apostila · 2019. 7. 23. · presença da tuberculose, febre amarela, varíola, lepra, malária e...
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APOSTILA
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1
HISTÓRIA DA ENFERMAGEM
O cuidar
A palavra Cuidar vem do latim e segundo o dicionário
Houaiss significa reparar; atentar para; prestar atenção em; fazer
realizar com atenção; preocupar-se com; interessar-se por;
responsabilizar-se; administrar; tratar; tratar da saúde, do bem
estar; tomar conta.
Os vários significados desta palavra, nos remete às ações
desenvolvidas pela enfermagem e neste capitulo faremos uma
breve revisão sobre a História da Enfermagem para que possamos
entender como o cuidado surgiu, a Enfermagem, o período pré-
profissional e profissional até chegarmos ao momento em que nos
tornamos uma profissão. À partir daí, faremos uma breve viajem
pela História da profissionalização da Enfermagem bem como,
conhecermos os órgãos de classe representativos da profissão.
A percursora da Enfermagem moderna no mundo:
Florence Nightingale
Falar da história da enfermagem sem mencionar Florence
Nightingale é inadmissível tendo em vista a importância da
atuação desta mulher no cenário do desenvolvimento da
enfermagem como profissão.
Florence Nightingale nasceu em Florença em 12 de Maio
no ano de 1820 em uma família rica da sociedade inglesa. Foi
educada por uma governanta e pelo pai, dominava várias línguas
além do grego e do latim. Apesar de ser do período vitoriano no
qual a mulher centrava seus esforços na casa e família, Florence
estudou artes, matemática, filosofia, politica, história e economia
tendo assim, uma educação muito superior às mulheres de sua
época.
Caracterizava-se como uma mulher inteligente e
perspicaz de pensamento crítico, sensível, sonhadora,
perfeccionista e com tendência à introspecção, com fortes crenças
espiritualistas que regraram toda a sua vida que tinha imagem de
Deus como ser absoluto e que lhe “chamava” para seu serviço a
favor do sofrimento e dificuldades dos seres humanos. Esta atitude
foi reforçada pelo Unitarismo (ramos do protestantismo; é uma
corrente de pensamento teológico que afirma a unidade absoluta
de Deus, entendem que Deus é um e único, o Pai de Jesus Cristo)
e pela sensibilidade religiosa prevalente na Inglaterra vitoriana.
Assim, convencida da sua vocação para o cuidado dos
doentes, Florence com sua marcante personalidade enfrentou os
obstáculos à sua participação na grande reforma sócio-político-
sanitária que deflagrou em seu pais, reforma que rapidamente foi
seguida por outros países.
Florence viaja por diversos países e como resultado de
suas viagens e experiências vividas, publicou dois livros “Notas
sobre Hospitais” – 1858 e “Notas sobre Enfermagem” 1859, além
de artigos relativos à saúde, saúde pública, sobre a Índia e as
condições sanitárias do exército.
Entre as atividades desenvolvidas sua participação na
Guerra da Crimeia foi decisiva para marcar sua capacidade na
organização do trabalho e dedicação no cuidado aos soldados
feridos que possibilitou diminuir a mortalidade desses de 40%
para 2%. Tal feito lhe rendeu reconhecimento nacional e oficial o
que lhe possibilitou continuar servindo à administração inglesa
como consultora da organização hospitalar de guerra além da
inauguração, em 1860, da primeira escola de formação de
enfermeiras.
Nesse momento nasce à enfermagem moderna, tendo o
ensino sistematizado, realizado por enfermeiras e organizado
principalmente dento do espaço institucional hospitalar, naquele
momento no Hospital St. Thomas. Houve propagação deste
modelo de “enfermagem nightingaliana” para outros países,
chegando ao Brasil apenas na década de 1920 como um modelo já
influenciado pelo norte americano.
No Brasil, uma mulher tal como Florence Nightingale,
foi muito importante no cuidado aos soldados durante a Guerra do
Paraguai, Ana Justina Ferreira Nery.
Matriarca da Enfermagem no Brasil: Anna Justina Ferreira
Nery.
A Guerra do Paraguai no período de 1864 a 1879 quando
o governo imperial brasileiro que unido à Argentina e Uruguai
combateram ao então ditador Francisco Solano Lopes que com a
intenção de ampliar o território paraguaio e conseguir Said para o
oceano Atlântico, invadiu e conquistou o Mato Grosso. Ao obter
Enfermagem
2/2
sucesso nesta primeira empreitada decidiu invadir o Rio Grande
do Sul só que para tanto precisou invadiu Corrientes, província
Argentina. Assim, decididos a não permitirem o avanço dos
planos deste ditador ocorreu em 1965 a tríplice aliança entre
Brasil, Argentina e Uruguai, os três países lutaram juntos para
deterem o Paraguai, que foi vencido na batalha naval de Riachuelo
e também na luta Uruguaiana.
Assim como na Guerra da Criméia onde muitos soldados
perderam a vida, Argentina e Uruguai sofreram muitas perdas com
cerca de 50% de suas tropas durante a guerra. E é neste cenário
que surge a figura de Anna Nery, que como voluntária, prestou
cuidados aos feridos.
Anna Nery nasceu em Cachoeira de Paraguaçu no estado
da Bahia, viúva do capitão de fragata Isidoro Antônio Néri, enviou
carta ao presidente da província da Bahia, Manuel Pinto de Souza
Dantas, oferecendo seus serviços voluntários no cuidado aos
soldados uma vez que seus filhos Pedro Antônio Néri, Isidoro
Antônio Néri Filho e Justiniano de Castro Rebelo além dos seus
irmãos Manual Jerônimo Ferreira e Joaquim Mauricio Ferreira,
ambos oficiais do Exército foram convocados para a guerra do
Paraguai.
Tendo sido aceito seu pedido, partiu da Bahia em 1865
para atuar como auxiliar do corpo de saúde do Exército, no
caminho para o campo de batalha, no Rio Grande do Sul, recebeu
orientações com as Irmãs da Caridade de São Vicente de Paulo,
sobre cuidados hospitalares. Atuou nos hospitais de Corrientes,
Salto, Humaitá, Curupaiti e Assunção, local onde montou uma
enfermeira fixa e trabalhou até o fim da guerra.
Retornou ao Brasil em 1870 quando foi condecorada com
as medalhas de prata humanitária e da campanha. Como
reconhecimento pelos serviços prestados recebeu do imperador
uma pensão vitalícia com a qual educou quatro órfãos trazidos do
Paraguai. Anna Nery faleceu em 20 de maio de 1880 no Rio de
Janeiro com 66 anos e como oficial de enfermagem de alto padrão
no Brasil inaugurada em 1923 como Escola de Enfermeiras do
Departamento Nacional de Saúde Publica que em 1926 passa a ser
denominada escola de Enfermeiras Donna Anna Nery.
Compreendendo a evolução histórica da enfermagem como
profissão no Brasil.
Antes de 1980, o exército da enfermagem no Brasil era
praticado com base na solidariedade humana, no misticismo, no
senso comum e também nas crendices, as ações de saúde
inicialmente estavam vinculadas ais rituais místicos, realizados na
própria tribo pelos pajés e feiticeiros, e às práticas domesticas
desenvolvidas pelas mulheres índias para o cuidado das crianças,
velhos e enfermos.
A chegada do colonizador europeu e dos negros africanos
trouxe mudanças no cenário nosológico brasileiro, tendo início
assim, a varias epidemias bem como a extinção dos nativos pela
presença da tuberculose, febre amarela, varíola, lepra, malária e
doenças venéreas. Havia naquela época uma escassez de
profissionais, o que colaborou para a proliferação do
curandeirismo.
A base da medicina brasileira deu-se por meio dos
conhecimentos empíricos que eram trazidos por navegantes,
colonos e missionários da medicina popular portuguesa.
O ensino médico no Brasil só ocorre com a chegada do
príncipe regente. Assim, a primeira forma de assistência aos
doente após a colonização ocorre por meio dos jesuítas que aqui
vieram com a missão de doutrinar pela fé cristã a população local.
São edificadas enfermarias nas proximidades dos colégios e
conventos (fundados pelos jesuítas), onde a assistência era
prestada pelos religiosos e posteriormente por voluntários e
escravos que passaram a executar essa atividade nas Santas Casas
de Misericórdia, fundadas a partir de 1543, onde eram atendidos
de forma precária os pobres e soldados.
Por essa época a prática da enfermagem era doméstica e
empírica, mais instintiva do que técnica, atendendo
prioritariamente a fins lucrativos de seus executores que, na
maioria, eram do sexo masculino.
As doenças infecciosas e contagiosas, trazidas pelos
europeus e escravos africanos tornaram-se um problema
econômico social, tendo em vista que se propagariam rápida e
progressivamente, tomando grandes proporções nos principais
núcleos urbanos. Desta forma, os países que comercializavam com
o Brasil advertem em relação às epidemias e endemias que
ameaçam as tripulações dos navios e a população local.
Como uma tentativa de conter as doenças que
ameaçavam a expansão comercial brasileira, o governo assume a
assistência à saúde com a criação de serviços públicos, tendo
maior vigilância e controle dos portos, estabelecendo períodos de
quarentena.
A Profissionalização da Enfermagem.
Ao rever a história da profissionalização da Enfermagem,
observa-se que, o seu desenvolvimento ocorreu basicamente em
três fases:
-Primeira fase: na qual a sua organização ocorreu sob o controle
de ordem religiosas.
-Segunda fase: pelo desenvolvimento de educação institucional e
das práticas da saúde pública.
-Terceira fase: que corresponde ao processo de profissionalização,
este deu pelo mesmo motivo na Europa, ou seja, os médicos que
iam estudar na Europa, quando voltavam traziam consigo os
conceitos da pasteurização e da assepsia além das ideias laicas dos
serviços de Enfermagem.
Os médicos brasileiros sentiam a necessidade de contar
com dóceis auxiliares, para que seus princípios e regras fossem
aceitos sem contestação. Assim, diversos cursos preparatórios
surgiram no pais onde a institucionalização do ensino de
enfermagem foi resultado de um processo político que demandava
pessoas com treinamento e características adequadas para
cuidados dos enfermos mentais.
O período anterior a 1890, quando não havia ainda a
Enfermagem
3/2
institucionalização do ensino da Enfermagem, pode ser
considerado como período pré-profissional, passando a
profissional a partir de 1890, com a criação oficial da primeira
escola para preparar enfermeiros.
Desde que a Enfermagem foi inserida no sistema
universitário em 1937, quando a Escola de Enfermeiras Anna
Nery foi integrada a uma universidade, denominada à época de
Universidade do Brasil, a mais antiga do país, avanços fora
galgados o sentido de transformar a realidade até então vivenciada
pela categoria.
Divisão do Serviço de Enfermagem: surgimento da categoria
profissional
A primeira divisão do serviço de enfermagem ocorre no
final da década de 40, com o surgimento do primeiro curso de
auxiliar de Enfermagem, período em que ocorreu a
industrialização no Brasil e com ela o surgimento de vários
problemas de saúde pública inerentes às epidemias ocorridas pelas
péssimas condições de vida da população.
Nesse período inicia-se a urbanização e os trabalhadores
assalariados pressionam os governantes por direitos sociais e
como resultado ocorre à implicação dos serviços de saúde com
ênfase na assistência ao doente institucionalizado o que levou à
necessidade de formação especifica para o exercício da
enfermagem.
Colaborando com esse cenário, após a 2° Guerra
Mundial, ocorre a reorganização do ensino no pais que passa a ser
direcionado de acordo à lei de Diretrizes e Bases da Educação
(LDB) e assim, as escolas de enfermagem passam a ser
regulamentadas pelo Ministério da Educação e Saúde entre elas o
Curso de Auxiliar de Enfermagem que à partir de 1949 passa a ser
regulamentado oficialmente.
Desta forma, a partir da década de 1950 podem exercer a
enfermagem no pais profissional de nível médio, auxiliares e
atendentes de enfermagem sob a supervisão de enfermeiros ou
médicos o que fez aumentar muito o contingente destes
profissionais sendo então necessária a regulamentação do
exercício profissional que ocorreu com a promulgação da Lei
2.604 de 1955 regulamentada pelo Decreto 50.387 em 1961.
Nesse mesmo ano da regulamentação do exercício
profissional ocorre nova mudança na Lei de Diretrizes e bases com
estas houve a necessidade de novas alterações na estrutura dos
curso de enfermagem, assim ocorreram mudanças no ensino
superior havendo o surgimento do Curso Técnico de Enfermagem
pelos Pareceres N° .171 e N°.224 de 1966, nas Escolas de
Enfermagem Anna Nery e Luiza de Marilac. Ambas localizadas
no estado do Rio de Janeiro.
A criação do curso técnico de enfermagem teve como
proposito promover um avanço qualitativo e quantitativo de
pessoal devidamente preparado para prestar a assistência de
enfermagem em um período em que o cuidado ao paciente ocorre
predominantemente em hospitais que foram largamente
expandidos nos anos de 1970, fato que ampliou também a oferta
de trabalho para esta nova categoria profissional.
É importante destacar que em 1986 a partir da Lei Federal
n°. de 7.498 relativa ao exercício profissional de enfermagem que
foi regulamentado pelo decreto lei n°94.406 de 1987, estabelece-
se que o exercício das atividades de enfermagem poderão ser
exercidas de acordo ao grau de habilitação tornando-se privativo
do enfermeiro, técnico de enfermagem, auxiliar de enfermagem e
do parteiro.
Assim, o conselho Federal de Enfermagem autoriza
àqueles que não possuem formação especifica regulamentada por
lei, exercer atividades elementares de enfermagem por um prazo
de 10 anos a contar da data de promulgação da Lei. Contudo, em
28 de dezembro de 1994 a Lei Federal n°8.967 assegura aos
atendentes de enfermagem admitidos antes da vigência desta lei o
exercícios das atividades elementares de enfermagem.
Destaca-se que as atividades elementares são definidas
pelo COFEN na Resolução 186 de 20 de julho de 1995 como
atividade que contribuem para uma assistência de enfermagem
eficiente e que, não envolvam o cuidado direto ao paciente e não
coloque em risco a comunidade, o ambiente e ou a saúde do
atendente de enfermagem executante.
ENTIDADES DE CLASSE
COFEN
Conselho Federal de Enfermagem Criado pela Lei
5905/73, cuja função é normatizar e fiscalizar o exercício
profissional, bem como zelar pela qualidade dos serviços
prestados.
Lei nº 5.905 de 12 de Julho de 1973
Dispõe sobre a criação dos Conselhos Federal e Regionais de
Enfermagem e dá outras providências.
Principais Atividades:
• Elaborar o Código de Deontologia (Código de Ética);
• Normatizar e expedir instruções para uniformidade dos
Conselhos regionais;
• Homologar, suprir ou anular atos dos CORENs;
• Aprovar propostas orçamentarias, remetendo-as aos
órgãos competentes;
• Promover estudos e campanhas para aperfeiçoamento
profissional.
COREN
Conselho Regional de Enfermagem que se constitui em
órgão disciplinador do exercício de Enfermagem, atuando através
de atos fiscalizatórios nas Unidades de Saúde.
Principais Atividades:
• Deliberar sobre o valor das inscrições no Conselho, bem
como o seu cancelamento;
• Disciplinar e fiscalizar o exercício profissional,
observando as diretrizes gerais do COFEN;
• Executar as resoluções do COFEN;
• Expedir a cédula de identidade profissional,
indispensável ao exercício da profissional e válida em
todo território nacional;
• Fiscalizar e decidir os assuntos referentes à Ética
Profissional, impondo as penalidades cabíveis;
• Elaborar a proposta orçamentaria anual e o projeto de seu
regimento interno, submetendo-os à aprovação do
COFEN;
• Zelar pelo conceito da profissão e dos à que exercem.
ABEN
Órgão articulador e interlocutor das organizações de
Enfermagem frente as instâncias formuladoras de políticas de
saúde, recursos humanos e ciência e tecnologia.
Principais atividades:
Enfermagem
4/2
• Formulação das Diretrizes curriculares de
Graduação e Educação Profissional para técnico de
enfermagem;
• Formulação dos padrões de qualidade dos cursos de
Enfermagem;
• Promoção dos padrões de qualidade dos cursos de
Enfermagem;
• Promoção de fóruns de discussões sobre
competências e políticas de formação de
Enfermagem;
• Participação ativa em grupo de trabalho e comissão
de entidades públicas;
• Desenvolvimento da Pós- Graduação e da Pesquisa
em Enfermagem.
• Acompanhamento e divulgação dos processos de
criação, reconhecimento e avaliação de cursos de
Enfermagem;
SINDICATO
Órgão responsável pela defesa dos interesses trabalhistas
dos associados.
Principais atividades:
• Promover, participar das negociações coletivas
de trabalho com visitas a celebração de acordos
e convenções;
• Organizar a categoria para atividades sindicais;
• Emitir parecer, estudos e projetos de interesse
para a categoria;
• Lutar pelos direitos sociais e econômicos dos
profissionais de Enfermagem;
• Lutar pela valorização da força do trabalho de
enfermagem;
DESAFIOS:
• Aposentadoria aos 25 anos para mulheres e 30 anos para
homens;
• Jornada Nacional de 30 horas;
• Proibição do abuso de dobras de plantão;
• Combater falsas cooperativas;
Endereço:
COFEN - CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM:
Scln qd 304, lote 09, bloco e, Asa Norte, Brasília - DF cep.:
70736-550 tel.: (61) 3329-5800 fax: (61) 3329-5801
COREN-RJ - SEDE: Avenida Presidente Vargas, 502 - 3º, 4º,
5º, 6º e 9º andares
Centro – Rio de Janeiro-RJ - CEP 20071-000
Telefone/Fax: (21) 3232-8730 / (21) 2516-1353 Horário de
atendimento: 13h às 17h (Segunda-feira) 8h às 17h (Terça-feira a
Sexta-feira)
ABEN -Endereço: SGAN Quadra 603, Conjunto B - Brasília -
DF - CEP: 70830-030 Fone: +55 (61) 3226-0653 Fax: +55 (61)
3226-0653
Sindicato dos Enfermeiros do Estado do Rio de Janeiro
Rua Sete de Setembro, 98 - cobertura 5 - Centro - 20050-002 -
Rio de Janeiro - RJ
Tel.: (21) 2220-4296 / (21) 2507-0366 / (21) 2224-0348 -
Endereço eletrônico: [email protected]
TEORIA DA HISTÓRIA DA ENFERMAGEM
Atualmente, a Enfermagem não é somente arte, mais
uma ciência, pois se baseia-se em princípios científicos. As
Teorias de Enfermagem, longe de serem meros conteúdos
teóricos, traduzem em seus conceitos e modelos o infinito do
trabalho profissional da Enfermagem, fundamentado na ciência
do conhecimento e do saber – cultural, social, comportamental –
envolvendo o indivíduo não apenas como pessoa, mas enquanto
família, social, profissional, comunidade, cultura e instituição.
As Teorias de Enfermagem nos indicam, sugerem, apontam uma
diminuição das intervenções de Enfermagem. São teorias
orientadas para a tese das necessidades e problemas (POTTER;
PERRY, 2004):
Teoria Ambiental (Florence Nightingale – 1860)
Florence Nightingale associou o estado de saúde do cliente aos
fatores ambientais, pecebidos por meio de observação e coleta de
dados. Ela trabalhou com enfoque em características ambientais
gerais como: iluminação, ruído, ventilação, higiene ambiental e
pessoal, água pura, ambiente externo, utensílios dos pacientes,
aspecto nutricional.
Teoria de Solução de Problemas ( Faye Glenn Abdellah –
1960)
Enfatiza a atenção nos cuidados de Enfermagem para
satisfazer às necessidades físicas, psíquicas, sociais e espirituais
do indivíduo e família, com competências referentes às relações
interpessoais, de psicologia, crescimento e desenvolvimento,
comunicação e sociologia, bem como de conhecimentos das
ciências básicas e competências específicas de Enfermagem.
Teoria da Definição das Práticas de Enfermagem (Virgínia
Henderson –1955)
Define a Enfermagem como auxílio ao indivíduo, doente ou
sadio, na realização de atividades que contribuam para a saúde,
recuperação ou morte pacífica e tranquila, as quais o indivíduo
realizaria sem auxílio se tivesse força, vontade ou conhecimento
necessários, realizando deforma que ele alcance, adquira a
independência tão rapidamente quanto possível.
Henderson organizou a teoria em quatorze necessidades
básicas da pessoa e incluiu os fenômenos oriundos dos seguintes
domínios do cliente: fisiológicos, psicológico, sociocultural,
espiritual e de desenvolvimento. Em conjunto, a enfermeira e o
cliente trabalham em uníssono, para satisfazer essas necessidades
e atingir os objetivos centrados no
cliente(POTTER;PERRY,2004).
TeoriadoAutocuidado(DorotheaE.Orem–1971)
Consiste basicamente na ideia de que os indivíduos, quando
capazes, devem cuidar de si mesmos; quando existe
incapacidade, entra o trabalho do enfermeiro no processo do
cuidar. Uma das características que compõe a Teoria do
Autocuidado é a Teoria do Déficit, composta por três teorias
inter-relacionadas: Teoria do Déficit do Autocuidado, Teoria do
Cuidado, Teoria dos Sistemas de Enfermagem.
Teoria das Necessidades Humanas Básicas (Wanda
Aguiar Horta -1970)
Essas necessidades básicas são de natureza variada.
Veja a seguir:
Necessidades psicossociais
• Aceitação - Amor
Enfermagem
5/2
• Aprendizagem (educação à saúde) - Atenção
• Autoestima - Autoimagem
• Autorrealização - Comunicação
• Criatividade - Espaço - Lazer
• Liberdade - Orientação no tempo/espaço
• Participação - Recreação
• Segurança
Necessidades psicobiológicas
• Oxigenação - Terapêutica
• Nutrição - Hidratação
• Sono e repouso - Eliminação
• Sexualidade - Exercícios e atividades físicas
• Cuidado corporal - Motilidade
• Integridade física
• Regulação: térmica, hormonal, neurológica, hidrossalina,
eletrolítica, imunológica, crescimento celular, vascular
• Locomoção
• Percepção: olfativa, visual, auditiva, tátil, gustativa, dolorosa
Necessidades psicoespirituais
• Religião ou teologia
• Ética ou filosofia de vida
Bioética e Ética Profissional
Segundo Closet, a Bioética podem ser definida como
uma nova imagem dos princípios da ética do profissional da saúde,
ou seja, um estuo organizado da conduta humana na área das
ciências da saúde, sendo avaliada à luz dos princípios e valores
humanos.
Desta forma, estudiosos definem a Bioética como um
estudo sistemático das dimensões morais – incluindo a visão
moral, a tomada de decisões, as condutas na vida social e política.
A Bioética no cenário da saúde apresentou-se com maior
enfoque e delineamento a partir da segunda guerra mundial. Isto
se deu devido à terrível descoberta de que experimentos genéticos
de finalidade eugênica eram realizados em campos de
concentração nazistas.
Com o passar dos anos, estas questões ganharam mais força e
complexidade, fato intrínseco ao desenvolvimento de inúmeras
novas possibilidades de intervenções e tratamento ao organismo
humano. Assim, as preocupações éticas voltadas para aplicações
de novos conhecimentos nas áreas das ciências da saúde
possibilitaram o emergir de um novo campo de estudo.
A Bioética é destina à reflexão e discussão
interdisciplinar acerca das questões que permeiam o início e o fim
da vida humana. Aspectos da doença, da relação médico-paciente,
da relação enfermagem e paciente, da realização de pesquisas com
seres humanos, da manipulação genética, entre outros.
Assim a Bioética busca estabelecer princípios e
parâmetros que possam direcionar a realização das pesquisas e
experimentos, bem como o uso de seus resultados.
A Bioética teve repercussão direta na constituição dos
Comitês de Bioética e da Ética em Pesquisa.
Definições:
Moral: palavra de origem do latim – morus – significando os usos
de costumes. A moral é definida como: um conjunto de normas,
aceitas livres conscientemente, que regulam o comportamento
individual e social dos homens.
Vida: é definida como um corpo em homeostase do nascimento
até a morte.
Morte: é a cessação da vida, a interrupção do ciclo da vida.
Eutanásia: é um termo de origem grega que significa boa morte,
morte e dor. Pode ser entendida em duas formas na sua pratica da
eutanásia ativa e passiva. A eutanásia ativa acontece quando se
utilizam de recursos que pode findar com a vida do paciente, tais
como: injeção letal, medicamentos em dosagem excessiva, entre
outros; já a eutanásia passiva é entendida como a morte do
paciente que ocorre por falta de recursos necessários para
manutenção das funções vitais, tais como falta de líquidos
corporais, de alimentos, de medicamentos, de cuidados médicos,
entre outros.
Distanásia: é definida como a pratica de morte lenta e sofrida.
Ortotanásia: é definida como a morte que acontece de forma
natura.
Aborto: é definido como interrupção do desenvolvimento do feto
durante a gravidez, desde que a gestação ainda não tenha chegado
às vinte semanas. Ocorrendo fora desse tempo, a interrupção da
gravidez antes do seu termino o nome de parto prematuro. O
aborto é classificado em dois tipos: o espontâneo ou natural,
ocorre quando um feto se perde por causas naturais, e o aborto
produzido é aquele que é provocado com o objetivo de eliminar o
feto, seja com assistência médica.
Ética: o termo Ética equivale equivale etimologicamente a
“moral”, pois provém do grego ethos, que também significa
“caráter”, modo de ser”, costumes.
Assim a Bioética e a Ética podem ser entendidas como teorias que
discute o comportamento moral dos homens em sociedade.
“comportamento humano. Uma reflexão que interpreta, discute e
problematiza, investigando os valores, princípios e o
comportamento moral à procura do “bom”, de boa vida”, do “bem-
estar” da vida em sociedade e principalmente da boa e benéfica
atuação do profissional de saúde.
Destacamos assim ser de extrema importância que a
atuação profissional de enfermagem seja voltada para ações que
promovam a:
• Benevolência: esta é definida como uma disposição
favorável em relação a alguém, demonstrar
benevolência, benignidade, cordialidade, tolerância,
complacência, ou seja, causar o bem.
E ações que evitem a:
• Maleficência: está é definida como a qualidade daquele
ou daquilo que é maléfico, ou seja, causa o mal, tem a
disposição de fazer o mal.
• Negligencia: está é definida como a falta de atenção ou
cuidado com a inobservância dos deveres e obrigações
do profissional.
• Imprudência: é definida como o ato de agir
perigosamente, agir com falta de moderação ou
precaução.
• Imperícia: é definida como a falta de experiência, de
conhecimentos científicos e de habilidades praticas
necessárias ao exercício de sua profissão, ou seja, ser
inábil.
Enfermagem
6/2
REMOÇÃO DE ÓRGÃOS E TECIDOS PARA FINS
TERAPÊUTICOS
A retirada “post mortem” de tecidos, órgãos ou partes do corpo
humano destinados a transplante ou tratamento deverá ser
precedida de diagnóstico de morte encefálica, constatada e
registrada por dois médicos não participantes das equipes de
remoção e transplante, mediante a utilização de critérios clínicos
e tecnológicos definidos por resolução do Conselho Federal de
Medicina.
É permitido à pessoa juridicamente capaz dispor gratuitamente de
tecidos, órgãos e partes do próprio corpo vivo, para fins
terapêuticos ou para transplantes em cônjuge ou parentes
consanguíneos até o quarto grau.
Só é permitida a doação referida neste artigo quando se tratar de
órgãos duplos, de partes de órgãos, tecidos ou partes do corpo
cuja retirada não impeça o organismo do doador de continuar
vivendo sem risco para a sua integridade e não represente
grave comprometimento de suas aptidões vitais e saúde mental
e não cause mutilação ou deformação inaceitável, e
corresponda a uma necessidade terapêutica comprovadamente
indispensável à pessoa receptora.
O transplante ou enxerto só se fará com o
consentimento expresso do receptor, assim
inscrito em lista única de espera, após
aconselhamento sobre a excepcionalidade e os
riscos do procedimento.
Nos casos em que o receptor seja juridicamente
incapaz ou cujas condições de saúde impeçam
ou comprometam a manifestação válida da sua
vontade, o consentimento de que trata este artigo
será dado por um de seus pais ou responsáveis
legais.
Diagnóstico de Morte Encefálica
A morte encefálica será caracterizada através da realização de
exames clínicos e complementares durante intervalos de tempo
variáveis, próprios para determinadas faixas etárias.
Os dados clínicos e complementares observados quando da
caracterização da morte encefálica deverão ser registrados no
"termo de declaração de morte encefálica" anexo a esta Resolução.
Parágrafo único. As instituições hospitalares poderão fazer
acréscimos ao presente termo, que deverão ser aprovados pelos
Conselhos Regionais de Medicina da sua jurisdição, sendo vedada
a supressão de qualquer de seus itens.
A morte encefálica deverá ser conseqüência de processo
irreversível e de causa conhecida.
Os parâmetros clínicos a serem observados para constatação de
morte encefálica são: coma aperceptivo com ausência de atividade
motora supra-espinal e apnéia.
Os intervalos mínimos entre as duas avaliações clínicas
necessárias para a caracterização da morte encefálica serão
definidos por faixa etária, conforme abaixo especificado:
a) de 7 dias a 2 meses incompletos - 48 horas
b) de 2 meses a 1 ano incompleto - 24 horas
c) de 1 ano a 2 anos incompletos - 12 horas
d) acima de 2 anos - 6 horas
Os exames complementares a serem observados para constatação
de morte encefálica deverão demonstrar de forma inequívoca:
a) ausência de atividade elétrica cerebral ou,
b) ausência de atividade metabólica cerebral ou,
c) ausência de perfusão sangüínea cerebral.
Os exames complementares serão utilizados por faixa etária,
conforme abaixo especificado:
a) acima de 2 anos - um dos exames citados no Art. 6º, alíneas "a",
"b" e "c";
b) de 1 a 2 anos incompletos: um dos exames citados no Art. 6º ,
alíneas "a", "b" e "c".
Quando optar-se por eletroencefalograma, serão necessários 2
exames com intervalo de 12 horas entre um e outro;
c) de 2 meses a 1 ano incompleto - 2 eletroencefalogramas com
intervalo de 24 horas entre um e outro;
d) de 7 dias a 2 meses incompletos - 2 eletroencefalogramas com
intervalo de 48 horas entre um e outro.
Ética Profissional em Enfermagem
A ética profissional emergiu a partir de
discussões sobre a deontologia em enfermagem. O termo
Deontologia deriva das palavras gregas “déon, déontos”
que significa dever e “logos” que se traduz por discurso
ou tratado. Desta forma, a palavra deontológico põe ser
definida como tratado do dever ou o conjunto de deveres,
princípios e normas adaptadas por um determinado grupo
profissional.
Assim surgiram discussões sobre a ética
profissional nas ações profissional de enfermagem. Para
solidificar este trajeto, esforços foram realizados a partir
de 1923, com o surgimento de associações, mas somente
na década de 70 é que órgãos foram criados com intuito
de cercear as legislações para o exercício profissional
desta categoria. Para melhor compreensão, traremos
Enfermagem
7/2
algumas legislações que norteiam a criação e
cumprimento da Lei do Exercício Profissional em
Enfermagem.
Lei nº 5.905/73
Dispõe sobre a criação dos Conselhos Federal e Regionais de
Enfermagem e dá outras
providências descritas nos artigos 1° até 23°:
Art. 1º – São criados o Conselho Federal de Enfermagem
(COFEN) e os Conselhos Regionais de Enfermagem (COREN),
constituindo em seu conjunto uma autarquia, vinculada ao
Ministério do Trabalho e Previdência Social.
Art. 2º – O Conselho Federal e os Conselhos Regionais são órgãos
disciplinadores do exercício da profissão de enfermeiro e das
demais profissões compreendidas nos serviços de Enfermagem.
Art. 3º – O Conselho Federal, ao qual ficam subordinados os
Conselhos Regionais, terá jurisdição em todo o território nacional
e sede na Capital da República.
Art. 4º – Haverá um Conselho Regional em cada Estado e
Território, com sede na respectiva capital, e no Distrito Federal.
Parágrafo único. O Conselho Federal poderá, quando o número de
profissionais habilitados na unidade da federação for interior a
cinqüenta, determinar a formação de regiões, compreendendo
mais de uma unidade.
Art. 5º – O Conselho Federal terá nove membros efetivos e igual
número de suplentes, de nacionalidade brasileira, e portadores de
diploma de curso de Enfermagem de nível superior.
Art. 6º – Os membros do Conselho Federal e respectivos suplentes
serão eleitos por maioria de votos, em escrutínio secreto, na
Assembléia dos Delegados Regionais.
Art. 7º – O Conselho Federal elegerá dentre seus membros, em sua
primeira reunião, o Presidente, o Vice-presidente, o Primeiro e o
Segundo Secretários e o Primeiro e o Segundo Tesoureiros.
Art. 8º – Compete ao Conselho Federal:
I – aprovar seu regimento interno e os dos Conselhos Regionais;
II – instalar os Conselhos Regionais;
III – elaborar o Código de Deontologia de Enfermagem e alterá-
lo, quando necessário, ouvidos os Conselhos Regionais;
IV – baixar provimentos e expedir instruções, para uniformidade
de procedimento e bom funcionamento dos Conselhos Regionais;
V – dirimir as dúvidas suscitadas pelos Conselhos Regionais;
VI – apreciar, em grau de recursos, as decisões dos Conselhos
Regionais;
VII – instituir o modelo das carteiras profissionais de identidade e
as insígnias da profissão;
VIII – homologar, suprir ou anular atos dos Conselhos Regionais;
IX – aprovar anualmente as contas e a proposta orçamentária da
autarquia,
remetendo-as aos órgãos competentes;
X – promover estudos e campanhas para aperfeiçoamento
profissional;
XI – publicar relatórios anuais de seus trabalhos;
XII – convocar e realizar as eleições para sua diretoria;
XIII – exercer as demais atribuições que lhe forem conferidas por
lei.
Art. 9º – O mandato dos membros do Conselho Federal será
honorífico e terá a duração de três anos, admitida uma reeleição.
Art. 10 – A receita do Conselho Federal de Enfermagem será
constituída de:
I – um quarto da taxa de expedição das carteiras profissionais;
II – um quarto das multas aplicadas pelos Conselhos Regionais;
III – um quarto das anuidades recebidas pelos Conselhos
Regionais;
IV – doações e legados;
V – subvenções oficiais;
VI – rendas eventuais.
Parágrafo único. Na organização dos quadros distintos para
inscrição de profissionais o Conselho Federal de Enfermagem
adotará como critério, no que couber, o disposto na Lei nº 2.604,
de 17 de setembro 1955.
Art. 11 – Os Conselhos Regionais serão instalados em suas
respectivas sedes, com cinco a vinte e um membros e outros tantos
suplentes, todos de nacionalidade brasileira, na proporção de três
quintos de Enfermeiros e dois quintos de profissionais das demais
categorias do pessoal de Enfermagem reguladas em lei.
Parágrafo único. O número de membros dos Conselhos Regionais
será sempre ímpar, e a sua fixação será feita pelo Conselho
Federal, em proporção ao número de profissionais inscritos.
Art. 12 – Os membros dos Conselhos Regionais e respectivos
suplentes serão
eleitos por voto pessoal, secreto e obrigatório, em época
determinada pelo Conselho Federal, em Assembléia Geral
especialmente convocada para esse fim.
Enfermagem
8/2
§ 1º Para a eleição referida neste artigo serão organizadas chapas
separadas, uma para enfermeiros e outra para os demais
profissionais de Enfermagem, podendo votar, em cada chapa,
respectivamente, os profissionais referidos no artigo 11.
§ 2º Ao eleitor que, sem causa justa, deixar de votar nas eleições
referidas neste artigo, será aplicada pelo Conselho Regional multa
em importância correspondente ao valor da anuidade.
Art. 13 – Cada Conselho Regional elegerá seu Presidente,
Secretário e Tesoureiro, admitida a criação de cargos de Vice-
presidente, Segundo-secretário e Segundo- tesoureiro, para os
Conselhos com mais de doze membros.
Art. 14 – O mandato dos membros dos Conselhos Regionais será
honorífico e terá duração de três anos, admitida uma reeleição.
Art. 15 – Compete aos Conselhos Regionais;
I- deliberar sobre inscrição no Conselho e seu cancelamento;
II – disciplinar e fiscalizar o exercício profissional, observadas as
diretrizes gerais do Conselho Federal;
III – fazer executar as instruções e provimentos do Conselho
Federal;
IV – manter o registro dos profissionais com exercício na
respectiva jurisdição;
V – conhecer e decidir os assuntos atinentes à ética profissional,
impondo as penalidades cabíveis;
VI – elaborar a sua proposta orçamentária anual e o projeto de seu
regimento interno e submetê-los à aprovação do Conselho
Federal;
VII – expedir a carteira profissional indispensável ao exercício da
profissão, a qual terá fé pública em todo o território nacional e
servirá de documento de identidade;
VIII – zelar pelo bom conceito da profissão e dos que a exerçam;
IX – publicar relatórios anuais de seus trabalhos e relação dos
profissionais registrados;
X – propor ao Conselho Federal medidas visando à melhoria do
exercício profissional;
XI – fixar o valor da anuidade;
XII – apresentar sua prestação de contas ao Conselho Federal, até
o dia 28 de fevereiro de cada ano;
XIII – eleger sua diretoria e seus delegados eleitores ao Conselho
Federal;
XIV – exercer as demais atribuições que lhes forem conferidas por
esta Lei ou pelo Conselho Federal.
Art. 16 – A renda dos Conselhos Regionais será constituída de:
I – três quartos da taxa de expedição das carteiras profissionais;
II – três quartos das multas aplicadas;
III – três quartos das anuidades;
IV – doações e legados;
V – subvenções oficiais, de empresas ou entidades particulares;
VI – rendas eventuais.
Art. 17 – O Conselho Federal e os Conselhos Regionais deverão
reunir-se, pelo menos, uma vez mensalmente.
Parágrafo único. O Conselheiro que faltar, durante o ano, sem
licença prévia do respectivo Conselho, a cinco reuniões perderá o
mandato.
Art. 18 – Aos infratores do Código de Deontologia de
Enfermagem poderão ser aplicadas as seguintes penas:
I – advertência verbal;
II – multa;
III – censura;
IV – suspensão do exercício profissional;
V – cassação do direito ao exercício profissional.
§ 1º As penas referidas nos incisos I, II, III e IV deste artigo são
da alçada dos Conselhos Regionais e a referida no inciso V, do
Conselho Federal, ouvido o Conselho Regional interessado.
§ 2º O valor das multas, bem como as infrações que implicam nas
diferentes penalidades, serão disciplinados no regimento do
Conselho Federal e dos Conselhos Regionais.
Art. 19 – O Conselho Federal e os Conselhos Regionais terão
tabela própria de pessoal, cujo regime será o da Consolidação das
Leis do Trabalho.
Art. 20 – A responsabilidade pela gestão administrativa e
financeira dos Conselhos caberá aos respectivos diretores.
Art. 21 – A composição do primeiro Conselho Federal de
Enfermagem, com mandato de um ano, será feito por ato do
Ministro do Trabalho e Previdência Social, mediante indicação,
em lista tríplice, da Associação Brasileira de Enfermagem.
Parágrafo único. Ao Conselho Federal assim constituído caberá,
além das atribuições previstas nesta Lei:
a) promover as primeiras eleições para composição dos Conselhos
Regionais e instalá-los;
Enfermagem
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b) promover as primeiras eleições para composição do Conselho
Federal, até noventa dias antes do termino do seu mandato.
Art. 22 – Durante o período de organização do Conselho Federal
de Enfermagem, o Ministério do Trabalho e Previdência Social
lhe facilitará a utilização de seu próprio pessoal, material e local
de trabalho.
Art. 23 – Esta Lei entrará em vigor na data da sua publicação,
revogadas as disposições em contrário.
A partir da criação dos conselhos de Enfermagem estudos
e discussões promoveram a elaboração da Lei do Exercício
Profissional em Enfermagem, esta foi estabelecida pela Lei
n°7.498/86, a qual dispõe sobre a regulamentação do exercício da
Enfermagem e dá outras providencias conforme sege do artigo 1°
até o 27°:
Art. 1º – É livre o exercício da Enfermagem em todo o território
nacional, observadas as disposições desta Lei.
Art. 2º – A Enfermagem e suas atividades Auxiliares somente
podem ser exercidas por pessoas legalmente habilitadas e inscritas
no Conselho Regional de Enfermagem com jurisdição na área
onde ocorre o exercício.
Parágrafo único. A Enfermagem é exercida privativamente pelo
Enfermeiro, pelo Técnico de Enfermagem, pelo Auxiliar de
Enfermagem e pela Parteira, respeitados os respectivos graus de
habilitação.
Art. 3º – O planejamento e a programação das instituições e
serviços de saúde incluem planejamento e programação de
Enfermagem.
Art. 4º – A programação de Enfermagem inclui a prescrição da
assistência de Enfermagem.
Art. 5º – (vetado)
§ 1º (vetado)
§ 2º (vetado)
Art. 6º – São enfermeiros:
I – o titular do diploma de enfermeiro conferido por instituição de
ensino, nos termos da lei;
II – o titular do diploma ou certificado de obstetriz ou de
enfermeira obstétrica, conferidos nos termos da lei;
III – o titular do diploma ou certificado de Enfermeira e a titular
do diploma ou certificado de Enfermeira Obstétrica ou de
Obstetriz, ou equivalente, conferido por escola estrangeira
segundo as leis do país, registrado em virtude de acordo de
intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil como diploma de
Enfermeiro, de Enfermeira Obstétrica ou de Obstetriz;
IV – aqueles que, não abrangidos pelos incisos anteriores,
obtiverem título de Enfermeiro conforme o disposto na alínea
“”d”” do Art. 3º do Decreto nº 50.387, de 28 de março de 1961.
Art. 7º – São técnicos de Enfermagem:
I – o titular do diploma ou do certificado de Técnico de
Enfermagem, expedido de acordo com a legislação e registrado
pelo órgão competente;
II – o titular do diploma ou do certificado legalmente conferido
por escola ou curso estrangeiro, registrado em virtude de acordo
de intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil como diploma de
Técnico de Enfermagem.
Art. 8º – São Auxiliares de Enfermagem:
I – o titular do certificado de Auxiliar de Enfermagem conferido
por instituição de ensino, nos termos da Lei e registrado no órgão
competente;
II – o titular do diploma a que se refere a Lei nº 2.822, de 14 de
junho de 1956;
III – o titular do diploma ou certificado a que se refere o inciso III
do Art. 2º da Lei nº 2.604, de 17 de setembro de 1955, expedido
até a publicação da Lei nº 4.024, de 20 de dezembro de 1961;
IV – o titular de certificado de Enfermeiro Prático ou Prático de
Enfermagem, expedido até 1964 pelo Serviço Nacional de
Fiscalização da Medicina e Farmácia, do Ministério da Saúde, ou
por órgão congênere da Secretaria de Saúde nas Unidades da
Federação, nos termos do Decreto-lei nº 23.774, de 22 de janeiro
de 1934, do Decreto-lei nº 8.778, de 22 de janeiro de 1946, e da
Lei nº 3.640, de 10 de outubro de 1959;
V – o pessoal enquadrado como Auxiliar de Enfermagem, nos
termos do Decreto-lei nº 299, de 28 de fevereiro de 1967;
VI – o titular do diploma ou certificado conferido por escola ou
curso estrangeiro, segundo as leis do país, registrado em virtude
de acordo de intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil como
certificado de Auxiliar de Enfermagem.
Art. 9º – São Parteiras:
I – a titular de certificado previsto no Art. 1º do Decreto-lei nº
8.778, de 22 de janeiro de 1946, observado o disposto na Lei nº
3.640, de 10 de outubro de 1959;
II – a titular do diploma ou certificado de Parteira, ou equivalente,
conferido por escola ou curso estrangeiro, segundo as leis do país,
registrado em virtude de intercâmbio cultural ou revalidado no
Brasil, até 2 (dois) anos após a publicação desta Lei, como
certificado de Parteira.
Art. 10 – (vetado)
Art. 11. O Enfermeiro exerce todas as atividades de enfermagem,
cabendo-lhe:
I – privativamente:
Enfermagem
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a) direção do órgão de enfermagem integrante da estrutura básica
da instituição de saúde, pública e privada, e chefia de serviço e de
unidade de enfermagem;
b) organização e direção dos serviços de enfermagem e de suas
atividades técnicas e auxiliares nas empresas prestadoras desses
serviços;
c) planejamento, organização, coordenação, execução e avaliação
dos serviços da assistência de enfermagem;
d) (VETADO);
e) (VETADO);
f) (VETADO);
g) (VETADO);
h) consultoria, auditoria e emissão de parecer sobre matéria de
enfermagem;
i) consulta de enfermagem;
j) prescrição da assistência de enfermagem;
l) cuidados diretos de enfermagem a pacientes graves com risco
de vida;
m) cuidados de enfermagem de maior complexidade técnica e que
exijam conhecimentos de base científica e capacidade de tomar
decisões imediatas;
II – como integrante da equipe de saúde:
a) participação no planejamento, execução e avaliação da
programação de saúde;
b) participação na elaboração, execução e avaliação dos planos
assistenciais de saúde;
c) prescrição de medicamentos estabelecidos em programas de
saúde pública e em rotina aprovada pela instituição de saúde;
d) participação em projetos de construção ou reforma de unidades
de internação;
e) prevenção e controle sistemático da infecção hospitalar e de
doenças transmissíveis em geral;
f) prevenção e controle sistemático de danos que possam ser
causados à clientela durante a assistência de enfermagem;
g) assistência de enfermagem à gestante, parturiente e puérpera;
h) acompanhamento da evolução e do trabalho de parto;
i) execução do parto sem distocia;
j) educação visando à melhoria de saúde da população.
