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APLICAÇÃO DE GEOPROCESSAMENTO E CARTOGRAFIA GEOMORFOLÓGICA NA

ANÁLISE DAS INTER-RELAÇÕES DAS UNIDADES GEOLOGICAS DA BACIA SERGIPE-

ALAGOAS NO EXTREMO NORDESTE DO ESTADO DE SERGIPE

Mariana Passos Barboza Moura¹, José Antonio Pacheco de Almeida², Sanmy Silveira Lima³, Gabriela

Menezes Almeida4, José Batista Siqueira

5.

¹Geologia, Acadêmica do Curso de Geologia/UFS. [email protected]

²Geólogo, Professor Dro. - Curso de Geologia/UFS. [email protected]

³Geologia, Acadêmico do Curso de Geologia/UFS. [email protected]

4Geóloga WORKTIME/PETROBRAS, Mestranda do PGAB/UFS, Aracaju-SE, [email protected]

5Geólogo, Professor Dro. - Curso de Geologia/UFS. [email protected]

RESUMO: A Bacia Sergipe-Alagoas, localizada no nordeste brasileiro é uma bacia-escola por apresentar o

registro de todos os estágios evolutivos da abertura do oceano Atlântico durante a ruptura do supercontinente

Pangea. Este trabalho buscou aplicar técnicas de geoprocessamento ao mapeamento geomorfológico para

análise das inter-relações das unidades geomorfológicas com as unidades geológicas nessa bacia, no litoral

nordeste do Estado de Sergipe. Explanam-se como foram desenvolvidas atividades de preparação e

estruturação de um banco de dados georeferenciados, com informações das unidades geológicas e das

unidades geomorfológicas da região, apresentando como produtos mapas temáticos e um modelo

tridimensional do relevo, demonstrando a importância do sensoriamento remoto direcionado à interpretações

geológicas e geomorfológicas de uma determinada localidade e as aplicações corriqueiras dos dados obtidos

por processamento digital de dados.

PALAVRAS-CHAVE: geoprocessamento; unidades geológicas e geomorfológicas; bacia Sergipe-Alagoas.

INTRODUÇÃO: As técnicas de geoprocessamento e sensoriamento remoto se fazem importantes para a

aquisição de informações relacionadas aos aspectos geológicos e geomorfológicos de uma área, seu papel no

estudo da geologia é cada vez maior e requer uma demanda de profissionais qualificados. A pesquisa tem

como objetivo elucidar a metodologia para a obtenção do mapa hipsiométrico, da carta clinográfica e do

modelo tridimensional, além de explanar de forma sucinta a geologia da Bacia Sergipe-Alagoas com foco

nas Coberturas Fanerozóicas. Como produtos finais foram obtidos o mapa geológico das Coberturas

Fanerozóicas do Estado de Sergipe, o mapa de hipsiometria da aréa de estudo, a carta clinográfica e o

modelo tridimensional.

MATERIAL E MÉTODOS: A área de estudo escolhida localiza-se próxima ao platô de Neópolis, no

extremo nordeste do estado de Sergipe, onde é possível estruturar de forma clara as Coberturas Fanerozóicas

dessa bacia, representadas pelo Grupo Barreiras, como é possível verificar na Figura 1.

A Bacia Sergipe-Alagoas situa-se na margem continental nordeste do Brasil. Em sua porção terrestre abrange

uma área de aproximadamente 13.000 km² e sua porção submersa uma área de cerca de 40.000 km², até a

cota batimétrica de 2.000m. (CPRM, 2002). Originada durante a abertura do Oceano Atlântico, é considerada

a bacia de margem continental brasileira mais completa. Isso se deve a presença de todos os estágios

evolutivos registrados em seus depósitos, sendo constituída por embasamento e vinte e três sequências

deposicionais. Formada por rochas datadas do Mesozoico Superior, a Bacia de Sergipe-Alagoas se destaca

pela presença de uma sucessão carbonática exposta, datada do Aptiano ao Coniaciano. Estruturalmente, a

bacia consiste em um meio graben que mergulha para sudeste. (CAMPOS NETO et al., 2007, FEIJÓ, 1994).

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Figura 1 – Mapa das Coberturas Fanerozóicas do estado de Sergipe. Fonte: Santos et al, 2001.

Para melhor estudar a região delimitada, foram escolhidas três técnicas de sensoriamento remoto:

Mapa de hipsiometria: Silva et al. (2009) afirma que “a hipsiometria é uma técnica que representa

elevação de um terreno através de uma escala de graduação de cores, a qual representa a elevação do

terreno. Esquemas convencionais de cores para a hipsiometria começam com tons de verde para

baixa altitude, passando por amarelo e vermelho, até cinza e branco para grandes elevações. Este

padrão foi adotado também na geração deste mapa em específico.” O conhecimento da hipsiometria

de uma região ajuda no reconhecimento dos prováveis fenômenos que nela ocorrem, especialmente

quando associado a outros elementos naturais, tais como posição geográfica, deslocamento de ventos

e ação das correntes marinhas.

