apostila · 2019. 7. 23. · presença da tuberculose, febre amarela, varíola, lepra, malária e...

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APOSTILA ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 1 HISTÓRIA DA ENFERMAGEM O cuidar A palavra Cuidar vem do latim e segundo o dicionário Houaiss significa reparar; atentar para; prestar atenção em; fazer realizar com atenção; preocupar-se com; interessar-se por; responsabilizar-se; administrar; tratar; tratar da saúde, do bem estar; tomar conta. Os vários significados desta palavra, nos remete às ações desenvolvidas pela enfermagem e neste capitulo faremos uma breve revisão sobre a História da Enfermagem para que possamos entender como o cuidado surgiu, a Enfermagem, o período pré- profissional e profissional até chegarmos ao momento em que nos tornamos uma profissão. À partir daí, faremos uma breve viajem pela História da profissionalização da Enfermagem bem como, conhecermos os órgãos de classe representativos da profissão. A percursora da Enfermagem moderna no mundo: Florence Nightingale Falar da história da enfermagem sem mencionar Florence Nightingale é inadmissível tendo em vista a importância da atuação desta mulher no cenário do desenvolvimento da enfermagem como profissão. Florence Nightingale nasceu em Florença em 12 de Maio no ano de 1820 em uma família rica da sociedade inglesa. Foi educada por uma governanta e pelo pai, dominava várias línguas além do grego e do latim. Apesar de ser do período vitoriano no qual a mulher centrava seus esforços na casa e família, Florence estudou artes, matemática, filosofia, politica, história e economia tendo assim, uma educação muito superior às mulheres de sua época. Caracterizava-se como uma mulher inteligente e perspicaz de pensamento crítico, sensível, sonhadora, perfeccionista e com tendência à introspecção, com fortes crenças espiritualistas que regraram toda a sua vida que tinha imagem de Deus como ser absoluto e que lhe “chamava” para seu serviço a favor do sofrimento e dificuldades dos seres humanos. Esta atitude foi reforçada pelo Unitarismo (ramos do protestantismo; é uma corrente de pensamento teológico que afirma a unidade absoluta de Deus, entendem que Deus é um e único, o Pai de Jesus Cristo) e pela sensibilidade religiosa prevalente na Inglaterra vitoriana. Assim, convencida da sua vocação para o cuidado dos doentes, Florence com sua marcante personalidade enfrentou os obstáculos à sua participação na grande reforma sócio-político- sanitária que deflagrou em seu pais, reforma que rapidamente foi seguida por outros países. Florence viaja por diversos países e como resultado de suas viagens e experiências vividas, publicou dois livros “Notas sobre Hospitais” – 1858 e “Notas sobre Enfermagem” 1859, além de artigos relativos à saúde, saúde pública, sobre a Índia e as condições sanitárias do exército. Entre as atividades desenvolvidas sua participação na Guerra da Crimeia foi decisiva para marcar sua capacidade na organização do trabalho e dedicação no cuidado aos soldados feridos que possibilitou diminuir a mortalidade desses de 40% para 2%. Tal feito lhe rendeu reconhecimento nacional e oficial o que lhe possibilitou continuar servindo à administração inglesa como consultora da organização hospitalar de guerra além da inauguração, em 1860, da primeira escola de formação de enfermeiras. Nesse momento nasce à enfermagem moderna, tendo o ensino sistematizado, realizado por enfermeiras e organizado principalmente dento do espaço institucional hospitalar, naquele momento no Hospital St. Thomas. Houve propagação deste modelo de “enfermagem nightingaliana” para outros países, chegando ao Brasil apenas na década de 1920 como um modelo já influenciado pelo norte americano. No Brasil, uma mulher tal como Florence Nightingale, foi muito importante no cuidado aos soldados durante a Guerra do Paraguai, Ana Justina Ferreira Nery. Matriarca da Enfermagem no Brasil: Anna Justina Ferreira Nery. A Guerra do Paraguai no período de 1864 a 1879 quando o governo imperial brasileiro que unido à Argentina e Uruguai combateram ao então ditador Francisco Solano Lopes que com a intenção de ampliar o território paraguaio e conseguir Said para o oceano Atlântico, invadiu e conquistou o Mato Grosso. Ao obter

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Page 1: APOSTILA · 2019. 7. 23. · presença da tuberculose, febre amarela, varíola, lepra, malária e doenças venéreas. Havia naquela época uma escassez de profissionais, o que colaborou

APOSTILA

----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

1

HISTÓRIA DA ENFERMAGEM

O cuidar

A palavra Cuidar vem do latim e segundo o dicionário

Houaiss significa reparar; atentar para; prestar atenção em; fazer

realizar com atenção; preocupar-se com; interessar-se por;

responsabilizar-se; administrar; tratar; tratar da saúde, do bem

estar; tomar conta.

Os vários significados desta palavra, nos remete às ações

desenvolvidas pela enfermagem e neste capitulo faremos uma

breve revisão sobre a História da Enfermagem para que possamos

entender como o cuidado surgiu, a Enfermagem, o período pré-

profissional e profissional até chegarmos ao momento em que nos

tornamos uma profissão. À partir daí, faremos uma breve viajem

pela História da profissionalização da Enfermagem bem como,

conhecermos os órgãos de classe representativos da profissão.

A percursora da Enfermagem moderna no mundo:

Florence Nightingale

Falar da história da enfermagem sem mencionar Florence

Nightingale é inadmissível tendo em vista a importância da

atuação desta mulher no cenário do desenvolvimento da

enfermagem como profissão.

Florence Nightingale nasceu em Florença em 12 de Maio

no ano de 1820 em uma família rica da sociedade inglesa. Foi

educada por uma governanta e pelo pai, dominava várias línguas

além do grego e do latim. Apesar de ser do período vitoriano no

qual a mulher centrava seus esforços na casa e família, Florence

estudou artes, matemática, filosofia, politica, história e economia

tendo assim, uma educação muito superior às mulheres de sua

época.

Caracterizava-se como uma mulher inteligente e

perspicaz de pensamento crítico, sensível, sonhadora,

perfeccionista e com tendência à introspecção, com fortes crenças

espiritualistas que regraram toda a sua vida que tinha imagem de

Deus como ser absoluto e que lhe “chamava” para seu serviço a

favor do sofrimento e dificuldades dos seres humanos. Esta atitude

foi reforçada pelo Unitarismo (ramos do protestantismo; é uma

corrente de pensamento teológico que afirma a unidade absoluta

de Deus, entendem que Deus é um e único, o Pai de Jesus Cristo)

e pela sensibilidade religiosa prevalente na Inglaterra vitoriana.

Assim, convencida da sua vocação para o cuidado dos

doentes, Florence com sua marcante personalidade enfrentou os

obstáculos à sua participação na grande reforma sócio-político-

sanitária que deflagrou em seu pais, reforma que rapidamente foi

seguida por outros países.

Florence viaja por diversos países e como resultado de

suas viagens e experiências vividas, publicou dois livros “Notas

sobre Hospitais” – 1858 e “Notas sobre Enfermagem” 1859, além

de artigos relativos à saúde, saúde pública, sobre a Índia e as

condições sanitárias do exército.

Entre as atividades desenvolvidas sua participação na

Guerra da Crimeia foi decisiva para marcar sua capacidade na

organização do trabalho e dedicação no cuidado aos soldados

feridos que possibilitou diminuir a mortalidade desses de 40%

para 2%. Tal feito lhe rendeu reconhecimento nacional e oficial o

que lhe possibilitou continuar servindo à administração inglesa

como consultora da organização hospitalar de guerra além da

inauguração, em 1860, da primeira escola de formação de

enfermeiras.

Nesse momento nasce à enfermagem moderna, tendo o

ensino sistematizado, realizado por enfermeiras e organizado

principalmente dento do espaço institucional hospitalar, naquele

momento no Hospital St. Thomas. Houve propagação deste

modelo de “enfermagem nightingaliana” para outros países,

chegando ao Brasil apenas na década de 1920 como um modelo já

influenciado pelo norte americano.

No Brasil, uma mulher tal como Florence Nightingale,

foi muito importante no cuidado aos soldados durante a Guerra do

Paraguai, Ana Justina Ferreira Nery.

Matriarca da Enfermagem no Brasil: Anna Justina Ferreira

Nery.

A Guerra do Paraguai no período de 1864 a 1879 quando

o governo imperial brasileiro que unido à Argentina e Uruguai

combateram ao então ditador Francisco Solano Lopes que com a

intenção de ampliar o território paraguaio e conseguir Said para o

oceano Atlântico, invadiu e conquistou o Mato Grosso. Ao obter

Page 2: APOSTILA · 2019. 7. 23. · presença da tuberculose, febre amarela, varíola, lepra, malária e doenças venéreas. Havia naquela época uma escassez de profissionais, o que colaborou

Enfermagem

2/2

sucesso nesta primeira empreitada decidiu invadir o Rio Grande

do Sul só que para tanto precisou invadiu Corrientes, província

Argentina. Assim, decididos a não permitirem o avanço dos

planos deste ditador ocorreu em 1965 a tríplice aliança entre

Brasil, Argentina e Uruguai, os três países lutaram juntos para

deterem o Paraguai, que foi vencido na batalha naval de Riachuelo

e também na luta Uruguaiana.

Assim como na Guerra da Criméia onde muitos soldados

perderam a vida, Argentina e Uruguai sofreram muitas perdas com

cerca de 50% de suas tropas durante a guerra. E é neste cenário

que surge a figura de Anna Nery, que como voluntária, prestou

cuidados aos feridos.

Anna Nery nasceu em Cachoeira de Paraguaçu no estado

da Bahia, viúva do capitão de fragata Isidoro Antônio Néri, enviou

carta ao presidente da província da Bahia, Manuel Pinto de Souza

Dantas, oferecendo seus serviços voluntários no cuidado aos

soldados uma vez que seus filhos Pedro Antônio Néri, Isidoro

Antônio Néri Filho e Justiniano de Castro Rebelo além dos seus

irmãos Manual Jerônimo Ferreira e Joaquim Mauricio Ferreira,

ambos oficiais do Exército foram convocados para a guerra do

Paraguai.

Tendo sido aceito seu pedido, partiu da Bahia em 1865

para atuar como auxiliar do corpo de saúde do Exército, no

caminho para o campo de batalha, no Rio Grande do Sul, recebeu

orientações com as Irmãs da Caridade de São Vicente de Paulo,

sobre cuidados hospitalares. Atuou nos hospitais de Corrientes,

Salto, Humaitá, Curupaiti e Assunção, local onde montou uma

enfermeira fixa e trabalhou até o fim da guerra.

Retornou ao Brasil em 1870 quando foi condecorada com

as medalhas de prata humanitária e da campanha. Como

reconhecimento pelos serviços prestados recebeu do imperador

uma pensão vitalícia com a qual educou quatro órfãos trazidos do

Paraguai. Anna Nery faleceu em 20 de maio de 1880 no Rio de

Janeiro com 66 anos e como oficial de enfermagem de alto padrão

no Brasil inaugurada em 1923 como Escola de Enfermeiras do

Departamento Nacional de Saúde Publica que em 1926 passa a ser

denominada escola de Enfermeiras Donna Anna Nery.

Compreendendo a evolução histórica da enfermagem como

profissão no Brasil.

Antes de 1980, o exército da enfermagem no Brasil era

praticado com base na solidariedade humana, no misticismo, no

senso comum e também nas crendices, as ações de saúde

inicialmente estavam vinculadas ais rituais místicos, realizados na

própria tribo pelos pajés e feiticeiros, e às práticas domesticas

desenvolvidas pelas mulheres índias para o cuidado das crianças,

velhos e enfermos.

A chegada do colonizador europeu e dos negros africanos

trouxe mudanças no cenário nosológico brasileiro, tendo início

assim, a varias epidemias bem como a extinção dos nativos pela

presença da tuberculose, febre amarela, varíola, lepra, malária e

doenças venéreas. Havia naquela época uma escassez de

profissionais, o que colaborou para a proliferação do

curandeirismo.

A base da medicina brasileira deu-se por meio dos

conhecimentos empíricos que eram trazidos por navegantes,

colonos e missionários da medicina popular portuguesa.

O ensino médico no Brasil só ocorre com a chegada do

príncipe regente. Assim, a primeira forma de assistência aos

doente após a colonização ocorre por meio dos jesuítas que aqui

vieram com a missão de doutrinar pela fé cristã a população local.

São edificadas enfermarias nas proximidades dos colégios e

conventos (fundados pelos jesuítas), onde a assistência era

prestada pelos religiosos e posteriormente por voluntários e

escravos que passaram a executar essa atividade nas Santas Casas

de Misericórdia, fundadas a partir de 1543, onde eram atendidos

de forma precária os pobres e soldados.

Por essa época a prática da enfermagem era doméstica e

empírica, mais instintiva do que técnica, atendendo

prioritariamente a fins lucrativos de seus executores que, na

maioria, eram do sexo masculino.

As doenças infecciosas e contagiosas, trazidas pelos

europeus e escravos africanos tornaram-se um problema

econômico social, tendo em vista que se propagariam rápida e

progressivamente, tomando grandes proporções nos principais

núcleos urbanos. Desta forma, os países que comercializavam com

o Brasil advertem em relação às epidemias e endemias que

ameaçam as tripulações dos navios e a população local.

Como uma tentativa de conter as doenças que

ameaçavam a expansão comercial brasileira, o governo assume a

assistência à saúde com a criação de serviços públicos, tendo

maior vigilância e controle dos portos, estabelecendo períodos de

quarentena.

A Profissionalização da Enfermagem.

Ao rever a história da profissionalização da Enfermagem,

observa-se que, o seu desenvolvimento ocorreu basicamente em

três fases:

-Primeira fase: na qual a sua organização ocorreu sob o controle

de ordem religiosas.

-Segunda fase: pelo desenvolvimento de educação institucional e

das práticas da saúde pública.

-Terceira fase: que corresponde ao processo de profissionalização,

este deu pelo mesmo motivo na Europa, ou seja, os médicos que

iam estudar na Europa, quando voltavam traziam consigo os

conceitos da pasteurização e da assepsia além das ideias laicas dos

serviços de Enfermagem.

Os médicos brasileiros sentiam a necessidade de contar

com dóceis auxiliares, para que seus princípios e regras fossem

aceitos sem contestação. Assim, diversos cursos preparatórios

surgiram no pais onde a institucionalização do ensino de

enfermagem foi resultado de um processo político que demandava

pessoas com treinamento e características adequadas para

cuidados dos enfermos mentais.

O período anterior a 1890, quando não havia ainda a

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Enfermagem

3/2

institucionalização do ensino da Enfermagem, pode ser

considerado como período pré-profissional, passando a

profissional a partir de 1890, com a criação oficial da primeira

escola para preparar enfermeiros.

Desde que a Enfermagem foi inserida no sistema

universitário em 1937, quando a Escola de Enfermeiras Anna

Nery foi integrada a uma universidade, denominada à época de

Universidade do Brasil, a mais antiga do país, avanços fora

galgados o sentido de transformar a realidade até então vivenciada

pela categoria.

Divisão do Serviço de Enfermagem: surgimento da categoria

profissional

A primeira divisão do serviço de enfermagem ocorre no

final da década de 40, com o surgimento do primeiro curso de

auxiliar de Enfermagem, período em que ocorreu a

industrialização no Brasil e com ela o surgimento de vários

problemas de saúde pública inerentes às epidemias ocorridas pelas

péssimas condições de vida da população.

Nesse período inicia-se a urbanização e os trabalhadores

assalariados pressionam os governantes por direitos sociais e

como resultado ocorre à implicação dos serviços de saúde com

ênfase na assistência ao doente institucionalizado o que levou à

necessidade de formação especifica para o exercício da

enfermagem.

Colaborando com esse cenário, após a 2° Guerra

Mundial, ocorre a reorganização do ensino no pais que passa a ser

direcionado de acordo à lei de Diretrizes e Bases da Educação

(LDB) e assim, as escolas de enfermagem passam a ser

regulamentadas pelo Ministério da Educação e Saúde entre elas o

Curso de Auxiliar de Enfermagem que à partir de 1949 passa a ser

regulamentado oficialmente.

Desta forma, a partir da década de 1950 podem exercer a

enfermagem no pais profissional de nível médio, auxiliares e

atendentes de enfermagem sob a supervisão de enfermeiros ou

médicos o que fez aumentar muito o contingente destes

profissionais sendo então necessária a regulamentação do

exercício profissional que ocorreu com a promulgação da Lei

2.604 de 1955 regulamentada pelo Decreto 50.387 em 1961.

Nesse mesmo ano da regulamentação do exercício

profissional ocorre nova mudança na Lei de Diretrizes e bases com

estas houve a necessidade de novas alterações na estrutura dos

curso de enfermagem, assim ocorreram mudanças no ensino

superior havendo o surgimento do Curso Técnico de Enfermagem

pelos Pareceres N° .171 e N°.224 de 1966, nas Escolas de

Enfermagem Anna Nery e Luiza de Marilac. Ambas localizadas

no estado do Rio de Janeiro.

A criação do curso técnico de enfermagem teve como

proposito promover um avanço qualitativo e quantitativo de

pessoal devidamente preparado para prestar a assistência de

enfermagem em um período em que o cuidado ao paciente ocorre

predominantemente em hospitais que foram largamente

expandidos nos anos de 1970, fato que ampliou também a oferta

de trabalho para esta nova categoria profissional.

É importante destacar que em 1986 a partir da Lei Federal

n°. de 7.498 relativa ao exercício profissional de enfermagem que

foi regulamentado pelo decreto lei n°94.406 de 1987, estabelece-

se que o exercício das atividades de enfermagem poderão ser

exercidas de acordo ao grau de habilitação tornando-se privativo

do enfermeiro, técnico de enfermagem, auxiliar de enfermagem e

do parteiro.

Assim, o conselho Federal de Enfermagem autoriza

àqueles que não possuem formação especifica regulamentada por

lei, exercer atividades elementares de enfermagem por um prazo

de 10 anos a contar da data de promulgação da Lei. Contudo, em

28 de dezembro de 1994 a Lei Federal n°8.967 assegura aos

atendentes de enfermagem admitidos antes da vigência desta lei o

exercícios das atividades elementares de enfermagem.

Destaca-se que as atividades elementares são definidas

pelo COFEN na Resolução 186 de 20 de julho de 1995 como

atividade que contribuem para uma assistência de enfermagem

eficiente e que, não envolvam o cuidado direto ao paciente e não

coloque em risco a comunidade, o ambiente e ou a saúde do

atendente de enfermagem executante.

ENTIDADES DE CLASSE

COFEN

Conselho Federal de Enfermagem Criado pela Lei

5905/73, cuja função é normatizar e fiscalizar o exercício

profissional, bem como zelar pela qualidade dos serviços

prestados.

Lei nº 5.905 de 12 de Julho de 1973

Dispõe sobre a criação dos Conselhos Federal e Regionais de

Enfermagem e dá outras providências.

Principais Atividades:

• Elaborar o Código de Deontologia (Código de Ética);

• Normatizar e expedir instruções para uniformidade dos

Conselhos regionais;

• Homologar, suprir ou anular atos dos CORENs;

• Aprovar propostas orçamentarias, remetendo-as aos

órgãos competentes;

• Promover estudos e campanhas para aperfeiçoamento

profissional.

COREN

Conselho Regional de Enfermagem que se constitui em

órgão disciplinador do exercício de Enfermagem, atuando através

de atos fiscalizatórios nas Unidades de Saúde.

Principais Atividades:

• Deliberar sobre o valor das inscrições no Conselho, bem

como o seu cancelamento;

• Disciplinar e fiscalizar o exercício profissional,

observando as diretrizes gerais do COFEN;

• Executar as resoluções do COFEN;

• Expedir a cédula de identidade profissional,

indispensável ao exercício da profissional e válida em

todo território nacional;

• Fiscalizar e decidir os assuntos referentes à Ética

Profissional, impondo as penalidades cabíveis;

• Elaborar a proposta orçamentaria anual e o projeto de seu

regimento interno, submetendo-os à aprovação do

COFEN;

• Zelar pelo conceito da profissão e dos à que exercem.

ABEN

Órgão articulador e interlocutor das organizações de

Enfermagem frente as instâncias formuladoras de políticas de

saúde, recursos humanos e ciência e tecnologia.

Principais atividades:

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Enfermagem

4/2

• Formulação das Diretrizes curriculares de

Graduação e Educação Profissional para técnico de

enfermagem;

• Formulação dos padrões de qualidade dos cursos de

Enfermagem;

• Promoção dos padrões de qualidade dos cursos de

Enfermagem;

• Promoção de fóruns de discussões sobre

competências e políticas de formação de

Enfermagem;

• Participação ativa em grupo de trabalho e comissão

de entidades públicas;

• Desenvolvimento da Pós- Graduação e da Pesquisa

em Enfermagem.

• Acompanhamento e divulgação dos processos de

criação, reconhecimento e avaliação de cursos de

Enfermagem;

SINDICATO

Órgão responsável pela defesa dos interesses trabalhistas

dos associados.

Principais atividades:

• Promover, participar das negociações coletivas

de trabalho com visitas a celebração de acordos

e convenções;

• Organizar a categoria para atividades sindicais;

• Emitir parecer, estudos e projetos de interesse

para a categoria;

• Lutar pelos direitos sociais e econômicos dos

profissionais de Enfermagem;

• Lutar pela valorização da força do trabalho de

enfermagem;

DESAFIOS:

• Aposentadoria aos 25 anos para mulheres e 30 anos para

homens;

• Jornada Nacional de 30 horas;

• Proibição do abuso de dobras de plantão;

• Combater falsas cooperativas;

Endereço:

COFEN - CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM:

Scln qd 304, lote 09, bloco e, Asa Norte, Brasília - DF cep.:

70736-550 tel.: (61) 3329-5800 fax: (61) 3329-5801

COREN-RJ - SEDE: Avenida Presidente Vargas, 502 - 3º, 4º,

5º, 6º e 9º andares

Centro – Rio de Janeiro-RJ - CEP 20071-000

Telefone/Fax: (21) 3232-8730 / (21) 2516-1353 Horário de

atendimento: 13h às 17h (Segunda-feira) 8h às 17h (Terça-feira a

Sexta-feira)

ABEN -Endereço: SGAN Quadra 603, Conjunto B - Brasília -

DF - CEP: 70830-030 Fone: +55 (61) 3226-0653 Fax: +55 (61)

3226-0653

Sindicato dos Enfermeiros do Estado do Rio de Janeiro

Rua Sete de Setembro, 98 - cobertura 5 - Centro - 20050-002 -

Rio de Janeiro - RJ

Tel.: (21) 2220-4296 / (21) 2507-0366 / (21) 2224-0348 -

Endereço eletrônico: [email protected]

TEORIA DA HISTÓRIA DA ENFERMAGEM

Atualmente, a Enfermagem não é somente arte, mais

uma ciência, pois se baseia-se em princípios científicos. As

Teorias de Enfermagem, longe de serem meros conteúdos

teóricos, traduzem em seus conceitos e modelos o infinito do

trabalho profissional da Enfermagem, fundamentado na ciência

do conhecimento e do saber – cultural, social, comportamental –

envolvendo o indivíduo não apenas como pessoa, mas enquanto

família, social, profissional, comunidade, cultura e instituição.

As Teorias de Enfermagem nos indicam, sugerem, apontam uma

diminuição das intervenções de Enfermagem. São teorias

orientadas para a tese das necessidades e problemas (POTTER;

PERRY, 2004):

Teoria Ambiental (Florence Nightingale – 1860)

Florence Nightingale associou o estado de saúde do cliente aos

fatores ambientais, pecebidos por meio de observação e coleta de

dados. Ela trabalhou com enfoque em características ambientais

gerais como: iluminação, ruído, ventilação, higiene ambiental e

pessoal, água pura, ambiente externo, utensílios dos pacientes,

aspecto nutricional.

Teoria de Solução de Problemas ( Faye Glenn Abdellah –

1960)

Enfatiza a atenção nos cuidados de Enfermagem para

satisfazer às necessidades físicas, psíquicas, sociais e espirituais

do indivíduo e família, com competências referentes às relações

interpessoais, de psicologia, crescimento e desenvolvimento,

comunicação e sociologia, bem como de conhecimentos das

ciências básicas e competências específicas de Enfermagem.

Teoria da Definição das Práticas de Enfermagem (Virgínia

Henderson –1955)

Define a Enfermagem como auxílio ao indivíduo, doente ou

sadio, na realização de atividades que contribuam para a saúde,

recuperação ou morte pacífica e tranquila, as quais o indivíduo

realizaria sem auxílio se tivesse força, vontade ou conhecimento

necessários, realizando deforma que ele alcance, adquira a

independência tão rapidamente quanto possível.

Henderson organizou a teoria em quatorze necessidades

básicas da pessoa e incluiu os fenômenos oriundos dos seguintes

domínios do cliente: fisiológicos, psicológico, sociocultural,

espiritual e de desenvolvimento. Em conjunto, a enfermeira e o

cliente trabalham em uníssono, para satisfazer essas necessidades

e atingir os objetivos centrados no

cliente(POTTER;PERRY,2004).

TeoriadoAutocuidado(DorotheaE.Orem–1971)

Consiste basicamente na ideia de que os indivíduos, quando

capazes, devem cuidar de si mesmos; quando existe

incapacidade, entra o trabalho do enfermeiro no processo do

cuidar. Uma das características que compõe a Teoria do

Autocuidado é a Teoria do Déficit, composta por três teorias

inter-relacionadas: Teoria do Déficit do Autocuidado, Teoria do

Cuidado, Teoria dos Sistemas de Enfermagem.

Teoria das Necessidades Humanas Básicas (Wanda

Aguiar Horta -1970)

Essas necessidades básicas são de natureza variada.

Veja a seguir:

Necessidades psicossociais

• Aceitação - Amor

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Enfermagem

5/2

• Aprendizagem (educação à saúde) - Atenção

• Autoestima - Autoimagem

• Autorrealização - Comunicação

• Criatividade - Espaço - Lazer

• Liberdade - Orientação no tempo/espaço

• Participação - Recreação

• Segurança

Necessidades psicobiológicas

• Oxigenação - Terapêutica

• Nutrição - Hidratação

• Sono e repouso - Eliminação

• Sexualidade - Exercícios e atividades físicas

• Cuidado corporal - Motilidade

• Integridade física

• Regulação: térmica, hormonal, neurológica, hidrossalina,

eletrolítica, imunológica, crescimento celular, vascular

• Locomoção

• Percepção: olfativa, visual, auditiva, tátil, gustativa, dolorosa

Necessidades psicoespirituais

• Religião ou teologia

• Ética ou filosofia de vida

Bioética e Ética Profissional

Segundo Closet, a Bioética podem ser definida como

uma nova imagem dos princípios da ética do profissional da saúde,

ou seja, um estuo organizado da conduta humana na área das

ciências da saúde, sendo avaliada à luz dos princípios e valores

humanos.

Desta forma, estudiosos definem a Bioética como um

estudo sistemático das dimensões morais – incluindo a visão

moral, a tomada de decisões, as condutas na vida social e política.

A Bioética no cenário da saúde apresentou-se com maior

enfoque e delineamento a partir da segunda guerra mundial. Isto

se deu devido à terrível descoberta de que experimentos genéticos

de finalidade eugênica eram realizados em campos de

concentração nazistas.

Com o passar dos anos, estas questões ganharam mais força e

complexidade, fato intrínseco ao desenvolvimento de inúmeras

novas possibilidades de intervenções e tratamento ao organismo

humano. Assim, as preocupações éticas voltadas para aplicações

de novos conhecimentos nas áreas das ciências da saúde

possibilitaram o emergir de um novo campo de estudo.

A Bioética é destina à reflexão e discussão

interdisciplinar acerca das questões que permeiam o início e o fim

da vida humana. Aspectos da doença, da relação médico-paciente,

da relação enfermagem e paciente, da realização de pesquisas com

seres humanos, da manipulação genética, entre outros.

Assim a Bioética busca estabelecer princípios e

parâmetros que possam direcionar a realização das pesquisas e

experimentos, bem como o uso de seus resultados.

A Bioética teve repercussão direta na constituição dos

Comitês de Bioética e da Ética em Pesquisa.

Definições:

Moral: palavra de origem do latim – morus – significando os usos

de costumes. A moral é definida como: um conjunto de normas,

aceitas livres conscientemente, que regulam o comportamento

individual e social dos homens.

Vida: é definida como um corpo em homeostase do nascimento

até a morte.

Morte: é a cessação da vida, a interrupção do ciclo da vida.

Eutanásia: é um termo de origem grega que significa boa morte,

morte e dor. Pode ser entendida em duas formas na sua pratica da

eutanásia ativa e passiva. A eutanásia ativa acontece quando se

utilizam de recursos que pode findar com a vida do paciente, tais

como: injeção letal, medicamentos em dosagem excessiva, entre

outros; já a eutanásia passiva é entendida como a morte do

paciente que ocorre por falta de recursos necessários para

manutenção das funções vitais, tais como falta de líquidos

corporais, de alimentos, de medicamentos, de cuidados médicos,

entre outros.

Distanásia: é definida como a pratica de morte lenta e sofrida.

Ortotanásia: é definida como a morte que acontece de forma

natura.

Aborto: é definido como interrupção do desenvolvimento do feto

durante a gravidez, desde que a gestação ainda não tenha chegado

às vinte semanas. Ocorrendo fora desse tempo, a interrupção da

gravidez antes do seu termino o nome de parto prematuro. O

aborto é classificado em dois tipos: o espontâneo ou natural,

ocorre quando um feto se perde por causas naturais, e o aborto

produzido é aquele que é provocado com o objetivo de eliminar o

feto, seja com assistência médica.

Ética: o termo Ética equivale equivale etimologicamente a

“moral”, pois provém do grego ethos, que também significa

“caráter”, modo de ser”, costumes.

Assim a Bioética e a Ética podem ser entendidas como teorias que

discute o comportamento moral dos homens em sociedade.

“comportamento humano. Uma reflexão que interpreta, discute e

problematiza, investigando os valores, princípios e o

comportamento moral à procura do “bom”, de boa vida”, do “bem-

estar” da vida em sociedade e principalmente da boa e benéfica

atuação do profissional de saúde.

Destacamos assim ser de extrema importância que a

atuação profissional de enfermagem seja voltada para ações que

promovam a:

• Benevolência: esta é definida como uma disposição

favorável em relação a alguém, demonstrar

benevolência, benignidade, cordialidade, tolerância,

complacência, ou seja, causar o bem.

E ações que evitem a:

• Maleficência: está é definida como a qualidade daquele

ou daquilo que é maléfico, ou seja, causa o mal, tem a

disposição de fazer o mal.

• Negligencia: está é definida como a falta de atenção ou

cuidado com a inobservância dos deveres e obrigações

do profissional.

• Imprudência: é definida como o ato de agir

perigosamente, agir com falta de moderação ou

precaução.

• Imperícia: é definida como a falta de experiência, de

conhecimentos científicos e de habilidades praticas

necessárias ao exercício de sua profissão, ou seja, ser

inábil.

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Enfermagem

6/2

REMOÇÃO DE ÓRGÃOS E TECIDOS PARA FINS

TERAPÊUTICOS

A retirada “post mortem” de tecidos, órgãos ou partes do corpo

humano destinados a transplante ou tratamento deverá ser

precedida de diagnóstico de morte encefálica, constatada e

registrada por dois médicos não participantes das equipes de

remoção e transplante, mediante a utilização de critérios clínicos

e tecnológicos definidos por resolução do Conselho Federal de

Medicina.

É permitido à pessoa juridicamente capaz dispor gratuitamente de

tecidos, órgãos e partes do próprio corpo vivo, para fins

terapêuticos ou para transplantes em cônjuge ou parentes

consanguíneos até o quarto grau.

Só é permitida a doação referida neste artigo quando se tratar de

órgãos duplos, de partes de órgãos, tecidos ou partes do corpo

cuja retirada não impeça o organismo do doador de continuar

vivendo sem risco para a sua integridade e não represente

grave comprometimento de suas aptidões vitais e saúde mental

e não cause mutilação ou deformação inaceitável, e

corresponda a uma necessidade terapêutica comprovadamente

indispensável à pessoa receptora.

O transplante ou enxerto só se fará com o

consentimento expresso do receptor, assim

inscrito em lista única de espera, após

aconselhamento sobre a excepcionalidade e os

riscos do procedimento.

Nos casos em que o receptor seja juridicamente

incapaz ou cujas condições de saúde impeçam

ou comprometam a manifestação válida da sua

vontade, o consentimento de que trata este artigo

será dado por um de seus pais ou responsáveis

legais.

Diagnóstico de Morte Encefálica

A morte encefálica será caracterizada através da realização de

exames clínicos e complementares durante intervalos de tempo

variáveis, próprios para determinadas faixas etárias.

Os dados clínicos e complementares observados quando da

caracterização da morte encefálica deverão ser registrados no

"termo de declaração de morte encefálica" anexo a esta Resolução.

Parágrafo único. As instituições hospitalares poderão fazer

acréscimos ao presente termo, que deverão ser aprovados pelos

Conselhos Regionais de Medicina da sua jurisdição, sendo vedada

a supressão de qualquer de seus itens.

A morte encefálica deverá ser conseqüência de processo

irreversível e de causa conhecida.

Os parâmetros clínicos a serem observados para constatação de

morte encefálica são: coma aperceptivo com ausência de atividade

motora supra-espinal e apnéia.

Os intervalos mínimos entre as duas avaliações clínicas

necessárias para a caracterização da morte encefálica serão

definidos por faixa etária, conforme abaixo especificado:

a) de 7 dias a 2 meses incompletos - 48 horas

b) de 2 meses a 1 ano incompleto - 24 horas

c) de 1 ano a 2 anos incompletos - 12 horas

d) acima de 2 anos - 6 horas

Os exames complementares a serem observados para constatação

de morte encefálica deverão demonstrar de forma inequívoca:

a) ausência de atividade elétrica cerebral ou,

b) ausência de atividade metabólica cerebral ou,

c) ausência de perfusão sangüínea cerebral.

Os exames complementares serão utilizados por faixa etária,

conforme abaixo especificado:

a) acima de 2 anos - um dos exames citados no Art. 6º, alíneas "a",

"b" e "c";

b) de 1 a 2 anos incompletos: um dos exames citados no Art. 6º ,

alíneas "a", "b" e "c".

Quando optar-se por eletroencefalograma, serão necessários 2

exames com intervalo de 12 horas entre um e outro;

c) de 2 meses a 1 ano incompleto - 2 eletroencefalogramas com

intervalo de 24 horas entre um e outro;

d) de 7 dias a 2 meses incompletos - 2 eletroencefalogramas com

intervalo de 48 horas entre um e outro.

Ética Profissional em Enfermagem

A ética profissional emergiu a partir de

discussões sobre a deontologia em enfermagem. O termo

Deontologia deriva das palavras gregas “déon, déontos”

que significa dever e “logos” que se traduz por discurso

ou tratado. Desta forma, a palavra deontológico põe ser

definida como tratado do dever ou o conjunto de deveres,

princípios e normas adaptadas por um determinado grupo

profissional.

Assim surgiram discussões sobre a ética

profissional nas ações profissional de enfermagem. Para

solidificar este trajeto, esforços foram realizados a partir

de 1923, com o surgimento de associações, mas somente

na década de 70 é que órgãos foram criados com intuito

de cercear as legislações para o exercício profissional

desta categoria. Para melhor compreensão, traremos

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Enfermagem

7/2

algumas legislações que norteiam a criação e

cumprimento da Lei do Exercício Profissional em

Enfermagem.

Lei nº 5.905/73

Dispõe sobre a criação dos Conselhos Federal e Regionais de

Enfermagem e dá outras

providências descritas nos artigos 1° até 23°:

Art. 1º – São criados o Conselho Federal de Enfermagem

(COFEN) e os Conselhos Regionais de Enfermagem (COREN),

constituindo em seu conjunto uma autarquia, vinculada ao

Ministério do Trabalho e Previdência Social.

Art. 2º – O Conselho Federal e os Conselhos Regionais são órgãos

disciplinadores do exercício da profissão de enfermeiro e das

demais profissões compreendidas nos serviços de Enfermagem.

Art. 3º – O Conselho Federal, ao qual ficam subordinados os

Conselhos Regionais, terá jurisdição em todo o território nacional

e sede na Capital da República.

Art. 4º – Haverá um Conselho Regional em cada Estado e

Território, com sede na respectiva capital, e no Distrito Federal.

Parágrafo único. O Conselho Federal poderá, quando o número de

profissionais habilitados na unidade da federação for interior a

cinqüenta, determinar a formação de regiões, compreendendo

mais de uma unidade.

Art. 5º – O Conselho Federal terá nove membros efetivos e igual

número de suplentes, de nacionalidade brasileira, e portadores de

diploma de curso de Enfermagem de nível superior.

Art. 6º – Os membros do Conselho Federal e respectivos suplentes

serão eleitos por maioria de votos, em escrutínio secreto, na

Assembléia dos Delegados Regionais.

Art. 7º – O Conselho Federal elegerá dentre seus membros, em sua

primeira reunião, o Presidente, o Vice-presidente, o Primeiro e o

Segundo Secretários e o Primeiro e o Segundo Tesoureiros.

Art. 8º – Compete ao Conselho Federal:

I – aprovar seu regimento interno e os dos Conselhos Regionais;

II – instalar os Conselhos Regionais;

III – elaborar o Código de Deontologia de Enfermagem e alterá-

lo, quando necessário, ouvidos os Conselhos Regionais;

IV – baixar provimentos e expedir instruções, para uniformidade

de procedimento e bom funcionamento dos Conselhos Regionais;

V – dirimir as dúvidas suscitadas pelos Conselhos Regionais;

VI – apreciar, em grau de recursos, as decisões dos Conselhos

Regionais;

VII – instituir o modelo das carteiras profissionais de identidade e

as insígnias da profissão;

VIII – homologar, suprir ou anular atos dos Conselhos Regionais;

IX – aprovar anualmente as contas e a proposta orçamentária da

autarquia,

remetendo-as aos órgãos competentes;

X – promover estudos e campanhas para aperfeiçoamento

profissional;

XI – publicar relatórios anuais de seus trabalhos;

XII – convocar e realizar as eleições para sua diretoria;

XIII – exercer as demais atribuições que lhe forem conferidas por

lei.

Art. 9º – O mandato dos membros do Conselho Federal será

honorífico e terá a duração de três anos, admitida uma reeleição.

Art. 10 – A receita do Conselho Federal de Enfermagem será

constituída de:

I – um quarto da taxa de expedição das carteiras profissionais;

II – um quarto das multas aplicadas pelos Conselhos Regionais;

III – um quarto das anuidades recebidas pelos Conselhos

Regionais;

IV – doações e legados;

V – subvenções oficiais;

VI – rendas eventuais.

Parágrafo único. Na organização dos quadros distintos para

inscrição de profissionais o Conselho Federal de Enfermagem

adotará como critério, no que couber, o disposto na Lei nº 2.604,

de 17 de setembro 1955.

Art. 11 – Os Conselhos Regionais serão instalados em suas

respectivas sedes, com cinco a vinte e um membros e outros tantos

suplentes, todos de nacionalidade brasileira, na proporção de três

quintos de Enfermeiros e dois quintos de profissionais das demais

categorias do pessoal de Enfermagem reguladas em lei.

Parágrafo único. O número de membros dos Conselhos Regionais

será sempre ímpar, e a sua fixação será feita pelo Conselho

Federal, em proporção ao número de profissionais inscritos.

Art. 12 – Os membros dos Conselhos Regionais e respectivos

suplentes serão

eleitos por voto pessoal, secreto e obrigatório, em época

determinada pelo Conselho Federal, em Assembléia Geral

especialmente convocada para esse fim.

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Enfermagem

8/2

§ 1º Para a eleição referida neste artigo serão organizadas chapas

separadas, uma para enfermeiros e outra para os demais

profissionais de Enfermagem, podendo votar, em cada chapa,

respectivamente, os profissionais referidos no artigo 11.

§ 2º Ao eleitor que, sem causa justa, deixar de votar nas eleições

referidas neste artigo, será aplicada pelo Conselho Regional multa

em importância correspondente ao valor da anuidade.

Art. 13 – Cada Conselho Regional elegerá seu Presidente,

Secretário e Tesoureiro, admitida a criação de cargos de Vice-

presidente, Segundo-secretário e Segundo- tesoureiro, para os

Conselhos com mais de doze membros.

Art. 14 – O mandato dos membros dos Conselhos Regionais será

honorífico e terá duração de três anos, admitida uma reeleição.

Art. 15 – Compete aos Conselhos Regionais;

I- deliberar sobre inscrição no Conselho e seu cancelamento;

II – disciplinar e fiscalizar o exercício profissional, observadas as

diretrizes gerais do Conselho Federal;

III – fazer executar as instruções e provimentos do Conselho

Federal;

IV – manter o registro dos profissionais com exercício na

respectiva jurisdição;

V – conhecer e decidir os assuntos atinentes à ética profissional,

impondo as penalidades cabíveis;

VI – elaborar a sua proposta orçamentária anual e o projeto de seu

regimento interno e submetê-los à aprovação do Conselho

Federal;

VII – expedir a carteira profissional indispensável ao exercício da

profissão, a qual terá fé pública em todo o território nacional e

servirá de documento de identidade;

VIII – zelar pelo bom conceito da profissão e dos que a exerçam;

IX – publicar relatórios anuais de seus trabalhos e relação dos

profissionais registrados;

X – propor ao Conselho Federal medidas visando à melhoria do

exercício profissional;

XI – fixar o valor da anuidade;

XII – apresentar sua prestação de contas ao Conselho Federal, até

o dia 28 de fevereiro de cada ano;

XIII – eleger sua diretoria e seus delegados eleitores ao Conselho

Federal;

XIV – exercer as demais atribuições que lhes forem conferidas por

esta Lei ou pelo Conselho Federal.

Art. 16 – A renda dos Conselhos Regionais será constituída de:

I – três quartos da taxa de expedição das carteiras profissionais;

II – três quartos das multas aplicadas;

III – três quartos das anuidades;

IV – doações e legados;

V – subvenções oficiais, de empresas ou entidades particulares;

VI – rendas eventuais.

Art. 17 – O Conselho Federal e os Conselhos Regionais deverão

reunir-se, pelo menos, uma vez mensalmente.

Parágrafo único. O Conselheiro que faltar, durante o ano, sem

licença prévia do respectivo Conselho, a cinco reuniões perderá o

mandato.

Art. 18 – Aos infratores do Código de Deontologia de

Enfermagem poderão ser aplicadas as seguintes penas:

I – advertência verbal;

II – multa;

III – censura;

IV – suspensão do exercício profissional;

V – cassação do direito ao exercício profissional.

§ 1º As penas referidas nos incisos I, II, III e IV deste artigo são

da alçada dos Conselhos Regionais e a referida no inciso V, do

Conselho Federal, ouvido o Conselho Regional interessado.

§ 2º O valor das multas, bem como as infrações que implicam nas

diferentes penalidades, serão disciplinados no regimento do

Conselho Federal e dos Conselhos Regionais.

Art. 19 – O Conselho Federal e os Conselhos Regionais terão

tabela própria de pessoal, cujo regime será o da Consolidação das

Leis do Trabalho.

Art. 20 – A responsabilidade pela gestão administrativa e

financeira dos Conselhos caberá aos respectivos diretores.

Art. 21 – A composição do primeiro Conselho Federal de

Enfermagem, com mandato de um ano, será feito por ato do

Ministro do Trabalho e Previdência Social, mediante indicação,

em lista tríplice, da Associação Brasileira de Enfermagem.

Parágrafo único. Ao Conselho Federal assim constituído caberá,

além das atribuições previstas nesta Lei:

a) promover as primeiras eleições para composição dos Conselhos

Regionais e instalá-los;

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9/2

b) promover as primeiras eleições para composição do Conselho

Federal, até noventa dias antes do termino do seu mandato.

Art. 22 – Durante o período de organização do Conselho Federal

de Enfermagem, o Ministério do Trabalho e Previdência Social

lhe facilitará a utilização de seu próprio pessoal, material e local

de trabalho.

Art. 23 – Esta Lei entrará em vigor na data da sua publicação,

revogadas as disposições em contrário.

A partir da criação dos conselhos de Enfermagem estudos

e discussões promoveram a elaboração da Lei do Exercício

Profissional em Enfermagem, esta foi estabelecida pela Lei

n°7.498/86, a qual dispõe sobre a regulamentação do exercício da

Enfermagem e dá outras providencias conforme sege do artigo 1°

até o 27°:

Art. 1º – É livre o exercício da Enfermagem em todo o território

nacional, observadas as disposições desta Lei.

Art. 2º – A Enfermagem e suas atividades Auxiliares somente

podem ser exercidas por pessoas legalmente habilitadas e inscritas

no Conselho Regional de Enfermagem com jurisdição na área

onde ocorre o exercício.

Parágrafo único. A Enfermagem é exercida privativamente pelo

Enfermeiro, pelo Técnico de Enfermagem, pelo Auxiliar de

Enfermagem e pela Parteira, respeitados os respectivos graus de

habilitação.

Art. 3º – O planejamento e a programação das instituições e

serviços de saúde incluem planejamento e programação de

Enfermagem.

Art. 4º – A programação de Enfermagem inclui a prescrição da

assistência de Enfermagem.

Art. 5º – (vetado)

§ 1º (vetado)

§ 2º (vetado)

Art. 6º – São enfermeiros:

I – o titular do diploma de enfermeiro conferido por instituição de

ensino, nos termos da lei;

II – o titular do diploma ou certificado de obstetriz ou de

enfermeira obstétrica, conferidos nos termos da lei;

III – o titular do diploma ou certificado de Enfermeira e a titular

do diploma ou certificado de Enfermeira Obstétrica ou de

Obstetriz, ou equivalente, conferido por escola estrangeira

segundo as leis do país, registrado em virtude de acordo de

intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil como diploma de

Enfermeiro, de Enfermeira Obstétrica ou de Obstetriz;

IV – aqueles que, não abrangidos pelos incisos anteriores,

obtiverem título de Enfermeiro conforme o disposto na alínea

“”d”” do Art. 3º do Decreto nº 50.387, de 28 de março de 1961.

