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FACULDADE TECSOMA Curso de graduação em Fisioterapia Camila Ferreira Rocha APLICAÇÃO DA ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA NEUROMUSCULAR TRANSCUTÂNEA, LASER TERAPÊUTICO E CINESIOTERAPIA EM UM PACIENTE PORTADOR DE DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR: Estudo de caso. Paracatu MG 2018

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FACULDADE TECSOMA Curso de graduação em Fisioterapia

Camila Ferreira Rocha

APLICAÇÃO DA ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA NEUROMUSCULAR

TRANSCUTÂNEA, LASER TERAPÊUTICO E CINESIOTERAPIA EM

UM PACIENTE PORTADOR DE DISFUNÇÃO

TEMPOROMANDIBULAR: Estudo de caso.

Paracatu – MG

2018

CAMILA FERREIRA ROCHA

APLICAÇÃO DA ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA NEUROMUSCULAR

TRANSCUTÂNEA, LASER TERAPÊUTICO E CINESIOTERAPIA EM

UM PACIENTE PORTADOR DE DISFUNÇÃO

TEMPOROMANDIBULAR: Estudo de caso.

Trabalho de conclusão de curso apresentado na Disciplina Trabalho de Conclusão de Curso II como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Fisioterapia pela Faculdade Tecsoma, Paracatu, MG.

Orientador (a): Profª.: M Sc. Cecília Dias Profª.: M Sc. Michelle Faria Lima

Paracatu – MG 2018

CAMILA FERREIRA ROCHA

APLICAÇÃO DA ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA NEUROMUSCULAR

TRANSCUTÂNEA, LASER TERAPÊUTICO E CINESIOTERAPIA EM

UM PACIENTE PORTADOR DE DISFUNÇÃO

TEMPOROMANDIBULAR: Estudo de caso.

Trabalho de conclusão de curso apresentado na

Disciplina Trabalho de Conclusão de Curso II como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Fisioterapia pela Faculdade Tecsoma, Paracatu, MG. Orientador (a): Profª.: M Sc. Cecília Dias Profª.: M Sc. Michelle Faria Lima

Paracatu, _____, de ______________________de 2018.

Banca Examinadora:

_________________________________________________

Prof. ª MSc. Michelle Faria Lima

Orientadora Temática

Faculdade Tecsoma

_________________________________________________

Prof. ª MSc. Cecília M. Dias

Orientadora Metodológica

Faculdade Tecsoma

Paracatu – MG

2018

“Ora, àquele que é poderoso para fazer tudo muito mais

abundante além daquilo que pedimos ou pensamos,

segundo o poder que em nós opera, A esse seja a glória,

por Jesus Cristo, em todas as gerações, para todo o

sempre. Amém!” Efésios 3.20 e 21.

AGRADECIMENTOS

Ao Mestre de todos os mestres, Senhor de toda inspiração, aquele aquém

rege a minha vida em tudo, a Deus todo o mérito, honra, glória e louvor! [...] ‘’Senti

nada posso fazer [...]... Os meus passos são teus, o meu próximo minuto é teu, se

não for assim não me deixe ir dou minha mão para ti, fecho os olhos e confio em ti,

leva- me Senhor’’...

Minha eterna gratidão a toda minha família, minha maior riqueza, a minha

Mãe Nancy, e o meu pai Joaquim que sempre me apoiaram em tudo, me deram todo

o suporte e amor necessário para que eu vencesse e hoje eu estivesse aqui, amo

vocês!

Aos meus irmãos Luan e Allan, a minha cunhada Isadora e meus sobrinhos

Júlia e Riquelme meu amores, vocês em todo tempo cuidaram, oraram por mim, me

deram forças quando estava difícil a caminhada, me abençoou, pelo amor

demonstrado, minha gratidão!

Ao meu namorado Davi, meu amor obrigada por tudo, pelas orações, jejuns,

palavras de fé, por me compreender nos dias mais difíceis, pelo carinho e amor, esta

vitória também é sua, te amo!

Aos meus amigos Leidy Daiany, Hélio Filho, Nael, Gisele, Deliane, Lorena,

Graciele, Beatriz Coelho, Beatriz Meneses, Pr. Luiz e Suelen, pelas intercessões,

pelas caronas ao ponto de ônibus, pelos lanches, pelas vezes que me ofereceram

um ombro pra chorar, pelas lágrimas enxugadas ofertando sempre palavras de

esperança e conforto, Só Jesus pra abençoar vocês, ainda que tivesse todo o

dinheiro do mundo não seria suficiente para recompensa- lós, pois há gestos de

valor inestimável, onde só o amor explica.

Aos todos os colegas e queridos professores que durante 5 anos transferiram

conhecimentos, carinho e amor durante a jornada, nos preparando para uma vida

profissional de sucesso, em especial a banca orientadora pelo ensino e apoio

demonstrado na construção deste trabalho, agradeço as fisioterapeutas Sarah Cury

e Vanessa que com toda disposição não mediu esforços pra me ajudar, o meu

obrigado especial.

Em fim quero louvar e agradecer a Deus pela vida de cada pessoa que me

abençoou nesta caminhada, que Jesus possa recompensa- lós, gratidão!

Dedico este trabalho a Deus, minha família e

em especial meus pais, meus irmãos, e

minhas primas Rayane e Letícia, aos meus

amigos e professores, pois sem vocês não

seria possível conquistar este sonho.

RESUMO

A Articulação temporomandibular é a mais utilizada do corpo, realizando aproximadamente 2.000 movimentos ao dia. Essa grande mobilidade favorece o surgimento de disfunções, o que pode gerar muita dor e afetar as atividades de vida diária dos indivíduos. O objetivo da pesquisa foi avaliar os resultados do uso da Estimulação Elétrica Neuromuscular Transcutânia, Laser terapêutico e Cinesioterapia em um paciente com disfunção temporomandibular. Foi realizado um estudo de caso no período de 30 de abril a 14 de maio de 2018, na Clínica de Fisioterapia na cidade de Paracatu– MG, em uma paciente do sexo feminino, 38 anos, com diagnóstico clínico de disfunção da articulação temporomandibular. Por meio do presente estudo conclui-se que ao comparar as avaliações de pré e pós tratamento com o uso da Estimulação Elétrica Neuromuscular Transcutânia, Laser terapêutico e Cinesioterapia em um paciente com esta disfunção, obteve resultados satisfatórios sendo que passou de grau severo para moderado, promovendo diminuição da dor, redução da inflamação e melhora da funcionalidade articular, garantindo melhor qualidade de vida a paciente. Palavras- Chaves: Articulação temporomandibular, disfunção da articulação temporomandibular, fisioterapia.

ABSTRACT

The temporomandibular joint is the most useful joint of the body, performing approximately 2,000 movements per day. This great mobility favors the emergence of dysfunctions, which generates a lot of pain and affects the dal's of the individuals. The objective of this research was to evaluate the results of the use of Transcutaneous Neuromuscular Electrical Stimulation, Therapeutic Laser and Kinesiotherapy in a patient with temporomandibular dysfunction. A case study was carried out from April 30th to May 14th, 2018, at the Physiotherapy's clinic in the city of Paracatu- MG, Brazil, in a 38-year-old female patient with a clinical diagnosis of temporomandibular joint dysfunction. Through the present study, conclude it that when comparing the pre- and post-treatment evaluations with the use of Transcutaneous Neuromuscular Electrical Stimulation, Therapeutic Laser and Kinesiotherapy in a patient with this dysfunction, it obtained a satisfactory result being that passed from severe degree to moderate, promoting reduction of pain, reduction of inflammation and improvement of articular functionality, guaranteeing a better quality of life to the patient.

Keywords: Temporomandibular joint, temporomandibular joint dysfunction, Physiotherapy's.

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Demonstração dos resultados do questionário de anamnese da DTM.....35

Figura 2: Representação do nível da dor antes e depois do tratamento...................36

Figura 3: Apresentação dos ganhos de Amplitude de Movimento (ADM).................39

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Representação da funcionalidade da ATM antes e após o tratamento....40

LISTA DE SIGLAS

ADM - Amplitude de Movimento

ATM – Articulação Temporomandibular

AVD´s – Atividades de Vida Diária

DCM – Desordem Crâniomandibular

DTM´s - Disfunções Temporomandibulares

TENS - Estimulação Elétrica Transcutânea

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 14

2. OBJETIVO ............................................................................................................. 16

2.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................. 16

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................... 16

3. JUSTIFICATIVA .................................................................................................... 17

4. REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................... 18

4.1 Anatomia da articulação Temporomandibular ..................................................... 18

4.2. Ossos ................................................................................................................. 19

4.3. Cápsula e Ligamentos ........................................................................................ 19

4.4. Músculos ............................................................................................................ 20

4.5. Mecânica do movimento articular ....................................................................... 21

4.6. Disfunções da articulação temporomandibular ................................................... 21

4.7. Classificação das disfunções temporomandibulares .......................................... 22

4.8. Sintomas ............................................................................................................ 22

4.9. Diagnóstico ......................................................................................................... 23

4.10. Etiologia ............................................................................................................ 23

4.11. Tratamento fisioterapêutico nas disfunções temporomandibulares .................. 24

4.12. Modalidades fisioterapêuticas .......................................................................... 25

4.12.1 Laser nas DTM´s ............................................................................................ 25

4.12.2 Estimulação elétrica neuromuscular transcutânia (TENS) nas DTM´s. .......... 26

4.12.3 Cinesioterapia nas DTM´s .............................................................................. 27

4.12.4 Alongamento....................................................................................................28

4.12.5 Alongamento ativo...........................................................................................28

4.12.6 Alongamento passivo .................................................................................... 29

4.12.7 Isometria/ Isotonia........................................................................................29

4.12.8 Cinesioterapia passiva...................................................................................29

4.12.9 Cinesioterapia ativa.........................................................................................30

4.12.10 Exercícios ativos-resistidos...........................................................................30

4.12.11 Exercícios ativos-assistidos...........................................................................30

4.12.12 Propriocepção................................................................................................31

5. METODOLOGIA.....................................................................................................32

5.1. Paciente estudado...............................................................................................32

5.2. Materiais e Métodos .......................................................................................... 32

6. Resultados e Discusão .......................................................................................... 35

7. Conclusão ............................................................................................................. 42

Referências ............................................................................................................... 43

Anexos ...................................................................................................................... 46

Apêndice ................................................................................................................... 56

14

1. INTRODUÇÃO

Esta pesquisa se dedica ao estudo da articulação temporomandibular devido

a sua importância.

