antónio josØ seguro silvino gomes da silva antÓnio ...4 11 de abril de 2002 actualidade numa nota...

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ÓRGˆO OFICIAL DO PARTIDO SOCIALISTA Director António JosØ Seguro Director-adjunto Silvino Gomes da Silva Internet www.partido-socialista.pt/accao E-mail [email protected] N” 1149 - Semanal 0,50 11 Abril 2002 ANTÓNIO COSTA ELEITO L˝DER PARLAMENTAR POR LARGA MAIORIA ENTREVISTA MILITANTE DA CAUSA PÚBLICA À frente da Junta Metropolitana de Lisboa, Maria da Luz Rosinha pretende encontrar soluçıes concretas para os problemas reais do quotidiano dos 19 concelhos do distrito alfacinha. A presidente da Câmara de Vila Franca de Xira manifesta-se preocupada quanto às consequŒncias da política social do novo Governo de direita. Por isso, defende para o PS um papel de opositor com propostas, rigoroso e forte, com Ferro Rodrigues como líder, um homem de confiança e competŒncia. PÆginas centrais FUNDA˙ˆO ANTERO DE QUENTAL PROMOVER O DESENVOLVIMENTO DO PODER LOCAL E REGIONAL Promover o desenvolvimento e consolidaçªo do poder local e regional, atravØs de um vasto conjunto de acçıes dirigidas aos agentes autÆrquicos, Ø o principal objectivo da Fundaçªo Antero de Quental (FAQ), presidida pela camarada Edite Estrela. Fundada em 1977, a Fundaçªo Ø uma instituiçªo de utilidade pœblica. PÆgina 8 EUROPA RELATÓRIOS DE EURODEPUTADOS SOCIALISTAS APROVADOS NO PE PÆgina 17 A lista liderada por António Costa recolheu 70,2 por cento dos votos dos deputados socialistas. Nas suas primeiras declaraçıes à imprensa, o recØm-eleito líder parlamentar sublinhou que no início de uma nova legislatura Ø natural e Ø da praxe que as expectativas sejam colocadas na apresentaçªo do Programa de Governo, por isso o Grupo Parlamentar Socialista aguarda responsavelmente pela posiçªo do Executivo relativamente às indeterminaçıes eleitorais do PSD, nomeadamente em matØria fiscal cujo programa foi revisto durante a própria campanha.

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Page 1: António JosØ Seguro Silvino Gomes da Silva ANTÓNIO ...4 11 de Abril de 2002 ACTUALIDADE Numa nota escrita no mesmo dia em que foi celebrado o acordo que pôs termo às hostilidades,

Ó R G Ã O O F I C I A L D O P A R T I D O S O C I A L I S T ADirector António José Seguro Director-adjunto Silvino Gomes da Silva

Internet www.partido-socialista.pt/accao E-mail [email protected]

Nº 1149 - Semanal0,50

11 Abril 2002

ANTÓNIO COSTA ELEITO LÍDERPARLAMENTAR POR LARGA MAIORIA

ENTREVISTA

MILITANTEDA CAUSAPÚBLICAÀ frente da Junta Metropolitana de Lisboa, Mariada Luz Rosinha pretende encontrar soluçõesconcretas para os problemas reais do quotidianodos 19 concelhos do distrito alfacinha.A presidente da Câmara de Vila Franca de Xiramanifesta-se preocupada quanto àsconsequências da política social do novoGoverno de direita. Por isso, defende para o PSum papel de opositor com propostas, rigoroso eforte, com Ferro Rodrigues como líder, umhomem de confiança e competência.

Páginas centrais

FUNDAÇÃO ANTERO DE QUENTAL

PROMOVER O DESENVOLVIMENTODO PODER LOCAL E REGIONALPromover o desenvolvimento e consolidação do poder local e regional, através de um vastoconjunto de acções dirigidas aos agentes autárquicos, é o principal objectivo da Fundação Anterode Quental (FAQ), presidida pela camarada Edite Estrela. Fundada em 1977, a Fundação é umainstituição de utilidade pública.

Página 8

EUROPA

RELATÓRIOS DE EURODEPUTADOSSOCIALISTAS APROVADOS NO PE

Página 17

A lista liderada por AntónioCosta recolheu 70,2 por centodos votos dos deputadossocialistas.Nas suas primeiras declaraçõesà imprensa, o recém-eleito líderparlamentar sublinhou que no�início de uma nova legislaturaé natural e é da praxe que asexpectativas sejam colocadasna apresentação do Programade Governo�, por isso o GrupoParlamentar Socialista aguardaresponsavelmente pela posiçãodo Executivo relativamente àsindeterminações eleitorais doPSD, nomeadamente emmatéria fiscal cujo programafoi revisto durante a própriacampanha.

Page 2: António JosØ Seguro Silvino Gomes da Silva ANTÓNIO ...4 11 de Abril de 2002 ACTUALIDADE Numa nota escrita no mesmo dia em que foi celebrado o acordo que pôs termo às hostilidades,

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11 de Abril de 2002

A SEMANA REVISTAACTUALIDADE

Fotomontagem António Colaço

Com a presença do secretário-geral, Ferro Rodrigues, teve lugar a primeira reunião da nova bancadaparlamentar do PS.

António Costa foi eleito presidente do Grupo Parlamentar do Partido Socialista.

Manuel Alegre foi eleito vice-presidente da Assembleia da República.

O governador do Banco de Portugal, Victor Constâncio, foi recebido em audiência pelo primeiro-ministro.

O Presidente da República, Jorge Sampaio, despediu-se de António Guterres e Almeida Santos emalmoços ocorridos no Palácio de Belém.

António Guterres retomou funções na holding estatal IPE.

Tomou posse o XV Governo Constitucional, em cerimónias presididas pelo Presidente da República,que decorreram no Palácio da Ajuda.

Foram aprovados na sessão de Abril do Parlamento Europeu em Estrasburgo os relatórios doseurodeputados socialistas Luís Marinho e Elisa Damião.

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SILVINOGOMES DA

SILVA

ACTUALIDADEEDITORIAL

PÉSSIMO COMEÇONa tomada de posse do novo Governo, o primeiro-ministro no seu discurso pintou um panoramanegro da situação económica, responsabilizando duramente o PS pela actual situação financeirado País, para em seguida pedir ao mesmo PS cooperação em forma de pacto de regime em matériade contas públicas.Durante a campanha eleitoral o secretário-geral do PS pronunciou-se a favor da meta do déficezero em 2004, dizendo claramente quais eram as suas prioridades e as suas escolhas para atingiresse objectivo. Os portugueses quando a 17 de Março fizeram a sua opção conheciam as propostaseleitorais que estavam em cima da mesa, estavam conscientes dos caminhos que lhes erampropostos e das soluções preconizadas.O PS é neste momento oposição e é nesse terreno que tem que responder às iniciativas doGoverno, de forma construtiva, séria e credível. Há, reconhecidamente, que continuar a procedera cortes na despesa pública. Mas esses cortes, do ponto de vista dos socialistas, não devem incidirnas nossas áreas emblemáticas, ou seja, nas que têm a ver com matérias sociais. O nossoprojecto é alternativo e, portanto, alinhar na estratégia do pacto seria ficarmos amarrados apolíticas que não são as nossas. Por outro lado, esta situação, a verificar-se, seria má para ademocracia e conduziria o País para um novo pântano político em que confluiriam os principaispartidos políticos.A estratégia socialista é clara. O PS apoiará as medidas que estejam em sintonia com as previstasno nosso Programa Eleitoral e em cada momento face às propostas concretas dirá se está ou nãode acordo e quais são as melhores alternativas e as soluções que propomos.Numa visão maquiavélica da política, seguindo uma estratégia clara visando condicionar e

desacreditar o PS, o recém-empossadoprimeiro-ministro chamou o governador deBanco de Portugal a São Bento para,alegadamente, conhecer com propriedade adimensão do défice. Nas subsequentesdeclarações à Comunicação Social, a ministrada Finanças, com ar grave, veio afirmar que osvalores poderão ir além dos três por cento,quando Victor Constâncio não confirmou estesnúmeros.Sob a aparência do rigor, há um registocalculista a dois tempos. Primeiro, pede-se acolaboração institucional ao PS, e depoisempola-se um cenário de caos que visa o nãocumprimento das promessas eleitorais, atirandoresponsabilidades para o anterior Governo. Nãoé séria esta forma de fazer política, além deprejudicar os interesses de Portugal junto daUnião Europeia. Como recordava Sócrates naentrevista ao �Expresso�, citando Eça, �umpéssimo começo�.

Sob a aparência do rigor, há um registo calculista a dois tempos. Primeiro, pede-sea colaboração institucional ao PS, e depois empola-se um cenário de caos que visa

o não cumprimento das promessas eleitorais, atirando responsabilidades para oanterior Governo. Não é séria esta forma de fazer política, além de prejudicar os

interesses de Portugal junto da União Europeia. Como recordava Sócrates naentrevista ao �Expresso�, citando Eça, �um péssimo começo�.

SECRETARIADO NACIONAL

EVITAR CONTAMINAÇÃO POLÍTICANA DISCUSSÃO TÉCNICA DO DÉFICE

Na sua reunião semanal das terças-feiras, oSecretariado Nacional continuou a trabalharna preparação do próximo Congresso marcadopara Novembro. Nesse sentido, foramconstituídos três grupos de trabalho, cabendoao ex-ministro da Cultura Augusto Santos Silvaser o relator do processo de revisão doprograma. Vitalino Canas foi designado relatorno respeitante à revisão dos estatutos eAntónio Galamba ficou responsável pelacoordenação do trabalho de actualização dedados relativos aos ficheiros do partido.Na conferência de Imprensa que se seguiu àreunião, instado pelos jornalistas a comentaras declarações da ministra das Finanças sobreo valor do défice do Orçamento de Estado, oporta-voz do PS  considerou �infelizes asespeculações� sobre a possibilidade do déficeultrapassar o limite de três por cento impostopelo Pacto de Estabilidade e Crescimento. PauloPedroso congratulou-se com a ideia do Governoem afastar a realização de uma auditoria àscontas públicas, preferindo, antes, constituirum grupo de trabalho com representantes doBanco de Portugal, do Ministério das Finançase do Instituto Nacional de Estatística para serapurado o real valor do défice.�O PS está disponível para apoiar o diálogo entrePortugal e a Comissão Europeia a propósito desteproblema�, referiu este dirigente socialista,sustentando mesmo ter dados que permitemconcluir que o défice de Portugal em 2001 �nãoultrapassará os três por cento�.�Na semana passada, houve uma reunião como Eurostat, o Banco de Portugal, na qual ficámoscom a expectativa de que o limite do pacto deestabilidade não será ultrapassado�, sustentouPaulo Pedroso, reiterando a tese de o País estarperante �uma discussão técnica� e não política.O porta-voz do PS, Paulo Pedroso, apelou aindaaos partidos do Governo (PSD e CDS-PP) paraevitarem qualquer �contaminação política nadiscussão técnica� sobre o real valor do déficede Portugal em 2001.

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11 de Abril de 2002ACTUALIDADE

Numa nota escrita no mesmo dia em que foicelebrado o acordo que pôs termo àshostilidades, Ferro Rodrigues considera que�este gesto significa que Angola está no bomcaminho, rumo à paz, essencial para que opaís se pacifique e desenvolva�.Segundo o líder do PS, o acordo representa�um primeiro passo para a reconciliação dasociedade angolana, que, sem excluirninguém, deverá agora concentrar-se emcriar condições para um aprofundamento dademocracia e para a resolução dos problemashumanitários�.

Novos caminhospara a reconciliação

Também António Guterres se congratuloucom a assinatura do acordo. Em carta enviadaao Presidente de Angola, José Eduardo dosSantos, o primeiro-ministro cessante refereque a assinatura do acordo de cessar-fogocom a UNITA é um passo que abre �novoscaminhos para a reconciliação� do povoangolano.Na missiva, António Guterres diz que a assina-tura do acordo constitui �um acto de altosignificado que abre novos caminhos para areconciliação, prosperidade e desenvol-vimento� de Angola �no respeito dos valores eprincípios que são a essência da democracia,dos direitos humanos e do Estado de Direito�.Após lembrar que a assinatura do cessar-fogocoincide com o fim das suas funções comoprimeiro-ministro de Portugal, Guterresaproveita para agradecer ao Presidente deAngola �o seu empenho pessoal e acooperação recebida das autoridadesangolanas em tudo - e foi muito - o quecontribuiu para o estreitamento das relações

O secretário-geral do PS, Ferro Rodrigues, afirmou ter recebido com�muita alegria e esperança redobrada� o acordo de cessar-fogo em Angolaassinado entre o Governo angolano e a UNITA, tendo apelado aoaprofundamento da democracia interna.

ANGOLA/CESSAR-FOGO

FERRO APELA AO APROFUNDAMENTODA DEMOCRACIA

de grande amizade� entre os dois países.�Formulo os meus votos, que estou certo seconcretizarão, para que Portugal e Angolaprossigam juntos a construção de umaparceria sólida e fecunda que encontre assuas raízes mais profundas numa história enuma língua comum que indelevelmente nosune�, refere o primeiro-ministro cessante.Por sua vez, o ministro dos NegóciosEstrangeiros cessante, Jaime Gama, numamensagem enviada ao seu homólogo

angolano, João Bernardo de Miranda, refereque o Governo português acompanha �comgrande satisfação� os esforços que abrirãocaminho ao estabelecimento da paz,reconciliação e aprofundamento de umregime democrático em Angola.

