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1 APONTAMENTOS LEGISLAÇÃO POLICIAL – C1 ACHADOS PORTARIA N.º 1513/2007 DE 29 DE NOVEMBRO – procedimentos a adoptar pelas forças de segurança em relação a objetos perdidos e achados 1.1 Âmbito da portaria A presente portaria veio estabelecer os procedimentos a adoptar pelas forças de Segurança (PSP e GNR) em relação a objetos perdidos e achados e determinar a criação de um sistema que se designa de Sistema Integrado de Informação sobre Perdidos e Achados (SIISPA). Este sistema está alojado na Rede Nacional de Segurança Interna, está igualmente disponível nas Forças de Segurança (no caso da PSP, na Intranet) e na Internet. Aplicação As regras que se seguem aplicam-se a todos os documentos e demais objetos encontrados na via pública, em qualquer veículo de transportes de passageiros ou em local público ou aberto ao público que sejam entregues por qualquer pessoa a uma força de segurança. Entrega e guarda do achado Crime de apropriação ilegítima em caso de acessão ou de coisa achada De acordo com o artigo 209º do Código Penal Português, comete o crime de apropriação ilegítima em caso de acessão ou de coisa achada “quem se apropriar ilegitimamente de coisa alheia que haja encontrado”. Significa isto que, a pessoa que encontrar alguma coisa alheia não deve apropriar-se dela, devendo anunciar o achado. Forma de anunciar o achado O achador tem direitos e deveres sobre a coisa achada, consoante o dono da coisa achada seja conhecido ou desconhecido. Se souber quem é o dono da coisa, deve restituí-la, ou avisá-lo do achado (artigo 1323º., n.º 1, do Código Civil). Se o não fizer, para além das sanções civis, poderá incorrer também em sanções penais. Não sendo conhecido o dono, há, em geral, o dever de anunciar o achamento ou de avisar as autoridades.

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APONTAMENTOS LEGISLAÇÃO POLICIAL – C1

ACHADOS

PORTARIA N.º 1513/2007 DE 29 DE NOVEMBRO – procedimentos a adoptar pelas

forças de segurança em relação a objetos perdidos e achados

1.1 Âmbito da portaria

A presente portaria veio estabelecer os procedimentos a adoptar pelas forças de

Segurança (PSP e GNR) em relação a objetos perdidos e achados e determinar a

criação de um sistema que se designa de Sistema Integrado de Informação sobre

Perdidos e Achados (SIISPA). Este sistema está alojado na Rede Nacional de Segurança

Interna, está igualmente disponível nas Forças de Segurança (no caso da PSP, na

Intranet) e na Internet.

Aplicação

As regras que se seguem aplicam-se a todos os documentos e demais objetos

encontrados na via pública, em qualquer veículo de transportes de passageiros ou em

local público ou aberto ao público que sejam entregues por qualquer pessoa a uma

força de segurança.

Entrega e guarda do achado

Crime de apropriação ilegítima em caso de acessão ou de coisa achada

De acordo com o artigo 209º do Código Penal Português, comete o crime de

apropriação ilegítima em caso de acessão ou de coisa achada “quem se apropriar

ilegitimamente de coisa alheia que haja encontrado”.

Significa isto que, a pessoa que encontrar alguma coisa alheia não deve apropriar-se

dela, devendo anunciar o achado.

Forma de anunciar o achado

O achador tem direitos e deveres sobre a coisa achada, consoante o dono da coisa

achada seja conhecido ou desconhecido. Se souber quem é o dono da coisa, deve

restituí-la, ou avisá-lo do achado (artigo 1323º., n.º 1, do Código Civil). Se o não fizer,

para além das sanções civis, poderá incorrer também em sanções penais. Não sendo

conhecido o dono, há, em geral, o dever de anunciar o achamento ou de avisar as

autoridades.

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No anúncio deve usar-se o meio mais conveniente, atendendo ao valor da coisa, os

meios disponíveis e aos usos da terra, se os houver, sendo que as formas de o fazer

poderão ser as seguintes:

Entrega às forças de segurança

No jornal;

Na publicidade local;

Na igreja;

etc.

1.3.3 Entrega dos bens

Quando a pessoa que procede à entrega de objetos às forças de segurança quiser

exercer o direito de ficar com a coisa achada, que está previsto nos artigos 1318º e

1323º do Código Civil tem de indicar a sua identidade. Em todos os casos,

independentemente de querer ficar ou não com a coisa achada deve declarar o local, o

dia e a hora em que o bem foi encontrado.

No artigo 1318º define-se o que pode ser adquirido por ocupação, discriminando os

animais e outras coisas móveis que nunca tiveram dono, ou foram abandonadas,

perdidas ou escondidas.

Nunca podemos ficar como fieis depositários de telemóveis, discos rígidos, portáteis,

pois contêm informações.

Existem exceções ao regime da Ocupação – é o caso concreto das coisas móveis

sujeitas a registo (Art.º205º C.C.)

As coisas móveis sujeitas a registo não podem ser adquiridas por ocupação, logo, não

podem ser tratados como achados, o que implica:

¨ Que nunca podem ficar na posse do achador;

¨ Este não tem qualquer direito sobre elas mesmo que o proprietário não apareça;

¨ Não tem direito a qualquer prémio.

Ex.: Veículo automóvel, motociclos

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Notas:

I- Os totolotos e totobolas apesar de serem registados, não estão neste

momento identificados pelo que a posse pertence a quem detiver o

boletim, já que não se consegue provar a pertença.

II- As bicicletas já não estão obrigadas a registo pelo que o achador pode ficar

como fiel depositário (caso o achador não saiba a quem pertence o bem e

manifeste intenção de fazer sua a coisa perdida).

Objetos que não poderão ficar na posse do achador

Nunca poderão, então, ficar em posse do achador:

- Documentos pessoais e intransmissíveis pertencentes a outrem;

- Armas de fogo e armas brancas consideradas proibidas;

- Chaves;

- Objetos que se suspeite terem sido furtados;

- Coisas móveis sujeitas a registo;

- Objetos impenhoráveis (cfr. art.º 756.º do Código Civil, e art.s 822.º- bens

absolutamente impenhoráveis, 823.º - bens relativamente impenhoráveis, 824.º - bens

parcialmente penhoráveis, todos do Código Processo Civil decreto-lei n.º 44129, de 28-

12-1961. exemplos: os objetos especialmente destinados ao exercício de culto público,

os túmulos, os bens imprescindíveis a qualquer economia doméstica que se encontrem

na residência permanente do executado, salvo se se tratar de execução destinada ao

pagamento do preço da respectiva aquisição ou do custo da sua reparação, os

instrumentos indispensáveis aos deficientes e os objetos destinados ao tratamento de

doentes; etc.).

Guarda dos bens

Caso o achador não saiba a quem pertence o bem e manifeste a intenção de fazer sua

a coisa perdida, se não for reclamada pelo dono dentro do prazo de um ano, a contar

do anúncio ou aviso, deve providenciar pela sua guarda, observando-se o que dispõe o

artigo 1323º do Código Civil, cabendo única e exclusivamente às Forças de Segurança

registar e anunciar o achado (artigo 2º n.º 2 da Portaria n.º 1513/2007 de 29 de

Novembro).

Relembramos, no entanto que existem situações, como já vimos, em que o achador

não pode, em caso algum, ficar fiel depositário. É o caso concreto dos documentos

pessoais e intransmissíveis pertencentes a outrem.

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3. Restituída a coisa, o achador tem direito à indemnização do prejuízo havido e das

despesas realizadas, bem como a um prémio dependente do valor do achado, no

momento da entrega, calculado pela forma seguinte: até ao valor de € 4, 99, dez por

cento; sobre o excedente desse valor até € 24, 94, cinco por cento; sobre o restante,

dois e meio por cento. (Redação do Decreto-Lei n.º 323/01, de 17.12).

Quando o achador declarar que não quer conservar em seu poder a coisa achada,

deverá a mesma ser enviada com a participação.

Podem existir situações em que os bens entregues às Forças de Segurança são

perecíveis (passíveis de degradação), ou já se encontram degradados ou ainda bens

que por lei devem ser apreendidos ou sujeitos a um tratamento especial. Nestes casos

em concreto, as forças de segurança devem:

- Nos casos dos bens perecíveis, como por exemplo os bens comestíveis, devem ser

doados a instituições locais de solidariedade social, caso se encontrem em bom

estado.

Caso o seu estado seja de degradação, devem ser destruídos - deve elaborar auto.

- Os objetos degradados e abandonados devem ser destruídos - deve elaborar auto.

- Os bens que devam ser apreendidos (exemplo – arma proibida, símbolos xenófobos,

máquinas de jogo ilegal, material informático e de comunicações, ferramentas,

uniformes e símbolos privativos são sujeitos às medidas previstas no Decreto Lei

11/2007 de 19 de Janeiro - Regime jurídico da avaliação, utilização, alienação e

indemnização de bens apreendidos pelos órgãos de polícia criminal (em anexo).

Direito a prémio (artigo 1323º, n.º 3, do C.C.)

Se o dono aparecer antes de ter expirado o prazo de um ano, o achador tem direito a

ser indemnizado de prejuízos, prémio dependente do valor do achado no momento da

entrega e despesas havidas e realizadas com a conservação do achado.

Como se procede ao cálculo do Prémio a atribuir ao achador? (Art. 1323º, n. º 3, do

C.C.)

O cálculo do prémio a que alude o artigo em referência é feito de acordo com a

fórmula a seguir indicada e atendendo ao valor que foi atribuído à coisa achada no

momento da sua entrega às autoridades, daí a importância de se proceder à avaliação

de todos os achados, independentemente do achador poder ou não ficar fiel

depositário do achado:

Até ao valor de € 4,99 10%

De € 4,99 até € 24,94 5%

Sobre o restante 2,5%

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Restituição (devolução das coisas)

O regime da restituição pode variar, vejamos:

Documentos de identidade e quaisquer documentos nominais (identificados) – devem

ser restituídos ao seu titular e deve ser elaborado o respectivo auto (podem ser

reclamados até aos 3 meses);

Restantes objetos entregue à guarda da Forças de Segurança – devem ser restituídos a

quem prove ser o titular e deve ser elaborado o respectivo auto (podem ser

reclamados até 1 ano);

Quando não tenha existido a restituição ao proprietário e o objecto seja reclamado

pelo seu achador (e este possa ficar com ele, de acordo com a lei), devem as forças de

segurança proceder à entrega do mesmo mediante identificação e elaboração do

correspondente auto (artigo 3º da Portaria n.º 1513/2007 de 29 de Novembro).

O elemento policial nos termos do n.º 4 do art.º 3º da Portª. 1513/07, não pode

reclamar nenhum direito sobre a coisa achada.

Destino dos bens não reclamados

As forças de segurança têm, de acordo com a lei, de dar destino aos bens não

reclamados e este destino difere de acordo com o tipo de objecto, vejamos:

- Documentos oficiais nominativos (que tenham identificação) – findo o prazo de três

meses após a entrega à PSP ou à GNR são remetidos à entidade emissora;

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- Documentos públicos nominativos emitidos por outros estados e pertencentes a

estrangeiros - findo o prazo de três meses após a entrega à PSP ou à GNR são

remetidos às respectivas representações diplomáticas acreditadas em Portugal;

- Demais documentos nominativos, como é o caso dos cartões de crédito e débito –

são remetidos às entidades emissoras, desde que identificáveis e conhecida a sua sede

social em Portugal. Não sendo isso possível, são destruídos e elaborado o respectivo

auto.

- Bens que não tenham interesse para a força de segurança – são sujeitos a leilão

público.

CASOS ESPECIAIS DE ACHADOS

O regime da aquisição da propriedade por ocupação está previsto no Código Civil, mais

concretamente nos artigos 1317.º al. d), e 1318º. Este último define o que pode ser

adquirido por ocupação, discriminando os animais e outras coisas móveis que nunca

tiveram dono, ou foram abandonadas, perdidas ou escondidas.

No entanto o mesmo código prevê algumas exceções a este regime, entre essas

exceções temos as disposições previstas nos artigos: 1319º - “Caça e pesca”; 1320º -

“Animais selvagens com guarida própria”, 1321º - “Animais ferozes fugidos”, 1322º -

“Enxames de abelhas” e 1324º - “Tesouros”.

Encontramos ainda outra legislação avulsa, onde são atribuídas regras próprias e por

isso designados por nós como casos Especiais de Achados.

Coisas imóveis

As coisas imóveis sem dono conhecido, como já vimos anteriormente, consideram-se

património do Estado (Art.º1345º do Código Civil) (Ex.: casas, terrenos, etc.). O que

significa que não podem ser considerados como achados, logo a forma de aquisição da

propriedade e as regras para a sua aquisição não podem ser as previstas para os

achados. Esta matéria vem regulada no Código Civil, nos artigos: 1318.º e é confirmado

pelo art.º1345.º. Dispõe este último preceito, que as coisas imóveis sem dono

conhecido se consideram como parte do património do Estado.

Enxames de abelhas

O dono de enxame de abelhas tem o direito de o perseguir e capturar em prédio

alheio, mas é responsável pelos danos que causar. (Art.º1322º, n.º1, do C.C.).

Se o dono da colmeia não perseguir o enxame logo que saiba terem as abelhas

enxameado, ou se decorrerem dois dias sem que o enxame tenha sido capturado,

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pode ocupá-lo o proprietário do prédio onde ele se encontre, ou consentir que outrem

o ocupe. (Art.º1322º, n.º 2, do C.C.).

Achados de pombos-correios (D.L. n.º 36.767, de 26FEV48)

O achador é obrigado a comunicá-los à agremiação columbófila local, no prazo de 5

dias, ou à autoridade Policial da área, os quais recolherão os mesmos e comunicarão

ao seu proprietário (art.º9º). A agremiação columbófila ou autoridade policial a quem

for dado conhecimento do achado recolherá o animal, dando de imediato

conhecimento à Federação Portuguesa de Columbofilia que atuará no sentido de que

ao proprietário do pombo seja comunicado o seu paradeiro.

Se no prazo de 15 dias o proprietário não o reclamar poderá ser entregue ao achador

como seu, desde que este seja filiado (ou se filie) em agremiação columbófila.

Caso contrário, ficará pertença da agremiação que o tiver recolhido.

Nos táxis (DL n.º 263/98, de 19AGO)

O artigo 5.º do presente decreto – lei estabelece que um dos deveres do motorista de

táxi é proceder diligentemente à entrega na autoridade policial ou ao próprio utente,

se tal for possível, de objetos deixados no veículo.

Nos Transportes Colectivos

Entrega obrigatória de uma arma achada (Artigo 82º da Lei nº 5/2006 de 23 de

Fevereiro)

Quem achar arma de fogo está obrigado a entregar a mesma às autoridades policiais,

mediante recibo de entrega.

Com a entrega deve ser lavrado termo de justificação da posse, contendo todas as

circunstâncias em que o achado ocorreu, nomeadamente o tempo e de lugar em que o

achado ocorreu.

Todas as armas entregues devem ser objecto de análise e perícia balística, a efetuar

pelo departamento competente da Polícia Judiciária.

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O achado, logo que disponibilizado pelas autoridades, se for susceptível de comércio,

será objecto de venda em leilão, revertendo o produto da venda para o achador.

No caso de extravio de armas, a Lei atribui deveres ao achador, mas também ao

proprietário da arma, esses deveres vêm regulados no art.º39º. n.º 2 al. b) da Lei

5/2006 de 23 de Fevereiro e art.º 5º. n.º 2 da Portª. 1513/07 “Declarar, de imediato e

por qualquer meio, às autoridades policiais o extravio, furto ou roubo das armas, bem

como o extravio, furto, roubo ou destruição do livrete de manifesto ou da licença de

uso e porte de arma”.

O AGENTE DA PSP E OS ACHADOS/Procedimentos

Enquanto achador

Já vimos anteriormente que os membros das forças de segurança, nos termos no n.º 4

do art.º 3º da Portaria. 1513/07, não podem reclamar nenhum direito sobre a coisa

achada.

Deveres do Agente da PSP perante a entrega de um achado

Verificar, na presença do achador e testemunhas, o achado;

Mandar avaliar o achado em estabelecimento do género, se estiver a funcionar;

Caso negativo, recorrer a pessoa abalizada;

Participar o facto no mais curto espaço de tempo possível (se demorar e não o

justificar pode incorrer em infracção disciplinar).

Se a coisa foi achada por outrem e o agente policial disser que foi ele, incorre

também em infracção disciplinar. O mesmo acontece se a coisa foi achada por

si ou por outrem e o agente não participa e fica com ela (para além do

procedimento criminal).

Cuidados a ter ao elaborar a participação de achado

Não deixar passar tempo entre a data de entrega do achado e a data da

participação. Sempre que possível, esta deve ser feita no mesmo dia;

A identidade do achador deve ser a mais completa possível incluindo n.º de

telefone para contacto urgente;

A descrição do achado deve ser pormenorizada;

Os artigos de prata, ouro e joias devem ser pormenorizadamente descritos,

incluindo comprimento, peso, cores das pedras e dos metais e presumível

avaliação por especialista, cujo nome deve constar da participação;

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Indicar o máximo de elementos possíveis sobre o presumível proprietário;

Armas de Fogo: Não esquecer de mencionar marca, modelo, tipo, calibre e

número, além de indicar se tem ou não carregador e munições; não esquecer

que através do n.º da arma, (caso se encontre registada) é possível descobrir o

seu proprietário;

Ter em atenção se o achador é menor e/ou não idóneo já que neste caso, não

se lhe poderão entregar os achados como fiel depositário, excepto quando se

encontrem acompanhados dos seus pais e estes manifestem tal desejo e se

responsabilizem;

Ter especial cuidado na verificação dos objetos que nunca poderão ficar na

posse do achador;

O lugar, data e hora do achado devem ser fornecidos pelo achador e constar da

participação;

Fazer sentir ao achador que não deveria ter ficado na posse do achado durante

muito tempo (se foi o caso), sob pena de incorrer no crime de Apropriação

Ilegítima em caso de Acessão ou de Coisa Achada.

Sempre que possível: Indagar as testemunhas da entrega do achado na

Esquadra, de preferência civis e conferir os artigos do achado na presença dos

mesmos;

Fazer sempre diligências, nomeadamente através da lista telefónica ou outra,

para tentar descobrir o dono dos objetos, mencionando essas diligências na

participação.

Elementos que devem constar numa Participação de Achado

Dia, hora e local da entrega do achado ao agente;

Identidade completa do achador (incluindo n.º de telefone para contacto

urgente);

Mencionar a conferência do achado na presença do achador e de testemunhas;

Descrição minuciosa dos objetos achados e o seu valor, indicando a identidade

do avaliador, ou o seu valor presumível, no caso de a avaliação não ter sido

realizada por pessoa abalizada para o efeito (identidade do avaliador sempre

que haja avaliação);

Dia, hora, local e circunstâncias em que foi achado (a fornecer pelo achador);

Mencionar se o achador desiste do achado, do prémio ou dos dois, ou se quer

ficar como fiel depositário do mesmo (no fundo, informar o achador dos

direitos que lhe assistem por lei);

Indicar o destino dado ao achado:

Fica na posse do achador (fiel depositário);

Segue com o expediente ou;

É entregue a outra entidade (neste caso anexa-se guia de entrega que deve ser

mencionada na participação);

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Indicar todas as diligências efectuadas;

Identificar as testemunhas, se as houver;

Se o dono do animal ou da coisa móvel achada aparecer deve ser elaborado

Termo de Entrega e este facto deve ser aludido na participação. (o Termo de

Entrega é anexado à Participação c/ Aditamento);

“Convidar” o achador a assinar também a Participação (é uma forma de o

vincular, é uma prova de que concorda com o seu conteúdo).

Se estivermos perante o achado de uma arma devem ser anexados à

participação, o recibo de entrega (cópia para o achador) e o termo de

justificação da posse (cópia para o achador).

SISTEMA INTEGRADO DE INFORMAÇÃO SOBRE PERDIDOS E ACHADOS

Todos os objetos referidos no artigo 1º da Portaria n.º 1513/2007 de 29 de Novembro

devem ser registados no Sistema Integrado de Informação sobre Perdidos e Achados.

A Portaria n.º 1513/2007 de 29 de Novembro prevê que o SIISPA oferecerá quatro

grandes funcionalidades: o registo de bens, a transferência de bens, a entrega de bens

e as pesquisas.

DETENÇÕES:

1. Revista ao detido

2. Elabora auto sumário de entrega (se o arguido tiver sido detido por qualquer

pessoa)

3. Constituição de arguido

4. Entrega da cópia do termo de constituição de arguido

5. Leitura dos direitos e deveres do arguido

6. Sujeição do detido a termo de identidade e residência

7. Comunicação da detenção ao mp

8. Comunicação do arguido com pessoa de sua confiança

9. Entrega ao detido de folheto informativo com indicação sumária dos direitos e

deveres da pessoa detida, ficando essa entrega documentada com termo da

notificação e entrega

10. Autorizar o arguido a contactar com o seu defensor

11. Registar o detido no livro de Registro de detidos

12. Elaborar boletim individual de detido

13. Elaborar auto de depósito, se forem retirados bens ao detido

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CONDIÇÕES DE DETENÇÃO

Se tal for exequível, os jovens, idosos e grávidas deverão ser guardados à vista,

designadamente quando na cela permanecerem indivíduos presos a aguardar

transporte para o estabelecimento prisional.

Sempre que o número de detidos exceda a lotação das celas deve o respectivo

comandante diligenciar para que aqueles sejam transferidos para outros locais

de detenção mais próximos ou, não sendo tal possível, guardados à vista em

condições de dignidade e segurança.

Sem prejuízo das medidas de segurança que se mostrarem adequadas, as

pessoas detidas em cumprimento de mandado de detenção para comparência

a ato judicial deverão, em princípio, ser guardadas à vista.

As pessoas conduzidas ao estabelecimento policial para efeitos de

identificação, não podem recolher às celas, devendo permanecer na área de

atendimento ou numa sala destinada a esse fim, sem embargo das medidas de

segurança que as circunstâncias aconselhem. Logo que tenha decorrido o prazo

legal de retenção a pessoa deve ser informada de que pode deixar o posto

policial.

Higiene Pessoal – deve ser exigido a todos os detidos que se mantenham

limpos e, para este fim ser-lhe-ão fornecidos os artigos de higiene necessários á

sua saúde e limpeza e praticar na medida do possível exercício ao ar livre

São proibidos a posse e o uso de bebidas alcoólicas no interior das esquadras.

Dentro dos limites, os detidos podem, mandar vir do exterior alimentação, a

expensas próprias, quer através da administração, quer através de familiares

ou amigos.

Processo SUMÁRIO Quando tem lugar:

São julgados em processo sumário os detidos em ▪ flagrante delito por crime punível

com pena de prisão cujo limite ▪ máximo não seja superior a três anos, quando à

detenção tiver procedido qualquer ▪ autoridade judiciária ou entidade policial e a ▪

audiência se iniciar no máximo de 48 horas após a detenção.

Se a Detenção ocorrer fora do horário de funcionamento normal da secretaria judicial,

a entidade policial que tiver procedido á detenção:

Sujeita o Arguido a termo de Identidade e Residência

Liberta-o, Notifica-o para comparecer perante o MP no primeiro dia Útil

seguinte, á hora que lhe for designada sob pena de, faltando incorrer no crime

de desobediência.

As testemunhas são igualmente notificadas para comparecer.

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CONDIÇÕES GERAIS DOS LOCAIS DE DETENÇÃO

Nos locais de detenção não poderão ser guardados quaisquer objetos que

possam ser utilizados perigosamente pelos detidos, designadamente quando

com eles possam atentar contra a própria vida e ou a vida de outrem.

A instalação de sistemas de vigilância áudio e vídeo do interior e exterior dos

estabelecimentos policiais deve ser assinalada por meio de painel visível. As

cassetes gravadas serão conservadas por um período de 30 dias, findos os quais

serão reutilizadas.

As pessoas detidas devem ser objecto de vigilância regular e discreta pelo

competente agente policial, intensificando-se as rondas sempre que os detidos

apresentem sinais de estar sob a influência de drogas, álcool, medicamentos ou

num estado comocional recente.

Toda a Pessoa detida é colocada sob a responsabilidade e proteção da polícia

Toda a pessoa detida deve ser tratada com humanidade e com o respeito e

dignidade inerente ao ser humano sem qualquer discriminação

designadamente em razão da nacionalidade condição social, convicções

políticas religiosas ou outras

LIVRO DE REGISTO DETIDOS E BOLETIM INDIVIDUAL DE DETIDO

Em cada estabelecimento há um livro de registo, de modelo aprovado

superiormente, em que são consignados, relativamente a cada detido e pela

ordem de entrada:

1. Identificação da pessoa detida;

2. Dia e hora da detenção e da apresentação à autoridade judiciária;

3. Local da detenção;

4. Identidade dos funcionários intervenientes na detenção;

5. Identificação do facto que motivou a detenção e das circunstâncias que

legalmente a fundamentam.

6. O momento de informação dos direitos

7. Marcas de ferimentos, incidentes ocorridos durante a detenção

8. Contactos com familiares, amigos ou advogado

9. Momento da apresentação à autoridade judiciária e da libertação

O Boletim não pode ter rasuras que não sejam ressalvadas, da detenção deve

ser dado conhecimento ao MP, através de fax, arquivando-se o talão de OK.

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BENS DO DETIDO

▪ Sempre que por razões de segurança ou de saúde pública sejam retirados ao detido

quaisquer objetos ou vestuário, será elaborado auto de depósito que será registado,

numerado e identificado com o expediente relativo à detenção e assinado pelo detido

e por quem dirigiu a diligência.

▪ Todos os objetos do detido devem ser conservados em lugar seguro até à sua

devolução, lavrando-se, então, o competente termo de entrega.

DOENÇA OU FALECIMENTO DO DETIDO

▪ Em caso de morte da pessoa detida deverá o comandante do posto policial

comunicar imediatamente o facto ao Ministério Público, à IGAI, bem como ao familiar

mais próximo conhecido.

CONTROLO ADMINISTRATIVO

▪ O funcionário policial que seja testemunha de atos de violência ou de tratamento

desumano ou degradante de pessoa detida deve fazê-los cessar e dar conhecimento

imediato ao superior hierárquico.

PORQUE DEVE SER BEM EFECTUADA UMA REVISTA DE SEGURANÇA?

▪ Para que se tomem medidas preventivas em relação ao estado de saúde do detido e

zelar pela sua integridade física e dos agentes.

▪ É expressamente proibido criar nos detidos sentimentos de medo, angustia,

inferioridade ou humilhação.

SEGURANÇA PRIVADA:

DEFINIÇÃO DE SEGURANÇA PRIVADA

É a prestação de serviços por entidades privadas, legalmente constituídas para

o efeito, com vista à proteção de pessoas e bens, bem como à prevenção da

prática de crimes.

É a organização por quaisquer entidades de serviços de auto proteção com

vista à proteção de pessoas e bens, bem como à prevenção da prática de

crimes.

Ter uma Função Subsidiária e Complementar às Forças de Segurança

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TIPOS DE SERVIÇOS DE SEGURANÇA

Exploração e gestão de centrais de recepção e monitorização de alarmes de

roubo e intrusão, bem como a gestão, manutenção e exploração de sistemas

de segurança;

Vigilância de bens móveis e imóveis;

Vigilância de bens móveis e o controlo da entrada, saída e presença de pessoas,

bem como a prevenção da entrada de armas, substâncias, engenhos e objetos

de uso e porte legalmente proibidos em edifícios e recintos de acesso vedado

ou condicionado ao público;

Acompanhamento, defesa e proteção de pessoas, sem prejuízo das

competências exclusivas em matéria de segurança pessoal atribuídas às forças

de segurança;

Transporte, guarda, tratamento e a distribuição de valores.

Assistentes de Recintos Desportivos (podendo efetuar Revistas Pessoais de

Prevenção neste caso

No caso de pessoal de vigilância no controlo de acessos a instalações

aeroportuárias também são admitidas Revistas Pessoais de Prevenção

OBRIGATORIEDADE DE ADOPÇÃO DO SISTEMA DE SEGURANÇA PRIVADA:

O Banco de Portugal, as instituições de crédito e as sociedades financeiras,

públicas e privadas, são obrigadas a adoptar um sistema de segurança privada.

