anÁlise socioespacial da comunidade ribeirinha vila ... · reconhecer que o processo educacional...

28
1 ANÁLISE SOCIOESPACIAL DA COMUNIDADE RIBEIRINHA VILA CACHOEIRA, ILHÉUS-BA 1 2 Diosmar Marcelino de Santana Filho 1 RESUMO O presente estudo resulta da análise socioespacial realizada, para conhecimento das realidades em escalas diferentes no espaço mundo. Reconhecendo a Geografia como uma ciência da humanidade e responsável por produzir conhecimento do espaço, da região, do território, do lugar e da paisagem onde estão as pessoas em diversidade e diferenças. Essa foi a meta do Projeto de Extensão Análise do Espaço Geográfico desenvolvido na disciplina de Geografia no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA) Campus Ilhéus, no segundo semestre do ano de 2015. Uma estratégia pedagógica de encontro com as realidades socioespaciais a partir da capacitação dos estudantes para o trabalho de campo e desenvolvimento da cartografia geográfica comunitária com uso de GPS, registro fotográfico, cadastro objetos construídos, registro dos espaços coletivo e público comunitário e bens naturais existentes e uso do aplicativo Google Earth Pró. Contribuindo dando visibilidade a exclusão social e histórica da comunidade ribeirinha Vila Cachoeira, no município de Ilhéus - Bahia. Palavras-chaves: Espaço; Geografia; Vila Cachoeira; Ilhéus; Bahia. Conhecer o espaço geográfico no ensino da Geografia A análise socioespacial é necessária no conhecimento das escalas diferentes no espaço mundo, o que requisita do ensino da Geografia sua condição de uma ciência humana e responsável pelos processos que se dão em movimentos no espaço, no território, no lugar e nas regiões. Diferentes realidades espaciais se materializam segundo Milton Santos (2014a) em metamorfoses do espaço habitado, pela percepção dos sentidos na natureza transformada e na natureza ainda sem grandes alterações humanas. 1 Geógrafo, Mestre em Geografia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Professor e coordenador acadêmico da Especialização Estado e Direito dos Povos e Comunidades Tradicionais (CAPES-UAB- UFBA). Pesquisador do Grupo de Pesquisa Historicidade do Estado, Direitos e Direitos Humanos (UFBA) e do Núcleo de Estudos e Pesquisas Urbanos e Culturais do Sul da Bahia (NEPUC-SB) Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA) Campus Ilhéus. E-mail: [email protected]

Upload: others

Post on 13-Oct-2020

0 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: ANÁLISE SOCIOESPACIAL DA COMUNIDADE RIBEIRINHA VILA ... · Reconhecer que o processo educacional como integrado, é o alicerce para práticas pedagógicas de alcance das educadoras(es)

1

ANÁLISE SOCIOESPACIAL DA COMUNIDADE RIBEIRINHA VILA

CACHOEIRA, ILHÉUS-BA1 2

Diosmar Marcelino de Santana Filho1

RESUMO

O presente estudo resulta da análise socioespacial realizada, para conhecimento das realidades

em escalas diferentes no espaço mundo. Reconhecendo a Geografia como uma ciência da

humanidade e responsável por produzir conhecimento do espaço, da região, do território, do

lugar e da paisagem onde estão as pessoas em diversidade e diferenças. Essa foi a meta do

Projeto de Extensão Análise do Espaço Geográfico desenvolvido na disciplina de Geografia no

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA) Campus Ilhéus, no

segundo semestre do ano de 2015. Uma estratégia pedagógica de encontro com as realidades

socioespaciais a partir da capacitação dos estudantes para o trabalho de campo e

desenvolvimento da cartografia geográfica comunitária com uso de GPS, registro fotográfico,

cadastro objetos construídos, registro dos espaços coletivo e público comunitário e bens naturais

existentes e uso do aplicativo Google Earth Pró. Contribuindo dando visibilidade a exclusão

social e histórica da comunidade ribeirinha Vila Cachoeira, no município de Ilhéus - Bahia.

Palavras-chaves: Espaço; Geografia; Vila Cachoeira; Ilhéus; Bahia.

Conhecer o espaço geográfico no ensino da Geografia

A análise socioespacial é necessária no conhecimento das escalas diferentes no

espaço mundo, o que requisita do ensino da Geografia sua condição de uma ciência

humana e responsável pelos processos que se dão em movimentos no espaço, no

território, no lugar e nas regiões.

Diferentes realidades espaciais se materializam segundo Milton Santos (2014a)

em metamorfoses do espaço habitado, pela percepção dos sentidos na natureza

transformada e na natureza ainda sem grandes alterações humanas.

1 Geógrafo, Mestre em Geografia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Professor e coordenador

acadêmico da Especialização Estado e Direito dos Povos e Comunidades Tradicionais (CAPES-UAB-

UFBA). Pesquisador do Grupo de Pesquisa Historicidade do Estado, Direitos e Direitos Humanos

(UFBA) e do Núcleo de Estudos e Pesquisas Urbanos e Culturais do Sul da Bahia (NEPUC-SB) – Instituto Federal

de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA) Campus Ilhéus. E-mail: [email protected]

Page 2: ANÁLISE SOCIOESPACIAL DA COMUNIDADE RIBEIRINHA VILA ... · Reconhecer que o processo educacional como integrado, é o alicerce para práticas pedagógicas de alcance das educadoras(es)

2

Nesse sentido é essencial o trabalho de campo no ensino-aprendizagem da

ciência Geográfica, para que educadoras(es) e educandos vivenciem o lugar e tenham

condições de verificar como os processos sociais e históricos se expressam na paisagem,

inclusive revelando as contradições próprias das dimensões humanas.

Trabalhando com uma metodologia de ensino que faz da práxis (teoria-prática),

uma realidade e desafio na disciplina Geografia, que se desenvolveu o projeto de

extensão Curso de Análise do Espaço Geográfico, entre setembro e dezembro de 2015,

com as turmas do 3º Ano do Curso Integrado de Técnico de Informática (ITI), do

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA) Campus Ilhéus.

A capacitação em análise do espaço geográfico se mostrou importante após a

realização do estudo sobre o território brasileiro e urbanização, o que despertou nos

educandos o questionamento e a curiosidade, ao olhar as realidades de forma mais

consistente integrada a formação de Técnico em Informática.

