anÁlise do fluxo de pessoas no sistema de acesso em...

18
ANÁLISE DO FLUXO DE PESSOAS NO SISTEMA DE ACESSO EM UMA UNIVERSIDADE - UMA APLICAÇÃO DA TEORIA DAS FILAS UTILIZANDO O PROMODEL® Thiago Costa Carvalho (UFERSA ) [email protected] DANILO JERONIMO DA SILVA (UNP ) [email protected] Adriana Fonseca Mendes (UNP ) [email protected] A satisfação do cliente consiste em elemento essencial a sobrevivência de qualquer organização, ainda mais em cenários altamente competitivos, como os atuais. No âmbito do estudo do fluxo de pessoas, os impactos aos requisitos de satisfaçãoo e qualidade dos processos ocasionados pelo tempo de espera em fila são bastante relevantes. Com o aumento do número de Instituições de Ensino Superior no Brasil e consequentemente a quantidade de alunos e servidores, tem-se buscado cada vez mais maneiras de controlar o acesso destas pessoas, de forma a garantir a segurança assim como a satisfação de ambos, esta última relacionada especificamente ao tempo de espera nas filas para o acesso as referidas organizações. O atual cenário encontrado na Universidade, quando analisado sob a lógica de acesso, ocorrido por atendentes eletrônicos apresenta frequentes formações de filas e fluxos de entrada/saída altamente desorganizados. Diante disso, a presente pesquisa do tipo descritiva visa fornecer cenários através da simulação computacional para diminuir o tempo de espera em filas. Palavras-chave: Fluxo de pessoas, Teoria das Filas, Simulação de Processos XXXVI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCÃO Contribuições da Engenharia de Produção para Melhores Práticas de Gestão e Modernização do Brasil João Pessoa/PB, Brasil, de 03 a 06 de outubro de 2016.

Upload: others

Post on 24-Oct-2020

6 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • ANÁLISE DO FLUXO DE PESSOAS NO

    SISTEMA DE ACESSO EM UMA

    UNIVERSIDADE - UMA APLICAÇÃO DA

    TEORIA DAS FILAS UTILIZANDO O

    PROMODEL®

    Thiago Costa Carvalho (UFERSA )

    [email protected]

    DANILO JERONIMO DA SILVA (UNP )

    [email protected]

    Adriana Fonseca Mendes (UNP )

    [email protected]

    A satisfação do cliente consiste em elemento essencial a sobrevivência

    de qualquer organização, ainda mais em cenários altamente

    competitivos, como os atuais. No âmbito do estudo do fluxo de pessoas,

    os impactos aos requisitos de satisfaçãoo e qualidade dos processos

    ocasionados pelo tempo de espera em fila são bastante relevantes.

    Com o aumento do número de Instituições de Ensino Superior no

    Brasil e consequentemente a quantidade de alunos e servidores, tem-se

    buscado cada vez mais maneiras de controlar o acesso destas pessoas,

    de forma a garantir a segurança assim como a satisfação de ambos,

    esta última relacionada especificamente ao tempo de espera nas filas

    para o acesso as referidas organizações. O atual cenário encontrado

    na Universidade, quando analisado sob a lógica de acesso, ocorrido

    por atendentes eletrônicos apresenta frequentes formações de filas e

    fluxos de entrada/saída altamente desorganizados. Diante disso, a

    presente pesquisa do tipo descritiva visa fornecer cenários através da

    simulação computacional para diminuir o tempo de espera em filas.

    Palavras-chave: Fluxo de pessoas, Teoria das Filas, Simulação de

    Processos

    XXXVI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCÃO Contribuições da Engenharia de Produção para Melhores Práticas de Gestão e Modernização do Brasil

    João Pessoa/PB, Brasil, de 03 a 06 de outubro de 2016.

  • XXXVI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCÃO Contribuições da Engenharia de Produção para Melhores Práticas de Gestão e Modernização do Brasil

    João_Pessoa/PB, Brasil, de 03 a 06 de outubro de 2016. .

