anteprojeto de pesquisa acolhimento multiprofissional (2)

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ SISTEMA MUNICIPAL DE SAÚDE ESCOLA DE FORTALEZA RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE DA FAMÍLIA E COMUNIDADE Cláudio Ferreira do Nascimento O ACOLHIMENTO MULTIPROFISSIONAL COMO DISPOSITIVO DE ACESSO, FORMAÇÃO E ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE: A EXPERIÊNCIA DA COMUNIDADE CÔNEGO DE CASTRO - FORTALEZA - CE . FORTALEZA CEARÁ 2013

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Page 1: Anteprojeto de pesquisa acolhimento multiprofissional (2)

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ

SISTEMA MUNICIPAL DE SAÚDE ESCOLA DE FORTALEZA

RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE DA FAMÍLIA E COMUNIDADE

Cláudio Ferreira do Nascimento

O ACOLHIMENTO MULTIPROFISSIONAL COMO

DISPOSITIVO DE ACESSO, FORMAÇÃO E ATENÇÃO

INTEGRAL À SAÚDE: A EXPERIÊNCIA DA COMUNIDADE

CÔNEGO DE CASTRO - FORTALEZA - CE

.

FORTALEZA – CEARÁ

2013

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Cláudio Ferreira do Nascimento

O ACOLHIMENTO MULTIPROFISSIONAL COMO

DISPOSITIVO DE ACESSO, FORMAÇÃO E ATENÇÃO

INTEGRAL À SAÚDE: A EXPERIÊNCIA DA COMUNIDADE

CÔNEGO DE CASTRO - FORTALEZA - CE

.

Anteprojeto de Pesquisa apresentado ao

Sistema Municipal de Saúde Escola - SMSE como

requisito para obtenção do título de Especialista em

Saúde da Família e Comunidade em nível de

Residência, chancelada pela Universidade Estadual do

Ceará – UECE.

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Vera Lúcia de Azevedo Dantas

FORTALEZA – CEARÁ

2013

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 03

1.1 Contextualização 03

1.2 Problematização 08

1.3 Justificativa 10

2 OBJETIVOS 11

2.1 Objetivo Geral 11

2.2 Objetivos Específicos 12

3 METODOLOGIA 12

3.1 Tipo de pesquisa 12

3.2 Local e período 13

3.3 Sujeitos de pesquisa 13

3.4 Critérios de inclusão e exclusão 13

3.5 Técnicas e instrumentos de coleta de dados 13

3.6 Aspectos éticos 16

4 CRONOGRAMA 18

5 ORÇAMENTO 19

REFERÊNCIAS 20

APÊNDICES 22

Apêndice A – Roteiro de entrevista 23

Apêndice B – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 24

Apêndice C – Declaração de anuência 25

Apêndice D – Solicitação de autorização 26

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O ACOLHIMENTO MULTIPROFISSIONAL COMO DISPOSITIVO DE ACESSO,

FORMAÇÃO E ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE: A EXPERIÊNCIA DA

COMUNIDADE CÔNEGO DE CASTRO - FORTALEZA - CE

1. INTRODUÇÃO

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO

A garantia de acesso humanizado e participativo às ações e serviços de saúde aos

usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil exige em termos concretos, dentre outras

ações, a efetivação da Política Nacional de Humanização (HUMANIZASUS) como política

transversal e estruturante do próprio SUS. O enfrentamento e superação do atraso político e

organizativo das ações de saúde nas três esferas de governo e gestão do SUS, em relação ao

tema humanização, exigem ainda, a inserção sistemática desta premissa nas ações de

organização do processo de trabalho em saúde.

Em termos conjunturais, apesar de alguns avanços na estrutura dos serviços de saúde,

prevalece na população brasileira a percepção de que o SUS representa um modelo de atenção

em crise. Tal percepção encontra sua base concreta na gama de problemas relacionados às

dificuldades de financiamento das ações e políticas do setor. No cerne da carência de recursos

estão, em grande medida, os privilégios concedidos pelos governos burgueses (neoliberal e de

frente popular) às demandas e interesses mercantis em detrimento das políticas sociais. A

manutenção do modelo de política econômica de base neoliberal destes governos, que nas duas

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últimas décadas tem, dentre outras medidas, destinado a maior parte da fatia orçamentária para

o pagamento da dívida pública, garantido uma política de juros e fiscal generosa aos interesses

do capital especulativo e da grande indústria e mantido uma política tributária iníqua e

desonesta com a classe trabalhadora representa, sem dúvida, a maior ameaça à superação da

crise por que passa o SUS.

Há a necessidade urgente e incontornável, principalmente em decorrência do atual

contexto, de crise econômica capitalista e consequente acirramento da disputa pelos recursos

do Estado, de que os movimentos organizados da classe trabalhadora e os movimentos sociais

de caráter popular insiram em suas pautas de reivindicações, como consigna central, a cifra que

poderia migrar do setor de serviço da dívida e do pagamento de juros para as políticas sociais.

Como afirma Campos (2007),

“a luta pelo sistema de saúde deveria juntar-se à peleja pela distribuição de renda, por

políticas de recuperação de moradias e de espaços urbanos degradados, pela educação

e segurança públicas. [...] outras políticas e necessidades precisam da atuação crítica

dos movimentos sindical e popular, como a consideração da miséria como um dado

estrutural imutável, a violência urbana, o mau funcionamento das organizações

públicas, a continuidade indefinida da escola que não ensina, do hospital que não

cura, da polícia que não aumenta a segurança. Enfim, uma estratégia importante seria

articular a defesa do SUS às reformas da ordem social e política brasileira.”

