anlise de viabilidade econ´mica do m©todo light steel framing para constru§£o de habita§µes no

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE TECNOLOGIA CURSO DE ENGENHARIA CIVIL ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICA DO MÉTODO LIGHT STEEL FRAMING PARA CONSTRUÇÃO DE HABITAÇÕES NO MUNICÍPIO DE SANTA MARIA-RS TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO Ana Larissa Koren Bortolotto Santa Maria, RS, Brasil 2015

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Page 1: anlise de viabilidade econ´mica do m©todo light steel framing para constru§£o de habita§µes no

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE TECNOLOGIA

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICA DO MÉTODO LIGHT STEEL FRAMING PARA

CONSTRUÇÃO DE HABITAÇÕES NO MUNICÍPIO DE SANTA MARIA-RS

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

Ana Larissa Koren Bortolotto

Santa Maria, RS, Brasil

2015

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ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICA DO MÉTODO LIGHT STEEL FRAMING PARA CONSTRUÇÃO DE

HABITAÇÕES NO MUNICÍPIO DE SANTA MARIA-RS

Ana Larissa Koren Bortolotto

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Engenharia Civil da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS), como

requisito parcial para a obtenção do grau de Engenheira Civil

Orientador: Prof. Dr. Joaquim César Pizzutti dos Santos

Santa Maria, RS, Brasil

2015

Page 3: anlise de viabilidade econ´mica do m©todo light steel framing para constru§£o de habita§µes no

© 2015

Todos os direitos autorais reservados a Ana Larissa Koren Bortolotto. A reprodução

de partes ou do todo deste trabalho só poderá ser feita mediante a citação da fonte.

E-mail: [email protected]

Koren Bortolotto, Ana Larissa

Análise de viabilidade econômica do método light steel framing para construção de habitações no município de Santa Maria-RS / por Ana Larissa Koren Bortolotto – 2015.

100 f.: il.; 30 cm.

Orientador: Joaquim César Pizzutti dos Santos

Monografia (Graduação) - Universidade Federal de Santa

Maria, Centro de Tecnologia, Curso de Engenharia Civil, RS,

2015.

1. Construção Industrializada. 2. Light Steel Frame. 3. Perfis de Aço Formados a Frio. 4. Estruturas Metálicas. I. Pizzutti dos Santos, Joaquim César. II. Título.

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Universidade Federal de Santa Maria Centro de Tecnologia

Curso de Engenharia Civil

A Comissão Examinadora, abaixo assinada, aprova o Trabalho de Conclusão de Curso

ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICA DO MÉTODO LIGHT STEEL FRAMING PARA CONSTRUÇÃO DE HABITAÇÕES NO

MUNICÍPIO DE SANTA MARIA-RS

elaborado por Ana Larissa Koren Bortolotto

como requisito parcial para obtenção do grau de Engenheira Civil

COMISSÃO EXAMINADORA:

Joaquim César Pizzutti dos Santos, Dr. (Presidente/Orientador)

Eduardo Rizzatti, Prof. Dr. (UFSM)

Jorge Luiz Pizzutti dos Santos, Prof. Dr. (UFSM)

Santa Maria, 08 de janeiro de 2015.

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Dedico este trabalho à Deus, por nortear a minha vida.

A minha família por todo amor, apoio, confiança e pelos princípios que me foram

ensinados.

Aos meus amigos pela convivência, apoio e por estarem ao meu lado nos melhores

e piores momentos.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a minha mãe, Débora Nalu Koren, minha heroína,

pela vida, pelo maior amor do mundo e por toda sua força, sempre lutando por mim,

mesmo que para isso precisasse abdicar muitas vezes da própria felicidade, e por

ser o meu porto seguro.

Aos meus tios Marcos Koren, pelo exemplo de caráter, inteligência e

determinação, e Sandro Koren por ter sido o irmão que eu não tive, e me ensinar a

rir até nos momentos mais difíceis.

Obrigada por todo amor e pela confiança depositada em mim, e por me

ensinarem a não desistir jamais, mostrando que a vitória pode demorar a chegar,

mas que ela é muito mais saborosa quando não deixamos nossos valores de lado.

Vocês são meus maiores exemplos de superação, e sei que não mediram esforços

pra que este sonho se realizasse. Dedico essa vitória a vocês.

À família que eu escolhi e a todos os meus amigos, sem vocês a vida não

teria tanta graça. O laço que nos une não é de sangue, mas é muito maior que isso.

Eu amo vocês!

Aos meus colegas de faculdade, que se tornaram grandes amigos, e viveram

ao meu lado os melhores anos da minha vida. Eu jamais esquecerei de todos vocês,

e desejo que a amizade de vocês permaneça para sempre.

Ao meu orientador, Prof. Dr. Joaquim César Pizzutti dos Santos, pela

disposição e tempo dedicado, sem o qual este trabalho nunca teria acontecido. E

aos demais grandes professores que tive durante essa jornada, verdadeiros

mestres, que com entusiasmo e dedicação transmitiram os conhecimentos

necessários à minha formação profissional.

E a todos aqueles que de alguma forma contribuíram para esta realização e

estiveram ao meu lado durante essa caminhada.

―Algumas pessoas marcam a nossa vida para sempre, umas porque nos vão

ajudando na construção, outras porque nos apresentam projetos de sonho e outras

ainda porque nos desafiam a construí-los‖.

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“A melhor maneira de predizer o futuro é cria-lo.”

— Peter Ducker

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RESUMO

Trabalho de Conclusão de Curso Curso de Engenharia Civil

Universidade Federal de Santa Maria

ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICA DO MÉTODO LIGHT STEEL FRAMING PARA CONSTRUÇÃO DE HABITAÇÕES NO MUNICÍPIO DE SANTA MARIA-RS

AUTORA: ANA LARISSA KOREN BORTOLOTTO ORIENTADOR: JOAQUIM CÉSAR PIZZUTTI DOS SANTOS Local da Defesa e Data: Santa Maria, 08 de janeiro de 2015.

Apesar do Brasil ser um dos maiores produtores mundiais de aço, o emprego de estruturas metálicas em edificações tem sido pouco expressivo se comparado ao potencial do parque industrial brasileiro. Diante do grande crescimento populacional e dos avanços tecnológicos, a indústria da construção civil tem buscado sistemas mais eficientes de construção com o objetivo de aumentar a produtividade, diminuir o desperdício e atender a uma demanda crescente por moradias. Uma das possibilidades é o emprego de um sistema construtivo já bastante consolidado em países desenvolvidos: o Light Steel Framing (LSF), e a flexibilidade e agilidade construtiva dele determinam um grande potencial a ser explorado nas mais diversas aplicações. Nesse contexto, esse trabalho objetiva sistematizar as informações acerca dos materiais, técnicas, vantagens, métodos e detalhes construtivos empregados no processo de construção com o sistema LSF, a fim de apresentar o seu atual estado da arte no país, dando ênfase ao estudo de caso de uma residência unifamiliar construída no município de Santa Maria, Rio Grande do Sul. Nesse estudo de caso é detalhado o processo de construção, juntamente com os custo de cada etapa, e ao fim disso é apresentado o orçamento simplificado dessa obra, buscando evidenciar a viabilidade do sistema para a região, por meio de uma análise comparativa de custos entre o sistema LSF e o sistema construtivo convencional. O custo total da edificação utilizando o sistema LSF foi superior ao do sistema convencional. No entanto, devido ao menor prazo de execução e aos fatores produtividade, conclui-se que o método construtivo LSF corresponde a uma importante alternativa para o mercado da construção civil do município de Santa Maria. Sendo este uma ótima forma de investimento devido a ocupação e ao retorno financeiro mais rápidos, podendo se tornar mais competitivo e presente em nosso meio. Palavras-chave: Construção Industrializada. Light Steel Framing. Estruturas Metálicas. Análise Comparativa. Viabilidade Técnica e Econômica.

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ABSTRACT

Undergraduate Final Work Civil Engineering

Federal University of Santa Maria

ANALYSIS ABOUT THE ECONOMIC VIABILITY OF THE LIGHT STEEL FRAMING FOR HOUSING CONSTRUCTION IN SANTA MARIA-RS

AUTHOR: ANA LARISSA KOREN BORTOLOTTO ADVISOR: JOAQUIM CÉSAR PIZZUTTI DOS SANTOS

Defense Place and Date: Santa Maria, January 08st, 2015.

In spite of Brazil to be one of the wold’s largest producers of steel, the use of metallic structures in constructions has been little expressive in compared to the potential of the Brazilian industrial park. With the large population growth and technological advances, the construction industry has looking for more efficient building systems in order to increase productivity, reduce wastes and attend a housing demand growing. One possibility is the use of a construction system already well consolidated in developed countries: the Light Steel Framing (LSF), and the flexibility and agility of this, determine a great potential besides to be explored in the most several applications. In this context, this work objective to systematize the information about materials, techniques, advantages, methods and construction details used in the building construction process with the LSF system, for the purpose to present the current state of the art in this country, giving emphasis about a study of case of a single-family residence built in Santa Maria, Rio Grande do Sul. In this case study, the construction process is detailed together with the cost about each constructive step, and after this, was presented the simplified budget of this construction, seeking to evidence the viability of the system in the region, and performing a comparative cost analysis between the LSF system and the conventional construction system. The total cost for the building using the LSF was higher than to the conventional system. However, in consequence of the smaller execution time and the productivity factors, it was concluded that the LSF construction method represents an important alternative to the construction market in the city of Santa Maria. Therefore, the LSF is a great form of investment due to the faster occupation and financial returns, and the system may become more competitive and common in the region considered. Keywords: Industrialized Construction. Light Steel Framing. Steel Structures. Comparative Analysis. Technical and Economic Viability.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Construção em concreto armado com fechamento em alvenaria. ........... 20

Figura 2 – Estrutura de pórtico do empire states. ...................................................... 24

Figura 3 – Edifício Garagem América, São Paulo - SP. ............................................ 25

Figura 4 – Construção empregando o método balloon framing. ................................ 28

Figura 5 – Perfis estruturais de madeira e aço galvanizado. ..................................... 29

Figura 6 – Painel estrutural em light steel framing. ................................................... 30

Figura 7 – Montagem do painel lsf no canteiro de obra. ........................................... 33

Figura 8 – Painéis em LSF produzidos em fábrica e transportados para a obra. ...... 34

Figura 9 – Exemplos de moradia modular. ................................................................ 35

Figura 10 – Corte esquemático de uma laje radier. ................................................... 36

Figura 11 – Detalhe esquemático da ancoragem de painel estrutural à uma laje

radier. ................................................................................................................. 37

Figura 12 – Corte esquemático de fundação em sapata corrida. .............................. 38

Figura 13 – Esquema geral de ancoragem química com barra roscada. .................. 39

Figura 14 – Transmissão de carga vertical a estrutura. ............................................ 43

Figura 15 – Desenho esquemático de painel estrutural com abertura para janela. ... 44

Figura 16 – Painel com contraventamento em ―X‖. ................................................... 45

Figura 17 – Esquemático de painel não-estrutural com abertura para janela. .......... 46

Figura 18 – Montagem de laje seca em steel frame. ................................................. 47

Figura 19 – Estrutura de piso em steel framing. ........................................................ 48

Figura 20 – Composição do telhado. ......................................................................... 49

Figura 21 – Cobertura em treliça plana. .................................................................... 50

Figura 22 – Caibros e vigas alinhados com montantes de painel estrutural. ............ 51

Figura 23 – Cobertura estruturada com caibros. ....................................................... 52

Figura 24 – Telhado estruturado com caibros em um laboratório na UFMG. ............ 52

Figura 25 – Tesoura de telhado em arco fabricados com perfis de aço formados a

frio. ..................................................................................................................... 53

Figura 26 – Telhado de steel frame com tesouras. ................................................... 54

Figura 27 – Exemplo de forma construtiva de escada com lsf. ................................. 55

Figura 28 – Exemplo de escada montada com lsf. .................................................... 55

Figura 29 – Instalação de placas osb na fachada. .................................................... 58

Figura 30 – Casa com acabamento em ―siding‖ vinílico, ou revestimento em PVC. . 60

Figura 31 – Revestimento das placas obs com argamassa. ..................................... 61

Figura 32 – Fechamento externo com placas cimentícias. ....................................... 64

Figura 33 – Tipos de placas de drywall e suas características.................................. 66

Figura 34 – Fechamento interno com placas de gesso acartonado. ......................... 67

Figura 35 – Aplicação de lã de vidro. ........................................................................ 69

Figura 36 – Instalações elétricas e hidráulicas em sistema LSF. .............................. 72

Figura 37 – Passagem dos conduítes pelas vigas de laje. ........................................ 73

Figura 38 – Conjunto habitacional colina das pedras finalizado. ............................... 75

Page 11: anlise de viabilidade econ´mica do m©todo light steel framing para constru§£o de habita§µes no

Figura 39 – Vila Dignidade, Avaré, São Paulo. ......................................................... 76

Figura 40 – Unidade Municipal de Educação Infantil Belmonte durante a construção.

........................................................................................................................... 77

Figura 41 – Unidade Municipal de Educação Infantil Belmonte após a finalização. .. 77

Figura 42 – Construção do Hotel Ibis, Canoas - RS. ................................................. 78

Figura 43 – Academia do condomínio Parque das Oliveiras. .................................... 79

Figura 44 – Foto 01: Montagem da estrutura. ........................................................... 82

Figura 45 – Foto 02: Montagem da estrutura. ........................................................... 82

Figura 46 – Foto 03: Início da aplicação da cobertura. ............................................. 83

Figura 47 – Foto 04: Fechamento externo com placas cimentícias. ......................... 85

Figura 48 – Foto 05: Aplicação de placas de mármore como acabamento. .............. 85

Figura 49 – Foto 06: Aplicação de camada de lã de vidro entre as paredes e forro. 86

Figura 50 – Foto 07: Fechamento interno com placas de gesso acartonado. ........... 86

Figura 51 – Foto 08: Instalação de conduítes. .......................................................... 87

Figura 52 – Foto 09: Instalação de tubulações.......................................................... 87

Figura 53 – Foto 10: Pontos de saída de conduítes das paredes. ............................ 88

Figura 54 – Foto 11: Realização de acabamentos estéticos. .................................... 88

Figura 55 – Foto 12: Finalização da estrutura externa da casa................................. 89

Figura 56 – Foto 13: Finalização da estrutura externa da casa................................. 89

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Designações dos perfis de aço formados a frio para uso em LSF e suas

respectivas aplicações. ...................................................................................... 41

Tabela 2 – Relação entre espessura e funções e aplicações das placas. ................ 62

Tabela 3 – Resistência e condutividade térmica da lã de vidro. ................................ 70

Tabela 4 – Índice de redução acústica (Rw) da lã de vidro. ...................................... 71

Tabela 5 – Guantidade de painéis metálicos por etapa de construção. .................... 81

Tabela 6 – Detalhamento de quantidade e custo de material. .................................. 91

Tabela 7 – Custos envolvidos em cada etapa. .......................................................... 91

Tabela 8 – Custos de mão de obra. .......................................................................... 91

Tabela 9 – Custos em serviços de engenharia. ........................................................ 92

Tabela 10 – Custo total e do m². ............................................................................... 92

Tabela 11 – Comparativo entre o custo total. ............................................................ 93

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 15

1.1 Objetivos ........................................................................................................... 16

1.1.1 Objetivo geral .............................................................................................. 16

1.1.2 Objetivos específicos .................................................................................. 17

1.2 Justificativa e Motivação ................................................................................. 17

1.3 Estrutura do Trabalho ...................................................................................... 18

2 SISTEMAS CONSTRUTIVOS ........................................................................... 19

2.1 Sistema construtivo convencional ................................................................. 19

2.2 Sistemas construtivos industrializados ......................................................... 21

2.2.1 Breve histórico da utilização do aço na construção civil ............................. 23

3 O SISTEMA LIGHT STEEL FRAME.................................................................. 26

3.1 Definição ........................................................................................................... 26

3.2 Origem ............................................................................................................... 27

3.3 Características Gerais ..................................................................................... 30

3.4 Vantagens ......................................................................................................... 32

3.5 Métodos Construtivos ..................................................................................... 33

3.6 Etapas de Construção ..................................................................................... 35

3.6.1 Fundações .................................................................................................. 35

3.6.1.1 Radier ...................................................................................................... 36

3.6.1.2 Sapata Corrida ........................................................................................ 37

3.6.1.3 Fixação dos painéis nas fundações ......................................................... 38

3.6.2 Estrutura ..................................................................................................... 40

3.6.2.1 Perfis metálicos ....................................................................................... 40

3.6.2.2 Painéis ..................................................................................................... 42

3.6.2.3 Lajes ........................................................................................................ 46

3.6.2.4 Cobertura ................................................................................................ 48

3.6.2.5 Escadas ................................................................................................... 54

3.6.3 Fechamento Vertical ................................................................................... 56

3.6.3.1 Placas OSB ............................................................................................. 57

3.6.3.2 Placas Cimentícias .................................................................................. 62

3.6.3.3 Gesso Acartonado ................................................................................... 64

3.6.4 Isolamento termo-acústico .......................................................................... 67

3.6.4.1 Isolamento Térmico ................................................................................. 69

3.6.4.2 Isolamento Acústico ................................................................................ 70

3.6.5 Instalações Elétricas e Hidráulicas.............................................................. 71

3.7 Estado da Arte .................................................................................................. 74

4 ESTUDO DE CASO ........................................................................................... 80

4.1 Dados gerais da obra ....................................................................................... 80

4.2 Demonstração processo construtivo ............................................................. 81

4.3 Detalhamento dos custos da obra .................................................................. 90

4.4 Comparativo entre o LSF e o Sistema Construtivo Convencional .............. 92

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5 CONCLUSÃO .................................................................................................... 94

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 95

Anexo A – Planta Baixa......................................................................................... 101

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1 INTRODUÇÃO

A atividade de construir surgiu, provavelmente, a partir da fixação do homem

a um local, originando então a necessidade de possuir um abrigo que o protegesse

contra os riscos da natureza. Desde então, com o surgimento de novos materiais e a

elaboração de novas técnicas esta atividade vem se aperfeiçoando.