    2

    1 Introdução

    Atualmente a competitividade nas organizações está cada vez mais ampliada,

    tornando-se assim, a satisfação do cliente uma variável de suma importância nesse cenário de

    competição. Cobra (2009), afirma que para satisfazer o cliente é necessário investir em

    tecnologias, melhorando os produtos ou serviços de uma empresa, além de saber o que o

    cliente realmente quer.

    Kotler (2007) declara que a sensação de prazer é de suma importância para que haja

    satisfação, tanto de suas necessidades quanto de seus desejos. É sobre essa visão que as

    empresas devem se capacitar para atingir resultados satisfatórios que as favoreça, o autor

    ainda explica que o atendimento ao cliente é resultado da soma de todas as tarefas que

    facilitam o acesso dos clientes aos atendentes dentro de uma organização, a fim de receberem

    respostas, serviços e soluções de maneira rápida e satisfatória.

    Diante do contexto de satisfação do cliente em relação à qualidade do atendimento é

    necessário frisar que o fluxo de pessoas dentro de uma empresa é primordial para ditar a

    velocidade com que esse indivíduo será atendido, satisfazendo todos os requisitos de

    satisfação e qualidade no processo. É necessário perceber a necessidade de melhoria contínua

    para se atingir a qualidade e que, a otimização de processos, no atendimento, é primordial

    para o sucesso da organização.

    Nos últimos anos houve um aumento de instituição de ensino superior no Brasil,

    devido a alguns programas governamentais que proporcionaram formas fáceis de acesso a

    universidades e faculdades no País, programas estes como PROUNI (Programa Universidade

    para Todos) e FIES (Fundo de Financiamento Estudantil), gerando assim um aumento

    significativo de alunos nessas instituições de ensino aumento, assim, o fluxo dos mesmos

    nessas organizações.

    O surgimento de filas no acesso as organizações, independentemente se esse processo

    for feito eletronicamente (catracas) ou não, é sempre uma problemática para as empresas, pois

    a sensação de satisfação será anulada devido ao tempo de espera em filas. É através dessa

    problemática que se apresenta o interesse de buscar soluções, através de métodos que

    proporcionem a analise de dados e simulação de desempenho de cenários desconhecidos,

    analisando variáveis como tempo de espera em fila, taxa de utilização, intervalos entre

    chegadas, tamanho de filas entre outros.

  • XXXVI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCÃO Contribuições da Engenharia de Produção para Melhores Práticas de Gestão e Modernização do Brasil

    João_Pessoa/PB, Brasil, de 03 a 06 de outubro de 2016. .

    3

    O atual cenário encontrado dentro da instituição mostra algumas disparidades quando

    relacionada à qualidade. Observa-se que nos horários de pico o surgimento de filas é notório,

    assim como o fluxo de entrada e saída é desorganizado.

    Assim, o presente trabalho tem o intuito de analisar e simular o surgimento e o

    comportamento das filas no sistema durante o período de pico. Para se atingir o intuito do

    trabalho é necessário primeiro responder algumas indagações como: o número de

    “atendentes” são suficientes para a demanda de pessoas que ali circulam diariamente? O

    tempo de utilização nas catracas é constante? O que mais aumenta o tempo de espera em

    filas? Quais são os principais gargalos observados? A partir dessas observações é primordial a

    analise da taxa de chegada ao sistema, durante o período estudado, identificar os motivos para

    o surgimento das filas, realizar a coleta dados como tempo de operação e tempo de espera,

    simular cenários e mostrar soluções para a problemática.

    A metodologia que foi seguida para atingir o que se propõe é composta de um estudo

    através da cronometragem do fluxo de pessoas no sistema de acesso da universidade,

    analisados através da coleta de dados e, por conseguinte, demonstrar alguns cenários através

    do software ProModeL®, para analisar a melhor opção de melhoramento do caso estudado.

