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ANO XLVI - VITÓRIA-ES, QUINTA-FEIRA, 27 DE SETEMBRO DE 2012 - Nº 7136 – 56 PÁGINAS DPL - Editoração, Composição, Diagramação, Arte Final. Reprografia: Impressão 2ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 17ª LEGISLATURA ROBERTO CARLOS – PT 1º Secretário SANDRO LOCUTOR - PV 3º Secretário THEODORICO FERRAÇO – DEM Presidente MARCELO COELHO - PDT 1º Vice-Presidente LUZIA TOLEDO – PMDB 2º Vice-Presidenta GLAUBER COELHO – PR 2º Secretário LUIZ DURÃO – PDT 4º Secretário DEM – Luciano Pereira PDT – Luiz Durão PMDB – Marcelo Santos PSB – Freitas PPS – Luciano Rezende PT – Claudio Vereza PRP – Dary Pagung PTB – José Carlos Elias PR – Gilsinho Lopes PV – Gildevan Fernandes PP – Cacau Lorenzoni SÉRGIO BORGES (PMDB) Líder do Governo ATAYDE ARMANI (DEM) Vice-Líder do Governo DEM - ATAYDE ARMANI, ELCIO ALVARES, LUCIANO PEREIRA, THEODORICO FERRAÇO E RODNEY MIRANDA. PMDB LUZIA TOLEDO, DOUTOR HÉRCULES, MARCELO SANTOS, SÉRGIO BORGES, ESMAEL DE ALMEIDA E SOLANGE LUBE. PT - CLAUDIO VEREZA, GENIVALDO LIEVORE, LÚCIA DORNELLAS E ROBERTO CARLOS. PR - GILSINHO LOPES, GLAUBER COELHO E JOSÉ ESMERALDO. PSB - FREITAS. PDT - DA VITORIA, APARECIDA DENADAI, LUIZ DURÃO E MARCELO COELHO. PV - GILDEVAN FERNANDES E SANDRO LOCUTOR. PRP – DARY PAGUNG E DR. HENRIQUE VARGAS. PTB - JOSÉ CARLOS ELIAS. PPS - LUCIANO REZENDE. PP – CACAU LORENZONI.

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Page 1: ANO XLVI - VITÓRIA-ES, QUINTA-FEIRA, 27 DE SETEMBRO DE ... · vitória/es, 26 de setembro 2012. octavio luiz espindula subdiretor-geral da secretaria secretaria de comunicaÇÃo

ANO XLVI - VITÓRIA-ES, QUINTA-FEIRA, 27 DE SETEMBRO DE 2012 - Nº 7136 – 56 PÁGINAS DPL - Editoração, Composição, Diagramação, Arte Final. Reprografia: Impressão

2ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 17ª LEGISLATURA

ROBERTO CARLOS – PT

1º Secretário

SANDRO LOCUTOR - PV 3º Secretário

THEODORICO FERRAÇO – DEM Presidente

MARCELO COELHO - PDT

1º Vice-Presidente

LUZIA TOLEDO – PMDB

2º Vice-Presidenta

GLAUBER COELHO – PR

2º Secretário

LUIZ DURÃO – PDT

4º Secretário

DEM – Luciano Pereira

PDT – Luiz Durão

PMDB – Marcelo Santos PSB – Freitas PPS – Luciano Rezende

PT – Claudio Vereza PRP – Dary Pagung PTB – José Carlos Elias

PR – Gilsinho Lopes PV – Gildevan Fernandes

PP – Cacau Lorenzoni

SÉRGIO BORGES (PMDB) Líder do Governo

ATAYDE ARMANI (DEM) Vice-Líder do Governo

DEM - ATAYDE ARMANI, ELCIO ALVARES, LUCIANO PEREIRA, THEODORICO FERRAÇO E RODNEY MIRANDA.

PMDB – LUZIA TOLEDO, DOUTOR HÉRCULES, MARCELO SANTOS, SÉRGIO BORGES, ESMAEL DE ALMEIDA E SOLANGE LUBE.

PT - CLAUDIO VEREZA, GENIVALDO LIEVORE, LÚCIA DORNELLAS E ROBERTO CARLOS.

PR - GILSINHO LOPES, GLAUBER COELHO E JOSÉ ESMERALDO.

PSB - FREITAS.

PDT - DA VITORIA, APARECIDA DENADAI, LUIZ DURÃO E MARCELO COELHO.

PV - GILDEVAN FERNANDES E SANDRO LOCUTOR.

PRP – DARY PAGUNG E DR. HENRIQUE VARGAS.

PTB - JOSÉ CARLOS ELIAS.

PPS - LUCIANO REZENDE.

PP – CACAU LORENZONI.

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Publicação Autorizada Atos do Presidente Atos Legislativos

Atos Administrativos.................................................................pág.1 a 3

Atas das Sessões....................................................................pág. 3 a 52 Atas das Reuniões das Comissões Parlamentares Atas Sucintas das Reuniões das Comissões Parlamentares

Suplemento

COMISSÕES PARLAMENTARES

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA, SERVIÇO PÚBLICO E REDAÇÃO Presidente: Elcio Alvares (DEM) Vice-Presidente: Claudio Vereza (PT) Efetivos: Sandro Locutor (PV), Rodney Miranda (DEM), Gildevan Fernandes (PV), Dary Pagung (PRP) e Marcelo Santos (PMDB). Suplentes: Atayde Armani (DEM), Lúcia Dornellas (PT), Luzia Toledo (PMDB), Freitas (PSB), Luciano Rezende (PPS), Marcelo Coelho (PDT) e Luciano Pereira (DEM). COMISSÃO DE PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE Presidente: Sandro Locutor (PV) Vice-Presidente: Luciano Pereira (DEM) Efetivos: Doutor Hércules (PMDB), Esmael de Almeida (PMDB), Dary Pagung (PRP) Suplentes: Dr. Henrique Vargas (PRP), Marcelo Santos (PMDB), Rodney Miranda (DEM), Luzia Toledo (PMDB) e Solange Lube (PMDB)

COMISSÃO DE CULTURA E COMUNICAÇÃO SOCIAL Presidente: Luzia Toledo (PMDB) Vice-Presidente: Claudio Vereza (PT) Efetivos: Sandro Locutor (PV). Suplentes: Cacau Lorenzoni (PP), Dr. Henrique Vargas (PRP), Freitas (PSB), Lúcia Dornellas (PT)) e Gilsinho Lopes (PR).

COMISSÃO DE EDUCAÇÃO Presidente: Da Vitória (PDT) Vice-Presidente: Gilsinho Lopes (PR) Efetivos: José Esmeraldo (PR) e Marcelo Coelho (PDT). Suplentes: Cacau Lorenzoni (PP), Atayde Armani (DEM), Luciano Rezende (PPS), Esmael de Almeida (PMDB) e Claudio Vereza (PT).

COMISSÃO DE DEFESA DA CIDADANIA E DOS DIREITOS HUMANOS Presidente: Genivaldo Lievore (PT) Vice-Presidente: José Carlos Elias (PTB) Efetivos: Aparecida Denadai (PDT), Claudio Vereza (PT) e Solange Lube (PMDB). Suplentes: Marcelo Santos (PMDB), Luiz Durão (PDT), Rodney Miranda (DEM), Dr. Henrique Vargas (PRP) e Gilsinho Lopes (PR).

COMISSÃO DE SAÚDE, SANEAMENTO E ASSISTÊNCIA SOCIAL Presidente: Doutor Hércules (PMDB) Vice-Presidente: Dr. Henrique Vargas (PRP) Efetivos: Luciano Pereira (DEM), Freitas (PSB), e Luciano Rezende (PPS). Suplentes: José Esmeraldo (PR), Luzia Toledo (PMDB), Solange Lube (PMDB) e Luciano Pereira (DEM).

COMISSÃO DE AGRICULTURA, DE SILVICULTURA, DE AQUICULTURA E PESCA, DE ABASTECIMENTO E DE REFORMA AGRÁRIA Presidente: Atayde Armani (DEM) Vice-Presidente: Marcelo Coelho (PDT) Efetivos: Dr. Henrique Vargas (PRP), Cacau Lorenzoni (PP), Freitas (PSB). Suplentes: Genivaldo Lievore (PT), Dary Pagung (PRP),Luiz Durão (PDT),

Esmael de Almeida (PMDB) e Gildevan Fernandes (PV).

COMISSÃO DE FINANÇAS, ECONOMIA, ORÇAMENTO, FISCALIZAÇÃO, CONTROLE E TOMADA DE CONTAS Presidente: Sérgio Borges (PMDB) Vice-Presidente: Lúcia Dornellas (PT) Efetivos: Luzia Toledo (PMDB), Freitas (PSB), Da Vitória (PDT), Atayde Armani (DEM) e José Esmeraldo (PR). Suplentes: Marcelo Coelho (PDT), Solange Lube (PMDB), Sandro Locutor (PV), Dary Pagung (PRP), Gilsinho Lopes (PR) e Dr.Henrique Vargas (PRP).

COMISSÃO DE DEFESA DO CONSUMIDOR Presidente: Dary Pagung (PRP) Vice-Presidente: Gilsinho Lopes (PR) Efetivos: Aparecida Denadai (PDT) Marcelo Santos (PMDB) e Gildevan Fernandes (PV). Suplentes: Dr.Henrique Vargas (PRP), José Esmeraldo (PR), Luiz Durão (PDT), Sandro Locutor (PV) e Freitas (PSB).

COMISSÃO DE SEGURANÇA E COMBATE AO CRIME ORGANIZADO Presidente: Gilsinho Lopes (PR) Vice-Presidente: Luiz Durão (PDT) Efetivos: Cacau Lorenzoni (PP), Dr. Henrique Vargas (PRP) e Da Vitória (PDT). Suplentes: José Esmeraldo (PR), Dary Pagung (PRP), Gildevan Fernandes (PV), Luciano Pereira (DEM) e Luzia Toledo (PMDB).

COMISSÃO DE TURISMO E DESPORTO Presidente: Luciano Rezende (PPS) Vice-Presidente: Luzia Toledo (PMDB) Efetivos: Cacau Lorenzoni (PP), Genivaldo Lievore (PT) Suplentes: Marcelo Coelho (PDT), Luciano Pereira (DEM), Solange Lube (PMDB), Claudio Vereza (PT) e Sandro Locutor (PV).

COMISSÃO DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA, INOVAÇÃO, INCLUSÃO DIGITAL, BIOSSEGURANÇA, QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL E PETRÓLEO E SEUS DERIVADOS Presidente: Lúcia Dornellas (PT) Vice-Presidente: José Carlos Elias (PTB) Efetivos: Suplentes: Genivaldo Lievore (PT), Luciano Pereira (DEM) e Luciano Rezende (PPS).

COMISSÃO DE INFRAESTRUTURA, DE DESENVOLVIMENTO URBANO E REGIONAL, DE MOBILIDADE URBANA E DE LOGÍSTICA Presidente: Marcelo Santos (PMDB) Vice-Presidente: Gildevan Fernandes (PV) Efetivos: José Esmeraldo (PR), Esmael de Almeida (PMDB) e Atayde Armani (DEM). Suplentes: Gilsinho Lopes (PR), Genivaldo Lievore (PT), Solange Lube (PMDB) e Freitas (PSB).

COMISSÃO DE POLÍTICA SOBRE DROGAS Presidente: Rodney Miranda (DEM) Vice-Presidente: Genivaldo Lievore (PT) Efetivos: Esmael de Almeida (PMDB), Aparecida Denadai (PDT), Luciano Rezende (PPS), Luciano Pereira (DEM) e Gilsinho Lopes (PR). Suplentes: Cacau Lorenzoni (PP), Elcio Alvares (DEM), Marcelo Santos (PMDB), Lúcia Dornellas (PT), Doutor Hércules (PMDB), Atayde Armani (DEM) e Freitas (PSB).

DEPUTADO CORREGEDOR: JOSÉ CARLOS ELIAS

DEPUTADO OUVIDOR: FREITAS

LIGUE OUVIDORIA: 3382-3846 / 3382-3845 / 0800-2839955 e-mail: [email protected]

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Vitória-ES, quinta-feira, 27 de setembro de 2012 Diário do Poder Legislativo - 1

ATOS ADMINISTRATIVOS

ATOS DA MESA DIRETORA

(*) ESTADO DO ESPÍRITO SANTO - PODER LEGISLATIVO

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

RELATÓRIO DE GESTÃO FISCAL

DEMONSTRATIVO DA DESPESA COM PESSOAL

ORÇAMENTOS FISCAL E DA SEGURIDADE SOCIAL

SETEMBRO/2011 A AGOSTO/2012

RGF- ANEXO I (LRF, art. 55, inciso I, alínea "a ") R$ 1,00

DESPESA COM PESSOAL

DESPESAS EXECUTADAS

SETEMBRO/11 A AGOSTO/12

LIQUIDADAS(a)

INSCRITAS EM RESTOS A PAGAR NÃO

PROCESSADOS(b)

DESPESA BRUTA COM PESSOAL (I) 101.767.741,84 25.186,27

Pessoal Ativo 95.192.109,53 25.186,27

Pessoal Inativo e Pensionistas 6.575.632,31 -

DESPESAS NÃO COMPUTADAS (§ 1º do art. 19 da LRF) (II) 99.521,74

-

Despesas de Exercícios Anteriores 99.521,74 -

DESPESA LÍQUIDA COM PESSOAL (III) = (I-II ) 101.668.220,10 25.186,27

DESPESA TOTAL COM PESSOAL-DTP (IV)= (IIIa + IIIb) 101.693.406,37

APURAÇÃO DO CUMPRIMENTO DO LIMITE LEGAL VALOR

RECEITA CORRENTE LIQUIDA-RCL(V) 10.632.221.294,86

% da DESPESA TOTAL COM PESSOAL - DTP sobre a RCL

(VI) =(IV/V)*100 0,96%

LIMITE MÁXIMO (incisos I, II e III, art. 20 da LRF) –1,70% 180.747.762,01

LIMITE PRUDENCIAL (parágrafo único do art. 22 da LRF) –

1,615%

171.710.373,91

FONTE: Siafem UNIDADE RESPONSÁVEL: Diretoria de Finanças

Data da emissão: 24/set/2012 hora de emissão: 15 h e 05m

NOTAS EXPLICATIVAS:

1) Os dados da Receita Corrente Líquida foram fornecidos pela Secretaria de Estado da Fazenda, em 18 de

setembro de 2012.

2) Durante o exercício, somente as despesas liquidadas são consideradas executadas. No encerramento do

exercício, as despesas não liquidadas, inscritas em Restos a Pagar Não-processados, são também

consideradas executadas. Dessa forma, para maior Transparência, as despesas executadas estão segregadas

em:

a) Despesas liquidadas, consideradas aquelas em que houve a entrega do material ou do serviço, nos termos

do art.63 da Lei 4.320/64;

b) Despesas empenhadas, mas não liquidadas, inscritas em Restos a Pagar Não-Processados, consideradas

liquidadas no encerramento do exercício, por força do inciso II do art.35 da Lei 4.320/64.

3) No último quadrimestre de 2011 foi apresentado o saldo de R$ 25.489,41 (vinte e cinco mil e

quatrocentos e oitenta e nove reais e quarenta e hum centavos na coluna “Despesas Executadas – Inscritas

em Restos a Pagar Não Processados”. Até o segundo Quadrimestre de , foi desconsiderado o montante

de R$ 303,14 (trezentos e três reais e quartorze centavos) decorrente de cancelamento de restos a pagar

inscritos em dezembro de 2011 e considerados como despesa realizada no encerramento do exercício por

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2 - Diário do Poder Legislativo Vitória-ES, quinta-feira, 27 de setembro de 2012

força do inciso II do art.35 da Lei 4.320/64.

THEODORICO FERRAÇO

Presidente

ROBERTO CARLOS

1º Secretário

SANDRO HELENO

GOMES DE SOUZA

2º Secretário em

exercício

OCTAVIO LUIZ ESPINDULA

Subdiretor-Geral

Controle Interno

PAULO MARCOS LEMOS

Diretor-Geral

GUSTAVO LISBOA

CRUZ

Diretor de Finanças

(*) Reproduzido por ter sido redigido com incorreção.

ATOS DO SUBDIRETOR-GERAL

AVISO DE RESULTADO DE LICITAÇÃO

Pregão Eletrônico Nº 024/2012

Processo nº 113269/2011

A Assembleia Legislativa do Estado do Espírito

Santo, através de sua Pregoeira e Equipe de Apoio,

torna público aos interessados que a Mesa Diretora

HOMOLOGOU o Pregão Eletrônico nº 024/2012,

referente à AQUISIÇÃO DE MATERIAL DE

CONSUMO - MATERIAIS PARA SUPRIMENTO

DO ESTOQUE DO ALMOXARIFADO, que teve

como resultado: Lote Único - HELIO MASASHI

SAITO & CIA LTDA, com valor total de R$

80.098,00 (oitenta mil e noventa e oito reais).

Vitória/ES, 26 de setembro 2012.

OCTAVIO LUIZ ESPINDULA

Subdiretor-Geral da Secretaria

SECRETARIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

PROGRAMAÇÃO - QUINTA-FEIRA - 27.09.12

HORA OBSERVAÇÃO PROGRAMAS TEMA ENTREVISTADOS

08H00 PANORAMA TELEJORNAL QUARTA-

FEIRA DIVERSOS

08H20

ESPAÇO PARCERIA

CÂMARA MUNICIPAL DE

VITÓRIA

TRABALHOS DO

LEGISLATIVO MUNICIPAL

12H00 MUNICÍPIOS CAPIXABAS

MONTANHA DIVERSOS

12H30

ESPAÇO PARCERIA

SBC: DE CORAÇÃO

TRATAMENTO DA

OBESIDADE

13H00

HORÁRIO ELEITORAL

GRATUITO

13H30 OPINIÃO

O AUDIOVISUAL COMO

TRANSFORMADOR

SOCIAL

LEONARDO GOMES,

PRESIDENTE DO

INSTITUTO PARCEIROS DO

BEM

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Vitória-ES, quinta-feira, 27 de setembro de 2012 Diário do Poder Legislativo - 3

14H00 PANORAMA TELEJORNAL QUARTA-

FEIRA DIVERSOS

14H15 BIOGRAFIA CARLOS LINDENBERG

FERNANDO ACHIAMÉ,

HISTORIADOR

14H30 AÇÃO PARLAMENTAR ATIVIDADE

PARLAMENTAR

SANDRO LOCUTOR,

DEPUTADO ESTADUAL

15H00

ESPAÇO PARCERIA

TRIBUNAL DE CONTAS DO

ES

TRABALHOS DO

TRIBUNAL DE CONTAS DO

ES

18H00 ES EM DEBATE

PRODUÇÃO AUDIOVISUAL

NO ES

ALEXANDRE SERAFIM,

PRES. ABD CAPIXABA

ANTÔNIO CLAUDINO,

PRESIDENTE DO

CONSELHO NACIONAL DE

CINECLUBES

18H30 UM DEDO DE PROSA

PRODUÇÃO LITERÁRIA

CAPIXABA

MARIA SANZ MARTINS,

ESCRITORA

19H00 REPORTAGEM ESPECIAL 40 ANOS DE PETRÓLEO DIVERSOS

19H30 ASSEMBLEIA DO CAMPO POLO DE MANGA

JOSÉ CARLOS GROBÉRIO,

COORDENADOR INCAPER

DO PÓLO DE MANGA

20H00 MUNICÍPIOS CAPIXABAS MONTANHA DIVERSOS

20H30

HORÁRIO ELEITORAL

GRATUITO

21H00 ESPAÇO PARCERIA:

CNJ EM AÇÃO DIVERSOS

21H30 PANORAMA

TELEJORNAL QUINTA-

FEIRA

DIVERSOS

22H00 MP COM VOCÊ

BALANÇO DO ATUAL

QUADRO DA EDUCAÇÃO

NO ES, DO PONTO DE

VISTA DO MINISTÉRIO

PÚBLICO.

DRA. FABÍOLA DE PAULA,

DIRIGENTE DO CENTRO

DE APOIO OPERACIONAL

DAS POLÍTICAS DE

EDUCAÇÃO

22H30 OPINIÃO

O AUDIOVISUAL COMO

TRANSFORMADOR

SOCIAL

LEONARDO GOMES,

PRESIDENTE DO

INSTITUTO PARCEIROS DO

BEM

23H00 AÇÃO PARLAMENTAR ATIVIDADE

PARLAMENTAR

SANDRO LOCUTOR,

DEPUTADO ESTADUAL

23H30 PANORAMA TELEJORNAL QUINTA-

FEIRA DIVERSOS

00H00 ES EM DEBATE

PRODUÇÃO AUDIOVISUAL

NO ES

ALEXANDRE SERAFIM,

PRES. ABD CAPIXABA

ANTÔNIO CLAUDINO,

PRESIDENTE DO

CONSELHO NACIONAL DE

CINECLUBES

ATAS DAS SESSÕES

(*) VIGÉSIMA SÉTIMA SESSÃO

SOLENE DA SEGUNDA SESSÃO

LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA

SÉTIMA LEGISLATURA, REALIZADA EM 12

DE SETEMBRO DE 2012.

ÀS DEZENOVE HORAS E DEZ

MINUTOS, O SENHOR DEPUTADO JOSÉ

ESMERALDO OCUPA A CADEIRA DA

PRESIDÊNCIA.

O SR. CERIMONIALISTA - (SÉRGIO

SARKIS FILHO) - Senhoras e senhores, Senhores

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4 - Diário do Poder Legislativo Vitória-ES, quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Deputados presentes, telespectadores da TV

Assembleia, boa noite. É com satisfação que a

Assembleia Legislativa do Estado do Espírito Santo

recebe todos para a sessão solene em homenagem aos

40 anos de fundação do Hospital Evangélico.

O Hospital Evangélico tem como instituidora

a Associação Evangélica Beneficente Espírito-

Santense, Aebes, formada por seis igrejas:

Associação de Obreiros Cristãos, Igreja Batista,

Confissão Luterana, Igreja Metodista, Presbiteriana

Unida e Presbiteriana do Brasil.

Em 1972, quando foi inaugurada, a família

do Hospital Evangélico era composta por noventa e

oito colaboradores. Atualmente, esse número

ultrapassa os mil e cem, um trabalho de equipe que se

consolida com dedicação, amor ao próximo, paixão e

compaixão. O Hospital Evangélico já realizou mais

de sete milhões de atendimentos nos últimos quarenta

anos. Só em 2011, foram realizados setecentos e

noventa e cinco mil procedimentos, sendo, desse

total, 89,1% dos atendimentos a pacientes do Sistema

Único de Saúde. O Hospital Evangélico atende

munícipes da Grande Vitória e de todos os demais

estados do Brasil.

São quarenta anos de compromisso com a

saúde da população, definitivamente reconhecidos. O

Hospital Evangélico é o primeiro hospital

filantrópico do nosso Estado a ser acreditado em

nível II pela Organização Nacional de Acreditação,

ONA, título concedido às instituições de saúde que se

destacam com alto nível de qualidade de atendimento

e segurança dos pacientes. O Hospital também

recebeu certificação ISO 9001 em 2008.

Neste instante, é convidado à Mesa o

idealizador desta sessão solene, Senhor Deputado

José Esmeraldo, acompanhado do Senhor Deputado

Doutor Hércules, Presidente da Comissão de Saúde

da Assembleia Legislativa do Estado do Espírito

Santo, que farão a abertura, conforme é regimental.

O SR. PRESIDENTE - (JOSÉ

ESMERALDO) - Invocando a proteção de Deus,

declaro aberta a sessão e solicito ao Senhor Deputado

Doutor Hércules que proceda à leitura de um

versículo da Bíblia.

(O Senhor Deputado Doutor

Hércules lê: Salmos 127:01)

O SR. PRESIDENTE - (JOSÉ

ESMERALDO) - O Presidente, de ofício, dispensa a

leitura da ata da sessão anterior. (Pausa)

Informo ao Senhor Deputado e demais

presentes que esta sessão é solene, para homenagear

os 40 anos de fundação do Hospital Evangélico,

conforme requerimento de autoria do Senhor

Deputado Marcelo Coelho aprovado em Plenário.

O SR. CERIMONIALISTA - (SÉRGIO

SARKIS FILHO) - É convidado à Mesa o Senhor

Tadeu Marino, Secretário de Estado da Saúde; o

Pastor Evaldo Carlos dos Santos, Presidente da

Associação Evangélica Beneficente Espírito-

Santense; a Senhora Sirlene Motta de Carvalho,

Diretora-Geral do Hospital Evangélico de Vila

Velha; e o Senhor Anselmo Tozi, Diretor de Meio

Ambiente da Cesan, ex-deputado estadual e ex-

secretário da Saúde. (Pausa)

(Tomam assento à Mesa as

referidas autoridades)

O SR. CERIMONIALISTA - (SÉRGIO

SARKIS FILHO) - Estando composta a Mesa, neste

instante convido todos para, de pé, ouvirmos a

execução do Hino Nacional e o do Espírito Santo,

que serão executados instrumentalmente por Hariton

Nathanailidis no violino, Almir Paulo no sax e Tânia

Catharina no teclado.

(É executado o Hino Nacional e o

do Espírito Santo)

O SR. CERIMONIALISTA - (SÉRGIO

SARKIS FILHO) - Neste momento, fará uso da

palavra o Senhor Deputado Doutor Hércules,

Presidente da Comissão de Saúde da Assembleia

Legislativa do Estado do Espírito Santo.

O SR. DOUTOR HÉRCULES - (Sem

revisão do orador) - Boa noite a todos. Parabéns ao

Senhor Deputado José Esmeraldo e ao Senhor

Deputado Marcelo Coelho, que estão nos ajudando

nesta sessão polêmica. Homenagear o povo da Saúde

é sempre muito bom. Não há ninguém neste mundo

que não precise um dia da Saúde. Quanto mais

lutarmos por esta área é muito pouco ainda.

Agradecemos à orquestra Violinos de Vitória,

acompanhada do maestro Hariton Nathanailidis, um

grande artista, que abrilhantou esta sessão com seus

hinos e música muito interessantes; ao Senhor Tadeu

Marino, Secretário de Estado da Saúde, e ao Senhor

Anselmo Tozi , ex-secretário Estadual de Saúde, hoje

Diretor de Meio-ambiente da Cesan. Como é bom ser

ex-secretário, não é, Senhor Anselmo Tozi? O Senhor

Tadeu Marino está sentindo como a coisa está brava,

realmente está muito difícil. Agradecemos ao Senhor

Bartolomeu Martins Lima, com quem conversamos

por estar trazendo dinheiro de Brasília para nós do

Espírito Santo. Podem procurar o Bartolomeu, que

está com a lista de verbas para o Estado.

Cumprimentamos o Pastor Evaldo Carlos dos

Santos, Presidente da Associação Evangélica do

Espírito Santo, e a Senhora Sirlene Motta de

Carvalho, Diretora-Geral do Hospital Evangélico de

Vila Velha. Quem não a conhece?

Peço vênia para falar de pelo menos duas

pessoas: a primeira é o Senhor Carlos Alberto

Emerich Gomes, de quem fui colega ainda no

Hospital Evangélico. Fui parteiro no terceiro andar

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Vitória-ES, quinta-feira, 27 de setembro de 2012 Diário do Poder Legislativo - 5

do Hospital Evangélico. Fiz alguns partos naquela

instituição hospitalar. Na época a equipe era muito

boa. Infelizmente, não há mais a maternidade no

terceiro andar. Em segundo lugar, cumprimento o

Senhor Laerce Saudino Cardoso.

Hoje o Hospital Evangélico de Vila Velha é

referência no Estado e no País em transplante de

córnea. É um orgulho. Como morador de Vila Velha

há tanto tempo, não poderia deixar de mencionar esse

fato. Então, homenageio toda a equipe do referido

hospital e o querido José Oliveira Miranda.

Há muitos anos era advogado e resolvi entrar

na escola de Medicina. Isso ocorreu quando tinha

trinta e três anos. Formei-me com trinta e nove anos.

A Medicina era uma paixão, desde menino, quando

trabalhava na Santa Casa de Cachoeiro de

Itapemirim. Persegui esse objetivo. Foram vinte anos

de luta.

Tenho minha carteira assinada, que está em

meu gabinete, como auxiliar de serviços gerais da

Santa Casa de Cachoeiro de Itapemirim e vinte anos

depois consegui me formar médico e ser diretor de

alguns hospitais, como do Hospital Infantil Nossa

Senhora da Glória, por dois anos, do Hospital Pedro

Fontes de Cariacica, que trata de hanseníase, por dez

anos, e do Hospital Samuel Libânio, que tratava de

tuberculose, por oito anos. Inclusive, essa instituição

hospitalar foi englobada pela Santa Casa de

Cachoeiro de Itapemirim.

É uma alegria contarmos com a presença do

Senhor Deputado José Esmeraldo nesta sessão solene

em homenagem aos trabalhadores da Saúde.

Falar de Saúde é muito bom; e temos que

falar mais. Como sabemos que essa área não vai bem,

toda semana fazemos cobranças, que o Secretário de

Estado da Saúde bem conhece. Mas também é

verdade que o Governo tem lutado muito para

melhorar esse setor. O Governador Renato Casa

Grande e o Senhor Tadeu Marino, Secretário de

Estado da Saúde, com toda a sua equipe, têm lutado

muito para melhorar a Saúde por meio de

investimentos.

Que a Saúde não tem recursos não é de

agora. Inclusive, como é do conhecimento da

Senhora Sirlene Motta de Carvalho, alguns

procedimentos hospitalares têm cerca de trezentos

por cento de defasagem. Quero ver quem trabalha

com trezentos por cento a menos do seu ordenado

hoje.

Em dezembro, Brasília nos deu uma rasteira.

Pensávamos que a PEC n.º 29 ia destinar dez por

cento para financiamento da Saúde, mas ficou

estabelecido que os estados iriam destinar doze por

cento dos impostos para a Saúde; os municípios

quinze por cento dos impostos e a União o que foi

gasto ano passado, mais a correção inflacionária, o

que foi realmente muito ruim. Em reação a OAB, o

Conselho Federal de Medicina e outras entidades

reagiram e começaram a elaborar um projeto de

iniciativa popular. Não adianta ficar reclamando não.

Temos que agir.

O Estado de Minas Gerais tomou

providências antes de nós, como consta do cartaz que

temos em mãos. Inclusive, solicitamos ao

cameraman José Mageski que o focalize.

Temos que nos salvar. Como diz Dom João

Batista da Mota e Albuquerque: o povo que vai

salvar o povo. O Brasil hoje investe quatrocentos e

um dólares per capita em Saúde. A Argentina, país

vizinho, investe mais que o dobro, oitocentos e trinta

e um dólares. Alguns países de primeiro mundo já

investem três mil e trinta e três dólares. Precisamos

investir mais na Saúde.

O Senhor Presidente Theodorico Ferraço

abraçou a nossa indicação de adesão da Assembleia

Legislativa do Espírito Santo ao projeto Assine +

Saúde, campanha de coleta de assinaturas para

apresentação de projeto popular ao Congresso

Nacional para investimento de dez por cento da

receita corrente bruta da União na Saúde, igual fez

Minas Gerais.

Não adianta ficarmos reclamando dos

hospitais, que o Governo Federal não dá dinheiro, se

não fazemos a nossa parte. Então, temos que colher

assinaturas - e passaremos depois para a Senhora

Sirlene Motta de Carvalho essa proposta para que

consiga assinaturas - para que obriguemos os

deputados federais e senadores a apresentar esse

projeto de inciativa popular nos moldes da Lei da

Ficha Limpa, que só passou porque o povo reagiu,

quando exigiu que ela fosse aprovada. Devemos ter a

mesma atitude com a Saúde.

Senhor Secretário Tadeu Marino, dia 30 de

novembro de 2012, sexta-feira, às 15h, iremos

realizar uma sessão no sentido de fazer um

movimento robusto para conseguirmos um milhão e

meio de assinaturas para que esse projeto seja votado

no Congresso Nacional. Iremos convidar todos os

presidentes das Comissões de Saúde do Brasil, das

Câmaras Municipais e das Assembleias Legislativas,

e todos os Secretários de Saúde.

Um milhão e meio de assinaturas parece

muito, mas não é. No Estado de Minas Gerais já

conseguiram trezentas e sessenta mil assinaturas.

Juntamente com o pessoal do meu gabinete já

consegui cerca de trezentas assinaturas. É pouco? É,

mas já é alguma coisa. E precisamos cada vez mais

aumentar esse movimento no sentido de que

possamos ter mais dinheiro para a Saúde.

Alguns países da África já investem 9,6% da

sua arrecadação com Saúde. Agora, estão discutindo

a vacina do HPV, se o Ministério da Saúde vai dar,

para qual grupo. Tem que dar, porque senão fica mais

caro. E uma vida não tem preço. Precisamos cada vez

mais, Senhor Carlinhos Santana, que estou vendo

neste Plenário, de lutar por uma saúde melhor. Saúde,

saúde e saúde. (Muito bem!)

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6 - Diário do Poder Legislativo Vitória-ES, quinta-feira, 27 de setembro de 2012

O SR. CERIMONIALISTA - (SÉRGIO

SARKIS FILHO) - Convido para fazer uso da

palavra a Senhora Sirlene Motta de Carvalho,

Diretora-Geral do Hospital Evangélico.