Os sistemas construtivos sofrem inovações, de modo a oportunizar melhoria

na qualidade dos produtos, assim como o aprimoramento na construção. Durante

muito tempo, os profissionais da área de engenharia civil questionaram os processos

construtivos de uma edificação e a possibilidade de utilizar métodos e equipamentos

mais modernos nas obras, abandonando seu caráter artesanal e de baixa

produtividade. Entretanto, somente a partir do fim da Segunda Guerra Mundial,

quando a disponibilidade de madeira tornou-se escassa, que a utilização mais

intensa dos sistemas construtivos industrializados ganhou evidência, principalmente

em países da América do Norte, Ásia e Europa.

Atualmente, existe uma grande variedade de sistemas de construção

destinados propriamente a combater características indesejadas do método

convencional. São processos mais eficientes, que buscam aumentar a

produtividade, conter perdas e melhorar a gestão de recursos. Neste contexto, a

inovação tecnológica se mostra como uma importante aliada, seja na concepção de

novos métodos construtivos, seja na criação de novos produtos empregados na

construção.

No Brasil, a indústria da construção civil ainda é caracterizada pelos sistemas

construtivos predominantemente artesanais, sendo a estrutura de concreto armado

juntamente a alvenaria de blocos cerâmicos o mais utilizado. Este sistema tem como

característica a baixa produtividade e sobretudo o grande desperdício de matéria-

prima. No entanto, o mercado tem apontado que esta situação necessita ser

modificada e o uso de novas tecnologias é a maneira mais adequada de possibilitar

a industrialização e racionalização desses processos.

Ainda que grande parte dos setores da construção civil brasileira seja

resistente a inovação, alguns segmentos significativos desse setor, influenciados

pelas tecnologias externas e visando aumento de sua eficiência, têm sinalizado pela

Page 16: anlise de viabilidade econ´mica do m©todo light steel framing para constru§£o de habita§µes no

16

aceitação de novos formas de construir, ainda que de maneira lenta quando

comparada a outros setores da economia.

Dentre os métodos construtivos existentes, ganha destaque um sistema já

bastante consolidado em países de primeiro mundo, o Light Steel Framing (LSF). De

acordo com Crasto (2005), este é um sistema de concepção racional e altamente

industrializado, que tem como principal característica uma estrutura constituída por

perfis de aço galvanizados de pequena espessura formados a frio, promovendo um

processo de construção de alta eficiência e grande rapidez de execução.

Atualmente, há no país experiências bem sucedidas da utilização do LSF,

especialmente em obras industriais e comerciais. Tal sistema se mostra uma

alternativa bastante promissora para mudar o panorama do setor, visto que

apresenta maior rapidez de execução, menor desperdício de material e melhor

sustentabilidade ambiental comparados ao sistema construtivo convencional.

Em vista disso, o presente trabalho realiza uma abordagem a respeito do

sistema construtivo LSF, apresentando sua concepção, técnicas e materiais

empregados, e uma revisão acerca do estado da arte de sua utilização no país.

Além disso, busca evidenciar a relevância do método para o mercado da construção

civil nacional, com enfoque no município de Santa Maria, Rio Grande do Sul - RS,

através de um estudo de caso em que são apresentadas informações detalhadas

dos custos envolvidos em cada etapa de construção de uma residência unifamiliar.

1.1 Objetivos

1.1.1 Objetivo geral

Este trabalho tem como objetivo apresentar a concepção e etapas

condicionantes do sistema LSF, e procura demonstrar sua importância para o setor

da construção civil no país através de um estudo de caso realizado no município de

Santa Maria – RS. Neste estudo, são enfatizadas a eficiência e a produtividade do

método, caracterizando seus etapas desde a fase inicial de projeto até a finalização

da obra, a fim de mostrar sua viabilidade técnica e econômica comparadas ao

sistema construtivo convencional.

Page 17: anlise de viabilidade econ´mica do m©todo light steel framing para constru§£o de habita§µes no

17

1.1.2 Objetivos específicos

a) Apresentar os fundamentos do sistema LSF, abordando suas

características, etapas construtivas e materiais empregados;

b) Verificar o atual estado da arte de utilização do sistema LSF no Brasil;

c) Realizar um estudo de caso a respeito da construção de uma residência

unifamiliar no município de Santa Maria - RS empregando o sistema LSF,

descrevendo todo o processo desde o projeto até a finalização da obra e

apresentando os custos envolvidos;

d) Concluir se é vantajosa a utilização do LSF como método construtivo no

município de Santa Maria – RS, realizando uma comparação dos custos envolvidos

com este sistema em relação ao tradicional método de construção em concreto

armado com fechamento em alvenaria cerâmica.

1.2 Justificativa e Motivação

O sistema LSF é muito empregado em países como os Estados Unidos da

América (EUA), Canadá e nos continentes Europeu e Asiático. Nestes lugares, tem-

se amplo conhecimento a respeito das inúmeras vantagens que o LSF oferece, tais

como industrialização, racionalização de material, rapidez de execução e redução de

impactos ambientais.

No Brasil, entretanto, sua utilização é relativamente recente, de modo que a

quantidade de obras realizadas com este sistema ainda é pouco significativa,

estando a maioria delas concentradas no Sul e Sudeste do país. Em vista disso,

dispõe-se de poucas informações acerca de suas potenciais aplicações e dos

obstáculos enfrentados para sua implementação na construção civil brasileira, fato

que justifica a revisão da literatura realizada neste trabalho.

Apesar do conhecimento das vantagens proporcionadas pelo sistema LSF em

aplicações fora do país, tem-se a consciência de que as inovações devem ser

adequadas ao local, ao clima, ser viáveis economicamente e ter compatibilidade

com condicionantes nacionais. Por isso, o estudo de caso realizado neste trabalho

busca apresentar informações detalhadas a respeito da construção de uma obra

local empregando o sistema LSF, as quais podem servir de subsídio para a

realização de trabalhos futuros, tanto em âmbito acadêmico quanto empresarial.

Page 18: anlise de viabilidade econ´mica do m©todo light steel framing para constru§£o de habita§µes no

18

1.3 Estrutura do Trabalho

Este trabalho constitui-se de seis capítulos:

O Capítulo 1 deste trabalho apresenta uma introdução aos aspectos básicos

da construção industrializada, os objetivos e motivações deste trabalho.

O Capítulo 2 apresenta uma breve abordagem a respeito do sistema

convencional de construção em concreto armado com fechamento em alvenaria

cerâmica e do sistema construtivo industrializado com base no aço;

O Capítulo 3 é exclusivamente dedicado ao sistema LSF, abordando sua

origem, definição, suas características, vantagens e etapas construtivas.

No Capítulo 4 apresenta-se um estudo de caso em que é abordado a

construção de uma habitação unifamiliar empregando o sistema LSF no município

de Santa Maria - RS, apresentado seu orçamento detalhando e um comparativo

geral com o tradicional método de construção em concreto armado com fechamento

em alvenaria cerâmica.

Finalmente, no Capitulo 5 apresenta-se as considerações finais do trabalho.

Page 19: anlise de viabilidade econ´mica do m©todo light steel framing para constru§£o de habita§µes no

19

2 SISTEMAS CONSTRUTIVOS

Neste capítulo é realizado uma abordagem a respeito dos sistemas

construtivos empregados no mercado da construção civil nacional, mais

especificamente o sistema convencional de construção em concreto armado com

fechamento em alvenaria cerâmica e o sistema construtivo industrializado que utiliza

o aço como estrutura base.

2.1 Sistema construtivo convencional

No Brasil, o sistema construtivo convencional em concreto armado é

amplamente utilizado na construção de residências. Esse sistema é utilizado junto à

alvenaria de blocos cerâmicos, responsável pelo fechamento e isolamento da

edificação. A alvenaria é uma forma tradicional de construir usada há milhares de

anos, sendo formado por um conjunto de unidades, tais como tijolos cerâmicos ou

de concreto e argamassa. Culturalmente, existe a aceitação de que a construção

com alvenaria possui maior durabilidade, embora essa afirmação venha sendo

questionada atualmente.

O concreto armado é constituído pela associação de concreto e aço, no qual

ambos os materiais apresentam características mútuas de boa aderência e

coeficiente de dilatação térmica praticamente igual. Essa união advém do fato que o

concreto possui baixa resistência a tração, sendo função do aço, absorver os

esforços de tração e cisalhamento que atuam nos elementos de concreto

(RODRIGUES, 2000).

Dessa maneira, a estrutura de concreto armado é composta por elementos

estruturais isolados, que tem como função distribuir e conduzir os esforços advindos

dos elementos da edificação. Esses elementos, em conjunto com alvenaria de

vedação formam o sistema construtivo convencional mais utilizado no país,

mostrado na Figura 1.

Por se tratar de um sistema construtivo completamente artesanal, a estrutura

de concreto armado aliada à alvenaria de blocos cerâmicos é caracterizada pela

baixa produtividade e pelo grande desperdício de materiais. Para Hass e Martins

(2011), isso acontece devido a todas as etapas da construção em si serem

executadas in loco tornando a execução do projeto consideravelmente mais

Page 20: anlise de viabilidade econ´mica do m©todo light steel framing para constru§£o de habita§µes no

20

demorada. Ainda segundo os autores, grande parte da mão de obra é despreparada,

o que ocasiona excesso de desperdício de materiais e retrabalho.

Figura 1 – Construção em concreto armado com fechamento em alvenaria cerâmica.

Fonte: Prudêncio (2013).

A estrutura de concreto armado moldado in loco, de forma geral, ainda é o

processo mais econômico no país, apresentando elevada quantidade de mão de

obra frente aos demais métodos construtivos. Entretanto, muitas vezes, a falta de

especialização dos operários, e a natureza artesanal dos processos se apresentam

como falhas ao sistema, que perde em eficiência e tempo.

A preocupação com as questões ambientais e a necessidade de se buscar

alternativas sustentáveis para a indústria da construção civil, demonstra que os

processos construtivos devem ser racionalizados e mais eficientes. Entretanto, o

método construtivo tradicional oferece limitações, pois alguns materiais dificilmente

são reaproveitados após sua vida útil, além da produção de blocos cerâmicos e

cimento serem extremamente nocivas ao meio ambiente.

Portanto, mesmo apresentando vantagens em sua utilização, o sistema

construtivo convencional no país ainda se encontra num patamar tecnológico inferior

em relação aos demais métodos construtivos, sendo necessário aumentar o nível de

industrialização e racionalização dos seus processos.

Page 21: anlise de viabilidade econ´mica do m©todo light steel framing para constru§£o de habita§µes no

21

2.2 Sistemas construtivos industrializados

Desde a antiguidade, o homem tem buscado diferentes maneiras de otimizar

os tipos de atividades produtivas que realiza, principalmente as que precisam ser

executadas em larga escala. Foi dessa maneira que surgiu a industrialização,

processo socioeconômico que visa transformar uma área da sociedade inicialmente

retrógrada em uma fonte de maior riqueza e lucro, através do aperfeiçoamento de

uma determinada atividade, a fim de executá-la de maneira contínua e com maior

produtividade, por meio de novas técnicas e procedimentos com maior velocidade e

custos reduzidos (BAPTISTA, 2005).

A industrialização exerceu grande influência sobre os sistemas construtivos,

sobretudo a partir da Revolução Industrial no final do século XVIII. Anterior a isso, a

construção civil consistia apenas em técnicas manuais e artesanais, extremamente

imprecisas. No decorrer dos séculos XVIII e XIX novos materiais surgiram no

mercado, como o ferro fundido, o vidro e, futuramente, o aço e o concreto armado,

incorporados aos já tradicionais como pedra, tijolo cerâmico e madeira. Além disso,

novas ferramentas construtivas foram desenvolvidas, que passaram a realizar as

tarefas antes feitas pelo homem, trazendo maior produtividade ao canteiro de obras

(BRUNA, 1976).

Na construção civil, o processo de industrialização é observado através da

utilização de estruturas pré-fabricadas e pelo uso de equipamentos mecânicos que

substituem ou reduzem gradativamente o manejo de operários, aumentando assim a

produtividade e a qualidade do sistema. A construção industrializada tem se tornado

cada vez mais essencial para a construção civil moderna, devido a necessidade de

menor tempo na construção, de menores despesas e de elevada produtividade nos

canteiros de obra. Desse modo, os canteiros vêm se transformando em locais de

montagem dos sistemas, o que proporciona reduzir os imprevistos e desperdícios na

obra.

Segundo Santiago (2008), a construção industrializada possui características

que vão de encontro aos problemas intrínsecos da construção artesanal, como como

mão-de-obra qualificada, racionalização dos processos e insumos e possibilidade de

controle rígido dos processos e cronogramas da obra. O autor ainda afirma que a

industrialização da construção é a forma mais adequada para acompanhar a

necessidade de produção de habitação no país. Tendo como peculiaridade a

Page 22: anlise de viabilidade econ´mica do m©todo light steel framing para constru§£o de habita§µes no

22

produção em série e em grande escala dos elementos padronizados, a

racionalização e controle rígido dos processos e materiais, além de mão-de-obra

qualificada e tempo de execução reduzido.

De acordo com a Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCEM, 2014),

com os sistemas construtivos racionalizados, as empresas transformam os canteiros

em verdadeiras linhas de montagem, aumentando a produtividade, reduzindo custos

e melhorando a qualidade do produto final.

Além disso, a construção industrializada diminui o impacto ambiental durante

a execução das edificações e também e a utilização de estruturas pré-fabricadas

racionaliza o processo construtivo, uma vez que os componentes não ficam no

canteiro, chegando apenas no momento da montagem. Isso surge como alternativa

para contornar o alto déficit habitacional brasileiro e a falta de mão-de-obra no setor

da construção civil, que tem ocorrido desde o recente crescimento do mercado

imobiliário. Outro aspecto importante diz respeito a qualificação necessária da mão-

de-obra a ser utilizada.

A execução de um sistema construtivo industrializado consiste, inicialmente

na definição do projeto que será executado, para então definir o tipo de projeto de

produção seriada através de reunião das informações referentes a esse projeto e a

um desenvolvimento detalhado das suas particularidades.

Um dos maiores inconvenientes dos sistemas industrializados são os altos

custos iniciais, porém, devido ao ganho de produtividade na obra, a redução de mão

de obra e de tempo para a execução é bem provável que esse alto custo inicial se

pague ao final da obra.

