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Mercados

informação global

Angola Dossier de Mercado Julho 2010

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Índice

1. O País 5

1.1 Angola em ficha 5

1.2 Organização política e administrativa 6

1.3 Recursos e estrutura produtiva 6

1.3.1 Agricultura, silvicultura e pescas 7

1.3.2 Indústria extractiva 9

1.3.3 Indústria transformadora 12

1.3.4 Construção 13

1.3.5 Energia 13

1.3.6 Serviços 17

1.4 Situação económica 22

1.4.1 Política económica recente 22

1.4.2 Perspectivas 24

1.4.3 Enquadramento internacional 26

1.5 Comércio internacional 28

1.5.1 Evolução da balança comercial 28

1.5.2 Principais clientes e fornecedores 29

1.5.3 Principais produtos transaccionados 31

1.6 Investimento directo estrangeiro 31

1.7 Turismo 34

1.8 Relações internacionais e regionais 36

1.9 Condições legais de acesso ao mercado 38

1.9.1 Regime geral de importação 38

1.9.2 Regime de investimento estrangeiro 41

1.9.3 Quadro legal 43

2. Relações Económicas com Portugal 46

2.1 Comércio 46

2.2 Serviços 50

2.3 Investimento 51

2.4 Turismo 52

3. Oportunidades e Dificuldades 53

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Anexos:

Anexo 1 – Divisão Territorial de Angola 56

Anexo 2 – Principais Produtos Transaccionados entre Portugal e Angola 69

Anexo 3 - Potencial e Aproveitamento Comercial de Portugal nas Importações de Angola 74

Anexo 4 - Informações Úteis 78

Anexo 5 - Endereços Diversos 80

Anexo 6 – Fontes de Informação 91

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1. O País

1.1 Angola em Ficha

Área:· 1.246.700 km2

População: 18,5 milhões de habitantes (estimativa 2009)

Densidade populacional: 14,8 hab. /Km2 (estimativa 2009)

Designação oficial: República de Angola

Chefe do Estado: José Eduardo dos Santos (desde Setembro de 1979)

Presidente e Chefe do Governo: José Eduardo dos Santos

Vice-Presidente: Fernando Piedade Dias dos Santos “Nandó”

Data da actual Constituição: O MPLA adoptou uma Constituição de independência em Novembro de 1975, a

qual sofreu diversas alterações, existindo uma nova Constituição datada de

Janeiro de 2010

Principais Partidos Políticos: Governo: Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), com 191

lugares no parlamento. Oposição: União Nacional para a Independência Total

de Angola (UNITA), principal partido da oposição, com 16 lugares; os restantes

três partidos - Frente Nacional para a Libertação de Angola (FNLA), Partido

Democrático Liberal (PDL) e Nova Democracia (ND) - detêm os restantes 13

lugares no parlamento

Capital: Luanda - 4,5 milhões de habitantes (estimativa 2010 – EIU/World Gazetteer)

Outras cidades importantes: Cabinda (358 mil habitantes) Huambo (325 mil), Lubango (245 mil) Lobito (142

mil) e Benguela (128 mil)

Religião: A maioria da população é cristã e aderente da Igreja Católica Romana, embora

parte significativa da população pratique cultos e religiões locais

Língua: A língua oficial é o português, mas são falados diversos dialectos africanos

(umbundo, kimbundu, kikongo, chokwe e kwanyama)

Unidade monetária: Kwanza de Angola (AOA)

1 EUR = 114,2505 AOA (BdP - Maio 2010)

1 USD = 92,28 AOA (previsão EIU 2010)

Risco País: Risco político – B (AAA = risco menor; D = risco maior)

Reisco de estrutura económica - BB

“Ranking” em negócios: Índice 4,06 (10 = máximo)

“Ranking” geral: 82 (entre 82 países)

(EIU – Maio 2010)

Risco de crédito: 6 (1 = risco menor; 7 = risco maior)

(COSEC – Junho 2010)

Grau da abertura e dimensão relativa do mercado: Exp. + Imp. / PIB = 68,0% (2009)

Imp. / PIB = 19,0% (2009)

Imp. / Imp. Mundial = 0,12% (2008)

Fontes: The Economist Intelligence Unit (EIU); Organização Mundial de Comércio (OMC)

Banco de Portugal e COSEC – Companhia de Seguros de Crédito

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1.2 Organização Política e Administrativa

O Estado angolano está organizado em 18 províncias e 163 municípios. As províncias são: Cabinda,

Zaire, Uíge, Luanda, Bengo, Kwanza Norte, Kwanza Sul, Malanje, Lunda Norte, Lunda Sul, Huambo, Bié,

Moxico, Benguela, Huíla, Namibe, Cunene e Kuando Kubango. A caracterização de cada uma das

províncias pode ser consultada no Anexo1 – “Divisão Territorial de Angola”.

Cada província é administrada por um Governador Provincial nomeado pelo Presidente da República. O

Governo tem vindo a adoptar diversas medidas de descentralização, com o objectivo de aumentar o

poder dos Governadores Provinciais.

Em Dezembro de 1998 foi abolida a figura de Primeiro-Ministro, acumulando o Presidente a chefia do

Governo e do Estado. Quatro anos depois o posto de Primeiro-Ministro foi restabelecido, ainda que os

poderes continuem concentrados no Presidente.

A nova Constituição, aprovada em Janeiro de 2010, instituiu um regime presidencial-parlamentar,

modelo inspirado no que vigora na República da África do Sul, com o poder executivo a recair sobre o

Presidente da República, o poder legislativo na Assembleia Nacional e o Judicial (com autonomia

financeira) nos Tribunais. O Presidente, que é também o Chefe do Estado e o Comandante-Chefe das

Forças Armadas é eleito por um mandato de cinco anos, que poderá ser renovado por um outro de mais

cinco anos. A respectiva eleição será baseada no Chefe do Partido que obtenha a maioria de lugares na

votação para a Assembleia Nacional, ou seja, numa única votação, decidem-se duas eleições, visando,

essencialmente, assegurar a unidade e estabilidade do poder político.

O Supremo Tribunal de Justiça é separado dos tribunais provinciais, sendo os juízes nomeados pelo

Presidente.

O sistema de voto é nominal e têm direito a exercê-lo todos os cidadãos maiores de 18 anos. As últimas

eleições gerais, realizadas em 2008, deram o triunfo ao Movimento Popular de Libertação de Angola

(MPLA, partido que está no poder desde a independência, em 11 de Novembro de 1975), que conseguiu

um total de 191 deputados. A União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) é o

principal partido da oposição, com 16 deputados, existindo ainda a Frente Nacional para a Libertação de

Angola (FNLA), o Partido Democrático Liberal (PDL) e a Nova Democracia (ND), com representação

parlamentar de 13 lugares, no seu conjunto.

1.3 Recursos e Estrutura Produtiva

Angola possui uma costa atlântica predominantemente plana, evoluindo para um patamar montanhoso no interior. O país tem mais de 1600 km de costa, é rico em recursos marinhos, tem recursos

substanciais de água fornecidos pelos rios Kwanza, Cunene e Cuango e, apenas parcialmente,

desenvolveu o seu potencial agrícola, florestal e hidroeléctrico; também possui importantes reservas de

petróleo, diamantes e gás, a que se juntam outros minérios, tais como o ferro, ouro, cobre, zinco e

volfrâmio.

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A economia angolana é dominada pelo sector do petróleo, de capital-intensivo, que representa

tradicionalmente perto de 60% do produto interno bruto (ainda que a sua importância relativa tenha

diminuído bastante no último ano, devido à queda do preço do petróleo) e 98% das exportações.

Localizado sobretudo em “offshore”, principalmente na costa norte (província do Zaire) e no enclave de

Cabinda, o petróleo prosseguiu o seu “boom”, mesmo no período em que os restantes sectores da

economia foram afectados pela guerra e pela instabilidade macroeconómica. Do sector petrolífero

provém pouco emprego directo e a maioria da população encontra subsistência na economia informal.

O sector dos diamantes, o segundo mais importante da economia do país, estende-se praticamente por

todo o país, ainda que as zonas diamantíferas por excelência sejam a Lunda Norte e a Lunda Sul.

Um dos objectivos do Governo angolano, em termos de política económica, é consentânio com o esforço

de recuperação dos restantes sectores da economia, baseado na sua diversificação, dando especial

atenção ao sector agropecuário e da indústria transformadora.

Mostra-se, de seguida, a evolução da estrutura do produto interno bruto (PIB) entre 2005 e 2007.

Evolução da Estrutura do PIB

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

2005 2006 2007

Agricultura, pecuária e pescas

Petróleo bruto e Gás

Diamantes e outras extractivas

Indústria transformadora

Energia eléctrica

Construção

Serviços

Fonte: Ministério das Finanças de Angola / GEREI

1.3.1 Agricultura, Silvicultura e Pescas

Agricultura

No contexto da África Subsariana, Angola é potencialmente um dos países mais ricos ao nível da

agricultura. Antes da independência era auto-suficiente em grande parte das colheitas e constituía um

importante exportador, particularmente de café e sisal. Entretanto, a produção diminuíu drasticamente e

grandes quantidades de alimentos passaram a ser importados, tornando-se o país dependente da ajuda

alimentar, desde o princípio dos anos 80.

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Estimativas da FAO datadas de 2007, sobre a superfície dedicada à agricultura em Angola, apontam

para 58 milhões de hectares. Existem também extensas áreas de pasto, principalmente no sul, que não

se encontram sob influência da mosca africana tsé-tsé. A chuva e a temperatura diminuem de norte para

sul, havendo importantes diferenças climáticas entre as áreas de costa árida e o planalto, que se

estende através de grande parte do território. Esta situação, associada às variações de solo e de

recursos hídricos, proporciona a diversificação de culturas.

As colheitas tradicionais de subsistência são a mandioca, o feijão e a batata-doce, no norte, o milho, nas

províncias do centro, e o milho e o sorgo, no sul, zona mais árida. Outras colheitas incluem banana,

arroz, cana-de-açúcar, óleo de palma, algodão, café, sisal, tabaco, girassol, citrinos e outras frutas, bem

como numerosos vegetais.

Depois da independência, o Estado apreendeu as propriedades abandonadas e estabeleceu

explorações agrícolas estatais, bem como empresas de comercialização, que se revelaram bastante

ineficientes. Em 1984, o Governo começou a distribuir as explorações estatais e colectivas aos

pequenos agricultores, permanecendo as grandes empresas de plantações nas mãos do Estado.

Em Agosto de 2004, a Assembleia Nacional aprovou uma nova Lei da Terra, com vista a melhorar a

situação confusa que existia anteriormente. A nova Lei seguiu um longo período de discussão entre

grupos civis e partidos da oposição, que propuseram várias alterações às versões preliminares.

Como foi referido, o Governo está empenhado em revitalizar este sector (que contribui com perto de 10%

para o PIB), tendo criado a “Estratégia Nacional de Segurança Alimentar”, que engloba um programa de

investimentos públicos na agricultura e na melhoria das redes de distribuição e de comercialização. No

âmbito do Ministério da Indústria, também se lançou um plano, que além de interferir noutras áreas,

engloba o apoio à indústria de processamento alimentar.

Um projecto que visa o desenvolvimento rural e a dinamização das trocas comerciais entre o campo e a

cidade deverá começar a ser brevemente implementado na Huíla, pelo Ministério do Comércio.

A agricultura é considerada como a base para a redução da pobreza e os métodos utilizadas para o seu

desenvolvimento têm por fim conter a insegurança alimentar. É de referir que o clima também tem

influenciado a baixa produção deste sector, com o prolongamento do tempo seco em algumas

províncias.

Pecuária

O sector da pecuária, concentrado nas províncias do sudoeste, também sofreu um declínio desde a

independência do país. Segundo estimativas da FAO, já depois da guerra terminada, foram produzidas

139 mil toneladas de carne de bovinos, ovinos, caprinos, suínos e aves.

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Embora menos afectadas pela guerra do que muitas outras regiões, partes das províncias do sudoeste

(Cunene e Huíla) foram várias vezes invadidas e ocupadas pelas forças da África do Sul, durante os

anos 80, tendo sido a actividade da pecuária gravemente prejudicada e, em muitos casos,

completamente abandonada; recentemente têm-se verificado diversas melhorias no sector pecuário.

Silvicultura

Angola possui importantes recursos florestais, embora a actividade tenha decaído significativamente.

Existem enormes recursos sobretudo em Maiombe (Cabinda) e em Dembos (Cuanza-Norte), cujas

florestas são ricas em espécies tropicais variadas, tais como ébano, sândalo e pau-rosa.

Acrescem plantações de eucalipto e pinheiro, nomeadamente na área que rodeia o Alto Catumbela, na

província de Benguela.

Pescas

Angola tem, também, uma das costas marítimas mais ricas de África, nomeadamente na parte sul, onde

a corrente fria de Benguela encontra águas tropicais, criando condições favoráveis ao plâncton. Entre as

diversas espécies, encontram-se cavala, sardinha, atum, moluscos e crustácios.

Na década de 90, muitas empresas estatais pesqueiras foram vendidas, enquanto os preços foram

desregulamentados. Actualmente, as frotas industriais, locais e estrangeiras, são responsáveis pelas

capturas, sendo que grande parte das mesmas é destinada ao consumo interno, embora os produtos

mais valiosos, sobretudo o marisco, se destinem à exportação.

1.3.2 Indústria Extractiva

No que se refere aos recursos minerais não energéticos, o território tem depósitos de numerosos

minerais, nomeadamente diamantes, ferro, estanho, ouro, fosfatos, manganês, cobre, chumbo, zinco,

volfrâmio, berilo, vanádio, titânio, crómio, berilo, caulino, quartzo, gipsita, tungsténio, mármore e granito.

Apenas uma pequena parte destes recursos se encontra completamente avaliada. Desde a

independência, esta actividade tem-se limitado à extracção de diamantes - a mais importante - nas

Lundas, e, numa escala mais reduzida, à extracção de mármore e granito no sudoeste. A produção de

minério de ferro cessou em 1975, mas o Governo pretende reabilitar as minas de ferro, no sul do país.

É de salientar a evolução favorável do subsector de rochas ornamentais, maioritariamente granitos e

mármores, o qual está ainda longe do seu potencial.

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Diamantes

A título de informação mostra-se como tem evoluído, à escala mundial, a produção de diamantes,

através do gráfico seguinte, sendo que os números de 2009 ainda são estimativa.

Pode-se constatar que a produção de diamantes começou a declinar em 2005, três anos antes da crise

económica e financeira de 2008. Com a recuperação económica, um lento retorno aos níveis de 2007

parece possível, mas um regresso aos níveis de 2005 revela-se muito mais difícil, tendo em conta o

envelhecimento das minas de diamante e o reduzido número de novas minas que vão sendo

descobertas.

Angola é uma das mais importantes fontes de gemas de diamantes a nível mundial, sendo o 4º maior

produtor mundial em termos de valor (10,5% da produção mundial) e o 3º maior no continente africano,

tendo à sua frente o Botswana e a República da África do Sul. Depois do petróleo, os diamantes

constituem a exportação mais significativa, embora a um nível muito inferior.

A actividade diamantífera remonta a 1912, altura em que os primeiros diamantes foram descobertos no

nordeste do território angolano. O sector foi dominado, no período colonial, pela Companhia dos

Diamantes de Angola (DIAMANG), fundada em 1917 e controlada por capitais portugueses e belgas. Em

1986 a DIAMANG foi substituída pela Empresa Nacional de Diamantes (ENDIAMA). Os diamantes foram

o principal produto de exportação até ao "boom" do café, no final dos anos 40, tendo continuado a perder

peso com o crescimento da indústria petrolífera.

Os diamantes de Angola são caracterizados pela qualidade da gema, mais do que pela qualidade

industrial. A indústria está dividida entre minas formais e o sector informal, explorado por unidades em

pequena escala.

Devido ao clima de instabilidade provocado pelos anos da guerra, Angola nunca explorou os diamantes

utilizando modernas técnicas de exploração mineira. Em consequência, o território pode ser considerado

actualmente como uma das mais promissoras áreas para a prospecção de diamantes, a nível mundial.

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Contudo, em virtude dessa mesma guerra e de alterações frequentes no enquadramento legal, alguns

investidores estrangeiros foram adiando os investimentos. Por outro lado, a indústria está dividida entre

sector formal e sector informal, que é explorado por unidades em pequena escala.

Em 2000 foi formada uma nova empresa de comercialização, designada SODIAM, que passou a

controlar toda a compra e venda de diamantes (foi criada uma nova política de comercialização de

diamantes), ficando a ENDIAMA reduzida às funções de extracção e prospecção. Esta nova empresa

constituiu uma “joint-venture” com parceiros estrangeiros, denominada Angola Selling Corporation

(ASCORP).

A Comissão Interministerial para a Protecção dos Recursos Diamantíferos (CIPRED), foi criada por

despacho do Presidente da República, em Julho de 2007, visando promover a defesa e conservação dos

recursos naturais, orientando a sua exploração e aproveitamento, em benefício da comunidade.

Segundo o despacho, a exploração e o tráfico ilícito de diamantes e de outros minerais atingiu um nível

preocupante, exigindo o Governo “a urgente tomada de medidas pertinentes para disciplinar e controlar a

exploração artesanal de diamantes e dos demais recursos”.

Existe também uma forte vontade de potenciar o aparecimento de operadores económicos ao nível da

cadeia de valor do sector. Foi já criada uma empresa de lapidação de diamantes com parceiros

estrangeiros e pretende criar-se condições para o aparecimento de operadores na área de joalharia.

As empresas ENDIAMA e De Beers (associadas desde 2005 na parceria denominada ENDEB)

investiram, de 2005 a 2009, cerca de 107 milhões de dólares no projecto Lunda Nordeste e na

prospecção de áreas diamantíferas na província da Lunda Norte.

Para a materialização do projecto Lunda Nordeste, a ENDEB realizou, de 2005 a 2009, acções de

formação técnico-profissional, investiu em lavarias para tratamento de amostras kimberlíticas e em

laboratórios de macro diamantes. O projecto prosseguirá por mais quatro anos, de 2010 a 2013, com

duas fases, nomeadamente a fase de teste jazigo (delineação e trabalho detalhado) e de avaliação

(amostragem em grande volume).

Segundo o Director do Planeamento e Finanças da ENDIAMA, a produção de diamantes, em 2009,

poderá ser ligeiramente inferior à produção conseguida em 2008, prevendo que, devido à crise

económica e financeira internacional, e tendo em consideração a tendência dos preços no mercado

internacional, o pior período para este sector tenha perdurado até ao final de 2009.

Actualmente, existem 172 concessões minerais em 14 províncias e um dos objectivos consiste em

encontrar as melhores soluções económicas para resolver o problema dos depósitos mineiros que estão

em exaustão.A ENDIAMA está a efectuar um estudo de reavaliação das potencialidades existentes e a

definir o montante de diamantes concentrados, para prever o arranque das minas desactivadas. A

recente subida do preço dos diamantes, embora aquém de preços anteriores no mercado internacional,

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proporcionou o arranque e a reactivação de algumas minas diamantíferas, situação que traz um novo

alento ao sector.

1.3.3 Indústria Transformadora

A indústria transformadora foi um dos sectores mais fortemente atingidos pela eclosão da guerra e pelo

êxodo dos portugueses após a independência da Angola. Nos dois anos seguintes, grande parte da

indústria foi total ou parcialmente estatizada, pertencendo, em 1987, 43% das empresas ao Estado. A

produção caiu 75% em 1975-1976 e, embora tivesse havido uma recuperação parcial entre 1977 e 1983,

um novo declínio surgiu em meados dos anos 80 e prosseguiu no início da década de 90. Contudo, foi

nessa altura que muitas pequenas empresas estatais começaram a ser privatizadas. Em 1993, grande

parte da indústria transformadora estava a laborar a 20% ou 30% da capacidade disponível.

O Governo privatizou várias empresas estatais que estavam a dar prejuízos e que acabaram, em muitos

casos, por ficar nas mãos de entidades que não tinham suficiente capacidade técnica ou financeira para

as gerir. A indústria transformadora tem funcionado abaixo do seu potencial, devido ao contexto interno

adverso, caracterizado por custos elevados, fraca qualidade dos serviços locais e pela preferência do

sector bancário local por operações de curto prazo (nas importações), em vez de avançar para

investimentos de longo prazo.

De um modo geral, devido à falta de produção local, tem existido uma grande dependência das

importações, nomeadamente de produtos alimentares, bens de capital e bens de consumo.

Angola está no mapa das prioridades dos gigantes mundiais do sector de bebidas, mas as marcas

locais, como a Blue e a cerveja Cuca, continuam a ocupar a liderança, com cerca de 80% da quota de

mercado.

Actualmente Angola já dispõe de uma indústria transformadora que produz, sobretudo, alguns bens de

consumo e materiais de construção. Dedica-se ainda à fabricação e montagem de produtos metálicos

para o sector petrolífero, existindo também uma indústria de refinação de petróleo (embora ainda

pequena) e várias serrações. Acrescem a estas, as indústrias relacionadas com as oleaginosas, cereais,

carnes, algodão e tabaco, merecendo destaque, também, a produção de açúcar, cerveja, cimento,

madeira, pneus, fertilizantes, celulose, vidro e aço.

O Governo pretende diversificar o sector industrial, tendo o Ministério da Indústria lançado um plano de

implementação de vários tipos de indústrias, desde os materiais de construção, à siderurgia,

processamento de bens alimentares e bebidas, etc.

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1.3.4 Construção

A prolongada guerra civil causou danos profundos nas infra-estruturas do país, estimados em mais de 60

mil milhões de USD. Foram destruídas ou danificadas cerca de 98% das pontes, 80% das fábricas, 60%

dos hospitais, 80% das escolas e todas as principais estradas do país. Após o fim da guerra, em 2002,

verificou-se um crescimento da actividade de construção, induzido pela necessidade da reconstrução

das infra-estruturas, pelas linhas de crédito disponibilizadas por diversos países, particularmente pela

China e pelas receitas provenientes do sector petrolífero.

Empresas estrangeiras, particularmente de Portugal, China e Brasil, têm uma grande participação neste

sector. Uma parte significativa da actividade é também levada a cabo por empresas locais, com acesso a

contratos com o Governo, o que mostra o interesse deste sector em Angola. Existe um programa intenso

de investimento público, destinado à construção e reabilitação de diversas infra-estruturas,

nomeadamente estradas, caminhos-de-ferro, portos e aeroportos.

Em 2008 foi lançado o “Plano de Um Milhão de Habitações”, tendo como objectivo reduzir a falta de

alojamento existente no país; espera-se que este programa promova a construção de um milhão de

casas sociais, até ao ano de 2012.

Obras de grandes infra-estruturas foram anunciadas em Cabinda, incluindo a construção de um porto de

águas profundas e de um gasoduto submarino para o Soyo. Relativamente ao porto em Cabinda, o

Governo espera que a sua existência ajude a baixar os preços dos produtos praticados localmente

(elevados por serem transportados de Pointe Noire), e passe a servir de ponto de distibuição para certas

zonas do Congo.

Para a promoção do investimento privado, o Governo criou legislação própria, prevendo isenções e

vários benefícios em sectores e/ou zonas prioritárias. Construções em larga escala têm sido muito

concentradas nas áreas do litoral, particularmente em Luanda e no sul da província de Huíla, bem como

em enormes projectos públicos de infra-estruturas, como a barragem de Capanda1, no norte.

1.3.5 Energia

Angola tem recursos energéticos consideráveis, pois além de possuir enormes depósitos de petróleo,

apresenta um potencial hidroeléctrico notável e reservas de gás natural. O seu potencial hidroelétrico é

bastante elevado, sendo que este tipo de energia representa a maior parte da capacidade instalada

(63,6%); a parte restante é energia térmica, alimentada a diesel (36,4%).

No final da guerra civil, Angola tinha apenas 205 mw de capacidade hidroeléctrica instalada e 412 mw de

capacidade térmica. Desde então, vários projectos energéticos foram levados a cabo, aumentando a

capacidade significativamente. A construção da barragem de Capanda, no rio Cuanza, perto da cidade

de Malange, começou em 1985, mas foi interrompida devido à guerra. Os trabalhos retomaram em 2000

1 Beneficiando de linhas de crédito da Rússia e do Brasil.

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e a produção de electricidade teve início em 2004, com duas turbinas. Em Junho de 2005, a

Technopromexport, empresa russa, assinou um contrato para construir mais uma unidade geradora na

barragem de Capanda. No norte de Angola situam-se as barragens de Cambanbe e de Mabubas, ambas

no rio Cuanza. As províncias centrais são servidas pela instalação de Biopo, no rio Catumbela, e por

várias pequenas instalações térmicas. O sudoeste é servido pela barragem de Matala, no rio Cunene,

que começou a funcionar em 2001.

Um pequeno montante de electricidade é importado da Namíbia. Refira-se que a Comunidade de

Desenvolvimento da África Austral (SADC) está a promover o estabelecimento de uma rede regional de

electricidade, conduzida pela empresa sul-africana de “utility”, Eskom, que ligará a rede de Angola a uma

possível expansão gigante do complexo hidroeléctrico Inga, no rio Congo, que tem uma capacidade

estimada de 39 mil mw.

Apesar da rápida expansão da capacidade, a rede interna de electricidade é fraca e pouco integrada e,

consequentemente, muita energia é perdida. Os cortes de energia são frequentes, verificando-se uma

fraca manutenção e tarifas abaixo dos custos. Devido aos cortes de energia, as empresas e os

consumidores com maior poder de compra dispõem de geradores privados. O Governo está consciente

desta situação e uma parte significativa do empréstimo chinês, acordado em 2004, destinou-se ao

fortalecimento da rede de distribuição de electricidade.

Segundo o EIU (The Economist Intelligence Unit), o Governo angolano anunciou planos que se traduzem

num elevado investimento no sector da energia, que deverá ser realizado ao longo do período 2010-

2018, tendo como finalidade alimentar o crescimento do país a nível industrial.

As energias renováveis ainda não têm presença visível no território angolano (é excepção um pequeno

projecto de energia fotovoltaica da Embaixada do Reino Unido em Angola).

Petróleo

O petróleo tem sido o principal suporte da economia angolana, representado tradicionalmente perto de

60% do PIB e 98% das exportações. Sem os rendimentos petrolíferos, o Estado não teria condições para

financiar as importações, sobretudo os produtos alimentares, fazer face às despesas militares e

assegurar o funcionamento da sua administração.

A produção de petróleo teve início em 1955, em "offshore", e em 1973 (ano em que a produção atingiu

os 173 mil barris/dia) este produto tornou-se a principal exportação de Angola. Grande parte do crude

angolano é de grau leve, mas foram descobertos óleos pesados em alguns campos de águas profundas,

como os de Dalia e Kuito. A produção petrolífera está concentrada sobretudo em “offshore”, na bacia

setentrional do Congo e, por isso, não foi muito afectada pelos efeitos da guerra. Existe alguma

produção “onshore”, junto a Soyo, aguardando-se por maiores explorações “onshore”, particularmente

em Cabinda.

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Depois de um curto período de quebras, após a independência, a produção recuperou rapidamente, com

o Governo a considerar prioritária a formulação de uma política nacional para o petróleo. Essa política

teve início em 1976, através da criação do Ministério dos Petróleos e de uma empresa estatal, a

Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola (SONANGOL), tendo sido seguida da promulgação de

legislação específica, em Agosto de 1978. Assim, o Estado tomou posse de todos os depósitos de

petróleo e deu à SONANGOL a concessão exclusiva da exploração e da produção, ao mesmo tempo

que a autorizava a associar-se a empresas estrangeiras, para obter os recursos técnicos e financeiros

necessários2.

A SONANGOL tem diversas empresas subsidiárias em áreas tão distintas como a indústria

transformadora, os transportes, as telecomunicações, a banca e outros serviços, para além das suas

participações em “joint-ventures” com empresas petrolíferas estrangeiras. Segundo o presidente da

empresa, prevê-se a concentração da SONANGOL no seu core business, logo que surja uma oferta

satisfatória no mercado, para algumas áreas em que ainda desenvolve actividade.

Relativamente ao desenvolvimento da produção petrolífera, verificaram-se acréscimos estáveis desde o

princípio dos anos 80. Com a descoberta do campo de águas ultra-profundas Girassol, em 1996,

registou-se um recrudescimento de importantes novas descobertas que aumentaram para 20 mil milhões

de barris as reservas recuperáveis, em relação aos 3,3 mil milhões de barris estimados em 1994. Prevê-

se um investimento no sector petrolífero de cerca de 50 mil milhões de dólares, no período 2007-2013.

Angola é o 2º maior produtor, o 2º maior exportador e o 2º maior possuidor de reservas de petróleo, da

África Subsariana, a seguir à Nigéria.

Devido ao crescente protagonismo do país no domínio petrolífero mundial, o Governo aprovou, em 2006,

a adesão de Angola à Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), como membro de

pleno direito, sendo assim considerado em 2007, ano em que a produção petrolífera mundial se retraiu

0,7 pontos percentuais. A entrada de Angola na OPEP fortaleceu a sua posição internacional, mas foi

forçada por esta organização, a reduzir a sua quota de produção em 2009, perante o objectivo do

controlo dos preços (não obstante acréscimos significativos em 2006 e em 2007).

