anÁlise das manifestaÇÕes patolÓgicas e suas …
TRANSCRIPT
UNIVERSIDADE FERDERAL DO RIO DE JANEIRO
Curso de Engenharia Civil
Departamento de Construção Civil
ANÁLISE DAS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS E
SUAS RESPECTIVAS TERAPIAS EM FACHADAS COM
APLICAÇÃO DE REVESTIMENTOS DE ROCHAS
ORNAMENTAIS
Marcella Lorena Ribeiro de Souza
Rio de Janeiro
2019
ANÁLISE DAS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS E
SUAS RESPECTIVAS TERAPIAS EM FACHADAS COM
APLICAÇÃO DE REVESTIMENTOS DE ROCHAS
ORNAMENTAIS
Marcella Lorena Ribeiro de Souza
Projeto de Monografia apresentado ao
Departamento de Construção Civil da Escola
Politécnica da UFRJ como exigência parcial
para obtenção do Título de Engenheira Civil.
Orientador: Assed Naked Haddad, Dsc.
Rio de Janeiro
Março de 2019
i
ANÁLISE DAS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS E SUAS RESPECTIVAS
TERAPIAS EM FACHADAS COM APLICAÇÃO DE REVESTIMENTOS DE
ROCHAS ORNAMENTAIS
Marcella Lorena Ribeiro de Souza
PROJETO DE GRADUAÇÃO SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO CURSO
DE ENGENHARIA CIVIL DA ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE
FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS
NECESSÁRIOS PARA A OBTEÇÃO DO GRAU DE ENGENHEIRO CIVIL.
Examinado por:
__________________________________________ Prof. Assed Naked Haddad, D. Sc.
(Orientador)
__________________________________________ Prof. Leandro Torres Di Gregorio, D. Sc.
__________________________________________ Mohammed Najjar, M. Sc.
Rio de Janeiro, RJ
Março, 2018
ii
Souza, Marcella Lorena Ribeiro de
Análise e diagnóstico das manifestações patológicas em
revestimento de fachadas com aplicação com rochas
ornamentais/ Marcella Lorena Ribeiro de Souza. – Rio de
Janeiro: UFRJ/ Escola Politécnica, 2018.
XII, 95 p.: il.; 29,7cm
Orientador: Assed Naked Haddad
Projeto de Graduação – UFRJ/ Escola Politécnica/ Curso
de Engenharia Civil, 2019.
Referências Bibliográficas: p. 81-86.
1. Manifestações patológicas. 2. Rochas ornamentais. 3.
Fachadas. I.Haddad, Assed Naked. II. Universidade Federal do
Rio de Janeiro, Escola Politécnica, Curso de Engenharia Civil.
III. Análise das manifestações patológicas e suas respectivas
terapias em fachadas com aplicação de revestimentos de
rochas ornamentais.
iii
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar, agradeço a Deus por ter cuidado de mim em todos os
momentos e que mesmo em meio as dificuldades da vida, me fez sonhar e acreditar
que o impossível pode ser tornar possível. Obrigada por fazer por mim muito mais do
que eu realmente mereço.
Agradeço a minha mãe e ao meu irmão, Maria e Matheus, por todo apoio ao
longo dessa incrível jornada e por não medirem esforços para que eu pudesse chegar
até aqui. Agradeço ao meu pai, Orlando, por acreditar mais em mim do que eu mesma.
Obrigada pelo amor incondicional, paciência e por sonharem comigo este sonho. Essa
vitória é nossa. Serei grata eternamente a vocês.
Agradeço minha família, Ribeiro, por me ajudar a chegar até aqui, seja com
palavras ou simplesmente por estar ao meu lado nos momentos de dificuldade.
Aos meus colegas de faculdade, com quem compartilhei momentos de tensão e
alegria. Agradeço especialmente a Monique, Elisa e Mariana, pela amizade e por
tornarem a caminhada mais leve. Não conseguiria chegar até aqui sem vocês.
Agradeço a Sonali, que sem pestanejar, andou comigo algumas vezes pelo
Centro do Rio e me ajudou a tirar as fotos e obter as informações necessárias para a
realização deste trabalho. Sem você teria sido mais difícil e menos divertido. Obrigada!
As minhas amigas Lorrane, Thais, Carolainne e Bruna, por todo o apoio ao longo
desta jornada. Amo vocês!
Agradeço a minha amiga Priscilla, por todo o carinho e por me ajudar a chegar
até aqui. Agradeço por estar me apoiando nos momentos de dificuldades e também por
ter se alegrado com as minhas vitórias. Obrigada pelos os conselhos, pelas orações e
pela amizade. Você faz parte disso de tudo isso. Amo você!
Agradeço aos meus irmãos da Igreja Belcaire, pelas suas orações e pelo amor
por mim e por minha família.
Por fim, agradeço ao meu orientador Assed Haddad que acreditou neste trabalho
e por disponibilizar parte do seu tempo para me orientar. Toda informação e
conhecimento foram fundamentais para a orientação deste trabalho. E a todos os
professores do curso de Engenharia Civil que contribuíram para minha formação
acadêmica. Obrigada!
iv
Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/UFRJ como parte
dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Civil.
ANÁLISE DAS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS E SUAS RESPECTIVAS
TERAPIAS EM FACHADAS COM APLICAÇÃO DE REVESTIMENTOS DE ROCHAS
ORNAMENTAIS.
Marcella Lorena Ribeiro de Souza
Março/2019
Orientador: Assed Naked Haddad
Curso: Engenharia Civil
Os revestimentos são de grande importância para as edificações em geral, porém os
revestimentos muitas vezes, não recebem a devida atenção. Por isso, é necessário a
utilização de medidas preventivas para garantir o desempenho satisfatório,
correspondente com a sua vida útil. O assentamento e execução da aplicação dos
revestimentos feito de forma incorreta, e a falta de realizações de manutenções
periódicas contribuem para que a edificação sofra com patologias, provocando
acidentes e afetando a estética da fachada. Devido a importância do tema, é necessário
promover a preservação e desempenho adequado às edificações que fazem uso de
rochas ornamentais em suas fachadas. Baseado nesses fatores, este trabalho tem
como objetivo avaliar as principais patologias que afetam o desempenho e durabilidade
de edificações em geral e dessa forma, sugerir medidas para solucionar os problemas
atuais que estas estruturas apresentam e contribuir para redução de problemas futuros.
Este trabalho será desenvolvido em duas etapas: inicialmente foi utilizada a literatura
disponível sobre as principais patologias que as edificações podem apresentar e em
seguida, foi realizada a inspeção visual e levantamento fotográfico de algumas
edificações no Centro da cidade do Rio de Janeiro que possuem rochas ornamentais
que apresentam em suas fachadas manifestações patológicas. A partir destas etapas,
foi determinada as possíveis causas e consequências, como também o tratamento
destas patologias.
Palavras – chave: revestimentos; patologias; manifestações patológicas; fachadas;
rochas ornamentais;
v
Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of the
requirements for the degree of Engineer.
ANALYSIS OF PATHOLOGICAL MANIFESTATIONS AND THEIR RESPECTIVE
THERAPIES IN FACADS WITH ORNAMENTAL ROCK COATING APPLICATION.
Marcella Lorena Ribeiro de Souza
March/2019
Advisor: Assed Naked Haddad
Course: Civil Engineering
Coatings are of great importance for buildings in general, but coatings often do not
receive proper attention. Therefore, it is necessary to use preventive measures to ensure
the satisfactory performance, corresponding with its useful life. The laying and execution
of the application of the coatings made incorrectly, and the lack of periodic maintenance
achievements contribute to the building suffer with pathologies, causing accidents and
affecting the aesthetics of the facade. Due to the importance of the theme, it is necessary
to promote the preservation and adequate performance to the buildings that make use
of ornamental rocks in its façades. Based on these factors, this study aims to evaluate
the main pathologies that affect the performance and durability of buildings in general
and, thus, suggest measures to solve the current problems that these structures present
and contribute to reduce future problems. This work will be developed in two stages:
initially the available literature was used on the main pathologies that the buildings can
present and then, the visual inspection and photographic survey of some buildings in the
downtown of Rio de Janeiro that have ornamental rocks which present pathological
manifestations in their facades. From these steps, the possible causes and
consequences were determined, as well as the treatment of these pathologies.
Keywords: coatings; pathologies; pathological manifestations; facades; ornamental
rocks
vi
Sumário 1. Introdução ............................................................................................. 1
1.1. Justificativa ........................................................................................ 2
1.2. Objetivos ............................................................................................ 3
1.2.1. Objetivo Geral .............................................................................. 3
1.2.2. Objetivos Específicos ................................................................... 3
1.3. Metodologia ....................................................................................... 4
1.4. Estrutura do Trabalho ......................................................................... 5
2. Rochas Ornamentais ............................................................................. 6
2.1. Classificação petrográfica................................................................... 6
2.1.1. Rochas Ígneas ............................................................................. 6
2.1.2. Rochas Sedimentares .................................................................. 7
2.1.3. Rochas Metamórficas ................................................................... 7
2.2. Principais Minerais Constituintes das Rochas ..................................... 7
2.2.1. Quartzo ........................................................................................ 8
2.2.2. Feldspato ..................................................................................... 8
2.2.3. Micas ........................................................................................... 8
2.2.4. Calcita ......................................................................................... 8
2.2.5. Dolomita ...................................................................................... 8
2.2.6. Anfibólios ..................................................................................... 9
2.3. Principais propriedades dos minerais e das rochas ............................. 9
2.3.1. Dureza ......................................................................................... 9
2.3.2. Clivagem .................................................................................... 10
2.3.3. Fratura ....................................................................................... 11
2.3.4. Tenacidade ................................................................................ 11
2.3.5. Porosidade ................................................................................. 11
2.3.6. Alterabilidade ............................................................................. 11
2.3.7. Aderência .................................................................................. 13
2.3.8. Condutibilidade térmica .............................................................. 13
vii
2.4. Classificação das rochas ornamentais .............................................. 13
2.4.1. Rochas Silicáticas ...................................................................... 14
2.4.2. Rochas Carbonáticas ................................................................. 15
2.5. Ensaio de Caracterização Tecnológica ............................................. 16
2.5.1. Análise Petrográfica ................................................................... 18
2.5.2. Índices físicos (densidade aparente, da porosidade aparente e da
absorção de água) ............................................................................................ 20
2.5.3. Coeficiente de dilatação térmica linear ........................................ 20
2.5.4. Resistência ao congelamento e degelo ....................................... 21
2.5.5. Resistência à compressão uniaxial ............................................. 22
2.5.6. Módulo de ruptura (flexão por carregamento em três pontos) ...... 22
2.5.7. Resistência à flexão por carregamento em quatro pontos ........... 23
2.5.8. Resistência ao impacto de corpo duro ........................................ 23
2.5.9. Desgaste por abrasão ................................................................ 24
3. Fachadas com Rochas Ornamentais.................................................... 25
3.1. Rocha para revestimento.................................................................. 25
3.2. Fixação das placas de rochas ornamentais nas fachadas ................. 26
3.2.1. Fachadas aderentes ................................................................... 26
3.2.1.1. Argamassa cimentícia convencional ........................................ 27
3.2.1.2. Argamassa colante .................................................................. 29
3.2.1.3. Argamassa adesiva ................................................................. 30
3.2.2. Fachadas ventilada/aeradas ....................................................... 30
4. Principais patologias em rochas ornamentais ....................................... 35
4.1. Eflorescências.................................................................................. 36
4.2. Manchas .......................................................................................... 40
4.3. Modificação de coloração ................................................................. 45
4.4. Fissuras e fraturas ........................................................................... 46
4.5. Riscos .............................................................................................. 49
4.6. Descolamento de placa .................................................................... 49
viii
4.7. Deterioração .................................................................................... 56
4.8. Perda de brilho ................................................................................. 58
4.9. Colônias biológicas .......................................................................... 59
5. Trabalho de campo .............................................................................. 61
5.1. Eflorescência ................................................................................... 61
5.2. Descolamento de placa .................................................................... 63
5.3. Manchas .......................................................................................... 66
5.4. Manchas de minerais secundários .................................................... 70
5.5. Modificação da coloração ................................................................. 72
5.6. Perda de Brilho ................................................................................ 73
5.7. Fraturas, fissuras e lascagem ........................................................... 74
5.8. Riscos .............................................................................................. 76
5.9. Colônias biológicas .......................................................................... 77
5.10. Deterioração ................................................................................. 78
6. Considerações finais ........................................................................... 80
Referências bibliográficas.............................................................................. 81
Apêndice A – Fichas de Apoio ....................................................................... 87
Apêndice B – Resultados Obtidos.................................................................. 89
ix
Índice de figuras
FIGURA 1 - DESPLACAMENTO DE PLACA DE MÁRMORE NA RUA DA ASSEMBLEIA NO RIO DE JANEIRO .... 3
FIGURA 2 - CORTE ESQUEMÁTICO DE UM REVESTIMENTO DE UMA EDIFICAÇÃO COM APLICAÇÃO DE
ROCHAS ORNAMENTAIS ................................................................................................................. 25
FIGURA 3 - ESQUEMA DE FIXAÇÃO DIRETA ............................................................................................ 27
FIGURA 4 - DETALHE DA FIXAÇÃO DA TELA NO SUBSTRATO ................................................................... 28
FIGURA 5 - JUNTA DE MOVIMENTAÇÃO ................................................................................................. 29
FIGURA 6 – SISTEMA DE REVESTIMENTO DE FACHADA VENTILADA COM PLACAS DE ROCHAS ............... 31
FIGURA 7 - ESQUEMA ILUSTRATIVO DA FIXAÇÃO DE GRAMPOS EM REVESTIMENTOS PÉTREOS ............. 32
FIGURA 8 – DETALHE DE INSERT METÁLICO ........................................................................................... 33
FIGURA 9 – FACHADA COM USO DE CHUMBADORES PARA FIXAÇÃO DE REVESTIMENTOS PÉTREOS EM
FACHADAS ..................................................................................................................................... 33
FIGURA 10 – DANOS PROVOCADOS PELA CRIPTOFLORESCÊNCIA ........................................................... 36
FIGURA 11 - EFLORESCÊNCIA NAS JUNTAS EM UM EDIFÍCIO REVESTIDO COM GRANITO ....................... 38
FIGURA 12- ETAPAS PARA A EXECUÇÃO DA BARREIRA DE IMPERMEABILIZAÇÃO ATRAVÉS DO CORTE
HÍDRICO ......................................................................................................................................... 39
FIGURA 13 – EFLORESCÊNCIAS NAS JUNTAS E NOS REFORÇOS DE ANCORAGEM .................................... 39
FIGURA 14 - MANCHAS ORIUNDAS DE UMIDADE EXCESSIVA DA ARGAMASSA (MANCHAS ESCURAS)
QUANTO DA IMPUREZAS DOS MATERIAIS DO ASSENTAMENTO (MANCHAS AMARELADAS) ......... 41
FIGURA 15 - MANCHAS DEVIDO A LIBERAÇÃO DE ÓXIDOS E HIDRÓXIDOS DE FERRO PROVENIENTES DA
PORTA DE FERRO NO REVESTIMENTO ........................................................................................... 42
FIGURA 16 - MACHAS DEVIDO AO USO DE ARAMES NO TARDOZ DO REVESTIMENTO ............................ 43
FIGURA 17 - MANCHAS DEVIDO A APLICAÇÃO INADEQUADA DE SELANTE ............................................. 43
FIGURA 18 - MACHAS DE UMIDADE DEVIDO A FALHAS NO REJUNTAMENTO QUE PERMITIRAM A
INFILTRAÇÃO DE ÁGUA NAS JUNTAS ............................................................................................ 44
FIGURA 19 - MANCHAS CAUSADAS PELA LIMPEZA INEFICIENTE PARA REMOVER GRAFFITI DO
REVESTIMENTO ............................................................................................................................. 45
FIGURA 20 – PLACAS DE GRANITO APRESENTANDO MODIFICAÇÃO DE COLORAÇÃO EM VIRTUDE DA
APLICAÇÃO DE PRODUTOS DE LIMPEZA, INSOLAÇÃO, POLUIÇÃO E OXIDAÇÃO .............................. 46
FIGURA 21 - FRATURA POR IMPACTO EM REVESTIMENTO DE GRANITO .............................................. 477
FIGURA 22 - FISSURAS DEVIDO A DILATAÇÃO E JUNTAS COM ESPAÇAMENTOS INADEQUADOS ............ 47
FIGURA 23 – LASCAGEM NAS BORDAS DO REVESTIMENTO EM MÁRMORE ............................................ 48
FIGURA 24 – FISSURAS NA ARGAMASSA PROVOCANDO DESCOLAMENTO .............................................. 50
FIGURA 25 – ARGAMASSA COM PLASTICIDADE INADEQUADA ............................................................... 50
FIGURA 26 – DESPLACAMENTO CAUSADO PELA FALHA NA APLICAÇÃO DA PLACA NA ARGAMASSA ....... 51
FIGURA 27 - REVESTIMENTO SOLICITADO À TRAÇÃO .............................................................................. 52
FIGURA 28 - REVESTIMENTO SOLICITADO À COMPRESSÃO .................................................................... 53
x
FIGURA 29 - TIPOS DE RUPTURA ............................................................................................................. 54
FIGURA 30 – DESPRENDIMENTO DO CHUMBADOR NA FALHA DE EXPANSÃO ......................................... 55
FIGURA 31 - DESPRENDIMENTO DO CHUMBADOR NA FALHA NO SUBSTRATO ....................................... 55
FIGURA 32 - DESPRENDIMENTO DO CHUMBADOR NA FALHA NO CHUMBADOR ................................... 56
FIGURA 33 - DESPRENDIMENTO DO CHUMBADOR NA FALHA DE TRINCAS PRESENTE NO MATERIAL BASE
...................................................................................................................................................... 56
FIGURA 34 – GRANITO APRESENTANDO VÁRIAS PATOLOGIAS ............................................................... 58
FIGURA 35 - DESENVOLVIMENTO DE VEGETAÇÃO ENTRE AS JUNTAS .................................................... 60
FIGURA 36 E FIGURA 37 - EFLORESCÊNCIA NAS JUNTAS AVENIDA RIO BRANCO 100 COM RUA DO
ROSÁRIO ........................................................................................................................................ 62
FIGURA 38 – EFLORESCÊNCIA NA AVENIDA RIO BRANCO 128 COM A RUA SETE DE SETEMBRO .............. 63
FIGURA 39 - DESPLACAMENTO NA AVENIDA RIO BRANCO 100 COM A RUA DO ROSÁRIO ...................... 64
FIGURA 40 E FIGURA 41 – DESPLACAMENTO NA RUA BUENOS AIRES, 59 ............................................... 66
FIGURA 42 - MANCHAS DE UMIDADE NA AVENIDA RIO BRANCO 128 COM A RUA SETE DE SETEMBRO .. 67
FIGURA 43 E FIGURA 44 - MANCHAS DE UMIDADE NA AVENIDA RIO BRANCO, 125 ................................ 68
FIGURA 45 - MANCHAS DEVIDA À UMIDADE NA AVENIDA RIO BRANCO 99 ............................................ 69
FIGURA 46 - MANCHA DE SELANTE NA AVENIDA RIO BRANCO, 142 COM A RUA DA ASSEMBLEIA .......... 70
FIGURA 47 E FIGURA 48 - MANCHA DEVIDO A LIBERAÇÃO DE ÓXIDOS E HIDRÓXIDOS DE FERRO POR
PORTA DE FERRO ENFERRUJADA NA AVENIDA RIO BRANCO 100 COM A RUA DO ROSÁRIO ........... 71
FIGURA 49 E FIGURA 50 - MANCHA OCASIONADA POR MINERAIS SECUNDÁRIOS AVENIDA RIO BRANCO,
142 COM A RUA DA ASSEMBLEIA ................................................................................................... 72
FIGURA 51 E FIGURA 52 - DIFERENÇA DE COLORAÇÃO DAS PLACAS NA AVENIDA RIO BRANCO COM A
RUA SETE DE SETEMBRO ................................................................................................................ 73
FIGURA 53 - PERDA DE BRILHO NA AVENIDA RIO BRANCO 103 COM A RUA DO ROSÁRIO ...................... 74
FIGURA 54 E FIGURA 55 – FRATURA, LASCAGEM E FISSURAS NA AVENIDA RIO BRANCO 109 ................. 75
FIGURA 56 – FISSURAS NA AVENIDA RIO BRANCO 109 ........................................................................... 75
FIGURA 57 E FIGURA 58– FRATURAS E FISSURAS NA RUA BUENOS AIRES, 59 ......................................... 76
FIGURA 59 - RISCOS NA AVENIDA RIO BRANCO 100 COM A RUA DO ROSÁRIO ....................................... 77
FIGURA 60 - SURGIMENTO DE PLANTAS NO REJUNTE ENTRE AS PLACAS NA AVENIDA RIO BRANCO 109
COM A RUA DO ROSÁRIO ............................................................................................................... 78
FIGURA 61 E FIGURA 62– FACHADA QUE APRESENTA VÁRIAS PATOLOGIAS (EFLORESCÊNCIA, UMIDADE,
MANCHAS E COLÔNIAS BIOLÓGICAS) ............................................................................................. 79
xi
Índice de tabelas
TABELA 1 - ESCALA DE MOHS E PADRÕES SECUNDÁRIOS ......................................................................... 9
TABELA 2 - ROTEIRO PARA AVALIAÇÃO PRELIMINAR DO ESTADO DE ALTERAÇÃO DAS ROCHAS ............ 13
TABELA 3 - ENSAIOS RECOMENDADOS PARA ROCHA DE REVESTIMENTO ............................................... 17
TABELA 4 – PARÂMETROS QUALITATIVOS QUE DEVEM SER CONSIDERADOS PARA ESPECIFICAÇÃO DA
PLACA DE ROCHA EM FUNÇÃO DO TIPO DE APLICAÇÃO ................................................................ 17
TABELA 5 - CARACTERÍSTICAS PETROGRÁFICAS GERAIS DE ROCHAS USADAS COMO MATERIAL DE
REVESTIMENTO NO BRASIL ............................................................................................................ 19
TABELA 6 - ALTERAÇÃO EM REVESTIMENTO ........................................................................................... 35
TABELA A.1 – CARACTERIZAÇÃO DA PATOLOGIA .................................................................................... 88
TABELA B. 1 - IDENTIFICAÇÃO DE TODOS OS EDIFÍCIOS ESTUDADOS .. ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.
