anno ix rio de janeiro, quarta-feira, 9 de...

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Anno IX Rio de Janeiro, Quarta-feira, 9 de Dezembro de 1914 N. 479 J^^MDAH»» A"rIII ESTE JORNAL PUBLICA OS RETRATOS DE TODOS 08 SEUS AS8IQNANTE8 ^__ ZÉ^AOACO^ Vy~~A / fnflíl k_SSTori-u^ 1 oCc A vida intima da familia Macaco é o que pode haver de mais delicioso e interessante Emquanto o chefe se pra- esta a com as grandes invenções e a Faustina com a moda, Baratinha, na sala de jantar se entrega ás experiências mai<w rarnE'aíurdias °«ue se Possam executar. Amarra o Chocolate ao lustre e, pendurado por uma corda, fal-o balançar assustado- ^-ügnte no espaço Veremos como terminam essas aventuras domesticas REDACÇAO E ADMINISTRAÇÃO Publicará^ «TO M ti.HO RUA DO OUVIDOR 164— RIO DE JANEIRO \ úmero avuUo. *íOO réis; alra/adu. r»oo reis

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Anno IX Rio de Janeiro, Quarta-feira, 9 de Dezembro de 1914 N. 479

J^^MDAH»»

"r III

ESTE JORNAL PUBLICA OS RETRATOS DE TODOS 08 SEUS AS8IQNANTE8

^__ ZÉ^AOACO^

Vy iç ~~A / fnflíl

k_ SSTori-u^ 1

oCc A vida intima da familia Zé Macaco é o que pode haver de mais delicioso e interessante Emquanto o chefe se pra-esta a com as grandes invenções e a Faustina com a moda, Baratinha, na sala de jantar se entrega ás experiências mai<wrarnE'aíurdias °«ue se Possam executar. Amarra o Chocolate ao lustre e, pendurado por uma corda, fal-o balançar assustado-^-ügnte no espaço Veremos como terminam essas aventuras domesticas

REDACÇAO E ADMINISTRAÇÃOPublicará^ «TO M ti.HO

RUA DO OUVIDOR 164— RIO DE JANEIRO\ úmero avuUo. *íOO réis; alra/adu. r»oo reis

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2 JOÃO GARNIZÈ— por A. RochaXIV

O TICO-TICO

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S_-_-_S3__-_-_B3-----__-rTrw^--r^^ai ..- "pr-: ___^fe iP^^H^ 1^^m ^H&j^fti; —~x ___________

1) Já bem longe do l_o, os dous fugitivosainda olhavam espantados, esperando a todoo momento a perseguição da policia. O tremcorria célere e á noite chegaram á estaçãoda Luz. Abandonaram o travesti e tomaram...

VP.-.B2)... suas verdadeiras roupas.

Metteram-se num modesto hotele no dia seguinte tomaram ou-tro comboio para o interior deS. Paulo. Atravessaram...

montes e valles e saltaram na estaçãode... (Não diremos o nome da estação paraque a policia não lhes descubra o padeiro)Era um logar onde havia muitas fazenda»e muito atrazo; portanto Garnizè e

?,)... D. Genoveva procuravam o que não havia: um hotel I Em com-pensação acharam um barbado fazendeiro e, comquanto desconhecidos,travaram conversa : — Bom dia ! V4ec4s são do Riu ? Eu sou o coronéNastaço, o home mais cunhicldo do lugáU Garnizè não ouviu bem, se-não teria tremido ao ouvir o nome de Anastácio.

5] Entretanto, disse ao fazendeiro, que eieram: o engenheiro Fritz Mark e Mlle. Fa0jóprofessora, ambos allemães. O coronel Anaslac'estava mesmo precisando de um engenheiro,pa1lhe medir as terras e de uma professora pa£__

0] .. .a íilha. Meia hora depois seguiam todos a cavallo para a fazenda da Água Roxa, residência do coronel,gados o fazendeiro apresentou-os: — Seu doclô engenhero c madama Ozella Fanny I Minha muié Olalia, minha rianha, nhô Quimqim; os oulro é a mucamba Loteria e o lio delia, Abé, sim sinhò!

\Conlinúa\

Lá ene;Ignac»

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O TICO-TICO

EXPEDIENTEPreços das assignaturas dos jornaes** "Sociedade Anonyma O MALHO"

Capital e Estados

8$oooi5$ooo?3$ooo3o$000

5o$ooo3o$ooo

5$0008$000

1 2$000l5$000

3$5oo6SOOO9$ooo

II$O00

Exterior

25$000I4$000

20frooI 1$0C"

2$0003$~oo5$0006$000

io$ooo6$000

6$0001 ífcooI6S00020$000

3o$oool6$00O

Vovô

Almanach d' «O Malho 3$oooAlmanach d'oO Tico-Ticoí 3$oooPelo correio mais 5oo rs.

Pedimos aos nossos assignantes,cujas assignaturas findam em 31 dedezembro mandarem reformar-las^n> tempo para que não fiquem comsuas collecções innutilisadas.

As assignaturas começam em qual-^er tempo,mas lerminam em Mar-$°, Junho, Setembro e Dezembro deCada anno. I¥ão serão acceitas por•Oeuos de trez mezes.

Toda a correspondência, como toda«.remessa de dinheiro, deve ser diri*|lda á Sociedade Anonyma «O MA-¦aiO» RUa do Ouvidor, 164—Rio d2Janeiro.

0 «TICO-TICO» EM PORTUGALvá> < «9/

^fs lições ae "^ôvô

UMA DATA MEMORÁVELMeus netinhos .Foi a 15 de Dezembro de 1752

Rue o sábio francez Dalibard,aproveitando as idéias de Ben-

VwSSfc r'i: liÉ àíssm • 'Vjmíeáb*' ikSÁ mm mm¦É^^Jé, tP ffi fsil 1

' ' .

v

*4 primeira experiência dos pára-raiosem 1752.

jamin Franldin, realizou a pri- repetir a experiência de Dalibardmeira experiência do pára-raios. foi alcançado por um raio e

A sciencia humana ainda não morreu carbonizado,pode dizer que conhece todos Mais íeliz, Dalibard descobriuos recursos e todos os segredos que a faisca electrica dissol-da electricidade; mas, quantas ve-se e desapparece na aeua.maravilhas já tem conseguido Fez então novas experiências,com ella! E com que rapidez se ligando, por meio de um arame,têm feito todas as conquis - a barra de ferro, que attrahe otas! raio, a um pequeno poço. O

Basta recordar que ha século raio correndo pelo arame, vaie meio ignorava-se da electrici- dar na água e desapparece (&ídade tudo, até mesmo que o E' esse o apparelho do pára- vVraio, capaz de fazer males ta- raios, tão simples e tão pre-manhos, losse simplesmente cioso,um fluido electrico.

Foi Benjamin Franklin, sábionorte-americano, nascido emBoston em 1706, o primeiro queteve a idéia de dirigir e anniqui-lar oraio,attrahindo-o com umabarra de lerro imantada, termi-nando em ponta aguda, e foi ophysico francez Dalibard o pri-meiro que, aproveitando essaidéia, creou o pára-raios.

Até então a electricidade, cujaforça era vagamente conhecida,desde as experiências do sábiogrego Thales de Mileto, muitoantes de Christo, passava porproduzir, apenas, piienomenosirregulares, aproveitáveis só-mente para experiências de la-boratono. Sabia-se fazer nasceruma faisca, conheciam-se oscorpos, que são bons ou maus

•conductores de electricidade;mas nunca ninguém imagi-nára que o íormidavel e apa-VOrante raio das tempestades Mario de Almeida e Silva e Maria_ Anjolosse simplesmente uma enor-me faisca electrica, formada noar pela electricidade da atmos-phera.

Foi então que, procurando ti-rar um resultado pratico dastheorias de Beniamin Franklin,o physico Dalibard construiusobre uma coluna dos arredo-res de Marly-la-Ville, uma ca-bana em cujo telhado fixou umposte de ferro de 12 metros dealtura. Logo que se produ-ziu uma tempestade, Delibard,tocando com um dedo nessabarra de ferro, tirou d'ella lais-cas. Portanto, não havia maisduvida possível. Estava pro-vado que as tempestades espa-lhavam electricidade no ar.

E como já se conhecia a exis-tencia de duas electricidades —uma positiva, outra negativa,comprehendeu-seque o raio eraformado pelo encontro de duasnuvens, uma carregada de ele-ctricidade positiva e a outra deelectricidade negaliva. ¦„ ¦

Poucos mezes depois o sábio "^tf^JT^^JS^JZallemao Puchmann, querendo pinas, s. Paulo.

lTSm\wTl:T\L*

li M Iflifâ 11 -am

Y-.mM IBl ym

nietta de A. e Silva, filhos do Sr. Do-mingos de Almeida e Silva, residentenesta Capital.

Álbum «D'0 TICO-TICO»

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O TICO-TICO 4

<§aiofa ff® Tico-TicoAda Muniz Netto— Ainda não fo-

ram examinados os seus trabalhos.Salles Oliveira—O romance de que

nos falia é medito para o Tico-Tico.Assim sendo, não temos ainda a nar-ração completa.

Walter Toledo--Não é preciso pa-gar: basta estar em condições paraser publicado.

Manuel Victor Araújo— Leia oex-pediente e encontrará os preços,bemcomo todas as condições exigidaspara ser nosso assignante.

Auta Barbosa da Silva—O que ha-vemos de fazer ? Não somos nós osculpados; se nossa amiguinha aindajião foi premiada, deve ter mais um

pouco de paciência, e esperar pelasorte, que ella ha de vir.

Alberto Porto—Ainda não chegoua sua vez; temos muitos outros an-tes das suas; espere com paciência.

Euvaldo Rodrigues Pinheiro— Va-mos ainda examinar a sua «compo-síção» eé provável que seja publi-cada no Almanach.

Raul Lopes — Perfeitamente, osdesenhos devem ser feitos em papelsem pauta. Sua composição aindanão foi examinada. Com muito pra-zer está considerado nosso collabo-rador.

Loelia Moreira e Zilka Moreira —Tenham paciência nossas gentisamiguinhas, que seus trabalhos de-pois de examinados e se estiverembons, serão publicados.

José Macahubas e Adonicia de Fa-

rias Braga—Somos-lhes muito gra"tos pelas suas felicitações. Recebe-mos o concurso 927 e está certa a so-lução, que entrará em sorteio.

Arnaldo Vaz M. Pinto—Pode man-dar a traducção. Estando bôa, sei apublicada. Suas perguntas vão sersubmettidas a exame.

J. Cezar Leal—Recebemos o retra-to de que nos falia. O Almanach naopublica perguntas para concursos-Vamos providenciar quanto ás ane-cdotas.

Recebemos e vão ser submettidosa exame os seguintes trabalhos: "sO trinco da porta», (trad.) de JeJ°rnymo Castilho, «A guerra», por Adoi'pho Amistrano; «O feixe de Varas» enuma noite de Luar», por Walkyn^E. Mattoso Braga; «Um passeio pe'°rio, de Luiz da Rocha Braga Filho

Pequenas causasg*i*;a:o.clo

Resultado de uma ensaboadella de IPIXA/VON

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O TICO-TICO

HISTORIAS E LEGENDAS

A noite cahia no valle deA.her!on, noite de Maio, pertu-mada e quente, que convidavao corpo ao repouso, tão neces-sario e doce depois de um diaconsagrado aos trabalhos docampo.

Os magníficos prados, pro-priedade de Paddy. o pintor deimagens da pequena aldeia deCahir. estavam invadidos porum bando de .moças, dirigidopela bella Hannah, filha únicade Paddy. Queriam respirar poralguns instantes mais o frescorda noite, antes da volta a Ca-hir, onde as casas eram baixase abafadas.

Vivas e graciosas como sãogeralmente as mulheres do paizde Erin (Irlanda) trocavam ruidosamente alegres pill.erias,quando de súbito calaram-se.Aolonge um rouxinol preludiavaem notas lentas e graves, sei:can-to da noite.

Era como a confissão de uivcoração, que se recolhe na cal-ma e deliciosa solidão. Depois.as notas se precipitavam e, dertro em pouco a voz se expand .em trinados audaciosos—bym-no de alegria cântico de acça<de graças da criatura ao Crea-dor.

Apenas o rouxinol lançarasua ultima nota que, perto dasmoças, outra voz, uma voz hu-mana se elevou tão pura, tãoharmoniosa, para responder a*.canto do trovador das selva?com uma melodia de infinitatristeza, onde transparecia umaresignação sem esperança.

Então, como se tivesse comprehendido essa queixa de um:ialma proiundamente ferida, <pássaro replicou com um amoutoado de notas, que parecia umappello ás resoluções viris, cem pouco as duas vozes se confundiram em um duetto, ondese affirmavam, num mara vi--lhoso conjuneto, os sentimentostão oppostos dos dous execu-tantes.

Hannah, pensando reconhe-cer a voz do ser humano, que orouxinol acceitara como compa-nheiro, ia approximar-se quandoUma das outras moças, accen-dendo o archote que devia illu-minar o caminho na volta paraCahirjnterrompeu bruscamente

o divino concerto. Mas a luztrahia a presença de um estra-nho personagem, immovei nastrevas. Era um rapaz, de talhemediano, pobremente vestido,tendo nos braços vários cestosde junco. Seu rosto imberbe,emoldurado oor longos cabellos

deixava ver, por seu êxtase empresença da filha do pintor, aaffeição que lhe dedicava. Malsem remédio! Hannah era muitorica para um miserável vende-dor de chapéus e de cestos depalha; era muito bella para ca-sar com um aleijado I E. no em-

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O reie a rainha das sereias dansavam sobre a rèlvaondulados, era encantador peladoçura expressiva, posto quemuito triste; mas o pobre eradisforme e corcunda.

As alegres filhas de Cahir re-conheceram-o logo;

—Ah ! Heitor ! o eterno ena-;vorado de Hannah !

Com efieito, o infeliz cantor

tanto, a filha d_e Paddy, aindasob a impressão do adorávelconcerto, que trouxera lagrimasaos seus lindos olhos, pensava:—Ah! se elie não fosse assim1

E não ousava terminar, quando suas companheiras a arras-taram numa tarandula, cantan-do uma canção muito conheci-

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Ü TICO-TICO 6

da naquella região e inventadapelos próprios amigos de Han-nah, para gracejar com ella.

O estribilho d esta canção eraeste :

Ah 1 Heitor, casarás, casarás commigoQuando não fores mais corcunda, meu

amigo 1

O vendedor de cestos aías-tou-se, com o coração offen-dido e, seguindo o estreito ca-minho que ia dar ás portas deCahir, contornou o lago Smil-ly. Esse caminho era longo esempre deserto, pois tinha jamade mal assombrado, mas Heitorgostava do silencio e da solidão.

