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APLICAÇÃO DOS MÉTODOS AV, DFMA E FMEA DE PROJETO EM UM CHUVEIRO ELÉTRICO DE BAIXO CUSTO Paulo Roberto Savelli Ussui (UTFPR) [email protected] Carla Cristina Amodio Estorilio (UTFPR) [email protected] Carlos Renato Nogueira Ital (UTFPR) [email protected] Este artigo apresenta uma revisão de projeto de um chuveiro elétrico, visando reduzir custos de fabricação e montagem e torná-lo mais confiável para o consumidor final. Para isso, apresenta uma breve revisão sobre os três métodos que apóiamm esta revisão de projeto para, posteriomente, mostrar como cada um deles é aplicado no projeto em questão. Os métodos são: Análise de Valor (AV), Projeto para Manufatura e Montagem/ Design for Manufacturing and Assembly (DFMA) e Análise dos Modos de Falha e Seus Efeitos /Failure Mode and Effects Analysis (FMEA). Os resultados obtidos com esta revisão de projeto mostram um impacto de redução no custo total do produto em torno de 30% e uma maior cofniabilidade do produto para o usuário final. Palavras-chaves: Desenvolvimento de Produtos, Análise de Valor (AV), DFMA, FMEA de projeto XXX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO Maturidade e desafios da Engenharia de Produção: competitividade das empresas, condições de trabalho, meio ambiente. São Carlos, SP, Brasil, 12 a15 de outubro de 2010.

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APLICAÇÃO DOS MÉTODOS AV, DFMA

E FMEA DE PROJETO EM UM

CHUVEIRO ELÉTRICO DE BAIXO

CUSTO

Paulo Roberto Savelli Ussui (UTFPR)

[email protected]

Carla Cristina Amodio Estorilio (UTFPR)

[email protected]

Carlos Renato Nogueira Ital (UTFPR)

[email protected]

Este artigo apresenta uma revisão de projeto de um chuveiro elétrico,

visando reduzir custos de fabricação e montagem e torná-lo mais

confiável para o consumidor final. Para isso, apresenta uma breve

revisão sobre os três métodos que apóiamm esta revisão de projeto

para, posteriomente, mostrar como cada um deles é aplicado no

projeto em questão. Os métodos são: Análise de Valor (AV), Projeto

para Manufatura e Montagem/ Design for Manufacturing and

Assembly (DFMA) e Análise dos Modos de Falha e Seus Efeitos

/Failure Mode and Effects Analysis (FMEA). Os resultados obtidos

com esta revisão de projeto mostram um impacto de redução no custo

total do produto em torno de 30% e uma maior cofniabilidade do

produto para o usuário final.

Palavras-chaves: Desenvolvimento de Produtos, Análise de Valor

(AV), DFMA, FMEA de projeto

XXX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO Maturidade e desafios da Engenharia de Produção: competitividade das empresas, condições de trabalho, meio ambiente.

São Carlos, SP, Brasil, 12 a15 de outubro de 2010.

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1. Introdução

A necessidade de identificar oportunidades de redução de custos, a fim de obter uma

vantagem competitiva sustentável, vem da crescente concorrência no mercado, com um

número cada vez maior de competidores disputando uma fatia do mercado. O surgimento de

consumidores cada vez mais exigentes, que buscam não somente baixo custo, mas também

qualidade, também exige novas soluções técnicas e conceitos inovadores. Para atingir este

objetivo, recursos de apoio ao desenvolvimento de produto são de extrema importância, pois

proporcionam rapidez e qualidade desde o início do projeto.

De acordo com o NUMA (Núcleo de Manufatura Avançada da USP de São Carlos), estes

recursos podem ser classificados nas seguintes categorias: Ferramentas (relacionadas aos

softwares), metodologias (que envolvem aspectos conceituais mais abrangentes) e métodos

(envolvem conhecimentos restritos a determinado tema e normalmente são estruturados em

passos, visando atingir um objetivo) (ROZENFELD e AMARAL, 2006).

Com o propósito de demonstrar, de forma estruturada e prática, os conceitos, benefícios e

aplicações de alguns dos métodos mais utilizados para apoiar o desenvolvimento de produto,

este trabalho apresenta uma análise realizada em um chuveiro elétrico simples com três

métodos: Análise de Valor (AV), Projeto para Manufatura e Montagem/ Design for

Manufacturing and Assembly (DFMA) e Análise dos Modos de Falha e Seus Efeitos /Failure

Mode and Effects Analysis (FMEA). O primeiro trabalha o valor do produto através da revisão

das suas funções, visando alterar materiais e componentes para reduzir o custo, sem

comprometer a sua funcionalidade e qualidade. O segundo, o DFMA, contribui na revisão do

projeto, visando torná-lo mais fácil de fabricar e montar. O último, o FMEA, visa identificar

possíveis falhas que o produto poderia vir a apresentar durante a sua utilização, com o

objetivo de reforçar o projeto para que as mesmas nunca aconteçam.

