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“Gestão do Desenvolvimento Inclusivo da Escola” Módulo IV Rio Grande, 2014

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“Gestão do Desenvolvimento Inclusivo da Escola”

Módulo IV

Rio Grande, 2014

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Módulo IV – DEFINIÇÕES E CARACTERÍSTICAS SOBRE

DEFICIÊNCIAS, TGD E ALTAS HABILIDADES.

Objetivos do módulo: Aprofundamento sobre quem são os sujeitos da educação

especial, conceituando os diferentes quadros de deficiência (auditiva, física,

intelectual, visual, múltipla, surdocegueira), altas habilidades transtornos globais de

desenvolvimento - Autismo Clássico, Síndrome de Asperger, Síndrome de Rett,

Psicose Infantil. Noções sobre conceitos, métodos e estratégias didático

pedagógicas para contribuir com o processo de ensino e aprendizado.

DISCIPLINAS QUE INTEGRAM O MÓDULO IV:

Disciplina VI - Deficiência intelectual (15h);

Disciplina VII- Deficiência física (10h);

Disciplina VIII - Deficiência auditiva e surdez (15h);

Disciplina IX - Deficiência visual (15h);

Disciplina X - Deficiência surdocegueira (10h);

Disciplina XI - Pessoas com transtornos globais de desenvolvimento (15);

Disciplina XII - Altas Habilidades/Superdotação (15h).

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Módulo IV – DISCIPLINA IX - surdocegueira

Aline Wartner

Daner Martins

_______________________________________________________

Quem são os surdoscegos?

Na primeira vez que ouvimos falar de surdocegueira pode-se pensar que se

trata da impossibilidade total de duas perdas sensoriais distintas, ou seja, ver e

ouvir. Na verdade, Serpa, 2002, define a surdocegueira como uma condição em que

se combinam transtornos visuais e auditivos que conduzem a problemas graves de

comunicação e aprendizagem.

Ainda, na tentativa de definirmos a Surdocegueira bem com o surdocego,

traz-se duas citações do mesmo autor:

Surdocegos são os indivíduos que têm uma perda substancial de

audição e visão, de tal modo que a combinação das suas

deficiências causa extrema dificuldade na conquista de habilidades

educacionais, vocacionais, de lazer e sociais. (KINNEY, 1977, pg

21),

Ademais, salienta-se a significância desta combinação em:

“Uma pessoa com perda substancial de visão pode, ainda assim,

escutar e ouvir. Outra pessoa com substancial perda de audição

pode, ainda assim, ver e observar. Mas uma pessoa com perdas

substanciais em ambos os sentidos, experimenta uma gama de

privacidade que pode causar extremas dificuldades”.(KINNEY, 1977,

p. 22)

No Brasil, segundo Masini et.al, 2007, se difundiu a seguinte definição:

Surdocegueira é uma deficiência singular que apresenta perdas

auditivas e visuais concomitantemente em diferentes graus, levando

a pessoa surdocega a desenvolver diferentes formas de

comunicação para entender, interagir com as pessoas e o meio

ambiente, proporcionando-lhe o acesso à informação, uma vida

social com qualidade, orientação , mobilidade, educação e trabalho

(GRUPO BRASIL, 2003, in Masini, 2007, p 558).

“A primeira criança Surdocega que foi educada com sucesso foi Laura

Bridgmam, que entrou no Instituto Perkins (EUA) em 1837. Mas ainda, mais afável

experiência foi proporcionada à humanidade por Anne Sullivan, professora cega, e

não menos notável aluna Hellen Keller, que estudou na Perkins por muitos anos”,

(Waterhouse 1977, p. 27).

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Você conheceu a história de Anne Sullivan e Hellen keller na disciplina

Deficiência auditiva e surdez! Lembram do filme “ O Milagre de Anne Sullivan” ?