Em meio à crise do modelo de seguridade social brasileiro, a discussão sobre o direito

ao acesso humanizado, participativo, organizado e resolutivo da população às ações e serviços

de saúde, expõe com mais clareza, as contradições próprias de um sistema de saúde público e

universalista que sofre as pressões de um modelo econômico mercantilizante. Além disso, esta

discussão estimula e promove a problematização do modelo tecnoassistencial, ainda

hegemônico no interior do SUS, centrado na atenção à doença, pelo profissional médico, no

âmbito hospitalar. Tal modelo de atenção tem suas raízes históricas na forma como o Estado

brasileiro se organizou para garantir (ou não!) os cuidados em saúde.

O fato de se ter instituído, através das lutas dos movimentos populares, uma Política de

Humanização que normatiza práticas e ações de acesso aos serviços, que prioriza o cuidado

longitudinal e a construção de vínculos entre os atores sociais, que privilegia a participação

ativa e o protagonismo dos sujeitos na gestão das ações de saúde, representa, sem dúvida, um

Page 6: Anteprojeto de pesquisa acolhimento multiprofissional (2)

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grande avanço social e político para o setor saúde. A efetivação desta política, entretanto,

diante dos obstáculos macro-políticos anteriormente citados e das dificuldades micro-políticas

decorrentes do intenso processo de privatização das ações e políticas de saúde, do abandono

estrutural das unidades de saúde, da escassez de insumos, da precarização das relações de

trabalho, do caráter autoritário e/ou paternalista das relações de gestão e cuidado em saúde nos

dá clareza das dificuldades impostas por este modelo de sociedade.

O acolhimento é uma diretriz operacional da Política Nacional de Humanização

(PNH) do SUS entendida como parte constitutiva dos modos de se produzir saúde e ferramenta

tecnológica de intervenção na qualificação da escuta, construção de vínculo, garantia do acesso

com responsabilização e resolutividade nos serviços. O acolhimento como ato ou efeito de

acolher expressa, em suas várias definições, uma ação de aproximação, um “estar com” e um

“estar perto de”, ou seja, uma atitude de inclusão. Seus eixos ético, estético e político ressaltam

a relevância do acolhimento para a PNH. Ética no que se refere ao compromisso com o

reconhecimento do outro, na atitude de acolhê-lo em suas diferenças, suas dores, suas alegrias,

seus modos de viver, sentir e estar na vida; estética porque traz para as relações e os encontros

do dia-a-dia a invenção de estratégias que contribuem para a dignificação da vida e do viver e,

assim, para a construção de nossa própria humanidade e política porque implica o

compromisso coletivo de envolver-se neste “estar com”, potencializando protagonismos e vida

nos diferentes encontros. (BRASIL, 2006)

Por fim, como afirmam Franco et al (1999), em todo lugar em que ocorre um encontro

– enquanto trabalho de saúde – entre um trabalhador e um usuário, operam-se processos

tecnológicos (trabalho vivo em ato) que visam à produção de relações de escutas e

responsabilizações, as quais se articulam com a constituição dos vínculos e dos compromissos

em projetos de intervenção. Estes, por sua vez, objetivam atuar sobre necessidades em busca da

produção de algo que possa representar a conquista de controle do sofrimento (enquanto

doença) e/ou à produção da saúde. Esses processos intercessores – como o acolhimento – são

atributos de uma prática clínica realizada por qualquer trabalhador em saúde, e focá-los

Page 7: Anteprojeto de pesquisa acolhimento multiprofissional (2)

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analiticamente é criar a possibilidade de pensar a micropolítica do processo de trabalho e suas

implicações no desenho de determinados modelos de atenção.

A Estratégia de Saúde da Família (ESF) se apresenta como uma estratégia de

reorientação do modelo assistencial, operacionalizada mediante a implantação de equipes

multiprofissionais em unidades básicas de saúde. Estas equipes são responsáveis pelo

acompanhamento de um número definido de famílias, adscritas em uma área geográfica

delimitada. As equipes atuam visando garantir a integralidade da atenção à saúde com ações de

promoção e manutenção da saúde, prevenção, recuperação e reabilitação de doenças e agravos.

A ESF mantém coerência com os princípios do SUS: acessibilidade, resolubilidade,

regionalização, hierarquização e participação popular e é o componente do sistema responsável

pela atenção primária à saúde. Assim como o próprio SUS, a ESF apresenta-se em processo de

construção, a partir do aprofundamento de suas bases conceituais e criação de uma nova práxis

envolvendo todos os atores implicados na produção da saúde. (ANDRADE et al 2004).

A ESF se propõe a ampliar a abordagem sobre o processo saúde-doença ao território,

espaço social onde se estabelecem as relações sociais de produção e reprodução de sujeitos e

coletivos. Neste contexto, enfatiza-se, a necessidade de se conhecer a história dos sujeitos, do

território onde estão inseridos e de como o território se insere na dinâmica da cidade, como

afirmam Mendes e Donato (2003),

“Sendo território uma construção, é produto da dinâmica onde tensionam-se as forças

sociais em jogo. Uma vez que essas tensões e conflitos sociais são permanentes, o

território nunca está pronto, mas sim em constante transformação”.