Chegando á margem do Smil-ly, deixou-se cahir entre os jun-cos.

A lua reflectia seu disco deprata na superfície immovel dolago.

De súbito Heitor toi arranca-do de suas reflexões por umaespécie de murmúrio musical,doce e puro como as notas crys-talinas de uma lonte escondidana relva.

Essa harmonia invisível pa-recia íluctuar no espaço onde semoviam mil pequenos seres,admiravelmente proporciona-dos em seu talhe fino e vestidoscom ricas roupagens.

—As fadas ondinas ! — excla-(mou Heitor.

Eram com effeito os gêniosdo lago, que vinham se diver-tir festejando o casamento deseu soberano, o rei Gog, com arainha Titt.

Mas a exclamação involunta-ria do rapaz frahira a presençado profano, e Heitor, envolvidopelos gênios, sentiu-se trans-portado docemente. A tradiçãodizia que as ondinas ou sereias,muito irasciveis, levavam os im-

í"

4- Kl' JksA '

Nosso assignante João Fernandes'Borges, de i3 annos de edade: re-sidenle nesla Capital.

prudentes para o fundo do lago.Mas parece que o casamentodoseu rei,prcdispuzera-as á indul-gencia, pois apenas collocaramo prisioneiro aos pés. de Gog,que dançava com a rainha Tittsobre a relva.

O soberano olhou-o fixamentee exclamou numa gargalhada:—E' Heitor, Eleitor, o cor-cunda!

Chegas a propósito, meu ra-paz. A relva está muito humidaesta noute, e os sapatinhos desetim da nossa rainha escorre-gam a todo o instante. E's umhábil operário, irás trançar umaesteira'para servir de tapete ánossa sala de baile,

— Mas, objectou Heitor, serámuito pouco uma noute paraum tal serviço.

Mas a um gesto do rei, semmais tardar, o moço pôz mãosá obra. Parecia-lhe que seus de-dos nunca tinham sido maiságeis nem mais férteis em enge-nhosas combinações: passada

uma hora, o tapete estavaprompto.—Bem — disse Gog — agora,resta-me um outro pedido a fa-zer-te. O rcuxinol era que nosdevia deliciar com suas cançõesmais bellas nesta festa; mas,parece que tua voz reduziu-o aosilencio, pois cantas muito bem.Por isso não recusarás'a graçade seres o nosso cantor.Que significaria esse novocapricho do rei das tereias ? —Seria um gracejo, precedendo amorte do pobre moço ? MasHeitor não se importava coma vida. Cantou e, ao timbremásculo dos accentos de suavoz, todas as Sereias se agru-pam e, de mãos dadas, for-maram uma roda.

Mas as estrellas empallide-ciam no céu, e o Oriente tingia-se de roseo. Gog saltou sobreo hombro de Heitor, e com to-cante expressão de amigo:

Obrigado-—disse elle,—re-cebe tua recompensa, que o teumaior desejo seja cumprido.

O canto do gallo soou nocampo adormecido, e a roda dasSereias desfez-se como num so-nho.

Heitor estava profundamenteadormecido. Quando despertou,o sol ia alto. Abriu os olhos eficou admirado, elle que era ma-drugador.

Depois, reunindo suas idéias,lembrou-se pouco a pouco detodos os incidentes da noite,não sem amargura, pois essaevocação tornava-lhe mais pe-nosa a vida miserável que de"via arrastar!...

Levantou-se. Pareceu-lhe es-tar mais leve e bem disposto. Etomando o caminho de Cahir,lançou um ultimo olhar para o

__. #^'^i''--'-'__íí_^_P_____fc-' .á.'j» TÊfa, <___* JÈt (fB^l______¦ flT**^_l __A _«- ' ¦ •'''_* fir___iS^_t£ ^_H_______E <"y ¦ tf*'-'^^ Aí '•Ir' SkwSfim .^HP^Sb ^Bu- ___. í V

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f *J £-'¦-'¦ :'".'-?:•.:.. EJLfl SàEJiiír.-* ____.. Sfc..„ MMH_^KI!'Grupo de gentis creanças que tomaram parte na matinêe injanlil realizada fia atas no Club Gymasiico Porlugucz

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O TICO-TICO

lago, theatró de tantas scenasfantásticas

O lençol transparente, polidocomo um espelho, enviou-lheuma elegante e graciosa ima-gem. Era a de um moço de por-

ê'l$r.]í' esua paginaBRINQUEPO SÇIENTIFICO

Arranja-se uma pequena bo-Ia de cortiça, de um centímetro

te distinctoeesbelto, muito bem de diâmetro, e ata-se á extre-vestido. Heitor não podia acre- midade de um fio de trinta cen-ditar no que via. Então seria timetros de comprimento,elle o humilde trabalhador que Approximando a bola do jactoo_espelho liquido reflectia sob d'agua de uma torneira com-tao magnífico aspecto?—Não mum, verão o lio ficar esticadoestaria sendo o joguete de um e o jacto mudar de direcção.pérfido encanto ?

Mas, quanto mais se olhada,mais se apalpava, menos po-diam duvidar de sua metamor-Phose,

Sua horrível corcunda desap-parecera e sua nova figura maissobresahia pela roupa, que cau-saria inveja ao primeiro fidalgoda corte.

De súbito, soltou um gritoSobre a relva onde as Sereiashaviam celebrado o casamentodo rei estava a sua corcundacomo- uma enorme verruga.

Heitor comprehendeu. Ellaestava alli, para sempre enter-rada, essa feia corcunda, que fi-zera a infelicidade de sua exis-tencia.

i

i

Pará melhor êxito d'esta re-creação, é preciso que a distan-k He,t0X, ,S.QSU!?. alegre- cia evntre % boia e a bocea damente para Cahir. Tinha con- torneira seja de trez centime-sciencia desua nova lorma eo *rossentimento de sua importância

—Pois não tinha agora sus-PEIXE P*P»4Ç?II0

Chama-se peixe-papagato oupensa do lado esquerdo no seu papa£raio d0 mar, uma curiosaento uma grande espada, e a %sgsc?ifi do gênero labro, quedireita uma bolsa cheia de di- apVesenta a fôrma de um ovo,nheiro ^il. . -, M„0=iiHn hq ^„ntem o corpo revestido de esca-foi assim que entrou na pe- mas duras e ponteagudas, e a

quena cidade. Ninguém reco-nheceu nesse bello e orgulhososenhor o pobre tão desprezadoem Cahir, e todos o cumpri-mentavam respeitosamente.

Heitor caminhava directa-mente para a casa de Paddy,«annah estava, segundo seuhabito, perto da janella traba-mando; Heitor passou segundo Hseu costume,e Hannah levantou .ia_--_I____a__-^a_______,_^LIMos olhos. Estremeceu de alegria, bocea á semelhança d'um bico.Ella só.de toda a cidade, reco- Uma das suas particularidades«necera Heitor — seu coração mais notáveis é a côr viva e"ao a enganava e da atroz can- brilhante.Çao popular que oufora perse- o exemplar, que reproduzi-guia o desgraçado corcunda, mos> foi peScado pelo capitão««a só murmurava este verso : Harding, nas águas de Calcutá.

Heitor, casarás, casarás com- Mede 40 centímetros de compri-migo .' mento por 60 de circumferencia.

JITTElíÇíiO IJA' SE ACHA NO PRELO O

Almanach do Tico-TicoPARA 1915

que está um primor IEntre outras cousas encanta-

doras publicaUma serie de novellas

que constituem a collecção dasmais lindas o famosas historias

do mundocomo sejam:

ALADINO E A LÂMPADA MARAVI-LHOSA

JOSÉ, o mata-gigantesOS VIZINHOS

AS FESTAS DE ALZIRAS.JORGE e o DRAGÃO

Todos primorosamente /'Ilustrados !

GRANDE SURPREZA I0 JOGO DOS AEROPLANOS

O DR. SABETUDO, nosso preciosoamigo.omestre querido da creançada,preparou para o ALMAKACH do TI60 TI6Suma interessante série de artigos

com o seguinte titulo :AS COUSAS QUE TODOS SABEM

Nesses artigos illustrados comadmirável piopriedade, o Dr. Sabetudoexplica aos amigos do TICO-TICO váriossegredos scíenüíicos, que a todospreoecupam.

Ainda o nosso anniversario

Scxlve.IÇq _. Ticg^j| j

{Composição de B. F.>

°Í!^m^iVÍLh,?,^f.V.VJAHr..«b«"o Por mais «rapl-

relo 3S-Pepj. Rodrljues * C-Ru, ConuTm 5lA*M.

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O TICO-TICO

Oida 5oeial InfantilANNIVERSARTOS

Fez annos no dia 21 de Novembropassado o nosso leitor Jucá Pimenta,filho da Sra. D. Adelina Pimenta,residente em Ribeirão Vermelho,Minas.A 16 completou mais um anni-versario natalicio a galante Zézé, fi-lha do Sr. Gabriel Chucre, concei-tuado negociante em Rio Vermelho.—Orlando de Souza, nosso assíduoleitor, fez annos a 1 do corrente.Completou a 4 de Novembro oseu primeiro anniversario natalicioa innocente Evalda, décima filha docapitão Silvestre Monteiro Falcão,residente no Pará.

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"**¦ it__fl8-l '^** <WH_-__llr^C!'''

O galante Denizar Villela, que completouha dias o seu 2° anniversario natali-"cio.

NASCIMENTOSAcha-se augmentado o lar do Sr.

Carlos Galhanone, irmão do nossocollega de imprensa José Galhanone,com b nascimento de uma menina,que receberá o nome de Suzette.<BAPTISADOS

Foi levado ha dias á pia baptis-mal, na matriz de S. José, a meninaElza, filha do Sr. Luiz Antônio Ma-chado e de sua Exma. esposa D. Car-men da Silva Machado.TELAS ESCOLAS

Nos dias 6, 7 e 9 de Novembro,realizaram-se na 3- escola feminina,do 12- Districto, sob o magistério dacathedratica Eudoxia Britto dos Reise suas adjuntas Irene Soares G.Carneiro, Edith Blune e Edina Fi-lets, os exames de promoção declasse, sendo este o resultado:

Curso médio—1- serie—Distincçãoe louvor: Ruth Faria; distincção, Al-merinda Santos da Costa, Norman-da Peres Barbosa e Maria HelenaCampos; plenamente, grau 9, AlziraAlvim Torres ; plenamente grau 8,Adelaide Ferreira Maia.

Curso elementar—3- serie—Dislin-cção, Izolina Mafra, Marianna Mi-randa, Lúcia Joaquina de Andrade,Antonietta de Almeida Dias, MariaGoulart, Alzira Pereira Guimarães,

Alice de Oliveira e Gilberto Mouti-nho dos Reis; plenamente grau 9,Carlita Maia ; plenamente grau 8,Nair Pereira.

Curso elementar—2- serie—Distin-cção, Luiza de Araújo Barros, Tar-cylla de Almeida, Mario Campos eEdgard Moutinho Reis; plenamente,grau 9,Álvaro Domingues Rodrigues,Celina de Albuqueque, ReginaldoBarroso e Euphrosina dos Santos,pIenamente,gráu8,Hilda de Andrade,Beatriz AugU3ta dos Santos, AnadyrPeres Barbosa, Dalila Filgueiras,Nilza Maria Ferreira, Henedina Mi-randa, Celina Passos e Carlos deAzevedo Faria; plenamente, grau 7,Djalma Passos.

Curso elementar—1* serie--Distin-cção e louvor, Iracema da Cruz; dis-tincção, Margarida dos Santos, AfraCorreia e Carlos Vianna Filgueiras;plenamente, grau 9, Aldeyda Ramos;plenamente, giáu 8, Marina Pereira,Argentina Máximo e Horacio Nunesde Azevedo.

—Realizaram-se nos dias 23, 24,25, 26 e 27 de Novembro, os examesde promoção de classe dos alumnosda 3- escola masculina do 6- Distri-cto, sob o magistério da professoracathedratica celuta Pegado Cahet.

O resultado foi o seguinte:í- serie elementar, a cargo da pro-fessora adiunta, Malvina Senra Gui-

marães.Approvados: distincção e lou-vor, Antônio Braira, disiincçáo, Adhe-mar Coelho, Arístides Lisboa, e So-lon B. Leal; plenamente, AnstidesPereira, Carlos Balbino, HoracioHonorato, Sebastião da Rocha e Joãoda Costa; simplesmente, Jorge Theo-doro, Nilton de S. Ferreira e Osielde Alenc ,

2- serie elementar, a cargo da pro-fessora adjunta, Anna Bessa Mene-zes. Approvados: distincção e louvor,Arthur Soares Braga, Ernesto deSouza Martins, Francisco de PaulaA. de Andrade e Octavio Dias Mo-reira; plenamente, José Abilio deAndrade, Oscar da Silva Laço, Wal-demar Honorato e Carlos SoaresBraga; simplesmente, José Correiada Silveira.

3- serie elementar, a cargo da pro-fessora adjunta, Maria Luiza Af-fonso. Approvados: distincção e lou-vor, Álvaro Rodrigues da Costa eGilberto Lisboa; distincção, José Co-chofel Moreira e Adhèmar Lisboa;plenamente, Gabriel Pereira, JoséJoaquim Correia e João Chagas;simplesmente, Nicanor Magno Bom-fim.

r serie ao curso médio, a cargoda professora caUiedratica. Appro-vados : distincção e louvor, HeitorAbilio d. Andrade; plenamente, Ans-teu Dutra da Silveira e Emmanueldo Amaral; simplesmente, RaulSoares.

—Resultado dos exames ao correnteanno de promoção de classe dosalumnos da 2- escola publica femi-nina do 6- Districto Escolar, sob omagistério da professora caihedrati-ca D. EIvira Pilar da Silva Guimarães.

_¦ série do curso elemeniar.— Pro-fessora adjunta D. Maria José deAvellar Lacerda.—Distincção e lou-vor: Alzira Ribeiro, Edmo de Aze-vedo e Ruth Bandeira Dart; dis-tincção: El mo de Azevedo e Silva eManuel Maria Peinado; plenamen-te 9: Guilherme Cascao e LeandroCoelho Duarte ; plenamente 8: Ar-lindo Carneiro Fernandes

Professora adjunta: D. Carolina daSilva Janeiro.—Distincção e louvor:Glaphyra Guimarães, Irene Vilhe-na. M ria Guimarães e Maria Vas-concellos Elias ; distincção: PedroCampos; plenamente 9: FranciscaDantas: plenamente 8: Helena Pa-checo de Souza e Paschoal Seciliano;plenamente 7 :—Jeheil Campos e Ju-randyr Maciel Soares.

