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EDUCAÇÃO
Salários de professores melhoram,mas magistério atrai menos jovensLevantamento mostra que docentes tiveram aumento superior à média, mas eles ainda
ganham menos que os outros profissionaisPOR LEONARDO VIEIRA
05/01/2014 8:00 / ATUALIZADO 09/09/2014 15:42
Sala de aula do curso de Matemática, da Uerj: no 2º semestre de 2012, 100 alunos ingressaram e 16 concluíram Ivo Gonzalez / O Globo
PUBLICIDADERIO e BRASÍLIA O Brasil tem à frente oenorme desafio de melhorar seu ensino público,mas, para isso, precisa resolver uma questãoprimordial: a valorização de seus mestres. Osresultados do Programa Internacional deAvaliação de Estudantes (Pisa, na sigla eminglês), divulgados no final de 2013, mostraramque os países com melhor desempenho naeducação são aqueles que fazem a carreiradocente atrativa aos mais talentosos jovens quesaem do ensino médio. Não é o nosso caso. No
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Brasil, apesar de alguns avanços, os saláriosainda são baixos em comparação com as demaisocupações universitárias, poucos jovens cogitamseguir a carreira docente e, nos últimos anos,menos se formam em cursos de licenciatura.
Um levantamento feito pelo GLOBO nosmicrodados da Pesquisa Nacional por Amostrade Domicílios (PNAD), do IBGE, mostra queprofessores tiveram, desde 1995, aumentomédio na renda superior aos demaisprofissionais com ensino superior. Mesmoassim, em 2012, um professor do primeiro ciclodo ensino fundamental (que dá aulas paracrianças de 6 a 10 anos) recebia, em média,somente 57% do registrado entre profissionaistambém com nível superior. Entre docentes doensino médio, esta proporção aumenta para70%. Em 1995, esses percentuais eram,respectivamente, de 39% e 51%.
A baixa remuneração, além dedesmotivar os própriosprofessores, é um dos fatores queleva muitos jovens a descartar deseus planos a carreira em salas deaula. Uma pesquisa feita pelaUniCarioca com exclusividadepara O GLOBO mostra que apenas20% dos alunos do ensino médiodo Rio que pretendem ingressarno ensino superior manifestamalgum interesse pelo magistério.Eles são, em comparação com osque planejam outras carreiras,jovens de menor renda e queestudaram, principalmente, emescolas públicas.
Se na entrada do sistema estádifícil atrair jovens para os cursosde magistério, dados do Censo doEnsino Superior, do Ministério da
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Educação, mostram que há também umproblema recente na saída das universidades. Aquantidade de estudantes concluindofaculdades de licenciatura em disciplinas doensino básico, que na década passada teveaumento de 63%, registrou queda de 16% de2010 a 2012. O mesmo movimento é percebidoquando se analisa as matrículas: depois deaumentarem 60% na década passada, caíram4% nos últimos três anos da pesquisa.
Se a queda do número de licenciaturas seconfirmar ao longo dos anos, a tendência podedificultar o cumprimento de uma das metas doPlano Nacional de Educação (PNE), emtramitação na Câmara dos Deputados, queestipula que todos os professores do paístenham formação com licenciatura até 2024.
Mas como explicar a aceleração daslicenciaturas até 2010, e depois freada brusca?O coordenador da Campanha Nacional peloDireito à Educação, Daniel Cara, prefere umasaída econômica. Segundo ele, na últimadécada, o Brasil viveu um dos maiorescrescimentos de sua História, com inclusão derenda, e consequentemente, de crescimento daparcela da população à educação superior. Comuma economia mais complexa, surgem outrasoportunidades de trabalho mais atrativas.
Para Cara, este cenário precisa ser revertidourgentemente, já que o país precisaria de 1,5milhão a dois milhões de novos professores até2023, segundo seus cálculos, para cumprirmetas de inclusão no ensino médio e deeducação integral do PNE:
— A partir de 2010 nós temos a solidificação domomento de boa avaliação econômicabrasileira. Com isso, boa parte dos jovens acabaconsiderando que há outras oportunidades nomercado de trabalho que não a de docente. E asituação é alarmante porque, com as metas doPNE, vamos precisar de um número muitomaior de professores na próxima década.