Segundo o EIU e na sequência do acima referido, o “output” degradou-se ao longo do ano de 2009:

assim, durante 2008 a produção média foi de 1,87 milhões de barris/dia, enquanto no primeiro trimestre

de 2009 foi de 1,67 milhões de barris/dia, apesar de no último trimestre deste mesmo ano já ter

alcançado 1,88 milhões de barris/dia. No primeiro trimestre de 2010 a produção de petróleo atingiu 1,92

milhões de barris/dia (todos estes valores incluem a produção em Cabinda).

Prevê-se que em 2010 a produção seja ligeiramente inferior a 2 milhões de barris/dia, o que irá provocar

uma disputa entre Angola e a Nigéria, pela 1ª posição na produção de petróleo na África Subsariana.

2 Estão presentes em Angola as principais empresas petrolíferas mundiais.

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Segundo afirmações recentes do Vice Ministro do Petróleo, espera-se que a produção de petróleo

aumente em 2011, podendo atingir 2,2 milhões de barris/dia, na sequência de novas descobertas de

petróleo3.

Também se assiste actualmente à intensificação de parcerias entre empresas privadas locais e

empresas públicas e/ou empresas estrangeiras na exploração de alguns poços de menor dimensão, ou

no fornecimento de alguns serviços. Por outro lado, as empresas estrangeiras têm vindo a ser

sensibilizadas para a necessidade de aumentarem o seu envolvimento com a população local,

cumprindo quotas de pessoal e dando-lhe formação específica.

A Sinopec (China Petroleum & Chemical Corp.), maior refinadora da Ásia, anunciou ter acordado adquirir

activos petrolíferos em águas profundas em Angola, devendo pagar 2,46 mil milhões de dólares por uma

participação de 55% na SONANGOL Sinopec International.

Também a PETROBRAS informou em Fevreiro p.p. sobre duas novas descobertas de petróleo, no bloco

15/06, em águas profundas de Angola. A empresa estatal brasileira possui 5% de participação no bloco,

cuja operadora é a Eni Angola, com 35%.

Resta acrescentar que Angola é muito deficitária em capacidade de refinação. Existe apenas a refinaria

de Luanda, bastante antiga, que refina 37 mil barris/dia, o que obriga a importações deste combustível.

Encontra-se em construção uma nova refinaria no Lobito, com uma capacidade muito superior (cerca de

200 mil barris/dia), prevendo-se que comece a laborar em 2012.

Gás natural

A grande maioria das reservas de gás natural do país, estimadas em 297 mil milhões de m3, encontra-se

nos jazigos de petróleo, sendo uma grande parte sujeita a queima (entre 70% a 80%) durante o processo

de extracção do crude. Cerca de 10% destas reservas destinam-se ao abastecimento das plataformas

petrolíferas, sendo as restantes reinjectadas nos reservatórios de produção, para facilitar a obtenção do

crude.

O ano de 2010 foi o limite imposto pelo Governo à licença para queima de gás dos depósitos, sendo que

este objectivo não deve ser alcançado antes do final do ano. Para o efeito, foi criada a sociedade “LNG

Angola”, participada pela Sonangol, Chevron, Total, BP e ENI. Esta sociedade está a construir no Soyo

(província do Zaire) uma plataforma de liquefação do gás natural, com uma capacidade de

processamento anual de 5,2 milhões de toneladas.

Existem planos para a construção de um gasoduto entre Cabinda e Soyo, os quais tiveram a aprovação

da República Democrática do Congo. Houve, no entanto, um atraso relacionado com um conflito na

fronteira marítima entre Angola e aquele país, o qual tem estado em fase de negociação. O gasoduto irá

3 Estão em desenvolvimento mais de 30 novas descobertas.

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vincular campos de gás na área “offshore”, operados pela empresa americana Chevron (ambos os

Governos ainda têm de acordar o valor a pagar à RDC, relativo aos direitos de trânsito).

1.3.6 Serviços

O sector dos serviços apresenta uma evolução positiva em termos de contribuição para a economia do

país (estimativa de 24,6% em 2008), a qual se fica a dever, essencialmente, à alteração gradual para

uma economia de mercado, assistindo-se a um notável desenvolvimento do sector comercial e da

prestação de serviços.

O turismo ainda tem uma expressão reduzida, apesar do seu grande potencial. Angola sofre de

deficientes infra-estruturas, que vão desde os meios de transporte às unidades hoteleiras (escassas e

caras). Contudo, presentemente o país dispõe de vários parques naturais em processo de repovoamento

da fauna perdida durante a guerra.

Os transportes e as comunicações também foram extremamente afectados pela guerra e as actividades

bancária e seguradora têm um peso inferior ao desejável, embora com um recente e forte dinamismo,

que deve continuar num futuro próximo. Particularmente a actividade bancária, devido sobretudo ao

investimento estrangeiro, apresenta um desenvolvimento assinalável.

Transportes

A rede rodoviária foi muito afectada pela guerra (pontes destruídas, minas, etc.) e pela falta de

investimentos, enquanto as três linhas de caminhos-de-ferro que compõem a rede ferroviária têm sido

afectadas por vários problemas, entre os quais se salientam a falta de pessoal qualificado, as más

condições das vias e a necessidade de reparação ou substituição de locomotivas. Em meados dos anos

90, a rede rodoviária totalizava 75 mil km, dos quais perto de 8 mil km estavam pavimentados. A guerra

teve como consequência o facto de grande parte da carga ter passado a ser transportada por via aérea.

Desde 2002 que estão a ser desenvolvidos esforços de desminagem e de reconstrução de infra-

estruturas, nomeadamente de estradas (o país conta actualmente com uma rede de mais de cinco mil

quilómetros de estradas reabilitadas, nos eixos principais que ligam os grandes centros urbanos -

capitais de província) e pontes, que mais tarde se alargaram aos caminhos de ferro, portos e infra-

estruturas aéreas, contribuindo para que Angola se transforme num hub de transportes regionais.

No início de 2005, o Governo anunciou um projecto, no montante de 4 mil milhões de dólares, destinado

à reabilitação do sistema ferroviário (durante 11 anos), parcialmente financiado por empréstimos

chineses. O projecto envolve não só a reabilitação das três principais linhas-férreas (a linha de Benguela

e de Lobito até à fronteira leste com a Zâmbia e a República Democrática do Congo, a linha do Caminho

de Ferro de Luanda, desde a capital até Malange, e a linha de Moçâmedes, desde a cidade de Namibe,

no litoral, até Menongue), mas também a construção de várias secções transversais ligando as três

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actuais linhas principais leste-oeste. Acresce que teve início a construção de uma linha-férrea ligando

Angola à rede ferroviária da Namíbia (que tem também ligação à rede ferroviária da África do Sul),

existindo planos para a ligação com a nova linha férrea da Zâmbia, que proporcionará o transporte desde

as minas de cobre na Zâmbia até aos portos angolanos. Uma vez concluídas, estas ligações ferroviárias

terão efeitos significativos sobre o comércio regional e a economia em geral.

No que se refere aos transportes marítimos, há que salientar que os portos têm sido prejudicados pela

insuficiência de manutenção e investimentos. Luanda, um dos melhores portos naturais da costa

africana, é o mais importante do país, no âmbito dos sectores não petrolíferos da economia. A maior

parte das importações é efectuada através de Luanda, funcionando os portos de Lobito e Namibe muito

abaixo das suas capacidades. A indústria petrolífera é servida pelo terminal de Malongo, em Cabinda,

pelas instalações de Kwanda, no Soyo, pelo centro Somils, em Luanda, e por uma base, no Lobito. Após

a independência, as exportações de produtos não petrolíferos efectuadas através dos portos marítimos

sofreram um forte declínio, mas têm sido envidados esforços no sentido de alterar esta situação.

O porto de Luanda recebeu 2.645 navios comerciais em 2004, dos quais 1.925 efectuaram operações de

âmbito local e 739 relizaram missões de longo curso. Em 2005 o porto movimentou mais de 4 milhões de

toneladas, bastante acima dos 3,2 milhões de toneladas registadas em 2004; as projecções apontam

para a movimentação de 5,3 milhões de toneladas em 2010. Este porto tem actualmente quatro

terminais e o Ministro dos Transportes afirmou que um quinto terminal será construído para apoiar a

actividade mineira.

Mas todo este movimento congestionou bastante o porto de Luanda, que já tinha sérias debilidades,

essencialmente devido a vários anos sem qualquer investimento nas suas infra-estruturas e ao forte

aumento das importações (provocando grandes atrasos nas chegadas de mercadorias), o que conduziu

a importantes obras de reabilitação.

Actualmente o transporte marítimo constitui o principal meio utilizado no comércio externo, cujas infra-

estruturas, em termos gerais, se apresentam em condições aceitáveis, o que tem permitido dar resposta

ao enorme tráfego de mercadorias.

O país está dotado de três grandes portos comerciais: Luanda (movimentando mais de 70% das

importações e exportações angolanas, excluindo o petróleo/crude), Lobito e Namibe e de outras

centenas de portos de pequena dimensão, vocacionados fundamentalmente para os sectores da pesca e

do petróleo. Também se projecta um novo porto na Baía do Dande (50 km a norte de Luanda).

Devido à insegurança no território, o transporte aéreo teve um papel dominante durante a guerra. Antes

do cessar-fogo de Abril de 2002, cerca de 75% a 80% do tráfego para o interior era efectuado por meios

aéreos. No entanto, o transporte rodoviário começou a tornar-se mais seguro, na sequência do trabalho

de desminagem que se seguiu ao cessar-fogo.

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Para além da companhia nacional, a Transportadora Aérea Angolana (TAAG), várias empresas privadas

operam nas rotas domésticas, muitas utilizando aeronaves do antigo bloco do leste.

Refira-se que as companhias aéreas com vôos para Luanda incluem a TAP Air Portugal, a Air France, a

SN Brussels Airlines, a British Airways, a South African Airlines, a Ibéria, a Emirates Airlines, a LAM (em

code share com a TAAG), a Aeroflot e a OceanAir. Também foi anunciado que a China Southern vai

iniciar, este ano, voos directos entre Cantão e Luanda. Acresce que a Sonair, uma subsidiária da

SONANGOL, opera voos para Houston. Existem ainda ligações para destinos regionais, incluindo a

África do Sul, a Namíbia, a República Democrática do Congo, o Congo (Brazzaville), o Gabão e São

Tomé e Príncipe.

Telecomunicações e Internet

Aquando da sua independência, em Novembro de 1975, Angola possuia uma das redes de

comunicações mais moderna da região. Até então, a definição das regas e exploração dos serviços era

assegurado pelos CTTU - Correios, Telégrafos e Telefones do Ultramar.

Nos anos que se seguiram à independência, e ainda na década de 70, a exploração dos serviços de

Correios foi separada das Telecomunicações e as funções de definição de políticas e estabelecimento

de normas e regulamentos passou a ser da competência do então Ministério dos Transportes e

Comunicações

Foi nessa época que foram criadas a ENCTA - Empresa Nacional de Correios e Telégrafos de Angola, a

ENATEL - Empresa Nacional de Telecomunicações, responsável pelas telecomunicações domésticas, e

a EPTEL - Empresa Pública de Telecomunicações, encarregada das telecomunicações internacionais.

Em 1992 foi constituida a actual Angola Telecom, empresa pública estatal surgida da fusão da EPTEL e

da ENATEL e em 1999 o Governo decidiu, no âmbito da delimitação das funções e competências

políticas, reguladoras e operacionais inerentes ao processo de libertação do mercado e surgimento da

consequente concorrência, criar o INACOM - Instituto Angolano das Comunicações, que derivou da

antiga Direcção Nacional de Correios e Telecomunicações.

Até recentemente, a Angola Telecom tinha o monopólio nas comunicações fixas, o que resultou em

preços elevados e num serviço deficiente, com a procura a ultrapassar largamente a capacidade de

oferta.

Segundo o Instituto Angolano de Comunicações (INACOM), actualmente na Rede Fixa existem cinco

operadoras – Angola Telecom, Mercury, Nexus, Mundo Startel e Wezacom -, na Rede Móvel duas

operadoras – Movicel e Unitel – e mais duas empresas operadoras no Serviço de Dados - Multitel e

ISPs.

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Segundo a mesma fonte (só disponibiliza estatísticas até 2005), a evolução de assinantes da Refe Fixa,

entre 1995 e 2005 foi de 45,3%, enquanto a evolução na Rede Móvel foi de 54.770,4%; já sobre a

teledensidade em ambos os serviços, enquanto a evolução no serviço fixo foi de 0,45% para 0,61%,

respectivamente em 1995 e em 2005, no serviço móvel foi de 0,02% para 7,14%.

Nos últimos anos, resultante do crescimento das necessidades dos agentes económicos e dos cidadãos

não ser correspondido pelo incremento adequado da oferta de serviços de telecomunicações de uso

público, registou-se um acentuado aumento do recurso à utilização de redes privativas.

Em 2006, surgiu o serviço por cabo, TV e Internet, através de uma associação entre a Angola Telecom e

a empresa portuguesa Visabeira.

Quanto à Internet, o INACOM já procedeu ao licenciamento de doze (12) provedores de Serviços de

Internet, dos quais somente a Netangola, a Ebonet, a Snet e a Multitel estão no activo.

Refira-se, ainda, que muitas empresas privadas e grupos de ajuda humanitária dependem de

comunicações por rádio, sobretudo no interior.

Serviços Financeiros

Aquando da independência de Angola, existiam no território oito bancos estrangeiros, com 200 agências.

Depois das nacionalizações, o país ficou com um sistema bancário muito limitado. Entre 1975 e 1991,

existiram apenas dois bancos: o Banco Nacional de Angola (BNA), banco central e, ao mesmo tempo,

banco comercial, e o Banco Popular de Angola (BPA), cujas actividades eram muito restritas (aceitava

depósitos, os quais eram redepositados no Banco Nacional de Angola).

As reformas no sector tiveram início em Abril de 1991, tendo sido tomadas medidas para criar um

sistema bancário mais eficiente e diversificado, através do qual o Banco Nacional de Angola passou a

actuar exclusivamente como banco central e supervisor de um sector bancário comercial, que se

pretendia competitivo.

Nova legislação aboliu a proibição de abertura de representações de bancos estrangeiros, tendo estas

surgido em 1992. A presença portuguesa no sector continua a ser prevalecente, através da participação

no capital dos maiores bancos privados: Banco de Fomento Angolano (BFA), Millenium Angola (BCP),

Banco Espírito Santo Angola (BESA), Banco Internacional de Crédito (BIC) e o Banco Caixa Geral Totta

de Angola.

Até 2006 exerciam actividade no sistema bancário angolano 15 bancos comerciais: três de capitais

públicos – o Banco de Comércio e Indústria (BCI), o Banco de Poupança e Crédito (BPC) e o Banco de

Desenvolvimento de Angola (constituídos por 5% do total das receitas petrolíferas e destinados a apoiar

o empresariado nacional no quadro dos objectivos de diversificação da economia) – e 12 de capitais

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privados. Segundo um trabalho da KPMG (2008), em 2007 entraram em actividade mais dois

operadores, o Banco VTB-África (VTB) e o Banco Angolano de Negócios e Comércio (BANC). Já em

2008 entra no mercado o Finibanco Angola, formado por capitais portugueses e angolanos, bem como o

Banco Quantum Capital, S.A. - “Banco Quantum”, uma instituição privada angolana que tem como

principal área de negócio a disponibilização de serviços na área de Investment Banking e de Private

Wealth Management, e o Standard Bank Angola, subsidiário do Grupo Standard Bank da África do Sul,

ou seja, um total de 20 operadores.

De referir a existência do Novobanco, um banco de micro-financiamento em actividade também noutros

países da África Austral, que desenvolveu instrumentos financeiros e um sistema de linhas de crédito,

que permite às empresas estabelecidas contornar as dificuldades de acesso ao financiamento.

Assim, podemos constatar que o sector bancário angolano tem vindo a registar um crescimento

acentuado nos últimos anos, sendo que, em termos do reconhecido estudo anual de iniciativa do The

Banker – Top 1000 World Banks (edição de Julho 2008), prevê-se assistir muito proximamente à entrada

de bancos angolanos – entre alguns, provavelmente o Banco Africano de Investimento, SA - BAI4 - no

ranking dos maiores bancos mundiais.

Tal como acima referido, o sector bancário cresceu expressivamente nos últimos anos (Luanda já é o

terceiro maior centro bancário da África Subsariana), acompanhando a evolução positiva dos principais

indicadores macroeconómicos e as reformas estruturais implementadas pelo Governo, embora ainda

revele alguma insuficiência na sua capacidade para o financiamento da economia. Exemplificam esta

evolução, além do número de operadores no mercado, a introdução do cartão Visa e a evolução do

número de ATM’s activos, que de 282 em 2006, evoluiu para 555 em 2008.

Apesar dos constrangimentos originados pela crise financeira internacional, o sector financeiro registou,

em 2008, um crescimento de 59% nos depósitos e no crédito a clientes, segundo a Deloitte. Neste

período, a rentabilidade e a eficiência do sector saíram reforçadas, com particular destaque para os

capitais próprios - situados nos 41,9% - e para o indicador de custos gerais de exploração sobre o

produto bancário bruto (37,7%).

De notar, finalmente, que a Bolsa de Valores e Derivados de Angola (BVDA), deverá ser uma realidade

ainda em 2010; de acordo com os seus responsáveis, existem já quase três dezenas de empresas que

mostraram interesse em integrar esta instituição. Se tivermos em linha de conta a realidade económica

do país, pode dizer-se que empresas dos sectores: petrolífero, diamantífero, cervejeiro, transporte aéreo,

energia, águas e telecomunicações são indispensáveis para o funcionamento do mercado bolsista. A

existência desta instituição representa uma valência adicional para o financiamento da economia, um

acréscimo das capacidades limitadas do crédito bancário e facilitador da atracção de fluxos de

investimento estrangeiro (incremento dos factores de liquidez).

4 A revista The Banker (do Grupo Financial Times) elegeu este banco, em 2009 e pelo 2º ano consecutivo, como o banco do ano em Angola.

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1.4 Situação Económica

1.4.1 Política Económica Recente

A economia angolana tem apresentado elevadas taxas de crescimento ao longo dos últimos anos, em

resultado, fundamentalmente, do estabelecimento de um clima de paz no país, do bom desempenho do

sector petrolífero, impulsionado em simultâneo pela alta dos preços internacionais e pelo aumento da

produção, e ainda pela eficácia da estratégia de estabilização económica posta em prática pelas

autoridades angolanas.

Entre 1997 e 2001 (ainda período de guerra), o crescimento do produto interno bruto (PIB) foi

relativamente robusto, pois a produção de petróleo cresceu. Contudo, a persistente instabilidade

macroeconómica5 e as distorções na economia retardaram o crescimento dos sectores não petrolíferos,

que ficaram bastante abaixo do potencial, e não permitiram o crescimento do emprego nem a redução da

pobreza.

De um modo geral pode-se afirmar que o estabelecimento da paz em 2002 trouxe a estabilidade política,

social e macroeconómica, com naturais consequências positivas, que originaram o início de um

progresso assinalável do país.

O bom desempenho dos sectores petrolífero e não petrolífero tiveram reflexos muito positivos na

economia, induzindo taxas de crescimento do PIB na ordem dos 20,6%, 18,6% e 23,3% (o mais elevado

depois da independência), respectivamente em 2005, 2006 e 2007 (estimativas do Boletim Estatístico do

OGE de 2007 – últimos dados disponíveis). Segundo a mesma fonte, o crescimento real do sector

petrolífero, nestes mesmos anos, foi de 20,6%, 13,1% e 20,4%, ao que se adiciona o importante

crescimento do sector não petrolífero, que atingiu 14,1%, 25,7% e 25,7%, respectivamente. Estes

acréscimos do sector não petrolífero (superiores aos do sector petrolífero) ficaram a dever-se,

essencialmente, ao bom desempenho dos sectores da construção e obras públicas, da indústria

transformadora e da agricultura.

Dados do Economist Intelligence Unit (EIU), indicam que o crescimento do PIB em 2007 foi de 21,1%,

verificando-se um declínio a partir de 2008 (ainda que a taxa de crescimento seja uma das mais

elevadas à escala mundial – 13,4%6), devido ao menor crescimento do sector petrolífero (que representa

cerca de 57% do PIB e 98% das exportações), tendo os efeitos da crise económica e financeira mundial

feito sentir-se escassamente nesse ano. De facto, a economia angolana revelou-se relativamente imune

a alguns dos principais canais de transmissão da crise: exposição do sistema financeiro, colapso dos

fluxos de financiamento externo e redução abrupta do comércio internacional.

5 Caracterizada por inflação elevada e enormes défices orçamentais, que refletem o peso excessivo das despesas com pessoal (o

Estado emprega cerca de 3/4 da população activa). 6 O PIB mundial cresceu 3,4%, enquanto a África Subsariana registou um aumento de 5,4%.

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Para 2009 o EIU estima que o PIB tenha sofrido um crescimento negativo (-0,3%), com os consumos

privado e público a decrescerem fortemente, assim como o investimento, ao mesmo tempo que o saldo

do sector público diminui (o seu valor mais baixo de -1,9% é atingido em 2009), a dívida externa

aumenta e o saldo da balança corrente torna-se negativo. Foi reconhecido que 2009 foi um ano difícil, de

«bastantes incertezas», afectando o crescimento económico do país, ano em que também houve um

corte na extracção do petróleo, imposto pela OPEP, bem como a continuação do seu preço em baixa e,

consequentemente, menores receitas.

A taxa de inflação tem-se mantido elevada, em consequência da subida dos preços dos alimentos (área

muito sensível no capítulo das importações angolanas), bem como pela depreciação do dólar, face às

restantes divisas. Contudo, se tivermos em conta que a inflação anual acumulada, atingiu cerca de

116,5% em Dezembro de 2001, considera-se que a evolução desde aí registada é muito positiva.

Os influxos das transferências líquidas estão a reduzir-se, reflectindo o acesso limitado do país ao apoio

dos doadores. Em geral, o EIU indica que a balança corrente declinou para 16,6% do PIB em 2007

(29,1% do PIB em 2006), devido a um abrandamento do crescimento das exportações, continuando com

uma queda acentuada até 2009, ano que se estima atinja -1,7% do PIB, sendo que a partir deste ano se

espera recomece o seu crescimento. Em 2007, registou-se uma valorização do Kwanza de 6,5% em

relação ao dólar, motivada particularmente pela a entrada de divisas, ocorrida durante aquele período e

pelo comportamento da liquidez interna.

O Plano Nacional do Governo para 2009, elaborado com base no Plano de Desenvolvimento Económico

e Social de Médio Prazo, 2009-2013, foi aprovado num contexto caracterizado pela crise económica e

financeira internacional. Foi dada especial atenção à evolução do preço do petróleo no mercado

internacional devido ao seu impacto sobre a economia angolana, em particular sobre a evolução

cambial, as finanças públicas e a inflação. Assim, a política orçamental delineada para 2009 teve duas

premissas fundamentais: a sustentabilidade da despesa pública e a racionalização das despesas

públicas.

Mas o Governo teve que ajustar o Plano Nacional e o Orçamento Geral do Estado para 2009, definindo

novas metas, no âmbito do seu Plano de Acção.

Quer devido a estes ajustes de política económica, quer à evolução da conjuntura internacional, a partir

de 2009 prevê-se que grande parte destes indicadores revele melhorias significativas, nomeadamente

em termos de PIB, que, de acordo com o EIU, deve registar um aumento 8,8% em 2010.

Resumindo, apesar da situação menos positiva registada em 2009, o comportamento macroeconómico

de Angola nos últimos anos reflecte uma tendência de crescimento sustentado, apoiado num ambiente

cada vez mais estável, e que se deverá manter durante os próximos anos.

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Principais Indicadores Macroeconómicos

Unidade 2007a 2008b 2009b 2010c 2011c 2012c

População Milhões 17,6 18,0a 18,5 19,0 19,5 20,0

PIB a preços de mercado 109 USD 61,4 79,7 82,7 87,3 106,8 134,7

PIB a preços de mercado 109 AOA 4.710 5.980 6.557 8.059 9.650 11.883

PIB per capita USD 3.500 4.420 4.470 4.600 5.480 6.7250

Crescimento real do PIB % 21,1% 13,4% -0,3% 8,8% 6,2% 9,5%

Consumo privado Var. % 9,0%b 20,0% 4,5% 9,2% 7,5% 9,8%

Consumo público Var. % 11,0%b 24,2% 6,0% 11,0% 6,2% 10,2%

Formação bruta de capital fixo Var. % 10,0%b 16,0% 5,0% 7,0% 7,0% 9,5%

Taxa de inflação % 12,2% 12,5%a 13,8%a 13,5% 13,0% 12,8%

Saldo do sector público % do PIB 11,5b 8,9 -9,1 5,9 4,3 5,1

Dívida externa 106USD 11.516 15.130a 16.045 17.844 19.327 20.084

Dívida externa % do PIB 18,8 19,0 19,4 20,4 18,1 14,9

Balança corrente 106USD 10.194 6.408a -1.429 3.502 4.148 4.921

Balança corrente % do PIB 16,6 8,0 -1,7 4,0 3,9 3,7

Taxa de câmbio média 1USD=xAOA 76,71 75,03a 79,33a 92,28 90,33 88,25

Taxa de câmbio média 1EUR=xAOA 104,99 110,30a 110,50a 115,19 107,72 104,36

Fonte: The Economist Intelligence Unit (EIU) / ViewsWire (June 18th 2010)

Notas: (a) Valores efectivos;

(b) Estimativas;

(c) Previsões

AOA – Kuanza Angolano

1.4.2 Perspectivas

Segundo estimativas do EIU, o produto interno bruto, depois de registar um forte crescimento em 2010

(8,8%), deverá sofrer uma desaceleração em 2011 (6,2%), que reflecte um crescimento da extracção do

petróleo mais lento, além do projecto de gás liquefeito só produzir efeitos a partir de Janeiro de 2012,

ano em que a economia pode atingir um crescimento de 9,5%.

A inflação deverá permanecer na casa dos 13% até 2011, prevendo-se para 2012 uma descida quase

imperceptível. Depois de ter atingido 13,8% em 2009, em consequência do aumento dos preços de bens

alimentares (muito dependentes das importações) e da depreciação da moeda face às divisas dos

principais países fornecedores, as medidas de política monetária, no sentido de maior contenção do

crédito, e de política cambial, deverão contribuir para que a inflação apresente uma dinâmica de

crescimento mais moderada.

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A balança de transacções correntes deverá voltar a um excedente de 4,0% do PIB em 2010, em linha

com o aumento das exportações de petróleo, prevendo-se que atinja 3,9% do PIB em 2011, em

consonância com o excedente comercial.

Graças a uma balança comercial fortemente excedentária, a dívida externa, em percentagem do PIB,

que foi de 83% em 2002, deverá fixar-se em 20,4% em 2010, prevendo-se a continuação desta

trajectória descendente nos próximos anos (14,9% em 2012).

Os indicadores referidos ilustram os resultados positivos das políticas adoptadas pelo Governo angolano

– particularmente favorecidas pela conjuntura internacional de forte pressão da procura sobre a oferta de

petróleo e pelas enormes disponibilidades de crédito por parte da China – cujo reconhecimento tem

vindo a ser o denominador dos vários estudos e relatórios sobre este país. Um relatório do FMI

considera que “as perspectivas de Angola para o médio prazo são bastante promissoras, existindo um

grande potencial inexplorado na agricultura e na produção de diamantes, em relação aos quais correctas

políticas poderão estimular o crescimento económico sustentável”. O documento alerta ainda para os

desafios a vencer, designadamente o combate à pobreza, a melhoria do ambiente de negócios, a

melhoria da administração e serviços públicos e a recuperação das infra-estruturas.

Por sua vez, a Comissão Económica das Nações Unidas recomenda a reafectação das receitas

petrolíferas a investimento produtivo, promovendo a diversificação económica em sectores de mão-de-

obra intensiva, que reduzam a vulnerabilidade da economia a choques petrolíferos e garantam um

crescimento económico e social sustentável, com distribuição mais equitativa do rendimento nacional.

Apesar do processo de paz ter criado as condições básicas para a normalização da actividade

económica em Angola, possibilitando a mobilidade interna, fomentando a actividade comercial e o

investimento em infra-estruturas, as deficiências que ainda existem em várias infra-estruturas físicas e ao

nível dos recursos humanos, continuam a determinar a ambição de um maior progresso fora dos

sectores petrolífero e diamantífero.

Para além da indústria transformadora e da agro-indústria, a agricultura7 é apontada como um dos

sectores com melhores características para atingir os objectivos estabelecidos pelas autoridades

angolanas. Só a diversificação do tecido económico permitirá a sustentabilidade do crescimento

económico a médio/longo prazo, bem como a diminuição das elevadas assimetrias na distribuição da

riqueza.

Para tal, está a ser desenvolvida uma política de afectação de receitas petrolíferas ao investimento

reprodutivo, de que foi exemplo a criação de bancos destinados a apoiar o desenvolvimento dos

sectores não petrolíferos, financiados por uma parte das receitas petrolíferas do país.

