ando o futuro - csvp.g12.br chama n75.pdf · nos do 4º e 5º anos do fundamental ... a...

19
ANO XXXV . NOVEMBRO 2008 . . APM DO COLÉGIO SÃO VICENTE DE PAULO a chama AÇÃO SOCIAL PREPARANDO O FUTURO

Upload: danganh

Post on 15-Nov-2018

221 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: ANDO O FUTURO - csvp.g12.br Chama n75.pdf · nos do 4º e 5º anos do Fundamental ... A programação pensada inclui apresentação dos projetos culturais do São Vicente. Para finalizar

ANO XXXV . NOVEMBRO 2008 . . APM DO COLÉGIO SÃO VICENTE DE PAULO

a chama

AÇÃO SOCIAL

PREPARANDO

O FUTURO

Page 2: ANDO O FUTURO - csvp.g12.br Chama n75.pdf · nos do 4º e 5º anos do Fundamental ... A programação pensada inclui apresentação dos projetos culturais do São Vicente. Para finalizar

a chama

Supervisão Editorial:

Redação e Edição:

Revisão:

Designer:

Fotos: ,

Secretária da APM e da Redação:

Pe. Lauro Palú, João Affonso Teixeira eChristina Barcellos

Juliana Chagas e Mariana Pombo

Pe. Lauro Palú

Christina Barcellos

Antonio Morais Gilberto de Carvalho, Renata Salles, SchoolPicture e Pe. Lauro Palú

Ana Cláudia Simões Kanashiro

Distribuição interna e venda proibida

Tiragem:

Jornalista Responsável:

2 mil exemplares

Juliana Chagas - Mtb: 27.604/RJ

Ano XXXV Nº 75Novembro / 2008

Rua Cosme Velho, 241 - Cosme Velho - Rio de Janeiro - RJ - CEP 22241-125Telefone: (21) 3235-2900 e-mail: [email protected]

DIRETORIA DA APM

João Afonso de Mattos Teixeira e Solange P. de Amorim Teixeira

Joaquim de Almeida e Silva Neto e Sílvia de Souza Almeida

Alfredo C. B. Machado e Maria Christina C. Barcellos

Sérgio Rojtenberg e Adriana Alencar A. do Amaral

Marcelo de A. Lima Gonçalves e Maria Elizabeth F. C. Norões

Lúcia Helena Cavalheiro Villela, Cláudio Coletti Júnior eGlauco José Tavares de Mello Júnior

: Gerson Vellaco Junior e Cristina Cavalcante

Padre Lauro Palú e Padre Emanoel B. Bertunes

Presidentes:

Vice-Presidentes:

Relações Públicas:

Secretários:

Tesoureiros:

Conselho Fiscal:

Representantes dos Professores

Moderadores:

Revista editada pela Associação de Pais e Mestres do Colégio São Vicente de Paulo

EDIT

OR

AL

onforme foi comentado no número anterior da Revista, a Associação dePais e Mestres (APM) se integrou à organização dos preparativos para ocinqüentenário do Colégio São Vicente de Paulo, que será comemorado

em 2009. Você fica sabendo como está o andamento das comissões que estãoorganizando a festa na matéria da seção Especial. Ano que vem será marcado,por exemplo, pela reformulação do projeto pedagógico, que já começou econtará com a participação de Professores, Alunos e Pais.

Na reportagem de capa, foi feito um retrato dos projetos sociais desenvolvidospelo São Vicente, com depoimentos de Alunos envolvidos e do Coordenador dosprojetos, Ir. Adriano, que explica a metodologia vicentina.

Como sempre, nossa Revista do segundo semestre fala sobre a Missa do Dia deSão Vicente de Paulo, celebrada por cinco sacerdotes no auditório do Colégio.Nesta edição, Pe. Lauro escreveu um texto sobre os valores vicentinos aplicadosno dia-a-dia do Colégio.

Você pode ler também relatos das excursões que aconteceram nesta segundametade do ano, para Petrópolis e para o Caraça, e a história de dois ex-Alunos daescola, Luis Gauí e Rafael Szabó, que hoje são Professores da EJA.

Conheça, ainda, na seção Como se Faz, como funcionam as bibliotecas doColégio. Na matéria sobre a Educação de Jovens e Adultos (EJA), foi abordada aexpansão do espaço para a ação pastoral no Colégio, através das “Noites deFormação”.

Além disso, notas sobre o Domingão Vicentino, o Sarau de Inglês, as Olim-píadas, a Festa Junina (com direito a desenhos de Alunos do Ensino Fundamen-tal), o Dia dos Pais (o Joaquim, da APM, faz o seu relato) e muito mais!

As Cartas ganharam duas páginas e trazem o depoimento de Pais sobre oCaraça, a segurança fora da escola e a convivência da Família em Casa. A seçãoArte em Pauta traz boas dicas de livro, peça de teatro e filme. Para terminar o anobem, leia a mensagem de Natal na contra-capa.

Boa leitura e até o cinqüentenário,João Affonso

C

JOÃO AFFONSO SE REÚNE COM A COMISSÃO DE FESTAS

DOMINGÃO VICENTINO

novo cep

SUM

ÁR

IO

novembro de 2008. .a chama 1

ESPECIAL

COMO SE FAZ

GRÊMIO

EX-ALUNOS

EXCURSÕES DO COLÉGIO

APM

ARTE EM PAUTA

Grêmio: organização e participação no CSVP

Leitura que dá gosto

Celebrando São Vicente de Paulo

Linha e agulha

Os bons filhos à Casa tornam

Convite à Vicentinidade

COMEMORAÇÃO

Concretizando idéias

CARTAS

EVENTO

Viajar para aprender

Linguagem e criatividade

NOTAS

EJA

FORMANDOS 2008

Construindo e preparando o futuro

Page 3: ANDO O FUTURO - csvp.g12.br Chama n75.pdf · nos do 4º e 5º anos do Fundamental ... A programação pensada inclui apresentação dos projetos culturais do São Vicente. Para finalizar

Concretizando idéias

2 nº 75. .a chama

s reuniões são cada vez maisfreqüentes. Desde que os coor-denadores foram definidos, em

agosto deste ano, os Pais engajadosnas Comissões que preparam a festade 50 anos do Colégio São Vicente dePaulo (CSVP) estão quase tão assídu-os na escola quanto seus Filhos. Tudoisso para que, em março do ano quevem, quando o CSVP completa cincodécadas, aconteça uma comemoraçãoà altura da história do Colégio. Se de-pender dos organizadores, nenhumdetalhe será esquecido.

Logo no início do ano letivo, Pe.Lauro Palú, diretor do Colégio, man-dou uma carta para os Pais convidan-do-os a participar das Comissões queorganizariam a festa do cinqüentená-rio. As primeiras reuniões, com deze-nas de voluntários, aconteceram emabril deste ano, como lembra GraçaVasconcellos, da Coordenação Co-munitária, Pastoral e Social (Compas-so), que foi convidada para, junto como diretor da escola, orientar ascomissões no que fosse preciso: “Nodia 15, nos reunimos com os gruposMemória e Divulgação e Cultural. Nodia 16, foi a vez do encontro dos mem-bros das Comissões Pedagógica, As-pecto Religioso e Campo Social. O úl-timo dia foi reservado para os res-ponsáveis pelas Festas”.

Três meses depois, vendo que asComissões ainda estavam engatinhan-do, foi convocada nova reunião comtodos os envolvidos, que aconteceu nodia 17 de junho. Segundo Graça, o ob-jetivo era decidir o nome dos coorde-nadores e vices de cada grupo, a fim deorganizar melhor o trabalho, que seria

Início do trabalho

apresentado periodicamente àComissão Central, formada por todosos coordenadores das Comissões, Pe.Lauro e a representante da Compasso.Deu certo: “Saímos desse encontrocom o nome de todos os responsáveispor cada área. A partir daí, eles, porconta própria, começaram a se reunirperiodicamente”.