Art. 7º – São técnicos de Enfermagem:

I – o titular do diploma ou do certificado de Técnico de

Enfermagem, expedido de acordo com a legislação e registrado

pelo órgão competente;

II – o titular do diploma ou do certificado legalmente conferido

por escola ou curso estrangeiro, registrado em virtude de acordo

de intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil como diploma de

Técnico de Enfermagem.

Art. 8º – São Auxiliares de Enfermagem:

I – o titular do certificado de Auxiliar de Enfermagem conferido

por instituição de ensino, nos termos da Lei e registrado no órgão

competente;

II – o titular do diploma a que se refere a Lei nº 2.822, de 14 de

junho de 1956;

III – o titular do diploma ou certificado a que se refere o inciso III

do Art. 2º da Lei nº 2.604, de 17 de setembro de 1955, expedido

até a publicação da Lei nº 4.024, de 20 de dezembro de 1961;

IV – o titular de certificado de Enfermeiro Prático ou Prático de

Enfermagem, expedido até 1964 pelo Serviço Nacional de

Fiscalização da Medicina e Farmácia, do Ministério da Saúde, ou

por órgão congênere da Secretaria de Saúde nas Unidades da

Federação, nos termos do Decreto-lei nº 23.774, de 22 de janeiro

de 1934, do Decreto-lei nº 8.778, de 22 de janeiro de 1946, e da

Lei nº 3.640, de 10 de outubro de 1959;

V – o pessoal enquadrado como Auxiliar de Enfermagem, nos

termos do Decreto-lei nº 299, de 28 de fevereiro de 1967;

VI – o titular do diploma ou certificado conferido por escola ou

curso estrangeiro, segundo as leis do país, registrado em virtude

de acordo de intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil como

certificado de Auxiliar de Enfermagem.

Art. 9º – São Parteiras:

I – a titular de certificado previsto no Art. 1º do Decreto-lei nº

8.778, de 22 de janeiro de 1946, observado o disposto na Lei nº

3.640, de 10 de outubro de 1959;

II – a titular do diploma ou certificado de Parteira, ou equivalente,

conferido por escola ou curso estrangeiro, segundo as leis do país,

registrado em virtude de intercâmbio cultural ou revalidado no

Brasil, até 2 (dois) anos após a publicação desta Lei, como

certificado de Parteira.

Art. 10 – (vetado)

Art. 11. O Enfermeiro exerce todas as atividades de enfermagem,

cabendo-lhe:

I – privativamente:

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Enfermagem

10/2

a) direção do órgão de enfermagem integrante da estrutura básica

da instituição de saúde, pública e privada, e chefia de serviço e de

unidade de enfermagem;

b) organização e direção dos serviços de enfermagem e de suas

atividades técnicas e auxiliares nas empresas prestadoras desses

serviços;

c) planejamento, organização, coordenação, execução e avaliação

dos serviços da assistência de enfermagem;

d) (VETADO);

e) (VETADO);

f) (VETADO);

g) (VETADO);

h) consultoria, auditoria e emissão de parecer sobre matéria de

enfermagem;

i) consulta de enfermagem;

j) prescrição da assistência de enfermagem;

l) cuidados diretos de enfermagem a pacientes graves com risco

de vida;

m) cuidados de enfermagem de maior complexidade técnica e que

exijam conhecimentos de base científica e capacidade de tomar

decisões imediatas;

II – como integrante da equipe de saúde:

a) participação no planejamento, execução e avaliação da

programação de saúde;

b) participação na elaboração, execução e avaliação dos planos

assistenciais de saúde;

c) prescrição de medicamentos estabelecidos em programas de

saúde pública e em rotina aprovada pela instituição de saúde;

d) participação em projetos de construção ou reforma de unidades

de internação;

e) prevenção e controle sistemático da infecção hospitalar e de

doenças transmissíveis em geral;

f) prevenção e controle sistemático de danos que possam ser

causados à clientela durante a assistência de enfermagem;

g) assistência de enfermagem à gestante, parturiente e puérpera;

h) acompanhamento da evolução e do trabalho de parto;

i) execução do parto sem distocia;

j) educação visando à melhoria de saúde da população.

Parágrafo único. As profissionais referidas no inciso II do art. 6º

desta lei incumbe, ainda:

a) assistência à parturiente e ao parto normal;

b) identificação das distocias obstétricas e tomada de providências

até a chegada do médico;

c) realização de episiotomia e episiorrafia e aplicação de anestesia

local, quando necessária.

Art. 12 – O Técnico de Enfermagem exerce atividade de nível

médio, envolvendo orientação e acompanhamento do trabalho de

Enfermagem em grau auxiliar, e participação no planejamento da

assistência de Enfermagem, cabendo-lhe especialmente:

§ 1º Participar da programação da assistência de Enfermagem;

§ 2º Executar ações assistenciais de Enfermagem, exceto as

privativas do Enfermeiro, observado o disposto no Parágrafo

único do Art. 11 desta Lei;

§ 3º Participar da orientação e supervisão do trabalho de

Enfermagem em grau auxiliar;

§ 4º Participar da equipe de saúde.

Art. 13 – O Auxiliar de Enfermagem exerce atividades de nível

médio, de natureza repetitiva, envolvendo serviços auxiliares de

Enfermagem sob supervisão, bem como a participação em nível

de execução simples, em processos de tratamento, cabendo-lhe

especialmente:

§ 1º Observar, reconhecer e descrever sinais e sintomas;

§ 2º Executar ações de tratamento simples;

§ 3º Prestar cuidados de higiene e conforto ao paciente;

§ 4º Participar da equipe de saúde.

Art. 14 – (vetado)

Art. 15 – As atividades referidas nos arts. 12 e 13 desta Lei,

quando exercidas em instituições de saúde, públicas e privadas, e

em programas de saúde, somente podem ser desempenhadas sob

orientação e supervisão de Enfermeiro.

Art. 16 – (vetado)

Art. 17 – (vetado)

Art. 18 – (vetado)

Parágrafo único. (vetado)

Art. 19 – (vetado)

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Enfermagem

11/2

Art. 20 – Os órgãos de pessoal da administração pública direta e

indireta, federal, estadual, municipal, do Distrito Federal e dos

Territórios observarão, no provimento de cargos e funções e na

contratação de pessoal de Enfermagem, de todos os graus, os

preceitos desta Lei.

Parágrafo único – Os órgãos a que se refere este artigo promoverão

as medidas necessárias à harmonização das situações já existentes

com as diposições desta Lei, respeitados os direitos adquiridos

quanto a vencimentos e salários.

Art. 21 – (vetado)

Art. 22 – (vetado)

Art. 23 – O pessoal que se encontra executando tarefas de

Enfermagem, em virtude de carência de recursos humanos de

nível médio nesta área, sem possuir formação específica regulada

em lei, será autorizado, pelo Conselho Federal de Enfermagem, a

exercer atividades elementares de Enfermagem, observado o

disposto no Art. 15 desta Lei.

Parágrafo único – A autorização referida neste artigo, que

obedecerá aos critérios baixados pelo Conselho Federal de

Enfermagem, somente poderá ser concedida durante o prazo de 10

(dez) anos, a contar da promulgação desta Lei.

Art. 24 – (vetado)

Parágrafo único – (vetado)

Art. 25 – O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de

120 (cento e vinte) dias a contar da data de sua publicação.

Art. 26 – Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 27 – Revogam-se (vetado) as demais disposições em

contrário.

Esta Lei foi regulamentada pelo Decreto n°94.406/87

dispondo sobre o exercício da Enfermagem, e dando outras

providencias, conforme segue do artigo 1° até 17°:

Art. 1º – O exercício da atividade de Enfermagem, observadas as

disposições da Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, e respeitados

os graus de habilitação, é privativo de Enfermeiro, Técnico de

Enfermagem, Auxiliar de Enfermagem e Parteiro e só será

permitido ao profissional inscrito no Conselho Regional de

Enfermagem da respectiva região.

Art. 2º – As instituições e serviços de saúde incluirão a atividade

de Enfermagem no seu planejamento e programação.

Art. 3º – A prescrição da assistência de Enfermagem é parte

integrante do programa de Enfermagem.

Art. 4º – São Enfermeiros:

I – o titular do diploma de Enfermeiro conferido por instituição de

ensino, nos termos da lei;

II – o titular do diploma ou certificado de Obstetriz ou de

Enfermeira Obstétrica, conferidos nos termos da lei;

III – o titular do diploma ou certificado de Enfermeira e a titular

do diploma ou certificado de Enfermeira Obstétrica ou de

Obstetriz, ou equivalente, conferido por escola estrangeira

segundo as respectivas leis, registrado em virtude de acordo de

intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil como diploma de

Enfermeiro, de Enfermeira Obstétrica ou de Obstetriz;

IV – aqueles que, não abrangidos pelos incisos anteriores,

obtiveram título de Enfermeira conforme o disposto na letra “”d””

do Art. 3º. do Decreto-lei Decreto nº 50.387, de 28 de março de

1961.

Art. 5º. São técnicos de Enfermagem:

I – o titular do diploma ou do certificado de técnico de

Enfermagem, expedido de acordo com a legislação e registrado no

órgão competente;

II – o titular do diploma ou do certificado legalmente conferido

por escola ou curso estrangeiro, registrado em virtude de acordo

de intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil como diploma de

técnico de Enfermagem.

Art. 6º São Auxiliares de Enfermagem:

I – o titular do certificado de Auxiliar de Enfermagem conferido

por instituição de ensino, nos termos da Lei e registrado no órgão

competente;

II – o titular do diploma a que se refere a Lei nº 2.822, de 14 de

junho de 1956;

III – o titular do diploma ou certificado a que se refere o item III

do Art. 2º. da Lei nº 2.604, de 17 de setembro de1955, expedido

até a publicação da Lei nº 4.024, de 20 de dezembro de 1961;

IV – o titular de certificado de Enfermeiro Prático ou Prático de

Enfermagem, expedido até 1964 pelo Serviço Nacional de

Fiscalização da Medicina e Farmácia, do Ministério da Saúde, ou

por órgão congênere da Secretaria de Saúde nas Unidades da

Federação, nos termos do Decreto-lei nº 23.774, de 22 de janeiro

de 1934, do Decreto-lei nº 8.778, de 22 de janeiro de 1946, e da

Lei nº 3.640, de 10 de outubro de 1959;

V – o pessoal enquadrado como Auxiliar de Enfermagem, nos

termos do Decreto-lei nº 299, de 28 de fevereiro de 1967;

VI – o titular do diploma ou certificado conferido por escola ou

curso estrangeiro, segundo as leis do país, registrado em virtude

de acordo de intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil como

certificado de Auxiliar de Enfermagem.

Art. 7º – São Parteiros:

I – o titular de certificado previsto no Art. 1º do nº 8.778, de 22 de

janeiro de 1946, observado o disposto na Lei nº 3.640, de 10 de

outubro de 1959;

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Enfermagem

12/2

II – o titular do diploma ou certificado de Parteiro, ou equivalente,

conferido por escola ou curso estrangeiro, segundo as respectivas

leis, registrado em virtude de intercâmbio cultural ou revalidado

no Brasil, até 26 de junho de1988, como certificado de Parteiro.

Art. 8º – Ao enfermeiro incumbe:

I – privativamente:

a) direção do órgão de Enfermagem integrante da estrutura básica

da instituição de saúde, pública ou privada, e chefia de serviço e

de unidade de Enfermagem;

b) organização e direção dos serviços de Enfermagem e de suas

atividades técnicas e auxiliares nas empresas prestadoras desses

serviços;

c) planejamento, organização, coordenação, execução e avaliação

dos serviços da assistência de Enfermagem;

d) consultoria, auditoria e emissão de parecer sobre matéria de

Enfermagem;

e) consulta de Enfermagem;

f) prescrição da assistência de Enfermagem;

g) cuidados diretos de Enfermagem a pacientes graves com risco

de vida;

h) cuidados de Enfermagem de maior complexidade técnica e que

exijam conhecimentos científicos adequados e capacidade de

tomar decisões imediatas;

II – como integrante da equipe de saúde:

a) participação no planejamento, execução e avaliação da

programação de saúde;

b) participação na elaboração, execução e avaliação dos planos

assistenciais de saúde;

c) prescrição de medicamentos previamente estabelecidos em

programas de saúde pública e em rotina aprovada pela instituição

de saúde;

d) participação em projetos de construção ou reforma de unidades

de internação;

e) prevenção e controle sistemático da infecção hospitalar,

inclusive como membro das respectivas comissões;

f) participação na elaboração de medidas de prevenção e controle

sistemático de danos que possam ser causados aos pacientes

durante a assistência de Enfermagem;

g) participação na prevenção e controle das doenças transmissíveis

em geral e nos programas de vigilância epidemiológica;

h) prestação de assistência de enfermagem à gestante, parturiente,

puérpera e ao recém-nascido;

i) participação nos programas e nas atividades de assistência

integral à saúde individual e de grupos específicos,

particularmente daqueles prioritários e de alto risco;

j) acompanhamento da evolução e do trabalho de parto;

l) execução e assistência

obstétrica em situação de emergência e execução do parto sem

distocia;

m) participação em programas e atividades de educação sanitária,

visando à melhoria de saúde do indivíduo, da família e da

população em geral;

n) participação nos programas de treinamento e aprimoramento de

pessoal de saúde, particularmente nos programas de educação

continuada;

o) participação nos programas de higiene e segurança do trabalho

e de prevenção de acidentes e de doenças profissionais e do

trabalho;

p) participação na elaboração e na operacionalização do sistema

de referência e contra-referência do paciente nos diferentes níveis

de atenção à saúde;

q) participação no desenvolvimento de tecnologia apropriada à

assistência de saúde;

r) participação em bancas examinadoras, em matérias específicas

de Enfermagem, nos concursos para provimento de cargo ou

contratação de Enfermeiro ou pessoal Técnico e Auxiliar de

Enfermagem.

Art. 9º – Às profissionais titulares de diploma ou certificados de

Obstetriz ou de Enfermeira Obstétrica, além das atividades de que

trata o artigo precedente, incumbe:

I – prestação de assistência à parturiente e ao parto normal;

II – identificação das distócias obstétricas e tomada de

providências até a chegada do médico;

III – realização de episiotomia e episiorrafia com aplicação de

anestesia local, quando necessária.

Art. 10 – O Técnico de Enfermagem exerce as atividades

auxiliares, de nível médio técnico, atribuídas à equipe de

Enfermagem, cabendo-lhe:

I – assistir ao Enfermeiro:

a) no planejamento, programação, orientação e supervisão das

atividades de assistência de Enfermagem;

b) na prestação de cuidados diretos de Enfermagem a pacientes

em estado grave;

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Enfermagem

13/2

c) na prevenção e controle das doenças transmissíveis em geral em

programas de vigilância epidemiológica;

d) na prevenção e controle sistemático da infecção hospitalar;

e) na prevenção e controle sistemático de danos físicos que

possam ser causados a pacientes durante a assistência de saúde;

f) na execução dos programas referidos nas letras “”i”” e “”o”” do

item II do Art. 8º.

II – executar atividades de assistência de Enfermagem, excetuadas

as privativas do Enfermeiro e as referidas no Art. 9º deste Decreto:

III – integrar a equipe de saúde.

Art. 11 – O Auxiliar de Enfermagem executa as atividades

auxiliares, de nível médio atribuídas à equipe de Enfermagem,

cabendo-lhe:

I – preparar o paciente para consultas, exames e tratamentos;

II – observar, reconhecer e descrever sinais e sintomas, ao nível

de sua qualificação;

III – executar tratamentos especificamente prescritos, ou de rotina,

além de outras atividades de Enfermagem, tais como:

ministrar medicamentos por via oral e parenteral;

realizar controle hídrico;

fazer curativos;

d) aplicar oxigenoterapia, nebulização, enteroclisma, enema e

calor ou frio;

e) executar tarefas referentes à conservação e aplicação de

vacinas;

f) efetuar o controle de pacientes e de comunicantes em doenças

transmissíveis;

g) realizar testes e proceder à sua leitura, para subsídio de

diagnóstico;

h) colher material para exames laboratoriais;

i) prestar cuidados de Enfermagem pré e pós-operatórios;

j) circular em sala de cirurgia e, se necessário, instrumentar;

l) executar atividades de desinfecção e esterilização;

IV – prestar cuidados de higiene e conforto ao paciente e zelar por

sua segurança, inclusive:

a) alimentá-lo ou auxiliá-lo a alimentar-se;

b) zelar pela limpeza e ordem do material, de equipamentos e de

dependência de unidades de saúde;

V – integrar a equipe de saúde;

VI – participar de atividades de educação em saúde, inclusive:

a) orientar os pacientes na pós-consulta, quanto ao cumprimento

das prescrições de Enfermagem e médicas;

b) auxiliar o Enfermeiro e o Técnico de Enfermagem na execução

dos programas de educação para a saúde;

VII – executar os trabalhos de rotina vinculados à alta de

pacientes:

VIII – participar dos procedimentos pós-morte.

Art. 12 – Ao Parteiro incumbe:

I – prestar cuidados à gestante e à parturiente;

II – assistir ao parto normal, inclusive em domicílio; e

III – cuidar da puérpera e do recém-nascido.

Parágrafo único – As atividades de que trata este artigo são

exercidas sob supervisão de Enfermeiro Obstetra, quando

realizadas em instituições de saúde, e, sempre que possível, sob

controle e supervisão de unidade de saúde, quando realizadas em

domicílio ou onde se fizerem necessárias.

Art. 13 – As atividades relacionadas nos arts. 10 e 11 somente

poderão ser exercidas sob supervisão, orientação e direção de

Enfermeiro.

Art. 14 – Incumbe a todo o pessoal de Enfermagem:

I – cumprir e fazer cumprir o Código de Deontologia da

Enfermagem;

II – quando for o caso, anotar no prontuário do paciente as

atividades da assistência de Enfermagem, para fins estatísticos;

Art. 15 – Na administração pública direta e indireta, federal,

estadual, municipal, do Distrito Federal e dos Territórios será

exigida como condição essencial para provimento de cargos e

funções e contratação de pessoal de Enfermagem, de todos os

graus, a prova de inscrição no Conselho Regional de Enfermagem

da respectiva região.

Parágrafo único – Os órgãos e entidades compreendidos neste

artigo promoverão, em articulação com o Conselho Federal de

Enfermagem, as medidas necessárias à adaptação das situações já

existentes com as disposições deste Decreto, respeitados os

direitos adquiridos quanto a vencimentos e salários.

Art. 16 – Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 17 – Revogam-se as disposições em contrário.

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Enfermagem

14/2

Em 28 de dezembro de 1994, a Lei n°8.967 alterou a

redação do parágrafo único do Art 23° da Lei n°7.498, de 25 de

Junho de 1996, conforme segue no artigo 1°: Art. 1º – O Parágrafo

único do Art. 23 da Lei nº 7.498 de 25 de junho de 1986, passa a

vigorar com a seguinte redação:

Parágrafo único – É assegurado aos Atendentes de Enfermagem,

admitidos antes da vigência desta Lei, o exercício das atividades

elementares da Enfermagem, observado o disposto em seu artigo

15.

Art. 2º – Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação

CÓDIGO DE ÉTICA DOS PROFISSIONAIS DE

ENFERMAGEM.

PREÂMBULO

O Conselho Federal de Enfermagem, ao revisar o Código

de Ética dos Profissionais de Enfermagem – CEPE, norteou-se por

princípios fundamentais, que representam imperativos para a

conduta profissional e consideram que a Enfermagem é uma

ciência, arte e uma prática social, indispensável à organização e

ao funcionamento dos serviços de saúde; tem como

responsabilidades a promoção e a restauração da saúde, a

prevenção de agravos e doenças e o alívio do sofrimento;

proporciona cuidados à pessoa, à família e à coletividade; organiza

suas ações e intervenções de modo autônomo, ou em colaboração

com outros profissionais da área; tem direito a remuneração justa

e a condições adequadas de trabalho, que possibilitem um cuidado

profissional seguro e livre de danos. Sobretudo, esses princípios

fundamentais reafirmam que o respeito aos direitos humanos é

inerente ao exercício da profissão, o que inclui os direitos da

pessoa à vida, à saúde, à liberdade, à igualdade, à segurança

pessoal, à livre escolha, à dignidade e a ser tratada sem distinção

de classe social, geração, etnia, cor, crença religiosa, cultura,

incapacidade, deficiência, doença, identidade de gênero,

orientação sexual, nacionalidade, convicção política, raça ou

condição social.

Inspirado nesse conjunto de princípios é que o Conselho

Federal de Enfermagem, no uso das atribuições que lhe são

conferidas pelo Art. 8º, inciso III, da Lei nº 5.905, de 12 de julho

de 1973, aprova e edita esta nova revisão do CEPE, exortando os

profissionais de Enfermagem à sua fiel observância e

cumprimento.

PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

A Enfermagem é comprometida com a produção e gestão

do cuidado prestado nos diferentes contextos socioambientais e

culturais em resposta às necessidades da pessoa, família e

coletividade.

O profissional de Enfermagem atua com autonomia e em

consonância com os preceitos éticos e legais, técnico-científico e

teórico-filosófico; exerce suas atividades com competência para

promoção do ser humano na sua integralidade, de acordo com os

Princípios da Ética e da Bioética, e participa como integrante da

equipe de Enfermagem e de saúde na defesa das Políticas

Públicas, com ênfase nas políticas de saúde que garantam a

universalidade de acesso, integralidade da assistência,

resolutividade, preservação da autonomia das pessoas,

participação da comunidade, hierarquização e descentralização

político-administrativa dos serviços de saúde.

O cuidado da Enfermagem se fundamenta no

conhecimento próprio da profissão e nas ciências humanas, sociais

e aplicadas e é executado pelos profissionais na prática social e

cotidiana de assistir, gerenciar, ensinar, educar e pesquisar.

CAPÍTULO I – DOS DIREITOS

Art. 1º Exercer a Enfermagem com liberdade, segurança técnica,

científica e ambiental, autonomia, e ser tratado sem discriminação

de qualquer natureza, segundo os princípios e pressupostos legais,

éticos e dos direitos humanos.

Art. 2º Exercer atividades em locais de trabalho livre de riscos e

danos e violências física e psicológica à saúde do trabalhador, em

respeito à dignidade humana e à proteção dos direitos dos

profissionais de enfermagem.

Art. 3º Apoiar e/ou participar de movimentos de defesa da

dignidade profissional, do exercício da cidadania e das

reivindicações por melhores condições de assistência, trabalho e

remuneração, observados os parâmetros e limites da legislação

vigente.

Art. 4º Participar da prática multiprofissional, interdisciplinar e

transdisciplinar com responsabilidade, autonomia e liberdade,

observando os preceitos éticos e legais da profissão.

Art. 5º Associar-se, exercer cargos e participar de Organizações

da Categoria e Órgãos de Fiscalização do Exercício Profissional,

atendidos os requisitos legais.

Art. 6º Aprimorar seus conhecimentos técnico-científicos, ético-

políticos, socioeducativos, históricos e culturais que dão

sustentação à prática profissional.

Art. 7º Ter acesso às informações relacionadas à pessoa, família

e coletividade, necessárias ao exercício profissional.

Art. 8º Requerer ao Conselho Regional de Enfermagem, de forma

fundamentada, medidas cabíveis para obtenção de desagravo

público em decorrência de ofensa sofrida no exercício profissional

ou que atinja a profissão.

Art. 9º Recorrer ao Conselho Regional de Enfermagem, de forma

fundamentada, quando impedido de cumprir o presente Código, a

Legislação do Exercício Profissional e as Resoluções, Decisões e

Pareceres Normativos emanados pelo Sistema Cofen/Conselhos

Regionais de Enfermagem.

Art. 10 Ter acesso, pelos meios de informação disponíveis, às

diretrizes políticas, normativas e protocolos institucionais, bem

como participar de sua elaboração.

Art. 11 Formar e participar da Comissão de Ética de

Enfermagem, bem como de comissões interdisciplinares da

instituição em que trabalha.

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Enfermagem

15/2

Art. 12 Abster-se de revelar informações confidenciais de que

tenha conhecimento em razão de seu exercício profissional.

Art. 13 Suspender as atividades, individuais ou coletivas, quando

o local de trabalho não oferecer condições seguras para o exercício

profissional e/ou desrespeitar a legislação vigente, ressalvadas as

situações de urgência e emergência, devendo formalizar

imediatamente sua decisão por escrito e/ou por meio de correio

eletrônico à instituição e ao Conselho Regional de Enfermagem.

Art. 14 Aplicar o processo de Enfermagem como instrumento

metodológico para planejar, implementar, avaliar e documentar o

cuidado à pessoa, família e coletividade.

Art. 15 Exercer cargos de direção, gestão e coordenação, no

âmbito da saúde ou de qualquer área direta ou indiretamente

relacionada ao exercício profissional da Enfermagem.

Art. 16 Conhecer as atividades de ensino, pesquisa e extensão que

envolvam pessoas e/ou local de trabalho sob sua responsabilidade

profissional.

Art. 17 Realizar e participar de atividades de ensino, pesquisa e

extensão, respeitando a legislação vigente.

Art. 18 Ter reconhecida sua autoria ou participação em pesquisa,

extensão e produção técnico-científica.

Art. 19 Utilizar-se de veículos de comunicação, mídias sociais e

meios eletrônicos para conceder entrevistas, ministrar cursos,

palestras, conferências, sobre assuntos de sua competência e/ou

divulgar eventos com finalidade educativa e de interesse social.

Art. 20 Anunciar a prestação de serviços para os quais detenha

habilidades e competências técnico-científicas e legais.

Art. 21 Negar-se a ser filmado, fotografado e exposto em mídias

sociais durante o desempenho de suas atividades profissionais.

Art. 22 Recusar-se a executar atividades que não sejam de sua

competência técnica, científica, ética e legal ou que não ofereçam

segurança ao profissional, à pessoa, à família e à coletividade.

Art. 23 Requerer junto ao gestor a quebra de vínculo da relação

profissional/usuários quando houver risco à sua integridade física

e moral, comunicando ao Coren e assegurando a continuidade da

assistência de Enfermagem.

CAPÍTULO II – DOS DEVERES

Art. 24 Exercer a profissão com justiça, compromisso, equidade,

resolutividade, dignidade, competência, responsabilidade,

honestidade e lealdade.

Art. 25 Fundamentar suas relações no direito, na prudência, no

respeito, na solidariedade e na diversidade de opinião e posição

ideológica.

Art. 26 Conhecer, cumprir e fazer cumprir o Código de Ética dos

Profissionais de Enfermagem e demais normativos do Sistema

Cofen/Conselhos Regionais de Enfermagem.

Art. 27 Incentivar e apoiar a participação dos profissionais de

Enfermagem no desempenho de atividades em organizações da

categoria.

Art. 28 Comunicar formalmente ao Conselho Regional de

Enfermagem e aos órgãos competentes fatos que infrinjam

dispositivos éticos-legais e que possam prejudicar o exercício

profissional e a segurança à saúde da pessoa, família e

coletividade.

Art. 29 Comunicar formalmente, ao Conselho Regional de

Enfermagem, fatos que envolvam recusa e/ou demissão de cargo,

função ou emprego, motivado pela necessidade do profissional em

cumprir o presente Código e a legislação do exercício profissional.

Art. 30 Cumprir, no prazo estabelecido, determinações,

notificações, citações, convocações e intimações do Sistema

Cofen/Conselhos Regionais de Enfermagem.

Art. 31 Colaborar com o processo de fiscalização do exercício

profissional e prestar informações fidedignas, permitindo o acesso

a documentos e a área física institucional.

Art. 32 Manter inscrição no Conselho Regional de Enfermagem,

com jurisdição na área onde ocorrer o exercício profissional.

Art. 33 Manter os dados cadastrais atualizados junto ao Conselho

Regional de Enfermagem de sua jurisdição.

Art. 34 Manter regularizadas as obrigações financeiras junto ao

Conselho Regional de Enfermagem de sua jurisdição.

Art. 35 Apor nome completo e/ou nome social, ambos legíveis,

número e categoria de inscrição no Conselho Regional de

Enfermagem, assinatura ou rubrica nos documentos, quando no

exercício profissional.

§ 1º É facultado o uso do carimbo, com nome completo, número

e categoria de inscrição no Coren, devendo constar a assinatura ou

rubrica do profissional.

§ 2º Quando se tratar de prontuário eletrônico, a assinatura deverá

ser certificada, conforme legislação vigente.

Art. 36 Registrar no prontuário e em outros documentos as

informações inerentes e indispensáveis ao processo de cuidar de

forma clara, objetiva, cronológica, legível, completa e sem

rasuras.

Art. 37 Documentar formalmente as etapas do processo de

Enfermagem, em consonância com sua competência legal.

Art. 38 Prestar informações escritas e/ou verbais, completas e

fidedignas, necessárias à continuidade da assistência e segurança

do paciente.

Art. 39 Esclarecer à pessoa, família e coletividade, a respeito dos

direitos, riscos, benefícios e intercorrências acerca da assistência

de Enfermagem.

Art. 40 Orientar à pessoa e família sobre preparo, benefícios,

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Enfermagem

16/2

riscos e consequências decorrentes de exames e de outros

procedimentos, respeitando o direito de recusa da pessoa ou de seu

representante legal.

Art. 41 Prestar assistência de Enfermagem sem discriminação de

qualquer natureza.

Art. 42 Respeitar o direito do exercício da autonomia da pessoa

ou de seu representante legal na tomada de decisão, livre e

esclarecida, sobre sua saúde, segurança, tratamento, conforto,

bem-estar, realizando ações necessárias, de acordo com os

princípios éticos e legais.

Parágrafo único. Respeitar as diretivas antecipadas da pessoa no

que concerne às decisões sobre cuidados e tratamentos que deseja

ou não receber no momento em que estiver incapacitado de

expressar, livre e autonomamente, suas vontades.

Art. 43 Respeitar o pudor, a privacidade e a intimidade da pessoa,

em todo seu ciclo vital e nas situações de morte e pós-morte.

Art. 44 Prestar assistência de Enfermagem em condições que

ofereçam segurança, mesmo em caso de suspensão das atividades

profissionais decorrentes de movimentos reivindicatórios da

categoria.

Parágrafo único. Será respeitado o direito de greve e, nos casos

de movimentos reivindicatórios da categoria, deverão ser

prestados os cuidados mínimos que garantam uma assistência

segura, conforme a complexidade do paciente.

Art. 45 Prestar assistência de Enfermagem livre de danos

decorrentes de imperícia, negligência ou imprudência.

Art. 46 Recusar-se a executar prescrição de Enfermagem e

Médica na qual não constem assinatura e número de registro do

profissional prescritor, exceto em situação de urgência e

emergência.

§ 1º O profissional de Enfermagem deverá recusar-se a executar

prescrição de Enfermagem e Médica em caso de identificação de

erro e/ou ilegibilidade da mesma, devendo esclarecer com o

prescritor ou outro profissional, registrando no prontuário.

§ 2º É vedado ao profissional de Enfermagem o cumprimento de

prescrição à distância, exceto em casos de urgência e emergência

e regulação, conforme Resolução vigente.

Art. 47 Posicionar-se contra, e denunciar aos órgãos competentes,

ações e procedimentos de membros da equipe de saúde, quando

houver risco de danos decorrentes de imperícia, negligência e

imprudência ao paciente, visando a proteção da pessoa, família e

coletividade.

Art. 48 Prestar assistência de Enfermagem promovendo a

qualidade de vida à pessoa e família no processo do nascer, viver,

morrer e luto.

Parágrafo único. Nos casos de doenças graves incuráveis e

terminais com risco iminente de morte, em consonância com a

equipe multiprofissional, oferecer todos os cuidados paliativos

disponíveis para assegurar o conforto físico, psíquico, social e

espiritual, respeitada a vontade da pessoa ou de seu representante

legal.

Art. 49 Disponibilizar assistência de Enfermagem à coletividade

em casos de emergência, epidemia, catástrofe e desastre, sem

pleitear vantagens pessoais, quando convocado.

Art. 50 Assegurar a prática profissional mediante consentimento

prévio do paciente, representante ou responsável legal, ou decisão

judicial.

Parágrafo único. Ficam resguardados os casos em que não haja

capacidade de decisão por parte da pessoa, ou na ausência do

representante ou responsável legal.

Art. 51 Responsabilizar-se por falta cometida em suas atividades

profissionais, independentemente de ter sido praticada individual

ou em equipe, por imperícia, imprudência ou negligência, desde

que tenha participação e/ou conhecimento prévio do fato.

Parágrafo único. Quando a falta for praticada em equipe, a

responsabilidade será atribuída na medida do(s) ato(s) praticado(s)

individualmente.

Art. 52 Manter sigilo sobre fato de que tenha conhecimento em

razão da atividade profissional, exceto nos casos previstos na

legislação ou por determinação judicial, ou com o consentimento

escrito da pessoa envolvida ou de seu representante ou

responsável legal.

§ 1º Permanece o dever mesmo quando o fato seja de

conhecimento público e em caso de falecimento da pessoa

envolvida.

§ 2º O fato sigiloso deverá ser revelado em situações de ameaça à

vida e à dignidade, na defesa própria ou em atividade

multiprofissional, quando necessário à prestação da assistência.

§ 3º O profissional de Enfermagem intimado como testemunha

deverá comparecer perante a autoridade e, se for o caso, declarar

suas razões éticas para manutenção do sigilo profissional.

§ 4º É obrigatória a comunicação externa, para os órgãos de

responsabilização criminal, independentemente de autorização, de

casos de violência contra: crianças e adolescentes; idosos; e

pessoas incapacitadas ou sem condições de firmar consentimento.

§ 5º A comunicação externa para os órgãos de responsabilização

criminal em casos de violência doméstica e familiar contra mulher

adulta e capaz será devida, independentemente de autorização, em

caso de risco à comunidade ou à vítima, a juízo do profissional e

com conhecimento prévio da vítima ou do seu responsável.

Art. 53 Resguardar os preceitos éticos e legais da profissão quanto

ao conteúdo e imagem veiculados nos diferentes meios de

comunicação e publicidade.

Art. 54 Estimular e apoiar a qualificação e o aperfeiçoamento

técnico-científico, ético-político, socioeducativo e cultural dos

profissionais de Enfermagem sob sua supervisão e coordenação.

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Enfermagem

17/2

Art. 55 Aprimorar os conhecimentos técnico-científicos, ético-

políticos, socioeducativos e culturais, em benefício da pessoa,

família e coletividade e do desenvolvimento da profissão.

Art. 56 Estimular, apoiar, colaborar e promover o

desenvolvimento de atividades de ensino, pesquisa e extensão,

devidamente aprovados nas instâncias deliberativas.

Art. 57 Cumprir a legislação vigente para a pesquisa envolvendo

seres humanos.

Art. 58 Respeitar os princípios éticos e os direitos autorais no

processo de pesquisa, em todas as etapas.

Art. 59 Somente aceitar encargos ou atribuições quando se julgar

técnica, científica e legalmente apto para o desempenho seguro

para si e para outrem.

Art. 60 Respeitar, no exercício da profissão, a legislação vigente

relativa à preservação do meio ambiente no gerenciamento de

resíduos de serviços de saúde.

CAPÍTULO III – DAS PROIBIÇÕES

Art. 61 Executar e/ou determinar atos contrários ao Código de

Ética e à legislação que disciplina o exercício da Enfermagem.

Art. 62 Executar atividades que não sejam de sua competência

técnica, científica, ética e legal ou que não ofereçam segurança ao

profissional, à pessoa, à família e à coletividade.

Art. 63 Colaborar ou acumpliciar-se com pessoas físicas ou

jurídicas que desrespeitem a legislação e princípios que

disciplinam o exercício profissional de Enfermagem.

Art. 64 Provocar, cooperar, ser conivente ou omisso diante de

qualquer forma ou tipo de violência contra a pessoa, família e

coletividade, quando no exercício da profissão.

Art. 65 Aceitar cargo, função ou emprego vago em decorrência

de fatos que envolvam recusa ou demissão motivada pela

necessidade do profissional em cumprir o presente código e a

legislação do exercício profissional; bem como pleitear cargo,

função ou emprego ocupado por colega, utilizando-se de

concorrência desleal.

Art. 66 Permitir que seu nome conste no quadro de pessoal de

qualquer instituição ou estabelecimento congênere, quando,

nestas, não exercer funções de enfermagem estabelecidas na

legislação.

Art. 67 Receber vantagens de instituição, empresa, pessoa, família

e coletividade, além do que lhe é devido, como forma de garantir

assistência de Enfermagem diferenciada ou benefícios de qualquer

natureza para si ou para outrem.

Art. 68 Valer-se, quando no exercício da profissão, de

mecanismos de coação, omissão ou suborno, com pessoas físicas

ou jurídicas, para conseguir qualquer tipo de vantagem.

Art. 69 Utilizar o poder que lhe confere a posição ou cargo, para

impor ou induzir ordens, opiniões, ideologias políticas ou

qualquer tipo de conceito ou preconceito que atentem contra a

dignidade da pessoa humana, bem como dificultar o exercício

profissional.

Art. 70 Utilizar dos conhecimentos de enfermagem para praticar

atos tipificados como crime ou contravenção penal, tanto em

ambientes onde exerça a profissão, quanto naqueles em que não a

exerça, ou qualquer ato que infrinja os postulados éticos e legais.

Art. 71 Promover ou ser conivente com injúria, calúnia e

difamação de pessoa e família, membros das equipes de

Enfermagem e de saúde, organizações da Enfermagem,

trabalhadores de outras áreas e instituições em que exerce sua

atividade profissional.

Art. 72 Praticar ou ser conivente com crime, contravenção penal

ou qualquer outro ato que infrinja postulados éticos e legais, no

exercício profissional.

Art. 73 Provocar aborto, ou cooperar em prática destinada a

interromper a gestação, exceto nos casos permitidos pela

legislação vigente.

Parágrafo único. Nos casos permitidos pela legislação, o

profissional deverá decidir de acordo com a sua consciência sobre

sua participação, desde que seja garantida a continuidade da

assistência.

Art. 74 Promover ou participar de prática destinada a antecipar a

morte da pessoa.

Art. 75 Praticar ato cirúrgico, exceto nas situações de emergência

ou naquelas expressamente autorizadas na legislação, desde que

possua competência técnica-científica necessária.

Art. 76 Negar assistência de enfermagem em situações de

urgência, emergência, epidemia, desastre e catástrofe, desde que

não ofereça risco a integridade física do profissional.

Art. 77 Executar procedimentos ou participar da assistência à

saúde sem o consentimento formal da pessoa ou de seu

representante ou responsável legal, exceto em iminente risco de

morte.

Art. 78 Administrar medicamentos sem conhecer indicação, ação

da droga, via de administração e potenciais riscos, respeitados os

graus de formação do profissional.

Art. 79 Prescrever medicamentos que não estejam estabelecidos

em programas de saúde pública e/ou em rotina aprovada em

instituição de saúde, exceto em situações de emergência.

Art. 80 Executar prescrições e procedimentos de qualquer

natureza que comprometam a segurança da pessoa.

Art. 81 Prestar serviços que, por sua natureza, competem a outro

profissional, exceto em caso de emergência, ou que estiverem

expressamente autorizados na legislação vigente.

Art. 82 Colaborar, direta ou indiretamente, com outros

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Enfermagem

18/2

profissionais de saúde ou áreas vinculadas, no descumprimento da

legislação referente aos transplantes de órgãos, tecidos,

esterilização humana, reprodução assistida ou manipulação

genética.

Art. 83 Praticar, individual ou coletivamente, quando no exercício

profissional, assédio moral, sexual ou de qualquer natureza, contra

pessoa, família, coletividade ou qualquer membro da equipe de

saúde, seja por meio de atos ou expressões que tenham por

consequência atingir a dignidade ou criar condições humilhantes

e constrangedoras.

Art. 84 Anunciar formação profissional, qualificação e título que

não possa comprovar.

Art. 85 Realizar ou facilitar ações que causem prejuízo ao

patrimônio das organizações da categoria.

Art. 86 Produzir, inserir ou divulgar informação inverídica ou de

conteúdo duvidoso sobre assunto de sua área profissional.

Parágrafo único. Fazer referência a casos, situações ou fatos, e

inserir imagens que possam identificar pessoas ou instituições sem

prévia autorização, em qualquer meio de comunicação.

Art. 87 Registrar informações incompletas, imprecisas ou

inverídicas sobre a assistência de Enfermagem prestada à pessoa,

família ou coletividade.

Art. 88 Registrar e assinar as ações de Enfermagem que não

executou, bem como permitir que suas ações sejam assinadas por

outro profissional.

Art. 89 Disponibilizar o acesso a informações e documentos a

terceiros que não estão diretamente envolvidos na prestação da

assistência de saúde ao paciente, exceto quando autorizado pelo

paciente, representante legal ou responsável legal, por

determinação judicial.

Art. 90 Negar, omitir informações ou emitir falsas declarações

sobre o exercício profissional quando solicitado pelo Conselho

Regional de Enfermagem e/ou Comissão de Ética de

Enfermagem.

Art. 91 Delegar atividades privativas do(a) Enfermeiro(a) a outro

membro da equipe de Enfermagem, exceto nos casos de

emergência.

Parágrafo único. Fica proibido delegar atividades privativas a

outros membros da equipe de saúde.

Art. 92 Delegar atribuições dos(as) profissionais de enfermagem,

previstas na legislação, para acompanhantes e/ou responsáveis

pelo paciente.

Parágrafo único. O dispositivo no caput não se aplica nos casos

da atenção domiciliar para o autocuidado apoiado.

Art. 93 Eximir-se da responsabilidade legal da assistência

prestada aos pacientes sob seus cuidados realizados por alunos

e/ou estagiários sob sua supervisão e/ou orientação.

Art. 94 Apropriar-se de dinheiro, valor, bem móvel ou imóvel,

público ou particular, que esteja sob sua responsabilidade em

razão do cargo ou do exercício profissional, bem como desviá-lo

em proveito próprio ou de outrem.

Art. 95 Realizar ou participar de atividades de ensino, pesquisa e

extensão, em que os direitos inalienáveis da pessoa, família e

coletividade sejam desrespeitados ou ofereçam quaisquer tipos de

riscos ou danos previsíveis aos envolvidos.

Art. 96 Sobrepor o interesse da ciência ao interesse e segurança

da pessoa, família e coletividade.

Art. 97 Falsificar ou manipular resultados de pesquisa, bem como

usá-los para fins diferentes dos objetivos previamente

estabelecidos.

Art. 98 Publicar resultados de pesquisas que identifiquem o

participante do estudo e/ou instituição envolvida, sem a

autorização prévia.

Art. 99 Divulgar ou publicar, em seu nome, produção técnico-

científica ou instrumento de organização formal do qual não tenha

participado ou omitir nomes de coautores e colaboradores.

Art. 100 Utilizar dados, informações, ou opiniões ainda não

publicadas, sem referência do autor ou sem a sua autorização.

Art. 101 Apropriar-se ou utilizar produções técnico-científicas,

das quais tenha ou não participado como autor, sem concordância

ou concessão dos demais partícipes.

Art. 102 Aproveitar-se de posição hierárquica para fazer constar

seu nome como autor ou coautor em obra técnico-científica.

CAPÍTULO IV – DAS INFRAÇÕES E

PENALIDADES

Art. 103 A caracterização das infrações éticas e disciplinares, bem

como a aplicação das respectivas penalidades regem-se por este

Código, sem prejuízo das sanções previstas em outros dispositivos

legais.

Art. 104 Considera-se infração ética e disciplinar a ação, omissão

ou conivência que implique em desobediência e/ou inobservância

às disposições do Código de Ética dos Profissionais de

Enfermagem, bem como a inobservância das normas do Sistema

Cofen/Conselhos Regionais de Enfermagem.

Art. 105 O(a) Profissional de Enfermagem responde pela infração

ética e/ou disciplinar, que cometer ou contribuir para sua prática,

e, quando cometida(s) por outrem, dela(s) obtiver benefício.

Art. 106 A gravidade da infração é caracterizada por meio da

análise do(s) fato(s), do(s) ato(s) praticado(s) ou ato(s)

omissivo(s), e do(s) resultado(s).

Art. 107 A infração é apurada em processo instaurado e

conduzido nos termos do Código de Processo Ético-Disciplinar

vigente, aprovado pelo Conselho Federal de Enfermagem.

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Art. 108 As penalidades a serem impostas pelo Sistema

Cofen/Conselhos Regionais de Enfermagem, conforme o que

determina o art. 18, da Lei n° 5.905, de 12 de julho de 1973, são

as seguintes:

I – Advertência verbal;

II – Multa;

III – Censura;

IV – Suspensão do Exercício Profissional;

V – Cassação do direito ao Exercício Profissional.

§ 1º A advertência verbal consiste na admoestação ao infrator, de

forma reservada, que será registrada no prontuário do mesmo, na

presença de duas testemunhas.

§ 2º A multa consiste na obrigatoriedade de pagamento de 01 (um)

a 10 (dez) vezes o valor da anuidade da categoria profissional à

qual pertence o infrator, em vigor no ato do pagamento.

§ 3º A censura consiste em repreensão que será divulgada nas

publicações oficiais do Sistema Cofen/Conselhos Regionais de

Enfermagem e em jornais de grande circulação.

§ 4º A suspensão consiste na proibição do exercício profissional

da Enfermagem por um período de até 90 (noventa) dias e será

divulgada nas publicações oficiais do Sistema Cofen/Conselhos

Regionais de Enfermagem, jornais de grande circulação e

comunicada aos órgãos empregadores.