Os estabelecimentos de restauração e de bebidas, nomeadamente os recintos

de diversão, bares, discotecas, boates, que disponham de salas ou de espaços

destinados a dança, são obrigados, nos termos da lei, a dispor de um sistema

de segurança privada que inclua meios electrónicos para vigilância e controlo

da entrada, saída e permanência de pessoas, bem como para a prevenção da

entrada de armas, substâncias, engenhos e objetos de uso e porte legalmente

proibidos, no espaço físico onde é exercida a atividade.

Os espaços de livre acesso de público que, pelo tipo de atividades que neles se

desenvolvem, sejam susceptíveis de gerar especiais riscos de segurança podem

ser obrigados a adoptar um sistema de segurança privada nos termos e

condições fixados em legislação própria.

A realização de espetáculos em recintos desportivos.

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SERVIÇOS DE AUTOPROTECÇÃO

Os serviços de autoproteção devem ser organizados com recurso exclusivo a

trabalhadores vinculados por contrato individual de trabalho com entidade

titular da respetiva licença;

Os serviços de autoproteção previstos no número anterior podem ser

complementados com o recurso à prestação de serviços de entidades titulares

de alvará adequado para o efeito.

PROIBIÇÕES NO EXERCÍCIO DA ACTIVIDADE DE SEGURANÇA PRIVADA

A prática de atividades que tenham por objecto a prossecução de objectivos ou

desempenho de funções correspondentes a competências exclusivas das

autoridades judiciárias ou policiais;

Desenvolver atividades susceptíveis de ameaçar ou ofender a vida, a

integridade física ou moral e outros direitos fundamentais;

A proteção de bens, serviços ou pessoas envolvidas em atividades ilícitas;

Inibir ou restringir o exercício de direitos, liberdades e garantias.

Por exemplo no caso de revistas por parte dos seguranças de discotecas, é

proibido, logo vai beber no art.º 5 do DL 35/2004 de 21 de FEV. É proibido eles

revistarem, pois é uma função das forças de segurança. É considerado uma

contraordenação.

PESSOAL COM FUNÇÕES DE VIGILÂNCIA:

Quem é o pessoal vigilante?

Indivíduos vinculados por contrato de trabalho as entidades titulares de alvará

ou de licença habilitados a exercerem funções de vigilante, de proteção pessoal

ou de assistente de recinto desportivo (ARD);

Os vigilantes de segurança privada exercem entre outras funções:

a) Vigiar e proteger pessoas e bens em locais de acesso vedado ou

condicionado ao público, bem como prevenir a prática de crimes;

b) Controlar a entrada, presença e saída de pessoas nos locais de acesso

vedado ou condicionado ao público;

c) Efetuar o transporte, o tratamento e a distribuição de valores;

d) Operar as centrais de recepção e monotorização de alarme.

A função de proteção pessoal é desempenhada por vigilantes especializados e

compreende o acompanhamento de pessoas para sua defesa e proteção;

Assistentes de recinto desportivo são vigilantes especializados que

desempenham funções de segurança e proteção de pessoas e bens em recintos

desportivos e anéis de segurança (perímetro de segurança);

Os assistentes de recinto desportivo, podem efetuar revistas pessoais de

prevenção de segurança com o estrito objectivo de impedir a entrada de

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objetos e substâncias proibidas ou susceptíveis de gerar ou possibilitar atos de

violência, recorrer ao uso de raquetes de detenção de metais e de explosivos.

Mediante autorização do membro do Governo, o pessoal de vigilância

devidamente qualificado para o exercício de funções de controlo de acesso a

instalações aeroportuárias e portuárias

DIRECTOR DE SEGURANÇA:

As entidades obrigadas a dispor de um diretor de segurança, responsável pela

preparação, treino e atuação do pessoal de vigilância.

O pessoal de vigilância deve ser titular de cartão profissional emitido pela

Direção Nacional da Policia de Segurança Publica, válido pelo prazo de 5 anos e

susceptível de renovação por iguais períodos de tempo.

ELEMENTOS DE USO OBRIGATÓRIO:

Uniforme;

Cartão profissional aposto visivelmente;

Quando exerça funções de assistente de recinto desportivo, deve usar

sobreveste de identificação onde conste de forma perfeitamente visível a

palavra “Assistente”, dispensável a oposição visível do cartão profissional, de

que obrigatoriamente é portador.

CONTACTO PERMANENTE:

As entidades devem assegurar a presença permanente que garanta o contacto,

através do rádio ou outro meio de comunicação, com o pessoal de vigilância, os

utilizadores dos serviços e forças de segurança.

MEIOS DE VIGILÂNCIA ELECTRÓNICA:

As entidades podem utilizar equipamentos electrónicos de vigilância com o

objectivo de proteger pessoas e bens que sejam ressalvados os direitos e

interesses constitucionalmente protegidos;

A gravação de imagens e som feita por entidades de segurança privada, deve

ser conservada pelo prazo de 30 dias, findo o qual será destruída, só podendo

ser utilizada nos termos da legislação processual penal;

É obrigatória a afixação em local bem visível de um aviso, seguido de símbolo

identificativo.

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PORTE DE ARMA:

O uso e porte de arma está sujeito a licença, e também o uso de aerossóis e

armas eléctricas só é permitido se autorizado por escrito pela autoridade

patronal;

A autorização é comunicada no mais curto prazo, que não pode exceder as 24

horas, á entidade competente para a fiscalização de segurança privada.

A autorização prevista no número anterior é anual e expressamente renovável.

CANÍDEOS:

As entidades titulares de alvará ou de licença podem utilizar canídeos;

A utilização de canídeos está sujeita ao respectivo regime geral de

identificação, registo e licenciamento;

Só é permitida desde que autorizada por escrito pela entidade patronal.

OUTROS MEIOS TÉCNICOS DE SEGURANÇA:

As entidades devem assegurar a distribuição e uso pelo pessoal de coletes de

proteção balística, sempre que o risco das atividades a desenvolver o justifique;

Pode ser autorizada a utilização de meios técnicos de segurança não previstos

no diploma, por despacho do membro do Governo responsável pela área da

administração interna.

DEVER DE COLABORAÇÃO:

As entidades titulares de alvará ou de licença, bem como o respetivo pessoal,

devem prestar às autoridades públicas toda a colaboração que lhes for

solicitada;

Devem colocar os seus meios humanos e materiais á disposição e sob direção

do comando daquelas forças.

DEVERES ESPECIAIS DAS ENTIDADES QUE PRESTAM SERVIÇOS DE SEGURANÇA

PRIVADA:

Comunicar de imediato a autoridade judiciária ou policial a prática de qualquer

crime;

Diligenciar a atuação do pessoal para que não se confunda com as forças de

segurança;

Organizar e manter atualizado o registo de atividades para consulta das

entidades fiscalizadoras;

Fazer prova da manutenção de seguros, de cauções respeitantes ao ano

anterior, e inexistência de dívidas junto da DN;

Organizar e manter atualizados os ficheiros individuais do pessoal de vigilância.

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Comunicar à DN, no prazo de 8 dias a cessação da atividade, para efeitos de

cancelamento do alvará ou da licença concedida.

EMISSÃO DE LICENÇA E ALVARÁ:

Só pode ser exercida com a autorização do Ministério da Administração

Interna, titulada por alvará e após cumprimento de todos os requisitos.

ENTIDADES COMPETENTES PARA FISCALIZAÇÃO:

A fiscalização da atividade de segurança privada e respectiva formação é assegurada

pela Direção Nacional da Policia de Segurança Pública, com a colaboração da Guarda

Nacional Republicana, sem prejuízo das competências das forças de segurança e da

Inspeção-geral da Administração Interna.

ILÍCITOS CRIMINAIS:

Quem prestar serviço sem os necessário alvará ou licença ou exercer funções

de vigilância não sendo titular do cartão profissional é punido com pena de

prisão até 2 anos ou com pena de multa até 240dias, se pena mais grave não

lhe couber;

Na mesma pena incorre quem utilizar os serviços da pessoa no número

anterior.

Contraordenações muito graves:

A prática de atividades de segurança da competência exclusiva das autoridades

judiciárias ou policiais (buscas, revistas);

A proteção de bens, serviços ou pessoas envolvidas em atividades ilícitas “pode

incorrer em crime” (proteção a um criminoso);

Ameaçar, inibir ou restringir o exercício de direitos, liberdades e garantias ou

outros direitos fundamentais (detenção ilegal);

A não existência de diretor de segurança, quando obrigatório;

As entidades titulares de alvará ou licença, bem como o respectivo pessoal que

não prestem às autoridades públicas toda a colaboração que lhes for solicitada;

O porte de arma em serviço sem autorização da entidade patronal;

A utilização de meios materiais ou técnicos susceptíveis de causar danos a vida

ou á integridade física;

Não conservação pelo prazo de 30 dias a gravação de imagens e som, ou não

ter sido destruída;

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Contra- ordenações graves:

Não afixação do aviso previsto, nos lugares sujeitos a vigilância com recurso a

equipamentos electrónicos.

Não comunicar, ou comunicar fora do prazo previsto, ao Ministério da

Administração Interna as admissões ou rescisões contratuais do pessoal de

vigilância;

O não cumprimento dos deveres especiais previstos nas alíneas b) a g) e i) do

nº1 do artigo 18º;

A utilização de canídeos em infração ao preceituado no art.º 15;

O incumprimento dos requisitos exigidos para o transporte de valores inferior a

10.000 euros;

Contra- ordenações leves:

Pessoal de vigilância em exercício de funções, sem possuir cartão profissional

aposto visivelmente;

Pessoal de vigilância em exercício de funções sem uniforme;

Não mencionar o número do alvará na faturação, correspondências e

publicidade;

Sanções acessórias:

Apreensão de objetos;

Encerramento do estabelecimento;

A suspensão por um período de 2 anos do alvará ou licença;

Interdição do exercício de funções.

Competência:

Compete ao Diretor Nacional da PSP a aplicação de coimas e sanções

acessórias;

O produto das coimas reverte para o Estado e 40% para a PSP.

ESTABELECIMENTO DE RESTAURAÇÃO E BEBIDAS:

Estabelecimentos com lotação até 100 lugares- Ligado a central pública de

alarmes.

Estabelecimentos com lotação entre 101 e 1000 lugares- 1 vigilante no controlo

de acesso, sistema de entrada e saída de pessoas por vídeo.

Estabelecimentos com lotação superior a 1001 lugares- 1 vigilante no controlo

de acesso, 1 vigilante no controlo por cada 250 lugares de permanência,

sistema de controlo de permanência, entradas e saídas por vídeo.

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Equipamento de detecção de armas e objetos perigosos:

Os sistemas de segurança privada devem incluir equipamentos técnicos

destinados á detecção de armas, objetos, engenhos ou substâncias de uso e

porte legalmente proibido;

É obrigatória a afixação, na entrada das instalações, em local visível de um

aviso de interdição de pessoas que possuam objetos perigosos.

Deveres especiais dos gerentes dos estabelecimentos de restauração e bebidas:

Garantir o funcionamento efetivo do sistema de segurança privada;

Afixar, na entrada das instalações sob vigilância, em local bem visível um aviso;

Destruir imediatamente as gravações de imagem e som uma vez findo o prazo

de 30 dias.

TRANSPORTE DE VALORES:

A portaria visa regular as condições aplicáveis ao transporte, guarda, tratamento e

distribuição de valores, por parte de entidades de segurança privada, detentores de

alvará ou licença.

No conceito de distribuição de valores engloba-se a recolha e entrega de valores.

O transporte de valores igual ou superior a 10.000 euros, deve ser efetuado com a

utilização de veículos equipados com os seguintes níveis mínimos de segurança:

1. Peso bruto mínimo de 2500kg;

2. Os vidros da viatura devem ser fixos e à prova de bala, com um nível adequado

a munições até 9mm;

3. A tripulação mínima deve integrar deve integrar três elementos;

4. Aos vigilantes de transporte de valores é atribuída nominativamente uma

credencial correspondente a um cartão de identificação específico.

Os veículos destinados ao transporte de valores devem possuir o distintivo

especial de sinalização exterior de modelo aprovado por despacho do MAI;

Devem ser colocados à frente, à retaguarda e nos painéis laterais, de modo a

serem visíveis pelas entidades competentes de fiscalização rodoviária;

Para o exercício das suas funções, os veículos de transporte de valores devem

estacionar no local mais próximo do ponto de entrada e saída do vigilante,

designadamente junto dos bancos e respetivas dependências, centros

comerciais, grandes áreas ou supermercados, tesourarias da Fazenda Pública e

outras entidades que movimentem diariamente grandes valores;

Nos clientes onde estejam instaladas ATM com localização crítica em termos de

risco mas não exista área individualizada ou reservada à execução das missões

dos vigilantes porta-valores, devem ser adotadas na área destinada a comércio

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as medidas de segurança apropriadas durante o período em que decorram

operações de transporte de valores.

A Polícia de Segurança Pública:

a) Emite parecer prévio sobre o licenciamento de veículos destinados ao transporte

de valores;

b) Assegura a inspeção dos veículos destinados ao transporte de valores quando

tiverem sofrido acidente que obrigue a interrupção de circulação por prazo

superior a 90 dias;

c) Recebe e regista a identificação dos veículos afectos ao transporte, guarda,

tratamento e distribuição de valores, cuja comunicação pelas empresas é

obrigatória.

ALARMES:

UM ALARME É:

Equipamento de segurança contra roubo ou intrusão

Os alarmes são instalados em edifícios ou imóveis particulares ou públicos

Podem possuir ou não sistemas sonoros de alarme.

Estes equipamentos poderão ou não estar ligados a centrais públicas de

alarmes, instaladas na PSP ou GNR.

Podem ainda estes equipamentos estar ligados a centrais privadas de alarmes,

geridas por entidades de segurança privada.

Central de alarme particular: informa só o proprietário, não encaminha para as

forças de segurança.

CENTRAIS

Central pública de alarmes

A estas centrais estão ligadas, sobretudo, as instalações públicas e privadas que por

força da lei sejam obrigadas a dispor de dispositivos de alarme ligados a central pública

de alarmes, ou terem os seus dispositivos de alarme ligados a uma Central privada de

recepção e monitorização de Alarmes geridos por uma entidade de Segurança Privada,

Legalmente Autorizada pelo MAI, desde que esta por sua vez tenha ligação às centrais

públicas de alarmes. (Ex. Bancos, Museus etc.)

O presente decreto-lei visa regular a ligação às forças de segurança, PSP e GNR,

de equipamentos de segurança contra roubo ou intrusão que possuam ou não

sistemas sonoros de alarme instalados. Se sim, deve ter sirene.

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A GNR e a PSP instalam ou podem autorizar a instalação de dispositivos de

alarme ou centrais de alarme nos seus comandos, unidades ou subunidades.

Estes dispositivos destinam-se prioritariamente a ser utilizados por instituições

públicas e privadas que por força de disposição legal específica sejam obrigados

a dispor de dispositivos de alarme ligados a central pública de alarmes.

Estabelecimentos com pista de dança até 100 lugares.

A instalação e a autorização da instalação de dispositivos de alarmes ou

centrais públicas de alarme são negados sempre que a sua utilização seja

susceptível de provocar perturbações em aparelhagem a sistemas de segurança

afectos as forças de segurança.

As instalações públicas ou privadas devem adoptar um dos seguintes procedimentos:

Ter os seus dispositivos ligados, á central pública de alarmes da PSP e GNR;

Ter os seus dispositivos de alarme ligados a uma central privada de recepção

monotorização de alarmes gerido por uma entidade de segurança privada.

Os dispositivos ou centrais de alarme com ligação às esquadras e postos de

forças de segurança não podem ser retirados, mudados de local ou submetidos

sem prévia autorização dos respectivos comandos.

DEVERES GERAIS DO PROPRIETÁRIO OU UTILIZADOR DE ALARME QUE POSSUA

SIRENE EXTERIOR:

A instalação de dispositivos de alarme que possuam sirene fica sujeita a

comunicação ao governador civil do respectivo distrito, que informará a

autoridade policial da área.

A comunicação deverá ser feita pelo proprietário ou utilizador do alarme,

mediante utilização de impresso próprio, feito para tal. (P.49)

O proprietário ou utilizador do alarme deve assegurar que, no prazo de três

horas contadas a partir do momento em que a força de segurança competente

solicitar a sua presença no local de instalação do aparelho, o equipamento é

desligado.

Os proprietários são obrigados a manter em bom estado todos os

instrumentos, aparelhos e circuitos dos sistemas, devendo, para o efeito, dispor

dos meios técnicos necessários.

É proibido:

Eliminar quaisquer palavras, letras, números, gravuras ou impressões apostos

nos aparelhos, bem como qualquer indicação ou notas que respeitem aos

mesmos;

Aplicar á rede de telecomunicações de uso público aparelhos cujas

características técnicas não sejam aprovadas pelo ANACOM.

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A ligação de dispositivos de alarme ou centrais de alarme, instaladas nos postos

e esquadras das forças de segurança impõe ao interessado a obrigação de criar

as condições, de acesso ao local da instalação dos aparelhos e instrumentos aos

militares da GNR e aos agentes da PSP, devidamente identificados;

È inimputável ao proprietário ou gestor do dispositivo ou central de alarmes a

responsabilidade pela ocorrência de falsos alarmes, salvo se provocados por

anomalias exteriores às suas instalações.

Sempre que se verifique uma situação de falso alarme, o interessado, ou o seu

representante, deverá assumir a responsabilidade pela ocorrência e acionar a

reposição do dispositivo, sendo que sempre que se mostre possível deverá se

fazer acompanhar de um técnico do seu sistema privado de alarmes, de forma

a possibilitar a constatação imediata da causa do alarme.

CENTRAIS PRIVADAS DE ALARMES:

A estas centrais estão ligados, sobretudo, os particulares.

Saliente-se que estas centrais poderão estar ligadas a uma central pública de alarmes.

O QUE FAZER NO CASO DE FALSOS ALARMES

Informar o proprietário ou representante, sendo o caso de um Falso Alarme

com Sirene Exterior, tendo o proprietário ou representante três horas para

proceder a desativação do mesmo.

Levantar o Auto de Noticia e Notificar o proprietário, no caso de ser uma

instituição Obrigada a estar conectada a Central Pública de Alarmes

Se durante o Giro nos depararmos com um alarme a tocar e a sirene a fazer

barulho (no caso de particulares), e não conseguirmos entrar em contacto com

o proprietário, devemos efetuar as diligências necessárias para conseguirmos

entrar em contacto com o proprietário, ou responsável, para tal contactando

com os vizinhos, familiares, conhecidos se mesmo assim não for possível entrar

em contacto com o responsável ou proprietário, entramos em contacto com a

esquadra para ser determinado superiormente o que fazer

Numa ocorrência de Falso Alarme podemos detectar mais que uma infracção,

por exemplo o facto de ser Falso Alarme, e o facto de a Sirene não ter Sido

Declarada ao Governador Civil, ou ainda o facto de o responsável não

comparecer no local dentro do prazo de três horas para desligar o alarme.

No caso de falso alarme de particulares elaboramos um auto ou uma

Participação de ocorrência do sucedido, só depois é que o nosso superior

hierárquico, neste caso ao comandante de esquadra decidira se irá mandar

levantar o Auto de contra ordenação ou não, se for decidido o Levantamento

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do Auto de contra ordenação o processo é despachado para o governador civil

para a consequente aprovação da aplicação da coima

No caso de falsos alarmes, ou demora excessiva a comparecer no local da

instalação por parte de entidades publicas obrigadas por lei a estarem

conectadas a centrais públicas de alarmes é logo de imediato levantado o auto

de contra ordenação ficando logo o responsável notificado do mesmo, tendo a

possibilidade de liquidar logo a coima pelo mínimo ou então apresentar defesa,

justificação no prazo de 10 dias, devendo apresentar todos os documentos

probatórios que possa alegar em sua defesa ou comparecer para ser ouvido em

dia determinado. Regime Geral das Contraordenações.

Qualquer infracção ao acima preceituado, constitui infracção ao Direito de

Mera Ordenação Social, punido com a correspondente COIMA, para pessoas

singulares e colectivas.

ACTUAÇÃO OPERACIONAL:

Sempre que ocorra um alarme, o agente policial tem por missão deslocar-se o

mais rápido possível ao local, mesmo que suspeite de falso alarme;

No local, com a máxima prudência e bom senso, deve averiguar as causas que

motivaram o referido alarme;

Se for falso alarme, aplica-se o procedimento Contraordenacional.

Se suspeitar de assalto, toma as medidas adequadas de auto – proteção,

comunica de imediato via rádio ao escalão superior e aguarda instruções.

CONSTITUEM CONTRA ORDENAÇÕES

O não cumprimento de obrigação Legal de dispor de equipamentos de

Segurança Ligado a Central Pública de Alarmes

Retirar, mudar de local, ou substituir, sem prévia autorização do respectivo

comando da Força de Segurança os circuitos telefónicos ponto a ponto em

ligação com as esquadras ou postos das forças de segurança

A instalação de dispositivos de alarmes que possuam sirene exterior sem

comunicação ao governador civil do distrito

A ocorrência de falsos alarmes, salvo se provocados por anomalias exteriores às

instalações do utente

O facto de não comparecer dentro das três horas para desligar o alarme.

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Portaria 135/99 de 26 de Fev (centrais privadas de alarmes)

1º - As centrais de recepção e monitorização de alarmes e os sistemas de segurança

constituem meios técnicos auxiliares da atividade de segurança privada e visam

aumentar a segurança de pessoas e bens prevenindo e alertando para prática de

crimes contra pessoas e bens.

2º- A autorização para a exploração e gestão de centrais de recepção e monitorização

de alarmes ou de circuitos telefónicos ponto a ponto que utilizem a rede de

telecomunicações de uso público depende da aprovação prévia das características

técnicas dos equipamentos a instalar e dos sinais a transmitir pelo Instituto das

Comunicações de Portugal.

3º - As entidades autorizadas a exercerem as atividades referidas nos números

anteriores devem possuir e manter atualizado o livrete onde constem as

características técnicas das centrais de recepção e monitorização de alarmes.

4º - Não será autorizada a exploração e gestão de centrais de recepção e

monitorização de alarmes que não possam ser prontamente desligadas ou retiradas

pelas forças de segurança pública, sempre que o seu funcionamento provoque grave

incómodo a terceiros ou perturbações em aparelhagem ou sistemas de segurança

afectos às forças e serviços integrados no sistema de segurança do Estado. Em último

recurso, é a nossa tábua de salvação.

6º - As entidades que exercem as atividades de segurança privada previstas nos

números anteriores podem requerer a ligação da sua central de recepção e

monitorização de alarmes à central pública de alarmes, sendo obrigatório, nesse caso,

a ligação com a montagem de um circuito telefónico ponto a ponto às esquadras e

postos das forças de segurança, bem como a instalação de um sistema de testagem da

central privada ao utente, com vista à confirmação dos sinais de alarme. Consagra esta

opção:

CPA

CENTRAL

PRIVADA

INSTITUIÇÃO

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9º - Em caso de falso alarme, o utilizador deve comunicar imediatamente à respectiva

entidade de segurança privada, com a qual celebrou contrato de prestação de serviços

de assistência/manutenção, que, no prazo de vinte e quatro horas, deve enviar um

técnico devidamente credenciado para determinar a origem e tomar as medidas

necessárias à prevenção de falso alarme.

10º - Quando o falso alarme é provocado por alteração anormal do fornecimento de

energia eléctrica ou por fenómenos de origem natural, a empresa prestadora de

serviços de assistência/manutenção dispõe do prazo de setenta e duas horas para

enviar um técnico devidamente credenciado, que tomará as medidas necessárias à

prevenção de falso alarme.

13º - Após a instalação de sistemas de segurança em imóvel ou respectivos anexos,

utilizados como habitação ou local de exercício de uma atividade profissional, e que

possuem sirene exterior ou ligação por monitor susceptível de desencadear uma

chamada das forças policiais, o utilizador deve:

a) Nos cinco dias posteriores à sua montagem, informar esse facto por escrito à

autoridade policial da área;

b) Declarar o nome, morada e telefone das pessoas ou serviços que,

permanentemente ou por escala, podem em qualquer momento desligar o aparelho

que haja sido acionado;

c) Assegurar que, o próprio ou as pessoas ou serviços referidos na alínea anterior, no

prazo de três horas contadas a partir do momento em que a autoridade policial

competente tiver solicitado a sua presença no local em que o aparelho estiver

instalado, o aparelho é desligado. (único caso em que podemos aplicar coima)

14º - Decorrido o prazo indicado na alínea c) do número anterior e no caso de o

sistema de alarme — acionado por qualquer motivo — não ter sido desligado pelo seu

proprietário, possuidor ou pelas pessoas ou serviços por si indicados, a autoridade

policial competente lavra auto de notícia de ocorrência e toma as necessárias

providências para desligar o aparelho. Ver parecer p.10 canto superior dto.

ARMAS:

Lei das armas

1 — A presente lei estabelece o regime jurídico relativo ao fabrico, montagem,

reparação, importação, exportação, transferência, armazenamento, circulação,

comércio, aquisição, cedência, detenção, manifesto, guarda, segurança, uso e porte de

armas, seus componentes e munições, bem como o enquadramento legal das

operações especiais de prevenção criminal.

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2 — Ficam excluídas do âmbito de aplicação da presente lei as atividades relativas a

armas e munições destinadas às Forças Armadas, às forças e serviços de segurança,

bem como a outros serviços públicos cuja lei expressamente as exclua, bem como

aquelas que se destinem exclusivamente a fins militares.

4 — Ficam também excluídos do âmbito de aplicação da presente lei:

a) As espadas, sabres, espadins, baionetas e outras armas tradicionalmente destinados

a honras e cerimoniais militares ou a outras cerimónias oficiais;

b) Os marcadores de paintball, respectivas partes e acessórios.

5 — A detenção, uso e porte de arma por militares dos quadros permanentes das

Forças Armadas e por membros das forças e serviços de segurança são regulados por

lei própria.

Tipos de armas:

«Arma branca» todo o objecto ou instrumento portátil dotado de uma lâmina ou

outra superfície cortante, perfurante, ou corto -contundente, de comprimento igual ou

superior a 10 cm e, independentemente das suas dimensões, as facas borboleta, as

facas de abertura automática ou de ponta e mola, as facas de arremesso, os estiletes

com lâmina ou haste e todos os objetos destinados a lançar lâminas, flechas ou

virotões;

«Arma de fogo» todo o engenho ou mecanismo portátil destinado a provocar a

deflagração de uma carga propulsora geradora de uma massa de gases cuja expansão

impele um ou mais projéteis;

«Arma elétrica» - é todo o sistema portátil alimentado por fonte energética e

destinado unicamente a produzir descarga elétrica momentaneamente neutralizante

da capacidade motora humana, não podendo, pela sua apresentação e características,

ser confundida com outras armas ou dissimular o fim a que se destina.

«Bastão eléctrico» a arma eléctrica com a forma de um bastão;

«Bastão extensível» o instrumento portátil telescópico, rígido ou flexível, destinado a

ser empunhado como meio de agressão ou defesa;

«Boxer» o instrumento metálico ou de outro material duro destinado a ser

empunhado e a ampliar o efeito resultante de uma agressão;

«Faca de abertura automática ou faca de ponta e mola» a arma branca, ou

instrumento com configuração de arma branca, composta por um cabo ou

empunhadura que encerra uma lâmina, cuja disponibilidade pode ser obtida

instantaneamente por ação de uma mola sob tensão ou outro sistema equivalente;

«Arma de ação dupla» - a arma de fogo que pode ser disparada efetuando apenas a

operação de acionar o gatilho.

«Arma de ação simples» - a arma de fogo que é disparada mediante duas operações

constituídas pelo armar manual do mecanismo de disparo e pelo acionar do gatilho.

«Arma de fogo modificada» - a arma de fogo que, mediante uma intervenção não

autorizada de qualquer tipo, sofreu alterações das suas partes essenciais, marcas e

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numerações de origem, ou aquela cuja coronha tenha sido reduzida de forma

relevante na sua dimensão a um punho, ou substituída por outra telescópica ou

rebatível.

«Arma de fogo inutilizada» - A arma de fogo a que foi retirada ou inutilizada peça ou

parte essencial para obter o disparo do projétil e que seja acompanhada de certificado

de inutilização emitido ou reconhecido pela direção nacional da psp.

Classificação das armas, munições e outros acessórios

1 — As armas e as munições são classificadas nas classes A, B, B1, C, D, E, F e G, de

acordo com o grau de perigosidade, o fim a que se destinam e a sua utilização.