Atualmente, segundo o Centro Brasileiro de Construção em Aço (CBCA,

2014), um dos setores mais industrializados no Brasil é o da construção metálica. A

explicação é simples, pois nos últimos 30 anos, a construção metálica saiu

praticamente do ostracismo para um setor com grandes perspectivas de crescimento

nos próximos anos. Esse trabalho é resultado de grandes investimentos em novas

tecnologias e maquinários especializados. Com isso, a utilização do aço tem

aumentado anualmente e a tendência é de um acrescimento maior com a divulgação

das vantagens da construção metálica, que se apresenta como uma boa opção ao

sistema convencional.

Page 23: anlise de viabilidade econ´mica do m©todo light steel framing para constru§£o de habita§µes no

23

2.2.1 Breve histórico da utilização do aço na construção civil

O ferro tem sido usado na construção desde o século XII, inicialmente eram

utilizadas na forma de tirantes e pendurais de ferro fundido e funcionavam apenas

como elementos auxiliares nas estruturas de madeira. Porém, a Revolução Industrial

dos séculos XVIII e XIX alterou tudo que havia dominado a vida dos homens até

então, e a partir daí surgiu a necessidade de construir pontes e viadutos em grande

quantidade, sendo essas então as primeiras grandes aplicações do ferro e do aço na

construção civil.

No fim do século XVIII começaram a ser construídas cúpulas de igrejas e

pontes. Inicialmente, as pontes metálicas eram feitas com ferro fundido, depois com

aço forjado e, posteriormente, passaram a ser construídas com aço laminado. A

primeira dessas pontes foi construída sobre o Rio Severn, em Coalbrookdale na

Inglaterra entre 1775 e 1779 e possuía arcos de ferro fundido e um vão central de 30

metros. Ela era considerada um grande avanço tecnológico para a época, mesmo

que ainda utilizasse os conceitos das pontes de pedra e madeira.

Para a construção civil, esse foi um acontecimento de grande relevância, pois

o uso do aço possibilitou uma renovação nos padrões arquitetônicos da época,

permitindo que um material de maior resistência fosse utilizado para criar estruturas

maiores. Além do mais, não se deve atribuir o teor revolucionário desse novo

material somente as suas inúmeras possibilidades estruturais e nem às

potencialidades plásticas do ferro fundido. O grande diferencial do ferro era a sua

escala de produção industrial, e que confrontava totalmente os processos de

construção utilizados até então, visto que essas edificações poderiam ser

executadas na mesma velocidade em que eram feitas as próprias ferrovias. E foi a

partir deste marco, que a estrutura metálica passa então a se expandir a outros tipos

de construções.

A estrutura metálica, possui uma capacidade estrutural muito maior que o

concreto armado para determinados fins. Sendo assim, ela traz uma maior liberdade

para o desenho conceitual da estrutura. Mas o surgimento dessas novas formas,

vem de um desenvolvimento histórico pelo qual a estrutura metálica e o homem

passaram. As primeiras estruturas metálicas construídas foram feitas na Europa em

meados do século XIX, antes da utilização do concreto armado.

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Assim como no continente europeu, os novos programas arquitetônicos nos

Estados Unidos baseavam-se em necessidades ligadas à indústria e ao comércio. A

partir da segunda metade do século XIX a construção metálica ganhou ênfase no

país, pois houve a necessidade da verticalização das construções devido ao

crescimento populacional, o desenvolvimento do comércio e a valorização dos

terrenos.

Nos Estados Unidos, os primeiros edifícios com estruturas em aço

começaram a ser construídos a partir de 1870, em grandes cidades como Chicago,

Nova York, Detroit e St. Louis. A título de exemplo, pode-se citar algumas obras

eminentes, como a Brooklin Bridge, sendo a primeira das grandes pontes pênseis,

com 486 m de vão livre, construída em 1883 em Nova Iorque; a Torre Eiffel,

construída em 1889 em Paris e com 312 metros de altura e o Empire State Building,

com 380 m de altura, construído em 1932 em Nova Iorque.

Figura 2 – Estrutura de Pórtico do Empire States.

Fonte: Newhouse (1992, p. 134).

Já no Brasil, a história foi um pouco diferente, pois devido ao fato do país ser

carente de tecnologias e de mão-de-obra qualificada, o concreto armado se adaptou

melhor do que o aço. O início da utilização de estruturas metálicas, deu-se somente

Page 25: anlise de viabilidade econ´mica do m©todo light steel framing para constru§£o de habita§µes no

25

em meados do século XX, e o emprego utilização dessa estrutura veio graças ao

surgimento de uma indústria siderúrgica no país, que antes importava todo aço que

consumia.

O primeiro edifício construído no Brasil com estrutura metálica, com o Edifício

Garagem América, no centro da cidade de São Paulo, e foi executado com materiais

e projetos produzidos no país.

Figura 3 – Edifício Garagem América, São Paulo - SP.

Fonte: Pereira, Lana, Silva e Silva (2000, p. 57).

A estrutura metálica, portanto, contribui para a implementação e a difusão do

conceito de pré-fabricação na construção civil pelo mundo. Por ser um material

industrializado, a sua utilização influenciou a mudança de todo o processo

construtivo. Somente com uso desse metal, foi possível criar construções cada vez

maiores e mais leves, dando asas para imaginação dos projetistas. Tais criações

não seriam possíveis com a rigidez e o peso do concreto.

Atualmente, a utilização de estruturas de aço na construção civil é feita de

variadas formas: como elemento estrutural, na função de vigas, pilares e lajes

mistas, em coberturas, ou como elemento de sistemas construtivos integrados, como

o LSF.

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3 O SISTEMA LIGHT STEEL FRAME

Neste capitulo é contemplado especificamente o método construtivo LSF,

abordando sua definição, origem, características, vantagens e etapas construtivas.

3.1 Definição

Conforme o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento da Arquitetura (IBDA,

2014), o LSF é um sistema construtivo construído em perfis de aço galvanizado

formado a frio. Esse perfis são projetados para suportar as cargas da edificação

para garantir os requisitos de funcionamento desta.

O Light Steel Framing é um sistema construtivo estruturado em perfis de

aço galvanizado formados a frio, projetados para suportar as cargas da

edificação e trabalhar em conjunto com outros subsistemas industrializados,

de forma a garantir os requisitos de funcionamento da edificação. É um

sistema construtivo aberto – que permite a utilização de diversos materiais,

flexível – pois não apresenta grandes restrições aos projetos, racionalizado

– otimizando a utilização dos recursos e o gerenciamento das perdas,

customizável – permitindo total controle dos gastos já na fase de projeto;

além de durável e reciclável (JARDIM; CAMPOS, 2006).

O termo LSF foi registrado pelo Swedish Institute of Steel Construction – SBI

para designar o sistema construtivo baseado em estrutura de aço leve. A

designação do sistema Light Steel Framing vem da língua inglesa, e pode ser

traduzida como Estruturas em Aço Leve. A palavra Steel indica a matéria prima

usada na estrutura, o aço. O Light, ou leve, indica que os elementos em aço são de

baixo peso uma vez que são produzidos a partir de chapa de aço com espessura

reduzida, e também ressalta a flexibilidade, dado que permite qualquer tipo de

acabamento exterior e interior. E Framing é a palavra usada na língua inglesa para

definir um esqueleto estrutural composto por diversos elementos individuais ligados

entre si, passando estes a funcionar em conjunto, para dar forma e suportar o

edifício e o seu conteúdo.

Segundo Crasto (2005), esse é um sistema de concepção racional, cuja

estrutura é constituída de perfis formados a frio de aço galvanizado que são

utilizados para a concepção de painéis estruturais e não-estruturais, vigas de piso,

vigas secundárias, tesoura de telhados e demais componentes.

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Portanto, o sistema basicamente se resume em uma estrutura composta de

paredes, pisos e cobertura, que além de seus componentes, também possuem

subsistemas. Esses subsistemas são, além do estrutural, de fundação, de

isolamento termo-acústicos, de fechamento interno e externo, e instalações elétricas

e hidráulicas (CONSULSTEEL, 2002).

Reunidos, esses elementos possibilitam a integridade estrutural da edificação,

resistindo aos esforços que solicitam a estrutura. (FREITAS; CRASTO, 2006).

3.2 Origem

Embora seja considerada uma tecnologia nova, a origem do LSF se dá entre

os anos de 1810 e 1860, nos Estados Unidos. Por certo, historicamente inicia com

as habitações de madeira construídas pelos colonizadores do território americanos

naquela época.

Naqueles anos a população do país multiplicou-se por dez devido aos

grandes fluxos migratórios provenientes da Europa, e foi necessária então a

construção de novas habitações com métodos rápidos, práticos e recorrendo a

materiais disponíveis em abundância na época. Para suprir essa demanda, recorreu-

se a utilização da madeira em virtude das grandes reservas florestais da época. O

método utilizado foi denominado como Balloon Framing, e consistia em uma

estrutura de peças com madeira serrada de pequena seção transversal, e

espaçadas regularmente.

De acordo com Freitas e Crasto (2006), Foi a partir de então, que as

construções em madeira, conhecidas por Wood Frame, tornaram-se a tipologia

residencial mais comum nos Estados Unidos. Aproximadamente um século mais

tarde, em 1933, com o grande desenvolvimento da indústria do aço nos Estados

Unidos, foi lançado na Feira Mundial de Chicago, o protótipo de uma residência em

LSF que utilizava perfis de aço substituindo a estrutura de madeira.

Ainda de acordo com os autores, o crescimento da economia americana e a

abundância na produção de aço no período pós-Segunda Guerra Mundial

possibilitaram a evolução nos processos de fabricação de perfis formados a frio, e o

uso dos perfis de aço substituindo os de madeira passou a ser vantajoso devido à

maior resistência e eficiência estrutural do aço, e à capacidade de a estrutura resistir

a catástrofes naturais como terremotos e furacões.

Page 28: anlise de viabilidade econ´mica do m©todo light steel framing para constru§£o de habita§µes no

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Figura 4 – Construção empregando o método Balloon Framing.

Fonte: Smithsonian Institution (2014).

Entretanto, embora o LSF viesse sendo empregado há mais de 40 anos, o

emprego massivo do Steel Frame ocorre realmente a partir da década de 1990,

motivado pelo declínio da madeira empregada na construção e grandes flutuações

no preço dela. Em 1991, essa matéria-prima encareceria 80% em apenas 4 meses.

Outros fatos determinantes, foram os desastres naturais que devastaram os

EUA, primeiro o furacão Andrew em 1992 e em 1994 o terremoto Northridge, onde

grande parte das casas em Wood Frame mostraram-se pouco resistentes aos

desastres. E dessa forma, o emprego de LSF aumentou significativamente no país,

estima-se que na década de 90 foi cerca de 25%.

Em 1993 a indústria dos EUA criou associações de técnicos e construtores e

o sistema LSF passou a ser encarado de uma forma mais profissional (SOUZA;

MEYERS, 1998). E nesse mesmo ano foi publicado um estudo pela National

Association of Home Builders (NAHB, 1993), em que o aço era identificado como a

melhor solução para a construção de habitações em sistema framing (Rego, 2012).

De acordo com Battistella (2011), no Japão esse método construtivo foi

empregado após a Segunda Guerra Mundial, quando foi necessário reconstruir mais

de 4 milhões de moradias em razão da destruição ocasionada pela guerra, pois

como as casas eram construídas em madeira os incêndios eram agravados durante

os ataques. A fim de proteger os recursos florestais e evitar construções inflamáveis,

o governo restringiu o uso de madeira nas construções, e em virtude disso, o país

possui um mercado e uma indústria siderúrgica bastante desenvolvida em perfis de

aço leve.

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Figura 5 - Perfis estruturais de madeira e aço galvanizado.

Fonte: Crasto (2005, p. 11).

Embora o LSF seja um sistema construtivo altamente empregado em países

cuja a construção civil é predominantemente industrializada, no Brasil essa prática

ainda é pouco frequente. Devido a fatores histórico-culturais decorrentes da falta de

recursos siderúrgicos adequados, até a década de 80 o uso de estruturas metálicas

era incomum, e portanto não era uma opção para engenheiros e arquitetos nas

construções residenciais. Segundo o CBCA (2014), a mão-de-obra barata no país

tornava a construção convencional mais vantajosa no país, e por esse motivo o

concreto ganhou tanto destaque na construção civil brasileira.

O sistema a seco LSF começou a ser introduzido vagarosamente na

construção civil brasileira nos início da década de 90, através do drywall. No entanto,

era apenas utilizado nas paredes internas, como paredes de vedação. Somente em

1998 que surgiram no Brasil as primeiras construções em LSF. A primeira obra foi

executada pela Construtora Sequência em São Paulo, e os primeiros projetos eram

focados nas construções residenciais de alto e médio padrão.

Atualmente esse sistema vem passando por um processo de

desenvolvimento e aceitação no mercado nacional, inclusive a sua aplicação já

supera as construções residenciais. Desde então, o mercado tem notado alguns

avanços que ajudaram o sistema a lançar raízes em território brasileiro. Entre eles

estão: a definição dos requisitos mínimos para financiamento de habitações em LSF

pela Caixa Econômica Federal, a publicação de dois manuais (um de engenharia e

outro de arquitetura) pelo CBCA (2014), que serve de subsídio para especificação e

uso, e a normatização de alguns dos principais componentes do sistema, como os

perfis estruturais de aço formados a frio (NBR 6355:2003) e as chapas de drywall

(NBR 15217:2005), uma das opções de fechamento.

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3.3 Características Gerais

Para Santiago, Freitas e Crasto (2012), o LSF é caracterizado como um

processo altamente industrializado, possibilitando uma construção a seco com

grande agilidade de execução, e formado por vários componentes e subsistemas,

como fundação, fechamento interno e externo, isolamento termo-acústico e

instalações elétricas e hidráulicas. Esses subsistemas se complementam a estrutura

do LSF, que é composta por painéis estruturais ou autoportantes, que são

responsáveis pela integridade da edificação, resistindo aos esforços que solicitam a

estrutura.

Figura 6 - Painel estrutural em Light Steel Framing.

Fonte: Steel Frame Alliance (2007, p. 4).

A matéria prima utilizada, a técnica de fabricação, suas particularidades e o

acabamento, passam por controles de qualidade rigorosos, assegurando agilidade

construtiva e maior controle de desperdícios de material e da qualidade do produto

final, o que ocasiona uma solução eficiente e com a possibilidade de custo reduzido.

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O LSF é um sistema construtivo aberto, que possibilita a utilização de

diversos materiais de revestimento; flexível, devido a facilidade de reformas e

ampliação; racionalizado, otimizando a utilização dos recursos e o gerenciamento

das perdas; customizável, permitindo total controle dos gastos já na fase de projeto;

além de durável e reciclável. Tecnicamente, o LSF pode ser definido como um

sistema construtivo estruturado em painéis, projetados para suportar às cargas da

edificação e trabalhar em conjunto com outros subsistemas industrializados, de

forma a garantir os requisitos de funcionamento da edificação (CAMPOS, 2012).

Os principais atributos dessa técnica é que por se tratar de um sistema

industrializado e pré-fabricado, é possível racionalizar o uso de materiais, diminuindo

significativamente as perdas. Ainda, pode-se aprimorar o tempo de fabricação e

montagem da edificação, visto que vários serviços podem ser executados

simultaneamente. Enquanto as fundações são executadas no local da construção,

os painéis das paredes ou, até mesmo, as tesouras da cobertura podem ser

preparadas em fábrica e, posteriormente, montadas na obra.

Outra característica relevante e que torna mais simples a execução da

edificação, é o fato dos materiais utilizados serem muito leves, entre eles, destacam-

se os perfis em aço galvanizado formados a frio, as placas de fechamento e os

materiais de preenchimento, que compõem, praticamente, toda a edificação

construída em LSF. Além do mais, devido a leveza desses materiais o carregamento

nas fundações é reduzido, o que torna essa etapa mais econômica, tanto pelas

fundações não precisarem suportar cargas muito elevadas, quanto pela redução da

mão de obra e do tempo de execução.

Como já citado anteriormente, o sistema LSF não se restringe somente a

construção residencial. Devido a sua flexibilidade e agilidade construtiva verifica-se

um grande potencial a ser explorado nas mais diversas aplicações, dentre as quais

podemos destacar edifícios residenciais e comerciais (de até quatro pavimentos),

habitações de interesse social, estabelecimentos de saúde e ensino, hotéis, e retrofit

em edificações.