Sendo assim, o artigo apresenta uma breve revisão sobre os três métodos e, em seguida,

submete o projeto original do chuveiro, que já vem sendo comercializado, à AV. Após as

alterações resultantes desta análise, faz uma revisão de projeto utilizando as diretrizes do

DFMA. Com o projeto resultante das alterações dos dois métodos, o FMEA de projeto é

aplicado, visando tornar o chuveiro mais confiável durante o seu uso pelo usuário. Sendo

assim, além do produto melhorar a confiabilidade, também passa por uma redução de custo,

sem comprometer a qualidade do produto final.

2. Métodos de Apoio

Os métodos utilizados na avaliação do chuveiro elétrico são:

AV (Análise de Valor);

DFMA (Projeto para Manufatura e Montagem);

FMEA (Análise dos Modos de Falha e Seus Efeitos).

A Análise de Valor, desenvolvida em 1947 pelo engenheiro Lawrence D. Miles, enquanto

funcionário da General Electric Americana, propõe um método para se atingir uma melhor

relação custo benefício para o produto em questão, buscando as funções necessárias ao menor

custo. A relação entre o desempenho e o custo do produto deve ser a melhor para as partes

interessadas (produtor e consumidor). A definição dada pela SAVE (Society of American

Value Engineers) é a seguinte: "É uma aplicação sistemática de técnicas reconhecidas que

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identifica a função do produto ou serviço, estabelecendo um valor monetário para cada função

e provendo a confiabilidade necessária ao menor custo total."

Desta forma, dois conceitos são fundamentais para o estudo da AV: o conceito de Valor e o

conceito de Função. Identificar a função é identificar o que o item faz, ou seja, por qual ação o

item é responsável, a qual é sempre descrita por um verbo.

Esse método pode ser auxiliado com a técnica de Benchmark, com a qual se analisa produtos

existentes que disputem o mesmo nicho de mercado, a fim de verificar e comparar o

desempenho de produtos concorrentes e buscar alternativas e soluções que possam ser

aplicadas ao produto em desenvolvimento, complementando o método “Análise de Valor”.

O DFMA trata-se de um método de apoio para se analisar e desenvolver soluções de melhoria

ao processo de manufatura e montagem do produto, reduzindo a complexidade na fabricação

e montagem dos componentes (ESTORILIO et al., 2008). Para isso, o método propõe

soluções ao produto desde a fase de projeto conceitual, procurando desenvolver a melhor

configuração, levando em conta, desde o início, os processos produtivos, os custos e os

tempos de fabricação e montagem, considerando as exigências e características técnicas para

atingir a qualidade requerida ao produto (PAHL et al., 2005).

O FMEA (Análise dos Modos de Falha e Seus Efeitos) é um método que contribui para que

sejam analisados os riscos potenciais que as soluções e conceitos propostos podem vir a gerar,

considerando os possíveis modos de falha e efeitos, levando em consideração as

probabilidades de ocorrência e detecção da falha, seja dentro da empresa ou no cliente final,

com o objetivo de identificar ações de melhoria. O método FMEA surgiu aproximadamente

em 1963, durante a missão Apollo, quando a agência norte-americana NASA (National

Aeronautics and Space Administration) desenvolveu um método para identificar, de forma

sistemática, falhas potenciais em sistemas, processos ou serviços e seus respectivos efeitos e

causas, definindo ações quando necessário para reduzir ou eliminar o risco associado a essas

falhas. Quando se trata de sistema/projeto, denomina-se FMEA de projeto, e quando se trata

de processo, denomina-se FMEA de processo. Este texto aborda apenas o FMEA de projeto, o

qual contribui na revisão do projeto para evitar que o produto falhe quando em uso pelo

consumidor (PUENTE et al., 2002). Mesmo tendo surgido em 1963, o FMEA somente passou

a ser utilizado de forma mais abrangente após 1977, quando a Ford Motors Company

começou a utilizar o método para apoiar a fabricação de automóveis (GILCHRIST, 1993).

3. Metodologia

O chuveiro elétrico em questão foi selecionado para que fosse avaliado se produtos já

otimizados e de baixo custo poderiam apresentar novas oportunidades de melhorias sobre os

aspectos aos quais os três métodos citados se propõem a contribuir. Considerando que o

produto atende grande parte da população (classe média e baixa), com alto volume de

produção, qualquer redução no custo poderia ser significativa para o fabricante.

Por motivos comerciais e confidenciais, a marca e modelo do produto não são mencionados, o

que não compromete a veracidade das análises. O chuveiro elétrico utilizado para o estudo

tem potência de 5400W, apresenta três seleções de temperatura e o seu preço médio de

mercado é de R$ 21,00 (levantamento realizado em setembro de 2009 em lojas comerciais).

Em posse do produto, foi necessário desmontá-lo inteiramente, conforme Figura 1, a fim de

identificar e classificar cada item em relação às funções de cada componente do chuveiro e

seus custos associados. Posteriormente, foram aplicados os métodos AV e DFMA, resultando

em alternativas referentes à redução de custos e aumento de valor agregado ao produto. O

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novo modelo, resultante do projeto original alterado, foi novamente avaliado com o apoio do

FMEA de projeto, o qual ressalta alguns riscos do produto em uso, onde ações devem ser

tomadas, tornando o produto mais confiável e sem riscos para o consumidor. Após rever estas

ações, também são revistas algumas alternativas anteriormente identificadas através da AV e

do DFMA, as quais podem ser inviabilizadas pelo nível de risco gerado para o consumidor.