TABELA B.2 – CARACTERÍSTICAS DOS REVESTIMENTOS DE CADA EDIFÍCIO ESTUDADO . ERRO! INDICADOR
NÃO DEFINIDO.
TABELA B.3 – CARACTERIZAÇÃO DO EDIFÍCIO A .................................................................................... 900
TABELA B.4 – CARACTERIZAÇÃO DO EDIFÍCIO B (LOJA 1) ...................................................................... 900
TABELA B.5 – CARACTERIZAÇÃO DO EDIFÍCIO B (LOJA 2) ........................................................................ 91
TABELA B.6 – CARACTERIZAÇÃO DO EDIFÍCIO C ...................................................................................... 91
TABELA B.7 – CARACTERIZAÇÃO DO EDIFÍCIO D ...................................................................................... 92
TABELA B.8 - CARACTERIZAÇÃO DO EDIFÍCIO E ....................................................................................... 92
TABELA B.9 - CARACTERIZAÇÃO DO EDIFÍCIO F ....................................................................................... 93
TABELA B.10 – CARACTERIZAÇÃO DO EDIFÍCIO G .................................................................................... 93
TABELA B.11 – CARACTERIZAÇÃO DO EDIFÍCIO H .................................................................................... 94
TABELA B. 12 – CARACTERIZAÇÃO DO EDIFÍCIO I .................................................................................... 94
TABELA B.13 – PORCENTAGEM DE APARECIMENTO DE CADA PATOLOGIA NA AMOSTRA ESTUDADA ..... 95
xii
Índice de abreviaturas
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas
AISI – American Iron and Steel Institute
ASTM - American Society for Testing and Materials
BSI - British Standards Institution
CSTB – Centre Scientifique et technique du bâtiment
NBR - Norma Brasileira
Índice de unidades
Cm – Centímetros
M – Metros
Mm – Milímetros
𝑴𝑷𝒂𝒎𝒊𝒏⁄ – Mega Pascal por minuto
𝑴𝑷𝒂𝒔⁄ – Mega Pascal por segundo
𝑵𝒎𝒊𝒏⁄ – Newtons por minuto
1
1. Introdução
Os revestimentos são elementos importantes nas edificações. Além de melhorar
a estética da fachada, os revestimentos garantem a proteção da vedação, proporcionam
um bom desempenho térmico e acústico e ainda podem agregar valor ao imóvel. Dessa
forma, tem-se realizado aplicações de variados tipos de revestimento, um deles é a
rocha ornamental.
As pedras naturais são usadas como material na construção desde a pré-
história. Nos primórdios, a rocha era usada como material para confecção de
ferramentas, elementos estruturais e de vedação. Ao longo do tempo, o homem
desenvolveu técnicas para diversificar o uso de rochas. O uso é justificado pela
disponibilidade e durabilidade que preserva a sua resistência mecânica por um logo
período de tempo. Atualmente, podemos utilizar rochas desde a construção de
edificações, obras de arte, monumentos, estradas, entre outros tipos estruturas.
O setor associado as rochas ornamentais produziram e produzem fantásticas
obras de arquitetura e engenharia pelo mundo todo, como: a cidade de Petra na
Jordânia, catedrais, castelos e também modernas edificações que são marcos em suas
cidades. As características intrínsecas da rocha atraem aqueles que desejam dar um
toque diferencial e único para a edificação.
As rochas ornamentais são rochas que possuem um grande poder estético e por
possuir padrão homogêneo torna-se algo de grande valor para o setor comercial. Além
de proporcionar um acabamento diferenciado ao objeto ou à localidade, as rochas
ornamentais possuem propriedades funcionais, como resistência e durabilidade.
De acordo com Frazão (2002), o conhecimento das características petrográficas
das rochas, suas propriedades físicas e físico-mecânicas, permite um melhor
entendimento do seu comportamento sob aos diferentes tipos de solicitações. Muitos
dos problemas que ocorrem em virtude do comportamento indesejado das rochas
poderiam ter sido evitados com um maior conhecimento das propriedades e melhor
entendimento do seu comportamento.
Entretanto, por mais que as rochas sejam materiais resistentes isto não impede
que elas sofram com ações de degradações físicas, químicas ou biológicas que as
edificações estão expostas.
2
Para Chiodi e Rodrigues (2009), as patologias não são decorrentes de
problemas ou deficiências da rocha em si, mas da inadequada especificação aos
ambientes desejados e técnicas incorretas de aplicação nestes ambientes.
Toda edificação tem uma vida útil. Neste tempo, a edificação deve se comportar
perfeitamente e sem o surgimento de patologias, porém, se não houver uma
preocupação com os materiais empregados, com os projetos, controle na execução e
com a manutenção periódica, estas patologias aparecem, prejudicando o seu uso e a
estética da edificação.
Segundo Frazão (2002), os principais problemas que podem surgir em
revestimentos exteriores podem ser resumidos no:
• Aparecimento de manchas ou orifícios, em revestimentos exteriores devido ao
uso de rochas que tem minerais sulfetados em sua composição, que se
decompõem devido a ações intempéricas;
• Surgimento de manchas em revestimentos exteriores quando o uso de rochas
com um alto grau de absorção de água, principalmente quando a argamassa de
assentamento apresenta alta relação água/cimento.
Para Chiodi e Rodrigues (2009), a maioria das manifestações patológicas podem
ser prevenidas através do conhecimento das propriedades tecnológicas das rochas e
seleção de argamassas de assentamento e rejuntamento. É importante também a
adoção de técnicas adequadas de aplicação, manuseio e acondicionamento
controlados das peças na obra, procedimentos recorrentes de limpeza e quando é
recomendado o uso de produtos impermeabilizantes e/ou selantes.
Diante deste cenário, torna-se importante o conhecimento das causas para o
surgimento das manifestações patológicas decorrentes do uso de rochas ornamentais
no revestimento de fachadas, com objetivo de buscar técnicas para a prevenção e
terapia, reduzindo riscos acidentais e financeiros.
1.1. Justificativa
A escolha do tema tem como justificativa o grande número de patologias que as
edificações apresentam em virtude da má conservação, das técnicas não executadas
na maneira correta, materiais de qualidade duvidosa e profissionais não capacitados
para execução de técnicas adequadas. Visto que, neste trabalho, focaremos em
revestimentos com rochas ornamentais em fachadas, ou seja, áreas externas às
edificações, onde as ações de degradação são mais intensas e problemáticas. As
3
patologias mais graves podem afetar a segurança, como descolamentos das placas
revelam um sério risco de acidentes, conforme a figura 1.
Figura 1 - Desplacamento de placa de mármore na Rua da Assembleia no Rio de Janeiro Fonte: Portal G1, de 03/10/2008
Em virtude disto, torna-se importante analisar problemas causados por estas
patologias, como podem ser evitadas em futuras construções de edificações, utilização
das rochas ornamentais nos locais adequadas segundo às suas propriedades e o uso
de técnicas adequadas. Tendo em vista que as fachadas compõem a externalidade da
edificação, as patologias ficam visíveis e pode se tornar perigoso para os pedestres
caso as placas se desprendam.
1.2. Objetivos
1.2.1. Objetivo Geral
Este trabalho tem como objetivo abordar o uso de rochas ornamentais em
fachadas, investigar as principais manifestações patológicas, seu comportamento frente
às ações de degradação e também a terapia que deve ser utilizada para a sua
recuperação, de forma a preservar as características originais da pedra usada.
1.2.2. Objetivos Específicos
São objetivos do estudo:
• Apresentar sobre a origem das rochas, como são classificadas, suas
propriedades e como se comportam.
• Apresentar os principais tipos de rochas que são utilizadas na construção civil
em fachadas.
4
• Identificar as principais patologias que as edificações com aplicação em rochas
ornamentais podem apresentar em fachadas
• A partir da identificação das patologias e buscar as causas para o aparecimento
destas manifestações patológicas e as consequências para o desempenho
pleno da edificação.
• E a partir destas informações, propor soluções para reduzir o efeito destas
patologias, de forma a preservar e prolongar as suas características originais.
1.3. Metodologia
A metodologia utilizada para elaboração deste trabalho consistiu em informações
baseadas em revisões bibliográficas sobre revestimentos com uso de rochas
ornamentais em ambientes internos e externos, normas técnicas e revistas
especializadas.
O trabalho de campo foi realizado no Centro da cidade do Rio de Janeiro,
especificamente ao longo da Avenida Rio Branco e em algumas de suas transversais,
no qual foi selecionado nove edifícios que apresentavam em sua fachada revestimentos
com aplicação de rochas ornamentais. A escolha destes edifícios foi feita partir do
estado que se encontram, a partir da concentração e diversidade de patologias
encontradas em um mesmo prédio.
Escolhido os edifícios, foi elaborado um material de apoio que consistia em uma
ficha com informações gerais do edifício (como: localização, função, tipo de pedra
utilizada, tipo de fixação e dimensões, entre outras informações) e uma tabela com as
possíveis degradações que o edifício está submetido, a localização desta patologia na
placa e as possíveis causas. Estas fichas estão localizadas no apêndice A, no apêndice
B, estão as tabelas preenchidas com as informações obtidas a partir do trabalho de
campo.
Identificação das patologias encontradas foram feitas de forma visual e com
auxílio de paquímetro, régua e trena para medir as dimensões da placa como também
das fissuras e espessura de juntas.
Foi utilizado o software Google Earth para mensurar as dimensões dos edifícios,
como também área de aplicação de revestimentos de rochas ornamentais nestas
fachadas.
O registro fotográfico foi feito em dois momentos diferentes e com condições
climáticas diferentes. O primeiro foi feito no mês de outubro de 2018, neste dia o tempo
5
estava nublado e com chuva fraca. O segundo momento aconteceu em janeiro de 2019,
o tempo estava ensolarado, porém houve chuvas fortes no dia anterior.
A partir destas etapas, foi possível realizar as análises e respectivas terapias em
fachadas estavam submetidas a manifestações patológicas.
1.4. Estrutura do Trabalho
Este trabalho foi dividido em seis capítulos. O primeiro capítulo constitui uma
introdução do tema abordado, tratando as justificativas, objetivos e metodologias que
conduziram para a elaboração deste trabalho.
O segundo capítulo apresenta os conceitos básicos das rochas em geral
relacionando às propriedades mais importantes para o estudo, os principais minerais
constituintes das rochas que iremos abordar neste trabalho e os ensaios de
caracterização das rochas segundo a norma NBR 15845:2010.
O terceiro capítulo aborda o uso das rochas ornamentais na construção civil,
procedimentos para aplicação correta das rochas e os tipos de sistemas de fixação de
revestimentos com rochas ornamentais em fachada.
O quarto capítulo são apresentadas as principais patologias apresentadas nas
rochas ornamentais quando estão aplicadas em fachadas.
O quinto capítulo aborda um estudo prático sobre fachadas que possuem
manifestações patológicas no bairro do Centro, na cidade do Rio de Janeiro. A partir da
documentação fotográfica foi feita a análise das patologias apresentadas e soluções
para estas patologias.
No sexto e último capítulo são feitas as considerações finais sobre o tema e as
conclusões tiradas para a diminuição das manifestações patológicas em fachadas.
6
2. Rochas Ornamentais
2.1. Classificação petrográfica
Segundo Chiodi e Rodrigues (2009), rochas são corpos sólidos naturais,
formados por agregados de um ou mais minerais cristalinos. Segundo Frazão (2002),
mineral é toda substância química homogênea e definida, cristalina, podendo ser quase
sempre inorgânica e sólida, que se forma por processos naturais. A ABNT NBR
15012:2013 “Rochas para revestimentos de edificações – Terminologia”, define como
rocha ornamental todo material natural pétreo, utilizado pare revestimento interno e
externo, estruturas e decoração. Esta norma define que rocha para revestimento, como
rocha ornamental submetida a diferentes tipos de beneficiamento e diferentes graus de
temperatura, utilizada no revestimento de superfícies.
As rochas são classificadas segundo a sua genética, em que as rochas são
agrupadas de acordo com o seu modo de formação na natureza. Portanto, eles se
dividem em três grandes grupos: rochas ígneas, rochas sedimentares e rochas
metamórficas.
2.1.1. Rochas Ígneas
Rochas ígneas são rochas resultantes da agregação de minerais originados pelo
resfriamento de um material rochoso que se encontrava no estado líquido (magma) por
efeito de fusão em alta temperatura. Quando este resfriamento ocorre na superfície da
crosta terrestre, ela é classificada como ígnea extrusiva ou vulcânica. Em rochas
extrusivas, verifica-se que a lava se consolida rapidamente, devido as diferenças de
temperatura entre a região de origem e a temperatura da superfície da Terra. E isto,
resulta uma rocha de granulação invisível a olho nu (afanítica), que pode ser constituída
de vidro (amorfo) ou de microcristais, que é resultado da cristalização rápida que impede
que os cristais se desenvolvam, ou ainda, de granulação visível (fanerítica), mas muito
fina. Quando o resfriamento ocorre no interior do globo terrestre, a rocha é classificada
como do tipo ígnea intrusiva. As rochas de intrusivas se consolidam de forma lenta, onde
a temperatura é muito próxima daquelas de origem e estas rochas são chamadas de
plutônicas. Segundo Frazão (2002), a textura da rocha influencia diretamente na
resistência das rochas pois para a composição mineralógica, a resistência aumenta com
a diminuição da granulometria com o aumento do grau de imbricamento dos minerais.
As rochas ígneas podem ser também classificadas conforme o seu teor de sílica,
como:
7
• Ácidas: maior que 65% de sílica
• Intermediárias: de 65% a 52% de sílica
• Básicas: de 52% a 45% de sílica
• Ultrabásica: menor que 45% de sílica
A presença de sílica é importante para as rochas ígneas pois confere maior
dureza, resultando numa maior resistência ao desgaste. Portanto, as rochas ígneas são
excelentes materiais de construção devido as características de alta resistência e
durabilidade. As rochas ígneas incluem o granito, basalto, sienito, gabro e diorito.
2.1.2. Rochas Sedimentares
Rochas sedimentares são divididos em dois tipos segundo a sua origem. São
chamadas de clásticas quando provêm de sedimentos de rochas preexistentes, nos
quais depositam e consolidam por pressão de sobrecarga e/ou por cimentação. Estas
rochas, em geral, menos resistentes que as rochas ígneas, além de suas propriedades
físicas e físico-mecânicas variarem de acordo com a direção, em relação a estrutura.
Devido a isso, haverá variação das resistências a compressão, tração, cisalhamento,
bem com a permeabilidade e a dilatação térmica. Os outros tipos de rochas
sedimentares são as químicas, as quais são formadas a partir de íons dissolvidos na
água que se combinam e precipitam em substâncias cristalinas. As rochas sedimentares
incluem o calcário sedimentar, dolomite e outros tipos de rochas que são utilizadas no
ponto de vista ornamental.
2.1.3. Rochas Metamórficas
Rochas metamórficas são originadas de rochas preexistentes por
transformações nas associações mineralógicas, na textura e na estrutura. Estas
transformações acontecem pelas condições físicas e físico-químicas diferentes daquela
que se originou. E destas transformações resultam a recristalização de minerais
preexistentes, formação de texturas e estruturas típica de processos metamórficos
(temperatura, pressão e ação de fluídos). As características da rocha metamórfica serão
em função da composição da rocha original e da intensidade com que os agentes de
metamorfismo agirão. Nas rochas metamórficas, aquela que mais se destaca é o
mármore, mas existem outras rochas importantes deste grupo, como: gnaisse, ardósia,
quartzito e outas rochas xistentas.
2.2. Principais Minerais Constituintes das Rochas
São relacionados a seguir os principais minerais constituintes das rochas que
serão estudadas neste trabalho. A maioria dos minerais citados são considerados
8
minerais essenciais, ou seja, são minerais que caracterizam e servem de base para
identificação para a rocha. Os minerais acessórios, participam da constituição da rocha
e servem para diferenciar rochas do mesmo grupo.
2.2.1. Quartzo
O quartzo é a forma cristalina da sílica (𝑆𝑖𝑂2). Apresenta fratura conchoidal,
geralmente tem grande estabilidade química e é mais duro dos minerais essenciais das
rochas, com grau 7 de dureza na escala Mohs. Não possui plano de clivagem,
usualmente é opaco com uma coloração esbranquiçada. Possui alta resistência à
compressão e apresenta grande resistência à abrasão. Segundo Frazão (2002), o
quartzo pode apresentar reações indesejáveis com álcalis do cimento Portland e o
mesmo pode acontecer com o quartzo deformado por metamorfismo. Segundo Petrucci
(1975), o quartzo não é atacado por ácidos, exceto ácido clorídrico.
2.2.2. Feldspato
De acordo com Frazão (2002), o feldspato é o mineral essencial mais
importantes das rochas ígneas e metamórficas. O feldspato são silicatos de alumínio
com algum tipo de metal alcalino ou alcalino-terroso. Apresentam dois planos de
clivagem (uma perfeita e a outra regular) e possui uma dureza de grau 6 na escala Mohs.
A coloração dos feldspatos é variável (branca, rosa a vermelho escura, amarela, cinza,
etc.) e que é sensível a ácido clorídrico. Segundo Petrucci (1975), possui a resistência
à ação mecânica e química do intemperismo é insignificante.
2.2.3. Micas
Segundo Frazão (2002), são minerais essenciais, ou acessórios, nas rochas
ígneas ácidas e nas metamórficas. São silicatos de alumínio hidratados com algum tipo
de metal. A escala de Mohs deste mineral depende da direção em que se promove o
risco que geralmente varia de 5 e 6 da escala.
2.2.4. Calcita
Conforme Frazão (2002), a calcita é um mineral com composição 𝐶𝑎𝐶𝑂3. Possui
três planos de clivagem perfeita, fraca solubilidade na água, é facilmente atacado pelo
ácido clorídrico e apresenta dureza grau 3 na escala Mohs.
2.2.5. Dolomita
Segundo Frazão (2002), dolomita é também um mineral carbonático como a
calcita com composição 𝐶𝑎𝑀𝑔(𝐶𝑂3)2, porém, mais dura, mais resistente e menos
9
solúvel na água. Apresenta três planos de clivagem perfeita e é facilmente atacada pelo
ácido clorídrico.
2.2.6. Anfibólios
Segundo Frazão (2002), este mineral apresenta clivagem boa e são muito
alteráveis nas condições de clima tropical. Os anfibólios são mais alteráveis que os
feldspatos e o quartzo.
2.3. Principais propriedades dos minerais e das rochas
As rochas podem ser identificadas através da observação de suas propriedades,
sejam químicas, físicas, mecânicas e geológicas. Apesar de ter diversas propriedades,
focaremos apenas nas propriedades mais importantes para este estudo.
2.3.1. Dureza
Esta é uma das mais importantes propriedades mineralógicas para a
identificação de minerais. A dureza é caracterizada pela a resistência que um mineral
tem quando é riscado a partir de outro material de dureza conhecida. Para classificar os
minerais, foi elaborada a escala de Mohs (Tabela 1), que usa minerais comuns como
padrões e que varia de 1 a 10, em ordem crescente de dureza. Na falta de algum destes
minerais padrões, podem ser usados estes elementos da coluna “padrão secundário”.
Tabela 1 - Escala de Mohs e Padrões Secundários Fonte: Texeira et al. (2000)
Mineral Padrão Dureza Padrão Secundário
Talco 1
Gipsita 2 Unha (2,5)
Calcita 3 Alfinete (3,5)
Fluorita 4
Apatita 5 Lâmina de aço (5 - 5,5)
Ortoclásio 6
Quartzo 7 Porcelana (~7)
Topázio 8
Coríndon 9
Diamante 10
10
Conforme Klein e Dutrow (2012), a dureza está relacionada com a forças das
ligações. A dureza é a resposta a uma estrutura cristalina à tensão sem ruptura.
Todavia, materiais rúpteis respondem à tensão (teste de dureza) pelo micro
fissuramento. O talco (dureza 1), tem uma estrutura feita de placas fracamente ligadas
umas às outras que um simples risco com a unha será suficiente para deslizar uma
placa sobre a outra. Já no caso do diamante (dureza 10), os seus átomos de carbono
estão tão firmemente ligados entre si que nenhum outro mineral pode separa-lo de modo
a causar fissuras.
