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ANO 57 - JANEIRO A MARÇO 2017 - N° 216 O MAN^DMIEHTO DE DEUS . l''João 3:18-24 Os maiores mandamentos de Deus aos israelitas se resumiam em duas sentenças, conforme citado pelo próprio Senhor Jesus: '"Amarás, pois, ao Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças... Amarás o teu próximo como a ti mesmo'' (Marcos 12:30-31). O mandamento de Deus para nós que professamos ser cristãos, conforme lemos nesta passagem é: ''que creiamos no nome de seu Filho Jesus Cristo e nos amemos uns aos outros, segundo o seu mandamento'' (P João 3:23). Estas duas partes de um só mandamento são inextricáveis: se nos limitarmos apenas a dizer que cremos em Jesus Cristo, e evitarmos qualquer envolvimento com nossos irmãos na fé, estaremos desobedecendo ao Seu mandamento. O "crer no nome do Seu Filho Jesus Cristo" abrange aceitar tudo o que Ele é e disse (T João 1:3). Essa fé, pela graça de Deus, nos traz a vida eterna que é comunhão com Deus, e Ele habita em nós mediante o Espírito Santo (João 14:10, 17, 23; 17:21, Romanos 8:9,14,16). O Espírito Santo é dado a todo crente, "Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se é que o Espírito de Deus habita em vós. Mas, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele" (Romanos 8:9). A habitação do Espírito Santo em nós é a evidência de que somos filhos de Deus, e é o Espírito Santo que dá realidade ao amor de Deus em nossos corações. O Senhor Jesus disse: "Se me amardes, guardareis os meus mandamentos" (João 14:15) e "(9 meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei" (João 15:12). Esse amor não é simples emoção e sentimento, e não se expressa apenas em palavras, pela língua. Nossa língua tem facilidade em correr adiante dos nossos pés, mas o legítimo amor cristão não se demonstra com a língua. Ele sinceramente procura dar apoio e auxílio. Palavras bondosas podem confortar e alegrar, mas as expressões cordiais devem ser -01 -

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Page 1: ANO 57 - JANEIRO A MARÇO 2017 - N° 216€¦ · é que o Espírito de Deus habita em vós. Mas, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele" (Romanos 8:9). A

ANO 57 - J A N E I R O A M A R Ç O 2017 - N° 216

O M A N ^ D M I E H T O D E DEUS . l ' 'João 3:18-24

Os maiores mandamentos de Deus aos israelitas se resumiam em duas sentenças, conforme citado pelo próprio Senhor Jesus: '"Amarás, pois, ao Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças... Amarás o teu próximo como a ti mesmo'' (Marcos 12:30-31).

O mandamento de Deus para nós que professamos ser cristãos, conforme lemos nesta passagem é: ''que creiamos no nome de seu Filho Jesus Cristo e nos amemos uns aos outros, segundo o seu mandamento'' (P João 3:23). Estas duas partes de um só mandamento são inextricáveis: se nos limitarmos apenas a dizer que cremos em Jesus Cristo, e evitarmos qualquer envolvimento com nossos irmãos na fé, estaremos desobedecendo ao Seu mandamento.

O "crer no nome do Seu Filho Jesus Cristo" abrange aceitar tudo o que Ele é e disse (T João 1:3). Essa fé, pela graça de Deus, nos traz a vida eterna que é comunhão com Deus, e

Ele habita em nós mediante o Espírito Santo (João 14:10, 17, 23; 17:21, Romanos 8:9,14,16). O Espírito Santo é dado a todo crente, "Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se é que o Espírito de Deus habita em vós. Mas, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele" (Romanos 8:9). A habitação do Espírito Santo em nós é a evidência de que somos filhos de Deus, e é o Espírito Santo que dá realidade ao amor de Deus em nossos corações.

O Senhor Jesus disse: "Se me amardes, guardareis os meus mandamentos" (João 14:15) e "(9 meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei" (João 15:12). Esse amor não é simples emoção e sentimento, e não se expressa apenas em palavras, pela língua. Nossa língua tem facilidade em correr adiante dos nossos pés, mas o legítimo amor cristão não se demonstra com a língua. Ele sinceramente procura dar apoio e auxílio. Palavras bondosas podem confortar e alegrar, mas as expressões cordiais devem ser

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acompanhadas por ações do coração para que o amor seja por obra e em verdade, enfim, autêntico. Em outras palavras, o amor se manifesta pelo que fazemos por nossos irmãos: não é amor de apenas dar um abraço, ou de dizer que temos amor, mas é expresso mediante um interesse real pelo seu bem-estar.

Se realmente formos filhos de Deus, manifestaremos este amor. É um amor com sacrifício próprio. Pode não ser necessário dar as nossas vidas, mas certamente é necessário dar das nossas posses, tempo, etc. O cristianismo é um relacionamento de amor, um amor sincero para com todos os coirmãos em Cristo. Este amor é negado quando, por exemplo, nos esforçamos em denegrir a boa reputação de outro servo do Senhor, mesmo espalhando secretamente boatos maldosos a respeito dele "por que onde há ciúme e sentimento faccioso, aí há confusão e toda obra má" (Tg 3:16).

A carta de Tiago expõe esse assunto mais detalhadamente e dá exemplos: "se o irmão ou a irmã estiverem nus e tiverem falta de mantimento cotidiano, e algum de vós lhes disser: 'ide em paz, aquentai-vos e fartai-vos ', e lhes não derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito virá daí?" (Tiago 2:15-16). É o que pode acontecer quando um i r m ã o necessitado se aproxima de nós e lhe dizemos apenas "vou orar por você, amado irmão". Vai ser uma tragédia quando muitos crentes chegarem à presença de Cristo depois de terem recebido uma grande provisão dos bens deste mundo, se não tiverem feito uso deles para benefício dos seus irmãos necessitados.

