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7° Congresso de Pesquisa & Desenvolvimento em Design Análise do Posto de Trabalho das Costureiras da Indústria de Confecções de Cianorte/PR: Aplicando a Metodologia do Finnish Institute of Occupational Health Dressmaker Ergonomic Workplace Analisys of the Industry of Confections of Cianorte/PR: Applying the Methodology of the Finnish Institute of Occupational Health Monteiro, Cláudia Cirineo Ferreira; Mestranda; PPGDI-FAAC/UNESP [email protected] Paschoarelli, Luis Carlos; Dr; PPGDI-FAAC/UNESP [email protected] Camargo, Maristela Gomes; Mestranda; PPGDI-FAAC/UNESP [email protected] Silva, José Carlos Plácido; Dr; PPGDI-FAAC/UNESP [email protected] Alencar, Francisco de; Dr; PPGDI-FAAC/UNESP [email protected] Resumo O elevado número de empresas de confecção na cidade de Cianorte/PR gerou grande quantidade de empregos, e conseqüentemente uma elevada demanda ergonômica. Nesta pesquisa foi analisado o posto de trabalho de costureiras, sendo aplicado o protocolo de avaliação ergonômica do Finnish Institute of Occupational Health. Resultados positivos e negativos reiteram que a aplicação deste procedimento metodológico é uma alternativa viável para as ações e pesquisas do design ergonômico. Palavras Chave: posto de trabalho, costureiras, ergonomia. Abstract The raised number of confections companies in the city of Cianorte, in the state of Paraná generated great amount of jobs, and consequently one raised ergonomic demand. In this research the dressmakers’ workplace was analyzed, being applied the protocol of ergonomic evaluation of the Finnish Institute of Occupational Health. Positive and negative results reiterate that the application of this methodologic procedure is a viable alternative for the actions and research of ergonomic design. Keywords: workplace, dressmaker, ergonomic.

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7° Congresso de Pesquisa & Desenvolvimento em Design

Análise do Posto de Trabalho das Costureiras da Indústria de Confecções de Cianorte/PR: Aplicando a Metodologia do Finnish Institute of Occupational Health

Dressmaker Ergonomic Workplace Analisys of the Industry of Confections of Cianorte/PR: Applying the Methodology of the Finnish Institute of Occupational Health

Monteiro, Cláudia Cirineo Ferreira; Mestranda; PPGDI-FAAC/[email protected], Luis Carlos; Dr; PPGDI-FAAC/[email protected], Maristela Gomes; Mestranda; PPGDI-FAAC/[email protected], José Carlos Plácido; Dr; PPGDI-FAAC/[email protected], Francisco de; Dr; PPGDI-FAAC/[email protected]

Resumo

O elevado número de empresas de confecção na cidade de Cianorte/PR gerou grande quantidade de empregos, e conseqüentemente uma elevada demanda ergonômica. Nesta pesquisa foi analisado o posto de trabalho de costureiras, sendo aplicado o protocolo de avaliação ergonômica do Finnish Institute of Occupational Health. Resultados positivos e negativos reiteram que a aplicação deste procedimento metodológico é uma alternativa viável para as ações e pesquisas do design ergonômico.

Palavras Chave: posto de trabalho, costureiras, ergonomia.

Abstract

The raised number of confections companies in the city of Cianorte, in the state of Paraná generated great amount of jobs, and consequently one raised ergonomic demand. In this research the dressmakers’ workplace was analyzed, being applied the protocol of ergonomic evaluation of the Finnish Institute of Occupational Health. Positive and negative results reiterate that the application of this methodologic procedure is a viable alternative for the actions and research of ergonomic design.

Keywords: workplace, dressmaker, ergonomic.

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Introdução

Cianorte é uma cidade com aproximadamente 50 mil habitantes (IBGE, 2000), então considerada a capital nacional do vestuário; e a sexta cidade em atividade industrial no Estado do Paraná, onde existem instaladas mais de 350 indústrias do setor têxtil. Está situada no centro de um pólo têxtil que conta com mais de 800 indústrias do setor, responsáveis por aproximadamente 12000 empregos diretos (CIANORTE, 2004). Em 1997 foi criado oficialmente o Pólo Têxtil do Paraná através da lei nº 11.720 de 15 de maio de 1997, com sede em Maringá, e abrangendo toda a região noroeste do Estado, inclusive Cianorte (DOE, 1997).

