedade os vícios que a desonram e quando viverdes, entre vós, como irmãos, praticando a caridade cristã; até lá, sereis apenas povos instruídos, tendo percorrido somente a primeira fase da civilização.” A civilização, como todas as coisas, tem suas gradações. Uma civilização incompleta é um estado de transição que gera males específicos, desconhecidos no estado primitivo; mas, nem por isso, ela deixa de constituir um progresso natural, necessário, que traz consigo o remédio para o mal que causa. À medida que a civilização se aperfeiçoa, faz cessar alguns dos males que gerou e esses males desaparecerão com o progresso moral. De dois povos que tenham chegado ao topo da escala social, só pode considerar-se o mais civilizado, na verdadeira acepção da palavra, aquele em que se encontre menos egoísmo, cobiça e orgulho; onde os hábitos sejam mais intelectuais e morais do que mate-riais; onde a inteligência possa desenvolver-se com maior liberdade; onde haja mais bondade, boa-fé, benevolência e generosidade recíprocas; onde os preconceitos de casta e de nascimento estejam menos enraizados, pois esses preconceitos são incompatíveis com o verdadeiro amor do próximo; onde as leis nenhum privilégio consagrem e sejam as mesmas, para o último como para o primeiro; onde a justiça se exerça com menos parcialidade; onde o fraco sempre encontre apoio contra o forte; onde a vida do homem, suas crenças e suas opiniões sejam mais respeitadas; onde existam menos desgraçados e, finalmente, onde todo homem de boa vontade esteja sempre seguro de não lhe faltar o necessário.

Page 22: Apostila 7º Congresso de Estudos Espíritas

7º Congresso de Estudos Espíritas

— Mulheres Espíritas —

22

Centro Espírita Léon Denis

7o Congresso de Estudos Espíritas

Mulheres Espíritas

Yvonne do Amaral Pereira

Tema 1: "Sua Vida e sua Obra"

Tema 2: "Reminiscências de Vidas Passadas"

Page 23: Apostila 7º Congresso de Estudos Espíritas

7º Congresso de Estudos Espíritas

— Mulheres Espíritas —

23

Patronesse Maria de Nazaré Orienta dora Espiritual Zilda Gama

Nasceu Zilda Gama , em 11 de março de 1878, em Três Ilhas, município de Juiz de Fora. Por volta de 1912, Zilda Gama já era adepta da Doutrina Espírita. Após receber uma mensagem consoladora de seu pai através da psicografia, pouco depois, passava, ela a psicografar mensagens de “Mercedes” entidade que lhe foi de inexcedível dedicação e consorcia de todos os seus instantes de dor e de raras alegrias, enfim, um dos seus mais desvelados guias espirituais e que lhe revelara a importante missão que o Alto lhe reservava no Espiritismo, surpresa, ainda no ano de 1912, Zilda Gama psicografava a primeira mensagem assinada por Allan Kardec.

Sob a tutela do Espírito Victor Hugo, escritor francês do século 19, escreveu vários romances. Desencarnou em 11 de janeiro de 1969, no Rio de Janeiro, com 91 anos de idade, vítima de acidente vascular cerebral. INTRODUÇÃO:

Para Yvonne Pereira foi necessário que as lembranças de vidas passadas não fossem banidas de sua consciência por Misericórdia Divina, para o resgate de faltas pretéritas e sua redenção espiritual graças ao amparo e à proteção da Doutrina dos Espíritos e do Evangelho de Jesus Cristo.

Se em nossas relações, e mesmo em nossa família, houvesse um indivíduo que nos deu, outrora, motivos reais de queixa, que talvez nos tenha arruinado ou desonrado, e que, arrependido, reencarnou em nosso meio, a fim de reparar suas faltas, é evidente que a lembrança do passado em nada contribuiria para a renova-ção de nossas atitudes, igual raciocínio aplica-se na situação oposta, quando nós, por hipótese, tenhamos sido o verdugo de nossos próprios familiares. Basta essa ordem de raciocínios para entendermos que a reminiscência das existências ante-riores perturbaria nossas relações sociais e constituiria um tropeço real à marcha do progresso e a nossa evolução espiritual. Coordenação de Encontro: Nadir C. de Souza e Mônica Caires Alves Organização de Conteúdo: Todos os componentes do Grupo de Estudos Espíritas

sobre as Mulheres Espíritas Diagramação Finalização: Setor Editorial CELD

Page 24: Apostila 7º Congresso de Estudos Espíritas

7º Congresso de Estudos Espíritas

— Mulheres Espíritas —

24

OBJETIVOS GERAIS PARA TODOS OS ENCONTROS:

♦ Resgatar a contribuição das mulheres espíritas na consolidação do movi-mento espírita.

♦ Destacar a vida das várias personalidades espíritas femininas, suas obras no campo político, socioeconômico e suas atividades mediúnicas.

♦ Valorizar o papel da mulher espírita dentro da sociedade.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

♦ Conhecer a vida e a obra de Yvonne do Amaral Pereira e o seu papel como médium dentro do movimento espírita.

♦ Aprender com Yvonne que é possível conciliar as tarefas como cidadã com as tarefas da casa espírita.

♦ Mostrar Yvonne como exemplo de superação das dificuldades quando se tem fé e confiança na proteção espiritual.

♦ Aprender com Yvonne as diretrizes para o nosso melhor desempenho no campo mediúnico, sempre com o propósito de orientar e esclarecer.

♦ Identificar a contribuição da obra de Yvonne no entendimento da mediuni-dade a partir das lembranças de vidas passadas como oportunidade de resgates.

TEMA 1 — VIDA E OBRA DE YVONNE DO AMARAL PEREIRA

“A obra de Yvonne é marcada por uma autenticidade ímpar. Ela possuía um modo muito próprio de fazer abordagens. E tinha muita propriedade naquilo que afirmava. Considerando a sua pouca escolaridade, podemos dizê-la possuidora de uma vasta cultura. Seu autodidatismo lhe permitiu a conquista de uma visão crítica da realidade, assumindo posturas sempre coerentes com o conteúdo éti-co-moral da Doutrina Espírita.”

(Camilo, Pedro. Yvonne Pereira, uma Heroína Silenciosa, p. 34.)

� Uma médium respeitável

Yvonne nasceu na antiga Vila de Santa Tereza de Valença, atual Rio das Flores, no Sul fluminense, no dia 24 de dezembro de 1900. Aos cinco anos, não somente via, mas conversava com os espíritos. Aos 12 anos, colocaram-lhe nas mãos a obra O Evangelho Segundo o Espiritismo, que ela passaria a ler diariamente. Aos 13 anos, escrevia com desenvoltura e estudava sozinha. Lia autores nacionais e inter-nacionais, como Bernardo Guimarães, José de Alencar, Goethe e Conan Doyle. Os

Page 25: Apostila 7º Congresso de Estudos Espíritas

7º Congresso de Estudos Espíritas

— Mulheres Espíritas —

25

trabalhos em prosa e verso que escreveu, sob a tutela espiritual de Roberto de Canallejas (espírito).

Yvonne, além de médium psicofônica e psicógrafa, gozava das faculdades me-diúnicas de desdobramento, materialização, de curas. Nas seis cidades em que viveu, sempre deu a sua contribuição nos centros espíritas, como bibliotecária, se-cretária, vice-presidente, evangelizadora, palestrante, ao longo de 84 anos, retornou ao mundo espiritual Yvonne do Amaral Pereira, às 22 horas do dia 9 de março, após um longo período de atividades na causa espírita. � Esquecimento do passado:

REFLEXÃO:

O Livro dos Espíritos , q. 399. Nota de Kardec — “Tendo retornado à vida corporal, o Espírito perde, momentaneamente, a lembrança de suas existências anteriores, como se um véu as ocultasse; todavia, algumas vezes, delas possui uma vaga consciência, e estas podem até ser-lhe reveladas, em certas cir-cunstâncias; mas, então, isto só se dá pela vontade dos Espíritos superiores, que o fazem espontaneamente, com um fim útil, nunca para satisfazer uma vã curiosidade.” � Superação:

“...A Doutrina do Senhor, a esperança na sua justiça, a fé e a paciência que sempre me impeliram para o Espiri-tismo, a par do cultivo dos dons mediúnicos que espon-taneamente me impuseram desde a minha infância, me tornaram bastante forte para dominar e superar, até agora, as dificuldades que comigo vieram para a reencarnação

expiatória, como resultado inapelável de um passado espiritual desarmonizado com o bem.”

(Pereira, Yvonne A. Recordações da Mediunidade. Capítulo 2, 10a ed. FEB.)

Yvonne viveu para servir ao plano espiritual e sua biografia é uma verdadeira lição de superação e reconquistas da honra espiritual. Escreveu diversas obras ci-tando seus testemunhos de vidas passadas,vivendo intensamente paixões e quedas morais, ferindo espíritos amigos e enveredando pelo suicídio por duas encarnações seguidas. Ao longo de suas obras vamos encontrar um espírito amigo que conviveu várias encarnações com ela, Roberto de Canallejas.

Eis o trecho em que ele mostra a Camilo a sua esposa espiritual, ainda criança.

“Deve estar entardecendo no hemisfério sul ocidental... Não haverá indiscrição

e procurar vê-la neste momento...” Com efeito! Pouco a pouco a figura de uma

Podemos ter algumas revelações a respeito de nossas vidas anteriores?

Page 26: Apostila 7º Congresso de Estudos Espíritas

7º Congresso de Estudos Espíritas

— Mulheres Espíritas —

26

criança destacava-se da penumbra de um aposento de família paupérrima. Tudo indicava tratar-se de um lar brasileiro dos mais modestos, conquanto não miserável.

Uma menina aparentando cinco anos de idade, cujas fei-ções concentradas e tristes indicavam a violência das tempes-tades que lhe tumultuavam o espírito, entretinha-se com seus modestos brinquedos de criança pobre, parecendo mentalmente

preocupada com reminiscências que se embaralhavam aos fatos presentes, pois falava às bonecas como se conversasse com personagens cujas imagens se dese-nhavam quais contornos a crayon em suas vibrações mentais.”

Roberto contemplou-a tristemente (...). “Aí esta! Reencarnada na terra de Santa Cruz... Onde palmilhará seu doloroso calvário de expiações... vive agora fora dos ambientes que tanto amava desamparada pela ausência daqueles que tão devotadamente a estremeciam, mas cujos corações espezinhou com a mais cruel ingratidão! Leila desapareceu para sempre na voragem do pretérito!!... Para o mundo terrestre será linda e graciosa criança, inocente e cândida como os anjos do céu! Perante a consciência dela própria, porém, e o julgamento da lei sacrossanta que infringiu, é grande infratora que cumprirá merecida pena, é a adultera, a perjura, a infiel, blasfema e suicida, pois Leila foi também suicida que renegou pais, esposo, filhos, a família, a honra, o dever, pelas funestas atrações das paixões inferiores”. (...) e assim sempre — exclamou tristemente não tem coragem de enfrentar-me...

No entanto,pensa em mim e deseja voltar a meu convívio...” A história de Roberto sempre entrelaçada à de Yvonne, em Recordações da

Mediunidade percebemos os fortes laços que os uniu séculos a fio, vejamos: Reencarnações de Roberto com Yvonne:

No livro Nas Voragens do Pecado Luiz de Narbone

No livro O Cavaleiro de Numiers Henri de Numiers

No livro O Drama de Bretanha Arthur de Guzman

No livro Um Caso de Reencarnação, eu e Roberto de Canallejas Z.P. (Iniciais do nome não revelado).

Em “Um caso de Reencarnação, Eu e Roberto de Canallejas” nessas poucas páginas Yvonne nos surpreende com o relato da reencarnação de Roberto, na Polônia, quando ela já em idade madura o localizava através de um grupo que trocava postais usando o esperanto (idioma que os espíritos uti-lizam para ditar alguns de seus livros).

Nesta narrativa comovente, a relação entre a médium e Roberto é detalhada, desvelada. Yvonne nos revela a presença de Roberto desde sua infância, passando pela adolescência, quando a seguia como espírito, a despedida ao retornar a Terra, até o vínculo “desconhecido” Z.P. (ela não revela o nome), que é o próprio Roberto, vivendo na Polônia distante. A transmutação do amor humano, carnal e amor espiritual, profundo, abrangente é para ela uma luta

Page 27: Apostila 7º Congresso de Estudos Espíritas

7º Congresso de Estudos Espíritas

— Mulheres Espíritas —

27

diária consigo mesma. O sofrimento ao sabê-lo encarnado, ao visitá-lo espiritual-mente, sem poder vê-lo foi sua “prova de fogo” que lhe exigiu renúncia extrema. Mostrando-nos que o maior desafio do ser humano é vencer a si mesmo, superar o passado e construir um futuro de luz. Imaginamos os ex-suicidas como pessoas com deficiências, alquebrados fisicamente, como “castigo”. Mas nem sempre é assim. Para o espírito os sofrimentos e limitações físicas nem sempre são as situações mais difíceis. As limitações físicas de certo modo limitam a ação do mundo, porém, ter as condições de agir de modo leviano e não o fazer, renunciar a prazeres e tentações diversas em plena saúde e sã consciência exige um esforço imenso. A saúde do corpo, tão necessária para os enfrentamentos das tendências às quedas morais, para a resistência às recaídas nos mesmos equívocos do passa-do, juntamente com a oportunidade de trabalho no Bem podem ser ferramentas que constroem as asas, com as quais a alma alça seu voo transcendente.”

(Pereira, Yvonne A. Um Caso de Reencarnação, eu e Roberto de Canallejas. Editora Associo Lorenz-2004.)

TEMA2 — REMINISCÊNCIAS DE VIDAS PASSADAS

“Se, como ficou dito, a lei da Criação encobriu o nosso passado espiritual, será porque o seu conhecimento não traria vantagem para o nosso progresso, antes poderia prejudicá-lo...”

(Pereira, Yvonne A. Recordações da Mediunidade, p. 34; 10a ed. FEB.)

(...) Já sumariamente, indicamos a causa fisiológica deste esquecimento, esta

causa é o próprio renascimento, isto é o revestimento de um novo organismo, de um invólucro material que, sobrepondo-se ao invólucro fluídico, faz a seu respeito as

“O espírito não readquire a lembrança do seu passado somente após a morte. Pode-se dizer que ele não a perde jamais, pois a expe-riência prova que, mesmo encarnado, durante o sono do corpo, o espírito desfruta de uma certa liberdade e tem consciência de seus atos ante-riores; sabe por que sofre, e que sofre justamente.”

(Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. V, item 11.)

O Livro dos Espíritos , q. 395 — “Podemos ter algumas revelações a respeito de nossas vidas anteriores” “Nem sempre. Contudo, muitos sabem o que foram e o que faziam. Se se lhes permitisse dizê-lo abertamente, extraordinárias revelações fariam sobre o passado.”

Page 28: Apostila 7º Congresso de Estudos Espíritas

7º Congresso de Estudos Espíritas

— Mulheres Espíritas —

28

vezes de um apagador. Em consequência da diminuição do seu estado vibratório, o espírito cada vez que toma posse de um corpo novo, de um cérebro virgem de toda a imagem acha-se na impossibilidade de exprimir as recor-dações acumuladas das vidas precedentes (...)

