revista vitória

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FICA O LEGADO DE BENTO XVI vitória Ano VIII Nº 03 Março de 2013 Revista da aRquidiocese de vitóRia - es vitória MICRONOTÍCIAS Conclave, Bote Fé e a posição de Vitória no Firjan ENTREVISTA A missão episcopal e o cotidiano do cardeal Dom João Braz ATUALIDADE Legado do Papa, o motivo da renúncia

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A Revista Vitória é uma revista oficial, da Igreja Católica, com periodicidade mensal. Fundada em fevereiro de 2006, tem como objetivo trazer informações de interesse religioso, social, político, econômico, etc, e, divulgar opiniões sobre temas diversos que explicitem o o pensamento da fé e da doutrina da Igreja.

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Page 1: Revista Vitória

Ficao legado de Bento XVI

vitóriaAno VIII • Nº 03 • Março de 2013

Revista da aRquidiocese de vitóRia - es

vitória

MicroNotíciasConclave, Bote Fé e a posição de Vitória no Firjan

ENtrEvistaa missão episcopal e o cotidiano do cardeal dom João Braz

atualidadElegado do Papa, o motivo da renúncia

Page 2: Revista Vitória

arquivo E MEMória 21O Palácio Domingos Martins

Arcebispo MetropolitanoDom Luiz Mancilha Vilela

Bispos AuxiliaresDom Rubens Sevilha

Dom Joaquim Wladimir Lopes Dias

Ano VIII – Edição 03 – Março/2013Publicação da Arquidiocese de Vitória

EditoraMaria da Luz Fernandes / 0003098-ES

Repórter Lisandra Melo / 0003041-ES

ColaboradoresThales Delaia

Alessandro GomesDauri BatistiRaquel Tonini

Alexandre LemosGilliard Zuque

Giovanna Valfré

Revisão de textoYolanda Therezinha Bruzamolin

Publicidade e [email protected]

Telefone: (27) 3198-0850

Fale com a revista vitória:[email protected]

Projeto Gráfico e EditoraçãoComunicação Impressa

(27) 3319-9062

Ilustradores¶ Sol, · Arquivo

DesignersAlbino PortellaRicardo Coffler

ImpressãoGráfica 4 irmãos(27) 3326-1555

ENtrEvista 10O Cardeal Dom João Braz fala sobre sua missão episcopal e cotidiano no Vaticano

artE sacra 15O significado do altar na liturgia (parte III)

postEr do papa 16

saúdE 23A homeopatia

MicroNotícias 8Conclave, Bote fé e controle de obesidade

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EspEcial 22O Tempo da Quaresma

coMportaMENto 26Desejo e amor

= coNtrários 30Palácio Anchieta e Domingos Martins

Page 3: Revista Vitória

Equilíbrio

As editorias desta edição da Re-vista Vitória foram modificadas e algumas suprimidas em vista

do acontecimento que nos surpreendeu: a renuncia de Bento XVI. Desde o dia 11 de fevereiro a Sede Apostólica da Igreja Católica ‘está na mídia’. Informações constantes e até especulações acontecem em todos os jornais e a todas as horas e, cabe às edições diárias e instantâneas, o papel de atualizar o cidadão sobre os detalhes do acontecimento. Às Revistas mensais cabe focar em alguns aspectos como fizemos neste número. Os cardeais preparam-se para o conclave, período caracterizado pelo recolhimento e oração. Cabe aos car-deais refletir e avaliar as características humanas e espirituais dos papáveis. Cabe a todos os católicos rezar em comunhão com os cardeais e, parti-cularmente com Bento XVI, o bispo emérito de Roma, pelo novo Papa e o novo pontificado.

Maria da Luz FernandesEditora

Editorial

suMário

pENsar 7A aplicação do código florestal

diálogos 4Dom Luiz reflete sobrea renúncia do Papa

idEias E sugEstõEs 24A renúncia do Papa é um acontecimento

atualidadE 18O legado do Papa Bento XVI

acoNtEcE 29Notícias em destaque e programação da Festa da Penha

Page 4: Revista Vitória

diálogosdiálogos

Omundo ca tó l i co sente-se órfão com a renúncia do Papa.

A figura maior dos cristãos católicos no mundo visível está em foco. O Papa anunciou sua renúncia por motivos de saúde e idade avançada, sentindo-se impossibilitado de prestar o serviço à Igreja que um Pontí-fice precisa prestar. Este gesto do Papa abalou muitos fiéis cristãos católicos. Ficaram con-fusos porque têm dificuldade em separar neste fato o que é puramente racional em nossa vida do que é afetivo. Fomos educados no amor e reverência para com a pessoa do Sumo Pontífice, Vigário de Cristo

que conhecendo profunda-mente suas limitações físicas e em idade avançada opta pela oração reclusa e o silêncio ob-sequioso como oferta do que resta de si mesmo. No campo do afeto, po-rém, não há argumentos racio-nais que possam convencer. Por outro lado, a razão, que nem sempre está de acor-do com o coração, ajuda o ser humano a conhecer a si mesmo sobre o que pode fazer ou não fazer, a decidir com clareza sobre questões objetivas. O Santo Padre procurou usar o coração orante, sem se des-cuidar da razão, e conseguiu uma unidade do coração e da

na terra. Agora, de repente, somos tomados de surpresa: O Santo Padre, o Papa Bento XVI anuncia sua renúncia. O coração de nossa gente tem dificuldade para assimilar tal notícia. Coração e razão estão distantes nesta primeira hora. O coração não acolhe esta notícia. Surgem reações e refle-xões de conteúdo espiritual. Onde fica a cruz na vida do cristão e do Papa? Não deve-mos carregá-la até ao fim? Por que não imolar-se com Cristo, Cordeiro Pascal? É evidente que o mistério da cruz acontece na imolação até ao fim da vida como, tam-bém, na imolação de alguém

rEFlEtiNdosoBre a renúnCIa do PaPa

revista vitória Março/20134

Page 5: Revista Vitória

Dom Luiz Mancilha Vilela, ssccArcebispo Metropolitano

inteligência para chegar à sua conclusão. E agora? Como ficamos? O Mundo não católico se posi-ciona de várias maneiras. Uma delas é o respeito à dignidade de um ancião que, responsavel-mente, opta pela verdade sobre sua vida cheia de limitações físicas e de idade avançada, além dos problemas adminis-trativos inerentes à sua missão. Olha o Papa Bento XVI com admiração e respeito, e, até o considera como exemplo para muitos políticos que se apegam demasiadamente ao poder sem qualquer acanhamento. Outros religiosos que se comportam como inimigos da Igreja aproveitam-se para criti-carem a Igreja católica. Outros analistas, católicos afastados e não cristãos aproveitam-se para comentar maldosamente a má gestão do Vaticano, julgando e condenando a Igreja Católica. E nós católicos? Como ficamos? Sentimos certa deso-

lação, mas sabemos respeitar a decisão do Santo Padre. Ele foi digno e nos ensina várias atitu-des no caminho da santidade. Ele mostrou-se homem maduro e conhecedor de si e homem de fé na Vontade de Deus a seu respeito. Teve coragem de decidir. Somos estimulados a aprendermos a decidir à luz da fé e a aprendermos que a oração e o silêncio obsequioso, como oferta da vida, é algo precioso no Caminho da santidade. Nossa atitude, portanto, é de respeito à decisão ma-dura do Santo Padre, mesmo que sintamos pesar porque aprendemos a amá-lo e gos-tamos de seus ensinamentos. Aprendemos com ele algo so-bre a transitoriedade da vida e o despojamento diante do poder. Caminhamos, como Igreja santa e pecadora para a terra prometida, a felicidade eterna e não absolutisamos os serviços que prestamos. Por, fim acima de tudo ele

nos deixa um precioso ensina-mento com essa opção: O Papa é um ser humano e não o centro de nossa fé. Ele aponta para Cristo Jesus que é o Centro de nossa fé. A figura do Papa continua importante como Vigário de Cristo aqui na terra, Pedro, o sucessor dos apóstolos venerado e respeitado por todos nós, mui-to presente no nosso imaginário religioso, mas o Sumo Pontífice ensina-nos que, acima dele e através do seu sinal, precisamos ver antes de tudo o Cristo Jesus, Bom Pastor, o Centro de nossa vida: Jesus Cristo, ontem, hoje e sempre! Por último, esperemos com toda esperança e amor o novo Sumo Pontífice. Deseja-mos que ele seja livre nas suas decisões, independente de seu antecessor. Abramos, pois, o nosso coração e continuemos a amar o Papa como Vigário de Cristo aqui na terra.