Parágrafo único. As profissionais referidas no inciso II do art. 6º
desta lei incumbe, ainda:
a) assistência à parturiente e ao parto normal;
b) identificação das distocias obstétricas e tomada de providências
até a chegada do médico;
c) realização de episiotomia e episiorrafia e aplicação de anestesia
local, quando necessária.
Art. 12 – O Técnico de Enfermagem exerce atividade de nível
médio, envolvendo orientação e acompanhamento do trabalho de
Enfermagem em grau auxiliar, e participação no planejamento da
assistência de Enfermagem, cabendo-lhe especialmente:
§ 1º Participar da programação da assistência de Enfermagem;
§ 2º Executar ações assistenciais de Enfermagem, exceto as
privativas do Enfermeiro, observado o disposto no Parágrafo
único do Art. 11 desta Lei;
§ 3º Participar da orientação e supervisão do trabalho de
Enfermagem em grau auxiliar;
§ 4º Participar da equipe de saúde.
Art. 13 – O Auxiliar de Enfermagem exerce atividades de nível
médio, de natureza repetitiva, envolvendo serviços auxiliares de
Enfermagem sob supervisão, bem como a participação em nível
de execução simples, em processos de tratamento, cabendo-lhe
especialmente:
§ 1º Observar, reconhecer e descrever sinais e sintomas;
§ 2º Executar ações de tratamento simples;
§ 3º Prestar cuidados de higiene e conforto ao paciente;
§ 4º Participar da equipe de saúde.
Art. 14 – (vetado)
Art. 15 – As atividades referidas nos arts. 12 e 13 desta Lei,
quando exercidas em instituições de saúde, públicas e privadas, e
em programas de saúde, somente podem ser desempenhadas sob
orientação e supervisão de Enfermeiro.
Art. 16 – (vetado)
Art. 17 – (vetado)
Art. 18 – (vetado)
Parágrafo único. (vetado)
Art. 19 – (vetado)
Enfermagem
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Art. 20 – Os órgãos de pessoal da administração pública direta e
indireta, federal, estadual, municipal, do Distrito Federal e dos
Territórios observarão, no provimento de cargos e funções e na
contratação de pessoal de Enfermagem, de todos os graus, os
preceitos desta Lei.
Parágrafo único – Os órgãos a que se refere este artigo promoverão
as medidas necessárias à harmonização das situações já existentes
com as diposições desta Lei, respeitados os direitos adquiridos
quanto a vencimentos e salários.
Art. 21 – (vetado)
Art. 22 – (vetado)
Art. 23 – O pessoal que se encontra executando tarefas de
Enfermagem, em virtude de carência de recursos humanos de
nível médio nesta área, sem possuir formação específica regulada
em lei, será autorizado, pelo Conselho Federal de Enfermagem, a
exercer atividades elementares de Enfermagem, observado o
disposto no Art. 15 desta Lei.
Parágrafo único – A autorização referida neste artigo, que
obedecerá aos critérios baixados pelo Conselho Federal de
Enfermagem, somente poderá ser concedida durante o prazo de 10
(dez) anos, a contar da promulgação desta Lei.
Art. 24 – (vetado)
Parágrafo único – (vetado)
Art. 25 – O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de
120 (cento e vinte) dias a contar da data de sua publicação.
Art. 26 – Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 27 – Revogam-se (vetado) as demais disposições em
contrário.
Esta Lei foi regulamentada pelo Decreto n°94.406/87
dispondo sobre o exercício da Enfermagem, e dando outras
providencias, conforme segue do artigo 1° até 17°:
Art. 1º – O exercício da atividade de Enfermagem, observadas as
disposições da Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, e respeitados
os graus de habilitação, é privativo de Enfermeiro, Técnico de
Enfermagem, Auxiliar de Enfermagem e Parteiro e só será
permitido ao profissional inscrito no Conselho Regional de
Enfermagem da respectiva região.
Art. 2º – As instituições e serviços de saúde incluirão a atividade
de Enfermagem no seu planejamento e programação.
Art. 3º – A prescrição da assistência de Enfermagem é parte
integrante do programa de Enfermagem.
Art. 4º – São Enfermeiros:
I – o titular do diploma de Enfermeiro conferido por instituição de
ensino, nos termos da lei;
II – o titular do diploma ou certificado de Obstetriz ou de
Enfermeira Obstétrica, conferidos nos termos da lei;
III – o titular do diploma ou certificado de Enfermeira e a titular
do diploma ou certificado de Enfermeira Obstétrica ou de
Obstetriz, ou equivalente, conferido por escola estrangeira
segundo as respectivas leis, registrado em virtude de acordo de
intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil como diploma de
Enfermeiro, de Enfermeira Obstétrica ou de Obstetriz;
IV – aqueles que, não abrangidos pelos incisos anteriores,
obtiveram título de Enfermeira conforme o disposto na letra “”d””
do Art. 3º. do Decreto-lei Decreto nº 50.387, de 28 de março de
1961.
Art. 5º. São técnicos de Enfermagem:
I – o titular do diploma ou do certificado de técnico de
Enfermagem, expedido de acordo com a legislação e registrado no
órgão competente;
II – o titular do diploma ou do certificado legalmente conferido
por escola ou curso estrangeiro, registrado em virtude de acordo
de intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil como diploma de
técnico de Enfermagem.
Art. 6º São Auxiliares de Enfermagem:
I – o titular do certificado de Auxiliar de Enfermagem conferido
por instituição de ensino, nos termos da Lei e registrado no órgão
competente;
II – o titular do diploma a que se refere a Lei nº 2.822, de 14 de
junho de 1956;
III – o titular do diploma ou certificado a que se refere o item III
do Art. 2º. da Lei nº 2.604, de 17 de setembro de1955, expedido
até a publicação da Lei nº 4.024, de 20 de dezembro de 1961;
IV – o titular de certificado de Enfermeiro Prático ou Prático de
Enfermagem, expedido até 1964 pelo Serviço Nacional de
Fiscalização da Medicina e Farmácia, do Ministério da Saúde, ou
por órgão congênere da Secretaria de Saúde nas Unidades da
Federação, nos termos do Decreto-lei nº 23.774, de 22 de janeiro
de 1934, do Decreto-lei nº 8.778, de 22 de janeiro de 1946, e da
Lei nº 3.640, de 10 de outubro de 1959;
V – o pessoal enquadrado como Auxiliar de Enfermagem, nos
termos do Decreto-lei nº 299, de 28 de fevereiro de 1967;
VI – o titular do diploma ou certificado conferido por escola ou
curso estrangeiro, segundo as leis do país, registrado em virtude
de acordo de intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil como
certificado de Auxiliar de Enfermagem.
Art. 7º – São Parteiros:
I – o titular de certificado previsto no Art. 1º do nº 8.778, de 22 de
janeiro de 1946, observado o disposto na Lei nº 3.640, de 10 de
outubro de 1959;
Enfermagem
12/2
II – o titular do diploma ou certificado de Parteiro, ou equivalente,
conferido por escola ou curso estrangeiro, segundo as respectivas
leis, registrado em virtude de intercâmbio cultural ou revalidado
no Brasil, até 26 de junho de1988, como certificado de Parteiro.
Art. 8º – Ao enfermeiro incumbe:
I – privativamente:
a) direção do órgão de Enfermagem integrante da estrutura básica
da instituição de saúde, pública ou privada, e chefia de serviço e
de unidade de Enfermagem;
b) organização e direção dos serviços de Enfermagem e de suas
atividades técnicas e auxiliares nas empresas prestadoras desses
serviços;
c) planejamento, organização, coordenação, execução e avaliação
dos serviços da assistência de Enfermagem;
d) consultoria, auditoria e emissão de parecer sobre matéria de
Enfermagem;
e) consulta de Enfermagem;
f) prescrição da assistência de Enfermagem;
g) cuidados diretos de Enfermagem a pacientes graves com risco
de vida;
h) cuidados de Enfermagem de maior complexidade técnica e que
exijam conhecimentos científicos adequados e capacidade de
tomar decisões imediatas;
II – como integrante da equipe de saúde:
a) participação no planejamento, execução e avaliação da
programação de saúde;
b) participação na elaboração, execução e avaliação dos planos
assistenciais de saúde;
c) prescrição de medicamentos previamente estabelecidos em
programas de saúde pública e em rotina aprovada pela instituição
de saúde;
d) participação em projetos de construção ou reforma de unidades
de internação;
e) prevenção e controle sistemático da infecção hospitalar,
inclusive como membro das respectivas comissões;
f) participação na elaboração de medidas de prevenção e controle
sistemático de danos que possam ser causados aos pacientes
durante a assistência de Enfermagem;
g) participação na prevenção e controle das doenças transmissíveis
em geral e nos programas de vigilância epidemiológica;
h) prestação de assistência de enfermagem à gestante, parturiente,
puérpera e ao recém-nascido;
i) participação nos programas e nas atividades de assistência
integral à saúde individual e de grupos específicos,
particularmente daqueles prioritários e de alto risco;
j) acompanhamento da evolução e do trabalho de parto;
l) execução e assistência
obstétrica em situação de emergência e execução do parto sem
distocia;
m) participação em programas e atividades de educação sanitária,
visando à melhoria de saúde do indivíduo, da família e da
população em geral;
n) participação nos programas de treinamento e aprimoramento de
pessoal de saúde, particularmente nos programas de educação
continuada;
o) participação nos programas de higiene e segurança do trabalho
e de prevenção de acidentes e de doenças profissionais e do
trabalho;
p) participação na elaboração e na operacionalização do sistema
de referência e contra-referência do paciente nos diferentes níveis
de atenção à saúde;
q) participação no desenvolvimento de tecnologia apropriada à
assistência de saúde;
r) participação em bancas examinadoras, em matérias específicas
de Enfermagem, nos concursos para provimento de cargo ou
contratação de Enfermeiro ou pessoal Técnico e Auxiliar de
Enfermagem.
Art. 9º – Às profissionais titulares de diploma ou certificados de
Obstetriz ou de Enfermeira Obstétrica, além das atividades de que
trata o artigo precedente, incumbe:
I – prestação de assistência à parturiente e ao parto normal;
II – identificação das distócias obstétricas e tomada de
providências até a chegada do médico;
III – realização de episiotomia e episiorrafia com aplicação de
anestesia local, quando necessária.
Art. 10 – O Técnico de Enfermagem exerce as atividades
auxiliares, de nível médio técnico, atribuídas à equipe de
Enfermagem, cabendo-lhe:
I – assistir ao Enfermeiro:
a) no planejamento, programação, orientação e supervisão das
atividades de assistência de Enfermagem;
b) na prestação de cuidados diretos de Enfermagem a pacientes
em estado grave;
Enfermagem
13/2
c) na prevenção e controle das doenças transmissíveis em geral em
programas de vigilância epidemiológica;
d) na prevenção e controle sistemático da infecção hospitalar;
e) na prevenção e controle sistemático de danos físicos que
possam ser causados a pacientes durante a assistência de saúde;
f) na execução dos programas referidos nas letras “”i”” e “”o”” do
item II do Art. 8º.
II – executar atividades de assistência de Enfermagem, excetuadas
as privativas do Enfermeiro e as referidas no Art. 9º deste Decreto:
III – integrar a equipe de saúde.
Art. 11 – O Auxiliar de Enfermagem executa as atividades
auxiliares, de nível médio atribuídas à equipe de Enfermagem,
cabendo-lhe:
I – preparar o paciente para consultas, exames e tratamentos;
II – observar, reconhecer e descrever sinais e sintomas, ao nível
de sua qualificação;
III – executar tratamentos especificamente prescritos, ou de rotina,
além de outras atividades de Enfermagem, tais como:
ministrar medicamentos por via oral e parenteral;
realizar controle hídrico;
fazer curativos;
d) aplicar oxigenoterapia, nebulização, enteroclisma, enema e
calor ou frio;
e) executar tarefas referentes à conservação e aplicação de
vacinas;
f) efetuar o controle de pacientes e de comunicantes em doenças
transmissíveis;
g) realizar testes e proceder à sua leitura, para subsídio de
diagnóstico;
h) colher material para exames laboratoriais;
i) prestar cuidados de Enfermagem pré e pós-operatórios;
j) circular em sala de cirurgia e, se necessário, instrumentar;
l) executar atividades de desinfecção e esterilização;
IV – prestar cuidados de higiene e conforto ao paciente e zelar por
sua segurança, inclusive:
a) alimentá-lo ou auxiliá-lo a alimentar-se;
b) zelar pela limpeza e ordem do material, de equipamentos e de
dependência de unidades de saúde;
V – integrar a equipe de saúde;
VI – participar de atividades de educação em saúde, inclusive:
a) orientar os pacientes na pós-consulta, quanto ao cumprimento
das prescrições de Enfermagem e médicas;
b) auxiliar o Enfermeiro e o Técnico de Enfermagem na execução
dos programas de educação para a saúde;
VII – executar os trabalhos de rotina vinculados à alta de
pacientes:
VIII – participar dos procedimentos pós-morte.
Art. 12 – Ao Parteiro incumbe:
I – prestar cuidados à gestante e à parturiente;
II – assistir ao parto normal, inclusive em domicílio; e
III – cuidar da puérpera e do recém-nascido.
Parágrafo único – As atividades de que trata este artigo são
exercidas sob supervisão de Enfermeiro Obstetra, quando
realizadas em instituições de saúde, e, sempre que possível, sob
controle e supervisão de unidade de saúde, quando realizadas em
domicílio ou onde se fizerem necessárias.
Art. 13 – As atividades relacionadas nos arts. 10 e 11 somente
poderão ser exercidas sob supervisão, orientação e direção de
Enfermeiro.
Art. 14 – Incumbe a todo o pessoal de Enfermagem:
I – cumprir e fazer cumprir o Código de Deontologia da
Enfermagem;
II – quando for o caso, anotar no prontuário do paciente as
atividades da assistência de Enfermagem, para fins estatísticos;
Art. 15 – Na administração pública direta e indireta, federal,
estadual, municipal, do Distrito Federal e dos Territórios será
exigida como condição essencial para provimento de cargos e
funções e contratação de pessoal de Enfermagem, de todos os
graus, a prova de inscrição no Conselho Regional de Enfermagem
da respectiva região.
Parágrafo único – Os órgãos e entidades compreendidos neste
artigo promoverão, em articulação com o Conselho Federal de
Enfermagem, as medidas necessárias à adaptação das situações já
existentes com as disposições deste Decreto, respeitados os
direitos adquiridos quanto a vencimentos e salários.
Art. 16 – Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 17 – Revogam-se as disposições em contrário.
Enfermagem
14/2
Em 28 de dezembro de 1994, a Lei n°8.967 alterou a
redação do parágrafo único do Art 23° da Lei n°7.498, de 25 de
Junho de 1996, conforme segue no artigo 1°: Art. 1º – O Parágrafo
único do Art. 23 da Lei nº 7.498 de 25 de junho de 1986, passa a
vigorar com a seguinte redação:
Parágrafo único – É assegurado aos Atendentes de Enfermagem,
admitidos antes da vigência desta Lei, o exercício das atividades
elementares da Enfermagem, observado o disposto em seu artigo
15.
Art. 2º – Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação
CÓDIGO DE ÉTICA DOS PROFISSIONAIS DE
ENFERMAGEM.
PREÂMBULO
O Conselho Federal de Enfermagem, ao revisar o Código
de Ética dos Profissionais de Enfermagem – CEPE, norteou-se por
princípios fundamentais, que representam imperativos para a
conduta profissional e consideram que a Enfermagem é uma
ciência, arte e uma prática social, indispensável à organização e
ao funcionamento dos serviços de saúde; tem como
responsabilidades a promoção e a restauração da saúde, a
prevenção de agravos e doenças e o alívio do sofrimento;
proporciona cuidados à pessoa, à família e à coletividade; organiza
suas ações e intervenções de modo autônomo, ou em colaboração
com outros profissionais da área; tem direito a remuneração justa
e a condições adequadas de trabalho, que possibilitem um cuidado
profissional seguro e livre de danos. Sobretudo, esses princípios
fundamentais reafirmam que o respeito aos direitos humanos é
inerente ao exercício da profissão, o que inclui os direitos da
pessoa à vida, à saúde, à liberdade, à igualdade, à segurança
pessoal, à livre escolha, à dignidade e a ser tratada sem distinção
de classe social, geração, etnia, cor, crença religiosa, cultura,
incapacidade, deficiência, doença, identidade de gênero,
orientação sexual, nacionalidade, convicção política, raça ou
condição social.
Inspirado nesse conjunto de princípios é que o Conselho
Federal de Enfermagem, no uso das atribuições que lhe são
conferidas pelo Art. 8º, inciso III, da Lei nº 5.905, de 12 de julho
de 1973, aprova e edita esta nova revisão do CEPE, exortando os
profissionais de Enfermagem à sua fiel observância e
cumprimento.
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
A Enfermagem é comprometida com a produção e gestão
do cuidado prestado nos diferentes contextos socioambientais e
culturais em resposta às necessidades da pessoa, família e
coletividade.
O profissional de Enfermagem atua com autonomia e em
consonância com os preceitos éticos e legais, técnico-científico e
teórico-filosófico; exerce suas atividades com competência para
promoção do ser humano na sua integralidade, de acordo com os
Princípios da Ética e da Bioética, e participa como integrante da
equipe de Enfermagem e de saúde na defesa das Políticas
Públicas, com ênfase nas políticas de saúde que garantam a
universalidade de acesso, integralidade da assistência,
resolutividade, preservação da autonomia das pessoas,
participação da comunidade, hierarquização e descentralização
político-administrativa dos serviços de saúde.
O cuidado da Enfermagem se fundamenta no
conhecimento próprio da profissão e nas ciências humanas, sociais
e aplicadas e é executado pelos profissionais na prática social e
cotidiana de assistir, gerenciar, ensinar, educar e pesquisar.
CAPÍTULO I – DOS DIREITOS
Art. 1º Exercer a Enfermagem com liberdade, segurança técnica,
científica e ambiental, autonomia, e ser tratado sem discriminação
de qualquer natureza, segundo os princípios e pressupostos legais,
éticos e dos direitos humanos.
Art. 2º Exercer atividades em locais de trabalho livre de riscos e
danos e violências física e psicológica à saúde do trabalhador, em
respeito à dignidade humana e à proteção dos direitos dos
profissionais de enfermagem.
Art. 3º Apoiar e/ou participar de movimentos de defesa da
dignidade profissional, do exercício da cidadania e das
reivindicações por melhores condições de assistência, trabalho e
remuneração, observados os parâmetros e limites da legislação
vigente.
Art. 4º Participar da prática multiprofissional, interdisciplinar e
transdisciplinar com responsabilidade, autonomia e liberdade,
observando os preceitos éticos e legais da profissão.
Art. 5º Associar-se, exercer cargos e participar de Organizações
da Categoria e Órgãos de Fiscalização do Exercício Profissional,
atendidos os requisitos legais.
Art. 6º Aprimorar seus conhecimentos técnico-científicos, ético-
políticos, socioeducativos, históricos e culturais que dão
sustentação à prática profissional.
Art. 7º Ter acesso às informações relacionadas à pessoa, família
e coletividade, necessárias ao exercício profissional.
Art. 8º Requerer ao Conselho Regional de Enfermagem, de forma
fundamentada, medidas cabíveis para obtenção de desagravo
público em decorrência de ofensa sofrida no exercício profissional
ou que atinja a profissão.
Art. 9º Recorrer ao Conselho Regional de Enfermagem, de forma
fundamentada, quando impedido de cumprir o presente Código, a
Legislação do Exercício Profissional e as Resoluções, Decisões e
Pareceres Normativos emanados pelo Sistema Cofen/Conselhos
Regionais de Enfermagem.
Art. 10 Ter acesso, pelos meios de informação disponíveis, às
diretrizes políticas, normativas e protocolos institucionais, bem
como participar de sua elaboração.
Art. 11 Formar e participar da Comissão de Ética de
Enfermagem, bem como de comissões interdisciplinares da
instituição em que trabalha.
Enfermagem
15/2
Art. 12 Abster-se de revelar informações confidenciais de que
tenha conhecimento em razão de seu exercício profissional.
Art. 13 Suspender as atividades, individuais ou coletivas, quando
o local de trabalho não oferecer condições seguras para o exercício
profissional e/ou desrespeitar a legislação vigente, ressalvadas as
situações de urgência e emergência, devendo formalizar
imediatamente sua decisão por escrito e/ou por meio de correio
eletrônico à instituição e ao Conselho Regional de Enfermagem.
Art. 14 Aplicar o processo de Enfermagem como instrumento
metodológico para planejar, implementar, avaliar e documentar o
cuidado à pessoa, família e coletividade.
Art. 15 Exercer cargos de direção, gestão e coordenação, no
âmbito da saúde ou de qualquer área direta ou indiretamente
relacionada ao exercício profissional da Enfermagem.
Art. 16 Conhecer as atividades de ensino, pesquisa e extensão que
envolvam pessoas e/ou local de trabalho sob sua responsabilidade
profissional.
Art. 17 Realizar e participar de atividades de ensino, pesquisa e
extensão, respeitando a legislação vigente.
Art. 18 Ter reconhecida sua autoria ou participação em pesquisa,
extensão e produção técnico-científica.
Art. 19 Utilizar-se de veículos de comunicação, mídias sociais e
meios eletrônicos para conceder entrevistas, ministrar cursos,
palestras, conferências, sobre assuntos de sua competência e/ou
divulgar eventos com finalidade educativa e de interesse social.
Art. 20 Anunciar a prestação de serviços para os quais detenha
habilidades e competências técnico-científicas e legais.
Art. 21 Negar-se a ser filmado, fotografado e exposto em mídias
sociais durante o desempenho de suas atividades profissionais.
Art. 22 Recusar-se a executar atividades que não sejam de sua
competência técnica, científica, ética e legal ou que não ofereçam
segurança ao profissional, à pessoa, à família e à coletividade.
Art. 23 Requerer junto ao gestor a quebra de vínculo da relação
profissional/usuários quando houver risco à sua integridade física
e moral, comunicando ao Coren e assegurando a continuidade da
assistência de Enfermagem.
CAPÍTULO II – DOS DEVERES
Art. 24 Exercer a profissão com justiça, compromisso, equidade,
resolutividade, dignidade, competência, responsabilidade,
honestidade e lealdade.
Art. 25 Fundamentar suas relações no direito, na prudência, no
respeito, na solidariedade e na diversidade de opinião e posição
ideológica.
Art. 26 Conhecer, cumprir e fazer cumprir o Código de Ética dos
Profissionais de Enfermagem e demais normativos do Sistema
Cofen/Conselhos Regionais de Enfermagem.
Art. 27 Incentivar e apoiar a participação dos profissionais de
Enfermagem no desempenho de atividades em organizações da
categoria.
Art. 28 Comunicar formalmente ao Conselho Regional de
Enfermagem e aos órgãos competentes fatos que infrinjam
dispositivos éticos-legais e que possam prejudicar o exercício
profissional e a segurança à saúde da pessoa, família e
coletividade.
Art. 29 Comunicar formalmente, ao Conselho Regional de
Enfermagem, fatos que envolvam recusa e/ou demissão de cargo,
função ou emprego, motivado pela necessidade do profissional em
cumprir o presente Código e a legislação do exercício profissional.
Art. 30 Cumprir, no prazo estabelecido, determinações,
notificações, citações, convocações e intimações do Sistema
Cofen/Conselhos Regionais de Enfermagem.
Art. 31 Colaborar com o processo de fiscalização do exercício
profissional e prestar informações fidedignas, permitindo o acesso
a documentos e a área física institucional.
Art. 32 Manter inscrição no Conselho Regional de Enfermagem,
com jurisdição na área onde ocorrer o exercício profissional.
Art. 33 Manter os dados cadastrais atualizados junto ao Conselho
Regional de Enfermagem de sua jurisdição.
Art. 34 Manter regularizadas as obrigações financeiras junto ao
Conselho Regional de Enfermagem de sua jurisdição.
Art. 35 Apor nome completo e/ou nome social, ambos legíveis,
número e categoria de inscrição no Conselho Regional de
Enfermagem, assinatura ou rubrica nos documentos, quando no
exercício profissional.
§ 1º É facultado o uso do carimbo, com nome completo, número
e categoria de inscrição no Coren, devendo constar a assinatura ou
rubrica do profissional.
§ 2º Quando se tratar de prontuário eletrônico, a assinatura deverá
ser certificada, conforme legislação vigente.
Art. 36 Registrar no prontuário e em outros documentos as
informações inerentes e indispensáveis ao processo de cuidar de
forma clara, objetiva, cronológica, legível, completa e sem
rasuras.
Art. 37 Documentar formalmente as etapas do processo de
Enfermagem, em consonância com sua competência legal.
Art. 38 Prestar informações escritas e/ou verbais, completas e
fidedignas, necessárias à continuidade da assistência e segurança
do paciente.
Art. 39 Esclarecer à pessoa, família e coletividade, a respeito dos
direitos, riscos, benefícios e intercorrências acerca da assistência
de Enfermagem.
Art. 40 Orientar à pessoa e família sobre preparo, benefícios,
Enfermagem
16/2
riscos e consequências decorrentes de exames e de outros
procedimentos, respeitando o direito de recusa da pessoa ou de seu
representante legal.
Art. 41 Prestar assistência de Enfermagem sem discriminação de
qualquer natureza.
Art. 42 Respeitar o direito do exercício da autonomia da pessoa
ou de seu representante legal na tomada de decisão, livre e
esclarecida, sobre sua saúde, segurança, tratamento, conforto,
bem-estar, realizando ações necessárias, de acordo com os
princípios éticos e legais.
Parágrafo único. Respeitar as diretivas antecipadas da pessoa no
que concerne às decisões sobre cuidados e tratamentos que deseja
ou não receber no momento em que estiver incapacitado de
expressar, livre e autonomamente, suas vontades.
Art. 43 Respeitar o pudor, a privacidade e a intimidade da pessoa,
em todo seu ciclo vital e nas situações de morte e pós-morte.
Art. 44 Prestar assistência de Enfermagem em condições que
ofereçam segurança, mesmo em caso de suspensão das atividades
profissionais decorrentes de movimentos reivindicatórios da
categoria.
Parágrafo único. Será respeitado o direito de greve e, nos casos
de movimentos reivindicatórios da categoria, deverão ser
prestados os cuidados mínimos que garantam uma assistência
segura, conforme a complexidade do paciente.
Art. 45 Prestar assistência de Enfermagem livre de danos
decorrentes de imperícia, negligência ou imprudência.
Art. 46 Recusar-se a executar prescrição de Enfermagem e
Médica na qual não constem assinatura e número de registro do
profissional prescritor, exceto em situação de urgência e
emergência.
§ 1º O profissional de Enfermagem deverá recusar-se a executar
prescrição de Enfermagem e Médica em caso de identificação de
erro e/ou ilegibilidade da mesma, devendo esclarecer com o
prescritor ou outro profissional, registrando no prontuário.
§ 2º É vedado ao profissional de Enfermagem o cumprimento de
prescrição à distância, exceto em casos de urgência e emergência
e regulação, conforme Resolução vigente.
Art. 47 Posicionar-se contra, e denunciar aos órgãos competentes,
ações e procedimentos de membros da equipe de saúde, quando
houver risco de danos decorrentes de imperícia, negligência e
imprudência ao paciente, visando a proteção da pessoa, família e
coletividade.
Art. 48 Prestar assistência de Enfermagem promovendo a
qualidade de vida à pessoa e família no processo do nascer, viver,
morrer e luto.
Parágrafo único. Nos casos de doenças graves incuráveis e
terminais com risco iminente de morte, em consonância com a
equipe multiprofissional, oferecer todos os cuidados paliativos
disponíveis para assegurar o conforto físico, psíquico, social e
espiritual, respeitada a vontade da pessoa ou de seu representante
legal.
Art. 49 Disponibilizar assistência de Enfermagem à coletividade
em casos de emergência, epidemia, catástrofe e desastre, sem
pleitear vantagens pessoais, quando convocado.
Art. 50 Assegurar a prática profissional mediante consentimento
prévio do paciente, representante ou responsável legal, ou decisão
judicial.
Parágrafo único. Ficam resguardados os casos em que não haja
capacidade de decisão por parte da pessoa, ou na ausência do
representante ou responsável legal.
Art. 51 Responsabilizar-se por falta cometida em suas atividades
profissionais, independentemente de ter sido praticada individual
ou em equipe, por imperícia, imprudência ou negligência, desde
que tenha participação e/ou conhecimento prévio do fato.
Parágrafo único. Quando a falta for praticada em equipe, a
responsabilidade será atribuída na medida do(s) ato(s) praticado(s)
individualmente.
Art. 52 Manter sigilo sobre fato de que tenha conhecimento em
razão da atividade profissional, exceto nos casos previstos na
legislação ou por determinação judicial, ou com o consentimento
escrito da pessoa envolvida ou de seu representante ou
responsável legal.
§ 1º Permanece o dever mesmo quando o fato seja de
conhecimento público e em caso de falecimento da pessoa
envolvida.
§ 2º O fato sigiloso deverá ser revelado em situações de ameaça à
vida e à dignidade, na defesa própria ou em atividade
multiprofissional, quando necessário à prestação da assistência.
§ 3º O profissional de Enfermagem intimado como testemunha
deverá comparecer perante a autoridade e, se for o caso, declarar
suas razões éticas para manutenção do sigilo profissional.
§ 4º É obrigatória a comunicação externa, para os órgãos de
responsabilização criminal, independentemente de autorização, de
casos de violência contra: crianças e adolescentes; idosos; e
pessoas incapacitadas ou sem condições de firmar consentimento.
§ 5º A comunicação externa para os órgãos de responsabilização
criminal em casos de violência doméstica e familiar contra mulher
adulta e capaz será devida, independentemente de autorização, em
caso de risco à comunidade ou à vítima, a juízo do profissional e
com conhecimento prévio da vítima ou do seu responsável.
Art. 53 Resguardar os preceitos éticos e legais da profissão quanto
ao conteúdo e imagem veiculados nos diferentes meios de
comunicação e publicidade.
Art. 54 Estimular e apoiar a qualificação e o aperfeiçoamento
técnico-científico, ético-político, socioeducativo e cultural dos
profissionais de Enfermagem sob sua supervisão e coordenação.
Enfermagem
17/2
Art. 55 Aprimorar os conhecimentos técnico-científicos, ético-
políticos, socioeducativos e culturais, em benefício da pessoa,
família e coletividade e do desenvolvimento da profissão.
Art. 56 Estimular, apoiar, colaborar e promover o
desenvolvimento de atividades de ensino, pesquisa e extensão,
devidamente aprovados nas instâncias deliberativas.
Art. 57 Cumprir a legislação vigente para a pesquisa envolvendo
seres humanos.
Art. 58 Respeitar os princípios éticos e os direitos autorais no
processo de pesquisa, em todas as etapas.
Art. 59 Somente aceitar encargos ou atribuições quando se julgar
técnica, científica e legalmente apto para o desempenho seguro
para si e para outrem.
Art. 60 Respeitar, no exercício da profissão, a legislação vigente
relativa à preservação do meio ambiente no gerenciamento de
resíduos de serviços de saúde.
CAPÍTULO III – DAS PROIBIÇÕES
Art. 61 Executar e/ou determinar atos contrários ao Código de
Ética e à legislação que disciplina o exercício da Enfermagem.
Art. 62 Executar atividades que não sejam de sua competência
técnica, científica, ética e legal ou que não ofereçam segurança ao
profissional, à pessoa, à família e à coletividade.
Art. 63 Colaborar ou acumpliciar-se com pessoas físicas ou
jurídicas que desrespeitem a legislação e princípios que
disciplinam o exercício profissional de Enfermagem.
Art. 64 Provocar, cooperar, ser conivente ou omisso diante de
qualquer forma ou tipo de violência contra a pessoa, família e
coletividade, quando no exercício da profissão.
Art. 65 Aceitar cargo, função ou emprego vago em decorrência
de fatos que envolvam recusa ou demissão motivada pela
necessidade do profissional em cumprir o presente código e a
legislação do exercício profissional; bem como pleitear cargo,
função ou emprego ocupado por colega, utilizando-se de
concorrência desleal.
Art. 66 Permitir que seu nome conste no quadro de pessoal de
qualquer instituição ou estabelecimento congênere, quando,
nestas, não exercer funções de enfermagem estabelecidas na
legislação.
Art. 67 Receber vantagens de instituição, empresa, pessoa, família
e coletividade, além do que lhe é devido, como forma de garantir
assistência de Enfermagem diferenciada ou benefícios de qualquer
natureza para si ou para outrem.
Art. 68 Valer-se, quando no exercício da profissão, de
mecanismos de coação, omissão ou suborno, com pessoas físicas
ou jurídicas, para conseguir qualquer tipo de vantagem.
Art. 69 Utilizar o poder que lhe confere a posição ou cargo, para
impor ou induzir ordens, opiniões, ideologias políticas ou
qualquer tipo de conceito ou preconceito que atentem contra a
dignidade da pessoa humana, bem como dificultar o exercício
profissional.
Art. 70 Utilizar dos conhecimentos de enfermagem para praticar
atos tipificados como crime ou contravenção penal, tanto em
ambientes onde exerça a profissão, quanto naqueles em que não a
exerça, ou qualquer ato que infrinja os postulados éticos e legais.
Art. 71 Promover ou ser conivente com injúria, calúnia e
difamação de pessoa e família, membros das equipes de
Enfermagem e de saúde, organizações da Enfermagem,
trabalhadores de outras áreas e instituições em que exerce sua
atividade profissional.
Art. 72 Praticar ou ser conivente com crime, contravenção penal
ou qualquer outro ato que infrinja postulados éticos e legais, no
exercício profissional.
Art. 73 Provocar aborto, ou cooperar em prática destinada a
interromper a gestação, exceto nos casos permitidos pela
legislação vigente.
Parágrafo único. Nos casos permitidos pela legislação, o
profissional deverá decidir de acordo com a sua consciência sobre
sua participação, desde que seja garantida a continuidade da
assistência.
Art. 74 Promover ou participar de prática destinada a antecipar a
morte da pessoa.
Art. 75 Praticar ato cirúrgico, exceto nas situações de emergência
ou naquelas expressamente autorizadas na legislação, desde que
possua competência técnica-científica necessária.
Art. 76 Negar assistência de enfermagem em situações de
urgência, emergência, epidemia, desastre e catástrofe, desde que
não ofereça risco a integridade física do profissional.
Art. 77 Executar procedimentos ou participar da assistência à
saúde sem o consentimento formal da pessoa ou de seu
representante ou responsável legal, exceto em iminente risco de
morte.
Art. 78 Administrar medicamentos sem conhecer indicação, ação
da droga, via de administração e potenciais riscos, respeitados os
graus de formação do profissional.
Art. 79 Prescrever medicamentos que não estejam estabelecidos
em programas de saúde pública e/ou em rotina aprovada em
instituição de saúde, exceto em situações de emergência.
Art. 80 Executar prescrições e procedimentos de qualquer
natureza que comprometam a segurança da pessoa.
Art. 81 Prestar serviços que, por sua natureza, competem a outro
profissional, exceto em caso de emergência, ou que estiverem
expressamente autorizados na legislação vigente.
Art. 82 Colaborar, direta ou indiretamente, com outros
Enfermagem
18/2
profissionais de saúde ou áreas vinculadas, no descumprimento da
legislação referente aos transplantes de órgãos, tecidos,
esterilização humana, reprodução assistida ou manipulação
genética.
Art. 83 Praticar, individual ou coletivamente, quando no exercício
profissional, assédio moral, sexual ou de qualquer natureza, contra
pessoa, família, coletividade ou qualquer membro da equipe de
saúde, seja por meio de atos ou expressões que tenham por
consequência atingir a dignidade ou criar condições humilhantes
e constrangedoras.
Art. 84 Anunciar formação profissional, qualificação e título que
não possa comprovar.
Art. 85 Realizar ou facilitar ações que causem prejuízo ao
patrimônio das organizações da categoria.
Art. 86 Produzir, inserir ou divulgar informação inverídica ou de
conteúdo duvidoso sobre assunto de sua área profissional.
Parágrafo único. Fazer referência a casos, situações ou fatos, e
inserir imagens que possam identificar pessoas ou instituições sem
prévia autorização, em qualquer meio de comunicação.
Art. 87 Registrar informações incompletas, imprecisas ou
inverídicas sobre a assistência de Enfermagem prestada à pessoa,
família ou coletividade.
Art. 88 Registrar e assinar as ações de Enfermagem que não
executou, bem como permitir que suas ações sejam assinadas por
outro profissional.
Art. 89 Disponibilizar o acesso a informações e documentos a
terceiros que não estão diretamente envolvidos na prestação da
assistência de saúde ao paciente, exceto quando autorizado pelo
paciente, representante legal ou responsável legal, por
determinação judicial.
Art. 90 Negar, omitir informações ou emitir falsas declarações
sobre o exercício profissional quando solicitado pelo Conselho
Regional de Enfermagem e/ou Comissão de Ética de
Enfermagem.
Art. 91 Delegar atividades privativas do(a) Enfermeiro(a) a outro
membro da equipe de Enfermagem, exceto nos casos de
emergência.
Parágrafo único. Fica proibido delegar atividades privativas a
outros membros da equipe de saúde.
Art. 92 Delegar atribuições dos(as) profissionais de enfermagem,
previstas na legislação, para acompanhantes e/ou responsáveis
pelo paciente.
Parágrafo único. O dispositivo no caput não se aplica nos casos
da atenção domiciliar para o autocuidado apoiado.
Art. 93 Eximir-se da responsabilidade legal da assistência
prestada aos pacientes sob seus cuidados realizados por alunos
e/ou estagiários sob sua supervisão e/ou orientação.
Art. 94 Apropriar-se de dinheiro, valor, bem móvel ou imóvel,
público ou particular, que esteja sob sua responsabilidade em
razão do cargo ou do exercício profissional, bem como desviá-lo
em proveito próprio ou de outrem.
Art. 95 Realizar ou participar de atividades de ensino, pesquisa e
extensão, em que os direitos inalienáveis da pessoa, família e
coletividade sejam desrespeitados ou ofereçam quaisquer tipos de
riscos ou danos previsíveis aos envolvidos.
Art. 96 Sobrepor o interesse da ciência ao interesse e segurança
da pessoa, família e coletividade.
Art. 97 Falsificar ou manipular resultados de pesquisa, bem como
usá-los para fins diferentes dos objetivos previamente
estabelecidos.
Art. 98 Publicar resultados de pesquisas que identifiquem o
participante do estudo e/ou instituição envolvida, sem a
autorização prévia.
Art. 99 Divulgar ou publicar, em seu nome, produção técnico-
científica ou instrumento de organização formal do qual não tenha
participado ou omitir nomes de coautores e colaboradores.
Art. 100 Utilizar dados, informações, ou opiniões ainda não
publicadas, sem referência do autor ou sem a sua autorização.
Art. 101 Apropriar-se ou utilizar produções técnico-científicas,
das quais tenha ou não participado como autor, sem concordância
ou concessão dos demais partícipes.
Art. 102 Aproveitar-se de posição hierárquica para fazer constar
seu nome como autor ou coautor em obra técnico-científica.
CAPÍTULO IV – DAS INFRAÇÕES E
PENALIDADES
Art. 103 A caracterização das infrações éticas e disciplinares, bem
como a aplicação das respectivas penalidades regem-se por este
Código, sem prejuízo das sanções previstas em outros dispositivos
legais.
Art. 104 Considera-se infração ética e disciplinar a ação, omissão
ou conivência que implique em desobediência e/ou inobservância
às disposições do Código de Ética dos Profissionais de
Enfermagem, bem como a inobservância das normas do Sistema
Cofen/Conselhos Regionais de Enfermagem.
Art. 105 O(a) Profissional de Enfermagem responde pela infração
ética e/ou disciplinar, que cometer ou contribuir para sua prática,
e, quando cometida(s) por outrem, dela(s) obtiver benefício.
Art. 106 A gravidade da infração é caracterizada por meio da
análise do(s) fato(s), do(s) ato(s) praticado(s) ou ato(s)
omissivo(s), e do(s) resultado(s).
Art. 107 A infração é apurada em processo instaurado e
conduzido nos termos do Código de Processo Ético-Disciplinar
vigente, aprovado pelo Conselho Federal de Enfermagem.
Enfermagem
19/2
Art. 108 As penalidades a serem impostas pelo Sistema
Cofen/Conselhos Regionais de Enfermagem, conforme o que
determina o art. 18, da Lei n° 5.905, de 12 de julho de 1973, são
as seguintes:
I – Advertência verbal;
II – Multa;
III – Censura;
IV – Suspensão do Exercício Profissional;
V – Cassação do direito ao Exercício Profissional.
§ 1º A advertência verbal consiste na admoestação ao infrator, de
forma reservada, que será registrada no prontuário do mesmo, na
presença de duas testemunhas.
§ 2º A multa consiste na obrigatoriedade de pagamento de 01 (um)
a 10 (dez) vezes o valor da anuidade da categoria profissional à
qual pertence o infrator, em vigor no ato do pagamento.
§ 3º A censura consiste em repreensão que será divulgada nas
publicações oficiais do Sistema Cofen/Conselhos Regionais de
Enfermagem e em jornais de grande circulação.
§ 4º A suspensão consiste na proibição do exercício profissional
da Enfermagem por um período de até 90 (noventa) dias e será
divulgada nas publicações oficiais do Sistema Cofen/Conselhos
Regionais de Enfermagem, jornais de grande circulação e
comunicada aos órgãos empregadores.
§ 5º A cassação consiste na perda do direito ao exercício da
Enfermagem por um período de até 30 anos e será divulgada nas
publicações do Sistema Cofen/Conselhos Regionais de
Enfermagem e em jornais de grande circulação.
§ 6º As penalidades aplicadas deverão ser registradas no
prontuário do infrator.
§ 7º Nas penalidades de suspensão e cassação, o profissional terá
sua carteira retida no ato da notificação, em todas as categorias em
que for inscrito, sendo devolvida após o cumprimento da pena e,
no caso da cassação, após o processo de reabilitação.
Art. 109 As penalidades, referentes à advertência verbal, multa,
censura e suspensão do exercício profissional, são da
responsabilidade do Conselho Regional de Enfermagem, serão
registradas no prontuário do profissional de Enfermagem; a pena
de cassação do direito ao exercício profissional é de competência
do Conselho Federal de Enfermagem, conforme o disposto no art.
18, parágrafo primeiro, da Lei n° 5.905/73.
Parágrafo único. Na situação em que o processo tiver origem no
Conselho Federal de Enfermagem e nos casos de cassação do
exercício profissional, terá como instância superior a Assembleia
de Presidentes dos Conselhos de Enfermagem.
Art. 110 Para a graduação da penalidade e respectiva imposição
consideram-se:
I – A gravidade da infração;
II – As circunstâncias agravantes e atenuantes da infração;
III – O dano causado e o resultado;
IV – Os antecedentes do infrator.
Art. 111 As infrações serão consideradas leves, moderadas,
graves ou gravíssimas, segundo a natureza do ato e a circunstância
de cada caso.
§ 1º São consideradas infrações leves as que ofendam a
integridade física, mental ou moral de qualquer pessoa, sem causar
debilidade ou aquelas que venham a difamar organizações da
categoria ou instituições ou ainda que causem danos patrimoniais
ou financeiros.
§ 2º São consideradas infrações moderadas as que provoquem
debilidade temporária de membro, sentido ou função na pessoa ou
ainda as que causem danos mentais, morais, patrimoniais ou
financeiros.
§ 3º São consideradas infrações graves as que provoquem perigo
de morte, debilidade permanente de membro, sentido ou função,
dano moral irremediável na pessoa ou ainda as que causem danos
mentais, morais, patrimoniais ou financeiros.
§ 4º São consideradas infrações gravíssimas as que provoquem a
morte, debilidade permanente de membro, sentido ou função,
dano moral irremediável na pessoa.
Art. 112 São consideradas circunstâncias atenuantes:
I – Ter o infrator procurado, logo após a infração, por sua
espontânea vontade e com eficiência, evitar ou minorar as
consequências do seu ato;
II – Ter bons antecedentes profissionais;
III – Realizar atos sob coação e/ou intimidação ou grave ameaça;
IV – Realizar atos sob emprego real de força física;
V – Ter confessado espontaneamente a autoria da infração;
VI – Ter colaborado espontaneamente com a elucidação dos fatos.
Art. 113 São consideradas circunstâncias agravantes:
I – Ser reincidente;
II – Causar danos irreparáveis;
III – Cometer infração dolosamente;
IV – Cometer a infração por motivo fútil ou torpe;
V – Facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade
ou a vantagem de outra infração;
Enfermagem
20/2
VI – Aproveitar-se da fragilidade da vítima;
VII – Cometer a infração com abuso de autoridade ou violação do
dever inerente ao cargo ou função ou exercício profissional;
VIII – Ter maus antecedentes profissionais;
IX – Alterar ou falsificar prova, ou concorrer para a desconstrução
de fato que se relacione com o apurado na denúncia durante a
condução do processo ético.
