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Ano V / nº60 | Diretor: Norberto Luís | Periodicidade: Mensal | www.diariodalagoa.com | facebook.com/diariodalagoa | Março 2019 | Preço: Gratuito AJCOD continua a atrair jovens para o desporto Lagoa foi palco da “Taça do Mundo de Veteranos” O Jornal Diário da Lagoa esteve à conversa com Tomaz Borba Vieira, pintor, escritor e professor, com a sua vida e obra como base. Pub. Pub. Página 08 A Lagoa connua a atrair novos invesmen- tos. O jovem lagoense Milton Oliveira podia ter emigrado mas não o fez para invesr no lugar que o viu crescer. Lagoa mantém-se como um polo atrativo de investimentos As Igrejas do Concelho de Lagoa - Santa Cruz - Página 07 “Tenho muito de clássico na minha alma” Foto: DL Página 09 Páginas 11 Úlma página

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Page 1: “Tenho muito de clássico na minha alma” · Trilho urbano da cidade de Lagoa – foram 7 km a caminhar pelas ruas da localidade. Visitamos a casa do ferreiro e descobrimos a cidade,

Ano V / nº60 | Diretor: Norberto Luís | Periodicidade: Mensal | www.diariodalagoa.com | facebook.com/diariodalagoa | Março 2019 | Preço: Gratuito

AJCOD continua a atrairjovens para o desporto

Lagoa foi palco da “Taçado Mundo de Veteranos”

O Jornal Diário da Lagoa esteve à conversa com Tomaz Borba Vieira, pintor, escritore professor, com a sua vida e obra como base.

Pub.

Pub.

Página 08

A Lagoa continua a atrair novos investimen-tos. O jovem lagoense Milton Oliveira podiater emigrado mas não o fez para investir nolugar que o viu crescer.

Lagoa mantém-secomo um polo atrativo

de investimentos

As Igrejas do Concelho de Lagoa

- Santa Cruz - Página 07

“Tenhomuito declássico naminhaalma”

Foto: DL

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Diário da Lagoa | março 2019Página 02 EBI DE LAGOA/ EBI ÁGUA DE PAU

Criar realidade: uma volta aomundo com Joana Amen na

EBI de Água de Pau

No âmbito da visita pastoral de D. JoãoLavrador, Bispo de Angra e Ilhas dos Açores,

às paróquias da cidade de Lagoa,entre os dias 11 e 14 de janeiro, aEBI de Lagoa teve também a honrada sua visita.

Para além do contacto informalcom a comunidade para o melhorenquadramento da atuação daigreja, foi uma oportunidade para

todos os presentes frisarem a importânciada ação social por ela desenvolvida.

Visita Pastoral à EBI de Lagoa

O clube Eco Trilhos foi criado no pre-sente ano letivo, na EB 2,3 Padre João Josédo Amaral, e tem como objetivo conciliar aatividade física e a ecologia. O clube tem realizado diversas atividadesdo agrado de todos os que nelas têm parti-cipado, pelo que aqui fica um breve registodas mesmas.

Trilho urbano da cidade de Lagoa – foram7 km a caminhar pelas ruas da localidade.Visitamos a casa do ferreiro e descobrimosa cidade, interagindo com a população.

Visita à quinta do Dinis – O Dinis (um dosalunos do clube) convidou-nos para visitar-mos a sua quinta. Apesar de estar um diachuvoso e de a quinta ficar próxima do Ca-bouco, fizemos o percurso a pé e, ao che-gar, divertimo-nos muito com o Óscar (ocão de fila), as vacas, os porcos, as galinhase os coelhos. Tivemos a oportunidade dealimentar os animais e ajudar na limpeza docurral. Foi uma tarde divertida e diferente,apesar da chuva!

Trilho da Lagoa de Fogo – A deslocaçãoaté ao Pico da Barrosa foi feito de auto-carro. Ao chegar ao ponto mais alto, fize-mos uma paragem para avistar as duascostas da ilha e localizar a cidade de Lagoae outras localidades. Com um dia de sol ma-ravilhoso e de mapa na mão para verificaro percurso, pudemos observar o tipo de ve-getação, escutar os animais existentes nalagoa e conhecer os cuidados a ter parapreservar a natureza. Caminhamos junto àlagoa, fizemos um picnic, brincamos e,como não podia deixar de ser, tiramos lin-das fotos para o Facebook. Regressamosum pouco tarde, mas felizes!

Como o clube também tem a vertenteecológica, fizemos também uma visita aoEco Parque. Foi uma atividade muito dife-rente das que habitualmente realizamos,mas igualmente interessante. Pudemos ve-rificar que todos os materiais dos ecopon-tos e das recolhas feitas porta a porta vãoali parar e são pesados. Vimos como se faza separação dos resíduos urbanos, por ca-

tegorias, e aprendemos que de-vemos separar os resíduos decasa e reutilizar as embalagens.Ficámos sensibilizados para aseparação seletiva do nosso lixoe um pouco mais preparadospara ajudar a proteger o nossoplaneta.

Aguardamos por mais aven-turas do nosso clube!

Os Alunos do Clube Eco Trilhos

No âmbito das atividades da Saúde Es-colar, decorreram na Biblioteca escolar ses-sões de sensibilização sobre “Drogas: o quenão te disseram…” e “Antes de beber pensa

no que vais fazer!”, da responsabilidade daUnidade de Saúde Pública.

Os alunos mostraram-se interessados emuito participativos.

Saúde escolar

“Pé descalço”

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BIL

Joana Amen deu, em 2016, a volta aomundo de barco com a família para trazeraos filhos novas experiências e formas deaprendizagem e concretizar algo comimpacto social e ambiental, percebendo oslugares, deixando marcas, trocando apren-dizagens.

Foi no âmbito do projeto “Ler+Mar” pro-movido, este ano letivo, pela BibliotecaEscolar em articulação com a Eco-escolas,que lhe foi feito o convite para falar aos alu-nos do 3.º ciclo desta sua aventura pelosmares do mundo e das vivências a elaassociadas. Perceber o mar e a sua riqueza,as suas especificidades, mas também os ris-cos que corre é um dos principais objetivosdesta iniciativa da BE que, aliada ao prazerde ler e às histórias sobre este maravilhosorecurso, pretende alterar hábitos da comu-nidade escolar com novas leituras e práti-cas sustentáveis de preservação dabiodiversidade e dos ecossistemas mari-nhos.

Apesar de em muitos aspetos se asseme-lhar a célebres aventuras literárias, a expe-riência de circum-navegação da famíliaaçoriana da convidada não se fez emoitenta dias, antes em dois anos, ou, seatendermos às suas palavras iniciais, emmuito mais tempo, visto tratar-se de umaviagem “que nunca acaba”, que ressoaainda nas suas vidas e nas daqueles queconhecem a sua história.

Preparar uma volta ao mundo deu maistrabalho do que alguma vez imaginou, con-tou Joana Amen nos primeiros minutos doseu relato, nesta sessão na EBI de Água dePau no dia 17 de janeiro. Tudo partiu de umsonho ao que se seguiu muita preparação.Escolher o barco certo, definir uma rota,tratar da documentação e definir um planode vida para tanto tempo pelo mundo forafoi apenas uma parte do imensurável tra-balho de planificação desta família. Mastudo valeu a pena tempo depois, já no mar,rumo à descoberta.

Atravessar o Atlântico em dezasseis dias,sempre rodeados de água por todos oslados, não foi de todo monótono, afirmoua convidada, recordando a fauna e a floradiversificadas que todos os dias presentea-

vam a família. A psicóloga e mãe de 35 anosexplicou ainda à plateia entusiasmada omapa-mundo e apontou a linha do Equa-dor, o trajeto marítimo, os destaques emterra. Relatou histórias, umas surpreenden-tes de ilhas em que os locais nunca tinhamvisto homens brancos, outras cheias deemoção como a de Eritreia, um país mar-cado pela guerra, pela fome e pela falta derecursos, em que os Direitos Humanos sãodiariamente violados sem o conhecimentoou o interesse da comunidade internacio-nal.

