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ANO 11 – Nº 2156 SÃO PAULO, 22 A 28 DE MARÇO DE 2008 R$ 2,00 www.jornalnippak.com.br Príncipe Naruhito sinaliza visita ao Rio de Janeiro no mês do Centenário da Imigração MARCELO HORN ––—––—–———–––——–—––—–—––——–– | pág 6 Em viagem ao Japão para es- treitar o relacionamento com empresários e autoridades ni- pônicas, o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, aproveitou a ocasião para encontrar com o príncipe Naruhito, que virá ao Brasil para as comemorações do Centenário da Imigração. Na ocasião, ambos trocaram lem- branças e conversaram sobre uma possível visita ao Rio de Janeiro. Durante a conversa, descrita por Cabral como “descontraída”, o príncipe anunciou pessoalmente que estenderá ao Rio de Janeiro a sua visita ao Brasil. Chamou a atenção do governador o encantamento de Naruhito quando Cabral lhe presenteou com três DVDs de Tom Jobim. O príncipe, que conhe- ceu o Rio em 1982, disse que adora bossa-nova e as nos- sas praias. “Achei que o prín- cipe herdeiro é carioca. Era só ver a expressão dele na hora em que entreguei os DVD’s e disse que eram do Tom Jobim”, brincou Cabral. Segundo Cabral, o príncipe mostrou-se também curioso sobre o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Contagem regressiva – O Sambódromo do Anhembi, palco das comemorações paulistas do Centenário da Imigração, verá, pela primei- ra vez, como será parte dos festejos. Acontece hoje (22) e amanhã (23) o ensaio inicial da parte artística. Além do ensaio do taikô – que terá nos dias 21 e 22 de junho cerca Festejos dos 100 anos terão primeiro ensaio no Sambódromo DIVULGAÇÃO de mil tocadores – estão pro- gramadas mais seis grupos de dança para se “apresenta- rem”. Mas, segundo o presi- dente da comissão Artística, Tadao Ebihara, as demons- trações servirão somente para fechar detalhes, como tempo de duração e entrada e saída dos componentes da Aveni- da. ––—––—–———–––——–—––—–—––——–– | pág 7 Animado, Hoyama não pensa em parar tão cedo DIVULGAÇÃO Hugo Hoyama está de volta. Recor- dista brasileiro em número de meda- lhas de ouro em Jogos Pan-Ameri- canos, com nove, o mesa-tenista se prepara para disputar sua quinta Olimpíada. O primeiro passo foi dado com a convocação para o Pré- Olímpico, que acontece de 30 de março a 5 de abril, em Santo Do- mingo, na República Dominicana. “O Wei sabe das minhas condições para representar o Brasil em qualquer competição e é muito importante essa confiança entre técnico e joga- dor”, destacou Hoyama. ––—––—–——––—––—–———–––——––—–––——–—––—–—––——–– | pág11 O Bunkyo (Sociedade Bra- sileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social) investe em mais uma ferramenta para atingir a tão esperada integra- ção com demais entidades brasileiras. Um novo site foi apresentado aos diretores e Bunkyo investe em novo site para agregar entidades representantes regionais no último dia 18, prometendo melhorias aos internautas. Com um novo layout e infor- mações mais claras, o site terá um espaço para catalogar e divulgar eventos e associações espalhadas pelo Brasil. ––—––—–———–––——–—––—–—––——–– | pág 4 Vereador nikkei propõe rodízio de caminhões em São Paulo Inconformado com o trânsito saturado de São Paulo, o ve- reador Jooji Hato (PMDB) propõe, através de um proje- to de lei, a criação de um ro- dízio de caminhões. Caso seja aprovada pela Câmara, a me- dida restringirá a circulação de veículos no chamado centro expandido das 7 às 10 horas e das 17 às 20 horas, de se- gunda a sexta-feira. Em con- trapartida, o projeto de Hato ––—––—–———–––—––—–———–––—––—–———–––—––––––——–––——–—––—–—––——–– | pág 3 DIVULGAÇÃO prevê a suspensão do rodízio de carros, pois, sem os cami- nhões, haveria uma sensível melhora de tráfego nas vias paulistanas. “O grande proble- ma do tráfego nesta região [centro expandido] é o exces- so de veículos. Desta forma, a proibição do tráfego de cami- nhões contribuirá para uma rápida fluidez do trânsito, tan- to dos coletivos, quanto dos automóveis”, explica ele. Kenren tem nova diretoria liderada por primeiro nissei okinawano; oposição desiste de eleição A eleição para nova diretoria do Kenren (Federação das Associações de Províncias do Japão no Brasil) tinha tudo para ser “quente”. De um lado, Akeo Yogui, candidato da si- tuação. Do outro, Koichi Na- kazawa, da oposição. Porém, com a dificuldade do segundo de arranjar nomes para com- por a chapa, a candidatura foi cancelada. Agora, a entidade empossará na próxima quinta- feira (27) os novos membros que ditarão as coordenadas junto aos kenjinkais. Conhe- cida pelo tradicionalismo des- de sua fundação, em 1962, o Kenren já começa a estrutu- ração logo pelo presidente: Yogui será o primeiro nissei a presidir a Federação. Junto com ele, mais sete diretores também já são da segunda geração de descendentes. Os planos? Segundo o próprio Yogui, a idéia é fortalecer os kenjinkais e estreitar os laços com o Japão. “Vou me esfor- çar ao máximo para conseguir dar seqüência aos planos da nossa diretoria”, diz. ––—––—–———––—––—–———–––—––––––——–—––—–—––——–– | pág 4 UTINÁ PRESS Evento comemora aniversário da Billings e Centenário São Bernardo do Campo vai comemorar o aniversá- rio da Represa Billings com o compromisso de sua re- cuperação ambiental. No dia 27 de março, represen- tantes do governo japonês, da Prefeitura e da SABESP estarão presentes para re- gistrar um protocolo de in- tenções do Plano de Recu- peração. —–—––——–– | pág 5

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  • ANO 11 – Nº 2156 – SÃO PAULO, 22 A 28 DE MARÇO DE 2008 – R$ 2,00www.jornalnippak.com.br

    Príncipe Naruhito sinaliza visita ao Rio deJaneiro no mês do Centenário da Imigração

    MARCELO HORN

    ––—––—–———–––——–—––—–—––——–– | pág 6

    Em viagem ao Japão para es-treitar o relacionamento comempresários e autoridades ni-pônicas, o governador do Riode Janeiro, Sérgio Cabral,aproveitou a ocasião paraencontrar com o príncipeNaruhito, que virá ao Brasilpara as comemorações doCentenário da Imigração. Naocasião, ambos trocaram lem-branças e conversaram sobreuma possível visita ao Rio deJaneiro. Durante a conversa,descrita por Cabral como“descontraída”, o príncipeanunciou pessoalmente queestenderá ao Rio de Janeiro

    a sua visita ao Brasil. Chamoua atenção do governador oencantamento de Naruhitoquando Cabral lhe presenteoucom três DVDs de TomJobim. O príncipe, que conhe-ceu o Rio em 1982, disse queadora bossa-nova e as nos-sas praias. “Achei que o prín-cipe herdeiro é carioca. Erasó ver a expressão dele nahora em que entreguei osDVD’s e disse que eram doTom Jobim”, brincou Cabral.Segundo Cabral, o príncipemostrou-se também curiososobre o PAC (Programa deAceleração do Crescimento).

    Contagem regressiva – OSambódromo do Anhembi,palco das comemoraçõespaulistas do Centenário daImigração, verá, pela primei-ra vez, como será parte dosfestejos. Acontece hoje (22)e amanhã (23) o ensaio inicialda parte artística. Além doensaio do taikô – que terá nosdias 21 e 22 de junho cerca

    Festejos dos 100 anos terãoprimeiro ensaio no Sambódromo

    DIVULGAÇÃO

    de mil tocadores – estão pro-gramadas mais seis grupos dedança para se “apresenta-rem”. Mas, segundo o presi-dente da comissão Artística,Tadao Ebihara, as demons-trações servirão somente parafechar detalhes, como tempode duração e entrada e saídados componentes da Aveni-da.

    ––—––—–———–––——–—––—–—––——–– | pág 7

    Animado, Hoyama não pensa em parar tão cedoDIVULGAÇÃO

    Hugo Hoyama está de volta. Recor-dista brasileiro em número de meda-lhas de ouro em Jogos Pan-Ameri-canos, com nove, o mesa-tenista seprepara para disputar sua quintaOlimpíada. O primeiro passo foidado com a convocação para o Pré-Olímpico, que acontece de 30 demarço a 5 de abril, em Santo Do-mingo, na República Dominicana. “OWei sabe das minhas condições pararepresentar o Brasil em qualquercompetição e é muito importanteessa confiança entre técnico e joga-dor”, destacou Hoyama.

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    O Bunkyo (Sociedade Bra-sileira de Cultura Japonesa ede Assistência Social) investeem mais uma ferramenta paraatingir a tão esperada integra-ção com demais entidadesbrasileiras. Um novo site foiapresentado aos diretores e

    Bunkyo investe em novo sitepara agregar entidades

    representantes regionais noúltimo dia 18, prometendomelhorias aos internautas.Com um novo layout e infor-mações mais claras, o site teráum espaço para catalogar edivulgar eventos e associaçõesespalhadas pelo Brasil.

    ––—––—–———–––——–—––—–—––——–– | pág 4

    Vereador nikkei propõe rodízio de caminhões em São PauloInconformado com o trânsitosaturado de São Paulo, o ve-reador Jooji Hato (PMDB)propõe, através de um proje-to de lei, a criação de um ro-dízio de caminhões. Caso sejaaprovada pela Câmara, a me-dida restringirá a circulação deveículos no chamado centroexpandido das 7 às 10 horase das 17 às 20 horas, de se-gunda a sexta-feira. Em con-trapartida, o projeto de Hato

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    DIVULGAÇÃO

    prevê a suspensão do rodíziode carros, pois, sem os cami-nhões, haveria uma sensívelmelhora de tráfego nas viaspaulistanas. “O grande proble-ma do tráfego nesta região[centro expandido] é o exces-so de veículos. Desta forma, aproibição do tráfego de cami-nhões contribuirá para umarápida fluidez do trânsito, tan-to dos coletivos, quanto dosautomóveis”, explica ele.

    Kenren tem nova diretoria liderada por primeironissei okinawano; oposição desiste de eleiçãoA eleição para nova diretoriado Kenren (Federação dasAssociações de Províncias doJapão no Brasil) tinha tudopara ser “quente”. De um lado,Akeo Yogui, candidato da si-tuação. Do outro, Koichi Na-kazawa, da oposição. Porém,com a dificuldade do segundode arranjar nomes para com-por a chapa, a candidatura foicancelada. Agora, a entidadeempossará na próxima quinta-feira (27) os novos membrosque ditarão as coordenadasjunto aos kenjinkais. Conhe-

    cida pelo tradicionalismo des-de sua fundação, em 1962, oKenren já começa a estrutu-ração logo pelo presidente:Yogui será o primeiro nissei apresidir a Federação. Juntocom ele, mais sete diretorestambém já são da segundageração de descendentes. Osplanos? Segundo o próprioYogui, a idéia é fortalecer oskenjinkais e estreitar os laçoscom o Japão. “Vou me esfor-çar ao máximo para conseguirdar seqüência aos planos danossa diretoria”, diz.

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    UTINÁ PRESS

    Evento comemoraaniversário da Billings

    e CentenárioSão Bernardo do Campovai comemorar o aniversá-rio da Represa Billings como compromisso de sua re-cuperação ambiental. Nodia 27 de março, represen-tantes do governo japonês,da Prefeitura e da SABESPestarão presentes para re-gistrar um protocolo de in-tenções do Plano de Recu-peração.—–—––——–– | pág 5

  • 2 JORNAL NIPPAK São Paulo, 22 de março de 2008

    EDITORA JORNALÍSTICAUNIÃO NIKKEI LTDA.

    CNPJ 02.403.960/0001-28

    Rua da Glória, 332 - LiberdadeCEP 01510-000 - São Paulo - SP

    Tel. (11) 3208-3977

    Fax (11) 3208-5521

    E-mail:[email protected]

    Diretor-Presidente: Raul TakakiDiretor Responsável: Daniel Takaki

    Jornalista Responsável: Takao Miyagui (Mtb. 15.167)

    Redator Chefe: Aldo ShigutiRedação: Rodrigo Meikaru

    Colaboradores: Giuliano Di Sevo, Luci Yizimae Laiz Fuzinaga

    Publicidade:Tel. (11) 3208-3977Fax (11) 3341-6476

    Periodicidade: semanalAssinatura semestral: R$ 60,00

    [email protected] ou [email protected]

    ARTES – Inaugurada no último dia 12, a exposição “100 Anosde Arte Nikkey no Brasil” prossegue até o próximo dia 30, noMuBE (Museu Brasileiro de Escultura). A mostra reúne traba-lhos de mais de 50 artistas plásticos, que marcaram a históriada arte nesses 100 anos de presença no Brasil. A exposiçãoapresenta cerca de 100 peças de pintura, escultura e arte emcraft (arte koguei), que estão divididos da primeira a quartageração, englobando os nascidos no Japão e residentes em ter-ras brasileiras, incluindo os falecidos.