A articulação temporomandibular (ATM) é considerada a mais complexa do corpo humano, sendo a única articulação móvel do crânio, e sua complexidade está relacionada à possibilidade de realizar movimentos rotacionais e translacionais devido à articulação dupla do côndilo (ARENHART; LAZAROTTO; THOMÉ, 2013, p. 110).

De acordo com Freitas e colaboradores (2011), a ATM é a articulação mais

utilizada do corpo, realizando aproximadamente 2.000 movimentos ao dia, e por

estar em constante movimento, apresenta maior probabilidade de sofrer disfunções.

Essa articulação apresenta uma interação impressionante entre ossos, discos, ligamentos, e músculos, sendo inervada pelo sistema neurológico perfeitamente organizado para executar funções vitais indispensáveis, como a mastigação, a deglutição, a fala e a expressões das emoções. Ela influencia a coluna cervical e é influenciada pela mesma (MALONE; MCPOIL; NITZ, 2002, p. 556).

Segundo Freitas e colaboradores (2011), qualquer alteração em um dos

constituintes articulares e musculares da ATM predispõe ao aparecimento das

Disfunções temporomandibulares (DTM’s), sendo conhecido também por

Desordemcraniomandibular (DCM) esse termo é utilizado para definir condições

adversas que acometem a região craniocervical, articulação e os músculos

responsáveis pela mastigação.

Os sinais e sintomas que comumente caracterizam a DTM são dores faciais,

na ATM, nos ouvidos, nos músculos mastigatórios, de um ou ambos os lados,

limitação dos movimentos mandibulares, ruídos articulares, dores de cabeça e dores

na região cervical, desvios e dificuldade de mastigação (FREITAS et al., 2011).

A etiologia das DTM´s é multifatorial, correlacionando-se com alterações oclusais, hábitos parafuncionais (como bruxismo e “apertamento” dentário), estresse, ansiedade, má postura, microtraumas repetitivos, anormalidades no disco intra-articular, hiperatividade muscular. E ainda por hipermobilidade articular, que pode se associar com patologias musculares e articulares da articulação temporomandibular (ARENHART; LAZAROTTO; THOMÉ, 2013, p. 110).

15

Alves e colaboradores (2010), dizem que cerca de 70% dos estudos

populacionais incluem pacientes que apresentam um ou mais sinais de DTM´s, onde

é predominante em mulheres de faixa etária entre 20 e 40 anos de idade. Devido a

fatores como, formação física mais frágil da articulação no sexo feminino ocorre

maior prevalência das DTM`s nas mesmas.

As DTM´s devem ser tratadas especificamente por equipe multidisciplinar

(medicina, fonoaudiologia, odontologia, fisioterapeuta, nutrição e psicologia), seja

para tratamento ou prevenção (PORTINHO et al., 2012).

A fisioterapia é uma opção de tratamento não invasiva e de baixo custo

se comparada a outros tratamentos, sendo utilizada para melhora da sintomatologia

da DTM, faz uso de recursos como, estimulação elétrica transcutânea (TENS), o

ultrassom terapêutico, o biofeedback, a massagem, iontoforese, laser de baixa

intensidade, a acupuntura, além de diatermia por ondas curtas, a mobilização

articular, alongamentos musculares e exercícios cinesioterápicos (ALVES, et al.,

2010).

De acordo com Alves e colaboradores (2010), o fisioterapeuta tem uma ampla

gama de recursos a serem aplicados no tratamento da ATM para alívio da dor,

redução da inflamação e do espasmo muscular, melhora da ação muscular e da

mobilidade articular, e restauração do equilíbrio músculo esquelético.

16

2. OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Avaliar os resultados do uso da Estimulação Elétrica Neuromuscular

Transcutânia, Laser terapêutico e Cinesioterapia em um paciente com disfunções

temporomandibulares.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Classificar as DTM´s do paciente segundo a anamnese de Fonseca,

referente à gravidade da disfunção;

Verificar se ocorreu melhora clínica do grau de dor após o tratamento com

uso da laserterapia e TENS;

Avaliar a ADM pré e pós tratamento;

Avaliar a funcionalidade da ATM antes e pós o uso da cinesioterapia como

recurso terapêutico nas DTM´s.

17

3. JUSTIFICATIVA

A DTM é uma patologia que afeta um grande número de pessoas e provoca

alterações no cotidiano. Esta disfunção pode gerar dores intensas, insônia, irritação

e cefaleia, bem como dificuldades funcionais e na alimentação.

A intervenção fisioterapêutica estimula a diminuição e melhora dos sintomas

causados pela DTM apresentando melhor funcionalidade da articulação, prevenção

de complicações e promoção de saúde, reduzindo os fatores agravantes como piora

na qualidade de vida, na alimentação, no sono e no trabalho.

As evidências científicas demonstram que o tratamento fisioterapêutico é uma

terapia reabilitativa de baixo custo, menos traumática e menos dolorosa, sendo

possível sentir alívio das dores nas primeiras sessões realizadas. O tempo de

tratamento normalmente é curto e os benefícios se mantêm por longos períodos,

onde o paciente após a terapia retornará apenas para manutenção, caso julgar

necessário. Assim a intervenção fisioterapêutica promoverá resultados satisfatórios.

18

4. REFERENCIAL TEÓRICO

4.1 Anatomia da articulação Temporomandibular

Barbosa e Barbosa (2009), descrevem a articulação temporomandibular,

chamada de ATM, é considerada uma das mais utilizadas no corpo sendo a única

articulação móvel do crânio. A ATM é parte constituinte do sistema estomatognático,

realizando atividades importantes como mastigação, deglutição e fala, atuando

também no paladar e na respiração. Localiza-se a frente da orelha e na extremidade

póstero-superior da mandíbula. “É considerada a mais complexa do corpo humano,

por duas razões: é a única que permite movimentos rotacionais, e translacionais,

devido a articulação dupla do côndilo” (DONNARUMMA et al., 2009, p. 788).

Para Kisner e Colby (2016), a ATM, é a união de uma articulação sinovial que

possui formato em dobradiça, onde permite um pouco de movimentos de

deslizamento e uma articulação plana (gínglimo- artroidal), onde o processo condilar

da mandíbula articula- se ao disco articular e com a fossa mandibular do osso

temporal.

Segundo Barbosa e Barbosa (2009), essa articulação é formada pelo côndilo

mandibular, e pelo osso temporal, um disco, uma cápsula, quatro ligamentos, quatro

músculos principais, sendo inervada pelo sistema neurológico perfeitamente

organizado para executar funções vitais indispensáveis. A ATM realizam os cinco

movimentos aos quais são: elevação da mandíbula, abaixamento, protusão,

retrusão, e laterotrusão. “A ATM possui uma característica impar; é o sistema

articular com um ponto terminal rígido de fechamento que são os dentes”

(BARBOSA; BARBOSA, 2009, p. 25).

Este sistema é formado pelos proprioceptores do periodonto, ATM, músculos, ligamentos, mucosa, região perioral, cerebelo, córtex, mesencéfalo, nervos V, VII, IX, Xl e os músculos da mastigação, deglutição, respiração, fonação e postura. É retroalimentado pela informação reflexa sobre o grau de pressão, tipo de contatos oclusais, número de dentes em contato, dimensão vertical, através determinações nervosas que partem dos proprioceptores periodontais e articulares (MORIMITSU, 2000, apud PEREIRA, 2013, p. 15).

19

4.2. Ossos

Segundo Barbosa e Barbosa (2009), os ossos que compõem a ATM são a

mandíbula, parte móvel da articulação e o temporal fixado no crânio, sendo a porção

estacionária do sistema mastigatório, onde na parte inferior forma-se o palato e

assoalho da cavidade nasal.

Tenreiro e Santos (2011), descrevem a mandíbula como sendo o único osso

móvel do crânio a mandíbula possui formato de U, ela abriga 16 dentes da arcada

inferior do indivíduo adulto, ela é dividida em corpo e ramo da mandíbula,

apresentando pontos de origem e inserção de tecidos moles essenciais para o

funcionamento da biomecânica temporomandibular, como o ângulo da mandíbula,

processo condilar, que é a cabeça da mandíbula e o processo coronóide. A ATM é

de fácil palpação, está logo adiante do ouvido, bem identificável durante movimentos

de abertura e fechamento da boca.

Tenreiro e Santos (2011), diz que o osso temporal é dividido em três partes:

escamosa, timpânica e petrosa. Na margem inferior da parte escamosa, está o

processo zigomático, ao longo da margem inferior origina mandíbula ou fossa

glenóide, anterior a ela está a protuberância óssea, chamada de tubérculo ou

eminência articular, junto a fossa mandibular, eminência articular e côndilo, irão

formar as superfícies articulares da ATM.

4.3. Cápsula e Ligamentos

Os ligamentos e a capsula são os responsáveis pela estabilidade da

articulação. Principais Ligamentos:

Temporomandibular: segundo Barbosa e Barbosa (2009), é o único e

verdadeiro ligamento da ATM, cobre quase toda a superfície lateral da

cápsula articular, sendo continuo a ela. Inserindo em uma longa linha no

processo zigomático do temporal. Ele age como ligamento suspensório da

mandíbula, mas serve também para evitar movimentos retrusivos da

mandíbula.