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3.4 Vantagens

Segundo Santiago, Freitas e Castro (2012), o sistema construtivo LSF,

apresenta inúmeras e benefícios nas edificações, as principais são:

a) Os produtos que constituem o sistema são padronizados de tecnologia

avançada, em que os elementos construtivos são produzidos industrialmente, onde

a matéria prima utilizada, os processos de fabricação, suas características técnicas e

acabamento passam por rigorosos controles de qualidade;

b) O aço é um material de comprovada resistência e auto controle de

qualidade tanto na produção da matéria-prima quanto de seus produtos, permite

maior precisão dimensional e melhor desempenho da estrutura;

c) Facilidade de obtenção dos perfis formados a frio já que são largamente

utilizados pela indústria;

d) Durabilidade e longevidade da estrutura, proporcionada pelo processo de

galvanização das chapas de fabricação dos perfis;

e) Facilidade de montagem, manuseio e transporte devido a leveza dos

elementos;

f) Construção a seco, o que minora o uso dos recursos naturais e o

desperdício;

g) Os perfis perfurados previamente e a utilização dos painéis de gesso

acartonado facilitam as instalações elétricas e hidráulicas;

h) Melhores níveis de desempenho termo-acústico que podem ser alcançados

através da combinação de materiais de fechamento e isolamento;

i) Facilidade na execução das ligações;

j) Rapidez de construção, uma vez que o canteiro se transforma em local de

montagem;

k) O aço é um material incombustível;

l) O aço é reciclável, podendo ser reciclado diversas vezes sem perder suas

propriedades;

m) Grande flexibilidade do projeto arquitetônico, não limitando a criatividade

do arquiteto.

Ainda na mesma literatura, o LSF tem inúmeras vantagens sobre a

construção convencional, pois se trata de um processo altamente industrializado e

por isso tecnologicamente avançado se comparado com o sistemas construtivo

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convencional. A grande resistência do aço também contribui para este fato, com sua

grande durabilidade e facilidade de manuseio e montagem. Além disso, a construção

em LSF é seca, diminuindo o uso de recursos naturais e desperdícios de materiais,

e tem um bom desempenho termo-acústico.

3.5 Métodos Construtivos

De acordo com Freitas e Crasto (2006), há basicamente três métodos

construtivos para a implantação do sistema LSF: o método tradicional ou Stick, o

método por painéis e o método de construção modular.

O método tradicional, é o mais comum e usado em todo o mundo na

construção, tanto no sistema LSF, como em qualquer outro sistema. Este consiste

na montagem dos elementos estruturais no local, o que corresponde ao nível

mínimo de pré-fabricação. Neste método, os perfis são cortados no canteiro da obra,

e painéis, lajes, coluna, contraventamentos e tesouras de telhados são montados no

local, acarretando no aumento de atividades na obra. Depois de erguida a estrutura

procede-se à colocação dos restantes revestimentos exteriores e interiores.

Figura 7 - Montagem do painel LSF no canteiro de obra.

Fonte: Santiago (2008, p. 23).

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O método por painéis, é composto por painéis estruturais ou não,

contraventamentos, lajes e tesouras de telhado, que são levados prontos para o

canteiro, sendo apenas necessário colocá-los na sua posição correta. Os painéis e

subsistemas são conectados usando as técnicas convencionais (parafusos

autobrocantes e autoatarrachantes), e as principais vantagens são a velocidade de

montagem, o alto controle de qualidade na produção dos sistemas e a diminuição do

trabalho no canteiro de obra. Ao contrário do método anterior, também é possível

que os painéis vindos de fábrica venham já com o seu revestimento exterior, interior

e, até mesmo, isolamento.

Figura 8 - Painéis em LSF produzidos em fábrica e transportados para a obra.

Fonte: Terni, Santiago e Pianheri (2008a).

O último método referido, é a construção modular, onde as unidades são

completamente pré-fabricadas e podem ser entregues no local da obra com todos os

acabamentos internos como revestimentos, louças sanitárias, bancadas, mobiliários

fixos, metais, instalações elétricas e hidráulicas.

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Figura 9 - Exemplos de moradia modular.

Fonte: Koma Modular Construction (2014).

3.6 Etapas de Construção

3.6.1 Fundações

No sistema LSF existe uma vantagem evidente, já referida, quanto às

fundações. Visto que o seu peso é substancialmente inferior ao de um edifício

comum, as suas fundações são menos solicitadas, tornando-as mais econômicas.

Como a a estrutura distribui a carga uniformemente ao longo dos painéis estruturais

e suporta os painéis em toda a sua extensão, a fundação deverá ser contínua.

A Como qualquer fundação, requer uma boa impermeabilização a fim de se

evitarem infiltrações e umidade. É importante salientar que a eficiência estrutural

depende de um bom projeto e execução da fundação. A qualidade da fundação está

diretamente ligada ao bom funcionamento dos subsistemas que formam o edifício

(CONSULSTEEL, 2002). Por ser um sistema autoportante, a fundação deve estar

perfeitamente nivelada e em esquadro, permitindo a correta transmissão das ações

da estrutura e maior precisão na montagem da estrutura e dos demais

componentes.

As fundações são executadas da forma convencional, e como qualquer

fundação, requer uma boa impermeabilização a fim de evitar problemas futuros. As

soluções mais empregadas para as construções em steel frame são o radier e

sapatas corrida, e seja qual for a opção especificada para a fundação, deve-se

mensurar o deslocamento de translação e rotação da estrutura devido a ação do

Page 36: anlise de viabilidade econ´mica do m©todo light steel framing para constru§£o de habita§µes no

36

vento. E para que esses efeitos sejam obstruídos, a fixação da estrutura deve ser

executada de maneira que fique coerentemente ancorada à fundação

3.6.1.1 Radier

O radier é um tipo de fundação rasa, constituída de uma laje em concreto

armado com cota bem próxima da superfície do terreno, na qual toda estrutura se

apoia. Basicamente, é uma laje que distribui seu peso por toda a base da

construção.

As partes imprescindíveis no radier são a laje contínua de concreto e as vigas no

perímetro da laje, e sob as paredes estruturais ou colunas, e onde mais for

fundamental para fornecer rigidez no plano de fundação.

Figura 10 – Corte esquemático de uma laje radier.

Fonte: Terni, Santiago e Pianheri (2008b).

O dimensionamento do radier resultará do cálculo estrutura, e na sua

execução devem-se observar algumas condições, distância do contrapiso ao solo,

conforme recomenda a norma, deve ser de pelo menos 15 cm, para evitar a

penetração de umidade, o radier deve possuir certo desnível em seu contorno para

que o painel fique protegido da umidade, a calçada deve ser executada de forma

que permita o escoamento das águas pluviais, recomendando-se uma inclinação em

torno de 5%.

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37

Para que o conjunto estrutura-fundação interaja de maneira satisfatória, sem

causar deslocamentos, a ancoragem da estrutura deve ser bem dimensionada e

executada.

Ancoragem é o meio construtivo que a estrutura irá se prender à fundação e

permitir que a transmissão dos esforços impossibilite qualquer deslocamento

indesejável. Todos os tipos de ancoragem requerem uma guia, que trata-se de um

perfil estrutural na posição horizontal onde são presos os montantes ou chamados

perfis verticais.

Figura 11 - Detalhe esquemático da ancoragem de painel estrutural à uma laje

radier.

Fonte: Terni, Santiago e Pianheri (2008b).

3.6.1.2 Sapata Corrida

A sapata corrida é um tipo de fundação indicada para construções com

paredes portantes, onde a distribuição de carga é continua ao longo das

paredes. Constitui-se de vigas, que podem ser de concreto armado, de

blocos de concreto ou alvenaria que são locados sob os painéis estruturais.

(FREITAS; CRASTO, 2006, p 27).

A sapata corrida é indicada para terrenos de grande resistência a cerda de 60

cm da superfície, e executada abaixo e ao longo das paredes com função estrutural.

É construída numa vala sobre um solo cuja resistência é condizente com a

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38

intensidade de carregamento a ela transmitida pela largura da aba da sapata. O

contrapiso do pavimento térreo pode ser executado de concreto, ou construído com

perfis galvanizados apoiados nas sapatas.

Figura 12 - Corte esquemático de fundação em sapata corrida.

Fonte: Terni, Santiago e Pianheri (2008b).

3.6.1.3 Fixação dos painéis nas fundações

A ancoragem é a maneira construtiva que a estrutura deve se prender à

fundação e permitir que a transmissão dos esforços impeça qualquer deslocamento

indesejável. É feita após a execução da fundação, e os perfis devem ser fixados

nesta para que resistam à pressão do vento, o qual causa efeitos de translação e/ou

tombamento, fazendo a estrutura (resultado do conjunto dos perfis encaixados e

parafusados) se deslocar lateralmente ou girar no eixo de sua base. Portanto, para

que o conjunto estrutura-fundação interaja de modo satisfatório, e seja evitado o

movimento da edificação devido à pressão do vento, a ancoragem da estrutura deve

ser bem dimensionada e executada, não causando esses deslocamentos.

Page 39: anlise de viabilidade econ´mica do m©todo light steel framing para constru§£o de habita§µes no

39

O tipo de ancoragem define-se devido ao tipo de fundação, as solicitações

que ocorrem na estrutura devido as cargas, as condições climáticas e ocorrência de

abalos sísmicos (CONSULSTEEL, 2002). Suas dimensões e espaçamento são

definidos segundo o cálculo estrutural, e as formas mais utilizadas de ancoragem

são a química com barra roscada, a expansível com ―parabolts‖, e a ancoragem

provisória.

A ancoragem química com barra roscada é colada à fundação em orifício

executado após o concreto da fundação adquirir a resistência especificada. A

colagem é feita geralmente com resina epoxídica, que permite uma ponte de

aderência entre a barra e a fundação. Então, a estrutura da edificação é fixada à

fundação com uma barra rosqueada através de uma peça de aço que se ajusta à

guia do montante (um dos perfis verticais do ―esqueleto‖ da estrutura) e

aparafusada. O montante geralmente é de perfil duplo, conforme mostra Figura 13

(TERNI; SANTIAGO; PIANHERI, 2008b).

Figura 13 - Esquema geral de ancoragem química com barra roscada.

Fonte: Terni, Santiago e Pianheri (2008b).

Outra forma de ancorar a estrutura é utilizar ―parabolts‖. Trata-se de um

chumbador de expansão com torque radial e uniforme. Perfura-se a fundação e fixa-

se a guia com "parabolts" aparafusados. Já na ancoragem provisória é um processo

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utilizado na montagem da estrutura, onde os painéis são fixados com pistola a

pólvora. Esse método e usado para manter o prumo dos painéis enquanto são

montados e conectados a outros painéis do pavimento e até que seja feita a

ancoragem definitiva. São também utilizados em painéis na o estruturais como

fixação e para evitar deslocamentos laterais. (SANTIAGO; FREITAS; CRASTO,

2012).

3.6.2 Estrutura

3.6.2.1 Perfis metálicos

O LSF é concebido a partir da idealização de painéis, compostos por perfis

montados paralelamente e fixados nas extremidades por outros perfis. Esses

elementos metálicos utilizados são fabricados a partir de bobinas de aço de alta

resistência e revestidos com zinco ou liga de alumínio-zinco.

Os perfis são produzidos a partir de dois processos tradicionais, sendo que

um consiste em um processo contínuo em que uma tira de chapa passa por uma

série de cilindros (perfiladeiras) dobrando-a para gerar a conformação da seção

transversal, e o outro método é através de dobradeira, que é um equipamento de

punção que pressiona a chapa contra a mesa para efetivar a dobra, atingindo então

a seção transversal desejada. Essas chapas tem entre 0,8 mm e 3,0mm de

espessura, sendo a mais utilizada a de espessura de 0,95 mm. (TERNI; SANTIAGO;

PIANHERI, 2008a).

As definições das seções, espessura, propriedades geométricas de perfis

steel frame são determinados pelas normas NBR 15253 – Perfis de Aço Formados a

Frio, com revestimento Metálico, para Painéis Reticulados em Edificações:

Requisitos Gerais e NBR 6355 – Perfis Estruturais de Aço Formados a Frio:

Padronização.

De acordo com a NBR 15253 (2005), os seguintes tipos de perfis são

empregados no sistema LSF, conforme a Tabela 1.

U simples: utilizado como guia, ripa, bloqueador e sanefa;

U enrijecido: utilizado como bloqueador, enrijecedor de alma, verga e viga;

Cartola: utilizado como ripa;

Cantoneira de abas desiguais: utilizado como cantoneira.

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Tabela 1 – Designações dos perfis de aço formados a frio para uso em LSF e suas

respectivas aplicações.

Seção Transversal Série Designação

Utilização NBR 6355:2008

Perfil U simples

Guia

Ripa U bw x bf x tn Bloqueador

Sanefa

Perfil U enrijecido

Bloqueador

Enrijecedor de alma U bw x bf x tn Montante

Verga

Viga

Perfil Cartola Ripa

Cr bw x bf x D x tn

Cantoneira de

Cantoneira abas desiguais

L bf1 x bf2 x tn

Fonte: NBR 6355:2008.

O que diferencia o perfil U (guia) do perfil Ue (montante), é que a seção do

primeiro não possui borda (D), e é isto que permite o encaixe desses perfis. As guias

não devem transmitir e nem absorver os esforços, sendo isto função dos montantes,

vigas e eventualmente pilares presentes na estrutura.

As tiras planas, cantoneiras e cartolas, são perfis que também são

indispensáveis para estruturas de LSF. Tiras ou fitas, são tipicamente usadas para

estabilização do painéis e formação das ligações. As cantoneiras são usadas

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geralmente em conexões de elementos onde o perfil Ue não é adequado, e o perfil

cartola é empregado como ripas de telhado.

Segundo Santiago, Freitas e Crasto (2012), as dimensões da alma dos perfis

Ue variam geralmente entre 90 a 300 mm (medidas externas), apesar de ser

possível utilizar outras dimensões. Além da espessura (tn), a resistência de um perfil

de aço depende da dimensão, forma e limite de elasticidade do aço. O limite de

escoamento dos perfis de aço zincado, determinado de acordo com a norma NBR

6673, não deve ser inferior a 230 Mpa.

3.6.2.2 Painéis

Conforme Santiago, Freitas e Castro (2012), os painéis do sistema LSF

podem ter função estrutural, sendo responsáveis pelo suporte das cargas da

edificação, ou podem apenas funcionar como divisórias, tendo como função o

fechamento e isolamento da mesma.

De acordo com os autores, os painéis estruturais ou autoportantes estão

sujeitos a cargas horizontais de vento e cargas verticais oriundas de pisos, telhados

e outros painéis, sendo responsáveis por absorver esses esforços e transmiti-los à

fundação. Esses painéis são constituídos por perfis de seção Ue denominados

montantes, dispostos na vertical e geralmente espaçados de 400mm ou 600mm,

sendo função desses transmitir as cargas verticais por contato direto através de

suas almas, estando suas seções em coincidência de um patamar a outro de forma

a assentir somente a transferência de esforços axiais como mostra a Figura 14.

Os painéis podem ser instalados tanto na vertical, para serem utilizados como

paredes, quanto na horizontal como pisos. Os painéis verticais, na sua maioria, são

portantes, ou seja, funcionam como estrutura da edificação, recebendo as cargas e

dando estabilidade ao conjunto. Outros painéis podem ser utilizados nas paredes

com a finalidade de vedação. A concepção do sistema LSF permite que os painéis

trabalhem concomitantemente, travando-se entre si e gerando uma estrutura plena.

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Figura 14 – Transmissão de carga vertical a estrutura.

Fonte: Santiago, Freitas e Crasto (2012).

Um painel utilizado em parede é constituído pelos montantes e pelas

guias. Os montantes (perfis Ue) são os elementos paralelos verticais normalmente

modulados a cada 400 mm ou 600 mm, mas dependendo da solicitação, pode ser

de até 200 mm. As guias (perfis U) são elementos que fixam as extremidades dos

montantes (inferior e superior) conformando a estrutura básica do sistema steel

frame. A união é realizada com parafusos autoperfurantes e auto-atarraxantes

empregadas de acordo com o local de uso e função estrutural do parafuso, e a

quantidade de parafusos, o comprimento e o diâmetro são estabelecidos pelo

projetista de acordo com as considerações do dimensionamento da união

(SANTIAGO; FREITAS; CRASTO, 2012).

