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Monografias do Curso de Fisioterapia da Unioeste n. 01 – 2005 ISSN 1675-8265 JOSUÉ MANOEL DE ASSIS JÚNIOR GINÁSTICA LABORAL: UM ESTUDO COM COSTUREIRAS INDUSTRIAIS CASCAVEL 2005

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Monografias do Curso de Fisioterapia da Unioesten. 01 – 2005 ISSN 1675-8265

JOSUÉ MANOEL DE ASSIS JÚNIOR

GINÁSTICA LABORAL: UM ESTUDO COM COSTUREIRAS INDUSTRIAIS

CASCAVEL2005

Monografias do Curso de Fisioterapia da Unioesten. 01 – 2005 ISSN 1675-8265

JOSUÉ MANOEL DE ASSIS JÚNIOR

GINÁSTICA LABORAL: UM ESTUDO COM COSTUREIRAS INDUSTRIAIS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao do curso de Fisioterapia da Universidade Estadual do Oeste do Paraná - Campus de Cascavel, como requisito parcial para obtenção do título de Graduação em Fisioterapia

Orientador(a): Profa Maria do Carmo Texeira Carvalho Jorge, Ms.

CASCAVEL 2005

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TERMO DE APROVAÇÃO

JOSUÉ MANOEL DE ASSIS JÚNIOR

GINÁSTICA LABORAL: UM ESTUDO COM COSTUREIRAS

INDUSTRIAIS

Trabalho de Conclusão de Curso aprovado como requisito parcial para obtenção do título de Graduação em Fisioterapia, na Universidade Estadual do Oeste do Paraná.

Profº Eduardo Alexandre LothCoordenador do Curso

BANCA EXAMINADORA

________________________________________Orientador(a) Profa Maria do Carmo Texeira Carvalho Jorge, Ms.

Colegiado de Fisioterapia - UNIOESTE

_______________________________________________Profª Cristina Diamante, Ms.

Colegiado de Fisioterapia - UNIOESTE

_______________________________________________Profo Carlos Eduardo de AlbuquerqueColegiado de Fisioterapia - UNIOESTE

Cascavel, 22 de novembro de 2005.

Monografias do Curso de Fisioterapia da Unioesten. 01 – 2005 ISSN 1675-8265

DEDICATÓRIA

Com muito carinho, dedico este trabalho aos meus queridos pais, Josué M. de Assis e Nair G. de Assis, que me deram o alicerce da vida para a busca do saber que não se aprende nos livros e a Aline C. H. Pinetti, a qual sem ela, minha caminhada teria tomado outro rumo.

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AGRADECIMENTOS

A Deus pela infinita graça e poder, me fazendo buscar forças onde eu menos esperava.

A Nossa Senhora de Aparecida, pela proteção, força e superação.

Em especial ao Professor e Amigo Carlos Eduardo de Albuquerque, pelos momentos

compartilhados intra e extra curriculares.

A meus irmãos Cleber F. de Assis e Rodrigo F. de Assis, mesmo não estando por

perto, torceram por mim.

Aos meus amigos Tiago Ueda, Guilherme Zinezi e Vinicius Boin, pelos momentos

divertidos e inesquecíveis passados juntos.

A todos da minha família, que sempre acreditaram na minha capacidade de aprender.

A meus amigos e colegas de classe, pela experiência e aprendizado vivenciados juntos.

A Professora Cristina Diamante, que aceito a participar da banca deste estudo.

A Professora Maria do Carmo, pelo privilégio do convívio na orientação deste

trabalho, na inestimável paciência, compreensão e pelo seu exemplo dedicação profissional.

A empresa e profissionais que contribuíram para que o estudo fosse concluído.

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RESUMO

A Ginástica Laboral (GL) é um conjunto de práticas físicas, elaboradas de acordo com a atividade ocupacional exercida pelo trabalhador, sendo aplicada durante pausas na jornada de trabalho, que visa um melhor sinergismo entre as estruturas mais solicitadas na ocupação e as que são menos requeridas, reduzindo o número de lesões, a intensidade da dor e trazendo bem estar ao trabalhador. Assim, o presente estudo busca verificar a incidência de dor em costureiras industriais, antes e após a utilização da prática de GL durante 3 meses e também, observar os benefícios relacionados a satisfação, bem estar e postura no ambiente de trabalho. Como forma de avaliação foi utilizado dois questionários estruturados, o primeiro antecedendo o inicio da intervenção com GL e o segundo após os 3 meses de aplicação da GL. A atividade foi iniciada com 25 costureiras e sendo finalizada com 22, visto que 3 funcionárias haviam se desligado da empresa A realização de 3 vezes por semana com 39 sessões no total de 15 minutos cada, sendo realizado pela manhã, duas horas e meia após o início do turno de trabalho. De acordo com a verificação e dos questionários, conclui-se que a GL trás alguns benefícios, dentre eles a redução na intensidade da dor presente nas costureiras, favorece a melhora no bem estar, promove uma maior adequação postural durante o trabalho e foi satisfatório para a maioria das participantes.

Palavras-chave: Ginástica Laboral, Costureiras, postura sentada.

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ABSTRACT

The Labor Gymnastics (GL) is a set of practical physics, elaborated in accordance with the occupational activity exerted by the worker, being applied during pauses in the hours of working, that aims at one better synergy enters the structures most requested in the occupation and the ones that less they are required, reducing the number of injuries, the intensity of pain and welfare bringing to the worker. Thus, the present study it searchs to verify the incidence of pain in industrial dressmakers, before and after the use of the practical one of GL during 3 months and also, to observe the related benefits the satisfaction, welfare and position in the work environment. As evaluation form was used two structuralized questionnaires, the first one preceding the beginning of the intervention with GL and as after the 3 months of application of the GL. The activity was initiated with 25 dressmakers and being finished with 22, since 3 employees had if off of the company the accomplishment of 3 times per week with 39 sessions in the total of 15 minutes each, being carried through per the morning, two hours and stocking after the beginning of the work turn. In accordance with the verification and of the questionnaires, is concluded that the GL backwards some benefits, amongst them the reduction in the intensity of present pain in the dressmakers, favors the improvement in the welfare, promotes a bigger postural adequacy during the work and was satisfactory for the majority of the participants.

Key- words: Labor gymnastics, dressmakers, seated position

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SUMÁRIO

....................................................................................................................................................9LISTA DE FIGURAS............................................................................................................. 10LISTA DE GRÁFICOS..........................................................................................................11LISTA DE TABELAS............................................................................................................ 121 INTRODUÇÃO....................................................................................................................131.2 Justificativa........................................................................................................................151.3 Objetivos............................................................................................................................ 171.3.1 Objetivo Geral..................................................................................................................171.3.2 Objetivos Específicos.......................................................................................................182 REFERENCIAL TEÓRICO...............................................................................................192.1 Postura............................................................................................................................... 192.1.1 Posturas no trabalho.........................................................................................................202.1.2 Postura sentada.................................................................................................................212.1.3 Postura da cabeça e da nuca.............................................................................................242.2 Postura dos Membros Superiores....................................................................................242.3 A Fadiga Muscular como Fonte de Lesão dos Distúrbios Ocupacionais Relacionados ao Trabalho..............................................................................................................................262.4 DORT/LER........................................................................................................................282.4.1 DORT e sua predisposição no sexo feminino..................................................................332.5 Ginástica Laboral..............................................................................................................342.5.1 Histórico da Ginástica Laboral........................................................................................ 342.5.2 Definição..........................................................................................................................362.5.3 Tipos de Ginástica Laboral.............................................................................................. 372.5.4 Objetivos da Ginástica Laboral........................................................................................392.5.5 Benefícios da Ginástica Laboral...................................................................................... 392.5.6 Alongamento na Ginástica Laboral................................................................................. 402.5.7 Respiração e Ginástica Laboral....................................................................................... 42 ..................................................................................................................................................443.1 Caracterização da Pesquisa............................................................................................. 443.2 População e Amostra........................................................................................................ 443.2.1 Prática da Atividade da Ginástica Laboral.......................................................................453.3 Coleta de Dados.................................................................................................................473.3.1 Registros fotográficos .................................................................................................... 493.4 Etapas Metodológicas....................................................................................................... 514 RESULTADOS E DISCUSSÃO.........................................................................................524.1 Caracterização da Atividade da costureira da Industria de Confecção...................... 524.2 Apresentação dos Dados...................................................................................................534.3 Expectativa quanto ao Programa de Ginástica Laboral............................................... 655 CONCLUSÃO...................................................................................................................... 68REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................69ANEXO 1 – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO...................72ANEXO 2 – PROTOCOLO DE GINÁSTICA LABORAL................................................ 75ANEXO 3 – QUESTIONÁRIO PRÉ-GINÁSTICA LABORAL........................................84 89ANEXO 4 – QUESTIONÁRIO PÓS-GINÁSTICA LABORAL........................................ 90 94ANEXO 5 – TERMO DE APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA................................96

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Prática da ginástica laboral e ambiente realizado............................................. 46Figura 2 - Demonstra o posicionamento do colaborador durante a prática da ginástica laboral. .................................................................................................................................... 47 Figura 3 - Postura adotada durante a atividade ocupacional, flexão anterior de tronco. .................................................................................................................................... 50 Figura 4 - Postura adotada durante a atividade ocupacional, rotação de tronco. ...................................................................................................................................................50 Figura 5 - Costureira e sua atividade ocupacional. ............................................... 53Figura 6 - Resultados do Mapa do Desconforto Postural................................................... 60Figura 7 - Resultados do Mapa do Desconforto Postural................................................... 60Figura 8 - Postura anterior de tronco, flexão anterior de coluna cervical, flexão de membros superiores................................................................................................................62

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Relação entre a faixa etária e a porcentagem dos indivíduos..........................54Gráfico 2 - Distribuição percentual por grau de escolaridade........................................... 55Gráfico 3 - Distribuição percentual do tempo de atuação na atividade de costura..........56Gráfico 4 - Distribuição Percentual do Tempo de Atuação na Empresa...........................56Gráfico 5 - Distribuição percentual de pessoas com dor antes e após o protocolo de ginástica laboral. .................................................................................................................... 64Gráfico 6 - Relação da intensidade da dor antes e após o protocolo de ginástica laboral....................................................................................................................................................65

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Estágios da DORT e seus respectivos sinais e sintomas, produtividade e prognóstico...............................................................................................................................32Tabela 2. Referente a dados profissionais.............................................................................57Table 3. Referente a indicadores de saúde............................................................................58

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1 INTRODUÇÃO

Atualmente, em um país como o Brasil, infelizmente as questões relacionadas com

adequação ergonômica dos ambientes de trabalho ainda estão longe de ser realidade. Poucas

empresas e instituições estão preocupadas em oferecer aos seus colaboradores condições

ideais, não se preocupando em investir na melhora da qualidade de vida, mas apenas com o

que seus trabalhadores poderão produzir (OLIVEIRA, 2004).

Constantemente os trabalhadores têm que se adaptar às novas tecnologias e se

atualizar para fazer frente a um mercado cada vez mais restrito e competitivo. O modelo de

produção atual se caracteriza pela busca de maior produtividade, em que as empresas têm

como meta a redução de custos como forma de aumentar o seu poder de competitividade

dentro de uma economia aberta globalizada (GUELFI, 2001).

Segundo Chanlat citado por Alvarez (2002), os vínculos do trabalhador com a

instituição onde ele trabalha, sua lealdade, participação e responsabilidade com o trabalho

serão tanto mais fortes, se a empresa interessar-se efetivamente pelos próprios trabalhadores.

Desta forma, as empresas têm-se preocupado com as condições de trabalho, as quais

englobam tudo o que influencia o trabalhador dentro de uma organização, isto é, o posto de

trabalho, o ambiente, os meios, a tarefa, a jornada, saúde do trabalhador, a organização

temporal, e a remuneração.

De acordo com Moreira (2002), ocorre a necessidade de adequar o ambiente de

trabalho com o objetivo de garantir o bem-estar de seus integrantes. É evidente que as

transformações econômicas e sociais que a sociedade está passando é tão importante quanto

foi, por exemplo, a Revolução Industrial. Considera-se uma importante estratégia a

implantação de programas de qualidade de vida voltada aos colaboradores, assegurando-se,

desta forma, qualidade nas relações internas e bem estar no ambiente de trabalho.

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A exposição a fatores lesivos pode atuar de maneira negativa na qualidade de vida

dos trabalhadores, muitas vezes sem perceber para a execução de uma tarefa, durante a

atividade ocupacional, o homem gera sobrecarga mecânica em suas estruturas ósteo-mio-

articulares, principalmente, quando assume posturas ocupacionais ou funcionais inadequadas

em função de postos de trabalho mal projetados (KNOPLICH, 1996).