Consolidação da paz

�Os desafios e exigências que Angolaenfrentará de consolidação da paz serão

exigentes�, af i rmou Jaime Gama,acrescentando que �o cessar-fogo assinadopelo Governo e pela UNITA é um importantepasso para a pacificação do país, é o primeirogrande passo nessa direcção�.Jaime Gama manifestou-se convicto de quea política de reconciliação nacional angolanaenvolverá, além da UNITA, os restantespolíticos angolanos, as igrejas, outrosmovimentos cívicos, sociais e sindicais eorganizações não governamentais.�A promoção da paz não poderá excluirninguém e deverá contar com a participaçãode todos os angolanos�, acrescentou, e areconciliação �culminará certamente com arealização de eleições legislativas epresidenciais, que deverão ter lugar assimque estejam reunidas as condiçõesnecessárias para que possam decorrer deuma forma justa, livre e democrática em todoo país�, refere a mensagem.O êxito do processo de paz impl ica�necessariamente� a solução dos problemashumanitários que Angola enfrenta e a paz ea democracia angolanas serão �certamentereforçadas� pela promoção dodesenvolvimento socioeconómico eaproveitamento do �enorme potencial� dopaís, disse.Angola pode para isso �contar com oempenhamento da cooperação portuguesa eda União Europeia�, afirmou.Portugal, membro da �troika� deobservadores do processo de paz desde 1991,�reitera a sua firme disposição� de cumpriras suas �responsabilidades� ao abrigo doProtocolo de Lusaca de 1994, incluindo aparticipação na Comissão Conjunta, quefiscalizará a aplicação do acordo, afirmaainda Gama na mensagem.

MÉDIO ORIENTE

GUTERRES ESCREVE A ARAFATAntónio Guterres escreveu ao presidente daAutoridade Palestiniana, Yasser Arafat, paralhe garantir que, na qualidade de presidenteda Internacional Socialista (IS), continuaráatento à situação no Médio Oriente.�Posso assegurar-lhe que, como presidente daIS, continuarei a seguir de perto e atentamentea situação no Médio Oriente e a desenvolver osmeus melhores esforços para se encontrar umasolução política conducente à paz� na região,refere Guterres na missiva enviada na passadaquinta-feira ao Presidente da AutoridadePalestiniana.Segundo Guterres, a IS pode ter um papel

importante no sentido de dissipar as tensõesexistentes no Médio Oriente, �segundo osprincípios pelos quais sempre se bateu: respeitopelas resoluções do Conselho de Segurança dasNações Unidas, o direito de Israel a ter plenasegurança e a legitimidade dos palestinianos aaspirarem a ter um Estado em paz�.Na missiva, António Guterres fez ainda umareferência ao encontro de Lisboa, em Junho,entre Yasser Arafat e o ministro dos NegóciosEstrangeiros de Israel, Shimon Peres.�Neste momento, quero expressar a minhaesperança de que a vontade de diálogo e oespírito de paz que presidiu a esse encontro

(em Lisboa) possa ser retomado�, porque,�nenhuma solução sustentável pode serencontrada num quadro de violência,através de meios militares�, conclui opresidente da IS.

Mário Soares critica Israel

Entretanto, o eurodeputado socialista MárioSoares disse na terça-feira que Israel �deixoude ser um Estado de Direito� e acusou as forçasarmadas daquele país de actuarem como �umverdadeiro exército colonial� e não respeitarema Convenção de Genebra�.

�Não bastam as palavras. Devemos passar aosactos para que nos respeitem�, afirmou Soares,numa intervenção no plenário do PE, ondedecorreu um debate sobre a situação no MédioOriente.�Não há outro caminho�, depois da inutilidadedos apelos do Presidente Bush, insistiu.O eurodeputado socialista reafirmou ainda quea União Europeia foi humilhada por Ariel Sharonao ser impedida de se encontrar com YasserArafat há alguns dias.�Fomos humilhados. É inaceitável�, disseSoares, que preside à delegação do PE para asrelações com Israel.

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ACTUALIDADE

Decorreran ontem as eleições para os diversos lugares dos órgãos daAssembleia da República.Os socialistas ficaram aí representados pelos camaradas que figuram noquadro anexo.

PauloPedroso

MariaSantos

Mariade Belém

ManuelMariaCarrilho

JoséSócrates

JoséMagalhães

Guilhermed'OliveiraMartins

ElisaFerreira

AcácioBarreiros

Nova Direcção do GPPS Conselho Fiscal do GPPS

AntónioCosta

Vice-Presidentes

RenatoSampaio

FaustoCorreia

JoséLello

Vogais

Presidente Presidente

GPPS

ANTÓNIO COSTA NOVO LÍDER PARLAMENTARConforme se esperava, a lista única liderada porAntónio Costa para a direcção da bancadaparlamentar foi eleita por larga maioria. Numuniverso de 96 eleitores, votaram 94 deputados. Alista obteve 66 votos favoráveis a que correspondem70,2 por cento, disseram não 23 deputados (24,5por cento), e houve cinco votos em branco (5,3 porcento). Para o Conselho Fiscal do Grupo Parlamentarvotaram os mesmos 94 deputados, 80 dos quais sepronunciaram favoravelmente, 10 contra e votaramem branco 10 parlamentares.Nas suas primeiras declarações à imprensa, AntónioCosta sublinhou que no �início de uma novalegislatura é natural e é da praxe que asexpectativas sejam colocadas na apresentação doPrograma de Governo�, por isso o Grupo ParlamentarSocialista aguarda responsavelmente pela posiçãodo Executivo relativamente às indeterminaçõeseleitorais do PSD, nomeadamente em matéria fiscalcujo programa foi revisto durante a própriacampanha. Interrogado sobre a composição da sualista, o novo líder parlamentar do PS refutou a ideiade que ela seja um conselho de ministros de AntónioGuterres, valorizando antes a qualidade e riquezados membros que a integram, ao mesmo tempoque sublinhava que em democracia tanto se serveo País no Governo como na Oposição. �Ao contráriodo que aconteceu no PSD, os membros do Governodo PS continuam como deputados�, sublinhou.

JS descontente

Entretanto, a Juventude Socialista manifestou,através de comunicado, o seu descontentamento

pelo afastamento da sua secretária-geral, JamilaMadeira, da direcção do grupo parlamentar doPS, afirmando que a decisão �defrauda asexpectativas dos militantes�.No comunicado da Comissão Permanente da

JS pode ler-se a �profunda surpresa� pela�decisão arbitrária� de António Costa ao excluirJamila Madeira da direcção da bancada, nummomento em que �no PS se discute a urgênciada renovação e de rejuvenescimento dos seus

quadros�.Os jovens socialistas estão �empenhados emque este episódio não constitua um decisivoretrocesso na salutar convivência política entreo PS e a JS�, refere ainda o comunicado.

DIRECÇÃO DE GRANDEQUALIDADENo final da primeira reunião do Grupo Parlamentar do Partido Socialista que ontem teve lugar, emdeclarações aos jornalistas, o secretário-geral do PS lamentou a falta de tempo que os deputadosvão ter para apreciar o programa do Governo, que vai ser entregue no Parlamento segunda-feirae discutido no dia seguinte, de acordo com a agenda do novo Executivo.�Não quero acreditar que o Governo aprove o seu programa sábado e o entregue na segunda-feirano Parlamento para ser votado logo no dia seguinte�, afirmou Ferro Rodrigues.Para o líder socialista, o Executivo de coligação não deveria ter optado por esgotar o prazoconstitucional de dez dias, após a sua posse, para apresentar o programa.Ferro Rodrigues declarou ainda que �o que consta que o programa de Governo não vai corresponderaos programas eleitorais dos dois partidos� que integram o Executivo.Interrogado pela Comunicação Social sobre a composição da única lista concorrente à direcção dabancada, liderada pelo ex-ministro António Costa, o secretário-geral do PS recusou a ideia de quea lista traduza uma coligação de sensibilidades internas do PS. �A única tendência organizada que conheço no meu partido é liderada por João Soares�, respondeuFerro Rodrigues, acrescentando que �António Costa formou uma direcção de grande qualidade,constituída por elementos com conhecimentos elevados sobre os mais importantes �dossiers doPaís�. �A presença de membros do anterior Governo na direcção da bancada do PS é, por isso, umclaro valor acrescentado�, sustentou, lembrando a seguir que os futuros elementos da direcção doGrupo Parlamentar do PS �têm também experiência enquanto deputados de oposição�.Por seu turno, Francisco Assis, o líder cessante da bancada socialista, elogiou a equipa formadapelo seu sucessor, defendendo que António Costa �oferece garantias para a reafirmação políticae eleitoral do PS�. �Tenho muita honra em ser substituído por alguém com a capacidade intelectual de AntónioCosta. É a pessoa indicada pela sua experiência parlamentar e vai conseguir unir a bancada deforma a renovar o PS�, sustentou Francisco Assis.

Socialistas na mesa da AR

Manuel Alegre

Vice-Presidente

Ascenso Simões

Secretário

Rosa Albernaz

Vice-Secretários

Miguel Coelho

Socialistas no Conselho de Administração da AR

Fernando Serrasqueiro

Efectivo

Nélson Baltazar

Suplente

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11 de Abril de 2002

MATOSINHOS

CONCELHIA DO PS REITERACONFIANÇA EM HENRIQUECALISTO

A Comissão Política Concelhia do PS/Matosinhos reafirmou a confiança política emHenrique Calisto, presidente da Junta deFreguesia local, depois do PSD ter pedido a suademissão por ter sido nomeado seleccionadorda equipa nacional do Vietname.Os socialistas de Matosinhos, em comunicado,manifestaram �surpresa� com a posiçãodefendida pelo PSD sobre a alegadaincompatibilidade do exercício do cargo depresidente de junta de freguesia por HenriqueCalisto depois da sua nomeação como

seleccionador nacional do Vietname.Para o PS/Matosinhos, os dirigentes locais do PSD �desconhecem que a lei permite um período desuspensão do mandato por um ano, seguido ou interpolado�.Os socialistas salientam ainda que o PSD desconhece que, durante a campanha eleitoral para asautárquicas de Dezembro, Henrique Calisto �deu pública nota do desempenho profissional que, aespaços, o obrigava a deslocar-se ao Vietname�.�O PSD em tudo revela desconhecimento. Limita-se a lançar uma nuvem de poeira sobre oeleitorado, explorando uma situação pontual e eventual de ausência do presidente da Junta deFreguesia de Matosinhos�, refere o comunicado do PS/Matosinhos.Os socialistas lamentam que �o debate democrático se revele tão pouco imaginativo e semqualidade�, reafirmando a sua �confiança e solidariedade� ao autarca/treinador de futebol.Henrique Calisto venceu as autárquicas de Dezembro na freguesia de Matosinhos com 56,9 porcento dos votos, enquanto a coligação PSD/CDS obteve apenas 28,9 por cento.

PS EM MOVIMENTO

AUTARQUIAS

MESQUITA MACHADOCONTRA CORTE DE VERBAS

BEJA

ANTECIPADAS ELEIÇÕESNA FEDERAÇÃOQuatro candidatos apresentam-se às eleições na Federação do PS/Beja, que foramantecipadas para 10 de Maio. Esta será a única estrutura a ter eleições antes do Congressodo PS, já que está sem presidente desde Fevereiro, altura em Luís Pita Ameixa se demitiudo cargo.Pita Ameixa entendeu, porém, recandidatar-se e disputará a liderança da Federação comNicolau Gonçalves, José Manta e José Rosa Mendes.�Obviamente que sou candidato, pois o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido ébaseado num programa aprovado pelos militantes em congresso, no qual fui eleito comopresidente�, disse o líder demissionário, acrescentando que a sua demissão �não foi deabandono� mas �uma atitude de protesto e de luta�.

COMUNIDADES

CARLOS LUÍSEXIGECUMPRIMENTODE PROMESSASDO PSD

O presidente da Câmara Municipal de Braga,Mesquita Machado, manifestou-se contracortes nas verbas destinadas às autarquias.A posição do edil, que preside também àAssociação Nacional de Autarcas Socialistas,surge na sequência das declarações�infelizes� da ministra das Finanças do novoGoverno de direita, que defendeu na RádioRenascença a necessidade de efectuar cortesnas verbas para as autarquias.Manuela Ferreira Leite, recorde-se, afirmouno último programa Conversas Cruzadas, comJoão Cravinho, na emissora católica, que aárea das autarquias, a par da saúde e daeducação, é uma �grande fonte dedesperdício�, uma expressão que desagradousobremaneira a Mesquita Machado.O presidente da Câmara de Braga consultouos seus arquivos, muito úteis nos tempos quecorrem, e lembrou que nos governos deCavaco Silva �houve um ministro que teve acoragem de dizer que um escudo gasto na

administração local vale três vezes mais queum escudo gasto na administração central�,acrescentando que �esse ministro eraValente de Oliveira�.

Lei deve sercumprida

Por isso, o edil bracarense aconselhou aministra das Finanças do novo Governo a�conversar� com o seu colega, que regressaao Executivo - a exemplo de outros numaespécie de �remake� do cavaquismo � paratitular as Obras Públicas.Tendo ainda muito presente na memória ostempos do consulado cavaquista em que asautarquias eram tratadas pelo Governo comouma espécie de filhas de um Deus menor,sempre relegadas para segundo plano,Mesquita Machado avisou que �existe umaLei das Finanças Locais, e as leis devem sercumpridas�.