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Page 6: Revista Vitória

diálogosdiálogos

Dom Rubens Sevilha, ocdBispo Auxiliar da Arquidiocese de Vitória

Todos nós cometemos erros e, contra-

ditoriamente, temos certa dificuldade de

conviver com o erro próprio ou dos outros.

No Evangelho temos a solução prática que

Cristo nos ensinou: Perdoai-vos uns aos ou-

tros e, quanto aos próprios erros, temos a

certeza do infinito amor misericordioso de

Deus que nos perdoa tudo e sempre.

Todavia, nem sempre conseguimos

ter paciência com os erros dos outros. A

constante impaciência gera intolerância.

O costume de não perdoar gera mágoa,

ressentimento, azedume na alma. É preciso

reeducar o coração e ensiná-lo a perdoar,

ensiná-lo a amar. Quem ama perdoa!

Muitas vezes durante a ação evangelizadora

na Igreja, nos perguntamos: por que existe o círculo

bíblico na Paróquia? O que é um círculo bíblico?

A missão cristã nasce da leitura das Escrituras,

onde se percebe o testemunho de Jesus (vida-

-morte-ressurreição) como seu centro e significado.

Essa missão continua no anúncio de Jesus a todos

os povos, e provoca a transformação da história a

partir da atividade missionária de Jesus, voltada para

os pobres, doentes e para todos que procuram a

Deus de coração sincero. A Igreja de Jesus é essen-

cialmente uma comunidade missionária.

A missão que, em última análise, recebe a

Igreja, é a de continuar para sempre a obra de Cristo:

ensinar aos homens as verdades acerca de Deus

e a exigência de que se identifiquem com essas

verdades, ajudando-os sem cessar com a graça

dos sacramentos. Uma missão que durará até ao

fim dos tempos em que, o próprio Cristo promete

acompanhar a Sua Igreja e não a abandonar.

Paciência e perdão

É preciso ensinar o coração a ter paci-

ência e tolerância com os defeitos alheios.

É necessário reeducar o olhar da alma para

enxergar mais as virtudes e qualidades do

que os defeitos e erros do próximo.

Os grandes sentimentos de vingança

começam com pequenos sentimentos de

pirraça. As pirraças são os filhotes da vingança.

É preciso que na vida cotidiana e nas peque-

nas (e grandes!) situações da vida, evitemos

o revide, a pirraça, o “pagar com a mesma

moeda...” Enfim, seguir Jesus que perdoou

e nos exortou a amar até o inimigo.

O círculo bíblico é uma inspiração de Deus no

meio das comunidades, reunindo os fiéis e as pessoas

de boa vontade, para uma experiência profunda

da Palavra de Deus e uma reflexão sobre como ser

discípulo missionário.

É muito fácil participar de um círculo bíblico,

basta procurar seu pároco. As reuniões são dinâmi-

cas, num clima de acolhida fraterna, de oração, de

partilha, onde ninguém é dono da verdade e cada

um é convidado a partilhar as suas experiências.

Abra sua casa para formar ou participar de um

círculo bíblico, quando Deus entra na sua família, ela

é abençoada e evangelizadora.

Na Arquidiocese de Vitória, mais de 20.000

irmãs e irmãos, participam semanalmente de um

círculo bíblico, venha participar também; já estamos

esperando pela sua família.

“É preciso que na vida cotidiana e nas pequenas (e grandes!) situações da vida, evitemos o revide, a pirraça, o “pagar com a mesma moeda...

Por que círculo bíblico?

“O círculo bíblico é uma inspiração de Deus no meio das

comunidades, reunindo os fiéis e as pessoas de boa vontade.

Dom Joaquim Wladimir Lopes DiasBispo Auxiliar da Arquidiocese de Vitória

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Page 7: Revista Vitória

pENsar

aPlICação do noVo CódIgo

OCódigo Florestal Bra-sileiro, que vigorava até recentemente,

constituía-se de uma colcha de retalhos, que vinha sendo re-mendado pelos mais diferentes recursos desde 1965, deman-dou dez anos de discussões, com audiências públicas em todo o país e o protagonismo de todos os potenciais partícipes. Construíram-se as regras ambientais mais rigorosas do mundo, instituindo-se as áre-as de Reserva Legal e as de Preservação Permanente, de responsabilidade exclusiva dos proprietários rurais, com expressa proibição de desma-tamento. O novo Código mereceu marcante participação e dis-cussão do Congresso Brasi-leiro e do Poder Executivo. Sem similar em qualquer lu-gar do planeta, o Novo Código Florestal é questionado pela Procuradora Geral da Justiça, em total afronta ao Congresso Nacional e ao Poder Executivo Federal, promovendo uma dis-cussão descabida que pretere o mérito de preservação ambien-tal construído de forma legal,

competente e democrática, em lugar de portarias, resoluções e decretos feitos ao arrepio dos principais protagonistas. Após a inserção dos imó-veis rurais no CAR - Cadastro Ambiental Rural, haverá proce-dimento administrativo, a nível Estadual no âmbito do Progra-ma de Regularização Ambien-tal – PRA, que tem prazo de um ano após promulgação da lei 12.651/2012, que pode ser prorrogado por mais um ano, por ato do Poder Executivo, para ser consolidado, permi-tindo, então, medidas de miti-gação e compensação exigidas, as multas serão convertidas em serviços de preservação, melhoria e conservação da qualidade do meio ambiente. A lei 12.651/25/05/2012 abrange toda a regularização

FlorEstalambiental e não simplesmente florestal, demanda diálogos das fontes, sobre o Novo Có-digo, as Constituições Federal e Estadual, na área adminis-trativa; constitui despropósito pretender que o Poder Judi-ciário substitua a autoridade ambiental, a quem compete avaliar, fiscalizar e analisar as questões técnicas suscitadas, em lugar do Juiz de demanda em curso. Os eventuais benefícios previstos na lei não têm caráter de anistia e indicarão os pro-cedimentos compensatórios, favoráveis ao Meio Ambiente, quando da consolidação do Pla-no de Regularização Ambiental – PRA, a nível Estadual.

