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COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A PROFERIR PARECER À PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO Nº 386-A, DE 2009, QUE “ALTERA DISPOSITI VOS DA CONSTI TUI ÇÃO FEDERAL PA RA ESTA ELECER A NECESSIDADE DE CURSO SUPERIOR EM !ORNALISMO PARA O E"ERC#CIO DA PROFISSÃO DE !ORNALISTA$ PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO N %  386-A, DE 2009 “Al ter a dispositiv os da Consti tui ção Federal para estabelecer a necessidade de curso superior em jornalismo para o exercício da profissão de jornalista.” A&'%( : Deputado aulo imenta e outros. R)*+'%( : Deputado !u"o #eal. I - RELATRIO  A roposta de $menda % Constituição n& '()*A+ de ,-- /$C '()*A0,--1+ tendo como primeiro si"nat2rio o 3obre Deputado aulo imenta+ objetiva alterar a redação do 4 5& do Art. ,,-+ a fim de estabelecer a exi"6ncia de curso superior em jornalismo para o exercício dessa atividade profissional. $m sua 7ustifica çã o+ a medi da ap on ta as se"u intes ra89es+ sinteticamente: “Uma imprensa livre, democrática e sobretudo com responsabi lidade e compromisso ético no desempenho de seu mister legal será sempre um dos pilares de sustentação que terão o condão de assegurar a ocorrência, em toda a sua extensão, dos fundamentos do

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7/21/2019 Pec Jopernalistas Relatorio

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COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A PROFERIR PARECER ÀPROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO Nº 386-A, DE

2009, QUE “ALTERA DISPOSITIVOS DA CONSTITUIÇÃOFEDERAL PARA ESTAELECER A NECESSIDADE DECURSO SUPERIOR EM !ORNALISMO PARA O E"ERC#CIODA PROFISSÃO DE !ORNALISTA$

PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO N% 386-A, DE 2009

“Altera dispositivos da ConstituiçãoFederal para estabelecer a necessidade decurso superior em jornalismo para oexercício da profissão de jornalista.”

A&'%( : Deputado aulo imenta e outros.

R)*+'%( : Deputado !u"o #eal.

I - RELATRIO

 A roposta de $menda % Constituição n& '()*A+ de ,--

/$C '()*A0,--1+ tendo como primeiro si"nat2rio o 3obre Deputado auloimenta+ objetiva alterar a redação do 4 5& do Art. ,,-+ a fim de estabelecer a

exi"6ncia de curso superior em jornalismo para o exercício dessa atividade

profissional.

$m sua 7ustificação+ a medida aponta as se"uintes

ra89es+ sinteticamente:

“Uma imprensa livre, democrática e sobretudo com

responsabilidade e compromisso ético no desempenho de seu mister legal será sempre um dos pilares de sustentação que terão o condão de

assegurar a ocorrência, em toda a sua extensão, dos fundamentos do

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Estado democrático de direito vigente na ep!blica brasileira,

notadamente no que di" respeito # cidadania e # dignidade da pessoa

humana, inscritos no art$ %& da 'onstituição (ederal$

Exsurge, desses postulados normativos superiores, a import)ncia

da imprensa e, fundamentalmente, da profissão de *ornalista que,

conquanto possa ser desempenhada em determinadas situaç+es por 

 pessoas com qualificaç+es meramente autodidatas, somente será

 plenamente exercida por profissionais tecnicamente preparados para a

função$

$$$- a par da amplitude com que se deve caminhar no textoconstitucional em face do exerc.cio democrático da atividade de informar,

tem/se também, na dicção do disposto no inciso 0111, do artigo 2& da

'onstituição (ederal, que a profissão de 3ornalista depende da qualificação

espec.fica que a lei 4 visando assegurar a liberdade profissional 4

estabelecer$

5 que, diante da relev)ncia e da import)ncia da profissão para a

sociedade e para a pr6pria consecução dos ob3etivos fundantes da

ep!blica, como afirmado alhures, tem/se que para ser 3ornalista, é preciso bem mais do que o simples 7hábito da leitura8 e o 7exerc.cio da

 prática profissional8, pois, acima de tudo, esta profissão além de exigir 

amplo conhecimento sobre cultura, legislação e economia, requer que o

 profissional 3ornalista adquira preceitos técnicos e éticos, necessários para

entrevistar, reportar, editar e pesquisar$ 9u se3a, conhecimentos

espec.ficos # profissão é muito além da mera cultura ou erudição$

$$$-, não há que se confundir a liberdade de expressão e

informação, com o exerc.cio da profissão que visa a produção do

 3ornalismo$ Este é mais do que simplesmente a prestação de informação

isolada ou a emissão de uma opinião pessoal$ 9 3ornalismo, por todos os

ve.culos de comunicação, influencia tomadas de decis+es pelos seus

receptores e, uma ve" veiculada de forma equivocada por qualquer 

cidadão, sem aptidão técnica e até mesmo ética, pode gerar desordens

sociais, contrariando inclusive a sua pr6pria função social$ $$$-

 : decisão do ;upremo <ribunal (ederal, conquanto adotada com

base em princ.pios constitucionais, principiou por criar uma grave

insegurança 3ur.dica para uma imensidade de profissionais 3ornalistas,

milhares de estudantes de 3ornalismo e, sobretudo, para a pr6pria ordem

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democrática que, sem a =ei de 1mprensa, afastada em ra"ão do

 3ulgamento da :>?( n$& %@%, agrava sobremaneira a realidade que motiva

a apresentação da vertente ?roposta de Emenda 'onstitucional$

'om efeito, são milhares de 7profissionais8, sem formação técnica

adequada, a coletar informaç+es e a transmiti/las ao p!blico, expondo e

vulnerando a cidadania$ E, sem regras exceto a 'onstituição- para o

exerc.cio do >ireito de esposta, por exemplo, fica # mercê das decis+es

 3udiciais de primeira inst)ncia exaradas muitas ve"es sem par)metros

ra"oáveis e não raro, contaminadas por in3unç+es pol.ticas, ideol6gicas e

sociais vice3antes por este imenso ?a.s$ $$$-

Evidentemente que o diploma, por si s6, não evita a ocorrência de

abusos$ 'ontudo, mais certo é que a ausência de formação técnica e

noç+es de ética profissionais potenciali"am enormemente a possibilidade

de os abusos ocorrerem$ Efetivamente não é o diploma que impede o

cidadão de exercer a liberdade de manifestação do pensamento e de

imprensa nos ve.culos de comunicação social no ?a.s$

Aa verdade, o que impede o exerc.cio desses direitos fundamentais

é a concentração da m.dia em mãos de poucos gruposB é a orientaçãoeditorial dos ve.culos de comunicaçãoB é a ditadura dos anunciantes ou a

ditadura do mercado que privilegia a venda de 3ornais ou a obtenção de

7pontos no ibope8, em ve" da verdade, da informação isenta, ou do respeito

#s pessoas e autoridades$

Em s.ntese, a exigência do diploma de curso superior em

 3ornalismo $$$- constitui/se numa das garantias do cidadão e da sociedade

na consecução dos ob3etivos fundamentais da ep!blica brasileira$C 

Com i"ual teor+ encontram*se apensadas a $C n.& '((+

de ,--+ e a $C n.& '(+ de ,--+ ue t6m como primeiros si"nat2rios+

respectivamente+ o ;lustre Deputado <on8a"a atriota e a 3obre Deputada

<orete ereira.

 A Comissão de Constituição e 7ustiça e de Cidadania

/CC7C1+ em cumprimento ao disposto no Art. ,-,+ caput + do =e"imento ;nterno

da C>mara dos Deputados+ manifestou*se no sentido da admissibilidade da

$C n.& '()+ de ,--+ e das $C n.& '(( e $C n.& '(+ ambas tamb?m de,--+ nos termos do arecer do =elator+ Deputado @aurício =ands+ ue teve o

cuidado de asseverar:

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“$$$- a alteração constitucional aqui proposta não revoga o direito

ao integral  exerc.cio e reconhecimento profissional, inclusive sindical,

de todos os 3ornalistas possuidores de registro precário, concedido por força de liminar referente # :ção 'ivil ?!blica

D%$F%$$D2GHF/@, cu3o mérito foi decidido pelo ;<( no ecurso

Extraordinário 2%%$GF%$ :ssim se dá pelo fato de o texto

constitucional ser claro quanto # supremacia do ato 3ur.dico perfeito

e da coisa 3ulgada, como é o caso aqui$C 

Deputado Benaldo Coutino apresentou oto em

Eeparado.

 Admitidas as propostas e desi"nada a Comissão $special

para o exame de m?rito+ conforme estabelece o 4 ,& do Art. ,-, do =e"imento

;nterno desta Casa+ em ,.-G.,-5- foi reali8ada a reunião de instalação e

eleição da @esa.

3o tocante % participação da sociedade civil na discussão

do tema+ cabe re"istrar as se"uintes ocorr6ncias:

- A&./1/+ P45*/+ ()+*/+.+ 7)*+ C%/%

E7)/+*:

; < $m de juno de ,-5-+ foram ouvidos o Er. E?r"io

@urillo de Andrade+ residente da Federação 3acional dos 7ornalistas H

F$3A7 e o Er. Aud2lio Dantas+ jornalista.

 S)1=%( S>(?/% M&(/**% .) A1.(+.) elo"iou a iniciativa

da C>mara de possibilitar esta discussão+ de extrema import>ncia não sI para

os jornalistas+ mas para toda a sociedade brasileira+ tendo em vista as duas

decis9es tomadas pelo EJF: primeiro+ no final de abril+ o Jribunal considerou

inconstitucional o texto da #ei de ;mprensa H a #ei n.& G.,G-05) H+ acabando

por revo"ar toda a le"islação+ e+ praticamente dois meses depois+ jul"ou a ação

civil pKblica impetrada pelo @inist?rio Kblico de Eão aulo+ motivada pelo

Eindicato das $mpresas de =2dio e Jelevisão de Eão aulo+ tamb?m

declarando contr2ria % Constituição uma alínea de um arti"o da

re"ulamentação profissional dos jornalistas.