    CREDITO DAS FOTOS: LUCI JÚDICE YIZIMA

    Kenichi e Mariko Kaneko prestigiaram a inauguração

    Mitsue Hosoido conferiu de perto todas as atrações da exposição

    Yutaka Toyota, Elza Oda e Shoko Suzuki mostraram animação

    CENTENÁRIO – Em solenidade realizada no último dia 19,no Salão Nobre da Câmara Municipal de São Paulo, a Associ-ação Cultural e Esportiva Saúde lançou os livros “História doJapão em Manga” e “Banzai – História da Imigração Japonesano Brasil”, em comemoração ao Centenário da Imigração Ja-ponesa no Brasil. O evento contou com a presença da diretoriada ACES, além de diversas autoridades da comunidade nipo-brasileira.

    Kokei Uehara discursando sobre as obras

    SAÚDE – A Câmara de Vereadores de São Paulo promoveuno último dia 15 o “Ciclo de Palestras” sobre Saúde. A iniciativafoi do vereador Ushitaro Kamia (DEM).

    A presidente da Associação Brasileira de Alzheimer, Vera Cavoilla,o vereador Ushitaro Kamia e a dra. Evelin Goldenberg, naabertura do Ciclo de Palestras sobre saúde, na Câmara

    O presidente da Associação de Surdos, Paulo Roberto Amaral,ministra palestra promovida pelo vereador Kamia, na Câmara

    FESTA DO CHOPP – A Associação Okinawa Santa Mariarealizou no último dia 9, em sua sede social (av. João dos SantosAbreu, 755), a sua 12ª Festa do Chopp. Para alegria dos diri-gentes, o evento foi um sucesso. A parte artística contou comatrações como o cantor Maurício Miya, que agitou a platéia, e ogrupo de taikô, que fez uma bela apresentação.

    Dirigentes e personalidades brindaram o sucesso do evento

    Taikô okinawano abrilhantou evento promovido pela Santa Maria

    MOGI – O prefeito de Mogi das Cruzes, Junji Abe, recebeuno último dia 17, em seu Gabinete, um grupo de integrantes daAssociação Esportiva e Beneficente Kenko Taiso do Brasil,que vieram acompanhados de representantes da Associaçãode Estudos de Ginástica para a Saúde do Japão, sediada nacidade de Hamamatsu. Durante o encontro, eles conversaramsobre os benefícios que a atividade física oferece aos cidadãos– principalmente na Terceira Idade.

    LINS – O cônsul Takeshi Goto, do Consulado Geral do Japãoem São Paulo, recebe do presidente do Bunkyo de Lins, KazunoriYasunaga, o livro comemorativo dos 90 anos da imigração deLins, dia 15 de março, quando de sua passagem pela cidade,depois de visitar a Colônia Hirano. Goto esteve ainda em Pro-missão, onde visitou o mausoléu de Shuhei Uetsuka, na Comu-nidade Yuba e Araçatuba. Nesta cidade, no dia 16, assistiu aAssembléia Geral da Federação das Associações Culturais Nipo-Brasileira da Noroeste. A propósito, o presidente da Federação,Kazuyoshi Shiraishi, foi reeleito por mais dois anos.

    ANIVERSÁRIO – A pequena Caroline Mie Hideshima, filha de Daniela e do assessor parlamentar Marcelo Hideshima, come-morou seu primeiro aniversário no dia 15 de março numa bela festa ao lado de familiares e amigos. Nas fotos, Marcelo, Danielae Caroline e os avôs de Caroline

    IBIÚNA – O Departamento de Senhoras do Centro Culturalde Ibiúna, por intermédio de sua presidente, Shinobu Yoshizumi,parabenizou todas as mulheres da comunidade nikkei de Ibiúnapelo “Dia Internacional da Mulher”. Na oportunidade, parabe-nizou também o Centenário da Imigração Japonesa no Brasil.(Carlos Tadeu Ribas – Ação da Cidadania – Ibiúna)

    Kokei Uehara e Tomio Katsuragawa

    Jorge Suzuki, Kiyoko Yano, Julio Shimamoto, Tomio Katsuragawa,Francisco Sato

    LUCIANO WATANUKI

  • São Paulo, 22 de março de 2008 JORNAL NIPPAK 3

    MUNICÍPIO

    Vereador nikkei propõe rodízio decaminhões para reduzir trânsito

    Considerado um dos gran-des especialistas de trânsito,o ex-secretário de Transpor-tes Getúlio Hanashiro – queocupou o cargo nas gestõesde Mário Covas, Paulo Malufe Celso Pitta – crê que a me-dida proposta pelo vereadorJooji Hato seja viável. Entre-tanto, ele não concorda comuma das condições do proje-to de lei: a liberação do rodí-zio de carros.

    Segundo o ex-secretário,restringir o tráfego de cami-nhões traria uma notável me-lhora no trânsito, especialmen-te nos chamados “horários depico”. “Sou favorável, desdeque não se elimine o rodíziode carros. No caso dos cami-nhões, poderia até penalizar e,ao mesmo tempo, estimular.Por exemplo: após as 22 ho-ras, o pedágio poderia ter umdesconto para os caminhões.Assim, ameniza-se o trânsitosem os caminhões durante odia e deixaria a cidade livrepara eles trafegarem durantea noite. Se rodarem no perío-do imposto pela lei, seria mul-tado”, explica.

    Ex-secretário dos Transportes aprova medida masfaz ressalvas quanto ao fim de rodízio de veículos

    pistas aliviariam os motoristas.“Com certeza traria melhorias.É um projeto que pode ser co-locado em prática rapidamen-te e com resultados imediatos”,define. Outras opções a seremestudadas, de acordo com Ha-nashiro, seriam a manutençãodos semáforos inteligentes e aproibição de se estacionar emvias públicas.

    A médio e longo prazo, asaída é um debate entre a so-ciedade e o poder públicopara solucionar o problemado trânsito, caso da implan-tação do pedágio urbano,melhor distribuição dos agen-tes de trânsito nas operaçõese até a exigência de se teronde guardar o carro na horada compra de um automóvel.“São medidas que podem serdebatidas com a população.Há também o caso das mon-tadoras, que poderiam contri-buir para amenizar esse pro-blema de trânsito. Hoje, só sepensa em vender, mas nãonas conseqüências. Está nahora de agir”, finaliza Hana-shiro.

    (RM)

    Já o artigo do projeto deHato que refere à extinção dorodízio de veículos é inviávelna visão de Hanashiro. Primei-ro porque, com o sistema atu-al, já há congestionamentosmonstruosos. E, segundo, de-vido ao aumento no número decarros nas vias sem o rodízio.“Eliminar o rodízio é insusten-tável. Hoje não podemos maisviver sem esse sistema. Casoacontecesse essa eliminação,

    enfrentaremos mais trânsito.Mesmo sem os caminhões”,pondera.

    Experiente quando o assun-to é engenharia do tráfego e es-tudos das malhas viárias, o nikkeiaponta algumas soluções para,pelo menos, amenizar o caosnas ruas paulistanas. Uma de-las seria a ampliação das margi-nais. Como hoje há um espaçoentre as vias locais e expressas,o consultor acredita que mais

    Diminuir número de caminhões nas vias pode acarretar em melhoras

    DIVULGAÇÃO

    ENCONTRO

    Comitiva brasileira e japonesa apresentam Tv Digital no ChileO ministro das Comunica-

    ções, Hélio Costa, coordenouuma comitiva de brasileiros ejaponeses no Chile nos últimosdias 10 e 11, para apresentar oSistema Brasileiro de Televi-são Digital (SBTVD).

    Integraram também a co-mitiva o presidente da Comis-são de Ciência e Tecnologia,

    Comunicação e Informática daCâmara, deputado Walter Pi-nheiro (PT-BA); os deputadosJorge Bittar (PT-RJ) e JulioSemeghini (PSDB-SP); o se-cretário de Telecomunicaçõesdo Ministério das Comunica-ções, Roberto Pinto Martins, ocoordenador do Fórum doSBTVD, Roberto Franco, e o

    assessor especial da Casa Ci-vil, André Barbosa.

    O grupo apresentou ao go-verno chileno o Sistema Brasi-leiro de Televisão Digital, que ébaseado no padrão japonês, afim de convencê-lo a seguir adecisão brasileira. O Chile estárealizando uma última rodada dereuniões internacionais e testes

    para subsidiar sua escolha en-tre os sistemas americano, eu-ropeu e japonês, que deve seranunciada até o fim deste mês.

    Do lado japonês, a comiti-va será liderada pelo vice-mi-nistro das Comunicações,Kyoshi Mori, que estará acom-panhado de executivos de vá-rias indústrias do setor.

    São Paulo está parada, li-teralmente. Com umafrota de aproximadamen-te 6 milhões de veículos, o mu-nicípio viveu, na semana pas-sada, um inferno no trânsito. Noúltimo dia 13, a chuva e o ex-cesso de carros provocaram omaior índice de congestiona-mento do ano no período danoite, com 222 km às 19h. An-tes, o recorde de lentidão haviasido registrado no dia 29 de fe-vereiro, quando, por volta das18h45, a cidade marcou 213 kmde vias congestionadas. Osmotivos para o caos já são bemconhecidos do paulistano: ocrescimento no número de au-tomóveis, os parcos investimen-tos na melhoria da malha viá-ria, a falta de estrutura no trans-porte público... além das ques-tões naturais como a chuva, quesempre causa transtornos aosmotoristas.

    Preocupadas com as mar-cas assustadoras da penúltimasemana, a Prefeitura e a CET(Companhia de Engenharia deTráfego) lançaram mão de ar-tifícios para desafogar partedas vias. As primeiras açõessão as proibições de estacio-namento e descarga em viasde tráfego complicado, quecomeçarão a valer em abrilnos “horários de pico”. Outrafrente é a remoção de 167 lom-badas e valetas, bem como adivulgação de 140 rotas alter-nativas às avenidas mais con-gestionadas, além da sincroni-zação de semáforos e obraspara liberar o tráfego em 19“pontos de estrangulamento”,sobretudo próximo a terminaisde ônibus.

    Mas uma das medidas quedeve causar polêmica partedo vereador Jooji Hato(PMDB). De olho na cres-cente lentidão na cidade e nabaixa qualidade do ar, o nikkeipropõe – através do Projeto

    de Lei 031/08 – um “rodíziode caminhões”. A medida,explica, tem como meta me-lhorar as condições do trân-sito, através da proibição dacirculação de caminhões noperímetro delimitado comoCentro Expandido (formadopelas marginais Tietê e Pi-nheiros, pelas avenidas dosBandeirantes, pelo complexoviário Maria Maluf, pelasavenidas Tancredo Neves eJuntas Provisórias, pelo via-duto Grande São Paulo e pe-las avenidas Professor LuísInácio de Anhaia Melo eSalim Farah Maluf). Casoseja aprovada pela Câmara,a restrição valeria de 2ª às 6ªfeiras, exceto feriados, nosseguintes horários: das 7 às10 horas e das 17 às 20 ho-

    ras.Em contrapartida, o proje-

    to de Hato prevê a suspensãodo rodízio de carros, pois, semos caminhões, haveria umasensível melhora de tráfego

    nas vias paulistanas. “O gran-de problema do tráfego nestaregião [centro expandido] é oexcesso de veículos pesadosdo tipo caminhão que utilizamas vias durante os horários depico. Desta forma, a proibiçãonos referidos horários certa-mente contribuirá para umarápida fluidez do trânsito, tan-to dos coletivos, quanto dosautomóveis. A implantação doprograma possibilitará a libe-ração do tráfego dos demaisveículos durante todos os diasda semana”, afirma.

    Já os caminhoneiros tam-bém serão beneficiados, na vi-são do político. Com um índicemenor de trânsito nos horáriosde pico – e no restante do dia,conseqüentemente –, os cami-nhões terão as ruas mais livrese “chegarão ao seu destino emmenor tempo”. “Isto possibili-tará, também, uma melhoria naqualidade do ar, pois tanto osautomóveis quanto os cami-nhões permanecerão menostempo em circulação. Só paralembrar, os caminhões, movidosa óleo diesel, são grandespoluidores”, explica Hato,acrescentando que a ação se-ria “testada” por seis meses. “Oprograma tem caráter experi-mental e após seis meses de suaimplantação, o Poder Executi-vo poderá verificar sua viabili-dade técnica em comparaçãoao atual.”