    2 Referencial Teórico

    2.1 Teoria das Filas

    Atualmente podemos encontrar filas em diversos lugares, como em supermercados,

    bancos, engarrafamentos, propondo aos clientes transtornos, aborrecimentos, insatisfações,

    ocasionados pelo tempo de espera em filas, ocasionado pelo alto fluxo de pessoas em um

    sistema em que há poucos atendentes.

    Para Krajewski, Ritzman, Malhotra (2009), a fila é um desequilíbrio temporário

    ocasionado pela demanda de um sistema e a capacidade do sistema em atender essa demanda.

    De acordo com Bateman et al.(2013), um sistema é um conjunto de entidades, que

    podem ser de pessoas, máquinas, peças, métodos, cujo estão organizados e trabalhando e um

    objetivo específico.

    Andrade (2009) destaca que diversos fatores podem interferir na operação de um

    sistema como: Forma de chegadas, forma dos atendimentos, disciplina de fila e estrutura do

    sistema. A Figura 1 relata que os clientes entram no sistema, aguardam atendimento, são

    atendidos e deixam o sistema. Nesse contexto de teorias das filas existem algumas variáveis

  • XXXVI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCÃO Contribuições da Engenharia de Produção para Melhores Práticas de Gestão e Modernização do Brasil

    João_Pessoa/PB, Brasil, de 03 a 06 de outubro de 2016. .

    4

    que devem ser estudas, abaixo segue uma figura que servirá de base para determinados

    assuntos.

    Figura 1- Sistema de filas

    Fonte: Prado (2009)

    Para Prado (2009) são três as medidas de desempenho que definem o estudo de filas:

    tempo de espera de fia e no sistema, quantidades de clientes na fila e também dentro do

    sistema, e ainda a ociosidade atingidas pelos servidores. Assim observa-se na figura 2 a

    especificação dessas medidas clássicas. A variável γ representa o ritmo de chegas ao sistema e

    a variável µ, representa o tempo médio de atendimento.

    Figura 2- Medidas de desempenho

    Fonte: Prado (2009).

    2.1.1 Distribuições de Probabilidade

    Segundo Bateman et al.(2013), é necessária que os dados se encaixe no sistema real e ,

    diante disso deve-se saber que algumas informações não podem ser simplificadas apenas

    como um simples parâmetro, tais como tempo de chegada ou tempo de operação, pois essas

    variáveis variam de acordo com o tempo, assim é importante que esses dados possam estar

    contida durante a simulação de forma aleatória, pois, ainda segundo o autor, uma variável

  • XXXVI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCÃO Contribuições da Engenharia de Produção para Melhores Práticas de Gestão e Modernização do Brasil

    João_Pessoa/PB, Brasil, de 03 a 06 de outubro de 2016. .

    5

    aleatória é uma variável que possui uma saída determinada pelo resultado de um experimento,

    fazendo necessário assim a utilização da distribuição matemática.

    Para Montgomery e Runger (2003) a distribuição de probabilidades são medidas que

    se relaciona com a frequência relativa de um determinado evento que virá acontecer ou que já

    ocorreu, tais como tempo de chegada onde a variável aleatória tem sua saída através do

    resultado do experimento. Sendo assim, é importante saber qual distribuição é mais adequada

    para ser utilizada, pois são formas de representar dados empíricos ajudando a nivelar

    irregularidades que podem ter ocorrido durante a coleta de dados.

    Varias são as distribuições de probabilidade dessa forma é importante entender as

    características dessas distribuições, no caso desse estudo foram utilizadas as distribuições a

    seguir.