A educação popular representa um poderoso instrumento auxiliar na incorporação de

novas práticas, facilitando a inserção das equipes no território e principalmente estimulando a

implicação dos sujeitos. “Sua concepção teórica, valorizando o saber do outro, entendendo que

o conhecimento é um processo de construção coletiva, tem sido utilizada pelos serviços,

visando a um novo entendimento das ações de saúde como ações educativas”

(ALBUQUERQUE e STOTZ, 2004)

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A Residência Multiprofissional em Saúde da Família e Comunidade constitui

modalidade de ensino de pós-graduação lato sensu, organizada em regime de tempo integral,

caracterizando-se como um programa de educação para o trabalho no SUS, por meio da

aprendizagem em serviço. Tendo por foco os centros de saúde da família e o envolvimento de

instituições de ensino superior, sob a orientação de profissionais com qualificação técnica e

ética, tem como objetivo geral qualificar profissionais contribuindo para a consolidação da

carreira na Estratégia Saúde da Família e Estratégia NASF (Núcleo de Apoio a Saúde da

Família) na rede publica de saúde.

A proposta político-pedagógica do Programa de Residência Multiprofissional em Saúde

da Família e Comunidade (PRMSFC) do Sistema Municipal de Saúde Escola (SMSE) de

Fortaleza aponta para a importância da formação multiprofissional, da atuação interdisciplinar,

do trabalho em equipe, do apoio matricial às equipes de referência, da clínica ampliada, dentre

outras estratégias, para a efetivação dos princípios estruturantes do SUS, no sentido da garantia

do cuidado humanizado, participativo e resolutivo.

A Residência Multiprofissional traz, enquanto processo formativo, alguns diferenciais

em relação aos outros modelos de pós-graduação para a área de saúde em geral e para o SUS

em específico. Uma delas é a disposição de atuar nos cenários de educação em serviço

representativos da realidade sócio-epidemiológica do território, como por exemplo, no caso da

2ª turma do PRMSFC de Fortaleza, que se iniciou em março de 2011, a escolha do território da

Secretaria Executiva Regional (SER) V deveu-se ao fato de ser este o território do município

que se apresenta em pior situação sócio-econômica, representada pelo menor Índice de

Desenvolvimento Humano (IDH) e pela carência de infraestrutura e equipamentos públicos.

Há outros fatores de igual relevância, também apresentados como diretrizes deste

processo formativo, que apontam no sentido do enfrentamento dos desafios presentes no

território como a proposta formativa baseada na concepção ampliada de saúde, ou seja,

compreendendo os diversos aspectos da vida que repercutem nas condições de saúde da

população como a inserção no meio social, o lazer, a alimentação, a moradia e renda, as

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condições dignas de trabalho, o acesso a serviços de saúde de qualidade e a ausência de

violência, assim como fatores como raça, etnia e situação de pobreza que realçam as

desigualdades, as iniqüidades sociais e a dificuldade de acesso aos serviços de saúde,

considerando o sujeito enquanto ator social responsável por seu processo de vida, inserido num

ambiente social, político e cultural.

A imersão no território e a compreensão da complexa rede de relações sócio-históricas

ali construídas reforçam a importância deste como espaço social formativo para residentes e

preceptores da RMSFC, no caso desta segunda turma, o território das comunidades do Parque

São José revelou nitidamente que a intervenção do trabalhador social em geral e do trabalhador

da saúde em específico exige da parte deste, como pressuposto essencial, um posicionamento

político consciente. Tal condição apoia-se nas palavras de Paulo Freire (1987), “o trabalhador

social não pode ser um homem neutro frente ao mundo, frente à desumanização ou

humanização, frente à permanência do que já não representa os caminhos do humano ou à

mudança destes caminhos”.

1.2 PROBLEMATIZAÇÃO

A imersão na realidade das comunidades em situação de abandono do poder público, ou

“risco social”, como no caso, do “Residencial Cônego de Castro”, estigmatizada social e

politicamente como “favela vertical”, revela a necessidade da ação política do trabalhador da

saúde no sentido da denúncia não só das mazelas sociais deste modelo de sociedade, mas

exigem a ação implicada no sentido da construção coletiva do novo. A abertura do trabalhador

da saúde para a construção coletiva de um novo modelo de sociedade e para a denúncia e luta

contra o velho é tarefa do processo formativo para o SUS.

O processo de planejamento participativo disparado no território pela Residência nos

meses de abril e maio de 2011 revelou com clareza, que os desafios concretos desta

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comunidade estão relacionados ao processo de opressão e desigualdade social, refletidos na

violência, no tráfico de drogas, na falta de oportunidades geradas pela estrutura educacional

precarizada, na falta de espaços e ações voltadas para o trabalho e lazer de jovens e

adolescentes, no abandono da infraestrutura urbana expressos na falta de saneamento,

drenagem, calçamento, transporte e esgotamento sanitário e nas implicações de todos estes

processos no meio ambiente, expressos pela comunidade, na poluição do rio Maranguapinho.

