andradina/ms ailton ribeiro nascimento introduÇÃo · 2018. 5. 8. · ailton ribeiro nascimento...

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Entre Películas e Memórias: a sala de cinema Cine Rex no contexto sociocultural de Nova Andradina/MS AILTON RIBEIRO NASCIMENTO INTRODUÇÃO No início da década de 1960, quando Nova Andradina havia recém passado por um processo de elevação a município, a instalação de uma sala de cinema naquele momento contribuiu para que se solidificasse a prática cinematográfica de exibição de filmes na cidade que então se formava. Entretanto, ao longo de duas décadas, tal sala ganhou destaque por representar um espaço propício para manifestações culturais e atividades de recreação e lazer, e, acima de tudo, por gerar novas possibilidades de sociabilidade. Oficialmente fundado em 1958, os antecedentes históricos do município datam do final da década de 1930, quando o pecuarista Antônio Joaquim de Moura Andrade, proprietário da empresa Moura Andrade S/A, adquiriu terras na região sul do então estado de Mato Grosso e deu início ali a um processo de colonização, que vale destacar, naquele momento era impulsionado pelo Estado brasileiro. Com a chegada de clérigos e de trabalhadores de diferentes regiões do Brasil e do Paraguai, formou-se naquela região uma pequena comunidade que se expandiu. O que levou Antônio Joaquim de Moura Andrade a idealizar mais uma cidade, como havia feito anteriormente no Estado de São Paulo 1 . Entre o período de chegada dos primeiros moradores e a fundação do município, a pequena população que se formou, composta majoritariamente por trabalhadores ligados ao serviço braçal, encontrava nos bares e nos campos de futebol improvisados, a quebra para a rotina laboral. Diante de poucas opções de lazer e entretenimento, o deslocamento a municípios vizinhos era a única opção para aqueles que buscavam outras formas de diversão, como bailes e cinemas. Em uma época em que as relações sociais e culturais na cidade eram bastante atreladas à religiosidade e à criatividade popular, a chegada de uma sala de cinema tornou-se um marco na memória dos antigos moradores de Nova Andradina. UFGD, Mestrando em História, apoio CAPES. 1 Antônio Joaquim de Moura Andrade também é responsável por fundar a cidade de Andradina, localizada na região oeste do Estado de São Paulo.

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Page 1: Andradina/MS AILTON RIBEIRO NASCIMENTO INTRODUÇÃO · 2018. 5. 8. · AILTON RIBEIRO NASCIMENTO ... neste caso, também de suas interações com a sala de cinema, as memórias de

Entre Películas e Memórias: a sala de cinema Cine Rex no contexto sociocultural de Nova

Andradina/MS

AILTON RIBEIRO NASCIMENTO

INTRODUÇÃO

No início da década de 1960, quando Nova Andradina havia recém passado por um

processo de elevação a município, a instalação de uma sala de cinema naquele momento

contribuiu para que se solidificasse a prática cinematográfica de exibição de filmes na cidade

que então se formava. Entretanto, ao longo de duas décadas, tal sala ganhou destaque por

representar um espaço propício para manifestações culturais e atividades de recreação e lazer,

e, acima de tudo, por gerar novas possibilidades de sociabilidade.

Oficialmente fundado em 1958, os antecedentes históricos do município datam do

final da década de 1930, quando o pecuarista Antônio Joaquim de Moura Andrade,

proprietário da empresa Moura Andrade S/A, adquiriu terras na região sul do então estado de

Mato Grosso e deu início ali a um processo de colonização, que vale destacar, naquele

momento era impulsionado pelo Estado brasileiro. Com a chegada de clérigos e de

trabalhadores de diferentes regiões do Brasil e do Paraguai, formou-se naquela região uma

pequena comunidade que se expandiu. O que levou Antônio Joaquim de Moura Andrade a

idealizar mais uma cidade, como havia feito anteriormente no Estado de São Paulo1.