    Distribuição de Poisson

    Segundo Bateman et al.(2013), está relacionada com a taxa de chegada, mostra a

    probabilidade com um número finito de sucessos, dentro de um intervalo de tempo ou área. O

    processo de chegadas de uma fila refere-se ao modelo de Poisson, sendo exponencialmente

    distribuídos. A variável aleatória de Poisson (λ) designa o número de “sucessos” para n

    observações (ou subintervalos). É dada, através do parâmetro λ e a função de densidade de

    probabilidade é dada por:

    (1)

    Distribuição Exponencial Negativa

    Para Moretin e Toloi (2009) a distribuição é bastante utilizada quando se quer obter

    aleatoriedade entre o tempo de chegadas de clientes em um sistema, também é bastante

    referida aos sistemas de espera, completar tarefa ou falha da máquina. Possui a seguinte

    função de densidade de probabilidade:

    ; onde β é a variância. (2)

    Distribuição Normal

    Dowring e Clark (2010) reforça que a distribuição normal é usada para variável

    aleatória comum, onde os valores extremos são menos prováveis do que os valores

  • XXXVI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCÃO Contribuições da Engenharia de Produção para Melhores Práticas de Gestão e Modernização do Brasil

    João_Pessoa/PB, Brasil, de 03 a 06 de outubro de 2016. .

    6

    moderados, possui forma de sino com pico representado pela média ( ) e forma pela variância

    ( . Para a distribuição normal, onde x é uma variável aleatória, usa-se:

    (3)

    Distribuição Log-normal

    Para Montgmery e Runger (2003), assim como uma distribuição normal aparece quando

    são somadas várias variáveis independentes a distribuição log-normal aparece naturalmente

    como o produto de várias variáveis independentes (sempre positivas). Sua Função de

    densidade de probabilidade é dada por:

    (4)

    2.2 Simulação de processos

    A técnica de simulação esta sempre voltada ao sistema, pois o que se deve ser sempre

    simulado é um sistema. Bateman et al.(2013),a simulação de um sistema é a experimentação

    de um modelo real, permitindo representar quão seria significativa as suas mudanças ,

    colaborando para as tomadas de decisões.

    É importante destacar que para realizar uma simulação é necessário colher dados de

    todas as variáveis que interfiram no sistema, além de conhecer a área a ser analisada. Carson

    (2004) enfatiza que o sucesso de um projeto depende de um conjunto de etapas que devem ser

    alcançadas.

    Para Chwif e Medina (2006) os resultados da simulação e da otimização permitem

    encontrar diversas formas para que os problemas das organizações sejam solucionados e

    afirmam que os modelos de simulação são considerados de natureza dinâmicos e aleatórios,

    assim os mesmos conseguem criar cenários mais próximos da realidade. A simulação

    computacional é dividida em três categorias:

    Simulação de Monte Carlo: também conhecida como simulação estática, pois

    não trata o tempo como variável mais importante, utilizando assim números aleatórios.

    Simulação Contínua: utilizada para sistemas cujo estado varia continuamente

    no tempo.

  • XXXVI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCÃO Contribuições da Engenharia de Produção para Melhores Práticas de Gestão e Modernização do Brasil

    João_Pessoa/PB, Brasil, de 03 a 06 de outubro de 2016. .

    7

    Simulação de Eventos Discretos: utilizados para modelar sistemas que variam

    seu estado através de tempos discretos, analisados por modelos numéricos.

    Chwif e Medina (2006), afirmam que a simulação é dividida em três categorias, a

    implementação, onde o modelo conceitual irá ser convertido em modelo computacional

    através de software, a análise, onde ocorrerá a análise de dados coletados, ou seja, conferir as

    variáveis de entrada para que o modelo seja “rodado”, e por fim, a concepção, categoria onde

    o modelador irá retirar do software os resultados para que sejam estudados e fazer tomadas de

    decisões para sanar o problema.

    Por tanto é necessário seguir todas as etapas, desde a forma de coleta de dados até a

    simulação, para que o parâmetro de realidade com o cenário verdadeiro seja de fato adequado

    para se que possa ter um embasamento confiável de resultados.

    3 Metodologia

    Este trabalho é caracterizado, segundo Santos (2002), como descritivo e quantitativo,

    pois apresentará coleta de dados e procedimento de coleta através do estudo de caso e

    pesquisa bibliográfica, possibilitando um estudo amplo do processo.

    Foi feita a análise de variáveis, a fim de melhorar a satisfação das pessoas que

    pertencem a esse processo, variáveis como o tempo de espera em filas durante o acesso a

    universidade, no turno da noite, ocasionado nos horários de pico, no qual os atendentes são de

    característica eletrônica (catracas). A figura 3 representa o modelo da área de aplicação do

    estudo.

  • XXXVI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCÃO Contribuições da Engenharia de Produção para Melhores Práticas de Gestão e Modernização do Brasil

    João_Pessoa/PB, Brasil, de 03 a 06 de outubro de 2016. .

    8

    Figura 3 – Modelo do acesso à universidade

    Fonte:Autores, 2015

    Segundo Leal (2003) é necessário ter primeiro uma visualização geral do processo de

    atendimento, sem que não haja nem um tipo de interferência, para que se possa fazer uma

    análise do processo e, por conseguinte, simular.

    A coleta de dados foi realizada de forma aleatória durante sete dias no horário das

    18h20min ás 19h30min. Durante a coleta dos dados o método utilizado será através de

    filmagem e com auxilio de um contador estatístico que posteriormente se analisou as

    seguintes características, conforme a figura 4.

    Figura 4- Características analisadas no trabalho

    Fonte: Autores, 2015

    Após a coleta dos dados, foi feita a tabulação dos mesmos e através do software

    Minitab, cujo propósito é a análise de dados estatísticos bem como de ajustar dados a curvas

    de distribuições que mais se adéquam as observações. Terminado essa fase foi desenvolvida a

    modelagem e simulação computacional.

  • XXXVI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCÃO Contribuições da Engenharia de Produção para Melhores Práticas de Gestão e Modernização do Brasil

    João_Pessoa/PB, Brasil, de 03 a 06 de outubro de 2016. .

    9

    Para Bertrand e Franso (2002) este método é utilizado quando se quer prever os

    resultados nas mudanças no sistema, com o intuito de avaliar seu desempenho ou

    comportamentos, para soluções reais dos problemas..

    O software utilizado foi o ProModel® , especifico para modelagem e simulação de

    sistemas de produção e táticas operacionais. O ProModel possui uma interface de fácil

    entendimento que possibilita a demonstração de resultados de maneira intuitiva, além de ser

    possível a criação de cenários que visem mostrar soluções que melhorem o processo. Na

    figura 5 mostra o fluxograma do processo metodológico do trabalho.

    Figura 5- Fluxograma do processo metodológico

    Fonte : Autores, 2015

    4 Modelagem

  • XXXVI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCÃO Contribuições da Engenharia de Produção para Melhores Práticas de Gestão e Modernização do Brasil

    João_Pessoa/PB, Brasil, de 03 a 06 de outubro de 2016. .

    10

    Para a simulação foi feita a cronometragem de tempos, contagem de estudantes e

    observações quanto ao fluxo de operações durante o período proposto. Após o processo de

    coleta ainda foram tiradas algumas dúvidas com o funcionário (guarda) que auxilia os alunos

    nos processo de operação das catracas. Para o modelo a distribuição do aluno tem por

    finalidade proporcionar o tipo de alunos dentro da demanda total, conforme a figura 6.

    Figura 6 - Tabela de distribuição para entrada e saída

    Fonte: Autores 2015

    A figura 7 representa a média da taxa de chegada e saída durante os dias de coleta,

    observe, desde então que, taxa aumenta ao decorrer do tempo, atingindo seu ápice no

    intervalo de 19 horas e 00 minuto a 19 horas e 10 minutos, decrescendo a partir deste instante.

    Essa representa a variação do intervalo, no qual o tempo 0 representa a hora inicial da coleta

    de dados e da simulação ( 18:00 horas) e 0.16 horas (18:10 horas) a aproximação do valor do

    tempo de 10 minutos,0.32 horas (18:20 horas ), assim consecutivamente, ou seja, a cada 0.16

    horas equivale a 10 minutos. Com relação a taxa média de saída, observa-se que ela é quase

    uniforme ao decorrer do tempo.