(...) Não existindo já os cérebros que registraram essas percepções é preciso procurá-las na consciência profunda, mas esta se conserva calada, enquanto o Espírito esta encerrado na carne. Para recuperar a plenitude das suas vibrações e reaver o fio das lembranças em si ocultas, é necessário que ela saia e se separe do corpo, então percebe o passado e pode reconstituí-lo nos menores fatos. É isso que se dá nos fenômenos do sonambulismo e do transe.

(Léon Denis. O Problema do Ser e do Destino. 2a parte. Cap. XIV.)

“Alma e perispírito não fazem mais que um todo indissolúvel, e, se nós os distinguimos, é porque só a alma é inteligente, quer e sente. O invólucro é a sua parte material, o que vale dizer passiva: é a sede dos estados conscienciais pre-téritos, o armazém das lembranças, a retorta em que se processa a memória de fixação, e é nele que o espírito se abastece, quando necessita de cabedais intelec-tuais para raciocinar, imaginar, comparar, deduzir, etc. Também receptáculo de ima-gens mentais, é nele que reside, finalmente, a memória orgânica e inconsciente”.

“O perispírito tudo registrou e para sempre. São recodações que dormitam dentro de nós. Estas investigações permitem com-preender nitidamente que o esquecimento das passadas vidas é apenas passageiro, temporário, limitado a uma etapa terrena e que, uma vez restituída à sua verdadeira pátria, liberta das peias car-nais, a alma recupera a plenitude do seu eu (...)” (Gabriel Delanne. A Evolução Anímica. O Papel Psicológico do Perispírito.)

“O Espírito Dr. Bezerra de Menezes, observou que nos manicômios terrestres existem muitos casos de suposta loucura que mais não são que estados agudos de excitação da subconsciência recordando existências passadas tumultuosas ou cri-minosas."

(Pereira, Yvonne A. Recordações da Mediunidade, p. 34. 10a ed. FEB.)

A lei divina, que rege a condição do ser encarnado na Terra, estabeleceu o

O Evangelho Segundo o Espiritismo , cap. V, item 10 — “Quanto mais grave é o mal, tanto mais enérgico deve ser o remédio. Aquele, pois, que muito sofre deve reconhecer que muito tinha a expiar e deve regozijar-se à ideia da sua próxima cura. Dela depende, pela resignação, tornar proveitoso o seu sofrimento e não lhe estragar o fruto com as suas impaciências, visto que, do contrário, terá de recomeçar.”

Page 29: Apostila 7º Congresso de Estudos Espíritas

7º Congresso de Estudos Espíritas

— Mulheres Espíritas —

29

esquecimento das migrações pretéritas, por se tratar do que mais convém ao comum das criaturas, sendo mesmo essa a situação normal de cada ser , e, assim sendo, o fato de recordar produzirá choques morais por vezes intensos na personalidade que assim se destaca, acarretando anormalidades que variam de grau, conforme a situação moral ou consciencial de cada um (...)”

(Pereira, Yvonne A. Pereira, Recordações da Mediunidade, p. 35. 10a ed. FEB.)

(...) “Ao que parece, o fato de recordar existências passadas constitui provação para as criaturas comuns, ainda pouco evolvidas, ou concessão ao mérito, nas de ordem mais elevada na escala moral.

Nas criaturas, ainda pouco evolvidas, verifica-se não raro, uma espécie de obsessão, havendo ou não a interferência do inimigo do passado, o indivíduo que recorda, sente uma grande tristeza e um grande desânimo. Aquele que recorda pressentirá apenas espinhos e lágrimas no decorrer da existência.”

(Pereira, Yvonne A. Recordações da Mediunidade, p. 35. 10a ed. FEB.)

(...) “Os médiuns positivos, ou seja, que possuam grandes forças intermediárias (eletromagnetismo, vitalidade, intensidade vi-bratória, sensibilidade superior, vigor mental em diapasão harmô-nico com as forças físico-cerebrais), serão mais aptos do que o normal das criaturas ao fenômeno de reminiscências do passado por disposições particulares...”

(Pereira, Yvonne A. Recordações da Mediunidade, p. 35. 10a ed. FEB.)

(...) “o fato de recordar o próprio passado reencarnatório é uma faculdade que bem poderá ser mediúnica, que, se bem desenvolvida e equilibrada, não alterará o curso da vida do seu possuidor (...)”

(Pereira, Yvonne A. Recordações da Mediunidade, p. 36. 10a ed. FEB.)

“Por que então tais fatos se enquadram na vida organizada pelas leis superio-res do plano divino? Serão tais casos acontecimentos normais da evolução?”

(Pereira, Yvonne A. Recordações da Mediunidade, p. 36. 10a ed. FEB.)

O Livro dos E spíritos , q. 392 — Por que o espírito encarnado perde a lembrança do passado?

“O homem não pode, nem deve saber tudo, Deus na sua sabedoria, assim o quer. Sem o véu que lhe oculta certas coisas, o homem ficaria ofuscado , como aquele que passa sem transição, da escuridão para a luz. Com o esquecimento do passado, ele se sente mais senhor de si.”

O Livro dos Médiuns , 193, item 3 — Médiuns positivos : suas comuni-cações têm, em geral, um caráter de nitidez e precisão que se presta, de boa vontade, aos detalhes circunstanciais, às informações exatas. Bastante raros.

Page 30: Apostila 7º Congresso de Estudos Espíritas

7º Congresso de Estudos Espíritas

— Mulheres Espíritas —

30

“Certamente, é muito provável que assim seja visto que, tratando-se de uma faculdade que tende a atingir a plenitude das próprias funções, haverá o trabalho de evolução(...), não é o espírito encarnado ou não, o artífice da própria glória? Daí as lutas tremendas do roteiro a vencer...

“Ou tratar-se-á, por ventura, de punição? De qualquer forma será o trabalho de evolução...”

(Pereira, Yvonne A. Recordações da Mediunidade, p. 36. 10a ed. FEB.)

UM CASO DE REMINISCÊNCIA

Caso relatado por Gabriel Delanne em seu livro ”Reencarnação”. Este caso foi vivido e descrito pela Sra. Matilde de Krapkof, dama francesa, casada com um nobre russo no ano de 1893, a quem o próprio Sr. Delanne conheceu pessoalmente.

“(...) nesse caso a recordação se expande no momento preciso; a subcons-ciência expulsa, momentaneamente, ao calor de uma emoção forte, as ondas das lembranças calcadas nos seus refolhos, há choque emocional e sofrimento indefi-nível, pois não é com facilidade que semelhante operação se realiza nos sagrados repositórios da alma humana.”

(Pereira, Yvonne A. Recordações da Mediunidade, p. 42. 10a ed. FEB.)

“(...) chegaremos à conclusão de que o fato é mais comum do que se supunha

e que nem sempre ocasionará a citada pseudo-loucura, senão quando aí existam fatores consciências muito graves ou quando o cérebro físico e o sistema nervoso, por muito frágeis, não suportarem os choques emocionais advindos do fato, embora, de um modo geral, comova e aturda o paciente.”

(Pereira, Yvonne A. Recordações da Mediunidade, p. 42. 10a ed. FEB.)

“(...) Para nós, no entanto, esse fato constituiu duríssima provação, e certa-mente teríamos sucumbido a uma loucura total, ou mesmo ao suicídio, se não tivéramos a felicidade de, desde muito cedo, ser amparada pela grandiosa proteção da Doutrina dos Espíritos e do Evangelho de Jesus Cristo, que com efeito, pos-suem recursos para remediar todos os impasses da vida humana...”

(Pereira, Yvonne A. Recordações da Mediunidade, p. 43. 10a ed. FEB.)

O Livro dos Espíritos, q. 393. Nota de Kardec — “Se não temos, durante a vida corporal, uma lembrança precisa do que fomos e do que fizemos de bem e de mal, nas nossas existências anteriores, temos disto a intuição, e nossas tendências instintivas são uma reminiscência de nosso passado, às quais nossa consciência, que é o desejo que experimentamos de não mais cometer as mesmas faltas, nos adverte para resistir.”

Page 31: Apostila 7º Congresso de Estudos Espíritas

7º Congresso de Estudos Espíritas

— Mulheres Espíritas —

31

“(...) Eu, aliás, não poderia esquecer facilmente certos detalhes de minha passada existência, porque as entidades Charles e Roberto pareciam interessadas em conservá-los. De certa feita, Charles declarou mesmo veemente e autoritário qual enérgico pai:

'— Não deixarei que esqueças certos episódios por ti vividos na anterior existência, porque será o único meio de te fazer refletir para a emenda definitiva. Não te pouparei os sofrimentos daí advindos. O que poderei fazer é ajudar-te a suportá-los com firmeza de ânimo, e isso eu o farei'." (Charles)

(Pereira, Yvonne A. Recordações da Mediunidade, p. 51, 10a ed. FEB.)

CONCLUSÃO:

Nenhum outro interesse, a não ser o desejo de servir à Doutrina do Conso-lador enviado por Jesus, sob cuja proteção venho operando a minha reabilitação moral-espiritual, me impeliu de publicar estas páginas. Meu desejo único é testemu-nhar a veracidade da Doutrina dos Espíritos, e quem sabe? Consolar e reanimar corações que se viram colocados em situações dolorosas como as que me atingi-ram, transmitir-lhes a segurança, a fé e a esperança com que fui socorrida pe-la Misericórdia de Deus e a proteção dos bons espíritos, e dizer-lhes da realidade da mensagem que o Alto concedeu à humanidade através da Terceira Revelação, o Espiritismo. Estas páginas encerram, portanto, um testemunho, talvez o último que me foi necessário dar à Lei de Deus nesta existência que tive, tão fértil em testemu-nhos de gêneros diferentes. Que o leitor me compreenda e jamais me acuse de vaidade por escrever este laboratório. Em verdade, nesta minha vida, tão longa e atribulada, apenas fortalecida e consolada pela Doutrina Espírita, não tive tempo nem razões para alimentar vaidades de qualquer espécie.

Bibliografia PEREIRA, Yvonne do Amaral. Recordações da Mediunidade. Obra mediúnica orien-tada pelo Espírito Adolfo Bezerra de Menezes, 10a ed., Rio de Janeiro, FEB, 2002. PEREIRA, Yvonne do Amaral. Um Caso de Reencarnação — Eu e Roberto de Canallejas. Editora Associo Lorenz, 2004. KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 1a ed., Rio de Janeiro, CELD, 2010. KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 1a ed., Rio de Janeiro, CELD, 2003. Jornal Mundo Espírita. FEP. Março, 2004. Jornal Correio Fraterno. Maio-junho, 2014. CAMILO, Pedro. Yvonne Pereira: uma Heroína Silenciosa. Bragança Paulista, SP, Lachâtre, 2014. DELANNE, Gabriel. A Evolução Anímica. O Papel Psicológico do Perispírito. DENIS, Léon. O Problema do Ser e do Destino. 2a parte, cap. XIV. CELD.

Page 32: Apostila 7º Congresso de Estudos Espíritas

7o Congresso de Estudos Espíritas sobre

O Meio Ambiente e Espiritismo

Tema: "Solidariedade; Comunhão Universal"

Eurípedes Barsanulfo, nasceu em 1o de maio de 1880, na cidade de Sacramento, no Estado de Minas Gerais. Desde de criança muito inteli-gente e dedicado. Em todos os seus trabalhos era muito amoroso, e levava sua prática onde estivesse. Grande Educador, “Em cada coração, lançava a semente da responsabilidade dos deveres perante Jesus, imprimindo nova conceituação ao sentido cristianizar.” (trecho do livro: Eurípedes — o Homem e a Missão). Auxiliou muito aos pobres materialmente, aos doentes físicos ou espirituais e ainda levava jovens para atividades de ajuda, ensi-nando sempre a prática do bem. Desencarnou em 1o de novembro 1918.

Coordenação Geral: Rosângela Ferreira

Coordenação Imediata: Silvia Michelle Bezerra Camar go

Organização do Conteúdo: Equipe de Estudo do Encont ro

Diagramação e Finalização: Setor Editorial do CELD

Page 33: Apostila 7º Congresso de Estudos Espíritas

7o

Congresso de Estudos Espíritas

— O Meio Ambiente e Espiritismo —

33

Temas estudados até a presente data

Ano Tema

2010 Reencarnação e Aquecimento Global

2011 Reencarnação, Aquecimento Global e Sustentabilidade

2012 A Floresta: — A Floresta em sua grandeza, riqueza e mistério. — A Floresta: o Equilíbrio entre o Ter e o Usar.

2013 Água: A importância da água como fator de conservação, sustentação e renovação da vida

2014 O Grande Enigma

2015 Unidade Substancial do Universo

Objetivo Geral :

Reconhecer a paternidade de Deus, a fraternidade humana e a

solidariedade universal entre os seres, e como esta relação influencia o

ambiente em que vivemos.

Objetivos Específicos:

− refletir sobre a comunhão universal dos seres: animados e inanimados, encarnados e desencarnados;

− desenvolver valores pessoais com consciência coletiva;

− identificar a solidariedade na Natureza e suas consequências;

− amar a Deus, amar a si mesmo, e amar ao próximo.

♥☼♥☻♥☼♥☻♥☼♥☻♥☼♥☻♥☼♥☻♥☼♥☻♥☼♥☻♥☼♥☻♥☼♥☻♥☼♥

Page 34: Apostila 7º Congresso de Estudos Espíritas

7o

Congresso de Estudos Espíritas

— O Meio Ambiente e Espiritismo —

34

Introdução

Diz Léon Denis: "Era uma tarde de inverno, uma tarde de passeio na costa azulada da Provence. O sol se punha no mar do Pacífico. Seus raios de ouro, deslizando sobre a vaga adormecida, iluminavam com tons ardentes o topo das rochas e dos promontórios; enquanto o delgado crescente lunar subia no céu sem nuvens". Com esta visão, ele, em seus pensamentos, nos escreveu esta obra (O Grande Enigma) que nos inspira todos os anos com temas tão atuais sobre Meio Ambiente, na visão espírita.

Em 2014 iniciamos o estudo deste livro, utilizando o capítulo I — O Grande Enigma, que falava sobre o Universo. Ele nos lança uma pergunta: "Há um objetivo, Há uma lei no Universo?". Ele nos faz repensar a nossa posição em relação ao Universo, na grandeza de Deus e em nossa responsabilidade com este planeta. Iniciamos o estudo no entendimento do Universo, sua constituição e nosso papel em sua conservação.

Em 2015 utilizamos o capítulo II — Unidade Substancial do Universo, onde foi estabelecido um elo entre a Substância Universal e o Fluido Cósmico Universal. Neste momento, surge a pergunta: De onde viemos? Para onde vamos? Por que caminhos seguiremos?

Em 2016 estudaremos o capítulo III — A Solidariedade como o caminho para o crescimento espiritual. Este tema nos orientou o estudo durante o ano de 2015 para que pudéssemos entender a solidariedade humana em relação à solidariedade ambiental.

Surge a pergunta: Qual a minha influência no planeta e qual a ligação entre todos para a melhoria do ambiente em que vivemos?

Com a resposta a esta pergunta, poderemos entender melhor o nosso papel no planeta e na obra de Deus.

Bom estudo a todos.

