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Ano XXVII - Nº 124 - nov/dez 2014 SÓCIOS SÃO NOTÍCIA Avelina Noronha de Almeida, em novembro, dentre mais de 400 concorrentes nacionais e estrangeiros, foi classificada em terceiro lugar, categoria poesia, no Concurso Literário da Academia Feminina Mineira de Letras e da Universidade Livre da Academia Mineira de Letras, com o poema “As Quatro Estações”. Roberto Guião de Souza Lima, no dia 29 de novembro, em Lorena-SP, em razão de suas atividades voltadas a investigar, estudar, e valorizar o passado e o presente do Vale do Paraíba, da constante transmissão de seus conhecimentos e da postura permanente na defesa do patrimônio cultural e ambiental da região, foi agraciado com a Medalha de Mérito do Instituto de Estudos Valeparaibanos, edição 2014. Regina Cascão e Cinara Jorge, em viagem a Uruguai e Argentina em dezembro, incluíram como item obrigatório em seu roteiro a cidade uruguaia de Colonia del Sacramento, onde lhes causou emoção conhecer a igreja reconstruída no mesmo lugar da ermida original. Ali se deram os primeiros casamentos, cujos livros de assento encontram-se na Cúria Metropolitana do Rio de Janeiro, a partir dos quais foram confeccionadas fichas de registro do acervo CBG CBG - Carta Mensal 124 - nov/dez 2014 • 01 Almoço de Confraternização – Aconteceu no dia 8 de novembro no Salão de Festas do Edifício Prof. Flexa Ribeiro, rua Dona Mariana, no bairro de Botafogo, Rio de Janeiro, com a presença de associados e familiares. A pedido dos presentes ao evento do fim de 2013, foi novamente contratado o delicioso bufê de crepes que tanto sucesso havia feito então, agradando os “habitués” e encantando aqueles que, pela primeira vez, honraram-nos com sua presença. A atmosfera reinante não poderia ser mais agradável e tivemos momentos de verdadeira confraternização. Mais uma vez agradecemos à Amiga-do-CBG Adriana Girotto pela cessão das instalações e registramos nossa alegria pela animada presença dos confrades, destacando-se Cinara Jorge, Marcelo Bogaciovas e Roberto Guião, que vieram de outras cidades. Vejam a seguir uma das imagens que registrou o evento, tomada por Carlos Eduardo Barata, nela destacados apenas os nomes dos associados CBG presentes COMEMORAÇÃO DE FIM DE ANO 2014 Igreja Matriz do Santíssimo Sacramento Coluna remanescente da reforma “da antiga igreja portuguesa” 1731

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Page 1: Ano XXVII - Nº 124 - nov/dez 2014 · 2018. 6. 26. · Ano XXVII - Nº 124 - nov/dez 2014 SÓCIOS SÃO NOTÍCIA • Avelina Noronha de Almeida, em novembro, dentre mais de 400 concorrentes

Ano XXVII - Nº 124 - nov/dez 2014

SÓCIOS SÃO NOTÍCIA

• Avelina Noronha de Almeida, em novembro, dentre mais de 400 concorrentes nacionais e estrangeiros, foi classificada em terceiro lugar, categoria poesia, no Concurso Literário da Academia Feminina Mineira de Letras e da Universidade Livre da Academia Mineira de Letras, com o poema “As Quatro Estações”.

• Roberto Guião de Souza Lima, no dia 29 de novembro, em Lorena-SP, em razão de suas atividades voltadas a investigar, estudar, e valorizar o passado e o presente do Vale do Paraíba, da constante transmissão de seus conhecimentos e da postura permanente na defesa do patrimônio cultural e ambiental da região, foi agraciado com a Medalha de Mérito do Instituto de Estudos Valeparaibanos, edição 2014.

