ano 129 • nº 2.182 • janeiro 2011

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FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA Ano 129 • Nº 2.182 • Janeiro 2011 D EUS , C RISTO E C ARIDADE R$ 5,00 ISSN 1413 - 1749

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Page 1: Ano 129 • Nº 2.182 • Janeiro 2011

F E D E R A Ç Ã O E S P Í R I T A B R A S I L E I R A

Ano 129 • Nº 2.182 • Janeiro 2011D EUS , CR I S TO E CAR I D ADE

R$ 5,00

ISSN 1

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Fundada em 21 de janeiro de 1883

Fundador: AUGUSTO ELIAS DA SILVA

Revista de Espiritismo CristãoAno 129 / Janeiro, 2011 / N o 2.182

ISSN 1413-1749Propriedade e orientação daFEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRADiretor: NESTOR JOÃO MASOTTI

Editor: ALTIVO FERREIRA

Redatores: AFFONSO BORGES GALLEGO SOARES, ANTONIO

CESAR PERRI DE CARVALHO, EVANDRO NOLETO

BEZERRA, GERALDO CAMPETTI SOBRINHO,MARTA ANTUNES DE OLIVEIRA DE MOURA E

SADY GUILHERME SCHMIDT

Secretário: PAULO DE TARSO DOS REIS LYRA

Gerente: ILCIO BIANCHI

Gerente de Produção: GILBERTO ANDRADE

Equipe de Diagramação: SARAÍ AYRES TORRES, AGADYR

TORRES PEREIRA E CLAUDIO CARVALHO

Equipe de Revisão: MÔNICA DOS SANTOS E WAGNA

CARVALHO

REFORMADOR: Registro de publicação no 121.P.209/73 (DCDP do Departamento de Polícia Federal do Ministério da Justiça)CNPJ 33.644.857/0002-84 • I. E. 81.600.503

Direção e Redação:Av. L-2 Norte • Q. 603 • Conj. F (SGAN) 70830-030 • Brasília (DF)Tel.: (61) 2101-6150FAX: (61) 3322-0523Home page: http://www.febnet.org.brE-mail: [email protected]

Departamento Editorial e Gráfico:Rua Sousa Valente, 17 • 20941-040Rio de Janeiro (RJ) • BrasilTel.: (21) 2187-8282 • FAX: (21) 2187-8298E-mails: [email protected]

[email protected]

Projeto gráfico da revista: JULIO MOREIRA

Capa: AGADYR TORRES PEREIRA

SumárioExpediente

PARA O BRASILAssinatura anual R$ 339,00Número avulso R$ 55,00

PARA O EXTERIORAssinatura anual US$ 335,00

Assinatura dde RReformador: Tel.: (21) 2187-8264 • 2187-8274

E-mmail: [email protected]

Editorial

O Livro dos Médiuns – 150 anos

Entrevista: Allan Kardec

Kardec orienta os médiuns

Presença de Chico Xavier

Chico Xavier e a mediunidade – Francisco Cândido Xavier

Esflorando o Evangelho

Convite ao bem – Emmanuel

A FEB e o Esperanto

Encontro estadual de esperantistas-espíritas no Rio de Janeiro

– Affonso Soares

Tradução em esperanto de bela poesia mediúnica

Conselho Federativo Nacional

Reunião Ordinária do Conselho Federativo Nacional

Seara Espírita

O Livro dos Médiuns – Sesquicentenário de sua

publicação (Capa)

Em serviço mediúnico – Emmanuel

Rumos para o futuro – Bezerra de Menezes

Contínua Caravana – Ary Casadio

Médium com Jesus – Sebastião Lasneau

Observar o contexto – Richard Simonetti

Lei de Conservação – Christiano Torchi

A qualidade do ensinamento espírita ante a

mediunidade – Clara Lila Gonzalez de Araújo

A sociedade é o que dela fizemos... e será o que

dela fizermos... – Licurgo Soares de Lacerda Filho

Em dia com o Espiritismo – Qual é o sentido da

vida? – Marta Antunes Moura

A atualidade de Emmanuel – Aspectos de seu plano

pedagógico – Célia Maria Rey de Carvalho

Os Dez Mandamentos e o fenômeno da

pneumatografia – Geraldo Campetti Sobrinho

Reunião das Entidades Especializadas de Âmbito

Nacional

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EditorialO Livro dos Médiuns

150 anoscomunicação entre os homens e os Espíritos sempre existiu. As primeirasmanifestações, que geraram o Totemismo, conforme relatam os cientistas,foram provocadas pelo convívio entre os homens primitivos e os Espíritos

dos seus antepassados.

Todos os avanços na evolução da Humanidade, nas áreas da Ciência, da Filoso-fia e da Religião, tiveram a contribuição da comunicação com os Espíritos, fosse deforma sutil como a inspiração, ou ostensiva como a psicografia de um livro ou amaterialização. As Tábuas da Lei (Os Dez Mandamentos recebidos por Moisés)representam um dos primeiros documentos mediúnicos que a História registra.

Mas foi somente na metade do século XIX que o primeiro estudo sério sobre amediunidade (como se intitula a comunicação com os Espíritos) foi realizado. Emmaio de 1855, Allan Kardec assistiu a uma reunião em casa da Sra. Plainemaison efez o seguinte relato:

Foi aí que, pela primeira vez, presenciei o fenômeno das mesas que giravam, saltavam

e corriam, em condições tais que não deixavam lugar para qualquer dúvida. Assisti

então a alguns ensaios, muito imperfeitos, de escrita mediúnica numa ardósia, com o

auxílio de uma cesta. Minhas ideias estavam longe de precisar-se, mas havia ali um

fato que necessariamente decorria de uma causa. Eu entrevia, naquelas aparentes futi-

lidades, no passatempo que faziam daqueles fenômenos, qualquer coisa de sério, como

que a revelação de uma nova lei, que tomei a mim estudar a fundo.1

Com base nessa decisão foi que Allan Kardec aprofundou os seus estudos emtorno do fenômeno mediúnico e, com a participação dos Espíritos superiores, rea-lizou o trabalho que deu origem à Doutrina Espírita, cujos princípios estão conti-dos nas obras da Codificação Espírita.

Neste mês de janeiro de 2011, completam-se 150 anos da primeira edição deO Livro dos Médiuns (segundo livro da Codificação), que revela e esclarece, à luz darazão, as leis que regem a comunicação com os Espíritos. O seu estudo descortina,para o homem, o mundo espiritual, para onde nos dirigimos, e mostra que a práti-ca da mediunidade unida ao Evangelho de Jesus é o melhor caminho que nos cabetrilhar para chegar a seus páramos de luz e paz.

A

4 Reformador • Janei ro 201122

1KARDEC, Allan. Obras póstumas. Trad. Guillon Ribeiro. 40. ed. 2. reimp. atualizada. Rio de Janeiro:FEB, 2010. P. 2, A minha primeira iniciação no Espiritismo, p. 297.

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Livro dos Médiuns, ou Guiados Médiuns e dos Evoca-dores, segunda obra da Co-

dificação Espírita, foi publicadaem 15 de janeiro de 1861, em Paris,e tem como conteúdo doutrinário:

O ensino especial dos Espíritos

sobre a teoria de todos os gêneros

de manifestações, os meios de

comunicação com o mundo

invisível, o desenvolvimento

da mediunidade, as dificulda-

des e os escolhos que se po-

dem encontrar na prática

do Espiritismo, constituindo

o seguimento de O Livro dos

Espíritos.1

É obra destinada a todos osespíritas e estudiosos dos fenô-menos produzidos pelos desen-carnados, não só para os traba-lhadores da mediunidade. En-contramos nela explicações es-senciais para a prática espíritaequilibrada; condições segurasfavoráveis à manifestação dosEspíritos e as implicações daídecorrentes (dificuldades, em-pecilhos, equívocos etc.); comoobter assistência dos bons Espíri-tos, recebendo deles boas comu-nicações; como desenvolver dis-cernimento sobre a influência mo-ral e do meio nas comunicações;

saber avaliar as mensagens me-diúnicas e a sua procedência, uti-lizando, entre outros, o critério dalinguagem usada pelo comunican-te, identificando-o acertadamente,se for o caso, sobretudo se o seunome faz vinculações com per-sonalidade de destaque ou conhe-cida; entender os mecanismos da obsessão, suas características,

graus, tipos e formas de preven-ção; orientar-se quanto à organi-zação das sociedades espíritas, emgeral, e dos grupos mediúnicosem particular.

Importa considerar que O Li-vro dos Médiuns é um desdobra-mento de trabalho anteriormenteescrito por Kardec, conforme no-ta do atual tradutor das obras doCodificador, publicadas pela FEB:

Cerca de um ano após o lança-

mento da 1a edição de O Livro

dos Espíritos, cujo sucesso sur-

preendeu o próprio Allan Kar-

dec, julgou este por bem editar

uma espécie de manual essen-

cialmente prático, que contem-

plasse a exposição completa das

condições necessárias para a

comunicação com os Espíritos

e os meios de desenvolver a

faculdade mediúnica.

Essa providência revelou-se de

suma importância, porque apon-

tava um rumo, uma direção se-

gura a quantos quisessem fami-

liarizar-se com os mecanismos

que possibilitam o intercâmbio

espiritual entre os dois planos

da vida, uma espécie de vade-

-mécum destinado a orientar

corretamente as pessoas que,

com a sistematização do Espiri-

tismo em corpo de doutrina,

passaram a interessar-se pelos

fenômenos mediúnicos.

Deu-lhe o Codificador da Dou-

trina o título de Instrução Prática

sobre as Manifestações Espíritas. [...]

Sesquicentenário de sua publicaçãoO Livro dos Médiuns

O

5Janei ro 2011 • Reformador 33

Capa

Page 6: Ano 129 • Nº 2.182 • Janeiro 2011

Não obstante o papel inestimá-

vel que esse livro desempenhou

nos primórdios da Codificação

Espírita, Allan Kardec avisou

aos leitores da Revista Espírita

(agosto de 1860) que aquela obra

estava inteiramente esgotada e

não seria reimpressa. Novo tra-

balho, muito mais completo e

que seguiria outro plano, viria

substituí-la dentro de pouco

tempo. Foi a primeira referência

ao lançamento de O Livro dos

Médiuns, publicado em 1861.2

Organização de O Livro dosMédiuns

Introdução: Kardec fornece ex-plicações relativas à natureza daobra e às condições sérias de rea-lização da reunião mediúnica. En-sina que, a despeito da faculdademediúnica ser inerente ao ser hu-mano, o desenvolvimento da me-diunidade depende do esforço domédium em querer se transfor-mar em legítimo instrumento decomunicação entre os dois planosda vida e da possibilidade dos Es-píritos poderem manifestar-se.

Primeira Parte – Noções Preli-minares: organizada em quatrocapítulos (Há espíritos?; O mara-vilhoso e o sobrenatural; Método;Sistemas), Kardec analisa ques-tões cruciais relacionadas à práti-ca mediúnica, apresentando lúci-das argumentações sobre o méto-do de investigação utilizado paracomprovar os fenômenos mediú-nicos, a imortalidade e sobrevi-vência do Espírito após a morte, o

caráter não “miraculoso” ou “so-brenatural” das mensagens espí-ritas e as condições que justificamas comunicações dos Espíritos.

Segunda Parte – ManifestaçõesEspíritas: composta de 32 capítu-los, assim denominados: Ação dosespíritos sobre a matéria; Mani-festações físicas. Mesas girantes;Manifestações inteligentes; Teoriadas manifestações físicas; Mani-festações físicas espontâneas; Ma-

nifestações visuais; Bicorporeida-de e transfiguração; Laboratório domundo invisível; Lugares assom-brados; Natureza das comunica-ções; Sematologia e tiptologia;Pneumatografia ou escrita direta.Pneumatofonia; Psicografia; Mé-diuns; Médiuns escreventes oupsicógrafos; Médiuns especiais;Formação dos médiuns; Inconve-

nientes e perigos da mediunidade;O papel dos médiuns nas comu-nicações espíritas; Influência mo-ral do médium; Influência do meio;Mediunidade nos animais; Obses-são; Identidade dos Espíritos; Evo-cações; Perguntas que se podemfazer aos Espíritos; Contradiçõese mistificações; Charlatanismo eembuste; Reuniões e sociedadesespíritas; Regulamento da Socieda-de Parisiense de Estudos Espíritas;Dissertações espíritas; Vocabulárioespírita. Encontramos nessa parteo referencial espírita para a orga-nização e funcionamento do traba-lho mediúnico: comunicabilidadedos Espíritos, as relações com osencarnados e as influências, ocul-tas ou evidentes, boas ou más, su-tis ou patentes, por eles exercidas.

Allan Kardec sempre se mante-ve fiel (e coerente) aos ensinostransmitidos pelos Espíritos orien-tadores da Humanidade, retiran-do de O Livro dos Espíritos os sub-sídios necessários para a constru-ção das demais obras de sua au-toria. Desenvolveu, para tanto, me-todologia adequada de investi-gação e análise, evitando premis-sas falsas e conclusões equivoca-das. Neste contexto, concluiu quea Doutrina Espírita apresenta doisgrandes fundamentos, que nãodevem ser ignorados pelo adepto:o esclarecimento doutrinário, ob-tido pelo estudo regular, e a me-lhoria moral, adquirida pelo com-bate às imperfeições:

Dissemos que o Espiritismo é

toda uma ciência, toda uma

filosofia. Portanto, quem quiser

Kardecsempre se

manteve fielaos ensinos

transmitidospelos

Espíritosorientadores

6 Reformador • Janei ro 201144

CapaCapa

Page 7: Ano 129 • Nº 2.182 • Janeiro 2011

conhecê-lo seriamente deve, co-

mo primeira condição, dispor-

-se a um estudo sério e con-

vencer-se de que ele não pode,

como nenhuma outra ciência,

ser aprendido como se estivés-

semos brincando. [...]3

Afirma, também, em outromomento:

[...] O verdadeiro espírita jamais

deixará de fazer o bem. Há cora-

ções aflitos a aliviar, consolações

a dispensar, desesperos a acal-

mar, reformas morais a operar.

Essa é a sua missão e aí ele encon-

trará a verdadeira satisfação. [...]4

Um ponto muito importante,entre tantos veiculados pela obra,e que traça diretrizes para a cor-reta prática mediúnica, é a des-

mistificação dos conceitosde médium – pessoa queveicula ideias, vontades esentimentos dos Espíritoscomunicantes – e de me-diunidade – faculdade ine-rente ao psiquismo huma-no, independentemente dopatamar evolutivo domedianeiro. Em conse-quência, Kardec e os Es-píritos orientadores pre-ferem considerar os mé-diuns intérpretes, quepodem ser bons ouruins, dando preferên-cia àqueles que não in-terferem nas ideiastransmitidas pelos Es-

píritos, os quais “[...] procuram ointérprete que mais simpatizecom eles e que exprima com maisexatidão os seus pensamentos.[...]”.5

Referências:1KARDEC, Allan. O livro dos médiuns.

Trad. Evandro Noleto Bezerra. 1. reimp.

Rio de Janeiro: FEB, 2009. Folha de rosto.2______. Instrução prática sobre as mani-

festações espíritas. Trad. Evandro Noleto

Bezerra. 2. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2007.

Nota do Tradutor, p. 9-10.3______. O livro dos médiuns. Trad. Evan-

dro Noleto Bezerra. 1. reimp. Rio de Janei-

ro: FEB, 2009. P. 1, cap. 3, it. 18, p. 45.4______. ______. It. 30.5______. ______. P. 2, cap. 19, it. 223, q. 8.

Fac-símile da primeira ediçãode O Livro dos Médiuns

7Janei ro 2011 • Reformador 55

Capa

Emmanuel

o exercício mediúnico, aceitemos o ato de servir por lição das

mais altas na escola do mundo.

E lembremo-nos de que assim como a vida possui trabalhadores

para todos os misteres, há médiuns, na obra do bem, para a execu-

ção de tarefas de todos os feitios.

Nenhum existe maior que o outro.

Nenhum está livre do erro.

Todos, no entanto, guardam consigo a bendita possibilidade de

auxiliar.