Com relação especificamente às ações de saúde, os desafios estão relacionados em parte

às questões ligadas à ações/decisões de nível central da gestão municipal e outras apresentam

relação com processos locais das unidades de saúde como, por exemplo, a falta de médicos, de

informatização do posto e de condições de trabalho para os Agentes Comunitários de Saúde e a

necessidade de “melhorar” o atendimento.

A sistematização do processo de planejamento participativo revelou três eixos de

intervenção: Meio Ambiente; Drogas, Violência e Violação de Direitos e Organização

Comunitária e do Serviço de Saúde. Neste último, as dificuldades relacionadas à organização

do processo de trabalho e ao acesso humanizado e resolutivo às ações e serviços do CSF

Parque São José decorrentes do fluxo confuso, da falta de informatização e divulgação dos

serviços oferecidos, dentre outros, foram percebidas pelos atores como situações-limite

passíveis de serem enfrentadas pelos trabalhadores da unidade e da Residência

Multiprofissional, gestão local e usuários.

Com este objetivo, em agosto de 2011, os residentes da “área vermelha” responsáveis

por uma das microáreas inseridas na comunidade Cônego de Castro resolveram implantar um

processo de acolhimento das demandas da comunidade no próprio território, entendendo que

esta intervenção poderia melhorar o acesso aos serviços do CSF Parque São José, visto que sua

localização era a mais distante da unidade de saúde. Inicialmente elaborado como um

dispositivo de acolhimento das demandas de saúde bucal, as atividades de acolhimento tiveram

como objetivo garantir um espaço coletivo de efetiva participação e construção dialogada do

acesso aos serviços de saúde bucal, rompendo com obstáculos presentes nestas unidades como

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10

a marcação de consulta por ordem de chegada (fila), o fluxo desordenado dos usuários, a

distância da microárea à unidade, etc. O desenvolvimento das ações de acolhimento em saúde

bucal serviu de base para estruturação do acolhimento multiprofissional, com a incorporação

posterior dos demais profissionais do PRMSFC. A abertura para o diálogo sobre os problemas

sociais da comunidade e a discussão sobre as demandas de saúde, dispararam processos que

exigiam uma intervenção multiprofissional. A discussão sobre os problemas que afetam os

diversos ciclos de vida e que compõem os programas de cobertura da ESF, como saúde da

mulher, da criança, do idoso, tuberculose e hanseníase, que normalmente são indevidamente

alçados à responsabilidade única da enfermeira, puderam ser discutidas pela equipe

multiprofissional da residência e permitiram a organização facilitada da agenda da enfermagem

e de outros trabalhadores que participavam das atividades. Neste sentido as atividades de

acolhimento, propiciaram o fortalecimento do caráter multiprofissional das intervenções e

ampliaram as possibilidades de atenção integral à saúde da comunidade.

1.3 JUSTIFICATIVA

O PRMSFC será concluído em março de 2013, e uma das maiores preocupações dos

residentes e preceptores do programa está exatamente na continuidade das ações e experiências

disparadas no território. A experiência do modelo de acolhimento multiprofissional implantado

na comunidade Cônego de Castro pode representar dispositivo alternativo de acesso dos

usuários do CSF Parque São José aos serviços oferecidos pela unidade e de organização da

demanda dos trabalhadores, contudo, para, além disso, ele apresenta potencial de se estruturar

enquanto mecanismo de aproximação e de construção do trabalho implicado na realidade do

território e de vínculo com os usuários, como instrumento de valorização e estímulo à

autonomia e protagonismo dos sujeitos e coletivos, como mecanismo que aponta para a

mudança no modelo de atenção e gestão ainda hegemônico no SUS valorizando as

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11

necessidades dos cidadãos e o próprio processo de trabalho em saúde, por fim como

instrumento articulador dos processos de formação e atenção em saúde de trabalhadores e

usuários do SUS.

Partindo deste contexto senti-me estimulado a perguntar “Quais as percepções dos

trabalhadores do PRMSFC e do CSF Parque São José, bem como dos usuários da comunidade

Cônego de Castro sobre a estratégia de acolhimento multiprofissional no território enquanto

dispositivo de formação de sujeitos (trabalhadores e usuários) e potencializador do cuidado

integral em saúde por meio da garantia de acesso humanizado e participativo?

2. OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL:

Compreender as implicações da estratégia de acolhimento multiprofissional no

território da comunidade Cônego de Castro enquanto dispositivo de formação de

sujeitos (trabalhadores e usuários) e potencializador do cuidado integral em saúde por

meio da garantia de acesso humanizado e participativo.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

Refletir sobre o contexto da atenção à saúde no território da comunidade Cônego de

Castro a partir de sua história, suas situações-limite e potencialidades;

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12

Avaliar criticamente a experiência de acolhimento multiprofissional construída pelo

PRMSFC enquanto proposta potencializadora da humanização dos serviços e de

formação de sujeitos;

Propor alternativas de organização dos serviços da unidade de saúde do território no

sentido de se garantir acesso humanizado e participativo e espaços de formação a partir

das experiências e reflexões construídas.