Acesse: http://vimeo.com/24175264

Você também pode conhecer a história de Hellen Keller na versão animada

acessando: http://www.youtube.com/watch?v=q-27zodp1_4

Você conhece o filme cujo título é “Black” ?

Acesse : http://www.youtube.com/watch?v=PbZY8USpjDw

No Brasil, a história dos surdoscegos iniciou com uma visita de Hellen Keller

ao país, no ano de 1953. Nesta visita, Keller despertou a vontade de Nice T. Saraiva

que já trabalhava com cegos no Instituto de Cegos “PadreChico”, em São Paulo.

Saraiva passou a dedicar-se também a educação de surdoscegos, fundando em

1962 o SEADAV - Serviço de Atendimento ao Deficiente Audiovisual. Em 1968, o

SEADAV passou a se chamar ERDAV – Escola Residencial para Deficientes

Audiovisuais. Já 1977 a ERDAV passou a ser chamada de FUMAS – Fundação

Municipal Anne Sullivan, que ficou sendo a mantenedora da Escola de Educação

Especial Anne Sullivan, que funciona até os dias de hoje.

Como pode ser classificada a Surdocegueira?

De acordo com Waterhouse (1977), existem poucos indivíduo que são

totalmente Surdacegos assim, apenas um pequeno número de pessoas não possui

audição e visão desde o nascimento.

A Surdocegueira pode ser classificada em dois grupos: Surdocegueira pré -

simbólica e Surdocegueira pós – simbólica.

Na Surdocegueira pré-simbólica são classificados aqueles que são

congenitamente Surdocegos ou aqueles que adquiriram a Surdocegueira antes da

estruturação da linguagem. Apesar da pré - linguagem ser característica

fundamental nesta classificação, isso não significa que, ao nascer, um indivíduo

Surdocego não apresente resíduo audiovisual, mesmo que rudimentares.

Na Surdocegueira pós-simbólica, classifica-se a Surdocegueira adquirida;

Surdocegueira após a estruturação da linguagem; surdez congênita com posterior

cegueira; cegueira congênita com posterior surdez em indivíduos que apresentam

perdas substanciais de audição e visão. Nesta classificação salienta-se que o maior

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número de surdocegos agrupa-se naqueles que nasceram surdos e mais tarde

perderam a visão.

Coisas que os educadores devem saber sobre as doenças causadoras da

surdocegueira

Inúmeras síndromes clínicas, congênitas e de enfermidades na gravidez

podem provocar patologias relacionadas a visão e a audição. A causa mais comum

de sudocegueira em adultos é a Síndrome de Usher já o segundo maior número de

pessoas que nascem com danos visuais e auditivos são aqueles vítimas da Rubéola

Congênita. Outros danos congênitos, nestes dois órgãos, são frutos de partos

prematuros, complicações e traumas no nascimento e também exposições a

substâncias tóxicas da mãe no pré-natal.

Falando sobre a Síndrome Usher

A Síndrome de Usher é a principal cauda de surdocegueira pós-simbólica,

atingindo 3% a 6% da população no mundo. Cabe aqui levar em consideração que

um jovem com essa síndrome possui várias necessidades que, se não percebidas

e/ou encontradas precocemente, apresentará dificuldades de tal ordem que poderão

afetar o indivíduo para o resto de sua vida.

Quando a surdez de um indivíduo for consequência da Síndrome de Usher

é comum o mesmo desenvolver uma condição que afeta sua adaptação em

ambientes escuros acompanhada de perda do campo visual. Esta condição é

conhecida como Retinose Pigmentar que se caracteriza como um grupo de

enfermidades degenerativas e hereditárias da retina.

Quais são os Sintomas da Síndrome de Usher?

Alterações audiológicas e vestibulares:

- Problemas para aquisição da linguagem;

- Surdez;

- Alterações no equilíbrio;

- Atraso no desenvolvimento psicomotor.

- Alterações visuais:

- Acuidade diminuída;

· Miopia e glaucoma;

· Nictalopia;

· Perda de visão periférica;

· Visão em tubo.

