ano viii - nÚmero 014 jan/dez 2006¡tica de definições operacionais e de procedimentos...

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BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO 1 ...................................................................... ANO VIII - NÚMERO 014 Jan/Dez 2006 NESTA EDIÇÃO Situação das DST na FUAM Editorial Indicadores Básicos de Saúde: Conceitos e Aplicações Situação Epidemiológica da Hanseníase na FUAM SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE FUNDAÇÃO ALFREDO DA MATTA Situação Epidemiológica da Hanseníase no Amazonas GOVERNO DO ESTADO DO AMAZONAS Situação das Dermatoses Notificadas na FUAM Leishmaniose Tegumentar Americana - LTA 7 6 4 2 1 Resumo das Doenças Notificadas na FUAM - 2006 8 Indicadores Básicos para Saúde: Conceitos e Aplicações A disponibilidade de informação apoiada em dados válidos e confiáveis é condição essencial para a análise objetiva da situação de saúde, bem como para a tomada de decisões baseadas em evidências e para a programação das ações de saúde. Os indicadores de saúde foram desenvolvidos para facilitar a quantificação e a avaliação das informações produzidas. Em termos gerais, os indicadores são medidas-síntese que contêm informação relevante sobre determinados atributos e dimensões do estado de saúde, bem como do desempenho do sistema de saúde. Vistos em conjunto, devem refletir a situação sanitária de uma população e servir para a vigilância das condições de saúde. A construção de um indicador é um processo cuja complexidade pode variar desde a simples contagem direta de casos de determinada doença, até o cálculo de proporções, razões, taxas ou índices mais sofisticados, como a esperança de vida ao nascer. A qualidade de um indicador depende das propriedades dos componentes utilizados em sua formulação (freqüência de casos, tamanho da população em risco) e da precisão dos sistemas de informação empregados (registro, coleta, transmissão dos dados). O grau de excelência de um indicador deve ser definido por sua validade (capacidade de medir o que se pretende) e confiabilidade (reproduzir os mesmos resultados quando aplicado em condições similares). Em geral, a validade de um indicador é determinada por sua sensibilidade (capacidade de detectar o fenômeno analisado) e especificidade (capacidade de detectar somente o fenômeno analisado). Outros atributos de um indicador são: mensurabilidade (basear-se em dados disponíveis ou fáceis de conseguir), relevância (responder a prioridades de saúde) e custo-efetividade (os resultados justificam o investimento de tempo e recursos). Espera-se que os indicadores possam ser analisados e interpretados com facilidade, e que sejam compreensíveis pelos usuários da informação, especialmente gerentes, gestores e os que atuam no controle social do sistema de saúde. Para um conjunto de indicadores, são atributos de qualidade importantes a integridade ou completude (dados completos) e a consistência interna (valores coerentes e não contraditórios). A qualidade e a comparabilidade dos indicadores de saúde dependem da aplicação sistemática de definições operacionais e de procedimentos padronizados de medição e cálculo. A seleção do conjunto básico de indicadores – e de seus níveis de desagregação – deve ajustar-se à disponibilidade de sistemas de informação, fontes de dados, recursos, prioridades e necessidades específicas em cada região. A manutenção deste conjunto de indicadores deve depender de instrumentos e métodos simples, para facilitar a sua extração regular dos sistemas de informação. Para assegurar a confiança dos usuários na informação produzida, é preciso monitorar a qualidade dos indicadores, revisar periodicamente a consistência da série histórica de dados, e disseminar a informação com oportunidade e regularidade.

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Page 1: ANO VIII - NÚMERO 014 Jan/Dez 2006¡tica de definições operacionais e de procedimentos padronizados de medição e cálculo. A seleção do conjunto básico de indicadores – e

BOLETIMEPIDEMIOLÓGICO

1......................................................................

ANO VIII - NÚMERO 014 Jan/Dez 2006

NESTA EDIÇÃO

Situação das DST na FUAM

Editorial

Indicadores Básicos de Saúde: Conceitos e Aplicações

Situação Epidemiológica daHanseníase na FUAM

SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE

FUNDAÇÃO ALFREDO DA MATTA

Situação Epidemiológica daHanseníase no Amazonas

GOVERNO DO ESTADO DO

AMAZONAS

Situação das DermatosesNotificadas na FUAM

Leishmaniose TegumentarAmericana - LTA

7

6

4

2

1

Resumo das Doenças Notificadas na FUAM - 20068

Indicadores Básicos para Saúde: Conceitos e Aplicações

A disponibilidade de informação apoiada em dados válidos e confiáveis é condição essencial para a análise objetiva da situação de saúde, bem como para a tomada de decisões baseadas em evidências e para a programação das ações de saúde. Os indicadores de saúde foram desenvolvidos para facilitar a quantificação e a avaliação das informações produzidas.

Em termos gerais, os indicadores são medidas-síntese que contêm informação relevante sobre determinados atributos e dimensões do estado de saúde, bem como do desempenho do sistema de saúde. Vistos em conjunto, devem refletir a situação sanitária de uma população e servir para a vigilância das condições de saúde. A construção de um indicador é um processo cuja complexidade pode variar desde a simples contagem direta de casos de determinada doença, até o cálculo de proporções, razões, taxas ou índices mais sofisticados, como a esperança de vida ao nascer.

A qualidade de um indicador depende das propriedades dos componentes utilizados em sua formulação (freqüência de casos, tamanho da população em risco) e da precisão dos sistemas de informação empregados (registro, coleta, transmissão dos dados). O grau de excelência de um indicador deve ser definido por sua validade (capacidade de medir o que se pretende) e confiabilidade (reproduzir os mesmos resultados quando aplicado em condições similares). Em geral, a validade de um indicador é determinada por sua sensibilidade (capacidade de detectar o fenômeno analisado) e especificidade (capacidade de detectar somente o fenômeno analisado). Outros atributos de um indicador são: mensurabilidade (basear-se em dados disponíveis ou fáceis de conseguir), relevância (responder a prioridades de saúde) e custo-efetividade (os resultados justificam o investimento de tempo e recursos). Espera-se que os indicadores possam ser analisados e interpretados com facilidade, e que sejam compreensíveis pelos usuários da informação, especialmente gerentes, gestores e os que atuam no controle social do sistema de saúde.