    Polêmico ou não, o projetode lei segue agora para apre-ciação da Câmara. Ainda nãohá data para votação, mas overeador promete empenhopara ser logo votado. Enquan-to isso, ele continuará a con-viver com o trânsito diário. Esempre com um caminhão àsua frente. “Não tem jeito.Temos de agir para melhorara cidade. Do jeito que estánão dá para se conformar.”

    (Rodrigo Meikaru)

    Congestionamentos são fatos cotidianos na vida do paulistano

    DIVULGAÇÃO

    Hato crê em melhoras com rodízio

    Desde que nas-ceu, a pequenaIsabella VitóriaKimie já passou portrês cirurgias deli-cadas. Portadorade seis graves pro-blemas cardíacosdesde que nasceu,em setembro doano passado, obebê necessita decuidados especiaise acompanhamentomédico quase queem tempo integral.Com dificuldadesde trabalhar paraacompanhar a filhano hospital, os paisAndréia Mota eRodrigo Ken, residentes emHekinan (Aichi), pensam emlançar mão de uma campanhajunto à comunidade brasileira etambém à população japonesa,para suprir os gastos hospita-lares. Atualmente, Isabella en-contra-se no Aichi KodomoCenter, em Obu.

    “Eu fico todos os dias comela, no hospital. E o meu espo-so falta muito ao trabalho, por-que nos acompanha sempreque os médicos solicitam”, ex-plica Andréia, que conta com asolidariedade da comunidadebrasileira para que a filha serecupere.

    A mãe de Isabella lamentaque exista pessoas utilizando a

    imagem de sua filha para pro-mover falsas campanhas be-neficentes. “Infelizmente, fize-ram isso em Shizuoka: arreca-daram dinheiro em nome deIsabella e não nos repassaramnada. Por isso, peço que aspessoas que queiram contri-buir entrem em contatoconosco”, afirma. Ela acres-centa que parte da renda doevento Fureai Fest Shiga, a serrealizado em Taga (Shiga),nos dias 12 e 13 de abril, serárevertida para Isabella. “Arede Bolão também possuicaixas de coleta de doações.”

    Contatos com a família deIsabella podem ser feitos peloe-mail: akeayu@ hotmail.com.

    SOLIDARIEDADE

    Família dekassegui precisa dedoações para salvar bebê

    Isabella Kimie, de apenas seis meses

    DIVULGAÇÃO

    COMUNIDADE

    Assalto no Centro Kokushikancausa prejuízo de R$ 8 mil

    Um assalto provocou mo-mentos de terror no CentroKokushikan Daigaku, em SãoRoque, no interior paulista. Noúltimo dia 12, três ladrões in-vadiram o local e furtaram cer-ca de 1,2 mil metros de fio decobre, além de celulares e di-nheiro. Na fuga, o bando tam-bém levou uma Kombi, de pro-priedade do Bunkyo (Socieda-de Brasileira de Cultura Japo-nesa e de Assistência Social).Ninguém ficou ferido.

    A ação começou por voltadas 21h30, quando o trio inva-diu a residência do caseiro quemora no local. Após colocaremele e sua família em um doscômodos, reviraram todo o lo-cal à procura de itens de valo-res. Em seguida, dois ladrõesforam para fora da casa. O ter-ceiro ficou encarregado de vi-giar a família. Toda a ação du-rou cerca de 7h30.

    Como o Kokushikan haviareforçado os cabos de energia– trocando os antigos por no-vos – os ladrões resolveram ve-rificar as estruturas dos postese furtar os fios de cobre, quesão revendidos em grande es-cala no mercado paralelo. Nototal, de acordo com a comis-são que administra o local, fo-ram furtadas mais de uma to-nelada.

    Segundo o vice-presidenteda comissão de administraçãodo Kokushikan, Yuho Moroka-wa, um boletim de ocorrênciafoi registrado na delegacia lo-cal. Até o momento, porém,nem os bandidos nem os fiosde cobre foram localizados.

    “Tomamos um susto quandonos avisaram do assalto. Nãopodemos fazer muita coisa,pois toda a diretoria mora emSão Paulo e fica complicadonos deslocarmos até lá. Masmesmo assim eu fui por doisdias para fazer um reparo deemergência. Pelo menos nãotivemos nenhum ferido e ocaseiro e sua família estãobem”, afirma.

    Para não deixar o local semluz nem telefone, Morokawaconfirma que os cabos rouba-dos já foram substituídos. Mas,para evitar possíveis roubos nofuturo, o material utilizado ago-ra é de alumínio, mais baratoque o cobre. “E não chamatanta atenção dos ladrões.Tem um valor de mercadomuito menor”, diz.

    Além da troca da fiação, acomissão também estuda me-lhorias de segurança. Comuma área de 580 mil m², oCentro Kokushikan está loca-lizado em uma área afastadado centro de São Roque, es-tratégico para roubos e furtos.Mas, até o momento, ainda nãohá previsão do que pode sermelhorado.

    “Não adianta colocar mu-ros de dois ou três metros,pois os ladrões pulam. Cercaelétrica também já foi propos-to, mas como é uma áreamuito grande, fica fácil paracortar os fios de energia. En-fim, temos de ver uma medi-da que possa coibir esses rou-bos”, explica o vice-presiden-te.

    (Rodrigo Meikaru)

    Kokushikan fica afastado do centro, facilitando roubos e furtos

    DIVULGAÇÃO

  • 4 JORNAL NIPPAK São Paulo, 22 de março de 2008

    ENTIDADE

    Okinawano e nissei, Akeo Yoguiassumirá presidência do Kenren

    Shotaro, a autor desta narrativa, descobre entre os documentosda família o diário de seu pai. Mas Shotaro está para completar80 anos em 2008, quando da comemoração do Centenário daImigração Japonesa ao Brasil. Enquanto lê o diário, sua memó-ria se ativa, relembrando acontecimentos que praticamente caí-ram em esquecimento. Quando chegou ao Brasil, Shotaro tinha10 anos. Nesta interação entre o passado relembrado e recriado,Shotaro confunde os tempos: às vezes é o menino quem fala, ou-tras vezes, é o Shotaro da atualidade.

    Vai aí um cafezinho?– PARTE 11 –

    Os dias passados no ca-fezal eram longos, enquantoas crianças cresciam tal qualgomos do bambu. Trabalho nocampo havia muito. Além dacolheita, tinham que ocupar-se com outras tarefas comocapina em torno dos pés etambém a secagem das ce-rejas. Chamavam de cerejasos grãos de café vermelho,que ao serem colocados parasecar tornavam-se pretos.De chapéus de palha imen-sos protegendo a cabeça, ho-mens e mulheres esparrama-vam os grãos pelo imensochão, com uso de enxadas eimensos rastelos para a exe-cução do trabalho.

    Desconhece-se os moti-vos, na mesma fazenda emque atuava Shotaro, um casono mínimo estranho acabouocorrendo: Teijiro Yamanakaexplicou que uma mulher apro-ximara-se dele com uma cri-ança de colo. Esta entregou-lhe a criança e desapareceude vista. Ao chegar em casa,contou à esposa do ocorrido.Tinham quatro filhos, dois ain-da pequenos e os outros queajudavam na economia dacasa. Mais uma criança, sópoderia trazer alegrias. Deimediato, a esposa afeiçoou-se daquela criança, de tezbranca. Nunca questionou arespeito com ninguém, eraeste um de seus filhos. Lem-brou-se que no Japão conta-vam os pescadores de Sadode que as enguias vão para omar desovar e depois retornampara as correntezas dos rios.Pensaram, então num nome.O que poderia ser? Algo comoMomotaro, o “menino pêsse-go”, do folclore japonês. Me-nino este que fora encontradonas águas corrediças de umriacho, no qual a velha senho-ra lavava roupas. Não, muitoóbvio. Mas Hideyoshi pareciaapropriado.

    Quando cresceu seusolhos tornaram-se claros e oscabelos encaracolados. Pare-cia-se com japonês, mas nemtanto. Falava japonês com oacento de Kumamoto e por-tuguês enrolado dos filhos dejaponeses. Por ser o caçula,os irmãos maiores o protegi-am. Sempre foi muito ligadotambém à mãe, de quem re-cebeu lições dos primeiroscaracteres da língua sino-ja-ponesa. Se chegou a sofreralguma discriminação, não li-gava para isso. Dos irmãos, oúnico a nascer no Brasil, foiquem mais pode freqüentar ascarteiras escolares. “Este aquiainda vai ser doutor, talvezmédico ou advogado” arrisca-va a mãe, ocultando um sorri-so acanhado.

    Ir à cidade, somente emsituação de necessidade. Nãotinham dinheiro para a con-

    dução, por isso caminhavamalguns quilômetros. Entrandona adolescência, os irmãosToshio e Shotaro colocavama melhor roupa. Ficavam in-vejando os moços que podi-am desfilar seus ternos degala, em estilo elegante, suasbotas de cano longo, legítimosbon vivant. Aproveitavam aocasião para visitar o estúdiode fotografia. Depois, cami-nhavam pelas ruas, comonada mais tivessem que fa-zer. Por trás das janelas, asjovens espiavam o murmuri-nho das ruas. Cochichavam“estes japoneses são elegan-tes, nada deixam a desejar”.

    Shotaro ainda se lembra-va de quando flanava por en-tre os canteiros da praça docorreio. De súbito, a moçoilaDorotéia Pontes atravessa edeixa cair seu lenço perfuma-do com rendas portuguesas.Poderia ter ficado com ele?Ao invés disso, nada pensoue agiu rapidamente. Meio semjeito, com seu português es-tropiado e aprendido do cama-rada José Ferreira, arriscoualgumas considerações: “Se-nhorita, por favor, este lençote...”. Não completou, quan-do ela, por um momento pa-rou e girou sobre os joelhos,seu rosto tornou-se claro res-saltado pelos olhos enormes ede um tom castanho. Ficaramparados. Apenas alguns se-gundos, que levou anos luzespara passar. Tudo, como numfilme em câmara lenta. Osolhos dela pareciam úmidos,não que tivesse chorado, masde uma umidade natural e bri-lhante. Nem uma palavra amais e um adeus.

    A imagem daquela moçasempre ficara em sua mente.Tinha sido esta a primeiramoça que pôde ver dentro deseus olhos. No começo foi decuriosidade, depois uma con-templação como estivesse di-ante de um ídolo grego. Algoparecido com as imagens deVênus platinada, visto numlivro de arte ocidental. Existiano Japão bonecas com olhosazuis representando a belezaexótica das mulheres ociden-tais. Chamava a atenção oscabelos finos e de tonalidadesque iam da palha ao verme-lho, como tivessem sido tingi-dos. Mas eram os olhos... Tãodiferentes dos olhos de suasconterrâneas. Olhos que pa-reciam lanternas acesas nasnoites de lua minguante, comoos de um gato, cuja íris se fe-chavam e se abriam para en-golir tudo à sua volta. Os olhosde Dorotéia eram estes, car-regados de mistério, desafia-dores, que em sua fragilidadeaparente seria capaz de sub-meter o mais poderoso doshomens. Talvez fossem os deMedéia, talvez os deEfigênia? (continua)

    Antes mesmo da eleiçãomarcada para a próxi-ma quinta-feira (27), aatual diretoria do Kenren (Fe-deração das Associações deProvíncias do Japão no Bra-sil) já está comemorando.Com a desistência de KoichiNakazawa, que não conseguiuangariar forças e construiruma chapa com 14 nomes paraa disputa do pleito, o candida-to da situação, Akeo Yogui é ovirtual novo presidente da en-tidade. A posse está marcadapara o mesmo dia da Assem-bléia, na sede da entidade.

    Engenheiro, empresário desucesso e com um currículorecheado de passagens por en-tidades nipo-brasileiras, o líderokinawano – é o atual presiden-te do Okinawa Kenjin do Bra-sil – assume pronto para darseguimento às atuais diretrizesda entidade. E sabe, também,que terá um desafio a mais pelafrente: é o primeiro nissei a as-sumir a entidade em 42 anos deexistência. Além dele, outrossete nomes da chapa tambémsão já da segunda geração dedescendentes.

    “Fico feliz por poder assu-mir uma entidade tão represen-tativa como o Kenren. Claroque não gostaria de entrar emdisputas eleitorais, mas como adiretoria tinha me convencidoa sair, resolvi assumir a respon-sabilidade. Quanto à oposição,não queremos brigas. A pazdentro do Kenren e a união detodos os associados devem serpreservadas”, pondera Yogui,reconhecido por seus próprioscolegas como um dos diretoresmais tranqüilos dentro da enti-dade, justamente por ser umnissei. “Vou trabalhar para es-

    Koichi Nakazawa e Akeo Yogui, novo presidente do Kenren: união e paz nos próximos dois anos

    NIKKEY SHIMBUN

    treitar esses laços. Quero quemuitos nisseis e sanseis ocupemcargos nas entidades.”

