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Antologia de escritores

Contemporâneos

Volume 02

Janeiro/2020 1ª Edição

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Copyright © 2019 by autores. O conteúdo desta obra é de

responsabilidade dos autores, proprietários do Direito Autoral.

Todos os direitos reservados. Proibido a reprodução no todo ou em parte, sem autorização prévia dos autores e editora, sejam quais forem

os meios empregados. A violação dos direitos do autor é crime

estabelecido no Código Penal.

Organizadora: Dolores Flor da Cruz Leite

DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP)

Carla Lopes Ferreira (Bibliotecária CRB1-2960)

Índices para catálogo sistemático

Literatura brasileira: poesia 82-1 Literatura brasileira: poesia B869.91

EDITORA AÇÕES LITERÁRIAS CAIXA POSTAL 785 – SINOP - 78.551-350

FONE (66) 9 9643-5501

www.escritorescontemporanos.com.br

L632a

Leite, Dolores Flor da Cruz (Org.)

Antologia de escritores contemporâneos / Dolores Flor da Cruz Leite (Org.).– 1. ed. – Sinop, MT: Ações

Literárias Editora, 2020.

92 p. ; 14x21cm.

Volume II

ISBN 978-859304826-5

1. Literatura brasileira - poesia. 2. Versos. I. Título.

CDU 82-1 CDD B869.91

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Sumário

Ao Leitor .............................................. 10

NOSSA HISTÓRIA NOSSOS ESCRITORES

............................................................ 12

Falando com nossa homenageada ........ 15

Bernadete Crecêncio Laurindo .............. 15

Anéis de saturno .................................. 21

O dia depois da corrupção ..................... 22

Dos Versos .......................................... 23

PER SE” .............................................. 23

Verdade .............................................. 24

Dúvida ................................................ 24

Lista ................................................... 25

Espanto .............................................. 26

Porta Aberta ........................................ 26

Gostosura ........................................... 27

Mudança ............................................. 28

Quadro ............................................... 29

Engano... ............................................ 30

Reverso do verso ................................. 31

Presente ............................................. 31

Marcelo Afonso Portes ......................... 34

Aprender a ser ..................................... 34

Josivaldo Constantino dos Santos ........ 36

Solidão partilhada ................................ 36

Maria Clara Flor ................................... 38

Nas águas ........................................... 38

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Dorenice Flor ....................................... 40

Quando o silêncio acabou ...................... 40

Marlene Santos da Silva ....................... 42

Me segurou ......................................... 42

Viva" .................................................. 42

Marilene Sousa Henning ....................... 44

A separação do amor ............................ 44

Recadinho para você ............................. 45

Dolores Flor ......................................... 46

Quando se perde um amor .................... 46

Custava dizer....................................... 47

Jacinaila Ferreira ................................. 48

Descoberta .......................................... 48

Vida ................................................... 49

Marlete Dacroce ................................... 50

Louco desejo ....................................... 50

Rejeição .............................................. 51

Rosane Gallert Bet ............................... 52

Pulsação ............................................. 52

Kiara Baco Anhon................................. 54

O iluminar de ideias .............................. 54

Amanda Lima de Oliveira ..................... 56

Nada te define ..................................... 56

A metade que não me falta .................... 57

Leni Zilioto ........................................... 58

Simples assim ...................................... 58

A rainha da noite .................................. 59

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Antonio Cesar ...................................... 60

Escapulas e consequência ...................... 60

Abstruso ............................................. 60

Finito .................................................. 61

A máscara da tentação .......................... 61

Shirlei Alexandra da Silva .................... 62

Pegadas vermelhas ............................... 62

Vilson Roque Bocca .............................. 64

Amor-Vício .......................................... 64

Arroubo Poético ................................... 65

Andréa Miriam Laurindo Siqueira ......... 66

Criança ............................................... 66

Infinitas .............................................. 67

Maria Cristina de Sá Pereira ................. 68

Netos ................................................. 68

Viajeira ............................................... 69

Mafalda Moreno ................................... 70

Ler é descobrir ..................................... 70

Horizontes divididos .............................. 71

Valter Figueira ..................................... 72

Soneto da Esperança ............................ 72

Soneto da esperança II ......................... 73

Anna Figueira ...................................... 74

Acabou! .............................................. 74

Nessa vida .......................................... 75

Josiane Domeni Lima ........................... 76

Falso Sorriso ....................................... 76

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A Saudade .......................................... 77

Jusineia Menezes de Carvalho .............. 78

O Tempo ............................................. 78

Posso não ter parido, mas, sou mãe de

filhos! ................................................. 79

Ireneu Bruno Jaeger ............................ 82

Onde fica o metatarso ........................... 82

Simone de Sousa Naedzold .................. 84

O encantador de borboletas II ................ 84

Manoel Rodrigues Leite ........................ 88

Quarta de futebol ................................. 88

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=== POESIAS ===

==CONTOS ==

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Ao Leitor

A Ações Literárias Editora, apresenta esta belíssima coletânea de poesia que vem homenagear Bernadete Crecêncio Laurindo. Escritora de encantadores escritos literários, suas obras carregadas de doçuras, encantos e poesias que soam harmoniosamente entre arranjos de letras que transformam em seus lindos versos, horas de amor, sonhos, realidades e momentos queiram escritos definem seus leitores. Juntos somos 27 escritores, as primeiras páginas são todas dedicadas a ela, por sua dedicação literárias, sua caminhada, para que fique registrada em nosso atual cenário literário.

Dolores Flor Editorial

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NOSSA HISTÓRIA NOSSOS ESCRITORES

BERNADETE CRECÊNCIO LAURINDO

Membro da ASCL – Academia Sinopense de

Ciências e Letras

Fundadora e Ocupante da Cadeira n. 04

Patrono: Cruz e Sousa

Catarinense de São José, e reside em

Sinop, há 33 anos. Advogada, Professora e

aposentada por tempo de serviço, pelo Poder

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Judiciário do Estado de Mato Grosso, como

Oficial de Justiça. Graduada em Letras e

Direito, cursou Pós-Graduação Lato Sensu,

com Especialização em Língua Portuguesa.

Escreve contos, crônicas e poemas. Foi

Presidente da Academia Sinopense de Ciências

e Letras, no período de setembro de 2015 a

outubro de 2016.

Veio para Sinop, em janeiro de 1986,

com o fim de gerir a criação, implantação e

funcionamento da Escola Gente Esperança da

APAE local.

Professora desde os quinze anos de

idade, sua prática docente abrangeu, desde o

ensino fundamental, à Universidade. Atuou nas

modalidades de Ensino Regular e Ensino

Especial - área de Deficiência Visual, com o

método de escrita e leitura ampliado e Braille.

É membro do Fórum Permanente de

Educação do Município de Sinop, e participou

da elaboração do Plano Decenal de Educação

para o decênio 2015/2025.

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O Plenário do Legislativo Sinopense lhe

concedeu duas Moções de Aplauso e o Título de

Cidadã Sinopense Benemérita.

Obras Publicadas

POR FALAR EM TI

ENCONTROS DE LONGES CAMINHOS

VERSOS E SEUS REVERSOS.