Figura 1. Apresentação dos componentes do Chuveiro Elétrico estudado

4. Aplicação dos métodos AV, DFMA e FMEA de projeto

4.1. Identificação dos Custos dos Componentes

Para a execução deste estudo não foi disponibilizado os dados da empresa que fabrica esse

produto. Sendo assim, o custo de fabricação das peças foi estimado, considerando-se o

material, a mão de obra e os custos de fabricação e montagem (Hora-máquina e Hora-

homem). As Tabelas 1 e 2 mostram o custo detalhado do produto e o percentual que cada

material representa no produto.

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Tabela 1. Detalhamento de custo por Matéria Prima.

O custo de matéria prima das peças em estudo foi estimado em função do seu preço, peso e

tipo de material. O custo de fabricação das peças foi estimado em função do tempo de hora

máquina e o custo de montagem foi estimado em função do tempo médio gasto para montar o

produto, através da simulação realizada por três pessoas. Utilizou-se o tempo médio gasto em

cada etapa e o valor médio da hora de um operador para estimar o custo de montagem. A

Tabela 2 apresenta os resultados.

Componente Sub componente FOTOS Material Qtd ProcessoMassa

(g)

Custo

materia-

prima

Tempo

máquina

segundos

(inj./extrusão)

Custo

fabricação

Tempo

montagem

Custo

montagem

Rosca Superior 1 PP 1 Injeção 20 0,400 15 0,188 17 0,142

Tampa Superior 2 PP 1 Injeção 15 0,325 15 0,188 15 0,125

Tampa Inferior 3 PP 1 Injeção 18 0,370 15 0,188 17 0,142

Corpo 4 PP 1 Injeção 58 0,970 20 0,250 17 0,142

Mangueira 5 PVC 1 Extrusão 59 0,690 5 0,063 - -

Boca 6 PP 1 Injeção 2 0,130 5 0,063 - -

Corpo 7 PP 1 Injeção 2 0,130 5 0,063 - -

Espigão 8 PP 1 Injeção 2 0,130 10 0,125 - -

Prolongador prolongador 9 PP 1 Injeção 14 0,310 15 0,188 - -

Pinos de contato 10 Cobre 10 Estampage

m10 0,100 - 0,100 - -

Fixação da

Resistencia11 PP 1 Injeção 10 0,250 15 0,188 - -

Ajuste de

temperatura12 PP 1 Injeção 18 0,370 5 0,063 19 0,158

Elemento Giratório 13 PP 1 injeção 3 0,145 10 0,125 - -

Disco 14 PP 1 Injeção 5 0,175 10 0,125 - -

Redutor 15 PP 1 Injeção 1 0,115 15 0,188 - -

Pinos de fixação 16 Aço 3 Estampage

m

6 0,044 - 0,100 - -

Resistencia 17 COBRE 2 Extrusão 8 0,080 - 1,000 17 0,142

Borracha (

Diafragma)

18 Elastômero 1 injeção 11 0,034 - 0,200 19 0,158

Anel Oring 19 Elastômero 1 injeção 0,7 0,002 - 0,200 17 0,142

Peças de Cobre 20 COBRE 5 Extrusão 19 0,190 - 0,300 22 0,183

Capas de Fiação 21 PVC 4 Extrusão 7 0,205 10 0,125 - -

Etiqueta ( Atenção ) 22 PVC 1 Extrusão 0,3 0,005 3 0,038 - -

Elástico 23 Elastômero 1 Injeção 0,5 0,002 - 0,100 - -

Embalagem

Plastica24 PVC 1 Extrusão 6 0,090 5 0,063 14 0,117

295,5 R$ 5,26 178 R$ 4,23 174 R$ 1,45

Chuveirinho

Elementos

internos

Embalagem

Corpo

Tabela 2. Detalhamento dos Custos das Peças.

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4.2. Aplicação da Análise de Valor (AV)

Estimados os custos de cada parte, pôde-se observar onde existia maior oportunidade de

redução de custo. A Tabela 3 mostra a AV completa, com destaque para os itens mais

representativos para o estudo, que são os componentes com maior potencial de redução de

custo.

Como pode ser visto na Tabela 3, as colunas da direita apresentam algumas questões para

auxiliar nesta revisão de projeto, as quais são respondidas com “S” (sim) ou “N” (não).

Algumas das questões utilizadas neste estudo, baseadas em recomendações de Back et al.

(2008) são: Este elemento pode ser eliminado; Pode ser combinado com outros elementos;

Pode ser decomposto em partes mais simples; Pode ser utilizada uma parte normalizado; Pode

ser utilizado um componente normalizado; Pode ser utilizado um material mais barato; Pode

ser utilizado menos material; Pode ser desperdiçada menos matéria; Pode ser comprado mais

barato; Pode ser reduzido o nível de refugo; Podem ser afrouxados os limites; Pode ser

economizado no acabamento; Podem ser simplificados os métodos; O risco de erro pode ser

reduzido e outras questões desta natureza.