O projeto de extensão integrou os conteúdos teóricos da II, III e IV Unidades,

com encontros no Laboratório de Informática para ampliação de conhecimento sobre as

tecnologias disponíveis e como essas contribuem com a compreensão do espaço

geográfico na atualidade a partir do: aplicativo Google Earth Pró se conhece as

paisagens e se desenvolvi mapas temáticos; conhecimento sobre Sistema de

Posicionamento Global-GPS, criação de pontos e poligonais; técnicas de registro

fotográfico das paisagens; criação de cadastro objetos (natureza transformada e a

natureza natural); e o registro do espaço comunitário.

Essa extensão teve como princípio a responsabilidade do IFBA com as

comunidade ao seu entorno, a exemplo da comunidade ribeirinha de Vila Cachoeira,

localizada no Km 3, da Rodovia Jorge Amado – BR 415, no município de Ilhéus, na

Região Sul da Bahia. A comunidade foi apresentada e escolhida pelos estudantes, por

ser um lugar que apresenta características essenciais para compreensão do espaço

geográfico, diante das contradições da expansão urbana no perímetro entre as cidades de

Ilhéus e Itabuna nas últimas décadas, decorrentes dos processos de crescimento

econômico, sem consecutivo desenvolvimento social e ambiental.

Page 3: ANÁLISE SOCIOESPACIAL DA COMUNIDADE RIBEIRINHA VILA ... · Reconhecer que o processo educacional como integrado, é o alicerce para práticas pedagógicas de alcance das educadoras(es)

3

Conceitos no ensino-aprendizagem na Geografia

O ensino e extensão na educação básica técnica e tecnológica, se apresentam

como um desafio de método e metodologia, devido ao caráter profissionalizante do

programa a ser aplicado aos estudantes que inviabiliza a formação cidadã, prioritária a

sua construção sócio-política.

Reconhecer que o processo educacional como integrado, é o alicerce para

práticas pedagógicas de alcance das educadoras(es) e educandas(os), pensando na

horizontalidade de desenvolvimento do conhecimento. Pois, em diferentes lugares vão

emergir possibilidades de construção de uma outra sociedade, em tempo e espaço, e as

vivências vão sendo reconstruídas na história dos lugares e territórios.

Tornando importante a compreensão do espaço geográfico em sua totalidade,

atento ao conjunto de movimentos que se desenvolvem em escalas diferentes e faz

surgir novas formas horizontas de construção social e relações educador-educando,

ensino-aprendizagem, escola-comunidade-escola, sujeito-lugar-trabalho.

Novas relações sempre se reconhecem no que o professor Paulo Freire traz na

Pedagogia da Autonomia (1996), ao explicar que levar as realidades no ambiente

escolar exige das educadoras (es) disponibilidade de mudança, para o autor: Segundo

No respeito às diferenças entre mim e eles ou elas, na coerência entre o e que

faço e o que digo, que me encontro com eles ou com elas. É na minha

disponibilidade à realidade que construo a minha segurança, indispensável à

própria disponibilidade. É impossível viver disponibilidade à realidade sem

segurança, mas é impossível também criar à segurança fora do risco da

disponibilidade. (FREIRE, 1996, p.136)

A dimensão pedagógica apresentada pelo professor, reconhece o espaço como

objeto (teórico e prático) da Geografia, conforme o professor Milton Santos (2012),

quando explica que esse é fundamental para pesquisa geográfica, por garantir o

aprofundamento sobre as escalas espaciais e temporais.

Santos (2012, p. 156) cita Hegel, para esclarecer que a noção espaço dialético,

“suprime o risco da elucubração metafísica quando a realidade analisada é o espaço. A

ideia de espaço dialético em movimento”.

E dialeticamente é possível desconstruir a universalização perversa, que não

reconhece os direitos dos sujeitos, onde os direitos de igualdade não são reconhecidos

Page 4: ANÁLISE SOCIOESPACIAL DA COMUNIDADE RIBEIRINHA VILA ... · Reconhecer que o processo educacional como integrado, é o alicerce para práticas pedagógicas de alcance das educadoras(es)

4

em igualdade, por privilegiar os privilégios e benefício para uma minoria em detrimento

da maioria, portanto, a maioria é colocada na condição de minoria, “apenas a natureza

se tornando natureza e a natureza feita natureza já não são mais a natureza natural, mas

natureza historicizada” (SANTOS, 2014b, p. 119).

Para o autor supracitado o espaço geográfico é o “conjunto de relações

realizadas através de funções e formas que se apresentam como testemunho de uma

história escrita por processos do passado e do presente” (SANTOS, 2012, p. 153).

Isto é, o espaço se define como um conjunto de formas representativas de

relações sociais do passado e do presente e por uma estrutura representada por

relações sociais que estão acontecendo diante de nossos olhos e que se

manifestam através de processos e funções. O espaço é, então, um verdadeiro

campo de forças cuja aceleração é desigual. Daí porque a evolução espacial não

se faz de forma idêntica em todos os lugares (SANTOS, 2012, p. 153).

Sobre essa questão, Santos (2012) reafirma que no espaço se tem a memória do

modo de produção construído, por coisas que são fixadas na paisagem desenvolvida ou

criada, que se transformam numa forma durável em testemunho, que não se desfaz:

“Paralelamente as mudanças de processos; ao contrário, alguns processos se adaptam às

formas preexistentes enquanto que outros criam novas formas para se inserir dentro

delas”. (SANTOS, 2012, p. 173)

Essa memória está em reconhecer os arranjos sociais e econômicos: “É, a

essência, e o resultado de como se exprimem no âmago da instância econômica as

forças produtivas como relação de produção” (MOREIRA, 1982, p. 52). Nesse

contexto, as forças produtivas garantiram as formas e estruturas que irão ordenar e

organizar o Estado brasileiro da sua origem ao que se consolidou como projeto de

Estado-nação.

Portanto, o estudo desenvolvido tem o espaço como objeto da pesquisa

geográfica e o método dialético como base de análise para pesquisa socioespacial.

Aparado numa abordagem conceitual sobre a escala geográfica, que permite avançar em

novas perspectivas epistemológicas sobre a analise em escala, conforme Santos (2014b)

e Castro (2012), para alcance das relações temporais e espaciais.

A questão a ser compreendida é o papel dos estudos geográficos sobre as escalas

temporais, que em certo período tem contribuído para que se materialize no espaço

Page 5: ANÁLISE SOCIOESPACIAL DA COMUNIDADE RIBEIRINHA VILA ... · Reconhecer que o processo educacional como integrado, é o alicerce para práticas pedagógicas de alcance das educadoras(es)

5

como congelado, conforme Moreira (1982) “durante todo o tempo os geógrafos

trabalharam o seu objeto escamoteando-o e tendo uma noção do tempo, quando tinham,

mecanicista e evolucionista”. (MOREIRA, 1982, p. 45).

Para no processo de análise ao relacionar os espaços rural e urbano, deve ter

atenção que no primeiro os tempos são longos e no segundo os tempos são breves. O

que contribui discursivamente e objetivamente com elementos que se apresentam de

forma clara, as assimilações e a noção de “escalas espaços-temporais”, entre

determinados tempos e determinados espaços (HAESBAERT, 2006, p. 109)

A questão apresentada pelos autores são importantes no desenvolvimento das

metodologias de análise socioespacial da comunidade ribeirinha de Vila Cachoeira. E o

entendimento da escala geográfica contribuiu na percepção e superação dos limites e o

esgotamento criado pelo uso excessivo da escala gráfica, o pensar na escala como

aproximação do real, e o não descarte das dificuldades encontradas já que a: “Noção de

escala inclui tanto a relação como a inseparabilidade entre tamanho e fenômenos. Os

experimentos científicos são obrigados a lidar com objetos, fenômenos e efeitos em

escalas cada vez mais micro e cada vez mais macro” (CASTRO, 2012 p. 130).

Nessa perspectiva o projeto de extensão se afirmar em Santos (2007, 27) de que

o sentido de aprender e ensinar Geografia é “se posicionar no mundo”.

Quando falamos isso, estamos indicando na verdade uma dupla acepção do que

chamamos “se posicionar no mundo”: (i) conhecer sua posição no mundo, e

para isto o indivíduo precisa conhecer o mundo; (ii) tomar posição nesse

mundo, que significa se colocar politicamente no processo de construção e

reconstrução deste mundo. Se posicionar no mundo, agir. Saber Geografia é

saber onde você está, conhecer o mundo, mas isto serve fundamentalmente para

você agir sobre este mundo no processo de reconstrução da sociedade: se

apresentar para participar. (SANTOS, 2007, p.27)

Os conceitos apresentadas em Santos (2012, 2014a, 2014b), Freire (1996),

Moreira (1982,1999), Haesbaert (2006), Santos (2007) e Castro (2012) dão forma-

conteúdo para a categorização do espaço e a escala geográfica, o que permite

geograficamente analisar os movimentos do lugar Vila Cachoeira. Fundamentando,

portanto os estudos da disciplina de Geografia e a capacitação dos estudantes do IFBA

campus Ilhéus, em análise do espaço geográfico.

Page 6: ANÁLISE SOCIOESPACIAL DA COMUNIDADE RIBEIRINHA VILA ... · Reconhecer que o processo educacional como integrado, é o alicerce para práticas pedagógicas de alcance das educadoras(es)

6

Pela escala geográfica se observa no espaço e tempo, territórios e lugares

invisíveis diante da formação socioespacial. Mais visíveis como lugares de afirmação

política, isso quer dizer na luta na terra, na água, no trabalho, pela moradia e de modo

completo na própria vida.

Movimento I: relações educador-educando

Freire (1996, p. 31) apresenta que na construção do conhecimento é preciso dar

importância ao ensino e a exigência da criatividade, não por situação de momento, mais

pela essência da proposta política pedagógica de emancipação do sujeito. Nesse

caminhar todos precisam aguçar pela curiosidade e a criticidade para que se desenvolva

a forma integrada, de reconhecimento dos saberes e práticas, daqueles que estamos

dialogando.

Não por uma visão de ingenuidade, mais reconhecendo que essa forma curiosa

de olhar e sentir a vida do outro, de dar-lhe com as relações socioespaciais é uma

autocrítica ao que estamos construindo como sociedade desigual. Onde os valores estão

na falta de curiosidade e no individualismo.

Não há para mim, diferença e “distancia” entre a ingenuidade e a criticidade,

entre o saber de pura experiência feito e o que resulta dos procedimentos

metodológicos rigorosos, um ruptura, mas uma superação (...) Na verdade a

curiosidade ingênua que, “desarma”, está associada ao saber do censo comum, é

a mesma curiosidade que, critizando-se, aproximando-se de forma cada vez

mais metodicamente rigorosa do objeto cognoscível, se torna curiosidade

epistemológica. Muda de qualidade, mas não de essência (FREIRE, 1996, p.

31).

No espaço geográfico se encontra saberes e práticas ingênuas e curiosas que

materializam valores do lugar, nesse campo as relações de ensino e pesquisa devem

ocorrer reconhecendo saberes que se encontram em formas diferentes, é o que se espera

da escola, em específico, o IFBA Campus Ilhéus.

Porém, o calendário acadêmico (2015) do IFBA, teve como principal meta –

resolver o tempo sem aula, devido a paralização das(os) professoras(es) por melhores

condições de trabalho, na educação profissional ofertada pela rede dos Institutos

Federais (IF) e a II Unidade se início em setembro/2015 e a IV Unidade encerrou em

janeiro/2016, para os quarenta e cinco estudantes das Turmas 31 e 32 do Curso de

Técnico em Informática participantes do curso de extensão.

Page 7: ANÁLISE SOCIOESPACIAL DA COMUNIDADE RIBEIRINHA VILA ... · Reconhecer que o processo educacional como integrado, é o alicerce para práticas pedagógicas de alcance das educadoras(es)

7

A mudança de calendário exigiu que as relações entre educando e educador, se

aprofundassem no sentido de garantir que o conteúdo se efetivasse, com uma

metodologia de corresponsabilidade no ensino-aprendizagem, com um plano de aula,

dividido quatro atividades:

I – Rodas de Diálogos: apresentação dos assuntos das unidades e leitura coletiva

e interpretação de textos em sala;

II – Produção de Conhecimento: leitura dos textos em sala ou assistir um vídeo

documentário. Como conclusão da atividade entregar um resumo expandido,

relacionando os textos com realidades da comunidade, do bairro, do município ou

região, que vivem.

III – Encontro Tecnológicos: atividade no Laboratório de Informática, para

conhecimento das ferramentas disponíveis no aplicativo Google Earth, disponibilizado

em computadores e smarphone – conteúdo: conhecimento sobre localização da cidade,

bairro, rua, casa e demais objetos de uso coletivo que os mesmo conheciam; uso da

ferramenta do street view para produção de imagem; delimitação de perímetros; criação

de poligonais. Junto a atividade estava aula na área do campus para criação de pontos

(coordenação geográfica) e a inserção desses no aplicativo Google Earth Pró.

IV – Visitas Técnicas: foi realizada uma visita técnica a Terra Indígena

Tupinambá, comunidade Tucum em Olivença – ação em conjunto com a disciplina de

Sociologia. Todos tinham como tarefa observar as paisagens e os processos de

afirmação da luta pela terra e território Tupinambá, diante das transformações artificial

e natural com a implantação da BA 001 Ilhéus - Olivença, com a expansão urbana no

sentido Sul da cidade de Ilhéus, devido a especulação imobiliária (instalação de

condomínios de médio e alto padrão).

As atividades teve avaliação processual individual e coletiva dos estudantes e

das turmas.

A forma pedagógica de realizar a II e III Unidade, trouxe confiança aos

estudantes que aprovaram o plano de aula da IV Unidade, para o período de 01 de

novembro a 31 de dezembro de 2015, baseado na leitura da obra Metamorfoses do

Espaço Habitado (2014a), de autoria do professor Milton Santos, integrando sala de

Page 8: ANÁLISE SOCIOESPACIAL DA COMUNIDADE RIBEIRINHA VILA ... · Reconhecer que o processo educacional como integrado, é o alicerce para práticas pedagógicas de alcance das educadoras(es)

8

aula, trabalho de campo na comunidade ribeirinha de Vila Cachoeira e os encontros no

Laboratório de Informática para capacitação e processar as informações.

Movimento II: escola-comunidade-escola

O movimento II que se realiza na ação pedagógica e estabelece a confiança pela

horizontalidade no desenvolvimento do estudo geográfico. Os processos de confiança

são base para o Projeto de Extensão Curso de Análise do Espaço Geográfico, como

metodologia conforme a (Figura 1) ao colocar na centralidade o movimento.

A Figura 1 representa o principal objetivo da extensão, o fortalecimento do

movimento entre o ensino-aprendizagem, pautado no conteúdo geográfica integrado ao

conteúdo do curriculum do Curso Integrado de Informática. Tendo como perspectiva

garantir ao corpo acadêmico o desenvolvimento de metodologias de aperfeiçoamento da

docência e promover aos estudantes avanço pela criatividade e conhecimentos.

O projeto se preocupou em pensar no corpo acadêmico e abriu a possibilidade,

para as metodologias de forma interdisciplinar e transdisciplinar, sejam socializadas

entre educandos e educadores. O fato de ser um estudo geográfico, não faz desse

movimento um conteúdo-forma exclusiva da disciplina Geografia, mais sim um

movimento pelo desenvolvimento de práticas pedagógicas que avancem – que fujam

dos processos excludentes do ensino avaliativo da pedagogia meritocrática, que

discrimina e amplia com preconceitos as ingenuidades, limitando a criticidade e as

criatividades individuais e coletivas, tão necessárias ao processo de conhecimento.

Figura 1 - Movimento II, escola comunidade–escola

Page 9: ANÁLISE SOCIOESPACIAL DA COMUNIDADE RIBEIRINHA VILA ... · Reconhecer que o processo educacional como integrado, é o alicerce para práticas pedagógicas de alcance das educadoras(es)

9

Elaboração do autor (2017)

E aqui se abre uma questão importante que é o ato de discriminar no espaço do

conhecimento, Freire (1996) convida e alerta educadoras(es) que a prática de ensinar,

exige risco diante do novo, porque irão viver a aceitação e a rejeição a qualquer forma

de discriminação.

O velho que preserva sua validade ou encarna uma tradição que marca uma

presença no tempo continua novo (...) A pratica preconceituosa de raça, de

classe, de gênero, ofende a sustentabilidade do ser humano e nega radicalmente

a democracia. O não longe dela nós achamos quando vivemos a impunidade dos

que matam mesmo nas ruas, dos que assassinam camponeses que lutam por seus

direitos, dos que discriminam os negros, dos que inferiorizam as mulheres

(FREIRE, 1996, p. 35-36).

Portanto, pelas crítica e a criatividade o projeto sai dos muros do IFBA Campus

Ilhéus, para diálogo na comunidade vizinha, um desafio mútuo para educandos e

educador, já que ambos não tinham conhecimento da realidade que se passava entre a

rodovia BR 415 e as margens do rio Cachoeira, a natureza: natural e artificial. Limites

socioespaciais na vida das pessoas na comunidade de Vila Cachoeira. Daí a importância

de entender quais os conhecimentos que iremos coletivamente desenvolver.

Conteúdo programático do Curso Análise do Espaço Geográfico:

MOVIMENTO

ESTUDANTES

Sala de Aula

VILA CACHOEIRA

Laboratório de

Informática

Page 10: ANÁLISE SOCIOESPACIAL DA COMUNIDADE RIBEIRINHA VILA ... · Reconhecer que o processo educacional como integrado, é o alicerce para práticas pedagógicas de alcance das educadoras(es)

10

I. Realização de 04 aulas (sala) para observação e desenvolvimento da análise

socioespacial.

Descrição: leitura do livro Metamorfoses do Espaço Habitado – Milton

Santos (2014a). Conhecimento dos conceitos de espaço geográfico e suas

categorias: espaço, paisagem e lugar; e como as ações socioespaciais

transformam a natureza por meio das ocupações e usos humanos.

II. Conhecendo do aplicativo Google Earth PRÓ: 04 aulas (laboratório de

informática).

Descrição: Apresentação do programa Google Earth Pró e uso das

ferramentas de conhecimento geográfico, com desenvolvimento de técnicas

de localização, registro, georreferenciamento de imagens e mapeamento de

imagens.

III. Trabalho de Campo: 04 aulas (na comunidade)

Descrição: Com a participação de representantes da comunidade. Os

estudantes percorreram toda a comunidade, que foi dividida em quatro

núcleos de estudos. Em cada um desses foram feitos criados pontos com o

GPS, cadastro de objetos construídos e naturais; registro fotográfico das

paisagens e descrição de acessos.

E todo o processo metodológico da extensão durou quarenta horas, somados os

períodos de estudo teórico, prática e produção dos resultados pelos educadores e

educandos.

O conhecimento do campo ocorreu depois do encontro com representante da

comunidade no espaço do IFBA. O que possibilitou a criação dos núcleos de estudos

conforme (Figura 2), dando condições para divisão do lugar em quatro núcleos, assim

como, a divisão das Turmas de ITI 31 e 32, em dois grupos de pesquisas:

I. ITI 31: responsável pelo registro das paisagens transformadas e natural;

registro dos acessos (ruas e caminhos); registro dos limites propriedades

privadas (fazendas); criação de banco de dados.

Page 11: ANÁLISE SOCIOESPACIAL DA COMUNIDADE RIBEIRINHA VILA ... · Reconhecer que o processo educacional como integrado, é o alicerce para práticas pedagógicas de alcance das educadoras(es)

11

II. ITI 32: responsável em criar a poligonal da comunidade conforme

descrevem os moradores, com o GPS, foram criados os pontos de extrema

no: Rio Cachoeira, IFBA, Templo Vale do Amanhecer, BR 415 e fazendas; e

criação da tabela com as Coordenadas Geográficas da comunidade de Vila

Cachoeira.

As turmas divididas em quatros núcleos, deu responsabilizou todos com a leitura

dos conteúdos, realização de trabalho de campo e sistematização das informações para

registro e produção do mapa temático.

Figura 2 – Núcleos de estudo na comunidade de Vila Cachoeira

Fonte: Diosmar Santana Filho, 2015.

Page 12: ANÁLISE SOCIOESPACIAL DA COMUNIDADE RIBEIRINHA VILA ... · Reconhecer que o processo educacional como integrado, é o alicerce para práticas pedagógicas de alcance das educadoras(es)

12

Movimento III: sujeito-lugar-trabalho

No terceiro movimento é a ação dos grupos no trabalho de campo – no encontro

pedagógico com as teorias e as práticas das realidades.

Na comunidade de Vila Cachoeira se observa os reflexos dos processos de

ex/apropriação do lugar no passado e no presente da Região Sul da Bahia. No presente a

Rodovia Jorge Amada (eixo Ilhéus-Itabuna), passa por transformações resultante da

especulação imobiliária, que ampliam em latifúndios urbanos e a segregação

socioespacial, essa é uma realidade vivida em escala nacional nos médios e grandes

centros urbanos que passa a atingir também pequenas cidades.

A especulação imobiliária atinge diretamente as ocupações periféricas

violentadas (aglomerados humanos), responsável pelo fornecimento de mão-de-obra

barata aos centros, e não tem no lugar de vivencia o retorno da sua contribuição em

imposto, restrito ao progresso dos centros.

E a Vila Cachoeira apresenta a realidade daqueles(as) que se reinventam na

violência sofrida, a comunidade ribeirinha nas margens do Rio Cachoeira é exprimida

pelos latifúndios do tempo glorioso do cacau. As terras ocupadas não foram

regularizadas pela gestão pública municipal, mais os serviços de água chegaram com as

taxas da EMBASA, energia pela COELBA e os serviços de telefonia e televisão a cabo

tomam contam das fachadas.

A unidade de saúde e ensino fundamental chegam como extensão das outras

comunidades vizinhas como Banco da Vitória. Os caminhos de terra e ruas não tem

calçamento e vive desassistida pelo serviço de saneamento.

Uma comunidade com duas margens e um centro:

- A primeira margem é o rio Cachoeira: águas receptora do esgoto de Itabuna, da

comunidade do Sobradinho e do próprio IFBA, a Vila margeia o leito do rio por 1.130

km, com as matas ciliares suprimidas para acomodação das moradias dos ribeirinhos; o

rio provém alimenta a comunidade pela pesca, é também o lugar das lavadeiras e do

lazer para homens, mulheres, jovens e crianças. (Figuras 3, 4, 5 e 6)

- A segunda margem fica na BR 415 (Rodovia Jorge Amado): nas terras de

outrora do latifúndio cacaueiro, está exprimida entre as placas de terras à venda (das

Page 13: ANÁLISE SOCIOESPACIAL DA COMUNIDADE RIBEIRINHA VILA ... · Reconhecer que o processo educacional como integrado, é o alicerce para práticas pedagógicas de alcance das educadoras(es)

13

antigas fazendas) e a ampliação dos canteiros de obras públicas e privadas; se

instalaram postos de combustível, fábricas como a AVATIM e centros religiosos; no

perímetro também está localizada a estação de tratamento de esgoto da EMBASA, o

condomínio de moradia popular no alto do Banco da Vitória, o IFBA Campus Ilhéus, a

construção do Hospital Integrado da Região Cacaueira e a instalação da unidade de

educação profissionalizante do SESI/SENAI. (Figura 7, 8, 9 e 10)

- O Centro da Vila: numa área de 149.488 m², de vias no chão de barro onde

cerca de 200 famílias ergueram barrocos de madeira e casas com alvenaria. Na área

estão um conjunto de serviços públicos que não funcionam, como um posto policial, um

ponto de ônibus que para o ônibus que não passa, já que os moradores precisam

caminhar até a BR para acessar o transporte. Atento as vulnerabilidades dos ribeirinhos

se somam igrejas católicas e evangélicas em disputa com os bares e botecos. (Figura 11,

12, 13 e 14)

Na Vila Cachoeira vivem as famílias que permanecem –vítimas das

desigualdades histórica, viva na memória contemporânea dos moradores que estão ali

vivem a cerca 80 anos e continuam sendo negados no processo de desenvolvimento

regional.

Os núcleos familiares crescem entre os limites do Rio Cachoeira, a BR 415 e as

fazendas, não há espaço para que filhos e netos das atuais famílias vivam na terra onde

seus avós e pais viveram e vivem. Na falta da terra para se viver fez o movimento das

novas ocupações – essa inclui áreas pertencentes IFBA (com o projeto de expansão da

unidade) e a Fazenda do Abelar.

Entre outubro e dezembro/2015 os moradores avançaram sobre o limite noroeste

da comunidade, com queimada das restingas e abertura de áreas com plantação de cacau

e pastos para gado. Criam lotes para cerca de 80 famílias ampliando os limites da Vila

Cachoeira para a BR 415 (Figura 15, 16, 17 e 18).