Solidariedade: qualidade de solidário. − Estado ou condição de duas ou mais pessoas que repartem entre si

igualmente as responsabilidades de uma ação, respondendo todas por uma e cada uma por todas.

− Mutualidade de interesses e deveres. − Laço ou ligação mútua entre duas ou muitas coisas dependentes umas das

outras. − Condição grupal resultante da comunhão de atitudes e sentimentos.

http://michaelis.uol.com.br/

♥☼♥☻♥☼♥☻♥☼♥☻♥☼♥☻♥☼♥☻♥☼♥☻♥☼♥☻♥☼♥☻♥☼♥☻♥☼♥☻♥☼♥

Page 35: Apostila 7º Congresso de Estudos Espíritas

7o

Congresso de Estudos Espíritas

— O Meio Ambiente e Espiritismo —

35

Refletir sobre a comunhão universal dos seres:

animados e inanimados, encarnados e desencarnados

“Deus é o espírito de sabedoria, de amor e de vida, o poder infinito que governa o mundo.”

Léon Denis

Antonio de Aquino, nos fala: “Cada vez que nos reportemos a Deus, pense-mos..., na grandiosidade da própria Natureza, das estrelas, das constelações, no Universo.”

“Deus criou a Terra à maneira de um paraíso repleto de fontes e de flores, para as criaturas em evolução.”

Emmanuel

“Deus é a inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas.”

O Livro dos Espíritos, q.1.

Do ponto de vista espiritual (Natureza)

Do ponto de vista científico (Natureza)

Natureza é a manifestação de Deus

Refere-se a fenômenos do mundo físico e a vida em geral.

“O homem é finito, mas tem a intuição do infinito.”

Léon Denis

Page 36: Apostila 7º Congresso de Estudos Espíritas

7o

Congresso de Estudos Espíritas

— O Meio Ambiente e Espiritismo —

36

Do ponto de vista espiritual

(Espécie Humana)

Do ponto de vista biológico

(Espécie Humana)

O homem é, sobre a Terra, a mais alta expressão dessa

Natureza (…)

A espécie humana é só mais uma. Nem a mais forte, nem a mais complexa. Apenas por uma combinação de acasos e mudanças evolutivas

chegou onde está.

“Todos os seres estão ligados uns aos outros e se influenciam reciproca-mente. O Universo inteiro está submetido à lei da Solidariedade.”

“Todos os espíritos em marcha são ajudados pelos seus irmãos mais adiantados e devem auxiliar, por sua vez, àqueles que estão colocados abaixo deles.”

Léon Denis

Relembrando nosso estudo em 2012: — Vemos desde os organismos mais simples como bactérias, protozoários, fungos, até os mais complexos, vegetais, animais e nós.

“Para se ter uma ideia da grandiosidade da biodiversidade no mundo, basta saber que o homem compartilha o planeta com cerca de 10 a 100 milhões de espécies vivas distintas, entre plantas, animais e bac-térias, das quais apenas uma parte foi identificada e classificada pelos cientistas, sendo a maior parcela desconhecida da Ciência.”

Revista Com Ciência Ambiental – Ano 5, 2010, no 32.

“A Natureza é sempre o livro divino, onde as mãos de Deus escrevem a história de sua sabedoria, livro da vida constitui a escola de progresso espiritual do homem(...)”

Quetão 41 – O Consolador. 26 ed.– Emmanuel — Psicografia Francisco Xavier.

“O Progresso é uma das leis da Natureza; todos os seres da Criação, animados e inanimados, a ela estão submetidos pela bondade de Deus, que deseja que tudo se engrandeça e prospere.”

O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. III, item 19.

Se pensarmos em sucessão ecológica, onde ocorrem alterações, mudanças, ajustes num ecossistema.

Ecossistema, segundo Odum, os organismos e os seres inertes (abióticos) estão inseparavelmente ligados e interagem entre si.

Page 37: Apostila 7º Congresso de Estudos Espíritas

7o

Congresso de Estudos Espíritas

— O Meio Ambiente e Espiritismo —

37

E nós contribuímos ou não para estes progressos? Q uais as alterações e mudanças? São sustentáveis?

Relembrando 2012: Somos nós responsáveis pelo progresso geral, nosso e de tudo e todos à nossa volta, lembremos:

“O homem se desenvolve por si mesmo, naturalmente; nem todos, porém, progridem ao mesmo tempo e da mesma maneira; é, então, que os mais adiantados auxiliam o progresso dos outros, através do contato social”.

O Livro dos Espíritos, q.779.

♥☼♥☻♥☼♥☻♥☼♥☻♥☼♥☻♥☼♥☻♥☼♥☻♥☼♥☻♥☼♥☻♥☼♥☻♥☼♥☻♥☼♥

Desenvolver valores pessoais com consciência coleti va

“Saídas de Deus, todas as almas são irmãs; todos os filhos da raça humana estão unidos através de laços estreitos de fraternidade e solidariedade. Assim, os pro-gressos de um de nós são sentidos por todos, assim como o rebaixamento de um único afeta o conjunto.”

“A solidariedade que os une pode bem restringir um pouco a liberdade de cada um deles, mas se essa liberdade é limitada em extensão, ela não o é em intensidade.”

Léon Denis

Exemplos motivadores:

Débora Seabra: Onde seus pais, incentivaram aos estudos e seu de-senvolvimento. Ela trabalha como Auxiliar de desenvolvimento infantil, e já escreveu um livro de histórias infantis: “Débora conta história”. E recebeu um convite para fazer uma palestra na ONU, do Dia Internacional da Síndrome de Down.

Video: https://www.youtube.com/watch?v=mgDoIYf_2HA

Page 38: Apostila 7º Congresso de Estudos Espíritas

7o

Congresso de Estudos Espíritas

— O Meio Ambiente e Espiritismo —

38

Oscar Gardiano: Médico pediatra, ao ver a tragédia em Mariana (MG). Saiu de Ipiguá (SP) e foi de carro, ajudar às vítimas na cidade mineira. Palavras dele na reportagem: "— Temos de fazer escolhas na vida, fiz a escolha que para mim foi a mais consciente”.

“O dever é a obrigação moral, diante de si mesmo em primeiro lugar, e, de-pois, dos outros.”

O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XVII, item 7.

“O homem tem o livre-arbítrio de seus atos? Visto que tem a liberdade de pensar, tem a de agir. Sem o livre-arbítrio, o homem seria uma máquina.”

O Livro dos Espíritos, q. 843.

“Caridade, palavra sublime que resume todas as virtudes, és tu que deves conduzir os povos à felicidade; ao te praticarem, eles criarão infinitas alegrias para o seu próprio futuro, e, durante o exílio desses povos na Terra, serás para eles a consolação, a antecipação das alegrias que gozarão mais tarde, quando todos jun-tos se abraçarem no seio do Deus de Amor.”

O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap.XIII, item 11.

“O homem de bem é humano, é bom e benevolente para todo mundo, sem distinção de raças* nem de crenças, porque vê irmãos em todos os homens.”

O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XVII, item 3.

“Na lenta ascensão que conduz o ser para Deus, o que buscamos antes de tudo, é a felicidade, a ventura.”

“Em todos os tempos, o pensamento elevado irradiou no cérebro humano.”

“A alma humana não pode, realmente, progredir senão na vida coletiva, traba-lhando em proveito de todos.”

Léon Denis Relembrando 2013:

Declaração Universal dos Direitos da Água — 22 de março de 1992 — Ditado pela ONU

“A água faz parte do patrimônio do planeta. Cada co ntinente, cada povo, cada nação, cada região, cada cidade, cada cidadão, é pl enamente responsável aos

olhos de todos.” “O dever é a lei da vida; (...)”

O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XVII, item 7.

“Onde está escrita a Lei da Deus? “Na consciência.” O Livro dos Espíritos, q. 621.

♥☼♥☻♥☼♥☻♥☼♥☻♥☼♥☻♥☼♥☻♥☼♥☻♥☼♥☻♥☼♥☻♥☼♥☻♥☼♥☻♥☼♥

Page 39: Apostila 7º Congresso de Estudos Espíritas

7o

Congresso de Estudos Espíritas

— O Meio Ambiente e Espiritismo —

39

Identificar a Solidariedade na Natureza e suas cons equências

“A alma pura comunga com a Natureza inteira(...) tudo lhe fala uma linguagem harmoniosa.”

Léon Denis

“Torna-se o teatro da vida e da comunhão universais, comunhão dos seres uns com os outros e de todos os seres com Deus, seu Pai.”

Léon Denis

Usando exemplo da Floresta: Podemos concluir que a Floresta é um impor-tante habitat (ou casa) de muitas espécies. Onde cada ser que a habita encontra as condições adequadas para viver. (Apostila 2012.)

“Segundo dados do Pnuma, Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, as florestas representam 31% da cobertura terrestre do planeta, servindo de abrigo para 300 milhões de pessoas de todo o mun do e, ainda, garantindo, de forma direta, a sobrevivência de 1,6 bilhões de seres humanos e 80% da biodiversidade terrestre . Em pé, as florestas são capazes de movimentar cerca de $327 bilhões todos os anos, mas infelizmente as atividades que se baseiam na derrubada das matas ainda são bastante comuns em todo o mundo.”

http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/ambiente/2011

A Floresta é solidária?

Quantos animais adotam outros: Cachorras que adotam gatos, porcos, e outros. Quantos agem com cuidados mesmo não sendo de sua espécie, porém cuida e protege.

Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=tt3AfUoD0XM

Page 40: Apostila 7º Congresso de Estudos Espíritas

7o

Congresso de Estudos Espíritas

— O Meio Ambiente e Espiritismo —

40

“O instinto de conservação é uma lei da Natureza? Resposta: Sem dúvida; é

dado a todos os seres vivos, qualquer que seja o grau de sua inteligência; em uns, ele é puramente maquinal, em outros, ele é raciocinado.”

O Livro dos Espíritos, q. 702.

O Planeta Terra é Solidário?

Somos Solidários?

Relembrando 2011:

“(...) não há mágica no processo evolutivo: nós somos os construtores do mundo de regeneração, se não corrigirmos o rumo na direção de uma sociedade sustentável, prorrogaremos situações de desconforto já amplamente diagnostica-das.

(Trigueiro, André. Espiritismo e Ecologia. Rio de Janeiro, FEB, 2009.)

“Nas almas evoluídas, o sentimento da solidariedade torna-se bastante inten-so para se transformar em comunhão perpétua com todos os seres e com Deus.”

“Não há distância para as almas que se simpatizam.” Léon Denis

♥☼♥☻♥☼♥☻♥☼♥☻♥☼♥☻♥☼♥☻♥☼♥☻♥☼♥☻♥☼♥☻♥☼♥☻♥☼♥☻♥☼♥

Amar a Deus, amar a si mesmo, e amar ao próximo.

Page 41: Apostila 7º Congresso de Estudos Espíritas

7o

Congresso de Estudos Espíritas

— O Meio Ambiente e Espiritismo —

41

“Da paternidade de Deus decorre a fraternidade humana.”

Léon Denis

“Amar, no sentido mais profundo da palavra, é ser leal, honesto, consciencio-so, para fazer aos outros o que se deseja para si mesmo.”

O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XI, item 10.

“O verdadeiro homem de bem é aquele que pratica a lei de Justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza. Se ele interroga sua consciência sobre seus próprios atos, pergunta se não violou essa lei, se não praticou o mal, se fez todo o bem que podia, se desperdiçou voluntariamente uma ocasião de ser útil, se ninguém tem do que se queixar dele, pergunta, enfim, se fez aos outros tudo o que desejava que os outros fizessem por ele.”

O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XVII, item 3. Video: https://www.youtube.com/watch?v=uH7UVdLzxpI

"O Amor é a única força capaz de transformar um ini migo num amigo." Martin Luther King

“É assim que a máxima: “Amai os vossos inimigos” não está destinada unicamente à Terra e à vida atual, ela está inserida na grande lei da Solidariedade e fraternidade universais.”

O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XII, item 6.

“(...) não há mágica no processo evolutivo: nós somos os construtores do mundo de regeneração, se não corrigirmos o rumo na direção de uma socieda-de sustentável, prorrogaremos situações de desconforto já amplamente diag-nosticadas.”

(Trigueiro, André. Espiritismo e Ecologia. Rio de Janeiro, FEB, 2009.)

SAWABONA , é um cumprimento usado na África do Sul e quer dizer: "Eu te respeito, eu te valorizo. Você é importante pra mim".

Em resposta, as pessoas dizem SHIKOBA , que é: "Então, eu existo pra você".

“A obra que a cada um de nós cabe realizar resume-se em três palavras: saber, crer, querer; quer dizer: saber que temos em nós recursos incalculáveis; crer na eficácia de nossa ação sobre os dois mundos, o da matéria e o do espírito; querer o bem dirigindo nossos pensamentos para o que é belo e grande, confor-mando nossas ações às leis eternas do trabalho, da justiça e do amor.”

Léon Denis

“Trabalhar com um sentimento elevado, perseguindo um objetivo útil e genero-so, ainda é orar. O trabalho é a prece ativa desses milhões de homens que lutam e penam na Terra, em proveito da Humanidade.”

Page 42: Apostila 7º Congresso de Estudos Espíritas

7o

Congresso de Estudos Espíritas

— O Meio Ambiente e Espiritismo —

42

“A vida do homem de bem é uma prece contínua, uma comunhão perpétua com seus semelhantes e com Deus.”

Léon Denis

“ Deus responde à prece à sua própria maneira.” Mahatma Gandhi

“A prece é uma invocação, mediante a qual o homem entra, pelo pensamento, em comunicação com o ser a quem se dirige.”

O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XXVII, item 9.

“A prece é a expressão mais elevada dessa comunhão das almas.” Léon Denis

“De pé sobre a Terra, meu sustentáculo, minha nutriz e minha mãe, elevo o meu olhar para o Infinito, sinto-me envolvido na imensa comunhão da vida; os eflúvios da Alma Universal penetram em mim e fazem vibrar meu pensamento e meu coração; forças poderosas me sustentam, avivam em mim a existência. Por toda a parte onde minha vista se estende, por toda a parte onde minha inteligência alcança, vejo, distingo, contemplo a grande harmonia que rege os seres e, através de caminhos diversos, guia-os para um objetivo único e sublime. Por toda a parte, vejo irradiar a Bondade, o Amor, a Justiça!”

“Ó meu Deus! Ó meu Pai! fonte de toda a sabedoria e de todo o amor, espírito supremo cujo nome é Luz, ofereço-te minhas louvações e minhas aspirações!...”

Léon Denis

♥☼♥☻♥☼♥☻♥☼♥☻♥☼♥☻♥☼♥☻♥☼♥☻♥☼♥☻♥☼♥☻♥☼♥☻♥☼♥☻♥☼♥

Conclusões

“Vemos em Deus a essência virtual que sustenta o mundo em cada uma de suas partes microscópicas, daí resultando ser o mundo como que por Ele banhado, embebido em todas as suas partes, e que Deus está presente na composição mesma de cada corpo.”

Camille Flammarion

“Natureza — Todos os seres, inorgânicos, orgânicos e espirituais, que constituem o Universo, mantidos sob o domínio e ordem da força ativa de uma ideia central, vinda da “Inteligência Suprema e causa primária de todas as coisas — Deus.”