Entre o período de chegada dos primeiros moradores e a fundação do município, a

pequena população que se formou, composta majoritariamente por trabalhadores ligados ao

serviço braçal, encontrava nos bares e nos campos de futebol improvisados, a quebra para a

rotina laboral. Diante de poucas opções de lazer e entretenimento, o deslocamento a

municípios vizinhos era a única opção para aqueles que buscavam outras formas de diversão,

como bailes e cinemas.

Em uma época em que as relações sociais e culturais na cidade eram bastante atreladas

à religiosidade e à criatividade popular, a chegada de uma sala de cinema tornou-se um marco

na memória dos antigos moradores de Nova Andradina.

UFGD, Mestrando em História, apoio CAPES. 1 Antônio Joaquim de Moura Andrade também é responsável por fundar a cidade de Andradina, localizada na

região oeste do Estado de São Paulo.

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Nesse sentido, o objetivo deste trabalho é discutir sobre como a sala de cinema Cine

Rex se inseriu no cotidiano nova-andradinense, compreender como se deu a apropriação deste

espaço pelo público local, bem como refletir acerca do relacionamento dos espectadores com

os filmes exibidos. Acreditando no potencial da memória enquanto reveladora de sutilezas

resultantes de relações entre os sujeitos e, neste caso, também de suas interações com a sala

de cinema, as memórias de ex-funcionários e antigos frequentadores formaram a principal

fonte de informação para tal estudo, além do periódico O Pioneiro, único jornal em circulação

à época.

Destarte, esse texto é decorrente de um trabalho de conclusão de curso defendido no

ano de 2016. No entanto, aqui se fez um recorte retomando alguns pontos que ficaram mais

explícitos no desenvolvimento da pesquisa. Naquele momento, a escolha deste tema se

limitava a apenas registrar a história do Cine Rex, para assim preencher um vazio

bibliográfico, fazendo tão somente um panorama acerca de sua existência. Porém, à medida

que a pesquisa se desenvolvia, tornava-se imprescindível ampliá-la a outros âmbitos,

partindo de elementos que as fontes orais tornavam mais evidentes. Um exemplo disso, são

os distintos motivos que levavam os indivíduos ao cinema. Nesse sentido, as narrativas dos

moradores se apresentaram de forma eficaz, não só por suprir a escassez de documentos e

fontes escritas com a qual me deparava, mas também por terem contribuído em aspectos

muito mais vivos e dar uma dimensão das particularidades nem sempre manifestadas em

um registro escrito.

Para tal estudo foram utilizadas entrevistas, realizadas em 2015, com ex-funcionários e

antigos frequentadores do Cine Rex. Entre os primeiros temos o Sr. João Defaveri, que atuou

como revisionista e o Sr. Francisco Santi, que trabalhou como enrolador de filmes; ambos

destacaram pontos referentes tanto a suas funções quanto ao funcionamento da sala de

exibições. Já entre aqueles que frequentaram a sala de exibições, nos valemos das narrativas

de Maria de Fátima Dantas, Samir Sami, Orlando Moreira e Arlindo Klein, apesar destes dois

últimos não serem mencionados diretamente neste texto, suas narrativas ajudaram a

compreender aquilo que se pretendia. Enfim, são pessoas que se dispuseram falar de suas

experiências na sala de cinema e em seus entornos, bem como nos dar uma dimensão do

contexto sócio cultural de Nova Andradina nas décadas de atividade do Cine rex.

CINE REX: TRAJETÓRIA E MEMÓRIA

Inaugurado em 1962 por um senhor popularmente conhecido como Nakamura, o

Cine Rex se localizava na região central de Nova Andradina. Erguido com paredes feitas de

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madeira e cobertas por cortinas vermelhas. Na entrada uma bomboniere; em seu interior,

aproximadamente 850 cadeiras, sendo 50 delas, fixadas na parte superior do prédio,

próximo à cabine de projeção; dispunha de uma tela que media por volta de nove metros de

comprimento e ótimos equipamentos para a época. Assim o senhor João Defaveri2 descreve

o cinema onde trabalhou por muitos anos exercendo a função de revisador de películas.

Contudo, apesar das boas condições tecnológicas, o entrevistado revelou que o Cine Rex

muitas vezes enfrentava problemas externos à sala.