Deslumbrados com a audácia dos quatroviajantes e com as fotografias exóticas e deextraordinária beleza apresentadas, os alu-nos conheceram o percurso, os locais e aspessoas, os sítios mais fascinantes como aPolinésia abundante em frutos com formase nomes inesperados, mas também os maisdevastados como a “selva de lixo” na Indo-nésia causada por décadas de turismo des-controlado. De resto, este foi o tema a queJoana mais deu destaque na sua apresen-tação, o da poluição e desrespeito pelo am-biente, por considerar que esta é a missãoque resulta da sua viagem: partilhar o queviu e viveu e mostrar os riscos de ummundo irremediavelmente danificado pelaação irresponsável do homem, educar paraa valorização da natureza com uma atitudeproativa e desafiante, combatendo o plás-tico no quotidiano responsável pela des-truição dos mares. A pretexto destapreocupação e da importância da resiliên-cia nas diferentes circunstâncias da vida,Joana Amen concluiu o roteiro da sessãocom uma citação de Jules, um septuagená-rio que conheceu no Sudão: “You have notcome into this world to face reality, youhave come to create reality!“.

Criar realidade com aprendizagem emmoldes fora do convencional, com a preo-cupação com a sustentabilidade do pla-neta, a luta pelos sonhos, a união familiar,o valor da experiência e do contacto com adiversidade cultural humana. Criar reali-dade aproveitando o tempo de forma dife-rente, nas bibliotecas, esses lugaresmágicos que a família primeiramente pro-curava e frequentava em todas as paragens.Esses lugares, como a BE da escola de Águade Pau, em que podemos revisitar esta via-gem açoriana única, lendo o blogue deJoana Amen e o seu Diário de Bordo deexpressão tão genuína e cativante que nosfaz acreditar que “podemos fazer acontecertudo o que quisermos”.

A equipa da Biblioteca Escolar

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No dia 14 de janeiro, o escritor RicardoFrade veio à Biblioteca Escolar falar da suafantástica aventura. Para além da sessãodestinada aos alunos, houve também umasessão aberta a toda a comunidade.

A obra “Pé descalço” retrata os proble-mas do quotidiano e a forma como são en-carados. Nesta viagem aparentementeimpossível, mostra como é possível ultra-passar grandes obstáculos.

Foram sessões onde miúdos e graúdosficaram fascinados.

Eco trilhos

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Diário da Lagoa | março 2019 Página 03ESL/ LOCAL

Geocaching no Expolab

“O Expolab é um Centro Ciên-cia Viva situado na cidade deLagoa, na Ilha de S. Miguel, e temcomo missão promover uma cida-dania ativa apoiada no conheci-mento científico. No Expolab épossível explorar vários temascientíficos desde a biologia à física,testar novas tecnologias e até rea-lizar experiências em verdadeiroslaboratórios. É um lugar onde aciência é abordada de uma formaapelativa e onde uma equipa deentusiastas procura, continuada-mente, novas formas de comuni-car ciência, sempre de maneirasimples e divertida. Constituídopor três laboratórios, duas salasde exposições, uma sala de módu-los interativos, uma oficina Do’ing,uma TechRoom e vários espaços

polivalentes, o Expolab é um cen-tro onde, ao longo de todo o ano,decorrem exposições e váriasatividades, como workshops,palestras, experiências laborato-riais, jogos e ateliers para todas asidades. O Expolab, da responsabi-lidade da Sociedade Afonso Cha-ves, integra a Rede Regional deCentros de Ciência dos Açores,financiado pelo Governo dos Aço-res, através da Secretaria Regionaldo Mar Ciência e Tecnologia”.

Desde o início das atividadesdeste Clube de Geocaching, queexiste uma parceria e colaboraçãoentre este Clube e o Centro deCiência Viva: Expolab; tendo sidovárias as atividades e projetos rea-lizados em conjunto. Agora foi aaltura de colocar esta entidade no“mapa” do Geocaching.

Durante os últimos meses osalunos e professores deste Clube,com a colaboração dos responsá-veis deste Centro, organizaram eproduziram, uma cache de Geoca-ching muito interessante e que sebaseia em “ciência”, pois é uma“letter-box híbrida”, que leva ogeocacher, que pretende “encon-trar” esta cache, a visitar a totali-dade do Expolab (utilizando um

mapa e um conjunto de ques-tões/tarefas que existe no listingdesta cache), realizando diversas einteressantes experiências e pes-quisas. Assim e com base neste“jogo interativo” os geocacher´s fi-carão a conhecer melhor as diver-sas potencialidades deste centro.No final encontrarão uma cachecom “material” alusivo ao Expo-lab, entre o qual existe um

“carimbo” e várias peças produzi-das na impressora 3D existente nolocal. Registe-se que uma das pri-meiras atividades com os elemen-tos que deram origem à criaçãodeste Clube, foi a participaçãonum “curso sobre Impressão 3D”.

Luis Filipe Machado e Marco Pereira

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: DR

INETESE inaugurou Escola Profissional na Lagoa

A Escola Profissional INETESEé uma decisão política pensada noamanhã e no futuro das popula-ções jovens na Lagoa. Foi esta amensagem deixada por CristinaCalisto, Presidente da CâmaraMunicipal de Lagoa, na inaugura-ção da Escola Profissional INETESE- Instituto de Educação Técnica dosAçores.

Trata-se de um equipamentoque proporcionará atividade for-mativa na Lagoa, potenciando aqualificação profissional dos recur-

sos humanos, cuja empregabili-dade concorre para o desenvolvi-mento sustentado do concelho eda região. Esta cerimónia contoucom a presença do Presidente doGoverno Regional, Vasco Cordeiroe da Presidente da Câmara Muni-cipal da Lagoa, Cristina Calisto e doPresidente do INETESE, JoãoCâmara.

Na ocasião, a autarca aprovei-tou este momento para enaltecerque a Lagoa “atravessa ummomento diferente, num rumoque trará uma nova realidade ao

concelho”. De acordo com aautarca, a fixação desta escola pro-fissional foi “uma decisão pensadano amanhã, no futuro das popula-ções jovens, e naquilo que se es-pera da nova geração numfuturo próximo”.

A Escola Profissional de Lagoada INETESE, confere, segundo apresidente, à Lagoa “uma novaresposta educativa”, para além dosinúmeros projetos que já existemem parceria com as escolas. Estenovo projeto serve, assim, para“implementar medidas que pos-

sam suportar a melhoria educativado nosso concelho, numa perspe-tiva de qualificação dos recursoshumanos. Novas dinâmicas econó-micas e novos investimentos priva-dos estão a surgir no concelho. E,por isso, esta escola é um su-porte importantíssimo para o en-quadramento dos recursoshumanos, da valorização da nossapopulação, para garantir e conso-lidar o nível produtivo das nossasempresas”.

O Presidente do Governo Regio-nal dos Açores felicitou, por seuturno, “esta iniciativa pela novaetapa da vida da INETESE, que vaimelhorar a qualidade da forma-çãoadministrada”. Congratulou,assim, o Município de Lagoa pelos“diferentes níveis de desenvolvi-mento muitos e vários instrumen-tos estruturantes para o percursodo progresso económico e socialque vem encetando, desde o setorda saúde, passando a produção etransformação, até ao turismo”.Enalteceu “o contributo da lide-rança competente, esclarecida edeterminada da presidente Cris-tina Calisto”.

Refira-se que, o edifício foi alvode obras de adaptação para odotar dos meios necessários nãosó para a execução do projeto edu-cativo, orientado por critérios de

renovada qualidade e inovação,mas também para a melhoria dascondições de trabalho da comuni-dade escolar, de forma a promovera qualidade e a notoriedade dopercurso educativo dos alunos. Asnovas instalações dispõem de 6salas de aula (incluindo a de infor-mática); 7 casas de banho (1 parapessoas com mobilidade redu-zida); de hall de entrada; receção;serviços administrativos; gabinetede direção pedagógica; gabinetemédico; 3 arquivos; gabinete dedireção financeira; sala de forman-dos; sala de formadores.

Criado no ano letivo 2002-2003,o INETESE tem assumido um papelde relevo na formação de inúme-ros jovens açorianos dotando-osde saberes e competências ajusta-dos às solicitações do mercado detrabalho. Determinada em propor-cionar uma oferta formativaconsentânea com as reais necessi-dades das entidades empregado-ras, a Escola tem no seureferencial educativo/formativouma diversidade de áreas deformação. Entre elas, releva-se ocomércio, a contabilidade e fisca-lidade, a gestão, a administração,o secretariado e trabalho adminis-trativo, o turismo e os transportes.

DL/CML

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Página 06 OPINIÃO/ LOCAL Diário da Lagoa | março 2019

Trata-se do meu primeiro livroa publicar no fim de Março noauditório da Escola Básica Inte-grada de Água de Pau com diver-sas crónicas, que permite verretratados os nossos antepassa-dos, amigos, vizinhos, parentes,como se de uma peça de teatrose tratasse e de forma lúdica e di-vertida, passagens de vida típicasde uma época.