Colaterais: São intracapsulares, sendo um medial, e outro lateral. Tem

origem nos disco, e inserem no processo condilar, tem como função

20

estabilizar o disco sobre o processo condilar durante movimentos de rotação

e translação do côndilo (TONREIRO; SANTOS 2011).

Ligamentos acessórios;

Tonreiro e Santos (2011), apontam que os ligamentos acessórios tem a

função de aumentar a estabilidade e eficiência da Articulação Temporomandibular.

São eles;

Ligamento estilomandibular: Segundo Barbosa e Barbosa (2009), tem

origem no processo estiloide, e inserção ao ângulo da mandíbula. Sua

principal utilidade é a limitação da protrusão excessiva.

Ligamento esfenomandibular: Barbosa e Barbosa (2009), descrevem que o

ligamento origina-se na espinha do esfenoide, inserindo na língula da

mandíbula. Limita os movimentos laterais.

Cápsula articular: Malone; Mcpoil; Nitz (2002), dizem que a cápsula envolve

a ATM, lubrifica superfícies articulares, impede forças de deslocamento.

Disco articular: Tenreiro e Santos (2011), explica que o disco é formado por

tecido conjuntivo fibroso espesso. É uma estrutura bicôncava oval, por causa

disso o disco tem um formato semelhante a uma “gravata- borboleta”, este

formato permite que o contato da articulação seja perfeito.

4.4. Músculos

Os músculos são responsáveis por atividades funcionais de grande

intensidade, tais como mastigar, movimentos finos e detalhados que são

necessários pra falar e deglutir. Os músculos da mastigação são responsáveis por

atividades que não fazem parte das funções normais da mandíbula, como cerrar,

ranger de dentes, mascar goma, etc. Essas atividades parafuncionais são

frequentemente executadas de maneira habitual ou involuntária (MALONE; MCPOIL;

NITZ, 2002).

Para Tenreiro e Santos (2011), os quatro principais músculos da mastigação

são os músculos Masseter, temporal, pterigóide lateral, pterigóide medial. Fazendo

parte ainda do sistema mastigatório os músculos auxiliares do sistema mastigatório,

supra- ióideos e infra –ióideos.

21

4.5. Mecânica do movimento articular

Os autores Malone; Mcpoil; Nitz (2002), dizem que existem duas posições

principais da mandíbula, a posição de repouso, onde encontra estável a mandíbula,

apresentando equilíbrio entre o tônus muscular dos elevadores da mandíbula e as

forcas da gravidade. A outra posição é a oclusão cêntrica ou intercúspide ocorre no

momento em que há o contato total entre dentes opostos.

Segundo Arenhart; Lazarotto; Thomé (2013), a ATM é considerada a única

articulação móvel do crânio, sendo classificada como complexa, relacionada ao fato

da ATM ser capaz de realizar movimentos rotacionais e translacionais como

abertura, fechamento, lateralidade, protrusão e retrusão devido à articulação dupla

do côndilo.

Conforme Barbosa e Barbosa (2009), são esses movimentos articulares que

permitem as pessoas realizarem atividades cotidianas essenciais no dia a dia como

falar, mastigar, deglutir, expressar emoções e respirar.

4.6. Disfunções da articulação temporomandibular

Segundo Santos e Tenreiro (2011), “A DTM tem várias denominações como

síndrome de Costen, disfunção crânio mandíbula, disfunção cerviocraniomandibular,

entre outras”. Sendo definida como um conjunto de alterações articulares e

musculares das regiões orofaciais de etiologia multifatorial e sintomatológica

diversificada.

Por pertencer ao sistema estomatognático a ATM torna susceptível a

qualquer modificação que ocorra na respiração, na deglutição, no paladar, na fala ou

na mastigação. O que leva a necessidade da intervenção de uma equipe

multidisciplinar muita das vezes. Destacando a fisioterapia, sendo essencial para

reeducação dos hábitos, por meio da avaliação, prevenção e tratamento dos

sintomas (SANTOS; TENREIRO, 2011).

A DTM normalmente é caracterizada por sinais e sintomas como dores de

cabeça, na nuca, pescoço, dores de ouvido, dores musculares e articulares,

limitação e desvio na trajetória mandibular, ruídos articulares durante a abertura e

22

fechamento bucal, afetando os músculos mastigatórios, a ATM e estruturas

associadas (SANTOS et al., 2006).

Segundo Donnarumma e colaboradores (2009), as mulheres são mais

atingidas na DTM que os homens sendo representadas pela proporção de 4:1,

sendo a dor o sintoma mais comum.

4.7. Classificação das disfunções temporomandibulares

Classificar as DTM´s é algo indispensável para realizar o diagnóstico correto,

e aplicar o tratamento adequado ao paciente. Sendo as três principais disfunções da

ATM; Disfunções ósseas do crânio e da mandíbula; Disfunções articulares;

Disfunções musculares, além de uma série de possíveis afeções da coluna cervical,

e de doenças sistêmicas que podem contribuir para a dor temporomandibular

(MALONE; MCPOIL; NITZ, 2002).

4.8. Sintomas

Os sintomas da Disfunção Temporomandibular, de acordo com Pereira e

colaboradores (2005), são:

Os principais sintomas da DTM são: dores na ATM, cefaleia, estalos, otalgia, dor articular, dor facial, limitação funcional, dor cervical, cansaço, limitação de abertura de boca, dor durante a mastigação, zumbido, dor na mandíbula, dentre outros (PEREIRA et al., 2005, p. 222).

Pereira e colaboradores (2005), consideram a dor como o sintoma mais

comum relatado pelos portadores da DTM, podendo aumentar a dificuldade na

mastigação de alimentos, pois a articulação está inflamada e os movimentos de

fricção e pressionamento irritam a superfície. Outro sintoma frequente são os estalos

na ATM, ocorre devido ao posicionamento errado da cartilagem, esta se deslocando

para cima do côndilo abruptamente, quando o paciente abre a boca. O estalo pode

ou não ser acompanhado de dor.

23

4.9. Diagnóstico

O diagnóstico dependerá da avaliação de um profissional observador e

criterioso ao analisar as queixas relatadas durante a anamnese. Os sinais e

sintomas são vistos durante o exame clínico. Na maioria das vezes o diagnóstico é

demorado por que o paciente sem saber a quem recorrer, consulta com vários

especialistas, e por último com o fisioterapeuta, sendo um dos profissionais mais

capacitados para o tratamento dos sintomas da DTM (SANTOS; TENREIRO, 2011).

Barbosa e Barbosa (2009), diz que para chegar a um bom diagnóstico é

necessário seguir alguns passos, entre eles deve realizar uma anamnese a qual tem

o objetivo de colher o máximo de informações e dados clínicos de valor diagnóstico,

sendo obrigatório o uso de um questionário relacionado ao distúrbio apresentado. É

necessário fazer o exame físico do paciente a fim de avaliar a funcionalidade da

articulação temporomandibular, observando se há ruídos articulares, palpando a

ATM e os músculos da região. Avaliar por meio da EVA o grau de dor do paciente,

fazer os testes especiais, solicitar exames complementares como radiografia,

tomografia, e ressonância magnética.

4.10. Etiologia

Segundo Santos e colaboradores (2006), a DTM não apresenta etiologia

definida, porém acredita-se que a causa esteja relacionada a fatores funcionais,

estruturais e psicológicos associados, apresentando multifatoriedade à origem da

disfunção da ATM.

Para Donnarumma e colaboradores (2009):

DTM tem etiologia multifatorial e estão relacionadas com fatores estruturais, neuromusculares, oclusais (perdas dentárias, desgaste dental, próteses mal adaptadas, cáries, restaurações inadequadas entre outras), psicológicos (devido a tensão há um aumento da atividade muscular que gera espasmo e fadiga), hábitos parafuncionais (bruxismo, onicofagia, apoio de mão na mandíbula, sucção digital ou de chupeta) e lesões traumáticas ou degenerativas da ATM (DONNARUMMA, 2009, p. 1,2).

24

Estes fatores estão presentes com determinada frequência em pacientes com

sinais de disfunção. Entretanto, não se pode afirmar até que ponto estes fatores são

considerados predisponentes ou, apenas, coincidentes (SANTOS et al., 2006).

4.11. Tratamento fisioterapêutico nas disfunções temporomandibulares

Para Barbosa e Barbosa (2009), o tratamento fisioterapêutico nas DTM’s

acontece da seguinte maneira;

A prescrição do tratamento reabilitativo depende da avaliação da condição clínica e funcional do indivíduo. A partir daí são definidos objetivos fisioterapêuticos mais específicos possíveis. Entre eles seriam: Abolir sinais flogísticos; Restringir maior desgaste de estruturas ósseas; Reestabelecer qualidades físicos- funcionais dos grupos musculares envolvidos no complexo cervico- crânio- mandibular, bem como o equilíbrio de forças; Proporcionar independência funcional e/ ou de vida diária (BARBOSA; BARBOSA, 2009, p. 131).

Ao avaliar a funcionalidade articular que o paciente apresenta, o

fisioterapeuta elaborará um protocolo de tratamento com o objetivo de corrigir as

alterações físico-funcionais do sistema neuromuscular do paciente. A quantidade de

sessões e repetições, o intervalo, entre os exercícios, a frequência das sessões e a

duração completa do tratamento fisioterapêutico é relativo variando ao quadro clínico

de cada paciente e dos objetivos propostos (BARBOSA; BARBOSA, 2009).