Ao final da década de 1960, Nova Andradina ainda se encontrava num processo de

desenvolvimento marcado por uma considerável precariedade nos serviços de infraestrutura

urbana. Sem saneamento básico e com pavimentação asfáltica em pouquíssimas ruas,

contava com um singelo sistema de distribuição de energia elétrica, realizado pela ETNA,

empresa termoelétrica administrada pelo grupo Moura Andrade S/A, que funcionava a

partir da queima de combustível diesel. O funcionamento desse sistema era limitado e

frequentemente apresentava falhas em sua operação. Porém, mesmo com essas dificuldades,

as sessões dificilmente eram interrompidas, pois havia no cinema um gerador interno, ao

qual se recorria para garantir o andamento das projeções. De acordo o Sr. Defaveri,

“funcionava até às dez horas, aí o cinema tinha um motor [...] era uma correria danada.

Acabava a energia, eu que era o ajudante, por exemplo, corria lá trocava a polia, ligava o

motor pra poder continuar o filme”.

No tocante aos filmes exibidos, nas edições do jornal O Pioneiro, datadas de 1968,

encontram-se diversos anúncios com a programação de filmes que estavam ou que entrariam

em cartaz nos próximos dias ou semanas. Além do jornal, os filmes também eram

divulgados por cartazes e anunciados em carros de alto-falante. Dentre grandes sucessos

mundiais e nacionais, o cinema proporcionava uma diversidade de gêneros cinematográficos

como o faroeste, bíblicos, terror e drama. Entretanto, a grande preferência do público eram

os filmes de comédia, sobretudo os de Mazzaropi, que lotavam as sessões que ocorriam

repetidas vezes no mesmo dia para dar conta de atender a demanda.

Algumas narrativas nos dão noção da força dessa grande apreciação audiovisual e

do impacto que os filmes causavam no público local que, devido a grande empolgação,

muitas vezes incorporava elementos da trama, “trazendo-os” à realidade. Segundo o Sr.

João Defaveri, ao término das sessões dos filmes de Bruce Lee, “todo mundo queria lutar

2 Sr. João Defaveri, idade não informada, proprietário de restaurante. Sua função era verificar a película antes

que fosse exibida, procurando por possíveis cortes ou fazendo emendas quando necessário.

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karatê [...] e saia de lá ‘tchá’! ‘tchá!’”. Outro entrevistado, o Sr. Samir Sami, um antigo

frequentador do Cine Rex, também relembrou como o espetáculo cinematográfico o

impressionava.

Teve um dia que eu assisti aquele filme Piranha. Quando nós entramos o tempo

tava bom, sabe?! Quando a gente saiu, tinha chovido. Rapaz, você sabe que a

gente tinha medo de pisar até nas poças d’água [...] Aquilo pra época foi muito,

sabe?! Oh loco meu! Você saía impressionado do cinema.3

Com sessões de filmes que empolgavam o público local, o Cine Rex consagrou-se

como um local de muitas experiências em Nova Andradina. Por ter sido o único cinema na

cidade, sabemos que, para seus habitantes, boa parte das experiências com os filmes advêm

desta sala de projeções que proporcionava à população nova-andradinense o encantamento

com a arte cinematográfica, ao passo que os inseria na dinâmica da vida moderna. Para a

população local, o cinema representava o progresso e a modernidade, porém a apropriação

que se fazia de seu espaço misturava-se a outras práticas de convívio social.

Quando perguntado se os filmes eram o principal motivo que levava as pessoas ao

cinema em Nova Andradina, o Sr João Defaveri revela que apesar do entusiasmo causado

pelos filmes, o cinema também servia para atender a propósitos muitas vezes distantes da

mera apreciação audiovisual. Conforme responde o entrevistado: “realmente não tinha aonde

ir [...] os caras queria sair com a namorada. Qualquer filme o cara ia. Era tudo novidade na

época, né”4. A fala do entrevistado nos revela esse outro significado atribuído ao Cine Rex: o

de mediador das relações sociais entre os habitantes de Nova Andradina.

