ANEXO VIII ROTEIRO DE ORIENTAÇÃO PARA ELABORAÇÃO DOS PROJETOS

I. Nome do Projeto Você Repórter da Periferia - Explorando a Informação e a Cidadania Digital II.Resumo da proposta Com foco nos jovens da periferia de São Paulo, o projeto Você Repórter da Periferia, criado pelo coletivo Desenrola e Não Me Enrola em 2013, tem como principal objetivo fomentar o exercício da cidadania digital para desenvolver nos participantes uma reflexão sobre seus papéis como comunicadores populares, juntamente com a aplicação de conhecimentos técnicos de jornalismo na produção de reportagens a serem veiculadas no site do Desenrola E Não Me Enrola. Para difundir e popularizar práticas de acessar e produzir informação de forma colaborativa, o projeto irá desenvolver oficinas teóricas e práticas de jornalismo comunitário, digital e mobile, no Núcleo Educacional Filoczar e em equipamentos públicos como Telecentros e Praças de Wi-Fi Livre localizadas na zona sul de São Paulo. Ao término das oficinas, os jovens produzirão vídeo reportagens sobre a cultura da periferia, utilizando os conhecimentos adquiridos durante o projeto. Nas entrelinhas desta iniciativa, a difusão de conceitos teóricos e práticos sobre o exercício da cidadania estará vinculada à produção de cada oficina e reportagem. As matérias escritas e em vídeo produzidas pelos participantes apresentarão as diversificadas e autênticas manifestações culturais que ilustram o atual cotidiano da periferia paulistana. III. Descrição (indique o que é, quando, onde e por quem será executado o projeto, bem como seu histórico, se houver. Justifique também a escolha do(s) local (is) de desenvolvimento das ações). O projeto Você Repórter da Periferia é uma iniciativa criada pelo Coletivo de Comunicação Desenrola E Não Me Enrola, formado por Thais Siqueira, jornalista e moradora do Jardim Ângela, Ronaldo Matos, jornalista, social media, articulador cultural e morador do Jardim Ângela e Flávia Lopes, Designer Gráfico, Fotógrafa e moradora do Jardim São Luís. Envolvendo participantes, articuladores culturais e moradores, o projeto tem como foco utilizar o jornalismo como uma ferramenta de educação e exercício de cidadania, com oficinas teóricas e práticas que serão realizadas aos sábados e domingos durante 7 meses, para atender 30 jovens, em espaços culturais da zona sul de São Paulo. Como proposta de Contrapartida, o projeto irá promover debates abertos à comunidade sobre: Cidadania Digital; Mídias Comunitárias; e Educação e Jornalismo na Periferia. Esses debates serão realizados na Casa de Cultura M´Boi Mirim, Casa de Cultura do Campo Limpo e Pólo Cultural do Jardim Ângela, espaços que dispõem de praças de Wi-Fi, mas que necessitam também de atividades culturais, que desperte no público jovem uma visão diferenciada sobre os equipamentos púbicos, localizados em suas comunidades, que fomentam a cultura e o acesso à informação.