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

1Rosca Superior

Fixar

Tampa

superior 7,6% 0,400 5,6% 0,278 9,8% 0,141667 s s s n n s s s s n n s s n s

2 Tampa Superior Isolar Contatos 6,2% 0,325 5,6% 0,278 8,6% 0,125 n n s n n s s s s n n s s n s

3 Tampa Inferior Distribuir

Fluxo de

água 7,0% 0,370 5,6% 0,278 9,8% 0,141667 n s n n n s s s s n n n n n n

4 Corpo Suportar

Component

es 18,4% 0,970 8,4% 0,417 9,8% 0,141667 n n n n n s s s s n n n n n n

5 Mangueira Conduzir Água 13,1% 0,690 1,4% 0,069 - - n n n n n n n n n n n n n n n

6 Boca Direcionar Água 2,5% 0,130 1,4% 0,069 - - n n n n n n n n n n n n n n n

7Corpo

Suportar

Boca do

chuveirinho 2,5% 0,130 1,4% 0,069 - - s n n n n s s s s n n n n n s

8 Espigão Conectar Mangueira 2,5% 0,130 2,8% 0,139 - - s n n n n s s s s n n n n n s

9 Prolongador prolongador Extender Fixação 5,9% 0,310 5,6% 0,278 - - s n n n n s s s s n n s n n s

10Pinos de contato

Prover

Contato

elétrico 1,9% 0,100 2,0% 0,100 - - s s s n n s s n s n n s s n s

11Fixação da

Resistencia Suportar Resistencia 4,8% 0,250 5,6% 0,278 - - s s n n n s s n s n n s n n s

12Ajuste de

temperatura Ajustar temperatura 7,0% 0,370 1,4% 0,069 10,9% 0,158333 n s n n n n n n s n n n n n s

13Elemento

Giratório contato eletrico 2,8% 0,145 2,8% 0,139 - - n s n n n s s n s n n s s n s

14 Disco sustentar componente 3,3% 0,175 2,8% 0,139 - - n n n n n s s n s n n n n n n

15 Redutor Reduzir Vazão 2,2% 0,115 4,2% 0,208 - - n s n n n s s n s n n n n n s

16 Pinos de fixação Conduzir Eletricidade 0,8% 0,044 2,0% 0,100 - - s n n s n s s n s n n n n n s

17 Resistencia Fornecer Calor 1,5% 0,080 20,2% 1,000 9,8% 0,141667 n n n n n s n n s n n n n n n

18Borracha (

Diafragma) Isolar Eletricidade 0,6% 0,034 4,0% 0,200 10,9% 0,158333 n n n n n n n n s n n n n n n

19Anel Oring

Vedar

Tampa

inferior 0,0% 0,002 4,0% 0,200 9,8% 0,141667 n n n n n n n n s n n n n n n

20 Peças de Cobre Conduzir Eletricidade 3,6% 0,190 6,1% 0,300 12,6% 0,183333 n n n n s n s s s n n n n n s

21Capas de Fiação Isolar Eletricidade

3,9% 0,205 2,8% 0,139 - - n n n n s n n s s n n n n n n

22Etiqueta

( Atenção )Prover informação

0,1% 0,005 0,8% 0,042 - - n n n n n s s n s n n n n n n

23 Elástico Segurar Mangueira 0,0% 0,002 2,0% 0,100 - - n n n n n n n n s n n n n n n

24Embalagem

PlasticaProtejer Produto 1,7% 0,090 1,4% 0,069 8,0% 0,116667 s n n n n s s s s n n n n n n

R$ 5,261 R$ 4,958 R$ 1,450

Elementos

internos

Embalagem

Pode s

er

decom

posto

em

part

es m

ais

sim

ple

s?

Produto: Chuveiro Elétrico Sintex

META REDUÇÃO DE CUSTO EM CUSTO DO PRODUTO R$

Este

ele

mento

pode s

er

elim

inado?

Pode s

er

com

bin

ado c

om

outr

os

ele

mento

s?

Denominação

Função

% R$

Custo do Material

Custo da Mão de

Obra (e fabricação)

Corpo

Chuveirinho

Verbo Substantivo

Podem

ser

afr

ouxados o

s lim

ites?

Pode s

er

econom

izado n

o a

cabam

ento

?

ANÁLISE DE VALOR

Outros

(montagem)

% R$ %Nº R$

Pode s

er

utiliz

ada u

ma p

art

e

norm

aliz

ada?

Pode s

er

utiliz

ado u

m c

om

ponente

norm

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Pode s

er

utiliz

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m m

ate

rial m

ais

bara

to?

Pode s

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utiliz

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rial?

Pode s

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enos m

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Pode s

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pra

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ais

bara

to?

Pode s

er

reduzid

o o

nív

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Tabela 3. Matriz aplicada para Análise de Valor.