CINE REX E AS EXPERIÊNCIAS PARA ALÉM DOS FILMES

As relações travadas no Cine Rex foram mais complexas que uma mera admiração

pela sétima arte, havia também relação com a vivência e os anseios da população nova-

andradinense, que diante do marasmo que cobria a cidade, procurava, nas calorosas rodas

de conversa sobre a calçada do cinema ou nos discretos romances ainda proibidos no

interior da sala escura, uma fuga da monotonia provinciana. Um ponto de referência,

sobretudo, para a juventude que aproveitava as festas de quermesse que ocorriam no pátio da

igreja para marcar encontros amistosos ou amorosos no cinema.

3 Sr. Samir Sami Rodrigues Ibraim, 50 anos, funcionário público. 4 Sr. João Defaveri

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Nessas quermesses era onde começava os encontros, os namoros, né [...] usava o

cinema como um ponto de referência, né. Era o cinema mesmo. Se conheciam

através da quermesse ou no clube, mas o ponto de encontro era o cinema aos finais

de semana.5.

Nesse contexto, o Sr. Samir Sami diz se lembrar muito bem dos muitos “namoricos”

que aconteciam no interior do cinema. Em suas palavras, “canal mesmo era quando você

conseguia levar uma menina pra assistir no cinema com você”.6 E entre as opções de

assento, as poltronas que se localizavam no camarote eram as mais apropriadas para garantir a

discrição entre os casais mais ousados, que queriam desfrutar de suas relações amorosas sem

serem pegos pelo “lanterninha” ou julgados pela população.

Na maioria das vezes, as relações que aconteciam dentro da sala eram pueris e não

passavam de efêmeros romances, no entanto, para uma de nossas entrevistadas, essa

aventura tornou-se algo mais duradouro. Em sua narrativa, Dona Fátima contou que aos

dezesseis anos de idade conheceu dentro do cinema, o homem que seis anos mais tarde

tornou-se seu marido. A interlocutora, ao recordar que o cinema era um local de encontro

onde aconteciam muitas paqueras, relatou que seu irmão também havia iniciado um

relacionamento com uma menina, porém “não casou com ela, mas chegou a noivar, e ele a

conheceu no cinema”.7 Fatos como esse nos levam a pensar o Cine Rex como um lugar que

afetivamente marcou a vida de muita gente, tanto em meras paqueras de finais de semana,

como em relacionamentos que se tornaram sólidos e resistiram ao tempo.

Além desses romances e encontros, a ida ao cinema juntava-se à prática religiosa de

ir à missa e proporcionava o contato com meio urbano àqueles que residiam em fazendas e

sítios localizados nas proximidades do município. Conforme o Sr. Defaveri, por não haver

igrejas nas fazendas, as pessoas se deslocavam à cidade para cumprirem com seus ritos

religiosos: “as fazenda era tudo pertinho, final de semana vinha tudo pra cidade. Vinha pra

missa e pro cinema”.8 Assim, este rito movimentava a cidade e lotava as sessões de cinema

aos finais de semana. Durante a Semana Santa, filmes que retratavam a vida e morte de

Jesus Cristo, como por exemplo, a obra O Evangelho segundo São Mateus (Pier Paolo

Pasolini, 1964), faziam bastante sucesso, chegando a serem exibidos diversas vezes a um

público que lotava até três sessões num mesmo dia.

5 Dona Maria de Fátima Dantas de Oliveira, 61 anos, funcionária pública. 6 Sr. Samir Sami. 7 Dona Fátima. 8 Sr. João Defaveri.

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Era o mesmo filme e lotava todo ano. Parece que o cara fazia uma promessa “vou

na procissão, vou na missa e vou no cinema”. Naquela época o povo tinha mais fé.