Segundo Brod (2002), os minerais formados por ligações metálicas podem
através do atrito produzir fissuras que foram ocasionadas a partir do contato de um
mineral de dureza mais alta contra a superfície do mineral. Os minerais formados por
ligações iônicas e covalentes tendem apresentar um comportamento mais rúptil. A carga
e os tamanhos dos compostos iônicos afetam na dureza do mineral. Quanto maior a
distância interiônica e quanto menores as cargas dos íons, mais fraca será a ligação e,
portanto, menor a dureza do mineral.
Conhecendo a Escala de Mohs, a composição mineralógica e quantitativa da
rocha, torna-se fácil a escolha da rocha mais adequada, respeitando o desgaste
abrasivo que a rocha estará sujeita em diferentes ambientes (Iamaguti, 2001).
Portanto, rochas ricas em talco, gipsita e calcitas não são aconselháveis no uso
em revestimentos de pisos, visto que um simples grão de areia (quartzo) poderá riscar
estes pisos, prejudicando o padrão estético. Em rochas ricas em minerais de dureza
baixa, deve-se evitar o uso de material abrasivo e agressivo.
2.3.2. Clivagem
Segundo Brod (2002), a clivagem ocorre porque o mineral possui ligações fracas
para unir os átomos em direções específicas e, portanto, o mineral se rompe nessas
direções. A clivagem é uma excelente propriedade diagnóstica. Ela é descrita segundo
a sua qualidade (perfeita, boa, regular, má e ausente), pelo número de direções de
clivagem e pela orientação dos planos de clivagem. A clivagem sempre está relacionada
a estrutura cristalina, logo, se um mineral possui uma determinada direção de clivagem,
possivelmente ocorrerá inúmeros planos de clivagem naquela direção.
Segundo Iamaguti (2001), a clivagem possui várias implicações. Quando a
clivagem é bem desenvolvida segundo uma direção, permitirá o desgaste do mineral
por atrito e também facilitam a infiltração, permitindo a fixação de sujeiras, ocasionando
manchas e trazendo um aspecto de sujeira mesmo quando são frequentemente limpas.
11
Os minerais com clivagens bem desenvolvidas e com grandes coeficientes de
dilatação, não devem ser expostos a amplas variações térmica. As sucessivas
dilatações e contrações destes minerais enfraquecem a trama da rocha e aumentam as
infiltrações de agentes líquidos (Iamaguti, 2001).
2.3.3. Fratura
De acordo com Brod (2002), as fraturas ocorrem quando as forças das ligações
químicas são parecidas em todas as direções e assim, o rompimento não ocorre em
nenhuma direção cristalográfica em particular. Segundo Klein e Dutrow (2012), os
padrões de fratura podem ser singulares e importantes para identificação de minerais.
As fraturas são identificadas segundo as suas aparências (conchoidal, fibrosa,
serrilhada e irregular). Para Iamaguti (2001), o fraturamento permite a infiltração de
agentes líquidos e gasosa que podem provocar a alteração do mineral.
2.3.4. Tenacidade
Tenacidade é a propriedade que o mineral apresenta de resistir ao impacto. A
tenacidade não está ligada necessariamente a dureza pois, por exemplo, o diamante
tem dureza de grau 10 na escala Mohs, mas possui tenacidade baixa, já que quebra
com facilidade quando está sujeito ao impacto.
2.3.5. Porosidade
A porosidade é a relação do volume de vazio pelo volume total da rocha.
Segundo Petrucci (1975), a rocha porosa é pouco resistente a compressão, permeável
e gelível, ou seja, a rocha absorve maior quantidade de água. Portanto, a porosidade
está ligada a durabilidade da rocha.
2.3.6. Alterabilidade
Frazão (2002), define alterabilidade como a potencialidade de maior ou menor
modificação das propriedades ao longo do tempo. Mas para fazer uma avaliação da
alterabilidade da rocha, é necessário conhecer o grau de alteração e quais são os efeitos
que as rochas terão em determinadas condições ambientais.
Segundo Aires-Barros (apud Frascá e Yamamoto, 2014), define a alterabilidade
da rocha como um conceito dinâmico, que está relacionada a aptidão da rocha se alterar
em função do tempo.
𝑀 = 𝑓(𝑖, 𝑒, 𝑡)
Onde:
12
M = alterabilidade;
i = fatores intrínsecos, dependentes do tipo de rocha (natureza do material,
mineralogia, grau de fissuramento ou porosidade, da superfície exposta à alteração);
e = fatores extrínsecos, função do clima (temperatura, intensidade de chuvas,
entres outros fatores) e do meio em que se processa a alteração (temperatura, pH, Eh,
quantidade de água, poluentes, forças bióticas e outros);
t= tempo.
Segundo Frazão (2002), a alterabilidade pode prejudicar na granulometria da
rocha, pode provocar o aumento de porosidade e de absorção de água e diminuição da
resistência mecânica, da aderência e adesividade.
Segundo Iamaguti (2001), o quartzo é resistente a todos os agentes com
exceção ao ácido fluorídrico. A alteração de micas escuras, anfibólios e piroxênios
sempre se associa à liberação de óxido de ferro, que mancha a rocha.
De acordo com Iamaguti (2001), os granitos amarelos merecem atenção, pois a
coloração é rara. Geralmente a cor é secundária, que é resultante da liberação de óxido
de ferro por minerais com ferro, que sofrem alteração. Se o granito tem uma coloração
amarelada homogênea isto indica que foram capazes de percolar e colorir
homogeneamente a pedra, que só possível se ela for porosa e, portanto, estas rochas
absorvem muita água.
Segundo Frazão (2002), a avaliação das rochas quanto ao grau de alteração
deve ser feita de forma mega, macro e microscópica. Esta avaliação se faz pelos teores
e tipos de minerais primários alterados e secundários, além do grau de microfissuração
presente.
13
Tabela 2 - Roteiro para avaliação preliminar do estado de alteração das rochas Fonte: Adaptado Frazão e Junior apud Frazão (2002)
Parâmetro Rocha Características
Estado de Alteração
Sã
Macroscopicamente, não há indício de alterações físicas, ou químicas; minerais apresentam brilho.
Pouco alterada Alteração incipiente dos minerais; em geral, a rocha exibe pouca descoloração.
Medianamente alterada Minerais mediamente alterados; geralmente, não apresentam brilho.
Muito alterada Minerais muito alterados, por vezes pulverulentos e friáveis; totalmente sem brilho.
2.3.7. Aderência
A aderência é a capacidade da placa de rocha ao se ligar à argamassa. E isto é
devido a ação química entre os materiais de contanto e à ação mecânica que resulta do
endurecimento da argamassa nas saliências da pedra.
2.3.8. Condutibilidade térmica
A condutibilidade térmica é a propriedade que o material possui de transmitir,
através da espessura, um fluxo térmico resultante da diferença de temperatura entre as
faces do material. A condutibilidade depende da porosidade do material, das
características dos poros, da natureza do material, massa específica aparente e
temperatura média de transmissão de valor. Segundo Petrucci (1975), a rochas porosas
são mais isolantes que as rochas compactas. Por causa da condutibilidade térmica,
devem ser previstas juntas para evitar fissuras de dilatação. Na condutibilidade térmica,
a superfície sofre mais que o interior da rocha, originando tensões diversas que
provocam o fendilhamento.
2.4. Classificação das rochas ornamentais
As rochas ornamentais são produtos naturais que são utilizados comercialmente
e o que caracterizam estas rochas são os seus atributos estéticos que são determinados
pela combinação de alguns fatores, como: estrutura, padrões cromáticos e texturas.
Devido a estes fatores, devem-se respeitar as indicações comerciais.
14
2.4.1. Rochas Silicáticas
A composição mineralógica destas rochas é definida por associação de quartzo,
feldspato, micas e anfibólios, podendo ter outros diversos minerais acessórios em
proporções reduzidas (Chiodi e Rodrigues, 2009). As rochas silicáticas são compostas
por granito, charnockitos, sienitos, basaltos, entre outros.
Segundo Petrucci (1975), as rochas silicáticas são rochas que tem alto teor de
sílica (𝑆𝑖𝑂2), apresenta uma maior resistência mecânica e durabilidade. De acordo com
Chiodi e Rodrigues (2009), as rochas silicáticas, exigem um cuidado maior com o
manchamento originado de infiltrações de líquidos, sobretudo provenientes de umidade
residual e excesso de água e oleosidade nas argamassas de fixação e rejunte.
Os granitos são constituídos de quartzo, feldspato e mica, podendo apresentar
outros minerais acessórios que não influenciam nas suas propriedades (menos de 10%
em peso). O granito apresenta resistência e durabilidade altas como é característico do
seu grupo. Em obras que predominam os esforços de compressão, é aconselhável o
seu uso (Petrucci, 1975). De acordo com Frazão (2002), os granitos são recomendados
para revestimento externo e interno de edificações e pedra britada. Devido a sua alta
resistência ao impacto e desgaste, os granitos também podem ser utilizados em pisos
em geral. Os granitos possuem uma grande resistência mecânica alta e pequena
alterabilidade. Os granitos são rochas compactas, que podem receber polimento e
possuem minerais de dureza 6 e 7 da escala Mohs.
Os granitos comerciais apresentam granulação variada (dimensões máximas de
centenas de mícron até dezenas de centímetros). Os granitos podem apresentar
coloração variada, com destaques para os tons de amarelo, branco, cinza, azul, rosa e
diversos tons de verde. A coloração do granito está ligada aos processos de alteração
de seus constituintes opacos e minerais máficos (minerais ricos em compostos
ferromagnesianos e pobre em sílica) e com presença de clorita.
De acordo com Amaral et al. (2012), os granitos possuem teores em sílica
sempre superiores a 40% (rochas ultrabásicas), mas em geral, os granitos têm um teor
de sílica (𝑆𝑖02) superior a 60% (porcentagem em peso). Outros compostos típicos do
granito são a alumina (𝐴𝑙203), óxido de ferro III (𝐹𝑒203), óxido de magnésio(𝑀𝑔𝑂), óxido
de sódio (𝑁𝑎2𝑂) e oxido de potássio (𝐾2𝑂).
Segundo o estudo que Oliveira e Costa (1998) realizaram , os granitos
apresentam uma maior possibilidade de apresentar problemas, tais como: aumento de
porosidade e absorção de água, manchas, perdas de cor e brilho.
15
2.4.2. Rochas Carbonáticas
As principais rochas carbonáticas abrangem calcários, dolomitos e mármores,
sendo este último que focaremos. Os mármores são caracterizados pela presença de
minerais carbonáticos com diferentes graus de recristalização metamórfica (Chiodi e
Rodrigues, 2009). Rochas carbonáticas apresentam carbonato de cálcio (𝐶𝑎𝐶𝑂3),
apresenta uma boa resistência mecânica e média durabilidade (Petrucci, 1975).
Rochas carbonáticas são empregadas em revestimentos devido à resistência
às intempéries. São de fácil trabalho pois são estratificadas.
Por sua alta trabalhabilidade e diversidade estética, o seu uso é diversificado. O
mármore não é apropriado para o uso em revestimentos exteriores, pois são compostos
de minerais carbonáticos solúveis em águas ácidas, nem para pisos devido a sua baixa
dureza (Frazão, 2002).
De acordo com Chiodi e Rodrigues (2009), as rochas carbonáticas são menos
resistentes ao desgaste abrasivo e quimicamente mais reativas que as rochas
silicáticas, exigindo rígidos processos de manutenções em fachadas e pisos em geral.
As rochas silicáticas no ponto de vista físico-mecânico é superior as carbonáticas para
revestimentos externos, piso em geral e áreas de serviço. As rochas carbonáticas são
ideais para uso de interiores, com restrições aos pisos de alto tráfego e áreas de serviço.
Em cidades litorâneas, não deve ser utilizada as rochas carbonáticas para fachadas e
pisos, pelo ataque do aerossol marinho (contém ácido clorídrico) que agride as fachadas
e pela abrasividade das areias da praia que ficam alocados nos calçados e riscam os
pisos.
Segundo Frazão (2002), os mármores são rochas metamórficas originadas de
calcários e dolomitos. A cor é branca quando só apresentam estes minerais, mas se
apresentar outros minerais e impurezas (argilas e matéria orgânica) podem apresentar
outras colorações. Os mármores em geral, apresentam baixa dureza (3 e 4), são rochas
compactas que podem receber polimento e são atacados por ácidos. Os mármores não
são recomendados em ambientes externos.
Para Oliveira e Costa (1998), os mármores são susceptíveis à alteração devido
à predisposição a reagirem a água e a diversos ácidos, sendo o desgaste excessivo dos
minerais, corrosão e a perda de brilho, os principais problemas observados.
De acordo com Amaral et al. (2012), a escolha do tipo de mármore deve ser feita
a partir do conhecimento prévio da sua origem através da sua microestrutura. Por
exemplo, os mármores mais claros ou até mesmo branco provém de rochas calcárias
16
puras (rochas sedimentares), que apresentam muitas vezes algumas propriedades da
sua origem, ou seja, calcários. Outros mármores, de cores diversas ou om veios,
resultam da presença de minerais formados a partir de impurezas existentes do calcário
original.
2.5. Ensaio de Caracterização Tecnológica
As rochas em geral devem passar pela caracterização tecnológica antes de
serem utilizadas na construção pois permitem diagnosticar problemas estéticos em
virtude da escolha e aplicação incorreta dos materiais. O ensaio de caracterização
tecnológica determina as propriedades petrográficas, físicas, químicas e mecânica das
rochas ornamentais através de ensaios e análises que determinam o uso correto da
rocha para objetivo empregado. Portanto, os ensaios de caracterização devem ser
executados com procedimentos padronizados que são normalizadas por instituições
competentes. Existem diversas instituições normalizadoras que servem de referência
para ensaios de caracterização tecnológica em rochas, como: ABNT (Associação
Brasileira de Normas Técnicas), ASTM (American Society for Testing and Materials),
BSI (British Standards Institution), entre outras.
Frascá (2002) hierarquiza os ensaios recomendados para rochas que são
usadas como revestimento fachadas externas em edifícios e residências, segundo sua
orientação da instalação dos revestimentos. A tabela 3 e tabela 4, mostra ensaios
recomendados para os revestimentos aplicados no exterior das edificações.
17
Tabela 3 - Ensaios recomendados para rocha de revestimento Fonte: Adaptado de Frascá (2001)
Tipos de Revestimento
Ensaios Recomendados
AP AA RDA RF RCU CDTL RICD
Horizontais de Exteriores
N N R R R N N
Verticais de Exteriores
(fixados com argamassa
ou ancoragens metálicas)
N N I N N N I
Nota: AP = análise petrográfica; AD = absorção d’água; RDA = resistência ao desgaste
abrasivo; RF = resistência à flexão; RCU = resistência à compressão uniaxial; CDTL = coeficiente
de dilatação térmica linear; N = necessário; R = recomendado; I = de interesse.
Tabela 4 – Parâmetros qualitativos que devem ser considerados para especificação da placa de rocha em função do tipo de aplicação
Fonte: Adaptado de Frazão (2002) e Maranhão e Barros (2006)
Propriedades Requisitos
Revestimentos de edificações
Características petrográficas 1
Índices físicos 1
Alteração cromática com a absorção por água
3
Velocidade de propagação de onda longitudinais
3
Coeficiente de dilatação térmica 1
Alterabilidade 1
Resistência aos ataques químicos de produtos de limpeza
1
Resistência aos ataques de agentes químicos de chuva ácida
3
Resistência aos agentes atmosféricos (névoa salina e variações de umidade e temperatura)
3
Resistência ao desgaste 1
Resistência ao impacto 1
Resistência à compressão 3
Resistência à flexão 1
Módulo de deformidade 3
Nota: 1 = Pouco importante; 2 = Importante; 3 = Muito importante.
18
A seguir, serão apresentados principais ensaios para conhecer as características
das rochas:
2.5.1. Análise Petrográfica
A análise petrográfica especifica a execução de análises macroscópica e
microscópica em laboratório conforme a ABNT NBR 15845-1: “Rochas para
revestimento – Parte 1: Análise petrográfica”. Esta norma corresponde aos estudos
macroscópicos e microscópicos de consiste na caracterização completa da rocha,
como: descrever a coloração, estrutura, textura, tamanho dos minerais, formatos os
grãos, orientação, presença ou não de fraturas e fissuras, distribuição dos grãos, grau
de alteração e quais minerais essências e acessórios estão presentes na rocha. A
análise petrográfica é o único método de investigação que é capaz de proporcionar a
visualização detalhada dos constituintes da rocha. A tabela 4, apresenta as
características petrográficas das rochas mais usadas para revestimento.
19
Tabela 5 - Características petrográficas gerais de rochas usadas como material de revestimento no Brasil
Fonte: Adaptado de Frazão (2002)
Origem Teor em
sílica Tipo
petrográfico
Mineralogia essencial/
secundário Textura Estrutura
Alguns tipos comerciais brasileiros
Ígn
ea
Ácida Granitos Feldspato, quartzo,
mica/anfibólio
Grossa, média,
fina
Compacta; raramente bandada
Cinza Mauá, Kinawa Bahiam,
Branco Ceará
Intermediária
Sienitos, Dioritos,
Monzonitos, Charnockitos
Feldspatos, piroxênios,
mica, feldspatóides
Grossa a média
Compacta; às vezes bandada
Marrom Imperial, Azul Bahia, Preto Bragança,
Verde Labrador
Básica Gabro,
Diabásio Basalto
Feldspatos, piroxênio/argilas
Grossa a fina
Compacta
Diversos tipos em fase de viabilidade
comercial
Ultrabásica Norito,
Piroxenitos Olivina,
piroxênios Grossa Compacta
Preto São Gabriel
Se
dim
en
tar
Não aplicável
Arenitos Quartzo, argila,
sílica amorfa Média a
fina Estratificada Rosa Bahia
Dolomitos Dolomita Média Compacta Branco Espirito Santo
Me
tam
órf
ica
Não aplicável
Gnaisses graníticos
Feldspatos, quartzo, mica
Grossa a média
Bandada Jacarandá
Verde Candeias
Quartzito Quartzo, mica Média Compacta/
”estratificada ‘
Azul Macaúbas.
Black Diamond/
Pedra Mineira,
Pedra Goiás, Pedra S.
Tomé
Ardósias Argilas, mica Fina Folheada Diversos
tipos
Mármores Calcita,
dolomita, sílica amorfa, argilas
Grossa a fina
Compacta e bandada
Azul Acquamarina,
Rosa Patamuté,
Branco Paraná
20
2.5.2. Índices físicos (densidade aparente, da porosidade aparente
e da absorção de água)
A ABNT NBR 15845-2: “Rochas para revestimento – Parte 2: Determinação da
densidade aparente, da porosidade aparente e da absorção da água” tem como objetivo
realizar ensaios para determinar o estado de alteração e coesão das rochas. Por meio
de corpos de prova expostos a água e a estufa são determinadas suas massas secas,
saturadas e submersas. A partir destes dados, é possível determinar através de
fórmulas a densidade, porosidade e absorção de água.
A porosidade aparente e absorção de água aparente são índices que devem ser
considerados no momento da seleção do tipo de rocha que ficarão expostas às
intempéries e à umidade, pois permitem a absorção e podem provocar o manchamento
da peça. Portanto, quanto maior o volume dos vazios da rocha, maior será a porosidade
aparente e assim, maior será a absorção de água e possivelmente, menor será a sua
resistência físico-mecânica. O uso do índice de absorção de água é importante, pois
permite medir a penetração de água que pode manchar a rocha, levando a deterioração
do material (Alencar, 2013). E por meio da densidade específica aparente é possível
determinar o peso próprio das placas, importante para o cálculo de cargas.
Segundo Fascá e Quitete apud Frascá (2001), grande parte das patologias que
surgem em rochas usadas em revestimentos estão associadas à percolação e/ou
acumulação de soluções nos ladrilhos de rochas.
O Brasil por ser um país tropical, a pluviosidade é muito alta e, portanto, a
escolha das rochas deve ser feita de forma cuidadosa. Além deste fator, a poluição das
grandes cidades, traz consigo ácidos dissolvidos que corroem os minerais das pedras
carbonáticas (mármores) quando instaladas em revestimentos externos e também
podem provocar reações com outros minerais ocasionando manchamentos e
decomposição dos minerais (Iamaguti, 2001).
2.5.3. Coeficiente de dilatação térmica linear
A ABNT NBR 15845-3: “Rochas para revestimento – Parte 3: Determinação do
coeficiente de dilatação térmica linear” tem como objetivo realizar ensaios para que seja
possível determinar o coeficiente de dilatação térmica linear de rochas onde corpos de
provas são submetidas a variações de temperatura entre 0°C e 50°C. Este ensaio é
importante para dimensionamento do espaço das juntas em revestimentos.
21
A partir destes dados, é possível verificar a queda da resistência mecânica da
rocha após o ensaio, devido as variações térmicas que ocasionam dilatações e
contrações nas peças.
O coeficiente de dilatação térmica depende de alguns parâmetros: mineralogia
da rocha, porosidade e absorção d’água, estrutura da rocha e grau de
microfissuramento da rocha. Rochas porosas, permeáveis e microfaturadas tem
coeficiente menor que rochas maciças e compactas. O coeficiente de dilatação é
importante no dimensionamento das juntas e na durabilidade das rochas (Iamaguti,
2001).