3. METODOLOGIA

3.1 Tipo de pesquisa

Trata-se de um estudo de caso com abordagem qualitativa. Segundo Gil (2009, p. 7) o

estudo de caso é uma modalidade de delineamento de pesquisa onde a unidade-caso é estudada

como um todo, podendo ser constituída por um indivíduo, um grupo, um evento, um programa,

um processo, uma comunidade, uma organização, uma instituição social ou mesmo toda uma

cultura, investigados enquanto fenômeno contemporâneo, ou seja, seu objeto de estudo é um

fenômeno cuja ocorrência se dá no momento em que se realiza a pesquisa. O autor

complementa afirmando que o estudo de caso difere de outros delineamentos (design), como o

experimento e o levantamento, por não separar o fenômeno do seu contexto, ou seja, ele não

restringe de forma deliberada o número de variáveis a serem estudadas com vistas à sua

viabilização, além disso, ele requer a utilização de múltiplos procedimentos de coleta de dados,

como forma de garantir a qualidade da informação e a profundidade do estudo.

3.2 Local e período

Este estudo será realizado na Associação Comunitária da Comunidade Cônego de

Castro, local onde foram realizados até dezembro de 2012 os acolhimentos da área vermelha

do CSF Parque São José. A Associação fica localizada na Avenida Cônego de Castro nº 4.500,

bairro Parque São José, Fortaleza, Ceará.

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13

O período de realização da pesquisa se estenderá de março a maio de 2013.

3.3 Sujeitos de pesquisa

Por se tratar de uma abordagem qualitativa, o critério quantitativo de seleção do

tamanho da amostra não se apresenta como relevante (MINAYO, 2000).

Serão 6 (seis) os sujeitos de pesquisa, sendo 3 (três) usuários, 2 (dois) trabalhadores do

CSF Parque São José e 1 (um) residente multiprofissional. Importante frisar que o circulo de

cultura será composto de sete membros visto que nele, o pesquisador se insere enquanto

pesquisador-participante, junto com os demais componentes do coletivo.

3.4 Critérios de inclusão e exclusão

Os participantes do círculo deverão ter participado em algum momento do processo de

acolhimento multiprofissional no território. Estes participantes poderão ser entrevistados para

complementação da coleta de dados. As entrevistas serão restritas aos participantes do círculo

de cultura.

3.5 Técnicas e instrumentos de coleta de dados

Neste estudo, como estratégia de intervenção de campo, lançarei mão das técnicas do

circulo de cultura originada nos trabalhos do Movimento de Cultura Popular (MCP) da

Universidade Federal de Pernambuco, coordenado por Paulo Freire na década de 60.

Valorizando o conhecimento popular construído a partir do “seu fazer no mundo”, é

reconhecida a cultura dos excluídos, que pressupõe a existência de uma cultura dominante.

Esta última, por sua vez determina valores e atitudes exteriores aos sentidos construídos por

sua história, prática e vida. Assim sendo, o Círculo de Cultura é o espaço da "Ação Cultural,

através da qual se enfrenta, culturalmente, a cultura dominante" (Freire, 1982, p.54).

Segundo Dantas (2010), o Círculo de Cultura constitui-se locus da vivência

democrática, de formas de pensamentos, experiências, linguagens e de vida, que possibilita o

estabelecimento de condições efetivas para a democracia de expressões, de pensamentos e de

lógicas com base no respeito às diferenças e no incentivo à participação em uma dinâmica que

lança o sujeito ao debate, focando os problemas comuns.

Page 15: Anteprojeto de pesquisa acolhimento multiprofissional (2)

14

Serão realizados três encontros do círculo de cultura, em datas diferentes, onde serão

debatidos os seguintes eixos temáticos: acesso, cuidado e formação. As reflexões serão

conduzidas a partir dos eixos transversais: história da comunidade e ações e políticas locais de

saúde. No 1º encontro serão desenvolvidas pelo coletivo, as seguintes problematizações:

1. Quais as principais situações-limite/desafios para a garantia de [acesso humanizado

e participativo] às ações de saúde pela comunidade Cônego de Castro?

2. Quais as potencialidades da comunidade, do CSF Parque São José e do Programa de

Residência Multiprofissional para o enfrentamento/superação dos desafios ao

[acesso humanizado e participativo] da comunidade aos serviços de saúde?

3. Quais aprendizados da experiência do acolhimento multiprofissional no território da

comunidade Cônego de Castro apresentam potencialidade de

enfrentamento/superação dos desafios ao [acesso] aos serviços de saúde?

4. De que forma as potencialidades locais poderiam ser direcionadas para o

enfrentamento dos desafios ao [acesso] aos serviços de saúde?

Nos dois encontros seguintes, serão propostas as mesmas problematizações com a

mudança somente do [eixo temático]. No caso, cuidado em saúde e formação de usuários e

trabalhadores de saúde, respectivamente.

Serão utilizadas, de forma complementar e quando necessárias para maior

aprofundamento das problematizações do círculo de cultura, entrevistas individuais por pautas.

Segundo Gil (2009, p.64), “as entrevistas por pautas orientam-se por uma relação de pontos de

interesse que o entrevistador vai explorando ao longo de seu curso. O entrevistador faz poucas

perguntas diretas e deixa o entrevistado falar livremente”. Na entrevista serão utilizadas como

pautas, as mesmas perguntas/problematizações levantadas para círculo de cultura e que

porventura não tiveram o aprofundamento necessário pelo grupo. Gil (2009, p.65) enfatiza que

“as pautas sejam em número reduzido, para que a entrevista não assuma as características de

questionário”.

Page 16: Anteprojeto de pesquisa acolhimento multiprofissional (2)

15

Para o registro fidedigno das falas do círculo de cultura e das entrevistas as conversas

serão gravadas com prévia autorização dos participantes.