2 — São armas, munições e acessórios da classe A:

a) Os equipamentos, meios militares e material de guerra, ou classificados como tal

por portaria do Ministério da Defesa Nacional;

b) As armas de fogo automáticas;

c) As armas químicas, biológicas, radioativas ou susceptíveis de explosão nuclear;

d) As armas brancas ou de fogo dissimuladas sob a forma de outro objecto;

e) As facas de abertura automática, estiletes, facas de borboleta, facas de arremesso,

estrelas de lançar e boxers;

f) As armas brancas sem afectação ao exercício de quaisquer práticas venatórias,

comerciais, agrícolas, industriais, florestais, domésticas ou desportivas, ou que pelo

seu valor histórico ou artístico não sejam objecto de coleção;

g) Quaisquer engenhos ou instrumentos construídos exclusivamente com o fim de

serem utilizados como arma de agressão;

h) Os aerossóis de defesa não constantes da alínea a) do n.º 7 do presente artigo e as

armas lançadoras de gases ou dissimuladas sob a forma de outro objecto;

i) Os bastões eléctricos ou extensíveis, de uso exclusivo das Forças Armadas ou forças e

serviços de segurança;

j) Outros aparelhos que emitam descargas eléctricas sem as características constantes

da alínea b) do n.º 7 do presente artigo ou dissimuladas sob a forma de outro objecto;

l) As armas de fogo transformadas ou modificadas;

m) As armas de fogo fabricadas sem autorização;

n) As reproduções de armas de fogo e as armas de alarme ou salva que possam ser

convertidas em armas de fogo;

o) As espingardas e carabinas facilmente desmontáveis em componentes de reduzida

dimensão com vista à sua dissimulação;

p) As espingardas cujo comprimento de cano seja inferior a 46 cm;

q) As munições com bala perfurante, explosiva, incendiária, tracejante ou

desintegrável;

r) As munições expansivas, excepto se destinadas a práticas venatórias;

s) Os silenciadores;

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t) As miras telescópicas, excepto aquelas que tenham afectação ao exercício de

quaisquer práticas venatórias, recreativas ou desportivas federadas;

u) As armas de fogo longas semiautomáticas com a configuração das armas

automáticas para uso militar ou das forças de segurança.

3 — São armas da classe B as armas de fogo curtas de repetição ou semiautomáticas.

4 — São armas da classe B1:

a) As pistolas semiautomáticas com os calibres denominados 6,35 mm Browning (.25

ACP ou .25 Auto);

b) Os revólveres com os calibres denominados .32 S & W, .32 S & W Long e .32 H & R

Magnum.

5 — São armas da classe C:

c) As armas de fogo longas semiautomáticas ou de repetição, de cano de alma lisa, em

que este não exceda 60 cm;

d) As armas de fogo curtas de tiro a tiro unicamente aptas a disparar munições de

percussão central;

e) As armas de fogo de calibre até 6 mm ou .22 unicamente aptas a disparar munições

de percussão anelar;

6 — São armas da classe D:

b) As armas de fogo longas semiautomáticas, de repetição ou de tiro a tiro de cano de

alma estriada com um comprimento superior a 60 cm, unicamente aptas a disparar

munições próprias do cano de alma lisa;

7 — São armas da classe E:

a) Os aerossóis de defesa com gás cujo princípio ativo seja a capsaicina ou

oleoresina de capsicum (gás pimenta)

b) As armas eléctricas até 200 000 V;

c) As armas de fogo e suas munições, de produção industrial, unicamente aptas a

disparar balas não metálicas ou a impulsionar dispositivos, concebidas de

origem para eliminar qualquer possibilidade de agressão letal

8 — São armas da classe F:

a) As matracas, sabres e outras armas brancas tradicionalmente destinadas às artes

marciais ou a ornamentação;

b) As réplicas de armas de fogo;

c) As armas de fogo inutilizadas quando destinadas a ornamentação.

9 — São armas e munições da classe G:

a) As armas veterinárias;

b) As armas de sinalização;

c) As armas lança -cabos;

d) As armas de ar comprimido de aquisição livre;

e) As reproduções de armas de fogo para práticas recreativas;

f) As armas de starter;

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g) As armas de alarme ou salva que não estejam incluídas na alínea n) do n.º 2 do

presente artigo;

h) As munições para armas de alarme ou salva e para armas de starter.

Licença de deter arma em domicílio

-B, B1, C, D, e F

-Uso e porte E

Licença especial

-B, B1, E

Caducidade e não renovação da licença

1 — Nos casos em que se verifique a caducidade da licença, o respectivo titular tem o

prazo de 180 dias para promover a sua renovação, solicitar outra licença que permita a

detenção, uso ou porte das armas adquiridas ao abrigo da licença caducada ou

proceder à transmissão das respectivas armas.

2 — Sem prejuízo do disposto no n.º 1 do artigo 99.º -A, logo que caducar a licença, as

armas adquiridas ao abrigo da mesma e que não estejam legalmente autorizadas a ser

utilizadas ao abrigo doutra licença passam a ser consideradas, a título transitório,

como em detenção domiciliária, durante o prazo estipulado no número anterior.

3 — No caso de o titular da licença caducada ser titular de outra licença que permita a

detenção, uso ou porte, das armas adquiridas ao abrigo daquela, pode solicitar, no

prazo referido no n.º 1, que as mesmas sejam consideradas tituladas por esta outra

licença.

4 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, nos casos em que não seja

autorizada a renovação da licença ou seja indeferida a concessão da nova licença a que

se refere o n.º 1, deve o interessado depositar a respectiva arma na PSP, acompanhada

dos documentos inerentes, no prazo de 15 dias após a notificação da decisão, sob

pena de incorrer em crime de desobediência qualificada.

5 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, nos 180 dias seguintes à data em

que a decisão se tornar definitiva, pode o interessado proceder à transmissão da arma,

remetendo à PSP o respectivo comprovativo.

Licença Classe

B B, B1, E

B1 B1, E

C C, D, E

D D, E

E E

F F

Válida 5anos

Válida 6anos

Válida 10anos

Válida 5anos

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6 — Findo o prazo de 180 dias referido no número anterior, a arma é declarada

perdida a favor do Estado.

AQUISIÇÃO DE ARMAS

São proibidos a venda, a aquisição, a cedência, a detenção, o uso e o porte de armas,

acessórios e munições da classe A.

ARTº 5

As armas da classe B são adquiridas mediante declaração de compra e venda ou

doação, carecendo de prévia autorização concedida pelo diretor nacional da PSP.

A aquisição, a detenção, o uso e o porte de armas da classe B são autorizados ao

Presidente da República, ao Presidente da Assembleia da República, aos Deputados à

Assembleia da República, aos Deputados ao Parlamento

Europeu, aos membros do Governo, aos representantes da República, aos deputados

regionais, aos membros dos

Governos Regionais, aos membros do Conselho de Estado, aos governadores civis, aos

magistrados judiciais, aos magistrados do Ministério Público e ao Provedor de Justiça.

A aquisição, a detenção, o uso e o porte de armas da classe B podem ser autorizados:

a) A quem, nos termos da respectiva Lei Orgânica ou estatuto profissional, possa ser

atribuída ou dispensada a licença de uso e porte de arma de classe B, após verificação

da situação individual;

b) Aos titulares da licença B;

c) Aos titulares de licença especial atribuída ao abrigo do n.º 1 do artigo 19.º

ARTº 6

As armas da classe B1 são adquiridas mediante declaração de compra e venda ou

doação, carecendo de prévia autorização concedida pelo diretor nacional da PSP.

A aquisição, a detenção, o uso e o porte de armas da classe B1 podem ser autorizados:

a) Aos titulares de licença de uso e porte de arma da classe B1;

b) Aos titulares de licença especial atribuída ao abrigo do n.º 1 do artigo 19.º

ARTº 7

As armas da classe C são adquiridas mediante declaração de compra e venda ou

doação, carecendo de prévia autorização concedida pelo diretor nacional da PSP.

A aquisição, a detenção, o uso e o porte de armas da classe C podem ser autorizados:

a) Aos titulares de licença de uso e porte de arma da classe C;

b) A quem, nos termos da respectiva lei orgânica ou estatuto profissional, possa ser

atribuída ou dispensada a licença de uso e porte de arma da classe C, após verificação

da situação individual.

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ARTº 8

As armas da classe D são adquiridas mediante declaração de compra e venda ou

doação.

2 — A aquisição, a detenção, o uso e o porte de armas da classe D podem ser

autorizados:

a) Aos titulares de licença de uso e porte de arma das classes C ou D;

b) A quem, nos termos da respectiva lei orgânica ou estatuto profissional, possa ser

atribuída ou dispensada a licença de uso e porte de arma de classe D, após verificação

da situação individual.

ARTº 9

As armas da classe E são adquiridas mediante declaração de compra e venda.

A aquisição, a detenção, o uso e o porte de armas da classe E podem ser autorizados:

a) Aos titulares de licença de uso e porte de arma da classe E;

b) Aos titulares de licença de uso e porte de arma das classes B, B1, C e D, licença

de detenção de arma no domicílio e licença especial, bem como a todos os que,

por força da respectiva lei orgânica ou estatuto profissional, possa ser atribuída

ou dispensada a licença de uso e porte de arma, verificada a sua situação

individual.

ARTº 10

As armas da classe F são adquiridas mediante declaração de compra e venda ou

doação.

A aquisição, a detenção, o uso e o porte de armas da classe F podem ser autorizados

aos titulares de licença de uso e porte de arma da classe F.

ARTº 11

A aquisição de armas veterinárias e lança -cabos é permitida, mediante declaração de

compra e venda e prévia autorização da PSP, a maiores de 18 anos que, por razões

profissionais ou de prática desportiva, provem necessitar das mesmas.

A aquisição de armas de sinalização é permitida, mediante declaração de compra e

venda e prévia autorização da PSP, a quem desenvolver atividade que justifique o

recurso a meios pirotécnicos de sinalização.

A aquisição de reproduções de armas de fogo para práticas recreativas é permitida aos

maiores de 18 anos, mediante declaração aquisitiva e prova da inscrição numa

associação de promoção desportiva reconhecida pelo Instituto do Desporto de

Portugal, I. P., e registada junto da PSP.

Sem prejuízo do disposto no número anterior, aos menores de 18 anos e maiores de

16 anos é permitida a aquisição de reproduções de armas de fogo para práticas

recreativas desde que autorizados para o efeito por quem exerça a responsabilidade

parental.

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A detenção, o uso e o porte das armas referidas nos n.os 1 a 4, bem como das armas

de starter e de alarme, só são permitidos no domicílio, transporte e para o exercício

das atividades para as quais foi solicitada autorização de aquisição.

A aquisição de armas de ar comprimido de aquisição livre é permitida aos maiores de

18 anos, mediante declaração aquisitiva.

Homologação

São sujeitas a homologação, mediante catálogo a publicar anualmente pela PSP, as

armas de fogo, reproduções de armas de fogo, armas de salva ou alarme, armas de

starter e munições destinadas a venda, aquisição, cedência, detenção, importação,

exportação e transferência.

Para fins de homologação de armas de fogo, reproduções de armas de fogo, armas de

salva ou alarme, armas de starter e munições, que não constem do catálogo referido

no n.º 1, o interessado submete requerimento ao diretor nacional da PSP, sendo o

processo instruído com a descrição técnica pormenorizada da arma e munições e com

catálogo fotográfico, em modelo e condições a definir por despacho do diretor

nacional da PSP.

É proibida a importação, exportação, transferência e comércio, em território nacional,

de armas de fogo, reproduções de armas de fogo, armas de salva ou alarme, armas de

starter e munições não homologadas.

Classificação das licenças de uso e porte de arma ou detenção

De acordo com a classificação das armas constante do artigo 3.º, os fins a que as

mesmas se destinam, bem como a justificação da sua necessidade, podem ser

concedidas pelo diretor nacional da PSP as seguintes licenças «de uso e porte ou

detenção:

a) Licença B, para o uso e porte de armas das classes B, B1 e E;

b) Licença B1, para o uso e porte de armas das classes B1 e E;

c) Licença C, para o uso e porte de armas das classes C, D e E;

d) Licença D, para o uso e porte de armas das classes e E;

e) Licença E, para o uso e porte de armas da classe E;

f) Licença F, para a detenção, uso e porte de armas da classe F;

g) Licença de detenção de arma no domicílio, para a detenção de armas das classes B,

B1, C, D e F e uso e porte de arma da classe E;

h) Licença especial para o uso e porte de armas das classes B, B1 e E.

O empréstimo legal da arma exime o proprietário da responsabilidade civil inerente

aos danos por aquela causados.

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Obrigações gerais

1 — Os portadores, detentores e proprietários de qualquer arma obrigam -se a

cumprir as disposições legais constantes da presente lei e seus regulamentos, bem

como as normas regulamentares de qualquer natureza relativas ao porte de armas no

interior de edifícios públicos, e as indicações das autoridades competentes relativas à

detenção, guarda, transporte, uso e porte das mesmas.

2 — Os portadores, os detentores e os proprietários de armas estão, nomeadamente,

obrigados a:

a) Apresentar as armas, bem como a respectiva documentação, sempre que solicitado

pelas autoridades competentes;

b) Declarar, de imediato e por qualquer meio, às autoridades policiais o extravio, furto

ou roubo das armas, bem como o extravio, furto, roubo ou destruição do livrete de

manifesto ou da licença de uso e porte de arma;

c) Não exibir ou empunhar armas sem que exista manifesta justificação para tal;

d) Disparar as armas unicamente em carreiras ou campos de tiro ou no exercício de

atos venatórios, atos de gestão cinegética e outras atividades de carácter venatório,

nomeadamente no treino de caça em áreas específicas para o efeito, em provas

desportivas ou em práticas recreativas em propriedades rústicas privadas em

condições de segurança para o efeito;

e) Comunicar de imediato às autoridades policiais situações em que tenham recorrido

às armas por circunstâncias de defesa pessoal ou de propriedade;

f) Comunicar às autoridades policiais qualquer tipo de acidente ocorrido;

g) Não emprestar ou ceder as armas, a qualquer título, fora das circunstâncias

previstas na presente lei;

h) Dar uma utilização às armas de acordo com a justificação da pretensão declarada

aquando do seu licenciamento;

i) Manter válido e eficaz o contrato de seguro relativo à sua responsabilidade civil,

quando a isso esteja obrigado nos termos da presente lei;

j) Declarar, no prazo de 30 dias, à entidade licenciadora qualquer alteração do

domicílio.

Uso de armas de fogo

1 — Considera -se uso excepcional de arma de fogo a sua utilização efetiva nas

seguintes circunstâncias:

a) Como último meio de defesa, para fazer cessar ou repelir uma agressão atual e

ilícita dirigida contra o próprio ou terceiros, quando exista perigo iminente de morte

ou ofensa grave à integridade física e quando essa defesa não possa ser garantida por

agentes da autoridade do Estado, devendo o disparo ser precedido de advertência

verbal ou de disparo de advertência e em caso algum podendo visar zona letal do

corpo humano;

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b) Como último meio de defesa, para fazer cessar ou repelir uma agressão atual e

ilícita dirigida contra o património do próprio ou de terceiro e quando essa defesa não

possa ser garantida por agentes da autoridade do Estado, devendo os disparos ser

exclusivamente de advertência.

2 — Considera -se uso não excepcional de arma de fogo:

a) O exercício da prática desportiva ou de atos venatórios, atos de gestão cinegética e

outras atividades de carácter venatório, nomeadamente o treino de tiro em zonas de

caça nas áreas específicas para o efeito, em provas desportivas e em práticas

recreativas em propriedades rústicas privadas com condições de segurança para o

efeito;

b) Como meio de alarme ou pedido de socorro, numa situação de emergência, quando

outros meios não possam ser utilizados com a mesma finalidade;

c) Como meio de repelir uma agressão iminente ou em execução, perpetrada por

animal susceptível de fazer perigar a vida ou a integridade física do próprio ou de

terceiros, quando essa defesa não possa ser garantida por outra forma.

Segurança no domicílio

1 - O portador que se separe fisicamente da arma de fogo deve colocá-la no interior de

um cofre ou armário de segurança não portáteis, sempre que exigido.

2 - Nos casos não abrangidos pelo n.º 1, deve o portador retirar à arma peça cuja falta

impossibilite o seu disparo, que deve ser guardada separadamente, ou apor-lhe

cadeado ou outro mecanismo que impossibilitem o seu uso, ou fixá-la a parede ou a

outro objeto fixo por forma que não seja possível a sua utilização.

3 - O cofre ou armário referidos no n.º 1 podem ser substituídos por casa-forte ou

fortificada.

Ingestão de bebidas alcoólicas ou de outras substâncias

1 — É proibida a detenção, uso e porte de arma, bem como o seu transporte fora das

condições de segurança previstas no artigo 41.º, sob a influência de álcool ou de

outras substâncias estupefacientes ou psicotrópicas, sendo o portador de arma, por

ordem de autoridade policial competente, obrigado, sob pena de incorrer em crime de

desobediência qualificada, a submeter -se a provas para a sua detecção.

2 — Entende -se estar sob o efeito do álcool quem apresentar uma taxa de álcool no

sangue igual ou superior a 0,50 g/l.

3 — As provas referidas no n.º 1 compreendem exames de pesquisa de álcool no ar

expirado, análise de sangue e outros exames médicos adequados.

4 — Para efeitos do disposto no n.º 1, considera -se detenção de arma o facto de esta

se encontrar na esfera de disponibilidade imediata do detentor, montada, municiada,

e apta a disparar.

A recusa é crime de desobediência.

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Fiscalização

1 — O exame de pesquisa de álcool no ar expirado é efectuado por qualquer

autoridade ou agente de autoridade, mediante o recurso a aparelho aprovado.

2 — Sempre que o resultado do exame for positivo, o agente de autoridade deve

notificar o examinado por escrito do respectivo resultado e sanções daí decorrentes e

ainda da possibilidade de este requerer de imediato a realização de contraprova por

análise do sangue.

3 — Os custos da contraprova a que se refere o número anterior são suportados pelo

examinado no caso de resultado positivo, aplicando -se correspondentemente o

disposto no Código da Estrada e legislação complementar.

4 — Se a suspeita se reportar à existência de substâncias estupefacientes ou outras, o

exame é feito mediante análise ao sangue ou outros exames médicos, devendo o

suspeito ser conduzido pelo agente de autoridade ao estabelecimento de saúde mais

próximo dotado de meios que permitam a sua realização.

5 — A recolha do sangue para efeitos dos números anteriores deve efetuar -se no

prazo máximo de duas horas e é realizada em estabelecimento de saúde oficial ou, no

caso de contraprova de exame que já consistiu em análise do sangue, noutro

estabelecimento de saúde, público ou privado, indicado pelo examinado, desde que a

sua localização e horário de funcionamento permitam a sua efetivação no prazo

referido.

CRIME

Uso e porte de arma sob influência de álcool e substâncias estupefacientes ou

psicotrópicas (art.º 88.º)

Comete este crime quem:

a)Pelo menos por negligência, detiver, transportar, usar ou portar arma com uma taxa

de álcool no sangue igual ou superior a 1,2 g/l

b)Não se encontrar em condições de o fazer com segurança, por estar sob a influência

de substâncias estupefacientes ou psicotrópicas ou produtos com efeito análogo

perturbadores da aptidão física, mental ou psicológica.

Punição: Pena de prisão até 1 ano ou pena de multa até 360 dias.

Responsabilidade civil e seguro obrigatório

1 — Os titulares de licenças e de alvarás previstos na presente lei ou aqueles a quem a

respectiva lei orgânica ou estatuto profissional atribui ou dispensa da licença de uso e

porte de arma são civilmente responsáveis, independentemente da sua culpa, por

danos causados a terceiros em consequência da utilização das armas de fogo que

detenham ou do exercício da sua atividade.

2 — A violação grosseira de norma de conduta referente à guarda e transporte das

armas de fogo determina sempre a responsabilização solidária do seu proprietário

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pelos danos causados a terceiros pelo uso, legítimo ou não, que às mesmas venha a ser

dado.

5 — Se o segurado for titular de mais de uma licença só está obrigado a um único

seguro de responsabilidade civil.

6 — Os titulares de licenças e de alvarás previstos na presente lei ou aqueles a quem a

respectiva lei orgânica ou estatuto profissional atribui ou dispensa da licença de uso e

porte de arma, deverão fazer prova, a qualquer momento e em sede de fiscalização, da

existência de seguro válido.

Interdição de detenção, uso e porte de armas (art.º 90º )

Pode incorrer na interdição temporária de detenção, uso e porte de arma ou armas

quem for condenado pela prática de crime doloso ou negligente, de crime em cuja

preparação ou execução tenha sido relevante a utilização ou disponibilidade sobre a

arma.

Interdição de frequência, participação ou entrada em determinados locais

1 — Pode ser temporariamente interdita a frequência, participação ou entrada em

estabelecimento de ensino, recinto desportivo, estabelecimentos ou locais de

diversão, locais onde ocorra manifestação cultural, desportiva ou venatória, feira ou

mercado, campo ou carreira de tiro, a quem for condenado:

a) Pela prática de crime previsto na presente lei praticado num dos locais referidos;

b) Pela prática de crime cometido num desses locais ou que se repercuta

significativamente no mesmo e em cuja preparação ou execução tenha sido relevante

uma arma.

3 — A decisão de interdição é comunicada à PSP e à autoridade administrativa,

federação desportiva, associação ou entidade pública ou privada que regule ou

fiscalize o sector ou atividade ou organize o evento.

4 — O incumprimento faz incorrer o condenado em crime de desobediência

qualificada.

Interdição de exercício de atividade

1 — Pode incorrer na interdição temporária de exercício de atividade o titular de

alvará de armeiro ou de exploração de campo ou carreira de tiro que seja condenado,

a título doloso e sob qualquer forma de participação, pela prática de crime cometido

com grave desvio dos fins para que foi licenciado ou credenciado ou com grave

violação dos deveres e regras que disciplinam o exercício da atividade.

3 — A interdição implica a proibição do exercício da atividade ou a prática de qualquer

ato em que a mesma se traduza, bem como a concessão ou renovação de alvará,

credenciação, licença ou autorização no período de interdição.

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Medidas de segurança

1 — Pode ser aplicada a medida de segurança de cassação de licença de detenção, uso

e porte de armas ou de alvará a quem:

a) For condenado pela prática de crime previsto na presente lei, pela prática de

qualquer um dos crimes referidos no n.º 2 do artigo 14.º ou por crime relacionado com

armas de fogo ou cometido com violência contra pessoas ou bens;

b) For absolvido da prática dos crimes referidos na alínea anterior apenas por

inimputabilidade, desde que a personalidade do agente e o facto praticado façam

recear o cometimento de novos crimes que envolvam tais armas ou o agente se revele

inapto para a detenção, uso e porte das mesmas.

2 — A medida tem a duração mínima de 2 e máxima de 10 anos.

3 — A cassação implica a caducidade do ou dos títulos, a proibição de concessão de

nova licença ou alvará ou de autorização de aquisição de arma pelo período de

duração da medida e ainda a proibição de detenção, uso e porte de arma ou armas,

designadamente para efeitos pessoais, funcionais ou laborais, desportivos, venatórios

ou outros durante o mesmo período, devendo o arguido ou quem por ele for

responsável fazer entrega de armas, licenças e demais documentação no posto ou

unidade policial da área da sua residência no prazo de 15 dias contados do trânsito em

julgado.

Perda da arma

1 — Sem prejuízo de ser declarada perdida a favor do Estado nos termos gerais,

qualquer arma entregue na PSP, por força da aplicação ao condenado de uma pena

acessória ou medida de segurança, pode ser vendida a quem reúna condições para as

possuir.

2 — A venda, requerida pelo condenado, é efectuada pela PSP ao comprador indicado

por aquele ou, caso não haja indicação de comprador no prazo de 180 dias contados

da apresentação do requerimento, é levada a leilão nos termos do disposto no artigo

79.º, revertendo o produto da venda para o condenado, deduzidas as despesas e taxas

aplicáveis, a fixar por portaria do ministro que tutela a administração interna.

Detenção ilegal de arma

1 — Quem, sem se encontrar autorizado, fora das condições legais ou em contrário

das prescrições da autoridade competente, detiver, transportar, importar, guardar,

comprar, adquirir a qualquer título ou por qualquer meio ou obtiver por fabrico,

transformação, importação ou exportação, usar ou trouxer

2 — O titular de alvará ou de licença referidos nos n.os 2, 4 ou 5 do artigo 60.º ou

proprietário, armeiro, agente comercial ou entidade indicados no n.º 2 do artigo 62.º

que, na ausência de autorização prévia, importe ou exporte armas, munições e partes

essenciais de armas de fogo fulminantes e invólucros com fulminantes é punido com

uma coima de € 600 a € 6000.

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Artigo 32.º Limites de detenção

1 - Aos titulares das licenças B e B1 só é permitida a detenção até duas armas da classe

respetiva.

2 - Ao titular da licença C só é permitida a detenção até duas armas de fogo desta

classe, exceto se a sua guarda for feita em cofre ou armário de segurança não

portáteis, casa-forte ou fortificada para a guarda das mesmas, devidamente verificados

pela PSP.

3 - Ao titular da licença D só é permitida a detenção até duas armas de fogo desta

classe, exceto se a sua guarda for feita em cofre ou armário de segurança não

portáteis, devidamente verificados pela PSP.

4 - Ao titular de licença de detenção de arma no domicílio só é permitida a detenção

até duas armas de fogo, exceto se a sua guarda for feita em cofre ou armário de

segurança não portáteis, devidamente verificados pela PSP.

5 - Independentemente do número de armas detidas ao abrigo das licenças referidas

nos números anteriores, sempre que o titular detiver no total mais de 25 armas de

fogo está obrigado a ter casa-forte ou fortificada para a guarda das mesmas,

devidamente verificada pela PSP.

6 - Sempre que, por razões legais ou de estrutura do edifício, não seja possível a

edificação de casa-forte ou fortificada, podem estas ser substituídas por cofre com

fixação à parede ou a pavimento, devidamente verificado pela PSP.

Violação geral das normas de conduta e obrigações dos portadores de armas

Quem, sendo titular de licença, detiver, usar ou for portador, transportar arma fora

das condições legais, afectar arma a atividade diversa da autorizada pelo diretor

nacional da PSP ou em violação das normas de conduta previstas na presente lei é

punido com uma coima de € 400 a € 4000.

Violação específica de normas de conduta e outras obrigações

1 — Quem não observar o disposto:

a) No n.º 3 do artigo 31.º e nos artigos 34.º e 35.º, é punido com uma coima de €

250 a € 2500;

“Prazo para remeter livrete a DN, posse ilegal de munições e posse de

munições C e D em qtd. Superiores a 5000 e 1000 respect.”

b) No artigo 19.º -A, é punido com uma coima de € 400 a € 4000;

“Obrigatoriedade de tirar licença para menores de 16 anos”

c) No n.º 6 do artigo 11.º, no n.º 3 do artigo 18.º e nos n.os 1 e 3 do artigo 38.º, é

punido com uma coima de € 600 a € 6000;

“Transporte de armas sem ser de casa para o local da pratica->carreira de tiro,

e empréstimo de arma sem dar conhecimento a psp”

d) Nos artigos 32.º, 33.º e 36.º, no n.º 1 do artigo 45.º e nos n.os 1 e 2 do artigo

53.º, é punido com uma coima de € 700 a € 7000;

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“Excesso no limite de posse de armas, falta de livro de registo e recargas

cartuchos adulteradas para armas de classe B e B1”

e) No n.º 2 do artigo 37.º e na alínea j) do n.º 2 do artigo 39.º, é punido com uma

coima de € 150 a € 1000.

2 — Quem proceder à alteração das características das reproduções de armas de fogo

para práticas recreativas é punido com coima de € 500 a € 1000.

Violação específica de norma de conduta atinente à renovação de licença de uso e

porte de arma

1 — Quem, sendo detentor de arma, deixar caducar a sua licença de uso e porte de

arma, tendo ou não posteriormente promovido a tramitação necessária à sua

legalização prevista nos n.os 1 e 3 do artigo 29.º, é punido com coima de € 250 a €

2500.

2 — A detenção de arma, verificada a caducidade da licença de uso e porte de arma

sem que tenha sido promovida a sua renovação, requerida nova licença aplicável no

prazo previsto no n.º 1 do artigo 29.º ou solicitada a sua titularidade ao abrigo de outra

licença aplicável conforme o disposto no n.º 3 do artigo 29.º, é punida com uma coima

de € 400 a € 4000.

Artigo 81.º

Publicidade

Não é permitida a publicidade a armas, suas características e aptidões, exceto em

meios de divulgação da especialidade, feiras de armas, feiras de caça, provas

desportivas de tiro e, relativamente a armas longas, feiras agrícolas, bem como a

publicidade da venda em leilão nos termos do artigo 79.º-A.

Artigo 82.º

Entrega obrigatória de arma achada

1 - Quem achar arma de fogo está obrigado a entregar de imediato a mesma às

autoridades policiais, mediante recibo de entrega.

2 - Com a entrega deve ser lavrado termo de justificação da posse, contendo todas as

circunstâncias de tempo e lugar em que o achado ocorreu.

3 - Todas as armas entregues devem ser objeto de exame e rastreio.

4 - Os resultados dos exames realizados pela PSP são comunicados ao Laboratório de

Polícia Científica da Polícia Judiciária.

5 - O achado, logo que disponibilizado pelas autoridades, se for suscetível de comércio

ou manifesto, será objeto de venda em leilão, revertendo o produto da venda para o

achador.

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ABERTURA DE PORTA

A maioria das solicitações de comparência de bombeiros e forças policiais para

procederem à abertura de portas, devem-se ao esquecimento de chaves no interior de

residências.

No entanto, por vezes surgem solicitações ilícitas que podem fazer com que os agentes

que vão ao local incorram em responsabilidade criminal, civil ou disciplinar.

De entre estas situações ilícitas, as mais comuns são relativas a:

Litígios referentes a divórcios;

Litígios referentes a arrendamentos;

Os bombeiros quando chamados a uma abertura de porta devem comunicar à PSP

para que os seus agentes se dirijam ao local para confirmação da veracidade da

situação, nomeadamente para confirmar se o “suposto” residente ali reside ou não ou

se é um impostor que apenas quer entrar na residência com outra intenção.

Em alguns casos a primeira entidade a ser contactada poderá ser a polícia que deverá

providenciar o contacto com os bombeiros e dirigir-se ao local.

A. Procedimentos por parte do elemento policial

Chegado ao local, o agente deve obedecer a um conjunto de procedimentos para que

a situação seja resolvida sem qualquer tipo de problema.

Confirmar a identificação da pessoa que solicitou a abertura de porta, através

de documento legal de identificação;

Confirmar se essa pessoa é realmente residente naquele lugar; (Esta

confirmação pode ser obtida junto de vizinhos devendo solicitar a identificação

dos mesmos).

Quando não existam vizinhos deve tentar confirmar a residência através de

qualquer documento que o suposto residente possua (carta de condução,

recibos da luz, água, contrato de arrendamento, etc.).

Se não houver qualquer forma de identificar e obter confirmação, não deve ser

autorizada a abertura de porta da residência.

B. Aberturas de porta sem a presença da PSP:

Por vezes quando a PSP chega ao local os bombeiros já procederam à abertura de

porta devido a haver urgência em tal ato (panelas ao lume, crianças no interior,

aquecedores acesos, etc.);

Os procedimentos referidos no ponto anterior devem ser tomados na mesma.

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Se verificarmos que houve engano “astucioso” por parte do “suposto” residente, o

mesmo poderá incorrer em responsabilidade.

C. Expediente a elaborar (em situações normais)

(1) Participação onde devem constar:

Hora e local, onde ocorreu a abertura;

Identificação do residente;

Identificação das testemunhas que confirmam a residência;

Documentos que serviram para confirmação da morada;

Meios materiais e humanos que os bombeiros utilizaram;

Motivo que levou à abertura de porta;

Identificação sumária dos bombeiros que intervieram na abertura de porta;

Menção se houve ou não danos materiais;

D. Expediente a elaborar (em situações fraudulentas)

Elaborar AUTO DE NOTÍCIA ou AUTO DE NOTÍCIA POR DETENÇÃO

E. Situações de urgência nas aberturas de porta

Existem situações que pelo seu grau de perigosidade e de risco para os moradores de

uma residência implicam que haja uma ação mais célere por parte dos bombeiros

quando estes chegam ao local.

Assim as aberturas de porta devem ser ordenadas mesmo que os residentes não se

encontrem presentes quando na presença de incêndios, quando haja necessidade de

prestar socorro a pessoas, quando da suspeita de fugas de gás, em caso de

inundações.

Nestas situações o auto a elaborar deve ser bastante descritivo mencionando de forma

esclarecedora os fundamentos que levaram a este tipo de intervenção ou decisão.

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MENORES

Lei Tutelar Educativa:

0 12 16 18 21

2.1 – Medida de proteção que se prolonga até aos 21 anos quando solicitado 18-21 anos

1.1 – Lei Tutelar Educativa (medidas tutelares)

Âmbito da lei

A prática, por menor com idade compreendida entre os 12 (12 mais um dia) e os 16

anos

Finalidades das medidas

As medidas tutelares educativas, visam a educação do menor para o direito e a sua

inserção, de forma digna e responsável, na vida em comunidade.

Execução das medidas tutelares

A execução das medidas tutelares pode prolongar-se até o jovem completar 21 anos,

momento em que cessa obrigatoriamente.

Menores não Praticam Crimes! Só desrespeitam factos tipificados na Lei

Tipos de medidas tutelares

A admoestação;

A privação do direito de conduzir ciclomotores ou de obter permissão para

conduzir ciclomotores; por período entre um mês e um ano

A reparação ao ofendido;

A realização de prestações económicas ou de tarefas a favor da comunidade;

A imposição de regras de conduta;

A imposição de obrigações;

A frequência de programas formativos;

O acompanhamento educativo;

O internamento em centro educativo.

Fatos ilícitos (LPCJP)

1- Lei Tutelar Educativa

CP/CPP

2 - (LPCJP) 2.1

1.1

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Regimes de execução das medidas de internamento em centro educativo

Regime aberto: quando o menor tiver cometido facto qualificado como crime a que

corresponda pena máxima, de prisão inferior a três anos.

Regime semiaberto: quando o menor tiver cometido facto qualificado como crime

contra as pessoas a que corresponda pena máxima, de prisão superior a três anos ou

tiver cometido dois ou mais factos qualificados como crimes a que corresponda pena

máxima, superior a três anos.

Regime fechado: é aplicável quando se verifiquem cumulativamente os seguintes

pressupostos:

• Ter o menor cometido facto qualificado como crime a que corresponda pena

máxima, de prisão superior a cinco anos ou ter cometido dois ou mais factos contra as

pessoas qualificados como crimes a que corresponda pena máxima, de prisão superior

a três anos; e

• Ter o menor idade superior a 14 anos à data da aplicação da medida.

Duração da medida de internamento

▪ Os regimes abertos e semiabertos têm a duração mínima de 3 meses e a máxima de 2

anos, se em regime aberto cometer um crime e já tiver 16 anos (porque as medidas

tutelares podem prolongar-se até aos jovens completarem 21 anos) a medida Cessa e

é punido pelo Código Penal.

O regime fechado tem a duração mínima de 6 meses e a máxima de 2 anos, salvo

quando o menor tiver praticado facto qualificado como crime a que corresponda pena

máxima, de prisão superior a 8 anos, ou dois ou mais factos qualificados como crimes

contra as pessoas a que corresponda a pena máxima, de prisão superior a 5 anos, em

que terá a duração máxima de 3 anos.

Imposição de regras de conduta

Não frequentar certos meios, locais ou espetáculos;

Não acompanhar determinadas pessoas;

Não consumir bebidas alcoólicas;

Não frequentar certos grupos ou associações;

Não ter em seu poder certos objetos.

Nota: As autoridades judiciárias podem solicitar às Forças de Segurança a colaboração

dos seus agentes para fiscalizarem o cumprimento destas normas de conduta.

Execução cumulativa de medidas e penas

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O menor sujeito a processo tutelar que for simultaneamente arguido em processo

penal cumpre cumulativamente as medidas tutelares e as penas que lhe forem

aplicadas, sempre que as mesmas forem entre si concretamente compatíveis.

Competência dos tribunais

Competências do tribunal de família e menores

▪ A prática dos atos jurisdicionais relativos ao inquérito;

▪ A apreciação de factos qualificados pela lei como crime, praticados por menor com

idade compreendida entre os 12 e os 16 anos, com vista à aplicação de medida tutelar;

▪ A execução e a revisão das medidas tutelares;

▪ Declarar a cessação ou a extinção das medidas tutelares.

Cessa a competência do tribunal de família e menores

▪ Quando for aplicada pena de prisão efetiva, em processo penal, por crime praticado

pelo menor com idade compreendida entre os 16 e os 18 anos;

▪ Quando o menor completar 18 anos antes da data da decisão em 1.ª instância.

Tribunal de comarca

Fora das áreas abrangidas pela jurisdição dos tribunais de família e menores cabe ao

tribunal de comarca conhecer das causas que àqueles estão atribuídas, constituindo-se

para o efeito em tribunal de família e menores.

Competência territorial

▪ É competente para a apreciação dos factos e para a aplicação de medida tutelar o

tribunal da residência do menor no momento em que for instaurado o processo.

▪ Sendo desconhecida a residência do menor é competente o tribunal da residência

dos titulares do poder paternal.

▪ Se os titulares do poder paternal tiverem diferentes residências é competente o

tribunal da residência daquele a cuja guarda o menor estiver confiado ou, no caso de

guarda conjunta, com quem o menor residir.

▪ Nos casos não previstos nos números anteriores é competente o tribunal do local da

prática do facto ou, não estando este determinado, o tribunal do local onde o menor

for encontrado.

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Competências do Ministério Público (entre outras)

▪ Dirigir o inquérito;

▪ Promover as diligências que tiver por convenientes e recorrer, na defesa da lei e no

interesse do menor;

Direitos do menor

▪ A participação do menor em qualquer diligência processual, ainda que sob detenção

ou guarda, faz-se de modo que se sinta livre na sua pessoa e com o mínimo de

constrangimento.

▪ Ser ouvido, oficiosamente ou quando o requerer, pela autoridade judiciária;

▪ Não responder a perguntas feitas por qualquer entidade sobre os factos que lhe

forem imputados ou sobre o conteúdo das declarações que acerca deles prestar;

▪ Não responder sobre a sua conduta, o seu carácter ou a sua personalidade;

▪ Ser assistido por especialista em psiquiatria ou psicologia sempre que o solicite, para

efeitos de avaliação da necessidade de aplicação de medida tutelar;

▪ Ser assistido por defensor em todos os atos processuais em que participar e, quando

detido, comunicar, mesmo em privado, com ele;

▪ Ser acompanhado pelos pais, representante legal ou pessoa que tiver a sua guarda de

facto, salvo decisão fundada no seu interesse ou em necessidades do processo;

▪ Oferecer provas e requerer diligências;

▪ Ser informado dos direitos que lhe assistem;

▪ Recorrer, nos termos desta lei, das decisões que lhe forem desfavoráveis.

▪ O menor não presta juramento em caso algum.

▪ O menor deve ser informado dos direitos que lhe assistem, mencionando tal facto no

expediente.

▪ O menor nunca é constituído Arguido

O Defensor

▪ O menor, os pais, o representante legal ou a pessoa que tenha a sua guarda de facto

podem constituir ou requerer a nomeação de defensor, em qualquer fase do processo.

▪ Não tendo sido anteriormente constituído ou nomeado, a autoridade judiciária

nomeia defensor no despacho em que determine a audição ou a detenção do menor.

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▪ O defensor nomeado cessa funções logo que seja constituído outro.

▪ O defensor é advogado ou, quando não seja possível, advogado estagiário.

▪ A nomeação de defensor deve recair preferencialmente entre advogados com

formação especializada.

Audição do menor

▪ A audição do menor é sempre realizada pela autoridade judiciária, nunca pela PSP

▪ O ofendido e as testemunhas com menos de 16 anos são inquiridos pela autoridade

judiciária

▪ A acareação em que intervenha o menor é ordenada pela autoridade judiciária e tem

lugar na sua presença

Condições dos meios de transporte utilizados nas deslocações de menores

▪ A deslocação e o transporte do menor devem realizar-se de modo a assegurar, em

todos os casos, o respeito pela sua dignidade e condições particulares de maturidade

física, intelectual e psicológica e a evitar, tanto quanto possível, a aparência de

intervenção de justiça.

Identificação de menor

O procedimento de identificação de menor obedece às formalidades previstas art. 250

CPP, com as seguintes especialidades:

▪ Na impossibilidade de apresentação de documento, o OPC procura, de imediato,

comunicar com quem tenha a guarda de facto do menor;

▪ O menor não pode permanecer em posto policial, para efeito de identificação, por

mais de 3 horas.

Por exemplo: situação de cumprimento de mandado

Pressupostos da Detenção

A detenção do menor é efetuada:

▪ Em caso de flagrante delito, para, no mais curto prazo, sem nunca exceder 48 horas,

ser apresentado ao juiz, a fim de ser interrogado ou para sujeição a medida cautelar;

▪ Para assegurar a presença imediata ou, não sendo possível, no mais curto prazo, sem

nunca exceder 12 horas (mandatos de condução), perante o juiz, a fim de ser

interrogado ou para aplicação ou execução de medida cautelar, ou em ato processual

presidido por autoridade judiciária; p. ex: situação de cumprimento de mandado

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▪ Para sujeição, em regime ambulatório ou de internamento, a perícia psiquiátrica ou

sobre a personalidade. Só procedemos com mandado.

▪ A detenção fora de flagrante delito tem apenas lugar quando a comparência do

menor não puder ser assegurada pelos pais, representante legal ou pessoa que tenha a

sua guarda de facto e faz-se por mandado do juiz, a requerimento do MP durante o

inquérito e, depois, mesmo oficiosamente.

Detenção em flagrante delito

▪ O menor só pode ser detido em flagrante delito por facto qualificado como crime

punível com pena de prisão.

Por exemplo, situações de furto com pena de 1 a 3 anos. Nunca se detém, apenas

identificamos.

Nota: O menor de 16 anos não é constituído arguido nem submetido a termo de

identidade e residência.

DETENÇÃO EM FLAGRANTE DELITO - (menores com idade compreendida entre 12 e 16

anos)

Manutenção da detenção

▪ A detenção só se mantém quando o menor tiver cometido facto qualificado como

crime contra as pessoas a que corresponda pena máxima, abstratamente aplicável, de

prisão superior a 3 anos ou tiver cometido dois ou mais factos qualificados como

crimes a que corresponda pena máxima, superior a três anos, cujo procedimento não

dependa de queixa ou de acusação particular, tem que ser crime público.

Sendo crime público, detenho sempre. Nos semipúblicos e particulares, nunca

detenho, havendo queixa ou não. No caso destes crimes, mediante queixa, pode-se

dar andamento ao procedimento tutelar educativo.

▪ Fora destes casos procede-se apenas à identificação do menor.

Entidades que procedem à detenção em caso de flagrante delito

▪ A autoridade judiciária ou qualquer entidade policial;

▪ Se não estiver presente autoridade judiciária ou entidade policial nem puder ser

chamada em tempo útil, qualquer pessoa pode proceder à detenção, entregando

imediatamente o menor àquelas entidades.

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Comunicação da detenção

▪ Salvo quando haja risco de a inviabilizar, a detenção fora de flagrante delito é

precedida de comunicação aos pais, representante legal ou pessoa que tenha a guarda

de facto do menor.

▪ Sem prejuízo do disposto no número anterior, qualquer detenção é comunicada, no

mais curto prazo e pelo meio mais rápido, aos pais, representante legal ou pessoa que

tiver a guarda de facto do menor.

Confiança do menor

▪ Quando não for possível apresentá-lo imediatamente ao juiz, o menor é confiado

aos pais, ao representante legal, a quem tenha a sua guarda de facto ou a instituição

onde se encontre internado.

▪ Se a confiança do menor nos termos do número anterior não for suficiente para

garantir a sua presença perante o juiz ou para assegurar as finalidades da detenção, o

menor é recolhido no centro educativo mais próximo ou em instalações próprias e

adequadas de entidade policial, sendo-lhe, em qualquer caso, ministrados os cuidados

e a assistência médica, psicológica e social que forem aconselhados pela sua idade,

sexo e condições individuais.

▪ O menor confiado nos termos dos números anteriores é apresentado ao juiz no mais

curto prazo, sem nunca exceder 48 horas, a fim de ser interrogado ou para sujeição a

medida cautelar; Nota: O menor não deve recolher aos calabouços.

Tipos de medidas cautelares

▪ A entrega do menor aos pais, representante legal, pessoa que tenha a sua guarda de

facto ou outra pessoa idónea, com imposição de obrigações ao menor;

▪ A guarda do menor em instituição pública ou privada; o menor pode ser entregue ao

pai até ao julgamento.

▪ A guarda do menor em centro educativo.

Formalidades das medidas cautelares

▪ As medidas cautelares são aplicadas por despacho do juiz, a requerimento do MP

durante o inquérito e, posteriormente, mesmo oficiosamente.

Situações em

que

entregamos o

menor, por

termos

fundadas

suspeitas. O

menos não é

entregue aos

pais, mas fica à

guarda de

entidades

policiais.

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Denúncia obrigatória

▪ A denúncia ou a transmissão da denúncia feita por órgão de polícia criminal é,

sempre que possível, acompanhada de informação que puder obter sobre a conduta

anterior do menor e sua situação familiar, educativa e social. Se não puder

acompanhar a denúncia, a informação é apresentada no prazo máximo de oito dias.

É feita uma informação, (p.117) que deve acompanhar todas as peças de expediente

para menores de 12 a 16 anos. Tem de seguir sempre.

Abertura do inquérito

▪ Adquirida a notícia do facto, o MP determina a abertura de inquérito.

Crimes públicos – de imediato;

Crimes semipúblicos – procedimento tutelar educativo.

A notícia da “prática, por menor com idade compreendida entre os 12 e os 16 anos, de

facto qualificado pela lei como crime”.

▪ “Se o facto for qualificado como crime cujo procedimento não depende de queixa ou

de acusação particular, se for crime Público a legitimidade para a denúncia cabe a

qualquer pessoa”.

▪ “Se o facto for qualificado como crime cujo procedimento depende de queixa ou de

acusação particular, a legitimidade para a denúncia cabe ao ofendido”.

TRAMITAÇÃO POSTERIOR

▪ 0 Menor será apresentado ao juiz no prazo máximo de 48 horas, a fim de ser sujeito

ao primeiro interrogatório, a que podem assistir os pais, representante legal ou pessoa

que tiver a sua guarda de facto;

▪ Quando não for possível apresentá-lo imediatamente ao juiz, é confiado às pessoas

acima referidas ou a instituição onde se encontre internado, podendo, contudo, ficar

detido se tal não for considerado suficiente.

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Expediente em caso de detenção:

• Auto de detenção (quando esta se mantêm). Deve ser informado dos direitos

• Quando entregue sob detenção – elaborar Auto Sumário de Entrega – o valor jurídico é o mesmo e a tramitação do expediente é igual.

• Fax a comunicar a detenção ao MP do tribunal de família e menores TFM – da área de residência do menor

• Auto de apreensão de objetos retirados ao menor. Na descrição, dizemos retiramos ao menor e não que apreendemos ao menor. Eu retiro a coisa ao menor.

Caso não haja detenção:

• Participação por factos ilícitos para menores entre 12 e 16 anos;

No caso de ser menos de 12 anos, apenas participação.

Envio de expediente:

MP do Tribunal de Família e Menores – da área de residência do menor.

Lei de Proteção de Crianças e Jovens em Perigo

Definição de criança ou jovem Para efeitos da lei em apreço, é a pessoa com menos de 18 anos ou a pessoa com menos de 21 anos que solicite a continuação da intervenção iniciada antes de atingir os 18 anos.

Medida de promoção dos direitos e de proteção É a providência adotada pelas comissões de proteção de crianças e jovens ou pelos tribunais, nos termos da lei, para proteger a criança e o jovem em perigo e VISAM: ▪ Afastar o Perigo em que este se Encontram ▪ Proporcionar condições que permitam proteger e promover Segurança Saúde Formação educação bem-estar e desenvolvimento integral ▪ Garantir a recuperação física e Psicológica das Crianças e Jovens Vitimas de Qualquer Forma de Exploração ou Abuso

Comissões de proteção de crianças e jovens As comissões de proteção de crianças e jovens, adiante designadas comissões de proteção, são instituições oficiais não judiciárias com autonomia funcional que visam promover os direitos da criança e do jovem e prevenir ou pôr termo a situações susceptíveis de afetar a sua segurança, saúde, formação, educação ou desenvolvimento integral, tendo competência na área de município onde têm a sua sede.

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Entidades com Competência em Matéria de Infância e Juventude Pessoas Singulares ou Coletivas Públicas, Cooperativas sociais ou Privadas que por si desenvolvem atividades na área de infância e Juventude, têm legitimidade para intervir na promoção dos direitos e proteção das crianças e jovens.

Situações em que se considera que a criança ou o jovem está em perigo Está abandonada ou vive entregue a si própria; Sofre maus-tratos físicos ou psíquicos ou é vítima de abusos sexuais; Não recebe os cuidados ou a afeição adequados à sua idade e situação

pessoal; É obrigada a atividades ou trabalhos excessivos ou inadequados à sua

idade, dignidade e situação pessoal ou prejudiciais à sua formação ou desenvolvimento;

Está sujeita, de forma direta ou indireta, a comportamentos que afetem gravemente a sua segurança ou o seu equilíbrio emocional;

Assume comportamentos ou se entrega a atividades ou consumos que afetem gravemente a sua saúde, segurança, formação, educação ou desenvolvimento sem que os pais, o representante legal ou quem tenha a guarda de facto se lhes oponham de modo adequado a remover essa situação.

Negligência da parte dos Pais Mendicidade – É utilizada esporadicamente ou habitualmente para

mendigar ainda que por sua iniciativa Problemas de saúde Prática de Crime Abandono Escolar Exercício Abusivo de Autoridade da Parte de quem detêm o Poder Paternal

Pressupostos Para a Intervenção: Quando os pais, o representante legal ou quem tenha a guarda de facto

ponham em perigo a sua segurança, saúde, formação, educação ou desenvolvimento,

Quando esse perigo resulte de ação ou omissão de terceiros ou da própria criança ou do jovem

E quem de direito não se oponha de modo adequado a removê-lo.

Intervenção de Entidades com Competência em Matéria de Infância e Juventude

▪ Efetuada de Modo Consensual com os Responsáveis pela Criança ou Jovem

Intervenção das CPCJ (Comissões Proteção de crianças e Jovens)

▪ A intervenção das comissões de proteção de crianças e jovens tem lugar quando não seja possível às entidades com competência em matéria de infância e juventude atuar de forma adequada e suficiente a remover o perigo em que se encontram.

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Não Oposição da Criança ou Jovem ▪ As CPCJ e Entidades com Competência em Matéria de Crianças e Jovens só pode ser possível quando a criança ou jovem com idade Igual ou superior a 12 anos NÃO se oponha ▪ Com Menos de 12 anos a sua opinião é considerada relevante de acordo com a sua capacidade para compreender o sentido da intervenção

Intervenção Judicial Quando: ▪ Não haja CPCJ com competência na área ou a CPCJ não tenha competência para aplicar a medida adequada ▪ Quando o acordo de promoção de direitos e proteção tenha sido quebrado ▪ A criança se oponha à intervenção das CPCJ e Entidades ▪ A CPCJ não tenha disponibilidade dos meios, por oposição de um serviço ou entidades ▪ Decorridos 6 meses após o conhecimento da situação pelas CPCJ não tenham sido proferidas quaisquer decisões ▪ O MP considere que a Medida ou Decisão das CPCJ seja Ilegal ou Inadequada à promoção dos Direitos

Tribunal Competente ▪ Compete ao tribunal de família e menores a instrução e o julgamento do processo. ▪ Fora das áreas abrangidas pela jurisdição dos tribunais de família e menores cabe ao tribunal da respectiva comarca conhecer das causas que àqueles estão atribuídas. ▪ No caso previsto no número anterior, o tribunal constitui-se em tribunal de família e menores.

Dever de colaboração As autoridades administrativas e entidades policiais têm o dever de colaborar com as comissões de proteção no exercício das suas atribuições.

Competências para aplicação de Medias ▪ CPCJ ▪ Tribunais de Família e Menores

Comunicação de Situações de Perigo ▪ As Entidades Policiais e Judicias Comunicam as CPCJ ▪ As Autoridades Judiciais adotam as Providências Tutelares e Civis Adequadas ▪ Qualquer Pessoa pode comunicar as CPCJ, Entidades e Policia qualquer situação de perigo ▪ A PSP comunica às CPCJ

CASO DE CRIME COMETIDO CONTRA CRIANÇA OU JOVEM ▪ As CPCJ ou Entidades comunicam ao MP ou Policia ▪ A PSP Comunica ao MP e Também às CPCJ

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Procedimentos de urgência na ausência de consentimento da Parte dos Pais

▪ Quando exista perigo atual ou iminente para a vida ou integridade física da criança ou do jovem e haja oposição dos detentores do poder paternal ou de quem tenha a guarda de facto, qualquer das entidades com competência em matéria de infância e juventude ou as comissões de proteção tomam as medidas adequadas para a sua proteção imediata e solicitam a intervenção do tribunal ou das entidades policiais. ▪ As entidades policiais dão conhecimento, de imediato, das situações referidas no número anterior ao MP ou, quando tal não seja possível, logo que cesse a causa da impossibilidade. ▪ Enquanto não for possível a intervenção do tribunal, as autoridades policiais retiram a criança ou o jovem do perigo em que se encontra e asseguram a sua proteção de emergência em casa de acolhimento temporário, nas instalações das entidades referidas com competência em matéria de infância e juventude ou em outro local adequado.

Referências de Risco Características da Criança/Jovem ▪ Deficiência – Gravidez Precoce – Toxicodependência Contexto Sócio Familiar ▪ Pobreza – Toxicodependência – Alcoolismo – Desemprego Espaço Escola ▪ Dificuldades de Aprendizagem – Dificuldades de relacionamento com os Adultos e Inter Pares

Procedimentos de Urgência ▪ Perigo: - Vida ou Integridade física – Real e Iminente – Necessidade de Proteção Imediata

E não haja consentimento dos Pais da Criança ou Jovem (até 18 anos) e na Impossibilidade de Recurso Imediato aos Tribunais CABE às FORÇAS DE SEGURANÇA: ♣ Tomar Medidas Imediatas ♣ Retirar a Criança da Situação de Perigo ♣Colocar a Criança ou Jovem em Instalações de Entidades ou em outro Local adequado ♣ Comunicar ao MP as Medidas Tomadas Exemplo: Em Caso de ser comunicado para a Esquadra que na casa “X” se ouvem gritos de Crianças e vozes de adultos exaltados efetuamos as seguintes Diligências: ♣ Avaliação Sumária: Recolhemos Provas, se é normal. Se ocorre muitas vezes ♣ Confirmamos Presencialmente que há grandes Indícios de Perigo ♣ Abordamos os Pais: - Se os Pais Facilitarem o Acesso á casa verificamos o que se passa - Se os Pais não facilitam o Acesso: Entrada Coactiva, se necessário Arrombamento de Porta, A criança é retirada, se necessitar de atenção médica é levada para unidade de Saúde, senão é levada para uma Unidade de Acolhimento de emergência ♣ Logo que Possível é Informado o MP das Medidas Tomadas Exemplo: Jovem de 13 anos encontrado a Mendigar efetuamos as seguintes diligências:

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♣ Abordagem ao Jovem – Averiguações relativas à Família, á Satisfação das necessidades Básicas ♣ Outras Averiguações – Se está na escola, o Tipo de enquadramento familiar ♣ Contactar Imediatamente Família Se possível, Escola Segurança Social ♣ Vai ser Iniciada uma Intervenção o Caso Fica entregue: - Estão esgotadas as Capacidades Intervenção – Participa-se às CPCJ ♣ Comunica-se ao MP Crime (MENDIGAR)

RUÍDOS

Objetivo do Dec-lei 9/2007

A prevenção do ruído e o controlo da poluição sonora visando a salvaguarda da saúde humana e o bem-estar das populações constitui tarefa fundamental do Estado.

Urge pois clarificar a articulação do novo Regulamento Geral do Ruído com outros regimes jurídicos, designadamente o da urbanização e da edificação e o de autorização e licenciamento de atividades.