O deputado socialista pelo círculo da Europa,Carlos Luís, exigiu o cumprimento integral daspromessas feitas pelo PSD às comunidadesportuguesas durante a campanha eleitoral,nomeadamente a criação de um ministro-adjunto, para �credibilizar as políticas e ospolíticos�.Em comunicado, Carlos Luís acusa DurãoBarroso de ter �defraudado mais uma vez ascomunidades, faltando aos compromissosassumidos desde há dois anos ao prometer acriação de um ministro- adjunto para teremmais visibilidade e peso político�.�O primeiro-ministro indigitado não nossurpreendeu pelo facto de não ter cumprido aprincipal promessa do programa eleitoral pois

enquanto ministro dos Negócios Estrangeirose das Comunidades Portuguesas nos governosde Cavaco Silva ignorou-as por completo�, lê-se no documento.

Demagogia e ilusionismo laranja

A última campanha eleitoral para a Assembleiada República, sublinha o comunicado, foirepleta �de ilusões, demagogia e ilusionismopor parte de Durão Barroso e dos candidatos adeputados do PSD pelos círculos da emigração�.O PS apela ainda aos militantes e à sociedadecivil para se manterem �vigilantes e nãocalarem as gargantas na hora de denunciaraqueles que prometeram o paraíso emigrante�.

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ACTUALIDADEDEFESA

RUI PENA AVANÇOU COMA CRIAÇÃO DA UNIVERSIDADEDAS FORÇAS ARMADAS

Uma das últimas medidas do ex-ministro daDefesa Rui Pena foi a de pôr em marcha a futuraUniversidade das Forças Armadas.De facto, o processo que dá início à criação destanova instituição do ensino superior ocorreu emMarço, quando Rui Pena assinou um despachoque cria o Conselho Coordenador do EnsinoSuperior Militar (CCESM), que tem, entre outrasfunções, a missão de emitir um parecer sobre oanteprojecto de decreto-lei para a criação daUniversidade das Forças Armadas (UFA), queestá pensada para congregar o ensino superiornos vários ramos das Forças Armadas.A nova universidade tem por objectivo�assegurar e promover a formação superior dosoficiais dos três ramos das Forças Armadas�,com todos os cursos, com diversas escolas oufaculdades, como qualquer universidade.Os diversos estabelecimentos do ensino superior

nos vários ramos das Forças Aramadas ficarão assim integrados na UFA, dotada de autonomiacientífica, pedagógica, administrativa e financeira, que terá como órgãos de governo a chancelaria- presidida pelo Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas - o reitor, o senado e acomissão administrativa.

DIPLOMACIA

DEMITIU-SE PRESIDENTEDO INSTITUTO CAMÕES

Invocando razões de coerência política, o presidente doInstituto Camões, Jorge Couto, demitiu-se do cargo, apesarde lhe restarem formalmente dois anos de mandato.Jorge Couto deixa assim ao novo ministro dos NegóciosEstrangeiros terreno livre para definir, sem quaisquerinibições, o próximo rumo da política cultural externa.No pedido de demissão, apresentado a Jaime Gama napassada sexta-feira e deferido no mesmo dia por AntónioGuterres, Jorge Couto afirma no documento recebido nasNecessidades que a presidência do Instituto Camões exige�uma estreita sintonia, um elevado espírito de equipa e uminquebrantável grau de confiança� com o novo Governo.�Pouco depois de ter sido empossado, afirmei que, quandoum Governo de orientação política diferente vencesse aseleições solicitaria a minha demissão�, alegou Jorge Coutoao solicitar a sua exoneração.

LUSA

ARONS DEFENDE CONTINUAÇÃODO ESFORÇO DE MODERNIZAÇÃO

O ex-secretário de Estado da ComunicaçãoSocial Arons de Carvalho defendeu, num almoçocom a administração da Lusa, a continuaçãodo esforço de investimento, tendo em vista a�consolidação da empresa�.Arons de Carvalho afirmou que �foi possívelreequilibrar as contas da agência, equipá-latecnicamente e manter a sua presença nomundo�, acrescentando que é necessário�prosseguir o esforço de modernização�.O conjunto de produtos difundidos pela Internete a forte presença no mundo lusófono são,para o ex-responsável pela tutela daComunicação Social, motivo de �orgulho�, umavez que a empresa �soube evoluir e preparar-separa os novos mercados�, sem deixar de serum paradigma �no que se refere à actualidade,credibilidade e isenção�.

ALQUEVA

AGRICULTURA COM VIABILIDADE

Uma �demissão oportunista�, mas �fruta da época� foi o cessação de funções de António Serrão,presidente do conselho de administração da Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas doAlqueva (EDIA), na opinião de Vítor Barros.Segundo o ex-secretário de Estado do desenvolvimento Rural, o anúncio de divergências por partede Serrão foi feito muito tardiamente, uma vez que �o grosso das decisões� sobre os destinos doempreendimento foi tomado em Setembro último, especificamente sobre o preço da água e a divisãodas atribuições entre a EDIA e o Governo, contestadas pelo presidente demissionário.No que toca ao preço da água, Vítor Barros esclareceu que a administração da EDIA queria que osagricultores, ao pagarem o metro cúbico, pagassem o investimento�.Todavia, �o Governo entendeu que o preço de 11 escudos, igual ao que se pratica em Badajoz,seria a tarifa mais adequada para uma �agricultura com viabilidade�.O ex-governante socialista também refutou as afirmações de Serrão segundo as quais não haveriafinanciamento assegurado para a totalidade do projecto de Alqueva, recordando que �até 2006 háapoio garantido� pelos fundos estruturais e argumentando que, até 2025, o empreendimento nãocustará mais que �seis ou sete milhões de contos por ano�.

M.R.

AÇORES

ACTO DE JUSTIÇAO Governo Regional dos Açores vai reivindicar do Executivo de Durão Barroso a transferênciade 20 milhões de euros para a reconstrução de ilhas afectadas por desastres naturais.A exigência do executivo liderado pelo socialista Carlos César será expressa numa audiênciaque foi já solicitada ao primeiro-ministro.Recorde-se que o financiamento em questão fora já materializado por um despachoconjunto dos ex-ministros das Finanças, Ambiente e Planeamento, faltando apenas acelebração de um protocolo entre o Executivo açoriano e o Instituto Nacional da Habitação.A transferência dos 20 milhões de euros é, no entender do Governo Regional, �um acto dejustiça�, pois destina-se a financiar a recuperação do parque habitacional das ilhas doPico e Faial, muito afectadas pelo terramoto de há quatro anos.

M.R.

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11 de Abril de 2002REPORTAGEMFUNDAÇÃO ANTERO DE QUENTAL

PROMOVER O DESENVOLVIMENTODO PODER LOCAL E REGIONAL

No âmbito dos seus objectivos, que passampela promoção do desenvolvimento do poderlocal e regional através da educação cívica,esclarecimento e doutrinação municipal edemocrática dos cidadãos, a Fundaçãoorganiza um vasto conjunto de acções -destinadas fundamentalmente a autarcas efuncionários dos municípios - de formaçãosobre diversos temas, promove seminários ecolóquios, nomeadamente em colaboraçãocom a Fundação Friedrich Ebert, editaregularmente a revista �CadernosMunicipais�, e presta serviços de

consultadoria técnica e jurídica a autarcas eautarquias.Entre as principais actividades desenvolvidasnos últimos tempos, a presidente daFundação, Edite Estrela, salienta que �a FAQtem promovido, regularmente, cursos deformação sobre temas variados - desde�Ordenamento do Território� às �FinançasLocais� - procurando corresponder àssolicitações e necessidades do público-alvo,os autarcas portugueses, bem como temcontinuado a editar a revista bimestral�Cadernos Municipais�, publicação dereferência no universo autárquico nacional,com uma tiragem de 4000 exemplares�.Edite Estrela adianta ainda que �existe umGabinete Jurídico que presta apoio aosautarcas para um mais correcto desempenhodas respectivas funções - sobretudo dosautarcas dos municípios e freguesias demenor dimensão -, designadamente nosdomínios do direito administrativo ereferente ao poder local�.Quanto aos projectos que pretendeimplementar no futuro na Fundação,nomeadamente junto dos autarcas eleitos doPS, Edite Estrela refere que pretende

�prosseguir, alargar e dinamizar os projectosem curso e já anunciados, procurandocorresponder o mais possível às solicitaçõesdos autarcas portugueses, no respeito pelosestatutos e em função das disponibilidadesmateriais (recursos humanos e financeiros)existentes e/ou a obter no futuro�.

Formação profissionale autárquica

No quadro das suas actividades, a formaçãoocupa, naturalmente, um lugar de destaque.Nesta área, em que é unanimementereconhecida a qualidade das acções quepromove no âmbito do Fundo Social Europeu,a FAQ tem actualmente em execução umplano integrado de formação profissional emperíodo pós-laboral.Previstos para 2002 estão diversos cursos deformação, entre eles, de �Técnicos deQualidade�; �Qualidade dos Serviços�;�Programação Orientada Visual Basic 6� e�Técnicas de Apresentação�.Para o ano em curso, estão ainda agendadosvários cursos no âmbito do Programa FORAL- Formação para as Autarquias Locais.

Promover o desenvolvimentoe consolidação do poder local eregional, através de um vastoconjunto de acções dirigidas aosagentes autárquicos, é o principalobjectivo da Fundação Antero deQuental (FAQ), presidida pelacamarada Edite Estrela. Fundadaem 1977, a Fundação é umainstituição de utilidade pública.

CORPOS SOCIAISConselho de Administração

Edite Estrela (presidente)José Gameiro dos SantosRui VieiraJosé MedeirosNatalina MouraMaria da Luz Rosinha

Conselho Revisor de Contas

Pedro Coelho (presidente)Renato CamposLuís Moisés Afonso

De salientar, por outro lado, e no querespeita às acções dirigidas aos agentesautárquicos (autarcas eleitos e funcionáriosou colaboradores de câmaras e freguesias),a Fundação, na prossecução dos objectivoscontidos nos seus estatutos, promoveu há

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REPORTAGEM

O Programa Polis vai permitir o desenvolvimento de um conjunto deintervenções integradas, consideradas como exemplares e inovadoras,com base em parcerias estabelecidas especialmente entre Governo eCâmaras Municipais, esperando-se que as mesmas possam servir dereferência para outras acções a desenvolver pelas autarquias no âmbitoda renovação das nossas Cidades, sob o signo da sua humanização, darequalificação da sua malha urbana e da qualidade de vida dos seushabitantes.

Edite EstrelaCadernos Municipais nº 73, Setembro 2000

�A questão hoje, para a filosofia política, reduz-se a isto: criar na sociedadeesses diversos grupos, por onde se reparta a autoridade e se equilibre a forçaexpansiva do centro, sem que por isso se altere a simplicidade íntima domeio social, a igualdade absoluta de direitos. Trata-se de conciliar a igualdadee a liberdade. Para isso o que é preciso? Criar tantos centros de autoridadelocal quantos forem os centros naturais da vida nacional�

Antero de Quental, �Prosas II�

dois anos, com assinalável adesão, cursosde �Técnicos Auxiliares em ReabilitaçãoUrbana e Requalificação Ambiental� e�Formação de Formadores em ReabilitaçãoUrbana e Requalificação Ambiental�.

�Cadernos Municipais�

Na área editorial, a Fundação dá à estampa arevista de acção regional e local �CadernosMunicipais�, dirigida pela camarada EditeEstrela.Segundo o coordenador-editorial, Rui Solanode Almeida, �Cadernos Municipais� é umarevista �de apoio técnico às autarquias locais,especializada na abordagem de múltiplosassuntos autárquicos, mas com uma especialincidência nas questões da arquitectura e doplaneamento urbanístico�.Rui Solano de Almeida salienta que, apesarde ser uma revista próxima do PS, �temosprocurado ter um leque de colaboradores omais diversificado possível. Assim, temos tidodesde sempre a colaboração nas nossapáginas de técnicos de diversos quadrantes,que pela sua qualidade possam introduziralguma mais-valia a quem nos lê�.

OBJECTO SOCIALA Fundação Antero de Quental tem porfinalidade promover o desenvolvimento dopoder local e regional, dirigido aodesenvolvimento da democracia política,económica, social e cultural, com totalrespeito pelos Direitos do Homem e pelaConstituição da República portuguesa.

O coordenador-editorial refere ainda que �arevista destina-se fundamentalmente a todosaqueles que, desde presidentes a arquitectos,tomam decisões nas autarquias (câmaras ejuntas) e nas CCR�s�.No último número dos �Cadernos Municipais�dedicado às questões do ordenamento doterritório, do urbanismo e da segurança, comum enfoque especial na baixa pombalina,colaboraram arquitectos como Nuno Portas,Leonel Fadigas, entre outros.

J. C. CASTELO BRANCO

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11 de Abril de 2002ENTREVISTA

Foi recentemente eleita presidenteda Junta Metropolitana de Lisboa.Quais são as linhas de orientaçãoque pretende seguir à frente desteórgão autárquico?

Só passou uma escassa semana desde a minhatomada de posse, tempo esse que poucaalteração trouxe ao meu dia-a-dia. No entanto,para além daquilo que são as competênciasdefinidas pela legislação que cria as ÁreasMetropolitanas, a grande vontade que assiste,quer a minha qualidade de presidente da JuntaMetropolitana de Lisboa (JML) quer tambémaos restantes 18 presidentes, é a de podermosencontrar algumas soluções para os problemasdo quotidiano dos milhões de cidadãos queresidem e trabalham na Área Metropolitana deLisboa (AML).Há nisto também um sentimento de frustraçãoem relação às próprias competências das áreasmetropolitanas. Elas são muito reduzidas e osmeios que as servem são igualmenteinsuficientes.As áreas metropolitanas devem ter um papelmuito mais interveniente na discussão dasgrandes questões que as afectam. Isto porquea AML é um espaço privilegiado de discussão de19 municípios.