O povo fazia certinho, vinha na procissão, a molecada vinha mais cedo pro

cinema, porque as mães deixavam vir e lotava.9

Essa movimentação no espaço urbano, como narra o entrevistado, sugere que a

visitação ao cinema, parte do roteiro dos moradores, sobretudo das áreas rurais, estava

habitualmente tão “sacralizada” quanto à própria celebração eucarística. Já que, como

demonstrou Claudinei Araújo dos Santos (2010) em sua monografia, a igreja, além de cumprir

com suas atribuições religiosas, também dava conta de estreitar o convívio dentro da

comunidade, pois segundo ele, “a população local participava e organizava as festas

religiosas que possibilitavam a constituição de um momento, um lugar de sociabilidade,

solidariedade e convivência entre os membros da comunidade” (2010: 44). Em outro

momento, o autor comenta que “de acordo com os entrevistados, as orações que aconteciam

aos sábados [...] precediam um momento de festa e interação, que se materializava com a

realização de um baile” (2010: 61). Essas informações levantadas pelo autor demonstram o

entrecruzamento entre as práticas religiosas e o lazer. Essas são considerações que

reafirmam a narrativa de Dona Fátima quando ela diz: “era o cinema e o clube paroquial

onde a juventude se reunia, né”.10

O final de semana precisava ser preenchido por atividades antagônicas ao trabalho -

ou o estudo - que dessem conta de dinamizar a aproximação e convívio entre indivíduos e

proporcionar-lhes o lazer. Nesse contexto, o cinema, assim como a igreja, funcionava como

um catalisador das relações sociais no município.

Para o historiador Marcos Lobato Martins (2010), a “homogeneização do espaço

capitalista” própria de uma sociedade globalizada, encontra de certa forma, “resistência do

regional e do local” (MARTINS, 2010: 139) uma vez que os sujeitos, famintos pela

valorização de suas identidades, procuram conservar atributos próprios de suas

singularidades. Por conseguinte, esse desejo de permanência e firmamento frente às

possíveis rupturas para com o passado manifesta-se numa apropriação de “espaços

concretos tecidos por relações sociais”, formando assim um amálgama de indivíduos que

correspondem uns aos outros num aproximado espírito comum de pertencimento. Conforme

destacou o autor, “mais e mais gente busca especificidades, algo que seja querido, práticas e

cantinhos que sejam seus, de seus vizinhos e amigos, experiências pessoais e comunitárias

9 Idem. 10 Dona Fátima.

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para rememorar e criar identidades”. (MARTINS, 2010: 139).

A calçadona era o lugar, ponto de encontro. Antes de começar o filme, o pessoal

ficava no calçadão, tinha cobertura, tinha uma calçada na frente. Ah, o pessoal

ficava lá, né, conversando do filme de ontem e ia na expectativa do de hoje.11

Outro elemento que sustenta a ideia do Cine Rex para além de uma sala de

projeções cinematográficas e que ajuda a compreendê-lo como ambiente propício para as

interações sociais, são os shows dominicais que ali ocorriam. Nesses eventos, artistas locais

faziam apresentações musicais todos os domingos pela manhã sobre um palco instalado em

frente à tela de exibições, o que demonstra outra finalidade atribuída ao cinema. Usualmente,

tais shows eram promovidos pelo senhor Sílvio Souza que, assim como Pedro Nascimento

Filho, foi um dos primeiros radialistas de Nova Andradina.

Usar o cinema como salão de festas e espetáculos artísticos foi uma prática muito

recorrente em diversas cidades do interior brasileiro. A falta de espaços exclusivos para tais

finalidades, sobretudo em pequenas cidades, propiciava essa ambiguidade, característica de

diversos cinemas adaptados para suprirem certas necessidades. Inversamente, essa

transformação/reorganização em casas de espetáculos já houvera acontecido desde a

disseminação da arte cinematográfica, quando naquele momento era o teatro que se

adaptava para receber o cinema. Ézio Luiz da R. Bittencourt (2007) ao definir o significado

da palavra teatro, dá a dimensão de como esse termo sofreu alterações ao logo do tempo e

como este espaço arquitetônico destinado a um fim específico, sofreu mutações para atender

a demandas da sociedade. Segundo o autor “durante as primeiras décadas do século XX é

difícil perceber casas de espetáculos que apresentassem exclusivamente projeções

cinematográficas. Mesmo sem área de palco, a maior parte dos cinemas de então [...]

exibiam números de variedades” (BITTENCOURT, 2007: 180).