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Educador fique atento para esses comportamentos!

- a criança que no escuro se pendura em você ou procura um corrimão para se

apoiar;

- a criança apresenta dificuldade em seguir um objeto em movimento;

- a criança queixa-se de dor de cabeça e olho irritado depois de exposição à luz do

sol ou luz muito brilhante;

- quando a criança é muito mais desajeitada que as outras na classe;

- a criança tem frequentes acidentes;

- a criança tem pouco equilíbrio;

- a criança anda com os pés virados para fora-passo lento e rastejante.

Falando sobre a Rubéola

A rubéola, também conhecida como Sarampo alemão, é uma doença infecto-

contagiosa causada por vírus. Essa doença não causa muitos danos ao indivíduo

quando esse a contrair quando criança ou adulto. Caracteriza-se por apresentar dor

nas articulações, olhos lacrimejantes, os gânglios podem ficar inflamados e febre

baixa. A doença é transmitida através de secreções respiratórias (tosse, saliva e

espirros) de um individuo contaminado. A transmissão começa uma semana antes

do aparecimento das lesões de pele e termina uma semana depois do mesmo.

Síndrome da Rubéola Congênita

Quando o vírus da rubéola ultrapassa a barreira placentária durante a

gravidez ocasionando má formação no feto chamamos de Síndrome da Rubéola

Congênita. Quanto menor for a idade gestacional no período da contaminação da

doença, maiores serão os danos uma vez que o tubo neural, a partir do qual serão

formados todos os tecidos, é atingido como um todo, resultando no aparecimento de

diversos sinais que caracterizam a Síndrome da Rubéola Congênita que são: recém

nascido com baixo peso, dificuldades neurológicas, ortopédicas, cardíacas,

pulmonares, endócrinas, oftálmicas e otológicas, (Manreza, 1996). Sendo assim,

pode-se considerar que a partir do quinto mês de gestação os danos serão menores,

no entanto ainda com chances de afetar a audição.

Outras causas da surdocegueira podem ser: Toxoplasmose; uso de Drogas; Lesões

neo-natais; Prematuridade; e Infecções como Meningite, Sarampo, Otites Graves e

Sífilis.

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O que os educadores devem saber sobre a educação dos surdoscegos?

É fundamental que se tenha clara a importância da participação da família em

qualquer que seja o plano voltado à atenção educacional ao surdocego e sempre

buscar atitudes que promovam a sua independência. Neste entendimento, destaca-

se:

“Assim, quando esta está envolvida é mais fácil manter a consistência das estratégias e dar continuidade ao trabalho, principalmente a este significativo grupo de deficientes, dado que grande parte da intervenção, principalmente nas primeiras idades de um Surdocego pré-lingüístico, é reforçada ou realizada no ambiente familiar” (SMITH e LAVACK, 1996, p. 8)