Artigo 2.º

Âmbito

1 - O presente Regulamento aplica-se às atividades ruidosas permanentes e temporárias e a outras fontes de ruído susceptíveis de causar incomodidade, designadamente:

a) Construção, reconstrução, ampliação, alteração ou conservação de edificações;

b) Obras de construção civil;

c) Laboração de estabelecimentos industriais, comerciais e de serviços;

d) Equipamentos para utilização no exterior;

e) Infraestruturas de transporte, veículos e tráfegos;

f) Espetáculos, diversões, manifestações desportivas, feiras e mercados;

g) Sistemas sonoros de alarme.

2 - O Regulamento é igualmente aplicável ao ruído de vizinhança.

Definições

Para efeitos do presente Regulamento, entende-se por:

a) «Atividade ruidosa permanente» a atividade desenvolvida com carácter permanente, ainda que sazonal, que produza ruído nocivo ou incomodativo para quem habite ou permaneça em locais onde se fazem sentir os efeitos dessa fonte de ruído, designadamente laboração de estabelecimentos industriais, comerciais e de serviços;

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b) «Atividade ruidosa temporária» a atividade que, não constituindo um ato isolado, tenha carácter não permanente e que produza ruído nocivo ou incomodativo para quem habite ou permaneça em locais onde se fazem sentir os efeitos dessa fonte de ruído tais como obras de construção civil, competições desportivas, espetáculos, festas ou outros divertimentos, feiras e mercados;

d) «Fonte de ruído» a ação, atividade permanente ou temporária, equipamento, estrutura ou infraestrutura que produza ruído nocivo ou incomodativo para quem habite ou permaneça em locais onde se faça sentir o seu efeito;

i) «Indicador de ruído» o parâmetro físico-matemático para a descrição do ruído ambiente que tenha uma relação com um efeito prejudicial na saúde ou no bem-estar humano;

PERÍODOS DE REFERÊNCIA

▪ Período Diurno – Das 07:00 as 20:00

▪ Período do entardecer – Das 20:00 às 23:00

▪ Período Noturno – Das 23:00 as 07:00

r) «Ruído de vizinhança» o ruído associado ao uso habitacional e às atividades que lhe

são inerentes, produzido diretamente por alguém ou por intermédio de outrem, por

coisa à sua guarda ou animal colocado sob a sua responsabilidade, que, pela sua

duração, repetição ou intensidade, seja susceptível de afectar a saúde pública ou a

tranquilidade da vizinhança;

v) «Zona mista» a área definida em plano municipal de ordenamento do território, cuja

ocupação seja afecta a outros usos, existentes ou previstos, para além dos referidos na

definição de zona sensível;

x) «Zona sensível» a área definida em plano municipal de ordenamento do território

como vocacionada para uso habitacional, ou para escolas, hospitais ou similares, ou

espaços de lazer, existentes ou previstos, podendo conter pequenas unidades de

comércio e de serviços destinadas a servir a população local, tais como cafés e outros

estabelecimentos de restauração, papelarias e outros estabelecimentos de comércio

tradicional, sem funcionamento no período noturno;

ARTIGO 13.º

ACTIVIDADES RUIDOSAS PERMANENTES

1 - A instalação e o exercício de atividades ruidosas permanentes em zonas mistas, nas

envolventes das zonas sensíveis ou mistas ou na proximidade dos receptores sensíveis

isolados estão sujeitos:

a) Ao cumprimento dos valores limite fixados no artigo 11.º; e

b) Ao cumprimento do critério de incomodidade, considerado como a diferença entre

o valor do indicador L (índice Aeq) do ruído ambiente determinado durante a

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ocorrência do ruído particular da atividade ou atividades em avaliação e o valor do

indicador L (índice Aeq) do ruído residual, diferença que não pode exceder 5 dB(A) no

período diurno, 4 dB(A) no período do entardecer e 3 dB(A) no período noturno, nos

termos do anexo I ao presente Regulamento, do qual faz parte integrante.

2 - Para efeitos do disposto no número anterior, devem ser adoptadas as medidas

necessárias, de acordo com a seguinte ordem decrescente:

a) Medidas de redução na fonte de ruído;

b) Medidas de redução no meio de propagação de ruído;

c) Medidas de redução no receptor sensível.

3 - Compete à entidade responsável pela atividade ou ao receptor sensível, conforme

quem seja titular da autorização ou licença mais recente, adoptar as medidas referidas

na alínea c) do número anterior relativas ao reforço de isolamento sonoro.

4 - São interditos a instalação e o exercício de atividades ruidosas permanentes nas

zonas sensíveis, excepto as atividades permitidas nas zonas sensíveis e que cumpram o

disposto nas alíneas a) e b) do n.º 1.

Quando a PSP constate ou receba denúncia de atividade ruidosa de caráter

permanente que possa estar a produzir ruído superior ao legalmente permitido, deve

participar a ocorrência para que as entidades competentes (câmaras municipais ou

inspeção geral do ambiente) procedam à respetiva avaliação do ruído produzido.

PROIBIÇÃO DE ACTIVIDADES TEMPORÁRIAS RUIDOSAS (Feiras, Mercados,

Festas)

▪ Nas Proximidades de Habitações, Escolas, Hospitais é interdito durante o período

noturno entre as 18:00 e as 07:00, bem como aos Sábados Domingos e Feriados

▪ Podendo ser autorizado durante os períodos Proibidos mediante Licença Especial de

Ruído emitida pela Câmara Municipal ou Governador Civil

▪ A Licença deve conter: - Localização exata – Data do Inicio e da data de termo da

Licença

- O horário Autorizado – Indicações das medidas de prevenção e de redução de ruído

provocado pela atividade – Outras medidas adequadas

ARTIGO 15.º

LICENÇA ESPECIAL DE RUÍDO

1 - O exercício de atividades ruidosas temporárias previsto no artigo anterior pode ser autorizado, em casos excepcionais e devidamente justificados, mediante emissão de licença especial de ruído pelo respectivo município, que fixa as condições de exercício da atividade relativas aos aspectos referidos no número seguinte.

2 - A licença especial de ruído é requerida pelo interessado com a antecedência mínima de 15 dias úteis relativamente à data de início da atividade, indicando:

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a) Localização exata ou percurso definido para o exercício da atividade;

b) Datas de início e termo da atividade;

c) Horário;

d) Razões que justificam a realização da atividade naquele local e hora;

e) As medidas de prevenção e de redução do ruído propostas, quando aplicável;

f) Outras informações consideradas relevantes.

7 - Não carece de licença especial de ruído:

a) O exercício de uma atividade ruidosa temporária promovida pelo município, ficando sujeita aos valores limites fixados no n.º 5;

b) As atividades de conservação e manutenção ferroviária, salvo se as referidas operações forem executadas durante mais de 10 dias na proximidade do mesmo receptor.

ARTIGO 16.º

OBRAS NO INTERIOR DE EDIFÍCIOS

1 - As obras de recuperação, remodelação ou conservação realizadas no interior de

edifícios destinados a habitação, comércio ou serviços que constituam fonte de ruído

apenas podem ser realizadas em dias úteis, entre as 8 e as 20 horas, não se

encontrando sujeitas à emissão de licença especial de ruído.

2 - O responsável pela execução das obras afixa em local acessível aos utilizadores do

edifício a duração prevista das obras e, quando possível, o período horário no qual se

prevê que ocorra a maior intensidade de ruído.

ARTIGO 17.º

TRABALHOS OU OBRAS URGENTES

Não estão sujeitos às limitações previstas nos artigos 14.º a 16.º os trabalhos ou obras

em espaços públicos ou no interior de edifícios que devam ser executados com

carácter de urgência para evitar ou reduzir o perigo de produção de danos para

pessoas ou bens.

ARTIGO 18.º

SUSPENSÃO DA ACTIVIDADE RUIDOSA

As atividades ruidosas temporárias e obras no interior de edifícios realizadas em

violação do disposto nos artigos 14.º a 16.º do presente Regulamento são suspensas

por ordem das autoridades policiais, oficiosamente ou a pedido do interessado,

devendo ser lavrado auto da ocorrência a remeter ao presidente da câmara municipal

para instauração do respectivo procedimento de contraordenação.

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Nota: Se a licença só permitir apenas até as 12h os trabalhos, e se às 14h ainda não

tiverem cessado, podem ser suspensas.

ARTIGO 22.º

VEÍCULOS RODOVIÁRIOS A MOTOR

1 - É proibida, nos termos do disposto no Código da Estrada e respectivo Regulamento,

a circulação de veículos com motor cujo valor do nível sonoro do ruído global de

funcionamento exceda os valores fixados no livrete, considerado o limite de tolerância

de 5 dB(A).

ARTIGO 23.º

SISTEMAS SONOROS DE ALARME INSTALADOS EM VEÍCULOS

1 - É proibida a utilização em veículos de sistemas sonoros de alarme que não possuam

mecanismos de controlo que assegurem que a duração do alarme não excede vinte

minutos.

2 - As autoridades policiais podem proceder à remoção de veículos que se encontram

estacionados ou imobilizados com funcionamento sucessivo ou ininterrupto de

sistema sonoro de alarme por período superior a vinte minutos.

RUÍDO DE VIZINHANÇA

▪ Ruído Associado ao Uso Habitacional e às atividades que lhe são inerentes, Produzido diretamente ou por outrem ou de coisa ou animal a sua guarda que pela Sua Duração Repetição ou Intensidade seja susceptível de atentar contra a tranquilidade da vizinhança ou saúde pública

PROCEDIMENTO POLICIAL NOCTURNO ▪ Sempre que o ruído for produzido no período noturno, as autoridades policiais ordenam à pessoa ou pessoas que estiverem na sua origem a adopção das medidas adequadas para fazer cessar, de imediato, a incomodidade do ruído produzido.

PROCEDIMENTO POLICIAL DIURNO ▪ Se Ocorrer no Período Diurno as autoridades Policiais Notificam a Pessoa ou as Pessoas que estiverem na sua Origem, para em Prazo determinado Cessar as Ações que estão na sua Origem ou tomar as medidas Necessárias para que cesse a Incomodidade do Ruído Produzido

ALARMES DE INTRUSÃO EM VEÍCULOS ▪ É proibida a colocação no mercado ou a utilização de sistemas sonoros de alarme contra intrusão em veículos motorizados que não possuam mecanismos de controlo, de modo a que a duração do alarme não exceda 20 minutos. ▪ Ao instalar o sistema sonoro de alarme, o proprietário ou possuidor obriga-se a assegurar a manutenção do sistema de modo a garantir o seu bom funcionamento.

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PROCEDIMENTO POLICIAL ▪ Sendo necessário, podem ser removidos da via pública pelas autoridades policiais os

veículos que se encontrem estacionados ou imobilizados com funcionamento

sucessivo ou ininterrupto de alarme contra intrusão, determinado por razões

fortuitas ou naturais, sem que o respectivo proprietário ou possuidor proceda de

imediato à sua desativação.

ARTIGO 26.º

FISCALIZAÇÃO

A fiscalização compete:

a) À Inspeção-geral do Ambiente e do Ordenamento do Território;

b) À entidade responsável pelo licenciamento ou autorização da atividade;

c) Às comissões de coordenação e desenvolvimento regional;

d) Às câmaras municipais e polícia municipal, no âmbito das respectivas atribuições e competências;

e) Às autoridades policiais e polícia municipal relativamente a atividades ruidosas temporárias, no âmbito das respectivas atribuições e competências;

f) Às autoridades policiais relativamente a veículos rodoviários a motor, sistemas sonoros de alarme e ruído de vizinhança.

Muito importante pois, diz-nos respeito. São 4 situações

ARTIGO 27.º

MEDIDAS CAUTELARES

Podem consistir na suspensão da atividade, no encerramento preventivo do estabelecimento ou na apreensão de equipamento por determinado período de tempo.

São apenas 3 medidas cautelares

ARTIGO 28.º

SANÇÕES

1 - Constitui contraordenação ambiental leve:

a) O exercício de atividades ruidosas temporárias sem licença especial de ruído em

violação do disposto do n.º 1 do artigo 15.º;

b) O exercício de atividades ruidosas temporárias em violação das condições da licença

especial de ruído fixadas nos termos do n.º 1 do artigo 15.º;

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c) A violação dos limites estabelecidos no n.º 5 do artigo 15.º, quando a licença

especial de ruído é emitida por período superior a um mês;

d) A realização de obras no interior de edifícios em violação das condições

estabelecidas pelo n.º 1 do artigo 16.º;

e) O não cumprimento da obrigação de afixação das informações nos termos do n.º 2

do artigo 16.º;

f) O não cumprimento da ordem de suspensão emitida pelas autoridades policiais ou

municipais, nos termos do artigo 18.º;

g) A utilização de sistemas sonoros de alarme instalados em veículos em violação do

disposto no n.º 1 do artigo 23.º;

h) O não cumprimento da ordem de cessação da incomodidade emitida pela

autoridade policial nos termos do n.º 1 do artigo 24.º;

i) O não cumprimento da ordem de cessação da incomodidade emitida pela autoridade

policial nos termos do n.º 2 do artigo 24.º

2 - Constitui contraordenação ambiental grave:

a) O incumprimento das medidas previstas no plano municipal de redução de

ruído pela entidade privada responsável pela sua execução nos termos do

artigo 8.º;

b) A instalação ou o exercício de atividades ruidosas permanentes em zonas mistas,

nas envolventes das zonas sensíveis ou mistas ou na proximidade dos receptores

sensíveis isolados em violação do disposto no n.º 1 do artigo 13.º;

c) A instalação ou o exercício de atividades ruidosas permanentes em zonas

sensíveis em violação do disposto no n.º 4 do artigo 13.º;

d) A instalação ou exploração de infraestrutura de transporte em violação do

disposto no n.º 1 do artigo 19.º;

e) A não adopção, na exploração de grande infraestrutura de transporte aéreo, das

medidas previstas no n.º 2 do artigo 19.º necessárias ao cumprimento dos valores

limite fixados no artigo 11.º;

f) A aterragem e descolagem de aeronaves civis em violação do disposto no n.º 1

do artigo 20.º;

g) A violação das condições de funcionamento da infraestrutura de transporte

aéreo fixadas nos termos do n.º 3 do artigo 20.º;

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h) A instalação ou exploração de outras fontes de ruído em violação dos limites

previstos no artigo 21.º;

i) O não cumprimento das medidas cautelares fixadas nos termos do artigo 27.º

3 - A negligência e a tentativa são puníveis, sendo nesse caso reduzido para metade

os limites mínimos e máximos das coimas referidos no presente Regulamento.

Nota: este artigo, apenas classifica as contraordenações em leve e grave. As coimas

estão previstas na Lei 89/2009 artº 22.

ARTIGO 30.º

PROCESSAMENTO E APLICAÇÃO DE COIMAS

1 - O processamento das contraordenações e a aplicação das respectivas coimas e

sanções acessórias é da competência da entidade autuante, sem prejuízo do

disposto nos números seguintes.

2 - Compete à câmara municipal o processamento das contraordenações e a

aplicação das coimas e sanções acessórias em matéria de atividades ruidosas

temporárias e de ruído de vizinhança.

3 - Compete à IMTT o processamento das contraordenações e a aplicação das

coimas e sanções acessórias em matéria de veículos rodoviários a motor e sistemas

sonoros de alarme instalados em veículos.

Nota: nós apenas temos competência para fiscalizar, mas não temos competência

para o processamento. Remetemos para as entidades competentes.

DROGAS

Definição de droga

É uma substância natural ou sintética que modifica o funcionamento do organismo no

qual é introduzida.

DEPRESSORAS Ópio;

Morfina

Heroína

ESTIMULANTES Cocaína;

Crack

(derivados da Coca)

Liamba

Haxixe

Óleo de haxixe

(cannabis ou cânhamo) –

substância psicoativa:

THC)

PERTURBADORAS

E ainda alucinogénios tais como:

Psitocibina (cogumelo) e Mescalina

(cacto).

Alucinogénios sintéticos: LSD

(comprimidos, autocolantes.

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Dec-lei 15/93

O objeto deste diploma é o tráfico e consumo de estupefacientes e substâncias

psicotrópicas.

O consumo de droga não é crime, mas sim uma contraordenação.

É PUNIDO POR CONDUTA CRIMINAL (Prisão) QUEM:

Tráfico e outras atividades ilícitas – artº 21

Quem sem que para tal se encontrar autorizado:

Cultivar, produzir, fabricar, extrair, preparar, oferecer, (quem aceitar não é punido

contra-ordenacionalmente nem criminalmente) puser à venda, vender, distribuir,

comprar, ceder ou por qualquer título receber, proporcionar a outrem, transportar,

importar, exportar, fizer transitar ou ilicitamente detiver, sem ser para consumo

plantas, substâncias ou preparações.

*Em doses superiores ao consumo médio para 10 dias, só é crime se superior a 10 dias.

Nesta situação, quando detemos alguém, não o libertamos. Recolhe a calabouços e é

presente ao TIC.

Só é considerado crime, o cultivo para consumo.

No caso dos médicos ou farmacêuticos, é mais gravoso, se ilicitamente ceder,

introduzir ou diligenciar por que outrem introduza no comércio as substâncias do

número anterior.

A competência para a investigação destes crimes também está atribuída à PSP e à GNR

quando ocorram situações de distribuição direta aos consumidores, a qualquer título,

das plantas, substâncias ou preparações acima referidas.

Precursores (Competência específica da PJ) – artº 22

Quem, sem se encontrar autorizado, Fabricar, importar, exportar,

transportar ou distribuir equipamento, materiais ou substâncias, sabendo

que são ou vão ser utilizados no cultivo, produção ou fabrico ilícitos de

estupefacientes ou substâncias psicotrópicas.

Quem, sem se encontrar autorizado detiver, a qualquer título,

equipamento, materiais ou substâncias sabendo que são ou vão ser

utilizados no cultivo, produção ou fabrico ilícitos de estupefacientes ou

substâncias psicotrópicas.

Nesta situação, quando detemos alguém, não o libertamos. Recolhe a calabouços e é

presente ao TIC.

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Agravação – artº 24

As penas previstas nos artigos 21.º e 22.º são aumentadas de um quarto nos seus

limites mínimo e máximo se:

a) As substâncias ou preparações foram entregues ou se destinavam a menores ou

diminuídos psíquicos;

b) As substâncias ou preparações foram distribuídas por grande número de pessoas;

c) O agente obteve ou procurava obter avultada compensação remuneratória;

d) O agente for funcionário incumbido da prevenção ou repressão dessas infracções;

e) O agente for médico, farmacêutico ou qualquer outro técnico de saúde, funcionário

dos serviços prisionais ou dos serviços de reinserção social, trabalhador dos correios,

telégrafos, telefones ou telecomunicações, docente, educador ou trabalhador de

estabelecimento de educação ou de trabalhador de serviços ou instituições de ação

social e o facto for praticado no exercício da sua profissão;

f) O agente participar em outras atividades criminosas organizadas de âmbito

internacional;

g) O agente participar em outras atividades ilegais facilitadas pela prática da infracção;

h) A infracção tiver sido cometida em instalações de serviços de tratamento de

consumidores de droga, de reinserção social, de serviços ou instituições de ação social,

em estabelecimento prisional, unidade militar, estabelecimento de educação, ou em

outros locais onde os alunos ou estudantes se dediquem à prática de atividades

educativas, desportivas ou sociais, ou nas suas imediações;

i) O agente utilizar a colaboração, por qualquer forma, de menores ou de diminuídos

psíquicos;

j) O agente atuar como membro de bando destinado à prática reiterada dos crimes

previstos nos artigos 21.º e 22.º, com a colaboração de, pelo menos, outro membro

do bando;

l) As substâncias ou preparações foram corrompidas, alteradas ou adulteradas, por

manipulação ou mistura, aumentando o perigo para a vida ou para a integridade física

de outrem.

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Tráfico de menor gravidade – artº 25

Se, nos casos dos artigos 21.º e 22.º, a ilicitude do facto se mostrar

consideravelmente diminuída, tendo em conta nomeadamente os meios utilizados, a

modalidade ou as circunstâncias da ação, a qualidade ou a quantidade das plantas,

substâncias ou preparações, a pena é de:

a) Prisão de um a cinco anos, se se tratar de plantas, substâncias ou preparações

compreendidas nas tabelas I a III, V e VI

b) Prisão até 2 anos ou multa até 240 dias, no caso de substâncias ou preparações

compreendidas na tabela IV.

Nesta situação, detenho o indivíduo, liberto-o e notifico-o para comparecer em JPIC

ou TPIC. Vai para processo sumário.

Traficante-consumidor – artº 26

1 - Quando, pela prática de algum dos factos referidos no artigo 21.º, o agente tiver

por finalidade exclusiva conseguir plantas, substâncias ou preparações para uso

pessoal, a pena é de prisão até três anos ou multa, se se tratar de plantas, substâncias

ou preparações compreendidas nas tabelas I a III, ou de prisão até 1 ano ou multa até

120 dias, no caso de substâncias ou preparações compreendidas na tabela IV.

2 - A tentativa é punível.

3 - Não é aplicável o disposto no n.º 1 quando o agente detiver plantas, substâncias

ou preparações em quantidade que exceda a necessária para o consumo médio

individual durante o período de dez dias. Se não se aplica o nº1 deste artigo, vai-se

aplicar o artº 21 ou artº 25.

Abuso do exercício de profissão – artº 27

1 - As penas previstas nos artigos 21.º, n. os 2 e 4, e 25.º são aplicadas ao médico que

passe receitas, ministre ou entregue substâncias ou preparações aí indicadas com fim

não terapêutico.

2 - As mesmas penas são aplicadas ao farmacêutico ou a quem o substitua na sua

ausência ou impedimento que vender ou entregar aquelas substâncias ou preparações

para fim não terapêutico.

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Associações criminosas (Competência específica da PJ)

Quem Promover, fundar ou financiar grupo, organização ou associação de

duas ou mais pessoas que, atuando concertadamente, vise praticar crime

de tráfico e outras atividades ilícitas e precursores

Prestar colaboração, direta ou indireta, aderir ou apoiar o grupo,

organização ou associação que vise praticar os crimes de tráfico e outras

atividades ilícitas e precursores

Quem Chefiar ou dirigir grupo, organização ou associação referidos.

Incitamento ao uso de estupefacientes ou substâncias psicotrópicas – artº 29

1 - Quem induzir, incitar ou instigar outra pessoa, em público ou em privado, ou por

qualquer modo facilitar o uso ilícito de plantas, substâncias ou preparações

compreendidas nas tabelas I a III é punido com pena de prisão até três anos ou com

pena de multa.

2 - Se se tratar de substâncias ou preparações compreendidas na tabela IV, a pena é

de prisão até 1 ano ou de multa até 120 dias.

3 - Os limites mínimo e máximo das penas são aumentados de um terço se:

a) Os factos foram praticados em prejuízo de menor, diminuído psíquico ou de pessoa

que se encontrava ao cuidado do agente do crime para tratamento, educação,

instrução, vigilância ou guarda;

b) Ocorreu alguma das circunstâncias previstas nas alíneas d), e) ou h) do artigo 24.º

Tráfico e consumo em lugares públicos ou de reunião – artº 30

Quem sendo proprietário (Dono), gerente, diretor ou, por qualquer título,

explorar hotel, restaurante, café, taberna, clube, casa ou recinto de reunião, de

espetáculo ou de diversão, consentir que esse lugar seja utilizado para o tráfico

ou uso ilícito de plantas, substâncias ou preparações

Tendo ao seu dispor edifício (gerente), recinto vedado ou veículo, consentir

que seja habitualmente utilizado para o tráfico ou uso ilícito de plantas,

substâncias ou preparações.

Sem prejuízo do disposto nos números anteriores, aquele que, após a

notificação a que se refere o número seguinte, não tomar as medidas

adequadas para evitar que os lugares neles mencionados sejam utilizados para

o tráfico ou o uso ilícito de plantas, substâncias ou preparações incluídas nas

tabelas I a IV é punido com pena de prisão até cinco anos.

O disposto no número anterior só é aplicável após duas apreensões de plantas,

substâncias ou preparações incluídas nas tabelas I a IV, realizadas por

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autoridade judiciária ou por órgão de polícia criminal, devidamente notificadas

ao agente referido nos n.os 1 e 2, e não mediando entre elas período superior a

um ano, ainda que sem identificação dos detentores.

Nestes dois últimos casos, por exemplo, vamos fazer uma rusga, vemos droga,

apreendemos, notificamos o proprietário do estabelecimento. Passado 1 ano se for lá

a fiscalização novamente, aí é detido. Antes disto, deverá ter sido notificado 1 ano

depois.

Abandono de seringas – artº 32

Quem, em lugar público ou aberto ao público, em lugar privado mas de uso comum,

abandonar seringa ou outro instrumento usado no consumo ilícito de estupefacientes

ou substâncias psicotrópicas, criando deste modo perigo para a vida ou a integridade

física de outra pessoa, é punido com pena de prisão até 1 ano ou com pena de multa

até 120 dias, se pena mais grave lhe não couber por força de outra disposição legal.

É crime.

Desobediência qualificada – artº 33

1 - Quem se opuser a atos de fiscalização ou se negar a exibir os documentos exigidos

pelo presente diploma, depois de advertido das consequências penais da sua

conduta, é punido com a pena correspondente ao crime de desobediência qualificada.

2 - Incorre em igual pena quem não cumprir em tempo as obrigações impostas pelo

artigo 20.º

Perda de objetos – artº 35

1 - São declarados perdidos a favor do Estado os objetos que tiverem servido ou

estivessem destinados a servir para a prática de uma infracção prevista no presente

diploma ou que por esta tiverem sido produzidos.

2 - As plantas, substâncias e preparações incluídas nas tabelas I a IV são sempre

declaradas perdidas a favor do Estado.

3 - O disposto nos números anteriores tem lugar ainda que nenhuma pessoa

determinada possa ser punida pelo facto.

Consumo – artº40

1 - Quem para o seu consumo, cultivar, plantas, substâncias ou preparações

compreendidas nas tabelas I a IV é punido com pena de prisão até 3 meses ou com

pena de multa até 30 dias.

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2 - Se a quantidade de plantas, substâncias ou preparações cultivada, pelo agente

exceder a necessária para o consumo médio individual durante o período de 10 dias, a

pena é de prisão até 1 ano ou de multa até 120 dias.

O cultivo é sempre crime. O que altera é a moldura penal.

Legislação processual penal – artº 51

1 - Para efeitos do disposto no Código de Processo Penal, e em conformidade com o n.º

2 do artigo 1.º do mesmo Código, consideram-se equiparadas a casos de terrorismo,

criminalidade violenta ou altamente organizada as condutas que integrem os crimes

previstos nos artigos 21.º a 24.º e 28.º deste diploma.

Revista e perícia

Quando houver indícios de que alguém oculta ou transporta no seu corpo

estupefacientes ou substâncias psicotrópicas, é ordenada revista e, se

necessário, procede-se a perícia.

Na falta de consentimento do visado, mas sem prejuízo do que se refere no n.º

1 do artigo anterior, a realização da revista ou perícia depende de prévia

autorização da autoridade judiciária competente, devendo esta, sempre que

possível, presidir à diligência.

Investigação criminal Artigo 57.º

1 - Presume-se deferida à Polícia Judiciária, através da Direção Central de Investigação

do Tráfico de Estupefacientes, a competência para a investigação dos crimes

tipificados nos artigos 21.º, 22.º, 23.º, 27.º e 28.º do presente diploma e dos demais

que lhe sejam participados ou de que colha notícia.

2 - Presume-se deferida à Guarda Nacional Republicana e Polícia de Segurança Pública

a competência para a investigação dos seguintes crimes, praticados nas respectivas

áreas de jurisdição, quando lhes forem participados ou deles colham notícia:

a) Do crime previsto e punido no artigo 21.º do presente diploma, quando ocorram

situações de distribuição direta aos consumidores, a qualquer título, das plantas,

substâncias ou preparações nele referidas;

b) Dos crimes previstos e punidos nos artigos 26.º, 29.º, 30.º, 32.º, 33.º e 40.º do

presente diploma.

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Lei 30/2000

A presente lei tem como objecto a definição do regime jurídico aplicável ao consumo

de estupefacientes e substâncias psicotrópicas, bem como a proteção sanitária e social

das pessoas que consomem tais substâncias sem prescrição médica.

Consumo

1 — O consumo, a aquisição e a detenção para consumo próprio de plantas,

substâncias ou preparações compreendidas nas tabelas referidas no artigo anterior

constituem contraordenação.