O movimento das famílias na comunidade contribuiu para mudanças na ação de

extensão proposta, invés de simplesmente fazer um estudo de campo, a ação com os

educandos se voltou no desenvolvimento da poligonal que os comunitários

reivindicavam, diante dos projetos políticos de expansão do crescimento econômico na

Rodovia Jorge Amado – BR 415, que os ignoram do direito.

Page 14: ANÁLISE SOCIOESPACIAL DA COMUNIDADE RIBEIRINHA VILA ... · Reconhecer que o processo educacional como integrado, é o alicerce para práticas pedagógicas de alcance das educadoras(es)

14

A realidade fez com que a extensão acadêmica se voltasse à contribuir com os

ribeirinhos, que tem na porta o “progresso” na BR 415 e no rio Cachoeira o canal de

esgoto sanitário. Diante da pressão posta pela especulação imobiliária com a venda das

terras (pelas famílias herdeiras do ciclo cacaueiro), para expansão econômica no eixo

Ilhéus-Itabuna, tirando qualquer condição de moradores da Vila ter acesso aos terrenos.

O trabalho de campo realizado pelos estudantes do IFBA, contribuiu para a

espacialização da Vila Cachoeira, pela observação dos conflitos que se apresentam na

ampliação da poligonal em busca de terra, para manutenção dos comunitários

coletivamente diante da exclusão espacial.

A Turma ITI 32 foi capacitada para uso do GPS e realizar as visitas técnicas, que

totalizaram dose horas de campo com o georreferênciamento do perímetro, conforme

reivindicaram os ribeirinhos: a comunidade tem um perímetro de 4.247 metros,

somando uma área com 149.448 m².

Para identificação do georreferenciamento foi criado o código de identificação

VCITI que recebeu as coordenadas geográficas2 com a descrição de informações de

observação realizada pela Turma ITI 31 (2015) conforme o (Quadro 1).

Todo o perímetro da comunidade foi percorrido pelos educandos, e está

representado em cerca de sessenta pontos que delimita a poligonal comunitária

desenvolvida no Mapa Temático Projeto de Extensão Analise Socioespacial (Figura 19)

– o mesmo na finalização do trabalho foi apresentado num seminário de pesquisa e

entregue pelo coordenador da extensão para direção do IFBA Campus Ilhéus, tendo

como proposta a manutenção do programa de extensão com a comunidade.

O trabalho de campo recebeu a orientação do morador José Messias (O Cabelo),

esse levou os grupos de observação às extremidades comunitária, identificando limites

no Rio Cachoeira, áreas de mata ciliar atualmente ocupada com casas de madeira e

alvenaria, e as roças plantadas dos ribeirinhos em parte da propriedade do Centro Vale

do Amanhecer e as ocupações de propriedade do IFBA Campus Ilhéus e do pasto do

fazendeiro Abelar. .

2 As coordenadas geográficas foram posteriormente alteradas para UTM.

Page 15: ANÁLISE SOCIOESPACIAL DA COMUNIDADE RIBEIRINHA VILA ... · Reconhecer que o processo educacional como integrado, é o alicerce para práticas pedagógicas de alcance das educadoras(es)

15

A cartografia geográfica feita no movimento dos sujeitos no espaço, apresenta

níveis de contradições posta na sobrevivência desses, o que permite ligar em escala a

realidade da Vila Cachoeira aos espaços em ocupação histórica, em vários centros

urbanos no estado da Bahia, mais principalmente nas pequenas, médias e grandes

cidades no Sul Baiano.

As paisagens apresentam as rigorosidades dos processos social e histórico de

transformação regional, nessas são fixados novos pontos fixos que trazem novos fluxos

em realidades que não mudam.

Page 16: ANÁLISE SOCIOESPACIAL DA COMUNIDADE RIBEIRINHA VILA ... · Reconhecer que o processo educacional como integrado, é o alicerce para práticas pedagógicas de alcance das educadoras(es)

16

Figuras 3, 4, 5 e 6 – Margem

do Rio Cachoeira

Figura 3

Figura 4

Figura 5

Figura 6

Page 17: ANÁLISE SOCIOESPACIAL DA COMUNIDADE RIBEIRINHA VILA ... · Reconhecer que o processo educacional como integrado, é o alicerce para práticas pedagógicas de alcance das educadoras(es)

17

Fonte: Turma ITI 31, 2015.

Page 18: ANÁLISE SOCIOESPACIAL DA COMUNIDADE RIBEIRINHA VILA ... · Reconhecer que o processo educacional como integrado, é o alicerce para práticas pedagógicas de alcance das educadoras(es)

18

Figuras 7, 8, 9 e 10 –

Margens da BR 415

(Rodovia Jorge

Amada)

Figura 7 – IFBA Campus Ilhéus

Figura 8 - Instalações do SESI/SENAI/IEL Sul

Figura 9 -Fabrica da AVATIM

Figura 10 -Terrenos para Venda

Page 19: ANÁLISE SOCIOESPACIAL DA COMUNIDADE RIBEIRINHA VILA ... · Reconhecer que o processo educacional como integrado, é o alicerce para práticas pedagógicas de alcance das educadoras(es)

19

Fonte: Diosmar Filho, 2015.

Page 20: ANÁLISE SOCIOESPACIAL DA COMUNIDADE RIBEIRINHA VILA ... · Reconhecer que o processo educacional como integrado, é o alicerce para práticas pedagógicas de alcance das educadoras(es)

20

Figuras 11, 12, 13 e 14 - O centro da Vila Cachoeira

Figuras 11

Figuras 12

Figuras 13

Figuras 14

Page 21: ANÁLISE SOCIOESPACIAL DA COMUNIDADE RIBEIRINHA VILA ... · Reconhecer que o processo educacional como integrado, é o alicerce para práticas pedagógicas de alcance das educadoras(es)

21

Fonte: Turma ITI 31, 2015.

Figuras 15, 16, 17 e 18 - Nova Ocupação da Vila Cachoeira

Figura 15

Figuras 16

Page 22: ANÁLISE SOCIOESPACIAL DA COMUNIDADE RIBEIRINHA VILA ... · Reconhecer que o processo educacional como integrado, é o alicerce para práticas pedagógicas de alcance das educadoras(es)

22

Figuras 17

Figuras 18

Fonte: Turma ITI 31, 2015.