    Quanto ao estreitamento delaços com o Japão – especial-mente com os governos e líde-

    res de entidades das províncias– o novo presidente promete seesforçar para voltar a ter umintercâmbio maior com os ni-pônicos. “Não gostaria de fa-zer algum tipo de previsão, mas

    trabalhar. E também quero umrelacionamento próximo com oJapão, temos de fortalecer essetipo de contato. Com certezaessa é uma das metas da atualdiretoria”, confirma ele.

    Comunidade okinawana –Visto como uma das pessoasque conseguiram quebrar o pa-radigma de que hoje há um“racha” entre diretores de en-tidades da antiga e da novageração nas entidades, AkeoYogui afirma que a candidatu-ra foi vista com bons olhospelos descendentes okinawa-nos. “Não há nenhum tipo dediscordância. Todos me deramapoio e sei que podemos tra-balhar muito bem juntos”, de-fine ele. (Rodrigo Meikaru)

    Confira como fica a nova diretoria do KenrenPresidente: ........... *Akeo Uehara Yogui (Okinawa Kenjin)Vice-presidentes: Akinori Sonoda (Kagoshima)

    Hideo Kodagawa (Shimane)*Keiji Kato (Tottori)Keizo Nagatomo (Miyazaki)Noritaka Yano (Oita)Yasuo Fukuda (Kumamoto)Yasuo Yamada (Shiga)

    1º Tesoureiro: ...... *Norio Suguimoto (Shizuoka)2º Tesoureiro: ...... *Yukitoshi Yoshimura (Saga)3º Tesoureiro: ...... *Kenzo Naguishi (Okayama)1º Secretário: ....... *Helena Suguiyama (Kyoto)2º Secretário: ....... Keizo Noguti (Nagasaki)3º Secretário: ....... *Paulo Nobuo Sugawara (Kagawa)*diretores nisseis

    O Bunkyo (Sociedade Bra-sileira de Cultura Japonesa ede Assistência Social) apre-sentou nessa semana sua“nova cara”. Pelo menos noespaço virtual, pois um novosite, desenvolvido por profissi-onais da área, está pronto paraentrar no ar.

    No novo site, mudançasradicais podem ser vistas já nahome page. Ao invés do arpesado e informações carre-gadas – fato que dificultava aleitura – agora um visual maisclean salta aos olhos dointernauta,bem comoferramentase links quefacilitam avida dequem procu-ra informa-ções não sósobre a enti-dade, como da cultura japone-sa no Brasil em geral. Há, ain-da, link para a Associação paraComemoração do Centenárioda Imigração Japonesa noBrasil.

    Segundo o presidente dacomissão de Comunicação doBunkyo, Victor Kobayashi,uma das metas dos membrosera reestruturar o site, dandoum ar mais moderno e comatrativos que pudessem “fis-gar” o internauta. “Antes, tí-nhamos um site muito pesadoe com informações em dema-sia. Estudamos e chegamos àconclusão de que necessitáva-mos de um lugar na Internetque congregasse informaçõesrápidas e de outras entidades”,explicou Kobayashi.

    No desenvolvimento técni-co fora convocado o consultorCláudio Sampei. Dentre as di-versas tecnologias disponíveisno mercado, a escolhida recaiu

    anos desde a época doBunkyonet (ferramenta quepossibilitaria uma maior comu-nicação entre associações),essa rede de relacionamentosestá pronta para ser utilizadapela comunidade. Regionais,por exemplo, poderão ter suaspáginas disponibilizadas e cominformações como endereço,atuação e um mapa de locali-zação.

    Eufórico com o trabalho, opresidente do Bunkyo, KokeiUehara, destacou a importân-cia do intercâmbio de informa-ções com entidades e associ-ações do Brasil através daInternet. “Temos de acompa-nhar a evolução tecnológica. E,com uma ferramenta comoesse novo site do Bunkyo, te-mos tudo para integrar aindamais a comunidade”, destacou.Se tudo correr conforme o es-perado, a nova versão do sitedo Bunkyo pode ser conferidana semana que vem, tanto emportuguês quanto em japonês(ainda em construção). O en-dereço é: www.bunkyo.org.br.

    sobre oJoomla, uti-lizado atual-mente pelaUSP (Uni-vers idadede São Pau-lo), MEC(Ministérioda Educa-

    ção) e ONU (Organização dasNações Unidas). A vantagem,disse Sampei em reunião comdiretores e representantes re-gionais na última terça-feira

    (18), é a de não ficar mais de-pendente de empresas e seusrespectivos softwares. “É umavantagem porque o código éaberto. Ou seja, qualquer pes-soa encarregada pelo Bunkyopode mudar ou modificar o site.Não há a dependência de al-guém ou de alguma organiza-ção”, ressaltou Sampei.

    Fugindo da parte técnica eentrando na prática, o novo sitedo Bunkyo trará a tão espera-da integração com entidadesregionais. Discutido há alguns

    INOVAÇÃO

    Bunkyo promove reestruturação em site para integrar comunidade

    Kokei Uehara quer Bunkyo em contato com entidades regionais

    FOTOS: JORNAL NIPPAK

    Mesmo com as comemo-rações do Centenário da Imi-gração ocupando pratica-mente todo o tempo dos diri-gentes da comunidade, o Bun-kyo não está parado. Pelomenos na visão da própriadiretoria, que anda pra lá deocupada com atividades re-lacionadas às comissões eações próprias.

    Uma delas é a escolha deum representante do próprioBunkyo para a participaçãono simpósio internacional “APresença Japonesa na Amé-rica Latina”, marcado para os

    dias 21 e 22 de maio no Me-morial da América Latina. Naocasião, representantes de pa-íses da América Latina esta-rão reunidos para discutirem opanorama das comunidades, ofuturo e a contribuição paracom a sociedade local. “É umaboa oportunidade para mos-trarmos os valores dos nipo-brasileiros e da cultura japone-sa presente no Brasil”, disseKokei Uehara, que deve sermesmo o indicado para parti-cipar do encontro.

    Já outra frente que tambémtem despertado o interesse não

    Simpósio internacional e 2º Fórumde Integração movimentam diretoria

    só da diretoria executivacomo também dos represen-tantes regionais é a segundaedição do FIB (Fórum de In-tegração Bunkyo). De acor-do com o vice-presidente Jor-ge Yamashita, a data aindanão está fechada, mas comcerteza deve ser no segundosemestre. “Estamos em pla-nejamento para a estrutura-ção do Fórum. De antemão,podemos adiantar que encon-tros regionais também estãoem estudos. Assim temos aintegração completa”, disseYamashita.

  • São Paulo, 22 de março de 2008 JORNAL NIPPAK 5

    Evento comemora aniversário daBillings e 100 anos da imigração

    CIDADES/SÃO BERNARDO DO CAMPO

    POR PAULO MAEDA

    FESTIVAL MINAMI KA-NAKO - A Aliança CulturalBrasil-Japão do Paraná serásede do Festival de Canto“Minami Kanako”, no dia 23de março, em que todos can-tarão as músicas e sucessosdessa cantora japonesa, nas-cida em Londrina. Ela estaráparticipando dos festejos doImin-100 Paraná (Centenárioda Imigração Japonesa), comum show no dia 23 de maio de2008, no Cine Teatro Universitário Ouro Verde, emLondrina.

    MUNDO NIKKEI - O filme“Mundo Nikkei - Os brasilei-ros do outro lado do mundo”conta história e saga dos de-kaseguis no Japão e estará emcartaz nos dias 25 e 26 demarço a partir das 14 e 16 ho-ras, com exclusividade no Co-légio Maxi, na Av. Duque deCaxias, 1589, em Londrina. Osinteressados no filme devemsolicitar convite com a Bruna,Carol ou Valéria pelo telefone(43) 3372-555. A estréia emSão Paulo emocionou a todosque assistiram. Vale à penaconferir.

    TELAS - Em homenagemaos 100 anos da Imigração ja-ponesa no Brasil, o artistaplástico Carlos Kubo expõetrinta telas com temas orien-tais, inclusive pintura do na-vio Kasato Maru. A exposi-ção prossegue até amanhã(23) no saguão do Teatro CalilHadad, em Maringá.

    HAIKU - O Nikkei Clube deCuritiba e a Secretaria do Es-tado da Cultura abriram inscri-ções do concurso nacional deHaikai “Nempuku Sato”. Osprêmios são de R$ 1 mil a R$3 mil para os melhores traba-lhos que deverão ser inéditos,em língua portuguesa, seguir amétrica japonesa e apresentartermos de estação. Sem títuloe nem rima. Inscrições até 11de abril. Outras informaçõespelo telefone (44) 3321-4738ou 3321-4718, na Secretaria daCultura.

    SUMÔ - O Departamento deSumô da Aliança/Liga promo-ve e a Associação Kaiko rea-liza nos dias 29 e 30 de março,na AMAVES - Associaçãodos Moradores da AviaçãoVelha e Espírito Santo, o IVEncontro Sul Brasileiro deSumô – Torneio da Amizade.São esperados atletas de SãoPaulo, Santa Catarina, RioGrande do Sul, do Paraguai eda Argentina. O Torneio ocor-

    rerá sempre das 9h às 18 ho-ras.

    HINA MATSURI - O 14ºHinamatsuri/Festival das Bo-necas (Dia das Meninas) serárealizado no dia 30 de março,a partir das 14 horas na sedesocial da Acema, em Marin-gá, com muitas atrações paraas crianças, além de bingo,danças folclóricas, etc.

    4º HANA MATSURI - Acomunidade nipo-brasileira deCuritiba através da AssociaçãoCultural e Beneficente Nipo-Brasileira de Curitiba promo-ve nos dias 5 e 6 de abril seutradicional Hana Matsuri (Na-tal Budista), na Praça Japão,em Curitiba. São dois dias devárias atrações culturais comapresentações de taiko e dan-ças, além de uma Praça deAlimentação com comidas tí-picas japonesas.

    HAIKU - O Nikkei Clube deCuritiba e a Secretaria do Es-tado da Cultura abriram inscri-ções do concurso nacional deHaikai “Nempuku Sato”. Osprêmios são de R$ 1 mil a R$3 mil para os melhores traba-lhos que deverão ser inéditos,em língua portuguesa, seguir amétrica japonesa e apresentartermos de estação. Sem títuloe nem rima. Inscrições até 11de abril. Outras informaçõespelo telefone (44) 3321-4738ou 3321-4718, na Secretaria daCultura.

    CONSULADO POR UMDIA - Prepare desde já a suadocumentação para tirar dúvi-das perante o pessoal do Con-sulado Geral do Japão no Pa-raná, durante o “Consulado PorUm Dia”, a realizar-se na sedesocial da Aliança Cultural Bra-sil-Japão do Paraná, no dia 26de abril de 2008, a partir das 9horas, em Londrina.

    FEIRA INTERNACIO-NAL IMIN-100 - A Feira In-ternacional Brasil-Japão quereunirá o melhor da indústria,comércio, agricultura, gastro-nomia, lazer e atrações artísti-co-culturais no Parque de Ex-posições Francisco Feio Ribei-ro, em Maringá, de 19 a 29 dejunho fazem parte das come-morações do Centenário daImigração Japonesa no Brasil.A parte de gastronomia serácomandada pela AssociaçãoCultural e Esportiva de Marin-gá que cederá espaço para asentidades assistenciais. Asgrandes indústrias japonesas,principalmente da Província deHyogo estarão presentes naFeira.

    PARANÁ

    Informativo da Aliança Cultural Brasil-Japão doParaná e Liga Desportiva Cultural Paranaense

    No ano do Centenário, Linsconta com dois nikkeis na atu-al administração: a vice-prefeita, Keiko Obara Kurimo-ri e o secretário de Esporte,Turismo e Lazer, AkioMatsuura. Por isso, todos oseventos de 2008 estão sendodedicados à comunidade japo-nesa pelo seu centenário, comoaconteceu com o Carnaval,Dia da Mulher e Dia das Mães,entre outras datas festivas.

    Entre as atividades, estãoprogramadas a construção doPortal do Centenário da Imigra-ção na área central , concursode monografia sobre a imigra-ção japonesa, colocação debandeiras brasileiras e japone-sas na área comercial e os jo-gos regionais do interior, pelaprimeira vez em Lins, serãodedicados ao centenário. Aabertura será no dia 4 de julho,no Estádio “Gilberto SiqueiraLopes” todo ornamentado emestilo oriental, com atletas de 60cidades, apresentação do taiko

    de Londrina, Yosokoi Soran damesma cidade e Balé Yuba, bonodori e karaokê, entre outrasatrações.