Está escrevendo um novo livro, que relata a história

de uma família sob o estigma da hanseníase;

história essa, ocorrida entre 1940 e 1952, sob o

governo de Getúlio Vargas, sendo a própria autora,

personagem real.

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Falando com nossa homenageada

Bernadete Crecêncio Laurindo

1- AL: Como foi o seu primeiro contato

com a literatura?

Bernadete: Vejo que tenho várias respostas

para esta pergunta. Atenho-me às mais curiosas lembranças: muito antes de “conhecer

as letras”, eu já me via às voltas com livros das

minhas irmãs; lembro-me de uma tarde de

muito sol, entre um canteiro de dálias e rosas,

eu debruçada sobre um livro, seguindo as

letrinhas, esperando que elas se mexessem

como as formiguinhas, nos canteiros de rosas

da minha irmã... Eu sentia atração irresistível,

curiosidade, pelas letras... E me perdia por

entre os labirintos desenhados por elas.

Ao aprender a ler, ainda no primeiro ano

escolar, obtive autorização da professora, e com avidez, corri à biblioteca do colégio, para

pegar meu primeiro livro: Alice no País das

Maravilhas! Inesquecível, para mim! Cheguei à

adolescência, ainda com “inveja” da Alice...

Depois desse livro, não parei mais de ler.

Concretamente, minha primeira produção

literária se deu ainda no primeiro ano. Dona

Mônica, a Professora, nos apresentou uma

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gravura, representando uma galinha e seus

pintinhos, fugindo assustados, de algum

invisível perigo. Mandou que escrevêssemos

sobre isso. Lembro-me do tema que escolhi –

imaginei que a mãe buscava proteger seus

filhotes, de uma tempestade iminente. Devo

ter escrito muito bem, pois Dona Mônica se

mostrava encantada; ria e relia a redação, e

saiu a mostrá-la a outras professoras.

2. AL: Desde quando a senhora escreve

literatura?

Bernadete: Considero que iniciei aí, com essa redação, minhas produções literárias. Em

criança e na adolescência, escrevi muita coisa

que hoje, por certo, teriam seu encanto...

Voaram, porém, nas asas do tempo; ou

viraram cinzas, nos diários de adolescente...

Somente em novembro de 2015,

publiquei meu primeiro livro.

3. AL: Fale-nos um pouco do seu trajeto

literário.

Bernadete: Sinto como se já tivesse chegado

“aqui”, ao mundo, compromissada com o escrever, com a Literatura. A graduação em

Letras escancarou-me portas para a uma certa

“intimidade” com os autores, os que há muito

eu “espiava”, embevecida. Daí, timidamente,

comecei a pensar: - E se eu pudesse escrever

um livro?...

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4. AL: Como é que surge a ideia de

escrever um livro?

Bernadete: Não produzo, especificamente,

visando à publicação. À medida que escrevo e

os textos se acumulam, faço uma avaliação,

ponho-os à apreciação e decido então, publicá-

los.

5. AL: Como funciona o seu processo de

criação? Quais sãos suas manias (ritual da

escrita)?

Bernadete: “Luz”, é assim que vejo esta

sensação de chamado ao qual não há resistir. A Poesia clama por ser escrita; parece que vem

de “um país” onde não há relógio, calendário,

espaço geográfico e nada que não seja ela; ela

surge quando quer, e esse é o seu tempo;

precisa ser segurada num papel, num registro,

e no seu instante, porque é repente, é fugaz.

Então, obediente às suas “excentricidades”,

arranjo logo um jeito de segurá-la, onde quer

que ela me encontre. Já produzi textos em filas

de banco e de consultas médicas, em aviões,

ônibus, em aeroportos, em rodoviárias, e

caminhando. Já escrevi em guardanapos de restaurantes, em margens de jornais e

revistas, e em papel de embrulhar pão.

6. AL: Você é graduada em Direito e

Letras. Como esses conhecimentos te

ajudam na hora de escrever?

Bernadete: Ambos os cursos, Letras e Direito

têm a palavra como matéria prima de sua

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produção. Letras estuda a alquimia das

palavras, suas metamorfoses e nuanças; para

determinar seu querer jurídico, Direito usa toda

essa vasta gama de sentidos e valores que

aportam em cada palavra. Aí, ela é como ferro

em brasa na mão do ferreiro: ele a molda, lhe

dá forma. É como barro na mão do oleiro... Daí

a afinidade dessas Ciências com a produção

literária.

7. AL: Quais escritores influenciaram o

seu processo de criação literária, desde o

início? Bernadete: José de Alencar e Cruz e Sousa, por

primeiro, despertaram minha atenção para a

beleza da poesia na palavra. O livro Iracema,

lido ainda no segundo ano escolar me

impressionou de tal forma, que por anos, eu

sabia de cor, a primeira página: “Verdes mares

bravios da minha terra natal, onde canta a

jandaia nas frondes da carnaúba...” Cruz e

Sousa, pelos versos que eu ouvia meu irmão

declamar: “Vozes veladas, veludadas vozes...”

8. AL: Quais são os seus próximos projetos literários?

Bernadete: A publicação de um livro que estou

escrevendo; projeto de longa data, que conta a

história de uma família sob o estigma da

hanseníase, durante o governo de Getúlio

Vargas. Uma história real.

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9. AL: Quais são seus escritores / livros

favoritos?

Bernadete: Tantos, para nominá-los! Entre

romancistas e poetas e suas obras, citando-se,

para constar, na Literatura Brasileira: de Padre

Antônio Vieira, a Cruz e Sousa, Alphonsus de

Guimaraens, Rachel de Queiroz, Jorge Amado,

Zélia Gatai, Érico Veríssimo, Carlos Drummond

de Andrade, Cecília Meireles, Vinicius de

Moraes, João Cabral de Melo Neto, Clarice

Lispector, Ferreira Gullar, Manoel de Barros,

Mário Quintana, Ariano Suassuna, a Adélia

Prado e Paulo Leminski. Entre esses, incluo obras de poetas e romancistas Membros da

Academia Sinopense de Ciências e Letras, e

tantos mais autores de todos os tempos, que

me encantam sobremaneira. Entre os gêneros

literários, prefiro o narrativo – romance, contos

e crônicas; e o lírico – sonetos, versos livres e

haicais.

10. - AL: Qual obra sua que você gostaria

de destacar?

Bernadete: Há um certo bloqueio, certa

“timidez”, não sei bem, em destacar determinado texto ou obra. Ocorre-me, no

entanto, destacar aqui, a obra Versos e seus

Reversos, meu último livro. Indico-o, assim

como os outros, especialmente, quando a alma

pede poesia...

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11. AL: Qual dica você deixaria para

escritores iniciantes, com base em suas

próprias experiências?

Bernadete: Primeiro, deseje. Não falo em

sonho, o sonho pode se desfazer, como nuvem;

não se aforando a uma conduta ética, o desejo

busca, se impõe, realiza. Se deseja publicar um

livro, defina o que quer desse livro. Escreva,

produza, dê asas ao seu projeto. Não se

intimide. Junte tudo isso a muito estudo e

muito empenho. A partir daí tudo é possível.

Seguimos com as belíssimas e encantadoras poesias de

Bernadete.

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Anéis de saturno

A lua,

Vigia noturno, cumprindo seu turno

Na sua função.