7 Que emprega 60% da população e possui um elevado potencial.

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No campo das relações exteriores, um dos principais objectivos de Angola para o período 2010-2011

consiste na diversificação do acesso aos financiamentos. As relações com a Rep. da África do Sul

deverão melhorar, mas com a Rep. Democrática do Congo a situação deverá permanecer tensa, devido

a problemas com a expulsão de imigrantes ilegais e a questões de definição da fronteira marítima,

devido às águas onde se encontra petróleo. As relações entre Angola e a China baseiam-se no

fornecimento de petróleo por um lado e nos empréstimos e linhas de crédito concedidos por parte da

China. Igualmente boas são as relações com Portugal e com o Brasil, baseadas em linhas de crédito de

grande utilidade. Prevê-se que o Governo amplie as suas relações económicas com a Rússia e consiga

novas linhas de crédito dos membros do Clube de Paris (por parte daqueles cujas relações estão

normalizadas).

Internamente também é preocupação do Governo concentrar-se na aplicação de um programa de

redução da pobreza, bem como na implementação de uma nova fase de reabilitação das infra-estruturas,

sem afectar a estabilidade económica.

Perante este quadro, e dando continuidade ao trabalho que vem sendo desenvolvido, o grande desafio

para o Governo angolano consiste no relançamento dos sectores fora do âmbito da indústria petrolífera e

diamantífera, de forma a aumentar a oferta interna e diversificar as exportações, criando emprego e

diminuindo a pobreza. Nesse sentido, foram aprovados vários programas que abrangem diversas áreas

de actividade como a agricultura e o desenvolvimento rural, a habitação social (uma casa para todos), a

recuperação urbana, as infra-estruturas e a indústria transformadora.

1.4.3 Enquadramento Internacional

Segundo o EIU, a evolução do crescimento económica no Continente Africano, mais concretamente na

região Subsariana, no período de 2007-2009 foi de desaceleração (7,0%, 4,8% e 0,5% respectivamente,

sendo o último ano estimativa), prevendo-se um crescimento de 4,4% em 2010, tendência que se irá

manter até atingir 5,5% em 2012. Constata-se uma evolução paralela, quer à da economia mundial, quer

à da economia da UE27, embora com taxas diferentes.

O crescimento económico, associado à diminuição relativa de conflitos internos e à expansão da

democracia, são sinais de mudança protagonizada por um número crescente de países, que criam

algumas expectativas em relação à evolução futura desta zona geográfica.

O Banco Mundial, e tendo em conta o PIB de 2008, classificou a economia de Angola em 7º lugar, entre

os vários países do Continente Africano, tendo à sua frente a Rep. da África do Sul, a Nigéria, a Argélia,

o Egipto, a Líbia e Marrocos.

Para podermos ter uma visão mais global do posicionamento de Angola no contexto da região,

nomeadamente face a algumas economias da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral

(SADC) - embora sejam países com dimensões bastante diferentes - apresentamos de seguida um

quadro comparativo de determinadas variáveis relevantes em termos económicos, tendo como fonte o

EIU.

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Indicadores Económicos Comparativos – 2008

População (Milhões)

PIB per capita (USD) PPP)

Taxa Crescimento

PIB (%)

Dívida Pública (% PIB)

Taxa Inflação (%)

Saldo Balança Corrente (106 USD)

Angola 18,0 6.330 13,4 17,5 12,5 6.408

África do Sul 48,8 10.421 3,7 n.d. 11,3 -20.048

Botswana a 1,9 13.828 2,9 6,9 12,6 502

Moçambique 22,4 840b 6,8 31,7 6,2c -975

Zâmbia 12,6b 1.360b 5,7 28,4b 16,6c -619

Fonte: The Economist Intelligence Unit (EIU)

(a) – Ano fiscal Abril/Março;

(b) – Estimativas;

(c) – No fim do período;

Embora a população apresente valores muito diferentes, consoante os países (registando o seu máximo

na África do Sul e o seu mínimo no Botswana), Angola surge em 3º lugar, quer em termos da população,

quer em termos do valor do PIB per capita, não obstante seja o país que regista uma taxa de

crescimento do PIB mais elevada (2008). No primeiro caso, tem à sua frente a África do Sul e

Moçambique e no 2º caso tem o Botswana e a África do Sul. Quanto ao crescimento do PIB, segue-se-

lhe Moçambique, mas a uma grande distância.

Em termos de dívida pública face ao produto interno bruto, Angola é o segundo país que apresenta um

índice mais baixo (desconhece-se este indicador no caso da África do Sul), a seguir ao Botswana, sendo

Moçambique aquele que apresenta o rácio mais elevado do painel, seguindo-se-lhe a Zâmbia, a uma

curta distância.

Quanto ao valor do saldo da balança corrente, Angola, face aos seus vizinhos, é o país que apresenta

um valor mais elevado, seguindo-se o Botswana (representa cerca de 7,8% do valor de Angola), sendo

que é negativo para a África do Sul, para Moçambique e para a Zâmbia.

A taxa de inflação é mais elevada na Zâmbia, seguindo-se o Botswana, Angola e África do Sul,

registando-se a taxa mais baixa em Moçambique (de referir que para Moçambique e para a Zâmbia a

taxa de inflação não é a média anual, mas sim a verificada no fim do período, situação que provoca

algumas diferenças, se comparada com as médias anuais).

Um estudo recente da McKinsey sobre África, refere que este continente, com um crescimento anual de

quase 5% na última década poderá tornar-se num player global dentro de anos. Um retorno do

investimento superior ao dos países desenvolvidos, o boom no sector dos serviços, os valiosos recursos

naturais, uma das populações mais jovens em todo o mundo e 200 milhões de novos consumidores em

2015, são alguns dos trunfos de África. Classificando Angola como um dos países exportadores de

petróleo e gás, indica que os desafios deste país se baseiam na redução da dependência do sector

energético e no investimento na educação e nas infra-estruturas. Por outras palavras, o grande desafio

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está na manutenção de uma estabilidade política que segure os investimentos e em resistir à tentação

de investir demasiado no sector energético, descurando a diversificação. Infra-estruturas e educação são

duas prioridades a reter.

1.5 Comércio Internacional

1.5.1 Evolução da Balança Comercial

A balança comercial angolana apresenta elevados saldos positivos, que aumentaram de forma contínua

ao longo do período 2005-2008. Esta situação resulta basicamente das exportações de petróleo, que

representam cerca de 98% das vendas globais ao exterior. Sendo um grande exportador no contexto da

África Subsahariana, a nível mundial Angola ocupou, em 2008, a 46ª posição, o equivalente a 0,4% das

exportações mundiais. Enquanto importador, o país ocupou a 72ª posição no ranking mundial, o que se

traduziu em 0,1% das importações totais.

O crescimento das exportações e das importações, entre 2005 e 2008, foi de 165% e 151%,

respectivamente. No entanto, 2009 foi marcado por quebras generalizadas em ambos os fluxos.

Evolução da Balança Comercial

(106 USD) 2005 2006 2007 2008 2009 a

Exportação fob 24.109 31.862 44.396 63.914 40.649

Importação fob 8.353 8.778 13.662 20.982 15.737

Saldo 15.756 23.085 30.735 42.932 24.912

Coeficiente de cobertura (%) 288,6 363,0 325,0 304,6 258,3

Posição no “ranking” mundial

Como exportador 55ª 55ª 53ª 46ª n.d.

Como importador 83ª 84ª 77ª 72ª n.d.

Fontes: EIU - The Economist Intelligence Unit; WTO – World Trade Organization

Notas: (a) Estimativa

n.d. – não disponível

Entre 2008 e 2009 as exportações baixaram 36,4%, em consequência, fundamentalmente, da queda

acentuada do preço do petróleo (durante o primeiro semestre de 2009) e também da diminuição da

produção. No mesmo período, as importações recuaram 25%, em consequência da retracção económica

que o país atravessou.

O coeficiente de cobertura regista as alterações dos fluxos, tendo atingido o valor mais elevado no ano

de 2006 (363%) e o mais baixo em 2009 (258%).

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Segundo previsões do EIU, a partir de 2009 os fluxos comerciais invertem a sua tendência e as taxas de

crescimento até ao ano de 2012 deverão ser da ordem dos 56,5% para as exportações (que podem

atingir mais de 63 mil milhões de USD) e 38% para as importações (cerca de 20 mil milhões de USD).

O elevado crescimento das exportações até 2008, reflecte o aumento da produção petrolífera, bem como

o crescimento dos preços desta commodity. Por outro lado, a relativa estabilidade do kwanza, a

disponibilidade de moeda estrangeira proveniente das exportações e o forte desenvolvimento da

economia, conduziram a elevadas taxas de crescimento das importações, embora inferiores ao ritmo de

crescimento das exportações. Há que ter em conta que os constrangimentos em termos de infra-

estruturas portuárias e rodoviárias têm condicionado bastante o crescimento das importações.

De acordo com o relatório de 2010 Doing Business do Banco Mundial, Angola posiciona-se em 169º

lugar na “classificação relativa à facilidade para fazer negócios” (em 2009 tinha ficado em 170º lugar).

Relativamente ao comércio a nível mundial, em 2009 o seu valor em USD caiu cerca de 23%,

especialmente devido às quebras dos preços do petróleo e das commodities.

Um aspecto positivo do ano de 2009 foi o facto de não terem aumentado as barreiras ao comércio dos

diversos produtos, nos vários países que fazem parte da World Trade Organization; contudo, o aumento

do desemprego e a sua eventual persistência pode intensificar medidas proteccionistas.

1.5.2 Principais Clientes e Fornecedores

De acordo com os dados mais recentes do International Trade Centre (ITC), a China ultrapassou os EUA

em 2008 enquanto principal destino das exportações angolanas (35,4% do total), em consequência do

aumento das aquisições de petróleo. De salientar que estes dois países assumem, tradicionalmente,

uma grande relevância enquanto clientes de Angola, tendo representado 66,3% das suas exportações

totais em 2008.

A União Europeia (UE27), no seu conjunto, representou cerca de 13% das exportações em 2008,

destacando-se como principais clientes a França (3º lugar), a Holanda (8º), o Reino Unido (10º) e a

Alemanha (11º). Portugal ocupou o 12º lugar do ranking de clientes, em 2008, com uma quota de

mercado de 0,95%, sendo que no ano anterior detinha uma quota de 1,24%. No contexto da UE,

Portugal posicionou-se em 5º lugar.

Verifica-se que o petróleo representa a totalidade ou grande parte das exportações angolanas para os

seus principais países clientes.

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aicep Portugal Global Angola – Dossier de Mercado (Julho 2010)

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Principais Clientes

2006 2007 2008 Mercado

Quota (%) Posição Quota (%) Posição Quota (%) Posição

China 34,1 2ª 31,6 2ª 35,4 1ª

EUA 37,9 1ª 31,7 1ª 30,9 2ª

França 4,8 4ª 5,8 3ª 6,4 3ª

África do Sul 1,1 7ª 4,0 5ª 4,3 4ª

Canadá 1,7 5ª 2,7 6ª 4,1 5ª

Brasil 1,5 6ª 2,3 7ª 3,6 6ª

Fonte: ITC – International Trade Centre

Nota: Valores reportados pelos parceiros comerciais (mirror statistics)

No que se refere aos fornecimentos, Portugal recuperou em 2007 o lugar de principal fornecedor de

Angola, posição que tinha perdido nos três anos anteriores a favor da Coreia do Sul (em 2004 e 2005) e

para os EUA (em 2006). No caso da Coreia do Sul, que tradicionalmente não constitui um parceiro

comercial relevante para Angola, o seu aparecimento como principal fornecedor nos anos referidos terá

ficado a dever-se à aquisição de plataformas petrolíferas. Aliás, o sector do petróleo é também o grande

responsável pela elevada quota de mercado detida pelos EUA nas aquisições de Angola ao exterior.

A China, que se posicionou em 2008 no 2º lugar do ranking dos fornecedores de Angola, a seguir a

Portugal, tem vindo a ganhar importantes quotas de mercado8, o mesmo acontecendo com o Brasil, que

ocupou o 4º lugar, depois dos EUA. Pelo contrário, a África do Sul e a França, que ocupam

tradicionalmente 5ª e 6ª posição na lista de fornecedores, têm vindo a perder peso relativo ao longo dos

últimos anos.

O conjunto dos seis principais fornecedores representou cerca de 66% das importações de Angola em

2008 (58% e 61% em 2006 e 2007, respectivamente).

Principais Fornecedores

2006 2007 2008 Mercado

Quota % Posição Quota % Posição Quota % Posição

Portugal 14,3 2ª 18,7 1ª 18,4 1ª

China 8,4 3ª 10,0 2ª 16,1 2ª

EUA 14,6 1ª 10,4 3ª 11,6 3ª

Brasil 7,9 4ª 9,9 4ª 10,9 4ª

África do Sul 6,5 5ª 6,3 5ª 4,9 5ª

França 6,0 6ª 6,0 6ª 4,1 6ª

Fonte: ITC – International Trade Centre

Nota: Valores reportados pelos parceiros comerciais (mirror statistics)

8 Angola representa actualmente o principal parceiro da China em África.

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1.5.3 Principais Produtos Transaccionados

Os últimos dados disponibilizados pelo ITC, no que diz respeito aos principais produtos exportados por

Angola, permitem relevar a importância fulcral dos produtos energéticos para a economia angolana

(cerca de 98% do total das exportações), o que deixa a balança comercial do país muito vulnerável à

flutuação do preço do petróleo nos mercados internacionais.

Por outro lado, as importações são constituídas por um vasto leque de produtos, dos quais se destacam

os seguintes grupos: máquinas e equipamentos mecânicos e eléctricos (27,6%), veículos automóveis e

partes (15,1%), obras de ferro fundido, ferro ou aço (8,9%), aeronaves e outros aparelhos aéreos (3,8%)

e combustíveis e óleos minerais (3,3%). Este conjunto de produtos foi responsável por 58,7% das

importações totais de Angola em 2008 e todos registaram fortes aumentos relativamente ao ano anterior,

demonstrando o nível de desenvolvimento que o país está a revelar.

Principais Produtos Transaccionados – 2008

Exportações / Sector % Importações / Sector %

27 – Combustíveis e óleos minerais 98,2 84 - Máquinas e aparelhos mecânicos 19,9

71 – Pedras preciosas e metais preciosos 1,4 87 – Veículos automóveis e partes 15,1

88 – Aeronaves e outros aparelhos aéreos 0,1 73 – Obras de ferro fundido, ferro ou aço 8,9

Outros 0,3 85 - Máquinas e aparelhos eléctricos 7,7

88 – Aeronaves e outros aparelhos aéreos 3,8

27 – Combustíveis e óleos minerais 3,3

Outros 41,3

Fonte: ITC – International Trade Centre

Nota: Valores reportados pelos parceiros comerciais (mirror statistics)

1.6 Investimento Directo Estrangeiro

O investimento directo estrangeiro (IDE) tem vindo a desempenhar um papel cada vez mais importante

na economia angolana. De acordo com o World Investment Report publicado pela UNCTAD, Angola é

bastante mais importante a nível mundial enquanto receptor de IDE, do que enquanto emissor. Em 2008,

o país posicionou-se em 25º lugar do ranking mundial enquanto receptor de IDE (0,9% do total mundial),

num universo de 233 países, e ocupou a 41ª posição no conjunto dos países emissores (0,1% do total

mundial).

Entre 2004 e 2008 Angola recebeu 46,8 mil milhões de USD de investimento directo estrangeiro (média

anual de aproximadamente 9,4 mil milhões de USD), estimando-se que o stock total de IDE se situe em

cerca de 50 mil milhões de USD.

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Segundo a Agência Nacional de Investimento Privado (ANIP), apesar de uma acentuada desaceleração

do ritmo do crescimento económico do país a partir de finais de 2008, o investimento privado cresceu em

2009, no período Janeiro/Novembro, quando comparado com o período homólogo de 2008, cerca de

33%.

A atracção dos investidores estrangeiros por Angola deve-se sobretudo às riquezas existentes em

petróleo e outros recursos naturais, estando os investimentos externos envolvidos em diversos sectores

relacionados com o petróleo. Nas actividades não petrolíferas, o interesse recai fundamentalmente sobre

a reabilitação das infra-estruturas – que tem vindo a recrudescer, particularmente por parte de Portugal –

prevendo-se a sua intensificação no futuro próximo.

Por outro lado, o investimento angolano no estrangeiro tem sido muito baixo, sendo excepção o ano de

2008, período em que se classificou em 41º país emissor de investimento.

Investimento Directo

(106 USD) 2004 2005 2006 2007 2008

Investimento estrangeiro em Angola 5.606 6.794 9.064 9.796 15.548

Investimento de Angola no estrangeiro 35 221 194 912 2.570

Posição no “ranking” mundial

Como receptor 25ª 33ª 31ª 38ª 25ª

Como emissor 75ª 63ª 72ª 61ª661ª 41ª441ª

Fonte: UNCTAD – World Investment Report 2009

Tendo como fonte a Agência Nacional de Investimento Privado (ANIP), tem-se a seguinte evolução

(2006-2007), no que se refere ao investimento público e privado em Angola:

Investimento 2006 2007

Público 436.000 548.000

Privado 913.838 1.279.281

TOTAL 1.349.838 1.827.281

Taxas de variação (%) a preços de 2002

Investimento Público 172,9 12,5

Investimento Privado 16,9 25,3

Investimento total 67,3 21,5

Fonte: ANIP - Agência Nacional de Investimento Privado

Nota: Valor em milhões de kwanzas

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33

Numa perspectiva histórica, as mudanças ocorridas ao nível político, as profundas reformas económicas

operadas no país (que resultaram na redução da inflação galopante, permitindo assim o início da

estabilização da moeda nacional), bem como a necessidade imperiosa da reconstrução nacional,

determinaram a adopção de medidas visando a criação de um clima mais favorável ao investimento

privado, estrangeiro e nacional. Houve necessidade de uma profunda mudança de atitudes e

procedimentos da administração pública relativamente ao investidor, e a implementação de um modelo

institucional eficaz e facilitador a nível processual.

Foi neste contexto que em 2003 surgiu a necessidade de criação da Agência Nacional de Investimento

Privado (ANIP), na sequência de outro organismo até então existente (o Instituto do Investimento

Estrangeiro, criado em 1996) e que ficou encarregue de executar a política nacional em matéria de

investimentos privados, assim como a sua promoção, coordenação e supervisão, além de servir de

plataforma única para o registo das empresas.

Angola representava o país da SADC que tinha um dos mais complicados processos burocráticos para a

constituição de empresas, apesar das potencialidades em termos de crescimento económico, o que

condicionava o investimento interno e externo. Com o objectivo de reduzir os obstáculos à criação de

empresas, matéria de grande importância para a captação de investimento estrangeiro, foi assinado, em

2007, um protocolo entre os dois ministros da Justiça (de Portugal e de Angola) que prevê que Portugal

preste a Angola assistência técnica, forneça o “software” informático semelhante ao “Empresa na Hora”

português (devidamente adaptado), apoie a elaboração do enquadramento jurídico e dê formação aos

técnicos angolanos.

Nesse mesmo ano realizou-se o fórum “Constituição de empresas: simplificar o processo para o

Fomento do Empresariado Nacional” que possibilitou a discussão sobre as dificuldades para o processo

de constituição de empresas em Angola (dificuldades várias para a legalização das empresas, excessiva

burocracia, encargos administrativos muito elevados, falta de incentivos para as pequenas empresas,

dificuldades no acesso ao crédito, etc), tendo sido, além de outros, ventilada e recomendada a

necessidade da melhoria do funcionamento do Guiché Único.

Já em Outubro de 2008, após alguns anos de experiência e de verificação de pontos fortes e fracos, foi

constituída uma comissão para reestruturação da ANIP e para reformulação de parte da legislação

existente.

Para melhor cumprir a missão que lhe foi confiada pelo Governo de Angola, a ANIP fez uma aposta séria

no domínio das tecnologias de informação, com vista a obter maior proximidade com os potenciais

investidores e maior eficiência e celeridade no processo de apresentação e tratamento das propostas do

investimento privado. A partir de Fevereiro último, todo o processo de análise de novos investimentos,

desde o momento da candidatura até à decisão final pode ser acompanhado por via electrónica no site

da ANIP.

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1.7 Turismo

Angola consegue reunir no seu território um pouco de toda a África, desde a floresta tropical, no Norte,

passando pela zona de savana e floresta aberta no planalto central, até ao deserto no Sul.

A orografia e as características climáticas de Angola originaram uma diversidade na cobertura vegetal

proporcionando habitats próprios a uma grande variedade de espécies de animais de grande e pequeno

porte. Angola é também rica em belezas naturais que proporcionam paisagens espectaculares

destacando-se as formações rochosas, várias quedas de água, praias, lagoas e rios.

Uma extensa orla marítima, com praias, ilhotas e restingas, ricas em fauna e flora exóticas,

proporcionam locais de lazer excepcionais. Com uma costa atlântica superior a 1.600 km, onde rios

desaguam em amplos estuários, depositando sedimentos arrastados das zonas planálticas, formaram-se

numerosas ilhas, baías e restingas, onde se localizam excelentes praias. Embora o clima permita a

frequência das praias ao longo de todo o ano, é especialmente na época quente que as mesmas são

mais procuradas.

Os seus parques naturais permitem aos visitantes um contacto com a natureza e a observação de

espécies nos seus habitats. Nas extensas reservas de caça, os amantes deste desporto encontram boas

oportunidades para a sua prática, face à variedade e abundância de espécies cinegéticas.

Por outro lado, a riqueza cultural de Angola manifesta-se nas mais diversas áreas e é muito atractiva. A

música já é bastante conhecida, com as danças tradicionais a terem também um lugar de destaque,

sendo a gastronomia muito variada e rica.

No que diz respeito ao artesanato, existe uma variedade de materiais utilizados, estatuetas em madeira,

máscaras para danças rituais, instrumentos musicais, objectos de uso comum ricamente ornamentados,

pinturas a óleo e areia, sendo formas de expressão de qualidade artística, que se podem encontrar em

museus, galerias de arte e feiras.

Finalmente, as festas tradicionais ligadas às etnias locais estão carregadas de forte valor cultural,

transmitido através de várias gerações.

Ciente das suas riquezas naturais e das limitações das infra-estruturas respectivas, desde a criação do

Ministério de Hotelaria e Turismo de Angola, em 1996, que o Governo tem procurado intervir num

conjunto de domínios – recuperação, reabilitação e construção de infra-estruturas hoteleiras e turísticas,

planeamento e ordenamento do turismo, formação profissional, protecção e preservação dos vários

recursos, assim como promoção turística – com vista a reforçar a imagem do país e o seu

posicionamento no panorama turístico internacional.

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Assim, ao longo dos últimos anos tem-se assistido a uma evolução positiva do sector do turismo,

assente fundamentalmente na visita a familiares e amigos e por outros motivos não especificados

(62,7%), no lazer (27,8%) e no turismo de negócios e outras actividades profissionais (19,6%). Contudo,

em 2006, devido a uma epidemia de cólera, registou-se, relativamente a 2005, um decréscimo do

número de turistas (-42,3%), assim como das receitas turísticas (-12,0%), apesar do crescimento do

número de dormidas (+13,0%). Em 2007, todos os indicadores apresentaram uma evolução muito

positiva face ao ano anterior, com crescimentos de 61% ao nível dos turistas, 47% em termos de

dormidas e 159% no que se refere às receitas. O único indicador disponível para 2008 – receitas –

revela um crescimento de cerca de 27% relativamente ao ano anterior.

No que se refere às principais regiões emissoras de turistas, destacam-se a Europa (46%), a América

(20%) e África (17%). Em termos de países, os que assumem maior relevância são Portugal (19,5%),

Brasil (11,2%), China (9,5%), Reino Unido (7,9%), África do Sul (6,8%) e França (6,8%).

Indicadores do Turismo

2004 2005 2006 2007 2008

Turistas (103) 194 210 121 195 n.d.

Dormidasa (103) 143 176 199 292 n.d.

Receitasb (106 USD) 82 103 91 225 285

% do PIB 0,4 0,3 0,2 0,4 0,4

Fonte: OMT – Organização Mundial de Turismo

Notas: (a) Inclui apenas as dormidas na hotelaria global

(b) Não inclui as receitas de transporte

n.d. – Não disponível

Inaugurada muito recentemente, a Escola de Hotelaria e Restauração procura dar resposta aos desafios,

necessidades e oportunidades que a indústria da hotelaria, restauração e do turismo actualmente

apresentam no capítulo da formação dos recursos humanos. A Escola pretende dar às instituições, aos

cidadãos e aos operadores económicos melhores benefícios da actividade que realizam, em prol da

qualificação do mercado de trabalho e do nível crescente de eficiência dos serviços prestados nos

sectores da hotelaria, restauração e turismo no país.

Angola dá mostras de organização, tendo vivido um grande momento com a realização recente do

Campeonato Africano das Nações em futebol, registando-se a construção de mais 29 unidades

hoteleiras.

Actualmente, de acordo com dados oficiais, Angola conta com 250 hotéis, 357 pensões, 11 aldeamentos

turísticos, cinco aparthotéis, 134 hospedarias, 1863 restaurantes e 57 agências de viagens. A construção

de uma vasta rede hoteleira e o reforço dos investimentos no sector turístico, de modo a possibilitar que

o país concorra com os demais países de África, são os grandes desafios do Ministério da Hotelaria e

Turismo. Prevê-se que 355 unidades hoteleiras sejam construídas até 2012.

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“Com a aprovação do Plano Director, orçamentado pelo Governo, vai ser possível, em parceria com a

empresa alemã Roland Berger, trabalhar na execução do projecto de ampliação da rede hoteleira de

Angola, num orçamento global de 1,8 mil milhões de dólares”, refere fonte oficial.

1.8 Relações Internacionais e Regionais

A República de Angola é membro, entre outras organizações, do Banco Africano de Desenvolvimento

(BAfD), da União Africana (UA), da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), desde 1

de Janeiro de 2007, e da Organização das Nações Unidas (ONU) e grande parte das suas agências

especializadas, de entre as quais se destacam o Banco Internacional de Reconstrução e

Desenvolvimento (BIRD), a Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento

(UNCTAD), o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a Organização Mundial de Saúde (OMS). É

membro da Organização Mundial de Comércio (OMC) desde 23 de Novembro de 1996.

A nível regional, este país integra, entre outras, a Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral

(mais conhecida pela sigla em inglês - SADC / Southern African Development Community) e a

Comunidade dos Países de Língua Oficial Portuguesa (CPLP).

A SADC (instituída inicialmente como “Conferência de Coordenação para o Desenvolvimento da África

Austral - SADCC”, em 1 de Abril de 1980) foi criada em 17 de Julho de 1992, com a assinatura do

Tratado de Windhoek, e consiste numa organização sub-regional de integração económica dos países

da África Austral. Actualmente, fazem parte da SADC 15 membros: África do Sul; Angola; Botswana;

Ilhas Maurícias; Lesoto; Madagáscar; Malawi; Moçambique; Namíbia; República Democrática do Congo;

Seicheles (que retomou a sua ligação); Suazilândia; Tanzânia; Zâmbia; e Zimbabué.

Entre os principais objectivos encontram-se a promoção do crescimento económico e o desenvolvimento

sócio-económico sustentável e equitativo que garantam o alívio da pobreza, com o objectivo final da sua

erradicação, melhorar o padrão e a qualidade de vida dos povos da África Austral e apoiar os

socialmente desfavorecidos, através da integração regional.

A nível comercial foi criada uma Zona de Comércio Livre em Setembro de 2000 (presentemente já existe

uma redução de 85% das tarifas aduaneiras internas), estando em preparação a concretização de uma

União Aduaneira em 2010, um mercado Comum em 2015 e uma União Monetária em 2018, segundo o

modelo da União Europeia (UE). A SADC surge como um dos projectos de integração económica mais

sólidos do continente africano.

Por sua vez, a CPLP apresenta como objectivos gerais a concertação político-diplomática em matéria de

relações internacionais, nomeadamente na defesa e promoção de interesses comuns ou questões

específicas, a cooperação, particularmente nos domínios económico, social, cultural, jurídico e técnico-

científico, e a materialização de projectos de promoção e difusão da língua portuguesa. Aderiram a esta

Comunidade os seguintes países: Angola; Brasil; Cabo Verde; Guiné-Bissau; Moçambique; Portugal;

São Tomé e Príncipe; e Timor-Leste.

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Ao nível das relações com a UE foi assinado, a 13 de Junho de 2000, o Acordo de Cotonou, o qual

entrou em vigor a 1 de Abril de 2003 (Angola ratificou este Acordo em 28 de Fevereiro do mesmo ano), e

que vem substituir as Convenções de Lomé que, durante décadas, enquadraram as relações de

cooperação entre os Estados-membros da UE e os países de África, Caraíbas e Pacífico (ACP).

Com um período de vigência de 20 anos, este Acordo estabelece um novo quadro jurídico regulador da

cooperação entre as partes, cujo principal objectivo consiste na redução da pobreza e, a longo prazo, a

sua erradicação, o desenvolvimento sustentável e a integração progressiva e faseada dos países ACP

(atendendo às especificidades de cada um) na economia mundial.

