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Luta pelos 8% segue firme nas fábricas Campanha Salarial 2014 Ano XXI nº 295 Setembro / 2014 Metalúrgicos de Canoas e Nova Santa Rita Luta pelos 8% segue firme nas fábricas Trabalhadores/as da Midea conquistam aumento Com o acordo fechado com a Midea Carrier, cerca de 75% da categoria já tem assegurado o reajuste reivindicado A luta pelos 8% de reajuste aos trabalhadores/as metalúrgicos/as de Canoas e Nova Santa Rita não para. Nesses quase cinco meses de campanha salarial, nosso sindicato aumentou a pressão com mobilizações que incluíram atrasos na pegada e paralisações de algumas horas ou em turno integral em frente às fábricas da região, onde foram realizados cafés e almoços em acampamentos improvisados. A pressão deu certo. O resultado é o aumento do número de acordo fechados e da porcentagem de trabalhadores que já recebem o reajuste. Hoje, cerca de 75% da cate- goria já conquistou os 8%, o que representa o equivalente a mais de oito mil trabalhadores/as beneficia- dos. As mobilizações da nossa entidade vão além do reajuste salarial. Na porta das fábricas, buscamos mais atenção à saúde dos trabalhadores, às assistências que todos têm direito, ao diálogo, às participações na PLR das empresas, à valorização e a progressão de todos os trabalhadores. “Vamos continuar com o compromisso de avançar nas conquistas, mesmo que seja necessário ir de porta em porta para isso”, resumiu Paulo Chitolina, presidente do sindicato. Na manhã da terça-feira, 23 de setembro, cerca de 150 trabalhadores/as de cinco pequenas empresas situadas na Av. Berto Círio, em Canoas, cruzaram simultaneamente os braços em frente ao condomínio onde três delas estão localizadas. Um atraso na pegada foi o protesto promovido para mostrar aos patrões da Bucher Hidráulica, Refrex, Master Energia, e das vizinhas Raisman e Siverst, o inconformismo com os baixos salários e com o reajuste rebaixado imposto pelo sindicato patronal. A exemplo de 75% da catego- ria, os funcionários das cinco empresas também querem o reajuste de 8%, além de melhorias nos benefícios e nas condições de trabalho. Até o fechamento desta edição, outras empre- sas havia manifestado a intenção de sentar para tratar de um reajuste maior para seus funcionári- os. Assim, mais trabalhadores/as engrossariam o número total de beneficiados. Depois de inúmeras mobilizações na porta da empresa e reuniões com a direção da Midea Carrier, foi selado no dia 17 de setembro um acordo no qual a empre- sa concorda em reajustar os salários da grande maioria dos seus funcionários em 8%, retroativo a 1º de maio. Cerca de 700 trabalhadores/as serão beneficiados pelo reajuste. Os demais - que ganham salários acima do teto da Previdência Social (R$ 4.390,24) - por imposição patronal, recebe- rão apenas a inflação no período (5,82%). Veja esclarecimento ao lado. Para comunicar e referendar a aprovação do reajuste, o sindicato realizou na manhã do dia 18 uma assembleia em frente à fábrica. ESCLARECIMENTO: Embora o sindicato nas campa- nhas salariais seja contrário a reajustes diferenciados, enfim, lute para que o reajus- te salarial seja igual para todos, na mesa de negociações os patrões impõem o chamado “teto”, sob o argumento de que todos que ganham relativamente bem são “cargos de confiança” das empresas e, portanto, podem negociar melhores salários direta- mente com elas, o que não acontece. Assim, acabam deixando de fora do reajuste maior um bom número de trabalhadores que nem chefias são. É uma estratégia patronal para dividir ainda mais a nossa classe. Esse acordo salarial com a Midea Carrier é, infelizmente, mais um exemplo. Na Urano, trabalhadores/as dizem SIM por um salário melhor Na manhã do dia 17, nosso sindicato esteve em frente à Urano, em Canoas, para distribuir boletins informativos e pressionar a direção da empresa a conceder os 8% de reajuste. A empresa é uma das poucas que insiste em seguir as orientações da patronal referente ao reajuste. A fábrica pertence a um ex-presidente do sindicato patronal e a uma candidata “progressista” ao Senado Federal, que na propaganda política diz sim a avanços para melhorar a vida dos gaúchos, mas na empresa diz não ao reajuste e a outras reivindicações de seus empregados. Trabalhadores de cinco pequenas empresas continuam na luta pelo reajuste