Quando a regionalização do País foi chumbadaem referendo, começou a falar-se muito emdescentralização. Mas as medidas que adescentralização implica devem serpreviamente discutidas com os municípios,atendendo também a uma visão global.A nossa estratégia é ter voz participativa nosdestinos dos 19 concelhos.

Quais são as suas principaispreocupações no que concerne àGrande Lisboa?

Posso elencar um conjunto de problemas dosmais importantes para as pessoas, começandopela mobilidade.Muito se tem falado sobre a AutoridadeMetropolitana de Transportes e, apesar deexistirem propostas no Parlamento, este assuntonunca foi tratado com a celeridade que énecessária. A questão dos transportes é umproblema do quotidiano que pode ser minimizadose houver uma articulação na rede detransportes ferroviários e rodoviários. Otransporte colectivo deve ser, quanto a nós, umsegmento privilegiado dessa mesma rede.Por outro lado, temos a prioridade doordenamento do território e do ambiente, duaspolíticas chaves e transversais a todas as outras.

O ordenamento do território é uma exigênciada vida moderna. É preciso definirmos comantecedência necessária a utilização do solo,projectar e garantir a sua rentabilizaçãoorganizada.Pretende-se que o Plano Regional deOrdenamento do Território para a ÁreaMetropolitana de Lisboa possa ser uminstrumento em que uma pol í t ica,devidamente part i lhada com os 19municípios, possa ser reflectida. Cadaconcelho tem as suas especificidades. Háproblemas comuns, mas tambémidentidades, quer históricas quer territoriais,que os distinguem uns dos outros.

Essas são políticas estruturantes.Podia referir-se aos problemasconcretos e quotidianos que citoupreviamente?

Sim, são de menor dimensão, porém maispresentes nos dia-a-dia das pessoas,assumindo, por isso, contornos de importânciainversamente proporcionais à sua importânciareal.É o caso das AUGIS � Áreas Urbanas de GéneseIlegal. É necessário que a AML possa ser ouvidapelo Governo no sentido de se articularem

medidas que levem à legalização destas áreaspara a sua regularização final. E, porque este éum problema comum aos 19 municípios, torna-se necessário que os responsáveis peloordenamento do território possam ouvir-nos eque possamos encontrar, em conjunto,medidas que agilizem os procedimentos.Depois, temos a questão dos operadores desubsolo, ou seja, de todos aqueles quefrequentemente abrem a rua para fazer chegaràs nossas casas um qualquer serviço público.Trata-se de uma situação incómoda para osmunícipes, trazendo às câmaras muitosaborrecimentos, mas, não havendo umalegislação que clarifique exactamente as regrasde intervenção destes operadores, torna-sedifícil de levar por diante qualquer medida. Emzonas que são de património histórico, então émuito pior.Há também as questões ligadas à coesão social.Falamos dos problemas de integração dealgumas pessoas.As áreas metropolitanas são particularmentecríticas no que diz respeito a problemas sociais,problemas esses que se prendem com questõesde segurança/insegurança, marginalidade,exclusão e que passam por sectores como ahabitação, educação e saúde.São problemas tocados por todas as políticas e

À frente da Junta Metropolitana deLisboa, Maria da Luz Rosinhapretende encontrar soluções

concretas para os problemas reais doquotidiano dos 19 concelhos do

distrito alfacinha.A presidente da Câmara de Vila

Franca de Xira manifesta-sepreocupada quanto às consequênciasda política social do novo Governo de

direita. Por isso, defende para o PSum papel de opositor com propostas,rigoroso e forte, com Ferro Rodriguescomo líder, um homem de confiança

e competência.Militante socialista e da causa

pública, a autarca está apostada emconquistar para as áreas

metropolitanas e respectivas juntas oestatuto de �parceiros privilegiados�

do Governo, através da renovação edo reforço de competências.

Determinada, Rosinha não acreditanas quotas, preferindo antes que a

afirmação das mulheres se faça pelasua própria valia.

Na entrevista que concedeu ao�Acção Socialista�, ficou patente quea sua actuação tem como prioridade

as pessoas, não só as dos seuconcelho, mas de todas aquelas que

vivem e trabalham na Grande Lisboa.

MARIA DA LUZ ROSINHA

MILITANTE DA CAUSA PÚBLICA

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ENTREVISTAque, principalmente nas áreas densamentehabitadas, criam os chamados �guetos�.Na AML, os concelhos que ficam na periferia(Vila Franca de Xira, Loures, Odivelas, Oeiras)são afectados por problemas diferentesdaqueles que afligem o seu interior. Por isto,urge implementar políticas de coesão social quesejam especialmente destinadas a estassituações.Diria, em termos gerais, que as propostas paraa AML são imensas. São a súmula do diagnósticode cada um dos seus 19 concelhos, que têmentre si muitos problemas comuns e quegarantem uma aposta de trabalho muito forte.

O que é que é preciso para poderganhar essa aposta?

Para que possamos levar por diante este desafionecessitamos, em primeiro lugar, que oGoverno nos considere parceiro privilegiado nadiscussão dos problemas, bem como nadiscussão de quaisquer outros que digamrespeito ao País, uma vez que representamosuma grande percentagem populacional.Por outro lado, precisamos também da revisãodas nossas competências por forma seremreforçadas, possibilitando assim a existênciaconcreta e válida.A Junta Metropolitana só faz sentido se puderser actuante. Caso contrário, não há razão paraque nos encontremos mensalmente para noslamentarmos dos problemas que conhecemos,mas se a solução não passar por nós, nãoconseguiremos dar passos em conjunto.

Que considerações lhe merece aactuação da Junta cessante. Achaque foi não actuante. É isso que estáa querer dizer?

Os problemas são os mesmos. Talvez maisagravados à medida que o tempo passa. Todavia,houve circunstâncias e situações quedificultaram o funcionamento da última JML.Desde logo, a não constituição de uma ComissãoPermanente.Esse problema já não existe. A comissão foieleita logo na primeira reunião que tivemos e,como tal, a JML está hoje em melhorescondições do que anteriormente para levar pordiante a suas tarefas.Entendo ainda que entre a Área Metropolitanade Lisboa e a Área Metropolitana do Porto devehaver reuniões regulares, criando-se, destemodo, condições para uma eficiente articulaçãode posições e para a discussão de problemasque, sendo diferentes, são comuns,fortalecendo, ao mesmo tempo, a tal qualidadede interlocutores privilegiados que considerodevemos assumir.

Reeleita presidente da Câmara deVila Franca de Xira, pode fazer umbalanço dos últimos anos de gestãocamarária?

Foram quatro anos de muito esforço, mastambém de muito trabalho conseguido.A Câmara de Vila Franca de Xira encontrou noGoverno que cessou funções uma compreensãomuito grande para os problemas de um concelhoque se encontrava praticamente estagnado,sabendo entender aquilo que eram as nossasreivindicações.Aliás, a nossa necessidade de um conjuntovasto de equipamentos era bem visível e penso

que isso também contribuiu para essacompreensão.Muito se fez, porém, muito falta fazer. Temosáreas que ainda estão muito fragilizadas, comoé o caso da saúde e das acessibilidades.Vila Franca de Xira, que tem, neste momento,cerca de 140 mil habitantes, tem um hospitalque serve cinco concelhos e toda umapopulação passante. Este equipamento nãotem, hoje, o mínimo de condições para aprestação de cuidados de saúde e está aaguardar, há mais de dez anos, que o novohospital seja construído.Estivemos quase lá. No entanto, a conjunturapolítica até do próprio município não favoreceua tomada da decisão. Espero que muito embreve, e porque nós não abdicamos destaexigência, o novo Hospital de Vila Franca deXira possa ser, em termos de compromisso, umarealidade.Depois temos os centros de saúde, para os quaishouve, da parte do Governo em associação como município, uma resposta muito positiva.Estão a avançar neste momento no terreno econto, neste mandato, levar por diante aconstrução de dois centros de saúde, iniciando,pelo menos, a construção de mais três. O quesignifica que, neste ano, teremos ainauguração de cinco novos centros de saúde.

Quanto às acessibilidades, outro dos nossosgrandes problemas, não foi dada uma respostasatisfatória. Não conseguimos da Brisa umaparceria positiva. Não conseguimos fazer comque o Governo entendesse as nossasreivindicações. Vamos continuar a mantê-las,reforçando-as, esperando e confiando quechegará o momento em que não será maispossível dizer que não.

Falando agora em �política nofeminino�. Já alguma vez sentiudificuldades por ser mulher e estar aocupar um papel de grande relevo navida autárquica?

Não. Nunca senti tais dificuldades. Aliás, sealguma coisa eu tivesse de dizer que sentia erafacilidades e não o contrário.

Então já se sentiu favorecida?

Também não me senti favorecida. Acontece quehá questões para as quais, julgo, as mulherestêm uma persistência e uma sensibilidadediferentes.As mulheres foram educadas ao longo degerações para serem determinadas e não épossível ser-se presidente de câmara se não se

possuir determinação. Na ausência dela nemsequer se chega à candidatura, uma vez queser-se autarca é uma tarefa difícil. É precisoser-se militante da causa pública.Nesse contexto, nós, mulheres, não nosconformamos tão facilmente, às vezes, comoos homens. Por isso não senti nenhumadificuldade.

E no PS, o facto de ser mulheralguma vez obstaculizou a suacarreira?

Não sei responder, porque não sinto isso. Soumilitante do PS desde muito cedo. Foi umpercurso muito longo e devo dizer que sentisempre nos homens e da parte deles umcompanheirismo enorme.Portanto, não tenho nenhuma dificuldade naminha relação com eles. Desde que estejamosde acordo naquilo que são os princípios enaquilo que é a causa, a partir daí, não sintonenhuma dificuldade.Aliás, considero que cada vez mais aparecemsituações como a minha. Hoje, a JML tem, nasua Comissão Permanente, três mulheres. Trêspresidentes de câmara: Maria Amélia Antunesdo Montijo, Ana Teresa Vicente de Palmela e

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11 de Abril de 2002ENTREVISTAeu própria em Vila Franca de Xira.Isto diz que alguma coisa está a mudar. Aliás,de referir uma nota de um presidente de câmaraque agora vai assumir funções a outro nível eque disse, �atenção, temos que cuidar dasquotas�.

É a favor do sistema de quotas?

Não. Só posso aceitar as quotas como umamedida de discriminação positiva. A tal barreiraque ainda é preciso vencer. Mas acho que essamedida será cada vez menos necessária. Asmulheres impõem-se pela sua própria valia.O que é preciso vencer, isso sim, é, nalgunscasos, a inércia e, noutros casos, o comodismoface às dificuldades que o mundo políticoapresenta.Entendo, e também sou militante dessa causa,que a política em Portugal deve ser feita deoutra forma.Penso que já começou a mudar e, aí sim,perdoem-me a falta de modéstia, posso dizerque as mulheres são muito pouco corporativas,no aspecto da defesa do próprio lugar. Por isso,quando se sujeitam a um acto eleitoral, fazem-no perfeitamente conscientes de que há aperder e a ganhar e, como tal, não tendem acriar mecanismos de perpetuação do mandato.A partir do momento em que a política se façade uma forma mais aberta, mais séria, menosmaldizente, quando consigamos ultrapassar opreconceito, tudo será mais fácilHoje as mulheres sentem-se atraídas porfunções de muita responsabilidade, mas depouca exposição pública. Elas pertencem aosconselhos de administração das empresas,detêm elevados cargos na magistratura e emtantos outros sectores. No entanto, esses sãolugares que habitualmente não são alvo denotícias nos jornais.Quando as pessoas forem tratadas e avaliadasem função da maneira como desempenham oseu papel, do rigor e da competência com que ofazem, as mulheres sentir-se-ão muito maisatraídas pela política.

Concorda que sempre que algo corremal num dado desempenhoprofissional de uma mulher,salienta-se a sua condição feminina,o mesmo não acontecendo quando ascoisas saem bem?

Para mim esta conversa é difícil porque eu, nãosendo feminista, gosto muito de ser mulher.Não tenho esse pensamento. Acho que, àpartida, a mulher tem que se livrar ela própriadesses preconceitos.O coeficiente de inteligência das mulheres edos homens avalia-se da mesma forma e, àexcepção das questões de sensibilidade, aapetência e a competência para determinadasmatérias e lugares não têm a ver com o género.Temos que ser nós, mulheres, a lutarmos contraessas coisas e não fomentá-las.Devemos lidar com a nossa condição femininade uma forma natural. Eu sou presidente dacâmara porque fui eleita e as pessoas do meuconcelho sabiam exactamente que eu eramulher e que até gosto muito de o ser.Não posso deixar de salientar que tenhosentido um apoio enorme das mulheres do meuconcelho, facto que me dá satisfação e meenche de afecto por elas.

Passando à política nacional. A

direita chegou novamente ao poder.Como encara a coligação PSD/PP?

Acho que as coligações são sempre complicadas,delas resultando, com frequência, convulsõessociais e instabilidade para o País.Vamos ter que aguardar. Ainda é muito cedopara fazermos quaisquer avaliações.Na qualidade de presidente da ÁreaMetropolitana, pretendo estabelecer com onovo Governo, logo que seja possível, contactosno sentido de defender os interesses daspopulações que represento.Como militante do PS, lamento que, por umadiferença tão pequena, não tenhamos ganhoas eleições. O nosso projecto, até pelaexpressão eleitoral que teve, mostrou bem aconfiança que os portugueses lhe votaram. Onosso secretário-geral é merecedor de todo onosso reconhecimento pela generosidadedemonstrada e pela capacidade de, num curtoespaço tempo, ter obtido aquele resultado.