No âmbito da parceria UE/Países ACP as partes acordaram em concluir novos convénios comerciais

compatíveis com as regras da OMC (Acordos de Parceria Económica - APE) eliminando

progressivamente os obstáculos às trocas comerciais e reforçando a cooperação em domínios conexos

como a normalização, a certificação e o controlo da qualidade, a política da concorrência, a política do

consumidor, entre outros.

Os novos regimes comerciais deviam ser introduzidos de forma gradual e pragmática, tendo sido

estabelecido um período preparatório (temporário) que terminou em 31 de Dezembro de 2007. Dadas as

dificuldades que acompanharam o processo de negociação entre as partes (apenas alguns Acordos

transitórios foram assinados) houve necessidade de continuar o diálogo com vista a alcançar uma maior

abertura no futuro.

Actualmente, a UE e quatro (4) dos oito (8) Estados do APE SADC (Botswana, Lesoto, Moçambique e

Suazilândia) já assinaram o Acordo de Parceria Económica interino (Julho de 2009), que assegura o

acesso das mercadorias originárias destes países africanos ao mercado comunitário até que se alcance

um memorando definitivo entre a África Austral e a UE. A Namíbia reiniciou negociações sobre várias

matérias e a Tanzânia abandonou o grupo SADC para continuar as negociações com vista à celebração

de Acordo APE no grupo sudeste africano (ESA - East and Southern Africa). Finalmente, aguarda-se que

Angola e a África do Sul assinem, ainda no decurso de 2010, o referido Acordo interino.

Com o Acordo de Parceria Económica as partes pretendem reforçar a cooperação comercial e

económica em vários domínios, nomeadamente:

• Comércio de mercadorias – Criação de uma Zona de Comércio Livre aplicável às trocas comerciais;

• Infra-estruturas favoráveis ao comércio – Desenvolver um enquadramento competitivo e favorável ao

comércio em domínios como o das Tecnologias de Informação e da Comunicação (TIC), dos

transportes e energético;

• Comércio de serviços – Reforçar o comércio de serviços, procurando alcançar uma liberalização

progressiva neste sector;

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• Ajuste fiscal – Apoiar as reformas fiscais e as medidas complementares de auxílio destinadas a

atenuar o impacto fiscal que possa resultar da eliminação escalonada, ou da redução, de direitos

aduaneiros nos Estados do APE SADC.

Os interessados podem consultar informação sobre o Acordo Cotonou no Portal Europa, em:

http://europa.eu/legislation_summaries/development/african_caribbean_pacific_states/r12101_pt.htm e

sobre a evolução das negociações entre a UE e a SADC, com vista à celebração do respectivo APE, na

página ACP-EU Trade: http://www.acp-eu-trade.org/index.php?loc=epa/ (seleccionar, na coluna do lado

esquerdo, o capítulo SADC).

No que respeita ao relacionamento bilateral entre a União Europeia e Angola o Site da Comissão

Europeia, no tema Development / Regions and Countries, disponibiliza informação actualizada –

http://ec.europa.eu/development/geographical/regionscountries/countries/country_profile.cfm?cid=ao&typ

e=short&lng=en

1.9 Condições Legais de Acesso ao Mercado

1.9.1 Regime Geral de Importação

No contexto do processo de simplificação e modernização dos procedimentos na área do comércio

externo, Angola aprovou, no decurso de 2006, um novo quadro jurídico, que assenta na regra geral de

dispensa de Inspecção Pré-Embarque obrigatória das mercadorias exportadas para o país, a qual

passou a ser exercida apenas nos casos excepcionais previstos na lei. Contudo, foi consagrada a

possibilidade de Inspecção Pré-Embarque facultativa e mantém-se a obrigatoriedade de inspecção de

determinados produtos (http://www.alfandegas.gv.ao/importadores.aspx).

Através do Decreto n.º 41/2006, de 17 de Julho, Regulamento de Inspecção Pré-Embarque (REGIPE),

foram definidos os princípios e as normas jurídicas fundamentais da actividade de inspecção de

mercadorias no país de exportação antes do respectivo embarque para Angola. Consoante as situações,

a inspecção de mercadorias pode revestir as seguintes modalidades:

• Inspecção Pré-Embarque Facultativa: Os importadores que assim o entendam podem,

voluntariamente, realizar a Inspecção Pré-Embarque das mercadorias;

• Inspecção Pré-Embarque Obrigatória: Estão sujeitas a Inspecção Pré-Embarque Obrigatória as

mercadorias constantes do Anexo I (do referido diploma) e as mercadorias que vierem a ser

definidas por decreto executivo conjunto dos Ministros das Finanças, da Agricultura e

Desenvolvimento Rural, da Saúde, do Comércio, das Pescas e da Indústria. Esta modalidade de

inspecção visa proteger a saúde pública, meio ambiente, indústria nacional e garantir a arrecadação

das imposições aduaneiras.

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Entre as mercadorias sujeitas à inspecção Pré-Embarque Obrigatória encontram-se: animais vivos;

carnes; peixes e crustáceos; leite e lacticínios; plantas vivas, produtos hortícolas e plantas; frutas;

café, chá, malte e especiarias; produtos da indústria de moagem; açúcares e produtos de confeitaria;

sementes e frutos oleaginosos; gorduras e óleos animais e vegetais; preparações de carne, de peixe

ou de crustáceos; açucares e produtos de confeitaria; cacau e suas preparações; preparações

alimentares diversas; bebidas, líquidos alcoólicos e vinagres; tabaco e seus sucedâneos;

combustíveis minerais; produtos químicos inorgânicos e orgânicos; produtos farmacêuticos; adubos

ou fertilizantes; motores e equipamentos usados; veículos usados; e brinquedos.

• Inspecção Local: As entidades públicas competentes (sanitárias, policiais e alfandegárias) podem

determinar a realização da inspecção local de mercadorias importadas para Angola. Esta

modalidade também pode ser solicitada pelos respectivos importadores.

O diploma estabelece também uma abertura do sector privado ao exercício da Inspecção Pré-Embarque

(até Outubro de 2006 apenas a empresa BIVAC Internacional, ao abrigo de contrato exclusivo com o

Estado angolano, tinha acesso a esta actividade).

Actualmente, para além da BIVAC Internacional, foram credenciadas pelas Alfândegas de Angola (o

Despacho do Ministro das Finanças n.º 404/2006, de 11 de Setembro, estabeleceu o novo regime de

Licenciamento das Entidades responsáveis pela realização das inspecções pré-embarque) as empresas

Cotecna e a Société de Surveillance (SGS).

Com a publicação do Decreto Executivo n.º 124/2006, de 11 de Setembro, foram aprovadas as normas

complementares e os procedimentos relevantes que garantam a efectiva aplicação do Regulamento de

Inspecção Pré-Embarque.

A inspecção (verificação física das mercadorias realizada de forma visual ou por outro meio adequado)

deve ser realizada antes do embarque das mercadorias nos respectivos locais de produção ou de

armazenamento ou nos respectivos locais de embarque e inclui a verificação:

• Da qualidade, quantidade, preço, classificação pautal, características técnicas, comerciais, sanitárias

e de segurança das mercadorias inspeccionadas;

• De que os dizeres que constem de qualquer etiqueta estão escritos em língua portuguesa;

• De que as mercadorias embaladas para venda a retalho contêm a menção dos números de lote e

datas de expiração e/ou de produção;

• De que, à data prevista para a chegada ao país, ainda não tenha decorrido mais de 3/4 do prazo de

validade das mercadorias com duração limitada, sem prejuízo do disposto nos anexos II e III para

produtos farmacêuticos e produtos de perfumaria e cosméticos, respectivamente;

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• De que todas as viaturas importadas têm volante à esquerda e observem os requisitos legais de

segurança, produção e circulação.

A Inspecção Pré-Embarque inclui, ainda, a assistência pelas entidades de inspecção à operação de

colocação das mercadorias nos contentores completos, ao fechamento dos referidos contentores e à

aposição, nos mesmos, de um selo especial de segurança.

O exportador deverá adoptar os seguintes procedimentos: criar as condições necessárias para que a

entidade de inspecção possa realizar as vistorias e os testes necessários; acordar com a mesma a data

de realização de inspecção da mercadoria a exportar para Angola com uma antecedência mínima de três

dias úteis sobre a referida data; suportar os eventuais custos de intervenções adicionais da entidade de

inspecção (nos casos previstos na lei).

O relatório de inspecção deve estar concluído dentro de 24 horas após a realização da inspecção da

mercadoria. A entidade de inspecção deve emitir uma Atestado de Não Verificação (ADNV) nos casos

em que tenham sido detectadas discrepâncias e estas não tenham sido corrigidas no prazo de 30 dias.

A emissão do ADV (Atestado de Verificação) não poderá ter lugar sem que o exportador entregue os

documentos finais à entidade de inspecção: factura comercial com menção do valor FOB e lista de

embalagem; documentos de transporte, nomeadamente o Conhecimento de Embarque (B/L) ou Carta de

Porte (AWB); outros documentos solicitados (certificados sanitários ou fitossanitários, certificados de

origem e resultados de análises laboratoriais).

A Pauta Aduaneira angolana baseia-se no Sistema Harmonizado de Designação e Codificação de

Mercadorias (SH). Em Setembro de 2008 entrou em vigor uma nova pauta que prevê a isenção de

impostos sobre a importação de matérias-primas, de bens de equipamento e bens intermédios para a

indústria, uma redução das taxas sobre 58 categorias de bens básicos, tendo-se registado um aumento

das tarifas em 33 categorias de produtos diversos (ex.: fuba de milho; mandioca; óleo vegetal; leite

integral; feijão; arroz; açúcar; bebidas; e sabão em barra azul).

A taxa máxima dos direitos ad valorem aplicável aos produtos importados continua nos 30% (ex.:

produtos de joalharia) e a mínima nos 2% (ex.: cereais).

Para além das imposições alfandegárias há, também, lugar ao pagamento de outros impostos, tais como

o Imposto de Consumo (calculado sobre o valor CIF, varia entre 2% a 30% em função dos produtos; a

maioria dos produtos está sujeita à taxa de 10%), o Imposto de Selo (0,5% ad valorem sobre o valor

CIF), os Emolumentos Gerais Aduaneiros (2% ad valorem sobre o valor CIF) e os Honorários dos

Despachantes (variam entre 1% a 4% sobre o valor CIF da mercadoria).

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Os direitos aduaneiros e outras taxas incidentes na importação das mercadorias em Angola podem ser

consultados, por produto e de forma actualizada, quanto ao momento da exportação, na página web da

responsabilidade da União Europeia – “Market Access Database / Applied Tariffs Database” –

http://mkaccdb.eu.int ou na página web da Direcção Nacional das Alfândegas de Angola –

http://www.alfandegas.gv.ao/Files/Legislacoes/20090519034116.Pauta082008.pdf.

1.9.2 Regime de Investimento Estrangeiro

A Lei de Bases do Investimento Privado (Lei n.º 11/2003, de 13 de Maio -

http://www.angoladigital.net/negocios/PDF/Lei_bases_investe.pdf), aplica-se indistintamente ao

investidor nacional e ao investidor externo, passando a atender-se, somente, à origem do capital e não à

nacionalidade ou residência do investidor.

De acordo com este diploma, as sociedades constituídas em Angola com capitais provenientes do

exterior beneficiam, para todos os efeitos legais, do estatuto de sociedade e empresas de direito

angolano, sendo-lhes aplicável a legislação nacional comum, no que não for regulado diferentemente

pela referida lei ou por legislação específica.

O Estado garante o repatriamento dos dividendos, lucros, do produto da liquidação de investimentos,

incluindo as mais-valias, após constituídas as reservas legais e estatutárias e liquidados os impostos

devidos.

O investimento estrangeiro pode ser realizado, isolada ou cumulativamente, através das seguintes

formas: transferência de fundos provenientes do exterior; aplicação de disponibilidades, em moeda

externa, nas contas bancárias pertencentes a não residentes; importação de equipamentos, acessórios e

materiais; e incorporação de tecnologia.

De referir que só são abrangidos pelo regime em apreço os projectos que atinjam um valor mínimo de

USD 100.000,00 (no caso de capital externo), sendo os restantes casos regulados por legislação própria.

O acesso aos incentivos e facilidades previstas na lei processa-se ao abrigo de 2 regimes processuais:

• Regime de Declaração Prévia – Para os investimentos cujo valor se situe entre USD 100.000,00 e

USD 5.000.000,00. As propostas são apresentadas (em formulário próprio) à Agência Nacional de

Investimento Privado (ANIP), organismo que tem a seu cargo a execução, a coordenação, a

orientação e a supervisão dos projectos de investimento;

• Regime Contratual – Para os investimentos de valor igual ou superior a USD 5.000.000,00;

independentemente do valor, no caso dos investimentos a realizar em áreas sujeitas a concessão

temporária ou quando exista a obrigatoriedade de participação do sector empresarial público. No

regime contratual compete ao Conselho de Ministros a aprovação dos projectos.

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Com este quadro legislativo pretende-se reforçar as garantias de segurança e estabilidade jurídica e

definir regras e procedimentos claros, simples e céleres para os processos de aprovação dos projectos

de investimento. Entre os vários instrumentos jurídicos relevantes encontram-se, além da citada Lei de

Bases do Investimento Privado, a Lei dos Incentivos e Benefícios Fiscais ao Investimento Privado e a Lei

do Fomento do Empresariado Privado Nacional.

Os incentivos e benefícios fiscais e financeiros serão concedidos em função da inserção do projecto em

sectores classificados como prioritários (agro-pecuária, indústria transformadora em determinadas

condições, indústria da pesca e derivados, construção civil, saúde e educação, infra-estruturas

rodoviárias, ferroviárias, portuárias e aeroportuárias, telecomunicações, energia e águas, habitação,

turismo e aquisição de equipamentos de grande porte de carga e passageiros) e da zona de

desenvolvimento:

• Zona (A) – província de Luanda e municípios sede das províncias de Benguela, Huíla, Cabinda e o

município do Lobito;

• Zona (B) – restantes municípios das províncias de Benguela, Cabinda e Huíla, e províncias do

Kwanza Sul, Bengo, Uíge, Kwanza Norte, Lunda Norte e Lunda Sul;

• Zona (C) – províncias do Huambo, Bié, Moxico, Kuando-Kubango, Cunene, Namibe, Malange e

Zaire.

Dos incentivos e benefícios considerados importa referir, entre outros, a redução ou isenção de imposto

industrial sobre lucros, redução da matéria colectável de acordo com o tipo de despesa, isenção de

imposto sobre lucros distribuídos aos sócios e de pagamento de direitos aduaneiros na importação de

determinado tipo de bens.

Não obstante as melhorias introduzidas, a abordagem do mercado angolano apresenta alguns riscos /

dificuldades para as empresas, de entre os quais se destaca a fragilidade do sistema financeiro. De

facto, em finais de 2008 a situação financeira deteriorou-se em razão da queda do preço do barril de

petróleo, da tendência de desvalorização do kwanza e da escassez de dólares norte-americanos no

mercado financeiro angolano.

Para fazer face a estas dificuldades, o Banco Nacional de Angola adoptou um conjunto de medidas com

vista a preservação das reservas monetárias do país, nomeadamente: os pagamentos realizados por

residentes a favor de não residentes em montante superior a US$ 100.000,00 passaram a estar sujeitos

a prévia autorização do BNA (com o Instrutivo n.º 1/2010, de 16 de Março, este valor aumentou para

USD 300.000,00); os bancos comerciais foram obrigados a constituírem reservas de 30% sobre os

capitais depositados; registou-se um acréscimo de exigências no que respeita ao repatriamento de

dividendos – Emissão de Autorização de pagamento de invisíveis correntes. Estas medidas afectaram a

capacidade das empresas locais em aceder a moeda estrangeira e em transferir fundos para o exterior.

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Actualmente, e segundo o BNA, não foi emitida qualquer ordem de restrição às transferências em divisas

para o exterior, tendo este organismo esclarecido que eventuais dificuldades verificadas neste âmbito

são consequência da crise financeira económica mundial e da diminuição de entrada de divisas no país

com a redução do preço do petróleo nos mercados internacionais. Assim, todo o cidadão pode efectuar

transferências até ao montante de 15 mil dólares (estas transferências não devem exceder, no entanto,

60 mil dólares por ano); outros montantes exigem autorização prévia do BNA.

Por forma a promover e a reforçar o desenvolvimento das relações de investimento entre os dois países,

foi assinado entre Portugal e Angola o Acordo sobre Promoção e Protecção de Investimentos, mas que

ainda não entrou em vigor.

Finalmente, importa referir a existência de uma Linha de Crédito Concessional para este mercado

africano, assim como a Convenção Portugal-Angola (Seguro), cuja informação pode ser consultada no

Site da AICEP, “Guia Prático – Apoios Financeiros à Internacionalização”:

Linha de Crédito Concessional – 100 Milhões de Euros

http://www.portugalglobal.pt/PT/Internacionalizar/GuiaPraticoApoiosFinanceirosInternacionalizacao/Docu

ments/Linhas%20Crédito/LinhaCreditoConcessionalAngola100MilhoesEUR.pdf

Convenção Portugal-Angola (Seguro) – 1.000 Milhões de Euros

http://www.portugalglobal.pt/PT/Internacionalizar/GuiaPraticoApoiosFinanceirosInternacionalizacao/Docu

ments/Seguros%20Crédito/ConvencaoPortugalAngolaSeguro1000MilhoesEUR.pdf

1.9.3 Quadro Legal

Regime de Importação

• Rectificação do Decreto-Lei n.º 2/2008, de 26 de Setembro – Rectifica a Pauta Aduaneira dos

Direitos de Importação e Exportação.

• Decreto n.º 2/2008, de 4 de Agosto – Aprova a Pauta Aduaneira dos Direitos de Importação e

Exportação.

• Despacho n.º 45/2008, de 29 de Janeiro – Estabelece normas complementares em matéria de

Inspecção Pré-Embarque.

• Resolução n.º 91/2007, de 1 de Outubro – Aprova o Plano Estratégico das Alfândegas para o

período de 2007-2112.

• Decreto-Lei n.º 5/2006, de 4 de Outubro – Aprova o Código Aduaneiro.

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aicep Portugal Global Angola – Dossier de Mercado (Julho 2010)

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• Decreto Executivo n.º 124/2006, de 11 de Setembro – Aprova as normas complementares e os

procedimentos relevantes que garantam a efectiva aplicação do Regulamento de Inspecção Pré-

Embarque.

• Despacho do Ministro das Finanças n.º 404/2006, de 11 de Setembro – Aprova o Regulamento de

Licenciamento das Entidades de Inspecção.

• Decreto Executivo n.º 117/2006, de 11 de Agosto – Define e ajusta a fórmula de declaração de

despacho aduaneiro de mercadorias designada por «Documento Único» (DU).

• Decreto n.º 41/2006, de 17 de Julho – Aprova o Regulamento de Inspecção Pré-Embarque

(REGIPE).

• Resolução n.º 82/2005, de 19 de Dezembro – Sobre a revisão do Regime Jurídico de Inspecção Pré-

Embarque.

Regime de Investimento Estrangeiro

• Instrutivo do BNA n.º 1/2010, de 16 de Março – Aumenta para USD 300.000,00 o limite a partir do

qual as operações cambiais de invisíveis correntes entre residentes e não-residentes carecem de

prévia aprovação do BNA.

• Aviso do BNA n.º 3/2009, de 5 de Junho – Define os termos e as condições em que as entidades

residentes e não-residentes cambiais podem ser titulares de contas em moeda estrangeira e em

moeda nacional.

• Decreto Executivo n.º 216/2008, de 1 de Outubro – Cria a Incubadora de de Empresas e aprova o

seu estatuto orgânico.

• Lei n.º 2/2007, de 31 de Agosto – Regula a situação jurídica dos estrangeiros na República de

Angola.

• Lei n.º 1/2007, de 14 de Maio – Define o regime jurídico das actividades comerciais.

• Lei n.º 5/2005, de 29 de Julho – Regula a gestão, o funcionamento, o controlo e o acompanhamento

do Sistema de Pagamentos de Angola.

• Decreto n.º 44/2005, de 6 de Julho – Aprova o Regulamento de Licenciamento Industrial.

• Lei n.º 9/2004, de 9 de Novembro – Das Terras.

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aicep Portugal Global Angola – Dossier de Mercado (Julho 2010)

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• Lei n.º 5/2004, de 7 de Setembro – Estabelece o quadro jurídico das actividades industriais.

• Lei n.º 1/2004, de 13 de Fevereiro – Estabelece o quadro legal das sociedades comerciais.

• Lei n.º 17/2003, de 25 de Julho – Sobre os incentivos fiscais e aduaneiros ao investimento privado.

• Lei n.º 14/2003, de 18 de Julho – Relativa ao fomento do empresariado privado angolano.

• Decreto n.º 44/2003, de 4 de Julho – Cria a Agência Nacional para o Investimento Privado (ANIP).

• Lei n.º 11/2003, de 13 de Maio – Define as bases legais do investimento privado em Angola.

• Lei n.º 5/2002, de 16 de Abril – Estabelece a delimitação de sectores da actividade económica.

• Lei n.º 2/2000, de 11 de Fevereiro – Aprova a Lei Geral do Trabalho.

• Lei n.º 5/1997, de 27 de Junho – Aprova a Lei Cambial.

• Decreto n.º 7/1990, de 24 de Março – Regula a abertura de escritório de representação de empresas

estrangeiras em Angola.

Os interessados podem aceder a legislação angolana no Site – http://www.angolegal.com

Acordos Relevantes

• Decreto n.º 40/2008, de 10 de Outubro – Aprova o Acordo Sobre Promoção e Protecção de

Investimentos, entre Portugal e Angola (não está em vigor).

• Decreto n.º 6/2008, de 26 de Março – Aprova o Acordo de Cooperação Científica e Tecnológica

entre Portugal e Angola (em vigor desde 26 de Março de 2008).

• Decreto n.º 26/2006, de 14 de Dezembro – Aprova o Acordo de Cooperação no Domínio do Turismo,

entre Portugal e Angola (em vigor desde 12 de Dezembro de 2007).

Para mais informação legislativa sobre mercados externos, consulte o Site da aicep Portugal Global em:

http://www.portugalglobal.pt/PT/Internacionalizar/SobreMercadosExternos/Paginas/SobreMercadosExternos.aspx

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2. Relações Económicas com Portugal

2.1 Comércio

As exportações portuguesas de produtos para Angola têm ganho um peso cada vez maior, passando de

uma quota de 2,6% no respectivo total em 2005 para 7,2% em 2009. Em termos de ranking de clientes

de Portugal, em 2005 encontrava-se na 9ª posição tendo em 2008 e 2009 ficado em 4º lugar.

Na qualidade de fornecedor, as quotas e posições de Angola vêm sendo bastante mais modestas. Em

2008, a percentagem das nossas compras a esse país no respectivo valor global foi de 0,7%, a mais

elevada de 2005 a 2009 (neste último ano desceu para 0,3%). A sua posição no respectivo ranking

melhorou sempre de 2005 até 2008, altura em que ocupou o 21º lugar, tendo em 2009 passado para o

35º.

De Janeiro a Março de 2010, Angola, como cliente, teve uma quota de 5,2% e situou-se na 5ª posição e,

enquanto fornecedor, o seu peso no valor global das nossas importações foi de 1,6% e ficou no 11º

lugar.

Importância de Angola nos Fluxos Comerciais com Portugal

2005 2006 2007 2008 2009 2010 Jan/Mar

Posição 9ª 8ª 6ª 4ª 4ª 5ª Angola como cliente de Portugal

% 2,6 3,5 4,5 6,0 7,2 5,2

Posição 63ª 52ª 24ª 21ª 35ª 11ª Angola como fornecedor de Portugal

% 0,1 0,1 0,6 0,7 0,3 1,6

Fonte: INE - Instituto Nacional de Estatística

Ao contrário do que acontece nos saldos globais das relações comerciais entre Angola e o exterior, que

apresentam enormes excedentes para Angola, a balança comercial luso-angolana é tradicionalmente

muito desequilibrada e favorável a Portugal, tendo registado em 2009 um saldo superior a 2 mil milhões

de euros.

As exportações portuguesas para Angola aumentaram consideravelmente de 2005 a 2008, passando de,

respectivamente, cerca de 803 milhões de euros para 2,3 mil milhões de euros, tendo ocorrido em 2009

uma ligeira redução face ao ano anterior. A respectiva média das taxas de crescimento anuais de 2005 a

2009 foi de 30,9%.

O valor das importações aumentou muito significativamente de 2005 para 2008, passando de,

respectivamente, cerca de 25 milhões de euros para 408 milhões de euros, tendo diminuído em 2009

para 151 milhões de euros. O crescimento médio anual no período em análise foi, neste caso, de

164,4%.

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A evolução das importações vem sendo determinada pelas nossas compras de petróleo provenientes

desse país.

De Janeiro a Maio de 2010, o montante das exportações portuguesas para esse país teve uma redução

de 22,1% face ao período homólogo do ano anterior e as importações um acréscimo de 427,3%.

Evolução da Balança Comercial Bilateral

(103 EUR) 2005 2006 2007 2008 2009 Var.%a

05/09 2009

Jan/Mai 2010

Jan/Mai Var.%b

09/10

Exportações 803.029 1.210.189 1.684.325 2.261.264 2.246.024 30,9 944.536 735.576 -22,1

Importações 25.130 52.749 369.378 407.996 151.089 164,4 50.335 215.106 427,3

Saldo 777.899 1.157.440 1.314.947 1.853.268 2.094.935 -- 894.201 520.470 --

Coef. Cobertura 3.195,4% 2.294,2% 456,0% 554,2% 1.486,6% -- 1.876,5% 342,0% --

Fonte: INE - Instituto Nacional de Estatística

Notas: (a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais no período 2005-2009

(b) Taxa de variação homóloga

No contexto do comércio internacional de Angola e segundo as estatísticas do International Trade Centre

relativas a 2008, Portugal ocupou a 14ª posição enquanto cliente (0,9% das exportações angolanas) e a

1ª como fornecedor (16,3% do valor das importações).

Nas exportações portuguesas para Angola por grupos de produtos, em 2009, as máquinas e aparelhos

ocuparam a primeira posição, com 29,8% do respectivo total. Seguiram-se os produtos alimentares

(13,6%), os metais comuns (13,2%) e os veículos e outro material de transporte (9%).

Os quatro primeiros grupos de produtos representaram, em conjunto, cerca de 66% do respectivo valor

global.

Desses agrupamentos, vem-se verificando o aumento do peso relativo das máquinas e aparelhos e dos

metais comuns no total exportado e a redução da percentagem relativa aos produtos alimentares e aos

veículos e outro material de transporte. Para isso contribui o processo de reconstrução que a economia

angolana vem conhecendo e que implica fortes importações de bens de equipamento e outros materiais.

Numa análise mais em detalhe (quatro dígitos da Nomenclatura Combinada) há a referir que os

subgrupos relativos a bulldozers, angledozers, niveladoras, raspo-transportadoras e pás-mecânicas (p.p.

8429), quadros, painéis e outros suportes (p.p. 8537) e fios e outros condutores isolados para usos

eléctricos e cabos de fibra óptica (p.p. 8544) representaram, em conjunto, quase 20% do respectivo total

do grupo de máquinas e aparelhos em 2009.

Os subgrupos referentes a cervejas de malte (p.p. 2203), vinhos (p.p. 2204) e enchidos e outros

produtos semelhantes (p.p. 1601) representaram, em conjunto, cerca de 61% das nossas vendas de

produtos alimentares para Angola nesse ano.

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Aproximadamente 34% do valor das exportações de metais comuns referiu-se ao subgrupo de

construções e suas partes de ferro ou aço (p.p. 7308).

O valor agregado dos subgrupos relativos a veículos automóveis para transporte de mercadorias (p.p.

8704), partes e acessórios para veículos automóveis (p.p. 8708) e tractores (p.p. 8701) representou

cerca de 60% do respectivo montante do agrupamento de veículos e outro material e transporte.

Os produtos classificados como de média-alta intensidade tecnológica representaram 39,5% das

exportações portuguesas para Angola em 2009 de produtos industriais transformados (98,8% das

exportações totais). Seguiram-se os produtos com graus de intensidade tecnológica baixa (31%), média-

baixa (21,8%) e alta (7,7%).