Estas crónicas, permitem ho-menagear o povo de Água dePau, fazendo renascer persona-gens em histórias de vida, comum imperativo dever de as regis-tar, eternizando, assim, a nossaquerida vila e o seu bom povo.Estas narrativas, escritas de ma-neira real, mergulham o leitor,crónica após crónica, na históriado nosso passado, enaltecendo aforma de viver e as tradições donosso povo. Em todas elas, mani-festa-se sentimentos de puroamor à nossa terra e às suas gen-tes, pela maneira alegre, diver-tida e prazenteira com quesempre souberam levar a vida.Procuro com os meus relatos,bem como as expressões utiliza-

das, recolhessem importantesapontamentos da história da vilade Água de Pau.

“Antes que a memória se apa-gue”, num registo literário aces-sível a todos, pinta um quadrocoletivo dos pauenses que tive-ram um papel fundamental navida deste povo ilhéu. O leitormergulhará num mundo cheiode vozes e ecos antigos, tãoperto de cada um, pela lingua-gem que procurei usar, muitogenuína da que aprendi com onosso povo.

Por isso, este livro é um teste-munho de vivências de pauensesno último século, marcados pelapobreza e nobreza, alegria e tris-teza, guerra e paz, ditadura erevolução, emigração massiva,relações de amizade, familiar ede solidariedade própria doshabitantes da linda Vila d'Águade Pau.

Uma das maneiras mais inte-ressantes de conhecer alguém,pessoa ou país consiste em per-correr as suas mudanças. Muda-mos muito. Os portugueses e osaçorianos em geral, e os pauen-ses em particular, são hoje muitodiferentes do que eram há 60anos. Vivem e trabalham deoutro modo, mas sentem perten-cer ao mesmo país dos nossosavós. É o resultado da História eda Memória que criam um patri-mónio comum. A vila de Água dePau mudou, é verdade. Ospauenses mudaram e muito, masas suas memórias devem serregistadas “antes que a memóriase apague”.

Em 1960, Portugal era um paísrural. A maioria já não sabe comoera há 59 anos, muito menos há

80. Este livro relata como era,pela boca do emigrante pauenseTobias Teixeira, de 96 anos, há 66anos no Brasil e ainda bemlúcido. Tal como em Água de Pau,nessa altura, os açorianos micae-lenses, viviam no campo comdificuldades e pobreza. Só tínha-mos uma pequena cidade, aslocalidades estavam separadasumas das outras. Viajava-sepouco. Muitas pessoas nunca iama Ponta Delgada e os do Nordestee Povoação menos iam, porqueficavam mais longe ainda.

“Quando era criança, meu paiManuel Egídio de Medeiroslevava-me para passear de auto-móvel pelas ruas de Água de Pau,levava para todos os lugares. Hámemórias que custam a apagar,e, elas começam quando come-çamos a brincar.

Acho que o quintal onde agente brincou é maior do que avila. A gente só descobre isso de-pois de grande. A gente descobreque o tamanho das coisas há queser medido pela intimidade quetemos com as coisas. Há de sercomo acontece com o amor.Assim, as pedrinhas do nossoquintal são sempre maiores doque as outras pedras do mundo.Apenas pelo motivo da intimi-dade e pelo que elas significavampara nós. As memórias do vividosempre se reportam a uma traje-tória de vida. A localidade ondenasci evocou em mim a sensaçãode pertencer a ela, visto ter sidonesta vila de Água de Pau que fuicriado e, portanto, o espaço ini-cial de minhas memórias.

Eu gosto de vasculhar as mi-nhas memórias antes que elas seapaguem…!

“Antes que a memória se apague” RENTEV - Registo Nacional do Testamento Vital

O Testamento Vital ou Decla-ração Antecipada de Vontade éum documento onde os cidadãosmaiores de idade, que não se en-contrem interditos ou inabilitadospor anomalia psíquica podem, deforma consciente, livre e esclare-cida, manifestar quais os cuidadosde saúde que pretendem ou nãoreceber no caso de não se encon-trarem capazes de prestar consen-timento informado de formaautónoma. Este documento per-mite também a nomeação de umprocurador de cuidados de saúde.Ao preencher o documento outente pode escolher não ser sub-metido a reanimação cardiorrespi-ratória, não ser submetido a meiosinvasivos de suporte artificial defunções vitais ou a medidas de ali-mentação e hidratação artificiaisque apenas visem retardar o pro-cesso natural de morte. Pode de-cidir não ser submetido atratamentos que se encontrem emfase experimental, pedir assistên-

cia religiosa quando se interrom-pam os meios artificiais de vida ousolicitar a presença de determi-nada pessoa que deve ser especi-ficada pelo utente. O documentotem, também, um espaço embranco para outras opções que outente deseje expressar. Paraalém disto o testamento vital per-mite nomear um procurador decuidados de saúde, que é a pessoachamada a decidir em nome doutente.

Para que o documento fiqueativo, o utente deve preencher orespetivo formulário que se en-contra disponível na Área do Cida-dão do Portal do SNS e entrega-loem suporte de papel com assina-tura reconhecida pelo notário, ouassinar o documento na presençado funcionário num Balcão REN-TEV.

Os dados inscritos são inseridosna Plataforma de Dados de Saúde,à qual os titulares têm acesso per-manente através do Portal doUtente. O Rentev é passível de serconsultado pelos profissionais desaúde.

Os testamentos registados noRentev são válidos por cinco anos,mas podem ser alterados a qual-quer momento pelos titulares. Para um melhor esclarecimentodeverá procurar o seu médico ouenfermeiro do seu Núcleo deSaúde Familiar. Em cada centro desaúde existe um colaborador querecebe, encaminha esclarece eapoia o utente em relação ao exer-cício deste direito.

O Testamento Vital ou Declara-ção Antecipada de Vontade é umdireito.

Dr. João Martins de SousaDelegado de Saúde de Lagoa

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Por: RoberTo MedeirOs

A Presidente da Câmara Munici-pal de Lagoa assinou os contratos-programa com a Escola Secundáriade Lagoa, EBI de Lagoa e EBI deÁgua de Pau. O valor total proto-colado foi de mais de 7000 mileuros, que se destinam a financiare colaborar com as escolas em proldo seu projeto educativo, refor-çando a aposta municipal na edu-cação.

No entender de Cristina Calisto,“é um apoio demonstrativo doreconhecimento por parte daautarquia da relevância destas es-colas para o desenvolvimento edu-cativo dos jovens estudantes

lagoenses e da aposta que a autar-quia faz na área da educação comoprimordial para o desenvolvi-mento da Lagoa.”

Estes contratos-programa têmcomo objetivo conceder apoios aatividades de interesse municipal,de natureza social, cultural, des-portiva e recreativa.

Reforçada aposta na educação

Foto: CML

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Diário da Lagoa | março 2019 REPORTAGEM Página 07

A Igreja Matriz de Lagoa [Santa Cruz]: um pouco de como foi ao longo da História

Embora ignorando-se a data dasua fundação oficial, sabe-se queRodrigo Afonso, que veio para ailha de São Miguel no início da suacolonização, em companhia deGonçalo Vaz, foi o instituidor dafábrica menor daquela Igreja,legando-lhe, assim, “sessenta e edois e meio alqueires de terralavradia, sita no Pico da Pedra,hoje conhecida por terras de SantaCruz”.

Sabe-se, segundo Gaspar Fru-tuoso, in Saudades da Terra (L. 6,cap. 13) que D. João Lobo, Bispode Tânger, veio aos Açores porordem de D. Diogo Pinheiro, vigá-rio de Tomar, e deu ordens sacrasna Vila da Lagoa da ilha de S. Mi-guel a 25 de agosto de 1507. Em1518, a igreja possuía três altarese uma confraria de Nossa Senhora,como consta do testamentocomum de Mecia Afonso e de seusobrinho Alvaro Lopes (do Vulcão)feito a 21 de dezembro do mesmoano. Um dos três altares era deS. Pedro.

Em 1543 possuía as seguintesconfrarias: de Santa Cruz, dos Fieisde Deus, Santa Maria do Rosário,da Conceição e São Sebastião,como consta respetivamente notestamento de Alvaro Lopes doVulcão, datado de 17 de maio.

O primeiro livro do registo paro-quial é o de casamento e deste osassentos mais antigos que seencontram, segundo registos, sãode 1541. Os de batizados e de óbi-tos são mais modernos.

