análise para subsídio ao planejamento urbano · as características de tecido urbano, parcelado...
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Densidades Construtivas:
Análise para subsídio ao Planejamento Urbano
Trabalho desenvolvido em 2015 pela
Coordenadoria Geral de Planejamento Urbano,
atual Gerência de Planejamento e Projetos
através da Coordenadoria de Planejamento
Local e Gerência de Informações Urbanísticas
META: Elaborar Plano de Diretrizes para orientar
o planejamento urbano nos bairros da Cidade,
com base no diagnóstico das densidades
existente e projetada a partir da legislação em
vigor.
(Meta a ser realizada até dezembro de 2015.)
Objetivo
Estabelecer diretrizes orientadoras para
atuação da Prefeitura, quer seja através da
indicação da necessidade de revisão das
normas urbanísticas de uso e ocupação do solo,
projetos urbanos e intervenções, através da
espacialização das regras urbanísticas em vigor
e dos dados de crescimento da Cidade, do
Censo de 2010, atualizados pelos dados
gerados pela SMU.
Densidade construtiva existente
Consideramos como densidade construtiva
existente aquela encontrada na Cidade
efetivamente, fruto de diversas regras
incidentes ao longo de sua história, incluindo os
processos de ocupação espontâneos que se
instalaram no território independente das
limitações administrativas, representada em
todo o território municipal tendo por unidade a
quadra.
Densidade construída existente
Densidade construtiva projetada pela legislação em vigor
Para o cálculo da densidade construtiva
projetada foi utilizada a representação do IAT,
Índice de Aproveitamento do Terreno, que é o
índice que, multiplicado pela área do terreno
determina a Área Total Edificável (ATE).
A representação do IAT utilizada neste trabalho,
diferente de outros já realizados, é que não foi
representado tão somente o IAT máximo
definido pelo Plano Diretor para o bairro, mas o
IAT efetivamente praticado pela legislação em
vigor, considerando as restrições de regras de
proteção incidentes.
Densidade construtiva projetada pela legislação em vigor
O cruzamento entre densidade construtiva
projetada (IAT vigente 2015) e densidade
existente (2013) foi calculado pela diferença
entre o índice IAT e a Densidade 2013.
O resultado representa uma relação de distância
entre ambos. Por exemplo, se tivermos IAT 5 e
densidade 2 numa mesma quadra, o resultado
significaria que a densidade existente está 3
pontos abaixo do IAT máximo permitido.
Resultados negativos significam o contrário,
quando a densidade existente ultrapassa x
pontos o IAT máximo permitido.
Diferença entre IAT projetado e densidade construtiva existente
Diferença entre IAT projetado e densidade construtiva existente
Apresenta grande diversidade de densidades, com características
de malha urbana, período da urbanização, relevo, parcelamento,
predominância de usos e perfil edificado bastante variado.
A malha urbana e as edificações da AP-1 apresentam trechos com
características ainda do período colonial e do século XIX; outras
áreas que passaram por grandes projetos urbanos, como a abertura
da Avenida Rio Branco e da Avenida Presidente Vargas e a
Esplanada do Castelo; áreas com o traçado modernista da
Esplanada de Santo Antônio; áreas com urbanização em cotas
elevadas como Santa Teresa; ilhas, como o arquipélago de Paquetá
e algumas com utilização militar; áreas residenciais como Rio
Comprido, Catumbi e Estácio; além de industriais como a RA de São
Cristóvão e o bairro do Caju.
Caracterização da AP1 (Mz Controlada e Incentivada)
Avaliação na AP1 (Mz Controlada e Incentivada)
Apesar de dispor dos maiores índices de aproveitamento do terreno,
possui limitações de sua total utilização devido à grande incidência
de áreas protegidas pelo patrimônio cultural.
A AP-1 se destaca por ser a maior centralidade da cidade e da
Região Metropolitana, e por possuir na Região Portuária uma das
áreas mais promissoras para adensamento, em especial
demográfico.
A questão central da AP-1 extrapola a possibilidade de
adensamento da área construída. Por ser uma área já consolidada,
embora em processo de transformação, devemos considerar não
apenas o potencial construtivo, como também o aumento da
densidade populacional através da ocupação de imóveis ociosos.
Além disso, cabe verificar os usos predominantes em cada bairro e
priorizar o uso residencial, visto que se trata de uma área bem
infraestruturada de transporte, permitindo mobilidade da população.
Avaliação na AP1 (Mz Controlada e Incentivada)
A Zona Sul (AP2-1), região consolidada da Cidade, alcança o
potencial construtivo proposto pela legislação em muitas áreas
chegando a ultrapassá-la em outras. Mesmo assim, ainda conta
com expressivo potencial de renovação em bairros como Botafogo.
A AP2-2 não apresenta densidades tão elevadas, tratando-se de
região com expressivo potencial de renovação, considerada ainda
sua localização nas proximidades da area central da Cidade e com
boa disponibilidade de infraestrutura.