• Regina Cascão e Cinara Jorge, em viagem a Uruguai e Argentina em dezembro, incluíram como item obrigatório em seu roteiro a cidade uruguaia de Colonia del Sacramento, onde lhes causou emoção conhecer a igreja reconstruída no mesmo lugar da ermida original. Ali se deram os primeiros casamentos, cujos livros de assento encontram-se na Cúria Metropolitana do Rio de Janeiro, a partir dos quais foram confeccionadas fichas de registro do acervo CBG

CBG - Carta Mensal 124 - nov/dez 2014 • 01

Almoço de Confraternização – Aconteceu no dia 8 de novembro no Salão de Festas do Edifício Prof. Flexa Ribeiro, rua Dona Mariana, no bairro de Botafogo, Rio de Janeiro, com a presença de associados e familiares. A pedido dos presentes ao evento do fim de 2013, foi novamente contratado o delicioso bufê de crepes que tanto sucesso havia feito então, agradando os “habitués” e encantando aqueles que, pela primeira vez, honraram-nos com sua presença. A atmosfera reinante não poderia ser mais agradável e tivemos momentos de verdadeira confraternização. Mais uma vez agradecemos à Amiga-do-CBG Adriana Girotto pela cessão das instalações e registramos nossa alegria pela animada presença dos confrades, destacando-se Cinara Jorge, Marcelo Bogaciovas e Roberto Guião, que vieram de outras cidades. Vejam a seguir uma das imagens que registrou o evento, tomada por Carlos Eduardo Barata, nela destacados apenas os nomes dos associados CBG presentes

COMEMORAÇÃO DE FIM DE ANO 2014

Igreja Matriz do Santíssimo Sacramento Coluna remanescente da reforma “da antiga igreja portuguesa” 1731

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CBG - Carta Mensal 124 - nov/dez 2014 • 03

NOTÍCIAS DO CBG

• Novos associados – O CBG dá as boas vindas aos novos confrades aprovados pela Diretoria para integrar o Quadro Associativo: os colaboradores David Carvalho Kallás – médico, residente em Santa Rita do Sapucaí, MG e Jauro Francisco da Silva Filho, oficial do Exército, ainda residindo no Rio de Janeiro, em trânsito para Manaus, AM.

• Visita – No dia 17 de novembro, o CBG recebeu Joana d'Arc do Valle Rodrigues, residente em Viçosa, MG. Além das pesquisas realizadas no acervo CBG e da conversa encantadoramente mineira, registre-se aqui – para que haja testemunhas – a promessa de, na próxima visita, trazer o doce de leite de sua cidade, declarado por Regina Cascão o melhor do mundo!

• Biblioteca - Informamos aos novos associados - e recordamos aos antigos - que o Estatuto CBG traz em seu Art. 12 - item b a obrigação do associado em "doar à biblioteca um exemplar das publicações de sua autoria nas áreas de interesse do Colégio". Em razão do exíguo espaço para guarda, só temos como adicionar a nosso acervo obras eminentemente genealógicas ou que tenham, em seu conteúdo, pelo menos uma boa parte que trate de genealogia, nossa precípua razão de existência.Registramos nossos agradecimentos aos que enviaram volumes de sua autoria, para ampliar o acervo CBG. São os seguintes os livros registrados no período.- Alberto Ribeiro Lamego – Subsídios para uma biografia – de Salvador Mata e Silva, doação do autor.O autor apresenta o geólogo brasileiro, autoridade em Geografia Física e Humana, sociólogo e engenheiro de minas, também conhecido como Alberto Lamego Filho.

- Permínio Ásfora – Centenário de nascimento – de Adauto Ramos, doação do autor.Em mais uma das dezenas de obras de sua autoria, diz o confrade Adauto: “com um ano de atraso, presto uma homenagem a este notável escritor meio-paraibano, autor do romance Sapé, pela passagem do seu centenário de nascimento.” Traz dados genealógicos e biobibliografia.

QUE NOME É ESTE QUE DERAM A MEU FILHO?

Colaboração de Cinara Jorge – Três Rios, RJ

Jornal A Tribuna – de Paraíba do Sul, RJ – edição de 06.08.1931

Protesto

Chegando ao meu conhecimento que parentes de minha mulher levaram à pia batismal meu filho, dando-lhe o nome de Ivo, venho contra isto protestar, porquanto foi ele registrado no cartório do Oficial do Registro Civil de Areal com o nome de Alencar Monsores Carvalho, sendo este, por conseguinte, o seu verdadeiro nome.Aproveito a oportunidade para agradecer ao distinto Dr. Adão Nogueira a honra que me conferiu de ser o padrinho do meu referido filho, deixando por isso, aqui expresso, os meus agradecimentos.