Segundo Fuzaro (2007), a fisioterapia tem como principal objetivo de

tratamento evitar o processo cirúrgico, diminuir a dor muscular, reduzir a inflamação,

melhorar a função articular, melhorar a amplitude de movimento, reposicionar a

mandíbula ao crânio e, reeducar o paciente em relação ao posicionamento correto

da mandíbula, reduzir a carga na articulação temporomandibular e fortalecer o

sistema músculo esquelético, melhorando assim a qualidade de vida do paciente

mediante o tratamento não invasivo.

Spillere e Rosas (2010), afirmam que a fisioterapia proporciona além do alívio

dos sintomas, restauração da funcionalidade do aparelho mastigatório e da postura,

utilizando vários recursos no tratamento da disfunção da ATM, dentre elas a

massoterapia, a cinesioterapia, termoterapia e eletroterapia.

Garcia e Oliveira (2011), dizem que cada dia é mais comum ouvir falar do

tratamento conservador, não invasivo, para disfunção da ATM. Entre a população,

25

está sendo mais procurado, e mais bem aceito, pois o tratamento conservador

envolve a combinação de procedimentos como orientações, terapias com placas

oclusais, farmacoterapia e fisioterapia. Terapias com laser, ultrassom terapêutico,

estimulação nervosa transcutânea (TENS), terapia manual e iontoforese têm sido

realizadas e mostrado grande valor no tratamento da disfunção articular.

4.12. Modalidades fisioterapêuticas

4.12.1 Laser nas DTM´s

Laser é a abreviação da expressão inglesa light amplification by stimulated

emission of radiation, que significa amplificação de luz por emissão estimulada da

radiação (BARBOSA; BARBOSA, 2009, p.135).

Garcia e Oliveira (2011), descrevem o laser como uma opção terapêutica

muito utilizada pela fisioterapia, por apresentar ótimas respostas nos quadros

dolorosos da ATM, sendo caracteriza por apresentar uma emissão de luz coerente,

monocromática, unidirecional e com grande concentração de fótons, minimizando a

algia e promovendo melhora da função mastigatória e nos processos inflamatórios

intra-articulares.

A laserterapia é uma modalidade de tratamento não invasiva e de baixo

custo, que vem sendo muito utilizada na prática clinica fisioterápica para alívio de

dor e regeneração tecidual. A laserterapia de baixa potência é uma radiação situada

na porção visível do espectro das ondas eletromagnéticas, entre o infravermelho e o

ultravioleta, e o comprimento de onda depende do tipo de substância estimulada, ao

longo do tempo vem demonstrado uma capacidade de auxiliar no tratamento

sintomático da dor promovendo um grau de conforto considerável ao paciente,

momentos após sua aplicação (ASSIS; SOARES; VICTOR, 2012).

Segundo Fuzaro (2017), a aplicação é feita no músculo temporal, no côndilo,

na região retro auricular, no ângulo da mandíbula e na região do pescoço. São

diversos os efeitos terapêuticos do laser nas DTMs e dentre eles destacam se os

efeitos analgésicos, anti-inflamatório, ante edematoso e cicatrizante. Sendo muito

utilizado no tratamento da ATM, pode ser usado tanto nos processos agudos como

crônicos e também em edemas.

26

A Laserterapia ativa os componentes da cadeia respiratória mitocondrial, resultando na iniciação de uma cascata de eventos celulares. Uma vez absorvida pelos tecidos, a radiação laser leva à liberação de substâncias, como histamina, serotonina, bradicinina e prostaglandinas, relacionadas com a dor, bem como pode modificar as atividades celulares e enzimáticas, inibindo-as ou estimulando-as. Além disso, como um efeito secundário ou indiretamente, aumenta o fluxo de sanguíneo e drenagem linfática (XIMENES, 2013, p. 2).

Barbosa e Barbosa (2009), diz que os equipamentos de lazer utilizados no

tratamento fisioterapêutico são o de hélio-neônio (He-Ne) e o de arseneto de gálio

(As-Ga), onde cada um possui características próprias. Os efeitos primários da

radiação laser de baixa potência são divididos em efeitos bioquímicos, bioelétricos, e

bioenergético que dão origem a outros efeitos fisiológicos classificados como locais

regionais ou gerais.

4.12.2 Estimulação elétrica neuromuscular transcutânia (TENS) nas DTM´s.

Segundo Barbosa e Barbosa (2009), a TENS é uma técnica de estimulação

que inibe os impulsos dolorosos do corpo, sendo um método não invasivo, e não

tóxico. A estimulação é feita por meio de eletrodos colocados sobre a pele, de fibras

táteis de nervos periféricos, ou do funículo posterior da medula, é um método muito

indicado, por apresentar resultados confiáveis aos pacientes, aplicado em qualquer

síndrome dolorosa aguda ou crônica de causa diagnosticada, inclusive no pós-

operatório imediato e na estimulação muscular.

Para Barbosa e Barbosa (2009), as principais contra indicações são em

pacientes portadores de marca-passo cardíaco, ou qualquer implante eletrônico, por

causa dos riscos de interferências graves. Quando os eletrodos são colocados ao

redor do pescoço, olhos ou boca, a intensidade deve ser reduzida, pois se

aumentada pode causar o fechamento das vias aéreas. A TENS possui unidades

moduláveis, capazes de produzir diferentes formas de onda de corrente que

provocam respostas distintas no manejo do controle da dor. Devido às

características específicas do aparelho mastigatório, o uso da TENS em dor e

disfunção mandibular também deve ser realizado visando essas particularidades.

De acordo com a American Academy of Pain Craniofacial "a fisioterapia ajuda a aliviar a dor músculo- esquelética e a restaurar a função normal por meio da alteração da entrada sensorial e redução da inflamação, diminuindo, coordenando e fortalecendo a atividade muscular, e

27

promovendo o reparo e regeneração dos tecidos” (MOURÃO; MESQUITA, 2006 apud SILVA, 2013, p. 6).

Para Kitchen e Bazin (2003), as fibras A-delta, são responsáveis por gerar

estímulos e enviada a espinha dorsal, ocorrendo a mielinização, enviando impulsos

dolorosos rapidamente. Por não serem mielinizadas as fibras C enviam de formas

mais lenta os impulsos.

Segundo Grossmann e colaboradores (2012), energia que vem dos fios

elétricos até o aparelho, chega aos eletrodos que estará sob a pele do paciente.

Geralmente os eletrodos são de cor preta, de borracha de silicone, onde é usado o

gel como intermediário entre a pele e o eletrodo, prevenindo queimaduras durante a

estimulação elétrica.

Conforme Kitchen e Bazin (2003), o posicionamento correto dos eletrodos,

deve ser no local do tratamento na região onde encontra a dor, direcionada com

posição anatômica, a pele tem que estar limpa, os eletrodos tem que estar bem

colocados e fixados a pele na região da dor para melhor resultado da aplicação.

Para Kitchen e Bazin (2003), a TENS age envolvendo mecanismos periféricos

e centrais gerando estímulos, onde apresenta efeitos Neurofisiológicos, atingindo a

via trato espino talâmico, e os núcleos periaquedurais sob o domínio cortical e o

sistema límbico que ocorre a liberação endomorfinas, melhorando a dor do paciente.

Para Grossmann e colaboradores (2012), o uso da TENS nas DTM´s visa

principalmente o controle da dor crônica, o relaxamento dos músculos mastigatórios.

Em repouso, portadores de DTM apresentam maior atividade mioelétrica dos

músculos levantadores da mandíbula, sendo mais evidente na porção anterior do

músculo temporal. Quando faz o uso da TENS, essa promove o alívio da dor com

redução simultânea na atividade mioelétrica na porção anterior desse músculo em

repouso. Os efeitos da TENS, no entanto, baseiam-se em diferentes bases teóricas:

a estimulação direta dos nervos motores faz com que os músculos mastigatórios

executem contrações rítmicas.

4.12.3 Cinesioterapia nas DTM´s

Conforme Barbosa e Barbosa (2009), a cinesioterapia é para o fisioterapeuta

peça fundamental para restaurar a função mioarticular dos pacientes com DTM

durante o tratamento. Onde lança mão de diversos exercícios com fins terapêuticos,

28

com intuito de melhorar seu desempenho respeitando as propriedades fisiológicas e

biomecânicas do tecido-alvo, tendo efeitos acumulativos com a manutenção do

processo terapêutico e retornam quando o tratamento não for contínuo.

Cinesioterapia é de grande valia no tratamento de disfunções da Articulação

Temporomandibular, pois desenvolve e mantém o conforto articular e muscular,

diminuindo os estalos articulares, podendo aumentar a resistência do músculo e

estabilizar a ATM (KISNER; COBBY, 2005).

Para Castro (2010), o tratamento cinesioterapêutico utiliza técnicas de

analgesia, incluindo manobras de relaxamento, e reeducação postural que

promovem melhora significativa dos sintomas, principalmente os dolorosos como o

objetivo de alongar, fortalecer, promover a propriocepção e a coordenação da ATM e

reeducar funcionalmente os componentes músculos esqueléticos do sistema

estomatognático.

Segundo Castro (2010), os exercícios devem ser realizados com calma, caso

haja limitação devem ser feitos sem gerar dor ao paciente, se necessário feitos

pausadamente. Os exercícios podem ser passivos, ativos, ativos resistidos e ativos

assistidos, seus efeitos são: aumento da amplitude de movimento articular

melhorando a mobilidade e nutrição da cápsula; promover estabilidade articular;

relaxamento muscular; recupera as propriedades dos músculos como força, trofismo

e resistência à fadiga; alivia a dor, melhora a conscientização corporal e perceptiva.

4.12.4 Alongamento

Conforme Tenreiro e Santos (2011), as DTM´s geram encurtamento dos

músculos cervicais anteriores, sendo muito comum em paciente com má postura,

aumentando a tensão dos músculos elevadores mandibulares e dificultando o

processo de deglutição, por isso torna -se essencial realizar os alongamentos para a

manutenção do sistema estomatognático.