Sono?...

Também de plantão!...

Rodeando a lua, feito anel de Saturno...

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O dia depois da corrupção

E agora, nós?

E os nossos jovens

E os nossos

meninos

Presos em casa,

Com medo,

Perplexos,

Porque lá fora

O bicho papão

Pode levá-los

Ele pode arrancá-los

Sem pena, sem dó,

Do colo da mãe

Do zelo do pai

Do amor dos

irmãos!

Do cuidado da avó

E agora, Planalto,

Governador?!

E agora, Prefeito?!

E agora, Senado,

Deputado,

Vereador?!

E agora, Delegado,

Polícia?!

E agora, MM. Juiz

O que me diz?!

E as SUAS LEIS?!...

E os SEUS

CÓDIGOS

PENAIS?!...

E os SEUS VALORES

ÉTICOS?!...

E agora,

Governante

Corrupto?

Político Corrupto?

Polícia Corrupta?

Judiciário Corrupto?

E agora, nós?

E as nossas

crianças?!...

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Dos Versos

Meus versos

Não são

Meros versos

São nossa história

Nunca contada

Cantada em versos

Oculta nos versos

Versos tão meus

De uma história tão nossa!

PER SE”

Tudo aconteceu

Conforme o imprevisto

O inusitado, o

miraculoso

Passado e presente

Encontraram-se E deram-se as mãos

E, felizes, caminharam

Rumo ao futuro

Milagre do amor!

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Verdade

Nada é definitivo

Nada é absoluto

Nada é verdade

Nada é mentira

Nada é estável.

Tudo está

Absolutamente

Predestinado

A ser mutável.

Isso é,

Definitivamente, Imutavelmente,

Verdade absoluta.

Dúvida

Tudo

Na minha

Vida Se foi.

Como foi

Que você

Permaneceu?

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Lista

Sol na janela

Gritando a aurora.

Criança que chora,

Moça que passa,

O emprego que aguarda.

Rua em tumulto.

Multicores uniformes Empoleiram bicicletas,

Outros tantos,

As motocicletas.

Amassam, outros, o barro,

Outros aceleram o carro.

Passa o cortejo apressado,

Pelo relógio, acuado.

Para amanhã, ou depois,

Esperarão os “bons dias”.

Os encontros,

As alegrias,

Vida para a ternura,

Para o amor e a magia,

Só amanhã ou depois.

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Espanto

Lembrei agora,

Que hoje,

Não me lembrei

De você.

Bom ou mau?

Não sei.

Lembrei agora,

Que hoje Não me lembrei

De você.

Porta Aberta

Vou deixar a porta aberta.

Podes entrar, se vieres.

É possível que

O velho hábito

Te faça, como autômato, Seguir-me os passos.

Vou deixar a porta aberta.

Mas não demores.

Ela poderá se fechar

Sem prévio aviso.

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Gostosura

Ah, gosto de ti!

Mais que abelha, de mel;

Mais que formiga, de açúcar;

Mais que cupim, de armário.

Gosto de ti,

Como o beija-flor, da flor;

O bicho, da goiaba;

O gato, de peixe de aquário.

Gosto de ti,

Como minhoca, de terra;

Borboleta, de jardim;

Coruja, de seu oco.

Gosto de ti,

Como a noite, de luar,

Como pássaro, de ninho,

Como de sonhos, o louco.

Ah! Como gosto de ti!

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Mudança

Fim de ano

Esvazio gavetas

Encontro cantos

Empoeirados

Afasto Arrasto

Amasso

Acordo

Acalmo

Removo

Renovo

Refaço

Revivo

Remoço

Retiro...

Você!

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Quadro

Eu quero a paz desta manhã

lavada

Eu quero a pureza deste azul de

céu

Eu quero este raio indiscreto de

sol

Rasgando frestas expostas

Eu quero esta brisa

Da manhã em risos,

Nos meus cabelos assanhados

E o cheiro de terra úmida

Recém-acordada

A invadir os meus sentidos

Eu quero a alquimia desta

manhã

Com seus raios dourados

Exalando perfume De brisa faceira

Eu quero

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Engano...

Que pena,

Não reparaste,

Mas havia rosas

Entre os espinhos

Que eu te dei.

É que

Me esqueci

De te

Lembrar Que entre rosas

Sempre há

Espinhos.

Esqueci-me,

Também

De te pedir

Que cuidasses

Das rosas

Esquecendo-lhes

Os espinhos.

Então, Aconteceu

Que os espinhos

Te chamaram

Atenção,

E as rosas...

E as rosas?!...

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Reverso do verso

Meu verso

Em reverso

Disperso

Imerso

Submerso

Em reverso

Meu verso

Emerso

Inverso

Extroverso

Meu verso

Controverso

Diverso

Adverso

Perverso

Meu verso

Meu Universo

Presente

De repente

Um presente

Que o Presente

Resgatou

Num momento

De repente

De presente

O Passado

Aprisionado

No Presente

Por um momento

De repente

O Passado

No Presente De presente...

Por um momento

De repente...

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Escritores Contemporâneos

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Marcelo Afonso Portes

Sinop/MT

Aprender a ser

Saber ser não é ser existencial,

Mas ser e saber ser para vida

Como saber se não sei correr atrás

Como viver se não sei responder o que me faz

Pensar que já sou sem sentir a ação É o mesmo que sentir a vida sem ter pulsação

Sentir a existência é acordar de um sono

É tomar o movimento relativo

É não ser um cão sem dono

É prever o impossível

Saber viver é ser o devemos ser

Depende da escolha do princípio não ou sim

Sempre tem início

Mas nunca tem um fim...

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Josivaldo Constantino dos Santos

Sinop/MT

Solidão partilhada

Solidão no meu quarto de descanso..., de

morada..., de estudo..., de descobertas!

Quatro paredes..., poucos móveis. Muitos

quartos em um único quarto.

Não estou só! Há muitos solitários comigo, em

seus pequenos grandes quartos – no meu

quarto!

Estou entre quatro paredes. Eles também!...

Estamos!

Eu os liberto! Eles me libertam! Dialogamos...,

nos libertamos!

Eles, já me conhecem... Sabem tudo de mim!

Eu, na solidão, tento conhecê-los... Saber um

pouco deles.

Alguns me cansam muito! Riem de mim!

Brincam com minha inteligência!

Obrigam-me a começar tudo de novo! Eu

começo.

Outros, já num primeiro abraço me completam..., me bastam.

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E como agradecimento muitas vezes

recomeço, só pra sentir o seu abraço

aconchegante mais uma vez...

Na solidão do meu quarto eu invado o

pequeno grande quarto de cada um deles...,

e, cada um..., invade o meu... Nos invadimos!

Eles adoram quando eu os liberto, quando

brinco com eles, quando brigo com eles.

Adoro quando os devoro com gula insaciável!

Eles adoram serem devorados! Fazemos

amor! Nos amamos!

Eles me modificam! Revestem-me! Enchem-

me de sentido! Dão-me vida!

Eu também os vivifico a cada invasão que faço

em seus mundos!

Quero apreender os seus mundos! Preciso

apreender os seus mundos! ... E eles me

convidam para visitá-los, invadi-los,

apreendê-los, senti-los.

