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Apoios Consulado Geral da Índia

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Apoios

Consulado Geral da Índia

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“A não-violência nunca deve ser usada como um escudo para a covardia.

É uma arma para os bravos.”

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“A força gerada pela não-violência é infinitamente maior do que a força de todas as armas inventadas pela engenhosidade do homem.”

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“A Não-Violência não é uma qualidade a ser desenvolvida ou expressa sob encomenda.

É um crescimento interno cuja subsistência depende de intenso esforço individual.”

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“Sempre sustentei que a justiça social, mesmo para os últimos e mais humildes, é impossível de se atingir pela força.”

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“A primeira condição da não-violência é justiça integral, em todos os departamentos da vida.”

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Movimentos contemporâneos em prol da paz, dos direitos civis, dos direitos da mulher e do meio ambiente, assim como os movimentos globais pela democracia política e econômica, são também tentativas de abandonar um modo de vida baseado na conquista e na dominação – seja do homem sobre o homem, do homem sobre a mulher, de uma raça sobre outra, de nação sobre nação, ou do homem sobre a natureza. Em suma, o que vem acontecendo durante os últimos três séculos é na realidade um poderoso movimento social sem precedentes em direção a uma sociedade de parceria.

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Nas últimas duas décadas, minhas pesquisas levaram-me a compreender a razão principal da irrealidade das propostas para uma sociedade mais justa e pacífica: é que elas falharam em reconhecer que nem a justiça nem a paz são logicamente (quanto mais realisticamente) possíveis numa estrutura social onde metade da humanidade se situa acima da outra metade.

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Ao reunir evidências da arte, arqueologia, religião, ciências sociais, história e muitos outros campos de indagação, O Cálice e a Espada conta uma nova história de nossas origens culturais.Mostra que a guerra e a “guerra dos sexos” não são de ordem divina nem biológica. E oferece evidências de que um futuro melhor é possível.

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Assim como na época de Colombo a descoberta de que a Terra não era plana possibilitou encontrar um novo mundo surpreendente que ali estivera durante todo aquele tempo, descobertas arqueológicas – oriundas do que o arqueólogo britânico James Mellaart denomina uma verdadeira revolução arqueológica – revelam o mundo surpreendente de nosso passado oculto.

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Elas mostram um longo período de paz e prosperidade enquanto prosseguia nossa evolução social, tecnológica e cultural: muitos milhares de anos em que todas as tecnologias básicas sobre as quais a civilização foi construída se desenvolveram em sociedades que não eram dominadas pelo homem, nem violentas ou hierárquicas.

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À diferença da maioria dos estudos sobre a sociedade humana, apropriada e frequentemente intitulada “estudos do homem”, fundamentei minha pesquisa em dados básicos nos quais as duas metades da humanidade são consideradas de igual importância.

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Isto me permitiu verificar que o modo como as relações entre as metades feminina e masculina estão estruturadas não causa apenas um impacto direto no dia-a-dia pessoal e na opção de vida de mulheres e homens, mas também afeta a fundo cada uma de nossas instituições sociais.Neste momento crítico de nossa evolução cultural, trata-se de uma questão central para podermos projetar e realizar um futuro melhor.

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Ensinaram-nos que a civilização tem suas origens em sociedades masculinas brutalmente dominadoras e altamente guerreiras. Contudo, escavações arqueológicas mais recentes indicam que histórias de uma época mais pacífica e harmoniosa, onde a mulher não era dominada pelo homem, têm como base realidades ainda mais antigas.

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A memória das primeiras sociedades agrárias (ou neolíticas), mais pacíficas e igualitárias, que plantaram os primeiros jardins sobre a Terra, a recordação da antiga civilização de Minos, cultura notavelmente pacífica e singularmente criativa, bem como na mais antiga era neolítica, a subordinação da mulher não parece ter sido a norma.

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De acordo com a arqueóloga Marija Gimbutas, da Universidade da Califórnia, ali “o mundo do mito não era polarizado em fêmea e macho, como nos indo-europeus e em muitos outros povos nômades e pastorais das estepes. Ambos os princípios manifestavam-se lado a lado. Nenhuma força subordina-se a outra: complementando-se, seus poderes são duplicados”.