A vontade de fazer o cinqüentená-rio acontecer era tanta, que algunsrepresentantes solicitaram reuniõescom o Pe. Lauro ou a Graça para rece-ber orientações mais detalhadas sobrea escola. Esse foi o caso da Comissãodo Aspecto Religioso, que quis sabermais sobre São Vicente e a Família Vi-centina. Atendendo ao pedido, Pe.Lauro deu uma palestra sobre a espiri-tualidade vicentina, convidando nãosó os integrantes desta Comissão, co-mo todas as outras. Segundo MariaTavares, coordenadora do grupo queajudará nas celebrações litúrgicas nopróximo ano, essa atividade foi funda-mental: “Agora conhecemos a origemda Família Vicentina, sabemos quemuitos grupos a compõem”.

Em julho, aconteceu a primeirareunião dos coordenadores dosgrupos com a Comissão Central. Jádava para sentir as mudanças queaconteceram em um mês. Os repre-sentantes das comissões chegaramcom muitas propostas. Pe. Lauro eGraça iam, apenas, pinçando as me-lhores idéias e orientando sobre o ca-minho a seguir. No mês seguinte,aconteceu a segunda reunião, da qualos organizadores dos grupos saíramainda mais confiantes e com a certezade que estavam no caminho certo.

No caminho certo

Muitas Comissões, entre elas a deFestas e a Cultural, começaram a deci-dir datas e a pesquisar orçamentospara seus projetos. Outras, como aMemória e Divulgação, começaram arevirar pastas e arquivos, atrás dedocumentos e fotos que ajudarão acontar a história desses 50 anos.

Na reunião seguinte, no dia 21 deoutubro, o esboço das atividades docinqüentenário foi traçado. A Comis-são Central definiu as datas de algunseventos e acordou que a missa do diado aniversário do Colégio (4 de abril)será na igreja São Judas Tadeu. Emoutdoors ou na fachada da escola se-rão colocados convocando osex-Alunos a participarem da organi-zação das atividades e da festa.

Mas afinal, o que foi decidido atéagora? Bastante coisa. Mas a Comis-são Central faz questão de lembrarque são idéias preliminares. Muitacoisa pode ser alterada. Vai dependerda sugestão de todos. E os gruposestão abertos a escutar quem estejadisposto a colaborar. De qualquerforma, as principais decisões já foramtomadas. Os coordenadores conta-ram para A CHAMA os pontos jáacordados. Leia a seguir.

banners

Por dentro das Comissões

A

As seis comissões que cuidam da festa do cinqüentenário do Colégio São Vicente de Paulo já

começaram a trabalhar. Conheça o que cada uma está preparando para o próximo ano.

novembro de 2008. .a chama 3

FESTAS

SOCIAL

ASPECTO RELIGIOSO

“Demos nomes para cada uma dasfestas. 'Retratos do CSVP' será umacomemoração para ex-Alunos e ex-Professores com um grande café damanhã na escola, com as mesas orga-nizadas por décadas. 'A Mágica dosPrimeiros Anos' será organizada paraos Alunos do 1º ao 3º ano do EnsinoFundamental, que vão ter um dia debrincadeiras educativas. Já as festas'Jogar é Fundamental' – para os Alu-nos do 4º e 5º anos do Fundamental –e 'Competir é Saudável' – 6º ao 8º anos– terão torneios, organizados juntocom a coordenação de Educação Físi-ca da escola. 'Reta Final, um momentode relax' é o nome que escolhemospara o dia dedicado aos estudantes do9º ao 3º ano. A programação pensadainclui apresentação dos projetosculturais do São Vicente. Para finalizara programação proposta, faremos umgrande baile num clube perto doColégio, com venda de convites. Alémdisso, estamos cuidamos também doscoquetéis de todas as missas”.

“Vamos, dentre outras coisas, fa-zer um Domingão Vicentino especial,com espaço para as crianças de atétrês anos de idade. A idéia é que elasfiquem nesse lugar enquanto as Mãesestiverem nas oficinas”.

“Em cada missa do Colégio, umgrupo da Família Vicentina será ho-menageado. Na missa de bodas e ani-versários do primeiro semestre, será avez das Filhas da Caridade. No segun-do semestre, das Voluntárias da Cari-dade. A missa de Páscoa prestará ho-menagem a todos os voluntários dosprojetos sociais desenvolvidos pelaescola. No dia das Mães, serão home-nageados os ex-diretores da APM. Nodia dos Pais, os Confrades Vicentinose os Leigos Missionários Vicentinos.Na grande missa em comemoração ao

João Affonso

Andrea Tubbs

aniversário do Colégio, faremos umahomenagem aos Padres da Casa. Nodia de São Vicente, aos Alunos e ex-Alunos. Teremos, também, no próxi-mo ano, dois retiros da espiritualidadevicentina no Colégio”.

“Vamos trabalhar a história oral daescola. Fazer com que ex-Alunos, ex-Funcionários, ex-Professores e a atualequipe do Colégio dêem seus depoi-mentos, que serão gravados em vídeo.Pretendemos avançar na digitalizaçãodo acervo. Já organizamos o concursopara o logotipo (na página ao lado) e ohino do cinqüentenário.

Também vamos coordenar asapresentações dos corais e do grupoteatral do São Vicente. A idéia é queeles apresentem pequenos esquetesdurante todo o ano, sempre surpreen-dendo o público”.

“Queremos organizar o arquivo doColégio. E vamos fazer isso com aajuda da Professora de História JéssicaCampos, do 3º ano, que tem experiên-cia nessa área. Será um trabalho longo,mas pretendemos, dentro do possível,fazer pequenas exposições ao longodo próximo ano com o acervo maisimportante. Temos fotos, por exem-plo, que nos permitem uma organiza-ção por tema, como o dia-a-dia da es-cola, as festas, os saraus, os jornais dosGrêmios. Além disso, somos os res-ponsáveis pelos que ficarão nafachada do São Vicente”.

“Nosso principal objetivo é o no-vo Projeto Pedagógico. Estamos pro-pondo novidades em cima do docu-mento de 1999-2000. Acrescentamosa ele algumas linhas de ação que emer-giram, no dia-a-dia, com a reflexãoque fazemos constantemente sobreos fatos, procurando descobrir valo-

Maria Tavares

Sérgio Castiglione

banners

Christina Barcellos e Joaquim Almeida

CULTURAL

MEMÓRIA E DIVULGAÇÃO

PEDAGÓGICA

res, novas exigências. Daremos maisdestaque ao que são as forças de cres-cimento e as forças de resistência dapresente situação do mundo que nosenvolve e procuraremos valorizar osnovos agentes da educação que tenta-mos ativar, ressaltando a parceria comas Famílias e a força da Família Vicen-tina e de seus projetos sociais para aComunidade Educativa do Colégio.

A primeira versão do Projeto Pe-dagógico já foi entregue aos Profes-sores, para receber suas contribui-ções, e será passado também aos Paise aos Alunos. E está muito aberto àspropostas e sugestões de todos, inclu-sive dos leitores de A CHAMA”.

Como dissemos acima, as Comis-sões só fizeram o esboço do que acon-tecerá no próximo ano. E vão precisarda ajuda de todos para colocar todas asidéias em prática. Pais, Alunos, Profes-sores, Funcionários e ex-Alunos quequiserem participar da organização docinqüentenário devem escolher umadas comissões, arregaçar as mangas ecomeçar a trabalhar.