Para Chiodi e Rodrigues (2009), em climas tropicas como no Brasil, as
temperaturas raramente atingem o ponto de congelamento da água, portanto, não há
problemas com perda de resistência físico-mecânica, decorrentes da tensão dos vazios
provados pelo gelo na rocha. Mas, em elevadas temperaturas, sobretudo em
revestimento de piso e fachadas que estão expostos à insolação, percebe-se que os
revestimentos acabam apresentando dilatações térmicas. A partir do coeficiente de
diferentes tipos de litológicos, é possível definir o espaçamento mínimo entre as placas
de revestimento com propósito de evitar contato, compressão lateral e imbricamento.
Segundo Chiodi e Rodrigues (2009), em revestimentos onde as fachadas são
fixadas com argamassa, o rejuntamento com ligantes ocupam espaços vazios que
acomodariam a dilatação, mas ainda tem o coeficiente de dilatação da rocha,
argamassa e do material de rejuntamento podendo causar o descolamento e queda das
placas. Já em revestimentos verticais onde são usados inserts metálicos, sem
argamassa, o espaço entre as placas é vazio e permite acomodar a dilatação.
A situação ideal é aquela que os coeficientes de dilatação térmica das rochas e
suas argamassas de fixação e rejuntamento devem ser compatíveis. Por isso é
preferível, o uso de argamassas flexíveis para fixação e rejuntamento, pois permite
acomodar a dilatação e contração das placas.
As rochas mais escuras absorvem mais os raios solares, dissipando menos
calor, atingindo menor grau térmico e desenvolvendo índices mais altos de dilatação.
Portanto, estas cores de rochas são ideias para climas temperados e frios.
2.5.4. Resistência ao congelamento e degelo
A ABNT NBR 15845-4: “Rochas para revestimento – Parte 4: Determinação da
resistência ao congelamento e do degelo” consiste em separar dois grupos de corpos
de prova. O primeiro grupo de corpos de prova será submetido ao ensaio mecânico à
22
seco enquanto o outro grupo, será submetido ao ensaio mecânico após congelamento
e degelo. Após os ensaios realizados, é necessário fazer exame visual dos corpos de
prova para verificação dos possíveis danos. Depois disto, fazer o cálculo da média da
tensão de ruptura dos corpos de provas e do coeficiente de enfraquecimento.
A partir destes dados, é possível verificar a queda da resistência da rocha após
simulações de congelamento e degelo.
2.5.5. Resistência à compressão uniaxial
A ABNT NBR 15845-5: “Rochas para revestimento – Parte 5: Determinação da
resistência à compressão uniaxial” consiste em executar os ensaios tanto na condição
seca quanto saturada com água na prensa para determinar a tensão de ruptura da rocha
quando submetida a esforços compressivos. Em seguida, é colocado estes corpos de
prova na prensa e aplicado à uma força de menos de 0,5 MPa/s até que ocorra a ruptura
do corpo de prova. A partir disso, é calculada a tensão de ruptura na compressão do
corpo de prova.
Para Frascá (2001), a finalidade deste ensaio é avaliar a resistência da rocha
quando utilizada como elemento estrutural e obter um parâmetro indicativo de sua
integridade física.
Rochas anisótropas e as movimentadas, com estruturas definidas por minerais
placóides, ou seja, micas, tendem a apresentar valores distintos de tensão de ruptura,
conforme a posição do eixo do corpo de prova em relação a essas estruturas. As rochas
isótropas, de granulação fina a média, são mais resistentes à ruptura por compressão
uniaxial (Chiodi e Rodrigues, 2009).
2.5.6. Módulo de ruptura (flexão por carregamento em três pontos)
A ABNT NBR 15845-6: “Rochas para revestimento – Parte 6: Determinação do
módulo de ruptura” consiste em executar ensaios no corpo de prova com dimensões
especificadas na norma, na condição seca em estufa e saturada em água. Assenta-se
o corpo de prova nos roletes inferiores e assenta-se o rolete superior na linha média do
corpo de prova, aplicando uma pequena carga inicial para estabilização do sistema. Em
seguida, aplicar-se lentamente e de forma progressiva à uma taxa de 4450 𝑁𝑚𝑖𝑛⁄ até
que ocorra a ruptura. A partir disso, é calculada a resistência à flexão por carregamento
de três pontos.
23
Este ensaio permite avaliar a aptidão para o uso em revestimento ou elemento
estrutural e também fornece um parâmetro indicativo da sua resistência à tração
(Alencar, 2013).
As placas usadas como revestimentos em edificações e que são fixadas por
ancoragem, sofrem a ação da força dos ventos, sendo solicitadas à flexão. Portanto, o
revestimento deverá ser flexível para absorver tanto as acomodações do suporte quanto
as forças do vento que exercem uma pressão sobre a placa (Iamaguti, 2001).
2.5.7. Resistência à flexão por carregamento em quatro pontos
A ABNT NBR 15845-7: “Rochas para revestimento – Parte 7: Determinação da
resistência à flexão” consiste em executar ensaios no corpo de prova com dimensões
especificadas na norma, na condição seca em estufa e saturada em água. Assenta-se
o corpo de prova nos roletes inferiores e assenta-se o rolete superior na linha média do
corpo de prova, aplicando uma pequena carga inicial para estabilização do sistema.
Após isto, aplicar lentamente e de forma progressiva à uma taxa menor que 4 𝑀𝑃𝑎𝑚𝑖𝑛⁄
até que ocorra a ruptura. A partir disso, é calculada a resistência à flexão por
carregamento por quatro pontos.
Este ensaio permite determinar o cálculo da espessura em função da área das
placas de rochas que sofrem com esforços fletores, durante o transporte e após sua
colocação em revestimentos de fachadas com uso de inserts para fixação de placas
(Alencar, 2013).
2.5.8. Resistência ao impacto de corpo duro
A ABNT NBR 15845-7: “Rochas para revestimento – Parte 7: Determinação da
resistência ao impacto de corpo duro” tem como objetivo executar ensaios com corpos
de provas cortados a partir de placas com acabamento e espessura de uso. Assenta-se
o corpo de prova sobre um colchão de areia e a face com acabamento para cima, de
forma a nivela-lo perfeitamente, logo depois, é alçado uma esfera de aço até 20
centímetros e é abandonado em queda livre. Em seguida, é feito intervalos constantes
de 5 centímetros, até que ocorra fissuras e a ruptura da placa. Com os valores da altura
onde ocorreu a ruptura da placa é obtido a energia de ruptura. Este ensaio é um
indicativo de tenacidade.
Para revestimentos verticais a resistência mecânica pode ser baixa. Já em
ambientes submetidos a circulação de carga e impactos são necessários revestimentos
que suportem alta carga de ruptura (Iamaguti, 2001).
24
2.5.9. Desgaste por abrasão
A ABNT NBR 12042: Materiais orgânicos – Determinação do desgaste à abrasão
que consiste em determinar a perda de espessura devido ao desgaste. Este ensaio é
realizado a partir de dois corpos de prova são pressionadas sobre um disco metálico de
alta dureza no qual é lançada uma areia quartzosa. O desgaste é medido pela diferença
da altura do corpo de prova após 500 metros e 1000 metros percorridos na máquina de
Amsler.
A resistência ao desgaste está relacionada a dureza. Rochas ricas em quartzo
como é o caso dos granitos são mais resistentes ao desgaste por abrasão. As rochas
ricas com minerais de dureza baixa, não devem ser usadas em ambientes de grande
tráfego de pessoas. Se não forem observadas estas características, poderá ocasionar
perda de brilho nas peças e pequenas depressões na superfície da placa.
25
3. Fachadas com Rochas Ornamentais
3.1. Rocha para revestimento
As rochas foram usadas desde os primórdios como elementos estruturais e de
vedação. Segundo Frazão (2002), com o domínio da tecnologia do aço para construção
de estruturas e do concreto, a rocha passou a ser usada como em revestimento de
forma decorativa e funcional. A figura 2 mostra um corte esquemático de um
revestimento de uma edificação hipotética.
Figura 2 - Corte esquemático de um revestimento de uma edificação com aplicação de rochas ornamentais
Fonte: Frazão (2002)
Vemos na figura acima, as diversas formas de fixar as placas, utilizando
diferentes dispositivos para garantir a fixação dessas placas de forma a não haver o
desprendimento do revestimento. Podemos ver a partir do corte esquemático, que o
assentamento tradicional é realizado com uma altura limite devido ao risco de queda em
virtude da gravidade e do peso das placas. Na parte superior do corte esquemático,
vemos a aplicação de inserts metálicos que são seguros para grandes alturas.
26
Para uso de revestimentos de edificações, as rochas precisam apresentar
(Frazão e Paraguassu apud Frazão, 2002):
• Facilidade de afeiçoamento (corte e polimento), para alcançar os efeitos
estéticos e geométricos desejados, sem provocar o desgaste excessivo
e consumo exagerado de abrasivos;
• Alta resistência ao intemperismo e a reagentes agressivos a rocha, para
assim manter as características estéticas funcionais para o seu uso;
• Resistência mecânica adequadas, para suportar de forma satisfatória as
solicitações de compressão, flexão, impacto e desgaste;
• Baixas absorções de líquidos e baixa dilatação térmica para não afetar
sua função estética e garantir a durabilidade da rocha escolhida.
3.2. Fixação das placas de rochas ornamentais nas fachadas
A fixação das placas de rochas ornamentais em fachadas pode ocorrer de duas
maneiras: por colagem com ou sem ancoragem de segurança (fachadas não-aeradas)
ou por ancoragem mecânica (fachada aerada).
3.2.1. Fachadas aderentes
As fachadas aderentes são fachadas que há a ligação direta entre o substrato e
a placa através do uso de argamassa. As fachadas aderentes podem ser assentadas
em três tipos de base: emboço de argamassa, alvenaria e concreto. O emboço de
argamassa e a alvenaria devem estar curados pelo menos há 14 dias e a bases de
concreto devem ter pelo menos 28 dias de cura. A superfície da base deve estar seca,
curada e limpa para proporcionar uma boa aderência com a argamassa de
assentamento, assim como apresentar resistência adequada para resistir aos
movimentos das pedras ao longo dos anos. As paredes da edificação devem estar
niveladas e sem qualquer indício de umidade, caso esteja úmido, deverá ser eliminado
antes da aplicação das peças.
O método mais utilizado no assentamento de placas pétreas em fachadas com
até 3,00 metros de altura utiliza adesão física com argamassas tradicionais. Em
edificações mais altas, as placas têm dimensões maiores inviabilizando o processo de
assentamento das placas em virtude do risco de desplacamento. E uma maneira de
contornar este problema em edifícios de até 15 metros foi a utilização de telas de aço
galvanizado para ancoragem das placas (Moreiras, 2005).
27
Porém, o uso de fixação direta da pedra em paredes exteriores, não é tão bem
aceita e é apenas empregado em algumas situações pontuais e devidamente
justificadas. É aconselhável, em qualquer dos casos, a fixação direta com pedras em
paredes exteriores/fachadas o uso de sistemas de reforço, tais como os grampos
(Amaral et al., 2012).
Figura 3 - Esquema de fixação direta: (a) situação sem reforço; (b) situação com reforço através do uso de grampos, onde: 1 – suporte, 2 – grampo, 3 – material de revestimento, 4 –
ancoragem do grampo, 5 – material de selagem e 6 – junta. Fonte: Carvalho et al. apud Amaral et al. (2012)
3.2.1.1. Argamassa cimentícia convencional
Segundo Chiodi e Rodrigues (2009), para revestimentos exteriores onde a placa
será assentada com argamassa, devem ser fixados arames galvanizados no dorso das
placas com massa plástica, ou colas à base de resinas de poliéster ou epoxídicas para
fixar o arame. Segundo Flain (2002), utiliza-se uma tela de aço galvanizada soldada
(malha de 15 cm x 15 cm), fixada ao suporte com chumbadores de aço galvanizado
(figura 4). Estes arames são enganchados a uma tela de aço galvanizado ou inoxidável,
fixadas na base do revestimento com chumbadores de expansão e a posição destes
chumbadores devem constituir uma malha quadrada de 50 cm x 50 cm. As placas são
posicionadas com um afastamento de 4 cm para assentamento da placa. Os arames
presos ao dorso das placas devem ser fixados na malha. A argamassa de assentamento
deverá ser colocada em camadas de 20 cm, para evitar esforços que possam provocar
o desprendimento das placas. Segundo Nogami (2007), esta forma de assentamento,
com argamassas comuns devem ser feitas com fachadas de até 15 m.
28
Figura 4 - Detalhe da fixação da tela no substrato Fonte: Revista Techné (1994)
Após a secagem e cura da argamassa de assentamento, que deve ter o mínimo
de 72 horas de cura, deve ser realizado o rejuntamento. Após a limpeza das juntas, são
utilizadas espumas de poliuretano expandido na profundidade das juntas e logo em
seguida, é feita a aplicação de selante elastomérico (figura 5).
O mal dimensionamento e ausência de juntas podem ocasionar o descolamento
de placas e que podem causar acidentes aos transeuntes que passam pela edificação
com aplicação de rocha na fachada.
29
Figura 5 - Junta de movimentação Fonte: Carvalho Jr. apud Chiodi e Rodrigues (2009)
3.2.1.2. Argamassa colante
Segundo Weber Saint-Gobain, para peças de até 60x60cm, considerando que a
pedra tenha até 2 cm de espessura, podem ser usados cimentos-cola com aderência e
deformabilidade adequada à aplicação em fachada. Caso a dimensão da pedra seja
superior a 60x60cm com 2 cm de espessura é necessário utilizar um sistema de fixação
misto, ou seja, colagem dupla e reforço com fixação mecânica. Porém, a norma de
origem francesa, CAHIERS du CSTB (2000), limita o uso de pedras naturais com o uso
de argamassa colante para:
• 2000 𝑐𝑚2 (40 x 40 cm) para revestimentos com porosidade >5%;
• 1100 𝑐𝑚2 (30 x 30 cm) para revestimentos com porosidade ≤ 5%.
Além disso, a CSTB limita a massa superficial máxima para o revestimento
pétreo para 40 𝑘𝑔 𝑚2⁄ . Acima disso, deverá ser feita a fixação mecânica obrigatória.
Já para Weber Saint-Gobain, o revestimento máximo deve ser 2400 𝑐𝑚2 e 2 cm
de espessura utilizando a argamassa colante (weber.col flex L). Caso o revestimento
tenha dimensões até 3600 𝑐𝑚2 e 2cm de espessura deverá ser utilizado uma argamassa
colante de deformabilidade maior (weber.col flex XL). Porém, para peças com
dimensões maiores que 3600 𝑐𝑚2, deve-se iniciar o processo com um estudo cuidadoso
30
da fachada e das placas de forma correta para execução da solução mista (colagem
dupla +fixação mecânica). Deve-se aplicar a argamassa colante no suporte e no tardoz.
Logo depois, é utilizado grampos para a fixação da pedra na base. Após assentamento
e secagem, realizar o preenchimento das juntas.
De acordo com Chiodi e Rodrigues (2009) e Amaral et al. (2012), deve-se aplicar
a argamassa colante na base e no tardoz (colagem dupla), utilizando a desempenadeira
dentada e este procedimento é importante para que não haja vazios. Os cordões do
tardoz devem ser perpendiculares aos da base. Em seguida, assentar as peças e utilizar
o martelo de borracha para obter a espessura da argamassa.
3.2.1.3. Argamassa adesiva
A argamassa adesiva é composta por cimentos de alta resistência e é indicada
para assentamentos de rochas que necessitam de elevadas resistências e de execução
rápida. Os procedimentos de assentamento de rochas com argamassa adesiva são
semelhantes a argamassa colante, a diferença é que a argamassa adesiva possibilita o
assentamento de camadas mais espessas. Após assentamento e secagem, realizar o
preenchimento das juntas.
3.2.2. Fachadas ventilada/aeradas
Atualmente, o método mais eficaz para a fixação de revestimento de rochas
ornamentais em edificações altas é aquele que utiliza inserts metálicos, pois elimina o
uso de argamassas, maior produtividade, promove o isolamento térmico e segurança
do revestimento.
Este tipo de fachada é composto por inserts metálicos ancorados na estrutura
da edificação, que é projetado em função das cargas que atuam no revestimento, sem
a utilização de argamassa para a fixação da pedra (figura 6). As fachadas ventiladas
proporcionam um vazio que separa o revestimento da estrutura, promovendo
isolamento termo-acústico e assim, possibilitando conforto interno para usuários.
31
Figura 6 – Sistema de revestimento de fachada ventilada com placas de rochas, onde: (a) substrato, (b) insert, (c) placa de rocha e (d) colchão de ar
Fonte: Moreira et al. apud Moreira (2005)
Este de tipo de fachada foi idealizada a princípio nos países do hemisfério norte
devido ao seu inverno severo. O vão entre o substrato e a pedra é preenchida por uma
camada de material isolante para promover o conforto térmico necessário para os
ambientes internos da edificação.
Além do conforto térmico, as fachadas ventiladas podem possibilitar o uso de
placas de maiores dimensões se comparada as fachadas onde as placas de rochas são
fixadas pelas argamassas. Este tipo de fachada também facilita a retirada de peças com
problemas e evita o aparecimento de infiltrações (e, consequentemente, o surgimento
de diversas patologias relacionadas a infiltrações) e umidades.
As fachadas ventiladas podem ser aplicadas em estruturas de concreto,
alvenaria ou metálica. Neste tipo de fachada é feita o uso de inserts metálicos para fixar
as placas de rochas, que segundo Chiodi e Rodrigues (2009), tem a função de:
• Fixar as placas de suporte e conectar umas às outras;
• Sustentar o peso próprio da placa de rocha, a ação dos ventos, pressões
internas e outros tipos de cargas;
• Impedir o tombamento das placas;
• Absorver as deformações diferenciais entre o suporte e o revestimento,
de forma a permitir a dissipação das tensões;
• Promover livre circulação de ar e eliminação da umidade no sistema
revestimento / suporte
A fixação dos inserts começa com marcação e furação das placas que serão
aplicadas na fachada conforme as especificações do projeto. Em seguida, é feita a
32
furação da estrutura e fixação dos chumbadores promovendo a ancoragem do conjunto
dos inserts com chumbadores. E por último, é realizado o engastamento da placa. De
acordo com Branco (2010), o diâmetro dos furos deve ser de 2 mm maior que o diâmetro
do elemento metálico. O preenchimento do furo com selante traz duas vantagens: evita
o contato metálico com a placa e inibe possíveis vibrações durante a vida útil da placa.
Figura 7 - Esquema ilustrativo da fixação de grampos em revestimentos pétreos Fonte: Autora
De acordo com Antas (2014), os furos, ou devem se localizar a uma
distância mínima entre o seu eixo e o canto correspondente de 1/4 a 1/5 do total
comprimento do lado considerado da placa, ou devem respeitar uma distância mínima
do canto igual a três vezes a espessura da placa.
Antes do rejuntamento recomenda-se que sejam retirados todo e qualquer
material que possa prejudicar a aderência do selante pois, caso contrário, poderá
favorecer a infiltração de água no revestimento.
Após a limpeza das juntas, é utilizado a espuma de poliuretano expandido na
profundidade das juntas e logo em seguida, é feita a aplicação de selante nas juntas.
33
Figura 8 – Detalhe de insert metálico Fonte: Revista Techné (1994)
A técnicas de fixação indireta, utilizam estruturas onde os produtos, de maioria
modulares, assentam e são fixados através de elementos metálicos como perfis e
chumbadores.
Figura 9 – Fachada com uso de chumbadores para fixação de revestimentos pétreos em fachadas
Fonte: Casal apud Amaral et al. (2012)
34
As placas utilizadas em revestimentos estão submetidas a diversas solicitações
e a sua estabilidade é obtida pelos inserts, desde que eles estejam bem fixados e que
proporcionem a liberdade de movimentação. Portanto, devem ser capazes de resistir
aos esforços e as deformações.
As juntas devem ser previstas na concepção e no dimensionamento do projeto.
Portanto, a NBR 15846: 2010 destaca algumas recomendações:
• As juntas no revestimento devem coincidir, em largura e comprimento,
com as juntas de dilatação ou de movimentação;
• As juntas devem ser capazes de absorver as movimentações tanto do
suporte quanto do revestimento.
Segundo a ABNT NBR 15846: 2010, os inserts devem ser em aço inoxidável do
tipo ABNT 304 (AISI 304), para atmosferas urbanas e industriais isentas de cloreto, e a
ABNT 316 (AISI 316), para atmosferas urbanas, marítimas e industriais que contenham
cloretos.
Conforme a ABNT NBR 15846:2010, deve-se evitar a associação de metais de
natureza diferente pois, pode haver a ocorrência de corrosão por pares galvânicos (ou
seja, um dos metais vira o anodo e sofre com a corrosão enquanto o outro atua como
catodo). E também deve-se evitar a fixação em duas zonas diferentes para que não
tenham deformações diferentes.
35
4. Principais patologias em rochas ornamentais
As rochas ornamentais são tipos de materiais que são duráveis, porém podem
sofrer com patologias se não houver projetos, instalação e utilização de materiais
incorretos, exposição às condições climáticas agressivas, poluição atmosférica e falta
de manutenção preventiva. Segundo Frascá e Yamamoto (2014), as manifestações
patológicas incluem mudanças físicas e químicas, que resultam na diminuição da
resistência da rocha e modificações na aparência estética, desde alterações cromáticas
até esfoliações de camadas superficiais ou ainda a perda de resistência mecânica.
Tabela 6 - Alteração em revestimentos Fonte: Adaptado de Chiodi e Rodrigues, 2009
Patologias Físicas, Químicas e Biológicas
Agente Fenômeno Patologia
Físicos
Cristalização de sais Fissuração
Variação de temperatura Fissuração +
Descolamento
Absorção de água Manchas
Saturação / Secagem Lixiviação, desagregação
e corrosão
Químicos Reação a ácidos, álcalis e
produtos em geral Corrosão + Fissuração +
Manchas
Biológicos
Fixação de vegetais inferiores
Fissuração
Dissolução de 𝐶𝑂3 e 𝑆𝑖𝑂2 Corrosão / Manchas
Ainda, segundo Gama (2002) e Iamaguti (2001), os fatores responsáveis pelo
surgimento de patologias que podem ser classificados em:
• Fatores relacionados a análise petrográficas, problemas de natureza
química (minerais alteráveis), ensaios físicos (densidade, porosidade e
absorção de água) e teste mecânico (dilatação, desgaste, impacto,
compressão e flexão), ou seja, especificação incompatíveis com as
condições de utilização;
• Ausência de projeto construtivo;
• Fatores relacionados à instalação e ao tipo de fixação das placas;
• Fatores relacionados à produção, transporte e manuseio de placas.
O desconhecimento das propriedades dos materiais que fazem parte do sistema
como um todo (pedra natural, peças de fixação metálica, assentamento e vedação), o
desconhecimento da maneira como os sistemas funcionam ou aplicação e execução
36
incorretas ainda na fase de projeto, podem causar manifestações patológicas.
Independente da patologia, todas elas podem causar custos significativos para os
proprietários devido ao trabalho para reparação destes materiais (Voratôjo e Silveira,
2010). Cabe ressaltar que as patologias geralmente se manifestam na fase final da
construção dos edifícios. Isto demostra a escolha e a aplicação de métodos
inadequados e/ou falta de conhecimento em relação ao sistema (Amaral et al., 2012).
Portanto, poderão apresentar problemas, como: manchas, fissurações, mudança
de coloração, eflorescência, perda de resistência mecânica, entre outros problemas
patológicos.
4.1. Eflorescências
Umas das patologias mais frequentemente encontradas em fachadas são as
eflorescências. Esta manifestação patológica é formada pela ação de água da chuva,
infiltrações e intempéries onde os sais migram para superfície da estrutura e com a
evaporação da água forma-se os depósitos salinos. As eflorescências prejudicam a
estética da pedra e ao longo do tempo poderá afetar a durabilidade da peça.
A eflorescência pode ser um anúncio de um outro tipo de manifestação patologia
que é mais nociva as rochas e esta patologia é chamada de criptoflorescência, que é a
recristalização de sais que ocorre no interior dos poros das placas de rocha (Gama,
2002). De acordo com Asafa Seguros (2011), a criptoflorescência é mais perigosa, pois
pode aumentar o volume no interior do material criando tensões que abrem o poro e que
possibilita a entrada de água, gelo e outros elementos, que lentamente pode prejudicar
o material (Figura 10). Visto que a perda de massa ocasionada pelo confinamento dos
sais no interior, acaba ocasionando fissuramento e lascagem na rocha natural.
Figura 10 – Danos provocados pela criptoflorescência Fonte: Asafa seguros, (2011)
37
Onde:
1. Formação de sais no interior dos poros.
2. Crescimento dos cristais de sais no interior.
3. Fratura do cristal.
4. Crescimento das partículas fraturadas.
5. Quebra do poro pelas forças da cristalização.
6. O vento e a chuva levam os restos para o exterior.
Segundo Branco (2010), os fatores que contribuem para a formação de
eflorescências:
• Teor de sais solúveis;
• Pressão hidrostática para proporcionar a migração para superfície;
• Presença de água.
De acordo com Granato (2005), a eflorescência ocorre devido ao alto teor de
hidróxidos de cálcio que são encontrados no cimento utilizado na argamassa
empregado na execução da proteção mecânica e no assentamento dos revestimentos.
A água que permeia pelos revestimentos, rejuntes e tricas, dissolve os hidróxidos do
cimento, tornando-o alcalino, ao encontrar condições para se desenvolver, os sais se
cristalizam e formam-se as eflorescências. Por isso, é recomendável usar argamassas
que não receba cal em sua composição, pois a cal pode gerar eflorescências na pedra.
As argamassas que serão utilizadas devem seguir corretamente as recomendações do
fornecedor para que que tenha o traço correto e assim, evitar o aparecimento desta
patologia. A areia usada na argamassa não deve conter impurezas, pois pode tornar a
argamassa porosa e facilitando o transporte de sais dissolvidos na água.
Conforme Maxit (apud Antunes et al., 2011), se a eflorescência estiver localizada
na superfície da pedra e com grande intensidade no rejunte, convém verificar a
estanqueidade destes rejuntes (figura 11). Isto pode ter ocorrido devido o mal
preenchimento, que permite que toda a água da chuva penetre na fachada. A água, ao
infiltra-se podendo lixiviar o material de colagem, dissolvendo sais e arrastando-os até
a superfície.
38
Figura 11 - Eflorescência nas juntas em um edifício revestido com granito Fonte: Branco (2010)
As eflorescências ainda podem aparecer devido a presença de fissuras e pontos
de descolamento do rejuntamento, visto que esta patologia necessita de maior
quantidade de água para dissolver sais (Maranhão e Barros, 2006).
No momento da instalação da pedra, deve-se evitar criar um vazio entre a peça
e o substrato, que permite a passagem de água podendo causar eflorescência,
manchas, fissuras e descolamento.
Deve-se ter cuidado no momento da lavagem da fachada, pois mármores regem
ao ataque de ácido clorídrico ou muriático, surgindo eflorescência. Quanto maior o teor
de calcita maior vai ser a manifestação desta patologia.
Segundo Antunes et al. (2005), caso a eflorescência estiver localizada mais
próximo do solo e que a umidade é ascendente, pode ser feito um corte hídrico, que
permite estabelecer uma barreira continua, na base, que impede a ascensão da água
ou realizar trabalhos para drenar o solo nessa zona onde a eflorescência se encontra
(figura 12).
Eflorescências
39
Figura 12- Etapas para a execução da barreira de impermeabilização através do corte hídrico Fonte: Felten apud Alves (2011)
O reforço de ancoragem com uso de parafuso galvanizados ancorado com bucha
plástica pode ainda ter a funcionamento comprometido, pois a bucha dependendo do
comprimento, não alcança o substrato, fixada apenas na camada de argamassa. A partir
disto, podem surgir as eflorescências por existir um espaço vazio entre a cabeça do
parafuso e a placa por onde a água poderá penetrar (figura 12). O parafuso com rosca
do tipo castelo, permite um ajuste melhor da placa evitando o aparecimento de
eflorescência, porém pode comprometer a estética do revestimento (Branco, 2011).
Figura 13 – Eflorescências nas juntas e nos reforços de ancoragem Fonte: Branco (2010)
40
Segundo Branco (2010), os sais oriundos das eflorescências são de difícil
remoção e a tentativa de limpeza com produtos inadequados e abrasivos podem causar
mais danos à rocha.
4.2. Manchas
As manchas são patologias que modificam a aparência do revestimento,
mudando a sua cor e textura, podendo ter diferentes causas, como: umidade, materiais
e técnicas inadequadas, escolha errada da rocha ornamental ou poluição. O tipo de
manchas mais comuns é aquele que ocorre devido a própria umidade da argamassa
que provoca alterações cromáticas na superfície da rocha. Inicialmente, as manchas
irão afetar a estética do edifício e, posteriormente, poderá danificar as propriedades
físicas e mecânicas das peças.
O aumento da umidade da argamassa, que é porosa, provoca a expansão que
é chamada de dilatação higroscópica. Porém, se houver a diminuição da umidade, a
argamassa retrai. Havendo vínculos que restringem a movimentação, aliado à
intensidade da movimentação e do módulo de deformação do material, são
desenvolvidas tensões, além do surgimento de manchas, podem provocar
descolamento e fissuras (Branco, 2010). Além disso, as fissuras podem ser porta de
entrada para infiltração de água. Usualmente nas rochas mais impermeáveis, a umidade
se concentra nas juntas e em rochas mais porosas, absorvem a umidade de forma
uniforme (Antunes et al., 2005).
O método de fixação direta de rochas ornamentais nas fachadas (fachadas
aderentes) é oportuno para o surgimento de manchas nas pedras.
Todas as pedras são porosas e determinadas substâncias podem penetrar no
interior da pedra através desses poros. Segundo Iamaguti (2001), Flain et al. (2014) e
Antunes et al. (2005), é comum o aparecimento de manchas provocadas principalmente
pelo excesso de água na argamassa, impurezas do cimento e da areia, juntamente com
a alta porosidade da rocha, poderão reforçar o manchamento da pedra. As substâncias
que causam as manchas ficam dissolvidas no excesso de água presente na argamassa,
evaporam através dos capilares das pedras em direção a superfície, dando origem as
manchas escuras com aspecto molhado em locais isolados. A umidade também pode
originar manchas que mostram a forma que as placas foram fixadas no substrato, por
isso é necessário que a colagem seja dupla. Se na penetração de água na placa houver
transporte de íons do cimento poderá ocorrer precipitação destes íons em poros da
pedra. Segundo Flain et al. (2014), a presença de impurezas nas areias, tais como
óxidos e hidróxidos de ferros, principalmente de frações finas (# < 100), podem, em um
41
meio com grau de alcalinidade alto, como o que é promovido pela mistura de água-
cimento, se dissociarem e migrarem por capilaridade, para a superfície da pedra e a
partir disso se precipitarem e provocarem as machas na pedra (figura 14).
Figura 14 - Manchas oriundas de umidade excessiva da argamassa (manchas escuras) quanto da impurezas dos materiais do assentamento (manchas amareladas)
Fonte: Iamaguti (2001)
Segundo Iamaguti (2001), as manchas de umidade aparecem devido a:
• características das rochas escolhidas incompatíveis com o uso
(constituição mineralógica impropria, alto grau porosidade e
permeabilidade);
• Existência de infiltrações na edificação;
• Percolação de água de chuva que propiciam a formação de manchas nas
pedras (percolação nas juntas mal rejuntadas, mal vedadas e mal
impermeabilizadas). Este fator compromete a durabilidade e
estanqueidade das edificações.
Segundo Iamaguti (2001), o processo convencional de assentamento, utilizando
argamassa para fixar placas naturais, pode ocasionar carreação de carbonatos para a
superfície da placa, surgindo eflorescência, que aparecem devido ao uso de cal de
forma indevida na argamassa ou do cimento de qualidade inferior.
As rochas são compostas por diversos minerais que possuem diferentes
características e, portanto, quando esses minerais são alterados (intemperismo, chuva
ácida, produtos de limpeza, entre outros), podem se transformar em outro mineral
(secundário) e haver a liberação de elementos químicos.
42
Segundo Maranhão e Barros (2006), as manchas geralmente estão ligadas à
presença de minerais que se alteram nas condições ambientais e produzem manchas.
Este é o caso dos revestimentos de rochas que possuem ferro em sua composição
(𝐹𝑒+2) que quando é oxidado, se transforma em 𝐹𝑒+3 que acaba produzindo manchas
amarelas e quando é lixiviado, embranquece a superfície da placa. Os inserts e outros
elementos metálicos (portas, entre outros) também podem ser capazes de causar
manchas devido a oxidação deles (figura 15).
Figura 15 - Manchas devido a liberação de óxidos e hidróxidos de ferro provenientes da porta de ferro no revestimento Fonte: Iamaguti (2001)
Muitas vezes, com a ideia de tentar aumentar a aderência da placa ao substrato
é utilizado arames no tardoz da placa, porém este método pode causar baixa segurança
pois não é possível realizar a verificação com relação ao seu desempenho e o uso de
arame não galvanizado pode levar a corrosão causando a perda de resistência (figura
16). Além disto, é possível acontecer o desplacamento de peças (Branco, 2010).
43
Figura 16 - Machas devido ao uso de arames no tardoz do revestimento Fonte: Branco (2010)
A corrosão dos dispositivos metálicos pode ocasionar machas avermelhadas na
pedra por isso é aconselhável usar dispositivos metálicos inoxidável.
Os selantes são utilizados para vedar juntas contra infiltrações e também são
utilizados para aliviar as tensões térmicas. Porém, se houver excesso no uso de
selantes, haverá o manchamento ao seu redor (figura 17). De acordo com Antunes et
al. (2005), as manchas também podem aparecer ao longo do tempo em virtude à
infiltração da água da chuva pelas juntas presentes entre as placas ou pelo topo do
revestimento que umidifica a argamassa, esta situação acontece quando as placas não
estão alinhadas e quando as juntas não estão bem preenchidas. Alem disso, Iamaguti
(2001) afirma que a falta de limpeza que a mancha na superfície da pedra ao aplicar
selante ao redor das juntas podem ocasionar o manchamento das peças.
Figura 17 - Manchas devido a aplicação inadequada de selante Fonte: Branco (2010)
44
O rejuntamento, caso não seja feito de forma correta, pode ser a porta de entrada
para infiltração de água, possibilitando o surgimento de manchas próximos aos rejuntes.
As juntas devem ser preenchidas no tempo de abertura correto, pois segundo Antunes
et al. (2005), a umidade poderá ser liberada através das placas de rochas através de
fenômenos de vapor e capilaridade. Este fenômeno é lento e que pode dar origem ao
transporte de substâncias solúveis em água levando ao surgimento de manchas.
Figura 18 - Machas de umidade devido a falhas no rejuntamento que permitiram a infiltração de água nas juntas
Fonte: Branco (2010)
Os impermeabilizantes têm o objetivo de minimizar o surgimento de manchas. O
uso de impermeabilizantes incorretamente podem causar a alteração do aspecto
superficial da pedra, pois pode ser formada por uma película superficial ou a degradação
devido a temperatura e umidade. Os produtos impermeabilizantes podem provocar a
perda de transparência e o surgimento de manchas (geralmente amarelas), que alteram
o aspecto superficial das pedras (Maranhão e Barros, 2006).
Segundo Branco (2010), a incompatibilidade entre o produto de proteção
superficial e alguns dos componentes mineralógicos da rocha podem causar
manchamentos.
O graffiti acontecem devido ao vandalismo, como a rocha ornamental é um
material poroso, a remoção do graffiti nem sempre é fácil, deixando muitas vezes
manchas ao fazer a limpeza (figura 19). Esta remoção pode contribuir para ocorrência
de degradação, devido a diminuição da espessura do revestimento (Silva, 2009).
45
Figura 19 - Manchas causadas pela limpeza ineficiente para remover graffiti do revestimento Fonte: Autora
4.3. Modificação de coloração
Este tipo de patologia tem origem a partir de fatores externos, geralmente
relacionados a manutenção e limpeza das peças de rocha (figura 20). A utilização de
produtos de limpeza ácidos podem causar a perda de brilho e causar mudanças nas
cores da pedra. Por isso, é necessário o conhecimento prévio na hora de realizar a
limpeza para que usem produtos adequados de acordo com a natureza e especificações
de cada rocha (Costa, 2011).
De acordo com Branco (2010), a modificação da coloração original da placa de
rocha ornamental é originária do:
• Desgaste e/ou lixiviação de minerais pela ação de intempéries e por
agentes de limpeza agressivos (ácido muriático);
• Deposição de sujeira que ocasionam uma aparência amarelada na peça;
• Amarelamento de ceras ou outras películas utilizadas na proteção ou
impermeabilização da superfície da peça.
46
Figura 20 – Placas de granito apresentando modificação de coloração em virtude da aplicação de produtos de limpeza, insolação, poluição e oxidação
Fonte: Branco (2010)
4.4. Fissuras e fraturas
As fissuras e fraturas são aberturas nas placas, mas são patologias diferentes.
Fissuras são pequenas aberturas que aparecem na estrutura ou no revestimento, nível
superficial sem orientação preferencial. Segundo CANOVAS (1992), o processo de
fissuração contempla duas etapas: primeiro ocorre a microfissuração inicial e depois um
macrofissuração posterior. São consideradas microfissuras, aquelas que medem menos
de 0,05mm e as fissuras, medem até 2 mm. As fraturas ocorrem por toda a profundidade
do revestimento, ocasionando a fragmentação da pedra podendo acontecer o
desprendimento da peça. Por causa destas aberturas, as fissuras e as fraturas podem
ser portas de entradas de agentes agressivos. De acordo com Voratôjo e Silveira (2010),
no caso de fissuras, pelo menos uma das bordas não atinge o canto da peça pétrea,
enquanto a fratura, separa o objeto podendo causar a separação das partes, havendo
a possibilidade da queda material (figura 21).
47
Figura 21 - Fratura por impacto em revestimento de granito Fonte: Autora
De acordo com Iamaguti (2001) e Branco (2010), as fissuras e fraturas podem
aparecer devido a:
• Falta de cuidado no transporte da peça (choque entre as placas) e
assentamento da peça, a interface entre o revestimento e da camada de
fixação não contínua;
• Elevado índice de dilação térmica das placas que são expostas a
variações térmicas e separadas por juntas inadequadas (figura 22);
• Solicitações elevadas ou repetitivas nas peças de rocha.
Figura 22 - Fissuras devido a dilatação e juntas com espaçamentos inadequados Fonte: Autora
Fissura de dilatação
48
De acordo com Neto (apud Costa, 2011), na fixação indireta, as tensões
provocadas pelos grampos, que restringem as deformações, geram tensões que podem
originar fissuras nas rochas ornamentais. Para evitar o aparecimento deste tipo de
manifestação patológica é necessário deixar juntas em tamanho adequado para que
possam ser utilizados materiais elásticos nestas juntas para que possam absorver as
deformações provocadas pelo sistema.
De acordo com Branco (2010), as resinas de preenchimento são usadas
geralmente para calafetação (vedação de fendas) na superfície da pedra e é usado
principalmente com mármore. Esta resina é um material muito poroso. Por isso deve ter
cuidado na escolha da rocha, pois se o local for suscetível a agressões químicas, as
resinas por serem porosas, serão atacadas também, ocasionado o ressecamento e
fissuras.
De acordo com Silva (2009), a lascagem distingue-se pela perda de fragmentos
do material pétreo. Esta patologia e é mais comum nas zonas de fixação metálica e nas
bordas das placas (figura 22).
Figura 23 – Lascagem nas bordas do revestimento em mármore Fonte: Autora
Uma patologia que pode ocasionar a lascagem da rocha ornamental é a
utilização de dispositivos metálicos nas zonas dos orifícios de fixação no topo das
pedras. Esta anomalia é decorrente das tensões excessivas da pedra, mas também
pode ser originada da falta de prumo que criam tensões nos apoios metálicos. Isto pode
acontecer frequentemente quando não se é respeitada a distância mínima entre a face
exterior e o eixo dos furos para colocar os dispositivos metálicos.
49
Os elementos de fixação ainda podem fletir, surgindo deficiências de planeza do
revestimento, que poderão originar fissuras, lascagem ou até o desprendimento do
revestimento (Silva, 2009).
A corrosão dos inserts metálicos em contato com a água e a poluição podem se
degradar/corroerem, vão originar além das manchas de ferrugem, ainda podem originar
fissurações e degradações (Silva, 2009).
Segundo Carvalho (2003), o uso de argamassas mais resistentes e menos
deformáveis pode levar ao surgimento de fissuras nos vértices da pedra. Quando a
pedra tem elevada resistência mecânica e/ou juntas estão preenchidas com
argamassas mais deformáveis, as fraturas aparecem segundo as juntas.
As rochas que tem alta capacidade de absorção de água, pode propiciar
patologias devido a interação da argamassa com os agentes degradadores ambientais.
Esta propriedade pode estar ligada ao alto grau de alteração mineralógica e de
microfissuração Mesmo que o grau de alteração esteja inicialmente baixo, poderá
evoluir se as condições ambientais e microambientais forem desfavoráveis as placas.
Neste processo de microfissuração poderá aumentar e gerar fraturas (Frazão e Farjallat
apud Flain et al., 2014)
4.5. Riscos
Os riscos na superfície da rocha ornamental acontecem devido a dureza da
rocha ser menor que a dureza do material que a riscou. A dureza está relacionada a
resistência do material ser riscado e para classificar os minerais presentes nestas
rochas foi elaborada a escala de Mohs que varia de 1 a 10 na escala de dureza. Os
riscos são comuns em edificações que não foram especificadas corretamente o material
segundo uso. Segundo Iamaguti (2001), rochas ricas em quartzo e feldspato, como
granito e gnaisses, tem dureza elevada e, portanto, são muito resistentes ao risco.
4.6. Descolamento de placa
O descolamento é a patologia mais perigosa devido ao risco de queda de placas
das fachadas de edifícios.
Segundo Granato (2005), o assentamento de rochas ornamentais demanda um
assentamento com alto desempenho, pois submete o elemento de aderência a altos
esforços cortantes e cargas de arrancamento. Porém, as argamassas têm a sua
resistência ligada ao teor de aglomerante, que são ricas, devido as condições impostas
50
pelo peso da placa, provocam tensões de retração elevada, cujo o alivio é restringido
pela aderência ao substrato e as placas de revestimento. Pela baixa deformabilidade
das argamassas ricas, as tensões tendem a provocar fissuras e descolamento do
revestimento (figura 24).