Page 23: ANÁLISE SOCIOESPACIAL DA COMUNIDADE RIBEIRINHA VILA ... · Reconhecer que o processo educacional como integrado, é o alicerce para práticas pedagógicas de alcance das educadoras(es)

23

Figura 19 – Mapa Temático Projeto de Extensão Analise Socioespacial

Page 24: ANÁLISE SOCIOESPACIAL DA COMUNIDADE RIBEIRINHA VILA ... · Reconhecer que o processo educacional como integrado, é o alicerce para práticas pedagógicas de alcance das educadoras(es)

24

Quadro 1 - Informações Socioespaciais da Área de Vila Cachoeira, Ilhéus-BA

CÓDIGO DATA

COMUNIDADE DE VILA

CACHOEIRA – MUNÍCIPIO DE

ILHÉUS - BAHIA

COORDENADAS EM UTM

PERÍMETRO DA ÁREA: 4.247 M |

149.448 M²

DESCRIÇÃO DA ÁREA

Longitude Latitude

VCITI001 14-12-2015 483976.00 m E 8363469.00 m S Entrada de Vila de Cachoeira próximo ao Out-Door - Rua Bela Vista

VCITI002 14-12-2015 483991.00 m E 8363465.00 m S Próximo ao ponto de ônibus – Entrada II da Vila Cachoeira

VCITI003 14-12-2015 483868.00 m E 8363337.00 m S Lateral do muro do IFBA – Rua de acesso a Vila Cachoeira

VCITI004 14-12-2015 483864.00 m E 8363310.00 m S Casa do Jaipa - no início da Vila Cachoeira -na plantação de cacau

VCITI005 14-12-2015 483811.00 m E 8363282.00 m S Margem do Rio Cachoeira – fundo da casa número 8

VCITI006 14-12-2015 483901.00 m E 8363277.00 m S Ocupação I nova na Vila Cachoeira – cerca com plantação de cacau

VCITI007 14-12-2015 483936.00 m E 8363315.00 m S Ocupação I nova na Vila Cachoeira – cerca com plantação de cacau

VCITI008 14-12-2015 483980.00 m E 8363345.00 m S Ocupação I nova na Vila Cachoeira – cerca com plantação de cacau

VCITI009 14-12-2015 484086.00 m E 8363316.00 m S Ocupação I nova na Vila Cachoeira – cerca com plantação de cacau

VCITI010 14-12-2015 484054.00 m E 8363401.00 m S Ocupação I nova na Vila Cachoeira – BR 415

VCITI011 14-12-2015 484115.00 m E 8363361.00 m S Ocupação I nova na Vila Cachoeira – BR 415

VCITI012 14-12-2015 484121.00 m E 8363341.00 m S Ocupação I nova limite com fazenda

VCITI013 14-12-2015 484086.00 m E 8363316.00 m S Ocupação I nova limite com fazenda

VCITI014 14-12-2015 484046.00 m E 8363293.00 m S Ocupação I nova limite com fazenda

VCITI015 14-12-2015 484003.00 m E 8363260.00 m S Ocupação I nova limite com fazenda

VCITI016 14-12-2015 483935.00 m E 8363205.00 m S Ocupação I nova limite com fazenda - Rua Bela Vista

VCITI017 14-12-2015 483965.00 m E 8363092.00 m S Margem do Rio Cachoeira – Rua Bela Vista

VCITI018 14-12-2015 484005.00 m E 8363102.00 m S Rua Bela Vista

VCITI019 14-12-2015 484064.00 m E 8363048.00 m S Rua Bela Vista

VCITI020 14-12-2015 484143.00 m E 8362952.00 m S Leito do Rio Cachoeira

VCITI021 14-12-2015 484175.00 m E 8362998.00 m S Rua Bela Vista - Pé de Tamarineiro

VCITI022 14-12-2015 484249.00 m E 8363044.00 m S Limite da Vila com fazenda

VCITI023 14-12-2015 484333.00 m E 8363131.00 m S Limite da Vila com fazenda

VCITI024 14-12-2015 484345.00 m E 8363166.00 m S Ocupação II – campo de futebol

Page 25: ANÁLISE SOCIOESPACIAL DA COMUNIDADE RIBEIRINHA VILA ... · Reconhecer que o processo educacional como integrado, é o alicerce para práticas pedagógicas de alcance das educadoras(es)

25

VCITI025 14-12-2015 484510.00 m E 8363384.00 m S Ocupação II – limite com a Fazenda da familiar Abelar

VCITI026 14-12-2015 484324.00 m E 8363267.00 m S Ocupação II – limite com a Fazenda da familiar Abelar

VCITI027 14-12-2015 484335.00 m E 8363318.00 m S Ocupação II – limite com a Fazenda da familiar Abelar – BR 415

VCITI028 14-12-2015 484413.00 m E 8363353.00 m S Ocupação II – limite com a BR 415

VCITI029 14-12-2015 484510.00 m E 8363384.00 m S Entrada principal da Vila Cachoeira – Rua São Francisco – BR 415

VCITI030 14-12-2015 484453.00 m E 8363269.00 m S Rua São Francisco

VCITI031 14-12-2015 484484.00 m E 8363258.00 m S Limite da Vila Cachoeira com Centro Vale do Amanhecer

VCITI032 14-12-2015 484324.00 m E 8362835.00 m S Margem do Rio Cachoeira - Toca do jacaré

VCITI033 14-12-2015 484387.00 m E 8362882.00 m S Limite da Vila Cachoeira com Centro Vale do Amanhecer

VCITI034 14-12-2015 484432.00 m E 8362825.00 m S Limite da Vila Cachoeira com Centro Vale do Amanhecer – Rua Beira Rio

VCITI035 14-12-2015 484478.00 m E 8362795.00 m S Limite da Vila Cachoeira com Centro Vale do Amanhecer – Rua Beira Rio

VCITI036 14-12-2015 484571.00 m E 8362772.00 m S Limite da Vila Cachoeira com Centro Vale do Amanhecer – Rua Beira Rio

VCITI037 14-12-2015 484615.00 m E 8362735.00 m S Rua Beira Rio – margem do Rio Cachoeira

VCITI038 14-12-2015 484647.00 m E 8362749.00 m S Limite da Vila Cachoeira com Centro Vale do Amanhecer – Rua Beira Rio

VCITI039 14-12-2015 484792.00 m E 8362716.00 m S Margem do Rio Cachoeira – Rua Beira Rio

VCITI040 14-12-2015 484809.00 m E 8362746.00 m S Limite da Vila Cachoeira – final da Rua Beira Rio

Fonte: Turma ITI 32, 2015. Trabalho de Campo do Projeto de Extensão Curso Análise do Espaço Geográfico – IFBA, Campus Ilhéus.