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Luta pelos 8% seguefirme nas fábricas

Campanha Salarial 2014

Ano XXI nº 295 Setembro / 2014

Metalúrgicos de Canoas e Nova Santa Rita

Luta pelos 8% seguefirme nas fábricas

Trabalhadores/as daMidea conquistam aumento

Com o acordo fechado com a Midea Carrier, cerca de 75% da categoria já tem assegurado o reajuste reivindicado

A luta pelos 8% de reajuste aos trabalhadores/as metalúrgicos/as de Canoas e Nova Santa Rita não para. Nesses quase cinco meses de campanha salarial, nosso sindicato aumentou a pressão com mobilizações que incluíram atrasos na pegada e paralisações de algumas horas ou em turno integral em frente às fábricas da região, onde foram realizados cafés e almoços em acampamentos improvisados. A pressão deu certo. O resultado é o aumento do número de acordo fechados e da porcentagem de

trabalhadores que já recebem o reajuste. Hoje, cerca de 75% da cate-goria já conquistou os 8%, o que representa o equivalente a mais de oito mil trabalhadores/as beneficia-dos. As mobilizações da nossa entidade vão além do reajuste salarial. Na porta das fábricas, buscamos mais atenção à saúde dos trabalhadores, às assistências que todos têm direito, ao diálogo, às participações na PLR das empresas, à valorização e a progressão de todos os trabalhadores. “Vamos continuar com o

compromisso de avançar nas conquistas, mesmo que seja necessário ir de porta em porta para isso”, resumiu Paulo Chitolina, presidente do sindicato.

Na manhã da terça-feira, 23 de setembro, cerca de 150 trabalhadores/as de cinco pequenas empresas situadas na Av. Berto Círio, em Canoas, cruzaram simultaneamente os braços em frente ao condomínio onde três delas estão localizadas.

Um atraso na pegada foi o protesto promovido para mostrar aos patrões da Bucher Hidráulica, Refrex, Master Energia, e das vizinhas Raisman e Siverst, o inconformismo com os baixos salários e com o reajuste rebaixado imposto pelo sindicato patronal. A exemplo de 75% da catego-ria, os funcionários das cinco empresas também querem o reajuste de 8%, além de melhorias nos benefícios e nas condições de trabalho. Até o fechamento desta edição, outras empre-sas havia manifestado a intenção de sentar para tratar de um reajuste maior para seus funcionári-os. Assim, mais trabalhadores/as engrossariam o número total de beneficiados.

Depois de inúmeras mobilizações na porta da empresa e reuniões com a direção da Midea Carrier, foi selado no dia 17 de setembro um acordo no qual a empre-sa concorda em reajustar os salários da grande maioria dos seus funcionários em 8%, retroativo a 1º de maio. Cerca de 700 trabalhadores/as serão beneficiados pelo reajuste. Os demais - que ganham salários acima do teto da Previdência Social (R$ 4.390,24) - por imposição patronal, recebe-rão apenas a inflação no período (5,82%). Veja esclarecimento ao lado. Para comunicar e referendar a aprovação do reajuste, o sindicato realizou na manhã do dia 18 uma assembleia em frente à fábrica.

ESCLARECIMENTO: Embora o sindicato nas campa-nhas salariais seja contrário a reajustes diferenciados, enfim, lute para que o reajus-te salarial seja igual para todos, na mesa de negociações os patrões impõem o chamado “teto”, sob o argumento de que todos que ganham relativamente bem são “cargos de confiança” das empresas e, portanto, podem negociar melhores salários direta-mente com elas, o que não acontece. Assim, acabam deixando de fora do reajuste maior um bom número de trabalhadores que nem chefias são. É uma estratégia patronal para dividir ainda mais a nossa classe. Esse acordo salarial com a Midea Carrier é, infelizmente, mais um exemplo.