Figura 24 – Fissuras na argamassa provocando descolamento Fonte: Branco (2010)
Outro problema que pode ocasionar o desplacamento é a baixa qualidade da
argamassa para o revestimento pétreo, ou seja, uma argamassa com plasticidade
incorreta acaba gerando vazios ou falhas que prejudicam no preenchimento total da
placa da rocha (figura 25). Entretanto, há a possibilidade de incluir aditivos plastificantes
nas argamassas, mas se for feita de forma inadequada, estas argamassas
industrializadas podem diminuir a aderência do assentamento com a placa.
Figura 25 – Argamassa com plasticidade inadequada Fonte: Branco (2010)
51
Outro motivo para o desplacamento de pedras é a falha na aplicação da
argamassa de assentamento. Na figura 26, vemos os cordões intactos e que houve uma
pequena área efetiva de contato entre a argamassa e o tardoz da placa.
Figura 26 – Desplacamento causado pela falha na aplicação da placa na argamassa Fonte: Branco (2010)
De acordo com Costa (2011), para minorar os riscos de quedas das pedras
seguir processos rigorosos e produtos adequados, como:
• As superfícies da fachada e das placas devem estar limpas e sem poeiras
para garantir aderência do ligante;
• O teor correto de água é importante na argamassa pois caso contrário,
pode causar redução na eficácia da colagem.
• O produto de colagem deve ser adequado a pedra e ao tipo de substrato.
• O produto de colagem tem que cobrir toda a peça e substrato. O substrato
deve estar plano para que não se perca área de colagem. O tardoz deve
ter rugosidade para ter uma boa aderência.
• O tempo de abertura da argamassa deve ser o recomendado pelo
fabricante, pois caso seja ultrapassado este tempo, há a formação de
uma película que causa a perda da plasticidade e da adesividade da
argamassa
Os desplacamentos por variações térmicas que provocam dilatações e
contrações que são restringidos pelo o conjunto (revestimento, assentamento e
substrato) geram tensões. Deve-se ter cautela no momento de fazer as juntas pois, ela
deve ser dimensionada de forma a permitir as variações térmicas do revestimento.
Cordões intactos
Pequena área efetiva de contato
52
Segundo Granato (2005), a ausência de juntas geram esforços elevados e
impossíveis de serem absorvidas pelos materiais que integram a fachada, que por
serem rígidos, provocam o descolamento das placas cuja a aderência à argamassa do
substrato não é alta. A inexistência de juntas ou rejuntadas com argamassa rígida
provocam o descolamento das placas.
Na figura 27, mostra um trecho de uma fachada o qual está sob uma temperatura
inicial T, passando gradativamente para 𝑇1 > 𝑇. A argamassa se expande e as peças
tendem a se afastar uma das outras e as juntas se abrem, acontece o cisalhamento
entre o tardoz das placas e o assentamento (Figura 27A). Atingida a ruptura, as peças
se soltariam da base. Já na figura 27B, as peças não têm retração e nem deformação
lenta e assim, as pedras não acompanham o encurtamento, devida queda gradativa de
temperatura 𝑇2 < 𝑇 e, portanto, as peças se soltam pela falta de espaço para as
deformações.
Figura 27 - Revestimento solicitado à tração Fonte: Fiorito (2009)
53
Considere a figura 28, onde há compressão atuando no revestimento causado
pela retração da argamassa de assentamento. A compressão irá originar componentes
verticais “p” de tração, as quais tendem a arrancar o revestimento do substrato. A elas
se opõe a aderência "q" proporcionada pela argamassa no método convencional para
fixação do revestimento.
Figura 28 - Revestimento solicitado à compressão Fonte: Fiorito (2009)
Se 𝑝 < 𝑞, haverá compressão, mas o revestimento permanecerá estável (figura
28B). Se 𝑝 ≥ 𝑞, as peças se soltam da base por tração causará o abaulamento da placa
de revestimento (figura 28C) e logo depois, o seu colapso (figura 28D). A má formação
da argamassa ou a falta de água leva a valores baixos e irregulares de aderência “q”,
favorecendo o colapso.
De acordo com Costa (2011), se a placa descolada não possuir argamassa no
tardoz, significa que houve ruptura adesiva entre a placa e a argamassa (figura 29A).
Isto aconteceu devida a utilização de uma argamassa inadequada à porosidade da
pedra, ou a argamassa é fraca para as dimensões da placa utilizada para o
revestimento, ou devido a ultrapassagem do tempo de abertura da argamassa. Se a
placa descolada possuir pedaços de argamassa no tardoz e no substrato, indica que
54
houve ruptura coesiva (figura 29B). Este tipo de ruptura é devido a espessura excessiva
de argamassa ou pela umidificação de placas antes da aplicação. Se houver a ruptura
adesiva na interface da argamassa e o substrato (figura 29C), isto é caracterizado pela
presença de toda a argamassa no tardoz da placa. Esta situação pode ocorrer tanto da
contaminação do substrato com poeira, como pela variação de temperatura excessiva
ou umidade insuficiente que causaram secagem excessiva na aplicação da argamassa.
Ainda, o descolamento pode ser pela ruptura coesiva no substrato (figura 29D) neste
caso, o substrato não tem as devidas condições para receber o revestimento aderente
no peso e na dimensão do que foi aplicado no substrato. Após a queda da placa é
possível verificar como estão os cordões da argamassa, se eles estiverem visíveis
significa que a força aplicada foi insuficiente para a aderência, que pode provocar o
descolamento.
Figura 29 - Tipos de ruptura Fonte: Autora
O uso de impermeabilizantes pode reduzir a resistência de aderência, pois
quando aplicado no tardoz, o impermeabilizante poderá influenciar na resistência de
aderência reduzindo a permeabilidade à água, dificultando assim a penetração de pasta
para ancoragem placa-argamassa (Maranhão e Barros, 2006).
55
Em um sistema de fixação utilizando a fixação mecânica existem quatro tipos de
falhas que provocam rupturas e este tipo de falha pode causar o desplacamento,
fissuras e fraturas.
Umas das formas mais comuns do desprendimento do chumbador é a falha na
expansão. Esta falha surge quando o esforço de tração aplicado no chumbador é maior
do que a força de expansão entre o chumbador e a material base e, isto é causado em
virtude de um torque ou expansão abaixo das especificações do fabricante. Na figura
30, é possível ver que o chumbador sai completamente do furo sem a ruptura do
concreto (Walsywa).
Figura 30 – Desprendimento do chumbador na falha de expansão Fonte: Walsywa
Quando colocam chumbadores em um substrato frágil pode ocorrer a falha e isto
ocorre quando a resistência do concreto é menor que as cargas que o chumbador está
sujeito, levando ao arrancamento do chumbador (figura 31). Geralmente o rompimento
se dá entre 35 a 45 graus (Walsywa).
Figura 31 - Desprendimento do chumbador na falha no substrato Fonte: Walsywa
56
A falha do chumbador é uma falha que é caracterizada pelo rompimento do
chumbador que não seria adequado para suportar a carga aplicada (figura 32).
Figura 32 - Desprendimento do chumbador na falha no chumbador Fonte: Walsywa
A falha na instalação esta relacionada com o local onde os chumbadores foram
instalados. Esta ruptura é caracterizada pela a abertura de fendas ou quebra do
substrato (figura 32), que ocorreu devido as insuficientes dimensões deste substrato em
largura ou comprimento. A abertura destas fendas causadas pela expansão do
chumbador diminui a tensão que pode ser aplicada nos chumbadores. Esta patologia
pode acontecer devido a instalação de fixadores bem próximos das bordas do substrato.
Figura 33 - Desprendimento do chumbador na falha de trincas presente no material base (fonte: Walsywa)
4.7. Deterioração
A deterioração é uma mudança que ocorre nas propriedades naturais dos
materiais no decorrer do tempo quando este material está em contato com ambiente ao
qual está inserido. Quando há a ocorrência de um conjunto de várias manifestações
patológicas, podemos dizer que a pedra está se deteriorando. Esta degradação pode
comprometer a rocha ornamental tanto esteticamente (alterações cromáticas) quanto
na redução da resistência da rocha. Segundo Fascá (2002), a deterioração inclui
alterações físicas e químicas, desde alterações moderadas até esfoliações de camadas
superficiais.
57
De acordo com Viles (apud Fascá e Yamamoto, 2003), a deterioração é um
problema de fato quando uma ou mais das três condições são encontradas no sistema
construtivo, são elas:
• O ambiente ao qual está inserido é corrosivo, como áreas costeiras e
desérticas com aerossóis salinos e/ou as pedras que já tem
predisposição a se degradar;
• A ação humana acelera a deterioração devido a poluição atmosférica,
manutenção inadequada, entre outros;
• Edifícios e monumentos de grande valor ou significância são afetados.
As características físico-mecânicas das rochas, em maior ou menor grau em
função da composição mineralógica, solubilidade em ácidos, ação de intempéries,
conduzem tanto a degradação funcional quanto estética (Branco, 2010). As rochas
carbonáticas são suscetíveis a este conjunto de patologias que formam a deterioração.
A fadiga a longo prazo, a textura e/ou estrutura da rocha com elevado coeficiente de
dilatação térmica sucessivas também podem levar a perda de suas características
físico-mecânicas (Iamaguti, 2001).
Segundo Frascá e Yamamoto (2003), a deterioração inclui mudanças físicas e
químicas na superfície da pedra, quando se refere aos materiais que são porosos. Isto
resulta inúmeras manifestações patológicas, como formação de manchas ferruginosas
e crostas, descoloração, descamação superficial e produção de cavidades, buracos e
fragmentação. A partir disto, acabam resultando custos financeiros referentes a
reparação de danos, limpeza e restauração.
O tipo litológico da rocha, presença de fraturas e/ou fissuras, porosidade, o clima
e a taxa de intemperismo podem ser considerados fatores que tornam suscetível a
degradação da rocha. Além, da ação da poluição das cidades e a execução de
processos inadequados de assentamento e manutenção das rochas (Frascá e
Yamamoto, 2003). Além dos defeitos gerados da extração e o beneficiamento da rocha,
ainda podem levar o aumento de fissuras, aumento de porosidade e outros problemas,
que irão contribuir para a facilitação da degradação da rocha.
Outra possível origem da degradação é a utilização de rochas compostas por
minerais que são facilmente decompostos ou em estado avançado de decomposição e
isto ocorre pela incorreta especificação para o uso requerido (Branco, 2010). Neste
caso, muitos granitos amarelos, cuja a cor não é primária e sim secundária, que é
resultado da alteração parcial da rocha. Estas rochas são porosas e apresentam
58
características físico-mecânicas o que os torna rochas que não são recomendadas para
alguns usos (Iamaguti, 2001).
Podem-se ter a perda de resina de preenchimento, a formação de crostas negras
pela fuligem e também da chuva ácida, que aumenta a velocidade de degradação da
rocha (Branco, 2010).
Os efeitos químicos do ataque ácido é a gradual deterioração da superfície
exposta, portanto, o ácido penetra no interior da rocha que ocorre a gradual perda de
resistência e também o aumento da porosidade (Frascá e Yamamoto, 2014).
De acordo com Fascá (2002), no Brasil, as principais causas da degradação
podem ser sintetizadas em:
• Clima tropical (altas variações de temperatura e umidade);
• Agentes de limpeza, que podem causar modificação da rocha,
principalmente no aspecto estético;
• Poluição ambiental, que tem grande influência na emissão de poluentes
que ficam disperso na atmosfera (por exemplo, 𝑆𝑂2, 𝑁𝑂𝑥, 𝐶𝑂 𝑒 𝐶𝑂2);
• Assentamento inadequado das placas de rochas ornamentais.
A figura 34, mostra o caso do granito com presença de umidade que
proporcionou o desenvolvimento de outras patologias.
Figura 34 – Granito apresentando várias patologias (a) Machas amareladas, indicativo de forte alteração
(b) Umidade, mostra que o material tem alta absorção de água (c) Falha nos rejuntes, permitindo infiltrações
Fonte: Branco (2010)
4.8. Perda de brilho
A escolha correta da rocha ornamental deve ser feita com cuidado, pois cada
tipo de rocha possui uma resistência diferente. Sendo assim, a perda de brilho por
59
desgaste abrasivo vem em decorrência as características naturais. Por exemplo, o
mármore (que é uma rocha pobre em quartzo) tem pouca resistência ao desgaste e o
granito (que é uma rocha rica em quartzo) resistem bem ao desgaste abrasivo.
As causas químicas ocorrem através da ação de poluentes, atmosferas
agressivas ou pelo uso incorreto de produtos de limpeza que podem provocar a
oxidação, alteração cromática, inchamento e lascagem dos minerais e estas patologias
também provocam a perda de brilho do material. Os agentes químicos mais agressivos
são o dióxido de carbono e os gases sulfurosos. Em ambientes que apresentam
elevadas concentrações de poluição, reagem quimicamente com os minerais
constituintes das rochas, tornando o mineral pulverulento e desagregado. Assim a
porosidade aumenta, há a queda da resistência mecânica e o brilho da placa também
sofre decaimento. Alguns pássaros, provocam corrosão química através dos seus
dejetos, que tem uma composição química ácida (Oliveira et al., 2008b).
Segundo Maranhão e Barros (2006), muitos dos produtos de limpeza produzem
efeitos desastrosos no revestimento da placa de rocha, sendo muitas vezes
responsáveis pela perda de brilho, surgimento de cavidade, aumento da superfície
específica da placa (sujeita à impregnação de sujeira) e deterioração do rejunte.
4.9. Colônias biológicas
As colônias biológicas ocorrem a partir do crescimento de organismos biológicos
(fungos, algas, liquens, entre outros) nas fachadas provocando o surgimento de
manchas de diversas tonalidades que são dependentes do organismo biológico. As
colônias surgem dos esporos que se dispersam no ar e ao encontrar condições
adequadas para reprodução, umidade e nutrição, germinam e que podem prejudicar a
placa.
As colônias biológicas provocam a degradação da rocha ornamental por meio de
processos químicos que são desencadeados por organismos de natureza vegetal ou
animal. A colonização das rochas pode ser biológica (musgo, algas ou líquenes), por
vegetação (que nasce nas juntas e trincas do revestimento) e por excrementos de
animais (altamente nocivo).
O líquen é definido pela associação simbiótica entre um fungo e um ou mais
organismos fotossintéticos e esta simbiose forma um talo (não possui folhas ou caule).
Os liquens são sensíveis a poluição atmosférica pois danificam os talos, portanto eles
geralmente não estão presentes nos centros urbanos. Segundo Marques (apud Lobo,
2008), a degradação mecânica ocasionada pelos líquens é resultado da penetração dos
60
dispositivos de fixação e do próprio talo nos poros e fissuras existentes na rocha. O
crescimento do talo do líquen poderá provocar o aumento dessas fissuras. A
degradação química é resultado da atividade metabólica que provoca o surgimento de
ácidos que reagem com compostos da própria rocha.
A vegetação é classificada como a presença de musgos e plantas mais
desenvolvidas. A ação mecânica dos musgos não é tão problemática para a rocha
quanto nas plantas desenvolvidas pois estes seres não possuem raízes, mas sim
raizóides. As plantas mais desenvolvidas apresentam raízes, portanto são agentes de
degradação mais importantes pois através da pressão exercida pelo crescimento das
raízes e a exsudação de ácidos que tem a função de dissolver silicatos e carbonatos de
modo a poderem ser captados e absorvidos (Lobo, 2008). O surgimento de plantas
mais desenvolvidas é mais comum em planos horizontais visto que, é mais fácil
acumular água, sementes e a presença de animais como aves. A vegetação contribui
para o aumento de tensões por causa das suas raízes, contribuindo para aberturas de
fissuras na rocha (figura 35).
Figura 35 - Desenvolvimento de vegetação entre as juntas Fonte: Branco (2010)
A decomposição de excrementos orgânicos de seres vivos pode levar a
formação de ácido húmico (que acelera a decomposição de rochas), ácido fosfórico e
enxofre (que corroem a superfície das rochas).
61
5. Trabalho de campo
Neste presente trabalho, foram analisados 9 edifícios que apresentam em suas
fachadas a aplicação de rochas ornamentais e, portanto, foram exploradas algumas das
patologias mais evidentes. No apêndice A, estão as fichas e as tabelas utilizadas para
a realização das análises das patologias que foram utilizadas no capitulo 5. Já no
apêndice B, estão anexados os resultados observados de cada edifício estudado.
Primeiro foi feita a descrição dos edifícios, como: o tipo de uso da edificação, o
tipo de pedra, cor, tipo de fixação, dimensões e juntas. Em seguida, as causas para o
surgimento das patologias e finalmente, as soluções para resolução das patologias
apresentadas.
5.1. Eflorescência
Este edifício comercial está localizado na Avenida Rio Branco que está revestido
com placas de rochas de granito que apresentam eflorescências. A eflorescência está
localizada nas juntas. As peças que revestem esta fachada são constituídas de granito
na cor preta, com 1 cm de espessura e com superfície retangular de 80 x 65 cm (5200
𝑐𝑚2). A junta possui aproximadamente 1 mm (variáveis). A fixação mista (direta +
fixação mecânica) utilizando 3 parafusos por placa.
As figuras 35 e 36 apresentam eflorescência nas juntas. Esta patologia surgiu
devido a depósitos salinos ocasionando manchas esbranquiçadas. Devido ao mal
estado do rejuntamento que estava em contato com água da chuva e/ou umidade,
acabou acarretando um elevado teor de hidróxidos. De acordo com Silva (2009), a
eliminação de eflorescência é realizada através da limpeza e manutenção das fachadas,
podendo causar custo onerosos.
Para esta situação, seria necessária a remoção das peças mais danificadas
pelas manchas causadas pelas eflorescências e instalação de novas placas. E é de
suma importância, descobrir a origem do problema e solucionar as manchas para que
não reapareçam. As pedras que não estiverem tão danificadas devem ser lavadas com
jatos d’água, escova de cerdas macias e produtos de limpeza adequados (Costa,2011).
Conforme Maxit (apud Antunes et al., 2011), se a eflorescência estiver localizada
na superfície da pedra e com grande intensidade no rejunte, convém verificar a
estanqueidade destes rejuntes. Isto pode ter ocorrido devido o mal preenchimento, que
permite que toda a água da chuva penetre na fachada. A água, ao infiltra-se podendo
62
lixiviar o material de colagem, dissolvendo sais e arrastando-os até a superfície. Os
rejuntes que estiverem em mal estado devem ser refeitos e também é importante
impermeabilizar os topos das fachadas para evitar infiltração de água.
'
Figura 36 e Figura 37 - Eflorescência nas juntas Avenida Rio Branco 100 com Rua do Rosário
Enquanto a figura 38, apresentam granitos na cor marrom, onde as placas têm
80 x 180 cm (14400 𝑐𝑚2) com espessura de 2,5 cm. As juntas têm aproximadamente
3 mm. A fixação foi feita de forma direta.
A figura 38 apresentam eflorescências nas placas e esta patologia surgiu mais
fortemente na área onde tem uma tubulação que passa próximo a estas placas.
Possivelmente, esta tubulação está com vazamentos e seja a principal origem do
problema.
Eflorescências nas juntas
63
Figura 38 – Eflorescência na Avenida Rio Branco 128 com a Rua Sete de Setembro
Neste caso, primeiro seria necessário fazer uma vistoria nas instalações que
passam naquela área para ver se há vazamentos e tomar medidas para a resolução do
problema, seja a troca ou reparo da tubulação. As placas devem ser lavadas com água,
escova de cerdas macias e produtos de limpeza adequados, caso as placas tenham
sido fortemente danificadas devem ser trocadas, juntamente com o reparo nas
instalações. Estas medidas serão suficientes para o não reaparecimento desta
patologia.
5.2. Descolamento de placa
Esta fachada de um edifício comercial, localizado na Avenida Rio Branco, está
revestida com placas de rocha que apresenta descolamento da placa (figura 39). Na
localidade onde ocorreu o descolamento, nota-se que o assentamento saiu juntamente
com a placa, ficando apenas o substrato.
Neste caso, esta patologia surgiu devido a ruptura completa entre a argamassa
e o substrato (como foi exemplificado na figura 29C, no capítulo 4.6), possivelmente isto
ocorreu devido a contaminação do substrato com poeira ou variação de temperatura
Tubulação
Tu
64
excessiva ou umidade insuficiente que causaram a secagem excessiva no momento da
aplicação da argamassa. Como as juntas nesta fachada são estreitas, provavelmente
resultou em esforços elevados e que tornou inviável os esforços serem absorvidos pelos
materiais que compõem a fachada, visto que a aderência a argamassa não é tão alta,
provocando o descolamento das placas na fachada.
Para reparação nesta situação, seria necessário dimensionar de forma
adequada as juntas para que o sistema possa se movimentar livremente sem que os
esforços não sejam absorvidos pelo sistema e que acabem ocasionando o
descolamento de placas. Além disso, deve-se ser vistoriado todas as placas, pois como
há juntas com espessuras inadequada e que impedem a completa absorção dos
esforços provocados pela variação de temperatura. Caso necessário, remover as placas
e recolocadas corretamente.