Palhando Jr., Dicionário de Filosofia Espírita.

“Ser Solidário implica, em primeiro lugar, o respeito à dignidade individual.” Hammed

Page 43: Apostila 7º Congresso de Estudos Espíritas

7o

Congresso de Estudos Espíritas

— O Meio Ambiente e Espiritismo —

43

“Todos os seres estão ligados uns aos outros e se influenciam recipro-camente. O Universo inteiro está submetido à lei de Solidariedade.”

Em prece

“Que tua luz suave e, com ela, os sentimentos de concórdia e de paz se espalhem sobre todos os seres!”

Léon Denis

Referências Bibliográficas

Denis, Léon. O Grande Enigma, Ed. CELD, 1a Edição/2003. Hammed (Espírito), Neto, F. do E. S. - Estamos Prontos, Ed. Boa Nova, 2012. Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, Ed. CELD, 1a Edição/2008. Kardec, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo, Ed. CELD, 1a Edição/2008. Novelino, Corina. Eurípedes — O Homem e a Missão, Ed. IDE, 18a Edição/2007. Palhando, L. Jr. Dicionário de Filosofia Espírita, Ed. CELD, 4a Edição/2011 Trigueiro, André. Espiritismo e Ecologia, Ed. FEB, 1a Edição/2009. Vasconcellos, Azuil. História do Espiritismo, Resumidamente. Ed. CELD. 1a Edição/2009.

http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portugues-portugues&palavra=solidariedade

https://i.ytimg.com/vi/T0tcjljYsj8/maxresdefault.jpg

http://4.bp.blogspot.com/-VYUryFowzNg/Uf_A4D7kK3I/AAAAAAABZfc/x3VHD2RV_9M/s640/roda.jpg

https://terragaia.files.wordpress.com/2011/01/terra-da-biodiversidade.jpg

http://www.modaeafins.com.br/wp-content/uploads/2014/10/Photo-175.jpeg

http://ajudaroproximo.com.br/wp-content/uploads/2014/11/solidariedade.jpg

http://www1.informativo.com.br/blogs/ambiente/wp-content/uploads/2012/11/arvores.jpg

http://tvbrasil.ebc.com.br/programaespecial/episodio/a-trajetoria-da-professora-debora-seabra

http://g1.globo.com/sao-paulo/sao-jose-do-rio-preto-aracatuba/noticia/2015/11/pediatra-de-ipigua-viaja-800-km-de-carro-para-ajudar-vitimas-em-mariana.html http://ambientalsustentavel.org/wp-content/uploads/2012/01/Multir%C3%A3o-em-Copacabana.jpg

Page 44: Apostila 7º Congresso de Estudos Espíritas

CENTRO ESPÍRITA LÉON DENIS

7o Congresso de Estudos Espíritas

Espiritismo e a Tecnologia

Patrono: Cairbar Schutel

TEMA CENTRAL :

Provas da Imortalidade da Alma pela

Experiência

Page 45: Apostila 7º Congresso de Estudos Espíritas

7O

CONGRESSO DE ESTUDOS ESPÍRITAS

— Espiritismo e a Tecnologia —

45

Objetivos Gerais 1) Divulgar e aprofundar o estudo da Doutrina Espírita no seu aspecto

científico, analisando os fundamentos contidos nas obras básicas do Espiritismo à luz do conhecimento científico e tecnológico atual, adequando a linguagem científica à forma popular para torná-la acessível a todos os participantes do estudo.

2) Formar grupos de estudo sobre o tema “aspectos científicos e tecnológicos do Espiritismo” e promover o relacionamento fraternal entre os integrantes dos gru-pos de estudo.

3) Estudar os artigos e as obras de personalidades notáveis (e obras comple-mentares do Espiritismo) que contribuíram para o desenvolvimento da ciência espí-rita.

Objetivos Específicos 1) Estudar fatos bíblicos e históricos que sugerem a ação de espíritos comuni-

cantes — provas da imortalidade. 2) Estudar os relatos de experiências realizadas por notáveis cientistas, sob

alto grau de controle, que sugerem a ação de espíritos comunicantes — provas da imortalidade.

3) Estudar fenômenos mediúnicos, como mesas girantes, escrita direta, trans-porte e materializações que sugerem a ação direta de espíritos comunicantes — provas da imortalidade.

4) Estudar a teoria dos incrédulos sobre os fatos, relatos e conclusões acerca da imortalidade dos espíritos.

5) Estudar as objeções. Biografia do Patrono Cairbar de Souza Schutel foi um importante vulto do Espiritismo brasileiro.

Encarnado em 22 de setembro de 1868 na cidade do Rio de Janeiro, filho do negociante Anthero de Souza Schutel e de Rita Tavares Schutel, e desencarnado na cidade de Matão, estado de São Paulo, no dia 30 de janeiro de 1938, tornou-se incansável propagador da Doutrina Espírita, conseguindo realizar uma obra das mais admiráveis, revelando uma operosidade sem par e uma fé inquebrantável nos ideais reencarnacionistas.

Órfão de pai e de mãe antes dos 10 anos, Cairbar estudou até o segundo ano. Não desejando continuar os estudos, abandonou a casa do avô, e se tornou inde-pendente, trabalhando como prático de farmácia, de de manhã até tarde da noite.

Aos 17 anos, Cairbar Schutel abandonou o Rio de Janeiro e rumou para o estado de São Paulo. Localizou-se primeiramente na cidade de Piracicaba, onde dirigiu a Farmácia Neves, e posteriormente em Araraquara e Matão.

Naquela época a cidade de Matão era um lugarejo de roça, com mataria grossa a enfeitá-la com algumas poucas casas. Lutando para que a cidade se emancipasse do município de Araraquara, Cairbar Schutel contribuiu de modo deci-sivo para que Matão subisse à categoria de município, tendo sido o primeiro presi-dente de sua Câmara Municipal (1889).

Page 46: Apostila 7º Congresso de Estudos Espíritas

7O

CONGRESSO DE ESTUDOS ESPÍRITAS

— Espiritismo e a Tecnologia —

46

Havia em Matão um amigo seu de nome Manuel Pereira do Prado, mais conhecido por Manuel Calixto, cujo pai era o espírita da localidade. Cairbar fez questão de assistir a um trabalho mediúnico, no qual Calixto recebeu uma men-sagem de elevado cunho espiritual que muito agradou ao futuro missionário.

Tempos depois, surgiram nele diversas mediunidades, sobressaindo a da psicografia, por meio da qual o pai se manifestou, provando a sua sobrevivência. Foi então que Cairbar resolveu aprofundar-se no conhecimento doutrinário, estudando as obras básicas de Allan Kardec e todas as outras publicadas em português.

Convertido ao Espiritismo, Cairbar Schutel fundou, no dia 15 de julho de 1905, o Centro Espírita Amantes da Pobreza, o primeiro em toda aquela zona paulista. Não satisfeito com isso, fundou em 15 de agosto de 1905 o jornal O Clarim, e, no dia 15 de fevereiro de 1925, de colaboração com o grande idealista Luís Carlos de Oliveira Borges, que lhe franqueou os meios materiais, lançava a Revista Interna-cional do Espiritismo. Esses órgãos circulam até hoje, representando exemplo vivo de luta e de persistência.

Sempre feliz no seu receituário, transformou-se em autêntico Médico dos Pobres e Pai da Pobreza de Matão, pois receitava e dava gratuitamente os remé-dios. Sua residência tornou-se numa espécie de Casa dos Pobres.

Casou-se, em Itápolis, com D. Maria Elvira da Silva (Mariquinhas). Dessa união não houve filhos, tendo a consorte precedido o velho Schutel na vida de além-túmulo.

Cairbar Schutel é conhecido nos meios espíritas como o Apóstolo de Matão, e o Espiritismo teve nele zeloso e esforçado propagador e um dos mais ardentes idealistas.

1. Introdução Essa apostila tem por finalidade a reflexão sobre a terceira parte do livro O

Espiritismo perante a Ciência, de Gabriel Delanne. Seu pensamento e visão de como provar que a alma sobrevive à morte biológica do corpo físico.

Em todas as partes do globo e por todos os tempos ouvem-se relatos de fantasmas. Em tempos afastados ou agora, em culturas distintas, afastadas e sem contato uma com as outras, ou mesmo dentro de um mesmo povo, esses relatos são muito similares em suas principais características. Será isso uma invenção coletiva? Mas como provar que os fatos narrados são verdadeiros?

Gabriel Delanne descreve na terceira parte da sua obra1 diversas experiências realizadas por pesquisadores sérios e eminentes cientistas, sob condições de gran-de controle — para se evitar fraudes, com testemunhas dos fatos para aumentar a vigilância, credibilidade e o controle da realização dos experimentos.

Após narrar as experiências com o testemunho dos fatos, Gabriel Delanne colhe a teoria dos incrédulos, analisa os experimentos e esboça a teoria espírita sobre os mesmos; além disso, ele registra as objeções dos materialistas ao ponto de vista espírita. Analisando todas essas considerações — teoria, réplica e tréplica — é fácil chegar-se à conclusão da imortalidade da alma de forma incontestável, sob a ótica da razão, mostrando-se que a sobrevivência da alma à morte pode ser provada empregando-se o método científico.

Page 47: Apostila 7º Congresso de Estudos Espíritas

7O

CONGRESSO DE ESTUDOS ESPÍRITAS

— Espiritismo e a Tecnologia —

47

2. Provas da Imortalidade da Alma pela Experiência À pergunta — existe a alma? — a Ciência responde talvez, o Espiritismo diz

certamente. São tantas as evidências que nos deixa até constrangidos em conside-rar outra alternativa. Agora perguntamos — a alma sobrevive à morte biológica do corpo físico?

a. Fatos Históricos

A busca de provas relacionadas à imortalidade da alma é um assunto recente na história humana como pesquisa científica, mas há relatos e diversos registros em livros religiosos há milhares de anos. Como pesquisa científica, surge com o ad-vento do método científico. Antes disso a proposição "a alma sobrevive à morte" era alvo da pura crença, objeto de uma aceitação prévia do que deveria ser verdade.

As primeiras tentativas de provar a imortalidade da alma baseavam-se no argumento seguinte: (1) A alma é imaterial, não pode ser decomposta e é indes-trutível; (2) A morte é destruição ou decomposição de uma substância; logo (3) a alma sobrevive à morte, é imortal.

A busca de experiências que pudessem demonstrar este argumento marca o início das provas científicas da imortalidade da alma. Principalmente as aparições de pessoas mortas eram tomadas como provas da imortalidade da alma. A Bíblia e outros livros sagrados estão repletos de relatos dessas aparições.

b. Experiências do Século 19

O advento do positivismo, o esforço de apresentar provas através de expe-riências positivas (seguras ou definitivas), fez surgir igualmente a ansiedade de provas positivas para a imortalidade da alma. No século 19, destacam-se os trabalhos de Hipollyte Léon Denizard Rivail (Allan Kardec), Gabriel Delanne, William Crookes, Albert de Rochas, Cesare Lombroso, entre outros nomes famosos de pesquisadores.

Ocorre que as experiências pretendiam demonstrar, pela qualidade dos fenô-menos observados, que o fato das manifestações da alma após a morte era por si prova da imortalidade, mas o faziam — em sua grande maioria — sem o conjunto de argumentos que sustentasse as experiências e com metodologias baseadas na observação pessoal do experimentador. A grande dificuldade da aceitação científica das provas produzidas é relativa à dificuldade de reproduzir-se, controladamente, as experiências.

Uma notável exceção neste cenário é o trabalho de Allan Kardec, o qual desenvolveu um conjunto de elementos teóricos sobre os quais as experiências se baseavam. Neste sentido, O Livro dos Médiuns continua sendo um guia efetivo de experimentação dos fenômenos de manifestações da alma após a morte. Kardec dividiu os fenômenos em duas categorias: (a) efeitos físicos e (b) efeitos inteli-gentes. E concentrou-se nos últimos por argumentar que as manifestações inteli-gentes são as melhores evidências da sobrevivência da alma.

c. Experiências do Século 20

O século 20 marcou-se por experimentações em torno das materializações da alma após a morte, a análise da produção literária dos espíritos após a sua morte — nos fenômenos de psicografia; os estudos sobre as evidências da reencarnação,

Page 48: Apostila 7º Congresso de Estudos Espíritas

7O

CONGRESSO DE ESTUDOS ESPÍRITAS

— Espiritismo e a Tecnologia —

48

mostrando que se a reencarnação é um fato, então a imortalidade da alma também o é. Estudos sobre as experiências de quase morte também foram desenvolvidos com o propósito de compreender-se o que ocorre com o ser depois da morte.

O interesse da pesquisa sobre a imortalidade da alma ainda mantém o inte-resse de alguns pesquisadores. As evidências modernas de que a matéria não é mais um composto de substâncias concretas, mas uma transformação da energia fez uma profunda mudança no conceito do materialismo. A alma deixa de ser um efeito mecânico do funcionamento do corpo e isto abriu espaço para novas noções e novas investigações.

d. Experiências nos Tempos Atuais

O advento da neurociência, de equipamentos sofisticados que permitem a observação do cérebro vivo em funcionamento abriram novos horizontes para res-ponder à pergunta "O que é a alma?"

Antes que se possa provar a imortalidade da alma é preciso definir o que seja a alma. E esta é a principal linha de investigação da Ciência no século 21. Cientistas de 135 instituições — na maioria, europeias — estão participando do Human Brain Project (Projeto Cérebro Humano, ou HBP). O Objetivo é recriar o cérebro humano através do uso de tecnologias digitais. A pretensão é explicar todo o funcionamento do cérebro humano e decifrar o enigma da alma. Até lá, o problema da imortalidade ficou adiado, ao menos no interesse do movimento científico moderno.

3. As Teorias dos Incrédulos e o Testemunho dos Fat os Ao testemunharem os fatos decorrentes de fenômenos espíritas, os incrédulos

atribuíram-lhes as mais diversas, confusas, complexas e fantasiosas explicações, que nos surpreende ter vindo de fontes tão elevadas nos conceitos da Academia.

e. Mesas Girantes e o Movimento de Corpos Pesados c om Contato

Das mesas girantes, e do Espiritismo a reboque, os incrédulos teceram as mais indignas teorias. Entre os mais severos, encontra-se Bersot1, que das mesas girantes e do Espiritismo disse que se explicam por causas muito naturais: ilusão, trapaçaria, credulidade. “Como se não fosse bastante a fraqueza da razão, opu-seram-lhe o coração humano, e aqui nos dividimos entre a indignação contra os que zombam desses sagrados sentimentos e a simpatia pelos que assim se deixam enganar.” Segundo os incrédulos, o fenômeno das mesas girantes pode ser repro-duzido facilmente por um mágico habilidoso e se torna tão extraordinário pela credu-lidade dos observadores com fraqueza de razão.

Outra teoria para o mesmo fenômeno é que os deslocamentos da mesa são produzidos por movimentos nascentes e inconscientes, isto é, que, involuntaria-mente, as pessoas reunidas em torno da mesa lhe comunicariam, de maneira auto-mática, certos movimentos.

Esse fenômeno pode representar também os abalos num quarto e no seu mobiliário até a ascensão de um corpo pesado, quando a mão está em cima. Nesses casos os incrédulos afirmam que quando se toca um objeto em repouso ou movimento, é possível puxá-lo, impeli-lo, ou levantá-lo com um toque de mão habili-doso ou utilizando-se de substâncias e ferramentas ocultas.