Exportações por Grupos de Produtos

(103 EUR) 2005 % 2008 % 2009 % Var % 08/09

Máquinas e aparelhos 204.225 25,4 660.220 29,2 669.549 29,8 1,4

Produtos alimentares 140.488 17,5 311.021 13,8 304.517 13,6 -2,1

Metais comuns 76.253 9,5 275.153 12,2 296.713 13,2 7,8

Veículos e outro mat. transporte 54.393 6,8 220.589 9,8 202.652 9,0 -8,1

Produtos químicos 61.009 7,6 123.107 5,4 124.083 5,5 0,8

Produtos agrícolas 42.287 5,3 108.911 4,8 100.607 4,5 -7,6

Minerais e minérios 37.597 4,7 87.747 3,9 85.279 3,8 -2,8

Plásticos e borracha 29.533 3,7 85.433 3,8 84.964 3,8 -0,5

Pastas celulósicas e papel 34.268 4,3 73.773 3,3 61.295 2,7 -16,9

Instrumentos de óptica e precisão 17.592 2,2 37.327 1,7 39.438 1,8 5,7

Vestuário 11.403 1,4 39.441 1,7 32.990 1,5 -16,4

Matérias têxteis 12.045 1,5 24.445 1,1 30.009 1,3 22,8

Madeira e cortiça 9.305 1,2 19.149 0,8 23.772 1,1 24,1

Combustíveis minerais 9.058 1,1 20.412 0,9 13.483 0,6 -33,9

Calçado 5.279 0,7 14.542 0,6 13.072 0,6 -10,1

Peles e couros 2.002 0,2 5.632 0,2 6.169 0,3 9,5

Outros produtos 55.120 6,9 149.845 6,6 150.976 6,7 0,8

Valores confidenciais 1.172 0,1 4.519 0,2 6.459 0,3 42,9

Total 803.029 100,0 2.261.264 100,0 2.246.024 100,0 -0,7

Fonte: INE - Instituto Nacional de Estatística

Com base nos dados do INE, o número de empresas portuguesas exportadoras para Angola vem

aumentando, passando de 7.336 em 2004 para 10.130 em 2008 (último ano disponível).

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aicep Portugal Global Angola – Dossier de Mercado (Julho 2010)

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A par do bom desempenho das exportações portuguesas para Angola, é útil identificar os produtos em

que Portugal manifesta potencial de exportação que não esteja a ser devidamente aproveitado. Ou seja,

produtos nacionais que apresentem elevada complementaridade comercial com as importações

angolanas mas reduzida ou nula efectividade comercial.

Com esse objectivo, realizou-se um exercício de selecção de produtos portugueses com potencial de

expansão de vendas para Angola, com base na construção de uma lista minimamente abrangente de

produtos que preenchessem determinados requisitos. Esta lista pode ser consultada no anexo 3 -

“Potencial e Aproveitamento Comercial de Portugal nas Importações de Angola”.

No que diz respeito ao valor das importações portuguesas provenientes de Angola, este respeita quase

na globalidade ao grupo dos combustíveis minerais (98,4% do total de 2009), apesar do montante dessa

categoria de produtos ter diminuído 63,3% face ao ano anterior. O peso preponderante desse

agrupamento traduz uma enorme alteração relativamente à situação de 2004, quando ainda não se

procedia à importação de petróleo de Angola.

Com base nos dados do INE, o número de empresas portuguesas importadoras de Angola em 2008 foi

de 167, tendo aumentado cerca de 39% relativamente a 2004.

Importações por Grupos de Produtos

(103 EUR) 2005 % 2008 % 2009 % Var.% 08/09

Combustíveis minerais 23.358 92,9 405.481 99,4 148.643 98,4 -63,3

Máquinas e aparelhos 157 0,6 874 0,2 693 0,5 -20,7

Produtos agrícolas 319 1,3 379 0,1 524 0,3 38,1

Veículos e outro mat. transporte 89 0,4 108 0,0 344 0,2 217,5

Metais comuns 353 1,4 28 0,0 280 0,2 886,5

Madeira e cortiça 472 1,9 478 0,1 258 0,2 -46,1

Instrumentos de óptica e precisão 12 0,0 16 0,0 161 0,1 916,8

Minerais e minérios 245 1,0 143 0,0 115 0,1 -19,8

Pastas celulósicas e papel 19 0,1 3 0,0 14 0,0 399,9

Produtos químicos 2 0,0 82 0,0 6 0,0 -92,5

Plásticos e borracha 3 0,0 9 0,0 3 0,0 -65,5

Matérias têxteis 0 0,0 5 0,0 3 0,0 -50,1

Peles e couros 31 0,1 15 0,0 2 0,0 -88,8

Calçado 0 0,0 1 0,0 1 0,0 65,5

Vestuário 0 0,0 22 0,0 0 0,0 -99,4

Produtos alimentares 43 0,2 37 0,0 0 0,0 -99,9

Outros produtos 1 0,0 313 0,1 38 0,0 -87,9

Valores confidenciais 27 0,1 2 0,0 5 0,0 209,7

Total 25.130 100,0 407.996 100,0 151.089 100,0 -63,0

Fonte: INE - Instituto Nacional de Estatística

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2.2 Serviços

Em termos de serviços, Angola passou da 11ª posição no respectivo ranking como cliente de Portugal de

2005 até 2007 para o 7º lugar em 2009. A sua quota aumentou de 2,1% em 2005 para 4,3% em 2009.

Enquanto fornecedor, vem ocupando desde 2006 a 12ª posição no respectivo ranking. A sua quota

passou de 0,9% em 2005 e 2006 para 1,3% em 2009.

De Janeiro a Abril de 2010, esse país manteve-se na 7ª posição, como cliente, tendo a quota aumentado

para 5,5%. Enquanto fornecedor, continuou em 12º lugar e registou um valor percentual de 1,1%.

Importância de Angola nos Fluxos de Serviços com Portugal

2005 2006 2007 2008 2009 2010 Jan/Abr

Posiçãoª 11ª 11ª 11ª 8ª 7ª 7ª Angola como cliente de Portugal

% Exp.b 2,1 2,5 2,9 3,8 4,3 5,5

Posiçãoª 13ª 12ª 12ª 12ª 12ª 12ª Angola como fornecedor de Portugal

% Imp.b 0,9 0,9 1,2 1,1 1,3 1,1

Fonte: Banco de Portugal

Notas: (a) Posição num conjunto de 55 mercados

(b) Quota do mercado nas exportações e importações totais de Portugal

À semelhança do que acontece no comércio de mercadorias, também na área dos serviços a balança

bilateral é tradicionalmente favorável a Portugal, com o saldo a atingir cerca de 566,4 milhões de euros

em 2009 (em 2005 tinha sido de, aproximadamente, 184,7 milhões de euros). Para este resultado

contribuiu o crescimento assinalável das exportações portuguesas, que registaram um aumento médio

anual de 29,8% entre 2005 e 2009.

As importações portuguesas de serviços de Angola vêm também aumentando, mas com um crescimento

médio anual inferior (18,7%).

Balança de Serviços Bilateral

(103 EUR) 2005 2006 2007 2008 2009 Var.%a

05/09 2010

Jan/Abr

Exportações 255.925 366.633 490.537 683.463 702.513 29,8 258.960

Importações 71.232 86.679 125.659 126.229 136.085 18,7 36.437

Saldo 184.693 279.954 364.878 557.234 566.428 -- 222.523

Coeficiente Cobertura 359,3% 423,0% 390,4% 541,4% 516,2% -- 710,7%

Fonte: Banco de Portugal

Nota: (a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais no período 2005-2009

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aicep Portugal Global Angola – Dossier de Mercado (Julho 2010)

51

O coeficiente de cobertura das importações pelas exportações situou-se, em 2008 e 2009, acima de

500%. De Janeiro a Abril de 2010 esse indicador foi superior a 700%.

2.3 Investimento

No domínio do investimento, Angola tem vindo a representar um parceiro cada vez mais importante nas

relações económicas de Portugal com o exterior, acompanhando assim as tendências já registadas nas

áreas do comércio de bens e serviços.

Os dados relativos a 2008 e 2009 confirmam o reforço da posição de Angola, ao subir para a 3ª posição

enquanto mercado de destino de investimento directo português no exterior (IDPE), correspondente a

quotas de, respectivamente, 6,8% e 7% (tendo, em 2005, sido de 2,7%).

No âmbito dos PALOP, Angola constituiu o principal destino de investimento realizado, representando

cerca de 81% do respectivo total, em termos brutos, de 2005 a 2009.

Importância de Angola nos Fluxos de Investimento para Portugal

2005 2006 2007 2008 2009 2010 Jan/Abr

Posiçãoa 23ª 21ª 23ª 18ª 15ª 17ª Portugal como receptor (IDE)

%b 0,0 0,1 0,0 0,1 0,4 0,1

Posiçãoa 8ª 5ª 6ª 3ª 3ª 5ª Portugal como emissor (IDPE)

%b 2,7 2,8 3,0 6,8 7,0 5,0

Fonte: Banco de Portugal

Notas: (a) Posição do mercado enquanto Origem do IDE bruto total e Destino do IDPE bruto total, num conjunto de 55 mercados

(b) Com base no ID bruto

Por outro lado, o investimento português em Angola tem sido caracterizado, nos últimos anos, por

valores de desinvestimento consideráveis, que conduziram a que de 2007 e 2009 o investimento líquido

tenha sido negativo.

As principais aplicações do investimento português nesse país, de 2007 a 2009, foram a construção, o

comércio por grosso e a retalho e as actividades financeiras (representaram, em conjunto, nesse anos

entre cerca de 91% e 95% dos respectivos valores globais).

Investimento Directo de Portugal em Angola

(103 EUR) 2005 2006 2007 2008 2009 Var %a 05/09

2010 Jan/Abr

Investimento bruto 263.647 273.720 451.124 775.127 557.430 28,1 84.118

Desinvestimento 109.100 77.961 1.218.903 1.434.059 1.124.579 357,8 113.040

Investimento líquido 154.547 195.759 -767.779 -658.932 -567.149 -- -28.922

Fonte: Banco de Portugal

Nota: (a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais no período 2005-2009

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aicep Portugal Global Angola – Dossier de Mercado (Julho 2010)

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Na qualidade de mercado emissor de investimento para Portugal, embora o peso de Angola nos fluxos

de IDE (investimento directo do exterior) total ainda seja reduzido (0,4% em 2009), é de referir que o

montante investido, em termos brutos, passou de, aproximadamente, 6,3 milhões de euros em 2005 para

cerca de 113,9 milhões de euros em 2009.

De facto, tem-se verificado uma crescente participação de capital angolano nas empresas portuguesas

instaladas no mercado e, fenómeno mais recente, nas empresas portuguesas domiciliadas em Portugal,

contribuindo, assim, para um reequilibrar de interesses e posições entre os dois países.

Investimento Directo de Angola em Portugal

(103 EUR) 2005 2006 2007 2008 2009 Var %a 05/09

2010 Jan/Abr

Investimento bruto 6.255 17.672 15.184 49.820 113.942 131,3 11.615

Desinvestimento 474 149 10.804 4.126 16.033 1.827,3 40

Investimento líquido 5.781 17.523 4.380 45.694 97.909 -- 11.575

Fonte: Banco de Portugal

Nota: (a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais no período 2005-2009

2.4 Turismo

Segundo os dados disponibilizados pelo INE, enquanto emissor de turistas para Portugal, Angola passou

da 14ª posição em 2008 para o 7º lugar em 2009, tendo a respectiva quota aumentado de 1,2% para

2,9%.

As receitas, incluindo apenas a hotelaria global, aumentaram de 2005 a 2009, excepto em 2008 que

registaram uma ligeira diminuição. De salientar, o considerável incremento ocorrido de 2008 para 2009,

tendo mais que duplicado. O respectivo crescimento médio anual ao longo do período em análise (de

2005 a 2009) foi cerca de 35%.

De Janeiro a Abril de 2010, Angola situou-se na 8ª posição como mercado emissor de turistas para

Portugal, com uma quota de 3,7%.

Turismo de Angola em Portugal

2005 2006 2007 2008 2009 Var %a 05/09

2010 Jan/Abr

Receitas (103 EUR)b 78.129 80.592 89.812 89.321 203.306 35,4 66.469

% Totalc 1,3 1,2 1,2 1,2 2,9 -- 3,7

Posiçãod 14ª 15ª 15ª 14ª 7ª -- 8ª

Fontes: INE - Instituto Nacional de Estatística; Banco de Portugal

Notas: (a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais no período 2005-2009

(b) Inclui apenas a hotelaria global

(c) Refere-se ao total de estrangeiros

(d) Posição enquanto mercado emissor, num conjunto de 55 mercados

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3. Oportunidades e Dificuldades

Mudança de paradigma nas relações luso-angolanas

Com um montante superior a 2 mil e 200 milhões de euros em 2008 e 2009, Angola é já o principal

destino de exportações portuguesas fora da UE, posicionando-se em 4º lugar no ranking dos clientes,

depois de Espanha, Alemanha e França. Nos últimos dois anos, assistiu-se a um alargamento da base

exportadora portuguesa para o mercado, passando a figurar sectores como a formação profissional,

TIC’s e serviços, ultrapassando assim o figurino tradicional dos sectores de máquinas/equipamentos e

materiais de construção. Também as empresas portuguesas olham para Angola como um mercado cada

vez mais fragmentado, onde as cidades do Huambo, Lubango, Benguela e Lobito se assumem como

hipóteses claras de negócios, a par de Luanda.

Em termos de investimento directo, dados relativos a 2008 indicam que foram registados, pela ANIP

(Agência Nacional de Investimento Privado), 234 projectos de empresas portuguesas, num valor total de

615 milhões de USD (66 projectos em 2004 e 176 em 2007). Mais uma vez, e contrariando o padrão

recente de concentração do investimento português em Angola nas áreas de construção civil e banca,

que representaram 80% dos fluxos investidos entre 2002 e 2006, o montante relativo a 2008 engloba

diversos sectores de actividade, da indústria transformadora aos serviços financeiros. De notar que

grande parte destes investimentos envolvem parcerias com empresas locais.

Por outro lado, Portugal é o mais importante fornecedor de Angola (com uma quota de mercado superior

a 18%), sendo a China, o Brasil e os EUA os concorrentes mais directos. De facto, fruto de uma história

comum, da facilidade de comunicação e da naturalidade do contacto pessoal, as empresas portuguesas

têm em Angola um mercado à sua dimensão.

Actualmente, existem três tendências claras da presença portuguesa em termos de comércio e de

investimento: aumento das transacções de bens e serviço e de investimento; alargamento dos sectores,

com especial destaque para os serviços; e diversificação de mercados (Lubango, Huambo, Benguela,

Lobito, entre outros).

Como se conclui, a presença portuguesa na economia angolana é dominante, quer em termos de

exportações, quer em termos de investimento, quer ainda no que se refere à participação portuguesa em

empresas angolanas com responsáveis com dupla nacionalidade. No entanto, esta posição está

naturalmente ameaçada pela crescente presença chinesa, brasileira, sul-coreana e espanhola, para

elencar, somente, as mais visíveis.

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Oportunidades

Angola tem um conjunto de factores que lhe são inerentes e que devem ser tidos em conta: é o quinto

maior país da África Subsariana e dispõe de uma vasta e diversificada riqueza em termos de recursos

naturais, de potencialidades hidráulicas e hidroeléctricas, a par de condições favoráveis às actividades

agrícola, pecuária e silvícola. É ainda o segundo produtor de petróleo dessa região, o quarto produtor

mundial de diamantes e um dos países que tem apresentado maiores taxas de crescimento económico a

nível mundial.

Por outro lado, Angola encontra-se numa fase de estabilidade, reconstrução e desenvolvimento (tendo

sido levada a cabo pelo Estado uma vasta produção legislativa com efeito directo na actividade das

empresas), estando previstas taxas de crescimento económico assinaláveis, o que deixa antever

perspectivas favoráveis para o incremento das relações económicas bilaterais em diversos sectores de

oportunidade. Sucintamente podemos referir como principais áreas de oportunidades de negócio:

• Actividades relacionadas com infraestruturas (estradas, ferrovias, energia, água, saneamento básico,

etc.);

• Tecnologias de informação e comunicações;

• Consultoria

• Indústria (produtos industriais, máquinas e equipamentos);

• Serviços em geral, com particular destaque para a educação e formação, transportes e distribuição;

• Saúde;

• Materiais de construção;

• Artigos para a casa;

• Alimentar e bebidas;

• Fornecimentos ao sector primário (petróleos e diamantes);

Para o aproveitamento destas oportunidades, as empresas portuguesas dispõem de algumas vantagens

(relativamente à generalidade dos restantes players), das quais destacamos as seguintes:

• Marcas tradicionalmente conhecidas;

• Reconhecimento da qualidade dos produtos portugueses;

• Forte ligação entre ambos os países;

• Grande conhecimento da realidade angolana; e

• Boas relações institucionais.

Angola não é só compradora de produtos portugueses; a relação não se reduz ao acto comercial, que se

esgota na entrega da mercadoria e no contra-pagamento. Em Angola, os empresários portugueses

ultrapassaram essa etapa e investiram, criando postos de trabalho locais, transferindo conhecimento,

ajudando ao gigantesco esforço de reconstrução nacional e contribuindo para a diversificação dos

sectores económicos. As empresas portuguesas seguem uma estratégia de integração na economia

local, criando laços profundos com os seus parceiros angolanos e ajudando a criar riqueza.

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Dificuldades

Angola é um mercado com peculiaridades que, por vezes, não são consideradas pelos exportadores e

investidores portugueses. O Estado angolano suportou uma guerra civil durante mais de 30 anos, ao

mesmo tempo que edificava uma economia cujo principal objectivo era a subsistência económica e o

esforço de guerra. Consequentemente, o país chega a 2002, ano do estabelecimento da paz, com infra-

estruturas físicas muito próximas do colapso total e com uma população de refugiados de milhões de

angolanos.

Acresce que o sistema de ensino sofreu de uma crónica falta de investimento e de recursos humanos,

pelo que, actualmente, o mercado de recursos humanos angolano é escasso e dispendioso. Face a

estas condicionantes, é natural que o mercado angolano apresente dificuldades que, em alguns casos,

são muito significativas.

O esforço de reconstrução tem sido notável, mas é natural que a recuperação das bases económicas e

sociais de um país com cerca de 18 milhões de habitantes demore, pelo menos, mais uma geração. São

estas dificuldades que os empresários portugueses poderão enfrentar.

Angola é claramente um país de oportunidade, mas não pode ser encarada como tábua de salvação

para empresas que estejam numa situação difícil em Portugal, até porque as dificuldades logísticas, a

burocracia, os eventuais atrasos nos pagamentos e as exigências de tesouraria nos negócios locais

dificultam, ainda mais, a vida das empresas que já têm problemas.

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Anexo 1 – Divisão Territorial de Angola

O território angolano encontra-se dividido em 18 províncias (ver mapa pág. 4), que integram, ao todo,

157 municípios. Cada província tem um governador, designado pelo Presidente da República.

Província de Bengo

Capital: Caxito

Área: 33 016 Km2

População: 310 000 hab.

Municípios: 5 – Dande, Ambriz, Icolo e Bengo, Muxima, Nambuangongo

Clima: tropical seco

Distâncias em Km a partir do Caxito: Luanda: 55 Km; Uíge: 295 Km

Indicativo telefónico: 234

Agricultura: algodão, mandioca, palmeiras, citrinos, produtos hortícolas

Minerais: enxofre, sal-gema, fosfato, quartzo

Outros produtos: peixe

Localizada no Norte de Angola, a província de Bengo é auto-suficiente no sector agrícola, graças às

terras férteis que propiciam uma sólida produção agrícola, nomeadamente de café, mandioca, abacate,

ananás, sisal, dendém, cana-de--açúcar e produtos hortícolas.

A pesca, principalmente da lagosta e do camarão, é praticada na Barra do Dande, no Ambriz (a Norte), e

em Cabo Ledo (a Sul).

O sector industrial desta província está vocacionado para a produção de materiais de construção e os

recursos minerais incluem caulino, gesso, asfalto, calcário, quartzo, ferro e feldspato.

Província de Benguela

Capital: Benguela

Área: 31 780 Km2

População: 670 000 hab.

Municípios: 9 – Lobito, Bocoio, Balombo, Ganda, Cubal, Caiambambo,

Benguela, Baía Farta, Chongoroi

Clima: tropical seco

Distâncias em Km a partir de Benguela: Luanda: 692 Km; Sumbe: 208 Km; Lobito: 33 Km

Indicativo telefónico: 272

Agricultura: bananas, açúcar, algodão, hortaliças e milho

Minerais: indústria mineral

Outros produtos: pesca e indústria pesqueira

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A província de Benguela é, sobretudo, conhecida pelo seu porto comercial situado no Lobito –

considerado o maior de Angola e da África Ocidental, entre o Golfo da Guiné e o Cabo da Boa

Esperança.

Em virtude dos vários cais e portos pesqueiros de pequena dimensão que possui ao longo da costa, esta

província é a segunda mais importante em termos de industrialização do pescado e produção do sal.

Além disso, a indústria petrolífera está a ser desenvolvida, na sequência de estudos sísmicos realizados

na orla marítima que permitiram verificar a existência de importantes reservas de petróleo bruto

comercializáveis.

Actualmente, as principais reservas da província de Benguela são as seguintes: águas minerais,

minerais radioactivos, minerais polimetálicos, cobre, gesso caulino, talco, diatómitos (utilizados para

lavagem de tubos de perfuração petrolífera), enxofre, rochas calcárias e ornamentais, pedras

semipreciosas, etc.

Encontram-se igualmente nesta província inúmeras empresas do sector terciário, designadamente,

empresas de prestação de serviços no sector dos transportes aéreos, marítimos e ferroviários, mas

também na área da informática, consultoria, comércio de bens alimentares, mobiliário doméstico.

O sector turístico da província de Benguela, que dispõe de três aeroportos, está muito desenvolvido,

graças a grande variedade de paisagens rurais, às termas naturais, aos monumentos históricos e às

maravilhosas praias que aí se encontram, desde Lobito até à Equimina, sudoeste do Dombe Grande.

Contudo, a sua rede hoteleira está principalmente concentrada na cidade do Lobito.

Província do Bié

Capital: Kuito

Área: 70 314 Km2

População: 1 200 000 hab.

Municípios: 9 – Kuito, Andulo, Nharea, Cuemba, Cunhinga, Catabola,

Camacupa, Chinguar, Chitembo

Clima: tropical de altitude

Distâncias em Km a partir do Kuito: Luanda: 709 Km; Huambo 165 Km

Indicativo telefónico: 248

Agricultura: citrinos, arroz, feijão, milho, sisal, banana

Minerais: caulino, ferro, manganês, minerais radioactivos

A economia desta província está relacionada com a produção agropecuária, com predominância para as

culturas de arroz, hortofrutícolas, feijão, milho, mandioca, batata, batata-doce, soja, amendoim, gergelim,

girassol e café arábica, mas, também, com a criação de bovinos e animais de pequeno porte.

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Apesar do mau estado das vias terrestres de comunicação e da destruição provocada pela guerra,

nomeadamente nos sectores de abastecimento da água e de distribuição de energia eléctrica, as

potencialidades geológicas da província do Bié são inegáveis e todo o território encontra-se numa fase

primária de prospecção e exploração das suas riquezas minerais.

Província de Cabinda

Capital: Cabinda

Área: 7 270 Km2

População: 170 000 hab.

Municípios: 4 – Cabinda, Lândana, Buço-Zau, Belize

Clima: tropical húmido

Distâncias em Km a partir de Cabinda: Luanda: 480 Km; M’Banza Congo: 365 Km; Ondjiva: 1 945 Km

Indicativo telefónico: 231

Agricultura: café, cacau, palmeiras, mandioca, milho

Minerais: petróleo, ouro, potássio, urânio

Outros produtos: madeiras preciosas

Os cerca de 170 000 habitantes do enclave de Cabinda são conhecidos como “Fiotes” e falam dialectos

diferentes consoante a sua localização geográfica.

Cabinda, outrora conhecida como Congo português, tornou-se o palco de múltiplos interesses

internacionais, dado aí se extrair cerca de 70% do petróleo exportado por Angola.

No entanto, a economia de Cabinda não se resume apenas ao “ouro negro”. A esta riqueza acrescem

não só as vastas florestas, ricas principalmente em café, cacau, oleaginosas, mas também a produção

de batata, banana, mandioca e madeira. Aliás, a reserva florestal de Mayombe, em Cabinda – a segunda

maior do mundo depois da Amazónia, no Brasil -, pode fornecer mais de 200 000 metros cúbicos de

madeira por ano.

As praias da província de Cabinda têm potencial para se tornarem uma forte e grande atracção turística,

existindo em Cabinda um aeroporto nacional.

Província do Cuando-Cubango

Capital: Menongue

Área: 199 049 Km2

População: 150 000 hab.

Municípios: 9 – Menongue, Cuíto Cuanavale, Cuchi, Cuangar, Nankova,

Mavinga, Calai, Dirico, Rivungo

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Clima: tropical de altitude / seco

Distâncias em Km a partir do Menongue: Luanda: 1 051 Km; Kuito: 342 Km

Indicativo telefónico: 249

Agricultura: massango, massambala, mandioca, feijão

Minerais: cobre e ouro

Outros produtos: madeiras

Esta zona de Angola, que abrigou as mais importantes bases sociais e políticas da UNITA durante os

conflitos armados, era conhecida por “Terra do Fim do Mundo”, mas, actualmente, é conhecida por

“Terras do Progresso”, em virtude do seu potencial económico, turístico, ecológico, e histórico. A

província de Cuando-Cubango possui as maiores reservas protegidas de fauna selvagem.

Destacam-se nesta província actividades como a exploração de madeiras de elevada qualidade e a

exploração de diamantes, junto dos vários rios que cruzam a província.

Província do Cuanza-Norte

Capital: Ndalatando

Área: 24 110 Km2

População: 420 000 hab.

Municípios: 13 – Cazengo, Lucala, Ambaca, Golungo Alto, Dembos,

Bula Atumba, Cambambe, Quiculungo, Bolongongo, Banga,

Samba Caju, Gonguembo, Pango Alúquem

Clima: tropical húmido

Distâncias em Km a partir de Ndalatando: Luanda: 248 Km; Malange: 175 Km

Indicativo telefónico: 235

Agricultura: café, palmeiras, girassol, arroz, algodão, bananas

O Cuanza-Norte é separado de Cuanza-Sul pelo rio Cuanza.

O sector agrícola de Cuanza-Norte produz milho, amendoim, abacate, ananás, batata-doce, ervilha,

feijão, goiaba, mamão (papaia), massambala, sisal, palmeira de dendém e rícino. O Cuanza-Norte tem,

ainda, vários recursos minerais, como o cobre, o ferro, o manganês e os diamantes. Contudo, a riqueza

comercial da região provém da produção de algodão e de café.

O maior parque industrial da província do Cuanza-Norte está situado no município de Cambambe. Ali

encontram-se indústrias de bebidas e de têxteis, enquanto no resto da região encontram-se fábricas de

couro e de calçado, de produtos alimentares e de tabaco.

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A maior barragem hidroeléctrica do país foi construída em Cambambe, a qual fornece não só a energia

eléctrica necessária às províncias do Norte de Angola e Luanda como também o abastecimento de água.

O sector turístico e da hotelaria de Cuanza-Norte está, actualmente, em grande progresso, sendo já

Cambambe uma referência para os turistas nacionais e estrangeiros. Por se encontrarem muito

danificadas, a administração desta província já iniciou obras de recuperação das estradas.

Província do Cuanza-Sul

Capital: Sumbe

Área: 55 660 Km2

População: 610 000 hab.

Municípios: 12 – Sumbe, Porto Amboim, Quibala, Libolo, Mussende,

Amboim, Ebo, Quilenda, Conda, Waku Kungo, Seles,

Cassongue

Clima: tropical seco

Distâncias em Km a partir do Sumbe: Luanda: 492 Km; Benguela: 208 Km

Indicativo telefónico: 236

Agricultura: palmeiras, algodão, sisal, café, bananas, milho, arroz

Minerais: quartzo, monóxido de bário, cobre

Outros produtos: peixe

As águas medicinais da Conda, as cachoeiras e as praias, a foz dos rios Longa e Keve podem ser

descobertas nesta província, que possui inúmeras riquezas naturais, nomeadamente o café, o milho, o

feijão, o quartzo, os palmares, as pedras semipreciosas e os produtos hortícolas.

É igualmente uma província com grandes potencialidades agropecuárias e piscatórias. Porto Amboim,

que comercializa crustáceos, principalmente lagosta, é a capital económica da região.

Província do Cunene

Capital: Ondjiva

Área: 87 342 Km2

População: 230 000 hab.

Municípios: 6 – Cuanhama, Ombadja, Cuvelai, Curoca, Cahama,

Namacunde

Clima: tropical seco

Distâncias em Km a partir de Ondjiva: Luanda: 1 424 Km; Lubango: 415 Km

Indicativo telefónico: 265

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Agricultura: milho, massango, massambala, feijão

Minerais: ferro, cobre

Outros produtos: peixe

A principal actividade económica da província do Cunene é baseada na pecuária, nomeadamente na

criação de bovinos e de caprinos. Os solos são, na verdade, pouco propícios à agricultura intensiva e as

principais produções são o milho, massango, massambala, trigo, tabaco e cana-de-açúcar.

A exploração da madeira é relevante na economia desta província e os seus recursos minerais são

predominantemente o ouro e a mica.

Esta província reúne excelentes condições para o desenvolvimento do turismo, tendo em conta a

possibilidade de promover as exuberantes quedas do Ruacanã e os 6 600 Km2 do parque nacional de

Muupa.

Província do Huambo

Capital: Huambo

Área: 34 270 Km2

População: 1 000 000 hab.