Além disso, os debates serão transmitidos ao vivo por dispositivos móveis, recurso que os participantes aprenderão a dominar durante as oficinas, para que pessoas de outras regiões da cidade também acompanhem o evento, promovendo acesso democrático ao conteúdo dos debates. O Coletivo de Comunicação Desenrola E Não Me Enrola surgiu em 2013, em meio a produção de reportagens e filmagens, realizadas por Ronaldo Matos e Thais Siqueira. Os jovens residem no Jardim Ângela, bairro da zona sul de São Paulo, e descobriram por meio das reportagens a importância de divulgar a cena cultural da periferia. Durante uma das reportagens, eles tomaram conhecimento da Escola Livre de Filosofia, Ciência e Artes – FiloCzar, localizada no Parque Santo Antônio, zona sul de São Paulo, um espaço destinado ao encontro de ativistas culturais para debater, conhecer e fortalecer iniciativas que fomentam o conhecimento e a cultura.E a partir deste momento, a proposta de criar o projeto Você Repórter da Periferia ganhou mais um aliado, o educador e filósofo clínico, Cesar Mendes, criador da FiloCzar. Ele se propôs a ceder o espaço da escola para os jovens ministrarem as oficinas do projeto e desde então, já foram realizadas duas edições, em 2014 e 2015. Nas duas primeiras edições, o projeto alcançou resultados expressivos, no qual os jovens tiveram a oportunidade de conhecer seu bairro e interagir com os articuladores socioculturais das comunidades. Além disso, o Você Repórter da Periferia despertou o interesse dos jovens participantes para se juntar ao coletivo. Com isso, em 2014, a participante Flávia Lopes, hoje instrutora de oficinas de fotojornalismo passou a integrar o Coletivo na produção das reportagens do projeto. Juntamente com a criação do Você Repórter da Periferia, o coletivo Desenrola e Não Me Enrola criou o Congresso de Escritores da Periferia de São Paulo, evento anual que surgiu após uma série de reportagens sobre escritores e coletivos literários. O evento foi realizado em 2014 e 2015 na Fábrica de Cultura do Jardim São Luís, e reuniu em média 700 pessoas. IV. Objetivos (informe os resultados que o projeto pretende atingir, bem como os produtos finais a serem elaborados,se houver)

Para 2016, a proposta do Você Repórter da Periferia é ampliar sua atuação com base nas

seguintes ações:

1. Realizar 24 oficinas, sendo 12 teóricas e 12 práticas de jornalismo comunitário e

cultural, para 30 jovens a partir de 16 anos, com ou sem experiência nas atividades

propostas, visando desenvolver as seguintes habilidades:

Jornalismo web, redação para sites e redes sociais;

Filmagem e edição;

Fotojornalismo;

Vídeo reportagem e técnicas de reportagem;

Produção de conteúdo em aplicativos de dispositivos móveis, como Instagram, Twitter e a ferramenta de transmissão de vídeo ao vivo, disponibilizada pelo Facebook para Tablets e Smartphones.

2. Criação de 20 reportagens escritas sobre diversas ações culturais da região do M´

Boi Mirim, Campo Limpo e Capão Redondo e 4 reportagens em vídeo, cujos temas

estão definidos, conforme os tópicos abaixo:

Reportagem sobre teatro na periferia (“Cia A Brava” do Jardim São Luís e ou

Cia Decálogo do Jardim Ângela);

Reportagem sobre o fomento a leitura realizado pela Brechoteca no Campo

Limpo;

Reportagem sobre a ocupação das praças de Wi-Fi pelos moradores da zona

sul de São Paulo;

Reportagem sobre "marcas" criadas por empreendedores culturais da

periferia, como a "Deanto" do Capão Redondo e a "Firma" do Campo Limpo.

3. Produzir um mini documentário com o registro das ações desenvolvidas, relatando os

bastidores das oficinas, depoimento dos participantes, produção das reportagens e debates

que serão realizados como contrapartida do projeto.

4. Como Contrapartida, vamos realizar um circuito com três debates abertos com os temas: Cidadania Digital, Mídias Comunitárias e Educação e Jornalismo na Periferia. Esses debates serão realizados nas proximidades de Praças de Wi-Fi Livre, ocupando a Casa de Cultura do Campo Limpo, Pólo Cultural do Jardim Ângela e a Casa de Cultura do M'Boi Mirim. Os debates serão transmitidos ao vivo por dispositivos móveis para que moradores de outras regiões da cidade também acompanhem. (Insira a descrição detalhada do conjunto de ações a serem realizadas, sua duração, seus locais de realização e públicos envolvidos)

Período de realização

Ações previstas Local(is) de realização

Público(s) Envolvido(s)

Mês 1 1ª e 2ª quinzena

Divulgação das oficinas e período de inscrições

Redes Sociais, Escolas Públicas e Espaços Culturais da região.

Coletivo, Jovens e estudantes de escolas públicas.

Mês 2 1ª sábado

Oficina teórica de redação para redes sociais e jornalismo web

• FiloCzar Coletivo e jovens participantes das oficinas

2ª sábado Oficina teórica de • FiloCzar Coletivo e jovens

redação para redes sociais e jornalismo web

participantes das oficinas.

