manejo sanitário de bovinos...

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Prof. Elias Jorge Facury Filho Prof. Antônio Último de Carvalho Escola De Veterinária da UFMG Manejo Sanitário em Rebanhos de Girolando

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Prof. Elias Jorge Facury Filho Prof. Antônio Último de Carvalho Escola De Veterinária da UFMG

Manejo Sanitário em

Rebanhos de Girolando

Medicina de Produção

Procedimentos Sistema de Produção X Enfermidades (Blood, 1985)

As enfermidades são multifatoriais e não ocorrem ao

acaso” (Carvalho, 2012)

OBJETIVO: Redução do prejuízo por doenças associadas ao manejo

Medicina de Produção

1

• Estabelecimento de objetivos: Gerais e Específicos

2

• Estabelecimento de Programas para cada unidade da propriedade;

• Princípio e prática

3

• Treinamento do pessoal e condições materiais para realização do trabalho

• Prática com princípio

4

• Monitoramento

• Ajustes

Manejo Sanitário em Rebanhos de Girolando

PREVENÇÃO

CONTROLE

BIOSEGURANÇA

MONITORAMENTO

O que é saúde?

Animais

Agente Ambiente

“Completo estado de bem-estar físico, mental e social, e não simplesmente a ausência de enfermidade”. OMS

Conceito “Iceberg” – Doença subclínica

Adaptado de Gay, J. 2005

Medicina de Produção

Clínicos

Subclínicos

Normais

Intensidade

R$

Fatores de Risco

Probabilidade de ocorrer

Aquilo que aumenta a probabilidade de ocorrer

D-2 D-1

FATOR DE

RISCO D- 3

D-4

D-5

RISCO

FATOR DE RISCO

X

FATOR DE

RISCO

FATOR DE

RISCO

D-1 FATOR

DE RISCO

FATOR DE

RISCO

FATOR DE

RISCO

Levantar os Fatores de Risco para cada

categoria na propriedade

Bezerros

Neonatos

Bezerros

Pós desmama

Vacas

Transição

Categorias de

maior risco

Rebanho Leiteiro

Medicina de Produção

Fases de maior risco para a saúde dos bezerros

1- PARTO 2- PARTO ATÉ 48H

3- Três primeiras semanas de vida 4- Desmama e transição

Semanas de vida

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Infecções umbilicais

Septicemia

Estomatites

Diarreia neonatal

Doença respiratória

Coccidiose

Babesiose

Anaplasmose

Verminose

Principais enfermidades dos bezerros

Períodos de maior incidência

Diarréia dos bezerros – Fatores predisponentes Caracterização das maternidades – MG (2007)

Característica Classificação Frequência (%)

Condição higiênica Boa 55%

Regular 20%

Ruim 25%

Limpeza corporal das

vacas

Vaca limpa 80%

Vaca suja 20%

Cura de umbigo Pasto 70%

Curral 30%

Colostro Sem interferência 45%

Monitorado 45%

Banco de colostro 10%

Parto Monitorado 50%

Não monitorado 50%

Permanência do bezerro

com a mãe

0 5%

1 dia 30%

2 dias 25%

>3 dias 40%

(Ferreira, 2009)

Veia umbilical

Artérias umbilicais

Úraco

Estruturas do umbigo do bezerro – Desinfecção e avaliação

Avaliação do colostro:

COLOSTRÔMETRO

Média qualidade : 1,030 – 1,050

IgG 23 – 50 mg/ml

Baixa qualidade: < 1,030

IgG < 22mg/ml

Boa qualidade: > 1,050

IgG> 50mg/ml

Grupo genético Concentração média de Ig

Hol x Gir 80,50 mg/ml

Hol x Nelore 64,00 mg/ml

H ol x Guzerá 85,31 mg/ml

Hol x Zebu 75,78 mg/ml

Silper, 2007

3,7%

12%

84,3%

Soro Oral

• Cloreto de sódio---------- 5 g

• Cloreto de potássio------ 1 g

• Bicarbonato de sódio --- 4 g

• Glicose ------------------- 20 g

• Água ------------------- 1 litro

Dias 1-2 tempo

3-8 semanas = idade demaior

risco

Nível de imunidade

Imunidade ativa

Anticorpos do colostro (IgG) (meia vida 21 dias)