Page 49: Apostila 7º Congresso de Estudos Espíritas

7O

CONGRESSO DE ESTUDOS ESPÍRITAS

— Espiritismo e a Tecnologia —

49

f. Fenômenos de Percussão e outros Sons O nome popular de pancadas dá uma ideia muito falsa desse gênero de

fenômenos. Por diferentes vezes, o que se ouve são sons delicados como o toque numa folha ou intensos como os de uma máquina de indução. Entre os incrédulos que expuseram suas teorias acha-se Thury, professor da Academia de Genebra, e Gasparin, que publicaram obras cheias de observações curiosas. Segundo eles, os fatos e ruídos verificados são devidos à influência de uma força que ele chama ectênica ou psíquica (telecinésia), exercida a distância, e que pode produzir, sob a influência da vontade, ruídos e deslocamentos de objetos, e, por consequência, manifestar inteligência. Podem dizer que, quando se deseja vivamente alguma coi-sa, projeta-se uma espécie de descarga nervosa que produz os ruídos desejados. Seria como um pequeno papel atraído por uma barra com eletricidade estática. Além disso, qualquer outra explicação violaria todas as leis naturais conhecidas.

A força psíquica aumenta quando mais de uma pessoa pensa a mesma coisa com vontade. O pensamento de um operador do fenômeno pode se propagar aos demais por telepatia e isso faria todos pensarem a mesma coisa, ter o mesmo objetivo, e essa união de pensamentos proporcionaria mais força e pujança ao fenô-meno.

g. Escrita Direta

A primeira teoria sobre o fenômeno é que se constitui numa fraude grosseira, pois as sessões são realizadas com pouca iluminação e as mensagens recebidas por esse processo são, na maior parte, insípidas. Além disso, o papel onde tais escritas aparecem pode ter sido substituído por outro em que a escrita foi posta de forma fraudulenta e escondido de forma a escamotear o fato.

Fenômenos como a psicografia são então embuste maior ainda, onde uma pessoa dita médium escreve num papel mensagens de caráter geral e afirma ser a de um morto. Nada pode provar realmente que o são, pois pode ser a lembrança consciente ou inconsciente de fatos que o médium teve conhecimento pela obser-vação direta ou lhe disseram (ou lhe foi informado por via telepática pelos pre-sentes).

4. As Objeções Ao tomar conhecimento das explicações exaradas pela Doutrina Espírita aos

fenômenos que eram tidos por muitos como sobrenaturais, os incrédulos trataram de objetar essas explicações com argumentos extraordinários; não concebiam a boa-fé nos seus adversários e declaravam que os fenômenos espiritistas são todos devidos à mistificação ou à prestidigitação.

“Se o Espiritismo é uma falsidade, ele cairá por si mesmo; se, porém, é uma verdade, não há diatribe que possa fazer dele uma mentira.”3

h. Mesas Girantes ou Corpos Pesados com Contato

As mesas girantes ou inteligentes foi um dos primeiros fenômenos espíritas observados, desde os primórdios do Espiritismo em Hydesville — Estados Unidos. Os espíritos se valiam das mesas para se comunicarem e responder perguntas

Page 50: Apostila 7º Congresso de Estudos Espíritas

7O

CONGRESSO DE ESTUDOS ESPÍRITAS

— Espiritismo e a Tecnologia —

50

através de pancadas no móvel ou levantando um de seus pés, quando se pronuncia a letra que o espírito quer designar.

A existência do espírito comunicante é negada pelos céticos e a objeção é a da fraude, mesmo sem se provar como essa fraude ocorre. Ou seja, para os incrédulos somos um rebanho de iludidos conduzidos por falsários e ilusionistas. Os objetores consideram-se os únicos capazes de perceber esse embuste, sendo assim detentores do bom senso e perspicácia da qual os espíritas não seriam dotados. Para eles se trata de um truque de mágica de salão, e de fato algumas técnicas de prestidigitação eram capazes naquele tempo de reproduzir esses fenô-menos.

i. Transporte de Objetos sem Contato

Os espíritos sempre exerceram influência no mundo visível, por manifestações físicas e inspirações dadas aos homens.2 Os pensamentos soprados no cérebro do encarnado não deixam traços, mas, se os invisíveis querem mostrar sua presença de maneira ostensiva, servem-se de um médium, que lhes empresta o fluido neces-sário, e põem em movimento o primeiro objeto que se lhes depara, mesa ou cadei-ra, de maneira a assinalar sua presença, sem qualquer tipo de contato por parte das pessoas presentes ao fato, com o objeto movimentado.

Para os objetores isso não é possível, porque contraria as leis físicas conhe-cidas e os espíritos não respondem sempre quando os interrogam.

j. Fenômenos de Percussão e outros Sons

A produção de som também é uma das formas utilizadas pelos espíritos para se comunicarem em um ambiente. As pancadas podem se dar nas paredes, móveis ou serem produzidas por fontes não conhecidas, variar também em tipo e intensi-dade.

Para contestar essas explicações a Academia de Ciências admitiu, como explicação desses fenômenos espíritas, os movimentos do longo peroneal. Parece que esse músculo, vizinho ao tornozelo, tem a propriedade de estalar, o que fez com que Schiff pedisse a Jobert de Lamballe que comunicasse à Academia esse luminoso descobrimento. Os Drs. Velpeau e Cloquel aplaudiram imediatamente e confirmaram o fato. Ficou demonstrado pela ciência oficial que, quando as panca-das respondem a uma pergunta mental, não são os Espíritos que produzem esses ruídos, mas o longo peroneal que faz das suas.

k. Escrita Direta

O mais extraordinário entre os fenômenos espíritas é, indubitavelmente, o da escrita direta. Segundo Crookes,1 “a escrita direta é a expressão empregada para designar a escrita que não é produzida por nenhuma das pessoas presentes”. Obteve-se, muitas vezes, palavras e mensagens escritas em papéis marcados com brazões particulares e sob a mais rigorosa fiscalização. É verdade, a maioria das seções com esse tipo de fenômeno se realiza com pouca luz, mas o resultado não é menos satisfatório. Ora, para surgir a escrita, é necessário que alguém escreva, e como nenhum dos presentes o pode fazer, segue-se que são aqueles a quem se chama espíritos que o fazem.

Com esse fenômeno extraordinário, os objetores pintaram os adeptos do Espi-ritismo com tão absurdas cores, que muitas pessoas supõem tratar-se de doentes

Page 51: Apostila 7º Congresso de Estudos Espíritas

7O

CONGRESSO DE ESTUDOS ESPÍRITAS

— Espiritismo e a Tecnologia —

51

ou alucinados. Um amigo incrédulo de Crookes escreve que não são razoáveis as explicações dadas à escrita direta porque para a Academia eram necessárias muitas provas, que o fato se repita tantas vezes, que a impressão pareça tornar-se um hábito do espírito, um velho conhecimento, uma coisa conhecida há tanto tempo, que dele não se possa mais duvidar.

O problema é que os incrédulos não admitem ou desconhecem que o espírito comunicante é dotado de vontade própria e que nem sempre querem ou é possível a sua comunicação.

l. Psicografia

Segundo o capítulo XV, de O Livro dos Médiuns,4 a psicografia é a escrita manual dos espíritos pela mão do médium, é a mais simples, a mais cômoda, e sobretudo a mais completa. Na maioria das vezes o médium está consciente e es-creve segundo a comunicação mental entre o espírito e ele.

A objeção dos incrédulos é que a informação escrita pelo médium vem do seu inconsciente ou subconsciente, ou seja, é uma informação que ele possui, mesmo que não saiba disso. Outra hipótese bastante aventada é a da telepatia. Nela afirma-se que os médiuns captam, de maneira inconsciente, informações dos assistentes de uma reunião, de maneira que o que parece ser uma comunicação mediúnica seria na verdade uma transmissão entre a mente do médium e a dos participantes. Não devemos deixar de ressaltar que telepatia entre encarnados e alucinações existem e puderam ser confirmadas em várias situações.

m. Materialização e Vidência

A vidência é a visualização direta dos espíritos.4 Delanne diz que a vidência é uma das faculdades medianímicas menos sujeitas a suspeita inegavelmente, pois quando um médium descrevia fisicamente e com precisão de detalhes a aparência, as expressões, a fala e as ideias de um parente desencarnado de um consulente desconhecido, isso descarta completamente a hipótese de fraude ou de embuste.

Mas a objeção dos incrédulos é que o médium sofre alucinações e por isso eles apresentam o quadro de devaneios de uma mente febril ou desorientada, com informações desconexas e sem nenhum sentido real. Entre os opositores, encon-tram-se também jornalistas sempre negando os fenômenos sem oferecer provas e explicando o desarrazoamento dos pesquisadores espíritas por sua avançada ida-de. O estado de senectude desses pesquisadores espíritas favorece o crédito que atribuem a essas alucinações.

5. Conclusão Se os espíritas têm sido acusados, algumas vezes, de fantasistas, confesse-

mos que os sábios, em assembleia, são capazes de imaginar gracejos mais chis-tosos que todos os que pudéssemos inventar. Os observadores sérios, desejosos de saber o que há de verdade no Espiritismo, submeteram-se a todas as condições indispensáveis para o bom êxito da experiência. Longe de exigirem, desde a primei-ra sessão, provas convincentes, lenta, metodicamente é que se familiarizaram com todas as fases do fenômeno. Barkas esteve em expectativa 10 anos. Crookes 6, Oxon 8. Foi pelo estudo atento dos fatos, quando se habituaram às singularidades

Page 52: Apostila 7º Congresso de Estudos Espíritas

7O

CONGRESSO DE ESTUDOS ESPÍRITAS

— Espiritismo e a Tecnologia —

52

aparentes das manifestações, que procuraram as causas capazes de produzi-los; depois de reunirem grande quantidade de observações, em diferentes meios, fize-ram-lhes a síntese e concluíram finalmente pela existência e intervenção dos espí-ritos.

Nos fenômenos das mesas girantes, elas manifestavam sinais de inteligência, às vezes acima das inteligências dos participantes na experiência, e podia-se esta-belecer uma conversa com ela, entretanto ela não era indispensável, qualquer objeto podia servir a esse gênero de fenômeno. Onde o objeto se move e se eleva sem nenhum contato físico, quem então provocava os movimentos se não eram os presentes?

Quando são produzidos ruídos respondendo a perguntas que nenhum dos presentes conhece a resposta, não pode ser produzida pelos mesmos, e nem pelo músculo longo peroneal como alguns da academia afirmavam. Se os ruídos respon-dem a uma pergunta mental, se obtiver como Crookes o nome de uma palavra oculta pelo dedo, é porque ele não é somente um músculo estalador, senão ainda dotado de dupla vista!

Nos fenômenos de escrita direta não é possível sustentar a tese da força ectênica ou psíquica, porque a mão luminosa, que escreve diretamente, não tem necessidade de nenhum intermediário. Quando o escrito surge embaixo de ardósia, em caixas, armários ou quartos trancados e sob controle de acesso, em papel escrupulosamente marcado e colocado em posição especial donde não podia ser destacado, também fica difícil se alegar fraude, pois nenhum dos presentes teve acesso ao papel ou material escrevente durante a sessão, mesmo que a luz ambiente esteja fraca.

Nas psicografias, a tese de telepatia ou que a informação escrita é intrínseca do médium pode ser rebatida com firmeza nos casos constatados em que o assunto escrito está acima do conhecimento do médium e dos assistentes, quando vem por exemplo descrever assuntos técnicos, específicos, alheios a todos e sobre os quais não haveria nenhuma possibilidade de previamente conhecê-los. Não somente isso, quando traz no bojo da mensagem uma caligrafia alheia ao médium, que por vezes reproduz com exatidão a caligrafia e assinatura do ente desencarnado. Se por um lado pode-se conhecer e reconhecer a caligrafia de um desencarnado, não é o mesmo que ter a capacidade de reproduzi-la com exatidão e ainda menos de trans-mitir essa capacidade ao médium. Problema maior pode-se encarar quando se tenta explicar com os argumentos dos incrédulos a psicografia especular ou numa língua desconhecida pelo médium.

Por fim, o caso da vidência tido pelos objetores incrédulos como alucinação. A alucinação é um fato anormal, que se produz, quase sempre, em consequência de acidentes patológicos, ou nos momentos que precedem o sono ou a morte, en-quanto que nos médiuns videntes, a vista dos espíritos é permanente. Neste caso, não há dúvidas, porque se o médium descreve a figura, as vestes, os gestos habi-tuais de um ser que nunca viu, se reconhece que essa descrição é precisamente a da pessoa morta, em quem ninguém pensava, é preciso admitir que a visão é real, e ainda, que a personalidade descrita existe, de maneira positiva, diante dos olhos do médium.

Gabriel Delanne reuniu documentos notáveis, que provam que o homem é duplo e que, em certas circunstâncias (como a morte do corpo biológico), se pode produzir uma separação entre os dois princípios que o compõem. Um desses

Page 53: Apostila 7º Congresso de Estudos Espíritas

7O

CONGRESSO DE ESTUDOS ESPÍRITAS

— Espiritismo e a Tecnologia —

53

princípios, a alma, é imortal e não de sobrevivência temporária como alguns susten-tam, e para refutar isso, basta dizer que juntou milhares de comunicações que nos afirmam o contrário, mas não se limita a expor sua maneira de ver, sem dar-se ao incômodo de fornecer provas. Todo esse material reunido prova o progresso em relação ao materialismo puro.

O Espiritismo ensina, em primeiro lugar, a existência de Deus, motor inicial e único do Universo e em segundo lugar a existência da alma, isto é, do eu consciente, imortal e criado por Deus. Concebe-se que nossas ideias e o valor das nossas crenças nos coloquem muito acima dessas críticas indigentes, mas é preciso que o sol da justiça se erga sobre nós e permita aos pensadores apreciarem, em toda sua grandeza, esta nobre Doutrina.

Que nova luz traz o Espiritismo! “Os incrédulos sistemáticos, os zombadores obstinados, os adversários

interessados não devem ser o foco principal dos espíritas, procurem, primeiramente, fazer prosélitos entre os de boa vontade, entre os que desejam luz, nos quais um gérmen fecundo se encontra e cujo número é grande, sem perderem tempo com os que não querem ver, nem ouvir e tanto mais resistem, por orgulho, quanto maior for a importância que se pareça ligar à sua conversão. Mais vale abrir os olhos a cem cegos que desejam ver claro, do que a um só que se compraza na treva, porque, assim procedendo, em maior proporção se aumentará o número dos sustentadores da causa. Deixar tranquilos os outros não é dar mostra de indiferença, mas de boa política. Chegar-lhes-á a vez, quando estiverem dominados pela opinião geral e ouvirem a mesma coisa incessantemente repetida ao seu derredor. Aí, julgarão que aceitam voluntariamente, por impulso próprio, a ideia, e não por pressão de outrem.

Depois, há ideias que são como as sementes: não podem germinar fora da estação apropriada, nem em terreno que não tenha sido de antemão preparado, e melhor é se espere o tempo propício e se cultivem primeiro as que germinem, para não acontecer que abortem as outras, em virtude de um cultivo demasiado inten-so.”5 – Não vades ter com os gentios.