§ 5º A cassação consiste na perda do direito ao exercício da

Enfermagem por um período de até 30 anos e será divulgada nas

publicações do Sistema Cofen/Conselhos Regionais de

Enfermagem e em jornais de grande circulação.

§ 6º As penalidades aplicadas deverão ser registradas no

prontuário do infrator.

§ 7º Nas penalidades de suspensão e cassação, o profissional terá

sua carteira retida no ato da notificação, em todas as categorias em

que for inscrito, sendo devolvida após o cumprimento da pena e,

no caso da cassação, após o processo de reabilitação.

Art. 109 As penalidades, referentes à advertência verbal, multa,

censura e suspensão do exercício profissional, são da

responsabilidade do Conselho Regional de Enfermagem, serão

registradas no prontuário do profissional de Enfermagem; a pena

de cassação do direito ao exercício profissional é de competência

do Conselho Federal de Enfermagem, conforme o disposto no art.

18, parágrafo primeiro, da Lei n° 5.905/73.

Parágrafo único. Na situação em que o processo tiver origem no

Conselho Federal de Enfermagem e nos casos de cassação do

exercício profissional, terá como instância superior a Assembleia

de Presidentes dos Conselhos de Enfermagem.

Art. 110 Para a graduação da penalidade e respectiva imposição

consideram-se:

I – A gravidade da infração;

II – As circunstâncias agravantes e atenuantes da infração;

III – O dano causado e o resultado;

IV – Os antecedentes do infrator.

Art. 111 As infrações serão consideradas leves, moderadas,

graves ou gravíssimas, segundo a natureza do ato e a circunstância

de cada caso.

§ 1º São consideradas infrações leves as que ofendam a

integridade física, mental ou moral de qualquer pessoa, sem causar

debilidade ou aquelas que venham a difamar organizações da

categoria ou instituições ou ainda que causem danos patrimoniais

ou financeiros.

§ 2º São consideradas infrações moderadas as que provoquem

debilidade temporária de membro, sentido ou função na pessoa ou

ainda as que causem danos mentais, morais, patrimoniais ou

financeiros.

§ 3º São consideradas infrações graves as que provoquem perigo

de morte, debilidade permanente de membro, sentido ou função,

dano moral irremediável na pessoa ou ainda as que causem danos

mentais, morais, patrimoniais ou financeiros.

§ 4º São consideradas infrações gravíssimas as que provoquem a

morte, debilidade permanente de membro, sentido ou função,

dano moral irremediável na pessoa.

Art. 112 São consideradas circunstâncias atenuantes:

I – Ter o infrator procurado, logo após a infração, por sua

espontânea vontade e com eficiência, evitar ou minorar as

consequências do seu ato;

II – Ter bons antecedentes profissionais;

III – Realizar atos sob coação e/ou intimidação ou grave ameaça;

IV – Realizar atos sob emprego real de força física;

V – Ter confessado espontaneamente a autoria da infração;

VI – Ter colaborado espontaneamente com a elucidação dos fatos.

Art. 113 São consideradas circunstâncias agravantes:

I – Ser reincidente;

II – Causar danos irreparáveis;

III – Cometer infração dolosamente;

IV – Cometer a infração por motivo fútil ou torpe;

V – Facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade

ou a vantagem de outra infração;

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VI – Aproveitar-se da fragilidade da vítima;

VII – Cometer a infração com abuso de autoridade ou violação do

dever inerente ao cargo ou função ou exercício profissional;

VIII – Ter maus antecedentes profissionais;

IX – Alterar ou falsificar prova, ou concorrer para a desconstrução

de fato que se relacione com o apurado na denúncia durante a

condução do processo ético.

CAPÍTULO V – DA APLICAÇÃO DAS

PENALIDADES

Art. 114 As penalidades previstas neste Código somente poderão

ser aplicadas, cumulativamente, quando houver infração a mais de

um artigo.

Art. 115 A pena de Advertência verbal é aplicável nos casos de

infrações ao que está estabelecido nos artigos:, 26, 28, 29, 30, 31,

32, 33, 35, 36, 37, 38, 39, 40, 41, 42, 43, 46, 48, 47, 49, 50, 51,

52, 53, 54, 55, 56, 57,58, 59, 60, 61, 62, 65, 66, 67, 69, 76, 77, 78,

79, 81, 82, 83, 84, 85, 86, 87, 88, 89, 90, 91, 92, 93, 94, 95, 98,

99, 100, 101 e 102.

Art. 116 A pena de Multa é aplicável nos casos de infrações ao

que está estabelecido nos artigos: 28, 29, 30, 31, 32, 35, 36, 38,

39, 41, 42, 43, 44, 45, 50, 51, 52, 57, 58, 59, 61, 62, 63, 64, 65,

66, 67, 68, 69, 70, 71, 72, 73, 74, 75, 76, 77, 78, 79, 80, 81, 82,

83, 84, 85, 86, 87, 88, 89, 90, 91, 92, 93, 94, 95, 96, 97, 98, 99,

100, 101 e 102.

Art. 117 A pena de Censura é aplicável nos casos de infrações ao

que está estabelecido nos artigos: 31, 41, 42, 43, 44, 45, 50, 51,

52, 57, 58, 59, 61, 62, 63, 64, 65, 66, 67,68, 69, 70, 71, 73, 74, 75,

76, 77, 78, 79, 80, 81, 82, 83, 84, 85, 86, 88, 90, 91, 92, 93, 94,

95, 97, 99, 100, 101 e 102.

Art. 118 A pena de Suspensão do Exercício Profissional é

aplicável nos casos de infrações ao que está estabelecido nos

artigos: 32, 41, 42, 43, 44, 45, 50, 51, 52, 59, 61, 62, 63, 64, 68,

69, 70, 71, 72, 73, 74, 75, 76, 77, 78,79, 80, 81, 82, 83, 85, 87, 89,

90, 91, 92, 93, 94 e 95.

Art. 119 A pena de Cassação do Direito ao Exercício Profissional

é aplicável nos casos de infrações ao que está estabelecido nos

artigos: 45, 64, 70, 72, 73, 74, 80, 82, 83, 94, 96 e 97.

ÉTICA II.

PREFIXOS E SUFIXOS

A, na: privação;acloridria(ausência de ácido clorídrico no suco

gástrico), afasia (impossibilidade de falar).

Na, Ana: para cima, para trás; anaplasia(é quando a formação

celular tem um desvio da normalidade).

Ana: denovo;anamnese( história pessoal da família e do

paciente), anastomose(conjunção de um órgão a outro órgão.

Anti: contra;antiemético, antídoto(contra veneno), antissepsia(é o

conjunto de medidas propostas para inibir o crescimento de

microrganismos)

Dia: através de; diagnóstico, diafragma, diarréia, diálise(processo

de separação de substâncias cristalóides e colóides).

Dis: dificuldade; disfagia(dificuldade de

deglutição), dispnéia(dificuldade em respirar), dislalia(dificuldade

na pronúncia das palavras).

Ecto: fora de, exterior; ectoderma(camada primária do disco

embrionário)

Endo: dentro, parte interna; endocárdio(mebrana endotelial que

reveste internamente o coração), endógeno(formado no próprio

organismo)

Epi: sobre; epiderme(cama externa da pele), epidemia(aumento do

número de doenças sobre uma população)

Eu: bem, bom; euforia(sensação de bem-estar), eugenia(estudo da

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melhoria física e mental da raça).

Exo: para fora, extermo;exoftalmia(projeção dos olhos para fora).

Hemi: metade, hemisfério; hemiplegia(condição na qual, metade

do corpo fica paralisado), , hemicolectomia(remoção cirúrgica de

metade do cólon).

Hiper: aumento, excesso;hipertrofia(aumento no tamanho das

células), hiperglicemia(excesso de glicose no sangue).

Hipo: diminuição ou posição abaixo;hipocôndrio (região do

abdome de cada lado do epigastro).

Iso: igualdade; isotérmico(da mesma temperatura).

Meta: mudança, exceção; metamorfose(mudança de forma ou

estrutura).

Neo: novo; neoplasia( são neoformações teciduais de células, de

cresimento autonômo).

Oligo: pouco; oligodramnia (é a diminuição do volume de líquido

amniótico para uma idade gestacional definida), oligúria (

diminuiçao na produção de urina).

Orto: reto, direto; ortopedia( correção das deformidades ósseas e

articulares), ortodontia (correção das irregularidades dos dentes).

Pan: todo; pancardite( inflamação generalizada do

coração), pandemia(epidemia muito acetuada).

Pen: escassez; leucopenia (diminuição do número de leucócitos)

Para: proximidade; parasito(planta ou animal que vive sobre, ou

dentro de, outro organismo vivo), paratireóide(quatro pequenas

glândulas, de secreção interna).

Peri: em torno de; pericárdio(membrana serona que reveste o

coração).

Poli: muito; polidipsia (sede exagerada), polimenorréia(intervalos

entre as menstruações forem menores que 21

dias), poliúria(aumento da quantidade de urina).

Pro: anterioridade; prognóstico(predição sobre a marcha da

doença, sua duração e seu fim), proglote(segmento madura da

tênia).

Sin: idéia de conjunto, síndrome(conjunto de sinais e sintomas que

caracterizam uma entidade mórbida.

Termo Técnicos por Sistemas

Sistema Nervoso

Apalestesia: perda do sentido das vibrações

Astasia: incapacidade de permanecer em pé por incoordenação

motora

Coma: estado de inconsciência

Convulsão: contrações violentas e involuntárias do músculo,

agitação desordenada

Diplegia: paralisia bilateral

Ecopraxia: repetição dos movimentos ou maneirismo de outra

pessoa

Estutor: inconsciência total ou parcial

Estupor: inconsciência total ou parcial, mutismo sem perda da

percepção sensorial

Hemiplegia: paralisia dos MMII

Hemicrância: enxaqueca, dor (em metade do crânio)

Hemiparesia: fraqueza muscular em um lado do corpo

Hiperalgesia: sensibilidade exagerada à dor

Hipersônia: sonolência excessiva

Hipoestesia: diminuição da sensibilidade

Hipotonia: tonicidade muscular diminuída

Parestesia: alteração da sensibilidade, desordem nervosa, com

sensações anormais (são sensações cutâneas subjetivas ex: frio,

formigamento, calor.

Paresia: paralisia incompleta

Paralisia: diminuição ou desaparecimento da sensibilidade e

movimentos

Reflexo: contração muscular, resposta involuntária a um

estímulo

Tetraplegia: paralisação dos quatro membros

Sistema Locomotor

Ancilose: imobilidade de uma articulação;

Acinesia: lentidão dos movimentos ou paralisia parcial;

Agrafia: não consegue escrever;

Ambidestro: habilidade de usar as duas mãos.

Ataxia: Não coordena os músculos e a locomoção;

Sistema Cardiovascular

Anoxia - falta de oxigênio nos tecidos.

Bradicardia - frequência cardíaca diminuída.

Contratilidade: capacidade do musculo cardíaco de se encurtar

em resposta a um impulso elétrico.

Débito cárdiaco: quantidade de sangue bombeada por cada

ventrículo em litros por minuto;

Diástole: período de relaxamento ventricular resultando em

enchimento ventricular.

Hipertensão: pressão arterial superior ou igual 140/90mmHg.

Hipotensão: uma diminuição na pressão arterial para menos de

100/60mmHg.

Normocardia - frequência cardíaca normal.

Sistole: período de contração ventricular resultando em ejeção do

sangue a partir dos ventrículos para dentro da artéria pulmonar e

aorta.

Taquicardia - frequência cardíaca aumentada.

Sistema Tegumentar

Acromia: falta de melanina, falta de pigmentação, albinismo;

Apelo: 1) sem pele, não cicatrizado, aplicado a feridas. 2)

desprovido de prepúcio, circuncidado;

Cloasma: manchas escuras na pele, principalmente na face da

gestante;

Dermatite: inflamação da pele;

Dermatose: doença de pele;

Equimose: extravasamento de sangue por baixo dos tecidos,

manchas escuras ou avermelhadas;

Eritema: vermelhidão na pele;

Erupção na pele: vermelhamento de sangue por baixo dos

tecidos, manchas escuras ou avermelhadas;

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Erupção: lesões visíveis na pele;

Escabiose: moléstia cutânea contagiosa, caracterizada por lesão

multiformes, acompanhadas por prurido intenso.

Esclerodermia: afecção cutânea com endurecimento da pele;

Esclerose: endurecimento da pele, devido a uma proliferação

exagerada de tecido conjuntivo. Alteração de tecido ou órgão

caracterizado pela formação de tecido fibroso;

Escoriações: perda superficial de tecidos;

Estrófulo: dermatose benigna comum no recém-nascido; Ex:

comum na picada de mosquito.

Exantema: deflorência cutânea, qualquer erupção cutânea;

erupção cutânea que ocorre em doença aguda provocada por

vírus ou coco. EX: sarampo.

Fissura: ulceração de mucosa;

Flictema: levantamento da epiderme, formando pequenas bolhas;

Mácula: mancha rósea da pele sem elevação;

Petéquias: pequenas hemorragias puntiformes; (“ponto vermelho

pelo corpo”).

Pústula: vesícula cheia de pus.

Úlcera: necrose parcial do tecido com perda de substâncias;

Urticária: erupção eritematosa da pele com prurido;

Vesículas: bolhas;

Sistema Respiratório

Aerofagia: deglutição anormal de ar, provocando eructação

freqüente

Anoxia: redução do suprimento de oxigênio nos tecidos

Apnéia: parada dos movimentos respiratórios

Asfixia: sufocação, dificuldade da passagem do ar

Binasal: referente a ambos os campos visuais nasais

Cianose: coloração azulada por falta de oxigênio

Dispnéia: dificuldade respiratória

Estertorosa: respiração ruidosa

Expectoração: expelir secreção pulmonar (escarro)

Hemoptise: hemorragia de origem pulmonar, escarro com

sangue

Hemotórax: coleção de sangue na cavidade pleural

Hiperpnéia: respiração anormal, acelerada, com movimentos

respiratórios exagerados

Ortopnéia: acentuada falta de ar em decúbito dorsal

Taquipnéia: movimentos respiratórios acelerados

Sistema Digestório

Anorexia: perda do apetite;

Afagia: impossibilidade de deglutir;

Azia (pirose): sensação de ardor estomacal, eructação azeda e

ácida.

Bilioso: referente a bile; peculiar a transtornos causados por

excesso de bile;

Bulimia: fome exagerada;

Cólica: dor espasmódica:

Colostomia: abertura artificial para saída de fezes a nível do

colo.

Constipação: demora anormal na passagem das fezes;

Coprólito: massa endurecida de matéria fecal nos intestinos;

Desidratação: perda exagerada de líquido no organismo;

Diarréia: evacuações freqüentes e líquidas;

Disfagia: dificuldade de deglutir;

Distensão: estiramento de alguma fibra muscular,

entumecimento ou expansão;

Êmese: ato de vomitar;

Enema: clister, lavagem, introdução de líquidos no reto;

Enteralgia: dor intestinal;

Eventração: saída total ou parcial de vísceras na parede

abdominal, mas a pele continua íntegra;

Evisceração: saída das vísceras de sua situação normal;

Flatulência: distensão do intestino pelo acúmulo de fezes e

gazes;

Gastralgia: dor de estômago;

Halitose: mau hálito;

Hematêmese: vômitos com sangue;

Hiperêmese: vômitos excessivos ou incoercíveis;

Inapetência: falta de apetite, anorexia;

Melena: fezes escuras e brilhantes, com presença de sangue;

Náuseas: desconforto gástrico com impulsão para vomitar;

Pirose: sensação de ardência do estômago à garganta;

Pleniturde gástrica: sensação de ardência do estômago à

garganta.

Polidipsia: sede excessiva;

Regurgitação: volta de comida do estômago à boca;

Sialorréia: salivação excessiva;

Sialosquiese: salivação deficiente (boca seca);

Sistema Urinário

Anúria: Ausência de eliminação urinária

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Colúria: Presença de bilirrubina ou bílis na urina

Diurese: volume de urina coletado

Enurese: incontinência urinária

Hematúria: presença de sangue na urina

Micção: ato de urinar

Mictúria: micção freqüente à noite

Oligúria: deficiência de eliminação urinária, escassez

Piúria: presença de pus na urina

Polagiúria: eliminação frequente da urina

Poliúria: excessiva eliminação urinária

Retenção urinária: incapacidade de eliminar a urina

Sistema Reprodutor

Menstruação: é uma perda sanguínea, por via vaginal, que

ocorre na mulher desde a menarca até a menopausa.

Caracterizam-se por ter um ciclo de (15 – 60) dias, mais

frequentes (25 – 32) dias, com a duração de 3 a 5 dias em

média. A quantidade de sangue perdida varia entre 100 a

150g.

Menarca: é a primeira menstruação.

Menacme: é o período da vida da mulher em que ela é fértil.

Vai da menarca até a menopausa.

Menopausa: é a última menstruação.

Climatério: fase que antecede a menopausa.

Amenorréia: significa a ausência da menstruação.

Eumenorréia: significa menstruação normal.

Hipermenorréia: significa aumento da menstruação

Oligomenorréia: significa diminuição da menstruação.

Metrorragia: hemorragia vaginal ou período menstrual

prolongada.

Leucorreia: corrimento mucoso esbranquiçado ou

amarelado, de origem vulvovaginal, por vezes purulento.

Órgãos dos Sentidos

Boca

Afasia: impossibilidade de falar ou entender a palavra falada

Afagia: impossibilidade de deglutir

Afonia: perda mais ou menos acentuada da voz

Anodontia: ausência congênita ou adquirida dos dentes

Adipsia: Ausência de sede.

Aptialismo: deficiência ou ausência de saliva

Sialorréia: salivação excessiva

Olhos

Anisocoria: desigualdade de diâmetro das pupilas

Ablepsia: cegueira

Ambliopia: diminuição da acuidade visual

Aniridia: ausência ou falha da íris

Blefarite: inflamação das pálpebras

Diplepia: visão dupla

Midríase: dilatação da pupila

Miose: contração da pupila

Ptose palpebral: queda das pálpebras

REGISTRO

DE ENFERMAGEM

É o emprego ,em linguagem escrita, de toda e q

ualquer informação relevante ao gerenciamento do

cuidado de saúde do cliente. É através do registro

que iremos buscar orientação para as ações de

enfermagem, bem como a organização do cuidado mais

adequado ao cliente.

Segundo Potter e Perry (2006) apresenta co

mo finalidades:

Auxiliar o planejamento dos cuidados;

Auxiliar no processo de comunicação;

Auxiliar no processo de educação;

Base para os processos de pesquisa;

Base para processos de auditoria;

Formar documentação legal.

Qualidades de um bom registro:

1 - Clareza: deve ser o mais claro possível, permitindo a

compreensão por todos;

2 - Concisão: transmitir o máximo de informações com p

oucas palavras;

3 - Objetividade: deve ser direto na transmissão de infor

mações;

4 - Atual: registros dos fatos no momento em que ocorre

m;

5 - Organizado: disposto em ordem que permita claro en

tendimento;

6 – Legível: deve ser de fácil leitura;

7 – Deve relatar todos os aspectos do cliente: quanto

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maiores as descrições sobre o cliente e os cuidados

prestados a ele, melhor o registro;

Segundo Nettina e cols. (2007), uma importan

te função dos registros é estabelecer comunicação

multidisciplinar com os outros membros da equipe de sa

úde (médicos, nutricionistas, psicólogos).Um relato

correto permite melhor comunicação com os outros m

embros da equipe, o que torna o cuidado prestado

eficiente.

Na elaboração de registros de enfermagem deve-

se atentar:

1 – Manter letra legível que permita a compreensão de to

dos;

2 – Não rasurar ou aplicar corretivo ;

3 – Evitar frases genéricas ou vazias como “estado inalte

rado” e “teve um bom dia”;

4 – Evitar pressa e outros fatores que prejudiquem a aten

ção no momento do registro;

5 –Registrar TODOS os fatos;

6 – Não deixar espaços em branco;

7 – Quando alguma prescrição for questionada, registrar

que foi procurado esclarecimento;

8 – Nunca registrar por outra pessoa ( registre suas infor

mações apenas por você mesmo);

9 – Começar cada registro com dia e hora e terminar

com assinatura , carimbo e se possível número de

registro;

10 – Atentar que toda e qualquer alteração no estad

o do cliente exige registro imediato e detalhado (

respaldo legal);

Dentro deste contexto, a enfermagem tem como respons

abilidades:

Executar e registrar rotinas administrativas (admissã

o, transferência, alta e óbito);

• Realizar anotações do censo hospitalar;

• Realizar anotações no relatório de enfermagem;

Realizar o registro de medicações bem como dos cui

dados prestados;

Manter registros organizados em ordem cronológica

que permita fácil acesso;

Manter organização correta que permita fácil análise

pela auditoria.

Dentre os aspectos legais que envolvem o registro de enf

ermagem , deve-se atentar:

1.Qualquer registro só possui valor legal se datado, i

dentificando horário, com assinatura e número de

registro no COREN do profissional;

2.O cliente possui direito a conhecimento de toda

s as informações pertinentes a ele, bem como

esclarecimento adequado de sua situação;

3.Sistemas informatizados de informação possuem a m

esma validade legal que os manuscritos desde que

devidamente criptografados e protegidos;

4.A ausência de registro de enfermagem sobre determin

ado fato pode implicar em responsabilização civil e

criminal do profissional (o registro atua como respaldo p

rofissional);

5.A passagem de plantão somente poderá ser efetua

da quando os registros de enfermagem estiverem

corretamente identificados

Esta é uma anotação de Téc. de enfermagem

-1.Sinais subjetivos(e o que o paciente relata,o que ele fala para

o profissional)

-2.Sinais objetivos(e o que você vê. Ex,edema,feridas,etc...)

-3.O que foi feito (os cuidados prestados por você)

-4.Dieta,alimentação(que tipo de dieta o paciente esta

fazendo)

-5.Eliminação(anote o volume urinário,aspecto das fezes)

-6.Sinais vitais(PA,TAX,FC,FR e dor)

Dentro dessa sequencia deve haver.

Deve abranger:

- Nível de consciência; coma,sonolento, orientado ou

desorientado.

- Locomoção; acamado, deambulando.

- Mantendo jejum; sim ou não qual o motivo

- Dreno, cateter,caso houver

- Sondas; fechada ou aberta

- Venóclise e dispositivo de infusão; local, tipo, periférica.

- Eliminações urinárias e fecais; ausente, presente, quantos

dias

- Queixas; náuseas, dor, etc.

Admissão do Paciente.

•É a entrada e a permanência do paciente no hospital por

determinado período.

•Anotações de enfermagem na admissão:

–Nome completo do paciente, data e hora da admissão;

–Condições de chegada (deambulando, maca, cadeira de rodas,

etc.);

Presença de acompanhante ou responsável;

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Enfermagem

25/2

–Condições de higiene;

–Queixas relacionadas ao motivo da internação;

–Procedimentos/cuidados realizados, conforme prescrição ou

rotina institucional (mensuração dos Sinais vitais, punção de

acesso venoso, coleta de exames, elevação de grades, etc.);

–Orientações prestadas.

–Destino dos pertences de valor.

Alta Hospitalar

•É a saída do paciente do hospital ou de uma determinada

unidade de internação.

•É assumida pelo médico responsável, de maneira escrita,

devendo ser assinada e registrado o número do CRM.

Tipos de Alta:

•Alta hospitalar:

–Alta curado

–Alta melhorado

–Alta inalterado

•Alta a pedido: quando é solicitada pelo cliente.

•Alta condicional ou licença médica: concedida pelo médico em

datas comemorativas, sendo necessário que o cliente assine um

termo de responsabilidade antes de sair da unidade.

•Alta por indisciplina

•Transferência:consistenaremoçãodoclientedeumaunidadeparaou

tradentrodaprópriainstituiçãoouparaoutrasinstituições.

•Evasão

•Óbito

Anotações de enfermagem na alta hospitalar:

–Data e horário;

–Condições de saída (deambulando, maca ou cadeira de rodas);

–Procedimentos/cuidados realizados, conforme prescrição ou

rotina institucional (mensuração de sinais vitais, retirada de cateter

venoso, etc.);

–Orientações prestadas.

Obs.: Importante o registro real do horário de saída do paciente e

se saiu acompanhado.

Transferência Hospitalar

•Consiste na remoção do paciente de uma unidade hospitalar

para outra unidade dentro do próprio hospital ou de uma clínica

para outra dentro de uma unidade.

Anotações de enfermagem na transferência:

–Motivo da transferência;

–Data e horário;

–Setor de destino e forma de transporte;

–Procedimentos/cuidados realizados (punção de acesso venoso,

instalação de oxigênio, sinais vitais, etc.);

–Condições (maca, cadeira de rodas);

–Queixas.

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26/2

ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA.

Introdução a Anatomia Humana

A anatomia humana é a ciência que estuda a constituição

do organismo enquanto estrutura biológica, a correção das

estruturas om suas funções (fisiologia) e as modulações das

estruturas em resposta a fatores temporais, ambientais e genéticos.

A palavra Anatomia vem do grego anatome que significa

através do corte. Desde os primórdios da civilização, era praticada

empiricamente através da observação e da manipulação dos

corpos. Com o passar dos anos, e com o auxílio da tecnologia, os

métodos utilizados no estudo dos corpos foram se aprimorando.

O corpo humano possui seis níveis de organização

estrutural:

-Nível químico: inclui as menores unidade de matéria presentes

no organismo, como os átomos e as moléculas. Por exemplo:

hidrogênio (H), oxigênio (O) e ácido desoxirribonucleico(DNA).

-Nível celular: as células são unidades básicas, estruturais e

funcionais, formadas pela combinação de componentes do nível

químico. Por exemplo: células musculares, células sanguíneas.

Nível tecidual: formado pelo agrupamento de células que possuem

uma função em comum. Existem basicamente quatro tipos de

tecidos no organismo, sendo eles o epitelial, o conjuntivo, o

muscular e o tecido nervoso.

-Nível orgânico: composto pelos órgãos. Estes são estruturas

formadas pela união de diferentes tecidos que, juntos promovem

àquele órgão uma função especifica. Por exemplo: coração,

fígado, estomago.

-Nível sistêmico: órgão que correlacionados em sua função

formam um sistema. Por exemplo: o sistema respiratório é

composto por órgãos como o nariz, a faringe, a laringe, a traqueia,

os brônquios e os pulmões.

Nível organismo: todas as partes do corpo humano (órgãos e

sistemas, funcionando umas com as outras).

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Nomenclaturas para o estudo da anatomia

Homeostasia

A homeostasia é um termo criado pelo fisiologista W.B

Cannon (1871-1945) para designar a condição dinâmica que há no

ambiente interno do corpo, resultante da interação continua dos

processos reguladores do organismo. Define-se, portanto como o

estado de equilíbrio, em resposta às condições em que ele se

encontra.

Este estado de equilíbrio passa por perturbações

continuas como agressões físicas, calor intenso, falta de oxigênio,

extravasamento de líquido, alteração nos níveis de eletrólitos,

dentre outras. Contudo, o organismo apresenta mecanismos de

regulação da homeostática a fim de manter ou regular o bom

funcionamento do mesmo. Tais mecanismos são gerenciados

pelos sistemas nervoso e endócrino, mas sobre influência de

fatores ambientais, psicológicos e do estilo de vida do indivíduo

(alimentação prática de exercícios, consumo de drogas etc.)

Cada homeostase seja restabelecida, o corpo permanece

sadio. Em contrapartida, se o equilíbrio permanecer de forma

moderada, pode ocorrer um distúrbio ou uma doença; se

permanecer de forma grave, pode levar à morte.

Posição anatômica

Para estudar anatomia, admite-se que o corpo esteja em

posição anatômica. Esta posição foi determinada em convenção

universal para facilitar o estudo e evitar erros na descrição das

estruturas. Desta forma, o indivíduo a ser estudado deve

permanecer em pé, ereto, de frente para o observador, com os

olhos apontados para o horizonte, os braços devem permanecer ao

lado do corpo com as palmas das mãos voltadas para a frente e os

pés entreabertos apoiados no chão.

Planos e secções

Planos são superfícies imaginarias utilizados

didaticamente para dividir o corpo ou seus órgãos em

determinadas áreas. Os principais tipos de planos são: plano

sagital (divide a estrutura em direito e esquerdo), plano frontal

(divide a estrutura em partes anterior e posterior), plano transverso

(divide a estrutura em partes superior e inferior) e plano obliquo

(passa através da estrutura formando ângulo entre o plano

transverso e sagital ou frontal.

Já as secções são cortes imaginários através das

estruturas, possibilitando uma visualização plana de um órgão ou

estrutura tridimensional.

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Termos direcionais

Os termos direcionais são utilizados para localizar uma

estrutura do corpo em relação à outra.

TERMO DIRECIONAL DESCRIÇÃO

Superior, cefálica ou craniano Em direção à cabeça ou da

parte superior da estrutura

Inferior ou caudal Em direção ao pé ou parte

inferior da estrutura

Anterior ou ventral Próximo da, ou na frente do

corpo

Posterior ou dorsal Próximo da, ou nas costas do

corpo

Medial Próximo à linha do plano

médio-sagital(que divide o

corpo igualmente em duas

partes – direito e esquerdo).

lateral Distante da linha mediana

para qualquer um dos lados

direito ou esquerdo.

Intermediário Entre duas estruturas

Epsilateral Do mesmo lado do corpo que

outra estrutura.

Contralateral No lado oposto do corpo ao

de outra estrutura

Proximal Mais próximo do ponto de

origem ou fixação

Distal Mais distante do ponto de

origem ou fixação

Superficial Na superfície do corpo ou em

direção a ela.

Profundo Distante da superfície do

corpo.

Cavidades

O corpo humano possui duas cavidades principais, a

dorsal e a ventral, cuja a finalidade é proteger, sustentar e separar

os órgãos internos.

A cavidade dorsal está localizada próximo à superfície

posterior do corpo. Ela é formada pela cavidade craniana,

composta pelos ossos do crânio e pelo encéfalo, e pelo canal

vertebral, composto pelos ossos da coluna vertebral e pela medula

espinhal.

A cavidade ventral está localizada na face anterior do

corpo e protege os órgãos chamados vísceras. Também apresenta

duas subdivisões: a cavidade torácica, que abriga os pulmões, o

coração e o mediastino e é separada da cavidade abdomino pélvica

pela diafragma. A cavidade abdomino pélvica compreende a

cavidade abdominal, constituída pelo estomago, baço, fígado,

vesícula biliar, pâncreas, intestino delgado e quase todo o intestino

grosso, e a cavidade pélvica, composta pela parte distal do

intestino grosso, pela bexiga e pelos órgãos genitais internos.

Sistema esquelético

O esqueleto humano é um tecido vivo, em uma dinâmico

processo de remodelamento. Em conjunto, os 206 ossos presente

no organismo articulam-se constituindo o aparelho locomotor.

O osso se forma por meio de um processo denominado

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ossificação, no qual o tecido rico e cartilagem que forma o

esqueleto durante a vida intrauterina vai sendo substituído, com o

passar dos anos, por tecido ósseo. Os ossos crescem em diâmetro

e espessura durante toda a vida do indivíduo, porém o crescimento

em comprimento cessa por volta dos 25 anos de idade.

O sistema esquelético, bem como o tecido ósseo,

realizam diversas funções:

• Suporte: sustenta os tecidos moles e fornece ponto de

fixação para os músculos e tendões.

• Proteção: protege os órgãos contra lesões. Por exemplo,

os ossos do crânio.

• Movimento: participa, juntamente com os músculos, na

produção do movimento.

• Reserva de minerais: os ossos armazenam minerais como

o cálcio e o fosforo que são liberados na corrente

sanguínea conforme a necessidade do organismo

(homeostasia mineral).

• Hematopoese: formação de células do sangue na medula

óssea vermelha.

• Armazenamento de triglicerídeos na medula óssea

amarela.

Os osso são divididos em dois esqueletos: o axial e o

apendicular. O axial é composto por 80 ossos e é responsável

pela estrutura de sustentação do corpo. O esqueleto

apendicular possui 126 ossos que forma as estruturas dos

membros superiores e inferiores.

Células ósseas:

-Osteoblastos: Responsáveis pelo desenvolvimento ósseo a partir

da matriz cartilaginosa. Secreta componentes da matriz orgânica,

ou seja, da substância fundamental.

-Osteoclastos: Estas células são responsáveis pela reabsorção do

osso. Isso ocorre pela liberação de enzimas que digerem a

proteína do osso e quebram sais de cálcio.

-Osteócitos: Estão envolvidos na manutenção da matriz óssea e

participam da reabsorção.

Sais de cálcio: São depositados nesta matriz orgânica

dando ao osso sua prioridade de rigidez.

TECIDOSÓSSEOS

-Compacto: O tecido ósseo é compacto é denso e forte.

-Esponjoso: O tecido ósseo esponjoso possui muitos espaços

abertos, o que lhe dá uma aparência esponjosa uniforme, vista a

olho nu.

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Os ossos podem ser classificados quanto à sua forma e

localização. Os ossos longos têm comprimento maior que a

largura, como o fêmur, por exemplo.

Os ossos curtos têm seus comprimentos semelhantes Às

suas larguras e podem, por exemplo ser encontrados no

punho. Os ossos são finos e compostos por duas lâminas de

osso compacto com camada de osso esponjoso entre elas,

como, por exemplo os ossos do crânio. Os ossos irregulares

são de forma complexa e não se enquadram nas classificações

previas.

Osso longo: é aquele que apresenta um comprimento

considerável maior que a largura e espessura. Exemplos:

fêmur, úmero, rádio, ulna e tíbia.

Osso plano: é o que apresenta comprimento e largura

equivalentes, predominando sobre a espessura. Ossos do

crânio, como o parietal, frontal e occipital

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Frontal e Parietal

Osso curto: é aquele que apresenta equivalência das três

dimensões. Os osso do corpo e do tarso são excelentes

exemplos.

Ossos do carpo.

Existem ossos que não podem ser classificados

em nenhum dos tipos descritos acima e são, por esta

razão e por características que lhe são peculiares,

colocados dentro de uma das categorias criadas a seguir:

Osso irregular: apresenta uma morfologia complexa não

encontra correspondência em formas geométricas

conhecidas. As vertebras e o osso temporal são exemplos

marcantes.

Vertebras

Osso pneumático: apresenta uma ou mais cavidades de

volume variável, revestidas de mucosa e contendo ar. Estas

cavidades recebem o nome de seio. Os ossos pneumáticos

estão situados no crânio: frontal, maxilar, temporal, etmoide

e esfenoide.

esfenoide

Ossos sesamóides: desenvolvem-se na substância de

certos tendões ou da capsula fibrosa que envolve certas

articulações. Os primeiros são chamados intratendíneos

e os segundos, periarticulares. A patela é um exemplo de

osso sesamóide intratendíneo.

Patela

A estrutura do osso pode ser observada mais facilmente

nos ossos longos, sendo consideradas as seguintes partes:

diáfise (corpo do osso), epífises (extremidades), metáfises

(região onde a diáfises se une às epífises, local onde há o

crescimento do osso em comprimento), periósteo (membrana

que reveste a superfície do osso e permite seu crescimento em

diâmetro e espessura), a cavidade medular (região dentro da

diáfise que abriga a medula óssea) e endósteo (membrana que

reveste a cavidade medular e contém células formadoras de

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osso).

Ossos do crânio e face

Os ossos da cabeça são divididos em ossos do crânio e

ossos da face e além de protegerem o encéfalo, protegem e

oferecem suporte a outros órgãos presentes na cabeça.

Os ossos do crânio são ligados pelas chamadas suturas e

são denominados: frontal, parietal(2), temporal(2), occipital,

esfenoide e etmoide somando-se oito ossos. A base do crânio

é formada por ossos irregulares e possui forames (aberturas

que dá passagem a vasos e nervos.

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As fontanelas são espaços constituídos por membranas

fibrosas que ere os ossos do crânio, encontradas em recém-

nascidos, e popularmente conhecidas por moleiras. Conforme

a criança cresce, esta membrana passa pelo processo de

ossificação.

A face é formada por catorze ossos: nasal(2),

maxilar (2), zigomático(2) mandíbula, lacrimal(2), palatino

(2), concha nasal inferior (2) e o osso vômer. O único osso

móvel da face é a mandíbula.

Ossos do tronco

O tronco do corpo tem seu esqueleto formado

pelos ossos da coluna vertebral, pelo esterno e pelas costelas.

A coluna vertebral é uma haste forte e flexível

que abriga a medula espinhal, sustenta a cabeça e serve de

fixação para as costelas e outros ossos da pelve. Ela é

responsável por 2/5 do peso do corpo e é formada por

vertebras que se dividem em cinco regiões: cervical (7

vertebras), torácica (12 vertebras), lombar(5 vertebras),

sacral(1 osso denominado sacro, formado por 5 vertebras

fundidas) e coccígea (1 osso denominado cóccix, formado por

4 vertebras fundidas).

O esterno e as costelas formam a caixa torácica, que

abriga e oferece proteção para órgãos do tórax e do abdome

superior, além de dar suporte aos ossos da cintura escapular e

dos membros superiores.

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O esterno é um osso plano, localizado na linha média

anterior do tórax e consiste em três porções: o manúbrio

(porção superior), o corpo e o processo xifoide (porção menor

e inferior). Este osso desempenha importante função na

produção das células do sangue (hematopoiese) e é um local

acessível para realização de coleta de medula óssea para

biopsias (punção esternal).

As laterais da cavidade torácica são compostas por 12

pares de costelas, que se fixam ao esterno através da

cartilagem hialina (cartilagens costais). Os sete primeiros

pares de costelas se fixam diretamente ao esterno, sendo

denominadas, por isso de costelas verdadeiras. Os próximos

cinco pares, do 8° ao 12°, soa denominados costelas falsas,

pois sias cartilagens não se fixam diretamente ao esterno ou

nem mesmo se fixam, razão pela qual os 11° e 12° pares são

também chamados de costelas flutuantes.

O espaço entre as costelas chama-se espaço

intercostal e é ocupado por músculos, vasos sanguíneos e

nervos.

Cintura Torácica (Escapular)

A cintura torácica é responsável pela fixação dos

ossos dos membros superiores no esqueleto axial, sendo

constituída por uma clavícula e uma escapula de cada lado do

corpo.

A clavícula está presente na região anterior e se

articula com o esterno, transmitindo a fora mecânica do

membro superior para o corpo.

A escapula se localiza na região posterior do

tórax e se articula com a clavícula e com o úmero.

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Membros superiores

Os membros superiores contam com 60 ossos em sua

composição, sendo eles úmero, a ulna, o rádio, os ossos do

carpo, os metacarpos e as falanges.

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O úmero é o osso mais comprido do membro superior,

articulando-se com a escapula, proximalmente, e com a ulna

e o rádio distalmente.

A ulna se localiza na região medial do antebraço e é mais

longa que o rádio. O cotovelo corresponde à extremidade

proximal da ulna, denominado olecrano. A saliência

localizada no punho, na direção do dedo mínimo, corresponde

ao processo estiloide da ulna, localizado na extremidade distal

deste osso. O rádio está localizado lateralmente à ulna, no

lado do polegar, e articula-se na sua extremidade distal com

três osso do punho.

O carpo-punho- possui ainda mais cinco ossos, todos

dispostos em duas fileiras transversais, cada uma com quatro

ossos, cada osso com seu nome refletindo sua forma:

semilunar, escafoide piramidal e psiforme na fileira proximal

e trapézio, trapezoide, capitato e hamato na fileira distal.

O metacarpo consiste em cinco ossos metacárpicos,

localizados na região da palma da mão, que são numerados

de I a V, iniciando pelo osso que está na direção do polegar.

As falanges compõem a extremidade distal da mão. No

polegar, existem duas falanges – proximal e distal, enquanto

os outros dedos possuem três- proximais, médias e distais.

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Cintura pélvica (quadril)

Os ossos do quadril formam a cintura pélvica.

Tais ossos, no período neonatal ainda são divididos em três

osso ligado por cartilagem (ilio, isquio e púbis). O anel

formado pelos ossos desta região proporciona um forte e

estável suporte para a coluna vertebral e os órgãos

abdominais.

No geral, os ossos do quadril no homem são mais largos

e mais pesados que nas mulheres. Isso ocorre devido à

necessidade que a pelve feminina tem de abrir espaço para a

passagem de bebê no momento do parto.

Membros inferiores

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Cada membro inferior é composto por 30 ossos, sendo

eles: o fêmur (coxa), a patela, a tíbia, a fíbula, os ossos társios

do tarso (tornozelo), os ossos metatársicos do metatarso e as

falanges.

O fêmur é o osso maior, mais forte e pesado do corpo.

Ele se articula com o osso do quadril em sua extremidade

proximal e com a patela e a tíbia em sua extremidade distal.

O trocanter maior é uma projeção óssea presente no fêmur

que pode ser palpada e vista na região anterior do quadril. Ele

é habitualmente utilizado como ponto de referência para

determinar o local de aplicação de injeção intramusculares na

superfície lateral da coxa.

A patela é um osso pequeno, de característica triangular,

localizado anteriormente à articulação do joelho. Sua função

é aumentar a força de alavanca do tendão do musculo

quadríceps femoral.

A tíbia está localizada na região medial da perna, se

articula com o fêmur e com a fíbula e é responsável por

transmitir o peso do fêmur para o pé. A fíbula se localizada

paralelamente à tíbia. Possui uma projeção óssea denominada

maléolo lateral, que forma a proeminência óssea que pode ser

vista e palpada na face lateral do tornozelo.

O tarso é formado por sete ossos: o tálus, o calcâneo, o

cuboide, o navicular e três ossos cuneiformes (chamados

primeiro, segundo e terceiro). O calcâneo destaca-se entre

eles como o maior e mais forte.

O metatarso possui cinco ossos metatársicos, numerados

de I a V, do medial para o lateral e se articulam, em sua

extremidade distal, com as falanges, também numeradas de I

a V.

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Articulações

As articulações são tecidos flexíveis presentes no contato

entre os ossos, entre o osso e uma cartilagem e entre os ossos e os

dentes. No local onda há articulação é que ocorrem os movimentos

do corpo. Elas são classificadas conforme sua estrutura e

conforme o grau de movimento que permite à estrutura realizar.

Funcionalmente, as articulações podem ser classificadas:

• Sinartrose: articulação imóvel. Como as suturas

presentes entre os ossos do crânio.

• Anfiartrose: articulação com pouca mobilidade. Por

exemplo, a sinfese da região púbica.

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• Diartrose: articulação com ampla mobilidade. Por

exemplo, a articulação do joelho.

Quanto à sua estrutura, as articulações podem ser:

• Fibrosas: permitem pouca ou quase nenhuma

mobilidade, são formadas por tecido conjuntivo

fibroso e podem ser subdivididas em três tipos –

suturas, sindesmoses e gonfoses.

- Suturas: tem menos tecido conjuntivo do que as

sindesmoses e são encontradas principalmente entre os

ossos do crânio. A maneira pela qual as bordas dos ossos

articulados entram em contato é variável, reconhecendo-

se

- Sutura plana: união linear retilínea ou

aproximadamente retilínea;

• Sutura escamosa: união em bisel;

• Sutura serrátil: união em linha denteada;

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- Sindesmoses: possuem uma grande

quantidade de tecido conjuntivo que pode formar

ligamento inter-ósseo ou membrana interóssea.

Exemplo típico de sindesmose é a tibiofibular, que se faz

entre as extremidades distais da fíbula e da tíbia.

- Gonfoses :também chamada de articulação em cavilha,

é uma articulação fibrosa especializada à fixação dos

dentes nas cavidades alveolares na mandíbula e maxilas.

O colágeno do periodonto une o cemento dentário com o

osso alveolar.

• Cartilaginosas: também permitem pouca

mobilidade, são formadas por tecido cartilaginoso e

podem ser subdivididas em dois tipos –

sincondroses e sínfeses.

- Sincondroses:Os ossos de uma articulação do tipo

sincondrose estão unidos por uma cartilagem

hialina. Muitas sincondroses são articulações

temporárias, com a cartilagem sendo substituída por

osso com o passar do tempo (isso ocorre em ossos

longos e entre alguns ossos do crânio). As

articulações entre as dez primeiras costelas e as

cartilagens costais são sincondroses permanentes.

Sínfises: As superfícies articulares dos ossos unidos por

sínfises estão cobertas por uma camada de cartilagem

hialina. Entre os ossos da articulação, há um disco

fibrocartilaginoso, sendo essa a característica distintiva

da sínfise. Esses discos por serem compressíveis

permitem que a sínfise absorva impactos. A articulação

entre os ossos púbicos e a articulação entre os corpos

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vertebrais são exemplos de sínfises. Durante o

desenvolvimento as duas metades da mandíbula estão

unidas por uma sínfise mediana, mas essa articulação

torna-se completamente ossificada na idade adulta.

• Sinoviais: permitem amplos movimentos, são

recobertas por uma capsula articular com presença

de liquido sinovial em seu interior, permitindo

união dos ossos, porém sem atrito entre eles,

proporcionando um movimento com menor

impacto sobre as estruturas ósseas.

*As articulações sinoviais possuem

denominações especificas que descrevem seus

movimentos (forma, direção e sua relação com o

corpo).

MOVIMENTO DESCRIÇÃO

Deslizamento Ocorre nas

articulações planas, na

qual as superfícies

osseas movimentam-

se para os lados ou

para frente e para tras.

Flexão Diminuição do ângulo

presente entre os ossos

que se articulam

Extensão Aumento do ângulo

presente entre os ossos

que se articulam

Hiperextensão Aumento do ângulo

presente entre os ossos

que se articulam, além

da sua posição

anatômica.

Abdução Movimento do osso

para longe da linha

mediana do corpo.