Júlio da Silva Rocha JúniorPresidente da Faes – Federação da Agricultura e Pecuária do Espírito Santo

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MicroNotícias

Bote Fé Vitória

O Mundo acima do peso

Tradição da Jornada Mundial da Ju-ventude, a peregrinação da Cruz e do Ícone de Nossa Senhora, símbolos da JMJ, estão chegando à Arquidio-cese de Vitória. A expectativa é grande e a ansiedade dos jovens é um misto de fé e alegria. Deidilaura Teixeira, coordenadora do Bote Fé Vitória, afirma que a acolhida dos símbolos será uma ótima oportunidade para que o jovem já possa vivenciar o espírito da Jornada. “Em 2008 subimos o convento com uma réplica da Cruz Peregrina, em preparação à JMJ de Sidney, e poder viver novamente essa experiência, agora com a real, que peregrina há mais de 20 anos será muito emocionante”. Membro da Pastoral da Juventude na Paróquia São Francisco de Assis, em Porto de Santana, Menara Gama, 18, não consegue esconder a empolgação. “A juventude arquidiocesana estava esperan-do esse evento há muito tempo pela chegada dos símbolos. Não temos dúvida que será um momento inesquecível.” A programação do Bote Fé Vitória tem início às 6h, com a acolhida no município de Fundão, e se estende durante todo o dia, prometendo atravessar a madrugada até a entrega dos símbolos para a Diocese de Cachoeiro de Itapemirim, marcada para às 03h, do dia 14 de março.

Controlar a obesidade é algo ur-gente, é o que afirma a respeitada revista britânica The Lancet. De acordo com a publicação, a obesidade é, atualmente, uma crise de saúde maior do que a fome. O relatório, que contou com cerca de 500 pes-quisadores, comparou dados de 50 países entre 1990 e 2010 e constatou um aumento global de 82% no número de obesos nas duas últimas décadas. No Brasil, os dados também são alarmantes, se-gundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) 50,1% dos homens brasileiros com mais de 20 anos estão acima do peso; entre as mulheres, o número é de 48%.

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Perigo para a Imprensa

Bem posicionada

Um novo Papa A fumaça branca indicando que a Igreja tem um novo líder saiu pela última vez do teto da Capela Sistina, no Vaticano, no dia 19 de abril de 2005. Oito anos depois, com a renúncia de Bento XVI, a cena voltará a ser vista em breve. De acordo com o Porta-Voz da Santa Sé, Federico Lombardi, o conclave, reunião em que os cardeais es-colhem o novo Papa, deve ter início nos próximos dias. Atualmente, a Igreja conta com 209 cardeais, dos quais 118 têm direito a voto, pois ainda não completaram 80 anos. Para a eleição de um novo Papa, são necessários dois terços dos votos dos cardeais, ou seja, 78. Cinco cardeais brasileiros participam do Conclave, são eles: dom Cláudio Hummes, ex-arcebispo de São Paulo e atual prefeito emérito da Congregação para o Clero, dom Geraldo Majella Agnelo, arcebispo emérito

O Brasil está cada vez mais perigoso para os jornalistas, foi o que constatou o Comitê para a Proteção de Jornalistas (CPJ). De acordo com um relatório divulgado pelo órgão, o país está entre os cinco onde aumentou o risco para os jornalistas exercerem a profissão. E a insegurança é maior no interior, as estatísticas do CPJ apontaram que seis dos sete jornalistas mortos desde 2011 trabalhavam no interior do país e haviam publicado matérias sobre política ou corrupção.

Vitória é a terceira capital mais desen-volvida do Brasil, é o que aponta um relatório divulgado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). Levando em conta dados como: renda e indicadores de saúde, nível de emprego e educação,

de Salvador, dom Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo, dom Raymundo Damasceno Assis, arcebispo de Aparecida e dom João Braz de Aviz, presidente da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica. A expectativa do Vaticano é que a Igreja já possua um novo Papa até a Páscoa.

a cidade capixaba fica atrás, apenas, de Curitiba e São Paulo, respectivamente. Belo Horizonte e Florianópolis completam o Top 5 do Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM). Nas últimas colocações estão as cidades do Norte e Nordeste, com destaque para Manaus, que pela segunda vez ocupa a última posição no ranking .

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Page 10: Revista Vitória

ENtrEvista

Vitória - Dom João o que faz um cardeal? Dom João - Bom, o cardinalato é um título que pode ser rece-bido por um bispo, um padre, e até um leigo, porque um car-dinalato não é um sacramento, é uma espécie de senado que o

Papa tem em volta dele. Alguns estão em Roma, outros estão espalhados pelo mundo inteiro. Nós levamos todo o contributo pessoal que temos, mas há algo que é importantíssimo: o que o Papa quer? o que o Santo Padre precisa? Na prática, acho que a

figura do cardeal terá que ainda caminhar. A começar pelo nome que nos dão, de príncipes. Numa sociedade que já tem pouco prín-cipes, a Igreja ter príncipes, é chato. A Igreja não pode ser feita de castas, ela não pode ser feita de lugares diferentes, de dignidades

Aproveitando a passagem do cardeal Dom João Braz de Aviz a descanso, a Revista Vitória conversou com ele sobre sua trajetória de serviço à Igreja e a nova experiência no Vaticano.

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“A Igreja não pode ser feita de castas, ela não pode ser feita de lugares diferentes, de dignidades diferentes, e menos ainda para nós que somos sucessores dos apóstolos.

diferentes, e menos ainda para nós que somos sucessores dos apóstolos. Porque, o Ícone que nos foi deixado é o do ‘lava pés’, e o lava pés não é de príncipe, o lava pés é de escravos. Então, a gente tem que lembrar sempre, o escravo que se fez escravo por amor, porque ama Cristo e porque quer amar a Igreja.

Vitória - O senhor foi pároco, bispo auxiliar, bispo, arcebispo, cardeal. Qual foi a passagem mais difícil? O que foi mais complexo? Dom João - Talvez a passagem de padre para bispo. Porque quando houve esse chamado eu me lembro que veio dentro de mim assim, ‘mas quem é você para agora estar como um que é Mestre de uma Igreja, porque o bispo é mestre, mas quem é você? Você não é ninguém’. O sacer-dócio é bonito e um pouco difícil porque ali você entrega sua vida, mas para mim, o sacerdócio não significava uma posição, foi um momento mais interior. Já no car-dinalato é diferente, porque ele vem numa época em que a gente está mais maduro. Eu entrei numa congregação onde nós tínhamos tido dificuldades reais, então, foi mais complicado. Além disso, o nosso grupo é internacional, desde polaco, alemão, italiano, espanhol, mexicano. A gente tem

que saber compor com todos, desde aquele que trabalha na en-trada, o porteiro, e o secretário que é o arcebispo que trabalha junto comigo, ao meu lado. Para mim era importante tratar todos realmente com amor, servir. E desde o início isso começou a provocar um efeito muito bom. Eu não esperava meu secretário trazer ou buscar documentos, eu mesmo ia buscar e levar, isso para mostrar o desejo que a gente tinha de contribuir.

Vitória - Depois de sagrado bispo o senhor foi Auxiliar de Vitória, Bispo em Ponta Gros-sa, Arcebispo em Maringá e Brasília, cardeal em Roma. A cabeça muda? Não só pelo ser-viço, mas também pelo lugar geográfico?Dom João - Vitória para mim foi uma escola extraordinária. Morei na mesma casa com Dom Silvestre, trabalhamos juntos, discutimos juntos, ele me deu muitas missões para realizar, e foram quatro anos assim, de um crescimento na comunhão com Dom Silvestre, que para mim foram essenciais.