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- um poder mais equiparado à responsabilidade e ao amor do que a opressão, privilégio e medo –

- poder simbolizado pelo Cálice –

- poder de realização, distinguindo-o do poder de dominação –

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O amor à vida e à naturezaA era neolítica da revolução cultural aconteceu há mais de dez mil anos. Durante os milhares de anos do neolítico, grandes avanços foram dados na produção de alimentos através da agricultura, assim como da caça, pesca e domesticação de animais.A habitação desenvolveu-se por meio de inovações na construção, tapeçaria, mobília e outros artigos domésticos, e até mesmo planejamento urbano.O vestuário deixou o período das peles e couros bem para trás com invenção da tecelagem e costura.E, enquanto eram estabelecidos os alicerces materiais e espirituais para uma civilização mais desenvolvida, as artes também floresceram.

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Alguns estudiosos descreveram a vida minóica como uma “expressão perfeita da idéia de homo ludens – do homem expressando nossos mais elevados impulsos através de rituais e atividades artísticas divertidas e ao mesmo tempo significativamente míticas.Outros tentaram resumir a cultura cretense com palavras e expressões como “sensibilidade”, “encanto da vida” e “amor à beleza e à natureza”.

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Um modelo de organização social onde a diversidade não é equiparada nem à inferioridade nem à superioridade, e onde o princípio primário da organização social tem a ver com ligação e não com hierarquização.

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Mas então ocorreu a grande mudança – de tal ordem que, de tudo que sabemos a respeito da evolução cultural humana, nada se compara a ela em magnitude.

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Apareceram então, no horizonte pré-histórico, invasores vindos das áreas periféricas do globo (das áridas estepes do Norte e dos estéreis desertos do Sul), que introduziram uma forma de organização social muito diferente.De acordo com Gimbutas, era um povo sob rígido domínio masculino e altamente guerreiro. Um povo que literalmente venerava “o poder letal da espada”: o poder de tirar a vida mais que o de dar vida, que é o poder máximo para estabelecer e impor a hierarquia humana.

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Os invasores periféricos

Ao que parece, as atividades dos bandos nômades aparentemente insignificantes vagando pelas áreas periféricas menos aprazíveis de nosso globo em busca de pasto para seus rebanhos permaneceram ao longo de milênios, nos territórios agrestes, desprezados, mais frios e despovoados dos limites da Terra, enquanto as primeiras grandes civilizações agrícolas se espraiavam junto aos lagos e rios das terras férteis centrais.

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Para esses povos agrícolas, usufruindo o prematuro auge da evolução da humanidade, paz e prosperidade devem ter parecido o eterno estado abençoado da raça humana, e os nômades nada mais do que uma novidade periférica. Dispomos apenas de especulações sobre como estes bandos nômades aumentaram em número e em ferocidade e sobre a duração do período em que isso aconteceu.

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Mas, por volta de 5.000 a.C., ou aproximadamente há sete mil anos, começamos a encontrar evidências do que Mellart denomina um padrão de ruptura das antigas culturas neolíticas dos Bálcãs.

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Enquanto os registros arqueológicos mostram também que lá, após um período caótico e uma quase total desestruturação cultural, ocorreu uma fundamental mudança social. Durante esse desmembramento das bases, interrompeu-se a evolução cultural das sociedades que veneravam as forças universais geradoras e alimentadoras de vida – ainda hoje simbolizadas pelo antigo cálice ou graal “feminino”.

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À semelhança dos indo-europeus, os semitas também trouxeram um deus da guerra e das montanhas, violento e colérico (Jeová ou Javé). E aos poucos, segundo a Bíblia, eles também impuseram muito de sua ideologia e modo de vida aos povos das terras por eles conquistadas.

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O que definitivamente une esses povos de localidades e períodos de tempo tão diferentes é a estrutura de seus sistemas sociais e ideológicos. A única coisa que todos eles tinham em comum era um modelo dominador de organização social: um sistema social no qual a dominação e a violência masculina e uma estrutura social em geral hierárquica e autoritária eram a norma.