Cruz das Piteiras, 5 de agosto de 1931.Alencar de Moraes Carvalho

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04 • CBG - Carta Mensal 124 - nov/dez 2014

LANÇAMENTOS

• Brasiliana IHGB – Em mais de 700 páginas e 2300 imagens, o livro comemora os 175 anos de fundação do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro - IHGB, detentor de um dos mais ricos acervos do país. São centenas de milhares de obras de arte, livros, documentos, mapas e objetos que contam nosso passado remoto e recente.

Organizado por Pedro Corrêa do Lago e com projeto gráfico do designer Victor Burton, em suas mais de 700 páginas e 2300 imagens, o livro apresenta muitas das peças mais representativas da imensa coleção cuidadosamente preservada pelo IHGB ao longo de sua história, e as dividiu em dez categorias - obras de arte, livros e impressos, documentos manuscritos, cartografia, fotografia, heráldica, efêmera, objetos históricos, numismática e uma seção denominada ihgbiana, reunindo peças diretamente ligadas à vida institucional - as quais, por seu turno, desdobram-se em 25 outros subtítulos, além de um anexo, com obras complementares.

Como toda seleção, esta não se propõe ser mais do que uma amostra. Pequena amostra, poder-se-ia até dizer, tal a dimensão e variedade dos itens que compõem a coleção do IHGB, mas suficiente para despertar a curiosidade, o interesse e a pesquisa sobre o acervo que se acha à disposição de estudiosos e cultores da Memória Nacional. E mais do que isto: apta a servir de exemplo e inspiração para quantos mais, ao longo do tempo, desejem confiar-lhe a guarda de testemunhos de nossa história.

Pode ser adquirida diretamente da Editora Capivara www.editoracapivara.com.br ou nas livrarias.

• Em novembro, o primeiro número da revista Ancestros, publicação periódica da Academia Colombiana de Genealogia, presidida pelo confrade Luis Álvaro Gallo Martinez. Com 280 páginas, apresenta os trabalhos selecionados como finalistas do concurso História Familiar, que a Academia realiza há alguns anos.

• Dicionário Geográfico, Histórico e Descritivo do Império do Brasil, - A Fundação João Pinheiro e o IPEA lançaram dia 28 de novembro a reedição crítica e ampliada do militar francês J. C. R. Milliet de Saint-Adolphe, na Casa de Rui Barbosa, Rio de Janeiro.

Escrito durante 26 anos de residência do autor em território nacional e editado em 1845, foi uma das primeiras obras a ultrapassar o recorte provincial e oferecer uma descrição geral e circunstanciada de todo o Império.De forma ambiciosa, Saint-Adolphe se propôs a fornecer um panorama do estágio de desenvolvimento de cada província, cidade, vila e aldeia do País, destacando seus aspectos históricos, dados de população, comércio, indústria, agricultura e mineração.

No âmbito da geografia, traz o nome e a descrição dos rios, lagoas, serras e montes, dedicando especial atenção, no caso das aglomerações urbanas, aos estabelecimentos escolares e setores produtivos. É, além disso, um verdadeiro guia de viagem, com informações detalhadas sobre as condições de navegabilidade dos rios e dos principais caminhos e estradas. Esta nova edição traz uma atualização toponímica das principais aglomerações urbanas do século XIX, sendo para isso utilizadas as bases de dados e informações históricas dos municípios brasileiros do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e outras fontes complementares.

Dentro dos padrões editoriais adotados pelo Ipea e pela Fundação João Pinheiro, em sua renomada Coleção Mineiriana, o Dicionário de Milliet de Saint-Adolphe teve sua ortografia atualizada e foi acrescido de índices que facilitam bastante a sua consulta: como o de topônimos atualizados, de nomes e personagens históricos citados pelo autor e o índice dos verbetes agrupados por província.