Cabe ressaltar, ainda, o número de legislações de proteção, seja
ambiental, da paisagem ou do patrimônio cultural, que abrangem
grandes áreas e restringem a ocupação nos bairros da Zona Sul.
Caracterização da AP2 (Mz Controlada e Incentivada)
Avaliação na AP2 (Mz Controlada e Incentivada)
Avaliação na AP2 (Mz Controlada e Incentivada)
A AP-2, embora tenha potencial para renovação reduzido em relação
a outras áreas da Cidade, exerce grande atratividade do mercado
imobiliário, podendo contribuir na geração de recursos através da
aplicação de instrumentos urbanísticos onerosos, não permitidos
pelo atual PD.
A área possui ainda Zoneamento restritivo em relação aos usos
permitidos, que dificultam o aproveitamento de seus imóveis. A
diretriz de Zoneamento permitindo a convivência entre os diferentes
usos compatíveis entre si consta desde o PD de 1992 e continua
restrita aos bairros que contaram com PEUs recentes.
Outro fator a ser considerado é a introdução de mecanismos de
incentivo para a implantação dos PAAs, que contribui para melhoria
do espaço urbano e do sistema de transportes .
A AP-3 encontra-se totalmente inserida na Macrozona de Ocupação
Incentivada, conta com boa disponibilidade de infraestrutura,
principalmente de transportes de alta e média capacidade, é
propícia ao adensamento populacional e construtivo, ao incremento
de atividades econômicas e à instalação de atividades de grande
porte.
É para esta região que se dirigem os principais vetores de
crescimento da Cidade, onde a concentração de investimentos
motivados pela realização dos Jogos Olímpicos levou à elaboração
de novas regras de ocupação, inclusive com utilização de
instrumentos onerosos para recuperar parte da valorização
acrescida aos empreendimentos e reinvestir na requalificação da
própria área. Embora tenham sido previstos pelo Plano Diretor e
desenvolvidos pelas equipes técnicas, essas propostas não
prosperaram.
Caracterização da AP3 (Mz Incentivada)
Avaliação na AP3 (Mz Incentivada)
A partir da análise entre a legislação vigente e a densidade atual
podemos verificar que a Área de Planejamento 3 apresenta trechos
onde há folga de densidade construída. Isto significa que,
praticamente todo o potencial construtivo é ainda passível de se
consolidar ao longo do tempo.
Apesar dos investimentos ocorridos nos últimos anos que
colaboram para alavancar transformações nesta área, , existem
barreiras que dificultam a renovação ou limitam o interesse na área,
dentre as quais destacam-se:
as características de tecido urbano, parcelado em pequenos lotes,
típicos do subúrbio, que não permitem a verticalização, salvo
através de remembramento;
a questão da segurança, agudizada pela presença de grandes
complexos de favelas disseminados por toda a região.
Avaliação da AP3 (Mz Incentivada)
A AP-4 se caracteriza por modelos de legislação e ocupação
distintas que influenciam nos resultados encontrados na análise,
que são:
Área Decreto 3046/1981 - Plano Lucio Costa: áreas se consolidam
segundo as orientações do Plano, caracterizando-se como baixa
densidade, à exceção das áreas objeto de ocupação irregular;
Área Decreto 2418/1979 e Decreto 322/76 - Jacarepaguá e Praça
Seca e Vila Valqueire: obedecem a regras mais generalizadas,
pensadas para a cidade como um todo, que em geral estão
defasadas, com lotes muito grandes e usos restritos;
Área LC 70/2004 - PEU Taquara: elaborado segundo as
orientações do PD 92, adota a mistura de usos nas Zonas, trazendo,
entretanto, parâmetros urbanos considerados incompatíveis com as
características da região
Área LC 140/2009 - PEU Vargens - elaborado segundo as
orientações do PD 92, a área traz a cobrança da Outorga Onerosa
Caracterização da AP4 (Mz Incentivada e Mz Condicionada)
Avaliação na AP4 (Mz Incentivada e Condicionada)
Considerando que grande parte da AP4 ainda se encontra livre de
construções, constatamos facilmente que na maior parte dos casos
os índices projetados pela legislação em vigor estão longe de ser
alcançados.
Com base nas constatações expostas através da análise do
material de estudo apresentado, podemos extrair algumas questões
prementes para o planejamento urbano da Área de Planejamento 4.
Inicialmente, podemos elencar algumas propostas a serem
priorizadas:
Revisão da legislação para a área do PEU Vargens e PEU Taquara
visando compatibilizar os parâmetros urbanísticos com a
capacidade de suporte local;
Estudo para as áreas industriais da AP4, a fim de readequar os
parâmetros urbanísticos;
Avaliação da AP4 (Mz Incentivada e Mz Condicionada)
Na Área de Planejamento 5 verificamos que a densidade existente
se comporta dentro dos bairros de maneira mais ou menos
uniforme, com valores baixos em relação ao restante do município,
a maior parte abaixo de 1,0 (um) com raros casos onde a densidade
é maior que 3 (três).
A maior parte do território possui densidade de até 0,30, ou seja, a
área construída corresponde a apenas 30% da área da quadra.