A SR.ª SIRLENE MOTTA DE

CARVALHO - (Sem revisão da oradora) - Boa

noite, Senhoras e senhores. Nesta importante

solenidade saudamos, em nome do Hospital

Evangélico de Vila Velha, o idealizador desta sessão,

o Ex.mo

Senhor Deputado José Esmeraldo, e o

Presidente da Comissão de Saúde, o Ex.mo

Senhor

Deputado Doutor Hércules, e outras autoridades do

Poder Legislativo presentes. Saudamos também o

Doutor José Tadeu Marino, Secretário de Estado da

Saúde; o Doutor Anselmo Tozi, Superintendente de

Saneamento e Meio Ambiente da Cesan e ex-

secretário de Estado da Saúde; o Doutor Ernesto

Alves Muzzi, membro fundador da Associação

Evangélica Beneficente Espírito-Santense - Aebes,

representado pelo Senhor José Alfredo Moraes

Muzzi; o Doutor Paulo Magnus, Diretor-Presidente

da MV Sistemas, nosso amigo que veio de Recife

para nos prestigiar nesta solenidade; o Doutor Carlos

Alberto Emerich Gomes, um dos primeiros médicos a

atuar no Hospital Evangélico, e em seu nome,

cumprimentamos todo o corpo clínico do Hospital; o

Doutor Alexandre Mariano e todos os parceiros do

Hospital; a Pastora Maria Luiza Ruckert, capelã do

Hospital Evangélico; o Senhor Ricardo Ewald,

representando os demais colaboradores de nosso

Hospital; o Pastor Evaldo Carlos dos Santos,

Presidente da Associação Evangélica Beneficente

Espírito-Santense; e todos os Conselheiros da Aebes

presentes, que serão homenageados.

Quarenta é um número simbólico e sagrado

na Bíblia. Noé e sua família ficaram quarenta dias e

quarenta noites na arca que ele construiu por

ordenação de Deus, e chegou seguro à terra seca. O

líder Moisés foi cuidar de ovelhas no deserto, onde

permaneceu por quarenta anos, e depois Deus o

chamou para comandar o processo de libertação do

povo de Israel e sua caminhada para a Terra

Prometida, durante quarenta anos. Um dia, o líder

subiu ao Monte Sinai para ouvir a Deus e lá

permaneceu por quarenta dias. Recebeu de Deus uma

tábua onde estavam inscritos os Dez Mandamentos, e

se tornou mais apto para manter-se na liderança.

Muito mais tarde, o Senhor Jesus, antes de sua

ascensão à Casa do Pai, jejuou no deserto por

quarenta dias. Todos a serviço do Reino de Deus.

Quarenta dias, quarenta noites, quarenta

anos. É forte o número. Aos quarenta anos, segundo a

Bíblia, o ser humano alcança plena maturidade e

máximo vigor. Nos quarenta dias de Moisés no

Monte Sinai, ele se encontrou com Deus. Nesse

encontro histórico, foi firmado um pacto entre Deus e

o povo de Israel, por meio de Moisés.

O Hospital Evangélico também teve o seu

Sinai. O monte, a colina onde foi plantado, vizinho

dos mais necessitados. Ali, seus fundadores também

se encontraram com Deus e firmaram um pacto.

Pacto com Deus, pacto com homens e mulheres

sedentos de cura. E o Hospital Evangélico começou a

contar horas, dias, noites, meses, anos. E eis que

chega maduro e confiante ao seu quadragésimo

aniversário. Enfrentou dilúvios, mas não submergiu.

Esteve no deserto, mas superou as intempéries e está

chegando à Terra Prometida. Fez jejum e oração, e

assim se manteve fiel ao seu pacto: amar a Deus

sobre todas as coisas, e ao próximo como a si

mesmo.

Estamos nesta Casa de Leis para agradecer

todo o apoio e acolhimento que recebemos nos

momentos críticos em que os ventos sopravam

desfavoráveis à saúde no Estado do Espírito Santo.

Agradecemos aos homenageados desta

sessão solene, pois alguns sonharam conosco o

primeiro sonho, outros nos encontraram ao longo da

caminhada para nos incentivar, apoiar, estender a

mão e dizer: vá em frente, Evangélico! Você vai

conseguir! Não desista, você está no caminho certo!

Comemoramos nosso aniversário de quarenta

anos. Quarenta anos de existência na defesa da saúde

significa: mais de sete milhões de atendimentos com

equidade, dignidade e qualidade. Isso porque tem

sido um trabalho feito com obstinação e ternura.

Falar sobre os quarenta anos do Hospital Evangélico

é contar uma história de luta, desafios, fé, garra e

paixão, pois quem se permite conhecer o Hospital

Evangélico logo se apaixona por sua história de

amor.

Destacamos a última década como a grande

virada. Foi um período marcado por avanços

significativos. Um tempo de projetos e mais projetos.

Mas isso não aconteceu da noite para o dia. Temos

raízes profundas no passado. As sementes caíram em

terra boa, como diz a parábola do semeador nos

Evangelhos de Mateus e Marcos. Semeadas no tempo

certo, e cuidadosamente regadas germinaram,

cresceram e produziram frutos em abundância.

Os fundadores, visionários do nosso Monte

Sinai, são os primeiros responsáveis por essa

colheita. A eles, a elas, o respeitoso muito obrigado

do Hospital Evangélico.

Com a expansão do hospital, foi necessário

investir mais na capacitação da força de trabalho. A

cultura do planejamento estratégico foi absorvida

pelos gestores e multiplicada em suas equipes.

Em retrospectiva, uma análise consciente nos

diz que alguns fatores foram decisivos na ascensão

do Hospital Evangélico. Em destaque, o senso de

equipe, a capacidade de autocrítica, a abertura para

aprender e a permanente avaliação de suas ações.

O resultado do trabalho de equipe, aliado às

parcerias com a iniciativa privada, o Poder

Legislativo e o Poder Executivo, está traduzido no

índice de satisfação dos clientes, que hoje é de

noventa e seis por cento, e no quantitativo de

atendimentos, que citaremos: em 2002, atendíamos

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Vitória-ES, quinta-feira, 27 de setembro de 2012 Diário do Poder Legislativo - 7

sessenta e oito por cento dos pacientes do Sistema

Único de Saúde; em 2011, esse percentual chegou a

oitenta e nove por cento de entendimento no Sistema

Único de Saúde. Em 2002, realizávamos duzentos e

cinquenta mil procedimentos; em 2011, oitocentos e

seis mil procedimentos. Em 2002, tínhamos cento e

nove leitos; em 2011, duzentos e setenta e um leitos,

incluindo sessenta leitos de gestão da Maternidade

Municipal de Cariacica. Quanto a leitos de UTI, em

2002 eram dez leitos; em 2011, trinta leitos. Este ano

ainda chegaremos a quarenta leitos. Quanto a

funcionários, tínhamos trezentos e cinquenta e nove,

em 2002; em 2011, mil e setenta e cinco. Temos

razoes fortes para estarmos alegres.

Chegar aos quarenta anos em pleno

desenvolvimento e rumo à sustentabilidade,

Acreditado Pleno pela ONA nível II e certificado

pela ISO 9001:2008.

Um grande sonho como este não se sonha

sozinho e nem se constrói sem compromisso, união

de forças, oração e ações concretas. Deus viabiliza

seus projetos através de pessoas!

Temos a certeza de que Ele colocou pessoas

como vocês, visionários, determinados, incansáveis

na busca permanente por uma saúde digna para todos.

Ao Secretário Tadeu Marino e ao Ex-

Secretário Anselmo Tozi, por acreditar no potencial

do Evangélico e na sua capacidade de aplicar os

recursos públicos com responsabilidade e

transparência; aos conselheiros da Aebes e da Saebes

presentes, nossa gratidão pelo trabalho voluntário;

aos amigos doadores do projeto Luz, pela

generosidade e fidelidade ao Hospital Evangélico; e

aos diretores, corpo clínico, colaboradores, amigos e

parceiros a nossa gratidão. Muito obrigada. (Muito

bem!)

O SR. CERIMONIALISTA - (SÉRGIO

SARKIS FILHO) - Convido para fazer uso da

palavra o Senhor Tadeu Marino, Secretário de Estado

da Saúde.

O SR. TADEU MARINO - (Sem revisão

do orador) - Boa-noite! É uma alegria estar na

Assembleia Legislativa homenageando um hospital

que se tornou terciário nos últimos quarenta anos e

que aniversaria hoje. Trago para a família do Hospital

Evangélico de Vila Velha um abraço do Governador

Renato Casagrande. Estive com S. Ex.ª antes de vir

para esta Casa e me pediu que trouxesse um abraço a

todos.

Saúdo o Pastor Evaldo Carlos dos Santos e a

Senhora Sirlene Motta de Carvalho, diretora do

Hospital Evangélico. Em nome de S. S.as

,

cumprimento todos os trabalhadores do hospital.

Saúdo o Senhor Deputado José Esmeraldo,

que preside esta sessão; o nosso companheiro

médico, Senhor Deputado Doutor Hércules,

Presidente da Comissão de Saúde, e o meu amigo,

colega de faculdade, Doutor Anselmo Tozi. Meu

cabelo ficou mais branco do que o de S. Ex.ª. Acho

que tinha menos problemas do que tenho agora. Meu

cabelo embranqueceu rapidamente em um ano e

meio, na Secretaria de Saúde. Já propus a troca com

S. Ex.ª. Se quiser voltar, vou para a Superintendência

da Cesan, porque é mais tranquilo.

Não tenho muito para falar. O filme que foi

mostrado, demonstra toda a grandeza do Hospital

Evangélico e os discursos da Senhora Sirlene Motta

de Carvalho e do Senhor Deputado José Esmeraldo

também.

Estou Secretário da Saúde há um ano e oito

meses. Quando assumi a Pasta já havia uma parceria

importante e forte, construída na gestão do Senhor

Anselmo Tozi e do Ex-Governador com o Hospital

Evangélico. Isso para nós é de fundamental

importância, principalmente, para a Região

Metropolitana da Grande Vitória.

Foi citado que, com uma parceria eficiente e

forte com o Hospital Evangélico e com os

investimentos do Governo do Estado, conseguimos

zerar a fila para transplante de córnea. O Espírito

Santo foi um dos três estados brasileiros que

conseguiram zerar a fila para esse transplante. Isso

mostra a parceria eficiente e o trabalho de qualidade

que o Hospital Evangélico desenvolve.

Se hoje o Hospital Evangélico tem um

pronto-socorro cardiológico vinte e quatro horas, é

graças a uma parceria com a Secretaria Estadual de

Saúde.

Estou falando de procedimentos mais

complexos como cirurgia cardíaca, neurocirurgia,

transplantes; mas, de um modo geral, acontecem os

exames, as consultas e outros procedimentos. Já foi

citada a grandeza e o número enorme de

procedimentos que o Hospital Evangélico realiza.

O Estado reconhece que os hospitais

filantrópicos são de extrema importância para a

construção da saúde, principalmente na questão da

assistência hospitalar. Infelizmente, temos quatro ou

cinco grandes hospitais filantrópicos resolutivos.

Falamos do número de leitos filantrópicos, mas são

pouco resolutivos e estão em pequenas cidades do

Espírito Santo. Parece que existem leitos, mas

quando precisamos encaminhar um paciente da

Grande Vitória, que está no corredor, não temos para

onde mandar.

Por exemplo, nos Municípios de Muqui, de

Mimoso do Sul, de Rio Novo do Sul, de Alto Rio

Novo, os hospitais são filantrópicos, mas não têm a

mínima resolutividade. Então, esses pacientes

continuam, justamente, ou em nossos hospitais

públicos, ou em hospitais filantrópicos da Grande

Vitória, como o Hospital Evangélico, e a Santa Casa,

falando de hospitais gerais. Isso dificulta muito. Pior

se não existissem esses leitos de hospitais

filantrópicos, neste caso específico, no Hospital

Evangélico.

Deixei de citar a presença de um

companheiro, o Senhor Bartolomeu Martins Lima,

companheiro mesmo, membro do Conselho Estadual

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8 - Diário do Poder Legislativo Vitória-ES, quinta-feira, 27 de setembro de 2012

de Saúde e representa o Ministério da Saúde muito

bem; é um parceirão nosso e parceiro dos hospitais

filantrópicos. Saúdo S. S.ª, Senhor Bartolomeu

Martins Lima.

Digo para a família do Hospital Evangélico

que dentro do que o Estado pode e deve fazer, essa

parceria continuará forte e eficiente. Teremos, a partir

do ano que vem um aperto, ou uma preocupação do

Governo do Estado com o fim dos recursos do

Fundap e ainda a indefinição sobre os recursos dos

royalties do petróleo. Então, teremos que segurar um

pouco o freio, mas manter essa parceria, a

transferência de recursos, pois como foi citado e o

Senhor Governador sempre fala, temos a alegria de

encaminhar, transferir recursos para instituições e os

municípios que dão resultado e confiança.

O Hospital Evangélico é um desses hospitais,

é uma dessas entidades que, com tranquilidade,

encaminhamos recursos. Existe prestação de contas,

resultado e cumprimento das metas. Então, é muito

bom trabalhar assim. Muito obrigado pela existência

do Hospital Evangélico. Contem sempre conosco. O

povo do Estado do Espírito Santo agradece.

Obrigado. (Muito bem!)

O SR. CERIMONIALISTA - (SÉRGIO

SARKIS FILHO) - Neste momento, assistiremos à

apresentação do coral HEncantar, do Hospital

Evangélico, entoando as canções O Evangélico Quer

Mais, um jingle do Hospital Evangélico; Agnus Dei e

Amigos Para Sempre. (Pausa)

(O coral se apresenta)

O SR. CERIMONIALISTA - (SÉRGIO

SARKIS FILHO) - Nosso aplauso e agradecimento

ao coral HEncantar, do Hospital Evangélico de Vila

Velha. Muito obrigado pela belíssima apresentação.

Convido o Senhor Deputado José Esmeraldo,

proponente desta sessão, para fazer a entrega das

homenagens. (Pausa)

Convido o homenageado do Senhor

Deputado José Esmeraldo, Senhor José Tadeu

Marino, Secretário de Estado da Saúde, para receber

uma placa alusiva aos 40 Anos de Fundação do

Hospital Evangélico de Vila Velha das mãos do

Senhor Deputado José Esmeraldo. (Pausa)

(O homenageado recebe a placa)

O SR. CERIMONIALISTA - (SÉRGIO

SARKIS FILHO) - Convido para fazer a entrega das

homenagens, juntamente com o Senhor Deputado

José Esmeraldo, o Presidente da Associação

Evangélica Beneficente Espírito-Santense, o Pastor

Evaldo Carlos dos Santos, e a Diretora-Geral do

Hospital Evangélico de Vila Velha, a Senhora Sirlene

Motta de Carvalho. (Pausa)

Convido o homenageado do Senhor

Deputado José Esmeraldo, o Senhor Anselmo Tozi,

ex-secretário de Estado da Saúde, ex-deputado

Estadual, atual Diretor de Meio Ambiente da Cesan,

para receber uma placa alusiva aos 40 Anos de

Fundação do Hospital Evangélico de Vila Velha das

mãos do Senhor Deputado José Esmeraldo, do Pastor

Evaldo Carlos dos Santos e da Senhora Sirlene Motta

de Carvalho. (Pausa)

(O homenageado recebe a placa)

O SR. CERIMONIALISTA - (SÉRGIO

SARKIS FILHO) - Convido o homenageado do

Senhor Deputado José Esmeraldo, Senhor Ernesto

Alves Muzzi, representado pelo Senhor José Alfredo

Muzzi, para receber uma placa alusiva aos 40 Anos

de Fundação do Hospital Evangélico de Vila Velha

das mãos do Senhor Deputado José Esmeraldo, do

Pastor Evaldo Carlos dos Santos e da Senhora Sirlene

Motta de Carvalho. (Pausa)

(O homenageado recebe a placa)

O SR. CERIMONIALISTA - (SÉRGIO

SARKIS FILHO) - Convido o homenageado do

Senhor Deputado José Esmeraldo, Senhor Paulo

Magnus, para receber uma placa alusiva aos 40 Anos

de Fundação do Hospital Evangélico, das mãos do

Senhor Deputado José Esmeraldo, do Pastor Evaldo

Carlos dos Santos e da Senhora Sirlene Motta de

Carvalho. (Pausa)

(O homenageado recebe a placa)

O SR. CERIMONIALISTA - (SÉRGIO

SARKIS FILHO) - Passaremos à entrega dos

certificados aos homenageados indicados pelos

Senhores Deputados.

Convido o Senhor Moacir José Uliana para

receber o certificado das mãos do Senhor Deputado

José Esmeraldo, do Pastor Evaldo Carlos dos Santos

e da Senhora Sirlene Motta de Carvalho. (Pausa)

(O homenageado recebe o certificado)

O SR. CERIMONIALISTA - (SÉRGIO

SARKIS FILHO) - Convido o Senhor Ilson Lazaro

da Costa para receber o certificado das mãos do

Senhor Deputado José Esmeraldo, do Pastor Evaldo

Carlos dos Santos e da Senhora Sirlene Motta de

Carvalho. (Pausa)

(O homenageado recebe o

certificado)

O SR. CERIMONIALISTA - (SÉRGIO

SARKIS FILHO) - Convido a Senhora Andréia

Silvares para receber, em nome do Doutor Mario

Vello Silvares Junior, o certificado das mãos do

Senhor Deputado José Esmeraldo, do Pastor Evaldo

Carlos dos Santos e da Senhora Sirlene Motta de

Carvalho. (Pausa)

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Vitória-ES, quinta-feira, 27 de setembro de 2012 Diário do Poder Legislativo - 9

(A convidada recebe o certificado

em nome do homenageado)

O SR. CERIMONIALISTA - (SÉRGIO

SARKIS FILHO) - Convido o Senhor José Oliveira

Miranda para receber o certificado das mãos do

Senhor Deputado José Esmeraldo, do Pastor Evaldo

Carlos dos Santos e da Senhora Sirlene Motta de

Carvalho. (Pausa)

(O homenageado recebe o

certificado)

O SR. CERIMONIALISTA - (SÉRGIO

SARKIS FILHO) - Convido o Senhor Fábio

Almeida Bastos para receber, em nome do Senhor

Célio Rubens Liborio Bastos, o certificado das mãos

do Senhor Deputado José Esmeraldo, do Pastor

Evaldo Carlos dos Santos e da Senhora Sirlene Motta

de Carvalho. (Pausa)

(O convidado recebe o certificado

em nome do homenageado)

O SR. CERIMONIALISTA - (SÉRGIO

SARKIS FILHO) - Convido o Doutor Liborio

Muller Junior para receber o certificado das mãos do

Senhor Deputado José Esmeraldo, do Pastor Evaldo

Carlos dos Santos e da Senhora Sirlene Motta de

Carvalho. (Pausa)

(O homenageado recebe o

certificado)

O SR. CERIMONIALISTA - (SÉRGIO

SARKIS FILHO) - Convido o Doutor Alexandre

Mariano para receber o certificado das mãos do

Senhor Deputado José Esmeraldo, do Pastor Evaldo

Carlos dos Santos e da Senhora Sirlene Motta de

Carvalho. (Pausa)

(O homenageado recebe o

certificado)

O SR. CERIMONIALISTA - (SÉRGIO

SARKIS FILHO) - Convido o Doutor Bartolomeu

Martins Lima para receber o certificado das mãos do

Senhor Deputado José Esmeraldo, do Pastor Evaldo

Carlos dos Santos e da Senhora Sirlene Motta de

Carvalho. (Pausa)

(O homenageado recebe o

certificado)

O SR. CERIMONIALISTA - (SÉRGIO

SARKIS FILHO) - Convido a Senhora Maria Luiza

Ruckert para receber o certificado das mãos do

Senhor Deputado José Esmeraldo, do Pastor Evaldo

Carlos dos Santos e da Senhora Sirlene Motta de

Carvalho. (Pausa)

(O homenageado recebe o

certificado)

O SR. CERIMONIALISTA - (SÉRGIO

SARKIS FILHO) - Convido o Senhor Marcus

Vicente para receber o certificado das mãos do

Senhor Deputado José Esmeraldo, do Pastor Evaldo

Carlos dos Santos e da Senhora Sirlene Motta de

Carvalho. (Pausa)

(O homenageado recebe o

certificado)

O SR. CERIMONIALISTA - (SÉRGIO

SARKIS FILHO) - Convido o Doutor Carlos

Alberto Emerich Gomes para receber o certificado

das mãos do Senhor Deputado José Esmeraldo, do

Pastor Evaldo Carlos dos Santos e da Senhora Sirlene

Motta de Carvalho. (Pausa)

(O homenageado recebe o

certificado)

O SR. CERIMONIALISTA - (SÉRGIO

SARKIS FILHO) - Convido a Senhora Maria das

Graças Vieira para receber o certificado das mãos do

Senhor Deputado José Esmeraldo, do Pastor Evaldo

Carlos dos Santos e da Senhora Sirlene Motta de

Carvalho. (Pausa)

(A homenageada recebe o

certificado)

O SR. CERIMONIALISTA - (SÉRGIO

SARKIS FILHO) - Convido o Senhor Ricardo

Ewald para receber o certificado das mãos do Senhor

Deputado José Esmeraldo, do Pastor Evaldo Carlos

dos Santos e da Senhora Sirlene Motta de Carvalho.

(Pausa)

(O homenageado recebe o

certificado)

O SR. CERIMONIALISTA - (SÉRGIO

SARKIS FILHO) - Convido o Doutor Laerce

Saudino Cardoso para receber o certificado das mãos

do Senhor Deputado José Esmeraldo, do Pastor

Evaldo Carlos dos Santos e da Senhora Sirlene Motta

de Carvalho. (Pausa)

(O homenageado recebe o

certificado)

O SR. CERIMONIALISTA - (SÉRGIO

SARKIS FILHO) - Convido o Pastor Evaldo Carlos

dos Santos, Presidente da Associação Evangélica

Beneficente Espírito-Santense, para receber o

certificado das mãos do Senhor Deputado José

Esmeraldo e da Senhora Sirlene Motta de Carvalho.

(Pausa)

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10 - Diário do Poder Legislativo Vitória-ES, quinta-feira, 27 de setembro de 2012

(O homenageado recebe o certificado)

O SR. CERIMONIALISTA - (SÉRGIO

SARKIS FILHO) - Convido o Senhor Adahyr Cruz

para receber o certificado das mãos do Senhor

Deputado José Esmeraldo, do Pastor Evaldo Carlos

dos Santos e da Senhora Sirlene Motta de Carvalho.

(Pausa)

(O homenageado recebe o

certificado)

O SR. CERIMONIALISTA - (SÉRGIO

SARKIS FILHO) - Convido o Senhor Wilson Lords

Torres para receber o certificado das mãos do Senhor

Deputado José Esmeraldo, do Pastor Evaldo Carlos

dos Santos e da Senhora Sirlene Motta de Carvalho.

(Pausa)

(O homenageado recebe o

certificado)

O SR. CERIMONIALISTA - (SÉRGIO

SARKIS FILHO) - Convido o Senhor Sebastião

Vicente de Oliveira para receber o certificado das

mãos do Senhor Deputado José Esmeraldo, do Pastor

Evaldo Carlos dos Santos e da Senhora Sirlene Motta

de Carvalho. (Pausa)

(O homenageado recebe o

certificado)

O SR. CERIMONIALISTA - (SÉRGIO

SARKIS FILHO) - Convido o Senhor Adenildo

Vicente Teixeira para receber o certificado das mãos

do Senhor Deputado José Esmeraldo, do Pastor

Evaldo Carlos dos Santos e da Senhora Sirlene Motta

de Carvalho. (Pausa)

(O homenageado recebe o

certificado)

O SR. CERIMONIALISTA - (SÉRGIO

SARKIS FILHO) - Convido o Senhor Paulo de

Tarso Nascimento para receber o certificado das

mãos do Senhor Deputado José Esmeraldo, do Pastor

Evaldo Carlos dos Santos e da Senhora Sirlene Motta

de Carvalho. (Pausa)

(O homenageado recebe o

certificado)

O SR. CERIMONIALISTA - (SÉRGIO

SARKIS FILHO) - Convido o Senhor Ruy Carlos

Mattos Griffo para receber o certificado das mãos do

Senhor Deputado José Esmeraldo, do Pastor Evaldo

Carlos dos Santos e da Senhora Sirlene Motta de

Carvalho. (Pausa)

(O homenageado recebe o

certificado)

O SR. CERIMONIALISTA - (SÉRGIO

SARKIS FILHO) - Convido o Senhor Wilson Seibel

para receber o certificado das mãos do Senhor

Deputado José Esmeraldo, do Pastor Evaldo Carlos

dos Santos e da Senhora Sirlene Motta de Carvalho.

(Pausa)

(O homenageado recebe o

certificado)

O SR. CERIMONIALISTA - (SÉRGIO

SARKIS FILHO) - Convido o Senhora Dilma de

Lucena Gomes para receber o certificado das mãos

do Senhor Deputado José Esmeraldo, do Pastor

Evaldo Carlos dos Santos e da Senhora Sirlene Motta

de Carvalho. (Pausa)

(A homenageada recebe o

certificado)

O SR. CERIMONIALISTA - (SÉRGIO

SARKIS FILHO) - Feitas as homenagens, devolvo a

palavra ao Senhor Presidente.

O SR. PRESIDENTE - ( DOUTOR

HÉRCULES) - Devolvo a presidência dos trabalhos

ao Presidente, Senhor Deputado José Esmeraldo.

(Pausa)

O SR. PRESIDENTE - (JOSÉ

ESMERALDO) - Neste momento fará uso da

palavra, em nome de todos os homenageados, o

Pastor Evaldo Carlos dos Santos.

O SR. EVALDO CARLOS DOS SANTOS

- (Sem revisão do orador) - Grandes coisas fez o

Senhor por nós e por isso estamos alegres. Saúdo o

Senhor Deputado José Esmeraldo, proponente e

presidente desta sessão solene; o Senhor Deputado

Doutor Hércules, nosso amigo; saúdo nosso amigo,

parceiro, colaborador, apoiador e Secretário de

Estado da Saúde , Senhor Tadeu Marino, que tem

estado conosco lado a lado; o Ex-Secretário de

Estado da Saúde do Espírito Santo, Senhor Anselmo

Tozi, que nos ajudou muito no Hospital Evangélico e

continua sendo nosso amigo; nossa Diretora Geral do

Hospital Evangélico de Vila Velha, Senhora Sirlene

Motta de Carvalho, que é uma benção na vida do

hospital ao longo desses anos; saúdo nosso amigo,

Senhor Bartolomeu Martins Lima, que como disse o

Senhor Deputado Doutor Hércules, é uma benção

para todos os hospitais filantrópicos. Ele é um canal

de Deus para a vida dos hospitais, por meio dos

convênios realizados com o Governo Federal, e

louvamos a Deus pela sua vida, amizade e parceria.

Saúdo a minha querida esposa, Senhora

Luciley Aguilar da Rocha Santos que está presente,

queria que ficasse de pé, pois ela tem me apoiado à

frente do hospital.Louvo a Deus pela sua vida!

Saúdo também nossos queridos conselheiros,

homens de Deus, que o Senhor levantou por meio das

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Vitória-ES, quinta-feira, 27 de setembro de 2012 Diário do Poder Legislativo - 11

igrejas para ser benção no hospital, pois nos ajudam

na sua gestão. Queria que os Senhores se colocassem

de pé, à medida que for falando o nome: Pastor

Adahyr Cruz; Reverendo Wilson Lords Torres;

Sebastião Vicente de Oliveira; Adenildo Vicente

Teixeira; Paulo de Tarso Nascimento; Ruy Carlos

Mattos Griffo, Antonio Torres e Wilson Seibel. Peço

uma salva de palmas para esses homens de Deus.

(Palmas!) Agradeço a todos o carinho, amor e

dedicação que têm tido para com o hospital, porque

somos um time e temos vencido pela honra e glória

do Senhor Jesus. Obrigado, podem sentar!

Saúdo também todos os colaboradores do

hospital. Por favor, peço aos colaboradores do

hospital que estão presentes e todos aqueles que

fazem parte da família Hospital Evangélico que

fiquem de pé. Peço uma salva de palmas para eles,

pois temos uma equipe grande de colaboradores,

muito obrigado, de coração. (Palmas!)

Saúdo também a equipe médica que tem nos

ajudado, na pessoa do Doutor Laerce Saudino

Cardoso e todos os demais médicos do hospital.

Saúdo o Doutor Alexandre Mariano, nosso amigo e

companheiro que tem estado conosco. Peço também

uma salva de palmas de gratidão a todos os irmãos e

irmãs, pessoas amigas do hospital e que tem colocado

o seu coração nessa obra.(Palmas!)

Saúdo também nesta hora a nossa Capelã,

Senhor Maria Luiza Ruckert, louvo a Deus pela sua

vida e por todos aqueles que nos ajudam na gestão do

Hospital Evangélico.

Quero nesta hora, Senhor Deputado José

Esmeraldo, agradecer de público o apoio que temos

recebido do nosso Governador Renato Casagrande,

que tem sido um amigo, companheiro e que tem

estado conosco diante das lutas e desafios que é

propiciar saúde neste Estado. Louvo a Deus pela vida

de S. Ex.ª, pela vida do Senhor Tadeu Marino,

Secretário de Estado da Saúde que tem nos ajudado,

bem como toda sua equipe e também pela parceria

que temos encontrado na Assembleia Legislativa,

pois vários Deputados nos apoiam com suas

emendas. Louvo a Deus por sua vida, Doutor

Hércules, e todos os demais Senhores Deputados que

têm entendido a importância da saúde.

Gostaria, em rápidas palavras, de fazer

algumas considerações do Evangelho de João, 5: 1-8.

O texto diz:

Passado certo tempo, houve uma

festa dos judeus, e Jesus subiu para

Jerusalém. E em Jerusalém, perto da

porta das ovelhas, há um tanque

chamado Betesda, na língua

hebraica, o qual tem cinco pórticos.

Neles havia uma grande multidão de

doentes, cegos, mancos e paralíticos

esperando o movimento da água,

pois o anjo do senhor descia de

tempos em tempos ao tanque e

agitava a água. O primeiro que ali

descesse, depois do movimento da

água, sarava de qualquer doença.

Estava ali um homem enfermo há

trinta e oito anos, vendo deitado e

sabendo que vivia assim há muito

tempo, Jesus lhe perguntou: “ -

Queres ficar são?” O enfermo lhe

respondeu: “ - Senhor , não há

ninguém que me ponha no tanque

quando a água é agitada, por isso

enquanto eu vou, outro desce antes

de mim.” Jesus lhe disse: “-Levanta-

te, toma o teu leito e anda

.”Imediatamente o homem ficou

curado e pegando o seu leito,

começou a andar....

Acho este texto fantástico, e descubro

algumas lições para nós que abraçamos a saúde como

causa principal para nossa vida. Ao longo de 40 anos

o Hospital Evangélico tem abraçado esta bandeira de

promover saúde. Quero expressar a nossa gratidão,

em nome do Conselho Administrativo do Hospital,

de todos aqueles que têm sido atendidos, passado

pelas mãos dos médicos e de todos aqueles que

labutam. Agradeço aos pioneiros a visão que tiveram

há quarenta anos, quando fincaram um marco

naquele lugar e disseram: aqui nascerá um grande

hospital que abençoará muitas pessoas.

Hoje somos mil e cem funcionários, Senhores

Deputados José Esmeraldo e Doutor Hércules. Mas o

hospital não está circunscrito à Vila Velha. Hoje, o

Hospital, pela visão de Deus, tem ampliado sua

atuação. Estamos também no Município de Cariacica,

cuidando da maternidade, em parceria com o

Governo do Estado. Agora, em parceria com o nosso

amigo José Oliveira Miranda, estamos também no

Município de Serra. Daqui a pouco estaremos em

outras localidades, sendo bênção, pois é isso que

queremos. Não queremos evidentemente abarcar toda

a questão da saúde, porque não temos condições para

isso. Entendemos que esse trabalho é de parceria, de

ajuntar forças; não é o trabalho de uma andorinha só,

mas de várias ajuntando para propiciar o resultado

que esperamos.

Desejamos, como hospital, cumprir o nosso

propósito: levar a bom termo a obra que o Senhor nos

confiou. Mas quando olho para esse texto da Bíblia,

Senhor Bartolomeu Martins Lima, descubro algumas

coisas. A primeira, Senhor Anselmo Tozi, é que

saúde é uma opção; não é uma opção de que

apareceu; questão de empreendedorismo, não é uma

questão apenas financeira, mas uma opção de

ministério.

Olho para esse texto e descubro que Jesus

tinha duas opções. A Bíblia diz que havia uma festa

na cidade, mas a opção de Jesus não foi desfrutar

dela, mas ir onde estavam os enfermos. Nem sempre

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12 - Diário do Poder Legislativo Vitória-ES, quinta-feira, 27 de setembro de 2012

as pessoas querem ir onde estão os enfermos. Quando

vamos até eles, ouvimos muitas coisas, muitas

queixas, muitas demandas e às vezes não estamos

preparados para isso. Fazer saúde é ter ouvidos

abertos para ouvir.

Dizia na minha igreja, quando passava por

Itapuã vi um cartaz numa banquinha que dizia:

Ouvem-se problemas; sessenta reais. Fiquei

pensando que se para ouvir o sujeito tem que pagar

sessenta reais, e para resolver o problema quanto

seria?

Estamos vivendo esse tempo em que até para

serem ouvidas as pessoas precisam pagar. Fazer

saúde é isso: ouvir! É ouvir, é sentir, é perceber

alguma coisa que está no outro. Jesus optou por isso,

ou seja, Ele optou por ir lá e ouvir aquelas pessoas e

sentir o coração delas. É interessante que olho para

esse texto e percebo que não só saúde é uma opção,

mas saúde também é um enfrentamento. A Bíblia diz

que Jesus chega ao local e tem uma grande multidão,

não é um grupo pequeno, é uma multidão.

Quando olhamos hoje, Senhor Anselmo Tozi

e Senhora Sirlene Motta de Carvalho, vemos também

que a multidão se repete e a demanda da Saúde no

Estado, fora do Estado e no País todo, é uma

multidão e não é uma multidão só nacional. O

Governo Barack Obama teve que enfrentar essa

multidão nos Estados Unidos, País de Primeiro

mundo. S. Ex.ª teve que enfrentar uma multidão que

é carente e necessitada, teve que prover um meio para

que essa multidão pudesse ser atendida e nela estão

todas as pessoas, de todas as matizes, ou seja, nela

estão todas as pessoas de todas as classes sociais,

nela estão as pessoas que são necessitadas, aquelas

que têm recursos e as que não têm. A verdade é que a

multidão precisa ser enfrentada. Como faremos esse

enfrentamento? Como a população, a Assembleia

Legislativa, o Governo do Estado e as Igrejas farão

esse enfrentamento?