Mês 2 3ª ª sábado

Oficina prática de redação para redes sociais e jornalismo web

•Produção de reportagens escritas nas Praças de Wi-Fi Livre do Jardim Ângela, Campo Limpo e Piraporinha.

Coletivo Culturais e jovens participantes das oficinas.

Mês 2 4ª sábado

Reunião do Coletivo para organizar os detalhes do evento de contrapartida.

•FiloCzar Coletivo e jovens participantes das oficinas.

Mês 3 1ª sábado

Contrapartida Roda de conversa com debate sobre Mídias Comunitárias

Pólo Cultural do Jardim Ângela

Coletivo, convidado para debate, jovens participantes das oficinas e moradores da comunidade em geral.

Mês 3 2ª sábado

Oficina teórica e prática de Plataforma Wordpress

CEU Casa Blanca (Telecentro)

Coletivo e jovens participantes das oficinas

Mês 3 3ª sábado

Oficina teórica de fotografia digital

• FiloCzar Coletivo e jovens participantes das oficinas

Mês 4 4ª sábado

Oficina prática de fotografia digital

Praça de Wi-Fi Livre do Campo Limpo ou Piraporinha.

Coletivo e jovens participantes das oficinas

Mês 4 1ª sábado

Oficina prática de edição de fotografia digital

CEU Casa Blanca (Telecentro)

Coletivo e jovens participantes das oficinas

Mês 4 2ª sábado

Oficina teórica Conteúdo Mobile

• Filoczar Coletivo e jovens participantes das oficinas

Mês 4 3ª sábado

Oficina prática de conteúdo Mobile

• Praça Wi-Fi do Piraporinha ou Jardim Ângela

Coletivo e jovens participantes das oficinas

Mês 5 4ª sábado

Reunião do Coletivo para organizar os detalhes do evento de contrapartida.

•Filoczar Coletivo e jovens participantes das oficinas

Mês 5 1ª sábado

Contrapartida Roda de conversa com debate sobre Educação e Jornalismo na

• Casa de Cultura do M´Boi Mirim

Coletivo, convidado para debate, jovens participantes das oficinas e moradores da comunidade em

Periferia geral.

Mês 5 2ª sábado

Oficina teórica de filmagem e edição

•Filoczar Coletivo e jovens participantes das oficinas

Mês 5 3ª sábado

Oficina prática de filmagem e Edição

• Praça de Wi-Fi Livre do Campo Limpo

Coletivo e jovens participantes das oficinas

Mês 6 4ª sábado

Oficina teórica de técnicas de reportagem

• Filoczar Coletivo e jovens participantes das oficinas

Mês 6 1ª sábado

Oficina prática de técnicas de reportagem

Produção de vídeo reportagem em espaços culturais da zona sul de São Paulo.

Coletivo, jovens participantes das oficinas e moradores das comunidades em geral.

Mês 6 2ª sábado

Oficina prática de técnicas de reportagem

Produção de vídeo reportagem em espaços culturais da zona sul de São Paulo

Coletivo, jovens participantes das oficinas e moradores das comunidades em geral

Mês 6 3ª sábado

Oficina prática de técnicas de reportagem

Produção de vídeo reportagem em espaços culturais da zona sul de São Paulo

Coletivo, jovens participantes das oficinas e moradores das comunidades em geral

Mês 6 4ª sábado

Oficina prática de técnicas de reportagem

Produção de vídeo reportagem em espaços culturais da zona sul de São Paulo

Coletivo, jovens participantes das oficinas e moradores das comunidades em geral

Mês 7 1ª ao 3ª sábado

Produção do mini documentário

Estúdio de Produtora Independente

Produtora Independente contratada pelo Coletivo.

Mês 7 4ª sábado

Contrapartida Roda de conversa com debate sobre Cidadania digital e exibição do mini documentário

• Casa de Cultura do Campo Limpo

Coletivo, convidado para debate, jovens participantes das oficinas e moradores da comunidade em geral.