2- série do curso elementar— Pro-fessora adjunta D. Aldemira da Glo-ria Duncan — Distincção e louvor :Austrianna Rodrigues ; distincção :Zilda Duncan de Magalhães, Aracvda Silva Guimarães e Cecília dosSantos Sauerbronn; plenamente ".)•Armando Lopes e Paulo Campos,plenamente 8: Aristeu dos SantosLopes, Elis Moreira e AntoniettaPeçanha; plenamente 7: Nair Car-neiro Fernandes, Jayme Vieira daFonseca e José Peçanha.

3- série do curso elementar— Pro-fessora adjunta D. Florisbella deSouza Braga — Distincção e louvor:Laura Rodrigues da Costa, MariaSeraphina Dart e Carolina PereiraBastos; distincção: Octavio Ferreirados Santos, Débora Ruthier, AliceRodrigues Duaite, Jandvra Equey cNair Maciel Soares; plenamente 8:Maria da Gloria Costa Affonso e Zu-leika Dias da Silva; plenamente ~:Virgínia da Cunha Amaral.

1 ¦ série do Curso Médio — Profes -sora adjunta D. Maria Augusta d sSantos:--Distincção e louvor: ErciliaLuzia Ferreira, Elza de Azevedo èSilva e Cecília Ferreira dos Santos;distinc-âo : Helena Nunes Faulha-ber e Yolanda Pires Barbosa; plena-mente 9: Nadir Magalhães Sabrosa;plenamente 7, Maria Ribeiro de Pai-va e Marietta Magalhães Figueiras;plenamente 6 : Francisco de A -mèida.

— Realizou-se a 14 do passado afesta religiosa organisada pelo Co'-legio Paula Freitas. A's__ 7 i|2 damanhã,na matriz do Engenho Velho,os alumnos d'esse conceituado esta-betecimento de e.isino fizeram a suaprimeira communhào.

í-^_í -______________M^___P , P__HE

]

'A interessante Dinah, irmã do nosso asJÍ-gnante Nelson P. de Castro, residente

nesta capital

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A GLORIA VA DUM «PAPAGAIO»

U Um papagaio de papel, muito or^u-/hoso nas mãos de um menino, porqueia subir, já se considerava um rei.

_; Tudo paia ene começou a termenor importância e cada vez maisse enchia de orgulho.

li) guando chegou acerta altura,porque já estava ficando por cima,ria-se de tudo.

4) E até com o sol já pilheriava.Dirigia pilhérias ás chaminés e aospostes telephonicos e fazia proezascom a cauda por cima da cidade.

5) Mas de repente, começando 6) E quando lhe estalou um trovãochuviscar, sua gloria entrou a de- mesmo ao lado, quasi morreu declinar. O papagaio ficou raivoso, susto e começou a sentir que a ;.ran-de mau humor. deza tem os seus inconvenientes

7) D'ahi por diante foi aos bo-léos, a gyrar como um doido; tinhaperdido a cabeça.

8) Uma rajada mais forte engan-chou-Ihe a cauda no mesmo postede que tanto zombara.

9) E a um puxão da linha, embaixo, cahiu com as ventas na cha-mine, suiando-se todo...

10) E, de desastre em desastre, foi 11) E de cauda partida, costellas '-)•¦• chegou em baixo neste estado...íviocahindo, já agora p'ixad" ne'o pulso quebradas, todocheio de ferimentos ?„i4e fi,ca, sabendo que a_s gloriasi vãs saoforte do menino. e decepções... „ã0?' J io e moàerafao é que valein

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O TICO-TICO 10

CORRESPONDÊNCIADO

DR. SABETUDODela Penna (Araraquara) — Para

esse medo sem justificação durante anoite tome Ignatia (remédio homoeopathi-co) uma gotta de hora em hora, come-çando duas horas antes de se deitar.

Durval de Almeida Souza (Santos)—In-felizmente o Tico-Tico não tem meios desatisfazer seu pedido. Num jornal isso éimpossível.

Alda Mury Netto (Santos)—Pronuncia-se: — Niagára.

Wanda Costa (Guaratinguetá)—Oh 1minha bôa amiguinha 1 Mas já tenho en-sinado tantas vezes! Para a queda de ca-bellos alcoolatura de eucalyptus da folharedonda. 2°—Não é exacto. Salvo raras ex-cepções só é reprovado quem não sabe amatéria de que faz exame. A fortuna pes-soai nada influe nisso. 3°—Para tingir oscabellos nada ensino.

Saturnino Favero—O pó de pão torradoé excellente para clarear os dentes.

Maria Costa—Para esse caso, que émuito commum, tenho observado excellen-tes resultados com um remédio chamadoAmargo Sulphuroso. Tudo isso tem porcausa o excesso de ácido urico.

Ricardo Jorge—Nessa edade é difficilobter cura completa. Isso depende do es-tado geral da doente. Já ouviu o Dr. Age-nor Porto ?

Odette Monte-Mór—Diga-me tambémima cousa. Essa côr não existe effectiva-

mente ? Portanto, seu nome não pôde sertuna palavra abstracta. 2°—Faliam um dia-lecto russo.

Jorge Petronio—As luvas são indispen-saveis nas sfelemnidades. Mas, fora d'essesmomentos de cerimonia, é absolutamenteanti-hygienico usal-as quando faz calor.A energia e força de vontade dependemexclusivamente da própria pessoa.

R. Suenos—Não é preciso fazer estudosespeciaes para ser deputado. Qualquer ei-dadão brazileiro, desde que saiba lêr e es-crever e inspire confiança a seus eleitores,pôde ser eleito. A candidatura não deve serlançada pela própria pessoa e sim poraquelles que o querem para seu represen-tante.

Alcote Couto—i°—-Ha álbuns especiaespara colleccionar sellos; custam desde 5$até 300$. 2"—Sim, os sellos com picote ousem picote constituem exemplares distin-ctos para os colleccionadores. O facto deestar mais ou menos desbotado não temimportância. 3"—Sim, ha catálogos espe-ciaes, que se publicam todos os annos epelos quaes se podem conhecer todos ossellos. Encontrará em qualquer bôa livra-ria.

Mercedes S. Rida—Revela uma cousacuriosissima: faceirice voluntária. Vê-se,que não é naturalmente faceira. Por ins-tineto natural, seria muito simples, muitodespreoecupada d'essas cousas de elegan-cia; mas esforça-se por parecer faceira.Tem gênio conciliador, gosta de viver bemcom todos, mas é dotada de altivez e sen-sibilidade, que a podem levar a rancoresprofundos se a offenderem em seu amorpróprio.

Nininha Pinto—-Não respondi porque alettra é ainda muito indecisa.

Celio Baptista—Hão é possível tirar man-chás d'essa natureza, porque o alcatrãopenetra e queima a madeira.

Carlos Rida—Muito indecisa, mas já re-vela um defeito — parece lettra de mulher.Denota faceirice, gosto por illudir e muitaambição.

Joanyta Vieira Hernandez (Cachoeiro doItapemirim)—Em qualquer drogaria ouperfumaria.

Eduardo Costa—Zepellin tem o accentotônico na I* syllaba. 2°—O território dasMissões é nosso.

Conceição (Santa Catharina)—1° O pre-ço é 2$Soo, mas com a crise da guerra, tal-vez agora lhe cobrem um pouco mais. 2°—Sim; é essa livraria que o tem. 30—Deaccordo. Todos os preparados de Lubin sãoexcellentes. O Leite de que falia não emáu. 4°—Já respondi que prefiro a va-selina e não acredito que os cabellos em-braqueçam devido á anemia geral. 5°—Haum livro chamado Dont, custa i$soo. En-contrará naquella mesma livraria. 6°—Serámuito difficil encontrar jóias antigas a nãoser com particulares. Em todo o caso in-dague no Luiz de Rezende. 7°—Para se-mentes ha nesta capital seis ou oito casasespeciaes.

Colyseu (Minas de Santa Catharina)—Com 38 a 43 não é positivamente umamoça. Mas se lhe tem verdadeira affeição,que lhe importa a opinião alheia? O casa-mento só interessa verdadeiramente aquelleque se casa.

Flora Piedemonte—Temperamento vi-brante, capaz de ímpetos formidáveis etambém de constância inalterável, egual-mente sensível á affeição e ás offensas.Desconfiada, cautelosa com quasi toda agente, mas capaz de todas as expansõescom os que lhe merecem confiança.

Dr. Sabsiudo

íssH

Wy &&' ;'*fe: ""''"'" \Q valente Walter Leite, filho do con-** conceituado negociante t/o NatalSr. Sebastião Leite.

Tem apenas 7 mezes de edade epesa nada menos de 12 kilos.

Afflrma-nos o Sr, Sebastião Leiteque deve a robustez do seu Minhoà alimentação exclusiva de

SemolinaPhosphatada

LEAL SANTOS

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11 O TICO-TICO

SPORTS D'O "TICO-TICO"

LIGA INFANTIL DE SPORTS ATHLETICOSCAMPEONATO INFANTIL DE FOOT-BALL PARA 1015

Serão disputados duas «taças» oflereetdas pelo Dr. Guilherme JVledlna e pelo «O TICO-TICO»

FOOT-BALL0 AMERICA FOOT-BALL CLUB

ESTA' ORGANIZANDO UMA FES-TA PARA CREANÇAS NO DIADE NATAL.

Um punhado de boas noticias para osnossos amiguinho?.

No dia 2 do corrente, em reunião dedirectores e alguns sócios do AmericaFoot-Ball Club, com a presença de umrepresentante da Empreza do Malho eoutro de nosso jornal, ficaram resolvidasas condições essenciaes do "Campeonato

Infantil de Foot-Ball", que por iniciativado "America" será disputado no annode 1915.

Nesse campeonato só poderão tomarparte teams collegiaes e os de club, quetenham existência perfeitamente legal, du-rante trez annos, no minimo.

Não quer dizer que um grupo de meni-nos, que formem um team, fique privadode jogar, por não constituir uma cidadelegal, com mais de trez annos de exis-tencia.

As creanças que formarem um teamnessas condições, poderão filiar-se a umclub que preencha as formalidades exigi-das e assim terão o direito de disputar ocampeonato.

A organização do campeonato, tal comoficou assentado, na reunião do dia 2 édas mais louváveis e deve constituir paraas creanças, não só uma diversão precio-sa, como uma escola de energia, de logi-ca, de justiça e de bôa administração.

Debaixo de fiscalização attenta e zelo-sa, todos os serviços do campeonato, in-clusive a distribuição de justiça, ficará acargo das próprias creanças. Os refereesserão tirados a sorte, dentre os jogadoresde outros teams e cada um d'esses teráum representante na directoria da Liga.

No caso de falta, justificada ou não,esse representante será substituído poroutro jogador do mesmo coliegio ou club.

A directoria da Liga será assim com-posta, também de creanças; apenas seupresidente será um adulto—um sócio doAmerica— (Organizador do Campeona-to). Mas esse presidente, ficará encarre-gado apenas de presidir as sessões, fazerseguir os estatutos e manter a bôa ordemnas discussões. Não terá voto. As delibe-

rações serão tomadas pelas próprias cre-ancas.

Além da directoria da Liga, haveráuma commissão fiscal, composta de cincomembros (ou mais), pessoas que já te-nham jogado foot-ball e conheçam bemesse sport.

Essa commissão ficará encarregada defixar todos os actos de todos os sócios daLiga—como por exemplo—não permittirque haja mais dõ que um certo numero detrainings, que esses trainings não devemter mais do que o numero de minutos de-terminados pelo medico, etc.

As faltas notadas pelos médicos serãocommunicadas á directoria e discutidasna sessão seguinte.

Piscalisacão

Para que esse campeonato produza osbons effeitos, que devemos esperar, seráelle cercado dos mais zelosos cuidados efiscalisação rigorosissima.não só para res-guardar a saúde das creanças e prevenirqualquer accidente, como para manter en-tre os sócios da Liga, bôa ordem, bôa edu-cação e a dignidade, que convém a sport-men dignos d'esses nomes.

Assim, além da exigência do limitemáximo de 15 annos, serão recusados osjogadores, que com essa edade, tiveremestatura superior a média que fôr adopta-da. Os meninos serão também submetti-dos a exame medico, para que se verifi-que se estão em condições de praticaresse sport, sem perigo para sua saúde.(Como se faz com qualquer jogador noAmerica Foot-Ball Club). Esses examesserão feitos pelo Dr. Theophilo BelfortDuarte (medico do America), a menosque as creanças tragam attestados de me-dicos do club ou coliegio a que pertence-rem.

Só serão serão punidos pessoalmente ossócios que faltarem á verdade. Não seadmittirá na Liga a presença de men-tirosos.

Fora d'essa casa, qualquer delicto oufalta de um jogador será punida noclub a que elle pertencer. As penas serãode multa, suspensão ou eliminação, pordeliberação da directoria. O presidentepoderá attenuar as penas ou indultar;nunca aggravar.

O papel do "Tico-Tico"—As "Ta-

ças"—O Tico Tico, jornal das creanças

brazileiras, foi escolhido pelos organiza-dores d'esse campeonato, para ser o or-gão official da Liga Infantil de "Sports"Athleticos e publicará todas as noticias,communicãções e programmas que a ellase referirem.

Haverá duas '"Taças , uma offerecidapelo Dr. Guilherme Medina, vice-presi-dente do America Foot-Ball Club, outrapelo Tico-Tico.

Haverá campeonato de primeiros e se-eundos teams

+ *

No próximo numero completaremos asinformações sobre o "Campeonato Infan-til de Foot-Ball", mas desde já podemosadeantar que o America está organizandouma brilhante festa infantil para o Natal.

O Famengo bateu-se com o "scratch" daLiga Metropolitana, que o derrotoupor 2 a o.

LIGA SPORTIYA DE FOOT-BALL

S. Paulo e Rio "versus" S. Bento F. C.

Em disputa do campeonato dos segundos"teams", encontraram-se domingo, 29 deNovembro, no campo do Municipal, os"teams" do S. Paulo Rio e S. Bento F. C.vencendo o S. Paulo e Rio pelo "score"de 4 a 1, contra a espectativa geral, pois oS. Bento possue um "team" forte e bemtrenado.

Causou este facto, grande surpreza aos"torcedores" de ambas as sociedades.Com esta victoria, o S. Paulo e Rio con-

quistou também o campeonato dos segun-dos " teams ". Corforme noticiámos no nu-mero passado, o S. Paulo e Rio derrotou oDous de Junho F. C, ganhando o cam-peonato de 1914, nos primeiros "teams".

Fica, portanto, o club vencedor, com du-pia victoria

Parabéns.* *

Sport Napoleão Foot-Ball Club

. A directoria d'este club previne aos Srs.associados o seu novo campo de sport áEstrada de Santa Cruz n. 2423, Estação dePiedade.

O "captain" do 30 "team" d'este club é oSr. Albino da Motta; fiscaes: Themisto-cies Valíim, Antonio Costa e RodolphoCruz.

