anÁlise socioespacial da comunidade ribeirinha vila ... · reconhecer que o processo educacional...
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ANÁLISE SOCIOESPACIAL DA COMUNIDADE RIBEIRINHA VILA
CACHOEIRA, ILHÉUS-BA1 2
Diosmar Marcelino de Santana Filho1
RESUMO
O presente estudo resulta da análise socioespacial realizada, para conhecimento das realidades
em escalas diferentes no espaço mundo. Reconhecendo a Geografia como uma ciência da
humanidade e responsável por produzir conhecimento do espaço, da região, do território, do
lugar e da paisagem onde estão as pessoas em diversidade e diferenças. Essa foi a meta do
Projeto de Extensão Análise do Espaço Geográfico desenvolvido na disciplina de Geografia no
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA) Campus Ilhéus, no
segundo semestre do ano de 2015. Uma estratégia pedagógica de encontro com as realidades
socioespaciais a partir da capacitação dos estudantes para o trabalho de campo e
desenvolvimento da cartografia geográfica comunitária com uso de GPS, registro fotográfico,
cadastro objetos construídos, registro dos espaços coletivo e público comunitário e bens naturais
existentes e uso do aplicativo Google Earth Pró. Contribuindo dando visibilidade a exclusão
social e histórica da comunidade ribeirinha Vila Cachoeira, no município de Ilhéus - Bahia.
Palavras-chaves: Espaço; Geografia; Vila Cachoeira; Ilhéus; Bahia.
Conhecer o espaço geográfico no ensino da Geografia
A análise socioespacial é necessária no conhecimento das escalas diferentes no
espaço mundo, o que requisita do ensino da Geografia sua condição de uma ciência
humana e responsável pelos processos que se dão em movimentos no espaço, no
território, no lugar e nas regiões.
Diferentes realidades espaciais se materializam segundo Milton Santos (2014a)
em metamorfoses do espaço habitado, pela percepção dos sentidos na natureza
transformada e na natureza ainda sem grandes alterações humanas.
1 Geógrafo, Mestre em Geografia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Professor e coordenador
acadêmico da Especialização Estado e Direito dos Povos e Comunidades Tradicionais (CAPES-UAB-
UFBA). Pesquisador do Grupo de Pesquisa Historicidade do Estado, Direitos e Direitos Humanos
(UFBA) e do Núcleo de Estudos e Pesquisas Urbanos e Culturais do Sul da Bahia (NEPUC-SB) – Instituto Federal
de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA) Campus Ilhéus. E-mail: [email protected]
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Nesse sentido é essencial o trabalho de campo no ensino-aprendizagem da
ciência Geográfica, para que educadoras(es) e educandos vivenciem o lugar e tenham
condições de verificar como os processos sociais e históricos se expressam na paisagem,
inclusive revelando as contradições próprias das dimensões humanas.
Trabalhando com uma metodologia de ensino que faz da práxis (teoria-prática),
uma realidade e desafio na disciplina Geografia, que se desenvolveu o projeto de
extensão Curso de Análise do Espaço Geográfico, entre setembro e dezembro de 2015,
com as turmas do 3º Ano do Curso Integrado de Técnico de Informática (ITI), do
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA) Campus Ilhéus.
A capacitação em análise do espaço geográfico se mostrou importante após a
realização do estudo sobre o território brasileiro e urbanização, o que despertou nos
educandos o questionamento e a curiosidade, ao olhar as realidades de forma mais
consistente integrada a formação de Técnico em Informática.
O projeto de extensão integrou os conteúdos teóricos da II, III e IV Unidades,
com encontros no Laboratório de Informática para ampliação de conhecimento sobre as
tecnologias disponíveis e como essas contribuem com a compreensão do espaço
geográfico na atualidade a partir do: aplicativo Google Earth Pró se conhece as
paisagens e se desenvolvi mapas temáticos; conhecimento sobre Sistema de
Posicionamento Global-GPS, criação de pontos e poligonais; técnicas de registro
fotográfico das paisagens; criação de cadastro objetos (natureza transformada e a
natureza natural); e o registro do espaço comunitário.
Essa extensão teve como princípio a responsabilidade do IFBA com as
comunidade ao seu entorno, a exemplo da comunidade ribeirinha de Vila Cachoeira,
localizada no Km 3, da Rodovia Jorge Amado – BR 415, no município de Ilhéus, na
Região Sul da Bahia. A comunidade foi apresentada e escolhida pelos estudantes, por
ser um lugar que apresenta características essenciais para compreensão do espaço
geográfico, diante das contradições da expansão urbana no perímetro entre as cidades de
Ilhéus e Itabuna nas últimas décadas, decorrentes dos processos de crescimento
econômico, sem consecutivo desenvolvimento social e ambiental.
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Conceitos no ensino-aprendizagem na Geografia
O ensino e extensão na educação básica técnica e tecnológica, se apresentam
como um desafio de método e metodologia, devido ao caráter profissionalizante do
programa a ser aplicado aos estudantes que inviabiliza a formação cidadã, prioritária a
sua construção sócio-política.