    Figura 7 - Taxas de chegada e saída (alunos/intervalo de tempo)

    Fonte: Autores, 2015

    Após o tratamento dos dados pelo Minitab, onde se utilizou α= 0.05e intervalo de 95%

    de confiança, dado que a hipótese nula era igual à aceitação da distribuição de probabilidades,

    (ρ>α = ACEITAÇÃO), e após análise dos tempos de operação, obtiveram-se os seguintes

    resultados expressos na figura 8.

  • XXXVI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCÃO Contribuições da Engenharia de Produção para Melhores Práticas de Gestão e Modernização do Brasil

    João_Pessoa/PB, Brasil, de 03 a 06 de outubro de 2016. .

    11

    Figura 8 - Distribuições de Probabilidade

    Fonte: Autores, 2015

    Nessa são apresentado as distribuição de probabilidade dos dados coletados das

    operações. Observa-se que a distribuição predominante é a normal, distribuição escolhida

    através de várias análises com base no intervalo de confiança. A figura 9 apresenta os gráficos

    de distribuição de probabilidade com base nas operações observadas.

    Figura 9- Distribuição de probabilidade para os tipos de operações

  • XXXVI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCÃO Contribuições da Engenharia de Produção para Melhores Práticas de Gestão e Modernização do Brasil

    João_Pessoa/PB, Brasil, de 03 a 06 de outubro de 2016. .

    12

    Fonte: Autores, 2015

    Segundo Freitas (2008), uma das maneiras para se gerar uma amostra é a realização de

    n simulação (replicação), pois estamos lidando com um sistema terminal com períodos fixos

    de simulação, início e fim.

    Estabeleceu-se que h*(precisão) tenha de precisão no máximo 0,05 minutos da média

    do tempo total do sistema,já que o sistema possui inúmeras filas, fixando os calculoscom

    intervalo de 95% de confiança e α=0.05.No entanto é necessário compreender que apesar dos

    dados e parâmetros de entradas serem iguais, as saidas são diferentes, pois para cada

    replicação são geradas semetes de números aleatórios, mostrando assim diferentes

    comportamentos de filas. Segundo Montgomery e Runger (2003), para o cálculo do úmero de

    replicações:

    (5)

    A simulação piloto foi feita através de 10 replicações mostrando um valor de h igual a

    0.06, fazendo a substituição na fórmula.

  • XXXVI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCÃO Contribuições da Engenharia de Produção para Melhores Práticas de Gestão e Modernização do Brasil

    João_Pessoa/PB, Brasil, de 03 a 06 de outubro de 2016. .

    13

    (6)

    Obteve-se com um , n* igual a 13 com h = 0.042, satisfazendo assim a

    condição h

  • XXXVI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCÃO Contribuições da Engenharia de Produção para Melhores Práticas de Gestão e Modernização do Brasil

    João_Pessoa/PB, Brasil, de 03 a 06 de outubro de 2016. .

    14

    todas liberadas para entrada já que o fluxo de chegada é exponencialmente maior devido ao

    horário. Destaca-se ainda, no modelo estudado, que existe uma catraca desabilitada por

    quebra do equipamento.

    Levando em conta as causas exploradas anteriormente para o aparecimento das filas,

    adquire-se a necessidade de um diagnóstico das filas. É importante frisar que há 16 possíveis

    formações de filas, distribuídas igualmente na entrada e saída, desse modo as figuras 11 e 12

    representam o comportamento das filas na entrada.

    Figura 11- Número de pessoas nas filas 01, 02, 03 e 04 na entrada

    Fonte: Autores, 2015

    Figura 12- Número de pessoas nas filas 05, 06, 07, 08 na entrada

    Fonte: Autores, 2015

    Foi observado que o período que possui mais pessoas nas filas é no intervalo de

    18h50min e 19h10min, esse intervalo representa o pico de entradas de pessoas no sistema

    com média de 15 pessoas por minuto. O maior tempo de espera também esta relacionado a

  • XXXVI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCÃO Contribuições da Engenharia de Produção para Melhores Práticas de Gestão e Modernização do Brasil

    João_Pessoa/PB, Brasil, de 03 a 06 de outubro de 2016. .