Para um conjunto de indicadores, são atributos de qualidade importantes a integridade ou completude (dados completos) e a consistência interna (valores coerentes e não contraditórios). A qualidade e a comparabilidade dos indicadores de saúde dependem da aplicação sistemática de definições operacionais e de procedimentos padronizados de medição e cálculo. A seleção do conjunto básico de indicadores – e de seus níveis de desagregação – deve ajustar-se à disponibilidade de sistemas de informação, fontes de dados, recursos, prioridades e necessidades específicas em cada região. A manutenção deste conjunto de indicadores deve depender de instrumentos e métodos simples, para facilitar a sua extração regular dos sistemas de informação. Para assegurar a confiança dos usuários na informação produzida, é preciso monitorar a qualidade dos indicadores, revisar periodicamente a consistência da série histórica de dados, e disseminar a informação com oportunidade e regularidade.

Page 2: ANO VIII - NÚMERO 014 Jan/Dez 2006¡tica de definições operacionais e de procedimentos padronizados de medição e cálculo. A seleção do conjunto básico de indicadores – e

BOLETIMEPIDEMIOLÓGICO......................................................................

SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA E OPERACIONAL DA HANSENÍASE NO ESTADO DO AMAZONAS - 2006

No ano 2006 as ações de controle e eliminação da hanseníase estavam implantadas nos 62 municípios, no estado do Amazonas.

Do total de 701 serviços ambulatoriais, (excluindo-se os ambulatórios de pronto socorro, serviços de diagnose e terapia, unidades móvel e de atenção psicossocial e outros no mesmo nível) no estado do Amazonas, 270 (38,1%) possuíam ações de controle da hanseníase, sendo 132 (48,9%) na capital e 138 (51,1%) no interior.

O coeficiente de detecção no Estado do Amazonas passou de 7,42/10.000 hab. em 1987 para 2,45/10.000 hab. em 2006, o que representou uma redução de 67,0%. Apresenta tendência decrescente nos últimos anos. Apesar desta redução o estado ainda vinha mantendo-se como hiperendêmico ( 4,0/10.000 hab.) segundo parâmetro do Ministério da Saúde, até 2002. No entanto a partir do ano 2003 observa-se uma diminuição no coeficiente, passando para muito alto (gráfico 2 ).

Um dos indicadores que possibilita avaliar o diagnóstico precoce da hanseníase é o de percentagem de casos com deformidades físicas entre os casos novos detectados e avaliados no ano.

No Estado, o percentual de casos detectados e avaliados em relação ao grau de incapacidade sempre foram superior a 90% nos últimos 10 anos, considerado bom segundo parâmetro do Ministério da Saúde. Os casos avaliados que apresentaram deformidades vem mantendo-se em níveis considerados médio ( 10 ---| 5%) segundo parâmetro do Ministério da Saúde, com redução em suas taxas nos últimos anos. Mas, é importante observar que os percentuais de grau I ainda são altos, o que preocupa, pois pode significar um diagnóstico tardio.

Em 2006 dos 813 casos novos detectados 787 No ano de 2006 foram notificados no estado 923 casos (96,8%) foram avaliados em relação ao grau de incapacidade e de hanseníase, sendo 813(88,1%) novos, 60(6,5%) destes 8 (7,4%) apresentaram grau II de deformidades, o grau I recidivas, 11(1,2%) transferências e 36(3,9%) outros apresenta um percentual alto de casos. Portanto, ações reingressos. O modo de diagnóstico mais freqüente dos voltadas para melhoria do diagnóstico necessitam serem casos novos foi a forma espontânea (62,0%), seguida dos implementadas (gráfico 4a e 4b).encaminhados por outros serviços (27,2%) e dos contatos

(6,8%). Dos 813 casos novos detectados, 337(41,4%) eram

residentes de Manaus e o restante residentes em outros 57 municípios. Os coeficiente de detecção variaram de 0,33 a 17,49/10.000 hab. segundo parâmetros do Ministério da Saúde estas taxas encontram-se entre média (1 0,2 /10.000 hab.) e hiperendêmica ( 4,0/10.000 hab.). Esta variação provavelmente ainda é operacional devido a algumas peculiaridades do estado como extensão territorial, rotatividade de recursos humanos e descentralização das atividades.

Dentre as áreas mais endêmicas no estado, destacaram-se em 2006, a a região do rio Purus com 7,11/10.000 hab, região do rio Juruá com um coeficiente de detecção de 5,64/10.000 hab., região do rio madeira com 4,65 /10.000 hab., e a região do Médio Amazonas com 3,74/10.000 hab. e Manaus a capital do estado apresentou um coeficiente de 2,00/10.000 hab consideradas hiperendêmicas ( 4,0/10.000 hab.) e muito alta (4,0 --| 2,0/10.000 hab.) segundo parâmetros do Ministério da Saúde. (figura 1)

2

Gráfico 2 - Coeficiente de Detecção da Hanseníase da Capital, Interior e EstadoAmazonas 1987 à 2006

87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 00 01 02 03 04 05 060

2

4

6

8

10

Capital Interior Amazonas

Capital 9,06 7,65 8,93 8,94 8,64 6,3 6,93 7 6,37 6,45 7,25 5,97 5,4 4,27 3,72 4,34 3,91 3,1 2,66 1,99

Interior 5,99 6,09 5,3 6,42 7,43 5,54 6,43 6,66 6,23 5,56 5,58 5,11 5,48 4,66 5,05 5,27 3,68 3,67 3,1 2,93

Amazonas 7,42 6,83 7,02 7,62 8,01 5,91 6,67 6,83 6,3 5,99 6,39 5,53 5,44 4,47 4,38 4,8 3,8 3,39 2,88 2,45

ANO

COEF./ 10.000 hab.

Fonte:SINAN/GEPI\ Fundação Alfredo da Matta

Hiperendêmico

Muito Alto 4,0

Alto 2,0

Baixo < 0,2/10.000 hab.

Médio 1,0

≥4,0/10.000 hab.

2,0/10.000 hab.

PARÂMETROS 1,0/10.000 hab.

0,2/10.000 hab.