Esse tem a palavra que educa, aquele a mão que alivia e aquele outro

a pena que consola.

Esse traz a oração que enleva, aquele transporta a mensagem que

reanima e aquele outro mostra a força de restaurar.

Usa, pois, tuas faculdades medianímicas como empréstimo da

Bondade Infinita, para que o orgulho te não assalte

Fonte: XAVIER, Francisco C. Seara dos médiuns. Pelo Espírito Emmanuel. 19. ed. 2. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2010. p. 62-23. (Transcrição parcial.)

NEm serviço mediúnico

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Filhos da alma!

Abençoe-nos, Jesus, o Mestrede todos nós!

jornada prossegue na dire-ção da meta, que é o en-contro da paz.

Sombras e acúleos tentandodificultar a marcha, enquantoos jornadeiros prosseguem como espírito estóico, abnegados econfiantes.

Há sessenta anos, tudo era ex-pectativa e, hoje, encontramo-nosdiante da realidade.

Os trabalhadores da Caravanada Fraternidade, repetindo a faça-nha dos bandeirantes que seadentraram pelo País na busca dediamantes, realizaram o seu péri-plo, distribuindo o diamante daverdade por onde passaram.

Continuando a atividade noMais Além, transformaram os

companheiros encarnados emnovos peregrinos da ensemen-tação do Evangelho no soloainda não preparado dos cora-ções. Resultaram as bênçãosque hoje fruímos, as alegrias depodermos contemplar a Dou-trina Espírita no lugar a quetem direito lentamente no con-certo das nações.

Nada obstante, permanecem osdesafios!

São estes os momentos gravesdefinidores de rumos para o fu-turo. Não é mais possível retro-ceder! O que está planejadopelo Senhor e em plena execuçãoseguirá o seu processo de mate-rialização na Terra.

No entanto, é necessário pru-dência. Que o entusiasmo nãose faça exagerado diante dasconquistas logradas. O êxito dequalquer empreendimento so-mente pode ser considerado

após concluído. E, enquanto estamos na sua execução, ron-dam-nos perigos, ameaças e armadilhas.

Viveis o momento significativoque precede a madrugada da EraNova.

Antes de renascerdes no corpofísico, firmastes um documentoperante os guias espirituais doBrasil, em particular, e da Hu-manidade, em geral, de serdesfiéis à Doutrina conforme apre-sentada por Allan Kardec, nãopermitindo que vos venhaisconspurcar com as tentações domundo ou deixar-vos penetrar-des pelas trevas das ambiçõespersonalistas e dos idealismosfora do contexto do Evangelho.

Traçastes, nestes dias, planosvigorosos nas diferentes áreas derelevante importância da atuali-dade. Executai a programaçãocom espírito de serviço e de

Rumospara o futuro

A

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Meus companheiros de IdealEspírita, que nos abençoe o Se-nhor, perenemente!

rossegue, intimorata, a Ca-ravana da Fraternidade, em-punhando a flama da fide-

lidade ao Espiritismo e erguendoa voz eloquente do Mestre Jesus!

A Caravana prossegue pormeio dos labores de profundoteor desenvolvidos por irmãostão corajosos quão bem dispos-tos, que nada temem, que não severgam diante de fatos estra-

nhos e insensatos que, vez poroutra, sacodem o ânimo demuitos companheiros de maisfrágeis temperamentos.

A Caravana avança nos pés da-queles que não medem esforçosno sentido de levantar bem alto oestandarte do Espírito Consola-dor e que, assim, distendem seutempo, levando a mensagem ra-diosa pela palavra repleta deorientação, de entusiasmo e de en-corajamento a incontáveis almasnecessitadas desse alimento inte-lectual e emocional.

Continua viva a Caravana nosexemplos marcadamente cris-tãos-espíritas dos irmãos quenão se omitem nem se camu-flam, quando precisam testemu-nhar a força de sua fé e o vigorde suas convicções, pautadas noconhecimento de causa, que ex-trapola os limites de quaisquerdiscursos, por mais cultos e ele-gantes que sejam.

Os ideais da Caravana persis-tem nos empenhos ditados pelafraternidade em que se movi-mentam tantos indivíduos que

abnegação, certos de que os vos-sos benfeitores no mundo espi-ritual continuarão convosco,sustentando-vos e resguardan-do-vos das hábeis ciladas dos in-felizes das trevas...

Há muito por fazer...Dilatam-se os horizontes e, na

medida em que se desenvolvemas áreas de ação, multiplicam-setambém os flancos que podemser penetrados, caso não haja avigilância indispensável.

Filhos da alma!Se amanhece a madrugada de

luz, também ainda existem som-bras densas que tomam conta deoutros segmentos da sociedade,gerando impedimentos para apropagação da vida, dos bens davida, pelos interesses mesquinhosque defluem do materialismo edas expressões covardes da menti-ra e das paixões humanas.

Porfiai, mesmo quando apa-rentemente os nossos ideais nãologrem êxito, aguardando o mo-mento próprio para que se materializem.

Jesus programou sua viagem àTerra quase dois mil anos antes e,quase dois mil anos depois, en-viou o Consolador para asseguraro êxito da sua Mensagem no pla-neta que comanda.

Na condição de servos que so-mos de ambos os lados da vida,neste trabalho de libertação deconsciências, a nós nos cabe aten-der os impositivos que dizem res-peito à Obra de Amor que um diatriunfará em nosso planeta aben-çoado pela regeneração.

Exultemos todos, precatando--nos do mal que ainda se encon-tra em nosso próprio ser e con-fiantes em que o trabalho do Se-nhor, momentaneamente colo-

cado em nossas mãos, será reali-zado com abnegação e carinho!Avancemos, meus filhos, cheiosde alegrias, na expectativa da vitória, da plenitude!

Vossos irmãos e amigos, os Es-píritos-espíritas, aqui estamos con-vosco e avançaremos convoscoaté o glorioso momento de vossalibertação do corpo e da nossaglória estelar.

Muita Paz!São os votos que formula o ser-

vidor humílimo e paternal desempre,

Bezerra

(Mensagem psicofônica recebida pelo

médium Divaldo Pereira Franco no encerra-

mento da Reunião Ordinária do Conselho

Federativo Nacional da FEB, realizada

em Brasília, DF, em 7 de novembro de

2010.)

Contínua Caravana

P

9Janei ro 2011 • Reformador 77

Page 10: Ano 129 • Nº 2.182 • Janeiro 2011

põem a orientação do Espiritis-mo bem acima dos seus intentostipicamente pessoais.

Desse modo, meus compa-nheiros, nada obstante tenha-sepassado tanto tempo desde que,num grupo de ousados sonha-dores espíritas, formalizamosesse Movimento de convivênciagenuinamente espírita, não po-demos desconsiderar que, umavez lançadas as suas sementes,jamais morrerá a força do nossoinspirado Ideal feliz.

Agora, quando observamosos rumos do nosso MovimentoEspírita, desde as realidades daPátria Imortal, cumpre-nos sau-dar os obreiros novos e decidi-dos que não se ensoberbecemem função do trabalho já reali-zado nem tremem diante dotrabalho por fazer.

Honramo-nos em compartilhardesse insigne labor, embora a sin-geleza da nossa participação, con-fiantes na retaguarda que o Cristonos oferece por meio da ação au-xiliadora dos seus mensageiros.

O dia presente convoca-nos àliça. O trabalho na Seara Espíritaé exigente e espera por nosso en-gajamento consciente e coerente,a fim de que contribuamos comos Servidores do Mais Além, nessahora grave e oportuna com quenos brinda o Criador.

Sendo quase todos nós, espíri-tas, almas egressas de experiênciasnos campos da fé em outros cam-pos interpretativos do EvangelhoCristão, e conscientes de que nemsempre nos caracterizamos nessepretérito pela fidelidade ao Senhor,

torna-se indispensável que nos va-lhamos da ocasião presente paraque resgatemos o tempo perdido,indevidamente, e atuemos de talmodo que nos façamos confiáveispara as Falanges bem-aventuradasde Jesus Cristo.

Sigamos todos unidos nessarenovada Caravana do Senhor,buscando outros corações e en-volvendo outras almas no ben-dito trabalho, e exaltemos os lí-dimos e imponentes valores dafraternidade.

Comovidos com todos os es-forços realizados em favor da

manutenção da grande luz doamor, que se espalha vitoriosa so-bre o mundo ensombrado, abra-çamos a todos vocês, com augú-rios de paz íntima e de conti-nuados progressos com Kardece com o Cristo, seu irmão e servidor agradecido,

Ary Casadio

(Mensagem psicografada por José Raul

Teixeira, em 6/11/2010, durante a Reunião

Ordinária do Conselho Federativo Nacio-

nal da FEB, em Brasília, DF.)

Mediunidade é o dom que nos delega

O Criador para o nosso progresso,

Pois cada psiquismo se encontra imerso

Na torrente mental que tudo agrega.

Mediunidade é base do altruísmo

E do socorro àquele que estorcega;

Da escuridão a consciência despega

Com paciência, longe do imediatismo.

Bendito é quem, pela mediunidade,

Valoriza o bem e a fraternidade,

E se renova, alcançando mais luz,

Por ter tornado o estudo continuado

O caminho seguro e alcandorado

Para ser um bom médium com Jesus.

(Mensagem psicografada por José Raul Teixeira, em 6/11/2010, durante a ReuniãoOrdinária do Conselho Federativo Nacional da FEB, em Brasília, DF.)

Sebastião Lasneau

Médium com Jesus

10 Reformador • Janei ro 201188

Page 11: Ano 129 • Nº 2.182 • Janeiro 2011

Reformador: O senhor recebeu al-guma orientação ou indicação paradesempenhar importante missão?Allan Kardec: “Os Espíritos medisseram: ‘Sim, e se observaresas tuas aspirações, as tuas ten-dências e o objeto quase cons-tante das tuas meditações, nãote surpreenderás com o que tefoi dito. Tens que cumprir aqui-lo com que sonhas desde longotempo. É preciso que nisso tra-balhes ativamente, para estarespronto, pois o dia está mais pró-ximo do que supões. [...] Deixaque a Providência faça a suaobra e serás satisfeito”.1

Reformador: Qual o objetivo de O Livro dos Médiuns?Allan Kardec: “O objetivo con-siste em indicar os meios de de-senvolver a faculdade mediúni-ca, tanto quanto o permitam asdisposições de cada um e, sobre-

tudo, dirigir-lhe o emprego demaneira proveitosa, quando nãoexistir a faculdade”.2

“Esperamos que ela contri-bua para imprimir ao Espiritis-mo o caráter sério que cons-titui a sua essência e paraevitar que haja quem neleveja objeto de frivolidadee de divertimento”.2

Reformador: Qual o con-ceito de médium?Allan Kardec: “Médium étoda pessoa que sente, numgrau qualquer, a influên-cia dos Espíritos. Essa fa-culdade é inerente ao homem e,por conseguinte, não constituium privilégio exclusivo. Por issomesmo, raras são as pessoas quenão possuam alguns rudimen-tos dessa faculdade. Pode-se,pois, dizer que todossão mais ou menos

médiuns. Usualmente, porém,essa qualificação só se aplicaàqueles em quem a faculdade se

Kardec orientaos médiuns

Em 15 de janeiro de 1861, Allan Kardec lançava O Livro dos Médiuns, queele considerou “Guia dos Médiuns e dos Evocadores”. Por ocasião do

Sesquicentenário dessa efeméride, transcrevemos trechos do citado livro,em forma de entrevista com o Codificador, sobre temas sempre oportunos

AL L A N KA R D E CEntrevista

Page 12: Ano 129 • Nº 2.182 • Janeiro 2011

mostra bem caracterizada e setraduz por efeitos patentes, decerta intensidade, o que dependede uma organização mais ou me-nos sensitiva”.3

Reformador: Como comprovar amediunidade?Allan Kardec: “Infelizmente, nãodispomos até hoje de nenhummeio para diagnosticar, aindaque de forma aproximada, quealguém possua essa faculdade.[...] Só existe um meio de secomprovar sua existência: é ex-perimentar”.4

Reformador: Como identificar oEspírito comunicante?Allan Kardec: “Pela natureza dascomunicações. Estudai as cir-cunstâncias e a linguagem e dis-tinguireis. [...] É por isso que vosdigo: estudai e observai”.5

“A questão da identidade dosEspíritos é uma das mais contro-vertidas, mesmo entre os adeptosdo Espiritismo. De fato, os Espíri-tos não nos trazem uma carteirade identidade [...] Julgam-se osEspíritos, como os homens, pelalinguagem. Se um Espírito se apre-senta com o nome de Fénelon,por exemplo, e diz trivialidades epuerilidades, está claro que nãopode ser ele. Porém, se as coisasque diz são dignas do caráter deFénelon e este não as desaprova-ria, haverá, quando não uma provamaterial, pelo menos toda proba-bilidade moral de que seja de fatoele. É principalmente nesse casoque a identidade real se tornauma questão acessória”.6

Reformador: Os Espíritos podemnos revelar o futuro?Allan Kardec: “Se o homem co-nhecesse o futuro, não cuidaria dopresente. [...] a manifestação dosEspíritos não é um meio de adi-vinhação. [...]”

“Pode acontecer que o Espí-rito preveja coisas que julgueconveniente revelar, ou que eletem por missão tornar conheci-das. Porém, é nesses casos quese deve desconfiar ainda mais dosEspíritos mistificadores, que sedivertem em fazer previsões. Sóo conjunto das circunstânciaspermite que se verifique o graude confiança que elas merecem”.7

Reformador: E informações sobrevidas anteriores e futuras?Allan Kardec: Sobre as vidas anteriores:

“Deus algumas vezes permiteque elas vos sejam reveladas,conforme o objetivo. Se for paravossa edificação e instrução, asrevelações serão verdadeiras e,nesse caso, feitas quase sempreespontaneamente e de modo in-teiramente imprevisto. Ele, porém,jamais o permite para satisfaçãoda vã curiosidade”.

Sobre existências futuras:“[...] tudo que os Espíritos

vos disserem a tal respeito nãopassará de gracejo, e isso secompreende facilmente: a vos-sa existência futura não podeser determinada de antemão,pois dependerá do vosso pro-ceder na Terra e das resoluçõesque tomardes no estado de Espíritos”.7

Reformador: Qual seria a grandedificuldade dos médiuns?Allan Kardec: Da dissertação deJoana d’Arc:

“Espero que esta comunicaçãoproduza frutos e desejo que elapossa ajudar os médiuns a se man-terem atentos contra o escolhoque os faria naufragar. Esse esco-lho, eu já o disse, é o orgulho”.8

Reformador: Mediunidade seriao primeiro tema ou estudo para neófitos?Allan Kardec: “Diremos, porém,a quem desejar ocupar-se seria-mente da matéria, que primeiroleia O Livro dos Espíritos, porquecontém princípios fundamentaissem os quais talvez seja difícil acompreensão de algumas partesdesta obra”.9

“Todo ensino metódico devepartir do conhecido para o des-conhecido. Para o materialista,o conhecido é a matéria; parti,pois, da matéria e tratai, antesde tudo, de convencê-lo, pela ob-servância da própria matéria, deque há nele alguma coisa queescapa às leis da matéria. Numapalavra, antes que o torneisESPÍRITA, cuidai de torná-loESPIRITUALISTA”.10

Reformador: Como devem serentendidas as reuniões espíritas?Allan Kardec: “Uma reunião éum ser coletivo, cujas qualidadese propriedades são a resultantedas de seus membros, formandouma espécie de feixe. Ora, quan-to mais homogêneo for esse fei-xe, tanto mais força terá”.11

12 Reformador • Janei ro 20111100

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“Sendo o recolhimento e acomunhão dos pensamentos ascondições essenciais de todareunião séria, compreende-sefacilmente que o número exces-sivo dos assistentes constituiuma das causas mais contráriasà homogeneidade”.11

Reformador: O que é importantepara os grupos mediúnicos?Allan Kardec: “Já vimos comoé importante a uniformidadede sentimentos para a obten-ção de bons resultados. Essa uni-formidade é tanto mais difícilde obter-se quanto maior for onúmero de pessoas. Nas peque-nas reuniões, onde todos se co-nhecem melhor, há mais segu-rança quanto à eficácia dos ele-mentos que para elas entram.[...] Ora, vinte grupos de quin-ze a vinte pessoas obterão maise farão muito mais pela propa-ganda, do que uma assembleiade trezentos ou de quatrocen-tos indivíduos”.11

Reformador: E as reuniões deestudo?Allan Kardec: “Além disso, asreuniões de estudo são de grandeutilidade para os médiuns demanifestações inteligentes, so-bretudo para aqueles que dese-jam seriamente aperfeiçoar-see que a elas não comparecemdominados pela tola presunçãode infalibilidade. Como já tive-mos ocasião de dizer, uma dasgrandes dificuldades da me-diunidade é a obsessão e a fascinação”.11

Reformador: E as Sociedades Espíritas?Allan Kardec: “Tudo o que dis-semos sobre as reuniões em geralse aplica naturalmente às socie-dades regularmente constituídas[...]”. Após se referir ao objetivomoral, completou:

“Uma Sociedade, onde aque-les sentimentos se achassempartilhados por todos, onde osseus componentes se reunissemcom o propósito de se instruí-rem pelos ensinos dos Espíritos,e não na expectativa de presen-ciarem coisas mais ou menosinteressantes, ou para fazer quea opinião de cada um prevale-cesse, seria não só viável, mastambém indissolúvel”.11

Reformador: Qual seria a causade antagonismos entre SociedadesEspíritas?Allan Kardec: “Todos devemconcorrer, embora por vias dife-rentes, para o objetivo comum,que é a pesquisa e a propagaçãoda verdade. Os antagonismos nãopassam do orgulho superexcita-do; fornecem armas aos detra-tores e poderão prejudicar acausa, que uns e outros preten-dem defender”.11

Reformador: Qual é o objetivo damediunidade?Allan Kardec: “Este dom de Deusnão é concedido ao médium para oseu deleite e, ainda menos, parasatisfação de suas ambições, maspara a sua melhora espirituale para que os homens conheçam averdade”.12

Reformador: E qual seria a fina-lidade do Espiritismo?Allan Kardec: “Se o Espiritis-mo deve, conforme foi anuncia-do, promover a transformaçãoda Humanidade, é claro que elesó poderá fazê-lo pelo melhora-mento das massas, o que se darágradualmente, pouco a pouco,em consequência do aperfeiçoa-mento dos indivíduos.