Page 26: ANÁLISE SOCIOESPACIAL DA COMUNIDADE RIBEIRINHA VILA ... · Reconhecer que o processo educacional como integrado, é o alicerce para práticas pedagógicas de alcance das educadoras(es)

26

Considerações finais

O ensino, pesquisa e extensão realizado de forma integrada externalizam

realidade e limites criados na formação acadêmica da(o) docente – sendo um entrave em

se desenvolver como pesquisador(a). Isso porque a formação fragmentada não

interdisciplinar eleva as ações de ensino à rotinas repetidoras de textos produzido em

realidades distantes das que vivem, divididos com os educandos e de forma exclusiva

com seus pares docentes.

O conteúdo programático da educação básica técnica e profissional

implementada pelo IFBA, não garante que a criatividade e a criticidade alcançassem à

docência e as/os educandas(os), pensando em movimento se desenvolveu um programa

de estudo ligando ensino, pesquisa e extensão, a partir da análise crítica sobre o que

margeia os muros do IFBA Campus Ilhéus.

As margens do Campus estão as desigualdades sociais e as belezas da paisagem

e das pessoas que vivem e constroem a vida ribeirinha na comunidade de Vila

Cachoeira.

Por fim, a experiência realizada com os estudantes do IFBA Campus Ilhéus,

mostra possibilidades de ampliar os horizontes do ensino da ciência Geografia, no

programa pedagógico do ensino técnico-profissionalizante, nesse universo é possível se

realizar formas novas educacionais, quando se estabelece conteúdos que elavam a

ciência a uma nova epistemologia do conhecimento, diante das realidades de

desenvolver o ensino-aprendizado, dando à teoria a percepção realística de vivenciar no

movimento dos sujeito o espaço geográfico.

Referências

CASTRO, Iná Elias. O problema da escala. Geografia: conceitos e temas. In. Iná Elias

de Castro, Paulo Cesar da Costa Gomes, Roberto Lobato Corrêa. (Orgs.). Rio de

Janeiro: Bertrand Brasil, 2012. p. 117-140.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à pratica educativa. –

São Paulo: Paz e Terra, 1996. 148 p.

Page 27: ANÁLISE SOCIOESPACIAL DA COMUNIDADE RIBEIRINHA VILA ... · Reconhecer que o processo educacional como integrado, é o alicerce para práticas pedagógicas de alcance das educadoras(es)

27

HAESBAERT. Rogério. Territórios alternativos. In: Rogério Haesbaert – 2. ed. – São

Paulo: Contexto, 2006. 186p.

MOREIRA, R. A geografia serve para desvendar máscaras sociais. In: Ruy Moreira.

Geografia: Teoria e Crítica. Petrópolis, RJ: Ed. Vozes, 1982.

______. A Diferença e a Geografia: o ardil da identidade e a representação da diferença

na geografia. Revista GEOgraphia – ANO I – Nº 1. Rio de Janeiro: Universidade

Federal Fluminense, 1999.

SANTOS, Milton. Metamorfose do Espaço Habitado: Fundamentos Teóricos e

Metodológicos da Geografia / Milton Santos; em colaboração com Denise Elias. 6 ed.,

2. reimpr. – São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2014a.

____________. A Natureza do espaço – técnica e tempo. Razão e Emoção. – 4.

ed.,8. reimpr. – São Paulo: Editora Universidade de São Paulo, 2014b.

______. Por uma geografia nova: da crítica da geografia a uma geografia crítica.

In: Milton Santos. – 6 ed. 2. reimpr. – São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo,

2012.

SANTOS. Renato Emerson dos. O ensino da Geografia no Brasil e as relações raciais:

reflexões. In.: Diversidade, espaço e relação sociais: o negro na Geografia do Brasil.

Org.: Renato Emerson dos Santos. – Belo Horizonte: Autêntica, 2007.

1 Um estudo realizado: Morador da Vila Cachoeira: José Messias dos Santos (Cabelo). Turma ITI

31/2015: Ariadne Nascimento Matos, Breno Santos Fortaleza, Caêssa Ferreira Santos dos Santos, Camila

dos Santos Machado, Cassiana de Jesus Demetrio, Davidson Cardoso Teles da Silva, Edson Nunes da

Silva Junior, Fernanda Amaral Silva, Flora Maria Oliveira Reis Duarte, Jeane Rosa Santos, Jhonas Costa

Santos, João Manoel Fidelis Santos, João Victor Andrade Rodrigues, João Victor de Aragão Santos,

Joubert Lopes dos Santos Filho, Laisa Leslie Almeida Carneiro, Lakan Campiolo Pacheco, Leonardo

Lopes de Oliveira, Lohanna Menezes Batista, Maria Luiza Teixeira Santos, Marianna Assis Dantas,

Matheus dos Santos, Saleth Rodrigues Magno de Souza, Sarah Silva Nascimento, Talita Rosa Brito,

Thainá Araújo Souza, Victor Vinicius Cardoso de Sousa, Wesley Lemos de Oliveira. Turma ITI

32/2015: André Freitas Ferreira, Ariel Narciso de Sousa Leal, Camile dos Santos Santana Pereira, Drielli

Louise Barreto Santos, Edmar Gomes Leal Junior, Felipe Emanoel Moura Ferreira, Gabriel Ferreira Silva,

Heloisa Querino dos Santos, Igor Ferreira da Silva, Luan Phelipe Carvalho Leal, Mateus da Silva Santos,

Matheus Sousa Silva, Nathália Reis Souza, Tamires Imaculada Santos Costa, Thaiana Batista Montalvão

dos Santos, Thamires de Jesus Camilo da Silva.

Page 28: ANÁLISE SOCIOESPACIAL DA COMUNIDADE RIBEIRINHA VILA ... · Reconhecer que o processo educacional como integrado, é o alicerce para práticas pedagógicas de alcance das educadoras(es)

28

2 Trabalho dedicado às professoras(es) e pesquisadoras(es) do Núcleo de Estudos e Pesquisas Urbanos e

Culturais do Sul da Bahia (NEPUC-SB) – IFBA Campus Ilhéus.