Municípios: 11 – Huambo, Londuimbali, Bailundo, Mungo, Tchindjenje,

Ukuma, Ekunha, Tchikala-Tcholohanga, Katchiungo,

Longonjo, Caála

Clima: tropical de altitude

Distâncias em Km a partir do Huambo: Luanda: 600 Km; Kuito: 165 Km

Indicativo telefónico: 241

Agricultura: batata, batata-doce, café, abacate, milho, feijão, trigo, frutas

de citrino e horticulturas

Minerais: ferro, ouro, fluorspar e molibdénio

Outros produtos: pinho e plantas aromáticas

O pico de maior altitude em Angola, o Morro do Moço, com 2 620 metros, está situado nesta província e

aí nascem inúmeros rios em direcção ao litoral e aos países vizinhos.

Huambo foi a principal produtora e exportadora de batata rena e milho do país. Não obstante, esta

província também tem inúmeros metais para explorar no seu subsolo, particularmente o manganês,

diamantes, volfrâmio, ferro, ouro, prata, cobre e minério radioactivo.

Por esta província passa o caminho-de-ferro de Benguela (CFB), vindo do litoral (Lobito) e que segue

para a fronteira com a República Democrática do Congo. Existem ao longo dos 1 000 Km de linha de

caminho-de-ferro extensas florestas, onde abundam predominantemente árvores de médio porte que

alimentam a indústria da madeira e derivados.

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O sector turístico relacionado com o tema da natureza tem aqui, também, um grande potencial, devido à

flora e à fauna exuberante e diversificada.

Província da Huíla

Capital: Lubango

Área: 75 002 Km2

População: 800 000 hab.

Municípios: 13 – Quilengues, Lubango, Humpata, Chibia, Chiange,

Quipungo, Caluquembe, Caconda, Chicomba, Matala,

Jamba, Chipindo, Kuvango

Clima: tropical de altitude

Distâncias em Km a partir do Lubango: Luanda: 1 015 Km; Namibe: 225 Km

Indicativo telefónico: 261

Clima tropical semiárido

Agricultura: agricultura e criação de gado

Outros produtos: produtos industrializados

O sector produtivo desta província está profundamente debilitado. Com efeito, a frequente escassez de

chuva e a fuga da população activa, por razões de segurança, prejudicaram os sectores da

agropecuária, da agricultura e da silvicultura.

Nesta província, a indústria extractiva de granito, um dos ramos industriais mais importantes para o

mercado da exportação, pode, contudo, tornar-se um factor de desenvolvimento de outras actividades,

caso se consiga aumentar a exploração, promover a sua posterior transformação no local e, assim,

incorporar valor acrescentado no produto final.

Província de Luanda

Capital: Luanda

Área: 2 257 Km2 que representa 0,19% da superfície do território

nacional

População: 3 000 000 hab.9

Clima tropical seco

Distâncias em Km a partir de Luanda: Cabinda: 480 Km; Benguela: 692 Km; Ondjiva: 1 424 Km

Indicativo telefónico: 222

9 Estimativas do EIU/ World Gazetteer apontam para 4,5 milhões de habitantes.

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Municípios: 9 – Cacuaco, Cazenga, Ingombotas, Kilamba Kiaxi,

Maianga, Rangel, Samba, Sambizanga e Viana, 24 bairros e

cinco comunas

Clima: semiárido e árido no litoral, de clima tropical quente e seco

Agricultura: mandioca, milho, batata-doce, amendoim, feijão e hortícolas

Outros produtos: pesca

Foi na Ilha do Cabo que nasceu a cidade de Luanda, precisamente em 1575. Nesta ilha de Luanda,

Paulo Dias de Novais, primeiro governador e capitão-mor das conquistas do então Reino de Angola,

desembarcou com 700 pessoas, metade das quais homens armados, padres, comerciantes e

mercadores, que aí estabeleceram o primeiro núcleo de portugueses.

Diz-se que o nome da capital de Angola, Loanda, tem origem numa rede de pesca, instrumento de

trabalho das regiões ribeirinhas e do litoral, utilizada pelos naturais de Luanda, os Axiluanda.

A província de Luanda é o espaço económico mais importante de Angola, a província mais

industrializada e com o maior crescimento económico. Tal deve-se ao facto de Luanda praticamente não

ter sofrido directamente os efeitos da guerra civil e, também, por se ter verificado um êxodo das

populações do resto do país para a capital.

Dois grandes e importantes rios atravessam a província de Luanda: a Norte, o Bengo; a Sul, o Cuanza.

Esses rios dão lugar a planícies de aluviões muito férteis, das quais depende o desenvolvimento de

culturas que, tradicionalmente, constituem a base da alimentação das populações de Luanda, como a

mandioca, o milho, a batata-doce, o amendoim, o feijão e hortícolas. Porém, regista-se uma redução

significativa da capacidade de produção agrícola desta província. Na realidade, no período colonial, as

grandes fazendas e as outras propriedades do sector agro-pecuário pertenciam às grandes sociedades,

mas, com a independência do país, foram confiscadas pelo Estado, que criou o Complexo Agrário do

Cuanza-Bengo, para gerir o sector agropecuário da província, coordenar e distribuir terras agrícolas a

famílias.

No que diz respeito ao sector do turismo, já existem infra-estruturas na Ilha do Cabo e na Ilha do

Mussulo, situadas a cerca de 30 minutos do centro da cidade, bem como na barra do rio Cuanza, a cerca

de 60 minutos, locais cada vez mais procurados durante os fins-de-semana pelos habitantes da capital.

Província da Lunda-Norte

Capital: Lucapa (Dundo)

Área: 103 000 Km2

População: 250 000 hab.

Municípios: 9 – Lucapa, Cambulo, Chitato, Cuílo, Caungula, Cuango,

Lubalo, Capenda Camulemba, Xá-Muteba

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Clima: tropical húmido

Distâncias em Km a partir de Lucapa: Luanda: 1 175 Km; Saurimo: 135 Km

Indicativo telefónico: 252

Agricultura: arroz, mandioca, milho, palmeiras

Minerais: diamantes

Outros produtos: óleo alimentar

Em 1907, a existência comprovada de diamantes no vale de alguns rios que penetram no Congo Belga

(Kinshasa), que também passam pelo território angolano, resultou na Constituição da Companhia de

Pesquisas Mineiras de Angola. Poucos anos depois, em 1912, eram descobertos os primeiros dianantes

em Angola.

Província da Lunda-Sul

Capital: Saurimo

Área: 77 637 Km2

População: 120 000 hab.

Municípios: 4 – Saurimo, Dala, Muconda, Cacolo

Clima: tropical húmido

Distâncias em Km a partir de Saurimo: Luanda: 1 039 Km; Lucapa: 135 Km

Indicativo telefónico: 253

Agricultura: arroz, mandioca, milho, produtos hortícolas

Minerais: diamantes, manganês, ferro

As primeiras explorações de diamantes tiveram lugar no rio Chipapa e seus afluentes. Em Outubro de

1917, foi criada a Diamang, que produziu, logo no primeiro ano de actividade, 4 110 quilates, atingindo

em 1971 cerca de 2 413 021 quilates.

No sector das telecomunicações, importa referir que esta província possui uma central telefónica com

capacidade instalada de 6 000 linhas internas. Destas, actualmente, apenas 180 funcionam em razão da

insuficiência da rede de cabos. As comunicações interurbanas estão garantidas por um sistema com

capacidade para oito linhas, que se revela insuficiente para responder à procura.

Província de Malange

Capital: Malange

Área: 97 602 Km2

População: 700 000 hab.

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Municípios: 15 – Massango, Marimba, Calandula, Caombo, Kunda-Dia-

Baze, Kiwaba N’Zogi, Cuaba, Nzogo, Quela, Malange,

Mucari, Cangandala, Cambundi-Catembo, Luquembo,

Quirima

Clima: tropical húmido

Distâncias em Km a partir de Malange: Luanda: 423 Km; N’Dalatando: 175 Km

Indicativo telefónico: 251

Agricultura: algodão, mandioca, amendoim, milho, girassol, arroz, sisal

Minerais: diamantes, minerais radioactivos, cobre

Outros produtos: cana-de-açúcar

Existe, na província de Malange, a cultura de mandioca, arroz, batata-doce, abacate, amendoim, ervilha,

feijão, girassol, goiaba, manga, abacaxi, banana, citrinos, maracujá, sisal, soja, eucaliptos e pinheiros.

Contudo, outras culturas, como as do algodão, tabaco e cana-de-açúcar, são significativas e alimentam a

indústria local.

Embora muito importante nesta província, a indústria dos diamantes necessita, contudo, de uma maior

abertura aos investimentos nacionais e estrangeiros. O subsolo dispõe, ainda, de fosfato, urânio e

calcário.

As quedas de Calandula beneficiam o sector do turismo, estando o Governo a proceder à recuperação

das estradas e outras vias de comunicações para assegurar a circulação de pessoas e bens.

Província do Moxico

Capital: Luena

Área: 223 023 Km2

População: 240 000 hab.

Municípios: 9 – Moxico, Camanongue, Léua, Luau, Luacano, Alto

Zambeze, Luchazes, Lumbala N’Guimbo, Lumege

Clima: tropical de altitude

Distâncias em Km a partir de Luena: Luanda: 1 314 Km; Saurimo: 265 Km

Indicativo telefónico: 254

Agricultura: arroz, mandioca, milho, amendoim, madeira

Minerais: carvão, cobre, manganês, ferro

Outros produtos: peixe, aves domésticas

Esta província foi uma das mais afectadas pela guerra civil de Angola, tendo ficado destruídas as redes

viárias e ferroviárias, bem como as principais infra-estruturas da província, nomeadamente os

estabelecimentos escolares.

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A indústria desta província assenta em vários minerais, como o ferro, cobre, ouro, manganês, volfrâmio,

estanho, urânio, lenhite e diamantes, além de existir uma pequena indústria de materiais de construção.

Província de Namibe

Capital: Namibe

Área: 58 137 Km2

População: 85 000 hab.

Municípios: 5 – Namibe, Camacuio, Bibala, Virei, Tombua

Clima: tropical seco

Distâncias em Km a partir do Namibe: Luanda: 1 234 Km; Lubango: 225 Km

Indicativo telefónico: 264

Agricultura: oliveira, vinha, mandioca, batata-doce e os produtos

hortofrutícolas

Minerais: terras raras, minérios radioactivos, prirocloro, apatite, barite,

magnetite e também minérios secundários de cobre

Outros produtos: peixe, sal

A província do Namibe possui uma extensa fronteira marítima (cerca de 480 Km), no sentido norte-sul a

oeste, com algumas infra-estruturas de pesca artesanal e industrial, que carecem de apoio financeiro

para promover a sua reabilitação e o seu desenvolvimento. Com efeito, a pesca representa a principal

actividade económica da região.

As instalações do porto do Namibe situam-se na baía desta cidade e dividem-se em dois sectores: um

destinado a mercadorias gerais e passageiros e outro específico para a movimentação de minério de

ferro e produtos petrolíferos.

O sector agrícola é muito importante e evidencia um verdadeiro potencial, pelo facto de o seu solo se

adaptar a qualquer tipo de cultura. As principais culturas são a oliveira, a vinha, a mandioca, a batata-

doce e os produtos hortofrutícolas, nas zonas aluviais dos rios Bero, Bentiaba, Carujamba, Curoca e

Giraúl, para as quais se utilizam a irrigação e a mecanização. Já na zona suburbana da capital, “na

cintura verde do Namibe”, a oliveira revelou óptimas condições de adaptação, dando frutos de boa

qualidade, tal como a videira, o melão e a melancia, que são de excelente qualidade.

Existem, ainda, nesta província, várias minas de cobre e filões de quartzo de nascente, níquel, urânio e

mineralizações de estanho em “placers” e, ainda, berilo em pegmatitos, micas em pegmatitos, bário em

filões, manganês em calcário, calcários dolomíticos, rochas betuminosas, quartzo cristalino em filões,

fosfato, talco, águas minerais, gesso, calcário, mercúrio, zinco, cobalto, crómio e titânio.

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Província do Uíge

Capital: Uíge

Área: 58 698 Km2

População: 500 000 hab.

Municípios: 15 – Maquele do Zombo, Quimbele, Damba, Mucaba, Santa

Cruz, Bembe, Songo, Buengas, Sanza Pombo, Ambuíla,

Uíge, Negage, Puri, Alto Cauale, Quitexe

Clima: tropical húmido

Distâncias em Km a partir do Uíge: Luanda: 345 Km; M’Banza Congo: 314 Km

Indicativo telefónico: 233

Agricultura: café, feijão, mandioca, milho, amendoim

Minerais: cobre, ligas de prata, cobalto

Tendo em conta a sua localização geográfica, grande parte do seu comércio é realizado com os países

vizinhos.

A economia desta província assenta ainda hoje no café, apesar de uma quebra acentuada da produção,

já que em 1991 eram produzidas apenas 1900 toneladas, quando, antes da guerra, se produziam 50 000

toneladas, isto é, 2/3 do café do país. Contudo, dispondo de solos bastante aráveis, além do café e da

madeira, a província do Uíge produz também mandioca, arroz, feijão, dendém, ananás, batata-doce,

cacau, ervilha, mamão (papaia), abacate e manga. Por outro lado, a criação de gado caprino e suíno

sempre fez parte da actividade agrícola do Uíge.

Província do Zaire

Capital: M’Banza Kongo

Área: 40 130 Km2

População: 50 000 hab.

Municípios: 6 – M’Banza Congo, Soyo, N’Zeto, Cuimba, Noqui,

Tomboco

Clima: tropical húmido

Distâncias em Km a partir de M’Banza Congo: Luanda: 481 Km; Uíge: 314 Km

Indicativo telefónico: 232

Agricultura: mandioca, algodão, banana, cacau café

Minerais: petróleo

Outros produtos: peixe

A província do Zaire já foi a sede do antigo e muito importante Reino do Congo.

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Os principais recursos naturais são fosfato, cobre, betume, mica, chumbo, magnetite, vanádio, madeira,

pesca e naturalmente, o petróleo, que é o sector mais importante desta província.

Por outro lado, a construção da fábrica de gás liquefeito ANGOLA LNG, no município de Soyo, deverá

ficar concluída em 2012.

A economia da província do Zaire não conheceu outros progressos em razão da guerra civil.

________________________________________________

Fonte: Guia de Negócios em Angola - 2ª edição (Fevereiro 2009)

António Vilar e Associados / Grupo Editorial Vida Económica

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69

Anexo 2 – Principais Produtos Transaccionados entre Portugal e Angola (2008/2009)

Exportações

N.C. PRINCIPAIS MERCADORIAS Tons 1000 EUR % Tot Tons 1000

EUR % Tot Var. %

TOTAL 1.382.631 2.261.264 100,00 1.219.081 2.246.024 100,00 -0,67

7308 Construções e suas partes (etc) de ferro fundido, ferro/aço, exc prod pp 9406 46.038 92.325 4,08 46.239 99.808 4,44 8,10

2203 Cervejas de malte 142.090 89.713 3,97 117.883 78.881 3,51 -12,07

9403 Outros móveis e suas partes 18.593 72.438 3,20 16.177 69.969 3,12 -3,41

8704 Veículos automóveis para transporte de mercadorias 23.619 75.988 3,36 22.579 61.840 2,75 -18,62

2204 Vinhos de uvas frescas 50.025 55.062 2,44 44.560 58.153 2,59 5,61

1601 Enchidos e produtos semelhantes, de carne, miudezas ou sangue 25.313 44.275 1,96 24.159 47.630 2,12 7,58

8429 Bulldozers, angledozers, niveladoras, raspo-transportadoras, pás mecânicas etc 15.302 70.348 3,11 10.152 44.638 1,99 -36,55

8537 Quadros, painéis e outros suportes, com >=2 aparelhos das pp 8535/36, etc 1.294 20.991 0,93 1.636 42.675 1,90 103,30

8544 Fios e outros condutores, isolados p/ usos eléctricos; cabos fibras ópticas 8.822 42.038 1,86 8.646 41.807 1,86 -0,55

3004 Medicamentos, em doses ou acondicionados para venda a retalho 1.081 35.494 1,57 1.337 39.901 1,78 12,42

8708 Partes e acessórios dos veículos automóveis das posições 8701 a 8705 3.175 36.144 1,60 2.984 35.393 1,58 -2,08

8474 Máq p/ seleccionar terras, pedras etc; máq p/ aglomerar combustíveis, etc; etc 7.517 39.664 1,75 6.423 35.227 1,57 -11,19

8536 Aparelhos p/ interrupção, seccionamento, protecção etc, p/ tensão <=1000 volts 2.474 24.079 1,06 2.202 29.377 1,31 22,00

8517 Aparelhos eléctricos para telefonia ou telegrafia, por fios etc; vídeofones 153 12.278 0,54 507 27.969 1,25 127,79

8701 Tractores (excepto os da pp 8709) 5.753 19.994 0,88 7.682 24.696 1,10 23,52

8479 Máquinas e aparelhos mecânicos, c/ função própria, ainda n/ inc noutras pp 4.063 31.635 1,40 2.742 24.524 1,09 -22,48

2202 Águas, águas minerais e gaseificadas, adicionadas de açúcares 54.140 29.320 1,30 36.981 23.918 1,06 -18,43

8418 Refrigeradores, congeladores etc; bombas de calor, exc as máquinas da pp 8415 5.602 26.960 1,19 4.975 23.135 1,03 -14,19

8504 Transformadores eléctricos, conversores, bobinas de reactância e auto-indução 2.087 21.925 0,97 1.806 22.903 1,02 4,46

8716 Reboques/semi-reboques p/ qq veículos; outros veículos n/ autopropulsores; etc 9.701 24.094 1,07 10.699 21.712 0,97 -9,89

1507 Óleo de soja e respectivas fracções, mesmo refinado, n/ quimicam. modificado 36.633 38.267 1,69 26.556 21.351 0,95 -44,20

3917 Tubos e seus acessórios, de plástico 10.151 21.761 0,96 9.937 20.255 0,90 -6,92

8703 Automóveis de passageiros e outros veículos transporte passageiros, etc 4.102 13.057 0,58 4.654 20.013 0,89 53,28

8431 Partes destinadas às máquinas e aparelhos das pp 8425 a 8430 2.161 12.913 0,57 2.689 19.890 0,89 54,03

8502 Grupos electrogéneos e conversores rotativos, eléctricos 2.513 21.956 0,97 1.939 19.247 0,86 -12,34

9405 Aparelhos iluminação (inc projectores) e suas partes; anúncios, tabuletas, etc 1.647 16.033 0,71 1.585 18.830 0,84 17,45

7326 Outras obras de ferro ou aço 7.214 17.173 0,76 6.356 18.729 0,83 9,06

8471 Máquinas automáticas p/ processamento dados/unidades; leitores magnéticos etc 576 33.193 1,47 247 18.621 0,83 -43,90

9406 Construções pré-fabricadas 7.392 19.734 0,87 6.361 18.207 0,81 -7,74

8413 Bombas para líquidos mesmo com dispositivo medidor; elevadores de líquidos 1.185 15.786 0,70 1.280 17.750 0,79 12,44

8705 Veículos automóveis para usos especiais, exc p/ transporte pessoas/mercadorias 3.927 23.178 1,02 3.115 17.452 0,78 -24,71

4819 Caixas, sacos, bolsas, cartuchos e outras embalagens, de papel, cartão, etc 10.822 19.971 0,88 9.137 16.948 0,75 -15,14

7216 Perfis de ferro ou aço não ligado 2.911 3.734 0,17 12.300 16.647 0,74 345,80

6908 Ladrilhos e placas p/ pavimentação/revestimento, vidrados/esmaltados; cubos 40.774 15.701 0,69 34.254 16.067 0,72 2,33

7311 Recipientes p/ gases comprimidos/liquefeitos, de ferro fundido, ferro ou aço 8.248 17.485 0,77 5.325 15.701 0,70 -10,21

9401 Assentos (excepto os da pp 9402), mesmo transformáveis em camas, e s/partes 2.591 14.056 0,62 2.065 15.082 0,67 7,30

7604 Barras e perfis, de alumínio 3.258 13.641 0,60 3.309 14.584 0,65 6,91

8501 Motores e geradores, eléctricos, excepto os grupos electrogéneos 1.975 17.548 0,78 1.647 14.319 0,64 -18,40

2523 Cimentos hidráulicos (incl. os "clinckers"), mesmo corados 359.397 24.405 1,08 257.744 14.089 0,63 -42,27

2009 Sumos de frutas (inc. mostos de uvas) ou de prod. hortícolas 17.724 11.721 0,52 20.511 13.846 0,62 18,13

8415 Máquinas/aparelhos ar condicionado c/ ventilador motorizado/dispositivos , etc 770 6.894 0,30 991 13.728 0,61 99,14

8421 Centrifugadores etc, aparelhos para filtrar ou depurar líquidos ou gases 869 12.799 0,57 791 13.345 0,59 4,27

(cont.)

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aicep Portugal Global Angola – Dossier de Mercado (Julho 2010)

70

(cont.)

N.C. PRINCIPAIS MERCADORIAS Tons 1000 EUR

% Tot Tons 1000

EUR %

Tot Var. %

8443 Máquinas e aparelhos impressão, exc pp 8471; máquinas auxiliares p/ impressão 607 15.755 0,70 753 12.975 0,58 -17,64

9018 Instrumentos e aparelhos para medicina, cirurgia, odontologia e veterinária 279 12.890 0,57 206 12.860 0,57 -0,24

2208 Aguardentes,licores e alc. etílico não desnaturado c/ teor alcoólico <80% vol 1.104 8.222 0,36 1.492 12.178 0,54 48,13

2710 Óleos de petróleo ou minerais betuminosos, exc. óleos brutos; preparações, etc 19.649 18.524 0,82 15.704 12.079 0,54 -34,80

4901 Livros, brochuras e impressos semelhantes, mesmo em folhas soltas 3.998 18.088 0,80 1.199 12.072 0,54 -33,26

3926 Outras obras de plástico e obras de outras matérias das posições 3901 a 3914 2.130 8.901 0,39 3.560 11.441 0,51 28,54

8428 Outras máquinas/aparelhos de elevação, de carga, de descarga ou movimentação 1.925 11.922 0,53 1.631 11.328 0,50 -4,98

8302 Guarnições, ferragen etc, de metais comuns; pateras etc; rodízios; fechos etc 1.775 8.488 0,38 1.943 10.731 0,48 26,42

7323 Artefactos uso doméstico; palha ferro/aço; esponjas, esfregões, luvas, etc 432 2.979 0,13 1.115 10.665 0,47 258,02

7610 Construções e suas partes, de alumínio; chapas etc, de alumínio p/ construções 1.904 10.705 0,47 2.418 10.608 0,47 -0,90

8427 Empilhadores; outros veículos p/ movimentação carga, c/ dispositivo elevação 1.950 9.044 0,40 2.542 10.567 0,47 16,83

8426 Cábreas; guindastes, inc de cabos; pontes rolantes, pórticos de descarga, etc 5.941 17.737 0,78 2.889 10.519 0,47 -40,69

8481 Torneiras, válvulas e dispositivos semelhantes, p/ canalizações, caldeiras etc 917 8.416 0,37 1.002 10.296 0,46 22,34

8205 Ferramentas manuais ainda n/ inc outras pp; lâmpadas etc; tornos etc; bigornas 1.852 12.615 0,56 1.764 10.205 0,45 -19,10

1602 Outras preparações e conservas de carne, miudezas ou sangue 4.593 10.612 0,47 3.881 9.813 0,44 -7,52

4418 Obras de carpintaria para construções, inc painéis celulares, etc 4.395 7.506 0,33 5.758 9.752 0,43 29,91

3923 Artigos de transporte ou de embalagem, rolhas, tampas, cápsulas, de plástico 4.643 12.447 0,55 3.808 9.669 0,43 -22,32

8438 Máquinas n/ inc outras pp deste cap, p/ preparação/fabrico de alimentos, etc 683 8.800 0,39 915 9.222 0,41 4,80

8528 Aparelhos receptores de televisão, etc; monitores e projectores de vídeo 375 10.626 0,47 305 8.899 0,40 -16,26

3402 Preparações tensoactivas, prep. para lavagem e limpeza (exc sabões de pp 3401) 6.359 9.007 0,40 6.175 8.693 0,39 -3,49

6802 Pedras de cantaria/construção; cubos, pastilhas e artigos semelhantes, etc 8.784 6.137 0,27 12.503 8.647 0,39 40,90

2201 Águas, águas minerais e gaseificadas, não adicionadas de açúcares 41.317 8.409 0,37 38.647 8.626 0,38 2,58

8467 Ferramentas pneumáticas, hidráulicas ou com motor não eléctrico, de uso manual 659 9.016 0,40 501 8.380 0,37 -7,05

0305 Peixes secos, salgados ou em salmoura; farinhas, pó e "pellets" de peixe, etc 1.114 9.491 0,42 1.202 8.363 0,37 -11,89

8414 Bombas de ar/vácuo, compressores etc; exaustores p/ extracção/reciclagem, etc 868 8.894 0,39 777 8.347 0,37 -6,15

1905 Produtos de padaria, pastelaria ou da indústria de bolachas e biscoitos 3.657 8.622 0,38 3.476 8.215 0,37 -4,72

8523 Suportes p/ gravação de som ou semelhantes, n/ gravados, exc produtos cap. 37 311 5.172 0,23 221 8.177 0,36 58,10

0203 Carnes de animais da espécie suína, frescas, refrigeradas ou congeladas 2.260 5.120 0,23 3.119 8.097 0,36 58,14

4011 Pneumáticos novos, de borracha 1.707 8.587 0,38 1.594 7.923 0,35 -7,74

1509 Azeite oliveira e suas fracções, mesmo refinado mas n/ quimicamente modificado 1.725 6.733 0,30 2.185 7.771 0,35 15,42

6403 Calçado c/ sola externa borracha, plástico, couro e parte superior couro nat. 453 9.078 0,40 316 7.653 0,34 -15,70

6302 Roupas de cama, mesa, toucador ou cozinha 891 6.947 0,31 915 7.364 0,33 6,01

4818 Papel higiénico,lenços, toalhas de mão, fraldas, artigos p/ uso doméstico, etc 2.298 8.320 0,37 1.937 7.202 0,32 -13,44

8535 Aparelhos p/ interrupção, seccionamento, protecção etc, p/ tensão >1000 volts 119 1.929 0,09 291 7.053 0,31 265,72

8432 Máquinas uso agrícola etc, p/ preparação/trabalho solo; rolos p/ relvados, etc 1.242 5.153 0,23 1.781 6.994 0,31 35,73

8430 Outras máquinas/aparelhos de terraplanagem etc; bate-estacas etc; limpa-neves 1.012 9.169 0,41 1.069 6.886 0,31 -24,90

8903 Iates e outros barcos/embarcações de recreio/desporto; barcos a remos e canoas 84 890 0,04 559 6.831 0,30 667,71

6910 Pias, lavatórios, banheiras, sanitários e artefactos semelhantes, de cerâmica 3.051 6.823 0,30 3.383 6.818 0,30 -0,08

8516 Aquecedores eléctricos água; aparelhos eléct. p/ aquecimento ambientes, etc 538 5.407 0,24 624 6.752 0,30 24,88

3209 Tintas e vernizes, dispersos ou dissolvidos num meio aquoso 2.625 4.940 0,22 3.254 6.613 0,29 33,87

0406 Queijos e requeijão 1.062 5.522 0,24 1.474 6.579 0,29 19,14

0210 Carnes e miudezas comestíveis; farinhas e pós comestíveis de carnes/miudezas 979 4.835 0,21 2.075 6.558 0,29 35,64

(cont.)

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71

(cont.)