Também, é indispensável considerar a necessidade de uma abordagem multissensorial principalmente quando o surdocego apresenta problemas de desenvolvimento e sensoriais. Como o Surdocego poderá ter dificuldades em aprender através da audição e da visão, beneficiará de uma intervenção baseada no desenvolvimento de outros sentidos. (Cushman, 1992, p. 10) Salienta-se que, principalmente, se o indivíduo for totalmente cego ou com baixa visão importante, as experiências táteis são indispensáveis para que o surdocego conheça o mundo que o cerca. Assim como o tato, os canais auditivos ajudam a pessoa a funcionar nos ambientes. Neste somatório, outros sentidos como o olfato, o paladar e o movimento trarão informações adicionais para a compreensão e exploração do mundo. As experiências e atividades, tanto para surdoscegos pré-simbólicos quanto para os pós-simbólicos, devem ser voltadas aos interesses de cada indivíduo assim como devem ser respeitadas as particularidades de cada um. Lembrando que a comunicação é a forma como os indivíduos se relacionam entre si e envolve troca de experiências, vivências, ideias, sentimentos, informações e emoções. Sem a comunicação cada um de nós seria um mundo isolado. Para uma pessoa com deficiências de visão e audição, surdocegas, o processo de comunicação será bem diferente e será necessário estabelecer um modelo e/ou sistema de comunicação que possibilite com que ela receba e compreenda a mensagem e, também, se expresse e a torne capaz de desenvolver seu autocuidado, sua cognição e habilidade social assim como a conseguir a realização de suas atividades diárias. O educador, neste momento, deverá ter em mente que a comunicação deve ser facilitada e não ensinada. Para isso, o educador, no primeiro momento, deverá se adaptar ao modo com que a criança se comunica. Na comunicação com uma criança surdocega é importante que se saiba qual o seu sistema sensório com menos prejuízo e então intensificar a comunicação por esse sentido. Por exemplo, se a criança tem a visão melhor do que a audição a comunicação por sinais seria a mais adequada. Salienta-se, também, a importância de agregar outros sentidos como o paladar, o olfato e o tato para estreitar as relações de entendimento com as pessoas, lugares, objetos em fim com o mundo. Alex Garcia em sua obra Surdocegueira Empírica e Científica, pag 64, apresenta um relação de comportamentos que uma criança surdocega pode demonstrar :

A criança surdocega pode parecer que não deseja interagir com nada;

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Ela pode não ser capaz de olhar e sorrir a outros. Poderá ser complexo no inicio dizer se a criança é ou está feliz ou não.

As interações terão que incluir mais abraços e movimentos.

A criança surdocega pode não alcançar as destrezas e habilidades motoras para sentar, parar, rolar e caminhar na mesma idade que uma criança que não é surdocega.

A criança pode parecer assustada de se mover fora de seu espaço corporal.

A criança poderá ficar sempre ou muito tempo de cabeça abaixada, podendo tocar os olhos de forma constante ou mover suas mãos e dedos para obter estimulação.

Em um primeiro momento a criança pode não querer ser tocada ou tocar as pessoas e os objetos.

Poderá, com frequência, ter as noites e os dias confundidos.

Pode não querer usar aparelhos de audição e/ou óculos

Pode nunca aprender a falar (dependendo do grau de sua perda auditiva), porém pode aprender a se comunicar de alguma maneira. Tão somente será uma maneira diferente da fala.

A criança poderá comunicar-se tendo como forma condutas inapropriadas e/ou inadequadas.

No caso de algum desses comportamentos se apresentarem o educador,

junto com a família terão que interagir mais com a criança na tentativa de melhor

compreensão daquilo que a criança está tentando passar com sua atitude. No filme

“O milagre de Anne Sullivan” a professora percebeu que Hellen Keller repetia os

sinais, mas ainda não entendia seus significados nos momentos finais do filme

Hellen despertou para o mundo ao perceber os significados de todos aqueles sinais

que sua professora havia lhe ensinado. Esse é o primeiro passo em direção ao

estabelecimento da comunicação com o surdocego a qual envolve o entendimento e

a compreensão por parte da criança. Devem-se levar em consideração que as

primeiras interpretações que a criança esboçará serão as coisas que as desagrada e

as que lhe agradam.

Algumas dicas para você, professor!

- conte com o apoio dos monitores, intérpretes e guia-intérpretes;

- cuide ao elaborar seu plano de aula para que seja adaptado e que

contemple o conteúdo e aprendizado;

- buscar formas de avaliação global do aproveitamento do alunos;

- trabalhar na turma o acolhimento a estes alunos;

- trabalhar na turma o tema diversidade;

- trabalhar os potenciais do aluno e não de sua deficiência;

- ter respeito pelo aluno, mas saber impor limites;

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- elaborar a aula e as atividades de modo que o aluno surdocego sinta-se

incluso na turma;

- ter persistência na ação do ensino;

- observar o aluno com surdocegueira, suas características, dificuldades para

poder realizar as adaptações,

- conversar com os responsáveis para saber o histórico do aluno - se é

surdocego desde que nasceu ou quando ocorreu; se ocorreu perda dos

sentidos simultaneamente; se sabe Braille; se sabe a linguagem de sinais; se

esta em escola especial no contraturno; etc.. Esta ação favorece ao

planejamento do professor.