    À frente de cada delega-ção estará uma nikkei vestidaà caráter, portando o nome dacidade em romagi e katakana.Nas entregas de prêmios, nospódios, estará também umarepresentante da comunidadenikkei, com traje típico.

    No dia 14 de agosto, haverácompetição de beisebol entre ostimes das universidades japone-sas de Waseda , Keio e a sele-ção brasileira. No dia 21 de se-tembro, solenidade do centená-rio no Bunkyo, antecedida demissas em rito católico e budis-ta. O prefeito da cidade, Wal-demar S. Casadei e o presidenteda Federação das AssociaçõesNipo-Brasileira, região de Lins,Ioshiro Sado, foram convidadospelo governo japonês para oevento oficial do centenário aser realizado em Tóquio, no dia24 de abril.

    LINS

    Lins define programaçãooficial para o Centenário

    VALE DO RIBEIRA

    Toshiaki Yamamura é reeleitopresidente da Fenivar

    O prefeito Daniel Joaquim Silva, de Itariri, discursa na assembléia

    Em Assembléia Ordináriarealizada no dia 15 de março,na sede da Associação Cultu-ral Itariri, a Fenivar (Federa-ção das Entidades Nikkeis doVale do Ribeira) elegeu suanova diretoria. Toshiaki Yama-mura foi reeleito presidente. Acomposição da nova diretoriaficou assim:

    Conselho Consultivo: HideoNasuno, Massaru Nomura,Toraju Endo; Presidente: Toshi-aki Yamamura; 1º Vice-Presi-

    dente: Sérgio Hioshi Sioia; 2ºVice-Presidente: Paulo Hirofu-mi Itioka; 1ª Secretária: KiyomiOhta de Oliveira; 2ª Secretá-ria: Mirna Kimiyo Takiute; 1ºTesoureira: Eliza Akiko Untem;2º Tesoureiro: José Kohatsu;Conselho Fiscal (Efetivo): So-lange Shimabukuro Kanashi-ro, Gilberto de Sousa Oliveira eAntonio Carlos de França;Conselho Fiscal (Suplente),:Eduardo Hanashiro, JorgeAraki, Kunihiko Takahashi.

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    São Bernardo do Campovai comemorar o aniver-sário da Represa Billingscom o compromisso de sua re-cuperação ambiental. No dia27 de março, data em que aRepresa completa 83 anos, re-presentantes do governo japo-nês, da Prefeitura Municipal eda Sabesp (Companhia de Sa-neamento Básico do Estado deSão Paulo) estarão presentespara registrar um protocolo deintenções na execução do Pla-no Integrado de RecuperaçãoAmbiental na Área de Manan-ciais da Represa Billings.

    Este Plano foi realizado emcooperação técnica entre aPrefeitura e a Jica (Agênciade Cooperação Internacionaldo Japão). Sua elaboração du-rou cerca de dezoito meses e,desde o segundo semestre de2007, aguarda liberação dogoverno federal para que obanco japonês financie o iní-cio das obras.

    Segundo o Secretário dePlanejamento e Tecnologia daInformação de São Bernardodo Campo, Hiroyuki Minami,que preside a equipe respon-sável pela elaboração do Pla-no, trata-se da confirmação daexecução de um projeto essen-cial e em um momento históri-co: da comemoração do cen-tenário da imigração japonesano Brasil.

    Minami explica que o regis-tro deste protocolo foi incor-porado ao calendário oficialdos festejos de São Bernardodo Campo pelo centenário da

    imigração japonesa. “Trata-sede um documento que se tor-nará histórico.

    Este plano de recuperaçãoda Billings foi realizado com acolaboração de especialistasjaponeses da JICA e, paraviabilizá-lo, vamos contar coma colaboração do JBIC. Nãohá momento mais oportunopara comemorar um planoambiental tão importante, con-quistado através dos esforçosdo Brasil e do Japão”.

    Exposição – O evento serárealizado na Sub-Prefeitura doRiacho Grande e haverá apresença de alunos da EmebHelena Zanfelici da Silva e daEmeb Professora Suzete Apa-

    recida de Campos. Um coralformado por elas cantará ohino nacional e o parabéns àRepresa.

    Na ocasião, haverá a aber-tura de uma exposição, em queo público em geral, em especi-al alunos das escolas da região,poderão conhecer como seráo Plano de Recuperação daRepresa Billings, além da his-tória de vida da Represa. Oevento terá início às nove ho-ras e, como encerramento, asautoridades e imprensa serãoconvidados para um breve pas-seio de escuna.

    Outros eventos alusivos aocentenário da imigração japo-nesa estão sendo realizadospor São Bernardo do Campo.

    Uma comissão organizadorapresidida por Minami e forma-da por funcionários da Prefei-tura e representantes da comu-nidade nipo-brasileira organi-zou extensa agenda que segueaté o mês de agosto.

    COMEMORAÇÃO DO ANIVER-SÁRIO DA REPRESA BILLINGS EDO CENTENÁRIO DA IMIGRA-ÇÃO JAPONESA NO BRASILQUANDO: 27/03 (QUINTA-FEIRA), DAS 9ÀS 12HONDE: SUB-PREFEITURA DO RIACHOGRANDE E REPRESA BILLINGS (RUAARAGUAIA, 265 – SÃO BERNARDO DOCAMPO)MAIS INFORMAÇÕES PODEM SER OBTIDASATRAVÉS O TELEFONE: 4348-1041 OUPELO SITE: WWW.SAOBERNARDO.SP.GOV.BR.

    O secretário de Planejamento e Tecnologia da Informação, Hiroyuki Minami, comemora parceria

    DIVULGAÇÃO

    A Comissão de DireitosHumanos da Câmara Munici-pal realizou no último dia 12 aprimeira audiência pública paradebater o projeto de lei do ve-reador e vice-presidente dacomissão Aurélio Nomura(PV) que cria o Parque Muni-cipal Augusta, na confluênciadas ruas Augusta, Caio Pradoe Marquês de Paranaguá, naConsolação. Trata-se de umterreno com uma área de 23mil metros quadrados.

    “O projeto de lei tem o ob-jetivo de assegurar aos mora-dores da cidade mais uma áreade lazer, contemplação e pre-servação de um dos últimosremanescentes da Mata Atlân-tica no centro da cidade deSão Paulo”, destacou Nomu-

    ra. “Essa área é um importan-te espaço livre na região cen-tral, justamente pleiteada pelapopulação local e por entidadesambientalistas, como a Funda-ção SOS Mata Atlântica .”

    Compensação – O vereadorentende que não há dúvidasque a preservação de maisesta importante área verdadepaulistana. “É o passo certo noirreversível processo de recu-peração do centro de São Pau-lo”, disse Nomura

    O vereador explicou que as695 árvores plantadas no ter-reno, bem como o conjuntoarquitetônico, estão tombadospelo Conpresp, e, por isso, ne-nhuma árvore pode ser corta-da..

    ADMINISTRAÇÃO

    Audiência debate criação doParque Municipal Augusta

    CIDADES/BELO HORIZONTE

    Prefeito quer atrairinvestimentos japoneses

    As oportunidades de negó-cios em Belo Horizonte (MG)e o potencial de investimentosoferecidos pelo município fo-ram apresentados em palestrado prefeito Fernando Pimentelpara empresários e investido-res japoneses. A exposiçãoocorreu almoço mensal daCâmara de Comércio e Indús-tria Japonesa do Brasil, no úl-timo dia 14, no Maksoud PlazaHotel, em São Paulo, quandoo prefeito enumerou os dife-renciais e avanços nas áreasdo comércio, indústria, turismoe serviços. Um conjunto deintervenções urbanas estárevitalizando a capital mineirae transformando a cidade emum destino importante para in-vestimentos nacionais e inter-nacionais.

    O prefeito foi convidadopelo diretor-geral da Câmara,Fujiyoshi Hirata, como um re-sultado da visita, em novem-bro do ano passado, de umacomitiva japonesa que estevena cidade para conhecer o es-paço do Parque Tecnológico(BHTec), criado para estimu-lar a instalação de empresasde base tecnológica. A implan-tação do BHTec, que já estácom a infra-estrutura prontapara receber as empresas, foium dos atrativos apresentadospelo prefeito, assim como oprojeto do Rodoanel, obra viá-

    ria que terá 65 quilômetros deextensão, passando por váriascidades da Região Metropoli-tana, eixos do desenvolvimen-to da capital nos próximos anosao lado do incentivo à abertu-ra e crescimento de empresas.

    Centenário – Pimentel infor-mou que a capital mineira es-tará participando intensamen-te das comemorações do cen-tenário da imigração japonesa,inclusive recebendo em junhopróximo a visita do príncipeherdeiro japonês Naruhito. Acidade vai ganhar, em breve,dois importantes marcos alu-sivos à data. Estão previstaspara junho as inaugurações deum Jardim Japonês, na Funda-ção Zoobotânica, e do Memo-rial da Imigração Japonesa, noParque Ecológico daPampulha.

    O presidente MakotoTanaka elogiou o prefeito, des-tacando em seu discurso,“como um político que tem umfuturo brilhante e bastante pro-missor”, lembrando de sua ele-vada popularidade e pelo prê-mio que recebeu em 2005 “deoitavo melhor prefeito do mun-do – título conferido pelo siteinglês World Mayor aos me-lhores gestores públicos do pla-neta”, cuja sua fala foi inter-rompida por calorosos aplau-sos da platéia presente.

    Prefeito destacou virtudes que podem atrair empresas japonesas

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  • 6 JORNAL NIPPAK São Paulo, 22 de março de 2008

    Naruhito confirma visita ao Riopara governador Sérgio Cabral

    DIPLOMACIA CULTURA JAPONESA

    Hoje, sem Cinema Japonês

    Cena de La Strada de Frederico Fellini

    POR MARI SATAKE

    Ainda sobre o Cinema Ja-ponês e as comemorações doCentenário da Imigração Ja-ponesa no Brasil, acabamosde ter em São Paulo, a mos-tra “100 anos de Japão noBrasil”. Seleção de 20 títulosde consagrados diretorescomo Mizoguchi, Ozu, Kuro-zawa e outros mais. Raraoportunidade oferecida aopúblico paulistano que dispu-sesse de tempo livre ou es-quema para a reserva de in-gresso para uma das três ses-sões diárias oferecidas.

    Confesso que fiquei bas-tante desapontada ao saberde duas senhoras amigas queatravessaram a cidade paraassistir a algum dos filmes etiveram a decepção de nãoencontrar os ingressos. Paraa sessão das 13h30, ao che-gar à bilheteria por volta das12 horas, foram informadasque os ingressos e as senhasextras estavam esgotadastanto para a sessão pretendi-da quanto para a sessão das16 horas. Foram informadaspela funcionária da bilheteriaque se quisessem ainda ha-via alguns ingressos disponí-veis para a sessão das 19horas. É claro que elas nãoquiseram. Pergunto: - ondeficariam e o quê fariam duassenhoras idosas em plenocentro de São Paulo, enquan-to esperassem por sete horas,pela sessão gratuita? Assimcomo elas que atravessarama cidade, soube de algunsoutros casos semelhantes depessoas que não consegui-ram os ingressos por não te-rem chegado ao local por vol-ta das 10 horas da manhãpara uma sessão que come-çaria apenas às 16 horas.

    Lamentável, e nada respei-toso para o público, principal-mente, em se tratando de umacidade com as dimensões edificuldades de transporte elocomoção como é o nossocaso aqui em São Paulo.

    Em várias outras oportu-nidades, tivemos mostras gra-tuitas de cinema. Nuncaocorreu de ficar sem ingres-so quando me interessei pe-los filmes. Também nuncaprecisei ir buscar o ingressoàs 10 horas da manhã paraqualquer horário que fosse nodecorrer do dia. Bastava che-gar com uma hora de ante-cedência. Vi vários e bons fil-mes gratuitamente.

    Diante da infame logísticade distribuição de ingressosdesta última mostra, acheimelhor nem me dar ao traba-lho de tentar ver algum dosfilmes que inicialmente pen-

    sei Paciência! Não foi destavez. Oxalá tenhamos umaoutra oportunidade. Por ora,ficou o gosto de que pena!

    Já que não vi nenhum dosfilmes pretendidos, resolvi pe-gar uma sessão de cinemanormal. Imbuída pelo espíritodos filmes antigos que dese-jei ver e também me preca-vendo contra uma possíveldecepção gerada por uma máescolha, resolvi ir assistir a umclássico do cinema italiano, LaStrada ou A estrada da vidado diretor Frederico Fellini.Filmado em 1.954, ganhou oOscar de melhor filme estran-geiro em 1.956.