Para as aberturas correspondentes às portas e janelas nos painéis portantes

é imprenscindível o emprego de elementos estruturais para a redistribuição das

solicitações nos montantes interrompidos. Logo, com esse propósito são instaladas

vergas e ombreiras.

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A verga é obtida com a composição de dois ou mais perfis conectados ou, até

mesmo, usando perfis cantoneiras. As ombreiras, que são os perfis que delimitam o

vão, são montadas de cada lado da abertura. O sistema LSF permite aberturas de

grandes vãos e, nesse caso, as vergas devem ser compostas por vigas treliçadas.

Figura 15 - Desenho esquemático de painel estrutural com abertura para janela.

Fonte: Crasto (2005).

Para que a estrutura seja estabilizada devem ser realizadas ligações rígidas

ou com elementos capazes de transferir esses esforços para as fundações, pois

isoladamente os montantes não são capazes de resistir ao cargas horizontais que

solicitam a edificação, como as provocadas pelo vento, e esses esforços podem

resultar na perda da estabilidade da estrutura e até mesmo levá-la ao colapso.

O recurso mais empregado é o de contraventamento em ―X‖, onde uma fita de

aço galvanizado é fixada na face do painel, cuja largura, espessura e localização é

determinada pelo projeto estrutural. Esta fixação deve ser bem tensionada para que

não ocorram folgas, pois isso pode comprometer sua eficácia, além de causar

deformação nos painéis aos quais estão fixadas. Quanto menor for o ângulo

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formado entre a base do painel e a diagonal, menor será a tensão da fita metálica,

portanto, para melhor eficiência, a inclinação das diagonais deve estar

compreendida entre 30º e 60º. Além do mais, o uso dos contraventamentos pode

acabar interferindo na colocação das aberturas, então se deve adotar um ângulo de

inclinação grande da diagonal. E quando o uso do contraventamento em ―X‖ não for

o mais adequado devido ao proveto arquitetônico prever muitas aberturas em uma

fachada, a alternativa é o contraventamento em ―K‖ (FREITAS; CRASTO, 2006).

Figura 16 – Painel com contraventamento em ―X‖.

Fonte: Freitas e Crasto (2006)

De acordo com Crasto (2005), os painéis não estruturais funcionam apenas

como divisórias, tendo função somente de fechamento externo e divisórias internas.

Na condição de divisória pode ser usado o sistema de gesso acartonado ou drywall,

onde as dimensões dos montantes e das guias são menores em dimensão e

espessura. Para as divisórias externas, é aconselhado utilizar os mesmos perfis dos

painéis estruturais.

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O autor também afirma que para portas e janelas a solução para aberturas é

muito mais simples, pois como não há cargas verticais para serem suportadas não é

necessário usar vergas e ombreiras. Para a delimitação lateral do vão só é preciso

utilizar um montante, que é fixado ao marco de abertura, e no acabamento superior

e inferior usa-se apenas uma guia de abertura, como nos painéis estruturai,

conforme a Figura 17.

Figura 17 - Desenho esquemático de painel não-estrutural com abertura para janela.

Fonte: Crasto (2005)

3.6.2.3 Lajes

As lajes baseiam-se no mesmo princípio dos painéis, utilizam perfis

galvanizados dispostos horizontalmente, obedecendo à mesma modulação dos

montantes. Esses perfis integram as vigas de piso, desempenhando função de

estrutura de apoio aos materiais que compõe a superfície do contrapiso.

As vigas de piso devem ser apoiadas nos montantes, para que seja possível

que suas almas estejam em coincidência com as almas dos montantes, novamente

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formando uma estrutura alinhada, e essa disposição permite garantir que predomine

esforços axiais nos elementos da estrutura. Já os painéis portantes devem ser

montados diretamente sobre a estrutura do piso, onde os montantes do painel

superior façam contanto direto com as vigas de piso para garantir a transmissão

axial dos esforços entre os componentes da estrutura e evitar deformações relativas

à falta de nivelamento ou precisão dimensional dos elementos que formam o

contrapiso. (FREITAS; CRASTO, 2006).

O tipo de laje define-se conforme a natureza do contrapiso. Ela pode ser do

tipo úmida (ou steel deck), onde se utiliza uma chapa metálica ondulada

aparafusada às vigas e preenchida com concreto que serve de base para o

contrapiso, ou pode ser do tipo seca, quando placas rígidas de OSB, cimentícias ou

outras são aparafusadas à estrutura do piso. Além do mais, Crasto (2005, p.79)

afirma: ―as principais vantagens da laje seca seriam a menor carga por peso próprio,

e uma construção a seco sem a necessidade do uso da água na obra e maior

velocidade de execução‖.

Figura 18 – Montagem de laje seca em Steel Frame.

Fonte: Hass e Martins (2011).

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Figura 19 - Estrutura de piso em Steel Framing.

Fonte: Construtora Quaco, 2014

3.6.2.4 Cobertura

A cobertura do telhado é a parte da construção destinada a proteger o edifício

da ação das intempéries, podendo também desempenhar uma função estética.

Telhados podem variar desde simples cobertas planas até projetos com maior

complexidade. Os telhados inclinados, além da função protetora, também funcionam

como mediadores térmicos dos ambientes cobertos, visto que a camada de ar entre

a cobertura e o forro, formam um bom isolante térmico. No Brasil, país de clima

tropical, os telhados inclinados cobertos com telhas cerâmicas são normalmente

mais eficientes no que diz respeito ao conforto ambiental (CRASTO, 2005).

O telhado compõe-se de duas partes principais: pela cobertura, podendo ser

de diversos materiais, desde que impermeáveis às águas pluviais e resistentes a

ação do vento e intempéries, e pela armação que corresponde ao conjunto de

elementos estruturais para sustentação a cobertura, tais como ripas, caibros, terças,

tesouras e contraventamentos.

A versatilidade do sistema LSF, assim como nas construções convencionais,

possibilita a realização dos mais variados projetos de cobertura, as soluções mais

comuns são as coberturas planas e as coberturas inclinadas. Inclusive, as

coberturas para LSF, por sua leveza, podem ser usadas em edificações

convencionais, e são capazes de vencer grandes vãos. Para executar estruturas de

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coberturas de LSF, são empregados os mesmo perfis usados nas paredes, os perfis

U e Ue, com alma de 90 mm, 140 mm ou 200 mm de altura (TERNI; SANTIAGO;

PIANHERI, 2009).

Os revestimentos da cobertura do telhado possuem as mesmas

características e princípios das estruturas convencionais, portanto, podem ser

usadas telhas metálicas, cerâmicas, fibrocimento, shingle, entre outras

(BATTISTELLA, 2011).

Conforme a BRASILIT (2014), em construções LSF, as telhas shingle são as

mais usadas. São duráveis, flexíveis pois são constituídas de manta asfáltica com

grão minerais e apresentam um bom padrão estético. Possuem também grande

durabilidade, e boa resistência ao vento e à ruptura (Figura 20). Segue a

composição:

1) Painel estrutural montado sobre os caibros de madeira ou aço;

2) Subcobertura, proporciona melhor acabamento devido à aderência das

telhas, e aumentando a proteção contra a infiltração;

3) Telhas shingle, produzidas por uma base asfáltica e manta de fibra de

vidro, cobertas com materiais granulados;

4) Cumeeiras de ventilação, melhoram a circulação do ar, garantindo conforto

térmico a edificação;

5) As telhas por serem flexíveis, permitem uma adaptação perfeita nas

diversas partes de união entre as águas do telhado, o que dispensa peças de

acabamento.

Figura 20 – Composição do telhado.

Fonte: Brasilit (2014).

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Os elementos da cobertura são: vedação (telhas); elementos que dão suporte

à cobertura, como as ripas, caibros, tesouras; sistema de escoamento das águas

pluviais, como condutores, calhas e rufos (TERNI; SANTIAGO; PIANHERI, 2009).

Segundo Freitas e Crasto (2006) os tipos de coberturas são variados,

podendo ser planas ou inclinadas.

a) Coberturas Planas: normalmente são resolvidas como uma laje úmida onde

a inclinação para o caimento de água é obtida variando espessura do contrapiso de

concreto. Para vãos maiores sem apoios intermediários, é possível o uso de treliças

planas confeccionadas com perfis Ue galvanizados. As imagens abaixo mostram

três tipos de treliças muito utilizadas e uma foto da utilização destas.

Figura 21 - Cobertura em treliça plana.

Fonte: Freitas e Crasto (2006, p. 65).

b) Coberturas inclinadas: a estrutura de um telhado inclinado em LSF é

semelhante à de um telhado convencional de madeira, porém a armação de madeira

é substituída por perfis galvanizados, e a alma dos perfis que compõem os caibros

devem estar alinhadas a alma dos montantes dos painéis de apoio de modo que a

transmissão das cargas seja axial, a estrutura de um telhado inclinado em LSF é

semelhante à de um telhado convencional de madeira (figura x). Telhados inclinados

em LSF podem ser construídos a partir de uma estrutura de caibros ou por meio de

tesouras ou treliças.

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Figura 22 - Caibros e vigas alinhados com montantes de painel estrutural.

Fonte: Freitas e Crasto (2006, p. 65).

Um telhado estruturado com caibros é um método empregado para

construções do tipo ―stick‖, onde os elementos estruturais (U e Ue) são cortados e

montados no local da obra. Este método é usual quando se deseja utilizar menos

aço do que nas tesouras, e quando o vão entre os apoios permite o uso de caibros.

Uma estrutura típica para esse tipo de cobertura consiste em usar dois caibros cujas

extremidades se apoiam nos painéis portantes e em uma cumeeira, formando a

inclinação requerida. O carregamento do telhado e o peso próprio são

descarregados nos caibros e estes nos painéis até chegarem à fundação (FREITAS;

CRASTO, 2006).

Com o objetivo de aumentar a rigidez da estrutura e estabilizar as estabilizar

as peças individualmente, os caibros devem ser devidamente contraventados. Para

isso, é habitual utilizar perfis U, Ue ou fitas de aço galvanizado fixados

perpendicularmente aos caibros na mesa superior ou no interior destes. No caso da

aplicação de telhas shingles ou cerâmicas que necessitam de substrato contínuo de

apoio, os painéis já são responsáveis pelo contraventamento dos caibros.

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Figura 23 - Cobertura estruturada com caibros.

Fonte: Terni; Santiago; Pianheri (2009).

Figura 24 - Telhado estruturado com caibros em um Laboratório na UFMG.

Fonte: Construtora Sequência (2012)

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Já as tesouras ou treliças cobrem grandes vãos sem necessitar de apoios

intermediários, são uma das soluções mais comuns para coberturas residenciais.

Elas podem vir pré-fabricadas ou ser montadas no próprio canteiro de obra. Em

ambos os casos, as tesouras devem ser projetadas e dimensionadas por

profissionais especializados. Como para a confecção das tesouras no canteiro é

necessário um grande espaço para a montagem da mesa de trabalho e equipe

qualificada, as tesouras pré-fabricadas apresentam inúmeras vantagens, como o

menor tempos de trabalho no canteiro e a precisão dimensional. Atualmente, existe

uma variedade muito grande no desenho de tesouras em razão de fatores estéticos,

climáticos e de funcionalidades (FREITAS; CRASTO, 2006).

A ligação das tesouras à estrutura da edificação deve ser feita de forma que

resista aos esforços de tração causados pelo vento, e no caso de edificações em

LSF, as tesouras devem ser fixadas aos montantes dos painéis estruturais da

edificação.

Figura 25 – Tesoura de telhado em arco fabricados com perfis de aço formados a

frio.

Fonte: Crasto (2005, p.105).

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Figura 26 – Telhado de steel frame com tesouras.

Fonte: Sistema Steel House (2014).

3.6.2.5 Escadas

O sistema LSF também oferece soluções para a execução das escadas, e há

maneiras variadas de construção. Geralmente utiliza-se combinações de perfis U e

Ue para a montagem da escada. Os pisos e espelhos das escadas podem ser

constituídos por painéis de OSB ou de pranchas de madeira maciça aparafusadas

na estrutura da escada.

De acordo com Crasto (2005), um dos tipos mais usuais de escadas em LSF

é a escada viga caixa inclinada, indicada para vãos abertos. Ela é constituída por

dois ou mais perfis Ue parafusados um ao outro, formando uma viga que serve de

guia para os degraus. Utiliza-se uma guia dobrada nas dimensões do degraus que é

aparafusado nesta viga. Duas vigas com a guia dobrada acima formam os lances

das escadas onde se fixam os painéis OSB, por exemplo, formando a escada.

Ainda segundo o autor, as escadas fechadas podem ser formadas por painéis

com inclinação e uma guia-degrau utilizando perfis U dobrados para formação dos

degraus. O par dessa composição forma o lance da escada, e o contrapiso se

materializa, como no primeiro caso, por placas de OSB ou pranchas de madeira

maciça. Uma outra concepção é a da utilização de painéis escalonados compostos

por montantes de perfis Ue e guias de perfis U que, se necessário, podem receber

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um painel auxiliar para o assentamento da placa do piso. Se o material da placa de

piso fornecer a resistência necessária às solicitações, esse painel pode ser

desprezado.

Figura 27 – Exemplo de forma construtiva de escada com LSF.

Fonte: DryMaxx (2014)

Figura 28 - Exemplo de escada montada com LSF.

Fonte: Casa Aço Construção Inteligente, 2013.

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3.6.3 Fechamento Vertical

O sistema de fechamento vertical é composto pelas paredes externas, pelos

isolantes térmicos e acústicos e pelas paredes internas de uma edificação. A

primeira corresponde aos fechamentos externos que delimitam as áreas molháveis,

a segunda refere-se aos isolantes térmicos e acústicos, que são colocados entre as

placas e entre os montantes e, por último, os fechamentos internos, instalados nas

áreas secas ou úmidas, mas não molháveis.

Segundo Crasto (2005), nesse sistema os componentes devem ser

compatíveis com o conceito da estrutura dimensionada para suportar vedações de

baixo peso própriode, ou seja, por elementos leves. Outro conceito primordial é o

emprego de sistemas racionalizados para o fechamento para que um maior grau de

industrialização seja promovido na construção. A própria modulação estrutural é

dimensionada para maior otimização do emprego de chapas ou placas, geralmente

elas possuem 1,20m de largura, múltiplo da modulação de 400 mm e 600mm como

ocorre com as placas de gesso acartonado e placas cimentícias. Além do mais, os

materiais de fechamento e acabamento mais apropriados são aqueles que garantem

uma obra ―seca‖, com redução ou eliminação das etapas que utilizam argamassa e

similares.

Os componentes de fechamento são instalados externamente a estrutura

como uma película e juntamente com os perfis galvanizados vão formar as vedações

internas e externas da edificação. Alguns critérios e requisitos que assegurem

satisfação as exigências dos usuários e a habitabilidade da edificação devem ser

levados em conta na escolha dos componentes que farão parte do sistema de

fechamento.

A norma ISO 6241:1984 estabelece os requisitos fundamentais para atender

essas necessidades. A segurança estrutural, a segurança ao fogo, a estanqueidade,

o conforto termo-acústico, tátil e visual também são importantes condições para a

aplicação de um sistema de fechamento, além, é claro, da durabilidade e economia.

Para os fechamentos externos, que estão sujeitos às ações das intempéries, sem

dúvida, uma das maiores preocupações é quanto às propriedades em relação à

estaqueidade e à durabilidade, seguida da condição de ser estética (TERNI;

SANTIAGO; PIANHERI 2008).

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Com relação às chapas de fechamento externo, é importante avaliar e

especificar as seguintes características: resistência à flexão, absorção de água,

variação dimensional em razão da variação de umidade e do efeito de temperatura,

e a resistência às intempéries. Geralmente, quanto maior a absorção de água, maior

a variação dimensional por efeito de umidade e, portanto, maior a movimentação

das chapas; quanto maior a movimentação das chapas, maior deve ser a

capacidade do material usado para o preenchimento das juntas entre chapas de

absorver tal movimentação (OLIVEIRA; WAELKENS; MITIDIERI, 2012).

Para os fechamentos internos das paredes podem-se utilizar os mesmos

materiais de fechamento externo, porém, segundo Campos (2012) o gesso

acartonado é o material mais indicado. No mercado nacional os produtos disponíveis

para o fechamento de construções em LSF são fornecidos em placas ou chapas,

com várias espessuras e os mais utilizados são o OSB, a placa cimentícia e o gesso

acartonado, este podendo ser usado apenas em aplicações internas.