6. Referências 1 O Espiritismo Perante a Ciência, de Gabriel Delanne, Paris, E. Dentu, 1885. 2 O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, Paris 1857. 3 O que é o Espiritismo, de Allan Kardec, Paris 1859. 4 O Livro dos Médiuns, de Allan Kardec, Paris 1861. 5 O Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, Paris 1864.

Page 54: Apostila 7º Congresso de Estudos Espíritas

CENTRO ESPÍRITA LÉON DENIS

7o Congresso de Estudos Espíritas

Patrono do Grupo de Espiritismo e Psicologia

Dr. Henrique Roxo de Brito Belford, nasceu na Capital Federal, em 4 de julho de

1877 e desencarnou no dia 16 de fevereiro de 1969.

Formado pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, em 4 de janeiro de 1901, e

tendo se especializado em Psiquiatria e Diretor da Faculdade de Medicina do Rio de

Janeiro.

A terapêutica das doenças mentais, um terreno ainda pouco explorado na época, foi

o grande interesse do Dr. Henrique Roxo, tendo ele investigado, com os poucos

recursos disponíveis nesse período, os princípios ativos das plantas brasileiras.

Coordenação do Encontro: Margarida Nunes Monteiro, Ana Cristina Araújo, Carla S. O. Martins Organização de Conteúdo : Todos os participantes do Grupo de Estudo EEEP. Capa: Fonte desconhecida Diagramação e Finalização : Setor Editorial CELD

Page 55: Apostila 7º Congresso de Estudos Espíritas

7o Congresso de Estudos Espíritas — Espiritismo e Psicologia —

55

COMO O PERISPÍRITO PÔDE ADQUIRIR

PROPRIEDADES FUNCIONAIS

“Cada plano do Universo, cada círculo da vida, corr esponde a um número de vibrações, que se acentuam e tornam mais rápidas, m ais sutis, à medida que se aproximam da vida perfeita.”

Léon Denis

Page 56: Apostila 7º Congresso de Estudos Espíritas

7o

Congresso de Estudos Espíritas

— Espiritismo e Psicologia —

56

OBJETIVO GERAL: • Compreender o perispírito como um dos instrumentos de evolução do espírito. OBJETIVOS ESPECÍFICOS : • Compreender a necessidade da existência do perispírito. • Entender a função do perispírito como instrumento de progresso do espírito. • Identificar as consequências das nossas ações sobre o corpo perispiritual. • Refletir sobre a necessidade do esforço individual, promovendo o progresso da

humanidade.

Introdução

Caros irmãos, Sejamos todos bem-vindos a mais um momento de reflexões sobre a Doutrina

Espírita em nossa Casa. A temática do Grupo para esse ano nos revela a possibilidade de desdobrar o estudo do perispírito e suas reverberações no progresso do Espírito imortal. Como nos anos anteriores nos baseamos na obra Evolução Anímica de Gabriel Delanne, notadamente no capítulo três que se refere ao perispírito. Primeiramente o estudo será dirigido à compreensão do perispírito, sua importância, suas estruturas e funções. Na sequência o assunto se refere ao perispírito como um instrumento de soerguimento e alicerce ao desenvolvimento humano. Identificar que essa natureza irá de alguma forma indicar a importância do entendimento das consequências de nossas ações sobre o corpo perispiritual. Sim, nossas ações interferem no nosso corpo espiritual mais do que imaginamos. Daí a importância de pensar sobre como somos capazes de, através do esforço individual, fomentar o nosso progresso, contribuindo também com o progresso de toda a humanidade.

Assim queridos amigos, vamos rumo ao estudo e que essas ideias, sejam novas ou renovadas, possam nos auxiliar nas estratégias e escolhas no cotidiano de nossa existência.

Grupo de Psicologia e Espiritismo

Page 57: Apostila 7º Congresso de Estudos Espíritas

7o

Congresso de Estudos Espíritas

— Espiritismo e Psicologia —

57

Antes de adentrarmos sobre a importância do perispírito no processo de evolução do espírito, façamos primeiramente esse questionamento.

O que vem a ser o perispírito?

É o elo que une Espírito à matéria do corpo;

ele é haurido do meio ambiente, do fluido universal; participa, ao mesmo tempo, da eletricidade, do fluido magnético e, até certo ponto, da matéria inerte. (O Livro dos Espíritos, pergunta 257.)

Tema 1 - Compreender a necessidade da existência do perisp írito

A indestrutibilidade e a estabilidade constitucional do perispírito fazem dele conservador das formas orgânicas. Graças à sua mediação, compreendemos que os tecidos possam renovar-se, e que moléculas novas ocupam o lugar das antigas, conservando-se assim a forma física, tanto interna como externa, percebemos também, claramente, que uma modificação interna, como a que resulta, para células nervosas da comoção produzida pelas sensações, possa ser conservada e reproduzida, posto que a nova célula se modelará, baseando-se na modificação registrada pelo invólucro fluídico. O princípio vital, consumindo suas energias latentes é o motor do perispírito, e é ele que, durante a vida lhe proporciona a atividade. Admitindo-se este princípio, compreende-se a evolução dos seres: nascimento, crescimento, maturidade, decrepitude e morte.” (DELANNE, Gabriel, Evolução Anímica. )

O perispírito não se acha encerrado nos limites do corpo, como numa caixa. Pela sua natureza fluídica, ele é expansível, irradia para o exterior e forma, em torno do corpo, uma espécie de atmosfera que o pensamento e a força de vontade podem dilatar mais ou menos. (KARDEC, Allan. Obras Póstumas . Primeira parte: Manifes-tações dos Espíritos, item 11.)

Page 58: Apostila 7º Congresso de Estudos Espíritas

7o

Congresso de Estudos Espíritas

— Espiritismo e Psicologia —

58

“(...) É o princípio da vida orgânica, mas não o da vida intelectual: a vida

intelectual está no Espírito...” (Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos , questão 257.)

Qual a função do perispírito?

O perispírito é o intermediário de todas as sensações que o Espírito percebe, e pelo qual ele transmite sua vontade ao exterior e age sobre os órgãos. Para servir-nos de uma comparação material, é o fio elétrico condutor que serve para a recepção e para a transmissão do pensamento. (Obra citada , item 54. O Consolador.)

Tema 2 – Entender a função do perispírito como instrumento d e progresso do espírito

“No momento de encarnar, o perispírito une-se, molécula a molécula, à matéria do gérmen. Possui este uma força vital, cuja energia mais ou menos vigorosa, transformando-se em energia atual durante a existência, determina a longevidade do indivíduo (...). Esse gérmen está sujeito às leis da genética, isto é, a força vital sofre as ações modificadoras da herança dos pais, que lhe transmi-tem suas disposições orgânicas.

O gérmen recapitula, de modo rápido, no seu desenvolvimento, as várias fases da evolução pelas quais a raça passou. Da mesma forma que o psicossoma1 traz o registro de todos os estados do Espírito desde sua origem, assim também o gérmen material encerra as impressões de todas as etapas percorridas pelo psicossoma¹. “(...)

O perispírito retém todos os estados de consciência, de sensibilidade e de vontade; guarda todos os conhecimentos adquiridos pelo ser. É a sede da memória. “(...) É ele que armazena, registra, conserva todas as percepções, todas as volições e ideias da alma. E não somente incrusta na substância todos os estados anímicos deter-minados pelo mundo exterior, como se constitui a testemunha imutável, o detentor indefectível dos mais fugidios pensamentos, dos sonhos apenas

1 psicossoma = perispírito.

Page 59: Apostila 7º Congresso de Estudos Espíritas

7o

Congresso de Estudos Espíritas

— Espiritismo e Psicologia —

59

entrevistos e formulados. (...) Todo o nosso passado nele fica armazenado. As várias etapas de nosso desenvolvimento estão aí registradas.

É o conservador de nossa personalidade, dos elementos de nossa identificação. Ao longo de sua imensa trajetória, desde quando a alma iniciou suas peregrinações terrestres, sob as formas mais inferiores, vem o perispírito registrando todas as experiências vividas pelo ser inteligente, incorporando uma bagagem crescente.” (Evolução em Dois Mundos, André Luiz.)

Todas as nossas ações marcam o nosso perispírito?

Todas as ações que transgridem as Leis de Deus. Sendo que, o resgate no corpo físico acontecerá quando o espírito estiver consciente do seu ato trans-gressor, onde lhe será dada uma nova oportunidade de reencarnar e se quitar com a Lei, através das expiações e provas necessárias ao seu aprimoramento.

Tema 3 – Identificar as consequências das nossas aç ões sobre o corpo perispiritual

Lembremos o que o autor espiritual

André Luiz relata no livro Nosso Lar, quando é acusado de ter sido suicida por ter provocado em seu organismo desequilíbrios que culminaram com seu desencarne.

Sabemos que todo desequilíbrio provo-cado em nosso corpo devido à nossa conduta inadequada, seja ela mental (irritabilidade, cólera, tristeza) seja os maus hábitos (gula, drogas, cigarro, alcoolismo, etc.) provocará desarmonia em nosso perispírito, pois este funciona como uma espécie de esponja, absorvendo a lesão orgânica.

Portanto, as enfermidades provocadas ou agravadas pelo vício, permanecerão em nosso corpo espiritual, por longos períodos após a morte, requerendo tratamento no plano espiritual e muitas vezes só serão sanadas em outra encarnação, por um processo inverso, onde o perispírito lesado plasmará no novo corpo uma falha, uma fragilidade, vez que o perispírito é o molde do corpo físico.

A pessoa poderá apresentar no órgão correspondente uma enfermidade ou uma pré-disposição mórbida resultado de sua própria conduta passada.

Page 60: Apostila 7º Congresso de Estudos Espíritas

7o

Congresso de Estudos Espíritas

— Espiritismo e Psicologia —

60

“Quando encarnado, há uma ligação estreita do Espírito ao corpo físico, através do perispírito, razão por que, qualquer modificação doentia, nas células nervosas do cérebro, importa uma alteração das faculdades espirituais. Em condições normais, as sensações modificam a natureza das vibrações da força psíquica. Se essas modificações forem, pela sua intensidade e duração, de molde a ultrapassar um limite mínimo, as sensações serão registradas no perispírito de maneira consciente, isto é, haverá percepção, o Espírito toma conhecimento do que está ocorrendo. É a memória de fixação. Se esse limite mínimo não for atingido, haverá registro da sensação, mas no inconsciente. Nem todas as sensações e recordações podem existir simultaneamente; há um enfraquecimento de seu ritmo que as leva a descer, gradativamente, abaixo do limite mínimo de percepção, pelo que entram na faixa do subconsciente.

Todos os atos da vida vegetativa e orgânica hão sido conservados no perispírito, por essa maneira, estão presentes em cada reencarnação da alma em sua trajetória evolutiva. A repetição continuada de certos atos cria hábitos. No início, esses atos eram conscientes, mas com a repetição constante, exigindo menos tempo e esforço, foram-se tornando mecânicos até se fazerem automáticos e inconscientes. A memória evocativa permite-nos lembrar dos conhecimentos, através de pontos de referência, de localização no passado bem conhecido por nós. Por associação de ideias, esses pontos de referência nos ligam aos acontecimentos que se agrupam em seu redor, transportando-nos à época das ocorrências. Para essa rememoração há que haver uma associação da vontade à atenção, donde resulta trazerem-se à consciência as imagens recolhidas no arquivo perispiritual.” (Evolução em Dois Mundos – “Corpo Espiritual”.)

Afinal, quem é o gerador dos pensamentos? O Espírito.

Tema 4 – Refletir sobre a necessidade do esforço individual, promo-vendo o progresso da humanidade

“O grau de pureza de sua forma fluídica atesta a riqueza ou a indigência da alma. Etérea, radiosa (...) O nosso estado psíquico é obra nossa.” Léon Denis – No invisível , (Cap. III, 1a Parte).

Page 61: Apostila 7º Congresso de Estudos Espíritas

7o

Congresso de Estudos Espíritas

— Espiritismo e Psicologia —

61

Como podemos auxiliar no Progresso da humanidade? Através do autoconhecimento e da prática das Leis de Deus.

De que forma isso é possível? “Quando estiverdes indeciso sobre o valor de uma de vossas ações, perguntai

a vós, pois Deus não tem duas medidas de justiça. Procurai também saber o que dela pensam os outros e não desprezeis a opinião dos vossos inimigos, pois estes nenhum interesse têm em mascarar a verdade, e Deus frequentemente os coloca ao vosso lado, como um espelho, para vos advertir, com mais franqueza, do que, o faria um amigo.

Que aquele que tem vontade séria de melhorar-se, explore, portanto, a sua consciência, a fim de arrancar dela os maus pendores, como arranca as ervas daninhas do seu jardim; que faça o balanço do seu dia moral, como o comerciante faz o de suas perdas e de seus lucros, e vos asseguro que um lhe renderá mais do que o outro. Se puder dizer que o seu dia foi bom, poderá dormir em paz e aguardar sem receio o despertar de uma outra vida.”

Gabriel Delanne nos elucida através de suas reflexões que “a luta pela vida, necessária à eclo-são do princípio espiritual, tinha a sua razão de ser num mundo brutal e instintivo...

Hoje, que a alma se mani-festa sob as mais altas modalida-des de sua natureza, essa luta deve atenuar-se e desaparecer.

Assiste-nos o dever de re-clamar uma distribuição mais equi-tativa dos encargos e benefícios da comunidade. Importa nos sobrepo-

nhamos aos funestos ditames da ambição, que impelem povos contra povos. Que reivindiquemos, finalmente, os imprescritíveis direitos da solidariedade e do amor.

Através de que sinais, pode-se reconhecer, no homem, o progresso real que deve elevar seu Espírito, na hierarquia espírita? (O Livro dos Espíritos , Perfeição Moral, pergunta 918.)

“O Espírito prova sua elevação, quando todos os atos de sua vida corporal representam a prática da Lei de Deus e quando compreende, antecipadamente, a vida espiritual.”

Page 62: Apostila 7º Congresso de Estudos Espíritas

7o

Congresso de Estudos Espíritas

— Espiritismo e Psicologia —

62

Nossa Doutrina, evidenciando a igualdade perfeita, absoluta, do ponto de partida de todos os homens, extingue as separações artificiais, alimentadas pelo orgulho e pela ignorância.

Ela prova, à sociedade, que ninguém tem o direito de exigir o respeito alheio, a não ser pela nobreza de sua própria conduta, e que nascimento e posição social não passam de meros acidentes temporários, dos quais ninguém se pode prevalecer, visto que todos podem auferi-los em dado momento de sua evolução(...) só o esforço individual pode conduzir ao progresso geral, e a mesma potência que nos trouxe ao estado animal abrir-nos-á as infinitas perspectivas da vida espiritual, a desdobrar-se na ilimitada extensão do Cosmo.” (DELANNE, Gabriel – Evolução Anímica – Resumo, cap. III.)