Descubro que Jesus nos ensina o caminho e o

primeiro caminho é sair das superstições, é sair do

achismo. A Bíblia fala que havia aqui uma

superstição de que um anjo aparecia naquele lugar,

movia a água e a primeira pessoa que pulasse no

tanque era curada. É como se fosse um tanque

curador. De vez em quando aparecem aquelas

decisões e, às vezes, ideias que são meio

mirabolantes, meio messiânicas e aquela ideia de que

todos terão seus problemas resolvidos. Sei que esse é

um pensamento um pouco infantil porque a realidade

não é essa. A realidade é diferente.

Senhoras e senhores, a primeira forma de

fazermos um enfrentamento da multidão é indo além

das crendices, das superstições e dos achismos. É

enfrentarmos a realidade como ela se apresenta diante

de nós, e Jesus fará isso. Lá tem um homem que está

com o coração numa crendice, mas não é só ele, tem

uma multidão crendo nisso e tem gente até lucrando

através disso, ou seja, tem gente tirando partido disso.

Algum gaiato, de vez em quando, Senhor Deputado

José Esmeraldo, dizia: eis o anjo! Imaginamos aquela

correria toda e não havia anjo nenhum e as pessoas,

muitas vezes, ficavam sofrendo por causa disso. Mas

Jesus não. Ele nos ensina a ir além do que vemos; Ele

nos ensina a ir além das crendices e Ele nos ensina

algo especial e queremos finalizar com essa palavra.

Primeiro: a aproximação. A Bíblia diz que Jesus se

aproxima de um enfermo. O texto bíblico diz que Ele

já sabe a situação do enfermo. Tinham trinta e oito

anos que ele estava enfermo. Há quanto tempo a

nossa população sofre? Há quanto tempo as pessoas

sofrerão? Há quanto tempo as pessoas ficarão

enfermas ainda? Por quanto tempo esperarão alguma

ação, alguma mão estendida? Por quanto tempo? O

homem estava enfermo há trinta e oito anos e a Bíblia

fala que Jesus o viu deitado e sabia que ele estava

assim há muito tempo.

O que nos chama a atenção, Senhor

Deputado Doutor Hércules, é a atitude de Jesus; Ele

se aproxima, mas faz perguntas. E se queremos

descobrir o caminho para a solução da Saúde em

nosso País e em nosso Estado precisamos fazer

perguntas. Jesus faz uma pergunta direta ao enfermo:

Você quer ficar são? A pergunta parece inócua,

parece que ela não é muito objetiva e até

inconsequente. Quem é que iria a um hospital,

Senhor Deputado Doutor Hércules, perguntar a um

enfermo se ele quer ficar são? Parece ridícula,

absurda. Mas a verdade é que algumas pessoas

querem tirar partido da enfermidade. E, às vezes, a

enfermidade se torna um meio, alguma coisa muito

mais do que enfermidade física.

Conheci uma pessoa assim em Goiânia que

pedia esmola na rua porque tinha um hematoma na

perna e aquele hematoma atraía as moscas. Alguém

tentou ajudar aquela pessoa que disse: - Não, não

quero ajuda, quero continuar aqui porque é por meio

dessa minha enfermidade que tenho o meu pão de

cada dia.

Muitas vezes queremos tirar partido da

enfermidade para alimentar outra enfermidade que

está no coração. Precisamos fazer perguntas.

Queremos realmente resolver o problema da Saúde?

Vamos enfrentar de verdade? As pessoas que estão

ali querem de fato a cura que estamos oferecendo?

Tenho dito isso, às vezes, no gabinete para

algumas pessoas que vão lá me procurar porque estão

enfrentando problemas na área do crack e de outras

drogas. Pergunto: você quer cura? E às vezes ouço a

pessoa dizer que vai pensar. Você quer se curado?

Jesus perguntou àquele homem.

Senhores Deputados, é interessante que

quando fazemos perguntas ouvimos respostas. O

homem deu três respostas para Jesus. Disse: Não

tenho ninguém. A segunda coisa que disse: ninguém

me leva. A terceira coisa que disse: Na São Silvestre

que disputava, todas as vezes alguém chegava em

primeiro lugar. Já pensaram, Senhores Deputados,

toda vez alguém chegar à nossa frente? Não tenho

ninguém, ninguém me ajuda, e todas as vezes que

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Vitória-ES, quinta-feira, 27 de setembro de 2012 Diário do Poder Legislativo - 13

disputo meu campeonato, chego em último lugar.

Nesse momento vem a mão que ajuda, a intervenção

que resolve, vem Jesus dizendo: Então, hoje você vai

se tornar vencedor. Hoje você não vai precisar ir ao

tanque, vai dar a guinada que precisa.

Jesus dá três desafios para aquele homem. O

primeiro: Levanta! Fazer saúde não é só questão de

medicação, é mais do que isso. Os médicos presentes

sabem disso. A terapia apenas com medicamentos

produz um efeito; mas, mais do que isso, sabemos

que é preciso o agir de Deus. E sabemos como é

importante quando o hospital também busca um

investimento no ser humano como um todo, e não

apenas como um doente do fígado, do pulmão, do

coração. Mas ver o doente como um todo. Jesus fala:

Levanta! Para levantar precisava de fé, precisava crer

no que Jesus estava dizendo e ele levantou.

Depois Jesus disse: Agora, toma esse leito

que está te carregando. Por que ele precisava tomar o

leito? Não era melhor deixá-lo onde estava? Mas era

necessário que testemunhasse aquilo que Jesus estava

fazendo em sua vida. Colocar o leito no ombro,

muitas vezes, é um fardo, é um peso. Não é fácil

carregar leitos no ombro. É pesado, é duro,

principalmente porque não é um só, são muitos. Mas

quando carregamos esses leitos sabendo que pessoas

foram curadas não sentimos nenhum peso porque

estamos sendo vitoriosos.

A última palavra e a mais desafiadora que

encontro nesse texto, é: Anda! Jesus manda aquele

homem sair da letargia, da posição em que se

encontrava e diz: Você pode andar porque você foi

curado.

Senhores Deputados, irmãos em Cristo,

Senhoras e Senhores homenageados, queremos ser

veículos de Deus na vida das pessoas, queremos dizer

para cada doente que está no Hospital: Levanta e

anda! E podemos fazê-lo se juntarmos forças,

dependermos do Senhor e buscarmos Nele a

orientação segura para a nossa caminhada.

Meu desejo sincero é que, nos próximos

quarenta anos, o Hospital Evangélico continue sendo

instrumento poderoso nas mãos de Deus para

abençoar vidas.

Neste momento não podemos deixar de

mencionar nossa gratidão a uma pessoa que há

quarenta anos dedica a sua vida àquele hospital.

Meus irmãos, sabem o que é isso? É praticamente o

tempo de existência do Hospital. Queremos

homenagear essa pessoa agora e agradecer a Deus

sua vida, o carinho, amor, dedicação, empenho, visão

e, sobretudo, a grande mulher que tem sido nas mãos

do Senhor. Estamos falando da nossa Diretora,

Senhora Sirlene Motta de Carvalho, para quem

pedimos uma salva de palmas. (Palmas)

Gostaríamos de homenagear a Senhora

Sirlene Motta de Carvalho e convidá-la a vir a esta

tribuna para receber de nossas mãos essa homenagem

singela, mas de todo o coração. Sirlene, esta não é

uma homenagem do Pastor Evaldo, mas uma

homenagem da família do Hospital Evangélico a

você que tem dado seu carinho, amor, tempo,

dedicação, tem gasto tudo o que tem e o que não tem

no Hospital e tem feito com muito amor e esmero o

seu trabalho. Reconhecemos e sabemos que não

temos como recompensá-la por isso. Mas Deus

haverá de fazê-lo todos os dias, e na eternidade

certamente sua recompensa será abundante. Leremos

essa placa em homenagem à Sirlene:

A comemoração dos quarenta anos

do Evangélico

Sirlene: É um momento especial para

agradecermos a Deus por sua vida e

homenageá-la pelas marcas

importantes e significativas que você

cunhou na história desta Instituição.

Eis o tripé da sua vida: fé em Deus,

muita garra e esperança. Nosso

agradecimento carinhoso e muitas

bênçãos de Deus.

Família do Hospital Evangélico de

Vila Velha. Setembro, 2012.

Deus te abençoe. (Palmas)

Senhor Deputado José Esmeraldo,

agradecemos a oportunidade. Muito obrigado pela

homenagem, muito obrigado pela sessão solene de

homenagem ao hospital, e continuamos contando

com a parceria dos Senhores Deputados, com a

parceria do Governo do Estado, como o apoio dos

senhores e das senhoras em oração, em apoio de

mãos dadas ao hospital. Obrigado. (Muito bem!)

O SR. CERIMONIALISTA - (SÉRGIO

SARKIS FILHO) - Neste momento, o Senhor

Deputado José Esmeraldo, Presidente desta sessão,

fará as considerações finais e o encerramento

regimental desta sessão solene.

O SR. PRESIDENTE - (JOSÉ

ESMERALDO) - Agradecemos, em especial, ao

Senhor Ricardo Ewald, Diretor do Hospital

Evangélico de Vila Velha. Uma salva de palmas para

V. S.ª. (Palmas) Com certeza V. S.ª foi brilhante para

que tudo isso acontecesse. Vários dias, semanas,

vimos o empenho do nosso amigo, o Senhor Ricardo

Ewald, juntamente com a nossa assessoria.

Agradecemos muito e, com certeza, estaremos em

outras oportunidades nesta Casa de Leis, porque isso

é muito bom para toda a sociedade do Estado do

Espírito Santo.

Agradecemos, também, à assessora de

comunicação, Senhora Suzi Faria, e todos que se

empenharam para o sucesso desta sessão. Obrigado,

Senhora Suzi Faria.

Convido todos para um coquetel no Salão

Nobre Emiliana Viana Emery, desta Casa de Leis,

oferecido pelo Hospital Evangélico.

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14 - Diário do Poder Legislativo Vitória-ES, quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Nada mais havendo a tratar, vou encerrar a

presente sessão. Antes, porém, convoco os Senhores

Deputados para a próxima, ordinária, dia 17 de

setembro de 2012, para a qual designo

EXPEDIENTE:

O que ocorrer.

ORDEM DO DIA: Anunciada na

octogésima segunda sessão ordinária, realizada no dia

12 de setembro de 2012.

*Encerra-se a sessão vinte às horas e

cinquenta e três minutos.

(*) Reproduzida por ter sido redigida com incorreção.

OCTOGÉSIMA QUARTA SESSÃO

ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO

LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA

SÉTIMA LEGISLATURA, REALIZADA EM 18

DE SETEMBRO DE 2012.

(De acordo com o registrado no painel eletrônico, à

hora regimental, para ensejar o início da sessão,

comparecem os Senhores Deputados Doutor Hércules,

Aparecida Denadai, Elcio Alvares, Esmael de

Almeida, Freitas, Gildevan Fernandes, Gilsinho Lopes,

Glauber Coelho, José Esmeraldo, Luciano Pereira,

Marcelo Santos, Roberto Carlos, Sandro Locutor e

Theodorico Ferraço)

O SR. PRESIDENTE - (THEODORICO

FERRAÇO) - Havendo número legal e invocando a

proteção de Deus, declaro aberta a sessão.

(Assume a 1.ª Secretaria o Senhor

Deputado Roberto Carlos e a 2.ª

Secretaria o Senhor Deputado

Glauber Coelho)

O SR. PRESIDENTE - (THEODORICO

FERRAÇO) - Convido o Senhor Deputado Glauber

Coelho a proceder à leitura de um versículo da

Bíblia.

(O Senhor Deputado Glauber

Coelho lê Salmos, 19:14)

O SR. PRESIDENTE - (THEODORICO

FERRAÇO) - Convido o Senhor 2.º Secretário a

proceder à leitura da ata da octogésima terceira

sessão ordinária, realizada em 17 de setembro de

2012. (Pausa)

(O Senhor 2.º Secretário procede à

leitura da ata)

O SR. PRESIDENTE - (THEODORICO

FERRAÇO) - Aprovada a ata como lida. (Pausa)

Convido o Senhor 1.º Secretário a proceder à

leitura do Expediente.

O SR. 1.º SECRETÁRIO lê:

GOVERNO DO ESTADO DO ESPÍRITO

SANTO

SECRETARIA DA CULTURA

OFÍCIO N.º 440/2012

Vitória, 11 de setembro de 2012.

Senhor Presidente:

Em cumprimento ao disposto no § 2° do art.

116 da Lei n.° 8.666/93, estamos encaminhando, em

anexo, o Resumo do Termo de Convênio n.º

014/2012, firmado entre esta Secretaria de Estado da

Cultura e a Associação Rionovense de Imigrantes

Suíços - ARIS, registrado na Auditoria Geral do

Estado sob n. 009869.

Atenciosamente,

MAURÍCIO JOSÉ DA SILVA

Secretário de Estado da Cultura Rua Luiz Gonzáles Alvarado,51 - Enseada do Suá- Vitória-

Espírito Santo- CEP29.050-380

Tel. 3636-7100-Email:[email protected]

www.secult.es.gov.br.

Ao

Ex. mo

Sr.

THEODORICO FERRAÇO

Presidente da Assembleia Legislativa do Espírito

Santo

NESTA

O SR. PRESIDENTE - (THEODORICO

FERRAÇO) - Ciente. Às Comissões de Cultura e de

Finanças.

Continua a leitura do Expediente.

O SR. 1.º SECRETÁRIO lê:

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO

DO ESPÍRITO SANTO

GABINETE DO DEPUTADO

OFÍCIO N.º 254/2012

Vitória, 17 de setembro de 2012.

Senhor Presidente:

Sirvo-me do presente, para mais uma vez

cumprimentá-lo pelo excelente trabalho desenvolvido

por V. Exª frente à presidência desta Casa de Leis.

Venho por meio deste, com fundamento no

artigo 305 § 6º do regimento interno, justificar a V.

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Vitória-ES, quinta-feira, 27 de setembro de 2012 Diário do Poder Legislativo - 15

Exª o meu não comparecimento a sessão legislativa

do dia 17/09/2012, no horário das 15h, pois estava

cumprindo uma agenda legislativa previamente

agendada.

Aproveito para renovar protestos de elevada

estima e distinta consideração,

Atenciosamente,

DA VITÓRIA

Deputado Estadual - PDT

Ao

Ex. mo

Sr.

THEODORICO FERRAÇO

Presidente da Assembleia Legislativa do Espírito

Santo

NESTA

O SR. PRESIDENTE - (THEODORICO

FERRAÇO) - Justificada a ausência. À Secretaria.

Continua a leitura do Expediente.

O SR. 1.º SECRETÁRIO lê:

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO

DO ESPÍRITO SANTO

GABINETE DA DEPUTADA

OFÍCIO N.º 88/2012

Vitória, 18 de setembro de 2012.

Senhor Presidente:

Com base no Capítulo IV, artigo 305, Inciso

6º, do Regimento Interno, solicito justificar a minha

ausência na sessão ordinária do dia 18 de setembro de

2012.

Atenciosamente,

APARECIDA DENADAI

Deputada Estadual - PDT

Ao

Ex. mo

Sr.

THEODORICO FERRAÇO

Presidente da Assembleia Legislativa do Espírito

Santo

NESTA

O SR. PRESIDENTE - (THEODORICO

FERRAÇO) - Justificada a ausência. À Secretaria.

Continua a leitura do Expediente.

O SR. 1.º SECRETÁRIO lê:

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO

DO ESPÍRITO SANTO

GABINETE DO DEPUTADO

PROJETO DE LEI N.º 354/ 2012

Declara de Utilidade Pública a

Associação de Pequenos Agricultores

da Região de Pedra Camelo, no

Município de Pancas.

A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO

DO ESPÍRITO SANTO

DECRETA:

Art. 1º Fica declarada de utilidade pública a

Associação de Pequenos Agricultores da Região de

Pedra Camelo, no Município de Pancas.

Art. 2º Esta Lei entrará em vigor na data de

sua publicação.

Sala das Sessões, 12 de setembro de 2012.

GENIVALDO LIEVORE

Deputado Estadual - PT

JUSTIFICATIVA

O presente Projeto de Lei tem por fim

declarar de utilidade pública a Associação de

Pequenos Agricultores da Região de Pedra Camelo,

no Município de Pancas.

Em atendimento às exigências estabelecidas

na Lei nº 3.979, de 1987, com alterações pela Lei nº

8.802, de 2008, segue os seguintes documentos

necessários à declaração de utilidade pública no

âmbito do Estado do Espírito Santo:

1. Cópia autenticada em cartório de

notas e tabelionato do estatuto social

da entidade em tela;

2. Certidão original expedida pelo

Cartório do 1º Ofício da Comarca de

Barra de Pancas/ES, em 02 de

fevereiro de 2012, certificando a

personalidade jurídica da Associação

em tela.

3. Cópia autenticada em cartório de

notas e tabelionato da declaração de

imposto de renda de pessoa jurídica,

que comprova a inscrição no

Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica

(CNPJ);

4. Cópia autenticada em cartório do

balanço patrimonial, no qual há

comprovação da ausência de

remuneração de pessoal;

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16 - Diário do Poder Legislativo Vitória-ES, quinta-feira, 27 de setembro de 2012

5. Declaração original do Juiz de

Direito da Comarca de Pancas,

atestando a constituição, a inscrição

no CNPJ e o efetivo funcionamento

da entidade há mais de dois anos;

6. Cópia da última Ata de Eleição da

Diretoria atual;

Ante o exposto, proponho o presente projeto

de lei para declarar de utilidade pública a entidade

acima identificada.

O SR. PRESIDENTE - (THEODORICO

FERRAÇO) - Publique-se. Às Comissões de Justiça

e de Assistência Social, na forma do artigo 276 do

Regimento Interno.

Continua a leitura do Expediente.

O SR. 1.º SECRETÁRIO lê:

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO

DO ESPÍRITO SANTO

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA,

SERVIÇO PÚBLICO E REDAÇÃO

PARECER N.º 436/2012

Parecer do Relator: Projeto de Lei n.º 204/2012

Autora: Deputada Aparecida Denadai

Ementa “Disp e sobre a obrigatoriedade de reservar

de 10% das mesas e cadeiras das praças de

alimentação dos shoppings centers, a serem

adequadas e reservadas para portadores de

deficiência física”.

RELATÓRIO

Trata-se de Projeto de Lei n° 204/2012, de

autoria da Deputada Aparecida Denadai, que tem

como finalidade “Disp e sobre a obrigatoriedade de

reservar de 10% das mesas e cadeiras das praças de

alimentação dos shoppings centers, a serem

adequadas e reservadas para portadores de

deficiência física”.

O Projeto foi protocolado em 17/05/2012,

lida no Expediente da Sessão Ordinária do dia

21/05/2012 e publicada no Diário do Poder

Legislativo do dia 11 de junho de 2012 às fls. 06/07

dos autos.

O presente Projeto de Lei veio a esta

Comissão de Constituição e Justiça, Serviço Público

e Redação para exame e parecer na forma do disposto

no art. 41, I, do Regimento Interno (Resolução n°

2.700/09).

Em apertada síntese, são estas as questões de

fato e de direito com fundamento nas quais, passamos

a emitir o Parecer.

É o relatório.

PARECER DO RELATOR

DA ANÁLISE QUANTO AO ASPECTO

DA LEGALIDADE E DA

CONSTITUCIONALIDADE FORMAL E

MATERIAL

Trata-se de Projeto de Lei nº 204/2012, de

autoria da Deputada Aparecida Denadai, que tem

como objeto “Dispõe sobre a obrigatoriedade de

reservar de 10% das mesas e cadeiras das praças de

alimentação dos shoppings centers, a serem

adequadas e reservadas para portadores de

deficiência física”.

Ocorre que, em nosso ordenamento

constitucional vige um complexo sistema de controle

da constitucionalidade das leis e atos administrativos.

No plano jurídico o sistema de controle de

constitucionalidade adotado admite a existência do

controle preventivo que se realiza no curso do

processo legislativo e, o controle repressivo cuja

incidência se dá quando a lei se encontra vigendo.

A Constituição Federal de 1988 outorgou o

exercício do controle prévio da constitucionalidade

ao Poder Legislativo e ao Poder Executivo1 (quando

da emissão de juízo de valor quanto à sanção ou veto

do autógrafo de lei aprovado pelo parlamento).

Na hipótese em apreço, trata-se do controle

preventivo de constitucionalidade no âmbito do

processo legislativo, porém exercido pelo Poder

Legislativo. Sua característica fundamental consiste

no fato de atuar no momento da elaboração da lei,

com a finalidade de evitar que sua edição, seja quanto

a forma, seja quanto ao conteúdo, ofenda a

supremacia da Lei Maior.

A doutrina e jurisprudência distinguem duas

espécies de inconstitucionalidade, conforme leciona o

eminente constitucionalista Jose Afonso da Silva:

“ a formalmente, quando tais

normas são formadas por

autoridades incompetentes ou em

desacordo com formalidades ou

procedimentos estabelecidos pela

constituição;

(b) materialmente, quando o

conteúdo de tais leis ou atos

contraria preceito ou princípio da

constituição." 2

O exame do controle formal de

constitucionalidade deve preferir ao de exame de

mérito. A razão dessa prevalência, para fins da

análise, decorre da sedimentada jurisprudência do

pretório excelso, segundo a qual, a existência de vício

formal de inconstitucionalidade fulmina

integralmente o ato, ou lei.

Em decorrência, sendo constatada a

existência de vício formal de inconstitucionalidade,

torna-se despiciendo qualquer exame quanto à

constitucionalidade material, posto que ante a

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Vitória-ES, quinta-feira, 27 de setembro de 2012 Diário do Poder Legislativo - 17

constatação do aludido vício formal e insanável a lei

estará, irremediavelmente, condenada a ser

expungida do mundo jurídico.3

Ancorado neste entendimento, passo ao

exame da constitucionalidade formal da proposição.

Como é cediço, para exame da

constitucionalidade do projeto de lei impende que se

identifique o cerne da questão jurídica de que trata a

proposição. Para tanto, deve-se examinar a substancia

das matérias que o projeto pretende legislar.

Na hipótese sob exame não restam dúvidas

de que a matéria tratada na proposição diz respeito a

normas edilícias e como tal encartadas na

competência legislativa privativa do município, ex vi

do disposto no artigo 30, I da CF.

Com efeito, em pese o elevado interesse

público manifestado pela autora da proposição, a

matéria versada no presente PL tem natureza típica

para ser tratada pela legislação municipal de

edificações de cada município, em conjunto com as

normas de organização urbana contida no plano

Diretor Urbano de cada cidade.

Corrobora o entendimento acima expendido a

regra inserida no artigo 2º da proposição que prevê a

instituição de penalidades na hipótese de

descumprimento da obrigação legal de reserva de

espaço. Ora, fácil dever que o Estado não exerce

fiscalização neste plano, evidenciando, portanto, mais

uma vez, a natureza de norma jurídica afeta ao

interesse local. Note-se que a autora expressamente

omitiu a menção ao órgão incumbido da fiscalização.

Diante da exegese realizada, no plano da

constitucionalidade formal, vislumbro a existência de

vício formal que mácula irremediavelmente a

proposição. Isto posto, sob esta ótica da

constitucionalidade, entendo que a continuidade da

tramitação representa risco de afronta a supremacia

formal da Lei Maior.

Quanto ao aspecto material verifico que o

exame deste aspecto torna-se desnecessário, uma vez

prejudicado, em face da apontada

inconstitucionalidade formal que, consoante

orientação do pretório excelso contamina a

proposição, independentemente do seu conteúdo.

Em face das razões expendidas, entendo que

a proposição, nos termos em que se acha redigida é

formalmente inconstitucional, razão pela qual

identifico a existência de óbice intransponível a sua

regular tramitação.

Diante do exposto, sugerimos aos ilustres

pares desta douta Comissão a adoção do seguinte:

PARECER N.º 436/2012

A COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E

JUSTIÇA, SERVIÇO PÚBLICO E REDAÇÃO é

pela INCONSTITUCIONALIDADE,

ILEGALIDADE E ANTIJURIDICIDADE do

Projeto de Lei de n.º 204/2012, de autoria da Ex.ma

Senhora Deputada Aparecida Denadai.

Plenário Rui Barbosa, 11 de setembro de

2012.

ELCIO ALVARES

Presidente

CLAUDIO VEREZA

Relator

DARY PAGUNG

FREITAS

1 Hilda de Souza , em sua obra sobre o processo legislativo afirma “A

Constituição Brasileira optou por atribuir o controle de

constitucionalidade, ao longo do processo legislativo, aos Poderes

políticos. Ao Parlamento, pelo exame prévio das proposições nas

Comissões Técnicas (controle interno) e ao Poder Executivo (controle

externo), pelo veto” 2 Curso de Direito Constitucional Positivo. 3 De fato, a inobservância dos esquemas rituais rigidamente impostos pela

Carta Magna da República gera a invalidade formal dos atos legislativos

editados pelo Poder Legislativo e permite que sobre essa eminente

atividade jurídica do Parlamento possa instaurar-se o controle

jurisdicional "A infração ao preceito constitucional sobre a feitura da

lei tem o efeito de descaracterizá-la como regra jurídica.O Poder

Judiciário pode verificar se o ato legislativo atendeu ao processo

previsto na Constituição." (RDA 126/117)

O SR. PRESIDENTE - (THEODORICO

FERRAÇO) - Publique-se.

Continua a leitura do Expediente.

O SR. 1.º SECRETÁRIO lê:

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO

DO ESPÍRITO SANTO

GABINETE DO DEPUTADO

REQUERIMENTO N.º 226/2012

Senhor Presidente:

O Deputado abaixo assinado requer a V. Ex.ª,

com fulcro no art. 305, inciso II, do Regimento

Interno, licença, no dia 10 de setembro do corrente

ano, para tratamento de saúde, conforme atestado

médico.

Sala das Sessões, 14 de setembro de 2012.

ROBERTO CARLOS

Deputado Estadual - PT

O SR. PRESIDENTE - (THEODORICO

FERRAÇO) - Defiro. À Secretaria para providenciar

ato de licença.

Continua a leitura do Expediente.

O SR. 1.º SECRETÁRIO lê:

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO

DO ESPÍRITO SANTO

GABINETE DO DEPUTADO

REQUERIMENTO N.º 228/2012

Senhor Presidente:

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18 - Diário do Poder Legislativo Vitória-ES, quinta-feira, 27 de setembro de 2012

O Deputado infra-assinado, no uso de suas

prerrogativas constitucionais e regimentais, com

fulcro no Art. 305 III, Capítulo IV - Regimento

Interno - REQUER a V. Ex.ª licença, sem

remuneração, no período de 18/09/2012 a

05/10/2012, para tratar de interesses particulares.

Palácio Domingos Martins, 18 de setembro

de 2012.

DA VITÓRIA

Deputado Estadual

O SR. PRESIDENTE - (THEODORICO

FERRAÇO) - Defiro. À Secretaria para providenciar

ato de licença.

Continua a leitura do Expediente.

O SR. 1.º SECRETÁRIO lê:

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO

DO ESPÍRITO SANTO

GABINETE DO DEPUTADO

REQUERIMENTO DE INFORMAÇÃO N.º

225/2012

Senhor Presidente:

Deputado abaixo assinado, no uso de suas

prerrogativas regimentais, requer a V. Ex.ª que

encaminhe ao Ex.mo

Sr. Secretário de Estado de

Justiça o seguinte pedido de informações:

- Fornecer cópias das

CI/SEJUS/CDO-VII/ADM N.º

1569/12 e 1570/12 datadas de

05/082012, bem como a CI Nº

1563/12 datada 04/09/2012 do CDP -

VII/CPV endereçada ao

SASP/SEJUS, como os respectivos

anexos.

Sala das Sessões, 13 de setembro de 2012.

GILSINHO LOPES

Deputado Estadual

O SR. PRESIDENTE - (THEODORICO

FERRAÇO) - Oficie-se.

A presidência solicita aos Senhores

Deputados que se encontram nos gabinetes, onde

acompanham o Senhor Governador e o Senhor

Presidente do Tribunal de Justiça, que compareçam

ao Plenário e registrem presença nos terminais

eletrônicos, pois começaremos a ler o Expediente

sujeito à deliberação. (Pausa)

O SR. DOUTOR HÉRCULES - Senhor

Presidente, pela ordem! Avisamos aos nossos Pares

e ao público que nos assiste através da TV

Assembleia, canal 12, e da TV Educativa, canal 2,

que, tendo em vista os últimos acontecimentos, sobre

o problema da Saúde Pública do Estado do Espírito

Santo e, especialmente, sobre o Hospital São Lucas, a

situação está se agravando.

Hoje, passamos a manhã com o Senhor

Secretário de Estado da Saúde, Tadeu Marino que

realizou a abertura do 1.º seminário de Atenção

Integral à saúde do homem no colégio Novo Milênio,

em Vila Velha. Depois fomos ao Palácio Anchieta

participarmos de um evento do Detran, com o Senhor

Governador do Estado. E invertemos a nossa reunião;

pois a prestação de contas seria realizada, nesta

Assembleia Legislativa, na sexta-feira às 9h, mas o

CRM e as entidades de Saúde convocaram uma

reunião no Conselho Regional de Medicina para

debater sobre a emergência no sistema de saúde.

Convido todos, inclusive os que estão nos

assistindo, para que compareçam a esta Casa de Leis

na sexta-feira às 15h, pois o Senhor Tadeu Marino,

Secretário de Estado da Saúde, fará a prestação de

contas das aplicações de todas as políticas de saúde

dos últimos meses, conforme determina a lei. Às 10h,

estaremos no Conselho Regional de Medicina com as

entidades de saúde que convidam V. Ex.ª, os

integrantes desta Mesa e todos os nossos Pares.

(Comparece o Senhor Deputado

Atayde Armani)

O SR. PRESIDENTE - (THEODORICO

FERRAÇO) - Muito obrigado, Senhor Deputado

Doutor Hércules.

A presidência registra, com satisfação, a

presença do Doutor José Renato Dias Federici,

médico do Hospital Infantil, nesta sessão.

A Presidência apela aos Senhores Deputados

que se encontram nas dependências externas do

Plenário que adentrem ao recinto e registrem

presença nos terminais eletrônicos. Necessitamos de

mais um Senhor Deputado para o quorum. (Pausa)

O SR. GILSINHO LOPES - Senhor

Presidente, pela ordem! O pedido de demissão do

Senhor Ângelo Roncalli, Secretário de Justiça, foi

aceito pelo Senhor Governador do Estado Renato

Casagrande e temos falado, nesta Casa, todos os dias,

incessantemente, nós e o Senhor Deputado José

Esmeraldo, que os presídios estão superlotados.

Inclusive, a Juíza do Município de Cachoeiro

de Itapemirim, terra de V. Ex.ª, interditou o presídio

daquele Município e os presos daquela comarca estão

se deslocando para o Município de Barra de São

Francisco, que também já está lotado.

Conversamos com a Juíza da Vara de

Execuções Penais, Doutora Elza Ximenes e a

Promotora Viviane e elas nos pediram uma audiência

com o Senhor Governador Renato Casagrande.

Falamos com o nosso Secretário Chefe da Casa Civil

Page 21: ANO XLVI - VITÓRIA-ES, QUINTA-FEIRA, 27 DE SETEMBRO DE ... · vitória/es, 26 de setembro 2012. octavio luiz espindula subdiretor-geral da secretaria secretaria de comunicaÇÃo

Vitória-ES, quinta-feira, 27 de setembro de 2012 Diário do Poder Legislativo - 19

para marcar esta audiência, pois elas não acreditavam

mais no Doutor Ângelo Roncalli.

O Estado do Espírito Santo está gastando um

absurdo com a escolta de presos. O preso da Comarca

de Cachoeiro de Itapemirim vai para o Município de

Barra de São Francisco e no dia da audiência é

preciso deslocar dois, três policiais para buscar o

preso do Município de Barra de São Francisco para a

audiência e depois retorná-lo para o município. Além

da despesa com transporte de presos, coloca em risco

a vida de policiais e dos próprios presidiários.

Temos que alertar o novo Secretário de

Justiça para essa situação calamitosa e

complicadíssima, sem falar que, hoje, a Sejus conta,

com seis mil agentes penitenciários. A Polícia Civil

não tem mais preso algum em suas unidades policiais

e toda a escolta para o interior é feita pelos policiais

civis. Temos que colocar os agentes penitenciários

que são treinados e capacitados para fazerem essas

escoltas, que realizem esse trabalho, porque essa

situação está deixando que os policiais civis façam as

investigações policiais para reduzir a violência, a

criminalidade e a impunidade, ou seja, os policiais

estão sendo utilizados para essa situação.

Gostaríamos de fazer esse registro, Senhor

Presidente Theodorico Ferraço, porque o Doutor

André Garcia, assumiu o posto de Secretário de

Justiça, e queremos uma reunião com a Comissão de

Segurança para mostrar para S. Ex.ª essa disparidade,

essa distorção existente entre o papel do agente

penitenciário e o papel da polícia civil.

Está na Constituição que a polícia judiciária é

para apurar as infrações penais, não é para levar

presos ao fórum, ficando quatro, cinco horas parados

com uma viatura nos fóruns, onde não há

absolutamente nada a fazer, de modo que o crime

está acontecendo e as investigações não estão sendo

levadas a efeito.

Fazemos este registro, porque não temos

absolutamente nada contra a quem quer que seja.

Todo gestor tem que ter ética e transparência, porque,

caso contrário, estaremos denunciando nesta Casa,

fazendo nossos requerimentos, como sempre fizemos,

pois não permitiremos, em hipótese alguma, os

desmandos que aconteceram durante todo o período

da gestão do Senhor Ângelo Roncalli à frente da

Secretaria de Estado de Justiça. Se isso acontecer,

pediremos a instauração de um procedimento

próprio: comissão especial ou CPI. Pediremos porque

não vamos mais permitir esse tipo de atitude.