2 — Para efeitos da presente lei, a aquisição e a detenção para consumo próprio das

substâncias referidas no número anterior não poderão exceder a quantidade

necessária para o consumo médio individual durante o período de 10 dias.

Tratamento espontâneo

1 — Não é aplicável o disposto na presente lei quando o consumidor ou, tratando-se

de menor, interdito ou inabilitado, o seu representante legal solicite a assistência de

serviços de saúde públicos ou privados.

2 — Qualquer médico pode assinalar aos serviços de saúde do Estado os casos de

abuso de plantas, substâncias estupefacientes ou psicotrópicas que constate no

exercício da sua atividade profissional, quando entenda que se justificam medidas de

tratamento ou assistência no interesse do paciente, dos seus familiares ou da

comunidade, para as quais não disponha de meios.

3 — Nos casos previstos nos números anteriores há garantia de sigilo, estando os

médicos, técnicos e restante pessoal de saúde que assistam o consumidor sujeitos ao

dever de segredo profissional, não sendo obrigados a depor em inquérito ou processo

judicial ou a prestar informações sobre a natureza e evolução do processo terapêutico

ou sobre a identidade do consumidor.

Apreensão e identificação

1 — As autoridades policiais procederão à identificação do consumidor e,

eventualmente, à sua revista e à apreensão das plantas, substâncias ou preparações

referidas no artigo 1.o encontradas na posse do consumidor, que são perdidas a favor

do Estado, elaborando auto da ocorrência, o qual será remetido à comissão

territorialmente competente.

2 — Quando não seja possível proceder à identificação do consumidor no local e no

momento da ocorrência, poderão as autoridades policiais, se tal se revelar necessário,

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deter o consumidor para garantir a sua comparência perante a comissão, nas

condições do regime legal da detenção para identificação.

Competência para o processamento, aplicação e execução

1 — O processamento das contraordenações e a aplicação das respectivas sanções

competem a uma comissão designada «comissão para a dissuasão da

toxicodependência», especialmente criada para o efeito, funcionando em cada distrito,

nas instalações de serviços dependentes do Instituto da Droga e da

Toxicodependência, I.P (IDT, I.P).

2 — A execução das coimas e das sanções alternativas compete às autoridades

policiais.

Registo central

O IPDT manterá um registo central dos processos de contraordenação previstos na

presente lei, o qual será regulamentado por portaria do Ministro da Justiça e pelo

membro do Governo responsável pela coordenação da política da droga e da

toxicodependência.

Competência territorial

1 — É territorialmente competente a comissão da área do domicílio do consumidor,

excepto se este não for conhecido, circunstância em que será competente a comissão

da área em que o consumidor tiver sido encontrado.

2 — É competente para conhecer do recurso da decisão sancionatória o tribunal com

jurisdição na sede da comissão recorrida.

Sanções

1 — Aos consumidores não toxicodependentes poderá ser aplicada uma coima ou, em

alternativa, sanção não pecuniária.

2 — Aos consumidores toxicodependentes são aplicáveis sanções não pecuniárias.

3 — A comissão determina a sanção em função da necessidade de prevenir o consumo

de estupefacientes e substâncias psicotrópicas.

4 — Na aplicação das sanções, a comissão terá em conta a situação do consumidor e a

natureza e as circunstâncias do consumo, ponderando, designadamente:

a) A gravidade do ato;

b) A culpa do agente;

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c) O tipo de plantas, substâncias ou preparados consumidos;

d) A natureza pública ou privada do consumo;

e) Tratando-se de consumo público, o local do consumo;

f) Em caso de consumidor não toxicodependente, o carácter ocasional ou habitual do

consumo;

g) A situação pessoal, nomeadamente económica

e financeira, do consumidor.

Coimas

1 — Se se tratar de plantas, substâncias ou preparações compreendidas nas tabelas I-

A, I-B, II-A, II-B e II-C, a coima compreende-se entre um mínimo de 24,94 euros e um

máximo equivalente ao salário mínimo nacional.

2 — Se se tratar de substâncias ou preparações compreendidas nas tabelas I-C, III e IV,

a coima é de 24,94 euros a 149,64 euros.

Outras sanções

1 — A comissão pode impor em alternativa à coima uma sanção de admoestação.

2 — Sem prejuízo do disposto no n.o 2 do artigo 15.o, a comissão pode aplicar as

seguintes sanções, em alternativa à coima ou a título principal: - sanções não

pecuniárias

a) Proibição de exercer profissão ou atividade, designadamente as sujeitas a regime de

licenciamento, quando daí resulte risco para a integridade do próprio ou de terceiros;

b) Interdição de frequência de certos lugares;

c) Proibição de acompanhar, alojar ou receber certas pessoas;

d) Interdição de ausência para o estrangeiro sem autorização;

e) Apresentação periódica em local a designar pela comissão;

f) Cassação, proibição da concessão ou renovação de licença de uso e porte de arma

de defesa, caça, precisão ou recreio;

g) Apreensão de objetos que pertençam ao pró- prio e representem um risco para este

ou para a comunidade ou favoreçam a prática de um crime ou de outra

contraordenação;

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h) Privação da gestão de subsídio ou benefício atribuído a título pessoal por entidades

ou serviços públicos, que será confiada à entidade que conduz o processo ou àquela

que acompanha o processo de tratamento, quando aceite.

Admoestação

A admoestação consiste numa censura oral, sendo o consumidor expressamente

alertado para as consequências do seu comportamento e instado a abster-se de

consumir.

Cumprimento de sanções e de medidas de acompanhamento

A decisão de decretar sanções ou medidas de acompanhamento é comunicada às

autoridades policiais, competindo a estas oficiar os serviços e as autoridades aos quais

deva ser pedida colaboração para a execução dessas medidas.

Decl-lei 130-A/2001

O presente diploma tem por objecto estabelecer a organização, o processo e o regime

de funcionamento da comissão para a dissuasão da toxicodependência, a que se refere

o n.o 1 do artigo 5.o da Lei n.o 30/2000, de 29 de Novembro, e regular outras matérias

complementares.

Conhecimento da contraordenação

1 — A autoridade policial que tome conhecimento da prática de contraordenação

prevista na Lei n.o 30/2000, de 29 de Novembro, elabora auto de ocorrência, onde se

menciona:

a) Os factos que constituem a contraordenação;

b) O dia, a hora, o local e as circunstâncias em que a contraordenação foi cometida;

c) Tudo o que puder averiguar acerca da identificação do agente da contraordenação e

seu domicílio;

d) As diligências efectuadas, bem como os meios de prova conhecidos, nomeadamente

as testemunhas que puderem depor sobre os factos.

Segue o auto de contraordenação com o auto de notícia do SEI.

2 — O auto de ocorrência é assinado pela entidade que o elaborou e enviado pelo

meio mais célere à comissão que se afigure territorialmente competente, de modo que

seja recebido até trinta e seis horas depois daquela ocorrência.

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3 — As autoridades policiais providenciam em ordem a evitar o desaparecimento de

provas e apreendem as substâncias suspeitas, as quais constam do auto e são

remetidas, no mais curto lapso de tempo, à comissão competente, para serem

depositadas no governo civil.

A droga apreendida, vai também para a comissão

4 — Quando não for possível identificar o indiciado e conhecer o seu domicílio no local

e no momento da prática do facto, as autoridades policiais podem proceder à sua

detenção, a fim de o identificarem ou de garantirem a comparência perante a

comissão, nos termos do regime legal da detenção para identificação

Medidas preliminares

1 — Quando o indiciado revelar sinais de descompensação física ou psíquica, as

autoridades policiais podem promover a sua apresentação em serviço de saúde

público, a fim de lhe serem dispensados os necessários cuidados terapêuticos.

2 — Na circunstância a que alude o número precedente, as autoridades policiais

remetem de imediato, por qualquer meio, ao presidente da comissão que se afigure

ser territorialmente competente, um registo contendo a identificação do sujeito, a

data a as razões da apresentação.

Comunicações

1 — Elaborado o auto de ocorrência, é o consumidor logo notificado pela entidade

autuante para se apresentar na comissão territorialmente competente, fixando-se o

dia e a hora para a realização dessa apresentação, a qual deve ocorrer no mais curto

espaço de tempo possível, sem nunca ultrapassar as setenta e duas horas

subsequentes ao da ocorrência.

2 — Quando o indiciado revelar qualquer incapacidade, as autoridades policiais

diligenciam no sentido da localização de quem exerça a representação legal,

contactando-o no mais curto espaço de tempo, a fim de lhe darem conhecimento da

ocorrência e de o notificarem nos termos do número anterior.

Apresentação do indiciado pela entidade policial

1 — No caso do n.o 4 do artigo 9.o, o indiciado pode ser apresentado à comissão pela

entidade policial imediatamente após a ocorrência, se a comissão estiver em

funcionamento ou se houver um membro em regime de disponibilidade permanente.

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Análise às substâncias apreendidas

1 — Quando o indiciado negar a natureza estupefaciente ou psicotrópica das

substâncias encontradas na sua posse, a comissão determina a imediata realização das

análises necessárias à sua caracterização, correndo os encargos por conta do indiciado

se se comprovar aquela natureza.

Depoimento do autuante

1 — A comissão, por iniciativa própria ou precedendo requerimento do indiciado,

poderá convocar o agente da autoridade que tiver procedido à interpelação e

autuação, a fim de lhe serem tomadas declarações.

2 — O depoimento a que se alude no número anterior poderá ser prestado

pessoalmente, bem como por via telefónica ou videoconferência por ocasião da

própria audição.

Notificações

As notificações efetuam-se:

a) No ato de autuação, quando possível, mediante a entrega de um duplicado do auto,

donde constem, além do mais, as sanções aplicáveis e o dia e hora para a

apresentação do indiciado na comissão territorialmente competente;

b) Por contacto telefónico ou pessoal com o notificando no lugar em que for

encontrado;

c) Quando impossível qualquer das vias das alíneas anteriores, por carta expedida para

o domicílio do notificando.

Horário

1 — O horário de funcionamento da comissão é fixado pelo membro do Governo

responsável pela coordenação da política da droga e da toxicodependência, sob

proposta do presidente.

2 — A fixação do horário deve obedecer às seguintes normas:

a) A comissão deve funcionar pelo menos cinco dias por semana e um mínimo de

quarenta horas semanais;

b) A comissão deve adaptar o seu horário à exigência da celeridade na apreciação dos

casos que lhe sejam submetidos.

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3 — A comissão, fora do horário de funcionamento, pode ter um dos seus membros e

um elemento da equipa de apoio em regime de disponibilidade permanente, sempre

contactáveis e disponíveis para se apresentarem na respectiva sede.

Dec-lei nº 81/95

Artigo 1.º Investigação criminal

1 - Presume-se deferida à Polícia Judiciária, através da Direção Central de Investigação

do Tráfico de Estupefacientes, a competência para a investigação dos crimes

tipificados nos artigos 21.º, 22.º, 23.º, 27.º e 28.º do presente diploma e dos demais

que lhe sejam participados ou de que colha notícia.

2 - Presume-se deferida à Guarda Nacional Republicana e Polícia de Segurança Pública

a competência para a investigação dos seguintes crimes, praticados nas respectivas

áreas de jurisdição, quando lhes forem participados ou deles colham notícia:

a) Do crime previsto e punido no artigo 21.º do presente diploma, quando ocorram

situações de distribuição direta aos consumidores, a qualquer título, das plantas,

substâncias ou preparações nele referidas;

b) Dos crimes previstos e punidos nos artigos 26.º, 29.º, 30.º, 32.º, 33.º e 40.º do

presente diploma

Artigo 2.º - Prevenção criminal

1 - Cabe especialmente à Polícia Judiciária:

a) A prevenção da introdução e trânsito pelo território nacional de substanciais

estupefacientes ou psicotrópicas;

b) A prevenção da constituição de redes organizadas de tráfico interno dessas

substâncias;

2 - À Guarda Nacional Republicana e à Polícia de Segurança Pública compete

especialmente, nas respectivas áreas de atuação e com vista à detecção de situações

de tráfico e consumo de estupefacientes ou substâncias psicotrópicas:

a) A vigilância dos recintos predominantemente frequentados por grupos de risco;

b) A vigilância e o patrulhamento das zonas usualmente referenciadas como locais de

tráfico ou de consumo.

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Artigo 3.º - Dever de comunicação

Os órgãos de polícia criminal e os serviços aduaneiros e de segurança que tiverem

notícia de um crime, por conhecimento próprio ou mediante denúncia, comunicam-na,

no mais curto prazo, ao Ministério Público e ao órgão de polícia criminal competente

para a investigação.

Artigo 4.º - Centralização da informação

1 - A Polícia Judiciária, através da Direção Central de Investigação do Tráfico de

Estupefacientes, centraliza e trata toda a informação respeitante às infracções

tipificadas no Decreto-Lei n.º 15/93, de 22 de Janeiro.

2 - Os órgãos de polícia criminal e os serviços aduaneiros e de segurança transmitem à

Direção Central de Investigação do Tráfico de Estupefacientes da Polícia Judiciária

todas as informações que obtenham, devendo fazê-lo de imediato quando tomem

conhecimento da preparação ou início de execução de quaisquer das infracções

previstas no diploma mencionado no número anterior.

DCITE: importante na PJ. O que se passa tudo a nível de droga

3 - É obrigatória a transmissão prévia à Direção Central de Investigação do Tráfico de

Estupefacientes da Polícia Judiciária das ações planificadas a desencadear neste

âmbito por parte de qualquer dos órgãos de polícia criminal.

Artigo 5.º - Brigadas anticrime - BAC

1 - As brigadas anticrime são unidades especiais com competência específica em

matéria de prevenção e investigação do tráfico de substâncias estupefacientes ou

psicotrópicas.

2 - Em cada brigada territorial da Guarda Nacional Republicana são constituídas

brigadas anticrime, na dependência do respectivo Comando de Brigada.

3 - Em cada Comando Regional, Comando Metropolitano e Comando de Polícia da

Polícia de Segurança Pública são constituídas brigadas anticrime na dependência do

respectivo Comando.

Artigo 6.º - Unidades de coordenação e intervenção conjunta - UCIC

Sob a coordenação e direção estratégica e táctica da Polícia Judiciária são criadas

unidades de coordenação e intervenção conjunta, integrando aquela Polícia, a Guarda

Nacional Republicana, a Polícia de Segurança Pública, o Serviço de Estrangeiros e

Fronteiras e a Direcção-Geral das Alfândegas, às quais compete disciplinar e praticar a

partilha de informações oriundas de cada força ou serviço integrante e a coordenação

das ações que devam ser executadas em comum.

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Artigo 7.º - Formação

A formação específica adequada à prossecução das atribuições de prevenção e

investigação do tráfico de estupefacientes e de substâncias psicotrópicas, é da

responsabilidade do Instituto Nacional de Polícia e Ciências Criminais da Polícia

Judiciária com a colaboração das estruturas de formação da Direcção-Geral das

Alfândegas.

Portaria nº 94/96

Artº 1 Objecto

A presente portaria tem como objecto a definição:

a) Dos procedimentos de diagnóstico e dos exames periciais necessários à

caracterização do estado de toxicodependência;

b) Do modo de intervenção dos serviços de saúde especializados no apoio às

autoridades policiais e judiciárias;

c) Dos limites quantitativos máximos para cada

dose média individual diária das plantas, substâncias ou preparações constantes das

tabelas I a IV anexas ao Decreto-Lei n.o 15/93, de 22 de Janeiro, de consumo mais

frequente.

Artº 9 Limites

Os limites quantitativos máximos para cada dose média individual diária das plantas,

substâncias ou preparações constantes das tabelas I a IV anexas ao Decreto-Lei n.o

15/93, de 22 de Janeiro, de consumo mais frequente, são os referidos no mapa anexo

à presente portaria, da qual faz parte integrante.

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LEI DA SAÚDE MENTAL

A Lei de Saúde Mental, estabelece os princípios gerais da política de saúde mental e

regula o internamento compulsivo dos portadores de anomalia psíquica,

designadamente das pessoas com doença mental.

Definições

Internamento compulsivo

Internamento por decisão judicial do portador de anomalia psíquica grave;

Internamento voluntário

Internamento a solicitação do portador de anomalia psíquica ou a solicitação do

representante legal de menor de 14 anos;

Existe ainda uma outra situação: alguém que atira pedras na via pública aos carros por

exemplo, o polícia conduz ao hospital e se for avaliado, pode ter de ser internado

compulsivamente ou então é libertado.

2 tipos de

internamen

to

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Internando

Portador de anomalia psíquica submetido ao processo conducente ao internamento

compulsivo;

Estabelecimento

Hospital ou instituição análoga que permita o tratamento de portador de anomalia

psíquica;

Autoridades de saúde pública

As como tal qualificadas pela lei;

Delegado de saúde, Médico de Família…

Autoridades de polícia

Os diretores, oficiais, inspetores e subinspetores de polícia e todos os funcionários

policiais a quem as leis respectivas reconhecerem aquela qualificação.

Emitem mandado de condução;

Atuam nos casos que não se referem ao perigo na demora.

Condução e internamento de urgência

Pressupostos

O portador da anomalia psíquica grave pode ser internado compulsivamente de

urgência, sempre que crie, por força dela, ou por uma deterioração aguda do seu

estado,

uma situação de perigo iminente para bens jurídicos, de relevante valor,

próprios ou alheios, de natureza pessoal ou patrimonial, e

recuse submeter-se ao necessário tratamento médico.

Condução do internando

Verificados os pressupostos anteriores, as autoridades de polícia ou de saúde pública

podem determinar, oficiosamente ou a requerimento, através de mandado, que o

portador de anomalia psíquica seja conduzido ao estabelecimento com urgência

psiquiátrica, (art. 23.º, n.°1, da Lei n.° 36/98, de 24JUL)

Mesmo que ele não concorde, é conduzido sempre.

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Mandado de Condução

O mandado contém a assinatura da autoridade competente, a identificação da pessoa

a conduzir e a indicação das razões que o fundamentam

Cumprimento do mandado

O mandado é cumprido pelas forças policiais, com o acompanhamento, sempre que

possível, dos serviços do estabelecimento com urgência psiquiátrica,

Situação de urgência e de perigo na demora

Quando, pela situação de urgência e de perigo na demora, não seja possível a emissão

prévia de mandado, qualquer agente policial procede à condução imediata do

internando.

Situação em que podemos atuar sozinhos

Procedimento

Na situação descrita anteriormente o agente policial lavra auto de notícia em que

discrimina os factos, bem como as circunstâncias de tempo e de lugar em que a

mesma foi efectuada.

A condução, é imediatamente comunicada ao MP.

Apresentação do internando

O internando é apresentado de imediato no estabelecimento com urgência

psiquiátrica mais próximo do local em que se iniciou a condução, onde é submetido a

avaliação clínico-psiquiátrica com registo clínico e lhe é prestada a assistência médica

necessária, (art. 24. °, da Lei n. ° 36/98, de 24JUL).

O portador de anomalia psíquica é internado

Quando da avaliação clínico-psiquiátrica se concluir pela necessidade de internamento

e o internando a ele se opuser, o estabelecimento comunica, de imediato, ao tribunal

judicial com competência na área a admissão daquele, com cópia do mandado e do

relatório da avaliação, (art. 25.°, n.° 1, da Lei n.° 36/98, de 24JUL)

Assim, o serviço do agente policial cessa logo que o portador de anomalia psíquica

passe a internado.

Situação de mandado e não situação de perigo na demora

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O portador de anomalia psíquica não é internado

Quando a avaliação clínico-psiquiátrica não confirmar a necessidade de internamento,

a entidade que tiver apresentado o portador de anomalia psíquica restitui-o de

imediato à liberdade, remetendo o expediente ao Ministério Público com competência

na área em que se iniciou a condução, (art. 25.°, n.° 2, da Lei n.° 36/98, de 24JUL)

Neste caso, o indivíduo é devolvido à liberdade e, sendo possível, deve ser entregue a

familiares.

Somos responsáveis por ele até ser libertado.

Faz-se auto de notícia.

Comunicação ao MP

Todas as conduções de internamento são comunicadas (via fax) de imediato ao

Ministério Público com competência na área em que se iniciaram, (art. 23°, n.°5, da Lei

n.° 36/98, de 24JUL)

Destino do expediente

Original ao MP da área em que se iniciou a condução;

Cópia para o estabelecimento hospital demandado;

Cópia para arquivo.

Técnicas de abordagem

A capacidade de saber ouvir é mais importante do que saber falar.

Se o elemento das forças de segurança não souber ouvir, pode originar dois efeitos:

1. permanece na ignorância de factos importantes, que o poderão ajudar a

resolver a situação adequadamente;

2. demonstra falta de empatia, isto é, tem dificuldade em convencer o doente

que está a ser compreendido e de que o poderá ajudar.

Provavelmente é mais fácil enfrentar a violência provocada por uma pessoa sã, do que

por uma com anomalia psíquica; por isso, o primeiro passo para controlar a situação e

explorar a empatia, é permanecer calmo e amigável, observando sempre que possível

os procedimentos que se seguem.

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Procedimentos de abordagem

Ao iniciar a abordagem, deve-se procurar ter próximo um familiar, amigo ou

vizinho do doente, ou outra pessoa que o conheça e que nos possa transmitir

informação útil; assim sabemos com quem estamos a lidar

Evitar, sempre que possível, apressar-se a resolver o problema, sem primeiro

avaliar a pessoa e a situação, por forma a evitar intervenções precipitadas, de

consequências imprevisíveis;

A abordagem deve ser lateral ou diagonal, evitando-se sempre a abordagem

pela retaguarda ou frontal; não se sente intimidado desta forma

Não vale a pena discutir com uma ilusão; isso só suscitará ou aumentará a

hostilidade;

Não fazer movimentos bruscos; os braços devem estar colocados ao longo do

corpo, com as mãos visíveis: um movimento mínimo pode criar numa pessoa

assustada e confusa a ilusão de um ataque físico;

Dada a imprevisibilidade do seu comportamento, a violência do doente é

encarada como uma possibilidade, o que obriga a que nunca se vire as costas

ao doente e a que nunca se intervenha isolado;

Procurar ser uma influência protetora e não antagónica;

Não utilizar afirmações como "não sejas tolo" ou "não diga isso", mas sim

afirmações como "de certeza que se está a sentir ameaçado, mas nada de mal

lhe acontecerá enquanto eu estiver aqui", "percebo" ou "entendo";

A ameaça pública, normalmente, é a última coisa em que o doente pensa, mas

deverá ser a primeira coisa a ocorrer às forças de segurança, sobretudo quando

na proximidade de terceiros; pois pode estar a pôr em risco algo

O agente policial não se deve convencer de que sabe quais os sentimentos que

a pessoa está a sentir, devendo antes tentar aperceber-se do temperamento da

pessoa e se está agitado ou revela sinais de depressão, como:

• Choros e comentários depressivos;

• Apatia, abrandamento de movimentos, discurso lento;

• Irritabilidade.

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PEDITÓRIOS

O Decreto - Lei 87/99, de 19 de Março

Regulamentar/disciplinar os peditórios, festas ou espetáculos públicos com fins de

beneficência e assistência, visando a definição de procedimentos em relação às

diversas entidades intervenientes nos processos de angariação de receitas, tentando

garantir assim a aplicação das receitas para os fins a que de destinam.

São Considerados Fins de Assistência e Beneficência:

Quando se destinarem a proporcionar condições de vida com dignidade humana a

pessoa (s) económica e socialmente desfavorecida (s), nomeadamente a crianças, a

idosos, doentes, desalojados, sem - abrigo e às vítimas de calamidades públicas.

Aplicação

por pessoas

singulares ou

colectivas,

legalmente

constituídas

Através

Angariação de receitas para

fins de beneficência e

assistência, de investigação

científica a elas associadas

de espetáculos públicos ou

de peditórios de rua com

recurso a pessoal próprio ou

voluntário, com ou sem

contrapartidas em bens

de depósito, direto ou por

transferência, em contas

bancárias constituídas para o

efeito, nas instituições de

crédito

Ainda através de entidades

autorizadas a prestar serviços

de telecomunicações de valor

acrescentado.

Entidades

Administrativas

Competentes

para Autorização

dos Peditórios

MAI;

Presidente do

Governo Regional;

Presidente da Câmara

Municipal

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Requisitos dos pedidos Os pedidos devem ser formulados às entidades referidas, com a antecedência mínima

de 30 dias, máxima de 60 dias, excepto os espetáculos públicos e peditórios de rua

para a angariação de fundos que se destinem a socorrer pessoas vítimas de

calamidades ou desastres públicos.

Credenciação do Pessoal para os Peditórios de Rua A entidade promotora é obrigada a credenciar o pessoal próprio ou voluntário,

envolvido, devendo comunicar este facto no prazo máximo de 60 dias e mínimo de 30

dias, à entidade competente.

Prestação de contas

As entidades autorizadas a angariarem fundos (através de peditórios, espetáculos

públicos, depósitos, transferências bancárias, ou chamadas de valor acrescentado),

ficam obrigadas a:

Contra - ordenações e Coimas

1. Angariação de receitas sem autorização da competente autoridade

administrativa;

2. A não prestação de contas pelas entidades a quem foi concedida a autorização

do peditório.

Nota: Ter atenção, que a não credenciação das pessoas que efetuam o peditório,

apesar de ser obrigatória, não é sancionável. Assim deve-se apenas informar a

entidade competente desta irregularidade.

Entidades competentes para a instrução dos processos e aplicação das coimas são:

Publicitar as datas da

angariação dos fundos,

com uma antecedência

mínima de 48 horas

Prestar às autoridades competentes contas das receitas angariadas e publicitar os resultados em prazo não superior as 30 dias (contados a partir do termo da data autorizada), em órgão de informação, nacional, regional ou local, conforme o âmbito geográfico do peditório

Permitir o acesso às contas bancárias pelas entidades competentes

As instituições de crédito e os serviços de telecomunicações, são obrigadas a transmitir às competentes autoridades administrativas, os montantes apurados nos peditórios públicos, no prazo de 10 dias contados a partir do termo da data autorizada para a realização do peditório.

MAI;

Presidente do

Governo Regional;

Presidente da Câmara

Municipal

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Entidades competentes para a fiscalização:

As Autoridades Policiais

Procedimentos Policiais

Procedimento Criminal

Os peditórios quando se destinem a fins diferentes dos inicialmente concebidos,

poderão fazer incorrer em crime de burla (artº 217 CP) – crime semipúblico ou burla

qualificada (artº 218 CP) – crime público, os seus promotores.

Menores a Pedir por sua "Autonomia"

Enquadra-se na legislação das crianças e jovens em perigo, devendo-se dar

conhecimento à Comissão de Proteção de Menores da Área.

Exploração de menores "utilizando-os" na mendicidade • Ter em atenção, que há pessoas que pedem juntamente com os filhos por necessidade de sobrevivência, aqui terá que imperar o bom senso, no caso de dúvida elaborar apenas Auto de Notícia.

• Diferente procedimento será os casos em que alguém, coordena de modo organizado um grupo de menores (ou pessoa psiquicamente incapaz) na mendicidade, fazendo desta atividade o seu modo de vida, nestes casos sem duvida, devemos elaborar Auto de Detenção, do ou dos infractores, pois esta conduta estar claramente tipificada no Artigo 296° do CP.

Em

flagrante

delito

Fora de

flagrante

delito

Elaborar Auto de Notícia por Contra - ordenação

Elaborar Auto de Apreensão Cautelar, dos lucros e dos meios utilizados, (cartazes, autocolantes, recibos, etc. ).

Expediente e bens apreendidos são enviados à autoridade administrativa competente

Recebe-se a denúncia, e se possível efetuar de imediato diligências para eventual recolha de elementos de prova. Remete-se a Denúncia acompanhada de informação/relatório, sobre eventuais diligências efectuadas e os resultados das mesmas. Remete-se todo o expediente à

entidade competente.

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Peditórios da Igreja

Embora não esteja suficientemente explícito, presume-se que no interior dos seus

“templos” ou à porta destes, poderá a Igreja Católica, efetuar peditórios sem precisar

de qualquer autorização.

ANIMAIS

Classificação dos animais: PORTARIA N.º 421/2004 DE 24 ABRIL - CATEGORIAS

(Artº.1º.)

a) cão de companhia;

b) cão com fins económicos;

c) cão para fins militares, policiais e de segurança pública;

d) cão para investigação científica;

e) cão de caça;

f) cão-guia;

g) cão potencialmente perigoso;

h) cão perigoso; i) gato.

ii)

Obrigatoriedade do Registo e Licenciamento

Cães;

Entre 3 e 6 meses de idade são obrigados a proceder ao seu registo e licenciamento;

Na junta de freguesia da área do seu domicílio ou sede. (nº.1, Artº.2º.)

Coima de € 50 a € 3740 ou € 44 980, no caso de pessoa colectiva (n.º 2 do art.º 14, D.L. nº 314/2003, de 17DEZ )

Licenciamento

A mera detenção, posse e circulação de cães carece de licença, sujeita a renovações anuais, que tem de ser requerida nas juntas de freguesia, aquando do registo do animal. (Artº.4º.)

Coima de € 50 a € 3740 ou € 44 980, no caso de pessoa colectiva (n.º 2 do art.º 14, D.L. nº 314/2003, de 17DEZ )

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Isenção de licenciamento

São isentos de licença os cães para fins militares, policiais ou de segurança do Estado,

Detenção

Comércio de cães e gatos

Os cães e gatos que se encontrem em estabelecimentos destinados ao seu comércio devem estar acompanhados do respetivo boletim sanitário de cães e gatos, onde deve estar aposta a etiqueta autocolante comprovativa da identificação eletrónica…(Artº.5º.)

Contraordenação, punível pelo diretor-geral de Veterinária, com coima cujo montante mínimo é de € 50 e máximo de € 3 740 ou € 44 890, consoante o agente seja pessoa singular ou coletiva (al. f), nº.3, Artº.14º.)

Obrigatoriedade do uso de coleira ou peitoral e açaimo ou trela

É obrigatório o uso por todos os cães e gatos que circulem na via ou lugar públicos de

coleira ou peitoral, no qual deve estar colocada, o nome e morada ou telefone do

detentor.

É proibida a presença na via ou lugar públicos de cães sem estarem acompanhados

pelo detentor, e sem açaimo funcional, exceto quando conduzidos à trela, em provas e

treinos ou, tratando-se de animais utilizados na caça, durante os atos venatórios.

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No caso de cães perigosos ou potencialmente perigosos, para além do açaime previsto

no número anterior, os animais devem ainda circular com os meios de contenção que

forem determinados por legislação especial (vide art. 13.º do DL 315/2009).

Contraordenação, punível pelo diretor-geral de Veterinária, com coima cujo

montante mínimo é de € € 25 e máximo de € 3 740 ou € 44 890, (al.b )e c ) do nº.1 do

Artº.14º.)

Captura de cães e gatos vadios ou errantes

Compete às câmaras municipais, atuando dentro das suas atribuições nos domínios da

defesa da saúde pública e do meio ambiente, proceder à captura dos cães e gatos

vadios ou errantes, encontrados na via pública ou em quaisquer lugares públicos.

(Consideram-se vadios ou errantes os animais que circulem na via pública ou outro

local público, fora do controlo ou vigilância do respetivo detentor e não identificado).

Destruição de cadáveres

Compete às câmaras municipais assegurar que a destruição dos cadáveres de cães e gatos seja realizada de acordo com o Regulamento (CE) n.º 1774/2002, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 23 de Outubro.

Fiscalização

Vacinação: Portaria nº.81/2002 de 24 Janeiro

Animais sujeitos à vacinação em caso de obrigatoriedade (casos de obrigatoriedade plasmados no art. 1.º)

- Ficam a esta sujeitos todos os cães com três (3) ou mais meses de idade.

- Nos municípios onde a vacinação antirrábica tenha sido declarada obrigatória deverão os donos ou detentores dos animais apresentar os mesmos, no dia, hora e local designados, a fim de serem vacinados pelos médicos veterinários municipais ou por veterinário de sua escolha.

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Coima de € 50 a € 3740 ou € 44 980, no caso de pessoa coletiva (n.º 2 do art.º 14, D.L. nº 314/2003, de 17DEZ )

Animais de companhia: Decreto-Lei n.º 313/2003 de 17 de Dezembro

Artigo 1.º Âmbito

É criado o Sistema de Identificação de Caninos e Felinos (SICAFE), que estabelece as

exigências em matéria de identificação eletrónica de cães e gatos, enquanto animais

de companhia, e o seu registo numa base de dados nacional.

Animal de companhia - qualquer animal detido ou destinado a ser detido pelo

homem, designadamente no seu lar, para seu entretenimento e companhia;

Artigo 3º

Os cães e os gatos devem ser identificados por método eletrónico e registados entre os

3 e os 6 meses de idade, nos termos do Regulamento de Registo, Classificação e

Licenciamento de Cães e Gatos (Portaria 421/2004).

A identificação só pode ser efetuada por um médico veterinário, através da aplicação

subcutânea de uma cápsula no centro da face lateral esquerda do pescoço (CHIP).

Depois de identificado o animal, o médico veterinário deve preencher a ficha de

registo, sem rasuras e em triplicado, e apor a etiqueta com o número de identificação

alfanumérico do animal no respetivo boletim sanitário, bem como no original,

duplicado e triplicado da ficha de registo.

O original e o duplicado da ficha de registo são entregues ao detentor do animal,

permanecendo o triplicado na posse do médico veterinário que procedeu à

identificação.

Art .º 4.º - Base de dados

É criada uma base de dados nacional na qual é coligida a informação relativa ao animal

e ao detentor constante das fichas de registo que forem presentes às juntas de

freguesia para aquele efeito.

À base de dados podem ter acesso as entidades credenciadas pela DGV.

A DGV é a entidade que detém e coordena a base de dados nacional, podendo delegar

ou acordar, mediante a celebração de protocolos precedidos de parecer da Comissão

Nacional de Proteção de Dados, a sua gestão noutras entidades públicas ou privadas.

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Todos os detentores de animais constantes da base de dados podem sempre requerer,

junto da DGV, que lhes sejam facultados gratuitamente todos os dados que a eles

digam respeito.

Art .º 6.º - Obrigatoriedade da identificação

Os cães e gatos entre os 3 e os 6 meses de idade devem encontrar-se

identificados nos termos do presente diploma:

A partir de 1 de Julho de 2004:

a)Cães perigosos ou potencialmente perigosos, tal como definidos em legislação específica;

b)Cães utilizados em ato venatório;

c)Cães em exposição, para fins comerciais ou lucrativos, em estabelecimentos de venda,

locais de criação, feiras e concursos, provas funcionais, publicidade ou fins similares;

A partir de 1 de Julho de 2008, todos os cães nascidos após esta data;

A obrigação de identificação dos gatos será fixada em data a definir por despacho

do Ministro da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas. (Ainda não saiu)

Art .º 8.º - Interdição de vacinação

Sempre que seja declarada obrigatória a vacinação antirrábica ou outros atos de

profilaxia médica, estes não poderão ser executados enquanto o animal não estiver

identificado eletronicamente, nos casos em que esse modo de identificação seja

obrigatório.

Art .º 10.º - Atribuições do médico veterinário

Compete ao veterinário comunicar à entidade gestora da base de dados a identificação

do detentor de qualquer animal cuja identificação não cumpra os requisitos do

presente diploma, designadamente animais que se encontrem identificados e cujo

detentor não apresente o respetivo boletim sanitário, bem como o original ou o

duplicado da ficha de registo;

Fornecer às juntas de freguesia da área de residência dos detentores a lista dos

animais por si identificados, até ao dia 15 do mês seguinte àquele em que a

identificação tiver sido efetuada.

Art .º 11.º - Competências da Juntas de Freguesia

a. Proceder ao registo dos cães e gatos nos termos definidos no Regulamento de Registo, Classificação e Licenciamento dos Cães e Gatos e introduzir os dados constantes da ficha de registo na base de dados nacional;

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b. Verificar que a etiqueta com o número de identificação se encontra aposta no boletim sanitário de cães e gatos antes de efetuar o registo e licenciamento previstos no Regulamento de Registo, Classificação e Licenciamento dos Cães e Gatos;

c. Não proceder ao registo e licenciamento de animais que não se encontrem identificados nos termos do presente diploma.

Art .º 12.º - Obrigações dos detentores

a. Identificar e registar os animais de que sejam detentores, nos termos e prazos previstos nos artigos 3.º e 6.º;

b. Proceder ao registo dos animais de que são detentores na junta de freguesia da área da residência ou sede, nos termos do Regulamento de Registo, Classificação e Licenciamento dos Cães e Gatos;

c. Comunicar, no prazo de cinco dias, à junta de freguesia da área da sua residência ou sede a morte ou extravio do animal;

d. Comunicar à junta de freguesia da área da sua residência ou sede, no prazo de 30 dias, qualquer mudança de residência ou extravio do boletim sanitário;

e. Entregar, em caso de alteração de detentor, o boletim sanitário ao novo detentor, devendo este último comunicar tal facto à junta de freguesia da área da sua residência ou sede, no prazo de 30 dias a contar do mesmo;

f. Fazer prova junto da autoridade competente, quando introduza cão ou gato no território nacional, de que nessa data o animal já se encontrava identificado por método eletrónico e proceder ao seu registo na junta de freguesia da área da sua residência;

g. Proceder à identificação e registo no prazo de 30 dias a contar da introdução em território nacional de cão ou gato, sempre que não se verifique a situação prevista na alínea anterior e nos casos previstos no artigo 6.º;

h. Fornecer à autoridade competente e às entidades fiscalizadoras, a pedido destas, todas as informações relativas à identificação, registo, origem, movimento, detenção e cedência de qualquer animal que detenha ou tenha detido;

i. Comunicar à junta de freguesia da área da sua residência ou sede a posse de qualquer animal identificado que tenham encontrado na via pública ou em qualquer outro local.

Art .º 18.º - Fiscalização

1 - Compete à DGV, às DRA, à Inspeção-Geral das Atividades Económicas, às câmaras

municipais, aos médicos veterinários municipais, às juntas de freguesia, à GNR e a

todas as autoridades policiais assegurar a fiscalização do cumprimento das normas

constantes do presente diploma, sem prejuízo das competências atribuídas por lei a

outras entidades.

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Art .º 18.º- A – Identificação do Agente

1 - Além das autoridades policiais, também os agentes de fiscalização devidamente

credenciados pelas entidades referidas no artigo anterior podem, no exercício das suas

funções e quando tal se mostre necessário, exigir do agente de uma contraordenação

a respetiva identificação e solicitar a intervenção da autoridade policial.

2 - A identificação é feita mediante a apresentação do bilhete de identidade ou outro

documento autêntico que a permita ou ainda, na sua falta, através de uma

testemunha identificada nos mesmos termos.

Art .º 19.º - Contra-ordenações

1 - Constitui contraordenação punível pelo presidente da câmara municipal com coima

de € 50 a € 1 850 ou € 22 000, consoante o agente seja pessoa singular ou coletiva, a

não identificação dos cães e gatos nos termos do presente diploma e nos prazos

previstos.

2 - Constituem contraordenações puníveis pelo diretor-geral de Veterinária com coima

de € 50 a € 1 850 ou € 22 000, consoante o agente seja pessoa singular ou coletiva:

a) A não comunicação à entidade coordenadora da base de dados da posse de

qualquer animal identificado encontrado na via pública ou em qualquer outro

local;

b) As falsas declarações prestadas pelo detentor do animal aquando da

identificação do mesmo;

c) A não comunicação da morte ou extravio do animal, da alteração de detentor

ou da sua residência ou do extravio do boletim sanitário nos prazos

estabelecidos;

d) A inobservância das regras previstas para a introdução no mercado e

comercialização dos métodos de identificação e respetivos equipamentos;

e) A criação de obstáculos ou não permissão da verificação da identificação do

animal.

3 – A tentativa e a negligência são sempre punidas.

Art .º 21.º - Instrução, aplicação e destino das coimas

1 - A instrução dos processos relativos à contraordenação prevista no n.º 1 do artigo 19.º compete à câmara municipal da área da prática da infração.

2 - A instrução dos processos referentes às contraordenações previstas no n.º 2 do artigo 19.º compete à DRA da área da prática da infração.

3 - A afetação do produto das coimas cobradas em aplicação do artigo 19.º, n.º 1, far-se-á da seguinte forma:

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a) 10% para a entidade que levantou o auto;

b) 90% para a entidade que instruiu o processo e aplicou a coima.

4 - A afetação do produto das coimas cobradas em aplicação do artigo 19.º, n.º 2, far-se-á da seguinte forma:

a) 10% para a entidade que levantou o auto;

b) 10% para a entidade que instruiu o processo;

c) 20% para a entidade que aplicou a coima;

d) 60% para os cofres do Estado.

Cães de assistência Dec. Lei nº.74/2007 de 27 de Março

Art.º 1.º - Direito de acesso

Às pessoas com deficiência sensorial, mental, orgânica e motora reconhece-se

expressamente o direito de estes cidadãos acederem a locais, transportes e

estabelecimentos públicos acompanhados de cães de assistência.

Para efeitos da aplicação do presente decreto-lei, considera-se cão de

assistência o cão treinado ou em fase de treino para acompanhar, conduzir e

auxiliar a pessoa com deficiência.

O conceito de cão de assistência abrange as seguintes categorias de cães:

a) Cão-guia, cão treinado ou em fase de treino para auxiliar pessoa com deficiência

visual;

b) Cão para surdo, cão treinado ou em fase de treino para auxiliar pessoa com

deficiência auditiva;

c) Cão de serviço, cão treinado ou em fase de treino para auxiliar pessoa com

deficiência mental, orgânica ou motora.

Âmbito de aplicação

O cão de assistência quando acompanhado por pessoa com deficiência ou treinador habilitado pode aceder a

a) Transportes públicos, como aeronaves das transportadoras aéreas nacionais, barcos, comboios, autocarros, carros elétricos, metropolitano e táxis;

b) Estabelecimentos escolares, públicos ou privados;

c) Centros de formação profissional ou de reabilitação;

d) Recintos desportivos de qualquer natureza,…..

e) Recintos de espetáculos e de divertimentos públicos, …..

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f) Edifícios dos serviços da administração pública central, regional e local,….

g) Estabelecimentos de saúde, públicos ou privados;

h) Locais de prestação de serviços abertos ao público em geral, ……

i) Estabelecimentos de comércio, incluindo centros comerciais, hipermercados…..

j) Estabelecimentos relacionados com a indústria da restauração e do turismo …..

l) Estabelecimentos de alojamento, como hotéis,….

m) Lares e casas de repouso;

n) Locais de lazer e de turismo em geral, praias, …..

o) Locais de emprego.

Art.º 3.º - Exercício do direito de acesso

O direito de acesso não pode ser exercido enquanto o animal apresentar sinais

manifestos de doença, agressividade, falta de higiene, bem como de qualquer outra

característica anormal suscetível de provocar receios fundados para a segurança e

integridade física das pessoas ou dos animais, ou se comporte de forma a perturbar o

normal funcionamento do local em causa.

Os cães de assistência são dispensados do uso de açaimo funcional quando circulem na

via ou lugar público.

Art.º 5.º - Credenciação

O estatuto de cão de assistência só é reconhecido aos cães educados e

treinados em estabelecimento idóneo e licenciado que utilize treinadores

especificamente qualificados.

O Instituto Nacional para a Reabilitação, I. P., procede ao registo e divulgação

dos estabelecimentos credenciados para o treino dos cães de assistência.

A certificação do treino do animal como cão de assistência é feita através da

emissão de um cartão próprio e distintivo emitido por estabelecimento

nacional ou internacional de treino de cães de assistência.

O cão de assistência deve transportar de modo bem visível um distintivo que assumirá

carácter oficial e que o identifica como tal (art.º 6).

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Art.º 7.º - Responsabilidade

No exercício do direito de acesso, a pessoa com deficiência zela pelo correto

comportamento do animal, sendo responsável, nos termos previstos na lei

geral, pelos danos que este venha a causar a terceiros.

O exercício dos direitos previstos no presente decreto-lei depende da

constituição prévia de um seguro de responsabilidade civil por danos causados

a terceiros por cães de assistência.

Art.º 8.º - Responsabilidade contra-ordenacional

1 – A prática de qualquer ato que contrarie o disposto no artigo 2.º constitui

contraordenação punível com coima de 250€ a 3740,98€, quando se trate de pessoas

singulares, e de 500€ a 44 891,81€, quando o infrator for uma pessoa coletiva.

2 – A determinação da coima aplicável faz-se em função da gravidade, da conduta e da

culpa do infrator.

3 – As forças de segurança são competentes para fiscalizar e levantar o auto de notícia.

4 - A instrução do processo de contraordenação compete ao Instituto Nacional de

Reabilitação, I. P., cujo diretor é competente para a aplicação da coima, com faculdade

de delegação.

5 - O disposto no número anterior não prejudica a aplicação de outras normas sancionatórias pelas entidades competentes.

6 - O produto da cobrança das coimas referidas no n.º 1 é repartido nos seguintes termos:

a) 50% para o Estado;

b) 30% para o Instituto Nacional para a Reabilitação, I. P.;

c) 20% para a entidade que elabora o auto de notícia.

Animais de companhia D.L. 276/2001

ART. 1.º - Âmbito de aplicação

O presente diploma estabelece as medidas complementares á Convenção Europeia

sobre Proteção dos Animais de Companhia.

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Venda em feiras e mercados ( Art.º 35.º)

1 - A venda de animais de companhia em feiras e mercados só é permitida quando se

encontrem asseguradas as condições de bem-estar animal e de segurança para as

pessoas, outros animais e bens.

2 - A venda de cães e gatos em feiras e mercados obedece às condições previstas no

artigo 27.º, com as necessárias adaptações.

3 - A venda de animais de companhia em feiras e mercados depende de:

a) Autorização da câmara territorialmente competente para a realização de

feira ou mercado por entidade privada, nos termos da legislação aplicável;

b) Mera comunicação prévia à câmara, para que esta promova uma vistoria

aos locais de venda pelo médico veterinário municipal.

6 - Não é permitida a venda ambulante de animais de companhia.

Coima de 25 € a 3.740 – Artº.68º., nº.1, l.b)

Artigo 6.º- A – Abandono

Considera-se abandono de animais de companhia a não prestação de cuidados no

alojamento, bem como a sua remoção efetuada pelos seus detentores para fora do

domicílio ou dos locais onde costumam estar mantidos, com vista a pôr termo à sua

detenção, sem que procedam à sua transmissão para a guarda e responsabilidade de

outras pessoas, das autarquias locais ou das sociedades zoófilas.

€ 500 e o máximo de € 3 740 – al. c), nº.2 do Artº.68º.

ART. 17.º - Intervenções cirúrgicas

As intervenções cirúrgicas e as amputações destinadas a modificar a aparência

nomeadamente o corte de caudas nos canídeos, têm de ser executadas por um médico

veterinário.

ART. 18.º - Amputações

Os detentores de animais de companhia que os apresentem com quaisquer

amputações que modifiquem a aparência dos animais ou com fins não curativos

devem possuir documento comprovativo, passado pelo médico veterinário.

€ 500 e o máximo de € 3 740 – al.e), nº.2 do Artº.68º.

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ART. 66.º - Ficalização

Compete, em especial, à DGV, às Dir. Reg. Agric., aos médicos veterinários municipais,

à Inspeção-Geral das Atividades Económicas, ao ICN, às câmaras municipais,

designadamente à PM, à GNR, à PSP e, em geral, a todas as autoridades policiais

assegurar a fiscalização do cumprimento das normas constantes do presente diploma,

sem prejuízo das competências atribuídas por lei a outras entidades.

Agressão a pessoas ou animais Portaria nº.81/2002 de 24 Janeiro

Artº.16º. – Animais agressores

Os cães, gatos e outros animais suscetíveis à raiva agressores de pessoas ou outros animais, por mordedura ou arranhão, são considerados suspeitos de raiva e deverão ser objeto de observação médico veterinária obrigatória e imediata, e permanecer em sequestro durante, pelo menos, 15 dias.

O dono do animal agressor é responsável por todos os danos causados e por todas as despesas relacionadas com o transporte e manutenção do animal durante o período de sequestro, servindo o certificado de dívida emitido pelo serviço público como título executivo.

Deste modo, a legislação determina que:

O animal agressor e o animal agredido sejam imediatamente sujeitos a sequestro durante 15 dias, para se apurar se estão ou não infectados pela doença.

Deve prestar-se especial atenção ao facto de o sequestro dos animais (agressor/agredido) ser sempre obrigatório, independentemente das vacinas que possuam.

O cão só será mantido em sequestro na residência do seu detentor ou no canil municipal, conforme determinação da Autoridade Veterinária.

Art.º 17.º – Pessoas agredidas

Se a pessoa agredida por cão suspeito de raiva for presente para tratamento médico, este facto deverá ser comunicado urgentemente à entidade policial mais próxima, indicando a identidade e a residência da pessoa agredida e do dono do animal para, em colaboração com o médico veterinário municipal, se proceder à recolha do animal agressor.

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Artº.18º. – Isolamento e sequestro

Todo o animal suspeito de raiva, de qualquer espécie suscetível, deverá ser isolado e mantido em sequestro e sob rigorosa observação, por médico veterinário oficial, até à sua morte, seguido de envio de material para análise laboratorial.

Os cães e gatos agredidos por outros diagnosticados como atacados de raiva serão abatidos, com exceção dos que tenham sido vacinados contra a raiva há mais de 21 dias e há menos de 12 meses, tendo estes, no entanto, que ser submetidos a sequestro em canil ou gatil oficial, por um período mínimo de 6 meses, sob rigoroso controlo oficial, e sujeitos a duas vacinações antirrábicas consecutivas com intervalo de 180 dias.

Animais perigosos Decreto-Lei n.º 315/2009 de 29 de Outubro

O presente decreto-lei aprova o regime jurídico da criação, reprodução e detenção de

animais perigosos e potencialmente perigosos, enquanto animais de companhia.

Artigo 3.º Definições Para efeitos do disposto no presente decreto-lei, entende-se por: a)«Animal de companhia» qualquer animal detido ou destinado a ser detido pelo homem, designadamente na sua residência, para seu entretenimento e companhia; b)«Animal perigoso» qualquer animal que se encontre numa das seguintes condições:

Tenha mordido, atacado ou ofendido o corpo ou a saúde de uma pessoa;

Tenha ferido gravemente ou morto um outro animal, fora da esfera de bens imóveis que constituem a propriedade do seu detentor;

Tenha sido declarado, voluntariamente, pelo seu detentor, à junta de freguesia da sua área de residência, que tem um carácter e comportamento agressivos;

Tenha sido considerado pela autoridade competente como um risco para a segurança de pessoas ou animais, devido ao seu comportamento agressivo ou especificidade fisiológica;

c)«Animal potencialmente perigoso» qualquer animal que, devido às características da espécie, ao comportamento agressivo, ao tamanho ou à potência de mandíbula, possa causar lesão ou morte a pessoas ou outros animais, nomeadamente os cães pertencentes às raças previamente definidas como potencialmente perigosas em portaria do membro do Governo responsável pela área da agricultura, bem como os cruzamentos de primeira geração destas, os cruzamentos destas entre si ou cruzamentos destas com outras raças, obtendo assim uma tipologia semelhante a algumas das raças referidas naquele diploma regulamentar;

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Artigo 5.º Detenção de cães perigosos ou potencialmente perigosos 1 - A detenção de cães perigosos ou potencialmente perigosos, enquanto animais de companhia, carece de licença emitida pela junta de freguesia da área de residência do detentor, entre os três e os seis meses de idade. 2 - A licença referida no número anterior é obtida pelo detentor após a entrega na junta de freguesia respetiva dos seguintes elementos, além daqueles exigidos nas normas vigentes em matéria de identificação de cães e gatos:

a) Termo de responsabilidade, conforme modelo constante do anexo ao presente decreto-lei, do qual faz parte integrante;

b) Pedido de certificado do registo criminal, nos termos do disposto no Decreto-Lei n.º 381/98, de 27 de Novembro, com a redação que lhe foi dada pelo Decreto-Lei n.º 20/2007, de 23 de Janeiro, ou, quando tal não seja possível, certificado do registo criminal, do qual resulte não ter sido o detentor condenado, por sentença transitada em julgado, há menos de cinco anos, por crimes dolosos contra a vida, integridade física, saúde pública ou paz pública;

c) Documento que certifique a formalização de um seguro de responsabilidade civil, nos termos do disposto no artigo 10.º;

d) Comprovativo da esterilização, quando aplicável. Artigo 7.º Registo de animais 1 - À exceção dos cães e dos gatos, cuja informação é coligida na base de dados nacional do SICAFE, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 313/2003, de 17 de Dezembro, as juntas de freguesia mantêm uma base de dados na qual registam os animais perigosos e potencialmente perigosos, da qual devem constar:

a) A identificação da espécie e, quando possível, da raça do animal; b) A identificação completa do detentor; c) O local e o tipo de alojamento habitual do animal; d) Incidentes de agressão.

2 - O registo referido no número anterior deve estar disponível para consulta das autoridades competentes, sem prejuízo do disposto na Lei n.º 46/2007, de 24 de Agosto, e deve respeitar o disposto na Lei n.º 67/98, de 26 de Outubro, relativa à proteção de dados pessoais. Artigo 10.º Seguro de responsabilidade civil O detentor de qualquer animal perigoso ou potencialmente perigoso fica obrigado a possuir um seguro de responsabilidade civil destinado a cobrir os danos causados por este, sendo os critérios quantitativos e qualitativos do seguro definidos por portaria conjunta dos membros do Governo responsáveis pelas áreas das finanças e da agricultura.

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O detentor de animal perigoso ou potencialmente perigoso fica obrigado ao dever especial de o vigiar, de forma a evitar que este ponha em risco a vida ou a integridade física de outras pessoas e de outros animais. «Art.º 11.º» O detentor de animal perigoso ou potencialmente perigoso fica obrigado a manter medidas de segurança reforçadas, nomeadamente nos alojamentos, incluindo aqueles destinados à criação ou reprodução. «Art.º 12.º» Artigo 13.º Medidas de segurança reforçadas na circulação 1 - Os animais abrangidos pelo presente decreto-lei não podem circular sozinhos na via pública, em lugares públicos ou em partes comuns de prédios urbanos, devendo sempre ser conduzidos por detentor. 2 - Sempre que o detentor necessite de circular na via pública, em lugares públicos ou em partes comuns de prédios urbanos com os animais abrangidos pelo presente decreto-lei, deve fazê-lo com meios de contenção adequados à espécie e à raça ou cruzamento de raças, nomeadamente caixas, jaulas ou gaiolas, ou, no caso de cães, açaimo funcional que não permita comer nem morder e, neste caso, devidamente seguro com trela curta até 1 m de comprimento, que deve estar fixa a coleira ou a peitoral. 3 - Aquando da utilização de cães potencialmente perigosos em atos de terapia social realizados em local devidamente delimitado para o efeito, ou durante os atos venatórios, estes são dispensados da utilização dos meios de contenção previstos no número anterior. 4 - As câmaras municipais, no âmbito das suas competências, podem regular as condições de autorização de circulação e permanência de animais potencialmente perigosos e animais perigosos nas ruas, parques, jardins e outros locais públicos, podendo determinar, por razões de segurança e ordem pública, as zonas onde seja proibida a sua permanência e circulação e, no que se refere a cães, também as zonas e horas em que a circulação é permitida, estabelecendo as condições em que esta se pode fazer sem o uso de trela ou de açaimo funcional. Art.º 14.º Procedimento em caso de agressão 1 - O animal que tenha causado ofensa ao corpo ou à saúde de uma pessoa é obrigatoriamente recolhido, pela autoridade competente, para centro de recolha oficial, a expensas do detentor. 2 - As ofensas causadas por animal ao corpo ou à saúde de pessoas de que tenham conhecimento médicos veterinários, autoridades judiciais, administrativas, policiais ou unidades prestadoras de cuidados de saúde são imediatamente comunicadas ao médico veterinário municipal para que se proceda à recolha do animal nos termos do disposto no número anterior.

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Artigo 15.º Destino de animais agressores 1 - O animal que cause ofensas graves à integridade física, devidamente comprovadas através de relatório médico, é eutanasiado através de método que não lhe cause dores e sofrimentos desnecessários, uma vez ponderadas as circunstâncias concretas, designadamente o carácter agressivo do animal. Artigo 30.º Fiscalização 1 - Compete, em especial, à DGV, às câmaras municipais, designadamente aos médicos veterinários municipais, à polícia municipal, à GNR, à PSP, à Polícia Marítima e à Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) assegurar a fiscalização do cumprimento das normas constantes no presente decreto-lei, sem prejuízo das competências atribuídas por lei a outras entidades.

3 Tipos de crimes

Artigo 31.º Lutas entre animais 1 - Quem promover ou participar com animais em lutas entre estes é punido com pena de prisão até 1 ano ou com pena de multa. 2 - A tentativa é punível. 3 - Excecionam-se do disposto no n.º 1 os eventos de carácter cultural que garantam a proteção da saúde pública e animal, devidamente autorizados pela DGV. Artigo 32.º Ofensas à integridade física dolosas 1 - Quem, servindo-se de animal por via do seu incitamento, ofenda o corpo ou a saúde de outra pessoa é punido com pena de prisão até 3 anos ou com pena de multa. 2 - Se as ofensas provocadas forem graves a pena é de 2 a 10 anos. 3 - A tentativa é punível. Artigo 33.º Ofensas à integridade física negligentes Quem, por não observar deveres de cuidado ou vigilância, der azo a que um animal ofenda o corpo ou a saúde de outra pessoa causando-lhe ofensas graves à integridade física é punido com pena de prisão até 2 anos ou com pena de multa até 240 dias

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Artigo 38.º Contraordenações 1 - Constituem contraordenações puníveis, pelo diretor-geral de Veterinária, com coima cujo montante mínimo é de € 500 e máximo de € 3740 ou € 44 890, consoante se trate de pessoas singulares ou coletivas:

a) A falta da licença ou de registo a que se referem os artigos 5.º a 7.º; b) A falta do seguro de responsabilidade civil previsto no artigo 10.º; c) O alojamento de animais perigosos ou potencialmente perigosos sem que

existam as condições de segurança previstas no artigo 12.º; d) A circulação de animais perigosos ou potencialmente perigosos na via pública

ou em outros lugares públicos sem que estejam acompanhados de pessoa maior de 16 anos de idade ou sem os meios de contenção previstos no artigo 13.º;

e) A introdução em território nacional de cães potencialmente perigosos das raças ou cruzamentos de raças constantes da portaria prevista na alínea c) do artigo 3.º sem o registo ou a autorização prévia prevista no artigo 16.º ou em violação das condicionantes ou proibições estabelecidas ao abrigo daquele mesmo artigo;

f) A criação ou reprodução de cães potencialmente perigosos das raças ou cruzamentos de raças constantes da portaria prevista na alínea c) do artigo 3.º sem que seja em centros de hospedagem com fins lucrativos que disponham da licença de funcionamento prevista no artigo 17.º;

g) A reprodução de cães perigosos ou potencialmente perigosos ou a sua não esterilização em desrespeito pelo disposto no artigo 19.º;

h) A não manutenção pelos centros de hospedagem com fins lucrativos autorizados para criação ou reprodução de cães potencialmente perigosos dos registos de nascimento e de transação previstos nos artigos 18.º e 20.º, pelos períodos de tempo neles indicados;

i) A não esterilização nas condições estabelecidas nos artigos 5.º e 19.º; j) O não envio pelo médico veterinário da declaração prevista no artigo 19.º ou o

desrespeito das condições estabelecidas nos termos da mesma disposição para o efeito;

k) A comercialização e publicidade de animais perigosos em desrespeito pelo disposto no artigo 20.º;

l) O treino de animais perigosos ou potencialmente perigosos tendo em vista a sua participação em lutas ou o aumento ou reforço da agressividade para pessoas, outros animais ou bens;

m) A falta de treino de cães perigosos ou potencialmente perigosos, nos termos do artigo 21.º, ou o seu treino por treinador não certificado, nos termos do artigo 24.º;

n) O treino de cães realizado em local que não disponha das condições estabelecidas no artigo 23.º;

o) A não comunicação dos treinadores certificados nos termos do artigo 27.º; p) O desrespeito por alguma das obrigações dos treinadores estabelecidas no

artigo 28.º;

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q) A não observância de deveres de cuidado ou vigilância que der azo a que um animal ofenda o corpo ou a saúde de outra pessoa causando-lhe ofensas à integridade física que não sejam consideradas graves.

2 - A tentativa e a negligência são punidas, sendo os limites mínimos e máximos das coimas reduzidos a metade.

ESTRANGEIROS

QUAL O REGIME CONSTITUCIONAL?

PRINCÍPIO DA IGUALDADE – Art.º 13º da CRP “Ninguém pode ser privilegiado,

beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer

dever em razão de ascendência, sexo, raça, língua, território de origem,

religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica,

condição social ou orientação sexual”.

DIREITOS E DEVERES – Art. 15º, n.º 1 da CRP

“Os estrangeiros e os apátridas que se encontrem ou residam em Portugal gozam

dos direitos e estão sujeitos aos deveres do cidadão português

EXCEPÇÕES:

Direitos políticos;

O exercício das funções públicas que não tenham carácter

predominantemente técnico;

Os direitos e deveres reservados pela Constituição e pela lei exclusivamente aos

cidadãos portugueses.

EXPULSÃO

Não é admitida a expulsão de cidadãos portugueses do território

nacional;

De quem tenha entrado ou permaneça regularmente no território

nacional;

De quem tenha obtido autorização de residência, ou de quem tenha

apresentado pedido de asilo não recusado, excepto se por decisão

judicial.

EXTRADIÇÃO

Extradição é o processo oficial pelo qual um Estado solicita e obtém de outro a

entrega de uma pessoa condenada por, ou suspeita de, infração criminal. O direito

internacional entende que nenhum Estado é obrigado a extraditar uma pessoa

presente em seu território, devido ao princípio da soberania estatal. Por este motivo,

o tema costuma ser regulado por tratados bilaterais que podem gerar, a depender da

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redação, este tipo de obrigação. A pessoa em processo de extradição chama-se

extraditando. O Estado que solicita a extradição denomina-se "Estado requerente" e

o que recebe o pedido, "Estado requerido".

Não é admitida a extradição, nem a entrega a qualquer título, por

motivos políticos;

Por crimes a que corresponda, segundo o direito do Estado requisitante,

pena de morte;

Ou outra de que resulte lesão irreversível da integridade física;

A extradição só pode ser determinada por autoridade judicial.

ASILO

É garantido o direito de asilo aos estrangeiros e aos apátridas

perseguidos;

OU

Gravemente ameaçados de perseguição, em consequência da sua

atividade em favor da democracia, da libertação social e nacional, da

paz entre os povos, da liberdade e dos direitos da pessoa humana.

QUEM É CONSIDERADO ESTRANGEIRO?

É todo aquele que não prove possuir a nacionalidade portuguesa

Lei da Nacionalidade – define quem pode adquirir a nacionalidade portuguesa

ou a naturalidade (Lei n.º 37/81, de 03 de Outubro, com a última alteração

introduzida pela Lei Orgânica n.º 2/2006, de 17 de Abril)

RESIDENTE LEGAL:

Cidadão estrangeiro habilitado com título de residência em Portugal,

de validade igual ou superior a um ano. (Lei 23/2007, art.º. 3º. Alínea

v) )

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Finalidade do diploma

A Lei n.º 37/2006, de 09AGO regula as condições que regem o exercício do

direito de livre circulação e residência, o regime jurídico do direito de permanência

permanente no território nacional pelos cidadãos da União e seus familiares, as

restrições aos direitos acima indicados, fundadas em razões de ordem pública, de

segurança pública ou de saúde pública. (art.. 1.º,n.º 1, da Lei n.º 37/2006, de 09AGO)

Entrada em território nacional (art. 4.º, n.º1, da Lei n.º 37/2006, de 09AGO)

Aos cidadãos nacionais de um Estado membro, é admitida a entrada em

território nacional, mediante a simples apresentação de um bilhete de

identidade ou de passaporte válidos, sem qualquer visto de entrada ou

formalidade equivalente.

Saída do território nacional (art. 5.º, n.º1, da Lei n.º 37/2006, de 09AGO)

Os cidadãos da União munidos de um bilhete de identidade ou passaporte

válidos, bem como os seus familiares, que estejam munidos de passaporte

válido, têm direito de sair do território nacional, não sendo exigível um visto de

saída ou formalidade equivalente.

Direito de residência

Os cidadãos da União têm direito de residir no território nacional:

Por período até três meses sem outras condições e formalidades além da

titularidade de um bilhete de identidade ou passaporte válidos (art. 6.º, n.º1,

da Lei n.º 37/2006, de 09AGO)

Também se aplica aos familiares que, munidos de um passaporte válido,

acompanhem ou se reúnam ao cidadão da União.

Por período superior a três meses desde que reúna uma das seguintes

condições:

Exerça no território nacional uma atividade profissional subordinada ou

independente;

Disponha de recursos suficientes para si e para os seus familiares, bem como

um seguro de saúde, desde que tal seja exigido no Estado membro da sua

nacionalidade aos cidadãos portugueses;

Esteja inscrito num estabelecimento de ensino público ou privado, oficialmente

reconhecido;

Seja familiar que acompanhe ou se reúna a um cidadão da União abrangido

pelas alíneas anteriores. (art. 7.º, n.º1, da Lei n.º 37/2006, de 09AGO)

Permanente, desde que tenham residido legalmente no território nacional por

um período de cinco anos consecutivos (art. 10.º, n.º1, da Lei n.º 37/2006, de

09AGO)

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Lei n.º 23/2007, de 04 de Julho, Republicada pela Lei n.º 29/2012 de 9 de

agosto

Estado Terceiro:

Considera-se estado terceiro, qualquer estado que não seja membro da União

Europeia nem que seja Parte na Convenção de Aplicação ou onde esta não se

encontre em aplicação.

Convenção de Aplicação:

Por Convenção de Aplicação entende-se a Convenção de Aplicação do Acordo de

Schegen, de 14 de Junho de 1985, assinada em Schegen em 19 de Junho de 1990

Controlo fronteirço:

FRONTEIRAS EXTERNAS:

As fronteiras com Estados terceiros, os aeroportos, no que diz respeito aos voos que

tenham como proveniência ou destino os territórios dos Estados não vinculados à

Convenção de Aplicação, bem como os portos marítimos, salvo no que se refere às

ligações no território português e às ligações regulares de transbordo entre Estados

Partes na Convenção de Aplicação.

FRONTEIRAS INTERNAS:

As fronteiras comuns terrestres com os Estados Partes na Convenção de Aplicação, os

aeroportos, no que diz respeito aos voos exclusiva e directamente provenientes ou

destinados aos territórios dos Estados Partes na Convenção de Aplicação, bem como

os portos marítimos, no que diz respeito às ligações regulares de navios que efectuem

operações de transbordo exclusivamente provenientes ou destinadas a outros portos

nos territórios dos Estados Partes na Convenção de Aplicação, sem escala em portos

fora destes territórios.

A entrada e saída do território português efetua-se pelos postos de fronteira

qualificados para esse efeito e durante as horas do respetivo funcionamento.

(art.º 6.º, da Lei 23/2007, de 04JUL)

São sujeitos a controlo nos postos de fronteira os indivíduos que entrem em território

nacional ou dele saiam, sempre que provenham ou se destinem a países que não

sejam parte da Convenção de Aplicação.

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PODEM REVESTIR A FORMA DE: Salvo-conduto – Pode ser concedido aos cidadãos estrangeiros que, não residindo no país, demonstrem impossibilidade ou dificuldade de sair do território português; (art.º 26.º) Salvo-conduto é um documento emitido por autoridades de um Estado que permite a seu portador transitar por um determinado território. O trânsito pode ocorrer de forma livre ou sob escolta policial ou militar. Documento de viagem para expulsão de cidadãos nacionais de Estado terceiro – Ao cidadão nacional de Estado terceiro objecto de uma medida de expulsão e que não disponha de documento de viagem é emitido um documento para esse efeito e é válido apenas para uma única viagem. (art.º 27.º) DOCUMENTOS DE VIAGEM : Os estrangeiros têm de ser portadores de um documento de viagem válido para entrar ou sair de Portugal, que, regra geral, deve ter validade superior à duração da estadia e não fazem prova da nacionalidade do titular Nos termos do disposto nos nºs 1 e 2 do art.º 26.º da Lei 23/2007 de 04 Julho, pode ser concedido salvo-conduto aos cidadãos estrangeiros que, não residindo no país, demonstrem impossibilidade ou dificuldade de sair do território português… Definição de conceitos:

Passaporte para estrangeiros – A concessão de passaportes para estrangeiros obedece a legislação própria, Decreto-Lei n.º 83/2000, de 11 de Maio, alterado pelo Decreto-lei n.º 138/2006, de 26 de Julho

Título de viagem para refugiados – É um titulo concedido a refugiados de acordo com os acordos internacionais sobre a matéria e tem a validade de 1 ano prorrogável, permitindo um número ilimitado de viagens;

Documentos de viagem:

Para entrada ou saída do território português, os estrangeiros têm de ser portadores de um documento de viagem válido e reconhecido. (art.º 9.º, n.º 1 , da Lei 23/2007, de 04JUL)

A validade do documento de viagem deve ser superior à duração da estada, salvo quando se tratar da reentrada de um cidadão estrangeiro residente no país.

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VISTOS – Além do documento de viagem, os estrangeiros devem ser titulares de visto válido e adequado à finalidade da deslocação, salvo as excepções previstas na lei. O visto habilita o seu titular a apresentar-se num posto de fronteira e a solicitar a entrada no País – poderá ser individual ou colectivo (art.º 10º da Lei n.º 23/2007, de 04 de Julho).

o São passados pelas embaixadas ou consulados dos países de destino que existem nos países de origem.

EXCEPÇÕES: (Não precisam de visto) Os cidadãos estrangeiros com titulo de residência, prorrogação de

residência, autorização de permanência ou com o cartão de identidade emitido pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros.

Os cidadãos estrangeiros que beneficiem dessa faculdade nos termos das convenções internacionais de que Portugal seja parte (daí sempre a necessidade de contactar o SEF)

Artigo 45.º Tipos de vistos concedidos no estrangeiro No estrangeiro podem ser concedidos os seguintes tipos de vistos: Visto de escala aeroportuária; Visto de curta duração; Visto de estada temporária; Visto para obtenção de autorização de residência, adiante designado visto de

residência. Artigo 46.º Validade territorial dos vistos 1 — Os vistos de escala aeroportuária e de curta duração podem ser válidos para um ou mais Estados partes na Convenção de Aplicação. 2 — Os vistos de estada temporária e de residência são válidos apenas para o território português. Artigo 49.º Visto de escala aeroportuária O visto de escala aeroportuária destina-se a permitir ao seu titular, quando utilize uma ligação internacional, a passagem por um aeroporto de um Estado parte na Convenção de Aplicação. O titular do visto de escala aeroportuária apenas tem acesso à zona internacional do aeroporto, devendo prosseguir a viagem na mesma ou em outra aeronave, de harmonia com o título de transporte.

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Artigo 51.º Visto de curta duração 1 — O visto de curta duração destina-se a permitir a entrada em território português ao seu titular para fins que, sendo aceites pelas autoridades competentes, não justifiquem a concessão de outro tipo de visto, designadamente para fins de trânsito, de turismo e de visita ou acompanhamento de familiares que sejam titulares de visto de estada temporária. 2 — O visto pode ser concedido com um prazo de validade de um ano e para uma ou mais entradas, não podendo a duração de uma estada ininterrupta ou a duração total das estadas sucessivas exceder 90 dias em cada 180 dias a contar da data da primeira passagem de uma fronteira externa. Artigo 54.º Visto de estada temporária 1 — O visto de estada temporária destina-se a permitir a entrada em território português ao seu titular para: a) Tratamento médico em estabelecimentos de saúde oficiais ou oficialmente reconhecidos; b) Transferência de cidadãos nacionais de Estados partes na Organização Mundial de Comércio, no contexto da prestação de serviços ou da realização de formação profissional em território português; c) Exercício em território nacional de uma atividade profissional, subordinada ou independente, de caráter temporário, cuja duração não ultrapasse, em regra, os seis meses; Visto de residência 1 — O visto de residência destina -se a permitir ao seu titular a entrada em território português a fim de solicitar autorização de residência. 2 — O visto de residência é válido para duas entradas em território português e habilita o seu titular a nele permanecer por um período de quatro meses. 3 — Sem prejuízo da aplicação de condições específicas, na apreciação do pedido de visto de residência atender-se -á, designadamente, à finalidade pretendida com a fixação de residência. 4 — Sem prejuízo de prazos mais curtos previstos nesta lei, o prazo para a decisão sobre o pedido de visto de residência é de 60 dias.

TIPOS DE VISTOS – Junto dos Postos de Fronteira podem ser concedidos os seguintes tipos de visto:

Curta duração; Especial (Por razões humanitárias ou de interesse nacional, passaporte

diplomático, etc.. Só é válido para o território nacional.)

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Validade dos vistos: Os vistos contêm a validade temporária e territorial neles previstos. Finalidade e condições da estada: A fim de comprovar o objetivo e as condições da estada, a autoridade de fronteira poderá exigir ao cidadão estrangeiro a apresentação de prova adequada. (art. 13. º, da Lei n.º 23/2007, de 04JUL). Competência para recusar a entrada: A recusa da entrada em território nacional é da competência do Diretor-geral do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, com faculdade de delegação (art. 37.º, da Lei n.º 23/2007, de 04JUL) Interdição de entrada (art. 32.º, da Lei n.º 23/2007, de 04JUL) Será interditada a entrada em território português aos cidadãos estrangeiros que: Não reúnam cumulativamente os requisitos legais de entrada; Estejam indicados para efeitos de não admissão no Sistema de Informação

Schengen, adiante designado por SIS; Estejam indicados para efeitos de não admissão no Sistema Integrado de

Informações do SEF; Constituam perigo ou grave ameaça para a ordem pública, segurança nacional,

a saúde pública ou para as relações internacionais de Estados Membros da União Europeia, bem como de Estados onde vigore a Convenção de Aplicação

Artigo 33.º Indicação para efeitos de não admissão 1 — São indicados para efeitos de não admissão no Sistema Integrado de Informações do SEF os cidadãos estrangeiros: a) Que tenham sido objeto de uma decisão de afastamento coercivo ou de expulsão judicial do país; b) Que tenham sido reenviados para outro país ao abrigo de um acordo de readmissão; c) Em relação aos quais existam fortes indícios de terem praticado factos puníveis graves; d) Em relação aos quais existam fortes indícios de que tencionam praticar factos puníveis graves ou de que constituem uma ameaça para a ordem pública, para a segurança nacional ou para as relações internacionais de um Estado membro da União Europeia ou de Estados onde vigore a Convenção de Aplicação; e) Que tenham sido conduzidos à fronteira, nos termos do artigo 147.º Declaração de entrada: Os cidadãos estrangeiros que entrem no País por uma fronteira não sujeita a

controlo, vindos de outro Estado membro, são obrigados a declarar esse facto no prazo de três dias úteis a contar da data de entrada. (art. 14.º, n.º 1, da Lei n.º 23/2007, de 04JUL)

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A declaração de entrada deve ser prestada junto do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, nos termos a definir por portaria do Ministro da Administração Interna. (art. 14.º, n.º 2, da Lei n.º 23/2007, de 04JUL)

Excepções (art.. 14.º, n.º 3, da Lei n.º 23/2007, de 04JUL) O referido anteriormente não se aplica aos cidadãos estrangeiros: Residentes ou autorizados a permanecer no País por período superior a seis

meses; Que, logo após a entrada no País, se instalem em estabelecimentos hoteleiros

ou similares; Que beneficiem do regime comunitário ou equiparado.

Comunicação do alojamento: (art.. 16.º, da Lei n.º 23/2007, de 04JUL) As empresas exploradoras de estabelecimentos hoteleiros, meios

complementares de alojamento turístico ou conjuntos turísticos, bem como todos aqueles que facultem, a título oneroso, alojamento a cidadãos estrangeiros, ficam obrigados a comunicá-lo, no prazo de três dias úteis, por meio de boletim de alojamento, ao Serviço de Estrangeiros e Fronteiras ou, nas localidades onde este não exista, à Polícia de Segurança Pública ou à Guarda Nacional Republicana. Após a saída do estrangeiro do referido alojamento, o facto deve ser comunicado, em idêntico prazo, às entidades mencionadas no número anterior.

Boletim de alojamento (art.. 15.º, da Lei n.º 23/2007, de 04JUL) O boletim de alojamento destina-se a permitir o controlo dos cidadãos

estrangeiros em território nacional. Por cada cidadão estrangeiro, incluindo os nacionais dos outros Estados

membros da União Europeia, será preenchido e assinado pessoalmente um boletim de alojamento de modelo definido por lei.

Não é obrigatório o preenchimento e a assinatura pessoal dos boletins por ambos os cônjuges e menores que os acompanhem, bem como por todos os membros de um grupo de viagem, podendo esta obrigação ser cumprida por um dos cônjuges ou por um membro do referido grupo.

Os boletins e respetivos duplicados, bem como os suportes magnéticos, devem ser conservados pelo prazo de um ano contado a partir do dia seguinte ao da comunicação da saída.

Autorizações de residência:

Podem ser concedidas os seguintes tipos de autorização de residência, que substitui para todos os efeitos legais, o documento de identificação:

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Tipos de autorização de residência: (art. 74.º, da Lei n.º 23/2007, de 04JUL) A autorização de residência compreende dois tipos:

Autorização de residência temporária; Autorização de residência permanente.

Ao cidadão estrangeiro autorizado a residir em território português será emitido um título de residência. Validade da autorização de residência temporária: A autorização de residência temporária é válida pelo período de um ano a

partir da data da emissão do respetivo título e é renovável por períodos sucessivos de dois anos. (art. 75.º, da Lei n.º 23/2007, de 04JUL)

Validade da autorização de residência permanente: A autorização de residência permanente não tem limite de validade. O título de residência deve, porém, ser renovado de cinco em cinco anos ou

sempre que se verifique a alteração dos elementos de identificação nele registados. (art. 76.º, da Lei n.º 23/2007, de 04JUL)

TÍTULO DE RESIDÊNCIA: O documento emitido de acordo com as regras e o modelo uniforme em

vigor na União Europeia, ao nacional de Estado terceiro com autorização de residência. (Portaria 1432/2008 de 10 DEZ)

ILEGALIDADES

Entrada ilegal (art.. 181.º, n.º 1, da Lei n.º 23/2007, de 04JUL) Considera-se entrada ilegal de estrangeiros em território português: A efectuada por locais diferentes dos postos de fronteira; (art. 6.º n.º 1, da Lei

n.º 23/2007, de 04JUL) A efectuada sem sujeição ao controlo nos postos de fronteira; (art. 6.º, n.º 2,

da Lei n.º 23/2007, de 04JUL) A efectuada sem qualquer documento de viagem válido reconhecido; (art.. 9.º,

da Lei n.º 23/2007, de 04JUL) A efectuada sem visto válido e adequado à finalidade da deslocação concedida,

quando exigido por lei; (art.. 10.º, da Lei n.º 23/2007, de 04JUL) A efectuada por estrangeiros inscritos no Sistema de Informação Schengen (SIS)

ou na lista nacional de pessoas não admissíveis. (art.. 32.º, n.º 1e 2 , alínea b), da Lei n.º 23/2007, de 04JUL)

Permanência ilegal (art.. 181.º, n.º 2, da Lei n.º 23/2007, de 04JUL)

Considera-se ilegal a permanência de cidadãos estrangeiros em território

português quando esta não tenha sido autorizada de harmonia com o disposto

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na presente lei ou na lei reguladora do direito de asilo, bem como quando se

tenha verificado a entrada ilegal nos termos referidos anteriormente.

Artigo 192.º Permanência ilegal

Artigo 193.º Acesso não autorizado à zona internacional do porto

Artigo 194.º Transporte de pessoa com entrada não autorizada no País

Artigo 195.º Falta de visto de escala aeroportuário

Artigo 196.º

Incumprimento da obrigação de comunicação de dados

Artigo 197.º Falta de declaração de entrada

Artigo 198.º Exercício de atividade profissional não autorizado

Artigo 198.º-A Utilização da atividade de cidadão estrangeiro em situação

ilegal

Artigo 199.º Falta de apresentação de documento de viagem

Artigo 200.º Falta de pedido de título de residência

Artigo 201.º Não renovação atempada de autorização de residência

Artigo 202.º Inobservância de determinados deveres

Artigo 203.º Falta de comunicação do alojamento

Artigo 204.º Negligência e pagamento voluntário

Artigo 206.º Destino das coimas

O produto das coimas aplicadas nos termos da presente lei reverte:

a) Em 60 % para o Estado;

b) Em 40 % para o SEF.

Artigo 181.º Entrada, permanência e trânsito ilegais 1 - Considera-se ilegal a entrada de cidadãos estrangeiros em território português em violação do disposto nos artigos 6.º, 9.º e 10.º e nos n.ºs 1 e 2 do artigo 32.º (VER) 2 - Considera-se ilegal a permanência de cidadãos estrangeiros em território português quando esta não tenha sido autorizada de harmonia com o disposto na presente lei ou na lei reguladora do direito de asilo, bem como quando se tenha verificado a entrada ilegal nos termos do número anterior.

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3 - Considera-se ilegal o trânsito de cidadãos estrangeiros em território português quando estes não tenham garantida a sua admissão no país de destino. Artigo 183.º Auxílio à imigração ilegal Artigo 184.º Associação de auxílio à imigração ilegal Artigo 185.º Angariação de mão-de-obra ilegal Artigo 185.º-A Utilização da atividade de cidadão estrangeiro em situação ilegal Artigo 186.º Casamento ou união de conveniência Artigo 187.º Violação da medida de interdição de entrada

Procedimentos policias: NOTA: O estrangeiro que entre ou permaneça ilegalmente em território nacional é detido por autoridade policial, exceto, se este apresentar um pedido de asilo a qualquer autoridade policial dentro das quarenta e oito horas após a sua entrada, passando a aguardar em liberdade a decisão do seu pedido. A DETENÇÃO DO CIDADÃO ESTRANGEIRO EM SITUAÇÃO ILEGAL

O cidadão que entre ou permaneça ilegalmente em território nacional é detido por autoridade policial e, sempre que possível, entregue ao SEF, acompanhado do respectivo auto.

Deve ser presente ao Juiz de Pequena Instancia Criminal ou ao Tribunal de Comarca, conforme o local de jurisdição daqueles tribunais, sempre no prazo máximo de 48 horas após a detenção.

No caso de uma detenção ao fim de semana, deve o mesmo ser presente ao Tribunal de Turno, em ordem à sua validação, uma vez que não pode ser notificado.

Consulta ao SII/SEF, através do envio de fax em modelo próprio;

Na resposta ao fax devem vir mencionados os procedimentos a adoptar pela PSP

Elaborar auto de notícia em consonância com o art.º 243.º da lei processual penal (CPP);

Sempre que possível, entregar o estrangeiro ao SEF conjuntamente com o auto elaborado;

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EXPEDIENTE : (CONT) Caso o detido não seja entregue ao SEF, é presente, no prazo máximo

de quarenta e oito horas após a detenção, ao juiz competente para a sua validação e aplicação de medidas de coação.

Por último, se for proferida uma decisão de expulsão em prazo determinado o expulsando poderá, enquanto não expirar o prazo, por ordem do juiz, ser colocado em centro de instalação temporária, ou, ser obrigado a apresentar-se periodicamente ao SEF ou às autoridades policiais.

FAX de pedido de informação ao SEF;

Auto de Notícia por Detenção;

FAX de comunicação da detenção ao Tribunal de Pequena Instância Criminal, SEF;

Termo de Constituição de Arguido com os Direitos e Deveres na Língua oficial do Cidadão detido;

Termo de Identidade e Residência no caso de possuir uma residência fixa em Portugal (subentenda-se uma residência de permanência habitual e duradoura que o mesmo obteve durante a permanência ilegal no país)

Auto de Apreensão, no caso de existirem objetos ou documentos suscetíveis de apreensão;

Boletim individual de detido;

Não há lugar ao preenchimento da Declaração de Rendimentos do Regime de Acesso ao Direito e aos Tribunais, por força do n.º 2, do art.º 7, da Lei n.º 34/2004, de 29 de Julho.

DOCUMENTOS Portaria n.º 397/2008, de 6 de Junho, Publicado no DR 109, Série I de 2008-06-06

De acordo com o disposto no n.º 6 do artigo 72.º da Lei n.º 23/2007, de 4 de Julho, a prorrogação de permanência de cidadãos estrangeiros admitidos em território nacional que desejem permanecer no País por período superior ao inicialmente autorizado é concedida sob a forma de vinheta autocolante de modelo a aprovar por portaria do Ministro da Administração Interna.