A soma destas práticas em torno do Cine Rex, como as reuniões entre amigos,

encontros amorosos e espetáculos festivos, possibilitam-nos vislumbrar o uso que se faziam

de seus entornos. Desse modo, percebe-se que, ao passo que se tornava notório pelos filmes

que exibia, supria certas necessidades em contraste às antigas atividades, anteriormente,

tidas como de lazer no meio rural, como a pesca, a cantiga de roda, a moda de viola e a

dança, ligadas à noção de entretenimento tipicamente urbano, como bares, clubes, teatros e

11 Sr. Francisco Santi, 58 anos, proprietário de um hotel. Ao descrever sua função de enrolador de fitas, ele

conta que “tinha que enrolar a fita [...] pegava na lata e ponhava ela na máquina, da máquina você

passava na carretilha que era uma bobina. Bobinava ela todinha pra ela entrar na máquina”.

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cinemas. Quando perguntado aos entrevistados, sobre as formas de lazer e diversão da

época, a resposta era sempre bem próxima de “não tinha outra alternativa, né, não tinha outra

coisa, era cinema casa, casa cinema e trabalho, né. Só isso!”.12 Contudo, ao longo de suas

falas eram evidenciadas atividades como o futebol, brincadeiras dançantes e festas de

quermesses, portanto, compreendidas por eles como atividades comuns, relegadas a um

segundo plano.

Depois deste panorama acerca da trajetória, desenvolvimento e das peculiares

formas de apropriação do Cine Rex, passemos para o tópico seguinte, a fim de compreender

como um local de expressão cultural e ambiente para práticas sociais de grande

expressividade para o município entrou em decadência após anos em atividade.

DA GLÓRIA À LEMBRANÇA: O FIM DO CINEMA DE NOVA ANDRADINA

Identificar os fatores que ocasionaram o fechamento de grande parte das salas de

cinema de rua é uma tarefa um tanto quanto árdua e, que não pode ser analisada de maneira

reduzida ou particular. Para tanto, requer uma análise ampla das condições políticas, sociais

e econômicas pelas quais o cinema (e aqui entenda cinema sob os três pilares, produção,

distribuição e exibição) passou a partir dos anos 1950 (BARBÁCHANO, 1979: 32).

No Brasil, a crise que rodeava a exibição cinematográfica atingiu seu ápice no início

da década de 1980. De acordo com Carlos Barbáchano (1979), até a própria linguagem

cinematográfica se abatia, ao passo que o abandono das salas era impulsionado pelo

entusiasmo em torno de espetáculos esportivos e pela “proliferação do hábito do final de

semana” (BARBÁCHANO, 1979: 36-37). Para Nelson Silva Junior (2008), o processo de

globalização, no qual o mundo entrou no final dos anos 1970, colocou a convivência do

homem num conflito de valores, posto que as identidades individuais se esfacelaram diante

de valores ditos globais, valores, sobretudo, de consumo. O Brasil, com a volta da

democracia, em meados da década de 1980, passou por um processo de reestruturação

econômica que possibilitou o “ganho real de compra” dos brasileiros, o que,

consequentemente, acabou afetando toda sociedade.

Todos esses acontecimentos econômicos no país viriam a traçar um novo perfil na

sociedade de consumo, que agora investiria não somente recursos financeiros, mas

também tempo e espaço, em aparelhos de TV, vídeo cassete e vídeo locadoras,

para satisfazer necessidades de entretenimento. (SILVA JUNIOR, 2008: 47).

12 Idem.

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Depois de quase duas décadas de funcionamento, a sala de cinema Cine Rex em

Nova Andradina, começou a apresentar um enfraquecimento no número de espectadores.

Após ter passado pelas mãos de diversos donos, o último proprietário na direção da sala foi

o Sr. Mario Fuso, que viu a retração gradual do público perante o aparecimento da

televisão, conforme argumentaram vários entrevistados.