CAPÍTULO V – DA APLICAÇÃO DAS
PENALIDADES
Art. 114 As penalidades previstas neste Código somente poderão
ser aplicadas, cumulativamente, quando houver infração a mais de
um artigo.
Art. 115 A pena de Advertência verbal é aplicável nos casos de
infrações ao que está estabelecido nos artigos:, 26, 28, 29, 30, 31,
32, 33, 35, 36, 37, 38, 39, 40, 41, 42, 43, 46, 48, 47, 49, 50, 51,
52, 53, 54, 55, 56, 57,58, 59, 60, 61, 62, 65, 66, 67, 69, 76, 77, 78,
79, 81, 82, 83, 84, 85, 86, 87, 88, 89, 90, 91, 92, 93, 94, 95, 98,
99, 100, 101 e 102.
Art. 116 A pena de Multa é aplicável nos casos de infrações ao
que está estabelecido nos artigos: 28, 29, 30, 31, 32, 35, 36, 38,
39, 41, 42, 43, 44, 45, 50, 51, 52, 57, 58, 59, 61, 62, 63, 64, 65,
66, 67, 68, 69, 70, 71, 72, 73, 74, 75, 76, 77, 78, 79, 80, 81, 82,
83, 84, 85, 86, 87, 88, 89, 90, 91, 92, 93, 94, 95, 96, 97, 98, 99,
100, 101 e 102.
Art. 117 A pena de Censura é aplicável nos casos de infrações ao
que está estabelecido nos artigos: 31, 41, 42, 43, 44, 45, 50, 51,
52, 57, 58, 59, 61, 62, 63, 64, 65, 66, 67,68, 69, 70, 71, 73, 74, 75,
76, 77, 78, 79, 80, 81, 82, 83, 84, 85, 86, 88, 90, 91, 92, 93, 94,
95, 97, 99, 100, 101 e 102.
Art. 118 A pena de Suspensão do Exercício Profissional é
aplicável nos casos de infrações ao que está estabelecido nos
artigos: 32, 41, 42, 43, 44, 45, 50, 51, 52, 59, 61, 62, 63, 64, 68,
69, 70, 71, 72, 73, 74, 75, 76, 77, 78,79, 80, 81, 82, 83, 85, 87, 89,
90, 91, 92, 93, 94 e 95.
Art. 119 A pena de Cassação do Direito ao Exercício Profissional
é aplicável nos casos de infrações ao que está estabelecido nos
artigos: 45, 64, 70, 72, 73, 74, 80, 82, 83, 94, 96 e 97.
ÉTICA II.
PREFIXOS E SUFIXOS
A, na: privação;acloridria(ausência de ácido clorídrico no suco
gástrico), afasia (impossibilidade de falar).
Na, Ana: para cima, para trás; anaplasia(é quando a formação
celular tem um desvio da normalidade).
Ana: denovo;anamnese( história pessoal da família e do
paciente), anastomose(conjunção de um órgão a outro órgão.
Anti: contra;antiemético, antídoto(contra veneno), antissepsia(é o
conjunto de medidas propostas para inibir o crescimento de
microrganismos)
Dia: através de; diagnóstico, diafragma, diarréia, diálise(processo
de separação de substâncias cristalóides e colóides).
Dis: dificuldade; disfagia(dificuldade de
deglutição), dispnéia(dificuldade em respirar), dislalia(dificuldade
na pronúncia das palavras).
Ecto: fora de, exterior; ectoderma(camada primária do disco
embrionário)
Endo: dentro, parte interna; endocárdio(mebrana endotelial que
reveste internamente o coração), endógeno(formado no próprio
organismo)
Epi: sobre; epiderme(cama externa da pele), epidemia(aumento do
número de doenças sobre uma população)
Eu: bem, bom; euforia(sensação de bem-estar), eugenia(estudo da
Enfermagem
21/2
melhoria física e mental da raça).
Exo: para fora, extermo;exoftalmia(projeção dos olhos para fora).
Hemi: metade, hemisfério; hemiplegia(condição na qual, metade
do corpo fica paralisado), , hemicolectomia(remoção cirúrgica de
metade do cólon).
Hiper: aumento, excesso;hipertrofia(aumento no tamanho das
células), hiperglicemia(excesso de glicose no sangue).
Hipo: diminuição ou posição abaixo;hipocôndrio (região do
abdome de cada lado do epigastro).
Iso: igualdade; isotérmico(da mesma temperatura).
Meta: mudança, exceção; metamorfose(mudança de forma ou
estrutura).
Neo: novo; neoplasia( são neoformações teciduais de células, de
cresimento autonômo).
Oligo: pouco; oligodramnia (é a diminuição do volume de líquido
amniótico para uma idade gestacional definida), oligúria (
diminuiçao na produção de urina).
Orto: reto, direto; ortopedia( correção das deformidades ósseas e
articulares), ortodontia (correção das irregularidades dos dentes).
Pan: todo; pancardite( inflamação generalizada do
coração), pandemia(epidemia muito acetuada).
Pen: escassez; leucopenia (diminuição do número de leucócitos)
Para: proximidade; parasito(planta ou animal que vive sobre, ou
dentro de, outro organismo vivo), paratireóide(quatro pequenas
glândulas, de secreção interna).
Peri: em torno de; pericárdio(membrana serona que reveste o
coração).
Poli: muito; polidipsia (sede exagerada), polimenorréia(intervalos
entre as menstruações forem menores que 21
dias), poliúria(aumento da quantidade de urina).
Pro: anterioridade; prognóstico(predição sobre a marcha da
doença, sua duração e seu fim), proglote(segmento madura da
tênia).
Sin: idéia de conjunto, síndrome(conjunto de sinais e sintomas que
caracterizam uma entidade mórbida.
Termo Técnicos por Sistemas
Sistema Nervoso
Apalestesia: perda do sentido das vibrações
Astasia: incapacidade de permanecer em pé por incoordenação
motora
Coma: estado de inconsciência
Convulsão: contrações violentas e involuntárias do músculo,
agitação desordenada
Diplegia: paralisia bilateral
Ecopraxia: repetição dos movimentos ou maneirismo de outra
pessoa
Estutor: inconsciência total ou parcial
Estupor: inconsciência total ou parcial, mutismo sem perda da
percepção sensorial
Hemiplegia: paralisia dos MMII
Hemicrância: enxaqueca, dor (em metade do crânio)
Hemiparesia: fraqueza muscular em um lado do corpo
Hiperalgesia: sensibilidade exagerada à dor
Hipersônia: sonolência excessiva
Hipoestesia: diminuição da sensibilidade
Hipotonia: tonicidade muscular diminuída
Parestesia: alteração da sensibilidade, desordem nervosa, com
sensações anormais (são sensações cutâneas subjetivas ex: frio,
formigamento, calor.
Paresia: paralisia incompleta
Paralisia: diminuição ou desaparecimento da sensibilidade e
movimentos
Reflexo: contração muscular, resposta involuntária a um
estímulo
Tetraplegia: paralisação dos quatro membros
Sistema Locomotor
Ancilose: imobilidade de uma articulação;
Acinesia: lentidão dos movimentos ou paralisia parcial;
Agrafia: não consegue escrever;
Ambidestro: habilidade de usar as duas mãos.
Ataxia: Não coordena os músculos e a locomoção;
Sistema Cardiovascular
Anoxia - falta de oxigênio nos tecidos.
Bradicardia - frequência cardíaca diminuída.
Contratilidade: capacidade do musculo cardíaco de se encurtar
em resposta a um impulso elétrico.
Débito cárdiaco: quantidade de sangue bombeada por cada
ventrículo em litros por minuto;
Diástole: período de relaxamento ventricular resultando em
enchimento ventricular.
Hipertensão: pressão arterial superior ou igual 140/90mmHg.
Hipotensão: uma diminuição na pressão arterial para menos de
100/60mmHg.
Normocardia - frequência cardíaca normal.
Sistole: período de contração ventricular resultando em ejeção do
sangue a partir dos ventrículos para dentro da artéria pulmonar e
aorta.
Taquicardia - frequência cardíaca aumentada.
Sistema Tegumentar
Acromia: falta de melanina, falta de pigmentação, albinismo;
Apelo: 1) sem pele, não cicatrizado, aplicado a feridas. 2)
desprovido de prepúcio, circuncidado;
Cloasma: manchas escuras na pele, principalmente na face da
gestante;
Dermatite: inflamação da pele;
Dermatose: doença de pele;
Equimose: extravasamento de sangue por baixo dos tecidos,
manchas escuras ou avermelhadas;
Eritema: vermelhidão na pele;
Erupção na pele: vermelhamento de sangue por baixo dos
tecidos, manchas escuras ou avermelhadas;
Enfermagem
22/2
Erupção: lesões visíveis na pele;
Escabiose: moléstia cutânea contagiosa, caracterizada por lesão
multiformes, acompanhadas por prurido intenso.
Esclerodermia: afecção cutânea com endurecimento da pele;
Esclerose: endurecimento da pele, devido a uma proliferação
exagerada de tecido conjuntivo. Alteração de tecido ou órgão
caracterizado pela formação de tecido fibroso;
Escoriações: perda superficial de tecidos;
Estrófulo: dermatose benigna comum no recém-nascido; Ex:
comum na picada de mosquito.
Exantema: deflorência cutânea, qualquer erupção cutânea;
erupção cutânea que ocorre em doença aguda provocada por
vírus ou coco. EX: sarampo.
Fissura: ulceração de mucosa;
Flictema: levantamento da epiderme, formando pequenas bolhas;
Mácula: mancha rósea da pele sem elevação;
Petéquias: pequenas hemorragias puntiformes; (“ponto vermelho
pelo corpo”).
Pústula: vesícula cheia de pus.
Úlcera: necrose parcial do tecido com perda de substâncias;
Urticária: erupção eritematosa da pele com prurido;
Vesículas: bolhas;
Sistema Respiratório
Aerofagia: deglutição anormal de ar, provocando eructação
freqüente
Anoxia: redução do suprimento de oxigênio nos tecidos
Apnéia: parada dos movimentos respiratórios
Asfixia: sufocação, dificuldade da passagem do ar
Binasal: referente a ambos os campos visuais nasais
Cianose: coloração azulada por falta de oxigênio
Dispnéia: dificuldade respiratória
Estertorosa: respiração ruidosa
Expectoração: expelir secreção pulmonar (escarro)
Hemoptise: hemorragia de origem pulmonar, escarro com
sangue
Hemotórax: coleção de sangue na cavidade pleural
Hiperpnéia: respiração anormal, acelerada, com movimentos
respiratórios exagerados
Ortopnéia: acentuada falta de ar em decúbito dorsal
Taquipnéia: movimentos respiratórios acelerados
Sistema Digestório
Anorexia: perda do apetite;
Afagia: impossibilidade de deglutir;
Azia (pirose): sensação de ardor estomacal, eructação azeda e
ácida.
Bilioso: referente a bile; peculiar a transtornos causados por
excesso de bile;
Bulimia: fome exagerada;
Cólica: dor espasmódica:
Colostomia: abertura artificial para saída de fezes a nível do
colo.
Constipação: demora anormal na passagem das fezes;
Coprólito: massa endurecida de matéria fecal nos intestinos;
Desidratação: perda exagerada de líquido no organismo;
Diarréia: evacuações freqüentes e líquidas;
Disfagia: dificuldade de deglutir;
Distensão: estiramento de alguma fibra muscular,
entumecimento ou expansão;
Êmese: ato de vomitar;
Enema: clister, lavagem, introdução de líquidos no reto;
Enteralgia: dor intestinal;
Eventração: saída total ou parcial de vísceras na parede
abdominal, mas a pele continua íntegra;
Evisceração: saída das vísceras de sua situação normal;
Flatulência: distensão do intestino pelo acúmulo de fezes e
gazes;
Gastralgia: dor de estômago;
Halitose: mau hálito;
Hematêmese: vômitos com sangue;
Hiperêmese: vômitos excessivos ou incoercíveis;
Inapetência: falta de apetite, anorexia;
Melena: fezes escuras e brilhantes, com presença de sangue;
Náuseas: desconforto gástrico com impulsão para vomitar;
Pirose: sensação de ardência do estômago à garganta;
Pleniturde gástrica: sensação de ardência do estômago à
garganta.
Polidipsia: sede excessiva;
Regurgitação: volta de comida do estômago à boca;
Sialorréia: salivação excessiva;
Sialosquiese: salivação deficiente (boca seca);
Sistema Urinário
Anúria: Ausência de eliminação urinária
Enfermagem
23/2
Colúria: Presença de bilirrubina ou bílis na urina
Diurese: volume de urina coletado
Enurese: incontinência urinária
Hematúria: presença de sangue na urina
Micção: ato de urinar
Mictúria: micção freqüente à noite
Oligúria: deficiência de eliminação urinária, escassez
Piúria: presença de pus na urina
Polagiúria: eliminação frequente da urina
Poliúria: excessiva eliminação urinária
Retenção urinária: incapacidade de eliminar a urina
Sistema Reprodutor
Menstruação: é uma perda sanguínea, por via vaginal, que
ocorre na mulher desde a menarca até a menopausa.
Caracterizam-se por ter um ciclo de (15 – 60) dias, mais
frequentes (25 – 32) dias, com a duração de 3 a 5 dias em
média. A quantidade de sangue perdida varia entre 100 a
150g.
Menarca: é a primeira menstruação.
Menacme: é o período da vida da mulher em que ela é fértil.
Vai da menarca até a menopausa.
Menopausa: é a última menstruação.
Climatério: fase que antecede a menopausa.
Amenorréia: significa a ausência da menstruação.
Eumenorréia: significa menstruação normal.
Hipermenorréia: significa aumento da menstruação
Oligomenorréia: significa diminuição da menstruação.
Metrorragia: hemorragia vaginal ou período menstrual
prolongada.
Leucorreia: corrimento mucoso esbranquiçado ou
amarelado, de origem vulvovaginal, por vezes purulento.
Órgãos dos Sentidos
Boca
Afasia: impossibilidade de falar ou entender a palavra falada
Afagia: impossibilidade de deglutir
Afonia: perda mais ou menos acentuada da voz
Anodontia: ausência congênita ou adquirida dos dentes
Adipsia: Ausência de sede.
Aptialismo: deficiência ou ausência de saliva
Sialorréia: salivação excessiva
Olhos
Anisocoria: desigualdade de diâmetro das pupilas
Ablepsia: cegueira
Ambliopia: diminuição da acuidade visual
Aniridia: ausência ou falha da íris
Blefarite: inflamação das pálpebras
Diplepia: visão dupla
Midríase: dilatação da pupila
Miose: contração da pupila
Ptose palpebral: queda das pálpebras
REGISTRO
DE ENFERMAGEM
É o emprego ,em linguagem escrita, de toda e q
ualquer informação relevante ao gerenciamento do
cuidado de saúde do cliente. É através do registro
que iremos buscar orientação para as ações de
enfermagem, bem como a organização do cuidado mais
adequado ao cliente.
Segundo Potter e Perry (2006) apresenta co
mo finalidades:
Auxiliar o planejamento dos cuidados;
Auxiliar no processo de comunicação;
Auxiliar no processo de educação;
Base para os processos de pesquisa;
Base para processos de auditoria;
Formar documentação legal.
Qualidades de um bom registro:
1 - Clareza: deve ser o mais claro possível, permitindo a
compreensão por todos;
2 - Concisão: transmitir o máximo de informações com p
oucas palavras;
3 - Objetividade: deve ser direto na transmissão de infor
mações;
4 - Atual: registros dos fatos no momento em que ocorre
m;
5 - Organizado: disposto em ordem que permita claro en
tendimento;
6 – Legível: deve ser de fácil leitura;
7 – Deve relatar todos os aspectos do cliente: quanto
Enfermagem
24/2
maiores as descrições sobre o cliente e os cuidados
prestados a ele, melhor o registro;
Segundo Nettina e cols. (2007), uma importan
te função dos registros é estabelecer comunicação
multidisciplinar com os outros membros da equipe de sa
úde (médicos, nutricionistas, psicólogos).Um relato
correto permite melhor comunicação com os outros m
embros da equipe, o que torna o cuidado prestado
eficiente.
Na elaboração de registros de enfermagem deve-
se atentar:
1 – Manter letra legível que permita a compreensão de to
dos;
2 – Não rasurar ou aplicar corretivo ;
3 – Evitar frases genéricas ou vazias como “estado inalte
rado” e “teve um bom dia”;
4 – Evitar pressa e outros fatores que prejudiquem a aten
ção no momento do registro;
5 –Registrar TODOS os fatos;
6 – Não deixar espaços em branco;
7 – Quando alguma prescrição for questionada, registrar
que foi procurado esclarecimento;
8 – Nunca registrar por outra pessoa ( registre suas infor
mações apenas por você mesmo);
9 – Começar cada registro com dia e hora e terminar
com assinatura , carimbo e se possível número de
registro;
10 – Atentar que toda e qualquer alteração no estad
o do cliente exige registro imediato e detalhado (
respaldo legal);
Dentro deste contexto, a enfermagem tem como respons
abilidades:
•
Executar e registrar rotinas administrativas (admissã
o, transferência, alta e óbito);
• Realizar anotações do censo hospitalar;
• Realizar anotações no relatório de enfermagem;
•
Realizar o registro de medicações bem como dos cui
dados prestados;
•
Manter registros organizados em ordem cronológica
que permita fácil acesso;
•
Manter organização correta que permita fácil análise
pela auditoria.
Dentre os aspectos legais que envolvem o registro de enf
ermagem , deve-se atentar:
1.Qualquer registro só possui valor legal se datado, i
dentificando horário, com assinatura e número de
registro no COREN do profissional;
2.O cliente possui direito a conhecimento de toda
s as informações pertinentes a ele, bem como
esclarecimento adequado de sua situação;
3.Sistemas informatizados de informação possuem a m
esma validade legal que os manuscritos desde que
devidamente criptografados e protegidos;
4.A ausência de registro de enfermagem sobre determin
ado fato pode implicar em responsabilização civil e
criminal do profissional (o registro atua como respaldo p
rofissional);
5.A passagem de plantão somente poderá ser efetua
da quando os registros de enfermagem estiverem
corretamente identificados
Esta é uma anotação de Téc. de enfermagem
-1.Sinais subjetivos(e o que o paciente relata,o que ele fala para
o profissional)
-2.Sinais objetivos(e o que você vê. Ex,edema,feridas,etc...)
-3.O que foi feito (os cuidados prestados por você)
-4.Dieta,alimentação(que tipo de dieta o paciente esta
fazendo)
-5.Eliminação(anote o volume urinário,aspecto das fezes)
-6.Sinais vitais(PA,TAX,FC,FR e dor)
Dentro dessa sequencia deve haver.
Deve abranger:
- Nível de consciência; coma,sonolento, orientado ou
desorientado.
- Locomoção; acamado, deambulando.
- Mantendo jejum; sim ou não qual o motivo
- Dreno, cateter,caso houver
- Sondas; fechada ou aberta
- Venóclise e dispositivo de infusão; local, tipo, periférica.
- Eliminações urinárias e fecais; ausente, presente, quantos
dias
- Queixas; náuseas, dor, etc.
Admissão do Paciente.
•É a entrada e a permanência do paciente no hospital por
determinado período.
•Anotações de enfermagem na admissão:
–Nome completo do paciente, data e hora da admissão;
–Condições de chegada (deambulando, maca, cadeira de rodas,
etc.);
Presença de acompanhante ou responsável;
Enfermagem
25/2
–Condições de higiene;
–Queixas relacionadas ao motivo da internação;
–Procedimentos/cuidados realizados, conforme prescrição ou
rotina institucional (mensuração dos Sinais vitais, punção de
acesso venoso, coleta de exames, elevação de grades, etc.);
–Orientações prestadas.
–Destino dos pertences de valor.
Alta Hospitalar
•É a saída do paciente do hospital ou de uma determinada
unidade de internação.
•É assumida pelo médico responsável, de maneira escrita,
devendo ser assinada e registrado o número do CRM.
Tipos de Alta:
•Alta hospitalar:
–Alta curado
–Alta melhorado
–Alta inalterado
•Alta a pedido: quando é solicitada pelo cliente.
•Alta condicional ou licença médica: concedida pelo médico em
datas comemorativas, sendo necessário que o cliente assine um
termo de responsabilidade antes de sair da unidade.
•Alta por indisciplina
•Transferência:consistenaremoçãodoclientedeumaunidadeparaou
tradentrodaprópriainstituiçãoouparaoutrasinstituições.
•Evasão
•Óbito
Anotações de enfermagem na alta hospitalar:
–Data e horário;
–Condições de saída (deambulando, maca ou cadeira de rodas);
–Procedimentos/cuidados realizados, conforme prescrição ou
rotina institucional (mensuração de sinais vitais, retirada de cateter
venoso, etc.);
–Orientações prestadas.
Obs.: Importante o registro real do horário de saída do paciente e
se saiu acompanhado.
Transferência Hospitalar
•Consiste na remoção do paciente de uma unidade hospitalar
para outra unidade dentro do próprio hospital ou de uma clínica
para outra dentro de uma unidade.
Anotações de enfermagem na transferência:
–Motivo da transferência;
–Data e horário;
–Setor de destino e forma de transporte;
–Procedimentos/cuidados realizados (punção de acesso venoso,
instalação de oxigênio, sinais vitais, etc.);
–Condições (maca, cadeira de rodas);
–Queixas.
Enfermagem
26/2
ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA.
Introdução a Anatomia Humana
A anatomia humana é a ciência que estuda a constituição
do organismo enquanto estrutura biológica, a correção das
estruturas om suas funções (fisiologia) e as modulações das
estruturas em resposta a fatores temporais, ambientais e genéticos.
A palavra Anatomia vem do grego anatome que significa
através do corte. Desde os primórdios da civilização, era praticada
empiricamente através da observação e da manipulação dos
corpos. Com o passar dos anos, e com o auxílio da tecnologia, os
métodos utilizados no estudo dos corpos foram se aprimorando.
O corpo humano possui seis níveis de organização
estrutural:
-Nível químico: inclui as menores unidade de matéria presentes
no organismo, como os átomos e as moléculas. Por exemplo:
hidrogênio (H), oxigênio (O) e ácido desoxirribonucleico(DNA).
-Nível celular: as células são unidades básicas, estruturais e
funcionais, formadas pela combinação de componentes do nível
químico. Por exemplo: células musculares, células sanguíneas.
Nível tecidual: formado pelo agrupamento de células que possuem
uma função em comum. Existem basicamente quatro tipos de
tecidos no organismo, sendo eles o epitelial, o conjuntivo, o
muscular e o tecido nervoso.
-Nível orgânico: composto pelos órgãos. Estes são estruturas
formadas pela união de diferentes tecidos que, juntos promovem
àquele órgão uma função especifica. Por exemplo: coração,
fígado, estomago.
-Nível sistêmico: órgão que correlacionados em sua função
formam um sistema. Por exemplo: o sistema respiratório é
composto por órgãos como o nariz, a faringe, a laringe, a traqueia,
os brônquios e os pulmões.
Nível organismo: todas as partes do corpo humano (órgãos e
sistemas, funcionando umas com as outras).
Enfermagem
27/2
Nomenclaturas para o estudo da anatomia
Homeostasia
A homeostasia é um termo criado pelo fisiologista W.B
Cannon (1871-1945) para designar a condição dinâmica que há no
ambiente interno do corpo, resultante da interação continua dos
processos reguladores do organismo. Define-se, portanto como o
estado de equilíbrio, em resposta às condições em que ele se
encontra.
Este estado de equilíbrio passa por perturbações
continuas como agressões físicas, calor intenso, falta de oxigênio,
extravasamento de líquido, alteração nos níveis de eletrólitos,
dentre outras. Contudo, o organismo apresenta mecanismos de
regulação da homeostática a fim de manter ou regular o bom
funcionamento do mesmo. Tais mecanismos são gerenciados
pelos sistemas nervoso e endócrino, mas sobre influência de
fatores ambientais, psicológicos e do estilo de vida do indivíduo
(alimentação prática de exercícios, consumo de drogas etc.)
Cada homeostase seja restabelecida, o corpo permanece
sadio. Em contrapartida, se o equilíbrio permanecer de forma
moderada, pode ocorrer um distúrbio ou uma doença; se
permanecer de forma grave, pode levar à morte.
Posição anatômica
Para estudar anatomia, admite-se que o corpo esteja em
posição anatômica. Esta posição foi determinada em convenção
universal para facilitar o estudo e evitar erros na descrição das
estruturas. Desta forma, o indivíduo a ser estudado deve
permanecer em pé, ereto, de frente para o observador, com os
olhos apontados para o horizonte, os braços devem permanecer ao
lado do corpo com as palmas das mãos voltadas para a frente e os
pés entreabertos apoiados no chão.
Planos e secções
Planos são superfícies imaginarias utilizados
didaticamente para dividir o corpo ou seus órgãos em
determinadas áreas. Os principais tipos de planos são: plano
sagital (divide a estrutura em direito e esquerdo), plano frontal
(divide a estrutura em partes anterior e posterior), plano transverso
(divide a estrutura em partes superior e inferior) e plano obliquo
(passa através da estrutura formando ângulo entre o plano
transverso e sagital ou frontal.
Já as secções são cortes imaginários através das
estruturas, possibilitando uma visualização plana de um órgão ou
estrutura tridimensional.
Enfermagem
28/2
Termos direcionais
Os termos direcionais são utilizados para localizar uma
estrutura do corpo em relação à outra.
TERMO DIRECIONAL DESCRIÇÃO
Superior, cefálica ou craniano Em direção à cabeça ou da
parte superior da estrutura
Inferior ou caudal Em direção ao pé ou parte
inferior da estrutura
Anterior ou ventral Próximo da, ou na frente do
corpo
Posterior ou dorsal Próximo da, ou nas costas do
corpo
Medial Próximo à linha do plano
médio-sagital(que divide o
corpo igualmente em duas
partes – direito e esquerdo).
lateral Distante da linha mediana
para qualquer um dos lados
direito ou esquerdo.
Intermediário Entre duas estruturas
Epsilateral Do mesmo lado do corpo que
outra estrutura.
Contralateral No lado oposto do corpo ao
de outra estrutura
Proximal Mais próximo do ponto de
origem ou fixação
Distal Mais distante do ponto de
origem ou fixação
Superficial Na superfície do corpo ou em
direção a ela.
Profundo Distante da superfície do
corpo.
Cavidades
O corpo humano possui duas cavidades principais, a
dorsal e a ventral, cuja a finalidade é proteger, sustentar e separar
os órgãos internos.
A cavidade dorsal está localizada próximo à superfície
posterior do corpo. Ela é formada pela cavidade craniana,
composta pelos ossos do crânio e pelo encéfalo, e pelo canal
vertebral, composto pelos ossos da coluna vertebral e pela medula
espinhal.
A cavidade ventral está localizada na face anterior do
corpo e protege os órgãos chamados vísceras. Também apresenta
duas subdivisões: a cavidade torácica, que abriga os pulmões, o
coração e o mediastino e é separada da cavidade abdomino pélvica
pela diafragma. A cavidade abdomino pélvica compreende a
cavidade abdominal, constituída pelo estomago, baço, fígado,
vesícula biliar, pâncreas, intestino delgado e quase todo o intestino
grosso, e a cavidade pélvica, composta pela parte distal do
intestino grosso, pela bexiga e pelos órgãos genitais internos.
Sistema esquelético
O esqueleto humano é um tecido vivo, em uma dinâmico
processo de remodelamento. Em conjunto, os 206 ossos presente
no organismo articulam-se constituindo o aparelho locomotor.
O osso se forma por meio de um processo denominado
Enfermagem
29/2
ossificação, no qual o tecido rico e cartilagem que forma o
esqueleto durante a vida intrauterina vai sendo substituído, com o
passar dos anos, por tecido ósseo. Os ossos crescem em diâmetro
e espessura durante toda a vida do indivíduo, porém o crescimento
em comprimento cessa por volta dos 25 anos de idade.
O sistema esquelético, bem como o tecido ósseo,
realizam diversas funções:
• Suporte: sustenta os tecidos moles e fornece ponto de
fixação para os músculos e tendões.
• Proteção: protege os órgãos contra lesões. Por exemplo,
os ossos do crânio.
• Movimento: participa, juntamente com os músculos, na
produção do movimento.
• Reserva de minerais: os ossos armazenam minerais como
o cálcio e o fosforo que são liberados na corrente
sanguínea conforme a necessidade do organismo
(homeostasia mineral).
• Hematopoese: formação de células do sangue na medula
óssea vermelha.
• Armazenamento de triglicerídeos na medula óssea
amarela.
Os osso são divididos em dois esqueletos: o axial e o
apendicular. O axial é composto por 80 ossos e é responsável
pela estrutura de sustentação do corpo. O esqueleto
apendicular possui 126 ossos que forma as estruturas dos
membros superiores e inferiores.
Células ósseas:
-Osteoblastos: Responsáveis pelo desenvolvimento ósseo a partir
da matriz cartilaginosa. Secreta componentes da matriz orgânica,
ou seja, da substância fundamental.
-Osteoclastos: Estas células são responsáveis pela reabsorção do
osso. Isso ocorre pela liberação de enzimas que digerem a
proteína do osso e quebram sais de cálcio.
-Osteócitos: Estão envolvidos na manutenção da matriz óssea e
participam da reabsorção.
Sais de cálcio: São depositados nesta matriz orgânica
dando ao osso sua prioridade de rigidez.
TECIDOSÓSSEOS
-Compacto: O tecido ósseo é compacto é denso e forte.
-Esponjoso: O tecido ósseo esponjoso possui muitos espaços
abertos, o que lhe dá uma aparência esponjosa uniforme, vista a
olho nu.
Enfermagem
30/2
Os ossos podem ser classificados quanto à sua forma e
localização. Os ossos longos têm comprimento maior que a
largura, como o fêmur, por exemplo.
Os ossos curtos têm seus comprimentos semelhantes Às
suas larguras e podem, por exemplo ser encontrados no
punho. Os ossos são finos e compostos por duas lâminas de
osso compacto com camada de osso esponjoso entre elas,
como, por exemplo os ossos do crânio. Os ossos irregulares
são de forma complexa e não se enquadram nas classificações
previas.
Osso longo: é aquele que apresenta um comprimento
considerável maior que a largura e espessura. Exemplos:
fêmur, úmero, rádio, ulna e tíbia.
Osso plano: é o que apresenta comprimento e largura
equivalentes, predominando sobre a espessura. Ossos do
crânio, como o parietal, frontal e occipital
Enfermagem
31/2
Frontal e Parietal
Osso curto: é aquele que apresenta equivalência das três
dimensões. Os osso do corpo e do tarso são excelentes
exemplos.
Ossos do carpo.
Existem ossos que não podem ser classificados
em nenhum dos tipos descritos acima e são, por esta
razão e por características que lhe são peculiares,
colocados dentro de uma das categorias criadas a seguir:
Osso irregular: apresenta uma morfologia complexa não
encontra correspondência em formas geométricas
conhecidas. As vertebras e o osso temporal são exemplos
marcantes.
Vertebras
Osso pneumático: apresenta uma ou mais cavidades de
volume variável, revestidas de mucosa e contendo ar. Estas
cavidades recebem o nome de seio. Os ossos pneumáticos
estão situados no crânio: frontal, maxilar, temporal, etmoide
e esfenoide.
esfenoide
Ossos sesamóides: desenvolvem-se na substância de
certos tendões ou da capsula fibrosa que envolve certas
articulações. Os primeiros são chamados intratendíneos
e os segundos, periarticulares. A patela é um exemplo de
osso sesamóide intratendíneo.
Patela
A estrutura do osso pode ser observada mais facilmente
nos ossos longos, sendo consideradas as seguintes partes:
diáfise (corpo do osso), epífises (extremidades), metáfises
(região onde a diáfises se une às epífises, local onde há o
crescimento do osso em comprimento), periósteo (membrana
que reveste a superfície do osso e permite seu crescimento em
diâmetro e espessura), a cavidade medular (região dentro da
diáfise que abriga a medula óssea) e endósteo (membrana que
reveste a cavidade medular e contém células formadoras de
Enfermagem
32/2
osso).
Ossos do crânio e face
Os ossos da cabeça são divididos em ossos do crânio e
ossos da face e além de protegerem o encéfalo, protegem e
oferecem suporte a outros órgãos presentes na cabeça.
Os ossos do crânio são ligados pelas chamadas suturas e
são denominados: frontal, parietal(2), temporal(2), occipital,
esfenoide e etmoide somando-se oito ossos. A base do crânio
é formada por ossos irregulares e possui forames (aberturas
que dá passagem a vasos e nervos.
Enfermagem
33/2
As fontanelas são espaços constituídos por membranas
fibrosas que ere os ossos do crânio, encontradas em recém-
nascidos, e popularmente conhecidas por moleiras. Conforme
a criança cresce, esta membrana passa pelo processo de
ossificação.
A face é formada por catorze ossos: nasal(2),
maxilar (2), zigomático(2) mandíbula, lacrimal(2), palatino
(2), concha nasal inferior (2) e o osso vômer. O único osso
móvel da face é a mandíbula.
Ossos do tronco
O tronco do corpo tem seu esqueleto formado
pelos ossos da coluna vertebral, pelo esterno e pelas costelas.
A coluna vertebral é uma haste forte e flexível
que abriga a medula espinhal, sustenta a cabeça e serve de
fixação para as costelas e outros ossos da pelve. Ela é
responsável por 2/5 do peso do corpo e é formada por
vertebras que se dividem em cinco regiões: cervical (7
vertebras), torácica (12 vertebras), lombar(5 vertebras),
sacral(1 osso denominado sacro, formado por 5 vertebras
fundidas) e coccígea (1 osso denominado cóccix, formado por
4 vertebras fundidas).
O esterno e as costelas formam a caixa torácica, que
abriga e oferece proteção para órgãos do tórax e do abdome
superior, além de dar suporte aos ossos da cintura escapular e
dos membros superiores.
Enfermagem
34/2
O esterno é um osso plano, localizado na linha média
anterior do tórax e consiste em três porções: o manúbrio
(porção superior), o corpo e o processo xifoide (porção menor
e inferior). Este osso desempenha importante função na
produção das células do sangue (hematopoiese) e é um local
acessível para realização de coleta de medula óssea para
biopsias (punção esternal).
As laterais da cavidade torácica são compostas por 12
pares de costelas, que se fixam ao esterno através da
cartilagem hialina (cartilagens costais). Os sete primeiros
pares de costelas se fixam diretamente ao esterno, sendo
denominadas, por isso de costelas verdadeiras. Os próximos
cinco pares, do 8° ao 12°, soa denominados costelas falsas,
pois sias cartilagens não se fixam diretamente ao esterno ou
nem mesmo se fixam, razão pela qual os 11° e 12° pares são
também chamados de costelas flutuantes.
O espaço entre as costelas chama-se espaço
intercostal e é ocupado por músculos, vasos sanguíneos e
nervos.
Cintura Torácica (Escapular)
A cintura torácica é responsável pela fixação dos
ossos dos membros superiores no esqueleto axial, sendo
constituída por uma clavícula e uma escapula de cada lado do
corpo.
A clavícula está presente na região anterior e se
articula com o esterno, transmitindo a fora mecânica do
membro superior para o corpo.
A escapula se localiza na região posterior do
tórax e se articula com a clavícula e com o úmero.
Enfermagem
35/2
Membros superiores
Os membros superiores contam com 60 ossos em sua
composição, sendo eles úmero, a ulna, o rádio, os ossos do
carpo, os metacarpos e as falanges.
Enfermagem
36/2
O úmero é o osso mais comprido do membro superior,
articulando-se com a escapula, proximalmente, e com a ulna
e o rádio distalmente.
A ulna se localiza na região medial do antebraço e é mais
longa que o rádio. O cotovelo corresponde à extremidade
proximal da ulna, denominado olecrano. A saliência
localizada no punho, na direção do dedo mínimo, corresponde
ao processo estiloide da ulna, localizado na extremidade distal
deste osso. O rádio está localizado lateralmente à ulna, no
lado do polegar, e articula-se na sua extremidade distal com
três osso do punho.
O carpo-punho- possui ainda mais cinco ossos, todos
dispostos em duas fileiras transversais, cada uma com quatro
ossos, cada osso com seu nome refletindo sua forma:
semilunar, escafoide piramidal e psiforme na fileira proximal
e trapézio, trapezoide, capitato e hamato na fileira distal.
O metacarpo consiste em cinco ossos metacárpicos,
localizados na região da palma da mão, que são numerados
de I a V, iniciando pelo osso que está na direção do polegar.
As falanges compõem a extremidade distal da mão. No
polegar, existem duas falanges – proximal e distal, enquanto
os outros dedos possuem três- proximais, médias e distais.
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37/2
Cintura pélvica (quadril)
Os ossos do quadril formam a cintura pélvica.
Tais ossos, no período neonatal ainda são divididos em três
osso ligado por cartilagem (ilio, isquio e púbis). O anel
formado pelos ossos desta região proporciona um forte e
estável suporte para a coluna vertebral e os órgãos
abdominais.
No geral, os ossos do quadril no homem são mais largos
e mais pesados que nas mulheres. Isso ocorre devido à
necessidade que a pelve feminina tem de abrir espaço para a
passagem de bebê no momento do parto.
Membros inferiores
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38/2
Cada membro inferior é composto por 30 ossos, sendo
eles: o fêmur (coxa), a patela, a tíbia, a fíbula, os ossos társios
do tarso (tornozelo), os ossos metatársicos do metatarso e as
falanges.
O fêmur é o osso maior, mais forte e pesado do corpo.
Ele se articula com o osso do quadril em sua extremidade
proximal e com a patela e a tíbia em sua extremidade distal.
O trocanter maior é uma projeção óssea presente no fêmur
que pode ser palpada e vista na região anterior do quadril. Ele
é habitualmente utilizado como ponto de referência para
determinar o local de aplicação de injeção intramusculares na
superfície lateral da coxa.
A patela é um osso pequeno, de característica triangular,
localizado anteriormente à articulação do joelho. Sua função
é aumentar a força de alavanca do tendão do musculo
quadríceps femoral.
A tíbia está localizada na região medial da perna, se
articula com o fêmur e com a fíbula e é responsável por
transmitir o peso do fêmur para o pé. A fíbula se localizada
paralelamente à tíbia. Possui uma projeção óssea denominada
maléolo lateral, que forma a proeminência óssea que pode ser
vista e palpada na face lateral do tornozelo.
O tarso é formado por sete ossos: o tálus, o calcâneo, o
cuboide, o navicular e três ossos cuneiformes (chamados
primeiro, segundo e terceiro). O calcâneo destaca-se entre
eles como o maior e mais forte.
O metatarso possui cinco ossos metatársicos, numerados
de I a V, do medial para o lateral e se articulam, em sua
extremidade distal, com as falanges, também numeradas de I
a V.
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39/2
Articulações
As articulações são tecidos flexíveis presentes no contato
entre os ossos, entre o osso e uma cartilagem e entre os ossos e os
dentes. No local onda há articulação é que ocorrem os movimentos
do corpo. Elas são classificadas conforme sua estrutura e
conforme o grau de movimento que permite à estrutura realizar.
Funcionalmente, as articulações podem ser classificadas:
• Sinartrose: articulação imóvel. Como as suturas
presentes entre os ossos do crânio.
• Anfiartrose: articulação com pouca mobilidade. Por
exemplo, a sinfese da região púbica.
Enfermagem
40/2
• Diartrose: articulação com ampla mobilidade. Por
exemplo, a articulação do joelho.
Quanto à sua estrutura, as articulações podem ser:
• Fibrosas: permitem pouca ou quase nenhuma
mobilidade, são formadas por tecido conjuntivo
fibroso e podem ser subdivididas em três tipos –
suturas, sindesmoses e gonfoses.
- Suturas: tem menos tecido conjuntivo do que as
sindesmoses e são encontradas principalmente entre os
ossos do crânio. A maneira pela qual as bordas dos ossos
articulados entram em contato é variável, reconhecendo-
se
- Sutura plana: união linear retilínea ou
aproximadamente retilínea;
• Sutura escamosa: união em bisel;
• Sutura serrátil: união em linha denteada;
Enfermagem
41/2
- Sindesmoses: possuem uma grande
quantidade de tecido conjuntivo que pode formar
ligamento inter-ósseo ou membrana interóssea.
Exemplo típico de sindesmose é a tibiofibular, que se faz
entre as extremidades distais da fíbula e da tíbia.
- Gonfoses :também chamada de articulação em cavilha,
é uma articulação fibrosa especializada à fixação dos
dentes nas cavidades alveolares na mandíbula e maxilas.
O colágeno do periodonto une o cemento dentário com o
osso alveolar.
• Cartilaginosas: também permitem pouca
mobilidade, são formadas por tecido cartilaginoso e
podem ser subdivididas em dois tipos –
sincondroses e sínfeses.
- Sincondroses:Os ossos de uma articulação do tipo
sincondrose estão unidos por uma cartilagem
hialina. Muitas sincondroses são articulações
temporárias, com a cartilagem sendo substituída por
osso com o passar do tempo (isso ocorre em ossos
longos e entre alguns ossos do crânio). As
articulações entre as dez primeiras costelas e as
cartilagens costais são sincondroses permanentes.
Sínfises: As superfícies articulares dos ossos unidos por
sínfises estão cobertas por uma camada de cartilagem
hialina. Entre os ossos da articulação, há um disco
fibrocartilaginoso, sendo essa a característica distintiva
da sínfise. Esses discos por serem compressíveis
permitem que a sínfise absorva impactos. A articulação
entre os ossos púbicos e a articulação entre os corpos
Enfermagem
42/2
vertebrais são exemplos de sínfises. Durante o
desenvolvimento as duas metades da mandíbula estão
unidas por uma sínfise mediana, mas essa articulação
torna-se completamente ossificada na idade adulta.
• Sinoviais: permitem amplos movimentos, são
recobertas por uma capsula articular com presença
de liquido sinovial em seu interior, permitindo
união dos ossos, porém sem atrito entre eles,
proporcionando um movimento com menor
impacto sobre as estruturas ósseas.
*As articulações sinoviais possuem
denominações especificas que descrevem seus
movimentos (forma, direção e sua relação com o
corpo).
MOVIMENTO DESCRIÇÃO
Deslizamento Ocorre nas
articulações planas, na
qual as superfícies
osseas movimentam-
se para os lados ou
para frente e para tras.
Flexão Diminuição do ângulo
presente entre os ossos
que se articulam
Extensão Aumento do ângulo
presente entre os ossos
que se articulam
Hiperextensão Aumento do ângulo
presente entre os ossos
que se articulam, além
da sua posição
anatômica.
Abdução Movimento do osso
para longe da linha
mediana do corpo.
Adução Movimento do osso
em diraçao à linha
mediana do corpo.
Circundação Movimento da
extremidade distal do
osso, ou de uma parte
do corpo, em círculo.
Rotação Movimento no qual o
osso gira em torno do
seu prório eixo
longitudinal.
Algumas articulações são capazes de realizar
movimentos especiais.
Tipos de movimentos especiais.
MOVIMENTO
ESPECIAL
DESCRIÇÃO
Elevação Movimento para cima
de alguma parte do
corpo. Por exemplo, o
ato de fechar a boca
acontece com a
elevação da
mandíbula.
Depressão Movimento para
baixo de alguma parte
do corpo. Por
exemplo, ato de abrir a
boca acontece com a
depressão da
mandíbula.
Protração Movimento que
projeta para frente
alguma parte do corpo
Retração Movimento que leva
para trás alguma parte
do corpo.
Inversão Movimento em que as
solas dos pés ficam
Enfermagem
43/2
voltadas uma para a
outra.
Eversão Movimento em que as
solas dos pés ficam
afastadas,
lateralmente, uma da
outra.
Dorsiflexão Flexão do pé em
direção ao corpo.
Flexão plantar Flexão do pé em
direção à planta
Supernação Movimento do braço
que posiciona as
palmas das mãos para
frente (utilizando na
posição anatômica do
corpo).
Pronação Movimento do braço
que posiciona as
palmas das mãos para
trás.
Oposição Movimento realizado
pelo polegar para
tocar as extremidades
dos demais dedos da
mão. Permite o ser
humano realizar a
preensão dos objetos
em pinça.
Articulação membro superior
Ombro
Cotovelo
Mão
Membro Inferior
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44/2
Joelho
Tibio-fibular
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45/2
Sistema muscular
Os músculos representam de 40 a 50% do peso do
indivíduo e são formados por células especializadas em modificar
energia química em energia mecânica, possibilitando, juntamente
com o sistema esquelético, o movimento do corpo.
Cada músculo é composto por uma união de feixes, que por sua
vez compreendem diversas fibras musculares agrupadas.
O tecido muscular é classificado em três tipos:
esquelético, cardíaco e liso.
O tecido muscular esquelético está diretamente
relacionado à movimentação do esqueleto. Os músculos desta
categoria são denominados músculos estriados, devido à sua
característica quando visualizado no microscópio – estrias claras
e escuras. De modo geral, contrai relaxa voluntariamente.
O tecido muscular cardíaco está presente na parede das
câmaras cardíacas e, apesar de ser estriado, tem atividade
involuntária.
O tecido muscular liso se localiza na região interna de
estruturas ocas, como no estomago e nas veias, por exemplo, e
também tem ação involuntária.
As principais funções do músculos são:
• Integra-se com os ossos e as articulações a fim de
produzir os movimentos do corpo.
• Por meio da contração sustentada, estabiliza os
movimentos do corpo e sua postura, como no ato de o
indivíduo se manter em pé.