N.C. PRINCIPAIS MERCADORIAS Tons 1000 EUR

% Tot Tons 1000

EUR %

Tot Var. %

2005 Outros produtos hortícolas preparados ou conservados, não congelados 3.581 6.056 0,27 3.537 6.301 0,28 4,04

6109 T-shirts e camisolas interiores, de malha 1.075 12.467 0,55 500 6.192 0,28 -50,34

6203 Fatos, conjuntos, calças e calções, etc., de uso masculino 171 5.465 0,24 128 6.108 0,27 11,76

1704 Produtos de confeitaria sem cacau (incl. o chocolate branco) 1.763 5.764 0,25 1.819 6.008 0,27 4,23

8507 Acumuladores eléctricos e seus separadores, de forma quadrada ou rectangular 1.112 4.342 0,19 1.545 5.866 0,26 35,12

3401 Sabões 6.471 6.078 0,27 5.726 5.792 0,26 -4,70

1901 Extractos de malte; prep.alimentícias de farinhas,amidos,sêmolas,féculas,etc 2.898 6.719 0,30 2.417 5.758 0,26 -14,31

8477 Máquinas/aparelhos p/ trabalhar borracha/plástico ou p/ fabrico prod dessa mat 222 1.585 0,07 328 5.494 0,24 246,72

7309 Reservatórios, tonéis etc, de ferro fundido, ferro ou aço, de capacidade >300l 1.758 7.152 0,32 1.942 5.383 0,24 -24,73

8609 Contentores inc transporte fluídos concebidos/equipados p/ >=1 meio transporte 5.759 5.902 0,26 7.749 5.269 0,23 -10,72

4202 Malas, sacos, estojos, bolsas, carteiras, etc, de couro natural, plástico etc 310 4.344 0,19 243 4.854 0,22 11,73

8531 Aparelhos eléctricos de sinalização acústica ou visual, exc os das pp 8512/30 107 3.497 0,15 153 4.816 0,21 37,73

3822 Reagentes de diagnóstico ou de laboratório, excepto as posições 3002 ou 3006 121 5.461 0,24 87 4.686 0,21 -14,19

4820 Livros de registo e contabilidade, outros artigos escolares e papelaria, etc 1.071 5.029 0,22 854 4.500 0,20 -10,51

8525 Aparelhos emissores p/ radiotelefonia etc; câmaras de tv; câmaras de vídeo etc 66 7.306 0,32 85 4.499 0,20 -38,42

7306 Outros tubos e perfis ocos (soldados, rebitados, agrafados, etc), de ferro/aço 2.082 3.570 0,16 4.292 4.440 0,20 24,38

8466 Partes e acessórios destinados às máquinas das posições 8456 a 8465 272 2.429 0,11 471 4.380 0,19 80,30

8521 Aparelhos videofónicos de gravação/reprodução, mesmo c/ receptor sinais etc 19 1.342 0,06 19 4.368 0,19 225,48

6809 Obras de gesso ou de composições à base de gesso 8.383 3.974 0,18 14.098 4.364 0,19 9,81

8301 Cadeados, fechaduras e ferrolhos, de metais comuns; fechos e armações c/ fecho 695 3.850 0,17 753 4.363 0,19 13,31

8515 Máquinas e aparelhos p/ soldar etc; máquinas/aparelhos eléctricos p/ projecção 310 3.652 0,16 366 4.357 0,19 19,30

8473 Partes e acessórios para máquinas e aparelhos das posições 8469 a 8472 138 6.399 0,28 100 4.244 0,19 -33,69

8419 Aparelhos p/ tratamento matérias por meio operações mudança temperatura, etc 340 4.676 0,21 382 4.160 0,19 -11,02

0401 Leite e nata não concentrados nem adicionados de açúcar ou outros edulcorantes 4.320 3.651 0,16 5.173 4.112 0,18 12,62

8480 Caixas fundição; placas fundo p/ moldes; modelos p/ moldes; moldes p/ metais 575 2.615 0,12 461 4.074 0,18 55,78

7113 Artefactos de joalharia e suas partes, de metais preciosos ou metais folheados 1 2.698 0,12 0 4.032 0,18 49,44

4802 Papel e cartão, n/ revestidos,tipo usados p/ escrita ou out. fins gráficos,etc 2.346 2.684 0,12 4.376 4.026 0,18 49,98

7210 Produtos laminados ferro/aço n/ ligado, larg >=600mm, folheados/chapeados etc 1.343 1.760 0,08 4.386 3.995 0,18 126,94

7318 Parafusos, pernos/pinos, roscados, porcas, etc, de ferro fundido, ferro ou aço 941 3.106 0,14 1.030 3.901 0,17 25,60

9404 Suportes elásticos p/ camas; colchões, edredões, almofadas, pufes, etc 897 2.992 0,13 932 3.893 0,17 30,11

6303 Cortinados, cortinas e estores; sanefas e reposteiros 125 1.735 0,08 162 3.887 0,17 124,08

1604 Preparações e conservas de peixes; caviar e seus sucedâneos de ovas de peixes 1.625 5.985 0,26 1.002 3.857 0,17 -35,55

8465 Máquinas-ferramentas p/ trabalhar madeira, cortiça, osso, borracha endurecida 455 2.997 0,13 653 3.842 0,17 28,17

8424 Aparelhos mecânicos projectar etc, pós; extintores; pistolas aerográficas etc 663 5.227 0,23 547 3.811 0,17 -27,09

8417 Fornos industriais/laboratório, incluídos os incineradores, não eléctricos 1.550 2.834 0,13 896 3.770 0,17 33,05

8538 Partes destinadas exclusiva/principalmente p/ os aparelhos das pp 8535/36/37 179 1.736 0,08 297 3.750 0,17 116,01

8462 Máquinas-ferramentas p/ forjar/estampar etc; máq-ferramentas p/ enrolar, etc 390 3.038 0,13 421 3.712 0,17 22,19

8409 Partes reconhecíveis c/o exclusiva/principalmente p/ motores das pp 8407/08 157 3.560 0,16 152 3.658 0,16 2,74

3824 Aglutinantes preparados para moldes ou para núcleos de fundição; etc 2.796 2.270 0,10 6.172 3.588 0,16 58,04

6211 Fatos treino p/ desporto, biquinis, calções e slips de banho; out. vestuário 174 3.428 0,15 148 3.539 0,16 3,25

3924 Serviços mesa, outros artigos uso doméstico, higiene ou toucador, de plástico 933 3.635 0,16 946 3.536 0,16 -2,73

7013 Objectos de vidro p/ serviço de mesa, cozinha, toucador etc, exc pp 7010/18 493 2.788 0,12 772 3.533 0,16 26,70

8422 Máquinas de lavar louça; máquinas p/ limpar, encher, capsular etc, garrafas 281 5.848 0,26 226 3.524 0,16 -39,73

3304 Produtos de beleza ou de maquilhagem 306 3.229 0,14 344 3.511 0,16 8,72

8215 Colheres, garfos, conchas, escumadeiras, etc, e artefactos semelhantes 272 2.623 0,12 440 3.475 0,15 32,49

(cont.)

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72

(cont.)

N.C. PRINCIPAIS MERCADORIAS Tons 1000 EUR % Tot Tons 1000

EUR % Tot Var. %

4421 Outras obras de madeira 953 2.499 0,11 1.372 3.456 0,15 38,28

3920 Outras chapas,folhas e lâminas, de plástico n/ alveolar, n/ reforçadas, etc 1.847 4.231 0,19 1.822 3.439 0,15 -18,73

0403 Leitelho, leite e nata coalhados, iogurte, quefir e outros leites e natas 852 1.906 0,08 1.944 3.417 0,15 79,29

3925 Artefactos de apetrechamento de construções, de plástico, n/ especificados 666 2.698 0,12 966 3.409 0,15 26,34

7307 Acessórios p/ tubos (ex: uniões, cotovelos, etc), de ferro fundido, ferro/aço 727 3.635 0,16 541 3.312 0,15 -8,88

0303 Peixes congelados excepto os filetes e carne de peixe da pp 0304 545 3.111 0,14 601 3.311 0,15 6,42

8543 Máquinas/aparelhos c/ função própria, ainda n/ incluídos em pp deste capítulo 114 3.496 0,15 109 3.308 0,15 -5,37

8539 Lâmpadas e tubos eléctricos de incandescência/descarga etc; lâmpadas de arco 211 3.228 0,14 242 3.303 0,15 2,32

7209 Produtos laminados a frio de ferro/aço n/ ligado, larg >=600mm, n/ folheados 540 565 0,02 3.740 3.235 0,14 473,09

7616 Outras obras de alumínio 841 3.514 0,16 634 3.205 0,14 -8,79

0713 Legumes de vagem, secos, ou em grão, mesmo pelados ou partidos 4.894 4.408 0,19 3.431 3.192 0,14 -27,58

9503 Outros brinquedos; modelos reduzidos p/ divertim/ ; quebra-cabeças (puzzles) 217 2.343 0,10 295 3.174 0,14 35,46

9023 Instrumentos/aparelhos/modelos concebidos p/ demonstração, n/ p/ outros usos 126 3.744 0,17 149 3.161 0,14 -15,55

7314 Telas metálicas, grades e redes de fios ferro/aço; chapas e tiras de ferro/aço 3.796 4.286 0,19 1.493 3.142 0,14 -26,68

7214 Barras de ferro/aço n/ ligado, forjadas, laminadas, estiradas a quente, etc 18.324 11.098 0,49 4.501 3.105 0,14 -72,02

AMOSTRA 1.190.152 1.866.507 82,54 1.023.088 1.857.672 82,71

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73

Importações

N.C. PRINCIPAIS MERCADORIAS Tons 1000 EUR % Tot Tons 1000 EUR % Tot Var. %

TOTAL 948.126 407.996 100,00 568.931 151.089 100,00 -62,97

2709 Óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos 946.106 405.481 99,38 542.412 140.478 92,98 -65,36

2710 Óleos de petróleo ou minerais betuminosos, exc. óleos brutos; preparações, etc 0 0 0,00 24.946 8.166 5,40 §

0901 Café, mesmo torrado ou descafeinado 211 375 0,09 301 505 0,33 34,65

8517 Aparelhos eléctricos para telefonia ou telegrafia, por fios etc; vídeofones 4 210 0,05 6 367 0,24 74,98

8703 Automóveis de passageiros e outros veículos transporte passageiros, etc 4 28 0,01 16 273 0,18 877,91

4403 Madeira em bruto, mesmo descascada, desalburnada ou esquadriada 725 466 0,11 332 257 0,17 -44,84

7311 Recipientes p/ gases comprimidos/liquefeitos, de ferro fundido, ferro ou aço 0 0 0,00 89 246 0,16 §

9015 Instrumentos/aparelhos geodesia, topografia, agrimensura etc; telémetros 0 4 0,00 0 59 0,04 §

2515 Mármores,travertinos,granitos belgas e outras pedras calcárias de cantaria,etc 495 48 0,01 463 57 0,04 18,11

9021 Artigos e aparelhos ortopédicos; talas, goteiras etc; aparelhos de prótese etc 0 2 0,00 0 55 0,04 §

8480 Caixas fundição; placas fundo p/ moldes; modelos p/ moldes; moldes p/ metais 0 3 0,00 4 46 0,03 §

6802 Pedras de cantaria/construção; cubos, pastilhas e artigos semelhantes, etc 0 0 0,00 201 31 0,02 §

8711 Motocicletas e outros ciclos c/ motor auxiliar/carro lateral; carros laterais 0 0 0,00 1 28 0,02 §

8504 Transformadores eléctricos, conversores, bobinas de reactância e auto-indução 0 15 0,00 0 27 0,02 84,88

9403 Outros móveis e suas partes 3 10 0,00 11 27 0,02 158,58

8471 Máquinas automáticas p/ processamento dados/unidades; leitores magnéticos etc 0 52 0,01 0 24 0,02 -53,92

8906 Outras embarcações, inc navios de guerra/barcos salva-vidas, exc barcos remos 0 0 0,00 0 23 0,02 §

8409 Partes reconhecíveis c/o exclusiva/principalmente p/ motores das pp 8407/08 1 3 0,00 1 22 0,01 566,71

2516 Granito, pórfiro, basalto, arenito e outras pedras de cantaria/construção, etc 351 89 0,02 84 21 0,01 -76,10

8708 Partes e acessórios dos veículos automóveis das posições 8701 a 8705 10 28 0,01 0 20 0,01 -30,76

8443 Máquinas e aparelhos impressão, exc pp 8471; máquinas auxiliares p/ impressão 1 62 0,02 4 20 0,01 -68,51

8479 Máquinas e aparelhos mecânicos, c/ função própria, ainda n/ inc noutras pp 0 5 0,00 0 19 0,01 314,86

8460 Máquinas-ferramentas p/ rebarbar, afiar etc, em metais/ceramais, por meio mós 0 0 0,00 1 19 0,01 §

1211 Plantas e partes de plantas, sementes e frutos, para perfumaria, medicina, etc 1 4 0,00 10 18 0,01 357,65

8425 Talhas, cadernais e moitões; guinchos e cabrestantes; macacos 0 9 0,00 0 16 0,01 86,70

9031 Instrumentos, aparelhos etc, n/ inc pp deste capítulo; projectores de perfis 0 1 0,00 0 16 0,01 §

8215 Colheres, garfos, conchas, escumadeiras, etc, e artefactos semelhantes 1 4 0,00 3 16 0,01 285,38

8528 Aparelhos receptores de televisão, etc; monitores e projectores de vídeo 0 13 0,00 2 15 0,01 20,88

9022 Aparelhos raios x ou de radiações alfa, beta, gama, p/ usos médicos, etc 0 0 0,00 0 15 0,01 §

8430 Outras máquinas/aparelhos de terraplanagem etc; bate-estacas etc; limpa-neves 0 0 0,00 8 12 0,01 §

8473 Partes e acessórios para máquinas e aparelhos das posições 8469 a 8472 0 4 0,00 0 12 0,01 208,75

8414 Bombas de ar/vácuo, compressores etc; exaustores p/ extracção/reciclagem, etc 0 2 0,00 0 10 0,01 384,77

8413 Bombas para líquidos mesmo com dispositivo medidor; elevadores de líquidos 0 6 0,00 1 10 0,01 73,41

8474 Máq p/ seleccionar terras, pedras etc; máq p/ aglomerar combustíveis, etc; etc 9 3 0,00 0 8 0,01 127,92

7310 Reservatórios, barris etc, p/ quaisquer mat, ferro fund, ferro etc, cap <=300l 0 0 0,00 8 8 0,01 §

AMOSTRA 947.923 406.927 99,74 568.907 150.946 99,91 Fonte: INE - Instituto Nacional de Estatística

Notas:

- Informação corrigida dos valores confidenciais

§ - Dado com coeficiente de variação elevado

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74

Anexo 3 – Potencial e Aproveitamento Comercial de Portugal nas Importações de Angola

O comportamento das exportações portuguesas de bens para Angola nos últimos cinco anos tem sido

globalmente positivo (30,9% de crescimento médio anual no período 2005-2009), à excepção de 2009,

ano que observou uma quebra de 0,7%10.

Verifica-se, também, que a penetração de Portugal no mercado angolano pela via comercial é bastante

significativa, materializada em ganhos de quota de mercado das nossas exportações naquele país nos

últimos anos, tendo atingido cerca de 18% em 2008, que compara com 12% em 2004.

Esta tendência é compatível com o facto de a estrutura das exportações globais portuguesas vir

gradualmente a ajustar-se ao padrão de especialização das importações globais de Angola, o que

denota perspectivas cada vez mais favoráveis para as nossas exportações com destino àquele mercado

africano.11

No entanto, apesar do incremento recente observado nas vendas nacionais de bens para Angola, não

significa a inexistência de oportunidades comerciais para as empresas portuguesas. Numa análise aos

dados disponibilizados pelo ITC – International Trade Centre, resultou que, em 2008, Angola importou

1.134 produtos de todo o mundo, 533 dos quais com um valor total acima do milhão de euros, enquanto

Portugal exportou 1.135 produtos, dos quais 961 comuns para Angola e com 50% das nossas vendas

totais ao mercado concentradas em apenas 31 produtos.12

Face ao exposto, será útil tentar identificar-se produtos em que Portugal manifeste potencial de

exportação para Angola que não esteja a ser devidamente aproveitado; ou seja, produtos nacionais que

apresentem elevada complementaridade comercial com as importações angolanas mas reduzida ou nula

efectividade comercial.

Com esse objectivo, realizou-se um exercício de selecção de produtos portugueses com potencial de

expansão de vendas para aquele mercado africano, com base na construção duma lista minimamente

abrangente de produtos que preenchessem determinados requisitos.

Essa selecção foi efectuada a partir da classificação a quatro dígitos da NC, considerando-se três

critérios:

• A existência de algum grau de complementaridade comercial entre Angola e Portugal, no sentido em

que o nosso país demonstre vantagem comparativa revelada na exportação do bem, e Angola

desvantagem comparativa;

10 Fonte: INE – Instituto Nacional de Estatística 11 Através do cálculo dum Índice de Sobreposição Comercial, que mede o ajustamento entre as importações totais do país

exportador e as importações globais do importador, verifica-se, respectivamente, que no caso de Portugal e Angola tem-se registado um aumento do grau de ajustamento nos últimos anos, de 27,9% em 2004 até 41,0% em 2008.

12 Nº de produtos = nº de posições pautais a 4NC

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75

• Uma relevância mínima do produto na especialização comercial dos dois países, ou seja, tanto nas

exportações portuguesas como nas importações angolanas totais, tendo sido, para o efeito,

considerados os bens cujas exportações globais portuguesas e importações globais angolanas

tenham sido superiores a um milhão de euros no mesmo período;

• Quota de mercado inferior a 20% das exportações portuguesas no total das importações

de Angola, uma vez que uma quota acima daquele valor indica que Portugal não encontra

dificuldades no acesso ao mercado em estudo.13

Nota:

Existem produtos que apresentam aproveitamento comercial, nalguns casos elevado, mas para os quais

a complementaridade comercial é muito reduzida. É o caso de bens com uma quota pouco significativa

nas estruturas das exportações mundiais portuguesas e das importações mundiais do parceiro, mas que

são relativamente representativos na estrutura específica das trocas bilaterais entre os dois países.

Apesar dessa situação poder ocorrer, a análise mais relevante que aqui se pretende, é a procura dos

fracos desempenhos face às oportunidades, ou seja, dos produtos que apresentam elevada

complementaridade mas reduzida ou nula efectividade comercial.

Da aplicação deste processo de selecção a cerca de 1.254 produtos, observa-se a existência dum

conjunto de 104 produtos com potencial subaproveitado em, pelo menos, um dos anos do período 2006-

2008, e em 70 produtos, só em 2008.

Esse conjunto de 104 produtos representou, em 2008, 20,0% das exportações totais portuguesas de

bens e 27,5% das importações de Angola. Ao mesmo tempo, as exportações portuguesas para Angola

desse grupo de produtos registaram uma quota de apenas 3,7% nas importações angolanas do

agregado; ou seja, Portugal registou nessa amostra de bens com potencial para o nosso país uma quota

quatro vezes inferior à que detém nas importações globais de Angola.

13 Em 2008, com base nos valores do ITC – International Trade Centre, Portugal registou 555 produtos com quota igual ou superior

a 20% nas importações totais angolanas desses bens.

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Produtos com Potencial para Portugal e Subaproveitados nas Exportações para Angola 2006-2008

2006 2007 2008 2006 2007 2008 2006 2007 2008

'0207 Carnes/miudezas comestíveis, frescas/refrigeradas/congeladas, de aves 1,56 2,64 1,87 0,40 0,21 0,21 X X X'0402 Leite e nata concentrados ou adicionados de açúcar ou de outros edulcorantes 8,39 3,53 2,93 0,02 0,04 0,23 X X X'0407 Ovos de aves, com casca, frescos, conservados ou cozidos 17,22 12,29 14,60 0,04 0,00 0,00 X X X'0504 Tripas, bexigas e buchos de animais, exc de peixes, frescos, salgados, etc 3,89 9,96 6,04 0,00 0,00 0,00 X X X'0701 Batatas, frescas ou refrigeradas 7,17 5,68 2,81 0,01 0,00 0,01 X X X'0808 Maçãs, pêras e marmelos, frescos 1,77 1,81 1,87 0,01 0,01 0,00 X X X'1101 Farinhas de trigo ou de mistura de trigo com centeio 48,20 36,18 24,39 0,67 0,12 0,16 X X X'1102 Farinhas de cereais, excepto de trigo ou de mistura de trigo com centeio 119,56 198,40 130,14 0,05 0,03 0,04 X X X'1604 Preparações e conservas de peixes; caviar e suc. de ovas de peixes 12,35 13,37 16,27 0,77 0,38 0,67 X X X'1701 Açúcares de cana ou de beterraba e sacarose quimicam. pura 8,77 12,28 12,63 0,03 0,01 0,02 X X X'2002 Tomates preparados ou conservados, exc em vinagre ou em ácido acético 183,99 133,21 122,02 0,01 0,01 0,01 X X X'2103 Prepar. p/ molhos e molhos; condimentos e temperos compostos; mostardas 1,78 1,67 2,08 0,77 0,88 0,60 X X X

'2402 Charutos, cigarrilhas e cigarros, de tabaco ou dos seus sucedâneos 2,50 3,40 2,40 0,02 0,04 0,03 X X X'3406 Velas, pavios, círios e artigos semelhantes 31,83 37,34 20,38 0,02 0,02 0,02 X X X'4009 Tubos de borracha vulcanizada não endurecida e seus acessórios 4,81 3,81 1,81 0,26 0,51 0,65 X X X

'4011 Pneumáticos novos, de borracha 4,12 3,56 3,76 0,23 0,20 0,26 X X X'5208 Tecidos de algodão >=85%, com peso <=200g/m2 4,16 4,08 2,96 0,02 0,02 0,00 X X X'6103 Fatos, conjuntos, calças e calções, etc., de malha, de uso masculino 4,76 9,95 8,38 0,33 0,16 0,30 X X X'6107 Cuecas, pijamas, roupões de banho, robes, etc., de malha, de uso mascul ino 1,66 3,55 1,43 0,05 0,01 0,04 X X X

'6301 Cobertores e mantas 3,25 2,97 1,47 0,13 0,62 0,21 X X X'6309 Artefactos de matérias têxteis, calçado, chapéus, e artefactos semelh., usados 17,70 8,77 20,02 0,09 0,04 0,05 X X X'6402 Outro calçado c/ sola exterior e parte superior de borracha ou p lástico 1,34 1,59 1,11 0,46 0,45 0,63 X X X

'6811 Obras de fibrocimento, cimento-celulose e produtos semelhantes 23,20 17,22 11,60 0,25 0,37 0,14 X X X'7213 Fio-máquina de ferro ou aço não ligado 6,75 3,25 7,40 0,00 0,00 0,00 X X X'7214 Barras de ferro/aço n/ ligado, forjadas, laminadas, estiradas a quente, etc 31,85 13,40 29,26 0,00 0,00 0,20 X X X'7306 Outros tubos e perfis ocos (soldados, rebitados, agrafados, etc), de ferro/aço 4,41 3,64 4,62 0,25 0,07 0,19 X X X'7310 Reservatórios, barris etc, p/ quaisquer mat, ferro fund, ferro etc, cap <=300l 53,52 63,00 79,30 0,02 0,01 0,04 X X X'7312 Cordas, cabos, etc, e semelhantes, ferro/aço, n/ isolados, p/ usos eléctricos 11,39 7,89 8,11 0,05 0,20 0,30 X X X'7315 Correntes, cadeias, e suas partes, de ferro fundido, ferro ou aço 3,10 1,56 1,16 0,05 0,18 0,39 X X X'7614 Tranças e semelhantes, de alumínio, não isolados para usos eléctricos 4,01 12,92 16,53 0,02 0,16 0,39 X X X'8207 Ferramentas intercambiáveis p/ ferramentas manuais, mesmo mecânicas, etc 1,22 1,58 1,08 0,35 0,29 0,52 X X X'8307 Tubos flexíveis de metais comuns, mesmo com acessórios 83,56 54,14 9,47 0,06 0,03 0,14 X X X'8431 Partes destinadas às máquinas e aparelhos das pp 8425 a 8430 3,96 4,24 3,43 0,27 0,45 0,53 X X X'8481 Torneiras, válvulas e dispositivos semelhantes, p/ canalizações, caldeiras etc 4,76 5,75 2,49 0,34 0,13 0,27 X X X'8527 Aparelhos receptores p/ radiote lefonia/radiotelegrafia/radiodifusão, etc 16,10 20,10 26,47 0,01 0,00 0,01 X X X'8702 Veículos automóveis para o transporte >=10 pessoas, incluíndo o condutor 8,02 10,94 30,45 0,08 0,01 0,00 X X X'8712 Bicicletas e outros ciclos (incluídos os triciclos), sem motor 5,09 9,03 6,26 0,01 0,04 0,03 X X X'1107 Malte, mesmo torrado 0,57 2,15 1,65 0,00 0,00 0,00 X X

'1902 Massas alimentícias, mesmo cozidas ou recheadas 4,92 4,37 7,10 1,23 0,49 0,44 X X'3208 Tintas e vernizes, dispersos ou dissolvidos em meio não aquoso 3,55 4,46 5,15 1,13 0,29 0,19 X X'5501 Cabos de filamentos sintéticos 5,92 22,86 26,74 0,00 0,00 0,00 X X'5608 Redes de malhas c/ nós, em panos ou peca, confeccionadas de mat. têxteis 26,84 26,91 19,42 1,29 0,24 0,72 X X'6104 Fatos saia-casaco, vestidos, saias, calças/calções etc, de malha, uso feminino 2,53 4,00 3,90 0,27 0,01 0,03 X X'6106 Camiseiros, blusas, blusas-camiseiros, de malha, de uso feminino 0,61 3,04 3,52 0,36 0,00 0,01 X X'7321 Aquecedores, caldeiras de fornalha, fogões de cozinha, grelhadores, etc 0,88 1,14 1,30 0,64 0,67 0,62 X X'8309 Rolhas, cápsulas p/ garrafas, batoques/tampões roscados etc, de metais comuns 1,62 1,14 2,73 1,16 0,21 0,01 X X'8419 Aparelhos p/ tratamento matérias por meio operações mudança temperatura, etc 0,78 2,17 1,43 0,74 0,18 0,51 X X'8487 Partes de máquinas sem conexões eléctricas 0,00 6,73 11,39 0,00 0,02 0,01 X X'8604 Veículos p/ inspecção/manutenção vias férreas ou semelhantes 1,27 5,57 6,08 0,00 0,00 0,00 X X'8706 Chassis com motor, para veículos automóveis 0,16 3,75 10,17 0,00 0,01 0,00 X X'6306 Encerados; tendas; velas p/ embarcações/pranchas etc 3,81 3,90 5,22 0,46 1,40 0,98 X X'6310 Trapos, cordéis, etc., de mat. têxteis,em forma de desperdício ou inutilizados 16,69 10,19 8,25 0,28 0,21 0,19 X X'6405 Outro calçado 5,22 8,73 3,83 0,17 0,24 0,18 X X'6810 Obras de cimento, de betão (concreto) ou de pedra artificial, mesmo armadas 4,01 4,91 14,02 0,58 0,30 0,21 X X

'7302 Elementos vias férreas, de ferro fundido, ferro/aço; carris, contracarris etc 1,44 0,03 1,81 0,05 0,13 0,04 X X'1302 Sucos e extractos vegetais,mat. pécticas,pectinatos e pectatos,agar-agar,etc 0,25 0,83 2,07 0,02 0,01 0,04 X'2715 Misturas betuminosas à base de asfalto ou betume naturais, de petróleo, etc. 0,77 1,44 1,57 28,90 11,62 0,74 X

'3804 Lixívias residuais da fabricação das pastas de celulose 0,02 0,05 3,01 9,27 3,23 0,05 X'4804 Papel e cartão kraft, n/ revestidos, em rolos ou em folhas, exc das pp 4802/03 1,55 0,89 1,15 0,72 0,20 0,00 X'5607 Cordéis, cordas e cabos, entrançados ou n/, mesmo revestidos 21,94 38,86 31,16 0,60 0,23 0,13 X'6209 Vestuário e seus acessórios, para bébés 0,84 1,14 1,35 1,31 1,45 0,80 X

'6304 Outros artefactos p/ guarnição de interiores, exc. da pp-9404 10,75 14,81 15,75 2,26 0,54 0,26 X'6601 Guarda-chuvas, sombrinhas e guarda-sóis 0,99 1,01 1,23 0,37 1,22 0,22 X'7222 Barras e perfis, de aço inoxidável 0,26 0,40 1,33 0,04 0,07 0,24 X

'7227 Fio-máquina de outras ligas de aço 0,23 0,34 14,65 0,71 0,17 0,01 X'7301 Estacas-pranchas e perfis obtidos por soldadura, de ferro ou aço 1,30 1,67 2,75 14,77 5,32 0,62 X'7314 Telas metálicas, grades e redes de fios ferro/aço; chapas e tiras de ferro/aço 11,81 16,13 45,25 1,98 1,33 0,77 X

ICE COM PARCEIROICC COM PARCEIRONC

PRODUTOS COM POTENCIAL

(cont.)

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aicep Portugal Global Angola – Dossier de Mercado (Julho 2010)

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(cont.)

