anulaÇÃo da partilha a

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 ANULAÇÃO DA PARTILHA Segundo De Plácido e Silva, “anulação é o ato ou a decisão, de caráter judicial ou administrativo, que, reconhecendo a existência de vício ou defeito em ato ou negócio jurídico, diante da solicitação de quem tenha interesse na sua ineficácia jurídica, vem declará-lo inválido ou desfeito. É, pois, a declaração da inexistência do ato ou do negócio, que se indic a anulável ou que se aprese nta inválido. A anulação do ato jurídico torna inefetiva e inexistente toda sua eficácia jurídica, seja perante os próprios agentes, que o compuseram, ou em relação a terceiros, que possa ter interesse nele” . No caso específico da questão da anulação da partilha, tal fato apenas ocorrerá se existen tes víci os ou de feitos capazes de anular totalmente o negócio  jurídico, como o dolo, a lesão, o estado de perigo, a coação, a fraude contra credores e a simulação. Nesse sentido prescreve o artigo 2.027 do Código Civil: Art. 2.027. A partilha, uma vez feita e julgada, só é anulável pelos vícios e defeitos que invalidam, em geral, os negócios jurídicos. Presentes os requisitos que motivem a anulação da partilha, o interessado deverá propor ação rescisória ou ação de nulidade absoluta ou relativa, dentro do prazo máximo de um ano, ou seu direito estará extinto, conforme redação do parágrafo único do artigo 2.027 do Código Civil, vejamos: Parágr afo único. Extingue-se em um ano o direito de anular a partilha. Se a partilha resultou do acordo entre as partes e desde que tenha sido reduzida a termo no inventário, lavrada em instrumento público, ou se feita por instrumento particular, tenha sido homologada em juízo, poderá ser anulada por intervenção de incapaz, erro essencial, coação ou dolo, direito que, igualmente aos casos de partilha judicial, prescreve em um ano, conforme previsto no parágrafo único do mencionado artigo. Inteligência do artigo 1.029 do Código de Processo Civil: Art. 1.029 - A partilha amigável, lavrada em instrumento público, reduzida a termo nos autos do inventário ou constante de escrito particular homologado pelo juiz, pode ser anulada, por dolo, coação, erro essencial ou intervenção de incapaz. Parágrafo único - O direito de propor ação anulatória de partilha amigável prescreve em 1 (um) ano, contado este prazo: (Alterado pela L-005.925-197 3)

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ANULAÇÃO DA PARTILHA

Segundo De Plácido e Silva, “anulação é o ato ou a decisão, de caráter judicialou administrativo, que, reconhecendo a existência de vício ou defeito em atoou negócio jurídico, diante da solicitação de quem tenha interesse na sua

ineficácia jurídica, vem declará-lo inválido ou desfeito. É, pois, a declaração dainexistência do ato ou do negócio, que se indica anulável ou que se apresentainválido. A anulação do ato jurídico torna inefetiva e inexistente toda suaeficácia jurídica, seja perante os próprios agentes, que o compuseram, ou emrelação a terceiros, que possa ter interesse nele”.

No caso específico da questão da anulação da partilha, tal fato apenas ocorreráse existentes vícios ou defeitos capazes de anular totalmente o negócio jurídico, como o dolo, a lesão, o estado de perigo, a coação, a fraude contra

credores e a simulação. Nesse sentido prescreve o artigo 2.027 do CódigoCivil:

Art. 2.027. A partilha, uma vez feita e julgada, só é anulável pelos vícios edefeitos que invalidam, em geral, os negócios jurídicos.

Presentes os requisitos que motivem a anulação da partilha, o interessadodeverá propor ação rescisória ou ação de nulidade absoluta ou relativa, dentro

do prazo máximo de um ano, ou seu direito estará extinto, conforme redaçãodo parágrafo único do artigo 2.027 do Código Civil, vejamos:

Parágrafo único. Extingue-se em um ano o direito de anular a partilha.

Se a partilha resultou do acordo entre as partes e desde que tenha sidoreduzida a termo no inventário, lavrada em instrumento público, ou se feitapor instrumento particular, tenha sido homologada em juízo, poderá ser

anulada por intervenção de incapaz, erro essencial, coação ou dolo, direitoque, igualmente aos casos de partilha judicial, prescreve em um ano, conformeprevisto no parágrafo único do mencionado artigo. Inteligência do artigo 1.029do Código de Processo Civil:

Art. 1.029 - A partilha amigável, lavrada em instrumento público, reduzida atermo nos autos do inventário ou constante de escrito particular homologadopelo juiz, pode ser anulada, por dolo, coação, erro essencial ou intervenção deincapaz.

Parágrafo único - O direito de propor ação anulatória de partilha amigávelprescreve em 1 (um) ano, contado este prazo: (Alterado pela L-005.925-1973)

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I - no caso de coação, do dia em que ela cessou;

II - no de erro ou dolo, do dia em que se realizou o ato;

III - quanto ao incapaz, do dia em que cessar a incapacidade.

Ademais, vale observar ainda, que além das possibilidades de anulação quevimos acima, os artigos 166 e 167 do Código Civil, elencam situações quepodem ensejar, da mesma maneira, a anulação da partilha, sendo que dentreelas, podemos destacar: o negócio jurídico celebrado por pessoaabsolutamente incapaz; quando esse não se revestir da forma prescrita em lei;quando tiver por objeto fraudar a lei imperativa; quando o negócio jurídico forsimulado, subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e naforma.

Se a anulação da partilha for necessária em decorrência de ação de sonegados,exclusão de herdeiros ou por ausência, o prazo para a propositura da ação seráaquele aludido no artigo 205 do Código Civil, ou seja, de 10 anos.

Uma vez anulada a partilha, os herdeiros não poderão mais usufruí-la,contudo, caso o façam, deverão repor os bens ou valores, desde a data do atoanulado, até a anulação em si, haja vista que devem ser abrangidos pela novapartilha.

Por fim, oportuno mencionar, que erros materiais simples cometidos noprocesso de partilha, não ensejam sua anulação, sendo certo que taisequívocos podem ser corrigidos por meio de termo de retificação ou ratificação,mediante requerimento do interessado ou de ofício pelo juiz, no tempo emquer for verificado, complementado por audiência, se necessário, edevidamente averbado no cartório competente.

Dados do Artigo

Autor : Dr. Agnaldo Rogério PiresContato [email protected] endereço de e-mail está sendo protegido de spam, você precisa deJavascript habilitado para vê-lo.Texto inserido no site em 11.01.2010

Informações Bibliográficas: Monteiro, Washington de Barros, 1910-1999. Cursode direito civil, v. 6: direito das sucessões / Washington de Barros Monteiro. –

35. Ed. Ver. E atual. Por Ana Cristina de Barros Monteiro França Pinto. – SãoPaulo: Saraiva, 2003.

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Conforme a NBR 6023:2002 da Associação Brasileira de Normas Técnicas( ABNT ), este texto científico publicado em periódico eletrônico deve ser citadoda seguinte forma :

Costanze, Bueno Advogados. (ANULAÇÃO DA PARTILHA). Bueno e CostanzeAdvogados, Guarulhos, 11.01.2010.

Disponível em: <http://(www.buenoecostanze.com.br)