A Mãe de Matheus Cremona (T.803) e Nicolas Cremona (T. 102),Cláudia Domingues, não perde umaoportunidade de participar das ati-vidades do Colégio São Vicente e, dequebra, de ficar perto dos Filhos: “Eusou muito presente na escola. Achomuito importante conhecer bem a ins-tituição que escolhi para meus Filhosestudarem”.

Foi ela, “num lampejo de inspira-ção”, como gosta de dizer, que esco-lheu o nome de todas as comemora-ções organizadas por sua Comissão, ade Festas. Já Maria Tavares está estre-ando como voluntária nos eventos doCSVP: “Eu nunca tinha participadodiretamente de nada. Mas, quandorecebi a carta do Pe. Lauro, achei queera uma boa hora para me aproximarmais do Colégio. Está sendo ótimoestar na escola, conhecer as pessoas.Sinto-me útil”.

Nina Maria Cunha e Pe. Lauro Palú

Ainda dá tempo de participar?

novembro de 2008. .a chama 3

Page 4: ANDO O FUTURO - csvp.g12.br Chama n75.pdf · nos do 4º e 5º anos do Fundamental ... A programação pensada inclui apresentação dos projetos culturais do São Vicente. Para finalizar

er do Grêmio dá trabalho”,repetem os três grupos. Estáenganado quem pensa que seus

integrantes têm um ano fácil, porterem autorização para andar de ele-vador e para faltar a algumas aulasquando têm reuniões ou precisam or-ganizar eventos. Mas agora, no finaldo ano, ao olhar para trás e pensar so-bre o que fizeram, eles concordammais uma vez: “Valeu a pena”. Gio-vanna Bencardino e Carolina Costa,da turma 503, presidente e vice-presi-dente do Minigrêmio, dão a sua opi-nião: “Foi uma das melhores experi-ências no Colégio. Aprendemos maissobre o São Vicente, descobrimos lu-gares aqui dentro que nem sabíamosque existiam, conhecemos mais osProfessores, os Funcionários e osCoordenadores da escola”.

O Minigrêmio representa os Alu-nos do 1º ao 5º ano do Ensino Funda-mental. A proposta principal do gru-po, ao se candidatar, era aumentar asatividades extraclasse, como passeiosde estudo e de lazer, e o tempo livrepara pesquisas e trabalhos na sala deInformática. Giovanna explica: “Àsvezes a gente fica muito carregada dematérias para estudar. Essas ativida-des ajudam a descansar um pouco dasaulas”. Com este objetivo, em 2008, oMinigrêmio organizou a exibição defilmes para todas as séries nos últimosdois tempos de uma sexta-feira, a idado 5º ano ao cinema durante o Festivaldo Rio, para assistir ‘Somos todosdiferentes’, e a apresentação de peças

Grêmios: organização eparticipação no CSVPMinigrêmio, Gregi e Greco. No Colégio São Vicente de Paulo, os segmentos são representadas por um

Grêmio específico. Nesta matéria, cada um deles conta o que fez em seu mandato e o que achou dessa

experiência nova.

“S

de teatro sobre os 200 anos da chega-da da Família Real ao Brasil.

Além dessas atividades culturais,o Minigrêmio escreveu uma página nojornal da escola ‘O Fulaninho’, con-tando o que fez: a gincana, que sem-pre acontece na Festa Junina do Colé-gio, e uma outra, no Dia das Crianças,ambas com brincadeiras e jogos no-vos. As Alunas acreditam que o seumandato foi aprovado pelos Alunos,que já cuidam mais dos brinquedos norecreio, conforme foi pedido peloGrêmio. “A gente tentou dar o exem-plo e vir sempre aos eventos, como aFeira de Linguagem e o DomingãoVicentino. Aprendemos muito, prin-cipalmente a ter responsabilidade”,conta Carolina, acrescentando que oGrêmio tem um caderno onde anotao que é conversado nas reuniões coma Compasso, o que precisa ser feito eos recados importantes a serem passa-dos para as turmas. Até o fim do man-dato, o Minigrêmio ainda pretendecolocar mais brinquedos na hora dorecreio, como bambolês, cordas eelásticos, expor em um mural os tro-féus que o Colégio ganhou e organi-zar uma atividade mais descontraídanos últimos dias de aula, como amigooculto e outras brincadeiras.

A ampliação e diversificação doseventos culturais no Colégio tambémfoi o foco do mandato do Gregi, Grê-mio do 6º ao 8º ano, formado porAlunos da turma 802. “No ano passa-do quase não houve atividades cultu-rais e, quando aconteceram, foram nofinal do ano, quando ninguém maisvinha à aula. Então, a gente queria fa-zer mais coisa legal”, diz Anna LuisaDelambert, responsável pela Admi-nistração. Fernanda Libman, da Po-lítica, acrescenta: “E abrir mais espaçopara os Alunos participarem doseventos culturais do Colégio. A genteouve o que eles esperam e tenta orga-nizar atividades diferentes das aulas”.

Neste ano, além de inovar na gin-cana da Festa Junina com circuito de

Semana Cultural

provas e concurso de melhor casal ca-racterizado, o Gregi conseguiu ante-cipar a Semana Cultural para outubroe ampliar para cinco o número de diasde atividades: “É a primeira vez que oevento dura a semana inteira. Tam-bém conseguimos aumentar para umahora o tempo do recreio”. De se-gunda a quinta, houve oficinas de arte,das quais todos os Alunos puderamparticipar: teatro, dança e capoeira,origami e biscuit, música. Na sexta-feira, foi apresentada uma peça sobresexo e drogas, seguida de debate.Durante a Semana, o Gregi tambémmontou uma barraca para vender ca-misas do evento. Segundo Anna Luisae Fernanda, as vendas foram boas e osAlunos freqüentaram bastante as ofi-cinas: “A gente estava com medo deninguém gostar, mas as pessoas par-ticiparam mais do que esperávamos”.

O Greco, Grêmio do 9º ano e doEnsino Médio, também caprichou naSemana Cultural de 2008, ocorrida no

recreio das aulas. Cada dia teve comotema um dos cinco continentes e fo-ram trazidos para o Colégio seus rit-mos, suas danças e manifestações cul-turais e seus pratos típicos. Foramdistribuídos brindes que represen-tassem as partes do mundo, como le-ques e faixas de karatê no dia asiático ecolares e anéis, no africano. Tambémforam vendidas camisas da SemanaCultural. Já na Festa Junina, o Grecoconseguiu arrecadar uma tonelada dealimentos, a maior quantidade de to-dos os anos, que foi doada a comu-nidades carentes.

novembro de 2008. .a chama 5

Page 5: ANDO O FUTURO - csvp.g12.br Chama n75.pdf · nos do 4º e 5º anos do Fundamental ... A programação pensada inclui apresentação dos projetos culturais do São Vicente. Para finalizar

Semana PolíticaNos dias 1 e 2 de setembro, o Greco organizou no São

Vicente dois debates, um com candidatos a prefeito e outrocom candidatos a vereador, para ajudar os Alunos avotarem mais conscientes nas eleições de outubro. Noprimeiro dia, compareceram à escola Alessandro Molon(PT), Chico Alencar (PSOL), Eduardo Serra (PCB),Fernando Gabeira (PV) e um representante de JandiraFeghali (PC do B). Mais de 300 pessoas, dentre Alunos, Paise Professores, lotaram o auditório.

Os Alunos do Greco são do 1º ano do Ensino Médio enão ainda podem votar. Mesmo assim, reconhecem a im-portância desse tipo de evento no CSVP. “Os Alunos fize-ram perguntas inteligentes sobre as propostas dos candi-datos”, conta Victor Pougy, da área de Política. Mateus La-brunie, de Esporte, completa: “Todo mundo gostou muito.Os próprios candidatos elogiaram a nossa iniciativa de abrirespaço para melhorar a consciência política dos Alunos”.