    Com trilha sonora de NinoRota e interpretação dos ma-gistrais Anthony Quinn eGiuletta Masina, o filme sepassa na Itália do pós-guerraimersa na miséria onde amaior parte da população nãotinha o que comer. Um dosmais belos filmes já produzi-dos é pura poesia nas telasde cinema.

    Poesia doce encarnadapor Giuletta Masina, a pe-quena Gelsomina, mulhercujo maior atrativo é a inge-nuidade, vendida pela mãe aobrutamontes Zampano, artis-ta mambembe que vive dostrocados recebidos ao exibirseus músculos e sua forçaarrebentando correntes.Com o triciclo de Zampanopercorrem pela estrada daItália pobre e decadente, cru-zando com os mais variadostipos humanos. São dois se-res impenetráveis, a peque-na Gelsomina em seuintransponível mundo de so-nhos ou de vazio e obrutamontes Zampano, rudee grosseiro saciador das ne-cessidades físicas. Dois se-res intransponíveis e incomu-nicáveis porém, unidos poralguma misteriosa força. Àdupla, se junta um terceiropersonagem, o palhaço equi-librista, o Louco. Entre Gel-somina e o Louco se esta-belece o entendimento. OLouco e Zampano, ao con-trário, vivem se provocando.Numa das provocações,Zampano mata o Louco. Àpartir da morte do Louco,Gelsomina se encerra de vezem seu impenetrável mundoe é abandonada por Zampa-no. Gelsomina não resiste pormuito mais tempo, morretambém. Tempos mais tar-de, ao saber da morte de Gel-somina, vemos na tela umZampano encolhido, cabis-baixo, chorando. Talvez, pelamorte da antiga companhei-ra de estrada. É como se obrutamontes houvesse final-mente se humanizado.

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    CULINÁRIA

    IPK e Sakura apresentam cursosem entidades beneficentes

    O Instituto Paulo Kobaya-shi (IPK) e a Sakura NakayaAlimentos se uniram para de-senvolver projeto de inclusãode pessoas da terceira idade,com a realização de cursos deculinária em entidades benefi-centes.

    Os cursos, gratuitos, foramministrados na Acrec (Associ-ação Cultural Recreativa e Es-portiva Carrão), na AssociaçãoNikkei de Cidade Ademar e naAssociação Cultural e Esporti-va Saúde em beneficio de maisde cem alunas no total, queaprenderam receitas desenvol-vidas pela Sakura especialmen-te para esse programa. Toda aestrutura e os contatos entre asentidades e a indústria foram fei-tos pelo IPK. As participanteslevam apenas um quilo de ali-mento não perecível, que porsua vez é dirigido a outras enti-dades carentes.

    “É um exemplo de parce-ria perfeita para o Instituto,

    criado justamente para servirde intermediário entre a inici-ativa privada e a comunidade,no desenvolvimento de açõessociais em áreas onde o poderpúblico não atua”, resumiuVictor Kobayashi, presidentedo Instituto Paulo Kobayashi.

    O curso é composto de doismódulos, cada um com aulasde cerca de duas horas de du-ração, e são apresentadas re-ceitas diferenciadas utilizandoos produtos da marca com “di-cas” de manuseio e apresen-tação no preparo de pratos di-ferentes, saudáveis e renova-dos. Na primeira aula, foramfeitos à base de ProteínaTexturizada de Soja, conheci-da como carne de soja

    Há cursos programados emoutras entidades beneficentes,e os interessados em partici-par do projeto podem entrarem contato com o IPK, atra-vés do telefone: 11/3288-8989,com Cláudio Sampei.

    Aulas especiais de culinária despertaram interesse de público

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    TRADIÇÃO

    Oshibana: técnica que utilizacores e formas das flores

    Os nikkeis marcaram pre-sença na exposição de Oshi-bana Art, no Pavilhão Japonês(Parque do Ibirapuera), emSão Paulo, no último domingo(16). A mostra foi idealizadapela professora Mirian SanaeUeda Tatsumi, 50, que apren-deu a técnica na EscolaFushigina Hana Club (Japão),no ano de 1996.

    Segundo ela, a exposiçãohomenageia o Centenário daImigração Japonesa no Brasil,é uma oportunidade de mos-trar seu trabalho, além de di-fundir uma arte pouco conhe-cida no Brasil.

    A arte da ohibana é uma téc-nica que consiste em prensaras flores. A desidratação dasflores e folhas era uma técnicaegípcia muito utilizada nos per-gaminhos. Com o passar dostempos, os japoneses desenvol-veram e aperfeiçoaram umahabilidade de manuseio especialpara manter a cor natural dasflores e folhas e produzir danatureza morta uma extraordi-nária arte com muita vida.

    Para o manuseio dos vege-tais na montagem e formaçãodas paisagens são utilizadas

    pinças, para que a umidade dasmãos não passe para os vege-tais desidratados. Os quadrossão fechados a vácuo, manten-do assim as próprias texturase as cores naturais por muitomais tempo.

    Aprender oshibana não re-quer prática nem tampoucohabilidade. Qualquer pessoa,de qualquer idade podedesenvolvê-la, mesmo quenunca tenha feito trabalhomanual. A arte da oshibanacativa muita gente, desde do-nas de casa, aposentados, pro-fissionais liberais. Porém, nasua maioria, as mulheres pre-dominam nos cursos.

    “Os benefícios da oshibanasão muitos entre eles: eleva aauto-estima, desenvolve seusenso criativo, faz com quevocê se sinta bem e harmoni-zado com a natureza”, acres-centa Tatsumi.

    Veja onde praticar Oshiba-na art : Atelier Oshibana Art,professora Mirian Tatsumi,Rua Tamandaré, 355 - Liber-dade. Tel. 11/ 3207-4279.(Luci Júdice Yizima, do VivaLiberdade, especial para oJornal Nippak)

    Professora Mirian Sanae com alguns de seus alunos no curso

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    Opríncipe herdeiro Na-ruhito recebeu o go-vernador do Rio deJaneiro, Sérgio Cabral, na tar-de do último dia 13, no PalácioImperial, em Tóquio. Na con-versa, descrita por Cabralcomo “descontraída”, Naruhi-to anunciou pessoalmente queestenderá ao Rio de Janeiro asua visita ao Brasil marcadapara junho. O príncipe viajarápara participar das comemo-rações do centenário da imi-gração japonesa no Brasil.

    O governador, que presidea comissão organizadora dosfestejos, agradeceu a visitaanunciada e lembrou a Naruhi-to que recebeu os pais dele - oimperador Akihito e a impera-triz Michiko -, quando eles es-tiveram no Brasil em 1997 eCabral era presidente da As-sembléia Legislativa do Esta-do do Rio (Alerj).

    Chamou a atenção do go-vernador o encantamento deNaruhito quando Cabral lhepresenteou com três DVDs deTom Jobim. O príncipe, queconheceu o Rio em 1982, dis-se que adora bossa-nova e asnossas praias.

    “Achei que o príncipe her-deiro é carioca. Era só ver aexpressão dele na hora em queentreguei os DVD’s e disseque eram do Tom Jobim”, brin-cou Cabral, numa referênciaao interesse e ao conhecimen-to de Naruhito sobre o Rio.

    O tema do encontro foialém. O governador falou ain-da sobre a situação econômi-ca favorável em que se encon-

    tra o Brasil e, em especial, oEstado do Rio. Explicou que opresidente Luiz Inácio Lula daSilva desenvolve um Progra-ma de Aceleração do Cresci-mento (PAC) nas favelas eque, de todos os estados, “o Rioé o mais beneficiado por umaonda de investimentos do go-verno federal”.

    Segundo Cabral, o príncipemostrou-se curioso sobre o

    PAC, seus resultados nas fa-velas, e desejou ao governa-dor sucesso na missão de go-verno e empresarial que cum-priu no Japão para atrair no-vos investimentos para o esta-do. O governador visitou opríncipe acompanhado do em-baixador do Brasil em Tóquio,André Amado, e do Cônsul-geral do Japão no Rio, Masa-hiro Furukawa.

    Governador Sérgio Cabral antes do encontro com Naruhito: idéia é trazer investimentos para o Estado

    MARCELO HORN/ GOVERNO DO RIO DE JANEIRO

    O Banco Real lançou oRealCap Centenário, título decapitalização que terá parte darenda revertida para oito fes-tividades oficiais de comemo-ração do Centenário da Imi-gração Japonesa. Com parce-la única de R$20 a R$ 2 mil, oRealCap Centenário ofereceprêmios mensais de 100 vezeso valor da parcela e tambémprêmios trimestrais no valor de

    1000 vezes. Os prêmios vari-am de R$ 2 mil a R$ 2 milhões!Cada cliente recebe quatronúmeros para concorrer aossorteios, que são apurados combase na Loteria Federal do úl-timo sábado de cada mês.

    O relacionamento da insti-tuição com a comunidade ja-ponesa é de longa data. “Vemdesde o Banco América do Sule continua sendo valorizado e

    respeitado pelo Banco Real. Odesenvolvimento de produtos eserviços como o RealCap Cen-tenário é mais uma forma dereconhecer essa parceria”,afirma Patrícia Feltrin, Supe-rintendente de Produtos deSeguros, Previdência e Capi-talização.

    O Real CapCentenário con-ta com prazo de vigência de 48meses e o resgate final é de

    100% do valor pago, corrigidopela TR. O produto está dispo-nível para correntistas e nãocorrentistas do Banco Real.Para obter informações sobreos resultados dos sorteios, bas-ta consultar o site www.bancoreal.com.br CapitalizaçãoNúmeros Sorteados, as agên-cias do Banco Real ou o servi-ço de atendimento Disque Realno telefone 0800 723 5005.

    INVESTIMENTOS

    Banco Real lança titulo de capitalização em comemoração aoCentenário da Imigração Japonesa

  • São Paulo, 22 de março de 2008 JORNAL NIPPAK 7

    w w w . p r o d u t o s o r i e n t a i s . c o m . b r

    CENTENÁRIO

    Primeiro ensaio técnico reúneatrações artísticas no Sambódromo

    OPINIÃO

    Olhemos o espelhoCRISTOVAM BUARQUE*

    Nesta semana, lembrei deum colega de curso primário,Fernando Acosta Rodrigez, omelhor aluno da turma, filhode espanhóis bem recebidosno Brasil, há quase 60 anos.Hoje, Fernando é tão brasi-leiro como qualquer de nós, edeve ter ficado indignado como comportamento dos funci-onários de fronteira do aero-porto de Barajas, que impe-diram brasileiros de entrar naEspanha porque não compro-varam dispor de dinheiro su-ficiente para ficar no país.

    Com razão, reclamamosdo fato dos jovens brasileirosserem barrados na fronteirada Espanha quando iam fa-zer um curso. Mas nós mes-mos não deixamos entrar nasboas escolas os filhos daque-les que não podem pagar asmensalidades. Os muros dasnossas escolas são tão pro-tegidos quanto as fronteirasdos aeroportos do mundo.Ainda pior, porque se o imi-grante consegue entrar, podeficar anos circulando clan-destinamente; mas nas esco-las e faculdades, se o alunonão pagar, as catracas auto-maticamente o barram na pró-xima vinda à aula.

    No Brasil, a entrada dequalquer hospital de qualida-de é protegida por barreirasmais difíceis de atravessar doque as fronteiras européias.Para entrar, não basta estardoente, é preciso ter dinhei-ro, conta bancária, documen-tos de seguro em dia. As exi-gências da portaria do hospi-tal brasileiro são muito maisrígidas do que dos aeropor-tos na Espanha.

    Se um brasileiro pobreconseguir pagar o ônibus parair a um shopping, corre o ris-co de ser abordado pelo se-gurança e convidado a se re-tirar, porque não parece per-tencer àquele mundo de con-sumo, por causa da roupa, dochinelo, dos dentes. Ou sim-plesmente porque, para osguardas, ele representa umaameaça aos privilegiados fre-qüentadores, tanto quanto,para os guardas de fronteiraespanhóis, nós somos umaameaça aos privilegiados ha-bitantes da Comunidade Eco-nômica Européia.

    Ver nossos compatriotasimpedidos de entrar na Espa-nha é um absurdo que devenos indignar, mas não nos es-queçamos dos 16 milhões debrasileiros adultos impedidosde entrar na modernidadeporque não receberam ascondições para serem alfabe-tizados. Criticamos o exces-so de zelo nas fronteiras es-panholas impedindo a entra-da de brasileiros naquele país,para estudar ou trabalhar, enos esquecemos da nossafalta de zelo de permitir queos brasileiros recebam a edu-cação e a formação profissi-onal para entrar no mundo dotrabalho.