Reconhecer que o processo educacional como integrado, é o alicerce para
práticas pedagógicas de alcance das educadoras(es) e educandas(os), pensando na
horizontalidade de desenvolvimento do conhecimento. Pois, em diferentes lugares vão
emergir possibilidades de construção de uma outra sociedade, em tempo e espaço, e as
vivências vão sendo reconstruídas na história dos lugares e territórios.
Tornando importante a compreensão do espaço geográfico em sua totalidade,
atento ao conjunto de movimentos que se desenvolvem em escalas diferentes e faz
surgir novas formas horizontas de construção social e relações educador-educando,
ensino-aprendizagem, escola-comunidade-escola, sujeito-lugar-trabalho.
Novas relações sempre se reconhecem no que o professor Paulo Freire traz na
Pedagogia da Autonomia (1996), ao explicar que levar as realidades no ambiente
escolar exige das educadoras (es) disponibilidade de mudança, para o autor: Segundo
No respeito às diferenças entre mim e eles ou elas, na coerência entre o e que
faço e o que digo, que me encontro com eles ou com elas. É na minha
disponibilidade à realidade que construo a minha segurança, indispensável à
própria disponibilidade. É impossível viver disponibilidade à realidade sem
segurança, mas é impossível também criar à segurança fora do risco da
disponibilidade. (FREIRE, 1996, p.136)
A dimensão pedagógica apresentada pelo professor, reconhece o espaço como
objeto (teórico e prático) da Geografia, conforme o professor Milton Santos (2012),
quando explica que esse é fundamental para pesquisa geográfica, por garantir o
aprofundamento sobre as escalas espaciais e temporais.
Santos (2012, p. 156) cita Hegel, para esclarecer que a noção espaço dialético,
“suprime o risco da elucubração metafísica quando a realidade analisada é o espaço. A
ideia de espaço dialético em movimento”.
E dialeticamente é possível desconstruir a universalização perversa, que não
reconhece os direitos dos sujeitos, onde os direitos de igualdade não são reconhecidos
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em igualdade, por privilegiar os privilégios e benefício para uma minoria em detrimento
da maioria, portanto, a maioria é colocada na condição de minoria, “apenas a natureza
se tornando natureza e a natureza feita natureza já não são mais a natureza natural, mas
natureza historicizada” (SANTOS, 2014b, p. 119).
Para o autor supracitado o espaço geográfico é o “conjunto de relações
realizadas através de funções e formas que se apresentam como testemunho de uma
história escrita por processos do passado e do presente” (SANTOS, 2012, p. 153).
Isto é, o espaço se define como um conjunto de formas representativas de
relações sociais do passado e do presente e por uma estrutura representada por
relações sociais que estão acontecendo diante de nossos olhos e que se
manifestam através de processos e funções. O espaço é, então, um verdadeiro
campo de forças cuja aceleração é desigual. Daí porque a evolução espacial não
se faz de forma idêntica em todos os lugares (SANTOS, 2012, p. 153).
Sobre essa questão, Santos (2012) reafirma que no espaço se tem a memória do
modo de produção construído, por coisas que são fixadas na paisagem desenvolvida ou
criada, que se transformam numa forma durável em testemunho, que não se desfaz:
“Paralelamente as mudanças de processos; ao contrário, alguns processos se adaptam às
formas preexistentes enquanto que outros criam novas formas para se inserir dentro
delas”. (SANTOS, 2012, p. 173)
Essa memória está em reconhecer os arranjos sociais e econômicos: “É, a
essência, e o resultado de como se exprimem no âmago da instância econômica as
forças produtivas como relação de produção” (MOREIRA, 1982, p. 52). Nesse
contexto, as forças produtivas garantiram as formas e estruturas que irão ordenar e
organizar o Estado brasileiro da sua origem ao que se consolidou como projeto de
Estado-nação.
Portanto, o estudo desenvolvido tem o espaço como objeto da pesquisa
geográfica e o método dialético como base de análise para pesquisa socioespacial.
Aparado numa abordagem conceitual sobre a escala geográfica, que permite avançar em
novas perspectivas epistemológicas sobre a analise em escala, conforme Santos (2014b)
e Castro (2012), para alcance das relações temporais e espaciais.
A questão a ser compreendida é o papel dos estudos geográficos sobre as escalas
temporais, que em certo período tem contribuído para que se materialize no espaço
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como congelado, conforme Moreira (1982) “durante todo o tempo os geógrafos
trabalharam o seu objeto escamoteando-o e tendo uma noção do tempo, quando tinham,
mecanicista e evolucionista”. (MOREIRA, 1982, p. 45).
Para no processo de análise ao relacionar os espaços rural e urbano, deve ter
atenção que no primeiro os tempos são longos e no segundo os tempos são breves. O
que contribui discursivamente e objetivamente com elementos que se apresentam de
forma clara, as assimilações e a noção de “escalas espaços-temporais”, entre
determinados tempos e determinados espaços (HAESBAERT, 2006, p. 109)
A questão apresentada pelos autores são importantes no desenvolvimento das
metodologias de análise socioespacial da comunidade ribeirinha de Vila Cachoeira. E o
entendimento da escala geográfica contribuiu na percepção e superação dos limites e o
esgotamento criado pelo uso excessivo da escala gráfica, o pensar na escala como
aproximação do real, e o não descarte das dificuldades encontradas já que a: “Noção de
escala inclui tanto a relação como a inseparabilidade entre tamanho e fenômenos. Os
experimentos científicos são obrigados a lidar com objetos, fenômenos e efeitos em
escalas cada vez mais micro e cada vez mais macro” (CASTRO, 2012 p. 130).