 Asseverou ue a F$3A7 considera as duas decis9es um"rande euívoco. onderou ue+ de fato+ existiam arti"os autorit2rios+ ue não

serviam nem % profissão nem % sociedade+ e ue deveriam ser extipardos da

vida jurídica do aís. @as considerou prejudicial a decisão de eliminar toda a

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le"islação específica+ pois+ na pr2tica+ a profissão est2 oje nas mãos de juí8es

de primeira inst>ncia. Eustentou vir acompanando decis9es absurdas contra a

profissão e contra o princípio constitucional da liberdade de imprensa.

;mputou como falaciosos e in"6nuos os fundamentos ue

embasaram as decis9es. Ar"umentou ue o aís cairia numa "rande confusão

 jurídica se abrisse mão de toda a le"islação elaborada durante o re"ime militar.

=essaltou ue o mundo democr2tico tem v2rias experi6ncias de

re"ulamentação+ de re"ramento+ mas ue nenuma democracia conece a

experi6ncia ue estamos vivendo oje no Lrasil ue ? a de regra nenhuma+

critério "ero. Destacou ue o principal ar"umento+ tanto no jul"amento da #ei

de ;mprensa como no da exi"6ncia do diploma para o acesso % profissão+ foi adefesa do princípio constitucional da liberdade de imprensa+ em especial da

liberdade de expressão. =efutou+ todavia+ esse ar"umento+ inda"ando o ue

realmente averia mudado em relação a essa liberdade nos veículos impressos

e se+ de fato+ oje+ todo mundo pode falar e escrever. Concluiu afirmando ue

tudo ? uma "rande fal2cia+ pois o diploma nunca foi obst2culo % liberdade de

imprensa e de expressão.

#embrou ue foram os jornalistas ue lutaram pela

exi"6ncia do diploma e ue "arantiram+ com a ualificação de seu trabalo+ a

mais ampla liberdade dentro dos veículos de comunicação para a sociedade se

expressar+ inclusive os ue não eram jornalistas. Eustentou ue o diploma de

 jornalista+ ue "arante a sua formação e ualificação+ ? instrumento de defesa

do princípio constitucional da liberdade de imprensa e+ sobretudo+ do princípio

constitucional da liberdade de expressão+ os uais reputou como ameaçados.

 Afirmou ue a profissão conviveu sem traumas nem conflitos+ durante os

uarenta anos de exi"6ncia da re"ulamentação da profissão no Lrasil+ com

colaboradores+ freuentes ou não+ especialistas ou não+ nas diferentes 2reas.

 Asseverou ue j2 estão acontecendo muitas mudanças

do ponto de vista da or"ani8ação da nossa profissão no Lrasil+ citando+ pelo

menos+ as se"uintes: a1 redução dr2stica na demanda por va"as nas escolas

de jornalismo no Lrasil+ inclusive com o fecamento de v2rias destasM b1

enorme demanda por re"istro no @inist?rio do Jrabalo e $mpre"o+ sendo ue

a "rande maioria dos demandantes não tem ualuer identidade com o

 jornalismo e nunca pisou numa redação de jornal ou seuer sabe o ue ? uma

assessoria de imprensaM e c1 verdadeira precari8ação e de"radação da

profissão+ resultante da desualificação.

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 Apontou a estatística de uase vinte mil re"istros de

 jornalistas nos Kltimos anos+ por diferentes ra89es+ al"uns dos uais motivados

pela busca de status+ ou at? mesmo como forma de proteção diante da polícia.

Fomentando o debate+ este =elator uestionou sobre o

nKmero de jornalistas não formados re"istrados antes e depois da decisão do

EJF+ e se a F$3A7 tamb?m desempena papel de fiscali8ação da profissão.

Fe8+ ainda+ as se"uintes inda"aç9es: Nual o liame necess2rio para superar a

dicotomia entre a liberdade de imprensa e expressão e a re"ulamentação da

profissãoO At? ue ponto inserir a necessidade de diploma do curso de

 jornalismo+ re"istrado no  Ir"ão competente+ contribui para a liberdade de

imprensa e de expressão ou pode si"nificar uma restrição a elaO

=espondendo aos uestionamentos do =elator+ o

residente da F$3A7 destacou a abertura da le"islação para a colaboração e

atuação de uem não tena formação escolar. Asseverou ue o Decreto n.&

('.,(P0 prev6 duas fi"uras ue+ não sendo jornalistas+ podem exercer a

profissão: o  provisionado  /profissional ue atua em veículo de imprensa em

local ou re"ião onde não existe escola de jornalismo1 e o colaborador 

/especialista+ ou não+ ue presta colaboração eventual+ ou não+ aos diferentes

veículos de comunicação1. Acrescentou ue muitos cole"as ue oje atuam

obtiveram o re"istro profissional porue foram prote"idos e amparados pela

re"ulamentação+ ue possibilitou o re"istro profissional a uem j2 estava

atuando na profissão. Apontou a estimativa de uase um terço+ entre um

nKmero aproximado de )- a - mil jornalistas+ atuando na condição de

provisionado ou colaborador.

$nfati8ou ue+ entre outubro de ,--5 /uando deferida

liminar1 e os dias atuais /com a situação reforçada pela decisão final do EJF1+foram efetuados uase vinte mil re"istros+ entre os uais de pessoas ue não

apresentaram comprovação de ualuer atividade profissional. Ale"ou ue o

re"istro ainda ? feito sob a tutela do $stado brasileiro+ no @inist?rio do Jrabalo

e $mpre"o+ porue a cate"oria ainda não teve o direito de constituir um

Conselo Federal+ como a AL ou o Conselo Federal de @edicina.

Denunciou ue+ ante o critério "ero  adotado pelo @inist?rio do Jrabalo e

$mpre"o+ de juno do ano passado para c2+ as pessoas não precisam nem

provar ue são alfabeti8adas. ApIs o re"istro no @inist?rio ? ue o cidadão

pode se diri"ir % F$3A7 para obter uma identificação profissional ue vale

como carteira de identidade.

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 =ememorou ue uma das propostas apresentadas pelos

Constituintes+ em 5((+ acabava com a exi"6ncia do diploma de jornalistas+ e o

Con"resso rejeitou essa proposta apresentada pela Fola de Eão aulo. Combase nessa premissa+ defendeu ue esta Casa atuali8ou a re"ulamentação de

5. Acrescentou ue o trabalo de um jornalista e o direito ue as pessoas

t6m de ter opinião não são conflitantes H o direito % opinião sempre foi livre e o

diploma nunca foi impedimento % opinião+ %s ve8es inviabili8ada+ isto sim+ pelos

empres2rios e donos da mídia.

Concluiu lamentando a constitucionali8ação da discussão

pelo EJF+ motivo pelo ual a cate"oria depende do Con"resso 3acional para

ue se deixe claro+ no texto constitucional+ ue não 2 conflito ou contradiçãoentre exi"ir ue jornalista estude para exercer o jornalismo e estabelecer ue

são livres a opinião e o direito de expressão.

  S)1=%( AUD@LIO DANTAS disse ue o assunto ? de

extrema relev>ncia+ pois essa proposta de alteração constitucional restabelece

um direito aduirido da profissão de jornalismo no aís e+ principalmente+

restabelece o direito da sociedade de ser informada e de receber a informação

% altura deste direito+ a informação comprometida com a verdade.

Eustentou ue cabe ao Con"resso 3acional discutir e

le"islar sobre esta uestão de profundo interesse nacional+ asseverando ue o

não debate  interessa apenas ao empresariado ue não enxer"a ue a

exi"6ncia do diploma sI pode contribuir para a ualidade da informação.

 Afirmou ue o cidadão não formado no curso de jornalismo+ por mais

inteli"ente ue seja+ não tem o aparelamento cultural e t?cnico necess2rio ao

exercício da profissão e ue+ com a desre"ulamentação+ o ue se pretende ?

aviltar os sal2rios.Nuestionou a ra8ão por ue todas as profiss9es de nível

superior seriam re"ulamentadas e a de jornalismo não pode ser. Afirmou ue a

uestão central da desre"ulamentação "ira em torno do interesse da maioria

do empresariado+ no sentido de desor"ani8ar a cate"oria e aviltar os sal2rios.

=esponsabili8ou a decisão do EJF não apenas por derrubar a lei ue

re"ulamenta a profissão+ mas por jo"ar fora toda a luta de uase cem anos dos

 jornalistas pela formação superior. Denunciou a utili8ação da bandeira

liberdade de imprensa como salva"uarda de interesses pessoais+ ainda uesob a apar6ncia de defesa da p2tria.

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Eobre as inda"aç9es deste =elator+ e em

complementação %s colocaç9es do orador anterior+ o Eenor Aud2lio Dantas

disse ue a proposta da F$3A7+ de criação do Conselo Federal de7ornalismo+ foi abatida em pleno voo+ antes de ualuer debate. #embrou ue

se ar"umentou ue a expressão “de 7ornalismo” "erava euívoco por incluir 

empres2rios+ mas ue 2 uma nova proposta para se alterar a denominação

para Conselo Federal “de 7ornalistas”. Acrescentou ue outro ponto ue foi

levantado ? ue a proposta ameaçava a liberdade de imprensa+ pois al"uns

arti"os dispunam sobre o controle de determinado tipo de informação e

poderia*se pressupor ue se tratava de al"um tipo de censura. @as ponderou

ue+ na verdade+ não era issoM o objetivo ue se tina era de reunir a cate"oria

para discutir as uest9es ?ticas+ como ualuer outro conselo. $ asseverou

ue ainda oje existe censura+ ue ? a feita pelo 7udici2rio.