Se as nossas vidas manifestarem obediência a esse mandamento, temos a garantia de que somos da verdade quando nos aproximamos de Deus em oração. Além disso, assim como é possível sermos envergonhados quando da vinda de Cristo se tivermos gasto inutilmente aquilo que nos foi dado, teremos confiança quando chegarmos à Sua presença se tivermos usado nossos recursos sabiamente para o benefício do Seu reino. Deus nos dá confiança em nossos corações de que estamos agindo conforme a Sua vontade, fazendo aquilo que Ele deseja.

Paulo tinha essa segurança quando escreveu "Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda" (2 Timóteo 4:8). A onisciência de Deus está ligada ao Seu amor e simpatia. Deus conhece todos os segredos dos nossos corações. Todo filho de Deus pode ter essa segurança, mas suponhamos que não a temos, porque sentimos em nossa consciência que não estamos fazendo tudo daquilo que deveríamos estar fazendo. Será que isso significa que perdemos a nossa salvação, ou mesmo que nunca a tivemos?

Certamente não perdemos a nossa salvação uma vez salvos. Se nosso coração, ou consciência, nos condena, Deus é maior do que nossos corações, maior do que nossa falta de segurança. Ele ainda vai ouvir nossa oração. Deus maravilhoso como Ele é. Se faltarmos com Ele, Ele não nos faltará. Podemos depender dEle. Mesmo quando não temos segurança, podemos simples­mente continuar a ir até Ele. Por outro lado, se nosso coração (consciência)

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não nos condena, temos confiança em nossa comunhão (não pretendendo isenção de pecado) com Deus, e nos chegamos a Ele, confiantes, em oração (Hebreus 4:16). É maravilhoso termos confiança quando oramos.

A prática do amor cristão nos dá segurança para orar, porque podemos esperar que Deus nos ouça e responda nossa oração quando nossa vida Lhe agrada. Não há limites aos pedidos feitos em o r a ç ã o quando existe comunhão completa com Deus, o que significa sujeição completa da nossa vontade àquela de Deus nosso Pai (Marcos 11:24; Lucas 11:9; João 14:12; 16:23). Receberemos regularmente a resposta às nossas orações porque: 1. Guardamos os Seus mandamentos, e 2. Fazemos aquilo que Lhe é agradável.

Nem sempre a resposta virá da forma que esperamos, mas será a melhor para nós.

Quando a igreja primitiva começou

a ser perseguida, e os apóstolos foram proibidos de pregar no nome de Jesus, eles contaram o que se havia passado aos irmãos; eles se reuniram e se dirigiram a Deus em oração.

Eles começaram a sua oração dizendo "Senhor, tu és o que fizeste o céu, e a terra, e o mar, e tudo o que neles há ..." (Atos 4:24). Nosso Pai celestial é o Deus poderoso, criador de tudo e Senhor do universo. Ele é quem manda. Os discípulos não pediram que não houvesse perseguição, mas que Deus permitisse que falassem a Sua palavra com toda a ousadia. Deus lhes concedeu esse pedido, houve perseguição e, em consequência, o Evangelho rapidamente se espalhou por toda parte.

Vemos assim como o verdadeiro crente em Cristo, amando seus irmãos, pode fazer uma grande contribuição para a obra de Deus em comunhão com eles.

R. David Jones

A SENDA DO CRISTÃO Publicação trimestral cristã, sem fms lucrativos e mantida por ofertas voluntárias.

FUNDADOR: Kenneth Jones

Sugestões e artigos devem ser encaminhados ao: EDITOR RESPONSÁVEL: Orlando Arraz Maz

e-mail: [email protected] R. Oswald de Andrade, 59; Chácara Sergipe; Cep 09.894-070 S. Bernardo do Campo - SP

Ofertas e pedidos devem ser encaminhados ao:

TESOUREIRO: James Crawford; e-mail: [email protected] Caixa Postal, 19 - CEP 14.600-970 - São Joaquim da Barra - SP ou

Bradesco: Ag. 1500-8 - C/C 006478-5 - Favor enviar cópia do depósito. Para orientação das igrejas e dos irmãos, o custo de cada exemplar de

A Senda do Cristão é de RS 0,80.

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A MESMA IlTEUQEMCIik O ano estava a começar e com ele

uma canícula insuportável. Como de hábito, desde o ano passado sou usuário do Metro para as minhas idas e vindas ao escritório do Boletim dos Obreiros. Durante o trajeto sinto-me confortável com a r e f r i g e r a ç ã o dos v a g õ e s . Todavia, o mesmo não acontece nas estações daqui, ao menos por agora, pois não há refrigeração nem ventilação no ambiente, trazendo sensível desconforto aos passageiros.

Finalizei o meu primeiro trajeto e ao sair do vagão que me transportara deu para sentir o impacto das temperaturas divergentes, ainda mais em meio àquele aglomerado de pessoas que andavam apressadamente, muitas delas bastante suadas, na busca das plataformas que as levassem ao destino desejado.

Ainda que poucos, na minha idade tenho alguns privilégios. Dentre esses, o de me permitir o uso dos elevadores que me levam a outras plataformas das estações sem ter que ficar nos esbarrões que normalmente acontecem em meio àquela multidão, principalmente nos horários de pico. Para lá caminhando, vi ainda de longe, ao fiindo do elevador, um homem alto que fazia uso de muletas, por não ter a maior parte da sua perna direita, que passou a olhar atentamente para a minha mão esquerda. Nela eu carregava um livro.