Depois, trabalhar numa Igreja onde, naquele momento, estavam havendo vários conflitos. De um lado, todo o caminho das CEBs e da Teologia da Libertação, de

outro lado entrava a Renovação Carismática Católica, os movi-mentos. E isso não era cálculo, era uma realidade que existia, os pobres existiam, a necessidade de entrar mais no mistério de Deus, e não perder o sentido da fé, exis-tia também e Dom Silvestre foi sempre um homem capaz de tocar nessa ferida. Ele nunca saiu disso, ele soube acolher os dois lados, talvez por isso também perdeu a saúde mais cedo - e nós devemos amá-lo muito hoje, também por isso - e eu então percebi que ti-nha que ser, também, um ponto de comunhão. Depois foi Ponta Grossa, uma Igreja mais tradi-cional, mais hierarquizada, uma Igreja de cunho muito religioso, onde tivemos que criar um mo-vimento popular de combate à corrupção, e eu fui durante dois

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Page 12: Revista Vitória

ENtrEvista

anos inteirinhos, criticado por causa disso em duas rádios da cidade. Dali fui para Maringá. Lá foi muito mais suave. Comecei logo a visita pastoral por uma das paróquias mais perdidas, com um padre que tinha pouca rela-ção com o resto do clero, depois visitei toda aquela região, mas fiquei só um ano e dois meses, então foi muito rápido. Brasília foi um desafio, ali eu encontrei a relação com o Poder Público a nível nacional, o relacionamen-to com a CNBB, Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, com a Nunciatura Apostólica e, ainda, com o Distrito Federal e seu governador. Foi uma época que os horizontes se alargaram muito, em que a gente sentia que uma palavra tinha peso. Ago-ra, essa missão em Roma, eu só tenho papel, cada papel é um caso, então eu procuro ver a dor que tem atrás daquele caso. Nos problemas mais difíceis, procurar olhar com os olhos de quem os traz para a gente tentar ajudar e

por outro lado dizer uma palavra firme quando precisa.

Vitória - O senhor é uma pessoa próxima, amiga, os cargos não o tornaram uma pessoa distante. Sendo cardeal e morando em Roma como são os relaciona-mentos do senhor? Além do “papel”, tem vida fraterna? tem comunidade? Como é a vida dos cardeais no Vaticano?Dom João - Cada um dos car-deais mora em um apartamento.

mas às vezes o diálogo é feito mais com base na Teologia, no direito, e questões de moral. Já o conhecimento pessoal, de oração em conjunto não existe. Apenas aquelas que são comuns com o Santo Padre, as grandes missas, as grandes celebrações. É uma forma de vida bastante individu-al, uma vida de tipo monástica. Eu moro no mesmo prédio que trabalho, e tenho passado muito sábado e domingo vendo papel. Entre nós, cardeais, poderíamos crescer muito mais no diálogo e na confiança. A experiência da eclesiologia de comunhão, da espiritualidade de comunhão está crescendo, mas tem que dar pas-sos mais significativos, porque a união com Deus sem a união com o próximo, com o outro, com as estruturas da sociedade, é falsa, ela é uma espécie de refúgio e aí não presta.

Vitória - Em Roma, fora do Vaticano, o senhor tem contato com as pessoas comuns da so-ciedade. Sai sozinho, encontra pessoas, tem amigos?Dom João - Eu guio meu car-ro sozinho, gosto de sair sem motorista. Procuro fazer minha caminhada diária, então eu saio a pé e ando no entorno do Vaticano para poder garantir um pouco a saúde. Tenho as irmãs comi-go com quem a gente tem uma

Acreditar que a koinonia, a comunhão, é a grande nota da Igreja.”.

Temos um salário e, naturalmen-te, temos que pagar empregada para a cozinha, fazer as compras e pagar contas de calefação, luz, água... Neste momento em que tudo o que se acentua é a comu-nhão, talvez algumas formas mais vivenciais de comunhão entre nós cardeais seria melhor. Nós temos uma comunhão no campo jurídi-co, porque todos os documentos saem com uma linha comum,

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Page 13: Revista Vitória

vida verdadeiramente fraterna, eu tenho uma relação muito boa com o embaixador do Brasil e a embaixada do Brasil em Roma, junto à Santa Sé e, também, um pouco, com a embaixada junto ao governo italiano. Minha amizade maior é com os religiosos.

Vitória - E o Papa? Dom João - João Paulo II recebia mais seguido os cardeais. Bento XVI, talvez também pela idade e pelo estilo de vida dele que é muito mais monástico, mais teólogo, ele é mais da pesquisa, de estar sozinho, de ler. De fato, é um grandíssimo homem de pen-samento. Na minha congregação temos pouco contato direto para conversar, em dois anos foram só dois encontros. Mas temos momentos em que vamos saudá--lo, ou ele quer que estejamos lá, ou almoçamos com ele, mas são 150 cardeais e você é um pingo de água no meio. O contato é através de documentos que ele manda, ou que ele pede.

Vitória - Com a experiência e a visão de Igreja e de mundo que o senhor tem hoje e tendo começado sua missão episcopal em Vitória, o que o senhor dese-ja para esta Igreja Particular? Dom João - Que se mantenha firme sobre as quatro notas que a Igreja tem que ter. Primeiro,

fiel à doutrina dos apóstolos, não sair da Palavra de Deus, ou nós vivemos na fé, a Palavra de Deus e ela é o critério de tudo ou seria melhor viver de outro modo. Então, essa fidelidade de buscar - não só a gente, mas junto com os outros - e transformar a Palavra não em estudo, também em estudo, mas muito mais ex-periência de vida que a gente conta aos outros, aí você vive e conta o que você viveu com simplicidade, isso é fundamental. Segunda coisa, é acreditar que a koinonia, a comunhão, é a grande nota da Igreja. Na Igreja, nós não podemos trabalhar para ser um grãozinho a mais, para ser mais importante que os outros, isso precisa ser superado. Padre não é maior que os outros, bispo não é maior que os outros, leigo nenhum é maior que o outro, consagrado não é maior do que casado, casado não é maior que consagrado, mas o espírito de querer-se bem somando todas essas diversidade na comunhão, esse é um desafio que, segundo João Paulo II, nós temos que construir no novo milênio. E depois, o terceiro lugar é a eu-caristia, é a fração do pão. Nós precisamos, realmente, de apoiar solidamente o nosso caminho nessa presença humano-divina extraordinária. Se a gente quiser ser grande, tem que ser peque-

no, é a Eucaristia que nos ensina isso. Então, se a gente aprender a adorar, ajoelhar, abrir o coração, entregar-se dentro da Eucaristia, que é também o sacramento da unidade, aí você constrói, se não você não constrói, sem a Euca-ristia não há Igreja. E o último é a experiência da Fé que vem no “norte” dos apóstolos que se-riam as grandes orações em todas as circunstâncias. Os apóstolos estavam presos, a comunidade rezava, os apóstolos faziam mi-lagres, a comunidade rezava... Isso nós não podemos perder, porque se perdermos isso, cadê a experiência da fé?! A gente tem que viver acreditando que, hoje, a presença de Deus se constrói no relacionamento com o outro. Se o outro for cancelado ou co-locado de lado, ali o testemunho de Deus fica muito escondido, e a religião se torna um pouco um devocionismo, um coisa estranha que não movimenta a história.

“Transformar a Palavra não em estudo, também em estudo, mas muito mais experiência de vida.

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Page 15: Revista Vitória

artE sacra

altar, o lUgar dosaCrIFÍCIo e do BanQUete (Parte III)

No Brasil, em vista da coloni-zação a partir de 1500, é forte a marca do período barroco.