Na Urano, trabalhadores/asdizem SIM por um salário melhor

Na manhã do dia 17, nosso sindicato esteve em frente à Urano, em Canoas, para distribuir boletins informativos e pressionar a direção da empresa a conceder os 8% de reajuste. A empresa é uma das poucas que insiste em seguir as orientações da patronal referente ao reajuste. A fábrica pertence a um ex-presidente do sindicato patronal e a uma candidata “progressista” ao Senado Federal, que na propaganda política diz sim a avanços para melhorar a vida dos gaúchos, mas na empresa diz não ao reajuste e a outras reivindicações de seus empregados.

Trabalhadores de cincopequenas empresas continuam

na luta pelo reajuste

www.sindimetalcanoas.org.br2 Jornal A Vez e a Voz do Peão - Setembro de 2014

SUCESSÃO SINDICAL

Nova direção do Sindicato toma posse

Ex-dirigentes homenageados Antes da solenidade de posse, foi feita uma homenagem a seis compa-nheiros que deixaram a direção CUTista (veja fotos ao lado), deixando suas vagas para novas lideranças e contribuindo para o processo de renovação da diretoria. Além da menção honrosa, foi entregue a eles uma placa com mensagem de agradecimento pelo empenho e pelos serviços prestados à entidade e à categoria metal como dirigentes sindicais. São eles:Ivan da Silva Pereira, o Vermelho, da MaxiforjaJoel Cláudio Américo, da CegelecJoel Marin Silveira, da MichelettoJosé Orlando Hernandez Ruiz, o Chileno, da MadefJurandi Lackmann da Silva, o Perereca, da AlstomNelson Luiz da Silva, o Nelsinho Metalúrgico, da Midea Carrier

Na noite do sábado, 13 de setembro, os metalúrgicos de Canoas e Nova Santa Rita deram mais um decisivo passo no rumo de um sindicato cutista ainda mais inserido no chão das fábricas e parceiro dos movimentos sociais. Na ocasião, os 40 diretores eleitos em julho passado foram oficialmente empossados para um mandato de três anos pelo secretário de Política Sindical da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM/CUT), Loricardo de Oliveira, e pelo secretário de Políticas Sociais da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Luiz Henrique Pereira.

A solenidade de posse foi realizada no Ginásio de Esportes do sindicato e teve a participação de aproximadamente 1.000 pessoas, entre associados, dependentes e alguns convidados, entre os quais os advogados das assessorias jurídicas, os presidentes ou representantes de vários sindicatos metalúrgicos da Região Metropolitana e do interior do Estado, que ajudaram na eleição da Chapa 1, e representantes de poderes públicos, como os deputados Nelsinho Metalúrgico e Marco Maia, o senador Paulo Paim e a secretária de Desenvolvimento Social de Canoas, Maria Eunice Wolf, que já fizeram parte da direção do sindicato e defendem os interesses da classe trabalhadora nos poderes Legislatico e Executivo.

Paulo Chitolina, novo presidente, agradeceu a participação de todos os metalúrgicos e metalúrgicas que votaram nas duas chapas concorrentes e disse que agora é a hora de solidificar a unidade que a Chapa 1, cutista, tanto lutou para preservar durante a campanha eleitoral. Também fez questão de lembrar que a nova direção foi renovada em um terço, manteve o número de mulheres e deu mais espaço para que jovens lideranças pudessem representar a categoria.

A posse foi precedida de um baile de chopp animado pela banda Fama Festa Show até a madrugada do domingo.