4.12.5 Alongamento ativo

Para Susan (2016), o alongamento pode ser realizado ativa ou passivamente,

sendo aplico o alongamento sobre a ATM de 10 a 30 segundos para que haja os

efeitos desejados. Há três alongamentos principais usados na DTM: contração

29

relaxamento, inibição recíproca e uso de abaixadores de língua, sendo que o

alongamento ativo é produzido pela contração dos músculos antagonistas, é um

exercício feito de forma independente pelo paciente, sobre orientação e supervisão

do fisioterapeuta.

4.12.6 Alongamento passivo

Segundo Susan (2016), o alongamento passivo é realizado pelo

fisioterapeuta, que aplicada força externa e controla direção, velocidade,

intensidade, e duração de alongamentos dos tecidos moles comprometidos, sendo

que o alongamento ocorre além de seu comprimento em repouso, e em direção

oposta a ação anatômica.

4.12.7 Isometria/ Isotonia

Conforme Barbosa e Barbosa (2009), a contração isométrica é a ativação das

miofibrilas, sem contração articular, onde não há o encurtamento das fibras

musculares, na contração isotônica ocorre a ativação das miofibrilas por

movimentação articular. Essa contração existe nos movimentos mandibulares,

sendo adequado para facilitar a vascularização e a eliminação de resíduos

metabólicos, após períodos de repouso, contração e estiramento muscular.

4.12.8 Cinesioterapia passiva

Segundo Barbosa e Barbosa (2009), a cinesioterapia passiva é realizada pelo

fisioterapeuta, este aplica uma força externa, realizando o movimento de forma livre

respeitando a ADM da ATM do paciente.

30

4.12.9 Cinesioterapia ativa

Para Anequini e Cremonez (2009), são indicados quando o paciente não

apresenta dor mais. As repetições, ajudam a estabelecer a função muscular rítmica

e coordenada. Por meio do comando verbal do fisioterapeuta o paciente realizar o

exercício solicitado sempre contraindo e relaxando voluntariamente os músculos.

Exemplos: Exercício para Espasmo Muscular e de Amplitude de Movimento, o

paciente lentamente realizar movimentos de abertura e fechamento da boca,

podendo associar o movimento de lateralidade. Pacientes que apresentam

abaixamento da mandíbula com desvio ou em S, são indicados movimentos de

abertura e fechamento em S como tratamento. Deve-se realizar a abertura

mandibular, buscando o posicionamento com a língua em direção aos molares

superiores do lado oposto.

4.12.10 Exercícios ativos-resistidos

Segundo Barbosa e Barbosa (2009), nos exercícios ativo- resistidos para

DTM a resistência é realizada pelo fisioterapeuta, sendo muito utilizados esses

exercícios nos início para o fortalecimento muscular. Para ser efetivo o exercício é

necessário que o paciente sustente contra a resistência por pelo menos 6 segundos,

sendo que tempo inferior a 6 segundos não recruta unidades motoras suficientes

como desejado.

4.12.11 Exercícios ativos-assistidos

Quando o fisioterapeuta auxilia o paciente durante a execução do exercício,

por exemplo, para ganhar amplitude articular pede para o paciente abrir a boca o

mais amplamente possível e o fisioterapeuta auxilia com os dedos separando

suavemente os incisivos superiores dos inferiores e mantém em torno de 30

segundos, denominamos essa ajuda como Exercícios Ativos Assistidos (ANEQUINI;

CREMONEZ, 2009).

31

4.12.12 Propriocepção

Para Barbosa e Barbosa (2009), a propriocepção é dividida em consciente e

inconsciente. Onde a propriocepção consciente esta relacionada a consciência que

temos dos movimentos de nossa articulação, como percebe as partes corporais sem

a utilização das visão, se relacionadas ao movimento temos a cinestesia. A

propriocepção inconsciente refere-se a mecanismos do sistema nervoso envolvidos

com o tônus muscular, sendo percebida por receptores gerais do tipo

exteroceptores, proprioceptores e receptores articulares.

Segundo Barbosa e Barbosa (2009), as DTM´s geram perca da precisão

proprioceptiva, causando incoordenação dos movimentos da ATM. O início dos

exercícios deve ser assim que haja grau de força mínima para realizar os

movimentos, sem dor, e com melhora da sintomatologia.

32

5. METODOLOGIA

5.1. Paciente estudado

Foi realizado o atendimento de uma paciente do sexo feminino com

diagnóstico de DTM, ao todo foram 10 sessões, com duração de 60 minutos em

cada atendimento, sendo estas feitas consecutivamente. Realizou- se duas

avaliações, sendo uma na primeira sessão e a outra no último atendimento para

analisar a evolução da paciente durante o período de 30 de abril á 14 de maio 2018.

Foram utilizados como critérios de inclusão para escolha da paciente:

apresentar sinais, sintomas e diagnóstico de DTM, faixa etária de 20 a 40 anos, ser

do sexo feminino, encaminhada para o tratamento por um dentista ou médico. Os

critérios de exclusão foram: pacientes masculinos, bem como indivíduos sem

diagnóstico de DTM, que não estavam de acordo com a faixa etária estabelecida. O

presente estudo foi realizado numa clínica privada da cidade de Paracatu- MG.

5.2. Materiais e Métodos

Trata- se de uma pesquisa quantitativa, sendo um estudo de caso realizado

com uma paciente do sexo feminino de 38 anos, diagnosticada com DTM. Segundo

Terence e Filho (2006), a pesquisa quantitativa geralmente é baseada na medida

numérica, onde mensura quantidade, frequência e intensidade em ênfase

analisando e comparando os resultados e as relações causais entre as variáveis.

Para a realização do presente estudo foi elaborado um termo de

consentimento livre e esclarecido (ANEXO E), segundo o Conselho Nacional de

Saúde. Termo este, lido e explicado a paciente a fim de esclarecer qualquer dúvida

sobre o presente termo e protocolo utilizado durante o tratamento.

A avaliação do paciente foi realizada por meio da ficha ortopédica para ATM.

Esta era composta por identificação do paciente, queixas principais, história da

moléstia atual (HMA), história da moléstia pregressa (HMP), história médica,

inspeção, achados radiográficos (ANEXO A), questionário anamnésico de Fonseca

(ANEXO B), escala visual analógica da dor (EVA), (ANEXO C), tratamento

33

fisioterapêutico: objetivos de curto prazo, objetivos de longo prazo e conduta

fisioterapêutica (ANEXO D).

O questionário anamnésico de Fonseca era composto por 12 questões

subjetivas sobre sinais e sintomas, a paciente poderia responder cada pergunta

com; Não referente à pontuação 0, as vezes referindo- se à 5 pontos ou sim à 10

pontos, ao fim de cada avaliação somou- se a pontuação das respostas. No

questionário de Fonseca a soma das respostas entre 0-15 pontos é classificada-

Sem disfunção; entre 20- 40 pontos é classificada - Disfunção leve;

entre 45- 65 pontos é classificada- Disfunção moderada: e entre 70-100 pontos-

Disfunção severa. Com estes valores de referência classificou- se a DTM da

paciente.

Ao início do tratamento foi explicada a EVA para a paciente a fim de

quantificar o grau de dor que a mesma sentia ao início de cada sessão, registrando

no decorrer do tratamento as mudanças nos níveis de dor na ATM. A escala

visual analógica da dor representa por meio de imagens visuais 10 expressões

faciais de dor, sendo que grau 0 o indivíduo não apresenta dor; grau 1-3 dor leve;

grau 4-6 dor moderada; grau 7-10 dor intensa.

Na avaliação funcional foi utilizado estetoscópio premium para auscultar

ruídos, crepitações, estalidos, possíveis quadros de sub-luxação e luxação na ATM.

Durante o exame físico utilizou- se o paquímetro para mensurar a ADM da

abertura bucal da paciente, este instrumento de aferição registra em milímetros (mm)

a abertura da ATM, sendo que não há um valor fixo de referência para ADM da

abertura bucal, este valor irá depender da formação física da articulação

temporomandibular, bem como tamanho dos ossos, ligamentos e músculos que

compõem a ATM podendo variar a abertura bucal máxima de 40 á 50 mm, e a

abertura bucal mínima será relativa ao grau de disfunção temporomandibular.

O protocolo de atendimento foi embasado em diversas literaturas, como

livros, artigos científicos e revistas, realizando em todos os atendimentos a aplicação

do laser por 6 segundos em cada quadrante da ATM (Trailer ponts- pontos

específicos de dor), totalizando 36 segundos, após foi utilizado à eletroterapia com

aplicação da TENS por 20 minutos nos músculos temporal e masseter para

analgesia na região da ATM esquerda e cinesioterapia ativa- assistida para fins

terapêuticos.

34

Na cinesioterapia utilizou- se luvas de látex para realizar liberação muscular

de forma manual a fim de reduzir a tensão da musculatura. Para fortalecimento

muscular e melhora da funcionalidade fez- se exercícios de laterização da

mandíbula de forma ativa, exercícios ativos- assistidos; latero- lateral com uso de

abaixador de língua, fez- se exercícios de encher a boca de ar estufando as

bochechas por 3 vezes de 10 repetições, gerando uma pressão sobre a parede

muscular promovendo a resistência muscular e articular, exercício ântero posterior

com resistência manual, após os exercícios ao final de cada atendimento realizou-

se a massagem facial para diminuir a tensão dos músculos faciais.

Todas as sessões foram descritas para demonstrar a realização dos

procedimentos durante o tratamento, registrando a evolução de cada dia.

Ao final do tratamento a paciente foi reavaliada a fim de analisar se houve

melhora dos sinais e sintomas antes apresentados, os dados foram colhidos e

comparados com diversas literaturas a fim de observar se houve ganhos ou não. Os

resultados serão apresentados em gráficos.