As construções religiosas seguindo modelos europeus foram adaptadas à realidade local, dando origem ao estilo colonial brasileiro que perdura no nosso imaginário religioso. Entre as duas guerras mundiais, sobretudo a partir do Movimento Litúrgico, a Igreja busca resgatar o

“Tomai e bebei todos [...], tomai

e comei todos [...]. Fazei isto em

memória de mim” (Lc 22,19).

significado e dignidade próprios do altar. Surgem propostas para uma nova organização do espaço cele-brativo litúrgico e seus componentes constitutivos. Gatti nos recorda que o altar não pode ser apenas objeto útil à celebração, mas sinal desta. E Brouard, que “os fiéis se reúnem em torno de um espaço que é vazio, para lembrar o mistério da Presença divina, cujo lugar central por excelência é o altar. Este deve, pois, ser modesto e colocado com justeza para mostrar o respeito à alteridade de Deus e à co-munhão fraterna dos fiéis preparados para a celebração eucarística”. O Concílio Vaticano II retoma a centralidade da Eucaristia na vida da Igreja. O altar é o centro da celebra-ção e, ao mesmo tempo, memorial, presença e anúncio. A Igreja nos orienta que este seja fixo, significan-do de modo mais claro e permanente o próprio Jesus Cristo, Pedra viva. Seja de material digno e sólido, como a pedra natural ou a madeira. Os castiçais sejam colocados sobre ele ou nas suas laterais. A ornamentação com flores seja moderada, não sobre,

mas junto a ele. Sobre a mesa do altar pode ser colocado somente o que se requer para a celebração da Missa. Só a Deus ele é dedicado, pois só a Deus é oferecido o Sacrifício Eucarístico, por isso deve ocupar lugar que seja o centro convergente de todas as atenções. “Olhai, pois, Senhor, para este altar que preparamos para celebrar vossos mistérios; que ele seja o cen-tro de nosso louvor e ação de graças [...] e, aproximando-nos de Cristo, a pedra viva, nele cresçamos qual templo santo, [...] em louvor de vossa glória”.

Raquel Tonini, membro da Comissão de Arte Sacra da Arquidiocese de Vitória

altar e mesa da PalavraCatedral santiago, Chile

Igreja nossa senhora das necessidades

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atualidadE

Por trás de especulações, interpretações de cunho religioso e político, existem esforços para entender as razões verdadeiras sinalizadas por Bento XVI.

o lEgado do papa

Seria errado ler o gesto do Papa como um simples gesto de renúncia motivado pelas debilidades físicas devido à idade,

ao cansaço e outros motivos semelhantes. A sua decisão não está relacionada consigo mesmo e às suas condições psico-físicas, mas à missão da Igreja.

Desde o anúncio da renúncia do Papa Bento XVI até à renúncia no dia 28 de fevereiro diversas interpretações e especulações foram veiculadas pela imprensa em todo o mundo. Entre elas, a Revista Vitória considerou o editorial da Civiltà Cattolica, Revista centenária sobre assuntos da Igreja, do dia 16 de fevereiro de 2013. Publicamos aqui parte desse editorial, escrito pelo diretor da Revista, padre Antônio Spadaro, sacerdote jesuíta.

De fato, o Pontífice disse durante o seu comunicado aos Cardeais no dia 11 de feve-reiro: “Todavia, no mundo de hoje, sujeito a rápidas mudanças e agitado por questões de grande relevância para a vida da fé, para governar a barca de São Pedro e anunciar o Evangelho, é necessário também o vigor quer

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Até à eleição do novo Papa, a sede de São Pedro está vacante. Bento

XVI, o bispo emérito de Roma ficará em Castel Gandolfo até seu retorno

ao mosteiro de clausura no Vaticano onde viverá recolhido em oração.

interior da vocação da Igreja. Bento XVI en-frentou tantos desafios, agora dá testemunho para que a missão esteja sempre no centro. É um gesto que não precisa fazer esforço para percebê-lo no coração do seu Magistério. Padre Federico Lombardi, falando com os jornalista no dia em que o Papa anunciou a renúncia disse: “... uma grande admiração, porque isto significa grande coragem, grande liberdade de espírito, grande consciência de sua responsabilidade e de seu desejo que o ministério de governar a Igreja seja exercido do melhor modo e, com isso, parece-me dá um grande testemunho de liberdade espiritual. Tenho enorme admiração por este ato que, como todos os que acontecem pela primeira vez, depois de centenas de anos, requer evi-dentemente coragem e uma grande determi-nação. Ao mesmo tempo é claro que não é uma situação improvisada”.

Pe. Antônio Spadaro(tradução livre)

do corpo quer de ânimo (estiam vigor quicam corporais et animar necessários est)”. De nosso ponto de vista, a frase acima citada é decisiva e central, o coração da co-municação do Papa sobre a sua decisão. De fato, nestas poucas linhas estão as motivações profundas de seu gesto. O Papa renuncia ao ministério petrino, não porque está debilitado, mas porque percebe que estão em jogo desafios cruciais que exigem energias vigorosas. O Papa portanto, também com este gesto, pretende instigar a Igreja. Imagina-a “vigoro-sa”, portanto corajosa no enfrentamento aos desafios das rápidas mudanças e aos desafios das questões de grande relevância para a vida da fé. O gesto do Papa não é uma renúncia. É um gesto de humildade e de liberdade. Ele sabe que viveu profundamente seu ministério. Agora percebe que a situação que o mundo e a Igreja vivem é completamente diferente de alguns anos atrás. Renunciando ao Pontificado Bento XVI está, portanto, dizendo alguma coisa à Igreja de hoje: convida-a a não temer, a colocar as forças para abrir-se aos desafios e às questões, a não temer a rapidez e o peso das mudanças. O Papa sabe que é necessário muita ener-gia para tudo isto e, diante de Deus e de sua consciência, reconhece não possuí-la. Por isso, deixa-nos o testemunho retirando-se em oração e em silêncio. Mas, não sem nos dizer que a motivação do seu gesto não é a renúncia, mas uma visão aberta do mundo e a certeza

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não oBstante a mInha retIrada, estareI semPre PróXImo a VoCês Com a oração e

tenho Certeza de QUe tamBém VoCês estarão PróXImos a mIm, mesmo QUe Para o mUndo eU

Permaneça esCondIdo.

Bento XVI

atualidadE

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arquivo E MEMória

o PaláCIo domIngos martIns

O prédio da antiga As-sembleia Legislativa, o Palácio Domingos

Martins, que encontra-se atualmente abandonado, já foi palco de grandes eventos e de-cisões no Estado do Espírito Santo. Em 1908, o então go-vernador do Estado Jerônimo Monteiro, encomendou projeto arquitetônico a André Carloni e desapropriou, demoliu a an-tiga igreja de Nossa Senhora da Misericórdia, construída no século XVII, que existia no lugar. Na demolição foram conservadas a laje, os alicerces e algumas paredes da igreja, aproveitados na obra do Palácio Domingos Martins, construído em estilo eclético e inaugurado em 1912. A construção do prédio,

com a demolição da igreja da Misericórdia, faz parte de um processo de embelezamento da Cidade de Vitória iniciado em 1907. A praça João Clímaco foi o local que primeiro recebeu essa intervenção. Entre 1910 e 1912, foram reformados a escola Maria Ortiz e também o Palácio do Governo. Desde sua inauguração até o ano 2000, quando a ALES

mudou para outro prédio na Enseada do Suá, o Palácio foi palco de grandes embates polí-ticos do Estado. A Assembleia Legislativa cedeu o prédio ao governo do Estado, que pen-sando em novo uso para aquele espaço projeta instalar ali a sede da Orquestra Filarmônica do Espírito Santo.

Giovanna ValfréCoordenadora do CEDOC

evento em frente a antiga sede da assembleia legislativa do

espírito santo

Fonte: ACHIAMÉ, F. A de Moraes; BETARELLO, F.A. De Barros; SANCHOTENE, F. Lima (Org.). Catálogos de bens culturais tombados no Espírito Santo. Vitória, Conselho estadual de Cultura/Secretaria Estadual de Cultura/ Secretaria de Estado de Educação e Cultura/ Universidade Federal do Espírito Santo: Massao Ohno, 1991.

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EspEcial

Já no século II havia o costume de longa preparação para a morte e Ressurreição do Senhor. A tradição de que a preparação tivesse quarenta dias começou no início do sé-culo IV. O número “40 dias” recorda os 40 dias que Jesus jejuou e rezou no deserto (Mt 4,3), antes de começar a vida pública. Lembra, também, os 40 dias que Moisés perma-neceu no monte em conversa com Deus (Ex 24,18) antes de receber as tábuas da Lei. E lembra, ainda, os 40 anos que o povo perambulou pelo deserto rumo à Terra Prometida (At 7,36) e os 40 dias em que os ninivitas fizeram penitência de seus pecados (Jn 3,4), sem esquecer o sentido purificador dos 40 dias que durou o dilúvio (Gn 7,4) e os 40 dias que Jesus permaneceu na terra depois de ressuscitado, confirmando os Apóstolos na continuidade de sua missão salvadora. Já nessas lembranças es-tão presentes os grandes temas da Quaresma: oração e jejum, saudades do céu, fidelidade à

os grandes temas da

quarEsMa

aliança com Deus, preparação para uma missão, purificação dos pecados e a consequente penitência, numa palavra: con-versão, isto é, retorno a Deus, que implica um voltar-se tam-bém para as necessidades do próximo. A frase que o celebrante diz ao nos impor as cinzas é um programa de meditação para toda a Quaresma: Lembra-te que és pó e ao pó tornarás! Esta frase nos liga ao início da Bíblia. Viemos do barro e voltamos ao pó. Mas sobre o barro que somos, Deus soprou sua vida divina (Gn 2,7) e nele plantou sementes incorruptí-veis (1Pd 1,23). Nosso destino não é o pó, mas a vida eterna. A ressurreição de Jesus é a garan-

tia da sobreviência. As cinzas, portanto, no início da prepara-ção da Páscoa, recordam nossa origem e morte corporal, nossa origem divina e destino eterno. São Francisco de Assis costumava dizer que a “cinza é casta e pura”. O fogo, que purifica os metais, purifica também as cinzas. Assim, quando o homem queima no fogo da penitência seus ape-tites mundanos e seus ídolos, o que sobra são cinzas castas, um coração puro, inteiramente pronto para, da morte, passar à vida eterna. São Francisco quis morrer deitado sobre cinza e coberto de cinza. Francisco ha-via entendido a caducidade das coisas terrenas, havia queima-do suas paixões desordenadas e penitenciado seu corpo. Ago-ra, agonizante, compreendia o mistério divino da morte e estava pronto a apresentar-se ao Juiz dos vivos e mortos e com ele celebrar sua Páscoa, porque “é morrendo que se vive para a vida eterna”.

Frei clarêncio NeottiSantuário, Vila Velha

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saúdE

Será que você poderia se imaginar refletido em um espelho trincado em

vários pedaços, e depois em um espelho novo? Fazendo uma analogia, quando você estiver diante de um médico homeopata, ele vai ver em você aquela imagem refletida no espelho novo, ou seja, você por inteiro. E essa percepção é impor-tante, porque o nosso organis-mo sempre reage em conjunto, mesmo que os sintomas pare-çam se manifestar em partes do nosso corpo, por exemplo, somente na cabeça, no braço, no coração, etc. Com certeza você já notou que, em um grupo de pessoas, cada um reage, de uma forma específica. Certamente, você também já experimentou um simples resfriado nas mudan-ças de estação com alterações bruscas de temperatura, e nem teve de modificar sua rotina. Mas em outra ocasião, nessas mesmas circunstâncias, você

teve de ir para a cama e preci-sou receber alguns cuidados. Isso acontece porque cada or-ganismo pode ter e tem a capa-cidade de manifestar uma de-terminada resposta (sintoma), em um determinado momento, podendo essa resposta (sin-toma) ser diferente em outro momento da vida, mesmo que a circunstância seja a mesma. A isso chamamos individua-lidade, que nada mais é que a capacidade biológica de reagir. A Homeopatia é a ciência que visa ao reequilíbrio do organismo como um todo, e tem como objetivo estimular o organismo a reagir diante de qualquer agente agressor interno ou externo, tratando o homem na doença e não a doença no homem. Por isso, faz também parte do tratamento médico homeopata uma orien-tação global da saúde, que leve a pessoa a respeitar as reações orgânicas, cuidar mais da ali-mentação e praticar atividades físicas mais adequadas. Em

síntese, uma nova visão da própria vida. A Homeopatia está dispo-nível gratuitamente pelo Siste-ma Único de Saúde, o SUS, no: Centro de Referência em Ho-meopatia e Acupuntura, com os seguintes telefones: (27) 3636-2698 e (27) 3636-2699. Hoje estão cadastrados nesse Serviço 17.600 usuários do SUS.

Drª Norma Persio, Médica especialista em Homeopatia e Pediatria

o QUe Pode Fazer Por nós a

hoMEopatia

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o PaPa renUnCIoU. o aCont eCImento me atUalIza

idEias E sugEstõEs

“Se sigo com a marcha de um soldado

não posso negar que os pés são capazes

de inventar muitos passos de dança.

Ah, sim, o Papa renunciou: um acon-tecimento inusitado, inesperado, sur-preendente. Sim, aconteceu... e somos

testemunhas. Diante dele podemos seguir pelo caminho da negação, como se ele não nos dis-sesse respeito, ou pelo da mera aceitação, com resignações de descomprometimento com o que se vai pela vida e pelo mundo afora. Também não optaremos por fáceis avaliações binárias, ser contra ou a favor, achar bom ou ruim. Não. Podemos até transitar por estes pontos, mas antes, o que se nos apresenta como bonita alternativa e boa chance é a possibilidade de afirmar o acontecimento. Sim, sou chamado à afirmação do aconte-cimento. E afirmá-lo é desejar algo nele, algo que ainda não sei, que não senti, que não expe-rimentei. Talvez algo que me faça outro, que me faça ainda mais ético, estético, humano. Há algo no acontecimento que necessito. Algo que está

nele, que não é da ordem “cronológica”, mas que pode ser da ordem “kairológica”. Pela neblina de um acontecimento - se se dá a ele um olhar cuidadoso - podemos ser tocados pelo facho de luz de um farol. A própria palavra acontecimento - que vem de “contingere” e de “tangere” - diz de algo que resulta de, que me toca, que se me encosta, que me afeta. Não existo sem os acontecimentos, não sou nada sem os acontecimentos. As coisas existem e os acontecimentos insistem. Sim, insistem em mim, não me deixam quieto, me pedem ações, me impelem a ações, me temperam de cicatrizes e poesias. Eles me atualizam. Sem eles fico estag-nado, parado, corroído pelo tempo “cronos”, impedido de eternidades. O acontecimento me atualiza num hoje de possibilidades, num agora de responsabilidades, de respostas que posso ser e descobrir com aqueles que comigo se in-dagam sobre a existência, sobre as dores, sobre as lutas, sobre o mundo. Impossível se dar com acontecimentos sem exigir de si, eticamente, a dignidade de estar nele. Há algo que passa pelo acontecimento, ou que me faz atravessado de mundo por aquele acontecimento. E atravessado de mundo preciso pensar, porque atravessado de suas maravilhas e

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o PaPa renUnCIoU. o aCont eCImento me atUalIzamazelas, de suas permanências e suas transito-riedades. Estou no mundo, sou daqui, tenho vida aqui. Ou seja, sou remetido, indiscutivelmente, à análise. E o acontecimento é o que vai, salu-tarmente, pôr-me nesse processo. E este pôr-se em análise não é uma atitude reflexiva apenas, ou contemplativa, ou meramente uma atitude pessoal. Não se dá por umas “reuniõezinhas” de onde saio com a mesma marcação dos passos que tinha antes delas. É mais, é uma atitude de natureza criadora e rompedora de paradigmas. Ou seja, dizendo de outro modo, este pôr-se em análise nos possibilita seguir pelos passos do pensamento de outro modo. Se sigo com a marcha de um soldado não posso negar que os pés são capazes de inventar muitos passos de dança. E é bom que se diga, importa que se inventem danças como diferentes coreografias do pensamento. Há coisas simples que surgem aos olhos a partir da renúncia do Papa e que coloco aqui como ilustração do que venho dizendo. E o exemplo não é para explicar o acontecimento, mas para dizer que ele pode nos tocar de diferentes modos. Por exemplo, o que pode ser mudado pode ser mudado. Tão simples. O que pode ser mudado pode ser mudado. O que pede para ser mudado merece nossa atenção e não nossa negação.

Agarramos-nos a muitos costumes, estru-turas pastorais, modelos de ação e damos a eles uma imutabilidade que eles não têm. Recla-mamos da monotonia da marcha, do desgaste do caminho, da falta de novos caminhantes, da perda dos fiéis, mas não queremos inventar novos passos, não nos permitimos nem tentar. Repete-se sempre a mesma coisa, as mesmas ações. A organização pastoral está esgotada e esgotando a todos, mas não permitimos outra. Como se nossa ação endurecida fosse a última ação bem intencionada de salvaguardar a verdadeira ação evangelizadora. Ah, conve-nhamos! Precisamos da renúncia de um Papa? Claro que precisamos. Para pensar. Outro exemplo. Há uma necessidade no mudo hoje, uma necessidade de fazer a vida ser vivida em outros moldes. A vida exige isso. Todos, católicos e protestantes, teístas e ateus, brasileiros e europeus e etc., de um modo ou outro, somos movidos e interpelados, por dentro e por fora, a mudanças nos nossos modos de ver e viver a vida, de ver e viver o mundo, de ver e viver os relacionamentos, de ver e viver a igreja. A exigência ressoa forte. Bem nos recorda Gilles Deleuze, é preciso ser digno do acontecimento.

dauri Batisti

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coMportaMENto

*dEsEjo E aMorOs desejos estão sem-

pre presentes em nós. O ser humano

é um ser pleno de desejos, projetos e propósitos. Antes de tudo o desejo assinala uma ausência, algo que não pos-suímos, algo que não existe ainda na nossa vida. Cada ação humana busca alcançar “algo”. Santo Agostinho de-finia o desejo como a sede da

alma. O desejo é um drama em nossa vida. Para compreender a dramaticidade do desejo é necessário fazer a seguin-te pergunta: O que está na raiz do agir humano? Isto significa entrar na realida-de dos nossos desejos não como meros observadores, mas inserindo-se no fluir dos próprios desejos que move a

construção das nossas ações e compreender como é possível encontrar a verdade1 contida nos desejos. Não se trata de uma dedução do fim a partir de uma consideração metafí-sica da natureza, mas segundo o dinamismo da própria ação no qual se manifesta. Na Suma Teológica I – II, 1-5 São Tomas de Aquino fala do movimento originado

de uma pergunta: “Qual é o bem que sacia plenamente isto que a vontade quer com o desejo natural”? Isto é, o que sacia verdadeiramente o desejo do homem? Isto nos mostra que existe um critério nesta busca, ou seja, que é aquele da verdade prática. Então, podemos dizer que há uma concordância entre a ação com o apetite reto. Há

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1Este caminho é denominado “método da imanência”, “mediante o qual nos introduz na dinâmica da ação para encontrar a verdade que a sustenta. Quem deu início a este método é Mauricio Blondel, que atua na virada copernicana no conhecimento da ação” (L. MELINA – J. NORIEGA – J.J. PÉREZ-SOBA, Camminare nella luce dell’amore. I fondamenti della morale cristiana, Cantagalli, Siena 2008, 1360). Tradução própria.

2Como explica M. Blondel, “O querer é na verdade sinal de uma realidade maior que o próprio ato. Blondel o exprime através da diferenza entre ‘volonté voulante’ (vontade que quer) e ‘volonté voulue’ (vontade querida), e sobre isso baseia-se o método de imanência”. L’Action. Essai d’une critique de la vie et d’une science de la pratique, Presses Universitarires de France, Paris 1950, trad. it. L’azione. Saggio di una critica della vita e di una scienza della prassi, Edizioni Paoline, Cinisello Balsamo 1993. (Tradução própria).

3Cfr. L. MELINA – J. NORIEGA – J.J. PÉREZ-SOBA, Camminare nella luce dell’amore, cit., 137.

4Ibdem., 138.

5BENTO XVI, Audiência geral, Praça São Pedro (7.11.2012).

6L. MELINA – J. NORIEGA – J.J. PÉREZ-SOBA, Camminare nella luce dell’amore, cit., 138

* Texto enviado por Pe. Renato Criste Covre, Mestrando em Roma, no

Pontifício Instituo João Paulo II para estudos sobre matrimônio e família.

Pontifícia Universidade Lateranense.

uma relação entre “os dese-jos” (objetos desejados) e “o desejo” (dinâmica fundamen-tal do desejo)2. O homem deseja sempre mais do que acredita desejar. Existe uma desproporção en-tre a vontade que deseja e o objeto determinante da von-tade. Isto move nossa ação a querer sempre algo a mais. Na realidade o desejo é como o motor de nossas ações. O desejo está sempre presente nas nossas ações3. Se deixarmos de desejar perde-se o movimento dinâ-mico da ação humana. Por exemplo, quando uma relação com uma pessoa esfria, a ação morre, isto é, não me movo na direção do outro, me fecho em mim mesmo e deixo de construir o bem.