No dia seguinte, estiveram presentes os candidatos avereador Alexandre Magno (PCB), Andrei Bastos (PPS),Dudu Sandroni (PSDB), Eliomar Coelho (PSOL), IngridGerolimich (PT), Paulo Maia (PPS), Ricardo Cappelli (PCdo B) e Rogério Bittar (PMDB). O Greco também organi-zou uma simulação da eleição para prefeito, para saberquem ganharia com os votos dos Alunos do São Vicente. Oresultado foi empate entre os candidatos Gabeira e Molon.

Carolina Castiel, responsável pelo Social, comenta quefoi preciso muita dedicação dos integrantes do Greco paraque todos os eventos do ano dessem certo: “Quando eunão era do Greco, achava que tudo acontecia como mágica.Agora vi que o Grêmio se esforça muito. Mas vale a pena sópela sensação de ver que tudo aquilo aconteceu graças anós”. Victor concorda que a experiência é gratificante: “Agente entende como as coisas funcionam, como tudo secompleta: a Manutenção, a Coordenação, o Audiovisual”.

Para mim, isso era tarefa para Alunos mais velhos, mais envolvidos

com a escola. Porém, nenhuma chapa se candidatou. Eu, que só pensa-

va em me envolver mais no 2° ano, conversei com amigos e amigas e

resolvemos formar uma chapa.

Fomos eleitos; a primeira chapa do São Vicente com componentes

apenas do 1° ano. Aonde quero chegar é que, antes mesmo de sermos

eleitos, venho percebendo uma falta de interesse dos Alunos em parti-

cipar de atividades que exijam trabalho e compromisso. A participação

no Grêmio requer compromisso, trabalho e, acima de tudo, vontade.

Fazemos tudo isso com um único propósito: o reconhecimento do nosso

trabalho. Isso se mostra através da felicidade e do aprendizado que os

Alunos ganham com os debates e apresentações e também do

sentimento de realização, quando tudo que foi planejado dá certo.

Com estes pensamentos, elaboramos nossas metas. Uma delas foi

a abertura do Grêmio: tentar fazer com que os Alunos participassem

mais, dessem idéias e ajudassem na realização delas; afinal, esse é o

princípio básico da existência do Grêmio. Porém, isso se mostrou mais

difícil do que eu imaginava. Talvez por minha mãe ser ex-Aluna do São

Vicente e eu sempre ter ouvido histórias sobre as atividades que

aconteciam antigamente no Colégio, eu tenha esta imagem de que é

possível ser feito muito mais do que acontece hoje em dia, e que essa

vivacidade só pode ocorrer com a participação efetiva dos Alunos; mas,

como disse, dá trabalho.

Talvez por serem da “geração do computador”, onde tudo o que se

quer é feito com um clique do mouse, as pessoas não têm paciência com

processos lentos de criação e organização e, muito menos, com os pro-

cessos burocráticos exigidos pelo Colégio. Quanto a isso, fico na expecta-

tiva e faço a minha parte. Só lamento que muitas pessoas percam a

oportunidade de se envolver com o Colégio, pois é uma experiência

maravilhosa e um aprendizado que levarei pelo resto da vida. Baterei no

peito e direi“Fui do SãoVicente”, e não“Passei pelo SãoVicente”.

, turma 1º CMateus Lino Labrunie

Confesso que no começo do ano não pensava em criar uma chapa

quase irresistível ir ao 3º andardo Colégio São Vicente de Paulo(CSVP) e não entrar na Bibliote-

ca Jorge Luiz. Isso porque o espaçoconta com um acervo que é referênciapara Alunos, Professores e Funcioná-rios do Colégio. Há sempre um livronovo esperando os leitores. A biblio-teca conta ainda com revistas, que fi-cam expostas logo na entrada.

A CHAMA está sempre lá, emdestaque. Há também três salas deestudos e três computadores, onde osestudantes podem realizar pesquisasna internet ou procurar algumapublicação do acervo.

Entre clássicos da literatura bra-sileira, publicações sobre o Rio de Ja-neiro, dicionários e enciclopédias, es-tão as simpáticas Funcionárias quecuidam do acervo: Maria Teresa Gue-des, coordenadora das bibliotecas doSão Vicente, responsável pela escolhae aquisição das obras; Carolina Brevi-glieri, bibliotecária que faz a catalo-gação de tudo, além de ajudar os Alu-nos em suas pesquisas; Mônica Silva,auxiliar que cuida da retirada e entregados livros; e Noêmia Bittencourt, pe-dagoga que fica na parte da noite erecebe os estudantes da Educação deJovens e Adultos (EJA). A professoraMônica Albertino, especializada emLiteratura Infanto-Juvenil, fica naoutra biblioteca da escola, a MeninoMaluquinho, que atende aos peque-nos – do 1º ao 5º ano.

Para que os Alunos do São Vicentetomem gosto pela leitura logo cedo, a

Incentivando a leitura

Leitura que dá gostoAs bibliotecas Menino Maluquinho e Professor Jorge Luiz têm 25

mil títulos à disposição dos Alunos, Professores e Funcionários do

Colégio São Vicente de Paulo. Os leitores também contam com três

salas de estudos e computadores para pesquisa na Internet.

escola criou um espaço especial paraos estudantes do 1º ao 5º ano, comoexplica Maria Teresa, que também écoordenadora dessa biblioteca: “Esseambiente é mais uma sala de leiturapara sensibilizar os Alunos do primei-ro ciclo do Ensino Fundamental, quevão a essa biblioteca uma vez por se-mana para escutar as histórias conta-das pela Mônica. Por isso, preparamosum espaço lúdico, para que os peque-nos descubram na leitura um prazer”.

Os “maiores”, como a coordena-dora gosta de dizer, também têm trata-mento especial para que continuem aler cada vez mais. Maria Teresa, juntocom os Professores de Português eLiteratura do Colégio, criou o projetoCiranda de Livros: “Cada série temuma caixa com livros bacanas para afaixa etária e para a proposta pedagó-gica da escola. Essa leitura é trabalha-da em sala de aula no momento emque a caixa sai da biblioteca para lá.Então, acontece uma roda de leitura eos Alunos podem depois trocar os li-vros entre si”.

Todo ano são acrescentados a cadacaixa mais quatro livros, que são ad-quiridos com uma verba doada pelaAssociação de Pais e Mestres (APM).Cada publicação da Ciranda podeficar um mês com o Aluno, diferente-mente dos demais livros, cujo prazo éde dez dias úteis.

Além disso, a biblioteca premia –com um livro – os Alunos que maisleram no ano: “Começamos a fazerisso no ano passado e deu certo. Esteano, vamos presentear sete estudan-tes”, conta Maria Teresa.

Gente nova

Desde maio, duas novas Funcionárias

passaram a fazer parte da equipe das biblio-

tecas do São Vicente. Trata-se da bibliotecária

Carolina Breviglieri, a Carol, e da auxiliar de

biblioteca Mônica Silva. Veja o que elas estão

achando do Colégio.

“É a primeira vez que atuo como respon-

sável pela catalogação de um acervo e estou

adorando.Trabalhava em empresas e descobri

minha vocação aqui na escola. O mais gratifi-

cante é ver o desenvolvimento dos Alunos”.

, bibliotecária.

“Gosto muito da área da Educação, pois sou

formada em Pedagogia. Quando conheci a bi-

blioteca do São Vicente, me apaixonei por ela.

Estou adorando trabalhar aqui. Identifiquei-

me muito com o Colégio e com os Alunos”.

, auxiliar de biblioteca.