Defendeu+ como defendia no final da ditadura juntamente

com outros Deputados jornalistas+ o ue cama de  pol.ticas democráticas de

comunicação, entre as uais se insere a criação de um Conselo de

Comunicação Eocial. Como conseu6ncia da luta dos jornalistas no aís

inteiro+ esse Conselo foi proposto na Constituição de 5((+ como or"anismo

auxiliar do Con"resso 3acional+ com a participação dos empres2rios+ dos jornalistas+ das universidades+ dos sindicatos+ de or"ani8aç9es da sociedade

civil+ para discutir a comunicação social nauilo ue toca o interesse da maioria

da sociedade. $sse Conselo de Comunicação Eocial foi aprovado na

Constituição Federal de 5((+ mas sI foi instalado em ,--,+ depois funcionou

por al"uns anos e oje est2 inativo.

 Asseverou ue o Con"resso 3acional+ ue tem o dever 

de discutir essas uest9es+ se omite+ assim como se omitiu na uestão da #ei

de ;mprensa+ de 5)+ considerada como entulo da ditadura+ mas ue ficouP, anos em vi"or. =essaltou ue o va"io legal   de oje deixou sem

re"ulamentação+ por exemplo+ o direito de resposta+ outra "arantia

constitucional.

Concluiu ale"ando ser fundamental ue se tra"a ao

debate uma #ei de ;mprensa democr2tica+ pois ainda existem uest9es ue

precisam ser discutidas+ como a tortura ue existe at? oje nas dele"acias de

polícia+ assim como a praticada nos pro"ramas de televisão+ ue apontam

como criminosos cidadãos ue depois a 7ustiça vem declarar inocentes.

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debate foi valori8ado com a contribuição dos demais

arlamentares+ cumprindo anotar ue o Deputado Qilson icler defendeu a

ideia de um Eubstitutivo amplo+ prevendo a #ei <eral de ;mprensa+ e ue oDeputado Arolde de liveira ponderou ue a $C deve ser aprovada como

est2+ a fim de facilitar as discuss9es+ deixando*se o debate da #ei de ;mprensa

para um momento posterior+ posicionamento com o ual se aliou o Eenor 

E?r"io @urillo de Andrade+ residente da F$3A7.

;2 < $m 5) de juno de ,-5-+ foram ouvidos o Er. ;vo

Dantas+ Advo"ado Constitucionalista+ e o Er. @arcus inicius Furtado Coelo+

Eecret2rio*<eral do Conselo Federal da rdem dos Advo"ados do Lrasil H

AL.

$m sua exposição+ o S)1=%(   IVO DANTAS sustentou a

oportunidade e validade desse debate+ sob o fundamento de ue ? a partir 

desta Casa+ representativa da vontade popular+ ue se poder2 fa8er real o

anseio de todo auele ue deseja uma imprensa livre e independente+ e para a

ual o diploma se apresenta como credencial indispens2vel.

Defendeu+ pois+ a exi"ibilidade do diploma com base em

tr6s eixos de discussão: 5&1 a evolução le"islativa do conceito de jornalistaprofissional+ ue sempre respeitou os institutos jurídicos constitucionais do

direito aduirido e do ato jurídico perfeito /art. G5+ par2"rafo Knico+ da #ei n.&

G.,G-0)M art. P& do Decreto*lei n.& ,0)+ com as alteraç9es promovidas pela

#ei n.& .')-0(GM art. P&+ inciso ;;;+ do Decreto n.& ('.,(P0 e art. 5& do Decreto

n.& 5.-,0(G1M ,&1 os precedentes jurisprudenciais anteriores % decisão do EJF+

ue entendiam serem le"ítimos os reuisitos da diplomação e do re"istroM e '&1

o diploma e licenciamento de jornalistas não são obst2culos % liberdade de

informação+ nem o baixo nível de v2rias escolas de jornalismo justifica adispensa desses reuisitos.

 Ar"umentou ue a exi"6ncia de capacitação não fere os

incisos ; /liberdade de pensamento1+ ;R /liberdade de expressão1 e R;;;

/liberdade de exercício de ualuer atividade profissional1+ todos do art. G&+

porue a prIpria Constituição determina ue sejam “atendidas as ualificaç9es

ue a lei estabelecer”. $m suped>neo a esse ar"umento+ invocou como

exemplo as exi"6ncias do Conselo =e"ional de $n"enaria e Aruitetura H

C=$A e da rdem dos Advo"ados do Lrasil H AL.

ara infirmar consideraç9es sob o ponto de vista de a

le"islação ser oriunda do período militar+ citou a le"islação do F<JE e a #ei do

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DivIrcio+ não invalidadas a despeito de terem a mesma ori"em temporal.

=ecorreu ao raciocínio do @inistro @arco Aur?lio+ ue+ a final+ entendeu ue a

exi"6ncia do diploma não pode ser rotulada como desproporcional+ a ponto deser declarada incompatível com o 4 5& do art. ,,- e+ mais especificamente+

com o inciso R;;; do art. G&.

Finali8ou lembrando ue a exi"6ncia do diploma d2 aos

mais capa8es acesso %s redaç9es+ substituindo o crit?rio do nepotismo familiar+

consa"rando+ assim+ o crit?rio do m?rito. =epetindo Alberto Dines+ autor de “

papel do jornal e a profissão de jornalista”+ afirmou ue “a exi"6ncia do diploma

não impede nem limita contratação de não jornalistas”+ ressalvando ue “na

apuração ou redação de notícias+ na produção ou acabamento de informaç9es+bem como em postos de comando em ue ? indispens2vel o conecimento e o

compromisso com t?cnicas e postulados específicos+ a capacitação ?

imperiosa.”

$m sua exposição+ o S)1=%( MARCUS VINICIUS

FURTADO COELO defendeu+ em síntese+ ue o jul"amento do EJF veda a

edição de lei criando embaraço % liberdade de informação+ mas não proíbe a

formulação de emenda % Constituição instituindo a obri"ação de curso superior 

para o exercício da profissão de jornalista.

Contudo ponderou ue+ para superar a posição da

comunidade americana de direitos umanos+ a exi"6ncia de curso superior 

deve ser instituída com re"ras claras permissivas da livre manifestação do não

profissional+ por interm?dio de arti"os e publicaç9es+ inclusive sendo colunista

de temas t?cnico científicos. #embrou ue tamb?m deve ficar claro o direito ao

inte"ral exercício e reconecimento profissional de todos ue exerçam a

profissão de jornalista at? a data da promul"ação da emenda constitucional eman2lise.

 Abrindo a palavra para os debates+ este =elator solicitou

dois coment2rios dos participantes: primeiro+ sobre o direito comparado+

mostrando ue outros países+ reconecidamente democr2ticos H entre os uais

$stados Snidos+ França+ !olanda+ ;n"laterra+ Austr2lia+ 7apão e+ na Am?rica do

Eul+ o Cile H+ defendem e "arantem a liberdade jornalística e adotam modelo

de liberdade de atividade nesta 2rea sem a necessidade de diplomaçãoM e+

se"undo+ sobre a mat?ria publicada no jornal $stado de Eão aulo+ de,P.-).,--+ com a mancete “ diploma não ser2 reabilitado”+ onde o @inistro

<ilmar @endes declarou ue: não 2 possibilidade de o Con"resso re"ular 

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ressalvou ue a"ora+ com a decisão do EJF+ todo e ualuer cidadão pode

ale"ar si"ilo da fonte+ tendo em vista ue ualuer um poder2 ser jornalista+

sem necessidade de re"istro.

onderou ue+ no texto proposto+ j2 estão "arantidas as

situaç9es ressalvadas pelo representante da AL+ Dr. @arcus inicius Furtado

Coelo+ mas concordou com a possibilidade de deixar a redação mais clara+ se

ouver necessidade+ para estabelecer: 5&1 a liberdade de expressão do

colunista+ dauele ue d2 opinião+ asse"urando ue tena um espaço+ mesmo

ue de maneira re"ular+ pois isso j2 estava "arantido no prIprio Decreto da

re"ulamentação profissionalM ,&1 ue os jornalistas não diplomados possam+

ainda oje+ ser abri"ados pela norma ue estamos propondo+ pois ? precisoreconecer ue boa parte da imprensa brasileira foi construída por esses

profissionais ue não tinam diploma+ porue era esta a circunst>ncia ou o

momento do aís.

Concluiu discordando radicalmente da posição do

@inistro <ilmar @endes+ asseverando ue estamos diante de um episIdio na

vida nacional ue vai desencadear um conjunto de outras situaç9es muito

"raves+ pois+ com exceção da en"enaria+ das ci6ncias m?dicas e do direito+

todas as demais profiss9es não necessitariam+ obri"atoriamente+ ser de nível

superior.   Afirmou ue j2 temos um conjunto de outras uest9es sendo

debatidas+ no cen2rio nacional+ a partir dessa interpretação+ a exemplo da

controv?rsia sobre a ile"alidade da rdem dos @Ksicos do Lrasil+ ue est2 na

pauta do EJF+ e de uestionamentos judiciais sobre a obri"atoriedade+

determinada em leis municipais+ da presença de profissionais de educação

física em academias. Ainda+ inda"ou como ficarão os concursos pKblicos para

os jornalistas e noticiou ue essas uest9es pr2ticas ainda deverão ser 

esclarecidas nos $mbar"os DeclaratIrios  opostos % decisão do EJF. @asexortou os Cole"as a tomarem uma decisão ue sirva para ue o EJF firme

uma posição definitiva.

D)7&'+.% LUPRCIO RAMOS  ale"ou ue continua

c?tico uanto % possibilidade de aprovação da mat?ria no len2rio. Ape"ou*se

% uestão do desafio de construir um texto ue não permita+ mais uma ve8+ a

interpretação da inconstitucionalidade. $ pontuou ue o "rande desafio ?

construir um texto ue seja adeuado % realidade diante de um mundo em

permanente mutação+ de um mundo "lobali8ado+ onde a informação ? tão

din>mica+ simult>nea+ instant>nea.