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CBG - Carta Mensal 124 - nov/dez 2014 • 05

• Brasões de Armas – Armorial Histórico da Casa da Torre de Garcia d'Ávila – Raízes e Vínculos Além-mar – Em novembro, Christovão de Avila promoveu três eventos de lançamento de sua obra, com palestra e sessão de autógrafos: dia 12, no Rio de Janeiro, no Museu Histórico Nacional – MHN; .dia 13, no Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, em Salvador;- BA e no dia 15, no Castelo da Torre de Garcia d'Ávila, Praia do Forte-BA.Publicação da Editora HEXIS com patrocínio Petrobras, com 90% da tiragem distribuídos a entidades culturais (entre elas o CBG) e filantrópicas, por meio de suas 512 imagens e 184 páginas a obra documenta e reproduz a riqueza histórica e artística do Armorial, com desenhos de 188 Brasões de Armas por Victor Hugo Carneiro Lopes, transcrevendo seus vínculos genealógicos e institucionais.

Homenageia a Índia Catarina Paraguaçu, batizada Katherine du Brésil em Saint Malo na Bretanha, completados 500 anos do seu nascimento e 500 anos da chegada do português Diogo Álvares, o Caramuru, que com ela formou a primeira família brasileira documentada, a mais antiga raiz genealógica da Casa da Torre no Brasil. Segundos genealogistas, descendem de Caramuru cerca de 20 milhões de brasileiros. Traz textos de personalidades do cenário cultural: como o saudoso Rui Vieira da Cunha, Vera Tostes, Consuelo Pondé de Sena; prefácio de Dom Emanuel d'Able do Amaral, OSB, Arquiabade do Mosteiro de São Bento da Bahia, e posfácio do heraldista Miguel Metelo de Seixas, presidente do Instituto Português de Heráldica.

Aquisição a preço promocional de lançamento por meio da página da editora www.hexiseditora.com.br.

PETITE-HISTOIRE: 2º BARÃO DE ITAMARACÁ

Por Pedro Auler., Rio de Janeiro-RJ.

Na sessão do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro – IHGB, realizada em 23/10/1968, Américo Jacobina Lacombe (1909-1993) pronunciou o discurso de saudação [1] ao novo sócio Carlos G. Rheingantz (1915-1988), anunciando que a conferência de posse [2] conduziria os presentes a uma “excursão turística” pelo velho Rio com alguma coisa de sua grande reserva de fatos da petite-histoire.Com efeito, as palavras de Rheingantz fazem com que os presentes deixem, virtualmente, o edifício do Instituto – que agora também abriga o CBG – e partindo do Largo da Lapa sigam até o Largo dos Leões e retornem ao edifício, percorrendo ruas no centro da cidade e nos bairros da Glória, Catete, Flamengo e Botafogo, em uma viagem no tempo, com trechos intercalados a cada 50 anos (1818, 1868, 1918 e 1968).A excursão, virtualmente em 1868, chega no final da atual Rua Marquês de Abrantes e diz o “guia” Rheingantz:

“Chegamos à praia de Botafogo. Na esquina, lado esquerdo, e ímpar, vemos uma casa famosa pelas recepções. Foi da família real, passou para Dom Pedro I e os herdeiros dele, que morreu como Duque de Bragança, venderam-na em 1840 a Miguel Calmon du Pin e Almeida, primeiro do nome, então com 46 anos de idade e recém-casado com uma menina de 14, a jovem Dona Maria Carolina da Piedade Pereira Bahia, única filha mulher do Visconde de Meriti (37), a quem nos referimos. Era jovem e rica herdeira. O marido, que era 32 anos mais velho do que ela, agraciado com a mercê de Visconde de Abrantes, foi elevado a marquês em 1854 e faleceu a 13 de setembro de 1865. A marquesa não demorou na sua viuvez pouco sentida. Casou oito meses mais tarde (38) com seu médico particular, o Dr. Joaquim Antônio de Araújo e Silva. A ex-marquesa perdera o título de nobreza.