Carol Breviglieri

Mônica Silva

novembro de 2008. .a chama 7

COM

O S

E FA

Z

É

Page 6: ANDO O FUTURO - csvp.g12.br Chama n75.pdf · nos do 4º e 5º anos do Fundamental ... A programação pensada inclui apresentação dos projetos culturais do São Vicente. Para finalizar

COM

EMO

RA

ÇÃ

O

Celebrando São Vicente de PauloCerca de 200 pessoas compareceram à missa em homenagem ao patrono do Colégio. Coral Amigos de

SãoVicente anima a participação de todos.

manhã do dia 28 de setembrocomeçou agitada no prédio darua Cosme Velho, 241. Um

pouco antes das 10h, cerca de 200pessoas se dirigiam ao auditório do4ºandar. Eram Alunos, Professores,Funcionários, Pais e demaismembros da Família Vicentina, co-mo a Associação São Vicente dePaulo e as Voluntárias da Caridade.Motivo de tamanha movimentação?A missa celebrada em homenagem aSão Vicente de Paulo, que foipresidida pelo Padre Lauro Palú,Diretor do Colégio. Junto com ele,participaram da celebração maisquatro sacerdotes: Emanoel Ber-tunes, Diretor Administrativo daescola; Eduardo Raimundo dosSantos, Geraldo Barbosa e EfigênioJosé Costa. Todos os Padres são daProvíncia Brasileira da Congre-gação da Missão, à qual o Colégioestá vinculado.

Segundo Maria Tavares, Mãe deHelena Serpa (2º Ano, Ensino Mé-dio) e Miguel Serpa (T. 403, EnsinoFundamental) e coordenadora daComissão das Celebrações Litúr-gicas do Cinqüentenário do Colégio,a missa foi muito emocionante:“Gostei muito da fala do Pe. Laurosobre São Vicente de Paulo. Eleexplicou que a escola é uma dasmissões vicentinas mais impor-tantes. Disse que o ‘pobre’ aqui éaquele Aluno que fica no canto e queo Professor, movido pela espiri-tualidade vicentina, está semprejunto e busca ajudar”.

São Vicente – um francês quenasceu pobre, foi pastor de ovelhas,sacerdote, fundador de diversasobras de caridade, sendo canoniza-do em 1737 – foi homenageado pormeio das canções escritas pelo Pe.

Coral faz homenagem ao santo

ALauro e apresentadas pelo CoralAmigos de São Vicente. Segundo oDiretor da escola, é muito gratifican-te elaborar letras para as liturgias: “Acomposição de textos litúrgicos foium dos meus apostolados, ao longoda vida, pois já publiquei vários LPs emuitos CDs. Gosto de cantar coisasque escrevi e só entrego a letra aocompositor quando estou contentede poder rezar e cantar aquilo queescrevi. Muitos textos escrevi antesdas músicas, dando aos meus parcei-ros de criação uma orientação parasuas inspirações. Outras vezes recebiprimeiro a música e criei os textospara elas. Não sei o que é mais difícilpara mim, pois tenho muito gosto,nos dois casos. Na missa de São Vi-cente, os Corais cantaram algumasmúsicas com textos que foram es-critos por mim para a Aclamação aoEvangelho, o Ofertório, o Cordeirode Deus e o Canto de Comunhão”.

8 nº 75. .a chama

São Vicente de Paulo é chamado um dos Pais da Igreja Moderna,

pela grandeza de seu espírito, pela abertura missionária do seu

coração, pela coragem de ver os problemas sociais e de organizar e

liderar pessoas de boa vontade, pondo-as a serviço dos mais

necessitados numa sociedade (a França no século XVII) atormentada

por guerras, fome, doenças, epidemias e conflitos de todo tipo. Como

estes problemas persistem até hoje, o carisma de SãoVicente é sempre

atual. Nosso Colégio, posto sob sua proteção iluminada, quer dar

continuidade aos seus esforços e realizar o que sonhava em seu tempo,

vendo que é preciso gente que trabalhe no seu espírito, apóstolos e

missionários, continuadores generosos e corajosos.

Queremos formar agentes de transformação social. São Vicente

nasceu pobre e queria subir na vida e para isso era capaz de tudo. Mas

descobriu um ideal para sua vida, ao ver por toda a parte os Pobres,

abandonados e sem ajuda. Para ajudá-los, fundou as Voluntárias da

Caridade, os Padres e Irmãos de sua Congregação, as Filhas da

Caridade. Nele se inspiraram centenas de movimentos e associações,

que vivem de seus ideais e realizam os mesmos projetos de ajuda e

promoção das pessoas. A Família Vicentina é formada também pelos

milhares de nossos Alunos e ex-Alunos. Para nós, o nome de São

Vicente não é uma tabuleta comercial: é sim uma bandeira de luta, um

desafio, um projeto de vida.

Pe. Lauro Palú, C. M.

CORDEIRO DE DEUS

Cristo, pedra angular, tira a fraqueza do mundo!Cristo, peixe prateado, tira a fome do mundo!Cristo, pastor do tempo, tira a maldade do mundo!Cristo, filho do homem, tira o egoísmo do homem!Cristo, irmão do homem, tira o medo do homem!Cristo, sustento do homem, dá-nos o pão da paz!

OFERTÓRIO

Tudo o que a terra produz, desde a flor,

é dom que trago ao Senhor.

Tudo o que a História produz, desde a dor,

eu ofereço ao Senhor.

Trago ao altar pão e vinho e vou consagrarminha alegria de trabalhar.

Luta dos homens por uma vida melhor,gesto que busca o Amor maior.Fidelidade, esperança e gesto de amar,gosto e vontade de perdoar.

Conheça algumas das canções

A importância de São Vicente de Paulo

novembro de 2008. .a chama 9

Page 7: ANDO O FUTURO - csvp.g12.br Chama n75.pdf · nos do 4º e 5º anos do Fundamental ... A programação pensada inclui apresentação dos projetos culturais do São Vicente. Para finalizar

EXCU

RSÕ

ES D

O C

OLÉ

GIO

10 nº 75. .a chama

Viajar para aprender

Para uns, a primeira viagem com o Colégio. Para outros, a última. No segundo semestre de 2008, o 4º

ano do Ensino Fundamental foi a Petrópolis conhecer um pouco da sua história e o 3º ano comemorou

no Caraça a conclusão do Ensino Médio.

As excursões de mais de um diado Colégio São Vicente dePaulo começam no 4º ano do

Ensino Fundamental, quando osAlunos passam um final de semanaem Petrópolis. Este ano, a viagemaconteceu em julho. Na CidadeImperial, os Alunos visitaram pontosturísticos importantes, como oPalácio de Cristal, a Catedral de SãoPedro, o Museu Imperial e a Casa deSantos Dumont. A Professora IsabelCabrera, que os acompanhou, avaliamuito positivamente o passeio: “Du-rante os dois dias as crianças tiveramoportunidade de interagir entre elas ecom os adultos que as acompanharamde modo mais informal, propor-cionando um estreitamento de laços.Foram dois dias, também, muito ricosem aquisição de conhecimentos his-tóricos e geográficos”.

AmadurecimentoPara muitos Alunos, como Fer-

nanda Chazan, a viagem a Petrópoliscom o São Vicente foi a primeira quefizeram sem a Família. “Certamenteuma oportunidade de amadurecimen-to”, diz Isabel. Fernanda também achaimportante viajar só com a escola: “Ébom, porque quando a gente for maisvelho já vai ter experiência e saber co-mo se comportar nas viagens”. Elaconta que a visita ao Museu Imperialfoi o passeio de que mais gostou:“Adorei andar de pantufas, dava paraescorregar. Também descobri que oImperador usava camisola. Muito es-tranho para um homem”. Segundoela, a convivência entre os Alunostambém foi boa: “Todo mundo se en-tendeu. Não tínhamos intimidadecom as outras turmas, mas lá, à noite,ficávamos conversando juntos”.