O arranjo produtivo de Cianorte, em 2004, foi escolhido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social como um dos oito Arranjos Produtivos Locais modelos do país para o desenvolvimento de uma nova modalidade de financiamento (BNDES, 2004). Além disso, apresenta um setor dominado por indústrias de pequeno e médio porte, que cada vez mais necessitam da profissionalização de seus processos produtivos e administrativos. Por outro lado, seus produtos vêm ganhando espaço no mercado nacional e internacional, havendo exportações para os Estados Unidos, Portugal e Espanha (SINVEST, 2004).

O aumento do número de empresas gerou uma grande quantidade de empregos diretos e indiretos, porém, este grande crescimento não foi acompanhado de uma preocupação com as condições de trabalho dos funcionários, os quais normalmente trabalham além de sua carga horária normal, para conseguir atingir as metas de produtividade.

Revisão bibliográfica

De acordo com Iida (1990), posto de trabalho pode ser considerado como a menor unidade produtiva, geralmente envolvendo um homem e o seu local de trabalho.

Entre os vários enfoques de análise do posto de trabalho, destaca-se o de caráter ergonômico, o qual observa o homem como centro das atenções. Para Iida (1990), o enfoque ergonômico tende a gerar resultados que possam ser aplicados no design de postos de trabalho que reduzam as exigências biomecânicas, elevam as condições de trabalho e facilitam a percepção de informações.

Para Slack et al (2002), entender como os locais de trabalho afetam o desempenho, a fadiga o desgaste e os danos físicos é parte da abordagem ergonômica do posto de trabalho. De acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego (2002) a análise ergonômica do trabalho é um trabalho construtivo e participativo para a resolução de problemas complexos que exige o conhecimento das tarefas, da atividade desenvolvida para realizá-las e das dificuldades enfrentadas para se atingirem o desempenho e a produtividade exigidos.

Iida (1990) aponta alguns critérios para avaliar a adequação de um

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posto de trabalho, dentre eles estão o tempo gasto na operação, o índice de erros e acidentes, a postura e os esforços físicos exigidos dos trabalhadores, onde é possível determinar os principais pontos de concentração de tensões, que tendem a provocar dores e desconforto.

Uma tarefa pode ser definida como sendo um conjunto de ações humanas que torna possível um sistema atingir o seu objetivo (IIDA, 1990). Portanto, a análise da tarefa deve ser realizada antes que o posto de trabalho seja utilizado, pois seria muito oneroso fazer as correções depois que o sistema estiver em funcionamento.

Laville (1977) descreve a análise da tarefa em duas etapas, inicialmente com a decomposição das atividades e posteriormente com a análise dos diferentes movimentos. A descrição das ações concentra mais nas características que influem no projeto da interface homem-máquina e se classificam em informações e controle (IIDA, 1990).

Vários estudos sobre a análise do posto de trabalho foram já descritos e publicados. Entre os vários métodos, destacam-se aquele apresentado pelo Finnish Institute of Occupational Health (AHONEN, et al. 1989) o qual se caracteriza por abordar os vários aspectos físicos, perceptivos e organizacionais do trabalho, sob dois pontos de vista: do observador (o ergonomista) e do trabalhador (o usuário do posto de trabalho), com os mesmos escores de avaliação, permitindo realizar uma análise mais abrangente dos resultados finais. Além disso, poucos são os estudos de natureza ergonômica que avaliam de modo sistematizado, sob estes dois pontos de vista.

Objetivos

O objetivo deste estudo foi analisar o posto de trabalho das costureiras da cidade de Cianorte a partir da metodologia de análise do Finnish Institute of Occupational Health, verificando aspectos como conforto ambiental, posturas, atividades relacionadas ao trabalho, percepção sensorial e organização do trabalho, e propor sugestões para melhoria deste posto de trabalho.