O Dr. Gaspar Frutuoso, que dánome à atual Avenida Gaspar Fru-tuoso, que dá para a Igreja deSanta Cruz atualmente, foi seupároco interino desde 1558 atémarço de 1560, no tempo davacância desta Igreja entre DiogoPereira e Balthazar Fernandes, res-petivamente terceiro e quartovigários. Deste último, pode cons-tatar-se, começam os registos decasamentos em janeiro de 1561.

O primeiro vigario foi João deÉvora, que era clérigo da Ordemde São Pedro. O segundo foi, por-tanto, Sebastião Fernandes, queserviu pelos anos de 1527.

Diogo Ferreira, irmão de GasparFerreira, esteve como terceirovigario da Igreja de Santa Cruzpelos anos de 1541. Na segundametade do século XVI, a primitivaigreja deu lugar a um espaço reli-gioso mais imponente: uma igrejamatriz. Já Balthazar Fernandes foivigario de Santa Cruz de 1561 a1568.

Nos anos de 1583, 1584, 1585 e1586 o serviço religioso era feitona ermida do Rosário que, durante

esse tempo, servia de Matriz,como se vê no registo de casa-mento desses anos. Assim se con-clui que não se fazia, nesses anos,serviço religioso em Santa Cruz.Por que razão? Consta-se, no livrodo padre João José Tavares, A Vilada Lagoa e o Seu Concelho, que oque nos leva a crer tal facto é quea Matriz [de Santa Cruz] estava, àdata, em obras de reparação, queimpediam o exercício do culto.

A colegiada era composta porum vigário, cura, tesoureiro e qua-tro beneficiados. Mas que atribui-ções são estas?

Vigário: “A´maneira que a popu-lação desta ilha ia crescendo, aOrdem de Cristo, a quem estasilhas pertenciam, ia enviando paraas localidades mais importantespárocos com o título de capelães,como diz Fructuoso, e depois como título de Vigarios.” (…) “O titulode Vigario ficou nos párocos dosAçores, apresentados pelopadroeiro. E como o Prelado Dio-cesano collava ou conferia as igre-jas a estes sacerdotes, por isso sechamavam Vigarios collados e sãoinamovíveis” - (pp. 129 e 130 – AVila da Lagoa e o Seu Concelho, dopadre João José Tavares).

Cura: “Conforme a população daparóquia o Vigário tem um oumais coadjutores com título de

Cura.” (pp. 130 – A Vila da Lagoa eo Seu Concelho, do padre JoãoJosé Tavares).

Tesoureiro: “O Tesoureiro, emgeral um sacerdote, tinha sob asua guarda e responsabilidade osparamentos, alfaias e vasos sagra-dos, designando os que deviamservir nos actos do culto, minis-trando os guisamentos para asmissas, servindo de mestre decerimonias e tendo a seu cargo oasseio do templo e altares” - (pp.130 – A Vila da Lagoa e o Seu Con-celho, do padre João José Tavares).

Beneficiados: “São os clérigosadidos a certas igrejas formandouma corporação chamada cole-giada, do latim collegium que sig-nifica corpo ou companhia depessoas da mesma profissão. Amatriz de Santa Cruz e a de NossaSenhora dos Anjos eram igrejascolegiadas, tendo a primeira seisbeneficiados e a segunda quatro.O seu fim era tornar solenes osactos do culto, sobretudo as festasoficiais e por isso ambas elastinham organista pago por El- Reicomo Mestre da Ordem de Cristo.A matriz de Santa Cruz tinha tam-bém pregador (…) e mestre dacapela, a expensas das rendas dafábrica.” (pp. 130 – A Vila daLagoa e o Seu Concelho, do padreJoão José Tavares). “Do mesmo

modo que os lugares de cura, tam-bém os de beneficiado reflectiama existência de uma hierarquiaeclesial. Desde logo, porque ape-nas um número restrito de igrejastinha beneficiados: as três igrejasda cidade; as Matrizes da Lagoa,Vila Franca do Campo e RibeiraGrande; e as igrejas de Nossa Se-nhora dos Anjos, em Água de Pau,de Nossa Senhora da Conceição,na Ribeira Grande, e de São Jorge,no Nordeste.” “(…) o número debeneficiados também não era omesmo de cada uma das igrejasmencionadas (…)” - (São Miguelno século XVIII: casa, elites epoder, de José Damião Rodrigues).

Continuando a história da edifi-cação da Igreja de Santa Cruz: des-tes quatro acima dispostos, na ditaigreja, o último foi criado poralvará régio de 18 de julho de1613. Depois o quadro dos bene-ficiados passou a seis. Teve tam-bém pregador, organista e mestrede capela.

Diz-se, também, que o púlpito eo respetivo docel de madeira pretae cedro, com pintura e doura-mento é um trabalho de grandevalor, estando datado de 1784.Tem um relógio na torre que veiode Morez [França], começando atrabalhar, oficialmente, a 24 deoutubro de 1909, segundo umaata da Junta da Paróquia daqueladata.

A Junta da Paróquia, também, a18 de setembro de 1837, deuparte ao administrador do Conce-lho de que estava feito o orça-mento “para remontes dentro efora da Igreja e fazer uma capelapara o baptistério, pois a queexiste é a peior de todas as destailha”.

Um outro nome a ter em contaé o do padre Agostinho InácioMachado, sendo que este fezimportantes obras de restauro eampliação da Igreja Matriz deLagoa, Santa Cruz, construindo umamplo salão paroquial.

DL/JTO

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TAVARES, 1979, pp. 44.TAVARES, 1979, pp. 44.TAVARES, 1979, pp. 44.TAVARES, 1979, pp. 44.TAVARES, 1979, pp. 44.TAVARES, 1979, pp. 44.TAVARES, 1979, pp. 45.TAVARES, 1979, pp. 45.TAVARES, 1979, pp. 48.TAVARES, 1979, pp. 49.OLIVEIRA, 2017, pp. 78.

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Página 08 REPORTAGEM Diário da Lagoa | março 2019

Tomaz Borba Vieira ao Jornal Diário da Lagoa: “Tenho muito de clássico na minha alma”

Tomaz Borba Vieira é uma dasfiguras mais destacadas da socie-dade lagoense: pintor, professor eescritor, Tomaz vive, pacatamente,na sua casa, na Caloura, junta-mente com a sua esposa, junto,bem junto, ao seu Centro Cultural,fundado por si, pelas suas própriasmãos. Um espaço repleto de obrasde arte que, por mais curioso quese possa imaginar, não temnenhuma da autoria de TomazBorba Vieira, como faz questão deressalvar em entrevista exclusivaao jornal Diário da Lagoa. “É rigo-roso o cumprimento de que nãohá quadros meus no Centro Cultu-ral da Caloura”.

A sua vida e obra: era este oprincipal propósito daquela entre-vista. Mas, começando, e emboraum tanto quanto filosoficamente,é possível dissociar a vida da obra,nas palavras de um artista, naspalavras de Tomaz Borba Vieira?

“Eu acho que não. Tudo aquiloque nós fazemos, seja no que for,tem a ver connosco próprios, tema ver com a personalidade e coma experiência de vida que cada umtem”.

Mas se existem vidas que pas-sam por esta passagem e que nãodeixam obra nenhuma, Tomaz diz-nos que “eu acho que não se podeafirmar isso porque há muita obraque não é reconhecida. Eu tenhoconhecido, não só nas artes, masem muitas atividades, pessoasnotáveis que não deixam nomegravado, mas que deixam memó-rias muito fortes à família, à comu-nidade e aos amigos. Conhecihomens, conheci pessoas, diga-mos desconhecidas, ou ditas pordesconhecidas, com personalida-des de grande valor, de grandecapacidade de ensinar”.

Se o artista, por norma, é umser que se inspira, que se sentetocado por dentro pelo exterior -

pelo que está porfora, digamos -,Tomaz, ao jornal Diá-rio da Lagoa, con-fessa que “eu nãouso a palavra inspira-ção, porque nemtodas as ideias quenós temos, às vezes,são louváveis. Demaneira que acreditomais no acontecer,no ver, no sentir,qualquer coisa quemotiva para a ativi-

dade artística. Pode ser uma con-versa, uma forma. Normalmentesão formas, formas da natureza,formas do meio envolvente, aquiloque estimula a capacidade dereconverter formas. Não digo criar,porque não se cria nada do nada:cria-se alguma coisa a partir dealgo que já existe, que recriamos,que transformarmos, que adapta-mos a nós próprios”.