Figura 39 - Desplacamento na Avenida Rio Branco 100 com a Rua do Rosário
O revestimento de placa de rocha aplicado na fachada de um edifício comercial,
localizado na Rua Buenos Aires, apresenta descolamento. Na figura 40, mostra o
descolamento da placa e a figura 41, o eminente descolamento das placas. A placa de
rocha que reveste esta fachada em estudo é constituída de granito de cor preta, com
aproximadamente 2 cm de espessura e com superfície retangular de 45 x 90 cm (4050
𝑐𝑚2). As juntas entre as placas têm dimensões de aproximadamente de 4 mm. A fixação
da placa foi feita de forma direta (fachada aderente), usando-se o método de colagem
simples sem utilização de fixação mecânica.
65
No caso da figura 40, esta patologia surgiu devido a ruptura completa entre a
argamassa e o tardoz da placa (como foi exemplificado na figura 29A, no capítulo 4.6)
e podemos ver falhas ou vazios (resistência nula), o que coopera para diminuir a
aderência da placa na argamassa. Isto possivelmente aconteceu em virtude da
utilização de argamassa imprópria para a porosidade da pedra, ou a argamassa é fraca
para as dimensões da placa utilizada, ou devido a ultrapassagem do tempo de abertura
da argamassa.
Já na figura 41, parece a situação ilustrada capítulo 4.6, na figura 27B. Thomaz
(2003), lista duas causas:
• Deformação lenta e retração por secagem. A argamassa fica sujeita a
grandes tensões de cisalhamento. As pedras não têm retração e nem
deformação lenta e por este motivo, as pedras não acompanham o
encurtamento. Os revestimentos pétreos ficam comprimidos e flambam.
Como é visto na figura 41, a flambagem sempre ocorre entre duas placas.
• Como fachadas estão expostas a insolação, elas podem atingir
temperaturas de 60ºC, em contraste com a temperatura interna da
edificação que fica por volta de 25ºC. As pedras tendem a dilatar e o
concreto impede. Este fenômeno gera tensões idênticas ao fenômeno de
deformação lenta e retração.
Para a reparação da fachada, seria necessário remover as placas e a argamassa
danificada e logo depois, deverá ser feita a reaplicação das peças de forma correta. O
substrato deve ser limpo dos restos de argamassa. Todas as pedras com riscos de se
desprenderem devem ser retiradas. Como já foi citado no capítulo 3.2.1.2, a placa tem
dimensões maiores do que especificado pela CTSB e que pela organização deveria
usada a fixação mista ou fachada aerada, e pela Weber Saint-Goble que para esta área
de placa, deveria usar uma argamassa que proporcione uma deformabilidade maior.
Para Thomaz (2003), para evitar o ressurgimento da patologia da figura 41 seria
necessário a fixação de grampos metálicos.
66
Figura 40 e Figura 41 – Desplacamento na Rua Buenos Aires, 59
5.3. Manchas
Esta fachada está localizada na Avenida Rio Branco, revestida com placas de
granito marrom que está apresentando manchas de umidade (figura 42).
Neste caso, as manchas de umidade surgiram possivelmente do vazamento da
tubulação no forro da marquise deste edifício comercial.
Para a reparação da fachada, primeiro deve-se resolver o problema com o
vazamento na tubulação. A mancha de umidade acabou provocando modificação na
coloração da pedra e após a resolução da raiz do problema, seria necessário trocar
todas as peças de granito afetadas pelo vazamento de água.
67
Figura 42 - Manchas de umidade na Avenida Rio Branco 128 com a Rua Sete de Setembro
O revestimento de granito na fachada de um edifício comercial, localizado na
Avenida Rio Branco apresenta manchas de umidade. A fachada é constituída de granito
de cor cinza, com espessura de 1,5 cm de espessura e com superfície retangular de 45
x 80 cm (3600 𝑐𝑚2). As juntas entre as placas têm dimensões de aproximadamente de
1 mm. A fixação da placa foi feita de forma direta.
Nas figuras 43 e 44, a patologia manifestou-se em virtude de falhas no
rejuntamento que consequentemente deu origem ao manchamento por absorção de
água. A água da chuva juntamente com a ação dos ventos permitiu a infiltração de água
permitiram a percolação nas juntas mal executadas ou com especificação incorreta,
provocando manchas na área.
Para a reparação das manchas de umidade causadas pela penetração de água
devem ser refeitos os rejuntes de forma adequada e com os materiais corretos para que
a mancha não retorne, visto que o pilar tem contato com a água da chuva,
principalmente nas quinas. Portanto, para correção, seria necessário a total remoção do
material preenchido e reaplicação de um novo rejunte.
Manchas de
umidade
68
Figura 43 e Figura 44 - Manchas de umidade na Avenida Rio Branco, 125
A figura 45, apresenta uma fachada comercial localizada na Avenida Rio Branco
que apresenta também manchas ocasionadas por umidade. A fachada é formada por
peças de granito cinza com espessura de 2,0 cm com dimensões de 60 x 95 (5700 𝑐𝑚2).
As juntas apresentam 5 mm de espessura. A fixação da placa foi feita de forma direta.
A partir da figura 45, podemos notar que a umidade vem da percolação de água
pelo solo, por ascensão capilar. Possivelmente esta mancha surgiu devido a ineficiência
da impermeabilização.
Primeiro, será necessário retirar a placa. Como a umidade está localizada
próxima do solo e a umidade é ascendente, deverá ser feito um corte hídrico e execução
da impermeabilização na base (exemplificado na figura 12 na seção 4.1), que impedirá
a ascensão da água e consequentemente as manchas na pedra ou deverá ser feita a
drenagem do solo na área onde ocorreu a mancha de umidade.
69
Figura 45 - Manchas devida à umidade na Avenida Rio Branco 99
A fachada localizada na Avenida Rio Branco apresenta manchas próximo as
juntas (figura 46). A fachada é constituída de granito de cor marrom, com espessura de
1,5 cm e com superfície retangular de 90 x 100 cm (9000 𝑐𝑚2). As juntas entre as placas
têm dimensões de aproximadamente de 1 mm. A fixação da placa é mista (direta +
fixação mecânica) com 4 parafusos em cada placa.
Na figura 46, a patologia manifestou-se em virtude de excesso de selante
utilizado nas juntas e falta de limpeza na superfície da pedra o que ocasionou as
manchas. O não uso de fitas de proteção no momento do uso do selante e a limpeza
ineficiente dos resíduos de selante próximo as juntas causaram as manchas.
De acordo com Poliplás (2017), o selante quando está endurecido ou curado é
de difícil remoção e somente poderá ser removido por abrasão ou com auxílio de um
material cortante. Por isso, a remoção deve ser realizada com o devido cuidado para
não danificar a superfície onde o selante foi aplicado.
70
Figura 46 - Mancha de selante na Avenida Rio Branco, 142 com a Rua da Assembleia
5.4. Manchas de minerais secundários
Esta fachada foi utilizada a placa de mármore como revestimento e está
localizada na Avenida Rio Branco que apresentam manchas devido a minerais
secundários, ou seja, o mineral primário se transformou em um secundário liberando
certos elementos químicos. A fachada é constituída de granito com de cor branca, com
1 cm de espessura e com formato retangular de 40 x 85 cm (3400 𝑐𝑚2). As juntas têm
dimensões 1 mm. A fixação foi feita de forma direta (fachada aderente) sem a utilização
de fixação mecânica.
As figuras 47 e 48 mostram o surgimento de uma mancha ferruginosa próximo a
proximidade da porta de ferro que se encontra enferrujada no estabelecimento
comercial. Esta patologia surgiu devido a liberação de óxidos e hidróxidos de ferro que
ocasionou a mancha de ferrugem na fachada de mármore. A umidade, água da chuva
e/ou poluição, possivelmente ocasionaram a oxidação e provocaram o surgimento de
hidróxidos de ferro, que precipitaram nas placas de mármore, afetando a estética da
rocha, como é visto nas figuras abaixo. Além disso, a alta porosidade da rocha, que é o
mármore, reforçou o manchamento da peça.
A porta por estar exposta a poluição, umidade e chuva, ocasionou a degradação
da peça de mármore. Para frear o aparecimento de manchas originadas a partir da
liberação de hidróxido de ferro seria necessário trocar a porta de ferro por uma porta de
aço galvanizado ou inoxidável ou efetuar a retirada da ferrugem da porta e utilizar um
71
líquido neutralizador de ferrugem. Além disso, seria necessário remover as pedras
afetadas e utilizar oxilene (removedor de oxidação em pedra natural) para remover as
manchas de ferrugens da pedra.
Para reduzir o surgimento de manchas ferruginosas e aconselhável a
impermeabilização da peça e o uso de produtos de limpeza apropriados para a
especificação da pedra.
Figura 47 e Figura 48 - Mancha devido a liberação de óxidos e hidróxidos de ferro por porta de ferro enferrujada na Avenida Rio Branco 100 com a Rua do Rosário
As figuras 49 e 50 mostram a fachada de um edifício comercial localizada na
Avenida Rio Branco e está revestida por peças de granito que está apresentando
manchas de cor acastanhada.
Esta patologia deve ter sido proveniente da presença de impurezas de ferro no
cimento e na areia não lavada que ao evaporar a água da argamassa, penetram os
poros das pedras causando manchas ferruginosas.
Para reparar o problema, é necessário remover as pedras danificadas e utilizar
o oxilene para retirar as manchas. Em seguida, retirar toda a argamassa que provocou
as manchas e utilizar uma nova argamassa para assentar as placas recuperadas.
72
Figura 49 e Figura 50 - Mancha ocasionada por minerais secundários Avenida Rio Branco, 142 com a Rua da Assembleia
5.5. Modificação da coloração
Este edifício comercial está localizado na Avenida Rio Branco, onde o
revestimento aplicado foi o mármore que apresentou modificação da coloração (figuras
51 e 52). As peças que revestem a fachada são compostas por mármore na cor branca,
com 1,5 cm de espessura e com dimensões de 135 x 70 cm (fachada principal) e 90 x
70 cm (fachada lateral). A junta possui aproximadamente 1 mm e a fixação foi feita de
forma direta.
O mármore é uma pedra que é muito sensível a intempéries e a poeiras. Quando
são utilizados produtos de limpezas incorretos podem ocasionar mudanças de
coloração e perda de brilho. A insolação, poluição e sujeira impregnada na pedra
também pode intensificar a patologia. Na verdade, o mármore deveria ser evitado em
cidades onde chuvas são muito ácidas por causa do pH elevado da água.
Para limpeza, aplique detergente neutro na pedra e utilize uma esponja ou um
disco abrasivo. Os rejuntes também devem ser limpos com a utilização de removedores
a seco ou a base de limoneno. No final do processo, aplica-se um hidrorrepelente para
aumentar a proteção do revestimento (Revista Techne, 2008).
73
Figura 51 e Figura 52 - Diferença de coloração das placas na Avenida Rio Branco com a Rua Sete de Setembro
5.6. Perda de Brilho
A fachada da figura 53 foi aplicado uma peça de granito que está localizada na
Avenida Rio Branco, apresentando perda de brilho. A fachada é constituída por placas
de granito na cor marrom, com 1,5 cm de espessura e com formato retangular de 40x60
cm, mas são peças com dimensões variáveis. As juntas têm dimensões 2 mm. A fixação
da placa foi feita de forma direta.
Os principais fatores que possivelmente ocasionaram a perda de brilho nesta
placa de granito foram: o clima e as condições atmosféricas que as placas estão
submetidas devido a sua localização (Centro da cidade do Rio de Janeiro) onde há uma
grande circulação de carros e ônibus todos os dias e o uso de produtos de limpeza
ácidos que degradam a pedra provocando a perda de brilho.
Quando as rochas perdem o brilho é necessário polir o material ou aplicar
produtos químicos (seladores) que devolvem a luminosidade, mas este procedimento
não proporcionam um resultado tão efetivo.
74
Figura 53 - Perda de brilho na Avenida Rio Branco 103 com a Rua do Rosário
5.7. Fraturas, fissuras e lascagem
A fachada de granito marrom de um edifício comercial localizado na Avenida Rio
Branco apresenta fraturas, fissuras e lascagens (figuras 54, 55 e 56). A placa de granito
tem espessura de 3,0 cm de espessura e com superfície retangular de 120 x 90 cm
(10800 𝑐𝑚2). As juntas entre as placas têm dimensões de aproximadamente de 3 mm.
A fixação da placa foi feita de forma direta.
Como vemos na figura 55, ocorreu um descolamento parcial da placa de granito
e fica evidente o surgimento de outras patologias (fissuras, lascas e fraturas). Essas
outras patologias possivelmente surgiram de dilatações e contrações do conjunto
(revestimento, assentamento e substrato) gerando tensões, por isso as dimensões das
juntas devem ser adequadas para não surgir tensões entre as placas que
potencializariam o aparecimento as fissuras, fraturas e lascagem das pedras.
Neste caso, para a reparação da área da fachada com a presença destas
patologias, seria necessário retirar a placa pois ela está muito danificada, juntamente
com argamassa. Além disso, seria necessário dimensionar as juntas adequadamente
para que o sistema possa dilatar e contrair livremente sem que gere tensões nas placas
pétreas. Segundo Costa (2011), pode-se ainda prever a fixação mecânica
complementar nas placas.
75
Figura 54 e Figura 55 – Fratura, lascagem e fissuras na Avenida Rio Branco 109
Figura 56 – Fissuras na Avenida Rio Branco 109
A fachada de um edifício comercial com aplicação de granito como revestimento,
localizado na Rua Buenos Aires, apresenta fissuras e fraturas (figura 57 e 58).
Na figura 57, o faturamento deve ter surgindo devido a algum forte impacto na
pedra. A figura 58 mostra fissura horizontal que ocorreu na placa que está na eminência
Descolamento
da placa do
substrato
Fratura e Lascagem Fissura
Fissuras devido
a dilatação
76
de descolar (figura 41, capítulo 5.2.). Os revestimentos pétreos ficaram sujeitos a
tensões de cisalhamento, sendo comprimidos e acabaram flambando, ocasionando a
fissura horizontal.
Em ambos os casos, será necessário trocar as peças de granito por estarem
muito danificadas e remover as argamassas. A reaplicação das peças deverá ser feita
corretamente com juntas de dimensões adequadas. Para evitar o reaparecimento da
patologia da figura 58, seria necessário a utilização de fixação mecânica.
Figura 57 e Figura 58– Fraturas e fissuras na Rua Buenos Aires, 59
5.8. Riscos
Este edifício comercial é composto por placas de granito na cor preta, que está
localizado na Avenida Rio Branco e apresentam riscos em suas pedras (figura 59).
Os riscos apareceram por causa do contato com materiais com dureza maior do
que a dos minerais presentes na peça de granito.
Para remover os riscos das placas, será necessário limpar a placa para tirar
qualquer sujeira que esteja acumulada. Depois de limpo, será utilizado uma pasta para
polimento e será utilizado um equipamento para realizar o polimento da pedra. Se
necessário, impermeabilizar a placa. Pode-se utilizar medidas paliativas para disfarçar
os riscos, como: um acrílico rígido e impermeabilizante realçador de cor, porém, estas
medidas não são tão efetivas como o polimento.
Fissuras de
dilatação
77
Figura 59 - Riscos na Avenida Rio Branco 100 com a Rua do Rosário
5.9. Colônias biológicas
A fachada localizada na Avenida Rio Branco, está revestida por placas de granito
que apresenta colonização biológica (figura 60). A vegetação nasceu na junta entre as
placas na marquise do edifício.
As fachadas estão em contato com a água da chuva e com a umidade. Se
material do rejuntamento se desassociar ou houver o surgimento de fissuras nas placas,
poderá ocasionar o surgimento de plantas neste fendilhamento. A vegetação parasita
poderá ocasionar um aumento de tensões devido ao crescimento das raízes que poderá
comprometer a estabilidade da fachada.
Esta fachada tem uma marquise e possivelmente esta marquise não foi
impermeabilizada adequadamente, pois por toda a marquise apresenta manchas
umidade em suas placas que revestem a marquise deste edifício comercial. Antes de
retirar a vegetação propriamente, será necessário resolver o problema de umidade pois
a umidade e luz contribuem para o desenvolvimento de organismos biológicos. Logo
depois, deverá ser realizado um rejunte bem executado para que não seja um lugar
propício para o desenvolvimento de organismos biológicos novamente.
78
Figura 60 - Surgimento de plantas no rejunte entre as placas na Avenida Rio Branco 109 com a Rua do Rosário
5.10. Deterioração
A fachada está revestida por granito na cor marrom, localizada na Avenida Rio
Branco.
A deterioração ocorre quando uma peça está acometida por várias patologias.
As altas variações de temperatura, umidade, a utilização de produtos de limpezas
inadequados, poluição ambiental, assentamento incorreto das placas, entre outros,
podem contribuir para a deterioração da rocha.
Nas figuras abaixo, vemos a presença de umidade que desencadeou manchas,
eflorescências e colonização biológica nas juntas. A marquise deve estar acumulando
água, então seria necessário impermeabiliza-la. Como houve um alto grau de
degradação da coloração, será difícil retornar a cor original do granito. Por isso, o ideal
seria a retirada das peças danificadas e também refazer os rejuntes para que não haja
portas de entrada para a infiltração e absorção de água.
Vegetação
parasita na junta
79
Figura 61 e Figura 62– Fachada que apresenta várias patologias (eflorescência, umidade, manchas e colônias biológicas)
80
6. Considerações finais
Conhecer a origem dos materiais é de grande importância para que seja feita a
escolha correta para a função que eles irão exercer e, consequentemente, conhecer as
suas limitações. Uma vez que é de suma importância conhecer a mineralogia, origem
das rochas e as suas propriedades que foram tratados neste trabalho. Através do
conhecimento prévio das características das rochas, podemos determinar como essas
rochas poderão ser utilizadas para que apresentem desempenhos satisfatórios, sem o
surgimento de patologias que possam degradar e afetar a saúde da edificação.
Ficou evidente neste trabalho, que grande parte das patologias apresentadas
poderiam ter sido evitadas com a realização de projetos de fachadas, com a execução
correta dos procedimentos para instalação destas placas com segurança e sem falhas
para que suportem as intempéries aos quais foram submetidas. O conhecimento e a
experiência, quase sempre, podem prevenir o surgimento destas patologias.
A partir das informações obtidas a partir do trabalho em campo no Centro da
cidade do Rio de Janeiro, foram selecionados os edifícios que se encontravam com a
maior diversidade de manifestações patológicas em sua fachada. A partir disso, foram
elaboradas planilhas que foram apoiadas através da inspeção visual e fotográfica que
tornou possível chegar analisar e sugerir possíveis reparos para as fachadas estudadas
neste trabalho. Portanto, podemos chegar a algumas conclusões, como: as juntas
acabam propiciando a penetração de substâncias e o surgimento de manchas, além das
perdas e danificações do material pétreo. A partir deste trabalho, ficou perceptível que
as fachadas aderentes são mais propícias para o surgimento de patologias e o método
mais encontrado.
Através deste trabalho foi possível perceber que o maior problema não está na
pedra em si, mas sim nas falhas de projeto e execução, que acabaram possibilitando o
surgimento de patologias. E que a maioria destas manifestações patológicas poderiam
ter sido evitadas.
Portanto, o objetivo deste trabalho foi contribuir para o conhecimento das
patologias que podem afetar as fachadas devido ao uso de revestimento com rochas
ornamentais e assim, evitar os surgimentos delas.
Para trabalhos futuros, um estudo com uma maior amostragem para que se
possa identificar de fato quais as patologias que mais afetam as fachadas e os fatores
que as afetam. E também definir níveis de degradação destas patologias.
81
Referências bibliográficas
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12042: Materiais
orgânicos – Determinação do desgaste à abrasão, 2012. 5 p.
______.NBR 15012: Rochas para revestimento de edificações – Terminologia.
Rio de Janeiro, 2013. 20 p.
______.NBR 15575-4: Edificações habitacionais – Desempenho. Parte 4:
Requisitos para sistemas de vedações verticais internas e externas - SVVIE. Rio de
Janeiro, 2013. 63 p.
______.NBR 15844: Rochas para revestimento – Requisitos para granitos. Rio
de Janeiro, 2015. 3 p.
______.NBR 15845-1: Rochas para revestimento – Parte 1: Análise petrográfica.
Rio de Janeiro, 2015. 4 p.
______.NBR 15845-2: Rochas para revestimento – Parte 2: Determinação da
densidade aparente, da porosidade aparente e absorção da água. Rio de Janeiro, 2015.
4 p.
______.NBR 15845-3: Rochas para revestimento – Parte 3: Determinação do
coeficiente de dilatação térmica linear. Rio de Janeiro, 2015. 4 p.
______.NBR 15845-4: Rochas para revestimento – Parte 4: Determinação da
resistência ao congelamento e degelo. Rio de Janeiro, 2015. 4 p.
______.NBR 15845-5: Rochas para revestimento – Parte 5: Determinação da
resistência à compressão uniaxial. Rio de Janeiro, 2015. 4 p.
______.NBR 15845-6: Rochas para revestimento – Parte 6: Determinação do
módulo de ruptura (flexão por carregamento em três pontos). Rio de Janeiro, 2015. 5 p.
______.NBR 15845-7: Rochas para revestimento – Parte 7: Determinação da
resistência à flexão por carregamento em quatro pontos. Rio de Janeiro, 2015. 5 p.