É isso que os liberta. É isso que me liberta!

Não estamos sós em nossa solidão,

Partilhamos das nossas presenças

Convivemos em uma solidão não solitária

Nos completamos, nos bastamos,

Eu..., e eles..., os LIVROS.

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Maria Clara Flor 09 aninhos

Sinop/MT

Nas águas

Nas águas há peixes, tubarões, baleias,

golfinhos e muito mais.

Nas águas há flores e frutos do mar

Águas de represas, lagos e lagoas

Há pessoas, sim, sim...

Os animais, é claro!

São muitos seres...

Precisamos preservar.

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Dorenice Flor

Paranaíta/MT

Quando o silêncio acabou

Quando o Silencio acabou veio os primeiros

ruídos, era enjoos, fadigas e desconforto

Quando o Silencio acabou veio ansiedade

alegre e preocupante ao mesmo tempo

Quando o Silencio Acabou veio os primeiros

sorrisos e a certeza de que nunca mais a

solidão iria habitar em meu lar, nunca mais

carência!

Quando o silencio acabou meu mundo

ganhou mais luz e cor dando sentido a minha

vida!

Quando o Silencio acabou me tornei mãe!

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Marlene Santos da Silva

Sinop/MT

Me segurou

1mundo 2 mundos

Frases de loucura

Vou viajando no

submundo

Vivo em 2 mundo

O interno e o

externo Me expresso ao

profundo

E sigo nesse inferno

As vezes infernal as

vezes paraisal

O poder da

argumentação

Segue a onda

adverbial

Cada guerreira com

seu depoimento

A cada universo

Uma prosa atoa

Nesse inverso

Vou ver quem voa

Início de favos de

mel

Sangrei, chorei e gritei

Acreditei que a

culpada

Era eu, eu e eu

Nessa prosa me

deitei

Flores não levantei

O espectro ali

ouvia: chorou, pois,

uma mulher ali

ferida estava.

Viva" O tropicalismo virou popular

Empírico ou vulgar

Conhecendo a vivência do homem

Vinculado á ação da destruição

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Reformular ou formular

Pra que criar se vai acabar?

Pra que plantar, se irá se alienar

Mistura não misturada para popularizar

Movimento do misturado, para a ação misturar

Cultura atrelada entre o nacional e o internacional Políticos dizem não e humanos dizem sim

E assim o padrão entrando na música popular

Lutaram ontem, estão lutando hoje e lutarão

sempre

Doce para meus ouvidos e "é proibido proibir" Foi censurado com suas ideias inovadoras

Vamos reinventar as artes brasileiras?

Vamos criar, recriar e misturar?

Leis e fenômenos nesse processo evolutivo

Vamos de revolução sexual á guerra fria

Vamos nos enfiar de cabeça no antropofagismo

Me traga o disco "tropicália ou panis et circenses"

Para eu navegar nas ideias de temas urbanos e

modernos e aos folclóricos e populares

Ditadura ainda existe? ...camuflada?

Ditadura e intolerância andam de mãos dadas? Capinar a intolerância é preciso e ouvir "geleia

real" para se manifestar

Vou criticar entre tigres e leões

Viva o tropicalismo, viva tudo junto e misturado

Viva o internacional e o nacional...viva o MPB.

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Marilene Sousa Henning

Peixoto de Azevedo/MT

A separação do amor

O tempo passa,

A vida continua,

E nela você se torna o máximo.

As vezes tento mudar,

O amor é mais forte do que tudo,

E continuo...

Desde que nos separamos, O meu amor por você aumentou,

Mais e mais...

O que não consigo colocar em meu coração,

É o porquê que faz,

Pessoas que se amam, se separarem.

As vezes penso que é o destino,

Outras, que é a falta de reajuste de ideias,

Enfim, surge na mente milhares de hipótese,

Mas nenhuma delas nos concretiza o fato.

Sempre me pergunto: por que as pessoas que

amam,

Têm que se separar? Sinceramente não sei!

Mas o engraçado é que nos separamos,

Porém, o amor é maior.

Sendo o amor a razão de tudo,

Tenho certeza,

Que um dia se encontrarão,

E então,

Não haverá mais desencontros.

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E tudo será amor,

Somente amor,

Muito amor.

Recadinho para

você

Há! Você sabe,

quando tudo

começou?

Não digas que

esqueceu! Eu me lembro muito

bem.

Foi naquela

festinha,

Numa noite de luar.

Saímos a andar

pelas avenidas,

Conversamos,

sorrimos,

Mas, o mais

importante

É que falávamos de amor.

De tanto falar em

amor,

Quando menos

esperávamos,

Estávamos nos

beijando.

Parei, pensei, como

tudo aconteceu,

Engraçado,

A chama do amor se ascendeu.

O amor nasceu,

e fez moradia em

meu coração.

Ele estava vazio e

em segundos,

Estava preenchido

de amor,

muito amor por

você, te amo.

Este é o meu

recadinho, Porque queria

apenas dizer: te

amo, te amo...

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Dolores Flor

Sinop/MT

Quando se perde um amor

Vejo as estrelas,

O sol,

A lua,

Tudo sem brilho...

Nada faz sentido.

O perfume das flores parece não existir.

O canto dos pássaros não tem encanto.

As águas correm como se nascessem, num lugar qualquer.

Não faz sentido saber que vêm da natureza.

O vento sopra como se estivesse

Trazendo o passado para o presente

E o futuro!

Nunca chega.

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Custava dizer

Custava você dizer que o amor não existia?!

Dizer que sonhos são ilusões?

Dizer que viver não faz sentido?

Juro! Fiz tudo para ser feliz,

Mas tinha que ser você para me fazer

Desiludida!

Fiz de tudo um sonho,

Uma ilusão.

Você levou tudo de mim,

Só me deixou saudades e desejo.

Você foi um momento em que fiz um mundo.

Custava você chegar e dizer:

Desculpe!

A verdade é que nunca lhe amei!

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Jacinaila Ferreira

Sinop/MT

Descoberta

Segue...

Apenas por rumo e atino!

A sina de escolher...

O escolhido.

Ama!

Por devoção ou instinto...

Capricho e desatino!

Os seus...

Viva...

Sem ao menos pensar

Em parar...

Encontra.

E agora...

A procura se finda.

Cumpriu

O último desafio.

Destino.

Descobriu que é possível resumir

A alma.

No último momento

Na última foto

No último

AMOR.

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Vida

Viva o dia de hoje!

Só ele existe pra você.

O amanhã a Deus pertence...

E só chega se ELE quiser!

Faça as pessoas felizes!

E não se esqueça de viver... Nunca humilhe ninguém,

Mas ninguém é melhor que você!

Se no amanhã que não me pertence...

Aqui eu não estiver!

Carpe diem com prudência...

Viva, sinta, seja feliz e deixe viver!

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Marlete Dacroce

Sinop/MT

Louco desejo

Num dia qualquer sem se quer imaginar

Um simples oi no Face

Após o número no celular

Uma chamada a voz encantadora

Que me levou a sonhar...