Adução Movimento do osso

em diraçao à linha

mediana do corpo.

Circundação Movimento da

extremidade distal do

osso, ou de uma parte

do corpo, em círculo.

Rotação Movimento no qual o

osso gira em torno do

seu prório eixo

longitudinal.

Algumas articulações são capazes de realizar

movimentos especiais.

Tipos de movimentos especiais.

MOVIMENTO

ESPECIAL

DESCRIÇÃO

Elevação Movimento para cima

de alguma parte do

corpo. Por exemplo, o

ato de fechar a boca

acontece com a

elevação da

mandíbula.

Depressão Movimento para

baixo de alguma parte

do corpo. Por

exemplo, ato de abrir a

boca acontece com a

depressão da

mandíbula.

Protração Movimento que

projeta para frente

alguma parte do corpo

Retração Movimento que leva

para trás alguma parte

do corpo.

Inversão Movimento em que as

solas dos pés ficam

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voltadas uma para a

outra.

Eversão Movimento em que as

solas dos pés ficam

afastadas,

lateralmente, uma da

outra.

Dorsiflexão Flexão do pé em

direção ao corpo.

Flexão plantar Flexão do pé em

direção à planta

Supernação Movimento do braço

que posiciona as

palmas das mãos para

frente (utilizando na

posição anatômica do

corpo).

Pronação Movimento do braço

que posiciona as

palmas das mãos para

trás.

Oposição Movimento realizado

pelo polegar para

tocar as extremidades

dos demais dedos da

mão. Permite o ser

humano realizar a

preensão dos objetos

em pinça.

Articulação membro superior

Ombro

Cotovelo

Mão

Membro Inferior

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Joelho

Tibio-fibular

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Sistema muscular

Os músculos representam de 40 a 50% do peso do

indivíduo e são formados por células especializadas em modificar

energia química em energia mecânica, possibilitando, juntamente

com o sistema esquelético, o movimento do corpo.

Cada músculo é composto por uma união de feixes, que por sua

vez compreendem diversas fibras musculares agrupadas.

O tecido muscular é classificado em três tipos:

esquelético, cardíaco e liso.

O tecido muscular esquelético está diretamente

relacionado à movimentação do esqueleto. Os músculos desta

categoria são denominados músculos estriados, devido à sua

característica quando visualizado no microscópio – estrias claras

e escuras. De modo geral, contrai relaxa voluntariamente.

O tecido muscular cardíaco está presente na parede das

câmaras cardíacas e, apesar de ser estriado, tem atividade

involuntária.

O tecido muscular liso se localiza na região interna de

estruturas ocas, como no estomago e nas veias, por exemplo, e

também tem ação involuntária.

As principais funções do músculos são:

• Integra-se com os ossos e as articulações a fim de

produzir os movimentos do corpo.

• Por meio da contração sustentada, estabiliza os

movimentos do corpo e sua postura, como no ato de o

indivíduo se manter em pé.

• Os esfíncteres são estruturas formadas por musculo liso

que contrai ou relaxa com o intuito de armazenar ou

permitir a eliminação de conteúdos de órgão oco.

• Movimenta substancias dentro do corpo quando se

contrai ou relaxa, por exemplo, ao bombear o sangue no

coração, ao movimentar o bolo fecal no intestino.

Manutenção da temperatura corpórea, visto que a

concentração do músculo produz calor. os calafrios são resultado

de diversas contrações do músculo esquelético, ocorridas de forma

involuntária.

Além disso, os músculos contribuem para a homeostasia

devido a quatro propriedades especificas. A primeira delas é a

excitabilidade elétrica (capacidade de responder a estímulos pela

produção de sinais elétricos)), seguida da contratilidade

(capacidade de contrair quando estimulado por um sinal elétrico),

da extensibilidade (capacidade de estirar, sem ocorrer lesão) e da

elasticidade (capacidade de retornar ao tamanho normal após se

contrair ou estender).

O corpo humano possui cerca de 700 músculos apenas do tipo

esquelético e são nomeados de acordo com a sua forma (trapézio),

tamanho (grande dorsal), direção das fibras (reto da coxa),

localização (frontal – próximo ao osso frontal), números de

tendões de origem (bíceps), inserção (braquiorradial) e

movimento que produz (flexor radial do carpo).

Músculo da face e pescoço

Os músculos da face contraem-se e relaxam-se inúmeras

vezes, o que nos permite expressar sensações como sorrir, chorar,

espantar-se sentir dor, raiva, etc. Cada uma dessas expressões

envolve movimentos de diversos músculos faciais, também

conhecidos como mímicos.

Ao nos alimentarmos faz-se necessária a mastigação,

processos que exige a participação dos músculos mastigadores.

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Na face:

• Frontal: situa-se na testa e forma rugas quando elevado;

• Músculo do supercílio: realiza os movimentos de

elevação e aproximação das sobrancelhas;

• Orbicular dos olhos: localiza-se em torno das pálpebras

e realiza os movimentos de abrir e fechar os olhos;

• Músculos do nariz: responsável pelo movimento de

franzir o nariz;

• Bucinador: situa-se na bochecha e atua nos movimentos

de inflar e contrais;

• Masseter: localiza-se nos lados da face, movimentando-

se durante a mastigação;

• Orbicular dos lábios: situa-se em volta dos lábios e é

responsável pelo sopro, sucção, beijo estalado e assobio;

• Musculo depressor do lábio inferior: atua na projeção do

lábio inferior e na contração do queixo.

No pescoço são encontrados os músculos platisma e

esternocleidomastóide ( responsável pela rotação da

cabeça).

Músculos dos membros superiores

Seria difícil contar durante todo o dia os diversos

movimentos realizados pelos braços, como pentear-se, pegar

objetos, dirigir, abraçar uma pessoa querida, etc. determinados

movimentos necessitam dos músculos flexores, que participam de

retração muscular, outros dos músculos extensores, que permitem

a extensão do membro.

Na região do braço localizam-se os músculos com

grandes massas, responsáveis pela força. Os principais são:

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• Deltoide- encontra-se na articulação do ombro e produz

a elevação do braço- é nele que se aplica injeção

intramuscular.

• Bíceps -localiza-se na parte anterior do braço, sendo

responsável pela flexão do antebraço sobre si mesmo – é

bem delineado em pessoas em exercem praticas

esportivas;

• Tríceps- situa-se na parte posterior do braço e afasta o

antebraço do bíceps.

O movimento do antebraço é limitado, o que lembra uma

dobradiça. Porém, as mãos executam movimentos

precisos e delicados, como abotoar uma blusa, fazer uma

trança. Para a pratica de seu serviço duas posições do

antebraço são muito uteis: supina, quando o antebraço se

encontra com a palma da mão para cima, e prona, quando

está virada para baixo. Seus principais músculos são:

• Flexor dos dedos- situa-se na parte anterior do antebraço

e promove a flexão dos dedos;

• Extensor dos dedos -localiza-se na parte posterior do

antebraço, sendo responsável pelo afastamento dos

dedos.

Músculos do tronco

Os principais músculos do tórax são:

• Trapézio: localiza-se na região superior das costas, sendo

responsável pela elevação dos ombros – é nele que se

realiza a massagem de conforto;

• Grande dorsal: situa-se na região inferior das costas,

tendo como função principal levar o braço para trás;

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• Peitoral maior- como o nome indica, localiza-se no peito,

permitindo o movimento do braço para frente;

• Músculo Serrátil anterior: situa-se na lateral do tórax,

promovendo a elevação das costelas, ajudando, dessa

forma, o processo de respiração.

No abdome, os principais músculos são:

• Reto abdominal: localiza-se na frente do

abdome ou barriga sendo responsável por

dobrar o tórax sobre o abdome, ajudando na

inspiração (entrada de ar no organismo)

forçada;

• Obliquo externo: situa-se nos lados do abdome,

atua comprimindo as vísceras e inclinando o

tórax para a frente;

• Diafragma- separa o tórax do abdome e ajuda

na inspiração

A musculatura abdominal é também responsável pela

sustentação do peso e pressão dos órgãos viscerais.

Na prática de seu trabalho três posições distintas são

muito utilizadas: decúbito dorsal quando o corpo se encontra com

o dorso (costas) em contato com a superfície de apoio (maca ou

leito); decúbito ventral- quando o corpo está apoiado sobre o

ventre ( de barriga para baixo); decúbito lateral- quando o corpo

está apoiado em um lado especifico, seja o direito ou esquerdo.

Músculos dos membros inferiores

Os principais músculos dos membros inferiores são:

• Glúteo superior - localiza-se nas nádegas e permite a

extensão da coxa;

• Quadríceps femural– situa-se na parte anterior da coxa,

sendo responsável pela extensão da perna;

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• Sartório: é o músculo mais longo do corpo; inicia-se no

quadril, cruza a coxa e termina na lateral interna do

joelho; sua função é aproximar a coxa do abdome;

• Bíceps femoral: localiza-se na face posterior da coxa,

permitindo o movimento de flexão das pernas;

• Gastrocnêmicos – situa-se na face posterior da perna

(batata da perna) e são responsáveis pela extensão dos

pés.

Por sua vez, os pés apresentam movimentos de extensão,

flexão e rotação – possíveis devido à utilização dos músculos

extensores e flexores neles inseridos por meio dos tendões.

Sistema Nervoso

O sistema nervoso é composto por dois tipos de células:

os neurônios e a neuroglia. Os neurônios são células que possuem

a capacidade de produzir impulsos elétricos (potenciais de ação)

em resposta a um estimulo. Em sua maioria, os neurônios se

dividem em três partes: corpo celular, dendritos (curtos e

ramificados) e axônio (com tamanhos que variam de alguns

milímetros a vários metros).

Para conduzir o impulso elétrico de uma parte do corpo

ao cerebelo ou vice-versa, os neurônios se unem uns aos outros,

formando uma cadeia neuronal que deve ser constituída por pelo

menos um neurônio motor e um sensitivo. O local onde há a união

destes neurônios, entre o axônio de um e os dendritos do outro, é

denominada sinapse. O impulso sempre caminha no sentido

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dendrito-corpo celular-axônio.

Os axônios e dendritos foram as fibras nervosas que,

juntas, constituem o nervo.

A neuroglia, ou gliais, é outro tipo de célula do sistema

nervoso, sendo menores que os neurônios, porém em maior

número. Fazem parte desta categorias astrócitos,

oligodendrócitos, mocróglia, células ependimárias, células de

Schwann e células satélites. Apesar de não produzir impulso

elétrico, a neuroglia sustenta os neurônios, fixando-os aos vasos

sanguíneos, realizam fagocitose e produzem a bainha de mielina.

A bainha de mielina é um revestimento composto de lipídios e

proteínas que isola o axônio, aumentado a velocidade da condução

do impulso nervoso.

Tipos de Neuróglias

Astróglias ou astróctitos: existem ao longo do sistema nervoso.

Suprem de nutrientes os neurônios e os ajudam a manter o

potencial elétrico, assim como constituem parte da barreira

vascular cerebral.

Célula ependimais: revestem as quatro pequenas cavidades do

cérebro, denominadas ventrículos, assim como os plexos coroides.

Estas células ajudam a produzir o liquido

cebrospinhal(cefalorraquidiano).

Micróglias: são células fagocitárias que ingerem e digerem os

microrganismos e as escórias proveniente dos neurônios lesados.

Oligodendróglia: apoia e isola os axônios do sistema nervoso

central (SNC) pela formação de bainhas de mielina protetoras.

Células de Schwann: tem a função de se enrolar no axônio com a

função de isolante elétrico

A velocidade ou a continuação da propagação do

potencial de ação é, também controlada por neurotransmissores.

Estas substancias liberadas na sinapse, em pequena quantidade, ou

na corrente sanguínea, que podem ser categorizadas em agonistas

e antagonistas. Uma substancia agonista aumenta a transmissão do

impulso elétrico ou imita a ação do neurotransmissor natural, caso

seja um agente produzido de forma sintética. Por exemplo, a

acetilcolina, o glutamato, o aspartato e a serotonina. As

substâncias antagonistas, como a endorfina, bloqueiam a

condução do impulso elétrico.

Principais neurotransmissores

Dopamina: controla níveis de estimulação e controle motor em

muitas partes do cérebro.

Serotonina: neurotransmissor do bem-estar.

Acetilcolina: controla a atividade de áreas cerebrais relacionadas

à atenção, aprendizagem e memória.

Noradrenalina: induz a excitação física e mental e bom humor.

Glutamato: vital para estabelecer os vínculos entre os neurônios

que são a base da aprendizagem e da memória a longo prazo.

O sistema nervoso tem por funções a manutenção da

homeostasia do corpo, o início dos movimentos involuntários e o

controle dos sentidos (tato, olfato, paladar, visão, audição e

equilíbrio) ele é estruturalmente composto pelo encéfalo, pelos

nervos cranianos e seus ramos, pela medula espinhal, pelos nervos

espinhais e seus ramos, pelos gânglios, pelos plexos entéricos e

pelos receptores sensoriais.

Encéfalo

O encéfalo se encontra dentro da calota craniana e possui

cerca de 100 bilhões de neurônios. Sua estrutura consiste em

quatro parte: tronco encefálico, cerebelo, diencéfalo e cérebro.

O tronco encefálico é uma estrutura continua à medula

espinha e é formado pelo bulbo, pelo ponte e pelo mesencéfalo.

No bulbo, as fibras se cruzam, caracterizando a inversão dos

comandos do lado do córtex cerebral em relação ao lado do corpo

(lado direito do córtex coordena o lado esquerdo do corpo). Além

disso, encontram-se no bulbo o centro cardiovascular que regula a

força de contração cardíaca, o ritmo cardíaco e o diâmetro dos

vasos sanguíneos; a área respiratória rítmica, que regula a

frequência respiratória; e os centro que coordenam o vômito, a

deglutição, a tosse, o espirro e o soluço.

A ponte conecta estruturas do encéfalo entre si e possui

dois importantes núcleos que contribuem no controle da

respiração: a área pneumotáxica e a área apneustática.

O mesencéfalo contém os pedúnculos do cérebro que

conduzem os impulsos motores do cérebro ao cerebelo e medula

espinhal e os impulsos sensitivos da medula espinhal ao tálamo.

O cerebelo é o órgão mais volumoso do crânio, pesando

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cerca de 1.000 a 1.200g. divide-se diencéfalo (tálamo e

hipotálamo) e telencéfalo (córtex cerebral). O tálamo transmite

impulso sensitivos do SNC ao córtex cerebral. O hipotálamo

controla diversas atividades corporais, em sua maioria relacionada

à homeostase, como por exemplo, a liberação de hormônios, a

temperatura do corpo, possui o centro da sede e da fome, está

associado a sentimentos de dor e prazer, dentre outras funções.

O telencéfalo é comporto por uma substancia cinzenta

denominada córtex cerebral. Suas funções englobam: receber e

interpretar impulsos, controlar o movimento muscular e executar

funções integrativas como as da memória, raciocínio, julgamento,

vontade, emoções, os traços de personalidade e a inteligência.

O cerebelo se une ao tronco do encéfalo através de três

pares de feixes de fibras (pedúnculos cerebelares). Sua função é

coordenar os músculos esqueléticos, manter o tônus muscular e o

equilíbrio corporal. A falta de coordenação muscular é

denominada ataxia.

Medula Espinhal.

A medula espinhal é uma estrutura contínua ao encéfalo,

formando o sistema nervos central (SNC). Por meio dela, passam

os estímulos sensoriais e os impulsos nervosos motores. Além

disso, tem a capacidade de produzir reflexo (reação) mediante um

estimulo.

O encéfalo e a medula espinhal são revestidos por um

tecido conjuntivo, as meninges, e pelo liquido cefalorraquidiano

(líquor), que conferem proteção a estas estruturas.

Adicionalmente, a medula espinhal, ainda é envolta pelas

vértebras da coluna.

O encéfalo e a medula espinhal estão protegidos contra o

choque e a infecção por ossos cranianos e vertebras, pelo liquido

cefalorraquidiano e pelas três membranas: dura-máter, aracnoide

e pia-máter.

Dura-máter: é rígida, fibrosa, um tecido tipo couro, composta de

duas camadas – a dura-máter endosteal e a dura-máter meningeal.

Aracnoide: é uma membrana fina, fibrosa, que reveste o encéfalo

e a medula espinhal, embora não tão precisamente quanto à pia-

máter.

Pia-máter: é uma camada contínua, de tecido conectivo delicado,

que cobre e contorna o tecido espinhal e o encéfalo.

O sistema nervos periférico (SNP) é formado pelos

nervos espinhais (31 pares) e cranianos (12 pares) e é dividido em

sistema nervoso somático (SNS) - voluntario – e sistema nervos

autônomo (SNA)- involuntário. Este ainda se subdivide em

sistema nervoso autônomo simpático (SNAS), que atua em

situações de emergência, luta e fuga, e sistema nervoso autônomo

parassimpático(SNAP), que age durante o repouso e controla os

efeitos viscerais.

O sistema nervoso autônomo e suas ações/reações orgânicas.

SNA SIMPÁTICO SNA PARASSIMPÁTICO

• Midríase(é a

dilatação da pupila

• Miose(diminuição do

diâmetro) da pupila);

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em função da

contração do

músculo dilatador

da pupila.);

• Ativa o musculo

eretor do pelo;

• Vasoconstricção

dos vãos periféricos

(palidez);

• Vasodilatação dos

vasos coronários;

• Aumenta a

produção do suor;

• Diminui a produção

de saliva;

• O ritmo e a força de

contração do

coração aumentam;

• Broncodilataçao –

facilita troca

gasosa;

• Inibe o

peristaltismo

intestinal;

• Contrai o esfíncter

anal;

• Aumenta a

liberação de glicose

pelo fígado;

• Contrai o esfíncter

interno da bexiga;

• No órgão genital,

causa a ejaculação e

resulta na remissão

da ereção;

• Libera adrenalina

no sangue.

• Promove a secreção

das glândulas

lacrimais;

• Aumenta a produção

de saliva;

• Diminui o ritmo e a

força de contração do

coração, poupando

energia;

• Vasoconstricção dos

vasos coronários;

• Broncoconstricção –

poupa energia;

• Estimula o

peristaltismo

intestinal;

• Relaxa o esfíncter

anal;

• Aumenta a secreção

da bile;

• Relaxa o esfíncter

interno da bexiga;

• No órgão genital,

causa a ereção.

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Sistema sensorial

A sensação é a capacidade de identificar, consciente ou

inconscientemente, os estímulos externos ou interno do corpo,

como o tato, por exemplo. A percepção, entretanto, é o

conhecimento consciente das sensações, bem como a capacidade

de interpretá-la.

Para que uma sensação aconteça, é necessário que haja

um estímulo ou alteração no ambiente, a conversão deste estímulo

em impulso nervos, a condução deste impulso e, por fim, a

interpretação do impulso por uma região do cérebro.

Sensações somáticas

As sensações somáticas são formadas pelas modalidades

táctil, térmica, dolorosa e proprioceptiva. As tácteis compreendem

o tato, a pressão, a vibração, o prurido e as cocegas.

A sensação térmica possui duas formas distintas: frio e

calor. Os receptores para frio e calor adaptam-se rapidamente à

temperatura, porém o envio de impulso elétrico é constante, em

frequência mais baixa e por tempo prolongado. Quando a

temperatura sentida encontra-se abaixo de 10°C ou acima de

48°C, ocorre estímulo doloroso.

A dor é uma sensação indispensável para a

sobrevivência, visto que sua função é sinalizar qualquer lesão aos

tecidos. Os receptores da dor (nociceptores) estão presentes em

todo o corpo, exceto no encéfalo, e podem ser ativados por

diferentes estímulos, sejam eles térmicos, químicos ou mecânicos.

A dor, atualmente denominada como o quinto sinal, possui

diversas classificações conforme local, intensidade e duração.

Além disso, existem escalas diversificadas para que o profissional

de saúde possa avaliar a dor referida pelos pacientes, como a

escala numérica (0 a 10), por exemplo.

As sensações proprioceptivas conduzem informações

referentes à contração muscular, tensão sobre os tendões, posição

das articulações, orientação do corpo em relação ao solo,

velocidade do movimento e noções de peso parra determinar a

intensidade da força a ser aplicada em uma determinada ação,

como ao pegar um objeto do chão.

Funções cerebrais integrativas.

As funções integrativas são aquelas relativas ao ritmo

circadiano, ao aprendizado, a memória e às respostas emocionais.

O ritmo circadiano consiste no ciclo de dormir e acordar,

que dura, normalmente 24h. o sono é uma alteração da

consciência, e possui vários estágios e profundidade, que podem

variar conforme a duração do período de descanso bem como a

intensidade da fadiga sentida pelo indivíduo.

A memória é a capacidade que o indivíduo apresenta de

reter uma informação aprendida por meio de uma instrução ou por

experiência própria. O cérebro recebe muitos estímulos o tempo

todo. Em vista disso, acredita-se que apenas 1% das informações

que chegam à nossa consciência é armazenada como memoria a

longo prazo. A memória também possui classificações e pode ser

alterada por efeito de eventos elétricos, químicos ou traumas

ocorridos no cérebro.

Sentidos especiais

O olfato, o paladar, a visão, a audição e o equilíbrio são

os cinco sentidos especiais.

O olfato é um sentido que depende de uma reação

química para ocorrer – surge na interação das moléculas

odoríferas com os 10 a 100 milhões de receptores presentes na

concha nasal superior das narinas. Anosmia é o termo técnico

referente à perda do olfato.

A gustação, ou paladar, também é um sentido químico,

entretanto é bem mais simples que a olfação. Enquanto é capaz de

identificar até 10.000 odores diferentes, o paladar identifica

apenas quatro sabores: doce, amargo, ácido e salgado. Os outros

sabores são apenas uma combinação destes quatro associados à

sensação olfatória que o alimento proporciona. Os receptores

gustatórios tendem a diminuir – numericamente – com o passar da

idade e localizam-se basicamente na linga (nas papilas gustativas),

mas também são encontrados em menor número no palato mole,

na faringe e na laringe.

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O olho abriga mais da metade dos receptores sensoriais

do corpo too e processamento da informação visual ocupa grande

parte do córtex cerebral. As pálpebras tem por função ocluir os

olhos, protege-los da luz ou de objetos estranhos e auxiliar n

lubrificação espalhando a secreção nutritiva. Seus ângulos laterais

são denominados comissura medial e comissura lateral. As

sobrancelhas e os cílios (pestanas) também protegem os olhos de

objetos estranhos e da luz. O globo ocular possui em sua parte

externa a esclera, tecido conjuntivo branco e denso que dá forma

ao globo ocular, e a córnea, camada transparente que recobre a íris

e auxilia a focalizar a luz sobre a retina. Na parte média encontra-

se a coroide, tecido muito vascularizado que fornece nutrientes

para a retina; os processos ciliares, que possui capilares

sanguíneos secretores do humor aquoso; e a íris, região colorida

do globo ocular que regula a quantidade de luz que entra na

câmara vítrea através da pupila- orifício no centro da íris.

Quando há muita luz, os músculos circulares da íris

(constritores da pupila) se contraem diminuindo o diâmetro da

pupila, o que se denomina miose. Quando há pouca luz, os

músculos radiais da íris (dilatadores da pupila) se contraem,

aumentando o diâmetro da pupila, o que se denomina midríase.

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A retina, por fim, localiza-se na camada mais interna do

globo ocular e é o local onde se forma a imagem depois da refração

dos raios luminosos pelo globo ocular.

A audição é um sentido no qual os seus receptores

transformam a onda sonora em sinal elétrico 1000 vezes mais

rápido do que a velocidade em que os receptores da visão

respondem à luz. Anatomicamente, a orelha é dividida em três

regiões: orelha externa (composta pela aurícula, pela hélice, pelo

lóbulo, pelo meato acústico externo e pelo tímpano; coleta as

ondas sonoras e conduz para dentro), a orelha media (composta

pelos três menores ossos do corpo- martelo, bigorna e estribo,

pela janela oval, pela janela redonda e pela membrana timpânica

secundaria; sua função é conduzir as vibrações sonoras para a

janela oval) e a orelha interna ( também chamada de labirinto,

possui o vestíbulo, os canais semicirculares e a cóclea; no geral,

esta região contém os receptores da audição e do equilíbrio.

A combinação de pelos e cerúmen presente no meato

acústico externo impedem que poeira ou qualquer outro objeto

estranho penetre na orelha.

Sumariamente, as ondas sonoras colhidas no pavilhão

auditivo são conduzidas para o conduto auditivo externo, fazendo

a membrana do tímpano vibrar. Como o martelo está conectado ao

tímpano, esse, por sua vez, também vibra. Tal vibração é captada

pela bigorna que a transmite ao estribo e, daí, chega aos receptores

da audição presente no labirinto.

O equilíbrio é o estado em que um corpo se mantem entre

forças opostas e pode ser classificado em estático ou dinâmico. O

equilíbrio estático se refere à postura do corpo sem movimento. O

equilíbrio dinâmico se refere à resposta da postura corporal em

relação a um movimento de rotação, alteração na força da

gravidade ou aceleração/desaceleração linear da cabeça. Os

impulsos disparados nos órgãos vestibulares das orelhas internas

é que determinam a manutenção do equilíbrio do corpo.

Sistema tegumentar

O sistema tegumentar é composto pela pele e suas

estruturas anexas (pelos e unhas), glândulas e receptores

especializados. Este sistema é responsável pela integridade

química e física do corpo, pela manutenção da temperatura e pelo

fornecimento de informações sensoriais sobre o ambiente em que

o indivíduo se encontra.

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Pele

A pele é o maior órgão do corpo no eu se refere à sua área

e seu peso, podendo variar sua espessura dependendo da parte do

corpo em que encontra. A dermatologia é a especialidade médica

que trata as doenças da pele.

As funções da pele incluem a regulação da temperatura

do corpo, a remoção de água e compostos orgânicos, a detecção

de estímulos táteis, proteção contra substâncias nocivas, a

promoção do início da síntese de vitamina D e o auxílio nas

respostas imunológicas (células de Langerhans).

As células de Langerhans são células especializadas na

camada cutânea. Elas promovem a resposta imune do corpo,

ajudando os linfócitos a processar os antígenos que entram na

pele.

Estruturalmente, a pele é constituída pela epiderme e pela

derme.

A epiderme é formada por tecido epitelial e consiste na

região mais superficial e mais fina da pele. Aproximadamente

90% das células da epiderme são queratinócitos, uma célula que,

à medida que se move para a superfície, acumula queratina,

impermeabilizando esta camada da pele promovendo proteção

contra o calor e agentes nocivos ao organismo. Quando a pele

descama, esta camada de células queratinizadas se desprende e é

substituída por novas células que migram para a superfície. Este

processo leva de duas a quatro semanas para ser finalizado.

Os melanócitos as o segundo tipo de células mais

importantes presentes na pele. Estes são responsáveis pela

produção da melanina, um pigmento marrom escuro que contribui

para a coloração da pele e absorve os raios ultravioletas (UV).

Outro tipo celular encontrado na epiderme são as Células

de Langerhans, que se formam na medula óssea e migram para a

epiderme, sendo responsáveis pela resposta imunológica local.

Estas células são facilmente lesadas pela radiação UV.

O quatro tipo de célula presente na epiderme é

denominado Células de Merkel. Elas se encontram na camada

mais profunda e sua função está relacionada aos estímulos táteis.

A derme é a camada mais profunda da pele e constituí-se

basicamente por tecido conjuntivo, contendo colágeno e fibras

elásticas. Esta combinação celular proporciona à pele suas

características de extensibilidade (capacidade de distender) e

elasticidade (capacidade de retornar à forma original após a

extensão).

A derme por si só tem duas camadas:

• A derme papilar tem as projeções das impressões

digitais, papilas, que conectam a derme à epiderme. Ela

contém cristais características que sobre os dedos são

conhecidas como impressões digitais. Estas cristas

também ajudam os dedos das mãos e dos pés a aderir às

superfícies.

• A derme reticular cobre a camada de tecido subcutâneo,

isolando o corpo para conservar o calor. Também

proporciona energia e serve como um amortecedor de

choque mecânico.

Na região inferior da derme, encontram-se vasos

sanguíneos, nervos, glândulas sudoríparas e folículos pilosos.

Estruturas anexas

Os pelos, as unhas e as glândulas são estruturas anexas à

pele e realizam funções vitais.

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Cada pelo é um fio de células agrupadas, sem vida,

queratinizadas, que são mantidas unidas por proteínas

extracelulares. Esta haste de células, que se projeta a partir da

superfície da pele, tem sua raiz envolta pelo folículo piloso. A base

do folículo piloso é uma estrutura denominada bulbo. Neste local,

a melanina é sintetizada por melanócitos e confere cor ao pelo. O

pelo escuro contem muita melanina. Os pelos ruivos ou loiros

contem melanina com maior quantidade de ferro ou enxofre em

sua composição. Quando há declínio na produção de melanina, o

pelo passa a ser grisalho. Entretanto, a cor branca é o resultado do

acúmulo de ar na haste do pelo.

Em condições normais, o pelo emerge da superfície da

pele e repousa sobre ela. Alterações no estado psicológico ou na

temperatura do ambiente podem estimular as terminações

nervosas próximas aos pelos, as quais estimulam o músculo eretor,

resultando na pele “arrepiada”.

A velocidade de crescimento e a substituição dos pelos

que caíram podem ser alterados na presença de alguma doença,

tipo de dieta, estado emocional, determinados tratamentos, como

a quimioterapia, dentre outros fatores. Normalmente, os cabelos,

por exemplo, crescem por dois a seis anos, repousam por três

meses e apresentam perda de cerca de 70 a 100 fios por dia em um

indivíduo adulto.

Apesar de oferecer proteção limitada, o cabelo protege o

couro cabeludo da radiação UV e de lesões. As sobrancelhas e os

cílios conferem proteção aos olhos contra partículas estranhas, o

que também é função dos pelos do canal externo do ouvido e

narinas. No mais, permitem que o sujeito perceba estímulos táteis

leves.

As unhas são placas compactas de células da epiderme,

queratinizadas. Sua estrutura é dividida em corpo ungueal (porção

visível ou cutículas), borda livre (parte que se estende além da

extremidade distal do dedo) e raiz da unha (porção inserida na

pele). O crescimento da unha é de, em média, 1mm por semana e

é determinado pela frequência de divisão celular que há na matriz,

região abaixo da raiz ungueal, mas também sofre influência dos

mais diversos fatores, como idade, estado nutricional, estações do

ano, temperatura do ambiente, dentre outros.

Funcionalmente, as unhas ajudam a segurar e manipular

objetos pequenos, além de proteger as extremidades dos dedos

contra traumas e permitir o ato de coçar.

Além dos pelos e das unhas, as glândulas também fazem

parte dos órgãos acessórios da pele. As glândulas presentes neste

sistema são denominadas exócrinas, ou seja, apresentam ducto

excretor que liberam seu conteúdo para fora do organismo. São

elas as glândulas sebáceas, as sudoríparas, as mamárias e as

ceruminosas.

As glândulas sebáceas estão conectas aos folículos

pilosos e secretam o sebo, substancia oleosa que, recobrindo a

superfície dos pelos, os hidrata e fortalece, também favorecendo a

maciez e flexibilidade da pele e inibe a evaporação excessiva de

água e a proliferação de algumas bactérias.

O sebo é uma mistura de queratina, gordura e resíduos de

celulose. Combinado ao suor, o sebo forma uma película ácida,

úmida e oleosa que é levemente antibacteriana e antifúngica e

protege a superfície cutânea. O sebo é expelido através do óstio

dos folículo piloso, alcançando a superfície cutânea.

As glândulas sudoríparas produzem o suor, que é

liberado na superfície da pele tanto através dos poros quanto

através dos folículos pilosos. Um ser humano normal produz cerca

de 600ml de suor por dia, que consiste em agua, sódio, potássio,

ureia, ácido úrico, amônia, aminoácidos, glicose e ácido lático. O

suor auxilia na regulação da temperatura do corpo por meio da

evaporação.

Existem dois tipos de glândulas sudoríparas:

• Glândulas écrinas: estão amplamente distribuídas por

todo o corpo e produzem um líquido aquoso, inodoro,

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com uma concentração de sódio igual a do plasma. Um

ducto proveniente da espiralada parte secretória passa,

através da derme e da epiderme, abrindo-se sobre a

superfície cutânea.

• Glândulas apócrinas: estão localizadas principalmente

nas axilas (sob os braços) e áreas genitais (virilhas). Elas

têm uma parte secretora espiralada que se situa

profundamente na derme comparada às glândulas

écrinas. Um ducto conecta uma glândula apócrina à parte

superior do folículo piloso.

*As glândulas écrinas nas palmas e solas secretam

líquido em resposta ao estresse emocional.

As glândulas mamárias são glândulas sudoríparas

especializadas que secretam leite quando a mulher entra no

período gestacional e durante a amamentação.

Por fim, as glândulas ceruminosas também são glândulas

sudoríparas modificadas, presentes no ouvido externo, que

secretam, em combinação com as glândulas sebáceas, o cerúmen.

Este, juntamente com os pelos do canal auditivo, cria uma barreira

de proteção, impedindo a entrada de corpos estranhos.

Sistema Cardiovascular

O sistema cardiovascular é composto por três segmentos:

sangue, coração e os vasos sanguíneos.

O sangue

As células do organismo obtém seus suprimentos

(oxigênio e nutrientes) através do liquido intersticial que as banha

e do sangue, que transporta pelo corpo tais suprimentos. O sangue

é um tecido conjuntivo composto pela parte liquida (55%),

denominada plasma, e pela parte celular que engloba células

variadas e fragmentos de células (45%). O corpo humano possui

cerca de 5 a 6 litros de sangue, representando cerca de 8% do peso

corporal.

Além de transportar nutrientes às células do corpo, o

sangue também conduz elementos que não serão mais utilizados,

como o dióxido de carbono, a ureia, dentre outros, das células que

o produzem para órgãos que irão elimina-los do corpo, como os

pulmões, os rins e a pele, por exemplo. Outras funções que

competem ao sangue são: regular o pH por meio de tampões,

ajudar a regular a temperatura corporal e proteger o organismo

contra hemorragias e infecções.

O plasma sanguíneo é um liquido amarelo claro

composto por agua (91,5%) e solutos (8,5%) que são, em sua

maioria, proteínas. Estas proteínas plasmáticas são sintetizadas,

principalmente, pelo fígado e incluem as albuminas, as globulinas,

o fibrogênio e as imunoglobulinas/anticorpos, que são produzidas

somente em reposta imune. Além das proteínas, são encontrados

no plasma outros solutos como os eletrólitos, nutrientes, enzimas,

hormônio, ureia, ácido úrico, creatinina, amônia e bilirrubina.

Os glóbulos vermelhos, os glóbulos brancos (células) e

as plaquetas (fragmento de célula) compõem os elementos

figurados do sangue. A partir do hemocitoblasto (célula-tronco

hematopoiética), as células sanguíneas se desenvolvem pelo

processo denominado hematopoese.

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O transplante de medula óssea (TMO), ou transplante de

células-tronco hematopoiéticas (TCTH), em síntese, é a

transferência da medula óssea vermelha de um doador hígido

(saudável)para o receptor doente, por via endovenosa, com o

intuito de promover uma hematopoese normal.

Os eritrócitos, glóbulos vermelhos do sangue, são

também chamados de hemácias e contém a hemoglobina –

proteína carreadora de oxigênio. Ela é quem dá a cor avermelhada

ao sangue. Em um indivíduo saudável, seus valores devem estar

aproximadamente em 4,8 milhões (mulheres) e

5,4milhoes(homens) por microlitro de sangue. Anatomicamente,

são discos bicôncavos. Suas membranas plasmáticas permitem

que as células se deformem sem que rompam, além de possuírem

em sua superfície os antígenos indicadores dos grupos sanguíneos,

como o ABO e o Rh.

Os glóbulos brancos, ou leucócitos, são nucleados, não

possuem hemoglobina e são menos numerosos que os glóbulos

vermelhos – 5.000 a 10.000 células por microlitro de sangue. Tais

células são classificadas em leucócitos granulares (neutrófilos,

eosinófilos e basófilos) e leucócitos agrandulares (linfócitos e

monócitos). A função geral dos glóbulos brancos é combater

agentes patogênicos por fagocitose ou processo imune. Entretanto,

cada célula possui uma função especifica. Os neutrófilos destroem

as bactérias por meio da fagocitose. Os eosinófilos combatem os

efeitos da histamina nas reações alérgicas. Em contrapartida, os

basófilos liberam heparina, histamina e serotonina nas reações

alérgicas, aumentando a resposta inflamatória. Os linfócitos são

mediadores das respostas imunes e os monócitos fazem

fagocitose.

A leucocitose é o termo técnico que caracteriza o

aumento do número de leucócitos, o que normalmente ocorre em

resposta a micróbios invasores, exercício físico, extenuante,

anestesias ou cirurgias. Já a leucopenia é a redução do número de

glóbulos brancos para menos que 5.000 por microlitro, nunca é

benéfica e normalmente é causada por agentes quimioterápicos,

radiação ou choque.

As plaquetas, ou trombócitos, são fragmentos dos

megacarioblastos, que se dividem em 2 a 3 mil pedaços.

Normalmente, cada microlitro de sangue contém de 150.000 a

400.000 plaquetas. Elas são anucleadas e tem por função ajudar

na hemostasia bloqueando sangramentos, em vasos que foram

rompidos, através da formação de um tampão. Além do tampão

plaquetários, outros dois mecanismos orgânicos interrompem o

sangramento: o espasmo vascular (vasoconstrição local) e a

coagulação do sangue.

O coagulo é uma malha de fibrinas (proteínas insolúveis)

que retém os elementos do sangue. Sua formação depende do que

chamamos de cascata de coagulação: há formação de

protrombiase (ativador de protrombina) que, associada ao cálcio,

vertem a protrombina (proteína presente no plasma) em trombina

(enzima); por sua vez, a trombina converte o fribrinogênio solúvel

em fibrina insolúvel, que se aglomera e forma os filamentos do

coágulo.

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O coração

O coração é o órgão responsável pela circulação do

sangue pelos vasos sanguíneos através do bombeamento. Em um

indivíduo em repouso, o coração bombeia mais de 14.000 litros de

sangue em 24h. apesar desta potência, é um órgão relativamente

pequeno, com tamanho aproximado ao da mão fechada e pesado

em torno de 250g nas mulheres e 300g nos homens. Situa-se na

cavidade torácica, no mediastino, entre os pulmões. Sua forma é

semelhante a um cone, na qual sua base está voltada para trás e

para cima e seu ápice está voltado para frente e para baixo.

O pericárdio é uma membrana que reveste o coração,

protegendo-o sustentando-o. Em seguida, encontra-se o epicárdio,

para externa do coração, o miocárdio, tecido muscular cardíaco e,

por fim, o endocárdio, tecido conjuntivo liso que reveste as

câmaras cardíacas e recobre as válvulas (valvas). As valvas têm

por função auxiliar na ejeção do sangue e impedir ser refluxo.

Internamente, o coração possui quatro câmaras. As duas

superiores são os átrios direito e esquerdo e as duas inferiores são

os ventrículos direito e esquerdo. O átrio direito recebe sangue da

veia cava superior, da veia cava inferior e do seio coronário. Este

sangue passa do átrio direito para o ventrículo direito através da

valva tricúspide. Do ventrículo direito, o sangue passa pela valva

pulmonar e chega à artéria tronco pulmonar que conduz o sangue

aos pulmões. O átrio esquerdo recebe o sangue que vem dos

pulmões por meio de quatro veias pulmonares e passa para o

ventrículo esquerdo através da valva bicúspide (mitral). Do

ventrículo esquerdo, o sangue passa pela valva aórtica e, através

da artéria aorta ascendente, irriga o coração e o restante do corpo,

retornando ao coração pelas veias cava superior, cava inferior e

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seio coronário.

A circulação sanguínea pode ser dividida em circulação

sistêmica, quando se observa apenas a circulação do sangue entre

o corpo e o coração, e circulação pulmonar, quando se observa a

circulação do sangue entre o pulmão e o coração. Na circulação

sistêmica, o sangue leva oxigênio para as células do corpo e traz

gás carbônico para o coração. Na circulação pulmonar, o sangue

leva gás carbônico para os pulmões, onde ocorre outro troca

gasosa, trazendo oxigênio para o coração.

As fibras musculares cardíacas presentes o miocárdio são

compostas por células especializadas, chamadas células

autorrítmicas, que possuem a capacidade de gerar potenciais de

ação espontâneos, rítmicos e repetitivos, que desencadeiam as

contrações cardíacas. Em razão disso, atuam como marca-passo,

definido o ritmo cardíaco, e formam um sistema de condução que

propaga os potenciais de ação por todo o musculo cardíaco. Esta

corrente elétrica gerada pode ser facilmente identificada através

de um eletrocardiograma (ECG).

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A contração cardíaca sempre é seguida de um período de

repouso, quando as paredes cardíacas se afrouxam e as câmaras

cardíacas se preenchem de sangue novamente para expulsá-lo na

próxima contração. Este momento de contração é denominado

sístole, enquanto o período de afrouxamento é denominado

diástole.

Os vasos sanguíneos

Os vasos sanguíneos constituem um sistema fechado de

estruturas tubulares que conduzem o sangue do coração para o

corpo e vice-versa. Tais estruturas podem ser artérias, arteríolas,

capilares, vênulas, veias.

As artérias levam o sangue do coração para os outros

tecidos. Ao percorrerem o corpo e suas estruturas, se ramificam e

diminuem de calibre, sendo denominadas arteríolas quando estão

em seu menor tamanho. Os capilares são ramificações das

arteríolas quando estas se encontram dentro de um tecido.

As artérias pulsam conforme o sangue é bombeado pelo

coração e, quando lesadas, a hemorragia se dá em jatos

intermitentes.

Geralmente uma artéria é acompanhada por uma veia.

Em relação a uma articulação, as artérias sempre estão

posicionadas na superfície voltada para o lado onde corre a flexão.

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Quando o sangue entra em contato com os tecidos através

das finas paredes dos capilares, há troca de substancias. Os

capilares, antes de saírem dos tecidos, se fundem formando as

vênulas (veias de pequeno calibre). Por sua vez, as vênulas se

confluem e formam as veias, que são vasos de calibre maior e que

levam o sangue de volta para o coração.

As veias não pulsam e, quando há hemorragia, seu jato é

contínuo.

A circulação sanguínea pode ser avaliada pelo

profissional de saúde através da aferição do pulso (palpação ou

ausculta) e da pressão arterial (utilizando um esfigmomanômetro).

O pulso (frequência cardíaca) de um indivíduo adulto hígido é de

aproximadamente 8 batimentos por minuto. Já a pressão arterial

normal em um homem adulto é de cerca de 120 mmHg (sistólica)

sobre 80mmHg (diastólica). A diferença entre a pressão sistólica

e diastólica é denominada pressão de pulso (pressão média) e deve

ser cerca de 40mm Hg. A proporção normal que deve existir é de

3:2:1 entre as pressões sistólica, diastólica e de pulso.

Sistema linfático

O sistema linfático é composto pela linfa, vasos e tecidos

linfáticos. Suas três funções são: drenagem do liquido intersticial

para o interior dos vasos linfáticos, transporte de lipídios e

vitaminas lipossolúveis do trato gastrointestinal para o sangue e

resposta imune contra microrganismos patogênicos ou células

anormais.

Linfa

A linfa é um liquido amarelo claro que conduz os lipídios

e as vitaminas A,D,E e K, bem como os glóbulos brancos, pelo

corpo.

Vasos linfáticos

Os vasos linfáticos, por sua vez, forma uma rede de

circulação de linfa, assim como as veias e artérias formam a rede

para circulação do sangue. Nos espaços entre as células,

encontram-se os capilares linfáticos que se unem e formam os

vasos linfáticos.

Tecidos linfáticos

Durante o percurso da rede de vasos linfáticos,

encontram-se os linfonodos, que são tecidos linfáticos, em forma

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de grão de feijão, e têm por principal função filtrar a linfa. No seu

interior, há uma grande concentração de macrófagos e linfócitos

que irão combater a célula anormal ou o microrganismo que ali

ficar retido durante a filtragem da linfa. Um ser humano possui,

aproximadamente, 600 linfonodos pelo corpo que formam grupos

com maior concentração na região próxima às glândulas

mamarias, nas axilas e na virilha.

Outros tecidos linfático são o timo, o baço e os nódulos

linfáticos. O timo se localiza no mediastino, atrás do esterno, e

produz hormônios que auxiliam no desenvolvimento das células

T. O baço está localizado entre o estomago e o diafragma e é

ricamente vascularizado. Seu interior possui linfócitos e

macrófagos em grande quantidade que, além de contribuir com

suas funções imunes, executam três funções relacionadas às

células sanguíneas: remoção de células gasta, defeituosas ou

plaquetas; armazenamento de plaquetas e hematopoese durante a

vida intrauterina. Por fim, os nódulos linfáticos são concentrações

de tecido linfoide que se aderem a outro tecido, como as túnicas

que revestem o sistema respiratório e as tonsilas da cavidade oral.

Imunidade

Algumas reações do corpo podem ser respostas imunes

inespecíficas, ou seja, um mecanismo utilizado pelo sistema

imunológico/linfático para eliminar um invasor ou para indicar

que o corpo está sendo invadido por alguma substancia ou

microrganismo que possa ser prejudicial à saúde. São alguns

exemplos de resistência inespecífica: vomito, febre, processos

inflamatórios, secreções vaginais, choro, ação de células

citotóxicas naturais (natural killers), formação de pus.

A reposta especifica do corpo contra um agente

patogênico é denominada imunidade. Tais agentes são chamados

antígenos e levam à formação de anticorpos – proteínas

especificas contra determinado antígeno.