2006 2007 2008 2006 2007 2008 2006 2007 2008

'8402 Caldeiras vapor (exc caldeiras aquec. central); caldeiras "água sobreaquecida" 1,05 0,57 1,31 5,10 0,94 0,18 X'8802 Outros veículos aéreos; veículos espaciais e seus veículos de lançamento, etc 0,03 0,01 1,67 0,00 0,00 0,00 X'9305 Partes e acessórios, dos artigos das pp 9301 a 9304 0,01 0,09 4,48 0,03 0,00 0,00 X'0303 Peixes congelados excepto os filetes e carne de peixe da pp 0304 1,42 1,44 1,12 0,53 0,47 1,11 X X'1006 Arroz 1,01 1,17 0,66 0,04 0,05 0,10 X X'2102 Leveduras; outros microrganismos monocelulares mortos; pós para levedar, etc. 26,53 18,25 12,03 0,73 0,77 1,17 X X

'7210 Produtos laminados ferro/aço n/ ligado, larg >=600mm, folheados/chapeados etc 1,04 1,20 0,80 0,15 0,05 0,07 X X'7217 Fios de ferro ou aço não ligado 1,77 1,17 2,57 0,06 0,08 0,50 X X'8546 Isoladores de qualquer matéria, para usos eléctricos 2,64 3,48 2,48 0,09 0,83 1,66 X X'8602 Outras locomotivas e locotractores; tênderes 11,26 19,27 0,55 0,00 0,00 0,00 X X'8606 Vagões para transporte de mercadorias sobre vias férreas 2,72 1,72 8,14 0,00 0,04 2,88 X X'0206 Miudezas comestíveis bovinos, suínos, ovinos, caprinos, cavalar, asinina, etc. 1,00 1,56 1,14 3,22 0,92 1,12 X'1103 Grumos, sêmolas e pellets, de cereais 8,16 12,01 4,08 0,00 0,00 0,00 X'2827 Cloretos/oxicloretos/hidroxicloetos; brometos/oxibrometos; iodetos/oxiiodetos 1,08 1,06 1,35 0,00 0,00 0,00 X'3816 Cimentos,argamassas,betão e composições semelhante, refractários 0,16 2,35 0,65 4,79 0,32 2,32 X'4113 Couros prep . após curtim. ou sec., e peles apergam. de out. animais 0,00 1,24 0,00 0,00 0,00 0,00 X'4907 Selos postais, fiscais; papel selado e papel-moeda; cheques; acções etc 0,07 1,76 0,00 2,42 0,04 15,38 X'5515 Outros tecidos de fibras sintéticas descontínuas 1,76 10,74 3,21 0,33 0,04 0,51 X'5601 Pastas de matérias têxteis e seus artigos; fibras têxteis de comprimento <=5mm 0,37 1,58 2,07 10,76 0,35 2,01 X'6005 Tecidos de malha-urdidura (incluindo os fabricados em teares para galões) 0,48 1,16 0,53 0,01 0,00 0,00 X'6108 Combinações, saiotes, calcinhas, camisas noite etc, de malha, de uso feminino 0,59 1,04 0,72 0,04 0,02 0,01 X'8605 Vagões de passageiros, furgões para bagagem, outros vagões p vias férreas 0,00 353,63 0,00 0,00 0,00 102,57 X'8903 Iates e outros barcos/embarc. recreio/desporto; barcos a remos e canoas 0,69 1,09 0,79 0,56 0,62 0,26 X'9015 Instrumentos/aparelhos geodesia, topografia, agrimensura etc; telémetros 0,56 1,18 0,72 0,92 0,63 1,51 X'0703 Cebolas, chalotas e outros prod hortícolas aliáceos, frescos ou refrigerados 1,08 0,61 0,44 0,00 0,01 0,00 X'1905 Produtos de padaria, pastelaria ou da indústria de bolachas e biscoitos 6,17 4,46 5,35 0,95 1,41 1,34 X'2105 Sorvetes, mesmo contendo cacau 1,10 2,60 2,18 0,31 0,97 0,45 X'3602 Explosivos preparados, excepto pólvoras propulsivas 5,74 0,88 1,19 0,00 0,00 0,37 X

'3924 Serviços mesa, outros artigos uso doméstico, higiene ou toucador, de plástico 2,81 4,13 3,13 0,73 0,90 1,40 X'4803 Papel p/ papel higiénico, de toucador, toalhas, etc, em rolos ou em folhas 1,27 0,83 0,41 0,01 0,00 0,43 X'6506 Partes calçado; palmilhas, reforços, polainas, perneiras e artigos semelhantes 2,57 3,05 2,19 0,84 0,83 1,53 X'6806 Lâs de escórias altos fornos; vermiculite e argilas; misturas e obras minerais 1,23 1,55 2,10 0,42 1,42 0,91 X'7020 Outras obras de vidro 3,55 0,91 0,69 0,28 1,39 0,50 X'7612 Reservatórios, barris, etc, p/ qq matérias, de alumínio, de capacidade <=300l 3,87 0,23 0,25 0,30 1,98 11,35 X'8485 Partes de máquinas/aparelhos, n/ especificados noutras pp deste capítulo, etc 4,51 0,00 0,00 0,10 0,00 0,00 X'8547 Peças isolantes, de matérias isolantes, ou c/ simples peças metálicas, etc 1,09 1,03 0,43 0,00 0,00 0,04 X'8703 Automóveis de passageiros e outros veículos transporte passageiros, etc 1,14 0,92 0,94 0,11 0,03 0,02 X

ICE COM PARCEIROICC COM PARCEIRONC

PRODUTOS COM POTENCIAL

Fonte: Cálculos AICEP com base em dados do ITC – International Trade Centre

Notas:

ICC – Índice de Complementaridade Comercial: Compara o potencial de comércio através da análise ao ajustamento entre a oferta

e a procura dos produtos em questão. O ICC tem em consideração, no contexto mundial, as vantagens comparativas do país

exportador e as desvantagens comparativas do país importador. Quanto maior for o ICC, mais elevada é a possibilidade de

existência de comércio entre Portugal e o parceiro. Se ICC >1, existe complementaridade entre ambos os parceiros; se ICC < 1,

não há potencial de comércio.

ICE - Índice de Comércio Efectivo: Compara os resultados relativos ao comércio potencial com o comércio efectivo realizado entre

dois parceiros. Pretende-se estimar, para cada sector, o comércio real face ao potencial, tendo Portugal como exportador e Angola

como importador. Quanto maior o ICE, para cada produto, entende-se que o comércio bilateral é mais efectivo. Se ICE > 1,

considera-se que há aproveitamento de comércio, dado o seu potencial. Abaixo desse valor, entende-se que há

subaproveitamento.

PRODUTOS COM POTENCIAL: Produtos com potencial subaproveitado, resultantes da análise ao grau de aproveitamento das

exportações portuguesas face ao potencial apresentado pelas importações angolanas.

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Anexo 4 – Informações Úteis

Formalidades na Entrada

É necessário visto, bem como comprovativo da vacina contra a febre amarela. É obrigatória a declaração

de divisas à entrada; à saída apenas se pode transferir a mesma quantidade declarada à entrada. É

estritamente proibido transportar kwanzas para fora do país, por muito diminuta que seja a quantia.

Riscos de Crédito e Caução e do Investimento Nacional no Estrangeiro

A COSEC – Companhia de Seguro de Créditos, S.A. gere, por conta do Estado português, a garantia de

cobertura de riscos de crédito e caução e do investimento nacional no estrangeiro, originados por factos

de natureza política, monetária e catastrófica.

No contexto das Políticas de Cobertura para Mercados de Destino das Exportações Portuguesas, apólice

individual, a cobertura para o mercado angolano é a seguinte (Junho de 2010):

Curto prazo – Caso a caso numa base restritiva.

Médio/Longo prazo – Garantia soberana. Limite total de responsabilidades.

Indicações mais pormenorizadas sobre políticas e condições de cobertura podem ser obtidas junto da

Direcção Internacional da COSEC.

Hora Local

Corresponde ao UTC (Tempo Universal Coordenado) mais uma hora. Em relação a Portugal, Angola tem

mais uma hora no Inverno e a mesma hora no Verão.

Horários de Funcionamento

Serviços Públicos:

8h00-12h00/14h00-17h00

(de segunda a sexta-feira)

Comércio:

8h30-12h00/15h00-19h00

(de segunda a sexta-feira)

Bancos:

8h30-11h30/14h00-15h30

(de segunda a sexta-feira)

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Feriados

1 de Janeiro – Dia de Ano Novo

4 de Janeiro – Dia dos Mártires da Repressão Colonial

4 de Fevereiro – Dia do Início da Luta Armada Nacional

8 de Março – Dia Internacional da Mulher

1 de Maio - Dia Internacional do Trabalhador

1 de Junho – Dia Internacional da Criança

17 de Setembro – Dia do Fundador da Nação e do Herói Nacional

2 de Novembro – Dia de Finados

11 de Novembro – Dia da Independência Nacional

25 de Dezembro - Dia de Natal

Feriados móveis:

Terça-feira de Carnaval

Sexta-feira Santa

Corrente Eléctrica

220V AC, 50 ciclos

Pesos e Medidas

Angola utiliza o sistema métrico.

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Anexo 5 – Endereços Diversos

Em Portugal

Embaixada de Angola em Portugal

Av. da República, 68

1069-213 Lisboa

Tel.: (+351) 21 796 70 41 / 21 796 70 43 / 21 796 18 30

E-mail: [email protected] I http://www.embaixadadeangola.org

aicep Portugal Global - Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, E.P.E.

O’ Porto Bessa Leite Complex

Rua António Bessa Leite, 1430, 2.º

4150-074 Porto

Tel.: (+351) 226 055 300 | Fax: (+351) 226 055 399

E-mail: [email protected] | http://www.portugalglobal.pt

aicep Portugal Global - Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, E.P.E.

Av. 5 de Outubro, 101

1050-051 Lisboa

Tel.: (+351) 217 909 500 | Fax: (+351) 217 909 581

E-mail: [email protected] | http://www.portugalglobal.pt

CPLP – Comunidade de Países Língua Portuguesa

R. de S. Caetano, 32

1200-829 Lisboa – Portugal

Tel.: (+351) 213 928 560 | Fax: (+351) 213 928 588

E-mail: [email protected] | http://www.cplp.org/

Consulado Geral de Angola em Lisboa

Rua Fradesso da Silveira,

Edifício Alcântara Rio, Bloco E,

1300-260 Lisboa

Tel.: (+351) 213 602 060 I Fax: (+351) 213 631 529

E-mail: info@consuladogeral-angol I http://www.consuladogeral-angola.pt

Consulado Geral de Angola no Porto

Rua Alexandre Herculano, 352 – 5º – salas 52/54

4000-053 Porto

Tel: (+351) 222 058827 / 902 I Fax: (+351) 222 050328

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Câmara de Comércio e Indústria Portugal – Angola

Calçada Marquês de Abrantes, 62, 1º

1200-719 Lisboa

Tel.: (+351) 213 940133 I Fax: (+351) 213 950847

E-mail: [email protected] | http://www.cciportugal-angola.pt

Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento (IPAD)

Av. da Liberdade, 192 – 2º

1250-147 Lisboa

Tel.: (+351) 213 176700 I Fax: (+351) 21-3147897

E-mail: [email protected] | http://www.ipad.mne.gov.pt

Sociedade para o Financiamento do Desenvolvimento (SOFID)

Instituíção Financeira de Crédito, S.A.

Av. Casal Ribeiro, 14, 4º

1000-092 Lisboa

Tel.: (+351) 21 313 77 60 I Fax: (+351 21 313 77 79

E-mail: [email protected] I http://www.sofid.pt/

COSEC – Companhia de Seguro de Créditos, SA

Direcção Internacional

Av. da República, 58

1069-057 Lisboa

Tel.: (+351) 217 913 821 | Fax: (+351) 217 913 839

E-mail: [email protected] | http://www.cosec.pt

Entidades Fiscalizadoras (das mercadorias que entram em Angola)

Bivac Ibérica – Lisboa

Polo Tecnológico de Carnide, Rua H, 4-4A

1600-485 Lisboa

Tel.: 21 0006700 I Fax: 21 0006780

E-mail: [email protected] | http://www.bivac.com

Bivac Ibérica – Porto

Rua 28 de Janeiro, 350

4400-335 Vila Nova de Gaia

Tel.: 22 3774120 I Fax: 22 3774121

E-mail: [email protected]

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82

COINS – Portugal UNIPESSOAL LDA (Cotecna)

Avenida da Boavista 1361 - Sobreloja

Lordelo do Ouro

4100 - 130 PORTO

Tel.: +351 22 6052450 I Fax: +351 22 6005501

Email: [email protected] I http://www.cotecna.com

(SGS) – Sociedade Geral de Superintendência, Lda

Polo Tecnológico de Lisboa, 6 – Pisos 0

1600-546 Lisboa

Tel.: (+351) 707 200 747 I Fax: (+351) 707 200 329

http://www.pt.sgs.com

Em Angola

Entidades Oficiais Portuguesas

Embaixada de Portugal em Luanda

Av. de Portugal, 50

Luanda

Tel.: (+244) 222 333 027 / 443 I Fax: (+244) 222 390 392

E-mail: [email protected] I www.embaixadadeportugal-luanda.com.pt/

aicep Portugal Global - Luanda

Av. de Portugal, 50

C.P. 1319 – Luanda

Tel.: (+244) 222 33 14 85 / 33 6037 / 33 9032 / 33 6470 I Fax: (+244) 222 33 05 29

E-mail: [email protected] I http://www.portugalglobal.pt

Consulado-Geral de Portugal em Luanda

Av. de Portugal, 50

Luanda

Tel.: (+244) 222 333 027 / 435 / 443 I Fax: (+244) 222 333 656

E-mail: [email protected] I http://www.secomunidades.pt/web/luanda

Consulado Geral de Portugal em Benguela

Av. Fausto Frazão, 40

C.P. 1444 – Benguela

Tel.: (+244) 272 232 462 I Fax: (+244) 272 231 734

E-mail: [email protected] | http://www.secomunidades.pt/web/benguela/

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aicep Portugal Global Angola – Dossier de Mercado (Julho 2010)

83

Ministérios

Ministério da Administração Pública, Emprego e Segurança Social

Av. 1º Congresso do MPLA, 5

C.P. 1980 – Luanda

Tel.: (+244) 338940/336095/96 I Fax: (+244) 399507

E-mail: [email protected] | http://www.mapess.gv.ao

Ministério da Agricultura e do Desenvolvimento Rural

Av. Comandante Gika, 2

C.P. 527 - Luanda

Angola

Tel.: (+244) 222 322 694 / 320 553 I Fax: (+244) 222 320 553

E-mail: [email protected] I http://www.minadrp.gov.ao

Ministério do Comércio

Largo 4 de Fevereiro

Luanda – Angola

Tel.: (+244) 222 311 191 / 222 310 935222 310 626

E-mail: [email protected] I http://www.minco.gov.ao

Ministério da Educação

Largo António Jacinto

Luanda – Angola

Tel.: +244 222 321 236

E-mail: [email protected] I http://www.med.gov.ao

Ministério da Energia e Águas

Rua Cónego Manuel das Neves, 234 – 5º ao 8º

Edifício da Edel

Sambizanga – Luanda

Angola

Tel.: (+244) 222 222 222 I Fax: (+244) 222 222 222

E-mail: [email protected] | http://www.minea.gv.ao

Ministério das Finanças

Largo da Mutamba

Edifício do MinFin

C.P. 1235 – Luanda

Angola

Tel.: (+244) 222 338 548 / 396 843 / 332 069 I Fax: (+244) 222 332 069 / 338 548

E-mail: [email protected] | http://www.minfin.gv.ao

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84

Ministério da Geologia e Minas e Industria

Av. Comnadadnte Gika

C.P. 1260 – Luanda

Angola

Tel.: (+244) 222 321 655 I Fax: (+244) 222 321 655

E-mail: [email protected] I http://www.mingmi.gov.ao

Ministério de Hotelaria e Turismo

Largo 4 de Fevereiro – Edif. Palácio de Vidro

Luanda – Angola

Tel.: (+244) 222 311 448 I (+244) 222 310629

E-mail: [email protected] I http://www.minhotur.gov.ao

Ministério das Obras Públicas

Rua Frederick Engels, 92

C.P. 1061 – Luanda

Angola

Tel.: (+244) 222 336 715 / I Fax: (+244) 222 392 4539

Ministério das Pescas

Av. 4 de Fevereiro nº30

Edif. Atlântico

C.P. 83 – Luanda

Angola

Tel.: (+244) 222 311420/311140 I Fax: (+244) 222 310 199

E-mail: [email protected] | http://www.angola-minpescas.com

Ministério dos Petróleos

Av. 4 de Fevereiro, 105

C.P. 1279 – Luanda

Angola

Tel.: (+244) 222 337 448 I Fax: (+244) 222385847

E-mail: [email protected] I http://www.minpet.gov.ao

Ministério do Planeamento

Largo Palácio

Rua 17 de Setembro

C.P. 1205 – Luanda

Angola

Tel.: (+244) 222 390 188 /222 332 731

E-mail: [email protected] I http://www.minplan.gov.ao

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85

Ministério das Relações Exteriores

Rua Major Kanhangulo

C.P. 1500 – Luanda

Angola

Tel.: (+244) 222 394 827

E-mail: [email protected] I http://www.mirex.gv.ao

Ministério da Saúde

Rua 17 de Setembro

C.P. 1201 – Luanda

Angola

Tel.: (+244) 222 391 641

E-mail: [email protected] I http://www.minsa.gov.ao

Ministério dos Transportes

Av. 4 de Fevereiro, 42

C.P. 2732 – Luanda

Angola

Tel.: (+244) 222 311 800

E-mail: [email protected] I http://www.mintrans.gov.ao

Ministério do Ambiente

Rua Frederico Engels, 92 – 3º

C.P. 83 – Luanda

Angola

Tel.: (+244) 222 222 334 761 I Fax: (+244) 222 222 394 758

E-mail: [email protected] I http://www.minamb.gov.ao

Banco Central

Banco Nacional de Angola (BNA)

Av. 4 de Fevereiro, 151

C.P. 1243 – Luanda

Angola

Tel.: (+244) 222 339 717 I Fax: (+244) 222 339 717

E-mail: [email protected] | http://www.bna.ao

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86

Câmaras de Comércio e Indústria

Câmara de Comércio e Indústria de Angola (CCIA)

Largo do Kinaxixi, 14 – 1º

C.P. 92 – Luanda

Angola

Tel.: (+244) 222 444 506 / 526 / 541 I Fax: (+244) 222 444 506

E-mail: [email protected] | http://www.ccia.ebonet.net

Câmara de Comércio e Indústria Portugal – Angola (CCIPA)

Rua Major Kanhangulo, 290

Edif. Monumental, 1º D

Luanda – Angola

Tel / Tlm: (+244) 924 918 149 I Fax: (+244) 22231.13.15

E-mail: [email protected] | http://www.cciportugal-angola.pt

Associações

Associação Angolana de Bancos (ABANC)

Rua Dr. Alfredo Troni, 79 – Edif. BPC – 15º D

C.P. 1847 – Luanda

Angola

Tel.: /Tlm: (+244) 912 513 659 I Fax: (+244) 222 399 474

E-mail: [email protected]

Associação Comercial de Benguela (ACB)

Rua Sacadura Cabral, 104

C.P. 174 – Benguela

Tel.: (+244) 272 232441 I Fax: (+244) 272 235 037

E-mail: [email protected] I http://www.netangola.com/acb/

Associação Comercial e Industrial de Luanda (ACOMIL)

Largo do Kinaxixi, 14 – 3º Porta A

C.P. 2071 – Luanda

Angola

Tel.: (+244) 222 335728 / 320552 / 323065

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87

Associação Industrial de Angola (AIA)

Rua Manuel Fernando Caldeira, 6 – r/c

C.P. 6127 – Luanda

Angola

Tel.: (+244) 222 443 504 I Fax: (+244) 222 392 241

E mail: [email protected] | http://www.aiaangola.com

Outras Entidades Oficiais Angolanas

Agência Nacional de Investimento Privado (ANIP)

Rua Cerqueira Lukoki, 25 – 9º

C.P. 594 – Luanda

Angola

Tel.: (+244) 222 331 252 / 391 434 I Fax: (+244) 222 393 381 / 833

E-mail: [email protected] | http:// www.anip.co.ao/

Correios de Angola

Largo Fernando Coelho da Cruz, 12 – 1º

C.P. 1400 – Luanda

Angola

Tel.: (+244) 222 337 800 / 337575 I Fax: (+244) 222 337 628

E-mail: [email protected] I http:// www.correiosdeangola.ao/

Gabinete de Redimensionamento Empresarial (GARE)

Rua Cerqueira Lukoki, 25 – 9º

Edifício do Ministério da Indústria

C.P. 594 – Luanda

Angola

Tel.: (+244) 222 390 496 / 393 435 I Fax: (+244) 222 392 987

E-mail: [email protected] I http://www.gare-minfin.org/

Guichet Único da Empresa (GUE)

Largo António Correia de Freitas

Av. Marginal, 120 – r/c 37 26 35

Luanda – Angola

Tel.: (+244) 222 371 076 / 372 293 I Fax: (+244) 222 372 6 35

E-mail: [email protected] I http://gue.minjus-ao.com/

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88

Instituto Angolano de Normalização e Qualidade (IANORQ)

Rua Cerqueira Lukoki, 25 – 3º

C.P. 3709 – Luanda

Angola

Tel.: (+244) 222 337 294 I Fax: (+244) 222 39 67 45

E-mail: [email protected]

Instituto Angolano de Propriedade Industrial (IAPI)

Rua Cerqueira Lukoki, 25 – 6º,

C.P. 3840 – Luanda

Angola

Tel.: (+244) 222 004 991/ 923610032 I Fax: (+244) 222 33 64 28

E-mail: [email protected] I http://www.iapi.gv.ao

Instituto Nacional do Emprego e Formação Profissional (INEFOP)

Rua Timor, 53

C.P. 14535 – Kinaxixe

Luanda – Angola

Tel.: (+244) 222 449 081 I Fax: (+244) 222 449 081

http://www.inefop.gv.ao

Instituto de Desenvolvimento Industrial de Angola (IDIA)

Rua Cerqueira Lukoki, 25 – 8º

C.P. 594 – Luanda

Angola

Tel.: (+244) 222 395296 I Fax: (+244) 222 338492

http://.www.idia.gov.ao

Empresa Nacional de Diamantes de Angola (ENDIAMA)

Rua Major Kanhangulo 100

C.P. 1247 – Luanda

Angola

Tel.: (+244) 222 332 718 I Fax: (+244) 222 337 216

Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola – SONANGOL

Rua Rainha Ginga, N.º 22

Caixa Postal 1316

Luanda - Angola

Tel.: (+244) 222334448 I Fax: (+244) 222 391782

E-mail: [email protected] I http://www.sonangol.co.ao

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89

Unidade Técnica e Administrativa para a Cooperação UE-Angola (UTA-ACP/CE)

Av. Comandante Valódia, 7 – r/c

Kinaxixi

Angola – Luanda

Tel.: (+244) 222 446 039 / 444 765 I Fax: (+244) 222 444 034

E-mail: [email protected] I http://www.uta.acp-ce.info/

Outras Entidades

Bivac Internacional, SA

Rua João de Barros, 56 / 58

Luanda - Angola

Tel.: (+244) 222 310 451 / 730 I Fax: (+244) 222 311105/110

E-mail: [email protected] | http://www.bivacangola.com

Cotecna Serviços Angola Limitada

Rua Kima Kienda / Estrada da Boavista, 106

CP 1778

Luanda – Angola

Tel.: (+244) 226 430056 / 226 430058 I Fax: (+244) 226 430 042 / 222 390 754

E-mail: [email protected] | http://www.cotecna.co.ao

Sociedade Geral de Superintendência, Lda (SGS)

Rua da Liberdade, 94 – r/c – Vila Alice

Luanda – Angola

Tel.: (+244) 222 264 070 / 261 303 / 498 I Fax: (+244) 222 261 200

E-mail: [email protected] e [email protected] | http://www.sgs.com

Delegação AEP/AIP

Rua Engrácia Fragoso – Edif. Kalunga Atrium – 1º

Luanda – Angola

Tel: (+244) 222 393 802 / 827 I Fax: (+244) 222 393 827

E-mail: [email protected]

TAP Air Portugal

Av. 4 de Fevereiro, 79/80

C.P. 118 – Luanda

Angola

Tel.: (+244) 222 632 000 I Fax: (+244) 222 632 099

E-mail: [email protected] I http://www.flytap.com/index.php?object=2486&site=1&lang=2

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90

Organizações Internacionais

Delegação da União Europeia

Rua Rainha Ginga, 45 – 3º e 4º

C.P. 2669 – Luanda

Angola

Tel.: (+244) 222 391 339 / 393 038 I Fax: (+244) 222 392 531

E-mail: [email protected] I http://www.delago.cec.eu.int/ao

Banco Mundial

Largo Albano Machado

Macalusso, 23 / 25

C.P. 1331 – Luanda

Angola

Tel.: (+244) 222 394 877 / 677 / 727 I Fax: (+244) 222 394 784

E-mail: [email protected] I http:// www go.worldbank.org/NS5JQGVRS0

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Anexo 6 – Fontes de Informação

Informação Online AICEP Portugal Global

Documentos Específicos sobre Angola

• Título: “Angola – Acordos Bilaterais Portugal/PALOP”

Edição: 03/2010

• Título: “Angola – Informações e Endereços Úteis”

Edição: 01/2010

• Título: “Angola – Acordo de Cooperação Científica e Tecnológica”

Edição: 08/2009

• Título: “Angola – Acordo de Cooperação no Domínimo do Turismo”

Edição: 08/2009

• Título: “Angola – Acordo sobre Promoção e Protecção Recíproca de Investimentos”

Edição: 08/2009

• Título: “Angola – Sites Seleccionados”

Edição: 05/2009

• Título: “Angola – Relações Económicas com Portugal”

Edição: 04/2009

• Título: “Angola – Condições Legais de Acesso ao Mercado”

Edição: 04/2009

• Título: “Angola – Oportunidades e Dificuldades do Mercado”

Edição: 11/2008

• Título: “Angola – Guia de Acesso ao Mercado”

Edição: 06/2008

• Título: “Angola – Procedimentos para Apresentação de Propostas de Investimento”

Edição: 06/2004

• Título: “Angola – Incentivos Fiscais e Aduaneiros ao Investimento Privado”

Edição: 08/2003

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Documentos de Natureza Geral

• Título: “Acordos Bilaterais Celebrados por Portugal”

Edição: 03/2010

• Título: “Apoios Financeiros à Internacionalização – Guia Prático”

Edição: 02/2010

• Título: “Aspectos a Acautelar num Processo de IDPE”

Edição: 04/2009

• Título: “Marcas e Desenhos ou Modelos – Regimes de Protecção”

Edição: 02/2009

• Título: “Normalização e Certificação”

Edição: 11/2008

• Título: “Como Participar em Feiras nos Mercados Externos”

Edição: 08/2008

• Título: “Seguros de Créditos à Exportação”

Edição: 06/2008

• Título: “Seguro de Investimento Directo Português no Estrangeiro”

Edição: 06/2008

• Título: “Guia do Exportador”

Edição: 02/2008

• Título: “Dupla Tributação Internacional”

Edição: 12/2004

• Título: “A Internacionalização das Marcas Portuguesas através do Franchising”

Edição: 11/2004

• Título: “Pagamentos Internacionais”

Edição: 06/2004

A Informação On-line pode ser consultada no Site da aicep Portugal Global, na Livraria Digital em –

http://www.portugalglobal.pt/PT/Biblioteca/Paginas/Homepage.aspx

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aicep Portugal Global Angola – Dossier de Mercado (Julho 2010)

93

Endereços de Internet

• Angola and the IMF (International Monetary Fund) – http://www.imf.org/external/country/AGO/index.htm

• Ango Legal – http://www.angolegal.com/

• AngoBusca – http://www.angobusca.com/

• Angola Digital – http://www.angoladigital.net/

• Angola Energy – http://angolaenergy.com/

• Assembleia Nacional – http://www.parlamento.ao

• Associação Fiscal Angolana – http://www.netangola.com/afi/

• Banco Nacional de Angola – http://www.bna.ao

• Câmara de Comércio e Indústria de Angola – http://www.ccia.ebonet.net/noticias.htm

• Câmara de Comércio e Indústria Portugal - Angola – http://www.cciportugal-angola.pt/

• Consulado de Angola em Lisboa – http://www.consuladogeral-angola.pt/

• Direcção Nacional das Alfândegas – http://www.alfandegas.gv.ao/

• Direcção Nacional do Comércio (DNC) – http://www.dnci.net/

• Instituto Angolano das Comunicações (INACOM) – http://www.inacom.og.ao/

• Legis Palop – http://www.legis-palop.org/bdDemo

• Ministério da Administração Pública, Emprego e Segurança Social – http://www.mapess.gv.ao/

• Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas –

http://www.minadrp.gov.ao/default.aspx

• Ministério da Coordenação Económica – http://www.mincec.gov.ao/default.aspx

• Ministério da Hotelaria e Turismo – http://www.minhotur.gov.ao/default.aspx

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aicep Portugal Global Angola – Dossier de Mercado (Julho 2010)

94 Agência para o Investimento e Comércio Externo de P ortugal, E.P.E. – Av. 5 de Outubro, 101, 1050-051 LISBOA

Tel. Lisboa: + 351 217 909 500 Contact Centre: 808 214 214 [email protected] www. portugalglobal.pt Capital Social – 110 milhões de Euros • Matrícula CRC Porto Nº 1 • NIPC 506 320 120

• Ministério da Indústria – http://www.angola-portal.ao/MIND/Default.aspx

• Ministério das Finanças – http://www.angola-portal.ao/MINFIN/Default.aspx

• Ministério das Pescas – http://www.angola-minpescas.com/Home.aspx

• Ministério das Relações Exteriores – http://www.angola-portal.ao/MIREX/Default.aspx

• Ministério das Telecomunicações e Tecnologias de Informação – http://www.mtti.gov.ao/default.aspx

• Ministério do Comércio – http://www.angola-portal.ao/MINCO/Default.aspx

• Ministério do Planeamento – http://www.minplan.gov.ao/default.aspx

• Ministério dos Petróleos – http://www.minpet.gov.ao/default.aspx

• NEXUS – Telecomunicações e Serviços – http://www.nexus.ao/

• Ordem dos Advogados de Angola – http://www.oaang.org/

• Páginas Douradas de Angola – http://www.paginasdouradas.co.ao/

• Portal do Cidadão – http://www.cidadao.gov.ao/Default.aspx

• Portal do Governo de Angola – http://www.angola.gov.ao/

• SNET – Internet Server Provider – http://www.snet.co.ao/

• Southern African Development Community (SADC) – http://www.sadc.int/