Mas o desinteresse pelo magistério é maissentido por umas disciplinas do que por outras.Em alguns cursos, sequer houve declínio delicenciaturas. É o caso das Humanas (História,Geografia, Filosofia e Sociologia). De 2011 para2012, o número de concluintes do grupo subiu
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1%.
Já a área de Exatas (Matemática, Física,Química e Biologia) teve 13% a menos deformandos no mesmo período. E o drama paraessas disciplinas é ainda maior se foremobservados o período de 2010 para 2012, ondehouve queda de 14% dos concluintes em Física,13% em Biologia, 10% em Química e 21% emMatemática.
Não por acaso, essas matérias foram alvo doprograma “Quero ser cientista, quero serprofessor”, lançado em setembro peloMinistério da Educação (MEC), que prevê aconcessão de bolsas de R$ 150 a cerca de 100mil alunos do ensino médio que manifestemvocação para a docência. Além da gratificação,os aspirantes a professor terão orientação deprofessores da escola onde estudam e deestudantes universitários de cursos delicenciatura.
Para o presidente do Inep, Luis Cláudio Costa, oprograma é a principal aposta do governofederal para a valorização do professor. Noentanto, Costa reconhece a dificuldade datarefa:
— Não adianta, o estudante, a família e asociedade procuram a carreira que é valorizadasocialmente. Temos muitos jovens vocacionadospara o ensino, que seriam excelentesprofessores, mas que estão procurando outrascarreiras porque percebem que o magistério nãoé valorizado. É um desafio nosso, comoministério, fazer essa valorização.
Em algumas universidades do país, odesinteresse é visível em sala de aula. NoDepartamento de Matemática da Uerj, porexemplo, o segundo semestre de 2012 teve 100alunos ingressantes, 16 formandos, e nadamenos que 84 debandaram do curso. E essaproporção se repete em períodos letivosanteriores.
Testemunha da evasão na área de Exatas é acoordenadora do curso de graduação emMatemática da UFRJ, Márcia Fusaro. Segundoela, nos últimos dois anos, muitos de seusalunos têm optado por trocar de curso,migrando geralmente para as Engenharias, ou
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simplesmente se contentando com obacharelado. A cada ano, em média, seudepartamento recebe cerca de 90 novos alunos,e forma outros 20:
— Temos uma evasão muito grande naLicenciatura. Eles mudam ao longo do percursopara outros cursos. A verdade é que Matemáticanão é um curso fácil, e muitos pensam que vãoencarar um curso difícil para depois não obter oretorno do esforço intelectual. Portanto, amudança de curso acaba sendo natural: o alunoque entra é jovem, e tem tempo para perceberque não era isso que ele queria. Se não houver acompatibilidade dos salários da docência com omercado privado, realmente vamos perderprofissionais que seriam excelentes professores— diz Márcia.
Pedagogia no sentido oposto
A queda em cursos de licenciatura não éverificada em outra área da educação: aPedagogia. De 2002 a 2012, houve crescimentocontínuo de 136% no número de matrículas, e125% no de concluintes. Entretanto,diferentemente da licenciatura, o diploma depedagogo só habilita o profissional a dar aulasnos primeiros anos do ensino fundamental.
Neste caso, no entanto, especialistas alertamque o crescimento da Pedagogia nãonecessariamente significa maior interesse pelaeducação. Mesmo ressaltando que ainda não háestudos que correlacionem a evolução doscursos de graduação em Pedagogia e delicenciaturas, a pesquisadora em Educação daUSP, Paula Louzano, cita a hipótese de quemuitos usariam o título de pedagogo apenascomo meio mais fácil de acesso ao ensinosuperior. Se confirmada essa tendência, apesquisadora aponta que então o problema nãoseria necessariamente a falta de educadores,mas, sim, entender em quais setoresprofissionais estes pedagogos estariam atuando:
— A pergunta é se eles escolhem ou sãoescolhidos, se eles vão para carreira por falta deopção ou se eles querem mesmo. Talvez sejamais fácil passar para Pedagogia, que é menosespecializado, do que numa Engenharia ou emMedicina, por exemplo. E a chance de elesconseguirem emprego em outras áreas é maior
em Pedagogia do que em licenciatura. Entãoserá que já temos muita gente formada que nãoestá exercendo? Se for isso, a solução seriapolíticas de atratividade para a carreira, comosalários, e não de formação.
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