    Precisamos manifestarnossa indignação com o com-portamento dos países ricosque a cada dia dificultam maiso ingresso de turistas, estu-dantes, trabalhadores em bus-ca de alternativas melhoresno exterior. Mas precisamosolhar no espelho de nossa pró-pria sociedade, e nos pergun-tarmos por que só merececrítica o comportamento dospoliciais da fronteira contraalguns brasileiros que vão aoexterior, ignorando o compor-tamento do emaranhado defronteiras dentro do Brasilcontra os brasileiros que de-sejam alguma alternativa aquidentro.

    O Brasil é um país dividi-do por fronteiras tão rígidasquanto as do aeroporto deBarajas ou qualquer outro deum país rico. Nós barramosos brasileiros.

    E há uma fronteira pior: ados olhos fechados, da faltade percepção para ver estasfronteiras contra os brasilei-ros pobres. E que é capaz deprovocar a recusa de artigoscomo este, dizendo que émuito diferente o impedimen-to de um turista entrar em umpaís estrangeiro e de um do-ente entrar em um hospitalem seu próprio país. Diferen-te contra que lado do espe-lho: dos espanhóis ou dos bra-sileiros?

    *CristovamBuarque éprofessor daUniversidadede Brasília eSenador peloPDT/DF

    *SHIGUEYUKI YOSHIKUNI

    Outro dia, num domingo,ao sair do restaurante, esta-va ele ali na entrada. Via-seque a vida não lhe fora nadafácil. Seus ossos salientavamsob a pele, de tanta magreza.Tudo indicava que nunca pôdese alimentar a contento. Edemonstrava estar com fo-me. Era educado. Não aden-trava para o interior do res-taurante, embora ninguém es-tivesse ali para impedi-lo. Aome ver, sorriu. Balançou orabo. Nunca tinha visto umcão tão alegre, fato difícil deacontecer em situação da-quela. Perguntei-lhe o queestava fazendo ali. Queriacomida, por certo.

    Quando já pensava emretroceder e pegar algo paraele, saiu uma senhora commarmitex e ele mais do quedepressa seguiu-a. Deve terganho algo, pois não voltou.Aquela sensação de bem es-tar pelo sorriso fugidio de umsimples cão me acompanhaaté hoje. Aquela demonstra-ção de alegria, de afeto, foimais importante para mim doque se partisse da GiseleBundchen. Quando a melan-colia bate às portas, lembro-

    me daquele sorriso e a triste-za dói menos.

    Outra história curta, mashumana – Numa recente ro-maria a Álvares Machado,encontrei antigo colega doBanco do Brasil, hoje ambosestamos aposentados. Faziabom tempo que não nos vía-mos. Conversa vem, conver-sa vai, apresentou-me a suamulher. Ainda era bem visto-sa, apesar da idade. Você selembra dela, não? Ela pare-cia bem distante, alheia aonosso bate-papo. Somentesorria. Não estranhe. Ela so-fre de Alzheimer há bom tem-po. É como se fosse uma cri-ança, sem passado, presenteou futuro. Tínhamo-nos sepa-rados, depois que ela me co-locou um bom par de chifresna testa, confidenciou-me.

    Já sabia dessa história an-tes, daí a surpresa quando osvi juntos, reconciliados. Masquando soube da sua molés-tia e que ela fora abandona-da, passava privação, fuibuscá-la. Você tem um cora-ção gigante. Para mim atéque foi confortador. Trato-acomo se fosse minha filha quenunca tive.*Shigueyuki Yoshikuni éjornalista e reside em Lins

    ARTIGO

    Duas histórias curtas, mas reais

    A comunidade nikkei com-pareceu em peso ao primeirofinal de semana dos “100 Anosem 100 Dias”, série de even-tos promovidos pela Prefeitu-ra de Suzano e a ComissãoSuzanense para Celebração doCentenário da Imigração Japo-nesa no Brasil, em comemo-ração aos cem anos da che-gada dos primeiros imigrantesno País. No sábado (15), aabertura oficial foi seguida pelacerimônia do chá e o Festivalde Taikô, no Teatro MunicipalDr. Armando de Ré. Na tardede domingo (16), o mesmo es-paço recebeu o Festival deDança Japonesa. A Praça Ci-dade das Flores foi palco, noinício da noite, de apresenta-ções culturais e esportivas e deuma bela queima de fogos quemarcou a inauguração da de-coração da cidade para o pe-ríodo.

    A Praça Cidade das Floresrecebeu iluminação e decora-ção alusivas ao centenário,com lanternas japonesas, toriis(portais) e cinco bonecos gi-gantes de personagens da cul-tura oriental. Lanternas típicasjaponesas enfeitam também asruas General Francisco Glicé-rio e Benjamin Constant, e aPraça João Pessoa teve o seucoreto transformado em umaréplica de templo em estilo ja-ponês.

    Na cerimônia de abertu-ra, o presidente da ComissãoSuzanense para Celebração

    INTERIOR

    Suzano abre oficialmente ano do Centenário com eventoscou que, além dos cem anosda imigração japonesa, em2008 também se comemora120 da abolição da escravatu-ra. “São povos que se encon-traram neste território imenso.Por isso o Brasil é um país tãorico e tão diversificado”, co-mentou, reiterando a importân-cia dos festejos regionais. “Te-remos uma programação bas-tante diversificada, com atoscívicos, culturais, esportivos ereligiosos, para celebrarmosestes cem anos com toda apopulação”. Ele ainda desta-ca na programação a recep-ção à comitiva de Komatsu, ci-dade-irmã de Suzano no Ja-pão, que estará na cidade de20 a 24 de junho, e a Expo 100- Exposição Agrícola, Industri-al, Comercial e de Serviços eFeira Gastronômica, de 20 a22 de junho, que tem o objeti-vo de apresentar aos morado-res o que é produzido em Su-zano, nas mais diversas áreas.

    do Centenário da ImigraçãoJaponesa no Brasil, JorgeUeno, ressaltou a importân-cia da participação da Pre-feitura nas comemorações:“A colônia japonesa não con-seguiria, sozinha, realizar umevento deste montante.Agradeço o empenho do pre-feito Marcelo Candido e da

    primeira-dama Brenda Can-dido”, disse.

    Candido afirmou que a ho-menagem que Suzano prestanestes cem dias é justa portoda a importância que a colô-nia japonesa tem na cidade,seja no desenvolvimento daeconomia, seja na perpetuaçãoda cultura oriental. Ele desta-

    Prefeito Marcelo Candido participa de cerimônia do chá

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    Na corrida para resolvertodos os detalhes refe-rentes à festa nos dias21 e 22 de junho, a Associa-ção do Centenário preparapara hoje (22) e amanhã (23)uma prévia do que será vistono festejo daqui a três meses.No Sambódromo do Anhembi,parte dos grupos que irão seapresentar farão o primeiroensaio técnico no local. O in-tuito é saber detalhes sobre osformatos da apresentação, du-ração e logística a serem usa-das nas datas oficiais.

    Coordenador da ComissãoArtística da Associação paraComemoração do Centenárioda Imigração Japonesa noBrasil, Tadao Ebihara explicaque os preparativos estão atodo o vapor, especialmentequando se fala na distribuiçãodos grupos artísticos. E arre-mata: todo o planejamento jáestá definido, faltando algunsdetalhes “de bastidores” parase fechar a programação.

    “Esta será o primeiro en-saio [não aberto ao público], noqual vamos avaliar não a qua-lidade artística dos grupos, massim os detalhes técnicos. Que-remos saber, por exemplo,quanto tempo um grupo demo-ra para entrar e sair do Sam-bódromo e como os integran-tes lidarão, nos dias 21 e 22 dejunho, uns com os outros. Ser-ve para ter uma prévia decomo nós, da comissão, nossairemos também”, dizEbihara, lembrando que os pre-parativos, desgastantes comoele mesmo diz, foram recom-pensadores. Mesmo que ain-da faltem três meses.

    “Trabalhamos muito paraproporcionar aos imigrantesjaponeses uma festa inesque-cível. Alguns me criticaram poreu agir de determinada forma,de não seguir alguns parâme-tros. Mas mesmo assim seguiem frente e quero fazer o me-lhor possível. Já os que ‘joga-ram contra’ só tenho a lamen-

    tar. Muitos nem são de comis-sões dentro da Associação efalam que fazem parte da di-retoria. Enfim, o importante énão dar ouvidos e trabalhar”,desabafa.

    Dividido em três partes, asapresentações no Sambódro-mo em junho contarão comuma verdadeira miscelânea decultura japonesa. A começarpela presença de 1000 tocado-res de taikô, que apresentarãoa música “Kizuna”. Em segui-

    da, entram em cena danças,música, artes marciais, dentreoutras demonstrações artísti-cas.

    O único empecilho quandose fala na apresentação é emrelação à terceira parte daapresentação. Do projeto inici-al, previa-se demonstrações dedanças, ginástica e taikô. Po-rém, trocou-se todo o bloco poruma apresentação da história daimigração, exemplificado comos carros alegóricos da Unidos

    de Vila Maria, que no últimoCarnaval homenageou a comu-nidade. O ponto de interroga-ção dá-se pois não está fecha-da a participação da agremia-ção. “Estamos na espera e ésó o que falta para nós. Casonão se consiga fechar com aVila Maria, temos um Plano B.De qualquer forma, são ques-tões que estão fora de nosso al-cance mas que gostaria de veracertadas o mais rápido possí-vel”, explica Ebihara.

    Enquanto Tadao Ebiharasegue com o cronograma àrisca, alguns detalhes têm ti-rado o sono do coordenadorda Comissão Artística. A pri-meira é em relação às refei-ções para quem for partici-par da programação artística.Como o orçamento é relati-vamente apertado para a fes-ta no Sambódromo, ele sabeque dificilmente a Associaçãodo Centenário e o InstitutoBrasil-Japão de IntercâmbioCultural e Social terão condi-ções de arcar com os custos

    de alimentação. No total, se-rão cerca de 16 mil pessoasque farão parte das apresen-tações.

    “Eu não posso asseguraralimentação para todos, atéporque não é um assunto quenós, da Comissão, podemosdecidir. Depende muito decomo estão as arrecadações”,diz ele, acrescentando que aomenos água tem de estar à dis-posição. “Imagine todos seapresentando e sem água erefeição. É um absurdo. Pelomenos água vamos ter de ter.”

    Indagado se vale a pena,mesmo com todos os percal-ços burocráticos enfrentadosaté então, continuar à frentede uma comissão do Cente-nário, Ebihara é enfático: tudovale a pena para homenage-ar os velhos imigrantes. “Pro-blemas todos temos. Unsmais, outros menos. Porém,não me arrependo de ter as-sumido essa responsabilidadede coordenar a parte artísti-ca. É uma grande felicidade.Mesmo com todos essesaborrecimentos.”

    ‘Quero ao menos água para os participantes’, diz coordenador

    Palco do festival da imigração deve ganhar contornos especiais nos dias 21 e 22 de junho

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  • 8 JORNAL NIPPAK São Paulo, 22 de março de 2008

    ARTE

    ‘Japan Pop Show’ reúne 12 artistaspara mostrar cultura urbana

    MODA

    Soho lança Coleção Inverno2008 em desfile exclusivo

    O Soho Creator, um grupode profissionais do Soho HairInternational responsáveis eminovar, inventar e criar as co-res e cortes que refletem astendências internacionais, iráapresentar a Coleção Inverno2008, na próxima terça-feira(25), no Senac Lapa Faustolo,às 19h30.

    A coleção, que traz comotema “Reflexo dos Tempos”,retrata os séculos 20 e 19 atra-vés dos valores estéticos (be-leza, equilíbrio e harmonia).Serão apresentados 29 looks,divididos em quatro conceitos:Cabaret, Neo Divas, Mix 70 eNo Rules. Cada bloco traráuma leitura do que será ten-dência em corte, coloração,penteados e maquiagem.

    Erika Sayuri, integrante daequipe Creator e uma das res-ponsáveis pelas criações dodesfile, ressalta que o maisimportante e está sempre na

    moda, é manter o cabelo deacordo com a personalidade.“Por isso criamos quatro con-ceitos, justamente pensandoem apresentar estilos que pos-sam fazer a cabeça de todasas mulheres”, diz Erika.

    O desfile acontecerá comapoio da Trucco e parceria como Senac Lapa Faustolo, res-ponsável pela criação e produ-ção dos figurinos. Ex-alunos docurso livre Modelagem e Con-fecção Feminina e do Técnicoem Estilismo e Coordenação deModa, da instituição, desenvol-verão os 29 looks, que serãoutilizados no desfile. Pioneiris-mo, credibilidade e apoio à re-alização de uma moda brasilei-ra resumem o desempenho doSenac São Paulo em um dossegmentos de maior visibilida-de nos últimos anos no país.

    O Senac Lapa Faustolofica localizado na Rua Fausto-lo, 1347, Lapa.