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Posteriormente, utilizou-se a técnica “Benchmark (Tear Down)”, que identifica em outros

produtos concorrentes, alternativas que possam ser aplicadas no produto em estudo, com o

intuito de complementar e auxiliar o método AV.

Sendo assim, buscou-se um produto similar no mercado, com as mesmas características

técnicas do produto em estudo, de 5400 watts de potência e três temperaturas. A Figura 2

mostra os principais componentes do produto, do qual saíram algumas idéias para as

alterações após a revisão com a AV.

Figura 2. Produto similar, utilizado como referência comparativa

A Tabela 4 apresenta os resultados da AV, onde se propõe modificações e recomendações

para cada item.

Tabela 4. Propostas Detalhadas da AV Associada à Técnica de Benchmark.

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Considerando somente a AV, sem avaliar os riscos das propostas, estima-se uma redução no

custo do produto em estudo em aproximadamente trinta por cento, reduzindo o seu custo de

R$ 11,67 para R$ 8,10. Porém, outros fatores poderiam limitar algumas destas alterações, os

quais serão vistos em conjunto com os outros métodos.

4.3. Aplicação do DFMA

Definidas as soluções técnicas a serem adotadas para a redução de custo e, conseqüente,

aumento do valor agregado do produto, realizou-se uma análise sob o ponto de vista do

DFMA (Design for Manufacturing and Assembly), com o objetivo de simplificar a

manufatura e montagem do produto. Esta análise levou em consideração as regras e diretrizes

que o DFMA propõe, conforme Boothroyd (1994). Estas regras podem ser resumidas nos

seguintes itens:

Reduzir o número de partes de um produto e facilitar a manipulação e montagem das

partes restantes;

Simplificar a estrutura do produto para reduzir custos de montagem;

Projetar para um número mínimo de partes;

Desenvolver projetos modulares;

Enfatizar a padronização;

Projetar componentes multifuncionais;

Projetar componentes de fácil fabricação;

Evitar componentes de fixação (parafusos e outros);

Eliminar ajustes desnecessários;

Fazer um uso racional dos materiais.

A primeira proposta analisada foi a redução de matéria-prima nas paredes das tampas

superiores e inferiores. Esta solução vem de encontro à diretriz de uso racional de material,

onde se procura dimensionar o produto de tal forma que se utilize apenas a quantidade

necessária de material para suportar o esforço mecânico do produto em determinada região.

Este dimensionamento deve levar em consideração a variação estatística da carga sobre o

componente, que deve ser comparada com a variação estatística da resistência mecânica da

peça, permitindo que a probabilidade de falha seja determinada e possa ser minimizada. A

determinação da probabilidade de falha é feita através do cruzamento entre a distribuição

padrão da carga e a distribuição padrão da resistência mecânica do componente. Analisando o

chuveiro em questão, verificou-se que a espessura do material plástico nas tampas superiores

e inferiores eram muito superiores à necessária, tendo em vista que os esforços mecânicos a

que estes dois componentes estão submetidos é baixa. Portanto, propôs-se a redução da

espessura para um uso mais racional de material.

Outra solução analisada sob o ponto de vista do DFMA foi a eliminação do anel de fixação da

tampa superior. Esta solução tem relação com várias diretrizes do DFMA. Uma diretriz que

esta solução atende é a redução do número de componentes. Cada componente do produto

gera diversos custos à empresa, muito além do custo individual e de montagem. São custos de

logística, armazenamento, gerenciamento, inventário, impostos, dentre outros, associados a

cada um dos componentes do produto. Portanto, é importante reduzir ao máximo o número de

componentes do produto, através de soluções técnicas que tornem viável esta redução, sem

prejuízo para o funcionamento do produto e para o consumidor. No chuveiro em análise, foi

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eliminado o anel de fixação através da adoção de encaixes na tampa superior e no corpo do

produto. Esta solução já é adotada pelo produto concorrente analisado e se mostra

suficientemente robusta. Além da eliminação de um componente, a montagem ficou bastante

facilitada, pois o anel roscado consume aproximadamente 12 segundos para ser montado,

enquanto que a tampa superior encaixada consome apenas 3 segundos. Esta redução no tempo

de montagem atende a diretriz de simplificação da estrutura do produto para se reduzir custos

de montagem. Também foram eliminados alguns elementos de fixação roscados, em função

de estes consumirem um tempo considerável durante a montagem do produto.

As diretrizes do DFMA também são observadas através da proposta de fixação dos

componentes elétricos do produto na parte superior do corpo. No produto atual, os

componentes elétricos são fixados em um disco adicional, o que simplifica a estrutura do

corpo, porém, requer um componente e um processo de montagem adicional. A solução

proposta, além de eliminar um componente, atendendo desta forma a diretriz de projeto para

um número mínimo de partes, ainda acrescenta uma função adicional ao corpo do produto,

que passa a ter a função de suportar componentes elétricos. Esta característica vem de

encontro à diretriz do DFMA para componentes multifuncionais, que recomenda que cada

componente tenha o máximo de funções possíveis, de forma a aproveitar ao máximo as

potencialidades de cada componente, simplificando a estrutura do produto e aumentando o

valor agregado de cada peça.