O qUE FazEr cOM O dEsEjO? O caminho não é a nega-ção ou a extinção do desejo, como solução a este drama in-trínseco ao homem. A tenta-tiva de harmonia absoluta do homem com o mundo, como uma espécie de Nirvana, não depende da negação dos de-sejos, mas de uma educação do desejo. É o caminho para purificar-se. Deve-se apren-

der a desejar de modo justo. Saber saborear as alegrias autênticas. Numa frase de São Tomás de Aquino encontra-mos uma luz, “amor praecedit desiderium” (o amor prece-de o desejo). Não podemos desejar se não amamos. “O desejo é de consequência a manifestação da existência de um amor anterior; deste modo o amor transforma a dinâmica do desejo em esperança, e é esta que salva o desejo” . É o amor que libera o desejo de sua tendência domi-nadora. O amor é a salvação do desejo, porque ajuda a liberar-se da sua inquietude, às vezes cega em relação ao seu destino. “A resposta à questão acerca do sentido da experiência do amor passa através da purificação e da cura do querer, exigida pelo próprio bem que se quer ao outro” . Para ser realizado de um modo humano, o desejo deve ser incluído na sua verdade em relação ao amor antes de proceder ao seu dinamismo em direção à felicidade, ou a plenitude de uma vida. Deve-mos levar sempre em conta a finalidade dos desejos, isto é, se tal ação nos conduz a uma

vida humana realizada, vale dizer de um ideal de vida. Não é a intencionalidade dos desejos que revelam a sua própria verdade, mas depen-dem de tal modo no qual o amor atrai o homem a agir, convertendo-se assim no fim da ação. O amor passa ser a medida dos nossos desejos. A experiência de fé cristã, isto é, o encontro com Cristo não bloqueia o desejo e não impede que ajamos, ou melhor, o encontro com Cristo orienta nossos desejos. Cristo é a fonte da virtude como Ca-beça do Corpo Místico que é a Igreja. Cristo unindo-se a sua Igreja, a purifica e a santifica. “A ação humana encontra a sua fonte mais pura no amor que Deus doa ao homem em Cristo. Porém, este amor do-ado não cancela em nenhum modo o elemento humano do agir: o transforma, o mantém, porque o amor não suprime nada do amado” . A amizade com Cristo penetra todo o nosso modo de agir, nos seus dinamismos e impulsos. A amizade com Cristo torna-se uma realidade estruturante do nosso ser. O encontro com Cristo permite--nos fixar os desejos no que

realmente é bom e ele próprio concede a graça para conse-gui-lo. O consenso humano e divino alarga e enriquece a nossa vida chegando ao que verdadeiramente desejamos seja bom sem jamais perder a inquietação do nosso coração e se contentar com aquilo que se alcançou.

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acoNtEcE

CamPanha da FraternIdade

Cantando com entusias-mo e alegria, o canto “Eis-me aqui, envia-

-me, Senhor”, centenas de fi-éis, em sua maioria, membros do Setor Juventude da Igreja reuniram-se no dia 17 de feve-reiro para celebrar a abertura da Campanha da Fraternidade (CF) 2013, na Arquidiocese de Vitória. Seguindo em Via Sacra, aproximadamente, quatro mil pessoas caminharam pelas ruas do Centro de Vitória por quase três horas, demonstran-do publicamente sua fé, cida-dania e devoção. Na ocasião, o Arcebispo Metropolitan,

Dom Luiz Mancilha Vilela falou especialmente ao jovem. “Você traz consigo uma coisa importante que é a fé. Deus está em seu coração. Cabe a você abrir o seu coração para anunciar Jesus a outros jovens. Precisamos viver nosso encon-tro com Jesus e tornarmo-nos missionários. A juventude é esperança e alegria”. Uma cruz com 22 metros, construída especialmente para o evento, foi carregada durante toda a Via Sacra, pelos jovens, uma referência aos 1.612 capi-xabas, com menos de 30 anos, que morreram assassinados no ano passado no Espírito Santo. A Cruz foi erguida em

frente ao palácio Anchieta, simbolizando o protagonismo juvenil e a necessidade de dar mais atenção aos jovens no Estado. Com o tema “Fraternida-de e Juventude”, a Campanha tem o objetivo de aproximar os jovens da Igreja, bem como incentivar o crescimento es-piritual e o engajamento na vida missionária. A CF está inserida no contexto da Sema-na Missionária que acontece na Arquidiocese de Vitória de 18 a 21 de julho e da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que será realizada entre os dias 23 e 28 de julho, no Rio de Janeiro.

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SÁBADO - 6 DE ABRILRomaria de São Mateus – Missa no Campinho às 8h

Romaria das Pessoas com deficiência – saída da Praça Duque de Caxias às 8h – missa na chegada à Prainha

Romaria de Cachoeiro de Itapemirim – saída do portão do Convento às 14hOitavário e missa às 14h30 no Campinho

Romaria dos Homens – saída da Catedral às 19hMissa às 23h30 na Prainha

DOMINGO, 7 DE ABRIL Romaria de Colatina – saída do portão do Convento às 8h e missa às 9h no Campinho

Romaria Marítima – saída de São Pedro (Ilha das Caieiras) às 8h chegada no píer da Marinha na Prainha 11h

Romaria dos Motociclistas – saída da Av. Jerônimo Monteiro em Vitória às 10h

Romaria das Mulheres – Saída da Av.Jerônimo Monteiro em Vila Velha às 14h30

SEGUNDA FEIRA, 8 DE ABRILMissa da CRB e Seminário às 7h no Campinho

Romaria dos Ciclistas – saída de Cobilândia e do Ibes às 8h30 – chegada à Prainha 11h

Bandas de Congo – apresentação das Bandas de Congo e homenagens no Campinho às 9h

Missa das Pastorais às 10h no Campinho

Missa de Encerramento às 16h na Prainha

Show com Cantores de Deus após a missa

AtENDIMENtO DE CONFISSãODe 01 a 08 de abril de 8h às 11h e de 14h às 16h30 na Capela da Penitência

HORÁRIOS DAS MISSASNA CApELA DO CONvENtODia 31 de março – 5h, 7h, 9h e 11hDe 01 a 05 de abril – 6h, 7h, 8h e 9h30Dia 05 de abril – Missa das 9h30 com a participação dos advogadosDia 06 de abril – 6h, 7h30 e 11hDia 07 de abril – 5h, 7h, 11h e 14hDia 08 de abril – 0h, 2h, 6h, 9h e 12h

Com Maria dizer:sim, eu creio

Realizada todos os anos durante nove dias com iníncio no Domingo de Páscoa, a tradicional Festa da Penha, que celebra Nossa Senhora das Alegrias acontece entre os dias 31 de março e oito de abril. Missas, romarias, shows musicais aconteceram no Campinho do Convento e na Prainha com a presença de peregrinos vindos de todo o Estado e outras regiões. Fique por dentro da programação.

DOMINGO - 31 DE MARÇORomaria dos CavaleirosSaída de Cobilândia às 8h30Chegada à Prainha às 11hOitavário e missa às 14h30 no Campinho (Área Pastoral Vila Velha)

SEGUNDA FEIRA - 1º DE ABRILOitavário e missa às 14h30 no Campinho (Área Pastoral Serrana)

tERÇA FEIRA - 2 DE ABRILOitavário e missa às 14h30 no Campinho (Área Pastoral Cariacica/Viana)

QUARtA FEIRA - 3 DE ABRILOitavário e missa às 14h30 no Campinho (Área Pastoral Benevente)

QUINtA FEIRA - 4 DE ABRILOitavário e missa às 14h30 no Campinho (Área Pastoral Serra)

SEXtA FEIRA, 5 DE ABRILOitavário e missa às 14h30 no Campinho (Área Pastoral Vitória)Romaria dos militares – saída do portão do Convento às 14h

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o CUIdado e o desleIXo Com o PatrImônIo PúBlICo

= coNtrários

Palácio Anchieta

Palácio Domingos Martins

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RUA EUGêNIO RAMOS, 656JarDiM Da Penha - Vitória - eS

telefax (27) 3235-2344(PróxiMo a igreJa São franciSco De aSSiS)

Livros, Cd’s, Bíblias, Imagens, Crucifixos, Lembranças para:Batismo, 1ª Eucaristia, Crisma e outros.

ABBA PAIARTIGOS RELIGIOSOS CATÓLICOS

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