Os 40 diretores eleitos em julho passado foram oficialmente empossados

para o mandato 2014/2017 por representantes da CUT e da CNM

Joel Américo

Joel Silveira Jurandi da Silva

Ivan Pereira José Ruiz e Nelson da Silva

Ginásio de Esportes ficou lotado de convidados

Na posse, nova direção foi apresentada para o público

Posse teve baile animado pela banda Fama Festa Show

[email protected] Jornal A Vez e a Voz do Peão - Setembro de 2014 3

EDITORIAL

Pense bem antes de votar Para não dar os reajustes reivindi-cados pelas categorias, a classe empresa-rial brasileira faz coro aos argumentos pessimistas da grande mídia e de econo-mistas conservadores, para quem o Brasil vive uma crise que reduz o nível de confian-ça das empresas, afeta a produção, gera demissões e trava investimentos.

Há também o chamado “terroris-mo econômico” promovido pela grande imprensa e grandes corporações perten-centes ao sistema financeiro. A imprensa insiste em afirmar que a inflação está sem controle, embora os indicadores mostrem que ela está, há anos, dentro das metas pré-estabelecidas pelo governo. Recente-mente, um grande banco privado enviou aos seus clientes de alta renda texto afirmando que o eventual sucesso eleitoral da presidenta Dilma iria piorar a economia do Brasil, com juros e dólar em alta e a bolsa de valores em baixa.

Na verdade, o pessimismo e terrorismo econômico tem um único objeti-vo: impedir que a presidenta se reeleja e, em seu lugar, eleger um dos candidatos que defendem a volta do passado. Embora os governos de Lula e Dilma tenham sido de coalizão com partidos conservadores, a elite do país nunca se conformou com um partido de esquerda ter rompido com mais de 500 anos de dominação, tendo como comandante um ex-operário e, agora, uma mulher que outrora combateu a ditadura.

A elite não se conforma com o fim de muitos privilégios antes exclusivos dela e com os avanços sociais e trabalhistas dos últimos 12 anos. Esperava que Dilma, nestes últimos quatro anos, fosse diferente de Lula, enfim, uma presidente mais tecno-crata, mas quebrou a cara. Dilma não só manteve os índices de desemprego e inflação baixos e controlados, e inúmeros avanços sociais e trabalhistas, como aperfeiçoou, ampliou e criou outros tantos, como o Pronatec, o aviso prévio de 30 para até 90 dias, a correção anual da tabela do IR, a criação da certidão negativa de débito trabalhista, a política de aumento real para o mínimo até 2015, o sistema de inclusão previdenciária para os trabalhadores de baixa renda, o vale-cultura, o adicional de periculosidade para os vigilantes, a isenção do IR na PLR de até R$ 6 mil, a ampliação de direitos para os empregados domésti-cos, a aposentadoria da pessoa com deficiência e a expropriação de proprieda-des urbanas e rurais flagradas com traba-lho escravo ou com o cultivo de drogas como a maconha.

Aqui no Estado, não é muito diferente. A elite, muito bem representada pelos grandes meios de comunicação e por entidades patronais do campo e da cidade, não quer saber de governos que investem em programas de inclusão social, valori-zam o piso regional, investem pesado na educação e na formação profissional, dialogam com índios, pequenos agriculto-res e sem terra, dão microcrédito para pequenos empreendedores, fecham postos de pedágio e mantém uma relação especial com o governo federal.

A elite também foi contra e não repercutiu em seus veículos de comunica-ção o plebiscito que reivindica uma reforma política em nosso país. Deu grande desta-que ao plebiscito da separação da Escócia do Reino Unido, que mobilizou pouco mais de 3,6 milhões de pessoas, e praticamente ignorou o plebiscito brasileiro, que teve a participação de mais de 10 milhões de pessoas. Por quê? Porque não interessa mudar o que está bom para ela. Hoje, segundo o Diap, mais de 70% dos parla-mentares são vinculados a grandes empre-sas ou representantes do agronegócio. Dos 594 parlamentares (513 deputados e 81 senadores) eleitos em 2010, 273 são empresários e apenas 91 parlamentares são considerados representantes da classe trabalhadora. Esses números são indicado-res das causas do agravamento da crise de representação política. Se os trabalhado-res e as trabalhadoras são maioria da população, por que não são nos parlamen-tos? E este é o motivo pelo qual inúmeros projetos da classe trabalhadora – entre os quais a redução da jornada, o fim do fator previdenciário e a vinculação do aumento do mínimo com o aumento dos aposenta-dos – mofam nas gavetas do Congresso Nacional.