Um homem sem igual

Alto de pele morena

Dono de um corpo escultural

Encantador

Um verdadeiro Deus real

E, mesmo a distância

Já imaginava o momento de prazer

Como um toque que vicia

Num mundo só nosso

Pura sintonia

Corpos nus Beijos ardentes

Atração

Tesão

Desejo

Carinho

Amor

Sem nenhuma palavra

Ao sussurrar da voz muitas sensações

Num momento erótico único

Sinto o deslizar de suas mãos

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Num ritual de loucura de desejo

Dominado pelo êxtase da paixão

Na madrugada

Silenciosa

Os corpos se tocam

Novamente a loucura

E, o nosso querer

Recomeça outra vez

Rejeição

Dias e dias de

êxtase De prazer

De entrega

E sedução

Mal acostumado

ficou

Dependente

Carente

Evitando o triste momento

Pois, seria sofrer

É o não querer...

É adoecer no triste

adeus

E como num passo

de mágica Aquela paixão

Em noite fria se

transformou

Agora só resta a

espera Um alento

A alma grita...

E nada

Somente o silêncio

A angustia

confundindo a razão

Questionamentos

sem resposta O porquê... da

indiferença

Será?

O que será?

E assim a longa

espera...

Vai ferindo o

coração

Sem entender

O porquê da

rejeição

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Rosane Gallert Bet

Sinop/MT

Pulsação

Vida que nasce

Vida que pulsa

Vida que cresce

Vida que cansa

Vida que luta

Vida que bate

Vida que apanha Vida que cai

Vida que chora

Vida que levanta

Vida que para

Vida que olha

Vida que reflete

Vida que respira

Vida que inspira

Vida que muda

Vida que encanta

Vida que sonha

Vida que aspira Vida que vai

Vida que vem

Vida que troca

Vida que doa

Vida que para

Vida que transcende

Vida que se encontra

Vida completa

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Kiara Baco Anhon

Sinop/MT

O iluminar de ideias

Tenho dó:

De quem não compreende a arte,

A beleza pura do sentir e do iluminar

E sua função de permitir:

O despertar.

Dó: daqueles que não brilham

E que no seu ocultar-se Buscam escurecer

Os que se acendem.

Dó: dos não acordados,

Dos ainda sonolentos

Que não se despertaram

E continuam em um sono imutável

Dó: dos que julgam sem compreensão

E no não entendimento

Buscam razão.

... Mas não há razão nas trevas.

Dó: dos presos na caverna

Que na possibilidade de ver o sol

Negam-se

Negam o desconhecido

E por medo prendem-se no seu mito.

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Não brilham, não acendem, não despertam...

Mas como eu poderia dizer:

Vem cá, me dá a mão.

Vamos tomar um banho de sol?

Vamos ver a bela pintura do amanhecer?

Se eles não sabem o que é o sol,

Muito menos pintura ou amanhecer.

Prendem-se a conceitos,

Ideias primárias, Já que no conforto e segurança

Não precisam se arriscar,

Buscar compreender o mundo,

Refletir, muito menos questionar.

Por isso tenho dó

Daqueles que poderiam brilhar

Mas por falta de querer “saber”

Apagam-se

E no apagar-se,

Ocultam a luz

E qualquer vestígio de luminosidade.

E neste iluminar de ideias,

Tenho dó deste desabafo

Já que o texto pode também ser ocultado

Esquecido e apagado.

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Amanda Lima de Oliveira

Sinop/MT

Nada te define

Que sociedade louca,

Todos vivem em função

De preencherem um lattes,

De passarem a impressão

Que são felizes demais,

Pelas redes sociais,

Tudo é só uma ilusão.

Uma luta sem sentido

Em busca de ser aceito,

Um esforço desumano

Procurando ser perfeito,

Sendo que a perfeição

Está na convicção

De se aceitar do seu jeito.

Não é artigo, diploma

Não é a religião,

Nem o saldo da sua conta,

Sua cor, ou intenção, Nada vai te definir,

Viva apenas para si,

É a melhor decisão.

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A metade que não me falta

Não passe uma vida inteira

Procurando conhecer

Um alguém que te complete,

Que priorize você,

Olhe pra dentro de si,

O que importa está ali.

Para pra se conhecer.

Valorize o seu “eu”, Veja seu interior,

Não importa os padrões

Que o mundo aprovou,

Pois você é linda sim,

Pode acreditar em mim,

Comece a se dá valor.

E não precisamos mesmo

De alguém pra nos completar,

Pois nós somos inconclusas

E coisa melhor não há,

É vivendo e aprendendo, Vamos nos desenvolvendo,

Pode-se até transbordar.

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Leni Zilioto

Sinop/MT

Simples assim

Nacional, você.

Sua pele, seu cheiro,

seu jeito de ser.

Madrugada, você.

O vulto na soleira da porta. À porta, você.

Sua pele, seu cheiro,

seu jeito de ser.

A porta, abriu,

para você.

De mansinho, você

derrubou barreiras,

com seu jeito de ser.

Abri (-me), para você.

Para sua pele, para seu cheiro,

para seu jeito de ser.

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A rainha da noite

Aguardo,

sentada em minha rede,

olhando para o leste e

cantando as estrelas.

Repasso meu dia,

lembro minha infância, desejo uma companhia.

Falo comigo de tudo

e de todos.

Depois ela chega,

majestosa,

redonda,

iluminada,

trazendo na cauda

toda a minha poesia.

Ela chega

para me fazer companhia.

A Rainha da noite. A Lua!

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Antonio Cesar

Sinop/MT

Escapulas e consequência

Ele acorda e olha para todos

Se descobre resultado de êxodos.

Não se localiza

Em meio a tantos,

Por dentro agoniza

Por fora, prantos.

Descobrir a origem agora, remoto,

Sobreviver então, só mesmo sendo devoto.

Abstruso

Me aperto aqui neste canto,

Assim, escondido por enquanto.

Se o tempo não passar, Eu morro.

Se a vida não voltar,

Eu sofro.

Uma voz cria o silêncio, espanto,

E escondido, faço daqui meu recanto.

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Finito

Como a chuva calma lá fora,

Espero a vida aqui dentro ir embora.

A noite já chega

O Sol esfriou

O dia existir, se nega

Seu tempo aqui arriou.

Nada mais espero agora,

A vida calma, em mim não mais mora.

A máscara da tentação

O dia nasceu, mas o Sol não apareceu,

As nuvens se predominam no céu.

Todas as sensações

São úmidas

Dias sem luz, sem ações Calor humano de Midas

O desejo, o ânimo, tudo em mim pereceu

Se o Sol não surgir, é por que me esqueceu.

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Shirlei Alexandra da Silva

Sinop/MT

Pegadas vermelhas

Nas matas fechadas da Amazônia,

Abriram-se caminhos de sangue.

Onça-pintada, sucuri, ariranha,

Garça-real, arara-vermelha, jacaré-açu,

Seringueira, castanha-do-pará, sumaúma,

Mogno, cedro, cupuaçu...

A fauna e flora foram ao chão.

De todas as alternativas, apenas uma:

O progresso e desenvolvimento da nação!

Migrantes do Sul tornaram-se guerrilheiros,

Em busca da “terra prometida, do ouro, do

mel”

Deixaram famílias, um passado inteiro,

Tiraram dos índios a terra, o céu.