35

6. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram realizadas 10 sessões de fisioterapia, no período de março a maio de

2018, em uma paciente do sexo feminino diagnosticada com DTM há 15 anos.

Realizou- se duas avaliações, sendo uma no início do tratamento e outra ao final

para identificar o grau da disfunção da ATM e analisar os efeitos da TENS, laser

terapêutico e cinesioterapia.

Na primeira avaliação a paciente em questão foi submetida a um questionário

anamnésico composto por 12 perguntas, de acordo com o questionário a mesma

sentia dor intensa, principalmente, no período noturno e ao acordar, dificuldade para

abrir a boca e alimentar, não sendo possível mastigar carne ao realizar as refeições,

tensão muscular e crepitações. Utilizava dois medicamentos por dia, sendo um

analgésico e um antiinflamatório, além da placa dentária miorelaxante para dormir.

Na última sessão através da reavaliação pode-se notar uma melhora

significativa de suas queixas, resultando em uma diminuição quanto ao grau de

disfunção, conforme demonstra a figura 1.

Figura 1: Demonstração da classificação da DTM da paciente segundo a anamnese de

Fonseca, referente à gravidade da disfunção.

Fonte: O autor.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Primeira Avaliação Segunda Avaliação

Gra

u d

a D

TM

Severo

Moderado

0-15= Sem Disfunção 20-40= Disfunção Leve 45-65= Disfunção Moderada 70-100= Disfunção Severa

36

No presente estudo o paciente em tratamento fisioterapêutico submeteu-se a

10 sessões consecutivas, com duração de 60 minutos cada atendimento. Foi

utilizado a TENS, laser terapia e cinesioterapia e, ao término do tratamento, realizou-

se a reavaliação que demonstrou melhora significativa da disfunção, mudando a

classificação de severa para moderada.

Em contrapartida, Silva e colaboradores (2012), relatam o tratamento de uma

paciente com disfunção temporomandibular severa, que foi submetida ao tratamento

fisioterapêutico utilizando- se a laser terapia e a cinesioterapia, 3 vezes por semana

durante 50 minutos. Após o tratamento verificou-se na reavaliação melhora da

classificação da disfunção passando de disfunção severa para moderada.

Em ambos os estudos foram observados melhora no quadro de classificação,

reduzindo a severidade da disfunção para moderada. Porém, o presente estudo

obteve resultado positivo em um período de tempo menor, apenas 10 dias, enquanto

que o estudo de Silva e colaboradores (2012), para obter tal resultado foi necessário

utilizar um tempo maior de tratamento, sendo de 2 meses. Destacando assim a

eficiência do presente estudo por muitas vezes as pessoas não possuir tempo

disponível para tratamentos longos.

Figura 2: Representação do nível da dor antes e depois do tratamento com uso da laserterapia e

TENS.

Fonte: O autor.

0

2

4

6

8

10

12

Primeira Avaliação Segunda Avaliação

Esca

la V

isu

al A

nal

ógi

ca d

a D

or

(EV

A)

Dor Intensa

Dor Moderada

0= Sem Dor 1-3= Dor Leve 4-6= Dor Moderada 7-10= Dor Intensa

37

Conforme demonstra a figura 2 para análise da dor foi utilizado a escala visual

analógica da dor (EVA), onde na primeira sessão a paciente apresentava dor grau

10 e queixava- se de tensão muscular ao acordar, após o tratamento a mesma

relatou melhora da algia, mudando para grau 6.

Durante o tratamento da DTM a paciente também estava em tratamento da

síndrome de Burnout em fase aguda e sofria picos de estresses no período noturno,

provocando dores intensas, sendo necessário utilizar anti-inflamatório e analgésico

para alívio da dor.

No presente estudo, durante a primeira avaliação, a paciente apresentava

queixas de dor na ATM esquerda grau 10 (EVA), dor ao alimentar (não sendo

possível mastigar carne e alimentos sólidos). Durante ás 10 sessões de tratamento

fisioterapêutico realizou-se, no início de cada atendimento, a aplicação do laser de

baixa potência por 6 segundos em cada quadrante da ATM (Trailer ponts- pontos

específicos de dor), totalizando 36 segundos. Após este procedimento aplicou-se o

TENS por 20 minutos na região da ATM esquerda para controle da dor, e a

cinesioterapia para melhora funcionalidade e fortalecimento. Na reavaliação pode-

se observar melhora do quadro doloroso, passando de dor grau 10 para grau 6, ou

seja, durante os atendimentos os níveis de dor de acordo com a EVA foram sendo

modificados positivamente.

De acordo com o estudo de Andrade e Frare (2008), foram atendidos 20

pacientes com DTM, os quais foram divididos em dois grupos (G1 e G2) aleatórios

com 10 participantes cada. O grupo G1 era composto por sete mulheres e três

homens, sendo estes tratados com a cinesioterapia passiva e, o grupo G2 havia oito

mulheres e dois homens, sendo submetidos à cinesioterapia passiva associada à

laserterapia de baixa potência. Os dois grupos receberam atendimento três vezes

por semana, durante quatro semanas consecutivas, totalizando 12 atendimentos

para cada paciente. Após a reavaliação dos pacientes observou-se que o grupo G1

apresentou redução significativa no grau da dor 5,1 pontos para de 3, 4 pontos

(EVA); e o grupo G2 de 6,4 pontos para 1,1 ponto, havendo também melhora

significativa.

38

Em ambos os estudos, ao utilizar a laserterapia de baixa potência e a

cinesioterapia de forma passiva como recurso terapêutico, obteve- se resultados

positivos, ocorrendo diminuição no nível da dor de forma considerável. Em

contrapartida no estudo de Andrade e Frare (2008), foram realizadas 12 sessões

com atendimentos ocorrendo três vezes por semana, por quatro semanas

consecutivas, enquanto que o presente estudo difere do citado anterior por

apresentar tempo de tratamento menor, sendo de 10 sessões consecutivas, onde é

possível concluir melhora da dor em um período de tempo menor, o que torna mais

eficiente o tratamento.

No estudo de Arenhart; Lazarotto; Thomé (2013), realizado com uma paciente

do sexo feminino, 28 anos, com subluxação da ATM, apresentando sintomatologia

dolorosa na ATM, durante o tratamento realizou- se 20 sessões, duas semanais com

duração de 50 minutos com aplicação da TENS, e cinesioterapia. A avaliação foi

realizada através de um questionário de DTM e da EVA, onde na primeira avaliação

dor grau 8 na EVA, e na reavaliação dor grau 3 na EVA, o que comprova melhora da

algia na ATM após o tratamento fisioterapêutico demonstrando bons resultados no

tratamento de subluxação da ATM.

Em comparação ao presente estudo no estudo de Arenhart; Lazarotto; Thomé

(2013), o laser foi utilizado apenas no presente estudo, diferenciando- se também os

estudos nas idades das pacientes e o tempo de sessões, de semelhante modo

foram utilizadas para tratamento duas técnicas fisioterapêuticas iguais, levando no

fim das terapias resultados positivos na analgesia, porém o presente estudo

conquistou o mesmo resultado em um tempo menor sendo em apenas 10 sessões,

o tornando mais eficiente.

39

Figura 3: Apresentação dos ganhos de Amplitude de Movimento (ADM).

Fonte: O autor.

Como mostra na figura 3, a paciente apresentou na primeira avaliação ao

aferir com o paquímetro 20 mm de abertura bucal, depois foi submetida ao

tratamento fisioterapêutico sendo 10 sessões consecutivas com duração de 60

minutos, utilizando laser de baixa potência para analgesia e ação anti- inflamatória, o

TENS por 20 minutos para analgesia e cinesioterapia passiva e ativa- assistida para

fortalecimento e melhora da funcionalidade da ATM. Ao concluir o atendimento foi

realizada a reavaliação onde mensurou 40 mm de abertura bucal, podendo observar

melhora significativa na funcionalidade comprovando assim eficiência do tratamento.

Silva e colaboradores (2012), realizaram um estudo de caso com 5 pacientes

portadores de DTM, sendo estes submetidos a avaliações funcionais e a 3 sessões

de fisioterapia semanalmente com duração média de 50 minutos, utilizando o laser

de baixa potência e cinesioterapia em cada sessão, durante aproximadamente dois

meses. Na reavaliação durante o movimento de abertura bucal todos os pacientes

obtiveram aumento da amplitude, exceto um paciente que manteve ao final do

tratamento o mesmo valor.

No estudo de Catão e colaboradores (2013), foi realizado um ensaio clínico

randomizado dividido em dois grupos, Grupo 1: laser AsGaAl, Grupo 2: laser

InGaAlP, participando 20 pacientes entre 19 e 35 anos de idade, com diagnóstico de

DTM. Foram registradas ao início e ao final da aplicação do laser a ADM da abertura

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

Primeira Avaliação Segunda Avaliação

Ab

ert

ura

Bu

cal (

AD

M)

ADM Limitada

ADM Normal

40

máxima da boca em cada paciente, sendo aplicado o laser em quatro pontos pré-

auriculares, totalizando 10 sessões três vezes por semana, durante um mês. A dor

dos pacientes foram registradas por meio da EVA. A laserterapia no Grupo 1

melhorou a abertura bucal em média de 4,643 mm, enquanto no Grupo 2, a média

Foi de 3,71 mm por paciente. Concluindo que houve eficácia em ambos os grupos

com uso do laser no controle da dor e abertura bucal dos pacientes.