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13

Devolvida a palavra aos palestrantes+ o  S)1=%(   IVO

DANTAS  su"eriu o acr?scimo de dois par2"rafos ao texto para evitar as

retIricas da inconstitucionalidade da emenda: um dispositivo definindo oexercício da profissão de jornalista a partir da situação especificada no

Decreto*lei n.& ,0) /onde ? definido uem ? redator+ noticiarista+ repIrter+

etc1M e outro dispositivo declarando ue o não enuadramento nos par2"rafos

anteriores não impede o acesso eventual para a livre manifestação do

pensamento.

 Ale"ou ficar muito amedrontado com a declaração do

@inistro <ilmar @endes uanto ao início de uma s?rie de

desconstitucionali8ação de profiss9es. Alertou ue a desre"ulamentação dasprofiss9es vem sendo colocada como manobra do $stado neoliberal+ a fim de

diminuir o custo Lrasil.

or Kltimo+ fe8 ressalva uanto % invocação de exemplos

do direito comparado+ pois 2 ue se levar em conta a estrutura político*social

de cada sociedade. $ destacou ue a realidade econTmica e social dos

$stados Snidos ou do 7apão ? bem diversa da nossa.

S)1=%( MARCUS VINICIUS FURTADO declarou  nãose impressionar com a lista de países citados ue não adotam o diploma como

reuisito para a atividade jornalística+ lembrando ue ali não se es"ota toda a

relação de países democr2ticos+ a exemplo de $spana e ortu"al+ ue t6m

mais proximidade istIrica e cultural conosco.

;nsistiu uanto % necessidade de se construir uma

redação ue impeça a retIrica da inconstitucionalidade+ citando como exemplo

a experi6ncia recente da #ei de Fica #impa: o EJF avia considerado

inconstitucional declarar a inele"ibilidade de al"u?m sem sentença penaltransitada em jul"ado+ aplicando ao direito eleitoral o princípio da inoc6ncia

asse"urado pela Constituição Federal. !ouve+ então+ uma luta para ue fosse

introdu8ida no ordenamento jurídico brasileiro essa lei. Assim+ aprovada a #ei

Complementar n.& 5'G0,-5-+ o JE$ recentemente apreciou a mat?ria e

manifestou*se pela constitucionalidade da lei+ a ser aplicada+ inclusive+ este

ano. Eenor @arcus inicius Furtado concluiu+ pois+ ue a luta fa8 o direito+

asseverando+ contudo+ ue+ da proposta inicial do movimento at? a proposta

le"islativa+ avançou*se na redação para conformar seu texto aos termos ue oEJF estava a exi"ir.

;3 < 3a audi6ncia pKblica do dia ,' de juno de ,-5-+

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foram ouvidos os se"uintes convidados: o Er. =odri"o Uaufmann+

=epresentante da Associação Lrasileira de $missoras de =2dio e Jelevisão H

 AL$=JM o Er. $dson Epentof+ Diretor do FIrum 3acional de rofessores de7ornalismo H F37M  a Era. #eise Javeira dos Eantos+ Advo"ada+ 7ornalista e

rofessora de ComunicaçãoM o Er. #eonel A8evedo de A"uiar+ Coordenador do

Curso de 7ornalismo da ontifícia Sniversidade CatIlica do =io de 7aneiro+ e o

Er. Carlos $duardo Franciscato+ residente da Associação Lrasileira de

esuisadores em 7ornalismo H EL7or.

S)1=%( RODRIO AUFMANN  relembrou ue+ nos

Kltimos anos+ a adoção do modelo da diplomação do jornalista como Knico

meio para o exercício da profissão foi discutida sob o aspecto da conveni6ncia. A partir da decisão do EJF+ por?m+ restou ultrapassado o uestionamento

sobre se esse modelo est2+ ou não+ dentro do >mbito da liberdade

discricion2ria ou le"islativa de opção política.

3esse sentido+ sustentou ue a Euprema Corte deu as

bali8as desse tema+ se"uindo um modelo bastante cl2ssico dentro do nosso

constitucionalismo e dentro do constitucionalismo ue se pratica nas

democracias ocidentais: o EJF analisou a uestão sob o aspecto da

constitucionalidade e da juridicidade e+ fa8endo uma interpretação da liberdade

de expressão+ entendeu ue+ no nosso modelo+ a exi"6ncia de diplomação de

 jornalista como condição para o exercício da atividade jornalística ?

incompatível com os direitos individuais fundamentais e com as liberdades

pKblicas.

Destacou a "ravidade da discussão posta com a presente

iniciativa+ apontando para a necessidade de euilíbrio da relação entre o oder 

#e"islativo e o EJF+ relação fundamental+ ue tem no euilíbrio uma dasbali8as mestras da democracia. Dessa forma+ esclareceu ue ao EJF cabe

 jul"ar as uest9es sob o aspecto da constitucionalidade de leis ou atos

normativos+ exercendo uma função típica de defensor da Constituição. $ssa

defesa cabe não apenas uanto a leis strictu sensu  ou atos normativos

aprovados no >mbito do oder #e"islativo+ mas tamb?m ? exercida em relação

a eventuais maiorias formadas+ capa8es de aprovar uma $menda

Constitucional. 3esse sentido+ enfati8ou ue a defesa da Constituição Federal

ue cabe ao EJF não ? apenas uma função interna+ mas em relação % prIpria

democracia do aís.

rosse"uiu ressaltando ue o oder #e"islativo tem a

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possibilidade de revisar decis9es do EJF+ fa8endo uma alteração do paradi"ma

de controle utili8ado+ mas desde ue o dispositivo constitucional apontado

como violado pelo 7udici2rio não seja entendido como uma das cl2usulasp?treas H princípios considerados em nosso sistema como formadores do

nKcleo essencial+ formadores de uma esfera ue não pode ser tocada+ sob o

risco de se desfa8er a prIpria opção política ori"in2ria adotada uando se

elaborou a Constituição. Concluiu+ portanto+ ue nem todo paradi"ma de

controle est2 inserido na mar"em de escola política para alteração+ seja pelo

arlamento+ seja pelo oder $xecutivo.

=essaltou ue o nosso modelo democr2tico+ ue prev6 a

autonomia e interdepend6ncia entre os oderes+ se reforça exatamente nessetipo de esuema: nem o arlamento tem o controle total das opç9es políticas

/porue podem ser viabili8adas ou inviabili8adas por meio de um juí8o de

inconstitucionalidade1+ nem o EJF tem a Kltima palavra em determinados temas

/como+ por exemplo+ uando jul"a baseado em paradi"ma constitucional ue

não constitui cl2usula p?trea1.

 Asseverou ue+ no caso em debate+ o jul"amento do EJF

implicou a interpretação de cl2usula p?trea+ pois fixou*se o entendimento de

ue a diplomação+ como condição para o exercício da profissão+ ? uma

exi"6ncia inaceit2vel sob o ponto de vista constitucional+ baseando*se+

especificamente+ na liberdade de expressão+ na liberdade de informação e na

liberdade de publicação.

Destacou ue o EJF fe8 uma interpretação para definir o

sentido exato dos termos liberdade de informação+ liberdade de expressão  e

liberdade de comunicação. $sclareceu ue+ para muitos+ esse jul"amento foi

uma esp?cie de complementação da DF 5'-+ por meio da ual o EJFdeclarou a inconstitucionalidade da anti"a #ei de ;mprensa no Lrasil+

entendendo ue a liberdade de expressão ? tão ampla ue não aceita ualuer 

tipo de restrição. Acrescentou ue foi nessa mesma lina ue o EJF tamb?m

entendeu ue a diplomação de jornalista como condição Knica para o exercício

da profissão ? uma exi"6ncia inconstitucional+ apontando para um uadro ue

? o da autorre"ulamentação+ repetindo o exemplo do direito comparado.

ara finali8ar+ ponderou ue os aspectos relacionados %

conveni6ncia+ ou não+ da adoção desse modelo j2 foram bastante discutidos+tanto no >mbito do processo judicial+ uanto no Con"resso 3acional. @as

enfati8ou ue o EJF+ uando fe8 um juí8o de constitucionalidade tomando

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como paradi"ma um princípio de nKcleo essencial da Constituição Federal+

afastou a uestão do juí8o de discricionariedade política e o colocou dentro de

um juí8o a respeito da constitucionalidade+ concluindo ue o modelo dediplomação de jornalista como Knica forma de exercício da profissão ?

incompatível com o nosso sistema constitucional.

 Asseverou ue o EJF+ ao decidir tomando como base um

paradi"ma considerado como de nKcleo essencial+ disse ue este modelo não

poderia ser adotado nem pelo decreto+ como avia no Lrasil+ nem por lei

ordin2ria+ nem por medida provisIria+ nem por emenda constitucional.

Concluindo ser essa a uestão fundamental+ conclamou todos para discussão

de modelos alternativos de valori8ação do profissional do jornalismo+ tendo emvista ue seria contraproducente revisitar o aspecto da conveni6ncia ou

rediscutir um modelo ue o EJF j2 declarou ser inconstitucional.

$m sua exposição+ o S)1=%( EDSON SPENTOF

contestou a decisão do EJF+ ar"umentando ue um dos primeiros erros ali

cometidos pela Euprema Corte foi o de declarar ue o Decreto*lei n.& ,0)+

ue instituiu a obri"atoriedade da formação superior+ não foi recepcionado pela

Constituição de 5((. Defendeu+ ao contr2rio do EJF+ ue o referido Decreto*lei

foi recepcionado porue a proposta de proibição da exi"6ncia obri"atIria de

formação foi tra8ida pelas empresas para o debate+ na Constituinte+ e foi

rejeitada. ontuou ue a não exi"6ncia do diploma foi novamente rejeitada+

entre ,--' e ,--P+ uando o Con"resso aprovou a atuali8ação da

re"ulamentação profissional dos jornalistas+ ue não est2 em vi"or tão somente

por causa do veto do residente da =epKblica. Dessa forma+ concluiu ue+ em

pelo menos duas ocasi9es+ o Con"resso se manifestou sobre o tema em pleno

re"ime democr2tico.