Mensagem Final:

Transição Planetária “Meus filhos: Que Jesus nos abençoe A sociedade terrena vive, na atualidade, um grave momento mediúnico no

qual, de forma inconsciente, dá-se o intercâmbio entre as duas esferas da vida. Entidades assinaladas pelo ódio, pelo ressentimento, e tomadas de amargura cobram daqueles algozes de ontem o pesado ônus da aflição que lhes tenham proporcionado. Espíritos nobres, voltados ao ideal de elevação humana sincronizam com as potências espirituais na edificação de um mundo melhor. As obsessões campeiam de forma pandêmica, confundindo-se com os transtornos psicopatoló-gicos que trazem os processos afligentes e degenerativos.

Sucede que a Terra vivencia, neste período, a grande transição de mundo de provas e expiações para mundo de regeneração.

Nunca houve tanta conquista da Ciência e da tecnologia, e tanta hediondez do sentimento e das emoções. As glórias das conquistas do intelecto esmaecem diante do abismo da crueldade, da dissolução dos costumes, da perda da ética, e da decadência das conquistas da civilização e da cultura...

Page 63: Apostila 7º Congresso de Estudos Espíritas

7o

Congresso de Estudos Espíritas

— Espiritismo e Psicologia —

63

Não seja, pois, de estranhar que a dor, sob vários aspectos, espraia-se no planeta terrestre não apenas como látego, mas, sobretudo, como convite à reflexão, como análise à transitoriedade do corpo, como propósito de convocar as mentes e os corações para o ser espiritual que todos somos.

Fala-se sobre a tragédia do cotidiano com razão. As ameaças de natureza sísmica, a cada momento tornam-se realidade tanto

de um lado como de outro do planeta. O crime campeia à solta e a floração da juventude entrega-se, com exceções compreensíveis, ao abastecimento do caráter, às licenças morais e à agressividade.

Sucede meus filhos, que as regiões de sofrimento profundo estão liberando que hóspedes que ali ficaram, em cárcere privado, por muitos séculos e agora, na grande transição, recebem a oportunidade de voltarem-se para o bem ou de adaptar pela loucura a que se têm entregado. E esses, que, teimosamente, permanecem no mal, em benefício próprio e do planeta, irão ao exílio em orbes inferiores onde lapidarão a alma auxiliando os seus irmãos de natureza primitiva, como nos aconteceu no passado.

Por outro lado, os nobres promotores do progresso de todos os tempos passados também se reencarnam nesta hora para acelerar conquistas, não só da inteligência e da tecnologia de ponta, mas também dos valores morais e espirituais.

Ao lado deles, benfeitores de outra dimensão emboscam-se na matéria para se tornarem os grandes líderes e sensibilizarem esses verdugos da sociedade.

Aos médiuns cabe a grande tarefa de ser ponte entre as dores e as consolações.

Aos dialogadores cabe a honrosa tarefa de ser, cada um deles, psicoterapeu-tas de desencarnados, contribuindo para a saúde geral. Enquanto os médiuns se entregam ao benefício caridoso com os irmãos em agonia, também têm as suas dores diminuídas, o seu fardo de provas amenizado, as suas aflições contornadas, porque o amor é o grande mensageiro da misericórdia que dilui todos os impedi-mentos ao progresso – é o sol da vida, meus filhos, que dissolve a névoa da ignorância e que apaga a noite da impiedade.

Reencarnastes para contribuir em favor da Nova Era. As vossas existências não aconteceram ao acaso, foram programadas. Antes de mergulhardes na neblina carnal, lestes o programa que vos dizia

respeito e o firmastes, dando o assentimento para as provas e as glórias estelares. O Espiritismo é Jesus que volta de braços abertos, descrucificado, ressurreto

e vivo, cantando a sinfonia gloriosa da solidariedade. Dai-vos as mãos! Que as diferenças opinativas e os ideais de concordância sejam praticados.

Que, quaisquer pontos de objeção tornem-se secundários diante das metas a alcançar.

Sabemos das vossas dores, porque também passamos pela Terra e compreendemos que a névoa da matéria empana o discernimento e, muitas vezes,

Page 64: Apostila 7º Congresso de Estudos Espíritas

7o

Congresso de Estudos Espíritas

— Espiritismo e Psicologia —

64

dificulta a lógica necessária para a ação correta. Mas ficais atentos: tendes compromissos com Jesus...

Não é a primeira vez que vos comprometestes enganando, enganando-vos. Mas esta é a oportunidade final, optativa para a glória da imortalidade ou para a anestesia da ilusão.

Ser espírita é encontrar o tesouro da sabedoria. Reconheceremos que na luta cotidiana, na disputa social, econômica,

financeira e humana do ganha-pão, esvai-se o entusiasmo, diminui a alegria do serviço, mas se permanecerdes fiéis, orando com as antenas direcionadas ao Pai Todo-Amor, não vos faltarão à inspiração, o apoio, as forças morais para vos defenderdes das agressões do mal que muitas vezes vos alcança.

Tende coragem, meus filhos, unidos, porque somos os trabalhadores da última hora, e o nosso será o salário igual ao do jornaleiro do primeiro momento.

Cantemos a alegria de servir e, ao sairmos daqui, levemos impresso no relicário da alma tudo aquilo que ocorreu em nossa reunião de santas intenções: as dores mais variadas, os rebeldes, os ignorantes, os aflitos, os infelizes, e também a palavra gentil dos amigos que velam por todos nós.

Confiando em nosso Senhor Jesus Cristo, que nos delegou a honra de falar em Seu nome, e em Seu nome ensinar, curar, levantar o ânimo e construir um mundo novo, rogamos a Ele, nosso divino Benfeitor, que a todos nos abençoe e nos dê a Sua paz.

São os votos do servidor e paternal de sempre, Bezerra”.

Mensagem psicofônica de Bezerra de Menezes (Espírito), transmitida por Divaldo Franco em 13/11/2010 – Los Angeles.

Glossário:

Fluido Cósmico Universal – Matéria, em seu estado mais puro, mais sutil. a) Este fluido seria aquele que designamos sob o nome de eletricidade?

“Dissemos que ele é suscetível de inumeráveis combinações; o que chamais fluido elétrico, fluido magnético são modificações do fluido universal, que não é, propria-mente falando, senão uma matéria mais perfeita, mais sutil e que se pode considerar como independente .”(O Livro dos Espíritos.)

Princípio Vital – O princípio geral da vida material comum a todos os seres orgânicos; homens, animais e plantas; a alma vital, o princípio vital individualizado num ser qualquer. É a causa da animalização da matéria. (Dicionário de Filosofia Espírita.)

Princípio Inteligente – Gérmen do Espírito, individualiza-se a partir do elemento espiritual do Universo, como os corpos são individualizações do elemento material. Evolui sempre por ordem da lei do Progresso, sempre ligado à matéria, complexando-a à medida que incorpora as aquisições de cada experiência. (Dicionário de Filosofia Espírita.)

Page 65: Apostila 7º Congresso de Estudos Espíritas

7o

Congresso de Estudos Espíritas

— Espiritismo e Psicologia —

65

Referências Bibliográficas KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos , Ed. CELD, 1a Edição / 2007.

KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo , Ed. CELD, 2a Edição / 2004.

KARDEC, Allan. A Gênese , Ed. CELD, 2a Edição / 2008.

DENIS, Léon. O Problema do Ser, do Destino e da Dor , Ed. FEB, 1a Edição / 2007.

DENIS, Léon. Depois da Morte , Ed. CELD, 2a Edição / 2004.

Denis, Léon. No Invisível . Ed. CELD.

DELANNE, Gabriel. Evolução Anímica , Ed. FEB, 1a Edição / 2008.

XAVIER, Francisco Cândido; VIEIRA, Waldo. Evolução em Dois Mundos , Ed. FEB, 5a

Edição.

XAVIER, Francisco Cândido; VIEIRA, Waldo. No Mundo Maior , Ed. FEB, 9a Edição.

XAVIER, Francisco Cândido, Espírito Emmanuel. O Consolador . Ed. FEB.

PALHANO, Jr. L. Dicionário de Filosofia Espírita . Ed. CELD. 1a Edição.

“Conhecereis meus discípulos por muito se amarem uns aos outros.” Jesus

Page 66: Apostila 7º Congresso de Estudos Espíritas

7o

Congresso de Estudos Espírita

— Valorização de Vida

66

Centro Espírita Léon Denis

7º Congresso de Estudos Espíritas

“ GRUPO DE VALORIZAÇÃO DA VIDA

Patronesse : Maria

Dolores

“COOPERAÇÃO

(PENSAMENTO E VIDA – Capítulo 3

é o mesmo que

Na nossa vida de relação, somos mais inclinados a COOPERAR ou a COMPETIR?

Em que situações você se sente mais e mais COOPERATIVO

Estudos Espíritas

Valorização de Vida —

Centro Espírita Léon Denis

Congresso de Estudos Espíritas

GRUPO DE VALORIZAÇÃO DA VIDA ”

Tema Central:

“Cooperação”

“COOPERAÇÃO ” 3 – Emmanuel/Francisco C. Xavier.)

Como você COOPERA com a sua família?

A não COOPERAÇÃO

é o mesmo que COMPETIÇÃO?

Na nossa vida de relação, somos mais inclinados a COOPERAR ou a COMPETIR?

Em que situações você se sente mais COMPETITIVO e mais COOPERATIVO?

Page 67: Apostila 7º Congresso de Estudos Espíritas

7o

Congresso de Estudos Espíritas

— Valorização de Vida —

67

OBJETIVO GERAL

Valorizar a importância de sermos cooperativos em sociedade, educando o espírito imortal, despertando-o para o auxílio mútuo, formando uma sociedade fraterna. OBJETIVO ESPECÍFICO

Compreender a importância da cooperação no convívio familiar, aprendendo que auxiliamos ao mesmo tempo em que somos auxiliados, visando uma melhor integração individual, social e espiritual. COOPERAÇÃO

Definição do dicionário: Ação conjunta para uma finalidade ou objetivo em comum, uma relação baseada entre indivíduos ou organizações, utilizando métodos mais ou menos consensuais.– www.wikpedia.org

De acordo com Emmanuel, no livro PENSAMENTO E VIDA, o sentido de cooperação se amplia: “A cooperação espontânea é o supremo ingrediente da ordem. Da Glória Divina às balizas subatômicas, o Universo pode ser definido como sendo uma cadeia de vidas que se entrosam na Grande Vida.” COOPERAÇÃO E O OBJETIVO DA REENCARNAÇÃO Questão 132 de O LIVRO DOS ESPÍRITOS Qual o objetivo da encarnação dos Espíritos?

“(...) Visa ainda outro fim a encarnação: o de pôr o Espírito em condições de suportar a parte que lhe toca na obra da criação . Para executá-la é que, em cada mundo, toma o Espírito um instrumento de harmonia com a matéria essencial desse mundo, a fim de aí cumprir, daquele ponto de vista, as ordens de Deus. (...)”

Deus reuniu os espíritos em grupos familiares para que aprendessem a se amar, e amar é dar educação; não só a educação intelectual, mas a educação moral, religiosa e social. Dentro dessa educação, encontram-se o dever e o amor ao pró-ximo. O dever e o amor ao próximo são cooperação Divina.

PARA REFLEXÃO

Page 68: Apostila 7º Congresso de Estudos Espíritas

7o

Congresso de Estudos Espíritas

— Valorização de Vida —

68

INTRODUÇÃO

EMMANUEL ERA IMPLACÁVEL Certa noite, ou melhor, já era uma hora da manhã, Chico voltava exausto de

mais uma sessão no Centro Luiz Gonzaga quando abriu a porta de casa e deu de cara com uma cena nada agradável. Os dois gatos tinham sofrido uma indigestão. A sala parecia um chiqueiro. O mau cheio estava insuportável. Chico sacudiu os ombros. Pediria a uma das irmãs que fizesse a limpeza na manhã seguinte.

Quando estava a caminho do quarto, escutou a voz do guia: — Você, que vem de uma reunião espírita, está fugindo da sua obrigação?

Está exigindo que uma pobre menina cansada de trabalhar nas panelas e no tanque para que não lhe falte comida nem roupa lavada, limpe esta sujeira? Você vai pegar um pano, vai trazer água, sabão e vamos lavar.

Chico acatou. Só ele lavou. Emmanuel, de braços cruzados, limitou-se a “passar sabão” no coitado:

— No Espiritismo, a pessoa tem que começar estudando nos grandes livros e também lavando as privadas, trabalhando, ajudando os que estão com fome, lavando as feridas de nossos irmãos. Se não tivermos coragem de ajudar na limpeza de um banheiro, de uma privada, nós estaremos estudando os grandes livros da nossa doutrina em vão.

Durante toda sua vida, ele conservaria o hábito de varrer seu próprio quarto e limpar o seu banheiro.

(AS VIDAS DE CHICO XAVIER – Marcel Souto Maior.)

COMO VOCÊ COOPERA COM SUA FAMÍLIA?

“A virtude, no seu mais alto grau, é o conjunto de todas as qualidades essenciais que constituem o homem de bem. Ser bom, caridoso, laborioso, sóbrio, modesto são qualidades do homem virtuoso. Infelizmente são acompanhadas quase sempre de pequenas falhas morais que as desmerecem e as enfraquecem. Aquele que faz alarde de sua virtude não é virtuoso, pois lhe falta a principal qualidade: a modéstia. E tem o vício mais oposto: o orgulho. A virtude realmente digna desse nome não gosta de se exibir; ela é sentida, mas se esconde no anonimato e foge da admiração das multidões. São Vicente de Paulo era virtuoso; o digno Cura de Ars era virtuoso, e muitos outros não muito conhecidos do mundo, mas conhecidos de Deus. Todos esses homens de bem ignoravam que eram virtuosos; deixavam-se ir pela corrente de suas santas inspirações e praticavam o bem com total desinteresse e completo esquecimento de si mesmos.”

(O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, cap. XVII, item 8, "A Virtude".)

“Para que alguém dirija com êxito e eficiência uma empresa importante, não lhe basta a nomeação para o encargo. Exige-se-lhe um conjunto de qualidades superiores para que a obra se consolide e prospere. Não apenas autoridade, mas direção com discernimento.

Não só teoria e cultura, mas virtude e juízo claro de proporções.” (PENSAMENTO E VIDA – Emmanuel/Francisco C. Xavier.)