Mesmo sendo cedo para avaliações,do seu ponto de vista, este Executivotem ou não capacidade paragovernar nos próximos quatro anos?

Qualquer resposta que desse seria merafuturologia. O Governo de Durão Barroso podesurpreender-nos pela sua durabilidade ou podevir a confirmar as dificuldades que nós própriosconhecemos quanto a coligações.Por isso, sobre esta matéria, não gostaria muitode me pronunciar. Não vejo que hajapossibilidades de pronunciamento sem ser comgrande dose de risco. É preciso mais algum

tempo. É preciso conhecer as medidas.Mas, espero que o equilíbrio do orçamento e dodéfice não seja alcançado à custa doinvestimento.Não sendo adepta do projecto político do PPD/PSD por considerar que o socialista é muito maisforte em matérias como a coesão social, entreoutras, aguardo a oportunidade de assistir àdiscussão do programa de Governo para nospronunciarmos sobre aquilo que, de efectivo,pode trazer ou não, de bom ou de mau,relativamente ao que foi feito pelo PartidoSocialista.De qualquer maneira, há questões que medeixam preocupada, nomeadamente asmedidas de carácter social. O PS introduziu napolítica portuguesa uma nota muito forte deprotecção aos mais desfavorecidos.O trabalho social dos socialistas é reconhecidopelos cidadãos. Contrariamente, tenho reservasquanto à prática social deste Governo.É preciso aguardar pelo que vai acontecer e, apartir daí, cada um na sua área de respon-sabilidade, deve tomar as posições que seadequarem à exigência do cumprimento de umasérie de medidas que não podem já recuar, comoé o caso do Rendimento Mínimo Garantido.

Qual é a oposição que espera queo PS faça?

Espero que o Partido Socialista saiba aproveitaraquilo que foram as suas dificuldades parapreparar propostas. Espero também que o PSse saiba reorganizar no sentido de se assumircomo a verdadeira alternativa ao Governo decoligação que tomou posse. Aliás, não nos

resta outra solução. Os portugueses exigemisso de nós e temos que saber dar a respostaadequada porque senão não merecemos serGoverno.

No Parlamento espera uma oposiçãorigorosa e forte?

Sim, uma oposição forte, que corresponda àvotação dos portugueses no PS. Se assim for,seremos certamente capazes e estaremospreparados para assumir, de novo, o Governodo País.Cometemos erros que nos levaram ao desgasteque terminou na nossa saída. É bom que nãose esqueça que foi o Partido Socialista queprovocou a sua própria saída.

O Secretariado Nacional avançou coma realização de um congresso e com arenovação estatutária e programáticado PS. É este o caminho?

Acho que é de facto importante, mesmofundamental, que o seja.

Já considerou a hipótese de seenvolver ainda mais na vida internado Partido?

Sim. À medida que os desafios se vão colocando,acho que estamos num constante processo decrescimento interno e de envolvimento. Seassim não for, também diria que não faz sentidoa militância partidária.

Quanto à liderança de FerroRodrigues. Está disposta a apoiá-loe em termos?

Conheço Ferro Rodrigues há muito tempo. Asua notabilidade resulta da sua capacidadeenquanto governante e não da suamediaticidade enquanto pessoa, porque nissoaté considero que ele é bastante reservado.Ferro Rodrigues soube ganhar o espaço públicopelo trabalho que fazia ao contrário da maioriadas pessoas que são muito conhecidas, masquando passam para a área do trabalhoefectivo, não resultam da mesma maneira. ComFerro não foi o caso. Ele apresentou-se comuma imagem de trabalho e não foi por acasoque foram escolhidas a campanha eleitoralpalavras como honestidade, competência,firmeza e seriedade.Em dois escassos meses, Ferro Rodriguesconseguiu juntar à confiança que trazia da suaprestação como governante à visibilidade decandidato do Partido Socialista à liderança doGoverno.Para além da generosidade de aceitar aqueledesafio que não era nada fácil � outros orecusaram �, a verdade é que ele mostrou queestava disponível para aquilo que o Partido lheexigia naquele instante. O País respondeu-lhetambém afirmativamente, embora não oelegesse.Apesar do resultado, fiquei satisfeita pelo factode, na noite de 17 de Março Ferro Rodrigues seter afirmado de novo e imediatamente comocandidato a secretário-geral através de umaeleição. Precisamos realmente de pessoas comas características de Ferro à frente do PS. Porisso, o líder socialista pode contar com o meuapoio no terreno, naquilo que ele entendernecessário.

MARY RODRIGUES

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O MILITANTEPEDRO RIBEIRO

EM DEFESA DOS VALORES SOCIALISTAS

A militância é �a forma mais expressiva dedefender valores�, implicando disponibilidadepara assumir um conjunto de obrigações quetambém passa pela participação assídua, mesmoquando �não concordamos com tudo o que éfeito, e desde que não lese a Pátria�.É esta trajectória de entrega que Pedro Ribeirodescreveu desde que, ainda na adolescência,aderiu à JS.O jovem socialista foi eleito, aos 19 anos, paraa Assembleia Municipal de Almeirim, integrouo Secretariado da mesa desta mesmaAssembleia, bem como o Secretariado Distritalda JS e PS de Santarém.Foi presidente da Comissão da Juventude e,aos 21 anos, candidatou-se pela primeira vezao lugar de deputado da Assembleia daRepública. Actualmente é vereador pelo PartidoSocialista no concelho de Almeirim para alémde ser responsável pela formação autárquicada JS nacional.Apesar da pesada carga laboral e partidária,este quadro da Direcção-Geral de Impostosainda encontra tempo para frequentar o últimoano do curso superior de Gestão de Empresas,manifestando preocupação pelo futuro do País.Questionado sobre a durabilidade do Governorecém empossado, o Pedro fala de

�ambiguidade� e de duas hipóteses viáveis. Porum lado, é da opinião de que �o PSD e o PP nãose vão entender�, mas não exclui apossibilidade de que a �imensa sede de poder�destes parceiros de coligação os mantenha noGoverno �a todo o custo, mesmo à custa doPaís�.Neste contexto, é urgente que o PS faça �umoposição muito responsável e com propostasconcretas�.É preciso dizer às pessoas porquê votamoscontra na Assembleia da República e o que nósfaríamos�, sustenta, acrescentando que assoluções socialistas devem criar condições paraque os cidadãos possam optarverdadeiramente.O vereador não recusa a fórmula do acordo deregime �quando tiver de ser feito�, isto porque,há matérias nas quais os grupos parlamentarespodem e devem estar de acordo, em prol doPaís�.Portanto, o Partido Socialista tem de ser umaoposição �consciente�, com um candidato aprimeiro-ministro �credível� como FerroRodrigues, que apesar de não ser uma figuramediática, �representa aquilo que as pessoasquerem porque lhes fala directamente e deforma responsável, sem querer apenas agradar�.

Para Pedro Ribeiro, a liderança de FerroRodrigues é uma �mais-valia para o PS�, comoo prova o �excelente resultado que o Partidoobteve mesmo depois de sair desgastado deseis anos de governação�.O Partido assumiu, com Ferro Rodrigues, umapostura mais à esquerda. �Agora já não épossível dizer que os dois principais partidospolíticos portugueses são iguais, pelo que aspessoas podem fazer as suas verdadeirasopções�.São quatro as áreas em que, segundo o jovemmilitante, os socialistas deverão fazer uma�oposição fortíssima�: a saúde e a segurançasocial, contrariando tendências de privatizaçãototal, nas políticas do trabalho, batalhandocontra os despedimentos individuais sem justacausa, e na educação.Para este admirador de Mário Soares e apoiantedesde a primeira hora de António Guterres, éurgente mudar o sistema eleitoral de Portugal.�Temos de saber em quem votamos�, afirma,manifestando-se defensor dos círculosuninominais no quadro do círculo nacionalporque �o País deve exigir a responsabilizaçãodos seus eleitos�.Neste sentido, Pedro Ribeiro defende ainda aparticipação do Estado na educação cívica dos

cidadãos e, sobretudo, da juventude.O jovens devem poder exorcizar a ideia segundoa qual os políticos são pessoas cinzentas edistantes�.Para o autarca, os jovens devem �olhar para apolítica de forma diferente�, porque não é elaque os exclui, são eles que, tendo comoadquiridos as liberdades e garantias própriasda democracia, julgam que nada defundamental está em perigo.O distanciamento da juventude do universopartidário deve-se ainda, na opinião dovereador, ao descrédito dos actores políticos,consequência da excessiva mediatização porparte da Comunicação Social.Na opinião do jovem militante, o tratamentojornalístico do fenómeno político écontraditório. �Os jornalistas querem que ospolíticos sejam, ao mesmo tempo, pessoasnormais e super-homens�, considera,acrescentando que �casos de demasiadomediatismo� que põe em causa o bom nomedas pessoas e a credibilidade de uma classe�.�Categoricamente contra o sistema de quotas�para as mulheres, Pedro Ribeiro é apologistade um recrutamento de �qualidade ecompetência� para servir Portugal.

MARY RODRIGUES

Quando em pleno cavaquismo amaioria dos seus amigos aderiam

à moda de fazer campanha peloPSD, Pedro Ribeiro decidiu marcar

a diferença dos seus ideais, darvoz à discordância, inscrevendo-se na Juventude Socialista. Um

ano depois, na maioridade,juntou-se à família do PS e desde

então não faltou a nenhumabatalha eleitoral. Dez anosvolvidos, com a direita de

regresso ao poder, o militantedesta semana defende que, em

democracia, é preciso saberaceitar resultados não favoráveis

com humildade, mas semresignação.

PERFILNomePedro Ribeiro

Idade28 anos

ProfissãoTécnico da administração tributária

HobbiesDesportos radicais, televisãoe leitura

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11 de Abril de 2002ACTUALIDADEGOVERNO DO PAÍS

GUTERRES GRATO E TRANQUILOSeis anos e meio de governo deixaram em António Guterres um sentimento de �profunda gratidão�para com todos os seus colaboradores e, �sobretudo para com os portugueses, por aquilo que fizerampor Portugal�.Guterres, questionado sobre o que sente após deixar o cargo de primeiro-ministro, respondeu aosjornalistas experiencia uma �grande satisfação e orgulho� por ter chefiado o Governo e servido oPaís e os cidadãos.Relativamente às contas públicas, para as quais o novo Executivo laranja traçou um quadro negro,António Guterres não quis fazer �qualquer comentário de natureza político-partidária�, afirmandoque o seu desejo �é que todos possam trabalhar o melhor possível pelo futuro do nosso país�.O ex-governante não quis �entrar em polémicas�, pois neste momento elas �não teriam qualquersentido�, mas não hesitou em afirmar a sua gratidão e tranquilidade. M.R.

GUTERRES-SAMPAIO

UMA RELAÇÃO DE SOLIDARIEDADE�Solidariedade� foi a palavra escolhida pelo primeiro-ministro cessante, António Guterres, paradefinir o seu relacionamento institucional nos últimos seis anos com o Presidente da República,Jorge Sampaio.Para Guterres, que foi na semana passada a Belém para um almoço de despedida com JorgeSampaio, o termo �coabitação� é mais apropriado para caracterizar o relacionamento entre �umprimeiro-ministro e um Presidente da República que são de famílias políticas diferentes�.Segundo Guterres, entre ambos existe �um relacionamento de solidariedade muito antigo� queesvazia de �qualquer sentido� a palavra �coabitação�.Guterres adiantou que o almoço serviu para �falar da vida� e, também por isso, à última refeição como Chefe de Estado seguir-se-ão outras já apenas �com o Jorge Sampaio�.Por outro lado, António Guterres preferiu deixar �aos portugueses� a tarefa de avaliar as eventuaispromessas do seu Governo que ficaram por cumprir.�Essa análise não deve ser feita por mim, mas pelos portugueses�, justificou.António Guterres também teve um almoçou de despedida com o presidente da Assembleia daRepública, Almeida Santos, um encontro entre velhos amigos e em que foi sublinhada a excelenterelação mantida entre os dois órgãos de soberania, Governo e Parlamento

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

GOVERNO DE GESTÃONÃO FEZ NOMEAÇÕES

Em toda a administração pública foram rigorosamente cumpridas as orientações do primeiro-ministro no sentido de não serem feitas nomeações durante o período de transição deGoverno.Foi esta a marca claramente diferente, que os socialistas quiseram deixar para se distinguir dosseus sucessores na gestão da coisa pública.Em Dezembro do ano passado foram definidos quatro princípios orientadores. O primeiro,proíbe a nomeação de novos titulares de cargos, com excepção dos que houve necessidade desubstituir e, mesmo estes, só por seis meses. O segundo princípio impõe a não nomeação deninguém para as sociedades anónimas. Não nomear as chefias dos conselhos de administraçãoe renovar comissões apenas a pessoas em serviço há três, cinco ou sete anos, são os terceiroe quarto princípios estabelecidos por Guterres após as eleições autárquicas de 16 de Dezembro.Seguindo as normas, o gabinete do ex-primeiro-ministro entregou, no dia 5, em São Bento, alista completa de lugares de nomeação que o Governo do PS deixa em aberto para o Executivode Durão Barroso preencher.Ao todo, são mais de 1500 os lugares deixados em aberto pelos socialistas. Mais uma prova dedesapego ao poder e de recusa categórica da política do �tacho�. M.R.