Nessa perspectiva o projeto de extensão se afirmar em Santos (2007, 27) de que
o sentido de aprender e ensinar Geografia é “se posicionar no mundo”.
Quando falamos isso, estamos indicando na verdade uma dupla acepção do que
chamamos “se posicionar no mundo”: (i) conhecer sua posição no mundo, e
para isto o indivíduo precisa conhecer o mundo; (ii) tomar posição nesse
mundo, que significa se colocar politicamente no processo de construção e
reconstrução deste mundo. Se posicionar no mundo, agir. Saber Geografia é
saber onde você está, conhecer o mundo, mas isto serve fundamentalmente para
você agir sobre este mundo no processo de reconstrução da sociedade: se
apresentar para participar. (SANTOS, 2007, p.27)
Os conceitos apresentadas em Santos (2012, 2014a, 2014b), Freire (1996),
Moreira (1982,1999), Haesbaert (2006), Santos (2007) e Castro (2012) dão forma-
conteúdo para a categorização do espaço e a escala geográfica, o que permite
geograficamente analisar os movimentos do lugar Vila Cachoeira. Fundamentando,
portanto os estudos da disciplina de Geografia e a capacitação dos estudantes do IFBA
campus Ilhéus, em análise do espaço geográfico.
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Pela escala geográfica se observa no espaço e tempo, territórios e lugares
invisíveis diante da formação socioespacial. Mais visíveis como lugares de afirmação
política, isso quer dizer na luta na terra, na água, no trabalho, pela moradia e de modo
completo na própria vida.
Movimento I: relações educador-educando
Freire (1996, p. 31) apresenta que na construção do conhecimento é preciso dar
importância ao ensino e a exigência da criatividade, não por situação de momento, mais
pela essência da proposta política pedagógica de emancipação do sujeito. Nesse
caminhar todos precisam aguçar pela curiosidade e a criticidade para que se desenvolva
a forma integrada, de reconhecimento dos saberes e práticas, daqueles que estamos
dialogando.
Não por uma visão de ingenuidade, mais reconhecendo que essa forma curiosa
de olhar e sentir a vida do outro, de dar-lhe com as relações socioespaciais é uma
autocrítica ao que estamos construindo como sociedade desigual. Onde os valores estão
na falta de curiosidade e no individualismo.
Não há para mim, diferença e “distancia” entre a ingenuidade e a criticidade,
entre o saber de pura experiência feito e o que resulta dos procedimentos
metodológicos rigorosos, um ruptura, mas uma superação (...) Na verdade a
curiosidade ingênua que, “desarma”, está associada ao saber do censo comum, é
a mesma curiosidade que, critizando-se, aproximando-se de forma cada vez
mais metodicamente rigorosa do objeto cognoscível, se torna curiosidade
epistemológica. Muda de qualidade, mas não de essência (FREIRE, 1996, p.
31).
No espaço geográfico se encontra saberes e práticas ingênuas e curiosas que
materializam valores do lugar, nesse campo as relações de ensino e pesquisa devem
ocorrer reconhecendo saberes que se encontram em formas diferentes, é o que se espera
da escola, em específico, o IFBA Campus Ilhéus.
Porém, o calendário acadêmico (2015) do IFBA, teve como principal meta –
resolver o tempo sem aula, devido a paralização das(os) professoras(es) por melhores
condições de trabalho, na educação profissional ofertada pela rede dos Institutos
Federais (IF) e a II Unidade se início em setembro/2015 e a IV Unidade encerrou em
janeiro/2016, para os quarenta e cinco estudantes das Turmas 31 e 32 do Curso de
Técnico em Informática participantes do curso de extensão.
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A mudança de calendário exigiu que as relações entre educando e educador, se
aprofundassem no sentido de garantir que o conteúdo se efetivasse, com uma
metodologia de corresponsabilidade no ensino-aprendizagem, com um plano de aula,
dividido quatro atividades:
I – Rodas de Diálogos: apresentação dos assuntos das unidades e leitura coletiva
e interpretação de textos em sala;
II – Produção de Conhecimento: leitura dos textos em sala ou assistir um vídeo
documentário. Como conclusão da atividade entregar um resumo expandido,
relacionando os textos com realidades da comunidade, do bairro, do município ou
região, que vivem.
III – Encontro Tecnológicos: atividade no Laboratório de Informática, para
conhecimento das ferramentas disponíveis no aplicativo Google Earth, disponibilizado
em computadores e smarphone – conteúdo: conhecimento sobre localização da cidade,
bairro, rua, casa e demais objetos de uso coletivo que os mesmo conheciam; uso da
ferramenta do street view para produção de imagem; delimitação de perímetros; criação
de poligonais. Junto a atividade estava aula na área do campus para criação de pontos
(coordenação geográfica) e a inserção desses no aplicativo Google Earth Pró.