Metodologia

Sujeitos

Participaram desta pesquisa 10 indivíduos, sendo todos do gênero feminino com idade média de 34 anos (d.p. 10 anos); e tempo médio de trabalho superior a um ano. Todos os indivíduos trabalham numa única empresa, fundada em 1999 e que confecciona roupas infanto-juvenis, com diferentes tamanhos, com constante renovação de suas coleções. Seus produtos são comercializados em todo o país por meio dos shoppings de atacadistas e sua loja de fábrica.Instrumentos

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Foram utilizados: um Protocolo de Avaliação e Análise Ergonômica de Postos de Trabalho (Ergonomic Workplace Analisys) do Finnish Institute of Occupational Health – Ergonomics Section, (AHONEN, et al. 1989) adaptado para este estudo; um luxímetro, modelo 332; um termo-higrômetro digital; um anemômetro, modelo MS 6250; um decibelímetro, modelo SL-4012; e um relógio analógico para medição do tempo.

Procedimentos

As questões éticas dos procedimentos foram atendidas com a aplicação de uma “Declaração de Consentimento Livre e Esclarecido”, atendendo a “Norma ERG-BR 1002, do Código de Deontologia do Ergonomista Certificado” (ABERGO, 2003). Assim, os sujeitos convidados a participar do estudo, tiveram contato, leram e assinaram este documento. A abordagem propriamente dita foi realizada na empresa durante o horário de trabalho, particularmente no período matutino. Inicialmente foi realizada a observação do trabalho, seguido das medições e dos registros fotográficos do local e postura das trabalhadoras, sendo que a aplicação dos protocolos para a obtenção das respostas dos sujeitos deu-se em etapa final.

Resultados e Discussões

Os resultados gerais são observados na Tabela 01, sendo o índice “A” considerado “muito satisfatório”; o índice “B”, “satisfatório”; o índice “C”, “aceitável”; o índice “D”, “inaceitável”; e o índice “E”, “péssimo”.

Tabela 01 – Tabela final de ponderação dos dados.

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A análise dos alcances horizontais mostram que o posto de trabalho possibilita um bom alcance dos materiais e equipamentos; e a altura do plano de trabalho apresenta uma boa distância entre cotovelo e bancada (Figura 01).

Figura 01 – Análise dos alcances horizontais, observados no Posto de Trabalho das costureiras.

Como a atividade exige alta demanda visual, as funcionárias variam suas posições entre 10 a 50 cm de distância da máquina de costura e de acordo com as entrevistadas esta distância foi considerada boa. O ângulo visual não requer nenhum esforço excessivo.

Os espaços para os membros inferiores possuem as dimensões sugeridas (Figura 02), com exceção da distância do pé a uma barra de sustentação da máquina (50 mm). Para Dul & Weerdmeester (2004) o espaço mínimo para as pernas, abaixo da superfície de trabalho deve ser de 100 cm junto ao pé, para possibilitar a mudança de postura e esticar as pernas, o que não ocorre neste caso.

Figura 02 – À esquerda, avaliação do espaço para os membros inferiores. À direita, barra de sustentação e travamento da máquina.

Os assentos utilizados pelas funcionárias são relativamente estáveis e a maioria das entrevistadas consideraram bons, porém para que estas funcionárias consigam maior conforto e ajuste de altura, utilizam-se de 2 a

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3 almofadas no assento e encosto das cadeiras. Para Dul & Weerdmeester (2004) e Abrantes (2004) uma boa cadeira oferece uma série de variáveis relacionadas ao conforto como: altura do assento regulável, borda inferior do assento arredondada para evitar compressão das coxas, assento estofado e com espaço para acomodação das nádegas, apoio para as costas, espaço entre assento e encosto para acomodar as nádegas e também ser giratória para evitar torções do tronco. De acordo com as afirmações acima, o posto de trabalho analisado não possui nenhuma das características apresentadas (Figura 03).

Figura 03 – À esquerda, utilização de almofadas para o encosto. À direita, utilização de almofadas para o assento.

O instrumento manual utilizado pelas costureiras é a tesoura, porém, esta não possui nenhuma característica apontada no protocolo de avaliação, mas de acordo com as entrevistadas, este instrumento de trabalho é bom.

A atividade física geral é considerada mediana, pois os espaços, equipamentos e métodos de trabalho limitam alguns movimentos. 50% das funcionárias consideram as exigências físicas boas. Este resultado se dá pelo fato da maioria trabalhar a pouco tempo na empresa.