(Comparece o Senhor Deputado

Sérgio Borges)

O SR. SANDRO LOCUTOR - Senhor

Presidente, pela ordem! No mesmo tom do discurso

do Senhor Deputado Gilsinho Lopes, desde o ano

passado, no início do nosso mandato, já alertávamos

sobre o problema da Sejus e, em especial, o problema

do Iases.

Felicitamos o Senhor Governador Renato

Casagrande por mandar, de fato, investigar toda essa

problemática. O Governo tomou as providências. O

Secretário de Estado de Justiça não foi demitido

porque se antecipou e pediu demissão. A atitude de S.

Ex.ª foi até louvável, mas já era para ter saído um

pouco antes.

Senhor Presidente, finalizando, alertamos o

Governo que o Senhor André Garcia não pode

acumular as duas Secretarias, Sejus e Secretaria de

Ações Estratégicas, pois já ficou claro que quem

estiver comandando a Secretaria de Estado da Justiça

deve ficar à disposição, em tempo integral, porque

essa pasta demanda uma atenção especial. Não é

apenas uma simples mudança de secretário que

resolverá o problema da Sejus.

O SR. PRESIDENTE - (THEODORICO

FERRAÇO) - Convido o Senhor 1.º Secretário a

continuar à leitura do Expediente.

O SR. 1.º SECRETÁRIO lê:

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO

DO ESPÍRITO SANTO

GABINETE DA LIDERANÇA DE GOVERNO

REQUERIMENTO DE URGÊNCIA N.º 121/2012

Senhor Presidente:

O Deputado abaixo assinado, Líder do

Governo nesta Casa, no uso de suas prerrogativas

regimentais, requer a V. Ex.ª, após ouvido o Plenário,

regime de urgência, para o Projeto de Lei

Complementar n.º 028/2012, oriundo da Mensagem

Governamental n.º 240/2012, que dispõe sobre

medidas de incentivo à inovação, à pesquisa

científica e tecnológica, em ambientes produtivos e

dá outras providências.

Palácio Domingos Martins, 17 de setembro

de 2012.

SÉRGIO BORGES

Deputado Estadual - PMDB

Líder do Governo

O SR. PRESIDENTE - (THEODORICO

FERRAÇO) - Em votação o Requerimento de

Urgência n.º 121/2012, que acaba de ser lido.

Os Senhores Deputados que o aprovam,

permaneçam sentados. (Pausa)

Aprovado.

Continua a leitura do Expediente.

O SR. 1.º SECRETÁRIO lê:

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO

DO ESPÍRITO SANTO

GABINETE DA LIDERANÇA DE GOVERNO

Page 22: ANO XLVI - VITÓRIA-ES, QUINTA-FEIRA, 27 DE SETEMBRO DE ... · vitória/es, 26 de setembro 2012. octavio luiz espindula subdiretor-geral da secretaria secretaria de comunicaÇÃo

20 - Diário do Poder Legislativo Vitória-ES, quinta-feira, 27 de setembro de 2012

REQUERIMENTO DE URGÊNCIA N.º 122/2012

Senhor Presidente:

O Deputado abaixo assinado, Líder do

Governo nesta Casa, no uso de suas prerrogativas

regimentais, requer a V. Ex.ª, após ouvido o Plenário,

regime de urgência, para o Projeto de Lei n.º

344/2012, oriundo da Mensagem Governamental

n.º 233/2012, que autoriza o Poder Executivo a

desapropriar o imóvel que especifica, de propriedade

do município de Serra.

Palácio Domingos Martins, 17 de setembro

de 2012.

SÉRGIO BORGES

Deputado Estadual - PMDB

Líder do Governo

O SR. PRESIDENTE - (THEODORICO

FERRAÇO) - Em votação o Requerimento de

Urgência n.º 122/2012, que acaba de ser lido.

O SR. 1.º SECRETARIO (ROBERTO

CARLOS) - Senhor Presidente, pela ordem!

Requeiro a V. Ex.ª verificação de quorum para efeito

de votação.

O SR. PRESIDENTE - (THEODORICO

FERRAÇO) - É regimental. (Pausa)

Senhor Deputado Roberto Carlos, V. Ex.ª

solicitou verificação de quorum e está na obrigação

de fazer o registro. (Pausa)

Solicito aos Senhores Deputados que

registrem presença nos terminais eletrônicos. (Pausa)

(Procede-se ao registro das

presenças)

(De acordo com o registrado no

painel eletrônico, retiram-se os

Senhores Deputados Freitas e

Luciano Pereira)

(Registram presença os Senhores

Deputados Atayde Armani,

Aparecida Denadai, Doutor Hércules,

Elcio Alvares, Esmael de Almeida,

Gildevan Fernandes, Gilsinho Lopes,

Glauber Coelho, José Esmeraldo,

Marcelo Santos, Roberto Carlos,

Sandro Locutor, Sérgio Borges e

Theodorico Ferraço)

O SR. PRESIDENTE - (THEODORICO

FERRAÇO) - Registraram presença quatorze

Senhores Deputados.

Não há quorum para votação do

Requerimento de Urgência n.º 122/2012, pelo que

fica adiada.

Continua a leitura do Expediente.

O SR. 1.º SECRETÁRIO lê:

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO

DO ESPÍRITO SANTO

GABINETE DA LIDERANÇA DE GOVERNO

REQUERIMENTO DE URGÊNCIA N.º 123/2012

Senhor Presidente:

O Deputado abaixo assinado, Líder do

Governo nesta Casa, no uso de suas prerrogativas

regimentais, requer a V. Ex.ª, após ouvido o Plenário,

regime de urgência, para o Projeto de Lei n.º

345/2012, oriundo da Mensagem Governamental nº

234/2012, que autoriza o Poder Executivo, por meio

dos órgãos e entidades competentes, a regularizar as

inconsistências dos saldos dos inventários físicos dos

bens patrimoniais permanentes e dos registros

contábeis correspondentes, visando à implantação do

Sistema Integrado de Gestão Administrativa - SIGA e

dá outra providências.

Palácio Domingos Martins, 17 de setembro

de 2012.

SÉRGIO BORGES

Deputado Estadual - PMDB

Líder do Governo

O SR. PRESIDENTE - (THEODORICO

FERRAÇO) - Em votação o Requerimento de

Urgência n.º 123/2012, que acaba de ser lido.

(Pausa) Adiada por falta de quorum.

Continua a leitura do Expediente.

O SR. 1.º SECRETÁRIO lê:

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO

DO ESPÍRITO SANTO

GABINETE DA LIDERANÇA DE GOVERNO

REQUERIMENTO DE URGÊNCIA N.º 124/2012

Senhor Presidente:

O Deputado abaixo assinado, Líder do

Governo nesta Casa, no uso de suas prerrogativas

regimentais, requer a V. Ex.ª, após ouvido o Plenário,

regime de urgência, para o Projeto de Lei n.º

346/2012, oriundo da Mensagem Governamental

n.º 235/2012, que inclui entidade no Quadro

Demonstrativo de Subvenções Sociais e no Quadro

Demonstrativo de Auxílios, do Anexo V da Lei

Orçamentária n.o 9.782, de 03 de janeiro de 2012, em

favor da Secretaria de Estado da Saúde, para o fim

que especifica.

Page 23: ANO XLVI - VITÓRIA-ES, QUINTA-FEIRA, 27 DE SETEMBRO DE ... · vitória/es, 26 de setembro 2012. octavio luiz espindula subdiretor-geral da secretaria secretaria de comunicaÇÃo

Vitória-ES, quinta-feira, 27 de setembro de 2012 Diário do Poder Legislativo - 21

Palácio Domingos Martins, 17 de setembro

de 2012.

SÉRGIO BORGES

Deputado Estadual - PMDB

Líder do Governo

O SR. PRESIDENTE - (THEODORICO

FERRAÇO) - Em votação o Requerimento de

Urgência n.º 124/2012, que acaba de ser lido. (Pausa)

Adiada por falta de quorum.

Continua a leitura do Expediente.

O SR. 1.º SECRETÁRIO lê:

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO

DO ESPÍRITO SANTO

GABINETE DA LIDERANÇA DE GOVERNO

REQUERIMENTO DE URGÊNCIA N.º 125/2012

Senhor Presidente:

O Deputado abaixo assinado, Líder do

Governo nesta Casa, no uso de suas prerrogativas

regimentais, requer a V. Ex.ª, após ouvido o Plenário,

regime de urgência, para o Projeto de Lei n.º

347/2012, oriundo da Mensagem Governamental

n.º 236/2012, que autoriza o Poder Executivo a

receber em doação em pagamento imóvel de

propriedade da COHAB-ES para abatimento de

dívida e doá-lo à ESESP para ampliação de suas

instalações físicas.

Palácio Domingos Martins, 17 de setembro

de 2012.

SÉRGIO BORGES

Deputado Estadual - PMDB

Líder do Governo

O SR. PRESIDENTE - (THEODORICO

FERRAÇO) - Em votação o Requerimento de

Urgência n.º 125/2012, que acaba de ser lido.

(Pausa)

O SR. SÉRGIO BORGES - Senhor

Presidente, pela ordem! Requeiro a V. Ex.ª

verificação de quorum para efeito de votação.

O SR. PRESIDENTE - (THEODORICO

FERRAÇO) - É regimental.

Solicito aos Senhores Deputados que

registrem presença nos terminais eletrônicos. (Pausa)

(Procede-se ao registro das

presenças)

(De acordo com o registrado no

painel eletrônico, comparece a

Senhora Deputada Lúcia Dornellas)

(Registram presença os Senhores

Deputados Atayde Armani,

Aparecida Denadai, Doutor Hércules,

Elcio Alvares, Esmael de Almeida,

Gildevan Fernandes, Gilsinho Lopes,

Glauber Coelho, José Esmeraldo,

Lúcia Dornellas, Marcelo Santos,

Roberto Carlos, Sandro Locutor,

Sérgio Borges e Theodorico Ferraço)

O SR. PRESIDENTE - (THEODORICO

FERRAÇO) - Registraram presença quinze Senhores

Deputados.

Não há quorum para votação, pelo que fica

adiada.

Continua a leitura do Expediente.

O SR. 1.º SECRETÁRIO lê:

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO

DO ESPÍRITO SANTO

GABINETE DA LIDERANÇA DE GOVERNO

REQUERIMENTO DE URGÊNCIA N.º 126/2012

Senhor Presidente:

O Deputado abaixo assinado, Líder do

Governo nesta Casa, no uso de suas prerrogativas

regimentais, requer a V. Ex.ª, após ouvido o Plenário,

regime de urgência, para o Projeto de Lei n.º

348/2012, oriundo da Mensagem Governamental

n.º 237/2012, que autoriza o Poder Executivo a doar

uma área de terreno medindo 7.020 m² (sete mil e

vinte metros quadrados) ao Município de Castelo -

ES.

Palácio Domingos Martins, 17 de setembro

de 2012.

SÉRGIO BORGES

Deputado Estadual - PMDB

Líder do Governo

O SR. PRESIDENTE - (THEODORICO

FERRAÇO) - Em votação o Requerimento de

Urgência n.º 126/2012, que acaba de ser lido. (Pausa)

Adiada por falta de quorum.

(Comparece o Senhor Deputado

Rodney Miranda)

O SR. 1.º SECRETARIO (ROBERTO

CARLOS) - Senhor Presidente, pela ordem!

Enquanto o Senhor Deputado Rodney Miranda

registra presença no terminal eletrônico, anunciamos

a presença de vinte e nove alunos do Centro de

Integração Empresa Escola do Espírito Santo, CIEE,

do Município de Vitória, acompanhados das

Page 24: ANO XLVI - VITÓRIA-ES, QUINTA-FEIRA, 27 DE SETEMBRO DE ... · vitória/es, 26 de setembro 2012. octavio luiz espindula subdiretor-geral da secretaria secretaria de comunicaÇÃo

22 - Diário do Poder Legislativo Vitória-ES, quinta-feira, 27 de setembro de 2012

professoras Senhoras Graciela Oliveira e Joseane

Peres. Estão, neste momento, acompanhando a sessão

nas galerias.

O SR. PRESIDENTE - (THEODORICO

FERRAÇO) - Sejam bem-vindos à Casa.

Com a chegada do Senhor Deputado Rodeny

Miranda, há quorum para votação.

Continua a leitura do Expediente.

O SR. 1.º SECRETÁRIO lê:

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO

DO ESPÍRITO SANTO

GABINETE DA LIDERANÇA DE GOVERNO

REQUERIMENTO DE URGÊNCIA N.º 127/2012

Senhor Presidente:

O Deputado abaixo assinado, Líder do

Governo nesta Casa, no uso de suas prerrogativas

regimentais, requer a V. Ex.ª, após ouvido o Plenário,

regime de urgência, para o Projeto de Lei n.º

349/2012, oriundo da Mensagem Governamental

n.º 241/2012, que autoriza o Poder Executivo a

contratar operação de crédito junto a Caixa

Econômica Federal - CAIXA, voltada à viabilização

de despesas de capital constantes do Plano Plurianual

2012-2015 e dos orçamentos anuais, mediante

prestação de garantia pela União e dá outras

providências.

Palácio Domingos Martins, 17 de setembro

de 2012.

SÉRGIO BORGES

Deputado Estadual - PMDB

Líder do Governo

O SR. PRESIDENTE - (THEODORICO

FERRAÇO) - Em votação o Requerimento de

Urgência n.º 127/2012, que acaba de ser lido. (Pausa)

Os Senhores Deputados que o aprovam,

permaneçam sentados. (Pausa)

Aprovado.

Continua a leitura do Expediente.

O SR. 1.º SECRETÁRIO lê:

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO

DO ESPÍRITO SANTO

GABINETE DO DEPUTADO

REQUERIMENTO N.º 227/2012

Senhor Presidente:

DOUTOR HÉRCULES, Deputado

Estadual, no uso de suas prerrogativas regimentais,

requer a Vossa Excelência que seja cancelada a

SESSÃO ESPECIAL para promoção de debates e

palestras sobre os “TRABALHOS REALIZADOS

PARA DOAÇÃO E CAPTAÇÃO DE ÓRGÃOS

NO ESPÍRITO SANTO’’, que seria realizada no dia

24 de Setembro, segunda feira, às 19h.

Sala das Sessões, 11 de setembro de 2012.

DOUTOR HÉRCULES

Deputado Estadual - PMDB

O SR. PRESIDENTE - (THEODORICO

FERRAÇO) - Em discussão o Requerimento n.º

227/2012, que acaba de ser lido. (Pausa)

Não havendo oradores que queiram discuti-

lo, declaro encerrada a discussão.

Em votação.

Os Senhores Deputados que o aprovam,

permaneçam sentados. (Pausa)

Aprovado.

Continua a leitura do Expediente.

O SR. 1.º SECRETÁRIO lê:

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO

DO ESPÍRITO SANTO

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA,

SERVIÇO PÚBLICO E REDAÇÃO

PARECER N.º 385/2012

RELATÓRIO

O Projeto de Lei Complementar nº 025/2012,

de autoria do Senhor Deputado Rodney Miranda, tem

por escopo alterar o art. 38 da Lei Complementar n°

226, de 17 de janeiro de 2002, que reorganizou a

estrutura organizacional básica do Departamento

Estadual de Trânsito - DETRAN/ES, nos seguintes

termos:

Art. 1º O art. 38 da Lei

Complementar n° 226, de 18 de

janeiro de 2002, passa a vigorar com

a seguinte redação:

“Art. 38. Aos servidores públicos

estaduais ativos e inativos que

atuarem nos exames de candidatos à

habilitação para condução de

veículos automotores será atribuída

uma gratificação de 12 (doze)

Valores de Referência do Tesouro

Estadual - V TE s, por hora de

efetiva participação na área de

exame, observado o limite máximo

mensal fixado pelo Art. 3°, da Lei n°

. , de ”.

Art. 2° Esta Lei entra em vigor na

Page 25: ANO XLVI - VITÓRIA-ES, QUINTA-FEIRA, 27 DE SETEMBRO DE ... · vitória/es, 26 de setembro 2012. octavio luiz espindula subdiretor-geral da secretaria secretaria de comunicaÇÃo

Vitória-ES, quinta-feira, 27 de setembro de 2012 Diário do Poder Legislativo - 23

data de sua publicação.

Na sua justificativa (fol. 03-04), o Senhor

Deputado aduz que, apesar de a Lei Complementar

n° 226/2002, quando trata da gratificação de

participação em exames de candidatos à habilitação

para condução de veículos automotores no

dispositivo supracitado, fazer menção aos servidores

públicos estaduais, na prática, “têm sido suscitadas

dúvidas acerca da aplicabilidade daquela Lei aos

servidores inativos”, inclusive em razão do que

dispõe a Instrução de Serviço n° 20, de 27 de julho de

2011, do Diretor Geral do DETRAN/ES, que alude a

servidores públicos estaduais “que estão em atividade

no serviço público” art. . E continua

Assim, muito embora nos pareça

cristalina a extensão da lei aos

servidores ativos e inativos, vemos

necessário deixar assim explicitado

no seu texto, de modo a não que não

pairem dúvidas quanto à sua

aplicação, como tem ocorrido.

Releva ponderar que a presente

iniciativa não contraria as normas

constitucionais que regem o processo

legislativo, inclusive porque não

inova a lei em vigor, não cria

despesas, não interfere na atividade

funcional do servidor, enfim, não traz

em seu conteúdo qualquer óbice ao

seu acolhimento por esta Casa de

Leis.

O Projeto de Lei Complementar em análise

foi protocolizado em 10 de julho de 2012, mas

devolvido ao seu autor com base no art. 143, VIII do

Regimento Interno da Assembleia Legislativa do

Estado do Espírito Santo - Resolução nº 2.700/2009,

por infringência ao art. 63, parágrafo único, incisos

III e VI da Constituição do Estado do Espírito Santo

(conforme despacho de fol. 02).

Ato contínuo, deferiu-se o pedido de recurso

do autor do Projeto, com sua consequente remessa à

Comissão de Constituição e Justiça, Serviço Público

e Redação desta Casa para análise.

À fol. 45, informou o Centro de

Documentação e Informação Legislativa da Diretoria

de Documentação e Informação a: a) inexistência de

normas legais em vigor correlatas com a matéria

veiculada no Projeto de Lei Complementar ora

estudado; b) inexistência de normas legais em vigor

similares com a matéria veiculada no Projeto de Lei

Complementar ora estudado; c) inexistência de

proposições em tramitação correlatas com a matéria

veiculada no Projeto de Lei Complementar ora

estudado e; d) inexistência de proposições

arquivadas, vetadas, retiradas de pauta, rejeitadas ou

com despacho denegatório da Mesa e com aceitação

do Plenário correlatas com a matéria veiculada no

Projeto de Lei Complementar ora estudado.

Enviado à Procuradoria para análise, esta

opinou pela manutenção do despacho denegatório de

seguimento do Projeto, por apresentar vícios de

inconstitucionalidade formal e material.

O Projeto foi então remetido a esta Comissão

de Constituição e Justiça, Serviço Público e Redação

para exame e emissão de parecer, na forma do art. 41,

I do Regimento Interno da ALES.

É o relatório.

PARECER DO RELATOR

Conforme mencionado alhures, o Projeto de

Lei Complementar nº 025/2012 tem por escopo

alterar o art. 38 da Lei Complementar n° 226, de 17

de janeiro de 2002, que reorganizou a estrutura

organizacional básica do Departamento Estadual de

Trânsito - DETRAN/ES.

Assim, preambularmente, cabe à esta

Comissão de Constituição e Justiça, Serviço Público

e Redação efetuar um primeiro juízo acerca da

compatibilidade do Projeto com as normas

constitucionais, realizando o chamado controle

preventivo de constitucionalidade, ou seja, aquele

que ocorre durante o processo legislativo de

formação do ato normativo.

Assim o fazendo, deve-se perquirir, ab initio,

a qual ente político a Constituição Federal confere

competência para legislar acerca da matéria versada

no Projeto. Nesta árdua tarefa, cabe fazer menção às

sábias palavras de José Afonso da Silva:

A autonomia das entidades

federativas pressupõe repartição de

competências para o exercício e

desenvolvimento de sua atividade

normativa. Esta distribuição

constitucional de poderes é o ponto

nuclear da noção de Estado federal.

São notórias as dificuldades quanto a

saber que matérias devem ser

entregues à competência da União,

quais as que competirão aos Estados

e quais as que se indicarão aos

Municípios.1

O referido mestre age muito bem ao apontar

ser laboriosa a tarefa de se definir com precisão

cirúrgica a repartição de competências trazidas pelo

texto da Carta Magna. De fato, neste ponto, exige-se

estudo profícuo, afinal, a todo instante se estará a

tocar o tão valorado pacto federativo, ou forma

federativa de Estado, erigida ao status de cláusula

pétrea, ou núcleo intangível do arcabouço normativo

constitucional.

Após perscrutar o Texto Maior, verificou-se

que o tema versado no Projeto de Lei ora analisado -

regime jurídico de servidores públicos estaduais -

está inserido no âmbito da competência legislativa

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24 - Diário do Poder Legislativo Vitória-ES, quinta-feira, 27 de setembro de 2012

remanescente, prevista no art. 25, § 1º, da

Constituição Federal, verbis:

Art. 25. Os Estados organizam-se e

regem-se pelas Constituições e leis

que adotarem, observados os

princípios desta Constituição.

§ 1º - São reservadas aos Estados as

competências que não lhes sejam

vedadas por esta Constituição.

Nesse sentido, resta constatada a

constitucionalidade formal orgânica da proposição,

pois o Estado do Espírito Santo detém competência

legislativa para dispor sobre a matéria nele veiculada.

No entanto, sob a perspectiva da

constitucionalidade formal em seu aspecto subjetivo,

o Projeto de Lei Complementar aqui analisado

padece de vício insanável, tendo em vista a

impossibilidade de deflagração do processo

legislativo por intermédio da iniciativa parlamentar.

Informa o Senhor Deputado autor do Projeto

aqui analisado que este “não inova a lei em vigor, não

cria despesas, não interfere na atividade funcional do

servidor, enfim, não traz em seu conteúdo qualquer

óbice ao seu acolhimento por esta Casa de Leis”.

Data venia, acredita-se não ser esse o

entendimento que se coaduna com o ordenamento

constitucional pátrio.

Aqui se está a transitar no campo da chamada

interpretação autêntica2, através de uma lei

interpretativa, a qual pode ser definida,

sumariamente, como norma editada com o escopo

precípuo de esclarecer a vontade anteriormente

exteriorizada em norma precedente, atribuindo a esta

determinado sentido ou sanando eventual

ambiguidade ou vagueza.

A norma jurídica constitui a significação que

se extrai do enunciado prescritivo - suporte fático.

Quando uma lei interpretativa veicula norma jurídica

que restringe o leque de possibilidades do

hermeneuta, por óbvio que ela inova na ordem

jurídica, afinal, cria, de forma velada, uma obrigação

voltada ao aplicador, que deverá atribuir uma direção

específica preestabelecida ao processo cognitivo que

irá realizar.

Noutro giro, quando determinada lei é

promulgada, veicula em seu bojo um ou mais

enunciados prescritivos. Estes, por sua vez,

comportam toda uma gama de interpretações. A

partir de tais possibilidades interpretativas surgem as

normas jurídicas, em um processo de extração de

sentido do texto legal.

A norma veiculada pela lei interpretativa, ao

excluir uma ou mais possibilidades de extração de

sentido do texto legal, exterioriza um processo

assemelhado ao de uma revogação tácita, inovando,

iniludivelmente, no ordenamento jurídico.

Assim ensina Roque Antonio Carrazza:

Há quem queira - seguindo na traça

do art. 106, I, do CTN - que a lei

tributária interpretativa retroage até a

data da entrada em vigor da lei

tributária interpretada. Discordamos,

até porque, no rigor dos princípios,

não há leis interpretativas. A uma

lei não é dado interpretar uma

outra lei. A lei é o direito objetivo e

inova inauguralmente a ordem

jurídica. A função de interpretar

leis é cometida a seus aplicadores,

basicamente ao Poder Judiciário,

que aplica as leis aos casos

concretos submetidos à sua

apreciação, definitivamente e com

força institucional. Ràva, com toda

a razão, demonstra que o

acolhimento das chamadas “leis

interpretativas” cria um círculo

vicioso, uma vez que elas também

devem ser interpretadas. Isto

fatalmente acabaria por acarretar uma

série infinita de interpretações (... per

cui potrebe andare all’infinito).3

(Grifos nossos).

Nessa senda, por mais uma vez são lapidares

as palavras do Ministro Celso de Mello, do Supremo

Tribunal Federal, em seu voto proferido na ADI-MC

nº 605:

Não se desconhece a posição

doutrinária daqueles que, embora não

vislumbrando obstáculo

constitucional à sua realização,

censuram, por imprópria,

desnecessária e cientificamente

inconveniente, a atividade

legislativa destinada a formalizar a

exegese de leis anteriormente

promulgadas, visto que tal

comportamento estatal traduziria,

mais do que simples interpretação

autêntica de textos normativos,

verdadeira inovação da ordem

jurídica.

É por isso - salientam EDUARDO

ESPÍNOLA E EDUARDO

ESP NOLA FILHO “Tratado de

Direito Civil Brasileiro”, vol. III ,

1939, Freitas Bastos) - que, “Na lição

dos autores que têm versado o

assunto no Brasil”, tais como

CARVALHO DE MENDONÇA,

CARLOS MAXIMILIANO,

HERMES LIMA e BENTO DE

FARIA, prevalece “... a concepção

de que se trata, no caso, de

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Vitória-ES, quinta-feira, 27 de setembro de 2012 Diário do Poder Legislativo - 25

formação de direito novo”.

GILVANNI GALLONI “La

Interpretazione della legge”, p.

201/202, item n. 62, 1955, Giuffré,

Milano) corrobora esse

entendimento, ao acentuar que a

interpretação autêntica, enquanto

manifestação emanada do próprio

órgão investido de poder normativo

que editou a primitiva declaração,

não constitui uma verdadeira

atividade interpretativa, mas, sim,

um processo de integração

normativa em que “La norma

interpretativa si pone cosí come

norma complementare rispetto alla

norma interpretata com il resultato di

chiarirne la astratta precettività”.4

(Grifos nossos).

Destarte, não restam dúvidas, a partir da

explanação realizada nos parágrafos anteriores, de

que a interpretação autêntica constitui forma de

inovação na ordem jurídica posta.

Ainda nessa mesma linhagem teórica,

qualquer lei interpretativa de iniciativa parlamentar

que tenha uma lei de iniciativa reservada ao Chefe do

Poder Executivo como lei interpretada padecerá,

indiscutivelmente, de inconstitucionalidade formal

por vício de iniciativa.

Verifica-se que o Projeto de Lei

Complementar aqui analisado trata de forma de

remuneração de servidores públicos estaduais do

Poder Executivo - gratificação de participação em

exames de candidatos à habilitação para condução de

veículos automotores -, matéria que se insere no

gênero regime jurídico dos servidores, cuja iniciativa

compete privativamente ao Governador do Estado do

Espírito Santo, conforme dispõe o art. 63, parágrafo

único, IV da Constituição do Estado do Espírito

Santo:

Art. 63. A iniciativa das leis cabe a

qualquer membro ou comissão da

Assembléia Legislativa, ao

Governador do Estado, ao Tribunal

de Justiça, ao Ministério Público e

aos cidadãos, satisfeitos os requisitos

estabelecidos nesta Constituição.

Parágrafo único. São de iniciativa

privativa do Governador do Estado as

leis que disponham sobre:

(...)

IV - servidores públicos do Poder

Executivo, seu regime jurídico,

provimento de cargos, estabilidade e

aposentadoria de civis, reforma e

transferência de militares para a

inatividade; (Grifos nossos).

Por reiteradas vezes o Supremo Tribunal

Federal já se pronunciou acerca da

inconstitucionalidade formal de leis de iniciativa

parlamentar que versem sobre regime jurídico de

servidores públicos do Poder Executivo:

EMENTA: AÇÃO DIRETA DE

INCONSTITUCIONALIDADE. LEI

N. 9.293, DE 20 DE JUNHO DE

1.990, DO ESTADO DO PARANÁ.

ANISTIA. INTEGRANTES DO

MAGISTÉRIO E DEMAIS

SERVIDORES PÚBLICOS DO

ESTADO DO PARANÁ. PUNIÇÃO

DECORRENTE DE

INTERRUPÇÃO DAS

ATIVIDADES PROFISSIONAIS.

PARALISAÇÃO. PUNIÇÕES SEM

EFEITOS DE 1º DE JANEIRO A 20

DE JUNHO DE 1.990. NÃO-

CUMPRIMENTO DO PRECEITO.

CRIME DE RESPONSABILIDADE.

COMPETÊNCIA DO CHEFE DO

PODER EXECUTIVO. VIOLAÇÃO

DO DISPOSTO NOS ARTIGOS 22,

INCISO I; 25, CAPUT; 61, § 1º,

INCISO II, DA CONSTITUIÇÃO

DO BRASIL. AÇÃO DIRETA

JULGADA PROCEDENTE. 1. O ato

normativo impugnado respeita a

"anistia" administrativa. A lei

paranaense extingue punições

administrativas às quais foram

submetidos servidores estaduais. 2.

Lei estadual que concede "anistia"

administrativa a servidores públicos

estaduais que interromperam suas

atividades --- paralisação da

prestação de serviços públicos. 3. A

jurisprudência desta Corte é firme no

sentido de que cabe ao Chefe do

Poder Executivo deflagrar o processo

legislativo referente a lei de criação

de cargos, funções ou empregos

públicos na administração direta e

autárquica ou aumento de sua

remuneração, bem assim disponha

sobre regime jurídico e provimento

de cargos dos servidores públicos. 4.

Aplica-se aos Estados-membros o

disposto no artigo 61, § 1º, inciso II,

da Constituição do Brasil.

Precedentes. 5. Inviável o projeto de

lei de iniciativa do Poder Legislativo

que disponha a propósito servidores

públicos --- "anistia" administrativa,

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26 - Diário do Poder Legislativo Vitória-ES, quinta-feira, 27 de setembro de 2012

nesta hipótese --- implicando

aumento de despesas para o Poder

Executivo. 6. Ao Estado-membro não

compete inovar na matéria de crimes

de responsabilidade --- artigo 22,

inciso I, da Constituição do Brasil.

Matéria de competência da União.

"São da competência legislativa da

União a definição dos crimes de

responsabilidade e o estabelecimento

das respectivas normas de processo e

julgamento" [Súmula 722]. 7. Ação

direta julgada procedente, por

maioria, para declarar a

inconstitucionalidade da Lei n.

9.293/90 do Estado do Paraná.5

(Grifos nossos).

EMENTA: AÇÃO DIRETA DE

INCONSTITUCIONALIDADE. LEI

COMPLEMENTAR N. 792, DO

ESTADO DE SÃO PAULO. ATO

NORMATIVO QUE ALTERA

PRECEITO DO ESTATUTO DOS

SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS

ESTADUAIS. OBSERVÂNCIA

DOS PRINCÍPIOS

CONSTITUCIONAIS NO

PROCESSO LEGISLATIVO

ESTADUAL. PROJETO DE LEI

VETADO PELO GOVERNADOR.

DERRUBADA DE VETO.

USURPAÇÃO DE COMPETÊNCIA

EXCLUSIVA DO CHEFE DO

PODER EXECUTIVO. AFRONTA

AO DISPOSTO NO ARTIGO 61, §

1º, II, C, DA CONSTITUIÇÃO DO

BRASIL. 1. A Constituição do

Brasil, ao conferir aos Estados-

membros a capacidade de auto-

organização e de autogoverno [artigo

25, caput], impõe a observância

obrigatória de vários princípios, entre

os quais o pertinente ao processo

legislativo, de modo que o legislador

estadual não pode validamente dispor

sobre as matérias reservadas à

iniciativa privativa do Chefe do

Executivo. Precedentes. 2. O ato

impugnado versa sobre matéria

concernente a servidores públicos

estaduais, modifica o Estatuto dos

Servidores e fixa prazo máximo para

a concessão de adicional por tempo

de serviço. 3. A proposição

legislativa converteu-se em lei não

obstante o veto aposto pelo

Governador. O acréscimo legislativo

consubstancia alteração no regime

jurídico dos servidores estaduais. 4.

Vício formal insanável, eis que

configurada manifesta usurpação da

competência exclusiva do Chefe do

Poder Executivo [artigo 61, § 1º,

inciso II, alínea "c", da Constituição

do Brasil]. Precedentes. 5. Ação

direta julgada procedente para

declarar inconstitucional a Lei

Complementar n. 792, do Estado de

São Paulo.6 (Grifos nossos).

EMENTA: DIREITO

CONSTITUCIONAL E

ADMINISTRATIVO. AÇÃO

DIRETA DE

INCONSTITUCIONALIDADE DO

ART. 71 DO ADCT DA

CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DA

PARAÍBA. VENCIMENTOS E

PROVENTOS DE SERVIDORES

PÚBLICOS. EQUIPARAÇÃO E

VINCULAÇÃO. REGIME

JURÍDICO: PODER DE

INICIATIVA DE LEI. ALEGAÇÃO

DE OFENSA AO INCISO XIII DO

ART. 37 DA CONSTITUIÇÃO

FEDERAL. PROPOSITURA DA

ADI PELO PROCURADOR-

GERAL DO ESTADO, COM

POSTERIOR RATIFICAÇÃO

PELO GOVERNADOR:

LEGITIMIDADE ATIVA. 1. O texto

impugnado assegura ao funcionário

ativo e inativo da Secretaria das

Finanças, que, na conformidade da

legislação então vigente, tenha

exercido as funções de Tesoureiro ou

de Tesoureiro-auxiliar das

Recebedorias de Rendas de João

Pessoa ou de Campina Grande, até a

data da promulgação da Constituição,

os vencimentos ou proventos

correspondentes aos atribuídos ao

Agente Fiscal dos Tributos

Estaduais, símbolo TAF-501.1.