IV – Visitas Técnicas: foi realizada uma visita técnica a Terra Indígena
Tupinambá, comunidade Tucum em Olivença – ação em conjunto com a disciplina de
Sociologia. Todos tinham como tarefa observar as paisagens e os processos de
afirmação da luta pela terra e território Tupinambá, diante das transformações artificial
e natural com a implantação da BA 001 Ilhéus - Olivença, com a expansão urbana no
sentido Sul da cidade de Ilhéus, devido a especulação imobiliária (instalação de
condomínios de médio e alto padrão).
As atividades teve avaliação processual individual e coletiva dos estudantes e
das turmas.
A forma pedagógica de realizar a II e III Unidade, trouxe confiança aos
estudantes que aprovaram o plano de aula da IV Unidade, para o período de 01 de
novembro a 31 de dezembro de 2015, baseado na leitura da obra Metamorfoses do
Espaço Habitado (2014a), de autoria do professor Milton Santos, integrando sala de
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aula, trabalho de campo na comunidade ribeirinha de Vila Cachoeira e os encontros no
Laboratório de Informática para capacitação e processar as informações.
Movimento II: escola-comunidade-escola
O movimento II que se realiza na ação pedagógica e estabelece a confiança pela
horizontalidade no desenvolvimento do estudo geográfico. Os processos de confiança
são base para o Projeto de Extensão Curso de Análise do Espaço Geográfico, como
metodologia conforme a (Figura 1) ao colocar na centralidade o movimento.
A Figura 1 representa o principal objetivo da extensão, o fortalecimento do
movimento entre o ensino-aprendizagem, pautado no conteúdo geográfica integrado ao
conteúdo do curriculum do Curso Integrado de Informática. Tendo como perspectiva
garantir ao corpo acadêmico o desenvolvimento de metodologias de aperfeiçoamento da
docência e promover aos estudantes avanço pela criatividade e conhecimentos.
O projeto se preocupou em pensar no corpo acadêmico e abriu a possibilidade,
para as metodologias de forma interdisciplinar e transdisciplinar, sejam socializadas
entre educandos e educadores. O fato de ser um estudo geográfico, não faz desse
movimento um conteúdo-forma exclusiva da disciplina Geografia, mais sim um
movimento pelo desenvolvimento de práticas pedagógicas que avancem – que fujam
dos processos excludentes do ensino avaliativo da pedagogia meritocrática, que
discrimina e amplia com preconceitos as ingenuidades, limitando a criticidade e as
criatividades individuais e coletivas, tão necessárias ao processo de conhecimento.
Figura 1 - Movimento II, escola comunidade–escola
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Elaboração do autor (2017)
E aqui se abre uma questão importante que é o ato de discriminar no espaço do
conhecimento, Freire (1996) convida e alerta educadoras(es) que a prática de ensinar,
exige risco diante do novo, porque irão viver a aceitação e a rejeição a qualquer forma
de discriminação.
O velho que preserva sua validade ou encarna uma tradição que marca uma
presença no tempo continua novo (...) A pratica preconceituosa de raça, de
classe, de gênero, ofende a sustentabilidade do ser humano e nega radicalmente
a democracia. O não longe dela nós achamos quando vivemos a impunidade dos
que matam mesmo nas ruas, dos que assassinam camponeses que lutam por seus
direitos, dos que discriminam os negros, dos que inferiorizam as mulheres
(FREIRE, 1996, p. 35-36).
Portanto, pelas crítica e a criatividade o projeto sai dos muros do IFBA Campus
Ilhéus, para diálogo na comunidade vizinha, um desafio mútuo para educandos e
educador, já que ambos não tinham conhecimento da realidade que se passava entre a
rodovia BR 415 e as margens do rio Cachoeira, a natureza: natural e artificial. Limites
socioespaciais na vida das pessoas na comunidade de Vila Cachoeira. Daí a importância
de entender quais os conhecimentos que iremos coletivamente desenvolver.
Conteúdo programático do Curso Análise do Espaço Geográfico:
MOVIMENTO
ESTUDANTES
Sala de Aula
VILA CACHOEIRA
Laboratório de
Informática
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I. Realização de 04 aulas (sala) para observação e desenvolvimento da análise
socioespacial.
Descrição: leitura do livro Metamorfoses do Espaço Habitado – Milton
Santos (2014a). Conhecimento dos conceitos de espaço geográfico e suas
categorias: espaço, paisagem e lugar; e como as ações socioespaciais
transformam a natureza por meio das ocupações e usos humanos.
II. Conhecendo do aplicativo Google Earth PRÓ: 04 aulas (laboratório de
informática).
Descrição: Apresentação do programa Google Earth Pró e uso das
ferramentas de conhecimento geográfico, com desenvolvimento de técnicas
de localização, registro, georreferenciamento de imagens e mapeamento de
imagens.
III. Trabalho de Campo: 04 aulas (na comunidade)
Descrição: Com a participação de representantes da comunidade. Os
estudantes percorreram toda a comunidade, que foi dividida em quatro
núcleos de estudos. Em cada um desses foram feitos criados pontos com o
GPS, cadastro de objetos construídos e naturais; registro fotográfico das
paisagens e descrição de acessos.
E todo o processo metodológico da extensão durou quarenta horas, somados os
períodos de estudo teórico, prática e produção dos resultados pelos educadores e
educandos.
O conhecimento do campo ocorreu depois do encontro com representante da
comunidade no espaço do IFBA. O que possibilitou a criação dos núcleos de estudos
conforme (Figura 2), dando condições para divisão do lugar em quatro núcleos, assim
como, a divisão das Turmas de ITI 31 e 32, em dois grupos de pesquisas:
I. ITI 31: responsável pelo registro das paisagens transformadas e natural;
registro dos acessos (ruas e caminhos); registro dos limites propriedades
privadas (fazendas); criação de banco de dados.
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II. ITI 32: responsável em criar a poligonal da comunidade conforme
descrevem os moradores, com o GPS, foram criados os pontos de extrema
no: Rio Cachoeira, IFBA, Templo Vale do Amanhecer, BR 415 e fazendas; e
criação da tabela com as Coordenadas Geográficas da comunidade de Vila
Cachoeira.
As turmas divididas em quatros núcleos, deu responsabilizou todos com a leitura
dos conteúdos, realização de trabalho de campo e sistematização das informações para
registro e produção do mapa temático.
Figura 2 – Núcleos de estudo na comunidade de Vila Cachoeira
Fonte: Diosmar Santana Filho, 2015.
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Movimento III: sujeito-lugar-trabalho
No terceiro movimento é a ação dos grupos no trabalho de campo – no encontro
pedagógico com as teorias e as práticas das realidades.
Na comunidade de Vila Cachoeira se observa os reflexos dos processos de
ex/apropriação do lugar no passado e no presente da Região Sul da Bahia. No presente a
Rodovia Jorge Amada (eixo Ilhéus-Itabuna), passa por transformações resultante da
especulação imobiliária, que ampliam em latifúndios urbanos e a segregação
socioespacial, essa é uma realidade vivida em escala nacional nos médios e grandes
centros urbanos que passa a atingir também pequenas cidades.
A especulação imobiliária atinge diretamente as ocupações periféricas
violentadas (aglomerados humanos), responsável pelo fornecimento de mão-de-obra
barata aos centros, e não tem no lugar de vivencia o retorno da sua contribuição em
imposto, restrito ao progresso dos centros.
E a Vila Cachoeira apresenta a realidade daqueles(as) que se reinventam na
violência sofrida, a comunidade ribeirinha nas margens do Rio Cachoeira é exprimida
pelos latifúndios do tempo glorioso do cacau. As terras ocupadas não foram
regularizadas pela gestão pública municipal, mais os serviços de água chegaram com as
taxas da EMBASA, energia pela COELBA e os serviços de telefonia e televisão a cabo
tomam contam das fachadas.
A unidade de saúde e ensino fundamental chegam como extensão das outras
comunidades vizinhas como Banco da Vitória. Os caminhos de terra e ruas não tem
calçamento e vive desassistida pelo serviço de saneamento.
Uma comunidade com duas margens e um centro:
- A primeira margem é o rio Cachoeira: águas receptora do esgoto de Itabuna, da
comunidade do Sobradinho e do próprio IFBA, a Vila margeia o leito do rio por 1.130
km, com as matas ciliares suprimidas para acomodação das moradias dos ribeirinhos; o
rio provém alimenta a comunidade pela pesca, é também o lugar das lavadeiras e do
lazer para homens, mulheres, jovens e crianças. (Figuras 3, 4, 5 e 6)
- A segunda margem fica na BR 415 (Rodovia Jorge Amado): nas terras de
outrora do latifúndio cacaueiro, está exprimida entre as placas de terras à venda (das
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antigas fazendas) e a ampliação dos canteiros de obras públicas e privadas; se
instalaram postos de combustível, fábricas como a AVATIM e centros religiosos; no
perímetro também está localizada a estação de tratamento de esgoto da EMBASA, o
condomínio de moradia popular no alto do Banco da Vitória, o IFBA Campus Ilhéus, a
construção do Hospital Integrado da Região Cacaueira e a instalação da unidade de
educação profissionalizante do SESI/SENAI. (Figura 7, 8, 9 e 10)
- O Centro da Vila: numa área de 149.488 m², de vias no chão de barro onde
cerca de 200 famílias ergueram barrocos de madeira e casas com alvenaria. Na área
estão um conjunto de serviços públicos que não funcionam, como um posto policial, um
ponto de ônibus que para o ônibus que não passa, já que os moradores precisam
caminhar até a BR para acessar o transporte. Atento as vulnerabilidades dos ribeirinhos
se somam igrejas católicas e evangélicas em disputa com os bares e botecos. (Figura 11,
12, 13 e 14)
Na Vila Cachoeira vivem as famílias que permanecem –vítimas das
desigualdades histórica, viva na memória contemporânea dos moradores que estão ali
vivem a cerca 80 anos e continuam sendo negados no processo de desenvolvimento
regional.
Os núcleos familiares crescem entre os limites do Rio Cachoeira, a BR 415 e as
fazendas, não há espaço para que filhos e netos das atuais famílias vivam na terra onde
seus avós e pais viveram e vivem. Na falta da terra para se viver fez o movimento das
novas ocupações – essa inclui áreas pertencentes IFBA (com o projeto de expansão da
unidade) e a Fazenda do Abelar.
Entre outubro e dezembro/2015 os moradores avançaram sobre o limite noroeste
da comunidade, com queimada das restingas e abertura de áreas com plantação de cacau
e pastos para gado. Criam lotes para cerca de 80 famílias ampliando os limites da Vila
Cachoeira para a BR 415 (Figura 15, 16, 17 e 18).