Para recuperá-lo, será preciso que o rei de Portugal conceda ao marido o título de Visconde de Silva. Entretanto, somente em 1876, dez anos depois do casamento, é que o Governo Imperial se dignará brindá-lo com uma mercê: de Barão do Catete. A ex-marquesa morrerá Viscondessa de Silva e Baronesa do Catete, em Paris, no ano de 1880.

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06 • CBG - Carta Mensal 124 - nov/dez 2014

Tanto na primeira gestão matrimonial como na segunda fase, Dona Maria Carolina dará em sua casa festas e recepções esplêndidas.

Conta-se (não é documentado mas tem “pinta” de autenticidade)[3] que Maciel Monteiro, o Dr. Antônio Peregrino Maciel Monteiro [4], 2º Barão de Itamaracá, diplomata, ministro de Estado e, sobretudo, poeta e repentista e don Juan renitente, barrou com o braço a passagem de uma formosa dama à descida da escada, pedindo-lhe um beijo.

- Peça em verso, disse-lhe ela em tom de desafio.E ele, prontamente, saiu-se com esta:

Suspende Anália divinaDo teu recato, o pudorNão beija o zéfiro a flor?Não beija a aurora a bonina?Quando o sol, meigo, se inclina,Não beija as ondas também?Se ao doce pombo convémBeijar a rola inocenteSe a natureza o consente,Deixa beijar-te meu bem.

E por este descuidado gesto ficou o “crachá” de uma de suas condecorações [5, 6] preso entre as rendas do peitilho da bela dona...”

(37) Casou Maria Carolina da Piedade Pereira Bahia em primeiras núpcias no Rio a 14-11-1840 com Miguel Calmon du PIn e Almeida, futuro Visconde e Marquês de Abrantes. Ela nascera a 15-2-1826. Tinha, ao casar, 14 anos. Ele, nascido na Bahia, a 26-10-1794, tinha 46 anos e era portanto 32 anos mais velho do que ela.(38 ) A marquesa viúva de Abrantes casou segunda vez no Rio a 10-5-1866 (portanto 7 meses e 25 dias após a morte do 1º marido), com o médico Dr. Joaquim Antônio de Araújo e Silva. Por ocasião desse casamento, tinham ambos 40 anos de idade.

.......................................................................................................

Sobre o 2º Barão de Itamaracá – médico, deputado provincial e geral, ministro, diretor do curso jurídico de Olinda, conselheiro, presidente da Sociedade de Medicina de Pernambuco e ministro plenipotenciário do Brasil em Portugal, além de grande poeta e também grande orador - escreveu Joaquim Manuel de Macedo: “Talento descomunal, inteligência clara e feliz, imaginação brilhante e faceira”, além de registrar o aspecto de bon vivant do Barão: “Maciel Monteiro frequentava apaixonado os teatros, os bailes, as sociedades dos círculos mais elegantes, e ele próprio era o tipo da mais exigente e caprichosa elegância, no trajar sempre rigorosamente à moda, e no falar sempre em mimos de delicadeza e de refinada cortesia em que sem pretensão nem demasia seu espírito sutil e sua imaginação de poeta radiavam suave e encantadamente.” [7]

1 Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro”, v. 281, outubro-dezembro. Rio de Janeiro: Departamento de Imprensa Nacional, 1969, pp. 91 a 98

2 Ibid.,pp. 99 a 126.

3 “O Reformador”, Rio de Janeiro, 15/04/1870 publicou nota atribuindo a José Elói Ottoni a autoria do “mimoso improviso”. http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=226440&PagFis=1086

4 *1804 -† 1868, bacharel em letras, bacharel em ciências e doutor em medicina pela Universidade de Paris (“Diccionario Biographico de Pernambucanos Celebres”, Francisco Augusto Pereira da Costa (1851-1923). Recife: Typographia Universal, 1882, pp. 156, 157 e 164).

5 Escreveu Pereira da Costa: “Em 1841, foi agraciado com o oficialato do Cruzeiro, em 1854 com a grande dignatária da Rosa e a grã-cruz de Cristo de Portugal, em 1855, com a grã-cruz de S. Gregório Magno de Roma e posteriormente com a de uma das ordens da Suécia.” Diccionario Biographico de Pernambucanos Celebres”, Francisco Augusto Pereira da Costa (1851-1923). Recife: Typographia Universal, 1882, p. 165).