CÂMARA DE LISBOA

VEREADORES SOCIALISTASRECUSAM PELOUROS

ALENQUER E AZAMBUJA

ESCLARECIMENTOSSOBRE AEROPORTO DA OTAO novo Governo terá de justificar-se perante os municípios socialistas de Alenquer e da Azambuja sobre odestino dos estudos em curso e do propósito definido pelo Executivo cessante de construir um aeroportointernacional na Ota, no centro do primeiro destes concelhos.Em causa estão as estratégias de desenvolvimento que pretendem delinear para os seus territórios e asopções a tomar nas revisões dos respectivos Planos Directores Municipais (PDM) que iniciaram no ano2000, após a decisão governamental de construir o aeroporto na Ota até 2010.O presidente da Câmara de Alenquer, Álvaro Pedro, já disse que, ao contrário do que chegou a sernoticiado, não pensa suspender a revisão do PDM.Todavia, o autarca pretende esclarecer quais são as intenções do Governo de direita � uma vez que oprimeiro-ministro disse, durante a campanha eleitoral, que o novo aeroporto na Ota não será umaprioridade.Para o município de Alenquer, a actual situação parece o reeditar dos problemas que teve há dez anos,quando começou a elaborar o seu primeiro PDM.Como já na altura se falava na possibilidade de construção do futuro aeroporto na área da antiga BaseAérea da Ota, a autarquia quis saber junto do Governo se deveria fazer um PDM que previsse o aeroporto,um PDM que ignorasse essa possibilidade ou, então, dois planos alternativos. Como não obteve informaçãonem apoio financeiro para duplicar este trabalho de planeamento, fez um PDM sem aeroporto.Foram, ao mesmo tempo publicados dois decretos-lei que introduziram um conjunto de medidas preventivasrestringindo a construção numa extensa área de reserva envolvente da Ota, que abrange tambémterrenos do vizinho município de Azambuja.Se se vier a confirmar a suspensão do projecto, Álvaro Pedro pretende solicitar o levantamento ou aredução das restrições.Por seu lado, o edil da Azambuja, Joaquim Ramos, vai propor que o assunto seja visto na próximaAssembleia Municipal.Assim, a bancada socialista irá apresentar uma moção na qual pedirá a clarificação da situação. M.R.

Razões políticas estiveram na base da recusados vereadores ao convite de Santana Lopes,para assumirem pelouros na autarquia.Segundo Vasco Franco, �o dr. Santana Lopesteve um conversa formal, antes da Páscoa, naqual nos perguntou se o PS estaria disponívelpara aceitar alguns pelouros�.A recusa da proposta do presidente da câmarapelos vereadores do PS foi tomada depois deVasco Franco falar com �os colegas e a (direcçãodo) Partido�.�É uma recusa natural face aos resultadoseleitorais, quer em Lisboa quer a nívelnacional�, considerou, acrescentando que �aimportância de Lisboa obriga a que os actossejam reflectidos e os cidadãos nãocompreenderiam que o Partido Socialista, queperdeu as eleições, aceitasse pelouros�.�Há assuntos que têm de ir à AssembleiaMunicipal [onde a coligação PS/PCP temmaioria] e o facto de não aceitarmos pelourosnão significa que vamos criar obstáculos�,garantiu.

Túnel do Marquês de Pombal: estudocasuístico e deficiente

A polémica da construção do novo túnel noMarquês de Pombal estalou esta semana comos vereadores do PS a denunciarem�deficiências gravíssimas� no estudo preliminardo túnel que deverá ligar as Amoreiras àAvenida Fontes Pereira de Melo.As �insuficiências e contradições� dodocumento estiveram na base de um pedidoformulado ao presidente da autarquia, SantanaLopes, para que se retire a proposta quetenciona apresentar em reunião de câmara ese proceda à sua reformulação.�Razões de segurança impedem em absoluto aconstrução do túnel�, dizem os socialistas, queconsideram haver �casuísmo e ausência de

estratégia� na proposta.É a nível técnico que os vereadores do PS maiscriticam o estudo preliminar que deverá servirde suporte ao concurso público de concepção/construção a lançar pela autarquia.�As questões de segurança sãomanifestamente insuficientes nos documentosdo concurso� defendem, destacando �ainclinação, superior a 9,7 por cento na subida/descida da Avenida Joaquim António deAguiar�.O vereador Vasco Franco acrescenta que �épreciso aprender com os erros, para evitar quese repitam��A situação seria particularmente grave em casode incêndio, pelo efeito chaminé que umainclinação próxima dos dez por centoprovocaria, alimentando a combustão�,consideram os vereadores do PS.A ausência de estudos de tráfego e de estudosde impacto ambiental foi também criticada pelossocialistas, que querem que a proposta sejareformulada, �devendo uma posteriorapresentação à câmara ser precedida de parecerdo Regimento de Sapadores Bombeiros�.

M.R.

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CASO DELGADO

OBVIAMENTE, SALAZARFOI CÚMPLICE ACTIVO NO CRIME

Obviamente, o ditador deSanta Comba está implicado

no assassínio do General SemMedo, num dos mais

hediondos crimes do EstadoNovo. Esta é a convicção de

Mário Soares expressa nolançamento em Portugal do

livro �El caso Delgado �sumario del processo penalespanhol�. O eurodeputado

socialista reiterou a suaprofunda convicção de que o

assassínio perpetrado pelaPIDE do general HumbertoDelgado, em 1965, teve �a

cumplicidade activa� dochefe do Governo, Oliveira

Salazar, e se inscreveu numateia conspiratória

internacional.

O claro envolvimento da brigada da políciapolítica na morte de Humberto Delgado é umdos elementos fundamentais do sumário doprocesso penal espanhol.Juan Carlos Jiménez Redondo, autor da obraeditada pela Junta da Extremadura, que foilançada na Fundação Mário Soares, destacaduas conclusões do processo espanhol: oenvolvimento da brigada da PIDE e o objectivode matar Humberto Delgado desde o início dapreparação da acção, concretizada em 1965.�Nas respostas às cartas rogatórias enviadaspelas autoridades espanholas, e quedemoraram meses a chegar, a PIDE referiaapenas que a documentação usada paraentrarem em Espanha e as matrículas dosautomóveis eram falsas�, disse Juan Redondo,ao sustentar que a atitude da polícia política�não demonstrava interesse na descoberta docaso�.Apesar das provas concretas relativamente aoenvolvimento da PIDE no homicídio, JuanRedondo salienta também que a investigaçãoespanhola �não conseguiu apurar� a identidadeverdadeira de dois homens que, na noiteanterior à morte de Humberto Delgado e dasua secretária, a brasileira Arajaryr Campos,

jantaram com o general no hotel de Badajozonde se encontrava hospedado.Humberto Delgado e Arajaryr Campos foramassassinados por uma brigada de esbirros daPIDE a 13 de Fevereiro de 1965 na localidadefronteiriça espanhola de Villanueva del Fresno,mas os seus corpos só viriam a ser descobertospela polícia espanhola dois meses mais tarde.Delgado, recorde-se, candidatou-se aPresidente da República em 1958 com o apoioda oposição à ditadura de Salazar mas viria aperder as eleições unanimemente consideradasfraudulentas, acabando por ter que se exilarno Brasil.No exterior, continuou, através de váriasacções, a sua luta tenaz pela libertação dapátria e restauração da liberdade.�Foi possível apurar com alguma segurança queeram pessoas oriundas do Norte de África eque entraram em Espanha com identidadesfalsas, mas não se conseguiu a identificaçãoverdadeira�, disse Juan Redondo.Também claras no processo espanhol ficaramas causas da morte do casal: Humberto Delgadofoi morto com golpes de arma branca e ArajaryrCampos por estrangulamento, sublinhou ocoordenador da edição.

O sumário do processo Humberto Delgadoenquadra o assassínio do general com todo oseu percurso político e apresenta um conjuntode documentos processuais extraídos dainvestigação judicial.Para Iva Delgado, a filha do General Sem Medo,a publicação do sumário �representa um passofundamental para a historiografia do crime edos vários processos realizados ao longo dotempo, nomeadamente em Espanha, em Itália- aberto em 1967 - e em Portugal, cujainvestigação teve início após a revolução de 25de Abril de 1974�.�Podemos com garantia dizer que se passou dafase judicial para a fase histórica. Na fasejudicial, este processo foi, no entanto,extraordinariamente importante porque pelaprimeira vez se apontou quem eram oscriminosos - brigada da PIDE chefiada por RosaCasaco - bem como os veículos (Renault e Opel)em que se transportavam�, disse.Para a filha do general Delgado, a fase históricado processo será, contudo, �a mais importantepara desembrulhar a meada de certos suspeitoscujas pistas não foram seguidas�.�Ainda há arquivos que não foram analisadose poderão eventualmente estabelecer ligações

entre a trama concebida pela PIDE em Portugale as restantes polícias secretas europeias eoutras�, adiantou.Iva Delgado destacou a actuação de CrespoMarques, o juiz espanhol encarregado doprocesso, que pela sua �teimosia, e actuandodentro daquilo que lhe era possível, foi até ondelhe permitiram - a identificação dos pides e doscarros, o que levou à emissão de oito mandadosde captura de suspeitos�.�Ele (juiz Crespo Marques) tinha a certeza deque o meu pai tinha estado em Badajoz porquese lembrou de um encontro com um chefe dodepartamento de turismo de Badajoz que lhedisse que tinha visto o general na rua�,explicou.Iva Delgado salientou ainda o trabalho de JuanCarlos Jiménez Redondo, o estudo dasmotivações do crime e a abertura de pistas parase obter esclarecimentos sobre a teiainternacional que rodeou o caso Delgado.�Humberto Delgado não era apenas um inimigodo regime de Salazar, mas também do regimede Franco porque desconfiavam de um eventualapoio da Argélia aos movimentos oposicionistasde Portugal e Espanha para derrubar as duasditaduras�, disse.

ACTUALIDADE

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CIÊNCIA

EUROPA ARRANCA COM GALILEU

O QUE É O SISTEMA GALILEU?O programa europeu de radionavegação por satélite, Galileu, assenta numa constelação de 30 satélites a ser colocados a cerca de 24 milquilómetros de altitude, que cobrirão toda a superfície terrestre. Será complementada por estações terrestres encarregues da monitorizaçãoda rede de satélites. Cada satélite está equipado com um relógio atómico que permitirá uma medição extremamente precisa do tempo. Ossatélites transmitem sinais que, em terra, permitem a quem tenha um receptor saber a sua localização exacta - com uma exactidão de ummetro.Será especialmente útil para os navios, aviões, carros e camiões. Poderá também fornecer coordenadas para o planeamento urbano ou aconstrução de pontes e estradas. A sua utilização abrange uma vasta gama de actividades, que vão desde todos os tipos de transporte(localização e medição da velocidade dos veículos) até à medicina (tratamento de pacientes à distância), justiça (controlo de detidos),serviços aduaneiros (inquéritos no terreno), agricultura (ajustamento das doses de adubos ou pesticidas em função do terreno), até à áreada defesa.No futuro, pode vir a ter outras aplicações em serviços personalizados a criar nos telemóveis ou nos computadores portáteis.

QUANDO É QUE ESTARÁ OPERACIONAL?A partir de 2008. O desenvolvimento do Galileu será feito em três fases. A primeira, até 2005, diz respeito ao desenvolvimento dos satélitese dos componentes terrestres. De 2006 a 2007, serão construídos e lançados os satélites para que, no ano seguinte, o sistema entre emfuncionamento.

QUANTO IRÁ CUSTAR?O programa custará 3,2 mil milhões de euros. A fase de desenvolvimento (2002-2005) será custeada pela Agência Espacial Europeia. Na segundafase estará envolvido o sector privado.

A Europa declarou a suaindependência na exploração

espacial face aos Estados Unidos.Os ministros dos Transportes daUnião Europeia (UE) deram, em

Bruxelas, luz verde ao lançamentodo sistema de radionavegação porsatélite � Galileu - concebido para

ser mais avançado e fiável que oGPS americano.

O Galileu irá permitir a colocação de 30 satélitesem órbita e garantir a independência da Europaem matéria de radionavegação por satélite, bemcomo criar 140 mil novos empregos altamentequalificados.Segundo afirmou Loyola de Palacio, comissáriaeuropeia responsável pelos transportes ecomunicações, �este projecto permite à Europamanter a sua autonomia, a sua soberania, a suacapacidade tecnológica e o domínio do seuconhecimento�.Na reunião de Bruxelas, os ministros dos Quinzechegaram a acordo sobre a constituição daEmpresa Comum Galileo, em colaboração com aAgência Espacial Europeia (ESA), que incluirá osector privado apenas na segunda fase doprojecto - a fase de fabricação e lançamento dossatélites prevista para o período 2006-2007.A decisão tomada no Conselho corresponde,deste modo, a algumas preocupaçõesintroduzidas por Portugal que sempre receou queo envolvimento do sector privado suscitasseconflitos de interesses quando se tratar dedecidir sobre concursos públicos.Segundo o secretário de Estado adjunto dosTransportes do Governo cessante, Rui Cunha,foram introduzidas �algumas decisões quePortugal sempre defendeu, designadamente quea iniciativa privada não entrasse na primeirafase da constituição da empresa sob pena deinteresses privados subverterem os concursos�.O sector privado passará a ser admissível apenasna segunda fase de lançamento do projecto�depois dos concursos já estarem esgotados enão poder haver qualquer influência deinteresses privados�, acrescentou.Os ministros dos Quinze chegaram ainda aacordo sobre a libertação de uma verba de 450milhões de euros necessários ao financiamentoda fase de desenvolvimento.Asseguradas ficaram também duas outraspreocupações portuguesas, isto é, a exclusão dorecurso aos orçamentos nacionais e a disciplinafinanceira do projecto.Nesse sentido, a Comissão Europeiacomprometeu-se a informar o Conselho no finalde 2003 sobre os resultados do processo deadjudicação iniciado pela Empresa Comum,cabendo aos Quinze tomar as decisõesnecessárias para assegurar a boa gestãofinanceira do Galileu.