Trata-se de equiparação e vinculação

proibidas pelo inciso XIII do art. 37

da Constituição Federal, mesmo com

a nova redação dada pela E.C. n°

19/98. 2. Basta observar que,

aumentados os vencimentos do cargo

de Agente Fiscal dos Tributos

Estaduais, símbolo TAF-501.1,

estarão automaticamente aumentados

os vencimentos e proventos dos

servidores referidos na norma em

questão. 3. Além disso, não pode a

Constituição Estadual, segundo

pacífica jurisprudência desta Corte,

retirar do Governador do Estado sua

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Vitória-ES, quinta-feira, 27 de setembro de 2012 Diário do Poder Legislativo - 27

competência privativa para iniciativa

de leis que disponham sobre aumento

de remuneração (art. 61, II, "a", da

C.F.) ou sobre regime jurídico dos

servidores estaduais (art. 61, II, "c").

4. Ação Direta julgada procedente,

declarando-se a inconstitucionalidade

do art. 71 do ADCT da Constituição

Estadual da Paraíba. 5. Plenário.

Decisão unânime.7 (Grifos nossos).

EMENTA: AÇÃO DIRETA DE

INCONSTITUCIONALIDADE.

ART. 78 DO ATO DAS

DISPOSIÇÕES

CONSTITUCIONAIS

TRANSITÓRIAS DA

CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO

RIO DE JANEIRO. REGIME

JURÍDICO DE SERVIDORES

ESTADUAIS. VÍCIO DE

INICIATIVA. Sendo os dispositivos

impugnados relativos ao regime

jurídico dos servidores públicos

fluminenses, resulta caracterizada a

violação à norma da alínea c do

inciso II do § 1.º do art. 61 da

Constituição Federal, que, sendo

corolário do princípio da separação

de poderes, é de observância

obrigatória para os Estados, inclusive

no exercício do poder constituinte

decorrente. Ação julgada

procedente.8 (Grifos nossos).

EMENTA: AÇÃO DIRETA DE

INCONSTITUCIONALIDADE.

ART. 38, INCISOS I E II, E §§ 1.º E

2.º, DA CONSTITUIÇÃO DO

ESTADO DO MATO GROSSO DO

SUL. REGIME JURÍDICO DE

SERVIDORES ESTADUAIS.

VÍCIO DE INICIATIVA. Sendo os

dispositivos impugnados relativos ao

regime jurídico dos servidores

públicos sul-mato- grossenses,

resulta caracterizada a violação à

norma da alínea c do inciso II do §

1.º do art. 61 da Constituição Federal,

que, sendo corolário do princípio da

separação de poderes, é de

observância obrigatória para os

Estados, inclusive no exercício do

poder constituinte decorrente. Ação

julgada procedente.9 (Grifos nossos).

O apontado vício fulmina o Projeto ora

analisado de forma integral e desde o seu nascedouro,

afigurando-se despicienda qualquer análise posterior.

Não obstante, será dado prosseguimento ao estudo

jurídico-constitucional a fim de exercer, de forma

plena, o mister que compete a esta douta Comissão

de Constituição e Justiça, Serviço Público e Redação.

Assim, procedendo à análise da

constitucionalidade formal objetiva, cabe verificar

inicialmente a espécie normativa que deve veicular a

matéria aqui versada. Considerando que o Projeto

aqui tratado tem por escopo alterar o art. 38 da Lei

Complementar n° 226, de 17 de janeiro de 2002, que

reorganizou a estrutura organizacional básica do

Departamento Estadual de Trânsito - DETRAN/ES,

infere-se que veículo introdutor deve ser, de fato, a

lei complementar, haja vista a espécie normativa que

se pretende alterar, bem como seu caráter estrutural,

na forma como dispõe o art. 68, parágrafo único, da

Constituição do Estado do Espírito Santo.

Ab initio, cabe a esta respeitável Comissão de

Constituição e Justiça, Serviço Público e Redação a

análise conclusiva desta Casa acerca do aspecto

constitucional, jurídico, legal e de técnica legislativa

da proposição, dando provimento ao recurso

interposto pelo Deputado autor do Projeto ou

mantendo o despacho denegatório proferido pelo

Senhor Presidente da Mesa Diretora desta

Assembleia Legislativa.

Caso esta Comissão conceda provimento ao

recurso interposto pelo Senhor Deputado autor da

proposição aqui analisada, esta seguirá em regime

ordinário de tramitação, em conformidade com o art.

148, II do Regimento Interno da ALES.

No que se refere ao quorum, as deliberações

deverão ser tomadas por maioria absoluta, como

prescreve o art. 68, caput, da Constituição do Estado

do Espírito Santo, em processo de votação nominal,

nos termos do art. 202, inciso I do Regimento Interno

da ALES.

Realizado o estudo da constitucionalidade

formal, resta submeter a proposição que ora se

analisa ao filtro constitucional em seu aspecto

material, comparando-a com as regras e princípios

que compõem o chamado bloco de

constitucionalidade.

Neste ponto, há uma importante ressalva a

ser feita. Não obstante a proposição aqui analisada

veicular norma de natureza interpretativa, sem dúvida

alguma, ao determinar de forma cogente a diretriz

hermenêutica constante no Projeto, criará obrigação

de ordem financeira ao Estado do Espírito Santo, no

entanto, sem apontar a correspondente previsão

orçamentária, em total descompasso ao que prevê o

art. 167, I da Constituição Federal:

Art. 167. São vedados:

I - o início de programas ou

projetos não incluídos na lei

orçamentária anual; (Grifos

nossos).

(...)

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28 - Diário do Poder Legislativo Vitória-ES, quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Vejamos precedente do Supremo Tribunal

Federal em relação à matéria:

EMENTA: PROCESSUAL CIVIL E

CONSTITUCIONAL. MEDIDA

CAUTELAR. PRESSUPOSTOS.

RECURSO EXTRAORDINÁRIO:

EFEITO SUSPENSIVO.

MUNICÍPIO DO RIO DE

JANEIRO. MINISTÉRIO

PÚBLICO. AÇÃO CIVIL

PÚBLICA. GRATUIDADE DE

ATENDIMENTO EM CRECHES.

DETERMINAÇÃO JUDICIAL DE

CONSTRUÇÃO DE CRECHES

PELO MUNICÍPIO. DESPESAS

PÚBLICAS: NECESSIDADE DE

AUTORIZAÇÃO

ORÇAMENTÁRIA: C.F., ART.

167. I. - Fumus boni juris e

periculum in mora ocorrentes. II. -

Concessão de efeito suspensivo ao

RE diante da possibilidade de

ocorrência de graves prejuízos aos

cofres públicos municipais. III. -

Decisão concessiva do efeito

suspensivo referendada pela Turma.10

(Grifos nossos).

Dessa feita, resta demonstrada, outrossim, a

inconstitucionalidade sob o prisma material do

Projeto de Lei Complementar n° 025, aqui

examinado.

No tocante à juridicidade e à legalidade, não

se vislumbra, no ordenamento jurídico pátrio,

qualquer óbice ao prosseguimento do presente

Projeto de Lei Complementar, afora aqueles aqui já

apontados.

Quanto ao aspecto da técnica legislativa

empregada no Projeto em apreço, fica evidenciado o

atendimento às regras previstas na Lei Complementar

Federal nº 95/98, que rege a redação dos atos

normativos.

No que se refere à vigência da lei no tempo,

assim dispõe o art. 8º da Lei Complementar nº 95/98:

Art. 8º A vigência da lei será

indicada de forma expressa e de

modo a contemplar prazo razoável

para que dela se tenha amplo

conhecimento, reservada a cláusula

"entra em vigor na data de sua

publicação" para as leis de pequena

repercussão.

In casu, o Projeto de Lei Complementar ora

analisado, por gerar despesa governamental, possui

repercussão, devendo ser modificado seu art. 2º a fim

de contemplar prazo razoável de vacatio legis, caso

esta Comissão entenda pelo provimento do recurso de

seu autor.

Por todo o exposto, sugerimos aos Membros

desta douta Comissão a adoção do seguinte:

PARECER N.º 385/2012

A COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E

JUSTIÇA, SERVIÇO PÚBLICO E REDAÇÃO é

pela manutenção do despacho denegatório do Senhor

Presidente da Mesa Diretora, ante a

inconstitucionalidade formal e material do Projeto de

Lei Complementar n.º 025/2012, de autoria do

Senhor Deputado Rodney Miranda.

Plenário Rui Barbosa, 28 de agosto de

2012.

ELCIO ALVARES

Presidente

CLAUDIO VEREZA

Relator

DARY PAGUNG

RODNEY MIRANDA (contra) SILVA. José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 23ª

ed. São Paulo: Malheiros editores, 2003, p. 475. 2 Acerca da interpretação autêntica, são de clareza solar as palavras do Ministro Celso de Mello, ao referenciar Washington de Barros Monteiro

no corpo do voto por ele proferido na ADI 605 MC, Relator (a): Min.

CELSO DE MELLO, Tribunal Pleno, julgado em 23/10/1991, DJ 05-03-1993 PP-02897 EMENT VOL-01694-02 PP-00252: o magistério

doutrinário, ao analisar as diversas modalidades do processo

interpretativo, nelas identifica a interpretação autêntica, definida, em função da fonte de que emana, como aquela “fornecida pelo mesmo poder

que elaborou a lei” e que “Quase sempre se exerce através de lei

interpretativa, por via da qual se determina o verdadeiro sentido, o exato significado do texto controvertido” ASHINGTON DE BA OS

MONTEI O, “Curso de Direito Civil - Parte Geral”, vol. 1/35, 28ª ed.,

1989, Saraiva). 3 CARRAZA, Roque Antonio. Curso de direito constitucional tributário.

20ª ed. São Paulo: Malheiros editores, 2004, p. 330-331. 4 ADI 605 MC, Relator (a): Min. CELSO DE MELLO, Tribunal Pleno, julgado em 23/10/1991, DJ 05-03-1993 PP-02897 EMENT VOL-01694-

02 PP-00252. 5 ADI 341, Relator(a): Min. EROS GRAU, Tribunal Pleno, julgado em 14/04/2010, DJe-105 DIVULG 10-06-2010 PUBLIC 11-06-2010

EMENT VOL-02405-01 PP-00001 RT v. 100, n. 904, 2011, p. 155-168 6 ADI 3167, Relator(a): Min. EROS GRAU, Tribunal Pleno, julgado em

18/06/2007, DJe-096 DIVULG 05-09-2007 PUBLIC 06-09-2007 DJ 06-

09-2007 PP-00036 EMENT VOL-02288-02 PP-00237 7 ADI 1977, Relator(a): Min. SYDNEY SANCHES, Tribunal Pleno,

julgado em 19/03/2003, DJ 02-05-2003 PP-00025 EMENT VOL-02108-

01 PP-00202

8 ADI 250, Relator(a): Min. ILMAR GALVÃO, Tribunal Pleno, julgado

em 15/08/2002, DJ 20-09-2002 PP-00087 EMENT VOL-02083-01 PP-00006 9 ADI 843, Relator(a): Min. ILMAR GALVÃO, Tribunal Pleno, julgado

em 08/08/2002, DJ 13-09-2002 PP-00062 EMENT VOL-02082-01 PP-00050 10 Pet 2836 QO, Relator(a): Min. CARLOS VELLOSO, Segunda Turma, julgado em 11/02/2003, DJ 14-03-2003 PP-00042 EMENT VOL-02102-

01 PP-00062.

O SR. PRESIDENTE - (THEODORICO

FERRAÇO) - Informo aos Senhores Deputados que

se o Parecer n.º 385/2012 , da Comissão de Justiça,

for aprovado, a matéria será arquivada; se rejeitado, o

projeto seguirá tramitação normal.

Em votação o parecer, pela manutenção do

despacho denegatório aposto ao Projeto de Lei

Complementar n.º 25/2012.

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Vitória-ES, quinta-feira, 27 de setembro de 2012 Diário do Poder Legislativo - 29

Os Senhores Deputados que o aprovam,

permaneçam sentados. (Pausa)

Aprovado.

Arquive-se o projeto.

Continua a leitura do Expediente.

O SR. 1.º SECRETÁRIO lê:

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO

DO ESPÍRITO SANTO

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA,

SERVIÇO PÚBLICO E REDAÇÃO

PARECER N.º 382/2012

Parecer do Relator: Projeto de Lei n.º 230/2012

Autor: Deputado José Esmeraldo

Ementa “Disp e sobre a obrigatoriedade do

fornecimento ao consumidor de informações e

documentos por parte de operadoras de plano ou

seguro privado de assistência à saúde no caso de

negativa de cobertura e dá outras providências”.

I - RELATÓRIO

Trata-se do Projeto de Lei nº 230/2012 de

autoria do Senhor Deputado José Esmeraldo o qual

dispõe sobre a obrigatoriedade do fornecimento ao

consumidor de informações e documentos por parte

de operadoras de plano ou seguro privado de

assistência à saúde no caso de negativa de cobertura e

dá outras providências.

A proposição foi protocolizada no dia

20.12.2011. A justificativa da referida propositura foi

apresentada em fls. 04 dos autos. Sendo o Projeto de

Lei devolvido ao seu autor com base no artigo 143,

inciso VIII do Regimento Interno, por infringência ao

artigo 63, parágrafo único, incisos III e VI da

Constituição Estadual, em 18.06.2012, fls. 02 dos

autos.

Foi apresentado o recurso contra essa decisão

nos termos do artigo 143, parágrafo único do

Regimento Interno, tendo o mesmo sido recebido e

encaminhado a esta Comissão para análise de seu

mérito, em 18.06.2012, fls. 02 dos autos.

É o relatório.

Pois bem. O Projeto de Lei veio a esta

Comissão de Constituição e Justiça, Serviço Público

e Redação para exame e parecer, nos termos dos

artigos 41, inciso I, e 143, parágrafo único, todos do

Regimento Interno.

II - FUNDAMENTAÇÃO

Nesse particular, torna-se necessário afastar a

justificativa trazida pelo Ilmo. Senhor Presidente da

Mesa Diretora, uma vez que o referido Projeto de Lei

não viola o disposto no artigo 63, parágrafo único,

incisos III e VI da Constituição Estadual. Os

destinatários desse Projeto de Lei são as entidades

privadas (operadoras de planos e seguros privados de

assistência à saúde).

Além disso, o fato de o Projeto de Lei

instituir penalidades não tem o condão de torná-lo

manifestamente inconstitucional, sob o argumento de

que seria o Poder Executivo que fiscalizaria sua

aplicação e cobraria eventuais multas aplicadas e que,

com isso, estar-se-ia criando atribuições à secretarias

de Estado ou mesmo interferindo em sua organização

administrativa. Nesse sentido, segue a jurisprudência

do Supremo:

ADI 2659 / SC - SANTA

CATARINA AÇÃO DIRETA DE

INCONSTITUCIONALIDADE

Relator(a): Min. NELSON JOBIM

Julgamento: 03/12/2003 Órgão

Julgador: Tribunal Pleno

Publicação

DJ 06-02-2004 PP-00022 EMENT

VOL-02138-03 PP-00595

Parte(s)

REQTE.: GOVERNADOR DO

ESTADO DE SANTA CATARINA

ADVDO: PGE-SC - WALTER

ZIGELLI

REQDA.: ASSEMBLÉIA

LEGISLATIVA DO ESTADO DE

SANTA CATARINA

Ementa

EMENTA: CONSTITUCIONAL.

LEI DE ORIGEM

PARLAMENTAR QUE FIXA

MULTA AOS

ESTABELECIMENTOS QUE

NÃO INSTALAREM OU NÃO

UTILIZAREM EQUIPAMENTO

EMISSOR DE CUPOM FISCAL.

PREVISÃO DE REDUÇÃO E

ISENÇÃO DAS MULTAS EM

SITUAÇÕES PRÉ-DEFINIDAS.

ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA

NÃO LEGISLOU SOBRE

ORÇAMENTO, MAS SOBRE

MATÉRIA TRIBUTÁRIA CUJA

ALEGAÇÃO DE VÍCIO DE

INICIATIVA ENCONTRA-SE

SUPERADA. MATÉRIA DE

INICIATIVA COMUM OU

CONCORRENTE. AÇÃO

JULGADA IMPROCEDENTE

Além do que é necessário se valer dos

ensinamentos Teoria Geral do Direito, os quais

orientam a necessidade da fixação de sanção para o

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30 - Diário do Poder Legislativo Vitória-ES, quinta-feira, 27 de setembro de 2012

cumprimento de toda e qualquer lei. Já que, do

contrário, tais disposições transmudar-se-iam em

meras recomendações para a sociedade. Sociedade

essa que dificilmente cumpriria tal lei de modo

espontâneo.

E se isso já não fosse o suficiente, o presente

Projeto de Lei apresenta conteúdo quase idêntico a

Lei nº 8801/08. Lei essa que tramitou regularmente

nesta Casa de Leis, sob a forma do Projeto de Lei nº

396/07, de autoria do Excelentíssimo Senhor

Deputado Da Vitória. Ou seja, se naquele momento

esta Casa de Leis entendeu pela constitucionalidade

de tal projeto, não há razão aparente para 04 (quatro)

anos mais tarde declarar um Projeto de Lei similar

manifestamente inconstitucional. Há no mínimo uma

contradição entre as próprias condutas.

E considerando que o momento do presente

processo legislativo, em fase de recurso à Comissão

de Constituição e Justiça, Serviço Público e Redação,

restringe-se à análise do mesmo e encontra-se

vinculado a fundamentação aludida pelo Ilmo.

Senhor Presidente da Mesa Diretora, só resta cabível

a conclusão pelo deferimento do recurso ora

apresentado e a consequente reforma da decisão do

Ilmo. Senhor Presidente da Mesa Diretora.

III - CONCLUSÃO

Em conclusão, opinamos pela constitucionalidade e

legalidade do Projeto de Lei nº 230/2012, de autoria

do Excelentíssimo Senhor Deputado José Esmeraldo,

e, por consequencia, pela reforma do despacho

denegatório do Ilmo. Senhor Presidente da Mesa

Diretora e deferimento do recurso ora apresentado,

devendo seguir, o Projeto de Lei, sua tramitação

regular nesta Casa de Leis, sugerindo aos membros

desta Comissão a adoção do seguinte:

PARECER N.º 382/2012

A COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E

JUSTIÇA, SERVIÇO PÚBLICO E REDAÇÃO é

pela REJEIÇÃO do Despacho Denegatório do Ilmo.

Presidente da Mesa Diretora ao Projeto de Lei n.º

230/2012 de autoria do Excelentíssimo Senhor

Deputado José Esmeraldo.

Plenário Rui Barbosa, 28 de agosto de

2012.

ELCIO ALVARES

Presidente

RODNEY MIRANDA

Relator

DARY PAGUNG

CLAUDIO VEREZA

(Comparece o Senhor Deputado Dary

Pagung)

O SR. PRESIDENTE - (THEODORICO

FERRAÇO) - Informo aos Senhores Deputados que

se o Parecer n.º 382/2012, da Comissão de Justiça,

for aprovado, a matéria seguirá tramitação normal; se

rejeitado, o projeto será arquivado.

Em votação o parecer, pela rejeição do

despacho denegatório aposto ao Projeto de Lei n.º

230/2012.

Os Senhores Deputados que o aprovam,

permaneçam sentados. (Pausa)

Aprovado.

Publique-se. Após o cumprimento do art. 120

do Regimento Interno, às Comissões de Justiça, de

Defesa da Cidadania, de Saúde e de Finanças.

Continua a leitura do Expediente.

O SR. 1.º SECRETÁRIO lê:

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO

DO ESPÍRITO SANTO

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA,

SERVIÇO PÚBLICO E REDAÇÃO

PARECER N.º 378/2012

Parecer do Relator: Projeto de Lei n.º 250/2012

Autor: Deputado Dary Pagung

Ementa: “Disp e sobre a proibição de realização de

concurso público, no âmbito do Estado do Espírito

Santo, exclusivo para a formação de cadastro de

reserva.”

I - RELATÓRIO

Trata-se de Projeto de Lei de iniciativa do

Excelentíssimo Senhor Deputado Dary Pagung, que

apresenta a seguinte ementa: “Disp e sobre a

proibição de realização de concurso público, no

âmbito do Estado do Espírito Santo, exclusivo para a

formação de cadastro de reserva”.

O Excelentíssimo Senhor Presidente da Mesa

Diretora, às fls. 02, proferiu despacho denegatório,

com fulcro no artigo 143, inciso VIII, do Regimento

Interno - Resolução nº 2.700 do ano de 2009, no qual

inadmitiu a tramitação da proposição entendendo, a

priori, existir manifesta inconstitucionalidade, por

infringir o artigo 63, parágrafo único, incisos III e VI

da Constituição Estadual.

Foi deferido pedido de recurso à Comissão de

Constituição e Justiça, Serviço Público e Redação,

nos termos do artigo 143, parágrafo único, do

Regimento Interno - Resolução nº 2.700 do ano de

2009.

Em apertada síntese, são estas as questões de

fato e de direito com suporte nas quais passo a emitir

o presente parecer, de acordo com o artigo 41, inciso

I, do Regimento Interno (Resolução nº 2.700/2009).

É o relatório.

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Vitória-ES, quinta-feira, 27 de setembro de 2012 Diário do Poder Legislativo - 31

II - FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA

A- DA ANÁLISE DA

CONSTITUCIONALIDADE FORMAL E

MATERIAL

A.1 - Da competência legislativa para

dispor sobre a matéria e da competência de

iniciativa da matéria

Em que pese o saber jurídico do

Excelentíssimo Senhor Presidente da Mesa Diretora,

verifica-se, data venia, a constitucionalidade do

presente Projeto de Lei, pelas razões a seguir

expostas.

É notório que o Supremo Tribunal Federal

tem entendido pela inconstitucionalidade das Leis de

origem Parlamentar que tratam sobre matéria

relacionada a concurso público por infringência, em

razão do princípio da simetria, ao artigo 61, parágrafo

, inciso II, alínea c , da Constituição da epública,

que assim dispõe:

Art. 61. A iniciativa das leis

complementares e ordinárias cabe a

qualquer membro ou Comissão da

Câmara dos Deputados, do Senado

Federal ou do Congresso Nacional,

ao Presidente da República, ao

Supremo Tribunal Federal, aos

Tribunais Superiores, ao

Procurador-Geral da República e

aos cidadãos, na forma e nos casos

previstos nesta Constituição.

§ 1º - São de iniciativa privativa do

Presidente da República as leis que:

II - disponham sobre:

c) servidores públicos da União e

Territórios, seu regime jurídico,

provimento de cargos, estabilidade e

aposentadoria; (Redação dada pela

Emenda Constitucional nº 18, de

1998)

Neste sentido, segue entendimento do

Excelso Supremo Tribunal Federal:

Ação Direta de

Inconstitucionalidade. 2. Lei

Estadual n. 7.341/2002 do Espírito

Santo que exige nível superior de

ensino como requisito para

inscrição em concurso público para

o cargo de Agente de Polícia. 3. Lei

de iniciativa parlamentar. 4.

Inconstitucionalidade formal:

matéria de iniciativa privativa do

Chefe do Poder Executivo. 5.

Precedentes. 6. Ação

julgadaprocedente. (ADI 2856,

Relator(a): Min. GILMAR

MENDES, Tribunal Pleno, julgado

em 10/02/2011, DJe-040 DIVULG

28-02-2011 PUBLIC 01-03-2011

EMENT VOL-02473-01 PP-00056)

Ação direta de

inconstitucionalidade. Lei estadual

9.717, de 20-8-1992, do Estado do

Rio Grande do Sul, que veda o

estabelecimento de limite máximo de

idade para inscrição de canditados

nos concursos públicos realizados

por órgãos da administração direta

e Indireta do Estado: procedência. A

vedação imposta por lei de origem

parlamentar viola a iniciativa

reservada ao Poder Executivo (CF,

art. 61, § 1º, II, c), por cuidar de

matéria atinente ao provimento de

cargos públicos. (ADI 776, Rel.

Min. Sepúlveda Pertence,

julgamento em 2-8-2007, Plenário,

DJ de 6-9-2007.)

O Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do

Espírito Santo manifestou recentemente no mesmo

sentido:

A C Ó R D Ã O EMENTA:

CONSTITUCIONAL - AÇÃO

DIRETA DE

INCONSTITUCIONALIDADE -

MEDIDA CAUTELAR - LEI

MUNICIPAL - NORMAS PARA

REALIZAÇÃO DE CONCURSOS

PÚBLICO NO MUNICÍPIO DE

VITÓRIA - ORGANIZAÇÃO

ADMINISTRATIVA E

PROVIMENTO DE CARGOS - LEI

DE INICIATIVA PRIVATIVA DO

CHEFE DO PODER EXECUTIVO

MUNICIPAL - PROJETO

INICIADO POR VEREADOR -

INCONSTITUCIONALIDADE

FORMAL SUBJETIVA -

SUSPENSÃO LIMINAR DA

EFICÁCIA, EX NUNC, DA LEI Nº

8.075⁄2011. 1. Compete ao Chefe do

Poder Executivo a iniciativa de leis

concernentes a organização

administrativa de cargos na

Administração Pública, consoante o

art. 61, § 1º, da Constituição

Federal, norma repetida no art. 63,

parágrafo único, da Constituição

Estadual e art. 80, parágrafo único,

da Lei Orgânica Municipal. 2.

Padece de inconstitucionalidade

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32 - Diário do Poder Legislativo Vitória-ES, quinta-feira, 27 de setembro de 2012

formal subjetiva a lei de iniciativa

de Vereador Municipal que

estabelece regras para realização de

concurso público, vez que usurpa

competência do Prefeito Municipal

e viola o princípio da reserva de

iniciativa. 3. Suspensão liminar da

eficácia da Lei nº 8.075⁄2011, com

efeitos ex nunc. Vistos, relatados e

discutidos estes autos de ação direta

de inconstitucionalidade, ACORDA

o Colendo Tribunal Pleno, na

conformidade da ata da sessão, à

unanimidade SUSPENDER

integralmente a eficácia da Lei nº

8.075⁄2011, da Câmara Municipal

de Vitória⁄ES, com eficácia

vinculante para a Administração

Pública e os demais órgãos do Poder

Judiciário do Estado do Espírito

Santo e efeitos ex nunc. (TJES,

Classe: Ação de

Inconstitucionalidade,

100110025127, Relator : CARLOS

SIMÕES FONSECA, Órgão

julgador: TRIBUNAL PLENO,

Data de Julgamento: 29/09/2011,

Data da Publicação no Diário:

10/10/2011)

Neste contexto jurídico foi proferido

despacho denegatório, conforme anteriormente

exposto, por infringência ao artigo 63, parágrafo

único, incisos III e VI da Constituição Estadual, que

assim dispõe:

Art. 63. A iniciativa das leis cabe a

qualquer membro ou comissão da

Assembléia Legislativa, ao

Governador do Estado, ao Tribunal

de Justiça, ao Ministério Público e

aos cidadãos, satisfeitos os

requisitos estabelecidos nesta

Constituição.

Parágrafo único. São de iniciativa

privativa do Governador do Estado

as leis que disponham sobre:

...

III - organização administrativa e

pessoal da administração do Poder

Executivo;

...

VI - criação, estruturação e

atribuições das Secretarias de

Estado e órgãos do Poder Executivo.

Lado outro, verifica-se que o próprio

Supremo Tribunal Federal vem alterando esse

posicionamento ao entender pela constitucionalidade

das Leis de iniciativa Parlamentar que versam sobre

concurso público sob o fundamento de que não se

trata de matéria relativa a servidores públicos, mas

sim de regras e condições anteriores a investidura ao

cargo público.

Em que pese não se possa dizer que seja

posição consolidada e pacífica, trata-se, o presente

caso, de nítida superação e revisão dos precedentes já

citados.

Deve-se analisar minuciosamente cada

Projeto de Lei e todos os seus respectivos

dispositivos legais no intuito de buscar elementos

suficientes para que se conclua acerca da violação

ou não dos supracitados dispositivos

constitucionais (notadamente artigo 61, parágrafo

1º, inciso II, alínea ‘c’, da Constituição da

República e artigo 63, parágrafo único, incisos III

e VI da Constituição Estadual).

Vale dizer, deve-se atentar se a Lei como

um todo, assim como cada artigo, parágrafo e

inciso tratam de matérias relacionadas ao regime

jurídico dos servidores ou meramente de regras

que disciplinam o ingresso na Administração

Pública.

O Projeto de Lei busca a proibição de

realização de concurso público, no âmbito do Estado

do Espírito Santo, exclusivo para a formação de

cadastro de reserva.

Logo, vislumbra-se que, de fato, inexiste

ingerência do Poder Legislativo no Poder Executivo,

descaracterizando eventual inconstitucionalidade

formal por vício de iniciativa.

A propósito seguem recentes julgados do

Supremo Tribunal Federal que corroboram esse

entendimento:

EMENTA Agravo regimental no

agravo de instrumento. Lei nº

3.777/04 do Município do Rio de

Janeiro. Inconstitucionalidade

formal. Não ocorrência.

Precedentes. 1. Não há

inconstitucionalidade formal por

vício de iniciativa em lei oriunda do

Poder Legislativo que disponha

sobre aspectos de concursos

públicos sem interferir, diretamente,

nos critérios objetivos para

admissão e provimento de cargos

públicos. 2. Agravo regimental não

provido. (AI 682317 AgR,

Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI,

Primeira Turma, julgado em

14/02/2012, ACÓRDÃO

ELETRÔNICO DJe-059 DIVULG

21-03-2012 PUBLIC 22-03-2012)

(grifei)

Page 35: ANO XLVI - VITÓRIA-ES, QUINTA-FEIRA, 27 DE SETEMBRO DE ... · vitória/es, 26 de setembro 2012. octavio luiz espindula subdiretor-geral da secretaria secretaria de comunicaÇÃo

Vitória-ES, quinta-feira, 27 de setembro de 2012 Diário do Poder Legislativo - 33

EMENTA: CONSTITUCIONAL.

AÇÃO DIRETA DE

INCONSTITUCIONALIDADE.

LEI N° 6.663, DE 26 DE ABRIL

DE 2001, DO ESTADO DO

ESPÍRITO SANTO. O diploma

normativo em causa, que estabelece

isenção do pagamento de taxa de

concurso público, não versa sobre

matéria relativa a servidores

públicos (§ 1º do art. 61 da CF/88).

Dispõe, isto sim, sobre condição

para se chegar à investidura em

cargo público, que é um momento

anterior ao da caracterização do

candidato como servidor público.

Inconstitucionalidade formal não

configurada. Noutro giro, não

ofende a Carta Magna a utilização

do salário mínimo como critério de

aferição do nível de pobreza dos

aspirantes às carreiras púbicas,

para fins de concessão do benefício

de que trata a Lei capixaba nº

6.663/01. Ação direta de

inconstitucionalidade julgada

improcedente. (ADI 2672,

Relator(a): Min. ELLEN GRACIE,

Relator(a) p/ Acórdão: Min.

CARLOS BRITTO, Tribunal Pleno,

julgado em 22/06/2006, DJ 10-11-

2006 PP-00049 EMENT VOL-

02255-02 PP-00219 RTJ VOL-

00200-03 PP-01088 LEXSTF v. 29,

n. 338, 2007, p. 21-33) (grifei)

DECISÃO RECURSO

EXTRAORDINÁRIO -

CONCURSO PÚBLICO - TAXA -

ISENÇÃO - LEI ESTADUAL -

CONSTITUCIONALIDADE -

PRECEDENTE DO PLENÁRIO -

NEGATIVA DE SEGUIMENTO. 1.

O Tribunal de Justiça do Estado de

Sergipe concedeu a segurança

requerida, consignando (folha 50):

MANDADO DE SEGURANÇA -

LEI ESTADUAL -

CONSTITUCIONALIDADE -

SERVIDOR PÚBLICO - ESTADO

DE SERGIPE - TAXA PARA

INSCRIÇÃO EM CONCURSO -

ISENÇÃO. Os Estados estão

autorizados a legislarem sobre

direito Tributário em competência

concorrente com a União e o

Distrito Federal. Inteligência do

inciso I, do Art. 24, da Constituição

Federal. Preliminar de

Inconstitucionalidade rejeitada.

Descabe a cobrança de taxa para

inscrição de servidor público

Estadual em concurso promovido

por entidade pública Estadual de

qualquer dos Poderes. Writ

concedido. Decisão por maioria. 2.

O Supremo, no julgamento da Ação

Direta de Inconstitucionalidade nº

2.672-1/ES, assentou a harmonia,

com a Carta da República, da Lei nº

6.663, de 26 de abril de 2001, do

Estado do Espírito Santo, que

concedia idêntico benefício. O

acórdão, cuja publicação ocorreu

no Diário da Justiça de 10 de

novembro de 2006, restou assim

ementado: CONSTITUCIONAL.

AÇÃO DIRETA DE

INCONSTITUCIONALIDADE.

LEI N° 6.663, DE 26 DE ABRIL

DE 2001, DO ESTADO DO

ESPÍRITO SANTO. O diploma

normativo em causa, que estabelece

isenção do pagamento de taxa de

concurso público, não versa sobre

matéria relativa a servidores

públicos (§ 1º do art. 61 da CF/88).

Dispõe, isto sim, sobre condição

para se chegar à investidura em

cargo público, que é um momento

anterior ao da caracterização do

candidato como servidor público.

Inconstitucionalidade formal não

configurada. Noutro giro, não

ofende a Carta Magna a utilização

do salário mínimo como critério de

aferição do nível de pobreza dos

aspirantes às carreiras públicas,

para fins de concessão do benefício

de que trata a Lei capixaba nº

6.663/01. Ação direta de

inconstitucionalidade julgada

improcedente. 3. Ante o quadro,

nego seguimento a este

extraordinário. 4. Publiquem.