As novas exigências do mundo do trabalho que ocorrem simultaneamente a forma

tradicional da organização do trabalho tendem a causar conflitos e a deixar o trabalhador no

seu limite físico e emocional, ocasionando diferentes doenças do trabalho e dentre elas, as

Lesões por Esforços Repetitivos (L.E.R.), (GUELFI, 2001). No Brasil, o termo L.E.R. está

sendo substituído por Distúrbios Osteomusculares Relacionado ao Trabalho (D.O.R.T.).

Segundo Oliveira (1998), a L.E.R., pode ser vista como uma sintomatologia

decorrente da falha da organização do ambiente de trabalho, causando prejuízo para a saúde

do trabalhador e a própria produtividade.

A ginástica laboral é realizada através de um programa de exercícios de acordo com

as necessidades da atividade ocupacional desempenhada pelos trabalhadores, apresentando

como proposta principal, adequar as estruturas mais solicitadas e, em um segundo momento,

promover um desaquecimento das mesmas e, simultaneamente, ativar as estruturas pouco

utilizadas, promovendo um sinergismo de todo conjunto de maneira equilibrada

(DELIBERATO, 2002).

A ginástica laboral em seu contexto geral visa à promoção da saúde e melhoria nas

condições dos trabalhadores frente à tarefa ocupacional a ser exercida, contribui na prevenção

e redução de patologias ocupacionais. Promove também um melhor relacionamento

interpessoal, tem ação positiva na redução dos acidentes de trabalho, na diminuição do

absenteísmo e conseqüentemente no aumento da produtividade e maior retorno financeiro

para a empresa (OLIVEIRA, 2004).

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É necessário que todos os que se interessam por este assunto, incluindo empresários,

sindicatos profissionais da saúde ocupacional e governo se unam, para juntos procurar

soluções que alterem para melhor, a situação atual. Acredita-se que, mesmo que não seja

possível alcançar soluções ideais, que agradem todas as partes envolvidas com o problema das

patologias no trabalho, se ocorrer uma preocupação em conjunto, certamente haverá eficácia

no controle das doenças osteomusculares relacionadas ao trabalho (OLIVEIRA, 2004).

O acometimento de patologias decorrente da atividade ocupacional e

conseqüentemente um acréscimo do absenteísmo, são fatores que devem ser levados em

consideração por parte dos empregadores, visto que afeta indiretamente a lucratividade de

suas empresas.

1.2 Justificativa

A inspiração para este estudo surgiu durante o estágio curricular na clínica de

Fisioterapia da UNIOESTE - Cascavel, quando em atendimento a pacientes observou-se

grande demanda de pacientes com queixas de dor decorrentes do trabalho. Verificou-se

pessoas com um estilo de vida sedentária e identificou-se também que a maioria destes

trabalhadores permaneciam a maior parte do tempo da jornada de trabalho na postura

sentada. Além do mais, por coincidência surgiu a oportunidade de desenvolver este estudo em

uma indústria de confecções onde grande parte da população trabalhadora trata-se de

costureiras que permanecem todo o período de trabalho na postura sentada.

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Um programa de ginástica laboral já havia sido desenvolvido num passado recente

com estas trabalhadoras, nesta mesma indústria. Segundo informações da diretoria e recursos

humanos da empresa, as costureiras já estavam sentido falta deste tipo de atividade.

Nos dias atuais, uma parte das atividades de trabalho é realizada na posição sentada.

Esta postura tem sua origem na definição hierárquica de posições sociais, reservadas àqueles

de maior poder.

Historicamente a literatura relata que no início do século passado à postura sentada

passou a ser vista como uma posição de conforto para as atividades, proporcionando bem

estar e melhor rendimento no trabalho com menor gasto energético.

Segundo Chaffin (2001), a postura depende do formato do assento, dos hábitos

posturais e da tarefa a ser desenvolvida, sendo a inclinação anterior do tronco a mais

freqüente, isso na postura sentada.

Para Crawford (1993), a manutenção de uma determinada atitude corporal propicia

mudanças estruturais no músculo esquelético como forma de adaptação postural, as

adaptações posturais irão propiciar uma perda da flexibilidade do corpo.

A literatura aponta um número crescente de trabalhadores das mais diversas áreas

profissionais que apresentam comprometimentos posturais, muitas vezes promovendo dores

na coluna vertebral, em conseqüência da atividade desenvolvida na sua jornada de trabalho.

Por essa razão é essencial que as pessoas tenham conhecimento desta realidade para

poder proteger o sistema músculo-esquelético e evitar situações de desconforto por excesso de

carga causada por posturas prolongadas.

Os padrões culturais e o estilo de vida moderno da população, impondo cada vez

mais atividades especializadas e limitadas, provocam sobrecargas estruturais no corpo

humano. A alta incidência de problemas posturais em adultos relaciona-se com a tendência

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para esse padrão de atividade, especializado ou repetitivo, aliado ao sedentarismo e vícios

posturais carregados desde a infância (KENDALL, 1995).

Dentre os trabalhadores que apresentam distúrbios posturais encontrou-se na

literatura estudos com costureiras, cuja atividade implica em exigências do sistema músculo-

esquelético, com movimentos repetitivos de membros superiores, manutenção de postura

estática fato este que acarreta sobrecarga para a coluna vertebral.

Deve-se a ter ao fato de que todos os ramos profissionais adotam posturas corporais

de acordo com a necessidade e situação na qual se encontram ou desempenham no trabalho.

Este estudo pretende-se identificar os benefícios da ginástica laboral com exercícios

de alongamentos e de fortalecimento muscular bem como de reeducação postural a esta classe

trabalhadora.

1.3 Objetivos

1.3.1 Objetivo Geral

Identificar os benefícios da ginástica laboral aplicado ao ambiente de trabalho de

costureiras.

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1.3.2 Objetivos Específicos

- Identificar as regiões corporais com maior incidência de dores decorrentes do

trabalho;

- Verificar os benefícios da ginástica laboral:

•Na satisfação com a ginástica;

•No bem estar;

•Na localização e intensidade da dor;

- Orientação da postura corporal adequada no ambiente de trabalho;

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Postura

Segundo Santos citado por Fuentes (2002), a boa postura é a posição do corpo que

necessita do mínimo de sobrecarga das estruturas, com um menor gasto energético, obtendo o

máximo de eficiência corporal.

Para IIDA (1990), três tipos de posturas devem ser analisados, pois apresentam

características diferentes:

•Postura deitada, nesta posição não ocorre concentração de tensão em nenhuma

parte do corpo. O sangue flui para todas as partes do corpo, contribuindo para a

eliminação dos metabólicos residuais e toxinas decorrentes da fadiga. O consumo

energético é mínimo, aproximando-se do metabolismo basal. É, portanto a posição

mais recomendada para o repouso e para recuperação da fadiga.

•Postura sentada exige atividade muscular do dorso e do ventre para a manutenção

desta postura. O peso localiza-se praticamente sobre os ísquios. O consumo de

energia é de 3 a 10% maior que na postura deitada.

•Postura de pé, esta postura é altamente fatigante porque exige muito trabalho

estático da musculatura envolvida para manter essa posição. O coração encontra

maior resistência para exercer sua atividade. As pessoas que executam trabalhos

dinâmicos em pé, geralmente apresentam menos fadiga, se comparado aos

indivíduos que permanecem na postura estática ou com pouca movimentação.

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2.1.1 Posturas no trabalho

Segundo Bouisset, citado por Santos (2004), o individuo é capaz de adotar inúmeras

posturas, onde cada uma pode ser mantida por um determinado período e corresponde ao

estado de equilíbrio do corpo, mais ou menos estável.

Oliver e Middleditch (1998), explicam que a postura corporal pode ser definida

como uma posição assumida pelo sujeito, quer seja por meio da ação integrada dos músculos

operando para atuarem contra a força da gravidade, ou quando mantida durante inatividade

muscular, pois elas são mantidas ou adaptadas como resultado de coordenação

neuromuscular, com os músculos envolvidos sendo inervados através de um complicado

mecanismo reflexo. Estímulos aferentes surgem de várias fontes ao longo do corpo, incluindo

articulações, ligamentos, músculos, pele, olhos e ouvidos; sendo conduzidos para o Sistema

Nervoso Central (SNC) e neste nível coordenados. A resposta efetora é do tipo motor e os

músculos antigravitacionais são os principais órgãos efetores.

De acordo com Coury citado por Fuentes(2002), durante a atividade ocupacional, o

profissional assume posturas corporais específicas para o melhor rendimento de sua atividade,

realizando postura anatomofisiológica incorreta, sendo o princípio para as algias nos

segmentos corporais mais solicitados e acometidos.

A postura de trabalho adotada é decorrente da atividade desenvolvida, das

exigências da tarefa (visuais, emprego de forças, precisão dos movimentos etc.), dos espaços

de trabalho, da ligação do trabalhador com máquinas e equipamentos de trabalho como, por

exemplo, o acionamento de comandos. As amplitudes de movimentos dos segmentos

corporais como os braços e a cabeça, assim como as exigências da tarefa em termos visuais,

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de peso ou esforços, influenciam na posição do tronco e no esforço postural, tanto no trabalho

sentado como no trabalho em pé (OLIVEIRA, 2004).

Segundo Laville citado por Fuentes (2002), a postura no trabalho recebe influência

direta sobre a atividade ocupacional, como exigências visuais, exigências de precisão de

movimento, exigência da força a ser exercida, o ambiente onde o trabalhador atua e o ritmo de

execução.

Segundo Oliver e Middleditch (1998), a postura que necessita de trabalho muscular

estático induz à fadiga muscular. Assim, a posição ideal para um indivíduo adotar durante a

atividade ocupacional, é aquela que exige o mínimo de trabalho muscular.

Segundo Haslegrave, citado por Sato (2005), os efeitos da postura não se devem

somente à orientação do corpo no espaço, mas também as forças impostas pelos músculos e

do tempo em que essa postura é mantida.

2.1.2 Postura sentada

Nos dias atuais, aproximadamente três quartos das posturas de trabalho em países

industrializados são exercidas na posição sentada (GRANDJEAN, 1998).

Segundo Knoplich (1996), a postura é determina por quatro constituintes anatômicos

em equilíbrio, formado por discos, vértebras, articulações e músculos. A postura sentada

origina maior sobrecarga sobre os discos intervertebrais, principalmente para o núcleo

pulposo.

Segundo Chaffin et al. (2001), a postura sentada é dividida em três categorias

distintas a partir do Centro de Gravidade: (a) postura média – o CG está diretamente acima

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das tuberosidades isquiáticas e apenas 25% do peso corporal é transmitido ao solo através dos

pés. Com o corpo relaxado nessa postura, a coluna lombar permanece alinhada ou em leve

cifose. (b) postura anterior – nesta posição o CG encontra-se defronte às tuberosidades

isquiáticas e mais de 25% do peso corporal é transmitido ao solo pelos pés. Essa postura é

assumida com a inclinação à frente do tronco, sem ou pouca rotação da pelve com uma cifose

dorsal mais pronunciada. (c) postura anterior – o CG está localizado atrás das tuberosidades

isquiáticas e menos de 25% do peso corporal é transmitido ao solo através dos pés. O tronco

encontra-se inclinado para trás, juntamente com a rotação da pelve para trás, aumentando

assim a cifose dorsal.

Na posição sentada clássica, isto é, com as coxas formando 90 graus com o tronco,

destes 60 graus de flexão no quadril e 30 graus na coluna lombar, 80 a 90 % dos quais

ocorrem em L4 e L5. A posição dos joelhos influencia no posicionamento da coluna, assim a

flexão do joelho pode variar entre 10 e 70 graus, causando flexão adicional na coluna lombar

(OLIVER e MIDDLEDITCH, 1998).

Atividades na postura sentada, onde os braços sejam movimentados à frente do

corpo, irá aumentar a atividade da musculatura do pescoço e ombro. Movimento relacionado

com a abdução de membros superiores apresentará um aumento nos níveis de atividade da

coluna torácica superior e dos extensores de coluna vertebral (OLIVER e MIDDLEDITCH,

1998).

A solicitação constante ou a deficiência de recrutamento de alguns grupos

musculares produzem um encurtamento muscular, devido o excesso de exigência, e em geral

ao enfraquecimento, o qual pode levar deficiência de atividade, caso não seja aliado a

exercícios de compensação. A combinação encurtamento / enfraquecimento, por sua vez,

resulta na instabilidade músculo-articular que poderia provocar problemas na estrutura da

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coluna vertebral ou no surgimento de dor muscular (rigidez muscular) em longo prazo

(KNOPLICH 1996).

Segundo Knoplick, citado por Jorge (2003), a pressão nas costas é maior na posição

de pé, se comparado com a postura sentada.

A postura sentada é menos cansativa que a postura em pé, entretanto as atividades

realizadas na postura sentada irão exigir maiores forças ou movimentos do corpo (DUL e

WEERDMEESTER, 1998).

Segundo Grandjean (1998), as vantagens de uma forma de trabalho na postura

sentada são:

- alívio das pernas;

- consumo de energia reduzido;

- possibilidade de evitar posições forçadas do corpo;

- alívio da circulação sanguínea;

Cita também que as vantagens opõem-se obviamente a algumas desvantagens.