140 mil novos empregos

O Galileu será composto por 30 satélites que

ACTUALIDADE

vão cobrir toda a superfície terrestre e deverácustar, até ao seu lançamento, em 2008, 3,4mil milhões de euros (681 milhões de contos).É considerado pelo executivo comunitário comofundamental para impulsionar a indústria e osserviços europeus e garantir a independênciada Europa face aos EUA.

O projecto, que entra em concorrência directacom o GPS norte- americano e o GLONASSrusso, representa uma revolução tecnológicaequivalente à conseguida com a introdução dostelemóveis e promete desenvolver uma novageração de serviços universais nos domíniosdos transportes, serviços, agricultura e pesca.

O Galileu será gerido e controlado por civis - aocontrário do GPS e do GLONASS com gestãomilitar - e, sendo gratuito, oferecerá umagarantia de qualidade e de continuidadeindispensável a certas aplicações maissensíveis. Segundo a Comissão Europeia irácriar cerca de 140 mil postos de trabalho.

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DIREITO DE ASILO

APROVADO RELATÓRIODE LUÍS MARINHOsublinhou que a aprovação deste pacote demedidas - da iniciativa do comissário AntónioVitorino - �dá força à Comissão Europeia naluta que ainda terá de travar com algunsEstados-membros para fazer passar as suaspropostas no seio do Conselho de Ministros, econcretiza um importante passo para resolvera questão do asilo�.Segundo o eurodeputado, �temos vivido semlei e num mar de boas intenções neste domínio;normas vai havendo, ratifica-as quem quer,valem aqui e não acolá, e é nesta zonapantanosa onde o pouco Direito se mistura comDireito nenhum que se criam os expedientes,os truques, as habilidades e a fuga àsautoridades. E assim nascem os clandestinos,as redes, as mafias, o crime, só possível porqueos Estados, pessoas de bem, nunca seentenderam sobre regras mínimas paraobjectivamente responsabilizar um deles, pelaanálise de um pedido de asilo�.Para Luís Marinho, a proposta através da quala Comissão pretende contrariar este estado decoisas é �corajosa�, desde logo porque assentano princípio de que um Estado-membro éresponsável pela entrada irregular oupermanência no seu território de um candidato

ao direito de asilo; obriga-se assim cada país aaperfeiçoar os seus mecanismos de luta contraa emigração clandestina.O eurodeputado socialista propõe, no entanto,que a responsabilidade de um Estado cedaperante critérios adicionais, que tenham a vercom valores de união do agregado familiar; porexemplo, os menores que acompanham opedido de asilo do adulto e os nãoacompanhados deverão ser encaminhados parao Estado onde haja um qualquer parente queos queira ou possa tomar a cargo. Ou seja,poderão ser afastados os critérios de entradaou permanência ilegal quando seja de garantira unicidade familiar.�Está em cima da mesa o mais largo conceitode família possível�, afirmou ainda LuísMarinho. Tal conceito abrange, de acordo comas propostas do eurodeputado, o casamento ea união de facto (com a eliminação dadiscriminação em função do sexo), a protecçãodo parentesco aos ascendentes e filhosmenores (quando se prove a coabitação edependência destes) e, finalmente, apossibilidade de o requerente de asilo se poderaproximar de outro qualquer parente, desdeque o Estado requerido o aceite.

O eurodeputado socialista Luís Marinho viu oParlamento Europeu aprovar, por larga maioria,o seu relatório sobre o novo regulamentoreferente à determinação do Estado-membroresponsável pela análise de um pedido de asiloapresentado na UE .O conjunto de novas regras para esta área, àsquais o eurodeputado português conseguiu que

o PE desse parecer favorável, asseguram acriação de uma malha jurídica que irá servircom maior humanidade os direitos doscandidatos ao asilo, reforçar as obrigações dosEstados-membros e impedir que, por falta delei, recrudesça o racismo e a xenofobia no VelhoContinente.Ao intervir no debate do relatório, Luís Marinho

COMISSÃO EUROPEIA

PAULO CASACAQUER COMBATEÀS FALSIFICAÇÕESDE ALIMENTOS

O eurodeputado socialista Paulo Casaca exigiu da Comissão Europeia que estabeleça rapidamente�um plano de iniciativa que permita pôr cobro às falsificações alimentares que são praticadas naUnião Europeia com o objectivo da obtenção de subvenções à exportação ou ao escoamento deprodutos�.Ao intervir no Parlamento Europeu no debate sobre a aprovação das contas europeias relativas a2000 (Processo de Quitação do Orçamento), o eurodeputado insistiu na necessidade de uma respostapronta do executivo comunitário às fraudes no domínio da adulteração de alimentos, �hoje em diaum dos principais problemas no âmbito do controlo orçamental da Política Agrícola Comum�.Recorrendo a uma comparação, Paulo Casaca disse não poder aceitar que, por exemplo, �osagricultores dos Açores vivam na permanente angústia do pagamento de multas por excesso deprodução de leite, enquanto que organizações europeias criminosas falsificam toneladas demanteiga, com a cumplicidade de grandes grupos de lacticínios europeus�.Segundo o eurodeputado português, vice-presidente da Comissão de Controlo Orçamental do PE,�o caso é o mesmo ao nível das subvenções que as indústrias europeias de lacticínios recebempara o leite em pó, que é afinal soro de queijo seco�. �Sobre estas situações, a Comissão Europeia tem muito pouco ou nada a dizer�, sublinhou PauloCasaca; �e, se olharmos para outros sectores como o azeite, o vinho ou mesmo a carne, opanorama não é muito diferente�, acrescentou. É por isso necessário, na opinião do eurodeputado, um plano de iniciativa que ponha termo àsfraudes cometidas sobre o Orçamento da União. Bem como, aliás, a extinção faseada dos apoiosàs exportações agrícolas, outra das medidas reclamadas por Paulo Casaca, no PE.

ELISA DAMIÃO DEFENDE

REDUÇÃO DOSNÍVEIS MÁXIMOSDE EXPOSIÇÃOAO AMIANTO

A redução dos níveis máximos admitidos de exposição ao amianto para certas actividadesprofissionais é defendida num relatório da eurodeputada socialista Elisa Damião, que deveráser hoje aprovado no Parlamento Europeu (PE).No documento, a eurodeputada propõe que, sempre que estejam em causa tarefas de demoliçãode edifícios, de reparação de estruturas e manutenção de navios, o valor-limite para a exposiçãoa partículas de amianto em suspensão no ar � por um período médio de oito horas de trabalho� seja de 0,05 por cm3, e não 0,1, tal como sugere a Comissão Europeia na sua proposta de novadirectiva para esta área.Responsável pela posição do PE em relação a este novo acto comunitário, Elisa Damião afirmano seu relatório que �as actividades de demolição, remoção e manutenção admitem picos deconcentração de partículas de amianto muito acima do valor de protecção pretendido�, peloque, sublinha, �um valor limite de 0,05 aumentará significativamente a protecção dostrabalhadores�.No relatório, a eurodeputada defende, por outro lado, a obrigatoriedade de a entidade patronalnotificar qualquer trabalhador que tenha sido exposto ao amianto, bem como aresponsabilização das empresas subcontratadas ou dos trabalhadores independentes que sejamdonos de obra no caso de infracção às disposições da nova directiva, ou a sua maior protecção,quando não o sejam.Segundo sublinhou Elisa Damião, o objectivo desta medida é �gerir e prever riscos potenciais,permitindo adequar os meios técnicos e de segurança à realização do trabalho com o mínimo deencargos e com o máximo de previsibilidade�.

EUROPA

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VISTO DE BRUXELAS

A NOVA E A VELHA ESQUERDA

OPINIÃO

Renovação e viragem à esquerda são expressões quetomaram de assalto o léxico político dos socialistasportugueses, na sequência da derrota das últimas eleiçõeslegislativas.A renovação das instituições e a reforma dos seus modelosorganizativos são sempre tarefas inacabadas eindispensáveis.Jamais podem decorrer de um processo meramentevoluntarista ou estarem ao serviço de grupos ou tendênciasque ocasionalmente ascendem ao poder.Sendo difícil que as grandes instituições seautotransformem, não é impossível que se modifiquemquando tal se torne absolutamente indispensável ou étomado como condição essencial de sobrevivência ou,simplesmente, de manutenção de influência.É de certo modo o que se verifica actualmente no PartidoSocialista.Só que a eficácia da �operação renovação� exige algumaclarificação prévia.

Desde logo, clarificar o que deve ser renovado:As pessoas? Os métodos? Os princípios? Os objectivos? Ou tudo?Se são as pessoas, como resulta duma leitura mais elementar das propostas que têm sido feitas, ondeestão elas?Não se pense que é através da introdução �à força� de meia dúzia de intelectuais �ditos independentes�que, na maioria dos casos são antigos �compagnons de route� do Partido, que se refresca (renova) opessoal dirigente.A renovação é tributária de uma cultura permanente de mudança, de diálogo, de debate e,necessariamente, de síntese que seja capaz de lhe dar sentido e utilidade.Bastaria, de resto, atentar para a composição da nova direcção do Grupo Parlamentar para se perceberquão difícil se torna, nas circunstâncias actuais, renovar ao nível das pessoas e dos dirigentes.Mas se a renovação não é (não pode ser), pelo menos de imediato de pessoas, deverá ser de métodose comportamentos?Sobre isto a resposta só pode ser positiva.O PS tem de mudar os métodos e os tiques que marcaram a sua intervenção nos últimos anos.Ora, isso implica aceitar o debate sobre todas as questões e respeitar a representação de todas asalternativas de forma livre e, sobretudo, sem que, em circunstância alguma, as cartas com que se joga,surjam à partida, suspeitas de estar viciadas.O conteúdo, mas sobretudo a forma e o método, das necessárias alterações aos Estatutos e à Declaraçãode Princípios são absolutamente essenciais para analisar a profundidade da proclamada renovação.Andou bem o secretário-geral, quando decidiu na última Comissão Política propor a realização dopróximo Congresso numa data suficientemente distante para permitir um debate sereno, continuado,transparente e efectivo.Só que 6 meses (ou cinco, ou quatro) passam rapidamente (demasiado rapidamente, talvez) e,entretanto, é preciso estimular o tal debate e a tal mudança, de preferência de baixo para cima,

abstendo-se, se possível, os militantes temporariamente investidos de poder, de formularem o quadroenformador dessa mudança.Esta questão prende-se também com a renovação, dos princípios e dos objectivos e, através dela, coma invocada �necessidade� de viragem à esquerda do Partido.Ninguém questiona a necessidade de actualizar a Declaração de Princípios do PS que, sendo umdocumento histórico de inquestionável importância, é um documento situado e enquadrado no seutempo e nos paradigmas políticos então dominantes.Só que não parece que seja através da alteração da Declaração de Princípios que se poderá provocarqualquer viragem à esquerda.Muito pelo contrário, convenhamos, sobretudo se acharmos que ser de esquerda é manter a �tralha�(palavra em voga no PS) esquerdizante associada a um marxismo, mais ou menos mitigado ou reanalisadoà luz de um pensamento humanista e social.A viragem à esquerda deve então ser, apenas, a medida de um novo compromisso de políticas face acomportamentos recentes no domínio da governação?Exigir viragem à esquerda no Partido (não tenhamos medo das palavras) é considerar neste quadroque a acção dos últimos governos se traduziu, predominantemente, num comportamento de direita,uma vez que, para os defensores dessa tese, o centro político não existe.Não é efectivamente essa a minha visão do problema. Não foi, por falta de esquerda que o governoanterior foi substituído.O PS perdeu as eleições legislativas porque deixou passar para o eleitorado uma imagem de fragilidadegovernativa, falta de coordenação, ausência de autoridade legitima, incapacidade de lançar as adequadase necessárias reformas, excessiva dessacralização de poder e, sobretudo, a ideia de que, já não seria,no futuro, um factor de estabilidade política.O que está em causa não é portanto qualquer viragem à esquerda, como, de igual modo, se não justificaqualquer viragem para o centro.Prosseguir, naturalmente com maior eficácia e sem turbulência, a linha política do anterior governoparece ser suficiente.É portanto meramente retórica a reclamação de viragem à esquerda do PS.A não ser que ao PS se queira atribuir (em maior dimensão) o papel que, na estrutura política portuguesa,está actualmente atribuído ao Bloco de Esquerda.Um Partido Socialista moderno tem de ser aberto e não dogmático e portador de um conjunto depropostas e princípios para a resolução dos problemas essenciais da sociedade tendo como preocupaçãoconstante que todos eles sejam um ponto de partida e nunca de chegada.Sem nunca esquecer o papel da Utopia como forma de, apaixonadamente, levar cada Homem àconstrução do seu Futuro, propondo-lhe a batalha permanente em volta de dois valores - duas paixões- fundamentais: que cada Homem seja igual em oportunidades, cada um tendo a oportunidade e aobrigação de ser diferente, escolhendo, desta forma, a Inovação como o motor essencial dodesenvolvimento social.Como recentemente notava um novel militante (candidato à renovação?) é importante que, no debateque se aproxima, o líder do PS �não caia na tentação de ressuscitar a velha esquerda, mas consigaconstruir a nova.Só desta forma conduzirá o PS do cruel destino de ter sempre bons resultados eleitorais, para anecessidade incontornável de ascender, a curto prazo, ao poder, como é indispensável para o País,para a sociedade e, sobretudo, para a esquerda.