Brasília, 28 de abril de 2011.

Ministro MARCO AURÉLIO

Relator (RE 448463, Relator(a):

Min. MARCO AURÉLIO, julgado

em 28/04/2011, publicado em DJe-

086 DIVULG 09/05/2011 PUBLIC

10/05/2011) (grifei)

Assim, demonstrado está que o Supremo

Tribunal Federal vem revisando seu entendimento

no que diz respeito a constitucionalidade de Leis de

iniciativa Parlamentar que disciplinam matéria

relacionada a concursos públicos.

A.2 - Da espécie normativa

Page 36: ANO XLVI - VITÓRIA-ES, QUINTA-FEIRA, 27 DE SETEMBRO DE ... · vitória/es, 26 de setembro 2012. octavio luiz espindula subdiretor-geral da secretaria secretaria de comunicaÇÃo

34 - Diário do Poder Legislativo Vitória-ES, quinta-feira, 27 de setembro de 2012

O artigo 61, inciso III da Constituição

Estadual prevê como uma das espécies normativas a

Lei Ordinária. Nesse mesmo sentido, artigo 141,

inciso II do Regimento Interno.

Art. 61. O processo legislativo

compreende a elaboração de:

...

III - leis ordinárias;

Art. 141. A Assembleia Legislativa

exerce sua função legislativa por via

das seguintes proposições:

...

II - projeto de lei;

Logo, verifica-se a compatibilidade da

presente proposição com os textos normativos acima

citados.

A.3 - Do regime inicial de tramitação da

matéria, do quórum para sua aprovação e do

processo de votação a ser utilizado

O referido Projeto de Lei deve seguir o

procedimento ordinário, conforme preceitua o artigo

148, inciso II do Regimento Interno (Resolução nº

2.700 de 15 de julho de 2009), in verbis:

Art. 148. As proposições serão

submetidas aos seguintes regimes de

tramitação:

...

II - ordinária;

No que diz respeito ao quórum de aprovação,

consoante o artigo 194 do Regimento Interno

(Resolução nº 2.700 de 15 de julho de 2009), é

necessária a maioria simples dos membros desta Casa

de Leis, desde que presente a maioria absoluta dos

Deputados, senão vejamos:

Art. 194. As deliberações, salvo

disposições em contrário, serão

tomadas por maioria dos votos,

presente, no mínimo, a maioria

absoluta dos Deputados.

Quanto ao processo de votação a ser

utilizado, segundo a inteligência do artigo 200, inciso

I, do Regimento Interno (Resolução nº 2.700 de 15 de

julho de 2009), o processo a ser utilizado é o

simbólico:

Art. 200. São dois os processos de

votação:

I - simbólico

A.4 - Da constitucionalidade material

Inicialmente, é válida a citação dos

ensinamentos do Excelentíssimo Ministro do Excelso

Supremo Tribunal Federal, Gilmar Ferreira Mendes,

em sua obra Curso de Direito Constitucional, 2º

Edição, ano 2008, Editora Saraiva, às páginas 1013,

in verbis:

“Os vícios materiais dizem respeito

ao próprio conteúdo ou ao aspecto

substantivo do ato, originando-se de

um conflito com regras ou

princípios estabelecidos na

Constituição.

A inconstitucionalidade material

envolve, porém, não só o contraste

direto do ato legislativo com o

parâmetro constitucional, mas

também a aferição do desvio de

poder ou do excesso de poder

legislativo.

É possível que o vício de

inconstitucionalidade substancial

decorrente do excesso de poder

legislativo constitua um dos mais

tormentosos temas do controle de

constitucionalidade hodierno.

Cuida-se de aferir a compatibilidade

da lei com os fins

constitucionalmente previstos ou de

constatar a observância do princípio

da proporcionalidade, isto é, de se

proceder à censura sobre a

adequação e a necessidade do ato

legislativo.”

Como se trata de matéria atinente a concurso

público, não há falar em violação a Direitos Humanos

previstos seja na Constituição da República, seja na

Constituição Estadual.

Ressalta-se que o objeto do presente Projeto

de Lei não se relaciona com a problemática da

restrição a Direitos Fundamentais. Conforme já

fundamentado não há violação ao princípio da

Separação dos Poderes. Ou seja, o Projeto de Lei não

ataca o núcleo essencial de nenhuma Cláusula Pétrea.

No mesmo sentido, o Projeto de Lei é

materialmente constitucional ao respeitar e assegurar

que o princípio da moralidade e do concurso público

sejam preservados.

Isto porque, o Projeto de Lei tem o condão de

evitar que eventuais administradores se abstenham de

nomear candidatos aprovados dentro do número de

vagas ofertadas, pois a eles é assegurado o direito

líquido e certo à nomeação, senão vejamos:

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Vitória-ES, quinta-feira, 27 de setembro de 2012 Diário do Poder Legislativo - 35

AGRAVO REGIMENTAL NO

RECURSO EM MANDADO DE

SEGURANÇA. CONCURSO

PÚBLICO. CANDIDATO

APROVADO DENTRO DO

NÚMERO DE VAGAS PREVISTO

NO EDITAL. DIREITO

SUBJETIVO À NOMEAÇÃO. - A

jurisprudência desta Corte entende

que a regular aprovação em

concurso público em posição

classificatória compatível com as

vagas previstas em edital confere ao

candidato direito subjetivo à

nomeação e à posse dentro do

período de validade do certame.

Agravo regimental improvido.

(AgRg no RMS 31.899/MS, Rel.

Ministro CESAR ASFOR ROCHA,

SEGUNDA TURMA, julgado em

03/05/2012, DJe 18/05/2012).

EMENTA: AÇÃO DIRETA DE

INCONSTITUCIONALIDADE.

ARTIGO 77, INCISO VII, DA

CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO

RIO DE JANEIRO. TEXTO

NORMATIVO QUE ASSEGURA O

DIREITO DE NOMEAÇÃO,

DENTRO DO PRAZO DE CENTO

E OITENTA DIAS, PARA TODO

CANDIDATO QUE LOGRAR

APROVAÇÃO EM CONCURSO

PÚBLICO DE PROVAS, OU DE

PROVAS DE TÍTULOS, DENTRO

DO NÚMERO DE VAGAS

OFERTADAS PELA

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

ESTADUAL E MUNICIPAL. O

direito do candidato aprovado em

concurso público de provas, ou de

provas e títulos, ostenta duas

dimensões: 1) o implícito direito de

ser recrutado segundo a ordem

descendente de classificação de

todos os aprovados (concurso é

sistema de mérito pessoal) e durante

o prazo de validade do respectivo

edital de convocação (que é de 2

anos, prorrogável, apenas uma vez,

por igual período); 2) o explícito

direito de precedência que os

candidatos aprovados em concurso

anterior têm sobre os candidatos

aprovados em concurso

imediatamente posterior, contanto

que não-escoado o prazo daquele

primeiro certame; ou seja, desde que

ainda vigente o prazo inicial ou o

prazo de prorrogação da primeira

competição pública de provas, ou de

provas e títulos. Mas ambos os

direitos, acrescente-se, de existência

condicionada ao querer

discricionário da administração

estatal quanto à conveniência e

oportunidade do chamamento

daqueles candidatos tidos por

aprovados. O dispositivo estadual

adversado, embora resultante de

indiscutível atributo moralizador

dos concursos públicos, vulnera os

artigos 2º, 37, inciso IV, e 61, § 1º,

inciso II, "c", da Constituição

Federal de 1988. precedente: RE

229.450, Rel. Min. Maurício Corrêa.

Ação direta julgada procedente para

declarar a inconstitucionalidade do

inciso VII do artigo 77 da

Constituição do Estado do Rio de

Janeiro. (ADI 2931, Relator(a):

Min. CARLOS BRITTO, Tribunal

Pleno, julgado em 24/02/2005, DJ

29-09-2006 PP-00031 EMENT

VOL-02249-03 PP-00426 RTJ VOL-

00199-01 PP-00168 LEXSTF v. 28,

n. 335, 2006, p. 37-52)

Prosseguindo, inexiste violação ao direito

adquirido, ato jurídico perfeito e a coisa

julgada (artigo 5º, inciso XXXVI, da Constituição da

República).

Por fim, não resta caracterizado desvio de

poder ou excesso de poder legislativo, uma vez que a

presente proposição visa resguardar os candidatos às

vagas e a própria administração pública.

Fica registrada a sugestão de constar a

possibilidade de promover concurso público

exclusivo para a formação de cadastro de reserva

apenas em situações devidamente justificadas e

que o caso concreto assim o exija, sendo exceção e

não a regra.

A Lei Complementar nº 95 do ano de 1998

recomenda a previsão expressa da vigência da lei,

reservando aos projetos de pequena repercussão a

reserva de vigência na data de sua publicação, nos

termos do artigo 8º da Lei Complementar nº 95/98.

Logo, a previsão de entrada em vigor na data

da publicação atende ao disposto no referido artigo.

B - DA JURIDICIDADE E

LEGALIDADE:

A despeito dos requisitos acima elencados,

pode-se depreender que o presente Projeto de Lei

respeita as demais formalidades previstas no

Regimento Interno (Resolução nº 2.700 de 15 de

julho de 2009).

Quanto a adequação do Projeto de Lei com o

ordenamento jurídico, observa-se a conformidade

com a legislação federal, especialmente com o artigo

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36 - Diário do Poder Legislativo Vitória-ES, quinta-feira, 27 de setembro de 2012

39, inciso I, do Decreto 3.298 do ano de 1999 e com

o parágrafo 2.º do artigo 5.º da Lei 8.112 do ano de

1990, respectivamente:

Art. 39. Os editais de concursos

públicos deverão conter:

I -o número de vagas existentes,

bem como o total correspondente à

reserva destinada à pessoa

portadora de deficiência;

Art. 5o São requisitos básicos para

investidura em cargo público:

...

§ 2o Às pessoas portadoras de

deficiência é assegurado o direito de

se inscrever em concurso público

para provimento de cargo cujas

atribuições sejam compatíveis com a

deficiência de que são portadoras;

para tais pessoas serão reservadas

até 20% (vinte por cento) das vagas

oferecidas no concurso.

Assim, da interpretação sistemática dos

referidos dispositivos legais, resta clara a necessidade

da Administração especificar o número de vagas a

serem preenchidas com o certame para que,

consequentemente, possa ser determinada a

quantidade de vagas destinadas aos portadores de

necessidades especiais.

C - DA TÉCNICA LEGISLATIVA:

Verifica-se no projeto em tela a observância

dos ditames da Lei Complementar nº 95 do ano de

1998, máxime quanto a sua estruturação, artigo 3º,

sua articulação e redação, respectivamente artigos 10

e 11, ambos do mesmo diploma legal anteriormente

citado.

Deve-se esclarecer acerca da necessidade de

estudo técnico a ser realizado pela Diretoria

Legislativa de Redação - DLR, nos termos do artigo

9º, inciso V, do ato Ato nº 2.517, de 19 de março de

2007, caso o Projeto de Lei tenha regular tramitação.

III - CONCLUSÃO

Em conclusão, opinamos pela rejeição do despacho

denegatório do Excelentíssimo Senhor Presidente da

Mesa Diretora aposto ao Projeto de Lei nº 250/2012,

sugerindo aos membros desta Comissão a adoção do

seguinte:

PARECER N.º 378/2012

A Comissão de Constituição e Justiça,

Serviço Público e Redação é pela rejeição do

despacho denegatório do Excelentíssimo Senhor

Presidente da Mesa Diretora aposto ao Projeto de Lei

n.º 250/2012.

Plenário Rui Barbosa, 28 de agosto de

2012.

ELCIO ALVARES

Presidente

RODNEY MIRANDA

Relator

DARY PAGUNG

CLAUDIO VEREZA

(Comparecem os Senhores

Deputados Claudio Vereza, Freitas,

Genivaldo Lievore e Luzia Toledo)

O SR. PRESIDENTE - (THEODORICO

FERRAÇO) - Informo aos Senhores Deputados que

se o Parecer n.º 378/2012, da Comissão de Justiça,

for aprovado, a matéria seguirá tramitação normal; se

rejeitado, o projeto será arquivado.

Em votação o parecer, pela rejeição do

despacho denegatório aposto ao Projeto de Lei n.º

250/2012.

Os Senhores Deputados que o aprovam,

permaneçam sentados. (Pausa)

Aprovado.

Publique-se. Após o cumprimento do art. 120

do Regimento Interno, às Comissões de Justiça, de

Defesa da Cidadania, de Educação e de Finanças.

Continua a leitura do Expediente.

O SR. 1.º SECRETÁRIO lê:

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO

DO ESPÍRITO SANTO

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA,

SERVIÇO PÚBLICO E REDAÇÃO

PARECER N.º 401/2012

Parecer do Relator: Projeto de Lei n.º 276/2012

Autor: Esmael de Almeida

Ementa: “Isenta do pagamento da taxa de inscrição

em concurso público do Estado o cidadão

comprovadamente desempregado e o doador regular

de sangue”.

RELATÓRIO

Trata-se de Projeto de Lei nº 276/2012, de

autoria do Deputado Estadual Esmael de Almeida,

que isenta do pagamento da taxa de inscrição em

concurso público do Estado o cidadão

comprovadamente desempregado e o doador regular

de sangue.

O Projeto foi protocolado em 09 de julho de

2012, lido no expediente da Sessão Ordinária de

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Vitória-ES, quinta-feira, 27 de setembro de 2012 Diário do Poder Legislativo - 37

11/07/12. Em análise preliminar, a Mesa Diretora,

por seu Presidente, determinou que o Projeto de Lei

nº 276/2012, fosse devolvido ao autor por não

atender dispositivo Regimental. Inconformado o

Deputado autor, interpôs recurso à Comissão de

Constituição e Justiça, Serviço Público e Redação,

deferido o pedido de recurso, seguiu regimentalmente

para Comissão de Constituição e Justiça, para análise

da matéria no que diz respeito à devolução do

projeto, com fundamento no art. 143, VIII do RI, por

infringência ao art. 63, parágrafo único, incisos III e

VI da Constituição Estadual.

O Projeto de Lei veio a esta Comissão de

Constituição de Justiça para análise e parecer do

relator, na forma do disposto no art. 41, I, do

Regimento Interno da ALES (Resolução nº

2.700/2009).

É o relatório.

PARECER DO RELATOR

FUNDAMENTAÇÃO

QUANTO AO ASPECTO DA

JURIDICIDADE, LEGALIDADE E

CONSTITUCIONALIDADE FORMAL E

MATERIAL

Como se vê o Projeto de Lei em análise foi

devolvido ao autor, por força do art. 143, VIII do

Regimento Interno - Ales. A Mesa Diretora

sustentou o despacho no dispositivo do art. 63,

parágrafo único, incisos III e VI da Constituição

Estadual.

Ao meu sentir, o Presidente agiu com acerto

ao impedir preliminarmente a tramitação do

mencionado Projeto de Lei. Cabe então, a Comissão

de Constituição e Justiça, apreciá-lo sob o aspecto da

constitucionalidade e legalidade em relação ao

despacho denegatório da Mesa Diretora, apreciando o

recurso tempestivamente interposto pelo Deputado

Autor.

Sob o prisma da constitucionalidade e

legalidade o Projeto de Lei em epígrafe encontra

obstáculo para tramitar, por se tratar de norma afeita

a norma explicita ancorada no art. 63 em seu

parágrafo único, incisos III e VI da Carta Estadual

Capixaba.

Pela melhor exegese do dispositivo

normativo da Constituição Estadual, há que se

compreender que a iniciativa de Lei atinente ao

regime jurídico dos servidores públicos, conquanto

seja privativa do chefe do Poder Executivo, assim o é

em razão das conseqüências que eventuais

modificações possam trazer no orçamento do ente

federativo, bem como na estrutura da administração.

Cuida-se de medida cujo objetivo é evitar a

interferência do Poder Legislativo em questões de

natureza administrativa, garantindo-se, assim, a

efetiva separação e harmonia entre os poderes.

Na Constituição Estadual, os incisos III e VI

do artigo 63 são claros no sentido de atribuir ao

Governador do Estado a iniciativa de leis que

disponham acerca da organização e funcionamento

da administração estadual.

Evidentemente que não resta nenhuma

dúvida de que a matéria é de alta relevância,

infelizmente não está ao alcance do legislador

estadual força do dispositivo já referido.

Como se sabe o Poder Executivo do Brasil é

um dos três poderes existentes no país. É também o

conjunto dos órgãos e autoridades públicas aos quais

a Constituição Federal brasileira (a atual é de 1988)

atribui a função administrativa e adota os princípios

da soberania popular e da representação, segundo os

quais o poder político, teoricamente, pertence ao

povo e é exercido em nome deste por órgãos

constitucionalmente definidos art. 1º, parágrafo único

da mencionda constituição.

Claro, no plano estadual, o Poder Executivo é

exercido pelo Governador, substituído em seus

impedimentos pelo Vice-Governador, e auxiliado

pelos Secretários de Estado, que dispõem do poder de

regulamentar. A doutrina costuma dizer que o poder

de regulamentar é uma competência do Chefe do

Executivo. É certo que para regulamentar as leis, é

competência do Chefe do Poder Executivo. Contudo,

é ampla a possibilidade de edição de atos normativos

por outras autoridades administrativas (ex. Ministro

de Estado, Secretário-Executivo, Secretário, etc.).

Podemos dizer que dispõe, ainda, a

Administração Pública do poder de polícia, que é a

possibilidade de limitar, restringir ou condicionar o

exercício de direitos, o uso da propriedade privada e

as atividades dos particulares, sempre que houver

trato entre os direitos individuais e os interesses

públicos.

Veja matéria tratada pelo Supremo Tribunal

Federal, de origem do nosso Estado:

Vício de Iniciativa:

“Por entender caracterizada a afronta

à competência privativa do Chefe do

Poder Executivo para dispor sobre a

criação de órgãos e entidades da

administração pública (CF, art. 61, §

1º, II, e), de observância obrigatória

pelos Estados-membros, o Tribunal

julgou procedente pedido formulado

em ação direta ajuizada pelo

Governador do Estado do Espírito

Santo para declarar a

inconstitucionalidade da Lei

Complementar 239/2002, de

iniciativa da Assembléia Legislativa

daquele Estado, que, alterando as

Leis Complementares 81/96 (que

institui o Sistema Estadual de

Política Agrícola, Agrária e

Pesqueira do Estado) e 169/99,

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38 - Diário do Poder Legislativo Vitória-ES, quinta-feira, 27 de setembro de 2012

dispõe sobre a criação, extinção,

liquidação e composição de entidades

públicas, bem como autoriza o Poder

Público a abrir créditos adicionais

para o cumprimento da lei. ADI

2750/ES, rel. Min. Eros Grau,

6.4.2005. (ADI-2750”

Como se trata de análise de Projeto de Lei de

nº 276/12, de autoria do Deputado Esmael de

Almeida, em sede de recurso interposto à Comissão

de Constituição e Justiça, Serviço Público e Redação,

fundado no despacho preliminar, ao meu sentir, à

Mesa Diretora, agiu com acerto. Portanto, deve ser

reconhecido o vício de iniciativa que acomete o

Projeto em comento, exatamente em face do disposto

no art. 63, incisos III e VI da Constituição Estadual.

À vista do exposto, opinamos pela

inconstitucionalidade do Projeto de Lei nº 276/2012,

de autoria do Deputado Esmael de Almeida,

conseqüentemente pela MANUTENÇÃO DO

DESPACHO DENEGATÓRIO DA MESA

DIRETORA.

Sendo assim, sugerimos aos demais membros

desta douta Comissão a adoção do seguinte:

PARECER N.º 401/2012

A COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E

JUSTIÇA, SERVIÇO PÚBLICO E REDAÇÃO é

pela MANUTENÇÃO DO DESPACHO

DENEGATÓRIO DA MESA DIRETORA, aposto

ao Projeto de Lei n.º 276/2012, de autoria do

Deputado Esmael de Almeida.

Plenário Rui Barbosa, 28 de agosto de

2012.

ELCIO ALVARES

Presidente

DARY PAGUNG

Relator

CLAUDIO VEREZA

RODNEY MIRANDA

O SR. PRESIDENTE - (THEODORICO

FERRAÇO) - Informo aos Senhores Deputados que

se o Parecer n.º 401/2012 , da Comissão de Justiça,

for aprovado, a matéria será arquivada; se rejeitado, o

projeto seguirá tramitação normal.

Em votação o parecer, pela manutenção do

despacho denegatório aposto ao Projeto de Lei n.º

276/2012.

Os Senhores Deputados que o aprovam,

permaneçam sentados. (Pausa)

Aprovado.

Arquive-se o projeto.

Continua a leitura do Expediente.

O SR. 1.º SECRETÁRIO lê:

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO

DO ESPÍRITO SANTO

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA,

SERVIÇO PÚBLICO E REDAÇÃO

PARECER N.º 392/2012

Parecer do Relator: Projeto de Lei n.º 281/2012

Autor: Deputado Estadual Doutor Hércules

Ementa: “Dispõe sobre a obrigatoriedade de manter

estocados nos estabelecimentos hospitalares o

medicamento Dantrolene Sódico, e dá outras

providências.”

RELATÓRIO

O Projeto de Lei nº 281/2012, de autoria do

Deputado Doutor Hércules, visa dispor sobre a

obrigatoriedade de manter estocados nos

estabelecimentos hospitalares o medicamento

Dantrolene Sódico, e dá outras providências.

A matéria foi protocolada em 05 de julho de

2012, lida no expediente da Sessão Ordinária do dia

09 de julho de 2012, na qual recebeu despacho

denegatório do Presidente da Mesa Diretora, com

base no art. 143, VIII do Regimento Interno,

(Resolução nº 2.700/09), por infringência ao art. 63,

parágrafo único, III e VI, da Constituição Estadual.

O autor, inconformado, apresentou recurso

tempestivamente, na forma do art. 143, parágrafo

único, do Regimento Interno, que foi acatado,

devolvendo a tramitação do referido Projeto de Lei.

O Projeto de Lei veio a esta Comissão de

Constituição e Justiça, Serviço Público e Redação

para exame e parecer, na forma do disposto no art.

41, I, do Regimento Interno (Resolução n° 2.700/09).

É o relatório.

FUNDAMENTAÇÃO

DA ANÁLISE QUANTO AO ASPECTO

DA LEGALIDADE E DA

CONSTITUCIONALIDADE FORMAL E

MATERIAL

O Projeto de Lei nº 281/2012, de autoria do

Deputado Doutor Hércules, visa dispor sobre a

obrigatoriedade de manter estocados nos

estabelecimentos hospitalares o medicamento

Dantrolene Sódico, e dá outras providências.

Em seu art. 1° do Projeto de Lei em epígrafe

diz que “Os hospitais, clínicas e demais unidades de

saúde no âmbito do Estado do Espírito Santo, que

incluam em seus procedimentos médicos a prática de

anestesia geral, ficam obrigados a manter em estoque

de suas farmácias, o medicamento Dantroleno

sódico”.

A Proposta do legislador estadual suscita

afronta, na espécie, ao disposto no art. , , II, “b

e “e”, da Constituição Federal de 1988, o qual se

aplica aos Estados-membros, em razão do princípio

da simetria.

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Vitória-ES, quinta-feira, 27 de setembro de 2012 Diário do Poder Legislativo - 39

A matéria proposta apresenta óbices

constitucionais intransponíveis. Além de adentrar em

matéria de caráter administrativo, contrariando o

disposto no art. 63, parágrafo único, III e VI, da

Constituição do Estado do Espírito Santo, que

enumera as iniciativas privativas do Chefe do Poder

Executivo, listando expressamente a organização

administrativa e pessoal da administração pública,

criação, estruturação e atribuições das Secretarias de

Estado e órgãos do Poder Executivo, in verbis:

Constituição Estadual do Espírito

Santo:

“Art. 63. A iniciativa das leis cabe a

qualquer membro ou comissão da

Assembléia Legislativa, ao

Governador do Estado, ao Tribunal

de Justiça, ao Ministério Público e

aos cidadãos, satisfeitos os requisitos

estabelecidos nesta Constituição.

Parágrafo único - São de iniciativa

privativa do Governador do Estado

as leis que disponham sobre:

III - organização administrativa e

pessoal da administração do Poder

Executivo;

(...)

VI - criação, estruturação e

atribuições das Secretarias de

Estado e órgãos do Poder

Executivo.”

A Constituição Estadual acrescenta ainda

que:

“Art. 91. Compete privativamente ao

Governador do Estado:

I - exercer, com o auxílio dos

Secretários de Estado, a direção

superior da administração

estadual;”

Em suma, por ser de autoria de Parlamentar

Estadual, o Projeto acaba por regulamentar sobre

organização administrativa e de pessoal do Poder

Executivo Estadual e sobre definição de novas

incumbências para órgão público do Poder Executivo

Estadual, in casu a Secretaria Estadual de Saúde e,

também, a Vigilância Sanitária, a quem compete a

administração, organização e fiscalização dos

estabelecimentos hospitalares.

E, é neste ponto que o Projeto viola

diretamente a esfera de iniciativa legislativa privativa

do Chefe do Poder Executivo, consoante prescreve o

já citado art. 63, parágrafo único, III e VI, da Carta

Estadual.

Desta forma, o Projeto em epígrafe encontra

obstáculo jurídico para tramitar regularmente nesta

Casa de Leis, pois é evidente a invasão de

competência legislativa, conforme dispõe os

supracitados dispositivos da Constituição Estadual.

Portanto, é inequívoca a ofensa ao Princípio

da Separação dos Poderes (Art. 2º da CF/88: “São

Poderes da União, independentes e harmônicos entre

si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário”), mas

também, ao art. 17 da Constituição Estadual, in

verbis:

Art. 17º - São Poderes do Estado,

independentes e harmônicos entre si,

o Legislativo, o Executivo e o

Judiciário.

Esse entendimento tem a confirmação de

maciça jurisprudência firmada pela Excelsa Corte:

"Há o sinal do bom direito e o risco

de manter-se com plena eficácia o

quadro quando o diploma atacado

resultou de iniciativa parlamentar e

veio a disciplinar programa de

desenvolvimento estadual,

submetendo-o à Secretaria de

Estado, a dispor sobre a estrutura

funcional pertinente. Segundo a

Carta da República, incumbe ao

chefe do Poder Executivo deflagrar o

processo legislativo que envolva

órgão da administração pública,

alínea “e” do § 1º do art. 61 da CF."

(ADI 2.799-MC, Rel. Min. Marco

Aurélio, julgamento em 1º-4-2004,

Plenário, DJ de 21-5-2004.)

“Processo legislativo dos Estados-

membros: absorção compulsória das

linhas básicas do modelo

constitucional federal entre elas, as

decorrentes das normas de reserva

de iniciativa das leis, dada a

implicação com o princípio

fundamental da separação e

independência dos poderes:

jurisprudência consolidada do

Supremo Tribunal.” (ADI 637, Rel.

Min. Sepúlveda Pertence, julgamento

em 25-8-2004, Plenário, DJ de 1º-

10-2004.)

Assim, por simetria constitucional ao art. 61,

, “e”, da Carta Magna Federal, a presente

Propositura invade a esfera privativa do Governador

do Estado para legislar sobre a matéria em foco, com

fundamento no art. 63, parágrafo único, III e VI, da

Constituição do Estado do Espírito Santo.

Evidente que tal medida implicaria em uma

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40 - Diário do Poder Legislativo Vitória-ES, quinta-feira, 27 de setembro de 2012

considerável melhoria na oferta de saúde pública à

população em geral, permitindo aos hospitais do

Estado maior celeridade e eficácia no combate à

hipertermia maligna, quando de sua manifestação,

reduzindo o risco de vida dos pacientes, diminuindo e

até evitando óbitos. No entanto, compete ao Chefe do

Executivo Estadual iniciar o processo legislativo para

a normatização da matéria.

CONCLUSÃO

Por todo o exposto, concluímos pela

inconstitucionalidade do Projeto de Lei nº

281/2012, de autoria do Deputado Doutor Hércules,

consequentemente, opinamos pela manutenção do

despacho denegatório do Presidente da Mesa

Diretora, não devendo, desta forma, seguir sua

tramitação normal, razão pela qual conclamamos aos

Pares desta Douta Comissão a adoção do seguinte:

PARECER N.º 392/2012

A COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E

JUSTIÇA, SERVIÇO PÚBLICO E REDAÇÃO é

pela MANUTENÇÃO DO DESPACHO

DENEGATÓRIO DO PRESIDENTE DA MESA

DIRETORA aposto ao Projeto de Lei n.º 281/2012,

de autoria do Deputado Estadual Doutor Hércules.

Plenário Rui Barbosa, 28 de agosto de

2012.

ELCIO ALVARES

Presidente

CLAUDIO VEREZA

Relator

RODNEY MIRANDA

DARY PAGUNG

O SR. PRESIDENTE - (THEODORICO

FERRAÇO) - Informo aos Senhores Deputados que

se o Parecer n.º 392/2012 , da Comissão de Justiça,

for aprovado, a matéria será arquivada; se rejeitado, o

projeto seguirá tramitação normal.

Em votação o parecer, pela manutenção do

despacho denegatório aposto ao Projeto de Lei n.º

281/2012.

O SR. DOUTOR HÉRCULES - Senhor

Presidente, pela ordem! Na qualidade de autor do

projeto, peço a palavra para encaminhar votação.

O SR. PRESIDENTE - (THEODORICO

FERRAÇO) - Concedo a palavra ao Senhor

Deputado Doutor Hércules.

O SR. DOUTOR HÉRCULES - (Sem

revisão do orador) - Senhor Presidente, Senhoras

Deputadas e Senhores Deputados, solicitamos aos

Senhores Deputados que votem contra o douto

parecer da Comissão de Justiça.

Aproveitamos também para registrar a

presença nesta Casa dos vinte e nove alunos do

Centro de Integração Empresa Escola do Espírito

Santo, do Município de Vitória, acompanhados das

professoras responsáveis Senhoras Graciela Oliveira

e Joseane Peres. Voltem sempre. O Senhor Jansen

Gusmão Salles, nosso querido funcionário, tem

explicado muito bem aos alunos visitantes como

funciona esta Casa de Leis.

Senhor Presidente, pedimos aos nossos pares

que nos ajudem a derrubar, com o máximo respeito, o

parecer da Comissão de Justiça. Por quê? Porque o

que estamos pedindo neste projeto é que os hospitais

do Estado tenham um medicamento, o Dantrolene

Sódico, que é o único medicamento que faz a

reversão do choque por hipertermia maligna.

Hipertermia maligna é um choque que o paciente

tem, desencadeado pela anestesia geral, que leva a

óbito. Não tem reversão, se não por meio deste

medicamento. Por isso, faço essa solicitação, por

favor, comprem esse medicamento para os hospitais;

não é um medicamento tão caro. Caro é morrer, cara

é a vida, que não tem preço.

Respeitamos, perfeitamente, o parecer da

Comissão de Justiça, mas pedimos aos nossos pares

que, por favor, votem a favor da vida. Não deixem

esse povo morrer de choque por hipertermia maligna,

que não tem tratamento de prevenção. Infelizmente,

instalado o choque o paciente morrerá. Temos um

caso aqui em Vitória, o do filho de uma pessoa muito

amiga do nosso querido Senhor Deputado Luciano

Rezende, que está licenciado.

Senhor Deputado Gilsinho Lopes, terminarei

minha fala, mas não poderei dar aparte a V. Ex.ª

porque nosso Regimento Interno não permite, mas V.

Ex.ª poderá, também, encaminhar votação ou

justificar o voto.

O SR. GILSINHO LOPES - Senhor

Presidente, pela ordem!

O SR. PRESIDENTE - (THEODORICO

FERRAÇO) - Senhor Deputado Gilsinho Lopes, se

V. Ex.ª me permitir, interromperei a sessão para

receber o Senhor Governador Renato Casagrande.

O SR. GILSINHO LOPES - Com todo

prazer, Senhor Presidente.

O SR. PRESIDENTE - (THEODORICO

FERRAÇO) - Interromperei a sessão, tendo em vista

a relevância do ato em que o Senhor Pedro Valls Feu

Rosa, Presidente do Tribunal de Justiça,

acompanhado por S. Ex.ª o Senhor Governador

Renato Casagrande, comparecem a esta Casa de Leis,

para a entrega de um importante anteprojeto de lei.

(Pausa)

A Presidência suspenderá a sessão pelo prazo

necessário à entrada do Senhor Governador Renato

Casagrande; do Senhor Desembargador Pedro Valls

Feu Rosa, Presidente do Tribunal de Justiça, bem

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Vitória-ES, quinta-feira, 27 de setembro de 2012 Diário do Poder Legislativo - 41

como dos Senhores Secretários e demais

acompanhantes ao Plenário desta Casa de Leis.

Está suspensa a sessão. (Pausa)

(A sessão é suspensa às 15h22min e

reaberta às 15h25min)

O SR. PRESIDENTE - (THEODORICO

FERRAÇO) - Está reaberta a sessão.

Convidamos o Senhor Governador Renato

Casagrande e o Presidente do Tribunal de Justiça,

Senhor Desembargador Pedro Valls Feu Rosa.

Convidamos também o Senhor Desembargador

Sérgio Gama, o Secretário- Chefe da Casa Civil,

Senhor Luiz Ciciliotti, o Secretário de Estado de

Justiça e Cidadania, Senhor André Garcia; e o Senhor

Rodrigo Júdice, Procurador-Geral do Estado.

Senhores Deputados e Senhoras Deputadas,

esta Casa tem o prazer de receber a visita importante

de S. Ex.ª o Senhor Governador Renato Casagrande,

e do Presidente do Tribunal de Justiça do Espírito

Santo, Ex.mo

Senhor Desembargador Pedro Valls Feu

Rosa, que gentilmente vem a esta Casa fazer a

entrega de importante anteprojeto de lei da maior

relevância e importância, como sendo um projeto

inédito no país. Razão pela qual convido o ilustre

Presidente do Tribunal de Justiça para fazer uso da

tribuna pelo tempo que V. Ex.ª julgar necessário.

