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Conhecer para realizar Um guia prático para qualificar os processos internos e as operações das cooperativas de catadores de materiais recicláveis - Metodologia Giral: guia para aplicação da intervenção educativa em cooperativas - Regularização: confira todos os procedimentos legais para abrir e manter uma cooperativa - Gestão: orientações para conduzir os processos contábeis e financeiros do dia a dia - Saúde: cartilha da Faculdade de Medicina da USP com dicas para o bem-estar do cooperado - Realiz ação Uma publicação do Programa CATA AÇÃO e do Instituto Walmart

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1 REALIZAÇÃO

Conhecer para realizarUm guia prático para qualificar os processos internos e as operações das cooperativas de catadores de materiais recicláveis

-

Metodologia Giral: guia para aplicação da intervenção educativa em cooperativas

-

Regularização: confira todos os procedimentos legais para abrir e manter uma cooperativa-

Gestão: orientações para conduzir os processos

contábeis e financeiros do dia a dia

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Saúde: cartilha da Faculdade de Medicina

da USP com dicas para o bem-estar do cooperado

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RealizaçãoUma publicação do Programa CATA AÇÃO e do Instituto Walmart

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04 APRESENTAÇÃO

06 INTRODUÇÃO

08 METODOLOGIA GIRAL

22 REGULARIZAÇÃO

32 OPERAÇõES E LOGíSTICA

54 GESTÃO

66 CONCLUSÃO

68 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

72 PARCEIROS

ANEXOSANexo A FIChAS DE MATERIAIS

ANexo B PREvENÇÃO DE RISCOS E PROMOÇÃO DA SAúDE

-ÍNDICE -

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Com o objetivo de promover ações em prol de grupos de catadores de materiais reci-cláveis e estimular seu desenvolvimento social e econômico, o Programa Estrutura-ção foi criado em 2013 pelo Instituto Wal-mart, CATA AÇÃO e Giral – Viveiro de Proje-tos. A Realização, publicação que você está lendo agora, marca a segunda onda do pro-grama, sendo mais um passo nessa direção.Na primeira etapa do programa foi produzi-da uma publicação, a Inspiração, que apre-sentou exemplos de inovação em coope-rativas brasileiras, detalhando três casos de sucesso na gestão de resíduos sólidos. O material, lançado em 2013, apontou ca-minhos para a organização dos catadores em cooperativas, mostrou a importância da assessoria jurídica e contábil e sistemati-zou boas práticas de gestão administrativa. Esta segunda publicação funciona como um guia técnico que detalha procedimentos

complexos – os trâmites legais para abrir uma cooperativa, por exemplo – com a mes-ma profundidade que fala de tarefas cotidia-nas, como a maneira mais indicada de reali-zar o enfardamento dos resíduos ou o jeito mais eficiente de dispor os equipamentos no galpão. Além da Realização, nesta nova onda do programa foi realizada uma intervenção em duas cooperativas da Grande São Paulo. Os grupos selecionados passaram por uma transformação em seus espaços com a ajuda de especialistas da área.O objetivo desta publicação é oferecer fer-ramentas práticas para as cooperativas, incluindo orientações sobre processos e produtos, a disciplina que deve reger a com-plexa logística que permeia o dia comum de uma cooperativa, a necessidade de engajar a comunidade do entorno, a importância de manter uma equipe treinada e preparada para atuar nas mais diversas áreas.

Além de apresentar detalhes dos processos internos da cooperativa, a publicação con-ta com um capítulo inteiramente voltado à Metodologia de Intervenção Educativa da Giral, o viveiro de projetos que colaborou na produção dessa cartilha e que, nesse trecho, descreve minuciosamente como realizar um trabalho de aprendizagem com cooperados, sempre respeitando sua autonomia e seu conhecimento. A Faculdade de Medicina da USP também dá sua contribuição com um anexo dedicado exclusivamente à prevenção de riscos dentro da cooperativa.A Realização também está disponível digi-talmente. Como o objetivo é atingir o maior alcance possível, a pessoa ou entidade que desejar imprimir e distribuir esse material estará contribuindo para completar um ci-clo, que só será fechado quando a leitura da publicação despertar no catador todo o potencial que sua cooperativa já possui.

-APRESENTAÇÃO

-

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6 REALIZAÇÃO REALIZAÇÃO 7

A PNRS – Política Nacional de Resíduos Sóli-dos ficou mais de 20 anos no Congresso até ser aprovada. Esse longo período de espera é um sintoma claro de várias coisas, nenhuma delas exatamente nova: gestão de resíduos é um tema bastante complexo; os trâmites burocráticos do Brasil são mais demorados do que deveriam ser; a vontade política em relação aos resíduos e os mais de 380 mil trabalhadores brasileiros que deles dependem sempre foi quase nula. Dessas três verdades, apenas a última não permanece intacta. Se a aprovação de uma política robusta, de âmbito nacional, que finalmente trata com seriedade a questão dos resíduos deve ser ce-lebrada do ponto de vista ambiental, não deve-mos deixar por menos a valorização que a PNRS traz aos catadores de materiais recicláveis e suas cooperativas, pois isso também representa um avanço social sem precedentes para o país. Em linhas gerais, o que a PNRS propõe é uma série de diretrizes voltadas para a destinação correta dos resíduos pós-consumo no Brasil: aumento da coleta seletiva, fechamento de todos os lixões em território nacional, implantação de programas de logística reversa, ampliação do in-vestimento em educação ambiental, vinculação do plano de gestão de resíduos sólidos das pre-feituras ao recebimento de verbas públicas para limpeza urbana, entre várias outras medidas. Di-fícil imaginar onde as cooperativas de material reciclável não se encaixam nesse novo cenário. Mas a PNRS vai além e é ainda mais específica em reconhecer o protagonismo dos catadores daqui pra frente: as cooperativas fazem parte de várias dessas diretrizes. Os programas públicos de logística reversa, por exemplo, são incentiva-dos a incluir cooperativas no processo. Os mate-riais recicláveis coletados pelas cooperativas de-vem ter garantia de compra. O próprio aumento do número de cooperativas de catadores – hoje são 1.175 – é uma das metas da PNRS. Uma das propostas da Política é, que, a partir de 2015, haja uma redução de 45% dos resíduos descartados incorretamente e que 90% da po-pulação das 12 cidades que receberam jogos da Copa do Mundo seja atendida pela coleta sele-

tiva até esse ano. Como esses não são números fáceis de serem atingidos, a lei prevê a criação de Acordos Setoriais, ou seja, a firmação de con-tratos entre os setores público e privado, com-partilhando a responsabilidade pela gestão dos resíduos. Como os catadores, independente da PNRS, já realizam esse trabalho de coleta e tria-gem dos resíduos, as cooperativas passaram a ser enxergadas com outros olhos. Como o poder público e as empresas agora têm metas rígidas a cumprir, as cooperativas são consideradas par-ceiros estratégicos nessa nova empreitada. Os Acordos Setoriais têm como prioridade a criação e operação da chamada logística rever-sa, processo que leva o resíduo pós-consumo de volta para a cadeia produtiva, reduzindo seu im-pacto ambiental da maneira mais eficiente pos-sível – assim como acontece com as latinhas de alumínio que, no Brasil, são coletadas e recicla-das quase que em sua totalidade. Cinco Grupos Técnicos Temáticos foram formados: Descarte de medicamentos; Embalagens em geral; Em-balagens de óleos lubrificantes e seus resíduos; Eletroeletrônicos e Lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista. O Gru-po de Embalagens em Geral, por representar uma das áreas que mais contribuem para a des-tinação inadequada de resíduos, é considerado prioritário para a PNRS. Em março de 2014, o Ministério do Meio Ambiente recebeu das mãos de empresas e associações do setor uma proposta referente ao edital de Acordo Seto-rial lançado em 2012 – o documento tem o aval dos catadores, representados através do MNCR – Movimento Nacional dos Catadores de Mate-riais Recicláveis. Até julho de 2014 o documento estava sendo analisado pelo Governo Federal.Outros dados apontam para o aumento do in-teresse do setor em relação à questão da re-ciclagem. De acordo com o segundo Relatório de Cumprimento de Metas Previstas no Pacto Setorial, balanço feito pela Abre – Associação Brasileira de Embalagem – em parceria com o Ministério do Meio Ambiente, a quantida-de de produtos que adotou a simbologia téc-nica do descarte seletivo aumentou 12% em

-INTRODUÇÃO-

um ano e a quantidade de empresas de bens de consumo que aderiu à simbologia cresceu 62% - fato que, a longo prazo, acaba conscien-tizando a população e colaborando com o tra-balho das cooperativas. Outro ponto central da PNRS é o PMGIRS – Pla-no Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, um planejamento do gerenciamento de resíduos sólidos que as prefeituras devem ela-borar, como o próprio nome diz, em conjunto com outros setores da sociedade. Os municípios que apresentarem o PMGIRS terão priorida-de na hora de acessar os recursos do Governo Federal e as cooperativas (ou outras formas de associação dos catadores) são apontadas como parceiros em potencial para a execução desse planejamento. A participação das cooperativas deve ser remunerada e, segundo a lei, não há ne-cessidade de licitação pública. Para além dos temas ligados à Política e seus desdobramentos, mais recentemente o MNCR se reuniu com representantes do Governo Fede-ral para apresentar uma proposta de um novo modelo de gestão de resíduos, a chamada Re-ciclagem Popular. A ideia é criar o PRONAERP – Programa Nacional de Investimentos na Reci-clagem Popular, projeto que visa distribuir de forma mais igualitária as riquezas geradas pelos resíduos desde a coleta até a venda final. Com o Programa, o MNCR espera apoiar tanto as co-operativas quanto os catadores independentes que ainda trabalham nos 2.906 lixões do Brasil. De acordo com dados do Cempre Review 2013, pesquisa realizada pelo Cempre – Com-promisso Empresarial para a Reciclagem, o Brasil produz 193.642 toneladas de resíduos sólidos urbanos por dia, sendo que 24 mil toneladas desse total não é coletado e aca-ba sendo descartado de maneira irregular – se a coleta, a triagem e o processamento de materiais recicláveis geraram R$ 10 bilhões em 2012, o desperdício relacionado aos que não foram processados no mesmo período representou uma perda de R$ 8 bilhões para a economia brasileira. Atualmente, dos 766 municípios que possuem coleta seletiva no

Brasil, 62% contam com a colaboração de co-operativas de catadores – número que tende a aumentar exponencialmente com a conso-lidação da PNRS.O conteúdo da Realização espera esclarecer os tópicos essenciais para que as cooperativas aproveitem as oportunidades que esse bom momento lhes reserva, preparando-as da for-ma mais completa possível: oferecendo instru-mentos técnicos e orientações específicas para cada etapa do processo de construção de uma cooperativa bem sucedida. No capítulo da Me-todologia, os métodos utilizados pela Giral nas suas intervenções educativas em cooperativas são esmiuçados, sendo apresentado um guia bastante didático sobre os diversos passos que compõem a reestruturação de uma cooperativa de catadores, desde o diagnóstico das fragili-dades até a implementação de medidas efeti-vas – priorizando o diálogo com os cooperados em todas as etapas do processo. O capítulo de Regularização oferece um panorama completo das obrigações burocráticas e legais para que uma cooperativa seja criada e mantida – docu-mentação mínima, processos obrigatórios, im-postos que devem ser recolhidos. O trecho de Operações e Logística fala da importância do engajamento da comunidade do entorno – das residências e estabelecimentos que serão aten-didos pelo serviço de coleta da cooperativa – focando em estratégias de abordagem para que a população compreenda não só a importância do trabalho dos catadores como também como eles próprios podem contribuir com a limpeza da cidade. Orientações relacionadas à triagem, beneficiamento, estocagem e outras etapas do processo também estão nesse capítulo, assim como informações sobre a organização do gal-pão, a manutenção do maquinário e a prevenção de riscos dentro da cooperativa. Governança e transparência, contabilidade e gestão financeira e a descrição das etapas burocráticas que envol-vem a comercialização dos produtos são temas que podem ser encontrados no capítulo de Ges-tão. Boa leitura e bom proveito!

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Após oito anos trabalhando com coope-rativas de reciclagem, a Giral desenvol-veu seu próprio método de intervenção e imersão para potencializar o desempenho desses empreendimentos - sempre partin-do do pressuposto que a abordagem deve ser baseada no diálogo e no respeito ao conhecimento e à autonomia do coopera-do. A chamada Metodologia de Intervenção Educativa em Cooperativas de Catadores de Materiais Recicláveis tem como princi-pal finalidade identificar e entender as ne-cessidades específicas de cada cooperativa para depois encontrar a melhor forma de superar esses obstáculos.

Rodas de diálogo

As Rodas de Diálogo são essenciais dentro da Metodologia Giral. A partir da convicção de que toda intervenção é uma conversa, o contato direto com os catadores - ouvir o que eles têm a dizer - é parte obrigatória do processo. Essa etapa é inspirada em ideias de diversos autores e educadores re-conhecidamente inovadores: Paulo Freire e sua pedagogia da autonomia, as práticas do antropólogo Tião Rocha e a pedagogia da roda; a alfabetização ecológica do físico austríaco Fritjof Capra, o método Sharing Nature proposto pelo norte-americano Jo-seph Cornell e a pedagogia democrática di-vulgada pelo português José Pacheco. Cada cooperativa tem um espaço físico e um perfil de cooperados diferente, então cada Roda de Diálogo deve ser adaptada para que os catadores aproveitem a expe-riência ao máximo: o objetivo das Rodas e da Metodologia Giral é sempre o desen-volvimento pessoal e profissional do cata-dor. Além de oferecer embasamento teó-rico e subsídios técnicos, as Rodas devem esclarecer a dinâmica interna e os proces-sos logísticos da cooperativa - fatos que nem sempre ficam claros para os traba-lhadores durante o dia a dia - sendo de extrema importância que o diálogo dê ao cooperado a noção da importância do seu trabalho para a cidade em que a coopera-

tiva está instalada. Dessa forma, as Rodas se baseiam em três pilares fundamentais: Técnica – As fragilidades técnicas da co-operativa devem ser identificadas e cami-nhos para corrigi-las devem ser apontados. Cultura – O ambiente de trabalho deve ser prazeroso e estimular a aprendizagem. Os catadores devem sentir que seu trabalho tem um significado que vai muito além das dependências físicas da cooperativa. Cidadania – É importante que, tanto in-dividual quanto coletivamente, haja um senso de comprometimento, autonomia e responsabilidade dentro da cooperativa. Conforme o cooperado participa ativamen-te da organização em que trabalha, sua consciência social se desenvolve e natural-mente se expande para outros campos da sua vida pessoal.

ConCeituação MetodológiCa: PRinCíPios, instRuMentos e objetivos

Princípios de atuação

Visão SistêmicaPara entender melhor a visão sistêmica, al-guns conceitos devem ser levados em conta na hora de encarar a aprendizagem como um processo contínuo e participativo:- Indivíduo AprendizReconhecer as diferentes nuances que for-mam a personalidade de cada indivíduo é um passo crucial para o processo de apren-dizagem ser bem sucedido. As pessoas têm diferentes interesses e incontáveis maneiras de assimilar novas realidades: dinâmicas, jo-gos, atividades reflexivas e outras formas de exercício em grupo são ótimas alternativas para despertar a atenção dos cooperados. - MultidisciplinaridadeA partir de um objeto de estudo - nesse

-METODOLOGIA

GIRAL-

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terlocutor. Quando o diálogo é protagonizado por mais de duas pessoas, o exercício de es-cutar se torna ainda mais importante, criando um conjunto de significados a partir da con-tribuição de cada participante e possibilitan-do que o cooperado se reconheça na fala do outro. Mais uma vez, o certo e o errado dão lugar para a beleza das manifestações com-plementares ou até mesmo contraditórias, matéria-prima da construção de novos sig-nificados cada vez mais plurais e coletivos - mesmo princípio compartilhado pelo próprio conceito de cooperativa.

Objetivos

AutonomiaA autonomia é entendida como liberdade de escolha e capacidade individual suficientes para conduzir processos e tomar decisões de maneira proativa. Contribuir para o de-senvolvimento da autonomia é ainda mais importante quando o assunto é cooperativa de catadores, já que um cooperado autôno-mo desenvolve continuamente sua capaci-dade de transformação interna e externa.

EmpoderamentoEmpoderar-se nada mais é que reconhecer sua própria autonomia. A partir do momento que o indivíduo toma consciência de seus direitos e deveres e se apropria disso como um ins-trumento de transformação da realidade, ele está apto a dar início às mudanças desejadas. No caso das cooperativas, a noção de poder é distribuída e direcionada aos cooperados de forma descentralizada - nesse cenário, o em-poderamento é uma manifestação coletiva.

ParticipaçãoParticipação é o ato de contribuição ativa para a criação conjunta de significados du-rante as Rodas de Diálogo, experiências que não existem sem a efetiva participação dos cooperados. Participar não necessariamente significa falar - o simples fato de estar pre-sente na roda, prestando atenção e ouvindo, já é considerado um ato de participação.

FacilitaçãoO papel do educador é conduzir os encontros

caso, temas relacionados ao trabalho da cooperativa - é possível desenvolver múlti-plas conexões com outras áreas do conhe-cimento. Compreender outros contextos facilita a criação de analogias e paralelos para entender o próprio contexto, além de estimular a empatia e a tolerância com rea-lidades diferentes. - Sistemas educacionaisComo a Metodologia Giral aposta na cons-trução do conhecimento como um processo coletivo, todos os participantes são, simul-taneamente, mestres e aprendizes. É de ex-trema importância a participação de coope-rados de todos os setores, já que só assim é possível traçar um panorama completo do funcionamento da cooperativa, deixando claro que a dinâmica de trabalho é e sempre será interdependente. - Sistemas sociais A comunidade do entorno não pode e nem deve ser ignorada. O trabalho da cooperati-va deve exercer um impacto positivo sobre ela, aproximando-se dos moradores e in-cluindo-os nos processos de aprendizagem. Assim como nenhuma área do conhecimen-to está isolada, a cooperativa também deve se sentir parte de um contexto complexo, dinâmico e conectado.

ContextoEntender os elementos, as demandas e os desafios locais nada mais é que dar senti-do ao que se aprende - e depois de com-preender aquilo que está a sua volta, fica mais fácil de transformar essa realidade. Daí a importância de se adaptar a cada ambiente. Para cada nova intervenção em cada nova cooperativa, a Metodologia Gi-ral se propõe a responder a seguinte per-gunta: “Quais são as estratégias mais efi-cientes que irão garantir a qualidade e a profundidade de aprendizagem para este grupo?”.

DemocraciaPor definição, democracia é o exercício de tomada de decisões compartilhadas e cole-tivas, uma forma de garantir que todos pos-sam expressar suas opiniões. A tomada de decisão pode ser a partir do voto ou do con-senso e cada cooperativa deve decidir qual

formato se aplica melhor ao seu caso. Além de permitir um espaço aberto de debate e troca de experiências, o indivíduo percebe que participou da decisão, aumentando seu senso de responsabilidade. As Rodas de Diá-logo reforçam esse princípio, fazendo com que os cooperados disponham de autono-mia suficiente para decidir desde acordos de convivência até os próprios temas a se-rem debatidos.

Aprendizagem horizontalA aprendizagem horizontal se dá pela convi-vência e pela eliminação do conceito de certo e errado - diferentes pontos de vista devem ser celebrados e não estigmatizados, pois é a partir deles que se constrói uma visão mais ampla e completa do assunto debatido. Como já foi citado, é impossível separar quem ensi-na de quem aprende - talvez a única diferença seja o fato do educador facilitar o processo, criando um espaço de convivência que esti-mule e provoque os participantes: a partir do momento que esse espaço está estabelecido, a troca de saberes é mútua.

Instrumentos

Os principais instrumentos educacionais da Metodologia Giral são a Roda e o Diálogo, dois mecanismos profundamente inspira-dos nos princípios de atuação que acabam de ser listados.

RodaA roda é o formato de disposição humana que melhor simboliza o aprendizado hori-zontal. Porém, mais do que o poder simbó-lico, essa forma de encontro de fato permi-te a construção conjunta do conhecimento, valorizando a experiência de cada um e co-locando todos em igualdade de condições. Na roda, o conhecimento naturalmente en-tra em um fluxo circular e contínuo e seu princípio é inclusivo - se houver diminui-ção no número de pessoas, o formato não se altera - e, talvez o grande diferencial, to-dos podem se olhar diretamente nos olhos.

DiálogoA noção de diálogo passa necessariamente pela ideia de entender o ponto de vista do in-

e facilitar o processo de aprendizagem. Prepa-rar e propor as atividades, mediar as conver-sas, controlar o tempo, sistematizar as ideias: tudo isso é tarefa do educador, que deve aju-dar os participantes a construir conhecimen-to com foco, direcionando ao mesmo tempo em que provoca e estimula o grupo - esse estí-mulo pode ser através do intelecto, do corpo, das emoções ou de quaisquer outras dimen-sões que o momento possa vir a sugerir. A flexibilidade do facilitador é essencial para que o processo ocorra de forma orgânica, sau-dável e de acordo com os princípios de atuação da metodologia. Ser flexível é saber improvisar e conduzir a experiência de acordo com aquela situação específica, o que, muitas vezes, signi-fica deixar o “manual” de lado em prol do ca-minho que naturalmente foi sendo tomado du-rante a intervenção. Além de ter conhecimento técnico, é bom que o facilitador tenha - ou este-ja disposto a construir - uma relação de intimi-dade com os cooperados, que fatalmente irão depositar mais confiança na sua figura, tirando ainda mais proveito da experiência.

Ciclo metodológico

O ciclo metodológico por trás das Rodas de Diálogo segue o seguinte caminho: ação-refle-xão-síntese-ação. A ideia é que a teoria não se fundamenta sem ação e vice-versa: a ação com base reflexiva traz a consciência sobre o ato, sua importância e sua repercussão no contex-to. Já a reflexão com base na ação traz, de fato, a prática necessária para a transformação social. A síntese entra nesse fluxo como a sistema-tização da ação e da reflexão, servindo como um fixador do conhecimento vivenciado. Na prática, essa sistematização é feita por meio de registros coletivos ou individuais, fazen-do com que o cooperado pare e pense no que acabou de passar. Nas Rodas de Diálogo, a sis-tematização é um exercício de memória, for-çando os participantes a lembrarem de tudo que foi falado e reforçando a ideia de que o conhecimento ali produzido é algo coletivo e que cada contribuição foi essencial para o re-sultado final daquela experiência.