6 Nas palavras de Orlando Cavalcanti: “Ostentava fúlgidas condecorações.”. “Gente de Pernambuco”, v. 2, Orlando Marques Cavalcanti de Albuquerque (1919-1984). Recife: Editora Universitária da UFPE, 2000, p. 150.

7 “Anno Biographico Brazileiro”, v. III, pp. 95 e 96, de Joaquim Manuel de Macedo (1820-1882). Rio de Janeiro: Typograhia e Lithographia do Imperial Instituto Artistico, 1876. Citado no “Diccionario Biographico de Pernambucanos Celebres”, Francisco Augusto Pereira da Costa (1851-1923). Recife: Typographia Universal, 1882, p. 157).

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CBG - Carta Mensal 124 - nov/dez 2014 • 07

ASSOCIADOS EM DESTAQUE

LEANDRO CARMONAO ano de 2007 foi recorde de adesões ao CBG - entre elas, o vigésimo sexto a associar-se foi Leandro Francisco Carmona Ferreira. Nascido em Sertãozinho – SP, filho de Geraldo Luiz Ferreira e Ana Maria Carmona Ferreira, descende de imigrantes portugueses do continente e da Madeira, espanhóis e italianos.Graduado em Ciências Políticas pela Universidade de Brasília – UnB, com especialização em História na área de 'Memória, Patrimônio e Identidade', e pós-graduado em 'História, Sociedade e Cidadania'. Trabalhou em diversos órgãos do Governo Federal na área de relações institucionais e orçamentária, e atualmente é secretário Parlamentar no Senado Federal. Tem trabalhos publicados em periódicos diversos nas áreas de Memória, História Oral, Patrimônio, Identidades e Genealogia.

O lugar onde nasceu, Sertãozinho, é um município no interior do Estado de São Paulo, a 579 metros de altitude, fundado em 1896, importante polo do setor sucroalcooleiro, com população estimada em 2014 pelo IBGE em pouco menos de 119 mil habitantes. Já se chamou Capela, Engenho Nossa Senhora Aparecida de Sertãozinho, Aparecida de Sertãozinho e Vila de Sertãozinho.Nascido e criado nesse cenário, desde cedo interessou-se pela história de sua família e a partir daí adveio a ampliação desse interesse: há 15 anos vem realizando pesquisas histórico-genealógicas sobre a formação da cidade de Sertãozinho e suas famílias pioneiras. Reuniu registros, documentos, livros, fotografias e outros materiais acerca da história sertanezina, o que possibilitou estarem hoje consolidadas história e genealogia de centenas de famílias locais, assim como resgatadas origem, formação e memória do povo da região.

Este número do boletim Carta Mensal destaca Leandro Carmona devido à sua atuação no periódico regional Momento, como responsável pela coluna semanal Nossa Família Sertanezina, onde, de forma didática e acessível, busca, segundo ele próprio esclarece, “conscientizar a população do valor da riquíssima História local, e da genealogia que é parte integrante dela, a fim de que se recuperem grandes nomes, fatos, realizações e lembranças do importante passado de Sertãozinho – e que, assim, lhes seja feita a devida justiça”.Ao examinar alguns números do jornal, o CBG pôde comprovar a grande aceitação da coluna entre os leitores, fazendo com que o mero desejo inicial de conseguir nomes e documentos para a obtenção de cidadania estrangeira (movimento bastante significativo numa cidade em que a maioria da população tem origem europeia), venha sendo significativamente sobrepujado pela verdadeira busca das origens e da história familiar. Além da população em si, da mesma forma grupos como os clubes Lions e Rotary, e também órgãos públicos, encantam-se com o registro histórico do até então desconhecido, e vêm convidando o confrade para palestras e apresentações sobre memória, história e genealogia locais.