• Os esfíncteres são estruturas formadas por musculo liso
que contrai ou relaxa com o intuito de armazenar ou
permitir a eliminação de conteúdos de órgão oco.
• Movimenta substancias dentro do corpo quando se
contrai ou relaxa, por exemplo, ao bombear o sangue no
coração, ao movimentar o bolo fecal no intestino.
Manutenção da temperatura corpórea, visto que a
concentração do músculo produz calor. os calafrios são resultado
de diversas contrações do músculo esquelético, ocorridas de forma
involuntária.
Além disso, os músculos contribuem para a homeostasia
devido a quatro propriedades especificas. A primeira delas é a
excitabilidade elétrica (capacidade de responder a estímulos pela
produção de sinais elétricos)), seguida da contratilidade
(capacidade de contrair quando estimulado por um sinal elétrico),
da extensibilidade (capacidade de estirar, sem ocorrer lesão) e da
elasticidade (capacidade de retornar ao tamanho normal após se
contrair ou estender).
O corpo humano possui cerca de 700 músculos apenas do tipo
esquelético e são nomeados de acordo com a sua forma (trapézio),
tamanho (grande dorsal), direção das fibras (reto da coxa),
localização (frontal – próximo ao osso frontal), números de
tendões de origem (bíceps), inserção (braquiorradial) e
movimento que produz (flexor radial do carpo).
Músculo da face e pescoço
Os músculos da face contraem-se e relaxam-se inúmeras
vezes, o que nos permite expressar sensações como sorrir, chorar,
espantar-se sentir dor, raiva, etc. Cada uma dessas expressões
envolve movimentos de diversos músculos faciais, também
conhecidos como mímicos.
Ao nos alimentarmos faz-se necessária a mastigação,
processos que exige a participação dos músculos mastigadores.
Enfermagem
46/2
Na face:
• Frontal: situa-se na testa e forma rugas quando elevado;
• Músculo do supercílio: realiza os movimentos de
elevação e aproximação das sobrancelhas;
• Orbicular dos olhos: localiza-se em torno das pálpebras
e realiza os movimentos de abrir e fechar os olhos;
• Músculos do nariz: responsável pelo movimento de
franzir o nariz;
• Bucinador: situa-se na bochecha e atua nos movimentos
de inflar e contrais;
• Masseter: localiza-se nos lados da face, movimentando-
se durante a mastigação;
• Orbicular dos lábios: situa-se em volta dos lábios e é
responsável pelo sopro, sucção, beijo estalado e assobio;
• Musculo depressor do lábio inferior: atua na projeção do
lábio inferior e na contração do queixo.
No pescoço são encontrados os músculos platisma e
esternocleidomastóide ( responsável pela rotação da
cabeça).
Músculos dos membros superiores
Seria difícil contar durante todo o dia os diversos
movimentos realizados pelos braços, como pentear-se, pegar
objetos, dirigir, abraçar uma pessoa querida, etc. determinados
movimentos necessitam dos músculos flexores, que participam de
retração muscular, outros dos músculos extensores, que permitem
a extensão do membro.
Na região do braço localizam-se os músculos com
grandes massas, responsáveis pela força. Os principais são:
Enfermagem
47/2
• Deltoide- encontra-se na articulação do ombro e produz
a elevação do braço- é nele que se aplica injeção
intramuscular.
• Bíceps -localiza-se na parte anterior do braço, sendo
responsável pela flexão do antebraço sobre si mesmo – é
bem delineado em pessoas em exercem praticas
esportivas;
• Tríceps- situa-se na parte posterior do braço e afasta o
antebraço do bíceps.
O movimento do antebraço é limitado, o que lembra uma
dobradiça. Porém, as mãos executam movimentos
precisos e delicados, como abotoar uma blusa, fazer uma
trança. Para a pratica de seu serviço duas posições do
antebraço são muito uteis: supina, quando o antebraço se
encontra com a palma da mão para cima, e prona, quando
está virada para baixo. Seus principais músculos são:
• Flexor dos dedos- situa-se na parte anterior do antebraço
e promove a flexão dos dedos;
• Extensor dos dedos -localiza-se na parte posterior do
antebraço, sendo responsável pelo afastamento dos
dedos.
Músculos do tronco
Os principais músculos do tórax são:
• Trapézio: localiza-se na região superior das costas, sendo
responsável pela elevação dos ombros – é nele que se
realiza a massagem de conforto;
• Grande dorsal: situa-se na região inferior das costas,
tendo como função principal levar o braço para trás;
Enfermagem
48/2
• Peitoral maior- como o nome indica, localiza-se no peito,
permitindo o movimento do braço para frente;
• Músculo Serrátil anterior: situa-se na lateral do tórax,
promovendo a elevação das costelas, ajudando, dessa
forma, o processo de respiração.
•
No abdome, os principais músculos são:
• Reto abdominal: localiza-se na frente do
abdome ou barriga sendo responsável por
dobrar o tórax sobre o abdome, ajudando na
inspiração (entrada de ar no organismo)
forçada;
• Obliquo externo: situa-se nos lados do abdome,
atua comprimindo as vísceras e inclinando o
tórax para a frente;
• Diafragma- separa o tórax do abdome e ajuda
na inspiração
A musculatura abdominal é também responsável pela
sustentação do peso e pressão dos órgãos viscerais.
Na prática de seu trabalho três posições distintas são
muito utilizadas: decúbito dorsal quando o corpo se encontra com
o dorso (costas) em contato com a superfície de apoio (maca ou
leito); decúbito ventral- quando o corpo está apoiado sobre o
ventre ( de barriga para baixo); decúbito lateral- quando o corpo
está apoiado em um lado especifico, seja o direito ou esquerdo.
Músculos dos membros inferiores
Os principais músculos dos membros inferiores são:
• Glúteo superior - localiza-se nas nádegas e permite a
extensão da coxa;
• Quadríceps femural– situa-se na parte anterior da coxa,
sendo responsável pela extensão da perna;
Enfermagem
49/2
• Sartório: é o músculo mais longo do corpo; inicia-se no
quadril, cruza a coxa e termina na lateral interna do
joelho; sua função é aproximar a coxa do abdome;
• Bíceps femoral: localiza-se na face posterior da coxa,
permitindo o movimento de flexão das pernas;
• Gastrocnêmicos – situa-se na face posterior da perna
(batata da perna) e são responsáveis pela extensão dos
pés.
Por sua vez, os pés apresentam movimentos de extensão,
flexão e rotação – possíveis devido à utilização dos músculos
extensores e flexores neles inseridos por meio dos tendões.
Sistema Nervoso
O sistema nervoso é composto por dois tipos de células:
os neurônios e a neuroglia. Os neurônios são células que possuem
a capacidade de produzir impulsos elétricos (potenciais de ação)
em resposta a um estimulo. Em sua maioria, os neurônios se
dividem em três partes: corpo celular, dendritos (curtos e
ramificados) e axônio (com tamanhos que variam de alguns
milímetros a vários metros).
Para conduzir o impulso elétrico de uma parte do corpo
ao cerebelo ou vice-versa, os neurônios se unem uns aos outros,
formando uma cadeia neuronal que deve ser constituída por pelo
menos um neurônio motor e um sensitivo. O local onde há a união
destes neurônios, entre o axônio de um e os dendritos do outro, é
denominada sinapse. O impulso sempre caminha no sentido
Enfermagem
50/2
dendrito-corpo celular-axônio.
Os axônios e dendritos foram as fibras nervosas que,
juntas, constituem o nervo.
A neuroglia, ou gliais, é outro tipo de célula do sistema
nervoso, sendo menores que os neurônios, porém em maior
número. Fazem parte desta categorias astrócitos,
oligodendrócitos, mocróglia, células ependimárias, células de
Schwann e células satélites. Apesar de não produzir impulso
elétrico, a neuroglia sustenta os neurônios, fixando-os aos vasos
sanguíneos, realizam fagocitose e produzem a bainha de mielina.
A bainha de mielina é um revestimento composto de lipídios e
proteínas que isola o axônio, aumentado a velocidade da condução
do impulso nervoso.
Tipos de Neuróglias
Astróglias ou astróctitos: existem ao longo do sistema nervoso.
Suprem de nutrientes os neurônios e os ajudam a manter o
potencial elétrico, assim como constituem parte da barreira
vascular cerebral.
Célula ependimais: revestem as quatro pequenas cavidades do
cérebro, denominadas ventrículos, assim como os plexos coroides.
Estas células ajudam a produzir o liquido
cebrospinhal(cefalorraquidiano).
Micróglias: são células fagocitárias que ingerem e digerem os
microrganismos e as escórias proveniente dos neurônios lesados.
Oligodendróglia: apoia e isola os axônios do sistema nervoso
central (SNC) pela formação de bainhas de mielina protetoras.
Células de Schwann: tem a função de se enrolar no axônio com a
função de isolante elétrico
A velocidade ou a continuação da propagação do
potencial de ação é, também controlada por neurotransmissores.
Estas substancias liberadas na sinapse, em pequena quantidade, ou
na corrente sanguínea, que podem ser categorizadas em agonistas
e antagonistas. Uma substancia agonista aumenta a transmissão do
impulso elétrico ou imita a ação do neurotransmissor natural, caso
seja um agente produzido de forma sintética. Por exemplo, a
acetilcolina, o glutamato, o aspartato e a serotonina. As
substâncias antagonistas, como a endorfina, bloqueiam a
condução do impulso elétrico.
Principais neurotransmissores
Dopamina: controla níveis de estimulação e controle motor em
muitas partes do cérebro.
Serotonina: neurotransmissor do bem-estar.
Acetilcolina: controla a atividade de áreas cerebrais relacionadas
à atenção, aprendizagem e memória.
Noradrenalina: induz a excitação física e mental e bom humor.
Glutamato: vital para estabelecer os vínculos entre os neurônios
que são a base da aprendizagem e da memória a longo prazo.
O sistema nervoso tem por funções a manutenção da
homeostasia do corpo, o início dos movimentos involuntários e o
controle dos sentidos (tato, olfato, paladar, visão, audição e
equilíbrio) ele é estruturalmente composto pelo encéfalo, pelos
nervos cranianos e seus ramos, pela medula espinhal, pelos nervos
espinhais e seus ramos, pelos gânglios, pelos plexos entéricos e
pelos receptores sensoriais.
Encéfalo
O encéfalo se encontra dentro da calota craniana e possui
cerca de 100 bilhões de neurônios. Sua estrutura consiste em
quatro parte: tronco encefálico, cerebelo, diencéfalo e cérebro.
O tronco encefálico é uma estrutura continua à medula
espinha e é formado pelo bulbo, pelo ponte e pelo mesencéfalo.
No bulbo, as fibras se cruzam, caracterizando a inversão dos
comandos do lado do córtex cerebral em relação ao lado do corpo
(lado direito do córtex coordena o lado esquerdo do corpo). Além
disso, encontram-se no bulbo o centro cardiovascular que regula a
força de contração cardíaca, o ritmo cardíaco e o diâmetro dos
vasos sanguíneos; a área respiratória rítmica, que regula a
frequência respiratória; e os centro que coordenam o vômito, a
deglutição, a tosse, o espirro e o soluço.
A ponte conecta estruturas do encéfalo entre si e possui
dois importantes núcleos que contribuem no controle da
respiração: a área pneumotáxica e a área apneustática.
O mesencéfalo contém os pedúnculos do cérebro que
conduzem os impulsos motores do cérebro ao cerebelo e medula
espinhal e os impulsos sensitivos da medula espinhal ao tálamo.
O cerebelo é o órgão mais volumoso do crânio, pesando
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cerca de 1.000 a 1.200g. divide-se diencéfalo (tálamo e
hipotálamo) e telencéfalo (córtex cerebral). O tálamo transmite
impulso sensitivos do SNC ao córtex cerebral. O hipotálamo
controla diversas atividades corporais, em sua maioria relacionada
à homeostase, como por exemplo, a liberação de hormônios, a
temperatura do corpo, possui o centro da sede e da fome, está
associado a sentimentos de dor e prazer, dentre outras funções.
O telencéfalo é comporto por uma substancia cinzenta
denominada córtex cerebral. Suas funções englobam: receber e
interpretar impulsos, controlar o movimento muscular e executar
funções integrativas como as da memória, raciocínio, julgamento,
vontade, emoções, os traços de personalidade e a inteligência.
O cerebelo se une ao tronco do encéfalo através de três
pares de feixes de fibras (pedúnculos cerebelares). Sua função é
coordenar os músculos esqueléticos, manter o tônus muscular e o
equilíbrio corporal. A falta de coordenação muscular é
denominada ataxia.
Medula Espinhal.
A medula espinhal é uma estrutura contínua ao encéfalo,
formando o sistema nervos central (SNC). Por meio dela, passam
os estímulos sensoriais e os impulsos nervosos motores. Além
disso, tem a capacidade de produzir reflexo (reação) mediante um
estimulo.
O encéfalo e a medula espinhal são revestidos por um
tecido conjuntivo, as meninges, e pelo liquido cefalorraquidiano
(líquor), que conferem proteção a estas estruturas.
Adicionalmente, a medula espinhal, ainda é envolta pelas
vértebras da coluna.
O encéfalo e a medula espinhal estão protegidos contra o
choque e a infecção por ossos cranianos e vertebras, pelo liquido
cefalorraquidiano e pelas três membranas: dura-máter, aracnoide
e pia-máter.
Dura-máter: é rígida, fibrosa, um tecido tipo couro, composta de
duas camadas – a dura-máter endosteal e a dura-máter meningeal.
Aracnoide: é uma membrana fina, fibrosa, que reveste o encéfalo
e a medula espinhal, embora não tão precisamente quanto à pia-
máter.
Pia-máter: é uma camada contínua, de tecido conectivo delicado,
que cobre e contorna o tecido espinhal e o encéfalo.
O sistema nervos periférico (SNP) é formado pelos
nervos espinhais (31 pares) e cranianos (12 pares) e é dividido em
sistema nervoso somático (SNS) - voluntario – e sistema nervos
autônomo (SNA)- involuntário. Este ainda se subdivide em
sistema nervoso autônomo simpático (SNAS), que atua em
situações de emergência, luta e fuga, e sistema nervoso autônomo
parassimpático(SNAP), que age durante o repouso e controla os
efeitos viscerais.
O sistema nervoso autônomo e suas ações/reações orgânicas.
SNA SIMPÁTICO SNA PARASSIMPÁTICO
• Midríase(é a
dilatação da pupila
• Miose(diminuição do
diâmetro) da pupila);
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em função da
contração do
músculo dilatador
da pupila.);
• Ativa o musculo
eretor do pelo;
• Vasoconstricção
dos vãos periféricos
(palidez);
• Vasodilatação dos
vasos coronários;
• Aumenta a
produção do suor;
• Diminui a produção
de saliva;
• O ritmo e a força de
contração do
coração aumentam;
• Broncodilataçao –
facilita troca
gasosa;
• Inibe o
peristaltismo
intestinal;
• Contrai o esfíncter
anal;
• Aumenta a
liberação de glicose
pelo fígado;
• Contrai o esfíncter
interno da bexiga;
• No órgão genital,
causa a ejaculação e
resulta na remissão
da ereção;
• Libera adrenalina
no sangue.
• Promove a secreção
das glândulas
lacrimais;
• Aumenta a produção
de saliva;
• Diminui o ritmo e a
força de contração do
coração, poupando
energia;
• Vasoconstricção dos
vasos coronários;
• Broncoconstricção –
poupa energia;
• Estimula o
peristaltismo
intestinal;
• Relaxa o esfíncter
anal;
• Aumenta a secreção
da bile;
• Relaxa o esfíncter
interno da bexiga;
• No órgão genital,
causa a ereção.
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Sistema sensorial
A sensação é a capacidade de identificar, consciente ou
inconscientemente, os estímulos externos ou interno do corpo,
como o tato, por exemplo. A percepção, entretanto, é o
conhecimento consciente das sensações, bem como a capacidade
de interpretá-la.
Para que uma sensação aconteça, é necessário que haja
um estímulo ou alteração no ambiente, a conversão deste estímulo
em impulso nervos, a condução deste impulso e, por fim, a
interpretação do impulso por uma região do cérebro.
Sensações somáticas
As sensações somáticas são formadas pelas modalidades
táctil, térmica, dolorosa e proprioceptiva. As tácteis compreendem
o tato, a pressão, a vibração, o prurido e as cocegas.
A sensação térmica possui duas formas distintas: frio e
calor. Os receptores para frio e calor adaptam-se rapidamente à
temperatura, porém o envio de impulso elétrico é constante, em
frequência mais baixa e por tempo prolongado. Quando a
temperatura sentida encontra-se abaixo de 10°C ou acima de
48°C, ocorre estímulo doloroso.
A dor é uma sensação indispensável para a
sobrevivência, visto que sua função é sinalizar qualquer lesão aos
tecidos. Os receptores da dor (nociceptores) estão presentes em
todo o corpo, exceto no encéfalo, e podem ser ativados por
diferentes estímulos, sejam eles térmicos, químicos ou mecânicos.
A dor, atualmente denominada como o quinto sinal, possui
diversas classificações conforme local, intensidade e duração.
Além disso, existem escalas diversificadas para que o profissional
de saúde possa avaliar a dor referida pelos pacientes, como a
escala numérica (0 a 10), por exemplo.
As sensações proprioceptivas conduzem informações
referentes à contração muscular, tensão sobre os tendões, posição
das articulações, orientação do corpo em relação ao solo,
velocidade do movimento e noções de peso parra determinar a
intensidade da força a ser aplicada em uma determinada ação,
como ao pegar um objeto do chão.
Funções cerebrais integrativas.
As funções integrativas são aquelas relativas ao ritmo
circadiano, ao aprendizado, a memória e às respostas emocionais.
O ritmo circadiano consiste no ciclo de dormir e acordar,
que dura, normalmente 24h. o sono é uma alteração da
consciência, e possui vários estágios e profundidade, que podem
variar conforme a duração do período de descanso bem como a
intensidade da fadiga sentida pelo indivíduo.
A memória é a capacidade que o indivíduo apresenta de
reter uma informação aprendida por meio de uma instrução ou por
experiência própria. O cérebro recebe muitos estímulos o tempo
todo. Em vista disso, acredita-se que apenas 1% das informações
que chegam à nossa consciência é armazenada como memoria a
longo prazo. A memória também possui classificações e pode ser
alterada por efeito de eventos elétricos, químicos ou traumas
ocorridos no cérebro.
Sentidos especiais
O olfato, o paladar, a visão, a audição e o equilíbrio são
os cinco sentidos especiais.
O olfato é um sentido que depende de uma reação
química para ocorrer – surge na interação das moléculas
odoríferas com os 10 a 100 milhões de receptores presentes na
concha nasal superior das narinas. Anosmia é o termo técnico
referente à perda do olfato.
A gustação, ou paladar, também é um sentido químico,
entretanto é bem mais simples que a olfação. Enquanto é capaz de
identificar até 10.000 odores diferentes, o paladar identifica
apenas quatro sabores: doce, amargo, ácido e salgado. Os outros
sabores são apenas uma combinação destes quatro associados à
sensação olfatória que o alimento proporciona. Os receptores
gustatórios tendem a diminuir – numericamente – com o passar da
idade e localizam-se basicamente na linga (nas papilas gustativas),
mas também são encontrados em menor número no palato mole,
na faringe e na laringe.
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O olho abriga mais da metade dos receptores sensoriais
do corpo too e processamento da informação visual ocupa grande
parte do córtex cerebral. As pálpebras tem por função ocluir os
olhos, protege-los da luz ou de objetos estranhos e auxiliar n
lubrificação espalhando a secreção nutritiva. Seus ângulos laterais
são denominados comissura medial e comissura lateral. As
sobrancelhas e os cílios (pestanas) também protegem os olhos de
objetos estranhos e da luz. O globo ocular possui em sua parte
externa a esclera, tecido conjuntivo branco e denso que dá forma
ao globo ocular, e a córnea, camada transparente que recobre a íris
e auxilia a focalizar a luz sobre a retina. Na parte média encontra-
se a coroide, tecido muito vascularizado que fornece nutrientes
para a retina; os processos ciliares, que possui capilares
sanguíneos secretores do humor aquoso; e a íris, região colorida
do globo ocular que regula a quantidade de luz que entra na
câmara vítrea através da pupila- orifício no centro da íris.
Quando há muita luz, os músculos circulares da íris
(constritores da pupila) se contraem diminuindo o diâmetro da
pupila, o que se denomina miose. Quando há pouca luz, os
músculos radiais da íris (dilatadores da pupila) se contraem,
aumentando o diâmetro da pupila, o que se denomina midríase.
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A retina, por fim, localiza-se na camada mais interna do
globo ocular e é o local onde se forma a imagem depois da refração
dos raios luminosos pelo globo ocular.
A audição é um sentido no qual os seus receptores
transformam a onda sonora em sinal elétrico 1000 vezes mais
rápido do que a velocidade em que os receptores da visão
respondem à luz. Anatomicamente, a orelha é dividida em três
regiões: orelha externa (composta pela aurícula, pela hélice, pelo
lóbulo, pelo meato acústico externo e pelo tímpano; coleta as
ondas sonoras e conduz para dentro), a orelha media (composta
pelos três menores ossos do corpo- martelo, bigorna e estribo,
pela janela oval, pela janela redonda e pela membrana timpânica
secundaria; sua função é conduzir as vibrações sonoras para a
janela oval) e a orelha interna ( também chamada de labirinto,
possui o vestíbulo, os canais semicirculares e a cóclea; no geral,
esta região contém os receptores da audição e do equilíbrio.
A combinação de pelos e cerúmen presente no meato
acústico externo impedem que poeira ou qualquer outro objeto
estranho penetre na orelha.
Sumariamente, as ondas sonoras colhidas no pavilhão
auditivo são conduzidas para o conduto auditivo externo, fazendo
a membrana do tímpano vibrar. Como o martelo está conectado ao
tímpano, esse, por sua vez, também vibra. Tal vibração é captada
pela bigorna que a transmite ao estribo e, daí, chega aos receptores
da audição presente no labirinto.
O equilíbrio é o estado em que um corpo se mantem entre
forças opostas e pode ser classificado em estático ou dinâmico. O
equilíbrio estático se refere à postura do corpo sem movimento. O
equilíbrio dinâmico se refere à resposta da postura corporal em
relação a um movimento de rotação, alteração na força da
gravidade ou aceleração/desaceleração linear da cabeça. Os
impulsos disparados nos órgãos vestibulares das orelhas internas
é que determinam a manutenção do equilíbrio do corpo.
Sistema tegumentar
O sistema tegumentar é composto pela pele e suas
estruturas anexas (pelos e unhas), glândulas e receptores
especializados. Este sistema é responsável pela integridade
química e física do corpo, pela manutenção da temperatura e pelo
fornecimento de informações sensoriais sobre o ambiente em que
o indivíduo se encontra.
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Pele
A pele é o maior órgão do corpo no eu se refere à sua área
e seu peso, podendo variar sua espessura dependendo da parte do
corpo em que encontra. A dermatologia é a especialidade médica
que trata as doenças da pele.
As funções da pele incluem a regulação da temperatura
do corpo, a remoção de água e compostos orgânicos, a detecção
de estímulos táteis, proteção contra substâncias nocivas, a
promoção do início da síntese de vitamina D e o auxílio nas
respostas imunológicas (células de Langerhans).
As células de Langerhans são células especializadas na
camada cutânea. Elas promovem a resposta imune do corpo,
ajudando os linfócitos a processar os antígenos que entram na
pele.
Estruturalmente, a pele é constituída pela epiderme e pela
derme.
A epiderme é formada por tecido epitelial e consiste na
região mais superficial e mais fina da pele. Aproximadamente
90% das células da epiderme são queratinócitos, uma célula que,
à medida que se move para a superfície, acumula queratina,
impermeabilizando esta camada da pele promovendo proteção
contra o calor e agentes nocivos ao organismo. Quando a pele
descama, esta camada de células queratinizadas se desprende e é
substituída por novas células que migram para a superfície. Este
processo leva de duas a quatro semanas para ser finalizado.
Os melanócitos as o segundo tipo de células mais
importantes presentes na pele. Estes são responsáveis pela
produção da melanina, um pigmento marrom escuro que contribui
para a coloração da pele e absorve os raios ultravioletas (UV).
Outro tipo celular encontrado na epiderme são as Células
de Langerhans, que se formam na medula óssea e migram para a
epiderme, sendo responsáveis pela resposta imunológica local.
Estas células são facilmente lesadas pela radiação UV.
O quatro tipo de célula presente na epiderme é
denominado Células de Merkel. Elas se encontram na camada
mais profunda e sua função está relacionada aos estímulos táteis.
A derme é a camada mais profunda da pele e constituí-se
basicamente por tecido conjuntivo, contendo colágeno e fibras
elásticas. Esta combinação celular proporciona à pele suas
características de extensibilidade (capacidade de distender) e
elasticidade (capacidade de retornar à forma original após a
extensão).
A derme por si só tem duas camadas:
• A derme papilar tem as projeções das impressões
digitais, papilas, que conectam a derme à epiderme. Ela
contém cristais características que sobre os dedos são
conhecidas como impressões digitais. Estas cristas
também ajudam os dedos das mãos e dos pés a aderir às
superfícies.
• A derme reticular cobre a camada de tecido subcutâneo,
isolando o corpo para conservar o calor. Também
proporciona energia e serve como um amortecedor de
choque mecânico.
Na região inferior da derme, encontram-se vasos
sanguíneos, nervos, glândulas sudoríparas e folículos pilosos.
Estruturas anexas
Os pelos, as unhas e as glândulas são estruturas anexas à
pele e realizam funções vitais.
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Cada pelo é um fio de células agrupadas, sem vida,
queratinizadas, que são mantidas unidas por proteínas
extracelulares. Esta haste de células, que se projeta a partir da
superfície da pele, tem sua raiz envolta pelo folículo piloso. A base
do folículo piloso é uma estrutura denominada bulbo. Neste local,
a melanina é sintetizada por melanócitos e confere cor ao pelo. O
pelo escuro contem muita melanina. Os pelos ruivos ou loiros
contem melanina com maior quantidade de ferro ou enxofre em
sua composição. Quando há declínio na produção de melanina, o
pelo passa a ser grisalho. Entretanto, a cor branca é o resultado do
acúmulo de ar na haste do pelo.
Em condições normais, o pelo emerge da superfície da
pele e repousa sobre ela. Alterações no estado psicológico ou na
temperatura do ambiente podem estimular as terminações
nervosas próximas aos pelos, as quais estimulam o músculo eretor,
resultando na pele “arrepiada”.
A velocidade de crescimento e a substituição dos pelos
que caíram podem ser alterados na presença de alguma doença,
tipo de dieta, estado emocional, determinados tratamentos, como
a quimioterapia, dentre outros fatores. Normalmente, os cabelos,
por exemplo, crescem por dois a seis anos, repousam por três
meses e apresentam perda de cerca de 70 a 100 fios por dia em um
indivíduo adulto.
Apesar de oferecer proteção limitada, o cabelo protege o
couro cabeludo da radiação UV e de lesões. As sobrancelhas e os
cílios conferem proteção aos olhos contra partículas estranhas, o
que também é função dos pelos do canal externo do ouvido e
narinas. No mais, permitem que o sujeito perceba estímulos táteis
leves.
As unhas são placas compactas de células da epiderme,
queratinizadas. Sua estrutura é dividida em corpo ungueal (porção
visível ou cutículas), borda livre (parte que se estende além da
extremidade distal do dedo) e raiz da unha (porção inserida na
pele). O crescimento da unha é de, em média, 1mm por semana e
é determinado pela frequência de divisão celular que há na matriz,
região abaixo da raiz ungueal, mas também sofre influência dos
mais diversos fatores, como idade, estado nutricional, estações do
ano, temperatura do ambiente, dentre outros.
Funcionalmente, as unhas ajudam a segurar e manipular
objetos pequenos, além de proteger as extremidades dos dedos
contra traumas e permitir o ato de coçar.
Além dos pelos e das unhas, as glândulas também fazem
parte dos órgãos acessórios da pele. As glândulas presentes neste
sistema são denominadas exócrinas, ou seja, apresentam ducto
excretor que liberam seu conteúdo para fora do organismo. São
elas as glândulas sebáceas, as sudoríparas, as mamárias e as
ceruminosas.
As glândulas sebáceas estão conectas aos folículos
pilosos e secretam o sebo, substancia oleosa que, recobrindo a
superfície dos pelos, os hidrata e fortalece, também favorecendo a
maciez e flexibilidade da pele e inibe a evaporação excessiva de
água e a proliferação de algumas bactérias.
O sebo é uma mistura de queratina, gordura e resíduos de
celulose. Combinado ao suor, o sebo forma uma película ácida,
úmida e oleosa que é levemente antibacteriana e antifúngica e
protege a superfície cutânea. O sebo é expelido através do óstio
dos folículo piloso, alcançando a superfície cutânea.
As glândulas sudoríparas produzem o suor, que é
liberado na superfície da pele tanto através dos poros quanto
através dos folículos pilosos. Um ser humano normal produz cerca
de 600ml de suor por dia, que consiste em agua, sódio, potássio,
ureia, ácido úrico, amônia, aminoácidos, glicose e ácido lático. O
suor auxilia na regulação da temperatura do corpo por meio da
evaporação.
Existem dois tipos de glândulas sudoríparas:
• Glândulas écrinas: estão amplamente distribuídas por
todo o corpo e produzem um líquido aquoso, inodoro,
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com uma concentração de sódio igual a do plasma. Um
ducto proveniente da espiralada parte secretória passa,
através da derme e da epiderme, abrindo-se sobre a
superfície cutânea.
• Glândulas apócrinas: estão localizadas principalmente
nas axilas (sob os braços) e áreas genitais (virilhas). Elas
têm uma parte secretora espiralada que se situa
profundamente na derme comparada às glândulas
écrinas. Um ducto conecta uma glândula apócrina à parte
superior do folículo piloso.
*As glândulas écrinas nas palmas e solas secretam
líquido em resposta ao estresse emocional.
As glândulas mamárias são glândulas sudoríparas
especializadas que secretam leite quando a mulher entra no
período gestacional e durante a amamentação.
Por fim, as glândulas ceruminosas também são glândulas
sudoríparas modificadas, presentes no ouvido externo, que
secretam, em combinação com as glândulas sebáceas, o cerúmen.
Este, juntamente com os pelos do canal auditivo, cria uma barreira
de proteção, impedindo a entrada de corpos estranhos.
Sistema Cardiovascular
O sistema cardiovascular é composto por três segmentos:
sangue, coração e os vasos sanguíneos.
O sangue
As células do organismo obtém seus suprimentos
(oxigênio e nutrientes) através do liquido intersticial que as banha
e do sangue, que transporta pelo corpo tais suprimentos. O sangue
é um tecido conjuntivo composto pela parte liquida (55%),
denominada plasma, e pela parte celular que engloba células
variadas e fragmentos de células (45%). O corpo humano possui
cerca de 5 a 6 litros de sangue, representando cerca de 8% do peso
corporal.
Além de transportar nutrientes às células do corpo, o
sangue também conduz elementos que não serão mais utilizados,
como o dióxido de carbono, a ureia, dentre outros, das células que
o produzem para órgãos que irão elimina-los do corpo, como os
pulmões, os rins e a pele, por exemplo. Outras funções que
competem ao sangue são: regular o pH por meio de tampões,
ajudar a regular a temperatura corporal e proteger o organismo
contra hemorragias e infecções.
O plasma sanguíneo é um liquido amarelo claro
composto por agua (91,5%) e solutos (8,5%) que são, em sua
maioria, proteínas. Estas proteínas plasmáticas são sintetizadas,
principalmente, pelo fígado e incluem as albuminas, as globulinas,
o fibrogênio e as imunoglobulinas/anticorpos, que são produzidas
somente em reposta imune. Além das proteínas, são encontrados
no plasma outros solutos como os eletrólitos, nutrientes, enzimas,
hormônio, ureia, ácido úrico, creatinina, amônia e bilirrubina.
Os glóbulos vermelhos, os glóbulos brancos (células) e
as plaquetas (fragmento de célula) compõem os elementos
figurados do sangue. A partir do hemocitoblasto (célula-tronco
hematopoiética), as células sanguíneas se desenvolvem pelo
processo denominado hematopoese.
Enfermagem
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O transplante de medula óssea (TMO), ou transplante de
células-tronco hematopoiéticas (TCTH), em síntese, é a
transferência da medula óssea vermelha de um doador hígido
(saudável)para o receptor doente, por via endovenosa, com o
intuito de promover uma hematopoese normal.
Os eritrócitos, glóbulos vermelhos do sangue, são
também chamados de hemácias e contém a hemoglobina –
proteína carreadora de oxigênio. Ela é quem dá a cor avermelhada
ao sangue. Em um indivíduo saudável, seus valores devem estar
aproximadamente em 4,8 milhões (mulheres) e
5,4milhoes(homens) por microlitro de sangue. Anatomicamente,
são discos bicôncavos. Suas membranas plasmáticas permitem
que as células se deformem sem que rompam, além de possuírem
em sua superfície os antígenos indicadores dos grupos sanguíneos,
como o ABO e o Rh.
Os glóbulos brancos, ou leucócitos, são nucleados, não
possuem hemoglobina e são menos numerosos que os glóbulos
vermelhos – 5.000 a 10.000 células por microlitro de sangue. Tais
células são classificadas em leucócitos granulares (neutrófilos,
eosinófilos e basófilos) e leucócitos agrandulares (linfócitos e
monócitos). A função geral dos glóbulos brancos é combater
agentes patogênicos por fagocitose ou processo imune. Entretanto,
cada célula possui uma função especifica. Os neutrófilos destroem
as bactérias por meio da fagocitose. Os eosinófilos combatem os
efeitos da histamina nas reações alérgicas. Em contrapartida, os
basófilos liberam heparina, histamina e serotonina nas reações
alérgicas, aumentando a resposta inflamatória. Os linfócitos são
mediadores das respostas imunes e os monócitos fazem
fagocitose.
A leucocitose é o termo técnico que caracteriza o
aumento do número de leucócitos, o que normalmente ocorre em
resposta a micróbios invasores, exercício físico, extenuante,
anestesias ou cirurgias. Já a leucopenia é a redução do número de
glóbulos brancos para menos que 5.000 por microlitro, nunca é
benéfica e normalmente é causada por agentes quimioterápicos,
radiação ou choque.
As plaquetas, ou trombócitos, são fragmentos dos
megacarioblastos, que se dividem em 2 a 3 mil pedaços.
Normalmente, cada microlitro de sangue contém de 150.000 a
400.000 plaquetas. Elas são anucleadas e tem por função ajudar
na hemostasia bloqueando sangramentos, em vasos que foram
rompidos, através da formação de um tampão. Além do tampão
plaquetários, outros dois mecanismos orgânicos interrompem o
sangramento: o espasmo vascular (vasoconstrição local) e a
coagulação do sangue.
O coagulo é uma malha de fibrinas (proteínas insolúveis)
que retém os elementos do sangue. Sua formação depende do que
chamamos de cascata de coagulação: há formação de
protrombiase (ativador de protrombina) que, associada ao cálcio,
vertem a protrombina (proteína presente no plasma) em trombina
(enzima); por sua vez, a trombina converte o fribrinogênio solúvel
em fibrina insolúvel, que se aglomera e forma os filamentos do
coágulo.
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O coração
O coração é o órgão responsável pela circulação do
sangue pelos vasos sanguíneos através do bombeamento. Em um
indivíduo em repouso, o coração bombeia mais de 14.000 litros de
sangue em 24h. apesar desta potência, é um órgão relativamente
pequeno, com tamanho aproximado ao da mão fechada e pesado
em torno de 250g nas mulheres e 300g nos homens. Situa-se na
cavidade torácica, no mediastino, entre os pulmões. Sua forma é
semelhante a um cone, na qual sua base está voltada para trás e
para cima e seu ápice está voltado para frente e para baixo.
O pericárdio é uma membrana que reveste o coração,
protegendo-o sustentando-o. Em seguida, encontra-se o epicárdio,
para externa do coração, o miocárdio, tecido muscular cardíaco e,
por fim, o endocárdio, tecido conjuntivo liso que reveste as
câmaras cardíacas e recobre as válvulas (valvas). As valvas têm
por função auxiliar na ejeção do sangue e impedir ser refluxo.
Internamente, o coração possui quatro câmaras. As duas
superiores são os átrios direito e esquerdo e as duas inferiores são
os ventrículos direito e esquerdo. O átrio direito recebe sangue da
veia cava superior, da veia cava inferior e do seio coronário. Este
sangue passa do átrio direito para o ventrículo direito através da
valva tricúspide. Do ventrículo direito, o sangue passa pela valva
pulmonar e chega à artéria tronco pulmonar que conduz o sangue
aos pulmões. O átrio esquerdo recebe o sangue que vem dos
pulmões por meio de quatro veias pulmonares e passa para o
ventrículo esquerdo através da valva bicúspide (mitral). Do
ventrículo esquerdo, o sangue passa pela valva aórtica e, através
da artéria aorta ascendente, irriga o coração e o restante do corpo,
retornando ao coração pelas veias cava superior, cava inferior e
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seio coronário.
A circulação sanguínea pode ser dividida em circulação
sistêmica, quando se observa apenas a circulação do sangue entre
o corpo e o coração, e circulação pulmonar, quando se observa a
circulação do sangue entre o pulmão e o coração. Na circulação
sistêmica, o sangue leva oxigênio para as células do corpo e traz
gás carbônico para o coração. Na circulação pulmonar, o sangue
leva gás carbônico para os pulmões, onde ocorre outro troca
gasosa, trazendo oxigênio para o coração.
As fibras musculares cardíacas presentes o miocárdio são
compostas por células especializadas, chamadas células
autorrítmicas, que possuem a capacidade de gerar potenciais de
ação espontâneos, rítmicos e repetitivos, que desencadeiam as
contrações cardíacas. Em razão disso, atuam como marca-passo,
definido o ritmo cardíaco, e formam um sistema de condução que
propaga os potenciais de ação por todo o musculo cardíaco. Esta
corrente elétrica gerada pode ser facilmente identificada através
de um eletrocardiograma (ECG).
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A contração cardíaca sempre é seguida de um período de
repouso, quando as paredes cardíacas se afrouxam e as câmaras
cardíacas se preenchem de sangue novamente para expulsá-lo na
próxima contração. Este momento de contração é denominado
sístole, enquanto o período de afrouxamento é denominado
diástole.
Os vasos sanguíneos
Os vasos sanguíneos constituem um sistema fechado de
estruturas tubulares que conduzem o sangue do coração para o
corpo e vice-versa. Tais estruturas podem ser artérias, arteríolas,
capilares, vênulas, veias.
As artérias levam o sangue do coração para os outros
tecidos. Ao percorrerem o corpo e suas estruturas, se ramificam e
diminuem de calibre, sendo denominadas arteríolas quando estão
em seu menor tamanho. Os capilares são ramificações das
arteríolas quando estas se encontram dentro de um tecido.
As artérias pulsam conforme o sangue é bombeado pelo
coração e, quando lesadas, a hemorragia se dá em jatos
intermitentes.
Geralmente uma artéria é acompanhada por uma veia.
Em relação a uma articulação, as artérias sempre estão
posicionadas na superfície voltada para o lado onde corre a flexão.
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Quando o sangue entra em contato com os tecidos através
das finas paredes dos capilares, há troca de substancias. Os
capilares, antes de saírem dos tecidos, se fundem formando as
vênulas (veias de pequeno calibre). Por sua vez, as vênulas se
confluem e formam as veias, que são vasos de calibre maior e que
levam o sangue de volta para o coração.
As veias não pulsam e, quando há hemorragia, seu jato é
contínuo.
A circulação sanguínea pode ser avaliada pelo
profissional de saúde através da aferição do pulso (palpação ou
ausculta) e da pressão arterial (utilizando um esfigmomanômetro).
O pulso (frequência cardíaca) de um indivíduo adulto hígido é de
aproximadamente 8 batimentos por minuto. Já a pressão arterial
normal em um homem adulto é de cerca de 120 mmHg (sistólica)
sobre 80mmHg (diastólica). A diferença entre a pressão sistólica
e diastólica é denominada pressão de pulso (pressão média) e deve
ser cerca de 40mm Hg. A proporção normal que deve existir é de
3:2:1 entre as pressões sistólica, diastólica e de pulso.
Sistema linfático
O sistema linfático é composto pela linfa, vasos e tecidos
linfáticos. Suas três funções são: drenagem do liquido intersticial
para o interior dos vasos linfáticos, transporte de lipídios e
vitaminas lipossolúveis do trato gastrointestinal para o sangue e
resposta imune contra microrganismos patogênicos ou células
anormais.
Linfa
A linfa é um liquido amarelo claro que conduz os lipídios
e as vitaminas A,D,E e K, bem como os glóbulos brancos, pelo
corpo.
Vasos linfáticos
Os vasos linfáticos, por sua vez, forma uma rede de
circulação de linfa, assim como as veias e artérias formam a rede
para circulação do sangue. Nos espaços entre as células,
encontram-se os capilares linfáticos que se unem e formam os
vasos linfáticos.
Tecidos linfáticos
Durante o percurso da rede de vasos linfáticos,
encontram-se os linfonodos, que são tecidos linfáticos, em forma
Enfermagem
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de grão de feijão, e têm por principal função filtrar a linfa. No seu
interior, há uma grande concentração de macrófagos e linfócitos
que irão combater a célula anormal ou o microrganismo que ali
ficar retido durante a filtragem da linfa. Um ser humano possui,
aproximadamente, 600 linfonodos pelo corpo que formam grupos
com maior concentração na região próxima às glândulas
mamarias, nas axilas e na virilha.
Outros tecidos linfático são o timo, o baço e os nódulos
linfáticos. O timo se localiza no mediastino, atrás do esterno, e
produz hormônios que auxiliam no desenvolvimento das células
T. O baço está localizado entre o estomago e o diafragma e é
ricamente vascularizado. Seu interior possui linfócitos e
macrófagos em grande quantidade que, além de contribuir com
suas funções imunes, executam três funções relacionadas às
células sanguíneas: remoção de células gasta, defeituosas ou
plaquetas; armazenamento de plaquetas e hematopoese durante a
vida intrauterina. Por fim, os nódulos linfáticos são concentrações
de tecido linfoide que se aderem a outro tecido, como as túnicas
que revestem o sistema respiratório e as tonsilas da cavidade oral.
Imunidade
Algumas reações do corpo podem ser respostas imunes
inespecíficas, ou seja, um mecanismo utilizado pelo sistema
imunológico/linfático para eliminar um invasor ou para indicar
que o corpo está sendo invadido por alguma substancia ou
microrganismo que possa ser prejudicial à saúde. São alguns
exemplos de resistência inespecífica: vomito, febre, processos
inflamatórios, secreções vaginais, choro, ação de células
citotóxicas naturais (natural killers), formação de pus.
A reposta especifica do corpo contra um agente
patogênico é denominada imunidade. Tais agentes são chamados
antígenos e levam à formação de anticorpos – proteínas
especificas contra determinado antígeno.
Especifica
Sistema respiratório
O nariz, a faringe, a laringe, a traqueia, os brônquios e os
pulmões são estruturas que compreendem, em conjunto, o sistema
respiratório. A respiração, processo de troca de gases no corpo, é
no meio pelo qual este sistema cumpre com as suas funções:
fornece oxigênio para as células, eliminar gás carbônico do
organismo, contribui para a regulação do pH sanguíneo, filtra o ar
inspirado, contém receptores para o olfato, produz sons e libera
agua e calor através do ar exalado.
Nariz
A estrutura anatômica do nariz permite que o ar seja
filtrado, aquecido e umidificado na inspiração, além de detectar
estímulos olfatórios e modificar as vibrações da fala.
Internamente, a cavidade nasal é dividida em dois compartimentos
pelo septo nasal e se comunica posteriormente com a faringe
através de duas aberturas denominadas narinas internas/coanas.
As paredes laterais e seu assoalho têm formação óssea, enquanto
o seu esqueleto externo é basicamente cartilaginoso, conferindo
maior maleabilidade a este órgão.
Faringe
A faringe é um órgão tubular que começa nas narinas e
termina comunicando o esôfago à laringe. Divide-se em três
regiões: nasofaringe, orofaringe e laringofaringe. Ela funciona
como via de passagem tanto para o ar quando para o alimento,
fornece uma câmara de ressonância para os sons emitidos na fala
e aloja as tonsilas - estruturas que possuem tecido linfático,
Enfermagem
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auxiliando na resposta imune.
Laringe, glote e epiglote
A laringe é curta e conecta a laringofaringe à traqueia.
Sua parede é composta por anéis de cartilagem, dentre eles a
cartilagem tireóidea (pomo de adão). A epiglote é um tecido
cartilaginoso, em forma de olham que se move durante a
deglutição, fechando a glote e impedindo a passagem de alimentos
que está no trato gastrointestinal para o sistema respiratório
inferior. Na glote, encontram-se as pregas vocais.
Traqueia e a arvore brônquica
Em frente ao esôfago está localizada a traqueia. Sua
estrutura é tubular e se estende da laringe até se dividir,
aproximadamente 12 centímetros abaixo, em brônquios direito e
esquerdo. Este ponto de divisão é chamado carina. Ao entrar no
pulmões, os brônquios se dividem em brônquios lobares, que por
sua vez se divide em brônquios segmentares e, por fim, se dividem
em bronquíolos. Desse modo, o ar penetra nos pulmões sendo
conduzido pela arvore brônquica de maneira que haja troca gasosa
eficaz na sua extremidade.
Pulmões
Os pulmões se situam na cavidade torácica, separados o
direito do esquerdo pelo coração e outras estruturas presentes no
mediastino. Eles são revestidos externamente por duas túnicas
chamadas pleura parietal e pleura visceral, com a cavidade pleural
entre elas contendo pequeno volume de liquido lubrificante, que
permite deslizamento confortável entre elas durante a respiração.
Cada pulmão é dividido em lobos. Pulmão direito contêm os lobos
superior, médio e inferior, enquanto o esquerdo se divide em lobo
superior e inferior. Os lobos se dividem em segmentos
broncopulmonares, que são compostos por lóbulos. Os lóbulos são
componentes de pequeno tamanho, envoltos por tecido conjuntivo
e possuem um vaso linfático, uma arteríola, uma vênula e um ramo
de bronquíolo terminal. Conforme estes bronquíolos penetram nos
pulmões, se dividem em ductos alveolares. Na sua circunferência,
encontram-se diversos alvéolos e sacos alveolares, que são
estruturas diretamente responsáveis pela troca de gases - processo
que ocorre por difusão entre a parede do alvéolo e os capilares.
Enfermagem
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Ventilação pulmonar
A Lei de Boyle define que a pressão de um gás, quando
em um recipiente fechado, é inversamente proporcional ao volume
do recipiente. Esta física explica o processo de ventilação
pulmonar, visto que as diferenças na pressão entre o pulmão e o
ambiente externo determinam a inspiração e a expiração. Os
pulmões se expandem ativamente, alterando a pressão no seu
interior, provocando a inspiração do ar. A expiração é passiva e
ocorre quando a pressão no interior do pulmão é maior que a do
ambiente, expulsando o ar. Ela só passa a ser ativa quando há
expiração forçada ao tocar um instrumento de sopro, por exemplo,
ou durante um exercício respiratório.
Um adulto em repouso respira em torno de 12 vezes por
minuto, sendo que cada movimento de inspiração ou expiração
movimenta, em média, 500ml de ar.
Regulação da respiração
Conforme observado no sistema nervoso, existem
aglomerados de neurônios localizados no bulbo e na ponte que
formam uma área denominada centro respiratório.
Funcionalmente, estes neurônios se dividem em três áreas
distintas: a área de periodicidade bulbar, que controla o ritmo
respiratório; a área pneumotáxica, que controla a velocidade dos
movimentos respiratórios; e a área apnêustica, que controla o
volume de ar inspirado e expirado.
Sistema Digestório
Os alimentos são nossa fonte de energia e reparação
tecidual, mas para isso é preciso que eles estejam decompostos em
moléculas de tamanho ideal para que consigam atravessar as
membranas plasmáticas das células por meio da digestão e, então,
atingir a circulação sanguínea e a linfa, processo alcançado com a
absorção. A composição dos órgãos que realizam esta função
recebe o nome de sistema digestório.
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O sistema digestório é composto pelo trato
gastrointestinal (GI) que é um tubo continuo e se estende da boca
até o ânus e incluem a boca, a faringe, o esôfago, o estomago o
intestino delgado e o intestino grosso e pelos órgãos acessórios da
digestão que incluem os dentes, a língua, as glândulas salivares, o
fígado, a vesícula biliar e o pâncreas.
As funções desempenhadas pelo sistema digestório são:
• Ingestão: receber o alimento através da boca.
• Secreção: liberação de agua, ácidos, enzimas e tampões
no interior do trato GI.
• Mistura e propulsão: misturar e mover o alimento em
direção ao ânus.
• Digestão: decomposição química e física dos alimentos a
partículas menores.
• Absorção: passagem das partículas digeridas do trato GI
para o sangue e a linfa.
• Defecação: eliminação das fezes pelo ânus.
A parede do trato GI, desde a parede inferior do esôfago
até o ânus é composta por quatro camadas que são: mucosa,
submucosa, muscular e serosa.
Abaixo do diafragma, a camada serosa é chamada de
peritônio visceral. Há também o peritônio parietal que reveste
a parede da cavidade abdomino-pelvica.
Os órgãos situados contra a parede abdominal posterior,
rins e pâncreas por exemplo, são recobertos por peritônio
apenas nas suas faces anteriores, sendo portanto,
retroperitoneais.
Boca.
Também chamada de cavidade oral, é formada
pelas bochechas, palatos mole e duro e língua. Os lábios são
presos por uma prega chamada frenulo do lábio, já a língua é
presa por uma prega denominada frenulo da língua. O palato
duro é a parte anterior do teto da boca, recoberto por mucosa
e forma a participação óssea entre a cavidade oral e a nasal.
O palato mole, parte posterior do teto da boca, é uma partição
muscular, em forma de arco, entre as partes oral e nasal da
faringe, revestido por túnica mucosa. Pendente na margem
livre do palato mole está a úvula.
As glândulas salivares secretam a saliva que
auxiliam na decomposição química do alimento. A sua
produção é regulada tanto pelo sistema nervoso quanto pela
presença do alimento na boca, pelo olfato e pelo paladar.
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A língua é um órgão digestório acessório que
movimenta os alimentos de um lado para o outro contribuindo
para a mastigação e deglutição. Na língua encontramos as
papilas gustativas que identificam os sabores dos alimentos,
conferindo-nos o paladar. O processo de mastigação também
conta com o auxilio dos dentes. Os seres humanos possuem
duas dentições. Na primeira, os dentes decíduos, ou dentes de
leite, surgem por volta dos 6 meses e somam um total de 20
dentes. Geralmente entre os 6 e 12 anos de idade perdemos
esses dentes permanenetes surgem somando 32 dentes.
Faringe
Depois de mastigado a massa resultante, bolo
alimentar, passa da boca pela faringe, tubo em forma de funil
que tem função respiratória e digestória. Abrange uma parte
nasal, e se bifurca limitando-se com a laringe anteriormente e
com esôfago posteriormente.
Esôfago
É um tubo muscular situado posteriormente à
traqueia e atravessa o diafragma através do hiato esofágico.
Sua função é secretar muco e transportar o bolo alimentar até
o estomago, esse transporte ocorre por meio da peristalse, que
são contrações e relaxamentos coordenados e involuntários.
O esfíncter esofágico inferior relaxa na presença do bolo
alimentar e permite a passagem deste para o estomago.
Estômago.
O estômago conecta esôfago ao duodeno, órgão
em forma de J, possuindo quatro regiões principais: o cárdia
(abertura superior do estômago), o fundo gástrico (parte
arredondada superior à esquerda do cárdia), corpo gástrico
(grande parte central do estômago) e região pilórica
(composta pelo antro pilórico que se une ao corpo gástrico e
o canal pilórico que se conecta ao duodeno). O musculo
esfíncter do piloro é quem controlas a passagem do material
digerido para a primeira porção do intestino delgado, o
duodeno.
As curvatura do estômago recebem o nome de curvatura
menor (margem medial côncava) e curvatura maior (margem
lateral convexa).
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No estomago, a digestão do amido, que
começou na boca, tem continuidade e começa a digestão de
proteínas e triglicérides. Há também a absorção de
determinadas substancias. A digestão dos alimentos leva à
formação do quimo, massa semilíquida. Isto é possível graças
à ação de enzimas como a pepsina, responsável por digerir
proteínas e a lipase gástrica que digere gordura.
O vomito é a expulsão forçada dos conteúdo do trato
gastrintestinal superior pela boca. Ele é provocado por
estímulos como irritação, distensão, imagens desagradáveis,
anestesia geral, tontura e alguns fármacos.
Pâncreas
Glândula com funções exócrina e endócrina, situada atrás
do peritônio é dividida em cabeça, corpo e cauda. Como
função exócrina excreta o suco pancreático rico em enzimas
que dissolve carboidratos (amilase pancreática), proteínas
(tripsina, quimiotripsina, carboxipeptidade, elastase),
triglicérides (lipase pancreática) e ácidos nucleicos
(ribonuclease e desoxirribonuclase). Já a parte endócrina é
responsável pela produção de hormônios como glucagon,
insulina somatostatina e polipeptideo pancreático. As
secreções pancreáticas são lançadas no duodeno por meio do
ducto pancreático que se une ao ducto colédoco originado do
fígado e da vesícula biliar.
Fígado e vesícula biliar
O fígado é o maior órgão interno e a glândula
mais pesada do corpo. Pode ser dividido em dois lobos: um
maior , lobo direito, e um menor, lobo esquerdo. No fígado é
produzida a bile, líquido acastanhado que contribuirá para a
emulsificação das gorduras, ou seja, a decomposição de
grandes glóbulos de lipídios em uma suspensão de gotículas
no intestino delgado.
Além da produção da bile, o fígado é
responsável pelo metabolismo de carboidratos, lipídios e
proteínas, pelo processamento de fármacos, pela ativação da
vitamina D, pela fagocitose de glóbulos vermelhos e pelo
armazenamento de glicogênio.
A vesícula biliar é um saco localizada na parte
inferior do fígado e é responsável pelo armazenamento,
concentração e excreção da bile no intestino delgado.
Intestino delgado
No intestino delgado, os nutrientes continuam a
digestão com o auxílio das secreções digestivas, do pâncreas
e do fígado. Nele ocorre, também cerca de 90% da absorção,
graças às pregas circulares, vilosidades e micro vilosidades
que aumentam a superfície do seu interior.
Limita-se como o piloro do estomago e com o
intestino grosso e é dividido em três regiões: o duodeno, o
jejuno e o íleo.
O contato do quimo com a parede do intestino
distende-o e provoca contrações segmentares que o mistura
ao suco digestivo. Após a maior parte da absorção ter
ocorrido, as contrações param e a peristalse começa,
empurrando o quimo para frente. Os materiais não digeridos
ou não absorvidos chegam ao intestino grosso.
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Intestino grosso
Parte terminal do trato gastrintestinal, composto pelo
ceco, colos ascendentes, transverso e descendentes; reto;
canal anal e ânus.
No intestino grosso os movimentos peristálticos
dão continuidade à movimentação do conteúdo alimentar pelo
colo, estágio final da digestão. As bactérias presentes no seu
interior fermentam carboidratos restantes, convertem
proteínas em aminoácidos, decompõem a bilirrubina, o que
confere a cor marrom a fezes, e produzem vitaminas como a
vitamina B e a K. As fezes perdem constantemente água e sai
minerais enquanto permanecem no intestino grosso.
Ao atingir o reto, ocorre o reflexo da defecação.
Os esfíncter externo do reto é um musculo voluntario e, caso
não ocorra defecação, as fezes voltam para o colo sigmoide.
Situações anormais no transito intestinal podem
resultar em diarreia (aumento na frequência, volume e
conteúdo das fezes) e constipação (provocada pela
diminuição na motilidade dos intestinos)
Sistema urinário
O sistema urinário é composto por dois rins, dois
ureteres, uma bexiga urinaria e uma uretra. Destacamos esses
sistema o papel dos rins, que além de formar, transportar,
armazenar e eliminar a urina regula o volume e composição do
sangue, regula a pressão sanguínea e contribui para o
metabolismo.
Rins
Localizam-se na parede posterior do abdome,
retroperitoneais, na altura do 11° par de costelas, possuem a forma
de feijão, faseoliformes, e há uma discreta diferença entre eles, o
rim direito é ligeiramente menor que o rim esquerdo, devido ao
tamanho ocupado pelo fígado.
Possui três camadas tecidos: capsula fibrosa, capsula
adiposa e fáscia renal, da mais profunda para as superficial
respectivamente.
Ao observarmos os runs por um corte frontal
visualizamos duas regiões distintas o córtex renal (região
avermelhada superficial) e a medula renal (região mais profunda
marrom-avermelhada). Esta última possui de 8 a 18 estruturas em
forma de cunha, as pirâmides renais, cuja base volta-se para o
córtex renal e o ápice, a papila renal é voltada para o hilo renal,
Enfermagem
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fissura vertical profunda. Separando uma coluna renal da outra
estão as colunas renais. Juntos, o córtex renal e as pirâmides renais
originam o parênquima, parte funcional do rim.
No interior do parênquima há cerca de 1 milhão de
estruturas microscópicas chamadas néfrons, unidades funcionais
dos rins. Cada néfron é constituído de um corpúsculo renal
(composto por um glomérulo e a capsula glomerular ou de
Browman) e os túbulos renais (túbulo contorcido proximal, alça
de Henle e túbulo contorcido distal, seguindo a ordem em que o
líquido passa por eles.
Os túbulos contorcidos distais terminam nos túbulos
coletores. Estes por sua vez se reúnem e originam os ductos
coletores que drenam para os cálices menores e estes para os
cálices maiores e chegam à pelve renal.
O suprimento sanguíneo dos rins ocorre da seguinte
maneira: o sangue corpóreo é conduzido até a artéria renal, está
por sua vez se divide em artérias segmentares que se dividem em
artérias interlobares, em seguida artérias arqueada, mais adiante
artérias interlobulares e arteríolas aferentes. As arteríolas aferentes
chegam ao néfron e forma uma rede capilar, o glomérulo, onde
ocorre a filtração glomerular.os capilares glomerulares se reúnem
e formam a arteríola glomerular eferente, que leva o sangue para
fora do glomérulo. Dando continuidade, eles dividem-se e formam
os capilares peritubulares que se reúnem e formam as vênulas
peritubulares, em seguida as veias interlobulares, veias arqueadas
e por fim a veia renal que leva o sangue venoso do rim para a veia
cava inferior.
Os néfrons desempenham as seguintes funções:
• Filtração glomerular: no glomérulo, a agua e solutos do
plasma passam pelos capilares glomerulares e chegam à
capsula glomerular, até alcançarem os túbulos renais.
Apesar de muito permeáveis e permitir a passagem de
solutos, as células glomerulares impedem a passagem de
células sanguíneas e plaquetas.
• Reabsorção tubular: à medida que o liquido passa pelos
túbulos renais, as células tubulares reabsorvem cerca de
99% da agua e muitos solutos (glicose, aminoácidos,
íons, cálcio, sódio, potássio, cloro, bicarbonato, fosfato e
ureia) a fim de manter as suas concentrações adequadas
na corrente sanguínea.
• Secreção tubular: substancias coo resíduos, fármacos e
excesso de íons (hidrogênio, potássio, amônia,
creatinina) são removidos do sangue com a secreção
realizada pelas células do túbulo para o liquido tubular,
controlando o pH sanguíneo e eliminando substancias do
corpo. O volume diário de urina produzido em um adulto
é cerca de 1500ml a 2000ml.
Ureteres
Os ureteres transportam a urina da pelve renal
até a bexiga por meio das contrações peristálticas das
suas paredes musculares. Embora não exista valva
anatômica no orifício do ureter em contato com a bexiga,
esta possui uma valva fisiológica que funciona de forma
muito eficiente.
Bexiga urinaria
A bexiga urinaria é um órgão muscular e
elástico e, portanto, seu formato varia de acordo com o
conteúdo urinário e comporta cerca de 700ml a 800ml.
Localiza-se na cavidade pélvica e atrás do osso sínfise
púbica.
Na parte inferior da bexiga há uma estrutura
chamada trígono da bexiga, que contem o ostio interno
da uretra no canto interior e as aberturas uretrais nos
cantos posteriores.
Ao redor da abertura da uretra encontram-se os
músculos esfíncter interno e esfíncter externo da uretra.
A micção, eliminação da urina, ocorre por combinação
de contrações voluntarias e involuntárias. Quando o
volume na bexiga excede 200 a 400ml o centro de micção
é ativado e ocorre o reflexo da micção.
A micção resulta dos processos
involuntários(reflexo) e voluntários (intencional).
Quando a urina enche a bexiga, as fibras dos nervos
Enfermagem
72/2
parassimpáticos na parede da bexiga fazem a bexiga
contrair e o esfíncter interno ( localizado no orifício
uretral interno) relaxar. Então, o cérebro em uma relação
voluntaria faz o esfíncter externo relaxar e a micção
iniciar. Isto é denominado reflexo da micção.
Uretra.
A uretra é um pequeno tubo, canal, que vai da
bexiga até o exterior do corpo. Nas mulheres localiza-se
atrás da sínfise púbica, tem um comprimento de 4cm e
seu ostio está localizado entre o clitóris e a vagina. Nos
homens mede cerca de 20cm, passando pela próstata,
diafragma urogenital e pelo pênis. Além da urina, a uretra
masculina elimina sêmen.
Formação da urina
A formação da urina consiste e 3 etapas:
filtração glomerular, reabsorção tubular e secreção
tubular.
Etapa 1: Filtragem
Conforme o sangue flui dentro do glomérulo, a
filtração acontece. Na filtração glomerular, o transporte
ativo a partir do túbulos convolutos proximais leva à
reabsorção de sódio e glicose dentro da circulação
próxima. A osmose então provoca a reabsorção de água.
Etapa 2: Reabsorção
Na reabsorção tubular, a substancia movimenta-
se a partir do filtrado e volta para os túbulos convolutos
distais, em direção aos capilares peritubulares. O
transporte na reabsorção de sódio. A presença de
hormônio antidiurético provoca reabsorção de água.
Etapa 3: Secreção
Na secreção tubular, a substancia movimenta-se
a partir dos capilares peritubulares em direção ao filtrado
tubular. Os capilares peritubulares então, secretam
amônia, hidrogênio dentro dos túbulos distais pelo
transporte ativo.
Sistemas genitais
Os sistemas genitais masculino e feminino são
anatomicamente distintos o que torna possível a reprodução
sexual, resultante da união de gametas (células sexuais)
masculinos e femininos.
Sistema Genital Masculino
O sistema genital masculino é composto pelos seguintes
órgãos: testículos, ductos deferentes, ductos ejaculatórios, uretra e
as glândulas acessórias (glândulas seminais, próstata e glândula
bulbouretral) e estruturas de sustentação como o escroto e o pênis.
Enfermagem
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O escroto é um saco que sustenta os testículos.
Internamente é dividido em dois sacos, os quais comportam um
testículo cada um. A localização fora do corpo permite ao escroto
manter uma temperatura pouco inferior à do corpo, o que colabora
para a produção normal dos espermatozoides.
Os testículos são glândulas ovais, divididos internamente
em cerca de 200 a 300 compartimentos denominados lóbulos que
contém de um a três túbulos contorcidos. Neles são produzidos os
espermatozoides e recebem o nome de túbulos seminíferos. A
produção de espermatozoide é realizada pelas células
espermatogênicas e é denominada espermatogênese.
Além das células espermatogênicas os túbulos
seminíferos possuem as células de sertoli, que nutrem os
espermatozoides, sustentam e protegem as células
espermatogenicas; produzem liquido para o transporte dos
espermatozoides; regula a secreção do hormônio inibida e faz
intermediação da testosterona (produzido pelas células de Leydig)
e do hormônio folículo-estimulante.
Enfermagem
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Até chegarem a espermatozoides as células germinativas
passam por um processo de divisão, diferenciação e maturação,
com início na puberdade. As espermatogônias (diploides, ou seja
2n) multiplicam-se por mitose e diferenciam-se em
espermatócitos primários (ainda 2n). Estes, por sua vez sofrem
meiose e originam os espermatócitos secundários (haploides, n) e
possuem duas cromátides originando, portanto duas células
também haploides, as espermátides. Até este ponto o processo
recebe o nome de maturação. A fase seguintes, chamada de
especiação, as espermátides se transformam em espermatozoides.
Nota-se, portanto que cada espermatogônia origina quatro
espermatozoides.
Diariamente são produzidos cerca de 300 milhões de
Enfermagem
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espermatozoides e quando no interior do sistema genital feminino
a maioria não sobrevive mais de 48 horas. As principais partes de
um espermatozoide são a cabeça (possui uma capsula enzimática
que o recobre e facilita a entrada do espermatozoide no ovócito
secundário) e a causa (possui mitocôndrias que fornecem energia
para sua locomoção).
Ductos do testículo: o líquido secretado pelas células de
sertoli empurra os espermatozoides pelos túbulos seminíferos.
Estes chegam à rede do testículo e movem-se pelos ductos
eferentes atingindo, por fim o ducto do epidídimo.
Epidídimo: órgão em forma de vírgula, enovelado, onde
ocorre a maturação dos espermatozoides por cerca de 10 a 14 dias
e adquirem motilidade e capacidade de impulsionados por meio
de contrações peristálticas para o ducto deferente.
Ducto deferente: armazena os espermatozoides por meses e os
transportam para a uretra também por contrações peristálticas. Os
espermatozoides que não são ejaculados são reabsorvidos.
Ductos ejaculatórios: formado pela união do ducto da glândula
seminal com o ducto deferente e terminam na parte prostática da
uretra, onde lançam espermatozoides e secreções da glândula
seminal, antes da liberação do sêmen pela uretra para o exterior.
Uretra: compartilhado pelos sistemas urinários e genital,
transporta tanto urina quanto sêmen. É dividida em três partes de
acordo com o locação por onde passa: parte prostática (próstata),
parte membranácea (períneo) e parte esponjosa (pênis).
Funículo espermático: estrutura de sustentação do sistema genital
masculino.
Glândulas seminais: secretam um líquido viscoso que corresponde
a cerca de 60% do volume do sêmen e auxiliam no transporte e
nutrido dos espermatozoides e reduzem a acidez da uretra
masculina e do trato genital feminino.
Próstata: secretam um líquido leitoso que corresponde a cerca de
25% do volume do sêmen e também contribui para a motilidade e
a viabilidade dos espermatozoides.
Glândulas bulbouretrais: situada abaixo da próstata secretam
substancia que reduzem a acidez do canal uretral e lubrificam a
extremidade do pênis durante a excitação.
Sêmen: composto pelos espermatozoides e pelos líquidos
Enfermagem
76/2
secretados pelas glândulas seminais, próstata e glândulas
bulbouretrais e que juntos formam o liquido seminal. A cada
ejaculação é eliminado cerca de 2,5 a 5ml de sêmen que contem
cerca de 50 a 150 milhões de espermatozoides.
Pênis: órgão genital másculo e é passagem para a ejaculação do
sêmen e excreção da urina. Possui formato cilíndrico e contém
uma raiz, um corpo e uma glande coberta pelo prepúcio. O corpo
do pênis é composto por três partes: dois corpos cavernosos e um
corpo esponjoso que contém a uretra. A estimulação sexual
provoca a ereção, intumescimento e enrijecimento do pênis.
Sistema genital feminino
O sistema genital feminino é formado por: ovários, tubas
uterinas, útero, vagina e órgãos genitais femininos externos.
Os ovários são as gônadas, homologas aos testículos.
Neles encontramos os folículos ováricos que, quando maduros,
rompem-se originando os ovócitos secundários, no processo da
ovulação. Os resquícios do folículo recebe o nome de corpo lúteo
e é responsável pela produção dos hormônios progesterona(não
exerce atividade sobre a determinação das características sexuais
femininas. A atividade da progesterona é preparar o útero para
uma possível gestação, recebendo o óvulo fecundado e
estimulando a produção de leite), estrógeno(controle da ovulação
e com o desenvolvimento de características femininas.), relaxina
(hormônio produzido pelo corpo lúteo e pela placenta. Ela produz
um amolecimento das articulações pélvicas e das suas cápsulas
articulares, o que dá a flexibilidade necessária para o parto) e
inibina (inibição da produção de Hormônio folículo-
estimulante(FSH)) até sua degeneração.
Enfermagem
77/2
Diferente da espermatogênese, a ovogênese inicia-se
antes mesmo do nascimento, durante o desenvolvimento fetal, as
ovogônias (células diploides 2n) se transformam em ovócitos
primários que só irão completar seu amadurecimento na
puberdade. Os ovócitos primários são recobertos por uma camada
de células denominada folículo primordial que posteriormente
mudam de forma e passam a chamar folículo secundário.
A partir da puberdade, mês a mês diversos folículos
secundários, por ação dos hormônios gonadotrofinas, recomeçam
a divisão celular estacionada. O ovócito primário (2n) divide-se
em duas células haploides (n) diferentes: o primeiro corpúsculo
polar, material nuclear descartado que irá se degenerar, e uma
célula maior o ovócito secundário. Este último ou degenera-se
quando não há fecundação ou une-se ao espermatozoide
originando um segundo corpo polar e o zigoto ou óvulo, célula
diploide (2n).
Tubas uterinas: transportam ovócitos secundários ou ovulo
(quando fecundado) até o útero cerca de seis a sete dias.
Útero: serve como via de acesso para os espermatozoides
alcançarem a tuba uterina e desenvolvimento do feto após
fertilização tem-se o fluxo menstrual. O útero pode ser
subdividido em fundo, corpo e colo e possui três camadas o
perimétrio (externa), o miométrio (auxiliam na expulsão do feto
com as contrações no trabalho de parto) e o endométrio
(constituído de camada funcional e basal, sendo que a primeira
desprende-se durante a menstruação).
Enfermagem
78/2
Vagina: canal fibromuscular receptáculo do pênis e serve à
passagem do fluxo menstrual e ao parto.
Vulva: trata-se dos órgãos genitais femininos externos compostos
por monte do púbis, lábios maiores, lábios menores, clitóris,
vestíbulo (região entre os lábios menores que contém o óstio
externo da uretra, o óstio da vagina, glândulas vestibulares
maiores e menores e glândulas uretrais) e os bulbos do vestíbulo.
Períneo: área losângica tanto nos homens quanto nas mulheres que
contém os órgãos sexuais esternos (região perineal) e o anus
(região anal).
Glândulas mamárias: são glândulas com funções de síntese
(estimulada pelos hormônios prolactina, progesterona e
estrogênios), secreção e ejeção de leite (estimulada pelo hormônio
ocitocina), associada à gravidez e ao parto.
Ciclo Menstrual
Enfermagem
79/2
O ciclo menstrual ocorre aproximadamente a cada 28
dias e nesse período o corpo da mulher se prepara para uma
possível fertilização, caso não ocorra a parede do útero descama
ocorrendo a menstruação que tem duração média de 5 dias.
Este ciclo é controlado principalmente pelos hormônios
folículo estimulante (FSH) e luteinizante (LH) e pode ser dividido
em quatro fases, são elas:
• Fase menstrual: período que ocorre a descamação do
endométrio devido às altas taxas de progesterona e
redução do estrógeno, FSH e LH.
• Fase pré-ovulatória ou proliferativa: o FSH estimula o
folículo ovariano que produz estrogênio, causando o
espessamento da parede do útero.
• Ovulação: com as taxas de estrógeno baixas e estimulado
pelo LH ocorre o rompimento do folículo (ovulação)
• Fase pós-ovulatória: o corpo amarelo, originado do
folículo estimulante, secreta estrógeno e progesterona o
que resulta no espessamento do endométrio, preparando-
o para a fertilização. Caso não ocorra a fertilização, os
níveis de progesterona diminuem, provocando a
menstruação.
Métodos contraceptivos
São métodos utilizados para controlar a
fertilidade e evitar a concepção. Dentre os diversos tipos
podemos citar: esterilização, cirúrgica, métodos
hormonais (pílulas), dispositivos intrauterinos (DIU),
espermicidas, métodos de barreira (camisinha),
abstinência periódica e o aborto.
Sistema endócrino
O sistema endócrino, juntamente com o sistema nervoso,
controla a homeostasia do corpo. Entretanto, enquanto o sistema
nervoso utiliza impulsos nervosos sistema endócrino ibera
hormônios (moléculas mediadoras) no sangue através das
glândulas. Os hormônios contribuem nos processos reprodutivos,
regulam o desenvolvimento do corpo e alteram o metabolismo.
Enfermagem
80/2
Existem dois tipos de glândulas: as exócrinas, que
lançam seus produtos em cavidades de um órgão ou na superfície
externa do corpo, como a glândula sudorípara e as glândulas
digestivas, e as endócrinas, que secretam seus hormônios no
espaço extracelular e depois é levada pelo sangue para todo o
corpo.
Além disso, alguns órgãos possuem tecido endócrino,
mas não são glândulas, como hipotálamo, o pâncreas, os
testículos, os ovários, o fígado, os rins, o intestino delgado, o
coração, a placenta (durante o período gestacional) e a pele.
Apesar de estar livre pelo corpo, sendo carreado pelo
sangue, o hormônio só irá se fixar a uma célula-alvo através de
receptores específicos para, então, produzir seu efeito. Eles podem
regular o meio interno, o equilíbrio do metabolismo, as contrações
musculares, a secreção glandular, algumas respostas imunológicas
e influenciam o crescimento, o desenvolvimento e produção do
indivíduo.
Hipotálamo e Glândula Hipófise (ou pituitária)
Enfermagem
81/2
O hipotálamo é o principal órgão que integra as funções
neurológicas e endócrinas. Ele controla as funções vegetativas do
corpo, como a temperatura, a sede, a fome, o sistema
cardiovascular, a raiva, a excitação e a secreção da maioria dos
hormônios da hipófise.
Apesar de ser estruturalmente um órgão do sistema
nervoso, produz ADH (hormônio antidiurético ou vasopressina,
que influência na produção de urina e na pressão arterial) e a
ocitocina (provoca contração do músculo liso). Tais hormônios
são armazenados e, posteriormente, liberados pela neuro-
hipofise(hipófise posterior). A adeno-hipofise (hipófise anterior)
outras parte da glândula pituitária, secreta sete hormônios. São
eles:
1. Hormônio do crescimento humano (hHG): controla o
crescimento e regula o metabolismo.
2. Hormônio Estimulante da Tireoide (TSH) : controla a
secreção da glândula tireoide.
3. Hormônio folículo-estimulante (FSH): estimula a
produção de espermatozoides, ovócitos e estrógenos.
4. Hormônio Luteinizante (LH): estimula a secreção de
testosterona, estrógenos, progesterona e a ovulação.
5. Prolactina (PRL): inicia e mantem a produção de leite
pelas glândulas mamárias.
6. Hormônio Adrenocorticotrópico (ACTH): estimula a
produção de hormônios no córtex suprarrenal.
7. Hormônio melanócito-estimulante (MSH): interferem na
pigmentação da pele.
Tireoide
A tireoide se localiza na região anterior do
pescoço. Seus hormônios, a tiroxina (t4) e a
triiodotironina(T3), regulam o metabolismo celular e o
basal, aceleram o crescimento corporal e auxiliam na
manutenção da temperatura do corpo.
A falta do hormônio T4 leva ao hipotireoidismo,
doença na qual o indivíduo tem aumento do acumulo de
gordura, letargia e aumento do período de sono (12 15
horas) devido a diminuição do metabolismo em até 50%
de sua atividade normal. O inverso é denominado
hipertireoidismo, com aumento da produção do T4 em
até o dobro do normal, acelerando o metabolismo. Neste
caso, os principais sinais e sintomas são taquicardia,
diarreia, perda de peso, nervosismo e exoftalmia.
Paratireoides
As quanto glândulas paratireoides se fixam à
região posterior da tireoide e produz o paratormônio
(PTH).
A principal função do paratormônio é aumentar
a liberação de cálcio e fosfatos dos ossos para a corrente
sanguínea, promovendo a manutenção dos níveis destes
íons no organismo.
Enfermagem
82/2
Glândulas Adrenais
As glândulas adrenais são também conhecidas
como suprarrenais devido sua localização acima dos rins.
São ricamente vascularizadas e produzem os hormônios
adrenalina (estimula a ação cardíaca), a
noradrenalina(aumenta a pressão arterial),
mineralcorticoides (como a aldosterona (regulação das
concentrações sanguíneas dos íons sódio e potássio),
glicocorticoides ( como o cortisol(exerce a maior parte da
atividade metabólica, sistema metabólico de utilização de
lipídios, proteínas e carboidratos, uma das funções
primárias desse hormônio está relacionada com o
metabolismo de carboidratos, a princípio essa substância
estimula a produção de glicose a partir de outras
substâncias (ex: proteínas)) e os hormônios androgênicos
(efeitos masculinizantes no indivíduo).
Pâncreas
O pâncreas é uma glândulas mista, endócrina e
exócrina, que é formada por dois tecidos diferentes: os
ácinos, que produzem enzimas digestivas e as secretam
para o trato gastrointestinal, e as ilhotas de Langerhans,
que possuem células alfa secretoras de glucagon e células
beta, que secretam insulina, e são responsáveis pela
regulação do nível de glicose no sangue, que deve
permanecer entre 80 e 100mg/dL.
Enfermagem
83/2
Ovários e Testículo
Os ovários são gônadas femininas, situados na
cavidade pélvica, e produzem o estrogênio e a
progesterona, hormônios sexuais femininos. Tais
hormônios regulam o ciclo menstrual, mantêm a
gravidez, colaboram no preparo nas glândulas mamarias
para que haja a produção de elite no período de
amamentação e conferem à mulheres suas características
sexuais secundárias.
Os testículos são gônadas masculinas, situados
no saco escrotal, e produzem a testosterona. Este
hormônio regula a produção de espermatozoide e
conferem aos homens suas características sexuais
secundarias, como o crescimento de barba, por exemplo.
Glândula Pineal
Localizada no encéfalo, produz a melatonina,
hormônio que tem sua produção controlada pela presença
ou ausência da luz do sol, contribuindo diretamente com
o ajuste do relógio biológico, como equilíbrio do sono, e
na regulação dos esforços sexuais e reprodutivos.
Glândula Timo
A glândula timo também faz parte do sistema
linfático e seus hormônios, timosina, fator humoral
tímico (THF), fator tímico (FT) e timopoietina, são
essenciais na produção das células T (glóbulo branco),
responsáveis pela imunidade do corpo contra
microrganismos patogênicos, envenenamento e corpos
estranhos.
Enfermagem
84/2
Microbiologia
RELAÇÃO ENTRE OS SERES VIVOS
Os seres vivos possuem características e propriedades que os
diferenciam dos seres não vivos, também chamados de
inorgânicos.
Organização Celular dos seres vivos
Unicelular
Pluricelulares ou Multicelulares
Ciclo Vital - a maioria dos seres vivos passam por esse ciclo:
nascer, se alimentam,crescem,se reproduzem, morrem.
Nutrição
Os alimentos são considerados os combustíveis da vida.
Através deles os seres vivos conseguem energia para a realização
de todas as funções vitais. Quanto à obtenção de alimentos,
podemos separar os seres vivos em dois grupos:
Autótrofos : produzem o próprio alimento - -
caso das plantas e algas cianofíceas;
Heterotróficos: aqueles incapazes de produzir
seus próprios alimentos, como os animais que
se alimentam de plantas ou de outros animais
Reprodução
Existem duas formas principais de reprodução
Sexuada: quando há produção de gametas e
fecundação. Os gametas podem vir de dois
indivíduos (M e F) ou no caso dos
Hermafroditas do mesmo individuo (ex:
minhocas)
Assexuada: reprodução simples, sem a
presença de gameta e fecundação, neste caso o
próprio corpo do individuo se divide em um
novo organismo. (ex: plantas)
CLASSIFICAÇÃO DOS SERES VIVOS
Os seres vivos são muito variados e numerosos. Para
conhece-los e estudá-los os cientistas procuram compreender
como se relacionam e qual o grau de parentesco existente entre
eles. Assim sendo, procura-se agrupá-los e organizá-los segundo
alguns critérios previamente definidos.
Os seres vivos podem ser agrupados de acordo com:
suas semelhanças morfológicas
formas de alimentação
Locomoção
Reprodução
ciclo de vida
Assim os seres vivos são agrupados em:
Reino – Filos – Subfilos - Ordem – Família –
Gênero
Os maiores grupos resultantes do processo de evolução
são os reinos. Cada reino divide-se em grupos menores,
chamados filos, os quais, por sua vez, subdividem-se
em subfilos. Os filos e subfilos agrupam as classes, que
reúnem as ordens, que agrupam as famílias, que reúnem
os gêneros.
Por fim, os organismos mais intimamente
aparentados são agrupados em uma mesma espécie.
Atualmente, existem cinco reinos: Monera,
Protista, Fungi, Plantae e Animalia.
Atualmente existem os Reinos:
Monera
Protista
Fungi
Plantae
Animale
Tipos de Células
Existem dois tipos de células nos seres vivos:
Procariontes: Tem organização simples, um
único compartimento interno, não tem
membrana nuclear definida.
Eucarionte: Têm como Principal característica,
ter o espaço interno dividido, e membrana
nuclear definida.
Enfermagem
85/2
REINO MONERA
O reino Monera é formado por seres muito simples,
unicelulares, cuja única célula é envolvida por uma
membrana.
O material genético (DNA) responsável por sua
reprodução e todas suas características encontra-se
espalhado no seu interior.
Portanto, o reino Monera é formado por seres
Procariontes,como as bactérias e algas azuis
(cianofíceas).
Muitas bactérias são capazes de
causar doenças como
hanseníase, tétano, tuberculose,
diarréias e cólera.
REINO PROTISTA
O reino Protista é constituído por seres também
formados por uma só célula
Porém com seu material genético protegido por uma
membrana nuclear (célula eucariótica).
No reino Protista encontram-se os protozoários.
Muitos deles vivem como parasitos
do ser humano e de muitos mamíferos,
sendo capazes de causar doenças
graves
REINO FUNGI
Os fungos se encontram no reino Fungi.
Existem fungos úteis ao homem, como os cogumelos
utilizados na alimentação e aqueles empregados no
preparo de bebidas (cerveja) e produção de
medicamentos (antibióticos).
Porém, alguns fungos são parasitos de plantas e
animais, podendo causar doenças denominadas micoses.
Existem fungos úteis ao homem, como os cogumelos
utilizados na alimentação e aqueles empregados no
preparo de bebidas (cerveja) e produção de
medicamentos (antibióticos). Porém, alguns fungos são
parasitos de plantas e animais, podendo causar doenças
denominadas micoses. Algumas micoses ocorrem
dentro do organismo (histoplamose), mas a maioria
desenvolve-se na pele, unhas e mucosas, como a da
boca.
*”Sapinho comum” em crianças que após alimentação
não tiveram uma boa higienização.
Vírus
Os vírus não pertencem a nenhum reino.
Não são considerados seres vivos pois não são formados
nem mesmo por uma célula completa.
São parasitos obrigatórios, só se manifestam como seres
vivos quando estão no interior de uma célula.
FORMAS DE ASSOCIAÇÃO ENTRE OS SERES VIVOS
Associação positiva ou Harmônicas
Comensalismo: uma das espécies envolvidas
obtém vantagens,mas a outra não é
prejudicada.
Exemplo: Entamoeba coli, que pode viver no intestino
do homem nutrindo-se de restos alimentares e jamais causar
doenças para o hospedeiro.
Mutualismo : é a relação em que as espécies
se associam para viver de forma mais íntima,
onde ambas são beneficiadas.
Exemplo: temos os protozoários e bactérias que habitam
o estômago dos ruminantes e participam na utilização e digestão
da celulose, recebendo, em troca, moradia e nutrientes.
Simbiose: é a forma extrema de associação
harmônica. Nessa relação, as duas partes são
beneficiadas, porém a troca de vantagens é tão
grande que, depois de se associarem, esses
indivíduos se tornam incapazes de viver
isoladamente.
Exemplo: Assim, temos os cupins, que se alimentam de
madeira e para sobreviver necessitam dos protozoários
(triconinfas). Esses protozoários habitam o tubo digestivo dos
cupins e produzem enzimas capazes de digerir a celulose
Associação Negativas ou Desarmônicas
As formas de relações desarmônicas mais comumente
encontradas são a competição, o canibalismo e as
predatórias.
Em nosso estudo, nos ateremos ao parasitismo, haja
vista a importância de seu conhecimento no cuidado de
enfermagem.
Parasitismo: Podemos comparar o fenômeno
do parasitismo com um inquilino que mora em
casa alugada e, além de não pagar aluguel,
ainda estraga o imóvel.
Enfermagem
86/2
MECANISMO DE TRANSMISSÃO DOS AGENTES
INFECCIOSOS
Cadeia de Transmissão dos Agentes Infecciosos:
Os elementos básicos da cadeia de Transmissão são:
Hospedeiro
Agente infeccioso
Meio Ambiente
Qual a importância de conhecermos a cadeia de
transmissão das principais infecções parasitárias?
Os elementos básicos da cadeia de transmissão das
infecções parasitárias são o hospedeiro, o agente infeccioso e o
meio ambiente. No entanto, em muitos casos, temos a presença de
vetores, isto é, insetos de um agente infeccioso no que transportam
os agentes infecciosos de um hospedeiro parasitado a, até então
sadio (não-infectado). É o caso da febre amarela, da leishmaniose
e outras doenças.
Para cada infecção parasitária existe uma cadeia
de transmissão própria. Por exemplo, o Ascaris lumbricoides tem
como hospedeiro somente o homem, mas precisa passar pelo meio
ambiente, em condições ideais de temperatura, umidade e
oxigênio, para evoluir (amadurecer)até encontrar um novo
hospedeiro.
Conhecer onde e como vivem os parasitos, bem
como sua forma de transmissão, facilita o controle das infecções
tão indesejadas. Por exemplo, o simples gesto de lavar bem as
mãos, após o contato com qualquer objeto contaminado, após usar
o vaso sanitário e, obrigatoriamente, antes das refeições, pode
representar grande ajuda nesse controle.
Elementos básicos da cadeia de Transmissão
Hospedeiro: pode ser o homem ou o animal,
sempre exposto ao parasito ou ao vetor.
Hospedeiro Definitivo: ser que aloja o parasito
por um período maior de tempo, é também,
onde observamos o desenvolvimento e a
reprodução do parasita.
Hospedeiro Intermediário: é o ser aonde o parasito se
desenvolve parcialmente, passando para outro organismo pra
continuar sua evolução.
Agente Infeccioso: é o ser vivo capaz de
reconhecer seu hospedeiro, e nele penetrar,
desenvolver-se, multiplicar-se.
Vetor: é conhecido como hospedeiro de
transporte.
Vetor Biólogo
Vetor Mecânico
Os parasitos são também classificados em:
Endoparasitos - são aqueles que penetram no corpo do
hospedeiro e aí passam a viver.
Ectoparasitos - são aqueles que não penetram no
hospedeiro, mas vivem externamente, na superfície de
seu corpo, como os artrópodes -dentre os quais destacam-
se as pulgas, piolhos e carrapatos.
ATENÇÃO:
NÃO PODEMOS CONFUNDIR INFECÇÃO
PARASITÁRIA COM DOENÇA.
Não podemos confundir infecção parasitária com doença.
O parasito bem sucedido é aquele que consegue obter tudo de que
precisa para sobreviver causando o mínimo de prejuízo ao
hospedeiro. Somente em alguns casos, a relação poderá ser nociva,
em maior ou menor grau.
Desse modo, surgem os hospedeiros
parasitados, sem doença e sem sintomas, conhecidos como
portadores assintomáticos.
Os portadores assintomáticos como não percebem estar
parasitados, não procuram tratamento, contribuindo, assim, para a
contaminação do ambiente, espalhando a parasitose para outros
indivíduos e, o que é pior, muitas vezes contaminando-se ainda
mais.
Entretanto, em outros casos, a curto ou longo
prazo, o parasito pode causar prejuízos, enfermidades ou doença
aos hospedeiros, tornando-os patogênicos. Desse modo, surgem as
doenças transmissíveis.
Fatores que influenciam o surgimento das doenças
parasitárias:
Parasito:
a carga parasitária;
sua localização;
capacidade provocar doenças
Hospedeiro
Idade
Estado Nutricional
Grau de Resistência
Órgão do Hospedeiro Atingido
Hábitos
Níveis sócio econômicos
Cultura
Meio Ambiente
Temperatura
Enfermagem
87/2
Umidade
Clima
Agua
Luz
Energia Solar
Muitos agentes infecciosos morrem quando
mantidos em temperatura mais baixa ou mais elevada por
determinado tempo. É o caso dos cisticercos (larvas de Taenia
solium) em carnes suínas, que morrem quando estas são
congeladas a 10oC negativos, por dez dias, ou cozidas em
temperatura acima de 60oC, por alguns minutos.
Transmissão dos Agentes Infecciosos
Transmissão Direta: De pessoa para pessoa.
É a transmissão causada pelos agentes
infecciosos que saem do corpo de um hospedeiro parasitado
(homem ou animal) e passam diretamente para outro hospedeiro
são, ou para si mesmo – caso em que recebe o nome de
autoinfecção.
Transmissão Indireta: De pessoa,vetor,pessoa.
Ocorre quando o agente infeccioso passa por
outro hospedeiro(intermediário) antes de alcançar o novo
hospedeiro (definitivo) – caso da esquistossomose e da teníase
(solitária). A ingestão de carne bovina ou suína, crua ou mal
cozida, contendo as larvas da tênia, faz com que o indivíduo venha
a ter solitária – a qual, ressalte-se, não é passada diretamente de
pessoa a pessoa.
A forma indireta também ocorre quando o
agente infeccioso é transportado através da picada de um vetor
(inseto) e levado até o novo hospedeiro – caso da malária, filariose
(elefantíase) e leishmaniose.
Transmissão vertical e horizontal: é aquela que
ocorre diretamente dos pais para seus
descendentes através da placenta.
Fonte de Infecção
Local aonde se origina o agente
infeccioso,permitindo-lhe passar diretamente para um
hospedeiro.
Se os agentes infecciosos passam de um hospedeiro para
outro é porque encontram uma porta de saída, ou seja,
uma via de eliminação ideal. Da mesma forma, também
encontram no futuro hospedeiro as portas de entrada
ideais.
Conceitos Básicos Utilizados em Parasitologia
Agente Etiológico: é o agente causador ou o
responsável pela origem da doença. Pode ser
um vírus, bactéria, fungo, protozoário ou um
helminto.
Endemia: quando o número esperado de casos
de uma doença é efetivamente observado em
uma população em um determinado espaço de
tempo.
Doença Endêmica: aquela cuja incidência
permanece constante par vários anos, dando
uma ideia de equilíbrio entre a população e a
doença.
Epidemia: é a ocorrência, numa região, de
casos que ultrapassam a incidência
normalmente esperada de uma doença.
Infecção: é a invasão do organismo por agentes
patogênicos microscópicos.
Infestação: é a invasão do organismo por
agentes patogênicos macroscópicos.
Vetor: organismo capaz de transmitir agentes
infecciosos. O parasita pode ou não
desenvolver-se enquanto encontra-se no vetor.
Hospedeiro: organismo que serve de habitat
para outro que nele se instala encontrando as
condições de sobrevivência.
Profilaxia: é o conjunto de medidas que visam
a prevenção, erradicação ou controle das
doenças ou de fatos prejudiciais aos seres vivos.
Microbiologia-Reino Monera
A microbiologia é o estudo dos microrganismo. Cada
qual apresenta uma estrutura celular, que permite a divisão dos
seres vivos em dois grandes grupos: procariontes e eucariontes.
Procariontes: apresentam uma única molécula de DNA e são
desprovidos de membrana nuclear.
Eucariontes: apresentam várias moléculas de DNA envolvidas
por uma membrana nuclear.
Célula procariótica ou bacteriana
Apresenta uma estrutura simples, se comparada às
células eucarióticas e contém os seguintes elementos
fundamentais:
Enfermagem
88/2
Parede celular: construída de material rígido com composição
química variável nas bactérias Gram positivas e Gram negativas,
além disso, também possibilita que a bactéria tenha uma forma
específica.
Membrana citoplasmática: membrana semipermeável que está
aderida à parede celular e que possibilita a troca de substâncias
entre a bactéria e o meio extracelular.
Cápsula: envoltório viscoso ou não, dependendo da bactéria e da
composição química. Formando por polissacarídeos e poli
peptídeos.
Citoplasma: contém estruturas responsáveis por funções dentro da
célula, como:
Núcleo: componentes estão dispersos no citoplasma, já que as
células procariontes não possuem envoltório nuclear. Assim,
possui um único cromossomos que é responsável pela herança
genética das bactérias e é através do DNA que as bactérias
transmitem outros fatores de resistência.
Ribossomos: responsável pela síntese de proteínas.
Cromatóforos: relacionados com a fotossíntese.
Materiais de reserva: gorduras, carboidratos, ferro.
Mesossomos: responsável pela síntese e divisão da parede celular.
Componentes especiais: conferem características específicas às
bactérias como:
Flagelos: filamentos responsáveis pela locomoção.
Fímbrias: são filamentos mais curtos que os flagelos, porém
podem estar presentes em bactérias móveis e imóveis, são
responsáveis pela aderência e também pela transferência de
material genético entre as bactérias.
Pili: estrutura semelhante às fímbrias, porém mais longas; podem
estar envolvidas em processos de aderência e também na
conjugação em seres procariontes.
Esporos: relacionados à resistência química e física das bactérias.
Glicocálice: estrutura que promove a aderência das bactéria a
superfícies.
Endósporos: estrutura que algumas bactérias produzem em seu
interior e que conferem resistência e altas temperaturas e produtos
químicos fortes.
Fisiologia bacteriana
Nutrição: para crescerem e se multiplicarem, as bactérias
necessitam de carbono, nitrogênio, fontes de energia como a
glicose, por exemplo, aminoácidos, ferro, além de uma
temperatura ideal. Existem bactérias que sintetizam suas próprias
substancias, essas são chamadas de autotróficas. Já aquelas que
necessitam de substancias para nutrir-se são chamadas de
heterotróficas. As bactérias heterotróficas podem ser:
Saprófitas: alimentam-se de matéria orgânica em decomposição.
Parasitas: alimentam-se de animais ou vegetais vivos ou quais
causam doenças.
Simbióticas: associam-se a outros organismos onde encontram
alimento, porém não causam nenhum mal ao organismo ao qual
se associaram.
Reprodução: as bactérias se reproduzem por cissiparidade ou
fissão binária, onde a célula mãe se divide em duas outras células-
filhas perfeitamente idênticas que passam a multiplicar-se no
mesmo ritmo que a célula mão. Outra forma de reprodução é a
esporogênia, onde, após a germinação dos esporos, as formas
vegetativas entram novamente para o interior da célula e ai então
se reproduzem por divisão binária, ou seja, UMA célula origina
DUAS células idênticas.
Respiração: quando se trata de oxigênio, as bactérias podem ser
classificadas em 3 grupos:
Aeróbias: crescem na presença de oxigênio.
Anaeróbias: crescem na ausência de oxigênio.
Anaeróbias facultativas: crescem na ausência ou na presença de
oxigênio.
Neste grupo encontra-se a maioria das bactérias patogênicas.
Nomenclatura e classificação das bactérias
Nomenclatura: deve ser binomial (dois nomes) para as espécies.
O primeiro nome, o gênero, deve ser escrito com a letra maiúscula
e o segundo nome, a espécie, deve ser escrita com letra minúscula.
Importante ressaltar que os dois nomes devem ser grifados (na
escrita) ou em itálico (quando digitados).
Exemplo: stapbylococcus aureus; Streptococcus pneumoniae;
Haemopbilus influenzae.
Classificação: as bactérias podem ser classificadas quanto aos
seguintes aspectos:
Características tintoriais: as bactérias tem afinidade por certos
corantes como o azul de metileno, violeta de genciana e fucsina
básica. Assim, técnicas de identificação de bactérias para o estudo
médico foram desenvolvidas usando reações tintoriais, entre elas
destaca-se a coloração de Gram (criada em 1884, pelo médico
dinamarquês Hans Christian J. Gram). Desta forma, podemos
dividir as bactérias em dois grandes grupos, as Gram-negativas e
as Gram-positivas.
Morfologia: podem apresentar-se na forma de cocos ou de
bacilos, podem ocorrer algumas variações dessas morfologias,
assim, podemos ter: cocobacilo, diplococos, espiroquetas,
espirilos e vibriões.
Agrupamento: os cocos podem estar isolados, aos pares, em
cadeias, em cachos, em grupos de quatro ou em grupos cúbicos.
Já os bacilos podem apresentar-se isolados, em cadeias, paliçádico
ou em forma de letras chinesas.
Quando se trata de Oxigênio as Bactérias podem ser classificadas
em:
◦ Aeróbicas: crescem na presença de Oxigênio.
◦ Anaeróbicas: crescem na ausência de Oxigênio.
Enfermagem
89/2
◦ Anaeróbicas Facultativas: Crescem na ausência
ou na presença de oxigênio
Aspectos bioquímicos
Coloração de Gram
É uma prova útil e fácil que permite distinguir as
principais classes de bactérias com o objetivo de instaurar um
tratamento. As bactérias gram-positivas são aquelas que têm uma
cor azul, o corante precipita na camada de peptidoglicano que
possui uma estrutura entrecruzada e grossa em forma de malha à
volta da célula. As bactérias gram-negativas apresenta uma
camada delgada de peptidoglicano incapaz de reter o corante e por
isso adquirem uma cor rosa.
◦
Classificação das bactérias
As bactérias diferem entre si pela sua
morfologia (tamanho, forma e características) e as suas
propriedades metabólicas, antigénicas e genéticas.
Aspectos Morfológicos
◦ Cocos:
◦ - Diplococos
◦ - Estreptococos
◦ - Tétrades
◦ - Estafilococos
◦ Bacilos/Bastonetes
◦ Espiroqueta/Espirilo
◦ Vibrião
◦ Psicrotróficos : Microrganismos psicrotróficos são aqueles
que têm capacidade de se desenvolver entre 0°C e 7°C.
◦ Mesófilos: São aqueles que têm a temperatura ótima de
multiplicação entre 25°C e 40°C, mínima entre 5°C e 25°C, e
máxima entre 40°C e 50°C. Os microrganismos mesófilos
correspondem à grande maioria daqueles de importância em
alimentos, inclusive a maior parte dos patógenos de interesse.
◦ Termófilas: São aqueles que têm temperatura ótima de
multiplicação entre 45°C e 65°C, mínima de 35°C e 45°C, e
máxima entre 60°C e 90°C. A maioria das bactérias
termófilas importantes em alimentos pertence aos
gêneros Bacillus e Clostridium, incluindo as espécies
deterioradoras (Bacillus coagulans, Clostridium
thermosaccharolyticum), quanto espécies patogênicas
(Clostridium botulinum, Clostridium perfringens).
HANSENÍASE
HANSENÍASE – O que é?
Doença infecto contagiosa, crônica de grande
importância para a saúde pública devido à sua magnitude
e seu alto poder incapacitante.
HANSENÍASE – Microrganismo Envolvido
Mycobacterium leprae, também conhecido
como bacilo de Hansen é um parasita intracelular
obrigatório que apresenta afinidade por células cutâneas
(pele) e por células dos nervos periféricos
Classificação
Enfermagem
90/2
◦ Paucibacilar: de 1 a 5 lesões de pele(baixa carga
de bacilos)
◦ Multibacilar: > de 5 lesões de pele (alta carga de
bacilos).
◦
– Manifestações Clínicas
◦ Manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou
amarronzadas em qualquer parte do corpo com
perda ou alteração de sensibilidade;
◦ Área de pele seca e com falta de suor;
◦ Área da pele com queda de pêlos, especialmente
nas sobrancelhas;
◦ Área da pele com perda ou ausência de
sensibilidade;
◦ Sensação de formigamento (Parestesias) ou
diminuição da sensibilidade ao calor, à dor e ao
tato. A pessoa se queima ou machuca sem
perceber.
◦ Dor e sensação de choque, fisgadas e agulhadas
ao longo dos nervos dos braços e das pernas,
inchaço de mãos e pés.
◦ Diminuição da força dos músculos das mãos,
pés e face devido à inflamação de nervos, que
nesses casos podem estar engrossados e
doloridos.
◦ Úlceras de pernas e pés.
◦ Nódulo (caroços) no corpo, em alguns casos
avermelhados e dolorosos.
◦ Febre, edemas e artralgia.
◦ Locais com maior predisposição para o
surgimento das manchas: mãos, pés, face,
costas, nádegas e pernas
Transmissão
A transmissão se dá por meio de uma pessoa
doente que apresenta a forma infectante da doença
(multibacilar - MB) e que, estando sem tratamento,
elimina o bacilo por meio das vias respiratórias
(secreções nasais, tosses, espirros), podendo assim
infectar outras pessoas suscetíveis.
Transmissão por GOTÍCULA
– Período de Incubação
◦ Em média de 2 a 5 anos.
- Período de Trasmissibilidade
◦ Enquanto a pessoa não for tratada.
– Tratamento
◦ Paucibacilares: rifampicina, dapsona;
Multibacilares: rifampicina, dapsona e clofazimina
PNEUMONIA
PNEUMONIA – O que é?
Infecção causada pela aspiração do agente
infeccioso ou por sua presença em fômites contaminados
por secreções, principalmente devido a baixa resistência
do indivíduo.
Agentes Envolvidos
Streptococcus pneumoniae
◦ Que geralmente infecta os pulmões, mas pode se
disseminar para:
◦ Seios paranasais (sinusite)
◦ Ouvido (otite)
◦ Faringe (faringite)
◦ Meninges (meningite)
– Manifestações Clínicas
◦ Febre
◦ Tosse
◦ Dor no Tórax
◦ Alterações da PA
◦ Confusão Mental
◦ Mal-Estar Generalizado
◦ Dispnéia
◦ Secreção de Muco Purulento de cor amarelada
ou esverdeada
◦ Prostração (fraqueza)
Tratamento
O tratamento para a pneumonia
bacteriana pode ser feito em casa com repouso
e ingestão de antibióticos, como amoxicilina,
levofloxacina ou ceftriaxona, por 7 a 14 dias.
MENINGITE
Enfermagem
91/2
◦ MENINGITE – O que é?
É uma doença atinge o sistema
nervoso, caracterizada por um processo
inflamatório que atinge a membrana que
envolve o cérebro e a medula espinhal das
pessoas.
Manifestações Clínicas
◦ Febre Alta
◦ Cefaléia insuportável
◦ Cefaléia Occiptal
◦ Rigidez Occipital
◦ Anorexia
◦ Sonolência
◦ Confusão Mental
◦ Agitação
◦ Grande sensibilidade a LUZ
Diagnóstico
Para o diagnóstico é necessário realizar a coleta
de LCR - LÍQUOR - liquido cefaloraquidiano e de
sangue de forma a identificar a bactéria, vírus, fungo, ou
seja o agente causador da doença.
Transmissão
A doença se transmite de uma pessoa para outra
pela tosse, espirro e pelas mãos sujas, no caso de alguns
vírus, isto é, vias fecal-oral, oral-oral, respiratória.
◦ Transmissão por GOTÍCULA
Tratamento
O tratamento da meningite depende do microrganismo
envolvido, no caso das bactérias, o mesmo deve ser feito com a
administração de antibióticos prescritos pelo médico.
TUBERCULOSE
O que é?
É uma doença infectocontagiosa causada por uma
bactéria Mycobacterium tuberculosis ou Bacilo de Koch (BK),
que afeta principalmente os pulmões, mas, também podem ocorrer
em outros órgãos do corpo, como ossos, rins e meninges
(membranas que envolvem o cérebro).
Transmissão
A tuberculose é transmitida por via aérea em
praticamente a totalidade dos casos.
Transmissão por AEROSSOL
TUBERCULOSE PULMONAR –
Manifestações Clínicas
◦ Tosse persistente por mais de 3 semanas
produtiva ou não
◦ Febre vespertina
◦ Sudorese Noturna
◦ Emagrecimento
TUBERCULOSE EXTRAPULMOBAR –
Manifestações Clínicas
◦ Suas manifestações dependem do órgão
acometido, sendo em maior incidência em
paciente imunossuprimidos.
◦ TUBERCULOSE – TRATAMENTO
◦ Tratamento medicamentoso em duas partes:
◦ Dose de Ataque de Dura 2 meses com:
Isoniazida, Rifampicina, Pirizinamida,
Etambutal
◦ Dose de Manutenção que dura 4
meses: Rifampicina, Isoniazida
Segundo o MS o paciente com tuberculose
deve aderir ao TRATAMENDO
DIRETAMENTE OBSERVADO (TODO)
TÉTANO
O que é?
O tétano é uma infecção aguda e grave, causada pela
toxina do bacilo tetânico (Clostridium tetani), que entra no
organismo através de ferimentos ou lesões de pele e não é
transmitido de um indivíduo para o outro.
– Manifestações Clínicas
◦ Tétano decorrente de acidentes se manifesta por
aumento da tensão muscular geral.
Enfermagem
92/2
◦ Quando os músculos do pescoço são atingidos,
há dificuldade de deglutição
◦ são atingidos os músculos reto-abdominais e os
do diafragma, o que leva à IRA crises de
contraturas, geralmente desencadeadas por
estímulos luminosos, sonoros ou manipulação
da pessoa
Transmissão
Ocorre pela introdução dos esporos da bactéria em ferimentos
externos, geralmente perfurantes, contaminados com terra, poeira,
fezes de animais ou humanas. Isso porque o bacilo se encontra no
intestino dos animais, especialmente do cavalo e do homem (sem
causar doença) e os esporos podem estar presentes tanto em solos
contaminados por fezes.
◦ Tratamento
◦ Vacinas: DTP; DT; TT
Sífilis
O que é
É uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST)
causada pela bactéria Treponema pallidum. Pode apresentar
várias manifestações clínicas e diferentes estágios (sífilis
primária, secundária, latente e terciária). Nos estágios primário e
secundário da infecção, a possibilidade de transmissão é maior.
Formas de contágio
A sífilis pode ser transmitida por relação sexual sem
camisinha com uma pessoa infectada, ou da mãe infectada para a
criança durante a gestação ou o parto.
O uso correto e regular da camisinha masculina ou
feminina é uma medida importante de prevenção da sífilis. O
acompanhamento da gestante durante o pré-natal contribui para o
controle da sífilis congênita.
Sinais e sintomas
Sífilis primária
• Ferida, geralmente única, no local de entrada da bactéria
(pênis, vulva, vagina, colo uterino, ânus, boca, ou outros
locais da pele), que aparece entre 10 a 90 dias após o
contágio.
• indolor, não causa prurido e não tem secreção purulenta,
podendo estar acompanhada de linfonodos aumentados
(ínguas) na virilha.
Sífilis secundária
• Os sinais e sintomas aparecem entre seis semanas e seis
meses do aparecimento da ferida inicial e após a
cicatrização espontânea.
• Exantemas cutâneos (manchas avermelhadas) no corpo,
principalmente, nas palmas das mãos e plantas dos pés.
• Não causam prurido, mas podem surgir linfonodos
aumentados (ínguas) no corpo.
Sífilis latente – fase assintomática
• Não aparecem sinais ou sintomas.
• É dividida em sífilis latente recente (menos de um ano
de infecção) e sífilis latente tardia (mais de um ano de
infecção).
• A duração é variável, podendo ser interrompida pelo
surgimento de sinais e sintomas da forma secundária ou
terciária.
Sífilis terciária
• Pode surgir de dois a 40 anos depois do início da
infecção.
• Costuma apresentar sinais e sintomas, principalmente
lesões cutâneas, ósseas, cardiovasculares e
neurológicas, podendo levar à morte.
Diagnóstico
O teste rápido (TR) e VDRL.
Em caso de gestante, o tratamento deve ser iniciado
com apenas um teste positivo (reagente), sem precisar
aguardar o resultado do segundo teste.
Tratamento
O tratamento de escolha é a penicilina benzatina,
Sífilis congênita
É uma doença transmitida de mãe para criança durante a
gestação. São complicações dessa forma da doença: aborto
espontâneo, parto prematuro, má-formação do feto, surdez,
ablepsia(cegueira), deficiência mental e/ou morte ao nascer.
Por isso, é importante fazer o teste para
detectar a sífilis durante o pré-natal e, quando o
resultado for positivo, tratar corretamente a mulher e
sua parceria sexual, para evitar a transmissão vertical.
Sinais e sintomas
Pode se manifestar logo após o nascimento, durante ou
após os primeiros dois anos de vida da criança. Na maioria dos
casos, os sinais e sintomas estão presentes já nos primeiros
meses de vida. Ao nascer, a criança pode ter pneumonia, feridas
no corpo, ablepsia(cegueira), dentes deformados, problemas
ósseos, surdez ou deficiência mental. Em alguns casos, a sífilis
pode ser fatal.
Diagnóstico
Deve-se avaliar a história clínico-epidemiológica da
mãe, o exame físico da criança e os resultados dos testes,
incluindo os exames radiológicos e laboratoriais.
Enfermagem
93/2
Tratamento
No caso das gestantes, é importante que o tratamento
seja feito com a penicilina benzatina, pois este é o único
medicamento capaz de prevenir a transmissão vertical. A
parceria sexual também deverá ser testada e tratada para evitar a
reinfecção da gestante.
Cuidados com a criança
Se a criança nascer com sífilis congênita, ela deve ficar
internada para tratamento por 10 dias, necessitando realizar uma
série de exames antes de receber alta.
BOTULISMO
O que é?
◦ O botulismo é uma doença rara, porém grave, causada
pela bactéria Clostridium botulinum.
A bactéria Clostridium botulinum é encontrada
no solo e em água não tratada em todo o mundo. Ela
produz esporos que sobrevivem em alimentos
preservados ou enlatados de forma inadequada, onde
produzem a toxina.
Manifestações Clínicas
◦ Cólicas Abdominais
◦ Dispneia que pode levar a IRA
◦ Disfagia
◦ Dislalia
◦ Diplopia
◦ Náuseas
◦ Vômitos
◦ Fraqueza com Paralisia
◦ Tratamento
Será necessário um medicamento para combater as bactérias,
denominado antitoxina contra botulismo.
DIARRÉIAS BACTERIANAS
◦ Microrganismos Envolvidos
◦ Salmonella
◦ Shigella
◦ Enterobacter
◦ Klebisiella Proteus
◦ Escherichia Coli
◦ Transmissão
Transmitidas através de alimentos, água, leite,
mãos sujas, saliva, fezes, etc
◦ Tratamento
◦ Antibióticos
◦ Hidratação
CÓLERA
É causada pelo Vibrio cholerae, que coloniza o intestino.
Pela ação das toxinas há grande perda de água e de sais minerais
dos tecidos para a luz intestinal,
Manifestações Clínicas
◦ Fortes diarréias “Fezes em água de arroz”
◦ Vômitos
◦ Desidratação
Tratamento
◦ Antibióticos
◦ Reposição Hídrica com urgência
◦ Reposição de Sais Minerais com urgência
◦ Transmissão
A transmissão se dá por alimentos e água contaminados
com fezes de indivíduos doentes.
Gonorreia
DST, causada pela Bacteria Neisseria
gonorrhoeae , essa bactéria pode infectar o penis, o colo
de útero, reto, garganta e olhos.
Transmissão
A gonorreia transmite-se através do ato sexual
desprotegido.
O gonococo não ultrapassa a placenta e portanto
não é transmitido da mãe para filho, mas ao nascer por
parto normal, a criança pode entrar em contato com
secreções maternas contaminadas e adquirir uma
infecção ocular pelo gonococo.
Sintomas no Homem
◦ Após a contaminação (5 a 10 dias) o sintomas começam
a surgir:
◦ Sintomas no Homem:
◦ -ardência ao urinar (devido à existência da bactéria na
uretra);
◦ -febre baixa;
◦ - disúria
◦ -dor e sangramento no anus;
◦ -inflamação na garganta;
◦ Leucorréia purulenta
Enfermagem
94/2
◦ Piúria
Embora a infecção seja assintomática na maioria
dos casos, quando a infecção e aparente, manifesta-se sob
a forma de cervicite que, se não for tratada corretamente,
resulta em serias complicações. Uma cervicite
gonocócica prolongada, sem tratamento adequado, pode
se estender ao endométrio e as trompas, causando doença
inflamatória pelvica (DIP). Esterilidade, gravidez
ectópica e dor pélvica crônica são as principais sequelas
dessas infecções.
Alguns sintomas genitais leves, como
corrimento vaginal, dispareunia ou disúria, são
frequentes na presença de cervicite mucopurulenta. O
colo uterino pode ficar edemaciado, sangrando
facilmente ao toque da espátula. Verifica-se presença de
muco pus no orifício externo do colo.
Diagnóstico
É feito através de consulta com um profissional
de saúde, exame clínico específico e coleta das secreções
genitais, seguida de cultura e identificação do
microrganismo.
A gonorreia pode causar consequências graves
◦ No Homem:
◦ -Prostatite (inflamação da próstata)
◦ _ Epidimite (inflamação do epidídimo)
◦ -infertilidade (raro)
◦ - estreitamento da uretra
Na mulher
◦ -Inflamação mortal da cavidade abdominal;
◦ Infertilidade;
◦ -difusão da infecção (útero, trompas de falópio e
ovários).
◦ -vulva sensível e exposta a novas infecções
Tratamento
O tratamento da gonorreia faz-se através da
administração de antibióticos adequados durante um período de
tempo que varia com o tipo de infecção presente.
LEPTOSPIROSE
Doença Infecciosa aguda causada por bactéria do gênero
Leptospira.
Transmissão
◦ A infecção humana resulta da exposição direta ou
indireta a urina de animais infectados. A penetração do
microrganismo ocorre através da pele com presença de
lesões, da pele integra imersa por longos períodos em
agua contaminada ou através de mucosas. O elo hídrico
e importante na transmissão da doença ao homem.
◦ Sinais e Sintomas
◦ Calafrio
◦ Febre
◦ Mialgia intensa
◦ Cefaléia intensa
◦ Náuseas
◦ Vômitos
◦ Dores abdominais
◦ hiperemia conjuntival
◦ Rigidez da nuca
Diagnóstico
A suspeita clinica deve ser confirmada por
métodos laboratoriais específicos. Na fase precoce, as
leptospiras podem ser visualizadas no sangue por meio
de exame direto, de cultura em meios apropriados.
Tratamento
◦ -Hidratação
◦ Penicilina e medicamentos para aliviar os sintomas.
Virologia
Características
• Não estão incluídos no reinos dos seres vivos;
• São menores do que as bactérias.
• São parasitas obrigatórios
• Não possuem metabolismo próprio
• São Acelulares
• Possui material para reprodução ácidos nucleicos –
DNA ou RNA.
Infecção
O ácido nucleico penetra na célula sadia e ali se
multiplica rapidamente.
Enfermagem
95/2
PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VIRUS
AIDS
DEFINIÇÃO
– Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, é
causada por um retrovirus com atração pelos
Linfócitos T.
– Atualmente conhecido como Vírus da
Imunodeficiência adquirida (HIV)
HIV é diferentes de AIDS
Entendendo o que é um RETROVIRUS
– Os retrovírus correspondem a um grupo de
vírus cujo material genético é constituído por
RNA.
– Eles têm uma enzima chamada transcriptase
reversa, que faz (como o nome indica) uma
transcrição inversa, produzindo uma molécula
de DNA a partir do seu RNA.
– Uma vez produzido o DNA, este se integra ao
cromossomo da célula infectada e ocorre a
síntese de proteínas virais, seguindo o processo
normal da síntese protéica (DNA-RNA-
proteína).
Modo de Transmissão
– Os principais modos de Transmissão são o
sangue e o semem.
– Mas pode ser transmitida pelo contato com
qualquer fluido corporal
Manifestações Clínicas
– Como o vírus HIV tem atração pelo Linfócito
T, ou seja, as células que fazem defesa do
nosso corpo, o hospedeiro fica suscetível a
infecção oportunistas, e os sinais e sintomas
são de acordo com a infecção que o indivíduo
apresentar.
– Diagnóstico
– Através do teste de HIV
– Tratamento
– Uso de Antirretrovirais
– Tratamento Sintomático
Dengue
– É uma doença causada por um vírus. Este vírus
é transmitido de uma pessoa doente para uma
pessoa sadia pela picada do
mosquito Aedes aegypti. (Sorotipos de 1 – 4)
Manifestações Clínicas
– Cefaléia
– Artralgia
– Fraqueza
– Anorexia
– Febre
– Petequias
– Tratamento Dengue Clássica
– Tratamento Dengue Hemorrágica
Não existe tratamento específico para dengue, apenas
tratamentos que aliviam os sintomas.
Deve-se ingerir muito líquido como água, sucos, chás, soros
caseiros, etc. Os sintomas podem ser tratados com dipirona ou
paracetamol. Não devem ser usados medicamentos à base de ácido
acetil salicílico e anti-inflamatórios, como aspirina e AAS, pois
podem aumentar o risco de hemorragias.
Hepatite
• Pode ser definida por qualquer processo inflamatório
que resulta na necrose dos hepatócitos.
• É benigna na maioria dos casos e pode atingir outros
órgãos secundariamente.
• Existem 5 tipos de Hepatite.
• Hepatite A
• Hepatite B
Enfermagem
96/2
• Hepatite C
• Hepatite D
• Hepatite E
Sintomas da Hepatite A
– Inicialmente se assemelha com uma gripe
– Febre
– Mialgia
– Mal-estar geral
– Icterícia
– Anorexia
– Vômitos
– Sintomas da Hepatite B
– Febre
– Mal- estar geral
– Desconforto
– Dores abdominais
– Urina escura
– Fezes claras
– Sintomas da Hepatite C
– Letargia
– Mal-Estar Geral
– Febre
– Anorexia
– Intolerância ao Álcool
– Dores na zona do fígado
– Raramente Icterícia
– Sintomas da Hepatite D
– Fadiga
– Letargia
– Anorexia
– Nauseas
– Ictericia
– Urina clara
– Fezes escuras
– Sintomas da Hepatite E
– Os jovens de 15 a 45 anos apresentam:
– Ictericia
– Anorexia
– Náuseas
– Vomitos
– Febre
– Dores abdominais
– Aumento do volume do fígado
– Mal-estar geral
Crianças não apresentam sintomas
Tratamento Hepatite A
– Tratamento com repouso e medicação
sintomática.
– Dura mais ou menos 5 semanas
Tratamento Hepatite B
– Inicialmente com repouso e indicação para que
o individuo evite ingerir bebidas alcoólicas.
– Se evoluir para doença crônica deve ser feito o
tratamento com interferon
Tratamento Hepatite C
– Tratamento medicamentoso com Peg
Interferon +Ribavirina
– Tratamento Hepatite D
– Não existe tratamento eficaz, é utilizado o
interferon alfa.
– Geralmente piora o quadro quando se
interrompe o tratamento.
Tratamento Hepatite E
– Tratar com antibióticos
– Repouso e hidratação
Herpes Simples
• Doença viral recorrente, geralmente benigna, causada
pelo vírus Herpes Simplex.
Geralmente infecta mucosa, boca e região genital
Modo de Transmissão
Enfermagem
97/2
– Herpes simples transmitida pelo contato direto
e com a saliva
– Herpes genital é transmitida por via sexual.
Manifestações Clinicas
– Inflamação das gengivas com bolhas
– Febre
– Fadiga
– Cefaleia
Tratamento
– Não há tratamento específico, porém pode ser
utilizado medicamentos a base de Aciclovir.
Herpes Zoster
• Popularmente conhecido como Cobreiro , consiste em
uma infecção viral que tem como agente etiológico o
vírus Varicela-Zoster
Modo de Transmissão
• O vírus permanece latente ou inativo na coluna
espinhal.
• É reativado quando a queda da imunidade
• Manifesta-se também com estresse intenso
• Transmissão por contato
Manifestações Clínicas
– Coceira
– Formigamento
– Cefaleia
– Febre
– Surgimento de vesículas na pele igual ao
herpes simples
– Cegueira e Surdez (caso atinja o rosto)
– Tratamento
– Analgésicos
– Medicamentos antirretrovirais
Vírus Papiloma Humano - HPV
O que é o HPV?
O HPV infecta principalmente as áreas genitais
femininas e masculinas mas também qualquer outra região do
corpo, bastando uma lesão como porta de entrada da pele ou
mucosa.
Atualmente já se identificaram cerca de 120 tipos virais.
HPV de alto risco/ ontogênicos: 16 ,18 ,31 ,33 ,34, entre outros.
Os tipos 16 e 18 são de maior potencial ontogênico
HPV de baixo risco / não ontogênicos: 6, 11, 42, etc.
Este vírus foi já encontrado em locais como: olho, boca, faringe,
vias respiratórias, anus, reto e uretra.
Diversos estudos revelam uma associação entre o HPV
e o desenvolvimento do carcinoma do colo do útero, verrugas e
outras patologias anogenitais.
Prevenção
Manter a higiene, visitar regulamente o médico, atenção aos
sintomas, número reduzido de parceiros sexuais (ao longo da
vida).
Sintomas
• Dor durante a relação sexual, sangramento fora da
menstruação, corrimento, comichão.
• A vacinação universal de rotina com a vacina do HPV
tem como objetivo a prevenção de infecções pelo vírus
e a diminuição, a longo prazo, da incidência do cancro
do colo do útero.
Quanto à vacina HPV, as jovens devem ser informadas que:
• A vacina não protege contra todos os genótipos de HPV
causadores de cancro do colo do útero;
• A vacina não tem eficácia terapêutica para infecções
eventualmente já existentes por genótipos de HPV
incluídos na vacina, mas será eficaz contra os genótipos
ainda não adquiridos;
• A vacina não protege de outras infecções sexualmente
transmissíveis;
• Devem iniciar a rotina de rastreio do cancro do colo do
útero, dois anos após o início da vida sexual ativa;
• Devem informar o serviço onde foram vacinadas, se
ocorrerem reações adversas atribuídas à administração
desta vacina.
6, 11, 16 e 18 (a vacina só previne contra estas quatro estirpes)
Rastreio (a vacina não substitui o rastreio)
Sintomas de cervicite incluem um colo uterino vermelho,
inflamado, e com corrimento anormal.
SARAMPO
Doença típica da infância, mas que pode ocorrer em
qualquer idade, o sarampo é uma erupção febril aguda, cauda
por um vírus altamente contagioso.
Modo de Transmissão
– Forma direta de pessoa para pessoa por
gotícula ou via aérea.
Manifestações Clínicas
– Mal-estar
– Irritabilidade
– Febre
Enfermagem
98/2
– Edema das pálpebras
– Foto Fobia
– Tosse Seca
– Secreção Nasal
– Erupção vermelhas
Tratamento
– É sintomático
Varicela
A catapora é também conhecida como varicela, é uma
doença infectocontagiosa, muito comum em crianças, ocasionada
por um vírus que também é responsável pelo herpes-zoster.
A causa da varicela é um vírus varicela-zoster do grupo
do herpervirus, que produz infecção após o primeiro contato.
É altamente transmissível e ocorre, geralmente durante a
fase aguda da doença, pelo contato com as lesões de pele ou por
via respiratória, um a dois dias antes do aparecimento das
erupções na pele.
As primeiras lesões na pele aparecem de 14 a 21 dias
após o paciente contaminado.
As lesões são típicas, iniciam-se na: Face
E progridem para: tronco, abdome, membros.
Essas lesões são caracterizadas por pequenas bolhas
com conteúdo liquido claro em seu interior, altamente
contagiosas. E, evoluem de rapidamente e formam crostas,
finalizando como pequenas feridas. Normalmente coçam e
podem ser em tamanho e numero variáveis.
Outros sintomas são febre mal-estar com duração de um
a dois dias em algumas crianças.
Nos adolescentes ou adultos, dores musculares e
articulares e quadros febris mais intensos são vistos com maior
frequência.
A catapora é uma doença que pode afetar outros órgãos,
além da pele, e tem evolução variável de acordo com a defesa
imunológica da pessoa que a contraiu.
O diagnóstico é basicamente clinico.
As lesões na pele são bastante características, mas
exames laboratoriais, como um hemograma completo, podem
auxiliar o diagnóstico e excluir outras patologias.
O tratamento é focado no alivio dos sintomas.
É uma doença benigna e a cura se faz espontaneamente. As
complicações mais importantes acontecem quando há infecção
bacteriana associada.
Gestantes, recém-nascidos e indivíduos com imunodepressão
necessitam de atenção especial.
CHIKUNGUNYA
A Febre Chikungunya é uma doença transmitida pelos
mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus. No Brasil, a
circulação do vírus foi identificada pela primeira vez em 2014.
Chikungunya significa "aqueles que se dobram" em swahili, um
dos idiomas da Tanzânia. Refere-se à aparência curvada dos
pacientes que foram atendidos na primeira epidemia
documentada, na Tanzânia, localizada no leste da África, entre
1952 e 1953.
Manifestações Clínicas
Os principais sintomas são febre alta de início rápido,
dores intensas nas articulações dos pés e mãos, além de dedos,
tornozelos e pulsos. Pode ocorrer ainda dor de cabeça, dores nos
músculos e manchas vermelhas na pele. Não é possível ter
chikungunya mais de uma vez. Depois de infectada, a pessoa fica
imune pelo resto da vida. Os sintomas iniciam entre dois e doze
dias após a picada do mosquito. O mosquito adquire o vírus
CHIKV ao picar uma pessoa infectada, durante o período em que
o vírus está presente no organismo infectado. Cerca de 30% dos
casos não apresentam sintomas.
Não existe vacina ou tratamento específico para Chikungunya. Os
sintomas são tratados com medicação para a febre (paracetamol)
e as dores articulares (anti-inflamatórios). Não é recomendado
usar o ácido acetil salicílico (AAS) devido ao risco de hemorragia.
Recomenda‐se repouso absoluto ao paciente, que deve beber
líquidos em abundância.
Assim como a dengue, é fundamental que as pessoas
reforcem as medidas de eliminação dos criadouros de mosquitos
nas suas casas e na vizinhança. Quando há notificação de caso
suspeito, as Secretarias Municipais de Saúde devem adotar ações
de eliminação de focos do mosquito nas áreas próximas à
residência e ao local de atendimento dos pacientes.
Zika
O Zika é um vírus transmitido pelo Aedes aegypti e
identificado pela primeira vez no Brasil em abril de 2015. O vírus
Zika recebeu a mesma denominação do local de origem de sua
identificação em 1947, após detecção em macacos sentinelas para
monitoramento da febre amarela, na floresta Zika, em Uganda.
Manifestações Clínica
Cerca de 80% das pessoas infectadas pelo vírus Zika não
desenvolvem manifestações clínicas. Os principais sintomas são
dor de cabeça, febre baixa, dores leves nas articulações, manchas
Enfermagem
99/2
vermelhas na pele, coceira e vermelhidão nos olhos. Outros
sintomas menos frequentes são inchaço no corpo, dor de garganta,
tosse e vômitos. No geral, a evolução da doença é benigna e os
sintomas desaparecem espontaneamente após 3 a 7 dias. No
entanto, a dor nas articulações pode persistir por
aproximadamente um mês. Formas graves e atípicas são raras,
mas quando ocorrem podem, excepcionalmente, evoluir para
óbito, como identificado no mês de novembro de 2015, pela
primeira vez na história.
Observe o aparecimento de sinais e sintomas de infecção por vírus
Zika e busque um serviço de saúde para atendimento, caso
necessário.
Não existe tratamento específico para a infecção pelo vírus Zika.
Também não há vacina contra o vírus. O tratamento recomendado
para os casos sintomáticos é baseado no uso de acetaminofeno
(paracetamol) ou dipirona para o controle da febre e manejo da
dor. No caso de erupções pruriginosas, os anti-histamínicos
podem ser considerados.
Não se recomenda o uso de ácido acetilsalicílico (AAS) e outros
anti-inflamatórios, em função do risco aumentado de
complicações hemorrágicas descritas nas infecções por outros
flavivírus. Os casos suspeitos devem ser tratados como dengue,
devido à sua maior frequência e gravidade conhecida.
Febre Amarela
Agente etiológico - Vírus amarílico, arbovírus do gênero
Flavivírus
Modo de transmissão - Na FAS, o ciclo de transmissão
se processa entre o macaco infectado → mosquito
silvestre → macaco sadio.
Na FAU, a transmissão se faz através da picada do
mosquito Ae. aegypti, no ciclo: homem infectado → Ae.
aegypti → homem sadio.
Doença Febril aguda de curta duração de
aproximadamente 10 dias, causada por um vírus
específico que ataca principalmente o fígado, baço e o
coração.
Fase Grave apresenta a Tríade Clássica: Icterícia,
Hemorragia e Insuficiência Renal.
Vetor: Mosquito Haemofagus e Aedes Aegypti
Sinais e Sintomas
– Febre
– Calafrios
– Cefaleia
– Mialgia
– Prostração
– Náuseas
– Vômitos
– Hemorragia
– Delírios
– Sinal de Faget (febre + Bradicardia)
– Tratamento
– Prevenção Vacina
– Tratamento Sintomático
Protozoários
Os protozoários se caracterizam por se tratarem de
organismos microscópios, composto por uma única célula,
podendo ser encontrados em ambientes aquáticos ou terrestres,
alguns destes organismos são parasitas humanos que podem
provocar doenças tais como: Doença de chagas, Giardíase, malária
e toxoplasmose.
Enfermagem
100/2
Os protozoários são caracterizados por:
• Aspectos morfológicos: formas variadas tais como,
esféricas, ovaladas ou filiformes, podendo apresentar
revestimento, com a presença de mecanismos de
locomoção como cílios, flagelos e alguns apresentam
pseudopodes que são prolongamentos da membrana
plasmática para a locomoção.
• Trocas gasosas: podem apresentar a respiração aeróbica
onde ocorre o uso do oxigênio e a respiração anaeróbica
em ambiente pobre em oxigênio.
• Mecanismo de reprodução: a reprodução assexuada onde
não há a troca de material genético entre os organismos,
e sim a divisão de suas estruturas (divisão binária ou a
formação de brotos), e também podem apresentar a
reprodução sexuada onde ocorre a troca de elementos
nucleares entre os indivíduos (conjugação).
• Mecanismo locomotor: os protozoários podem se
locomover utilizando, estruturas presentes em sua
membrana como os cílios e flagelos ou por expansão da
membrana conhecida por pseudopodes.
• Mecanismo de capacitação de nutrientes: podem ser
autótrofos ou heterótrofos.
Principais Doenças causadas por Protozoários
Leishmaniose Brasiliense ou cutânea
Definição
Doença provocada por um protozoário do
gênero Leishmania, sendo transmitido pela picada do mosquito do
gênero flebotomo conhecido popularmente como mosquito
pólvora, o protozoário causados da Leishmania pode ser descrito
como Leishimania brasiliensis e Leishimania donovani.
Mecanismo de Transmissão
Ocorre quando o homem (hospedeiro) é picado pelo
mosquito infectado, ou seja, o mosquito pica um animal infectado
(reservatório), absorvendo o sangue do mesmo com a forma
amastigota, a forma infectante da doença, no intestino do inseto
ocorrerá à modificação da forma do parasita para a forma
amastigota onde ocorrerá varias transformações. A transmissão
ocorrerá quando o inseto transmite durante a picada a forma
promastigota contida na saliva do inseto ao seu hospedeiro o
homem, no hospedeiro estas formas se transformam em
amastigotas quando invadem o sistema reticulo endotelial e se
multiplicam rapidamente.
Enfermagem
101/2
Quadro clinico
O paciente apresenta uma pequena lesão cutânea no local
da picada, que cresce gradativamente formando uma ulceração
com aspecto circular, com bodas irregulares e rígidas.
Frequentemente as formas amastigotas do parasita são localizadas
nesta lesão. A doença se prolifera diretamente na vias linfáticas,
mais frequentemente nas mucosas da boca e nariz causando
erupções seguidas de dor que degeneram e mutilam a área afetada.
É comum após a cura da lesão inicial a degeneração e mutilação
do membro afetado provocando uma deformação. Esta
deformação no geral ocorre na região do septo nasal, sendo
conhecido por focinho de camelo ou ainda nariz de anta.
Consequentemente há o comprometimento do palato duro e
também da faringe, provocando transtorno na alimentação, na
respiração e na fala. Em infecções secundarias pode ocorrer à
inanição e a morte do paciente.
Diagnóstico
O diagnóstico ocorre através do quadro clínico,
identificação do parasita em meio de cultura ou através de reações
sorológicas.
Tratamento
O tratamento se dá por uso de antibióticos para o combate
da infecções secundaria. Podendo haver também a internação do
paciente para cuidados específicos com a lesão e o uso de
medicamentos injetáveis, tais como Anfotericina B.
Profilaxia
Questionamentos sobre pessoas doentes e animais (cães)
infectados; combate aos vetores; educação sanitária; vacinação;
uso de inseticidas; não dormir em locais endêmicos dos mosquitos
pois o processo de hematofagismo do mosquito ocorre
principalmente durante o final de tarde e ao anoitecer; não edificar
próximo a áreas endêmicas do mosquito.
Leishmania Donovani
Definição
Esta parasitose provoca o calazar, uma forma visceral da
leishmaniose. É conhecida também como febre negra, ou doença
de sirkari. Trata-se de uma doença severa, que acomete crianças,
jovens e adultos não ocorrendo o tratamento pode levar o paciente
á óbito.
É uma parasitose recorrente nos países do Mediterrâneo,
e em determinadas regiões da América Central e do Sul. Este
parasita se assemelha muito nas suas formas amastigotas e
promastigotas da Leisbmania brasilienses.
Mecanismo de transmissão
O mecanismo deste parasita é idêntico ao causador da
Leibmaniose cutânea, e mediante condições favoráveis, os
protozoários se multiplicam rapidamente através da corrente
sanguínea invadindo órgãos vitais.
Quadro clínico
Não ocorre a visualização de marca no local da picada do
inseto, os protozoários invadem rapidamente o baço, fígado,
medula óssea e os gânglios linfáticos, deflagrando diversos
sintomas da doença, tais como:
• Febre recorrente em períodos de 42 dias, desaparecendo
e retornando, de forma intermitente no período de
desenvolvimento da doença;
• Fadiga muscular;
• Palidez;
• Intensa perda de peso;
• Aumento do volume do baço e do fígado
(esplenomegalia);
• Ascite (acúmulo de água entre as películas do peritônio);
• E edema (acúmulo de líquido no tecido intersticial) em
várias regiões do corpo.
Diagnostico
Feito pelos sinais e sintomas e por exames laboratoriais,
de sangue e se necessário à punção do baço e fígado para biópsia.
Tratamento
Alimentação equilibrada e adequada para faixa etária,
antibioticoterapia, repouso, higiene oral no mínimo 3 vezes ao dia.
Toxoplasmose
Definição
É uma parasitose provocada por uma parasita
intercelular. O Toxoplasma gondii, encontrado em células de
mamíferos e aves. Apresentado forma variada, dependendo da sua
localidade e mecanismo evolutivo, podendo ser:
Trofozoita;
Cística;
Oocistica;
Mecanismo de transmissão: Adquirida por ingestão das
formas císticas e trafozoitas em alimentos ou através de
transmissão congênita, atingindo a criança ainda na fase
intrauterina (mãe portadora deste parasita na sua fase aguda). Uma
vez no interior de seu hospedeiro o parasita tem o início do seu
desenvolvimento no interior das células num processo
denominado assexuado, onde o parasita transita de célula em
célula causando a destruição das mesmas por ruptura e
consequentemente invadindo e destruindo novas células. Uma vez
livre na corrente sanguínea o protozoário pode causar tanto a fase
crônica da doença como a fase aguda, pois o mesmo permanece
em seu hospedeiro por muito tempo na forma cística.
Quadro clínico
Os aspectos clínicos da Toxoplasmose são diversos e vão
depender do mecanismo de contágio pelo seu hospedeiro, varia
mediante a capacidade imunológica do mesmo. Pode ocorrer
variação da capacidade de agressividade do parasita, podendo ser
Enfermagem
102/2
letal ou passar indiferente ao hospedeiro. Os sintomas pode ser:
• Pápulas evidentes logo no inicio clínico da doença;
• Dor muscular (mialgia);
• Dor articulares;
• Dores de cabeça (cefaleia);
• Alterações ganglionares (aumento do gânglio =
linfonodo);
• Hipertermia (aumento da temperatura corporal);
• Lesões oculares, causando cegueira total ou parcial;
• Miocardite;
• Pneumonia;
• Inflamação nas meninges (meningite).
O quando mais grave e fatal é indicado pelos três últimos
sintomas acima descritos (miocardite, pneumonia e meningite).
Na infecção congênita, o sintoma mais frequente é:
Com a mãe:
Aborto durante os três primeiros meses de gravidez;
Nascimento prematuro.
Com a criança:
Convulsões;
Febre;
Icterícia;
Hepatomagalia;
Esplenomegalia;
Erupções cutâneas;
Hidrocefalia;
Microcefalia ou macrocefalia;
Calcificações cerebrais;
Atraso psicomotor;
Lesões oculares;
Pneumonia;
Miocardites.
Diagnóstico
É feito com exames sorológicos, identificação do parasita
por microscopia, cultura de biopsias ganglionares e musculares e
a avaliação de anticorpos circulante no sangue.
Tratamento
Os testes indicam com eficácia o uso da sulfonamida
combinado com pirimetamina, sendo indicada a associação de um
antibiótico especifico para a toxoplasmose sobre prescrição e
critério médico. Devem ser verificados alguns cuidados tais como:
Cuidado no manuseio de pets como gatos e aves;
Evitar a ingestão de carnes e leites crus;
Realizar exames específicos em gestantes com históricos de
transtornos ganglionares ou com casos de abortos.
Doença de chagas
Definição
Parasitose causada pelo Trypanossoma cruzi, o maior
agente causador de problemas cardíacos em pacientes das áreas
rurais endêmicas. Este parasita foi identificado em meados de
1909 por Carlos Chagas, é transmitido ao ser humano pelo inseto
denominado de triatomídeo, popularmente conhecido como
barbeiro (por infectar o seu hospedeiro definitivo durante a noite
por uma picada na face do mesmo).
Este protozoário pode ser encontrado nas seguintes
formas infectantes:
Amastigota – forma localizada nas células do tecido muscular,
cardíaco e nervoso.
Tripomastigota – forma encontrada na circulação periférica.
Tripomastigota metacíclica – formas encontradas nas fazes dos
triatomideos.
Epimastigota – forma encontrada na porção intestinal do
triatomideo.
O protozoário pode ser localizado em animais, tanto os
domésticos quanto os animais selvagens, que tem a função de
reservatório do protozoário. Os animais comumente infectados
são tatu, gambá e cães, onde o barbeiro ao se alimentar se infecta
Enfermagem
103/2
e torna-se transmissor da doença.
Mecanismo de contagio
Frequentemente o vetor transmite os protozoários
durante a noite ao homem que é o seu hospedeiro, mediante uma
picada no rosto, após a picada o inseto (barbeiro) elimina suas
fezes sobre a mesma com a as formas infectantes tripomastigota
metaciclica que penetram a pele do seu hospedeiro de forma ativa,
este no interior das células altera sua forma para amastigota e se
multiplica rapidamente até promoverem a ruptura da célula e
migrarem para o sistema circulatório na forma tripomastigota,
assim multiplicando-se intensamente. Sendo este mecanismo
repetitivo tornando-se um ciclo que pode ser fatal ao seu
hospedeiro pela quantidade de parasitas depositados na corrente
sanguínea, ou ainda ser atenuado pela ação dos anticorpos do
próprio hospedeiro levando este ciclo a uma fase crônica que
perdura por um período muito longo.
Quadro clínico
Dias após a picada do triatomídeo (barbeiro) surge um
nódulo eritematoso conhecido como chagoma;
Ocorre a presença de edema nas pálpebras e conjuntivite
provocada pelo estado febril do hospedeiro conhecido como sinal
de romana;
Podem ocorrer Megaesôfago (dilatação do esôfago) e
megacólon (dilatação de alça do intestino grosso) chagásico;
Hepatoesplenomegalia ( aumento do fígado e do baço);
Cefaleia (dor de cabeça);
Distúrbios neurológicos;
Hipotensão arterial;
Cardiopatias tardias importantes.
Diagnóstico
Feito pelo quadro clinico, xenodiagnósticos, exames de
sangue, reações imunológicas e cultura de amostras sanguíneas
em meios específicos.
Tratamento
Tratamento específicos são inexistentes, pois atualmente
tem sido ministrado várias drogas que diminuem os sintomas e
reduzem a parasitemia, quanto aos comprometimentos cardíacos,
a critério médico dependendo da gravidade pode ser indicada a
intervenção cirúrgica como o transplante cardíaco.
Profilaxia
Combate do vetor com o uso de inseticidas nas
residências, uso de alvenaria nas construções das áreas endêmicas
e o uso de mosquiteiros no leito, a educação sanitária, sorologia
dos doadores de sangue e a notificação compulsória da doença.
Giardíase
Definição
Doença provocada por um protozoário, flagelado e
binucleado de aspecto piriforme (formato de pera quando
observado ao microscópio na sua forma de trofosoita podendo
também se apresentar na forma de cisto) este parasitose é
conhecida como giardíase, o habitar mais comum do parasita no
hospedeiro (o homem) é o intestino delgado.
Mecanismos de transmissão
A infecção pela Giardia lamblia se dá pela ingestão de
alimentos e água contaminada com a forma cística do parasita, ou
de forma direta através das mãos contaminadas. O parasita se
multiplica rapidamente no intestino do seu hospedeiro, devido à
grande quantidade de protozoário no intestino provoca um
atapetamento (síndrome da má absorção) na parede intestinal,
impedindo que o hospedeiro absorva os nutrientes e provocando
uma intensa diarreia.
Quadro Clínico
É caracterizado pelos seguintes sinais e sintomas:
Náuseas;
Flatulência;
Dor estomacal;
Diarreia de cor amarelada;
Perda de peso;
Irritabilidade;
Insônia;
Aumento do volume fecal e odor fétido.
Diagnostico
Realiza-se exame de fezes sendo o mesmo, realizado com
três amostras coletadas em dias alternados para diminuir o risco
de um resultado falso negativo.
Tratamento
Uso de drogas especificas, tais como metronidazol,
albendazol, secnidadzol ou tinidazol entre outros.
Profilaxia
Saneamento básico, higiene pessoal, precaução com a água e os
alimentos.
MALÁRIA
Definição
Doenças popularmente conhecida como, maleita ou febre
palustre, é transmitida ao homem por intermédio da picada da
fêmea do mosquito Anopheles infectado pelo protozoário do
gênero Plasmodium, apresentando quatro espécies distintas e
nocivas para os seres humanos, o Plasmodium vivax,
Plasmodium malariae e o Plasmodium falciparum, podendo
ainda apresenta-se em uma forma rara conhecida por Plasmodium
ovale.
Enfermagem
104/2
Mecanismo de transmissão
Nesta doença o hospedeiro intermediário é o ser humano,
sendo o hospedeiro definitivo o mosquito transmissor, a fêmea do
mosquito tem o habito de ser hematófaga, se as mesmas forem
portadoras do parasita, ao picarem o ser humano transmitem a eles
a forma infectante conhecida como esporozoitos, estes ao
entrarem em contato com o sistema circulatório humano penetram
nas células do fígado, onde aumentam de volume e passam a ser
conhecidos como esquizontes, individualmente cada forma desta
forma passa a produzir milhares de formas conhecidas por
merozoitos, esta fase é denominada exoeritrocitica. Estas formas
no sistema circulatório penetram nas hemácias e se transformam
em trofozoitas, que também duplicam seu tamanho e assume a
forma de esquzontes, estes por sua vez através de divisões binarias
se transformam em forma de merozoitos, destruindo as hemácias
por ruptura da membrana. Estas formas quando liberadas na
circulação invadem outras hemácias criando assim um ciclo
conhecido como fase eritrocítica. Durante esta fase, vários
merozoitos assumem a forma de gametócitos tanto masculino
como feminino que são jogados na circulação sanguínea. A fêmea
do Anopbeles, ao picas o portador da malária, captura os
gametócitos que se alojam na porção do intestino médico deste
inseto e passa a assumir a forma de oocineto, forma esta que pode
ser locomover por estruturas chamadas de pseudopodes, e se
alojam na porção externa do intestino, estes oocinetos
desenvolvem um envoltório conhecido por esporocistos no
interior deste envoltório. Durante a ruptura destes oocistos, novas
formas infectantes migram para a cavidade do corpo do inseto que
migram para a glândula saliva e através da picada deste inseto
dando início a um novo ciclo.
Enfermagem
105/2
Quadro clínico
Há variações no quadro clínico da malária que é
produzida por diferentes formas de plasmódios, porém são
característicos alguns sinais e sintomas descritos a seguir:
Calafrios;
Dor de cabeça;
Dos muscular;
Esplenomegalia;
Anemia por ruptura das hemácias;
Hepatomegalia está mais frequente na infecções provocada pelo
P.falciparum;
Picos febris que variam entre (40°C a 42°C), com
variações de intervalos que são denominadas da seguinte maneira;
Febre terçã maligna, febre terçã benigna e febre quartã
benigna. Os tipos de febre se caracterizam por calafrios, com
duração que varia entre 20 a 60 minutos, após alguns tremores o
paciente sente muito calor, nesta fase a temperatura do corpo se
elava entre 40°C a 42°C, com duração que varia entre três a oito
horas, no final desta fase ocorre uma queda brusca da temperatura
e esta vai para 36°C, seguida de sudorese intensa (suor intenso) e
o hospedeiro apresenta uma sensação de alivio.
Diagnóstico
É realizado por meio da avaliação do hospedeiro que
apresenta os sintomas clínicos e a pesquisa da forma parasitaria no
sangue periférico.
Tratamento
São ministradas várias drogas que podem promover a
cura da malária entre ela o quinino e alguns antibióticos como a
tetraciclina.
Profilaxia
É basicamente o combate ao vetor, o uso de telas
protetoras em portas e janelas e a vacinação.
AMEBÍASE
Definição
Esta doença é causada por protozoários unicelulares
conhecidos por amebas, sendo a mais nociva ao ser humano a
Entamoeba histolytica que provoca uma infecção no intestino
grosso do ser humano. Há várias outras formas de amebas que
podem parasitar o ser humano porém a E.histolytica é a mais
patogênica e de interesse médico.
Esta ameba pode ser encontrada de duas formas, a que
apresenta mobilidade, ou seja, capacidade de se locomover por
movimentos ameboides de estruturas conhecidas por
pseudopodes. A forma trofozoita e a forma cística não apresentam
capacidade de locomoção.
As formas trofozoitas do parasita se instalam no intestino
grosso do paciente, e no processo diarreico esta formas trofozoitas
do parasita se mantém integras, morrendo logo após deixar o
intestino.
Na ausência do processo diarreico o parasita deixa o
intestino na forma cística, que confere a ele resistência aos
intemperes ambientais tornando-os desta forma responsáveis pela
parasitose humana caracterizada como amebíase.
Este parasita também se caracteriza por habitar o
intestino de vários animais, tais como, cães, gatos, primatas,
roedores etc. podendo também invadir outros órgãos do corpo tais
como fígado pulmão e até mesmo o cérebro.
Mecanismo de transmissão
A contaminação se dá através da ingestão do cisto do
parasita por meio de alimentação contaminada ou por ingestão de
água não tratada adequadamente, após a ingestão do parasita esse
sofre a alteração em sua estrutura na porção do intestino grosso,
onde este cistos liberam as formas conhecidas como ameba
metacística. Cada protozoário sofre diversas divisores que podem
originar até oito trofozoitos, estes se desenvolvem a atingem de
forma agressiva a mucosa do cólon do intestino, ocasionando um
quadro inflamatório. Os trofozoitos por sua vez se transformam
em cistos podendo ser eliminados nas fases e se tornando
infectantes ao ser humano se ingeridos promovendo assim um
novo ciclo parasitário.
Quadro clínico
É caracterizado pelos seguintes sinais e sintomas:
Diarreia intermitente, com odor fétido e presença de sangue e
muco;
Dores abdominais;
Perda de peso;
Alterações de temperatura corporal;
Enfermagem
106/2
Vômitos;
Mal estar;
Dor de cabeça;
Flatulência.
Diagnóstico
É realizado através de exames de fezes, com amostras
preferencialmente diarreicas.
Tratamento e profilaxia
É realizado com o uso de antibióticos e amebicidas, e a
forma de prevenção dão-se por meio de educação sanitária e a
higiene adequada das mãos e alimentos e a ingestão de água
tratada.
Helmintos
Os helmintos se caracterizam por apresentarem um
grande grupo de organismos parasitas conhecidos como vermes,
apresentando-se em tamanhos e formas variadas, as formas
achatadas são conhecidas como platelmintos e as formas
cilíndricas como nematelmintos, os vermes cilíndricos são
providos de estruturas em forma de ganchos localizados na cabeça
e são denominados de acantocéfalos e os vermes achatados
recebem o nome de cestoides.
Os Helmintos são seres Multicelulares, portanto pertencem ao
Reino Animale.
Durante o ciclo evolutivo apresenta-se sob três formas:
ovo, Larva e Verme Adulto.
Os helmintos são divididos em dois filos:
– Platelminto
– Namatelminto
Os Platelmintos
– Reúne vermes de corpo achatado, alonga e de
aspecto foliáceo, ou em anéis, com aparelho
digestivo incompleto e sem sistema circulatório.
– Geralmente são hermafroditas, com exceção
para o Schistosoma, que apresenta sexo
separados.
Os Nematelmintos
Os nematelmintos (do grego nematos: 'filamento', e
helmin: 'vermes') são vermes de corpo cilíndrico, afilado nas
extremidades. Muitas espécies são de vida livre e vivem em
ambiente aquático ou terrestre; outras são parasitas de plantas e
de animais, inclusive o ser humano. Há mais de 10 mil espécies
desse tipo de vermes catalogadas, mas cálculos feitos indicam a
existência de muitas outras espécies, ainda desconhecidas.
Ao contrário dos platelmintos, os nematelmintos
possuem tubo digestório completo, com boca e ânus. Geralmente
têm sexos separados, e as diferenças entre o macho e a fêmea
podem ser bem nítidas, como no caso dos principais parasitas
humanos. De modo geral o macho é menor do que a fêmea da
mesma idade e sua extremidade posterior possui forma de gancho.
Esses animais são envolvidos por uma fina e delicada película
protetora, que é bem lisa e resistente.
Ascaridíase
Definição
Esta parasitose é muito comum e é causado pelo parasita
conhecido popularmente como lombriga o Ascaris Lumbricoides,
existem diferenças morfológicas entre o macho e a fêmea da
espécie, normalmente a fêmea é maior que o macho medindo
cerca de 30 a 40 cm de comprimento e apresenta maior espessura,
o macho mede cerca de 20 a 30 cm sendo mais delgado e com uma
curvatura no final da sua calda para facilitar a copula tanto o
macho quanto a fêmea apresentam uma cor de aspecto leitoso.
Este verme na fase adulta costuma habitar o intestino
delgado de seus hospedeiros, prevalecendo à porção do jejuno e
íleo.
Mecanismo de transmissão
Esta parasitose se dá pela ingestão de ovos férteis do
parasita que podem ser encontrados, nos alimentos contaminados
pelo verme e na ingesta de água também contaminada. Podendo
também ser adquirida de forma direta através das mãos
contaminadas, uma vez após a ingestão dos ovos estes liberam as
larvas que migram para a porção intestinal onde através da parede
intestinal ganham a corrente sanguínea e assim começa a migrar
através de vários órgãos como o fígado, coração, pulmões,
traqueia, faringe, esôfago, estomago e retornam ao intestino, após
realizarem este percurso as larvas passam por uma transformação
e sofrem maturação transformando-se em vermes adultos, onde
realiza a copula, a seguir a fêmea realiza a postura de uma grande
quantidade de ovos no intestino do hospedeiro, que ao eliminar
suas fezes em locais inadequados liberam os ovos dos parasitas
onde se dá início ao novo ciclo evolutivo.
Enfermagem
107/2
Quadro clínico
Em virtude do trajeto do parasita dentro do seu
hospedeiro, podemos notar uma variedade de manifestação
clinicas. Nas infecções provocadas por um grande número de
parasitas podemos notar uma severa broncopneumonia, que em
alguns casos pode ser fatal em crianças, durante o trajeto do verme
pelo sistema respiratório do hospedeiro surgem vários sintomas
como tosse, febre, e falta de ar. Durante a fase adulta do verme,
em que ocorre uma pequena parasitemia, os sintomas nem sempre
podem ser notados, mas se houver uma infecção maciça, podemos
notar fortes dores abdominais, febre, vômitos e alterações
intestinais e em alguns casos quando um grande número de vermes
se desloca dentro do intestino do hospedeiro pode ocasionar a
obstrução parcial ou total do intestino.
Diagnóstico
São realizados exames de fazes com amostras coletadas
em dias alternados em virtude do ciclo evolutivo do parasita para
a detecção de ovos nas fezes.
Tratamento e Profilaxia
O tratamento desta parasitose se faz através, do uso de
anti-helmínticos específicos, quando à prevenção da doença está
associada ao saneamento básico e a higiene adequada dos
alimentos e o tratamento da rede de água.
Enterobíase
Definição
Esta parasitose está relacionada ao parasita denominado
Enteróbios vermiculares e é conhecida popularmente como
oxiurose. É caracterizada por prurido anal (coceira perianal
intensa). Estes vermes apresentam aparência pequena, delgada e
de cor branca assemelhando-se a grão de arroz, sendo a fêmea
maior que o macho características da espécie, mede cerca de 1 cm
de comprimento e o macho apenas 5 milímetros e apresenta uma
curvatura na porção terminal do corpo como característica do
dimorfismo sexual, está por sua vez está relacionado ao órgão
copulatório da espécie. Estes parasitas costumam habitar o ceco
porção intestinal do intestino grosso e o apêndice cecal.
Mecanismos de transmissão
É caracterizado pela ingestão de ovos férteis, através da
alimentação ou de forma direta pelas mãos contaminadas
denominada autoinfecção. Após a chegada dos ovos férteis ao
intestino delgado os mesmos se rompem e liberam as larvas que
imediatamente se dirigem para o ceco, onde se desenvolvem
tornando-se vermes adultos. Nesta região ocorre o acasalamento
tornando esta fêmea gravida e capaz de liberar seus ovos, estas por
sua vez migram para o anus onde realizam a postura, esta ação
parasitaria provoca intenso prurido anal que leva o seu hospedeiro
a coçar o local e acumular entre as unhas os ovos do parasita
promovendo a autoinfecção. Nos casos de defecar em local
inadequado pode liberar os ovos do parasita promovendo desta
forma novo ciclo parasitário.
Quadro clínico
É caraterizado pelos seguintes sinais e sintomas:
Prurido anal noturno;
Insônia;
Nervosismo;
Nas mulheres quando da penetração do verme no canal
vaginal pode ocorrer, inflamações da tuba uterina e a inflamação
nos ovários.
Diagnóstico
É realizado pela avaliação do hospedeiro com a
manifestação do quadro clínico, pela coleta de ovos na região
perianal com o auxílio de fita do tipo adesiva e com a realização
de exames de fezes para a pesquisa de ovos.
Tratamento e profilaxia
O tratamento consiste em todos os membros da família
do portador desta verminose e na determinação de algumas
atitudes descritas a seguir:
Uso de roupas que dificultem a contaminação das mãos;
Lavar as mãos corretamente após acordarem, antes das refeições
e orientação para não levar às mãos a boca;
Enfermagem
108/2
Cortas as unhas e mantê-las aparadas;
Trocar diariamente roupas de cama e das roupas intima;
Ferver as roupas durante a lavagem;
Quanto à profilaxia esta está relacionada à higiene
pessoal e ao saneamento básico.
Teníase
Definição
Esta parasitose está relacionada a duas espécies de
Taenia, a T.solium e a T.saginata. A T.solium é adquirida através
do consumo de carne de porco contaminada e a T.saginata pelo
consumo de carne de boi contaminada, ambas contaminadas pela
forma larval denominada cisticerco.
Esta é uma verminose conhecida popularmente como
solitária, este animal caracteriza-se pela sua forma peculiar e da
divisão do corpo que consiste em; escólex parte da cabeça, colo e
pescoço e os ploglotides que caracterizam os seguimentos do
corpo, o último segmento do corpo deste animal é conhecido como
anel gravido por conter ovos deste parasita.
Existem diferenças morfológicas entre as espécies, esta
diferença estão relacionadas à forma do corpo do animal como se
encontra descrito a seguir:
Estes vermes tem como habitat, o intestino delgado do
se hospedeiro durante a fase adulta e quando na forma de larvária
os cisticercos se encontram fixados nos vários tecidos do
hospedeiro.
Mecanismo de transmissão
Quando ao interior do intestino humano o verme libera
partes de seu corpo denominado ploglotides gravido, estes por sua
vez contém um grande número de ovos, quando estes se
encontram no meio externo liberam uma grande quantidade de
ovos facilitando a contaminação de seu hospedeiro intermediário
que pode ser um suíno ou um bovino, quando estes alcançam o
intestino dos animais o mesmo invade a ocorrente sanguínea se
fixando na musculatura onde se desenvolvem para a forma
cisticerco, nesta fase, quando o hospedeiro definitivo o homem
ingerir a carne destes animais contaminados de forma crua ou mal
preparadas também estará ingerindo o parasita, estes quando
alcançam o intestino do homem fixam seu excolex e iniciam seu
desenvolvimento até a fase adulta dando início ao ciclo evolutivo
desta parasitose.
Quando clínico
Em sua maioria a contaminação pelo parasita, é
assintomática, no entanto podem surgir determinados sintomas
como:
Desconforto estomacal;
Diarreia;
Fome excessiva (polifagia);
Náuseas;
Vômitos;
Enfermagem
109/2
Reações alérgicas.
Em alguns casos o homem, ao ingerir os ovos do parasita,
mais especificamente da T.solium, passa a ser o hospedeiro
intermediário, onde os ovos evoluem para a forma de cisticerco,
podendo se instalar na musculatura, no sistema nervoso ou no
sistema ocular do seu hospedeiro desenvolvendo um quadro mais
grave da doença conhecido como cisticercose.
Diagnóstico
É realizado por meio de exames de fezes com amostras
coletadas em dias alternados e nos casos da cisticercose
recomendam-se exames de diagnósticos por imagem.
Tratamento e profilaxia
Para a eliminação do verme recomenda-se o uso de
medicamentos específicos, quando da cisticercose usualmente
realiza-se intervenção cirúrgica dependendo da localização do
cisticerco no hospedeiro. Quanto à profilaxia alguns cuidados
básicos devem ser adotados pelo homem tais como, o saneamento
básico, evitar o consumo de derivados de suínos e bovinos de
procedência duvidosa e quando se alimentar destes fazê-lo de
forma segura cozinhando ou assando adequadamente estas carnes.
Os fungos
Fungos são organismos eucariontes, unicelulares
(leveduras) ou pluricelulares (bolores, cogumelos) e desprovidos
de pigmentos fotossintetizantes. Suas células agrupam-se em
filamentos denominados hifas. O agrupamento intenso das hifas
constitui o micélio. Os fungos pluricelulares nunca formam
tecidos verdadeiros; o micélio constitui um pseudopedido. São
encontrados nos mais variados ambientes, preferencialmente em
locais úmidos e ricos em matéria orgânica.
Ecologicamente, os fungos, assim como as bactérias,
atuam na natureza como decompositores. Essa ação permite a
reciclagem de matéria orgânica morta, transformando-a em
matéria inorgânica, que pode ser reaproveitada por outros seres
vivos.
Embora fundamental para a vida, a ação dos fungos
frequentemente causa transtornos, já que podem atacar qualquer
material orgânico disponível. No ser humano, alguns fungos
causam doenças tipicamente conhecidas como micoses, que
podem ser cutâneas, subcutâneas sistêmicas e oportunistas.
Principais doenças provocadas por fungos
Micoses cutâneas
Os fungos que infectam apenas a epiderme, o cabelo e as
unhas são chamados de dermatófitos, e suas infecções são
chamadas de dermatomicoses. Os dermatófitos secretam
queratinases, enzimas que degradam queratina. As micoses
cutâneas, de maneira geral, são denominadas tinhas: Tinea capitis
(couro cabeludo), Tinea pedis (pés), Tinea unguis (unhas).
A infecção é transmitida de um indivíduo para outro, de
um animal para o homem ou por contato com células epidêmicas
(Tortora et al., 2000).
Tinea pedis (pé-de-atleta)
Dermatomicose que ocorre nos espações interdigitais dos
pés. A região é infectada pela espécie Tricbophyton rubrum, T.
mentagrophytes ou Epidermophyton floccosum.
Como sintoma de infecção, primeiro ocorre prurido e
verifica-se o desenvolvimento de pequenas vesículas que sofrem
ruptura, liberando um liquido claro (jawetz, 1998).
Fatores de risco
Uma pessoa está em maior risco de contrair pé de atleta se:
• For do sexo masculino, embora também possa surgir em
pessoas do sexo feminino também
• Usar meias úmidas ou calçados apertados
• Compartilhar esteiras, tapetes, roupas de cama, roupas
ou sapatos com alguém que tem a infecção fúngica
• Andar descalço em áreas onde a infecção pode se
espalhar, como vestiários, saunas, piscinas, banheiras e
chuveiros comuns
Diagnostico: anamnese e exame físico.
Tratamento: antifúngicos.
Micoses subcutâneas
São infecções causadas por um grupo diversificado de
Enfermagem
110/2
fungos que se desenvolvem no solo e em vegetais em
decomposição. Esses fungos precisam ser introduzidos no tecido
subcutâneo para produzirem doenças. Após a inoculação, as lesões
propagam-se lentamente, disseminando por meio de vasos
linfáticos ou sanguíneos.
Cromoblastomicose
Infecção crônica e granulomatosa do tecido subcutâneo,
decorrente da implantação traumática transcutânea de propágulos
de diversas espécies de fungos (Phialophora verrucosa,
Fonsecaea pedrosi, Rhinocladiela aquaspersa e Cladospirium
carrioni – os mais comuns).
Observa-se, inicialmente, no local de implantação dos
agentes da cromoblastomicose, a presença de lesão (ões) papular
(es) de superfície eritematosa e descamativa, podendo
gradativamente aumentar de tamanho. Em seguida, um notável
polimorfismo clinico é geralmente observado, tendo como tipos
básicos de lesão os aspectos nodular, verrucosa, em placa
(infiltrativa ou eritematosa), tumoral e cicatricial. Raramente,
pode ocorrer elefantíase, em consequência de infecção secundaria,
obstrução e fibrose dos canais linfáticos (Ribeiro et al., 2006;
Jawetz, 1998).
Manifestações Clinicas Inicialmente, no local de
implantação, as lesões são papulares de superfície eritematosa e
descamativa que gradualmente aumentam em tamanho.
•Posteriormente, as lesões podem evoluir com
polimorfismo.
•Tipos básicos de lesão: nodular, verruciforme, em
placa(infiltrativa e verrucosa), tumoral e cicatricial.
•A disseminação ocorre por contiguidade, linfática
•Há referência de dor e prurido .
•Infecção bacteriana e edema são complicações que
surgem na falta de manejo terapêutico adequado.
Diagnostico: histopatológico e cultura.
A excisão cirúrgica constitui o tratamento para pequenas
lesões. A quimioterapia com flucitosina ou itraconazol pode ser
eficaz para lesões maiores (Jawetz, 1998).
Micoses sistêmicas
As micoses sistêmicas são causadas por fungos do solo e
sua infecção acontece pela inalação dos esporos ou propágulos
infecciosos, causando lesão pulmonar assintomática. A
disseminação da infecção ocorre por via hematogênica para
qualquer órgão do corpo, embora alguns fungos exibam
predileção por determinados locais anatômicos. Nas pessoas em
que ocorre a infecção disseminada, a doença, na maioria das
vezes, é fatal (Jawetz, 1998).
Blastomicose Sul-americana
Causada pelo Paracoccidioides brasiliensis, fungo
presente no solo e disseminado nas folhas e nos gravetos, é uma
doença que apresenta maior incidência em indivíduos que habitam
a zona rural. A infecção é causada pela inalação de esporos que
foram liberados na atmosfera, além da contaminação oral como,
por exemplo, o hábito de mascar talos de capim e usar gravetos
para limpar os dentes. Pode ocorrer infecção crônica dos pulmões
ou outros órgãos, em particular da pele e das membranas mucosas
(Mandolesi, 2004).
O quadro clínico causado por esse fungo inicia-se com
febre, calafrios e sudação profunda. Depois pode haver tosse, com
ou sem expectoração, dor no peito e dificuldade para respirar.
Embora, em regra geral, a infecção pulmonar piore lentamente,
pode melhorar sem tratamento.
Diagnostico: Cultura.
O diagnóstico é feito pela detecção do micro-organismo
no material das lesões, e o tratamento utiliza anfotericina B.
Micoses oportunistas
São aqueles fungos que, de maneira geral, não induzem
doença. No entanto, em indivíduos com alteração no mecanismo
de defesa, podem acarretar algum prejuízo. Fungos oportunistas
podem atacar qualquer órgão do organismo.
Candidíase
Micose causada por cândida albicans. Essa levedura é
encontrada frequentemente e atinge a superfície cutânea e/ou
membranas mucosas do homem, resultando em candidíase oral,
candidíase vaginal, intertrigo, paroniquia e onicomicose. As
pessoas submetidas a tratamento prolongado com antibióticos
tornam-se mais suscetíveis de adquirir infecções fúngicas.
Na mulher, os sintomas da candidíase vaginal são:
• prurido
• vermelhidão na parte exterior,
• irritação ao urinar,
• leucorreia branco espesso.
• dispareunia
• leucorreia branco, em grumos, parecido com a nata do
leite;
2. Os sintomas da candidíase no homem são:
• dispareunia
• Pequenas manchas vermelhas
• Assadura na glande,
• Ardor ao urinar,
• Leve inchaço do órgão genital masculino
Em alguns homens pode surgir também um eventual corrimento,
semelhante ao sêmen.
3. Sintomas da Candidíase Intestinal:
Presença de pequenos resíduos esbranquiçados nas fezes e,
quando ela atinge o sistema sanguíneo, podem surgir sinais e
sintomas em outras regiões do corpo, como alterações no sistema
digestivo, nervoso, excretor, endócrino e na pele.
Causas da Candidíase
A candidíase é uma doença infecciosa oportunista, causada pela
proliferação dos fungos que normalmente habitam a flora
intestinal e genital, devido a uma baixa no sistema imunitário.
Quando um indivíduo com candidíase tem contato íntimo com
outra pessoa e esta é infectada, neste caso ela é considerada uma
DST.
Recomendações
* Procure alimentar-se equilibradamente e levar vida saudável;
Enfermagem
111/2
* Evite o consumo de bebidas alcoólicas e não fume;
* Use camisinha em todas as relações sexuais;
* Não se descuide da higiene íntima;
* Evite roupas justas demais e de material sintético;
* Prefira o papel higiênico branco e sem perfume;
* Não use absorventes internos;
O tratamento tópico é à base de nistatina e cetoconazol,
ou anfotericina B, nos processos sistêmicos. Além disso, evitar a
umidade, manter áreas afetadas frias, secas e pulverizadas com
talco constituem uma maneira eficaz de tratar as lesões cutâneas.
ISOLAMENTO E PREUCAÇÃO
Equipamento de Proteção Individual – EPI
– Máscaras: dupla camada, cirúrgica e N95
(respirador);
– Luvas: não estéreis, estéreis e de borracha;
– Aventais: tecido, não-tecido (malha) e plástico;
Enfermagem
112/2
– Óculos;
– Toucas;
– propés
Tipos de
Precaução
• Precaução Padrão
• Precaução Específicas
– Contato
– Gotícula
– Aerossol
Precaução por CONTATO
• Usadas em adição às precauções padrão para pacientes
sabidamente ou supostamente infectados ou colonizados
com microrganismos epidemiologicamente importantes
que posam ser transmitidos pelo contato direto ou
indireto com o paciente;
• Alojamento – Luvas – Capote – Transporte do Paciente
– Equipamentos de Cuidado
Enfermagem
113/2
Precaução por GOTÍCULA
• Em adição às PP são indicadas para pacientes portadores
ou infectados por microorganismos transmitidos por
gotículas de tamanho maior que 5 m, que podem ser
gerados durante tosse, espirro, conversação ou realização
de diversos procedimentos.
• Alojamento – Luvas – Capote – Transporte do Paciente
– Equipamentos de Cuidado
Precaução por AEROSSOL
• Em acréscimo às PP, são recomendadas para pacientes
com infecção suspeita ou confirmada por
microrganismos transmitidos por aerossóis (partículas de
tamanho 5 m) que permanecem suspensas no ar e
podem ser dispersadas a longas distâncias (varicela,
sarampo e tuberculose):
• Alojamento – Luvas – Capote – Transporte do Paciente
– Equipamentos de Cuidado
Lista de Notificação Compulsória – LNC
PORTARIA No - 204, DE 17 DE FEVEREIRO DE 2016
Define a Lista Nacional de Notificação Compulsória de
doenças, agravos e eventos de saúde pública nos serviços de
saúde públicos e privados em todo o território nacional, nos
termos do anexo, e dá outras providências.
Nº DOENÇA OU AGRAVO
(Ordem alfabética)
Periodicidade de
notificação
Imediata (até
24 horas) para*
Semanal*
MS SES SMS
1
a. Acidente de trabalho com
exposição a material biológico
X
b. Acidente de trabalho: grave,
fatal e em crianças e
adolescentes
X
2
Acidente por animal
peçonhento
X
3
Acidente por animal
potencialmente transmissor da
raiva
X
4 Botulismo X X X
5 Cólera X X X
6 Coqueluche
X X
7 a. Dengue - Casos
X
b. Dengue - Óbitos X X X
8 Difteria
X X
Enfermagem
114/2
9 Doença de Chagas Aguda
X X
10 Doença de Creutzfeldt-Jakob
(DCJ)
X
11
a. Doença Invasiva por
"Haemophilus Influenza"
X X
b. Doença Meningocócica e
outras meningites
X X
12 Doenças com suspeita de
disseminação intencional: a.
Antraz pneumônico b.
Tularemia c. Varíola
X X X
13 Doenças febris hemorrágicas
emergentes/reemergentes: a.
Arenavírus b. Ebola c.
Marburg d. Lassa e. Febre
purpúrica brasileira
X X X
14 a. Doença aguda pelo vírus
Zika
X
b. Doença aguda pelo vírus
Zika em gestante
X X
c. Óbito com suspeita de
doença pelo vírus Zika X X X
15 Esquistossomose
X
16 Evento de Saúde Pública
(ESP) que se constitua ameaça
à saúde pública (ver definição
no Art. 2º desta portaria)
X X X
17
Eventos adversos graves ou
óbitos pós-vacinação X X X
18 Febre Amarela X X X
19 a. Febre de Chikungunya
X
b. Febre de Chikungunya em
áreas sem transmissão X X X
c. Óbito com suspeita de Febre
de Chikungunya X X X
20
Febre do Nilo Ocidental e
outras arboviroses de
importância em saúde pública X X X
21 Febre Maculosa e outras
Riquetisioses X X X
22 Febre Tifoide
X X
23 Hanseníase
X
24 Hantavirose X X X
25 Hepatites virais
X
26 HIV/AIDS - Infecção pelo Vírus da
Imunodeficiência Humana ou
Síndrome da Imunodeficiência
Adquirida
X
27 Infecção pelo HIV em gestante,
parturiente ou puérpera e Criança
exposta ao risco de transmissão
vertical do HIV
X
28 Infecção pelo Vírus da
X
Imunodeficiência Humana (HIV)
29
Influenza humana produzida por
novo subtipo viral X X X
30 Intoxicação Exógena (por
substâncias químicas, incluindo
agrotóxicos, gases tóxicos e metais
pesados)
X
31
Leishmaniose Tegumentar
Americana
X
32 Leishmaniose Visceral
X
33 Leptospirose
X
34 a. Malária na região amazônica
X
b. Malária na região extra
Amazônica X X X
35 Óbito: a. Infantil b. Materno
X
36
Poliomielite por poliovirus
selvagem X X X
37 Peste X X X
38 Raiva humana X X X
39 Síndrome da Rubéola Congênita X X X
40 Doenças Exantemáticas: a. Sarampo
b. Rubéola
X X X
41 Sífilis: a. Adquirida b. Congênita c.
Em gestante
X
42
Síndrome da Paralisia Flácida
Aguda X X X
43 Síndrome Respiratória Aguda Grave
associada a Coronavírus a. SARS-
CoV b. MERS- CoV
X X X
44 Tétano: a. Acidental b. Neonatal
X
45
Toxoplasmose gestacional e
congênita
X
46 Tu b e r c u l o s e
X
47
Varicela - caso grave internado ou
óbito
X X
48 a. Violência doméstica e/ou outras
violências
X
b. Violência sexual e tentativa de
suicídio
X
* Informação adicional: Notificação imediata ou semanal seguirá
o fluxo de compartilhamento entre as esferas de gestão do SUS
estabelecido pela SVS/MS; Legenda: MS (Ministério da Saúde),
SES (Secretaria Estadual de Saúde) ou SMS (Secretaria
Municipal de Saúde) A notificação imediata no Distrito Federal é
equivalente à SMS.
PORTARIA Nº 2616, DE 12 DE MAIO DE 1998
RESUMO
Enfermagem
115/2
O Ministro do Estado da Saúde interino, no uso das
atribuições que lhe confere o artigo 87, inciso II da Constituição,
e
Considerando as determinações da Lei nº 9431 de 6 de
janeiro de 1997, que dispõe sobre a obrigatoriedade da
manutenção pelos hospitais do país, de Programa de Controle de
Infecções Hospitalares.
Considerando que as infecções Hospitalares constituem
risco significativo à saúde dos usuários dos hospitais, e sua
prevenção e controle envolvem medidas de qualificação de
assistência hospitalar, da vigilância sanitária e outras, tomadas no
âmbito do Estado, do Município e de cada hospital, atinentes a seu
funcionamento;
Considerando que no exercício da atividade fiscalizadora
os órgãos estaduais de saúde deverão observar, entre outros
requisitos e condições, a adoção, pela instituição prestadora de
serviços, de meio de proteção capazes de evitar efeitos nocivos à
saúde dos agentes, clientes, pacientes e dos circunstantes,
(Decreto nº 77 052 de 19/01/1976, artigo 2º, inciso IV);
Considerando os avanços técnicos-científicos os resultados
do Estudo Brasileiro da Magnitude das Infecções Hospitalares,
Avaliação da Qualidade das Ações de Controle de Infecção
Hospitalar o reconhecimento mundial destas ações como as que
implementam a melhoria da qualidade da assistência a saúde,
reduzem esforços, problemas, complicações e recursos;
Art. 1º Expedir na forma dos anexos I, II, III, IV e V,
diretrizes e normas para prevenção e o controle das infecções
hospitalares.
Art. 2º As ações mínimas necessárias, a serem
desenvolvidas, deliberada e sistematicamente, com vistas a
redução máxima possível da incidência e da gravidade das
infecções dos hospitais, compõe o Programa de Controle de
Infecções Hospitalares.
Art. 3º A Secretaria de Política de Saúde, do Ministério da
Saúde, prestará cooperação técnica as Secretarias Estaduais e
Municipais de Saúde, a fim de orientá-las sobre o exato
cumprimento, interpretação das normas aprovadas por esta
Portaria.
BARJAS NEGRI
Programa de Controle de Infecção Hospitalar
ANEXOS I
ORGANIZAÇÃO
1. 0 Programa de Controle de Infecções Hospitalares
(PCIH) é um conjunto de ações desenvolvidas deliberada e
sistematicamente, com vistas à redução máxima possível da
incidência e da gravidade das infecções hospitalares.
2. Para a adequada execução do PCIH os hospitais deverão
constituir Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH),
órgão de assessoria à autoridade máxima da instituição e de
execução das ações de controle de infecção hospitalar.
2.1 A CCIH deverá ser composta por profissionais da área
de saúde, de nível superior, formalmente designados.
2.2 Os membros da CCIH serão de dois tipos: consultores
e executores.
2.2.1 0 presidente ou coordenador da CCIH será qualquer
um dos membros da mesma, indicado pela direção do hospital.
2.3 Os membros consultores serão representantes, dos
seguintes serviços:
2.3.1 - serviço médico;
2.3 2 - serviço de enfermagem;
2.3.3 - serviço de farmácia;
2.3.4 - laboratório de microbiologia;
2.3.5 - administração.
2.5.1.1 - Um dos membros executores deve ser,
preferencialmente, um enfermeiro.
2.5.1.3. 1 Para fins desta Portaria, consideram-se pacientes
críticos:
2.5.1.3.1.1 pacientes de terapia intensiva (adulto,
pediátrico, e neonatal);
2.5.1.3.1.2 pacientes de berçário de alto risco;
2.5.1.3.1.3 pacientes queimados;
2.5.1.3.1.4 pacientes submetidos a transplantes de órgãos;
2.5.1.3.1.5 pacientes hemato-oncológicos;
2.5.1.3.1.6 pacientes com Síndrome da Imunodeficiência
Adquirida.
COMPETÊNCIAS
3. A CCIH do hospital deverá:
3.1 Elaborar, implementar, manter e avaliar programa de
controle de infecção hospitalar, adequado às características e
necessidades da instituição, contemplando, no mínimo, ações
relativas a:
3.1.1. implantação de um Sistema de Vigjlância
Epidemiológica das Infecções Hospitalares, de acordo com o
Anexo III,
3.1.2 - adequação, implementação e supervisão das normas
Enfermagem
116/2
e rotinas técnico-operacionais, visando à prevenção e controle das
infecções hospitalares;
3.1.3 - capacitação do quadro de funcionários e
profissionais da instituição, no que diz respeito à prevenção e
controle das infecções hospitalares;
3.1.4 - uso racional de antimicrobianos, germicidas e
materiais médico-hospitalares;
3.2 avaliar, periódica e sistematicamente, as informações
providas pelo Sistema de Vigilância Epidemiológica das infecções
hospitalares e aprovar as medidas de controle propostas pelos
membros executores da CCIH;
3.3 realizar investigação epidemiológica de casos e surtos,
sempre que indicado, e implantar medidas imediatas de controle;
3.4. elaborar e divulgar, regularmente, relatórios e
comunicar, periodicamente, à autoridade máxima de instituição e
às chefias de todos os setores do hospital a situação do controle
das infecções hospitalares, promovendo seu amplo debate na
comunidade hospitalar,
3.5 elaborar, implementar e supervisionar a aplicação de
normas e rotinas técnico-operacionais, visando limitar a
disseminação de agentes presentes nas infecções em curso no
hospital, por meio de medidas de precaução e de isolamento;
3.6. adequar, implementar e supervisionar a aplicação de
normas e rotinas técnico-operacionais, visando à prevenção e ao
tratamento das infecções hospitalares;
3.7.definir, em cooperação com a Comissão de Farmácia e
Terapêutica, política de utilização de antimicrobianos, germicidas
e materiais médico-hospitalares para a instituição;
3.8.cooperar com o setor de treinamento ou
responsabilizar-se pelo treinamento, com vistas a obter
capacitação adequada do quadro de funcionários e profissionais,
no que diz respeito ao controle das infecções hospitalares;
3.9 elaborar regimento interno para a Comissão de
Controle de Infecção Hospitalar;
3.10. cooperar com a ação do órgão de gestão do SUS, bem
como fornecer, prontamente, as informações epidemiológicas
solicitadas pelas autoridades competentes;
3.11. notificar, na ausência de um núcleo de
epidemiologia, ao organismo de gestão do SUS, os casos
diagnosticados ou suspeitos de outras doenças sob Vigilância
epidemiológica (notificação compulsória), atendidos em qualquer
dos serviços ou unidades do hospital, e atuar cooperativamente
com os serviços de saúde coletiva;
3.12. notificar ao Serviço de Vigilância Epidemiológica e
Sanitária do organismo de gestão do SUS, os casos e surtos
diagnosticados ou suspeitos de infecções associadas à utilização
de insumos e/ou produtos industrializados.
ANEXO II
CONCEITOS E CRITÉRIOS DIAGNOSTICOS DAS
INFECÇÕES HOSPITALARES
1. Conceitos básicos.
1.1 - Infecção comunitária (IC):
1.1.1 - é aquela constatada ou em incubação no ato de
admissão do paciente, desde que não relacionada com internação
anterior no mesmo hospital.
1.1.2 São também comunitárias:
1.1.2.1 - a infecção que está associada com complicação ou
extensão da infecção já presente na admissão, a menos que haja
troca de microrganismos com sinais ou sintomas fortemente
sugestivos da aquisição de nova infecção;
1.1.2.2 a infecção em recém-nascido, cuja aquisição por via
transplacentária é conhecida ou foi comprovada e que tornou-se
evidente logo após o nascimento (exemplo: herpes simples,
toxoplasmose, rubéola, citomegalovirose, sífilis e AIDS);
1.1.2.3 as infecções de recém-nascidos associadas com
bolsa rota superior a 24 (vinte e quatro) horas.
