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Ano X • nº 188 Dezembro 2010 / Janeiro de 2010 R$ 5,90

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em poucas palavras

O que é o que é? É gelado, mas não é sorvete. É gostoso, mas não é calórico. É colorido, mas não tem corantes nem aromatizantes.

Acertou em cheio quem disse frozen yogurt, o iogurte congelado e cremoso que combina muito bem com frutas e já está ameaçando o reinado do sorvete, até então a gulo-seima preferida do verão. A moda dos “iogos” começou no Canadá, foi para os Estados Unidos e chegou ao Brasil no fim do ano passado para, ao que parece, ficar. Aqui na cidade a mania foi crescendo ao longo deste ano e hoje já são inúmeras as redes e lojas especializadas, com dezenas de versões e possibilidades de misturas (página 4).

Já que estamos falando em alimentação leve, não deixe de ler também a matéria sobre o restaurante Club Nature, um self-service focado em comida saudável e que não tem bebida alcoólica no cardápio. A chef e nutricionista Michele Merlo, a pedido da Roteiro, fez quatro harmoniza-ções de pratos com sucos de frutas. Confira a partir da página 6.

Nossa matéria de capa, como não poderia deixar de ser, é sobre esta deliciosa época de abraçar amigos, fazer balanços, distribuir presentes e renovar as esperanças de um tempo sempre melhor (página 19). Leia também “Fim de ano a beber estrelas”, em que o colunista Ale-xandre Franco sugere alguns espumantes que podem ser boas opções para brindar a entrada de 2011 (página 14). E não perca a sempre refinada ironia do colunista Luiz Recena sobre o famigerado, segundo ele, EN, ou Espírito Natalino, que ataca novamente.

Devo confessar não pertencer ao time de Recena, não muito chegado a essas datas. Faço parte do grupo que, nesta época de fim de ano, volta um pouco à infância e curte as festas coletivas, com tudo o que elas implicam: amigo secreto, presentes, magia do Natal e tudo o mais. Uma coisa, entretanto, nós temos em comum. Aquela sensação boa de esperança renovada, que queremos partilhar com colegas da revista, parentes e leitores.

Então, com muita esperança, um feliz Natal e um excelente 2011 para todos!

Maria Teresa Fernandes Editora

ROTEIRO BRASÍLIA é uma publicação da Editora Roteiro Ltda | SHS, Ed. Brasil 21, Bloco E, Sala 1208 – CEP 70322-915 – Tel: 3964.0207 Fax: 3964.0207 | Diretor Executivo Adriano Lopes de Oliveira | Redação [email protected] | Editora Maria Teresa Fernandes | Capa Carlos Roberto Ferreira, sobre foto de divulgação da Belini| Diagramação Carlos Roberto Ferreira | Reportagem Akemi Nitahara, Alexandre Marino, Alexandre dos Santos Franco, Ana Cristina Vilela, Beth Almeida, Bruno Henrique Peres, Eduardo Oliveira, Guilherme Guedes, Heitor Menezes, Lúcia Leão, Luiz Recena, Quentin Geenen de Saint Maur, Reynaldo Domingos Ferreira, Sérgio Moriconi, Silio Boccanera, Súsan Faria e Vicente Sá | Fotografia Eduardo Oliveira, Rodrigo Oliveira e Sérgio Amaral | Para anunciar Ivone Carmargo (3349.5061 / 9666.7755) e Ronaldo Cerqueira (8217.8474) | Assinaturas (3964.0207) | Impressão Gráfica Charbel | Tiragem 10.000 exemplares.

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os peruanos vão comemorar, no primeiro trimestre de 2011, o centenário da descoberta de Machu picchu

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água na boca

TexTo e foTos akemi NiTahara

Seria o fim do sorvete? Tão rápido quanto um picolé desaparece nas mãos de uma criança, as lojas de

frozen yogurt se espalham pela cidade. A “invasão” começou em 2009, e atualmen-te a quantidade de franquias da gulosei-ma leve já se compara com a de sorvete-rias. A moda começou no Canadá e foi para os Estados Unidos e Coreia do Sul, onde é consumido desde a década de 80.

O frozen yogurt é exatamente isso: iogurte congelado. Mas no ponto certo, mais frio que o sorvete, com adição de ar para dar a cremosidade ideal. Tem meta-de das calorias de um sorvete tradicional (entre 80 e 100 a cada 100 gramas) e ain-da apresenta propriedades probióticas, ou seja, tem microorganismos que me-

Verão mais leve

Frozen yogurt assume o papel do sorvete na estação mais quente do ano. E na mais fria também.

lhoram a flora intestinal. Além de ser fonte de cálcio. O

nutricionista Klécius Celesti-no, coordenador de projetos de

gastronomia do Centro de Exelên-cia em Turismo da UnB, garante que

o frozen yogurt tem realmente vantagens sobre o sorvete. A principal delas é o bai-xo teor de gordura. “Zero teor de gordura é improvável, já que todo leite tem gor-dura, e o iogurte é feito de leite fermen-tado”, explica Klécius. Mas no processo de fabricação do frozen yogurt não há adi-ção de gordura, como ocorre na maioria dos sorvetes tradicionais.

Outra vantagem citada pelo nutricio-nista é que normalmente o frozen não tem corantes nem aromatizantes, e sim frutas naturais. Para Klécius, a única des-vantagem está no preço, mais caro que o do sorvete tradi-cional (a partir de R$ 7, mais R$ 2 para três cobertu-ras, na maioria das fran-quias). “Também não se deve abusar do consumo, já que iogurte demais pode provocar dessaranjo no intestino”, alerta o

nutriconista. Quanto às calorias, elas po-dem se multiplicar de acordo com as co-berturas escolhidas, que variam de frutas frescas a calda de chocolate, além de balas de gelatina e frutas em calda e secas.

Franquias A mais nova loja de Brasília é filha da

cidade. A Yogo Fit abriu as portas na 310 Norte há três meses. O frozen yogurt can-dango é obra do casal Kadu e Virgínia Go-mes, sócios da rede Crepe au Chocolat. Um diferencial dos brasilienses é o siste-ma de auto serviço, um dos poucos da ci-dade. Cada cliente manipula a máquina mágica, colocando a quantidade do cre-

me saboroso que quiser, adiciona quantas coberturas quiser e pa-ga pelo peso (R$ 45 o quilo).

A Yogo Fit oferece ao todo 20 sabores de frozen yogurt, entre eles os de frutas vermelhas, chocolate com avelã,

blueberry, torta de limão, açaí, café, maracujá e tan-

gerina. Nas três máquinas, com capacidade para dois

e menos calórico

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sabores, são ofertadas seis variedades a cada dia. “Nossa proposta é ser a segun-da geração de frozen yogurt, com inovação na quantidade de sabores e no atendi-mento, oferecendo um produto saudável que vai ao encontro da geração saúde de Brasília”, explica Kadu. Para o futuro, planos de expansão, com a abertura de lojas na Asa Sul e em shoppings de Águas Claras e do Sudoeste.

Outra rede brasiliense é a Yogoblue, com lojas no Gilberto Salomão e na QI 5 do Lago Sul. “Geladinho, cremoso e feito na hora”, oferece os sabores natural e fru-tas vermelhas. A porção sem as coberturas tem 110 calorias, é low-fat e cobre 13% das necessidades de cálcio. Entre as pro-priedades destacadas pela rede, a de ser um alimento funcional, que inibe riscos de doenças coronárias e auxilia na nor-malização dos níveis de colesterol.

A primeira – e atualmente a franquia com mais lojas na cida-

de – é a Yogober-ry, também pio-neira no país. Fundada em no-

vembro de 2007 no Rio de Janeiro, a rede logo se ex-

pandiu e hoje tem mais de 80 lojas em

13 Estados. Só em Bra-sília são cinco: 214 Norte, Conjunto Na-cional, Pier 21, Iguatemi e ParkShop-ping. A receita tem baixo valor calórico, com quantidade pequena de açúcar, e usa leite desnatado. Resultado: zero gor-dura e apenas 88 calorias no potinho de 100 gramas, além de 10% do cálcio ne-cessário por dia. É disponível nos sabo-res natural e chá verde, além de sabores sazonais, como abacaxi com hortelã. É um dos mais azedinhos do mercado, aci-dez natural da transformação do leite em iogurte. Também oferece smoothies, bati-da do frozen yogurt com polpa de fruta e o aromatizante francês monin.

Também carioca, a Yoggi produz o

frozen yogurt enriquecido com cálcio e com culturas vivas que ajudam na regu-lação intestinal. O produto também é fonte de proteínas naturais, zinco e vita-minas. Além dos sabores natural e jabu-ticaba, a rede faz o blend – a mistura do frozen com até três frutas escolhidas pe-lo freguês. A porção tem 85 calorias, 2,2 gramas de fibra e 23% do cálcio diário. Pelo Brasil, são mais de 50 lojas em 20 Estados. Os endereços de Brasília ficam na 109 Norte e no Park Shopping, mas a franquia está abrindo lojas na Asa Sul e em Taguatinga.

A Bendita Fruta está presente no Con-junto Nacional, Taguatinga Shopping e em breve chegará ao Alameda Shopping. Original do Rio de Janeiro, onde tem oi-to lojas, a franquia se expandiu também para São Paulo e Bahia. Oferece os sabo-res natural, morango e misto, e a possibili-dade de se escolher até cinco coberturas. A rede destaca as propriedades de seu fro-zen, de combater os radicais livres e forta-lecer o sistema imunológico. Também oferece saladas de frutas, yogoshake, suco de fruta e geleias.

Pioneira na região Sul, a paranaense Yoguland abriu as portas na QI 11 do La-go Sul (Gilbertinho) há quatro meses.

Também prega a gordura zero, nos sabo-res natural, lichia, blueberry e misto, além dos sabores de temporada. Além do frozen yogurt, oferece smoothies feitos com o frozen, frutas e leite, e os potes de frutas com co-berturas e complementos, chamados de fruit cups. Tudo 100% natural e funcional, auxiliando na digestão. A franquia tem quatro lojas no Paraná e está presente também no Rio Grande do Sul, São Pau-lo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

A canadense Yogen Früz, criada em Toronto, em 1986, é líder mundial no mercado de frozen yogurt, com mais de 1.100 pontos de venda em 20 países. Em Brasília são apenas dois: um no Brasília Shopping e outro na quadra 102 do Sudoeste. Além do natural, é possível fazer o blend com frutas congeladas: uma fruta no frozen pequeno, duas frutas no mé-dio e até três no grande. O produto é menos azedi-nho e também está disponível na versão diet.

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água na boca

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por eduardo oliveira

No ano passado, a nutricionista Michele Merlo aceitou o desafio de abrir um restaurante na acade-

mia Club 22, administrada pelo marido, Márcio Machado, no Setor de Clubes Sul, bem ao lado do Píer 21. Decidiu, então, que o restaurante seria um self-service foca-do em alimentação saudável para, junto à academia, tornar-se um espaço de saúde. Surgiu assim o Club Nature. “Eu percebia que Brasília tinha carência de self-services com comida saudável e ao mesmo tempo saborosa e bem elaborada”, explica a nutri-cionista. Um ano depois, a casa cheia to-dos os dias confirma que ela estava certa.

O Club Nature tornou-se uma ótima opção para quem quer fugir da repetição. “Os pratos nunca são os mesmos, procu-ramos variar bastante, já que tem gente que almoça aqui todos os dias”, diz Mi-chele. É o caso do analista judiciário Mau-ro Mendlovitz, que elegeu o restaurante como “o melhor self-service de Brasília”.