Não foi observado qualquer tipo de levantamento e transporte de cargas. As costureiras recebem de uma auxiliar todos os materiais para a costura. Esta auxiliar também retira os tecidos costurados.

A postura dos ombros e pescoço foi considerada mediana pelo fato das costureiras não terem um bom apoio para a coluna e do ponto de vista das trabalhadoras foi considerada regular. A postura do cotovelo e punho foi considerada irregular, pois exige movimentos rápidos, repetitivos e contínuos, mas para as entrevistadas esta postura é considerada boa. A postura da coluna é curvada e pobremente apoiada, portanto, foi considerada mediana, mas para as entrevistadas esta postura foi considerada boa. Porém é importante lembrar nestes casos, que o tempo médio de trabalho nesta empresa é de pouco mais de um ano, sendo este um fator que deve ser considerado, já que desconfortos dessa natureza podem ocorrer após um tempo maior. As posturas dos membros inferiores são boas, mas limitadas pela atividade.

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A iluminação e umidade relativa do ar estão dentro dos padrões, porém há uma certa reclamação das funcionárias com relação a estes itens. Todas as janelas estavam fechadas e um dos ventiladores estava quebrado, desta forma não havia ventilação em 80% dos postos de trabalho analisados e havia muita reclamação com relação ao calor (Figura 04).

Figura 04 – Janelas fechadas e ventiladores sem funcionamento: falta de ventilação no ambiente de trabalho.

De acordo com a NR 15 o posto de trabalho da costureira é considerado uma atividade de médio esforço, portanto temperaturas superiores a 26ºC são inadequadas ao ambiente de trabalho, o que foi constatado no local e também por meio das entrevistas.

O nível de ruído foi considerado médio de acordo com as normas NR 17 e NBR 10152 e bom de acordo com as entrevistadas, sendo que algumas diziam que estavam acostumadas com o ruído. Para Wisner (1987) não é necessário encontrar altos índices de ruídos no posto de trabalho para que ele seja perigoso, basta que este ruído atrapalhe ou suprima a comunicação acústica. A empresa fornece protetores auriculares e exames audiométricos periódicos, mas as funcionárias não usam esse equipamento por considerarem desconfortáveis e também alegaram esquecimento. Para Wisner (1987) os protetores são como câmaras de conservação do calor emanado das orelhas, e por isso são insuportáveis em lugares quentes. Dul & Weerdmeester (2004) apontam que muitas pessoas deixam de usar protetores auriculares principalmente quando há transpiração, o que ocorre neste caso, por haver temperaturas elevadas e falta de ventilação.

Os riscos de acidentes são pequenos e leves, o último registro de acidente dentro desta empresa foi registrado há quatro anos em outro setor. O trabalhador executa apenas uma fase da produção de um determinado produto estipulado pela fábrica, que pode ser modificada de acordo com a demanda. Para as trabalhadoras este tipo de trabalho é considerado bom,

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pois não exige grande demanda neste sentido. Por outro lado, as atividades realizadas dentro da empresa exigem certa concentração do funcionário para não desperdiçar tempo corrigindo erros e também depende do ritmo estipulado pela gerência, portanto foi considerado regular. Para as funcionárias o nível de liberdade ao executar o trabalho é considerado bom.

O contato interpessoal dentro da empresa é considerado regular, pois há a exigência de atenção para a costura e também o ritmo estipulado pela fábrica (Figura 05). As entrevistadas consideram o contato interpessoal péssimo. O trabalho caracteriza-se por ser manual com pouca necessidade de tomada de decisão, e neste quesito, de acordo com os sujeitos, a tomada de decisão foi considerada péssima.

Figura 05 – Ambiente de trabalho e possibilidade de contato interpessoal.

O período do ciclo de atividade varia de acordo com o tamanho da peça a ser costurada, ou seja, de ½ a 5 minutos. Para as entrevistadas este ciclo está entre o bom e o médio. De acordo com Dul & Weerdmeester (2004) o tempo do ciclo não deve ser inferior a 1 ½ min., pois concentram a fadiga em poucos músculos e provocam a alienação mental. A demanda de atenção foi considerada inadequada para o observador e também para as entrevistadas.