Pintor, escritor e professor: éassim Tomaz Borba Vieira tidoentre nós. Mas em qual destas trêsvertentes o mesmo se sente maisrealizado?

“A minha primeira profissão foiprofessor. Sempre senti vocaçãopara professor. Quando aindaestava no Liceu já sentia vontadede ingressar numa carreira de pro-fessor”, adiantando que “depoisdescobri que isso não era por umaquestão de ensinar, era mais poruma admiração pela função daeducação. A educação como meioimportante da realização social”.

Fundador do Centro Cultural daCaloura, Tomaz Borba Vieira,aquando da fundação do Centro,diz-nos que “eu, desde muitocedo, desde 1959/1960, comeceia colecionar obras. Comprei a pri-meira gravura exatamente nessaaltura. Daí em diante todas asminhas economias e extravagân-cias eram em comprar obras”,tendo herdado também algumaspeças do seu avô.

“Criei porque, quando me refor-mei e a minha mulher se refor-

mou, fomos dar revisão ao queexistia. Tínhamos quadros nosótão, as paredes cheias e come-çámos a pensar em ter um espaçopara nós próprios. Daí, com acolaboração de um arquiteto, pas-sámos para um passo mais largoque foi sentir prazer em partilhara coleção com outras pessoas”,confessa-nos ao jornal Diário daLagoa.

Considerando a insatisfação umageneralidade não privativa dosartistas, para Tomaz Borba Vieira“não se para exatamente porquenão se está satisfeito e quer-sefazer mais”.

“Fui criado até aos seis, seteanos, sem irmãos, num quartoandar de um apartamento em Lis-boa. De maneira que toda a minhaatividade de infância era estar nochão a desenhar. Tinha gosto emdesenhar. Nunca parei de ter umacerta tendência em desenhar. Tivetambém uma educação muito

importante por parte do meu avô,que era uma pessoa de grande cul-tura, que me formou no pensa-mento cultural de toda a ordem eque era um grande conhecedor dearte”.

A arte é o método-mor da subli-mação da dor ou a dor, por si só, étão abstrata que não pode sersublimada? - perguntámos nós. ETomaz responde.

“Essa dor, eu julgo que é, e quetem de ser sempre, o sentir omundo que nos cerca, a sociedadeque nos cerca, porque, de facto, senão houvesse drama, se não hou-vesse sofrimento, se fosse tudofeliz, se fosse tudo cor-de-rosa, tal-vez não houvesse oportunidadede se fazer mais nada”, sendo que,de futuro, em relação ao trata-mento da sua obra, Tomaz diz-nosque gostava que a mesma se man-tivesse um conjunto, não fosse,assim, peças isoladas.

“O que acontece com essas coi-sas é fazer-se um leilão. Elas fazemsentido para mim em termos deconjunto na medida em que foramescolhidas com algum critério. Éuma coleção que não representaapenas uma corrente, uma teoria,um estilo e uma técnica. Envolvetodos esses aspetos desde o mo-mento que tenha qualquer coisaque me seduz muito particular-mente: o desenho. A estrutura dedesenho. O desenho é a base detodas as coisas. Até mesmo dapoesia. A Florbela Espanca diziaque “debaixo de tudo está o dese-nho”. O desenho, a linha de con-torno, que é abstrata, é um meiode criação que se multiplica emformas infinitas”.

Ao terminar a nossa conversa,Tomaz afirma, ao jornal Diário daLagoa, numa confissão que temtanto de brilhante como de verda-deira:

“Tenho muito de clássico naminha alma”, termina.

DL/JTO

Tomaz Borba Vieira, ao Jornal Diário da Lagoa, diz que qualquer coisa o motiva para a atividade artística. Fotos: DL

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Diário da Lagoa | março 2019 REPORTAGEM/ DESPORTO Página 09

Lagoa recebeu a Taça do Mundo de Veteranos 2019A equipa do Vitória de Setúbal

foi a vencedora da primeira ediçãoda Taça do Mundo de Veteranos2019, realizada entre 7 e 10 defevereiro, na Lagoa, ilha de SãoMiguel.

A equipa verde e branca venceu,na final da prova, o União Micae-lense, por 1-0, numa partidamuito disputada até final.

Antes do jogo da final, o Maiavenceu, após as grandes penalida-des, o Desportivo de São Roque(Açores), finalizando a prova em3º e 4º lugares respetivamente.

Nesta primeira edição da Taçado Mundo de Veteranos, a equipado Real SC ficou em 5º lugar,seguido do Real Sociedad (Espa-nha) em 6º. Na sétima posiçãoficou a equipa do Operário, em 8ºo Oviedo (Espanha) e em 9º lugaro Santiago.

Nos restantes lugares, o Pico daPedra ficou-se pelo 10º lugar, em11º o São Roque (Aveiro) e em 12ºo Estrela de Santo André.

Recorde-se que os jogos dispu-taram-se nos campos João Gual-berto Borges Arruda e Mestre JoséLeste.

A Taça do Mundo de Veteranosfoi organizada pela Catchawards,com o alto patrocínio da CâmaraMunicipal de Lagoa e o apoio daAssociação de Futebol de PontaDelgada.

Foram cerca de 250 as pessoasque passaram pela Lagoa. Alémdas equipas anfitriãs do ClubeDesportivo Operário e SantiagoFutebol Clube, participaram maisquatro equipas de São Miguel,quatro provenientes de Conti-nente português e duas de Espa-

nha. Para o vereador da autarquia la-

goense, Nelson Santos, é impor-tante a Lagoa estar associada a umevento desta envergadura, naquiloque é a lógica do desporto paratodos, na prática do desporto rei,e abrangente.

Neste contexto, mais que umevento desportivo, este surgeigualmente numa vertente turís-tica, tendo a representatividadede Espanha e Portugal, promo-vendo-se a componente despor-tiva, mas também numacomponente turística, da arte dobem receber e do enquadramentodaquilo que a Lagoa pode e tempara oferecer.

Por seu turno, para AlexandreSantos, responsável pela entidade

organizadora, foi exatamente odestino em si, e a forma de aco-lher dos lagoenses, que levou aque este evento tenha decorridona Lagoa.

Segundo adiantou, “a Catcha-ward recebe várias solicitaçõespor ano, para a organização devários eventos, depois escolhemosalguns que entendemos que temmelhores condições, quer sejaturística, quer desportiva, masessencialmente uma vertentesocial, e a escolha deste eventoteve muito a ver com a formacomo os lagoenses acolhem, aforma como a Câmara da Lagoa sedisponibilizou a acolher esteevento”, realçou.

Alexandre Santos diz não ter dú-vidas que a realização do evento

acaba por ajudar o próprioturismo, sendo esta uma apostada organização, na promoção docomércio local.

A título de exemplo, o responsá-vel recorda que, neste evento, asequipas participantes, foram con-vidadas a efetuar as suas refeiçõesno concelho, durante a data darealização do mesmo, o que acon-teceu em cerca de 70%.

Tendo em conta o sucesso alcan-çado, esta é uma prova que deveráter a sua segunda edição já no pró-ximo ano e, segundo AlexandreSantos, apesar de haver já inten-ção de outas ilhas querem recebereste evento, a Lagoa deverá ser aescolhida novamente para a 2ªedição a Taça do Mundo de Vete-ranos.

Por outro lado, o responsável-pela Catchawards aproveitou paradeixar no ar a intenção da realiza-ção de uma Liga de Futebol deVeteranos, num modelo comple-tamente diferente do que existeatualmente, sem a realização dejogos todos os fins de semanas,sendo este um modelo saturado,segundo considerou.

Alexandre Santos explicou queserá uma Liga com alguns momen-tos ao longo do ano, acabandocom uma pool final, com diversasequipas de várias ilhas dos Açores,sendo uma proposta a anunciarem breve aos clubes açorianos.

DL

A grande final desta prova internacional decorreu no Campo João Gualberto Borges Arruda, na Lagoa. Fotos: CML/ DR

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Página 10 REPORTAGEM/ DESPORTO Diário da Lagoa | março 2019

“O desporto é uma escola de vida”

A Associação Juvenil do ClubeOperário Desportivo [AJCOD] éuma associação que, segundo seregista, tem por objetivos promo-ver, organizar e participar em con-gressos, conferências e semináriosde interesse para a juventude epopulação em geral, bem comotem como propósito o de dirigir,promover, incentivar e participarem atividades culturais, recreati-vas e desportivas.