Os que sobraram levaram para o Xingu,

Precisavam “limpar” as pegadas vermelhas,

Vermelhas da pele, vermelhas da alma.

Eis que as vastas florestas,

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Tornam-se agora, na Amazônia, uma fresta,

Um espaço aberto para o progresso.

Quem foi mesmo que financiou esse sucesso?

E o estado que tem o nome de grossas matas,

Hoje não tem mais igual.

Seus jacarés, onças, cobras e antas,

Agora dão lugar a variadas plantas:

Sorgo, milho, arroz, soja, pasto...

E assim, o sonho seguiu o rastro,

Do sangue que tudo consome.

Vai-se a mata, a fauna, a flora,

Vão-se as pegadas, ficam os nomes...

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Vilson Roque Bocca

Sinop/MT

Amor-Vício

Se quiser descobrir meus vícios

Leia Vinícius, que, sem querer,

Sem nos conhecer, na verdade,

Disse muito, de mim ou de você:

“Além do tempo”, “Além do amor”

Ou no “Soneto de Fidelidade”.

Nas frias e boêmias madrugadas

Da poesia inocente, me embriagava.

Quer no corpo ou na mente

Que me induzia à descoberta:

Amor é vício, é ferida aberta

Que sangra eternamente...

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Arroubo Poético

Às vezes me envolvo em arroubos poéticos

De inspiração aleatória, desconexa,

De composição não complexa.

Amadora, que ama, desama, desarma.

Mesmo em linguajar sem requinte

Mas dedicada, feitio simples.

Apesar da rima pobre Às vezes, até ressoa nobre.

Embora de pouca métrica

Recorre à dialética

E para o leitor desatento

Na tristeza ou no contentamento

Mesmo no improviso

O poema é preciso.

Para alcançar à calma

E assim suavizar a alma.

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Andréa Miriam Laurindo Siqueira

Maringá/PR

Criança

Sopro doce no joelho ralado

Simples como a chuva

Morno como o fim da tarde

Com a palma da mão espanta

A lágrima, a formiga, o castigo.

Não sei ser como tu

Mas vejo a flor que plantas

E sinto o perfume de tua inocência Pequena, afetuosa como os anjos

Serena, caprichosa como as ninfas

Gargalhas besteiras

Levantas castelos

Colocas tudo num papel

E o recortas como um coração

Quisera ser como tu

E falar verdades como elogios

E somar nos dedos

E bocejar sem recato

Ficar de mal para sempre

Para fazer as pazes em 5 minutos Quisera ter teu perfil límpido

Teu sentimento intacto

Teu palavreado direto

Quisera encontrar-te

Refugiar-me em teus cachos

Beijar teu sangue com gosto de poeira

E descansar dessa fuga

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Infinitas

Há beleza em não saber

Infinitas as possibilidades

Maravilhas que tecem sonhos e vidas

Futuro sem saber

Para assim, com muito prazer,

Fazer do agora o melhor momento

Plantar agora beleza, leveza

Sentir agora amor, paz Sonhar agora o sonho possível

Tangível com as belezas da imperfeição

É agora, quando não sei do amanhã

Que posso criá-lo

Quando não posso reescrever o passado

Que posso ser grata por ele.

É agora quando sou o sou, quando faço o que

faço

É agora!

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Maria Cristina de Sá Pereira

Sinop/MT

Netos

Há tão pouco tempo,

Todos nós, adolescentes,

Descobrindo os segredos da vida,

Como donos das verdades do mundo.

Hoje, vivendo o pré-outono,

Descobrindo que as verdades Também se relativizam

E os segredos da vida, descobrimos?

Um, pelo menos, com certeza:

O prazer de nos ver

Num novo adolescer.

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Viajeira

Vontade de um abraço

Vontade de um carinho

Vontade de você

Vontade seguir a

Vontade sem seta

E sem rumo Tipo na boleia

De um caminhão

Vontade de estrada.

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Mafalda Moreno

Várzea Grande/MT

Ler é descobrir

Existem pessoas no mundo

Que pensam que tudo se move

Em torno do que se vê.

Mas, muito pelo contrário,

Existem coisas escondidas

São coisas maravilhosas

Que encontramos mergulhadas

Nos livros que a gente lê.

Com eles a gente viaja

Mesmo sem sair de casa

Conhecendo o que não vê.

Podemos descobrir o mundo

Conhecer coisas fantásticas,

Que nos faz rir ou chorar.

Conhecer muitas pessoas,

Que fazem parte das histórias

Que depois vamos contar.

Aquele que nunca lê

Nunca vai conhecer tudo

Que eles têm pra nos mostrar,

Portanto, abrace essa causa,

Mergulhe no conhecimento

Que os livros têm pra nos mostrar.

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Horizontes divididos

Todo caminhava devagar

E nós seguíamos,

Naquele doce vagar,

O encanto a magia a nos guiar.

E tudo isso aconteceu

Depois daquele doce olhar.

Sobressaltos, sonhos, devaneios,

Nuvens, passados a cantar.

A poesia de um sonho verdadeiro,

Na simplicidade de amar.

Anos juntos caminhamos,

Nosso amor cresce, frutifico.

Veio uma nuvem e te envolveu,

Fiquei sem você meu amor.

Hoje somos horizontes distintos,

Não tenho mais teu sorriso,

Sequer sei onde você está.

O amor é assim como o vento.

E, eu?

Hoje vivo chorando a saudade.

Do amor que vivemos juntinhos

Que sei, não mais vai voltar.

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Valter Figueira

Carlinda/MT

Soneto da Esperança

Não quero viver sobre os escombros

nem sob as nuvens negras do ódio

quero ter a luz irradiante da certeza

e ver o certo vencer o errado.

Não quero viver sobre destroços

nem sobre as sombras da mentira

quero brilhar com brilho próprio

e ver a injustiça ser vencida.

Não quero ouvir a música da discórdia

nem quero sentir o cheiro de enxofre

ao queimar as esperanças dos inocentes.

Quero ter a certeza que o amor vencerá

quero amar para vencer as batalhas

dos meus dias, da eternidade. Sempre.

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Soneto da esperança II

Quero viver sobre a luz da esperança

que dá vida e sentido ao dia,

quero conhecer o pódio da vitória

que dá alegria aos vencedores.

Faz tempo que não ouço

a música silenciosa da madrugada,

faz tempo que não escrevo

no pergaminho da saudade

Quero vagar por caminhos tantos,

quebrar recordes vencer obstáculos

fazer do agora um aliado.

Quero descobrir o amor no ódio,

quebrar preconceitos amar a liberdade

e fazer do eu um viver infinito.

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Anna Figueira

Carlinda/MT

Acabou!

Tem um minuto Para o fim do mundo Não tem mais nada o que fazer Não há mais nada para resolver. O mundo vai acabar, Sem nada pra falar. Você não está percebendo, O mundo a sua frente, Sendo destruído sem você notar. A vida vai acabar Implorando por amor, Uma vida sem amor, Uma vida sem rancor. Pronto! O mundo acabou Com tão pouco amor, A vida se foi, Com um pouco De Dor

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Nessa vida Você já foi Um bebê indefeso, Uma criança inocente, Um adolescente irresponsável Um jovem sonhador, Um adulto realizado. Precisou de ajuda quando bebê, Te ensinaram quando criança, Te corrigiram quando adolescente, Com as chaves que te deram você quis seguir a vida, Agora se tornou o que queria ser. Depois já pode se tornar um idoso sábio.