Saudáveis saboresSem uma única bebida alcoólica no cardápio, restauranteClub Nature harmoniza seus pratos com sucos de frutas

Ele justifica: “Além de a comida ser mais saborosa do que em muitos restaurantes à la carte, tem enorme variedade e um ambiente agradável”. Faz questão de res-saltar também o bom atendimento: “As pessoas trabalham com um sorriso no rosto, com espírito colaborativo, refletin-do a boa energia dos donos”.

O único prato fixo é a paella. A receita espanhola fez tanto sucesso que se tornou obrigatória todas as sextas-feiras. Pode ser servida nas versões tradicional e vegetaria-na. “Apesar de não sermos um restauran-te vegetariano, sempre procuramos dar opção para quem come e para quem não come carne”, explica Michele. Tudo, é cla-ro, preparado da forma mais saudável. “O alimento não serve só para sustentar suas atividades diárias. Ele pode ser uma pre-venção, um tratamento e até uma cura pa-ra doenças. Graças aos equipamentos que adquirimos, conseguimos proporcionar o mesmo sabor com baixo teor de gordura”, completa.

Nem só de almoço vive o Club Nature.

A casa funciona o dia todo – entre outras razões, para atender os clientes da acade-mia. Das 8 às 12 horas, serve um café da manhã completo, com frutas, sanduí-ches, sucos, cafés, chás etc. Do meio-dia em diante, é hora do almoço. Das 15 às 19 horas, um lanchinho com o mesmo cardápio do café da manhã. No jantar, das 19 às 23 horas, oferece o self-service normal mas também um bufê de sanduí-ches e caldos, além de pratos à la carte.

Já que a proposta é ser saudável, o res-taurante não vende bebidas alcoólicas. Pa-ra substituí-las, oferece um cardápio com-pletíssimo de sucos. “Hoje, as pessoas não têm condição de se alimentar como deveriam, comendo três ou quatro frutas por dia. Então, o suco torna-se uma com-plementação da comida”, recomenda Mi-chele. Pedimos a ela que escolhesse algu-mas combinações de pratos populares en-tre os clientes para harmonizá-los com su-cos do cardápio. O resultado você confere na página ao lado, junto com as justificati-vas da nutricionista.

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Combinação 1prato: salada + filé mignon

suco: laranjaJustificativa: “Salada com carne é um prato muito usual entre pessoas que querem emagrecer. Apesar de estar ingerindo muitos minerais e vitaminas, bons para os

órgãos, o cérebro e o desempenho das funções orgâni-cas, você precisa de energia, que vem dos carboidratos,

para lhe dar força. Então, neste caso, você precisa de um suco rico em calorias, em frutose, que é um carboi-drato. Além disso, o suco de laranja é rico em antioxi-dante e vitamina C, que ajuda a absorver nutrientes”.

Combinação 4prato: proteína de soja + arroz integral

+ feijão + salada.suco: aipo, maçã e laranja.

Justificativa: “Esse prato é uma opção completa para os vegetarianos e veganos. E o suco harmoniza com um prato saudá-

vel e leve, para quem quer ter um dia tranquilo. Ele complementa a alimenta-ção com vitaminas do complexo B e C,

além de ter elevado teor de minerais. Um suco que ajuda a desintoxicar e a reduzir a

acidez do corpo, entre outras funções”.

Combinação 3prato: salada + arroz + feijão + peixe do dia.suco: morango.Justificativa: “Como essa combinação já é bem completa, com salada, proteínas e carboidrato, o suco entra como um extra. O morango é rico em zinco, potente ati-vador de memória. O mineral também é ótimo para dar vitalidade àquela pessoa que está meio apagada, de corpo mole, esquecendo tudo. Atua também potencia-lizando o paladar dos idosos, que já têm menos papilas gustativas”.

Combinação 2prato: fettuccine 4 queijos + frango.suco: abacaxi com hortelã.Justificativa: “Outra combinação comum entre os clientes, esse prato tem teor elevado de proteína, graças à carne e aos queijos. O abacaxi é rico em bromelina, uma enzima que atua no metabolismo da proteína, que é mais demorado, mais lento. A hortelã tem efeito terapêutico, estimula a digestão e dá uma sensação de refrescância. Além disso, é muito nutritiva e rica em vitaminas e minerais, como ferro, cálcio e vitamina C”.

Michele Merlo e suas combinações

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água na boca

O técnico em informática Edmar Carva-lho é o que ele mesmo define como “exe-cutivo sem teto”. Não tem escritório fixo e trabalha em qualquer lugar onde haja in-ternet para conectar seu laptop. Graças a isso, quando conheceu o complexo Club 22 / Club Nature, tempos atrás, resolveu torná-lo seu QG.

O espaço tem conexão de internet sem fio e computadores à disposição dos clien-tes. Edmar consegue unir trabalho, espor-te, lazer e alimentação. “Faço negócios,

Espaço de convívio

clubNature / club 22 setor de clubes sul, ao lado do pier 21 (3224.9425). de 2ª a 6ª, das 8 às 23h; sábados, das 8 às 15h; domingos e feriados, das 9 às 15h. estacionamento próprio.

vestiários, quadras de tênis e vôlei de areia, campo de futebol society, piscina aqueci-da, sauna, ofurô, pista de corrida, bicicletá-rio, lanchonete e loja de roupas e materiais esportivos.

tomo café, malho, tenho aula de tênis, to-mo meu banho, almoço e volto ao traba-lho”, conta. “Se precisar ir ao banco ou ti-ver um tempo livre para um cinema, ainda tenho o Pier 21 aqui ao lado”, acrescenta.

“Hoje em dia a correria é tão grande que é uma maravilha você poder fazer tu-do que precisa no mesmo lugar”, ressalta Márcio Machado, sócio da academia e do restaurante, junto com o irmão, Marcelo. “Isso aqui não é só um lugar onde a pessoa vem para malhar, mas um centro de con-vivência e relaxamento, com vista para o lago e atividades ao ar livre, como tênis, vôlei e natação”.

O altíssimo pé direito – foi originalmen-te um ginásio de esportes – confere ao Club 22 um clima agradável, onde se pode fazer exercícios sem a sensação de confina-mento e o ar abafado comum em acade-mias. “As pessoas dizem que isso não pare-ce uma academia, mas um spa”, orgulha-se Márcio.

Ocupando uma área de 6.000 m2 na or-la do Lago Sul, o complexo Club 22 / Club Nature dispõe ainda de cyber café, lounge,

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Edmar fez do Club 22 o seu quartel general

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grenat cafés especiais202 sul - bloco a de 2ª a 6ª, das 7h30 às 22h; sábado, das 9 às 22h; domingo, das 9 às 15h.

O nome da guloseima não pode-ria ser mais sugestivo: creme de baunilha Bourbon com caviar de

café. A princípio, a alusão à luxuosa igua-ria do Mar Cáspio soa pretensiosa, mas, à medida em que se vai sorvendo o con-teúdo da taça, fica fácil entender porque essa é uma das sobremesas mais aprecia-das do Grenat Cafés Especiais.

E é apenas uma entre as muitas gosto-suras presentes no cardápio do Grenat, agora de casa nova, após atravessar a rua que separa a 201 da 202 Sul. Para criar o projeto de decoração, a arquiteta Circe Milano inspirou-se nos cafés parisienses. Uma ampla vidraça coloca os clientes pra-ticamente debaixo das frondosas árvores da quadra, conferindo um charme espe-cial ao ambiente, dividido em dois anda-res. No térreo fica a bancada com os cafés e as sobremesas; na sobreloja, a cozinha gourmet. As mesas estão espalhadas pe-los dois pavimentos.

Para marcar o início da nova fase, fo-ram lançadas algumas combinações de pratos que podem ser harmonizados com os vinhos da adega da casa. Entre as opções, pratos de frios (com queijos, pre-suntos e salaminhos), quiches fornecidas por La Boulangerie (nos sabores cham-pignon, alho-poró e salmão com aspar-gos) e, no jantar, creme de cebola com pão de alecrim e salada caprese.

De casa nova

Para quem gosta de doces, as novida-des são o bolinho Grenat (sem adição de glúten), a cuca de banana e o moelleux au chocolat. E para os amantes de café a ba-rista Luciana Sturba (na foto à esquerda), proprietária da casa junto com o marido, Marcos, criou alguns drinques como o fruit coffee (café, tangerina e pêssego) e o iced co-conut (café, coco e picolé de coco).

Antes de abrir o Grenat, cinco anos atrás, Luciana e Marcos pesquisaram a fundo a cultura do café e se especializa-ram na Academia de Barismo, em São Paulo, comandada pela barista Isabela Raposeiras. Foi ela quem sugeriu as mar-cas disponíveis na casa, todas de alta qua-lidade, compostas por grãos da espécie 100% arábica.

picadiNho

sexta supero restaurante Le Jardin du Golf lançou um prato especialíssimo para os jantares de sexta-feira: a lagosta à moda do chef (R$ 110). a proposta da casa é preparar de maneira ímpar um dos frutos do mar mais apreciados do mundo. a carne da lagosta é retirada da casca, grelhada e, em seguida, puxada na manteiga de nirá. a iguaria é servida no próprio molho e escoltada por arroz preparado com ervas e amêndoas laminadas. o Le Jardin fica no clube de Golfe.

sobremesa natalinaa sanduicheria Keb (105 sul) preparou para o mês de dezembro um kebab com jeito de natal. É servido no pão folha com brigadeiro de leite condensado

e pasta de pistache italiana, pulverizado com pedacinhos de pistache tostados e crocantes (R$ 6,50).

sobremesa natalina (2)o nordestino severina (201 sul) também lançou uma sobremesa

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especial para a época de natal: o bolo de rolo de doce de leite com nozes. Depois do

sucesso do tradicional bolo de rolo com recheio de goiabada, servido com sorvete de tapioca e goiabada em pasta, a casa criou uma nova receita, com sorvete, doce de leite e nozes em pasta.

prestígio internacionalGalvão Bueno deve estar vibrando tanto quanto em final de copa do Mundo vencida pelo Brasil. Lançado há menos de seis meses, o Bueno cuvée prestige, espumante produzido em sua vinícola, acaba de receber a primeira premiação internacional. a competição Effervescents du Monde, realizada em Dijon, na França, um mês atrás, escolheu seis espumantes brasileiros, entre eles o Bueno cuvée prestige, produzido no Rio Grande do sul com as variedades chardonnay e pinot noir pelo método champenoise, o mesmo utilizado na elaboração dos melhores champanhes franceses. cerca de 100 degustadores internacionais avalia-ram mais de 500 amostras de espumantes de 24 países.

café e chocolateInaugurada no dia 7 de dezembro, a comchocolat Bomboniere & café (214 sul) oferece uma variedade de

chocolates finos e cafés que encan-tam os olhos e o paladar.

drink de verãonovidade no cardápio de bebidas do Bierfass do pontão do Lago sul. seguindo uma tendência internacio-nal de misturar espumantes com gelo, o drink piscine combina o espumante courmayeur Rose com pedras de gelo, uma boa pedida para se refrescar no verão.

restaurante WeekVem aí mais uma edição do festival que se tornou um sucesso por oferecer alta gastronomia a preços acessíveis. De 17 a 30 de janeiro, o Restaurant Week oferece menus com entrada, prato principal e sobremesa por R$ 29 no almoço e R$ 39 no jantar. Já confirmaram a participação mais de 60 estabelecimentos, entre eles Brasserie alice, Lagash, unanimità, El paso Texas, universal Dinner, Zuu e oliver. a lista completa dos restaurantes, cardápios e fotos poderá ser encontrada em breve no site www.restaurantweek.com.br.

Fast food da china

a maior rede de fast food oriental do Brasil acaba de abrir as portas no pier 21. o Yan ping está no mercado

desde 1981, somando 13 lojas e três franquias. nasceu a partir da vinda de imigrantes chineses, liderados por Wu siu Vai, que fundou o primeiro em salvador e de lá expandiu a rede por todo o país.

Novidades saudáveis

o restaurante Bhumi (113 sul), especializado em alimentos orgâni-cos, passou por uma repaginação em seu cardápio. Entre as novidades, o pão de hambúrguer integral (hambúrguer caseiro de soja, fios de cenoura, tomate cereja confit, molho de shiitake e queijo ralado meia cura, a R$ 23,90) e a baguete integral (corte bovino filetado e grelhado com cebola caramelizada, tomate cereja, queijo minas padrão na chapa, rúcula e molho barbecue, a R$ 27,90).

abrasel renovadaa seção brasiliense da associação Brasileira de Bares e Restaurantes (abrasel-DF) tem novo presidente. no último dia 15, sérgio Zulatto, proprietário do Grande Muralha, passou o bastão para Jaime Recena, sócio dos restaurantes parrilla Madrid e Heat.

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hegou! o velho Espírito natalino está de volta. o famigerado “E.n.” ataca novamente. perde-se a conta dos anos em que o E.n. anda pelo mundo a fazer estragos, causando confusão nas cabeças das pessoas, principalmente crianças, e prejuízo a todos, principalmente aos pais e adultos em geral. É bom para o comércio, certamente, e para a economia em geral, mas é talvez o tempo do ano mais contraditório e cínico que temos. Todos fingem gostar dos outros, parentes e amigos, ninguém odeia ninguém, portanto ninguém ama ninguém. Festeja-se em todas as empresas e casas. Repete-se o tradicional “amigo secreto”, pois seria impossível saudar o “inimigo declarado”. o silêncio, a solidão, a vontade de estar só, quase perdem seus status de direitos individuais. o coletivo quer essa festa e pronto. Teremos festa, pois. Mais não se escreve, porque o diabinho que vive nas consciências ficou mais vermelho do que nunca e atacou: “pô, colunista, chega!”. obediente, o colunista acata. É preciso lembrar que, segundo saramago, até mesmo o sete Quedas comemorou o nascimento do Menino da Manjedoura, que teria vindo ao mundo para nos salvar. assunto encerrado e Feliz natal a todos!passemos ao outro tema que igualmente se repete, só que há alguns milênios antes do primeiro: o final de um ano e o começo de outro. Hora de fazer balanços, de pensar nos erros e acertos, muito mais nestes, mesmo que não tenham sido maiores do que os primeiros. só que o ano novo tem uma característica especial: a esperança. É ela que move a festa e aposta na roda que vai girar, sempre para frente, nos 365 dias que virão. para novos erros e acertos, é claro, mas não importa, pois agora, neste momento, todos esses dias estão pautados pela esperança. só ela, só boa, só esperança, que em qualquer idioma significa a possível, a sonhada, a esperada coisa melhor. E se for para brindar com espumas, das mais variadas nacionalidades, é preciso lembrar: brut, sempre brut.Então, com muita esperança: Feliz ano novo!

LuIz RECENA Ele voltou...

GARFADAS & GOLES

garfadas&[email protected]

a carne nova vem a salvadorNunca antes neste país foi servido o shoulder steak. Noves fora o estilo presidencial do discurso, a churrascaria Fogo de Chão apre-sentou em Salvador (logo depois de São Paulo e Brasília) um ver-dadeiro novo corte de carne: o primeiro retirado da parte diantei-ra do boi. Um corte de peito. O corte, segundo a explicação, é uma espécie de filé feito no meio da paleta. Em condições nor-mais, dizia o velho mercado, o dianteiro não era a fonte das me-lhores carnes. Essas, segundo a preferência nacional, viriam sem- pre do traseiro. Filé mignon, alcatra, ancho, picanha e até a ma-gra fraldinha estão por aí situadas. As agrestes culturas pecuaris-tas, oriundas principalmente do sul, produziram essas inevitáveis associações... De toda maneira, o colunista atesta a todos(as) leitores(as) que sempre foi defensor das condições de gênero.

Voltando à filosofia carnívora, o shoulder steak chega suculento ao prato. Diz o especialista: “Com fibras muito finas, esse peda-ço de carne consegue ser mais macio do que a picanha”. É ver-dade, embora alguns fanáticos da picanha reclamassem como se fossem torcedores de algum time de futebol. É que, na hora de comer, o cliente deve tirar um pequeno feixe de fibras do cen-tro do corte. Nesse momento fica estabelecida a cumplicidade entre o garçon e o consumidor, pois o primeiro avisa e ensina o movimento ao segundo. O produto final é o prazer completo. Mais um ponto para Arri Coser, o fundador da Fogo de Chão, que nos últimos 20 anos só colheu sucessos, no Brasil e nos Estados Unidos. Desde 1988 a Fogo de Chão tem pesquisado, comprado e apresentado a seu público uma série de novidades. O shoulder steak é mais uma dessa grande e saborosa seleção.

and happy new year

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Receita do chef Alessandro Oliveira, do restaurante Gero (para quatro pessoas)

Baccala alla romana-

INGREDIENTES• 1 kg de lombo de bacalhau dessalgado• 200 ml de molho de tomate• 30 ml de azeite de oliva extra virgem• 2 cebolas roxas em cubos• 50 g de uva passa branca hidratada• 4 tomates, sem pele e sem semente, em cubos• 30 g de pinoli assado• ½ maço de manjericão picado

MODO DE PREPARONuma assadeira, coloque o lombo de bacalhau temperado com sal e pimenta e o molho de tomate. Cubra com papel alumínio e asse a 200ºC por aproximadamente 20 minutos. Numa frigideira, aqueça o azeite e doure a cebola. Junte a uva passa, o tomate e, por último, o pinoli e o manjericão. Distribua o lombo de bacalhau em pratos individuais e junte o conteúdo da frigideira sobre ele.

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ALEXANDRE FRANCO Fim de ano a beber estrelas

PÃO & VINHO

pao&[email protected]

Reza a lenda que Dom pérignon teria exclamado, ao beber

seu vinho inesperadamente borbulhante, que estaria “bebendo

estrelas”. Embora não passe de lenda, o apelo ao imaginário é

indiscutível, trazendo à mente toda sorte de pensamentos festi-

vos e alegres.

E é esse, sem dúvida, o espírito que cultuamos ao final de

cada ano em nossas festas familiares. E é por isso que o cham-

panhe e os espumantes em geral têm presença tão garantida

para regar essas ocasiões.

como é comum na última coluna do ano, vou comentar al-

guns espumantes que podem vir a ser boas opções para as fes-

tas, baseando minha escolha nas duas últimas feiras de vinhos

que tivemos em são paulo – a Vinhos do Tejo e a abravinis.

antes, porém, não posso deixar de falar de alguns dos vi-

nhos tranquilos que pude degustar nessas feiras. na Vinhos do

Tejo, região de portugal antes denominada de Ribatejo, como

exemplar branco escolho, sem medo, o Fiuza premium Branco

2009, um 100% chardonnay com nariz muito típico, à mantei-

ga e caramelo, e uma boca de acidez vívida que o torna um

dos brancos mais gastronômicos da “terrinha” que já provei.

por R$ 80, ainda que não barato, é uma ótima opção.

como exemplar tinto, foi indiscutível a soberania do Marque-

sa de cadaval 2007, importado pela Mercovino, que traz cada

vez melhores opções. com 60% de Touriga nacional, 20% de

Trincadeira e 20% de alicante Bouschet, apresentou um nariz de

frutas negras com toque de especiarias e pimenta. na boca foi

pleno, cheio, elegante e marcante. sem dúvida um vinho exce-

lente, mesmo ao preço de R$ 150, que pode parecer caro mas

é aquém do seu valor.

por fim, como uma surpresa, pude me deliciar com o Quinta

do alqueve colheita Tardia Branco 2005, para minha surpresa

100% Fernão pires, com aromas de mel de laranjeira e tangeri-

na. na boca, uma doçura profunda, mas cítrica, com a acidez

necessária a um bom vinho de sobremesa. Ótimo vinho, mesmo

pelos seus R$ 104.

Já na abravinis, uma feira que deixou muito a desejar em to-

dos os sentidos, gostaria de comentar o chardonnay da cavas

submarinas, que, pasmem, passa por um período de descanso

de quatro a seis meses em garrafa submersa no oceano pacífico.

não sei se pela imersão, mas o fato é que o exemplar é muito

bom, com aromas frescos e tropicais e um toque de mel. na

boca mostra grande mineralidade, que nos remete a um chablis

de boa estirpe, ao preço de R$ 85.

Já nos tintos, a melhor escolha, aliás da feira toda, recaiu na

península, que apresentou seu fantástico orben 2005, com aro-

mas de frutas vermelhas e negras e especiarias, com leve tosta-

do. na boca, carnudo, volumoso, diria mesmo sensacional.

o preço não é dos menores (R$ 188), mas vale cada centavo.

Mas vamos às bolhas. Do Tejo, apenas um exemplar: o Monge

2007, produzido pelo casal Branco, com 100% da casta caste-

lão, a mais tradicional da região. apresentou um nariz com leve

aroma de fermento e uma boca razoavelmente cremosa. o vinho

não é nada ruim, mas em minha opinião não vale o preço pedi-

do de R$ 90.

na abravinis, a Interfood dedicou boa parte de sua mostra

às borbulhantes, trazendo nada menos que 22 exemplares, nem

todos, porém, para degustação. Entre os degustados, cabe-nos

comentar o prosecco di Valdobbiadene anella andreani, com uma

cremosidade média em boca, mas com ótima acidez, bastante pró-

pria à gastronomia e por um preço atraente de R$ 63,90. E ainda a

cava anna de codorniu, por R$ 78,90, com boa cremosidade e um

nariz um tanto fechado, prestando-se mais ao “voo solo”.

a melhor surpresa, não só da feira como assumindo o posto

da minha grande dica de fim de ano, mais uma vez veio da pe-

nínsula, com sua cava Juvé y camps Rosado, que, mais do que

os 90 pontos de Robert parker, apresentou uma boca com cre-

mosidade digna dos bons champanhes, com nariz de frutas sil-

vestres e toque floral e boca maravilhosa. para resumir, eu com-

prei 12 garrafas ao ótimo preço promocional de R$ 98.

Boas festas e um brinde a todos!

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Os (sempre infalíveis) presentes de última horaAlgumas sugestões para quem ainda não comprou e está sem ideia

por maria Teresa ferNaNdes

É todo ano a mesma coisa. A gente faz listas de tarefas para cumprir em ritmo alucinado até o Natal, corre atrás dos presentes de amigo secreto, de namorado, de pai, de mãe, entra em loja, sai de loja e, no final, sempre fica faltan-do alguém. Para quem chegou a essa etapa da maratona de fim de ano e está sem ânimo para pensar em sugestões,

a Roteiro selecionou algumas opções de presentes que podem agradar os “esquecidos” da lista de Natal.

bravas guerreirasEstá aí um presente ideal para se dar a quem ama Brasília e quer conhecer sua história

sob uma ótica diferente, aquela de 50 mulheres que chegaram à cidade quando ela ainda era um imenso poeirão. o livro Poeira & batom, de Tânia Fontenele e Mônica

Ferreira, mescla textos históricos e depoimentos de 50 pioneiras que viram nascer nossa cidade. o livro é acompanhado de cD com filme de Tânia Quaresma, também

convidada a participar do projeto. À venda na Livraria Dom Quixote (ccBB).

para elesEste é um presente que costuma agradar em cheio. Ideal para dar a pais, maridos, namorados e congêneres. o EDT azzaro masculino (30 ml) está à venda na rede de perfumarias Lord.

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poesia de paredepôsteres-poéticos de elefante, cobra, macaco, elefante, girafa, leão e de mais seis bichos encontráveis no zoológico. Em material plástico e resistente, medem 44cm x 52cm e decoram com delicadeza e criatividade qualquer espaço infantil. À venda no Quiosque do Ivan, o sebo e livraria da praça central do conic (3225.2832), pelo e-mail [email protected] ou, ainda, diretamente com o poeta Vicente sá (8182.1628).

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boas FEsTas

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brasília de Wagner hermuscheHá três décadas, o artista plástico desenha a cidade, sem nunca ter perdido a capacidade de se surpreender com o que vê e registra. Ele sonha com uma Brasília ampla, solitária e ao mesmo tempo ocupada, de lindas noites negras. o resultado dessa imersão na alma da capital brasileira está no álbum de gravuras Das noites brasilianas, com sete desenhos no formato 42 x 90cm, acompanhado de catálogo com 40 imagens de Hermusche. Também na livraria Dom Quixote do ccBB.

sabor caseironos últimos dez anos, Lúcia Leão repete e aperfeiçoa receita de família. o resultado é um delicioso mango-chutney processado e acondimentando a partir da matéria-prima que cresce com abundância em seu quintal. os rótulos vêm em forma de poesias de Vicente sá e ilustrações dos artistas Wagner Hermusche, Resa, paulo andrade (foto), adriana cascaes, nanche Las casas, Fernando Lopes e Ribamar Fonseca. À venda no Mercado Municipal (508 sul), na Vila Morena (QI 13 do Lago sul) ou pelo telefone 8520.1752.

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móvel fashiono estiloso banco chandoba é feito para quem adora sair do lugar-comum. produzido em plástico aBs, resistente e duradouro, pesa apenas seis quilos e é 100% reciclável. Mede 57 x 45 x 57 cm e aguenta até aquele tio gordo

que pesa 150kg. não mais que isso... À venda na loja Etna do shopping ID.

árvore pra lá de original

aqueles pequenos suspiros preparados com farinha de amêndoas, os macarons, não têm

uma origem muito definida. os franceses assumem a paternidade, muito embora os

italianos garantam que a receita original, o maccherone, é deles. polêmica à parte, o certo é que o chef francês Daniel Briand foi

quem criou esta deliciosa árvore de natal, um cone de 35 cm de altura, todo decorado

por 46 deliciosos macarons. o colorido variado vem dos sabores de cada delícia: o

verde do pistache, o vermelho da framboesa, o amarelo da baunilha e assim por diante.

apenas sob encomenda (3326.1135).

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para elasperguntaram uma vez à estilista coco chanel: “onde uma mulher deve usar perfume?”. E ela respondeu, sem titubear: “onde ela quiser ser beijada”. nada mau, portanto, presentear a mulher amada com o Hypnôse, perfume feminino da Lancôme (frasco de 30 ml), à venda na rede de perfumarias Lord.

Quebra-cabeçasDiz a lenda que esses jogos foram inventados no século XV para divertir os entediados senhores feudais. Três séculos depois, o geógrafo inglês John spilsbury teve a ideia de colar seus mapas em madeira e cortá-los em pedaços para, depois, juntá-los novamente. chamou a brincadeira de “mapas dissecados” e usou-a para fins educativos. Que tal, então, presentear meninos e meninas a partir de sete anos com esse brinquedo secular? Tem 108 peças com ilustração de vários monumentos de Brasília e já vem com identificação dos edifícios e texto sobre a cidade no verso, em português e inglês. produzido pela Brasília conceito, está à venda no quiosque 15 do Brasília shopping.

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feng shuyEm toda família há sempre aquela pessoa ligada

em yang e yin ou em tudo que diga respeito à sabedoria oriental, não é mesmo? Então está

aí uma ótima dica para presenteá-la neste fim de ano. um enfeite de madeira em forma de

compasso Feng shuy (vento e água). De acordo com os praticantes dessa arte milenar, é possível

harmonizar um ambiente, atraindo-se as boas energias e afastando-se as más. À venda na loja Etna do shopping ID.

família de adesivosa mais recente onda das menininhas descoladas é colecionar ou enfeitar seus computadores com adesivos mil. a inspiradora da vez é Mabi, a personagem pré-adolescente da novela Tititi, da Rede Globo, vivida pela atriz clara Tiezzi. pensando nessa galerinha, a artista plástica Denise Brandt criou toda uma família de adesivos que podem ser vistas até no notebook daquela precoce personagem. Em 24 modelos, a R$ 4 cada. À venda na arkitetônikos (409 sul), centopeia (Terraço shopping), serelepe (108 norte) e Estação da criança (aeroporto).

caixa de Natal Você foi convidado para uma ceia de natal na casa de um amigo, perguntou o que era preciso levar e ele respondeu que “apenas sua presença basta?”. Maravilha. Mesmo assim é de bom tom levar algum presente comestível para impressionar. Que tal, então, esta caixa que vem com um panetone trufado (720g), um papai noel de chocolate (170g), pastilhas de chocolate e biscoitos mil cocos? Está à venda na recém inaugurada comchocolat (214 sul).

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Telmo Ximenes

boas FEsTas

Época de rever velhos amigos, de estar com a família, de lembrar

sentimentos nobres como o amor e a solidariedade, de fazer planos para o futuro que dificilmente se tornarão realidade, o Natal e o Ré-veillon são também ocasiões em que até os mais rigorosos com a manutenção da dieta dão suas escapulidas. Seja para quem deseja degustar alguns pratos especiais, ou para quem só pensa mesmo em cair na farra, comemo-rando a chegada de um novo ano, essas datas há muito se tornaram grandes festas gas-tronômicas.

Em casa de familiares e amigos, ou em algum bom restaurante, o Natal jamais se-rá completo sem a tradicional ceia. Este ano, muitos restau-rantes optaram por não abrir na noite de 24 de dezembro. É o caso, por exemplo, do Bier Fass (Pontão do Lago Sul), Triplex (Centro de Lazer Beira Lago), Ilê (209 Sul), BSB Grill (304 Norte e 413 Sul), San Marino (210 Sul), Gula Capital (716 Norte), Oca da Tribo (Setor de Clubes Sul), Villa Borghese (201 Sul) e Tratoria Mediterraneo (408 Norte). Em compensação, são inúmeras as opções para festejar a virada do ano fo-ra de casa (veja nas páginas 20 e 21)

Um dos restaurantes que vão funcio-nar na noite de Natal é o Da Noi, do chef Dudu Camargo, localizado no hotel Gol-den Tulip Brasília Alvorada. Lá, a ceia na-talina começa com cinco tipos de saladas e torta de frango com abacaxi. Como pratos

Então é Natal...

quentes, a casa servirá os mais tradicio-nais da época, como lombinho recheado com damasco e castanhas, leitão a pururu-ca, peru ao molho de champanhe e ten-der, além de um peixe assado ao molho de tangerina. De sobremesa, as inevitáveis rabanadas e pratos à base de panetone – pavê e panetone trufado com frutas secas. O Da Noi também abrirá no Réveillon com cardápio que inclui, entre outros pra-tos, quiche de bacalhau, tender ao molho de mel de laranjeira e capim santo e salada de arroz com salmão.

Também a rede Dom Francisco criou

um cardápio especial para as comemorações natalinas, aten -den do nas casas da Asbac, Academia de Tênis e 402 Sul. São duas opções de entrada, duas de pratos principais (pei-to de peru ou bacalhau na brasa) e outras duas de sobre-mesa, como a rabanada de pa-netone com sorvete de bauni-lha. No almoço do dia 25 o mesmo cardápio será ofereci-do na Asbac e na Academia de Tênis. Para a ceia de Ré-veillon, o cardápio do Dom Francisco exibe como pratos principais o tradicional baca-lhau na brasa da casa e um prime rib suíno.

Nos restaurantes do Com-plexo Brasil 21, no Setor Ho-teleiro Sul, há opções para as duas datas. O Norton Grill, por exemplo, terá um bufê na-talino com alentada mesa de frios – presunto defumado ca-ramelado com cravos, terrine de fígado ao champagne, patê de salmão e robalo em geleia de limão e espelho de filé de

truta defumada – e saladas especiais. En-tre as opções quentes estarão o tradicional peru com molho de laranja, leitão a puru-ruca com melaço de cana, noisette de filé café de Paris, suflê de bacalhau na nata e gruyère, risoto de surubim defumado com maçã, banana e pêra e arroz natalino com frutas secas. No capítulo sobremesas, o imprescindível panetone ao chocolate, o tradicional tronco de Natal francês, raba-nada ao vinho tinto, torta de ganache e ce-reja, torta de morango com suspiro e pu-dim de leite. O bufê custa R$ 80 por pes-soa, fora as bebidas e os 10% da taxa de

Feliz Ano Novo

Peixe Sagres, do Bier Haus

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boas FEsTas

esplanada dos ministériosa comemoração oficial do Réveillon será novamente no Eixo Monumental. até o fechamento desta edição a secretaria de cultura ainda não havia divulgado a pro-gramação, mas o certo é que haverá a tradicional queima de fogos à meia-noite e várias atrações musicais.

réveillon preto & branco

a consagrada festa (na foto abaixo, a do ano passado) chega à sua 17ª edição. o bufê as-sinado pelo chef gaúcho Richard schneider é completíssimo, com direito a entradas, saladas, pratos quentes e sobremesas. para molhar o bico, open bar com uísque, es-pumante, cerveja, refrigerante e água. na programação musical, samba com a canto-ra Renata Jambeiro, choro com o grupo Fina Estampa e clássicos do pop-rock dos anos

80 e 90 com o BsB Disco club. o DJ andré Raposo toma conta do som mecânico. para completar, queima de fogos à meia-noite.

local: royal Tulip brasília alvorada, das 22 às 6h. preços (meia entrada, 1º lote): r$ 350 (foyer), r$ 400 (área vip com mesas de 6 e 12 pessoas) e r$ 250 (crianças de 8 a 14 anos). crianças de até 7 anos não pagam. informações: 3424.7217.

Nossa praiaa nona edição da festa tem open bar, open food, queima de fogos e quatro ambientes. o túnel Warung Beach club é para quem gosta de música eletrônica, com os DJs add 2 Basket (Hungria), Dee Keepers (argentina), Brankko Von Holleben, arnaldo amaral e Igo cordoba. na pista Exxclusive Anos 80, as DJs Telma & selma tocam rock dos anos 80 e o cantor Leo Maia faz show em tributo a seu pai, Tim Maia. na área sertanejo premium, shows com Júnior & Marlon, Marcelo paiva & santiago e DJ naldo campos.

local: pontão do lago sul, das 22h30 às 7h. preços: r$ 140 (feminino) e r$ 160 (masculino). para ter acesso ao louge flutuante i maestri, r$ 200 (feminino) e r$ 230 (masculino). informações: www.nossapraia2011.com.br.

bierfasso restaurante do pontão do Lago sul ofe-rece bufê especial com entradas, jantar e

Para virar o ano em alto astralpassar o Réveillon em Brasília não costuma ser a primeira opção de quase ninguém. Mas, se não houve jeito de dar aquela escapada para a praia, a solução é ir a uma dessas festanças recheadas de comes e bebes - além de muita animação, claro. Fizemos um levantamento de algumas das melhores e mais tradicionais festas da cidade, para o nosso leitor virar o ano em grande estilo.

serviço. Entre as sugestões etílicas figuram o espumante nacional Luiz Argenta Brüt (R$ 68) e o tinto chileno El Huique Car-menère (R$ 65).

Já os restaurantes Miró e Dali, do mes-mo Brasil 21, terão cardápios especiais so-mente na noite de Réveillon. De entrada, “hamoneira’’ de presunto Salamanca com bruschettas de pão grelhado e foie gras de canard Mulard perfumado sobre geleia de sidra, entre outros quitutes. Opções de sa-ladas, couscous marroquino e ceviches de robalo e, entre os pratos quentes, picanha de cordeiro na crosta de macadâmia, lom-bo de bacalhau com batatas enrugadas, alho assado e azeite esporão e paella de frutos do mar (camarão, lula e lagosta).

Entre as seis opções de sobremesas, ga-teau trufado de chocolate amargo e pirâ-mide de frutas. Depois da meia-noite, a tradicional sopa de lentilhas com lombi-nho e torradas com parmesão para atrair bons fluidos para 2011. O bufê, em am-bos os restaurantes, custa R$ 155 por pes-soa mais taxa de serviço, com direito a uma garrafa de espumante por casal e mú-sica ao vivo.

Para quem não quiser “enterrar os os-sos” da noite anterior no almoço do dia 25, uma dica é o Bier Hauss, que servirá bacalhau, peru à moda e leitão à pururu-ca. O restaurante também abre na noite de Réveillon com um cardápio à base de frutos do mar, como o “camarão da vira-

da”, que na verdade contém também la-gosta e badejo grelhados, acompanhados de risoto de champignon e palmito e bata-tas recheadas com catupiry e ervas. Para essa data, cada mesa será brindada com uma garrafa de espumante.

Há também quem prefira passar a noite recebendo parentes e amigos em torno da árvore de Natal, mas sem en-frentar a trabalheira da cozinha. Para es-tes, a melhor solução é recorrer aos res-taurantes que aceitam encomendas, espe-cialmente de assados. Na Belini, por exemplo, algumas opções são o tender, o peru à Califórnia recheado com farofa, o salpicão de salmão e o arroz com amên-doas, damascos e passas. Para a sobreme-

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sobremesas, além de bebidas variadas, tudo incluído no preço. a animação fica por conta da banda de pop-rock Magoo e de DJs convidados. a cereja do bolo é a queima de fogos com a bela vista do pontão.

local: pontão do lago sul, a partir das 22h. preços: r$ 330 (adultos) e r$ 170 (jovens de 6 a 15 anos). crianças de até 6 anos não pagam. informações: 3364.4041.

carpe diem um dos restaurantes mais tradicionais de Brasília celebrará o Réveillon em duas de suas casas. na da 104 sul, música ao vivo com a banda Galeria. no pier 21, quem comanda o som é o DJ Fábio. Em ambas as festas o cliente terá direito ao bufê com as especialidades da casa, além de open bar com uísque, chope, vinho e espumante.

local: 104 sul e pier 21, a partir das 22h. preços: r$ 150 (dinheiro ou cartão de débito) ou r$ 175 (cartão de crédito). crianças de até 12 anos pagam meia. menores de 4 anos não pagam. informações: 3225.5301/3223.0544.

kizombaa festa promovida pelo sindicato dos Jorna-listas do DF terá shows de vários estilos: black music com Ellen oléria, samba com carna-vália e pop-rock com angel Duarte. além de música ao vivo, DJs garantirão que a música não pare nunca. o ingresso dá direito ao bufê e a open bar com cerveja, vodka, caipiroska, ice, água e refri.

local: clube da imprensa, a partir das 21h. preços: r$ 300 e r$ 150 (meia). informações: 3032.6175.

réveillon do iatea grande atração do jantar de Réveillon do Iate clube são os fogos de artifício, que enfeitarão o céu por cerca de 20 minutos. segundo a organização, é o maior show

pirotécnico da virada em Brasília. Quem anima o baile é a banda DF Music. além de bufê e coffee break, o ingresso dá direito a água, cerveja, refrigerante, vinho, uísque e espumante.

local: iate clube de brasília, a partir das 22h. preços: r$ 360 (lugar à mesa), r$ 2.160 (mesa fechada para 6 pessoas) e r$ 320 (ingresso individual). sócios do iate e dos clubes do exército, aeronáutica e pioneiros têm desconto. crianças de até 7 anos não pagam ou pagam 30% com direito a lugar à mesa. crianças de 8 a 14 anos pagam 30% do valor do ingresso. informações: 3329.8743.

réveillon federalshows com pedro paulo & Matheus, carna-vália, clima de Montanha e DJs Marcinho e cláudio Reis. a área Vip dá direito a vodka, cerveja, água e refrigerante. Quem optar pela mesa também tem direito ao open bar, a uma garrafa de espumante e a bufê de caldos e salgados. Quem preferir a área de backstage tem tudo isso e mais uísque e aces-so a tendas com DJs de música eletrônica.

local: Ópera hall (antigo marina hall), a partir das 22h. preços: r$ 60 (área vip), r$ 120 (backstage) e r$ 460 (mesa para 4 pessoas). informações: 3425.3300.

capital mixas atrações da festa são os grupos coisa nossa (samba), capital do samba (samba e pagode), pá Virada (axé) e o DJ Joãozinho chapéu de couro. Haverá ainda um am-biente com música eletrônica. os convites individuais dão direito a open bar com vodka, hi-fi, energético, refrigerante e água. as mesas dão direito a tudo isso e ainda a uma garrafa de champanhe, bufê de salga-dos e frutas da estação.

local: espaço look (ascade Náutica, no setor de clubes sul), a partir das 22h. preços: r$ 350 (mesa para 4 pessoas) e r$ 50 (individual). informações: 3226.4503

We love brazilna boate do Gil-berto salomão, a virada do ano terá open bar de uís-que Ballantine’s, champanhe Mumm, vodka absolut, cerveja skol Beats, sucos e água. para for-rar o estômago, festival de sushis e salgados e doces finos da Torteria di Lorenza. Quem ficar até o final ainda poderá des-frutar de um café da manhã completo. a casa também oferece lounges exclusivos para 10 pes-soas cheios de mordomias, com preços sob consulta. no som, house music com o DJ italiano Gio Di Leva (foto), o argen-tino Teclas e a mineira camila peixoto.

local: hype lounge (gilberto salomão), a partir das 22h. preços: r$ 120 (feminino) e r$ 180 (masculino). informações: 3365.2005.

réveillon parou Tudoa festa promovida pelo portal GLs parou Tudo terá três pistas com os DJs Breno Barreto (sp), Gustavo scorpio (RJ), Laurize oliveira (Go), Gilmar Golucho, costta, Fernando cunha, Hllen chic, Ed Hollywood, Mindcontrollers, Leo in Hell, Wilsonemov e Muchacha Loca.

local: blue space brasília (sof sul), a partir das 22h30. preços: r$ 25 (antecipado 1º lote), r$ 65 (antecipado camarote chili pepper), r$ 35 (até 23h30), r$ 45 (após 23h30) e r$ 85 (camarote chili pepper). informações: 8403.4355.

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da Noigolden Tulip alvorada (3429.8100)dom francisco402 sul (3224.1634)asbac (3224.8429)academia de Tênis (3316.6285)Norton grillcomplexo brasil 21 (3218.5550)miró complexo brasil 21 (3031.2121)dali complexo brasil 21 (3039.8162)bier hauss402 sul (3224.3535)belini113 sul (3345.0777)feitiço mineiro306 Norte (3272.3032)oba hortifrutiwww.redeoba.com.br

sa, torta de morango com chocolate ou o tronco de Noel.

O Feitiço Mineiro é outro restaurante que aceita encomendas antecipadas de as-sados. No cardápio, pernil, leitoa assada, lombo à mineira e peru. Todos já decora-dos com frutas e prontos para ir direta-mente para a mesa da ceia.

Por falar em decoração: a rede de mer-cados Oba Hortifruti elaborou um cardá-pio que inclui frutas e frios já prontos pa-ra ir à mesa, entre eles uma árvore de Na-tal de frutas secas, torres e tábuas de frios em apresentações especiais para compor a decoração da mesa. O mercado também aceita encomendas de assados, que pro-mete entregar ainda quentinhos.

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brasília internacionalGreen Day, A-Ha, The Black Eyed Peas, The Cranberries, Franz Ferdinand, Moby, Simple Minds, Simply Red, B.B. King, Creedence Clearwater Revisited, Johnny Winter e Peter Frampton são só alguns dos nomes que puseram Brasília de vez na rota dos grandes shows internacionais em 2010. O novo ano nem chegou e cinco atrações de grande porte já estão confirmadas para o primeiro semestre. A primeira delas, em 16 de fevereiro, é a banda punk pop norte-americana Paramore, que se apresenta no Ginásio Nilson Nelson para delírio do público adolescente. Quatro dias depois, no mesmo local, será a vez de uma boyband que também já causou muita histeria entre as adoles-centes. Os Backstreet Boys retomaram as atividades recentemente e passam por Brasília para matar a saudade de quem já se descabelou pelos garotos. No dia 16 de março, a colombiana Shakira encabeça o Pop Music Festival, que ainda promete confirmar outras atrações. Passando do pop para o heavy metal, o Iron Maiden volta à cidade depois de dois anos para um show no estacionamento do Ginásio Nilson Nelson, dia 30 de março. Apenas alguns dias depois, outro ícone do heavy metal finca seus pés no Nilson Nelson: o príncipe das trevas, Ozzy Osborne, se apresenta na capital dia 4 de abril.

mostrafotográficaVai até 18 de fevereiro, na Câmara dos Deputados, a exposição

Prêmio Câmara de Fotografia, com 40 trabalhos selecionados por aquela casa legislativa. Os três primeiros colocados - André Dusek

(foto), Marina Noleto e Maria Silvia do Prado (Mariáh) - ganharam R$ 10 mil, R$ 6 mil e R$ 3 mil, respectivamente. Os demais 37 fotógra-

fos receberam certificados de menção honrosa. O concurso foi criado para marcar o cinquentenário da cidade e teve como tema “50 anos da

Câmara em Brasília”. Como critério de escolha a comissão julgadora observou, além da técnica, a adequação ao tema, o ineditismo, a criativi-

dade e a proposta artística. A comissão foi composta pelo supervisor do Espaço Cultural Zumbi dos Palmares, André Amaro, pelos fotógrafos Sônia Baiocchi e Reynaldo Stavale, além dos funcionários da Câmara, do publicitário Mauro de Deus e do técnico

em licitações Silvio Hofstatter. Diariamente, das 9 às 18h, no corredor de acesso ao plenário. Entrada franca.

seisemumaO recesso parlamentar promete ser de retrospectiva em matéria de exposições. Até 16 de fevereiro do próximo ano o brasiliense poderá ver a mostra Brasília, capital da cultura, que reúne traba-lhos de fotógrafos exibidos na Câmara dos Deputados ao longo de 2010 para homenagear o cinquentenário da cidade. A única exceção a essa regra se refere à mostra Congado Festival Brasília 50 anos, dos fotógrafos Marcelo Cícero e Luiz Alves. Eles registraram apre-sentações do congado mineiro durante as comemorações do aniver-sário de Brasília, dia 21 de abril. As outras cinco são exposições de Tatiana Reis, que fotografou festivais de cultura popular; Patrick

Grosner, o rock dos anos 90; Bento Viana, com sua Brasília iluminada; Dalton Camargos, em sua homenagem ao teatro da cidade e, finalmente, dos fotógrafos do Correio Braziliense – Daniel Ferreira, Iano Andrade, Ronaldo de Oliveira, Monique Renne, Edilson Rodrigues, Bruno Peres, Paulo de Araújo e Gustavo Moreno – que clicaram belos momentos do esporte em Brasília, como o que ilustra esta nota. De segunda a sexta, das 9 às 17 horas, no Espaço Cultural Zumbi dos Palmares, com entrada franca.

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Shakira: 16 de março

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obracoletivaA professora Thérèse Hoffman propôs e um grupo de cinco alunos do Departamento de Artes Visuais da UnB aceitou o desafio: produzir uma obra que conseguisse regis-trar a essência de Brasília, no ano em que a cidade completou 50 anos. Trabalhando durante três meses, de oito a dez horas por dia, Clarissa Paiva, Fernando Nisio, Lauro

Gontijo, Netinho Maia e Wesley Souza criaram uma tela de 2,10 x 1,6 m em forma de mosaico. O trabalho coletivo, uma pintura a óleo, recebeu o Prêmio de Artes Plásticas Marcoantonio Vilaça 2009 e está exposto até 28 de janeiro na Casa de Cultura da América Latina da UnB (CAL). De segunda a sexta-feira, das 10 às 20h; sábados, domingos e feriados, das 12 às 18h. O CAL fica no edifício Anápolis (SCS). Entrada franca.

saidaredeRedes sociais de relacionamento, sites especializados, blogs e web

rádios são hoje exemplos de como a revolução digital modificou o

modo de se produzir, difundir e consumir música. Foi a partir

dessa constatação que o CCBB concebeu o projeto Sai da rede, em cartaz de 7 a 23 de janeiro.

Artistas como Lucas Santana, Tiê (foto), Isaar, Burro Morto, Lulina, Instituto, Letuce, Tulipa Ruiz e João Brasil farão nove shows e

poderão mostrar seu trabalho fora dos domínios da rede. A escolha dos nomes foi feita pelos pesquisadores de música brasileira Amanda Menezes e Pedro Seiler. Sextas e sábados, às 21h, e

domingos, às 20h. Ingressos a R$ 15 e R$ 7,50. Confira a progra-mação em www.bb.com.br. Informações: 3310.7087.

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paraquando2011chegar Quem não for viajar em janeiro pode – e deve – aproveitar a chance de visitar algumas boas exposições que começaram no fim do ano e vão ficar em cartaz até meados ou fim do primeiro mês do próximo. Uma delas é Di Cavalcanti desenhista, com obras do artista plástico carioca cujo traço inconfundível retratou até o poetinha Vinícius de Moraes. Na Caixa Cultural, só até o dia 16. Deve-se aproveitar a ida ao local para visitar

a mostra de foto-grafia de André Cypriano, que fez belo registro de um patrimônio cultural brasileiro: a capoeira.

Também até o dia 16. Ambas têm entrada franca. As duas exposições em cartaz no Instituto Cervantes (707/907 Sul) foram prorrogadas até 2011. Na primeira estão 25 obras arquitetônicas produzidas por arqui-tetos formados na Faculdade de Arquitetura de Montevidéu. Na segunda, 31 fotografias em grande formato e outras 110 imagens registradas pelo artista madrilenho Fernando Manso, todas tendo como tema o céu de Madri. A primeira fica em cartaz até o dia 26 e a segunda até 29 de janeiro de 2011.Finalmente, não dá pra deixar passar a prorrogação da exposição Corpos, no ParkShopping, já visitada por 80

mil pessoas só aqui em Brasília. Quem ainda não foi tem até 30 de janeiro para

conhecer o interessante trabalho do Dr. Roy Glover, organizador da mostra, que apresenta 12 corpos

inteiros e quase 250 órgãos reais conser-vados em silicone emborrachado líquido. Ingressos a R$ 40 e R$ 20. Até 9 de janeiro, quem comprar um ingresso ganha 50% de desconto no segundo. De segunda a sexta-feira, exceto feriados. Informações: 4003.5588.D

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Iron Maiden: 30 de março

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culTura popuLaR

O mímico

por viceNTe sá

Corre o ano de 1984. A Esplanada dos Ministérios está quase toda tomada por milhares de jovens que pedem, com músicas e palavras de ordem, elei-ções diretas. O clima é de alegria e expectativa. No meio da multidão, um

clown de roupas listradas e rosto pintado de branco mostra, através dos gestos, seu coração pulsando de esperança. E logo após a derrota da Emenda Dante de Oliveira o mesmo clown traduz a tristeza da multidão, que é também a tristeza de todo um país. Essa performance, que apresentou ao Brasil o jovem e talen-toso mímico Miquéias Paz, deu grande impulso a uma carreira em que arte e poesia estiveram sempre ligadas.

Nascido há 46 anos no Paraná, mas filho de pais nordestinos, Miquéias chegou a Brasília com apenas quatro anos. O menino negro, pequeno e ágil conheceu logo cedo a experiência de lidar com o público, inicialmente nos

púlpitos da igreja frequentada por sua família. Caminho que ele trocaria pelos movimentos rápidos das pistas de corrida, onde se tornaria um fundista durante boa parte da juventude. Ele mesmo acreditava que seu tipo físico só se adaptaria a esse tipo de atividade. Isso até ser inscrito, contra a vontade, num grupo de teatro da escola. Aí, um novo universo, mais rico de almas femininas, conquistou de vez o rapaz que, mesmo depois de se tornar mímico, jamais abandonaria a carreira de ator.

“Eu me defino assim, como um ator mímico ou um mímico ator. Pois comecei como ator e quase sem querer, em uma turnê por Paracatu, desen-

volvi meu primeiro trabalho de mímica, que, de tão bem aceito, me levou para esse rumo da arte”, explica Miquéias. Com o mesmo trabalho criado em

Paracatu, ele passou a se apresentar nas escolas do DF e começou a ser reconhe-cido como um dos primeiros mímicos da cidade. Seu trabalho chamava a atenção

pela originalidade e pela tintura social e política que o envolvia. Já pego pela paixão da mímica, passou a fazer todas as oficinas que apareciam na cidade,

ou mesmo em São Paulo e no Rio de Janeiro, com os maiores nomes da mímica no Brasil. “Isso me ajudou a elaborar melhor meus quadros e espetáculos e me abriu muito o horizon-te da percepção do que era a mímica, além de me dar a possibilidade de participar de festi-vais de mímica e até fazer cursos no exterior”, lembra.

Nos anos 80, Miquéias foi para a Inglaterra e, mesmo sem entender uma palavra de inglês, fez oficinas com David Glass, mímico que usava sons tirados do próprio corpo em uma sono-plastia feita ao vivo para cada quadro. A experiência foi tão enriquecedora para o artista can-dango que ele define seu trabalho como “antes e depois de David Glass”. A oficina também rendeu um convite de outro oficineiro para participar de um espetáculo por toda a Europa durante dois anos, num grupo que reunia seis integrantes, cada um de um país diferente.

Ao retornar ao Brasil, em 1984, é que aconteceu a votação da Emenda das Diretas Já. Após sua performance, passou a ser convidado para se apresentar em sindicatos e movimen-tos sociais de esquerda do Distrito Federal, o que acabou por levá-lo, alguns anos depois, a candidatar-se pelo PC do B a deputado distrital. Foi eleito com uma votação expressiva, graças principalmente ao eleitorado jovem da capital da República.

de Brasília

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por lúcia leão

foTos rodrigo oliveira

Há 26 anos, uma comunidade co-nhecida como “do Maciel”, qua-se um gueto no alto do Pelouri-

nho, decidiu que também deveria se bene-ficiar da revitalização daquela região do centro de Salvador, que o governo da épo-ca transformara em bem de capital de uma promissora indústria do turismo. Investia-se muito dinheiro para recupe-rar o casario e o calçamento das ladeiras que testemunham a pujança da primeira capital brasileira, inclusive o largo onde os negros recebiam os castigos impostos por seus senhores. Era, portanto, tempo de resgatar as populações afro-brasileiras

Música

descendentes dos escravos e o patrimô-nio imaterial que elas cuidadosamente guardaram, por gerações, sob o musgo da exclusão econômico-social.

Daí surgiram a banda Olodum, a festa dos sons, e seu braço educacional, o Proje-to Rufar dos Tambores. “É lá que estão as raízes do Ó Bará e de centenas de outros grupos rítmicos e culturais de fundamen-to africano que se espalham pelo Brasil e pelo mundo”, faz questão de destacar Geor- ge Angelo, enquanto prepara mais uma aula aberta do Ó Bará, que acontece nas manhãs de sábado no Parque da Cidade, bem atrás do prédio da administração.

Um a um, no ritmo lento e cadencia-do que tão bem caracteriza a cultura baia-na, os participantes se aprochegam e esco-

Além de formar percussionistas e difundir a cultura afro-brasileira, projeto Ó Bará oferece cursos profissionalizantes a 40 jovens carentes

Mas a rigidez de caráter aprendida ainda nos púlpitos – e estendida pela poesia aos quadros e espetáculos cria-dos por Miquéias Paz – não conse-guiu conviver com as jogadas mesqui-nhas da política e ele, após cumprir o mandato, deixou de lado a carreira parlamentar. Hoje, Miquéias se divi-de entre projetos sociais desenvolvi-dos com alunos de escolas públicas, direção de grupos teatrais, espetáculos criados por ele mesmo e a apresenta-ção de shows e eventos. É o mestre de cerimônia das noites culturais do açougue T-Bone e, entre outras festas de projeção, apresentou os comícios de inauguração do comitê e de encer-ramento da campanha da presidente eleita Dilma Roussef em Brasília.

Para o ano que vem chegando, Mi-quéas reconfigura um espetáculo cheio de lirismo intitulado Folhas de outono, onde contracena com um de seus seis filhos, também mímico, con-tando a história de um asilo de idosos. Quem desconhece ou conhece pouco seu trabalho também pode encontrá-lo na internet, onde vários de seus es-quetes estão disponíveis. Segundo as más línguas, são trabalhos de deixar qualquer um sem fala. e cidadania

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lhem um entre os quase 50 instrumentos que o Ó Bará guarda no depósito da admi-nistração do Parque e que George e a “tur-ma da diretoria” retiram e dispõem em fi-leiras: à frente os repiques, tambores meno-res e de som agudo, e na sequência os três tipos de surdo que os criadores do Olo-dum, e depois todos os seus seguidores, identificam como de “marcação de um”, “marcação de dois” e “de fundo”, com diâ-metro, timbre e ritmo básico distintos.

George foi formado – ou forjado, co-mo prefere – no Olodum e no Rufar dos Tambores, a “escola sem paredes” onde até hoje meninos e meninas do Maciel re-cebem o ensino fundamental, aprendem o beabá do inglês e do espanhol, são ini-ciados na dança afro, na capoeira e, é cla-ro, na música, não apenas rítmica mas também harmônica, inclusive na leitura de partituras. De lá, alçou voo para ou-tras bandas e correu mundo tocando tambor até chegar em Brasília, há três anos, para plantar, junto com o compa-nheiro de jornada Zeu Goes, a semente que traz desde o Pelourinho.

“Assim como o Olodum não é só uma banda, o Ó Bará também é muito mais. Na nossa sede, no Guará, oferece-mos cursos inteiramente gratuitos de música, de edição e montagem de vídeo, de fabricação de instrumentos e de serra-lheria. Atualmente temos 40 alunos”, conta um orgulhoso George.

O ensaio semanal no Parque já for-mou ritmistas que garantem uma forma-ção básica à Ó Bará – “o caminho da prosperidade” –, que até se apresenta pro-fissionalmente em alguns eventos. Mas segue aberta a quem chegar. E chegam desde os capoeiristas da UCDF (União de Capoeira do Distrito Federal), que tam-bém utilizam o espaço do Parque para suas rodas, até caminhantes desavisados, que cedem à atração fatal dos tambores.

Foi assim com Jana Hannigan, que já havia se fascinado pelos tambores de um grupo de imigrantes brasileiros que co-nheceu na pequena cidade onde mora-va, no interior dos Estados Unidos. Hoje professora da Escola Americana, em Bra-sília, não hesitou em gastar todo o seu parco português e pedir licença para ela e os dois filhos se agregarem ao Ó Bará. Na hora recebeu um surdo de “marcação de dois” e as crianças foram encaminha-

das para os repiques da primeira fila, ao lado do filho de George. Jana e suas crianças, assim como os demais integran-tes da Ó Bará, repetiram disciplinada-mente e por quase duas horas os exercí-cios comandados com vigor e humor pe-lo mestre George. E garantiram que no outro sábado iriam voltar.

O Ó Bará estará lá, pra quem quiser participar – ou apenas ver. É assim que se espalham as sementes do Olodum.

A americana Jana Hannigan (abaixo): duas horas de ensaio no Parque da Cidade sob a batuta do mestre George

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galeria DE arTe

De acordo com o budismo, todas as coisas do universo estão conecta-das. Esse princípio norteou o tra-

balho da artista plástica japonesa Mariko Mori, que a partir de 24 de janeiro vai ocu-par os amplos espaços do CCBB, no Setor de Clubes Sul. Mundos fantásticos e seres espetaculares estarão representados em grandes instalações, fotografias e vídeos que parecem surpreendentemente reais, “numa mescla de temas aparentemente opostos como religião e ciência, natureza e cultura, passado e futuro”.

Com trabalhos em espaços cultuados, como Guggenheim e MoMa, de Nova York, Museu de Arte Contemporânea, de Tóquio, e Centro Georges Pompidou, de Paris, Mariko Mori expõe pela primeira vez no Brasil. Segundo disse em entrevista recente, “um artista vê o mundo, olha pa-ra o momento presente, com um ponto de vista especial; ele expressa o que vê em seu campo particular de visão”. E faz ques-tão de enfatizar: “Tenho que criar o mun-do para poder respirar no mundo; eu não existo se não crio”.

A exposição Mariko Mori – Oneness, que fica em cartaz até 3 de abril, trará dez trabalhos da artista, todos imensos, co-

A arte conectada de Mariko MoriPela primeira vez no Brasil, pintora japonesa expõe no CCBB até abril

mo o Wave Ufo (acima) com mais de seis toneladas. Trata-se de um interessante objeto híbrido, máquina e escultura ao mesmo tempo, com uma espécie de cáp-sula capaz de acolher três visitantes por vez e que funde, em tempo real, computa-ção gráfica, ondas cerebrais, som e enge-nharia arquitetônica para criar uma expe-riência interativa dinâmica. A obra se re-nova incessantemente; nunca é a mesma.

O trabalho que dá nome à exposição, Oneness, apresenta um círculo de seis fi-guras confeccionadas em technogel (mate- rial novo, que fica entre o sólido e o líqui- do), medindo 1,35 m, que interagem ao toque do visitante. Oneness é uma alego-ria da conectividade, “uma representa-ção do desaparecimento dos limites en-tre si mesmo e os outros”. É, segundo a artista plástica, “um símbolo da aceita-ção do outro e um modelo do conceito budista de unidade, de que o mundo existe como organismo interconectado”.

Outro destaque da exposição é o Trans- circle, anel de nove pedras de vidro colori-das e brilhantes, controlado interativa-mente, numa fantástica reinterpretação dos círculos de monolitos pré-históricos.

Mori recebeu vários prêmios ao longo

mariko mori – onenessde 24/1 a 3/4 no ccbb (de 3ª a domingo, das 9 às 21h). entrada franca

da carreira, entre eles a Menção Honrosa da 47ª Bienal de Veneza, em 1997, e o 8º Prêmio Anual como artista e pesquisado-ra no campo da arte contemporânea japo-nesa, em 2001, da Fundação de Artes Culturais do Japão. Atualmente, ela está radicada em Nova York.

De Brasília, a mostra segue para o CCBB do Rio de Janeiro (9 de maio a 17 de julho) e de São Paulo (22 de agosto a 23 de novembro de 2011).

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por rafael imoleNe

foTos sérgio alberTo

O Peru não é nada daquilo que eu imaginava. É melhor. Muito melhor. Sou daqueles brasilei-

ros que conhecem mais a Europa do que os nossos vizinhos sul-americanos. Estava na hora de começar a mudar essa situação vexaminosa. E o Peru foi um pontapé ini-cial certeiro.

Na verdade, tudo começou em 2009, quando eu estava nas Muralhas da Chi-na e encontrei um casal de ingleses que me disse: “As Muralhas são de tirar o fô-lego. Mas não se comparam às paisagens do Lago Titicaca”. Incrível. Eu atravessei o mundo para ouvir que tem coisa mais deslumbrante bem do lado do Brasil.

Prometi a mim mesmo visitar o quan- to antes o Peru, a Bolívia, a Colômbia e o Chile. O voo direto ligando Brasília

diário DE viagem

Peru express e encantadorEm pouco mais de quatro horas de voo, somos transportados parauma nova realidade, com cores, sabores, sons e atmosferas únicos

a Lima foi o empurrão que faltava. São quatro horas e meia no avião, o mesmo tempo de uma viagem de ônibus até Caldas Novas.

No fim de novembro, embarquei em Brasília com destino a Lima. Uma progra-mação de cinco dias, incluindo no roteiro Cusco e Machu Picchu. Para a primeira experiência no Peru, segui um planeja-mento que recomendo aos interessados em explorar novas cores, sabores, cultu-ras e emoções.

1º dia: CuscoEu e um grupo de amigos chegamos a

Lima pouco antes do almoço. Logo em-barcamos para a bela Cusco, em um voo de 50 minutos. A cidade, antiga capital da civilização inca, fica a 3.400 metros de al-titude, onde as montanhas peruanas pare-cem estar ao alcance da asa do avião.

É melhor tomar ainda em Lima as

Soroche Pills, pílulas que ajudam a evitar o mal-estar causado pela altitude.

Visitamos o templo inca de Korikan-cha, sobre o qual está construída a Igreja de Santo Domingo. Era costume dos con-quistadores espanhóis erguer suas igrejas sobre os templos incas, para enterrar a cultura local e estabelecer o cristianismo entre os nativos. Logo ao lado fica a impo-nente catedral, com mobiliário e pinturas coloniais.

Desde o primeiro dia experimentamos a riquíssima gastronomia peruana. Peixes, milhos, batatas, filé de alpaca, condimen-tos andinos e temperos da Amazônia, sempre acompanhados de pisco sour, o tradicional e refrescante drink feito de pis-co, limão, claras em neve, gelo e canela.

Jantamos no restaurante Tunupa, que oferece bufê com pratos locais, além de apresentações de música e dan-ça tradicionais.

Vale Sagrado

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2º dia: Vale Sagrado e Ollantaytambo

Pela manhã, visitamos a colossal Ollantaytambo, cidade inca de seis sécu-los que abrigava templos e serviu como fortaleza durante a resistência dos nativos contra os espanhóis, situada a aproxima-damente 90 km de Cusco. No caminho, uma parada para apreciar a paisagem fas-cinante do Vale Sagrado. Fotos e mais fo-tos, de todos os ângulos.

Depois do almoço, pit stop no merca-do de Pisac, para comprar artesanato e lembrancinhas para a familia. No retorno a Cusco, visita ao Parque Arqueológico de Sacsayhuaman, de onde vislumbram-se paisagens impressionantes a partir da fortaleza real. É possível avistar a cidade de Cusco entre as montanhas. Ao cair do dia, com o sol descendo vagarosamente por trás das cordilheiras, a sensação é de paz absoluta.

3º dia: Machu PicchuMadrugamos para chegar antes das

6h30 à estação ferroviaría de Urubamba, a 75 km de Cusco. De lá, seguimos no charmoso trem da Inca Rail por quase duas horas até Aguas Calientes, povoado fincado nos pés da montanha cujo topo abriga a cidade sagrada de Machu Picchu.

Subimos pela montanha de ônibus, chegando ainda cedo ao parque de Machu

Picchu. Passamos quase quatro horas per-correndo as encostas e a cidade que atra-vessou mais de cinco séculos intacta fren-te à ação de terremotos e exploradores.

A cada cinco minutos, um novo suspi-ro. A genialidade da arquitetura inca nos faz questionar se aquele império grandio-so foi realmente obra humana. Como era possível transportar por montanhas pe-dras que chegavam a pesar toneladas? Co-mo construir uma cidade no cume da América e resistir a meio milênio de aba-los sísmicos?

As paisagens, de beleza extraordinária, foram capturadas pelo fotógrafo Sérgio Alberto em inéditas imagens de 360 graus. Serão exibidas em exposição programada para o primeiro trimestre de 2011, em

homenagem aos 100 anos de descobri-mento de Machu Picchu pelo historiador norte-americano Hiram Bingham.

• O clima de outubro a abril é instável em Cusco. Leve roupas para dias quentes e noites frias. Capa de chuva e gorro são indispensáveis.

• Repelente e muito protetor solar para as caminhadas em Machu Picchu. Bonés e chapéus são encontrados a preços acessíveis nas feirinhas locais.

• As Soroche Pills, pílulas contra o mal-estar provocado pela altitude, devem ser tomadas todos os dias. Chá, bala e folha de coca também ajudam, já que são estimulantes.

• Tente preparar uma mala compacta, pois o trem para Machu Picchu tem pouco espaço para bagagem. Outra opção é deixar as malas no hotel em que estiver hospedado em Cusco.

dicas

À esquerda, viela na cidade de Pisac; acima, apresentação de grupo musical e dança no

restaurante Tunupa, em Cusco; abaixo, algumas variedades

de batatas e milho.

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diário DE viagem

4º dia: Matrimônio incaPela manhã, por cortesia do excelente

Hotel Sumaq, localizado às margens do Rio Urubamba, assistimos a um Arac Masi. É o tradicional casamento inca, uma cerimôni-ca cercada de música andina, oferendas, pé-talas, energização e interação com os convi-dados. O matrimônio ocorreu numa mon-tanha, em meio à vegetação amazônica.

Depois de saborear um suculento filé de alpaca no restaurante do Hotel Sumaq, pe-gamos o trem de volta a Cusco. Incrível co-mo, em poucos minutos, o verde das altas árvores da Amazônia dá lugar a uma vegeta-ção rala e inóspita, porém bela, dos Andes.

A noite de Cusco é agitada sete dias por semana, já que a cidade é tomada por turis-tas de todo o mundo. Ótimos restaurantes, bares e muita música madrugada adentro. O agito se concentra nos arredores da Praça de Armas, fundada em 1533.

5º dia: LimaEmbarcamos cedo para Lima. A metró-

pole de 8 milhões de pessoas vive uma ebu-lição gerada pelo crescimento econômico do país e pela ascensão de uma classe mé-dia cada vez mais interessada em moda, ar-quitetura, cultura e gastronomia.

Deixamos a bagagem no hotel Casa Andina Private Miraflores, onde reserva-mos um day use. Em poucas horas fizemos city tour pelo centro histórico, o Parque del Amor, em Miraflores, com vista para o Oceano Pacífico, e um passeio pelo char-mosíssimo bairro de San Isidro, centro fi-nanceiro da capital.

Reservamos a tarde para as compras, já que Lima oferece cosméticos, artesanato, roupas e acessórios de grife a preços muito inferiores aos praticados no Brasil. Com o tempo curto, os shoppings acabam sendo uma opção mais prática.

Depois das compras, voltamos ao hotel para tomar banho e seguir para o aeroporto de Lima. Partimos à 0h30, com a certeza de que retornaríamos.

O charmoso trem da Inca Rail leva os turistas a Águas Calientes,

aos pés da montanha que

abriga a cidade sagrada de

Machu Picchu; ao lado, feira de

artesanato em Ollantaytambo;

abaixo, uma tradicional

cerimônia de casamento inca.

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luz câMERa ação

por sérgio moricoNi

Apesar do preço salgado do ingres-so no Brasil, não é difícil imaginar alguém se deixar levar e entrar na

sala de cinema movido apenas pela curio-sidade do cartaz de Reflexões de um liquidi-ficador. Como assim? – ele diria para ele mesmo, observando a expressão de es-panto da atriz Ana Lúcia Torre, vivendo dona Elvira, a protagonista, carregando o velho eletrodoméstico de cuja boca emer-ge o título mencionado acima e ainda a ressalva, igualmente insólita: “pensar é moer, moer é pensar!”. Estranho, muito estranho, não é mesmo? Especialmente num país onde o fantástico, o surrealismo e mesmo o macabro (apesar de Zé do Cai-xão/José Mojica Marins e Ivan Cardoso) não costumarem atrair o interesse nem se-rem levados muito a sério por nossos pro-dutores e realizadores de filmes.

Óvnis na cinematografia brasileira, Jo-

Filosofia deeletrodoméstico

Novo longa-metragem de André Klotzel retoma a atmosfera fantástica já experimentada em Memórias póstumas de Brás Cubas, sua adaptação para o clássico de Machado de Assis

sé Mojica Marins e Ivan Cardoso, margi-nais e independentes, podem ter deixado um improvável legado entre jovens cineas-tas saídos dos bancos das universidades, jovens com um background intelectual muito diferente do deles, mas que flertam com estéticas popularescas de gênero ten-tadas por Marins e Cardoso, assim como por centenas de cineastas espalhados por todo o mundo nos mais diversos períodos históricos. Aparentemente, as coisas po-dem estar mudando por aqui. Há pouco mais de um mês, a dupla carioca Felipe Bragança e Marina Meliande apresentou no Festival de Brasília o filme A alegria, terceira parte de uma trilogia fantástico-esotérica iniciada com Coração no fogo, se-guida de A fuga da mulher gorila, reafir-mando a viabilidade de uma tendência de filmes que procuram se afastar de uma narrativa realista strictu senso, preferindo investir fortemente na estranheza e na fan-tasia deslavada. Durval Discos, de Anna

Muylaert, seria outro exemplo de filme que vai na mesma direção.

Mais refinado, sutil e de outra gera-ção, André Klotzel faz com Reflexões de um liquidificador uma fábula macabra diverti-díssima. Independentemente de todos os méritos do filme – e eles são muitos – a interpretação de Ana Lúcia Torre, como dona Elvira, é simplesmente antológica. Dona Elvira, dizíamos, é a protagonista, uma senhora, dona de casa comum, su-bitamente preocupada com o sumiço do marido, seu Onofre (Germano Haiut), desaparecido há mais de uma semana. O casal não tem filhos, detalhe importante para a trama que envolve ainda a jovem vizinha (Fabíula Nascimento), o carteiro (Marcos Cesana, ator falecido no último mês de maio) e o investigador de polícia Fuinha (Aramis Trindade). De posse des-sa pequena galeria de personagens, Klot-zel vai aos poucos nos fazer ver o que de fato aconteceu com seu Onofre.

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reflexões de um liquidificadorbrasil/2010, 80min. direção e produção: andré klotzel. roteiro: José antônio de souza. com ana lucia Torre, selton mello, fabíula Nascimento, germando haiut, marcos cesana, aramis Trindade.

Baseado num argumento de José An-tônio de Souza, Reflexões de um liquidifica-dor usa e abusa do humor negro a partir do momento em que o autor da história e o realizador de Marvada carne e Capitalis-mo selvagem (outros dois longas em que Klotzel lança mão de atmosfera mágica e surreal) alçam o prosaico eletrodomés-tico, o liquidificador, à categoria de pro-tagonista! Mas, afinal, não era dona Elvi-ra a protagonista? Pois muito bem, cha-mado de “Caco Velho” por dona Elvira – por estar em desuso, peça de museu, aposentado depois que o boteco de seu Onofre fecha as portas – o liquidificador é restaurado e levado para a casa do ve-lho casal e, pasmem, desanda a falar!

Antes objeto inanimado, Caco Velho (com voz de Selton Mello) agora se torna testemunha e cúmplice da trama macabra e mórbida que vai se seguir. Klotzel – se-guindo as indicações do roteiro, claro – humaniza Caco Velho em todos os senti-dos! Falastrão, o velho liquidificador enta-bula longas conversações com Elvira. Mas não só com ela: é antológica a cena em que Caco Velho, jogado na caçamba de uma camionete junto às tralhas remanes-centes da lanchonete, emite opiniões críti-cas sobre a paisagem que vê no trajeto até a casa de Onofre e Elvira. No bairro do ve-lho casal, as casas velhas e humildes, dis-

postas circularmente para acompanhar as pequenas elevações do terreno, são engol-fadas e quase desaparecem em meio aos tentaculares espigões de pedra dos bairros mais novos e ricos.

O filme de Klotzel é também uma crô-nica, entre o sinistro e o singelo, desse bairro de classe média baixa da cidade de São Paulo. Uma crônica pitoresca – pica-resca, talvez – de seus tipos humanos, in-divíduos anônimos, invisíveis para aque-les que não se dão ao trabalho de olhar e ver. Invisíveis como alguns de nossos vizi-nhos, seres ordinários, cotidianos. Em sua autobiografia, o grande diretor espa-nhol Luis Buñuel relata seu espanto ao perceber que ninguém o notara, nem se-quer se dignara a lhe dirigir o olhar, quan-do, certa vez, decidiu vestir um uniforme de operário e perambular pelas ruas de Madri. As pessoas são desprezivelmente indiferentes em relação aos indivíduos das classes mais baixas, ele conclui.

Reflexões de um liquidificador faz a nar-rativa – lúgubre, reiteramos – do que há de extraordinário no ordinário. É igual-mente um filme sobre a melancolia, sobre a solidão, sobre almas e criaturas vazias, sem vida. Inanimadas como os bichos empalhados de dona Elvira, taxidermista por necessidade, para aumentar um pou-co o orçamento da casa, depois que seu

Onofre se vê constrangido ao trabalho de vigia noturno. Dona Elvira, entretanto, não está morta. Caco Velho está ali para nos fazer lembrar de vidas passadas, de vi-das mal vividas ou desperdiçadas, ou sim-plesmente de vidas vividas no presente co-mo a vida vivida pela jovem e erotizada vi-zinha de dona Elvira. Cacos velhos, quin-quilharias guardadas no porão, são mui-tas vezes a memória de ilusões perdidas. São os nossos bichos de pelúcia empalha-dos. As memórias não são necessariamen-te tristes, ainda que, invariavelmente, tra-duzam o banzo de épocas passadas e da idealizada aurora de nossas vidas.

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a rede social (The social network) eua/2010, 120min. direção: david fincher. roteiro: aaron sorkin, com base no livro Bilionários por acaso – A criação do Facebook, de ben mezrich. com Jesse eisenberg, andrew garfield, Justin Timberlake, amie hammer, rooney mara, James shanklin e dakota Johnson.

luz câMERa ação

por reyNaldo domiNgos ferreira

O cineasta David Fincher retoma a linguagem dinâmica de seus principais filmes para narrar, em

A rede social, a pouco edificante história da criação do Facebook, repleta de golpes e de traições entre seus formuladores, ainda no meio universitário, que resulta-ram em diversas ações judiciais para par-tilhar o êxito do empreendimento avalia-do hoje em 33,7 bilhões de dólares. O roteiro, de Aaron Sorkin, tem a grande qualidade de, sem ser biográfico – não detalhando, por isso, aspectos psicológi-cos das personagens –, criar uma compe-tente dramatização dos fatos, de cunho jornalístico, levantados por meio de en-trevistas, de informações colhidas de di-versas fontes não reveladas e de docu-mentos inseridos nos processos judiciais.

O ambiente em que transcorre a ação é o da tradicional Universidade de Har-vard, onde Mark Zuckerberg (Jesse Eisen-berg), um garoto de jeito desengonçado, aluno do segundo ano, já tem fama de gênio da computação. Corre até, pelo campus, o boato de que recusara oferta de trabalho da Microsoft, de dois milhões de dólares. Apesar disso, no prólogo ele está, numa festa, recebendo o fora da na-morada Erica Albright (Rooney Mara), que, cansada de suas conversas de garoto nerd, voltadas sempre para os assuntos da computação, o chama de babaca.

A rede socialMagoado com a namorada, e reconhe-

cendo sua incapacidade de se relacionar com as pessoas, Mark começou a desen-volver a ideia da criação de um site, a fim de superar sua inabilidade social. E mer-gulhou no paraíso hacker para roubar fo-tos do banco de dados dos alojamentos. Para ele, entrar no sistema de computado-res de Harvard era simples brincadeira. Mostrava-se mais esperto do que os pró-prios administradores e, como tudo o que fazia registrava no blog, achava que lhes estava dando ajuda, por lhes mos-trar as falhas do sistema. Ao contrário do que pensava, entretanto, acabou sendo advertido pelo Conselho Universitário.

Isso prejudicou sua reputação no meio universitário, o que deu ensejo aos gêmeos Winklevoss (Amie Hammer) de se aproximarem dele a fim de convidá-lo a criar outro site, como forma de se reabili-tar do vexame que sofrera. Mas Mark não aceitou o convite. Queria desenvolver seu próprio projeto e, para isso, precisa-va de dinheiro, que conseguiu com Edu-ardo Saverin (Andrew Garfield), brasilei-ro que imigrara com a família de origem judaica, quando tinha 13 anos, para Mia-mi. Estudante de economia, Eduardo já ganhara bom dinheiro especulando no mercado futuro de petróleo. Logo ele se interessou pela ideia de Mark, que acha-va superior às demais que conhecia.

Quando o site começou a se propagar pelo campus e as garotas, movidas pelo su-

cesso, se puseram a se oferecer a Eduardo e a Mark, eis que aparece em cena Sean Parker (Justin Timberlake), um dos funda-dores do Napster (site de compartilha-mento de arquivos musicais), interessado em levar o portal dos dois para o Vale do Silício, na Califórnia. O conflito então se estabelece, pois Eduardo tinha outros pla-nos, com mudança já prevista para Nova York. Para expor essas tensas desavenças entre jovens, sustentadas por excessivos diálogos, Fincher, diferentemente do que fizera no malogrado O curioso caso de Ben-jamin Button, usa linguagem alegre e irô-nica – o que torna a película divertida, na linha de Frank Capra.

Esmera-se Fincher em recriar o am-biente universitário de Harvard, com suas festas e disputas esportivas, além de co-mandar um elenco de brilhantes atores jo-vens. Jesse Eisenberg (Lula e a baleia e O solteirão) e Justin Timberlake (Alpha dog) não surpreendem com suas magníficas atuações, confirmadoras de seu talento. Os que surpreendem são Andrew Gar-field e Amie Hammer, também dois intér-pretes notáveis. O primeiro aparecerá, em breve, na pele do Homem Aranha.

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