Os estudos de Silva e colaboradores (2012), Catão e colaboradores (2013),

diferem do presente estudo no número de pacientes e frequência dos atendimentos,

sendo que o estudo de Silva e colaboradores (2012), necessitou de 60 dias para

obter resultado satisfatório de ADM na abertura bucal, o estudo de Catão e

colaboradores (2013), utilizou 12 sessões para obter ganho de ADM e no presente

estudo foi possível observar resultado positivo em 10 dias de tratamento.

Movimentos Primeira Avaliação Segunda Avaliação

Normal X

O

Hipomobilidade O

X

O= Funcionalidade

Hipermobilidade X

X

X= Não Apresentou

Tabela 1: Representação da funcionalidade da ATM antes e pós o uso da cinesioterapia como

recurso terapêutico nas DTM´s;

Fonte: O Autor

Como demostra a tabela 1 por meio de testes funcionais da ATM foi avaliada

a mobilidade e funcionalidade da ATM da paciente, o qual a mesma ao início do

tratamento apresentava hipomobilidade e após o tratamento cinesioterapêutico

houve melhora funcional da articulação de forma geral apresentando mobilidade

normal.

A paciente do presente estudo ao início do tratamento fisioterapêutico

apresentava hipomobilidade, por estar em quadro doloroso intenso, o que

influenciava a diminuição da ADM ao realizar as AVD´s principalmente ao falar e

comer, a fim de evitar mais dor e fazia uso da placa para dormir.

41

Após o controle da dor, foi realizada na cinesioterapia técnicas de liberação

muscular de forma manual, com o objetivo de reduzir a tensão sobre o músculo,

massagem relaxante na face, exercícios latero- lateral com uso de abaixador de

língua, exercícios de laterização da mandíbula de forma ativa, para fortalecimento da

musculatura exercício ântero posterior com resistência manual, exercícios de encher

a boca de ar estufando as bochechas por 3 vezes de 10 repetições, gerando uma

pressão sobre a parede muscular promovendo a resistência muscular e articular.

Depois do tratamento fez- se a reavaliação da paciente onde observou melhora da

funcionalidade articular, apresentando mobilidade normal.

Freitas e colaboradores (2011), realizaram em uma paciente do sexo feminino

15 sessões de fisioterapia com duração de 30 minutos, durante oito semanas, com

frequência de duas vezes por semana as sessões. Na primeira avaliação, a paciente

sentia dor na ATM direita, mobilidade articular hipomóvel, dificuldades para ingerir

alimentos sólidos, fazendo uso de placa miorrelaxante por período integral. Durante

o tratamento fisioterapêutico, foram utilizados recursos analgésicos para controle da

dor, cinesioterapia com a mobilização articular e liberação muscular de forma

manual. Ao final do tratamento foi realizada a reavaliação, a paciente sentia dor em

menor frequência, normalmente após momentos de estresse, mobilidade articular

normal fazendo uso da placa miorrelaxante somente no período noturno.

Nos dois estudos em comparação foi possível observar após o tratamento

melhora relevante da funcionalidade da ATM utilizando a cinesioterapia, onde a

mobilidade articular era hipomóvel e após tratamento mudou para normal. O estudo

de Freitas e colaboradores (2011), diferem-se deste estudo por a paciente ainda

fazer uso da placa miorrelaxante para dormir, e pelos autores terem feito os

atendimentos em um período de tempo maior sendo de dois meses, com frequência

de duas vezes por semana, sendo que neste estudo foram feitas apenas 10 sessões

consecutivas atingindo resultados positivos onde a mesma não precisou utilizar a

placa dentária para dormir.

42

7. CONCLUSÃO

Conclui- se que ao analisar as avaliações do pré e pós tratamento de uma

paciente com disfunção temporomandibular, utilizando a Estimulação Elétrica

Neuromuscular Transcutânia, Laser terapêutico e Cinesioterapia, obteve- se

resultados positivos, bem como diminuição da dor, redução da inflamação, melhora

da funcionalidade articular, melhora do sono e na alimentação, passando de

disfunção grau severa para moderada, garantindo uma melhor qualidade de vida a

paciente.

43

REFERÊNCIAS

ALVES, R.L.B.R.; et al. A eficácia dos recursos fisioterapêuticos no ganho da amplitude de abertura bucal em pacientes com disfunções craniomandibulares. Revista de Odontologia da UNESP. Araraquara, v. 39, n. 1, p. 55-6, jan./fev., 2010. Disponível em: < http://docplayer.com.br/7913612-A-eficacia-dos-recursos-fisioterapeuticos-no-ganho-da-amplitude-de-abertura-bucal-em-pacientes-com-disfuncoes-craniomandibulares.html>. Acesso em: 02 out. 2017.

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44

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45

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TENREIRO, M. SANTOS, R.S. Terapia Manual nas disfunções da ATM. Rio de Janeiro: Rubio. 2011.

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46

ANEXOS

ANEXO A – FICHA DE AVALIAÇÃO

FICHA DE AVALIAÇÃO ORTOPÉDICA DA ATM

Nome___________________________________ Data de nascimento: ___/___/___

Naturalidade:__________ Sexo:____ Cor: __________Peso:_____ Altura: _____

Profissão/Ocupação:______________Endereço:_____________________________

Cidade:______________Estado:____________Telefones_____________________

Queixas principais

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

História da Moléstia Atual (HMA):

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

História da Moléstia Pregressa (HMP):

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Início:

___________________________________________________________________

Duração:

___________________________________________________________________

Característica:

___________________________________________________________________

Localização:

___________________________________________________________________

Quando começa:

___________________________________________________________________

47

Fatores que agravam:__________________________________________________

Fatores que diminuem: _________________________________________________

Profissionais procurados: Clínico Geral ( ) Otorrino ( ) Tratamento Odontológico:

Neurologista()

( ) Ortodontia: Cirurgião dentista ( ) ( ) Prótese ( ) cirurgia ( ) Prótese total

Outros ______________________________________________________________

Aparelhos dentários: ______________________________

Prescrição:

___________________________________________________________________

Terapia física:

___________________________________________________________________

Terapias oclusais:_____________________________________________________

Reações adversas a alguma terapia ou medicamento: ________________________

HISTÓRIA MÉDICA

Você já teve/tem: ( ) infecção ( ) Problema hormonal ( ) doença cardiovascular ( )

Artrite ( ) epilepsia ( ) Doença neurológica ( ) ataques vago-vagais ( ) Acidente

/trauma ( ) insuficiência da artéria vertebral ( ) Luxação mandibular ( ) insensibilidade

a frio e quente na região da ATM ( )

Outros______________________________________________________________

Está tomando algum medicamento?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

ACHADOS RADIOGRÁFICOS

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

48

ANEXO B– QUESTIONÁRIO ANAMNÉSICO DE FONSECA

1. Sente dificuldade para abrir a boca? __ (0) Não __ (5) Às vezes __ (10) Sim

2. Sente dificuldade para movimentar sua mandíbula para frente e para os lados? __

(0) Não

__ (5) Às vezes __ (10) Sim

3. Tem cansaço ou dor muscular quando mastiga? __ (0) Não __ (5) Às vezes __

(10) Sim

4. Sente dores de cabeça com frequência? __ (0) Não __ (5) Às vezes __ (10) Sim

5. Sente dores na nuca, pescoço ou ombros? __ (0) Não __ (5) Às vezes __ (10)

Sim

6. Tem dor no ouvido ou próximo dele (ATM)? __ (0) Não __ (5) Às vezes __ (10)

Sim ()D ()E ( )

AMBOS _________

7. Percebe algum ruído na ATM quando mastiga ou abre a boca? __ (0) Não __ (5)

Às vezes __ (10) Sim ()D ()E ()AMBOS__________

8. Você já observou se tem algum hábito bucal, tal como:

- Apertar os dentes __________ - Ranger os dentes __________ - Morder a língua

____________

- Morder os lábios __________ - Morder as bochechas ____________ - Morder

objetos _______

- Roer unhas ___________ -Instrumentos musicais________ - Outros __________

9- Sente que seus dentes não articulam bem? __ (0) Não __ (5) Às vezes __ (10)

Sim

10. Você se considera uma pessoa tensa? __ (0) Não __ (5) Às vezes __ (10) Sim

11. Você mastiga de um lado só? ? __ (0) Não __ (5) Às vezes __ (10) Sim, () D ()

E ()

12. Sente dores na face ou nos dentes ao acordar? __ (0) Não __ (5) Às vezes __

(10)

Sem disfunção - soma das respostas entre 0 e 15 pontos

Disfunção leve - soma das respostas entre 20 e 40 pontos

Disfunção moderada - soma das respostas entre 45 e 65 pontos

49

Disfunção severa- soma das respostas entre 70 e 100 pontos.

PONTUAÇÃO:___________ CLASSIFICAÇÃO_________________________

50

ANEXO C– ESCALA VISUAL ANALÓGICA DA DOR (EVA) INICIAL E FINAL

Data de TI___/___/___ TI: 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Nenhuma dor máximo de dor

possível

Data de TF___/___/___ TF: 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Nenhuma dor máximo de dor

possível

51

ANEXO C– AMPLITUDE DE MOVIMENTO

ATM Máxima abertura bucal: Ativa _________ Passiva __________ Ativa

( )sem dor ( ) dor

Deslocamento lateral para D: ___________ Deslocamento lateral para E:

___________

Mobilidade articular geral: Hipomóvel () Normal () Hipermóvel ()

52

ANEXO D– TRATAMENTO FISIOTERAPEUTICO

OBJETIVOS

Curto prazo:

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Longo Prazo:

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

CONDUTA FISIOTERAPÊUTICA

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Data: ___/___/___

53

ANEXO E- TERMO DE CONSENTIMENTO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

(Conselho Nacional de Saúde, Resolução 196/96)

Eu,______________________________________________________RG______________, abaixo

qualificado (a), DECLARO para fins de participação em pesquisa, que fui devidamente esclarecido

sobre o Projeto de Pesquisa intitulado: Aplicação da Estimulação Elétrica Neuromuscular

Transcutânia, Laser Terapêutico e Cinesioterapia em um paciente portador de Disfunção

Temporomandibular: Estudo de caso, desenvolvido pela aluna Camila Ferreira Rocha, do Curso de

graduação em Fisioterapia da Faculdade Tecsoma, quanto aos seguintes aspectos:

A disfunção temporomandibular é um problema de saúde que acomete muitas pessoas,

gerando desconforto, muita dor, insônia, irritação e cefaleia, a DTM também afeta a rotina de

trabalho, e as atividades de vida diárias como mastigar determinados tipos de alimentos e falar.