Especifica

Sistema respiratório

O nariz, a faringe, a laringe, a traqueia, os brônquios e os

pulmões são estruturas que compreendem, em conjunto, o sistema

respiratório. A respiração, processo de troca de gases no corpo, é

no meio pelo qual este sistema cumpre com as suas funções:

fornece oxigênio para as células, eliminar gás carbônico do

organismo, contribui para a regulação do pH sanguíneo, filtra o ar

inspirado, contém receptores para o olfato, produz sons e libera

agua e calor através do ar exalado.

Nariz

A estrutura anatômica do nariz permite que o ar seja

filtrado, aquecido e umidificado na inspiração, além de detectar

estímulos olfatórios e modificar as vibrações da fala.

Internamente, a cavidade nasal é dividida em dois compartimentos

pelo septo nasal e se comunica posteriormente com a faringe

através de duas aberturas denominadas narinas internas/coanas.

As paredes laterais e seu assoalho têm formação óssea, enquanto

o seu esqueleto externo é basicamente cartilaginoso, conferindo

maior maleabilidade a este órgão.

Faringe

A faringe é um órgão tubular que começa nas narinas e

termina comunicando o esôfago à laringe. Divide-se em três

regiões: nasofaringe, orofaringe e laringofaringe. Ela funciona

como via de passagem tanto para o ar quando para o alimento,

fornece uma câmara de ressonância para os sons emitidos na fala

e aloja as tonsilas - estruturas que possuem tecido linfático,

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auxiliando na resposta imune.

Laringe, glote e epiglote

A laringe é curta e conecta a laringofaringe à traqueia.

Sua parede é composta por anéis de cartilagem, dentre eles a

cartilagem tireóidea (pomo de adão). A epiglote é um tecido

cartilaginoso, em forma de olham que se move durante a

deglutição, fechando a glote e impedindo a passagem de alimentos

que está no trato gastrointestinal para o sistema respiratório

inferior. Na glote, encontram-se as pregas vocais.

Traqueia e a arvore brônquica

Em frente ao esôfago está localizada a traqueia. Sua

estrutura é tubular e se estende da laringe até se dividir,

aproximadamente 12 centímetros abaixo, em brônquios direito e

esquerdo. Este ponto de divisão é chamado carina. Ao entrar no

pulmões, os brônquios se dividem em brônquios lobares, que por

sua vez se divide em brônquios segmentares e, por fim, se dividem

em bronquíolos. Desse modo, o ar penetra nos pulmões sendo

conduzido pela arvore brônquica de maneira que haja troca gasosa

eficaz na sua extremidade.

Pulmões

Os pulmões se situam na cavidade torácica, separados o

direito do esquerdo pelo coração e outras estruturas presentes no

mediastino. Eles são revestidos externamente por duas túnicas

chamadas pleura parietal e pleura visceral, com a cavidade pleural

entre elas contendo pequeno volume de liquido lubrificante, que

permite deslizamento confortável entre elas durante a respiração.

Cada pulmão é dividido em lobos. Pulmão direito contêm os lobos

superior, médio e inferior, enquanto o esquerdo se divide em lobo

superior e inferior. Os lobos se dividem em segmentos

broncopulmonares, que são compostos por lóbulos. Os lóbulos são

componentes de pequeno tamanho, envoltos por tecido conjuntivo

e possuem um vaso linfático, uma arteríola, uma vênula e um ramo

de bronquíolo terminal. Conforme estes bronquíolos penetram nos

pulmões, se dividem em ductos alveolares. Na sua circunferência,

encontram-se diversos alvéolos e sacos alveolares, que são

estruturas diretamente responsáveis pela troca de gases - processo

que ocorre por difusão entre a parede do alvéolo e os capilares.

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Ventilação pulmonar

A Lei de Boyle define que a pressão de um gás, quando

em um recipiente fechado, é inversamente proporcional ao volume

do recipiente. Esta física explica o processo de ventilação

pulmonar, visto que as diferenças na pressão entre o pulmão e o

ambiente externo determinam a inspiração e a expiração. Os

pulmões se expandem ativamente, alterando a pressão no seu

interior, provocando a inspiração do ar. A expiração é passiva e

ocorre quando a pressão no interior do pulmão é maior que a do

ambiente, expulsando o ar. Ela só passa a ser ativa quando há

expiração forçada ao tocar um instrumento de sopro, por exemplo,

ou durante um exercício respiratório.

Um adulto em repouso respira em torno de 12 vezes por

minuto, sendo que cada movimento de inspiração ou expiração

movimenta, em média, 500ml de ar.

Regulação da respiração

Conforme observado no sistema nervoso, existem

aglomerados de neurônios localizados no bulbo e na ponte que

formam uma área denominada centro respiratório.

Funcionalmente, estes neurônios se dividem em três áreas

distintas: a área de periodicidade bulbar, que controla o ritmo

respiratório; a área pneumotáxica, que controla a velocidade dos

movimentos respiratórios; e a área apnêustica, que controla o

volume de ar inspirado e expirado.

Sistema Digestório

Os alimentos são nossa fonte de energia e reparação

tecidual, mas para isso é preciso que eles estejam decompostos em

moléculas de tamanho ideal para que consigam atravessar as

membranas plasmáticas das células por meio da digestão e, então,

atingir a circulação sanguínea e a linfa, processo alcançado com a

absorção. A composição dos órgãos que realizam esta função

recebe o nome de sistema digestório.

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O sistema digestório é composto pelo trato

gastrointestinal (GI) que é um tubo continuo e se estende da boca

até o ânus e incluem a boca, a faringe, o esôfago, o estomago o

intestino delgado e o intestino grosso e pelos órgãos acessórios da

digestão que incluem os dentes, a língua, as glândulas salivares, o

fígado, a vesícula biliar e o pâncreas.

As funções desempenhadas pelo sistema digestório são:

• Ingestão: receber o alimento através da boca.

• Secreção: liberação de agua, ácidos, enzimas e tampões

no interior do trato GI.

• Mistura e propulsão: misturar e mover o alimento em

direção ao ânus.

• Digestão: decomposição química e física dos alimentos a

partículas menores.

• Absorção: passagem das partículas digeridas do trato GI

para o sangue e a linfa.

• Defecação: eliminação das fezes pelo ânus.

A parede do trato GI, desde a parede inferior do esôfago

até o ânus é composta por quatro camadas que são: mucosa,

submucosa, muscular e serosa.

Abaixo do diafragma, a camada serosa é chamada de

peritônio visceral. Há também o peritônio parietal que reveste

a parede da cavidade abdomino-pelvica.

Os órgãos situados contra a parede abdominal posterior,

rins e pâncreas por exemplo, são recobertos por peritônio

apenas nas suas faces anteriores, sendo portanto,

retroperitoneais.

Boca.

Também chamada de cavidade oral, é formada

pelas bochechas, palatos mole e duro e língua. Os lábios são

presos por uma prega chamada frenulo do lábio, já a língua é

presa por uma prega denominada frenulo da língua. O palato

duro é a parte anterior do teto da boca, recoberto por mucosa

e forma a participação óssea entre a cavidade oral e a nasal.

O palato mole, parte posterior do teto da boca, é uma partição

muscular, em forma de arco, entre as partes oral e nasal da

faringe, revestido por túnica mucosa. Pendente na margem

livre do palato mole está a úvula.

As glândulas salivares secretam a saliva que

auxiliam na decomposição química do alimento. A sua

produção é regulada tanto pelo sistema nervoso quanto pela

presença do alimento na boca, pelo olfato e pelo paladar.

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A língua é um órgão digestório acessório que

movimenta os alimentos de um lado para o outro contribuindo

para a mastigação e deglutição. Na língua encontramos as

papilas gustativas que identificam os sabores dos alimentos,

conferindo-nos o paladar. O processo de mastigação também

conta com o auxilio dos dentes. Os seres humanos possuem

duas dentições. Na primeira, os dentes decíduos, ou dentes de

leite, surgem por volta dos 6 meses e somam um total de 20

dentes. Geralmente entre os 6 e 12 anos de idade perdemos

esses dentes permanenetes surgem somando 32 dentes.

Faringe

Depois de mastigado a massa resultante, bolo

alimentar, passa da boca pela faringe, tubo em forma de funil

que tem função respiratória e digestória. Abrange uma parte

nasal, e se bifurca limitando-se com a laringe anteriormente e

com esôfago posteriormente.

Esôfago

É um tubo muscular situado posteriormente à

traqueia e atravessa o diafragma através do hiato esofágico.

Sua função é secretar muco e transportar o bolo alimentar até

o estomago, esse transporte ocorre por meio da peristalse, que

são contrações e relaxamentos coordenados e involuntários.

O esfíncter esofágico inferior relaxa na presença do bolo

alimentar e permite a passagem deste para o estomago.

Estômago.

O estômago conecta esôfago ao duodeno, órgão

em forma de J, possuindo quatro regiões principais: o cárdia

(abertura superior do estômago), o fundo gástrico (parte

arredondada superior à esquerda do cárdia), corpo gástrico

(grande parte central do estômago) e região pilórica

(composta pelo antro pilórico que se une ao corpo gástrico e

o canal pilórico que se conecta ao duodeno). O musculo

esfíncter do piloro é quem controlas a passagem do material

digerido para a primeira porção do intestino delgado, o

duodeno.

As curvatura do estômago recebem o nome de curvatura

menor (margem medial côncava) e curvatura maior (margem

lateral convexa).

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No estomago, a digestão do amido, que

começou na boca, tem continuidade e começa a digestão de

proteínas e triglicérides. Há também a absorção de

determinadas substancias. A digestão dos alimentos leva à

formação do quimo, massa semilíquida. Isto é possível graças

à ação de enzimas como a pepsina, responsável por digerir

proteínas e a lipase gástrica que digere gordura.

O vomito é a expulsão forçada dos conteúdo do trato

gastrintestinal superior pela boca. Ele é provocado por

estímulos como irritação, distensão, imagens desagradáveis,

anestesia geral, tontura e alguns fármacos.

Pâncreas

Glândula com funções exócrina e endócrina, situada atrás

do peritônio é dividida em cabeça, corpo e cauda. Como

função exócrina excreta o suco pancreático rico em enzimas

que dissolve carboidratos (amilase pancreática), proteínas

(tripsina, quimiotripsina, carboxipeptidade, elastase),

triglicérides (lipase pancreática) e ácidos nucleicos

(ribonuclease e desoxirribonuclase). Já a parte endócrina é

responsável pela produção de hormônios como glucagon,

insulina somatostatina e polipeptideo pancreático. As

secreções pancreáticas são lançadas no duodeno por meio do

ducto pancreático que se une ao ducto colédoco originado do

fígado e da vesícula biliar.

Fígado e vesícula biliar

O fígado é o maior órgão interno e a glândula

mais pesada do corpo. Pode ser dividido em dois lobos: um

maior , lobo direito, e um menor, lobo esquerdo. No fígado é

produzida a bile, líquido acastanhado que contribuirá para a

emulsificação das gorduras, ou seja, a decomposição de

grandes glóbulos de lipídios em uma suspensão de gotículas

no intestino delgado.

Além da produção da bile, o fígado é

responsável pelo metabolismo de carboidratos, lipídios e

proteínas, pelo processamento de fármacos, pela ativação da

vitamina D, pela fagocitose de glóbulos vermelhos e pelo

armazenamento de glicogênio.

A vesícula biliar é um saco localizada na parte

inferior do fígado e é responsável pelo armazenamento,

concentração e excreção da bile no intestino delgado.

Intestino delgado

No intestino delgado, os nutrientes continuam a

digestão com o auxílio das secreções digestivas, do pâncreas

e do fígado. Nele ocorre, também cerca de 90% da absorção,

graças às pregas circulares, vilosidades e micro vilosidades

que aumentam a superfície do seu interior.

Limita-se como o piloro do estomago e com o

intestino grosso e é dividido em três regiões: o duodeno, o

jejuno e o íleo.

O contato do quimo com a parede do intestino

distende-o e provoca contrações segmentares que o mistura

ao suco digestivo. Após a maior parte da absorção ter

ocorrido, as contrações param e a peristalse começa,

empurrando o quimo para frente. Os materiais não digeridos

ou não absorvidos chegam ao intestino grosso.

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Intestino grosso

Parte terminal do trato gastrintestinal, composto pelo

ceco, colos ascendentes, transverso e descendentes; reto;

canal anal e ânus.

No intestino grosso os movimentos peristálticos

dão continuidade à movimentação do conteúdo alimentar pelo

colo, estágio final da digestão. As bactérias presentes no seu

interior fermentam carboidratos restantes, convertem

proteínas em aminoácidos, decompõem a bilirrubina, o que

confere a cor marrom a fezes, e produzem vitaminas como a

vitamina B e a K. As fezes perdem constantemente água e sai

minerais enquanto permanecem no intestino grosso.

Ao atingir o reto, ocorre o reflexo da defecação.

Os esfíncter externo do reto é um musculo voluntario e, caso

não ocorra defecação, as fezes voltam para o colo sigmoide.

Situações anormais no transito intestinal podem

resultar em diarreia (aumento na frequência, volume e

conteúdo das fezes) e constipação (provocada pela

diminuição na motilidade dos intestinos)

Sistema urinário

O sistema urinário é composto por dois rins, dois

ureteres, uma bexiga urinaria e uma uretra. Destacamos esses

sistema o papel dos rins, que além de formar, transportar,

armazenar e eliminar a urina regula o volume e composição do

sangue, regula a pressão sanguínea e contribui para o

metabolismo.

Rins

Localizam-se na parede posterior do abdome,

retroperitoneais, na altura do 11° par de costelas, possuem a forma

de feijão, faseoliformes, e há uma discreta diferença entre eles, o

rim direito é ligeiramente menor que o rim esquerdo, devido ao

tamanho ocupado pelo fígado.

Possui três camadas tecidos: capsula fibrosa, capsula

adiposa e fáscia renal, da mais profunda para as superficial

respectivamente.

Ao observarmos os runs por um corte frontal

visualizamos duas regiões distintas o córtex renal (região

avermelhada superficial) e a medula renal (região mais profunda

marrom-avermelhada). Esta última possui de 8 a 18 estruturas em

forma de cunha, as pirâmides renais, cuja base volta-se para o

córtex renal e o ápice, a papila renal é voltada para o hilo renal,

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fissura vertical profunda. Separando uma coluna renal da outra

estão as colunas renais. Juntos, o córtex renal e as pirâmides renais

originam o parênquima, parte funcional do rim.

No interior do parênquima há cerca de 1 milhão de

estruturas microscópicas chamadas néfrons, unidades funcionais

dos rins. Cada néfron é constituído de um corpúsculo renal

(composto por um glomérulo e a capsula glomerular ou de

Browman) e os túbulos renais (túbulo contorcido proximal, alça

de Henle e túbulo contorcido distal, seguindo a ordem em que o

líquido passa por eles.

Os túbulos contorcidos distais terminam nos túbulos

coletores. Estes por sua vez se reúnem e originam os ductos

coletores que drenam para os cálices menores e estes para os

cálices maiores e chegam à pelve renal.

O suprimento sanguíneo dos rins ocorre da seguinte

maneira: o sangue corpóreo é conduzido até a artéria renal, está

por sua vez se divide em artérias segmentares que se dividem em

artérias interlobares, em seguida artérias arqueada, mais adiante

artérias interlobulares e arteríolas aferentes. As arteríolas aferentes

chegam ao néfron e forma uma rede capilar, o glomérulo, onde

ocorre a filtração glomerular.os capilares glomerulares se reúnem

e formam a arteríola glomerular eferente, que leva o sangue para

fora do glomérulo. Dando continuidade, eles dividem-se e formam

os capilares peritubulares que se reúnem e formam as vênulas

peritubulares, em seguida as veias interlobulares, veias arqueadas

e por fim a veia renal que leva o sangue venoso do rim para a veia

cava inferior.

Os néfrons desempenham as seguintes funções:

• Filtração glomerular: no glomérulo, a agua e solutos do

plasma passam pelos capilares glomerulares e chegam à

capsula glomerular, até alcançarem os túbulos renais.

Apesar de muito permeáveis e permitir a passagem de

solutos, as células glomerulares impedem a passagem de

células sanguíneas e plaquetas.

• Reabsorção tubular: à medida que o liquido passa pelos

túbulos renais, as células tubulares reabsorvem cerca de

99% da agua e muitos solutos (glicose, aminoácidos,

íons, cálcio, sódio, potássio, cloro, bicarbonato, fosfato e

ureia) a fim de manter as suas concentrações adequadas

na corrente sanguínea.

• Secreção tubular: substancias coo resíduos, fármacos e

excesso de íons (hidrogênio, potássio, amônia,

creatinina) são removidos do sangue com a secreção

realizada pelas células do túbulo para o liquido tubular,

controlando o pH sanguíneo e eliminando substancias do

corpo. O volume diário de urina produzido em um adulto

é cerca de 1500ml a 2000ml.

Ureteres

Os ureteres transportam a urina da pelve renal

até a bexiga por meio das contrações peristálticas das

suas paredes musculares. Embora não exista valva

anatômica no orifício do ureter em contato com a bexiga,

esta possui uma valva fisiológica que funciona de forma

muito eficiente.

Bexiga urinaria

A bexiga urinaria é um órgão muscular e

elástico e, portanto, seu formato varia de acordo com o

conteúdo urinário e comporta cerca de 700ml a 800ml.

Localiza-se na cavidade pélvica e atrás do osso sínfise

púbica.

Na parte inferior da bexiga há uma estrutura

chamada trígono da bexiga, que contem o ostio interno

da uretra no canto interior e as aberturas uretrais nos

cantos posteriores.

Ao redor da abertura da uretra encontram-se os

músculos esfíncter interno e esfíncter externo da uretra.

A micção, eliminação da urina, ocorre por combinação

de contrações voluntarias e involuntárias. Quando o

volume na bexiga excede 200 a 400ml o centro de micção

é ativado e ocorre o reflexo da micção.

A micção resulta dos processos

involuntários(reflexo) e voluntários (intencional).

Quando a urina enche a bexiga, as fibras dos nervos

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parassimpáticos na parede da bexiga fazem a bexiga

contrair e o esfíncter interno ( localizado no orifício

uretral interno) relaxar. Então, o cérebro em uma relação

voluntaria faz o esfíncter externo relaxar e a micção

iniciar. Isto é denominado reflexo da micção.

Uretra.

A uretra é um pequeno tubo, canal, que vai da

bexiga até o exterior do corpo. Nas mulheres localiza-se

atrás da sínfise púbica, tem um comprimento de 4cm e

seu ostio está localizado entre o clitóris e a vagina. Nos

homens mede cerca de 20cm, passando pela próstata,

diafragma urogenital e pelo pênis. Além da urina, a uretra

masculina elimina sêmen.

Formação da urina

A formação da urina consiste e 3 etapas:

filtração glomerular, reabsorção tubular e secreção

tubular.

Etapa 1: Filtragem

Conforme o sangue flui dentro do glomérulo, a

filtração acontece. Na filtração glomerular, o transporte

ativo a partir do túbulos convolutos proximais leva à

reabsorção de sódio e glicose dentro da circulação

próxima. A osmose então provoca a reabsorção de água.

Etapa 2: Reabsorção

Na reabsorção tubular, a substancia movimenta-

se a partir do filtrado e volta para os túbulos convolutos

distais, em direção aos capilares peritubulares. O

transporte na reabsorção de sódio. A presença de

hormônio antidiurético provoca reabsorção de água.

Etapa 3: Secreção

Na secreção tubular, a substancia movimenta-se

a partir dos capilares peritubulares em direção ao filtrado

tubular. Os capilares peritubulares então, secretam

amônia, hidrogênio dentro dos túbulos distais pelo

transporte ativo.

Sistemas genitais

Os sistemas genitais masculino e feminino são

anatomicamente distintos o que torna possível a reprodução

sexual, resultante da união de gametas (células sexuais)

masculinos e femininos.

Sistema Genital Masculino

O sistema genital masculino é composto pelos seguintes

órgãos: testículos, ductos deferentes, ductos ejaculatórios, uretra e

as glândulas acessórias (glândulas seminais, próstata e glândula

bulbouretral) e estruturas de sustentação como o escroto e o pênis.

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O escroto é um saco que sustenta os testículos.

Internamente é dividido em dois sacos, os quais comportam um

testículo cada um. A localização fora do corpo permite ao escroto

manter uma temperatura pouco inferior à do corpo, o que colabora

para a produção normal dos espermatozoides.

Os testículos são glândulas ovais, divididos internamente

em cerca de 200 a 300 compartimentos denominados lóbulos que

contém de um a três túbulos contorcidos. Neles são produzidos os

espermatozoides e recebem o nome de túbulos seminíferos. A

produção de espermatozoide é realizada pelas células

espermatogênicas e é denominada espermatogênese.

Além das células espermatogênicas os túbulos

seminíferos possuem as células de sertoli, que nutrem os

espermatozoides, sustentam e protegem as células

espermatogenicas; produzem liquido para o transporte dos

espermatozoides; regula a secreção do hormônio inibida e faz

intermediação da testosterona (produzido pelas células de Leydig)

e do hormônio folículo-estimulante.

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Até chegarem a espermatozoides as células germinativas

passam por um processo de divisão, diferenciação e maturação,

com início na puberdade. As espermatogônias (diploides, ou seja

2n) multiplicam-se por mitose e diferenciam-se em

espermatócitos primários (ainda 2n). Estes, por sua vez sofrem

meiose e originam os espermatócitos secundários (haploides, n) e

possuem duas cromátides originando, portanto duas células

também haploides, as espermátides. Até este ponto o processo

recebe o nome de maturação. A fase seguintes, chamada de

especiação, as espermátides se transformam em espermatozoides.

Nota-se, portanto que cada espermatogônia origina quatro

espermatozoides.

Diariamente são produzidos cerca de 300 milhões de

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espermatozoides e quando no interior do sistema genital feminino

a maioria não sobrevive mais de 48 horas. As principais partes de

um espermatozoide são a cabeça (possui uma capsula enzimática

que o recobre e facilita a entrada do espermatozoide no ovócito

secundário) e a causa (possui mitocôndrias que fornecem energia

para sua locomoção).

Ductos do testículo: o líquido secretado pelas células de

sertoli empurra os espermatozoides pelos túbulos seminíferos.

Estes chegam à rede do testículo e movem-se pelos ductos

eferentes atingindo, por fim o ducto do epidídimo.

Epidídimo: órgão em forma de vírgula, enovelado, onde

ocorre a maturação dos espermatozoides por cerca de 10 a 14 dias

e adquirem motilidade e capacidade de impulsionados por meio

de contrações peristálticas para o ducto deferente.

Ducto deferente: armazena os espermatozoides por meses e os

transportam para a uretra também por contrações peristálticas. Os

espermatozoides que não são ejaculados são reabsorvidos.

Ductos ejaculatórios: formado pela união do ducto da glândula

seminal com o ducto deferente e terminam na parte prostática da

uretra, onde lançam espermatozoides e secreções da glândula

seminal, antes da liberação do sêmen pela uretra para o exterior.

Uretra: compartilhado pelos sistemas urinários e genital,

transporta tanto urina quanto sêmen. É dividida em três partes de

acordo com o locação por onde passa: parte prostática (próstata),

parte membranácea (períneo) e parte esponjosa (pênis).

Funículo espermático: estrutura de sustentação do sistema genital

masculino.

Glândulas seminais: secretam um líquido viscoso que corresponde

a cerca de 60% do volume do sêmen e auxiliam no transporte e

nutrido dos espermatozoides e reduzem a acidez da uretra

masculina e do trato genital feminino.

Próstata: secretam um líquido leitoso que corresponde a cerca de

25% do volume do sêmen e também contribui para a motilidade e

a viabilidade dos espermatozoides.

Glândulas bulbouretrais: situada abaixo da próstata secretam

substancia que reduzem a acidez do canal uretral e lubrificam a

extremidade do pênis durante a excitação.

Sêmen: composto pelos espermatozoides e pelos líquidos

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secretados pelas glândulas seminais, próstata e glândulas

bulbouretrais e que juntos formam o liquido seminal. A cada

ejaculação é eliminado cerca de 2,5 a 5ml de sêmen que contem

cerca de 50 a 150 milhões de espermatozoides.

Pênis: órgão genital másculo e é passagem para a ejaculação do

sêmen e excreção da urina. Possui formato cilíndrico e contém

uma raiz, um corpo e uma glande coberta pelo prepúcio. O corpo

do pênis é composto por três partes: dois corpos cavernosos e um

corpo esponjoso que contém a uretra. A estimulação sexual

provoca a ereção, intumescimento e enrijecimento do pênis.

Sistema genital feminino

O sistema genital feminino é formado por: ovários, tubas

uterinas, útero, vagina e órgãos genitais femininos externos.

Os ovários são as gônadas, homologas aos testículos.

Neles encontramos os folículos ováricos que, quando maduros,

rompem-se originando os ovócitos secundários, no processo da

ovulação. Os resquícios do folículo recebe o nome de corpo lúteo

e é responsável pela produção dos hormônios progesterona(não

exerce atividade sobre a determinação das características sexuais

femininas. A atividade da progesterona é preparar o útero para

uma possível gestação, recebendo o óvulo fecundado e

estimulando a produção de leite), estrógeno(controle da ovulação

e com o desenvolvimento de características femininas.), relaxina

(hormônio produzido pelo corpo lúteo e pela placenta. Ela produz

um amolecimento das articulações pélvicas e das suas cápsulas

articulares, o que dá a flexibilidade necessária para o parto) e

inibina (inibição da produção de Hormônio folículo-

estimulante(FSH)) até sua degeneração.

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Diferente da espermatogênese, a ovogênese inicia-se

antes mesmo do nascimento, durante o desenvolvimento fetal, as

ovogônias (células diploides 2n) se transformam em ovócitos

primários que só irão completar seu amadurecimento na

puberdade. Os ovócitos primários são recobertos por uma camada

de células denominada folículo primordial que posteriormente

mudam de forma e passam a chamar folículo secundário.

A partir da puberdade, mês a mês diversos folículos

secundários, por ação dos hormônios gonadotrofinas, recomeçam

a divisão celular estacionada. O ovócito primário (2n) divide-se

em duas células haploides (n) diferentes: o primeiro corpúsculo

polar, material nuclear descartado que irá se degenerar, e uma

célula maior o ovócito secundário. Este último ou degenera-se

quando não há fecundação ou une-se ao espermatozoide

originando um segundo corpo polar e o zigoto ou óvulo, célula

diploide (2n).

Tubas uterinas: transportam ovócitos secundários ou ovulo

(quando fecundado) até o útero cerca de seis a sete dias.

Útero: serve como via de acesso para os espermatozoides

alcançarem a tuba uterina e desenvolvimento do feto após

fertilização tem-se o fluxo menstrual. O útero pode ser

subdividido em fundo, corpo e colo e possui três camadas o

perimétrio (externa), o miométrio (auxiliam na expulsão do feto

com as contrações no trabalho de parto) e o endométrio

(constituído de camada funcional e basal, sendo que a primeira

desprende-se durante a menstruação).

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Vagina: canal fibromuscular receptáculo do pênis e serve à

passagem do fluxo menstrual e ao parto.

Vulva: trata-se dos órgãos genitais femininos externos compostos

por monte do púbis, lábios maiores, lábios menores, clitóris,

vestíbulo (região entre os lábios menores que contém o óstio

externo da uretra, o óstio da vagina, glândulas vestibulares

maiores e menores e glândulas uretrais) e os bulbos do vestíbulo.

Períneo: área losângica tanto nos homens quanto nas mulheres que

contém os órgãos sexuais esternos (região perineal) e o anus

(região anal).

Glândulas mamárias: são glândulas com funções de síntese

(estimulada pelos hormônios prolactina, progesterona e

estrogênios), secreção e ejeção de leite (estimulada pelo hormônio

ocitocina), associada à gravidez e ao parto.

Ciclo Menstrual

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O ciclo menstrual ocorre aproximadamente a cada 28

dias e nesse período o corpo da mulher se prepara para uma

possível fertilização, caso não ocorra a parede do útero descama

ocorrendo a menstruação que tem duração média de 5 dias.

Este ciclo é controlado principalmente pelos hormônios

folículo estimulante (FSH) e luteinizante (LH) e pode ser dividido

em quatro fases, são elas:

• Fase menstrual: período que ocorre a descamação do

endométrio devido às altas taxas de progesterona e

redução do estrógeno, FSH e LH.

• Fase pré-ovulatória ou proliferativa: o FSH estimula o

folículo ovariano que produz estrogênio, causando o

espessamento da parede do útero.

• Ovulação: com as taxas de estrógeno baixas e estimulado

pelo LH ocorre o rompimento do folículo (ovulação)

• Fase pós-ovulatória: o corpo amarelo, originado do

folículo estimulante, secreta estrógeno e progesterona o

que resulta no espessamento do endométrio, preparando-

o para a fertilização. Caso não ocorra a fertilização, os

níveis de progesterona diminuem, provocando a

menstruação.

Métodos contraceptivos

São métodos utilizados para controlar a

fertilidade e evitar a concepção. Dentre os diversos tipos

podemos citar: esterilização, cirúrgica, métodos

hormonais (pílulas), dispositivos intrauterinos (DIU),

espermicidas, métodos de barreira (camisinha),

abstinência periódica e o aborto.

Sistema endócrino

O sistema endócrino, juntamente com o sistema nervoso,

controla a homeostasia do corpo. Entretanto, enquanto o sistema

nervoso utiliza impulsos nervosos sistema endócrino ibera

hormônios (moléculas mediadoras) no sangue através das

glândulas. Os hormônios contribuem nos processos reprodutivos,

regulam o desenvolvimento do corpo e alteram o metabolismo.

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Enfermagem

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Existem dois tipos de glândulas: as exócrinas, que

lançam seus produtos em cavidades de um órgão ou na superfície

externa do corpo, como a glândula sudorípara e as glândulas

digestivas, e as endócrinas, que secretam seus hormônios no

espaço extracelular e depois é levada pelo sangue para todo o

corpo.

Além disso, alguns órgãos possuem tecido endócrino,

mas não são glândulas, como hipotálamo, o pâncreas, os

testículos, os ovários, o fígado, os rins, o intestino delgado, o

coração, a placenta (durante o período gestacional) e a pele.

Apesar de estar livre pelo corpo, sendo carreado pelo

sangue, o hormônio só irá se fixar a uma célula-alvo através de

receptores específicos para, então, produzir seu efeito. Eles podem

regular o meio interno, o equilíbrio do metabolismo, as contrações

musculares, a secreção glandular, algumas respostas imunológicas

e influenciam o crescimento, o desenvolvimento e produção do

indivíduo.

Hipotálamo e Glândula Hipófise (ou pituitária)

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O hipotálamo é o principal órgão que integra as funções

neurológicas e endócrinas. Ele controla as funções vegetativas do

corpo, como a temperatura, a sede, a fome, o sistema

cardiovascular, a raiva, a excitação e a secreção da maioria dos

hormônios da hipófise.

Apesar de ser estruturalmente um órgão do sistema

nervoso, produz ADH (hormônio antidiurético ou vasopressina,

que influência na produção de urina e na pressão arterial) e a

ocitocina (provoca contração do músculo liso). Tais hormônios

são armazenados e, posteriormente, liberados pela neuro-

hipofise(hipófise posterior). A adeno-hipofise (hipófise anterior)

outras parte da glândula pituitária, secreta sete hormônios. São

eles:

1. Hormônio do crescimento humano (hHG): controla o

crescimento e regula o metabolismo.

2. Hormônio Estimulante da Tireoide (TSH) : controla a

secreção da glândula tireoide.

3. Hormônio folículo-estimulante (FSH): estimula a

produção de espermatozoides, ovócitos e estrógenos.

4. Hormônio Luteinizante (LH): estimula a secreção de

testosterona, estrógenos, progesterona e a ovulação.

5. Prolactina (PRL): inicia e mantem a produção de leite

pelas glândulas mamárias.

6. Hormônio Adrenocorticotrópico (ACTH): estimula a

produção de hormônios no córtex suprarrenal.

7. Hormônio melanócito-estimulante (MSH): interferem na

pigmentação da pele.

Tireoide

A tireoide se localiza na região anterior do

pescoço. Seus hormônios, a tiroxina (t4) e a

triiodotironina(T3), regulam o metabolismo celular e o

basal, aceleram o crescimento corporal e auxiliam na

manutenção da temperatura do corpo.

A falta do hormônio T4 leva ao hipotireoidismo,

doença na qual o indivíduo tem aumento do acumulo de

gordura, letargia e aumento do período de sono (12 15

horas) devido a diminuição do metabolismo em até 50%

de sua atividade normal. O inverso é denominado

hipertireoidismo, com aumento da produção do T4 em

até o dobro do normal, acelerando o metabolismo. Neste

caso, os principais sinais e sintomas são taquicardia,

diarreia, perda de peso, nervosismo e exoftalmia.

Paratireoides

As quanto glândulas paratireoides se fixam à

região posterior da tireoide e produz o paratormônio

(PTH).

A principal função do paratormônio é aumentar

a liberação de cálcio e fosfatos dos ossos para a corrente

sanguínea, promovendo a manutenção dos níveis destes

íons no organismo.

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Glândulas Adrenais

As glândulas adrenais são também conhecidas

como suprarrenais devido sua localização acima dos rins.

São ricamente vascularizadas e produzem os hormônios

adrenalina (estimula a ação cardíaca), a

noradrenalina(aumenta a pressão arterial),

mineralcorticoides (como a aldosterona (regulação das

concentrações sanguíneas dos íons sódio e potássio),

glicocorticoides ( como o cortisol(exerce a maior parte da

atividade metabólica, sistema metabólico de utilização de

lipídios, proteínas e carboidratos, uma das funções

primárias desse hormônio está relacionada com o

metabolismo de carboidratos, a princípio essa substância

estimula a produção de glicose a partir de outras

substâncias (ex: proteínas)) e os hormônios androgênicos

(efeitos masculinizantes no indivíduo).

Pâncreas

O pâncreas é uma glândulas mista, endócrina e

exócrina, que é formada por dois tecidos diferentes: os

ácinos, que produzem enzimas digestivas e as secretam

para o trato gastrointestinal, e as ilhotas de Langerhans,

que possuem células alfa secretoras de glucagon e células

beta, que secretam insulina, e são responsáveis pela

regulação do nível de glicose no sangue, que deve

permanecer entre 80 e 100mg/dL.

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Ovários e Testículo

Os ovários são gônadas femininas, situados na

cavidade pélvica, e produzem o estrogênio e a

progesterona, hormônios sexuais femininos. Tais

hormônios regulam o ciclo menstrual, mantêm a

gravidez, colaboram no preparo nas glândulas mamarias

para que haja a produção de elite no período de

amamentação e conferem à mulheres suas características

sexuais secundárias.

Os testículos são gônadas masculinas, situados

no saco escrotal, e produzem a testosterona. Este

hormônio regula a produção de espermatozoide e

conferem aos homens suas características sexuais

secundarias, como o crescimento de barba, por exemplo.

Glândula Pineal

Localizada no encéfalo, produz a melatonina,

hormônio que tem sua produção controlada pela presença

ou ausência da luz do sol, contribuindo diretamente com

o ajuste do relógio biológico, como equilíbrio do sono, e

na regulação dos esforços sexuais e reprodutivos.

Glândula Timo

A glândula timo também faz parte do sistema

linfático e seus hormônios, timosina, fator humoral

tímico (THF), fator tímico (FT) e timopoietina, são

essenciais na produção das células T (glóbulo branco),

responsáveis pela imunidade do corpo contra

microrganismos patogênicos, envenenamento e corpos

estranhos.

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Microbiologia

RELAÇÃO ENTRE OS SERES VIVOS

Os seres vivos possuem características e propriedades que os

diferenciam dos seres não vivos, também chamados de

inorgânicos.

Organização Celular dos seres vivos

Unicelular

Pluricelulares ou Multicelulares

Ciclo Vital - a maioria dos seres vivos passam por esse ciclo:

nascer, se alimentam,crescem,se reproduzem, morrem.

Nutrição

Os alimentos são considerados os combustíveis da vida.

Através deles os seres vivos conseguem energia para a realização

de todas as funções vitais. Quanto à obtenção de alimentos,

podemos separar os seres vivos em dois grupos:

Autótrofos : produzem o próprio alimento - -

caso das plantas e algas cianofíceas;

Heterotróficos: aqueles incapazes de produzir

seus próprios alimentos, como os animais que

se alimentam de plantas ou de outros animais

Reprodução

Existem duas formas principais de reprodução

Sexuada: quando há produção de gametas e

fecundação. Os gametas podem vir de dois

indivíduos (M e F) ou no caso dos

Hermafroditas do mesmo individuo (ex:

minhocas)

Assexuada: reprodução simples, sem a

presença de gameta e fecundação, neste caso o

próprio corpo do individuo se divide em um

novo organismo. (ex: plantas)

CLASSIFICAÇÃO DOS SERES VIVOS

Os seres vivos são muito variados e numerosos. Para

conhece-los e estudá-los os cientistas procuram compreender

como se relacionam e qual o grau de parentesco existente entre

eles. Assim sendo, procura-se agrupá-los e organizá-los segundo

alguns critérios previamente definidos.

Os seres vivos podem ser agrupados de acordo com:

suas semelhanças morfológicas

formas de alimentação

Locomoção

Reprodução

ciclo de vida

Assim os seres vivos são agrupados em:

Reino – Filos – Subfilos - Ordem – Família –

Gênero

Os maiores grupos resultantes do processo de evolução

são os reinos. Cada reino divide-se em grupos menores,

chamados filos, os quais, por sua vez, subdividem-se

em subfilos. Os filos e subfilos agrupam as classes, que

reúnem as ordens, que agrupam as famílias, que reúnem

os gêneros.

Por fim, os organismos mais intimamente

aparentados são agrupados em uma mesma espécie.

Atualmente, existem cinco reinos: Monera,

Protista, Fungi, Plantae e Animalia.

Atualmente existem os Reinos:

Monera

Protista

Fungi

Plantae

Animale

Tipos de Células

Existem dois tipos de células nos seres vivos:

Procariontes: Tem organização simples, um

único compartimento interno, não tem

membrana nuclear definida.

Eucarionte: Têm como Principal característica,

ter o espaço interno dividido, e membrana

nuclear definida.

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REINO MONERA

O reino Monera é formado por seres muito simples,

unicelulares, cuja única célula é envolvida por uma

membrana.

O material genético (DNA) responsável por sua

reprodução e todas suas características encontra-se

espalhado no seu interior.

Portanto, o reino Monera é formado por seres

Procariontes,como as bactérias e algas azuis

(cianofíceas).

Muitas bactérias são capazes de

causar doenças como

hanseníase, tétano, tuberculose,

diarréias e cólera.

REINO PROTISTA

O reino Protista é constituído por seres também

formados por uma só célula

Porém com seu material genético protegido por uma

membrana nuclear (célula eucariótica).

No reino Protista encontram-se os protozoários.

Muitos deles vivem como parasitos

do ser humano e de muitos mamíferos,

sendo capazes de causar doenças

graves

REINO FUNGI

Os fungos se encontram no reino Fungi.

Existem fungos úteis ao homem, como os cogumelos

utilizados na alimentação e aqueles empregados no

preparo de bebidas (cerveja) e produção de

medicamentos (antibióticos).

Porém, alguns fungos são parasitos de plantas e

animais, podendo causar doenças denominadas micoses.

Existem fungos úteis ao homem, como os cogumelos

utilizados na alimentação e aqueles empregados no

preparo de bebidas (cerveja) e produção de

medicamentos (antibióticos). Porém, alguns fungos são

parasitos de plantas e animais, podendo causar doenças

denominadas micoses. Algumas micoses ocorrem

dentro do organismo (histoplamose), mas a maioria

desenvolve-se na pele, unhas e mucosas, como a da

boca.

*”Sapinho comum” em crianças que após alimentação

não tiveram uma boa higienização.

Vírus

Os vírus não pertencem a nenhum reino.

Não são considerados seres vivos pois não são formados

nem mesmo por uma célula completa.

São parasitos obrigatórios, só se manifestam como seres

vivos quando estão no interior de uma célula.

FORMAS DE ASSOCIAÇÃO ENTRE OS SERES VIVOS

Associação positiva ou Harmônicas

Comensalismo: uma das espécies envolvidas

obtém vantagens,mas a outra não é

prejudicada.

Exemplo: Entamoeba coli, que pode viver no intestino

do homem nutrindo-se de restos alimentares e jamais causar

doenças para o hospedeiro.

Mutualismo : é a relação em que as espécies

se associam para viver de forma mais íntima,

onde ambas são beneficiadas.

Exemplo: temos os protozoários e bactérias que habitam

o estômago dos ruminantes e participam na utilização e digestão

da celulose, recebendo, em troca, moradia e nutrientes.

Simbiose: é a forma extrema de associação

harmônica. Nessa relação, as duas partes são

beneficiadas, porém a troca de vantagens é tão

grande que, depois de se associarem, esses

indivíduos se tornam incapazes de viver

isoladamente.

Exemplo: Assim, temos os cupins, que se alimentam de

madeira e para sobreviver necessitam dos protozoários

(triconinfas). Esses protozoários habitam o tubo digestivo dos

cupins e produzem enzimas capazes de digerir a celulose

Associação Negativas ou Desarmônicas

As formas de relações desarmônicas mais comumente

encontradas são a competição, o canibalismo e as

predatórias.

Em nosso estudo, nos ateremos ao parasitismo, haja

vista a importância de seu conhecimento no cuidado de

enfermagem.

Parasitismo: Podemos comparar o fenômeno

do parasitismo com um inquilino que mora em

casa alugada e, além de não pagar aluguel,

ainda estraga o imóvel.

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MECANISMO DE TRANSMISSÃO DOS AGENTES

INFECCIOSOS

Cadeia de Transmissão dos Agentes Infecciosos:

Os elementos básicos da cadeia de Transmissão são:

Hospedeiro

Agente infeccioso

Meio Ambiente

Qual a importância de conhecermos a cadeia de

transmissão das principais infecções parasitárias?

Os elementos básicos da cadeia de transmissão das

infecções parasitárias são o hospedeiro, o agente infeccioso e o

meio ambiente. No entanto, em muitos casos, temos a presença de

vetores, isto é, insetos de um agente infeccioso no que transportam

os agentes infecciosos de um hospedeiro parasitado a, até então

sadio (não-infectado). É o caso da febre amarela, da leishmaniose

e outras doenças.

Para cada infecção parasitária existe uma cadeia

de transmissão própria. Por exemplo, o Ascaris lumbricoides tem

como hospedeiro somente o homem, mas precisa passar pelo meio

ambiente, em condições ideais de temperatura, umidade e

oxigênio, para evoluir (amadurecer)até encontrar um novo

hospedeiro.

Conhecer onde e como vivem os parasitos, bem

como sua forma de transmissão, facilita o controle das infecções

tão indesejadas. Por exemplo, o simples gesto de lavar bem as

mãos, após o contato com qualquer objeto contaminado, após usar

o vaso sanitário e, obrigatoriamente, antes das refeições, pode

representar grande ajuda nesse controle.

Elementos básicos da cadeia de Transmissão

Hospedeiro: pode ser o homem ou o animal,

sempre exposto ao parasito ou ao vetor.

Hospedeiro Definitivo: ser que aloja o parasito

por um período maior de tempo, é também,

onde observamos o desenvolvimento e a

reprodução do parasita.

Hospedeiro Intermediário: é o ser aonde o parasito se

desenvolve parcialmente, passando para outro organismo pra

continuar sua evolução.

Agente Infeccioso: é o ser vivo capaz de

reconhecer seu hospedeiro, e nele penetrar,

desenvolver-se, multiplicar-se.

Vetor: é conhecido como hospedeiro de

transporte.

Vetor Biólogo

Vetor Mecânico

Os parasitos são também classificados em:

Endoparasitos - são aqueles que penetram no corpo do

hospedeiro e aí passam a viver.

Ectoparasitos - são aqueles que não penetram no

hospedeiro, mas vivem externamente, na superfície de

seu corpo, como os artrópodes -dentre os quais destacam-

se as pulgas, piolhos e carrapatos.

ATENÇÃO:

NÃO PODEMOS CONFUNDIR INFECÇÃO

PARASITÁRIA COM DOENÇA.

Não podemos confundir infecção parasitária com doença.

O parasito bem sucedido é aquele que consegue obter tudo de que

precisa para sobreviver causando o mínimo de prejuízo ao

hospedeiro. Somente em alguns casos, a relação poderá ser nociva,

em maior ou menor grau.

Desse modo, surgem os hospedeiros

parasitados, sem doença e sem sintomas, conhecidos como

portadores assintomáticos.

Os portadores assintomáticos como não percebem estar

parasitados, não procuram tratamento, contribuindo, assim, para a

contaminação do ambiente, espalhando a parasitose para outros

indivíduos e, o que é pior, muitas vezes contaminando-se ainda

mais.

Entretanto, em outros casos, a curto ou longo

prazo, o parasito pode causar prejuízos, enfermidades ou doença

aos hospedeiros, tornando-os patogênicos. Desse modo, surgem as

doenças transmissíveis.

Fatores que influenciam o surgimento das doenças

parasitárias:

Parasito:

a carga parasitária;

sua localização;

capacidade provocar doenças

Hospedeiro

Idade

Estado Nutricional

Grau de Resistência

Órgão do Hospedeiro Atingido

Hábitos

Níveis sócio econômicos

Cultura

Meio Ambiente

Temperatura

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Umidade

Clima

Agua

Luz

Energia Solar

Muitos agentes infecciosos morrem quando

mantidos em temperatura mais baixa ou mais elevada por

determinado tempo. É o caso dos cisticercos (larvas de Taenia

solium) em carnes suínas, que morrem quando estas são

congeladas a 10oC negativos, por dez dias, ou cozidas em

temperatura acima de 60oC, por alguns minutos.