______.NBR 15845-8: Rochas para revestimento – Parte 8: Determinação da
resistência ao impacto de corpo duro. Rio de Janeiro, 2015. 4 p.
______.NBR 15846: Rochas para revestimento – Projeto, execução e inspeção
de revestimento de fachadas de edificações com placas fixadas por insertos metálicos.
Rio de Janeiro, 2010. 11 p.
82
ALENCAR, C. R. A. Manual de caracterização, aplicação, uso e manutenção
das principais rochas comerciais no Espírito Santo: rochas ornamentais. 1ª ed.
Cachoeiro de Itapemirim, Instituto Euvaldo Lodi, 2013.
ALVES, P. R. Umidade ascendente: estudo da patologia nas residências.
Trabalho de conclusão de curso, Universidade Federal do Pará, Tucuruí, PA, Brasil,
2011.
AMARAL, P.; FERNANDES, J. C.; PIRES, V.; ROSA, L. G. “Rochas
Ornamentais”. In: Gonçalves, M.C., Margarido, F (eds), Ciência e engenharia de
materiais de construção, 1ª ed., capitulo 9, Lisboa, Portugal, IST Press, 2012.
ANTAS, A. M. S. M. “Pedra natural em fachadas – seleção, aplicação, patologias
e manutenção. In: Seminário colagem de cerâmicos e rochas ornamentais. Porto,
mar. 2014. 38p.
ANTUNES, M.; ROSENBOM, K.; GARCIA, J. “Anomalias na colagem de pedras
naturas”. In: I Congresso Nacional de Argamassas. Lisboa, nov. 2005. 12p.
ASEFA SEGUROS. 43 – Eflorescencia en fachadas. Asefa seguros. Madrid,
2014. Disponível em: <www.asefa.es/comunicacion/patologias/43-eflorescencias-en-
fachadas>. Acesso em: 21 jan. 2019.
BRANCO, L. A. M. N. Revestimentos pétreos: estudo de desempenho frente
às técnicas e condições de assentamento. Tese de doutorado, Universidade Federal
de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brasil, 2010.
BROD, J. A. Notas de aula – Propriedades Físicas dos Minerais. Universidade
de Brasília, Brasília, 2002.
CANOVAS, M. F. Patologia y Terapeutica de Hormigon Armado. 3ª ed.
Madrid, Editorial Dossat, 1994.
CARVALHO, L. M. D. Levantamento e identificação de manifestações
patológicas em fachadas de edifícios antigos da Baixada Portuense. Dissertação
de mestrado, Instituto Superior de Engenharia do Porto, Porto, Portugal, 2013.
CENTRE SCIENTIFIQUE ET TECHNIQUE DU BÂTIMENT (CSTB).
Revêtements de murs extérieurs em carreaux ou analogues collés au moyen de
mortiers-colles - cahier des prescriptions techniques d’exécution. Marnel a Vallée,
2000.
83
COSTA, M. P. R. Manual de controlo de qualidade para revestimentos de
fachadas em pedra. Dissertação de Mestrado, Universidade Técnica de Lisboa, Lisboa,
Portugal, 2011.
CHIODI FILHO, C.; RODRIGUES, E. P. Guia de aplicação de rochas em
revestimentos - Projeto Bula. 1ª ed. São Paulo: ABIROCHAS, 2009.
FIORITO, A. J. S. I. Manual de argamassas e Revestimentos - Estudos e
procedimentos de Execução. 2ª ed. São Paulo, PINI, 2009.
FLAIN, E. P. “Processos de assentamento de rochas ornamentais como
revestimentos”. In: I Simpósio Brasileiro de Rochas Ornamentais/ II Seminário de
Rochas Ornamentais do Nordeste, pp. 132-142p. Salvador, nov. 2002.
FLAIN, E. P.; RIGHI, R.; FRAZÃO, E. B. “Patologia em revestimentos com placas
pétreas em edificações e espaços urbanos no Brasil”. In: III Encontro da Associação
Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo – Arquitetura,
cidade e projeto: uma construção coletiva, São Paulo, out. 2014.
FRASCÁ, M. H. B. O. “Qualificação de rochas ornamentais e para revestimento
de edificações: caracterização tecnológica e ensaios de alterabilidade”. In: I Simpósio
Brasileiro de Rochas Ornamentais/ II Seminário de Rochas Ornamentais do
Nordeste, pp. 140-147. São Paulo, nov. 2002.
FRASCÁ, M.H.B.O.; YAMAMOTO, J.K. “Deterioração de rochas graníticas em
edificações e monumentos – investigação por ensaios de alteração acelerada”, Revista
Brasileira de Geologia de Engenharia e Ambiental (RBGEA), v.4, n.1, pp.23-32.
2014.
FRASCÁ, M.H.B.O.; YAMAMOTO, J.K. “Ensaio de alteração acelerada em
rochas para revestimento – estudos experimentais em rochas graníticas”. In: IV
Simpósio de Rochas Ornamentais do Nordeste, pp. 165-172. Fortaleza, nov. 2003.
FRAZÃO, E. B. Tecnologia de rochas na construção civil. 1ª ed. São Paulo,
ABGE, 2002.
FREITAS, V. P.; ALVES, S. M. Parede exterior – deficiente aplicação:
descolamento do revestimento em placas de pedra aplicado em fachadas. Grupo
de estudos da patologia da construção (Ficha A02). Patorreb. Disponível em:
<https://www.apfac.pt/patologias/A02%20Parede%20exterior%20Deficiente%20Aplica
cao.pdf>. Acessado em: 20 de jan. de 2019.
84
GAMA, H. B. “Principais patologias associadas ao uso rochas ornamentais”. In:
I Simpósio Brasileiro de Rochas Ornamentais/ II Seminário de Rochas
Ornamentais do Nordeste, pp. 20-23. Salvador, nov. 2002.
GEROLLA, G. Limpeza profunda. Revista Techne. São Paulo, 2008, número
135. Disponível em: <http://techne17.pini.com.br/engenharia-civil/135/artigo285435-
3.aspx>. Acessado em: 09 de fev. de 2019.
GRANATO, J. E. Patologia das fachadas revestidas de cerâmica e granito.
Notas de aula do curso de patologia das construções. São Paulo, 2005.
KLEIN, C.; DUTROW, B. Manual de Ciências dos Minerais. 23ª ed. Porto
Alegre, Bookman, 2012.
IAMAGUTI, A. P. S. Manual de rochas ornamentais para arquitetos.
Dissertação de Mestrado, Universidade Estadual Paulista, Rio Claro, SP, Brasil, 2001.
LOBO, J. M. V. Diagnóstico da deterioração do granito no Farol de São
Miguel-O-Anjo (Foz do Douro – Porto) e medidas de conservação. Dissertação de
Mestrado, Universidade do Porto, Porto, Portugal, 2008.
MARANHÃO, F. L.; BARROS, M. M. S. B. Causas de patologias e
recomendações para a produção de revestimentos aderentes com placas de
rochas. Boletim Técnico, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, 2006.
MOREIRAS, S. T. F. Estudo sobre o revestimento de fachadas de edifícios
altos com placas de granitos ornamentais. Dissertação de Mestrado, Universidade
de São Paulo, São Carlos, SP, Brasil, 2005.
NOGAMI, L. Fixação de placas de rochas ornamentais: estudo da aderência
com argamassa colante. Dissertação de Mestrado, Universidade de São Paulo, São
Carlos, SP, Brasil, 2007.
OLIVEIRA, S. F.; COSTA, A. G. “Alterações de minerais e outros problemas
relacionados aos materiais com aplicação no setor das rochas ornamentais”. In:
Congresso Brasileiro de Geologia, pp. 301. Belo Horizonte, 1998.
OLIVEIRA, F. M. C.; SILVA, S. A.; SOUZA, J. C. “Patologias em placas pétreas
de revestimentos externos na região litorânea do Recife”. In: III Congresso de Rochas
Ornamentais, pp. 119-130. Rio de Janeiro, 2008.
85
OLIVEIRA, F. M. C.; SILVA, S. A.; SOUZA, J. C. “Patologias em placas pétreas
da região litorânea do Recife – Bairro Boa Viagem”. In: III Congresso de Rochas
Ornamentais, pp. 97-107. Rio de Janeiro, 2008.
PETRUCCI, E. G. R. Materiais de construção. Porto Alegre. Porto Alegre,
Editora Globo, 1975.
POLIPLÁS. Ficha técnica: PU 40 – Selante elástico de poliuretano
modificado. Poliplás, 2017. Disponível em: <http://www.poliplas.com.br/wp-
content/uploads/2018/03/PORT_Ficha_Tecnica_PU_40_Polipl%C3%A1s_2017-
1.pdf>. Acessado em: 05 de fev. de 2019.
PORTAL G1. Placa de mármore cai de prédio no Centro. Portal G1, 2008.
Disponível: <http://g1.globo.com/Noticias/Rio/0,,MUL747185-5606,00-
PLACA+DE+MARMORE+CAI+DE+PREDIO+NO+CENTRO.html>. Acessado em 12 de
fev. de 2019
QUITETE, E.B. Conheça métodos para recuperação de pisos de pedras.
AECweb. Disponível em: <https://www.aecweb.com.br/cont/m/rev/conheca-metodos-
para-recuperacao-de-pisos-de-pedras_8959_10_0>. Acessado em: 06 de fev. de 2019.
REVISTA TECHNÉ. Revestimento vertical de pedra natural. São Paulo, 1994,
número 10. Disponível em: <http://www.npc.ufsc.br/gda/humberto/21.pdf>. Acessado
em: 27 de dez. de 2018.
SILVA, A. F. F. Previsão da vida útil de revestimento de pedra natural de
paredes. Dissertação de Mestrado, Universidade Técnica de Lisboa, Lisboa, Portugal,
2009.
TEXEIRA, W.; TOLEDO, M. C. M.; FAIRCHILD, T. R.; TAIOLI, F. Decifrando a
Terra. 1ª ed. São Paulo, Oficina dos Textos, 2000.
THOMAZ, E. Trincas em edifícios: causas, prevenção e recuperação. 1ª ed.
São Paulo, PINI, 1989.
THOMAZ, E.C.S. Casos reais: Prédio com pilar revestido com pedras
(exemplo número 119). Instituto Militar de Engenharia. Rio de Janeiro, 2003. Disponível
em: <http://aquarius.ime.eb.br/~webde2/prof/ethomaz/>. Acessado em: 03 de fev. de
2019.
VARATÔJO, L.; SILVEIRA, P. M. “Natural stone in external coating walls:
requests and pathology”. In: XXXVII International Association for Housing Science,
Santander, out. 2010.
86
WALSYWA. Catálogo técnico de fixação mecânica – Fixação para
construção civil. Disponível em:
<www.aecweb.com.br/cls/catalogos/walsywa_fix_mec.pdf>. Acessado em: 7 de jan. de
2019.
WEBER SAINT-GOBAIN. Colagem de pedra natural em fachadas. Disponível
em: <www.weber.com.pt/colagem-e-betumacao-de-ceramica/conselhos-e-
ajuda/problema-solucao/colagem-de-pedra-natural-em-fachadas.html>. Acessado em:
2 de jan. de 2019.
87
Apêndice A – Fichas de Apoio
Identificação: ______________
Localização: ___________________________________________________________
Função da edificação: _______________ Número de pavimentos: ______________
Número de fachadas livres: ____________ Número de fachadas com RRO: _________
Tipo de fachada:_____________________
Área da fachada:___________________ Área da fachada com RRO: _____________
Tipo de pedra: ________________ Cor:______________ Acabamento:___________
Tipo de fixação:________________ Dimensão:___________ Espessura:__________
Espessura das juntas: ___________
Identificação
Fachada
Características do revestimento de rochas ornamentais (RRO)
88
Tabela A.1 – Caracterização da patologia
c p j H A
Eflorescência
Manchas de umidade
Manchas de minerais
secundários
Outras manchas
Colonização biológica
Modificação da coloração
Riscos
Perda de Brilho
Graffiti
Ausência de linearidade
Dimensões inadequadas
Degradação
Desplacamento
Lascagem
Fissura
Fratura
Legenda:
(H) Causas humanas; (A) Causas ambientais e acidentais.
Esté
tica
Jun
tas
Fixa
ção
(c) Zona central da placa; (p) Zona periférica da placa; (j) juntas.
Patologias (Ed.) DegradaçãoLocalização Causas
Obs.
Caracterização das patologias
89
Apêndice B – Resultados Obtidos
Tabela B.1 – Identificação de todos os edifícios estudados
Tabela B. 2 – Características dos revestimentos de cada edifício estudados
Identificação Endereço FunçãoNúmero de
pavimentos
Fachadas
livres
Fachadas
com RROTipo de Fachada
Área da fachada
com RRO (m²)*
Ed. A Av. Rio Branco, 128 com R. Sete de Setembro Comercial 17 2 2 Lateral/Frontal 900
Ed. B1 Av. Rio Branco, 100 Comercial 24 4 4 Lateral/Frontal/Fundos 410
Ed. B2 Av. Rio Branco, 100 com R. do Rosário Comercial 24 4 4 Lateral/Frontal/Fundos 150
Ed. C Av. Rio Branco, 143 com R. Sete de Setembro Comercial 23 3 3 Lateral/Frontal 400
Ed. D Rua Buenos Aires, 59 Comercial 3 1 1 Frontal 42
Ed. E Av. Rio Branco, 125 Comercial 24 1 1 Frontal 230
Ed. F Av. Rio Branco, 142 com R. da Assembleia Comercial 37 4 4 Lateral/Frontal/Fundos 1225
Ed. G Av. Rio Branco, 99 Comercial 22 2 2 Lateral/Frontal 140
Ed. H Av. Rio Branco, 109 Comercial 23 2 2 Lateral/Frontal 425
Ed. I Av. Rio Branco, 103 Comercial 25 2 2 Lateral/Frontal 220
* Dados aproximados (obtidos pelo programa Google Earth Pro)
IdentificaçãoTipo de
pedraCor Acabamento Tipo de Fixação
Dimensão
(m)
Espessura
(cm)
Espessura das
juntas (mm)
Ed. A Granito Marrom Liso Direta 0,80x1,80 2,5 3
Ed. B1 Mármore Branco Liso Direta 0,40x0,85 1 5
Ed. B2 Granito Preto Liso
Mista (3
parafusos por
placa)
0,80x0,65 1 2 (váriavel)
Ed. C Mármore Branco "Rugoso" Direta
1,35x0,70
(principal)
0,90x0,70
(lateral)
1,5 1
Ed. D Granito Preto Liso Direta 0,45x0,90 2 4
Ed. E Granito Cinza Liso Direta 0,45x0,80 1,5 1
Ed. F Granito Marrom Liso
Mista (4
parafusos por
placa)
0,90x1,00
(variável)1,5 1
Ed. G Granito Cinza Liso Direta 0,60x0,95 2 5
Ed. H Granito Marrom Liso Direta
1,20x0,90
(variável) 3 3
Ed. I Granito Marrom Liso Direta 0,40x0,60 1,5 2
Identificação de cada edifício
Características dos revestimentos de rochas ornamentais
90
Tabela B.3 – Caracterização do edifício A
Tabela B.4 – Caracterização do edifício B (Loja 1)
c p j H A
Eflorescência x x x x
Manchas de umidade x x x x
Manchas de minerais
secundários
Outras manchas
Colonização biológica
Modificação da coloração x x x
Riscos
Perda de Brilho
Graffiti
Ausência de linearidade
Dimensões inadequadas
Degradação x x x
Desplacamento
Lascagem
Fissura
Fratura x x x 1 placa
Fixa
ção
LocalizaçãoObs.
CausasPatologias (Ed. A)
Jun
tas
Esté
tica
Degradação
c p j H A
Eflorescência
Manchas de umidade
Manchas de minerais
secundáriosx x x
Outras manchas
Colonização biológica
Modificação da coloração
Riscos x x x x
Perda de Brilho
Graffiti x x x x
Ausência de linearidade x x x
Dimensões inadequadas
Degradação x x x
Desplacamento
Lascagem x x x 3 placas
Fissura x x x x
Fratura
Esté
tica
Jun
tas
Fixa
ção
Patologias (Ed. B1) DegradaçãoLocalização Causas
Obs.
Caracterização das patologias de cada edifício
91
Tabela B.5 – Caracterização do edifício B (Loja 2)
Tabela B.6 – Caracterização do edifício C
c p j H A
Eflorescência x x x
Manchas de umidade
Manchas de minerais
secundários
Outras manchas
Colonização biológica
Modificação da coloração
Riscos x x
Perda de Brilho
Graffiti
Ausência de linearidade x x x
Dimensões inadequadas x x x
Degradação x x x
Desplacamento x x 1 placa
Lascagem x x x
Fissura
Fratura
Esté
tica
Jun
tas
Fixa
ção
Patologias (Ed. B2) DegradaçãoLocalização Causas
Obs.
c p j H A
Eflorescência
Manchas de umidade
Manchas de minerais
secundários
Outras manchas
Colonização biológica
Modificação da coloração x x
Riscos
Perda de Brilho
Graffiti
Ausência de linearidade
Dimensões inadequadas x x
Degradação x x
Desplacamento
Lascagem x x
Fissura x x
Fratura x x
Fixa
ção
Localização CausasObs.
Esté
tica
Jun
tas
Patologias (Ed. C) Degradação
92
Tabela B.7 – Caracterização do edifício D
Tabela B.8 - Caracterização do edifício E
c p j H A
Eflorescência x x x
Manchas de umidade
Manchas de minerais
secundários
Outras manchas
Colonização biológica
Modificação da coloração
Riscos
Perda de Brilho
Graffiti
Ausência de linearidade
Dimensões inadequadas x x x
Degradação
Desplacamento x x 3 placas
Lascagem x x x
Fissura x x x x
Fratura x x x
Obs.Es
téti
caJu
nta
sFi
xaçã
oPatologias (Ed. D) Degradação
Localização Causas
c p j H A
Eflorescência
Manchas de umidade x x x
Manchas de minerais
secundários
Outras manchas
Colonização biológica
Modificação da coloração
Riscos
Perda de Brilho
Graffiti
Ausência de linearidade
Dimensões inadequadas x x
Degradação
Desplacamento x x 1 placa
Lascagem x x x
Fissura
Fratura x x
Esté
tica
Jun
tas
Fixa
ção
Patologias (Ed. E) DegradaçãoLocalização Causas
Obs.
93
Tabela B.9 - Caracterização do edifício F
Tabela B.10 – Caracterização do edifício G
c p j H A
Eflorescência
Manchas de umidade
Manchas de minerais
secundários
Outras manchas x x x x
Colonização biológica
Modificação da coloração x x x x
Riscos x x x
Perda de Brilho
Graffiti x x
Ausência de linearidade x x
Dimensões inadequadas
Degradação x x x
Desplacamento
Lascagem
Fissura x x x x
Fratura x x x 1 placa
Patologias (Ed. F) DegradaçãoLocalização Causas
Obs.Es
téti
caJu
nta
sFi
xaçã
o
c p j H A
Eflorescência x x x
Manchas de umidade x x x x
Manchas de minerais
secundários
Outras manchas x x x
Colonização biológica
Modificação da coloração
Riscos
Perda de Brilho
Graffiti
Ausência de linearidade
Dimensões inadequadas
Degradação x x x
Desplacamento
Lascagem
Fissura
Fratura x x x 1 placa
Obs.
Esté
tica
Jun
tas
Fixa
ção
Patologias (Ed. G) DegradaçãoLocalização Causas
94
Tabela B.11 – Caracterização do edifício H
Tabela B. 12 – Caracterização do edifício I
c p j H A
Eflorescência
Manchas de umidade x x x
Manchas de minerais
secundários
Outras manchas
Colonização biológica
Modificação da coloração
Riscos
Perda de Brilho x x x
Graffiti
Ausência de linearidade x x x
Dimensões inadequadas
Degradação x x x
Desplacamento
Lascagem
Fissura x x x
Fratura
Fixa
ção
Localização CausasObs.
Esté
tica
Jun
tas
Patologias (Ed. I) Degradação
c p j H A
Eflorescência x x x x
Manchas de umidade x x x x
Manchas de minerais
secundáriosx x x
Outras manchas
Colonização biológica x x x
Modificação da coloração x x x x
Riscos
Perda de Brilho
Graffiti
Ausência de linearidade x x x
Dimensões inadequadas
Degradação x x x
Desplacamento x 1 placa
Lascagem x x x
Fissura x x x x
Fratura x x x
Esté
tica
Jun
tas
Fixa
ção
Patologias (Ed. H) DegradaçãoLocalização Causas
Obs.
95
Tabela B.13 – Porcentagem de aparecimento de cada patologia na amostra estudada
Manifestação patológica Porcentagem (%) Es
téti
ca
Eflorescência 8%
Manchas de umidade 8%
Manchas de minerais secundários 3%
Outras manchas 3%
Colonização biológica 2%
Modificação da coloração 6%
Riscos 5%
Perda de Brilho 2%
Grafitti 2%
Jun
tas Ausência de linearidade 8%
Dimensões inadequadas 6%
Degradação 13%
Fixa
ção
Desplacamento 6%
Lascagem 10%
Fissura 8%
Fratura 11%
Total 100%
Porcentagem do surgimento das manifestações patológicas nas fachadas
estudadas