Dentre elas, o tempo prolongado nessa postura leva a uma flacidez dos músculos da barriga e

ao desenvolvimento da cifose. O sentar-se curvado para frente deve, além disso, ser

desfavorável para os órgãos internos, em especial órgãos da digestão e respiração.

Em geral, a postura de um indivíduo sentado depende não somente do formato da

cadeira, mas também dos hábitos pessoais de postura e da tarefa a ser desenvolvida. Posturas

sentadas com inclinação anterior do tronco são adotadas mais freqüentemente quando se

realiza trabalho de escritório, como o da escrita, e na montagem de pequenos componentes,

enquanto posturas com o tronco inclinado posteriormente são adotadas quando se tem

cadeiras de encostos altos e que se inclinam. Essas cadeiras são usadas para descanso. A

altura e inclinação do assento da cadeira, a posição, forma e inclinação do encosto e a

presença de outros tipos de apoio influenciam na postura. É claro que é importante não só

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providenciar cadeiras confortáveis, mas também, mas que se adaptem às funções a serem

desenvolvidas pelo seu ocupante.(CHAFFIN et al., 2001).

2.1.3 Postura da cabeça e da nuca

Segundo Grandjean (1998), especialistas acreditam que a linha normal da visão

situa-se 10 a 15 graus abaixo de uma linha horizontal, tendo como base o próprio indivíduo.

Logo o cone de movimentação dos olhos sem esforço fica entre 5 graus acima da linha

horizontal e 30 graus abaixo da mesma.

De acordo com o mesmo autor, a cabeça e nuca do indivíduo não devem permanecer

por muito tempo inclinado a mais de 15 graus para frente, ou seja, abaixo da linha horizontal,

caso contrário, os sinais de fadiga estão propensos a aparecer.

A inclinação lateral, a rotação e flexão exagerada são movimentos não

recomendados para o pescoço (HAGBERG et al., citado por SATO, 2005).

2.2 Postura dos Membros Superiores

Segundo Regis Filho, citado por Pinto (2003), os trabalhos sedentários, podem estar

associado a posturas fixas, e significam um fator de risco para o surgimento de lesões

músculoesqueléticas, assim como as posturas inadequadas das extremidades superiores, tais

como desvios de punhos em flexão, extensão radiais e ulnares, ombros fletidos, estendidos ou

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abduzidos, braços torcionados, antebraços supinados ou pronados, e outras, também se

constituem em fatores de risco.

De acordo com Butler (2003), é muito provável que pontos de tensão ocorram nas

proximidades do cotovelo e ombro durante movimentos do braço e o comportamento seria de

acordo com o tipo de movimento realizado pelo braço.

As posturas inadequadas do ombro, como movimento de flexão e abdução,

realizados de maneira incorreta e por um determinado tempo, estão associadas a desconfortos

no pescoço e ombro (HAGBERG et al., citado por SATO, 2005).

Segundo Chaffin, citado por Sato (2005), a abdução maior que 30 graus pode levar a

fadiga muscular de maneira rápida.

Para Cailliete (1993) a força excessiva da musculatura do ombro provoca danos nos

tecidos e resulta em dor.

Punnett et al., citado por Sato (2005), observaram em seu estudo que a flexão ou

abdução severa do ombro, especialmente por 10% ou mais do ciclo do trabalho, apresenta

predisposição para distúrbios crônicos.

De acordo com Couto, citado por Pinto (2003), as posturas inadequadas dos

membros superiores podem ocasionar impacto de estruturas duras contra estruturas moles

(como no caso do ombro), fadiga por contração muscular estática (como ocorre no pescoço) e

compressão nervosa (como ocorre no punho). Os posicionamentos mais críticos dos membros

superiores que podem ocasionar lesões nessas localidades são:

- a realização repetitiva de flexão e extensão de punho, podendo gerar a compressão

do nervo mediano, que se localiza no túnel do carpo;

- o desvio ulnar durante um tempo significativo pode ocasionar a fricção dos tendões

dos músculos abdutor longo do polegar e do extensor curto do polegar, pois ocupam um

mesmo espaço na cabeça do rádio;

Monografias do Curso de Fisioterapia da Unioesten. 01 – 2005 ISSN 1675-8265

- a abdução dos membros superiores e sua permanência podem levar compressão do

tendão do músculo supraespinhoso, com possível lesão do mesmo;

- braços elevados acima do nível dos ombros podem levar a compressão do plexo

braquial;

As LER/DORT em punhos, mãos e braços aumentaram cerca de 80% desde a

década de 90, e atualmente constituem a categoria mais ampla de lesões no trabalho

(ANDERSON, 1998).

2.3 A Fadiga Muscular como Fonte de Lesão dos Distúrbios Ocupacionais Relacionados

ao Trabalho

O fenômeno que acarreta na redução do rendimento do músculo após a sua

extenuante contração define-se fadiga muscular (GRANDJEAN, 1998).

Uma prolongada e vigorosa contração de um músculo podem levar ao estado de

fadiga muscular, estando associado à depleção do glicogênio muscular. Assim a fadiga resulta

da incapacidade de os processos contráteis metabólicos das fibras musculares continuarem

suprindo o mesmo rendimento de trabalho. Quando mantido em contração muscular e

permanecendo contraído resultará em fadiga muscular dentro de 1 a 2 minutos, devido a

interrupção do fluxo sanguíneo, acarretando em falta de suprimento de nutrientes,

especialmente oxigênio (GUYTON, 2002).

Segundo o mesmo autor, a transmissão do sinal neural, através da junção

neuromuscular pode diminuir após atividade de contração extenuante, ocasionando uma

diminuição na contração do músculo.

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Segundo Couto, citado por Moreira (2002), a fadiga muscular é definida como a

redução reversível de sua capacidade funcional, sendo órgão, sistema ou organismo,

provocado por uma sobrecarga na utilização daquele órgão, sistema ou organismo.

A fadiga muscular está relacionada ao trabalho permanente, que tende a provocar

redução reversível da capacidade do organismo e uma degradação qualitativa da atividade

realizada. A fadiga é causada por um conjunto de fatores, com efeitos cumulativos. A

princípio têm-se os fatores fisiológicos relacionados com a intensidade de duração do trabalho

físico e mental. Por conseguinte há a ação dos fatores, como a repetitividade e a desmotivação

e, em seguida os fatores ambientais, do local de trabalho e organizacionais (DELIBERATO,

2002).

Segundo Couto, citado por Moreira (2002), a fadiga torna-se perigosa para a saúde

do trabalhador quando aparecem dois agravantes, quando o indivíduo força o organismo e

precipitando o aparecimento da exaustão, quadro de extrema debilidade física, dores

generalizadas e aumento excessivo de metabólicos anaeróbicos e quando a fadiga for

cumulativa, originando o estado de fadiga crônica.

A natureza da fadiga pode ser psicológica, normalmente associada a desmotivação, a

monotonia, à falta de interesse, podendo também apresentar um sintoma de estresse. O fator

emocional é um fator importante na determinação, na intensidade e manutenção da dor. A

ansiedade é responsável pela resposta emocional referente à dor. O que ocorre é a formação

de um ciclo vicioso, onde a dor causa a ansiedade e esta aumenta a tensão muscular, que

acarreta no aumento da dor. Este ciclo chegará facilmente a um limiar insuportável de dor e

fadiga. Uma das conseqüências da dor pode ser a depressão relacionada, entre outros fatores,

com a limitação da capacidade física determinada pela algia. Ocorre uma redução

significativa da auto-estima da atenção e da concentração em si nas atividades que realiza,

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ocorrendo mais freqüente as patologias ocupacionais e os acidentes de trabalho (CAÑETE,

1996).

Segundo Couto citado por Moreira (2002), acredita-se que para estudar a fadiga

devem-se conhecer os mecanismos orgânicos passiveis de sofrerem sobrecarga. Na fadiga

muscular têm-se os seguintes mecanismos ocorrendo: contrações musculares dinâmica, mistas

ou isométricas.

Para Ranney (2000), fatores mecânicos e químicos estão relacionados ao

desenvolvimento da fadiga muscular durante a jornada de trabalho. As reações corporais

fisiológicas à atividade muscular dependem da duração, tipo de contração muscular,

freqüência e duração da recuperação.

De acordo com o mesmo autor, dependendo do modo de como utilizar a contração

muscular no local de trabalho, o efeito pode ser de melhorar a capacidade física funcional ou

sobrecarregar o sistema osteomuscular, permitindo assim a instalação de fadiga muscular e

futuros distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho.

Portanto a fadiga muscular vai atuar como um sinal de alerta, visto que a

permanência do estímulo físico e permanência da fadiga muscular, poderá acarretar nas

instalações de disfunções do sistema músculo-esquelético.

2.4 DORT/LER

Bernardino Ramazzini, médico italiano, escreveu em 1700 o livro “As Doenças dos

Trabalhadores”. Nele cita as lesões em duas passagens: ao falar da doença dos escribas e

notários, uma espécie de cãibra e dormência que acometiam aqueles que tinham como função

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escrever durante todo o dia e, no capítulo das doenças dos mineiros, ao citar “a violência que

se faz a estrutura natural da máquina vital como posições forçadas e inadequadas do corpo, o

que pouco a pouco pode produzir graves enfermidades” (RAMAZZINI, 2000).

O termo DORT, Distúrbios Osteosmusculares Relacionados ao Trabalho, foi

recentemente instituído no Brasil para substituir a sigla LER (Lesões por Esforços

Repetitivos). A sigla DORT tem sido vastamente utilizada como rotulo de diagnóstico de

diversas condições dolorosas, em indivíduos que desempenham as mais variadas atividades

ocupacionais (MARTINS, 2001).

De acordo com o mesmo autor, um dos motivos dessa alteração é que a

denominação LER abrange apenas a repetitividade dos movimentos e não engloba outras

formas de sobrecarga que podem ser prejudiciais ao aparelho locomotor. A DORT abrange

além da sobrecarga dinâmica, a sobrecarga estática, utilizando a musculatura isométrica por

períodos prolongados para a manutenção da postura, os trabalhos sob temperaturas,

luminosidade, umidade e ventilação inadequada e o uso prolongado de instrumentos como

vibração excessiva, podem contribuir para o desenvolvimento de patologias relacionadas as

atividades ocupacionais.

A sigla LER, foi utilizada durante vários anos, sendo ainda melhor identificada,

frente a isso, ainda são muitos os autores que utilizam esta denominação, mesmo após a

edição da atualização da Norma Técnica de 1997 do Instituto Nacional de Seguridade Social

(INSS). Baseando-se no termo inglês “work-related musculoskeletal disorders”, foi proposta a

sigla DORT, ficando desta forma enquadrada na categoria das doenças relacionadas ao

trabalho proposta pela Organização Mundial da Saúde (OMS) (LONGEN, 2003).

Do ponto de vista fisiopatológico, segundo Deliberato (2002), a DORT instala-se,

quando a capacidade biológica natural de reparação tissular mostra-se insuficiente e o tempo

ofertado não é suficiente para que essa regeneração se complete, já que os fatores mecânicos

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que causam essa alteração do estado de equilíbrio fisiológico voltam a atuar de maneira

precoce. A partir desse momento, podem surgir duas respostas opostas, ocorrendo um novo

processo inflamatório, que tende a tornar o quadro clínico crônico e também a ausência de

tempo suficiente para a produção de substâncias lubrificantes, o que aumenta o atrito,

promovendo a inflamação.

De acordo com o mesmo autor, a resposta final é representada pela presença de

diferentes alterações. Uma dessas alterações é caracterizada pelas modificações estruturais

dos tecidos comprometidos, os quais são substituídos de forma incorreta, tendo como

conseqüência a presença de cicatrizes. Outra alteração envolvida está nas mudanças das

propriedades mecânicas e da capacidade de regeneração. Também faz parte da resposta final

quadros de inflamação crônica de tendões, nervos, fáscias, dentre outros.

Miranda e Dias (1999), definem LER como afecções de origem ocupacional que

atingem membros superiores, região escapular e pescoço, resultantes do desgaste do músculo,

principalmente em sua porção tendinosa, a articulação e nervos também são acometidos,

decorrente da inadequação do trabalho ao ser humano, e decorrem, de forma combinada ou

não, da manutenção de postura inadequada e do uso repetido e/ou forçado de grupos

musculares.

Para Oliveira (1998), a LER manifesta-se a partir das condições em que o trabalho é

exercido, estando também ligada às relações sociais e econômicas da sociedade e à

organização do trabalho e dos indivíduos, enquanto seres sociais.

Segundo Codo e Almeida (1997), as LER/DORT são ocasionadas pela utilização

biomecanicamente incorreta dos membros superiores, que resultam em dor, fadiga, queda da

performance no trabalho, incapacidade temporária, e podem evoluir, conforme o caso, para

uma síndrome dolorosa crônica, que causa transtornos funcionais e mecânicos, ocasionando

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lesões de músculos, tendões, fáscias, nervos e ou bolsas articulares nos membros superiores e

que também pode ser agravada por fatores psíquicos, no trabalho ou fora dele.