[...] A bandeira que desfral-damos bem alto é a do Espiri-tismo cristão e humanitário, emtorno do qual já temos a ventu-ra de ver tantos homens reuni-dos, em todas as partes do glo-bo, por compreenderem que aíestá a âncora de salvação, a sal-vaguarda da ordem pública, osinal de uma Nova Era para aHumanidade”.13

Referências:1KARDEC, Allan. Obras póstumas. Trad.

Evandro Noleto Bezerra. Rio de Janeiro:

FEB, 2009. P. 2, it. Minha missão,

p. 362.2______. O livro dos médiuns. Trad. Evandro

Noleto Bezerra. 1. reimp. Rio de Janeiro,

2009. Introdução, p. 14-15.3______. ______. P. 2, cap. 14, it. 159.4______. ______. Cap. 17, it. 200.5______. ______. Cap. 19, it. 223, q. 3. 6______. ______. Cap. 24, it. 255.7______. ______. Cap. 26, it. 289,

q. 7-8, it. 290, q. 15-16.8______. ______. Cap. 31, it. 12.9______. ______. Introdução, p. 16-17.10______. ______. P. 1, cap. 3, it. 19.11______. ______. P. 2, cap. 29, it. 331-

-332, 334-335, 329, 348.12______. ______. Cap. 17, it. 220, q. 3. 13______. ______. Cap. 29, it. 350.

13Janei ro 2011 • Reformador 1111

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tendo vindo para casa, reu-niu-se aí tão grande multi-dão de gente, que eles nem

sequer podiam fazer sua refeição.Entretanto, tendo vindo sua mãe

e seus irmãos e conservando-se dolado de fora, mandaram chamá-lo.

Ora, o povo se assentara em tor-no dele e lhe disseram:

– Tua mãe e teus irmãos estão láfora e te chamam.

Ele lhes respondeu:– Quem é minha mãe e quem

são meus irmãos?E, perpassando o olhar pelos que

estavam assentados ao seu derre-dor, disse:

– Eis aqui minha mãe e meusirmãos, pois, todo aquele que faz avontade de Deus, esse é meu irmão,minha irmã e minha mãe. (Marcos,3:20-21 e 31-35; Mateus, 12:46-50.)

Há ensinamentos de Jesus quecostumam causar estranheza, comoeste, por exemplo, porquanto pa-rece revelar certa displicência deJesus com sua família e, em par-ticular, com sua mãe, o que nãoexprime a realidade.

São escassas as informaçõesquanto à família de Jesus, mas em

relação a Maria revelam os textose a tradição evangélica que o Mes-tre lhe tinha apreço e cuidados.

Sua primeira aparição na vidapública foi ao lado de Maria, napassagem registrada como “As bo-das de Caná” (João, 2:1-11).

Sua última preocupação, na cruz,foi com sua mãe, entregando-a aoscuidados do apóstolo João (João,19:26-27).

No livro Boa Nova, psicografiade Francisco Cândido Xavier, oEspírito Humberto de Camposnos fala da profunda afinidade en-tre mãe e filho. Num dos capítulosmais emocionantes, o autor revelaque Jesus veio pessoalmente buscarMaria na sua desencarnação.

Para entender determinadaspassagens evangélicas, evitandointerpretações equivocadas, é im-portante a contextualização, istoé, analisar as circunstâncias emque aconteceram.

Quando tiramos uma frase ouuma palavra do contexto, pode-mos ter uma ideia totalmente di-ferente da intenção de quem falouou escreveu.

Digamos que eu estivesse, nu-ma palestra, defendendo as injus-tiçadas sogras.

Pois é, minha gente, noutro diaum amigo afirmou:

– Minha sogra caiu do céu. Deuuma pane na vassoura.

O engraçadinho queria dizerque sogra é uma bruxa que assom-bra sua vida.

Eu respondi:– Não é bem assim, meu caro.

Está esquecendo um velho princí-pio: as pessoas tendem a se com-portar da maneira como as vemos.Trate sua sogra como se fosse suamãe e ela acabará por tratá-locomo filho.

Imaginemos um ouvinte desa-tento, desses que afirmam fecharos olhos para ouvir melhor, massão traídos pelo ronco.

Corpo presente, espírito dis-tante, só registrara a referência àafirmativa jocosa do meu amigo.

Depois diria convicto:– O Richard afirmou que sogra

é sinônimo de bruxa.Entendeu tudo diferente porque

perdeu o contexto.

E,RI C H A R D SI M O N E T T I

o contextoObservar

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Imaginemos que Jesus estivessefalando que somos todos filhosde Deus.

Nesse instante comunicaram--lhe que sua mãe e seus irmãos oprocuravam.

Jesus aproveitou a deixa paradizer que há uma família universalcomposta por aqueles que reco-nhecem a Paternidade Divina eestão empenhados em cumprir a vontade de Deus.

Você sabe, leitor amigo, o queDeus espera de nós?

Jesus ensina: espera que nos ame-mos uns aos outros, como é própriode irmãos esclarecidos e conscientes,e que façamos ao próximo todo obem que gostaríamos nos fosse feito.

É assim que demonstramosnossa filiação divina.

A grande família é, portanto, afamília universal.

Analisando a passagem citadafora desse contexto, ficará semprea impressão de suposto desrespeitode Jesus em relação à sua família.

Perguntam-me como podería-mos estabelecer uma diferença deabordagem entre Jesus e o Espiri-tismo, no exercício da fraterni-dade, buscando nossa realizaçãocomo filhos de Deus.

Respondi:

Jesus é poesia.Espiritismo é prosa.Jesus é a voz do coração, convi-

dando-nos ao Bem.Espiritismo é a voz da razão,

explicando ser indispensável quecultivemos bondade.

Jesus pede que nos amemos unsaos outros.

O Espiritismo demonstra quefora da caridade, o amor em ação,não há salvação.

Salvação não no sentido escato-lógico, de vida futura.

Salvação das angústias desta vida.Salvação porque a caridade, o

amor em ação, é o antídoto doegoísmo, o sentimento gerador detodos os males humanos.

O egoísmo nos coloca na contra-mão do Universo regido pelo amor,que se exprime no ato de servir.

Nessa contramão está a ori-gem de todos os males humanos,tanto no plano individual quantocoletivo.

Por isso, se Jesus nos convidaao bem, buscando servir ao próxi-mo, o Espiritismo impõe que o fa-çamos, em nosso próprio benefí-cio, ou literalmente estaremosperdidos na Terra e atormentadosno Além, quando chegar nossahora.

Assim, o espírita consciente edisciplinado fatalmente vincula-seao trabalho no campo da filantro-pia, posto avançado da caridade,empenhado em servir ao próximo.

É em face dessa conscientizaçãoque a Doutrina Espírita, bemcompreendida, conduz o adepto àprática dos serviços de assistênciae promoção humana, por dar-lhea consciência do fundamental:

Imperioso cumprir a vontade deDeus cuidando da família universal.

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Presença de Chico Xavier

té 1927, todos nós não admitíamos outras ver-dades além das proclamadas pelo Catolicismo;mas eis que uma das minhas irmãs, em maio

do ano referido, foi acometida de terrível obsessão; amedicina foi impotente para conceder-lhe qualquerpequenina melhora. Vários dias consecutivos foram,para nossa casa, horas de amargos padecimentos mo-rais. Foi quando decidimos solicitar o auxílio de umdistinto amigo, espírita convicto, o Sr. José HermínioPerácio, que caridosamente se prontificou a ajudar-noscom a sua boa vontade e o seu esforço. Verdadeirodiscípulo do Evangelho, ofereceu-nos até a sua resi-dência, bem distante da nossa, junto à sua família, ondeentão, num ambiente totalmente modificado, pode-ria ela estudar as bases da Doutrina Espírita, orientan-do-se quanto aos seus deveres, desenvolvendo, simul-taneamente, as suas faculdades mediúnicas. Aí, sobos seus caridosos cuidados e da sua Exma. esposa D.Cármen Pena Perácio, médium dotada de raras fa-culdades, minha irmã hauria, para nosso benefício,os ensinamentos sublimes da formosa doutrina dosmensageiros divinos; foi nesse ambiente, onde impe-ravam os sentimentos cristãos de dois corações pro-fundamente generosos, como o são os daqueles con-frades a que me referi, que minha mãe, que regressa-ra ao Além em 1915, deixando-nos mergulhados emimorredoura saudade, começou a ditar-nos os seusconselhos salutares, por intermédio da esposa donosso amigo, entrando em pormenores da nossa vi-da íntima, que essa senhora desconhecia. Até a grafia

era absolutamente igual à que a nossa genitora usavaquando na Terra.

Sobre esses fatos e essas provas irrefutáveis solidi-ficamos a nossa fé, que se tornou inabalável. Em bre-ve minha irmã regressava ao nosso lar cheia de saúdee feliz, integrada no conhecimento da luz que deve-ria daí por diante nortear os nossos passos na vida.

Resolvemos, então, com ingentes sacrifícios, reu-nir um núcleo de crentes para estudo e difusão daDoutrina, e foi nessas reuniões que me desenvolvicomo médium escrevente, semimecânico, sentindo--me muito feliz por se me apresentar essa oportuni-dade de progredir, datando daí o ingresso do meuhumilde nome nos jornais espíritas, para onde co-mecei a escrever sob a inspiração dos bondosos men-tores espirituais que nos assistiam.1

Daí a pouco, a nossa alegria aumentava, pois onosso confrade José Hermínio Perácio, em compa-nhia de sua esposa, deliberou fixar residência junto anós, e as nossas reuniões tiveram resultados melho-res, controladas pela sua senhora, alma nobilíssima,ornada das mais superiores qualidades morais e que,entre as suas mediunidades, conta com mais desen-volvimento a clariaudiência. Nossas reuniões conta-vam, assim, grande número de assistentes, porém, a

Chico Xaviere a mediunidade

A

Transcrevemos de Parnaso de Além-Túmulo, primeiro livro psicografadopor Francisco Cândido Xavier, o relato que ele faz em

“Palavras minhas”, sobre o início da sua atividade mediúnica

1Só nos últimos dias de 1931, com a graça de Deus, desenvolveram--se em mim, de maneira clara e mais intensamente, a vidência, aaudição e outras faculdades mediúnicas. – Nota do médium para a4a edição, em 1944. (Nota 9 da 19. ed., de 2010, ed. FEB.)

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moral profunda que era ensinada, baseada nas pági-nas esplendorosas do Evangelho de Jesus, parece quepesava muito, como acontece na opinião de grandemaioria de almas da nossa época, quase sempre incli-nadas para as futilidades mundanas, e, decorridosdois anos, os assistentes de nossas sessões de estudosescassearam, chegando ao número de quatro ou cin-co pessoas, o que perdura até hoje.

Não desanimamos, contudo, prosseguindo em nossasreuniões, constituindo para nós uma fonte de conso-lações isolarmo-nos das coisas terrenas em nosso re-canto de prece, para a comunhão com os nossos des-velados amigos do Além. Continuei recebendo asideias dos mesmos amigos de sempre, nas reuniões,psicografando-as, e que eram continuamente frag-mentos de prosa sobre os Evangelhos. Somente duasvezes recebi comunicações em versos simples.

Em agosto, porém, do corrente ano, apesar demuito a contragosto de minha parte, porque jamaisnutri a pretensão de entrar em contato com essas en-tidades elevadas, por conhecer as minhas imperfei-ções, comecei a receber a série de poesias que aquivão publicadas, assinadas por nomes respeitáveis.

Serão [as poesias] das personalidades que as assinam?– é o que não posso afiançar. O que posso afirmar,categoricamente, é que, em consciência, não possodizer que são minhas, porque não despendi nenhumesforço intelectual ao grafá-las no papel. A sensaçãoque sempre senti ao escrevê-las era a de que vigorosamão impulsionava a minha. Doutras vezes, parecia-meter em frente um volume imaterial, do qual eu as lia ecopiava; e, doutras, que alguém mas ditava aos ouvidos,experimentando sempre no braço, ao psicografá-las, asensação de fluidos elétricos que o envolvessem, acon-tecendo o mesmo com o cérebro, que se me afiguravainvadido por incalculável número de vibrações indefi-níveis. Certas vezes, esse estado atingia o auge, e o inte-ressante é que parecia-me haver ficado sem o meu cor-po, não sentindo, por momentos, as menores impres-sões físicas. É o que experimento, fisicamente, quantoao fenômeno que se produz frequentemente comigo.

Julgo do meu dever declarar que nunca evoqueiquem quer que fosse; essas produções chegaram-mesempre espontaneamente, sem que eu ou meus com-

panheiros de trabalhos as provocássemos, e jamais sepronunciou, em particular, o nome de qualquer doscomunicantes, em nossas preces. Passavam-se às ve-zes mais de dez dias sem que se produzisse escrito al-gum, e dia houve em que se receberam mais de trêsproduções literárias de uma só vez. Grande parte de-las foi escrita fora das reuniões e tenho tido ocasiõesde observar que, quanto menor o número de assis-tentes, melhor o resultado obtido.

Muitas vezes, ao recebermos uma destas páginas,era necessário recorrermos a dicionários para saber-mos os respectivos sinônimos das palavras nela em-pregadas, porque tanto eu como os meus companhei-ros as desconhecíamos em nossa ignorância, julgan-do minha obrigação frisar aqui também que, apesarde todo o meu bom desejo, jamais obtive outra coisa,na fenomenologia espírita, a não ser esses escritos.

Devo salientar o precioso concurso da bondosamédium Sra. Cármen P. Perácio, que por meio da suamaravilhosa clariaudiência me auxiliou muitíssimo,transmitindo-me as advertências e opiniões dos nos-sos caros mentores espirituais, e ainda o carinhosointeresse do distinto confrade Sr. M. Quintão, quetem sido de uma boa vontade admirável para comi-go, não poupando esforços para que este despreten-sioso volume viesse à luz da publicidade.

E aqui termino.Terei feito compreender, a quem me lê, a verdade

como de fato ela é? Creio que não. Em alguns desper-tarei sentimentos de piedade e, noutros, risinhos ri-diculizadores. Há de haver, porém, alguém que en-contre consolação nestas páginas humildes. Um des-ses que haja, entre mil dos primeiros, e dou-me porcompensado do meu trabalho.

A todos eles, todavia, os meus saudares, com os meusagradecimentos intraduzíveis aos boníssimos mentoresdo Além, que inspiraram esta obra, e que generosa-mente se dignaram não reparar as minhas incontáveisimperfeições, transmitindo, por intermédio de instru-mento tão mesquinho, os seus salutares ensinamentos.

Francisco Cândido Xavier

Pedro Leopoldo (MG), dezembro de 1931.

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m 5 de agosto de 2010, o de-sabamento de uma jazida,ocorrido ao norte do Chile,

isolou totalmente do mundo, du-rante quase três semanas, em con-dições extremas de insalubridade,desconforto e privação de alimentose água, 33 trabalhadores, a cercade 700 metros de profundidade.Resgatados com vida dois mesesdepois, pelas equipes de salva-mento, eles contaram, em deta-lhes, a apreensão, a angústia e o medo que experimentaram. Oepisódio comoveu o mundo todo.As autoridades se mobilizaram emilhões de dólares foram gastospara salvar os mineiros.

Esse episódio, como tantos ou-tros que acontecem diariamentemundo afora, reforça a ideia inatade que a vida é um bem inestimá-vel e que tem primazia sobre outrosvalores. Toda vez que o ser huma-no se encontra em perigo iminente,as forças ocultas do instinto, inde-pendentes ou conjugadamentecom o raciocínio, entram em açãopara protegê-lo do possível exter-mínio. Nesse momento, o princí-pio inteligente que habita o corpoem perigo reavalia todos os seus

valores, elegendo como priorida-de a proteção ao bem supremo danatureza: a vida!

E por que a vida é cercada detantos cuidados pelo Criador? OsEspíritos superiores ensinam queo instinto de conservação é umadas leis da natureza. Ele obriga acriatura a prover às necessidadesdo corpo, pois sem força e semsaúde não consegue realizar o tra-balho que lhe compete no concer-to evolutivo. Todavia, esta é umafaculdade inerente não apenasao homem, mas a todos os seresvivos, seja qual for o grau de suainteligência. Em uns é exclusiva-mente automático ou inconsciente,

enquanto em outros é racional.Sem o instinto não haveria o aper-feiçoamento das espécies, que têmque concorrer para o cumprimentodos desígnios divinos.

O instinto é a mola propulsoraque impele os seres orgânicos àprática de atos espontâneos e in-voluntários, com vistas à sua con-servação. A par do instinto, há ainteligência, que se revela por atosvoluntários, premeditados, combi-nados, de acordo com as circuns-tâncias. O instinto é um guia seguro,que jamais se engana, enquanto ainteligência, pelo fato de ser livre,está sujeita a erros. À medida quea criatura progride, lentamente o

Lei deConservação

ECH R I S T I A N O TO RC H I

18 Reformador • Janei ro 2011 1166

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instinto vai dando lugar à inteli-gência, porém, mesmo na pessoade intelecto mais avançado, o ins-tinto ainda se manifesta em cará-ter suplementar.

O princípio inteligente, que dor-mita no vegetal, agita-se no animal edesperta no homem,1 desde sua ori-gem e em suas primeiras manifes-tações no plano físico, automatiza,por meio de experiências incontá-veis, repetitivas e sucessivas, viven-ciadas em organismos progressiva-mente mais complexos, reações aosimpulsos do meio físico, que se vãogravando no perispírito, com o fimde proporcionar a adaptação dessesseres ao meio ambiente:

[...] [os instintos] constituem

[...] os fundamentos da vida

intelectual; são os mais prísti-

nos e mais duradouros movi-

mentos perispirituais que as

incontáveis encarnações fixa-

ram, incoercivelmente, em nosso

invólucro fluídico, e, se o verda-

deiro progresso consiste no do-

mínio desses instintos brutais,

infere-se que a luta seja longa,

quão terrível, antes de conquis-

tar esse poderio.2

O instinto predomina no animal,que elabora apenas ideias-frag-mentos.3 Nele, a inteligência e aliberdade estão condicionadas pelasnecessidades materiais. Por isso,não tem vida moral, ao contráriodo que acontece com o homemque, além da razão e do livre-arbí-trio, possui ampla vontade, moti-vos pelos quais é responsável porseus atos, tanto que se encontrasujeito à lei de causa e efeito.

Se, por um lado, é imposta àcriatura humana a necessidade deviver, por outro, Deus concede--lhe os recursos indispensáveis pa-ra suprir essa necessidade e suavi-zar-lhe as lutas. Toda a matéria--prima necessária à alimentação eao desenvolvimento da indústriae do comércio encontra-se dispo-nível na Natureza. À medida queaprimora a Ciência, o homem vaidescobrindo e ampliando meiosde satisfazer seus anseios.

Não se contentando com o ne-cessário, o indivíduo, se egoísta eorgulhoso, lança-se, avidamente, àbusca do supérfluo, criando neces-sidades novas em busca de outrassatisfações, que lhe trazem muitasangústias e aflições. É aceitável enatural que procure o seu bem-estar,desde que não incorra em abusos.Atualmente, ainda que de formatímida, algumas lideranças mun-diais vêm propondo ideias, a fimde substituir o modelo de desen-volvimento atual, que é altamente

1DENIS, Léon. O problema do ser, do des-tino e da dor. 3. reimp. Rio de Janeiro: FEB,2010. P. 1, cap. 9, p. 166.

2DELANNE, Gabriel. A evolução anímica.12. ed. 4. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2010.Cap. 3, it. O instinto, p. 118. ApudCAMPETTI, Geraldo S. (Coordenador).O Espiritismo de A a Z. 4. ed. 1. reimp. Riode Janeiro: FEB, 2010. Vocábulo “instinto”.

3XAVIER, Francisco C.; VIEIRA, Waldo.Evolução em dois mundos. Pelo EspíritoAndré Luiz. 25. ed. 3. reimp. Rio de Janei-ro: FEB, 2010. P. 1, cap. 10, it. Pensamentocontínuo.

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predatório e nocivo ao planeta, poroutro que seja economicamenteviável, socialmente justo e ecolo-gicamente responsável.

O limite entre o necessário e osupérfluo não é absoluto. O pro-gresso criou necessidades que eramimpensáveis no passado, como,por exemplo, as surgidas com oadvento dos modernos sistemas decomunicação. Ninguém admitiria,em sã consciência, que a civilizaçãotornasse a viver como nos temposprimitivos. Se ainda existe misériano mundo, ela se deve aos víciosda organização social, ainda domi-nada pela ambição e pelo egoísmo.A Humanidade não alcançará asmetas do sonhado desenvolvimentosustentável, se o progresso tecno-lógico não estiver atrelado ao pro-gresso ético dos indivíduos.

Como ingredientes do instintode conservação, há dois grandesaliados da evolução: o prazer e a dor.Se não fosse o prazer, a perpetua-ção das espécies por meio da ali-mentação e da reprodução sexualestaria em risco. Como visto, Deusconcede às criaturas de todos osestágios evolutivos os meios indis-pensáveis de que necessitam paraprogredir e ser feliz, ainda queestejam sujeitas, em determinadasetapas de seu desenvolvimento, àdor-evolução ou à dor-expiação,esta última típica dos homens, queainda estão aprendendo a utilizaro livre-arbítrio.

Em síntese, o uso dos bens daTerra é um direito de todas as cria-turas. Deus colocou atrativos nogozo desses bens para estimular oEspírito encarnado ao cumpri-

mento da sua missão e tambémpara experimentá-lo por meio datentação. O objetivo dessa tenta-ção é desenvolver-lhe a razão, quedeve preservá-lo dos excessos.

Ao lado do prazer, Deus colocoutambém a dor, que é um aviso danatureza para conter o mau usoque poderia levar à rápida destrui-ção do organismo. Mas há outrosmeios de controle dos gozos, quenão apenas pela dor física instantâ-nea. Toda vez que a criatura humanaabusa do direito do prazer, pelosexcessos que comete, mais cedo oumais tarde encontrará a respostadas leis naturais, por meio de afli-ções e doenças, seja na encarnaçãopresente, seja nas encarnações vin-douras, conforme as circunstânciase a intensidade desses abusos, exa-cerbados em épocas festivas.

Por isso, os Espíritos superioresresponderam a Kardec que o ho-mem que procura nos excessos detodo gênero o requinte dos gozos émais digno de lástima do que de in-veja,4 pois que, ao assim agir, pelodesgaste prematuro do corpo, pro-voca a antecipação da morte física,acrescida dos sofrimentos moraisacarretados pelo remorso.

Ao contrário dos animais, em queos gozos são regulados pelo ins-tinto, o homem, de posse da coroada razão e do livre-arbítrio, expe-rimenta os prazeres do sexo, do ál-cool, dos tóxicos e da alimentação,conforme lhe aprouver. Quando seentrega, sem freios, aos deleites da

existência física, descontrola-se emuitas vezes ultrapassa os limitesdo instinto que nele coexiste coma faculdade de raciocinar.

No outro extremo, há pessoasque, em rompantes de fanatismo,se privam, voluntariamente, dascoisas, ou afligem o próprio corpo,sem que isso tenha qualquer fina-lidade útil ou elevada. Esse tipo deprivação pouco valor tem peranteDeus, pois há muito mais méritoem fazer o bem aos semelhantes.As privações voluntárias meritó-rias são aquelas que desprendemo homem da matéria e lhe elevam aalma, com a finalidade de auxiliaroutros mais necessitados que elemesmo.

Aqueles, porém, que se autoa-gridem no intuito egoístico de ga-nharem o “céu”, cada vez mais seafastam de Deus, uma vez que es-tão infringindo a lei natural quenos solicita a conservação do cor-po, instrumento indispensável donosso progresso.

Enfim, todo esforço que em-preendermos para viver em har-monia com as leis divinas será re-compensado e começaremos a co-lher aqui mesmo, na Terra, os bene-fícios de uma vida sóbria. Desen-volvendo o senso moral, os homenshaverão de se prestar mútuo apoio,sem que uns vivam à custa dosoutros ou se autodestruam.

A vitória sobre nós mesmos é agrande batalha diária que travamosem nosso campo íntimo, na árduatarefa de conciliar os instintos coma inteligência, sem desprezar o cul-tivo dos sentimentos elevados quenos aproximam de Deus.

4KARDEC, Allan. O livro dos espíritos.Trad. Evandro Noleto Bezerra. 2. ed. Riode Janeiro: FEB, 2010. Q. 714.

20 Reformador • Janei ro 20111188

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21Janei ro 2011 • Reformador 1199

Esf lorando o EvangelhoPelo Espírito Emmanuel

“Mas, quando fores convidado, vai.”– JESUS. (LUCAS, 14:10.)

Convite ao bem

Fonte: XAVIER, Francisco C. Pão nosso. ed. esp. 2. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2010. Cap. 39.

m todas as épocas, o bem constitui a fonte divina, suscetível de fornecer-nos

valores imortais.

O homem de reflexão terá observado que todo o período infantil é

conjunto de apelos ao sublime manancial.

O convite sagrado é repetido, anos a fio. Vem através dos amorosos pais huma-

nos, dos mentores escolares, da leitura salutar, do sentimento religioso, dos amigos

comuns.

Entretanto, raras inteligências atingem a juventude, de atenção fixa no chama-

mento elevado. Quase toda gente ouve as requisições da natureza inferior,

olvidando deveres preciosos.

Os apelos, todavia, continuam...

Aqui, é um livro amigo, revelando a verdade em silêncio; ali, é um companheiro

generoso que insiste em favor das realidades luminosas da vida...

A rebeldia, porém, ainda mesmo em plena madureza do homem, costuma rir

inconscientemente, passando, todavia, em marcha compulsória, na direção dos

desencantos naturais, que lhe impõem mais equilibrados pensamentos.

No Evangelho de Jesus, o convite ao bem reveste-se de claridades eternas.

Atendendo-o, poderemos seguir ao encontro de Nosso Pai, sem hesitações.

Se o clarim cristão já te alcançou os ouvidos, aceita-lhe as clarinadas sem vacilar.

Não esperes pelo aguilhão da necessidade.

Sob a tormenta, é cada vez mais difícil a visão do porto.

A maioria dos nossos irmãos na Terra caminha para Deus, sob o ultimato das

dores, mas não aguardes pelo açoite de sombras, quando podes seguir, calmamente,

pelas estradas claras do amor.

E

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22 Reformador • Janei ro 20112200

preceito, profundo e valio-so, do versículo registradopor Mateus, indica a im-

prescindível necessidade de não es-quecermos que para transmitirmosaos homens os ensinos dos Espíritosé indispensável obtermos, de nossavida cotidiana, os resultados adqui-ridos na regeneração de nós mes-mos, permitindo-nos a conquistade melhores condições espirituaispara a tarefa mediúnica, hauridaspor meio dos esforços empreendi-dos, ao arrostarmos, de forma equi-librada, as lutas travadas para supe-ração de nossas provas redentoras.

Os médiuns são [...] os órgãos

materiais de que se servem os

Espíritos para se expressarem aos

homens de maneira inteligível.

Santa é a missão que desempe-

nham, visto ter por fim rasgar

os horizontes da vida eterna.1

(Grifo nosso.)

A conduta, porém, de quemreencarna com o objetivo de tra-

balhar em favor do intercâmbiomediúnico, tem sido alvo depreocupações dos benfeitores es-pirituais,2 mormente quando severifica que abusos são cometidosno uso das faculdades mediúni-cas, outorgadas por Deus, semidentificar-lhes a magnitude e aelevação. O emprego incorretoque a ignorância faz dos dons es-pirituais é destacado, desde a An-tiguidade, conforme orientaçãodo apóstolo Paulo, na sua primei-ra Epístola aos Coríntios (12:7):“[...] a manifestação do Espírito éconcedida a cada um, visando aum fim proveitoso”.

Sabemos que a mediunidadenão é “[...] atributo exclusivo dosde maior merecimento.

[...] Se só aos mais dignos fosseconcedida a faculdade de comuni-car com os Espíritos, quem ousa-ria pretendê-la?”.3 Por essa razão,abraçamos a Doutrina como ro-teiro principal a nos guiar no ser-viço em prol da causa espírita eprocuramos assimilar a essência de

seus ensinamentos, especialmentena permuta que se estabeleceentre o mundo material e o mun-do espiritual.

Lamentavelmente, os bons re-sultados obtidos dos fenômenospsíquicos modificam determinadosmédiuns, ao observarem “[...]pessoas beneficiadas e crentes,como testemunhas convencidas edeslumbradas diante deles”,4 semperceberem que “[...] apenas aque-las que transfiguram a si mesmas,aperfeiçoando-se em bases desacrifício pela felicidade dos ou-tros, conseguem aproveitá-los noserviço constante em louvor dobem”.4 A falta de observância rigo-rosa das bases do conhecimentoque edificam e norteiam o Espi-ritismo, influi, quase sempre, nofator místico que a mediunidadeexerce, causando certo fascínioem determinados medianeirosque pensam estar imbuídos demandatos mediúnicos, nem sem-pre compatíveis com aqueles queainda não conquistaram as con-

A qualidade do ensinamentoespírita ante a mediunidade

OCL A R A LI L A GO N Z A L E Z D E AR A Ú J O

“Guardai-vos dos falsos profetas que vêm ter convosco cobertos de peles de ovelha, e quepor dentro são lobos rapaces. Conhecê-los-eis pelos seus frutos. Uma árvore boa não podeproduzir frutos maus e uma árvore má não pode produzir frutos bons.” (Mateus, 7:15-20.)

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dições ideais de exercê-los. Oescritor espírita Martins Peralva(1918-2007), em uma de suasobras, assevera:

O exercício comum da mediu-

nidade [...] é coisa diferente

do “mandato de serviços me-

diúnicos”.

Médiuns existem aos milhares

colaborando, ativamente, nos

centros espíritas; todavia, ra-

ríssimos estão investidos de

mandato.