3.6.3.1 Placas OSB

Como componentes dos fechamentos externos, Rego (2012) cita as placas

OSB (Oriented Strand Board), a qual se trata de uma chapa estrutural, produzida a

partir de filamentos (strands) de madeira orientadas com três a cinco camadas

perpendiculares prensadas e unidas com resinas sob altas temperaturas, tornando

maior sua resistência mecânica e rigidez.

O painel de OSB, também pode ser utilizado, e auxilia no contraventamento

das paredes, pois é instalado diretamente na estrutura e sobre ele deve ter um

revestimento de uma manta fixada por grampos, para não deixar com que a

umidade penetre, porém se for utilizado revestimento com argamassa, precisa ser

fixado uma tela sobre a manta. (TERNI; SANTIAGO; PIANHERI, 2008).

Esses painéis não devem ser expostos a intempéries, pois devido às

substâncias utilizadas em sua confecção apresentam razoável resistência à

umidade. São comercializados nas dimensões 1,22 m x 2,44 m e com espessuras

de 9, 12, 15 e 18 mm. As juntas devem ser previstas e ter um espaçamento de 3 mm

incluindo todo o seu perímetro, as juntas verticais devem estar sempre sobre os

montantes e aparafusadas, e quando as paredes tiverem dimensões superiores a 24

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58

m devem ser previstas as juntas de movimentação Error! Reference source not

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Figura 29 - Instalação de placas OSB na fachada.

Fonte: Crasto (2005, p. 127).

No entanto, independente do acabamento final, devido a suas características

as placas de OSB devem ser protegidas contra a umidade em toda sua área externa

por uma manta ou membrana de polietileno de alta densidade, que reveste toda a

área externa das placas, garantindo a estanqueidade das paredes e permitindo a

passagem da umidade da parte interna dos painéis para o exterior, evitando assim a

condensação dentro dos mesmos (Foto X). As mantas são grampeadas nas placas,

e sobrepostas de 15 a 30 cm em suas juntas para criar uma superfície continua e

efetiva que evite as infiltrações (SANTIAGO; FREITAS; CRASTO, 2012).

Segundo a DuPont Brasil (2014), a membrana TYVEK é composta por 100%

de polietileno sem aditivos, corantes ou resinas e 100% reciclável. Ela atua como

barreira contra intempéries, pois reduz a infiltração de ar externo, aumentando a

eficiência do isolamento térmico, e garante a estanqueidade das paredes, perfis e

isolamentos internos contra a infiltração de água, e também é resistente a rupturas e

impede a proliferação de bactérias e fungos. Tanto os painéis internos quanto os

externos não devem ter contado diretamente com as fundações ou com o solo,

dessa maneira, antes da montagem deve ser fixada na base dos painéis uma fita

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seladora, que além de evitar o contato direto com a umidade do piso, minimiza as

pontes térmicas e acústicas.

Outro detalhe importante a ser observado, é que para executar o revestimento

externo as placas OBS devem estar secas. Se estiverem úmidas, recomenda-se

esperar a secagem para depois realizar a colocação dos revestimentos. Como

acabamento final podem ser adotados o ―siding‖ vinílico, o de madeira ou cimentício

e a argamassa.

O ―siding‖ e um revestimento de fachadas, composto de placas paralelas,

muito comuns nas residências norte-americanas. O ―siding‖, como

mencionado anteriormente, pode ser vinílico que é feito com PVC, de

madeira ou cimentício. Sua principal vantagem e oferecer uma alternativa

de construção mais rápida e limpa que os revestimentos tradicionais como

argamassa, pintura e revestimentos cerâmicos. Outra vantagem e

proporcionar um acabamento que melhor se adapta ao fechamento em OSB

(SANTIAGO; FREITAS; CRASTO, 2012).

Esse material é de grande versatilidade, aplicação fácil e não requer muitos

cuidados de manutenção. Além do mais, ele pode ser pintado e para limpar basta

água e sabão. É encontrado no mercado em painéis compostos por réguas duplas

com 5,00 m de comprimento e 25,0 cm de largura com texturas que imitam a

madeira e na cor branca. O revestimento e impermeável, em função do seu material

e do sistema de montagem de barras intertravadas que possibilita a estanqueidade.

Entretanto, não apresenta grande resistência a impactos, apesar de atender a

normas internacionais de desempenho (SILVA, 2013).

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Figura 30 – Casa com acabamento em ―siding‖ vinílico, ou revestimento em PVC.

Fonte: Placo Center (2014).

Enquanto isso, o revestimento com argamassa dá aspecto final semelhante a

uma construção convencional de alvenaria, e por isso tem grande aceitação no

mercado. O revestimento em argamassa tem evoluído no sentido de evitar

problemas como trincas e fissuras devido a movimentação e variação dimensional

dos elementos dos painéis com o desenvolvimento de técnicas e argamassas mais

flexíveis. Porém, com ainda apresenta grande ocorrência de patologias.

Para o revestimento das placas de OSB com argamassa, o método mais

indicado consiste em aplicá-la sobre telas de fios de aço zincado expandida ou tela

plástica resistente à alcalinidade, fixadas ao painel OBS. A tela deve estar disposta

em duas camadas e fixada com grampos sobre a superfície do OSB

impermeabilizada com a membrana de polietileno para que a aderência da

argamassa seja garantida. A argamassa de traço forte deve ser aplicada,

uniformemente, oferecendo um bom recobrimento e não deixando a tela exposta

(FREITAS; CRASTO, 2006).

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Figura 31 - Revestimento das placas OBS com argamassa.

Fonte: Crasto (2005)

No acabamento de OSB com argamassa é necessária a presença de juntas

feitas na superfície da argamassa para orientação das trinca que podem ocorrer

devido a movimentação e variação dimensional do conjunto. Além do mais, deve-se

ter especial atenção na execução do revestimento, evitando que a fachada no

momento da aplicação da argamassa esteja exposta ao sol direto ou a chuva muito

forte (CRASTO, 2005).

Segundo Santiago (2008), a utilização de argamassa para acabamento na

construção em LSF por ser um processo artesanal, contraria a filosofia de

industrialização do sistema, tornando essa etapa da execução mais lenta. Além do

mais, a movimentação inerente ao sistema LSF não é bem absorvida pela

argamassa, e isso favorece o surgimento de diversas patologias que comprometem

a integridade da edificação. Logo, esse tipo de acabamento não é muito

recomendado pelos profissionais com experiência.

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3.6.3.2 Placas Cimentícias

Já as placas cimentícias são placas delgadas de concreto, fabricadas a partir

de argamassas especiais contendo aditivos e uma elevada porcentagem de cimento.

Geralmente são fabricadas a partir de moldes metálicos, utilizando a mesma

tecnologia do concreto pré-moldado (DOMARASCKI; FAGIANI, 2009).

São um tipo ideal de solução para o fechamento, podendo ser usadas tanto

externa quanto internamente, e também em áreas úmidas e expostas a intempéries.

Podem ser utilizadas também em pisos, porém é necessária a aplicação de um

substrato de apoio para proporcionas resistência à flexão, que pode ser de chapas

de madeira transforada.

As placas utilizadas no sistema LSF normalmente possuem dimensão fixa de

1,20m de largura, apresentando espessura de acordo com a função e aplicação da

placa mostradas na Tabela 2. Para o uso em pisos é necessária a aplicação de um

substrato de apoio antes, que pode ser de placas de madeira modificada, resistente

a água proporcionando resistência à flexão.

Tabela 2 - Relação entre espessura e funções e aplicações das placas.

Espessura Comprim. Largura Peso/m² Aplicações

6 mm 2,00 m

1,20 m 10,2 kg Divisórias leves, forros

2,40 m e dutos de ar condicionado

3,00 m

8 mm

2,00 m

1,20 m 13,6 kg

Paredes internas em áreas secas

2,40 m e úmidas, revestimentos de paredes

3,00 m comuns ou em subsolos

10 mm

2,00 m

1,20 m 17,0 kg

Áreas secas e úmidas, internas e

2,40 m externas. Ideais no fechamento

3,00 m vertical e isolamentos termo-acústico

12 mm

2,40

1,20 m 20,4 kg

Uso interno na compatibilização

com o drywall ou em fechamentos

3,00 internos ou externos que necessitem

de mais espessura

Fonte: BRASILIT (2014)

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De acordo com uma das fabricantes das placas cimentícias, a BRASILIT

(2014), elas são totalmente reutilizáveis, possuem alta resistência a impactos,

elevada durabilidade, resistem aos ataques de cupins e micro-organismos, além de

serem incombustíveis e proporcionarem bom isolamento termo-acústico. Além do

mais, recebem um tratamento impermeabilizante que lhes confere menos absorção

de umidade e maior estabilidade dimensional, dispensando impermeabilização

adicional na obra.

O fechamento com essas placas tem grande compatibilidade com o sistema

LSF, visto que as placas são leves, de pequena espessura, impermeáveis,

incombustíveis, resistência aos impactos, baixa condutividade térmica, resistem a

cupins e microrganismos, elevada durabilidade e permitem inúmeros acabamentos

e, ainda, possuem compatibilidade modular.

Na aplicação das placas algumas recomendações devem ser seguidas, como

o armazenamento em locais secos, evitar coincidir as juntas das placas internas com

as juntas externas, evitar a ocorrência de quatro vértices no mesmo ponto nas juntas

verticais das chapas e, no vão de porta e janelas, as juntas verticais junto aos

batentes não devem seguir até o teto sendo ideal também que as juntas de placas

não coincidam com as juntas dos painéis. E a fixação é feita com parafusos ponta-

broca, cabeça auto-escariante e aletas de expansão, pois evitam que o parafuso

faça rosca na placa, e facilita a instalação (TERNI; SANTIAGO; PIANHERI, 2008).

Além do mais, aconselha-se revestir a face exposta das paredes externas

com uma demão de selador de base acrílica. Para locais úmidos, como banheiros,

cozinhas e lavanderias, deve-se prever um sistema de impermeabilização nas

junções da parede com o piso, impossibilitando a infiltração de água para dentro do

painel. Paredes das áreas de box, pias de cozinha e tanques devem igualmente

receber impermeabilização. O assentamento das peças cerâmicas pode ser feiro

com argamassa colante, porém flexível (FREITAS; CRASTO, 2006).

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Figura 32 - Fechamento externo com placas cimentícias.

Fonte: Âncora Soluções Construtivas (2014).

Além do mais, as placas cimentícias destacam-se também por serem

compatíveis com a maioria dos acabamentos ou revestimentos, como pintura

acrílica, cerâmicas, pedras naturais, pastilhas e entre outros.

3.6.3.3 Gesso Acartonado

No sistema LSF, para o fechamento interno dos painéis estruturais e não

estruturais, são utilizados placas ou chapas de gesso acartonado. Para painéis

internos não estruturais é usado o sistema drywall, também constituído dos perfis U

e Ue, de menor dimensão, que suportam apenas o peso dos fechamentos,

revestimentos e de peças fixadas como quadros, armários, etc. As chapas de gesso

acartonado são vedações leves, pois não possuem função estrutural, porém permite

composições de acordo com as necessidades de resistência à umidade, fogo,

isolamento acústico (FREITAS; de CRASTO, 2006).

Segundo os autores, o termo drywall é usado usualmente nos Estados Unidos

e vem sendo utilizado no Brasil para se referir às divisórias de gesso acartonado

com estrutura em perfil galvanizado. Porém, o termo refere-se aos componetes de

fechamento utilizados na construção a seco, sendo as chapas de gesso acartonado

apenas um dos inúmeros tipos de drywall. Inclusive, as placas de OSB e as placas

cimentícias citadas anteriormente também são consideradas como drywall.

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As chapas de gesso acartonado geralmente são comercializadas com 1,20m

de largura, comprimentos variando de 1,80m a 3,60m e espessuras de 9,5mm,

15,5mm e 15mm, sempre consultando previamente o fabricante e o espaçamento

entre os montantes. Esse sistema permite derivações e composições conforme as

necessidades de resistência à umidade e ao fogo. Atualmente são encontrados três

tipos de placas de gesso acartonado no mercado nacional.

Placas Standard (ST), destinada a áreas secas, e constituída por placas de

gesso, parafusadas a uma estrutura metálica leve. A estrutura, em perfilados de aço

galvanizado, é formada por guias e montantes, sobre os quais são fixadas as placas

de gesso, em uma ou mais camadas, gerando uma superfície apta a receber o

acabamento final. Pode ser utilizada em paredes internas retas ou curvas, não

estruturais de edifícios e não expostas a intempéries.

Placa Resistente à Umidade (RU), também conhecida como placa verde,

possuem elementos hidrofugantes, logo são indicadas para áreas para ambientes

sujeitos a umidade, como banheiros, cozinhas e lavanderias.

Placa Resistente ao Fogo (RF), é composta por um material rígido e sua

aplicação é limpa e rápida, elas resistem ao fogo por até 2 horas. É excelente para

paredes corta-fogo de compartimentação, e aplicada também para proteção passiva

contra fogo em estruturas metálicas. Essas placas são resistentes ao fogo por até 2

horas.

As placas de gesso acartonado são fabricadas industrialmente e constituídas

de uma combinação de gesso, água e aditivos, revestidas em ambos os lados com

lâminas de cartão, que proporcionam resistência à tração e flexão ao gesso. As

chapas de gesso devem ser produzidas de acordo com as seguintes Normas ABNT:

NBR 14715:2001, NBR 14716:2001 e NBR 14717:2001.

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Figura 33 - Tipos de placas de Drywall e suas características. Fonte: Dry Maxx (2014).

Antes de inicializar a montagem do sistema de fechamento interno deve-se

verificar a compatibilização dos projetos entre si, a fim de evitar interferências e não

conformidades que comprometam a qualidade do processo construtivo (FREITAS;

CRASTO, 2006):

A instalação do fechamento vertical externo deve estar finalizada, inclusive

impermeabilizada, e as lajes de piso e telhado devem ter sido terminadas;

Devem ter sido concluídas as atividades que façam uso de água;

Os períodos de cura devem estar vencidos, como no caso de lajes úmidas e

fundações do tipo radier;

As lajes e fundações devem estar niveladas e preferencialmente finalizadas;

Os ambientes devem obrigatoriamente estar preservados da entrada de

chuva e umidade excessiva;

As saídas das instalações hidráulicas e elétricas devem estar devidamente

posicionadas, e as prumadas já prontas, evitando-se grandes rasgos nos

perfis metálicos;

Para a fixação dos perfis para drywall, averiguar se o elemento de fixação é

compatível com a base de apoio.

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Figura 34 - Fechamento interno com placas de gesso acartonado.

Fonte: Dry Maxx (2014).

E sobre as placas ou chapas podem ser aplicados revestimentos usuais como

cerâmica, pintura e textura entre outros usualmente aplicados na construção civil

convencional.

3.6.4 Isolamento termo-acústico

A capacidade de proporcionar condições adequadas de qualidade para as

atividades para o qual foi projetada uma edificação determina o seu desempenho

termo-acústico. Esse isolamento é a maneira encontrada para impossibilitar a

transmissão de sons e os ganhos ou perdas de calor para o meio externo,

impedindo que as condições externas tenham influência sobre as internas. Logo, o

fechamento vertical tem papel essencial no isolamento termo-acústico de uma

edificação, pois através dele são constituídas as barreiras físicas entre os ambientes

e o lado externo.

Anteriormente o conceito de isolamento baseava-se na utilização de materiais

com grande massa e espessura. Entretanto, atualmente consegue-se mensurar a

real necessidade do isolamento e quantificar o material isolante necessário devido

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as novas tecnologias. São várias as maneiras de conservação energética em uma

construção, entre elas conter infiltrações de água e a passagem de vento, evitar

penetração e formação de umidade, adequado projeto de circulação de ar dentro da

edificação ou, ainda, reduzir as perdas térmicas entre o meio interno e externo

(CAMPOS, 2007).

Nas construções em LSF os princípios de isolamento térmico e acústico são

baseados em conceitos atuais de isolação multicamada, que fundamenta-se em

associar placas leves de fechamento externo e interno afastadas entre si, e o

espaço formado entre elas é preenchido com material isolante (CRASTO, 2006).