Por tudo isso, sugerimos aos trabalhadores e trabalhadoras de nossa categoria que pensem bem antes de votar. Vocês querem trocar o certo pelo duvidoso, querem de volta ao poder partidos e políti-cos que lá atrás já tiveram a chance de mudar o Brasil e não o fizeram? Querem de volta a estagnação, o desemprego, os juros altos? Querem que os Estados Unidos, o FMI, os banqueiros, latifundiários e empre-sários dando as cartas em nosso país e em nosso Estado? Você quer continuar tendo um Congresso Nacional patronal, que não atende aos interesses da maioria, com políticos financiados por empresas e que, por isso, votam contra os interesses da classe trabalhadora?

Lembre-se: o seu voto é importan-

“A nova direção quer ampliar a organização por local de trabalho, agregar os parceiros que estão nas cipas e nas comissões de fábrica, para lutar por políticas salariais e PLRs justas, lutar contra o banco de horas, contra demissões imotivadas e arbitrárias, contra a terceirização que exclui e tenta criar trabalhadores de segunda classe e contra as tentativas patronais de tirar direitos consagrados nos acordos coletivos e na CLT. Vamos caminhar junto com outras entidades de luta por uma sociedade mais justa, humana e igualitária, voltar a privilegiar lutas nacionais, como a redução da jornada e o fim do fator previdenciário, e cobrar de nossos representantes em governos e parlamentos posições firmes contra a terceirização sem limites e contra qualquer tentativa de retrocesso nos direitos da classe trabalhadora. Vamos lutar a favor dos jovens que precisam de oportunidades no mercado de trabalho, a favor dos direitos específicos das mulheres e pelos desempregados e aposentados de nossa categoria. Vamos continuar prestando contas financeiras e políticas, e continuar investindo no patrimônio e na assistência aos associados e dependentes. Por fim, vamos lutar por leis que garantam a sustentação financeira das entidades sindicais e a representação dos trabalhadores nos locais de trabalho, sem onerar demais o bolso dos trabalhadores e trabalhadoras de nossa base metalúrgica. Nosso país está crescendo e precisamos avançar com ele. Os trabalhadores e trabalhadoras precisam de empregos com qualidade, saúde, segurança e educação, moradia e transporte público decentes, mais qualificação profissional e oportunidades. Enquanto direção, vamos lutar por tudo isso, vamos manter as conquistas e avançar nos direitos”

Paulo Chitolina Presidente do STIMMMEC

Nova direção foi prestigiada por ex-dirigentes sindicais

Cerca de mil pessoas prestigiaram a posse da direção

www.sindimetalcanoas.org.br4 Jornal A Vez e a Voz do Peão - Setembro de 2014

EXPEDIENTEO jornal A Vez e a Voz do Peão é uma publicação do Sindicato dos Metalúrgicos de Canoas e Nova Santa Rita - STIMMMEC

Endereço: Rua Caramuru, 330 - Centro - Canoas/RS - Fone DDG: 0800.6024955 - Site: www.sindimetalcanoas.org.br - Email: [email protected] - Facebook: /sindicato.metalurgicodecanoas - Colônia de Férias: (51) 3683.1819 - Presidente: Paulo Chitolina - Vice-presidente: Silvio Roberto Lopes Bica - Secretário de Imprensa: André Severo Soares (Índio) - Assessoria de Imprensa: Geraldo Muzykant (Reg. Prof. n° 8658) e Rita Correa Garrido - OBS.: A reprodução total ou parcial do conteúdo deste jornal é permitida desde que citada a fonte.