O movimento das famílias na comunidade contribuiu para mudanças na ação de
extensão proposta, invés de simplesmente fazer um estudo de campo, a ação com os
educandos se voltou no desenvolvimento da poligonal que os comunitários
reivindicavam, diante dos projetos políticos de expansão do crescimento econômico na
Rodovia Jorge Amado – BR 415, que os ignoram do direito.
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A realidade fez com que a extensão acadêmica se voltasse à contribuir com os
ribeirinhos, que tem na porta o “progresso” na BR 415 e no rio Cachoeira o canal de
esgoto sanitário. Diante da pressão posta pela especulação imobiliária com a venda das
terras (pelas famílias herdeiras do ciclo cacaueiro), para expansão econômica no eixo
Ilhéus-Itabuna, tirando qualquer condição de moradores da Vila ter acesso aos terrenos.
O trabalho de campo realizado pelos estudantes do IFBA, contribuiu para a
espacialização da Vila Cachoeira, pela observação dos conflitos que se apresentam na
ampliação da poligonal em busca de terra, para manutenção dos comunitários
coletivamente diante da exclusão espacial.
A Turma ITI 32 foi capacitada para uso do GPS e realizar as visitas técnicas, que
totalizaram dose horas de campo com o georreferênciamento do perímetro, conforme
reivindicaram os ribeirinhos: a comunidade tem um perímetro de 4.247 metros,
somando uma área com 149.448 m².
Para identificação do georreferenciamento foi criado o código de identificação
VCITI que recebeu as coordenadas geográficas2 com a descrição de informações de
observação realizada pela Turma ITI 31 (2015) conforme o (Quadro 1).
Todo o perímetro da comunidade foi percorrido pelos educandos, e está
representado em cerca de sessenta pontos que delimita a poligonal comunitária
desenvolvida no Mapa Temático Projeto de Extensão Analise Socioespacial (Figura 19)
– o mesmo na finalização do trabalho foi apresentado num seminário de pesquisa e
entregue pelo coordenador da extensão para direção do IFBA Campus Ilhéus, tendo
como proposta a manutenção do programa de extensão com a comunidade.
O trabalho de campo recebeu a orientação do morador José Messias (O Cabelo),
esse levou os grupos de observação às extremidades comunitária, identificando limites
no Rio Cachoeira, áreas de mata ciliar atualmente ocupada com casas de madeira e
alvenaria, e as roças plantadas dos ribeirinhos em parte da propriedade do Centro Vale
do Amanhecer e as ocupações de propriedade do IFBA Campus Ilhéus e do pasto do
fazendeiro Abelar. .
2 As coordenadas geográficas foram posteriormente alteradas para UTM.
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A cartografia geográfica feita no movimento dos sujeitos no espaço, apresenta
níveis de contradições posta na sobrevivência desses, o que permite ligar em escala a
realidade da Vila Cachoeira aos espaços em ocupação histórica, em vários centros
urbanos no estado da Bahia, mais principalmente nas pequenas, médias e grandes
cidades no Sul Baiano.
As paisagens apresentam as rigorosidades dos processos social e histórico de
transformação regional, nessas são fixados novos pontos fixos que trazem novos fluxos
em realidades que não mudam.
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Figuras 3, 4, 5 e 6 – Margem
do Rio Cachoeira
Figura 3
Figura 4
Figura 5
Figura 6
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Fonte: Turma ITI 31, 2015.
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Figuras 7, 8, 9 e 10 –
Margens da BR 415
(Rodovia Jorge
Amada)
Figura 7 – IFBA Campus Ilhéus
Figura 8 - Instalações do SESI/SENAI/IEL Sul
Figura 9 -Fabrica da AVATIM
Figura 10 -Terrenos para Venda
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Fonte: Diosmar Filho, 2015.
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Figuras 11, 12, 13 e 14 - O centro da Vila Cachoeira
Figuras 11
Figuras 12
Figuras 13
Figuras 14
21
Fonte: Turma ITI 31, 2015.
Figuras 15, 16, 17 e 18 - Nova Ocupação da Vila Cachoeira
Figura 15
Figuras 16
22
Figuras 17
Figuras 18
Fonte: Turma ITI 31, 2015.