Na saída do elevador segurei a porta para que aquele homem passasse em segurança e qual não foi a minha surpresa ao ouvi-lo dizer: "Quem é o homem mais inteligente da história?". De imediato percebi que ele se referia ao título do livro que eu estava a ler. Tínhamos que subir ainda mais um piso

e o fizemos pela escada rolante, e resolvi caminhar lentamente ao seu lado dadas as suas dificuldades, pois' dependia das muletas para a sua locomoção.

Pensei rápido! Em vez de responder a pergunta por ele formulada informando de quem se tratava, antes lhe fiz uma pergunta: - Para você, quem seria o homem mais inteligente da história?

Ele não pestanejou! - Einstein. Respondi: - Certamente que não!

Volte a mais 2.000 anos do nosso tempo.

Pela forma correta de se expressar percebi que era um homem que se dedicava à leitura, disse-me ele:

- Aí você me pegou! Não faço a menor ideia quem seria o homem mais inteligente da história em uma época tão distante.

A resposta era extremamente simples e comecei a perceber que aquilo se tornou um desafio para ele, pois o ponto em que iríamos nos separar se aproximava porque as nossas plataformas de transbordo eram diferentes e, diante do seu olhar inquiridor, lhe respondi:

- Essa pessoa é a mais conhecida do mundo! O livro mais vendido do mundo, cuja quantidade jamais será superada, fala da Sua existência muito antes d'Ele ter nascido e não haveria espaço suficiente neste mundo que comportaria a quantidade necessária de livros que descrevessem toda a manifestação da Sua fantástica inteligência enquanto aqui esteve e Seus imensuráveis feitos (referindo-me a João 21:25). Seu Nome é Jesus!

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Ele ia me responder, mas não mais havia tempo e me antecipei aos fatos dizendo-Ihe:

- Você não se lembrou em citá-10 porque a imensa maioria das pessoas não O vê como o único Homem Perfeito que existiu neste mundo, mas como um religioso como tantos outros, para alguns uma lenda. Mas o Dr. Lucas, um médico provavelmente grego, depois de acurada investigação de tudo acerca de Jesus, entregou dois dos seus escritos a uma excelentíssima pessoa (Teófilo) contendo toda exposição em ordem do Homem mais inteligente da história da humanidade, em todos os tempos (reportando-me a Lucas 1:1-4 e Atos 1:1).

Antes de nos despedirmos com um aceno, ele fez questão de dizer que iria ler esse livro que revelava tão notável inteligência. Ele seguiu o seu caminho com a dificuldade natural pela sua deficiência. A minha expectativa é que a leitura daquele livro, cujo autor, um renomado médico, foi um ateu dos mais críticos de nossos dias que se converteu a p ó s estudar a mente de Jesus, despertasse naquele homem uma intensa busca dessa inteligência e, como o autor, chegasse ao conhecimento da Verdade.

Ao continuar a minha viagem, agora no trecho mais longo, aliviado por retomar a um ambiente refrigerado, não prossegui na minha leitura porque fiquei a pensar naquele encontro fortuito que foi motivado pelo título de um livro que aguçou a curiosidade de uma pessoa e de como as coisas acontecem de forma inesperada. Portanto, devemos sempre estar preparados, pois a qualquer momento podemos ser inquiridos por

^ I g u é m que sequer sabemos o nome.

A não ser pelo fato de usarmos o mesmo sistema de transporte, havia entre mim e ele diferenças que não estavam somente na cor da nossa pele, mas na mais importante de todas: Na fé! Uma pergunta não me saía da cabeça: Como aquele homem, que demonstrou não ser um iletrado, não tivesse de imediato se lembrado do Homem mais conhecido no mundo?

Era impossível que ele nunca tivesse ouvido falar de Jesus, independen­temente da sua prática religiosa. Por acaso essa falta de lembrança estaria ocorrendo face à vulgarização da Pessoa do Senhor Jesus através das inúmeras seitas que têm surgido em tomo do Seu Nome? Seria pelo enorme descrédito que esses tais estão a provocar pela desmedida busca do poder a q u a l q u e r cus to e do enriquecimento rápido e fácil? Ou, então, seria pela indiferença de muitos por estarem apegados aos deleites desta vida (Lucas 8:14)?

A esta altura, prezado leitor, pode ser que você gostaria de saber se no contexto em que me reúno como cristão essas coisas acontecem? Eu lhe responderia que, como nos demais segmentos, elas acontecem não somente aqui como em outras partes do mundo. Parece que as pessoas sentem uma coceira irresistível de mudança, de plagiar, de buscar a solução do outro lado do muro, sem se questionarem se aquela postura os a f a s t a r á d a q u i l o que lhes f o i estabelecido nas Escrituras. Para muitos não há mais o mesmo encanto nos ensinos do Senhor Jesus! Aquele que de f a to O ama se apega exclusivamente às Suas revelações não nas do seu vizinho, ainda que estejam cheias de boas intenções (João 14:21,

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dentre outros). Na minha narrativa inicial fiz rápida

menção nas "diferenças" que havia entre mim e aquele homem, mas não tivemos tempo para "divergências" tendo em vista que os nossos caminhos eram diferentes, não andávamos juntos. É notadamente sabido que as divergências são motivadas pela desintel igência , ou pela falta de conhecimento, se não de ambas, mas de uma das partes discordantes, e, por serem desiguais, há o afastamento.

Nos primeiros dias deste ano houve quem me escrevesse para saber se eu tinha conhecimento de um ajuntamento em nosso meio, de c r i s t ã o s que estavam a usar a expressão "unidade apesar das diferenças". Pensei comigo, já ouvi isso? De fato no ano passado essa mesma expressão foi usada por um pastor evangélico americano que estava a pregar que os cristãos deviam v i v e r em "unidade apesar das d i fe renças t eo lóg icas menores". Teologia menor? O que significa isso? Que coisa sobremodo estranha!