Liga MetropolitanaNumero de goals conquistados, duran-

te o campeonato de 1914, pelos jogadoresaos 7 clubs filiados á Liga.Barthô (Fluminense) 10 goalsWelfare (Fluminense). .. ... .. . _ 9

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O TICO-TICO 12

Ojeda (America). .- -.- •.Riemer (Flamengo) . • .C. Alberto (Fluminense)Fontenelle (Botafogo) . .Couto (America). . '.. .Brewerton (Rio Cricket)Gabriel (America). . .Carrick (Rio Cricket). .Sylvio (S. Christovão).Gumercindo (Flamengo)Reid (Rio Cricket). . .Oswaldo (Fuminense). .Lisle (Paysandú'). . . .Wilson (Rio Cricket). .Monk (Paysandú'). . .Abelardo (Botafogo). >•Aluyzio (Botafogo). . .Menezes (Botafogo).. .Pederneiras (S. Christov€ outros com menos.

• _. •" ST"

ão),

goals

A tabeliã final d'esta Liga, ficou assim:

Matches

CLUBS ~~rt a, __Primeiros "teams" —i __\ cs o

nj "P es, *S "gtoo *- 9pf eu rt oh

São Paulo-Rio 12 18Dous de Junho ... 12 ^7Real Grandeza ... 12 17Rio Branco 12 16São Bento 12 5

O " team" victorioso era este:Antônio

Custodio—FranciscoOswaldo—Gersan—Vieira—JacinthoAlfredo—Evaristo—Jucá—Protacio

Os "goals" foram marcados por Vieira,2; Evaristo, 1; Alfredo, 1; Protacio, I.

Serviu de "referée" o Sr. Luiz Pelluciodo Tiradcntes A. Club.

* * *

Sport Club Tamandaré

Mais um centro sportivo, destinado aocultivo do foot-ball, acaba de fundar-senesta capital, com o nome supra. A suaprimeira directoria é a seguinte :

Presidente, Reynaldo Auler; vice-presi-dente, Tubaucaim Alves Carvalhosa; Io se-tretario, Carlos Auler Junior; 2° secreta-rio, Flavio Ferreira de Almeida; i* the-soureiro, Gustavo de Almeida; 2o thesou-reiro, Sebastião Pinheiro; procurador Emi-lio Champion c "captain" geral, AntenorMagalhães.

Commissão de syndicancia: H. Salema,C. Barcellos e José Ribeiro.

A sede d'cstc club é á rua Coronel Ca-brita n. 55, sendo as suas cores encarnadoe branco.

Primeiros "teams"

São Paulo-Rio ..São BentoDous de JunhoReal Grandeza .Rio Branco —

1212121212

II9444

Imparcial Foot-Ball Club "versus" SportClub Americano

Em match training encontraram-se, cio-mingo 22 do corrente, no campo do RealGrandeza F. C, as duas equipes acima, sahindo vencedor, em ambos teams, o Im-parcial F. C, pelos scores (le 3 a o no se-gundo team e 5 a o no primeiro.

* *

Alliança Foot-Ball Club

Da directoria d'este sympathico club,recebemos, com sinceros sentimentos, aparticipação do fallecimento do seu di-gno consocio, Sr. Tolentino Barreto, nodia 23 de Novembro, ás 4 laoras da ma?nhã.

Nossos pezames.* •

Infantil Santo Henriques "versus" InfantilBom Pastor

Realizou-se, domingo 29 de Novem-bro, ás 8 ^ da manhã, no campo do Ti-radentes A. Club, o encontro entre estesdous clubs, salaindo victoriosa e "equipe"do Sto. Henrique, por 5 a a

TURFAS CORRIDAS DO DERBY-CLUB

Avaré venceu Voltige e Volupté Chaste,'chegando os trez quasi empatados —Saxham-Bcau conseguiu empatar com-Black-Sca.

O resultado dos pareôs, que compu-nham o programma, foi o seguinte:

Io pareô—1.500 metros—1°, El Negrito(jockey A. de Souza) ; 2", Vera (J. Cou-tinho).

Tempo,' 101 2J5".Ganho fácil por trez corpos.20 pareô — 1.609 metros—1°, Flamengo

(j'ockey Croft), 2°, Yvonette (J. Couti-nho).

Tempo, 108".Ganho bem por corpo e meio.3o pareô — 1.500 metros — a" Togo

(jockey D. Ferreira), 20 Lohengrin (A.Omos).

Tempo, 101 2I5".Ganho bem por corpo meio.4o pareô — 1.700 metros — Io, Carovy

(jockey Zabala), 2°, Goytacaz (D. Fer-reira).

Tempo, 111 2I5".Ganho por corpo livre.5o parco — 1.609 metros — Io, Zelle

(Le Mener), 2°, Chileno (L. Arava).Tempo, 106 2I5"Ganho com esforço, por meio corpo, em

bella chegada.6o pareô — 1750 metros — i°, Avaré

(jockey D. Suarez), 20, Voltige (A. Fer-uandez).

Este pareô foi o mais bello do dia.Desde a sahida, até o fim da disputa, a

^ luta foi emocionante: pularam os trez,

juntos, mas Votíge tomou o conanaandcãseguido de Avaré e Volupté Chaste, deperto. No portão do Itamaraty, esta offe-receu luta a Avaré, correndo os duos jtiaa-tos, até que, Volupté Chaste, por um ins-tante, conseguiu dominar seu adversário eatacou Voltige. Nessa oceasião faziam aultima curva e Avaré, que atacava feroz-mente, encontrou franca passagem, entrea cerca interna e seus dous temiveisadversários, firmando-se na vanguardaaté transpor o poste do vencedor. VoluptéChaste, nos últimos momentos, quasi ar-rebatou a victoria de Avaré. Mais una oíldous metros...

Ganho, com muito esforço, por cabeça.7° pareô — Grande Prêmio Dous de

Agosto — 1750 metros — EmpataramBlack-Sea (Marcellino) c Saxham-BeauLourenço Junior) ; Hebréa (Zabala),em 2".

Hebréa chegou a trez corpos dos vtcedores.

8o pareô — 1.609 metros—Venceu Píer-rot (jockey D. Vaz) ; em 2", Diamant (D.-Ferreira)

Ganho por corpo livre.

VICTORIAS DOS JOCKEYS-

Relação completa dos jockcys victorio-sos na presente temporada, até á corridade domingo ,inclusive:Domingos Ferreira.»Domingos Suarez..,,Pablo Zabala _Luiz Araya „ ...

... 39 H*.. 37

.... 35 1I2

.- 33Raoul Paris -.. 20David Croft -., 18 i]áFernando Barroso ...... 15Alexandre Fernandez..... »..,.,. 14Marcellino Macedo _ ... a3Aurélio Olmos ., 10Joaquim Coutinho .„ ...... 9Le Mener 9Lourenço Junior .... 8 j\2Dinarte Vaz 8Cláudio Ferreira^. 7James Zacky 6Miguel Tortcrolli....... -6Fel ippe Gallardo........ .„ 5

SALVE ONZE OE OUTUBHO

Embora um pouco atrazado,Vt nho eu, alegre saudarAo querido li o-Tico,Que pur todos se faz estimar!Salve ! pois, onze de Outubro!Data <jue não tem egual,Pois nesse glorioso dia,Surgiu o nosso bom jornal.Oh I querido Tico-TicoO jornal do mundo inteiro,Acceitai meus parabénsEu sou, Euvaldo Pinhcirol

Taquaretinga);

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o TICO-TICO AVENTURAS DO CONDE DE CHÁVAGNACROMAHCE HISTÓRICO DE ATT-CHTXmAS

wRaul voltou-se ra-

pidamente e viu queo pagem, voltandode repente, fechavaa porta, aprisionan-do-o naquelie, ..?¦ .%$o.

Para isso 'é que-^

attrahira e o fizeraentrar alli, coi^ o es-tratagemapeu.r _Ah !—

do

I

Te

exclamouyaul— isso agora è mais sério; não pôde ser apenas uma brincadeirai-.e pagem. Deve haver nisso intervenção de Laubardemont ouKuptil.

Assim era com effeito. Tendo chegado o joven Chavagnac aquelle quarto vazio, o pagem correu aentregar a chave a um homem, que o esperava no pateo do palácio. Esse homem era o conselheiro Lau-oardemont, que deu uma moeda de prata ao menino e murmurou com satisfação— Ora. ainda bem ! Agora.que estou

tranquillo por este lado, posso agir li-vremente.

E sahiu furtivamente por uma dasportas lateraes do palácio. Entretanto,Raul extenuava-se.batendo na porta doquarto e gritando. Ninguém vinha li-bertal-o. Comprehendendo, afinal, queera inútil esperar auxilio por esse pro-cesso, o joven fidalgo tentou libertar-secom seus próprios recursos.

Mas. que fazer ? Arrombar a porta?Nem podia pensar nisso. A porta era decarvalho massiço e chapeada de lerro.Resistiria a qualquer força humana. Ajanella era gracfeada. Mas, examinandoos varões d'essa grade,Raul notou, que

„ alguns d'elles estavam tao roidos pelarr-ugem, que não sena impossível desprendel-os, em cima ou em baixo,Foi isso que Raul tentou e com excellente êxito. Ao impulso de seus músculos robustosbarões da janella cedeu, deixando uma abertura muita estreita. Felizmente o bravo gascão era*^rnb

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um dosesbelto.ora com esforço conseguiu passar por essa abertura e ousadamente saltou da janella para o jardim!Aalturaera de cinco metros mas, graçasá sua agilidade natural, o rapaz cahiu sem se magoara

s£2LPerda de um momento, correu para a pequenina casa em que deixara a senhorita de Nevers. 'CAPITULO IX — A ULTIMA ARMADILHA

Como já vimos o conde de Chavagnacconseguirailludir Laubardemontsahindo da casa cercada em companhia de seu filho e o Sr. de Thou dei-xando alli Cinq-.vlars para que elle pudesse fugir. Ficara combinado

"^-Uê|ggr>^^!'r,l ^—' \ c C \ ÍCinq-Mars sahiria depois, acompanhado W (* *>>*-^5J"^—^_*-*-ai*'

p0r Marion de Lorme, que o devia con- y_ |1]^=* **"*^ duzir ao castello de Lezignan. Natural- ">__--_^Cinq-Mars sahiria depois, acompanhadopor Marion de Lorme, que o devia con-duzir ao castello de Lezignan. Natural-

rr-—, , _imente combinaram todos esses planos!C-.y1 communical-osá senhorita de Nevers, para lhe poupar emoções. Mas a joven duqueza, notando que seu noivo*'iavaem voz baixa com Marion, começou a inquietar-se.—Vocês estão me oceultando alguma cousa !.. .—disseella.—Ora que ideiál—exclamou Cinq-Mars.—Juras que não me oceultas cousa alguma ?—Qne tolice ! —disse o seu noivo sorrindo. E afastou-se :—EUe não quiz jurar—murmurou a duqueza muito triste.

E ficou pensatíva.No próximo numero—O mais bello romance de aventuras —

(Continua)

A RAINHA DOS CORSÁRIOS

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14 ^^^NTÜKAS~D0rcONDE DE CHAVAGNACROMAHCE HISTÓRICO DE AVENTTJHAS

5- E ULTIMA PARTE

O TICO-TICO

-:: t^.

ve!t£j

Na porta da pequena casa, Raul encontrou Lustalú, de sentinella. edisse-lhe:

— Eu vou ao castello de Lezignan; se, durante minha ausência,acontecer alguma cousa á senhorita de Nevers, irás immediatamente P1'6"venir-me.

—Pôde contar commigo meu senhor -- declarou o bravo lacaioli ~, E, adiantando-se com precaução, Raul foi collocar-se no logar eralf/ com ninara com Marion de Lorme esperal-a.

entretanto, Marion abandonando o vestuário de homem vestiu/irou: -t que a criadinha Luiza trouxera na carruagem. Marion. aueria arífsear-.r-se ao Sr. de Lezignan com seu vestuário próprio, porque or-'-'go, que nunca a vira vestida de homem, poderia estranhar seu diíarce.

Foi pelo menos essa a explicação que a destimida Marion deu aduqueza e esta, observando quanto o vestuário feminino realçava a b

leza de sua amiga, voltou-se machmalmente para o espelho collo-cado junto á sua cama.

Vendo nelle um rosto pallido. sob a compressa de Unho presaásua lronte, a senhorita de Nevers suspirou:—Meu noivo me viu neste estado! leia d'esta maneiraiE, comparando seu abatimento á belleza de Marion, a jovenduqueza de Nevers desatou a chorar.Marion, attribuindo esse pranto a depressão nervosa e não

querendo inquietal-a mais, disse-lhe que ia sahir para arranjarmedicamentos.

—A esta hora I E' uma loucura : —exc'amou a duqueza.E como Marion insistisse, ella exigiu anciosamente :Jura-me que não vaes sahir para outra cousa!—Ora que tolice !—exclamou Marion, retirando-se para evitar

que a discussão se prolongasse.—Também ella não quiz jurar — murmurou a duqueza, dei-xando cahir a cabeça sobre o travesseiro, com desanimo.

Marion julgando-a adormecida, aproveitou a occasiâo e sahiu da sala sem rumor.Na rua encontrou Cinq-Mars e,. dando-lhe o braço, dirigiu-se com elle para a porta sul da cidade.

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idéia súbita, exclamou:—Mas nao é possível deixal-a ir assim, só, pelas ruas.E pediu á velha dona da casa, que acompanhasse sua amiga

A bòa velha correu para fora. Mas, apenas chegou á calçada, viu Ma-I rion encontrar-se com Cinq-Mars; e voltando disse á senhorita deNevers.• —Nao se assuste. Sua amiga não vai 30. Encontrou na ruaaquelle bello lidalgo, que, ha pouco, esteve aqui, deu-lhe o braço e

seguiu com elle.Luizinna lançou um olhar terr

Essa porta, por onde o rei entrara na cidade, continuava a&ert^para dar passagem aos numerosos carroções de bagagens, que açom*panhavam Sua Magestade. Graças a essa circuhastancia MarioneCinq-Mars puderam sahir da cidade sem incommodo.

Pouco adiante encontraram um pagem, irmão do escudeii-0de Cinq-Mars, que lhes arranjara cavallos. Marion e Cinq-Mars mon*taram e, seguidos pelo pagem, partiram a galope.Entretanto as

angustias da jo-veh duqueza deNevers torna-vam-se cada vezmais terriveis.Logo que Ma-rion sahiu,a du-queza tendo uma

Jê ¦ ^pjé^Rp^

csfcfefeMg j \-~ \ \ ^tetüÍn-pw)

um olhar ternvei a velha, para que ella comprefiendesse que naodevia contar aquilló. Mas já o mal estava feito.

Uma suspeita horrível atravessara o coração da duqueza de Nevers, e ella fico^i mm ovei, mais pallida do que nunca, tao abatida que a criadinha apressou-se a dar-l»euma colher de poção calmante.

Nessa momento Lustalú, que continuava á porta, entrou annunciando que alli estavaum droguista, trazendo os remédios pedidos.—Que entre—disse distrahidamente a duqueza.

O homem que entrou tinha grandes barbas brancas, vinha com o vestuário do»boticários d'aquella epocha e disse logo:

—Aqui está o remédio mandado pela linda moça, que encontrei aqui perto de hra£ -cam um esbelto cavalleiro. Um"bello par. E iam caminhando tãoalegres que até pareciam noivos.

Depois, como se notasse a ex-traordinaria pallidez da duqueza,disse:

— Quer-me parecer que seuprincipal soíTrimento não é nocorpo é na alma.

Porque não ouve um sacerdote,minha senhora?

O consolo da religião talvez lne seja mais útil do que os con-selhos de um medico.

—Tem nizão—suspirou a joven duqueza.— Pois olhe—continuou o boticário—exactamente aqui perto

mora um frade que é um santo homem, muito sábio e caridoso.Vou chamal-o.

E, sem esperar a resposta da senhorita de Nevers, o boticáriosahiu apressadamente. • (Continua)

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1=====***'

1

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o TICO-TICO O CASTIGO DO TONY

ver! i° ^ony tinha um burro, que querian = • P°rque já o maltratara tanto, queu animal tamára-lhe raiva...

2) ...e não deixava que elle, o mon- 3] .. .foi procurar seu amigo e compa-tasse. Então, tendo ouvido dizer que seu dre, o acrobata, para lhe pedir, quefossecollega, o palhaço, desejava comprar propor o negocio ao palhaço,um burro...

41querPaia

Mas ha uma difliculdade. O palhaçocomprar um burrinho bem manso,Ta,f olli-'recel-o a sua sogra. Então ow>y, que considera seu burro muito...

5J ...bravo, tem uma idéia para en-ganar o PalhaTo. E propõe um planoao acrobata a quem paga dez mil réispara aiudal-o.

6) ü acrobata acceita e disfarça-se comuma pelle de burro, para ser apresenta-do ao Palhaço, lingindo-se muito manso.

WT M j___ r~ ~<Ê,

I fU::*¦'¦'¦"¦ ,, :

- assim se faz. O Touy vai propor o9c^°cio ao Palhaço e apresenta-lhe or°bata, fingindo de burro.

8) — Esse bicho é manso? — pergun-tou o Palhaço—Muito manso,at_ enten-de tudo quanto sediz-aflirmou oTony.O palhaço montou...

9) ...ede facto, o animal parecia deuma mansidão de cordeiro.- O palhaçodeu-lhe ordens e o burrinho entendeu,obedeceu a tudo...

Zm) li wrlí j _______<_____a m'-; Unha-se de pó, sentava-se, davatOty, ° a apertar. O palhaço, encantadoeij um animal tão habd, otíereceu porassenta mil riis.

11] E como o Tortracceitasse, deu-lhecem mil réis para se pagar. O Tony,que nao tinha senão uma nota de umconto de reis, sahiu para trocar oscem. .

12|... mil reis. O Palhaço, emquantoesperava, pôz-se a lér o jornal. Então oacrobata, já cansado de tingir de burro,julgando o Palhaço distrahido, scjntou-setambém (Continua na pagina 25)

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16 IWAX IV.UL.LER —por A. ROCH* continuação) O TICO-TICO— - ~i

<j>r

1) O transporte dos objectos, que escaparam á fúria dosursos e ao incêndio destruidor, para o navio, foi penoso. Ostripulantes, mortos de fadiga, auxiliados pelos cães, quepuxavam as seléas, conduziram por aquelle solo escorrega-dio, enormes volumes

9) Em alguns logares, de terreno accidentado, os cães_ aravam e perdiam a coragem para avançar. Era, então,preciso desatrellal-os e descarregar as seléas, transportando~s volumes para grandes distancias, até que.de novo, encon-Jtrassem terreno plano.

3) Ao cabo de dous dias de viagem, guiados e semprevigiados pelos aeroplanos, chegaram á margem do ladoonde se achava o navio. Naquelle sitio, o gelo começava adesmanchar-se, portanto, não havia tempo a perder. Pu-zeram a chalupa á nado...

4) . ..e transportaram, em primeiro logar, os viveres e[ias demais cargas; depois as seléas e os cães, e, finalmente

os homens que, todos marujos, recuperaram a alegria di-ante d'aquelle bello navio. George chamava-se a bella em-barcação que, depois de uma longa viagem...

j

5) . ..alli estava, ha dous mezes, prisioneira e perderaq'iasi toda a sua tripulação, atacada de escorbuto. Graças áintervenção de nossos heróes e ás appücações de juice;(summo de limão) feitas pelo Dr. Lebeau, salvaram-se ocommandante, o immediato e sei; marinheiros.

fi) Mister Greener soube, então, que o navio era íngiêz?assim como toda a tripulação e propoz compral-o. Nao to'.sem alguma reluctancia que mister Colts cedeu. Dias de-pois, ao sabor da corrente e por uma abertura produzidapelos desgelos, partia o ex-George, agora denominado

..fíTazil, com rumo ao Norte. (Continuai.

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68 BIBUOTHECA DO "TICO-TICO" TOM PLAYFAIR 65

A quem ?Nenhuma resposta. *¦¦— A quem, pergunto-te.

A um coitado, sim senhor. Es-tou com muita fome, titio.

Tom só dizia uma parte da ver-dade. O facto é que tinha dado tudooutra vez ao próprio gatunozinho, por-que vira que o pobre menino soffriamuito. E até lhe pediu perdão por lheter partido um dente. Era isto queTom não queria contar. Mas pareceque o senhor Meadow o adivinhou —ao menos parcialmente — pois deuapenas ao sobrinho quinze minutosde sermão e um bom jantar.

CAPITULO XVIII

O GRANDE SUSTO QUE TITIA I.EVOU

Dez horas da noite. Tom acaba derezar as suas orações e parece eus-tar-lhe muito a tirar a roupa. Vaipuxando o casaco. Já está com osbraços estendidos no ar; a cabeçaquasi se sumiu. Tom fita attentamen-te seu tio e permanece nessa posturadramática até que o Sr. Meadow te-nha desapparecido debaixo dos cober-tores. Então, Tom torna a vestir ocasaco e diz :

Titio, o senhor se esqueceu deuma cousa.

Que é ?Sua oração ; não a fez.Isso não é de de tua conta, me-

nino.Tom calou-se, sentou-se numa ca-

deira, poz uma perna em cima daoutra e entrou a assobiar, de manso,uma ária muito em voga.

Deixa de barulho ! Deita-te já.Tom levantou-se ; depois, estirou-

se no sofá da frente, embrulhando-seno seu manto, e ficou a olhar o tio.

Silencio demorado : tio e sobrinho,ambos em posição horizontal, se con-templavam alli como dous cães deporcelana.

Acabaste, maluco ? ! — excla-mou o Sr. Meadow, apoiando-se nocotovello.

Estou vendo essa carapuça nasua cabeça : acho-lhe muita gra^a.

Sahe do sofá e vem dormir.Qual ! Junto de meu tio ? Isso

não !Porque não ? Dize fPorque o senhor não fez sua

oração ISe tu não vieres já e já, digo a

teu pai tudo o que fizeste nesta ei-dade — sabes ?

O Sr. Meadow tinha descoberto oponto fraco. Tom suspirou e, lenta-mente, foi tirando a roupa. Tomouum copo ; derramou dentro uma pou-ca de água, fez-lhe em cima o signalda cruz e, com esta água benta, se-gundo nova moda, molhou a cama e,já se vê, também o tio.

Suspiro numero dous. Metteu-seentão nos lençóes. O terceiro suspiroviria pouco depois. Mas Tom logo pe-gou no somno.

A ameaça que tanto valera ao Sr.Meadow não era átôa. Um telegram-ma recebido na mesma tarde annun-ciava a chegada do Sr. Playfair e datia. Tom tinha de seu pai um medoextraordinário.

Justamente no outro dia desem-barcavam os dous viajantes. O Sr.Playfair dignou-se dar de leve um bei«jinho na testa do filho. A tia, essafez-lhe tanta festa, que lhe desman-chou completamente o penteado. De-pois, apartándo-se um pouco do que-ridissimo sobrinho, foi-lhe examinan-do anciosamente a phisionomia.

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O Sr. Meadow tinha queda parajogos athleticos e a prespectiva deuma narração cheia de peripéciasagradava-lhe. Tom percebeu logo ofecto e viu uma bôa occasião paraescapar do castigo.

Se o senhor prometter que nãome bate, direi tudo.

Onde foi parar tua roupa, ma-kmdro ?—Prometta que não me dará castigo.

Roubaram tua roupa, — não é ?Não roubarram, não, senhor ;

mas assim mesmo estou sem di-nheiro.

Então, onde se foram os teusvinte e seis dollars ?

Prometta que não me castiga econtarei tudo. Ha de vêr que é muitointeressante.

O Sr. Meadow deu um passo áfrente ; mas Tom já tinha pulado atéá escada.

Meu tio, — bradou elle, voltan-do-se, — o senhor fique onde está ;senão, fujo.

Que fizeste na noite passada, pa-tife ? — interrogou o Sr. Meadowmais calmo pois não queria provocaroutros desmandos.

Prometta-me que não me darácastigo algum.

Isso havemos de vêr quandoacabares tua historia.

Palavra ? !Pois não, palavra !Então, antes de eu terminar,

não me castiga, — não é ?— Já te disse, que não.

Faça uma cruzinha no coração.Ahi está! Prompto, idiota 1Agora. sim.

E Tom consentiu em subir as es-cadas.

Titio, dê licença para eu me la-

var primeiro, porque estou com orosto cheio de terra.

O Sr. Meadow levou a bondadeaté mostrar ao menino onde ficava olavatorio. Tom tirou o casaco e estevebrincando na água uns dez minutos.

Não acabas, com isso? — ex-clamou o tio, impaciente.

Também tenho que mudar deroupa, pois esta não presta mais. Emtodas as poças de lama do caminhotive de metter os pés ! Nossa Senho-ra 1 Que carreira doida !

¦— Carreira ? Porque ?Dous cães que corriam atrás de

mim... Mas, faça favor de esperar queeu troque de roupa.

O Sr. Meadow esperou, de facto,mais cinco minutos, protestando ameia voz, de maneira que o sobrinhonão poude bem comprehender.

Afinal, Tom ficou prompto. A nãoser a inflammação do rosto e as esa>riações, era exactamente nosso amigoda véspera.

Então, e a historia ?Tom tirou da malinha uma espon-

ja, humedeceu-a e expremeu-a juntodos lábios.

Que bom ! — exclamou elle, sa-tisfeito: é isso mesmo que eu pre-cisava.

Então, Vossa Excellencia nãome ouve ?

Desculpe ! Quer que lhe conte ahistoria, — não é ?

Certamente.E depois o senhor quebsa a pro-

messa que me fez.Não quebro, não.De não me dar antes de eu ter

contado tudo ?Já te disse que não.Então, titio, sabe uma cou-

sa ?

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BIBLIOTHECA D,bO TICO-TICO"

Não quero saber cousa alguma.Prompto !

Assim não acabo nunca e nuncame poderá castigar.

Dizendo isto, sorriu com uma caramuito feia.

O S. Meadow deu um pulo para afrente, mas o pequeno iá estava nofim da escada.

Só se jurar que não me dá cas-tigo em nenhum caso.

Está direito ; não te toco, sejacomo fôr. Nunca hei de pôr a mãonum vagabundo da tua espécie

Agora é que fallou bem. Comotitio sabe, papai não quer que nin-guem me bata, e é só para não des-gostar a papai que eu não quero apa-nhar ; depois, elle ficaria de mal comtitio, — o que seria muito desagrada-vel para mim. Hontem á noite, ásonze...

E Tom foi narrando suas façanhasaté ao momento em que o deixámoscom cinco tostões no bolso.

Então, meu tio, eu quiz que osenhor tivesse alguma consolação.

Que delicadeza ! — resmungoumuito baixo o tio, com mais tremor.

Era isso, sim. Porque, se eu vol-tasse sem um nickel, o senhor poderianão gostar e xingar-me de nomesfeios, como estava fazendo ha pouco.

Ora, adeus.—E a briga, comofoi?

E' verdade. Em vez de tomar obond, eu vinha a pé, para não per-der meus cinco tostões.

Princípios esplendidos ! Eco-nomia admirável ! — resmungou ain-da o Sr. Meadow.

Tinha dado apenas dous passosquando me achei diante de um bêccosem sahida. Sujo que nem o senhorfaz idéa. Trez sujeitos encostados na

parede da primeira casa não queriamdeixar-me passar. Eram trez typosainda mais sujos do que a rua.

E tu os derrubaste, hein ?Qual ! Nem sei como não me

comeram vivo. Aquelle do meio, pa-rece que era o chefe. Do meu tama-nho ,mais ou menos. Os outros erammaiores. Com dous dentes enormessahindo da bocca. Dentes enormes tãomal feitos como os de titio.

Vamos ! Adiante !Mas o outro nem me deixa to-

mar fôlego. O sujeito dentuço disse:—Dê-me um cigarro, fedelho.

E não lhe deste pancada ?Tom lançou ao tio um olhar de

compaixão e pouco caso.—Não senhor, que tenho educação.

Só lhe disse que de chinez não en-tendia mesmo nada. Os outros doussoltaram uma gargalhada. E elle abriua bocca como um bugre do matto. En-tão, contei, em cima ,até cinco dentes,e, elle berrou com uma vóz medonha...como aquella do titio, ha um instante.

Que foi que elle berrou ?"Passa-me o arame, bicho mal-

criado. Vou—te filar os cigarros. De-pois disse uma palavra feia... justa-mente aquella que o senhor...

Bem, bem, já sei. Conta tuahistoria.

Respondi-lhe que nem russo nemturco, eu também não entendia. E,im-mediatamente um socco na bocca.Ou-tro sôcco evitei, e procurei dar tam-bem, até que vi o sujeito no chão,berrando. Tinha lhe acertado tambémna bocca e, quando elle se levantou,cuspindo, tossindo, vi que só lhe fica-vam quatro dentes.

E então, que fizeste ?Nada, titio. Os outros pularam

em cima de mim e. emauanto aouelle

v

TOM PLAYFAIR 37

dos dentes grandes se estorcia e ge-mia, rogando pragas para se consolar,os dous me tiraram tudo dos bolsos,tudo, tudo : um iman, o canivete, olenço, dous pedaços de barbante, umabolinha de vidro e meus últimos cincotostões

—.Não podias defender-te, bobo ?Para o senhor, é muito fácil di-

zer isto. Um tinha se sentado em ei-ma de mim ; logo que elle se levan-tou, fugi a toda a pressa...

Uma vez fora do becco maldito, fi-quei pensando nos cinco tostões. Lar-gal-os assim, era falta de brio. Entrei,então numa loja e disse ao patrão queestava cançado. Elle riu-se e offere-ceu-me uma cadeira. Atráz da vitrina,fiquei na rua espreitando. Assim pas-saram uns quinze minutos, mais oumenos.

Os trez larápios disputavam a pre-sa, isto é, meu lenço, meu canivete,a bolinha, o barbante e tudo o mais.Quem ficou com os cinco tostões, foiaquelle dos dentes .—Mas eu não oabandonei assim. Sem elle dar porisso, fui acompanhando o typo. E,quando estavam a uns dez metros dedistancia de um soldado, aproveitei aoceasião para dar gentilmente ao ga-tuno um leve tapa no hombro.

Meu dinheiro, faça-me o favor.Dinheiro ? Deixa de prosa ; se-

não, parto-te a cara.Quem ? Você ? Dê cá meu di-

nheiro, já e já; senão, lá se vai outrodente, e chamo a policia.

Elle teve medo e deu-me o que erameu.

Isto, sim ! Cabra escovado ! —exclamou o Sr. Meadow. E depoisvieste para cá—não é ?

Ainda não, titio. O lenço —sabe ?—era lembrança de titia. Aauel-

le velho canivete, quebrado, tambémera o que o senhor me deu, quandocomprou um novo para si, por issoeu não o queria abondonar.

Ora veja, este coração de pom-binha !

Tom admirou-se.Então, voltei para ver se não

podia pegar, pelo menos, o canivetee o lenço. Os dous patifes estavamno becco ; um, brincando a fincarmeu canivete numa porta, a trez pas-sos de distancia ; o outro, com meubonnet na cabeça. Chego ahi escondi-do, e, no momento certo, largo numacarreira, agarrando lenço e canivete,e continuando a correr.

Muito bem, rapaz ! — gritou osenhor Meadow — e depois ?

Os dous moleques soltam umberro ; as pessoas da vizinhança che-gam ás janellas e portas ; dous cãescorrem atráz de mim ; esbarro numacabra e ouço as pedras, que passamrente á minha cabeça. Não sabia maiso que fazia. Só vi uma fôrma na fren-te, muito grossa ; dei-lhe uma cabeça-da na barriga e logo percebi uma ca-belleira ruiva que rolava pelo chão ;dou um ponta-pé num cachorro, queme incommodava, e... prompto 1 Al-cancei a rua mais próxima.

Tom parou para tomar fôlego...Nem sei como sahi daquelle bu-

raco ! Na rua, ninguém se importoucommigo. Eu estava cheio de lama.Limpei-me um pouco com o canivetee... fiquei assim... E com uma fome !...

Que é dos cinco tostões ?Só nesse instante, desde que che-

gára, o nosso heróezinho se perturbou,Não os tenho mais.Que compraste ?Nada, não senhor. Eu.., eu os

dei.

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19 O TICO-TICO

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ACCNS^—LIS~ „

UMA TRÍPLICE EXECUÇÃO NO MARNesta secção e sob a rubrica «Viagens e Aventuras» contaremos aos nossos amiguinhos casos verídicos, passadosem diversas regiões do mundo e que servirão não só para relatar actos de heroísmo ou de dedicação humana.

como para tornar conhecidos costumes e singularidades de vários paizes.

O Vikinç era um bello navio E Joham cahiu sem um ge- um grande gesto, enterrou-sede trez mastros,que viajava sob midó, e com a cabeça aberta;a bandeira sueca por todos os seu sangue correu molhando amares do mundo, sem que ne- roupa, que lavava,nhum incidente grave tivesse Murmúrios se ouviram naainda marcado seus vinte annos noite,osmaiinheiros,em revoltade existência. Seu capitão, o embriagados por esse primeiroVelho Weinberg, era marinheiro êxito, sahiram da sombra, Pe-experimentado, que devia seu tersen deu ordens em voz baixa:

com ruído numa das taboas dotecto.

E Weinberg despertou. Rapi-damente comprehendeu o quese passava. Antes que o assas-sino tivesse tempo dc desemba-raçar a machadinha, atirou-sesobre elle e estendeu amao para—Vão liquidar as contas com a gaveta onde estava o revólver

Christiansen. Eu me encarrego carregado,do velho ~A mim, camaradas! Açudam;

êxito a duas qualidades princi-paes: energia e perspicácia.Tinha cuidado extremo na es-colha de sua equipagem.

Segundo sua expressão, sóadmíttia caras, que lhe agradas-sem. Infelizmente, retido certavez ao lado de sua esposa en•erma, confiou a seu filho o cui-dado de engajar uns vinte mari-nheiros para uma viagem ás In-dias e Joham, o bom immediato,não tivera a perspicácia de seupai. D'ahio drama.

Tudo loi bem até o Cabo daBôa Esperança. Apenas o car-piniciro Petersen isolava-sequasi sempre com dous ou trezoutros marinheiros, ebrioscom:>elle, em conciliabulos suspei-tos. Acontecia até Weinberg sur-prehender entre a equipagem.olhares de traição. Mas issonao lhe parecia razão para sealarmar. Era o que elle dizia,rindo, quando seu fiel Christi-ansen, o primeiro official. lheaconselhava que vigiasse o car-pinteiro, homem de uns quaren-ta annos.alto e forte como ller-cules.

Antes tivesse seguido o con-selhodo official ! Se*u filho tal-vez nao teria perecido de modotão atroz.

Eisaventura

Apezar de official, JohamWeinberg aproveitava uma bel- O velho, era Weinberg, ador- Mas os marinheiros, oecupa-Ia noite de luar para lavar sua rnecido em seu camarote, onde dos, em outro canto do navioroupa sobre aponte. E tão ab- nao tivera nem a precaução de em atacar o primeiro olficial'sorvido estava nesse serviço, fechar a porta. não ouviram os gritos do chefe!que não ouviu o ruido de pés O gigantesco carpinteiro des- Não obstante sua edade. Wein-descalços, que se approxima- ceu a escada, approximou-se do berg era robusto; na lutadeses-vam. Se voltasse a cabeça, veria leito, levantou a m.ichadinha... perada, que travou com o as-que o carpinteiro avançava com Mas sua alta estatura, serviu-o sassino, acabou por vencer. SuaPrecaução,e o ferro de uma ma- mal, nessa circumstancia : o mão direita, com brusco esforçochadinha reluzia em sua mão. ferro da arma que brandia com escapa aos dedos do carpinteiro

como se deu a trágica

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Passando por cima do grumele v bala atlingiu o marinheiroO velho, era Weinberg, ador-

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O TICO-TICO 20

que, com a mão esquerda, emvão tentava arrancar a macha-dinha do tecto. E, vendo o capi-tão empunhar o revólver, fugiuprecipitadamente.

O primeiro cuidado de Wein-berg loi correr ao camarote deChristiansen : encontrou-o ba-nhado em sangue, com a faceatravessada por uma bala, opeito crivado de punhaladas. Osrevoltosos haviam-o abando-,nado como morto. Mas a vidaestava bem presa ao corpo doScandinavo

Sem perder tempo em cura-tivos, acompanhou o chefe aotombadilho, com um revólverem cada mão ; querem agora li-bertar Joham, que julgam pri-sioneiro em seu camarote. Suadecisão- foi tão prompta quetranstornou o plano dos conju-rados.

A' vista do ofíicial que pensa-vam morto, os amotinados per-turbaram-se, recuaram, e, ame-açados pelos revólveres dosdous homens, relu»iaram-senum canto do tombadilho.

Kapido como o relâmpago, eemquanto Christiansen se ar-rasta para a barra do governo,Weinberg (echa a escotilha eprende os revoltosos.

Só depois d'isso é que o infe-liz pai conheceu da terrível ver-dade: sob o pallido clarão dalua, numa poça de sangue, ocadáver de seu filho jaz immo-vel para sempre. E elle jura vin-gal o de modo terrível: a equi-pagem inteira, do carpinteiroaté o grumete, morrerá de fome!

Um dia se passa, uma noite,dous dias, trez. Em baixo osprisioneiros fazem uma pândegacom os viveres que estavam nacâmara em que se relugiaram;barris de vinho e de rhum e car-nes salgadas, etc.

O capitão percorre o tomba-düho com passo febril, quandonao trata dos ferimentos docompanheiro, ou não o substi-tue no leme.

Mas eis que os gritos de vio-lencia se fazem mais raros ouse transformam em gemidos deangustia, no cubículo dos re-voítosos. Falta-lhes água, e asede devora suas gargantas.

Pelas fendas da escotilha.par-lamentam propondo renderem-se.

No quarto dia, Weinbergapresenta suas condições quesão acceilas, os prisioneiros secompromettem a executar suasordens sem discutirem. Üh!

como o sangue de seu filho vaiser bem pago !...

Um a um, os revoltados sa-nem da prisão, diante de Wein-berg, que tem na mao uma ca-rabina, e ordena que se collo-quem em fileira. Sua voz er-gue-se, secca, autoritária, ter-rivel.

—Petersen, tens que morrer!Levanta a arma. E o carpinteirocahe para a frente, com o era-neo despedaçado.

—Henricksen, tens que mor-rer! E um segundo cadávertomba ao lado do primeiro.—Breibhaum, tens que mor-rer! Mas o homem designadoesconde-se por detraz de umgrumete e pede perdão.—Abaixa-te, rapaz! Não per-dôo !—grita o capitão.

O grumete, apavorado, obe-bece e passando por cima d'elle,uma terceira bala attinge Breib-hanm.

A travessia terminou sem ou-tro incidente. Aequipagem es-tava dominada. Mas o pobreChristiansen, desembarcandoem Sydney,morreu no hospital,em conseqüência de seus feri-mentos.

E Weinberg nunca mais via-jou. Tomara horror ao mar.

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m. m^mmW WÊmW J\íl \-^-^r^'- mWr %'¦•' W

O melhor f^^B db'mundp m\. JÈÊaL.-' :> Jr

V.V. S S. Odolisam-se ?Odollsar~se quer dizer escovar os dentes e lavar a bocca com Odol, água dentUrieia por e*ee11ene!a.Algumas gottas de Odol misturadas com um pouco d'agua, teplda de preferencia, dâo uma emulsSo que

Hmpa e purifica a cavidade boceal, destruindo todas es bactérias nocivas.O Odol hão só exerce a sua aceão antiseptlca e refrigerante, no momento que se emprega, mas também

Aoras depois.

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21 Ô TICO-TICO

OS NOSSOS CONCURSOSRESULTADO DO CONCURSO

N. 917

LILIA solução exacla do Concurso n. gij

Eis ahi caros leitores a soluçãoexacta do ncsso concurso de hoje.Recebemos muitas soluções certas etambém outras muitas differentes.Como, por exemplo, houve leitores,que nos enviaram a solução comosendo «Titio», «Lulú», etc.

Eis os nomes dos leitores que nosenviaram soluções:

Firmina Duarte Pinto, Beatriz So-dré Cancela, Antônio Vaz Pinto,Hilda Lussac, José de Freitas, RosaCoutinho de Lima, Carlota L. O. Fer-reira, Míiria Arlitida Walker, NelsonLopes Bastos, Mario Guimarães, Jo-sepnina D. Murgel, Manuel Costa eSouza, João da Costa Pinto, Ileri-baldo P. Rebello, Nilza Alsina Go-mes, Esmeralda da Silva Oliveira,Josephina Dornellas, João Prado,Maria Nazaretto de Castro, ManaJosé dos Santos Tavares, Maria No-bre do Nascimento, Cyrano FerrazKehl, Florisbella Faria, Alceu Octa-cilio de Barbedo, Benedicto W Cos-ta, Joaquim Mattoso, José BonilhaRodrigues, A*,hos de Lemos Roche,Iclea Tybiriça, Luiz de Mendonça eSilva, Clovis Lyrjo Sampaio, Nelsonde Souza Carvalho, Eurydice Pe-reira, Ruy de Castro, Isidoro dosSantos Liberato, Mana Joaquina deAraújo, Edgard Mascarenhas, Jc-anna Osman Leone, Edith Marquesde Leão, Gonçalo R. T. Guimarães,Edith F. de Souza, Beatriz M. San-dali, Claudimira do Valle Veiga, Ritade Cássia Trilho Teixeira, João Bra-ziel Caldas. Narciso Cadoez de Lima,Aricio Guimarães Fortes, Zaida Ay-res de Lima, Amadeu Lopes Vianna,Fernando de Aquino Fonseca, Jonas.Bonilha, Hermita Sá, Yvon Fonsecade Moraes, Alda Barbosa, Luiz Ra-mos, Branca Kerl Azevedo, João Be-nllio, Saul Wagner, Maria CarmenPareto, Maria Gomes Teixeira, El-vira Luz, Dagmar Caetano da Silva,Maria Dolores da Cruz, Ítala de Je-sus Teixeira, Francisca Cabral deMello, Rosina de Magalhães, Con-suelo Rodrigues, Dermeval Castro,Joaquim Ferreira, Maria AntoniettaA. de Freitas, Carmen Roíz. IreneAugusta Ferreira, Maria de L. Rosas,Mana Apparecida de A. Corrêa, Eu-gênio Domingos P Seara, StellaFernandes, Noemia Freire, Edgardde Oliveira, Wilmar Costa, R.ibemMoeda Miranda, Sylvio de Menezes,ílildeirard Rodrigues da Silva, VeraVioleta Sylvestre, Roberval RocheMoreira, Clovis B. Bevilacqua, Ma-ria do Carmo da Silva Maia, LuizDeveza, Assima Meauchar, DidimoNunes Muniz, Ernani Santos, Juracyde Toledo Andrada. Myette Maira deOliveira. Jurema Falcão Pfaltzgraff,Maria do Carmo Dias Leal, Dongui-nha Dias Leal, Homero Dias Leal,Filhote Dias Leal, Marilia Dias Leal,José Carlos deChermout Rodrigues,Edgard Guimarães. Raul Blondet,