Outra solução proposta ao produto foi a alteração do reservatório de água, que antes

localizava-se dentro do corpo do produto e com a nova proposta, altera a sua localização para

a tampa inferior. Esta solução aumentou um pouco a complexidade do corpo na parte inferior,

porém, facilitou a montagem e o acesso à resistência, atendendo a diretriz do DFMA sobre

simplificação da estrutura do produto para redução dos custos de montagem.

Com relação à fixação da resistência elétrica, foi proposta outra solução que atende aos

requisitos do DFMA, que é a utilização do corpo do produto como suporte para a resistência.

Nesta solução, o corpo do produto é modificado de tal forma que passe a ter uma estrutura

interna que proporcione um local de fixação para a resistência elétrica, sendo que no produto

atual existe um componente adicional para desempenhar esta função. Esta solução atende a

diretriz de redução do número de componentes e projeto para um número mínimo de partes,

reduzindo o custo individual do componente e o custo de montagem, além dos custos de

logística e gestão desta peça, conforme descrito anteriormente. A diretriz de projeto para

componentes multifuncionais também foi atendida, pois se adicionou mais uma função ao

corpo, passando agora a ter a função de suportar a resistência.

O diafragma, que tem a função de acionar e desligar a resistência do chuveiro de acordo com

o fluxo de água, também foi modificado na proposta. O seu tamanho foi reduzido e a fixação,

que antes era realizada através de pinos de fixação, passou a ser realizada através de encaixes.

Isto facilitou a montagem, atendendo a diretriz do DFMA sobre projeto para componentes de

fácil montagem e manutenção, através da simplificação da estrutura do produto.

Por último, foi alterado o conjunto de componentes que compõe o “chuveirinho”. Este

conjunto, que é composto por uma mangueira, um corpo e um distribuidor de água, era

fornecido junto com o chuveiro, sem a opção de fornecimento separado. Desta forma, o

consumidor era obrigado a comprar este conjunto junto com o chuveiro, mesmo que não fosse

utilizar e desejasse apenas o chuveiro. Na nova proposta, este conjunto de componentes do

“chuveirinho” passa a ser fornecido separadamente do chuveiro, proporcionando ao

consumidor a opção de adquirir ou não este conjunto, conforme a sua necessidade, reduzindo

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10

o custo do produto final. A Tabela 5 apresenta a planilha completa de modificações

propostas, incluindo os resultados obtidos com os dois métodos; a AV e o DFMA.

Tabela 5. Modificações propostas, incluindo os resultados da AV e do DFMA.

4.4. Aplicação do FMEA de projeto

O FMEA de projeto contribuiu para analisar o produto sob o ponto de vista dos riscos e

modos de falha que o novo modelo, após as soluções propostas, poderia vir a gerar.

Para analisar o chuveiro em questão, dividiu-se o produto em subsistemas e componentes,

baseando-se na nova proposta que eliminou alguns componentes como o anel da rosca

superior, o disco de fixação dos componentes elétricos e o suporte da resistência, adicionando

mais funções ao corpo do produto. Para cada componente foi determinada a sua função dentro

do produto e, em seguida, os potenciais modos de falha, efeitos que estes modos de falha

podem causar e as possíveis causas da falha e controles que permitem a detecção da falha

antes que ela ocorra.

Para cada modo de falha foram atribuídos índices de severidade, ocorrência e detecção que

podem variar de 0 a 10. O índice de severidade determina a gravidade da falha, sendo que o

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11

índice 1 significa que a falha não causa nenhum incômodo para o consumidor e o índice 10

significa que a falha coloca em risco a segurança do consumidor, podendo causar ferimentos

ou outras conseqüências mais graves. Os índices intermediários variam entre estes dois

extremos. O índice de ocorrência determina a probabilidade de a falha acontecer, sendo que o

índice 1 significa que a probabilidade é quase nula de ocorrer e o 10 que é muito provável que

a falha ocorra. Por último, o índice de detecção indica a probabilidade de a falha vir a ser

detectada ainda dentro da fábrica ou pelo usuário final, sendo que o índice 1 significa que é

muito provável que a falha seja detectada dentro da fábrica ou antes de vir a ocorrer e o índice

10 significa que a probabilidade de detecção da falha dentro da fábrica ou pelo usuário é

muito remota. Ao final da análise para a determinação dos índices de severidade, ocorrência e

detecção, multiplica-se os três índices para se obter o chamado RPN (Risk Priority Number).

Este índice permite determinar quais riscos são mais graves e que, portanto, precisam de uma

ação corretiva. O manual da QS9000 (CHRYSLER; FORD, 1995) recomenda que sejam

realizadas ações corretivas para RPN igual ou superior a 125. A fim de aumentar a

confiabilidade do produto, optou-se por realizar ações corretivas para RPN igual ou superior a

60.