2ª Jornada Esportivatem inscrições prorrogadas

Interessados podem se inscrever até o dia 2 de outubro nas modalidades Futsal, Bocha e Boliche

ESPORTE & LAZER

Derrotada, oposição mantém ataques,mentiras e acusações sem provas

CONTRAPONTO

Infelizmente, tem gente que não sabe perder, não se conforma com a derrota de goleada sofrida nas eleições sindicais passadas. Em vez de fazer uma oposição respon-sável, continua adotando práticas e discursos da campa-nha eleitoral, mentindo para a categoria, acusando a direção anterior e a atual de ser omissa quanto às demis-sões, de ser parceira dos patrões, de ter se beneficiado de um suposto “aparelhamento da máquina do sindicato”, de ter dirigentes favoráveis ao banco de horas, entre outras barbaridades mais, que enganam somente quem se deixa levar por mentiras e acusações sem provas e quem não conhece as ações e práticas da nossa direção cutista. A direção do nosso sindicato já está tomando providências contra os autores dos ataques, mentiras, acusações e outras manifestações caluniosas e difamató-rias sem provas.

Chão de fábrica?O próprio nome do boletim distribuído em

algumas fábricas é mentiroso. Como assim, “chão de fábrica”? Durante a campanha salarial - que ainda se mantém para que toda a categoria receba o reajuste de 8% - os componentes da oposição que se dizem do chão da fábrica não foram vistos nas mobilizações e nas assembléi-as nas portas das empresas, organizando os trabalhado-res, participando dos acampamentos. Claro, a maioria está fora das fábricas! Antes, dedicaram-se exclusivamente à campanha eleitoral da chapa derrotada e agora estão se dedicando às campanhas eleitorais de seus candidatos a deputado, senador, governador e presidente da República, inclusive da direita preferida dos patrões e que não respeita a classe trabalhadora. E ainda, na maior cara de pau, criticam as três correntes cutistas que formaram a chapa vencedora, chamando-a de “saco de gatos”.

Demissões Outra mentira publicada no boletim da CSP-Conlutas é dizer que o nosso sindicato está omisso diante das demissões. A verdade é que, em todos os casos, o nosso sindicato tentou mobilizar a categoria para impedir ou conter as demissões em massa, inclusive na Justiça do Trabalho. Quando isso não foi possível, tentou reduzir o número de demissões, sugeriu a adoção de PDV nas empresas onde trabalhadores/as estavam dispostos a sair, tentou negociar férias coletivas, suspensão temporária dos contratos de trabalho, enfim, tudo para frear, minimizar e impedir as demissões. Quando as demissões não pude-

ram ser evitadas, o sindicato tentou negociar benefícios rescisórios extras, como indenizações maiores e prorroga-ção dos planos de saúde para os demitidos e seus depen-dentes, entre outros.

Dois pesos, duas medidas Lutar contra as demissões e por alternativas que garantam os empregos é uma prática adotada pelos sindicatos cutistas há muitos anos e que a a CSP-Conlutas copiou. Um exemplo é São José dos Campos/SP, onde o sindicato metalúrgico local é dirigido por esta central que se diz dona da verdade. Lá, depois de muitas demissões, a direção da entidade permitiu no mês passado a suspensão dos contratos de trabalho de 930 trabalhadores da GM e 224 da Ford. A suspensão vale por cinco meses e quem vai pagar parte dos salários dos trabalhadores envolvidos é o governo que eles tanto criticam, dizendo que só dá benefí-cios e isenções para patrões.

Quer dizer, aqui criticam o nosso sindicato, dizendo que ele não faz nada contra as demissões e a favor da manutenção do emprego, e lá copiam a prática sindical cutista, de tentar negociar a manutenção dos postos de trabalho. Aqui, metem o pau no governo, dizendo que ele só dá incentivos aos patrões, mas lá calam-se quando o governo garante parte dos salários dos trabalhadores em layoff. Aqui chamam os acordos de “política de parceria com os patrões” e lá chamam de “negociação com os patrões”. Isso se chama politicagem!

Eleições no sindicato Enquanto a nova direção busca unificar a catego-ria, a oposição aposta na divisão, que é tudo o que os patrões querem. Se vangloria de ter vencido por uma pequena margem de votos (3%) em uma única fábrica e ter perdido por outras pequenas margens de votos em outras duas empresas, dividindo a categoria. É bem discurso de perdedor.