Mesmo não constando no Protocolo de avaliação, percebeu-se que todas as mesas são de fórmica brilhante e de acordo com Dul & Weedmeester (2004) e Abrantes (2004) uma mesa adequada deve ser feita de material que não produza reflexos.

Considerações finais

Muitos dos resultados positivos foram obtidos porque a empresa recebeu assessoria técnica na área de segurança do trabalho, ainda durante a

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construção da atual linha de produção, com destaque para a iluminação e altura das bancadas de trabalho. Por outro lado, muitos problemas foram detectados, principalmente com relação ao conforto térmico.

Deve ser levado em consideração que alguns resultados das entrevistas podem ter sofrido alterações pelo fato dos funcionários (mesmo com orientação da não divulgação para a empresa dos nomes e respostas das perguntas) temerem opinar a respeito das condições de trabalho.

De qualquer maneira, pôde-se constatar que os principais aspectos a serem melhorados estão relacionados à:

• Temperatura, melhorando o sistema de ventilação da fábrica, abrindo as janelas, instalando exaustores eólicos e consertando os ventiladores.

• Assento, poderia possuir ajuste de altura (pois há grande rotatividade de funcionários na empresa), apoio lombar para melhorar a postura e estofado com revestimento.

• O item satisfação no trabalho não gera muita preocupação pois as funcionárias sempre estão produzindo peças diferentes de acordo com a demanda da fábrica, portanto elas possuem o conhecimento da produção do produto como um todo.

• A postura do cotovelo e punho, restrição ao trabalho, contato interpessoal, repetitividade e demanda de atenção podem ser melhoradas possibilitando intervalos de descanso durante a jornada de trabalho.

Pode-se considerar também que, de modo geral, a aplicação do protocolo de avaliação e análise ergonômica de postos de trabalho do Finnish Institute of Occupational Health – Ergonomics Section, pode ser uma interessante alternativa metodológica de abordagem, podendo contribuir não apenas no aspecto intervencionista da ação ergonômica, mas para o próprio conhecimento e pesquisa da ergonomia e do design.

Referências

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ABRANTES, Antonio Francisco. Atualidades em Ergonomia: Logística, Movimentação de Materiais, Engenharia Industrial, Escritórios. São Paulo: IMAM, 2004.

AHONEN, M.; LAUNIS, M. & KUORINKA, T. (Eds.) Ergonomics Workplace Analysis. Helsink. Finnish Institute of Occupational Health / Ergonomics Section. 1989, 34p.

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BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social). BNDES desenvolve nova linha de crédito para APLs. In: http://www.bndes.gov.br/noticias/not730.asp. Acesso em 20/07/2004.

BRASIL. Portaria MTPS nº 3751, de 23 de novembro de 1990. Norma Regulamentadora nº 17 – Ergonomia. Brasília, 1990.

CIANORTE, Prefeitura Municipal. In: www.cianorte.pr.gov.br. Acesso em 29/08/2004.

DOE (Diário Oficial do Estado do Paraná) nº 5003 de 15 de maio de 1997.

DUL, Jan; WEERDMEESTER, Bernard. Ergonomia Prática. Tradução de Itiro Iida. 2. ed. rev. e ampl. São Paulo: Edgard Blücher, 2004.

IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). In: www.ibge.gov.br. Acesso em 29/08/2004.

IIDA, Itiro. Ergonomia: projeto e produção. São Paulo: Edgard Blucher, 1990.

LAVILLE, Antoine. Ergonomia. São Paulo: Edusp, 1977.

MINISTÉRIO DO TRABALHO E DA PREVIDÊNCIA SOCIAL. NR 15 – Atividades e operações insalubres. Brasília: DOU, 1990.

SINVEST (Sindicato da Indústria do Vestuário de Cianorte), 2004. In: www.sinvestcianorte.com.br. Acesso em 09/08/2004.

SLACK, Nigel; CHAMBERS, Stuart; JOHNSTON, Robert. Administração da Produção. Tradução de Maria Teresa Corrêa de Oliveira, Fábio Alher. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2002.

WISNER, Alain. Por Dentro do Trabalho: Ergonomia: Método & Técnica. São Paulo: FTD/Oboré, 1987.

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