OS ÁLIBIS DO GOVERNOJá muito se falou do novo governo. Das primeiras eterceiras escolhas. Das desistências, porque faltou a maio-ria absoluta (pelos vistos, nem todos se sujeitam aosresultados do veredicto popular), por causa do parceirode coligação ou, ainda, porque o trabalho no sector privadoé mais estimulante e compensador que no público. Dasdificuldades do Dr. Durão Barroso para arranjar umconjunto de pessoas que salvasse a honra do convento.Do tamanho do Executivo, que se anunciou como o maisreduzido dos últimos 20 anos e que, afinal, se apresentouligeiramente encolhido. Da reduzida representação femi-nina. Dos secretários de Estado, praticamente todos elessaídos da estrutura partidária e sem curriculum técnico.Sobre a composição e dimensão do Governo estamos,para já, conversados. É da exclusiva responsabilidade doprimeiro-ministro e ele foi peremptório ao afirmar que éa equipa «possível» e que ele «quis». E, contrariamente,ao que foi dito por alguns analistas políticos, não há aquiqualquer contradição. O Governo não foi o desejado, mas

foi o «possível». Ora, das várias opções possíveis (disponíveis), ele escolheu a que «quis». Óbvio.Uma coisa são as promessas eleitorais e outra, bem diferente, o seu cumprimento. E quem seescandaliza com isto é porque está desactualizado e não percebe nada de marketing político.Durante a campanha, a grande proposta programática do PSD (não terá sido a única?!) foi o

«choque fiscal». Toda a gente falou do assunto, escreveu sobre o tema, criticou, apoiou, discordou.Depois das eleições, a grande promessa, a única promessa, já não é para cumprir. Pelo menos parajá. Porquê? Não sei, mas presumo que seja porque uma coisa é ser-se candidato e outra, bemdiferente, é ser-se primeiro-ministro.Alguém se indignou com o descarado desrespeito pelos eleitores? Muito poucos. Os restantes devemter achado natural não cumprir o prometido.É, aliás, espantosa a rapidez com que se baixaram as elevadas expectativas de há meia dúzia dedias. Agora, alguns dos comentadores mais intransigentes em relação aos socialistas, já se contentamcom este governo porque «ainda podia ter sido pior» ... donde, não é tão mau como poderia ser. Daía concluírem que até é bem bom não falta tudo. Pelos vistos, não foi só o Governo que mudou.O PSD é muito bom na propaganda. Muito eficaz. Foi o que aconteceu com a crise. Tanto falarem delaque as pessoas acreditaram. Depois de consolidada a ideia da crise, trataram de fazer passar que acrise é resultado da má gestão do governo socialista. E estão a conseguir. É o que se chama o álibiperfeito.O país está no caos, na bancarrota, é o álibi para medidas impopulares e para caucionar as falhas einsuficiências sem que o Governo seja responsabilizado por isso. A culpa já tem dono, os responsáveisdo costume, os socialistas.Como a realidade é bem melhor do que a pintam, vai ser possível, daqui a algum tempo (o suficientepara fazer crer que foi obra sua) vão tomar algumas medidas simpáticas. Adivinhe de quem será omérito? Do Dr. Durão Barroso e dos seus «boys» que, não obstante o estado caótico em que o PSdeixou o País, tiveram a capacidade e o talento para inverter a situação. Genial.Não é difícil enganar toda a gente pouco tempo. Veremos se será possível enganar muita gentedurante muito tempo.

MANUEL DOS SANTOS

EDITE ESTRELA

Durante a campanha, a grande proposta programática do PSD(não terá sido a única?!) foi o «choque fiscal».

Andou bem o secretário-geral, quando decidiu na última ComissãoPolítica propor a realização do próximo Congresso numa datasuficientemente distante para permitir um debate sereno, continuado,transparente e efectivo.

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TRIBUNA LIVRE

OS NOVOSCONTRIBUTOS

Diz-se por vezes que é na oposição que os partidos políticos verdadeiramente funcionam. É atécerto ponto natural. Uma vez conseguido o principal objectivo dos partidos, o poder político, asactuações dos seus membros têm, no governo, um sentido diferente do que mostravam naoposição.As funções governativas obrigam à assunção de uma posição de Estado. Na oposição, pelo contrário,existe uma outra liberdade de actuação. Os partidos funcionam mais submetidos à sua própriaestrutura, mais soltos para defenderem posições por vezes difíceis de sustentar quando estão nopoder.Na oposição, a preparar de novo o regresso ao poder, há tempo para melhorar alguns aspectos defuncionamento da actividade partidária. A ligação entre os vários órgãos do partido e os militantesentre si é um deles.Há dentro e fora do país um grande número de técnicos, quadros, ex-governantes e especialistasdas mais diversas áreas que só não dão mais colaboração porque esta não lhes é pedida ou porquenem sempre é fácil o contacto e a integração numa estrutura muitas vezes geograficamentedistante. Ora a verdade é que este conceito de distância tem actualmente um outro significado.Com o apoio das novas tecnologias, é hoje em dia mais fácil aumentar e fomentar, em muitasáreas da actividade partidária, a colaboração de militantes disseminados por todo o país e até peloestrangeiro.Quotidianamente, o trabalho partidário centra-se essencialmente nas estruturas de organizaçãolocal e sectorial e nos gabinetes de estudos. Na prática, estes últimos funcionam verdadeiramentequando o partido se encontra na oposição, uma vez que ficam por norma esvaziados logo que opartido forma governo. E se na oposição ou seja, agora, o partido pode contar com todos os seusvalores para o trabalho partidário, tem que estar preparado para governar quando a isso forchamado.O que aqui propomos é despertar um debate contributivo permanente, entre todos os militantes,independentemente da sua localização geográfica, sobre todos os assuntos em discussão nointerior do partido, da sua estrutura e modo de funcionamento até ás questões especializadas daactualidade nacional e internacional.

Para isso estabelecer-se-ia uma rede de comunicações que, através dos órgãos partidáriosexistentes, seja capaz, de uma forma organizada, de recolher, captar, solicitar e motivar ocontributo de quem esteja disposto a colaborar.Haveria que calendarizar os temas e publicitar essa programação no interior do partido, através dosseus próprios meios. Seria conveniente estabelecer algumas regras elementares para facilitar aexpressão dessa colaboração e o trabalho de recolha e tratamento subsequentes.A Internet e o correio electrónico constituem um meio fundamental, pela sua rapidez, baixo custoe eficiência. Quando não for viável a sua utilização, há sempre a possibilidade de recorrer ao fax,ao correio ou ao telefone.Com os contributos recebidos começará então, sejamos optimistas, um trabalho de recolha,selecção e síntese. Há que considerar todas as contribuições e organizar recompilações ou manteros documentos integrais, quando se justificar. Os textos finais deverão ser depois apresentadosàs estruturas partidárias, técnicas e políticas, correspondentes.Que pode proporcionar uma iniciativa deste género? Não é de esperar que surjam de repenteestudos, contributos e ideias surpreendentes. Na sua rotina normal de funcionamento, o partidodeve saber captar todos essas formas de contribuição e quem quer, pode e é capaz dá naturalmenteo seu contributo, em todas as circunstâncias. Mas podem surgir surpresas. Por outro lado, osparticipantes/militantes vão experimentar com certeza um outro alento. Ser-lhes-iam pedidasdirectamente contribuições específicas, em busca de soluções concretas.A ideia é aproveitar as capacidades de todos, tirando o máximo partido do que o partido maispossui - capital humano.

HENRIQUE SOBRAL

O que aqui propomos é despertar um debate contributivopermanente, entre todos os militantes, independentemente da sua

localização geográfica, sobre todos os assuntos em discussão nointerior do partido, da sua estrutura e modo de funcionamento até

ás questões especializadas da actualidade nacional e internacional.

(BONS) RESULTADOSAPURADOS

Sempre que acontecem eleições, locais ou nacionais, as diversas estruturas cívicas intervenientes,de forma mais intimista ou divulgada, procuram discutir e encontrar razões por que os resultadosforam estes e não outros diferentes.E faço já uma ligeira alusão ao que se verificou em Caldas de S. Jorge, para enfatizar, comregozijo, que, por aqui, o PS voltou a ganhar. O que comprova que, mau-grado um ou outro desviolocal, a população vota maioritariamente socialista.No que ao concelho respeita, tendo de se considerar que o resultado foi mau para o PS, porqueperdeu, quando em 99 ganhou, mesmo tratando-se de coisas distintas, poderá dizer-se que semelhorou em relação às autárquicas. Sentiu-se alguma recuperação. O PS perdeu 5000 votos emrelação a 99, mas reduziu a diferença para o PSD de 12.500 votos nas locais para menos de 2000agora. Recuperou-se muito eleitorado. O porquê destas oscilações caberá aos sociólogos e àsestruturas partidárias analisar e discutir. E tirara ilações e lições para o futuro.No distrito de Aveiro, ainda que choque alguém que se possa sentir visado, sinto que foi muito,muito mau. O Partido Socialista perdeu 30 por cento da sua representação parlamentar distritalque passou para o PSD. Caiu para o resultado de 87/91 e deixou fugir o eleitorado em demasiadosconcelhos. Diz-se, e possivelmente com razão, que a campanha foi fraca e tardia e diz-se que adirecção da dita não conseguiu passar élan para os militantes e simpatizantes, muitos jádesmotivados pela forma um tanto caseira e comissionada como foi feita a lista de candidatos. Emuitos outros, porque cansados pelo resultado das autárquicas. Trabalho considerado inglório. Ocomício realizado no dia 6 de Março terá sido o único momento de algum entusiasmo. Masenganou bastante, no que ao distrito concerne. Mas... parece que há quem tenha ficado satisfeito,ao ponto de reiterar disponibilidade para recandidatura. Assunto para mais tarde.No contexto nacional, considerando-se que pouca gente acreditaria numa vitória (a �certeza�dela e até com maioria absoluta não passava de grito para entusiasmar audiências), o resultadofoi muito bom. E, como disseram analistas e responsáveis partidários, foi uma vitória da figura dosecretário-geral e da credibilidade que foi capaz de transmitir. Não andou pelas feiras e mercados

a vender qualquer espécie de pescado. A sua serenidade, a assunção corresponsabilizante deerros cometidos no Governo de que fez parte, sem deixar de enfatizar o que foi bem feito, e foimuito e sem deixar de manifestar, sempre, que sentia muita honra por ter pertencido aos governosliderados por António Guterres.Assim, não achou um tal Vicente Jorge Silva que, depois de ser eleito deputado, e curiosamentesó depois disso e mesmo depois de ter dito que, nas autárquicas, votara Santana Lopes, se filiouno PS deixando a mensagem de que se filiara �para ajudar o Ferro Rodrigues a livrar-se das tralhasguterristas�.Primeiro, passou um atestado de incapacidade ao Ferro, como se ele precisasse de um qualquerpendura de última hora para limpar o que quer que fosse. Se qualquer limpeza for útil ou necessárianão será difícil de fazer. Serão sempre trocadas pessoas em diversos lugares e cargos, comosempre acontece quando há alteração de liderança. O Ferro Rodrigues saberá analisar as colagensoportunistas a vassourar. E ficou gente boa sem eleger! Ou será que o senhor Vicente, porque échamado, às vezes, às TV�s, tem a veleidade de se julgar algo melhor do que o pior dos guterristas.Custa-me engolir presunçosos.Mesmo os que ficam incomodados quando se fala que António Guterres, pelo seu prestígio nacionale internacional, é claramente apontado para ser recandidato a líder da Internacional Socialista,para ser Alto-Comissário das Nações Unidas para os Refugiados e para ser, desde já, porque não,apontado como futuro candidato a Presidente da República apoiado pelo Partido Socialista. Não épreciso nomear os incomodados, porque eles, na sua falta de carácter, deixam escapar o incómodo.

JOSÉ PINTO SILVA

No contexto nacional, considerando-se que pouca gente acreditarianuma vitória (a �certeza� dela e até com maioria absoluta não passava

de grito para entusiasmar audiências), o resultado foi muito bom. E,como disseram analistas e responsáveis partidários, foi uma vitória da

figura do secretário-geral e da credibilidade que foi capaz detransmitir.

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11 de Abril de 2002POR FIM...

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Fundação OrienteTel. 21 358 52 00

[email protected]

Tem lugar a reunião semanal do Secretariado Nacional.

Reúne-se o plenário da Assembleia da República.

Na Fundação Mário Soares, realiza-se amanhã, às 18 horas, no âmbitodo fórum de reflexão �A guerra, a paz e os direitos humanos�, umaconferência proferida pelo nosso camarada Medeiros Ferreira sobre �Aglobalização do humanismo�.

No sábado, dia 13, tem lugar um cordão humano de solidariedade como povo palestiniano que ligará a embaixada de Israel à representaçãoda ONU em Lisboa.

�As relações profissionais e a mudança na União Europeia� é o tema daconferência a proferir hoje à tarde pela profª Maria João Rodrigues,promovida pela Associação Portuguesa para o Estudo das Relações deTrabalho.

Na Câmara Municipal de Ferreira do Alentejo estará patente ao públicoa partir de 14 de Abril a exposição �Seminário de Beja�.

Na Faculdade de Direito de Lisboa terá lugar, nos próximos dias 15 e16 de Abril, um colóquio sobre �A Luta Contra o Terrorismo - A Guerrano Afeganistão - O Direito Internacional Público�.