    Novos looks prometem agradar mulheres modernas

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    O Santander homenagea-rá os 100 anos da imigraçãojaponesa com uma exposiçãode artes no saguão do Edifí-cio Altino Arantes, no centrode São Paulo, a partir demaio. Mas duas obras já po-dem ser vistas pelos visitan-tes do Museu Santander, noEdifício: Sonho de Princeza(sic), produzida por ManabuMabe em 1967 (aliás, esta foia primeira obra adquirida pelomuseu do Banco), e um óleosobre tela, de Kazuo Waka-bayashi, de 1969.

    A mostra terá 14 obras, desete artistas, pertencentes aoacervo do Museu Santander.São quadros de óleo sobre tela,aquarelas e esculturas de már-more assinadas por TomieOhtake, Manabu Mabe, Tika-shi Fukushima e Kazuo Waka-bayashi.

    Com entrada franca, a ex-posição estará em cartaz de20 de maio a 28 de junho, desegunda a sexta-feira, das 10

    CENTENÁRIO

    Santander homenageia imigração com mostra no centro de SPMaru, as primeiras 165 famí-lia japonesas que chegaram aoBrasil desembarcaram no por-to de Santos, no dia 18 de ju-nho de 1908. Tomie Ohtake éuma das mais reconhecidasartistas de ascendência japo-nesa no país. Nascida na ci-dade de Kioto, em 1913, Tomiechegou ao Brasil em 1936 e senaturalizou quase três décadasdepois. Ela começou a pintarcom 40 anos de idade e, hoje,aos 95 anos, é considerada a“Dama das Artes PlásticasBrasileiras”. Durante a déca-da de 1960, Tomie dedicou-sea pintar abstrações informais,período em que aprimorou suatécnica.

    MUSEU SANTANDERFUNCIONAMENTO: DE SEGUNDA ASEXTA-FEIRA, DAS 10H ÀS 17HENTRADA FRANCAONDE: EDIFÍCIO ALTINO ARANTES(RUA JOÃO BRÍCOLA, 24 – CENTRO –SP – PRÓXIMO À ESTAÇÃO DO METRÔSÃO BENTO)

    às 17h00.Para a gerente de Relações

    Institucionais do Santander, Síl-via Balbo Messias, a exposiçãoaproveita o rico acervo do mu-seu para prestar uma homena-gem ao talento dos artistas ja-poneses ou descendentes. “OEdifício Altino Arantes é conhe-

    cido como cartão postal da ci-dade de São Paulo, porém pou-cos conhecem o Museu San-tander, localizado no prédio. Porisso, resolvemos apresentar es-sas obras ao público, duranteeste período festivo”, afirma.

    Depois de uma viagem detrês meses no navio Kasato

    Obras trazem óleo sobre tela e aquarelas de artistas consagrados

    DIVULGAÇÃO

    Maquetes reproduzem templos e palácios japoneses históricos

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    EXPOSIÇÃO

    Palácio dos Bandeirantesprossegue mostra de templos

    Para quem optou ficar emSão Paulo neste feriado prolon-gado, não faltam opções. Umadica de passeio é conferir aexposição de maquetes de tem-plos e palácios japoneses noPalácio dos Bandeirantes. Nes-te final de semana (22 e 23), aexposição estará aberta das 11às 16h para que os visitantespossam conhecer um poucomais da história do Japão.

    O evento faz parte do ca-lendário estadual de comemo-rações do Centenário da Imi-gração Japonesa no Brasil. Asobras são exibidas em torno deum jardim japonês criado es-pecialmente para a mostra epertencem ao Consulado doJapão de São Paulo. Entre asobras destacam-se as repro-duções do santuário xintoístaItsukushima, cuja construçãodata do século VI, e do caste-lo Himeji, que é considerado o

    maior e mais belo castelo detodo Japão e que levou cercade trezentos anos para serconcluído.

    Além disso, o público po-derá conhecer 24 xilogravurasjaponesas do século 17 que re-presentam cenas de batalhasentre samurais. As obras per-tencem ao Acervo dos Paláci-os do Governo do Estado deSão Paulo.

    EXPOSIÇÃO DE TEMPLOS EPALÁCIOS DO JAPÃOQUANDO: ATÉ 8 DE JUNHO. SÁBADOS EDOMINGOS, DAS 11 ÀS 16HONDE: PALÁCIO DOS BANDEIRANTES(AV. MORUMBI, 4.500 - PORTÃO 2 -SÃO PAULO – SP)INFORMAÇÕES PELO TEL.: 11/2193-8282AGENDAMENTO ELETRÔNICO:WWW.ACERVO.SP.GOV.BRTODAS AS VISITAS SÃO ACOMPANHADASPOR MONITORESENTRADA FRANCA

    A Assembléia Legislativade São Paulo também promo-ve sua abertura oficial do anodo Centenário da ImigraçãoJaponesa no Brasil. Na terça-feira (25) haverá um eventoalusivo à data e que marca,ainda, os trabalhos dos depu-tados estaduais para as come-morações.

    Na ocasião, autoridadesinauguram a exposição“Ikebanas – A tradição da be-leza e do equilíbrio”, reunindotrabalhos dos mais diferentestipos e estilos. O evento deabertura acontece no Hall Mo-numental da própria Assem-bléia, a partir das 19 horas.

    Além da exposição, have-

    EVENTO

    Assembléia abre ano do Centenário com exposição de ikebanarão outros projetos para ascomemorações do Centenário.Para cuidar da programaçãoespecífica da Assembléia, háuma comissão constituída es-pecificamente, cujos represen-tantes são os deputados AldoDemarchi, Carlinhos Almeida,João Caramez, Luiz CarlosGondim, Maria Lúcia Prandi,

    Said Mourad, Samuel Moreirae Vinícius Camarinha.

    Durante a cerimônia, estáprevista a apresentação doCoral Bunkyo, que interpreta-rá canções nacionais e japone-sas. Considerado um dos maisativos e tradicionais dentro dacomunidade, o grupo prometeemocionar os presentes.

    Disposta a entrar no âm-bito das comemora-ções do Centenário daImigração, a Galeria ChoqueCultural abriu, no último dia 15,a exposição “Japan Pop Show”,que traz artistas da comunida-de para retratar as peculiarida-des da cultura japonesa.

    No total, foram convidados12 artistas, sendo três brasilei-ros e nove japoneses nas maisdiferentes técnicas, espalhadospelos três andares do prédio.A exposição fica em cartaz atéo dia 30 de abril e a idéia é tra-zer, também, raízes da culturaurbana cosmopoli-ta.

    A curadoria ficapor conta da japo-nesa YumiTakatsuka, que par-ticipa do “JapanPop Show” commadeiras escava-das e aquareladas,e de seu marido, TitiFreak, que trabalhacom spray ecanetão diretamen-te na parede. Alémdeles, Whip (comseus desenhos epinceladas) e Buia(e suas mandalasorgânicas desenha-das a bico de pena)compõem o timedos brasileiros naexposição.

    O consumismo e

    o novo folclore urbano são re-ferências recorrentes nos tra-balhos de todos, mas os artis-tas propõe enfoques muito pes-soais. Enquanto Yumi mostracenas grotescas de corte bovi-no nos açougues em desenhose aquarelas delicadíssimos, líri-cos, quase sensuais, Titi Freakimprime seu desenho virtuosoe gestual sobre os mais varia-dos suportes, sobre as paredes,sobre tudo como se quisessetransformar todo o ambiente daexposição numa envolvente eúnica pintura orgânica.

    Completando a lista de ar-

    FOTOS: DIVULGAÇÃO

    Tendências modernas e urbanas são um dos destaques

    tistas participantes estão osjaponeses Kansuke Akaike,Taniguchi, Atsuo, JPS-Dise,Casper, Gachaco, Depaster eSpancall, cada qual com suaprópria técnica. Os trabalhosexpostos percorrem o univer-so dos mangás, animes, arttoys e da street fashion. O con-

    sumismo cosmopolita e o novofolclore urbano são referênci-as recorrentes.

    Aos interessados, a Gale-ria Choque Cultural fica na ruaJoão Moura, 997, em Pinhei-ros, São Paulo, e funciona desegunda a sábado, das 12h às19h. Entrada gratuita.Figuras extravagantes mostram cultura

  • São Paulo, 22 de março de 2008 JORNAL NIPPAK 9

    Fundação Japão sedia exposiçãocom grupo Shippo Kazu

    ARTE SHIPPO TEATRO

    História de Urashima Taro éretratada no Sesc Ipiranga

    Os conceitos e valores uni-versais encontrados na clássi-ca história japonesa do pesca-dor que viaja nas costas deuma tartaruga foi o ponto departida para a Cia. Pé no Can-to, da Cooperativa Paulista deTeatro, montar a peça “AsAventuras de Urashima Taro– Uma História do Pescador”com música ao vivo, másca-ras, bonecos e ilusionismo.

    O grupo recebeu prêmioPAC (Programa de Apoio àCultura) de projetos inéditos daSecretaria de Estado da Cul-tura em 2007. A peça está emcartaz no Sesc Ipiranga, emSão Paulo, até o dia 27 de abril.

    O espetáculo é baseado nahistória de um jovem pescadorchamado Urashima Taro, queganha uma aventura mágica aotomar uma atitude que mostrasimpatia e responsabilidade –no caso, ele salva uma tartaru-ga. Ele é então levado ao fun-do do mar, para os domínios daPrincesa Dragão. Ali, toma umlanche com a soberana e aca-ba estendendo a visita por maistempo do que deveria.

    Após um período de expe-rimentações, o pescador lem-bra-se da vila onde vivia e, es-pecialmente, da mãe. Resol-ve, então, retornar para con-tar as novidades e avisar quevoltaria ao mar. MasUrashima Taro, agora um ho-mem, assusta-se ao descobrirque, enquanto estivera fora,300 anos haviam se passadona terra.

    O SESC Ipiranga fica narua Bom Pastor, 822, Ipiranga,São Paulo. A censura é livre ea peça tem duração de 50 mi-nutos.

    Lembranças de infância e valores são retratados na peça

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    AFundação Japão SPsediará a exposição“A Beleza da Arte Ja-ponesa Shippo - Arte Contem-porânea de Esmaltação emMetal”, a partir do dia 29 demarço de 2008, com artistas dogrupo “Shippo Kazu”, da ca-pital paulista, e artistas japone-ses.

    Shippo é uma técnica deesmaltação em metal cuja épo-ca de origem é desconhecida.A tradução literária da palavraé “Os 7 tesouros celestes” etem origem de um sutra Bu-dista que diz: “como o tesourodas 7 jóias” (As peçaspossuiam as seguintes 7 jóias:ouro, prata, esmeralda, ágata,cristal, coral e pérola).

    A Origem – Após a explosãode um vulcão, observou-se quealgumas pedras vulcânicas ti-nham uma parte composta devidro. Dizem que por meio des-ta descoberta, chegou-se à for-ma de fabricação do vidro, quenão adere ao metal. Somenteanos mais tarde se descobriuo Shippo.

    A época de sua origem nãoé certa, mas foi identificado naparte superior da máscara deTutankamon como decoração.Portanto podemos dizer que asua origem se deu há 3.000A.C.. Esta arte só chegou aoJapão após ter passado pelaChina e Coréia, no final do sé-culo 16.

    No Japão – A era Keicho(1.596 – 1.615) foi quando oartista japonês HirataHikoshiroh Dojin aprendeu a

    técnica com um especialistacoreano. Dojin foi especialistado Shippo no período “EdoBakufu”, deixando obras emalgumas partes da biblioteca“Katsura Rikyu”, assim comoem partes da entrada doFusuma (tradicional entrada/porta japonesa). Esta foi umaépoca de grande desenvolvi-mento da técnica no Japão.

    No período Edo, pode serencontrado com freqüência empartes do Fusuma do temploNikkoh Toshougu ou do cas-telo de Nagoya, além de serusado como “camuflagem” depregos usados nestas duasconstruções.

    No final da era Edo, KajiTsunekichi nascido na regiãode Owari (Nagoya), estudou oShippo Holandês, criando abase do Yusen Shippo (Email

    Cloisonne). Ainda hoje essatradição é mantida em um pe-queno vilarejo, na província deAichi.

    Na era Meiji, começa a tor-nar-se mais concreto, quandoNamikawa Yasuyuki e Nami-kawa Sosuke aperfeiçoaram atécnica transmitida pelo ale-mão Wagner Gottfreat, usan-do ouro e prata de maneira ela-borada, deixando assim seusnomes na história dessa arte.

    Após o fim da SegundaGuerra Mundial e depois dareconstrução da economia ja-ponesa, quando muitas pesso-as passaram a ter uma vidamais economicamente estável,várias mulheres japonesas fo-ram atraídas pelo Shippo e odifundiram de maneira notávelpelo país. Assim, novas técni-cas dev