O SR. PEDRO VALLS FEU ROSA - (Sem

revisão do orador) - Ex. mo

Senhor Presidente

Theodorico Ferraço, Ex. mo

Senhor Governador José

Renato Casagrande, Senhores Deputados, Senhor

Secretário de Estado de Justiça e Cidadania, minhas

senhoras e meus senhores, hoje, sem dúvida alguma,

é um dia de imensa alegria e realização para todo o

Estado do Espírito Santo. Fala-se ser este o primeiro

Estado de todo o Brasil a dar os primeiros passos

rumo a um Código de Execuções Penais próprio.

Fala-se ser esta a primeira vez que a sociedade civil

organizada, de mãos dadas com as instituições, vai

para o interior de uma Casa da Justiça discutir

cidadania, discutir direitos humanos. Fala-se que

hoje, pela primeira vez, vem ao Plenário desta Casa o

Governador do Estado e o Presidente do Tribunal de

Justiça para fazer o encaminhamento comum de um

Projeto de Lei. Realmente, essas são conquistas que

não devem ser desprezadas, mas gostaria de enfocá-

las sobre outro ponto de vista.

Que há afinal de extraordinário no fato de a

sociedade civil organizada entrar em um Tribunal de

Justiça para discutir cidadania? Não se veja ai nada

demais, está ai meramente, simplesmente o óbvio que

já deveríamos ter observado há muito tempo. Que há

de extraordinário em um Poder Judiciário de portas

abertas, discutindo com as demais instituições,

discutindo com as ruas problemas relacionados à vida

de um Estado? Realmente não se veja nada demais

nisso, está aí o óbvio. E que há de mais surpreendente

em vir o Poder Executivo, o Poder Judiciário e a Casa

do Poder Legislativo pedir ajuda para resolver

problemas relacionados à área de direitos humanos,

das execuções penais? Também não se vê nada

demais.

É sobre esse enfoque que gostaria de lançar

uma reflexão a todos, quanto tempo já perdemos?

Quantos anos já se passaram e poderíamos ter ido

muito além nessa estrada? Esse Código de Execuções

Penais traz três vantagens, três aspectos fundamentais

que gostaria de ressaltar neste momento.

O primeiro deles é a regulamentação da

chamada revista vexatória. Eram idosos, idosas,

mulheres, crianças, deixadas despidas na frente de

dezenas de pessoas sofrendo as maiores humilhações.

Recordo-me de uma velhinha de 92 anos que foi

obrigada a tirar até a dentadura, e faleceu poucas

horas depois, de tão impressionada que ficou. Isso

estará tendo um ponto final definitivo neste Código.

O segundo aspecto, estará sendo finalmente

regulamentada a movimentação de presos dentro do

Sistema de Execuções Penais. E quantos erros,

quantos absurdos já não aconteceram por conta da

falta de regulamentação dessas movimentações?

E por ultimo, o terceiro ponto que gostaria de

registrar de uma forma veemente, estará sendo

estabelecido um guia prático para que todo o Estado

possa saber o que fazer nos casos de tortura e de

abusos dos direitos humanos. E aí volto ao que falei:

Quanto tempo nós perdemos? Quanto tempo nós

levamos até entender que para a população entrar no

Tribunal de Justiça há que ser o óbvio, há que ser a

rotina, há que ser o cotidiano? Quanto tempo nós

custamos a entender que as instituições têm de andar

de mãos dadas sem sobreposição, sem

preponderância, mas numa atitude humilde,

desarmada e transparente? Mas de mãos dadas?

Quanto tempo, meu Deus, levamos para compreender

isso? Quanto sofrimento nós causamos! Quantas

pessoas passaram por uma revista vexatória, ficaram

traumatizadas e não precisariam ter passado por isso!

Quantos irmãos nossos, quantos semelhantes nossos

foram torturados impunemente? Mas não precisaria

ter sido assim!

Hoje é um dia de muita alegria para mim.

Vejo, nesta Casa, instituições dando um passo na

direção correta, mas é também um dia de muita

reflexão: será que não demoramos muito a perceber o

óbvio? Será que não temos uma agenda atrasada para

colocar em dia? Essa reflexão eu deixo para cada

Deputada, para cada Deputado, para cada um de nós,

para cada colega meu do Poder Judiciário, neste

momento.

Parabenizo todos os que participaram desta

caminhada que hoje começa a chegar a um fim. No

Tribunal de Justiça, estiveram reunidos

representantes do Poder Executivo, por meio do

então Secretário de Justiça; do Ministério Público

Estadual, por meio da Doutora Luciana Gomes

Ferreira de Andrade; da Ordem dos Advogados do

Brasil/ES, por meio da Doutora Nara Borgo; da

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42 - Diário do Poder Legislativo Vitória-ES, quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Defensoria Pública Estadual, por meio do Doutor

Marcelo Paiva de Melo; do Conselho Estadual dos

direitos Humanos, por meio do Doutor Gilmar

Ferreira de Oliveira; e da Universidade Federal do

espírito Santo, por meio do Doutor Júlio César

Pompeu.

Este projeto de lei é fruto também de uma

audiência pública realizada dentro do Tribunal de

Justiça, com a participação desta Augusta Assembleia

Legislativa. É um projeto que vem a muitas mãos, é

um projeto que vem de um debate público, que já

tarda. Mas nunca é tarde demais para sonharmos com

o futuro brilhante do nosso Estado, de sonharmos

com a virada final da página do passado, de

sonharmos com a parceria real e efetiva dos três

Poderes, de todas as instituições e da sociedade civil

organizada.

Agradeço do fundo do meu coração, às

Senhoras Deputadas e aos Senhores Deputados a

oportunidade de estar nesta Casa celebrando um

passo na direção correta, celebrando uma pequena

vitória e, acima de tudo, permitindo-me sonhar com

outras ainda maiores. Muito obrigado a todos. (Muito

bem!)

O SR. PRESIDENTE - (THEODORICO

FERRAÇO) - Parabenizo o nosso Desembargador

Pedro Valls Feu Rosa.

A Presidência registra, com satisfação, a

presença do Senhor João Coser, Prefeito Municipal

de Vitória.

Convido S. Ex.ª para compor a Mesa.

(Pausa)

(Toma assento à Mesa a referida

autoridade)

O SR. PRESIDENTE - (THEODORICO

FERRAÇO) - Neste momento o Desembargador

Pedro Valls Feu Rosa procederá à entrega do

Anteprojeto da Lei Estadual de Execuções Penais.

(Pausa)

(Procede-se à entrega)

O SR. PRESIDENTE - (THEODORICO

FERRAÇO) - Determino à Secretaria que protocole

o presente Anteprojeto de Lei e providencie sua

publicação com a maior urgência possível, para que

esta Casa possa votar esta Mensagem da maior

importância para o Estado do Espírito Santo. (Pausa)

Concedo a palavra ao Governador do Estado,

Senhor Renato Casagrande.

O SR. RENATO CASAGRANDE - (Sem

revisão do orador) - Boa-tarde, Senhoras e

Senhores! Cumprimento o Presidente da Assembleia

Legislativa, Senhor Deputado Theodorico Ferraço; o

Presidente do Tribunal de Justiça, Desembargador

Pedro Valls Feu Rosa; os membros da Mesa Diretora,

Senhor Deputado Roberto Carlos, 1.º Secretário, e

Senhor Deputado Glauber Coelho, 2.º Secretário; o

Senhor Prefeito João Coser; o Desembargador Sérgio

Gama; o Senhor André Garcia, Secretário de Estado

da Justiça; o Senhor Luiz Carlos Ciciliotti, Secretário

de Estado da Casa Civil; o Doutor Rodrigo Júdice,

Procurador-Geral do Estado; as Senhoras Deputadas,

os Senhores Deputados e os servidores presentes.

Muito obrigado pela presença de todos nesta

solenidade.

É uma alegria participar de uma solenidade

em que os três chefes dos três Poderes participam de

forma harmônica da entrega desse Anteprojeto de Lei

ao Poder Legislativo, Senhor Presidente Theodorico

Ferraço. É o encaminhamento do reconhecimento da

importância do Poder Legislativo no debate das

propostas, na discussão que envolve temas, como o

da execução penal, do sistema prisional. O Poder

Executivo e o Poder Judiciário entregam, para a

deliberação soberana do Poder Legislativo, a primeira

Lei de Execuções Penais de um Estado brasileiro. É a

primeira vez que um Estado toma essa iniciativa.

Vale ressaltar que esse anteprojeto de lei foi

elaborado por meio de debates com representantes de

entidades, mas que teve uma ação e uma liderança

importante, a do Presidente do Tribunal de Justiça. O

Desembargador Pedro Valls Feu Rosa liderou a

construção dessa legislação que os dois Poderes

encaminham hoje ao Poder Legislativo.

Ter uma Lei de Execução Penal no Estado é

uma forma de complementarmos a Lei de Execução

Penal Brasileira. Já temos regras para a execução

penal, nacional, mas não somos proibidos de

complementar essas regras. Neste encaminhamento

estamos dando clareza àquilo que se pode e àquilo

que não se pode fazer, visando à preservação dos

direitos dos detentos; à preservação dos direitos das

famílias; à preservação dos direitos dos agentes e à

preservação dos direitos de outros profissionais. Mas,

com a mesma intensidade, visando à preservação da

disciplina, porque não há sistema prisional que

funcione sem disciplina. Deve haver disciplina.

Regra é para preservar direito e deve haver disciplina

em um ambiente que é de anormalidade, porque, na

hora em que uma pessoa - e isso acontece na grande

maioria das vezes -, recebe uma decisão de privação

da liberdade, já é uma anormalidade.

Então, o sistema prisional não é um sistema

da normalidade. É o aprisionamento de alguém que

por alguma razão saiu da normalidade, das regras,

que permitem seu convívio livre junto à sociedade.

Este é um assunto que nos aflige a cada momento.

No sistema prisional estadual, neste momento

chegamos a quatorze mil e quinhentos detentos.

Crescemos a cada ano quatorze mil e quinhentos

detentos. Crescemos a cada ano em torno de dois mil

detentos e teríamos que construir, neste ritmo, três

unidades prisionais a cada seis meses; uma unidade a

cada dois meses, praticamente. Esse é o ritmo do

investimento que temos que fazer se houver a

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Vitória-ES, quinta-feira, 27 de setembro de 2012 Diário do Poder Legislativo - 43

continuidade da política de encarceramento. A

sociedade capixaba não suporta esse ritmo. Por isso

estaremos nesta Casa, com esta legislação, discutindo

parte desse assunto, que é de muita importância.

O Poder Executivo, junto com o Poder

Judiciário, tem discutido outras ações

importantíssimas, como por exemplo, integrando

sistemas de informações dos detentos para que o

Poder Judiciário tenha informação em tempo real, ou

seja, de quanto tempo uma pessoa está detida,

encarcerada, como preso provisório, sem julgamento.

Porque a maior tortura, ou uma grande tortura que

uma pessoa possa sofrer, é ficar por meses e anos a

fio sem ter seu julgamento. Então, o Poder Judiciário

está interessado em estabelecer cobranças,

mecanismos para que, junto aos juízes das execuções

penais, possa estabelecer um acompanhamento para o

julgamento, para que essa tortura maior seja evitada e

tenhamos a possibilidade de ampliar a porta de saída

do sistema prisional.

A parceria que fizemos com a elaboração

dessa lei é também parte da parceria que fazemos em

outros temas com o Poder Judiciário, para que

encaminhemos assuntos que até agora não tivemos

condições de acelerar, mas que com esse trabalho em

conjunto alcançaremos maiores perspectivas de

avanço.

Ao mesmo tempo, existe uma ação em

relação à ressocialização de presos. Temos hoje

duzentas e quarenta empresas que empregam

egressos ou pessoas em semiaberto, para que

aumentemos a recuperação e reduzamos a

reincidência de quem passa pelo sistema prisional.

Mas há muitas tarefas.

Nomeamos o Senhor André Garcia, que a

partir de hoje começa a responder pela Secretaria de

Justiça. A escolha do Senhor André Garcia se deu

pelo conhecimento que possui do programa Estado

Presente. É o gestor do programa, que estabelece

metas de redução da criminalidade no Estado do

Espírito Santo. Foi Secretário de Segurança e ocupa a

Secretaria de Ações Estratégicas, acompanhando o

programa Estado Presente. Primeiro, pelo

conhecimento de S. S.ª; segundo, pela capacidade de

diálogo que facilitará cada vez mais a comunicação

com o Poder Judiciário, ampliando o diálogo com o

Ministério Público; também pela capacidade de

relacionamento com entidades de direitos humanos e

outras entidades e de diálogo com o Poder

Legislativo.

Essas características fizeram, apesar de ser

torcedor do Esporte de Pernambuco, tenho esse

defeito, com que escolhesse o Senhor André Garcia

para comandar a Secretaria de Justiça, a partir de

hoje. É uma difícil área de

ser gerenciada porque no Estado do Espírito Santo

temos algumas secretarias com agendas positivas,

que realmente gerenciam problemas todos os dias.

Existem secretarias em que os secretários gerenciam

todos os dias um, dois, três, quatro problemas ou

mais. Então, essa é uma área que merece e precisa de

um acompanhamento permanente. Mas, estamos cada

vez mais confiantes de que aquilo que alcançamos até

agora nos fará ganhar velocidade na parceria dos três

Poderes e das instituições do Estado no Espírito

Santo.

Cabe-me fazer este registro e fazer um

agradecimento a esta Assembleia Legislativa por

todo o apoio que tem prestado ao Estado do Espírito

Santo e pela sensibilidade de discutir assuntos de

interesse do nosso Estado.

Parabéns, Senhor Presidente Theodorico

Ferraço. Mais uma vez coloco, pessoalmente, o Poder

Executivo à disposição de V. Ex.ª. (Muito bem!)

O SR. PRESIDENTE - (THEODORICO

FERRAÇO) - A Assembleia Legislativa se sente

muito honrada com a presença do Senhor Governador

Renato Casagrande, chefe do Poder Executivo, e do

Desembargador Pedro Valls Feu Rosa, Presidente do

Tribunal de Justiça, acompanhado do Senhor

Desembargador Sérgio Gama.

Ilustre Desembargador Pedro Valls Feu Rosa,

os Senhores Deputados, mesmo em licença, já se

colocaram à disposição para retornar a qualquer

momento e votar o projeto com a máxima urgência,

trazendo, assim, o seu apoio a um trabalho feito com

a sociedade como sendo um projeto pioneiro no

Brasil.

A SR.ª APARECIDA DENADAI - Senhor

Presidente, pela ordem! Cumprimentamos o Senhor

Renato Casagrande, nosso Governador do Estado,

reafirmando nosso compromisso com este Governo e

agradecendo sua presença. Temos muita honra em

recebê-lo nesta Casa. Cumprimentamos também o

Senhor Desembargador Pedro Valls Feu Rosa,

Presidente do Tribunal de Justiça, dizendo ser uma

honra recebê-lo nesta Casa, assim como ao

Desembargador Sérgio Gama e demais integrantes da

Mesa.

Poderia ter falado sentada, dado as condições

de saúde em que me encontro, mas fiz questão de

falar de pé porque tenho uma grande admiração pelo

Presidente do Tribunal de Justiça.

Talvez muitas pessoas já tenham esquecido,

mas quando S. Ex.a assumiu a Presidência do

Tribunal de Justiça se comprometeu perante todo este

Estado a colocar em andamento os processos que

estavam adormecidos nas gavetas ou nos escaninhos

dos cartórios, que eram os processos de crimes

insolúveis, dentre eles o assassinato do meu irmão

Marcelo Denadai.

Aproveitamos a oportunidade para agradecer

publicamente ao Senhor Desembargador Pedro Valls

Feu Rosa, porque no mês que vem ocorrerá o

Tribunal do Júri.

Senhor Governador Renato Casagrande,

certamente este assunto do sistema prisional vem em

ótima hora. E no próximo mês, quando ocorrer o Júri,

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44 - Diário do Poder Legislativo Vitória-ES, quinta-feira, 27 de setembro de 2012

certamente os assassinos do meu irmão serão

condenados à pena máxima, que de acordo com o que

estabelece o Código Penal são trinta anos de prisão.

Veremos esses assassinos cumprirem a pena

no sistema prisional capixaba. Esperamos que

cumpram a pena e que tenham os seus direitos

humanos garantidos e respeitados, para que possam

retornar à sociedade e nunca mais fazerem com a

vida de ninguém o que fizeram com a vida da família

desta Deputada.

Destruíram os sonhos da minha família

quando tiraram a vida do meu irmão.

Quando o Senhor Desembargador Pedro

Valls Feu Rosa cobrou isso dos juízes, sabia o que

estava cobrando, porque também a sua família foi

vítima da crueldade de alguém que um dia tirou a

vida de um membro da sua família, passando anos

aguardando que fosse feita justiça.

Então, Desembargador Pedro Valls Feu

Rosa, V. Ex.ª sabia muito bem do que estava falando,

do que estava cobrando aos juízes da época; do que

significa a palavra injustiça; o que é, às vezes,

esperar por anos por uma sentença.

No mês que vem a minha mãe que sofreu e

sofre a pior das dores- que é a de ver um filho não

morrer de morte natural- de ter um filho arrancado

dos seus braços pela crueldade, pela maldade humana

e não ver a justiça ser feita.

O nosso muito obrigado em meu nome, em

nome da minha família, da minha mãe e da sociedade

capixaba, Desembargador Pedro Valls Feu Rosa.

Hoje, tenho certeza de que a sociedade capixaba anda

um pouco mais tranquila.

Governador Renato Casagrande, vamos

esperar que esses facínoras, esses assassinos

cumpram as suas penas - mesmo tendo tirado a vida

do meu irmão - num desses presídios, mas com os

seus direitos humanos respeitados, sem torturas.

Tenho certeza de que na gestão de V. Ex.ª

veremos isso acontecer, porque é um homem de

respeito. O seu governo é uma administração que a

sociedade capixaba acredita.

Muito obrigada pela sua presença dando

apoio a esse anteprojeto que, com certeza, será

aprovado por todos os Senhores Deputados que

compõem esta Casa.

O SR. PRESIDENTE - (THEODORICO

FERRAÇO) - Agradeço a Senhora

Deputada Aparecida Denadai as palavras. Elogiamos

V. Ex.ª que embora enferma, atravessando uma fase

difícil, com certeza em breve estará em forma

perfeita, pois é uma Deputada vibrante, e sempre

comparece às sessões para votar as matérias. É um

orgulho para todos nós tê-la nesta Casa!

A Presidência suspenderá a sessão por cinco

minutos, para permitir a saída do Governador Renato

Casagrande e do Desembargador Pedro Valls Feu

Rosa.

Solicito aos Senhores Deputados Sérgio

Borges, Líder do Governo, Roberto Carlos e Freitas

que conduzam também o Desembargador Sérgio

Gama até a garagem desta Casa.

(A sessão é suspensa ás 15h52min e

reaberta às 16h01min)

O SR. PRESIDENTE - (THEODORICO

FERRAÇO) - Está reaberta a sessão.

Findo o tempo destinado ao Pequeno

Expediente, passa-se à:

ORDEM DO DIA:

Votação adiada, com discussão única

encerrada, nos termos do art. 66, § 6º, da

Constituição Estadual, do veto parcial aposto ao

Projeto de Lei Complementar n.o 22/2012, oriundo da

Mensagem Governamental n.o 170/2012, que

reorganiza o cargo e a respectiva carreira de

Especialista em Políticas Públicas e Gestão

Governamental e dá outras providências. Publicado

no DPL do dia 10/07/2012. Mensagem de veto n.º

211/2012, publicada no DPL do dia 21/08/2012.

Parecer nº 417/2012, da Comissão de Justiça, pela

manutenção do veto parcial. Veto vencido em

16/09/2012.

Discussão, se houver recurso, na forma do

artigo 277, §§ 2.º a 5.º do Regimento Interno, do

Projeto de Lei n.o 163/2012, da Deputada Luzia

Toledo, que institui o Dia Estadual do Humanismo

SGI - Soka Gakkai Internacional. Publicado no DPL

do dia 18/05/2012. Pareceres n.os

301/2012, da

Comissão de Justiça, pela

constitucionalidade/legalidade e 24/2012, da

Comissão de Assistência Social, pela aprovação.

Lido no Expediente da Sessão Ordinária do dia

17/09/2012.

Discussão se houver recurso, na forma do

artigo 277, §§ 2.º a 5.º do Regimento Interno, do

Projeto de Lei n.o 189/2012, do Deputado Sérgio

Borges, que declara de Utilidade Pública a

Associação dos Produtores de Artesanato do

Município de Anchieta - APROAMA. Publicado no

DPL do dia 28/05/2012. Pareceres n.os

327/2012, da

Comissão de Justiça, pela

constitucionalidade/legalidade e 23/2012, da

Comissão de Assistência Social, pela aprovação.

Lido no Expediente da Sessão Ordinária do dia

17/09/2012.Discussão especial, em 3.ª sessão, do

Projeto de Lei n.o 321/2012, do Deputado Sandro

Locutor, que concede isenção do pagamento de taxas

relativas à renovação da carteira nacional de

habilitação (CNH), aos motoristas profissionais.

Publicado no DPL do dia 03/09/2012.

Discussão especial, em 3.ª sessão, do

Projeto de Decreto Legislativo n.o 76/2012, do

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Vitória-ES, quinta-feira, 27 de setembro de 2012 Diário do Poder Legislativo - 45

Deputado Marcelo Santos, que concede Título de

Cidadão Espírito-Santense ao Senhor Sakuji Tanaka.

Publicado no DPL do dia 30/08/2012.

Discussão especial, em 2.ª sessão, do

Projeto de Lei n.º 300/2012, da Deputada Luzia

Toledo, que obriga os fornecedores a informar aos

consumidores, além do preço à vista de produtos e

serviços, os valores, quantidade de parcelas e juros,

bem como o preço total a prazo. Publicado no DPL

do dia 09/08/2012.

Discussão especial, em 2.ª sessão, do

Projeto de Lei n.o 323/2012, da Deputada Aparecida

Denadai, que obriga as indústrias que comercializam

bebida alcoólica a inserir nos rótulos e embalagens

fotos ilustrativa de acidentes de trânsito. Publicado

no DPL do dia 06/09/2012.

Discussão especial, em 2.ª sessão, do

Projeto de Decreto Legislativo n.o 78/2012, do

Deputado Luciano Pereira, que concede Título de

Cidadão Espírito-Santense ao Sr. Olney Luiz de

Maulaz. Publicado no DPL do dia 04/09/2012.

Discussão especial, em 1.ª sessão, do

Projeto de Lei n.o 325/2012, da Deputada Aparecida

Denadai, que cria o Programa “Empresa Amiga da

Educação” no âmbito do Estado. Publicado no DPL

do dia 06/09/2012.

Discussão especial, em 1.ª sessão, do

Projeto de Lei n.o 327/2012, da Deputada Aparecida

Denadai, que dispõe sobre a redução do valor da taxa

de inscrição em concursos públicos realizados no

âmbito do Estado, para doadores regulares de sangue

e medula óssea, a órgãos oficiais ou entidades

credenciadas pela união, pelo Estado ou por

Município. Publicado no DPL do dia 06/09/2012.

O SR. PRESIDENTE - (THEODORICO

FERRAÇO) - Votação adiada, com discussão única

encerrada, nos termos do art. 66, § 6º, da

Constituição Estadual, do veto parcial aposto ao

Projeto de Lei Complementar n.o 22/2012.

Em votação o veto parcial aposto ao Projeto

de Lei Complementar n.º 22/2012.

O presente veto exige votação nominal, que

será realizada utilizando-se o painel eletrônico.

Os Senhores Deputados que forem favoráveis

ao veto votarão SIM; os que forem contrários votarão

NÃO. (Pausa)

Solicito aos Senhores Deputados que

registrem o voto nos terminais eletrônicos. (Pausa)

(Procede-se ao registro dos votos)

(De acordo com o registrado no

painel eletrônico, retiram-se as

Senhoras Deputadas Aparecida

Denadai, Lúcia Dornellas e Luzia

Toledo e os Senhores Deputados

Dary Pagung, Glauber Coelho, José

Esmeraldo, Marcelo Santos, Roberto

Carlos e Sérgio Borges)

(Votam SIM os Senhores Deputados

Atayde Armani, Claudio Vereza,

Doutor Hércules, Elcio Alvares,

Esmael de Almeida, Freitas,

Genivaldo Lievore, Gildevan

Fernnades, Gilsinho Lopes, Rodney

Miranda e Sandro Locutor)

O SR. PRESIDENTE - (THEODORICO

FERRAÇO) - Votaram SIM onze Senhores

Deputados; uma abstenção do Presidente,

regimentalmente impedido de votar.

Não há quorum para votação do veto parcial

aposto ao Projeto de Lei Complementar n.º 22/2012,

pelo que fica adiada.

Nos termos do art. 66, §6.º, da Constituição

Estadual, ficam sobrestadas as demais proposições

constantes da pauta.

Passa-se à fase do Grande Expediente,

dividido em duas partes: Lideranças Partidárias e

Oradores Inscritos.

Concedo a palavra ao Líder do PT, Senhor

Deputado Claudio Vereza.

O SR. CLAUDIO VEREZA - (Sem revisão

do orador) - Senhor Presidente, Senhoras Deputadas

e Senhores Deputados, primeiramente congratulo-me

com o Presidente da Assembleia Legislativa,

Deputado Theodorico Ferraço, pelo que aconteceu há

pouco nesta Casa onde estavam presentes os

representantes dos três Poderes. Foi um momento

raro para uma ação inédita que é a elaboração,

discussão e aprovação de uma lei estadual de

execuções penais com detalhamento, em nível do

Estado, da lei federal de execuções penais que, até o

momento, vem sendo regulamentada por normas

internas estaduais e agora ganharão status de lei

estadual.

Senhor Presidente, é um fato muito

importante de uma área altamente sensível, como

disse o Governador do Estado, Senhor Renato

Casagrande, pois qualquer ação ou qualquer omissão

nesse setor é problemática, gera conflitos, gera

problemas. A legalização e a regulamentação mais

claras das ações no sistema penitenciário, seja na

garantia de direitos dos internos, seja na forma de

atuação dos responsáveis, seja o Poder Executivo ou

seja o Poder Judiciário, é muito necessário e

importante.

O sistema avançou muito nos últimos anos.

Eu já fiz, como membro de comissão desta Casa,

visita ao sistema penitenciário na década de 90 e era

um verdadeiro horror. Confesso que fui - além de ter

sido corajoso naquele momento - um aventureiro,

junto com a ex-deputada Brice Bragato e com outros

colegas desta Casa, porque o sistema tinha

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46 - Diário do Poder Legislativo Vitória-ES, quinta-feira, 27 de setembro de 2012

pouquíssimo controle e entrávamos nos presídios e

nas celas de maneira muito tranquila, apenas com a

garantia dos presos de que nada aconteceria. Mas era

uma aventura.

Hoje o sistema é mais organizado tanto do

ponto de vista físico quanto do ponto de vista do

funcionamento propriamente dito, pois há regras e há

disciplina.

De tal forma que hoje, com a aprovação

dessa lei, excessos serão coibidos. Foi citada pelo

Presidente do Tribunal de Justiça a famosa

agachadinha, que é abominável principalmente para

as mulheres. Terrível o relato de crianças, jovens,

senhoras, mães e avós visitantes do sistema

penitenciário ao serem submetidas a esse

constrangimento desumano que havia e espero que o

verbo seja realmente conjugado no passado.

O Sr. Genivaldo Lievore - Senhor Deputado

Claudio Vereza, hoje é um dia especial para a

cidadania e para os direitos humanos nesta Casa pelo

simbolismo do envolvimento dos três Poderes num

projeto de lei muito importante.

Eu represento esta Casa no Conselho

Estadual de Direitos Humanos, que tem a

participação do Poder Judiciário, do Ministério

Público, desta Casa de Leis, do Executivo, mas

também do Ministério Público, desta Casa de Leis e

do Executivo e também da sociedade civil. Portanto,

esta lei é fruto da organização da sociedade civil que

acompanha o sistema penitenciário deste Estado. A

organização de Direitos Humanos deste Estado há

muitos anos quer um regulamento para o

funcionamento do sistema penitenciário. Vai deixar

de ser uma portaria. Teremos uma lei, a primeira do

Brasil e com certeza os Senhores Deputados desta

Casa de Leis irão melhorá-la para que possamos ser

exemplo.

O que votarmos hoje, neste plenário, com

certeza será exemplo na garantia de Direitos

Humanos, tal como V. Ex.ª disse, em um sistema que

precisa de muitos cuidados em seu tratamento.

Senhor Deputado Claudio Vereza, muito

obrigado pelo aparte.

(Comparece o Senhor Deputado

Roberto Carlos)

O SR. CLAUDIO VEREZA - Obrigado,

Senhor Deputado Genivaldo Lievore.

Senhor Presidente, parabenizamos V. Ex.ª

por ter acolhido essa importante cerimônia, nesta

Casa de Leis, em um importante momento para o

sistema prisional do Estado do Espírito Santo. À

guisa do que vem sendo divulgado nos últimos

meses, coincidindo com o período eleitoral, farei a

leitura de um artigo assinado pelo Senhor Leonardo

Boff, teólogo, filósofo, escritor e doutor, Honoris

Causa em política, pela Universidade de Turim por

solicitação de Noberto Bobbio, intitulado Manter

Viva a Causa do PT para além do “Mensalão”

Há um provérbio popular alemão

que reza: “você bate no saco, mas

pensa no animal que carrega o

saco”. Ele se aplica ao PT com

referência ao processo do

“Mensalão”. Você bate nos

acusados, mas tem a intenção de

bater no PT. A relevância

espalhafatosa, que o grosso da mídia

está dando à questão, mostra que o

grande interesse não se concentra na

condenação dos acusados, mas

através de sua condenação, atingir

de morte o PT.

De saída quero dizer que nunca fui

filiado ao PT. Interesso-me pela

causa que ele representa, pois a

Igreja da Libertação colaborou na

sua formulação e na sua realização

nos meios populares. Reconheço com

dor que quadros importantes da

direção do partido se deixaram

morder pela mosca azul do poder e

cometeram irregularidades

inaceitáveis.

Muitos sentimo-nos traídos, pois

depositávamos neles a esperança de

que seria possível resistir às

seduções inerentes ao poder. Tinham

a chance de mostrar um exercício

ético do poder na medida em que este

poder reforçaria o poder do povo

que assim se faria participativo e

democrático.

Lamentavelmente, houve a queda.

Mas ela nunca é fatal. Quem cai,

sempre pode se levantar. Com a

queda não caiu à causa que o PT

representa: daqueles que vem da

grande tribulação histórica, sempre

mantidos no abandono e na

marginalidade. Por políticas sociais

consistentes, milhões foram

integrados e se fizeram sujeitos

ativos. Eles estão inaugurando um

novo tempo que obrigará todas as

forças sociais a se reformularem e

também a mudarem seus hábitos

políticos.

Por que muitos resistem e tentam

ferir letalmente o PT? Há muitas

razões. Ressalto apenas duas

decisivas.

A primeira tem a ver com uma

questão de classe social.

Sabidamente temos elites econômicas

e intelectuais das mais atrasadas do

mundo, como soia repetir Darcy

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Vitória-ES, quinta-feira, 27 de setembro de 2012 Diário do Poder Legislativo - 47

Ribeiro. Estão mais interessadas em

defender privilégios do que garantir

direitos para todos. Elas nunca se

reconciliaram com o povo. Como

escreveu o historiador José Honório

Rodrigues (Conciliação e Reforma

no Brasil, 1965, pág. 14), elas

“negaram seus direitos, arrasaram

sua vida e logo que o viram crescer,

lhe negaram, pouco a pouco, a sua

aprovação, conspiraram para

colocá-lo de novo na periferia, no

lugar que continuam achando que

lhe pertence”. Ora, o PT e Lula vêm

desta periferia. Chegaram

democraticamente ao centro do

poder. Essas elites tolerariam Lula

no Planalto, apenas como serviçal,

mas jamais como presidente. Não

conseguem digerir este dado

inapagável. Lula presidente

representa uma virada de magnitude

histórica. Essas elites perderam. E

nada aprenderam. Seu tempo passou.

Continuam conspirando,

especialmente, através de uma mídia

e de seus analistas, amargurados por

sucessivas derrotas, como se nota

nestes dias, a propósito de uma

entrevista montada de Veja contra

Lula. Estes grupos se propõem apear

o PT do poder e liquidar com seus

líderes.

A segunda razão está em seu

arraigado conservadorismo — não

quererem mudar nem se ajustar ao

novo tempo. Internalizaram a

dialética do senhor e do servo.

Saudosistas, preferem se alinhar de

forma agregada e subalterna, como

servos, ao senhor que hegemoniza a

atual fase planetária: os EUA e seus

aliados, hoje todos em crise de

degeneração. Difamaram a coragem

de um presidente que mostrou a

autoestima e a autonomia do Brasil,

decisivo para o futuro ecológico e

econômico do mundo, orgulhoso de

seu ensaio civilizatório racialmente

ecumênico e pacífico. Querem um

Brasil menor do que eles para terem

vantagens.

Por fim, temos esperança. Segundo

Ignace Sachs, o Brasil, na esteira das

políticas republicanas inauguradas

pelo do PT e que devem ser ainda

aprofundadas, pode ser a Terra da

Boa Esperança, quer dizer, uma

pequena antecipação do que poderá

ser a Terra revitalizada, baixada da

cruz e ressuscitada. Muitos jovens

empresários, com outra cabeça, não

se deixam mais iludir pela

macroeconomia neoliberal

globalizada. Procuram seguir o novo

caminho aberto pelo PT e pelos

aliados de causa. Querem produzir

autonomamente para o mercado

interno, atendendo aos milhões de

brasileiros que buscam um consumo

necessário, suficiente e responsável,

e assim poderem viver um desafogo

com dignidade e decência. Essa

utopia mínima é factível. O PT se

esforça por realizá-la. Essa causa

não pode ser perdida em razão da

férrea resistência de opositores

superados, porque é sagrada demais

pelo tanto de suor e de sangue que

custou.