A oposição continua apostando na divisão para alcançar seus objetivos. E faz questão de esquecer que a derrota foi por uma goleada de 3 a 1 (75% contra 25% dos votos válidos) e que a votação da oposição foi pior em relação à eleição de 2011, quando se saiu melhor, fazendo 1/3 dos votos válidos. Isso contando com o recente e forte apoio de vira-casacas e traidores, que se escoraram na estabilidade conquistada na federação metalúrgica CUTis-ta, para, às vésperas, sair do armário e se bandear para o lado da oposição.

AparelhamentoSem provas, a oposição acusa a Chapa 1 de ter

usado a “máquina” e o dinheiro da categoria para bancar a estrutura da campanha eleitoral e se promover politica-mente. A verdade é que a Chapa 1 contou com a solidarie-dade financeira de vários dirigentes sindicais cutistas do Estado inteiro.

Quanto à promoção de confraternizações entre trabalhadores de fábricas, elas aconteceram como aconte-cem em qualquer época do ano. Semanalmente, centenas de companheiros e companheiras das fábricas se reúnem para confraternizar e sempre as confraternizações são bancadas pelos próprios interessados, que dividem as despesas, bancam do próprio bolso a comida e a bebida consumida.

Quanto aos bonés, camisetas, boletins informati-vos e outras peças publicitárias normais de uma campanha eleitoral, foram bancadas também por cotizações e doações dos próprios candidatos e apoiadores da chapa. A Comissão Eleitoral – que, aliás, tinha representante da oposição – fiscalizou e não encontrou nenhuma irregulari-dade que pudesse macular a eleição. A oposição distribuiu (e continua distribuindo) seus caríssimos boletins produzi-dos em papel couché colorido, contratou um enorme caminhão de som para falar mal da chapa 1 nas portas de fábrica e teve outros gastos que certamente foram frutos de cotização e doação de apoiadores. Se não conseguiu competir com a Chapa 1 é porque não tinha muitos apoia-dores ou foi incompetente para organizar isso.

Apoio político Outro devaneio denunciado pela oposição em seu boletim foram os apoios de políticos como o senador Paulo Paim e os deputados estadual Nelsinho e federal Marco Maia. Ora, estes companheiros são de Canoas, foram dirigentes do nosso sindicato, presidiram a entidade, fundaram a CUT, conhecem e confiam no trabalho das direções CUTistas. Por que não poderiam apoiar a Chapa 1? O que a oposição não explica até hoje é porque, durante a campanha eleitoral, disse que a chapa não teria vinculação política com ninguém, mas distribuía nas portas de fábrica um jornaleco vinculado ao PSB. Também não explica porque levava nas portas de fábrica candidatos do PSTU e PV, e porque recebia apoio de outros partidos, inclusive da direita (PP, DEM e PSDB) que vota contra os interesses da classe trabalhadora lá no Congresso Nacio-

A 2ª jornada esportiva dos metalúrgicos teve suas inscrições prorrogadas. Interessados podem se inscrever até as 19 horas do dia 2 de outubro, data em que, em seguida, também ocorre o sorteio das chaves e a definição dos dias dos jogos. As inscrições custam R$ 20,00 por atleta e as fichas podem ser encontradas no site do Sindicato ou

diretamente na secretaria da entidade. O torneio, que tem previsão de início para o dia 6 de outubro, irá contar com as modalidades de Futsal Masculino, Futsal Feminino, Bocha Misto e Boliche Misto. Cada equipe jogará uma partida por semana, a partir das 18 horas. As premiações ocorrem de 1ª ao 4ª lugar, goleador, goleiro menos vazado, melhor técnico, equipe

disciplina, atleta destaque, bola de ouro, prata e bronze, e para a seleção do campeonato, com os melhores jogadores entre todas as equipes. No dia da final, em data a ser definida, será feito um churrasco para todos os participantes. Mais informações pelo fone 9336.4664, com o Sr. Elton Scherer (Faustão).