Fatores de risco na criação de bezerros

Fase pós desmama – Transição

Socialização

Final da imunidade passiva

Dieta rica em concentrado

•Infestação por carrapatos •Verminose •Tristeza parasitária

Aquisição da imunidade ativa

Ovos de helmintos gastrintestinais por grama de fezes (OPG) em bezerras e novilhas, por categoria, de 20 propriedades leiteiras, semi-intensivas, localizadas nas regiões Centro Oeste e Alto Paranaíba do Estado de Minas Gerais (dezembro de 2006 e janeiro de 2007).

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

OPG

1 2 3 4

Categoria

OPG Médio

Aleitamento Transição Novilhas 1 Novilhas 2

Diarréia dos bezerros – Etiologia Verminose

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Fazenda A Fazenda B

Idade (dias)

Fre

qu

en

cia

po

siti

vos

%

Frequência (%) de bezerros com anticorpos anti A. marginale (IFI) em duas fazendas leiteiras na região Metalúrgica de Minas Gerais, de acordo com a idade.

Melo et al., 2001

•Higiene e conforto das instalações •Monitoramento do parto •Colostragem adequada •Desinfecção e regressão do umbigo •Alimentação líquida correta: leite (quant. / qualid.) •Adaptação a dieta sólida e desmama •Água abundante e de qualidade •Controle de carrapatos e moscas •Divisão por faixa etária •Esquema de vermifugações e vacinas

Sanidade na Criação de Bezerros - Pontos chaves

Monitoramento da Criação de Bezerros

AMBIENTE

ANIMAIS

ÍNDICES ZOOTÉCNICOS

PESSOAS

Exames complementares para bezerros

TESTE MOMENTO MÉTODO

Avaliação do colostro

Primeira ordenha Colostrometro

Proteína total 24 horas de vida Refratometria do soro

Exame de fezes Bimestral, a partir de 60 dias de vida

OPG e OOPG

Esfregaço de sangue

Lote com tristeza parasitária

Coloração com panótico

Volume globular Lote com tristeza parasitária

Microhematócrito

Fonte: GIR DO CERRADO

Período de Transição de Vacas Leiteiras

21 Dias pré e pós parto;

Intensas e rápidas mudanças fisiológicas e de

manejo;

Período de maior incidência de enfermidades

em vacas de leite (70-80%);

Hipocalcemia Alterações hormonais

Adaptações do rumen e da gl.

mamária

Imunosupressão Demanda de Minerais traço

Balanço energético negativo

Período de Transição de Vacas Leiteiras

PARTO

Alterações hormonais

Adaptações do rumem

Hipocalcemia

Balanço energético negativo

Imunosupressão Demanda minerais traços Zn, Se, Cu, Vit E

Hipocalcemia

Retenção de placenta Metrite

Problemas de casco

Alterações digestivas Mastite

Cetose

Vacas saudáveis

Vacas com uma doença

Vacas com mais de uma

doença

Doenças mais

importantes

Número vacas 3145 2574

Taxa concepção(%)

51% 43% 34% Cetose Manqueira

Perda de prenhez (%)

9% 14% 16% Mastite Manqueira

Santos, J.P. , 2010

Influência das doenças pós parto sobre a reprodução de vacas de alta produção

0,00

10,00

20,00

30,00

40,00

50,00

60,00

70,00

80,00

-4

sem.

-3

sem.

-2

sem.

-1

sem.