Transmissão dos Agentes Infecciosos

Transmissão Direta: De pessoa para pessoa.

É a transmissão causada pelos agentes

infecciosos que saem do corpo de um hospedeiro parasitado

(homem ou animal) e passam diretamente para outro hospedeiro

são, ou para si mesmo – caso em que recebe o nome de

autoinfecção.

Transmissão Indireta: De pessoa,vetor,pessoa.

Ocorre quando o agente infeccioso passa por

outro hospedeiro(intermediário) antes de alcançar o novo

hospedeiro (definitivo) – caso da esquistossomose e da teníase

(solitária). A ingestão de carne bovina ou suína, crua ou mal

cozida, contendo as larvas da tênia, faz com que o indivíduo venha

a ter solitária – a qual, ressalte-se, não é passada diretamente de

pessoa a pessoa.

A forma indireta também ocorre quando o

agente infeccioso é transportado através da picada de um vetor

(inseto) e levado até o novo hospedeiro – caso da malária, filariose

(elefantíase) e leishmaniose.

Transmissão vertical e horizontal: é aquela que

ocorre diretamente dos pais para seus

descendentes através da placenta.

Fonte de Infecção

Local aonde se origina o agente

infeccioso,permitindo-lhe passar diretamente para um

hospedeiro.

Se os agentes infecciosos passam de um hospedeiro para

outro é porque encontram uma porta de saída, ou seja,

uma via de eliminação ideal. Da mesma forma, também

encontram no futuro hospedeiro as portas de entrada

ideais.

Conceitos Básicos Utilizados em Parasitologia

Agente Etiológico: é o agente causador ou o

responsável pela origem da doença. Pode ser

um vírus, bactéria, fungo, protozoário ou um

helminto.

Endemia: quando o número esperado de casos

de uma doença é efetivamente observado em

uma população em um determinado espaço de

tempo.

Doença Endêmica: aquela cuja incidência

permanece constante par vários anos, dando

uma ideia de equilíbrio entre a população e a

doença.

Epidemia: é a ocorrência, numa região, de

casos que ultrapassam a incidência

normalmente esperada de uma doença.

Infecção: é a invasão do organismo por agentes

patogênicos microscópicos.

Infestação: é a invasão do organismo por

agentes patogênicos macroscópicos.

Vetor: organismo capaz de transmitir agentes

infecciosos. O parasita pode ou não

desenvolver-se enquanto encontra-se no vetor.

Hospedeiro: organismo que serve de habitat

para outro que nele se instala encontrando as

condições de sobrevivência.

Profilaxia: é o conjunto de medidas que visam

a prevenção, erradicação ou controle das

doenças ou de fatos prejudiciais aos seres vivos.

Microbiologia-Reino Monera

A microbiologia é o estudo dos microrganismo. Cada

qual apresenta uma estrutura celular, que permite a divisão dos

seres vivos em dois grandes grupos: procariontes e eucariontes.

Procariontes: apresentam uma única molécula de DNA e são

desprovidos de membrana nuclear.

Eucariontes: apresentam várias moléculas de DNA envolvidas

por uma membrana nuclear.

Célula procariótica ou bacteriana

Apresenta uma estrutura simples, se comparada às

células eucarióticas e contém os seguintes elementos

fundamentais:

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Parede celular: construída de material rígido com composição

química variável nas bactérias Gram positivas e Gram negativas,

além disso, também possibilita que a bactéria tenha uma forma

específica.

Membrana citoplasmática: membrana semipermeável que está

aderida à parede celular e que possibilita a troca de substâncias

entre a bactéria e o meio extracelular.

Cápsula: envoltório viscoso ou não, dependendo da bactéria e da

composição química. Formando por polissacarídeos e poli

peptídeos.

Citoplasma: contém estruturas responsáveis por funções dentro da

célula, como:

Núcleo: componentes estão dispersos no citoplasma, já que as

células procariontes não possuem envoltório nuclear. Assim,

possui um único cromossomos que é responsável pela herança

genética das bactérias e é através do DNA que as bactérias

transmitem outros fatores de resistência.

Ribossomos: responsável pela síntese de proteínas.

Cromatóforos: relacionados com a fotossíntese.

Materiais de reserva: gorduras, carboidratos, ferro.

Mesossomos: responsável pela síntese e divisão da parede celular.

Componentes especiais: conferem características específicas às

bactérias como:

Flagelos: filamentos responsáveis pela locomoção.

Fímbrias: são filamentos mais curtos que os flagelos, porém

podem estar presentes em bactérias móveis e imóveis, são

responsáveis pela aderência e também pela transferência de

material genético entre as bactérias.

Pili: estrutura semelhante às fímbrias, porém mais longas; podem

estar envolvidas em processos de aderência e também na

conjugação em seres procariontes.

Esporos: relacionados à resistência química e física das bactérias.

Glicocálice: estrutura que promove a aderência das bactéria a

superfícies.

Endósporos: estrutura que algumas bactérias produzem em seu

interior e que conferem resistência e altas temperaturas e produtos

químicos fortes.

Fisiologia bacteriana

Nutrição: para crescerem e se multiplicarem, as bactérias

necessitam de carbono, nitrogênio, fontes de energia como a

glicose, por exemplo, aminoácidos, ferro, além de uma

temperatura ideal. Existem bactérias que sintetizam suas próprias

substancias, essas são chamadas de autotróficas. Já aquelas que

necessitam de substancias para nutrir-se são chamadas de

heterotróficas. As bactérias heterotróficas podem ser:

Saprófitas: alimentam-se de matéria orgânica em decomposição.

Parasitas: alimentam-se de animais ou vegetais vivos ou quais

causam doenças.

Simbióticas: associam-se a outros organismos onde encontram

alimento, porém não causam nenhum mal ao organismo ao qual

se associaram.

Reprodução: as bactérias se reproduzem por cissiparidade ou

fissão binária, onde a célula mãe se divide em duas outras células-

filhas perfeitamente idênticas que passam a multiplicar-se no

mesmo ritmo que a célula mão. Outra forma de reprodução é a

esporogênia, onde, após a germinação dos esporos, as formas

vegetativas entram novamente para o interior da célula e ai então

se reproduzem por divisão binária, ou seja, UMA célula origina

DUAS células idênticas.

Respiração: quando se trata de oxigênio, as bactérias podem ser

classificadas em 3 grupos:

Aeróbias: crescem na presença de oxigênio.

Anaeróbias: crescem na ausência de oxigênio.

Anaeróbias facultativas: crescem na ausência ou na presença de

oxigênio.

Neste grupo encontra-se a maioria das bactérias patogênicas.

Nomenclatura e classificação das bactérias

Nomenclatura: deve ser binomial (dois nomes) para as espécies.

O primeiro nome, o gênero, deve ser escrito com a letra maiúscula

e o segundo nome, a espécie, deve ser escrita com letra minúscula.

Importante ressaltar que os dois nomes devem ser grifados (na

escrita) ou em itálico (quando digitados).

Exemplo: stapbylococcus aureus; Streptococcus pneumoniae;

Haemopbilus influenzae.

Classificação: as bactérias podem ser classificadas quanto aos

seguintes aspectos:

Características tintoriais: as bactérias tem afinidade por certos

corantes como o azul de metileno, violeta de genciana e fucsina

básica. Assim, técnicas de identificação de bactérias para o estudo

médico foram desenvolvidas usando reações tintoriais, entre elas

destaca-se a coloração de Gram (criada em 1884, pelo médico

dinamarquês Hans Christian J. Gram). Desta forma, podemos

dividir as bactérias em dois grandes grupos, as Gram-negativas e

as Gram-positivas.

Morfologia: podem apresentar-se na forma de cocos ou de

bacilos, podem ocorrer algumas variações dessas morfologias,

assim, podemos ter: cocobacilo, diplococos, espiroquetas,

espirilos e vibriões.

Agrupamento: os cocos podem estar isolados, aos pares, em

cadeias, em cachos, em grupos de quatro ou em grupos cúbicos.

Já os bacilos podem apresentar-se isolados, em cadeias, paliçádico

ou em forma de letras chinesas.

Quando se trata de Oxigênio as Bactérias podem ser classificadas

em:

◦ Aeróbicas: crescem na presença de Oxigênio.

◦ Anaeróbicas: crescem na ausência de Oxigênio.

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◦ Anaeróbicas Facultativas: Crescem na ausência

ou na presença de oxigênio

Aspectos bioquímicos

Coloração de Gram

É uma prova útil e fácil que permite distinguir as

principais classes de bactérias com o objetivo de instaurar um

tratamento. As bactérias gram-positivas são aquelas que têm uma

cor azul, o corante precipita na camada de peptidoglicano que

possui uma estrutura entrecruzada e grossa em forma de malha à

volta da célula. As bactérias gram-negativas apresenta uma

camada delgada de peptidoglicano incapaz de reter o corante e por

isso adquirem uma cor rosa.

Classificação das bactérias

As bactérias diferem entre si pela sua

morfologia (tamanho, forma e características) e as suas

propriedades metabólicas, antigénicas e genéticas.

Aspectos Morfológicos

◦ Cocos:

◦ - Diplococos

◦ - Estreptococos

◦ - Tétrades

◦ - Estafilococos

◦ Bacilos/Bastonetes

◦ Espiroqueta/Espirilo

◦ Vibrião

◦ Psicrotróficos : Microrganismos psicrotróficos são aqueles

que têm capacidade de se desenvolver entre 0°C e 7°C.

◦ Mesófilos: São aqueles que têm a temperatura ótima de

multiplicação entre 25°C e 40°C, mínima entre 5°C e 25°C, e

máxima entre 40°C e 50°C. Os microrganismos mesófilos

correspondem à grande maioria daqueles de importância em

alimentos, inclusive a maior parte dos patógenos de interesse.

◦ Termófilas: São aqueles que têm temperatura ótima de

multiplicação entre 45°C e 65°C, mínima de 35°C e 45°C, e

máxima entre 60°C e 90°C. A maioria das bactérias

termófilas importantes em alimentos pertence aos

gêneros Bacillus e Clostridium, incluindo as espécies

deterioradoras (Bacillus coagulans, Clostridium

thermosaccharolyticum), quanto espécies patogênicas

(Clostridium botulinum, Clostridium perfringens).

HANSENÍASE

HANSENÍASE – O que é?

Doença infecto contagiosa, crônica de grande

importância para a saúde pública devido à sua magnitude

e seu alto poder incapacitante.

HANSENÍASE – Microrganismo Envolvido

Mycobacterium leprae, também conhecido

como bacilo de Hansen é um parasita intracelular

obrigatório que apresenta afinidade por células cutâneas

(pele) e por células dos nervos periféricos

Classificação

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◦ Paucibacilar: de 1 a 5 lesões de pele(baixa carga

de bacilos)

◦ Multibacilar: > de 5 lesões de pele (alta carga de

bacilos).

– Manifestações Clínicas

◦ Manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou

amarronzadas em qualquer parte do corpo com

perda ou alteração de sensibilidade;

◦ Área de pele seca e com falta de suor;

◦ Área da pele com queda de pêlos, especialmente

nas sobrancelhas;

◦ Área da pele com perda ou ausência de

sensibilidade;

◦ Sensação de formigamento (Parestesias) ou

diminuição da sensibilidade ao calor, à dor e ao

tato. A pessoa se queima ou machuca sem

perceber.

◦ Dor e sensação de choque, fisgadas e agulhadas

ao longo dos nervos dos braços e das pernas,

inchaço de mãos e pés.

◦ Diminuição da força dos músculos das mãos,

pés e face devido à inflamação de nervos, que

nesses casos podem estar engrossados e

doloridos.

◦ Úlceras de pernas e pés.

◦ Nódulo (caroços) no corpo, em alguns casos

avermelhados e dolorosos.

◦ Febre, edemas e artralgia.

◦ Locais com maior predisposição para o

surgimento das manchas: mãos, pés, face,

costas, nádegas e pernas

Transmissão

A transmissão se dá por meio de uma pessoa

doente que apresenta a forma infectante da doença

(multibacilar - MB) e que, estando sem tratamento,

elimina o bacilo por meio das vias respiratórias

(secreções nasais, tosses, espirros), podendo assim

infectar outras pessoas suscetíveis.

Transmissão por GOTÍCULA

– Período de Incubação

◦ Em média de 2 a 5 anos.

- Período de Trasmissibilidade

◦ Enquanto a pessoa não for tratada.

– Tratamento

◦ Paucibacilares: rifampicina, dapsona;

Multibacilares: rifampicina, dapsona e clofazimina

PNEUMONIA

PNEUMONIA – O que é?

Infecção causada pela aspiração do agente

infeccioso ou por sua presença em fômites contaminados

por secreções, principalmente devido a baixa resistência

do indivíduo.

Agentes Envolvidos

Streptococcus pneumoniae

◦ Que geralmente infecta os pulmões, mas pode se

disseminar para:

◦ Seios paranasais (sinusite)

◦ Ouvido (otite)

◦ Faringe (faringite)

◦ Meninges (meningite)

– Manifestações Clínicas

◦ Febre

◦ Tosse

◦ Dor no Tórax

◦ Alterações da PA

◦ Confusão Mental

◦ Mal-Estar Generalizado

◦ Dispnéia

◦ Secreção de Muco Purulento de cor amarelada

ou esverdeada

◦ Prostração (fraqueza)

Tratamento

O tratamento para a pneumonia

bacteriana pode ser feito em casa com repouso

e ingestão de antibióticos, como amoxicilina,

levofloxacina ou ceftriaxona, por 7 a 14 dias.

MENINGITE

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◦ MENINGITE – O que é?

É uma doença atinge o sistema

nervoso, caracterizada por um processo

inflamatório que atinge a membrana que

envolve o cérebro e a medula espinhal das

pessoas.

Manifestações Clínicas

◦ Febre Alta

◦ Cefaléia insuportável

◦ Cefaléia Occiptal

◦ Rigidez Occipital

◦ Anorexia

◦ Sonolência

◦ Confusão Mental

◦ Agitação

◦ Grande sensibilidade a LUZ

Diagnóstico

Para o diagnóstico é necessário realizar a coleta

de LCR - LÍQUOR - liquido cefaloraquidiano e de

sangue de forma a identificar a bactéria, vírus, fungo, ou

seja o agente causador da doença.

Transmissão

A doença se transmite de uma pessoa para outra

pela tosse, espirro e pelas mãos sujas, no caso de alguns

vírus, isto é, vias fecal-oral, oral-oral, respiratória.

◦ Transmissão por GOTÍCULA

Tratamento

O tratamento da meningite depende do microrganismo

envolvido, no caso das bactérias, o mesmo deve ser feito com a

administração de antibióticos prescritos pelo médico.

TUBERCULOSE

O que é?

É uma doença infectocontagiosa causada por uma

bactéria Mycobacterium tuberculosis ou Bacilo de Koch (BK),

que afeta principalmente os pulmões, mas, também podem ocorrer

em outros órgãos do corpo, como ossos, rins e meninges

(membranas que envolvem o cérebro).

Transmissão

A tuberculose é transmitida por via aérea em

praticamente a totalidade dos casos.

Transmissão por AEROSSOL

TUBERCULOSE PULMONAR –

Manifestações Clínicas

◦ Tosse persistente por mais de 3 semanas

produtiva ou não

◦ Febre vespertina

◦ Sudorese Noturna

◦ Emagrecimento

TUBERCULOSE EXTRAPULMOBAR –

Manifestações Clínicas

◦ Suas manifestações dependem do órgão

acometido, sendo em maior incidência em

paciente imunossuprimidos.

◦ TUBERCULOSE – TRATAMENTO

◦ Tratamento medicamentoso em duas partes:

◦ Dose de Ataque de Dura 2 meses com:

Isoniazida, Rifampicina, Pirizinamida,

Etambutal

◦ Dose de Manutenção que dura 4

meses: Rifampicina, Isoniazida

Segundo o MS o paciente com tuberculose

deve aderir ao TRATAMENDO

DIRETAMENTE OBSERVADO (TODO)

TÉTANO

O que é?

O tétano é uma infecção aguda e grave, causada pela

toxina do bacilo tetânico (Clostridium tetani), que entra no

organismo através de ferimentos ou lesões de pele e não é

transmitido de um indivíduo para o outro.

– Manifestações Clínicas

◦ Tétano decorrente de acidentes se manifesta por

aumento da tensão muscular geral.

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◦ Quando os músculos do pescoço são atingidos,

há dificuldade de deglutição

◦ são atingidos os músculos reto-abdominais e os

do diafragma, o que leva à IRA crises de

contraturas, geralmente desencadeadas por

estímulos luminosos, sonoros ou manipulação

da pessoa

Transmissão

Ocorre pela introdução dos esporos da bactéria em ferimentos

externos, geralmente perfurantes, contaminados com terra, poeira,

fezes de animais ou humanas. Isso porque o bacilo se encontra no

intestino dos animais, especialmente do cavalo e do homem (sem

causar doença) e os esporos podem estar presentes tanto em solos

contaminados por fezes.

◦ Tratamento

◦ Vacinas: DTP; DT; TT

Sífilis

O que é

É uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST)

causada pela bactéria Treponema pallidum. Pode apresentar

várias manifestações clínicas e diferentes estágios (sífilis

primária, secundária, latente e terciária). Nos estágios primário e

secundário da infecção, a possibilidade de transmissão é maior.

Formas de contágio

A sífilis pode ser transmitida por relação sexual sem

camisinha com uma pessoa infectada, ou da mãe infectada para a

criança durante a gestação ou o parto.

O uso correto e regular da camisinha masculina ou

feminina é uma medida importante de prevenção da sífilis. O

acompanhamento da gestante durante o pré-natal contribui para o

controle da sífilis congênita.

Sinais e sintomas

Sífilis primária

• Ferida, geralmente única, no local de entrada da bactéria

(pênis, vulva, vagina, colo uterino, ânus, boca, ou outros

locais da pele), que aparece entre 10 a 90 dias após o

contágio.

• indolor, não causa prurido e não tem secreção purulenta,

podendo estar acompanhada de linfonodos aumentados

(ínguas) na virilha.

Sífilis secundária

• Os sinais e sintomas aparecem entre seis semanas e seis

meses do aparecimento da ferida inicial e após a

cicatrização espontânea.

• Exantemas cutâneos (manchas avermelhadas) no corpo,

principalmente, nas palmas das mãos e plantas dos pés.

• Não causam prurido, mas podem surgir linfonodos

aumentados (ínguas) no corpo.

Sífilis latente – fase assintomática

• Não aparecem sinais ou sintomas.

• É dividida em sífilis latente recente (menos de um ano

de infecção) e sífilis latente tardia (mais de um ano de

infecção).

• A duração é variável, podendo ser interrompida pelo

surgimento de sinais e sintomas da forma secundária ou

terciária.

Sífilis terciária

• Pode surgir de dois a 40 anos depois do início da

infecção.

• Costuma apresentar sinais e sintomas, principalmente

lesões cutâneas, ósseas, cardiovasculares e

neurológicas, podendo levar à morte.

Diagnóstico

O teste rápido (TR) e VDRL.

Em caso de gestante, o tratamento deve ser iniciado

com apenas um teste positivo (reagente), sem precisar

aguardar o resultado do segundo teste.

Tratamento

O tratamento de escolha é a penicilina benzatina,

Sífilis congênita

É uma doença transmitida de mãe para criança durante a

gestação. São complicações dessa forma da doença: aborto

espontâneo, parto prematuro, má-formação do feto, surdez,

ablepsia(cegueira), deficiência mental e/ou morte ao nascer.

Por isso, é importante fazer o teste para

detectar a sífilis durante o pré-natal e, quando o

resultado for positivo, tratar corretamente a mulher e

sua parceria sexual, para evitar a transmissão vertical.

Sinais e sintomas

Pode se manifestar logo após o nascimento, durante ou

após os primeiros dois anos de vida da criança. Na maioria dos

casos, os sinais e sintomas estão presentes já nos primeiros

meses de vida. Ao nascer, a criança pode ter pneumonia, feridas

no corpo, ablepsia(cegueira), dentes deformados, problemas

ósseos, surdez ou deficiência mental. Em alguns casos, a sífilis

pode ser fatal.

Diagnóstico

Deve-se avaliar a história clínico-epidemiológica da

mãe, o exame físico da criança e os resultados dos testes,

incluindo os exames radiológicos e laboratoriais.

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Tratamento

No caso das gestantes, é importante que o tratamento

seja feito com a penicilina benzatina, pois este é o único

medicamento capaz de prevenir a transmissão vertical. A

parceria sexual também deverá ser testada e tratada para evitar a

reinfecção da gestante.

Cuidados com a criança

Se a criança nascer com sífilis congênita, ela deve ficar

internada para tratamento por 10 dias, necessitando realizar uma

série de exames antes de receber alta.

BOTULISMO

O que é?

◦ O botulismo é uma doença rara, porém grave, causada

pela bactéria Clostridium botulinum.

A bactéria Clostridium botulinum é encontrada

no solo e em água não tratada em todo o mundo. Ela

produz esporos que sobrevivem em alimentos

preservados ou enlatados de forma inadequada, onde

produzem a toxina.

Manifestações Clínicas

◦ Cólicas Abdominais

◦ Dispneia que pode levar a IRA

◦ Disfagia

◦ Dislalia

◦ Diplopia

◦ Náuseas

◦ Vômitos

◦ Fraqueza com Paralisia

◦ Tratamento

Será necessário um medicamento para combater as bactérias,

denominado antitoxina contra botulismo.

DIARRÉIAS BACTERIANAS

◦ Microrganismos Envolvidos

◦ Salmonella

◦ Shigella

◦ Enterobacter

◦ Klebisiella Proteus

◦ Escherichia Coli

◦ Transmissão

Transmitidas através de alimentos, água, leite,

mãos sujas, saliva, fezes, etc

◦ Tratamento

◦ Antibióticos

◦ Hidratação

CÓLERA

É causada pelo Vibrio cholerae, que coloniza o intestino.

Pela ação das toxinas há grande perda de água e de sais minerais

dos tecidos para a luz intestinal,

Manifestações Clínicas

◦ Fortes diarréias “Fezes em água de arroz”

◦ Vômitos

◦ Desidratação

Tratamento

◦ Antibióticos

◦ Reposição Hídrica com urgência

◦ Reposição de Sais Minerais com urgência

◦ Transmissão

A transmissão se dá por alimentos e água contaminados

com fezes de indivíduos doentes.

Gonorreia

DST, causada pela Bacteria Neisseria

gonorrhoeae , essa bactéria pode infectar o penis, o colo

de útero, reto, garganta e olhos.

Transmissão

A gonorreia transmite-se através do ato sexual

desprotegido.

O gonococo não ultrapassa a placenta e portanto

não é transmitido da mãe para filho, mas ao nascer por

parto normal, a criança pode entrar em contato com

secreções maternas contaminadas e adquirir uma

infecção ocular pelo gonococo.

Sintomas no Homem

◦ Após a contaminação (5 a 10 dias) o sintomas começam

a surgir:

◦ Sintomas no Homem:

◦ -ardência ao urinar (devido à existência da bactéria na

uretra);

◦ -febre baixa;

◦ - disúria

◦ -dor e sangramento no anus;

◦ -inflamação na garganta;

◦ Leucorréia purulenta

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◦ Piúria

Embora a infecção seja assintomática na maioria

dos casos, quando a infecção e aparente, manifesta-se sob

a forma de cervicite que, se não for tratada corretamente,

resulta em serias complicações. Uma cervicite

gonocócica prolongada, sem tratamento adequado, pode

se estender ao endométrio e as trompas, causando doença

inflamatória pelvica (DIP). Esterilidade, gravidez

ectópica e dor pélvica crônica são as principais sequelas

dessas infecções.

Alguns sintomas genitais leves, como

corrimento vaginal, dispareunia ou disúria, são

frequentes na presença de cervicite mucopurulenta. O

colo uterino pode ficar edemaciado, sangrando

facilmente ao toque da espátula. Verifica-se presença de

muco pus no orifício externo do colo.

Diagnóstico

É feito através de consulta com um profissional

de saúde, exame clínico específico e coleta das secreções

genitais, seguida de cultura e identificação do

microrganismo.

A gonorreia pode causar consequências graves

◦ No Homem:

◦ -Prostatite (inflamação da próstata)

◦ _ Epidimite (inflamação do epidídimo)

◦ -infertilidade (raro)

◦ - estreitamento da uretra

Na mulher

◦ -Inflamação mortal da cavidade abdominal;

◦ Infertilidade;

◦ -difusão da infecção (útero, trompas de falópio e

ovários).

◦ -vulva sensível e exposta a novas infecções

Tratamento

O tratamento da gonorreia faz-se através da

administração de antibióticos adequados durante um período de

tempo que varia com o tipo de infecção presente.

LEPTOSPIROSE

Doença Infecciosa aguda causada por bactéria do gênero

Leptospira.

Transmissão

◦ A infecção humana resulta da exposição direta ou

indireta a urina de animais infectados. A penetração do

microrganismo ocorre através da pele com presença de

lesões, da pele integra imersa por longos períodos em

agua contaminada ou através de mucosas. O elo hídrico

e importante na transmissão da doença ao homem.

◦ Sinais e Sintomas

◦ Calafrio

◦ Febre

◦ Mialgia intensa

◦ Cefaléia intensa

◦ Náuseas

◦ Vômitos

◦ Dores abdominais

◦ hiperemia conjuntival

◦ Rigidez da nuca

Diagnóstico

A suspeita clinica deve ser confirmada por

métodos laboratoriais específicos. Na fase precoce, as

leptospiras podem ser visualizadas no sangue por meio

de exame direto, de cultura em meios apropriados.

Tratamento

◦ -Hidratação

◦ Penicilina e medicamentos para aliviar os sintomas.

Virologia

Características

• Não estão incluídos no reinos dos seres vivos;

• São menores do que as bactérias.

• São parasitas obrigatórios

• Não possuem metabolismo próprio

• São Acelulares

• Possui material para reprodução ácidos nucleicos –

DNA ou RNA.

Infecção

O ácido nucleico penetra na célula sadia e ali se

multiplica rapidamente.

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PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VIRUS

AIDS

DEFINIÇÃO

– Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, é

causada por um retrovirus com atração pelos

Linfócitos T.

– Atualmente conhecido como Vírus da

Imunodeficiência adquirida (HIV)

HIV é diferentes de AIDS

Entendendo o que é um RETROVIRUS

– Os retrovírus correspondem a um grupo de

vírus cujo material genético é constituído por

RNA.

– Eles têm uma enzima chamada transcriptase

reversa, que faz (como o nome indica) uma

transcrição inversa, produzindo uma molécula

de DNA a partir do seu RNA.

– Uma vez produzido o DNA, este se integra ao

cromossomo da célula infectada e ocorre a

síntese de proteínas virais, seguindo o processo

normal da síntese protéica (DNA-RNA-

proteína).

Modo de Transmissão

– Os principais modos de Transmissão são o

sangue e o semem.

– Mas pode ser transmitida pelo contato com

qualquer fluido corporal

Manifestações Clínicas

– Como o vírus HIV tem atração pelo Linfócito

T, ou seja, as células que fazem defesa do

nosso corpo, o hospedeiro fica suscetível a

infecção oportunistas, e os sinais e sintomas

são de acordo com a infecção que o indivíduo

apresentar.

– Diagnóstico

– Através do teste de HIV

– Tratamento

– Uso de Antirretrovirais

– Tratamento Sintomático

Dengue

– É uma doença causada por um vírus. Este vírus

é transmitido de uma pessoa doente para uma

pessoa sadia pela picada do

mosquito Aedes aegypti. (Sorotipos de 1 – 4)

Manifestações Clínicas

– Cefaléia

– Artralgia

– Fraqueza

– Anorexia

– Febre

– Petequias

– Tratamento Dengue Clássica

– Tratamento Dengue Hemorrágica

Não existe tratamento específico para dengue, apenas

tratamentos que aliviam os sintomas.

Deve-se ingerir muito líquido como água, sucos, chás, soros

caseiros, etc. Os sintomas podem ser tratados com dipirona ou

paracetamol. Não devem ser usados medicamentos à base de ácido

acetil salicílico e anti-inflamatórios, como aspirina e AAS, pois

podem aumentar o risco de hemorragias.

Hepatite

• Pode ser definida por qualquer processo inflamatório

que resulta na necrose dos hepatócitos.

• É benigna na maioria dos casos e pode atingir outros

órgãos secundariamente.

• Existem 5 tipos de Hepatite.

• Hepatite A

• Hepatite B

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• Hepatite C

• Hepatite D

• Hepatite E

Sintomas da Hepatite A

– Inicialmente se assemelha com uma gripe

– Febre

– Mialgia

– Mal-estar geral

– Icterícia

– Anorexia

– Vômitos

– Sintomas da Hepatite B

– Febre

– Mal- estar geral

– Desconforto

– Dores abdominais

– Urina escura

– Fezes claras

– Sintomas da Hepatite C

– Letargia

– Mal-Estar Geral

– Febre

– Anorexia

– Intolerância ao Álcool

– Dores na zona do fígado

– Raramente Icterícia

– Sintomas da Hepatite D

– Fadiga

– Letargia

– Anorexia

– Nauseas

– Ictericia

– Urina clara

– Fezes escuras

– Sintomas da Hepatite E

– Os jovens de 15 a 45 anos apresentam:

– Ictericia

– Anorexia

– Náuseas

– Vomitos

– Febre

– Dores abdominais

– Aumento do volume do fígado

– Mal-estar geral

Crianças não apresentam sintomas

Tratamento Hepatite A

– Tratamento com repouso e medicação

sintomática.

– Dura mais ou menos 5 semanas

Tratamento Hepatite B

– Inicialmente com repouso e indicação para que

o individuo evite ingerir bebidas alcoólicas.

– Se evoluir para doença crônica deve ser feito o

tratamento com interferon

Tratamento Hepatite C

– Tratamento medicamentoso com Peg

Interferon +Ribavirina

– Tratamento Hepatite D

– Não existe tratamento eficaz, é utilizado o

interferon alfa.

– Geralmente piora o quadro quando se

interrompe o tratamento.

Tratamento Hepatite E

– Tratar com antibióticos

– Repouso e hidratação

Herpes Simples

• Doença viral recorrente, geralmente benigna, causada

pelo vírus Herpes Simplex.

Geralmente infecta mucosa, boca e região genital

Modo de Transmissão

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– Herpes simples transmitida pelo contato direto

e com a saliva

– Herpes genital é transmitida por via sexual.

Manifestações Clinicas

– Inflamação das gengivas com bolhas

– Febre

– Fadiga

– Cefaleia

Tratamento

– Não há tratamento específico, porém pode ser

utilizado medicamentos a base de Aciclovir.

Herpes Zoster

• Popularmente conhecido como Cobreiro , consiste em

uma infecção viral que tem como agente etiológico o

vírus Varicela-Zoster

Modo de Transmissão

• O vírus permanece latente ou inativo na coluna

espinhal.

• É reativado quando a queda da imunidade

• Manifesta-se também com estresse intenso

• Transmissão por contato

Manifestações Clínicas

– Coceira

– Formigamento

– Cefaleia

– Febre

– Surgimento de vesículas na pele igual ao

herpes simples

– Cegueira e Surdez (caso atinja o rosto)

– Tratamento

– Analgésicos

– Medicamentos antirretrovirais

Vírus Papiloma Humano - HPV

O que é o HPV?

O HPV infecta principalmente as áreas genitais

femininas e masculinas mas também qualquer outra região do

corpo, bastando uma lesão como porta de entrada da pele ou

mucosa.

Atualmente já se identificaram cerca de 120 tipos virais.

HPV de alto risco/ ontogênicos: 16 ,18 ,31 ,33 ,34, entre outros.

Os tipos 16 e 18 são de maior potencial ontogênico

HPV de baixo risco / não ontogênicos: 6, 11, 42, etc.

Este vírus foi já encontrado em locais como: olho, boca, faringe,

vias respiratórias, anus, reto e uretra.

Diversos estudos revelam uma associação entre o HPV

e o desenvolvimento do carcinoma do colo do útero, verrugas e

outras patologias anogenitais.

Prevenção

Manter a higiene, visitar regulamente o médico, atenção aos

sintomas, número reduzido de parceiros sexuais (ao longo da

vida).

Sintomas

• Dor durante a relação sexual, sangramento fora da

menstruação, corrimento, comichão.

• A vacinação universal de rotina com a vacina do HPV

tem como objetivo a prevenção de infecções pelo vírus

e a diminuição, a longo prazo, da incidência do cancro

do colo do útero.

Quanto à vacina HPV, as jovens devem ser informadas que:

• A vacina não protege contra todos os genótipos de HPV

causadores de cancro do colo do útero;

• A vacina não tem eficácia terapêutica para infecções

eventualmente já existentes por genótipos de HPV

incluídos na vacina, mas será eficaz contra os genótipos

ainda não adquiridos;

• A vacina não protege de outras infecções sexualmente

transmissíveis;

• Devem iniciar a rotina de rastreio do cancro do colo do

útero, dois anos após o início da vida sexual ativa;

• Devem informar o serviço onde foram vacinadas, se

ocorrerem reações adversas atribuídas à administração

desta vacina.

6, 11, 16 e 18 (a vacina só previne contra estas quatro estirpes)

Rastreio (a vacina não substitui o rastreio)

Sintomas de cervicite incluem um colo uterino vermelho,

inflamado, e com corrimento anormal.

SARAMPO

Doença típica da infância, mas que pode ocorrer em

qualquer idade, o sarampo é uma erupção febril aguda, cauda

por um vírus altamente contagioso.

Modo de Transmissão

– Forma direta de pessoa para pessoa por

gotícula ou via aérea.

Manifestações Clínicas

– Mal-estar

– Irritabilidade

– Febre

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– Edema das pálpebras

– Foto Fobia

– Tosse Seca

– Secreção Nasal

– Erupção vermelhas

Tratamento

– É sintomático

Varicela

A catapora é também conhecida como varicela, é uma

doença infectocontagiosa, muito comum em crianças, ocasionada

por um vírus que também é responsável pelo herpes-zoster.

A causa da varicela é um vírus varicela-zoster do grupo

do herpervirus, que produz infecção após o primeiro contato.

É altamente transmissível e ocorre, geralmente durante a

fase aguda da doença, pelo contato com as lesões de pele ou por

via respiratória, um a dois dias antes do aparecimento das

erupções na pele.

As primeiras lesões na pele aparecem de 14 a 21 dias

após o paciente contaminado.

As lesões são típicas, iniciam-se na: Face

E progridem para: tronco, abdome, membros.

Essas lesões são caracterizadas por pequenas bolhas

com conteúdo liquido claro em seu interior, altamente

contagiosas. E, evoluem de rapidamente e formam crostas,

finalizando como pequenas feridas. Normalmente coçam e

podem ser em tamanho e numero variáveis.

Outros sintomas são febre mal-estar com duração de um

a dois dias em algumas crianças.

Nos adolescentes ou adultos, dores musculares e

articulares e quadros febris mais intensos são vistos com maior

frequência.

A catapora é uma doença que pode afetar outros órgãos,

além da pele, e tem evolução variável de acordo com a defesa

imunológica da pessoa que a contraiu.

O diagnóstico é basicamente clinico.

As lesões na pele são bastante características, mas

exames laboratoriais, como um hemograma completo, podem

auxiliar o diagnóstico e excluir outras patologias.

O tratamento é focado no alivio dos sintomas.

É uma doença benigna e a cura se faz espontaneamente. As

complicações mais importantes acontecem quando há infecção

bacteriana associada.

Gestantes, recém-nascidos e indivíduos com imunodepressão

necessitam de atenção especial.

CHIKUNGUNYA

A Febre Chikungunya é uma doença transmitida pelos

mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus. No Brasil, a

circulação do vírus foi identificada pela primeira vez em 2014.

Chikungunya significa "aqueles que se dobram" em swahili, um

dos idiomas da Tanzânia. Refere-se à aparência curvada dos

pacientes que foram atendidos na primeira epidemia

documentada, na Tanzânia, localizada no leste da África, entre

1952 e 1953.

Manifestações Clínicas

Os principais sintomas são febre alta de início rápido,

dores intensas nas articulações dos pés e mãos, além de dedos,

tornozelos e pulsos. Pode ocorrer ainda dor de cabeça, dores nos

músculos e manchas vermelhas na pele. Não é possível ter

chikungunya mais de uma vez. Depois de infectada, a pessoa fica

imune pelo resto da vida. Os sintomas iniciam entre dois e doze

dias após a picada do mosquito. O mosquito adquire o vírus

CHIKV ao picar uma pessoa infectada, durante o período em que

o vírus está presente no organismo infectado. Cerca de 30% dos

casos não apresentam sintomas.

Não existe vacina ou tratamento específico para Chikungunya. Os

sintomas são tratados com medicação para a febre (paracetamol)

e as dores articulares (anti-inflamatórios). Não é recomendado

usar o ácido acetil salicílico (AAS) devido ao risco de hemorragia.

Recomenda‐se repouso absoluto ao paciente, que deve beber

líquidos em abundância.

Assim como a dengue, é fundamental que as pessoas

reforcem as medidas de eliminação dos criadouros de mosquitos

nas suas casas e na vizinhança. Quando há notificação de caso

suspeito, as Secretarias Municipais de Saúde devem adotar ações

de eliminação de focos do mosquito nas áreas próximas à

residência e ao local de atendimento dos pacientes.

Zika

O Zika é um vírus transmitido pelo Aedes aegypti e

identificado pela primeira vez no Brasil em abril de 2015. O vírus

Zika recebeu a mesma denominação do local de origem de sua

identificação em 1947, após detecção em macacos sentinelas para

monitoramento da febre amarela, na floresta Zika, em Uganda.

Manifestações Clínica

Cerca de 80% das pessoas infectadas pelo vírus Zika não

desenvolvem manifestações clínicas. Os principais sintomas são

dor de cabeça, febre baixa, dores leves nas articulações, manchas

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vermelhas na pele, coceira e vermelhidão nos olhos. Outros

sintomas menos frequentes são inchaço no corpo, dor de garganta,

tosse e vômitos. No geral, a evolução da doença é benigna e os

sintomas desaparecem espontaneamente após 3 a 7 dias. No

entanto, a dor nas articulações pode persistir por

aproximadamente um mês. Formas graves e atípicas são raras,

mas quando ocorrem podem, excepcionalmente, evoluir para

óbito, como identificado no mês de novembro de 2015, pela

primeira vez na história.

Observe o aparecimento de sinais e sintomas de infecção por vírus

Zika e busque um serviço de saúde para atendimento, caso

necessário.

Não existe tratamento específico para a infecção pelo vírus Zika.

Também não há vacina contra o vírus. O tratamento recomendado

para os casos sintomáticos é baseado no uso de acetaminofeno

(paracetamol) ou dipirona para o controle da febre e manejo da

dor. No caso de erupções pruriginosas, os anti-histamínicos

podem ser considerados.

Não se recomenda o uso de ácido acetilsalicílico (AAS) e outros

anti-inflamatórios, em função do risco aumentado de

complicações hemorrágicas descritas nas infecções por outros

flavivírus. Os casos suspeitos devem ser tratados como dengue,

devido à sua maior frequência e gravidade conhecida.

Febre Amarela

Agente etiológico - Vírus amarílico, arbovírus do gênero

Flavivírus

Modo de transmissão - Na FAS, o ciclo de transmissão

se processa entre o macaco infectado → mosquito

silvestre → macaco sadio.

Na FAU, a transmissão se faz através da picada do

mosquito Ae. aegypti, no ciclo: homem infectado → Ae.

aegypti → homem sadio.

Doença Febril aguda de curta duração de

aproximadamente 10 dias, causada por um vírus

específico que ataca principalmente o fígado, baço e o

coração.

Fase Grave apresenta a Tríade Clássica: Icterícia,

Hemorragia e Insuficiência Renal.

Vetor: Mosquito Haemofagus e Aedes Aegypti

Sinais e Sintomas

– Febre

– Calafrios

– Cefaleia

– Mialgia

– Prostração

– Náuseas

– Vômitos

– Hemorragia

– Delírios

– Sinal de Faget (febre + Bradicardia)

– Tratamento

– Prevenção Vacina

– Tratamento Sintomático

Protozoários

Os protozoários se caracterizam por se tratarem de

organismos microscópios, composto por uma única célula,

podendo ser encontrados em ambientes aquáticos ou terrestres,

alguns destes organismos são parasitas humanos que podem

provocar doenças tais como: Doença de chagas, Giardíase, malária

e toxoplasmose.

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Os protozoários são caracterizados por:

• Aspectos morfológicos: formas variadas tais como,

esféricas, ovaladas ou filiformes, podendo apresentar

revestimento, com a presença de mecanismos de

locomoção como cílios, flagelos e alguns apresentam

pseudopodes que são prolongamentos da membrana

plasmática para a locomoção.

• Trocas gasosas: podem apresentar a respiração aeróbica

onde ocorre o uso do oxigênio e a respiração anaeróbica

em ambiente pobre em oxigênio.

• Mecanismo de reprodução: a reprodução assexuada onde

não há a troca de material genético entre os organismos,

e sim a divisão de suas estruturas (divisão binária ou a

formação de brotos), e também podem apresentar a

reprodução sexuada onde ocorre a troca de elementos

nucleares entre os indivíduos (conjugação).

• Mecanismo locomotor: os protozoários podem se

locomover utilizando, estruturas presentes em sua

membrana como os cílios e flagelos ou por expansão da

membrana conhecida por pseudopodes.

• Mecanismo de capacitação de nutrientes: podem ser

autótrofos ou heterótrofos.

Principais Doenças causadas por Protozoários

Leishmaniose Brasiliense ou cutânea

Definição

Doença provocada por um protozoário do

gênero Leishmania, sendo transmitido pela picada do mosquito do

gênero flebotomo conhecido popularmente como mosquito

pólvora, o protozoário causados da Leishmania pode ser descrito

como Leishimania brasiliensis e Leishimania donovani.

Mecanismo de Transmissão

Ocorre quando o homem (hospedeiro) é picado pelo

mosquito infectado, ou seja, o mosquito pica um animal infectado

(reservatório), absorvendo o sangue do mesmo com a forma

amastigota, a forma infectante da doença, no intestino do inseto

ocorrerá à modificação da forma do parasita para a forma

amastigota onde ocorrerá varias transformações. A transmissão

ocorrerá quando o inseto transmite durante a picada a forma

promastigota contida na saliva do inseto ao seu hospedeiro o

homem, no hospedeiro estas formas se transformam em

amastigotas quando invadem o sistema reticulo endotelial e se

multiplicam rapidamente.

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Quadro clinico

O paciente apresenta uma pequena lesão cutânea no local

da picada, que cresce gradativamente formando uma ulceração

com aspecto circular, com bodas irregulares e rígidas.

Frequentemente as formas amastigotas do parasita são localizadas

nesta lesão. A doença se prolifera diretamente na vias linfáticas,

mais frequentemente nas mucosas da boca e nariz causando

erupções seguidas de dor que degeneram e mutilam a área afetada.

É comum após a cura da lesão inicial a degeneração e mutilação

do membro afetado provocando uma deformação. Esta

deformação no geral ocorre na região do septo nasal, sendo

conhecido por focinho de camelo ou ainda nariz de anta.

Consequentemente há o comprometimento do palato duro e

também da faringe, provocando transtorno na alimentação, na

respiração e na fala. Em infecções secundarias pode ocorrer à

inanição e a morte do paciente.

Diagnóstico

O diagnóstico ocorre através do quadro clínico,

identificação do parasita em meio de cultura ou através de reações

sorológicas.

Tratamento

O tratamento se dá por uso de antibióticos para o combate

da infecções secundaria. Podendo haver também a internação do

paciente para cuidados específicos com a lesão e o uso de

medicamentos injetáveis, tais como Anfotericina B.

Profilaxia

Questionamentos sobre pessoas doentes e animais (cães)

infectados; combate aos vetores; educação sanitária; vacinação;

uso de inseticidas; não dormir em locais endêmicos dos mosquitos

pois o processo de hematofagismo do mosquito ocorre

principalmente durante o final de tarde e ao anoitecer; não edificar

próximo a áreas endêmicas do mosquito.

Leishmania Donovani

Definição

Esta parasitose provoca o calazar, uma forma visceral da

leishmaniose. É conhecida também como febre negra, ou doença

de sirkari. Trata-se de uma doença severa, que acomete crianças,

jovens e adultos não ocorrendo o tratamento pode levar o paciente

á óbito.

É uma parasitose recorrente nos países do Mediterrâneo,

e em determinadas regiões da América Central e do Sul. Este

parasita se assemelha muito nas suas formas amastigotas e

promastigotas da Leisbmania brasilienses.

Mecanismo de transmissão

O mecanismo deste parasita é idêntico ao causador da

Leibmaniose cutânea, e mediante condições favoráveis, os

protozoários se multiplicam rapidamente através da corrente

sanguínea invadindo órgãos vitais.

Quadro clínico

Não ocorre a visualização de marca no local da picada do

inseto, os protozoários invadem rapidamente o baço, fígado,

medula óssea e os gânglios linfáticos, deflagrando diversos

sintomas da doença, tais como:

• Febre recorrente em períodos de 42 dias, desaparecendo

e retornando, de forma intermitente no período de

desenvolvimento da doença;

• Fadiga muscular;

• Palidez;

• Intensa perda de peso;

• Aumento do volume do baço e do fígado

(esplenomegalia);

• Ascite (acúmulo de água entre as películas do peritônio);

• E edema (acúmulo de líquido no tecido intersticial) em

várias regiões do corpo.

Diagnostico

Feito pelos sinais e sintomas e por exames laboratoriais,

de sangue e se necessário à punção do baço e fígado para biópsia.

Tratamento

Alimentação equilibrada e adequada para faixa etária,

antibioticoterapia, repouso, higiene oral no mínimo 3 vezes ao dia.