De acordo com o mesmo autor, as causas de DORT têm sido atribuídas a fatores

como repetitividade, uso de força, compressão mecânica, entre outros, o que relaciona

diretamente a organização do trabalho, porém, esta relação traz consigo as dificuldades de se

apontar esta mesma situação. A dificuldade de se comprovar, inicialmente a doença faz com

que o trabalhador enfrente situações de discriminação e marginalização, já que o que aponta é

uma falha na organização do trabalho.

Deliberato (2002) relata que os distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho

podem ser subdivididos em quatro estágios (Tabela 1), sendo esses independentes do

diagnóstico clínico e progridem de maneira semelhante no que refere aos estágios evolutivos.

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Tabela 1. Estágios da DORT e seus respectivos sinais e sintomas, produtividade e

prognóstico.

Grau (estágio) Sinais e sintomas Produtividade PrognósticoGrau I - Sensação de peso e desconforto

no membro ou na região afetada;- Dor espontânea e ocasional

durante a jornada de trabalho que melhora com o repouso;

- Ausência de sinais inflamatórios.

Normal Bom

Grau II - Dor mais persistente e intensa, porém tolerável, surge de forma intermitente durante a jornada de

trabalho;- Dor mais localizada, mas pode

irradiar-se;- Sensações de calor e

formigamento;- Pode ocorrer alteração da

sensibilidade tátil;- Sinais inflamatórios ausentes ou

pouco aparentes;- Resistência e dor durante a

palpação.

Não altera significantemente

Favorável

Grau III - Dor persistente, intensa e com irradiação bem definida, presente

dentro e fora do trabalho;- Repouso diminui a intensidade da

dor, porém, esta não desaparece;- Perda de força muscular, parestesias e alterações da

sensibilidade;- Palidez, hiperemia e sudorese no

local acometido;- Mobilização e palpação provoca

dor forte.

Comprometida e às vezes

impossibilitada

Reservado

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Grau IV - Dor forte, contínua e às vezes insuportável levando ao sofrimento

intenso;- Movimentos suaves podem

acentuar a dor;- Irradiação por todo membro;

- Diminuição da força muscular;- Constante perda dos movimentos;

- Edema persistente;- Deformidades por fibrose,

reduzindo a drenagem linfática;- Depressão, ansiedade e angústia.

Invalidez pela impossibilidade

de realizar qualquer tipo de movimentação

Sombrio

Fonte: Deliberato, 2002.

2.4.1 DORT e sua predisposição no sexo feminino

As desigualdades de oportunidades para a mulher no emprego é mundial. O salário

feminino é inferior ao masculino em todos os paises do mundo. As mulheres estão nas tarefas

mais repetitivas, fragmentadas, nas funções que mais geram doenças (SANTOS, 2002).

Para Oliveira (1998) a LER/DORT, atingem em sua imensa maioria as mulheres.

Acredita-se que esteja relacionado aos cargos que as mulheres ocupam, sendo menos

qualificados e mais desgastantes.

Segundo Couto (1998), na questão do gênero as mulheres expostas ás mesmas

condições de trabalho que os homens, são de duas a três vezes mais predispostas a

desenvolver LER/DORT. Um dos fatores para essa contribuição é a força física, ou seja,

quanto maior força física menor a predisposição para desencadear patologias ocupacionais.

O desenvolvimento de a LER/DORT, em decorrência da fragilidade da estrutura

orgânicas das mulheres, ressaltando a exigência de quatro fatores principais: o primeiro

relacionado a maior fragilidade da estrutura orgânica da mulher; o segundo relacionado à

ocorrência de variações hormonais bem mais evidentes nas mulheres do que nos homens; o

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terceiro relacionado à condição de trabalho da mulher, atuando como papel secundário no

mundo do trabalho; o quarto está relacionado à dupla jornada de trabalho, ou seja, o trabalho

doméstico(SANTOS, 2002).

Segundo Santos (2002), o ciclo menstrual nas mulheres é variável, apresentando em

media duração de 28 dias. Dois ou três dias que antecedem a menstruação ocorre uma queda

no nível do hormônio progesterona, causando irritabilidade, tensão e depressão em 25 a 35%

das mulheres, sendo que 10% delas sentem fortes dores durante algumas horas que as

incapacitam ao trabalho. Este fenômeno é conhecido como tensão pré-menstrual.

2.5 Ginástica Laboral

2.5.1 Histórico da Ginástica Laboral

A Ginástica laboral não é uma atividade recente. Há relatos deste tipo de atividade

desde 1925, na Polônia, onde é chamada de ginástica de pausa e destinada a operários. Neste

mesmo período, pesquisas foram realizadas na Bulgária, Alemanha Oriental e Holanda. Na

Rússia, 150 mil empresas, envolvendo 5 milhões de funcionários, praticavam e ainda

praticam a ginástica de pausa, adaptada a cada cargo. (CAÑETE, 1996).

A ginástica laboral realmente se desenvolveu no Japão, a partir de 1928, com

funcionários dos correios que realizam diariamente a ginástica de pausa, visando o cultivo à

saúde e como forma de lazer (PEREIRA, 2001).

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Segundo Cañete (1996), após a segunda guerra mundial, este hábito foi difundido

por todo o país e, atualmente, um terço dos trabalhadores japoneses exercitam-se diariamente,

tendo obtido como resultados, em 1960, a diminuição dos acidentes de trabalho, o aumento da

produtividade e a melhoria do bem-estar geral dos trabalhadores.

A grande aceitação e difusão da ginástica laboral no Japão devem-se à adaptação de

um programa da Rádio Taissô, que consiste em exercícios específicos e rítmicos

acompanhados por música própria, sendo realizada pela manhã diariamente, que é transmitida

por pessoas especialmente preparadas, e é praticada nas fábricas, ambientes de trabalho e

residências (PEREIRA, 2001).

Segundo mesmo autor, a ginástica laboral foi introduzida no Brasil na década de

sessenta, por intermédio de executivos nipônicos, nos estaleiros Ishiksvajima, Rio de Janeiro,

onde ainda hoje, são realizadas as ginásticas. No Brasil existe a Federação do Rádio Taissô

que coordena mais de 5000 praticantes, ligados a algumas entidades, estando presente nos

estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Mato Grosso do Sul.

No Brasil, durante a década de 1930, ocorreu empreendimentos que ofereciam

opções de esporte e lazer para os trabalhadores, como o Banco do Brasil (LIMA, 2005).

De acordo com o mesmo autor, ocorreu uma proposta de exercícios baseada em

análise biomecânica, sendo estabelecida pela FEEVALE (Federação de Ensino Superior)

juntamente com o SESI (Serviço Social da Industria), que implantaram a “Ginástica Laboral

Compensatória e de Recreação”. Após o projeto realizado pela FEEVALE e SESI, a ginástica

laboral ficou hibernando por um longo período. O projeto não evolui, pois o objetivo da

pesquisa era de estudo e também de resultados que dessem suporte para seguir a diante com o

projeto.

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2.5.2 Definição

A ginástica laboral desempenha papel de uma ginástica global, que trabalha a mente,

o cérebro, o corpo e estimula o autoconhecimento, visto que aumenta a auto-estima e

consciência e proporciona um melhor relacionamento interpessoal e consigo mesmo, levando

a uma verdadeira transformação das pessoas (MENDES e LEITE, 2005).

A prática de exercícios físicos, realizada coletivamente, durante a jornada de

trabalho, prescrita de acordo com a função exercida pelo trabalhador, tendo como finalidade a

prevenção de doenças ocupacionais e promovendo o bem estar individual (LIMA, 2005).

Segundo Baú, citado por Pinto (2003), a ginástica laboral constitui uma seqüência de

exercícios diários que objetivam normalizar as funções corporais para o melhor

desenvolvimento do trabalho, reduzindo a possibilidade de instalações de patologias

ocupacionais.

Para Pereira (2001), ginástica laboral consiste em exercícios realizados no próprio

ambiente de trabalho, onde monitores devidamente treinados, realizam orientação e correções

dos exercícios.

A ginástica laboral é um programa de qualidade de vida e promoção do lazer, sendo

realizado durante a jornada de trabalho pelos trabalhadores (MENDES e LEITE, 2005).

Segundo mesmo autor, complementa que afirmando que é aplicada durante pausas

no trabalho e realizado no próprio ambiente de trabalho. É também conhecida como atividade

física na empresa, ginástica do trabalho, ginástica laboral compensatória ou ginástica de

pausa.

De acordo com Dias, citado por Militão (2001), a ginástica laboral é constituída de

exercícios de pequena duração realizada durante pausas no trabalho, apresenta características

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preventiva e terapêutica, visa reduzir acidentes de trabalho, evitar fadiga gerada pelo trabalho,

prevenir patologias ocupacionais, corrigir vícios posturais, aumentar a disposição para a

atividade ocupacional e promover integração pelos funcionários.

Segundo Guerra, citado por Militão (2001), a ginástica do trabalho é um programa

de prevenção e compensação, realizando uma preparação bio-psico-social, promovendo a

saúde do trabalhador.

2.5.3 Tipos de Ginástica Laboral

De acordo com Mendes e Leite (2005), a ginástica laboral pode ser intitulada de

acordo com o horário e objetivo de aplicação, em:

• preparatória ou de aquecimento (antes da jornada de trabalho);

• compensatória ou de pausa (durante a jornada de trabalho);

• relaxamento (ao final da jornada de trabalho);

A ginástica laboral preparatória é ministrada no inicio do expediente de trabalho,

antecedendo o início da atividade ocupacional. É realizada no ambiente de trabalho. Quando

ministrada no horário da manhã apresenta como objetivo o despertar do funcionário. A

ginástica laboral preparatória classificada quanto ao tipo de execução, consiste em uma série

de atividades de velocidade, força ou resistência. Atua prevenindo acidentes, distenções

musculares, patologias ocupacionais, proporciona melhores condições físicas e mentais ao

trabalhador, pois o prepara para reagirem aos estímulos externos com reações mais adequadas

para suas execuções ocupacionais, principalmente quando há risco de erro, de acidente.

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A ginástica laboral compensatória ou ginástica de pausa é aplicada no meio do

expediente ou no pico da fadiga. É ministrada preferencialmente após três ou quatro horas

após o inicio do turno de trabalho, período onde começa o início da instalação da fadiga

muscular. Como objetivo de execução visa impedir que se instalem vícios posturais, e

preparar o trabalhador para melhor cumprir suas atividades posteriores. A ginástica laboral

compensatória visa promover o equilíbrio, utilizando exercícios físicos que trabalham as

musculaturas pouco solicitadas e promovem um relaxamento das estruturas mais utilizadas

durante a atividade ocupacional. Os exercícios utilizados na ginástica laboral compensatória

variam de acordo com as queixas apresentadas pelos trabalhadores, sendo indicados para

aqueles que desenvolvem repetitividade de movimentos, atividades com sobrecarga muscular.

O equilíbrio físico e mental é almejado, bem como reduzir as tensões musculares provocadas

pela postura estática e interromper a fadiga muscular.

Ginástica laboral de relaxamento, é classificada somente conforme o horário de

execução, pois é realizada ao final do expediente, e deve ser iniciada de 10 a 15 minutos antes

do término do expediente de trabalho. As atividades de relaxamento ou massagem podem ser

executadas durante a ginástica laboral de relaxamento. Objetivo é que o trabalhador relaxe

descanse, acalma-se aliviando tensões e estresse antes de ir para casa.

Segundo Zilli, citado por Pinto (2003), os exercícios de alongamento deve ser

realizados lentamente para obtenção dos resultados esperados, caso contrário possa ocorrer

contração ou resistência no músculo alongado.

Segundo Oliveira, citado por Pinto (2003), o alongamento deve ser realizado de

maneira lenta e sem movimentos balísticos, reduzindo assim o risco de microlesões.

Segundo Kooling citado por Longen (2003), a ginástica laboral atua sobre as

sinergias musculares antagônicas às que se encontra em atividade durante a jornada de

trabalho, promovendo equilíbrio entre as estruturas e ajudando na recuperação das mesmas.

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2.5.4 Objetivos da Ginástica Laboral

Para Lima (2005), a ginástica laboral apresenta como objetivo promover adaptações

fisiológicas, psíquicas e físicas através de exercícios dirigidos e realizados adequadamente.

Adaptações fisiológicas, através de estímulos para o aumento da temperaturas

corporais, teciduais, da circulação sangüínea durante a realização dos exercícios.

Adaptações físicas, com a melhora da flexibilidade, mobilidade articular e posturas

mais adequadas.

Adaptações psicológicas, através da preocupação da empresa com o funcionário,

alterações na rotina de trabalho e interação dos indivíduos entre colegas e com superiores.