Para o Sr. Francisco Santi o surgimento do sinal de TV significou economia ao

público, que daquele momento em diante não precisaria mais gastar com a compra de

ingressos. Em suas palavras, “o pessoal ficou mais na televisão, não gastava, né, parou de ir

no cinema”.13 Seguindo esse mesmo pensamento, o Sr. João Defaveri argumenta que,

devido ao baixo custo de aquisição de um aparelho televisor e, posteriormente um vídeo

cassete, as pessoas podiam optar por ver filmes reservadamente em suas próprias casas. Na

compreensão do Sr. João, a questão era “por que o cara vai no cinema pagar se ele, a

namorada, o pai e a mãe vai assistir o filme em casa?”.14 Isso sugere que a prática de assistir

filmes, apesar de permanecer coletiva, passara agora a se limitar ao espaço privado,

particular, familiar.

Apesar de ter levado os filmes para dentro dos lares, a televisão em si somente não

pode significar o fator que causou o malogro da sala de cinema. Como visto no tópico

anterior, o cinema também era caracterizado como sendo um lugar de encontros,

sociabilidades e trocas de experiências, e não somente uma sala de projeções

cinematográficas. A televisão não poderia exercer essa outra a função conferida ao cinema.

Alguns estudos apontam diversos fatores que podem ter ocasionado o fechamento das salas

de cinema: aquisição do aparelho televisor; especulação imobiliária aos cinemas situados

nos centros das cidades; mudança no ritmo da vida urbana; programação e qualidade dos

filmes; a mudança de atividades de lazer e descaso.

De acordo com André Malverdes (2007), que em sua dissertação de mestrado

desenvolveu uma pesquisa acerca do fechamento das salas de cinema do Espírito Santo,

não apenas o advento da televisão pode ser considerado responsável pela decadência das

salas, pois segundo o autor:

Há uma conjugação de fatores como as mudanças de hábitos da população urbana,

a queda da rentabilidade das salas (que leva vários proprietários a mudarem de

13 Idem. 14 Sr. João Defaveri.

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ramo e investirem menos nas melhorias das salas), violência nas ruas, transporte

coletivo deficiente, problemas de estacionamento, entre outros. (MALVERDES,

2007: 115).

Dentre hipóteses levantadas, Malverdes aponta a Embrafilmes como sendo também

uma das vilãs das salas de cinema no Brasil. Com sua política de obrigatoriedade na

exibição de filmes brasileiros, pela lei nº. 6.281, de 9 de dezembro de 197515 e por repassar

os custos da produção dos filmes, bem como demais despesas com fiscais aos exibidores.

Segundo o autor, “os exibidores condenavam a exibição compulsória, enquanto o produtor

nacional se valeu do apoio estatal para competir com o cinema estrangeiro, neste período

majoritariamente americano.” (MALVERDES, 2007: 115). Além dessa imposição por parte

da estatal, os exibidores entrevistados por Malverdes queixavam-se do controle que a

Embrafilme passou a ter sobre a renda das salas. O autor conclui afirmando que “por fim,

com diversas liminares contra a máquina de franquiar e a roleta, os exibidores tiveram essa

primeira retirada das salas de exibição” (MALVERDES, 2007: 115).

Sobre a atuação da Embrafilme em Nova Andradina, João Defaveri destava que a

estatal comandava todo o roteiro de exibição, desde a propaganda até a escolha dos filmes a

serem exibidos, em contrapartida eram obrigados a repassar 50% da renda adquirida à

empresa. Além disso, essa dinâmica de total controle sobre a exibição comprometia a

inclusão de lançamentos na programação de filmes do Cine Rex. Porém, para o

entrevistado, a abertura de lanchonetes ao redor do centro foi a principal causa de boa parte

do público não frequentar mais a sala de cinema. Em sua narrativa o interlocutor descreve

que “em oitenta abriu a lanchonete O Monjolo, a primeira ao ar livre. Isso foi diminuindo o

movimento do cinema, porque as pessoas não iam ao cinema mais, ficava tudo sentado na

lanchonete”.16

Na visão de Dona Fátima, o Cine Rex perdeu forças com surgimento de outros

espaços e atividades que se destacaram perante o cinema e, que davam conta de

proporcionar à população nova andradinense divertimento, lazer e sociabilidade. Atributos

antes proporcionados exclusivamente pela sala de cinema.