[...]

Entretanto, para que o médium

se torne digno de um mandato

[...] tem de ser portador de vir-

tudes excepcionais, a fim de que

não fracasse no tentame ex-

traordinário.5

Outro problema a enfrentar éque no “falso pressuposto de quehaja médiuns e mediunidadesmais importantes entre si”,6 cer-tos companheiros são denomina-dos “médiuns-principais” e sedestacam junto aos grupos me-diúnicos, o que lhes permite an-gariar simpatias dos dirigentesinstitucionais e, não raro, são in-cumbidos de transmitir conse-lhos e ordens dos Espíritos, sobreos mais variados assuntos; men-sagens que são recebidas comoverdades incontestáveis, sem ati-nar para os perigos decorrentesdessas práticas mediúnicas. Paraalguns desses médiuns não há se-não o fato curioso das manifesta-ções e sentem grande satisfaçãode serem estimulados a se comu-nicarem pessoalmente com os

Espíritos, forçando a amplitudede certas faculdades, de que mui-tas vezes carecem, movidos maispela vaidade do que pelo desejode se melhorar.

Allan Kardec, de maneira pe-remptória, destaca, em O Livrodos Médiuns, os perigos decorren-tes de determinadas experiênciasno campo da mediunidade:

Médiuns interesseiros não são

apenas os que porventura exi-

jam uma retribuição fixa; o in-

teresse nem sempre se traduz

pela esperança de um ganho

material, mas também pelas

ambições de toda sorte, sobre

as quais se fundem esperanças

pessoais. É esse um dos defei-

tos de que os Espíritos zombe-

teiros sabem muito bem tirar

partido e de que se aproveitam

com uma habilidade, uma as-

túcia verdadeiramente notá-

veis, embalando com falacio-

sas ilusões os que desse modo

se lhes colocam sob a depen-

dência. Em resumo, a mediu-

nidade é uma faculdade con-

cedida para o bem e os bons

Espíritos se afastam de quem

pretenda fazer dela um degrau

para chegar ao que quer que

seja, que não corresponda às

vistas da Providência. [...]7

Kardec, em sua meridianaclareza, também expõe sobre aimportância das condições mo-rais daqueles que servem de in-termediários entre os Espíritos eos homens:

A mediunidade não implica

necessariamente relações habi-

tuais com os Espíritos superio-

res. [...] O bom médium, pois,

não é aquele que comunica fa-

cilmente, mas aquele que é

simpático aos bons Espíritos e

somente deles tem assistência.

Unicamente neste sentido é

que a excelência das qualidades

morais se torna onipotente so-

bre a mediunidade.8

É preciso agir com ponderaçãoe vigilância, combatendo semtréguas as distinções existentesentre aqueles que possuem facul-dades mediúnicas especiais, maisamplas e variadas, e as adquiridaspelos demais trabalhadores, nãomenos indispensáveis, para soli-dariedade e cooperação da tarefa.A mediunidade, longe de ser in-

23Janei ro 2011 • Reformador 2211

Amediunidade

é uma faculdadeconcedida

para obem

Page 24: Ano 129 • Nº 2.182 • Janeiro 2011

dício de grandeza espiritual, éfruto de obstinadas imperfeições.Por enquanto, no mundo, não hámédiuns perfeitos, como não exis-tem criaturas perfeitas; a maioriados que aqui estão carrega pun-gentes provas, e a mediunidade,sem exceção, é ensejo de doação eresgate, pois, no entender do Es-pírito Cairbar Schutel, em nossaesfera de serviço

[...] já que prescindimos do pro-

fissionalismo religioso, não exis-

tem médiuns-pastores, médiuns-

-gerentes, médiuns-líderes ou

médiuns-diretores, porquanto

a cada qual de nós cabe uma

parte do grande apostolado de

redenção que nos foi atribuído

pela Espiritualidade Maior.9

Do mesmo modo, lembrar que“a mediunidade não deve ser frutode precipitação nesse ou naquelesetor da atividade doutrinária,porquanto, em tal assunto, todaa espontaneidade é indispensável,considerando-se que as tarefasmediúnicas são dirigidas pelosmentores do plano espiritual”,10

e seguir os passos de YvonnePereira (1906-1984), médium deextraordinárias possibilidadespsíquicas, ao afirmar:

[...] o médium por si mesmo

nada representa e [...] jamais

deverá adotar a pretensão de

realizar isto ou aquilo sem

antes observar se, realmente,

é influenciado pelas verda-

deiras forças espirituais su-

periores.11

O exemplo admirável de humil-dade, mostrado por Kardec, aodar, ele próprio, pleno testemunhoda sua missão, em A Gênese, nosensina a agir com extremo cuidadoe modéstia no campo imenso damediunidade:

O nosso papel pessoal, no gran-

de movimento de ideias que se

prepara pelo Espiritismo e que

começa a operar-se, é o de um

observador atento, que estuda os

fatos para lhes descobrir a causa

e tirar-lhe as consequências. [...]

Se essas ideias acharam numero-

sas simpatias, é porque tiveram a

vantagem de corresponder às as-

pirações de avultado número de

criaturas, mas disso não colhe-

mos vaidade alguma, dado que a

sua origem não nos pertence. O

nosso maior mérito é a perseve-

rança e a dedicação à causa que

abraçamos. Em tudo isso, fize-

mos o que outro qualquer pode-

ria ter feito como nós, razão pela

qual nunca tivemos a pretensão

de nos julgarmos profeta ou

messias, nem, ainda menos, de

nos apresentarmos como tal.12

Sem resquícios de personalis-mos, a primeira tarefa é iluminar--nos por meio do saber, median-te o estudo metódico e aprofun-dado da Doutrina, para segurançada experiência no cumprimentodos deveres mediúnicos mais sim-ples e nobres, e pelo esforço quedespendermos na compreensãocorreta dos princípios espíritas,que são a chave do Cristianismopuro.

Referências:1KARDEC, Allan. O evangelho segundo o

espiritismo. Trad. Guillon Ribeiro. 129. ed.

1. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2010. Cap.

28, it. 9.2PERALVA, Martins. Mediunidade e evolução.

10. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2009. Cap. 5.3KARDEC, Allan. O evangelho segundo o

espiritismo. Trad. Guillon Ribeiro. 129. ed.

1. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2010. Cap.

24, it. 12, p. 400.4XAVIER, Francisco C. Seara dos médiuns.

Pelo Espírito Emmanuel. 19. ed. 2. reimp.

Rio de Janeiro: FEB, 2010. Cap. Ante a me-

diunidade, p. 27.5PERALVA, Martins. Estudando a mediuni-

dade. 27. ed. 1. reimp. Rio de Janeiro: FEB,

2010. Cap. 24.6XAVIER, Francisco C.; VIEIRA, Waldo. O es-

pírito da verdade. Espíritos diversos. 17. ed.

1. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2009. Cap. 11,

p. 43, pelo Espírito Cairbar Schutel.7KARDEC, Allan. O livro dos médiuns. Trad.

Guillon Ribeiro. 80. ed. 1. reimp. Rio de Ja-

neiro: FEB, 2009. P. 2, cap. 28, it. 306.8______. O evangelho segundo o espiri-

tismo. Trad. Guillon Ribeiro. 129. ed. 1.

reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2010. Cap. 24,

it. 12, p. 401.9XAVIER, Francisco C.; VIEIRA, Waldo. O

espírito da verdade. Espíritos diversos.

17. ed. 1. reimp. Rio de Janeiro: FEB,

2009. Cap. 11, p. 47, pelo Espírito

Cairbar Schutel.10XAVIER, Francisco C. O consolador. Pe-

lo Espírito Emmanuel. 28. ed. 3. reimp.

Rio de Janeiro: FEB, 2010. Q. 384.11PEREIRA, Yvonne A. Recordações da

mediunidade. 4. ed. 2. reimp. Rio de Ja-

neiro: FEB, 2010. Introdução, p. 7.12KARDEC, Allan. A gênese. Trad. Guillon Ri-

beiro. 52. ed. 2. reimp. Rio de Janeiro: FEB,

2009. Cap. I, nota de Kardec sobre o it. 45.

24 Reformador • Janei ro 20112222

Page 25: Ano 129 • Nº 2.182 • Janeiro 2011

25Janei ro 2011 • Reformador 2233 25Janei ro 2011 • Reformador

entados à frente da TV, as-sistimos aos noticiáriosque nos falam de um

mundo repleto de violência, cor-rupção, imoralidades, inversão devalores...

Parece-nos que, nesta socieda-de, já não mais importa o ama-nhã, somente o hoje merece nossocuidado e atenção.

Mas, quando nos inquirimosem nossos raros momentos de re-flexão, algo nos incomoda; senti-mos o vazio resultante de nossaindiferença:

Será que não somos, pelo me-nos parcialmente, responsáveis pe-los acontecimentos à nossa volta?

Como conseguiremos mudarnossa inerte insatisfação?

A par disso, recordemos as co-locações do Codificador, contidasno “Credo Espírita”, em ObrasPóstumas:

O progresso geral é a resultan-

te de todos os progressos indi-

viduais; mas, o progresso in-

dividual não consiste apenas

no desenvolvimento da inteli-

gência, na aquisição de alguns

conhecimentos. Nisso mais

não há do que uma parte do

progresso, que não conduz ne-

cessariamente ao bem, pois

que há homens que usam mal

do seu saber. O progresso con-

siste, sobretudo, no melhora-

mento moral, na depuração

do Espírito, na extirpação dos

maus germes que em nós exis-

tem. Esse o verdadeiro pro-

gresso, o único que pode ga-

rantir a felicidade ao gênero

humano, por ser o oposto

mesmo do mal. [...]1

Pelo que se conclui: a revisão devalores é a única resposta viável.

Não é possível que valores mo-rais coexistam pacificamente numasociedade em que a conquista devantagens é o que importa, sejamelas lícitas ou não, tenha alguémsido ou não prejudicado.

Nenhum valor moral pode sub-sistir em meio à determinação deque o sucesso acima de tudo é lei.

É fundamental entendermosque, quando o importante é o queparecemos ser, o que ostentamos eadquirimos, então passamos a va-lorizar a matéria, sobrepujando anossa verdadeira essência, a espi-ritual, deixando assim os instintos

serem o guia de nossa existênciaterrena.

A mudança, a reforma, a trans-formação íntima, é o ponto departida para alcançarmos umanova fase em nossa existência.Mas, tememos a mudança porquesabemos que para que ela se dê, énecessário romper com os ciclosviciosos, com os quais muitas ve-zes nos satisfazemos. Tememos orompimento com o passado, pormedo de perdermos o contatocom a nossa identidade histórica;e mais, porque nos intimida aideia de darmos fim aos relacio-namentos que consideramos ne-cessários para a nossa existência.

Apesar destes obstáculos, é pre-ciso perseverar com coragem econvicção em busca de novas lu-zes em nossas vidas, iluminandonão somente a nós, mas, princi-palmente, aos nossos tuteladosque necessitam de orientação mo-ral em meio a um mundo repletode atrativos materialistas e auto-destrutivos.

Somente assim poderemos am-bicionar merecer uma existênciamais harmoniosa, em um mundoregenerado, acompanhados poraqueles que amamos e que com-partilham de nossas experiênciasevolutivas.

A sociedade é o que dela fizemos...e será o que dela fizermos...

SLI C U RG O SOA R E S D E LAC E R DA FI L H O

1KARDEC, Allan. Obras póstumas. Trad.Guillon Ribeiro. 40. ed. 2. reimp. atualiza-da. Rio de Janeiro: FEB, 2010. P. 2, Credoespírita, Preâmbulo, p. 423-424.

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questionamento sobre osentido da vida aconteceem algum momento da

existência, mas a resposta à indaga-ção está relacionada a vários fatores,entre eles: idade, nível de maturida-de espiritual, educação recebida,formação religiosa, interesses...

A respeito do assunto, esclareceLéon Denis que

O que importa saber antes de

tudo é o que somos, de onde

viemos, para onde vamos, quais

são os nossos destinos. As ideias

que fazemos do Universo e suas

leis, do papel que cada um de

nós deve exercer sobre este vas-

to teatro, tudo isso é de uma

importância capital. É de con-

formidade com elas que dirigi-

mos os nossos atos. [...] Para as

coletividades, da mesma forma

que para o indivíduo, a concep-

ção do mundo e da vida é que

determina os deveres; mostra o

caminho a seguir, as resoluções

a adotar.2

Não resta dúvida que esse é omelhor critério, entretanto, sabemosque significativa parte da Humani-dade restringe a existência à meraexperiência biológica (nascer, cres-cer, reproduzir e morrer). Para mui-tos indivíduos o enfoque é a famí-lia e/ou a profissão. Os hedonistaspreferem gozar a vida, sem pesaras consequências. Mas há pessoasque, efetivamente, centralizam avida na busca pela melhoria espiri-tual. Tal constatação nos faz con-cluir que, a rigor, não há um con-senso de respostas, como indicampesquisas realizadas, uma vez queo entendimento sobre o sentidoda vida varia de pessoa para pes-soa, estando sujeito a mudançasde opinião, à medida que envelhe-cemos ou nos tornamos maisexperientes.

Denis considera ainda que as

indagações sobre o porquê da vidafazem parte da natureza humana:

Qual o homem que, nas horas de

silêncio e recolhimento, já deixou

de interrogar a Natureza e ao seu

próprio coração, pedindo-lhes o

segredo das coisas, o porquê da

vida, a razão de ser do Universo?

Onde está esse que não tem pro-

curado conhecer os seus desti-

nos, erguer o véu da morte, saber

se Deus é uma ficção ou uma rea-

lidade? Não há ser humano, por

mais indiferente que seja, que

não tenha enfrentado algumas

vezes com esses grandes proble-

mas. A dificuldade de resolvê-los,

a incoerência e a multiplicidade

das teorias que daí se derivam,

as deploráveis consequências

que decorrem da maior parte dos

sistemas conhecidos, todo esse

conjunto confuso, fatigando o

espírito humano, o tem atirado

à indiferença e ao ceticismo.3

O

Em dia com o Espiritismo

MA RTA AN T U N E S MO U R A

Qual é o sentidoda vida?

“Não somente de pão viverá o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus.” (Mateus, 4:4.)1

26 Reformador • Janei ro 20112244

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Para os filósofos da Antiguida-de, o verdadeiro sentido da vidaestava na aquisição da felicidade,genericamente considerada “[...]estado de satisfação devido à si-tuação do mundo”,4 conceito quenão deveria ser confundido como de bem-aventurança, entendidocomo o ideal de satisfação, ou defelicidade completa, independen-te das condições do homem nomundo.4

A felicidade era então compreen-dida como algo bem mundano, deacordo com as necessidades ime-diatas do homem, segundo esta afir-mativa do filósofo grego Tales deMileto (624 ou 625 a.C.-556 ou558 a.C.):“[feliz é] quem tem corposão e forte, boa sorte e alma bemformada”.4 Em outras palavras,significa dizer que a felicidade seresume em ter boa saúde, sucessona vida e possuir boa formaçãoeducacional, condições prioriza-das pela sociedade moderna.

O conceito de felicidade foi maistarde incorporado ao prazer, pos-sivelmente a partir das ideias de

Demócrito de Abdera (460-380a.C.), que definiu felicidade comosendo “[...] a medida do prazer e aproporção da vida”.4 Tal concep-ção serviu de base para o desen-volvimento do pensamento filosó-fico, em relação ao sentido da vida,nos séculos posteriores. Estudiososfamosos aceitaram a relação feli-cidade–prazer, imprimindo estadireção ao pensamento ocidental.Entre eles, destacamos: LorenzoValla (1407-1457), eminente educa-dor humanista italiano; John Locke(1632-1704), inglês, respeitadoideólogo do liberalismo; GottfriedWilhelm Leibniz (1646-1716),distinguido cientista alemão; e obritânico Bertrand Arthur Wil-liam Russell (1872-1970), uma daspersonalidades mais influentes doséculo XX, matemático e lógicode renome.

Importa ressalvar que, desde ostempos remotos, Platão (428 ou427 a.C.-348-347 a.C.) já fazia claradistinção entre felicidade e prazer,admitindo que uma estava vincula-da à aquisição de virtudes, a outra,

às sensações físicas: “[...] o mundodos sentidos e dos prazeres senso-riais inibe o encontro da felicida-de verdadeira, porque nos tornapresos ao mundo real [físico], quenão é [...] a realidade mais elevada”.5

Em termos religiosos, o Hinduís-mo relaciona o sentido da vida àharmonia e libertação espirituais,ambas necessárias à comunhão eter-na e pacífica com Deus. Para os brâ-manes, é atingir o estado de cons-ciência cósmica. O Judaísmo valori-za a observância das leis de Deus,registradas nos seus livros sagrados.O Budismo orienta que o sentido davida está na liberdade de cada umescolher como conduzir a própriavida. Para o Cristianismo é necessá-rio vivenciar o Evangelho, condiçãototalmente acatada pelo Espiritismo.

A citação de Mateus, inserida noinício deste artigo, pode ser consi-derada um roteiro espírita sobre osentido da vida. Interpretada porEmmanuel,6 destaca este Benfeitora importância de reconhecermos aextensão e o valor das bênçãos divi-nas, distribuídas por Deus em nosso

27Janei ro 2011 • Reformador 2255

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benefício. Assim, consi-dera a palavra “pão” (Nãosomente de pão viverá ohomem), presente no textoevangélico, como símbolorepresentativo das con-cessões materiais doadasao encarnado. Pondera,entretanto, que tais dádi-vas devem ser utilizadaspara a obtenção do ali-mento espiritual (todapalavra que sai da boca deDeus), que é o verdadeirosustento à vida do Espí-rito imortal. Eis como seexpressa:

Não somente agasalho que pro-

teja o corpo, mas também o refú-

gio de conhecimentos superio-

res que fortaleçam a alma. Não

só a beleza da máscara fisionô-

mica, mas igualmente a formo-

sura e nobreza dos sentimentos.

Não apenas a eugenia que apri-

mora os músculos, mas tam-

bém a educação que aperfeiçoa

as maneiras.

Não somente a cirurgia que ex-

tirpa o defeito orgânico,mas igual-

mente o esforço próprio que

anula o defeito íntimo.

Não só o domicílio confortável

para a vida física, mas também

a casa invisível dos princípios

edificantes em que o espírito se

faça útil, estimado e respeitável.

Não apenas os títulos honrosos

que ilustram a personalidade

transitória, mas igualmente as

virtudes comprovadas, na luta

objetiva, que enriqueçam a

consciência eterna.

Não somente claridade para os

olhos mortais, mas também luz

divina para o entendimento

imperecível.

Não só aspecto agradável, mas

igualmente utilidade viva.

Não apenas flores, mas também

frutos.

Não somente ensino continua-

do, mas igualmente demonstra-

ção ativa.

Não só teoria excelente, mas

também prática santificante.

Não apenas nós, mas igualmen-

te os outros.6

Ao final, conclui com a sabedo-ria e a simplicidade de sempre:

Disse o Mestre: – “Nem só de

pão vive o homem.”

Apliquemos o sublime conceito

ao imenso campo do mundo.

Bom gosto, harmonia e digni-

dade na vida exterior consti-

tuem dever, mas não nos esque-

çamos da pureza, da elevação e

dos recursos sublimes da vida

interior, com que nos dirigimos

para a Eternidade.7

Referências:1O NOVO TESTAMENTO. Trad. Haroldo

Dutra Dias. Brasília: CEI, 2010. p. 46.2DENIS, Léon. O porquê da vida: solução

racional do problema da existência, que

somos, de onde viemos, para onde va-

mos. 1. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2009.

Cap. 2, p. 15.3______. ______. Cap. 1, p. 11.4ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de filo-

sofia. Trad. Alfredo Bosi e Ivone Castilho

Benedetti. 4. ed. São Paulo: Martins Fon-

tes, 2003. p. 434.5MANNION, James. O livro completo da

filosofia. Trad. Fernanda Monteiro dos

Santos. São Paulo: Madras, 2004. Cap.

2, p. 37.6XAVIER, Francisco C. Fonte viva. Pelo Es-

pírito Emmanuel. 36. ed. 3. reimp. Rio de

Janeiro: FEB, 2010. Cap. 18.7______. ______. p. 54.

28 Reformador • Janei ro 20112266

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oje em dia é muito comumvermos e ouvirmos, nomeio espírita, a expressão

“plano pedagógico” nas ações vol-tadas à educação. Seu uso, no en-tanto, já constava em texto escritopor Emmanuel – em livro homô-nimo1 –, em 1938, por intermédioda psicografia de Francisco Cân-dido Xavier. No capítulo XXXV2

da obra em questão, são sugeri-das, de forma inovadora, diretri-zes norteadoras de um plano pe-dagógico que, apesar de abrangeratividades “multiformes”e “imen-sas”, não é, segundo o autor, im-possível de ser concretizado.

No presente artigo, as informa-ções extraídas do texto supracitadoforam selecionadas e reagrupadas,embora sem alterar o seu sentido

original, de modo a se adequaremmelhor à forma dos planejamentospedagógicos atuais. Estes, geral-mente, compõem-se dos seguin-tes elementos: justificativas, obje-tivos gerais, procedimentos, resul-tado. Assim, para orientar o leitorquanto ao sentido adotado paraesses termos, definimos:

• Justificativas – são as razõespara se desenvolver um plano;

• Objetivos gerais – são as me-tas de longo alcance que sepretende atingir;

• Procedimentos – são as se-quências de ações ou instru-ções a serem seguidas paraefetuar uma tarefa;

• Resultado – é a consequênciaou efeito.

Pontuadas, em linhas gerais,partiremos para o entendimentodessas diretrizes à luz do pensa-mento de Emmanuel.3

I. Justificativas

“Sabemos todos que a Huma-nidade terrena atinge, atualmen-te, as cumeadas de um dos maisimportantes ciclos evolutivos.Nessas transformações, há semprenecessidade do pensamento reli-gioso para manter-se a espirituali-dade das criaturas em momentostão críticos.

[...] A missão do Cristianismona Terra [...] [é] justamente, paraa necessidade de se remodelar asociedade humana [...].

Todas as reformas sociais, ne-cessárias em vossos tempos de in-decisão espiritual, têm de proces-sar-se sobre as bases do Evange-lho. [...] Pela educação.

[...] porquanto não existe outrafórmula que possa dirimir o con-flito da vida atormentada dos ho-mens.

Toda a tarefa, no momento, éformar o espírito genuinamentecristão [...].

A atualidadede Emmanuel

Aspectos de seu plano pedagógico

HCÉ L I A MA R I A REY D E CA RVA L H O

1XAVIER, Francisco C. Emmanuel. PeloEspírito Emmanuel. 27. ed. 2. reimp. Riode Janeiro: FEB, 2010.

2Idem, ibidem. Cap. 35, p. 233-239. Asreferências e as citações que se seguemneste artigo, relativas a Emmanuel, foramextraídas do capítulo citado.

3Conforme consta adiante nas passagensselecionadas que aparecem destacadas.

29Janei ro 2011 • Reformador 2277

Page 30: Ano 129 • Nº 2.182 • Janeiro 2011

[...] Evangelizando o indivíduo,evangeliza-se a família; regene-rada esta, a sociedade estará acaminho de sua purificação, rea-bilitando-se simultaneamente avida do mundo.

No capítulo da preparação dainfância [leia-se: No que se refere],não preconizamos a educaçãodefeituosa de determinadas no-ções doutrinárias, mas facciosas,

facilitando-se na alma infantil aeclosão de sectarismos prejudi-ciais e incentivando o espírito deseparatividade, e não concorda-mos com a educação ministradaabsolutamente nos moldes dessematerialismo demolidor, que nãovê no homem senão um complexocelular [...].

As escolas do lar são maisque precisas, em vossos tempos,

para a formação do espíritoque atravessará a noite de lutasque a vossa Terra está vivendo,em demanda da gloriosa luz doporvir.

Há necessidade de iniciar-seo esforço de regeneração em cadaindivíduo, dentro do Evangelho,com a tarefa nem sempre amenada autoeducação.

As atividades pedagógicas dopresente e do futuro terão de secaracterizar pela feição evangé-lica e espiritista, se quiserem cola-borar no grandioso edifício doprogresso humano.

O plano pedagógico que im-plica esse grandioso problematem de partir ainda do simplespara o complexo.”

II. Objetivos gerais

“[...] Urge reformar, recons-truir, aproveitar o material aindafirme, para destruir os elementosapodrecidos na reorganizaçãodo edifício social.

Por enquanto, todo o nossotrabalho objetiva a formaçãoda mentalidade cristã, por ex-celência, mentalidade purifica-da, livre dos preceitos e pre-

conceitos que impedem a mar-cha da Humanidade. [...] [a]processar-se sobre as bases doEvangelho.”

III. Procedimentos

[1] “[...] Primeiramente, o tra-balho de vulgarização [do Evan-gelho], deverá intensificar-se, lan-çando, através da palavra falada

30 Reformador • Janei ro 20112288

Page 31: Ano 129 • Nº 2.182 • Janeiro 2011

ou escrita do ensinamento, as di-minutas raízes do futuro.

[2] Partir do simples para ocomplexo, no esforço de regene-rar ‘cada indivíduo, dentro doEvangelho’.

[3] [...] Urge, sobretudo, acriação dos núcleos verdadeira-mente evangélicos, de onde pos-sa nascer a orientação cristã aser mantida no lar, pela dedica-ção dos seus chefes.

[4] Os continuadores do Cristo,nos tempos modernos, terão demarchar contra [...] A intelec-tualidade acadêmica [que] estáfechada no círculo de opiniãodos catedráticos, como a ideiareligiosa está presa no cárceredos dogmas absurdos. [...] coma liberdade dos seus atos e dassuas ideias.

[5] [...] Formadas essas corren-tes de pensadores esclarecidos doEvangelho, entraremos, então, noataque às obras. Os jornais educa-tivos, as estações radiofônicas, oscentros de estudo, os clubes depensamento evangélico, as assem-bleias da palavra, o filme que ensi-na e moraliza, tudo à base do sen-timento cristão, não constituemuma utopia dos nossos corações.”

IV. Resultado

“[...] terminado esse trabalho,os homens terão atingido o dia lu-minoso da paz universal e da con-córdia de todos os corações.”

Sobre o exposto, ponderamosque a avaliação da aplicabilidade

desse plano pedagógico será per-tinente a cada um, a cada insti-tuição ou órgão, respondendoquestões, tais como: O que járealizei? O que estou realizandono momento? De que forma es-tou fazendo? O que falta fazer?Como poderei fazer?

Ademais, acerca da reforma aser processada sobre as bases doEvangelho, destacada por Emma-nuel, explicamos tratar-se dealerta, por ele anunciado, paraque a mudança seja pautadapelas feições “evangélica” e “es-piritista” na formação, por ex-celência, da mentalidade cristãnos homens, mentalidade esta,que envolve a união e a frater-nidade. Nesse sentido, achamosconveniente relembrar ensina-mentos contidos na parte intro-dutória de O Evangelho segundoo Espiritismo,4 em que a Espiri-tualidade nos esclarece que oensino moral do Cristo é into-cável para todas as religiões,conforme consta nas seguintespassagens selecionadas:

“[...] É terreno onde todos oscultos podem reunir-se, estan-darte sob o qual podem todoscolocar-se [...]. Para os homens,em particular, constitui [...]uma regra de proceder queabrange todas as circunstânciasda vida privada e da vida públi-ca, o princípio básico de todasas relações sociais que se fun-

dam na mais rigorosa justiça. É,finalmente e acima de tudo, oroteiro infalível para a felicida-de vindoura [...].”5

Portanto, fica muito claro quea união e a fraternidade entretodos serão estabelecidas por in-termédio da difusão e da práticados ensinos morais do Cristo, quesó podem ocorrer na convivên-cia, no respeito e aceitação dosnossos semelhantes como elessão, não importando raça, cor,credo religioso, posição social oucultural. Nesse rumo, o exercícioda convivência com base nospostulados “evangélico” e “espi-ritista” é o lastro que possibilita-rá, a cada um, vivenciar comequilíbrio os momentos difíceispelos quais a Terra está passandoe passará, até que seja definitiva-mente estabelecido o Mundo deRegeneração. Sobre a questão,Bezerra de Menezes6 alertou quejá adentramos aos pórticos dessaNova Era, sendo, portanto, im-perioso e urgente que analise-mos, meditemos e coloquemosem prática os fundamentos indi-cados por Emmanuel – voltadosà revisão de nossas posturas eações – definidos em seu planopedagógico que – apesar de pas-sados 71 anos de sua publicação– continua extremamente perti-nente aos dias atuais.

4KARDEC, Allan. O evangelho segundo oespiritismo. Trad. Guillon Ribeiro. 129. ed.1. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2010.

5Idem, ibidem. Introdução, p. 23.

6FRANCO, Divaldo Pereira. Pelo EspíritoBezerra de Menezes. Momento da glo-riosa transição. In: Reformador, ano 128,n. 2.175, p. 8(222), jun. 2010.

31Janei ro 2011 • Reformador 2299

Page 32: Ano 129 • Nº 2.182 • Janeiro 2011

ealizou-se, em 5 de dezembro, no Grêmio dePropaganda Espírita Luz e Amor, no bairrocarioca de Bangu, o 17o Encontro Espíri-

ta-Esperantista do Estado do Rio de Janeiro(ENESEERJ), com a presença de cerca de 50 adeptos,além de alguns dirigentes de casas espíritas.

Em clima de fraterna alegria, sob a inspiração dosgenerosos ideais do esperantismo, e tendo comotema “O trabalho dos esperantistas no MovimentoEspírita”, o evento, que durou das 8 às 17 horas, apre-sentou um rico programa com os seguintes itens:

• Palestra em português, a nosso cargo, sobre“Chico Xavier e o Esperanto”;

• Sessão Plenária, sob a coordenação de PauloAndrade, sobre o tema principal, com a nossaparticipação e a dos samideanoj Givanildo Ra-mos Costa e José Passini, na qual foram debati-dos pontos de atualidade nas relações entre ascasas espíritas e o esperanto;

• Momento de Arte, com a apresentação de cançõesna Língua Internacional e uma dramatizaçãobaseada no excelente poema “Cinco Náufragos”(“Kvin Dronintoj”), de Sylla Chaves, tudo acargo do Printempo Esperanto-Grupo e do Es-peranto-Grupo Lázaro Luís Zamenhof;

• Oficinas sobre “O Esperanto na Mediunidade”(Walter Fontes), “O Esperanto na EvangelizaçãoInfantojuvenil” (Luciana Fischer), “O Esperantoe as Leis Morais” (Givanildo Ramos Costa) e “OEsperanto diante das Mídias” (Fabiano HenriqueS. de Miranda);

• Palestra, a cargo do Prof. José Passini, sobre “OEspiritismo e o Esperanto na Era de Regeneração”.

Os participantes, todos ativos trabalhadores dacausa da Língua Internacional, a serviço da divul-gação do Espiritismo, ali renovaram forças para oprosseguimento de suas tarefas.

Encontro estadual de esperantistas-espíritas

Tradução em esperanto de bela

R

32 Reformador • Janei ro 20113300

A FEB e o Esperanto

AF F O N S O SOA R E S

a autoria do Prof. Newton José Monteiro,de São Paulo (SP), encontramos, no site daAliança Esperantista para a Divulgação do

Espiritismo (AEDE), a tradução livre do poema

“Oração” (“Pre1o”), do Espírito José Silvério Hor-ta, psicografado por Chico Xavier, constante de Par-naso de Além-Túmulo, que reproduzimos abaixo,na versão original e em esperanto:

Dpoesia mediúnica

no Rio de Janeiro

Page 33: Ano 129 • Nº 2.182 • Janeiro 2011

ORAÇÃO

Pai Nosso, que estás nos Céus,Na luz dos sóis infinitos,Pai de todos os aflitosDeste mundo de escarcéus.

Santificado, Senhor,Seja o teu nome sublime,Que em todo o Universo exprimeConcórdia, ternura e amor.

Venha ao nosso coraçãoO teu reino de bondade,De paz e de claridadeNa estrada da redenção.

Cumpra-se o teu mandamentoQue não vacila e nem erra,Nos Céus, como em toda a TerraDe luta e de sofrimento.

Evita-nos todo o mal,Dá-nos o pão no caminho,Feito na luz, no carinhoDo pão espiritual.

Perdoa-nos, meu Senhor,Os débitos tenebrosos,De passados escabrosos,De iniquidade e de dor.

Auxilia-nos, também,Nos sentimentos cristãos,A amar nossos irmãosQue vivem longe do bem.

Com a proteção de Jesus,Livra a nossa alma do erro,Sobre o mundo de desterro,Distante da vossa luz.

Que a nossa ideal igreja,Seja o altar da Caridade,Onde se faça a vontadeDo vosso amor... Assim seja.

PRE2O

Patro Nia, regant’ en la /ielo,En la lum’ de ampleksaj, vastaj sunoj,Jen Viaj filoj, sub la krudaj punoj,De /i tiu bruema Ter-Babelo.

Sanktigita, ni Vin la9das, ho Dio,Vian majestan nomon ni admiras,En la tuta Univers’ 1i ja diras Pri amo, karesemo, harmonio.

Venu al nia soifanta koroVia regno de gloro kaj boneco,De paco, de humil’ kaj de heleco Sur l’ ela/eta vojo de la ploro.

Plenumi1u tuj Viaj le1ordonoj,Faritaj el certeco kaj el vero,Sur/iele, kaj sur la tuta Tero De luktoj, de suferoj – dolorkronoj.

For de ni, tute restu la malbono,Donu al ni la panon sur la vojo,Farita el la lumo, el la 1ojo,De la pan’ de l’ spirita regiono.

Niajn 7uldojn pardonu pro ignoro,En la tenebraj vivoj de perfortoj,De krudaj pasintecoj, krudaj mortojEl maljusta5oj, krimoj kaj doloro.

Kaj helpu nin per sa1a leciono,Ver7i kristanajn, purajn sentojn piajn,Por ke ni amu /iujn fratojn niajn,Kiuj batale vivas for de l’ bono.

Sub la protekto de Jesua kor’,Deturnu nin de l’ vojo de l’ eraro,Sur la ekzila mondo de amaro,Malproksima de Via lumo, for.

Kaj l’ altaro de Karitato restu L’ ideala pre1ejo eklezia,Kie plenumi1u la volo dia De Via dol/a amo... Tiel estu.

33Janei ro 2011 • Reformador 3311

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á mais de 3.500 anos, Moisésrecebeu no Monte Sinai osDez Mandamentos.

O Monte Sinai é uma região con-siderada sagrada pelo Cristianismo,Judaísmo e Islamismo, localizada aoSul da península do Sinai, noEgito. É também conhecidocomo Monte Horeb ou JebelMusa que, em árabe, significa“Monte de Moisés”.

Embora exista vasta lite-ratura sobre o decálogo, oprocesso pelo qual se deu arecepção dos ensinos, consi-derados de origem divina, édesconhecido ou raramentecomentado. Poucos estudio-sos trataram do assuntoespecificamente.

Pelos registros bíblicos, emDeuteronômio (5:6-21), apósconduzir os israelitas, quehaviam sido escravizados noEgito, Moisés atravessa o MarVermelho e se dirige ao MonteHoreb, na Península do Sinai, ali,no sopé do Monte, as Tábuas da Leiteriam sido escritas diretamente porDeus e entregues a ele. Como as

duas tábuas originais foram que-bradas – em reação colérica do le-gislador hebreu diante da observa-ção de que o povo havia construídoum Bezerro de Ouro e o adorava –Deus reescreveu outro conjunto

de leis, idêntico ao primeiro, con-forme registrado em Êxodo (34:1).

Curiosamente, o decálogo emsua língua original, o hebraico, éconstituído de 613 letras, o mesmo

número que integra a Torá, o con-junto dos demais ensinos recebi-dos e registrados por Moisés empergaminho.

Qual seria a explicação es-pírita sobre a inscrição dodecálogo nas duas tábuas depedra?

A Bíblia é um conjunto delivros que constitui o Velho e oNovo Testamento, repletos defenômenos mediúnicos. Par-tamos do princípio de queMoisés era médium, um in-termediário entre a vontadedivina e a liderança daquelepovo de Israel, ainda de cos-tumes rudimentares e, às ve-zes, até bárbaros. Ao receber oDecálogo no Monte Sinai, oprofeta da primeira revelaçãono Ocidente estava só, sem acompanhia de seus seguidores

ou de qualquer outra pessoa. Um“fogo”, resultado de fenômeno me-diúnico de efeitos físicos, separavaMoisés do povo que teve medo deatravessar as labaredas. Sabemos

Os Dez Mandamentose o fenômeno dapneumatografia

HGE R A L D O CA M P E T T I SO B R I N H O

34 Reformador • Janei ro 20113322

Page 35: Ano 129 • Nº 2.182 • Janeiro 2011

que, espiritualmente, ele não se en-contrava sozinho, pois certamenterecebia a influência direta dos pla-nos superiores da vida naquele mo-mento ímpar de concentração indi-vidual, que resultaria em algo ab-solutamente definitivo e transfor-mador para a história religiosa dascivilizações ocidentais: a revelaçãode um Deus único, em oposição àcrença pagã comum no politeísmo.

A interpretação espírita do ocor-rido conduz ao entendimento deque o médium Moisés recebeu pelaescrita direta, em tábuas de pedra,o Decálogo, um conjunto de dezensinos sobre o comportamentodo ser humano em relação a Deuse a seu próximo.

A pneumatografia (do gregopneuma – sopro ou espírito + gra-phein – escrever) é termo criadopelo Codificador do Espiritismopara denominar o tipo de fenômenomediúnico em que um Espírito secomunica por via escrita sem oauxílio de um médium escreventeou psicógrafo. É, também, conhe-cida por escrita direta.

O fenômeno está classificado pelosEspíritos, em O Livro dos Médiuns,como mediunidade de efeitos físi-cos, mesmo contrariando a opi-nião de Allan Kardec que o prefe-riria na classe dos fenômenos deefeitos inteligentes. Os reveladoresexplicaram o seguinte:

[...] Os efeitos inteligentes são

aqueles para cuja produção o Es-

pírito se serve dos materiais exis-

tentes no cérebro do médium,

o que não se dá na escrita direta.

A ação do médium é aqui toda

material,ao passo que no médium

escrevente, ainda que completa-

mente mecânico,o cérebro desem-

penha sempre um papel ativo.

Na pneumatografia, dispensa-se ouso do lápis, como adotado na psi-cografia, ou do teclado, como maisrecentemente empregado na “psico-digitação”. Então, o Espírito escreve-ria diretamente, sem intermediário,sem usar a “mão” de um médium.

Todavia, não se prescinde da açãodo médium, mesmo que indireta-mente, pois ele é indispensável paraa realização de qualquer fenômenomediúnico, seja de efeitos inteli-gentes ou físicos. Nestes últimos, omédium doa o ectoplasma, o fluidoanimalizado, para que o Espíritopossa atuar na realidade material.

É o próprio Kardec quem ex-plica na Revista Espírita como ofenômeno se dá:

[...] Para escrever dessa maneira,

o Espírito não se serve das nos-

sas substâncias, nem dos nossos

instrumentos. Ele próprio fábri-

ca a matéria e os instrumentos

de que há mister, tirando, para

isso, os materiais preciosos, do

elemento primitivo universal que,

pela ação da sua vontade, sofre

as modificações necessárias à

produção do efeito desejado.

Possível lhe é, portanto, fabricar

tanto o lápis vermelho, a tinta de

imprimir, a tinta comum, como

o lápis preto, ou, até, caracteres

tipográficos bastante resistentes

para darem relevo à escrita.

A principal razão para a ocorrên-cia do fenômeno é a comprovaçãoda intervenção de um poder oculto,uma inteligência externa que se ma-nifesta e transmite sua vontade.

Nada mais adequado para regis-trar, há cerca de 3,5 milênios, o iní-cio da história religiosa monoteísta,do que o acontecimento marcanteda inscrição direta em tábuas de pe-dra das leis fundamentais, que con-tinuam até hoje a reger as relaçõesdos homens entre si e com Deus.

Um fenômeno natural, raro certa-mente, mas especial em sua essên-cia, que contou com a presençados Espíritos superiores, segundo avontade do Criador e a supervisãodo Governador Espiritual da Terra.

Ali, naquele momento crucialpara a trajetória evolutiva da Hu-manidade, já se assinalavam osprimeiros passos, prenunciandoos novos tempos que haveriam devir, atualmente confirmados pelasluzes do Espiritismo, o Consola-dor Prometido por Jesus.

Referências:BÍBLIA. Disponível em: <http://www.bibliaon

line.com.br/acf/dt/5>; <http://www.bibliaonline.

com.br/acf/2/34>. Acesso em: 20 out. 2010.

DEZ MANDAMENTOS. Disponível em: <http://

pt.wikipedia.org/wiki/Dez_Mandamentos>.

Acesso em: 15 out. 2010.

KARDEC, Allan. O livro dos médiuns. Trad.

Guillon Ribeiro. 80. ed. 1. reimp. Rio de

Janeiro: FEB, 2009. Cap. 16, nota de Kardec

ao item 189.

______. Pneumatografia ou escrita direta.

In: Revista espírita: jornal de estudos psi-

cológicos, ano 2, p. 315, ago. 1859. Trad.

Evandro Noleto Bezerra. 3. ed. 2. reimp.

Rio de Janeiro: FEB, 2009.

35Janei ro 2011 • Reformador 3333

Page 36: Ano 129 • Nº 2.182 • Janeiro 2011

1. Instalação, prece epalavra do presidentedo CFN

Inicialmente, o “Duo de violi-no e teclado” apresentou músi-cas clássicas. Integraram a Mesa:presidente da FEB, Nestor JoãoMasotti; secretário-geral do CFN,Antonio Cesar Perri de Carvalho;vice-presidentes da FEB, CecíliaRocha, Altivo Ferreira e José Carlosda Silva Silveira. Às 9 horas, o pre-sidente da FEB iniciou a Reuniãosaudando os Representantes das 26Entidades Federativas Estaduais ea do Distrito Federal, e das seguintesinstituições: Associação Brasileirade Artistas Espíritas (Abrarte), As-

sociação Brasileira de Esperantis-tas-Espíritas (ABEE), AssociaçãoBrasileira dos Magistrados Espíri-tas (ABRAME), Associação Médi-co-Espírita do Brasil (AME-Bra-sil), Associação Brasileira dos Psi-cólogos Espíritas (Abrape), As-sociação Jurídico-Espírita do Bra-sil (AJE-Brasil), Cruzada dos Mi-litares Espíritas (CME), Institutode Cultura Espírita do Brasil(ICEB), e Organização Social Cris-tã-Espírita André Luiz (OSCAL),da Confederación Espiritista Ar-gentina e da Central Espírita Me-xicana; proferiu a prece inicial eleu o Editorial “Kardec e a uniãodos espíritas” (Reformador, novem-bro de 2010, p. 4), relacionando-o

com a ampla difusão que ocorreno ano do Centenário de ChicoXavier, convidando à reflexão pa-ra este momento especial.

2. Expediente

Foram aprovadas por unanimi-dade as Atas das Reuniões: Ordi-nária, realizada nos dias 6, 7 e 8 denovembro de 2009, e, Especiais,realizadas no dia 15 de abril de2010, em Brasília, e, 12 de agostode 2010, em São Paulo.

3. Ordem do Dia

3.1 Apresentação dos relatóriosdas atividades das Entidades

Reunião Ordinária doConselho Federativo Nacional

A Reunião do Conselho Federativo Nacional da FEB, realizada em sua sede, em Brasília, nos dias 5, 6 e 7 de novembro de 2010, obedeceu à seguinte pauta:

Mesa de Abertura: palavra do presidente Nestor João Masotti

36 Reformador • Janei ro 20113344

Conselho Federativo Nacional

Page 37: Ano 129 • Nº 2.182 • Janeiro 2011

Federativas Estaduais queintegram o CFN

As Entidades Federativas entre-garam, previamente, relatórios es-critos sobre as ações realizadas aolongo do ano.

3.2 Atividades FederativasO secretário-geral do CFN,

Antonio Cesar Perri de Carvalho,destacou a realização de dez Se-minários Regionais para Prepara-ção de Multiplicadores para Imple-mentação de Orientação aos Órgãosde Unificação, e do “Projeto deInteriorização”, com ênfase na ne-cessidade de atendimento dos cen-tros espíritas mais simples e dis-tantes. Por sua proposta, o CFNaprovou: Avaliar o desenvolvi-mento das Reuniões das Comis-sões Regionais do ano de 2011, lo-go após a realização das mesmas,e, com base no estudo, programaras Reuniões das Comissões Re-gionais para o ano de 2012, quan-do será feita a avaliação do “Pla-no de Trabalho para o MovimentoEspírita Brasileiro (2007-2012)”;Priorizar no ano de 2011 um pro-

jeto experimental integrado –com apoio das Áreas das Comis-sões Regionais do CFN –, para arealização de seminários e in-tensificar ações com as Entida-des Federativas Estaduais, ten-do como foco a Área de Atendi-mento Espiritual no Centro Es-pírita, no interesse real do apri-moramento direto das atividadesdos centros espíritas.

Sobre a Área de Apoio Admi-nistrativo e Jurídico à Casa Espí-rita, o secretário-geral do CFNdestacou a série “Orientando”, le-vada ao ar pela TVCEI, e infor-mou acerca do lançamento próxi-mo, pelo Portal da FEB, do Curso aDistância “Gestão de Centros Es-píritas”. Ricardo Silva, assessor ju-rídico dessa Secretaria, esclareceusobre a orientação jurídica ofere-cida e a respeito da seção “EspaçoJurídico” de Brasil Espírita. TiagoEssado, presidente da AJE, expli-citou os propósitos dessa Asso-ciação e reforçou a disposição deapoio às assessorias jurídicas dasEntidades Federativas. O CFNanalisou duas propostas apresen-

tadas, considerando que se com-pletam e que o presidente da FEBpoderá implementá-las: apoio àassessoria jurídica da FEB, e, grupode trabalho para interagir com asEntidades Federativas Estaduais,em relação às questões adminis-trativas, jurídicas e fiscais, paraque estas apoiem as instituiçõesde sua abrangência.

José Carlos da Silva Silveira,coordenador da Área de Assistên-cia e Promoção Social Espírita,referiu-se aos diagnósticos regio-nais para um mapeamento na-cional. Clodoaldo de Lima Leite,representante da FEB junto aoConselho Nacional de AssistênciaSocial (CNAS), comentou sobrea legislação vigente para a Assis-tência Social. A diretora da FEBMaria de Lourdes Pereira de Oli-veira alertou sobre a capacitação devoluntários. Foi aprovada a cons-tituição de Comissão do CFN,com o objetivo de elaborar docu-mento com orientações para oMovimento Espírita brasileiro,integrada pelos representantes dasFederações Espíritas dos Estados

Aspecto parcial do Plenário

37Janei ro 2011 • Reformador 3355

Page 38: Ano 129 • Nº 2.182 • Janeiro 2011

de Goiás, Paraná, Rio Grande doSul, e por Clodoaldo de LimaLeite, José Carlos da Silva Silvei-ra, Maria de Lourdes Pereira deOliveira e Ricardo Silva.

Maria Euny Herrera Masotti,coordenadora da Área de Atendi-mento Espiritual no Centro Espí-rita, discorreu sobre as atividadesdo ano e informou sobre eventorealizado em agosto, para se ini-ciar o trabalho de AtendimentoEspiritual na sede da FEB.

Merhy Seba, coordenador daÁrea de Comunicação Social Es-pírita, falou sobre as atividadesempreendidas, incluindo apoiotécnico e logístico às federativasnos eventos comemorativos aoCentenário de Chico Xavier eapresentou o Manual de Comuni-cação Social Espírita.

Marta Antunes de Oliveira deMoura, coordenadora da Áreado Estudo, Educação e Prática daMediunidade, informou sobre o Plano de Trabalho, incluindo acomemoração do Sesquicentená-rio de O Livro dos Médiuns.