Mapa de declividade ou carta clinográfica: A carta clinográfica tem sido utilizada nas últimas duas

décadas em trabalhos ligados às Ciências da Terra, no Planejamento Urbano/Agrário/Ambiental e

juntamente com outras representações gráficas de variáveis como a orientação de vertentes, a

insolação direta e a direção e velocidade dos ventos permite uma série de correlações ajudando na

compreensão e no equacionamento dos problemas que ocorrem no espaço analisado. Segundo

Guerra et al. (1996), o mapa de declividade tem o objetivo de demonstrar as inclinações de uma área

em relação a um eixo horizontal, e pode ser medido em grau (0 a 90°) ou em porcentagem (%).

Serve como fonte de informações das formas do relevo, das aptidões agrícolas, dos riscos de erosão,

e das restrições de uso e ocupação urbana.

Modelo Tridimensional: Barros et al. (2007) afirma que o modelo é uma representação matemática

contínua da distribuição espacial das variações de altitude numa área delimitada. A visualização em

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3D de uma área serve para uma melhor dimensão do relevo e suas implicações. Pode-se ter noção de

topos, planícies, depressões, altos estruturais além de se inferir vertentes e talvegues.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Após gerar o mapa hipsiométrico (Figura 2) e a carta clinográfica foi

possível caracterizar a topografia da área. Para a confecção do mapa hipsiométrico (elevação), deve-se

estabelecer primeiramente as classes de altimetria que mais se adequam à área a ser mapeada. Para o nosso

caso, o número de classes limitou-se a treze, de modo a detalhar o máximo a altimetria e definir mais o

relevo local. Foi possível observar que a área possui um relevo suave sem grandes variações na altitude.

Figura 2 – Mapa hipsiométrico da área de estudo.

Segundo Silva et al. (2009) “A carta clinográfica é um instrumento utilizado para o entendimento da

dinâmica ambiental, como ilustra a Figura 3, ao promover a identificação de áreas de maior suscetibilidade

aos processos erosivos relacionados à inclinação das encostas, pois estas áreas seriam propensas a se tornar

áreas de risco, para estabelecer planos de redução dos acidentes e desenvolver capacidade de intervenção e

tomada de medidas para reduzir as consequências”. Para a construção do mapa clinográfico, é preciso

estabelecer as classes de declive predominantes na área de interesse.

Figura 3 – Mapa de declividade obtido para a área de estudo.

O modelo tridimensional do terreno permitiu detalhar as informações morfológicas da localidade, sendo

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estas consideradas durante a geração dos mapas geológicos interpretativos, possibilitando assim modelar a

superfície do terreno, observando as feições geomorfológicas da superfície, visualizadas na figura 4. Com

isto, houve uma contribuição funcional, pois o usuário, ao manipular o 3D, obtém respostas sobre o

modelado com maior rapidez, proporcionando um melhor aceite da técnica, contribuindo para melhorar o

mapeamento e reduzir os custos, pois o levantamento da informação altimétrica utilizada na geração do 3D

terá valores menores, sendo assim mais econômico.

Figura 4 – Modelo tridimensional da área estudada.

CONCLUSÕES: Pode-se constatar que são várias as vantagens obtidas a partir das análises apresentadas

neste trabalho, quando comparada com os métodos convencionais. Isto se deve ao fato de que as informações

dos mapas serem armazenadas em meio digital, podendo o usuário realizar atualizações constantes das

informações. A partir da comparação com diferentes bases cartográficas (como mapas geológicos já

existentes) foi possível obter informações a nível regional da área de estudo, que podem ser detalhados em

missões de campo. Os mapas, portanto, possuem subsídios para que possam ser utilizados como fontes de

informação para os municípios compreendidos pela área de estudo.

REFERÊNCIAS:

BARROS, R. S.; CRUZ, C. B. M. Avaliação da altimetria do modelo digital de elevação do SRTM. Anais

XIII Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto. 2007. Florianópolis – SC.

CAMPOS NETO, O. P. A.; SOUZA-LIMA, W.; CRUZ, F. E. G. Bacia de Sergipe Alagoas. Boletim de

Geociências da Petrobrás, v.15, n.2, p. 405-415, 2007.

COELHO, A. L. N. 2007. Aplicações de Geoprocessamento em Bacias de Médio e Grande Porte. In: XIII

Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto. Florianópolis, Brasil, 21-26 abril, INPE, p. 2437-2445.

CPRM. Mapa Geológico do Estado de Sergipe. Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil.

FEIJÓ, F. J. Bacias de Sergipe e Alagoas. Boletim de Geociências da Petrobrás, v. 8(1), p. 149-161, 1994.

GUERRA. Geomorfologia e meio ambiente. Rio de Janeiro, Bertrand Brasil. 1996

SANTOS, R. A.; MARTINS, A. A. M.; NEVES, J. P. N.; LEAL, R. A. Programa Levantamentos

Geológicos Básicos do Brasil – PLGB. Geologia e recursos minerais do Estado de Sergipe. Escala

1:250.000. Mapa e Texto explicativo do Mapa geológico do Estado de Sergipe.Brasília:

CPRM/DIEDIG/DEPAT; CODISE. 2001.

SILVA,T. I.; RODRIGUES, S. C. Tutorial de cartografia geomorfológica. Revista geográfica

acadêmica.v.3, no. 2, Uberlândia, 2009.

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