15 Lei que no artigo 13, tonar obrigatório a inclusão do filme nacional em programas que conste filme estrangeiro

de longa-metragem. (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1970-1979/L6281.htm, acessado dia 10 de

janeiro de 2016). 16 Idem.

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11

Na época o pessoal ficou triste, né, mas aí já tinha acesso à TV. Então o pessoal

achou que uma coisa ia suprindo outra, né. Aí depois construíram outros clubes; o

Tênis Clube aqui em Nova Andradina, também trouxe um grande movimento [...]

era um clube muito movimentado também, com piscina. Então uma coisa foi

suprindo a outra, né.17.

Diante de fatores como, a chegada do sinal de TV, mudança das atividades de lazer

e a implicações políticas e econômicas em torno da exibição de filmes, o fato é que redução

efetiva do público foi inevitável, o que acabou acarretando num baixo rendimento

financeiro à sala. E conforme Sr. João, em outubro de 1983, o Cine Rex fecharia suas portas

para nunca mais abrir. Dona Fátima conta que “a princípio tinha fechado pra reforma, mas aí

resolveram fechar definitivamente”.

Mesmo após o fechamento da sala, segundo Sr. João Defaveri, a última exibição

ocorreu com o filme O jeca e a égua milagrosa (Amácio Mazzaropi, 1980) que foi

projetado em outro local: “não passamos nem no cinema, nós tiramos uma máquina do

cinema e passamos no salão São Vicente, onde é a igreja São Vicente”.18 Essa pode ser

considerada a última atividade promovida pelo Cine Rex, que depois dessa exibição

passaria existir somente na lembrança daqueles que nele compartilharam risos, sustos,

emoções, afetos e experiências.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho procurou apresentar a trajetória da antiga sala de cinema de Nova

Andradina, o “Cine Rex”, assim como seu significado para a população local, a percepção

de aspectos culturais e sociais do município e, para tanto, identificar os motivos que

levaram a o fechamento da sala.

A apropriação que se fez dela leva-nos a percebê-la como um local de significados

amplos, muito mais que um mero instrumento da indústria cinematográfica, mas sim como

um lugar onde seus frequentadores construíram lembranças de momentos marcados por

experiências ali vivenciadas.

De maneira ampla, para compreender a relação entre o cinema e a sociedade foi

preciso buscar pressupostos que dessem conta de aproximar esses dois temas ao debate

17 Dona Fátima. 18 Sr. João Defaveri.

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historiográfico. Com isso, torna-se evidente que, pensar o cinema enquanto revelador de

práticas sociais, requer uma distinção dos diferentes tipos de abordagens que podem ser

feitas a partir deste artefato cultural. Procurou-se aqui dar destaque muito mais ao público e à

exibição que propriamente a aspectos relacionados ao filme.

Com relação ao fechamento da sala, ficou evidente que não apenas a televisão pode

ser considerada a grande vilã, responsável por deflagrar a decadência do Cine Rex, sendo

que, pensar o fechamento do cinema de Nova Andradina isoladamente torna-se um tanto

quanto desapropriado, haja vista que a bibliografia sobre a temática revela que a dinâmica

da exibição cinematográfica passava por acentuadas transformações, na qual manter uma

sala de cinema em funcionamento tornava-se cada vez mais inviável.

Para finalizar, podemos imaginar que ao término de cada sessão no cinema, os

espectadores se voltavam para fora para se envolverem em outras histórias, nas quais

passavam de meros espectadores a personagens principais, desta vez, protagonistas de

tramas não fictícias, muito menos acabadas. Histórias que a cada dia se construíam em meio

a vontades, escolhas e obrigações, constituindo, dessa forma, um tecido de relações sociais

produzidas pelos próprios indivíduos que, em paralelo a fantasia do cinema, vislumbravam

a vida cotidiana se desenrolar no município de Nova Andradina.

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