 Afirmou ue as bali8as do EJF são exatamente o

problema+ pois são as mesmas bali8as+ conceitualmente euivocadas+ tra8idas

ao 7udici2rio pelas empresas de comunicação. Defendeu serem cabíveis a

$C e a nova manifestação do oder #e"islativo sobre a uestão+ tendo em

vista ue os euívocos conceituais são extremamente s?rios+ a ponto de o

 jornalismo ter sido jul"ado no EJF pelo ue não ?.

 Atestou ue a liberdade de expressão+ de fato+ não deve

sofrer ualuer restrição+ mas ressaltou ue o Decreto*lei tamb?m nãosi"nificava restrição. ortanto+ na esteira do @inistro @arco Aur?lio+ inda"ou se

al"u?m poderia di8er ue a obri"atoriedade da formação superior tena criado

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ualuer obst2culo % livre expressão do pensamento nos uarenta anos em

ue a lei esteve em vi"or. 3e"ando+ pois+ ualuer Ibice nesse sentido+

asseverou ue não advieram as conseu6ncias positivas+ supostamenteesperadas da decisão do EJF. $sclareceu ue a obri"atoriedade da formação

superior ? tão somente uma exi"6ncia de ualificação para o exercício de

determinada profissão+ neste caso a de jornalista.

Destacou a confusão estabelecida entre a liberdade de

expressão e o exercício profissional+ ressaltando ue a prIpria Constituição

Federal ? s2bia ao separar os dois institutos+ inclusive em termos espaciais H

as liberdades de manifestação do pensamento e de expressão estão

asse"uradas no Jítulo ;; H “Dos Direitos e <arantias Fundamentais” /art. G&+incisos ; e ;R1 H+ e a liberdade de imprensa est2 no Jítulo ;;; H “Da rdem

Eocial” H+ no Capítulo + ue trata “Da Comunicação Eocial” /art. ,,-1. Eão tão

diferentes+ ue uma mesma pessoa não pode usufruir de ambos os direitos ao

mesmo tempo.

$sclareceu ue a liberdade de informação jornalística ?

camada+ no senso comum+ de liberdade de imprensa+ ressaltando ue esta

não ? uma liberdade a ue todo cidadão tem direitoM ao contr2rio+ todo cidadão

tem direito % liberdade de expressão. Defendeu estar euivocada a bali8a do

EJF+ alertando ser ur"ente ue o Con"resso 3acional a corrija. ontuou ue+

trabalando como jornalista+ não deve manifestar a sua prIpria opinião+ por 

dever ?tico /deve mediar o acesso das diversas opini9es sociais ao debate

pKblico1 e por efic2cia t?cnica /trata*se de uma uestão de credibilidade para

sustentar a atividade1. Asseverou ue+ assim+ no momento em ue se

desempena a função de jornalista+ não se pode estar no "o8o fundamental de

liberdade de expressão+ salvo uando articulista ou uando escreve arti"os de

opinião.

;nsti"ado por este =elator e pelo Deputado Cico Alencar 

para desenvolver mais esse tema+ afirmou estar plenamente convencido de

ue confundir liberdade de expressão com a de exercício profissional ?

obstaculi8ar ambas as formas de liberdade+ mas sobretudo o direito de

expressão. Considerou não fa8er sentido exi"ir ualificação para a liberdade de

expressão+ mas fa8er sentido exi"ir todas as ualificaç9es necess2rias para

atividades fundamentais para a sociedade. Assentou ue não se podem

ima"inar as nossas complexas relaç9es sociais sem a atividade da mediação

 jornalista.

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Declarou ue a liberdade de imprensa  ? o pleito das

empresas+ mas na perspectiva da liberdade da empresa de regular a atividade.

Destacou ue+ depois da decisão do EJF+ o jornalista não ? mais jornalista+pois est2 na depend6ncia de um contrato de trabalo para assim ser 

considerado.

 Asseverou ue+ no conceito moderno de democracia+ a

liberdade de imprensa não ? uma liberdade do jornalista nem da empresa

 jornalística: ? uma liberdade da sociedade+ exercida não diretamente pelo

cidadão+ mas por interm?dio do jornalista e da empresa jornalísticaM ? uma

liberdade a estes dele"ada pela sociedade para+ em nome dela+ fa8erem as

investi"aç9es+ com independ6ncia e autonomia+ e levarem para a esferapKblica o debate. #embrou ue um "rande teIrico do jornalismo afirma tratar*se

de um direito meio para exercer outros meios . Apontou a informação como o

direito mais importante para exercer todos os demais+ para saber inclusive da

condição de cidadão detentor de direitos.

 Apontou como conseu6ncias da decisão do EJF: o

amplo poder de re"ulação concedido %s empresas de comunicação+ excluindo

as universidades do processo de determinação do ue ? fundamental para a

atividade de jornalistaM e o alijamento de toda a sociedade do papel re"ulador 

ue exerce nas democracias+ por interm?dio do oder #e"islativo.

#embrou ue o prIprio presidente da AL j2 declarou

ue não 2 liberdade ue seja absoluta+ at? a liberdade de expressão tem seus

antídotos /como+ por exemplo+ a não permissão do anonimato e a

responsabili8ação pelos excessos ue se cometerem1.

$m atenção a uestionamento do Deputado Cico

 Alencar+ o convidado teceu um sucinto istIrico da evolução da exi"6ncia le"alda "raduação em jornalismo. Apontou ue a primeira lei ue re"ulamentou

especificamente a profissão deu*se em 5'(. $m 5PP+ um Decreto*lei

estabeleceu remuneração mínima e funç9es+ instituindo*se le"almente+ a partir 

desse período+ os cursos superiores de jornalismo+ e prevendo*se ue+ apIs

certo período de seu funcionamento+ passaria a ser exi"ida a formação em

curso superior para o exercício da profissão. Ainda+ entre 5)5 e 5),+ foi

editada nova le"islação+ exi"indo a formação. Asseverou+ portanto+ ue a

ori"em da obri"atoriedade da formação superior não reside no período dore"ime militar.

or Kltimo+ afirmou ser tão desastrosa a decisão do EJF+

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ue se acabou por pretender ensinar % sociedade a se"uinte lI"ica absurda:

se+ para se ter direito de expressão+ precisa*se ser jornalista+ então para se ter 

direito % saKde precisa*se ser m?dico+ para se ter direito % moradia precisa*seser en"eneiro ou aruiteto+ e para se ter direito % justiça precisa*se ser jui8+ no

mínimo. Concluiu declarando ue ouve um "rave retrocesso democr2tico+ o

ual ur"e ser reparado nesta oportunidade.

 A S)1=%(+  LEISE TAVEIRA DOS SANTOS asseverou

ue a composição do EJF não ? “cl2usula p?trea”+ estando+ portanto sujeita a

mudanças+ e ue os fundamentos de voto não fa8em coisa jul"ada+ mas

apenas a parte dispositiva. =essaltou a independ6ncia e a armonia entre os

oderes+ asse"uradas na nossa Constituição+ para defender ue a discussãonão ? % toa+ mas de fundamental import>ncia. Assim+ afirmou ue o oder 

#e"islativo ? o canal competente+ sim+ para a discussão democr2tica da

necessidade de revisão dos jul"ados+ tanto mais sobre uest9es tão sensíveis

como esta.

Camou a atenção para a sensação de "olpe ue se

percebeu no meio acad6mico e para a perplexidade dos estudantes+ ue se

uestionam se devem mudar de curso. 7ustificou esses efeitos em função de

certas mitificaç9es ue ocorreram a partir da decisão do EJF+ apontando a

confusão entre a liberdade de expressão e a profissão de jornalista como a

primeira e "rande delas. Ar"umentou ue o exercício da profissão de

 jornalismo não impede ue as demais pessoas continuem tendo a liberdade de

expressão. Eustentou ue a profissão de jornalista envolve uma uestão cada

ve8 mais importante+ ue ? o direito % informação+ mas a uma informação de

ualidade. 3esse sentido+ asseverou ue a ualidade da informação tamb?m ?

um direito+ e nisso o diploma de jornalismo ajuda muito+ pois na faculdade não

se aprende apenas a escrever.

Destacou ue essa uestão passou ao lar"o da opinião

pKblica+ ressaltando ue os jornalistas+ ue tanto dão visibilidade aos seus

assessorados+ não t6m mídia. Assim+ convidou os arlamentares para

visitarem a SC do =io para+ utili8ando esse espaço alternativo+ propiciarem

ue o assunto seja le"itimamente debatido na nossa sociedade+ ue merece

respeito e informação de maior ualidade.

$m consideraç9es finais+ exortou % reflexão sobre ual o$stado ueremos ter H se neoliberal ou solid2rio. ;nuiriu se não se pode

pensar na imprensa não necessariamente com controle+ mas com normas

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protetivas+ e o cidadão olando a imprensa não como al"o8+ mas como

complemento % sua cidadania. onderou ue+ sempre ue se fala em

normati8ação+ vem a ideia de censura H esse ? um discurso abitual+ mas oarlamento ? o ambiente apropriado para essa discussão.

S)1=%( LEONEL ABEVEDO DE AUIAR ressaltou

ue o diploma universit2rio de jornalismo ? fundamental para uma sociedade

complexa como a sociedade brasileira. Com o diploma de jornalismo+ o Lrasil

estava na van"uarda nessa uestão da ualificação acad6mica para o

exercício da profissão. $ ele pode continuar nessa van"uarda.

Discordou do ar"umento de ue o diploma fira direitofundamental+ afirmando tratar*se de um erro ue vem desde a d?cada de 5(-+

uando a Corte ;nteramericana de Direitos !umanos avaliou o caso de um

 jornalista ue foi preso na Costa =ica por exercício ile"al da profissão.

$sclareceu ue+ a partir de então+ criou*se uma esp?cie de jurisprud6ncia no

sentido de ue o diploma como exi"6ncia para o exercício da profissão seria

um atentado a um direito umano fundamental+ ue ? a liberdade de

expressão. =eputou tal entendimento uma "rande distorção política+ pois o

diploma+ como exi"6ncia para o exercício profissional+ ? um meio para se

avançar na consolidação do direito ue a sociedade tem ao desenvolvimento

de uma esfera pKblica democr2tica.