Como percurso metodológico e como pesquisador inserido na prática a ser estudada,

lançarei mão ainda da observação-participante. A observação participante ajuda o pesquisador

a “identificar e obter provas a respeito de objetivos sobre os quais os indivíduos não têm

consciência, mas que orientam seu comportamento” (LAKATOS; MARCONI, 1996, p. 79). O

registro dos dados será impresso no diário de campo que será utilizado como mais uma

ferramenta de coleta de dados.

Os dados serão analisados a partir da metodologia de análise de conteúdo que, segundo

Bardin (1977), é definida como: “Um conjunto de técnicas de análise das comunicações

visando obter, por procedimentos, sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das

mensagens, indicadores (quantitativos ou não) que permitam a inferência de conhecimentos

relativos às condições de produção/recepção (variáveis inferidas) destas mensagens.” Para

Ferreira (2012), “A análise de conteúdo é usada quando se quer ir além dos significados, da

leitura simples do real. Aplica-se a tudo que é dito em entrevistas ou depoimentos ou escrito

em jornais, livros, textos ou panfletos, como também a imagens de filmes, desenhos, pinturas,

cartazes, televisão e toda comunicação não verbal: gestos, posturas, comportamentos e outras

expressões culturais”.

3.6 Aspectos Éticos

A coleta dos dados, através do círculo de cultura, terá como premissa a autorização,

no Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), por todos os sujeitos participantes da

pesquisa.

A pesquisa seguirá conforme os preceitos da Resolução n.º196/96 do Conselho

Nacional de Saúde que dispõe sobre pesquisas com seres humanos (BRASIL, 1996):

Autonomia – por meio do termo de consentimento livre e esclarecido que os participantes da

pesquisa deverão assinar como garantia do cumprimento de todas as normas dessa resolução;

Page 17: Anteprojeto de pesquisa acolhimento multiprofissional (2)

16

Beneficência – uma vez que a pesquisa não oferecerá riscos aos voluntários e, ao contrário,

poderá contribuir para melhorias quanto à sua atuação profissional; Não maleficência – todos

os danos que possam ser evitados serão prevenidos; Justiça e equidade – que se caracteriza por

levar adiante uma investigação que tenha relevância para sociedade.

Considera-se que toda pesquisa envolvendo seres humanos envolve risco. O dano

eventual poderá ser imediato ou tardio, comprometendo o indivíduo ou a coletividade. Este

estudo, como relatado acima, será realizado obedecendo a metodologia do Círculo de Cultura,

estratégia de intervenção de campo que tem por princípio o respeito às diferenças e a garantia

de participação democrática dos sujeitos da pesquisa na construção de saberes sobre a realidade

vivida e compartilhada por eles próprios. Nela, os participantes assumem papel protagonista na

construção de saberes sobre sua realidade concreta, incluída aí a compreensão sobre os

objetivos e limitações de um estudo que visa tratar sobre um problema tão relevante para a

comunidade. Creio que o Círculo de Cultura, seja a estratégia de maior potencial de construção

de conhecimento e de menor risco aos sujeitos de pesquisa exatamente por exigir como

princípio prévio a participação livre e ativa de todos os sujeitos de pesquisa, além de oferecer

elevada possibilidade de se construir conhecimentos a respeito de um problema considerado

relevante não só pelos moradores da comunidade Cônego de Castro, mas pelos usuários do

SUS de uma forma geral, que é a garantia de acesso aos serviços de saúde.

Em conformidade com a resolução 196/96, apesar dos riscos potenciais, esta pesquisa

apresenta grande possibilidade de gerar conhecimento para entender um problema que afeta o

bem-estar dos sujeitos da pesquisa e de outros indivíduos, no caso as dificuldades de acesso aos

serviços de saúde na atenção básica em decorrência da desorganização dos processos de

trabalho, das carências estruturais e principalmente das desiguais relações de poder

estabelecidas entre usuários, trabalhadores e gestores dos serviços de saúde, que

cotidianamente desumanizam a atenção e/ou negam o acesso a um direito de cidadania. Neste

sentido, acreditamos que o risco se justifique pela importância do benefício esperado.

Page 18: Anteprojeto de pesquisa acolhimento multiprofissional (2)

17

Assumimos ainda a responsabilidade de suspender a pesquisa imediatamente ao

perceber algum risco ou dano à saúde do sujeito participante da pesquisa, consequente à

mesma, não previsto no termo de consentimento, de informar ao Comitê de Ética em Pesquisa

da instituição sobre quaisquer efeitos adversos ou fatos relevantes que alterem o curso normal

do estudo e conjuntamente com a instituição responsável assumir a responsabilidade de dar

assistência integral às complicações e danos decorrentes dos riscos previstos.