1.2 infecção hospitalar (IH):
1.2.1 é aquela adquirida após a admissão do paciente e que
se manifeste durante a internação ou após a alta, quando puder ser
relacionada com a internação ou procedimentos hospitalares.
2. Critérios para diagnóstico de infecção hospitalar,
previamente estabelecidos e descritos.
2.1 Princípios:
2.1.1 o diagnóstico das infecções hospitalares deverá
valorizar informações oriundas de:
2.1.1.1 evidência clínica, derivada da observação direta do
paciente ou da análise de seu prontuário;
2.1.1.2 resultados de exames de laboratório, ressaltando-se
os exames microbiológicos, a pesquisa de antígenos, anticorpos e
métodos de visualização.
2.1.1.3 evidências de estudos com métodos de imagem;
2.1.1.4 endoscopia;
2.1.1.5 biópsia e outros.
2.2 Critérios gerais:
2.2.1 quando, na mesma topografia em que foi
diagnosticada infecção comunitária, for isolado um germe
diferente, seguido do agravamento das condições clínicas do
Enfermagem
117/2
paciente, o caso deverá ser considerado como infecção hospitalar;
2.2.2 quando se desconhecer o período de incubação do
microrganismo e não houver evidência clínica e/ou dado
laboratorial de infecção no momento da internação, convenciona-
se infecção hospitalar toda manifestação clínica de infecção que
se apresentar a partir de 72 (setenta e duas) horas após a admissão;
2.2.3 são também convencionadas infecções hospitalares
aquelas manifestadas antes de 72 (setenta e duas) horas da
internação, quando associadas a procedimentos diagnósticos e/ou
terapêuticas, realizados durante este período;
2.2.4 as infecções no recém-nascido são hospitalares, com
exceção das transmitidas de forma transplacentária e aquelas
associadas a bolsa rota superior a 24 (vinte e quatro) horas;
2.2.5 os pacientes provenientes de outro hospital que se
internam com infecção, são considerados portadores de infecção
hospitalar do hospital de origem infecção. Nestes casos, a
Coordenação Estadual/Distrital/Municipal e/ou o hospital de
origem deverão ser informados para computar o episódio como
infecção hospitalar naquele hospital.
3. Classificação das cirurgias por potencial de
contaminação da incisão cirúrgica
3.1 as infecções pós-cirúrgicas devem ser analisadas
conforme o potencial de contaminação da ferida cirúrgica,
entendido como o número de microrganismos presentes no tecido
a ser operado;
3.2 a classificação das cirurgias deverá ser feita no final do
ato cirúrgico, pelo cirurgião, de acordo com as seguintes
indicações:
3.2.1 Cirurgias Limpas - são aquelas realizadas em tecidos
estéreis ou passíveis de descontaminação, na ausência de processo
infeccioso e inflamatório local ou falhas técnicas grosseiras,
cirurgias eletivas com cicatrização de primeira intenção e sem
drenagem aberta. Cirurgias em que não ocorrem penetrações nos
tratos digestivo, respiratório ou urinário;
3.2.2 Cirurgias Potencialmente Contaminadas - são
aquelas realizadas em tecidos colonizados por flora microbiana
pouco numerosa ou em tecidos de difícil descontaminação, na
ausência de processo infeccioso e inflamatório e com falhas
técnicas discretas no transoperatório. Cirurgias com drenagem
aberta enquadram-se nesta categoria. Ocorre penetração nos tratos
digestivo, respiratório ou urinário sem contaminação significativa.
3.2.3 Cirurgias Contaminadas - são aquelas realizadas em
tecidos recentemente traumatizados e abertos, colonizados por
flora bacteriana abundante, cuja descontaminação seja difícil ou
impossível, bem como todas aquelas em que tenham ocorrido
falhas técnicas grosseiras, na ausência de supuração local. Na
presença de inflamação aguda na incisão e cicatrização de segunda
intenção, ou grande contaminação a partir do tubo digestivo.
Obstrução biliar ou urinária também se incluem nesta categoria.
3.2.4 Cirurgias lnfectadas - são todas as intervenções
cirúrgicas realizadas em qualquer tecido ou órgão, em presença de
processo infeccioso (supuração local) e/ou tecido necrótico.
ANEXO IV
LAVAGEM DAS MÃOS
1. Lavagem das mãos é a fricção manual vigorosa de toda
a superfície das mãos e punhos, utilizando-se sabão/detergente,
seguida de enxágüe abundante em água corrente.
2. A lavagem das mãos é, isoladamente, a ação mais
importante para a prevenção e controle das infecções hospitalares.
3. O uso de luvas não dispensa a lavagem das mãos antes e
após contatos que envolvam mucosas, sangue outros fluidos
corpóreos, secreções ou excreções.
4. A lavagem das mãos deve ser realizada tantas vezes
quanto necessária, durante a assistência a um único paciente,
sempre que envolver contato com diversos sítios corporais, entre
cada uma das atividades.
4.1 A lavagem e anti-sepsia cirúrgica das mãos é realizada
sempre antes dos procedimentos cirúrgicos.
5. A decisão para a lavagem das mãos com uso de anti-
séptico deve considerar o tipo de contato, o grau de contaminação,
as condições do paciente e o procedimento a ser realizado.
5.1 A lavagem das mãos com anti-séptico é recomendada
em:
· realização de procedimentos invasivos;
· prestação de cuidados a pacientes críticos;
· contato direto com feridas e/ou dispositivos invasivos,
tais como cateteres e drenos.
6. Devem ser empregadas medidas e recursos com o
objetivo de incorporar a prática da lavagem das mãos em todos os
níveis da assistência hospitalar.
6.1 A distribuição e a locação de unidades ou pias para
Iavagem das mãos, de forma a atender à necessidade nas diversas
áreas hospitalares, além da presença dos produtos, é fundamental
para a obrigatoriedade da prática.
FUNDAMENTOS DA SAÚDE.
DECLARAÇÃO DE ALMA ATA
O que é?
A Declaração de Alma-Ata foi formulada por ocasião
da Conferência Internacional sobre Cuidados Primários de Saúde,
reunida em Alma-Ata, na República do Cazaquistão (ex-república
socialista soviética), entre 6 e 12 de setembro de 1978, dirigindo-
se a todos os governos, na busca da promoção de saúde a todos os
povos do mundo.
Enfermagem
118/2
Características:
A Declaração de Alma-Ata se compõe de 10 itens que
enfatizam a Atenção primária à saúde (Cuidados de Saúde
Primários), salientando a necessidade de atenção especial aos
países em desenvolvimento. Exortando os governos, a OMS,
a UNICEF e as demais entidades e organizações, a declaração
defende a busca de uma solução urgente para estabelecer a
promoção de saúde como uma das prioridades da nova ordem
econômica internacional.
Tem sido considerada como a primeira declaração
internacional que despertou e enfatizou a importância da atenção
primária em saúde, desde então defendida pela OMS como a
chave para uma promoção de saúde de caráter universal.
Os primeiros itens da declaração reafirmam a definição
de saúde defendida pela OMS, como o “completo bem-estar
físico, mental e social, e não simplesmente a ausência de doença
ou enfermidade”, e a defendem como direito fundamental e como
a principal meta social de todos os governos.
A seguir a declaração salienta a interferência da
desigualdade social nas políticas de saúde, ressaltando o papel
que a lacuna entre os países desenvolvidos e os países em
desenvolvimento representa. Exortando todos os países à
cooperação, na busca pelo objetivo comum da saúde, fator que
contribui para a qualidade de vida e para a paz mundial, a
declaração defende tal cooperação como direito e dever de todos,
individual e coletivamente.
Segue-se a reafirmação da responsabilidade de todos os
governos pela promoção de saúde, e a reivindicação da atenção
primária como fator de viabilidade para uma universalização dos
cuidados, mediante a abrangência e a melhoria social que
possibilitam, integrando governo com todos os setores da
sociedade, em prol da igualdade social.
VIII CONFERÊNCIA DE SAÚDE
A segunda metade da década de 80 viu surgir um
Brasil diferente. Um país com uma população destemida, que
ia às ruas reivindicar seus direitos e ocupar o espaço que há 20
anos lhe era negado. A ditadura, desmoralizada, ainda
mostrava a sua força, mas já não tinha mais como frear o
movimento pela redemocratização.
Dentro desse quadro social e político, um lugar de
destaque era ocupado pelos militantes da saúde pública – com
Sergio Arouca no centro do movimento. A força de seus
argumentos, de suas utopias e de sua vocação de pensador (e
realizador) levaram o presidente da Fiocruz a ser indicado, em
meados de 1985, presidente da 8ª Conferência Nacional de
Saúde (CNS) pelo ministro Carlos Sant’Anna. À frente da
CNS, Arouca faria uma revolução e criaria um marco
histórico, um emblema de um momento em que o Brasil
voltava a ser Brasil.
O que meses antes parecia mais uma das
“loucuras” – é assim que os mortais comuns vêem as
idéias dos idealistas – de Arouca se tornara realidade: a
CNS conseguia pela primeira vez em quase 45 anos de
história ser verdadeiramente popular. Sim, porque da
primeira (em 1941) à sétima (em 1980), os debates se
restringiam às ações governamentais, com a participação
exclusiva de deputados, senadores e autoridades do setor.
A intenção de Arouca era a de abrir mesmo, e assim ouvir
as incontáveis experiências na área que existiam Brasil
afora. Reunir brasileiros para saber e discutir como vivem
esses brasileiros, quais as suas condições de saúde, que
melhorias almejam. Deixar de contar a saúde pelos
números e passar a enxergar cidadãos.
A CNS foi aberta numa segunda-feira, 17 de
março de 1986, pelo presidente José Sarney, que assumira
em definitivo depois da morte de Tancredo Neves. Em seu
discurso, para uma platéia que lotara o Ginásio de Esportes
de Brasília, Sarney afirmou que a Conferência
representava a “pré-Constituinte da Saúde”.
Durante cinco dias, quase cinco mil pessoas, entre
delegados e observadores, discutiram a saúde em 98 grupos
de trabalho. Três macrotemas reuniram os grupos: Saúde
como direito, Reformulação do Sistema Nacional de Saúde
e Financiamento do setor.
Um dos grandes momentos da Oitava foi o
consenso obtido em torno da criação do Sistema Único
Descentralizado de Saúde (Suds), que depois se
transformaria no SUS.
MOVIMENTO PELA REFORMA SANITÁRIA
O termo “Reforma Sanitária” foi usado pela
primeira vez no país em função da reforma sanitária
italiana. A expressão ficou esquecida por um tempo até ser
recuperada nos debates prévios à 8ª Conferência Nacional
de Saúde, quando foi usada para se referir ao conjunto de
idéias que se tinha em relação às mudanças e
transformações necessárias na área da saúde. Essas
mudanças não abarcavam apenas o sistema, mas todo o
setor saúde, introduzindo uma nova idéia na qual o
resultado final era entendido como a melhoria das
condições de vida da população. No início das articulações,
o movimento pela reforma sanitária não tinha uma
denominação específica. Era um conjunto de pessoas com
idéias comuns para o campo da saúde. Em uma reunião na
Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) em Brasília,
esse grupo de pessoas, entre os quais estava Sergio Arouca,
foi chamado de forma pejorativa de “partido sanitário”.
A forma de olhar, pensar e refletir o setor saúde
nessa época era muito concentrada nas ciências biológicas
e na maneira como as doenças eram transmitidas. Há uma
primeira mudança quando as teorias das ciências sociais
começam a ser incorporadas. Essas primeiras teorias, no
entanto, estavam muito ligadas às correntes funcionalistas,
que olhavam para a sociedade como um lugar que tendia a
viver harmonicamente e precisava apenas aparar arestas
entre diferentes interesses. A grande virada da abordagem
da saúde foi a entrada da teoria marxista, o materialismo
dialético e o materialismo histórico, que mostra que a
doença está socialmente determinada.
A partir daí, pode-se dizer que foi fundada uma teoria
médico-social para análise de como as coisas se processam no
campo da saúde no país.
REFORMA URBANA
No início do século XX, o Rio de Janeiro possuía
Enfermagem
119/2
uma característica que era sua beleza enquanto capital
federal. O Rio de Janeiro estava com uma grande formação
de novos bairros e ruas, mas apesar disto, havia uma
condensação muito grande das novas relações econômicas
capitalistas. Como se instalava um surto de epidemias
talvez até mortíferas começam a ser discutido em formas
de debates no Rio de Janeiro, os problemas de saúde que
começavam a afetar a população. "Higienistas lutaram e
foram os primeiros a discutirem no Rio sobre as condições
de vida, propondo intervenções drásticas para restaurar o
equilíbrio do organismo urbano". Os Higienistas
condenavam as condições precárias existentes na cidade
como, corpos enterrados nas igrejas, animais mortos por
todos os lados e muito lixo amontoados, isto fazia com que
a proliferação de doenças aumentasse ainda mais.
Rodrigues Alves assumiu a presidência da
República no ano de 1906, tinha como um de seus projetos
principais atacar o mal que assombrava toda a capital, que
era a febre amarela, a varíola e a peste bubônica. A
modernização do porto e remodelagem da cidade estava
dentro deste projeto. Com grande responsabilidade em
manter a cidade limpa, e longe de tantas doenças
infecciosas, Alves nomeia Pereira Passos e o médico
Osvaldo Cruz para se empenharem junto à ele nesta
reforma sanitarista. Rodrigues Alves, presidente do Brasil
de 15 de novembro de 1902 até 15 de novembro de
1906. Logo após ser nomeado pelo presidente Rodrigues
Alves, o médico responsável pelo saneamento, Osvaldo
Cruz assume o cargo em 1903. O Rio de Janeiro perde a
sua supremacia como exportador de café, e inicia em 1904
uma modernização capaz de dar a si mesmos ares de uma
cidade luxuosa. A Avenida central foi toda remodelada, as
casas retratavam o século XX. Francisco Pereira Passo
executava planos de melhoramentos da prefeitura, e esta
remodelagem dava a cidade uma sensação de pura
higiene . Pereira Passos começou então a investir na cidade
como nunca havia visto antes. Queria implantar formas de
trabalho diferentes daquelas que havia existido antes.
REVOLTA DA VACINA
A Revolta da Vacina, foi o movimento social e
urbano que marcou a sociedade politicamente durante a
Primeira Republica do Brasil. No dia 09 de Novembro de
1904, é publicado oficialmente o plano da vacinação
obrigatória contra a Varíola. A partir deste momento, se
desencadeia um debate transpondo as dimensões do
legislativo. O governo tinha grande interesse nesta medida,
e era apoiado pela maioria no Congresso. Por outro lado,
podemos dizer que existia uma minoria parlamentar
constituída pela imprensa não governamentista, e até
mesmo a população do Rio de Janeiro que resistia a essa
idéia da tal implantação da vacina. O governo negava que
a implantação era inegável e imprencindível para a
firmação da saúde pública no País.A oposição, com grande
furor e totalmente enraivecidos, respondiam ao governo
que os métodos de aplicação no caso da lei Brasileira, eram
pouco confiáveis, e que os enfermeiros e os profissionais
da saúde agiam com grande brutalidade.
Estes mesmos opositores alegaram ainda mais que
se realmente o governo acreditasse nas qualidades da
vacina e também as suas necessidades então, deixasse a
cada consciência, a liberdade de decidir para a sua
aplicação ou não, e que cada um escolhesse a condição que
melhor lhe conviesse.
CRIAÇÃO DO SUS
Antes do advento do Sistema Único de Saúde
(SUS), a atuação do Ministério da Saúde se resumia às
atividades de promoção de saúde e prevenção de
doenças (por exemplo,vacinação), realizadas em caráter
universal, e à assistência médico-hospitalar para poucas
doenças; servia aos indigentes, ou seja, a quem não tinha
acesso ao atendimento pelo Instituto Nacional de
Assistência Médica da Previdência Social. O INAMPS foi
criado peloregime militar em 1974 pelo desmembramento
do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), que
hoje é o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS);
era uma autarquiafiliada ao Ministério da Previdência e
Assistência Social (hoje Ministério da Previdência Social),
e tinha a finalidade de prestar atendimento médico aos que
contribuíam com aprevidência social, ou seja,
aos empregados de carteira assinada.
O INAMPS dispunha de estabelecimentos
próprios, mas a maior parte do atendimento era realizado
pela iniciativa privada; os convênios estabeleciam
a remuneração por procedimento, consolidando a lógica de
cuidar da doença e não da saúde.
O movimento da Reforma Sanitária nasceu no
Enfermagem
120/2
meio acadêmico no início da década de 70 como forma de
oposição técnica e política ao regime militar, sendo
abraçado por outros setores da sociedade e pelo partido de
oposição da época — o Movimento Democrático
Brasileiro (MDB), atual Partido do Movimento
Democrático Brasileiro (PMDB). Em meados da década de
70, com o fim do milagre econômico, ocorreu uma crise do
financiamento da previdência social, com repercussões no
INAMPS. Em 1979 o generalJoão Baptista
Figueiredo assumiu a presidência com a promessa de
abertura política, e de fato a Comissão de Saúde da Câmara
dos Deputadospromoveu, no período de 9 a11 de
outubro de 1979, o I Simpósio sobre Política Nacional
deSaúde, que contou com participação de muitos dos
integrantes do movimento e chegou a conclusões altamente
favoráveis ao mesmo; ao longo da década de 80 o
INAMPS passaria por sucessivas mudanças com
universalização progressiva do atendimento, já numa
transição com o SUS.A 8ª Conferência Nacional de
Saúde foi um marco na história do SUS por vários
motivos.
Foi aberta em 17 de março de 1986 por José Sarney, o
primeiro presidente civil após a ditadura, e foi a primeira CNS a
ser aberta à sociedade; além disso, foi importante na propagação
do movimento da Reforma Sanitária. A 8ª CNS resultou na
implantação do Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde
(SUDS), um convênio entre o INAMPS e os governos estaduais,
mas o mais importante foi ter formado as bases para aseção "Da
Saúde" da Constituição brasileira de 5 de outubro de 1988.
A Constituição de1988 foi um marco na história da saúde
pública brasileira, ao definir a saúde como "direito de todos e
dever do Estado".
A implantação do SUS foi realizada de forma gradual: primeiro
veio o SUDS; depois, a incorporação do INAMPS ao Ministério
da Saúde (Decreto nº 99.060, de 7 de março de 1990); e por fim
a Lei Orgânica da Saúde (Lei nº 8.080, de 19 de
setembro de 1990) fundou o SUS. Em poucos meses foi lançada
a Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990, que imprimiu ao SUS
uma de suas principais características: o controle social, ou seja, a
participação dos usuários (população) na gestão do serviço. O
INAMPS só foi extinto em 27 de julho de 1993 pela Lei nº 8.689.
LEI ORGÂNICA DO SUS – 8080/90
Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e
recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos
serviços correspondentes
Regula em todo território nacional, as ações e serviços de saúde
público privado.
Define saúde como: um direito fundamental do ser humano,
devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno
exercício.
A iniciativa privada ,pode participar do SUS de maneira
COMPLEMENTAR
O dever do Estado de garantir a saúde consiste na formulação e
execução de políticas econômicas e sociais que visem à redução
de riscos de doenças e de outros agravos
Também é dever do estado estabelecimento de condições que
assegurem acesso universal e igualitário às ações e aos serviços
para a sua promoção, proteção e recuperação.
São fatores determinantes de saúde:
• Alimentação
• Moradia
• Saneamento Básico
• Trabalho
• Renda
• Educação
• Atividade física
• Transporte
• Lazer
Esta lei também define as regras para o funcionamento do SUS.
O SUS pode ser definido como: O conjunto de ações e serviços
de saúde, prestados por órgãos e instituições públicas federais,
estaduais e municipais, da Administração direta e indireta e das
fundações mantidas pelo Poder Público
OBJETIVOS DO SUS
• A identificação e divulgação dos fatores condicionantes e
determinantes da saúde
• A formulação de política de saúde destinada a promover, nos
campos econômico e social
• A assistência às pessoas por intermédio de ações de
promoção, proteção e recuperação da saúde
ÁREAS DE ATUAÇÃO DO SUS
• Executar ações de: Vigilância sanitária; vigilância
epidemiológica; saúde do trabalhador e assistência farmacêutica,
assistência terapêutica
• Formular políticas de saúde
• Ordenar a formação de recursos humanos para saúde
• Vigilância nutricional e alimentar
• Proteção do meio ambiente
• o controle e a fiscalização de serviços, produtos e substâncias de
interesse para a saúde
• a fiscalização e a inspeção de alimentos, água e bebidas para
consumo humano;
• a participação no controle e na fiscalização da produção,
transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos
psicoativos, tóxicos e radioativos;
• a formulação e execução da política de sangue e seus derivados
Enfermagem
121/2
OBS: Lei Orgânica da Saúde - 8.080/90 e seu mais
novo princípio. A Lei 13.427 de 30 de março de 2017, não traz apenas
uma ação/serviço - ela altera o artigo 7º da LOS 8.080/90
e inclui um NOVO PRINCÍPIO, que garante às
mulheres a organização de atendimento público
especifico e especializado para mulheres e vítimas de
violência domesticas em geral.
Este Lei DEFINE VIGILANCIA EPIDEMIOLOGICA como:
é um conjunto de ações que proporcionam o conhecimento, a
detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores
determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva.
Esta lei DEFINE SAUDE DO TRABALHADOR como:
conjunto de atividades que se destina à promoção e proteção da
saúde dos trabalhadores
O SUS corresponde um Sistema Único de Saúde, formado por
várias Instituições das 3 esferas do governo: FEDERAL,
ESTADUA, MUNICIPAL.
A Constituição Federal define em seu ártico 198 o SUS como:
um conjunto de ações e serviços integrantes de uma rede
regionalizada e hierarquizada
Princípios do SUS SEGUNDO A CONSTITUIÇÃO
FEDERAL: Universalidade, Integralidade, Equidade.
Diretrizes do SUS SEGUNDO A CONSTITUIÇÃO
FEDERAL: Descentralização (político administrativa),
Atendimento Integral, Participação da Comunidade.
Os princípios do SUS ainda podem ser divididos em
DOUTRINÁRIOS e ORGANIZACIONAIS.
Princípios Organizacionais – Descentralização, regionalização,
hierarquização, participação da comunidade.
• Descentralização – entendida como uma redistribuição das
responsabilidades quanto às ações e serviços de saúde entre os três
níveis de governo – federal, estadual e municipal, estabelecendo-
se a descentralização político-administrativo, com a direção única
em cada esfera de governo, com ênfase na municipalização e na
regionalização e hierarquização da rede de serviços de saúde.
• Regionalização - Refere-se à forma de organização do
sistema de saúde com base territorial e populacional e
visa uma adequada distribuição de serviços para a
promoção da equidade de acesso, otimização dos
recursos e racionalidade de gastos.
• Hierarquização – Preconiza-se a organização do
sistema de saúde por níveis de atenção de complexidade
crescente com fluxos assistenciais estabelecidos entre os
serviços de modo a garantir assistência integral e
resolutiva à população. O acesso da população à rede
deve iniciar-se pelo serviço de atenção básica que
necessita estar qualificada para tender e resolver os
principais problemas de saúde, encaminhando-se para
outros níveis de atenção os casos cuja resolução necessita
de serviços de maior complexidade tecnológica.
• Participação e controle social – garante a participação
da população, por meio de suas entidades
representativas, no processo de formulação das políticas
públicas de saúde, do controle e de sua execução. De
acordo com a Lei 8.142/90 a participação no SUS se dá
por meio das Conferências de Saúde e dos Conselhos de
Saúde.
Os Conselhos de Saúde representam instâncias
de participação popular de caráter permanente e
deliberativo sobre os rumos das políticas públicas de
saúde nas três esferas de governo (municipal, estadual e
federal) e são constituídos por representantes dos
usuários, do trabalhadores e prestadores dos serviços.
As Conferências Nacionais de Saúde também são
instancias de participação e controle social do SUS e devem
acontecer a cada quatro anos com a representação dos vários
segmentos (usuários, trabalhadores e prestadores de serviços) para
avaliar a situação de saúde e discutir as diretrizes e rumo da
política de saúde no país. Também participam do controle social
do SUS o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS)
e o Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde
(CONASEMS).
Princípios Doutrinários – Universalidade, Integralidade,
Igualdade.
• Universalidade – assegura o acesso a toda a população aos
serviços de saúde, em todos os níveis de assistência, sem
preconceitos ou privilégios de qualquer espécie.
• Equidade – preconiza que a disponibilidade de serviços de saúde
considere as diferenças entre os grupos populacionais e
indivíduos, de modo a priorizar aqueles que apresentam maior
necessidade em função de situação de risco e das condições de
vida e saúde, defendendo-se um princípio de justiça social na
busca de correção das iniquidades sociais e em saúde.
• Integralidade –É compreendida “como um conjunto
articulado e contínuo de ações e serviços preventivos e
curativos, individuais e coletivos, exigido para cada caso,
em todos os níveis de complexidade do sistema”. Para
tanto, preconiza-se a articulação entre a prevenção, a
promoção e a recuperação no cuidado a cada cidadão que
utiliza os serviços do SUS, além das ações intersetoriais
para o alcance de melhores níveis de saúde individual e
coletiva.
PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DO SUS SEGUNDO A LEI
8080
• Todos os Princípios de Diretrizes Previstos na CF
• Direito a Informação (sobre sua Saúde – sobre os serviços de
saúde)
• Preservação da Autonomia do paciente
• Utilização da Epidemiologia para Planejamento
• Regionalização e Hierarquização
• Integração
• Resolutividade
• Conjugação de Recursos
Enfermagem
122/2
A direção do SUS é ÚNICA sendo exercida em cada esfera do
governo.
Esta lei Fixa que para a direção do SUS devem ser criadas
comissão permanentes de integração.
As comissões permanentes de integração terão por finalidade
propor prioridades, métodos e estratégias para a formação e
educação continuada dos recursos humanos no SUS na esfera
correspondente.
São comissões permanentes de integração: As Comissões
Intergestores Bipartite e Tripartite
CIB – Composta pela esfera estadual e municipal e seus membros
são representantes dos secretários Estaduais e Municipais de
Saúde
CIT – Composta pelas três esferas e seus membros são compostos
por representantes do MS, Canass, Conasesm
RESPONSABILIDADES DOS GESTORES DA ESFERA
FEDERAL
Formular e controlar a política nacional de saúde
Orientar o conjunto de ações de promoção, proteção e recuperação
da saúde.
RESPONSABILIDADES DOS GESTORES DA ESFERA
ESTADUAL
Coordenar as ações de saúde no estado
Elaborar o plano estadual de saúde
Corrigir distorções
Controle e avaliação
Ações de apoios aos municípios
RESPONSABILIDADES DOS GESTORES DA ESFERA
MUNICIPAL
Programar, executar e avaliar ações de promoção, proteção e
recuperação da saúde.
PARTICIPAÇÃO DOS SERVIÇOS PRIVADOS DE
ASSISTÊMCIA A SAÚDE NO SUS
Os serviços privados de assistência à saúde caracterizam-se pela
atuação, por iniciativa própria, de profissionais liberais,
legalmente habilitados, e de pessoas jurídicas de direito privado
na promoção, proteção e recuperação da saúde
A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.
É permitida a participação direta ou indireta, inclusive controle,
de empresas ou de capital estrangeiro na assistência à saúde nos
seguintes casos:
• doações de organismos internacionais vinculados à Organização
das Nações Unidas
• pessoas jurídicas destinadas a instalar, operacionalizar ou explora:
hospitais gerais, hospitais filantrópico, ações de pesquisa e
planejamento familiar.
• serviços de saúde mantidos, sem finalidade lucrativa
• demais casos previstos em legislação específica
FINANCIAMENTO DO SUS E GESTÃO FINANCEIRA
O orçamento da seguridade social destinará ao Sistema Único de
Saúde (SUS) de acordo com a receita estimada, os recursos
necessários à realização de suas finalidades, previstos em proposta
elaborada pela sua direção nacional, com a participação dos
órgãos da Previdência Social e da Assistência Social
As receitas geradas no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS)
serão creditadas diretamente em contas especiais, movimentadas
pela sua direção, na esfera de poder onde forem arrecadadas.
Os planos de saúde serão a base das atividades e programações de
cada nível de direção do Sistema Único de Saúde (SUS), e seu
financiamento será previsto na respectiva proposta orçamentária.
LEI 8142/90
Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema
Único de Saúde (SUS} e sobre as transferências
intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde e dá
outras providências.
Instancias colegiadas que fazem parte do SUS: Conferencia De
Saúde e Conselho de Saúde
CONFERENCIA DE SAÚDE – Se Reúne a cada 04 anos –
representação dos vários segmentos sociais – tem o objetivo de
avaliar a condição atual de saúde e propor mudanças.
CONSELHO DE SAÚDE – carater deliberativo e permanente –
composto por membros do governo , profissionais de saúde e
população – atua na formulação de políticas de saúde.
Os membros do governo que participaram do conselho de saúde
serão de dois grupos: CONASS E CONASESMS
Os recursos do FNS serão distribuidos de acordo com:
• Despesas de custeio e de capital do Ministério da Saúde, seus
órgãos e entidades, da administração direta e indireta;
• investimentos previstos em lei orçamentária, de iniciativa do
Poder Legislativo e aprovados pelo Congresso Nacional;
• Investimentos previstos no Plano Qüinqüenal do Ministério da
Saúde;
• Cobertura das ações e serviços de saúde a serem implementados
pelos Municípios, Estados e Distrito Federal.
Art. 3° Os recursos referidos no inciso IV do art. 2° desta lei serão
repassados de forma regular e automática para os Municípios,
Estados e Distrito Federal, de acordo com os critérios previstos no
art. 35 da Lei n° 8.080, de 19 de setembro de 1990.
(LEI 8080/90) Art. 35. Para o estabelecimento de valores a serem
transferidos a Estados, Distrito Federal e Municípios, será
utilizada a combinação dos seguintes critérios, segundo análise
técnica de programas e projetos:
I - perfil demográfico da região;
II - perfil epidemiológico da população a ser coberta;
III - características quantitativas e qualitativas da rede de saúde na
área;
IV - desempenho técnico, econômico e financeiro no período
anterior;
V - níveis de participação do setor saúde nos orçamentos estaduais
e municipais;
VI - previsão do plano qüinqüenal de investimentos da rede;
VII - ressarcimento do atendimento a serviços prestados para
outras esferas de governo.
Art. 4° Para receberem os recursos, de que trata o art. 3° desta lei,
os Municípios, os Estados e o Distrito Federal deverão contar
com:
• Fundo de Saúde
• Conselho de Saúde
• Plano de Saúde
• Relatório de gestão que premia o controle, conforme o paragrafo
4 do artigo 33 da lei 8080
O Ministério da Saúde acompanhará, através de seu sistema de
auditoria, a conformidade à programação aprovada da aplicação
dos recursos repassados a Estados e Municípios. Constatada a
malversação, desvio ou não aplicação dos recursos, caberá ao
Ministério da Saúde aplicar as medidas previstas em lei.
Enfermagem
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ASPS – Ações e Serviços Públicos de Saúde
NOB 96
As Normas Operacionais Básicas (NOBs) surgem para definir
estratégias e movimentos táticos, que orientam a operacionalidade
do sistema.
O principal objetivo da NOB 96 é promover e consolidar o pleno
exercício por parte do poder público mucipal e do Distrito Federal,
da função de gestor da atenção à saúde dos seus municípios.
Para isto é necessario aperfeiçoar a gestão dos serviços de saúde
no país e a própria organização do sistema, visto que o município
passa a ser, de fato, o responsável imediato pelo atendimento das
necessidades de saúde do seu povo.
A atenção à saúde, que encerra todo o conjunto de ações levadas
a efeito pelo SUS, em todos os níveis de governo, compreende três
grandes campos, a saber:
• da assistência: em que as atividades são dirigidas às pessoas,
individual ou coletivamente, e que é prestada no âmbito
ambulatorial e hospitalar, bem como em outros espaços,
especialmente no domiciliar;
• das intervenções ambientais: incluindo as relações e as condições
sanitárias nos ambientes de vida e de trabalho, o controle de
vetores e hospedeiros e a operação de sistemas de saneamento
ambiental;
• das políticas externas ao setor saúde: que interferem nos
determinantes sociais do processo saúde-doença das
coletividades, como emprego, à habitação, à educação, ao lazer e
à disponibilidade e qualidade dos alimentos.
A composição harmônica, integrada e modernizada do SUS visa,
fundamentalmente, atingir a dois propósitos essenciais à
concretização dos ideais constitucionais e, portanto, do direito à
saúde, que são:
a) a consolidação de vínculos entre diferentes segmentos
sociais e o SUS; e
b) a criação de condições elementares e fundamentais para a
eficiência e a eficácia gerenciais, com qualidade.
O segundo propósito é factível, na medida em que estão
perfeitamente identificados os elementos críticos essenciais a uma
gestão eficiente e a uma produção eficaz, a saber:
a) a clientela que, direta e imediatamente, usufrui dos serviços;
b) o conjunto organizado dos estabelecimentos produtores desses
serviços;
c) a programação pactuada, com a
correspondente orçamentação participativa.
As ações de auditoria analítica e operacional constituem
responsabilidades das três esferas gestoras do SUS, o que exige a
estruturação do respectivo órgão de controle, avaliação e
auditoria, incluindo a definição dos recursos e da metodologia
adequada de trabalho.
É função desse órgão definir, também, instrumentos para a
realização das atividades, consolidar as informações necessárias,
analisar os resultados obtidos em decorrência de suas ações,
propor medidas corretivas e interagir com outras áreas da
administração.
Os recursos de custeio da esfera federal destinados à assistência
hospitalar e ambulatorial, conforme mencionado anteriormente,
configuram o TFA, e os seus valores podem ser executados
segundo duas modalidades:
Transferência Regular e Automática (Fundo a Fundo) e
Remuneração por Serviços Produzidos.
Transferência Regular e Automática Fundo a Fundo: Consiste na
transferência de valores diretamente do Fundo Nacional de Saúde
aos fundos estaduais e municipais;
Piso Assistencial Básico (PAB): consiste em um montante de
recursos financeiros destinado ao custeio de procedimentos e
ações de assistência básica, de responsabilidade tipicamente
municipal.
Esse Piso é definido pela multiplicação de um valor per
capita nacional pela população de cada município (fornecida pelo
IBGE).
NOAS 01/2001
Amplia as responsabilidades dos municípios na atenção básica
Estabelece o processo de regionalização
Cria mecanismos de fortalecimento da gestão do SUS.
Atualiza critérios de habilitação / desabilitação de estados e
municípios
NOAS 01/2002
Preconiza: planejamento integrado; garantia de acesso;
hierarquização dos serviços de saúde; resolubilidade;
racionalização dos recursos
Estabelece: 02 tipos de gestão para habilitação dos municípios, são
eles: Gestão plena da atenção básica ampliada; Gestão plena dos
sistemas de saúde
Gestão plena da atenção básica ampliada: os municípios passam a
Enfermagem
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gerir todas as unidades básicas de saúde em seu território
São consideradas condições mínimas para habilitação tais como:
clinica médica; pediatria; ginecologia; clinica geral; sérvios de
vigilância sanitária; ações epidemiológicas (tubercuose.
Hipertensão, diabetes, hanseníase)
Regionalização: Estados – Regiões de Saúde – microregioes –
municípios (pólo e sede) - distritos
PDR – Plano diretor de regionalização: instrumento de gestão para
regionalização
Região Sede: Base territorial de planejamento de atenção a saúde,
não necessária mente coincide com a base administrativa do
estado.
Módulo assistencial: é constituído por município sede e município
pólo
Município Sede: ter capacidade de ofertar a totalidade dos
serviços de saúde
Município pólo: município que serve de referencia em saúde paa
os outros municípios.
Garantias segundo o PDR: Assistência pré-natal e patos;
Acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil;
Ações de prevenção e promoção a saúde; Tratamento de
intercorrências mais comuns na infância; Acompanhamento de
pessoas com doenças crônicas de alta prevalência
DECRETO 7508
Este Decreto regulamenta a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de
1990, para dispor sobre a organização do Sistema Único de Saúde
- SUS, o planejamento da saúde, a assistência à saúde e a
articulação interfederativa.
Região de Saúde - espaço geográfico contínuo constituído por
agrupamentos de Municípios limítrofes, delimitado a partir de
identidades culturais, econômicas e sociais e de redes de
comunicação e infraestrutura de transportes compartilhados, com
a finalidade de integrar a organização, o planejamento e a
execução de ações e serviços de saúde;
Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde - acordo de
colaboração firmado entre entes federativos com a finalidade de
organizar e integrar as ações e serviços de saúde na rede
regionalizada e hierarquizada, com definição de
responsabilidades, indicadores e metas de saúde, critérios de
avaliação de desempenho, recursos financeiros que serão
disponibilizados.
Portas de Entrada - serviços de atendimento inicial à saúde do
usuário no SUS
Comissões Intergestores - instâncias de pactuação consensual
entre os entes federativos para definição das regras da gestão
compartilhada do SUS
Mapa da Saúde - descrição geográfica da distribuição de recursos
humanos e de ações e serviços de saúde ofertados pelo SUS e pela
iniciativa privada.
Rede de Atenção à Saúde - conjunto de ações e serviços de saúde
articulados em níveis de complexidade crescente, com a finalidade
de garantir a integralidade da assistência.
Serviços Especiais de Acesso Aberto - serviços de saúde
específicos para o atendimento da pessoa que, em razão de agravo
ou de situação laboral, necessita de atendimento especial
Protocolo Clínico e Diretriz Terapêutica - documento que
estabelece: critérios para o diagnóstico da doença ou do agravo à
saúde; o tratamento preconizado, com os medicamentos e demais
produtos apropriados
Poderão ser instituídas Regiões de Saúde interestaduais,
compostas por Municípios limítrofes.
Para que uma região de saúde possa ser constituída, ele deve
apresentar no mínimo:
• Atenção Primária
• Urgência e Emergência
• Atenção Psicossocial
• Atenção Ambulatorial Especializada e Hospitalar
• Vigilância em saúde.
Os entes federativos definirão os seguintes elementos em relação
às Regiões de Saúde:
I - seus limites geográficos;
II - população usuária das ações e serviços;
III - rol de ações e serviços que serão ofertados; e
IV - respectivas responsabilidades, critérios de acessibilidade e
escala paraconformação dos serviços.
São consideradas portas de entrada no SUS: Atenção Primária;
atenção de urgência e emergência; atenção psicossocial; especiais
de acesso aberto.
Os serviços de atenção hospitalar e os ambulatoriais
especializados, entre outros de maior complexidade e densidade
tecnológica, serão referenciados pelas Portas de Entrada de que
trata o art. 9º.
O acesso universal e igualitário às ações e aos serviços de saúde
ser ordenado pela atenção primária e deve ser fundado na
avaliação da gravidade do risco individual e coletivo e no critério
cronológico, observadas as especificidades previstas para pessoas
com proteção especial
Ao usuário será assegurada a continuidade do cuidado em saúde,
em todas as suas modalidades, nos serviços, hospitais e em outras
unidades integrantes da rede de atenção
O processo de planejamento da saúde será ascendente e integrado,
do nível local até o federal
O Conselho Nacional de Saúde estabelecerá as diretrizes a serem
observadas na elaboração dos planos de saúde, de acordo com as
características epidemiológicas e da organização de serviços nos entes
federativos e nas Regiões de Saúde.
O Mapa da Saúde será utilizado na identificação das necessidades
de saúde e orientará o planejamento integrado dos entes
federativos, contribuindo para o estabelecimento de metas de
saúde.
A integralidade da assistência à saúde se inicia e se completa na
Rede de Atenção à Saúde, mediante referenciamento do usuário
na rede regional e interestadual, conforme pactuado nas
Comissões Intergestores.
Relação Nacional de Ações e Serviços de Saúde - RENASES
compreende todas as ações e serviços que o SUS
O Ministério da Saúde disporá sobre a RENASES em âmbito
Enfermagem
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nacional, observadas as diretrizes pactuadas pela CIT.
A Relação Nacional de Medicamentos Essenciais – RENAME
compreende a seleção e a padronização de medicamentos
indicados para atendimento de doenças ou de agravos no âmbito
do SUS.
O acesso universal e igualitário à assistência farmacêutica
pressupõe, cumulativamente:
I - estar o usuário assistido por ações e serviços de saúde do SUS;
II - ter o medicamento sido prescrito por profissional de saúde, no
exercício regular de suas funções no SUS;
III - estar a prescrição em conformidade com a RENAME e os
Protocolos Clínicos e
Diretrizes Terapêuticas ou com a relação específica complementar
estadual, distrital ou municipal de medicamentos; e
IV - ter a dispensação ocorrido em unidades indicadas pela direção
do SUS.
As Comissões Intergestores pactuarão a organização e o
funcionamento das ações e serviços de saúde integrados em redes
de atenção à saúde, sendo:
I - a CIT, no âmbito da União, vinculada ao Ministério da Saúde
para efeitos administrativos e operacionais;
II - a CIB, no âmbito do Estado, vinculada à Secretaria Estadual
de Saúde para efeitos administrativos e operacionais; e
III - a Comissão Intergestores Regional - CIR, no âmbito regional,
vinculada à Secretaria Estadual de Saúde para efeitos
administrativos e operacionais, devendo observar as diretrizes da
CIB.
PACTO PELA SAÚDE/ 2006
É o conjunto de instrumentos que abrangem a repolitização do
debate do SUS e a qualificação do controle social – permitindo o
seu acompanhamento através de metas e de responsabilidades
claras.
O pacto pela saúde, tem o objetivo principal de organizar o
funcionamento do SUS, em acordo com a constituição e com a lei
8080/90
Dificuldades
• O pacto pela Saúde, encontrou algumas dificuldades no SUS, são
elas:
• Regras Ultrapassadas e contraditórias
• Meio extremamente burocrático par conselheiros e gestores
• Dificuldade do SUS em funcionar como um sistema integrado
• Dificuldade da comunidade de exercer a fiscalização
Pacto pela Saúde
Busca preservar os Princípios norteadores e organizacionais do
SUS previstos na CF e nas leis 8080/90 e 8142/90
O pacto pela saúde contempla as três dimensões que se relacionam
1. Pacto pela Vida
2. Pacto em defesa do SUS
3. Pacto de Gestão do SUS
Pacto pela Vida
Foco: estabelecer prioridades a serem assumidas pelos gestores
dos três esferas. Definidas nacionalmente.
Objetivo: enfrentar os principais problemas de saúde que incidem
sobre o país,os estados e os municípios.
Cada esfera deve eleger suas próprias prioridades, independente
das prioridades nacionais
Olha para o contexto de saúde, afim de definir prioridades para
melhorar a saúde da população.
Esse pacto prima pelo modelo horizontalizado e ascendente de
prioridades.
Prioridades – Pacto pela Vida
Prioridades definidas no ano de 2008 segundo a portaria
325/GM
1. Saúde do Idoso
2. Câncer de colo de útero e de mama
3. Mortalidade infantil e materna
4. Doenças emergente e endemias
5. Promoção da saúde
6. Atenção básica de saúde
7. Saúde do trabalhador
8. Saúde mental
9. Fortalecimento da resposta do sistema a pessoa com deficiência
10. Atenção integral a pessoa com risco de violência
11. Saúde do homem
Pacto em Defesa do SUS
Foco: promoção e efetivação dos direitos a saúde.
Objetivo: Reforçar o SUS como política de Estado e não como
política de governo.
Defender os princípios norteadores do SUS
Prioridades do Pacto em Defesa do SUS
Implementar um Projeto permanente de mobilização social com a
finalidade de:
➢ Divulgar a saúde como um direito de todos e dever do estado
➢ Elaborar e divulgar cartas com os direitos dos usuários do SUS
Mobilizar a sociedade para que se tenha mais recursos para a saúde
➢ Alcançar a curto prazo a regulamentação da Emenda
constitucional 29
➢ Garantir, a longo prazo, aumentar os recursos orçamentários e
financeiros para a saúde.
➢ Aprovar orçamentos do SUS, composto pelas três esferas do
governo
Pacto de Gestão do SUS
• Definiu melhor a responsabilidade de cada esfera do governo.
• Deixando claro, além das responsabilidades o processo de
monitoramento e avaliação dos gestores.
• Propõe a descentralização de atribuições do Ministério da Saúde
para os estados e municípios
• Reforça a territorialização da saúde, estruturando as regiões
sanitária se instituindo colegiados de gestão regional.
• Ressalta a importância da participação social no controle do SUS
Enfermagem
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• As prioridades do Pacto de Gestão do SUS incluem:
o Definir a responsabilidade sanitária de cada instância gestora do
SUS
o Estabelecer as diretrizes para a gestão do SUS no que diz respeito
a
▪ Regionalização
▪ Financiamento
▪ Programa pactuado integrado
▪ Participação e controle social
▪ Planejamento e gestão do trabalho e educação em saúde.
▪
• Temas que constituem o Pacto de Gestão do SUS:
o Atenção Básica
o ESF
o Assistência Farmacêutica
o Vigilância Sanitária
o Regionalização
Diretrizes de Regionalização
As diretrizes de regionalização tem como função organizar as
ações e serviços de saúde a partir de regiões sanitárias.
Assim o pacto identifica as seguintes regiões sanitárias:
• Intramunicipais
• Intraestaduais
• Interestaduais
• Fronteriças