Destacou ue o jornalismo contempor>neo não ? o lu"ar 

de emissão de opinião+ mas de produção de um tipo de informação e de

lin"ua"em características+ ue são a notícia e a reportação. =essaltou ue o

 jornalismo informativo ? uma "rande conuista das sociedades modernas+ pois

permite a amplos setores da sociedade terem acesso ao debate na esfera

pKblica+ assim como possibilita ue setores da sociedade participem dessamanifestação na esfera pKblica e na ampliação do processo democr2tico.

3esse sentido+ considerou ue a ualificação acad6mica específica para o

exercício da profissão sI vem contribuir para isso.

 Ar"umentou+ pois+ ue o diploma ? um instrumento

político ue visa "arantir o direito de o pKblico ter informaç9es de melor 

ualidade jornalística e+ mais ainda+ informaç9es ue são produ8idas com

responsabilidade social e com par>metros ?ticos. onderou ue+ com a

capacitação profissional+ o jornalismo brasileiro avançou bastante e se tornoumuito melor do ue o jornalismo ue se fa8ia uando o diploma não era

absolutamente necess2rio para o exercício da profissão.

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#embrou ue+ na prIpria le"islação de 5)+ 2 diversas

possibilidades para o exercício da profissão sem o diploma. @as enfati8ou ue

a defesa da exi"6ncia do diploma ? fundamental para a democracia+ pois o jornalismo ? o lu"ar de mediação social do conecimento+ das opini9es e dos

interesses daueles ue disputam o acesso % esfera pKblica. ara isso ?

preciso ue o jornalista tena domínio sobre um tipo de produção de lin"ua"em

muito específica+ ue ? a informação jornalística+ a ual tra8 em seu bojo uma

s?rie de valores de uma cultura profissional: a noção de interesse pKblico+ a

lealdade como cidadão+ a busca da verdade+ a autonomia+ o estatuto do

profissionalismo e a postura ?tica /isenção e independ6ncia1.

 Associou o fim da exi"6ncia do diploma % reestruturaçãodo capitalismo mundial e do processo de "lobali8ação+ ue condu8em %

desre"ulamentação das profiss9es. Asseverou ue 2 um processo de

desre"ulamentação dos direitos trabalistas+ e ue revo"ar a exi"6ncia do

diploma si"nifica acabar com a re"ulamentação profissional+ com a

manutenção do re"istro no @inist?rio do Jrabalo e $mpre"o e com as

conuistas de uma cate"oria profissional. $ avaliou ue+ neste caso+ as

conseu6ncias desse processo político vão ser sentidas não apenas por essa

cate"oria profissional+ mas por toda a sociedade brasileira e pelo processodemocr2tico ue est2 em curso na sociedade brasileira contempor>nea.

S)1=%( CARLOS EDUARDO FRANCISCATO trouxe %

reflexão+ em um primeiro momento+ jurisprud6ncias contr2rias % decisão do

EJF. $m especial+ citou acIrdão do J=F da 'V =e"ião+ ue se pautou no

entendimento de ue a prIpria Constituição /art. G&+ inciso R;;;1 atribui ao

le"islador ordin2rio a exi"6ncia de ualificação para o exercício de

determinadas profiss9es de interesse e relev>ncia pKblica e social+ entre as

uais+ notoriamente+ se enuadra a de jornalista+ ante os reflexos ue seuexercício tra8 % 3ação. =essaltou+ portanto+ ue+ se 2 diver"6ncias de

interpretação+ então ? oportuno ue o Con"resso H espaço le"ítimo e le"al

para fa8er esta revisão H faça o aperfeiçoamento da Constituição.

$m um se"undo momento+ baseou a defesa da exi"6ncia

do diploma no fato de o jornalista trabalar com um produto ue ? de

relev>ncia social+ de trabalar com um direito pKblico+ ue ? o direito %

informação. Asseverou ue+ sem o diploma+ perde*se a proteção % informação

de ualidade: se esse produto de interesse social for aberto para ue seja

preparado em produção livre+ corre*se o risco de desualificar o prIprio

produto. $nfati8ou+ pois+ a ualificação profissional como condição para a

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ualidade e para a prIpria exist6ncia da informação jornalística. Colocando

essa uestão como centro da discussão+ concluiu ue o melor para a

sociedade ? a ualidade da informação jornalística+ e ue uem pode transmitir uma informação de melor ualidade ? uma pessoa com formação de nível

superior.

=espondendo a uestionamento do Deputado Cico

 Alencar+ se as empresas passaram ou não a contratar nKmero si"nificativo de

 jornalistas não diplomados+ o convidado respondeu ue ainda não tem essa

informação porue a situação ainda ? de expectativa em face dessa discussão

no Con"resso.  @as asseverou ue+ ao mesmo tempo+ a decisão do EJF

reforçou a situação das empresas ue j2 operavam na ile"alidade+ abrindo*se apossibilidade da contratação imediata de não jornalistas+ pois pode*se

prescindir do piso salarial+ pauperi8ando a atividade jornalística. or Kltimo+

acrescentou ue 2 um movimento de livre formação de jornalista, on line ou+

por al"uma outra forma de fa" de conta, ue profissionali8a jornalistas por 

correspond6ncia.

 A m?dio pra8o+ apontou como efeito da decisão do EJF a

involução do processo de profissionali8ação de jornalista. $xplicou ue+ at? a

d?cada de 5G-+ prevalecia a situação de falta de di"nidade da atividade+ pois

esta era praticada como bico  ou como modo de obterem*se se"undas e

terceiras vanta"ens dentro da sociedade. @as as normas+ os reuisitos de

cumprimento+ a exi"6ncia do diploma e a or"ani8ação dos cursos de nível

superior deram um car2ter profissional % atividade. Eustentou ue a ?tica+

essencial e estrutural em curso de nível superior+ não estar2 presente nessas

formaç9es livres.

Como conseu6ncia do enfrauecimento doprofissionalismo e da involução do prIprio conceito de profissionali8ação+ o

convidado apontou o enfrauecimento da democracia+ pois+ oje+ uem decide

uem ? jornalista ? o patrão+ considerando ue foi retirado da universidade o

referencial de ualidade e a condição de acesso % profissão. =essaltou ue

aver2 um enxu"amento real das universidades+ "erando um efeito dominI:

diminuindo*se a base universit2ria de formação+ diminui*se a base de pesuisa

de estudos ue pode contribuir para a prIpria meloria da atividade. Assim

concluiu o pensamento de ue+ afinal+ abre*se uma falsa ideia de ue o

camino apontado pelo EJF ? mais democr2tico+ mas+ na verdade+ cria*se um

sistema autorit2rio de acesso % profissão.

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23

2 -  A&./1/+ P45*/+ 7(%%/.+ 7%( %&'(%

(?% '>1/% .)'+ C++ /respectivas notas taui"r2ficas+ publicadas no

Di2rio desta Casa+ foram consideradas nos trabalos desta =elatoria+ devendoser encaminadas % Coordenação de Aruivos % ?poca do encerramento desta

Comissão1:

2; <  =eunião conjunta das Comiss9es de Ci6ncia e

Jecnolo"ia+ Comunicação e ;nform2tica /CCJC;1 e de $ducação e Cultura

/C$C1+ em ,.-(.,--.

Foram ouvidos os se"uintes convidados: o Er. Ce8ar 

Lritto+ então residente do Conselo Federal da rdem dos Advo"ados do

LrasilM o Er. E?r"io @urillo de Andrade+ residente da Federação 3acional dos7ornalistas H F$3A7M o Er. $dson #ui8 Epentof+ residente do FIrum 3acional

dos rofessores de 7ornalismoM a Era. $len Cristina <eraldes+ rofessora de

Comunicação Eocial da Sniversidade CatIlica de LrasíliaM a Era. #is Caroline

#emos+ coordenadora do DiretIrio Central dos $studantes da Sniversidade

Federal de <oi2sM e a Era. Jere8ina 3unes+ Deputada $stadual de

ernambuco.

2;2 <  =eunião conjunta das Comiss9es de

Desenvolvimento $conTmico+ ;ndKstria e Com?rcio /CD$;C1 e de

#e"islação articipativa /C#1+ em 5.-.,--.

 Foram ouvidos os se"uintes convidados: a Era. Eolan"e

@escouto Cabral Furtado+ Assessora da Coordenação de ;dentificação e

=e"istro rofissional do @inist?rio do Jrabalo e $mpre"oM o Er. E?r"io @urillo

de Andrade+ residente da Federação 3acional dos 7ornalistas H F$3A7M o Er.

Jarcísio !olanda+ ide*residente da Associação Lrasileira de ;mprensa H AL;M

o Er. $dson #ui8 Epentof+ residente do FIrum 3acional dos rofessores de

7ornalismoM o Er. #ui8 Carlos Lernardes+ Diretor do Eindicato dos 7ornalistas ede J Comunit2riaM o Er. svaldo ineiro =ibeiro 7Knior+ Assessor 7urídico do

Conselo Federal da rdem dos Advo"ados do Lrasil H ALM a Era. D?bora

#ima+ residenta do Eindicato dos 7ornalistas do $stado do Cear2 e Diretora

da Federação 3acional dos 7ornalistasM o Er. Carlos Alberto de Almeida+ $x*

Diretor da F$3A7 e ex*Diretor do Eindicato dos 7ornalistas de LrasíliaM e a Era.

3ilma Cala8ans+ servidora da C>mara dos Deputados.

2;3 < =eunião reali8ada pela Comissão de Constituição e

7ustiça e de Cidadania /CC7C1+ em 5G.5-.,--.