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08 • CBG - Carta Mensal 124 - nov/dez 2014

TELMO JOSÉ TOMIONasceu em Itajaí-SC em 1973, filho de José Airton e Ivaci Nunes Alves Tomio. Exatamente como Leandro Carmona, da página anterior, filiou-se ao CBG no mesmo ano 2007, e é também associado do Instituto de Genealogia de Santa Catarina- INGESC..É formado em Filosofia, com habilitação em História e Sociologia, na Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUC-PR e pós-graduado em Psicopedagogia. Em entrevista na página da Prefeitura de Brusque, ele relata onde estudou; “Foram 10 anos de Seminário: 3 anos com os padres Josefinos de Murialdo, 1 ano com os padres diocesanos, 6 anos com os padres da Ordem dos Servos de Maria. Fiz 3 anos de Composição e Regência, na Escola de Música e Belas Artes do Paraná.”. Professor efetivo de Sociologia e Filosofia, da rede pública estadual de Santa Catarina, já tendo lecionado em algumas cidades catarinenses, atualmente atuando em Penha. Maestro-regente de bandas e corais; cantor e organista na Igreja Católica. Não seguiu a carreira religiosa, sendo casado com Simone e apaixonado pai de Enzo, de quase 1 ano de idade.Movido pela curiosidade em conhecer sobre suas origens, começou a pesquisar a própria genealogia familiar em 1997, quando ainda estava no seminário. Hoje é um conhecido e dedicado pesquisador dos “imigrantes italianos da região de Imaruí e Laguna, e das famílias da região da foz do rio Itajaí, desde Camboriú até a Barra Velha do rio Itapocu, do litoral ao interior, no período de 1700 a 1900, aproximadamente.” Até 1860 essa região era servida por apenas duas paróquias: Penha e Itajaí e é precisamente este trabalho que pretende publicar em breve, tendo como conteúdo a genealogia de todas as famílias que viveram nessa zona litorânea de Santa Catarina.De modo geral, o confrade faz o que todos nós, genealogistas, em menor ou maior escala, fazemos. Mas...este número do boletim Carta Mensal destaca Telmo José Tomio por desenvolver, há mais de uma década, o projeto Genealogia na Escola em cada estabelecimento de ensino da rede pública estadual onde lecionou: Itajaí, Jaraguá do Sul, Corupá, Barra Velha, e hoje em Penha, na Escola de Educação Básica Manoel Henrique de Assis. Seu “ponto de partida” é Sócrates e seu “conhece-te a ti mesmo”. Nas aulas, leva os alunos a iniciarem essa busca de si mesmos pelo conhecimento de suas origens e de sua história. São, então, ensinados a pesquisar nos registros de pessoas naturais, a entrevistar familiares, a visitar arquivos, bibliotecas, cemitérios e igrejas. A genealogia monta um esqueleto com nomes e datas. Esse esqueleto é coberto, preenchido, recheado com histórias pessoais, familiares, sociais. Por fim, os alunos compõem um relatório genealógico com todas as informações, que são utilizadas na confecção de gráficos e desenhos de árvores genealógicas. São realizadas exposições a cada término das atividades. Essas exposições, momentos de muito orgulho por parte dos jovens, são bastante visitadas pelas famílias e divulgadas nos meios de comunicação locais. Fontes: Jornal do Comércio (Balneário Piçarras-SC), Jornal virtual Em Foco (Prefeitura de Brusque-SC), blog Telmo Tomio – Genealogia e História.

Ruben Celestino Neis, sacerdote católico, historiador e genealogista, gaúcho de Bom Princípio, associou-se ao CBG em junho de 1968. Monsenhor Ruben Neis, dentre outros cargos e funções que exerceu, foi Auxiliar do Arquivo da Cúria Metropolitana de Porto Alegre-RS, onde prestava especial auxílio e atenção aos genealogistas consulentes. Seu nome foi dado a uma rua que se estende pelos bairros limítrofes de Cavalhada e Ipanema, na capital Porto Alegre-RS, onde faleceu em 2003.