Sônia Arruda Fonseca, coorde-nadora da Área do Estudo Siste-matizado da Doutrina Espírita,destacou as diretrizes definidas naReunião Conjunta das ComissõesRegionais: a preservação da uni-dade de princípios da DoutrinaEspírita e a capacitação do traba-lhador espírita.

Miriam Masotti Dusi, coorde-nadora da Área de Infância e Ju-ventude, apresentou os dados doCenso realizado. Ocorreram ma-nifestações do CFN em razão dasdificuldades de integração dos jo-

vens e da evasão dos mesmos.Concluindo a discussão, o CFNentendeu que a questão da juven-tude extrapola a Área e aprovouque este tema deve ser ampla-mente analisado, na Reunião dosDirigentes das Comissões Regio-nais, em 2011, levando-se emconsideração os aspectos socioló-gicos, psicológicos, antropológi-cos e educacionais dos temposatuais e suas relações e impactoscom o Movimento Espírita.

A proposta da USE-SP e doCEERJ, para análise nas Reuniõesdas Comissões Regionais, sobre acriação da Área de Educação,suscitou a constituição de umaComissão com a finalidade deelaborar subsídios para as reuniõesdos dirigentes das ComissõesRegionais do CFN, já no ano de2011, sobre a visão espírita da edu-cação para se atingir a EducaçãoMoral e a sua contribuição paraas diversas Áreas das ComissõesRegionais do CFN, com o objeti-vo final de apoiar as atividadesdos centros espíritas. Constitui-ção da Comissão: Sandra MariaBorba Pereira (RN), Júlia NezuOliveira (SP) e Darcy Neves Mo-reira (RJ), e André Luiz Peixinho(BA), como assessor.

3.3 Atividade EditorialO diretor Sady Guilherme

Schmidt apresentou informaçõessobre as atividades da FEB Edi-tora. O vice-presidente Altivo Fer-reira teceu considerações acercada revista Reformador e informouque será lançada em 2011 a as-sinatura digital desta revista.

3.4 “Projeto Centenário de ChicoXavier”, 3o Congresso Es-pírita Brasileiro e filme Nosso Lar

O coordenador do “ProjetoCentenário de Chico Xavier”,Antonio Cesar Perri de Carvalho,apresentou o Relatório Parcialsobre as atividades realizadas. OCFN aprovou a prorrogação des-te Projeto até o dia 2 de abril. Ocoordenador da Comissão Orga-nizadora do 3o Congresso EspíritaBrasileiro, João Pinto Rabelo, apre-sentou o livro III Congresso Espí-rita Brasileiro: Centenário de ChicoXavier. Memórias do Congresso,recém-editado pela FEB. O pre-sidente da FEB comentou sobreo filme Nosso Lar, com mais dequatro milhões de espectadores,e a previsão do lançamento deDVD do filme nos primeirosmeses de 2011.

3.5Proposta para a comemo-ração do Sesquicentenáriode O Livro dos Médiunse de O Evangelho segundoo Espiritismo

O secretário-geral do CFNapresentou propostas sugeridaspelo Grupo Temático da Área Fe-derativa e de Unificação da FEB.Sobre as comemorações do Ses-quicentenário de O Livro dosMédiuns, foi aprovado: Reco-mendação às Entidades Federa-tivas Estaduais para a realizaçãode eventos que estimulem o estu-do e a difusão do citado livro;Realização de palestras públicasalusivas à efeméride nas Reuniõesdas Comissões Regionais do CFN

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da FEB; Realização deEncontro Nacional daÁrea de Estudo, Edu-cação e Prática da Me-diunidade das Comis-sões Regionais do CFNda FEB, na sede históri-ca da FEB, na cidade doRio de Janeiro, nos dias24 e 25 de julho de2011, tendo como pú-blico-alvo os coordena-dores da Área da Me-diunidade das Entida-des Federativas Esta-duais; Edição Come-morativa de O Livro dosMédiuns, pela FEB Edi-tora; Na revista Reformador, in-serir selo alusivo à efeméride nacapa, durante todo o ano, e, arti-gos referentes ao tema duran-te edições de 2011. Sobre o 4o

Congresso Espírita Brasileiro foiaprovado: Que o 4o Congres-so Espírita Brasileiro seja pre-visto para o mês de abril de 2014,na Capital Federal; Que o Con-gresso tenha o tema central vol-tado ao Sesquicentenário de OEvangelho segundo o Espiritismo;Que o tema central para o citadoCongresso e suas linhas mestrassejam analisados na Reunião Or-dinária do CFN da FEB, em 2011.

3.6 Comemoração: 60 anos da“Caravana da Fraternidade”

Desenvolveu-se na noite dodia 5, no cenáculo da FEB, na qualtambém se homenageou AltivoFerreira, e, no dia 6, no recinto doCFN. O secretário-geral do CFNcomentou a edição pela FEB do li-

vro A Caravana da Fraternidade, eos seminários sobre unificaçãocom evocação à ação da Caravana.Sucederam-se informações bio-gráficas de: Francisco Spinelli, porMaria Elisabeth da Silva Barbieri(RS); Arthur Lins de VasconcellosLopes, por Francisco Ferraz Batis-ta (PR); Carlos Jordão da Silva eAry Casadio, por José AntônioLuiz Balieiro (SP); Leopoldo Ma-chado, por Humberto PortugalKarl (RJ); Luiz Burgos Filho, porEdnar José dos Santos (PE). Os vi-ce-presidentes Altivo Ferreira eCecília Rocha e o presidente daFEB teceram comentários e desta-caram a histórica “Caravana”.

3.7 Campanhas Família, Vida e Paz

Sobre o tema ocorreram rela-tos por representantes de váriasEntidades Federativas Estaduais,Entidades Especializadas e pelosecretário-geral do CFN. Foram

distribuídos os textos “Trajetóriado Movimento Brasil Sem Abor-to”, e a mensagem “Aborto”, dolivro Vida e Sexo.

3.8 Movimento EspíritaInternacional

Antonio Cesar Perri de Carva-lho relatou os principais eventospromovidos pelo CEI, com des-taque para o recente 6o Congres-so Espírita Mundial (Espanha).Luis Hu Rivas informou sobreos trabalhos da TVCEI, queingressa em canais a cabo e ou-tras mídias eletrônicas. Fernan-do Quaglia discorreu sobre asnovas edições da EDICEI e so-bre a Revista Espírita, em váriosidiomas. O secretário-geral doCEI, Nestor João Masotti, refe-riu-se à expansão das ações doCEI, às dificuldades financeiraspara as mesmas e à necessidadede se ajudar doutrinariamenteo Exterior.

Aspecto parcial do Plenário na comemoração dos 60 anos da “Caravana da Fraternidade”

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3.9 Comissão sobre ArteEspírita

Foi aprovada a proposta da Co-missão constituída pelo CFN, emreuniões anteriores, apresentadapor Sandra Farias de Moraes, e queserá oportunamente divulgada.

3.10 Bases para melhororientação sobre a Literatura Espírita

O relator Francisco Ferraz Batistasolicitou o adiamento dessa discus-são para a Reunião do ano de 2011.

3.11 Assuntos geraisGeraldo Campetti discorreu

sobre a reorganização e digitaliza-ção de livros da Biblioteca de ObrasRaras da FEB, e sobre pesquisasdisponíveis pelo Portal da FEB.Ercília Zilli comentou sobre a Asso-ciação Brasileira dos PsicólogosEspíritas. José Raimundo de Limapediu um “voto de aplauso” aFrancisco Bispo dos Anjos, o pri-meiro secretário da Comissão Re-gional Nordeste. Sugeriu-se a inclu-são na pauta da próxima Reunião

do CFN o tema “Captação de Re-cursos para Sustentabilidade deEntidades Federativas Estaduais”.Representantes de Entidades Fede-rativas Estaduais e das AssociaçõesEspecializadas falaram sobre pro-gramações de suas instituições.

Visitas ao CFN e PalestraPública

Uma caravana de 25 jovens,coordenada por Eduardo Vieira,diretor do DIJ da Federação Espí-rita do Estado de Goiás, visitou aReunião do CFN, na manhã dodia 7, e foram saudados pelo pre-sidente da FEB e por vários mem-bros do CFN. José Raul Teixeiraesteve presente em alguns mo-mentos da Reunião e psicografouas mensagens “Contínua Carava-na”, de Ary Casadio, e “Médiumcom Jesus”, de Sebastião Lasneau(ver p. 9-10 desta edição), e “O de-safio do momento”, de Nancy Lei-te de Araújo, que será publicada empróxima edição de Reformador.Divaldo Pereira Franco falou aos

membros do CFN no final da tar-de do dia 6, e proferiu palestra pú-blica no auditório Pedro Calmon,no Quartel General do Exército.

3.12 Próxima reunião:A Reunião Ordinária do CFN

será nos dias 11, 12 e 13 de no-vembro de 2011.

4. Encerramento

O secretário-geral do CFN agra-deceu a atuação decisiva das Entida-des Federativas Estaduais e da equi-pe de apoio deste evento. O presi-dente da FEB ressaltou o clima delealdade e objetividade do encon-tro. No final da Reunião, DivaldoPereira Franco recebeu mensagempsicofônica de Bezerra de Mene-zes, “Rumos para o futuro” (ver p. 8-9 desta edição). O presidenteda FEB considerou-a como precee encerrou a Reunião Ordinária doCFN às 12h30 do dia 7 de novembro.Em seguida, de pé, e acompanhandoos jovens da FEEGO, todos canta-ram a “Canção da Alegria Cristã”.

Divaldo Pereira Franco fala aos membros do CFN

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No dia 4 de novembro, vésperada Reunião do Conselho Federati-vo Nacional da FEB, houve reu-nião com as Entidades Especializa-das de Âmbito Nacional, na sededa FEB, em Brasília. Pela manhã,dirigentes da Associação Brasilei-ra de Esperantistas-Espíritas e odiretor do Departamento de Es-peranto da FEB, Affonso Soares,reuniram-se com o presidente daFEB, Nestor João Masotti, e o se-cretário-geral do CFN, AntonioCesar Perri de Carvalho. O obje-tivo do encontro foi a análise deformas para se ampliar a difusãodos princípios espíritas pelo mundo,empregando-se o Esperanto. Noperíodo da tarde, houve reuniãodirigida pelo presidente da FEB,contando com a atuação do secre-

tário-geral do CFN e do secretárioda FEB, José Valdo de Oliveira, e apresença de representantes das En-tidades: Associação Brasileira deArtistas Espíritas (Abrarte) – Mar-cus Azuma; Associação Brasileirade Esperantistas-Espíritas (ABEE) –Waldir Antônio Silvestre e AffonsoSoares; Associação Jurídico-Espí-rita do Brasil (AJE-Brasil) – HélioRibeiro Loureiro; Associação Bra-sileira de Psicólogos Espíritas(Abrape) – Ercília Pereira Zilli To-lesano e Teresa Cristina Pereira Ca-bral; Associação Médico-Espíritado Brasil (AME-Brasil) – GilsonLuís Roberto; Cruzada dos Milita-res Espíritas (CME) – Danilo Car-valho Villela e Eloy Carvalho Ville-la; Instituto de Cultura Espíritado Brasil (ICEB) – César Soares

dos Reis; e, como visitante, a Orga-nização Social Cristã-Espírita An-dré Luiz (OSCAL) – Célio AlanKardec de Oliveira. Nessa reuniãoforam abordados temas como adifusão da Doutrina Espírita; par-ticipação nas Campanhas Família,Vida e Paz, nas comemorações doCentenário de Chico Xavier, e re-cepção de sugestões para as come-morações do Sesquicentenário deO Livro dos Médiuns, tendo havidorelato das ações das Entidades. Ascitadas instituições, com a pre-sença também da Associação Bra-sileira dos Magistrados Espíri-tas (ABRAME),participaram da Reu-nião Ordinária do CFN da FEB,de 5 a 7 de novembro.

Informações: <[email protected]>, <[email protected]>.

Reunião das EntidadesEspecializadas de

Âmbito Nacional

Aspecto da Reunião das Especializadas

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São Paulo: Encontro da famíliaNo dia 7 de novembro, a USE-Distrital Freguesiado Ó, de São Paulo, realizou o XXIII Encontro daFamília, no Grupo Socorrista Maria de Bethânia.José Carlos de Lucca foi o conferencista, com a par-ticipação musical de Paula Zamp. “Paz no Lar” foi otema principal do Encontro. Informações: <www.uniaofraternal.org.br>.

Minas Gerais: Comemorações doCentenário de Chico Xavier em Uberaba

Como parte das comemorações do “Projeto Cente-nário de Chico Xavier”, ocorreram visitas a institui-ções de Uberaba, principalmente as fundadas porChico Xavier, em promoção conjunta da União Espí-rita Mineira e da Federação Espírita Brasileira. Nodia 19 de novembro, o presidente da FEB, NestorJoão Masotti, fez palestra sobre o tema “Chico Xa-vier: Mediunidade e Caridade com Jesus e Kardec”,na Comunhão Espírita Cristã, contando com a pre-sença de diretores e do presidente da UEM, MarivalVeloso de Matos, de dirigentes da Aliança MunicipalEspírita de Uberaba, e de visitantes de várias cidades.No dia 20, os dirigentes da UEM e da FEB visitaramo Assistencial Chico Xavier e o Refeitório Amigos Anô-nimos de Chico Xavier, e, à noite, o Grupo Espíritada Prece. Nos dois locais, os presidentes da UEM e daFEB fizeram uso da palavra, entre vários visitantes. Odiretor da FEB Antonio Cesar Perri de Carvalhotambém visitou o citado núcleo assistencial, a Casade Memórias e Lembranças Chico Xavier, sendorecepcionado por Eurípedes Higino dos Reis, e o LarEspírita de Lázaro – onde fez abordagem sobre oCentenário do médium. Informações: <[email protected]>, <www.febnet.org.br>.

Bahia: Encontro do Espiritismo com o Direito

A recém-criada Associação Jurídico-Espírita do Sulda Bahia promoveu o 4o Encontro do Espiritismocom o Direito. Tendo por tema “Liberdade, Igualdadee Fraternidade: Conquistas para o século 21”, o evento

foi realizado nos dias 11 e 12 de novembro, noCentro Espírita Casa de Guará, e no dia 13, na sededa Faculdade de Tecnologia e Ciências, em Itabuna.Informações: <[email protected]>.

Distrito Federal: Conselho Nacional deEducação discute ensino de Teologia

O Conselho Nacional de Educação promoveuaudiência pública, em sua sede, em Brasília, no dia 22de novembro, para se discutir o projeto de “DiretrizesCurriculares Nacionais do Curso de Graduação deTeologia – Bacharelado”. Entre os seis expositoresconvidados do CNE compareceu Antonio Cesar Perride Carvalho, na condição de espírita e de docente uni-versitário com experiência em Diretrizes CurricularesNacionais. Há 108 instituições de Ensino Superiorque ofertam Bacharelado em Teologia, credenciadospelo MEC, e compareceram 89 docentes e dirigentesde faculdades. Informações: <www.mec.gov.br/cne>.

Goiás: Encontro de Trabalhadores daEvangelização Infantil

Foi realizado nos dias 27 e 28 de novembro, na sede daFederação Espírita do Estado de Goiás, o 1o ENTREI– Encontro de Trabalhadores da Evangelização Espí-rita Infantil. Informações: <[email protected]>.

Rio Grande do Sul: Direito e ComunicaçãoSocial

“Aspectos Jurídicos do Centro Espírita” foi o temaapresentado por Ricardo Silva, assessor jurídico eintegrante da equipe da Secretaria-Geral do CFN daFEB, no dia 28 de novembro no Auditório da Fe-deração Espírita do Rio Grande do Sul. Foi uma pro-moção conjunta da FERGS e da Associação Jurídico--Espírita do Estado. No dia 4 de dezembro, a FERGSpromoveu o II Curso de Comunicação Social Espí-rita, com o tema “Alternativas de Mídia para o Movi-mento Espírita”, contando com a atuação de IvanaRaisky, da equipe da Área de Comunicação SocialEspírita das Comissões Regionais do CFN da FEB.Informações: <www.fergs.org.br>.

Seara Espírita

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