Queda da Detecção no período foi de 67,0%

Figura 1 - Detecção Hanseníase por Regiões Amazonas - 2006

Região do Alto Rio Negro

Região doBaixo Amazonas

Região do Triângulo

Jutaí/Solimões/Juruá

Região do

Alto Solimões

Região do Purus

Região do

Juruá

Região do Madeira

Região do Rio Negro/Solimões Região do

Médio Amazonas

TAPAUA

CANUTAMA

PAUINI

LABREABOCA DO ACRE

N. ARIPUANÃ

BORBA

MANICORE

HUMAITA APUI

EIRUNEPE

CARAUARI

ITAMARATIIPIXUNA

GUAJARA

ENVIRA

TONANTINS

STO. A. IÇA

AMATURA

S. P. OLIVENÇA

TABATINGA

ATALAIA DO NORTE

BENJ. CONSTANT

MARAA

FONTE BOA

COARI

JAPURÁ

UARINI

JUTAI

JURUA

ALVARAES

TEFE

CODAJAS

MANAQUIRI

ANORI

CAAPIRANGA

MANACAPURU

ANAMACAREIRO

BERURI

IRAND.C. VÁRZEA

AUTAZES

NOVO AIRÃO

MANAUSR. P. EVA

PRES. FIGUEIREDO

MAUES

ITAPIRANGA

URUCURITUBA

ITACOATIARA

SILVES

N. O. NORTE

BARRERINHA

B. V. RAMOS

NHAMUNDÁ

URUCARÁ

S. S. UATUMÃ

PARINTINS

STA. I. DO R. NEGRO

S. G. DA CACHOEIRA

BARCELOS

LEGENDA

HIPERÊNDEMICO > 4,0/10.000 hab.

ALTO 2,0 1,0/10.000 hab .⊥

SEM NOTIFICAÇÃO

⊥MÉDIO 1,0 0,2/10.000 hab.

BAIXO < 0,2/10.000 hab.

⊥MUITO ALTO 4,0 2,0/10.000

Gráfico 4b - Percentual de casos novos de hanseníase segundo grau deincapacidade Amazonas, 1997 - 2006

97 98 99 00 01 02 03 04 05 060

20

40

60

80

100

Grau 0 Grau I Grau II

Grau 0 78,6 74,4 78,5 82 77,9 82,3 79,2 79,6 78,7 75,5

Grau I 14,8 15,7 13,9 11,3 13,5 11,5 13,8 13,2 15,6 17,1

Grau II 6,6 9,9 7,6 6,7 8,6 6,2 7 7,2 5,7 7,4

%

Anos

Fonte:SINAN/GECD\ Fundação Alfredo da MattaPARÂMETROS:

BAIXO MÉDIO ALTO

< 5% ≥ 10 %5% 10%

Page 3: ANO VIII - NÚMERO 014 Jan/Dez 2006¡tica de definições operacionais e de procedimentos padronizados de medição e cálculo. A seleção do conjunto básico de indicadores – e

Em Manaus capital do estado, o tempo médio entre o aparecimento dos 1º sintomas e o diagnóstico, indicador que também mede as atividades de detecção, foi de 12,8 meses (DP=15,6) com um tempo mediano de 4,9 meses, com valor mínimo de 0,0 e máximo de 48 meses(LEM Capital, 2005).

No indicador que avalia a execução das atividades de vigilância, a proporção de contatos examinados entre os contatos registrados dos casos novos foi de 21,2%, resultado precário e com redução em relação ao ano anterior. Sendo necessárias a implementação de medidas apropriadas para a reversão deste quadro, visto ser este o grupo de maior risco em adquirir a doença (gráfico 7).

Um indicador importante, que determina a tendência da doença é o Coeficiente de detecção em menores de 15 anos, que apresenta tendência decrescente ao longo do período, passando de 5,43/10.000 hab. em 1987 para 0,68/10.000 hab. em 2006, com uma redução de 87,5%. Apesar dessa redução e da queda que vem ocorrendo nos últimos anos, ainda é considerado um indicador com parâmetro de muito alto (1,0 --| 0,5/10.000 hab.) (gráfico 5 ).

Em relação ao indicador de qualidade dos serviços, observa-se que nos 848 casos saídos do registro ativo, as altas por cura como é o esperado, foi o motivo de saída mais freqüente com 94,6% em 2006, apesar da proporção de saídas por cura, observa-se uma diminuição no número de casos que estão saindo do registro ativo, o que implica em manutenção dos casos por mais tempo do que o recomendado. Este indicador em um programa de controle de endemia, demonstra a efetividade e eficácia do tratamento. (gráfico 8).

Na detecção de casos novos em relação ao gênero sempre houve predomínio dos homens. A proporção de casos novos em mulheres para o período de 2002 a 2006 apresentou uma média anual em torno de 41%. A razão M/F foi de 1,5.

Em relação a classificação operacional dos casos sempre houve predomínio das formas Paucibacilares(PB). Nos últimos anos a diferença existente entre os Paucibacilares e os Multibacilares(MB) vinha diminuindo e em 2006 houve predomínio dos casos MB. A razão MB/PB foi de 1,1 (gráfico 6 ).

Dos 802 casos que receberam alta por cura, 76,1% foram avaliados em relação ao grau de incapacidade no ano 2006, este resultado pode ser reflexo da falta de atualização dos dados no sistema ou que os casos não estão sendo avaliados na cura. (gráfico 9a). Dos casos avaliados 80,5% apresentaram grau 0 e 7,9% apresentaram deformidades (grau II) com parâmetro considerado médio (10% -| 5%) segundo Ministério da Saúde (gráfico 9b).

BOLETIMEPIDEMIOLÓGICO

3......................................................................

Gráfico 4b - Percentual de casos novos de hanseníase segundo grau deincapacidade Amazonas, 1997 - 2006

97 98 99 00 01 02 03 04 05 060

20

40

60

80

100

Grau 0 Grau I Grau II

Grau 0 78,6 74,4 78,5 82 77,9 82,3 79,2 79,6 78,7 75,5

Grau I 14,8 15,7 13,9 11,3 13,5 11,5 13,8 13,2 15,6 17,1

Grau II 6,6 9,9 7,6 6,7 8,6 6,2 7 7,2 5,7 7,4

%

Anos

Fonte:SINAN/GECD\ Fundação Alfredo da MattaPARÂMETROS:

BAIXO MÉDIO ALTO

< 5% ≥ 10 %5% 10%

Gráfico 5- Coeficiente de Detecção da hanseníase em menores de 15 anosAmazonas, 1987 - 2006

87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 00 01 02 03 04 05 060

2

4

6

8

10

Capital 7,64 6,74 7,46 8,11 4,57 5,63 3,9 3,09 2,91 2,92 2,9 2,14 1,97 1,39 1,16 1,33 1,22 0,79 0,53 0,67

Interior 3,85 4,38 3,25 3,16 2,9 2,69 2,83 2,33 2,07 1,76 2,31 1,89 1,65 1,23 1,31 1,48 1,06 1,06 0,77 0,68

Estado 5,43 5,37 5,03 5,26 3,6 3,95 3,28 2,65 2,43 2,24 2,56 2 1,78 1,3 1,24 1,42 1,13 0,94 0,66 0,68

ANO

Coef /10.000hab.