Em entrevista ao jornal Diário daLagoa, o presidente da AssociaçãoJuvenil do Clube Operário Despor-tivo [AJCOD], Gilberto Borges, diz-nos que a mesma associação “foiformada no ano de 2000, em feve-reiro de 2000. Veio na sequência

de ter havido a necessidade de en-contrar uma componente socialno Clube Operário Desportivo. Noinício, a AJCOD não era para se de-dicar ao desporto, mas sim a even-tos desportivos, recreativos eculturais. E foi esta a missão que aAJCOD teve durante os primeirosanos. Depois, como houve neces-sidade de uma das modalidades [obasquetebol] desagregar-se doClube Operário Desportivo, houveideia de integrar essa modalidadena AJCOD. Foi aí que, realmente,passou a ter outra dinâmica”, as-sume Gilberto Borges, que, subli-nha, ainda, a participação daquelaassociação em eventos organiza-dos por juntas de freguesia, câma-ras, bem como a organização do

Encontro de Coros “que foi feitodurante muitos anos, pela alturadas festas de Santo António. Agoranos últimos anos temos realizadoaqui na Igreja de Nossa Senhorado Rosário e, noutras vezes, nocinema [Cineteatro LagoenseFrancisco D´Amaral Almeida]”.

Destaque ainda para a organiza-ção de campos de férias paracrianças entre os 10 e os 16/17anos, sendo a maior parte dosmiúdos “aqueles que fazem partedo clube. Raramente aparece umou outro que não é atleta doclube”.

No plano desportivo, e relativa-mente a conquistas, Gilberto Bor-ges destaca que, há dois anos,foram campeões de ilha em diver-sos escalões, tanto em masculinoscomo em femininos. Nos últimosdois anos foram também cam-peões regionais no escalão de sub-18 e sub-14, o que resultou emparticipações na Taça Nacional,em que obtiveram, segundo Gil-berto Borges, “um bom desempe-nho”.

“Sabemos perfeitamente que asequipas do continente têm outroandamento. Enquanto eles fazemcinquenta, sessenta jogos porépoca, nós fazemos aqui quinze,vinte, no máximo. Há outro nívelque nós não conseguimos om-brear, mas fazemos o nossopapel”, sendo que, atualmente, aAJCOD conta com mais de umacentena de atletas.

“É um número muito significa-tivo, atendendo que há muitaoferta aqui na Lagoa de várias

modalidades. Muitos jovens nãogostam também de praticar des-porto. E essa é uma luta que nóstemos tido junto de alguns dessesmiúdos, sendo que temos profes-sores de educação física que lecio-nam connosco e que vão junto dosmiúdos incentivá-los”, de maneiraque o presidente da AJCOD consi-dera não saber se esse desinte-resse generalizado pelo desportoresulta tanto da família ou se vemmesmo da parte dos próprios miú-dos.

“O desporto é um compromissoque eles têm. Mesmo debaixo dechuva têm de se deslocar aospavilhões para treinar. É mais fácilnão se sair de casa”, sublinha Gil-berto Borges, considerando que “éisto que há que combater”.

Se o desporto tem um papel deintegração ou de inclusão socialimportante, o presidente daAJCOD é preciso na sua resposta.“Sim, muito importante”, acres-centando que “é no desporto quemuitos destes miúdos aprendem aconviver e a obedecer a regras queàs vezes não as têm casa. É muitoimportante porque eles ali sentemque têm de cumprir as ordens quesão dadas. Nós sabemos muitobem que, em casa, o pai, muitasvezes, diz uma coisa e o filho fazoutra. E, no desporto, se os miú-dos tiverem gosto na modalidade,obrigam-se a cumprir determina-das regras”.

“O desporto é uma escola devida”, refere Gilberto Borges.

No que diz respeito a desafios,os mesmos prendem-se, inevita-

velmente, com a falta de equipasa praticar a modalidade [basque-tebol], sendo que, este ano, ape-nas existem dois clubes em SãoMiguel [AJCOD e Clube UniãoSportiva].

“Isso não é bom para os miúdos,porque levar o ano inteiro a jogarcontra os mesmos, acaba por setornar uma rotina, e se há dese-quilíbrios ente um clube e outro,passa a ser um desporto monó-tono, em que os miúdos não evo-luem”.

Sendo a falta de competitividadeo principal obstáculo ou desafiopermanente da Associação Juvenildo Clube Operário Desportivo, “oque não quer dizer que essesjovens não têm qualidade”, Gil-berto Borges termina a nossaentrevista destacando, assim, tam-bém, o apoio importante queaquela associação recebe, nomea-damente da Câmara Municipal deLagoa.

“Nós temos muitas despesas,principalmente quando fazemosdeslocações. Foram reduzidos osapoios nas deslocações. E, então,é com os apoios que nós recebe-mos das juntas de freguesia, dacâmara, que servem para colmataressas despesas”, frisando o presi-dente da AJCOD que tudo “se forbem gerido, a coisa dá. Agora, sehouver exageros, não pode dar.Por norma, tem dado até agora”,termina.

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Uma das lutas da AJCOD é criar os homens e mulheres do amanhã. “O desporto tem um papel de integração e de inclusão social importante”. Fotos: DR

Gilberto Borges, presidente da AJCOD.

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Diário da Lagoa | março 2019 REPORTAGEM/ DESPORTO Página 11

CDOL apresentou equipa de ciclismo para época 18/19O Clube Desportivo Operário de

Lagoa apresentou, recentemente, asua nova equipa de ciclismo para aépoca 2018/2019.

O fecho de um outro clube em2018 acabou por dar origem a estaideia da criação da modalidade noclube lagoense. Esta é uma moda-lidade que cada vez mais mostraser uma modalidade de relevo nosAçores e o CDOL não pretendeuficar "fora da moda" tal como fize-ram com a equipa de Trail.

Neste momento são nove os atle-tas nesta modalidade, sete residen-tes em São Miguel, um na ilhaTerceira e outro de Santa Maria.

O Clube lagoense participa assimna Taça de São Miguel Estrada, BTTe XC, sendo que esta última teveinício no passado dia 23 de feve-reiro.

Há ainda a participação na Volta

à Ilha Terceira e Grand Found, Voltaao Faial/Pico, Volta à Ilha de SãoMiguel, onde será CampeonatoNacional de Sub-23 e, neste caso,só podem participar atletas doescalão Elite, o que vai reduzir aequipa em apenas 3 a 4 atletas. Segundo fonte do clube, os objeti-vos passam por igualar ou melhoraro 4º lugar alcançado na épocaanterior.

Ao Jornal Diário da Lagoa, amesma fonte adianta que, commais esta modalidade no clube, oCDOL está assim cada vez maisabrangente e inclusivo. “Os atletasjá começam a procurar o clube,dadas as condições que damos, aforma como treinamos, a amizadeque se gere e os convívios que cria-mos para unir o grupo com os atle-tas das outras modalidades dentroclube”, revelou.

DLA apresentação da nova equipa decorreu na sede do Clube Operário Desportivo.

A comitiva do Centro de Karaté deLagoa deslocou-se, em fevereiro, a Bucelas,concelho de Loures, com dez atletas paradisputar a Taça Nacional de Karaté, onde ar-recadou nove medalhas: duas de prata esete de bronze. Esta competição de nívelnacional contou com a participação decerca de 200 atletas de todo o país e dispu-tada nos escalões de infantis, iniciados ejuvenis.

Vitória Joaquim venceu uma medalha deprata na vertente de kata, escalão de infan-tis femininos.

A outra medalha de prata foi entregue aEnrique Ayala, em kumite, no escalão de ini-ciados masculinos -30kg. Os terceiros luga-res foram para Iara Moniz, em kata infantisfemininos, Thomas Pellietier, em kumite ini-ciados masculinos -54kg, Sara Pereira, emkumite juvenis femininos -50kg, Isabel Oli-veira, em kumite juvenis femininos +50kg,Bianca Canto, em kumite juvenis femininos+50kg, Gerson Morais em kumite iniciadosmasculinos -30kg e Alexandre Gomes, emkumite iniciados masculinos -30kg.

Para além destaprova, já haviam sidodisputadas três jor-nadas do Campeo-nato de Ilha de SãoMiguel, em que oclube tinha demons-trado boas presta-ções e conseguiu sairde todas as jornadascom bons resulta-dos.

Na jornada dispu-tada na Relva, emnovembro, o CKL

arrecadou 22 medalhas, sendo 12 delasmedalhas de ouro, 5 de prata e 5 de bronze.

Na jornada disputada em Rabo de Peixe,em janeiro, o CKL continuou com os bonsresultados, ao conseguir chegar ao pódio 16vezes, destas 16 medalhas seis são meda-lhas de 1ª lugar, quatro de 2º lugar e seis de3º lugar.

