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Elisabeth Ferroni Schwartz Laboratório de Toxinologia Departamento de Ciências Fisiológicas Instituto de Ciências Biológicas - UnB ANIMAIS PEÇONHENTOS NO BRASIL ANIMAIS PEÇONHENTOS NO BRASIL

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Page 1: Animais Pec

Elisabeth Ferroni SchwartzLaboratório de Toxinologia

Departamento de Ciências FisiológicasInstituto de Ciências Biológicas - UnB

ANIMAIS PEÇONHENTOS NO BRASILANIMAIS PEÇONHENTOS NO BRASIL

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Considerações iniciais

• Toxinologia � toxinas• Veneno: combinado de toxinas• Veneno x peçonha

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Instituto Butantan - SPFundação Ezequiel Dias - MG

Instituto Vital Brazil - RJCentro de Produção e Pesquisa em Imunobiológicos - PR

Ministério da Saúde

Secretarias Estaduais de Saúde

Pontos estratégicos

Regionais de saúde

Secretarias Municipais de Saúde

Page 4: Animais Pec

ACIDENTES COM ANIMAIS PEÇONHENTOS ACIDENTES COM ANIMAIS PEÇONHENTOS Brasil, 2001 a 2004Brasil, 2001 a 2004

Fonte:SINAN-Animais Peçonhentos (02/03/05)Dados sujeitos a revisão

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20000

25000

30000

caso

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2001 19442 17922 11175 437 3692 2666

2002 24975 21781 12894 275 4814 2535

2003 28130 24653 17477 323 6083 2314

2004 23137 23096 14437 364 6195 2176

Serpente Escorpião Aranha Lonomia Outros Ign/branco

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Acidentes ofAcidentes ofíídicosdicos

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Características dos gêneros de serpentes peçonhentas no Brasil

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As serpentes do gênero Micrurus não apresentam fosseta loreal e possuem dentes inoculadores pouco desenvolvidos e fixos na região anterior da boca

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Bothrops atrox

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Bothrops erythromelas

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Bothrops neuwiedi

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Bothrops jararacussu

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Bothrops alternatus

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Bothrops moojeni

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Bothrops jararaca

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Acidente Botrópico

Acidente ofídico de maior importância epidemiológica no país �cerca de 90% dos envenenamentos

Ações da peçonha

Proteolítica� Lesões locais, edema, bolhas e necrose �patogênese complexa: proteases, hialuronidases e PLA2, liberação de mediadores da resposta inflamatória, ação das hemorraginas sobre o endotélio vascular e ação pró-coagulante.Ação coagulante� Ativa fator X e protrombina e tem ação semelhante à trombina� incoagulabilidade sangüínea. Ação hemorrágica� Hemorraginas que provocam lesões na membrana basal dos capilares, associadas à plaquetopenia e alterações da coagulação.

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Acidente Botrópico

Quadro clínico

Manifestações locais� dor e edema no local da picada, de intensidade variável e, em geral, de instalação precoce e caráter progressivo. Equimoses e sangramentos no ponto da picada são freqüentes. Infartamento ganglionar e bolhas podem aparecer na evolução, acompanhados ou não de necrose.

Manifestações sistêmicas� Além de sangramentos em ferimentos cutâneos pré-existentes, podem ser observadas hemorragias à distância como gengivorragias, epistaxes, hematêmese e s acidentes

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Acidente Botrópico

Leve� dor e edema local pouco intenso ou ausente, manifestações hemorrágicas discretas ou ausentes, com ou sem alteração do Tempo de Coagulação.

Moderado� dor e edema evidente ultrapassando a região da picada, acompanhados ou não de alterações hemorrágicas locais ou sistêmicas como gengivorragia, epistaxe e hermatúria.

Grave� edema local intenso e extenso, podendo atingir todo o membro picado, acompanhado de dor intensa e, eventualmente com presença de bolhas. O edema pode levar à isquemia local devido à compressão de vasos e nervos. Hipotensão arterial, choque, oligoanúria ou hemorragias intensas.

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Acidente Botrópico

Complicações Locais

Síndrome Compartimental� isquemia de extremidades provocada pelo edema. Manifestações mais importantes: dor intensa, parestesia, queda na temperatura do segmento distal, cianose e déficit motor.

Abscesso� Ação “proteolítica” favorece o aparecimento de infecções locais.

Necrose� é devida principalmente à ação “proteolítica” do veneno, associada à isquemia local decorrente de lesão vascular e de outros fatores como infecção, trombose arterial, síndrome de compartimento ou uso indevido de torniquetes. O risco é maior nas picadas em extremidades (dedos) podendo evoluir para gangrena

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Acidente Botrópico

Complicações Sistêmicas

Choque� casos graves. Sua patogênese é multifatorial, podendo decorrer da liberação de substâncias vasoativas, do seqüestro de líquido na área do edema e de perdas por hemorragias.

Insuficiência Renal Aguda (IRA)� também de patogênese multifatorial, pode decorrer da ação direta da peçonha sobre os rins, isquemia renal secundária à deposição de microtrombos nos capilares, desidratação ou hipotensão arterial e choque.

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Acidente Botrópico

Exames complementares

Tempo de Coagulação (TC)� fácil execução e importante na elucidação diagnóstica

Hemograma� leucocitose com neutrofilia e desvio à esquerda, hemossedimentação elevada nas primeiras horas do acidente e plaquetopenia de intensidade variável.

Exame sumário de urina� pode haver proteinúria, hemafúria e leucocitúria.

Outros exames laboratoriais� eletrólitos, uréia e creatinina, visando à detecção da insuficiência renal aguda.

Métodos de imunodiagnóstico� técnica de ELISA

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Acidente Botrópico

Tratamento

Específico� soro antibotrópico (SAB) i.v. Na falta deste, soro antibotrópico-crotálico (SABC) ou antibotrópicolaquética (SABL).

Geral� Manter elevado e estendido o segmento picado;Analgésicos; Hidratação; Antibioticoterapia.

Tratamento das complicações locais� diagnóstico + de síndrome de compartimento: fasciotomia, debridamento de áreas necrosadas e drenagem de abscessos

Prognóstico� Geralmente é bom. A letalidade nos casos tratados é baixa (0,3%). Há possibilidade de ocorrer seqüelas locais anatômicas ou funcionais.

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Classificação do Acidente Botrópico

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Crotalus durissus

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Acidente Crotálico7,7% dos acidentes ofídicos no Brasil. 30% em algumas regiões. Maior coeficiente de letalidade devido à freqüência com que evolui para insuficiência renal aguda (IRA).

Ações da peçonha

Ação neurotóxica� Crotoxina, neurotoxina de ação pré-sináptica que inibe a liberação de Ach: paralisias motoras.Ação miotóxica� Lesões de fibras musculares esqueléticas (rabdomiólise) com liberação de enzimas e mioglobina para o soro e que são posteriormente excretadas pela urina.Ação coagulante� Atividade do tipo trombina. Incoagulabilidade sangüínea. Geralmente não há redução do número de plaquetas. As manifestações hemorrágicas, quando presentes, são discretas.

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Acidente CrotálicoQuadro clínicoManifestações locais� Pouco importantes. Não há dor. Háparestesia local ou regional, podendo ser acompanhada de edema discreto ou eritema no ponto da picada.Manifestações sistêmicasGerais� mal-estar, prostração, sudorese, náusea, vômito, sonolência ou inquietação e secura da boca. Neurológicas� Ação neurotóxica da peçonha: fácies miastênica (fácies neurotóxica de Rosenfeld) evidenciadas por ptose palpebral uni ou bilateral, flacidez da musculatura da face, alteração do diâmetro pupilar, incapacidade de movimentação do globo ocular (oftalmoplegia), podendo existir dificuldade de acomodação (visão turva) e/ou visão dupla (diplopia). Pode ocorrer paralisia velopalatina, com dificuldade à deglutição, diminuição do reflexo do vômito, alterações do paladar e olfato.

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Acidente Crotálico

Acidente grave em criança de seis anos, atendida três

horas após a picada:ptose palpebral bilateral

(Foto: F. Bucaretchi).

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Acidente Crotálico

Manifestações sistêmicas

Musculares� dor muscular generalizada (mialgias). Fibramuscular esquelética lesada: liberação de mioglobina que éexcretada pela urina(mioglobinúria), conferindo-lheuma cor avermelhada ou de tonalidade mais escura, até o marrom. A mioglobinúria constituia manifestação clínica maisevidente da necrose damusculatura esquelética(rabdomiólise).

Coleta de urina seqüencial entre a admissão e 48 h após acidente: urina escura com mioglobinúria

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Acidente Crotálico

Manifestações sistêmicas

Distúrbios da Coagulação� incoagulabilidade sangüínea ou aumento do Tempo de Coagulação, em 40% dos pacientes, observando-se raramente sangramentos restritos às gengivas (gengivorragia).

Manifestações clínicas pouco freqüentesInsuficiência respiratória aguda, fasciculações e paralisia de grupos musculares têm sido relatadas. Tais fenômenos são interpretados como decorrentes da atividade neurotóxica e/ou da ação miotóxica do veneno.

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Acidente Crotálico

ComplicaçõesLocais� parestesias locais duradouras, reversíveis após algumas semanas.Sistêmicas� insuficiência renal aguda, com necrose tubular geralmente de instalação nas primeiras 48 horas.

Exames complementaresSangue� � creatinoquinase (CK), desidrogenase lática (LDH), aspartase-amino-transferase (AST), aspartase-alanino-transferase (ALT), aldolase, uréia, creatinina, ác úrico, fósforo, potássio e �calcemia. Tempo de Coagulação >.Leucocitose, com neutrofilia e desvio à esquerda.Urina� sedimento urinário normal quando não há IRA e proteinúria discreta. Com IRA, hematúria. Presença de mioglobina.

Page 31: Animais Pec

Acidente Crotálico

TratamentoEspecífico� Soro anticrotálico, i.v. Pode ser utilizado soro antibotrópico-crotálico (SABC).Geral� Hidratação adequada é fundamental na prevenção da IRA. A diurese osmótica pode ser induzida com manitol a 20%. Caso persista oligúria: uso de diuréticos de alça tipo furosemida. O pH urinário deve ser > de 6,5 (urina ácida potencia a precipitação intratubular de mioglobina), portanto, alcalinação da urina pela administração parenteral de bicarbonato de sódio.

PrognósticoBom nos acidentes leves e moderados e nos pacientes atendidos até 6 horas após a picada. Nos acidentes graves, depende da existência de IRA. A evolução do quadro depende de diálise eficiente, em tempo hábil.

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Lachesis muta

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Acidente Laquético

Informações disponíveis sobre acidentes são raras: distribuição geográfica. Os acidentes por Lachesis são raros, mesmo na região Amazônica.

Ações da peçonha

Ação proteolítica� Lesão tecidual (~ botrópico)

Ação coagulante� atividade tipo trombina

Ação hemorrágica� intensa atividade hemorrágica (hemorraginas)

Ação neurotóxica� É descrita uma ação do tipo estimulação vagal, porém ainda não caracterizada.

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Acidente Laquético

Quadro clínicoManifestações locais� ~ botrópico: dor e edema, que podem progredir para todo o membro. Podem surgir vesículas e bolhas de conteúdo seroso ou sero-hemorrágico logo após o acidente. Hemorragia local.Manifestações sistêmicas� Hipotensão arterial, tonturas, escurecimento da visão, bradicardia, cólicas abdominais e diarréia (síndrome vagal).

Acidentes laquéticos são classificados como moderados e graves. Grande porte do animal e qtidade de peçonha injetada.Complicações� ~ botrópico (síndrome compartimental, necrose, infecção secundária, abscesso, déficit funcional)

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Acidente Laquético

Exames complementares� Tempo de Coagulação (TC), hemograma, dosagens de uréia, creatinina e eletrólitos. ELISA vem sendo utilizado em caráter experimental.

Diagnóstico diferencial� Acidentes botrópico x laquético: manifestações da “síndrome vagal”. Maioria dos acidentes referidos pelos pacientes como causados por Lachesis é do gênero botrópico (ELISA).

TratamentoTratamento específico� Soro antilaquético (SAL), ou antibotrópico-laquético (SABL), na ausência dos 2, soro antibotrópico (não neutraliza de maneira eficaz a ação coagulante do veneno laquético).Tratamento geral� Mesmas medidas indicadas para o acidente botrópico.

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Micrurus corallinus

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Micrurus lemniscatus

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Micrurus frontalis

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Acidente Elapídico0,4% dos acidentes por serpentes peçonhentas no Brasil. Pode evoluir para insuficiência respiratória aguda, causa de óbito neste tipo de envenenamento.

Ações da peçonha (neurotóxica)NTX de ação pós-sináptica� presente em todas sps estudadas. Proteínas de baixo MW, rapidamente distribuídas para os tecidos: precocidade dos sintomas de envenenamento. As NTXs competem com Ach pelos receptores colinérgicos da junção neuromuscular, atuando de modo semelhante ao curare. Nos envenenamentos onde predomina essa ação (M. frontalis), o uso de substâncias anticolinesterásticas (edrofônio e neostigmina) pode prolongar a vida média do neurotransmissor (Ach), levando a uma rápida melhora da sintomatologia.

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Acidente Elapídico

Ações da peçonha (neurotóxica)

NTX de ação pré-sináptica� Presentes em algumas corais (M. coralliunus) e também em alguns viperídeos, como a cascavel sulamericana. Atuam na junção neuromuscular, bloqueando a liberação de Ach pelos impulsos nervosos, impedindo a deflagração do potencial de ação. Esse mecanismo não é antagonizado pelas substâncias anticolinesterásicas.

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Acidente ElapídicoQuadro clínico

Manifestações locais � Discreta dor local, parestesia

Manifestações sistêmicas � Inicialmente, vômitos. Posteriormente, fraqueza muscular progressiva, ocorrendo ptose palpebral, oftalmoplegia e a presença de fácies miastênica ou “neurotóxica”. Dificuldade para manutenção da posição ereta, mialgia localizada ou generalizada e dificuldade para deglutir em virtude da paralisia do véu palatino. A paralisia flácida da musculatura respiratória compromete a ventilação, podendo haver evolução para insuficiência respiratória aguda e apnéia.

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Acidente Elapídico

fácies miastênica

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Acidente ElapídicoExames complementares � Não há exames específicos para o diagnóstico.TratamentoTratamento específico � Soro antielapídico (SAE), i.v.

Todos os casos de acidente por coral com manifestações clínicas devem ser considerados como potencialmente graves.

Tratamento geral� Nos casos de insuficiência respiratória: ventilação artificial. Anticolinesterásicos (neostigmina) em acidentes por M. frontalis, M. lemniscatus).

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RO AC AM RR PA AP TO MA PI CE RN PB PE AL SE BA MG ES RJ SP PR SC RS MT MS GO DF

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MÉDIA ANUAL DE ACIDENTES OFÍDICOSMÉDIA ANUAL DE ACIDENTES OFÍDICOSpor Unidade Federada, 2001 a 2004por Unidade Federada, 2001 a 2004

Fonte:SINAN-Animais Peçonhentos (02/03/05)

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tipo de acidente n % n %botrópico 59.619 73,1 65.697 68,7crotálico 5.072 6,2 6.959 7,3laquético 939 1,2 2.170 2,3elapídico 281 0,3 486 0,5não-peçonhento 2.361 2,9 2.160 2,3ignorado 13.339 16,3 18.212 19,0total 81.611 100,0 95.684 100,0

1990-3 2001-4

TIPO DE ACIDENTE TIPO DE ACIDENTE BRASIL BRASIL -- 19901990--3 e 20013 e 2001--4 4

Fonte:SINAN-Animais Peçonhentos (02/03/05)

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a cide nte óbito tota l le ta lida de óbito tota l le ta lida debotrópic o 185 59.619 0,31 243 65.697 0,37

c rotálic o 95 5.072 1,87 70 6.959 1,01laquétic o 9 939 0,96 22 2.170 1,01elapídic o 1 281 0,36 1 486 0,21não peç . 0 2.361 0,00 0 2.160 0,00

ign 69 13.339 0,52 75 18.212 0,41Tota l 359 81.611 0,45 411 95.684 0,43

2001-41990-3

NÚMERO DE ÓBITOS E LETALIDADENÚMERO DE ÓBITOS E LETALIDADEpor tipo de acidente, 1990por tipo de acidente, 1990--3 e 20013 e 2001--4 4

Fonte:SINAN-Animais Peçonhentos (02/03/05)

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Escorpionismo

Importantes em virtude da grande freqüência e da potencial gravidade, principalmente em crianças picadas pelo Tityus serrulatus.

EpidemiologiaCerca de 8.000 acidentes/ano

Minas Gerais e São Paulo responsáveis por 50% do total, com aumento significativo de casos na Bahia, Rio Grande do Norte, Alagoas e Ceará.

Importância médica: T. serrulatus, T. bahiensis e T. stigmurus.

Letalidade em 0,58%, principalmente por T. serrulatus, mais comumente em crianças menores de 14 anos.

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Escorpionismo

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Escorpionismo

São carnívoros: insetos, comogrilos ou baratas. Hábitos

noturnos.

Podem sobreviver vários mesessem alimento e sem água, o que torna seu combate muito

difícil.

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Tityus serrulatus

Serrilha dorsal nos dois últimos segmentos (daí o nome Tityus serrulatus) Mede de 6 cm a 7 cm.

Distribuição geográfica: Bahia, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo.

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Tityus bahiensis

marrom-escuro, patas e pedipalpos com manchasescuras.

Mede de 6 cm a 7 cm

Distribuição geográfica: Goiás, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

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Tityus stigmurus

amarelo-escuro, triângulo negro no cefalotórax, uma faixa escura longitudinal mediana e manchas laterais escuras nos tergitos.Mede de 6 cm a 7 cm

Distribuição geográfica:

Nordeste do Brasil.

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Tityus cambridgei

Tronco e pernas escuros, quase negros

Mede cerca de 8,5 cm

Distribuição geográfica: região Amazônica.

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Tityus metuendus

Vermelho-escuro, quase negro com manchas confluentes alaranjadas; patas com manchas amareladas; cauda da mesma cor do tronco apresentando um espessamento dos últimos dois artículos.Mede de 6 cm a 7 cm

Distribuição geográfica: Amazonas, Acre e Pará.

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Tityus fasciolatus

Listrado amarelo e preto.

Mede de 4 cm a 8,5 cm

Distribuição geográfica: Goiás e DF.

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Escorpionismo

Preocupante o aumento da dispersão do Tityus serrulatus. Reprodução por partenogênese.

No estado de Pernambuco (Recife), há relatos de óbitos provocados por T. stigmurus, espécie que também tem sido capturada em Alagoas.

Ações da peçonha

Dor local e efeitos resultantes da ação em canais iônicos (Na+), levando à liberação de catecolaminas e acetilcolina. Manifestações sistêmicas são decorrentes dos efeitos simpáticos ou parassimpáticos.

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EscorpionismoQuadro clínico→ Dor local, parestesias. Nos acidentes moderados e graves, principalmente em crianças, após intervalo de minutos até poucas horas (duas, três horas), podem surgir manifestações sistêmicas:Gerais → Hipo ou hipertermia e sudorese profusa.Digestivas → Náuseas, vômitos, sialorréia, dor abdominal e diarréia.Cardiovasculares → Arritmias cardíacas, hipertensão ou hipotensão arterial, insuficiência cardíaca congestiva e choque.Respiratórias → Taquipnéia, dispnéia e edema pulmonar agudo.Neurológicas → agitação, sonolência, confusão mental, hipertonia e tremores.

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EscorpionismoOs acidentes podem ser classificados como:

Leves → apenas dor local e parestesias.

Moderados → dor intensa no local e manifestações sistêmicas: sudorese discreta, náuseas, vômitos ocasionais, taquicardia, taquipnéia e hipertensão leve.

Graves → sudorese profusa, vômitos incoercíveis, salivação excessiva, alternância de agitação com prostração, bradicardia, insuficiência cardíaca, edema pulmonar, choque, convulsões e coma.

Os óbitos estão relacionados a complicações como edema pulmonar agudo e choque.

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Escorpionismo

Exames complementares

→→→→ECG pode mostrar as disfuncões cardíacas.

→→→→Glicose, amilase elevados. Leucocitose com neutrofilia. Hipopotassemia e hiponatremia.

→→→→ ELISA para detecção Tityus serrulatus

→→→→ Nos raros casos de pacientes com hemiplegia, a tomografia cerebral computadorizada pode mostrar alterações compatíveis com infarto cerebral.

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Escorpionismo

Exames complementares

→→→→ Radiografia de tórax: aumento da área cardíaca e edema pulmonar agudo.

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Escorpionismo

Tratamento

Sintomático →→→→ Consiste no alívio da dor

Específico →→→→ Consiste na administração i.v. de soro antiescorpiônico (SAEEs) ou antiaracnídico (SAAr) nos casosmoderados e graves.

Manutenção das funções vitais → Controle da função cardíaca e uso de respiração artificial em casos de edema pulmonar agudo.

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Araneísmo

3 gêneros de aranhas de importância médica: Phoneutria, Loxosceles e Latrodectus.

Animais carnívoros: insetos, como grilos e baratas. Muitas têm hábitos domiciliares e peridomiciliares.

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Araneísmo

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Araneísmo

Epidemiologia

Incremento da notificação de casos no país, notadamente nos estados do Sul.

Coeficiente de incidência dos acidentes araneídicos situa-se em torno de 1,5 casos por 100.000 habitantes, com registro de 18 óbitos no período de 1990-1993. A maioria das notificações provem das regiões Sul e Sudeste.

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Phoneutria

Aranhas armadeiras

Medem de 3 a 4 cm de corpo e até 15 cm de envergadura de pernas.

Não constroem teiageométrica, caçam ànoite.

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Phoneutria

Distribuição geográfica

P. fera e P. reidyi - região Amazônica;

P. nigriventer - Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo e Santa Catarina;

P. keyserfingi - Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo e Santa Catarina.

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Foneutrismo

42,2% dos casos no Brasil, predominantemente no Sul e Sudeste. Raramente levam a um quadro grave. Acidentes ocorrem em áreas urbanas, no intra e peridomicílio.

Ações da peçonhaNeurotóxica (PhTx2)� ativa canais de Na+, levando àdespolarização e liberação de neurotransmissores, Ach e catecolaminas. Peptídeos atuam na musc lisa vascular e na permeabilidade vascular, por ativação do sistema calicreína-cininas e de NO.

Quadro clínicoPredominam manifestações locais: dor imediata, edema, eritema, parestesia e sudorese no local da picada.

Page 72: Animais Pec

Acidente por Phoneutria sp: edema em indivíduo picado há 2 h

Page 73: Animais Pec

Foneutrismo

Os acidentes são classificados em:Leves� 91% dos casos. Sintomatologia local. Taquicardia e agitação, secundárias à dor.Moderados� 7,5% do total de acidentes. Manifestações locais e sistêmicas, como taquicardia, hipertensão arterial, sudorese discreta, agitação psicomotora, visão “turva” e vômitos ocasionais.Graves� raros, 0,5% do total, restritos às crianças. Sudorese profusa, sialorréia, vômitos freqüentes, diarréia, priapismo, hipertonia muscular, hipotensão arterial, choque e edema pulmonar agudo.

Exames complementaresAcidentes graves (crianças)� leucocitose com neutrofilia, hiperglicemia, acidose metabólica e taquicardia sinusal.

Page 74: Animais Pec

Foneutrismo

Tratamento

Sintomático� Analgésico, imersão do local em água morna ou o uso de compressas quentes.

Específico� a soroterapia tem sido formalmente indicada nos casos com manifestações sistêmicas em crianças e em todos os acidentes graves.

PrognósticoBom. Lactentes, pré-escolares e idosos devem sempre ser mantidos em observação pelo menos por seis horas. Os óbitos são muito raros, havendo relatos de 14 mortes na literatura nacional de 1926 a 1996.

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Loxosceles

Aranhas-marrons

Teias irregulares

Podem ter 1 cm de corpo e até 3 cm de envergadurade pernas.

Não são agressivas, picando quando sãocomprimidas contra o corpo.

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Loxosceles

Distribuição geográfica

L. intermedia - predomina nos estados do sul do país;

L. laeta - ocorre em focos isolados em várias regiões do país, principalmente no estado de Santa Catarina;

L. gaucho - predomina no estado de São Paulo.

Page 77: Animais Pec

Loxoscelismo

Forma mais grave de araneísmo no Brasil.A maioria dos acidentes no Sul, particularmente no Paraná e Santa Catarina. O acidente atinge mais comumente adultos, com discreto predomínio em mulheres, no intradomicílio.

Ações da peçonhaEnzima esfingomielinase D� membrana das células, principalmente do endotélio vascular e hemácias. Cascatas do sist complemento, da coagulação e das plaquetas, desencadeando intenso processo inflamatório no local da picada, acompanhado de obstrução de pequenos vasos, edema, hemorragia e necrose focal. Hemólise intravascular nas formas mais graves de envenenamento.

Page 78: Animais Pec

Loxoscelismo

Quadro clínicoA picada quase sempre é imperceptívelForma cutânea� 87-98% dos casos. Lenta e progressiva, caracterizada por dor, edema e eritema no local da picada, poucovalorizados pelo paciente.Os sintomas locais se acentuam nas primeiras 24-72 h após o acidente, podendo variar sua apresentação desde:Lesão incaracterística� bolha de conteúdo seroso, edema, calor e rubor, com ou sem dor em queimação;Lesão sugestiva� enduração, bolha, equimoses e dor em queimação;Lesão característica� dor em queimação, lesões hemorrágicas focais, mescladas com áreas pálidas de isquemia (placa marmórea) e necrose. Geralmente o diagnóstico é feito nesta oportunidade.

Page 79: Animais Pec

Loxoscelismo

Paciente masculino, 25 anos, apresentando lesão com 5 dias de evolução, tratamento com corticóide, cura total

A lesão cutânea pode evoluir para necrose seca (escara), em cerca de 7-12 dias, que, ao se destacar em 3 a 4 semanas, deixa uma úlcera de difícil cicatrização.

Paciente feminino, 22 anos, apresentando lesão com 12 dias de evolução, tratada de forma incorreta, encaminhada para o desbridamento cirúrgico

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Loxoscelismo

Forma cutâneo-visceral (hemolítica)Além do comprometimento cutâneo, manifestações clínicas decorrentes de hemólise intravascular� anemia, icterícia e hemoglobinúria (primeiras 24 horas). Petéquias e equimoses, relacionadas à coagulação intravascular disseminada (1-13% dos casos, mais comum nos acidentes por L. laeta).

Casos graves� insuficiência renal aguda, de etiologia multifatorial (diminuição da perfusão renal, hemoglobinúria e CIVD), principal causa de óbito no loxoscelismo.

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Loxoscelismo

Acidente loxoscélico pode ser classificado em:

Leve� lesão incaracterística sem alterações clínicas ou laboratoriais e com a identificação da aranha causadora do acidente.

Moderado� lesão sugestiva ou característica, mesmo sem a identificação do agente causal, podendo ou não haver alterações sistêmicas do tipo rash cutâneo, cefaléia e mal-estar;

Grave� lesão característica e alterações clínico-laboratoriais de hemólise intravascular.

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Loxoscelismo

ComplicaçõesLocais� infecção secundária, perda tecidual, cicatrizes desfigurantes.Sistêmicas� insuficiência renal aguda.

Exames complementaresForma cutânea� hemograma com leucocitose e neutrofiliaForma cutâneo-visceral� anemia aguda, plaquetopenia, reticulocitose, hiperbilirrubinemia indireta, � K+, creatinina e uréia e coagulograma alterado.

TratamentoA indicação do antiveneno é controvertida na literatura. Eficácia da soroterapia é reduzida após 36 h do acidente.

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Loxoscelismo

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Loxoscelismo

Tratamento� Corticoterapia e dapsone (modulador da resposta inflamatória), analgésicos, compressas frias, antisséptico local e limpeza periódica da ferida são fundamentais para que haja uma rápida cicatrização.Antibiótico sistêmico, remoção da escara e tratamento cirúrgico na correção de cicatrizes.Manifestações sistêmicas� transfusão de sangue ou concentrado de hemácias nos casos de anemia intensa e manejo da insuficiência renal aguda.

Prognóstico� Na maioria dos casos, bom.Nos casos de ulceração cutânea, de difícil cicatrização: complicações no retorno do paciente às atividades rotineiras. A hemólise intravascular pode levar a quadros graves e neste grupo estão incluídos os raros óbitos.

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Loxoscelismo

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Latrodectus

Viúvas-negrasTeias irregulares.Podem apresentar hábitosdomiciliares.

Fêmeas: 1cm (3cm de envergadura de pernas). Machos menores (3 mm)

Os acidentes ocorremnormalmente quando sãocomprimidas contra o corpo.

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Latrodectus

Distribuição geográfica

L. curacaviensis - Ceará, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e São Paulo;

L. geometricus - encontrada praticamente em todo o país.

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Latrodectismo

Nordeste (Bahia, Ceará, Rio Grande do Norte, Sergipe), principalmente por L. curacaviensis.

Ações da peçonhaAlpha-latrotoxina� atua sobre terminações nervosas sensitivas provocando quadro doloroso no local da picada. Ação no SNA�liberação neurotransmissores adrenérgicos e colinérgicos. Na junção neuromuscular pré-sináptica, altera a permeabilidade aos íons sódio e potássio.Quadro clínicoManifestações locais� dor local (60% dos casos) e sensação de queimadura 15-60min após a picada. Pápula eritematosa e sudorese localizada (20% dos casos). Lesões puntiformes, distando de 1 mm a 2 mm entre si. Na área da picada háreferência de hiperestesia e pode ser observada a presença de placa urticariforme acompanhada de infartamento ganglionar regional.

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Latrodectismo

Manifestações sistêmicas

Gerais� tremores (26%), ansiedade (12%), excitabilidade (11%), insônia, cefaléia, prurido, eritema de face e pescoço. Distúrbios de comportamento e choque nos casos graves.

Motoras� dor irradiada para os membros inferiores (32%), contraturas musculares periódicas (26%), movimentação incessante, atitude de flexão no leito; hiperreflexia ósteo-músculo-tendinosa constante. Dor abdominal intensa (18%), acompanhada de rigidez e desaparecimento do reflexo cutâneo-abdominal.Contratura facial, trismo dos masseteres caracteriza o fácies latrodectísmica observado em 5% dos casos.

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Latrodectismo

Cardiovasculares� opressão precordial, com sensação de morte iminente, taquicardia inicial e hipertensão seguidas de bradicardia.

Exames complementares� Leucocitose, linfopenia, eosinopenia. Hiperglicemia, hiperfosfatemia. Albuminúria, hematúria, leucocitúria e cilindrúria. Arritmias cardíacas. Essas alterações podem persistir até por dez dias.

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Latrodectismo

TratamentoEspecífico� soro antilatrodectus (SALatr) é indicado nos casos graves, i.m. A melhora do paciente ocorre de 30 min a 3 h após soroterapia. Soro antilatrodectus atualmente disponível no Brasil é importado.Sintomático� Analgésicos e:

Suporte cardiorespiratório e hospitalização por, no mínimo, 24 horas.

Prognóstico� Não há registro de óbitos.

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Latrodectismo

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Lycosidae

Aranha-de-grama ou aranha-de-jardim.

Acidentes são freqüentes, mas nãoconstituem problema de saúdepública. Não constroem teiaAs maiores atingem 3cm de corpo e 5 cm de envergadura de pernas.

Há um grande número de espéciesdescritas para todo o Brasil.

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Aranhas caranguejeiras

Aranhas caranguejeirasGrande variedade de cores e tamanhos (mm a até 20 cm de envergadura de pernas).

Algumas são muito pilosas.

Não são de importânciamédica, exceto pela irritação

ocasionada na pele e mucosaspor causa dos pêlos urticantes.

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Himenópteros

Únicos insetos com ferrões verdadeiros. Três famílias de importância médica: Apidae (abelhas e mamangavas), Vespidae(vespa amarela, vespão e marimbondo ou caba) e Formicidae(formigas).

EpidemiologiaIncidência de acidentes desconhecida. A hipersensibilidade provocada por picada de insetos tem sido estimada em 0,4-10%. As reações alérgicas tendem a ocorrer em adultos e nos indivíduos profissionalmente expostos. Os relatos de acidentes graves e de mortes pela picada de abelhas africanizadas são conseqüência da maior agressividade dessa espécie (ataques maciços) e não das diferenças de composição da sua peçonha.

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Abelhas

Ferrão dividido em uma estrutura muscular e quitinosa, responsável pela introdução do ferrão e da peçonha e outra glandular, que secreta e armazena a peçonha.Padrão de utilização do ferrão: com autotomia e sem autotomia.Com autotomia� injetam mais peçonha e morrem.Sem autotomia� o ferrão pode ser utilizado várias vezes.

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AbelhasDistribuição geográficaAs abelhas de origem alemã (Apis mellifera mellifera) foram introduzidas no Brasil em 1839.Em 1870, foram trazidas as abelhas italianas (Apis mellifera ligustica), principalmente ao sul do Brasil.Em 1956, foram introduzidas as abelhas africanas (Apis mellifera scutellata).As abelhas africanas e seus híbridos com as abelhas européias são responsáveis pela formação das chamadas abelhas africanizadas que, hoje, dominam toda a América do Sul, a América Central e parte da América do Norte.O deslocamento destas abelhas foi mais rápido no Nordeste do Brasil, onde o clima é tropical seco.

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Abelhas

Ações da peçonhaHialuronidases e PLAs, peptídeos ativos como melitina e a apamina, aminas como histamina e serotonina entre outras. PLA2e melitina (75% peçonha)� Bloqueio neuromuscular, paralisia respiratória, lisam membranas. Apamina (2%)� neurotoxina de ação motora. Cardiopeptídeo� propriedades antiarrítmicas. Peptídeo MCD (fator degranulador de mastócitos)� liberação de histamina e 5HT.

Quadro clínico

Manifestações clínicas: alérgicas (mesmo com uma só picada) e tóxicas (múltiplas picadas).

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Abelhas

Manifestações

Locais� dor aguda local, que tende a desaparecer

espontaneamente em poucos minutos, deixando vermelhidão,

prurido e edema por várias horas ou dias. A intensidade desta

reação inicial causada por uma ou múltiplas picadas deve alertar

para um possível estado de sensibilidade e exacerbação de

resposta às picadas subseqüentes.

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Abelhas

Regionais� Eritema, prurido e edema, este pode ser tão exuberante a ponto de limitar a mobilidade do membro.

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Abelhas

Sistêmicas� Anafilaxia, cefaléia, vertigens e calafrios, agitação psicomotora, sensação de opressão torácica, prurido generalizado, eritema, urticária e angioedema. Rinite, edema de laringe e pulmonar. Náuseas, cólicas abdominais ou pélvicas, vômitos e diarréia. Hipotensão. Palpitações e arritmias cardíacas e, quando há lesões preexistentes (arteriosclerose), infartos isquêmicos no coração ou cérebro.

Reações alérgicas tardias� ocorrem vários dias após a(s) picada(s).

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Abelhas

Manifestações tóxicasAtaque múltiplo de abelhas (+ 500 picadas) desenvolve-se um quadro tóxico generalizado: síndrome de envenenamento. Hemólise intravascular e rabdomiólise. Alterações neurológicas como torpor e coma, hipotensão arterial, oligúria/anúria e insuficiência renal aguda podem ocorrer.

Page 105: Animais Pec

AbelhasComplicações� As reações de hipersensibilidade podem ser desencadeadas por uma única picada e levar o acidentado àmorte, em virtude de edema de glote ou choque anafilático.Síndrome de envenenamento� distúrbios graves hidroeletrolíticos e do equilíbrio ácido-básico, anemia aguda pela hemólise, depressão respiratória e insuficiência renal aguda são as complicações mais freqüentemente relatadas.

Exames complementaresNão há exames específicos para o diagnóstico. Exame de urina e hemograma completo.

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Abelhas

Tratamento

Remoção dos ferrões� raspagem com lâmina e não pelo pinçamento de cada um deles, pois a compressão poderáespremer a glândula ligada ao ferrão e inocular no paciente a peçonha ainda existente.

Analgésicos e tratamento para reações alérgicas.

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Abelhas

Complicações

Não há antiveneno de abelha.Choque anafilático, insuficiência respiratória e insuficiência renal aguda devem ser tratados de maneira rápida e vigorosa.

Pacientes vítimas de enxames devem ser mantidos em Unidades de Terapia Intensiva, em razão da alta mortalidade observada.

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VespaSynoeca cyanea (marimbondo-tatu) e Pepsis fabricius (marimbondo-cavalo) em todo o território nacional.Peçonha pouco conhecida. Produzem hipersensibilidade. Não deixam o ferrão no local da picada.Efeitos locais e sistêmicos semelhantes aos das abelhas, porém menos intensos.

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Formigas

Hymenoptera, Formicoidea. Algumas sp são portadoras de um aguilhão abdominal ligado a glândulas de peçonha. A picada pode ser muito dolorosa e pode provocar anafilaxia, necrose e infecção secundária.

Formiga tocandira, cabo-verde vinte-e-quatrohoras (3 cm), negra, Norte e Centro-Oeste. Picada muito dolorosa e pode provocar edema e eritema local, e ocasionalmente fenômenos sistêmicos (calafrios, sudorese, taquicardia). Formigas de correição, ocorrem na selva amazônica. Picada épouco dolorosa.

De interesse médico� formigas-de-fogo ou lava-pés (gênero Solenopsis) e as formigas saúvas (gênero Atta).

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Formiga lava-pés

Peçonha produzida em uma glândula conectada ao ferrão e cerca de 90% constituída de alcalóides oleosos, onde a fração mais importante é a Solenopsin A, de efeito citotóxico. A morte celular provocada pela peçonha promove diapedese de neutrófilos no ponto de ferroada.

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Formiga lava-pés

Eritema, vesículas e pústulas em paciente picado por formiga Solenopsis (lava-pés)

(Foto: Acervo HVB/IB)

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Formiga lava-pés

Complicações � Processos alérgicos podem ocorrer, sendo inclusive causa de óbito.

Diagnóstico� O diagnóstico é basicamente clínico.

Tratamento� Uso imediato de compressas frias locais, seguido da aplicação de corticóides tópicos. Analgesia e uso de anti-histamínicos por via oral.Anafilaxia ou reações respiratórias do tipo asmático são emergências que devem ser tratadas prontamente.

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Lepidópteros

Forma larvária e adulta:Dermatite urticante

a) contato com lagartas urticantes de vários gêneros;

b) contato com cerdas da mariposa Hylesia sp.

Periartrite falangeana por pararamaSíndrome hemorrágica por Lonomia sp

Epidemiologia

Os acidentes por lepidópteros têm sido, de modo geral, subnotificados.

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Lepidópteros

Formas larvárias

Quase 100% acidentes: contato com lagartas, recebendo essetipo de acidente a denominação de erucismo (erucae = larva), onde a lagarta é também conhecida por taturana ou tatarana, denominação tupi que significa semelhante a fogo (tata = fogo, rana = semelhante).

As principais famílias de lepidópteros causadoras de erucismo são Megalopygidae, Saturniidae e Arctiidae.

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Megalopygidae

Sauí, lagarta-de-fogo, chapéu-armado, taturanagatinho, taturana-de-flanela.Cerdas verdadeiras, pontiagudas contendo as glândulas basais de peçonha.Cerdas mais longas, coloridas e inofensivas.Megalopygidae - Podalia sp

(Foto: R. Moraes).

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Saturniidae

“Espinhos” ramificados e pontiagudos de aspecto arbóreo, com glândulas de peçonha nos ápices. Apresentam tonalidades esverdeadas, exibindo no dorso e laterais, manchas e listras, características de gêneros e espécies. Muitas vezes mimetizam as plantas que habitam.

Saturnídeo - Automeris sp. (Foto: R. Moraes)

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Saturnídeo - Lonomia

Orugas ou rugas (Sul do Brasil), beijus-de-tapuru-de-seringueira (norte do Brasil). Causadoras de síndrome hemorrágica.

Colônia de Lonomia sp (Foto: V. Haddad Jr.)Lonomia obliqua. (R. Moraes)

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Arctiidae

Lagartas Premolis semirufa, causadoras da pararamose.

Premolis semirufa. (R. Moraes)

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Formas adultas (mariposas-da-coceira)

Somente fêmeas adultas do gênero Hylesia sp(Saturniidae) apresentamcerdas no abdome que, em contato com a pele, causam dermatite papulopruriginosa.

Hylesia paulex. (Foto: R. Moraes)

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Dermatite urticante

Lagartas de vários gêneros

Acidente muito comum em todo o Brasil, em geral, de cursoagudo e evolução benigna. Fazem exceção os acidentes com Lonomia sp.

Ações da peçonha

Não se conhece exatamente como agem as peçonhas daslagartas. Atribui-se ação aos líquidos da hemolinfa e da secreçãodas espículas, tendo a histamina o principal componenteestudado até o momento.

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Dermatite urticante

Quadro clínicoManifestações do tipo dermatológico, dependendo da intensidade e extensão do contato.Dor local intensa, edema, eritema e, eventualmente, prurido local. Existeinfartamento ganglionar regional característico e doloroso. Nas primeiras 24 h, a lesão pode evoluir com vesiculação e, mais raramente, com formação de bolhas e necrose na área do contato.

Acidente com lagarta na mão e tronco: edema, eritema nas

áreasde contato. (Acervo HVB/IB)

Page 122: Animais Pec

Dermatite urticanteComplicaçõesO quadro local de boa evolução, regredindo no máximo em 2-3 dias sem maiores complicações ou seqüelas.

Tratamento→→→→ compressas frias; anestésico local; elevação do membro acometido; corticosteróides tópicos; anti-histamínico oral.

Por causa da possibilidade de se tratar de acidente hemorrágico por Lonomia sp, todo o paciente que não trouxer a lagarta para identificação deve ser orientado para retorno, no caso de apresentar sangramentos até 48 h após o contato.

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Dermatite urticante - mariposa Hylesia sp

Fêmeas de mariposas de Hylesia sp têm causado surtos de dermatite papulopruriginosa. As mariposas, atraídas pela luz, invadem os domicílios e, ao se debaterem, liberam no ambiente as espículas que, atingindo a superfície cutânea, podem causar quadros de dermatite aguda.

Ações da peçonhaAlém do trauma mecânico provocado pela introdução dasespículas, postula-se a presença de fatores tóxicos que, atéagora, praticamente não foram estudados.

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Mariposa Hylesia sp

Quadro clínicoLesões papulopruriginosas logo após contato com as cerdas. Intenso prurido e cura após 7-14.

TratamentoAnti-histamínicos, via oral, compressas frias, banhos de amidoe, eventualmente, cremes à base de corticosteróides.

Acidente por Hylesia sp: lesões pápulo-pruriginosas extensas por

contato há sete dias. (Foto: Acervo HVB/IB)

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Periartrite falangeana - pararama

Pararamose ou reumatismo dos seringueiros →larva damariposa Premolis semirufa, “pararama”.

Restritos à Amazônia (seringais)

> 90% acidentes comprometem as mãos, originando lesõescrônicas que comprometem as articulações falangeanas, levando a deformidades com incapacidade funcional.

Ações da peçonha

A reação granulomatosa e fibrose do tecido cartilaginoso e bainhas do periósteo → ação mecânica das cerdas e/ou àexistência de secreções protéicas no interior dessas cerdas.

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Periartrite falangeana - pararama

TratamentoNão há conduta terapêuticaespecífica.Tratamento imediato, ~ aodescrito para dermatite porcontato. Formas crônicas, com artropatia, deverão teracompanhamentoespecializado.Quadro crônico de pararamose:

tumefação de articulaçãointerfalangeana distal do dedo

médio. (Foto: R. M. Costa)

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Síndrome hemorrágica - Lonomia

Principalmente na região Sul, atingindo principalmentetrabalhadores rurais. Há registros em SP e GO.

Ações da peçonha

Mecanismo síndrome hemorrágica não está esclarecido.

PLA2, substância caseinolítica e ativadora de complemento. Açãopró-coagulante moderada. Diminuição dos níveis de fator XIII, responsável pela estabilização da fibrina e controle da fibrinólise.

Não se observa alteração nas plaquetas.

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Síndrome hemorrágica - LonomiaQuadro clínicoConstitui a forma mais grave do erucismo.

Local→ Dermatite urticante

Gerais → cefaléia holocraniana, mal-estar geral, náuseas e vômitos, ansiedade, mialgias, dores abdominais, hipotermia, hipotensão.

Equimoses, hematomas espontâneos ou provocados por trauma ou em lesões cicatrizadas, hemorragias de mucosas, hematúriamacroscópica, sangramentos em feridas recentes, hemorragias intra-articulares, abdominais, pulmonares, glandulares (tireóide, glândulas salivares) e hemorragia intraparenquimatosa cerebral.

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Síndrome hemorrágica - Lonomia

Equimoses espontâneas à distância pós contato com Lonomia sp. (Foto:

A. Duarte)

Hematúria macroscópica(Foto: A. Duarte)

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Síndrome hemorrágica - Lonomia

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Síndrome hemorrágica - Lonomia

Complicações→→→→ insuficiência renal aguda (5% dos casos). Exames complementares →→→→ coagulograma, diminuiçãoacentuada do fibrinogênio plasmático, elevação de produtos de degradação do fibrinogênio e fibrina, no. plaquetas normal.

Diagnóstico

Não existem métodos diagnósticos específicos. O diagnóstico diferencial com as dermatites urticantes provocadas por outros lepidópteros deve ser feito pela história clínica, identificação do agente e presença de distúrbios hemostáticos.

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Síndrome hemorrágica - LonomiaTratamentoLocal→ ~ a dermatite urticante

Manifestações hemorrágicas → repouso, evitando-se traumas mecânicos. Agentes antifibrinolíticos. Correção da anemia pormeio da administração de concentrado de hemácias. Sanguetotal ou plasma fresco são contra-indicados pois podemacentuar o quadro de coagulação intravascular.

Soro antilonômico (SALon) começa a ser produzido em pequenaescala, estando em fase de ensaios clínicos, de utilização restrita.

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Coleópteros

Coleópteros de importância médica

No Brasil, acidentes por besouros do gênero Paederus(Coleoptera, Staphylinidae) nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste e pelo gênero Epicauta (Coleoptera, Meloidae) no estado de São Paulo.

O gênero Paederus (potó, trepa-moleque, péla-égua, fogo-selvagem) compõe-se de pequenos besouros de corpoalongado, medindo de 7-13 mm; possuem élitros curtos, quedeixam descoberta mais da metade do abdome. Vivem em lugares úmidos, arrozais, culturas de milho e algodão.

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Coleópteros

Paederus amazonicus, P. brasiliensis, P. columbinus, P. fuscipes e P. goeldi.

Predam outros insetos, nematódeos e girinos. Defendem-se com as mandíbulas, ao mesmotempo em que encurvam o abdome, provavelmente também para acionar a secreção das glândulas pigidiais.

Paederus sp (Potó). (R. Moraes)

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ColeópterosPotó-grande, potó-pimenta, papa-pimenta, caga-fogo e caga-pimenta correspondemao gênero Epicauta, as cantáridas do Novo Mundo, também dotadas de propriedades vesicantes(atribuídas à cantaridina) sendocausadoras de lesões menosevidentes, que regridem em cerca de 3 dias.

Epicauta sp.

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ColeópterosAções do venenoHemolinfa e secreção glandular do potó→ potente toxina de contato, pederina, de ação cáustica e vesicante. Trata-se de uma amida cristalina, de ação inibidora do DNA, bloqueando a mitose. Adultos, ovos e larvas contêm a toxina.

Quadro clínico

Sensação de ardor contínuoOs dedos que friccionaram o inseto podem levar a toxina a outrasáreas, inclusive à mucosa conjuntival, provocando dano ocular (conjuntivite, blefarite, ceratite esfoliativa, irite).

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ColeópterosLeve → discreto eritema.

Moderado → marcado eritema, ardor e prurido, vesículas quese alargam gradualmente (48h). Estádio escamoso, vesículassecam (8 dias), deixandomanchas pigmentadas (1 mêsou +).

Grave → contato com váriosespécimes. Febre, dor local, artralgia e vômitos. O eritemapode persistir por meses.

Infecção secundária

Acidente por Epicauta sp. (Foto: N. Dillon)

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Coleópteros

Tratamento

Lavar imediatamente as áreas atingidas, com abundante águacorrente e sabão. Nas lesões instaladas, utilizar banhos anti-sépticos com permanganato e antimicrobianos tópicos. A tinturade iodo destrói a pederina, mas deve ser empregadaprecocemente.

Em caso de contato com os olhos, deve-se lavar o local com água limpa e abundante.

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IctismoPeixes marinhos ou fluviais.

Acidentes acantotóxicos (arraias, p.e.)→ caráter necrosante e a dor é o sintoma proeminente.

Peçonha das arraias: 5-HT e peptídeos de alta MW, comofosfodiesterase e 5-nucleotidase. Termolábil.

Acidentes sarcotóxicos → ingestão de peixes e frutos do mar. Os baiacus possuem TTX, podendo provocar paralisiaconsciente e óbito por falência respiratória. Peixes que se alimentam do dinoflagelado Gambierdiscus toxicus podem ter acúmulo progressivo de ciguatoxina nos tecidos, provocando o quadro denominado ciguatera.

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Ictismo

Acidentes escombróticos → acontecem quando bactériasprovocam descarboxilação da histidina na carne de peixesmalconservados, produzindo a toxina saurina, capaz de liberarhistamina em seres humanos.

Acúmulo de metil-mercúrio em peixes pescados em águascontaminadas podem produzir quadros neurológicos em humanos, quando houver ingestão crônica. Doença de Minamata.

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Ictismo

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Ictismo - peixes acantotóxicosOs peixes acantotóxicos possuem espinhos ou ferrõespontiagudos e retrosserrilhados, envolvidos por bainha de tegumento sob a qual estão as glândulas de peçonha existentesnas nadadeiras dorsais, peitorais ou na cauda, com exceção do niquim, cujas glândulas estão na base dos ferrões.

Bagres (Bagre bagre, B. marinus, etc), mandi (Genidensgenidens, Pimelodella brasiliensis), peixe escorpião, beatinhaou mangangá (Scorpaena brasiliensis, S. plumeri), niquim ou peixe sapo (Thalassophryne natterreri, T. amazonica) e arraias.

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Ictismo - peixes acantotóxicosArraias marinhas (Dasyatis guttatus, D. americana, Gymnuramicrura, etc) e fluviais (Potamotrygon hystrix, P. motoro)

Potamotrygon sp: arraia fluvial. (Foto: P. Pardal)

Duplo ferrão de arraia. (Foto: P. Pardal)

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Ictismo- peixes sarcotóxicos

Contém toxinas termoestáveis na pele, músculos, vísceras e gônadas.

Acidente tetrodontóxico→→→→ baiacus (Tetraodontidae): Colomesus psittacus, Lagocephalus laevigatus, Diodon hystrix, etc.).

Acidentes ciguatóxicos →→→→ ciguatera, principalmente no Oceano Pacífico e são causados por peixes comestíveis como: garoupa (Cephalopholis argus), barracuda (Sphyraena barracuda), bicuda (Sphyraena picudilla), etc., contaminados pela ciguatoxina.

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Ictismo - acidentes traumáticos

Acidentes traumáticos→→→→ causados por dentes, rostros e acúleos sem ligação com glândulas de peçonha. Exemplos: espadarte (Xiphias gladius), piranhas (fam. Serrasalmidae) e tubarões.

Os candirus (Vandellia cirrhosa) são peixes pequenos e quepodem penetrar em qualquer orifício natural de banhistas nos rios da Amazônia.

Acidentes por descarga elétrica são provocados por contato com peixes que possuem órgãos capazes de produzireletricidade. Exemplos: poraquê (Electrophorus electricus) e arraia treme-treme (Narcine brasiliensis).

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Colomesus psitacus

Cephalopholis argus

Xiphias gladius

Electrophorus electricus

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Ictismo - Acantotóxico

Quadro clínicoFerimento, dor imediata e intensa. Eritema e edema regionais. Casosgraves: linfangite, reação ganglionar, abscedação e necrosetecidual no local.Lesões não tratadas: infeçãobacteriana.Manifestações gerais: fraqueza, sudorese, náuseas, vômitos, vertigens, hipotensão, choque e até óbito.

Acidente por arraia fluvial com cinco dias de evolução. (Foto: P.

Pardal)

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Ictismo - Sarcotóxico

Manifestações→→→→ neurológicas e gastrintestinais.

Neurológicas: Sensação de formigamento da face, lábios, dedosdas mãos e pés, fraqueza muscular, mialgias, vertigens, insônia, dificuldade de marcha e distúrbios visuais. Agravamento: convulsões, dispnéia, parada respiratória e morte, que pode ocorrer nas primeiras 24 horas.

Gastrintestinal:náuseas, vômitos, dores abdominais e diarréia.

A recuperação clínica do envenenamento por peixes pode se estender de semanas a meses.

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Ictismo

Escombróticos→→→→ Sintomatologia semelhante à intoxicaçãocausada pela histamina: cefaléia, náuseas, vômitos, urticária, rubor facial, prurido e edema de lábios.

Intoxicação mercurial →→→→ Doença de Minamata, de alteraçõesprincipalmente neurotóxicas, com distúrbios sensoriais dasextremidades e periorais, incoordenação motora, disartrias, tremores, diminuição do campo visual e auditivo, salivação, etc.

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Ictismo

Tratamento

Acidente traumatogênico ou acantotóxico: objetiva o alívio dador, o combate dos efeitos da peçonha e a prevenção de infecção secundária.

Acidente por ingestão de peixes tóxicos: Tratamento de suporte. Lavagem gástrica e laxante. Insuficiência respiratória e o choque devem ser tratados com medidas convencionais. Nosacidentes escombróticos está indicado o uso de anti-histamínico.

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Ictismo

Prognóstico

Acidentes acantotóxicos e traumatogênicos→ favorável, mesmo nos casos com demora da cicatrização, com exceção dos acidentes provocados por arraias e peixes escorpião, cujoprognóstico pode ser desfavorável.

Acidentes tetrodontóxico e ciguatóxico → prognóstico éreservado e a taxa de letalidade pode ultrapassar 50% e 12%, respectivamente.

Acidentes escombróticos → bom.

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Celenterados

Tentáculos com nematocistos→ injeta peçonha

Anthozoa: anêmonas e corais. Acidentes pouco freqüentes e de pouca gravidade

Acidentes mais importantes:

Hydrozoa: são as hidras (pólipos fixos) e colônias de pólipos de diferenciação maior (caravelas ou Physalias).

Scyphozoa: medusas ou águas-vivas.

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Celenterados

Chiropsalmus quadrumanus Physalia physalis

A caravela (Physalia) é sem dúvida a responsável pelomaior número e pela maior gravidade dos acidentes

desse gênero no Brasil

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Celenterados

• Nematocisto

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CelenteradosAções da peçonhaAções enzimáticas, neurotóxicas (arritmias sérias, altera o tônusvascular e pode levar à insuficiência respiratória por congestão pulmonar) e hemolítica (Physalia).

Quadro clínico

Manifestações locais→→→→ ardência e dor intensa no local.

Manifestações sistêmicas →→→→ casos mais graves: cefaléia, mal-estar, náuseas, vômitos, espasmos musculares, febre, arritmiascardíacas.

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Celenterados

DiagnósticoO diagnóstico é clínico.

Padrão linear edematoso émuito sugestivo, se acompanhado de dor aguda e intensa.

Lesões eritematosas lineares dois dias após contato com

“água-viva”.(Foto: Acervo HVB/IB)

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Celenterados

TratamentoFase 1→→→→ repouso do segmento afetado.

Fase 2 →→→→ retirada de tentáculos aderidos: a descarga de nematocistos é contínua e a manipulação errônea aumenta o grau de envenenamento. Não usar água doce para lavar o local (descarrega nematocistos por osmose) ou esfregar panos secos (rompe os nematocistos). Os tentáculos devem ser retirados suavemente levantando-os com a mão enluvada, pinça ou bordo de faca. O local deve ser lavado com água do mar.

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CelenteradosTratamentoFase 3 →→→→- inativação da peçonha: ácido acético a 5% (vinagrecomum), aplicado no local, por no mínimo 30 min.

Fase 4 →→→→ retirada de nematocistos remanescentes: deve-se aplicar uma pasta de bicarbonato de sódio, talco e água do mar no local, esperar secar e retirar com o bordo de uma faca.

Fase 5 →→→→ bolsa de gelo ou compressas de água do mar fria por 5 a 10 minutos e corticóides tópicos duas vezes ao dia aliviam os sintomas locais. A dor deve ser tratada com analgésicos.