Parto 2 dias 5 dias 10

dias

15

dias

21

dias

30

dias

Fre

qu

ênci

a (

%)

Coletas

Verão

Inverno

Prevalência de hipocalcemia (concentração sérica de Ca <8,5 mg /dL) no

periparto de vacas mestiças pluríparas

Moreira, 2013

FREQUÊNCIA DE HIPOCALCEMIA SUB CLÍNICA

0,00%

2,00%

4,00%

6,00%

8,00%

10,00%

12,00%

14,00%

Parto 2 dias 5 dias 10 dias 15 dias 21 dias 30 dias

Fre

qu

ência

(%

)

Coletas

Verão

Inverno

Prevalência de cetose subclínica (concentração plasmática de BHB >1,2

mmol/L) no pós-parto de vacas mestiças pluríparas

Moreira, 2013

FREQUÊNCIA DE CETOSE SUB CLÍNICA

Hipocalcemia Puerperal

Mamite Cetose Deslocamento

de abomaso

Mamite por

Coliformes

Distocia Metrites

Retenção de

Placenta

Ovário cístico

Relação entre hipocalcemia puerperal e o risco da ocorrência de outros distúrbios

(Adaptado de Erb et al., 1985)

Eficiência Reprodutiva

8,0 x 9,0 x 3,0 x

9,0 x

3,7 x 1,6 x

3,5 x 1,7 x

5,8 x

3,0 x

Programas de saúde para vacas

REPRODUÇÃO

SAÚDE DA GLAND.

MAMÁRIA

SAÚDE DOS CASCOS

MONITORAMENTO DA HIPOCALCEMIA

MONITORAMENTO DA CETOSE SUBCLÍNICA

SAÚDE DO RUMEN

Escore de manqueira

Total 0 1 2 3

Animais 1482 419 209 157 2267

Prevalência 65,37% 18,48% 9,22% 6,93% 100%

Avaliação das alterações dos cascos em vacas girolandas no municipio do Prata MG: 48 propriedades (Moreira, 2015)

Prevalência de claudicacão

Produtor Pesquisador

Percepção

produtor/pesquisador

9,78% 15,97% 64,56%

Dermatite digital

Grau de sangue CCS (Cel/ml) Produção leite (kg)

5/8 HZ 600000 5302

3/4 HZ 630000 5264

7/8 HZ 628000 5006

15/16 HZ 616000 5545

Produção total de leite (kg)

CCS (cel/ml) Rebanho Primíparas Multíparas

<200000 5509 A 5324 Aa 5692 Aa

>200000 5049 B 4510 Bb 5588 Aa

H.N. Costa et al. Arq. Bras. Med. Vet. Zootec., v.67, n.6, p.1501-1509, 2015

Estudo longitudinal da mastite sub clínica em rebanho mestiço Holandes-Zebu

Vacas resfriadas pré parto

Vacas com stress calórico pré parto

Produção de leite em vacas expostas ao stress calórico ou resfriadas na maternidade. (adaptado de Geoffrey, 2015)

Exames complementares para vacas em lactação Avaliação do período de transição

TESTE GRUPO DE VACAS

pH urinário Vacas Pré parto recebendo sal aniônico a 7 dias

BHB Vacas em lactação; DEL entre 5 - 30

pH Ruminal Vacas em lactação, DEL entre 5-150

Leite: proteina, gordura, nitrogênio uréico

Sub grupos de vacas em lactação, mensalmente

Leite: CCS, CMT Sub grupos de vacas em lactação, mensalmente

Programas de saúde: BIOSEGURANÇA

Bases: •Controle sanitário na entrada de animais •Monitoramento periódico de doenças infecciosas •Controle de fontes de contaminação •Controle de vetores e fômites •Programas de vacinação •Estratégias de controle de doenças específicas

????

Tripanossomose

Leucose

Flebite, septicemia

Vacinações: recomendações para bovinos

• Aftosa

• Brucelose

• Raiva

• Mionecroses

• Botulismo

• Leptospira

• IBR/BVD

• BRSV/PI3

• Enterotoxemia

• Tétano

• Mamite J5

• Outras

Subcutânea

10 mm x 15 mm

15 mm x 15 mm

15 mm x 10 mm

Intramuscular

40 mm x 12mm

40 mm x 16 mm

Fonte: Clínica de Ruminantes – EV / UFMG

Considerações Finais

•Olhar a fazenda como um todo •Reconhecer as fases de maior risco •Diferença entre fisiológico e patológico •Realizar uma leitura frequente da fazenda •Instituir formas de monitoramento •Implementar geração de índices sanitários

TREINAMENTO DAS PESSOAS

[email protected] Obrigado!