2.5.5 Benefícios da Ginástica Laboral

Segundo Zilli, citado por Pinto (2003), a ginástica laboral pode gerar vários

benefícios fisiológicos, tais como:

• aumento da circulação sangüínea e conseqüentemente, aumento da oxigenação do

para o músculo, reduzindo os catabólicos;

• ganho da amplitude articular e da flexibilidade;

• melhora da postura;

• redução das tensões musculares;

• mantém o trabalhador mais disposto para o trabalho;

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• melhora da coordenação motora;

• prevenção de lesões musculotendinosas e ligamentares;

• melhora do ânimo;

• melhora da força e resistência muscular;

• promove a adequação do organismo para o trabalho;

• prevenção da fadiga muscular;

• relaxamento da musculatura após o trabalho;

• correção dos desequilíbrios biomecânicos;

• equilíbrio do tônus muscular;

• redução da pressão intra-articular;

• melhora do sinergismo agonista/antagonista;

• maior e melhor trabalho do “coração periférico”, ou seja, panturrilha;

• melhora da ventilação pulmonar;

• melhora da respiração diafragmática;

• alongamento e relaxamento dos músculos acessórios da respiração;

• redução do acúmulo de secreção dos pulmões;

• desenvolvimento da consciência corporal;

• melhor gerenciamento das tensões.

• melhora da circulação venosa;

• melhora da agilidade e concentração, reduzindo riscos de acidentes no trabalho;

2.5.6 Alongamento na Ginástica Laboral

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Kisner e Colby (1998) relatam que a amplitude normal de movimento necessita de

mobilidade e flexibilidade dos tecidos moles que circundam a articulação, isto é, os músculos,

o tecido conectivo e pele, além da mobilidade articular. Segundo Lima (2005), para se obter

um desempenho adequado na maioria das atividades de vida diária, tanto nas atividades

ocupacionais, como nas recreativas, é preciso ter uma amplitude de movimento sem restrições

e com ausência de dor.

De acordo com Alter, citado por Lima (2005), o tecido conjuntivo desempenha um

papel importante na determinação da amplitude normal de movimento. Diversos fatores

podem influenciar este tecido, como envelhecimento, imobilização, agressões ao corpo,

distúrbios metabólicos, deficiências ou excessos nutricionais. Devido ao fato do tecido mole

influenciar fortemente a amplitude de movimento, eles devem ser alongados de maneira

favorável.

Torna-se indispensável lembrar que as lesões de tecido mole não correspondem

apenas a distensão, ruptura entre os músculo e tendão, mas também a tenosinovite, tendinite,

bursite e síndrome por práticas excessivas, reforçando os impactos positivos de se escolher

exercícios de alongamento que favoreçam essas estruturas a manterem menor risco de lesões,

o que permite ao indivíduo receber um treinamento que ofereça aprendizado de exercícios

preventivos (LIMA, 2005).

Achour, citado por Martins (2001), refere vários benefícios que o alongamento pode

trazer, como eliminação e/ou redução de encurtamentos do sistema muscular, prevenção de

encurtamento do músculo tendíneo, eliminação e/ou redução de nódulos musculares, aumento

e/ou manutenção da flexibilidade, diminuição do risco de lesão músculo-articular, aumento do

relaxamento muscular, aumento da circulação sangüínea, melhora da coordenação, melhora

da postura estática e dinâmica.

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O exercício de alongamento pode ser dividido em quatro tipos, podendo ser

classificados em passivo, estático, balístico e técnicas de facilitação muscular neuro-

proprioceptiva (MARTINS, 2001).

Na Ginástica Laboral, o alongamento mais utilizado é o estático, já que permite que

um grande número de indivíduos seja alongado com segurança, além de ser eficaz quando o

fator tempo se mostra crucial. Segundo Knudson, citado por Martins (2001), este tipo de

alongamento é caracterizado por uma movimentação vagarosa de um grupo muscular até que

seja alcançada uma posição alongada e esta mantida por alguns segundos.

Nahas (2001), citado por Lima (2005), recomenda a realização do exercício de

alongamento para ganho de flexibilidade, ao menos três vezes por semana, durante 10 a 15

minutos, estendendo os músculos lentamente, sem que haja dor, no início por um período de 5

a 10 segundos, aumentando gradativamente para 20 a 30 segundos em cada exercício.

É necessário instruir aos funcionários para não realizar movimentos bruscos, nem de

forma rápida e/ou próxima à sua amplitude máxima, pois esses movimentos podem provocar

contraturas e dores, afinal, esses exercícios têm como objetivo promover prazer por meio do

alívio e não da dor. É importante o alinhamento da postura no momento do exercício, assim

como, manter a respiração adequada (LIMA, 2005).

2.5.7 Respiração e Ginástica Laboral

Algumas pessoas, conforme Battison, citado por Lima (2005), adquirem hábitos

respiratórios tão ruins que perdem a capacidade de respirar normalmente. Segundo o mesmo

autor, o mecanismo de respiração é sensível à estimulação, podendo ser alterada ao menor

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estímulo de excitamento físico ou emocional. Tais reações podem ser observadas durante a

aula de Ginástica Laboral, através dos hábitos respiratórios prejudiciais, como a respiração

rápida e superficial durante a execução dos exercícios, nenhum sinal visível de expansão na

região abdominal, no momento em que é solicitada uma maior inspiração, padrão respiratório

irregular com suspiros profundos durante os exercícios de relaxamento.

A inclusão de exercícios respiratórios na Ginástica Laboral favorece ao alívio de

tensão, podendo trazer o relaxamento muscular. A educação do ato respiratório e a

consciência da respiração nasal, torácia e abdominal e completa auxiliam na adaptação do

ritmo respiratório com movimento, o que aumenta a capacidade de rendimento no

alongamento, sem dor (LIMA, 2005).

A apnéia respiratória deve ser evitada em todos os exercícios, além disso, deve-se

utilizar a respiração para auxiliar o alongamento, focalizando-a em regiões distintas. Um

exemplo é usar a “respiração torácica” para favorecer o alongamento da região lombar, pois

com a inspiração objetivando a expansão torácica, ocorre ao mesmo tempo, o alongamento

das fibras musculares da região lombar. Quanto mais profunda for a inspiração, mais eficiente

será o alongamento, sendo que a inspiração e a expiração devem ser realizadas lentamente

para evitar tontura. Nos grupos musculares que não são influenciados pela respiração o

objetivo é a estabilidade corporal, por exemplo, o alongamento da musculatura do pescoço,

recomenda-se a utilização da “respiração abdominal”. Neste tipo de respiração, durante a

expiração o umbigo desloca-se na direção da vertebral e na inspiração, o abdome é

“preenchido” na sua totalidade (MARTINS, 2001).

De com o mesmo autor, a respiração consiste em um dos principais itens que deve

ser enfatizado durante a sessão de Ginástica Laboral, pois interfere diretamente nos exercícios

de alongamento e auxilia no relaxamento global.

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3 METODOLOGIA

3.1 Caracterização da Pesquisa

Esta é uma pesquisa que apresenta como modelo o estudo de campo para a sua

realização. De acordo com Gil (2002), caracteriza-se como um tipo de pesquisa que apresenta

único grupo ou comunidade, destacando seus componentes, é desenvolvido no próprio local

em que ocorrem os fenômenos. A pesquisa apresenta um método quali-quantitativo

caracterizado como um estudo exploratório-descritivo apresentando como objetivo a

descrição das características de costureiras industriais e conhecer os acontecimentos e seus

envolvimentos abrangendo um determinado contexto real.

3.2 População e Amostra

No estudo houve a participação voluntária de 25 costureiras atuantes

profissionalmente. Uma das trabalhadoras não participou, pois apresentava gravidez de risco.

A pesquisa foi realizada em uma empresa de confecção de vestuário, a qual solicitou que para

a elaboração da pesquisa a logomarca da empresa fosse mantida em sigilo. Todos os

envolvidos, proprietário e funcionários deram o consentimento por escrito para a participação

da pesquisa. A empresa localiza-se na cidade de Cascavel-PR.

Critérios de inclusão:

- Apenas trabalhadores da sala de costura que trabalham sentadas;

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- Terem aceitado e assinado o termo de consentimento livre e esclarecido; (Anexo1);

Critérios de exclusão:

- Trabalhadoras que não aceitaram e assinaram o termo de consentimento livre e

esclarecido;

- Não foram aceitos para o desenvolvimento deste estudo outras pessoas que

realizam outras atividades no setor de costura.

- Não foram realizadas as atividades em dias de feriado nacionais;

3.2.1 Prática da Atividade da Ginástica Laboral

A prática da Ginástica laboral teve início no dia 27 de junho de 2005, com duração

de 3 meses, sendo realizado 3 vezes por semana, as segundas, quartas e sextas-feiras pela

manhã, num total de 39 aplicações da ginástica laboral. No dia 12 de agosto, sexta-feira, não

foi possível a prática da ginástica laboral, conforme cronograma, pois havia a necessidade de

urgência em entrega de produção. A prática da ginástica laboral foi realizada pelo

colaborador, utilizando um protocolo (Anexo 2), elaborado pelo colaborador, o protocolo foi

sendo alterado do decorrer da pesquisa. Os exercícios eram basicamente de alongamento e

relaxamento. Os exercícios desenvolvidos com as costureiras durante a prática da ginástica

laboral seguiram os seguintes critérios: cada movimento realizado tinha uma média de

duração de 15 segundos sendo executado de forma bilateral, se necessário. Durante a

realização dos mesmos foram associados exercícios respiratórios. A prática da ginástica

laboral era realizada no próprio local de trabalho ao lado das máquinas de costura, como

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demonstrado na figura 1, apresentado início por volta das 10:30hs e término as 10:45hs, ou

seja, com duração aproximada de 15 minutos.

Figura 1 - Prática da ginástica laboral e ambiente realizado.Fonte: O autor.

O professor de ginástica laboral, como é denominado por Mendes e Leite (2005), é o

profissional responsável pela prática da ginástica laboral, utilizava jaleco branco, posicionava-

se de frente para as costureiras, de modo que pudesse ter uma boa visibilidade, como

visualizado na figura 2.

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Figura 2 - Demonstra o posicionamento do colaborador durante a prática da ginástica laboral.

Fonte: O autor.

Durante a realização da prática da ginástica laboral, o pesquisador procurava orientar

a maneira correta da realização dos exercícios, observando a realização dos mesmos durante

as atividades e realizando correções quando necessários, além disso, ressaltava a importância

de se manter uma boa postura durante a realização da atividade ocupacional.

3.3 Coleta de Dados

A obtenção dos dados foi obtida através da aplicação de dois questionários

estruturados, contendo questões abertas e fechadas. O primeiro questionário (Anexo 3), pré-

ginastica laboral, foi composto por quatro blocos. O bloco I é constituído de seis questões

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relacionadas aos dados pessoais, onde se busca identificar o perfil da amostra quanto à idade,

peso, estatura, sexo, estado civil e grau de escolaridade. O bloco II contém sete questões,

apresentando dados profissionais, buscando informações relacionadas ao tempo de trabalho

como costureira, tempo de trabalho na empresa, questionamentos quanto ao relacionamento

com os colegas de trabalho, entre outras. Indicadores gerais de saúde englobam o bloco III,

que apresenta nove questões, que buscam informações relacionadas à satisfação com o

trabalho, se a trabalhadora apresenta dor durante o trabalho, se a dor foi motivo de

afastamento e interferiu no rendimento de trabalho. Questionamentos referentes ao cansaço

também foram incluídos neste bloco. Se o mesmo ocorre durante a jornada de trabalho ou ao

término da mesma. O bloco IV trata das questões relacionadas prática de atividade física e

lazer. O bloco IV apresenta o mapa do desconforto postural, proposto pelos autores Corlett &

Bishop (1976), contendo um diagrama com a descrição das regiões corporais. Neste bloco

busca identificar as regiões corporais comprometidas com a sintomatologia dolorosa bem

como, informações com relação à intensidade percebida de dor. O diagrama apresentado pelo

mapa do desconforto postural apresenta regiões, em que o indivíduo deverá assinalar de

acordo com a intensidade de dor que apresenta. O número 1 corresponde à dor leve, o número

2 corresponde à dor moderada e o número 3 equivale à dor forte. Os questionário foram

formulados, adequando à necessidade da amostra, adaptações a partir de outros questionários,

entre eles, o questionário utilizado por Jorge (2003), o questionário de qualidade de vida da

Organização Mundial da Saúde, traduzido por Fleck, e o questionário aplicado por Moreira

(2002).

O primeiro questionário, pré-ginástica laboral, foi aplicado pelo próprio colaborador

no dia 17 de junho de 2005 no final da jornada de trabalho. Momento em que o colaborador

orientou a forma de preenchimento deste. O anonimato foi preservado, mas os questionários

eram numerados, portanto foi possível relacionar o número do questionário a pessoa que foi

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entregue. As trabalhadoras devolveram o questionário preenchido ao recursos humanos da

empresa três dias após a entrega, e este ficou responsável de repassar ao colaborador.