Foram ouvidos os se"uintes convidados: o Er. svaldo

ineiro =ibeiro 7Knior+ Assessor 7urídico do Conselo Federal da rdem dos

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 Advo"ados do Lrasil H ALM o Er. =odri"o Uaufmann+ =epresentante da

 Associação Lrasileira de $missoras de =2dio e Jelevisão H AL$=JM o Er.

E?r"io @urillo de Andrade+ residente da Federação 3acional dos 7ornalistas HF$3A7M e a Era. @2rcia #Wra Ler"amo+ =epresentante da Associação 3acional

de 7ornais H A37.

3 < V//'+ )G')(1+:

3; <  Associação Lrasileira de ;mprensa H AL;+ em

5.-).,-5-.

Er. @aurício A86do+ residente da AL;+ fe8 um relato

istIrico sobre a luta dos jornalistas em defesa da exi"6ncia de formaçãoprofissional e+ em síntese+ assim concluiu:

 :o contrário do que entendeu o ;<( ao derrubar o

>ecreto/lei n$& GIDJFG, a exigência da formação em *ornalismo ou

'omunicação ;ocial não foi uma invenção da ditadura militar, mas a resultante

de uma luta centenária da comunidade 3ornal.stica$ Esse édito da ditadura não

constituiu, também ao contrário do que alegou o elator, Kinistro Lilmar 

Kendes, uma forma de intimidação da imprensa e de restrição da liberdade de

expressão, através da censura prévia, que seria formalmente institu.da trêsmeses depois, em 3aneiro de %GI$ <al regulação legal era dispensávelM desde

o :to 1nstitucional n$& 2, de %@ de de"embro de %GFN, a imprensa estava

sufocada pela autocensura$

3;2 <  Associação 3acional de 7ornais H A37+ em

,'.-).,-5-.

encontro com este =elator contou com a presença do

Er. 7Klio C?sar ina+ Assessor de =elaç9es <overnamentaisM do Er. =odolfo

@acado @oura+ Diretor de Assuntos #e"ais+ e do Er. =icardo edreira+ Diretor $xecutivo.

autando*se ao lado da A3$= H Associação 3acional de

$ditores de =evistas e da AL$=J H Associação Lrasileira de $missoras de

=2dio e Jelevisão+ a A37 levanta a bandeira no sentido de ue “obri"atoriedade

não combina com democracia”. As entidades sustentam ue “o exercício do

 jornalismo ? um ofício multidisciplinar ue não pode ficar restrito a uma Knica

profissão.”

$ntre as manifestaç9es documentadas fornecidas pela

 A37+ foram entre"ues a este =elator dois pareceres jurídicos: do Dr. EWdneW

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Eances e do Dr. C?lio de liveira Lorja+ @inistros aposentados do EJF+

ambos manifestando*se pela inconstitucionalidade da $C n.& '()0-.

H < C%(()7%1.1/+ ())5/.+ %//+*)1'):

Contribuindo para o debate+ a Associação Lrasileira dos

7ornalistas H AL7+ por meio de correspond6ncia datada de , de maio de ,-5-+

manifestou*se contra a alteração constitucional pretendida na $C n.& '()+ de

,--+ pautando*se+ em síntese+ nos se"uintes termos:

“ E'+ PEC > /1%1'/'&/%1+*, 7%/ )() % +/ 5J/% .%

./()/'% /1.//.&+/ K&) > + */5)(.+.) .) %&1/+% ) )G7()% )

%5/+)1') .)%1/.)(+ + .)/% .+ S&7()+ %(') 5(+/*)/(+;$

/Destaues no ori"inal1.

$m ,P.-).,-5- foi encerrado o pra8o re"imental para

apresentação de emendas+ previsto no 4 '& do art. ,-, do =e"imento ;nterno

da C>mara dos Deputados+ tendo decorrido in albis$

X o relatIrio.

II - VOTO DO RELATOR

Cabe a esta Comissão $special+ nos termos do disposto

no art. 'P+ 4 ,&+ combinado com o estabelecido no art. ,-,+ 4 ,&+ ambos do

=e"imento ;nterno da C>mara dos Deputados+ o exame do m?rito das

proposiç9es em apreço.

reliminarmente+ ? importante tecermos breve notícia

istIrica sobre a evolução da luta pela formação dos jornalistas em curso

superior de 7ornalismo ou Comunicação Eocial+ a fim de ue a aborda"em do

tema seja pautado se"undo enuadramento correto dos fatos+ desmitificando

ar"umentos freuentemente associados ao re"ime da ditadura militar.

3esse sentido+ pedimos v6nia para citar os dados

tra8idos por @aurício A86do+ residente da Associação Lrasileira de ;mprensa

 H AL;+ com realces nossos:

 : preocupação dos 3ornalistas com a qualidade da formação

 profissional data de mais de um século e ganhou um caráter formal em

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%G%N 4 há 92 anos, portanto 4 quando a :ssociação Orasileira de

1mprensa / :O1, a mais antiga instituição de 3ornalistas do ?a.s, organi"ou

e promoveu o 1 'ongresso Orasileiro de *ornalistas, o qual aprovou a proposta de que o exercício da atividade jornalística coubesse a

 profissionais com escolaridade de nível superior. $$$-

Kesmo antes da reali"ação do 1 'ongresso Orasileiro de

*ornalistas houve iniciativas visando # adoção da formação de n.vel 

superior para o exerc.cio do 3ornalismo, numa imprensa que começava a

 perder o traço artesanal e a ganhar contornos de atividade empresarial,

ainda que frágil$ Em %G%%, o 3ornalista *oão >unshee de :branches,

deputado federal pelo Karanhão e terceiro presidente da :O1, fundada trêsanos antes, em I de abril de %GN, e que seria consolidada em sua gestão,

elaborou um plano de instituição da Escola de *ornalistas, como ele a

denominava, em lugar de Escola de *ornalismo$

Ouscava/se assim seguir o exemplo da (rança, que contava com

um curso de *ornalismo desde %NNGB da ;u.ça, que mantinha um curso

dessa nature"a na (aculdade de OernaB dos Estados Unidos, que

 possu.am cursos de *ornalismo 3unto #s Universidades de Kissouri,

 :ri"ona e Aova PorQ, esta anexa # 'olumbia UniversitR e criada em %G%D 

 por *oseph ?ulit"er, um dos mais importantes diretores de 3ornal do pa.s$

Aão se chegava ao extremo de imaginar um curso de *ornalismo exclusivo

 para mulheres, como fi"era a 1nglaterra no começo do século D$

 :ssim como >unshee de :branches, pai da 'ondessa ?ereira

'arneiro, futura proprietária do *ornal do Orasil, outro ?residente da :O1,

aul ?ederneiras, caricaturista de renome e professor de >ireito

1nternacional, ocupou/se do tema$ Entendia ele que a criação da Escolade Jornalismo era uma necessidade real  como ele sustentou no

elat6rio em que expSs as reali"aç+es da sua >iretoria %G%2/%G%I-$

?ederneiras, que levantou informaç+es sobre as escolas de *ornalismo

norte/americanas com o 'Snsul dos Estados Unidos no io de *aneiro,

acreditava que a organi"ação de um !instituto tão s"rio dará relevo ao

#rasil$ como assinala (ernando ;egismundo na obra citada

T'omunicação 4 >o ti3olo ao leiser$

 !% nível cultural do jornalista presumia será muito superior 

se refinado em escola pr&pria. 'cabarão as prevenç(es do ambiente

a i)nor*ncia disseminada os processos indecorosos de fa+er 

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imprensa$  registra ;egismundo, que relata a seguir a atuação do

sucessor de ?ederneiras, *oão Luedes de Kelo, que dirigiu a :O1 em

%G%N/%G%G, para levar adiante a ideia de criação de escolas de 3ornalismo$

9rgani"ador do pioneiro 1 'ongresso Orasileiro de *ornalistas, *oão

Luedes de Kelo foi o autor da grade curricular que poderia ser adotada no

curso a ser criado$ Ao elat6rio da sua >iretoria, Luedes de Kelo

informava que, enquanto esse curso não fosse criado, deveriam ser dadas

aulas livres sobre os assuntos que “mais de perto dissessem com a

 profissão de 3ornalistaC, di" ;egismundo$

Essa pregação culminou mais de de" anos depois com a edição pelo ,residente -etlio /ar)as em 0 de novembro de 190 do

3ecreto4lei n5 916 que disp7s sobre a criação de escolas de

 preparação ao jornalismo. /ar)as fora jornalista no 8io -rande do

ul antes de ser alçado ao :inist"rio da ;a+enda no -overno

<ashin)ton =uís e era sensível >s quest(es de interesse da

comunidade profissional que inte)rara.  'pesar da censura e de outras

restriç+es que impSs # imprensa sob o Estado Aovo %G@I/%GH2-, /ar)as

instituiu uma s"rie de medidas e inovaç(es que favoreceram os

 jornalistas e a imprensa.