Hiperendêmico

Muito Alto 1,0

Alto 0,5

Baixo < 0,05/10.000 hab.

Médio 0,25

≥1,0/10.000 hab.

0,5/10.000 hab.

PARÂMETROS 0,25/10.000 hab.

0,05/10.000 hab.Fonte:SINAN/GECD\ Fundação Alfredo da Matta

Queda da Detecção em menores de 15 anos no período foi de 87,5%

Gráfico 6 - Proporção de casos detectados de hanseníase segundo classificação operacional para fins de tratamento - Amazonas, 2002 à 2006

02 03 04 05 060

10

20

30

40

50

60

PB 56,7 51,2 50,2 50 46,9

MB 43,3 44,1 48,7 49,5 53,1

Sem Clas 0 4,6 1,1 0,4 0

%

Anos

Fonte:SINAN/GECD\ Fundação Alfredo da Matta

Gráfico 7 - Percentual de Examinados entre os Contatos registrados de casos novos de hanseníaseAmazonas - 2005 - 2006

Examinados28,0%

Não examinados72,0%

Examinados21,2%

Não examinados78,8%

PARÂMETROS:

BOM REGULAR PRECÁRIO

< 50%≥ 75 % 50% 75%

Fonte:SINAN/GECD\ Fundação Alfredo da Matta

2005 2006

Gráfico 8 - Proporção de casos de hanseníase segundo motivo de saída Amazonas - 1998 - 2006

98 99 00 01 02 03 04 05 060

20

40

60

80

100

Alta Cura 60,94 69,5 82,82 87,87 82,31 94,1 85,6 91,7 94,6

Alta Estatística 36,5 28,9 8,15 6,45 14,32 3 12,2 5,6 3,2

Outros 2,55 1,6 3,03 5,68 3,38 3 2,9 2,7 2,2

Anos

%

Fonte:SINAN/GEPI\ Fundação Alfredo da Matta

Page 4: ANO VIII - NÚMERO 014 Jan/Dez 2006¡tica de definições operacionais e de procedimentos padronizados de medição e cálculo. A seleção do conjunto básico de indicadores – e

No ano 2006, foram notificados na Fundação Alfredo da Matta (FUAM) 335 casos de hanseníase. Destes 276 (82,4%) foram casos novos, 29 (8,6%) recidivas, 24 (7,2%) outros reingressos e 6 (1,8%) transferências de outros estados.(gráfico 1).

Em relação ao indicador qualidade dos serviços e efetividade do tratamento mensurados pelas coortes de casos, a taxa de cura entre os casos MB foi de 81,8% e entre os casos PB foi de 76,7%, ambos considerados médio. A proporção de pacientes em abandono foi de 9,7% para os MB e de 14,5% para os PB. Há necessidade de melhorar a adesão dos casos que abandonam o tratamento antes de conclui-lo. (gráfico 10).

Em série histórica de casos novos detectados observa-se uma tendência descendente no número de casos nos últimos anos (gráfico 2).

Os 276 casos novos detectados em 2006 pela FUAM, equivalem a 34,1% dos casos notificados no estado e 70,6% dos casos notificados em Manaus. Este quadro reflete que há necessidade de implementação cada vez mais efetiva do processo de descentralização das atividades em Manaus.

Os dados de prevalência no Estado para o período de 1987 a 2006 mostram uma tendência descendente, com uma redução de 96,3% (passou de 123,95/10.000 hab. para 4,52/10.000 hab.). A queda mais acentuada ocorreu a partir de 1996, com certa estabilidade ao final do período. Apresentando um nível de endemicidade considerado médio. A razão P/D em 2006 foi de 1,8 demonstrando que ainda existe uma disparidade grande entre o volume de casos diagnosticados que entram no sistema e os que saem da prevalência de alta por cura. (gráfico 11).

SITUAÇÃO EPIDEMIOLOGICA E OPERACIONAL DA HANSENÍASE

FUNDAÇÃO ALFREDO DA MATTA - 2006

BOLETIMEPIDEMIOLÓGICO......................................................................4

Gráfico 9a - Percentual de casos de hanseníase curados, avaliados em relação ao grau de incapacidade - Amazonas, 1998 - 2006

98 99 00 01 02 03 04 05 060

20

40

60

80

100

120

Avaliados 97,9 99 98,1 98,2 97,9 82,1 72,5 74,9 76,1

Não avaliados 2,1 1 1,9 1,8 2,1 17,9 27,5 25,1 23,9

Anos

%

Fonte:SINAN/GECD\ Fundação Alfredo da Matta

Gráfico 8b - Percentual de casos de hanseníase curados, segundo grau de incapacidade - Amazonas, 1998 - 2006

98 99 00 01 02 03 04 05 060

20

40

60

80

100

Grau O 72,79 77,03 79,3 71,4 78,05 80,9 76,93 74,25 80,5

Grau I 16,6 13,8 12,33 16,61 12,42 10,7 15,59 16,21 11,6

Grau II 10,61 9,17 8,36 11,98 9,52 8,4 7,48 9,54 7,9

Anos

%

Fonte:SINAN/GECD\ Fundação Alfredo da Matta

Gráfico 10 -Coorte de casos Paucibacilares detectados em 2005 eMultibacilares detectados em 2004 e avaliados em 2006

Amazonas

76,7

14,5

5,6

3,2

0

81,8

9,7

4,9

3

0,6

Curados

Abandono

Em tratamento

Outros

Óbitos

0 20 40 60 80 100

Paucibacilar Multibacilar

%

Situação

PARÂMETROS:

BOM REGULAR PRECÁRIO

< 75%≥ 90 % 90% 75%CURA

≤ 10% > 25 %10% 25%ABANDONOFonte:SINAN/GECD\ Fundação Alfredo da Matta

Figura 2 - Prevalência Hanseníase por Regiões Amazonas - 2006

Região do Alto Rio Negro Região do

Baixo Amazonas

Região do Triângulo

Jutaí/Solimões/Juruá

Região do

Alto Solimões

Região do Purus

Região do

Juruá

Região do Madeira

Região do Rio Negro/Solimões

Região doMédio Amazonas

TAPAUA

CANUTAMA

PAUINI

LABREABOCA DO ACRE

N. ARIPUANÃ

BORBA

MANICORE

HUMAITA APUI

EIRUNEPE

CARAUARI

ITAMARATI

IPIXUNA

GUAJARA

ENVIRA

TONANTINS

STO. A. IÇA

AMATURA

S. P. OLIVENÇA

TABATINGA

ATALAIA DO NORTE

BENJ. CONSTANT

MARAA

FONTE BOA

COARI

JAPURÁ

UARINI

JUTAI

JURUA

ALVARAES

TEFE

CODAJAS

MANAQUIRI

ANORI

CAAPIRANGA

MANACAPURU

ANAMACAREIRO

BERURI

IRAND. C. VÁRZEA

AUTAZES

NOVO AIRÃO

MANAUSR. P. EVA

PRES. FIGUEIREDO

MAUES

ITAPIRANGA

URUCURITUBA

ITACOATIARA

SILVES

N. O. NORTE

BARRERINHA

B. V. RAMOS

NHAMUNDÁ

URUCARÁ

S. S. UATUMÃ

PARINTINS

STA. I. DO R. NEGRO

S. G. DA CACHOEIRA

BARCELOS

LEGENDA

HIPERÊNDEMICO > 20,0/10.000 hab.

ALTO 10,0 5,0/10.000 hab .

SEM INFORMÇÃO

BAIXO < 1,0/10.000 hab.

⊥MÉDIO 5,0 1,0/10.000 hab.

⊥MUITO ALTO 20,0 10,0 /10.000 hab .

Gráfico 1 - Número de casos de hanseníase segundo modo de entradaFundação Alfredo da Matta, 2000 - 2006

00 01 02 03 04 05 060

100

200

300

400

500

600

Caso Novo Recidiva

Outros ingressos Transferências

Caso Novo 537 478 457 453 364 310 276

Recidiva 32 28 34 33 37 37 29

Outros ingressos 47 48 32 24 32 25 24

Transferências 5 5 7 8 10 3 6

%

Anos

Fonte:SINANW\GEPI\ Fundação Alfredo da Matta

Gráfico 2 - Número de casos novos detectados de hanseníase Fundação Alfredo da Matta, 2000 - 2006

00 01 02 03 04 05 060

100

200

300

400

500

600

Casos 537 478 457 453 364 310 276

%

Anos

Fonte:SINANW\GEPI\ Fundação Alfredo da Matta

Page 5: ANO VIII - NÚMERO 014 Jan/Dez 2006¡tica de definições operacionais e de procedimentos padronizados de medição e cálculo. A seleção do conjunto básico de indicadores – e

No ano de 2006 do total de casos novos 165 (59,8%) Em relação aos menores de 15 anos observa-se em foram por demanda espontânea, 90 (32,6%) por série histórica de casos, que vem se mantendo estável com um encaminhamentos e 9 (3,3%) por exame de contatos. percentual médio de 9,5% nos últimos 7 anos. Este é outro

Em série histórica observa-se comportamento indicador importante pois determina a tendência da doença crescente dos casos encaminhados e aumento de contatos (gráfico 6).quando comparados ao ano anterior (gráfico 3).

A proporção de casos novos avaliados em relação ao grau de incapacidade para o período de 2000 a 2006 sempre foram acima de 90%, considerado bom segundo parâmetro nacional (gráfico 7a).Na detecção de casos novos em relação ao gênero

Dos 276 casos novos detectados em 2006, 270 (97,8%) sempre houve predomínio dos homens. A proporção de casos foram avaliados em relação ao grau de incapacidade. Dos casos novos em mulheres para o período de 2000 a 2006 apresentou avaliados 25 (9,3%) apresentaram deformidades, considerado uma média anual em torno de 39%. A razão M/F foi de 1,7. médio (5 |-10) segundo parâmetro do Ministério da Saúde. (gráfico 4).

Em série histórica dos casos observa-se aumento no percentual de casos com deformidade grau II e é importante a proporção de casos com grau I de incapacidade, isto preocupa, pois este indicador demonstra a precocidade com que os casos foram diagnosticados, podendo estar ocorrendo um diagnóstico tardio (gráfico 7b).

Os dados mostram que a proporção de casos multibacilares (MB) entre os casos novos, apresentam comportamento ascendente no período de 2000 a 2006, predominando nos últimos anos. A razão MB/PB foi de 2,0 (gráfico 5).

BOLETIMEPIDEMIOLÓGICO

5......................................................................

Gráfico 3 - Percentual de casos detectados de hanseníase segundo modo de detecçãoFundação Alfredo da Matta, 2000 - 2006

00 01 02 03 04 05 060

20

40

60

80

Espontânea Encaminhado

Ex. Contatos Outros

Espontânea 70,4 72,6 56,9 66 67,3 65,2 59,8

Encaminhado 22,2 24,7 35,4 30,9 31,3 31,9 32,6

Ex. Contatos 2,2 1,9 2 0,7 0,5 1,6 3,3

Outros 5,2 0,8 5,7 2,4 0,8 1,3 4,3

%

Anos

Fonte:SINANW\GEPI\ Fundação Alfredo da Matta

Gráfico 4 - Percentual de casos detectados de hanseníase segundo sexoFundação Alfredo da Matta, 2000 - 2006

00 01 02 03 04 05 060

10

20

30

40

50

60

70

Masculino Feminino

Masculino 61,6 56,5 60,2 57,2 59,1 66,8 63

Feminino 38,4 43,5 39,8 42,8 40,9 33,2 37

%

Anos

Fonte:SINANW\GEPI\ Fundação Alfredo da Matta

Gráfico 5 - Percentual de casos detectados de hanseníase segundo classificação operacional