Manuel Arz Pires, Clotilde RamosOliva, Jandyra Soter, Maria LourdDarbilly, Chininha Cruz, Rachel Laisde Azevedo. Dulce E. de Carvalho,Gezualdo Alvim, Maria Carmen H.de Almeida, César C. Gama, JoséAugusto Moreira dos Santos, Geor-gina Liberta de Oliveira, OrlandoMortuscello, José Maria Martins,Floriano Wey, Lúcia Gama, Odettedos Santos, Adelina Fernandes, DivaO. Licon, Djalmá Cerqueira Licon,Alda Assumpção, Ercmita Maga-Ihâes, Djanyra Landim, Floriano J.Mariano, Cecília J. da Cunha, NairVeiga, Georgina Schreober, Luizada Silva Drummond, p;mmanuelMonteiro, Christino Cruz Filho, An-na Ameiia de Carvalho, Branca RuizAguiar, Julia Dias, Sebastião Maxi-mo de Assis, Paulo Feio, Nelson No-bregade Vasconceüos, Alida flartley,Dmo Braga, Anna Rosa M. Moreira,Jalvora Corrêa, Antônio Roth, Fer-nando Lacerda, Alda Rodrigues,Vasco Borges Araújo, Evansto dosSantos, Iracema A. Malheiro, Au-gusto Guilherme Welt, Lybia Mon-teiro Alves Barbosa, Hélio Nogueira,Zulmira de A. Lima, Eveline Leus-chner, Edgard de Oliveira, CecilianaMazzaferro, ürlanda Miranda, Ahre-do Cabral, Hyzail Rebellode Loyola,A. Santos, Clelia de Rossi, Walde-mar Ribeiro, Luiz de Rossi, AryKerner Nogueira de Oliveira. SylvioCouto, Odette Gonçalves CosetteAragon, Reynaldo Gerth, Olivia Mar-ciaf Roda, Diva Maria Ribeiro, HugoJosé da Costa, Maria Conceição Gal-vão, Ângelo Cantisani, Leonor Ma-ria Ferraz, Danusia de Souza eSilva, Francisco Porges, SanfAnna,Lauro Soares Fernandes, Emma-nuel Bluhm, Anacleto PamplonaFüho, Nair Granja Machado Vieira,Gilberto Lahorgue, Jair Gonçalvesda Fonte, Oswaldo Quirino dos San-tos Simões, íris Matthiesen, HaydéeP. Giglione, Alice Fragoso Ribeiro,Lvcurgo Alves, Orlando Machado,Savio Duarte Nunes, Oswaldo AlvesVieira. Luiz Gonzaga de Vilhena Mo-raes, Gelmires Bresser, Edgard Cam-pos, Otto Alves Brodt, João Pereirade Oliveira, Lydia Alves de Freitas,Payra Souza, Nicanora Pimentel,Erathildes Fernandes da Silva, Abi-gail Ribeiro Paz, Juracv de Almeida,Lindova Pere ra, Risòleta ProençaMoreira, Decio José Ferreira, Zefiade Souza Ferreira, Brenno de Re-zende Pinto, Leonor Francisca doCarmo, Egas Bascos da S.lva,Odette Castro da Veiga Pinto, Geor-ges Leonardos. Alexandre Cezar daSilva, Luiz Pereira da Silveira Filho,Elza Calvet Caiaty, Cândido Gonçal-ves Prata, Fredesvina de Mattos Ro-drigues, Edgard de Oliveira, Henri-que Karl Azevedo, Gilberto Macielde Sa, Helena Gonçalves Melgaço,Honorina Freire de Almeida, Sebas-tião Hugo Richard; Olga de O. Wild,Adalgisa de Oliveira Wüd, HerciliaVarella, José Manuel Maria L. Na-egele, Odette Regnier, Nelson deSouza Pinto, Eleonora GuimarãesFerreira. Ehsita Carrascosa, Diomi-ra S. Carlberg, Elvira Magalhães,Izabel Guerreiro, Ernane cartaxo.Celso Andrade de Araújo, José Diogo

Pereira, Yolanda Luz, Milton Souti-nho da Cruz, Yvette Rubina DiasVieira, Luciola Leivas, Almir Vig-giano Antunes e Durval B. da Silva.

foi este o resultado do sorteio :i* prêmio—10$

Cecília J. da Cunhacom 10 annos de edade, residente narua S.Miguel n. 25—S. João d'EI-Rey—Minas Geraes.

2* preir.io-TJmaaeslgnaturasemestral da ain-ua traçãoBrasileira».

Maria Carmen H. de Almeidade 11 annos de edade, residente, narua7 de Setembro n. 34—Campos —Est. do Rio.

RESULTADO DO CONCURSON. 930

SOLUÇÕES EXACTAS:

i-_0-linda2—Eu-rico3*—Caracas4*—Gallo-callo.

Não esperávamos que o concursode perguntas corresse tão animadocomo suecedeu. Recebemos uma en-chente de soluções, como se pôdeverificar.

ElS OS NOMES DOS SOLUCION1STAS :Maria da Gloria Gonzaga Romeiro,

Claudemira do Valle Veiga, Antônioda Veiga Pinto, Oswaldo M. Auirau,João Menezes, Ruth Romero, EnnioJardim, Leny e Silzid Maurício liai-lenbech, Carmita de Castello Bran-co, João de Alencar, Waldemar Me-deros, Ame!mha Pinto, Iracema Pe-reira Guimarães, Jovelino da CruzAlves Barbosa, José Marapodi, AryPereira Guimarães, Yolanda PereiraGuimarães, llclson M. Vieira Ca-valcanti, Maria de Lourdes, AlidaHartley, Sebastião Ilu^o Richard,Marina da Cunha Cardoso Pint >,Dora Angelita de Carvalho, RenatoCosta Mendes, Nair Ribeiro, DarcyGomes de Lima, Josephina Rocha,Mario Nogueira de Ávila, OnesínoGuimarães, José Azevedo, João Gou-lart. Maria Stuart Cleto, Alcides Mo-reira Aranha, Donatilla Costaro Por-tugal, Amalia Lydia de Martins Cas-tilho, Flonado Wey. Luiz de CastroMonte, Anna Leopòldina Braga, TéteXavier, Olga Fontes Pereira. ZairaZucchi, Hyero Bivar, Izaro C. Tei-xeira,Manuel Rodrigues Feio lunior,Luiz Josédos Santos Dias Netto. J. SaMarina de Oliveira Cavalcanti, loséSoutinho de Figueiredo, Nair MonteMór, Olinda Lattari, Mananna P. L.de Monlevade, Antônio Figueiredodos Santos, Adauto Ribeiro, Edu-

5101016S000 S u perioressapatos pre-. tos e amarei-

los, para senhoras, salto baixo e alto,de abotoar e de amarrar. AvenidaPassos, 120. Casa Guiomar (A quetem um macaco á portai.

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O TICO-TICO 22

ardo Drtimond de Britto, Mana Ap.de A. Corrêa,Laura Junqueira, Steilada Silva Nazareth, Ztileika Lima Ce-sar, Nilo da Silveira Paiva, JaymeAlves Simões. Francisco de PaulaBaldessarini, Zith Benicio ae Souza,Mana Apparecida Braga, ErmelindaPereira de Souza, Idealinla PereiraSoares, Maria Lourdes Penteado,José Augusto Moreira dos Santos,Raul C. Azevedo, Jurema FalcãoPfaltzgralf, Nino Júlio de Castello F.Calado, Dermeval Braga, Opnir Vi-anna, Conceição Netto Caldeira, ÍrisMathiessen, Noemi Maciel da Silva,Álvaro Muller de Campos, NoemiaFreire, M. Darcilio Coaracy, G'ads-tone de Souza Lima, Alfredo Cabra!,Nadir Chaves de Moura, AmadeuLopes Vianna, Heloísa d'Avila Bit-tencourt Mello, Jorge Feiió. MariaEugenia Lyra da Silva, Judith Clapp,Joaquim Nogueira de Carvalho, Uo-beival Roche Moreira, Vera VioletaSylvestre, João Baptista Furtado,An-toma Bastos Porteila, Mary Yankee,Octavio de Carvalho Valle, DjalmaLeite de Rezende, Gornelio F. deAzevedo, Justo Travassos Monte-bello, Mario de Carvalho Valle, Dar-cy de Castro Peixoto, Luciola Leivas,Lycurgo Alves, Maria do CarmoDias Leal, Donguinha, Homero, Fi-lhote, Marilia Dias Leal, Decio JoséFerreira, Leutacio de Medeiros J.Ferreira, Joaquim Antônio Fernan-des de Oliveira, Raul Velludo 11. Vi-eira, Adyr Fernandes de Souza, Ni-colino Ámorelli, Accacio Valentimdos Santos, Odette de Menezes, CaioG. F. Barros, A'exandre P. das Ne-ves, Carlito Prestes, Maria Augustados Reis e Souza, Analdina Soter,Edith Baeta Neves. Jandyra Soter,Lúcia Nunes Brazileiro, José MartinsLeal Filho, Walter Toledo, EmmaCorrêa de Abreu, Diva d'AlmeidaMagalhães, Laura Fernandes Me'lo,Beatriz Bittencourt Lobo, GaldinoAlvim, Ariovaldo Leal, DarcY de SáFonseca, Iracema Granado, Appare-cida de Azevedo, Rosina de Maga-f^alhães, Lúcia Torrents, JoaquimNogueira Carvalho, Carlos Teixcra,Virgilia Goulait, Patrício Serzedello,Oswaldo Barbosa, Plácido Piq let,Alzira Francisca do Carmo, MariaJosé de Castro Pentagna, AnnibalMarcos, Cvro Perdigão'Silveira, An-tomo Carlos da Gama, Addy Motta,Ililda Lussac,Carlos Lobato Pereiia,Leanaro Gama, Paulo M. de Azeve-do Silva, Lindoya Pereira, Hélio T.Nogueira, Dulce da C. Rodrigues,Jcsé Manuel Corrêa, Aline Vitral,Maria Magdalena Hess, A. Santos,Accacio Perleito Ferraz, Carlos Gon-çalves, Maria Thereza Matta Maiados Santos, Virgílio de Souza CoelhoDuarte, Simoramis Máximo de Assis,Haroldo Rocha d'Avilla,Paulo Victor

3

AL f A A 4$, 4$500 e 5$000 ele-S-klUI £anti8sirnos sapatos-D i li! II de lona,brancos,abo-ir vUU tinadose com botões,

para senhora. Avenida Passos n. 1_0— Casa Gutomar (A que tem um ma-caco á porta).

de Andrade, Manuel Procopio doPrado, Oswaldo de A. Fialho, OlgaGonçalves, Leonor Simões, DjalmaSetúbal Rabello, Maria AugustaSchimidt, Alberto Soares Ribeiro,Olinda Vieira, Dagmar Mangini,Mana Dolores da Cruz, Durvai R.Cintra, Abigail de Barros Pereirado Lago, Hélio Fernandes, Mariada Gloria Barcellos, Iracema Ro-cancourt, Carlos Cyrillo, IvonneBarbosa, Paulo Feio, Maria da

ce de Quadros, Mario de Sâ, MariaLourdes, Jonia G. da Fonte, Paulo L.Brandão, Antônio G. Biandão, JoséA. Gomes Filho, Edith F. Souza,Maria Deborah Silva, A. Santos, DéaSilva, Odette de Castro, Neide deCastro, Fernando Guerra, Isidorodos Santos, Celso dos Santos Luses,Aibertina Canedo, Rubclina Guerrade Souza,Anna Rodrigues de Castro,Nicinha Cardoso, Jalvora Corrêa,Coibelina Angélica da Rocha Leão,

Gloria Ferreira, Antônio Abrantes, Olga Nizynska, Maria do Rego Bar-MariaOlympia Soutinho,^Alice Fra- ros, Zoraido Lima, Carlos Augustogoso Ribeiro, Cecília de Pinho Go-mes, Odette Teixeira, Iara de Oli-veira Quito, Haydée Brandi. RuthPinto de Toledo, José Carlos deChermont Rodrigues, Oscar Carva-lho dos Santos, Sebastião Torres,Pedro Frederico de Bustamante Sá,Gezualdo Alvim, Celina Ribeiro deAlmeida, Rodolpho Tavares, Mariade Lourdes Prata, Manuel de Cor-dis, Cecy Diniz, Henrique da Con-ceição, Hildebranda Souza, TuribioB. do Nado, Acelina Rodrigues, Nel-son da Silva Rebello, Eneline Len-sohner, Edgard Diniz Alves Peque-no, Edison Machado, Maria de Lour-des Pereira, Carlos de O. Wild.Adal-gizadeO. Wild, Olga de O. Wild,Djalma Botelho, Agenor Ribeiro Bo-telho, Edméa Mormanno, AugustoGuilherme Welte, Maria ApparecidaCardoso de M e 1» o, Antonietta FerrazSampaio, Olga deMacedo Côries, Ju-vencino Amaral, Si-mão Nogueira Be-lém, Cecília Celesteda Cruz Araújo, Ju-dith Telles Ouima-raes, Lygia de MelloJunqueira, Rubensde Azevedo, DjalmaFerraz Kehl, AuroraRodr

Monteiro de Castro, Agliberto The-mistocles Xavier, Fredesvino de Mat-tos Roprigues, André de Abreu,Wal-kiria Eurydicede Mattos, Maria AnnaL. Naegele. Cenira Parada, ManuelCarneiro Pereira, Armanda Pimen-tei, Maria Dolores Pinto Coelho,Yolanda G. de Azevedo, Zulmira deAlmeida Lima, Paulo M. Tamm,Dica Vianna, Lauro Ribeiro Paz,Joanna Osman Leone, Eurico Neve»Moura Maia, Luiz Gonzaga de Vi-lhena Moraes, Nicia B. da Silva,

feito o sorteio, verificou-se o se-guinte resultado :

1' Prêmio 10_Edison Machado

com 10 annos de edade, residentenesta Capital á Rua do Bispo n. 235

REMETTE-SE GRÁTIS! - SCIENCIA DOS EFLÜVIOS 0D1C0S - GANHARFACILMENTE - FACILITA-SE A TODOS ÜM CAPITAL DE 50 CONTOS DE RÉIS -

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neste annuncio e envial-o com um sello do correioaoInstituto Klcolrico c _lnsiii'lico _V.li-r.tl, rua da,--.«<'iiilili:i» n. _.*», ISio de Janeira, receberá, além deoutras vantagens, uma demonstração do UCUMU LADOS0D-CO MENTiL, apparelho que concedera, de um modopratico e em pouco tempo, dons irrezistiveis para acura de dores e doenças, desenvolvimento do poderues Bello, Al- psychico ou magnético, transmissão mental do pen-varo Pena Leite, Ma-

rina de Oliveira, Cel-so de Andrade Ara-uio, Lybia MonteiroAlves, Nicanora Pi-mentel, A'tamir deMoura, EduardoDante dos Sa n to sPinto, Adalgisa dosSantos, AntoniettaRibeiro da Silva, Ary

samento á distancia, hypnotismo, auto-suggestão,inspirar amor, concórdia ou amizade, desfazer ínflu-encias nocivas de inveia, ódio e quebranto, preservarde loucura, epilepsia, hysteria ou moléstias nervosas,neutralizar os maus presagios, adivinhar, corrigir deinlidehdade e dos vícios do jogo, embriaguez, sen-sua'ismo e roubo, favorecer a sorte ou qualquer ne-gocio augmentando-lhe cada vez mais os lucros ; pro-duzir. emrim, o bem-estar ou felicidade em todos ossentidos. O medico, o sacerdote, o lavrador, o mili-tar, o marítimo, o professor, o commerciante, o ju-Ribeiro, L indolpho rista. o financeiro, o empregado, o operário, e mesmo

Alberto Barroso, Eli- qualquer senhora, lucrarão extraordinariamente comsa M. P., Oneida de esta sciencia. Dá-se o dom dafortuna, da advinhação,A. Mello, Darcy L. os meios de, por influencia psychica da vontade con-da Silva, Nathaniel centrada, se obter facilmente tudo que se deseje—aLeite de Aguiar, Li- riqueza, as boas posições,ganhar na loteria, e ficar-seno Rangel da Silva, livre das necessidades e perseguições.