Toxoplasmose

Definição

É uma parasitose provocada por uma parasita

intercelular. O Toxoplasma gondii, encontrado em células de

mamíferos e aves. Apresentado forma variada, dependendo da sua

localidade e mecanismo evolutivo, podendo ser:

Trofozoita;

Cística;

Oocistica;

Mecanismo de transmissão: Adquirida por ingestão das

formas císticas e trafozoitas em alimentos ou através de

transmissão congênita, atingindo a criança ainda na fase

intrauterina (mãe portadora deste parasita na sua fase aguda). Uma

vez no interior de seu hospedeiro o parasita tem o início do seu

desenvolvimento no interior das células num processo

denominado assexuado, onde o parasita transita de célula em

célula causando a destruição das mesmas por ruptura e

consequentemente invadindo e destruindo novas células. Uma vez

livre na corrente sanguínea o protozoário pode causar tanto a fase

crônica da doença como a fase aguda, pois o mesmo permanece

em seu hospedeiro por muito tempo na forma cística.

Quadro clínico

Os aspectos clínicos da Toxoplasmose são diversos e vão

depender do mecanismo de contágio pelo seu hospedeiro, varia

mediante a capacidade imunológica do mesmo. Pode ocorrer

variação da capacidade de agressividade do parasita, podendo ser

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letal ou passar indiferente ao hospedeiro. Os sintomas pode ser:

• Pápulas evidentes logo no inicio clínico da doença;

• Dor muscular (mialgia);

• Dor articulares;

• Dores de cabeça (cefaleia);

• Alterações ganglionares (aumento do gânglio =

linfonodo);

• Hipertermia (aumento da temperatura corporal);

• Lesões oculares, causando cegueira total ou parcial;

• Miocardite;

• Pneumonia;

• Inflamação nas meninges (meningite).

O quando mais grave e fatal é indicado pelos três últimos

sintomas acima descritos (miocardite, pneumonia e meningite).

Na infecção congênita, o sintoma mais frequente é:

Com a mãe:

Aborto durante os três primeiros meses de gravidez;

Nascimento prematuro.

Com a criança:

Convulsões;

Febre;

Icterícia;

Hepatomagalia;

Esplenomegalia;

Erupções cutâneas;

Hidrocefalia;

Microcefalia ou macrocefalia;

Calcificações cerebrais;

Atraso psicomotor;

Lesões oculares;

Pneumonia;

Miocardites.

Diagnóstico

É feito com exames sorológicos, identificação do parasita

por microscopia, cultura de biopsias ganglionares e musculares e

a avaliação de anticorpos circulante no sangue.

Tratamento

Os testes indicam com eficácia o uso da sulfonamida

combinado com pirimetamina, sendo indicada a associação de um

antibiótico especifico para a toxoplasmose sobre prescrição e

critério médico. Devem ser verificados alguns cuidados tais como:

Cuidado no manuseio de pets como gatos e aves;

Evitar a ingestão de carnes e leites crus;

Realizar exames específicos em gestantes com históricos de

transtornos ganglionares ou com casos de abortos.

Doença de chagas

Definição

Parasitose causada pelo Trypanossoma cruzi, o maior

agente causador de problemas cardíacos em pacientes das áreas

rurais endêmicas. Este parasita foi identificado em meados de

1909 por Carlos Chagas, é transmitido ao ser humano pelo inseto

denominado de triatomídeo, popularmente conhecido como

barbeiro (por infectar o seu hospedeiro definitivo durante a noite

por uma picada na face do mesmo).

Este protozoário pode ser encontrado nas seguintes

formas infectantes:

Amastigota – forma localizada nas células do tecido muscular,

cardíaco e nervoso.

Tripomastigota – forma encontrada na circulação periférica.

Tripomastigota metacíclica – formas encontradas nas fazes dos

triatomideos.

Epimastigota – forma encontrada na porção intestinal do

triatomideo.

O protozoário pode ser localizado em animais, tanto os

domésticos quanto os animais selvagens, que tem a função de

reservatório do protozoário. Os animais comumente infectados

são tatu, gambá e cães, onde o barbeiro ao se alimentar se infecta

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e torna-se transmissor da doença.

Mecanismo de contagio

Frequentemente o vetor transmite os protozoários

durante a noite ao homem que é o seu hospedeiro, mediante uma

picada no rosto, após a picada o inseto (barbeiro) elimina suas

fezes sobre a mesma com a as formas infectantes tripomastigota

metaciclica que penetram a pele do seu hospedeiro de forma ativa,

este no interior das células altera sua forma para amastigota e se

multiplica rapidamente até promoverem a ruptura da célula e

migrarem para o sistema circulatório na forma tripomastigota,

assim multiplicando-se intensamente. Sendo este mecanismo

repetitivo tornando-se um ciclo que pode ser fatal ao seu

hospedeiro pela quantidade de parasitas depositados na corrente

sanguínea, ou ainda ser atenuado pela ação dos anticorpos do

próprio hospedeiro levando este ciclo a uma fase crônica que

perdura por um período muito longo.

Quadro clínico

Dias após a picada do triatomídeo (barbeiro) surge um

nódulo eritematoso conhecido como chagoma;

Ocorre a presença de edema nas pálpebras e conjuntivite

provocada pelo estado febril do hospedeiro conhecido como sinal

de romana;

Podem ocorrer Megaesôfago (dilatação do esôfago) e

megacólon (dilatação de alça do intestino grosso) chagásico;

Hepatoesplenomegalia ( aumento do fígado e do baço);

Cefaleia (dor de cabeça);

Distúrbios neurológicos;

Hipotensão arterial;

Cardiopatias tardias importantes.

Diagnóstico

Feito pelo quadro clinico, xenodiagnósticos, exames de

sangue, reações imunológicas e cultura de amostras sanguíneas

em meios específicos.

Tratamento

Tratamento específicos são inexistentes, pois atualmente

tem sido ministrado várias drogas que diminuem os sintomas e

reduzem a parasitemia, quanto aos comprometimentos cardíacos,

a critério médico dependendo da gravidade pode ser indicada a

intervenção cirúrgica como o transplante cardíaco.

Profilaxia

Combate do vetor com o uso de inseticidas nas

residências, uso de alvenaria nas construções das áreas endêmicas

e o uso de mosquiteiros no leito, a educação sanitária, sorologia

dos doadores de sangue e a notificação compulsória da doença.

Giardíase

Definição

Doença provocada por um protozoário, flagelado e

binucleado de aspecto piriforme (formato de pera quando

observado ao microscópio na sua forma de trofosoita podendo

também se apresentar na forma de cisto) este parasitose é

conhecida como giardíase, o habitar mais comum do parasita no

hospedeiro (o homem) é o intestino delgado.

Mecanismos de transmissão

A infecção pela Giardia lamblia se dá pela ingestão de

alimentos e água contaminada com a forma cística do parasita, ou

de forma direta através das mãos contaminadas. O parasita se

multiplica rapidamente no intestino do seu hospedeiro, devido à

grande quantidade de protozoário no intestino provoca um

atapetamento (síndrome da má absorção) na parede intestinal,

impedindo que o hospedeiro absorva os nutrientes e provocando

uma intensa diarreia.

Quadro Clínico

É caracterizado pelos seguintes sinais e sintomas:

Náuseas;

Flatulência;

Dor estomacal;

Diarreia de cor amarelada;

Perda de peso;

Irritabilidade;

Insônia;

Aumento do volume fecal e odor fétido.

Diagnostico

Realiza-se exame de fezes sendo o mesmo, realizado com

três amostras coletadas em dias alternados para diminuir o risco

de um resultado falso negativo.

Tratamento

Uso de drogas especificas, tais como metronidazol,

albendazol, secnidadzol ou tinidazol entre outros.

Profilaxia

Saneamento básico, higiene pessoal, precaução com a água e os

alimentos.

MALÁRIA

Definição

Doenças popularmente conhecida como, maleita ou febre

palustre, é transmitida ao homem por intermédio da picada da

fêmea do mosquito Anopheles infectado pelo protozoário do

gênero Plasmodium, apresentando quatro espécies distintas e

nocivas para os seres humanos, o Plasmodium vivax,

Plasmodium malariae e o Plasmodium falciparum, podendo

ainda apresenta-se em uma forma rara conhecida por Plasmodium

ovale.

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Mecanismo de transmissão

Nesta doença o hospedeiro intermediário é o ser humano,

sendo o hospedeiro definitivo o mosquito transmissor, a fêmea do

mosquito tem o habito de ser hematófaga, se as mesmas forem

portadoras do parasita, ao picarem o ser humano transmitem a eles

a forma infectante conhecida como esporozoitos, estes ao

entrarem em contato com o sistema circulatório humano penetram

nas células do fígado, onde aumentam de volume e passam a ser

conhecidos como esquizontes, individualmente cada forma desta

forma passa a produzir milhares de formas conhecidas por

merozoitos, esta fase é denominada exoeritrocitica. Estas formas

no sistema circulatório penetram nas hemácias e se transformam

em trofozoitas, que também duplicam seu tamanho e assume a

forma de esquzontes, estes por sua vez através de divisões binarias

se transformam em forma de merozoitos, destruindo as hemácias

por ruptura da membrana. Estas formas quando liberadas na

circulação invadem outras hemácias criando assim um ciclo

conhecido como fase eritrocítica. Durante esta fase, vários

merozoitos assumem a forma de gametócitos tanto masculino

como feminino que são jogados na circulação sanguínea. A fêmea

do Anopbeles, ao picas o portador da malária, captura os

gametócitos que se alojam na porção do intestino médico deste

inseto e passa a assumir a forma de oocineto, forma esta que pode

ser locomover por estruturas chamadas de pseudopodes, e se

alojam na porção externa do intestino, estes oocinetos

desenvolvem um envoltório conhecido por esporocistos no

interior deste envoltório. Durante a ruptura destes oocistos, novas

formas infectantes migram para a cavidade do corpo do inseto que

migram para a glândula saliva e através da picada deste inseto

dando início a um novo ciclo.

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Quadro clínico

Há variações no quadro clínico da malária que é

produzida por diferentes formas de plasmódios, porém são

característicos alguns sinais e sintomas descritos a seguir:

Calafrios;

Dor de cabeça;

Dos muscular;

Esplenomegalia;

Anemia por ruptura das hemácias;

Hepatomegalia está mais frequente na infecções provocada pelo

P.falciparum;

Picos febris que variam entre (40°C a 42°C), com

variações de intervalos que são denominadas da seguinte maneira;

Febre terçã maligna, febre terçã benigna e febre quartã

benigna. Os tipos de febre se caracterizam por calafrios, com

duração que varia entre 20 a 60 minutos, após alguns tremores o

paciente sente muito calor, nesta fase a temperatura do corpo se

elava entre 40°C a 42°C, com duração que varia entre três a oito

horas, no final desta fase ocorre uma queda brusca da temperatura

e esta vai para 36°C, seguida de sudorese intensa (suor intenso) e

o hospedeiro apresenta uma sensação de alivio.

Diagnóstico

É realizado por meio da avaliação do hospedeiro que

apresenta os sintomas clínicos e a pesquisa da forma parasitaria no

sangue periférico.

Tratamento

São ministradas várias drogas que podem promover a

cura da malária entre ela o quinino e alguns antibióticos como a

tetraciclina.

Profilaxia

É basicamente o combate ao vetor, o uso de telas

protetoras em portas e janelas e a vacinação.

AMEBÍASE

Definição

Esta doença é causada por protozoários unicelulares

conhecidos por amebas, sendo a mais nociva ao ser humano a

Entamoeba histolytica que provoca uma infecção no intestino

grosso do ser humano. Há várias outras formas de amebas que

podem parasitar o ser humano porém a E.histolytica é a mais

patogênica e de interesse médico.

Esta ameba pode ser encontrada de duas formas, a que

apresenta mobilidade, ou seja, capacidade de se locomover por

movimentos ameboides de estruturas conhecidas por

pseudopodes. A forma trofozoita e a forma cística não apresentam

capacidade de locomoção.

As formas trofozoitas do parasita se instalam no intestino

grosso do paciente, e no processo diarreico esta formas trofozoitas

do parasita se mantém integras, morrendo logo após deixar o

intestino.

Na ausência do processo diarreico o parasita deixa o

intestino na forma cística, que confere a ele resistência aos

intemperes ambientais tornando-os desta forma responsáveis pela

parasitose humana caracterizada como amebíase.

Este parasita também se caracteriza por habitar o

intestino de vários animais, tais como, cães, gatos, primatas,

roedores etc. podendo também invadir outros órgãos do corpo tais

como fígado pulmão e até mesmo o cérebro.

Mecanismo de transmissão

A contaminação se dá através da ingestão do cisto do

parasita por meio de alimentação contaminada ou por ingestão de

água não tratada adequadamente, após a ingestão do parasita esse

sofre a alteração em sua estrutura na porção do intestino grosso,

onde este cistos liberam as formas conhecidas como ameba

metacística. Cada protozoário sofre diversas divisores que podem

originar até oito trofozoitos, estes se desenvolvem a atingem de

forma agressiva a mucosa do cólon do intestino, ocasionando um

quadro inflamatório. Os trofozoitos por sua vez se transformam

em cistos podendo ser eliminados nas fases e se tornando

infectantes ao ser humano se ingeridos promovendo assim um

novo ciclo parasitário.

Quadro clínico

É caracterizado pelos seguintes sinais e sintomas:

Diarreia intermitente, com odor fétido e presença de sangue e

muco;

Dores abdominais;

Perda de peso;

Alterações de temperatura corporal;

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Vômitos;

Mal estar;

Dor de cabeça;

Flatulência.

Diagnóstico

É realizado através de exames de fezes, com amostras

preferencialmente diarreicas.

Tratamento e profilaxia

É realizado com o uso de antibióticos e amebicidas, e a

forma de prevenção dão-se por meio de educação sanitária e a

higiene adequada das mãos e alimentos e a ingestão de água

tratada.

Helmintos

Os helmintos se caracterizam por apresentarem um

grande grupo de organismos parasitas conhecidos como vermes,

apresentando-se em tamanhos e formas variadas, as formas

achatadas são conhecidas como platelmintos e as formas

cilíndricas como nematelmintos, os vermes cilíndricos são

providos de estruturas em forma de ganchos localizados na cabeça

e são denominados de acantocéfalos e os vermes achatados

recebem o nome de cestoides.

Os Helmintos são seres Multicelulares, portanto pertencem ao

Reino Animale.

Durante o ciclo evolutivo apresenta-se sob três formas:

ovo, Larva e Verme Adulto.

Os helmintos são divididos em dois filos:

– Platelminto

– Namatelminto

Os Platelmintos

– Reúne vermes de corpo achatado, alonga e de

aspecto foliáceo, ou em anéis, com aparelho

digestivo incompleto e sem sistema circulatório.

– Geralmente são hermafroditas, com exceção

para o Schistosoma, que apresenta sexo

separados.

Os Nematelmintos

Os nematelmintos (do grego nematos: 'filamento', e

helmin: 'vermes') são vermes de corpo cilíndrico, afilado nas

extremidades. Muitas espécies são de vida livre e vivem em

ambiente aquático ou terrestre; outras são parasitas de plantas e

de animais, inclusive o ser humano. Há mais de 10 mil espécies

desse tipo de vermes catalogadas, mas cálculos feitos indicam a

existência de muitas outras espécies, ainda desconhecidas.

Ao contrário dos platelmintos, os nematelmintos

possuem tubo digestório completo, com boca e ânus. Geralmente

têm sexos separados, e as diferenças entre o macho e a fêmea

podem ser bem nítidas, como no caso dos principais parasitas

humanos. De modo geral o macho é menor do que a fêmea da

mesma idade e sua extremidade posterior possui forma de gancho.

Esses animais são envolvidos por uma fina e delicada película

protetora, que é bem lisa e resistente.

Ascaridíase

Definição

Esta parasitose é muito comum e é causado pelo parasita

conhecido popularmente como lombriga o Ascaris Lumbricoides,

existem diferenças morfológicas entre o macho e a fêmea da

espécie, normalmente a fêmea é maior que o macho medindo

cerca de 30 a 40 cm de comprimento e apresenta maior espessura,

o macho mede cerca de 20 a 30 cm sendo mais delgado e com uma

curvatura no final da sua calda para facilitar a copula tanto o

macho quanto a fêmea apresentam uma cor de aspecto leitoso.

Este verme na fase adulta costuma habitar o intestino

delgado de seus hospedeiros, prevalecendo à porção do jejuno e

íleo.

Mecanismo de transmissão

Esta parasitose se dá pela ingestão de ovos férteis do

parasita que podem ser encontrados, nos alimentos contaminados

pelo verme e na ingesta de água também contaminada. Podendo

também ser adquirida de forma direta através das mãos

contaminadas, uma vez após a ingestão dos ovos estes liberam as

larvas que migram para a porção intestinal onde através da parede

intestinal ganham a corrente sanguínea e assim começa a migrar

através de vários órgãos como o fígado, coração, pulmões,

traqueia, faringe, esôfago, estomago e retornam ao intestino, após

realizarem este percurso as larvas passam por uma transformação

e sofrem maturação transformando-se em vermes adultos, onde

realiza a copula, a seguir a fêmea realiza a postura de uma grande

quantidade de ovos no intestino do hospedeiro, que ao eliminar

suas fezes em locais inadequados liberam os ovos dos parasitas

onde se dá início ao novo ciclo evolutivo.

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Enfermagem

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Quadro clínico

Em virtude do trajeto do parasita dentro do seu

hospedeiro, podemos notar uma variedade de manifestação

clinicas. Nas infecções provocadas por um grande número de

parasitas podemos notar uma severa broncopneumonia, que em

alguns casos pode ser fatal em crianças, durante o trajeto do verme

pelo sistema respiratório do hospedeiro surgem vários sintomas

como tosse, febre, e falta de ar. Durante a fase adulta do verme,

em que ocorre uma pequena parasitemia, os sintomas nem sempre

podem ser notados, mas se houver uma infecção maciça, podemos

notar fortes dores abdominais, febre, vômitos e alterações

intestinais e em alguns casos quando um grande número de vermes

se desloca dentro do intestino do hospedeiro pode ocasionar a

obstrução parcial ou total do intestino.

Diagnóstico

São realizados exames de fazes com amostras coletadas

em dias alternados em virtude do ciclo evolutivo do parasita para

a detecção de ovos nas fezes.

Tratamento e Profilaxia

O tratamento desta parasitose se faz através, do uso de

anti-helmínticos específicos, quando à prevenção da doença está

associada ao saneamento básico e a higiene adequada dos

alimentos e o tratamento da rede de água.

Enterobíase

Definição

Esta parasitose está relacionada ao parasita denominado

Enteróbios vermiculares e é conhecida popularmente como

oxiurose. É caracterizada por prurido anal (coceira perianal

intensa). Estes vermes apresentam aparência pequena, delgada e

de cor branca assemelhando-se a grão de arroz, sendo a fêmea

maior que o macho características da espécie, mede cerca de 1 cm

de comprimento e o macho apenas 5 milímetros e apresenta uma

curvatura na porção terminal do corpo como característica do

dimorfismo sexual, está por sua vez está relacionado ao órgão

copulatório da espécie. Estes parasitas costumam habitar o ceco

porção intestinal do intestino grosso e o apêndice cecal.

Mecanismos de transmissão

É caracterizado pela ingestão de ovos férteis, através da

alimentação ou de forma direta pelas mãos contaminadas

denominada autoinfecção. Após a chegada dos ovos férteis ao

intestino delgado os mesmos se rompem e liberam as larvas que

imediatamente se dirigem para o ceco, onde se desenvolvem

tornando-se vermes adultos. Nesta região ocorre o acasalamento

tornando esta fêmea gravida e capaz de liberar seus ovos, estas por

sua vez migram para o anus onde realizam a postura, esta ação

parasitaria provoca intenso prurido anal que leva o seu hospedeiro

a coçar o local e acumular entre as unhas os ovos do parasita

promovendo a autoinfecção. Nos casos de defecar em local

inadequado pode liberar os ovos do parasita promovendo desta

forma novo ciclo parasitário.

Quadro clínico

É caraterizado pelos seguintes sinais e sintomas:

Prurido anal noturno;

Insônia;

Nervosismo;

Nas mulheres quando da penetração do verme no canal

vaginal pode ocorrer, inflamações da tuba uterina e a inflamação

nos ovários.

Diagnóstico

É realizado pela avaliação do hospedeiro com a

manifestação do quadro clínico, pela coleta de ovos na região

perianal com o auxílio de fita do tipo adesiva e com a realização

de exames de fezes para a pesquisa de ovos.

Tratamento e profilaxia

O tratamento consiste em todos os membros da família

do portador desta verminose e na determinação de algumas

atitudes descritas a seguir:

Uso de roupas que dificultem a contaminação das mãos;

Lavar as mãos corretamente após acordarem, antes das refeições

e orientação para não levar às mãos a boca;

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Enfermagem

108/2

Cortas as unhas e mantê-las aparadas;

Trocar diariamente roupas de cama e das roupas intima;

Ferver as roupas durante a lavagem;

Quanto à profilaxia esta está relacionada à higiene

pessoal e ao saneamento básico.

Teníase

Definição

Esta parasitose está relacionada a duas espécies de

Taenia, a T.solium e a T.saginata. A T.solium é adquirida através

do consumo de carne de porco contaminada e a T.saginata pelo

consumo de carne de boi contaminada, ambas contaminadas pela

forma larval denominada cisticerco.

Esta é uma verminose conhecida popularmente como

solitária, este animal caracteriza-se pela sua forma peculiar e da

divisão do corpo que consiste em; escólex parte da cabeça, colo e

pescoço e os ploglotides que caracterizam os seguimentos do

corpo, o último segmento do corpo deste animal é conhecido como

anel gravido por conter ovos deste parasita.

Existem diferenças morfológicas entre as espécies, esta

diferença estão relacionadas à forma do corpo do animal como se

encontra descrito a seguir:

Estes vermes tem como habitat, o intestino delgado do

se hospedeiro durante a fase adulta e quando na forma de larvária

os cisticercos se encontram fixados nos vários tecidos do

hospedeiro.

Mecanismo de transmissão

Quando ao interior do intestino humano o verme libera

partes de seu corpo denominado ploglotides gravido, estes por sua

vez contém um grande número de ovos, quando estes se

encontram no meio externo liberam uma grande quantidade de

ovos facilitando a contaminação de seu hospedeiro intermediário

que pode ser um suíno ou um bovino, quando estes alcançam o

intestino dos animais o mesmo invade a ocorrente sanguínea se

fixando na musculatura onde se desenvolvem para a forma

cisticerco, nesta fase, quando o hospedeiro definitivo o homem

ingerir a carne destes animais contaminados de forma crua ou mal

preparadas também estará ingerindo o parasita, estes quando

alcançam o intestino do homem fixam seu excolex e iniciam seu

desenvolvimento até a fase adulta dando início ao ciclo evolutivo

desta parasitose.

Quando clínico

Em sua maioria a contaminação pelo parasita, é

assintomática, no entanto podem surgir determinados sintomas

como:

Desconforto estomacal;

Diarreia;

Fome excessiva (polifagia);

Náuseas;

Vômitos;

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109/2

Reações alérgicas.

Em alguns casos o homem, ao ingerir os ovos do parasita,

mais especificamente da T.solium, passa a ser o hospedeiro

intermediário, onde os ovos evoluem para a forma de cisticerco,

podendo se instalar na musculatura, no sistema nervoso ou no

sistema ocular do seu hospedeiro desenvolvendo um quadro mais

grave da doença conhecido como cisticercose.

Diagnóstico

É realizado por meio de exames de fezes com amostras

coletadas em dias alternados e nos casos da cisticercose

recomendam-se exames de diagnósticos por imagem.

Tratamento e profilaxia

Para a eliminação do verme recomenda-se o uso de

medicamentos específicos, quando da cisticercose usualmente

realiza-se intervenção cirúrgica dependendo da localização do

cisticerco no hospedeiro. Quanto à profilaxia alguns cuidados

básicos devem ser adotados pelo homem tais como, o saneamento

básico, evitar o consumo de derivados de suínos e bovinos de

procedência duvidosa e quando se alimentar destes fazê-lo de

forma segura cozinhando ou assando adequadamente estas carnes.

Os fungos

Fungos são organismos eucariontes, unicelulares

(leveduras) ou pluricelulares (bolores, cogumelos) e desprovidos

de pigmentos fotossintetizantes. Suas células agrupam-se em

filamentos denominados hifas. O agrupamento intenso das hifas

constitui o micélio. Os fungos pluricelulares nunca formam

tecidos verdadeiros; o micélio constitui um pseudopedido. São

encontrados nos mais variados ambientes, preferencialmente em

locais úmidos e ricos em matéria orgânica.

Ecologicamente, os fungos, assim como as bactérias,

atuam na natureza como decompositores. Essa ação permite a

reciclagem de matéria orgânica morta, transformando-a em

matéria inorgânica, que pode ser reaproveitada por outros seres

vivos.

Embora fundamental para a vida, a ação dos fungos

frequentemente causa transtornos, já que podem atacar qualquer

material orgânico disponível. No ser humano, alguns fungos

causam doenças tipicamente conhecidas como micoses, que

podem ser cutâneas, subcutâneas sistêmicas e oportunistas.

Principais doenças provocadas por fungos

Micoses cutâneas

Os fungos que infectam apenas a epiderme, o cabelo e as

unhas são chamados de dermatófitos, e suas infecções são

chamadas de dermatomicoses. Os dermatófitos secretam

queratinases, enzimas que degradam queratina. As micoses

cutâneas, de maneira geral, são denominadas tinhas: Tinea capitis

(couro cabeludo), Tinea pedis (pés), Tinea unguis (unhas).

A infecção é transmitida de um indivíduo para outro, de

um animal para o homem ou por contato com células epidêmicas

(Tortora et al., 2000).

Tinea pedis (pé-de-atleta)

Dermatomicose que ocorre nos espações interdigitais dos

pés. A região é infectada pela espécie Tricbophyton rubrum, T.

mentagrophytes ou Epidermophyton floccosum.

Como sintoma de infecção, primeiro ocorre prurido e

verifica-se o desenvolvimento de pequenas vesículas que sofrem

ruptura, liberando um liquido claro (jawetz, 1998).

Fatores de risco

Uma pessoa está em maior risco de contrair pé de atleta se:

• For do sexo masculino, embora também possa surgir em

pessoas do sexo feminino também

• Usar meias úmidas ou calçados apertados

• Compartilhar esteiras, tapetes, roupas de cama, roupas

ou sapatos com alguém que tem a infecção fúngica

• Andar descalço em áreas onde a infecção pode se

espalhar, como vestiários, saunas, piscinas, banheiras e

chuveiros comuns

Diagnostico: anamnese e exame físico.

Tratamento: antifúngicos.

Micoses subcutâneas

São infecções causadas por um grupo diversificado de

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Enfermagem

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fungos que se desenvolvem no solo e em vegetais em

decomposição. Esses fungos precisam ser introduzidos no tecido

subcutâneo para produzirem doenças. Após a inoculação, as lesões

propagam-se lentamente, disseminando por meio de vasos

linfáticos ou sanguíneos.

Cromoblastomicose

Infecção crônica e granulomatosa do tecido subcutâneo,

decorrente da implantação traumática transcutânea de propágulos

de diversas espécies de fungos (Phialophora verrucosa,

Fonsecaea pedrosi, Rhinocladiela aquaspersa e Cladospirium

carrioni – os mais comuns).

Observa-se, inicialmente, no local de implantação dos

agentes da cromoblastomicose, a presença de lesão (ões) papular

(es) de superfície eritematosa e descamativa, podendo

gradativamente aumentar de tamanho. Em seguida, um notável

polimorfismo clinico é geralmente observado, tendo como tipos

básicos de lesão os aspectos nodular, verrucosa, em placa

(infiltrativa ou eritematosa), tumoral e cicatricial. Raramente,

pode ocorrer elefantíase, em consequência de infecção secundaria,

obstrução e fibrose dos canais linfáticos (Ribeiro et al., 2006;

Jawetz, 1998).

Manifestações Clinicas Inicialmente, no local de

implantação, as lesões são papulares de superfície eritematosa e

descamativa que gradualmente aumentam em tamanho.

•Posteriormente, as lesões podem evoluir com

polimorfismo.

•Tipos básicos de lesão: nodular, verruciforme, em

placa(infiltrativa e verrucosa), tumoral e cicatricial.

•A disseminação ocorre por contiguidade, linfática

•Há referência de dor e prurido .

•Infecção bacteriana e edema são complicações que

surgem na falta de manejo terapêutico adequado.

Diagnostico: histopatológico e cultura.

A excisão cirúrgica constitui o tratamento para pequenas

lesões. A quimioterapia com flucitosina ou itraconazol pode ser

eficaz para lesões maiores (Jawetz, 1998).

Micoses sistêmicas

As micoses sistêmicas são causadas por fungos do solo e

sua infecção acontece pela inalação dos esporos ou propágulos

infecciosos, causando lesão pulmonar assintomática. A

disseminação da infecção ocorre por via hematogênica para

qualquer órgão do corpo, embora alguns fungos exibam

predileção por determinados locais anatômicos. Nas pessoas em

que ocorre a infecção disseminada, a doença, na maioria das

vezes, é fatal (Jawetz, 1998).

Blastomicose Sul-americana

Causada pelo Paracoccidioides brasiliensis, fungo

presente no solo e disseminado nas folhas e nos gravetos, é uma

doença que apresenta maior incidência em indivíduos que habitam

a zona rural. A infecção é causada pela inalação de esporos que

foram liberados na atmosfera, além da contaminação oral como,

por exemplo, o hábito de mascar talos de capim e usar gravetos

para limpar os dentes. Pode ocorrer infecção crônica dos pulmões

ou outros órgãos, em particular da pele e das membranas mucosas

(Mandolesi, 2004).

O quadro clínico causado por esse fungo inicia-se com

febre, calafrios e sudação profunda. Depois pode haver tosse, com

ou sem expectoração, dor no peito e dificuldade para respirar.

Embora, em regra geral, a infecção pulmonar piore lentamente,

pode melhorar sem tratamento.

Diagnostico: Cultura.

O diagnóstico é feito pela detecção do micro-organismo

no material das lesões, e o tratamento utiliza anfotericina B.

Micoses oportunistas

São aqueles fungos que, de maneira geral, não induzem

doença. No entanto, em indivíduos com alteração no mecanismo

de defesa, podem acarretar algum prejuízo. Fungos oportunistas

podem atacar qualquer órgão do organismo.

Candidíase

Micose causada por cândida albicans. Essa levedura é

encontrada frequentemente e atinge a superfície cutânea e/ou

membranas mucosas do homem, resultando em candidíase oral,

candidíase vaginal, intertrigo, paroniquia e onicomicose. As

pessoas submetidas a tratamento prolongado com antibióticos

tornam-se mais suscetíveis de adquirir infecções fúngicas.

Na mulher, os sintomas da candidíase vaginal são:

• prurido

• vermelhidão na parte exterior,

• irritação ao urinar,

• leucorreia branco espesso.

• dispareunia

• leucorreia branco, em grumos, parecido com a nata do

leite;

2. Os sintomas da candidíase no homem são:

• dispareunia

• Pequenas manchas vermelhas

• Assadura na glande,

• Ardor ao urinar,

• Leve inchaço do órgão genital masculino

Em alguns homens pode surgir também um eventual corrimento,

semelhante ao sêmen.

3. Sintomas da Candidíase Intestinal:

Presença de pequenos resíduos esbranquiçados nas fezes e,

quando ela atinge o sistema sanguíneo, podem surgir sinais e

sintomas em outras regiões do corpo, como alterações no sistema

digestivo, nervoso, excretor, endócrino e na pele.

Causas da Candidíase

A candidíase é uma doença infecciosa oportunista, causada pela

proliferação dos fungos que normalmente habitam a flora

intestinal e genital, devido a uma baixa no sistema imunitário.

Quando um indivíduo com candidíase tem contato íntimo com

outra pessoa e esta é infectada, neste caso ela é considerada uma

DST.

Recomendações

* Procure alimentar-se equilibradamente e levar vida saudável;

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Enfermagem

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* Evite o consumo de bebidas alcoólicas e não fume;

* Use camisinha em todas as relações sexuais;

* Não se descuide da higiene íntima;

* Evite roupas justas demais e de material sintético;

* Prefira o papel higiênico branco e sem perfume;

* Não use absorventes internos;

O tratamento tópico é à base de nistatina e cetoconazol,

ou anfotericina B, nos processos sistêmicos. Além disso, evitar a

umidade, manter áreas afetadas frias, secas e pulverizadas com

talco constituem uma maneira eficaz de tratar as lesões cutâneas.

ISOLAMENTO E PREUCAÇÃO

Equipamento de Proteção Individual – EPI

– Máscaras: dupla camada, cirúrgica e N95

(respirador);

– Luvas: não estéreis, estéreis e de borracha;

– Aventais: tecido, não-tecido (malha) e plástico;

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Enfermagem

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– Óculos;

– Toucas;

– propés

Tipos de

Precaução

• Precaução Padrão

• Precaução Específicas

– Contato

– Gotícula

– Aerossol

Precaução por CONTATO

• Usadas em adição às precauções padrão para pacientes

sabidamente ou supostamente infectados ou colonizados

com microrganismos epidemiologicamente importantes

que posam ser transmitidos pelo contato direto ou

indireto com o paciente;

• Alojamento – Luvas – Capote – Transporte do Paciente

– Equipamentos de Cuidado

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Enfermagem

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Precaução por GOTÍCULA

• Em adição às PP são indicadas para pacientes portadores

ou infectados por microorganismos transmitidos por

gotículas de tamanho maior que 5 m, que podem ser

gerados durante tosse, espirro, conversação ou realização

de diversos procedimentos.

• Alojamento – Luvas – Capote – Transporte do Paciente

– Equipamentos de Cuidado

Precaução por AEROSSOL

• Em acréscimo às PP, são recomendadas para pacientes

com infecção suspeita ou confirmada por

microrganismos transmitidos por aerossóis (partículas de

tamanho 5 m) que permanecem suspensas no ar e

podem ser dispersadas a longas distâncias (varicela,

sarampo e tuberculose):

• Alojamento – Luvas – Capote – Transporte do Paciente

– Equipamentos de Cuidado

Lista de Notificação Compulsória – LNC

PORTARIA No - 204, DE 17 DE FEVEREIRO DE 2016

Define a Lista Nacional de Notificação Compulsória de

doenças, agravos e eventos de saúde pública nos serviços de

saúde públicos e privados em todo o território nacional, nos

termos do anexo, e dá outras providências.

Nº DOENÇA OU AGRAVO

(Ordem alfabética)

Periodicidade de

notificação

Imediata (até

24 horas) para*

Semanal*

MS SES SMS

1

a. Acidente de trabalho com

exposição a material biológico

X

b. Acidente de trabalho: grave,

fatal e em crianças e

adolescentes

X

2

Acidente por animal

peçonhento

X

3

Acidente por animal

potencialmente transmissor da

raiva

X

4 Botulismo X X X

5 Cólera X X X

6 Coqueluche

X X

7 a. Dengue - Casos

X

b. Dengue - Óbitos X X X

8 Difteria

X X

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Enfermagem

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9 Doença de Chagas Aguda

X X

10 Doença de Creutzfeldt-Jakob

(DCJ)

X

11

a. Doença Invasiva por

"Haemophilus Influenza"

X X

b. Doença Meningocócica e

outras meningites

X X

12 Doenças com suspeita de

disseminação intencional: a.

Antraz pneumônico b.

Tularemia c. Varíola

X X X

13 Doenças febris hemorrágicas

emergentes/reemergentes: a.

Arenavírus b. Ebola c.

Marburg d. Lassa e. Febre

purpúrica brasileira

X X X

14 a. Doença aguda pelo vírus

Zika

X

b. Doença aguda pelo vírus

Zika em gestante

X X

c. Óbito com suspeita de

doença pelo vírus Zika X X X

15 Esquistossomose

X

16 Evento de Saúde Pública

(ESP) que se constitua ameaça

à saúde pública (ver definição

no Art. 2º desta portaria)

X X X

17

Eventos adversos graves ou

óbitos pós-vacinação X X X

18 Febre Amarela X X X

19 a. Febre de Chikungunya

X

b. Febre de Chikungunya em

áreas sem transmissão X X X

c. Óbito com suspeita de Febre

de Chikungunya X X X

20

Febre do Nilo Ocidental e

outras arboviroses de

importância em saúde pública X X X

21 Febre Maculosa e outras

Riquetisioses X X X

22 Febre Tifoide

X X

23 Hanseníase

X

24 Hantavirose X X X

25 Hepatites virais

X

26 HIV/AIDS - Infecção pelo Vírus da

Imunodeficiência Humana ou

Síndrome da Imunodeficiência

Adquirida

X

27 Infecção pelo HIV em gestante,

parturiente ou puérpera e Criança

exposta ao risco de transmissão

vertical do HIV

X

28 Infecção pelo Vírus da

X

Imunodeficiência Humana (HIV)

29

Influenza humana produzida por

novo subtipo viral X X X

30 Intoxicação Exógena (por

substâncias químicas, incluindo

agrotóxicos, gases tóxicos e metais

pesados)

X

31

Leishmaniose Tegumentar

Americana

X

32 Leishmaniose Visceral

X

33 Leptospirose

X

34 a. Malária na região amazônica

X

b. Malária na região extra

Amazônica X X X

35 Óbito: a. Infantil b. Materno

X

36

Poliomielite por poliovirus

selvagem X X X

37 Peste X X X

38 Raiva humana X X X

39 Síndrome da Rubéola Congênita X X X

40 Doenças Exantemáticas: a. Sarampo

b. Rubéola

X X X

41 Sífilis: a. Adquirida b. Congênita c.

Em gestante

X

42

Síndrome da Paralisia Flácida

Aguda X X X

43 Síndrome Respiratória Aguda Grave

associada a Coronavírus a. SARS-

CoV b. MERS- CoV

X X X

44 Tétano: a. Acidental b. Neonatal

X

45

Toxoplasmose gestacional e

congênita

X

46 Tu b e r c u l o s e

X

47

Varicela - caso grave internado ou

óbito

X X

48 a. Violência doméstica e/ou outras

violências

X

b. Violência sexual e tentativa de

suicídio

X

* Informação adicional: Notificação imediata ou semanal seguirá

o fluxo de compartilhamento entre as esferas de gestão do SUS

estabelecido pela SVS/MS; Legenda: MS (Ministério da Saúde),

SES (Secretaria Estadual de Saúde) ou SMS (Secretaria

Municipal de Saúde) A notificação imediata no Distrito Federal é

equivalente à SMS.

PORTARIA Nº 2616, DE 12 DE MAIO DE 1998

RESUMO

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Enfermagem

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O Ministro do Estado da Saúde interino, no uso das

atribuições que lhe confere o artigo 87, inciso II da Constituição,

e

Considerando as determinações da Lei nº 9431 de 6 de

janeiro de 1997, que dispõe sobre a obrigatoriedade da

manutenção pelos hospitais do país, de Programa de Controle de

Infecções Hospitalares.

Considerando que as infecções Hospitalares constituem

risco significativo à saúde dos usuários dos hospitais, e sua

prevenção e controle envolvem medidas de qualificação de

assistência hospitalar, da vigilância sanitária e outras, tomadas no

âmbito do Estado, do Município e de cada hospital, atinentes a seu

funcionamento;

Considerando que no exercício da atividade fiscalizadora

os órgãos estaduais de saúde deverão observar, entre outros

requisitos e condições, a adoção, pela instituição prestadora de

serviços, de meio de proteção capazes de evitar efeitos nocivos à

saúde dos agentes, clientes, pacientes e dos circunstantes,

(Decreto nº 77 052 de 19/01/1976, artigo 2º, inciso IV);

Considerando os avanços técnicos-científicos os resultados

do Estudo Brasileiro da Magnitude das Infecções Hospitalares,

Avaliação da Qualidade das Ações de Controle de Infecção

Hospitalar o reconhecimento mundial destas ações como as que

implementam a melhoria da qualidade da assistência a saúde,

reduzem esforços, problemas, complicações e recursos;

Art. 1º Expedir na forma dos anexos I, II, III, IV e V,

diretrizes e normas para prevenção e o controle das infecções

hospitalares.

Art. 2º As ações mínimas necessárias, a serem

desenvolvidas, deliberada e sistematicamente, com vistas a

redução máxima possível da incidência e da gravidade das

infecções dos hospitais, compõe o Programa de Controle de

Infecções Hospitalares.

Art. 3º A Secretaria de Política de Saúde, do Ministério da

Saúde, prestará cooperação técnica as Secretarias Estaduais e

Municipais de Saúde, a fim de orientá-las sobre o exato

cumprimento, interpretação das normas aprovadas por esta

Portaria.

BARJAS NEGRI

Programa de Controle de Infecção Hospitalar

ANEXOS I

ORGANIZAÇÃO

1. 0 Programa de Controle de Infecções Hospitalares

(PCIH) é um conjunto de ações desenvolvidas deliberada e

sistematicamente, com vistas à redução máxima possível da

incidência e da gravidade das infecções hospitalares.

2. Para a adequada execução do PCIH os hospitais deverão

constituir Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH),

órgão de assessoria à autoridade máxima da instituição e de

execução das ações de controle de infecção hospitalar.

2.1 A CCIH deverá ser composta por profissionais da área

de saúde, de nível superior, formalmente designados.

2.2 Os membros da CCIH serão de dois tipos: consultores

e executores.

2.2.1 0 presidente ou coordenador da CCIH será qualquer

um dos membros da mesma, indicado pela direção do hospital.

2.3 Os membros consultores serão representantes, dos

seguintes serviços:

2.3.1 - serviço médico;

2.3 2 - serviço de enfermagem;

2.3.3 - serviço de farmácia;

2.3.4 - laboratório de microbiologia;

2.3.5 - administração.

2.5.1.1 - Um dos membros executores deve ser,

preferencialmente, um enfermeiro.

2.5.1.3. 1 Para fins desta Portaria, consideram-se pacientes

críticos:

2.5.1.3.1.1 pacientes de terapia intensiva (adulto,

pediátrico, e neonatal);

2.5.1.3.1.2 pacientes de berçário de alto risco;

2.5.1.3.1.3 pacientes queimados;

2.5.1.3.1.4 pacientes submetidos a transplantes de órgãos;

2.5.1.3.1.5 pacientes hemato-oncológicos;

2.5.1.3.1.6 pacientes com Síndrome da Imunodeficiência

Adquirida.

COMPETÊNCIAS

3. A CCIH do hospital deverá:

3.1 Elaborar, implementar, manter e avaliar programa de

controle de infecção hospitalar, adequado às características e

necessidades da instituição, contemplando, no mínimo, ações

relativas a:

3.1.1. implantação de um Sistema de Vigjlância

Epidemiológica das Infecções Hospitalares, de acordo com o

Anexo III,

3.1.2 - adequação, implementação e supervisão das normas

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Enfermagem

116/2

e rotinas técnico-operacionais, visando à prevenção e controle das

infecções hospitalares;

3.1.3 - capacitação do quadro de funcionários e

profissionais da instituição, no que diz respeito à prevenção e

controle das infecções hospitalares;

3.1.4 - uso racional de antimicrobianos, germicidas e

materiais médico-hospitalares;

3.2 avaliar, periódica e sistematicamente, as informações

providas pelo Sistema de Vigilância Epidemiológica das infecções

hospitalares e aprovar as medidas de controle propostas pelos

membros executores da CCIH;

3.3 realizar investigação epidemiológica de casos e surtos,

sempre que indicado, e implantar medidas imediatas de controle;

3.4. elaborar e divulgar, regularmente, relatórios e

comunicar, periodicamente, à autoridade máxima de instituição e

às chefias de todos os setores do hospital a situação do controle

das infecções hospitalares, promovendo seu amplo debate na

comunidade hospitalar,

3.5 elaborar, implementar e supervisionar a aplicação de

normas e rotinas técnico-operacionais, visando limitar a

disseminação de agentes presentes nas infecções em curso no

hospital, por meio de medidas de precaução e de isolamento;

3.6. adequar, implementar e supervisionar a aplicação de

normas e rotinas técnico-operacionais, visando à prevenção e ao

tratamento das infecções hospitalares;

3.7.definir, em cooperação com a Comissão de Farmácia e

Terapêutica, política de utilização de antimicrobianos, germicidas

e materiais médico-hospitalares para a instituição;

3.8.cooperar com o setor de treinamento ou

responsabilizar-se pelo treinamento, com vistas a obter

capacitação adequada do quadro de funcionários e profissionais,

no que diz respeito ao controle das infecções hospitalares;

3.9 elaborar regimento interno para a Comissão de

Controle de Infecção Hospitalar;

3.10. cooperar com a ação do órgão de gestão do SUS, bem

como fornecer, prontamente, as informações epidemiológicas

solicitadas pelas autoridades competentes;

3.11. notificar, na ausência de um núcleo de

epidemiologia, ao organismo de gestão do SUS, os casos

diagnosticados ou suspeitos de outras doenças sob Vigilância

epidemiológica (notificação compulsória), atendidos em qualquer

dos serviços ou unidades do hospital, e atuar cooperativamente

com os serviços de saúde coletiva;

3.12. notificar ao Serviço de Vigilância Epidemiológica e

Sanitária do organismo de gestão do SUS, os casos e surtos

diagnosticados ou suspeitos de infecções associadas à utilização

de insumos e/ou produtos industrializados.

ANEXO II

CONCEITOS E CRITÉRIOS DIAGNOSTICOS DAS

INFECÇÕES HOSPITALARES

1. Conceitos básicos.

1.1 - Infecção comunitária (IC):

1.1.1 - é aquela constatada ou em incubação no ato de

admissão do paciente, desde que não relacionada com internação

anterior no mesmo hospital.