Veio-me à mente a expressão usada por Amós (3:3) ao questionar de como poderiam andar juntos aqueles que estão em desacordo? Portanto, se nas coisas de Deus não houver concordância, a mesma harmonia de propósito, o mesmo parecer, a mesma disposição mental é impossível que as pessoas caminhem juntas. Conceitos divergentes à sã doutrina levam à discórdia na medida em que cada um defende os seus interesses ou vontades pessoais.

Respeitando aos que pensam de forma diferente, permita-me, caro leitor, asseverar que não existe unidade nas diferenças. São coisas absolutamente

excludentes! Alguém ou ambas as partes terão que transigir: "Eu cedo neste ponto e você nesse outro" e com isso passamos a conviver. Dessa união surge algo híbrido, portanto estéril.

Ouçamos a Paulo: "completai a minha alegria, de modo que penseis a mesma coisa, tenhais o mesmo amor, sejais unidos de alma, tendo o mesmo sentimento" (Filipenses 2:2). Portanto, não busquemos a unidade nas coisas divergentes, nas diferenças, pois isso implica em conviver com elas. Ao contrário, esforcemo-nos na busca da convergência na conformidade da inteligência de Cristo, pois, se d'Ele somos, temos a Sua mente (1 Coríntios 2:16). Permita Deus que assim seja!

José Carlos Jacintho de Campos

A P L I C A T I V O DOS HINOS E CÂNTICOS

O aplicativo de Hinos e Cânticos pode ser acessado pelos usuários de "smartphones" e "tablets", com o sistema Android.

Para ser baixado, acessar o "Google Play" e digitar no APP "Hinos e Cânticos", pagar R$3,00 e em seguida seguir os passos indicados.

Informamos que o Aplicativo será atualizado com as alterações que estão sendo introduzidas no Hinário de Letras, assim que este estiver concluído.

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UMA EXPEEltN'CIA DO' SALMO 91 Em 1922 nas ilhas Hébridas, um

menino de cinco anos de idade estava morrendo de difteria. Uma falsa membrana havia se formado em sua garganta, dificultando a respiração. Sua mãe, uma mulher cristã, ficou de costas para não ver o último suspiro da criança. Naquele exato momento, alguém bateu à porta; era seu cunhado que morava nas proximidades. Ele falou: "Vim para dizer que você não precisa se preocupar com a saúde da criança. O menino vai se recuperar, e, um dia. Deus salvará a alma dele". Incrédula, a mulher perguntou: "Como pode dizer isso?". Então, o homem explicou que, enquanto lia o Salmo 91, sentado perto da lareira, ouviu Deus falando claramente por meio dos três últimos versículos:

"Pois que tanto me amou, eu o livrarei; pô-lo-ei num alto retiro, porque ele conhece o meu nome. Quando ele me invocar, eu lhe responderei; estarei com ele na angústia, livrá-lo-ei, e o honrarei. Com longura de dias fartá-lo-ei, e lhe mostrarei a minha salvação".

Aquele menino sou eu. Deus me libertou da morte naquela noite, salvou

minha alma treze anos depois e me concedeu uma longa vida. Espero que você compreenda por que chamei esse salmo de meu salmo. Quando me refiro ao Salmo 91, geralmente acrescento que até estou disposto a compartilhá-lo, mas o considero meu! A maioria dos teólogos, entretanto, não concorda comigo: dizem que se trata de um salmo messiânico. Eles estão certos, é claro, pois a interpretação principal se refere ao nosso Senhor Jesus Cristo, e é exatamente com base nessa perspectiva que vamos estudá-lo. Contudo, lembre-se de que, de certo modo, também podemos nos apropr iar pessoalmente dessa promessa maravilhosa.

Clamo todos os rios de tua graça para mim; escrevo meu nome em cada promessa de teu amor sem fim.

William Macdonald Extraído de "Comentário Bíblico Popular" - Antigo Testamento Pgs. 464/ 465

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ãÚ E S E U A D V O Q A D O

Saibam que agora mesmo a minha testemunha está nos céus; nas ahuras está o meu advogado. O meu intercessor é meu amigo, quando diante de Deus correm lágrimas dos meus olhos; ele defende a causa do homem perante Deus, como quem defende a causa do amigo (Jó 16:19-21).

Quem não deseja um advogado competente, sobretudo com bons conhecimentos jurídicos? Jó, o velho patriarca, pode nos ajudar neste sentido, pois diante de seus "amigos" , verdadeiros acusadores, apresenta-lhes um advogado que, além de competente, se interessava por ele. Eis suas credenciais:

a) local onde atende: nas alturas, nos céus; b) ele é um amigo e um intercessor; c) ele compreende as muitas lágrimas; d) defende ações como a um amigo.

Apesar de tanto sofrimento, reduzido não somente à misér ia financeira, como à precária saúde, sua esperança ainda era forte e sua confiança em Deus era inabalável. Apesar de suas queixas contra Deus, sem compreender as causas de tamanha dor, e ainda, incitado por sua mulher a amaldiçoar Deus, Jó guardava e alimentava dentro do seu coração total esperança.

Quantas vezes nos encontramos perdidos em meio ao sofrimento, à tristeza, à dor pela doença ou pela morte de alguém que amamos, e de repente avistamos uma pequena luz para nos iluminar, e nela depositamos nossa

esperança. Foi assim com Jó. A luz que ele pôde ver através de seus olhos sem nenhum brilho foi um advogado para defendê-lo.

Essa bendita luz que avistamos nada mais é que nosso Advogado, o Senhor Jesus, o mesmo que socorreu a Jó em suas necessidades e devolveu-Ihe saúde e paz. Ele está nos céus e é nosso amigo, compreende nossas l á g r i m a s e deseja nos defender. Assim, somos apresentados a Ele por João, seu apóstolo: "Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo". Ele está pronto para restaurar aquilo que Satanás roubou, libertar-nos de suas acusações, e enxugar de nossos olhos toda lágrima.