A análise de todos os componentes demonstrou que algumas soluções desenvolvidas para o

produto apresentam riscos que precisam ser analisados, exigindo ações corretivas. O primeiro

foi a tampa superior. Ela tem a função de isolar os componentes elétricos localizados na parte

superior do chuveiro. O modo de falha seria a tampa se desprender do produto, deixando os

componentes elétricos expostos, o que representaria um risco de choque elétrico ao

consumidor, resultando em uma severidade 10, pois oferece risco grave à segurança do

usuário. A causa desta falha é a baixa altura e largura dos encaixes que substituem o anel da

rosca superior, tornando a fixação da tampa muito frágil e de fácil extração. Através de testes

de força de extração de tampas com encaixes iguais ao proposto, determinou-se que a

probabilidade de a falha ocorrer é de 50 partes por milhão, resultando em um índice 3. Como

o controle da falha é a força de inserção da tampa manualmente pelo operador, sem o uso de

instrumentos de medição, o índice de detecção é 5. Com esses índices, o RPN resultou em

150, demandando ação corretiva. Decidiu-se, assim, aumentar a altura e largura dos encaixes

(snap-fits), a fim de aumentar a robustez dos encaixes e, conseqüentemente, a força necessária

para a extração da tampa. O índice de severidade permanece o mesmo, pois caso a falha

ocorra, o efeito é o mesmo, porém, a modificação nos encaixes melhorou o índice de

ocorrência, pois a probabilidade de a falha ocorrer se tornou muito menor, impactando na

redução do RPN.

Outra ação corretiva foi a implantação de um sistema de medição da força de extração da

tampa na linha de montagem, onde através de um dispositivo de montagem acoplado a um

dinamômetro, se aplica uma força de extração que uma tampa bem encaixada deve suportar e

não se soltar. Isto evita que as tampas mal encaixadas passem para o próximo posto de

trabalho, melhorando também o índice de detecção da falha para 2. Com estas ações

corretivas, o RPN final passou para 40, estando dentro do limite aceitável. A Tabela 6 mostra

os resultados da análise do FMEA.

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12

Verbo Substantivo

1Tampa

SuperiorIsolar Contatos

Tampa superior

desprende do corpo

Contatos elétricos

expostos, podendo

levar a choque

elétrico

10

Encaixes (snap-fits)

ineficientes (baixa

força de extração)

3Força de encaixe

manual5 150

2Tampa

InferiorDistribuir Fluxo de água Tampa inferior solta

Fluxo de água

irregular6

Baixo torque de

aperto3

Medição de torque

de aperto2 36

3

Baixa rigidez

estrutural (bolhas no

material injetado)

2 Inspeção visual 2 40

4

Baixa rigidez

estrutural (baixa

espessura)

2 Testes estruturais 2 40

5 Mangueira Conduzir Água Trincas ou furosFluxo inadequado de

água6

Mangueira

armazenada dobrada3

Inspeção visual

(armazenamento em

embalagens

transparentes)

2 36

6 Boca Direcionar ÁguaBocal solto e

desconectado

Fluxo de água não

uniforme5

Torque de aperto

inadequado2

Inspeção manual do

torque de aperto2 20

7 Corpo SuportarBoca do

chuveirinho

Trincas e quebras no

corpo

Fluxo de água

irregular6

Baixa rigidez

estrutural (bolhas no

material injetado)

2 Inspeção visual 3 36

8 Espigão Conectar Mangueira Trincas e quebras

Corpo do

chuveirinho mal

fixado, fluxo de água

irregular

6

Baixa rigidez

estrutural (falhas de

material)

2 Inspeção visual 3 36

9 Extender FixaçãoTrincas e quebra do

prolongador

Queda do chuveiro

sobre o usuário10

Baixa rigidez

estrutural (falhas de

material)

2

Inspeção visual e

elevado coeficiente

de segurança

estrutural

2 40

10Pinos de

contatoProver

Contato

elétrico

Não conduzir corrente

elétrica

adequadamente,

elevando a resistência

de contato.

Perda de

performance,

Aquecimento na

região dos contatos

7 Oxidação do material 3Testes de oxidação

no material.2 42

11 Resistencia Quebra do suporte

Resistência solta

dentro do chuveiro.

Produto não

funciona.

9

Baixa rigidez

estrutural (espessura

e/ou material

inadequado)

4 Testes estruturais 3 108

12 CalorDerretimento do

suporte da resistência

Resistência solta

dentro do chuveiro.

Produto não

funciona.

9

Resistência a

temperatura

inadequada do

material utilizado

(corpo)

4 Testes térmicos 3 108

13Ajuste de

temperaturaAjustar temperatura

Quebra do suporte

(Click) ou mal encaixe

com a interface do

usuário

Consumidor

insatisfeito.

Perda da função

"seleção de

temperatura"

7Encaixes (Click)

ineficientes3 Teste de vida 3 63

14Elemento

Giratóriocontato eletrico

Não prover ou prover

contato com alta

resistência provocando

aquecimento

Perda de

performance,

Aquecimento

elevado na região

dos contatos

9

Distância muito

grande entre o

contato fixo no

diafragma e o

contato do elemento

giratório.