Conheça os meios para a comunicação

Guia-interprete é aquele profissional que serve de mediador para a

comunicação (audiovisual) entre o Surdocego e o meio no qual ela está

interagindo e tem como papel fundamental compreender a mensagem

em uma língua, extraindo o sentido através do conteúdo linguístico e

contextualizar o sentido na língua de destino. Também descrever o que

ocorre em torno da situação de comunicação e facilitar o deslocamento

e a mobilidade do Surdocego no meio. Sua intervenção pressupõe que

o Surdocego possua capacidade para fazer julgamentos e tomar

decisões, o que significa dizer que, atua com Surdocegos que

possuem uma língua, consequentemente, possuem domínio de um

modelo de comunicação receptivo. É este profissional muitas vezes,

responsável pelo ato de Guia-interpretação que permite a nós

Surdocegos, irmos onde queremos e entender e nos fazer entender.

Para isso domina diferentes modelos de comunicação, em especial, o

modelo do Surdocego que está a Guia-interpretar no momento

específico. O Guia-interprete geralmente conhece os aspectos gerais

da Surdocegueira como matéria científica e técnicas de interpretação e

de guia.

CCTV: amplia a figura até sessenta vezes o seu tamanho. Com sua

ajuda, pode ler e escrever mesmo que a visão residual seja muito

pobre.

Braille: essa técnica consiste em pontos em relevo que combinados

formam letras.

tem teclado de uma máquina Braille e um teclado normal. O

teclado Braille, assim como o teclado normal levantam na parte de trás

do

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TELLETHOUCH: esse aparelho tem uma pequena chapa de metal, a

cela braille, uma letra de cada vez. A Tellethouch constitui-se, apesar

de sua idade de criação, um dos principais meios de interação do

surdocego com outras pessoas. Ao interlocutor do surdocego basta

saber ler. Sabendo ler, pressionará as teclas normais da tellethouch

como se estivesse redigindo um texto escrito qualquer.

Tablitas de comunicação: representam em relevo as letras e os

números ordinários, assim como caracteres do sistema Braille. As

letras e os números estão superpostos aos caracteres Braille. O dedo

da pessoa surdocega é levado de uma letra/número a outra (o) ou de

um caractere a outro, estabelecendo desta forma a comunicação.

DIÁLOGOS - Fala Escrita: inclui uma máquina braille/aparelho de

escrita, uma máquina de escrever eletrônica, um gravador e uma

conexão telefônica. A pessoa surdocega escreve na máquina braille. O

texto é impresso no papel da máquina de escrever para a pessoa

vidente ler e vice-versa. As conversas podem ser estocadas na

memória do aparelho se assim for desejado. A pessoa que receber a

conexão de telefone precisa do “diálogo”, um tele-texto, uma

impressora equipada com modem de um computador.

Alfabeto Dactilológico: Cada letra do alfabeto corresponde a uma

determinada posição dos dedos da mão. Trata-se do alfabeto manual

utilizado pelas pessoas surdas adaptado à versão tátil.

Letras de Forma: é necessário que o interlocutor conheça as letras

maiúsculas do alfabeto: As letras são feitas na palma da mão, ou em

qualquer outra parte do corpo do surdocego, uma sobre a outra. O

próprio dedo indicador do interlocutor ou o dedo do surdocego é usado

como caneta.

Tadoma : método de vibração do ensino da fala. A criança que está

sendo ensinada no tadoma tem que colocar uma e inicialmente as

duas mãos na face da pessoa que está falando.