Bendito seja esse nosso Advogado, pois "Ele é o mesmo ontem (nos tempos de Jó), hoje e eternamente" (Hebreus 13:8).

Orlando Arraz Maz

S I T E D O HINÁRIO HINOS E CÂNTICOS

Visite o site no seguinte endereço: www.hinosecanticos.com.br, e conheça melhor a história de nosso hinário. Há notícias recentes e interessantes que vão enriquecer o seu conhecimento sobre o hinário.

Há, também, no site, sugestões que podem ser dadas e perguntas que poderão ser dirigidas à Comissão do Hinário.

Sua participação muito nos ajudará. SITEDOHINÂRIO

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R I C H A R P H O L D E N

A partir deste número "A Senda do Cristão" publica dados da biografia do Sr. Richard Holden (1828-1886), extraídos do livro "Os Irmãos" de S. G. Filgueiras.

É bom conhecer a vida deste consagrado servo que deu início ao nosso hinário "Hinos e Cânticos", onde encontramos muitos hinos de sua autoria ou traduzidos, cantados pelo povo de Deus.

Sua vida e atividades até março de 1865

Nasceu em agosto de 1828, em Dundee, Escócia, e faleceu em 17 de julho de 1886, em Lisboa, Portugal.

Transcrevemos, a seguir, um folheto escrito pelo próprio Holden, conforme está registrado em LP-II - págs. 45 a 48, e intitulado: "Meu despertamento, minha vivificação, minha selagem e minha libertação".

"Conta ele que nasceu em agosto de 1828. Seus pais eram membros da Igreja Anglicana da Escócia, e o educaram nos princípios do Evangelho. Confessa, porém, que, até aos 21 anos de idade, vivera em completa indiferença religiosa, alheio a tudo o que se referisse a Deus e às coisas divinas; era, pois, um ímpio. Preferia viver sozinho, retirado do convívio de todos, e assim pouco conhecia da infidelidade corrente no mundo; todavia era infiel e seu coração dava agasalho a uma vaidade vã, tendo em alta conta a "grandeza humana".

Dois meses depois de completar 21 anos, apanhou uma forte constipação que lhe atacou o peito e então começou a

(1828 - 1886) pensar: "Quem sabe se, com esta moléstia, vou ficar tísico e vou morrer? Esse pensamento muito o afligia e perturbava, especialmente à noite. E Holden continua: "Tendo me restabelecido, esqueci-me do susto que tive e continuei indiferente".

Costumávamos jantar cedo aos domingos. Logo que acabava a refeição, retirava-me, no verão, para uma colina, cercada de belas árvores e donde se descortinava um lindo panorama; ali me entretinha, sozinho, a ler um livro qualquer. Nas tardes frias de inverno, abrigava-me numa cabana, ao lado da casa, sentando-me perto do fogo, junto à chaminé.

Foi num desses dias de inverno, num domingo à tarde, que entrei na biblioteca de meu pai, para escolher um livro e levá-lo para a cabana. Na estante, duas obras me chamaram a atenção - uma era de Shakespeare, o célebre poeta; a outra era a "Teologia" do Dr. Dwight. Fiquei indeciso, mas afinal resolvi levar o segundo para ver o que continha.

O volume começava com um discurso preliminar sobre a "Existência de Deus". A leitura desse discurso impressionou-me de tal maneira, que deu em resultado a minha conversão! Subitamente, senti-me na presença de um Deus que existe realmente, de um Ser a quem teria de prestar contas dos meus atos! O meu estado de indiferença anterior transformou-se numa ânsia incontida de obter a salvação! A minha alma deleitava-se em ter descoberto que, na G l ó r i a de Deus, existe na verdade um H O M E M V I V O , Fi lho do Eterno Deus; que esse F i lho de Deus

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tomara a forma humana, aqui vivera, sofrera, morrera e afmal ressuscitara e subira ao trono do Seu Pai, no Céu - tudo isso com o propósito de salvar os pecadores! Quão diferentes eram agora as minhas ideias acerca da "grandeza humana"!

Sentia então que havia renascido pelo Espírito de Deus (Jo 3.5 e 1 Jo 5.1), mas não percebia ainda que já tinha em Jesus a salvação completa, porque eu me sentia salvo e julgava que devia esforçar-me para alcançar o verdadeiro arrependimento e viver sem cometer faltas. Afmal, pude compreender que Deus dá o perdão por amor de Jesus e que o dá sem condições. Então fiquei livre de temor e rendi graças a Deus! Alegrei- me, porque estava salvo no rochedo de Cristo; perdi todo o medo da morte e ansiosamente desejei estar, sem demora, com Cristo.

Mais tarde compreendi que era um grande privilégio, para o crente, servir ao Salvador, como seu evangelista, dando testemunho da Sua graça pela boca e pela vida; mas, percebendo em mim a presença contínua do mal, senti-me tão desgostoso e abatido, que esse estado de espírito me atropelou durante vinte e dois anos! (Nota - até 1872, quando já contava 44 anos de idade). Não atinava com a verdade, expressa era Rm 8.1, de que "não há mais condenação para os que estão em Jesus Cristo, os quais não andam segundo a carne". JESUS DÁ PODER ao crente para vencer o pecado e o santifica de momento em momento. Consegui compreender, então, claramente que há duas naturezas no crente: a velha, que é carnal e mundana, e a nova, que é espiritual e implantada pelo Espírito Santo - "Todo o que é nascido de Deus não comete pecado ...

Todo o que não é justo não é filho de Deus e o que não ama a seu irmão". (1 Jo 3.9-10).