Esse 3ecreto4lei n.5 916 proclamava que os trabalhadores

intelectuais mereciam o amparo do Estado porque este devia >

imprensa !valiosa colaboração na obra de pro)resso nacional e no

en)randecimento do ,aís$. ?or isso, o Loverno (ederal promoveria com

os Lovernadores de Estados “a criação de escolas preparat6rias de

 3ornalismo, destinadas # formação dos profissionais da imprensaC 

;egismundo, obra citada-$

?inco anos depois em 10 de maio de 19@0 o ,residente

-etlio /ar)as editou o 3ecreto4lei n.5 0.@6 que instituía o curso de

Jornalismo no ensino superior. : prima"ia da instalação do curso não

caberia, porém, a uma universidade p!blica, e sim aos sucessores do

 3ornalista 'ásper =.bero, proprietário do 3ornal : La"eta de ;ão ?aulo, que

ap6s o seu falecimento num acidente de aviação no io, então >istrito

(ederal, capital do ?a.s, criaram um curso de *ornalismo com o seu nome

em convênio com a (aculdade de (ilosofia, 'iências e =etras ;ão Oento,da ?ontif.cia Universidade 'at6lica de ;ão ?aulo$

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 ' sucessão de diplomas le)ais relacionados com a criação

dos cursos de Jornalismo foi enriquecida pelos 3ecretos nmeros

22.2@A de 19@BC [email protected] de 19@C 2B.@90 de 19@9 e 2.920 de 19A6que deu ori)em ao primeiro curso oficial de Jornalismo, criado na

antiga (aculdade Aacional de (ilosofia, a famosa (A(i, e que contou

como professores com experimentados 3ornalistas, como >anton *obim,

Karcial >ias ?equeno e (ernando  <ude de ;ou"a, e eminentes

intelectuais, como 'elso 'unha, *osué de 'astro, 'elso VellR$

Kais de 2 anos depois da pregação de >unshee de :branches, o

?residente J*nio uadros editou em 22 de a)osto de 19B1 trFs dias

antes da sua renncia o 3ecreto n.5 A1.21 , que re)ulamentou o

3ecreto4lei n.5 916 de 190 que instituía o curso de Jornalismo e

estabeleceu a exi)Fncia da formação de nível superior para o

exercício da atividade profissional de jornalista  mas ressalvando o

direito dos 3ornalistas que exercessem há dois anos a profissão de

continuar a fa"ê/lo, como 3ornalistas profissionais provisionados$

 Assim+ resta demonstrado ue o marco re"ulatIrio da

profissão e a exi"6ncia da diplomação não se deram no contexto da ditadura

militar+ com o Decreto*lei n.& ,0). Ao contr2rio+ a exi"6ncia de "raduação em

curso superior foi uma luta centen2ria da comunidade jornalística+ sempre uma

bandeira de cidadania+ de utili8ação do intelecto  como mat?ria prima de

produção+ de valori8ação dessa modalidade de mercancia  como atividade

profissional. Jalve8 por isso mesmo+ o "enocídio cultural infli"ido pela ditadura

militar impuna*le a censura. $m tese+ portanto+ a censura at? poderia ser 

decorr6ncia da exi"6ncia de diploma+ mas não o contr2rio.

 A imprensa constitui um dos mais importantesinstrumentos de fortalecimento da democracia+ na medida em ue desempena

pap?is como os de auscultação da sociedade civil+ de divul"ação de intenç9es

e de pro"ramas políticos+ de fiscali8ação das políticas pKblicas+ de mecanismos

de pressão+ de a"entes /in1formadores da cidadania e transformadores da

realidade.

3esse sentido+ ? ine"2vel a constatação de ue+ ao lon"o

dos anos+ o profissional de jornalismo sempre exerceu papel fundamental para

a consolidação dos re"imes democr2ticos nos principais países do mundo. Daíporue seria um contrassenso taxar de corporativista e antidemocr2tica a

exi"6ncia da diplomação como instrumento de capacitação para a prestação de

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tão relevante serviço social. Eobretudo oje+ na era da sociedade da

informação e do conhecimento, assume relevo um jornalismo de ualidade+ de

comunicadores sociais comprometidos e cTnscios de sua responsabilidadesocial.

9 conhecimento liberta+ di8 o ditado popular. X verdade:

uma das primeiras constataç9es+ por exemplo+ de uem se alfabeti8a ?

 justamente o sentimento de liberdade. @uitos pais de família j2 se

emocionaram com suas crianças declarando*les essa percepção+ tanto mais

porue se utili8am de uma lin"ua"em tão inocente uanto verdadeira.

Faço essa ilação para ressaltar o paradoxo de se ter como restritiva #  liberdade  H ualuer ue seja esta H a exi"6ncia de

ualificação profissional+ conceito ue a"re"a conhecimento+ capacitação+

educação+ ba"a"em cultural e+ enfim+ como num efeito dominI+ maior 

independ6ncia+ autonomia e liberdade.

papel do $stado deve ser o de fomentar a capacitação

profissional e não de minimi8ar sua import>ncia. Afinal+ esta foi a opção do

constituinte de 5((+ ue asse"urou a educação como um direito social /art.

)&1+ entre os Direitos e <arantias Fundamentais /Jítulo ;;1+ e assim estabeleceuno art. ,-G:

“  ' educação direito de todos e dever do Estado e da fam.lia,

será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando

ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da

cidadania e sua qualificação para o trabalho$C 

Jrata*se de um direito/dever de todos os ue lutamos

pela efetivação dos princípios e objetivos fundamentais afirmados em nossaCarta olítica+ entre os uais “a di"nidade da pessoa umana” e “os valores

sociais do trabalo”+ em prol de uma 3ação socialmente mais justa.

X dentro desse contexto ue se discutem+ no arlamento

brasileiro+ as presentes ropostas de $menda % Constituição ue asse"uram a

exi"6ncia do curso de jornalismo para o exercício dessa atividade profissional+

cumprindo anotar ue essa via le"islativa+ com a elevação da mat?ria ao status

constitucional+ ? decorr6ncia dos acontecimentos políticos ue culminaram com

o jul"amento do =$ n.& G55.)5+ em 5.-).,--+ pelo EJF.

 Assim+ conforme os fundamentos acima consi"nados+ e

com respaldo nos debates promovidos por esta Casa e+ especialmente+ por 

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esta Comissão $special+ entre diversos se"mentos representativos da

sociedade civil or"ani8ada+ estamos convencidos de ue a PEC 1º 386-A, .)

2009+ ) &+ +7)1+, ao preconi8arem a necessidade de capacitação para opleno exercício da atividade profissional de jornalista+ reafirmam os direitos

fundamentais+ asse"urados não apenas nos incisos ;+ + R+ R;;; e R; do art.

G&+ como tamb?m nos postulados fundamentais "arantidos nos incisos ;;+ ;;; e

; do art. 5&+ no art. '& e no art. )& da Constituição Federal.

ortanto+ ) 1%+ ++*/+% .) >(/'%, as iniciativas

)()) 7*)1% ++'+)1'%+ mas imp9e*se o oferecimento de uma 7(%7%'+

&5'/'&'/+, a fim de ue seja observada a dicotomia de conceitos entre o

direito % liberdade de exercício profissional /não infirmada pelo direito  %exi"6ncia de capacitação1 e o direito %s liberdades de pensamento e de

informação jornalística.

3esse sentido+ su"erimos o acr?scimo de um par2"rafo

ao art. ,,-+ a fim de deixar expresso no texto constitucional ue a exigência de

graduação em 3ornalismo e de registro do respectivo diploma nos 6rgãos

competentes para o exerc.cio da atividade profissional, em atendimento ao

disposto no inciso 0111 do art$ 2&, não constitui restrição #s liberdades de

 pensamento e de informação 3ornal.stica de que trata auele arti"o.

 Ao direito / privado1 de capacitação profissional

corresponde o direito / p!blico1 de a sociedade receber a informação jornalística

de ualidade+ estabelecendo uma sinergia entre os princípios de nosso $stado

democr2tico+ ue tem como fundamentos a cidadania+ a di"nidade da pessoa

umana e os valores sociais do trabalo /art. 5&1+ reafirmando+ afinal+ os

direitos sociais % educação e ao trabalo /art. )&1.

=epetindo os esclarecimentos do Er. $dson Epentof+ apr?via "raduação universit2ria constitui instrumento imprescindível de

ualidade e democrati8ação da informação e do acesso /não restrição1 %

profissão. Jodos os seres umanos são comunicadores e podem expressar sua

opinião. A liberdade de manifestação e de pensamento ? inerente+ pois+ %

condição umana. @as a liberdade de informação jornalística não ? inerente %

condição umana e nem exercida em benefício prIprio+ mas para potenciali8ar 

o direito dos cidadãos % livre e democr2tica expressão do pensamento e %

informação de ualidade.

Finalmente+ cabe anotar ser descabida a preocupação+

levantada por al"uns+ durante os debates nesta Comissão+ de se estabelecer+

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por meio dessa alteração constitucional+ a reserva de direito dos que 3á

exercem a atividade 3ornal.stica sem a "raduação específica+ tendo em vista

ue essa cl2usula j2 constitui uma "arantia constitucional+ como bemasseverado pela CC7C.

 Ante o exposto+ submeto a esta Comissão $special meu

voto 7)*+ +7(%+% da $C n.& '()*A+ de ,--+ da $C n.& '((+ de ,--+ e

da $C n.& '(+ de ,--+ nos termos do Eubstitutivo anexo.

Eala da Comissão+ em de de ,-5-.

Deputado !u"o #eal

=elator

,P5'-,P.doc

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COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A PROFERIR PARECER ÀPROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO N;º 386-A, DE 2009,

QUE “ALTERA DISPOSITIVOS DA CONSTITUIÇÃO FEDERALPARA ESTAELECER A NECESSIDADE DE CURSO SUPERIOREM !ORNALISMO PARA O E"ERC#CIO DA PROFISSÃO DE!ORNALISTA$

SUSTITUTIVO ÀS PROPOSTAS DE EMENDA À CONSTITUIÇÃON;º 386-A, N;º 388 ) N;º 389, TODAS DE 2009

 Acrescenta 4 & ao art. ,,- daConstituição Federal+ para dispor sobre aexi"6ncia de "raduação em jornalismo parao exercício da atividade profissional.

 As @esas da C>mara dos Deputados e do Eenado

Federal+ nos termos do art. )- da Constituição Federal+ promul"am a se"uinte

emenda ao texto constitucional:

 Art. 5& art. ,,- da Constituição Federal passa a vi"orar 

acrescido do se"uinte par2"rafo:

W:rt$DD$ $$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$X I& : exigência de graduação em 3ornalismo e de

registro do respectivo diploma nos 6rgãos competentes para o exerc.cio da atividade profissional, ematendimento ao disposto no inciso 0111 do art$ 2&, nãoconstitui restrição #s liberdades de pensamento e deinformação 3ornal.stica de que trata este artigo$W 

 Art. ,& $sta $menda Constitucional entra em vi"or na

data de sua promul"ação.

Eala das Eess9es+ em de de ,-5-.

Deputado !u"o #eal