Um segundo questionário estruturado (Anexo 4), foi aplicado após o término do

programa de ginástica laboral com a finalidade de avaliar questões relativas aos benefícios

desta prática na empresa. O questionário foi dividido em dois blocos. O bloco I apresenta o

mesmo mapa do desconforto postural apresentado no questionário pré-ginástica laboral. O

bloco II apresenta questões abertas e fechadas, relacionada à prática da atividade de ginástica

laboral, como, o que levou a participar do programa de ginástica laboral, se a ginástica laboral

é importante para a empresa, se em razão da ginástica laboral teve início à preocupação com a

postura no trabalho, entre outras. O questionário pós-ginástica laboral foi aplicado de maneira

semelhante ao questionário pré-ginástica laboral.

3.3.1 Registros fotográficos

O registro fotográfico teve como finalidade observar o momento exato da realização

da atividade, demonstrando as posturas durante a jornada de trabalho conforme demonstrado

nas figuras 3 e 4.

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Figura 3 - Postura adotada durante a atividade ocupacional, flexão anterior de tronco. Fonte: O autor.

Figura 4 - Postura adotada durante a atividade ocupacional, rotação de tronco.

Fonte: o autor.

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3.4 Etapas Metodológicas

O trabalho desenvolvido foi subdividido em etapas. Tendo início a primeira etapa

com levantamento bibliográfico de materiais que apresentasse conteúdo relacionado à

pesquisa, através de livros, artigos científicos, dissertações e páginas da Internet. A partir da

idéia do projeto, foi se em busca da população e amostra necessárias para a aplicabilidade do

estudo, constituindo a segunda etapa do projeto. Teve então a oportunidade de desenvolver a

pesquisa em uma empresa de confecção industrial de vestuário. Foi realizado uma reunião

com o proprietário da empresa, onde foi deixado um projeto, o mesmo que foi entregue ao

comitê de ética, para o proprietário analisar e então decidir ou não pelo desenvolvimento do

projeto. Na semana seguinte a resposta da empresa foi a favor do desenvolvimento da

pesquisa. A terceira etapa para execução do projeto foi o encaminhamento ao comitê de ética

para a sua aprovação, e continuidade do trabalho. A visita ao espaço onde a população atua,

realizando a observação e registros fotográficos constituem a quarta etapa do projeto. A

quinta etapa foi aplicação do questionário estruturado pré-ginástica laboral. A atividade da

ginástica laboral, durante 3 meses representa a sexta etapa, seguido da sétima, que representa

a aplicação do questionário pós-ginástica laboral. A última etapa foi de análise dos dados e

conclusão do trabalho.

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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Caracterização da Atividade da costureira da Industria de Confecção

As costureiras apresentam uma jornada de trabalho de 42 horas e 25 minutos

semanais, sendo de segunda a sexta-feira, o trabalho diário é de oito horas e quarenta e cinco

minutos, com uma hora para o almoço. O início das atividades se dá a partir das 8 horas e

encerramento às 18 horas. A remuneração do trabalhador é o salário fixo mais uma comissão

sobre a produção. As trabalhadoras não realizam horas extras. As costureiras necessitam

atingir metas semanais de produção, pré-estabelecida pela empresa. A população trabalhadora

é representada pelo sexo feminino, 100 %. Durante o período do mês de junho, foi implantado

o sistema de células, mediado por um engenheiro de produção. A industria dispõe de uma

profissional da área de psicologia que comparece uma vez por semana na empresa, com o

objetivo de avaliação pré-adimensional, e também realizando terapia com as profissionais

para melhora do relacionamento interpessoal. De acordo com informações do recursos

humanos, as faltas das trabalhadoras são sempre justificadas e quando isso ocorre, esta

relacionada a consultas médicas ou odontológicas. A maneira de contratação das funcionárias

se dá através de currículos que são entregue para a empresa, e que são repassados ao recursos

humanos e psicóloga. As costureiras são submetidas a um teste de observação da tarefa, para a

admissão ao trabalho. O trabalho das costureiras é supervisionado por uma chefia, que é

responsável por repassar informações sobre a realização do trabalho.

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Figura 5 - Costureira e sua atividade ocupacional. Fonte: O autor

A figura 5 demonstra a postura adotada pelas costureiras em razão da atividade

ocupacional exercida. A exigência da postura estática e repetitividade dos membros

superiores acarretam em maior desgaste físico.

4.2 Apresentação dos Dados

Para caracterizar o perfil da população estudada, foram avaliadas variáveis como

sexo, idade, estatura, peso, estado civil e grau de escolaridade. A pesquisa teve como

caracterização a totalidade dos indivíduos do sexo feminino, com vinte e cinco mulheres,

onde as mesmas responderam ao questionário pré-ginástica laboral. O questionário pós-

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ginástica laboral foi respondido por vinte e duas costureiras, pois três haviam se desligado da

empresa.

Os dados encontrados em relação a média de altura é de 1, 64m e a média de peso é

de 59 Kg. Em relação ao estado civil 68% das costureiras são casadas, 24% solteiras, 4 %

divorciadas e 4% viúvas.

Analisando a variável idade, no Gráfico 1, observa-se que a maioria das costureiras,

ou seja, 32% encontra-se na faixa etária de 18 a 25 anos, seguido de 24% com idade entre 36

a 40 anos, 16% apresentavam idade entre 31 a 35 anos, 12% acima de 45 anos, 12% com

idade entre 26 a 30 anos e 4% com idade entre 41 a 45%.

Os resultados apontam que as trabalhadoras são predominantemente adultos jovens.

0%10%20%30%40%50%60%70%80%90%

100%

PORCENTAGEM

18 a 25 anos26 a 30 anos31 a 35 anos36 a 40 anos41 a 45 anosAcima de 45 anos

Gráfico 1 - Relação entre a faixa etária e a porcentagem dos indivíduos.

Em relação ao nível de instrução. Os percentuais apontam no Gráfico 2, uma maior

concentração das costureiras com o primeiro grau completo, 40%, seguido de 32% com o

segundo grau incompleto, 20% com o primeiro grau incompleto e 8% com o segundo grau

completo. Das 25 costureiras, nenhuma apresenta grau superior cursando ou concluído.

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Observa-se através destes dados que não existe exigência de escolaridade por parte

da empresa, tendo em vista que muitas trabalhadoras não concluíram o ensino médio. Talvez

a preocupação maior da indústria seja com a experiência desta classe, com a atividade.

0%10%20%30%40%50%60%70%80%90%

100%

PORCENTAGEM

Primeiro grauincompletoPrimeiro graucompletoSegundo grauincompletoSegundo graucompletoSuperior incompleto

Superior completo

Gráfico 2 - Distribuição percentual por grau de escolaridade

As costureiras pesquisadas também foram questionadas sobre o tempo de atuação na

atividade de costura, obtendo uma média de 8 anos e 1 mês. Conforme demonstrado no

Gráfico 3. Apresentando 44% das costureiras com tempo na profissão com costura entre 1 a 5

anos. No intervalo de 6 a 10 anos encontram-se 24% da amostra, seguido de 16% com tempo

na atividade de 11 a 15 anos, sendo obtido também 16% em costureiras com o tempo desta

atividade acima de 15 anos.

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0%10%20%30%40%50%60%70%80%90%

100%

PORCENTAGEM

De 1 a 5 anosDe 6 a 10 anos De 11 a 15 anosAcima de 15 anos

Gráfico 3 - Distribuição percentual do tempo de atuação na atividade de costura.

Referente ao tempo de atuação na empresa, a média obtida foi de aproximadamente

18 meses. Como observado no Gráfico 4, 44% das funcionárias estão na empresa há no

máximo 12 meses, seguido de 24% de 13 a 24 meses, 20% de 25 a 36 meses e 12% acima de

36 meses na instituição.

0%10%20%30%40%50%60%70%80%90%

100%

PORCENTAGEM

0 a 12 meses13 a 24 meses25 a 36 mesesAcima de 36 meses

Gráfico 4 - Distribuição Percentual do Tempo de Atuação na Empresa

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Ao serem questionadas se tiveram algum afastamento da empresa por acidente de

trabalho ou lesão, a totalidade (100%) das entrevistadas responderam que não.

Tabela 2. Referente a dados profissionais.Muito

insatisfeitoInsatisfeito Nem satisfeito

Nem insatisfeitoSatisfeito Muito

satisfeitoComo é o relacionamento com os colegas de trabalho?

0% 0% 24% 64% 12%

Você gosta do seu trabalho?

0% 0% 0% 72% 28%

Em geral quão satisfeito você está com sua vida?

0% 0% 28% 44% 28%

De acordo com a tabela 2, 72% dos funcionários estão satisfeitos com o trabalho,

seguidos de 28% que estão muito satisfeitos. De acordo com Locke, citado por Moreira

(2002), o conceito de satisfação no trabalho está relacionado a um estado de prazer emocional

resultante da avaliação que o funcionário faz sobre o seu trabalho, ou seja, se o trabalho

permite o atendimento de seus objetivos e valores.

De acordo com Grando, citado por Longen (2003) quando o homem está satisfeito,

suas habilidades produtivas são quase ilimitadas, já estando insatisfeito, sua capacidade

produtiva atinge níveis baixos.

Quando questionadas o relacionamento com os colegas de trabalho, 24%

responderam que estão nem satisfeito/nem insatisfeito, 64% responderam estarem satisfeitos e

12% responderam estar muito satisfeito.

Ao serem questionadas com relação à satisfação com a própria vida, 28%

responderam que estão nem satisfeito/nem insatisfeito, 44% responderam que estavam

satisfeitos e 28% responderam estarem muito satisfeitos.

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Table 3. Referente a indicadores de saúde.Nada Muito pouco Médio Muito Completamente

Você se sente cansado durante o expediente de trabalho?

8% 24% 48% 20% 0%

Você se sente cansado após o expediente de trabalho?

8% 24% 32% 36% 0%

Você acredita que se o cansaço estiver presente, interfere no seu rendimento?

8% 12% 32% 40% 8%

Você apresenta dor durante a jornada de trabalho?

20% 36% 36% 8% 0%

Você apresenta dor após a jornada de trabalho?

12% 28% 44% 16% 0%

Você acredita que a dor se estiver presente, interfere no seu rendimento?

12% 4% 12% 56% 16%

Você apresenta energia suficiente para seu dia-adia?

0% 8% 28% 48% 16%

Quão satisfeito você está com a energia que você tem?

0% 8% 24% 56% 12%

De acordo com a tabela 3, ao serem questionadas se apresentam cansaço durante o

expediente de trabalho, 8% responderam que nada apresentam, 24% responderam muito

pouco, 48% responderam apresentar em média quantidade, 20% responderam apresentar

muito cansaço.

Ao observar as respostas em relação a apresentarem cansaço após a jornada de

trabalho, de acordo com tabela 3, 8% relatam que nada apresentam, 24% apresentam muito

pouco cansaço, 36% responderam médio e 36% sentem muito cansaço após o trabalho.

Conforme a tabela 3, ao serem questionadas se acham que o cansaço interfere no

rendimento do trabalho, 8% assinalaram na opção de que não interferem em nada, 12% não

opção que interfere muito pouco, 32% na opção médio, 40% assinalaram na opção que

interfere muito e 8% completamente.

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Ao serem questionadas, quanto à presença de dor, conforme a tabela 3:

Ocorre a presença de dor no trabalho: 20% nada apresentam, 36% apresentam muito

pouca dor, 36% apresentam dor em média quantidade e 8% apresentam muita dor.

Ocorre a presença de dor após o expediente de trabalho: 12% nada apresentam, 28%

apresentam muito pouca dor, 44% apresentam dor em média quantidade, 16% apresentam

muita dor.

Se a dor estiver presente no trabalho, apresentaria alguma alteração no rendimento

do trabalho: 12% acreditam que nada aconteceria, 4 % muito pouco influenciaria, 12%

influenciaria em média intensidade, 56% acreditam que interfere muito e 16% responderam

completamente.

De acordo com a tabela 3, ao serem questionadas se apresenta energia suficiente

para seu dia a dia, 8% apresentam pouca energia, 28% apresentam energia em média

quantidade, 48% apresentam muita energia e 16% apresentam energia completamente. As

respostas em relação à quão satisfeito estavam com a energia, 8% estavam pouco satisfeitos,

24% estavam satisfeitos em média quantidade, 48% estavam muito satisfeito e 12% estavam

completamente satisfeito.

Ao serem questionadas com relação à prática de atividade física 28% apresentam

atividade física, 72% não apresentam. Desses 28%, 8% realizam esporadicamente, 8% duas

vezes por semana e 12% mais de 3 vezes por semana.

Com relação a atividade de lazer, 76% relatavam não apresentar e 24%

apresentavam.

O diagrama a baixo mostrado nas figuras 6 e 7, demonstra as regiões que as

costureiras apresentam dor, o que está fora dos parênteses é referente ao questionário pré-

ginástica laboral, e o que está entre parênteses é referente ao questionário pós-ginástica

laboral.