O emprego de mantas termo-acústicas de lãs minerais (Figura 23) entre os

fechamentos externo e interno das paredes e o uso de subcoberturas proporcionam

elevado conforto ambiental. As lãs minerais podem ser aplicadas no forro, na

cobertura e no miolo de divisórias, e são utilizadas para obter conforto termo-

acústico. As lãs de rocha e de vidro devem sua capacidade de absorver ruídos à

própria porosidade: quando a fibra entra em contato com uma onda sonora, ocorre

uma fricção que converte parte da energia sonora em calor, reduzindo a intensidade

do som.

O isolamento térmico é um dos argumentos fortes para o emprego da

tecnologia LSF em qualquer ambiente. Segundo Terni, e Santiago e Pianheri (2008),

a espessura do isolante bem como sua densidade dependerá do nível de isolamento

desejado. A própria concepção do sistema, formado por duas placas, internamente

preenchidas com lã mineral (sistema massa-mola-massa), proporciona redução

acústica pela descontinuidade do meio.

Tanto a lã basáltica de rocha quanto a lã de vidro são classificadas como

materiais incombustíveis. Entretanto, quando for exigida proteção passiva ao fogo,

como ocorre com estruturas metálicas, portas e paredes corta-fogo, recomenda-se a

substituição da lã de vidro pela lã de rocha ou pela lã cerâmica, que suportam a

temperatura e o tempo de exposição direta às chamas especificados por uma norma

técnica.

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Figura 35 - Aplicação de lã de vidro.

Fonte: Placo Center (2014).

3.6.4.1 Isolamento Térmico

O isolamento térmico tem como objetivo controlar as perdas de calor no

inverno e os ganhos no verão, sendo necessário avaliar simultaneamente as trocas

térmicas dinâmicas que ocorrem nos ambientes.

A solução mais adequada representa, portanto, um equilíbrio entre as

perdas e ganhos de calor, que variam conforme o tipo de edificação, as

condições de ocupação, as características do clima local e os materiais

empregados na construção. Quanto aos materiais é importante observar

propriedades tais como: capacidade térmica especifica, densidade de

massa, condutividade térmica, transmitância, refletância e absorbância à

radiação solar, emissividade e forma, além das dimensões e orientações

dos mesmos (FREITAS; CASTRO, 2006, p. 92).

No Brasil ainda não há estudo sobre desempenho térmico de edificações em

LSF, não sendo possível avaliar quais as melhores condições de fechamento,

portanto será levado em consideração a utilização da lã de vidro, que é um

componente utilizado no tratamento térmico e acústico de edificações em LSF. De

acordo com o fabricante, segue a tabela com valores de Resistência Térmica e

Condutividade Térmica do material (FREITAS, CRASTO, 2006).

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As definições e métodos de cálculo simplificado para avaliar o desempenho

térmico de uma edificação são apresentados pela norma NBR 15220:2005 -

Desempenho térmico de edificações. De acordo com o fabricante de lã de vidro, os

valores de resistência e condutividade térmica são descritos na Tabela 3.

Tabela 3 - Resistência e Condutividade Térmica da lã de vidro.

Espessura Condutividade Térmica

(W/m °C) Resistência Térmica (M² °C/W)

50 mm 0,042 1,19

75 mm 0,042 1,78

100 mm 0,042 2,38

Fonte: Isover - Saint Globain (2014)

3.6.4.2 Isolamento Acústico

Segundo Freitas e Castro (2006, p.90) ―a quantidade de radiação sonora

advinda da parede, e, portanto, a capacidade de isolação desta parede, dependerá

da frequência do som, do sistema construtivo e do tipo de material que a compõem‖.

As condições aceitáveis de ruído ambiente são determinadas pela norma

NBR 10152:1987 – Níveis de ruído para conforto acústico. Nela, esses requisitos

são definidos em determinados recintos de uma edificação e de acordo com a

finalidade de utilização. O valor inferior da faixa representa o nível sonoro para

conforto, enquanto que o valor superior significa o nível sonoro aceitável para a

finalidade. Dentre os diversos ambientes citados pela norma, podemos citar:

Dormitórios residenciais (sem ocupação): 30 – 40 dB(A);

Apartamentos em hotéis (sem ocupação): 30 – 40 dB(A);

Salas de estar em residências (sem ocupação) 35 – 45 dB(A);

Salas de aula (sem ocupação): 35 – 45 dB(A);

Quartos hospitalares: 35 – 45 dB(A);

Escritórios: 45 – 55 dB(A);

Geralmente, os materiais de alta absorção acústica são porosos e/ou fibrosos,

e dessa forma a lã de vidro por ser um material fibroso, apresenta grande

capacidade de isolação sonora. Parte da energia sonora que atravessa a parede

com essa camada isolante é transformada em energia térmica que é dissipada do

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material absorvente por convecção, fazendo com que a energia sonora perca a

intensidade.

Segundo Gerges (1992), Para medirmos a eficiência de um isolante sonoro,

devemos considerar sempre o Rw, que é o índice utilizado para medir o quanto u

material é capaz de isolar o ambiente de ruídos externos. O Rw é medido em

decibéis e determinado através de ensaios em laboratório. Quanto maior o Rw de

um material, maior será sua eficiência de isolamento sonoro. De acordo com o

fabricante o índice de Rw (redução acústica) da lã de vidro em feltros e painéis

combinados com placas de gesso acartonado é representada na Tabela 4.

Tabela 4 - Índice de Redução acústica (Rw) da lã de vidro.

Parede Parede Parede

Simples Dupla Simples Dupla Simples Dupla

RW (αβ) 43 50 47 55 52 58

Espessura (mm) 50 mm 75 mm 100 mm

Perfil Metálico (mm) 48 mm 70 mm 90 mm

Fonte: Isover - Saint Globain (2014)

3.6.5 Instalações Elétricas e Hidráulicas

As instalações elétricas e hidráulicas para edificações com sistema

construtivo LSF são as mesmas empregadas em edificações convencionais e

apresentam o mesmo desempenho, não modificando devido ao sistema construtivo.

Desse modo, os materiais empregados e conceitos de projeto também são idênticos

aos utilizados em edificações convencionais e, portanto, as considerações para

projeto, dimensionamento e uso das propriedades dos materiais não divergem do

tratamento tradicional nessas instalações. Da mesma forma ocorre com as

instalações para telefonia, internet, gás, cabos de TV e de aquecedor solar, que,

geralmente, não necessitam exigências especiais além daquelas tradicionalmente

utilizadas nas construções convencionais.

Apesar da facilidade de uso dos materiais convencionais no sistema, há no

mercado a disponibilidade de materiais elétricos e hidráulicos projetados

especialmente para drywall e LSF, como as caixas elétricas que se fixam

diretamente nas placas de gesso acartonado. Porém, assim como nas instalações

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hidráulicas, os materiais de instalações elétricas convencionais, como caixas de luz

plásticas e conduítes corrugados ou lisos, podem ser usados sem problemas. No

caso das caixas de luz comuns, elas podem ser fixadas também em peças auxiliares

ou nos montantes da estrutura (TERNI, SANTIAGO E PIANHERI, 2008).

Enquanto em obras convencionais as tubulações geralmente são instaladas

antes da concretagem das vigas e lajes, podendo assim sofrer danos nessa fase, no

sistema LSF as tubulações são locadas posteriormente, evitando assim o risco de

dano. Outra facilidade desse sistema é o fato de as paredes e lajes funcionarem

como shafts visíveis, permitindo que as interferências entre os sistemas elétricos e

hidráulicos sejam visualizadas facilmente enquanto executadas, simplificando o

trabalho e diminuindo a probabilidade de acidentes, como danificar ou furar algum

cano.

Figura 36 –Instalações elétricas e hidráulicas em sistema LSF.

Fonte: Terni, Santiago e Pianheri (2008).

Os furos para a passagem das instalações pelos montantes e vigas de pisos

devem ser realizados de acordo com norma A NBR 15253:2005 - Perfis de aço

formados a frio, com revestimento metálico, para painéis estruturais reticulados em

edificações - Requisitos gerais. Essa diretriz formaliza furos para passagem de

instalações, prevendo que aberturas sem reforços podem ser executadas nos perfis

de LSF, desde que devidamente consideradas no dimensionamento estrutural, e

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sendo que a distância entre os eixos dos furos sucessivos deve ser de no mínimo

600 mm e a distância entre a extremidade do perfil e o centro do primeiro furo deve

ser no mínimo de 300 mm.

A passagem de tubulação de água fria ou quente ou de conduítes elétricos

pelas vigas de piso é feita através de furos como os previstos em norma. Para as

tubulações sanitárias, que geralmente possuem diâmetros mais elevados é

interessante que seu caminhamento horizontal ocorra sob a laje (oculto por forro) e

que seja o mais curto possível, sendo conduzidas para as paredes. Quando houver

necessidade da tubulação atravessar as vigas de piso ou cobertura através de furos,

deve-se juntamente ao calculista estrutural analisar a necessidade da instalação de

uma peça de reforço à viga nessa região. Nessa situação, as vigas de piso ou de

sustentação da cobertura também podem ser substituídas por treliças ou tesouras,

que possuem espaços maiores entre as peças e permitem facilmente a passagem

das tubulações (TERNI, SANTIAGO E PIANHERI, 2008).

Casualmente as tubulações hidráulicas podem estar sujeitas a vibrações,

para evitar sua transmissão à estrutura da edificação, pode-se utilizar braçadeiras

para fixar as tubulações aos perfis ou ou introduzir espumas ou peças plásticas

especiais nos furos para que sejam acomodadas (figura x). Essas espumas ou

peças plásticas, além de evitar a transmissão das vibrações, também servem para

que durante a execução das instalações, evite-se que ocorram cortes nos tubos ou

nos conduítes, devido ao atrito com as bordas dos furos (BATTISTELA, 2011).

Figura 37 - Passagem dos conduítes pelas vigas de laje, e proteção dos conduítes.

Fonte: Terni, Santiago e Pianheri (2008).

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Segundo Souza e Martins (2009), recomenda-se que a execução das

instalações ocorra somente após a finalização completa da montagem das

estruturas das paredes, lajes e coberturas em LSF. Para evitar danos às instalações,

também é aconselhável que os revestimentos externos e a cobertura já estejam

instalados, minimizando inclusive a chance de acidentes com os profissionais

envolvidos. Após o término de todas as instalações deve-se testá-las antes de se

proceder ao fechamento das placas internas da edificação.

Outra vantagem evidente que o sistema oferece é a fácil manutenção de

todas as instalações, bem como a instalação de outras novas sem a necessidade de

rasgar todo o caminhamento da tubulação. O sistema LSF permite que se instale

uma tubulação de um ponto a outro da parede de forma rápida, limpa e minimizando

os transtornos, diferentemente do método tradicional em paredes de alvenaria. Já a

recomposição da parede de LSF, cortada para a passagem da tubulação, pode ser

feita com a mesma parte da placa de revestimento (gesso acartonado, placa

cimentícia etc.) que foi removida, sem geração de resíduo ou gasto com novo

material.

Portanto, com uma concepção racionalizada, o LSF permite a execução das

instalações com o mínimo de transtorno, pouco desperdício e grande facilidade de

controle e inspeção dos serviços concluídos. A passagem das instalações ocorre por

espaços plenamente visíveis, sem quebradeira e com minimização dos conflitos

entre instalações de diversos sistemas. Sendo um sistema racionalizado, a

discriminação do material empregado é feita no projeto e, portanto, a perda ou

desperdício é praticamente nulo.

3.7 Estado da Arte

De acordo com o CBCA (2014), o déficit habitacional brasileiro é de 7 milhões

de unidades e só poderá ser combatido de forma efetiva com a adoção de soluções

construtivas de alto desempenho e baixo custo de produção. Foi para combater esse

déficit que sistemas industrializados de construção, como é o caso das edificações

LSF estruturadas em aço, vem sendo empregados e tem se destacado na

construção de habitações de interesse social no Brasil.

O uso do LSF tem se mostrado uma alternativa viável para a execução de

habitações de interesse social, e por ser um sistema industrializado e racionalizado,

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aumentando a produtividade e diminuindo o desperdício de tempo e insumos. Além

do mais, nota-se inclusive, que o LSF pode ter um custo unitário menor em grandes

escalas e em construções geminadas, havendo um ganho de 15% em 10 unidades

habitacionais construídas, e atingindo aproximadamente 500 R$/m² em habitações

geminadas (CBCA, 2014).

Um empreendimento de grande relevância para o desenvolvimento do

processo do sistema LSF no Brasil, é o conjunto habitacional denominado Colina

das Pedras construído em 2006, na cidade de Brangaça Paulista, pela empresa

Steel Frame do Brasil Ltda. O projeto é composto de 26 torres com 2 apartamentos

por andar, com área privativa de 54,57m2. Os apartamentos tem sala de estar, dois

dormitórios, cozinha, banheiro, área de serviço. Os edifícios são servidos por escada

sem elevador.

Figura 38 – Conjunto habitacional Colina das Pedras finalizado.

Fonte: Steel Frame do Brasil Ltda (2014).

Outro exemplo é o programa Vila Dignidade, um programa habitacional

voltado ao atendimento de idosos de baixa renda e deu um passo no sentido de

industrializar a habitação popular. Esse empreendimento do Centro de

desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU, 2014), do estado de SP, fez parte

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da primeira Vila Dignidade e foi executado em aproximadamente 12 meses no ano

de 2009. Foram construídas 22 casas, na cidade de Avaré, interior de São, onde as

residências possuem 42 m², distribuídos em sala e cozinha conjugada, quarto e

banheiro, ao custo unitário de R$ 44.300,00 (quarenta e quatro mil e trezentos reais

(CONSTEEL, 2014).

Figura 39 - Vila Dignidade, Avaré, São Paulo.

Fonte: CDHU (2014).

Além da tradicional aplicação residencial, o sistema LSF também tem sido

aplicado em creches, escolas, galpões, lojas comerciais, alojamentos de obras e em

diversas tipologias. Outro nicho vem ganhando muita força é o de vedação de

fachadas em shopping centers, edificações industriais e edifícios comerciais e de

habitação, em que pode substituir a alvenaria em edificações de estrutura metálica

ou em concreto.

Segundo a Inova BH (2014), empresa da Odebrecht Properties, o desafio de

construir 37 escolas em apenas dois anos, para atender cerca de 20 mil alunos de

Belo Horizonte (MG), e industrialização desse processo construtivo foram fatores

decisivos para que o LSF fosse o sistema construtivo escolhido. A primeira escola

inaugurada em Setembro de 2013 tem 1.100 metros quadrados, com dois

pavimentos, 20 salas de aula, berçário, refeitório e áreas de serviço e atenderá

cerca de 440 crianças, e foi executada em 8 meses.

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Figura 40 – Unidade Municipal de Educação Infantil Belmonte durante a construção.

Fonte: Inova BH (2014).

Figura 41 – Unidade Municipal de Educação Infantil Belmonte após a finalização.

Fonte: Inova BH (2014).

Outra possível aplicação desse sistema que vem despertando interesse de

vários profissionais da construção civil é o uso do LSF como fechamento externo de

fachadas para edifícios de múltiplos pavimentos com estrutura principal portante. O

uso desse tipo de fechamento externo é bastante recorrente em países com cultura

construtiva industrializada.

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No Brasil, seu emprego ainda é pouco usual, mas vem mostrando significativo

potencial de crescimento. Em Canoas, no Rio Grande do Sul, a rapidez da

construção do Hotel Ibis superou as expectativas mais otimistas dos construtores e

investidores envolvidos no projeto. A construção de sete pavimentos e 4.500 m² foi

finalizada em apenas 67 dias, permitindo que o hotel entrasse em operação ainda

antes do previsto. Neste curto prazo, a obra foi entregue, faltando apenas os

acabamentos internos e complementos do terreno. A estrutura é mista e composta

por pilares de aço preenchidos por concreto, entretanto, a estrutura de suporte da

fachada, foi executada com o sistema LSF.

Figura 42 – Construção do Hotel Ibis, Canoas - RS.

Fonte: Medabil Construções S.A. (2014).

No município de Santa Maria – RS, o plantão de vendas do Condomínio

Parque das Oliveiras foi construído com o sistema LSF, pela Construtora Tasca &

Zanella, no ano de 2012 e posteriormente, no início de 2014, foi desmontado,

transportado e reconstruído para se transformar na academia de ginástica do

condomínio.