Fundação Alfredo da Matta, 2000 - 2006

00 01 02 03 04 05 060

10

20

30

40

50

60

70

Paucibacilar Multibacilar

Paucibacilar 51,6 49,8 50,5 46,1 40,4 41,9 33

Multibacilar 48,4 50,2 49,5 53,9 59,6 58,1 67

%

Anos

Fonte:SINANW\GECD\ Fundação Alfredo da Matta

Gráfico 6 - Percentual de casos detectados de hanseníase segundo faixa etáriaFundação Alfredo da Matta, 2000 - 2006

00 01 02 03 04 05 060

20

40

60

80

100

15 + anos 0 - 14 anos

15 + anos 89,4 91,2 89,7 89 92 91,3 90,6

0 - 14 anos 10,6 8,8 10,3 11 8 8,7 9,4

%

Anos

Fonte:SINANW\GEPI\ Fundação Alfredo da Matta

Gráfico 7a - Percentual de casos novos de hanseníase avaliados em relação ao grau deincapacidade - Fundação Alfredo da Matta, 2000 - 2006

00 01 02 03 04 05 060

20

40

60

80

100

120

Avaliados N.aval./Sem inf

Avaliados 96,6 96,2 93,4 97,6 98,9 96,1 97,8N.aval./Sem inf 3,4 3,8 6,6 2,4 1,1 3,9 2,2

%

Anos

Fonte:SINANW\GEPI\ Fundação Alfredo da Matta

PARÂMETROS:

BOM REGULAR PRECÁRIO

< 75%≥ 90 % 90% 75%

Gráfico 7b - Percentual de casos novos avaliados de hanseníase segundo grau de incapacidadeFundação Alfredo da Matta, 2000 - 2006

00 01 02 03 04 05 060

20

40

60

80

100

Grau 0 Grau I Grau II

Grau 0 82,5 77,2 78,7 78,3 72,5 74,8 72,6

Grau I 8,9 11,3 9,6 12,7 17,2 17,1 18,1

Grau II 8,7 11,5 11,7 9 10,3 8,1 9,3

%

Anos

PARÂMETROS:BAIXO MÉDIO ALTO

< 5% ≥ 10 %5% 10%Fonte:SINANW\GEPI\ Fundação Alfredo da Matta

Page 6: ANO VIII - NÚMERO 014 Jan/Dez 2006¡tica de definições operacionais e de procedimentos padronizados de medição e cálculo. A seleção do conjunto básico de indicadores – e

SITUAÇÃO DAS DERMATOSES NOTIFICADAS NA

FUNDAÇÃO ALFREDO DA MATTA - 2006

A Leishmaniose é considerada endêmica em 88 países no Ao final do ano de 2006, foram atendidos e notificados mundo, dos quais 72 são países em desenvolvimento, 90% dos como casos de primeira vez na FUAM 20.822 casos de casos de leishmaniose cutânea ocorrem no Afeganistão, Nepal, Dermatoses prioritárias, Hanseníase(MH), Leishmaniose(LTA), Brasil, Irã, Peru, Arábia Saudita e Siria.Doenças Sexualmente Transmissíveis(DST) e Dermatoses

A LTA considerada pela Organização Mundial de simples. Sendo 11.335 casos de dermatoses simples realizado Saúde(OMS) como uma das seis mais importantes doenças na triagem, 6.287 dermatoses prioritárias, 2.740 casos de infecciosas, pela sua alta incidência e potencial capacidade de doenças sexualmente transmissíveis, 335 casos de hanseníase produzir deformações.e 125 casos de leishmaniose (gráfico 1 ).

As ações para controle da LTA devem visar: investigação e controle de focos com o objetivo de diminuir o número de casos; diagnóstico e tratamento precoce dos doentes para evitar deformidades.

No Brasil, essa doença apresenta crescimento em magnitude e expansão geográfica.

Nas últimas décadas, as análises de estudos epidemiológicos de LTA têm sugerido mudanças no comportamento epidemiológico da doença.

Inicialmente considerada zoonose de animais silvestres que acometia ocasionalmente pessoas em contato com florestas, a LTA começa a ocorrer em zonas rurais já praticamente desmatadas e em regiões periurbanas.

Observa-se a coexistência de um duplo perfil epidemiológico, expresso pela manutenção de casos oriundos dos focos antigos ou de áreas próximas a eles, e pelo aparecimento de surtos epidêmicos associados a fatores Quando analisamos a distribuição dos 6.287 casos de decorrentes do surgimento de atividades econômicas como dermatoses prioritárias segundo sexo, observa-se garimpos, expansão de fronteiras agrícolas e extrativismo, em predominância do sexo feminino com 50,2% dos casos e no condições ambientais altamente favoráveis a transmissão da masculino 49,8% dos casos (gráfico 2 ).doença.

No período de 1980 a 2004, a LTA no Brasil apresentou coeficientes de detecção que oscilam entre 3,8 a 22,9 por 100.000 habitantes. Ao longo desse período observou-se uma tendência ao crescimento, registrando os coeficientes mais elevados nos anos de 1994/1995, quando atingiram níveis de 22,83 e 22,94 por 100.000 habitantes, respectivamente. Vale ressaltar que o ano de 1998 apresentou uma queda significativa neste coeficiente (13,47/100.000 habitantes), fato que pode estar relacionado a problemas operacionais naquele ano.

Ao analisar a evolução da LTA no Brasil, observa-se uma expansão geográfica sendo que no início da década de 80 foram registrados casos em 20 unidades federadas e nos últimos anos todas as unidades federadas registraram casos autóctones da doença. No ano de 1994 houve um registro de casos autóctones em 1.861 municípios, o que representa 36,9% dos municípios do país; em 2002 houve uma expansão da doença para Dentre os grupos de dermatoses prioritárias os mais 2.302municípios (41,1%). frequentes foram: dermatoses não especificadas (30,5%),

As regiões Nordeste e Norte vêm contribuindo com o dermatoses alérgicas (20,0%), acne e seborréia (5,6%), maior número de casos registrados no período (cerca de 36,9% discromias (5,4%), tumores malignos/câncer de pele (5,3%), e 36,2% respectivamente), e a região Norte com os coeficientes outras dermatoses infecciosas e não infecciosas (4,1%), mais elevados (99,85/100.000 habitantes), seguida das regiões micoses superficiais (3,8%,)(gráfico 4 ).Centro-Oeste (41,85/100.000 habitantes e Nordeste (26,50/100.000 habitantes).