Depois de outro lapso de seis ou sete anos (entre 1872 e 1879), cheguei à conclusão de que a pessoa, isto é, o próprio EU, na dependência do poder de Cristo, resolve viver como um filho de Deus; e que esse poder não era produto meu, interno, mas um produto externo, derivado da união com Cristo, que é "o poder ou a virtude de Deus" (1 Co 1.24), descansando e "habitando em mim" (2 Co 12.9), ficando EU na dependência dELE, continuadamente!

Terminara a minha servidão! Mas ainda não era o fim de toda a luta: a vitória final seria toda de CRISTO EM M I M !

O hino seguinte (composto pelo próprio Holden) passou a exprimir a minha felicidade, desde esse momento:

Tu és minha esperança! Achou minha ahna em Ti A paz e a segurança Que carecia aqui!

Depois de conhecer-Te, Depois que Te abracei, Receios mais não sinto Da Tua santa lei. (H. C. 453)

Do período entre a idade de 21 anos (1849), quando ainda estava na casa dos pais, na Escócia, e a idade de 28 anos (1856), quando cursava o Seminário Teológico, em Ohio, Estados Unidos, não temos dados sobre a sua vida, exceto uma informação de que

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viveu no Brasil, como negociante, antes de 1851.

Em 1. Passado, Vol. I , pág. 108, ao referir-se ao Relatório de 1860, da Sociedade Bíblica Americana onde se encontra me do Sr. Holden, entre os destinatários de Bíblias, Dr. João Gomes da Rocha, acrescenta que sr. Holden já havia estado antes no Brasil , mas não informa quando. O missionário presbiteriano A. L. Blackford, grande amigo de Holden, em uma carta, declarou que Holden veio residir no Brasil, antes de 1851, como comerciante. Da leitura de declarações suas, em várias ocasiões, tem-se a impressão de que Holden viera para o Brasil, em sua primeira vez. com o propósito de trabalhar para o seu sustento e evangelizar, sem depender de ajuda financeira de alguém, ou de alguma instituição.

Sua ida aos Estados Unidos deve ter sido para adquirir maior conhecimento.

Holden diplomou-se no Seminário, em Ohio, no ano de 1859. Durante sua estadia nos Estados Unidos traduziu para o português vários escritos religiosos, e mais tarde voltou a Portugal, cooperou com o pastor presbiteriano português Antônio José de Matos. Este havia fugido da Ilha da Madeira, em 1845, por ocasião da perseguição havida ali, e com o incipiente trabalho presbiteriano em Lisboa, depois transferiu-se para a Madei ra , onde reorganizou a Igreja Presbiteriana, em Funchal, em 1875. Esse conhecimento que Holden tinha do português corrobora com a informação, de Blackford e de Gomes da Rocha, de que Holden vivera antes no Brasil.

Em fins de 1855, ou princípio de 1856, Holden j á estava matriculado no

Seminário de Ohio,ligado à Faculdade Kenyon, na cidade de Gambier. Diplomado pelo Seminário, Holden se ofereceu para trabalhar no Brasil, e foi aceito pelo Conselho de Missões Episcopais dos Estados Unidos e pela Sociedade Bíblica Americana. Viajou dos Estados Unidos, indo primeiro à Escócia para visitar seu pai, Sr. R.G. Holden, foi a Londres onde visitou a Sociedade Bíbl ica Bri tânica e Estrangeira e a Sociedade de Literatura Religiosa, embarcando depois em Liverpool para Belém do Pará, em novembro de 1860. Trouxe consigo um exemplar do " B r a z i l and the Brazilians" de autoria de Fletcher, e certa quantidade de Bíblias. Há carta sua escrita de Belém do Pará em 16 de dezembro de 1860.

Holden permaneceu em Belém como miss ionár io da Sociedade Missionária Protestante Episcopal para o Estrangeiro e como agente da Sociedade Bíblica Americana até janeiro de 1863, quando se transferiu para a Bahia (Gueiros- pg. 187; LP-I -204.

Durante o tempo em que residiu em Belém, Holden, entre dezembro de 1860 e junho de 1861, fez quatro viagens de várias semanas cada uma, pelo rio Amazonas e seus afluentes, vendendo Bíblias. Quando já estava decidido a sair de Belém, entre maio e dezembro de 1862, subiu o Amazonas até o Peru, levando seu saldo de Bíblias em espanhol e português.

A continuar

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TEMOS QUE "PERMANECER" PARA IR AO CEU?

"E a \ós outros também que, outrora, éreis estranhos e inimigos no entendimento pelas vossas obras malignas, agora, porém, vos reconciliou no corpo da sua carne, mediante a sua morte, para apresentar-vos perante ele santos, inculpáveis e irrepreensíveis, se é que permaneceis na fé, alicerçados e firmes, não vos deixando afastar da esperança do evangelho que ouvistes ... " Colossenses 1:21-23

Estes vers ículos descrevem a reconciliação efetuada por Cristo na cruz. Ele mesmo realizará o restante: "apresentar-vos perante ele santos, inculpáveis e irrepreensíveis (no seu tribunal no céu)". Tal apresentação depende da reconciliação.

Mas o versículo 23 acrescenta "se é que permaneceis na fé, alicerçados e firmes, não vos deixando afastar da esperança do evangelho". Como pode-se entender isso?

Regra número um de interpretação:

Se uma interpretação contradiz o Evangelho, está errada. Por exemplo, se 'permanecer' (v. 23) é um requisito para ser apresentado santo diante dEle, temos um problema sério de interpretação bíblica, porque nesse caso o Evangelho não dependeria de Cristo e sim de nós mesmos. Mas, quem nos reconciliou, não é também o mesmo

v^que nos apresentará santos e inculpá-

veis? Claro que sim, porque tudo depende dEle; não dEle e nós, ou somente de nós.