Sistema Pictográfico: consiste de símbolos, figuras, etc, que significam

ações, objetos, atividades que entre outras características podem

servir como símbolos comunicativos, tanto receptivamente quanto

expressivamente.

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Para entender melhor o que discutimos veja os vídeos

http://www.youtube.com/watch?v=neOCR0YNqBg

http://www.youtube.com/watch?v=5Ya2_luDzes

Borboletas de Zagorsk – 6 vídeos

http://www.youtube.com/watch?v=bA_GMtqUGeQ&list=PL54939967BA752888

Conheça melhor o método Tadoma

http://www.youtube.com/watch?v=7u3Rpwqjwss

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Referências

BRASIL. Ministério da Educação e da Cultura. Saberes e Práticas da Inclusão.

Dificuldades de comunicação e sinalização: Surdocegueira / múltipla deficiência

sensorial Secretaria de Educação Especial – Brasília: MEC/SEESP – 2006.

CUSHMAN, C. Teaching Children With Multiple Disabilities na Overview.Perkins

School for the Blind, 1992. In: NUNES M. C. A. Aprendizagem Ativa na Criança

Multideficiente com Deficiência Visual: um guia para educadores.Perkins School for

the Blind, 1999.

GARCIA, Alex. Surdocegueira Empírica e Científica. Acesso dia 13/10/2014 em:

http://www.agapasm.com.br/surdocegueiraempiricaecientifica/Surdocegueira%20Em

p%C3%ADrica%20e%20Cient%C3%ADfica.pdf

KINNEY, R. A Definição, Responsabilidades e Direitos dos Surdocegos. In: Anais do

I Seminário Brasileiro de Educação do deficiente Audiovisual – ABEDEV. São Paulo,

1977.

MANREZ, M. L. G. de (1996). Rubéola Congênita. In Neurologia Infantil. Diament, A.

& Cypel, S. Coords. 3ª edição. Editora Atheneu. São Paulo, Rio de Janeiro, Belo

Horizonte.

MASINI, E.S.F., et al. Concepções de professores do ensino superior sobre

surdocegueira: estudo exploratório com quatro docentes, Revista Bras. Est. Pedag.

Brasília, v.88, n 220, p 556-573, set/dez.2007.

WATERHOUSE, E. J. Definições, Responsabilidades e Direitos dos Surdocegos. In:

Anais do I Seminário Brasileiro de Educação do Deficiente Audiovisual – ABEDEV.

São Paulo, 1977.

SERPA, X. Manual para pais de surdoscegos e Múltiplos Deficientes

Sensoriais.Trad.: Grupo Brasil, Lilian Giacomini. São Paulo: 2ª edição, 2002.

SMITH, M. E NANCY, L. Teaching Students With Visual and Multiple Impairments a Resouce Guide. Texas School for the Blind and Visually Impaired, 1996. In: NUNES M. C. A. Aprendizagem Ativa na Criança Multideficiente com Deficiência Visual: um guia para educadores. Perkins School for the Blind, 1999.

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ANEXO I

Direitos das Pessoas Surdocegas Direitos das Pessoas Surdocegas Promulgados em Estocolmo em 1991 – IV Conferência Mundial “Hellen Keller”. 1- Todo país deve criar um censo demográfico de sua população Surdocega para planificar serviços de assistência.

2- A Surdocegueira é uma deficiência singular, e não a simples soma de duas deficiências e por isto requer serviços altamente especializados.

3- É imprescindível dispor de profissionais altamente especializados em cada país e solicitar auxílio de outras nações para o desenvolvimento dos mesmos.

4- A comunicação é a barreira mais importante para o Surdocego no seu desenvolvimento pessoal e educacional. Portanto, deve-se dar prioridade ao ensino de métodos de comunicação eficazes, utilizando todos os sentidos remanescentes.

5- Todo país deve oferecer oportunidades para a educação especializada de

Surdocegos.