Na última jornada do campeonato, dispu-tada na Povoação, a 3 de fevereiro, o CentroKaraté de Lagoa superou-se e conseguiuobter 19 medalhas, oito das quais de ouro,seis de prata e cinco de bronze.

O Campeonato de Ilha terá a sua próximajornada, no dia 7 de abril, no pavilhão daEscola Secundária de Lagoa.

Nelson Santos, vereador da Câmara Mu-nicipal de Lagoa e responsável pela área dedesporto, congratula o Centro de Karaté deLagoa pelos resultados almejados, frisandoo excelente trabalho que têm realizado emprol da promoção do concelho em termosdesportivos, reiterando os votos de sucessona próxima competição.

DL/CML

Centro de Karaté de Lagoadestaca-se a nível nacional

O Clube Desportivo Escolar de Água dePau organizou, com a colaboração daCâmara Municipal de Lagoa e outra entida-des como a Associação de Atletismo de SãoMiguel, os Escuteiros de Água de Pau, aJunta de Freguesia de Água de Pau, a EBI deÁgua de Pau e a Casa do Povo de Água dePau, a primeira edição da Corrida Vila deÁgua de Pau.

A apresentaram-se à partida para estacorrida mais de 200 participantes, dos quais192 concluíram com sucesso a prova quepercorreu quase de lés a lés esta vila doconcelho de Lagoa, um evento desportivoque integrou o Campeonato de Estrada daAssociação de Atletismo de São Miguel.

Refere fonte do CDEAP que nunca umacorrida de atletismo tinha atraído uma mol-dura humana tão significativa, entre parti-cipantes e assistentes, na Vila de Água dePau, como aquela que foi testemunhadaneste dia. A dinâmica criada na vila, a ótimaadesão à prova e deuma forma geral, osucesso desta inicia-tiva, são fatores demotivação para acontinuidade da suarealização.

A primeira ediçãoda Corrida da Vila deÁgua de Pau revelou-se assim um sucesso,sendo, na maioria,atletas dos clubeslagoenses Clube Des-portivo Operário deLagoa e do CDEAP,que ocuparam mui-tos dos lugares do

pódio.Integrada no Campeonato de Estrada de

São Miguel, a prova veio comprovar a dinâ-mica desportiva que o concelho de Lagoaapresenta e que se verifica em diferentesmodalidades desportivas, fruto do trabalhoexcecional dos clubes, instituições e asso-ciações desportivas lagoenses e diversasparcerias realizadas, revela fonte da autar-quia.

De referir que os clubes lagoenses doClube Desportivo Operário (CDOL) e doClube Desportivo Escolar de Água de Pau,se destacaram nesta prova, tanto pelo nú-mero de atletas, como pelas conquistas delugares no pódio. No que diz respeito à clas-sificação coletiva, as equipas feminina emasculina do Clube Desportivo Operário deLagoa foram as vencedoras. Nos senioresmasculinos, venceu a prova o atleta MárcioAzevedo e, nos seniores femininos, PatríciaCarreira, ambos do CDOL.

DL/CDEAP/CML

Foi com sucesso que terminoua I Corrida de Água de Pau

Fotos: CODL

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Página 14 LOCAL / NECROLOGIA Diário da Lagoa | março 2019

NECROLOGIAFreguesia de Santa Cruz

José Emílio da Silva BorgesNasceu: 23-04-1984Faleceu: 28-01-2019

Freguesia de Santa Cruz

António Pacheco OliveiaNasceu: 09-11-1953Faleceu: 10-02-2019

Freguesia de Santa Cruz

Manuel Fernando Diniz VieiraNasceu: 30-05-1957Faleceu: 11-02-2019

Ficha TécnicaDiário da LagoaRegisto ERC: 126473Deposito Legal: 402139/15Propriedade: Símbolos e Cedilhas -AssociaçãoFundador: Norberto LuisDiretor/ Editor: Norberto LuisRedação: Norberto Luis (TE-563 A)

Direção Comercial: Suzi MonizColaboradores nesta edição:Julio T. Oliveira, Dr. João Martins deSousa, Luís Moniz, Roberto Medeiros,Funerária Carvalho, Funerária Lindo.Periodicidade: MensalImpressão: Gráfica Funchalense.Rua da Capela da Nossa Senhora daConceição, nº 50 - Morelena2715-029 Pêro Pinheiro – Portugal

Tiragem: 750 exemplaresSede: Rua Calhau D Areia, nº299560-057 Lagoa - AçoresEdição e Redação: Rua do Estaleiro,nº6, 9560-080 - Lagoa - AçoresEmail: [email protected]: 296 916 357/ 935 319 608

Estatuto Editorial disponível na páginada internet em:

http://diariodalagoa.com

nota: Os conteúdos dos artigos deopinião, aqui publicados, são da res-ponsabilidade de quem os assina.Os anúncios aqui publicados são daresponsabilidade dos respetivos anun-ciantes, salvo erro tipográfico.

Mais conteúdos aqui.

Freguesia de Santa Cruz

Paulo Manuel de Oliveira CordeiroNasceu: 14-05-1965Faleceu: 14-02-2019

Freguesia do Cabouco

João Vitor Correia CostaNasceu: 11-11-1991Faleceu: 23-01-2019

Freguesia do Cabouco

Abílio de Medeiros Furtado da SilvaNasceu: 19-01-1933Faleceu: 29-01-2019

Freguesia de Nª Sª do Rosário

Dorina Maria Furtado da SilvaNasceu: 18-05-1950Faleceu: 04-02-2019

Freguesia de Nª Sª do Rosário

Dionísia PimentelNasceu: 15-05-1922Faleceu: 06-02-2019

Freguesia de Santa Cruz

Irina OnitaNasceu: 22-12-1948Faleceu: 19-01-2019

Freguesia de Nª Sª do Rosário

Maria Amélia MachadoIdade: 29-11-1923Faleceu: 14-02-2019

Romarias Quaresmais2019 na estrada a dia

9 de marçoÉ já este sábado, dia 9 de

março que saem para a estradaos primeiros Romeiros daRomaria Quaresmal 2019. Entreos onze primeiros Ranhos quesaem, está o Rancho de Romei-ros do Cabouco.

As romarias quaresmais co-meçam no primeiro sábado daQuaresma e prolongam-se atéQuinta-feira Santa, dia 18 deabril.

Esta tradição mobiliza cada vezmais romeiros provenientes deoutras paragens, nomeada-mente da diáspora e de Portugalcontinental.

Caraterísticas de São Miguel,onde saem à rua anualmente 54

ranchos, mobilizando cerca de2500 romeiros.

As tradicionais romarias deSão Miguel , que em 2022 com-pletam 500 anos, assumem umadimensão comunitária e tocamcentenas de pessoas que seunem em várias freguesias damaior ilha açoriana para dispo-nibilizar meios para a pernoita ea alimentação dos romeiros.

Estas romarias quaresmais,segundo a tradição, tiveram ori-gem na sequência de terramo-tos e erupções vulcânicasocorridas no século XVI.

Em baixo deixamos os mapasde pernoitas para o mês demarço.

Freguesia de Nª Sª do Rosário

Maria Eulália Correia de MeloNasceu: 14-05-1965Faleceu: 14-02-2019

Freguesia da Ribeira Chã

Maria Leonor ToréIdade: 85 anosFaleceu: 09-02-2019

Freguesia da Ribeira Chã

Maria Lurdes ToréIdade: 92 anosFaleceu: 10-02-2019

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Diário da Lagoa | março 2019 Página 15PASSATEMPO / HORÓSCOPO

Soluções dos passatempos.

Labirinto: Descubra o caminho correto.

Descubra as sete diferenças.

PASSATEMPO HORÓSCOPO DE MARÇOCarneiro (21/3 a 20/4)

A vida afetiva deverá ser analisadade forma objetiva, de modo a resolverquestões pendentes e a poder lutar por umrelacionamento cativante.

A nível profissional poderão surgirconvites surpreendentes, propostas tenta-doras e mudanças fundamentais para o pro-gresso da carreira.

Touro (21/4 a 21/5)

A vida afetiva marca a necessi-dade de proceder a uma introspeção quepermita-lhe entender a sua faceta sensívele a sua condição espiritual.

A nível profissional, esteja disponí-vel para aceitar alterações e com a calmaaliada à coragem vai promover mudançasque trazem-lhe estabilidade.

Gémeos (22/5 a 21/6)

A vida afetiva revela algumas ati-tudes levianas ou superficiais que poderãoprejudicar a relação amorosa, provocandoperturbações sentimentais.

A nível profissional, analise a situa-ção financeira e adote uma postura respon-sável, compatível com as dificuldades quesurgirão no futuro.

Caranguejo (21/6 a 23/7)

A vida afetiva aponta o momentoadequado para serenamente libertar-se dememórias antigas e começar a construir umdestino mais próspero.

A nível profissional é tempo deconfiar nos seus dotes inatos e avançar complanos benéficos financeiramente, essen-ciais para a sua realização.

Leão (24/7 a 23/8)

A vida afetiva proporciona-lhe aoportunidade de demonstrar os seus verda-deiros sentimentos, evitando gestos ego-cêntricos e impulsivos.

A nível profissional, procure me-lhorar os seus conhecimentos para poderocupar outras funções de prestígio e provei-tosas financeiramente.

Virgem (24/8 a 23/9)

A vida afetiva permite-lhe condu-zir os acontecimentos adequadamente eencontrará as melhores condições paraestabelecer relações profícuas.

A nível profissional, surgirão osapoios imprescindíveis para colocar em prá-tica os seus projetos criativos que beneficia-rão o setor económico.

Balança (24/9 a 23/10)

A vida afetiva é um fator essencialpara o seu bem-estar e um ótimo elementopara o autoconhecimento, mas a felicidadedepende do seu “Ser”.

A nível profissional, inicia-se umafase de expansão muito favorável para alte-rar os seus procedimentos e procuraraumentar os rendimentos.

Escorpião (24/10 a 22/11)

A vida afetiva coloca à prova a suaevolução pessoal e afastando mágoas dopassado poderá tranquilamente promovera regeneração sentimental.A nível profissional é tempo de assumircompromissos construtivos que asseguram-lhe melhores receitas, essenciais para a suasegurança.

Sagitário (23/11 a 21/12)

A vida afetiva poderá ser aprovei-tada para evidenciar a sua sabedoria e mos-trar a sua capacidade de desenvolver umapaixão estimulante.

A nível profissional terá todas ascondições para encontrará as melhoressoluções para trabalhar com entusiasmo ereorganizar as finanças.

Capricórnio (22/12 a 20/1)

A vida afetiva reflete melancolia epossivelmente algum desinteresse no planosexual, proveniente da tensão imposta peloregente Saturno.

A nível profissional fará escolhascertas, compatíveis com este ciclo de rees-truturação e tranquilamente escolherá omelhor caminho a seguir.

Aquário (21/1 a 19/2)

A vida afetiva oscila entre a neces-sidade de conforto e a vontade de expandira sua liberdade, mas conseguirá conciliarambas as posições.

A nível profissional, alguns apoiossurpreendentes relançam planos arrojadosque alterarão radicalmente o rumo da car-reira a longo prazo.

Peixes (20/2 a 20/3)

A vida afetiva indica a necessi-dade de entender as suas motivações inte-riores, afirmando valores espirituais eaperfeiçoando a sua fé.

A nível profissional, a partir da ca-pacidade de ação muito corajosa e dandolargas à sua imaginação alcançará muitasatisfação no seu dia-a-dia.

Page 16: “Tenho muito de clássico na minha alma” · Trilho urbano da cidade de Lagoa – foram 7 km a caminhar pelas ruas da localidade. Visitamos a casa do ferreiro e descobrimos a cidade,

Chama-se Milton Oliveira e é onovo gerente da Padaria & PastelariaFlora, no Cabouco. Com 28 anos ediversos conhecimentos em padariae pastelaria, este jovem Lagoensepreferiu ficar na sua terra em vez deemigrar.

Ao Jornal Diário da Lagoa, Miltonconta que, no início de janeiro, tudoestava preparado para seguir viagematé Londres e ir em busca de umnovo sonho, mas um contato dos an-tigos donos da padaria mudou orumo da sua vida.

Aliás, foi nesta mesma padaria, queagora gere, que começou a ter o pri-meiro contato com esta área, quandoajudava a antiga dona, juntamentecom o filho desta, de quem eraamigo, aos nove anos de idade.“Comecei a ajudar a pôr lenha noforno, a mexer a massa, e a levar opão pelas portas”, lembra.

E foi até aos 16 anos que Milton foificando por lá, ajudando e apren-dendo, altura em que viu que nosestudos não iria conseguir o quedesejava, na altura, o seu sonho eraser polícia, sonho que acabou pordeixar de parte, tendo apostado,então, num primeiro momento, naárea da padaria.

Aos 18 anos começou a trabalharna padaria como ajudante de pa-

deiro, sendo que, aos 21, já era chefeda padaria, altura que surgiu a opor-tunidade de tirar uma formação emLisboa, na Puratos Portugal, umgrupo multinacional, que ofereceuma vasta gama de produtos paraclientes artesanais, industriais, reta-lhistas e de restauração e hotelaria,nos setores de panificação, pastelariae chocolate.

A sua formação durou três meses,onde depois, por cerca de ano emeio, percorreu diversaspadarias/pastelarias um pouco portodo o país.

De regresso aos Açores, esteve adar formação em várias ilhas, masassumindo a sua limitação em ter-mos de comunicação, acabou porabandonar essa área.

Nesta entrevista, Milton Oliveiraconta que passou por várias pastela-rias em Ponta Delgada, foi apren-dendo e tentou crescer, mas não viao seu trabalho reconhecido. Emdezembro último recebeu uma pro-posta para ir para Londres, seguindoassim o seu novo sonho, e acabandopor ter a oportunidade de crescer naárea. Admite o jovem pasteleiro queLondres era uma terra onde podiaevoluir e crescer muito e tudo estavapreparado para seguir viagem a 5 dejaneiro.

Mas surgiu a oportunidade de ficar

com a Pastelaria & Padaria Flora, eapós pensar um pouco, decidiu ficare apostar na sua terra, sabendo queem Londres a oportunidade eraoutra, mas lembra que foi exata-mente neste mesmo espaço quecresceu e acabou por colher assementes que agora vai plantando.

No seu primeiro mês com o seu es-paço, Milton Oliveira faz um balançopositivo, sendo que a adesão da po-pulação tem sido muito boa e con-fessa que está e vai trabalhar paramarcar a diferença.

À nossa reportagem admite saberque o mercado Açores é limitado,mas diz ser necessário mudar e éesse o trabalho que quer fazer,mudar a mentalidade do que é umapadaria/ pastelaria. “Há muito que sepode fazer e inovar”, ressalva.

Na área da padaria, o jovem dizquerer ter pão, não só pela manhã,sendo algo que quer que as pessoasse comecem a habituar, a poder terpão fresco durante o dia, daí que ohorário de funcionamento seja das06h00 às 23h00 de segunda a sexta-feira, nos sábados e domingos, comhorário mais reduzido, ou seja, ape-nas de manhã.

Outra aposta do jovem é a apostano pão natural. “Já temos alguns pro-dutos na padaria como caso da broade milho que é 100% natural, não

Diário da Lagoa | março 2019Última LOCAL/ PUBLICIDADE

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Jovem pasteleiro investe no Cabouco

A Pastelaria & Padaria Flora tem nova gerência que aposta na diferenciação e inovação. Fotos: DR

tem fermentos nem produtosquímicos, e quero mais traba-lhar estes produtos”, realça.

Na pastelaria, a variedade émuita, e na Pastelaria & Pada-ria Flora muito se pode encon-trar, sendo que Milton Oliveiraquer criar uma pastelaria dife-renciadora, para isso tambéminvestiu em novo equipamentopara uma oferta ainda maior ediversificada.

Nesta entrevista, Milton Oli-veira aproveitou igualmentepara lamentar a falta de apostana formação desta área de pa-daria e pastelaria. “ As escolasprofissionais deveriam apostar,na sua oferta formativa, nestaárea, com um curso direcio-nado”.

O jovem lembra a nova es-cola profissional que abriu naLagoa, que deveria olhar paraesta oportunidade e ser dife-

renciadora nesta área. “Deve-ria ser uma aposta a seguir”,diz.

Situada no Cabouco, a pada-ria tem sido procurada não sópor lagoenses mas tambémpor pessoas de Ponta Delgada,local onde aliás tem produtosà venda da Pastelaria & Pada-ria Flora, mais concretamenteno Rei dos Queijos e no Prín-cipe dos Queijos.

Milton Oliveira está con-fiante no futuro e acredita naoferta diferenciadora e inova-dora que pretende implemen-tar.

DL