Existe a percepção estabelecida não apenas pelo senso-comum, mas por diversos

estudos da realidade da atenção à saúde no Brasil de que a garantia de acesso humanizado,

participativo e resolutivo às ações e serviços de saúde no interior do SUS é algo que

concretamente ainda não conseguiu efetivar-se. A realidade da unidade de saúde CSF Parque

São José, responsável pelo cuidado em saúde da comunidade Cônego de Castro, apresenta

singularidades em termos de organização do seu processo de trabalho que, principalmente com

a chegada de uma turma de trabalhadores de saúde do PRMSFC, promoveram mudanças na

forma como os processos de acesso e organização do cuidado nos serviços e no relacionamento

interpessoal entre trabalhadores e usuários eram antes estabelecidos ou conformados. Diante

deste quadro, compreender, a partir do ponto de vista destes atores, como se organizam a

comunidade e os serviços e como poderiam (ou deveriam) organizar-se de modo a garantir o

acesso e o cuidado humanizado, participativo e resolutivo oferecerá a estes mesmos atores a

possibilidade de melhor conhecendo a realidade construírem coletivamente alternativas de

enfrentamento à realidade desumanizada dos serviços locais de saúde. O principal benefício,

neste sentido, aponta para o futuro sem tirar os pés do presente, ou seja, propõe refletir sobre os

problemas reais, concretos da atenção local à saúde da comunidade, garantindo a esta não

apenas o protagonismo do pensar, mas também do fazer, do agir, do construir.

Este trabalho se propõe, em suma, a ser mais um dos vários instrumentos da

comunidade e dos trabalhadores, que apontam para a necessária mudança dos processos de

trabalho como forma de garantir o direito à saúde, como direito de cidadania.

Page 19: Anteprojeto de pesquisa acolhimento multiprofissional (2)

18

4. CRONOGRAMA

Outubro a

Dezembro

/2012

Janeiro

/2013

Fevereiro/

2013

Maio/

2013

Junho /

2013

Julho/

2013

Levantamento/

Revisão

bibliográfica

X

Finalização do

projeto e

planejamento

dos Círculos de

Cultura

X

Envio ao

Comitê de

Ética

X

Realização dos

Círculos X

Coleta de dados X

Análise final

dos dados X X

Produção do

relatório X X

Defesa do TCC X

Quadro 1 - Cronograma de Atividades do Projeto de Pesquisa.

Page 20: Anteprojeto de pesquisa acolhimento multiprofissional (2)

19

5. ORÇAMENTO

A pesquisa intitulada: O ACOLHIMENTO MULTIPROFISSIONAL COMO

DISPOSITIVO DE ACESSO, FORMAÇÃO E ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE: A

EXPERIÊNCIA DA COMUNIDADE CÔNEGO DE CASTRO - FORTALEZA - CE está

orçada em R$ 467,00 (quatrocentos e sessenta e sete reais), conforme planilha abaixo:

FASES VALOR (R$)

PLANEJAMENTO

01 Resma de Papel A4 15,00

01 Cartucho para impressora HP Deskjet F4280 40,00

01 Encadernação 8,00

COLETA DE DADOS

01 Resma de Papel A4 15,00

12 Papéis madeira 35,00

10 pincéis 25,00

ANÁLISE, INTERPRETAÇÃO E APRESENTAÇÃO

03 Resmas de Papel A4 45,00

03 Cartuchos para impressora HP Deskjet F4280 105,00

03 Encadernações 24,00

Revisão do texto 150,00

CD-Rom 5,00

TOTAL R$ 467,00

Quadro 2 - Planilha de custos

Os recursos para a realização da pesquisa serão financiados pelo autor do projeto

de pesquisa.

Fortaleza, 31 de janeiro de 2013.

______________________________________________________

Claudio Ferreira do Nascimento

REFERÊNCIAS

Page 21: Anteprojeto de pesquisa acolhimento multiprofissional (2)

20

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2004.

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BRASIL. Conselho Nacional de Saúde. Resolução CNS n.º 196, de 10 de outubro de 1996.

Aprova as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos.

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Política Nacional de Humanização. – 2ª. Ed. – Brasília: Ministério da Saúde, 2006.

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2008.

Page 23: Anteprojeto de pesquisa acolhimento multiprofissional (2)

22

APÊNDICES

Page 24: Anteprojeto de pesquisa acolhimento multiprofissional (2)

23

APÊNDICE A

Roteiro Entrevista

1. Para você quais as principais situações-limite/desafios para a garantia de [acesso

humanizado e participativo] às ações de saúde pela comunidade Cônego de Castro?

2. Que potencialidades você percebe na comunidade, no CSF Parque São José e no

Programa de Residência Multiprofissional para o enfrentamento/superação dos

desafios ao [acesso humanizado e participativo] da comunidade aos serviços de

saúde?

3. Para você quais aprendizados da experiência do acolhimento multiprofissional no

território da comunidade Cônego de Castro apresentam potencialidade de

enfrentamento/superação dos desafios ao [acesso] aos serviços de saúde?

4. De que forma as potencialidades locais poderiam ser direcionadas para o

enfrentamento dos desafios ao [acesso] aos serviços de saúde?

Page 25: Anteprojeto de pesquisa acolhimento multiprofissional (2)

24

APÊNDICE B

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

O(a) Sr.(a) está sendo convidado(a) a participar da pesquisa intitulada O ACOLHIMENTO

MULTIPROFISSIONAL COMO DISPOSITIVO DE ACESSO, FORMAÇÃO E

ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE: A EXPERIÊNCIA DA COMUNIDADE CÔNEGO

DE CASTRO - FORTALEZA - CE , que tem como objetivo geral Compreender as

implicações da estratégia de acolhimento multiprofissional no território da comunidade Cônego

de Castro enquanto dispositivo de formação de sujeitos (trabalhadores e usuários) e

potencializador do cuidado integral em saúde por meio da garantia de acesso humanizado e

participativo. Como instrumentos de coleta de dados serão utilizados: o círculo de cultura,

entrevista individual e observação participante. Dessa forma, CONVIDAMOS você a

participar da pesquisa discorrendo sobre questões norteadoras sobre o tema acima proposto que

poderá ser gravada se você concordar.