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Josiane Domeni Lima

Alta Floresta/MT

Falso Sorriso

Volta o vazio no peito,

O lacrimejar nos olhos,

E o falso sorriso estampado no rosto.

Volta os maus pensamentos,

A agonia inquietante, E o falso sorriso estampado no rosto.

Volta às noites mal dormidas,

Os pensamentos que atormentam à noite,

E o falso sorriso estampado no rosto.

Volta o querer retornar ao passado,

Ao amor que não deu certo,

E o falso sorriso estampado no rosto.

Volta à vontade de bons e leais amigos,

De pessoas que percebam que você está mal, Mas é melhor o falso sorriso estampado no

rosto.

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A Saudade

É difícil controlar a saudade.

Arrebata a alma,

Adoece o coração,

Aumenta o desejo

Por essa louca paixão.

Ah!, A saudade... Transforma as horas em eternidade.

Tira o sono.

Controla o pensamento.

É um tormento!

Ah!, A saudade...

Só passa com o encontro,

E na hora do adeus

A saudade retorna,

Avisando a alma

Que é chegada a hora,

Do coração sofrer, O pensamento lembrar,

E o corpo querer

Mais uma vez estar perto de você.

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Jusineia Menezes de Carvalho

Alto Taquari/MT

O Tempo

Vivemos em um mundo que tem pressa!

O tempo passa rápido demais,

Para todos!

Vamos ao encontro de nossos sonhos com

tanta pressa,

Que neste percurso esquecemos de ser feliz!

Esquecemos que o caminho é também a

felicidade que compartilhamos com as pessoas que amamos!

Porque tenho pressa em viver!

Não vivo!

Porque tenho pressa em conquistar!

Não sinto!

Porque tenho pressa em ter tudo agora!

Não percebo!

Os verdadeiros sentimentos que perduram,

São aqueles que por sua intensidade

São suficientes para serem

eternos mesmo que efêmeros!

Nem sempre os maiores, Nem sempre os melhores,

Nem sem pré os mais duradouros,

Porque intensidade é ser,

É ter,

É querer,

É estar,

Presente em todos os momentos que vivemos

ao lado das pessoas que amamos!

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Posso não ter parido, mas, sou mãe de

filhos!

Um dia fui questionada por algumas

pessoas se eu não sentia falta de uma família,

ou de ter meus próprios filhos....! Respondi

que, mas eu tenho uma família! E, muito

numerosa e feliz por sinal! Agora... filhos?!?!?!

Mas como assim não tenho filhos?!?! Posso não

ter parido, mas sou mãe de filhos!! (5 na

verdade!).

Ninguém pode descrever o sentimento que invadiu meu coração quando olhei para

aquele Ser Humanozinho pela primeira vez, foi

amor a primeira vista! Ali nascia um amor

incondicional, era o ser mais lindo que eu tinha

visto... mesmo que aos olhos dos outros,

aquela carinha cheia de rugas e inchada fosse

igual a todas as demais crianças que nascia, e

que fosse parecido com joelho ou não

parecesse com ninguém, para mim era (e

continua sendo) o bebe mais lindo do mundo!

E quando achei que não haveria mais espaço

para tanto amor no peito... veio outro lindo bebê... outro Ser Humanozinho que veio para

aumentar o amor que já existia, veio para

compartilhar o meu não-tão-organizado-

mundinho-pequeno... e muito de repente, em

um piscar de olhos, outro bebê nascia... e

quando pensei que tudo tinha terminado, me vi

rodeada das cinco mais lindas pessoinhas que

transformaram meu mundinho vazio,

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silencioso, fechado e sem cor em turbilhão

sentimentos que continha sapatos e roupas

desorganizados, prova de corridas, quartinho

pintado, fraldas sujas, souvenires quebrados,

paredes riscadas, roupas meladas, braços

cansados, noites insones, gritos pela casa,

coração sereno e alma cheia de amor e paz!

Posso não ser mãe biológica! Posso não

ter dado a Luz! Mas sinto as suas dores!

Comemoro suas conquistas! Guardo seus

dentinhos que caíram! Dou carinho, faço

mamadeiras, recebo beijos melados e abraços

apertados! Sou Tradutora, Sou Professora, Sou

Interprete e Sou Aviadora!

Sou quem conta história, e pirata que

esconde tesouro! Aceito os seus carinhos e

entendo suas dúvidas... sei onde fica Saturno...

e Sei quem é Optimos Prime!

Sei quanto metros tem uma rua e sei

quem é Tia Milicent, Trols, Olaf, Grou e os

Incríveis... Já fiz até ligação para o comando

Estelar e fui ao infinito e além!

Sei cantar a Borboletinha e também sei a

música da D. Aranha! Decorei os números em inglês e a tabuada até ao 10!

Também viro onça pintada para defendê-

los e faço o que for possível para vê-los feliz!

Me enxergo neles quando dou colo e quando

traduzo textos de espanhol ou inglês! Sou

braço ao alto para o teto da casa alcançar, sou

confiança quando balanço para ninar, sou

corredora para a bicicleta empurrar e viro

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mulher maravilha para lá em cima da estante a

bola tirar. Sou para eles destemida porque fui

de avião viajar, mas, corri junto quando um

sapo veio nos encontrar! O mais importante de

tudo isso é que me vejo neles... um pedacinho

em cada um... em todos os cinco tem algo de

mim neles.... Assim como tem algo deles em

mim!!!! E isso não existe cordão umbilical que

faça nascer, é preciso querer estar (ou ser)

presente é ter coração aberto para se doar e

receber!

A reciprocidade de confiança que existe

entre nós, é eu saber que eles estarão sempre ao meu lado e que eu sempre estarei aqui

quando eles precisarem.

Posso muito bem ser a mão da mãe

quando surgir o medo ou quando precisa

segurar! Ou o abraço do Pai quando o escuro

chegar!

Posso não ter gerado... ou nem as dores

de parto sofrido! Eles não me chamam de mãe,

mas basta um toque ou um olhar, sem

palavras, que faz todo o sentido, sou mãe de

todos eles, na mais variada forma de amar!

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Ireneu Bruno Jaeger

Sinop/MT

Onde fica o metatarso

Uma televisão tem um programa de

humor e manda o funcionário entrevistar

pessoas.

Naquele dia reuniam-se alguns

desocupados na praça e o repórter perguntou:

- Onde fica o metatarso?

Joaquim, mais perto, foi franco: - Não lembro.

O Josué, atendente do café da esquina:

- Achque sei. O Metatarso é um desses

macaquinhos da mata que transmitem dengue

e outras doenças.

- Não é dengue não, interveio o

Joaquim. É febre amarela.

- Nunca vi macaco amarelo.

O repórter explicou:

- Nada disso. A Senhora, Dona Maria,

por exemplo, também tem metatarso.

- Deus me livre. Desconjuro. Tudo que é doença pega em mim e agora esse tal

metatarso.

A filha dela chorosa perguntou:

- Isso é pegajoso... transmite?