    15

    esse mesmo intervalo, conforme o gráfico abaixo. Analisando a figura 13 obtemos um tempo

    médio de sistema de 100 segundos e tempo máximo de espera de 170 segundos na fila 3,

    durante o intervalo de pico.

    Figura 13- Tempo de espera na fila

    Fonte: Autores, 2015

    Para os alunos observados na saída não houve formação de filas significativas, no

    horário de pico em questão, porém mesmo sem filas, houve um tempo de espera. Apesar de

    não ter o surgimento de filas, o surgimento do tempo de espera se deu pelo fluxo contínuo dos

    alunos que entram na universidade, com taxa de ocupação em todas as catracas, dando ênfase

    ao problema de congestionamento de fluxo, com tempo de espera máximo de 50 segundos.

    5.1 Proposta de melhoria para o sistema

    Um proposta para esse sistema é a substituição da catraca danificada por uma nova,

    obtendo assim 09 locais disponíveis para rotas de entradas e saídas, lembrando que também

    segue a proposta 01 de disponibilizar a primeira catraca apenas para sair durante o horário de

    pico estabelecido entre 18h50min à 18h55m. Da mesma forma também foi simulado essa

    proposta conforme as figuras 14 e 15.

    Figura 14 - Número de pessoas na fila para proposta de melhoria

  • XXXVI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCÃO Contribuições da Engenharia de Produção para Melhores Práticas de Gestão e Modernização do Brasil

    João_Pessoa/PB, Brasil, de 03 a 06 de outubro de 2016. .

    16

    Fonte: Autores, 2015

    Figura 15 - Tempo de espera em fila para proposta de melhoria

    Fonte: Autores, 2015

    Ao inserir um novo equipamento de acesso, estabeleceu-se assim a formação de uma

    nova fila, entretanto a fila máxima e o tempo máximo de espera formada durante o horário de

    pico reduziu-se conforme a figura 16.

    Figura 16- Comparação entre cenário atual e proposta de melhoria

    Fonte: Autores, 2015

    Para afins houve uma redução significativa no numero de pessoas na fila, vale lembrar

    que a proposta gera um custo ao adquirir um novo equipamento, custo esse que varia muito no

    mercado, devido a marcas do produto e modelos.

  • XXXVI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCÃO Contribuições da Engenharia de Produção para Melhores Práticas de Gestão e Modernização do Brasil

    João_Pessoa/PB, Brasil, de 03 a 06 de outubro de 2016. .

    17

    6. Considerações Finais

    O trabalho mostrou um modelo coerente com a realidade, apesar de mostrar o

    aparecimento de filas em dados momentos, os fatores que mais se mostraram propicio a

    melhorias são o de congestionamento de pessoas nas rotas de entradas e saída, através de

    mudanças de distribuição de filas e a mudança do método de processo do equipamento de

    acesso, promovendo, assim, sua simplicidade.

    É importante ressaltar que a modelagem feita está restrita apenas ao acesso, da entrada

    à passagens das catracas, para se ter uma visão geral seria necessário uma modelagem desde o

    congestionamento de carros no estacionamento até sua entrada na sala, para retratar quanto

    tempo ele leva para chegar ao seu destino, contado a partir de sua chegada.

    De forma geral a utilização de catracas para sistemas que possui um grande fluxo de

    pessoas, necessita sempre de atenção, pois é corrente o aparecimento de filas nesse sistema,

    seja ela na entrada de grandes eventos como em estádios, casas de shows ou como no próprio

    caso em universidades.