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Outro ponto em comum era, em contraste com as sociedades que estabeleceram os alicerces da civilização ocidental, o modo característico como adquiriam riqueza material, não desenvolvendo tecnologias de produção, mas através de tecnologias cada vez mais eficazes de destruição.

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As tecnologias de destruição não eram prioridades sociais importantes para os agricultores da idade neolítica européia. Mas, para as hordas guerreiras provenientes das regiões áridas do norte, assim como dos desertos do sul, tais tecnologias eram fundamentais.

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Na essência do sistema dos invasores, havia a importância do poder que toma a vida, ao invés de dá-la – um sangrento período que se estende da Suméria até hoje: a história da violência e da dominação.

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Mas o problema não são os homens como sexo, mas homens e mulheres como são socializados em um sistema dominador. Havia homens e mulheres no neolítico e em Creta. Havia homens e mulheres entre os pacíficos !Kung e BaMbuti. Até mesmo em nosso mundo de supremacia masculina, nem todas as mulheres são pacíficas e tolerantes, assim como muitos homens o são.

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É claro que tanto homens como mulheres possuem o mesmo potencial para os mais diversos comportamentos. Mas, à semelhança da couraça ou concha externa que envolve os insetos e outros artrópodes, a organização social androcrática envolve ambas as metades da humanidade em papéis rígidos e hierárquicos que impedem o desenvolvimento.

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Para o teórico da evolução Erwin Lazlo, bifurcações nos sistemas sociais humanos envolvem também uma grande possibilidade de escolha. Os seres humanos “possuem a habilidade de agir consciente e coletivamente”, praticando a previsão na “escolha de seu próprio caminho evolutivo”.

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Ele acrescenta que em nossa “época crucial” não podemos deixar a seleção do próximo passo na evolução da sociedade e cultura humanas a cargo do acaso. Precisamos planejá-lo consciente e propositadamente. Ou, de acordo com o biólogo Jonas Salk, nossa necessidade mais urgente e premente está em fornecer àquele maravilhoso instrumento, a mente humana, os meios de imaginar e, conseqüentemente, criar um mundo melhor.

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Esta dicotomização da experiência humana, de acordo com a vasta documentação de Miller, cria distorções psíquicas tanto em mulheres quanto em homens. As mulheres tendem a se identificar tanto com os outros que a ameaça de perda, ou mesmo ruptura de uma associação, pode ser, segundo ela, “percebida não só como a perda de um relacionamento, mas como algo mais próximo de uma perda total do eu”.

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Os homens, por outro lado, com freqüência costumam considerar suas necessidades humanas de associação como um “obstáculo” ou um “perigo”. Assim, eles podem perceber a assistência a outros não como algo fundamental, mas, ao contrário, como algo secundário para sua imagem de si mesmos, algo que um homem “só pode desejar ou fazer após realizar as exigências primordiais da masculinidade”.

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Miller: “é extremamente importante reconhecer que o impulso em direção à associação que as mulheres sentem no seu interior não é equivocado nem retrógrado. (...) O que não se tem reconhecido é que este ponto de partida psíquico contém a possibilidade para um enfoque inteiramente diferente (e mais avançado) da vida e do funcionamento – muito diferente do enfoque fomentado pela cultura dominante. (...) Ele permite o surgimento da verdade: para todos – tanto homens quanto mulheres – o desenvolvimento individual só ocorre por meios de associação.

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As observações de Freud afirmam que a psique androcrática constitui de fato uma massa de conflitos internos, tensões e medos. Mas, conforme passamos da androcracia à gilania, um número cada vez maior de pessoas começa a sair da defesa para o crescimento.

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Como observou Maslow ao estudar civilizações criativas e empreendedoras, na verdade, em vez de nos tornarmos mais egoístas e egocêntricos, cada vez mais nos voltamos para uma realidade diferente: a “experiência culminante” da percepção de nossa interligação essencial com toda a humanidade.

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