DespedidaEnquanto para o 4º ano as viagens

com o Colégio estão apenas começan-do, para os Alunos do 3º ano do Ensi-no Médio o clima da excursão é de des-pedida do São Vicente. Pelo quintoano consecutivo, o destino escolhidofoi o Parque do Caraça. A viagem a-conteceu entre os dias 11 e 15 de outu-bro. Este ano, porém, houve uma novi-dade: os Professores de História, Geo-grafia, Biologia e Sociologia acompa-nharam o grupo e deram início a umprojeto interdisciplinar, que começouno trajeto do CSVP ao Caraça, ondeforam mostrados aos Alunos pontosimportantes de urbanização e faveliza-ção. Na opinião do Professor de Geo-grafia Alexandre Junqueira, Coorde-nador do projeto, a viagem foi muitoprodutiva: “Nós não fomos apenas pa-ra confraternizar, mas fizemos uma

PROJETO INTERDISCIPLINAR: ALEXANDRE JUNQUEIRA (GEOGRAFIA),

MÁRCIAPEREIRA (BIOLOGIA), WAGNER PINTO (HISTÓRIA)

E RENATA SALOMONE (SOCIOLOGIA)

novembro de 2008. .a chama 11

atividade interdisciplinar muito rica”.No Caraça, também houve uma

programação de duas trilhas por dia,com o acompanhamento dos Profes-sores. O objetivo era que os Alunosaprendessem sobre os biomas, a fau-na, a flora e a história locais. À noite,era organizada uma mesa-redondapara todos discutirem sobre o quetinham visto e também para aguar-darem a chegada do lobo-guará, que éa grande atração noturna do lugar.

Alexandre conta que a aprendizadonos passeios é grande e que já houveano em que os Alunos resolveramquestões de vestibular a partir do que

observaram nas caminhadas ecológi-cas: “Acho fundamental nossa insti-tuição de ensino usar um lugar como oCaraça como centro de estudos. A via-gem cria um efeito multiplicador, poisos Alunos podem repassar o que vi-ram aos amigos e à Família”.

A Aluna Isabel Lima tambémaprova o projeto interdisciplinar: “Oentusiasmo dos Professores era con-tagiante e o programa de passeios foiótimo. Fiquei muito feliz de ter aoportunidade de me aproximar dosProfessores e descobrir que são pes-soas maravilhosas, com quem se temmuito a aprender”. Ela considera im-

portante essa última viagem do 3ºano: Além de um espaço para des-cansar da pressão do vestibular, é umaviagem importante no exercício davivência em grupo. Algo essencial, jáque é muito mal trabalhado na socie-dade atual”. Para Alexandre, o papeldos Professores nessa viagem foi jus-tamente o de ajudar os Alunos a vive-rem coletivamente, compartilhando omesmo espaço: “A nossa relação comeles foi de estímulo à reflexão. A nossaparticipação na viagem é uma formade energizá-los para o fechamento deum ano muito difícil, com concursos edecisões sérias sobre a vida”.

Perspectiva

Onze de outubro. Sete horas da manhã. Finalmente colocaríamos

em prática tudo aquilo que vínhamos planejando desde abril, quando

nós, Professores, junto com Pe. Lauro, fomos ao Caraça para preparar-

mos esta viagem. Em algumas horas nosso cotidiano “urbano-carioca”

seria trocado por um esplendoroso contato com a natureza. Porém, não

poderíamos deixar de atentar para as evidências do trajeto que, come-

çando pelo Cosme Velho até chegar a Minas Gerais, nos revela muito da

história de nosso estado e de nosso país. Assim, seguimos pelo caminho

observando os cenários que nos rodeavam, a beleza da paisagem, a desi-

gualdade que nos assola e a degradação ambiental que nos amedronta.

A tarde cai e, após algumas boas horas de viagem, avistamos em-

bevecidos as imponentes montanhas do Caraça. Ufa! Enfim chegamos.

Após nos acomodarmos, chega a hora do jantar. Todo mundo descobre

que a batata frita do Caraça é irresistível e, assim, percebemos também

que as calorias gastas em todas as caminhadas são logo recuperadas

por conta da quantidade de tentações que incluem o café da manhã

fabuloso. Todos satisfeitos?! É hora de ver o lobo-guará, que vem nos

visitar todas as noites. Coberto com seu manto tecido com fios de ouro

solar, ele chega medroso, mas com o vigor pungente de quem sabe ser

majestoso. Come e se despede junto com a noite.

As seis badaladas do sino anunciam a hora de acordar. Quem disse

que acordar 63 meninos e meninas seria tarefa fácil? Bate daqui, fala

dali, insiste acolá e finalmente partimos para as nossas primeiras tri-

lhas: Cascatinha e Banho do Belchior. Todos voltam felizes e saltitantes,

afinal, trilha tranqüila, banho gostoso... À noite é hora de mesa-

redonda em frente à Igreja, para conversarmos sobre o que observamos

ao longo do caminho e sobre o Caraça em seus aspectos ambientais,

históricos e sociológicos.

É meia-noite e em seis horas todos deverão estar novamente

acordados. Mais uma luta para dormir. Outra para acordar. Todos final-

mente de pé seguem para a trilha da cachoeira da Bocaina: percurso

mais longo, que nos convida a um contato mais profundo com a natu-

reza, o que nos faz pedir silêncio, para que entremos na floresta como

quem entra no útero do mundo. Uma luz alva e suspensa abre os cami-

nhos, nos levando a observar plantas de vários tamanhos e tipos, casas

esculpidas com saliva de cupim, pássaros abertos em oblíquo vôo. E

sentimos também a diferença do ar da floresta madura, que deixa nosso

corpo inteiro perfumado por dentro. Após algum tempo de trilha, o sol

começa a mostrar seu vigor e todos começam a aparentar cansaço.

Depois de muito esforço, a recompensa: um pequeno paraíso com águas

frias e renovadoras. À tarde, fomos aos Tabuões, onde pudemos curtir o

final do dia. Enfim anuncia-se o crepúsculo e todos, cansados, se

perguntam como agüentarão a trilha do dia seguinte para a Cascatona.

Na manhã que se segue, nos dividimos e fizemos caminhos diferentes:

Tanque Grande, Cascatona, piscina...

Fazendo um balanço, vemos que a viagem, de uma forma geral, foi

muito boa. Aproximamo-nos mais de alguns, nos afastamos de outros e

nos reaproximaremos na certeza de que todos aprendemos mais como é

a vida em grupo e como podemos nos ultrapassar, não perdendo as

idiossincrasias, mas aprendendo, às vezes, a abdicar de nós para sermos

mundo. Termino com uma frase do sociólogo português Boaventura de

Souza Santos para que possamos refletir:“As pessoas e os grupos huma-

nos têm o direito a serem iguais quando a diferença os inferioriza e o

direito a serem diferentes quando a igualdade os descaracteriza”.

, Professora de SociologiaRenata Salomone

Page 8: ANDO O FUTURO - csvp.g12.br Chama n75.pdf · nos do 4º e 5º anos do Fundamental ... A programação pensada inclui apresentação dos projetos culturais do São Vicente. Para finalizar

EXCU

RSÕ

ES D

O C

OLÉ

GIO

Viagem a Petrópolis

Dia 5/7, minha turma (403), mais outra turma da minha série

(404), fomos a uma viagem a Petrópolis. Íamos passar uma noite lá.

Não fomos apenas passar uma noite, mas sim conhecer vários lugares

legais, como a Casa de Santos Dumont, restaurantes para almoçar,

várias lojinhas e bazares.