*Leonardo Boff, teólogo e filósofo, é

escritor e dr. honoris causa em

política pela Universidade de Turim

por solicitação de Norberto Bobbio.

O Sr. Roberto Carlos - Senhor Deputado

Claudio Vereza, faremos um brevíssimo aparte, V.

Ex.ª trouxe um texto desse autor, humanista,

espiritualista e porque não dizer consagrado,

Leonardo Boff, utilizando com maestria e muita

competência o tempo da liderança do PT.

É um orgulho ouvir este discurso liderado por

V. Ex.ª, líder da bancada do PT. Parabéns!

O que foi lido por V. Ex.ª é o sentimento de

todos nós que acreditamos em um país mais justo;

que acreditamos em um Brasil sem desigualdade; que

acreditamos em um Brasil feito pelos brasileiros.

Essa é a grande utopia do Partido dos Trabalhadores

e V. Ex.ª é uma liderança que tem história e trajetória

para fazer, nesta data, esse discurso, que, com

certeza, entrará para os Anais da história do

Parlamento e, principalmente, para a história do

nosso partido no Estado do Espírito Santo. Parabéns,

Senhor Deputado Claudio Vereza.

O SR. CLAUDIO VEREZA - Muito

obrigado, Senhor Deputado Roberto Carlos.

Senhor Presidente, encerramos dizendo que

no período em que as denúncias surgiram de maneira

massacrante, o nosso Partido, a nossa militância, os

nossos filiados resistiram e fizeram ressurgir com

mais força ainda o Partido dos Trabalhadores. Assim

acontecerá mais uma vez neste momento. Com

certeza a militância seguirá em frente porque não tem

apenas a política como questão eleitoral, mas como

projeto para a sociedade brasileira. (Muito bem!)

(Retiram-se momentaneamente os

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48 - Diário do Poder Legislativo Vitória-ES, quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Senhores Deputados Freitas e

Genivaldo Lievore e comparece a

Senhora Deputada Luzia Toledo)

O SR. PRESIDENTE - (THEODORICO

FERRAÇO) - Parabéns, Senhor Deputado Claudio

Vereza. Os Parlamentares do PT desta Casa

orgulham muito os capixabas, que sabem da

dignidade com que defendem a política brasileira.

O grande ex-presidente Luiz Inácio Lula da

Silva, um homem que de operário tornou-se uma

liderança mundial, tem a nossa simpatia e o nosso

reconhecimento. Temos rezado muito por S. S.ª nas

nossas orações para que tenha saúde e continue sendo

essa grande liderança que sempre foi para o Brasil e

para o mundo.

Findo o tempo destinado às Lideranças

Partidárias, concedo a palavra ao Senhor Deputado

Freitas, orador inscrito. (Pausa)

Ausente, concedo a palavra à Senhora

Deputada Luzia Toledo, oradora inscrita.

A SR.ª LUZIA TOLEDO - (Sem revisão da

oradora) - Senhor Presidente, Senhoras Deputadas e

Senhores Deputados, cumprimentamos os

funcionários desta Casa, os técnicos, a sociedade

capixaba que acompanha atentamente o que acontece

neste Parlamento e, com muito respeito, a imprensa

que ainda está presente nesta sessão ordinária.

Agradecemos a presença de todos os jornalistas que

estão nesta Assembleia Legislativa.

Hoje, esta Casa deu exemplo de como os

Poderes podem conviver democraticamente,

produzindo um resultado positivo para a sociedade.

Não temos dúvidas de que nesta tarde produzimos

para o País um belo exemplo.

Nesta tarde recebemos nesta Assembleia

Legislativa o Desembargador Pedro Valls Feu Rosa,

Presidente do Tribunal de Justiça. Não sabemos se a

sociedade tem tomado conhecimento das posições

jurídicas que S. Ex.ª vem tomando à frente dessa

Corte. Primeiro, abriu o Tribunal de Justiça para a

sociedade, principalmente, para os menos

favorecidos, aqueles que sequer entravam naquele

Poder, que muito menos eram recebidos pelos

desembargadores, que, às vezes, ficavam querendo

falar com um desembargador ou um juiz por anos.

Atualmente não advogo mais, porém

advoguei muito e por muito tempo. Fui advogada da

Companhia Docas do Espírito Santo durante dezoito

anos. Então, sei o que significa enfrentar um tribunal

e sei como a distância era muito grande. Distância

que diminuiu muito desde a posse do Desembargador

Pedro Valls Feu Rosa.

Esse projeto da Lei Estadual de Execuções

Penais foi trabalhado com as entidades, por meio de

audiências públicas realizadas no Tribunal de Justiça

com a sociedade organizada. Portanto, não é um

projeto feito dentro de uma sala ou de um gabinete.

Foi construído com muito calor humano. Por quê?

Porque durante muito tempo as visitas aos presídios

feitas pelas famílias eram vexatórias. As pessoas,

principalmente as da melhor idade, homens ou

mulheres, ao visitarem seus filhos, netos ou irmãos

passavam por uma situação que não desejamos a

ninguém. Portanto, após a aprovação desse projeto

pioneiro teremos a cobertura legal para que esses

fatos não aconteçam mais no Estado do Espírito

Santo. Queremos estudar esse projeto, queremos ver

os avanços.

Neste momento parabenizamos não apenas o

Senhor Desembargador Pedro Valls Feu Rosa, como

também toda a sua equipe de trabalho, pois deram

uma grande contribuição hoje à sociedade capixaba.

A Assembleia Legislativa do Estado do

Espírito Santo deu um passo importantíssimo ao

receber o Presidente do Tribunal de Justiça, Senhor

Desembargador Pedro Valls Feu Rosa, que veio

entregar aos chefes do Executivo e do Legislativo o

projeto da Lei Estadual de Execuções Penais, que

institui a regulamentação de procedimentos como a

revista nas entradas dos presídios, a visita aos

detentos e o transporte de presos. A vinda do Senhor

Governador Renato Casagrande, acompanhado do

Senhor André Garcia, novo Secretário de Estado da

Justiça, Senhor Presidente Theodorico Ferraço, foi

um passo muito grande na construção da

independência dos Poderes. Poderes esses que têm

desempenhado um trabalho convergindo para um

mesmo ponto, ou seja, em prol do que a sociedade

mais precisa: respeito, amparo jurídico e amparo

legal.

Esta Casa Legislativa, hoje, com a presença

praticamente de todos os Senhores Deputados, deu

uma demonstração de que, sob o comando de V. Ex.ª,

Senhor Deputado Theodorico Ferraço, líder no sul do

Estado, tem trabalhado, e não está em momento

algum silente.

Tenho um orgulho muito grande do trabalho

desempenhado pelo Senhor Deputado Theodorico

Ferraço não apenas nesta Casa, como também no sul

do Estado. Gosto de ser chefiada por líderes. Gosto

de ter um líder em quem acredito. E V. Ex.ª é um

líder em quem acredito. Tem determinação, coragem

e sabe estar junto com os Senhores Deputados na

hora em que é necessário.

Hoje, nossa fala, desta tribuna, é para dizer a

todos os colegas que esta Casa produz; que é uma

Casa que tem buscado a convergência entre os

Poderes. O exemplo maior foi hoje a assinatura deste

anteprojeto pelo Senhor Governador Renato

Casagrande e pelo Desembargador Presidente do

Tribunal de Justiça, Senhor Pedro Valls Feu Rosa.

Portanto, todos os Senhores Deputados, até aqueles

que estão de licença, estiveram presentes, porque é

um dia importante para esta Casa.

Esperamos que o Senhor André Garcia, que

agora está respondendo pela Secretaria de Justiça e

Cidadania, faça um bom trabalho, um trabalho sério,

um trabalho humano. Afinal, demos hoje um passo

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Vitória-ES, quinta-feira, 27 de setembro de 2012 Diário do Poder Legislativo - 49

forte em direção aos direitos humanos. Nada mais foi

feito nesta Casa hoje, do que respeitar os direitos

humanos na medida em que assinamos o anteprojeto

encaminhado pelo Tribunal de Justiça.

Pensamos que é a primeira vez que o

Tribunal de Justiça produz um projeto desta natureza,

voltado para a sociedade. Seguramente é o primeiro

do Estado e o primeiro do País a dar esse passo.

Portanto, está de parabéns o Senhor Desembargador

Pedro Valls Feu Rosa e todos os demais que

ajudaram S. Ex.ª, também está de parabéns esta Casa,

que recebeu S. Ex. as

com todo o carinho e buscando

interpretar, analisar o texto que esta Casa recebeu.

Muito Obrigada, Senhor Presidente Theodorico

Ferraço. (Muito bem!)

O SR. PRESIDENTE - (THEODORICO

FERRAÇO) - Concedo a palavra ao Senhor

Deputado José Esmeraldo, que justificou a

necessidade de se ausentar por motivos de ordem

pessoal. (Pausa)

Ausente, concedo-a ao Senhor Deputado

Genivaldo Lievore. (Pausa)

Ausente, concedo-a ao Senhor Deputado

Claudio Vereza.

O SR. CLAUDIO VEREZA - Senhor

Presidente, declino.

O SR. PRESIDENTE - (THEODORICO

FERRAÇO) - Tendo S. Ex.ª declinado, concedo a

palavra ao Senhor Deputado Doutor Hércules.

O SR. DOUTOR HÉRCULES - (Sem

revisão do orador) - Senhor Presidente, Senhor

Deputado Claudio Vereza, Senhor Deputado Gilsinho

Lopes e Senhora Deputada Luzia Toledo, os únicos

Senhores Deputados que ainda estão presentes a esta

sessão, além do Senhor Presidente.

Assomamos a esta tribuna, mais uma vez, e

agora com um pouquinho mais de tempo,

inicialmente para convidar todos os telespectadores

da TV Assembleia, canal 12 e TV Educativa, canal

02, para hoje nesta Casa Legislativa, às 18h30min, no

Salão Nobre, em frente ao Plenário, onde teremos a

1.ª Noite de Autógrafos Beneficente, da escritora

Dulce Braga, de seu livro O Sabor de Maboque. Este

livro está na quarta edição e a renda dos direitos

autorais será destinada à Afecc - Associação

Feminina de Educação e Combate ao Câncer.

Pedimos a todos que puderem que compareçam e

comprem este livro importante porque, além da obra

da escritora Dulce Braga, ele tem uma finalidade

muito justa que é a destinação de sua renda para a

Afecc.

Senhor Presidente e prezados colegas, sexta-

feira estivemos no Hospital São Lucas. Não é segredo

para ninguém, é amplamente debatida a questão das

dificuldades que a saúde pública atravessa. Fizemos

uma visita ao Hospital São Lucas, na sexta-feira. Não

fizemos palanque, fomos sozinhos, visitamos o

hospital, percorremos as enfermarias, nos reunimos

com a direção do hospital, com o subsecretário Fábio

Benezath Chaves e solicitamos ao Senhor Secretário

e ao Senhor Governador providências enérgicas no

sentido de que nosso povo possa ser tratado de forma

melhor.

É público e notório que a saúde pública passa

por muitas dificuldades, mas também reconhecemos

o empenho do Governo, do Secretário de Saúde,

Senhor José Tadeu Marino, e toda a sua equipe no

sentido de tentar diminuir esse sofrimento.

Infelizmente, não é da noite para o dia, não é

interditando, fechando hospitais que vai resolver o

problema, mesmo porque se fechar o hospital para

onde vai o paciente? Quero ver quem vai levar o

paciente para casa. Com o hospital funcionando já

está difícil, imagina sem funcionar.

Lembramos que ontem, pela manhã,

estivemos em reunião no Tribunal de Justiça com

uma comissão discutindo os problemas da área da

Saúde e não poderíamos deixar de discutir também a

questão do Hospital São Lucas.

Hoje, pela manhã, na Faculdade Novo

Milênio, em Vila Velha, juntamente com o Secretário

de Estado da Saúde, Senhor Tadeu Marino,

participamos da instalação de um seminário sobre

saúde do homem. Sempre é discutida a saúde da

mulher, da criança, do idoso. Há sempre um trabalho

nesse sentido, mas saúde do homem não,

infelizmente, ele não dá muita atenção para a própria

saúde. Não é diferente comigo e não deveria ser

assim. A mulher é mais caprichosa, tem mais cuidado

com sua saúde e o homem não tem.

Saímos da Faculdade Novo Milênio e fomos

ao Palácio Anchieta com o Secretário de Saúde,

momento em que o Governador do Estado apresentou

um trabalho importante e uma dessas ações do

Detran, Senhor Deputado Gilsinho Lopes, foi o

NARP-TRAN, uma indicação nossa, mas inspiração

do Delegado Fabiano Contarato. Hoje, no Palácio

pedimos uma salva de palmas para S. S.ª- apesar de

ele ser avesso a isso- pela sua luta, sua missão de

salvar vidas e cada dia cobrar das autoridades,

principalmente de Brasília, dos Deputados Federais e

Senadores, a Lei Seca, que virou uma piada. O

NARP-TRAN, Núcleo de Atendimento e

Reintegração Psicossocial em Acidentes de Trânsito

às pessoas que sofrem acidente e ficam com sequelas

psicológicas, os familiares ou o próprio paciente, tem

feito um trabalho muito bom. A Senhora Maria

Helenice Nicchio Mendes também esteva presente e

fizemos referência ao seu trabalho. O Senhor Cláudio

Thiago, o Secretário de Transportes e Obras Públicas,

Senhor Fábio Damasceno e o Diretor do Detran,

Senhor Fábio Nielsen também estiveram presentes.

Falamos em nome da Assembleia

Legislativa, Senhor Presidente Theodorico Ferraço. O

Senhor Governador nos incumbiu de falar em nome

desta Casa e sobre a Comissão de Saúde também. Na

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50 - Diário do Poder Legislativo Vitória-ES, quinta-feira, 27 de setembro de 2012

oportunidade, falamos que oitenta por cento dos

leitos dos Hospitais São Lucas e Dório Silva

estão ocupados hoje por vítimas de acidentes de

trânsito.

O Governo Federal incentiva a compra de

veículos automotores, mas, infelizmente, junto

com o incentivo não são ampliadas as vias, as

ruas, as avenidas, enfim, as estradas. As estradas

são as mesmas e os veículos são em número cada

vez maior. É muito bom o povo poder comprar

um veículo, mas o Governo precisa também de

fazer alguma coisa para evitar os acidentes. O

Governo Estadual tem realizado campanhas de

educação no trânsito e conta com a luta do

Delegado Fabiano Contarato. Enfim, lembramos

também dessa luta em favor desse povo tão

esquecido.

Senhor Presidente, estava marcada para o

dia 21 de setembro, às 9h, a prestação de contas

na Comissão de Saúde, do Secretário de Estado

da Saúde, Senhor Tadeu Marino, tendo em vista

os casos gravíssimos na área. Mas, em comum

acordo com o CRM, com o Secretário, com a

Ames, com o Simes, com os Conselhos

Regionais de Enfermagem e de Odontologia,

remanejamos a reunião para às 15h.

Nesse mesmo dia, às 10h, estaremos na

sede do Conselho Regional de Medicina

discutindo todos esses problemas que têm

impactado a rede pública e privada de saúde.

Muitas vezes o Governo não tem leito para

comprar, apesar de procurar.

Aproveitamos mais uma vez para falar

sobre a campanha Assine + Saúde. Queremos

incluir também naquele cartaz que V. Ex.ª nos

autorizou apresentar, Senhor Presidente

Theodorico Ferraço, todas as categorias afins. A

categoria da saúde não é composta só de médico,

mas de enfermeiro e outros profissionais.

Queremos a participação do Coren e de todos os

profissionais ligados à área da saúde para

colherem assinaturas. Os profissionais do Estado

de Minas Gerais já conseguiram a assinatura de

trezentas e sessenta mil pessoas, mas nós não

conseguimos ainda trezentas, porque estamos

fazendo sozinho, com o apoio do nosso gabinete

e de algumas pessoas.

É preciso projeto de iniciativa popular

para pressionar o Governo Federal para que

destine dez por cento da sua receita bruta para o

financiamento à saúde. Dissemos desta tribuna

por várias vezes que falaremos até o último dia

do nosso mandato sobre a situação da saúde.

Continuaremos falando, porque estamos nesta

Casa para isso. Se for preciso gritaremos; vamos

nos esgoelar em favor da saúde pública.

O Brasil ainda investe, segundo

estatística da Organização Mundial de Saúde,

quatrocentos e um dólares per capita na área da

saúde. A Argentina, nosso vizinho, investe

oitocentos e trinta dólares per capita. Portanto,

estamos passando essa vergonha de investir

somente menos de quatro por cento nessa área.

(Muito bem!)

O SR. PRESIDENTE -

(THEODORICO FERRAÇO) - Senhor

Deputado Doutor Hércules, realmente, o trabalho

de V. Ex.ª tem o apoio irrestrito não só da Mesa

Diretora como desta Casa. Temos que lutar para

que a saúde tenha mais recursos. Sabemos da

campanha de V. Ex.ª por meio de folhetos e de

pronunciamentos. Não é possível que a saúde

não tenha um coeficiente básico necessário de

gastos do Governo Federal como os Governos

Estaduais e os Governos Municipais. V. Ex.ª está

de parabéns. Essa é uma luta em favor da vida,

portanto, é uma das lutas mais importantes que

V. Ex.ª trava nesta Casa.

Concedo a palavra ao Senhor Deputado

Gilsinho Lopes, orador inscrito.

O SR. GILSINHO LOPES - (Sem

revisão do orador) - Senhor Presidente e

Senhores Deputados Claudio Vereza e Doutor

Hércules, observamos todos os dias o Senhor

Deputado Doutor Hércules, Presidente da

Comissão de Saúde, falar sobre a falência do

sistema de saúde do nosso Estado e sobre a falta

de investimentos na saúde pública estadual. E,

ontem, ouvimos o pronunciamento do Secretário

de Saúde dizendo sobre a responsabilidade dos

médicos na superlotação dos hospitais.

Vimos e ouvimos hoje o Senhor

Governador Renato Casagrande falar sobre a

necessidade da construção de vários presídios,

mas observamos a falta de investimentos em

vários setores públicos, que dão respaldo para a

redução da violência e da criminalidade.

Mas aí, Senhor Presidente Theodorico

Ferraço e Senhores Deputados Doutor Hércules e

Claudio Vereza, ficamos estarrecido diante de

uma informação e de uma notícia como a que foi

veiculada pelo jornal A Tribuna de hoje, dia 18

de setembro de 2012: Gasto de R$ 24,9 milhões

por posto que nunca existiu. A reportagem ainda

pergunta: O que daria para fazer com R$

24.915.876,43? A construção de três unidades de

pronto-atendimento para desafogar o sistema de

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Vitória-ES, quinta-feira, 27 de setembro de 2012 Diário do Poder Legislativo - 51

saúde, a construção de dois Centros de Detenção

Provisória, a construção de seiscentas e vinte

duas casas populares, juntar quarenta mil e

cinquenta e sete salários mínimos, a construção

de um terminal do sistema Transcol ou comprar

novecentos e noventa e seis carros populares.

Isso me causa indignação, considerando

que a malversação de verba pública tem que ser

apurada pelo Ministério Público. E essa denúncia

registrada pelo jornal - não fui eu quem a

encaminhou para A Tribuna -, apenas fiz o

requerimento de informação nesta Casa, e

chegou até o jornal A Tribuna. A repórter, ao

fazer o questionamento, perguntou-me qual foi a

motivação do meu requerimento. A motivação

foi a fiscalização dos atos do Poder Executivo. É

o papel do Deputado. A motivação foi que houve

uma denúncia na Comissão de Segurança,

informaram que essa obra estava paralisada. Pelo

local passei várias vezes, Senhor Deputado

Theodorico Ferraço, e nele não há sequer um

posto de fiscalização.

Sabemos que a evasão fiscal é muito

grande; o contrabando, o descaminho passa por

todo aquele setor livremente, porque não há

posto de fiscalização, nem como base para uma

operação da Polícia Rodoviária Federal, da

Polícia Militar, da Polícia Civil ou como base de

operação da Polícia Federal.

Ficamos mais estarrecido ainda quando

foi baixado um decreto do então Governador, no

dia 23 de junho de 2009, Senhor Deputado

Doutor Hércules e Senhor Presidente Theodorico

Ferraço, extinguindo todos os postos de

fiscalização do Estado. Isso foi no dia 23 de

junho de 2009. No dia 1.º de setembro, Senhor

Deputado Claudio Vereza, três meses depois, foi

feita nova licitação para a conclusão das obras,

que não iria ser construída. Houve mais um

aditamento no valor de dois milhões e

novecentos mil reais.

Isso é um absurdo! Isso é para ser

apurado com rigor pelo Ministério Público. Isso

é para ser apurado pelo Tribunal de Justiça. Isso

é para ser apurado por esta Casa. Nós,

Deputados, temos que convocar o então

Secretário de Fazenda, Senhor José Teófilo de

Oliveira, para que S.S.ª preste esclarecimentos

sobre essa situação.

Muitas pessoas foram processadas, estão

processadas por migalhas no nosso Estado. Mas

somente nessa obra verificamos que foram

gastos vinte e cinco milhões de reais. E essa

empresa, que ganhou a licitação, é uma das

maiores doadoras de campanha de vários

candidatos neste Estado. Aí perguntamos,

Senhor Deputado Claudio Vereza: qual é o papel

do Poder Legislativo? Fiscalizar os atos dos

Poderes. Temos esta competência e prerrogativa.

Quando solicitamos, a informação veio

truncada. Não veio com os valores, veio apenas

com o estudo de dois técnicos da Secretaria da

Fazenda dizendo que o modelo de gestão deveria

ser remodelado e que um posto físico não era

suficiente para dar desenvolvimento e

fiscalização necessária.

Se não há um posto na divisa, por onde

passam todas as mercadorias, por onde passam a

evasão da receita do Estado, como fiscalizará

com patrulhas volantes, que não se vê uma

fiscalização de patrulhas volantes. É visto

fiscalização nas empresas, e ainda se verifica que

várias dessas empresas têm incentivos fiscais,

renúncias e isenções fiscais do Estado.

Verificamos nesta reportagem que a

Senhora Beatriz Seixas, repórter do Jornal A

Tribuna, foi muito coerente, decente e elegante

até porque colocou o título “Gasto de 24.9

milhões por posto que nunca existiu.”

Ora, temos que pedir, Senhor Presidente

Theodorico Ferraço, imediatamente a colocação

desse posto em funcionamento. Vinte e quatro

milhões gastos em terraplanagem? É um

absurdo! Podemos ver a foto neste jornal, que

está bem nítida, mostrando uma capinha de

asfalto para enganar bobo e alguns morros

aparados. Até crime ambiental foi cometido

neste local. Verificamos, então, Senhor

Deputado Claudio Vereza, que isso não foi

fiscalizado. E tem que ser analisado pela Secont

- Secretaria de Estado de Controle e

Transparência do Governo do Estado do Espírito

Santo.

Esta Casa tem que analisar Senhor

Deputado Doutor Hércules, porque quando V.

Ex.ª reclama que os hospitais estão cheios, o

Secretário explica que o problema é de gestão,

como se a culpa fosse da diretoria do hospital, do corpo médico do hospital. Os hospitais estão em

condições precárias. É um acinte a maneira como os

médicos estão trabalhando nesses hospitais. É um

desrespeito com o profissional de saúde que lida com

vidas e salva vidas todos os dias.

O ex-secretário da Fazenda se recusa dar

declarações. Responde na reportagem “Minha filha,

não tenho nada a declarar”. Dirige-se à repórter como

“minha filha”. Ela, então, pergunta “Mas o Senhor

não poderia nem comentar?” “- Não tenho nenhum

comentário, você deve procurar a Secretaria da

Fazenda”, responde o Secretário.

Procuramos a Secretaria da Fazenda e nos

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52 - Diário do Poder Legislativo Vitória-ES, quinta-feira, 27 de setembro de 2012

disseram que o assunto dizia respeito à gestão

anterior. “Não tenho nada a declarar!”. Ora, S. Ex.

não tem nada a declarar para a imprensa, mas para

esta Casa tem que declarar. Tem que declarar,

porque configura crime de responsabilidade. Trata-

se de dinheiro público e não podemos nos omitir

nesta Casa. Esta Casa tem que exercer seu real

papel.

Senhor Deputado Elcio Alvares,

Presidente da Comissão de Justiça, faremos um

Requerimento de convocação do Senhor José

Teófilo de Oliveira, então Secretário de Fazenda,

para o esclarecimento necessário nesta Casa.

Porque se o cidadão que trabalha como agente

penitenciário, num quarto de hora vai dormir,

porque tem estrutura para fazer o quarto de hora

dele, ao mudar a gerência ele é exonerado do

cargo, pois lá a maioria dos cargos e comissionado.

Se um policial vai às ruas em defesa da

sociedade e tem que trocar tiro com bandido é

submetido a inquérito policial e administrativo. E

neste caso não vimos absolutamente nada.

Queremos fazer justiça.

Agradecemos ao presidente do Iases,

Senhor Leonardo Grobério, que esteve conosco

ontem, quando relatamos a questão do Icisec,

Instituto Capixaba de Integração Socioeconômica

do Cidadão, um instituto social que está

trabalhando em Cachoeiro de Itapemirim na

ressocialização de adolescentes, e disse que

colocará em ordem e em dia o pagamento do

Icisec, considerando que o trabalho executado é de

qualidade e foi auditado pela Secont. Eles têm o

direito de receber seus salários e pagar aos seus

servidores.

A instalação em Cachoeiro de Itapemirim

desse centro de ressocialização de adolescentes não

tem água, não tem telefone. O abastecimento de

égua é feito com carro-pipa; pagam um absurdo

para funcionar o telefone celular e houve retenção

do contrato que está prejudicando a execução de

um trabalho de qualidade. Sem contar que eles têm

mais de cento e oitenta internos, adolescentes

apreendidos, e estão com um quadro de apenas

cento e poucos agentes socioeducativos. Então, é

muito difícil dar sequência a esse trabalho.

O Estado tem que dotar de meios

necessários, de recursos necessários as OS, as

autarquias, para que não haja falha no sistema. E

tem que implementar um sistema de fiscalização e

controle, porque os contratos não são fiscalizados.

Às vezes, as pessoas olham no momento da

licitação achando que terá superfaturamento. Mas,

não. É na execução. Sabemos e já informamos ao

ex-secretário de Estado da Justiça, Senhor Angelo

Roncalli, das empresas terceirizadas que estão na

Sejus. Tem lá cinquenta agentes penitenciários

terceirizados para trabalhar num turno de cinquenta

e só trabalham trinta. Mas recebem integralmente

sobre os cinquenta.

Temos que tomar uma posição nesta Casa

de fazer o trabalho de deputado, de fiscalizar os

atos do Governo, denunciar na hora correta. Este é

o fórum competente para convocarmos o então

Secretário de Estado da Fazenda.

Amanhã voltaremos a falar sobre esse

assunto e outros que hoje já nos deixaram

estarrecido. O subsecretário administrativo da

Sejus, por decência colocou o cargo à disposição

para o Doutor André Garcia, que de plano aceitou.

É sinal que quer levar alguém dele. Alguém dele;

leia-se, alguém para trabalhar em conjunto com S.

Ex.ª. Não queremos que seja alguém do ex-

secretário Angelo Roncalli. Caso contrário,

estaremos nesta Casa falando e falando, porque

não vamos nos calar diante das injustiças que estão

ocorrendo neste Estado. (Muito bem!)

O SR. PRESIDENTE - (THEODORICO

FERRAÇO) - Não havendo mais oradores

inscritos e nada mais havendo a tratar, vou encerrar

a presente sessão. Antes, porém, convoco os

Senhores deputados para a próxima, ordinária, dia

19 de setembro de 2012, para a qual designo

EXPEDIENTE:

O que ocorrer.

ORDEM DO DIA: Votação adiada, com

discussão única encerrada, nos termos do art. 66, §

6.º, da Constituição Estadual, do veto parcial

aposto ao Projeto de Lei Complementar n.o

22/2012; discussão única, em regime de urgência,

do Projeto de Lei Complementar n.o 28/2012;

discussão única, em regime de urgência, do Projeto

de Lei n.o 349/2012; discussão especial, em 3.ª

sessão, dos Projetos de Lei n.os 300/2012,

323/2012; discussão especial, em 3.ª sessão, do

Projeto de Decreto Legislativo n.o 78/2012;

discussão especial, em 2.ª sessão, dos Projetos de

Lei n.os 325/2012 e 327/2012.

Está encerrada a sessão.

Encerra-se a sessão às dezesseis horas e

cinquenta e nove minutos.

*De acordo com o registrado no painel eletrônico,

deixaram de comparecer a presente sessão os

Senhores Deputados Cacau Lorenzoni, Da

Vitória, Doutor Henrique Vargas, José Carlos

Elias, Luciano Rezende, Luiz Durão, Marcelo

Coelho e Solange Lube.

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HINO NACIONAL BRASILEIRO

Poema: Joaquim Osório Duque Estrada

Música: Francisco Manuel da Silva

I

Ouviram do Ipiranga as margens plácidas

De um povo heróico o brado retumbante,

E o sol da Liberdade, em raios fúlgidos,

Brilhou no céu da Pátria nesse instante.

Se o penhor dessa igualdade

Conseguimos conquistar com braço forte,

Em teu seio, ó liberdade,

Desafia o nosso peito a própria morte!

Ó Pátria amada,

Idolatrada,

Salve! Salve!

Brasil, um sonho intenso, um raio vívido

De amor e de esperança à terra desce,

Se em teu formoso céu, risonho e límpido,

A imagem do Cruzeiro resplandece.

Gigante pela própria natureza,

És belo, és forte, impávido colosso,

E o teu futuro espelha essa grandeza.

Terra adorada,

Entre outras mil,

És tu, Brasil,

Ó Pátria amada!

Dos filhos deste solo és mãe gentil,

Pátria amada,

Brasil

II

Deitado eternamente em berço esplendido

Ao som do mar e a luz do céu profundo,

Fulguras, ó Brasil, florão da América,

Iluminado ao sol do Novo Mundo!

Do que a terra mais garrida

Teus risonhos lindos campos têm mais flores;

“Nossos bosques têm mais vida”,

“Nossa vida” no teu seio “mais amores”.

Ó Pátria amada,

Idolatrada,

Salve! Salve!

Brasil, de amor eterno seja símbolo

O lábaro que ostentas estrelado,

E diga o verde-louro desta flâmula

-Paz no futuro e glória no passado.

Mas, se ergues da justiça a clava forte,

Verás que um filho teu não foge à luta,

Nem teme, quem te adora, a própria morte.

Terra adorada,

Entre outras mil,

És tu, Brasil,

Ó Pátria amada!

Dos filhos deste solo és mãe gentil,

Pátria amada,

Brasil!

HINO DO ESPÍRITO SANTO

Música: Arthur Napoleão

Letra: Pessanha Póvoa

Surge ao longe a estrela prometida

Que a luz sobre nós quer espalhar;

Quando ela ocultar-se no horizonte,

Há de o sol nossos feitos lumiar.

Nossos braços são fracos, que importa?

Temos fé, temos crença a fartar.

Suprem a falta de idade e da força

Peitos nobres, valentes, sem par.

Estribilho

Salve, oh povo espírito-santense.

Herdeiro de um passado glorioso,

Somos nós a falange do presente

Em busca de um futuro esperançoso.

Saudemos nossos pais e mestres,

A Pátria, que estremece de alegria,

Na hora em que seus filhos, reunidos,

Dão exemplo de amor e de harmonia.

Venham louros, coroas, venham flores

Ornar os troféus da mocidade.

Se as glórias do presente forem poucas,

Acenai para nós – Posteridade!

Estribilho

Salve, oh povo espírito-santense.

Herdeiro de um passado glorioso,

Somos nós a falange do presente

Em busca de um futuro esperançoso.

Saudemos nossos pais e mestres,

A Pátria, que estremece de alegria,

Na hora em que seus filhos, reunidos,

Dão exemplo de amor e de harmonia.

Venham louros, coroas, venham flores

Ornar os troféus da mocidade.

Se as glórias do presente forem poucas,

Acenai para nós – Posteridade!

Surge ao longe a estrela prometida

Que a luz sobre nós quer espalhar;

Quando ela ocultar-se no horizonte,

Há de o sol nossos feitos lumiar.

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DIRETORIAS DO PODER LEGISLATIVO

SECRETARIA GERAL

DIRETOR-GERAL DA SECRETARIA PAULO MARCOS LEMOS

SECRETÁRIO-GERAL DA MESA CARLOS EDUARDO CASA GRANDE

PROCURADOR-GERAL JULIO CESAR BASSINI CHAMUN

SECRETARIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

DANIELY DOS SANTOS MAGIONI

CHEFE DE GABINETE DA PRESIDÊNCIA

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SUBDIRETOR-GERAL

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SUBPROCURADOR-GERAL PAULO DA SILVA MARTINS

DIRETORIAS LEGISLATIVAS

DIRETOR DAS COMISSÕES PARLAMENTARES MARCELO SIANO LIMA

DIRETOR DE PROCESSO LEGISLATIVO MARCUS FARDIN DE AGUIAR

DIRETOR DE REDAÇÃO RICARDO WAGNER VIANA PEREIRA

DIRETOR DA PROCURADORIA JOÃO PAULO CASTIGLIONI HELAL

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DIRETOR DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO JONSTON ANTÔNIO CALDEIRA DE SOUZA JÚNIOR

DIRETORA DE DOCUMENTAÇÃO E INFORMAÇÃO ADRIANA DOS SANTOS FERREIRA FRANCO RIBEIRO

DIRETOR DA CONSULTORIA TEMÁTICA JORGE ANTÔNIO FERREIRA DE SOUZA

DIRETOR DE INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA WILSON TEIXEIRA GAMA

DIRETOR DE FINANÇAS

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