1.1.2 São também comunitárias:

1.1.2.1 - a infecção que está associada com complicação ou

extensão da infecção já presente na admissão, a menos que haja

troca de microrganismos com sinais ou sintomas fortemente

sugestivos da aquisição de nova infecção;

1.1.2.2 a infecção em recém-nascido, cuja aquisição por via

transplacentária é conhecida ou foi comprovada e que tornou-se

evidente logo após o nascimento (exemplo: herpes simples,

toxoplasmose, rubéola, citomegalovirose, sífilis e AIDS);

1.1.2.3 as infecções de recém-nascidos associadas com

bolsa rota superior a 24 (vinte e quatro) horas.

1.2 infecção hospitalar (IH):

1.2.1 é aquela adquirida após a admissão do paciente e que

se manifeste durante a internação ou após a alta, quando puder ser

relacionada com a internação ou procedimentos hospitalares.

2. Critérios para diagnóstico de infecção hospitalar,

previamente estabelecidos e descritos.

2.1 Princípios:

2.1.1 o diagnóstico das infecções hospitalares deverá

valorizar informações oriundas de:

2.1.1.1 evidência clínica, derivada da observação direta do

paciente ou da análise de seu prontuário;

2.1.1.2 resultados de exames de laboratório, ressaltando-se

os exames microbiológicos, a pesquisa de antígenos, anticorpos e

métodos de visualização.

2.1.1.3 evidências de estudos com métodos de imagem;

2.1.1.4 endoscopia;

2.1.1.5 biópsia e outros.

2.2 Critérios gerais:

2.2.1 quando, na mesma topografia em que foi

diagnosticada infecção comunitária, for isolado um germe

diferente, seguido do agravamento das condições clínicas do

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Enfermagem

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paciente, o caso deverá ser considerado como infecção hospitalar;

2.2.2 quando se desconhecer o período de incubação do

microrganismo e não houver evidência clínica e/ou dado

laboratorial de infecção no momento da internação, convenciona-

se infecção hospitalar toda manifestação clínica de infecção que

se apresentar a partir de 72 (setenta e duas) horas após a admissão;

2.2.3 são também convencionadas infecções hospitalares

aquelas manifestadas antes de 72 (setenta e duas) horas da

internação, quando associadas a procedimentos diagnósticos e/ou

terapêuticas, realizados durante este período;

2.2.4 as infecções no recém-nascido são hospitalares, com

exceção das transmitidas de forma transplacentária e aquelas

associadas a bolsa rota superior a 24 (vinte e quatro) horas;

2.2.5 os pacientes provenientes de outro hospital que se

internam com infecção, são considerados portadores de infecção

hospitalar do hospital de origem infecção. Nestes casos, a

Coordenação Estadual/Distrital/Municipal e/ou o hospital de

origem deverão ser informados para computar o episódio como

infecção hospitalar naquele hospital.

3. Classificação das cirurgias por potencial de

contaminação da incisão cirúrgica

3.1 as infecções pós-cirúrgicas devem ser analisadas

conforme o potencial de contaminação da ferida cirúrgica,

entendido como o número de microrganismos presentes no tecido

a ser operado;

3.2 a classificação das cirurgias deverá ser feita no final do

ato cirúrgico, pelo cirurgião, de acordo com as seguintes

indicações:

3.2.1 Cirurgias Limpas - são aquelas realizadas em tecidos

estéreis ou passíveis de descontaminação, na ausência de processo

infeccioso e inflamatório local ou falhas técnicas grosseiras,

cirurgias eletivas com cicatrização de primeira intenção e sem

drenagem aberta. Cirurgias em que não ocorrem penetrações nos

tratos digestivo, respiratório ou urinário;

3.2.2 Cirurgias Potencialmente Contaminadas - são

aquelas realizadas em tecidos colonizados por flora microbiana

pouco numerosa ou em tecidos de difícil descontaminação, na

ausência de processo infeccioso e inflamatório e com falhas

técnicas discretas no transoperatório. Cirurgias com drenagem

aberta enquadram-se nesta categoria. Ocorre penetração nos tratos

digestivo, respiratório ou urinário sem contaminação significativa.

3.2.3 Cirurgias Contaminadas - são aquelas realizadas em

tecidos recentemente traumatizados e abertos, colonizados por

flora bacteriana abundante, cuja descontaminação seja difícil ou

impossível, bem como todas aquelas em que tenham ocorrido

falhas técnicas grosseiras, na ausência de supuração local. Na

presença de inflamação aguda na incisão e cicatrização de segunda

intenção, ou grande contaminação a partir do tubo digestivo.

Obstrução biliar ou urinária também se incluem nesta categoria.

3.2.4 Cirurgias lnfectadas - são todas as intervenções

cirúrgicas realizadas em qualquer tecido ou órgão, em presença de

processo infeccioso (supuração local) e/ou tecido necrótico.

ANEXO IV

LAVAGEM DAS MÃOS

1. Lavagem das mãos é a fricção manual vigorosa de toda

a superfície das mãos e punhos, utilizando-se sabão/detergente,

seguida de enxágüe abundante em água corrente.

2. A lavagem das mãos é, isoladamente, a ação mais

importante para a prevenção e controle das infecções hospitalares.

3. O uso de luvas não dispensa a lavagem das mãos antes e

após contatos que envolvam mucosas, sangue outros fluidos

corpóreos, secreções ou excreções.

4. A lavagem das mãos deve ser realizada tantas vezes

quanto necessária, durante a assistência a um único paciente,

sempre que envolver contato com diversos sítios corporais, entre

cada uma das atividades.

4.1 A lavagem e anti-sepsia cirúrgica das mãos é realizada

sempre antes dos procedimentos cirúrgicos.

5. A decisão para a lavagem das mãos com uso de anti-

séptico deve considerar o tipo de contato, o grau de contaminação,

as condições do paciente e o procedimento a ser realizado.

5.1 A lavagem das mãos com anti-séptico é recomendada

em:

· realização de procedimentos invasivos;

· prestação de cuidados a pacientes críticos;

· contato direto com feridas e/ou dispositivos invasivos,

tais como cateteres e drenos.

6. Devem ser empregadas medidas e recursos com o

objetivo de incorporar a prática da lavagem das mãos em todos os

níveis da assistência hospitalar.

6.1 A distribuição e a locação de unidades ou pias para

Iavagem das mãos, de forma a atender à necessidade nas diversas

áreas hospitalares, além da presença dos produtos, é fundamental

para a obrigatoriedade da prática.

FUNDAMENTOS DA SAÚDE.

DECLARAÇÃO DE ALMA ATA

O que é?

A Declaração de Alma-Ata foi formulada por ocasião

da Conferência Internacional sobre Cuidados Primários de Saúde,

reunida em Alma-Ata, na República do Cazaquistão (ex-república

socialista soviética), entre 6 e 12 de setembro de 1978, dirigindo-

se a todos os governos, na busca da promoção de saúde a todos os

povos do mundo.

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Enfermagem

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Características:

A Declaração de Alma-Ata se compõe de 10 itens que

enfatizam a Atenção primária à saúde (Cuidados de Saúde

Primários), salientando a necessidade de atenção especial aos

países em desenvolvimento. Exortando os governos, a OMS,

a UNICEF e as demais entidades e organizações, a declaração

defende a busca de uma solução urgente para estabelecer a

promoção de saúde como uma das prioridades da nova ordem

econômica internacional.

Tem sido considerada como a primeira declaração

internacional que despertou e enfatizou a importância da atenção

primária em saúde, desde então defendida pela OMS como a

chave para uma promoção de saúde de caráter universal.

Os primeiros itens da declaração reafirmam a definição

de saúde defendida pela OMS, como o “completo bem-estar

físico, mental e social, e não simplesmente a ausência de doença

ou enfermidade”, e a defendem como direito fundamental e como

a principal meta social de todos os governos.

A seguir a declaração salienta a interferência da

desigualdade social nas políticas de saúde, ressaltando o papel

que a lacuna entre os países desenvolvidos e os países em

desenvolvimento representa. Exortando todos os países à

cooperação, na busca pelo objetivo comum da saúde, fator que

contribui para a qualidade de vida e para a paz mundial, a

declaração defende tal cooperação como direito e dever de todos,

individual e coletivamente.

Segue-se a reafirmação da responsabilidade de todos os

governos pela promoção de saúde, e a reivindicação da atenção

primária como fator de viabilidade para uma universalização dos

cuidados, mediante a abrangência e a melhoria social que

possibilitam, integrando governo com todos os setores da

sociedade, em prol da igualdade social.

VIII CONFERÊNCIA DE SAÚDE

A segunda metade da década de 80 viu surgir um

Brasil diferente. Um país com uma população destemida, que

ia às ruas reivindicar seus direitos e ocupar o espaço que há 20

anos lhe era negado. A ditadura, desmoralizada, ainda

mostrava a sua força, mas já não tinha mais como frear o

movimento pela redemocratização.

Dentro desse quadro social e político, um lugar de

destaque era ocupado pelos militantes da saúde pública – com

Sergio Arouca no centro do movimento. A força de seus

argumentos, de suas utopias e de sua vocação de pensador (e

realizador) levaram o presidente da Fiocruz a ser indicado, em

meados de 1985, presidente da 8ª Conferência Nacional de

Saúde (CNS) pelo ministro Carlos Sant’Anna. À frente da

CNS, Arouca faria uma revolução e criaria um marco

histórico, um emblema de um momento em que o Brasil

voltava a ser Brasil.

O que meses antes parecia mais uma das

“loucuras” – é assim que os mortais comuns vêem as

idéias dos idealistas – de Arouca se tornara realidade: a

CNS conseguia pela primeira vez em quase 45 anos de

história ser verdadeiramente popular. Sim, porque da

primeira (em 1941) à sétima (em 1980), os debates se

restringiam às ações governamentais, com a participação

exclusiva de deputados, senadores e autoridades do setor.

A intenção de Arouca era a de abrir mesmo, e assim ouvir

as incontáveis experiências na área que existiam Brasil

afora. Reunir brasileiros para saber e discutir como vivem

esses brasileiros, quais as suas condições de saúde, que

melhorias almejam. Deixar de contar a saúde pelos

números e passar a enxergar cidadãos.

A CNS foi aberta numa segunda-feira, 17 de

março de 1986, pelo presidente José Sarney, que assumira

em definitivo depois da morte de Tancredo Neves. Em seu

discurso, para uma platéia que lotara o Ginásio de Esportes

de Brasília, Sarney afirmou que a Conferência

representava a “pré-Constituinte da Saúde”.

Durante cinco dias, quase cinco mil pessoas, entre

delegados e observadores, discutiram a saúde em 98 grupos

de trabalho. Três macrotemas reuniram os grupos: Saúde

como direito, Reformulação do Sistema Nacional de Saúde

e Financiamento do setor.

Um dos grandes momentos da Oitava foi o

consenso obtido em torno da criação do Sistema Único

Descentralizado de Saúde (Suds), que depois se

transformaria no SUS.

MOVIMENTO PELA REFORMA SANITÁRIA

O termo “Reforma Sanitária” foi usado pela

primeira vez no país em função da reforma sanitária

italiana. A expressão ficou esquecida por um tempo até ser

recuperada nos debates prévios à 8ª Conferência Nacional

de Saúde, quando foi usada para se referir ao conjunto de

idéias que se tinha em relação às mudanças e

transformações necessárias na área da saúde. Essas

mudanças não abarcavam apenas o sistema, mas todo o

setor saúde, introduzindo uma nova idéia na qual o

resultado final era entendido como a melhoria das

condições de vida da população. No início das articulações,

o movimento pela reforma sanitária não tinha uma

denominação específica. Era um conjunto de pessoas com

idéias comuns para o campo da saúde. Em uma reunião na

Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) em Brasília,

esse grupo de pessoas, entre os quais estava Sergio Arouca,

foi chamado de forma pejorativa de “partido sanitário”.

A forma de olhar, pensar e refletir o setor saúde

nessa época era muito concentrada nas ciências biológicas

e na maneira como as doenças eram transmitidas. Há uma

primeira mudança quando as teorias das ciências sociais

começam a ser incorporadas. Essas primeiras teorias, no

entanto, estavam muito ligadas às correntes funcionalistas,

que olhavam para a sociedade como um lugar que tendia a

viver harmonicamente e precisava apenas aparar arestas

entre diferentes interesses. A grande virada da abordagem

da saúde foi a entrada da teoria marxista, o materialismo

dialético e o materialismo histórico, que mostra que a

doença está socialmente determinada.

A partir daí, pode-se dizer que foi fundada uma teoria

médico-social para análise de como as coisas se processam no

campo da saúde no país.

REFORMA URBANA

No início do século XX, o Rio de Janeiro possuía

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uma característica que era sua beleza enquanto capital

federal. O Rio de Janeiro estava com uma grande formação

de novos bairros e ruas, mas apesar disto, havia uma

condensação muito grande das novas relações econômicas

capitalistas. Como se instalava um surto de epidemias

talvez até mortíferas começam a ser discutido em formas

de debates no Rio de Janeiro, os problemas de saúde que

começavam a afetar a população. "Higienistas lutaram e

foram os primeiros a discutirem no Rio sobre as condições

de vida, propondo intervenções drásticas para restaurar o

equilíbrio do organismo urbano". Os Higienistas

condenavam as condições precárias existentes na cidade

como, corpos enterrados nas igrejas, animais mortos por

todos os lados e muito lixo amontoados, isto fazia com que

a proliferação de doenças aumentasse ainda mais.

Rodrigues Alves assumiu a presidência da

República no ano de 1906, tinha como um de seus projetos

principais atacar o mal que assombrava toda a capital, que

era a febre amarela, a varíola e a peste bubônica. A

modernização do porto e remodelagem da cidade estava

dentro deste projeto. Com grande responsabilidade em

manter a cidade limpa, e longe de tantas doenças

infecciosas, Alves nomeia Pereira Passos e o médico

Osvaldo Cruz para se empenharem junto à ele nesta

reforma sanitarista. Rodrigues Alves, presidente do Brasil

de 15 de novembro de 1902 até 15 de novembro de

1906. Logo após ser nomeado pelo presidente Rodrigues

Alves, o médico responsável pelo saneamento, Osvaldo

Cruz assume o cargo em 1903. O Rio de Janeiro perde a

sua supremacia como exportador de café, e inicia em 1904

uma modernização capaz de dar a si mesmos ares de uma

cidade luxuosa. A Avenida central foi toda remodelada, as

casas retratavam o século XX. Francisco Pereira Passo

executava planos de melhoramentos da prefeitura, e esta

remodelagem dava a cidade uma sensação de pura

higiene . Pereira Passos começou então a investir na cidade

como nunca havia visto antes. Queria implantar formas de

trabalho diferentes daquelas que havia existido antes.

REVOLTA DA VACINA

A Revolta da Vacina, foi o movimento social e

urbano que marcou a sociedade politicamente durante a

Primeira Republica do Brasil. No dia 09 de Novembro de

1904, é publicado oficialmente o plano da vacinação

obrigatória contra a Varíola. A partir deste momento, se

desencadeia um debate transpondo as dimensões do

legislativo. O governo tinha grande interesse nesta medida,

e era apoiado pela maioria no Congresso. Por outro lado,

podemos dizer que existia uma minoria parlamentar

constituída pela imprensa não governamentista, e até

mesmo a população do Rio de Janeiro que resistia a essa

idéia da tal implantação da vacina. O governo negava que

a implantação era inegável e imprencindível para a

firmação da saúde pública no País.A oposição, com grande

furor e totalmente enraivecidos, respondiam ao governo

que os métodos de aplicação no caso da lei Brasileira, eram

pouco confiáveis, e que os enfermeiros e os profissionais

da saúde agiam com grande brutalidade.

Estes mesmos opositores alegaram ainda mais que

se realmente o governo acreditasse nas qualidades da

vacina e também as suas necessidades então, deixasse a

cada consciência, a liberdade de decidir para a sua

aplicação ou não, e que cada um escolhesse a condição que

melhor lhe conviesse.

CRIAÇÃO DO SUS

Antes do advento do Sistema Único de Saúde

(SUS), a atuação do Ministério da Saúde se resumia às

atividades de promoção de saúde e prevenção de

doenças (por exemplo,vacinação), realizadas em caráter

universal, e à assistência médico-hospitalar para poucas

doenças; servia aos indigentes, ou seja, a quem não tinha

acesso ao atendimento pelo Instituto Nacional de

Assistência Médica da Previdência Social. O INAMPS foi

criado peloregime militar em 1974 pelo desmembramento

do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), que

hoje é o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS);

era uma autarquiafiliada ao Ministério da Previdência e

Assistência Social (hoje Ministério da Previdência Social),

e tinha a finalidade de prestar atendimento médico aos que

contribuíam com aprevidência social, ou seja,

aos empregados de carteira assinada.

O INAMPS dispunha de estabelecimentos

próprios, mas a maior parte do atendimento era realizado

pela iniciativa privada; os convênios estabeleciam

a remuneração por procedimento, consolidando a lógica de

cuidar da doença e não da saúde.

O movimento da Reforma Sanitária nasceu no

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meio acadêmico no início da década de 70 como forma de

oposição técnica e política ao regime militar, sendo

abraçado por outros setores da sociedade e pelo partido de

oposição da época — o Movimento Democrático

Brasileiro (MDB), atual Partido do Movimento

Democrático Brasileiro (PMDB). Em meados da década de

70, com o fim do milagre econômico, ocorreu uma crise do

financiamento da previdência social, com repercussões no

INAMPS. Em 1979 o generalJoão Baptista

Figueiredo assumiu a presidência com a promessa de

abertura política, e de fato a Comissão de Saúde da Câmara

dos Deputadospromoveu, no período de 9 a11 de

outubro de 1979, o I Simpósio sobre Política Nacional

deSaúde, que contou com participação de muitos dos

integrantes do movimento e chegou a conclusões altamente

favoráveis ao mesmo; ao longo da década de 80 o

INAMPS passaria por sucessivas mudanças com

universalização progressiva do atendimento, já numa

transição com o SUS.A 8ª Conferência Nacional de

Saúde foi um marco na história do SUS por vários

motivos.

Foi aberta em 17 de março de 1986 por José Sarney, o

primeiro presidente civil após a ditadura, e foi a primeira CNS a

ser aberta à sociedade; além disso, foi importante na propagação

do movimento da Reforma Sanitária. A 8ª CNS resultou na

implantação do Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde

(SUDS), um convênio entre o INAMPS e os governos estaduais,

mas o mais importante foi ter formado as bases para aseção "Da

Saúde" da Constituição brasileira de 5 de outubro de 1988.

A Constituição de1988 foi um marco na história da saúde

pública brasileira, ao definir a saúde como "direito de todos e

dever do Estado".

A implantação do SUS foi realizada de forma gradual: primeiro

veio o SUDS; depois, a incorporação do INAMPS ao Ministério

da Saúde (Decreto nº 99.060, de 7 de março de 1990); e por fim

a Lei Orgânica da Saúde (Lei nº 8.080, de 19 de

setembro de 1990) fundou o SUS. Em poucos meses foi lançada

a Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990, que imprimiu ao SUS

uma de suas principais características: o controle social, ou seja, a

participação dos usuários (população) na gestão do serviço. O

INAMPS só foi extinto em 27 de julho de 1993 pela Lei nº 8.689.

LEI ORGÂNICA DO SUS – 8080/90

Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e

recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos

serviços correspondentes

Regula em todo território nacional, as ações e serviços de saúde

público privado.

Define saúde como: um direito fundamental do ser humano,

devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno

exercício.

A iniciativa privada ,pode participar do SUS de maneira

COMPLEMENTAR

O dever do Estado de garantir a saúde consiste na formulação e

execução de políticas econômicas e sociais que visem à redução

de riscos de doenças e de outros agravos

Também é dever do estado estabelecimento de condições que

assegurem acesso universal e igualitário às ações e aos serviços

para a sua promoção, proteção e recuperação.

São fatores determinantes de saúde:

• Alimentação

• Moradia

• Saneamento Básico

• Trabalho

• Renda

• Educação

• Atividade física

• Transporte

• Lazer

Esta lei também define as regras para o funcionamento do SUS.

O SUS pode ser definido como: O conjunto de ações e serviços

de saúde, prestados por órgãos e instituições públicas federais,

estaduais e municipais, da Administração direta e indireta e das

fundações mantidas pelo Poder Público

OBJETIVOS DO SUS

• A identificação e divulgação dos fatores condicionantes e

determinantes da saúde

• A formulação de política de saúde destinada a promover, nos

campos econômico e social

• A assistência às pessoas por intermédio de ações de

promoção, proteção e recuperação da saúde

ÁREAS DE ATUAÇÃO DO SUS

• Executar ações de: Vigilância sanitária; vigilância

epidemiológica; saúde do trabalhador e assistência farmacêutica,

assistência terapêutica

• Formular políticas de saúde

• Ordenar a formação de recursos humanos para saúde

• Vigilância nutricional e alimentar

• Proteção do meio ambiente

• o controle e a fiscalização de serviços, produtos e substâncias de

interesse para a saúde

• a fiscalização e a inspeção de alimentos, água e bebidas para

consumo humano;

• a participação no controle e na fiscalização da produção,

transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos

psicoativos, tóxicos e radioativos;

• a formulação e execução da política de sangue e seus derivados

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OBS: Lei Orgânica da Saúde - 8.080/90 e seu mais

novo princípio. A Lei 13.427 de 30 de março de 2017, não traz apenas

uma ação/serviço - ela altera o artigo 7º da LOS 8.080/90

e inclui um NOVO PRINCÍPIO, que garante às

mulheres a organização de atendimento público

especifico e especializado para mulheres e vítimas de

violência domesticas em geral.

Este Lei DEFINE VIGILANCIA EPIDEMIOLOGICA como:

é um conjunto de ações que proporcionam o conhecimento, a

detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores

determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva.

Esta lei DEFINE SAUDE DO TRABALHADOR como:

conjunto de atividades que se destina à promoção e proteção da

saúde dos trabalhadores

O SUS corresponde um Sistema Único de Saúde, formado por

várias Instituições das 3 esferas do governo: FEDERAL,

ESTADUA, MUNICIPAL.

A Constituição Federal define em seu ártico 198 o SUS como:

um conjunto de ações e serviços integrantes de uma rede

regionalizada e hierarquizada

Princípios do SUS SEGUNDO A CONSTITUIÇÃO

FEDERAL: Universalidade, Integralidade, Equidade.

Diretrizes do SUS SEGUNDO A CONSTITUIÇÃO

FEDERAL: Descentralização (político administrativa),

Atendimento Integral, Participação da Comunidade.

Os princípios do SUS ainda podem ser divididos em

DOUTRINÁRIOS e ORGANIZACIONAIS.

Princípios Organizacionais – Descentralização, regionalização,

hierarquização, participação da comunidade.

• Descentralização – entendida como uma redistribuição das

responsabilidades quanto às ações e serviços de saúde entre os três

níveis de governo – federal, estadual e municipal, estabelecendo-

se a descentralização político-administrativo, com a direção única

em cada esfera de governo, com ênfase na municipalização e na

regionalização e hierarquização da rede de serviços de saúde.

• Regionalização - Refere-se à forma de organização do

sistema de saúde com base territorial e populacional e

visa uma adequada distribuição de serviços para a

promoção da equidade de acesso, otimização dos

recursos e racionalidade de gastos.

• Hierarquização – Preconiza-se a organização do

sistema de saúde por níveis de atenção de complexidade

crescente com fluxos assistenciais estabelecidos entre os

serviços de modo a garantir assistência integral e

resolutiva à população. O acesso da população à rede

deve iniciar-se pelo serviço de atenção básica que

necessita estar qualificada para tender e resolver os

principais problemas de saúde, encaminhando-se para

outros níveis de atenção os casos cuja resolução necessita

de serviços de maior complexidade tecnológica.

• Participação e controle social – garante a participação

da população, por meio de suas entidades

representativas, no processo de formulação das políticas

públicas de saúde, do controle e de sua execução. De

acordo com a Lei 8.142/90 a participação no SUS se dá

por meio das Conferências de Saúde e dos Conselhos de

Saúde.

Os Conselhos de Saúde representam instâncias

de participação popular de caráter permanente e

deliberativo sobre os rumos das políticas públicas de

saúde nas três esferas de governo (municipal, estadual e

federal) e são constituídos por representantes dos

usuários, do trabalhadores e prestadores dos serviços.

As Conferências Nacionais de Saúde também são

instancias de participação e controle social do SUS e devem

acontecer a cada quatro anos com a representação dos vários

segmentos (usuários, trabalhadores e prestadores de serviços) para

avaliar a situação de saúde e discutir as diretrizes e rumo da

política de saúde no país. Também participam do controle social

do SUS o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS)

e o Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde

(CONASEMS).

Princípios Doutrinários – Universalidade, Integralidade,

Igualdade.

• Universalidade – assegura o acesso a toda a população aos

serviços de saúde, em todos os níveis de assistência, sem

preconceitos ou privilégios de qualquer espécie.

• Equidade – preconiza que a disponibilidade de serviços de saúde

considere as diferenças entre os grupos populacionais e

indivíduos, de modo a priorizar aqueles que apresentam maior

necessidade em função de situação de risco e das condições de

vida e saúde, defendendo-se um princípio de justiça social na

busca de correção das iniquidades sociais e em saúde.

• Integralidade –É compreendida “como um conjunto

articulado e contínuo de ações e serviços preventivos e

curativos, individuais e coletivos, exigido para cada caso,

em todos os níveis de complexidade do sistema”. Para

tanto, preconiza-se a articulação entre a prevenção, a

promoção e a recuperação no cuidado a cada cidadão que

utiliza os serviços do SUS, além das ações intersetoriais

para o alcance de melhores níveis de saúde individual e

coletiva.

PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DO SUS SEGUNDO A LEI

8080

• Todos os Princípios de Diretrizes Previstos na CF

• Direito a Informação (sobre sua Saúde – sobre os serviços de

saúde)

• Preservação da Autonomia do paciente

• Utilização da Epidemiologia para Planejamento

• Regionalização e Hierarquização

• Integração

• Resolutividade

• Conjugação de Recursos

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Enfermagem

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A direção do SUS é ÚNICA sendo exercida em cada esfera do

governo.

Esta lei Fixa que para a direção do SUS devem ser criadas

comissão permanentes de integração.

As comissões permanentes de integração terão por finalidade

propor prioridades, métodos e estratégias para a formação e

educação continuada dos recursos humanos no SUS na esfera

correspondente.

São comissões permanentes de integração: As Comissões

Intergestores Bipartite e Tripartite

CIB – Composta pela esfera estadual e municipal e seus membros

são representantes dos secretários Estaduais e Municipais de

Saúde

CIT – Composta pelas três esferas e seus membros são compostos

por representantes do MS, Canass, Conasesm

RESPONSABILIDADES DOS GESTORES DA ESFERA

FEDERAL

Formular e controlar a política nacional de saúde

Orientar o conjunto de ações de promoção, proteção e recuperação

da saúde.

RESPONSABILIDADES DOS GESTORES DA ESFERA

ESTADUAL

Coordenar as ações de saúde no estado

Elaborar o plano estadual de saúde

Corrigir distorções

Controle e avaliação

Ações de apoios aos municípios

RESPONSABILIDADES DOS GESTORES DA ESFERA

MUNICIPAL

Programar, executar e avaliar ações de promoção, proteção e

recuperação da saúde.

PARTICIPAÇÃO DOS SERVIÇOS PRIVADOS DE

ASSISTÊMCIA A SAÚDE NO SUS

Os serviços privados de assistência à saúde caracterizam-se pela

atuação, por iniciativa própria, de profissionais liberais,

legalmente habilitados, e de pessoas jurídicas de direito privado

na promoção, proteção e recuperação da saúde

A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.

É permitida a participação direta ou indireta, inclusive controle,

de empresas ou de capital estrangeiro na assistência à saúde nos

seguintes casos:

• doações de organismos internacionais vinculados à Organização

das Nações Unidas

• pessoas jurídicas destinadas a instalar, operacionalizar ou explora:

hospitais gerais, hospitais filantrópico, ações de pesquisa e

planejamento familiar.

• serviços de saúde mantidos, sem finalidade lucrativa

• demais casos previstos em legislação específica

FINANCIAMENTO DO SUS E GESTÃO FINANCEIRA

O orçamento da seguridade social destinará ao Sistema Único de

Saúde (SUS) de acordo com a receita estimada, os recursos

necessários à realização de suas finalidades, previstos em proposta

elaborada pela sua direção nacional, com a participação dos

órgãos da Previdência Social e da Assistência Social

As receitas geradas no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS)

serão creditadas diretamente em contas especiais, movimentadas

pela sua direção, na esfera de poder onde forem arrecadadas.

Os planos de saúde serão a base das atividades e programações de

cada nível de direção do Sistema Único de Saúde (SUS), e seu

financiamento será previsto na respectiva proposta orçamentária.

LEI 8142/90

Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema

Único de Saúde (SUS} e sobre as transferências

intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde e dá

outras providências.

Instancias colegiadas que fazem parte do SUS: Conferencia De

Saúde e Conselho de Saúde

CONFERENCIA DE SAÚDE – Se Reúne a cada 04 anos –

representação dos vários segmentos sociais – tem o objetivo de

avaliar a condição atual de saúde e propor mudanças.

CONSELHO DE SAÚDE – carater deliberativo e permanente –

composto por membros do governo , profissionais de saúde e

população – atua na formulação de políticas de saúde.

Os membros do governo que participaram do conselho de saúde

serão de dois grupos: CONASS E CONASESMS

Os recursos do FNS serão distribuidos de acordo com:

• Despesas de custeio e de capital do Ministério da Saúde, seus

órgãos e entidades, da administração direta e indireta;

• investimentos previstos em lei orçamentária, de iniciativa do

Poder Legislativo e aprovados pelo Congresso Nacional;

• Investimentos previstos no Plano Qüinqüenal do Ministério da

Saúde;

• Cobertura das ações e serviços de saúde a serem implementados

pelos Municípios, Estados e Distrito Federal.

Art. 3° Os recursos referidos no inciso IV do art. 2° desta lei serão

repassados de forma regular e automática para os Municípios,

Estados e Distrito Federal, de acordo com os critérios previstos no

art. 35 da Lei n° 8.080, de 19 de setembro de 1990.

(LEI 8080/90) Art. 35. Para o estabelecimento de valores a serem

transferidos a Estados, Distrito Federal e Municípios, será

utilizada a combinação dos seguintes critérios, segundo análise

técnica de programas e projetos:

I - perfil demográfico da região;

II - perfil epidemiológico da população a ser coberta;

III - características quantitativas e qualitativas da rede de saúde na

área;

IV - desempenho técnico, econômico e financeiro no período

anterior;

V - níveis de participação do setor saúde nos orçamentos estaduais

e municipais;

VI - previsão do plano qüinqüenal de investimentos da rede;

VII - ressarcimento do atendimento a serviços prestados para

outras esferas de governo.

Art. 4° Para receberem os recursos, de que trata o art. 3° desta lei,

os Municípios, os Estados e o Distrito Federal deverão contar

com:

• Fundo de Saúde

• Conselho de Saúde

• Plano de Saúde

• Relatório de gestão que premia o controle, conforme o paragrafo

4 do artigo 33 da lei 8080

O Ministério da Saúde acompanhará, através de seu sistema de

auditoria, a conformidade à programação aprovada da aplicação

dos recursos repassados a Estados e Municípios. Constatada a

malversação, desvio ou não aplicação dos recursos, caberá ao

Ministério da Saúde aplicar as medidas previstas em lei.

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Enfermagem

123/2

ASPS – Ações e Serviços Públicos de Saúde

NOB 96

As Normas Operacionais Básicas (NOBs) surgem para definir

estratégias e movimentos táticos, que orientam a operacionalidade

do sistema.

O principal objetivo da NOB 96 é promover e consolidar o pleno

exercício por parte do poder público mucipal e do Distrito Federal,

da função de gestor da atenção à saúde dos seus municípios.

Para isto é necessario aperfeiçoar a gestão dos serviços de saúde

no país e a própria organização do sistema, visto que o município

passa a ser, de fato, o responsável imediato pelo atendimento das

necessidades de saúde do seu povo.

A atenção à saúde, que encerra todo o conjunto de ações levadas

a efeito pelo SUS, em todos os níveis de governo, compreende três

grandes campos, a saber:

• da assistência: em que as atividades são dirigidas às pessoas,

individual ou coletivamente, e que é prestada no âmbito

ambulatorial e hospitalar, bem como em outros espaços,

especialmente no domiciliar;

• das intervenções ambientais: incluindo as relações e as condições

sanitárias nos ambientes de vida e de trabalho, o controle de

vetores e hospedeiros e a operação de sistemas de saneamento

ambiental;

• das políticas externas ao setor saúde: que interferem nos

determinantes sociais do processo saúde-doença das

coletividades, como emprego, à habitação, à educação, ao lazer e

à disponibilidade e qualidade dos alimentos.

A composição harmônica, integrada e modernizada do SUS visa,

fundamentalmente, atingir a dois propósitos essenciais à

concretização dos ideais constitucionais e, portanto, do direito à

saúde, que são:

a) a consolidação de vínculos entre diferentes segmentos

sociais e o SUS; e

b) a criação de condições elementares e fundamentais para a

eficiência e a eficácia gerenciais, com qualidade.

O segundo propósito é factível, na medida em que estão

perfeitamente identificados os elementos críticos essenciais a uma

gestão eficiente e a uma produção eficaz, a saber:

a) a clientela que, direta e imediatamente, usufrui dos serviços;

b) o conjunto organizado dos estabelecimentos produtores desses

serviços;

c) a programação pactuada, com a

correspondente orçamentação participativa.

As ações de auditoria analítica e operacional constituem

responsabilidades das três esferas gestoras do SUS, o que exige a

estruturação do respectivo órgão de controle, avaliação e

auditoria, incluindo a definição dos recursos e da metodologia

adequada de trabalho.

É função desse órgão definir, também, instrumentos para a

realização das atividades, consolidar as informações necessárias,

analisar os resultados obtidos em decorrência de suas ações,

propor medidas corretivas e interagir com outras áreas da

administração.

Os recursos de custeio da esfera federal destinados à assistência

hospitalar e ambulatorial, conforme mencionado anteriormente,

configuram o TFA, e os seus valores podem ser executados

segundo duas modalidades:

Transferência Regular e Automática (Fundo a Fundo) e

Remuneração por Serviços Produzidos.

Transferência Regular e Automática Fundo a Fundo: Consiste na

transferência de valores diretamente do Fundo Nacional de Saúde

aos fundos estaduais e municipais;

Piso Assistencial Básico (PAB): consiste em um montante de

recursos financeiros destinado ao custeio de procedimentos e

ações de assistência básica, de responsabilidade tipicamente

municipal.

Esse Piso é definido pela multiplicação de um valor per

capita nacional pela população de cada município (fornecida pelo

IBGE).

NOAS 01/2001

Amplia as responsabilidades dos municípios na atenção básica

Estabelece o processo de regionalização

Cria mecanismos de fortalecimento da gestão do SUS.

Atualiza critérios de habilitação / desabilitação de estados e

municípios

NOAS 01/2002

Preconiza: planejamento integrado; garantia de acesso;

hierarquização dos serviços de saúde; resolubilidade;

racionalização dos recursos

Estabelece: 02 tipos de gestão para habilitação dos municípios, são

eles: Gestão plena da atenção básica ampliada; Gestão plena dos

sistemas de saúde

Gestão plena da atenção básica ampliada: os municípios passam a

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Enfermagem

124/2

gerir todas as unidades básicas de saúde em seu território

São consideradas condições mínimas para habilitação tais como:

clinica médica; pediatria; ginecologia; clinica geral; sérvios de

vigilância sanitária; ações epidemiológicas (tubercuose.

Hipertensão, diabetes, hanseníase)

Regionalização: Estados – Regiões de Saúde – microregioes –

municípios (pólo e sede) - distritos

PDR – Plano diretor de regionalização: instrumento de gestão para

regionalização

Região Sede: Base territorial de planejamento de atenção a saúde,

não necessária mente coincide com a base administrativa do

estado.

Módulo assistencial: é constituído por município sede e município

pólo

Município Sede: ter capacidade de ofertar a totalidade dos

serviços de saúde

Município pólo: município que serve de referencia em saúde paa

os outros municípios.

Garantias segundo o PDR: Assistência pré-natal e patos;

Acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil;

Ações de prevenção e promoção a saúde; Tratamento de

intercorrências mais comuns na infância; Acompanhamento de

pessoas com doenças crônicas de alta prevalência

DECRETO 7508

Este Decreto regulamenta a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de

1990, para dispor sobre a organização do Sistema Único de Saúde

- SUS, o planejamento da saúde, a assistência à saúde e a

articulação interfederativa.

Região de Saúde - espaço geográfico contínuo constituído por

agrupamentos de Municípios limítrofes, delimitado a partir de

identidades culturais, econômicas e sociais e de redes de

comunicação e infraestrutura de transportes compartilhados, com

a finalidade de integrar a organização, o planejamento e a

execução de ações e serviços de saúde;

Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde - acordo de

colaboração firmado entre entes federativos com a finalidade de

organizar e integrar as ações e serviços de saúde na rede

regionalizada e hierarquizada, com definição de

responsabilidades, indicadores e metas de saúde, critérios de

avaliação de desempenho, recursos financeiros que serão

disponibilizados.

Portas de Entrada - serviços de atendimento inicial à saúde do

usuário no SUS

Comissões Intergestores - instâncias de pactuação consensual

entre os entes federativos para definição das regras da gestão

compartilhada do SUS

Mapa da Saúde - descrição geográfica da distribuição de recursos

humanos e de ações e serviços de saúde ofertados pelo SUS e pela

iniciativa privada.

Rede de Atenção à Saúde - conjunto de ações e serviços de saúde

articulados em níveis de complexidade crescente, com a finalidade

de garantir a integralidade da assistência.

Serviços Especiais de Acesso Aberto - serviços de saúde

específicos para o atendimento da pessoa que, em razão de agravo

ou de situação laboral, necessita de atendimento especial

Protocolo Clínico e Diretriz Terapêutica - documento que

estabelece: critérios para o diagnóstico da doença ou do agravo à

saúde; o tratamento preconizado, com os medicamentos e demais

produtos apropriados

Poderão ser instituídas Regiões de Saúde interestaduais,

compostas por Municípios limítrofes.

Para que uma região de saúde possa ser constituída, ele deve

apresentar no mínimo:

• Atenção Primária

• Urgência e Emergência

• Atenção Psicossocial

• Atenção Ambulatorial Especializada e Hospitalar

• Vigilância em saúde.

Os entes federativos definirão os seguintes elementos em relação

às Regiões de Saúde:

I - seus limites geográficos;

II - população usuária das ações e serviços;

III - rol de ações e serviços que serão ofertados; e

IV - respectivas responsabilidades, critérios de acessibilidade e

escala paraconformação dos serviços.

São consideradas portas de entrada no SUS: Atenção Primária;

atenção de urgência e emergência; atenção psicossocial; especiais

de acesso aberto.

Os serviços de atenção hospitalar e os ambulatoriais

especializados, entre outros de maior complexidade e densidade

tecnológica, serão referenciados pelas Portas de Entrada de que

trata o art. 9º.

O acesso universal e igualitário às ações e aos serviços de saúde

ser ordenado pela atenção primária e deve ser fundado na

avaliação da gravidade do risco individual e coletivo e no critério

cronológico, observadas as especificidades previstas para pessoas

com proteção especial

Ao usuário será assegurada a continuidade do cuidado em saúde,

em todas as suas modalidades, nos serviços, hospitais e em outras

unidades integrantes da rede de atenção

O processo de planejamento da saúde será ascendente e integrado,

do nível local até o federal

O Conselho Nacional de Saúde estabelecerá as diretrizes a serem

observadas na elaboração dos planos de saúde, de acordo com as

características epidemiológicas e da organização de serviços nos entes

federativos e nas Regiões de Saúde.

O Mapa da Saúde será utilizado na identificação das necessidades

de saúde e orientará o planejamento integrado dos entes

federativos, contribuindo para o estabelecimento de metas de

saúde.

A integralidade da assistência à saúde se inicia e se completa na

Rede de Atenção à Saúde, mediante referenciamento do usuário

na rede regional e interestadual, conforme pactuado nas

Comissões Intergestores.

Relação Nacional de Ações e Serviços de Saúde - RENASES

compreende todas as ações e serviços que o SUS

O Ministério da Saúde disporá sobre a RENASES em âmbito

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Enfermagem

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nacional, observadas as diretrizes pactuadas pela CIT.

A Relação Nacional de Medicamentos Essenciais – RENAME

compreende a seleção e a padronização de medicamentos

indicados para atendimento de doenças ou de agravos no âmbito

do SUS.

O acesso universal e igualitário à assistência farmacêutica

pressupõe, cumulativamente:

I - estar o usuário assistido por ações e serviços de saúde do SUS;

II - ter o medicamento sido prescrito por profissional de saúde, no

exercício regular de suas funções no SUS;

III - estar a prescrição em conformidade com a RENAME e os

Protocolos Clínicos e

Diretrizes Terapêuticas ou com a relação específica complementar

estadual, distrital ou municipal de medicamentos; e

IV - ter a dispensação ocorrido em unidades indicadas pela direção

do SUS.

As Comissões Intergestores pactuarão a organização e o

funcionamento das ações e serviços de saúde integrados em redes

de atenção à saúde, sendo:

I - a CIT, no âmbito da União, vinculada ao Ministério da Saúde

para efeitos administrativos e operacionais;

II - a CIB, no âmbito do Estado, vinculada à Secretaria Estadual

de Saúde para efeitos administrativos e operacionais; e

III - a Comissão Intergestores Regional - CIR, no âmbito regional,

vinculada à Secretaria Estadual de Saúde para efeitos

administrativos e operacionais, devendo observar as diretrizes da

CIB.

PACTO PELA SAÚDE/ 2006

É o conjunto de instrumentos que abrangem a repolitização do

debate do SUS e a qualificação do controle social – permitindo o

seu acompanhamento através de metas e de responsabilidades

claras.

O pacto pela saúde, tem o objetivo principal de organizar o

funcionamento do SUS, em acordo com a constituição e com a lei

8080/90

Dificuldades

• O pacto pela Saúde, encontrou algumas dificuldades no SUS, são

elas:

• Regras Ultrapassadas e contraditórias

• Meio extremamente burocrático par conselheiros e gestores

• Dificuldade do SUS em funcionar como um sistema integrado

• Dificuldade da comunidade de exercer a fiscalização

Pacto pela Saúde

Busca preservar os Princípios norteadores e organizacionais do

SUS previstos na CF e nas leis 8080/90 e 8142/90

O pacto pela saúde contempla as três dimensões que se relacionam

1. Pacto pela Vida

2. Pacto em defesa do SUS

3. Pacto de Gestão do SUS

Pacto pela Vida

Foco: estabelecer prioridades a serem assumidas pelos gestores

dos três esferas. Definidas nacionalmente.

Objetivo: enfrentar os principais problemas de saúde que incidem

sobre o país,os estados e os municípios.

Cada esfera deve eleger suas próprias prioridades, independente

das prioridades nacionais

Olha para o contexto de saúde, afim de definir prioridades para

melhorar a saúde da população.

Esse pacto prima pelo modelo horizontalizado e ascendente de

prioridades.

Prioridades – Pacto pela Vida

Prioridades definidas no ano de 2008 segundo a portaria

325/GM

1. Saúde do Idoso

2. Câncer de colo de útero e de mama

3. Mortalidade infantil e materna

4. Doenças emergente e endemias

5. Promoção da saúde

6. Atenção básica de saúde

7. Saúde do trabalhador

8. Saúde mental

9. Fortalecimento da resposta do sistema a pessoa com deficiência

10. Atenção integral a pessoa com risco de violência

11. Saúde do homem

Pacto em Defesa do SUS

Foco: promoção e efetivação dos direitos a saúde.

Objetivo: Reforçar o SUS como política de Estado e não como

política de governo.

Defender os princípios norteadores do SUS

Prioridades do Pacto em Defesa do SUS

Implementar um Projeto permanente de mobilização social com a

finalidade de:

➢ Divulgar a saúde como um direito de todos e dever do estado

➢ Elaborar e divulgar cartas com os direitos dos usuários do SUS

Mobilizar a sociedade para que se tenha mais recursos para a saúde

➢ Alcançar a curto prazo a regulamentação da Emenda

constitucional 29

➢ Garantir, a longo prazo, aumentar os recursos orçamentários e

financeiros para a saúde.

➢ Aprovar orçamentos do SUS, composto pelas três esferas do

governo

Pacto de Gestão do SUS

• Definiu melhor a responsabilidade de cada esfera do governo.

• Deixando claro, além das responsabilidades o processo de

monitoramento e avaliação dos gestores.

• Propõe a descentralização de atribuições do Ministério da Saúde

para os estados e municípios

• Reforça a territorialização da saúde, estruturando as regiões

sanitária se instituindo colegiados de gestão regional.

• Ressalta a importância da participação social no controle do SUS

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Enfermagem

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• As prioridades do Pacto de Gestão do SUS incluem:

o Definir a responsabilidade sanitária de cada instância gestora do

SUS

o Estabelecer as diretrizes para a gestão do SUS no que diz respeito

a

▪ Regionalização

▪ Financiamento

▪ Programa pactuado integrado

▪ Participação e controle social

▪ Planejamento e gestão do trabalho e educação em saúde.

• Temas que constituem o Pacto de Gestão do SUS:

o Atenção Básica

o ESF

o Assistência Farmacêutica

o Vigilância Sanitária

o Regionalização

Diretrizes de Regionalização

As diretrizes de regionalização tem como função organizar as

ações e serviços de saúde a partir de regiões sanitárias.

Assim o pacto identifica as seguintes regiões sanitárias:

• Intramunicipais

• Intraestaduais

• Interestaduais

• Fronteriças