Fomos também ver um teatrinho bem interessante, que variava

entre a água e uma grande casa, ou seja, às vezes passavam uma parte

da peça na água, usando um projetor de imagens, e a outra parte da

peça pelas sombras das pessoas na janela. Foi muito divertido.

Na Casa do Santos Dumont, nós vimos muitos de seus projetos. Foi

demais! Nós voltamos e eu achei essa viagem... o máximo!

, turma 403Amanda Cabral

A despeito de ser feita há anos, para muitas pessoas ainda soa

inusitada a proposta do Colégio São Vicente de Paulo de levar a nós,

Alunos do 3º ano, ao Santuário do Caraça, quando a maior parte dos

colégios cariocas opta por hotéis-fazenda ou balneários do estado do

Rio como proposta de comemoração do fim do Ensino Médio. A idéia de

quase 70 jovens reunidos por quatro dias ao redor de uma igreja

neogótica encravada em uma serra, convivendo num ambiente que

convida ao silêncio e à introspecção, nem de longe soa como uma

situação óbvia para os nossos tempos.

Durante a viagem de ida, Pe. Lauro nos contou que nosso Colégio

foi, em parte, construído com dinheiro vindo da venda de madeira

cortada das árvores do Caraça, há quase cinqüenta anos.“O São Vicente

tem uma dívida moral imensa com o Caraça”, ele completou, e

começamos todos a entender um pouco da razão de estarmos ali,

naquele momento, e não surfando em Angra dos Reis. O vínculo que

existe entre as duas instituições de ensino (afinal, o Caraça foi, durante a

maior parte de sua existência, um colégio seminário) é a ponte perfeita

para que nós, Alunos que vivenciam o dia-a-dia caótico de uma cidade

12 nº 75. .a chama

em crise, tenhamos um momento de reflexão, processo fundamental

da Educação. O ato de vivenciarmos o Caraça salda a prestações

mínimas (uma por aluno) a tal imensa dívida a que se referiu o Pe. Lauro

na sua explicação, ao trazer para o cosmopolitismo carioca um pouco do

pensamento cuidadoso e sereno característico dos ex-Alunos do

seminário mineiro.

Tendo vivido durante quatro dias o cotidiano absolutamente

atípico de fritar alguns ovos no café da manhã, andar por trilhas o dia

inteiro e à noite dormir cedo, voltamos revigorados para a massacrante

rotina destes últimos meses do ano, em que uma montanha de provas

de vestibular nos espera. De volta outra vez, chegamos ao Rio como

grupo mais coeso, no sentido de que pudemos conhecer melhor cada

um de nossos colegas de excursão. E, sem pesar nenhum, podemos

dizer que agora também somos devedores do Caraça, após termos

roubado de lá um punhado de fotografias, um pouco de poeira nos

nossos sapatos e diversas recordações memoráveis.

, turma 3º ABreno Góes

Saldando a dívida

ALUNOS VISITAM A CASA DE SANTOS DUMONT

E O PALÁCIO DE CRISTAL (ABAIXO)

APESAR DO FRIO, AS CRIANÇAS APROVEITAM A PISCINA DO HOTEL

Linha e agulhaHá 14 anos, o Colégio SãoVicente de Paulo ajuda a tecer o futuro de

homens e mulheres que buscam uma nova profissão. O Projeto

Corte e Costura já formou cerca de 240 Alunos e Alunas.

no meio de agulhas e aviamen-tos que a costureira Lúcia Jus-tino ensina, há mais de uma dé-

cada, um novo ofício às pessoas que aprocuram no Colégio São Vicente dePaulo (CSVP). O Projeto Corte e Cos-tura, patrocinado pela Associação dePais e Mestres (APM), foi uma ini-ciativa do antigo diretor do Colégio,Pe. Almeida, que, em 1994, convidouLúcia para levar sua idéia adiante:“Naquele ano, a Professora de corte e

costura que iniciou o projeto saiu noprimeiro semestre. Então, como elaensinava a modelagem usando o es-quadro tecnimod, Pe. Almeida pediuindicação de um Professor à única lojaque vendia esse material. Eles deram omeu telefone, fui contratada e não saímais do São Vicente”, conta ela que,antes de ir para o CSVP, dava aulas nasua própria casa, em Jacarepaguá (RJ).

A Professora usa o esquadro atéhoje nas aulas: “É a maneira mais fácilpara tirar um molde. Ele permite que oAluno marque o busto, o comprimentoda roupa, a cintura, o quadril, enfim, to-das as partes de uma vestimenta. Comapenas um esquadro, dá pra fazer todoo vestuário: desde uma saia reta até umblazer e calça social”.

No curso, que vai de fevereiro adezembro, Lúcia ensina também co-mo instalar máquinas de costura e, atémesmo, a confecção de vestidos defesta: “Depois de mostrar-lhes comomexer nos equipamentos, eles apren-dem a fazer pequenos consertos, co-mo bainhas e colocação de feicho

Reproduzindo o saber

AP

M

éclair e botões. Depois, passamos paraa costura de saias e blusas e, por fim,de roupas de festa”.

Nestes 14 anos, já passaram pelasaulas de Lúcia cerca de 240 Alunos.De acordo com a costureira, o materi-al principal, como linhas e agulhas, éoferecido pela APM: “Os Alunos sócompram o tecido, já que as roupasfeitas por eles são para uso próprio”.

Os Alunos de corte e costura doSão Vicente costumam, segundo Lú-cia, trabalhar por conta própria depoisdo curso. “Capacitamos as pessoas pa-ra que realmente possam ter a costuracomo sua profissão. E muitos dos nos-sos Alunos já fazem consertos e con-fecções de roupas profissionalmente.Atualmente, posso citar meus AlunosIsaías, que já costura para fora, e a Lidi-ana, que trabalha numa confecção”.

Para Izabel Lima, que entrou nocurso no final de agosto e é Aluna do 2ºano da Educação de Jovens e Adultos(EJA), aprender a costurar será a reali-zação de um sonho e a oportunidade deum novo trabalho: “Voltei a estudardepois de 20 anos. A Professora deReligião da EJA, Maria Amélia, meindicou dois cursos: o de pintura, que játerminei, e o de costura, que estoucomeçando agora. Pretendo, maistarde, trabalhar como costureira. Naterceira aula, fiz meu primeiro molde. Éum vestido que eu mesma desenhei”.

Além das portas do ColégioÉ

novembro de 2008. .a chama 13

PROFESSORA LÚCIA ENSINA ALUNAS A COSTURAR

Page 9: ANDO O FUTURO - csvp.g12.br Chama n75.pdf · nos do 4º e 5º anos do Fundamental ... A programação pensada inclui apresentação dos projetos culturais do São Vicente. Para finalizar

pós o sucesso da Feira de Qua-lidade de Vida, ocorrida no pri-meiro semestre de 2008, che-

gou a hora da segunda feira tradicio-nal do Colégio São Vicente de Paulo, ade Linguagem. Dessa vez, foi a partirde temas propostos nas aulas de Lín-gua Portuguesa, Literatura, Artes, Mú-sica, História e Geografia que os Alu-nos produziram seus trabalhos. O pá-tio e as salas da escola foram ocupadoscom barracas, cartazes e maquetes.Houve também encenações teatrais eapresentação de vídeos e de música.

No pátio do Colégio, a feira convi--dava os visitantes a interagirem: alémde origami e RPG, foi organizada umaoficina de educação para o trânsito. OsAlunos do 1º ano do Ensino Funda-mental construíram maquetes e carta-zes com dicas e advertências sobre co-mo se comportar no trânsito. Tam-bém foi criada uma brincadeira onde,em ruas desenhadas no chão, os

Na feira do segundo semestre,

os Alunos do São Vicente cria-

ram trabalhos para expressar a

linguagem: escrita, oral, corpo-

ral, gráfica ou uma combinação

de suas formas. O evento acon-

teceu no dia 20 de setembro.