A LTA por ser uma doença que apresenta grande diversidade e constantes mudanças nos padrões epidemiológicos de transmissão, em virtude das diferentes espécies de vetores, reservatórios e agentes etiológicos, associados à ação do homem sobre o meio ambiente, dificultam as ações de controle da mesma. As estratégias para o controle da LTA devem ser específicas, conforme a situação epidemiológica de cada local e região, destacando que é fundamental o conhecimento do maior número de casos suspeitos; diagnóstico e tratamento precoce dos casos confirmados; identificação do agente etiológico circulante na área; conhecimento das áreas de transmissão e redução do contato homem vetor por meio de medidas específicas.

Gráfico 1 - Distribuição dos casos novos de Dermatologia e DST notificados e registrados Fundação Alfredo da Matta - 2006

Fonte:Gerência de Epidemiologia/ Fundação Alfredo da Matta

20822

11335

6287

2740

335 125

TotalDermat. Simples

Dermat. prioritáriasDST

MHLTA

0

5000

10000

15000

20000

25000

Número

Gráfico 2 - Distribuição dos casos novos de dermatoses prioritárias segundo sexo Fundação Alfredo da Matta - 2006

Fonte:Gerência de Epidemiologia/ Fundação Alfredo da Matta

Fem50,2%

Masc49,8%

Gráfico 4 - Distribuição dos casos novos por grupos de dermatoses prioritárias mais frequentes Fundação Alfredo da Matta - 2006

Fonte:Gerência de Epidemiologia/ Fundação Alfredo da Matta

0,10,10,20,20,40,70,9

1,71,82,12,22,52,52,8

3,43,53,84,1

5,35,45,6

2030,5

TB cutânea e MicobacMicoses Subcutâneas e profundas

Doenças HereditáriasBuloses

Doenças MetabólicasPitiriase Rósea

Dermatoses Auto-imunesNevo

LíquensPsoríase

DermatozoonosesAlopécia

Dermatoses viraisDermatite atópica

Tumores benignosPiodermites

Micoses SuperficiaisOut.Dermatoses infecciosas e não infecciosas

Tumores malígnos / câncer de peleDiscromias

Acne, seborréiaDermatoses alérgicas

Dermatose não especificada

0 5 10 15 20 25 30 35%

LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA LTA

BOLETIMEPIDEMIOLÓGICO......................................................................6

Page 7: ANO VIII - NÚMERO 014 Jan/Dez 2006¡tica de definições operacionais e de procedimentos padronizados de medição e cálculo. A seleção do conjunto básico de indicadores – e

SITUAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DOS CASOS DE LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA(LTA)

NOTIFICADOS NA FUAM NO ANO 2006

No ano 2006 foram notificados 125 casos de LTA, com 67,2% dos diagnósticos concentrados no 1º. Quadrimestre (gráfico 1).

No ano de 2006,o maior número de casos ocorridos foi na faixa etária de 15-19 anos, com 14,4% dos casos. Na análise desta distribuição por sexo, o comportamento foi semelhante no masculino e diferente no feminino onde predominou a faixa de 10 - 14 anos. (gráfico 4).

No detalhamento por local de residência, chama atenção a Zona Leste com 25,6%, a Zona rural/ramais/estradas com 23,2% dos casos, a Zona Norte com 20,0% e a Zona Sul com 16,0% como podemos observar os casos concentram-se principalmente em áreas que estão em processo de expansão (gráfico 6 ).

No ano de 2006 foram notificados no serviço de DST da Fundação Alfredo da Matta (FUAM) 2.536 casos de DST, dessas 1.431 (56,4%) do sexo masculino e 1.105 (43,6%) feminino (gráfico 1).

A média da idade entre os casos notificados foi de 25,8 anos (DP= 9,0), e dentre as mulheres notificadas a idade média foi de 24,6 anos(DP=10,2) e para os homens 26,8 anos (DP= 9,9). Os grupos de idade de maior freqüência de notificação foram os tradicionais para as DST, 20 - 24 anos (27,6%); 15 19 anos (20,9%) e 25 29 anos (17,5%) gráfico 2.

Na distribuição dos casos segundo diagnóstico etiológico o mais freqüente foi o condiloma acuminado com 35,9% dos casos, seguido de outras uretrite gonocócica com 14,1% ( gráfico 5).

Gráfico 1 - Distribuição dos casos de LTA segundo mês de diagnóstico Fundação Alfredo da Matta - 2006

Fonte: Gerência de Epidemiologia / Fundação Alfredo da Matta

36

21

18

9

57

21 1

4

9

12

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

0

10

20

30

40

Número

Meses

N=125

Gráfico 4 - Distribuição dos casos de LTA, segundo sexo e faixa etáriaFundação Alfredo da Matta - 2006

Fonte: Gerência de Epidemiologia / Fundação Alfredo da Matta

0-04 5-09 10-14 15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 50 +

0

5

10

15

20

Fem Masc Total

Fem 0 1 10 5 4 5 4 1 5 0 2

Masc 1 2 7 13 12 9 10 13 5 6 10

Total 1 3 17 18 16 14 14 14 10 6 12

Faixa etária

Número

88

125

37

Gráfico 6 - Distribuição dos casos notificados de LTA, segundo área de residênciaFundação Alfredo da Matta - Ano 2006

Fonte: Gerência de Epidemiologia / Fundação Alfredo da Matta

3,2

4,8

7,2

16

20

23,2

25,6

Centro Oeste

Oeste

Centro Sul

Sul

Norte

Ramais/estradas/BR/Outros

Leste

0 5 10 15 20 25 30%

Local de Residência

N=125

DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS - DST NOTIFICADAS NA FUAM EM 2006

Masculino

56,4%

Feminino

43,6%

1431

1105

Gráfico 1 -Distribuição de casos de Doenças Sexualmente Transmissíveis por sexoFundação Alfredo da Matta - 2006

n = 2.536

Fonte: Gerência de Epidemiologia/Sub-Ger. Informação em Saúde - FUAM

Gráfico 2 -Distribuição dos casos de Doenças Sexualmente Transmissíveis segundo faixa etária Fundação Alfredo da Matta - 2006