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Figura 19 – Mapa Temático Projeto de Extensão Analise Socioespacial
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Quadro 1 - Informações Socioespaciais da Área de Vila Cachoeira, Ilhéus-BA
CÓDIGO DATA
COMUNIDADE DE VILA
CACHOEIRA – MUNÍCIPIO DE
ILHÉUS - BAHIA
COORDENADAS EM UTM
PERÍMETRO DA ÁREA: 4.247 M |
149.448 M²
DESCRIÇÃO DA ÁREA
Longitude Latitude
VCITI001 14-12-2015 483976.00 m E 8363469.00 m S Entrada de Vila de Cachoeira próximo ao Out-Door - Rua Bela Vista
VCITI002 14-12-2015 483991.00 m E 8363465.00 m S Próximo ao ponto de ônibus – Entrada II da Vila Cachoeira
VCITI003 14-12-2015 483868.00 m E 8363337.00 m S Lateral do muro do IFBA – Rua de acesso a Vila Cachoeira
VCITI004 14-12-2015 483864.00 m E 8363310.00 m S Casa do Jaipa - no início da Vila Cachoeira -na plantação de cacau
VCITI005 14-12-2015 483811.00 m E 8363282.00 m S Margem do Rio Cachoeira – fundo da casa número 8
VCITI006 14-12-2015 483901.00 m E 8363277.00 m S Ocupação I nova na Vila Cachoeira – cerca com plantação de cacau
VCITI007 14-12-2015 483936.00 m E 8363315.00 m S Ocupação I nova na Vila Cachoeira – cerca com plantação de cacau
VCITI008 14-12-2015 483980.00 m E 8363345.00 m S Ocupação I nova na Vila Cachoeira – cerca com plantação de cacau
VCITI009 14-12-2015 484086.00 m E 8363316.00 m S Ocupação I nova na Vila Cachoeira – cerca com plantação de cacau
VCITI010 14-12-2015 484054.00 m E 8363401.00 m S Ocupação I nova na Vila Cachoeira – BR 415
VCITI011 14-12-2015 484115.00 m E 8363361.00 m S Ocupação I nova na Vila Cachoeira – BR 415
VCITI012 14-12-2015 484121.00 m E 8363341.00 m S Ocupação I nova limite com fazenda
VCITI013 14-12-2015 484086.00 m E 8363316.00 m S Ocupação I nova limite com fazenda
VCITI014 14-12-2015 484046.00 m E 8363293.00 m S Ocupação I nova limite com fazenda
VCITI015 14-12-2015 484003.00 m E 8363260.00 m S Ocupação I nova limite com fazenda
VCITI016 14-12-2015 483935.00 m E 8363205.00 m S Ocupação I nova limite com fazenda - Rua Bela Vista
VCITI017 14-12-2015 483965.00 m E 8363092.00 m S Margem do Rio Cachoeira – Rua Bela Vista
VCITI018 14-12-2015 484005.00 m E 8363102.00 m S Rua Bela Vista
VCITI019 14-12-2015 484064.00 m E 8363048.00 m S Rua Bela Vista
VCITI020 14-12-2015 484143.00 m E 8362952.00 m S Leito do Rio Cachoeira
VCITI021 14-12-2015 484175.00 m E 8362998.00 m S Rua Bela Vista - Pé de Tamarineiro
VCITI022 14-12-2015 484249.00 m E 8363044.00 m S Limite da Vila com fazenda
VCITI023 14-12-2015 484333.00 m E 8363131.00 m S Limite da Vila com fazenda
VCITI024 14-12-2015 484345.00 m E 8363166.00 m S Ocupação II – campo de futebol
25
VCITI025 14-12-2015 484510.00 m E 8363384.00 m S Ocupação II – limite com a Fazenda da familiar Abelar
VCITI026 14-12-2015 484324.00 m E 8363267.00 m S Ocupação II – limite com a Fazenda da familiar Abelar
VCITI027 14-12-2015 484335.00 m E 8363318.00 m S Ocupação II – limite com a Fazenda da familiar Abelar – BR 415
VCITI028 14-12-2015 484413.00 m E 8363353.00 m S Ocupação II – limite com a BR 415
VCITI029 14-12-2015 484510.00 m E 8363384.00 m S Entrada principal da Vila Cachoeira – Rua São Francisco – BR 415
VCITI030 14-12-2015 484453.00 m E 8363269.00 m S Rua São Francisco
VCITI031 14-12-2015 484484.00 m E 8363258.00 m S Limite da Vila Cachoeira com Centro Vale do Amanhecer
VCITI032 14-12-2015 484324.00 m E 8362835.00 m S Margem do Rio Cachoeira - Toca do jacaré
VCITI033 14-12-2015 484387.00 m E 8362882.00 m S Limite da Vila Cachoeira com Centro Vale do Amanhecer
VCITI034 14-12-2015 484432.00 m E 8362825.00 m S Limite da Vila Cachoeira com Centro Vale do Amanhecer – Rua Beira Rio
VCITI035 14-12-2015 484478.00 m E 8362795.00 m S Limite da Vila Cachoeira com Centro Vale do Amanhecer – Rua Beira Rio
VCITI036 14-12-2015 484571.00 m E 8362772.00 m S Limite da Vila Cachoeira com Centro Vale do Amanhecer – Rua Beira Rio
VCITI037 14-12-2015 484615.00 m E 8362735.00 m S Rua Beira Rio – margem do Rio Cachoeira
VCITI038 14-12-2015 484647.00 m E 8362749.00 m S Limite da Vila Cachoeira com Centro Vale do Amanhecer – Rua Beira Rio
VCITI039 14-12-2015 484792.00 m E 8362716.00 m S Margem do Rio Cachoeira – Rua Beira Rio
VCITI040 14-12-2015 484809.00 m E 8362746.00 m S Limite da Vila Cachoeira – final da Rua Beira Rio
Fonte: Turma ITI 32, 2015. Trabalho de Campo do Projeto de Extensão Curso Análise do Espaço Geográfico – IFBA, Campus Ilhéus.