3

Testes em

laboratório (Ex: teste

de vida)

2 54

16 Redutor Reduzir Vazão Reduzir muito a vazão

Produto não

funciona (\baixa

pressão de água)

7

Redução muito

grande da área de

passagem de água

2

Testes hidráulicos

para determinar

situações onde o

redutor deve ser

utilizado

3 42

18 Resistencia Fornecer CalorInterrupção do

fornecimento de calor

Consumidor

insatisfeito7

Condutor de

espessura

inadequada

3Teste elétrico

(resistência elétrica)2 42

19

Não acionar resistência

quando ligada vazão

de àgua

Consumidor

insatisfeito7

Dureza muito elevada

da borracha e/ou

área muito baixa

(baixa força de

acionamento)

3

Testes hidráulicos

para determinar

pressões mínimas de

água.

2 42

Não desligar resistência

após interrompido o

fluxo de água

Derretimento da

corpo do produto,

potencial risco ao

connsumidor

10Dureza muito baixa

da borracha.2

Testes elétricos e

hidráulicos para

determinar a dureza

ideal da borracha

2 40

20 Anel Oring Vedar Tampa inferior

Não vedar

apropriadamente a

tampa inferior

Vazamento de água

pelas bordas da

tampa

6 Oring mal encaixado 2 Inspeção visual 2 24

21Peças de

CobreConduzir Eletricidade

Não suportar a

corrente de 25A,

conforme expecificação

do chuveiro

Aquecimento dos

condutores podendo

derreter as partes

isolantes

10

Espessuras ou

diâmetros dos

condutores finos -

Erro na especificação

1

Teste elétrico (Ex:

Teste de vida

avaliano a isolação e

partes plasticas do

condutor)

2 20

22Capas de

FiaçãoIsolar Eletricidade

Capas rompidas e/ou

derretidas

Fiação eletrica

exposta (potêncial

choque eletrico)

10

Material inapropriado

para a temperatura

de trabalho

3

Testes de

Capacidade de

isolamento

2 60

23Etiqueta

(Atenção)Prover informação Etiqueta solta

Usuario sem

informação sobre

potenciais riscos

9Adesivo colado sobre

superfície suja2

Limpeza do local

onde o adesivo é

colado, e inspeção

visual

2 36

24 Elástico Segurar MangueiraMangueira solta dentro

da embalagem

Consumidor um

pouco insatisfeito3

Elastico mal

encaixado3 Inspeção visual 2 18

25 5

Manipulação

inadequada da

embalagem na

fábrica

3 Inspeção visual 2 30

26 5

Espessura da

embalagem muito

baixa

3Testes estrutural da

embalagem2 30

Prolongador

Nº Denominação

Função

Corpo SuportarComponentes e

fluxo de água

Se

ve

rid

ad

e

Chuveirinho

10

Corpo

Trincas e quebras no

corpo

Contatos elétricos

expostos, água

eletrificada

Causa(s)

potencial/

Mecanismo de

falha(s)

Modo potencial de

falha

Efeito potencial

de falha

De

tecçã

o

R.P

.N.

Controle

Oco

rrê

ncia

Embalagem

Embalagem

PlasticaProtejer Produto Embalagem furada

Consumidor

insatisfeito

Elementos

internos

Fixação da

ResistenciaSuportar

Borracha

(Diafragma)Acionar Resistencia

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13

Tabela 6. FMEA aplicado para o chuveiro elétrico.

Enfim, aplicando os métodos AV, DFMA e FMEA de projeto, obteve-se uma redução de

custos de aproximadamente 30%, conforme mostrado na Tabela 8. Todas as oportunidades

levantadas na AV foram avaliadas sob o ponto de vista do DFMA, complementando a Análise

de Valores. Verificou-se que as soluções propostas atendem aos requisitos e diretrizes do

DFMA. Posteriormente avaliaram-se os riscos e modos de falha através do FMEA, sendo que

alguns conceitos tiveram que ser reavaliados, mas sem impacto significativo custo.

Tabela 8. Apresentação dos resultados relacionados ao impacto nos custos.

5. Conclusões

Esse artigo apresentou a aplicação de três métodos para melhorar o projeto de um produto já

em comercialização no mercado. Foi aplicada a AV, o DFMA e, posteriormente, o FMEA de

projeto em um chuveiro elétrico de baixo custo. A aplicação da Análise de Valor permitiu

visualizar oportunidades de redução de custo, obtidas principalmente pela união de uma ou

mais peças, eliminação de componentes e melhorias no processo de fabricação, utilizando

como base um produto concorrente. O DFMA permitiu simplificar a fabricação e montagem

do produto, obtida principalmente pela alteração na tampa superior do produto, que passou a

ser encaixada ao invés de roscada. Finalmente, considerando o modelo resultante das duas

análises anteriores, o FMEA de projeto foi aplicado, resultando em alterações no projeto dos

encaixes da tampa superior, na fixação da resistência elétrica, no ajuste de temperatura e no

isolamento da fiação, tornando o produto mais confiável para o consumidor.

O estudo demonstrou que, utilizando os métodos acima, é possível encontrar oportunidades de

melhoria e redução de custo, mesmo em produtos otimizados e de baixo custo, melhorando,

em paralelo, o atendimento das necessidades do consumidor.

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