Page 69: Apostila 7º Congresso de Estudos Espíritas

7o

Congresso de Estudos Espíritas

— Valorização de Vida —

69

O EDUCADOR CONTURBADO

Comentava André, o apóstolo prestativo, as dificuldades para afeiçoar-se às verdades novas, quando Jesus narrou para a edificação de todos: — Um homem, sin-gularmente forte, que se especializara em variados serviços de reparação e reajusta-mento, foi convidado por um anjo a consertar um aleijado que aspirava ao ingresso no paraíso e aceitou a tarefa. Avizinhou-se do enfermo, de martelo em punho, e, não obstante os gritos e lágrimas que a sua obra arrancava do infeliz, aprimorando-o, dia a dia, cumpriu o prometido. O mensageiro divino, satisfeito, rogou-lhe a contribuição no aperfeiçoamento de uma velha coxa que desejava ardentemente a entrada na Corte Celeste. O trabalhador robusto, indiferente aos gemidos da anciã, impôs-lhe a disciplina curativa e, gradativamente, colocou-a em condições de subir às Esferas Sublimes. O ministro do Alto, jubiloso, solicitou-lhe o concurso no refazimento de um homem chagado e aflito que anelava a beatitude edênica. O consertador não hesitou. Absoluta-mente inacessível aos petitórios do infortunado, queimou-lhe as úlceras com atenção e rigor, pondo-o em posição de elevar-se. Terminada a tarefa, o anjo retornou e requisi-tou-lhe a cooperação em benefício de um jovem perdido em maus costumes. O restaurador tomou o rapaz à sua conta e deu-lhe trabalho e contenção, com tamanho tirocínio, que, em tempo breve, a tarefa se fazia completa. E, assim, o emissário de Cima pediu-lhe colaboração em diversos casos complexos de reestruturação física e moral, até que, um dia, o emérito educador, entediado da existência imperfeita na Terra, implorou ao administrador angélico a necessária permissão para seguir em companhia dele, na direção do Céu. O embaixador sublime revistou-o, minuciosamente, e informou que também ele devia preparar-se com vistas ao grande cometimento; mostrou-lhe os pés irregulares, os braços deficientes e os olhos defeituosos e rogou, dessa vez, reajus-tasse ele a si mesmo, a fim de elevar-se. O disciplinador começou a obra de autoapri-moramento, esperançoso e otimista; entretanto, o seu antigo martelo lhe feria agora tão rudemente a própria carne que ele, ao invés de consertar os pés, os braços e os olhos, caiu a contorcer-se no chão, desditoso e revoltado, proferindo blasfêmias e vomitando injúrias contra Deus e o mundo, quase paralítico e quase cego. Ele mesmo não supor-tara o regime de salvação que aplicara aos outros e o próprio anjo amigo, ao reencon-trá-lo, com extrema dificuldade o identificou, tão diferente se achava. Findo o longo exame a que submeteu o infortunado, o mensageiro do Eterno não teve outro recurso senão confiá-lo a outros educadores para que o reajustamento necessário se fizesse, com o mesmo rigor salutar com que funcionara para os outros, a fim de que o notável consertador se aperfeiçoasse, convenientemente, para, então, ingressar no Paraíso. Diante da estranheza que senhoreara o ânimo dos presentes, o Senhor concluiu: —

Page 70: Apostila 7º Congresso de Estudos Espíritas

7o

Congresso de Estudos Espíritas

— Valorização de Vida —

70

Usemos de paciência e amor em todas as obras de corrigenda e aprendamos a suportar as medidas com que buscamos melhorar a posição daqueles que nos cercam, porque para cada espírito chega sempre um momento em que deve ser burilado, com eficiência e segurança, para a Luz Divina.

(Lição 47 – JESUS NO LAR – pelo Espírito Neio Lúcio/Francisco Cândido Xavier.)

Conhecimento de si mesmo

Questão 919, de O LIVRO DOS ESPÍRITOS.

Qual o meio prático mais eficaz que tem o homem de se melhorar nesta vida e de resistir à atração do mal? “Um sábio da antiguidade vô-lo disse: Conhece-te a ti mesmo.

PARA REFLEXÃO

Para fazer nossas escolhas podemos ser influenciados, mas as decisões são sempre particulares. Considerando que nós recebemos influências boas e más, mas que não há arrastamento irresistível, nos aproximamos ou nos afastamos da Lei por escolha e decisão íntimas. A vontade é quem nos impulsiona em movimento, em busca de nos motivar à ação. A vontade, quando bem dirigida, nos impulsionará no caminho do Bem, ainda que para isso exija de nós grandes esforços. Se é à vontade que cabe o papel de mola propulsora na direção da felicidade, ela não deve deixar jamais de atuar. Nós abrimos mão desse recurso quando distraída ou preguiçosamente esco-lhemos simplesmente permitir que a vida nos leve para qual-quer lugar. Emmanuel no texto diz: “(...) não pode relaxar no mister que lhe é devido”, o que nos remete à importância de refletir sobre o exercício consciente da vontade.

PARA REFLEXÃO

O conhecimento de si mesmo vai viabilizar a reflexão acerca do exercício da vontade. Para esse exercício e através do autoconhecimento os recursos da ponderação e da lógica são de fundamental importância para a tomada de decisões na direção da paz. São de fundamental importância por serem grandes representantes do equilíbrio e bom senso.

PRUDÊNCIA, REFLEXÃO, COERÊNCIA E RAZÃO

Nos remetem à autonomia e arbítrio, ou seja, à liberdade e à responsabilidade.

PARA BUSCARMOS O EQUILÍBRIO, LEMBREMOS O QUE FOI DITO NO ESTUDO DO ANO PASSADO SOBRE A VONTADE.

Page 71: Apostila 7º Congresso de Estudos Espíritas

7o

Congresso de Estudos Espírita

— Valorização de Vida

71

� Considerando o estágio evolutivo predominantetamento considerado aceitável pela maioria da sociedadeções, é até estimulado.

� A educação deveria formar e desenvolver o caráter e os princípios espirituais e morais, porém a gradação dos valores e senciais têm estimulado aspectos egoístas e orgulhosos da personalidade infantil, os quais deveriam ser corrigidos e não

� Quando compreendemos tal realidade e espiritualização (evangelização), percebemos titivo é uma distorção da visão humana em relação à vida

� A competição pode ter um conteúdo destrutivo, pois que para obter êxito em qualquer empreendimento necsários externos.

� Os seres espiritualmente mais maduros elegem o compartilhar e servir como respostas às demandas da vida.

� Cooperar significa trabalhar em comum, colaborar para o coletivo, retirando o melhor de cada uma das partes panão há vencedores e derrotados, ganhos e perdas, pois todos se beneficiam da colaboração de cada um. Amor e compreensão tornam o indivíduo taneamente cooperativo.

� A cooperação desperta e aprimora a criatividade,soluções impossíveis sem a participação colaborativa de todos.

O EXEMPLO DO CRISTO

A Espiritualidade Superior ensina que o isolamento é contrário à natureza humana. Segundo ela, o homem é instintivamente gregário por motivos prEle precisa progredir, e o progresso é sempre fruto da colaboração de muitos. Em regra, o homem busca a vida em sociedade por razões pessoais. Ocorre que as criaturas possuem diferentes habilidades e caracteres. Mediante o convívio, elas se tam dos talentos recíprocos e aprendem umas com as outras. Justamente por isso, a força de uma sociedade advém da diversidade de seus integrantes. Quando a diversidade é valorizada tem-se um organismo social dinâmico e eficiente. Ao contrário,

PARA REFLEXÃO

Na nossa vida de relação, s omos mais inclinados a COOPERARou a COMPETIR?

Estudos Espíritas

Valorização de Vida —

predominante, a competição é um compor-tamento considerado aceitável pela maioria da sociedade e, em muitas situa-

A educação deveria formar e desenvolver o caráter e os princípios espirituais dação dos valores e o desvio dos seus objetivos es-

aspectos egoístas e orgulhosos da personalidade infantil, os quais deveriam ser corrigidos e não acentuados.

tal realidade e promovemos a educação através da percebemos que o comportamento compe-

titivo é uma distorção da visão humana em relação à vida. conteúdo destrutivo, pois leva o indivíduo a crer

para obter êxito em qualquer empreendimento necessita derrotar adver-

Os seres espiritualmente mais maduros elegem o compartilhar e servir como

Cooperar significa trabalhar em comum, colaborar para o coletivo, retirando o melhor de cada uma das partes para o benefício de todos. Na cooperação não há vencedores e derrotados, ganhos e perdas, pois todos se beneficiam

Amor e compreensão tornam o indivíduo espon-

A cooperação desperta e aprimora a criatividade, permitindo o surgimento de soluções impossíveis sem a participação colaborativa de todos.

O EXEMPLO DO CRISTO

A Espiritualidade Superior ensina que o isolamento é contrário à natureza humana. Segundo ela, o homem é instintivamente gregário por motivos providenciais.

e o progresso é sempre fruto da colaboração de muitos. Em regra, o homem busca a vida em sociedade por razões pessoais. Ocorre que as criatu-ras possuem diferentes habilidades e caracteres. Mediante o convívio, elas se aprovei-tam dos talentos recíprocos e aprendem umas com as outras. Justamente por isso, a força de uma sociedade advém da diversidade de seus integrantes. Quando a

se um organismo social dinâmico e eficiente. Ao contrário,

omos mais inclinados a COOPERAR ou a COMPETIR?

Page 72: Apostila 7º Congresso de Estudos Espíritas

7o

Congresso de Estudos Espíritas

— Valorização de Vida —

72

toda tentativa de uniformização, com intolerância ao diferente, implica enfraquecimento. Pode-se entender que vigora no âmbito humano uma Lei geral de Cooperação. Ela se apresenta nos mais variados contextos, dos triviais aos sublimes. Por exemplo, Jesus encarnou na Terra para ensinar e exemplificar a vivência do bem, na conformidade dos desígnios Divinos. Dotado de extrema sabedoria e pureza, ainda assim buscou companheiros para auxiliá-lo na tarefa. Escolheu 12 Apóstolos, aos quais ministrou os mais variados ensinamentos. Orientou-os, burilou-os e amparou-os para que no tempo devido sustentassem a vivência do Evangelho no mundo. Os Apóstolos eram diferentes entre si. Havia os reflexivos, os exaltados, os emotivos e os práticos. Jesus a nenhum desprezou. Antes, soube aproveitar suas diferentes habilidades para o sucesso da empreitada evangélica. Certamente, ao assim agir, o Mestre Divino sinalizou a impor-tância da cooperação e da tolerância. Dotado de poderes magnéticos desconhecidos e de extraordinária sabedoria nem por isso quis fazer tudo sozinho. Soube dividir o peso da tarefa com homens rudes e que não o compreendiam bem. Esse eloquente exemplo demanda detida reflexão. A vida em sociedade nem sempre é fácil. Entre pessoas de visões e habilidades diversas, por vezes surgem discussões e desentendimentos. Ocorre que o bem pujante nunca é obra de um homem só. Toda realização de importância é sempre fruto do esforço de incontáveis envolvidos. Apenas é preciso ser tolerante para conviver com o diferente. A fim de que o melhor resultado surja, importa aprender a admirar opiniões divergentes. Não apenas tolerá-las, mas valorizá-las, no que apresentem de positivo. Sem dúvida, é possível agir sozinho na luta por um ideal. Ocorre que, quando várias mãos se juntam, o bem se multiplica e expande. Pense nisso. – Redação do Momento Espírita, de 10/2/2011. EM QUE SITUAÇÕES VOCÊ SE SENTE MAIS COMPETITIVO E MAIS COOPERATIVO?

“Preconiza-se na atualidade do mundo uma educação pela liberdade plena dos instintos do homem, olvidando-se, pouco a pouco, os antigos ensinamentos quanto à formação do caráter no lar; a coletividade, porém, cedo ou tarde, será compelida a reajustar seus propósitos. Os pais humanos têm de ser os primeiros mentores da criatura. ”(...)

(CAMINHO, VERDADE E VIDA – Emmanuel/Francisco C. Xavier.)

Page 73: Apostila 7º Congresso de Estudos Espíritas

7o

Congresso de Estudos Espíritas

— Valorização de Vida —

73

“Cooperação significa obediência construtiva aos impositivos da frente e so-corro implícito às privações da retaguarda. Quem ajuda é ajudado, encontrando, em silêncio, a mais segura fórmula de ajuste aos processos da evolução.”

(PENSAMENTO E VIDA – Emmanuel, Francisco C. Xavier.) Como nos diz Emmanuel, através do amigo Chico Xavier, no prefácio do livro

PAULO E ESTEVÃO, “sem cooperação não poderia existir amor; e o amor é a força de Deus, que equilibra o Universo.”

CONCLUSÃO

A parte moral (do Evangelho) exige a reforma de cada um. Para os homens, em particular, é uma regra de conduta , que abrange todas as circunstâncias da vida privada e pública, o princípio de todas as relações sociais fundadas na mais rigorosa justiça. É, por fim, e acima de tudo, o caminho infalível da felicidade a con-quistar uma ponta do véu erguida sobre a vida futura.

(O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, Introdução, item 1, primeiro parágrafo.)

Em todas as nossas relações sociais, nos relacionamentos com nossos seme-lhantes, é necessário constantemente nos lembrar disto: os homens são viajantes em marcha, ocupando pontos diversos na escala evolutiva que todos nós galgamos. Consequentemente, nada devemos exigir, nada devemos esperar deles, que não esteja de acordo com seu grau de adiantamento. A todos devemos a tolerância, a benevolência e mesmo o perdão, pois, se nos causam prejuízo, se nos ridicularizam e nos ofendem, é, quase sempre, em consequência da falta de compreensão e de saber que resulta de um desenvolvimento insuficiente. Deus só pede aos homens aquilo que eles conseguiram adquirir com seus lentos e penosos trabalhos. Nós não temos o direito de exigir mais deles. Não fomos semelhantes aos mais atrasados dentre eles? Se cada um de nós pudesse ler, em seu passado, o que foi, o que fez, como seríamos mais indulgentes com as faltas alheias! Às vezes, ainda temos necessidade da mesma indulgência que lhes devemos. Sejamos severos com nós mesmos e tolerantes com os outros. Instruamo-los, esclareçamo-los, guiemo-los com doçura: é isto o que a lei de solidariedade nos determina.

(O PROBLEMA DO SER E DO DESTINO, cap. 24, "A Disciplina do Pensamento e a Reforma do Caráter" — Léon Denis.)

COOPERAÇÃO COM DEUS ORIENTAÇÃO COM SEGURANÇA

REGRA DE CONDUTA EVANGELHO

Page 74: Apostila 7º Congresso de Estudos Espíritas

7o

Congresso de Estudos Espíritas

— Valorização de Vida —

74

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DENIS, Léon. — O PROBLEMA DO SER E DO DESTINO — CELD, RJ. KARDEC, Allan. — O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO — CELD, RJ. KARDEC, Allan. — O LIVRO DOS ESPÍRITOS — CELD, RJ. SOUTO MAIOR, Marcel — AS VIDAS DE CHICO XAVIER. XAVIER, Francisco Cândido — ENTRE A TERRA E O CÉU — pelo Espírito André Luiz — Ed. FEB, RJ. XAVIER, Francisco Cândido — PENSAMENTO E VIDA — pelo Espírito Emmanuel — Ed. FEB, RJ. XAVIER, Francisco Cândido — JESUS NO LAR, lição 47 — pelo Espírito Neio Lúcio. XAVIER, Francisco Cândido — CAMINHO, VERDADE E VIDA — pelo Espírito Emmanuel. www.wipedia.com.br

Page 75: Apostila 7º Congresso de Estudos Espíritas

7o

Congresso de Estudos Espíritas

— Valorização de Vida —

75

ANOTAÇÕES ______________________________________________________________

______________________________________________________________

______________________________________________________________

______________________________________________________________

______________________________________________________________

______________________________________________________________

______________________________________________________________

______________________________________________________________

______________________________________________________________

______________________________________________________________

______________________________________________________________

______________________________________________________________

______________________________________________________________

______________________________________________________________

______________________________________________________________

______________________________________________________________

______________________________________________________________

______________________________________________________________

______________________________________________________________

______________________________________________________________

______________________________________________________________

Page 76: Apostila 7º Congresso de Estudos Espíritas

7o

Congresso de Estudos Espíritas

— Valorização de Vida —

76