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Figura 6 - Resultados do Mapa do Desconforto Postural. Fonte: O autor.

Figura 7 - Resultados do Mapa do Desconforto Postural. Fonte : O autor

Os dados a seguir serão referente ao questionário pré-ginástica laboral e pós-

ginástica laboral, o resultado que estiver entre parênteses, será do pós-ginástica laboral. Os

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órgãos bilaterais foram unidos, pois em outros estudos aparecem desta forma. Relembrando

que o questionário pré foi respondido por 25 costureiras e o questionário pós por 22

costureiras.

Da pesquisa realizada 52%/(54,5%) das costureiras apresentaram dor em região da

cabeça, dessas 24%/(22,7%) apresentaram intensidade leve, 20%/(18,2%) intensidade

moderada e 8%/(13,8%) intensidade forte. Em estudo realizado por Grandjean (1998) com

246 digitadores, para verificar a freqüência de dores no corpo devido ao trabalho sentado,

observou que 14% apresentavam dor em cabeça.

A região do pescoço apresentou 40%/(40,1%) de dor entre as costureiras, com

20%/(26,8%) de intensidade leve, 12%/(9%) intensidade moderada e 8%/(4,5%) forte.

Em estudo realizado por Santos (2002), com 38 operadoras de caixa de

supermercados, verificou que a freqüência de dor encontrada foi de 42,1%.

Ao verificar a freqüência de dor em coluna (superior + inferior), observa-se que

48%/ (59%) da amostra, ou seja, 12 costureiras, apresentaram dor em ao menos uma das

colunas, sendo 12,6%/(28%) com intensidade leve, 16,7%/(17%) com intensidade moderada e

18,7%/(14%) forte.

Moraes et al. (2002), realizou um estudo com seis costureiras de um hospital

universitário, e constatou que 100% apresentavam dor em coluna lombar e 66,6% dor em

região cervical.

Um estudo realizado por Pinto (2003), com 37 dentistas, observou que 38%

apresentavam dor em região da coluna.

Durante a realização do trabalho, a posição sentada para realizar os procedimentos

de costura, ocorria em sua maioria, sem o encosto da cadeira. Em alguns casos, para obter

maior visualização e precisão de seus movimentos, necessitava aproximar-se da máquina e,

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dessa forma, acabava girando o tronco e inclinando-o para frente, por conseguinte, gerando

mais sobrecarga na coluna vertebral.

A ocorrência de dor em ombros foi de 44%/(40,1%), sendo 19,8%/(24,5%) com

intensidade leve, 13,2%/(2,2%) intensidade moderada e 11% intensidade forte.

A repetitividade dos movimentos em membros superiores, com flexão de ombro,

flexão de cotovelo e flexão de punho, e de acordo com Ranney (2000), esses fatores de

estresses tendem a levar a dor por atividade muscular e tendinosa excessiva.

Moreira (2002), em seu estudo com trabalhadores de um laboratório, verificou que

60% de sua amostra relatam dor em coluna e ombros, a explicação por ele dada, é que devido

aos vícios posturais, a maioria inclina o tronco para frente para alcançar materiais e objetos de

trabalho, seja um microscópio ou um teclado. Neste estudo com costureiras (Figura 8), as

mesmas apresentam gestos de movimentos semelhantes ao citado por Moreira (2002).

Figura 8 - Postura anterior de tronco, flexão anterior de coluna cervical, flexão de membros superiores.Fonte: O autor.

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A freqüência de algia em região dos cotovelos é de 28%/(31,8%), visto que

21%/(26%) com intensidade leve, 4,6%/(5,8%) intensidade moderada e 2,4%/(0%)

intensidade forte.

Ao observar as estruturas que compõem o punho e mão, verificou-se a região do

punho, apresenta 24%(36,3%) de indivíduos com presença de dor, sendo 0%/(19,3%) com

intensidade leve, 10%/(14,5%) com intensidade moderada e 14%/(2,5%) intensidade forte. A

região da palma da mão apresenta 20%/(18,2%) das costureiras com dor, das quais

15,5%/(10,4%) intensidade leve, 0%/(7,8%) intensidade moderada e 4,5%/(0%) intensidade

forte. Os polegares apresentam 28%/(22,8%) da amostra com algia, sendo 18%/(9,11%)

intensidade leve, 6%/(9,11%) intensidade moderada e 4%/(4,6%) intensidade forte. A região

dos dedos 28%/(27,3%) das trabalhadoras apresentaram dor, com 12,9%/(10,9%) intensidade

leve, 12,9%/(16,4%) intensidade moderada, 2,2%/(0%) intensidade forte.

Segundo Martins (2000), um estudo com 26 funcionários da reitoria da Universidade

Federal de Santa Catarina (UFSC), dos setores da Secretaria de Planejamento, Gabinete do

Reitor e Departamento de Contas e Finanças, onde 42,3% apresentavam dor em pescoço,

42,3% apresentavam dor em coluna, seguido 30,8% em ombros e 23,1% em dedos.

A região dos quadris apresenta 44%/(45,5%) da amostra com algia. Sendo

20,9%/(25,6%) intensidade leve, 6,9%/(17%) intensidade moderada e 16,2%/(2,9%)

intensidade forte.

No estudo realizado por Moraes et al. (2002), observou que 50% das costureiras

apresentaram dor em região de quadril.

A ocorrência de dor nas coxas abrange 28%/(27,3%) das costureiras, onde

17,2%/(14,9%) com intensidade leve, 4,3%/(5%) intensidade moderada e 6,5%/(7,4%) com

intensidade forte.

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Ao verificar a incidência de dor em região dos joelhos, 44%/(40,1%) das

funcionárias pesquisadas apresentaram. Sendo que 28,6%/(25%) intensidade leve,

11%/(15,5%) intensidade moderada e 4,4%/(2,6%) intensidade forte. De acordo com

Grandjean (1998), em seu estudo com 246 funcionários que trabalhavam com postura sentada,

a amostra apresentou 29% de dor em pés e joelhos.

Os tornozelos são motivo de dor para 32%/(31,8%) da amostra, com 12,8%/(17,1%)

intensidade leve, 17%/(9,8%) intensidade moderada e 2,2%/(4,9%) intensidade forte.

No estudo realizado por Santos (2002) 21,1% das caixas de supermercado

apresentavam dor em região dos joelhos e 13,2% dor em tornozelos.

Moraes, Moro e Aguiar (2001) Sabendo que os trabalhadores são alvo de inúmeras

doenças ocupacionais, conseguiram comprovar que a prática da Ginástica Laboral dentro e

fora do contexto organizacional contribui significamente na redução de dores localizadas.

Gráfico 5 - Distribuição percentual de pessoas com dor antes e após o protocolo de ginástica laboral.

Conforme demonstrado no gráfico 5, a presença de dor em região de coluna teve

aumento se comparado pré e pós a prática da ginástica laboral, Esse aumento pode estar

relacionado a redução da amostra, de 25 para 22 costureiras, visto que as 3 funcionárias que

se desligaram da empresa, não apresentavam queixas de dores em coluna, isso verificado no

questionário pré-ginástica laboral.

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Gráfico 6 - Relação da intensidade da dor antes e após o protocolo de ginástica laboral.

Conforme observado no gráfico 6, a intensidade de dor em região de coluna

apresentou diminuição.

Foi escolhida a coluna para ser demonstrada nos gráficos acima, visto que esta

região é a mais acometida pelo trabalho na postura sentada, de acordo com diversos autores. É

verificado que a região de coluna, principalmente a lombar, é a região mais acometida pela

postura sentada, de acordo com diversos autores.

4.3 Expectativa quanto ao Programa de Ginástica Laboral

No questionário pós-ginástica laboral todas as costureiras que participaram do

projeto de ginástica laboral responderam a questões, relacionada à importância da ginástica

laboral, o motivo que as levou a participar do projeto, a importância da continuidade do

projeto, se em razão do projeto as costureiras passaram a se preocupar com as posturas no

trabalho, quanto à quantidade de aplicação da ginástica durante a semana, se o tempo de

aplicação foi satisfatório, como foi o relacionamento com os colegas durante a prática da

ginástica laboral e o ambiente de trabalho.

Quanto à importância do desenvolvimento da ginástica laboral na empresa, 22

profissionais, ou seja, 100%, responderam que acham importante o desenvolvimento.

O motivo que levou a participação da empresa foi questionado. Os percentuais

encontrados são que 19 das trabalhadoras (86,36%) assinalaram a opção que acha que é

importante para a saúde, as 3 costureiras restantes (13,64%) assinalaram a opção que acha que

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é importante para a saúde, juntamente com a opção que foi por indicação médica, sendo para

a prática de atividade física.

Questionadas em relação à continuidade da prática da ginástica laboral na empresa,

após a conclusão deste projeto. Os dados revelam que 95,45% (21 participantes) responderam

que sim, e 4,55% (1 participante) respondeu que não.

Em relação à postura, se após aplicação do projeto de ginástica laboral, os

participantes passaram a se preocupar com a postura no local de trabalho, 95,45% (21

participantes) responderam que sim, e 4,55% (1 participante) respondeu que não.

Uma pesquisa realizada por Barcelos e citado por Militão (2001), foi aplicado

ginástica laboral nos funcionários do SENAI e observou que esses exercícios auxiliaram na

percepção corporal, fazendo com que os funcionários adotassem posturas mais adequadas.

Questionadas a respeito da quantidade de vezes que a prática da ginástica laboral

fosse realizada na empresa durante a semana, 40,9% (9 participantes) responderam que

gostariam que fosse realizada 5 vezes por semana, 9,1% (2 participantes) responderam 4

vezes por semana, 40,9% (9 participantes) responderam 3 vezes por semana e 9,1% (2

participantes) responderam 2 vezes por semana.

Quanto à duração da prática da ginástica laboral, se o tempo de 15 minutos foi ou

não satisfatório. Para a totalidade dos participantes, 100%, a duração da prática foi

satisfatória.

Em relação ao ambiente de trabalho durante a aplicação da ginástica laboral. Os

dados revelam que 95,45% (21 participantes) responderam que foi satisfatório, e 4,55% (1

participante) respondeu que foi insatisfatório.

Com relação ao relacionamento com os colegas durante a prática da ginástica

laboral. A totalidade dos participantes, 100%, responderam que foi satisfatório.

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Questionadas a respeito de que a ginástica laboral interfere no bem estar, 95, 45%

(21 participantes) responderam que foi satisfatório, e 4,55% (1 participante) respondeu que

não interferiu.

A preocupação com o bem-estar das costureiras durante e após o cotidiano

profissional já vem sendo estudada, sendo a dor e o desconforto corporal, além da má postura,

fatores determinantes para o aparecimento de doenças ocupacionais, causando incômodos e

em outros casos, impedindo o desempenho profissional das costureiras. De acordo com o

presente estudo e com a literatura pesquisada, pôde-se constatar que a busca de uma solução

que traga as costureiras condições favoráveis, que as leve a uma melhora no bem-estar,

redução da intensidade dolorosas já presentes, melhora da postura de trabalho, poderá ser

alcançada, por exemplo, através da ginástica laboral, principalmente com exercícios para a

compensação dos esforços e sobrecargas mio-articulares geradas pelo fatigante trabalho

exercido.

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5 CONCLUSÃO

A atividade das costureiras industriais como evidenciado na pesquisa, é considerada

de risco devido às condições em que realizam suas atividades, sobretudo as posturais.

Conforme os objetivos propostos pelo estudo, dentro das limitações que a pesquisa

apresentou e como resultado final do trabalho, pôde-se concluir que:

• através das questões pesquisadas, constatou-se que as áreas corporais de maior

prevalência de dor e desconforto corporal entre costureiras são a cabeça e coluna;

• observou que 94,45% da amostra, demonstraram-se satisfeitas com o projeto de

ginástica laboral, o mesmo percentual ao questionamento sobre o bem estar;

• a aplicação do programa de ginástica laboral em costureiras mostrou que esta

medida colocada em prática contribuiu para minimizar a presença dos sintomas de dor em

algumas regiões, a redução da intensidade de dor foi verificada na grande maioria das regiões;

• a partir da prática da ginástica laboral, esta exerceu influência na postura do

trabalho em 94,5% da amostra.

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ANEXO 1 – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

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TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Nome da Pesquisa : Benefícios da Ginástica Laboral :Um estudo com costureiras

industriais

Colaborador: Josué Manoel de Assis Júnior

Pesquisador Responsável: Profª Ms Maria do Carmo Teixeira Carvalho Jorge

Telefone para contato: (45) 9971-3806 / (45) 3326-7039

Objetivo: Observar as regiões com maior incidência de dor. Analisar os benefícios da

ginástica laboral na localização e intensidade da dor, no bem estar, na satisfação, e na postura

de trabalho, de costureiras industriais.