Garantimos que a pesquisa não trará nenhuma forma de prejuízo, dano ou transtorno para

aqueles que dela participar. Todas as informações obtidas neste estudo serão mantidas em

sigilo e sua identidade não será revelada. Vale ressaltar, que sua participação é voluntária e o

senhor (a) poderá a qualquer momento solicitar sua exclusão do estudo, sem qualquer prejuízo

ou dano. Comprometemo-nos a utilizar os dados coletados somente para a pesquisa e os

resultados poderão ser veiculados através de artigos científicos e revistas especializadas e/ou

encontros científicos e congressos, sempre preservando sua identificação. Todos os

participantes poderão receber quaisquer esclarecimentos acerca da pesquisa e, ressaltando

novamente, terão liberdade para não participarem quando não acharem mais conveniente.

Para quaisquer esclarecimentos entrar em contato com o pesquisador responsável Claudio

Ferreira do Nascimento [contato: (85) 8724 1871] ou com a orientadora Prof.ª Dra. Vera Lúcia

de Azevedo Dantas [contato: (85) 9617 3886]. O Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade

Estadual do Ceará encontra-se disponível para quaisquer esclarecimentos pelo fone (85)

31019890. Endereço: Av. Paranjana 1.700, Campus do Itapery, Fortaleza, Ceará.

Este termo está elaborado em duas vias, sendo uma para o sujeito participante da pesquisa e

outra para arquivo do pesquisador. Eu,

__________________________________________________, após tomar conhecimento da

forma como será realizada a pesquisa (circulo de cultura e/ou entrevista e diário de campo),

aceito, de forma livre e esclarecida, participar da pesquisa.

Fortaleza, _____ de _______________de 2013.

___________________________________

Participante

____________________________________

Claudio Ferreira do Nascimento (Pesquisador)

Page 26: Anteprojeto de pesquisa acolhimento multiprofissional (2)

25

APÊNDICE C

DECLARAÇÃO DE ANUÊNCIA

Declaro, para os devidos fins, que concordo em participar como pesquisador do estudo intitulado O

ACOLHIMENTO MULTIPROFISSIONAL COMO DISPOSITIVO DE ACESSO,

FORMAÇÃO E ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE: A EXPERIÊNCIA DA COMUNIDADE

CÔNEGO DE CASTRO - FORTALEZA - CE proposto pelo pesquisador Claudio Ferreira do

Nascimento, residente do Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Família e

Comunidade (PRMSFC) do Sistema Municipal de Saúde Escola (SMSE) de Fortaleza, chancelado

pela Universidade Estadual do Ceará.

__________________________

Claudio Ferreira do Nascimento

Cirurgião-Dentista Residente do PRMSFC

_____________________________

Vera Lúcia de Azevedo Dantas

Orientadora e Colaboradora da Pesquisa

Page 27: Anteprojeto de pesquisa acolhimento multiprofissional (2)

26

APÊNDICE D

SOLICITAÇÃO DE AUTORIZAÇÃO

A Secretaria Municipal de Saúde/Sistema Municipal de Saúde Escola de Fortaleza

Prezados (a) Senhores (a),

Em virtude da realização da pesquisa intitulada, O ACOLHIMENTO

MULTIPROFISSIONAL COMO DISPOSITIVO DE ACESSO, FORMAÇÃO E

ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE: A EXPERIÊNCIA DA COMUNIDADE CÔNEGO

DE CASTRO - FORTALEZA - CE, como requisito para elaboração de Trabalho de

Conclusão de Curso para conclusão da Residência Multiprofissional em Saúde da Família e

Comunidade (RMSFC), venho através deste, solicitar autorização para realizar a referida

pesquisa em equipamento social da área de abrangência de Centro de Saúde da Família deste

Município conforme detalhamento no Projeto de Pesquisa. Aproveito a oportunidade para

esclarecer que:

a) As informações levantadas serão utilizadas exclusivamente para se atingir os objetivos da

pesquisa;

b) Nenhum indivíduo que faça parte desse estudo será exposto a qualquer espécie de

constrangimento;

c) Em caso de qualquer necessidade de esclarecimento, pode-se entrar em contato com o

pesquisador ou o orientador da pesquisa.

Pesquisador: Claudio Ferreira do Nascimento / E-mail: [email protected]

Endereço: Rua Dr. Manuel Teófilo, 199 – Itapery - Fortaleza–CE.

Telefones: 85 32929300 / 8724 1871 / 9135 9270

Orientador da Pesquisa: Profª Dra. Vera Lúcia de Azevedo Dantas

Telefone: 85 9617 3886

Eu, Claudio Ferreira do Nascimento, assumo perante a Secretaria Municipal de

Saúde/Sistema Municipal de Saúde Escola do Município de Fortaleza-CE, a responsabilidade

pelo termo.

Claudio Ferreira do Nascimento

Residente do Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Família e Comunidade

do Sistema Municipal de Saúde Escola

Fortaleza, 31 de janeiro de 2012.