    Vale ressaltar que, tirando congestionamento do fluxo e o processo para o acesso, as

    filas formadas e os tempos de espera não são tão significativos quanto itens citados anteriores,

    pois a espera ainda é tolerável, porém com o aumento significativo de estudantes por

    semestre, e o incentivo do fim das faltas dos alunos a eminência da variável de tolerância de

    espera tende a ser quebrada.

    Por fim, com a validação do modelo, o mesmo pode ser usado por gestores a fim de

    trazer controle do comportamento das filas gerados durante o processo, entretanto é necessária

    a coleta de dados periódicos, para que se possa gerar novas propostas, simulando novos

    cenários, como forma de implementação de melhoria contínua.

    REFERÊNCIAS

    ANDRADE, E. L. Introdução à Pesquisa Operacional: Métodos e modelos para análise de

    decisões. Ed. 4. Rio de Janeiro : LTC, 2009. Cap. 6, p. 104-120.

    BATEMAN, Robert E.; BOWDEN, Royce O.; GOGG, Thomas J.; HARRELL, Charles R.;

    MOTT, Jack R. A.; MONTEVECHI, José Arnaldo Barra. Simulação de sistemas:

    aprimorando processos de logística, serviços e manufatura. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.

    BELGE. PROMODEL - Manual de Treinamento Curso Básico – BELGE – Engenharia &

    Sistemas, São Paulo ,SP, 2008.

  • XXXVI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCÃO Contribuições da Engenharia de Produção para Melhores Práticas de Gestão e Modernização do Brasil

    João_Pessoa/PB, Brasil, de 03 a 06 de outubro de 2016. .

    18

    BERTRAND, J. W. M.; FRANSOO, J. C. Modelling and Simulation: operations management

    research methodologies using quantitative modeling. International Journal of Operations

    & Production Management, v. 22, n. 2, p. 241-264, 2002.

    CARSON, J. S. Introduction to modeling and simulation. In Proceedings of the 2004 Winter

    Simulation Conference, Marietta, 2004.

    CHWIF, L. & MEDINA, A. Modelagem e simulação de eventos discretos: teoria &

    aplicação 2 ed. São Paulo: Ed. Do Autor, , 2007.

    COBRA, Marcos. Administração de marketing no Brasil. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier,

    2009.

    DOWNING,Douglas;CLARK,Jeffrey.Estatística Aplicada.3ªed.Saõ Paulo:Saraiva.2010.

    FITZSIMMONS, J.A. & FITZSIMMONS, M.J. (2000) - Administração de Serviços:

    operações, estratégia e tecnologia da informação. Porto alegre: 2a ed., Bookman, RS.

    FREITAS FILHO, P. J. Introdução à Modelagem e Simulação de Sistemas com

    Aplicações em Arena. Florianópolis: Visual Books, 2008.

    KOTLET, Philip. Administração de marketing.12ª edição-2007 são Paulo.

    KRAJEWSKI, L.;RITZMAN, L.; MALHOTRA, M. Administração de Produção e

    Operações. 8ª Ed.São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009.

    LEAL, F. Um diagnóstico do processo de atendimento a clientes em uma agência

    bancária através de mapeamento do processo e simulação computacional. Dissertação

    (Mestrado em Eng. Produção) Programa dePós–Graduação em Engenharia de Produção,

    Universidade Federal de Itajubá, Itajubá, MG, (2003).

    MONTGOMERY, D.C. & RUNGER, G.C. Estatística aplicada e probabilidade para

    engenheiros. (2003) LTC Editora.

    OLIVEIRA, G. D. Análise do desempenho de terminais ferroviários utilizando teoria de

    filas e simulação de eventos discretos – um estudo de caso na MRS Logística S/A, 2006.

    Monografia (Graduação em Engenharia de Produção) – Universidade Federal de Juiz de Fora,

    Juiz de Fora, 2006.

    PRADO, Darci Santos do. Teoria das Filas e da Simulação. Nova Lima (MG): INDG, 2009.

    SANTOS, A. Metodologia Científica: A Construção do Conhecimento, São Paulo: Prentice

    Hall, 2002.