0-09 10-14 15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 50 +

0

5

10

15

20

25

30

% 0,8 3,3 23,9 27,6 17,5 9,9 7,4 3,8 2,3 3,4

%

Faixa etária

n = 2.536

Fonte: Gerência de Epidemiologia/Sub-Ger. Informação em Saúde - FUAM

Gráfico 3 - Percentual dos casos de DST por diagnósticoFundação Alfredo da Matta - 2006

Fonte: Gerência de Epidemiologia/Sub-Ger. Informação em Saúde - FUAM

0,07

0,07

0,11

0,29

0,33

0,4

0,66

0,91

1,09

2,92

3,61

6,86

9,6

10,55

12,48

14,16

35,9

Donavonose

Linfogranuloma Venéreo

Infecção po Clamídia

Sífilis Secundária

Sífilis Primária

Sífilis Latente Precose

Cancro Mole

Tricomoníase

HIV

Candidíase

Sífilis Latente Tardia

Vaginose Bacteriana

Outras Etiol. Cervicite

Infecção Gonocócica

Herpes Genital

Outras Etiol. Uretrite

Condiloma Acuminado

0 10 20 30 40 50 %

n =2.740

BOLETIMEPIDEMIOLÓGICO

7......................................................................

Page 8: ANO VIII - NÚMERO 014 Jan/Dez 2006¡tica de definições operacionais e de procedimentos padronizados de medição e cálculo. A seleção do conjunto básico de indicadores – e

SITUAÇÃO DAS DOENÇAS NOTIFICADAS NA FUAMCASOS DE OUTRAS DERMATOSES NOTIFICADOS NA FUAM - 2006

CASOS DE DST NOTIFICADOS NA FUAM - 2006

CASOS DE LTA NOTIFICADOS NA FUAM - 2006

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ TOTAL ACNE, SEBORRÉIA E AFINS 20 45 48 27 35 28 26 34 21 26 25 19 354

ALOPÉCIA 16 16 17 11 17 12 13 14 13 12 10 5 156

BULOSES 2 2 - - - 1 - 3 - 1 1 - 10

DERMATITE ATÓPICA 22 21 12 7 14 10 14 13 29 5 21 8 176

DERMATOSES ALÉRGICAS 156 137 123 134 129 95 111 117 64 76 68 49 1.259

DERMATOSES AUTO-IMUNES 2 7 4 1 6 2 10 7 9 2 3 4 57

DERMATOSES NÃO ESPECIFICADA 142 204 215 134 174 94 167 193 142 144 206 104 1.919

DERMATOSES VIRAIS 14 15 16 16 21 10 12 12 9 17 9 9 160

DERMATOZOONOSES 21 16 22 15 15 7 10 11 6 4 7 6 140

DISCROMIAS 14 36 42 26 38 25 35 40 23 17 28 18 342

DOENÇAS HEREDITÁRIAS - 2 1 - - - 2 2 - 2 2 - 11

DOENÇAS METABÓLICAS 2 1 2 6 1 1 4 3 2 5 1 - 28

LÍQUENS 14 17 8 9 10 6 10 8 7 8 8 7 112

MICOSES SUBCUTÂNEAS E PROFUNDAS - - 2 3 - - - - - - 2 1 8

MICOSES SUPERFICIAIS 24 25 34 23 18 26 14 28 14 8 15 9 238

NEVO 13 14 15 6 7 6 6 11 10 2 9 10 109

OUTRAS DERMATOSES INF. E NÃO INF. 42 23 22 29 34 17 13 13 14 16 23 11 257

PIODERMITES 26 27 30 26 12 12 16 10 9 22 18 10 218

PITIRÍASE RÓSEA 6 3 3 4 2 2 3 13 4 4 3 - 47

PSORÍASE 18 12 8 6 14 14 14 18 6 10 11 3 134

TB CUTÂNEA E MICOBACT. 1 - - - - - - - 2 - 3 1 7

TUMORES BENÍGNOS 23 16 25 26 27 17 22 14 12 11 12 6 211

TUMORES MALÍGNOS/CÂNCER DE PELE 27 35 32 24 26 15 34 31 31 22 33 24 334

TOTAL 605 674 681 533 600 400 536 595 427 414 518 304 6.287

OUTRAS DERMATOSES2006

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ TOTAL

MASC. 25 14 16 5 4 7 2 - - 4 7 4 88 FEM. 11 5 5 4 1 - - 1 1 - 2 7 37

TOTAL - 22 21 9 5 7 2 1 1 4 9 11 125

SEXO2006

2006

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ TOTAL

CANCRO MOLE 3 1 2 1 1 1 2 2 2 1 - 2 18

CANDIDÍASE 17 11 7 4 8 2 7 10 - 6 5 3 80

CONDILOMA ACUMINADO 101 77 87 77 106 78 96 82 63 85 77 54 983

DONOVANOSE - - - - - - - 1 1 - - - 2

HERPES GENITAL 30 28 25 32 47 23 36 37 17 26 24 17 342

HIV 4 3 4 4 3 2 2 1 2 1 4 - 30

INFECÇÃO GONOCÓCICA 40 19 30 18 22 14 28 34 15 26 19 24 289

INFECÇÃO POR CLAMÍDIA - - 1 - - - - 1 - - 1 - 3

LINFOGRANULOMA VENÉREO 1 - - 1 - - - - - - - - 2

OUTRAS ETIOL. CERVICITE 12 21 22 43 31 24 28 17 11 21 19 14 263

OUTRAS ETIOL. URETRITE 27 32 36 29 50 20 31 37 37 33 33 23 388

SÍFILIS LATENTE PRECOSE - 1 - 1 1 - 2 4 1 - - 1 11

SÍFILIS LATENTE TARDIA 10 7 11 12 12 9 6 7 6 10 5 4 99

SÍFILIS PRIMÁRIA - 1 1 - 2 1 1 - 2 - - 1 9

SÍFILIS SECUNDÁRIA - - 2 1 3 - 1 - - - - 1 8

TRICOMONÍASE 6 1 2 2 6 1 3 2 1 1 - - 25

VAGINOSE BACTERIANA 22 27 20 15 20 7 22 11 10 20 10 4 188

TOTAL 273 229 250 240 312 182 265 246 168 230 197 148 2.740

DIAGNÓSTICO ETIOLÓGICO

BOLETIMEPIDEMIOLÓGICO......................................................................8