Recursos metodológicos

As atividades da Metodologia Giral reúnem di-ferentes tipos de dinâmicas: jogos, acordos co-letivos, conteúdos expositivos, registros com-

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12 REALIZAÇÃO REALIZAÇÃO 13

como cooperação e senso de coletividade. Avaliação contínua: no decorrer dos en-contros são utilizadas algumas estratégias de avaliação, como registro de depoimen-tos dos participantes, relatórios contendo observações dos facilitadores e feedbacks periódicos feitos pelos cooperados. Ao fim do processo, uma avaliação final é conduzida. Em um momento de reflexão, o participante deve responder questionários de autoavaliação, além de receber uma re-lação de perguntas vinculadas aos assuntos tratados nos encontros, como o conceito de autonomia, participação e cultura organi-zacional. O objetivo não é testar o conhe-cimento, mas sim verificar o nível de apro-priação desses conceitos pelo cooperado.

diMensões e Conteúdos

Os temas trabalhados durante a intervenção educativa da Giral são sempre relacionados às necessidades do trabalho diário dentro de uma cooperativa. Alguns conteúdos já vêm estrutu-rados previamente, mas muita coisa vai sendo planejada conforme se percebe as demandas específicas daquele ambiente de trabalho. A Giral destaca também a importância de criar uma cultura de práticas de treinamento dentro da cooperativa – a própria organização interna deve priorizar a aprendizagem constante dos cooperados. O processo de formação abrange seis dimensões, subdivididas em 34 conteúdos:

partilhados e recursos visuais, como mapas e cartazes explicativos. No início, é interessante experimentar vários desses recursos para ve-rificar com qual deles o grupo se identificou e se engajou mais: dessa forma já é possível começar a compreender o perfil do grupo e quais caminhos serão seguidos a partir desse momento. O diálogo pode ser difícil no começo, mas uma dinâmica de perguntas e respostas é uma boa maneira de ganhar a confiança e dar início aos trabalhos. Confira outros recursos que podem ser bas-tante úteis durante as Rodas de Diálogo:Acordos coletivos: devendo ser realizados logo durante os primeiros encontros, a ideia desses acordos é unir regras de convivência da própria cooperativa com outras normas específicas das Rodas, como a necessidade de cumprimento do horário e o respeito à fala do próximo. Por serem princípios for-mulados pelo próprio grupo, os acordos de convivência são de extrema importância e devem ser fixados em um local de fácil visua-lização.Registros compartilhados: uma das ma-neiras de sistematizar o pensamento cole-tivo, essa forma de registro valoriza cada contribuição feita durante a Roda e também deve ser fixada em um local público para que todos possam consultá-la. Jogos e dinâmicas: formas lúdicas e diver-tidas de vivenciar determinado conteúdo ou conceito trabalhado, muitas vezes os jo-gos colocam os próprios cooperados como protagonistas da brincadeira. Além de fi-xar e desenvolver determinado tema, esse tipo de dinâmica costuma reforçar valores

Conteúdo subteMasobjetivos

Cooperativismo Oferecer uma compreensão básica a respeito do cooperativismo como mo-vimento associativo e organização em-presarial. Aprofundar aspectos da Lei 5.764/71 e refletir sobre as necessida-des de modernização

Desenvolver habilidades e atitudes ne-cessárias na administração das coope-rativas. Explicar as responsabilidades, mecanismos, ferramentas e processos de gestão obrigatórios

Apresentar os requisitos necessários para a formalização de uma cooperativa

O conceito do cooperativismo; aspectos jurídicos e políticos do cooperativismo; legislação e tributação trabalhista; diferenças entre cooperativa, associação, empresa mercantil, fundação, ONG e OSCIP; coo-perativismo, economia informal, economia solidária e negócios sociais

Administração de segmentos da cooperativa; pla-nejamento estratégico; administração de RH; gover-nança; comunicação; habilidades técnicas, humanas e conceituais; componentes estruturais, diretivos, estratégicos, comportamentais e tecnológicos

O que é necessário para alcançar a formalização jurídica, fiscal e tributária de uma cooperativa

Gestão Institucional

Regularização legal, fiscal e tributária

A ideia é discutir toda a legislação relacionada direta e indiretamente ao setor de resíduos só-lidos e ao trabalho dos catadores de materiais recicláveis. É crucial que os trabalhadores da

Esse conteúdo deve ajudar a cooperativa a planejar as atividades cotidianas de gestão,

Gestão administrativa e financeira

cooperativa não só tomem conhecimento do contexto político e dos dispositivos legais dis-poníveis, mas também saibam como acompa-nhar esse processo e cobrar o poder público.

assim como garantir a regularização legal, fiscal e tributária da organização.

Conteúdo subteMasobjetivos

Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS

Apresentar histórico, principais conceitos e res-ponsabilidades da Lei 12.305/2010, bem como as diretrizes de sua aplicação e o decreto regulamen-tador 7.404/2010

Apresentar leis e decretos estaduais e municipais referentes ao estado e município da cooperativa

Apresentar a legislação trabalhista vigente no Bra-sil, orientando os direitos e deveres do trabalhador cooperado

Contribuir para a promoção dos direitos humanos (e das políticas públicas associadas ao tema), mecanismos de acesso ao sistema de proteção social, LOAS - Lei Orgânica de Assistência Social e SUAS - Sistema Único de Assistência Social

O que é uma política pública; históri-co da PNRS; diretrizes gerais; o que muda com a implementação dessa política?

Contexto legal da região onde a co-operativa está inserida

Relação empregador/empregado; a cooperativa e os direitos trabalhistas; previdência social e seus benefícios; contribuição previdenciária

O conceito de direitos humanos; o direito à vida, alimentação, saúde, mo-radia, terra, cidade, educação, trabalho e assistência social

Legislação Trabalhista

Políticas Estaduais e Municipais

Direitos humanos e Assistência Social

Políticas públicas

Processos de gestão administrativa

Oferecer noções avançadas de gestão administrativa e financeira, disponibi-lizando ao participante conteúdos e ferramentas de aprimoramento das ha-

Conselho fiscal e administrativo: funções e atribui-ções; estruturação financeira (caixa, lucro, patrimô-nio); fluxo de caixa; elaboração de orçamentos; uso de planilha de custos; controle de despesas;

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14 REALIZAÇÃO REALIZAÇÃO 15

Conteúdo subteMasobjetivos

Conteúdo ConteúdosubteMas subteMasobjetivos objetivos

Proporcionar melhores condições de segurança no trabalho e saúde através da introdução aos temas de Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho, Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações, Psicologia na Engenha-ria de Segurança, Comunicação e Treinamento, Administração aplicada à Engenharia de Segurança, O Ambiente e as Doenças do Trabalho, Higiene do Trabalho, Metodologia de Pesquisa, Legislação, Normas Técnicas, Responsabilidade Civil e Criminal, Perícias, Proteção do Meio Ambiente, Ergonomia e Iluminação, Proteção contra Incêndios e Explosões e Gestão de Riscos

Ampliar a utilização dos recursos de informática pelos catado-res; proporcionar a melhoria dos instrumentos de gestão e co-municação da organização de catadores

Desenvolver o potencial de interação, compreensão e expressão oral e escrita dos catadores

Apresentar ao participante as oportunidades de crédito e as melhores formas de equilibrar o orçamento para evitar dívidas

Apresentar processos e ferramentas para o desenvolvimento da gestão dos recursos humanos, proporcionando um ambiente de trabalho harmônico

Apresentar técnicas, conceitos, estratégias e ferramentas para o desenvolvimento e manutenção de negócios sustentáveis

Aproximar os participantes das ferramen-tas digitais de gestão dos empreendimen-tos sociais, possibilitando a adoção de programas como o CATAFÁCIL

Prevenção de acidentes de tra-balho; primeiros socorros; doen-ças sexualmente transmissíveis; alcoolismo e drogas; higiene e saúde do catador; higiene ocupa-cional; práticas ambientais; se-gurança alimentar; elaboração de mapas de riscos

Introdução ao Windows; uso do pacote Office; internet (pesquisa, email e redes sociais)

Linguagem oral: escuta e produ-ção de textos; linguagem escrita: leitura e produção de textos

Autoconhecimento: equilíbrio financeiro, relação de patrimônio e situação de consumo; análise de orçamento doméstico, plane-jamento com renda variável; fi-nanças pessoais aplicadas; FGTS, seguros e gestão de risco

Desafios atuais em gestão de pessoas; teorias so-bre motivação – Pirâmide de Maslow; mecanismos de defesa; autodesenvolvimento; conceitos básicos de comunicação escrita e comunicação oral; ava-liações de desempenho coletivo e individual

Prospecção de negócios; captação de recursos; técnicas de negociação com fornecedores e pres-tadores de serviços

Como utilizar softwares de gestão

Saúde e Segu-rança no Traba-lho do Catador de Recicláveis – SST

Inclusão Digital

Alfabetização e letramento de adultos

Finanças Pessoais

Gestão de Recursos humanos e Teorias Motivacionais

Gestão Comercial e de Parcerias

Softwares de Gestão

O objetivo é criar ou manter um ambiente leve e respeitoso dentro da cooperativa, pro-movendo acesso aos sistemas públicos de as-

Tem como foco otimizar o fluxo operacional da cooperativa, aprimorando os procedimen-tos logísticos do empreendimento. Quando

Qualidade de vida e relacionamentoOperações e Logística

sistência social e capacitações em áreas como economia doméstica, alfabetização, oratória, direitos humanos, entre outros.

possível, esse conteúdo deve ser conduzido por um profissional com experiência na área de administração e/ou produção.

Trabalhar a sensibilidade artística dos cooperados, desen-volvendo a sociabilidade e integração com outros públi-cos; elevar a autoestima e desenvolver outros meios de linguagem

Orientar o planejamento de operações e processos; apresentar ferramentas para o controle das operações de produção e de logística, reduzindo os custos dos proces-sos da cooperativa

Apresentar aos participantes ferramen-tas que garantam maior segurança das informações e processos operacionais das cooperativas. Abordar os conceitos, a origem e aplicabilidade dos controles in-ternos, possibilitando aos catadores con-dições de atestar se as organizações con-tam com um sistema de controle eficaz

Oferecer ferramentas e processos para aprimorar a qualidade dos produtos e ser-viços prestados pelas cooperativas. Apre-sentar conceitos de gestão da qualidade, analisando os pontos críticos de controle

Apresentar conceitos de linguagem e expressão oral (emissor, canal e receptor), ampliando a capacidade de comunicação e expressão oral dos participantes; traba-lhar travas e bloqueios de comunicação; aprimorar meios de posicionamento assertivo na busca de consensos; ampliar a capacidade de participação em atividades de apresentação para diferentes públicos e situações

Habilitar o participante a utilizar o jogo cooperativo como ferramenta de reflexão e promoção de valores e atitudes cooperativas, incitando o desenvolvimento de habilidades de convivência e autoconhecimento

Sensibilização artística: trabalho com manifestações artísticas; técnicas de trabalho com garrafas, latas de alu-mínio, tampas e caixas; estratégias de venda; cálculo de custo de mate-riais e escalas de lucro

Conceito e função da logística nas empresas; funções logísticas: aquisição, transporte, armazenamento, geren-ciamento de estoques, processamento de pedidos, em-balagem e distribuição; administração de suprimentos; armazenagem e movimentação de materiais; administra-ção de compras

Técnicas de comercialização e negociação; plano de ne-gócios; análise de mercado; padronização de materiais; gestão de resíduos

Conceito de qualidade; Gestão da Qualidade Total; certifica-ções de qualidade; ferramentas de otimização de processos; ferramentas de gestão; mapeamento de processos (coleta - beneficiamento - venda); fluxos, clientes e fornecedores internos e externos; estratégias organizacionais e a gestão por processos; definição de macroprocessos, subprocessos, processos de apoio e processos prioritários; o papel dos gestores dos processos; indicadores de eficácia e eficiência: foco no cliente e nos recursos; BPM - Business Process Ma-nagement; utilização de acordos de nível de serviço (SLAs) na cadeia cliente/fornecedor; logística de armazenamento; método dos 5S; Just in time

Trabalhar a adequação da fala de acordo com os contextos, a natura-lidade, o autocontrole, a concentra-ção, técnicas de improviso, desinibi-ção, respiração, dicção e articulação, projeção da voz, intenção e entona-ção e tempo da fala

Pedagogia da cooperação; convi-vência como fator de desenvolvi-mento pessoal e interpessoal; rede de cooperação; criatividade

Artes

Plásticas

Ferramentas para Operações e Logística

Controle e Auditoria de Processos

Gestão de Processos e Qualidade

Oratória

Jogos

Cooperativos

bilidades gerenciais voltadas ao modelo de negócios cooperativo

relações econômicas entre cooperativas; transparên-cia/gestão à vista; indicadores de monitoramento; controle de processos administrativos e financeiros; sustentabilidade; coaching; NFE - Nota Fiscal Ele-trônica; inclusão e mobilização de novos cooperados

Conteúdo subteMasobjetivos

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16 REALIZAÇÃO REALIZAÇÃO 17

Conteúdo subteMasobjetivos

Conteúdo subteMasobjetivos

Aproximar os integrantes da cooperativa das práticas de manutenção programa-das, garantindo uma ampliação da vida útil do maquinário

Implementar, manter e aprimorar um sis-tema de gestão ambiental para a obtenção da Norma ISO 14.001; se adequar à política ambiental definida pela organização; reali-zar a autoavaliação e emitir declaração de conformidade com a normatização vigente

Desenvolver com os cooperados atividades de sensibilização sobre os mais diversos temas ambientais

Apresentar os benefícios da valorização de resíduos orgânicos

Elaborar o Plano de Educação Ambiental da cooperativa

Discutir a realidade dos catadores au-tônomos

Formar os participantes para elaboração e gestão de projetos que possam gerar par-cerias e recursos

Classificação dos materiais recicláveis. Com-partilhar conhecimentos técnicos específicos sobre as tecnologias de beneficiamento

Aproximar os catadores de materiais reciclá-veis da legislação, conceitos, processos, fer-ramentas e estratégias vinculados ao geren-ciamento e comercialização de Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrônicos - REEE

Equipamentos e máquinas; manutenção preventiva; procedimentos de manutenção e contato com assistência técnica

Legislação ambiental; desenvolvimento sustentável; diferenciação de resíduos; impacto ambiental

Conceitos básicos relacionados a água, ar, solo, resí-duos, entre outros

Compostagem - processos e escalas; experiências e oportunidades

Plano de Educação Ambiental; desenvolvimento de campanhas de educação ambiental e engajamento; relação com a comunidade

Dificuldades e desafios da cadeia informal de resíduos

O que é um projeto; roteiro básico de elaboração de projetos: objetivos específicos; metas; justificativa; público-alvo; atividades; estratégias; metodologia de-talhada; cronograma; recursos necessários/insumos; orçamento detalhado do projeto; equipe técnica; bi-bliografia; avaliação e monitoramento; sustentabilida-de/previsão de continuidade ou ampliação do projeto

Materiais e beneficiamento; técnicas de be-neficiamento

O que são REEE; periculosidade; procedi-mentos de manuseio, técnicas de segregação

Manutenção de Máquinas e Equipamentos

Gestão Ambiental

Educação Ambiental

Resíduos Orgânicos

Plano de Educação Ambiental

Catadores autônomos

Elaboração de projetos, mobilização de recursos e parcerias

Beneficiamento de Materiais

Manuseio de Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrônicos – REEE

Conteúdo subteMasobjetivos

Esse conteúdo deve ser capaz de conscien-tizar os catadores sobre a importância da educação ambiental, promovendo a cons-trução coletiva de um Plano de Educação

Sensibilização e Engajamento

Ambiental da cooperativa. Para ampliar a consciência social dos cooperados, a pró-pria situação dos catadores perante a so-ciedade deve ser discutida nos encontros.

As atividades de prestação de serviço como a coleta, a segregação e a triagem de ma-teriais recicláveis são excelentes oportuni-dades de negócio, especialmente depois da aprovação da PNRS - Política Nacional de Resíduos Sólidos. Esse conteúdo da Meto-dologia Giral se presta a auxiliar as coope-

Prestação de Serviços e Comercialização em Rede

rativas na hora de apresentar seu trabalho para possíveis clientes - tanto do poder público quanto do setor privado - com o objetivo de ampliar as fontes de renda do empreendimento e melhorar a qualidade de vida dos cooperados.

Apresentar estratégias e ferramentas para o esta-belecimento e gestão de redes de comercialização conjunta de materiais recicláveis

Apresentar o sistema de coleta municipal

Introduzir conceitos, práticas e ferramentas que possibilitem a participação das cooperativas em sistemas locais e regionais de logística reversa

Orientar empresas sobre a possibilidade de inclu-são das cooperativas no sistema de gestão da co-leta seletiva e reciclagem dos seus RSI - Resíduos Sólidos Industriais. Apresentar para as organiza-ções de catadores técnicas e procedimentos com o objetivo de possibilitar a participação dessas co-operativas no segmento de RSI

O que é uma rede? Exemplos de rede (funcionamento, operação, desafios e oportunidades); ferramentas para gestão de redes

Papel da cooperativa e importância no contexto municipal e regional

Logística reversa e fluxos reversos; lo-gística reversa de pós-venda; logística reversa de pós-consumo; gerenciamento de fluxos reversos; rastreabilidade; Acor-dos Setoriais

Gestão de resíduos industriais, apresen-tação de proposta

Gestão de Redes de Comercialização

Coleta Seletiva Municipal

Logística Reversa

Gestão de Resíduos Sólidos Industriais Inertes (grandes ge-radores)

Para implementar a Metodologia Giral, é essencial que a cooperativa estabeleça um modelo de gestão integral de negócios, cria-do a partir das três etapas que compõem o processo de Desenvolvimento Institucional da organização: preparação e avaliação da cooperativa, aplicação e monitoramento.

PRePaRação e avaliação da CooPeRativa

Antes de iniciar qualquer trabalho, a Giral realiza um alinhamento e estabelece acordos com as lideranças da cooperativa. Para o su-

cesso de qualquer intervenção, é fundamen-tal que os cooperados se inspirem e colabo-rem na mobilização dos outros catadores.Para entender a realidade da cooperati-va em questão, a metodologia Giral realiza um diagnóstico produzido através de uma ferramenta que analisa 12 dimensões da organização. Os pontos considerados são baseados na legislação vigente, mas tam-bém levam em conta o grau de relevância daquele determinado aspecto, sendo dividi-dos entre imprescindível, necessário ou re-comendável. Esses cálculos geram um grá-fico – chamado de gráfico aranha ou radar – que expõe as principais fragilidades e seus níveis, mostrando em porcentagem quanto falta para que se atinja o cenário ideal.

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18 REALIZAÇÃO REALIZAÇÃO 19

que deve ser feito: as 12 dimensões são po-sicionadas de acordo com seu grau de rele-vância e o prazo necessário para o ajuste.

Com o uso da ferramenta de diagnóstico da Giral e com a elaboração do gráfico aranha é possível produzir uma matriz de análi-se que oferece uma perspectiva prática do

Essa lista de perguntas se refere às 12 dimen-sões da Metodologia Giral: requisitos legais, espaço físico, equipamentos, processos e pro-cedimentos operacionais, relacionamento com os cooperados, materiais, estocagem, transpor-te, saúde e segurança no trabalho, responsabi-

Requisitos legais

1. A cooperativa possui Estatuto Social, Ata de constituição e CNPJ - Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica?

2. A cooperativa realiza as Assembleias Ordi-nárias de acordo com o Estatuto Social? (confor-me as leis nº 5.764 e nº 12.690)

3. A cooperativa possui alvará de funcionamen-to emitido pela prefeitura?

4. A cooperativa possui o auto de vistoria do Corpo de Bombeiros?

5. A cooperativa realiza mensalmente o repasse para o Fundo de Reserva e FATES – Fundo de Assistência Técnica , Educacional e Social (con-forme a lei do cooperativismo nº 5.764)?

6. A cooperativa possui as três licenças: prévia, de instalação e de operação emitidas pelo órgão de controle ambiental, ou algum documento que isente a mesma dessas licenças?

esPaço físiCo

7. As condições gerais das instalações - pisos, janelas e paredes, por exemplo - são adequadas?

8. As questões sanitárias e de infraestrutura - vestiá-rios, banheiros e refeitórios - estão em boas condições? Existem sanitários em quantidade suficiente e separados entre feminino e masculino?

9. A cooperativa possui algum espaço de lazer ou des-canso para os cooperados?

PROCESSOS E OPERAÇõES

14. A cooperativa realiza controle e registro de suas operações - recebimento, triagem e comercialização? De que forma é realizado?

15. O processo de transporte é documentado? De que forma? Existe agenda de coleta com mapas e cadastro dos locais?

16. Para onde são destinados os rejeitos do processo de seleção/triagem da organização? Nos casos em que há necessidade, a co-operativa possui as autorizações exigidas pelo órgão ambiental?

17. A organização possui mapa de fluxo logístico, definição de processos e separação de áreas produtivas?

equiPaMentos

10. A cooperativa possui o maquinário neces-sário para sua operação, como prensas, balanças e paleteiras/empilhadeiras?

11. A cooperativa realiza manutenção preventiva dos equipamentos?

12. Os cooperados são instruídos para opera-ção e manutenção dos equipamentos?

13. Os equipamentos possuem certificado er-gonômico e sistema de proteção de acidentes?

Check list

Modelo de Matriz de Análise – De Importância X Prazo

Metodologia de Intervenção GiralPolíticas públicas

Operações e logística

Sensibilização e engajamento

(educação ambiental)

Qualidade de vida e rela-cionamento

Prestação de serviço e co-mercialização

em rede

Gestão administrativa e financeira

INSTRUMENTOSRoda e Diálogo

Prazo para adequação

Longo Prazo

Aspectos econômicos e

financeiros

Transporte

estocagem

Materiais

Respons. social e ambiental

Relacionamento com os

cooperados

Aspectos políticos

Requisitos Legais

Equipa-mentos

Recomendado

4º 2º

3º 1º

Necessário Imprescindível Relevância

Médio Prazo

Curto Prazo

SaúdeSegurança

Processos e procedimentos operacionais

espaço Físico

lidade social e ambiental, aspectos econômicos e financeiros, aspectos políticos. Quanto mais respostas positivas, mais preparada a coope-rativa está – esse é um momento de reflexão, não deixe de responder nenhum dos tópicos.

METODOLOGIA

OBJETIVOS

EIXOS DE ATUAÇÃO

PRINcíPIOS

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20 REALIZAÇÃO REALIZAÇÃO 21

TRANSPORTE

19. As licenças - documentação, IPVA e seguro obriga-tório - dos veículos das cooperativas estão em dia? Seus motoristas são habilitados para a categoria aplicável (ca-minhões, veículos leves)?

20. A organização realiza a manutenção do motor de seus veículos movidos a diesel, atendendo aos padrões determinados?

ASPECTOS ECONôMICOS

E FINANCEIROS

40. A organização possui cadastro de compradores?

41. A cooperativa é integrante de alguma rede de comer-cialização?

42. A organização emite documento fiscal para as opera-ções comerciais realizadas?

43. A organização possui capital de giro ou fundo de re-serva? Há regra para utilização?

44. O conselho fiscal se reúne regularmente? O balanço dos últimos exercícios foi aprovado?

45. A cooperativa realiza a prestação de contas de manei-ra transparente a todos os cooperados?

46. A organização possui algum convênio ou contrato de remuneração pela prestação de serviços?

47. A coooperativa realiza alguma atividade para geração de renda complementar - artesanato, bazar, entre outros?

SAúDE E SEGURANÇA

NO TRABALhO

21. A cooperativa possui equipamentos de combate a incêndio dentro do prazo de validade? (conforme NBR 12.962)

22. As condições do ambiente de trabalho re-ferentes à ventilação e iluminação das áreas são adequadas? (conforme a lei nº 6.514)

23. A organização possui laudo de instalação elétrica? (conforme NBR-10)

24. A cooperativa está respaldada pela NR 23 que regulamenta sobre as medidas necessárias contra incêndio? O espaço possui identificação das rotas de fuga e saídas de emergência?

25. A cooperativa obedece as regras e normas de higiene e segurança na manipulação de resí-duos? (conforme NBR 12980)

26. Há disponibilização regular de EPIs? O uso pelos cooperados é obrigatório? O pro- cesso é documentado? (conforme a lei nº 6.514)

27. Existe uma Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA capacitada e ativa? (confor-me a NBR 5).

28. Existe mapa de identificação de riscos do espaço exposto em local de grande visibilidade?

PESSOAL

29. Existe alguma ação ou projeto de capacitação e/ou treinamento e desenvolvimento dos cooperados?

30. É feita matrícula dos cooperados, constando to-dos seus dados - RG, CPF, título de eleitor, conta ban-cária, entre outros?

31. A organização atende ao item 7 da Lei nº 12.690 das Cooperativas de Trabalho (retiradas não inferiores ao salário mínimo, máximo de horas a serem trabalhadas, entre outros aspectos)?

MATERIAIS

32. Como está a qualidade dos materiais co-letados/doados? Há um índice alto de rejeitos? Que medidas estão sendo tomadas em relação a esse tema?

33. A organização segue os padrões de tama-nho e composição de cargas, conforme exigências do comprador?

34. A organização realiza alguma atividade que agrega valor aos materiais triados, como trituração, lavagem, etc?

35. Qual o número de produtos comercializados (o ideal é que o número seja maior que 15)?

Aplicação

Com essas informações em mãos, um diagnósti-co participativo é realizado, seguido de uma ofi-cina de futuro que deve provocar o grupo para que ele reflita e compartilhe seus sonhos cole-tivos, imaginando como a cooperativa vai estar daqui a cinco anos. Para que todos os desafios detectados come-cem a ser superados, a próxima etapa é a cons-trução do plano de ação, que deve vislumbrar um horizonte de 12 meses, programando uma série de atividades, metas e estratégias para esse período. Cada uma das tarefas deve ter um cooperado como responsável para liderar sua execução. É a partir desse momento que as Rodas de Diálo-go, citadas no início do texto, acontecem. A cada semana (ou em qualquer outra frequência com-binada), a cooperativa abre seu espaço para que todos possam acompanhar de maneira coletiva como as mudanças internas estão se dando. Para organizar as Rodas, a metodologia Giral as divi-de em oito módulos, sendo que apenas os dois primeiros são fixos - essa é a estrutura sugerida, o que não significa que ela não possa ser reade-quada conforme o contexto da cooperativa: Módulo I: A prática do diálogo

Módulo II: Empoderamento e autonomiaMódulo III: Gestão administrativa e fi-nanceiraMódulo IV: Operações e logísticaMódulo V: Prestação de serviços e co-mercialização em redeMódulo VI: Qualidade de vida e relacio-namentoMódulo VII: Políticas públicasMódulo VIII: Engajamento e educação ambiental

Monitoramento

Durante a elaboração do plano de ação, além de identificar e qualificar as demandas para que os tópicos mais relevantes sejam priori-zados, são determinadas as ferramentas de monitoramento - também chamado de indica-dores - do processo de desenvolvimento das instituições. Esse acompanhamento é essen-cial para que se conheça a real evolução da co-operativa e o real êxito do processo: realizar a manutenção periódica da medição é funda-mental, já que cada nova avaliação deve pro-duzir um plano de ação diferente, formando um ciclo virtuoso de desenvolvimento.

ESTOCAGEM

18. A cooperativa armazena e estoca corretamente seus resíduos? Possui área coberta para armazenar fardos de papelão? (conforme NBR 11.174/90, 12.235/92)

RESPONSABILIDADE SOCIAL E AMBIENTAL

36. Há indícios de trabalho infantil, exploratório ou análogo ao escravo na cadeia de fornecimento da or-ganização?

37. Existe uma política de relacionamento da organiza-ção com os catadores autônomos/individuais?

38. Há ações que coíbam a comercialização dos mate-riais para a pirataria ou outras atividades ilegais?

39. A cooperativa realiza controle de efluentes e emis-sões atmosféricas nos casos em que é necessário?

ASPECTOS POLíTICOS

48. Há presença de alguma organização social local atuando na cooperativa - conselho comunitário, prefeituras, consultorias, entidades religiosas, etc?

49. A organização é vinculada ao MNCR – Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis?

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22 REALIZAÇÃO REALIZAÇÃO 23

leis RelaCionadas

De acordo com a legislação brasileira, as cooperativas de reciclagem são classifi-cadas como cooperativas de produção: organizações formadas por trabalhado-res que contribuem para a produção em comum de bens, utilizando meios de pro-dução que pertencem à própria coopera-tiva. A cooperativa de trabalho é regulada pela lei 12.690/2012 – Lei das Cooperati-vas de Trabalho e, nos temas que ela não determinar de forma diferente, pelas leis 5.764/71 e 10.406/2002 do Código Civil, artigos 1.093 ao 1.096.

Principais pontos da Lei das Cooperativas de Trabalho

- Conceito: sociedade de trabalhadores reunidos em torno de um objetivo comum, dispondo de autonomia suficiente para a obtenção de renda, melhoria da situação econômica e das condições gerais de tra-balho. A gestão deve ser exercida de forma coletiva e coordenada pelas regras fixadas na Assembleia Geral; - Princípios e valores: adesão voluntária e livre; gestão democrática; participação econômica dos membros; autonomia e in-dependência; educação, formação e infor-mação; intercooperação; interesse pela comunidade; preservação dos direitos so-ciais, do valor social e da livre iniciativa; não precarização do trabalho; respeito às decisões da assembleia; participação na gestão;- A cooperativa não pode ser utilizada para intermediação de mão de obra subordinada;

- Número mínimo de cooperados: sete;

- Direitos mínimos: o rendimento do co-operado não pode ser inferior ao piso da categoria - se não houver um piso regula-mentado, o salário mínimo deve ser usado como referência, sendo calculado de acordo com a quantidade de horas de trabalho: o limite máximo é de oito horas diárias e 44 horas semanais - a exceção fica por conta das situações em que a própria natureza do ofício demanda a organização de plantões ou escalas, podendo haver compensação de horários (opcional); repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domin-gos; repouso anual remunerado; adicional sobre a retirada para as atividades insalu-bres ou perigosas; seguro acidente de tra-balho (obrigatórios);- Saúde e segurança do trabalho: as co-operativas devem observar as normas pre-vistas na legislação em vigor e em atos normativos expedidos pelo Ministério do Trabalho e Emprego;- Nome: é obrigatório que a expressão “co-operativa de trabalho” conste na razão so-cial da organização;- Licitações: as cooperativas têm todo di-reito de participar de processos de licitação pública, desde que os serviços ou opera-ções solicitados no contrato também este-jam previstos em seu escopo de trabalho e no seu alvará de funcionamento;- Assembleia Geral Especial: pelo menos uma vez por ano, uma assembleia geral es-pecial deve ser realizada pela cooperativa. Devendo ocorrer sempre no segundo se-mestre, o objetivo da assembleia é garantir a participação efetiva de todos os coopera-dos no que diz respeito às diretrizes e ao futuro da organização: gestão, disciplina e os direitos e deveres dos sócios são os prin-cipais temas. A Assembleia Geral Especial não exclui a necessidade da Assembleia Geral Ordinária e das Assembleias Extraor-dinárias - qualquer tipo de vício ou fraude comprovado nas decisões destas reuniões implica na anulação das mesmas;

Se a cooperativa não respeitar esse ponto, referente à subordinação de mão de obra subordinada, será aplicada uma multa diária de R$ 500 por cada trabalhador prejudicado, além de possíveis sanções pessoais aos responsáveis.

Na lei anterior, de 1971, o número mínimo era bem maior: a organização tinha de ter pelo menos 20 cooperados.

-REGULARIZAÇÃO

-

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maior que quatro anos e é obrigatório que pelo menos um terço do quadro seja reno-vado a cada eleição. Cooperativas com até dezenove sócios poderão manter um qua-dro administrativo e fiscal menor, sem a necessidade de suplentes.

- Convocação das assembleias: para ga-rantir a participação do maior número possível de cooperados, os trabalhadores devem ser avisados das reuniões com pelo menos dez dias de antecedência;- Composição do quadro de dirigentes: o Conselho de Administração ou Diretoria deve ser composto por, no mínimo, três só-cios eleitos pela Assembleia Geral - o pe-ríodo de gestão dos eleitos não deve ser

doCuMentação neCessáRia PaRa RegulaRização

Estatuto Social da Cooperativa

O Estatuto Social é o documento que dá iden-tidade à cooperativa: seu conteúdo deve des-crever de maneira clara e objetiva a área de atuação da organização; seu objetivo - coleta, armazenamento e triagem de materiais re-cicláveis, por exemplo; as condições de ad-missão, demissão e exclusão de associados; capital e quantidade mínima de cotas-par-tes (valor com que cada cooperado contri-bui para formar o Capital Social); forma de distribuição das sobras líquidas e rateio das despesas; normas para a administração e fiscalização da cooperativa; diretrizes refe-rentes às eleições dos representantes e con-dições para revisão do próprio estatuto.

bleia Geral dos sócios, reunião em que o Estatuto Social é posto em votação e os di-rigentes são escolhidos. O documento deve ser publicado em um livro próprio e conter a assinatura de todos os cooperados. Em al-guns estados brasileiros, a Junta Comercial solicita que a lista de presença com as assi-naturas esteja em um documento separado e não como anexo dessa ata.

As cooperativas são administradas por uma diretoria, cabendo aos ocupantes des-ses cargos avaliar a necessidade de con-tratar gerentes técnicos ou comerciais que, apesar de não poderem se associar à co-operativa, devem receber atribuições e sa-lários. O Conselho Fiscal é o setor respon-sável por fiscalizar a diretoria eleita, sendo composto por três membros efetivos e três suplentes, com reeleição permitida a apenas um terço dos seus componentes. Não podem fazer parte do Conselho Fiscal parentes de até 2° grau dos diretores e um sócio não pode exercer, durante o mesmo mandato, cargos nos órgãos administrati-vos e fiscalizadores.

O estatuto também deve conter a assinatura de todos os fundadores e o visto de um advogado com o respectivo número de inscrição na OAB - Ordem dos Advogados do Brasil.

O Estatuto Social tem que obedecer a lei vigente. Como dito anteriormente, sua alteração só pode ser consumada em uma Assembleia Geral e é necessário apresentar-se no mesmo cartório em que o Estatuto Social original foi registrado, portando os seguintes documentos: requerimento assinado - e com firma reconhecida - pelo representante legal da entidade, edital de convocação da Assembleia Geral e ata da reunião, além do visto de um advogado.

O SESCOOP – SP - Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo no Estado de São Pauloe a OCESP - Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo disponibilizam na internet o documento “Modelo de Estatuto Ramo Trabalho”, além de outras informações essenciais sobre o tema <http://tinyurl.com/qep85yd>

Assim como acontece com o Estatuto Social, na Ata da Assembleia Geral de Constituição é necessário constar a assinatura de todos os fundadores, além do visto e o nú-mero da OAB de um advogado.

A Ata de Constituição também deve apresentar:

- nome da entidade, sede e objeto de funcionamento

- nome, nacionalidade, idade, estado civil, profissão e residência dos associados fundadores

- valor e quantidade de cotas-partes

- aprovação do estatuto da sociedade;

- nome, nacionalidade, estado civil, profissão e residência dos associados eleitos para os órgãos de administração, fiscalização e outros

Na Junta Comercial é preciso verificar se há algum outro empreendimento registrado com o nome pretendido. Ge-ralmente é necessário preencher um formulário com três opções de nome.

1 – Solicitar a um advogado especializado auxílio na elaboração do Estatuto, Ata da Assembleia Geral de Constituição e lista de presença

2 – Providenciar requerimento e registro na Junta Comercial Estadual

3 – Colher as assinaturas

4 – Fazer o requerimento junto à Receita Federal para que a cooperativa seja inscrita no CNPJ – Cadastro Nacional das Pessoas Jurídicas

5 – Realizar o cadastro junto à organização das cooperativas do respectivo estado;

6 – Solicitar a vistoria do Corpo de Bombeiros

7 – Requisitar à prefeitura o Alvará de Funcionamento

8 – Solicitar a Inscrição Estadual da cooperativa na Secretaria da Estadual da Fazenda

9 – Requerer o Certificado Ambiental ou documento que comprove sua dispen-sa junto ao órgão ambiental competente

10 – Solicitar a matrícula da cooperativa junto ao Instituto Nacional da Seguri-dade Social

11 – Inscrever a cooperativa na Caixa Econômica Federal para quando houver a necessidade de obter a certidão de regularidade e recolhimento futuro do FGTS

12 – Solicitar a autorização para emissão de Nota Fiscal na prefeitura local

Ata da Assembleia Geral de ConstituiçãoEssa ata deve descrever a primeira Assem-

Inscrição na Junta Comercial Estadual

Equivalente ao registro legal de uma em-presa, a inscrição na Junta Comercial Esta-dual é a última etapa burocrática até que a cooperativa passe de fato a existir - o que não necessariamente significa que ela já pode operar. Cada estado possui sua Junta Comercial: consulte o site da sua Receita Estadual para se informar sobre os proces-sos de inscrição. Documentos Necessários - pode haver alte-rações dependendo do estado em que a co-operativa se encontra:

- Estatuto Social;- Documentos pessoais dos sócios.

O próximo passo, na Junta comercial, é o ar-quivamento do Ato Constitutivo da coopera-tiva , quando geralmente são necessários os seguintes documentos:

Eventuais alterações no estatuto ou mudanças no quadro de administradores só podem ocorrer durante as assem-bleias Gerais. Assembleias Gerais Ordinárias costumam debater, entre outros tópicos, o destino das sobras líquidas ou a divisão dos prejuízos. Já a Assembleia Geral Extraor-dinária só é convocada quando há uma demanda urgente, como, por exemplo: reforma do estatuto, fusão, incorpo-ração ou desmembramento da cooperativa, mudança do objeto da sociedade e dissolução voluntária da organiza-ção. As resoluções das assembleias só serão validadas se a maioria absoluta dos presentes - ou seja, metade mais um - aprovar a decisão.

Roteiro para a regularização de uma cooperativa

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26 REALIZAÇÃO REALIZAÇÃO 27

- Requerimento com assinatura do repre-sentante legal;- Ata da Assembleia Geral de Constituição (documento original e duas cópias auten-ticadas em cartório);- Estatuto Social (original e duas cópias autenticadas em cartório). Se o estatuto estiver transcrito na Ata da Assembleia Geral não há necessidade de levar o docu-mento;- Declaração de desimpedimento dos co-operados eleitos para o exercício dos car-gos de administração e fiscalização. Se a declaração constar na ata, também não é necessário apresentar o documento; - Identidade e o CPF dos administradores - conselheiros de administração e diretores - e do signatário do requerimento (cópia autenticada);- Ficha de Cadastro Nacional e compro-vante de pagamento do registro na Junta Comercial: a) Guia de Recolhimento da Junta Comer-cial;b) Darf/Cadastro Nacional de Empresas.

Assim que a cooperativa for registrada, ela receberá o Nire - Número de Identifica-ção do Registro de Empresa, normalmen-te uma etiqueta ou um carimbo expedido pela Junta Comercial ou por um cartório para ser fixado na Ata de Constituição. Para que seja feito um anúncio oficial, o registro do novo empreendimento deve ser publicado no Diário Oficial e em um jornal de grande circulação no estado em que a cooperativa está instalada - assim que publicados, os anúncios devem ser en-viados à Junta Comercial que realizou os trâmites burocráticos.

Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ)

Com o Nire em mãos, o próximo passo é ob-ter um CNPJ. O registro deve ser feito pela internet, por meio do preenchimento da Fi-cha Cadastral Jurídica no site da Receita Fe-deral, através do software Receitanet.<http://www.receita.fazenda.gov.br/pessoafisica/receitanet/default.htm>

Os seguintes documentos devem ser envia-dos - por Sedex ou pessoalmente - para a Secretaria da Receita Federal. No site da Receita Federal é possível encontrar os en-dereços de todas as unidades existentes no Brasil:

- Protocolo de transmissão ou original do DBE - Documento Básico de Entrada, assi-nado pela pessoa física responsável pelo CNPJ;- Quadro de sócios e administradores, com cópia do CPF, RG e comprovante de resi-dência de todos os diretores;- Cópia autenticada do Estatuto Social e Ata da Assembleia Geral de Constituição, ambos devidamente registrados na Junta Comercial.

Cadastro na OCE - Organização das Cooperativas do Estado A OCB - Organização das Cooperativas do Brasil é a entidade responsável por reunir todas as cooperativas brasileiras, de todos os segmentos existentes. Além de incen-tivar o sistema cooperativista através de serviços de assistência e orientação, a OCB exerce a representação sindical patronal das cooperativas. As OCEs são responsá-veis pelas mesmas atividade da OCB, com a diferença que a sua atuação é estadual e não nacional. Para encontrar a lista completa de sites das OCEs e baixar a relação dos documentos necessários e o formulário de registro, entre no site da OCB: <http://www.ocb.org.br/site/brasil_cooperativo/index.asp>

Auto de vistoria do Corpo de Bombeiros

Essa certificação concedida pelo Corpo de Bombeiros garante que a edificação da co-operativa está dentro das normas de segu-rança previstas pela legislação. O auto deve ser renovado periodicamente e a vistoria pode ser agendada diretamente na unidade do Corpo de Bombeiros do município, sendo necessários os seguintes documentos:

- CNPJ da cooperativa;- Comprovantes dos registros na Junta Co-mercial correspondente;

- RG e CPF do representante legal.

Alvará de Funcionamento emitido pela Prefeitura Municipal

Esse é o documento que irá autorizar o iní-cio do funcionamento da cooperativa. Antes de solicitá-lo é importante tomar conheci-mento do Plano Diretor da cidade, docu-mento que define quais tipos de edificações podem ser construídas em quais áreas do município. Para saber se as atividades da cooperativa são permitidas no terreno em que ela se encontra, entre em contato com a prefeitura da sua cidade. Documentação necessária - dependendo da prefeitura, a exigência pode variar:

- Cópia do CNPJ;- Documentação de propriedade do imó-vel ou contrato de locação com firma re-conhecida do locador;- Cópia do IPTU - Imposto Predial e Terri-torial Urbano;- Planta da edificação aprovada por ór-gão competente;- Estatuto Social e Ata de Constituição;- Cópia do RG e CPF do representante le-gal;- Certificado de Vistoria do Corpo de Bombeiros;- Recolhimento de taxa relacionada ao serviço.

O alvará de funcionamento deverá ser co-locado em um local visível a todos nas de-pendências da cooperativa.

Documentação Necessária:- Documento Único de Cadastro (três vias);- Documento Complementar de Cadas-tro;- CPF, RG e comprovante de endereço do representante legal;- Cópia autenticada do documento que comprove direito de uso do imóvel - es-critura pública do imóvel ou contrato de locação, por exemplo; - Número do cadastro fiscal do conta-dor;- Comprovante de contribuinte do ISS - Imposto Sobre Serviços (apenas nos casos em que for expressamente neces-sário);- Certidão simplificada da Junta Comer-cial;- Cópia da Ata de Constituição;- Cópia do CNPJ;- Cópia do alvará de funcionamento.

Certificado Ambiental

Os órgãos ambientais do poder público autorizam e acompanham a implantação e a operação de empreendimentos que rea-lizam atividades com potencial impacto ambiental. Dependendo do estado em que a coope-rativa estiver instalada, será exigido que passe por um dos seguintes processos:

- Padrão: Licença Prévia; Licença de Ins-talação; Licença de Operação;- Simplificado: Licenciamento Ambiental Simplificado; - Certificado de Dispensa: Dispensa de Certificação Ambiental.

A cooperativa deve consultar a Prefeitura Municipal para se informar a respeito da existência de um Conselho Municipal do Meio Ambiente. Em caso positivo, os trâ-mites podem ser encaminhados munici-palmente - se o órgão ambiental for esta-dual, o ideal é pedir auxílio da prefeitura para entrar em contato com a Secretaria Estadual do Meio Ambiente. <http://tinyurl.com/ku4qwjv>

Registro Estadual na Secretaria do Estado da Fazenda

Esse documento corresponde ao Cadastro de Contribuintes do ICMS - Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços. Atualmente, a maioria dos esta-dos possui convênio com a Receita Fede-ral, permitindo que a Inscrição Estadual seja obtida junto com o CNPJ por meio de um único cadastro.

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28 REALIZAÇÃO REALIZAÇÃO 29

Inscrição no INSS - Instituto Nacional de Seguridade Social

Como o cooperado é considerado um contri-buinte individual, ele deve se inscrever no CNIS - Cadastro Nacional de Informações So-ciais e obter um NIT - Número de Identifica-ção do Trabalhador. Essa identificação poderá ser o número de inscrição no INSS, PIS, PASEP ou SUS. A cooperativa também deve cadastrar contribuintes individuais contratados, caso esses não comprovem sua inscrição na data da admissão. O prazo para cadastramento é de 30 dias após o início das atividades.A inclusão no NIT pode ser efetuada nos seguintes locais:

- Agências da Previdência Social;- Página da Previdência Social na Inter-net - <www.previdencia.gov.br>;- Unidades móveis;- Serviço de atendimento telefônico (PREVFONE) - número: 0800-780191.Na hora de se cadastrar, o trabalhador deve ter em mãos os seguintes documen-tos: RG, CPF, carteira de trabalho, núme-ro da previdência social, comprovante de residência, título de eleitor e certidão de nascimento ou casamento.

Inscrição na Caixa Econômica Federal

Possuindo ou não funcionários contrata-dos via CLT, as cooperativas necessitam fazer esse cadastro pois, através dele, ela poderá recolher o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS - quando neces-sário e emitir certidão de regularidade junto a esse fundo sempre que for solici-tada. Essa inscrição pode ser feita em uma agência da Caixa Econômica Federal.

Livros

A cooperativa deve possuir os seguintes livros:

- Matrícula: os associados serão inscri-

tos por ordem cronológica de admissão. O livro de matrícula deve conter nome, idade, estado civil, nacionalidade, pro-fissão, endereço, conta corrente das co-tas-partes, data de admissão e, quando for o caso, de sua demissão, eliminação ou exclusão;- Atas das assembleias, órgãos de admi-nistração e do conselho fiscal;- Lista de presença dos cooperados nas Assembleias Gerais;- Livros fiscais e contábeis (publicações de registro das operações financeiras e contábeis da cooperativa).

Todos os livros deverão ser registrados no Cartório de Registro de Títulos e Do-cumentos.A maioria desses livros pode ser compra-da em papelarias ou livrarias especializa-das em materiais para escritório. O livro mais comumente encontrado é o chamado Livro de Atas, que pode vir com ou sem margem e em diversos tamanhos. As atas também podem ser feitas eletronicamen-te, desde que sejam autenticadas e regis-tradas por órgão competente - cartórios homologados ou Juntas Comerciais. Nesse caso, algumas especificações editoriais têm de ser seguidas: a fonte da ata preci-sa ser sempre a mesma - tamanho 11 para Arial e tamanho 12 para Courier New e Ti-mes New Roman - espaçamento duplo en-tre as linhas, entre outros.

Autorização para emissão de Nota Fiscal

O cadastro geralmente é feito diretamente na página da internet da Prefeitura Municipal.

ResPonsabilidades tRibutáRias

As Cooperativas de Trabalho não podem ade-rir ao regime tributário do Simples Nacional. Quando a cooperativa está atuando dentro das ações estabelecidas em seu objeto social – o chamado ato cooperativo - ela não está

sujeita aos mesmos impostos das empresas.

Impostos federais

- PIS - Programa de Integração SocialTributo destinado à seguridade social - saú-de, assistência e previdência social. As cooperativas deverão pagar o PIS de duas formas:

- Folha de pagamento: se a cooperativa pos-suir funcionários contratados, 1% do valor pago mensalmente deve ser descontado;- Receita bruta ou faturamento de atos não-cooperativos: taxa de 0,65% sobre o total.

- Cofins - Contribuição para o Financia-mento da Seguridade SocialTambém destinada à seguridade social, a Cofins recolhe 3% do faturamento total so-bre os atos não cooperativos - a cobrança é feita mensalmente.

- IRPJ - Imposto de Renda – Pessoa JurídicaApenas resultados (sobras) obtidos a par-tir de atos não cooperativos são tributáveis pelo IRPJ.

- IRRF - Imposto de Renda Retido na FonteCabe o desconto do IRRF nas seguintes si-tuações:

- Situações em que deve ser feito um pa-gamento a pessoas jurídicas prestadoras de serviços, como advogados, consultores, contadores, etc. Está dispensada a retenção quando o valor a ser retido for igual ou infe-rior a R$ 10,00;- Valores distribuídos aos cooperados ou salário líquido de funcionários contrata-dos quando esses ultrapassam o limite de isenção - sempre obedecendo a tabela pro-gressiva do imposto de renda. Para que o tabalhador seja informado da necessidade de pagar ou ser restituído, o demonstrati-vo de retenção anual tem de ser enviado anualmente a cada um deles.

Para contratar os serviços de uma coopera-tiva, a empresa deve descontar 1,5% sobre o valor da nota do serviço.

- INSS - Instituto Nacional da Seguridade Social A cooperativa deve repassar ao INSS os se-guintes valores:

- 11% sobre o valor distribuido ao coope-rado;- 11% sobre a remuneração de funcioná-rios contratados;- 20% sobre a remuneração de autôno-mos e sócios com cargos administrativos remunerados.

Quando uma empresa contrata os serviços de uma cooperativa, ela deve recolher 15% do valor total pago pelos serviços prestados.

O Ministério do Meio Ambiente disponibiliza em sua página da internet os órgãos licenciadores de todos os estados brasileiros e do Distrito Federal, bem como suas respectivas páginas da internet <http://tinyurl.com/mlpe3ve> Ato cooperativo: todo ato que constitua a

própria essência da cooperativa. Quando uma cooperativa emite nota fiscal, en-trega mercadorias e presta serviços para terceiros, ela está concretizando seus objetivos sociais.

Ato não cooperativo: todo ato que não se relaciona com o objetivo social da coopera-tiva. Exemplo: aplicações financeiras e con-tratação de bens e serviços de terceiros.

Informações referentes a cadastros, certidão negativa, declarações, cobrança, pagamentos e parcelamentos, isenções, entre outras, podem ser consultadas através da página da Receita Federal na internet <www.receita.fazenda.gov.br/pessoajuridica/pispasepcofins/>

Mais informações sobre cadastro, certidões, situação fiscal e outros assuntos relacionados podem ser encontradas no site: <www.receita.fazenda.gov.br/PessoaJuridica/IRRF/default.htm>

Outras informações sobre recolhimento, atualização cadastral, emissão de certificado de regularidade e extrato previdenciário estão no site: <http://www.previdencia.gov.br/a-previdencia/instituto-nacional-do-seguro-social-inss/>

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30 REALIZAÇÃO REALIZAÇÃO 31

- FGTS - Fundo de Garantia por Tempo de ServiçoA cooperativa só deve recolher o FGTS no caso de funcionários contratados. O valor a ser creditado na conta do trabalhador é calculado com base na sua remuneração, dependendo do tipo de contrato: em geral, a taxa é de 8%.

Impostos estaduais

- ICMS - Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços Sempre que houver circulação de mercado-rias ou prestação de serviços tributáveis, a cooperativa poderá estar sujeita ao ICMS, devendo consultar a Lei Estadual do estado em que opera suas atividades.

- IPVA - Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores O IPVA é cobrado anualmente e a alíquota depende do estado em que ele está registra-do - a taxa varia de 1% a 6% em relação ao valor venal do automóvel. O Renavam - Registro Nacional de Veículos Automotores é o sistema nacional que reúne o registro de todos os veículos do país. Para consultar a situação legal do automóvel jun-to ao Detran do seu estado, basta utilizar o número identificador do veículo (Código RENAVAM) - em alguns casos a consulta pode ser feita via internet.

Impostos municipais:

- ISS - Imposto Sobre ServiçoA cooperativa pode estar sujeita a pagar o ISS somente quando prestar serviços tribu-

tados pelo imposto, o que geralmente ocorre quando pratica atos não cooperativos. Nes-ses casos, a taxa máxima estimada é de 5%.

- IPTU - Imposto Predial e Territorial Urbano Toda propriedade predial e territorial urba-na deve pagar o IPTU. Em algumas cidades a taxa muda conforme a função do imóvel - al-guns municípios também adotam alíquotas progressivas em razão do valor estimado do preço da propriedade.Através do CPF ou CNPJ dos titulares do imóvel, é possível comprovar a regularidade fiscal do imóvel junto ao poder público - em algumas cidades é preciso ir até a prefei-tura, em outras é possível fazer a consulta pela internet.

- Recolhimento para Outras EntidadesA cooperativa também deve contribuir com o Sescoop - Serviço Nacional de Aprendiza-gem do Cooperativismo. A taxa é referente a 2,5% da remuneração paga a todos os fun-cionários. A contribuição para o Sescoop terá as mes-mas condições, prazos, sanções e privilégios relativos ao INSS.

fundos

Existem dois tipos de fundos obrigatórios além do fundo social:- Fundo de Reserva: com o objetivo de re-parar perdas e garantir o desenvolvimento das atividades da cooperativa, o fundo de reserva é formado por 10% das sobras líquidas.- Fates - Fundo de Assistência Técnica, Educacional e Social: destinado ao inves-timento em capacitação e atualização téc-nica, esse fundo é utilizado para promoção de cursos, seminários e congressos para os cooperados e seus familiares. O valor do fundo também é garantido pelas sobras lí-quidas da cooperativa, ficando com 5% do montante. - Fundo Social: dos três fundos, esse é o

Para encontrar mais informações sobre pagamento, datas, quitação, parcelamento de débitos e emissão de certidão negativa acesse: <www.fgts.gov.br/empregador/>

Para maior segurança, recomenda-se que a cooperativa entre em contato com o órgão tributário municipal e se informe sobre a incidência ou não do ISS em todas as atividades que pratica.

único não obrigatório. Seu objetivo é permi-tir que os cooperados tenham descanso re-munerado e outros benefícios como cestas básicas e auxílio-transporte. O FAD - Fundo Anual de Descanso, por exemplo, desconta 11,1% sobre o valor da remuneração dos cooperados.

obRigações aCessóRias

- Rais - Relação Anual de Informações SociaisO Rais - Relação Anual de Informações Sociais compila informações sobre todos os empreendimentos brasileiros que possuem CNPJ e desde 2013 traz novas diretrizes específicas para cooperativas. Recomenda-se a leitura do manual de orientação do Ministério do Trabalho e Emprego, disponível em: <www.rais.gov.br/rais_ftp/ManualRAIS2012.pdf>

- DIPJ - Declaração de Informações Eco-nômico-Fiscais da Pessoa Jurídica A cooperativa é obrigada a entregar a DIPJ anualmente, sempre no último dia útil de junho. O fato de operar somente com atos cooperativos (não tributáveis pelo Imposto de Renda) não elimina a obrigação de apresentar a declaração, que deve ser preenchida e enviada pelo site: <www.receita.fazenda.gov.br/PessoaJuridica/DIPJ>

- Dirf - Declaração do Imposto sobre a Renda Retido na FonteO Dirf é a declaração feita anualmente pela cooperativa para informar a retenção de IRRF, PIS e Cofins, devendo ser preenchida e enviada anualmente, sempre até o último dia útil de fevereiro, através do site: <www.receita. fazenda.gov.br/principal/informacoes/infodeclara/declaradirf.htm>

- DCTF - Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais A DCFT deve ser declarada mensalmente por meio do programa Receitanet, da Receita Federal. Para essa declaração, a cooperativa

deve possuir uma assinatura digital válida - acesse o site da Receita Federal para obter a sua: <www.receita.fazenda.gov.br/principal/informacoes/infodeclara/declaradctf.htm>

- Dacon - Demonstrativo de Apuração de Contribuições SociaisO Dacon é um relatório que reúne as obri-gações de cunho social, PIS/PASEP e Cofins, com o objetivo de demonstrar como foi apu-rado o valor desses impostos relacionados à geração de benefícios sociais. Consulte a página da Receita Federal para mais informações: <www.receita.fazenda.gov.br/PessoaJuridica/dacon/default.htm>

- GFIP - Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço e In-formações à Previdência Social A cooperativa deve entregar a GFIP mensalmente, a cada dia 7 do mês seguinte à remuneração do trabalhador - mesmo as instituições que não possuem segurados do FGTS devem fazer a declaração. O objetivo é informar a Previdência Social sobre os dados dos segurados, com a entrega sendo feita pela internet, no site da Caixa Econômica Federal: <http://www.caixa.gov.br/fgts/conectividade_social_icp.asp>

- ITR – Imposto Territorial Rural Todas as cooperativas em zonas rurais devem fazer uma declaração anual para analisar se haverá necessidade de pagar imposto. A cooperativa pode consultar na Prefeitura Municipal se a área em que está localizada pertence à zona rural. Para mais informações, acesse: <www.receita.fazenda.gov.br>

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32 REALIZAÇÃO REALIZAÇÃO 33

-OPERAÇÕES

& LOGÍSTICA

-

a Coleta seletiva

Coleta seletiva é o nome que se dá ao sis-tema de recolhimento dos materiais reci-cláveis: papéis, plástico, vidros, metais e orgânicos. Dependendo da origem, o ma-terial pode ser classificado como pré-con-sumo, ou seja, proveniente do processo de fabricação de artigos, ou como pós-consu-mo, nome que se dá ao material descarta-do depois do consumidor já tê-lo utilizado para seus devidos fins. Não existe apenas uma forma de realizar a coleta seletiva – confira os principais sistemas: - Porta a porta: é feito o recolhimento do material já separado e colocado em frente aos domicílios e pequenos estabelecimen-tos comerciais em dias específicos; esse método é de responsabilidade oficial da prefeitura municipal, que pode executá-lo com funcionários e frota próprios ou por meio da contratação de terceiros – as próprias cooperativas de catadores, por exemplo. As cooperativas podem prestar esse serviço sem a necessidade de passar pelo processo de licitação (de acordo com a Lei 11.445/2007). A área de cobertura da coleta pode abranger o município in-teiro ou zonas específicas, podendo ha-ver mais de uma empresa realizando o serviço. Quando não responsáveis pela coleta, as cooperativas podem receber o material recolhido por terceiros em suas centrais de triagem e há também a coleta de doações, sistema em que a cooperati-va negocia com grandes geradores (como condomínios residenciais, indústrias ou shopping centers) para coletar seus resí-duos recicláveis. É obrigação de todo ór-gão público da esfera federal separar seus resíduos recicláveis e disponibilizá-los às cooperativas (de acordo com o Decreto Fe-deral 5940/2006).- Ecopontos: locais de entrega voluntária oferecidos pela prefeitura que recebem pequenos volumes de entulho - até 1 m³ -, grandes objetos (móveis e poda de ár-vores, por exemplo) e resíduos recicláveis. Os materiais recicláveis, que devem ser descartados em caçambas específicas para cada tipo de resíduo, podem ser encami-nhados para cooperativas de catadores ca-dastradas. A cooperativa pode também ser

contratada pela prefeitura para prestar o serviço de operação do ecoponto.- PEVs - Postos de entrega voluntária: instalados em locais por onde um grande fluxo de pessoas passa diariamente, es-ses contêineres, fechados e de diversos formatos e tamanhos, recebem materiais recicláveis independente do dia e itinerá-rio da coleta seletiva municipal. Os PEVs podem ser de propriedade da prefeitura, a qual geralmente disponibiliza os resí-duos para as cooperativas, ou de alguma empresa privada, que decide entre dispo-nibilizar os resíduos para as cooperativas ou dar outro fim a eles.

envolviMento da PoPulação

Como a coleta seletiva depende que o ge-rador do resíduo separe o material ainda na fonte, é essencial que esse indivíduo ou estabelecimento seja proativo e enten-da seu papel na cadeia da reciclagem. Um bom programa de Educação Ambiental, co-locando o gerador do resíduos em contato com quem faz a coleta e demais processos, pode fazer toda a diferença.

A maioria das cooperativas de catadores, por mais que realizem atividades como coleta, transporte, triagem, processamento, beneficiamento, compostagem e destinação final dos resíduos sólidos recicláveis, reutilizáveis e orgânicos – todos serviços de utilidade pública – não são oficialmente contratadas e pagas para esses fins. Muitas vezes a execução dessas tarefas ocorre mediante uma simples autorização da prefeitura municipal, mas nenhum contrato de prestação de serviços é firmado. O recebimento pelo serviço prestado é de fundamental importância para a sustentabilidade dos empreendimentos dos catadores, uma vez que a renda obtida apenas com a venda dos materiais é baixa na maioria dos casos. O MNCR – Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis disponibiliza, em sua página da internet, um modelo de contrato de prestação de serviços que deve servir de base para que as cooperativas conheçam melhor esse tema e possam dialogar e negociar a sua contratação com o poder público municipal. Modelo de contrato disponível em: <www.mncr.org.br>

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34 REALIZAÇÃO REALIZAÇÃO 35

O sucesso do programa depende, antes de mais nada, da conscientização e da sensibilização da equipe de educadores que desenvolverá o trabalho. Com a equi-pe formada, é preciso definir qual será a forma de ação (tipo de material e tipo de abordagem, por exemplo), metodologia (o que, como, quando, onde, com quem) e critérios de avaliação (como o aumento do volume de resíduos coletados e o cres-cimento do número de residências parti-cipantes). Existem vários pontos a serem considerados e trabalhados pela equipe na hora de se preparar para realizar esse trabalho de sensibilização – veja algumas dicas de como demonstrar para as pessoas a importância da coleta seletiva:

1. Estratégias de Abordagem

- Abordagem porta-a-porta: a equipe de co-operados destacada para o trabalho de sen-sibilização realiza visitas a bairros residen-ciais, comerciais e empresariais, um a um, apresentando o programa de coleta seletiva, entregando o folheto explicativo e convidan-do as pessoas a conhecerem as dependências da cooperativa e o trabalho lá realizado. - Apresentação para entidades: agendar a ida de representantes da cooperativa até entidades como igrejas, sindicatos, esco-las, indústrias ou clubes para apresentar o projeto. Um power point com as informa-ções e imagens que ilustrem e valorizem o trabalho da cooperativa é recomendável, assim como a entrega de folheto explicati-vo. Durante a apresentação, a cooperativa pode convidar as entidades a realizarem uma visita em suas dependências. - Intervenção em eventos: colocação de estandes com equipe de abordagem e en-trega de folheto explicativo em feiras, con-gressos, exposições, shows e outros even-tos com grande circulação de pessoas.

2. Terminologia

Muitas vezes a categoria do resíduo é mo-tivo de confusão para quem não está acos-tumado a lidar com materiais recicláveis. Para facilitar a abordagem, recomenda-se seguir a seguinte classificação: - Fração reciclável: resíduos gerados nos domicílios, empresas, comércios, escolas e

indústrias e que podem ser reciclados. De maneira geral, engloba materiais como vi-dro, metal, papel e plástico, mas lembran-do que nem todas as variações desses pro-dutos podem ser recicladas. Exemplos da fração reciclável: garrafa de plástico, jor-nais, revistas, sacolas plásticas, latinha de cerveja e caixa de papelão. Resíduos ele-troeletrônicos, como telefones celulares e aparelhos de televisão também entram nessa categoria. - Fração reciclável especial: alguns re-síduos são recicláveis, mas, por causa das suas características, precisam ser mane-jados através de processos específicos. Exemplos: cartuchos de impressoras, lâm-padas fluorescentes, pilhas, embalagens de óleos automotivos, resíduos da cons-trução civil em geral, pneus, embalagens de agrotóxicos, embalagem interna de in-seticidas e raticidas, latas de solventes e latas de tinta. - Fração compostável e/ou tratável por biodigestão: esse tipo de material pode ter três fins: ele pode ser compostado em casa, encaminhado para o recolhimento específico desse tipo de resíduo ou então destinado para a coleta regular. Exemplos: restos de alimentos não preparados e resí-duos de poda e jardinagem.- Fração “rejeito”: são aqueles resíduos que, com a tecnologia atual, não podem ser reciclados – ou cujo processo de reci-clagem ainda é muito caro. Exemplos: res-tos de comida preparada, bituca de cigar-ro, cerdas de escova de dentes, sujeira de varrição, papel higiênico e guardanapos usados, borracha, madeira, fralda descar-tável, medicamentos e resíduos de serviço de saúde.

3. Tipos de materiais a receber

É preciso esclarecer os materiais que po-dem ou não ser reciclados e comercializa-dos especificamente pela cooperativa em questão. O propósito da tabela a seguir é apenas o de orientar, devendo ser analisa-da sob os critérios de comercialização de cada cooperativa:

não

fraldas plásticas; potes tipo “Tupperware®”; fitas adesivas; plásticos usados na indústria eletroeletrônica e na produção de alguns computadores, tele-fones e eletrodomésticos (tecla-do de computador, tomadas); celofanes; cabos de panelas; acrílicos; espumas; plástico oxi-biodegradável (feito a partir dos mesmos processos dos plásticos convencionais porém com um aditivo de aceleração de decom-posição)

papel higiênico; adesivos; lenço de papel; guardanapo; foto-grafias; papel encerado; papel carbono; papel laminado; pa-pel neon; papel de fax; todo e qualquer tipo de papel quando estiver molhado, com cola, man-chado de comida e/ou óleo.

clipes, grampos, tachinhas e pregos; esponja de aço; canos (tubos); latas de combustível; latas de tintas, solventes; latas aerossol de inseticidas e rati-cidas.

cristais; espelhos; cerâmica; utensílios de barro; porcelana; utensílios de cozinha (incluindo pirex); talheres; vidros de carros; lâmpadas (mesmo as incandes-centes); tampa de forno e micro-ondas; óculos.

siM

garrafas de refrigerante, água, suco, leite, óleo de cozinha, iogurte (e suas respectivas tampas); plástico bolha; copos, prato e talheres; embalagens de comida semipronta; potes de margarina, pasta de nozes, geleias, mel, queijo cremoso; embalagens de produtos de limpeza, detergentes, sabões líquidos em geral; embalagens de produtos como xampu, condicionador, limpador facial, tônicos, hidratantes, creme dental e maquiagem, sacos e sacolas plás-ticas (sacos de balas e doces, envoltório de cookies e biscoitos, saco de ce-real matinal), saco de arroz, feijão, macarrão e outros alimentos); CDs e DVDs; envoltório e tampa de caneta esferográfica (remover a carga); tubos de PVC; para-choques de carros; baldes; plástico filme; embalagens plásticas metali-zadas como pacotes de salgadinhos e isopor (ambos de difícil comercializa-ção); plástico verde (feito a partir da cana-de-açúcar); plástico biodegradável (feito a partir de vegetais) – desde que misturado com outros plásticos, e sua representação seja de até 1% do total.

caixas de papelão; jornais limpos e secos (incluindo materiais de anúncios in-seridos); papel sulfite (com impressões em preto e branco ou colorida); con-tas de banco; mala direta; envelopes com janela de plástico; caixas de cereal, lenço, remédio, sapato, camisa; revistas e catálogos; cartolina; calendários; panfletos; catálogo telefônico; caixa de ovos; papel de embrulho; rolo interno de papel higiênico; embalagem longa vida.

latas de alimentos; tampas de garrafas; tampas de recipientes de vidro; ta-lheres; armação de óculos; moldura de janela e ferragens; arame, latas de refrigerantes, sucos e cervejas; panelas, formas, bandejas; papel alumínio; em-balagens para alimentos (marmitex); móveis; latas aerossol (devem estar vazias, o consumidor pode e deve usar o produto até o final; não precisam ser furadas ou amassadas para evitar riscos de ferimentos).

vasilhames em geral; copos, jarras e vasos; plano janela e utensílios;

embalar, sempre que estiverem quebrados, em jornais e papéis usados para que as pessoas que vão manusear o resíduos a partir de então não corram o risco de se cortar; quando possível, dar preferência para o descarte em PeVs ou entregar diretamente na cooperativa.

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4. Informações sobre os demais resíduos

Os resíduos que não constam na tabela, ou seja, aqueles que não serão coletados e processados pela cooperativa, não de-vem ser ignorados. O ideal é que os co-operados entrem em contato com o poder público e com as empresas fabricantes e distribuidores para encontrar alternati-vas ou então buscar parcerias com enti-dades especializadas no assunto. Muitas vezes a população, por não ter acesso à informações sobre todos os resíduos que gera, acaba ficando desestimulada e des-

cartando tudo de qualquer maneira - daí a importância de um forte trabalho de cons-cientização também nesse caso.

5. Limpeza

Lavar ou não os resíduos antes de colocar no container de recicláveis é uma dúvida bastante comum. Essa questão deve ser tratada com bom senso, já que a água po-tável é um recurso finito, que precisa ser usado de maneira racional. Cada cooperati-va pode ter seu próprio método de receber os materiais, mas alguns pontos podem au-

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36 REALIZAÇÃO REALIZAÇÃO 37

xiliar a comunidade na hora de entender a melhor forma de limpar os resíduos antes de descartá-los para a coleta seletiva:

- Eliminar o excesso de restos de alimen-tos das embalagens com o guardanapo de papel usado;- Colocar um mínimo de água nas em-balagens de leite ou iogurte, chacoalhar um pouco e despejar o conteúdo nos va-sos das plantas;- Colocar as embalagens dentro do tanque e despejar a água já utilizada na máquina de lavar roupas para enxaguar as embalagens;- Durante a lavagem da louça, tampar a pia da cozinha e mergulhar as embalagens para lavá-las com a água do enxágue;- Deixar bacias debaixo das calhas durante a chuva e utilizar a água coletada para reti-rar o excesso de resíduos das embalagens.

6. Acomodação

A cooperativa deve pensar na melhor for-ma da população acomodar os resíduos para que sejam recolhidos. Uma opção é fornecer sacos próprios - sacos de ráfia, por exemplo - ou orientar a população para que utilize sacos de lixo convencionais e as sacolinhas plásticas que costumam ser usadas para o descarte de resíduos.

7. Mitos

Quando o assunto é resíduo e coleta seleti-va, muitas pessoas resistem às novas ideias, principalmente por já possuírem uma opi-nião formada. Em alguns casos, essa opinião é embasada em um argumento com pouco valor científico, fazendo com que o programa de Educação Ambiental também tenha essa responsabilidade: a de combater mitos. Se-guem alguns dos principais mitos, lembrando que o educador deve conversar com a pessoa, entender seu ponto de vista (que nem sem-pre está equivocado e pode ser inspirado em situações que ele mesmo passou) e só depois apresentar seus argumentos:

“Eu posso até separar aqui, mas depois os resíduos vão acabar sendo misturados e levados para o aterro”“Posso colocar qualquer tipo de papel, plástico, metal e vidro dentro do con-

tainer de recicláveis já que, se não tiver valor, eles separam lá na cooperativa e descartam”“Embalagens aerossol não podem ser recicladas porque explodem”“Todas as embalagens devem estar sem rótulo e não podem estar amassadas ou rasgadas – senão, não recicla”“Já teve coleta seletiva no passado e de-pois parou. Agora vai acontecer a mesma coisa”

8. Cronograma

O calendário de coleta é muito importante para que as pessoas se programem. A regu-laridade de dia e horário do serviço é fun-damental para a adesão da população, sen-do necessário divulgar com o maior grau de ddetalhamento possível a data e o horário da coleta seletiva. No caso de bairros atendidos por PEVs, especificar os dias e horários em que os mesmos podem ser acessados. Essas informações podem estar nos folhetos expli-cativos que serão entregues - imãs de gela-deiras também são artigos interessantes para apresentarem o cronograma da coleta.

9. Canal direto de comunicação

É preciso estabelecer uma via direta na qual as pessoas possam se comunicar com a co-operativa caso tenham dúvidas, reclamações sobre o serviço ou sugestões. Ao oferecer um endereço de email ou telefone, a cooperativa deverá ter sempre pessoas disponíveis e bem informadas para responder.Uma alternativa cabível é solicitar à popula-ção que observe, sempre que possível, se os seus resíduos foram mesmo recolhidos pelos representantes da cooperativa e pedir que denunciem a prática de coletas clandestinas (como caminhões e peruas de sucateiros que geralmente passam um pouco antes da coleta da cooperativa, geralmente coletando os ma-teriais de maior valor, como latinhas e pape-lão) - até para esse fim, é importante manter um canal de comunicação aberto com a co-munidade.

Gerenciamento da coletaPara gerenciar a coleta de materiais da ma-

neira mais efetiva possível, a cooperativa precisa adotar certas medidas que facilitam a organização do seu trabalho. Confira alguns detalhes que podem fazer toda a diferença na rotina da cooperativa:

Zoneamento: recomenda-se que a cooperati-va adquira um mapa da cidade em que está localizada. Com base na divisão das zonas municipais, deve-se destacar as zonas resi-denciais e suas respectivas densidades po-pulacionais (proporção de habitantes por km²). É essencial que se identifique as zonas onde já se realiza a coleta, traçando as dife-rentes rotas com diferentes cores – marcar os pontos onde se localizam as zonas comer-ciais, PEVs, grandes geradores, entre outros, também é importante. Novos condomínios ou edifícios comerciais devem ser incluídos no mapeamento, já que podem ser pontos de ação futura.

Roteirização: de acordo com o zoneamento, a cooperativa deve estabelecer as rotas e os respectivos veículos que serão alocados - de preferência, as rotas devem ser nomeadas, como ROTA 1, 2 e 3 ou ROTA azul, verde, amarela. Os pequenos geradores do entor-no da cooperativa devem ser priorizados, seguidos pelos médios e grandes geradores. Quanto mais longe o local de coleta, maior a necessidade de estipular uma quantida-de mínima de material a ser recolhido, de modo a assegurar que o deslocamento dos cooperados valerá a pena para a coopera-tiva. Se possível, é recomendável trabalhar com entrepostos ou estações de transbordo, limitando o percurso dos veículos coletores e, consequentemente, economizando recur-sos. Áreas que costumam apresentar trânsi-to pesado ou congestionamento devem ter a coleta programada para os horários de menor fluxo, assim como é preciso encurtar os trechos improdutivos, ou seja, aqueles onde o veículo apenas passa, sem recolher nada. Vale destacar que em algumas gran-des cidades a circulação com caminhão em certas vias só é permitida perante um ca-dastramento prévio da entidade nos órgãos responsáveis pelo controle de trânsito. As rotas devem estar ilustradas em um mapa e é imprescindível que os dias e horários es-tabelecidos sejam respeitados.

Frota: Para realizar uma coleta de qualidade, é indicado que a cooperativa conte com os se-guintes veículos - em parênteses, a capacida-de de carga de cada um deles:

- moto com carreta (4m³)- carrinho elétrico (4m³) - perua com gaiola (8m³) - caminhão baú (32m³) - caminhão com gaiola (32m³)

É preciso saber exatamente a capacidade de coleta da cooperativa. Ao calcular o volume de resíduos que pode ser recolhido em um dia ou em uma semana com os veículos dis-poníveis, fica muito mais fácil de realizar um planejamento detalhado, levando em conta a frota disponível, a parcela da população que será atendida, a produção média de reciclá-veis por pessoa em um dia e a densidade do resíduo reciclável.

Equipe: com o objetivo de evitar futuras pen-dências trabalhistas, recomenda-se que os veículos que demandam habilitação para serem conduzidos sejam operados por mo-toristas com contrato via CLT. Os condutores de todos os outros veículos devem receber treinamento adequado para exercer a função – a cooperativa tem de manter uma cópia do certificado de registro de veículos e das car-teiras de habilitação dos condutores, sempre observando a validade desses documentos. Monitoramento e controle: o monitoramento de alguns parâmetros pode colaborar muito com o gerenciamento dos materiais coleta-dos. Um bom sistema de controle permite que os cooperados extraiam informações impor-tantes, como a programação da manutenção preventiva dos veículos, a necessidade de reorientação das pessoas ou a prevenção de desvio de material. Confira um exemplo de fi-cha de controle:

Os caminhões deverão possuir equipamentos de segurança específicos, contendo: jogo de cones para sinalização, estribo traseiro de chapa xadrez, extintor de incêndio extra com capacidade de 10 kg, sinal sonoro intermitente de marcha à ré e lanterna giratória para coleta noturna em vias de grande circulação.

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38 REALIZAÇÃO REALIZAÇÃO 39

Data: Veículo:

Capacidade (m3): Condutor:

Cooperados coleta

Horário de início da coleta -- / -- h

Horário de retorno da coleta -- / -- h

Itinerário Rota X

Itinerário 100% cumprido sim não

Quilometragem antes da coleta 00.0 Km

Quilometragem depois da coleta 00.0 Km

Abastecimento do veículo em litros (guardar recibo) 00,00 litros

Valor do abastecimento do veículo (R$) 00,00 R$

Peso líquido da carga (kg) 000,00 kg

Ocupação aproximada do veículo (quando entre 80 e 100%

não houver sistema de pesagem) entre 79 e 40%

entre 10 e 39%

abaixo de 10%

Ocorrências: vazamento de óleo do veículo, reclamação de morador, presença de resíduo orgânico (Rua xxx, no YY), circulação impedida por obras (Ruas xxxx e xxxx), etc...

Com relação ao transporte de resíduos feito pelas cooperativas, a NBR ABNT 10.004/2004 – Resíduos Sólidos - Classificação traz, em seu anexo H (de caráter informativo), uma tabela na qual codifica os materiais recicláveis como “não perigosos”. São eles: Resíduos de plástico polimerizado (cód. A007), Resíduo de papel e papelão (cód. A006), Sucata de metais não ferrosos (cód. A005), Sucata de metais ferrosos (A004), Resíduos de minerais não-metálicos (A011). Nesse caso, de acordo com a NBR ABNT 13221/2010 – Transporte Terrestre de Resíduos, os tipos de resíduos descritos não são considerados perigosos para transporte.

A cooperativa deve estar sempre atenta aos padrões de qualidade exigidos pelos compradores, principalmente quando a venda se dá diretamente à indústria recicladora, setor que exige a melhor qualidade possível do material. Por isso, a etapa de triagem tem papel fundamental na qualidade do produto final a ser vendido

PRoCessos

Fluxograma de Processo

Para aprimorar as práticas internas de pro-dução da cooperativa, é fundamental que o processo completo seja analisado. O uso de mapas e outros elementos gráficos auxilia na visualização da dinâmica da cooperati-va, deixando claro para todos os cooperados onde estão as entradas e saídas de materiais e a interdependência entre os chamados for-

necedores e clientes internos de processo – o fornecedor é o que providencia com quali-dade e sem atrasos o que será utilizado na execução da etapa seguinte e cliente é quem recebe um produto ou serviço produzido na etapa anterior. Eventuais fragilidades da cooperativa ficam mais evidentes após essa análise, facilitando e agilizando medidas de estruturação, como a realocação de pessoas, a aquisição de equipamentos ou um maior in-vestimento no treinamento da equipe. O funcionamento e a organização do galpão de uma cooperativa de reciclagem costuma compreender a seguinte sequência de etapas e movimentos de produção: recebimento e estoque inicial, triagem e seleção, beneficia-mento, prensagem e enfardamento, pesagem, estocagem e expedição.

Recebimento e Estoque Inicial

É nessa etapa que os veículos de coleta che-gam e os materiais são descarregados. Essa área deve contar com espaço suficiente para que os veículos entrem e saiam, façam ma-nobras, estacionem, abram seus comparti-mentos de carga e os trabalhadores circulem livremente. Os materiais descarregados po-dem ser depositados no chão para depois se-

Exemplo de mapa de processo de uma cooperativa de reciclagem

rem deslocados, com a ajuda de um carrinho de mão ou de um carrinho plataforma, até a área de estoque inicial. Em alguns casos, os veículos de coleta podem acessar diretamen-te à área reservada para o estoque inicial.Na área de estocagem inicial, os materiais re-cebidos aguardam para serem triados, então é recomendável que esse local tenha formato de baia ou caixa para facilitar os procedimentos de depósito e retirada dos resíduos. É essen-cial que esse recinto possa comportar o volu-me de resíduo correspondente à capacidade de triagem da cooperativa, para evitar o acú-mulo de material não triado durante os inter-valos entre um recebimento e outro. O ideal é que a área de estocagem inicial seja coberta, preservando a qualidade do material ao elimi-nar o contato com a luz solar e a chuva.

Triagem e Seleção

Após a estocagem inicial, os materiais serão depositados em uma superficie de triagem, podendo ser uma mesa, bancada ou uma es-teira mecânica, para que possam ser selecio-nados de acordo com suas características. A alimentação da triagem pode ocorrer através de um funil, de gaiolas com portas basculan-tes ou de forma manual diretamente sobre a

superfície de triagem. A partir daí, o trabalho é realizado por meio de células, com cada cooperado ou grupo de coope-rados se responsabilizando por selecionar um tipo de material e acondicioná-lo nos contene-dores adequados, sejam eles bombonas plásti-cas, tambores, sacos de ráfia ou big bags. Assim que estiver cheio, o contenedor é movimentado em direção à etapa seguinte e um contenedor vazio é colocado em seu lugar – trabalho rea-lizado, em geral, por um ou mais cooperados dedicados a fazerem a movimentação dos mate-riais entre as etapas. Todo o material que não foi selecionado ou seja, o rejeito, deve ser coletado, pesado e então descartado. A pesagem é especialmen-te importante pois, se o volume de rejeitos for muito grande, é sinal de que os geradores de resíduos talvez não estejam totalmente conscientes a respeito do que deve ser enca-minhado para a coleta seletiva.

Triagem secundária – separação dos diferentes tipos de materiais (ex: plástico em PP, PEAD, PET, etc.) ou por cores.

Etiqueta de identificação com tipo de material, nome do prensista ou equipe responsável, data e peso.

Vidro Metais Plástico Papéis

Recebimento

Triagem

Triagem secundária

Beneficiamento

PrensagemPrensagem

Pesagem PesagemPesagem

Estoque

Expedição

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40 REALIZAÇÃO REALIZAÇÃO 41

É interessante que a cooperativa produza uma lista com todos os tipos e subtipos de materiais que comercializa. A partir dessa lista, os cooperados devem ser treinados para realizar a triagem dos resíduos da melhor forma. Alguns materiais, devido a quantidade de subtipos ou características que possuem, podem ser selecionados em mais de uma etapa, começando pela seleção mais grosseira ou triagem primária - pelo tipo de material -, passando para a etapa seguinte de separação mais detalhada ou triagem secundária - por subtipos do ma-terial, cores ou outros aspectos relevantes para a venda. A separação por categorias dos materiais obedece, de maneira geral, a seguinte tabela:

Esquema de sistema de triagem com mesas e alimentação manual:

MateRial tiPo(s)

PET

PLÁSTICO DURO PEAD

PP

PS

PEBD

PLÁSTICO FILME PEAD

PP

PVC

PAPELÃO

BRANCO

MISTO

PAPEL JORNAL

REVISTA

CARTÃO

TIPO LONGA VIDA

vIDRO CACO EMBALAGEM

PLANO

LATA

ALUMíNIO PERFIL

CHAPARIA

PANELA

AÇO CHAPAS

LATA

OUTRO ELETRO ELETRÔNICOS

Também chamados de lixo eletrônico, lixo tecnológico ou e-lixo, os resíduos eletroeletrônicos são formados por computadores, impressoras, telefones celulares, rádios, televisões, entre vários outros tipos de eletrodomésticos.

Para desmontar os componentes e separar os diferentes materiais (plásticos e metais, por exemplo) encontrados nesse tipo de resíduo, é necessário que a cooperativa disponha de toda a infraestrutura para que o manuseio dos resíduos gerados não coloque em risco o meio ambiente nem a saúde dos catadores, já que alguns desses materiais possuem em sua composição elementos tóxicos como chumbo, mercúrio e cádmio - se esse for o caso, a cooperativa está sujeita a atender normas ambientais referentes ao manejo de resíduos perigosos, devendo destinar corretamente esses resíduos. Os cooperados também devem receber uma capacitação adequada para o manuseio, pois ao desmontar os equipamentos e separar os diferentes componentes, cria-se a possibilidade de vender cada material separadamente, fato que pode aumentar em até dez vezes os ganhos, se comparado à cooperativa que simplesmente vende o eletroeletrônico inteiro. A Norma Brasileira ABNT NBR 16156:2013 traz os requisitos a serem observados para o manuseio dos resíduos eletroeletrônicos.

O Projeto Eco-Eletro, do Instituto Gea em parceiria com a USP - Universidade de São Paulo, promove a capacitação de cooperativas para o manejo de resíduos eletroeletrônicos. Mais informações podem ser obtidas na página da internet do projeto: <www.institutogea.org.br/ecoeletro/>

Beneficiamento

É nessa etapa que alguns tipos de resíduos são fragmentados em partes menores, redu-zindo o seu volume total e facilitando a exe-cução das etapas seguintes - como a pren-sagem e o enfardamento - ou simplesmente melhorando a acomodação para transporte dos materiais que não são prensados, fato que inevitavelmente melhora a logística do processo.

- Papeis: podem ser cortados em tiras com a utilização de fragmentadores mecânicos.- Sucata de aço: pode ser fragmentada em uma prensa tesoura guilhotina. - Embalagens de vidro (inteiras ou quebra-das): podem ser fragmentadas com a utili-zação de um moinho triturador.

Depois de beneficiados e acomodados em bombonas, tambores, sacos ou big bags, os materiais poderão ser dispostos sobre pa-letes, possibilitando a movimentação com a utilização de paleteiras hidráulicas ou em-pilhadeiras para as etapas seguintes do pro-cesso até o seu armazenamento final.

Esquema de sistema de triagem com esteira e funil de alimentação:

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42 REALIZAÇÃO REALIZAÇÃO 43

Os fardos deverão ser amarrados de forma que os fios fiquem em paralelo, sem se cruzar. O menor número possível de fios deve ser utili-zado para manter a integridade do fardo, facili-tando o trabalho na hora de desembalar o ma-terial. Os fios – também chamados de fitilhos – podem ser de sizal, metal galvanizado, mas, por ser mais seguro, limpo e econômico, o mais indicado na maioria das vezes é o plástico. Os fardos poderão ser acomodados sobre paletes, possibilitando a movimentação com a utilização de paleteiras hidráulicas ou em-pilhadeiras para as etapas seguintes do pro-cesso até seu armazenamento final.

Depois de prensados, os fardos devem ser etiquetados antes de seguirem para a próxi-ma etapa. Confira um exemplo de etiqueta de identificação para os materiais:

Prensagem e Enfardamento

Depois triados e, em alguns casos, benefi-ciados, os resíduos são compactados - com exceção de materiais como vidro, plásticos muito duros e determinados metais - ga-nhando definitivamente o formato padroni-zado que será favorável ao estoque, trans-porte e manuseio.

Para obter o melhor rendimento possível na hora de transportar os resíduos, os fardos devem ter a maior densidade possível, o que significa que eles devem ter o maior peso dentro do volume disponível – é importante que a prensa esteja regulada para que todos os fardos tenham o mesmo tamanho. Capas de proteção geralmente são usadas para forrar o material prensado - depen-dendo da estrutura do fardo, é permitida uma camada fina de banner, ráfia ou papel (para esse último é importante levar em conta futuros contatos com a umidade, já que nesse caso o papel pode se desintegrar e alterar o formato do fardo). Capas espes-sas como carpetes e madeiras devem ser evitadas, mas a ausência de capas de pro-teção de qualquer tipo deve implicar em ainda mais cuidado durante o transporte e estocagem dos produtos.

Garrafas de vidro inteiras não podem ser comercializadas para evitar problemas com a pirataria de bebidas, um gravíssimo problema de saúde pública.

Na prensagem são utilizadas prensas enfardadeiras, que podem ser encontradas em dois modelos básicos: vertical e horizontal (os nomes descrevem a forma como o material viaja através da máquina). A prensa horizontal ocupa mais espaço do que a prensa vertical, mas tem a vantagem de possuir maior capacidade de carga e mais funções automatizadas – é a melhor opção para situações em que a quantidade de papelão e papel ultrapassa 150 toneladas mensais, por exemplo. Já o modelo vertical é de carga única e precisa ser descarregado manualmente quando a compactação e o enfardamento estão completos. Essas prensas costumam ser utilizadas em pequenas instalações que produzem resíduos mais leves em densidade e volume. Importante destacar que, ao comprar uma prensa, a cooperativa deve exigir que o fornecedor ofereça aos cooperados o devido treinamento para a operação desse equipamento.

Alguns materiais exigem cuidados especiais na hora da prensagem. É o caso dos frascos com tampa que, devido à pressão, podem estourar e lançar estilhaços nos cooperados. Algumas prensas possuem um sistema de perfuração das embalagens, eliminando a necessidade de remover as tampas antes de enfardar. Se o equipamento não possuir esse sistema, desenrosque ou retire todas as tampinhas das embalagens.

A prensagem de latas de aerossol também requer tratamento diferenciado. As áreas de espera, prensagem e armazenamento devem ser extremamente ventiladas, fazendo com que os vapores inflamáveis liberados durante a compactação sejam dispersos adequadamente - recomenda-se que o acesso de pessoas à esses locais seja restrito nessas ocasiões. Toda e qualquer fonte de ignição deverá estar distante dessas áreas, a iluminação deve estar posicionada fora do recinto e não é permitida a instalação de qualquer outro equipamento elétrico no local. Colocar redes de contenção nas saídas da prensa é uma medida que pode evitar que, em caso de explosão, a lata saia em altíssima velocidade e cause acidentes. Pesagem

Para identificar o peso dos fardos, bags, bombonas, tambores, etc, o mais indicado é utilizar uma balança digital de plataforma com capacidade mínima de uma tonelada. Os cooperados devem conferir diariamente se a balança está funcionando corretamente – para isso usa-se um kit de pesos padrão, barras que já vêm com o próprio peso indi-cado, facilitando o teste de precisão da ba-lança – e uma empresa especializada deve

CooPeRativa PET VERDE

PRensageM

DATA: XX/XX/XXX RESPONSÁVEL: YYYYY YYYYY

PesageM

PESO: RESPONSÁVEL

MateRial ConfeRido e aPRovado PaRa estoque

DATA: RESPONSÁVEL

Exemplo de planilha diária de controle de prensagem:

ContRole de PRensageM

DATA MATERIAL hORA hORA QUANTIDADE PRENSISTA OBSERvAÇÃO(dia/mês/ano) INíCIO TÉRMINO DE FARDOS

ser chamada periodicamente para calibrar o equipamento, tudo para que não se corra o risco de atribuir valores incorretos aos ma-teriais. Uma planilha diária de controle de pesagem é uma ferramenta interessante para essa etapa do processo – veja um exemplo do documento:

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ContRole de PesageM

DATA MATERIAL hORA hORA PESO OPERADOR OBSERvAÇÃO(dia/mês/ano) INíCIO TÉRMINO TOTAL

Um dos equipamentos que pode ser utilizado para controle de entrada e saída de materiais é a balança rodoviária, que facilita a pesagem da carga, apesar de possuir um alto custo para aquisição. Algumas cooperativas realizam parcerias com o poder público para compra e/ou utilização compartilhada com outras organizações.

A cooperativa deve se atentar para a forma de armaze-namento dos rejeitos por ela gerados. O ideal é que os mesmos sejam isolados e identificados em uma área fixa, evitando contato direto com o piso para tentar impedir a aproximação de animais - um palete gaiola é uma boa al-ternativa para esse fim.

Como o papel pode sofrer combustão espontânea quando atinge uma temperatura muito alta, o ideal é que ele seja estocado em áreas ventiladas, evitando que o empilhamento se aproxime do teto do local.

Estocagem e Expedição

Essa é a etapa final, na qual os materiais são armazenados e aguardam sua expedição para venda. O local escolhido deve ser are-jado, coberto e livre de contaminantes como barro ou areia, além de não oferecer riscos de incêndios (não deixar os produtos próxi-mos a lâmpadas incandescentes é uma boa medida). A disposição dos materiais deve permitir o acesso aos veículos que transpor-tarão a carga e a circulação de empilhadei-ras e paleteiras. A utilização de paletes nessa área evita o contato do material com o chão, preservando sua integridade.

Antes de estocar os materiais, os respon-sáveis por esse setor deverão realizar uma conferência final da qualidade do produto, verificando a presença de objetos estranhos junto aos materiais ou de fardos desman-chando. Caso alguma anormalidade seja observada, o material deverá retornar à produção para que seja feito o retrabalho. Se os fardos não apresentarem problemas, o campo de “estocagem” da ficha de iden-tificação deve ser preenchido e o material devidamente estocado. Os materiais devem estar estocados de acor-do com seu tipo, sempre com a etiqueta de identificação visível, de modo a facilitar o trabalho da administração do estoque e ex-pedição. Na hora de expedir os fardos, reco-menda-se que os materiais armazenados há mais tempo tenham prioridade na hora de sair da cooperativa, essa é a lógica por trás da frase que rege esse processo: o primeiro que entra é o primeiro que sai. Materiais há muito tempo “parados” no es-toque devem ser avaliados e, dependendo do caso, poderá ser feito um esforço extra para venda, troca com outras cooperativas ou mesmo doação para sucateiro (entre ou-tras opções).

Fichas de Materiais

Em anexo, o leitor encontra fichas de mate-riais com informações gerais sobre seleção, fragmentação, prensagem, pesagem e acon-dicionamento dos materiais mais comercia-lizados pelas cooperativas. Com essas infor-mações, a cooperativa poderá processar os seus materiais seguindo um padrão fazendo com que ela atenda com mais eficiência as demandas do mercado de reciclagem. Essas informações seguem as Normas Bra-sileiras da ABNT e foram levantadas junto à cooperativas de catadores, indústrias reci-cladoras e entidades de classe.

Divisão das Tarefas

A divisão das equipes que atuam nas diferen-tes etapas da cooperativa não deve ser feita aleatoriamente. É preciso que, sempre que possível, se respeite ao máximo os interes-ses e habilidades de cada cooperado, o que não significa que as funções são imutáveis, muito pelo contrário: o rodízio de cargos es-timula o cooperado a aprender coisas novas, fazendo com que ele, inclusive, descubra no-vos interesses e habilidades. No caso especí-fico das tarefas de limpeza e organização, as equipes deverão fazer rodízios semanais ou conforme seja conveniente. Os cooperados podem assumir diversas fun-ções. Confira algumas delas:

- Atuantes na coleta;- Atuantes no recebimento de materiais e expedição;- Líder/coordenador de etapa ou geral (de caráter rotativo);- Triadores;- Operador de prensa;- Operador de balança;- Alimentador da triagem;- Movimentador de materiais (quando a empilhadeira for motorizada, o cooperado deve possuir curso específico);

Materiais com alto valor de mercado, como cobre e alumínio, devem ter sistemas seguros de armazenamento, pois são frequentemente alvo de roubo.

- Equipe de limpeza do galpão no final do turno (de caráter rotativo);- Equipe de limpeza diária de banheiros, cozinha e vestuários (de caráter rotativo).

Gerenciamento de Rejeitos

A cooperativa coleta os resíduos gerados pela sociedade, mas ela também é uma ge-radora. É de sua responsabilidade a desti-nação correta dos materiais coletados que acabaram não sendo selecionados para venda e dos rejeitos que gera durante os seus procedimentos. Um bom caminho é entrar em contato com a prefeitura para verificar a melhor maneira da instituição ser atendida pelos serviços de coleta de re-síduo comum, firmando o acordo por meio de um documento.

oRganização do esPaço

Para realizar um trabalho de reorganização espacial e melhorar o fluxo de trabalho nas diferentes etapas do processo, é preciso ana-lisar minuciosamente a área disponível, a dinâmica das atividades e a atual disposição dos materiais e equipamentos. Essa análise pode começar a ser feita a partir de uma lista contendo todos os equipamentos, mobiliá-rios e objetos presentes no galpão com suas respectivas medidas. Em seguida, com uma planta baixa do local e, se possível, com o au-xílio de um programa de computador como o AutoCAD ou com recortes de papel quadricu-lado (desde que se obedeça a escala da plan-ta baixa usada como base), pode-se “jogar” com a disposição dos elementos no espaço, buscando encontrar a melhor disposição es-pacial possível, ou seja, aquela que combine

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segurança, comodidade e movimentação de pessoas, veículos e cargas da maneira mais eficiente.

O Ministério do Meio Ambiente sugere o se-guinte modelo de organização do espaço:

A separação do espaço pode ser feita com di-visórias (de alvenaria, gesso, MDF ou acríli-co), grades de alambrado, pedestais, hastes com fitas ou correntes, fitas ou tinta de de-marcação. Depois de separados, os setores devem estar sinalizados, deixando claro qual a finalidade daquele determinado espaço.

O fluxo dos materiais deve manter um sentido único ao longo das etapas – esse fator deve nortear a organização dos elementos no galpão, sem ignorar os espaços destinados aos momentos em que os materiais aguardam a movimentação para o próximo passo.

Dúvidas sobre acidentes de trabalho ou problemas relacionados à segurança e à saúde do trabalho podem ser dirigidas à Delegacia Regional do Trabalho da sua cidade ou região.

Manutenção de equiPaMentos e veíCulos

Existem dois tipos de manutenção: a corretiva, que acontece nos casos em que o equipamento para de funcionar ou apresenta um desempe-nho abaixo do esperado, e a preventiva, que deve justamente evitar que a performance daquele determinado aparelho venha a ser comprometida. Um plano de manutenção tem de ser elaborado, baseado em intervalos defi-nidos de tempo de utilização dos veículos ou equipamentos. A ausência de manutenção pre-ventiva em um veículo pode, por exemplo, re-sultar na interrupção da coleta seletiva bem no meio do processo. Todos os equipamentos e veículos possuem um manual de instruções e é nesse documento que podem ser encontradas todas as informações relacionadas à manutenção. Caso a cooperativa não tenha os manuais, é possível encontrá-los na internet, nas respectivas páginas dos fabri-cantes. Se o equipamento for muito antigo e seu manual não estiver disponível na internet, o mais recomendado é entrar em contato com o fabricante ou representante de vendas e so-licitar o manual. Na hora de elaborar um plano de manutenção, é importante levar em conta as três seguintes tarefas: - Verificação: conferência diária básica; deve ser feita pelo operador antes do início das operações para identificação de anormalida-des, evitando que o equipamento opere de forma irregular;- Manutenção: dependendo do caso, os próprios cooperados – desde que treinados para tal fun-ção – podem realizar a manutenção preventiva ou corretiva dos equipamentos que operam; - Manutenção especializada: em algumas situa-ções, dependendo da complexidade do equi-

Exemplo de placa de identificação de área:

Exemplo de itens passíveis de manutenção

Exemplo de planilha de controle de manutenção

Além do manual de operações, a cooperativa deve guardar todas as notas fiscais de compra de seus equipamentos e veículos. Essa é a única forma de responsabilizar os fabricantes em relação a defeitos de fabricação ou falhas dentro do prazo da garantia.

pamento e tipo de problema, a manutenção deve ser realizada apenas por assistência téc-nica especializada.

Para que a manutenção seja feita com qualida-de, é preciso controlar de perto sua execução. A partir da avaliação periódica desse controle, é possível calcular os gastos que já foram feitos e identificar a real necessidade de trocar o equi-pamento antigo por um novo.

seguRança e saúde no tRabalHo

Para garantir um ambiente de trabalho seguro para todos, a cooperativa deve conhecer todas as atividades que possam oferecer algum risco aos cooperados, além de adotar medidas con-cretas para a prevenção de acidentes. Um ou mais cooperados deverão ser escolhidos como representante dos temas Saúde e Segurança no

equipamento/ veículo

Caminhão

Balança

Prensa

Esteira

itens

pneus; óleo do motor; filtro de óleo; filtro de ar; iluminação; filtro de combustível; motor; freios; suspensão; correias; alinhamento/balan-ceamento; elétrica

indicador digital; instalação elétrica; plataforma; lubrificação; lacre

óleo; mangueira; sistema elétrico; válvula;

correia; sistema elétrico; guias; roletes; borracha;

Prensa enfardadeira

Data (dia/mês/ano)

Tipo (preventiva/corretiva)

houve retirada? Descrição da manutenção

valor

Saída Retorno

Trabalho, recebendo capacitação técnica para reforçar a importância desse assunto dentro da cooperativa: o uso correto dos EPIs - Equipa-mentos de Proteção Individual - e a fiscalização das práticas de higiene e limpeza ficam a cargo dele, mas todos os cooperados deverão receber treinamentos gerais regularmente. Os requisitos técnicos e legais relacionados à se-gurança e à saúde no trabalho são estabelecidos pelas NRs - Normas Regulamentadoras publica-das pelo Ministério do Trabalho e Emprego.

EPIs - Equipamentos de Proteção Individual

Todo dispositivo de uso individual utilizado pelo trabalhador para que ele se proteja de ameaças contra sua segurança é chamado de

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equipamento de proteção individual, muitas vezes abreviado pela sigla EPI. A coopera-tiva deve não só fornecer (gratuitamente e em perfeito estado) esses equipamentos aos cooperados, como orientar a respeito de seu uso e exigir sua utilização. Toda vez que um EPI é repassado a um trabalhador, é preciso fazer um registro contendo a data, o equipa-mento disponibilizado e a assinatura do co-operado. Cada atividade que ocorre dentro de uma cooperativa exige um tipo específico de EPI. - Coleta: luva de proteção mecânica (imper-meável), calçado com solado antiderrapan-te (um tênis, por exemplo), colete refletor para coleta noturna, camisas ou coletes com cores vivas, calça comprida; boné; capa de chuva;- Manuseio de materiais: uniforme ou aven-tal, máscara de proteção contra poeiras, óculos de proteção e luvas de proteção, que podem ser de látex. Cooperados que trabalham com vidro: luva antiperfurante (impermeável), manga ou braçadeira para proteção do braço e antebraço contra os materiais cortantes e perfurantes; - Cooperados que trabalham nas tarefas de recebimento e movimentação de materiais (com uso de paleteira, empilhadeira manual ou carrinhos): calçado de segurança e pro-tetor auditivo caso a movimentação desses veículos produzam ruídos muito elevados; - Empilhamento de materiais e tarefas com empilhadeira: capacete e óculos de prote-ção, protetor auditivo.

Riscos Ambientais

Os riscos ambientais podem ser divididos de acordo com os seguintes fatores: Físicos - Exemplos: ruído, vibrações, umida-de, temperaturas extremas, entre outros;Químicos - Exemplos: poeira, fumo, gases, entre outros; Biológicos - Exemplos: bactérias, fungos, ví-

Quando o cooperado que atua exclusivamente no setor administrativo entrar nas dependências de produção da cooperativa, é sua obrigação utilizar os mesmos EPIs dos demais cooperados.

rus, parasitas, entre outros;Ergonômicos - Exemplos: ambiente de tra-balho não adaptado às necessidades do cor-po humano, levantamento e transporte de pesos sem meios auxiliares, entre outros;Acidentes - Exemplos: falta de iluminação, probabilidade de incêndio, explosão, piso escorregadio, armazenamento, arranjo físi-co, uso de ferramentas inadequadas, máqui-na defeituosa, entre outros.

Programa de Prevenção de Riscos Ambientais

Após a identificação dos riscos, é preciso es-tabelecer o PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais da cooperativa. Reunindo todas as informações relevantes sobre o tema, o programa traz um conjunto de ações que de-verão ser mantidas ou adotadas para que os cooperados possam trabalhar em um ambien-te comprovadamente seguro. Um PPRA deve abordar os seguintes tópicos:- Intervenções: inspeções no ambiente de tra-balho, fixação de cartazes e placas com frases educativas alertando para a importância das atitudes de prevenção;- Treinamentos: todos os cooperados devem re-ceber um treinamento – durante o horário de trabalho, mas sem prejuízo das horas – sobre a forma correta de utilização dos EPIs, quais os riscos inerentes à sua atividade na cooperati-va, além de orientações sobre os procedimen-tos de segurança gerais da organização. Os co-operados deverão assinar um documento para comprovar que as orientações foram transmi-

Para identificar os possíveis riscos presentes na cooperativa, algumas medidas devem ser tomadas. É interessante conversar com cooperados de todas as etapas do processo, assegurando que eles tomem consciência das eventuais ameaças a que estão sujeitos em suas rotinas de trabalho. Observar quais as situações de risco que ocorrem na prática, se atentando para circunstâncias que envolvam falta de treinamento ou de limpeza, falha na manutenção do equipamento ou até mesmo excesso de confiança por parte do cooperado, após muito tempo realizando a mesma atividade.

tidas adequadamente e esse documento deve ser guardado junto aos demais, à disposição para a fiscalização; - Palestras educativas: com a obrigação de ocorrerem anualmente, devem tratar de temas como técnicas de prevenção e combate a incên-dios, a importância do uso de EPI’s, segurança e saúde no trabalho, alcoolismo, tabagismo, AIDS e outras DSTs, entre outros assuntos;- Mapa de Risco: corresponde à representação gráfica dos riscos ambientais de todas as eta-pas do processo: através de círculos de cores e tamanhos proporcionalmente diferentes, o co-operado entende o tipo e a gravidade do risco. É interessante fixar, sempre em locais de alta visibilidade, mapas de risco específicos para cada etapa do processo, destacando as medi-das de prevenção associadas a cada risco. - Disciplina: é necessário que todos os coopera-dos estejam conscientes das obrigações e proi-bições relacionadas às normas de segurança. Certas atitudes e descumprimentos são passí-veis de punição;- Procedimento em caso de acidente: todos os passos a serem seguidos nas situações de aci-

dentes devem ser detalhados - incluindo so-corro à vítima, responsabilidades e desdobra-mentos; - Reuniões sobre o tema: as observações e le-vantamentos feitos pelo cooperado dissemina-dor deverão ser discutidas e analisadas perio-dicamente;- Controle de EPI: a cooperativa deverá manter uma ficha de fornecimento de EPI para cada cooperado contendo nome do trabalhador, tipo de equipamento fornecido, data de retirada e entrega, além das assinaturas de quem rece-beu e de quem disponibilizou o EPI; - Primeiros socorros: a cooperativa deve man-ter um estojo de primeiros socorros e ter pelo menos um cooperado treinado para utilizá-lo;- PCMSO - Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional: os exames médicos ocu-pacionais devem ser adotados com base nos riscos identificados - no caso de não haver ameaças específicas, o controle médico pode-rá ser feito através de uma avaliação clínica global. A princípio, o PCMSO deve ser coor-denado por um profissional da área da saú-de, mas em algumas situações a cooperativa

Cores tamanho dos círculos

INDICA RISCOS FÍSICOS INDICA RISCO PEQUENO

INDICA RISCOS QUÍMICOSINDICA RISCO MÉDIO

INDICA RISCOS BIOLóGICOS

INDICA RISCO GRANDEINDICA RISCOS ERGONÔMICOS

INDICA RISCOS DE ACIDENTES

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50 REALIZAÇÃO REALIZAÇÃO 51

não têm essa necessidade, devendo indicar um médico da rede de saúde do SUS próximo à sede. O PCMSO tem de ficar arquivado na co-operativa, à disposição da fiscalização; - Controle e avaliação dos resultados do Progra-ma: é preciso demonstrar se os resultados ob-tidos com a implantação do PPRA estão sendo positivos – a redução do número de acidentes depois que o programa foi implantado é um exemplo de sucesso.

Orientações Gerais de Segurança

Algumas orientações devem ser obedecidas por todos os cooperados, de modo a garantir o ambiente mais seguro possível – lembrando que a atitude de um pode comprometer a segu-rança de vários.

Máquinas e Equipamentos- Operar sempre respeitando os treinamen-tos e orientações;- Não remover peças de segurança dos apa-relhos sob a justificativa de que elas “atrapa-lham” o trabalho - atenção com os disposi-tivos de paradas de emergência nas prensas e com a proteção nos rolamentos e engrena-gens das esteiras; - A manutenção de máquinas e equipamen-tos deve ser feita somente pelo cooperado que estiver treinado e o maquinário jamais deve ser reparado enquanto estiver ligado.

Movimentação de Materiais- Os operadores de equipamentos de trans-porte motorizado necessitam de habilitação adequada para exercer a atividade. A chave do veículo precisa ser guardada em um local fechado e estar sob o controle de um respon-sável quando não estiver sendo usada; - As empilhadeiras devem ser utilizadas ape-nas para operações internas da cooperativa; – a buzina é um equipamento obrigatório, porém sua utilização deve ser feita somente quando não há outra alternativa - e o sinali-zador sonoro de condução em marcha a ré é obrigatório;- Empilhadeiras movidas a gás só podem ser utilizadas em ambientes fechados e sem circulação de ar quando possuírem ca-talisadores.

Processos- Situações como carga/descarga de mate-rial, manutenção de equipamento ou refor-ma devem ser sinalizadas com cones, cavale-tes ou placas dobráveis para que a área seja temporariamente isolada; - A cooperativa deve determinar rotas espe-cíficas para o trânsito de pessoas e veículos - quando os veículos que descarregam os resíduos chegam ao local, os caminhos de-terminados devem ser obedecidos - veículos motorizados terão de obedecer a velocidade máxima permitida dentro do local; - A estatura dos cooperados deve ser levada em conta na hora de definir a altura das es-teiras e da mesa de triagem; - A utilização de brincos, pulseiras, anéis, re-lógios ou outros objetos do tipo podem apre-sentar risco aos cooperados que trabalham com máquinas ou com carga em movimento.

Limpeza e Higiene - A cooperativa deve providenciar banheiros limpos, água potável e, se necessário, insta-lações adequadas para refeições e o armaze-namento de alimentos. O local em que os re-síduos são manejados não deve ser o mesmo em que os cooperados se alimentam; - Todos os ambientes de trabalho devem con-tar com uma ventilação adequada; - É de obrigação de cada cooperado manter seu local de trabalho limpo e organizado: não se deve consumir bebidas alcóolicas ou outras substâncias entorpecentes antes e du-rante a jornada de trabalho.

Incêndio- Fumar dentro do galpão aumenta o risco de incêndio - a proibição deve estar sinalizada em local bem visível e de grande circulação;- O tipo, a quantidade e a disposição correta dos extintores de incêndio deve ser levada em consideração, assim como os espaços li-vres mínimos para a movimentação dos tra-balhadores em caso de evacuação; - Toda cooperativa deve ter uma brigada de incêndio treinada – além disso, todos os co-operados devem estar cientes dos procedi-mentos adequados em casos de incêndio; - O acesso às portas de emergência e aos

extintores de incêndio jamais pode ser obstruído;- As principais vias de circulação e as que conduzem às saídas da cooperativa devem ter, no mínimo, 1,20 metro de largura. - Mais informações sobre prevenção de riscos e promoção da saúde podem ser encontra-das no anexo elaborado pelo departamento de Medicina Preventiva da FMUSP, localizado ao fim da publicação.

qualidade total e o PRogRaMa 5s

Para conseguir melhorias significativas na efi-ciência de seus processos, as cooperativas po-dem aderir a um programa de qualidade total chamado 5S. Seu nome vem de cinco palavras japonesas que começam com a letra S: Seiri (utilização), Seiton (ordenação), Seiso (limpe-za), Seiketsu (higiene) e Shitsuke (autodiscipli-na). A ideia é que, por meio da eliminação total de desperdício – seja ele de material, tempo ou dinheiro – seja atingida a satisfação absoluta de todas os atores envolvidos com o trabalho da cooperativa, desde fornecedores, parceiros e apoiadores, passando pelos próprios coope-rados, até chegar aos clientes.

1 – Seiri - Senso de utilização e descarte Deve-se separar o útil do inútil, eliminando o desnecessário. O objetivo é separar o que de fato é extremamente necessário nas tarefas diárias daquilo que raramente ou nunca é utili-zado. O que não é imprescindível deve ser des-cartado, transferido para outra área ou então doado para quem possa precisar do material. 2 – Seiton - Senso de ordenação e arrumação Para que qualquer pessoa possa localizar facil-mente o que precisa, tudo deve estar identifi-cado e no local combinado. Materiais usados com maior frequência devem ficar sempre mais acessíveis do que os utilizados raramente. 3 – Seiso – Senso de limpeza O ambiente deve estar o mais limpo o possí-vel, fazendo com que os cooperados trabalhem para eliminar as causas da sujeira e aprendam

a mitigar essa situação dentro da cooperativa. Quanto mais limpo o local, mais seguro, con-fortável e agradável ele se torna – tanto para as pessoas que ali trabalham como para as que circulam pela área. 4 – Seiketsu - Senso de saúde e higiene Assim como a cooperativa deve estar devida-mente limpa, os cooperados devem cuidar da própria saúde e higiene para que, acima de tudo, seja propiciado um bem-estar coletivo na cooperativa.Comer e beber dentro do galpão deve ser evi-tado, assim como fumar dentro das dependên-cias, prática que, nesse caso, ainda representa grande risco de incêndio.5 – Shitsuke - Senso de autodisciplina O conceito do 5S deve se transformar na fi-losofia de vida da cooperativa. Todos os co-operados devem compreender o que essa transformação representa para o empreen-dimento e, mais importante, estar de acordo com a sua implantação.

Antes de dar início ao 5S, o ideal é que seja feita uma reunião de apresentação com todos os cooperados presentes. Além de mostrar os benefícios e objetivos do programa, um grupo de trabalhadores deve ser eleito para ficar responsável por auxiliar na implemen-tação e avaliação do projeto. É interessante que esse grupo seja trocado periodicamente para que o maior número possível de coope-rados participe. O monitoramento das práticas do 5S é feito através de inspeções, o que não significa que resultados ruins irão implicar em qualquer tipo de punição. Pelo contrário: uma má avalia-ção pode significar que os cooperados sentem falta de mais esclarecimentos ou até mesmo de mais motivação. Abaixo, um exemplo de lista de checagem do Programa 5S:

O 5S sozinho não assegura que a cooperativa irá se organizar melhor. O programa é apenas uma ferramenta de auxílio que tem como objetivo promover a excelência em todos os processos da organização.

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52 REALIZAÇÃO REALIZAÇÃO 53

logo Cooperativa

total de pontos utilização

total de pontos oRdenação

total de pontos liMPeza

total de pontos saúde

área:

auditor:

O QUE OBSERVAR

utilização

oRdenação

liMPeza

saúde

autodis-CiPlina

data:

Pontuação

na 0 3 5

líder:

insPeção 5s

Todos os equipamentos, móveis, objetos e materiais presentes são necessários

Todos os documentos e planilhas estão devidamente preenchidos

Lâmpada acesa desnecessariamente

Equipamento ligado desnecessariamente

Torneira pingando

Vazamento de água em tubulação, vaso sanitário

Armários, gavetas, caixas, pastas identificadas

O interior de gavetas e armários está organizado e uma pessoa não familiarizada pode encontrar facilmente o que procura

Bancadas, mesas e área organizada

Extintores de incêndio estão limpos, desobstruídos e dentro da validade

A saída está desobstruída

Os materiais estão dispostos de forma a evitar riscos de incêndio (empilhamento próximo a lâmpadas no teto)

Os materiais estão dispostos de forma a NÃO obstruir as vias de circulação de pessoas e movimentação de materiais

Área de trabalho está limpa no final do período

Móveis e equipamentos limpos e conservados

Paredes, piso e bancadas limpas

Refeitório limpo

Banheiro limpo

Os EPIs necessários estão sendo utilizados

Não é identificada nenhuma prática insegura

Mapa de risco em local de fácil visualização

Não utilização de relógios, pulseiras e anéis quando máquinas são operadas

Uniforme limpo e apresentável

São respeitadas as áreas onde é permitido fumar

A iluminação é adequada

A ventilação é adequada

A temperatura é adequada

Há utilização de crachá de identificação

Todos estão motivados e preocupam-se com a melhoria do seu local de trabalho

autodis-CiPlina

Todos participam ativamente da gestão (reuniões, assembleias)

Existe boa comunicação entre as pessoas

Existe companheirismo e todos se ajudam mutuamente

total de pontos autodisCiPlina

total geRal

Classificação das Pontuações

NA - Requisito avaliado não tem relação com o local inspecionado

0 - Inexistência, desconhecimento ou descumprimento de um determinado requisito

3 - Alguma providência já está sendo tomada em relação a esse tópico

5 - Requisito efetivamente implantado, mesmo que ainda em fase inicial

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54 REALIZAÇÃO REALIZAÇÃO 55

Regimento Interno

O Regimento Interno é o documento que for-maliza as atividades realizadas no interior da cooperativa. Apesar de não ser obriga-tório, é uma forma interessante de facilitar a gestão e aprimorar os processos internos da instituição, devendo sempre obedecer o Estatuto Social e só podendo ser aprovado após votação na Assembleia Geral. Com a estrutura básica de um texto legal, o documento tem de detalhar as disposições gerais da instituição. Confira algumas delas:

- organização do trabalho (órgãos e fun-ções auxiliares);- prestação de contas;- sistema de retiradas;- benefícios (descanso remunerado, auxí-lio transporte, outros);- direitos e obrigações da instituição e dos cooperados;- admissão e exclusão de cooperados.

O Regimento deve ser assinado pelo presiden-te da cooperativa e recomenda-se que uma cópia do documento fique a disposição dos cooperados.

Gestão Contábil-Financeira

Os processos contábeis da cooperativa de-vem ser realizados por contadores contrata-dos, mas isso não elimina a responsabilidade dos cooperados, que devem acompanhar a gestão financeira do empreendimento. Ape-sar de exigir disciplina e organização, essa é a melhor maneira dos cooperados controla-rem as finanças. Confira as principais ferra-mentas de controle financeiro e exemplos de como elas podem ser elaboradas:- Controle de movimentação de caixaTodas as entradas e saídas de dinheiro de-

goveRnança e tRansPaRênCia

O conceito de governança é baseado não só no conjunto de processos e regulamentos in-ternos da cooperativa, mas principalmente nos mecanismos disponíveis para que os co-operados tenham acesso a essas informações. Boas práticas de governança e transparência asseguram aos cooperados igualdade de tra-tamento e permitem que os membros da di-reção atinjam algumas das principais metas desse tipo de organização:- Eficiência econômica;- Transparência na gestão;- Adequação na prestação de contas e res-ponsabilidade sobre os resultados;- Alinhamento das decisões administrativas com os interesses dos cooperados;- Inexistência de situações de abuso de po-der e conflitos de interesse.

A Assembleia Geral é o cenário mais apropria-do para que a transparência da cooperativa seja testada e colocada em prática, já que é nessa reunião que administradores e demais coope-rados compartilham as novidades relacionadas ao desenvolvimento dos trabalhos - a assem-bleia deve estimular a participação de todos nas discussões, criando um ambiente de motivação e comprometimento dentro da cooperativa. Além disso, é essencial que os administradores estimulem o engajamento dos cooperados - em muitos casos as cooperativas não renovam seus quadros de diretores. Uma forma de incentivo para que os cooperados se interessem pelos cargos administrativos é a promoção de capa-citação técnica, tornando de conhecimento de todos quais as atividades diárias e as responsa-bilidades da diretoria e do conselho fiscal.

-GESTÃO

-

Para que todos os cooperados possam conferir se as decisões tomadas nas assem-bleias foram de fato cumpridas, é preciso realizar um trabalho de divulgação. Quais ações foram aprovadas em quais assem-bleias, as atas das reuniões, a documentação que comprove a realização efetiva da ação - uma nota fiscal de compra de um novo equipamento, por exemplo - a planilha com

a prestação de contas do mês corrente: tudo isso pode ser fixado em um quadro, que deverá ser disposto em um local de alta cir-culação dos cooperados.

A prestação de contas deve ser compreen-dida por todos, então é recomendável que a linguagem seja simples e objetiva, de preferência utilizando recursos visuais, como flip-chart, rolo de papel kraft e car-tolinas.

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56 REALIZAÇÃO REALIZAÇÃO 57

vem ser registradas diariamente. As ano-tações evitam erros e desvios de recursos, além de servir como banco de dados para a elaboração do fluxo de caixa.

Controle de movimentação bancáriaÉ o registro de todas as entradas e saídas de valores na conta bancária da cooperativa, per-mitindo o controle atualizado do seu saldo.

A cooperativa pode adotar outros dois me-canismos de controles importantes. Contas a Receber - elabore uma planilha discriminando:

- cliente;- valor;- número da nota fiscal;- data que o pagamento dever ser efetiva-do/confirmação do pagamento.

Contas a Pagar - elabore uma planilha dis-criminando:

- fornecedor;- valor;- número da nota fiscal ou boleto ban-cário;- data que o pagamento dever ser efetiva-do/confirmação do pagamento.

Planejamento e Controle Orçamentário Planejar e controlar os gastos é essencial, pois é a partir desse cálculo que os coope-rados tomam conhecimento da quantidade mínima de material que deve ser vendida. Mas, para deixar o controle mais preciso, é preciso dividir os gastos entre custos e despesas.Custo: gasto diretamente ligado ao proces-so produtivo - óleo para prensa ou diesel do caminhão, por exemplo.Despesa: gasto não ligado à produção, como a conta do telefone ou o valor da contrata-ção de um contador.

Custos e despesas também podem ser divi-didos em fixos e variáveis.Fixos: gastos que independem da quantida-de de material coletada, triada ou vendida. O aluguel do galpão é um bom exemplo de gasto fixo.Variáveis: gastos que variam conforme a a movimentação do processo produtivo. A conta de luz da cooperativa, por exemplo. Mais importante do que saber nomear um gasto corretamente é saber identificá-lo e controlá-lo, sempre diferenciando fixos e variáveis, como na tabela:

* Depreciação é o gasto decorrente do desgaste ou perda de utilidade por uso, ação da natureza ou obsolescência. A Receita Federal estipula o prazo de dez anos para depreciação das máqui-nas, cinco anos para veículos - caminhões podem ser depreciados de acordo com o tempo médio de vida útil, que pode ser de oito a dez anos - dez anos para móveis e 25 anos para imóveis.

Mês/Ano

Descrição Entrada Saída Saldo

01

01

Saldo Anterior

01

01

Pagamento Contador NF X.XXX

01

01

Venda à Vista NF. X.XXX

Recebimento Venda Cheque-Pré

Saldo

Saldo

02

Pagamento Conserto Prensa NF X.XXX

Dia

Descrição Crédito

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-

-

Débito

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-

-

Saldo

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01.02

01.02

01.02

Saldo Anterior

Recebimento Cliente NF X.XXX

Depósito Cheques

Pagamento INSS FGTS (dezembro) – cheque no XX.XX

Saldo

Saldo

02.02

Débito em Conta: mensalidade conta

Dia/Mês

Banco

Agência

Conta

gastos fixos

Aluguel Galpão (Custo)

Salário e Encargos Motorista (Custo)

Salário e Encargos Ajudante Motorista

IPTU (Custo)

*Depreciação Equi-pamentos Produtivos (Custo)

Salário e Encargos Técnico Administrativo (Despesa)

Depreciação Veículos Coleta (Custo)

Internet (Despesa)

Contador (Despesa)

Energia Elétrica (Custo)

Água (Custo)

Gás Empilhadeira (Custo)

Fitilho Prensa (Custo)

óleo Prensa (Custos)

Diesel Caminhão (Custo)

Telefone (Despesa)

Material de Limpeza (Despesa)

Gás de Cozinha (Des-pesa)

Material de Escritório (Despesa)

Total Gastos variáveis

Total Gastos Fixos

gastos variáveis

valor Mensal (R$)

0,00

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0,00

0,00

0,00

Relatório de Fluxo de CaixaTodo dinheiro que foi gasto e recebido em um determinado período deve estar regis-trado nesse documento, que funciona como um relatório das movimentações financei-ras da cooperativa. Existem duas formas de apresentar o rela-tório de fluxo de caixa. O Regime de Caixa só contabiliza o evento quando a quantia em questão de fato já entrou ou saiu da conta da cooperativa, comprovando a dife-rença entre o saldo final e o inicial.

Venda à vista

Venda cheque-pré

Venda a prazo

Total Entradas

Conta de água

Conta de luz

Aluguel e IPTU

Conta de telefone

Conta de Internet

Material de Consumo (óleo/fitilho/fitas adesivas/etiquetas)

Advogado/Contador

Taxas Banco

Combustível

Material de Escritório

Material de Limpeza

Outros gastos

Total Saídas

saldo inicial do Período

saldo final do Período

semana 1

Previsto Previsto

valor (R$)Evento valor (R$)valor (R$)

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0,00

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0,00

0,00

valor (R$)

Realizado Realizado

semana 2

ENTRADAS

SAíDAS

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58 REALIZAÇÃO REALIZAÇÃO 59

Já o Regime de Competência registra o evento no momento em que ele ocorre, independente da data de recebimento ou pagamento. Esse método - único parâme-tro considerado válido pelas Normas Bra-sileiras de Contabilidade (Demonstrativo de Sobras e Perdas) - facilita a visualização das obrigações a serem pagas e recebidas no futuro.

Ingressos / Vendas de Material 0,00 0,00

Ingressos / Prestação de Serviços 0,00 0,00

ingResso / ReCeita oPeRaCional bRuta 0,00 0,00

(-) DEDUÇõES INGRESSOS/RECEITA BRUTA 0,00 0,00

(-) ICMS 0,00 0,00

(-) ISS 0,00 0,00

ingRessos líquidos 0,00 0,00

(-) DISPÊNDIOS OPERACIONAIS 0,00 0,00

(-) Vendas (Frete) 0,00 0,00

(-) Pessoal (Salários e Encargos) 0,00 0,00

(-) Administrativas (Material Escritório, Aluguel) 0,00 0,00

(-) Operacionais (Material Consumo, Água, Energia) 0,00 0,00

Resultado líquido do eXeRCíCio 0,00 0,00

(-) DESTINAÇõES ESTATUTÁRIAS 0,00 0,00

(-) FATES (5%) 0,00 0,00

(-) Reserva Legal (10%) 0,00 0,00

(-) Outro(s) Fundo(s) 0,00 0,00

sobRas a disPosição da asseMbleia geRal oRdináRia 0,00 0,00

ano (exercício)

ano (anterior)

Sistema de Cálculo de RetiradasA divisão das sobras da cooperativa deve ser conduzida de acordo com o que foi de-finido nas discussões da Assembleia Geral.

Hora trabalhada Nesse sistema o cooperado receberá con-forme as horas efetivamente trabalhadas. Para que esse formato seja bem sucedido, é importante que o diário de presença seja preenchido e controlado adequadamente.

O valor da hora trabalhada é calculado divi-dindo o montante total do dinheiro a ser dis-tribuído pela soma de todas as horas traba-lhadas pelos cooperados. Para saber quanto cada trabalhador deve receber, é só multipli-car o “valor hora” pelo número de horas que o cooperado trabalhou.

Por produtividadeNesse modelo, cada cooperado recebe um valor de acordo com a sua produção. Nor-malmente, uma cooperativa se divide em cinco setores: coleta, triagem, prensagem, pesagem, expedição e administração - em algumas organizações existem ainda ou-tras funções, como a área da cozinha ou de educação ambiental. Para definir o mon-tante que cada cooperado receberá, o mais comum é chegar a um acordo para atribuir valores para cada setor.

Para os setores de coleta, prensagem, pesa-gem e expedição é estipulado um valor único por quilo, sendo que os produtos são dividi-dos em duas categorias: leves - o plástico, por exemplo - e pesados, como o papelão e o metal. Materiais leves valem mais por exi-girem um volume maior até que se atinja um quilo. Motoristas de caminhão, cozinha e setor administrativo costumam estabelecer um va-lor fixo por hora trabalhada; em alguns casos essa quantia depende de quanto a cooperati-va arrecadou no mês.

Escolher entre a retirada por hora traba-lhada ou por produtividade é uma decisão exclusiva de cada cooperativa, que deve promover debates para chegar em uma de-finição coletiva sobre o modelo mais ade-quado.

Balanço PatrimonialA condição financeira e a posição patrimo-nial da cooperativa pode ser analisada por meio do balanço patrimonial, documento que reúne os ativos (bens da cooperativa com algum valor monetário) e os passivos (obrigações a credores) para que se calcule o patrimônio líquido, diferença entre ati-vos e passivos. Os ativos podem ser circu-

lantes, quando reúnem os bens que podem ser convertidos em dinheiro a curto prazo, ou permanentes, quando reúnem os recur-sos aplicados em bens destinados ao fun-cionamento normal do empreendimento. Já os passivos circulantes são referentes às obrigações gerais a serem pagas em curto

Gestão de EstoqueControlar o estoque é fundamental para que os cooperados saibam exatamente a quanti-dade disponível de cada material - e o quan-to essa quantidade significa em termos de dinheiro. Cada fardo, big bag ou container produzido recebe uma identificação - nor-malmente uma etiqueta informando o tipo de material e sua quantidade, a data em que foi finalizado e assinatura do responsável pela etiquetagem.Toda vez que um material é vendido, é pre-

DETALHAMENTO Set/2012 Set/2013

ativo

Circulante 0,00 0,00

Caixa/Bancos/Aplicações

Financeiras (Disponibilidades) 0,00 0,00

Estoque 0,00 0,00

Contas a receber 0,00 0,00

Outras 0,00 0,00

Realizável a Longo Prazo 0,00 0,00

Contas a Receber 0,00 0,00

Permanente 0,00 0,00

Ativo Imobilizado 0,00 0,00

Terrenos 0,00 0,00

Imóveis 0,00 0,00

Equipamentos 0,00 0,00

Veículos 0,00 0,00

(-) Depreciação acumulada 0,00 0,00

Outras 0,00 0,00

Passivo

Circulante 0,00 0,00

Tributos a pagar 0,00 0,00

Fornecedores 0,00 0,00

Outras 0,00 0,00

Não circulante 0,00 0,00

Obrigações por empréstimos 0,00 0,00

PatRiMÔnio líquido 0,00 0,00

Capital Social 0,00 0,00

Fundo de Reserva 0,00 0,00

Outras (perdas) 0,00 0,00

e médio prazo – os não circulantes corres-pondem às obrigações cujos vencimentos ocorrerão a longo prazo, ou seja, após o fi-nal do exercício seguinte ao encerramento do balanço. O balanço patrimonial faz um recorte de um momento específico do ano, geralmente ao final do período contábil.

ciso dar baixa no estoque, ou seja: deixar registrado que a venda foi efetuada. Após essa etapa, é necessário fazer a confirma-ção da baixa, que só ocorre quando o ma-terial finalmente sai das dependências da cooperativa.Para que a gestão de estoque seja bem suce-dida é importante que os cooperados reali-zem um inventário, comparando o estoque virtual - aquele que consta nas planilhas - com o estoque físico. O chamado inventário rotativo é uma opção interessante: a cada

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60 REALIZAÇÃO REALIZAÇÃO 61

dia um determinado grupo de materiais é escolhido para ser contado e eventuais di-ferenças entre a planilha e o estoque é ime-diatamente comunicada à diretoria e ao conselho fiscal.

CoMeRCialização

Nota Fiscal Convencional

A nota fiscal convencional é o registro de transferência de um produto ou serviço pres-tado por uma instituição a outra empresa ou pessoa física. Quando há o envolvimento de pagamento, essa nota fiscal também será o documento de recolhimento de impostos - não registrar essas movimentações pode ca-racterizar sonegação de impostos.No caso das cooperativas de catadores, an-tes que o resíduo coletado e beneficiado seja comercializado e uma nota fiscal de

saída seja de fato emitida, uma nota fis-cal de entrada desse material no estoque é necessária. A forma mais fácil e simples de fazer isso é registrando as entradas com base no material que foi pesado e já está disponível para venda: um método prático de realizar esse procedimento é por meio do movimento mensal, podendo ser feita uma nota fiscal por item com base no vo-lume que será vendido. A cooperativa re-gistra a entrada como material recebido por doação, sem nenhum custo. É preciso utilizar o CFOP - Código Fiscal de Opera-ções e Prestações referente à entrada de bonificação, doação ou brinde e os valores serão aqueles estabelecidos e fixados pela própria cooperativa. Só então a nota fiscal de venda é emitida, permitindo a comercia-lização do produto.

Os dados que devem ser preenchidos no corpo da nota estão relacionados ao “Toma-dor do Serviço” ou seja, a pessoa jurídica para qual o serviço foi prestado, incluindo seu CNPJ e inscrição municipal.Dependendo do município, o serviço pres-tado pode estar sujeito ao ISS - nesse caso, cabe ao tomador do serviço a retenção e o recolhimento do imposto. Caso o serviço esteja sujeito a outros tributos, eles de-vem estar relacionados no campo “Outras Retenções”.

Nota Fiscal Eletrônica

A Nota Fiscal Eletrônica tem a mesma fun-ção das notas convencionais, com a vanta-gem de ser totalmente digital. Sua validade jurídica é garantida pela assinatura digital do prestador de serviço, que precisa estar em dia com a Receita Federal para que a operação seja concluída. Para que a cooperativa passe a emitir a nota fiscal eletrônica é preciso se cadastrar no site da Secretaria Estadual da Fazenda. Mais informações no site: <http://www.nfe.fazenda.gov.br>O sistema da nota fiscal eletrônica integra informações de todas as empresas nele ca-

dastradas. Se a situação cadastral do clien-te ou comprador estiver irregular (devido à uma dívida fiscal, por exemplo), a opera-ção de emissão de nota fiscal eletrônica não pode ser realizada. Para realizar a consulta, basta acessar: <www.sintegra.gov.br>

Planejamento e Controle de vendas

Um planejamento bem feito é essencial para que a cooperativa atinja bons resultados de vendas. Se os cooperados tiverem condição de analisar e cruzar determinados dados, esse planejamento fica muito mais consis-tente - confira os principais tipos de infor-mação que devem entrar no radar: - análise da produção diária;- materiais disponíveis em estoque;- programação de recebimento de doação de grandes geradores;- compromissos já assumidos com clientes parceiros;- relatório de vendas: comparação entre o ano atual e os anos anteriores.

As vendas poderão ser registradas em uma planilha como essa:

As determinações relacionadas ao ICMS va-riam conforme o estado em que a cooperati-va está localizada

Modelo de Nota Fiscal de Venda para “Sucata e Demais Resíduos” no

estado de São Paulo:

Modelo de Nota Fiscal de Prestação de Serviços

identifiCação da eMPResa(NOME, ENDEREÇO, NúMERO DE INSCRIÇÃO DO

EMITENTE NO CNPJ E NO CPBS)

NOTA FISCAL DE SERvIÇOS

Imposto sobre serviços de qualquer natureza

Nº 0001

MOD. 4

vALIDADE: ___/___/_____

TOMADOR DO SERvIÇO

ENDEREÇO

CIDADE ESTADO

CNPJ/CPF

QUANT.

I

II

III

Iv

UNID.

vALOR A PAGAR I - (II + III)

OUTRAS RETENÇõES

vALOR TOTAL DOS SERvIÇOS

RETENÇÃO DO ISS NA FONTE

DESCRIÇÃO DOS SERvIÇOS P. UNIT TOTAL

INSC. MUN. DATA DE EMISSÃO

Modelo de nota fisCal (X) saí. ( ) ent.

NATUREZA DA OPERAÇÃO

DESTINATÁRIO/REMETENTE BAIRRO/DISTRITO

NOME/RAZÃO SOCIAL

ENDEREÇO BAIRRO/DISTRITO DT. SAíDA

DT. EMIS.

hR SAíDAINSCRIÇÃO ESTADUALUF

CEP

MUNICíPIO

COD. PROD.

CLAS. FISCAL

SIT.

TRIBUTUNID. QUANTIDADE

vALOR UNITÁRIO

vALOR TOTAL

ALíQ.

ICMS

vLR.ICMS ST

vLR.D0 IPI

ALíQ.

IPI

vALOR

DO IPI

vALOR DOS PRODUTOSBASE DE CÁLCULO ICMS - SUBSTITUIÇÃO

vALOR DO ICMS

vALOR SEGUROvALOR DO FRETE

BASE DE CÁLCULO DO ICMS

OUTRAS DESPESAS ACESSóRIAS

DADOS ADICIONAIS - INFORMAÇõES COMPLEMENTARES

ICMS Diferido nos tempos do Artigo 392 do Decreto nº 45.490/2000 - (RICMS/SP).

vALOR TOTAL DA NOTA

RESERvADO AO FISCO

DESCRIÇÃO DOS

PRODUTOS

SUCATA 1 051 KG 300

- -

- -10,00 3.000,00

3.000,00

3.000,00

vENDA DE SUCATA

DOC. ESTADUAL DE SUBSTIT. TRIBUTÁRIO

CNPJ/INSCRIÇÃO ESTADUAL

DT. LIM. P/ EMIS.

CNPJ/CPF

CFOP

5.101

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62 REALIZAÇÃO REALIZAÇÃO 63

Mapeamento e Cadastro de Compradores

A cooperativa deve manter um cadastro reunindo todos os compradores dos seus produtos e usuários de seus serviços. Com relação aos produtos, há de se buscar a comercialização diretamente com as in-dústrias recicladoras, as quais oferecem melhores condições e preços. A tarefa de localização das indústrias compradoras de materiais recicláveis pode começar por uma pesquisa de compradores junto às co-operativas do município ou da região. Essa pesquisa também pode ser feita por meio de associações como:

Abal - Associação Brasileira do Alumínio;Abralatas - Associação Brasileira dos Fa-bricantes de Latas de Alta Reciclablidade;Abirp - Associação Brasileira das Indús-trias Recicladoras de Papel;Abividro - Associação Brasileira das In-dústrias Automáticas de Vidro;Abipet - Associação Brasileira da Indús-tria do PET;Anap - Associação Nacional dos Aparistas de Papel.

É interessante que se levante todas as infor-mações a respeito dos possíveis comprado-res e clientes dos serviços - tomar a inicia-tiva e entrar em contato com a clientela em potencial é o mais indicado. Seja por tele-fone, email ou até pessoalmente, apresente o trabalho da cooperativa e demonstre seu interesse em se tornar um fornecedor. Nes-se primeiro contato, descubra quais tipos

de produto a empresa compra e sob quais condições comerciais: raio de abrangência, lote mínimo, preços médios, forma de pa-gamento, exigência de selos e certificações, entre outros.

Técnicas de venda e Negociação

O vendedor deve estar sempre atento para escutar as necessidades e desejos do com-prador, procurando ser claro e objetivo na hora de descrever os detalhes do material e oferecer outros produtos. Quando o assun-to for o pagamento da transação, é comum encontrar compradores solicitando uma di-minuição nos preços – se a cooperativa tiver informações detalhadas sobre os preços pra-ticados na região onde atua, fica bem mais fácil de lidar com essa negociação de valores. Nesse caso, o vendedor deve mostrar-se in-teressado nos argumentos do cliente, que provavelmente irá citar uma série de dificul-dades para justificar a negociação. O ideal é que a venda seja concluída de modo que am-bas as partes saiam ganhando. Um pequeno desconto para compras maiores, prioridade de compra do material da cooperativa nos próximos meses e entrega adiantada são al-gumas das alternativas que podem ser ofere-cidas para fidelizar o comprador.

Frete

Um ponto fundamental nas negociações de vendas das cooperativas é o frete. Quando o frete é FOB (sigla em inglês para Free on Board, ou “grátis no embarque”, em portu-guês) ele não custa nada para a cooperativa e deve ser pago pelo comprador, que fica res-ponsável por enviar um veículo próprio ou contratar uma transportadora de sua prefe-rência para efetuar o transporte. Se o frete

Mês/ano

Dia Material Codigo Nota kg valor À Para XX Fiscal vista dias

01 PET 00/00/0000 0,00 00,0 00,00 00,00 - Fardo a 00/00/0000

06 Papelão II - 0,00 00,0 00,00 00,00 -

06 Papel - 0,00 00,0 00,00 - 00,00 Revista -

30 Plástico - 0,00 00,0 00,00 00,00 - Copinho

00,0 00,00 00,00 00,00Soma

A cooperativa, dentro de seus limites orça-mentários, deve investir tempo e dinheiro para o desenvolvimento de canais de comu-nicação e divulgação de seu trabalho. Fer-ramentas como cartão de visita, site, blog e até mesmo panfletos são bastante indica-dos, já que é fundamental que os possíveis compradores tomem conhecimento sobre quais tipos de produtos e serviços estão sendo oferecidos.

for realizado no formato CIF (em inglês, Cost, Insurance and Freight ou “custo, seguro e fre-te”, em português) a responsabilidade pelo frete ficará a cargo da própria cooperativa. Por causa do baixo valor de mercado de di-versos materiais recicláveis, muitas vezes o preço do frete acaba se revertendo em uma porcentagem muito grande em relação ao que será ganho com a venda em si. Justamen-te por esse motivo, a cooperativa deve redo-brar sua atenção e seu planejamento quando for responsável pelo frete – recomenda-se que a entrega seja feita sempre com o veícu-lo cheio, calculando a rota mais econômica e levando os materiais de baixo valor na mes-ma viagem que os mais valiosos, de modo a diluir os gastos com frete.

Comercialização em Rede

Em algumas situações, as cooperativas não têm condições de comercializar todos os seus produtos diretamente com as re-cicladoras - isso geralmente ocorre pois o volume de material é insuficiente para fe-char a venda. Para superar esse obstáculo, a melhor opção é se juntar a outras coope-rativas, promovendo a organização de uma rede. Além das vantagens comerciais obti-das, a formação da rede estimula a troca de informações técnicas, o fortalecimento do diálogo com o poder público, a promoção de capacitação dos cooperados, a realiza-ção de campanhas públicas de sensibiliza-ção e a captação e distribuição de recursos.Quando as cooperativas se articulam para formar uma rede, essa nova formação é cha-mada de Cooperativa de 2º grau. O ideal é que tanto a diretoria quanto os conselhos desse tipo de organização sejam compostos por representantes de todas as cooperati-vas participantes - se isso não for possível, cada cooperativa deve destacar um repre-sentante para participar ativamente, acom-panhando de perto o trabalho da diretoria e dos conselhos da rede. É importante tam-bém ter uma estrutura física que permita a centralização dos materiais triados e pren-sados pelas cooperativas integrantes, facili-tando o comércio e logística com as indús-trias recicladoras.

Administração de Compras

Para auxiliar no processo de aquisição de

produtos e contratação de serviços, é re-comendável que a cooperativa conheça em detalhes suas necessidades, elaborando uma tabela com as seguintes informações: - produtos e serviços separados por áreas e processos. Por exemplo: o setor adminis-trativo demanda gastos com materiais de escritório e manutenção de computadores. Já a coleta inevitavelmente irá gastar com combustível e manutenção dos veículos; - quantidade de material consumida por mês ou semana;- informações de possíveis fornecedores para os produtos e serviços necessários;- preços e condições de pagamento obtidos nas últimas compras;- possíveis descontos na aquisição de gran-des quantidades ou no fechamento de con-trato de determinada prestação de serviço.

Software de Gestão

Software de gestão é o nome que se dá a todo sistema digital de informação capaz de integrar dados e processos de uma organi-zação. É através desse tipo de programa que os cooperados podem controlar e consultar de maneira simples e rápida informações para repasse, relatórios e recibos. Com os documentos organizados e fornecidos dire-tamente pelo software, fica muito mais fácil de fazer pagamentos e prestar contas para os cooperados, além de aperfeiçoar os re-latórios oferecidos para parceiros como o setor público e grandes geradores.

CatafácilO Catafácil é o melhor exemplo de software de gestão para cooperativas de catadores, já que foi feito especificamente para elas - os próprios catadores colaboraram na cria-ção do programa. Todas as informações re-lacionadas à produção e à gestão financeira e contábil da cooperativa são processadas

Atingir o equilíbrio entre ausência e excesso é essencial. Enquanto a falta de produtos gera transtornos imediatos - uma prensa que não funciona por falta de óleo prejudi-ca todo o processo - o excesso de materiais em estoque representa perda financeira, já que é como se o dinheiro estivesse parado.

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64 REALIZAÇÃO REALIZAÇÃO 65

pelo programa, que possui uma interface simples e intuitiva, além de ser altamente adaptável - o Catafácil se adequa ao modelo de gestão de cada empreendimento e au-menta a autonomia dos catadores, que po-dem contar com mais uma ferramenta que melhora significativamente a transparência nos processos da cooperativa.O Catafácil é capaz de controlar a produção, o estoque e as vendas da cooperativa, emitir recibos e notas fiscais eletrônicas, calcular a retirada dos cooperados, fazer a presta-ção de contas, produzir e enviar relatórios, registrar a coleta seletiva por bairro e orga-nizar todos os documentos da instituição.

As cooperativas interessadas em adquirir o software podem se cadastrar e obter mais informações no site: <http://www.catafacil.com.br/>

Aquisição de parcerias

Uma alternativa interessante para as co-operativas é entrar em contato com entida-des que apoiam o setor. Confira alguns dos principais programas de estímulo às coope-rativas de catadores:

Órgãos e Programas Federais: - Secretaria Nacional de Economia Soli-dária do Ministério do Trabalho e Empre-go: parceria com governos estaduais para fomentar redes e empreendimentos que atuam com resíduos sólidos para comba-ter a pobreza extrema<http://portal.mte.gov.br/ecosolidaria/secretaria-nacional-de-economia-solidaria/>- Funasa - Fundação Nacional de Saúde: investimentos para a construção dos gal-pões de triagem, aquisição de equipa-mentos de triagem, caminhões e outros veículos<http://www.funasa.gov.br/site/>- Ministério das Cidades: apoio à constru-ção de galpões de triagem de materiais<http://www.cidades.gov.br/>- Pronacoop Social - Programa Nacional de Apoio ao Associativismo e Cooperati-vismo Social - promoção de acesso ao cré-

dito, estímulo à formação de redes de co-operativas e apoio à comercialização dos seus produtos- BNDES - Banco Nacional de Desenvolvi-mento Econômico e Social: recursos para a aquisição ou construção de galpões de triagem, incluindo equipamentos, veícu-los, capacitação e assessoria técnica<http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/bndes/bndes_pt/index.html>- Petrobras: investimento nas áreas de ca-pacitação em logística e infraestrutura <http://www.petrobras.com.br/pt/>- FBB - Fundação Banco do Brasil: ações nas áreas de estruturação das cooperati-vas, auxílio na compra de caminhões, pro-moção de capacitação e estruturação de redes de comercialização<http://www.fbb.org.br/home.htm<- Banco do Brasil - linha de financiamento de investimentos para cooperativas, sem cobranças de tarifas<http://www.bb.com.br/portalbb/home29,116,116,1,1,1,1.bb>

Prefeitura MunicipalA cooperativa pode buscar apoio e estabe-lecer parcerias junto à Secretaria Social, Se-cretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Obras e Infraestrutura – para os municípios que possuem esses órgãos.

Outras entidadesEstabelecer contatos com entidades não governamentais também pode ser uma boa forma de conseguir apoio. Instituições como o MNCR - Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis, univer-sidades, centros de pesquisa, associações de voluntariados, escolas e grandes empre-sas devem ser procuradas pelas coopera-tivas sempre que os cooperados estiverem planejando a formação de uma parceria.

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66 REALIZAÇÃO REALIZAÇÃO 67

-CONCLUSÃO

-

Tradicionalmente, o grande desafio das co-operativas de catadores de materiais reciclá-veis tem sido conquistar o devido reconhe-cimento por parte da sociedade civil e das autoridades públicas. Muitas vezes o traba-lho do catador é imprescindível e exerce uma função crucial para a tranquilidade e a lim-peza da comunidade, mas esse trabalho tam-bém costuma ser silencioso, passando ao lar-go do prestígio merecido – prestígio que vai muito além de qualquer subjetividade e cuja ausência costuma ser revertida em conse-quências bem concretas, como o descaso das políticas públicas e o preconceito por parte de alguns setores da sociedade. A Política Nacional de Resíduos Sólidos e suas diferen-tes diretrizes que tratam das cooperativas, inclusive garantindo o protagonismo que ela merece – e já exerce – são um sintoma claro de que uma mudança extremamente positiva

está em curso. Lidar com esse tema com se-riedade é a contribuição da Realização para que essa transformação siga beneficiando cooperativas, catadores, poder público e a população em geral. Mas agora um novo desafio vem surgindo. É hora das cooperativas entrarem de vez no campo econômico, especializando-se na ges-tão de seus negócios e oferecendo uma pres-tação de serviço de excelência. E essa tam-bém é uma meta da Realização: a expectativa é que sua leitura tenha oferecido uma plata-forma de aprimoramento técnico, um estí-mulo para que os catadores finalmente sejam integrados em definitivo na economia formal do país e possam de fato almejar e conquis-tar uma qualidade de vida compatível com a importância do seu trabalho. Cada capítulo da publicação aborda um conjunto de aspectos que compõem o dia

a dia de uma cooperativa de catadores de material reciclável. Contratos de remunera-ção de serviço; especificações de qualidade para os produtos comercializados; sistema de cálculo de retiradas; instruções jurídicas e contábeis; governança e transparência; orientações relacionadas à logística, como: processos de triagem, prensagem, pesagem, enfardamento, estocagem e expedição; fluxo de materiais; organização do espaço; trans-porte; divisão das tarefas; manutenção dos equipamentos e veículos; além de um ma-terial exclusivamente focado na saúde e na segurança do cooperado. Uma série de fer-ramentas educativas para que os desafios internos sejam identificados e superados também foram apresentados nessa publi-cação: a ideia é que a metodologia apresen-tada seja adaptada ao contexto específico de cada cooperativa, oferecendo subsídios

para que essa adaptação seja feita da me-lhor maneira possível.

A forma com que a sociedade lida com seus resíduos é um dos principais temas da atua-lidade e pode definir muita coisa quando o assunto é o futuro da humanidade: ao des-tinar adequadamente o resíduo e reaprovei-tá-lo sempre que possível, não é só o meio ambiente que sai ganhando, mas todos que nele vivem. Não é exagero nenhum, portan-to, afirmar que valorizar as cooperativas de catadores é um exercício de civilidade. O Programa Estruturação, composto pela revista Inspiração, pela Realização e seus mutirões de lançamento e pela Evolução, pretende colaborar com esse cenário pro-missor e, se as publicações atingirem seus objetivos , preparar as cooperativas para os desafios do presente e do futuro.

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70 REALIZAÇÃO REALIZAÇÃO 71

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FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia. Saberes necessários à prática educativa. Coleção Leitura. Ed. Paz e Terra, São Paulo, 1996.

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72 REALIZAÇÃO REALIZAÇÃO 73

-PARCEIROS -

O Programa Estruturação e a revista Reali-zação são frutos de um trabalho conjunto de três parceiros: o Programa CATA AÇÃO, o Instituto Walmart e a Giral – Viveiro de Projetos. Conheça um pouco mais sobre o trabalho de cada um deles:

Programa CATA AÇÃOO principal objetivo por trás do Programa CATA AÇÃO é o fortalecimento do trabalho dos catadores de materiais recicláveis e a melhoria da qualidade de vida desses tra-balhadores e suas famílias. A ideia, contudo, não é fomentar qualquer tipo de progresso; não se trata de obter um desenvolvimento a qualquer custo: a meta é promover um crescimento sustentável, baseado nos prin-cípios da economia solidária e na impor-tância do senso de comunidade. Por isso o programa foca nas cooperativas – a estru-tura horizontal, a distribuição igualitária de poder, a forma colaborativa de conduzir o trabalho – tudo que diz respeito a esse tipo de organização vai ao encontro dos ideais do CATA AÇÃO.

O CATA AÇÃO só é possível graças ao esforço

de uma série de parceiros: Fundación Avi-na, BID - Banco Interamericano de Desen-volvimento, FOMIN - Fundo Multilateral de Investimentos do Banco Interamericano de Desenvolvimento, Coca-Cola, ICCO - Organi-zação Intereclesiástica de Cooperação para o Desenvolvimento, Ministério do Desenvol-vimento Social e Combate à Fome e o Movi-mento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis. Criado em 2010, hoje o progra-ma atua em cidades das cinco regiões brasi-leiras, apoiando organizações de catadores e trabalhando para inserir esses atores da sustentabilidade na cadeia produtiva regio-nal e nacional.

Instituto WalmartO Instituto Walmart é uma Oscip - organiza-ção da sociedade civil de interesse público, sem fins lucrativos. Criado em 2005 e man-tido com recursos do Walmart Brasil, o Ins-tituto é responsável pela orientação estraté-gica e gestão do Investimento Social Privado e também pelo apoio às práticas de Respon-sabilidade Social Corporativa da empresa. A organização estreita a interface com as comunidades das regiões onde o Walmart

está presente – ao todo são 18 estados, nas regiões Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul, além do Distrito Federal. O Investimen-to Social Privado tem como foco promover, em médio e longo prazo, o desenvolvimento humano e socioeconômico de populações e territórios vulneráveis a riscos sociais no Brasil. Para alcançar esse objetivo, o Ins-tituto realiza vários programas e apoia fi-nanceiramente projetos de parceiros com experiência em trabalhos sociais. O foco do Instituto também é orientado pelas premis-sas de relevância local, empoderamento de mulheres, segurança alimentar e busca do desenvolvimento sustentável.

Giral – viveiro de ProjetosA Giral é uma consultoria com foco na ges-tão de projetos e no relacionamento entre mundo corporativo e comunidades com de-mandas sociais, econômicas ou ambientais. O nome “giral” vem do tupi “jirau”, palavra utilizada para designar vários tipos de pla-taforma, vários tipos de suporte e é justa-mente esse o seu objetivo: articular os mais diversos setores para combinar inovação nos negócios com práticas de ação social.

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74 REALIZAÇÃO

-anexo A

FICHAS DEMATERIAIS

-

LogocooperativaFICHA DE

MATERIAIS

ReFeRÊNCIA VISUAL

Produto: lata de aço

Descrição: embalagens diversas pós-consumo de aço

Composição: latas de alimentos em conserva, leite em pó, achocolatados, molhos, decorativas, ambientadores

Produção: triagem manual - compactação em prensa vertical (ou horizontal)

Apresentação/acondicionamento:

- fardos do material prensado sem capa e não amarrados

- big bags, caçamba ou tambores de material solto

Item

papeis (rótulos), plásticos, vidro

graxa, gordura, restos de comida

areia, pedras, madeira, lama/barro, sujeira

líquidos no interior das embalagens

Lata de aço

Quantidade máxima

Atenção para a presença de itens que podem diminuir o valor comercial da carga ou causar a devolução do material

Aço

eSPeCIFICAçÃo

CoNTRoLe De QUALIDADe

valores estabelecidos

por cada comprador

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LogocooperativaFICHA DE

MATERIAIS

Produto: alumínio

Descrição: embalagens e utensilios diversos pós-consumo de alumínio

Composição: latas de bebidas, perfis, forros, persianas, latas de aerossol, móveis, panelas, formas, outros

Tipos:

latinha chaparia chaparia perfil panela mista misto

Item Quantidade máxima

graxa, óleo, ferro, na 3% 0% 2% 0%parafusos, rebites

cordões e plásticos na 0% 0% na na

umidade, impurezas + 2,5% na na na nacontaminantes em geral

cabos de baquelite, madeira, outros na na na na 0%

Atenção para a presença de itens que podem diminuir o valor comercial da carga ou causar a devolução do material

NA = item não se aplica ao tipo analisadoA quantidade máxima permitida pode variar conforme cada comprador – deve-se consultar as exigências de cada um

eSPeCIFICAçÃo

CoNTRoLe De QUALIDADe

latinha chaparia (chapas, antenas, móveis, latas aerossol)

perfil misto chaparia mista (forros, fachadas, persianas)

panela (alumínio mole)

Apresentação/acondicionamento:

- fardos (prensados ou não) capa fina papelão e/ou ráfia ou sem capa amarrados com fita de pet, metal galvanizado ou qualquer material não corrosivo (± 2,5 mm) 3 a 4 voltas

- big bags, caçamba ou tambores de material solto

ALUMíNIo

perfil Misto

Chaparia Mista

ReFeRÊNCIA VISUAL

Latinha

Chaparia

panela

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LogocooperativaFICHA DE

MATERIAIS

Produto: caco embalagem

Descrição: embalagens de vidro diversas

Composição: garrafas, frascos e potes – inteiros ou quebrados

Produção: triagem manual - frag-mentação em triturador mecânico

Tipos:

Produto: caco plano

Descrição: inteiras ou quebradas, fragmentos de vidro plano - sem laminas

Composição: fragmentos de mesas, janelas, portas, outros

Produção: triagem manual

Tipos:

Atenção para a presença de itens que podem diminuir o valor comercial da carga ou causar a devolução do material

eSPeCIFICAçÃo

CoNTRoLe De QUALIDADe

branco(incolor) branco(incolor)

marrom

bombona plástica bombona plástica

verde

tambor de aço tambor de aço

misto (colorido)

misto (colorido)

caçamba caçamba

Apresentação/acondicionamento: Apresentação/acondicionamento:

Item

caco plano misturado no caco de embalagem ou vice-versa

caco do mesmo produto e tipo diferente

orgânicos (rótulos de papel, restos de alimentos, madeira) + plásticos (tampas, canudos)

metal ferroso (tampas)

metal não ferroso (alumínio, cobre, latão)

pedra, concreto, cerâmica, louças, refratários

vidro de diferente composição (lâmpada fluorescente, lâmpada incandescente, vidro de televisores, óculos, cristais, espelhos)

Quantidade máxima

0%

0%

0,4%

0,02%

0,01%

0,005%

0,0%

A quantidade máxima permitida pode variar conforme cada comprador – deve-se consultar as exigências de cada um

Caco embalagem verde

Caco embalagem misto

ReFeRÊNCIA VISUAL

Caco embalagem branco (incolor)

Caco embalagem âmbar

Caco plano branco (incolor) Caco plano misto (colorido)

VIDRo

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Logocooperativa

LogocooperativaFICHA DE

MATERIAISFICHA DE MATERIAIS

ReFeRÊNCIA VISUAL

Item

Madeira, vidro, plásticos, areia, pedra, metais

Umidade

Quantidade máxima

3%

15%

Cartão tipo longa vida

Atenção para a presença de itens que podem diminuir o valor comercial da carga ou causar a devolução do material

Produto: embalagem longa vida

Descrição: cartão para alimentos tipo longa vida pós-consumo

Composição: embalagens de leite, sucos, yogurte, chás, outros

Produção: triagem manual - compactação em prensa vertical (ou horizontal) - arqueamento manual

Apresentação/acondicionamento: fardos com capa de papelão amarrados com fita de nilon ou metal galvanizado não corrosivo (± 2,5 mm) 3 a 4 voltas

eSPeCIFICAçÃo

CoNTRoLe De QUALIDADe

PAPeL ReCICLáVeL

A quantidade máxima permitida pode variar conforme cada comprador – deve-se consultar as exigências de cada um

ReFeRÊNCIA VISUAL

Item

Madeira, vidro, plásticos, areia, pedra, metais

Umidade

papel revista, outros papeis

papel carbono, adesivos

Quantidade máxima

1%

12%

10%

1%

papel jornal

Atenção para a presença de itens que podem diminuir o valor comercial da carga ou causar a devolução do material

Produto: apara de jornal

Definição: apara de papel jornal tipo iii

Composição: jornais usados

Produção: triagem manual - fragmentação em picotador mecânico - compactação em prensa vertical (ou horizontal) - arqueamento manual

Apresentação/acondicionamento: fardos (picotado ou não) com capa de papelão ou sem capa ammarados com fita de nilon ou metal galvanizado não corrosivo (± 2,5 mm) 3 a 4 voltas

eSPeCIFICAçÃo

CoNTRoLe De QUALIDADe

PAPeL ReCICLáVeL

A quantidade máxima permitida pode variar conforme cada comprador – deve-se consultar as exigências de cada um

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LogocooperativaFICHA DE

MATERIAIS

Atenção para a presença de itens que podem diminuir o valor comercial da carga ou causar a devolução do material

eSPeCIFICAçÃo

CoNTRoLe De QUALIDADe

Produto: apara branca

Descrição: folhas de papel branco pós-consumo diversas

Composição: formulários, cadernos, livros, impressos, manuscritos, outros

Produção: triagem manual - fragmentação em picotador mecânico - compactação em prensa vertical (ou horizontal) - arqueamento manual

Tipos:

Apresentação/acondicionamento: fardos (picotado ou não) com capa de papelão ou sem capa amarrados com fita de nilon ou metal galvanizado não corrosivo (± 2,5 mm) 3 a 4 voltas

- big bags de material solto (picotado ou não)

ii iii iV V

abrangência

Item

madeira, vidro, plásticos, areia, pedra, metais

umidade

papel carbono, cartão postal, encartes de supermercado, receituários, folders, calendários de parede

papel higiêncio/toalha/guardanapo

impressão em cores

capas

cola, adesivos insolúveis

tipo II tipo III tipo Iv tipo v

Quantidade máxima

3% 3% 4% 2%

10% 10% 10% 10%

0% 0% 0% 0%

0% 0% 0% 0%

0% NA NA NA

0% 0% NA 0%

0% 0% NA 0%

NA = item não se aplica ao tipo analisadoA quantidade máxima permitida pode variar conforme cada comprador – deve-se consultar as exigências de cada um

Branco tipo iii

Branco tipo V

ReFeRÊNCIA VISUAL

Branco tipo ii

Branco tipo iV

PAPeL ReCICLáVeL

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Logocooperativa

LogocooperativaFICHA DE

MATERIAISFICHA DE MATERIAIS

ReFeRÊNCIA VISUAL

Item

Madeira, vidro, plásticos, areia, pedra, metais

Umidade

papel higiêncio/toalha/guardanapo

Cola, papel carbono, adesivos

Quantidade máxima

15%

10%

0%

3%

apara mista

Atenção para a presença de itens que podem diminuir o valor comercial da carga ou causar a devolução do material

Produto: apara mista

Definição: tipo ii - material pós consumo de composição variada

Composição: revistas, encartes, livros, folhetos de propaganda, sobras de aparas coloridas de gráficas, papel tipográfico, papel cartão, papel ondulado, outros

Produção: triagem manual - fragmentação em picotador mecânico - compactação em prensa vertical (ou horizontal) - arqueamento manual

Apresentação/acondicionamento: fardos (picotado ou não) com capa de papelão ou sem capa amarrados com fita de nilon ou metal galvanizado não corrosivo (± 2,5 mm) 3 a 4 voltas

eSPeCIFICAçÃo

CoNTRoLe De QUALIDADE

PAPeL ReCICLáVeL

A quantidade máxima permitida pode variar conforme cada comprador – deve-se consultar as exigências de cada um

ReFeRÊNCIA VISUAL

papel revista ii

Atenção para a presença de itens que podem diminuir o valor comercial da carga ou causar a devolução do material

Produto: papel revista

Definição: aparas de revista ii

Composição: revistas usadas

Produção: triagem manual; fragmentação em picotador mecânico - compactação em prensa vertical (ou horizontal) - arqueamento manual

Apresentação/acondicionamento:

- fardos (picotado ou não) com capa de papelão amarrados com fita de nilon ou metal galvanizado não corrosivo (± 2,5 mm) 3 a 4 voltas- big bags com folhas soltas (picotadas ou não)

eSPeCIFICAçÃo

CoNTRoLe De QUALIDADe

Item

Madeira, vidro, plásticos, areia, pedra, metais

Umidade

papel colorido e jornal

papel carbono, adesivos

Quantidade máxima

2%

12%

10%

1%

PAPeL ReCICLáVeL

A quantidade máxima permitida pode variar conforme cada comprador – deve-se consultar as exigências de cada um

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LogocooperativaFICHA DE

MATERIAIS

Atenção para a presença de itens que podem diminuir o valor comercial da carga ou causar a devolução do material

eSPeCIFICAçÃo

CoNTRoLe De QUALIDADe

Produto: papelão

Descrição: embalagens e utensílios pós-consumo de papelão ondulado

Composição: caixas, chapas e cintas

Produção: triagem manual - compactação em prensa vertical (ou horizontal) - arqueamento manual

Tipos:

Apresentação/acondicionamento: fardos de 200,00 à 350,00 kg amarrados com fita de nilon ou metal galvanizado não corrosivo (± 2,5 mm) 3 a 4 voltas

i ii iii

abrangência

Item

outros papéis que não sejam papelão ondulado

madeira, vidro, plásticos, areia, pedra, metais

umidade

parafina, cera, betume, revestimento plástico/metálico, cola (permitido o tipo hot melt)

tipo I tipo II tipo III

Quantidade máxima

0% 5% 20%

3% 3% 5%

15% 15% 15%

0% 1% 3%

A quantidade máxima permitida pode variar conforme cada comprador – deve-se consultar as exigências de cada um

ReFeRÊNCIA VISUAL

papelão ondulado tipo i

papelão ondulado tipo ii

papelão ondulado tipo iii

PAPeL ReCICLáVeL

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LogocooperativaFICHA DE

MATERIAIS

Produto: Pead frascaria (sopro)

Descrição: embalagens pós-consumo diversas de polietileno de alta densidade rígido

Composição: garrafas/ frascos/ galões de sabões, amaciantes, limpadores multiuso, desinfetantes, álcool, leite, yogurte, xampu, condicionador, outros

Produção: triagem manual - compactação em prensa vertical (ou horizontal) - arqueamento manual

Tipos:

Produto: PEAD caixaria (injeção)

Descrição: utensilios pós-consumo diversos de polietileno de alta densidade rígido

Composição: caixas de verduras, fru-tas e legumes, cerveja e refrigerante, pão, contentores de lixo

Produção: triagem manual - compactação em prensa vertical (ou horizontal) - arqueamento manual

Tipos:

Apresentação/acondicionamento: fardos com capa de ráfia ou banner, amarrados com fita de pet, metal galvanizado ou qualquer material não corrosivo (± 2,5 mm) 3 a 4 voltas

Atenção para a presença de itens que podem diminuir o valor comercial da carga ou causar a devolução do material

eSPeCIFICAçÃo

CoNTRoLe De QUALIDADe

branco (leitoso) e incolor

colorido

colorido

Apresentação/acondicionamento: fardos com capa de ráfia ou banner, amarrados com fita de pet, metal galvanizado ou qualquer material não corrosivo (± 2,5 mm) 3 a 4 voltas

Item

outros plásticos (tampas e rótulos)

pead produto ou tipo de produto diferente daquele especificado

papeis, metais e vidro

óleo, graxa, gordura, restos de comida

areia, pedras, madeira, lama/barro, sujeira

líquidos no interior das embalagens

Quantidade máxima

valores estabelecidos por cada comprador

ReFeRÊNCIA VISUAL

pead branco (leitoso) e incolor

pead colorido

pead caixaria

PeAD

2

PEAD

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LogocooperativaFICHA DE

MATERIAIS

Atenção para a presença de itens que podem diminuir o valor comercial da carga ou causar a devolução do material

eSPeCIFICAçÃo

CoNTRoLe De QUALIDADe

Produto: pet

Descrição: embalagens pós-consumo diversas de politereftalato de etileno

Composição: garrafas de água, refrigerante, óleo vegetal, outras

Produção: triagem manual - compactação em prensa vertical (ou horizontal) - arqueamento manual

Tipos:

Apresentação/acondicionamento: fardos com capa de ráfia ou banner amarrados com fita de pet ou metal galvanizado não corrosivo (± 2,5 mm) 3 a 4 voltas

Item

outros plásticos (tampas e rótulos)

pet de outro tipo que não aquele especificado

papeis, metais e vidro

graxa, gordura, restos de comida

areia, pedras, madeira, lama/barro, sujeira

líquidos no interior das embalagens

Quantidade máxima

<2,0%

0%

0%

0%

0%

0%

incolor (cristal)

verde

azul

óleo

A quantidade máxima permitida pode variar conforme cada comprador – deve-se consultar as exigências de cada um

pet azul

pet óleo

ReFeRÊNCIA VISUAL

pet cristal (incolor)

pet verde

PeT

1

PET

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LogocooperativaFICHA DE

MATERIAIS

Atenção para a presença de itens que podem diminuir o valor comercial da carga ou causar a devolução do material

eSPeCIFICAçÃo

CoNTRoLe De QUALIDADe

Produto: pp

Descrição: embalagens e utensilios diversos pós-consumo de polipropileno

Composição: galões de água, frascos de vinagre, detergente, molhos/condimentos e bebidas alcóolicas; potes de laticíneos e achocolatados; copo de água mineral, temperos, sopas, yogurtes, guaraná natural, mate; copo descartavel; tampas para frascos diversos; engradados de bebidas e caixas; baldes e móveis

Produção: triagem manual - compactação em prensa vertical (ou horizontal) - arqueamento manual

Tipos:

Item

outros plásticos

pp de outro tipo que não aquele especificado

papeis, metais e vidro

óleo, graxa, gordura, restos de comida

areia, pedras, madeira, lama/barro, sujeira

líquidos no interior das embalagens

Quantidade máxima

valores estabelecidos por cada comprador

frascaria incolor/cristal tampinha

frascaria colorida balde (utensilios + móveis)

Apresentação/acondicionamento:

- fardos com capa de ráfia ou banner ammarados com fita de pet, metal galvanizado ou qualquer material não corrosivo (± 2,5 mm) 3 a 4 voltas

- big bags de material solto

Frascaria colorida

ReFeRÊNCIA VISUAL

Frascaria incolor/cristal

tampinha Balde (utensilios + móveis)

PP

5

PP

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Logocooperativa

LogocooperativaFICHA DE

MATERIAISFICHA DE MATERIAIS

ReFeRÊNCIA VISUAL

Item

outros plásticos

ps de outro tipo que não aquele especificado

papeis, metais e vidro

óleo, graxa, gordura, restos de comida

areia, pedras, madeira, lama/barro, sujeira

líquidos no interior das embalagens

Branco Colorido

Quantidade máxima

Atenção para a presença de itens que podem diminuir o valor comercial da carga ou causar a devolução do material

valores estabelecidos por cada comprador

Produto: pS

Descrição: embalagens e utensilios descartáveis pós consumo diversos de poliestireno

Composição: bandejas de comida pronta; utensílios como copos, pratos e talheres; potes para yogurtes, sorvetes e doces

Produção: triagem manual - compactação em prensa vertical (ou horizontal) - arqueamento manual

Tipos:

Apresentação/acondicionamento: fardos com capa de ráfia ou banner, amarrados com fita de pet, metal galvanizado ou qualquer material não corrosivo (± 2,5 mm) 3 a 4 voltas

eSPeCIFICAçÃo

CoNTRoLe De QUALIDADe

branco colorido

PS

6

PS

ReFeRÊNCIA VISUAL

Item

plásticos rígidos

apara do tipo diferente daquele especificado

papeis, metais e vidro

óleo, graxa, gordura, restos de comida

areia, pedras, madeira, lama/barro, sujeira

líquidos no interior das embalagens

0%

0%

incolor (cristal) Colorida

Quantidade máxima

Atenção para a presença de itens que podem diminuir o valor comercial da carga ou causar a devolução do material

valores estabelecidos

por cada comprador

Produto: aparas plásticas / plástico filme

Descrição: mistura com porcentagem variável de polietileno de alta densidade (pead), policloreto de vinila (pVC), polietileno de baixa densidade (peBd) e polipropileno (pp) – todos flexíveis

Composição: sacolas e sacolinhas, sacos de alimentos, sacos de lixo, filmes e bobinas, outras

Produção: triagem manual - compactação em prensa vertical (ou horizontal); arqueamento manual

Tipos:

Apresentação/acondicionamento: fardos com capa de ráfia ou banner, amarrados com fita de pet, metal galvanizado ou qualquer material não corrosivo (± 2,5 mm) 3 a 4 voltas

eSPeCIFICAçÃo

CoNTRoLe De QUALIDADe

incolor (cristal) colorida

2

PEAD PvC PEBD PP

3 4 5

APARAS PLáSTICAS

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REALIZAÇÃO 97

-EXPEDIENTE-

DireçãoMateus Mendonça

RedaçãoJanaina Pires eJoão Mello

EdiçãoJoão Mello

RevisãoJoão Mello e Julia Luchesi

Design eProjeto GráficoDenise Matsumoto

ApoioRenata Castiglioni Amaral, Gabriela Marques e Victor Hugo Mathias

Foto da capaMaurício Araújo

AgradecimentosFlávia Scabin, Gabriela Marques, Francisco Kanaan, FMUSP - Fundação de Medicina Preventiva da Universidade de São Paulo, Luis Guilherme Apolinario

Conselho Gestor NacionalFlávia NevesIsmael GilioOscar FergutzSeverino Lima JúniorValdemar de Oliveira Neto Victor Bicca

CoordenaçãoFernanda Ferreira

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REALIZAÇÃO 99

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REALIZAÇÃO 100www.programaestruturacao.com.br