- Não, gente boa. Lembram do Neymar,

o jogador...

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- Coitado do menino. Não basta que a

mulher bateu feio nele, lá em Londres.

Tadinho!

- Não, mãe, não foi em Londres, foi em

Paris.

- Pois é gente, nós todos temos

metatarso. E o repórter mostrou no pé e

explicou.

Depois apontou para o outro lado da

rua:

- Vocês estão sendo filmados, gravados,

vejam a câmera.

- Jesus amado, disse a Da. Maria, logo hoje que não passei batom.

- E eu não pus o dinheiro no bolso,

reclamou o Josué.

Moral da história: Graças ao Neymar,

todos os brasileiros agora sabem onde fica o

metatarso.

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Simone de Sousa Naedzold

Sinop/MT

O encantador de borboletas II

A grande borboleta carrancuda, alguns

dias antes, havia sido uma das mais

encantadoras descobertas de Júlio. Ao adentrar

na mata próximo a sua casa, viu em um tronco

verde, um desenho muito estranho. Esse

desenho parecia um olho. Júlio sabia que

árvores não tinham olhos, por isso se

aproximou e, com um pequeno pedaço de pau,

tocou-o. O olho virou-se para o outro lado sem

muita vontade e continuou parado.

O menino cutucou de novo e ficou

esperando algum movimento. Nada. Esperou

dez, quinze minutos e o olho permanecia no

mesmo lugar. Com medo de machucar o ser

que ele nem conhecia, sentou-se no chão e

ficou olhando aquele desenho lindo. Pensou em

ir em casa buscar lápis e papel para desenhá-

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lo, mas ia demorar muito e o olho poderia fugir.

Ou até mesmo pegar sua câmera fotográfica e

tirar uma foto, mas refletiu sobre os possíveis

acidentes que poderia causar, como por

exemplo, queimar o olho com o flash e não fez

nenhuma ação.

Então decidiu continuar sentado olhando

para o tronco da árvore. Observou que o olho

tinha um formato ovalado e suas cores

variavam de um marrom escuro até um

marrom muito claro. Observou ainda que a

parte marrom continha em seu interior um

círculo negro também matizado. Tinha certeza:

o desenho era de um olho e não pertencia à

arvore, considerando que ao tocá-lo com o pau,

ele se moveu.

Perdeu a conta do tempo que ficou ali

olhando aquele desenho até que sua mãe lhe

chamou, pois já passava mais de uma hora que

Júlio havia entrado na mata. O menino ouviu a

voz da mãe, mas não respondeu nada, pois não

queria que aquele momento terminasse. Mas a

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mãe insistiu e Júlio, muito devagar, levantou-

se e foi saindo da mata. Avistou sua mãe ao

longe e fez um sinal de onde estava. Ouviu um

barulho atrás de si e parou imediatamente. Era

um barulho suave, quase o voo de uma pena

ou de uma folha caindo. Olhou para trás e viu

então uma borboleta com grandes asas e em

cada uma delas um olho enorme.

A cara da borboleta exalava antipatia, a

cor representava um bicho que causaria medo

em muitas crianças, mas que, para Júlio, era

somente um ser maravilhoso da natureza

mostrando suas defesas indefesas.

Júlio sorriu e saiu correndo em direção a

sua mãe. E ia pensando: amanhã volto para vê-

la. Tenho certeza de que estará ali.

A grande borboleta pousou em uma

árvore e ficou observando o menino correr em

direção à mãe. Pensava: porque aquele ser

pequeno não teve medo de meus grandes

olhos? Porque me olhava daquele jeito como

quem olha e analisa algo desconhecido? Porque

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me cutucou com um pedaço de pau e, vendo

que me movi, não saiu correndo como muitos

fazem? Essa criança é diferente. Vou espera-la

aqui amanhã. Certeza que ela volta!

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Manoel Rodrigues Leite

Sinop/MT

Quarta de futebol

Finalmente é quarta-feira! Muitas

pessoas aguardam ansiosamente a sexta-feira,

sexta é o dia do happy hour, é dia de celebrar

o início do final de semana, a grande maioria

das pessoas comemora na sexta. Mas, para

mim o dia mais importante é quarta-feira, na

quarta tudo ganha sentido.

Meu nome é Dionísio, tenho 42 anos de

idade, casado, e um casal de filhos. Sou

funcionário público, contudo isso talvez não

seja o mais importante. O que vale lembrar é o

fato que hoje é quarta, na quarta-feira o

futebol torna-se o lazer, torna-se a comunhão.

Há aproximadamente 12 anos participo de

bate-bola com os amigos. Nos rachas

superamos as diferenças e dividimos alegrias.

No campo da mangueira os times são formados

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em par ou ímpar, ou escolha um a um, isso não

faz diferença. Todos jogam mesmo que seja

sem marcação, pois em frase de boleiro de

alguns a natureza cuida.

Nesta noite jogarei só o primeiro tempo,

e no segundo cuidarei do churrasco e da

peixada, que é prato favorito. Acredito que a

democracia da substituição é maravilhosa, pois

tem os atletas que jogam 5 minutos e bem os

restantes 85 minutos de jogo. Tem também os

fominhas que não passam a bola, e nunca se

cansam. Mas também não correm tanto atrás

da bola, esperam ela chegar e de preferência

na banheira.

Sempre tem pessoas novas, e quanto

mais o tempo passa mais os veteranos

enjuvelhecem. Vi chegar alguns novatos, que

pareciam estranhar tanta diversidade. Um

deles comentava:

- Isso não vai acabar bem. Olha lá no

mesmo time.

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- Fique de boa! (Falou o Tico, um macaco

velho nos rachas).

- Mas olha lá eles tão discutindo. Já

começaram a gritar um com o outro. Não tem

nem duas semanas que envolveram em

acidente de trânsito. E parece que não foi

resolvido.

- Fica tranquilo problemas deles, eles

resolvem lá fora. No campo o assunto é outro.

Normalmente é isso mesmo, quem não

tem suas diferenças? Quem não guarda

rancores? Só que na quarta-feira e na

mangueira o que importa é o jogo. Se na hora

do churrasco não quiser conversar problema

deles, vieram para jogar bola, comer carne e

beber cerveja, e isso é o que normalmente

acontece.

Não é o espaço da pacificação, e sim do

respeito. Guarde os seus rancores e jogue bola,

concentra no jogo ou na cerveja se quiser. Essa

é a principal regra do jogo, as outras é jogar

com um pouco de malandragem é claro, e

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principalmente saber perder. É uma trégua na

correria, é o fôlego que se amplia com o

exercício, e dá a energia para chegar até o final

de semana, e principalmente até a próxima

quarta-feira.

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ANTOLOGIA DE ESCRITORES

CONTEMPORÂNEOS

Cada mês uma nova História, somos muitos

espalhados em viagens encantadoras. O objetivo e ajudar você a dar o primeiro passo,

ou se você já faz parte deste universo, juntar-

-se a nós, e ser parte deste sonho que navega

por mares profundos das letras.

Participe!

A História acontece...

WhatsApp (66) 9.9643-5501

Ações Literárias

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EDITORA AÇÕES LITERÁRIAS CAIXA POSTAL 785 – SINOP- 78.551-350

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