Se assim fosse, a salvação não seria presente, seria posterior à morte. Não seria segura, senão duvidosa. Além do mais, todas as promessas incondicionais do Evangelho (vide João 10:28) seriam falsas. Essa interpretação está total­mente errada porque contradiz o Evangelho.

o uso da frase "se": As frases que contêm "se" no

Novo Testamento nem sempre expressam algo que é duvidoso: "Se, porém, eu expulso demónios

pelo Espírito de Deus, certamente é chegado o reino de Deus sobre vós ", (Mt 12:28). Outro pequeno detalhe, porém, importante: Paulo não disse que '...não vos apresentará se é que não permaneceis na fé, alicerçados e firmes... ' senão o expressou de forma positiva. Quando ele falou: "...se é que permaneceis na fé, alicerçados... " não quer dizer: 'se é que permaneceis, (e eu duvido dissqj ', senão: 'se é que permaneceis na fé (e tenho toda certeza disso)'.

O normal: Um verdadeiro crente pode falhar

sim, porém a caracter ís t ica será permanecer. "Filhinhos, não vos deixeis enganar por ninguém; aquele que pratica (continuamente) a justiça é justo, assim como ele é justo. " 1 João 3:7. y

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"Aquele que pratica (continuamente) o pecado procede do diabo" 1 João 3:8.

"Todo aquele que é nascido de Deus não vive na prática (contínua) de pecado" 1 João 3:9.

"Nisto são manifestos os filhos de Deus e os filhos do diabo: todo aquele que não pratica (continuamente) a justiça não procede de Deus". 1 João 3:10.

À luz destas cons iderações , concluímos que Paulo está ensinando que os verdadeiros crentes, sim, permanecerão, não para serem salvos

algum dia porque eles já são salvos. Caro leitor, desde que você

professou a sua fé em Cristo, poderia dizer, ou os demais, que a sua vida mostra a realidade da salvação... ou é o contrário? Se é esta última, busque agora a verdadeira salvação com a máxima urgência. "Esforçai-vos por entrar pela porta estreita" Lucas 13:24.

Sadrac Tomás Kember Publicado por "Mensajero

Mexicano" N° 93, Obregon, México. Trad.: José C. Marfan

Capítulo 11 - Lares cristãos

Além de termos uma herança da verdade em relação à igreja, a qual devemos prezar, não dever íamos subestimar o quanto devemos aos lares cristãos. A maioria de nós fomos criados em tais, e se os nossos membros não fossem recrutados de lá, de onde mais poderiam ser? Pessoalmente, sinto que cada um de nós deveríamos estar mais dispostos a ajudar os jovens crentes que não têm esse proveito extraordinário na vida.

"Proveito extraordinário" - será que sentimos de outro modo? Será que sentimos o mesmo pela nossa herança na igreja? Será que nos consideramos como sendo "confinados, apertados e limitados" ou as duas coisas? Ou apreciamos tanto a igreja quanto o lar que ambos j á são lugares onde "a vontade de Deus é feita tanto na terra como no céu?"

O Novo Testamento menciona

vários lares cristãos. Talvez seja um pouco prematuro chamar de cristão, mas esse tipo de lar existia em Betânia e o ponto de destaque era o fato de o Senhor Jesus ser bem-vindo ao lar. Havia outros lares em várias partes do mundo antigo onde o povo do Senhor, e até mesmo uma igreja inteira foram acolhidos - em um cenáculo na velha Jerusalém, em Corinto, em Éfeso, etc. Havia um lar em Listra onde um jovem foi criado para Deus por sua mãe e avó. As igrejas realmente nunca avaliaram corretamente o valor de tais lares.

Jovens que são criados em tais ambientes geralmente são protegidos das influências do mundo. Pode ser que muitas vezes na juventude tiveram seus anseios como o filho pródigo, para fugir de toda a proteção. Isso pode ficar mais latente ao ouvirmos os colegas de classe e trabalho gabarem-se acerca dos fms de semanas no mundo. Será que estamos perdendo alguma coisa por

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sermos criados em um lar cristão? O escritor muitas vezes fez essa pergunta e sempre vinha a mesma resposta: " M i l vezes não". Muito pelo contrário, o escritor foi poupado de tanta vaidade e loucuras, por aprender da maneira mais difícil quais são as desvantagens da terra distante. Toda a sua experiência de vida entre os jovens enfatiza mais o seu ponto de vista nesse assunto. Ele está absolutamente convicto de que Jesus Cristo pode fazer muito mais por você do que esse mundo promete.

Um jovem criado em um lar cristão possui uma apólice de seguro fantástico contra o colapso moral em um mundo como o nosso. Não é uma garantia de que não tropeçaremos pelo caminho, mas diminui bastante as chances de cair. Fortalecido pelas Escrituras e pelo exemplo de pais piedosos, podemos enfrentar o mundo com sua corrupção e vergonha. Talvez o fato de ser protegido é um preparo melhor do que ser doutrinado pelos seus princípios.

Outra grande vantagem muitas vezes tem sido omitida. Muitos jovens em um lar não cristão crescem com pouco amor, cuidado e atenção que lhe é devido. Há pouca conversa nos seus lares e poucos livros, quando existem. Muitos de nós crescemos em lares onde a conversa e livros faziam parte do cotidiano. Nossa habilidade verbal foi relativamente bem desenvolvida.

Ian Ford de Glasgow e Zâmbia efetuou uma pesquisa nesse sentido e provou o que já suspeitara: os filhos de cristãos da classe trabalhadora tinham facilidade em ir adiante na educação com uma vantagem muito maior sobre os filhos de outros tipos de lares. Para dizer a verdade os filhos de cristãos da classe trabalhadora

estavam avançando em estudos na mesmaproporção que filhos de classe média.