6- O Surdocego poderá ser integrado e vir a ser produtivo, devendo-se estabelecer programas de capacitação e integração profissional.

7- É necessário dar prioridade à preparação profissional de guias-intérpretes, imprescindíveis para garantir o exercício da cidadania dos Surdocegos adquiridos.

8- Deve-se, facilitar sistemas alternativos de residência para o Surdocego adulto de acordo com sua capacidade e preferências.

9- A sociedade tem a obrigação de facilitar ao Surdocego possibilidades de lazer em integração com a comunidade.

É essencial que se divulguem as possibilidades, necessidades e conquistas dos Surdocegos para que a sociedade colabore na implantação de serviços governamentais e comunitários. Com tal motivo, se propõe a criação da Semana de Conscientização sobre o Surdocego Hellen Keller em 27 de junho, dia do nascimento de Hellen Keller, a mais famosa pessoa Surdocega da história.

Fonte: GARCIA, Alex. Surdocegueira Empírica e Científica. Acesso dia 13/10/2014 em: http://www.agapasm.com.br/surdocegueiraempiricaecientifica/Surdocegueira%20Emp%C3%ADrica%20e%20Cient%C3%ADfica.pdf

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ANEXO II

Direitos da Criança Surdocega

DIREITO a solicitar objetos, atividades, pessoas e a expressar preferências.

DIREITO a ter escolhas.

DIREITO a recusar objetos, pessoas e atividades.

DIREITO a pedir atenção e interação.

DIREITO a comunicar mensagens e informações (maneira preferida).

DIREITO a que seus atos comunicativos sejam reconhecidos.

DIREITO a ter acesso a um sistema de educação aumentativo.

DIREITO a ter oportunidade para comunicar-se com seus companheiros.

DIREITO a ser informado a respeito das pessoas e/ou atividades no seu ambiente.

DIREITO a uma comunicação com dignidade.

Fonte: GARCIA, Alex. Surdocegueira Empírica e Científica. Acesso dia 13/10/2014

em:

http://www.agapasm.com.br/surdocegueiraempiricaecientifica/Surdocegueira%20Em

p%C3%ADrica%20e%20Cient%C3%ADfica.pdf

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ANEXO III

Direitos dos Pais

Haveria que se propagar os Direitos dos Pais, no que se refere à sua cooperação com os especialistas e o cuidado que se deve ter com as crianças

deficientes, como segue:

Os pais têm o direito de terem todo o tempo necessário para vencer os inúmeros sentimentos de confusão e de dor que os envolvem quando nasce um filho diferente. ...de dispor de uma informação fidedigna, do ponto de vista médico, psicológico e educativo sobre as condições atuais e futuras possibilidades de seu filho. ...a uma compreensão clara da sua função de pais para atender satisfatoriamente as necessidades específicas de seu filho. ...de participar dos programas de tratamento e de reabilitação de seu filho. ...a uma informação correta e segura dos sistemas e ajuda que a comunidade dispõe para atender as suas necessidades econômicas, intelectuais e emocionais. ...de estabelecer contato com outros pais de crianças com deficiência, a fim de compartilhar seus sentimentos e esperanças, bem como a compreensão humana em resposta ao desafio de educar seu filho com deficiência. Os pais têm o direito a se desenvolverem como pessoas e não só como pais de uma criança com deficiência. É preciso fazê-los entender que não se espera que sejam perfeitos, mas simplesmente humanos, no sentido de que seu amor, sua preocupação e sua bondade sejam seus maiores valores. “Se os pais forem reconhecidos nestes direitos, chegarão a construir verdadeiros passos fundamentais na reabilitação e na educação da criança que apresenta alguma deficiência”

Fonte: GARCIA, Alex. Surdocegueira Empírica e Científica. Acesso em 13/10/2014:

http://www.agapasm.com.br/surdocegueiraempiricaecientifica/Surdocegueira%20Em

p%C3%ADrica%20e%20Cient%C3%ADfica.pdf