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Angola alicerça as bases para a exportação da Banana 1950 Visualizações

Outubro 04, 2014

Economia

Camilo Lemos

A província do Bengo tornou-se a rainha da produção da banana no país. Estivemos com as empresas Agro-líder, Turi Agro e a Caxito Rega, para relatar o que se passa dentro do perímetro irrigado do Bengo

Mais de 1500 hectares de terra encontram – se ocupados pela produção de banana dentro do perímetro irrigado da Caxito Rega,na província do Bengo.

Adamilton dos Santos, engenheiro agrónomo da Turi Agro, (Turismo Agro-pecuária), responsável por 100 hectares de produçãoda banana, assegurou que a empresa está a trabalhar produções internacionais a fim de ter qualidades e quantidades paraexportar, caso o país comece a ter excedentes. ‘Estamos a fazer um trabalho de base ut ilizando todas as tecnologias ao nívelde ponta. E se, um dia, o país t iver excedentes para exportar nós já temos os padrões de qualidade para isso’ disse.

De referir que a empresa conta com 160 trabalhadores, protagonistas das 800 toneladas colhidas na época passada, prevendo-se, este ano, uma produção na ordem dos 4 mil toneladas.

Adamilton dos Santos, referindo- se às vantagens do mercado nacional e internacional, acrescentou que ‘hoje o mercado internotem um preço bom. Um dólar por quilograma é muito bom e quando se trabalha no mercado nacional não temos custos deexportação, não há que pagar fretes de navio e assumir outros custos’.

‘A província do Bengo tem água, tem sol, um clima extremamente tropical e isto favorece muito o trabalho com a banana. O paísestá a crescer e o mercado ainda absorve tudo, é o que nos leva a investir e a expandir esta cultura’, disse, referindo- se àsrazões que estão na base da aposta na província do Bengo.

O nosso interlocutor mostrou-se convicto de que Angola tem condições para apostar na agricultura e deve fazê-lo: ‘Com estetrabalho, um dia vamos poder baixar o custo de vida deste país que ainda é elevado’.

Preços e mercadosA Turi-Agro fornece tanto os supermercados como o mercado informal. ‘Temos mesmo alguns clientes que vêm à nossa portabuscar’, revela-nos o nosso interlocutor. No mercado formal, como é o caso dos supermercados, normalmente a empresaentrega o produto a um nível de maturação com durabilidade para consumir, ao passo que, no informal, entrega uma banana maisamarela, porque o consumo é imediato. ‘Nós entregamos os produtos conforme a exigência de cada mercado’, sublinha.

O fruto da banana, para além de ser um produto tradicional no consumo doméstico, sofisticou-se na sua comercialização, comose pode verificar nos mercados informais, onde se vende banana assada, com preço mínimo de Kz 50 e máximo de Kz 100.

Para o engenheiro agrónomo, Adamilton dos Santos a banana pode ser usada em várias linhagens, dado os diferentes mercados– ` a banana assada é uma linha que não vou dizer que seja grande, mas é uma opção´.

Também para Adamilton dos Santos estando o país a crescer, a agricultura acaba por ser um grande parceiro na economia. Mas‘tem de se entrar a sério, começar a sério, porque se começar tudo certo, tudo acaba certo, e se começar errado para corrigirfica complicado, tudo acaba errado, e o mundo está a mostrar isto. Se você compra bem, vende bem e consegue economizarconsegue ter ganho, quer dizer, a cada cêntimo que você consegue como resultado acima do seu produto, é lucro, é precisoeconomizar’, recomendou.

A irrigaçãoAs potenciais produtoras da banana contam com uma vala de irrigação com 4 metros de largura, aproximadamente e 22 km dedistância. Vem do rio Dande até à tomada de água onde, através de canais condutores, vão até onde se encontram as

electrobombas para a fert irrigação.

Camilo Miguel José, administrador para a área técnica da Caxito Rega, que conduziu a nossa viagem ao campo, esclareceu que ‘aCaxito Rega é uma empresa com a part icipação do Estado e privada. Tem cinco anos de existência como sociedade gestora e oseu object ivo primordial é a gestão dos recursos das infraestruturas dentro do perímetro irrigado, começando pela vala deirrigação e todo o material que t iverem dentro do nosso perímetro’. ‘Temos aqui as condições dafroclimática para a produçãodesta cultura, que anteriormente não se fazia sentir porque a área que estamos a produzir pertencia a uma fazenda deprodução da cana-de-açúcar. Já depois de 1992 passou para uma empresa de hortofrut ícola ´.

A Caxito Rega decidiu apostar 75% da produção da banana visto que a maior parte da banana consumida anteriormente vinha doexterior e com a revitalização do perímetro irrigado de Caxito, todo o mercado nacional consome a fruta nacional e que dali vem.

Camilo José adiantou que estão a contar com duas fábricas transformadoras, a de banana e uma outra de tomate, e que oinvestimento é 100 % do Estado. ‘Este ano possivelmente nós arrancamos com a fábrica’, prevê.

’Ainda não produzimos sementes. Por isso é que se está a estudar junto do Ministério da Agricultura a possibilidade de secolocar aqui, uma biofábrica para produção de muda de bananeira’, acrescenta.

VariedadesDuas grandes variedades podem ser encontradas naquela zona de produção: Grande Ená e todas as variedades da famíliaCavendiz.

Camilo José sublinha que ambas têm a mesma qualidade. Só um especialista consegue identificar a variedade da banana. ‘Têm omesmo potencial económico, vigor apesar de que a Cavendiz tende a ser mais alta que a Grande Ená.

Têm as mesmas capacidades de resist irem as pragas e doenças, apesar de serem susceptíveis a certas pragas como a giroseariose, Felizmente não vivemos essa realidade. A única que temos é a tupaleque, sigatoca amarela e preta’, adiantou.

Camilo José disse igualmente que encoraja todos produtores do perímetro irrigado e não só, `para que possamos todos nosengajar a 100% para ver se daqui a dois ou 3 anos a nossa banana aparece no mercado internacional .

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