Parece óbvio que até mesmo as nossas vantagens na vida são maiores. "A piedade para tudo é proveitosa, porque tem a promessa da vida que agora é e a da que há de ser." (P Tm 4:8b).

Tais vantagens, nem o meio que as produz, devem ser menosprezados. Várias pessoas com nosso pano de fundo des is t i ram para depois escreverem livros acerca de suas experiências. A gente começa a se questionar se houve de fato uma verdadeira e genuína conversão. Com certeza não houve compromisso ou participação. Houve - e há - frequência às reuniões (sem alguma participação) enquanto os pais estão vivos e devem ser respeitados, depois chega o rompimento de tais laços. Não demonstra muita apreciação pela herança que teve uma grande participação em fazê-los o que são.

Quando chegar a nossa vez, não tenhamos vergonha de estabelecer um lar cristão onde o povo de Deus será bem-vindo por Sua causa e onde os filhos serão educados com a mais nobre de todas as heranças.

James Anderson

Trad: Meg Crawford

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UM COmÇlO' COMPROMETIDO COM DEUS Josué 14:15;15:13

Calebe é um homem que se destaca entre os seus irmãos. Aqui o encontramos com oitenta e cinco anos de idade, e.bem que poderia procurar um refugio após uma vida de uma árdua labuta. Mas ao invés disto, ele pede a conquista mais difícil: "Dá-me este monte" (Josué 14vl2).Hebron, localizado no alto do monte! Qual é o segredo da coragem e ambição de Calebe? Deus às vezes nos auxilia usando o próprio nome da pessoa, e por vezes fazendo uma ligação com o nome dos pais. Calebe significa "coração comprometido". Repetidas vezes é dito a respeito dele que ele "perseverara em seguir o Senhor". E lemos também que ele era fi lho de Jefoné que significa "considerado com favor". Sem dúvida é uma benção quando somos exatamente o resultado do que Deus nos fez e como temos sido guiados pelo poder do Espírito Santo. Os verdadeiros Calebes são todos filhos de Jefoné.

A fim de tomar posse de Hebron ele teve que fazer a conquista numa posição de total desvantagem. No entanto ele atingiu o seu objetivo, pois "Dali expulsou Calebe os três filhos de Anaque" - (15vl4).Moisés lhe deu o monte, porem Calebe pode desfrutar do local apenas após expulsar o povo que habitava ali. A comunhão pelo qual Hebron é uma figura, e é o nosso direito de primogenitura: o precioso sangue já pagou o preço por nós. Mas para desfrutarmos do beneficio dia a dia, os três filhos de Anaque, o mundo, a carne e o diabo tem que ser expulsos

da nossa vida. O diabo com todas as vida. O diabo com todas as suas armadilhas, o mundo com todas as suas seduções e a carne com todas as suas traições tentam impedir esta apreciação.

Calebe expulsou os filhos de Anaque e fez de Hebron sua moradia. Como ele conseguiu esta proeza? "O Senhor será comigo" (14vl2). O Cristão que confia em Deus tem este poder, e todas as defesas de Anaque desmoronam como casas de papel perante o corajoso guerreiro.

W. J. McClure Believer's Magazine, Setembro 2013

Trad: M Crawford

Ofertas anónimas: Nem sempre é possível saber

corretamente de onde vêm os depósitos. O banco oferece um guia, mas temos recebido depósitos em uma cidade para onde não enviamos A Senda do Cristão, por isso pedimos encarecidamente que nos enviem por e-mail ou pelos correios o comprovante para que possamos enviar uma carta de agradecimento para prestação de contas.

ARedação 3/10 RS 30,00 4/10 RS 50,00 3/11 R$30,00 11/11 RS 200,00

28/11 RS 50,00

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eWARaO "HMOS E CAinCOS^'

A revisão do hinário "Hinos e Cânticos" (letras) já foi concluída. No dia 10 de fevereiro, alguns representantes da Associação Cristã Editora foram até a Geográfica Editora, para obter as informações necessárias, e os próximos passos para uma nova impressão, desta vez, a 18̂ Edição.

A primeira providência, que já foi tomada, foi o envio do arquivo do hinário para a diagramação, e em

seguida o arquivo será devolvido pela Editora para úl t imasconferência , quando decidiremos sua impressão.

Estamos bastante satisfeitos, pois a direção de Deus nesta obra tem se manifestado de forma bem clara.

Outras i n f o r m a ç õ e s p o d e r ã o ser obtidas no site do h i n á r i o : www.hinosecanticos.com.br

Associação Cristã Editora

O SEMHOE E O MEU PASTOR*' A Si chamou salvar-te,

Valer-te, cuidar-te.

Contigo está, não vais sozinho.

Não está escrito que Ele era, ou pode ser, on será.

"O Senhor é o meu pastor", é no domingo, é na segunda-feira e é em cada dia da semana; é em janeiro, é em dezembro e em todos os meses do ano; é em nosso pa í s , e é no estrangeiro; é na paz e é na guerra; é na fartura e e na necessidade. > r A ,

' - J . HudsonTaylor

Ele irá adiante de ti!

Ele irá adiante de t i ; . V . \ !.w O Deus eterno é o teu Companheiro. ÉDeusonipotente! sj.i^c

Confia, somente; - j Por onde vais, passou primeiro.

Ele irá adiante de t i ,

Endireitando o teu caminho.

Ele irá adiante de t i ;

Seu plano santo te irá mostrando.

Fiel é o que te chama:

No eterno programa

Te ensinará o como, o quando. • •• ' -

Ele irá adiante de t i ;

Tu és o objeto do Seu cuidado;

Pois para Si criou-te,

Remiu-te, salvou-te;

Nas Suas mãos te tem gravado!

Extraído de Mananciais no Deserto, pag.44

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