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CBG - Carta Mensal 124 - nov/dez 2014 • 09

PAULO MOREIRA E A GUERRA DA LAGOSTA

por Gabriel de Almeida

No início dos anos 60, o Brasil e a França mobilizaram forças navais para tentar resolver uma disputa internacional, na qual lagosteiros franceses foram apreendidos, por autoridades brasileiras, por pescarem lagosta no litoral do nordeste. Este incidente ficou conhecido, na época, como a "Guerra da Lagosta".Apesar da intensa mobilização naval em ambos os países, a diplomacia prevaleceu e ficou acertado um debate entre a França e o Brasil, em país neutro da Europa, para tentarem um acordo. O Ministério das Relações Exteriores do Brasil recorreu à Marinha para que esta fornecesse um técnico em oceanografia. Quem melhor que o Almirante Paulo Moreira? Imediatamente ele recebeu a missão de assessorar a Comissão Diplomática Brasileira, designada para o debate combinado. O debate foi iniciado pelo representante francês, que intransigentemente oferecia apenas uma solução, que seria a admissão de que o Brasil não tinha o direito de proceder como procedeu e que a França tinha todo o direito de pescar lagosta naquela área de nosso litoral. Os diplomatas brasileiros, contudo, tentaram estabelecer, com os representantes franceses, que a lagosta seria uma riqueza natural da plataforma continental e que, portanto, pertencia ao Brasil, embora os peixes, por se moverem livremente acima da plataforma, não fossem assim necessariamente considerados, respeitados os limites do mar territorial e os tratados internacionais firmados.Mas, mesmo assim, insistiam em que a França tinha o direito de continuar pescando lagosta e parecia que o debate jamais chegaria a uma conclusão. Durante todos estes longos debates, o Alte. Paulo Moreira mantinha-se atento, mas não fazia nenhuma intervenção, e só respondia laconicamente às perguntas de seus colegas brasileiros na referida comissão, que estavam, àquela altura, um tanto decepcionados com o desempenho do seu colega Almirante.Como havia prazo para encerramento dos debates, chegou a hora das falas dos últimos representantes de cada país. O último francês a falar discursou exaustivamente, defendendo a tese de que: a lagosta era apanhada durante seus pulos na água, momento em que, afastando-se da plataforma continental, nestas condições poderia ser considerada um peixe.O último brasileiro a falar foi o Alte. Paulo Moreira, que calmamente subiu ao pódio e, num francês irrepreensível, declarou apenas o seguinte: "O Brasil está disposto a aceitar a tese da França se os dignos representantes franceses concordarem que quando o canguru dá seus saltos, pode ser considerado uma ave." E foi sentar-se.O Brasil ganhou a questão.

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Nota do CBG: ALMIRANTE PAULO DE CASTRO MOREIRA DA SILVA Nasceu no Rio de Janeiro, a 18 de outubro de 1919. Guarda-Marinha da turma de 1939, participou, na Segunda Guerra Mundial, de ações de patrulha, a bordo do Destróier Davier, da Marinha dos Estados Unidos e foi, em 1945, Oficial de Ligação com a Força Expedicionária Brasileira, na Itália. Em 1949, é encarregado da Divisão de Oceanografia e Meteorologia e Instrutor do Curso de Oficiais. Após dois anos na Europa em estudos de pós-graduação, cria na DHN, em 53, o Departamento de Geofísica, com o serviço de previsão do tempo. Representa o Brasil, a Marinha e a Diretoria de Hidrografia e Navegação - DHN em congressos científicos no exterior. No Ano Geofísico Internacional (57/58), consegue apoio da UNESCO para transformar o antigo veleiro, Navio-Escola Almirante Saldanha em navio de pesquisa, o que se concretiza no final de 64. Protagoniza fatos memoráveis em assembleias internacionais, como nos debates com franceses sobre a pesca da lagosta na plataforma continental brasileira (aqui apresentado).

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10 • CBG - Carta Mensal 124 - nov/dez 2014

Como anotar este dado na pesquisa genealógica?

Portugal – Diário da República nº 42 – 28 de fevereiro de 2014.

(...) faz-se público que o técnico superior, Pedro Lobo Antunes, pertencente ao mapa de pessoal da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo, cessou o contrato de trabalho em funções públicas por tempo indeterminado em 21 de dezembro de 2013, por motivo de falecimento.

Colaboração de Maria João Nogueira Ferrão Vieira Craigie, de Lisboa , Portugal.