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Considerações finais
O ensino, pesquisa e extensão realizado de forma integrada externalizam
realidade e limites criados na formação acadêmica da(o) docente – sendo um entrave em
se desenvolver como pesquisador(a). Isso porque a formação fragmentada não
interdisciplinar eleva as ações de ensino à rotinas repetidoras de textos produzido em
realidades distantes das que vivem, divididos com os educandos e de forma exclusiva
com seus pares docentes.
O conteúdo programático da educação básica técnica e profissional
implementada pelo IFBA, não garante que a criatividade e a criticidade alcançassem à
docência e as/os educandas(os), pensando em movimento se desenvolveu um programa
de estudo ligando ensino, pesquisa e extensão, a partir da análise crítica sobre o que
margeia os muros do IFBA Campus Ilhéus.
As margens do Campus estão as desigualdades sociais e as belezas da paisagem
e das pessoas que vivem e constroem a vida ribeirinha na comunidade de Vila
Cachoeira.
Por fim, a experiência realizada com os estudantes do IFBA Campus Ilhéus,
mostra possibilidades de ampliar os horizontes do ensino da ciência Geografia, no
programa pedagógico do ensino técnico-profissionalizante, nesse universo é possível se
realizar formas novas educacionais, quando se estabelece conteúdos que elavam a
ciência a uma nova epistemologia do conhecimento, diante das realidades de
desenvolver o ensino-aprendizado, dando à teoria a percepção realística de vivenciar no
movimento dos sujeito o espaço geográfico.
Referências
CASTRO, Iná Elias. O problema da escala. Geografia: conceitos e temas. In. Iná Elias
de Castro, Paulo Cesar da Costa Gomes, Roberto Lobato Corrêa. (Orgs.). Rio de
Janeiro: Bertrand Brasil, 2012. p. 117-140.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à pratica educativa. –
São Paulo: Paz e Terra, 1996. 148 p.
27
HAESBAERT. Rogério. Territórios alternativos. In: Rogério Haesbaert – 2. ed. – São
Paulo: Contexto, 2006. 186p.
MOREIRA, R. A geografia serve para desvendar máscaras sociais. In: Ruy Moreira.
Geografia: Teoria e Crítica. Petrópolis, RJ: Ed. Vozes, 1982.
______. A Diferença e a Geografia: o ardil da identidade e a representação da diferença
na geografia. Revista GEOgraphia – ANO I – Nº 1. Rio de Janeiro: Universidade
Federal Fluminense, 1999.
SANTOS, Milton. Metamorfose do Espaço Habitado: Fundamentos Teóricos e
Metodológicos da Geografia / Milton Santos; em colaboração com Denise Elias. 6 ed.,
2. reimpr. – São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2014a.
____________. A Natureza do espaço – técnica e tempo. Razão e Emoção. – 4.
ed.,8. reimpr. – São Paulo: Editora Universidade de São Paulo, 2014b.
______. Por uma geografia nova: da crítica da geografia a uma geografia crítica.
In: Milton Santos. – 6 ed. 2. reimpr. – São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo,
2012.
SANTOS. Renato Emerson dos. O ensino da Geografia no Brasil e as relações raciais:
reflexões. In.: Diversidade, espaço e relação sociais: o negro na Geografia do Brasil.
Org.: Renato Emerson dos Santos. – Belo Horizonte: Autêntica, 2007.
1 Um estudo realizado: Morador da Vila Cachoeira: José Messias dos Santos (Cabelo). Turma ITI
31/2015: Ariadne Nascimento Matos, Breno Santos Fortaleza, Caêssa Ferreira Santos dos Santos, Camila
dos Santos Machado, Cassiana de Jesus Demetrio, Davidson Cardoso Teles da Silva, Edson Nunes da
Silva Junior, Fernanda Amaral Silva, Flora Maria Oliveira Reis Duarte, Jeane Rosa Santos, Jhonas Costa
Santos, João Manoel Fidelis Santos, João Victor Andrade Rodrigues, João Victor de Aragão Santos,
Joubert Lopes dos Santos Filho, Laisa Leslie Almeida Carneiro, Lakan Campiolo Pacheco, Leonardo
Lopes de Oliveira, Lohanna Menezes Batista, Maria Luiza Teixeira Santos, Marianna Assis Dantas,
Matheus dos Santos, Saleth Rodrigues Magno de Souza, Sarah Silva Nascimento, Talita Rosa Brito,
Thainá Araújo Souza, Victor Vinicius Cardoso de Sousa, Wesley Lemos de Oliveira. Turma ITI
32/2015: André Freitas Ferreira, Ariel Narciso de Sousa Leal, Camile dos Santos Santana Pereira, Drielli
Louise Barreto Santos, Edmar Gomes Leal Junior, Felipe Emanoel Moura Ferreira, Gabriel Ferreira Silva,
Heloisa Querino dos Santos, Igor Ferreira da Silva, Luan Phelipe Carvalho Leal, Mateus da Silva Santos,
Matheus Sousa Silva, Nathália Reis Souza, Tamires Imaculada Santos Costa, Thaiana Batista Montalvão
dos Santos, Thamires de Jesus Camilo da Silva.
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2 Trabalho dedicado às professoras(es) e pesquisadoras(es) do Núcleo de Estudos e Pesquisas Urbanos e
Culturais do Sul da Bahia (NEPUC-SB) – IFBA Campus Ilhéus.