Justificativa: A importância deste trabalho está relacionada a grande incidência de

costureiras que permanecem na mesma postura durante a jornada de trabalho, desenvolvendo

dores e posturas inadequadas, além de interferir negativamente na qualidade de vida e na

produtividade.

Procedimento: Cada costureira responderá a um questionário relacionado ao seu cotidiano.

Após a coleta dos dados, será realizado ginástica laboral direcionada as costureiras, com

duração de quinze minutos, três vezes por semana, durante dois meses.

Riscos: De acordo com a literatura atual, os procedimentos do estudo não apresentam riscos

aos participantes, visto que são simples avaliações e exercícios físicos, respeitando a

capacidade e a individualidade de cada pessoa.

Custos adicionais: Não haverá custos adicionais para os participantes.

Sua participação será muito importante para a realização desta pesquisa.

_________________________________________

Assinatura do Pesquisador

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Abaixo assinado, tendo recebido as informações anteriores, e ciente dos

meus direitos baixo relacionados, concordo em participar da pesquisa:

1.A garantia de receber a resposta a qualquer pergunta ou esclarecimento a dúvidas acerca

dos procedimentos , riscos, benefícios e outros relacionados com a pesquisa;

2. A liberdade de retirar meu consentimento a qualquer momento e deixar de participar do

estudo;

3. A segurança de que não serei identificado e que será mantido o caráter confidencial das

informações relacionadas com a minha privacidade;

4. O compromisso de me proporcionar informação atualizada durante o estudo ,ainda que

possa afetar minha vontade de continuar participando.

Declaro estar ciente do exposto acima e desejo participar da pesquisa.

Cascavel ___,________________ de 2005.

Nome: ______________________________________________ RG: __________________

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ANEXO 2 – PROTOCOLO DE GINÁSTICA LABORAL

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Protocolo de Exercícios

# Rotação cervical à direita. O mesmo realizado à esquerda.

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# Extensão da região cervical.

# Inclinação lateral direita. O mesmo sendo realizado à esquerda.

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# Alongamento da região cervical lateral direita. O mesmo realizado à esquerda.

# Elevação da cintura escapular.

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# Alongamento dos extensores do cotovelo.O mesmo realizado à esquerda.

# Alongamento dos extensores do cotovelo, porção média do deltóide e região escapular direita. O mesmo realizado à esquerda.

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# Alongamento da região escapular.

# Elevação dos membros superiores.

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#Alongamento dos flexores do complexo punho e mão, no membro superior esquerdo. O mesmo realizado com o membro superior direito.

# Alongamento dos extensores do complexo punho e mão, no membro superior esquerdo. O mesmo realizado com o membro superior direito.

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# Inclinação anterior de tronco e alongamento da cadeia muscular posterior do membro inferior esquerdo. O mesmo realizado com o membro inferior direito.

# Alongamento dos flexores plantares e dos flexores do quadril do membro inferior esquerdo. O mesmo realizado com o membro inferior direito.

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# Inclinação anterior de tronco associada à rotação para a direita, alongamento da cadeia posterior. O mesmo realizado à esquerda.

# Inclinação anterior de tronco, alongamento da cadeia posterior.

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ANEXO 3 – QUESTIONÁRIO PRÉ-GINÁSTICA LABORAL

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QUESTIONÁRIO – PRÉ-GINÁSTICA LABORAL

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ – UNIOESTE

CAMPUS CASCAVEL

CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE – CCBS

COLEGIADO DE FISIOTERAPIA

Colaborador: Josué Manoel de Assis Júnior

Pesquisadora: Prof.Ms Maria do Carmo Teixeira Carvalho Jorge

DATA: 17/06/05

Número do Questionário: ________

I - DADOS PESSOAIS

Sexo ( ) M ( ) F Idade:___________anos

Estatura: _______metros Peso: _______ Kg

Estado civil: ( ) casado(a) ( ) solteiro(a) ( ) divorciado(a) ( ) viúvo(a) ( ) outros

Grau de escolaridade: ( ) primeiro grau incompleto ( ) primeiro grau completo

( ) segundo grau incompleto ( )segundo grau completo ( ) ensino superior incompleto

( ) ensino superior completo

Instruções: Este questionário é sobre como você se sente a respeito do seu trabalho, sua

qualidade de vida e saúde. Por favor, responda todas as questões.

II – DADOS PROFISSIONAIS

1)Há quanto tempo trabalha com essa atividade?

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2)Há quanto tempo está na empresa?

3)Qual o horário do expediente de trabalho?

4)Apresenta pausa durante o turno de trabalho? Se apresenta, quanto tempo?

5)Como é o relacionamento com os colegas de trabalho?Muito insatisfeito Insatisfeito Nem insatisfeito

Nem satisfeitoSatisfeito Muito satisfeito

1 2 3 4 5

6)Você gosta do seu trabalho? Muito insatisfeito Insatisfeito Nem insatisfeito

Nem satisfeitoSatisfeito Muito satisfeito

1 2 3 4 5

7) Em geral quão satisfeito você esta com a sua vida?

Muito insatisfeito Insatisfeito Nem insatisfeitoNem satisfeito

Satisfeito Muito satisfeito

1 2 3 4 5

III – INDICADORES DE SAÚDE

8)Já teve algum afastamento por acidente de trabalho ou lesão? Especifique o problema e o tempo de afastamento.

9)Você sente cansaço durante a jornada de trabalho?Nada Muito pouco Médio Muito Completamente

1 2 3 4 5

10)Você se sente cansado após o expediente de trabalho?Nada Muito pouco Médio Muito Completamente

1 2 3 4 5

11)Você acredita que o cansaço se estiver presente, interfere no seu rendimento? Nada Muito pouco Médio Muito Completamente

1 2 3 4 5

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12)Você apresenta dor durante a jornada de trabalho?Nada Muito pouco Médio Muito Completamente

1 2 3 4 5

13)Você apresenta dor após a jornada de trabalho?Nada Muito pouco Médio Muito Completamente

1 2 3 4 5

14) Você acredita que a dor se estiver presente, interfere no seu rendimento?

Nada Muito pouco Médio Muito Completamente

1 2 3 4 5

15) Você apresenta energia suficiente para seu dia-a-dia?

Nada Muito pouco Médio Muito Completamente

1 2 3 4 5

16) Quão satisfeito você esta com a energia (disposição) que você tem? Nada Muito pouco Médio Muito Completamente

1 2 3 4 5

IV – DADOS RELACIONADOS À ATIVIDADE FÍSICA E LAZER

17) Você pratica atividade física?( ) Sim ( ) Não

17.1 Com qual freqüência você pratica atividade física?

( )esporadicamente ( ) 1 vez por semana ( ) duas vezes por semana ( ) mais de 3 vezes

17.2 Têm atividade de lazer?

( ) Sim ( ) Não

Que Tipo? __________________

18) O que mais deixa você estressado no trabalho?

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V- MAPA DO DESCONFORTO POSTURAL

A Figura a seguir mostra o corpo humano como ele foi dividido. Por favor, responda as questões correspondentes a cada área, de acordo com o grau de desconforto ou dor percebida (sentido) durante a sua jornada de trabalho. A intensidade do desconforto/ dor corporal foi dividido em 3 categorias (escalas) de acordo com os números, obedecendo às intensidades.

1. Cabeça Leve (1) Moderado (2) Forte (3)

2.PescoçoLeve (1) Moderado (2) Forte (3)

3.Ombro Lado DireitoLeve (1) Moderado (2) Forte (3)

Lado Esquerdo

Leve (1) Moderado (2) Forte (3)

4. Cotovelo Lado DireitoLeve (1) Moderado (2) Forte (3)

Lado EsquerdoLeve (1) Moderado (2) Forte (3)

5. Coluna Superior

Quadril e nádegas

PescoçoOmbros

Coluna superior

Cabeça

Coluna Inferior

Punhos e mãos

Coxas

Joelhos

Tornozelos e pés

Cotovelos

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Leve (1) Moderado (2) Forte (3)

6.Coluna Inferior Leve (1) Moderado (2) Forte (3)

7.Quadril e nádegas Lado DireitoLeve (1) Moderado (2) Forte (3)

Lado Esquerdo

Leve (1) Moderado (2) Forte (3)

8.Coxa Lado DireitoLeve (1) Moderado (2) Forte (3)

Lado Esquerdo

Leve (1) Moderado (2) Forte (3)

9.Joelho Lado DireitoLeve (1) Moderado (2) Forte (3)

Lado EsquerdoLeve (1) Moderado (2) Forte (3)

10.Tornozelo e pé Lado DireitoLeve (1) Moderado (2) Forte (3)

Lado EsquerdoLeve (1) Moderado (2) Forte (3)

11. Punho e Mão (e dedos)

PolegarLado Direito Lado Esquerdo

Outros dedos Lado Direito Lado Esquerdo

da mão Lado Direito Lado Esquerdo

Punho

Lado Direito Lado Esquerdo

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ANEXO 4 – QUESTIONÁRIO PÓS-GINÁSTICA LABORAL

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QUESTIONÁRIO – PÓS-GINÁSTICA LABORAL

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ – UNIOESTECAMPUS CASCAVEL

CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE – CCBS COLEGIADO DE FISIOTERAPIA

Colaborador: Josué Manoel de Assis Júnior

Pesquisadora: Prof.Ms Maria do Carmo Teixeira Carvalho Jorge

DATA: 05/10/05

Número do Questionário: ________

I - MAPA DO DESCONFORTO POSTURAL

A Figura a seguir mostra o corpo humano como ele foi dividido. Por favor, responda as questões correspondentes a cada área, de acordo com o grau de desconforto ou dor percebida (sentido) durante a sua jornada de trabalho. A intensidade do desconforto/ dor corporal foi dividido em 3 categorias (escalas) de acordo com os números, obedecendo às intensidades.

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1.Cabeça

(1) Leve (2) Moderado (3) Forte

2.Pescoço

(1) Leve (2) Moderado (3) Forte

3.Ombro Lado Direito

(1) Leve (2) Moderado (3) Forte

Lado Esquerdo

(1) Leve (2) Moderado (3) Forte

4. Cotovelo Lado Direito

(1) Leve (2) Moderado (3) Forte

Lado Esquerdo

(1) Leve (2) Moderado (3) Forte

5.Coluna Superior

Quadril e nádegas

Pescoço

OmbrosColuna superior

Cabeça

Coluna Inferior

Punhos e mãos

Coxas

Joelhos

Tornozelos e pés

Cotovelos

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(1) Leve (2) Moderado (3) Forte

6.Coluna Inferior

(1) Leve (2) Moderado (3) Forte

7.Quadril e nádegas Lado Direito

(1) Leve (2) Moderado (3) Forte

Lado Esquerdo

(1) Leve (2) Moderado (3) Forte

8.Coxa Lado Direito

(1) Leve (2) Moderado (3) Forte

Lado Esquerdo

(1) Leve (2) Moderado (3) Forte

9.Joelho Lado Direito

(1) Leve (2) Moderado (3) Forte

Lado Esquerdo

(1) Leve (2) Moderado (3) Forte

10.Tornozelo e pé Lado Direito

(1) Leve (2) Moderado (3) Forte

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Lado Esquerdo

(1) Leve (2) Moderado (3) Forte

11. Punho e Mão (e dedos) (no diagrama à baixo) .

II - EXPECTATIVA QUANTO AO PROGRAMA DE GINÁSTICA LABORAL

1)O que levou você a participar do programa de Ginástica Laboral na empresa?

( ) Imposição da empresa.( ) Porque acha que é importante para a saúde.( ) Por indicação médica, para a prática de atividade física.( ) Por outro motivo. Qual?

2)Você acha importante o desenvolvimento da Ginástica Laboral na empresa?

( ) Sim( ) Não

Polegar

Lado Direito

Lado Esquerdo

Lado Direito

Lado Esquerdo

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3)Em razão da Ginástica laboral, você passou a se preocupar com sua postura no seu local de trabalho?

( ) Sim( )Não

4)Você acha importante a continuidade da prática da Ginástica Laboral nesta empresa, após a conclusão deste projeto de pesquisa?

( ) Sim. Por quê?

( ) Não. Por quê?

5)Você gostaria que a Ginástica Laboral fosse realizada:( ) Um dia por semana( ) Dois dias por semana( ) Três dias por semana( ) Quatro dias por semana( ) Cinco dias por semana( ) Não fosse realizada

6)Em relação à prática da Ginástica Laboral:

a) O tempo de 15 minutos de aplicação foi: ( ) satisfatório ( ) insatisfatórioSe você respondeu insatisfatório, gostaria que o tempo de aplicação fosse quanto?

b) Durante a prática da Ginástica Laboral, o ambiente de trabalho foi: ( ) satisfatório ( ) insatisfatório

c) Durante a prática da Ginástica Laboral, o relacionamento com os colegas foi:( ) satisfatório ( ) insatisfatório

7) A Ginástica laboral teve atuação no seu bem estar, de que maneira:( ) satisfatório ( ) insatisfatório( ) não interferiu

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ANEXO 5 – TERMO DE APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA