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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA
GRUPO DE PESQUISA EM FORRAGICULTURA
RELÁTORIO DA VIAGEM AO ESTADO DO MATO
GROSSO DO SUL
DIVINO SILVA DE OLIVEIRA JÚNIOR
01/04/2014
Introdução
Alguns integrantes do Grupo de Pesquisa em Forragicultura da Universidade
Federal de Uberlândia realizaram uma viagem ao estado do Mato Grosso do Sul entre os
dias 17 á 22 de março de 2014, nesta oportunidade foram visitadas a Embrapa Gado de
Corte, a Fundação MS, a fazenda Sapé e uma propriedade de produção de sementes,
com o intuito do conhecimento dos trabalhos realizados por estas empresas. A seguir
estão os temas e as conversar realizadas durante as visitas.
1. Produção de Sementes
Visitou-se uma propriedade onde se produz sementes para a comercialização.
Fomos acompanhados pelo pesquisador Adenilson José Paiva, na oportunidade
conversamos com os proprietários e discutimos alguns assuntos sobre a produção de
sementes. Falou-se que leva cinco anos para produzir as sementes para comercialização,
posteriormente se faz as multiplicações. Falou sobre a produção da propriedades e da
carência de pesquisa cientifica nesta área.
O pesquisador Adenilson foi contratado pela empresa Dow AgroSciences para
dar inicio a pesquisa na produção de sementes. Os primeiros tratamentos que estão
sendo testado pelo pesquisador são o espaçamento entre linhas e o número de sementes
por metro linear da semeadura.
Por fim, visitamos uma área de produção de sementes de Brachiaria brizantha
(Figura 01).
Figura 01: Área de produção de sementes de Brachiaria brizantha.
2. Visita a Embrapa
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, unidade Gado de Corte, foi
criada em 1975 e está localizada na cidade de Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Tem
como missão viabilizar soluções tecnológicas sustentáveis para a cadeia produtiva da
pecuária de corte em benefício da sociedade brasileira. As contribuições da Embrapa
Gado de Corte no fortalecimento da pecuária nacional são visíveis. O Brasil é hoje o
maior produtor e exportador de carne bovina. Os mais de 200 projetos e subprojetos em
andamento visam a aumentar ainda mais a produção, qualidade, rentabilidade e
eficiência dos sistemas produtivos da bovinocultura de corte. [1]
2.1. Rodrigo Gomes – Nutrição de Ruminantes
Na apresentação realizada por Rodrigo Gomes, pesquisador na área de nutrição
de ruminantes, foi mostrado alguns projetos que estão sendo realizados. Sendo eles
descritos abaixo:
Pecus: é uma linha que cuida de toda parte que envolve a pecuária. Ela está
desenvolvendo um projeto que envolve a participação de 46 unidades. Este projeto foi
criado com o objetivo de reduzir em 30 % a emissão de gases do efeito estufa. A
Embrapa foi contratada para realizar o levantamento da emissão, basicamente vão ser
mensurados os gases metano e óxido nitroso.
Os pesquisadores vão testar algumas formas para se obter está redução. Para isso
ira ser utilizado o sistema chamado integração lavoura, pecuária e floresta. Os
tratamentos serão o sistema convencional com apenas pastagens, o sistema integração
lavoura e pecuária e o sistema completo, ou seja, lavoura, pecuária e floresta.
Para a mensuração do gás emitido será utilizado à técnica chamada método do
gás traçador. Neste estão sendo utilizadas novilhas com um aparato que vai a cima da
narina do animal, “colhendo” o gás emitido pela eructação. Faz a mensuração e
posteriormente se faz a proporção utilizando-se o cloreto de enxofre, através de sua
concentração, obtendo assim o total de gás emitido. Esta avaliação está no seu inicio e
tem uma expectativa de se realizar-se por dois anos, no período das águas e de seca.
Estratégias de suplementação: Neste trabalho estão sendo testados diferentes
tipos de suplementação em diferentes categorias de animais. Estratégias com
suplementações protéica, energética e apenas mineral em novilhas para estação de
monta. Estratégias com e sem o uso de vergumicina em novilhos tricross. E estratégias
de suplementação para terminação, testando dietas mais energéticas com maior custo e
dietas menos energéticas com menor custo.
Plantas nativas como aditivos alternativos: Neste experimento espera-se
encontrar aditivos para modificar a fermentação ruminal, buscando a diminuição do gás
metano.
+ Precoce: O objetivo deste trabalho é de se produzir carne de alta qualidade. A
associação faz parcerias para receberam bonificações por seus produtos de qualidade. A
qualidade da carne é alcançada buscando padrões adequados de idade, peso e
acabamento de carcaça. E para isso o foco é dado para a genética, nutrição e estratégias
de manejo. Uma das parcerias da associação é com o grupo Carrefour.
Foram apresentados alguns programas computacionais desenvolvidos pela
Embrapa com o objetivo de buscar eficiência na produção. Foram eles:
Suplemento Certo: Este é um aplicativo para celulares que permite comparar o
custo beneficio das suplementações.
Embrapa Invernada 2.0: Este solftware simula o desempenho de animais a
pasto. Sabendo-se a região, o capim e o tipo de solo ele vai estimar a produção. A partir
do tamanho da área vai estimar a quantidade de animais. Com a categoria e genética dos
animais vai estimar o consumo. Com esses dados ele volta na pastagem e estima a
ingestão de nutrientes e o desempenho dos animais.
Foram apresentados também outros assuntos no decorrer na conversa. Foi
apresentado que não há diferença na idade de castração com relação aos hormônios.
Foram citadas outras linhas de pesquisa. Uma com foco na produção de bezerros, para
isso utilizando-se a tecnologias da reprodução como a inseminação artificial em tempo
fixo. E outra com foco na suplementação antes e depois da seca e antes e depois das
águas.
2.2. Denise Montagner – Manejo de Pastagem
Com a pesquisadora Denise Montagner foi-se visitar algumas áreas da
propriedade da Embrapa, cujo estão sendo tocados experimentos na área de
forragicultura. No caminho para o destino passamos pela área onde fica o banco de
germoplasma de Brachiarias, uma área que fica os híbridos e uma área de pesquisa com
sementes.
Foi apresentado um experimento com o capim Mombaça em lotação
intermitente comparando-se duas interceptações luminosas. Uma já estabelecida pela
pesquisa que é de 95%, e outra que está sendo testada para este capim, que é de 90%.
Algumas das avaliações realizadas são a massa de forragem e a avaliação de estrutura
vertical do dossel (Figura 02).
Figura 02- Área experimental de capim Mombaça
Também se faz a avaliação de suplementação na seca, comparando sal mineral,
sal proteinado e concentrado. Os resultados desses tratamentos foram de um ganho de
peso de 200, 400 e 700 gramas respectivamente.
Está área é corrigida anualmente e adubada com 150 kg de N/há, divididos em
três aplicações.
Indo para outra área foi visto mais três cultivares do gênero Brachiaria
brizantha, o xaraés, o paiaguás (Figura 03) e B4. Tendo como destaque entre elas o
cultivar paiaguas, pois ela foi lançada recentemente. Essa cultivar foi comparado ao
capim Piatã, tendo como vantagem uma maior produção de forragem durante a seca,
assim ela é indicada para a integração lavoura pecuária, porém o ponto negativo é que
ela e susceptível as cigarrinhas das pastagens.
Figura 03: Área experimental de capim Paiaguás
2.3. Roberto Giolo
Na apresentação feita pelo pesquisador Roberto Giolo foi abordado o tema
integração lavoura pecuária e floresta (ILPF). Foram abordados os tipos corretos de
manejos a se realizarem em um sistema de ILPF e mostrado o experimento que está
sendo realizado.
No experimento apresentado o foco é para a pecuária (Figura 04), assim os
espaçamentos entre linhas de eucaliptos são de 22 e 14 metros, porém está se utilizando
22 metros devido à área já estabelecida por cercas, o indicado seria 26 metros. Isso
porque a colheitadeira de seis metros passaria quatro vezes na hora de colher a cultura
de grão, tornando a colheita eficiente, lembrando que se deixa um metro de cada lado
como bordadura.
Esse sistema tem o ciclo de quatro anos, sendo o primeiro ano de lavoura mais
eucalipto e os três anos restantes de pastagem. A desrama nos eucaliptos se faz com
doze meses, e posteriormente anualmente. O capim utilizando é o capim Piatã. Há duas
opções de corte para o eucalipto, um corte apenas com doze anos, e outro com a
realização de três cortes, um com quatro anos, outro com oito, e o ultimo com doze
anos, cortando um terço das árvores por vez.
Juntamente com está apresentação tivemos a presença da pesquisadora Fabiana,
que nos relatou as avaliações e comportamento animal realizadas por seu comando.
Basicamente é aferido se o animal está em pastejo, ruminando ou em ósseo. Estão
avaliando os animais na sombra e sem sombra. Também se avalia o ambiente dentro das
áreas com aparelhos como termômetro, termômetro de bulbo seco e úmido e globo
negro.
Figura 04: Área experimental de iLPF.
2.4. Melhoramento de plantas forrageiras
O pesquisador Sanzio nos apresentou uma pequena palestra com o tema
melhoramento das plantas forrageiras. Basicamente ele se faz um estudo nas plantas
disponíveis no banco de germoplasma, testando varias analises com o intuito de
verificar a sua capacidade de produção e interação com o ambiente e os animais. Gasta-
se doze anos de estudo para uma forrageira ser lançada no mercado. Atualmente está
sendo estudado o cruzamento entre as espécies com o objetivo de criar outras espécies
para lançamento.
3. Visita Fundação MS
Para a visita á Fundação MS e á fazenda Sapé fomos acompanhados do
pesquisador da Embrapa Sr. Aroldo.
Fundada em 18 de Março de 1992, a Fundação MS para a Pesquisa e Difusão de
Tecnologias Agropecuárias é uma empresa privada, sem fins lucrativos e de Utilidade
Pública Federal. Foi criada por produtores rurais, com o objetivo de gerar e adaptar
tecnologias para apoiar o expressivo crescimento na área cultivada em Mato Grosso do
Sul. Desde o início focou no desenvolvimento do sistema plantio direto e na busca por
alternativas para a rotação de culturas e cobertura do solo no outono-inverno. Foi
pioneira nas pesquisas com sistemas integrados lavoura-pecuária e lavoura-pecuária-
floresta. Trabalhou para a adaptação de variedades de soja, buscando materiais mais
precoces e produtivos, o que possibilitou a introdução e consolidação do milho safrinha.
As informações foram sistematizadas na forma de publicações, com a criação dos
anuários “Tecnologia e Produção: Soja e Milho” e “Tecnologia e Produção: Milho
Safrinha e Culturas de Inverno”. Atualmente com 50 funcionários, sendo seis
pesquisadores, a Fundação MS desenvolve trabalhos de pesquisa nas áreas de Fitotecnia
Soja, Fitotecnia Milho, Fertilidade e Manejo do Solo, Fitossanidade, Sistemas
Integrados, Agroenergia e Culturas de Inverno. [2]
Na visita realizada na Fundação MS, situada na cidade de Maracajú, Mato
Grosso do Sul, fomos recebidos pelo pesquisador Alex Melotto, que nos apresentou a
Fundação MS e posteriormente nos levou a uma área de integração entre lavoura e
pecuária, sendo a cultura de milho juntamente com o capim ruziziensis (Figura 05).
Figura 05: Área de iLP entre milho e capim riziziensis.
Nesta conversa foram abordados os assuntos relacionados ao tema, tais como o
período de implantação da cultura de safra e safrinha, onde a cultura de safra geralmente
é a soja e de safrinha geralmente é o milho. Nesta área o capim é utilizado apenas para a
produção de palhada para a proteção do solo e para o plantio da próxima cultura. Em
outras ocasiões utiliza-se a capim para alimentação de animais durante a seca, pois o
capim após a colheita da safrinha estará em boas condições para a sua utilização.
4. Fazenda Sapé
Na fazenda Sapé fomos recebidos pelo gestor de agronegócios Mateus, que nos
mostrou boa parta da propriedade, tanto na área de agricultura e pecuária.
Na área de agricultura a fazenda trabalha com as culturas de soja, milho e cana
de açúcar, utilizando sempre o sistema integração lavoura pecuária fazendo a rotação
entre nas áreas da propriedade.
Figura 06: Área de milho no inicio do crescimento.
Na parte de pecuária visitamos os tourinhos da raça Brangus (Figura 07), cuja
origem se da pelo cruzamento entre a raça Aberdeen Angus com um animal Zebu, no
Brasil se usa a raça Nelore devido a importância e qualidade. Porém nos Estados Unidos
onde a raça se originou utiliza-se a raça Brahman, daí vem o nome Brangus.
Figura 07: Tourinhos da raça Brangus.
Visitamos também na área das vacas reprodutoras e as novilhas de reposição.
Nesta área os animais ficam em lotação intermitente, porém com os piquetes de
tamanho grande. Eles visão produzir animais superprecoce, assim desde o nascimento
os bezerros já recebem suplementação.
Agradecimentos
Agradeço a todos da Embrapa, Fundação e Fazenda Sapé que nos
proporcionaram as visitas e disponibilizaram o seu tempo para as conversas realizadas e
pelo conhecimento adquirido.
Agradeço ao professor Leandro Barbero pela oportunidade da viagem.
Referências
[1] www.cnpgc.embrapa.br Acesso em 30/03/2014
[2] www.fundacaoms.org.br Acesso em 30/03/2014
Imagens retiradas de arquivo pessoal