A intervenção fisioterapêutica estimulará a diminuição e melhora dos sintomas causados

pela DTM, apresentando melhor funcionalidade da articulação, prevenção de complicações e

promoção de saúde, reduzindo os fatores agravantes como piora na qualidade de vida, na

alimentação, no sono e no trabalho.

As evidências científicas demonstram que o tratamento fisioterapêutico por ser uma terapia

reabilitativa de baixo custo, é menos traumático e menos dolorosa, onde é possível sentir alívio das

dores nas primeiras sessões realizadas. O tempo de tratamento normalmente é curto, e os benefícios

do tratamento se mantêm por longos períodos, onde o paciente após o tratamento pode estar

retornando a fisioterapia só para manutenção caso julgar necessário, assim o objetivo deste trabalho

é comprovar por meio do resultado deste tratamento qual a eficácia da intervenção fisioterapêutica

na DTM. Durante ou após o tratamento, não haverá nenhum risco ou desconforto, bem como

benefícios sobre o paciente.

O paciente tem a liberdade de recusar a sua participação ou retirar o seu consentimento em

qualquer fase do tratamento, sem penalização alguma e sem prejuízo ao seu tratamento e cuidado. É

garantido o sigilo e a privacidade dos dados confidenciais envolvidos neste trabalho. Os dados e

informações provenientes deste trabalho serão utilizados com fins de publicação e produção da

dissertação para o grau de conclusão de curso.

54

DECLARO, outrossim, que após convenientemente esclarecido pelo pesquisador e

ter entendido o que me foi explicado, consinto voluntariamente em participar desta pesquisa.

Paracatu, 30 de abril de 2018.

QUALIFICAÇÃO DO DECLARANTE

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Objeto da Pesquisa

(Nome):...................................................................................................................

RG:..................... .......Data de nascimento:........ / ........ / ........ .................... Sexo: . M ( )

F ( )

Endereço: ............................................ nº ........................... .................. Apto:

........................

Bairro:.............................................Cidade:...............................Cep:.....................Tel.:.............

............

____________________________

Assinatura do Declarante

DECLARAÇÃO DO PESQUISADOR

DECLARO, para fins de realização de pesquisa, ter elaborado este Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), cumprindo todas as exigências contidas no

Capítulo IV da Resolução 196/96 e que obtive, de forma apropriada e voluntária, o

consentimento livre e esclarecido do declarante acima qualificado para a realização desta

pesquisa.

Paracatu, 30 de abril de 2018.

___________________________

Camila Ferreira Rocha

Assinatura do Pesquisador

55

ANEXO F – DECLARAÇÃO

DECLARAÇÃO

Declaro que a aluna Camila Ferreira Rocha, do 9º período de fisioterapia da

faculdade Tecsoma, realizou a prática do TCC em uma paciente com diagnóstico de

DTM, fazendo uso da Laser terapia, TENS e Cinesioterapia supervisionado por uma

Fisioterapeuta especialista em disfunção temporomandibular durante 12 sessões

sendo que duas foram para avaliação e reavaliação, e 10 atendimentos, no período

de 30/04/18 à 14/05/2018.

Paracatu ___ de ________ 2018.

Vanessa C. T. Mansur Corrêa

Crefito4/

Responsável técnica

56

APÊNDICE

1ª Sessão 14/05/18:

Foi realizada a primeira avaliação da paciente para o tratamento por meio da

ficha de avaliação ortopédica da ATM. Finalizando o atendimento sem queixas e

intercorrências.

2ª Sessão 02/05/18:

Paciente em bom estado geral, colaborativa, apresentando na EVA queixas

de dor máxima sendo grau 10 na ATM esquerda, dificuldade de alimentação não

sendo possível mastigar carne ao realizar as refeições, fazendo uso de 2

medicamentos analgésicos por dia para controle da dor. A Conduta terapêutica

iniciou com a aplicação do laser por 6 segundos em cada quadrante da ATM (Trailer

ponts- pontos específicos de dor), totalizando 36 segundos, após foi utilizado para

analgesia o TENS por 20 minutos na região da ATM esquerda, realizou- se a

liberação da musculatura de forma manual com o objetivo de reduzir a tensão sobre

o músculo, finalizando com massagem relaxante na face. Concluindo a sessão sem

queixas e intercorrências.

3ª Sessão 03/05/18:

O atendimento iniciou com a paciente em BEG, colaborativa, relatando por

meio da EVA grau 4 de dor, e diminuição da medicação de 2 analgésicos para 1

após a primeira sessão. Conduta terapêutica: fez uso nos pontos de dor do laser por

6 segundos em cada quadrante da ATM. Para alívio da dor utilizou a TENS por 20

minutos na articulação esquerda, para fortalecimento e melhora da funcionalidade

da ATM realizou na cinesioterapia exercícios latero- lateral com uso de abaixador de

língua, exercícios de laterização da mandíbula de forma ativa, para fortalecimento da

musculatura exercício ântero posterior com resistência manual. Concluindo a sessão

sem queixas e intercorrências.

57

4ª Sessão 04/05/18:

Ao início do atendimento a paciente encontrava- se em bom estado geral,

colaborativa, queixava- se de dor máxima grau 10 na EVA, onde a mesma relatou

acreditar que possivelmente o aumento da intensidade da dor em determinados

períodos do dia pode ter relação por ela está em fase inicial do tratamento da

síndrome de Burnout e durante o período noturno ter sofrido um pico de estresse

muito grande, apresentando- se em quadro sub- agudo de dor na ATM sendo

necessário retornar ao uso de 2 analgésicos na noite anterior. Conduta terapêutica:

foi realizado nos pontos de dor a aplicação do laser por 6 segundos em cada

quadrante da ATM. Após utilizou para analgesia a TENS por 20 minutos na região

da ATM esquerda, o terapeuta realizou a liberação muscular de forma manual, e a

massagem facial ambos para diminuir a tensão dos músculos faciais. Concluindo a

sessão sem queixas e intercorrências.

5ª Sessão 05/05/18:

O atendimento teve início com a paciente apresentando bom estado geral,

colaborativa, relatando apresentar dor grau 8 na EVA, e redução de 2 medicamentos

analgésicos para 1medicamento naquele dia. Conduta terapêutica: Conduta

mantida. Finalizando sem queixas e intercorrências.

6ª Sessão 07/05/18:

A Paciente apresentava- se em bom estado geral, demonstrando de forma

notória ao palpar a ATM diminuição da tensão muscular, na EVA relatou dor grau 5,

também relatou não ter feito o uso das duas medicações analgésicas que

costumava usar diariamente. Conduta terapêutica: Conduta mantida. Finalizando

sessão sem queixas e intercorrências.

7ª Sessão 08/05/18:

O atendimento iniciou com a paciente apresentando bom estado geral, sem

queixas de dor intensa, relatando não estar fazendo uso dos medicamentos para

58

analgesia, melhora da fala, expressão facial e na mastigação ao alimentar,

demonstrando maior abertura da boca, expressando estar na EVA dor grau 6.

Conduta terapêutica: foi utilizado nos pontos de dor laser por 6 segundos em cada

quadrante da ATM. Após para controle da dor fez uso do TENS na ATM esquerda

por 20 minutos. Foi realizada pelo terapeuta a liberação muscular de forma manual a

fim de reduzir a tensão muscular. Para fortalecimento muscular da ATM fez- se

exercícios de encher a boca de ar estufando as bochechas por 3 vezes de 10

repetições, gerando uma pressão sobre a parede muscular promovendo a

resistência muscular e articular, após realizou a massagem facial para diminuir a

tensão dos músculos faciais. Concluindo a sessão sem queixas e intercorrências.

8ª Sessão 09/05/18:

Ao início do atendimento a paciente estava em bom estado geral, sem

queixas de dor intensa, declarando não esta tomando medicação para dor,

expressando no momento da sessão estar na EVA dor grau 6. Conduta terapêutica:

Conduta mantida. Finalizando sem queixas e intercorrências.

9ª Sessão 10/05/18:

Paciente em bom estado geral, colaborativa, referindo pouca dor, relatando

não ter feito uso de analgésicos, expressando estar na EVA dor grau 6. Conduta

terapêutica: Conduta mantida. Finalizando sem queixas e intercorrências.

10ª Sessão 11/05/18:

O atendimento iniciou com a paciente apresentando- se em bom estado geral,

colaborativa, sem queixas de dor intensa, relatou não está fazendo uso de

medicamentos para analgesia, na EVA dor grau 5. Conduta terapêutica: Conduta

mantida. Finalizando sem queixas e intercorrências.

11ª Sessão 12/05/18:

59

A Paciente apresentava- se em bom estado geral, sem queixas de dores

intensas, mantendo a rotina diária sem utilizar medicação analgésica e anti-

inflamatória, apresentando melhora na fala, alimentação e principalmente no sono.

Na EVA a mesma descreveu dor grau 6. Conduta terapêutica: Conduta mantida.

Finalizando o atendimento sem queixas e intercorrências.

12ª Sessão 14/05/18:

Foi realizada a reavaliação da paciente após o tratamento fisioterapêutico. .

Finalizando o atendimento sem queixas e intercorrências.