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Figura 43 - Academia do Condomínio Parque das Oliveiras.

Portanto, de acordo com especialistas, o cenário favorável coincide com a

busca cada vez maior por parte das construtoras e incorporadoras por sistemas

industrializados, capazes de incrementar a produtividade e reduzir prazos de obra.

Há maior competitividade entre as empresas, que precisam cada vez mais aumentar

sua produtividade, logo, o LSF vem ajudando as empresas a responder a essa

demanda (CICHINELLI 2014).

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4 ESTUDO DE CASO

Neste capítulo é apresentado um estudo de caso em que é abordado a

construção de uma habitação unifamiliar empregando o sistema LSF no município

de Santa Maria - RS, apresentado seu orçamento detalhando e um comparativo

geral com o tradicional método de construção em concreto armado com fechamento

em alvenaria cerâmica.

4.1 Dados gerais da obra

O estudo de caso aqui apresentado, diz respeito a um empreendimento

residencial, construído pela construtora Tasca e Zanella, pelos engenheiros civis

Maisson Tasca e Andrigo Kemel Zanella, na cidade de Santa Maria, no estado do

Rio Grande do Sul, e finalizado em outubro de 2014.

O empreendimento no qual foi baseada essa pesquisa, se trata de uma

residência unifamiliar de padrão médio. Está localizado na Rua César Trevisan,

1043, no Condomínio Jardim das Oliveiras, num terreno de área total de 390 m2.

A residência possui um pé direito de 3,10 m, e área construía total de 130,89

m2, distribuída em:

Sala de Estar/Jantar com 41,96 m2;

Cozinha com 13,90 m2;

Área de Serviço com 5,07 m2;

Suíte com 16,47 m2;

Banheiro suíte com 4 m2;

Dormitório solteiro 9 m2;

Dormitório com 10,35 m2;

Banheiro de uso comum com 3,50 m2.

No anexo A encontra-se a planta baixa da mesma.

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4.2 Demonstração processo construtivo

Após a definição do projeto arquitetônico com o cliente, o mesmo foi

enviado para uma empresa especializada em construção em LSF, a Center Steel

(2014) de Porto Alegre – RS, que realizou o cálculo estruturas e forneceu a estrutura

para a execução do projeto. As paredes, lajes, vigas, platibandas, lajes de cobertura

e telhado são compostos de uma estrutura metálica em painéis LSF formados pós

perfis metálicos estruturais com zincagem de alta resistência, de dimensões 100 x

45 x 12,5 mm e enrejecedor de alma.

A seguir e apresentada a Tabela 5 contendo a quantidade necessária de

painéis metálicos para construir cada etapa.

Tabela 5 - Quantidade de painéis metálicos por etapa de construção.

Estrutura Quantidade (m2)

Paredes 290,63

Laje Reservatório 7,22

Paredes Reservatório 24,76 Viga 3,75

Platibanda 47,39

Laje de Cobertura 5,66

Telhado 88,36

Os painéis chegaram prontos ao canteiro de obra, sendo necessário apenas

colocá-los na posição correta e conectá-los utilizando parafusos autobrocantes e

autoatarrachantes. A montagem dos painéis foi realizada com apenas dois

funcionários especializados. A cobertura da estrutura foi do tipo inclinada, e

estruturada com tesouras ou treliças. O cobrimento do telhado se deu através de

telhas shingle. As Figuras 44 e 45 mostram fotos da montagem da estrutura e a

Figura 46 do início da aplicação da cobertura.

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Figura 44 – Foto 01: Montagem da estrutura.

Figura 45 - Foto 02: Montagem da estrutura.

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Figura 46 – Foto 03: Início da aplicação da cobertura.

Já o fechamento vertical foi executado com materiais e complementos

fornecidos pela empresa Placo Center, também do município de Porto Alegre - RS.

As placas utilizadas são descritas a seguir de acordo com a finalidade do

fechamento externo.

1) Revestimento Externo:

Placa Cimentícia de 10mm impermeabilzada e com bordas longitudinais

rebaixadas;

Sistema para tratamento de juntas para as placas cimentícias composta

por primer, fita alcali-resistente de 100mm e de 50mm e massa aditivada

com polímeros;

Membrana barreira de água Typar;

Placas OSB Home Plus com espessura de 11,1mm e garantia de fábrica

contra fungos de 10 anos;

Parafusos como elementos de fixação;

2) Revestimento Interno das paredes externas:

Placas de gesso acartonado Standart (áreas sujeitas à umidade);

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Placas de gesso acartonado RU Resistentes à umidade (áreas sujeitas à

umidade);

Sistema para tratamento de juntas, fita massa e parafusos;

OSB Home Plus com 9.5mm e 10 anos de garantia contra fungos;

3) Revestimento Interno das paredes internas

Placas de gesso acartonado Standart (áreas sujeitas à umidade);

Placas de gesso acartonado RU Resistentes à umidade (áreas sujeitas à

umidade);

Sistema para tratamento de juntas, fita massa e parafusos;

Para o fechamento interno foi necessário 147,54 m2 de placas, cada uma

com 2,16 m2 e pé direito de 3,0 m, totalizando de 68 placas de gesso

acartonado.

4) Forro Interno:

Forro em gesso acartonado standart estruturado com perfis F530,

negativos com tabica metálica, materiais de fixação, suportes niveladores,

tirantes em arame 4,8mm e materiais para tratamento de juntas;

5) Telhado:

Telha shingle modelo supreme;

Placas OSB de 11,1mm (para base do telhado);

Sub cobertura e pregos para fixação;

6) Isolamento Termo-Acústico:

Lã de vidro de 50mm para preenchimento de todas as paredes e forro;

Posterior a essas etapas executou-se o acabamento externo sobre as placas

cimentícias com placas de mármore e pintura acrílica. As Figuras de 47 e 50

mostram fotos das etapas de fechamento vertical.

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Figura 47 – Foto 04: Fechamento externo com placas cimentícias.

Figura 48 – Foto 05: Aplicação de placas de mármore como acabamento.

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Figura 49 – Foto 06: Aplicação de camada de lã de vidro entre as paredes e forro.

Figura 50 – Foto 07: Fechamento interno com placas de gesso acartonado.

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As instalações elétricas e hidráulicas no sistema LSF são executadas da

forma tradicional como já citado anteriormente.

Nas Figuras 51, 52 e 53 é possível visualizar as tubulações e conduítes

passando por dentro da estrutura, bem como os furos nos perfis, e os pontos de

saída na parede.

Figura 51 – Foto 08: Instalação de conduítes.

Figura 52 – Foto 09: Instalação de tubulações.

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Figura 53 – Foto 10: Pontos de saída de conduítes das paredes.

Após todas essas etapas, a construção chega a fase final de acabamentos.

Para a pintura, foram utilizadas 3 latas de selador, e 6 de tinta acrílica, ambas de 18

litros. Na Figura 54 é possível visualizar alguns acabamentos estéticos sendo

realizados no interior da residência, e nas Figuras 55 e 56 tem-se a estrutura externa

da casa sendo finalizada.

Figura 54 – Foto 11: Realização de acabamentos estéticos.

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Figura 55 – Foto 12: Finalização da estrutura externa da casa.

Figura 56 – Foto 13: Finalização da estrutura externa da casa.

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Essa obra foi finalizada em 5 meses, o que pode ser considerado bastante

tempo levando em consideração que foi executada com o sistema LSF. Porém,

algumas mudanças nas instalações elétricas e hidráulicas foram solicitadas pelo

cliente após o fechamento com gesso acartonado ter sido executado, acarretando

um atraso na obra devido ao fato disso não estar previsto no projeto inicial, e

necessitando de mais tempo para refazer essa etapa.

Ao todo, foi necessário cerca de 2 meses para finalizar desde a execução da

fundação até o fechamento interno com as placas de gesso acartonado. Entretanto,

proporcionalmente, a fase que demandou mais tempo foi a de acabamentos

estéticos, visto que é bem mais simples do que as anteriores, além de não compor

diretamente o sistema construtivo LSF.

Portanto, dessa maneira foi provado que o sistema LSF é realmente um

método construtivo rápido e altamente produtivo.

4.3 Detalhamento dos custos da obra

De acordo com Domarascki e Fagiani (2009), as etapas mais expressivas

para construir uma edificação em LSF são a montagem da estrutura, as etapas de

fechamento externo e interno e de revestimento. Portanto, demandam mais trabalho,

material e tempo, e consequentemente, demanda mais recursos financeiros para

sua execução. Concomitantemente, essas etapas são responsáveis por mais de

44% do valor total do imóvel. Entretanto, a velocidade construtiva do sistema pode

gerar impactos positivos no custo final devido a redução da mão de obra utilizada.

Sabendo as áreas da casa, determina-se a quantidade dos materiais a serem

usados. Por exemplo, com a área das paredes externas define-se a quantidade

necessária de placas cimentícias, e também é possível prever o custo da fase de

acabamentos externos. Dessa forma, o orçamento deixa de ser uma previsão

insegura e se aproxima muito da exatidão de custos.

A Tabela 6 mostra detalhadamente a quantidade de painéis, parafusos,

ancoradores e fixadores utilizados para cada etapa e seu custo final

(CENTERSTEEL, 2014).

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Tabela 6 - Detalhamento de quantidade e custo de material.

Estrutura Quantidade (kg) Unit. (R$) Total

Paredes 2034,38 R$ 8,98 R$ 18.268,73

Laje Reservatório 86,64 R$ 8,98 R$ 778,03

Paredes Reservatório 173,32 R$ 8,98 R$ 1.556,41 Viga 22,5 R$ 8,98 R$ 202,05

Platibanda 331,76 R$ 8,98 R$ 2.979,20

Laje de Cobertura 87,73 R$ 8,98 R$ 787,82

Telhado 1060,24 R$ 8,98 R$ 9.520,96

TOTAL (R$) R$ 34.093,20

A seguir, nas Tabelas 7, 8, 9 e 10 é apresentado um orçamento simplificado,

bem como o custo final da obra.

Tabela 7 - Custos envolvidos em cada etapa.

Descrição das Etapas

1.1 Limpeza e Terraplanagem R$ 1.600,00

1.2 Instalações Provisórias R$ 2.144,40

1.3 Fundações R$ 7.482,76

1.4 Estrutura Metálica R$ 34.138,04

1.5 Fechamento Externo e Interno e Cobertura R$ 27.572,49

1.6 Esquadrias R$ 15.826,40

1.7 Instalações Elétricas, Antenas e Telefone R$ 6.282,72

1.8 Instalações Hidr;aulicas e Sanitárias R$ 6.282,72

1.9 Pavimentação R$ 10.885,14

1.10 Revestimantos R$ 2.064,81

1.11 Aparelhos R$ 2.598,63

1.12 Pintura R$ 2.188,80

1.13 Arremates Finais R$ 1.150,00

TOTAL - MATERIAL R$ 120.216,91

Tabela 8 - Custos de mão de obra.

Mão de Obra

Serviços Área Preço Unit. Total

1.1 Execução da Edificação 130,89 R$ 500,00 R$ 65.445,00

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Tabela 9 - Custos em serviços de engenharia.

Serviços de Engenharia

1.1 Administração, Controle e Projetos Complementares R$ 33.419,14

Tabela 10 - Custo total e do m².

ESTIMATIVA TOTAL R$ 219.081,05

ESTIMATIVA VALOR DO M² R$ 1.673,78

4.4 Comparativo entre o Sistema Construtivo LSF e o Sistema Convencional

A seguir apresenta-se um comparativo entre os métodos construtivos em LSF

e o tradicional em alvenaria.

As fundações em ambos os métodos tem distribuição com cargas pontuais,

porém no sistema convencional ela representa entre 10% e 15% do custo total da

obra, podendo atingir valores maiores em terrenos acidentados. Já no sistema LSF,

a fundação representa somente entre 5% e 7% do custo total da obra, não

encarecendo no terrenos acidentados.

A estrutura de um é em concreto armado, e a qualidade é determinada por

fatores inconstantes como mão-de-obra, temperatura, umidade do ar e matéria-

prima. Já no sistema industrializado, a estrutura é de aço galvanizado, produto com

certificação internacional e com rigorosos conceitos de qualidade.

No sistema convencional as paredes, portas e janelas tem precisão em

centímetros, e no LSF a precisão é em milímetros. No quesito sustentabilidade, o

LSF é mais vantajoso devido ao fato de ser considerado ecologicamente correto,

visto que o aço é um dos produtos mais reciclados em todo o mundo. Entretanto, o

outro sistema utiliza produtos que degradam o meio ambiente como areia, tijolo,

brita.

Para a colocação de canos e eletrodutos no sistema LSF não há desperdício,

pois essa etapa é executada antes do fechamento interno e não é necessário

quebrar paredes. Já na alvenaria, paredes precisam ser quebradas, gerando

desperdício de material e é refazer a parede nos locais onde passou a tubulação ou

eletrodutos.

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A construção com alvenaria, gera um canteiro de obras sujo ou com grande

manutenção de limpeza, e o LSF possui um canteiro limpo e organizado.

O isolamento térmico no sistema de alvenaria é mínimo, pois permite

facilmente a passagem de calor pelas paredes, aumentando o custo de manutenção

da temperatura. Já no LSF o isolamento térmico é máximo em virtude da camada

isolante aplicada entre as paredes e forro, além se ser um sistema multicamada.

Além do mais, o prazo da execução em alvenaria é maior e impreciso, já no

LSF o prazo pode ser até 1/3 menor e com maior precisão.

O preço por metro quadrado na construção tradicional é inferior ao sistema

LSF. Porém, ao avaliar custos diretos e indiretos, a construção em LSF pode se

tornar mais econômico.

De acordo com o Sinduscon-RS (2014), o custo unitário básico (CUB) para a

construção de uma residência unifamiliar de padrão normal R 1-N, no mês de Junho

de 2014 era de R$ 1404,42 por metro quadrado. Na tabela abaixo é feito o

comparativo entre o custo total para a edificação estudada com ambos os métodos

construtivos.

Tabela 11 – Comparativo entre o custo total.

Light Steel Frame Alvenaria convencional

Custo/m2 R$ 1.673,78 R$ 1.404,42

Custo Total R$ 219.081,05 R$ 183.824,53

Portanto, nota-se que realmente o sistema LSF tem um custo mais elevado

quando comparado à construção em alvenaria. Para esse caso específico, a

construção em LSF ficou 19,18% mais caro.

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5 CONCLUSÃO

Através do embasamento teórico a respeito do sistema construtivo LSF

apresentado neste trabalho, procurou-se compilar informações a respeito de suas

particularidades, demonstrando uma visão ampla sobre as etapas construtivas e as

vantagens de sua aplicação quando comparado ao sistema construtivo convencional

em concreto armado com vedação em alvenaria de blocos cerâmicos.

Por meio do estudo de caso realizado, evidenciou-se que a construção em

LSF oferece inúmeros benefícios técnicos e construtivos, como a flexibilidade de

projeto, a redução na sobrecarga estrutural associada a uma elevada resistência, o

alto grau de industrialização e a sustentabilidade. Tais características tornam o

método atrativo tanto para o construtor e investidor quanto para o cliente.

Convém ressaltar que, apesar dos diversos fatores favoráveis, a análise de

custo da residência unifamiliar abordada no estudo em questão revelou que o

sistema construtivo convencional em concreto armado é mais econômico,

apresentando uma diferença de cerca de 20% entre o custo total do sistema LSF.

No entanto, na análise realizada não foram considerados fatores de produtividade e

prazo de entrega, que pode ser reduzidos em até 50% na construção em LSF, fato

que pode gerar retornos econômicos mais imediatos que os obtidos com o sistema

convencional. Além do mais, devido ao excelente desempenho térmico da edificação

em LSF, haverá maior conforto dentro da residência, e economica de energia na

matutenção da temperatura.

Como resultado final do estudo realizado neste trabalho, tem-se a

constatação de que o método construtivo LSF corresponde a uma importante

alternativa para o mercado da construção civil do município de Santa Maria - RS, e

também da região, pois além de otimizar recursos e contribuir diretamente com a

fidelidade orçamentária, o prazo menor de entrega garante uma ocupação e um

retorno financeiro mais rápido, tornando a construção uma ótima forma de

investimento.

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Anexo A – Planta Baixa