As XXXIII (Realengo) e a XVII (Bangu) RAs são as que apresentam
as maiores densidades,principalmente entre a Avenida Brasil e a
Linha Férrea.
A XVIII RA (Campo Grande) possui uma densidade um pouco
menor que as XXXIII (Realengo) e XVII (Bangu) RAs, entretanto
percebe-se uma maior concentração quando se vai aproximando
ao centro do bairro de Campo Grande e à linha férrea, onde se
encontram as principais áreas comerciais e de serviço da região, e
também próximo aos principais eixos viários.
Caracterização da AP5 (Mz Assistida e Mz Condicionada)
Avaliação na AP5 (Mz Condicionada e Assistida)
Com exceção dos PEUs Campo Grande e Bangu, a legislação da
AP-5 é bem restritiva quando a comparamos com o restante da
legislação municipal. Entretanto, a densidade construtiva existente é
ainda mais baixa do que aquela projetada, com algumas raríssimas
exceções.
Boa parte da AP-5 é carente de infraestrutura de transportes, de
água e esgoto e dispõe de pouquíssimas áreas de lazer como
praças e parques públicos.
As XXXIII (Realengo), XVII (Bangu), XVIII (Campo Grande) e XIX
(Santa Cruz) RAs dispõem de 17 estações de trem. No entanto, elas
não são capazes de atender de maneira satisfatória toda a
população local, devido à sua localização e à configuração
geográfica dos bairros, que faz com que as distâncias percorridas
para alcançar as estações sejam muito grandes.
De acordo com os dados verificados neste trabalho, caso houvesse
aproveitamento de todos os lotes, poderíamos dobrar ou triplicar a
densidade existente hoje na AP5, uma vez que existe excedente de
potencial construtivo em todas as regiões. Tal situação acarretaria
imensos problemas, tendo em vista todas as carências da área.
(Mz Assistida e Mz Condicionada)
Macrozona Controlada
Macrozona Condicionada Macrozona Assistida
Macrozona Incentivada
Macrozonas
Macrozona Controlada A Macrozona de Ocupação Controlada caracteriza-se por ser
consolidada, com a maior parte do território no limite do
adensamento permitido. Parte considerável da área ultrapassa os
IAT máximos estabelecidos, fruto de regras urbanísticas anteriores
que foram paulatinamente sendo restringidas até o valor atual,
inferior àquele que a consolidou.
Embora tenham semelhanças nesse processo, há diferenças
internas entre a AP-1 e a AP-2 que levam a orientações distintas
para o planejamento.
A AP2 foi consolidada com a predominância do uso residencial,
apesar de ser permeada por eixos de comércio e serviços que
formam centralidades de alcances variados. Essa base residencial
resultou num território com vitalidade em todos os horários do dia,
todos os dias da semana. A utilização de seus imóveis é plena, não
ocorrendo problemas com esvaziamento na área passível de
ocupação urbana
Macrozona Consolidada
A AP-1, por outro lado, foi consolidada como área de negócios,
destinada somente ao trabalho onde por muitos anos foi proibido
residir.
A alta densidade construtiva é inversamente proporcional à
densidade demográfica, com períodos de pouco aproveitamento de
seus imóveis e da infraestrutura privilegiada.
As regras de incentivo ao uso residencial, editadas para corrigir o
subaproveitamento da área, ainda não surtiram efeito.
Apesar de consolidada, ainda há um considerável potencial de
renovação de seus imóveis e, nessa região, onde não se deseja
incentivar a ocupação, o índice construtivo determinado pela
legislação pode ser utilizado plenamente, sem incidência de outorga
onerosa, quer seja de potencial construtivo, ou de uso.
Macrozona Incentivada A Macrozona Incentivada também se diferencia de acordo com a AP
e da sua situação em relação à disponibilidade de transportes,
principalmente.
Os valores de IAT variam muito, com destaque para a AP-1,
conforme explicitado nas análises por AP, onde os valores
despontam como os mais elevados da Cidade.
Nas AP-2, AP-3 e AP-4, os valores de IAT máximos se assemelham
Consoderando a situação do sistema viário na condição atual, e os
valores de IAT existente inferiores ao valor projetado em mais da
metade da superfície dos bairros, destaca-se a questão da
mobilidade, que pode ser ainda mais prejudicada
Macrozona Controlada
A AP-1, por outro lado, foi consolidada como área de negócios,
destinada somente ao trabalho onde por muitos anos foi proibido
residir.
A alta densidade construtiva é inversamente proporcional à
densidade demográfica, com períodos de pouco aproveitamento de
seus imóveis e da infraestrutura privilegiada.
As regras de incentivo ao uso residencial, editadas para corrigir o
subaproveitamento da área, ainda não surtiram efeito.
Neste caso trata-se não tão somente de incentivar, mas mesmo de
obrigar a utilização dos imóveis através da aplicação de
instrumentos urbanísticos, como o IPTU progressivo.
Desta forma, a Macrozona Controlada necessita de
incentivos relacionados ao uso de seus imóveis, para melhor
aproveitamento das edificações existentes.