O dito Instituto auxiliará nas düficuldades finan-cciras, nas de obter emprego e nos negócios de fa-milia a qualquer pessoa que buscar seu recurso.

José Guimarães, El-b'1-O- Lenschner,Gerson A. Martins,Hortencia Cruz, Yo-landa Santos, Ma- í\\iJa ha que perder, e tudo a ganhar, tal como está de-

monsirado nas cartas das pessoas mais notáveis do mundo

NomeRua e numero..

nuel dos Silva Mello, inteiro e cujo theor exhibiremos Fazer o pedido hoje mesmoManuel Moreira daRocha, Jorge FreireCampello, LeonorLiviero.OdetteTous- Lo ar e Estadosaint Braga, Cecília * . . „_.__. __. _1 nl Ia mioa p Mil Comprae um dos importantes livros Rypnotltmo Afortunante_,_i»iu oii.a, p. mu ou Ocoultismn Pratico, mediante ioSooo Rs. em \a'e postal di-lon _. Botelho, Ali- livido aLAWRENCE & C, RUA DA ASSEIYIBLEA 4S- Rio de

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23 O TÍCO-TICO8* Prêmio—Tj-m.a.a.ssiçjn.a-t-u.-

ra- semestral da «111-u.stra-Ção Brasileira,

Alice de QuadrosÇ°m lo annos de edade, residente emuaPolis, Est. de S. Paulo.

CONCURSOS ATRAZADOSNS. 928 e 915

Aureliano da Silva Gonçalves, Cel-s»ii Sllv2ira, Henbaldo Pereira Re-ull?' José Carlos deChermont, Ianytr. »lo Rozcanyi, Odette dos San-¦rs> Mario Olympio Soutinho, Anni-cai Costa, José Costa, Sylvio Sar-jn.ento G. Costa, Marietta FerreiraHma Maria Cândida de Araújo San-"js.i Lauro Serra Fernandes, Será-ía ?a dt! Aquino, Hildebrando Sou-*ai Guiomar Pereira Borges, Lauro

Soares Fernandes, Adaila CarvalhoAzevedo, Adalberto Alverga, JoséMartins Leal Filho, Maria VirgíniaBragagnolo, J. César Leal, MunaJandyra de Lima Cabral, AlfredoCabral, Ernestina Francisca do Nas-cimento, Mana Carmen do Nasci-mento, Maria de Lourdes M. deAraújo, Antônio Torquato, Maria doPatrocínio Musa, Cláudio Veiga doVal'e, julia M. Soveral, AristótelesGodofredo de Araújo e Silva, Laza-ro Chaves, Antonietta Ribeiro daSilva, Lybia Monteiro Alves Barbosa,Benedicto Luiz de Souza, João Mo-raes, Ernesto Luiz Greve, João Ba-ptista Furtado, Albino GonçalvesPrata, WalterMaia, Otto dos S. Vas-conrellos, Pedro Frederico de B.Sá, Xavier de Paula, Eusimio daCruz Baptista, Mana Gomes Tei-xeira, Antônio Souza Júnior, Ele-ctra Nieves e Eleonora Maia de Sá.

CONCURSO N. 935PARA OS LEITORES DOS ESTADOS E D'ESTA CAPITAL

está dividido em cinco partes;juntem cautelosamente essaspartes e terão occasião de ficarconhecendo o nosso impaga-vel vendeiro. E é só.

Temos dous prêmios a distri-buirem sorteio.

OI- delOS o 2- — Umaas-signatura semestral da Itiustra-çao 'Btazileira.

Para que os concorrentes en-trem em sorteio, elevem enviar-nos a solução assignada pelopróprio punho, declararem porextenso a edade e residência eainda collarem á margem damesma o vale respectivo. O con-curso de armar 1)35 encerrarse-ha no dia 1* de Fevereiro.

CONCURSO N. 036

Para os leitores dos EstadosPRÓXIMOS E D'ESTA CAPITAL

Perguntas:Ia—E' capital de um paiz da

Europa mas, se a terceira lettralhe trocarmos, fica um sobre-nome ?

3 syllabas.(José de Macedo Pereira)

2-— Com P estou no quintal,Com M não fallo a verdade,Com T sou nome de um vinho;Com C usam os soldados I

2 syllabas.(Nelson Nobrega de Vascon-

cellos)3- —Elle é um rio de Portugal.

Ella é um adjectivo possessivo?2 syllabas(Francisco Marques dos San-tos)4-—Qual é a palavra que com

cedilha é de grande utilidadedomestica, e sem cedilha nãotem juizo ?

2 syllabas(Alberto Baptista França)

Organizado o concurso deperguntas, esperamos que assoluções nos sejam enviadasaté o dia 21 de Dezembro, data

6S,7$e8$30O-Supe-riores e eleganüssi-mos sapatos em lona'I branca, de atacar.en-

. Caros leitores. O Chico da Chico é um homem muito origl- ^an°a'"'i'[L0£]ri^as e de verniz*Venda pediu-nos desse o seu nal, resolvemos apresental-o a %?t?^™£*A?n^^•«trato em concurso, e como o nossos amiguinhos. Elle ahi Guiomar).

5811

HORLICKS ÍYIALTED MlLK sóoS&ZSS

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O TICO-TICO 2'4

ÁLBUM D'«0 TICO-TICO»

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E' este, na realidade, um pre-mio de valor, o busto do immor-tal maestro brazileiro, egual-mente offèrecido pela casa

CARLOS WEHRS5* Premio :

Um jogo de construcçãoacondicionado em linda caixade madeira e com vários mo-delos. Este premio é offèrecidopelo «TICO-TICO».

6- Premio:Uma dúzia de cartões posfae3

lindamente artística e con-tendo duas interessantes col-lecções. E' olferecido pela casade musica CARLOS WEHRS.

7* Premio:Um almanach d'«0 M*LHO»

Galante grupo de amiguinhos do "Tico-Tico", quando no jardim do Palácio Rio

Branco, em Petropolis. São ellas: —Juracy, Jurandi e Hilda, de 9. 5 e 8 annosde edade, respectivamente. São filhas dilectas da Exma. Sra. D. Laura GurgelSalgado e do Sr. Carlos Salgado, estimado funccionario do Palácio Guanabara.

do encerramento d'este con-curso.

Para que o concorrente entreem sorteio, é necessário enviar-nos as referidas soluções assi-gnadas pelo próprio punho, de-clarar por extenso a edade e re-sidencia e ainda juntar á mar-gem da mesma o vale respectivo,que se acha numa das paginasà cores. Temos dous prêmios adistribuir em sorteio, que são:

1- premio, 10$000.2- premio—Uma assignatura

semestral da.Illustração Braqi-leira.tJrands Concurso Extraordinário K

Encerramos hoje, ás 4 horasda tarde, o grande concurso K,que, como os anteriores, irá ai-cançar grande êxito. Brevemen-te apresentaremos o seu resul-tado.

São estes os prêmios a seremdistribuídos por sorteio:

i* Premio:UMA DÚZIA DE RETRATOS

Rica e luxuosamente confec-cionada, tamanho imperial eofferecida pela

Photographia GuimarãesRua da Assembléa n. 100.

2' Premio:FLAUTA MÁGICA

Original premio, contendovarias musicas de autores ceie-bres. Este premio é da casa depianos e musicas — CARLOSWEilHS.

Rua da Carioca 47.3* Premio:

UM UNIFORME MILITAREste bello premio é um uni-

forme de batalhão de caçadores,contendo todos os apetrechosnecessários. Este brinde é doconhecido

Bazar Hollandezá rua Marechal Eloriano 38.

4- Premio:Busto da Carlos Comes

¦o-

BRINDE DE NATALNo próximo numero publica-

remos o vale' para o GrandeConcurso de Natal, que distri-buiremos aos nossos leitores,um exemplar da cançoneta in*fantil—Papae Noel, offerecidapela conceituada casa cie pianose musicas Carlos Wehrs.

O preço da cançoneta,editadaespecialmente para os leitoresdo Tico-Tico, é de 1S500, e acasa Carlos Wehrs distribuirá,de accôrdo com os coupons quefôr recebendo, não só aos leito-res desta Capital como dos Es-tados próximos, até o total de5.000 exemplares. No próximonumero apresentaremos minu-ciosamente as condições dadistribuição cTeste excellentebrinde.

Olhai para o Murodes vossos ffltf

Dui-Ihet* Morrhuina (principioEletivo do óleo de figado de baoalU»0'de

COELHO BARBOSA & C.RUA DOS OURIVES 33 e QUITANDA 1"4

assim os tomareis tortes elivres de muitas moléstias n» j*"ventu.de

i

Lindos sapatos deverniz, com alças decamurça pretos epedrinlias, salto a''

to, para senhoras ultima creação d*moda 120, Avenida Passos. (Cas*Guiomar).

12»en Evita mfecçoes e mo-

lestias de pelle,

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P TICO-TICO O CASTIGO DE TONY (Conclusão)

acrobatrepente' o Palhaço voltou-ses'Çào i mais que depressa, tomou a,;'Çao do vir. j um burro, mas o Palhaço ai'rd de cachimbo na bocea..

Opo-nda

2i e exclamou :—Oli 1 Sr. Burro IOlhe que o cachimbo pegou fogo emseu pello. O acrobata, assustado, come-çou a gritar e a rolar pelo chão.

3) Depois teve de confessar—disse o Palhaço — O Tonypara meenganares? Pois eupara me servires. Sabes ondedadeiro burro ?

tudo—Ah Idou-te 10$deu-te 20$esta o ver-

¦Sei Pois entáo vaibuscal-o. O acro- 5]°atao ro?88'01 tez e depois retirou-se. Quandofreco v°'tou' dizendo que não achara

oj... o Palhaço disse-lhe :—Lembrei-me de outra experiência, para verificara intelligencia do burro. Saberá distin-guir uma nota de 100$ de outra de1:000$?—Gomo não?—exclamou o Tony...

Q)... convencido de que o burro eraainda o acrobata disfarçado. Então oPalhaço collocou sobre a' mesa as duasnotas, uma de cem mil reis e a outraque era de 1:000$000.

Jlha ôrendo enganar mais uma vez ot>ara Ç°> o Tony apanhou as duas notas"e Dr 0stral-as ao burro e mostrou-lhe«b-^ferencia a maior, linmediatamente

8) O Palhaço mostrou-se assustado,mas o Tony, convencido de que o bur-ro era falso, apenas disse que só podiaentregar o animal no dia seguinte. En-tão o Palhaço fel-o assignar...~^____

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>>^.0 enguiiu-a

9]... um recibo declarando que no ditseguinte tena que entregar o burro soopena de restituir os sessenta mil reis.Feito esse recibo o Tony recebeu o pre-ço do burro...

HârrT"-ca.ndo com ° burro, disse-lhe

"frio

g^Qos, despede-te e dá-me a nota. O"'ão fez caso. O Tony approxi-viu que o burro

"era burro.

11) Correu a sua casa e lá encontrouo acrobata. Desesperado matou o bur-ro e abriu-lhe a barriga, mas a nota deum conto de reis estava inutilisada.

y\ ^ v^y v_ _k_ y~^

í__p->_ /Q^' }y$li /\1-]Ê. nâo podendo entregar oburro aoalhaço, o Tony teve que lhe restituirs sessenta mii reis. Para nao ser Ia-

Palhaos sessenta mi, ._o. * _,_drão, ficou sem o burro e sem um contoe sessenta mil reis.

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26 A GUERRA EUROPÉA o tico-tico IChiquinho passa em revista as tropas beligerantes, para que seus amiguinhos lhes conheçam os uniforme»

Cpradr\r Iranarlpirn A caVâ""e Mosqueteiros.

'Militares do tempo do rei Luiz XIV

Trombeta," soldado e otücial. Guarda francezGuarda Real de cavallaria. a pé, e soldado do regimento Lorenw-

Militares do tempo do rei Luiz aí,

Dous guardas Francezes, um soldado de cavallaria, um 1 \/2fj> ^de artilharia, um da guarda Suissa e um de infantaria [^ U^^-Militares do tempo do rei Luiz XVI \ ^_^

f^áos Estados Uni- V» J" ^VW .^os Estados UnidosDurante a Revolução

Franceza o exercito im-provisado pelos republicanos fezÍrente á Hollanda, á Áustria e áPrússia, colligadas, com actos deaudácia e bravura, que ficaram parasempre famosos.

E Chiquinho, nos estudos d'esta se-mana, chegou até o inicio da epopéaNapoleonica, em que os Francezes, sobo domínio do legendário Bonaparte.conquistaram toda a Europa

Continuando seus estudos de Hist/M?/M\ ria e especialmente das grandes g^s<\-Hp/.\ ras que ensangüentam o mundo, eS'

'^^ tudo Para ° 9ual Chiquinho sentiu-seagora attrahido pelo interesse da co^'flagração européa, Chiquinho nes'3

semana passou em revista °*exércitos da França que.sob o r»nado de Luiz XIV, Luiz XV, LU'Z

XVI e a Revolução, fortificaram a tra*dicional gloria militar de seu paiz.

Os soldados de Luiz XIV illustrt'ram-se nas guerras com a H°''landa e a Hespanha , os °ô

Luiz XV, na gue^dos Sete Annos e os j

J de Luiz XVI, na lutaiSepara a independenciaçvj]^

Caçador, Iníante, Carabineiro, Hussaro, aiumno da Escola Micaçador a cavallo, Dragão e General.

Uniformes durante a Revolução francesa

Nanoleão. Marechal Berthier, Murat, general Lassalle, Guarda de Honra, Granadeiro a cavallo. lance'lapoleao, jviarecnai oercniei, muidi, gcuciai uíssanc, vjumua uc numa, uiai^^w " ,r"Y"w"y %/»scaçador da guarda, mameluco, granadeiro a pé, marinheiro da guarda, artilheiro a cavallo, gendarm*

Uniformes do 1- Império Francez