VI. Ficha técnica do projeto (relacione os nomes e funções dos membros que atuarão no projeto)

Nome completo Funções

1. Ronaldo de Matos da Silva

Proponente e Instrutor de oficinas de redação para redes sociais e produção de conteúdo em aplicativos Móveis

2. Thaís Alves Siqueira

Instrutora de oficinas de técnicas de reportagem, vídeo reportagem e plataforma wordpress

Tablet Unidades 2 1.500,00 3000,00

Smartphone Unidade 1 1.500,00 1.500,00

Bateria para câmera

Unidade 1 180,00 180,00

Divulgação

Impressão de flyers – oficina

250 1,00 250,00

mpressa o dos cartazes A3 para divulgar inscrições das oficinas

150 5,00 750,00

Impressão de banner para divulgar inscrições das oficinas em espaços culturais

4 150,00 600,00

Impressão de faixas para divulgar inscrições das oficinas em praças de Wi-Fi Livre.

4 200,00 800,00

Folder do projeto 500 1,00 500,00

Custos administrativos

Recursos Humanos 3 Meses 7 800,00 16.800,00

Assessoria de imprensa

1 Meses 2 1.500,00 3.000,00

Serviço de layout e programação do site do coletivo

1 Sessões 20 250,00 5.000,00

Folha de sulfite Oficinas 2 pacotes (500 folhas)

20,00 40,00

Cartucho de tinta para impressora

Oficinas 7 80,00 560,00

Outros

Alimentação Oficinas 24 200,00 4.800,00

Transporte 2 (ida e volta) Passagens 100 7,60 760,00

Impressão do certificado de participação

Unidades 30 4,00 120,00

Caixa para DVD para mini doc

Unidades 50 1,00 50,00

DVD gravável - mini doc

Unidades 50 1,40 70,00

Impressão do encarte e bolacha do dvd - mini doc

Unidades 50 5,00 250,00

Book com fotos do projeto

Unidades 2 300,00 600,00

alternativa em organizações (Barão de Itararé) e Universidades (Unip e Unisa). Além de parcerias com coletivos culturais da periferia para desenvolver ações de comunicação.

Tarifas bancárias Taxa 7 20,00 140,00

Camiseta do projeto para participantes

Unidades 50 30,00 1.500,00

Edição do vídeo de mini documentário

horas do editor (produtora externa)

20 horas de edição

150,00 3.000,00

Total do projeto 50.000,00

Contrapartida

Ajuda de custo para Convidados das três rodas de conversa.

3 Unidades 3 300,00 900,00

Impressão de flyers para divulgar o debate

Unidades 150 1,00 150,00

mpressa o dos cartazes A3 para divulgar o debate

Unidades 50 5,00 250,00

Banners para roda de debates

Unidades 3 150,00 450,00

Alimentação para os 3 debates

Unidades 3 Cooffe breack

200,00 600,00

Folder para roda de conversa e projeto

Unidades 150 1,00 150,00

Total 2.500,00

VIII. Outras informações relevantes para compreensão da proposta do projeto Entre 2014 e 2015, mais de 100 reportagens escritas foram realizadas pelo coletivo Desenrola e Não Me Enrola sobre movimentos culturais da periferia. No mesmo período, mais de 15 reportagens em vídeo foram produzidas pelos participantes do projeto. Nesse meio tempo, divulgamos reportagens sobre a participação dos coletivos da periferia na Virada Cultural (2015), Mostra Cultural da Cooperifa (2014), Pago de 27 (2014), CIA Sansacroma, Futebol de Várzea (2014/2015), São Mateus em Movimento (2014), Arte e Cultura Na kebrada (2015), Festival de Culturas Negras do Grajaú (2015), entre outros Ao longo dos dois anos de realização do projeto, os idealizadores do Coletivo Desenrola e Não Me Enrola registraram depoimentos de participantes que conseguiram melhores oportunidade de trabalho na área de comunicação por terem participado do projeto. Além disso, os jovens ressaltaram a importância de conhecer a cultura da periferia e o que acontece em seus bairros, pois os mesmos não sabiam as atividades que aconteciam. Outro fator relevante, foi o despertar de interesse dos jovens em permanecer no projeto para continuar conhecendo e interagindo com os aspectos culturais e sociais de suas comunidades. O projeto tornou-se referência em aliar conteúdos teóricos e práticos do jornalismo comunitário, o que possibilitou a participação de seus idealizadores em debates sobre mídia