Alunos exerciam os papéis de moto-rista, pedestre e guarda. O objetivo,segundo a professora Paula Sá, erasimular o trânsito na cidade e avaliar seos Alunos respeitavam as placas e osemáforo de madeira usado no jogo:“A idéia é ensinar as regras de trânsitoàs crianças desde pequenas, para quese tornem motoristas e pedestresconscientes no futuro”.

Além da interação, um segundoconvite era feito aos visitantes: àleitura. No centro do pátio, foi monta-do um espaço onde Alunos, Pais econvidados podiam comprar livros.Exemplares da Revista A CHAMA de1973 a 2008 também foram expostos,para aqueles que quisessem relembrara história do CSVP. Segundo AnaSimões, secretária da Associação dePais e Mestres (APM), as Revistas fo-ram manuseadas principalmente pe-los Alunos: “Foi muito legal. As pes-soas folhearam as revistas, gostaram

de ver fotos antigas, em especial as doPe. Lauro mais novo”.

As salas de aula também foram lu-gar para as atividades de leitura e decontação de histórias. Os Alunos do2º ano do Ensino Fundamental, alémde exporem as histórias em quadri-nhos criadas a partir do livro ‘PoteVazio’, receberam o escritor MárcioTrigo. Com a ajuda de um violão, elescantaram juntos histórias infantis.Márcio elogiou a participação e a es-pontaneidade das crianças e a ini-ciativa do São Vicente de promover aFeira de Linguagem: “É fundamentalo Colégio fomentar, desde cedo, oprazer de ler nos Alunos. E é precisopensar em eventos como este, quetornem a leitura algo mais lúdico, poishoje há muito apelo de computador,televisão e vídeo-game”.

E parece que o estímulo deu bonsfrutos, pois a inspiração de muitos tra-balhos veio de livros. Na entrada dopátio, era possível ver os Alunos do 9ºano com fantasias árabes. Eles leram‘As mil e uma noites’ e, em grupos,transformaram cada capítulo em umafotonovela. Fernanda Tuffani, da tur-ma 904, achou que a idéia de sevestirem com roupas típicas tornou otrabalho mais divertido: “A feira é umevento muito legal, porque une as

A

EVEN

TOS

14 nº 75. .a chama

Linguagem e criatividade

ISABEL FORTES E SUA FILHA CATARINA,

DO 3º ANO EF

pessoas. Se não fosse por isso, nin-guém viria ao Colégio no sábado, ain-da mais o 9º ano, que não tem aulanesse dia”.

Já o 1º ano do Ensino Médio tra-balhou com os contos de Machado deAssis. Os Alunos expuseram textosrelacionados às obras lidas e fotos daépoca na qual foram escritas, criaramtrilha sonora, se vestiram dos perso-nagens principais, como no caso de‘O alienista’, ou criaram bonecos parareproduzi-los. Carolina Castiel, do 1ºano A, que leu ‘A missa do galo’,aprovou a proposta do trabalho: “Foiuma oportunidade de aprendermosmais sobre os grandes autores daliteratura brasileira”.

O 3º ano do Ensino Médio, por suavez, relacionou o cinema à biologia.Os Alunos fizeram cartazes mostran-do de que maneira filmes como‘Poderosa Afrodite’ e ‘Todos dizemeu te amo’, de Woody Allen, tratam docorpo e das qualidades biológicas dohomem. Outros, em vez de anali-sarem filmes, criaram os seus próprios

vídeos. Foi o caso dos Alunos do 6ºano, que contaram a história do CSVPe da EJA (Educação de Jovens e Adul-tos) a partir da realização de um do-cumentário sobre o tema memória epolítica. Além do vídeo, eles tambémorganizaram uma exposição de fotosno escuro, que só podiam ser vistascom a ajuda de lanternas.

Os Alunos do 5º ano tiveram, coma feira, a oportunidade de estudar umpouco mais a História do Brasil e aherança africana no país. Eles pesqui-saram, escreveram textos, fizeramcartazes e painéis sobre o período daescravidão e os movimentos aboli-cionistas. Na opinião de AlexandreLeite e Pietro Mack, eles aprenderambastante com a elaboração do tra-balho: “Agora conhecemos mais anossa história e o passado do Brasil”.

O 3º ano do Ensino Fundamentaltambém fez uma viagem no tempo,mas só recuou até a época da infânciade seus Pais, para conhecer melhor assuas brincadeiras. Cada Mãe ou Paiescreveu um texto sobre como brin-cava quando tinha oito anos e os Alu-nos organizaram uma exposição com-parando as brincadeiras antigas comas novas. Os Pais também puderamrelembrar os comerciais de TV da dé-cada de 70, que foram exibidos na ela,

sala. Isabel Fortes, mãe da Catarina, daturma 301, disse que gostou de relem-brar sua infância e comparar com a desua Filha. Para ela, a interação entrePais e Alunos possibilitada pela feira émuito positiva: “A Feira de Lingua-gem é o evento de que mais gosto noColégio, porque sempre vejo que osAlunos estão bastante envolvidos. Es-se tema foi muito legal, pois eles re-fletiram sobre a passagem do tempo”.

A música também teve seu espaçona Feira de Linguagem deste ano. OsAlunos do 7º ano apresentaram para osconvidados ritmos que compuseramcom instrumentos ao longo do ano.Para encerrar o evento, houve a apre-sentação musical de ‘Ah! Banda’, no au-ditório da escola. Na opinião de NanciRaymundo, da Compasso (Coorde-nação Comunitária, Pastoral e Social),que organiza o evento, a feira cumpriuo seu objetivo, o de “mostrar as dife-rentes linguagens que a escola tem”.

Page 10: ANDO O FUTURO - csvp.g12.br Chama n75.pdf · nos do 4º e 5º anos do Fundamental ... A programação pensada inclui apresentação dos projetos culturais do São Vicente. Para finalizar

CA

PA

Construindo epreparando o futuroDe oficinas na própria escola a trabalhos voluntários em outros estados do Brasil, Alunos, Professores e

Funcionários do CSVP desenvolvem projetos sociais e melhoram a vida de comunidades carentes.

Transformação Social: não é à toa que o Colégio São Vicente de Paulo assim nomeia a sua missão

institucional. O conjunto dos projetos sociais empreendidos pela escola, denominado CPF (Construin-

do e Preparando o Futuro), já atende, além do Rio de Janeiro, os Estados da Bahia e de Minas Gerais e o

Distrito Federal. Na edição passada de A CHAMA, contamos como o Projeto Esperança ajuda a melhorar

a vida de 25 famílias na comunidade Chico Mendes, na Pavuna (RJ). Nesta Revista, damos

continuidade à descrição dos projetos que ocorrem dentro e fora do Colégio.

omunicação, Artes e Solida-riedade: tudo começou quando,no começo deste ano, os Pro-

fessores de Português e Biologia con-vidaram os Alunos do 3º ano do En-sino Médio a criarem projetos sociais.O grupo de Luísa Reis, Ana PaulaPelegrinno e Ilan Vale levou a pro-posta a sério: “A gente pensou em algoque pudesse depois ser posto em prá-tica”. Ao conversar com a assistentesocial do Colégio, Deise Santana, elesdescobriram que o Creas (Centro deReferência Especializado em Assis-tência Social) Maria Lina havia conta-tado a escola com a demanda de espa-ço e atividades sócio-educativas com-plementares para crianças doPrograma de Erradicação do TrabalhoInfantil (Peti).

Dessa necessidade surgiu a idéia defazer o Comunicarte. Em seguida, ou-tros grupos da turma também se en-volveram e sugeriram temas para asoficinas do projeto. Deise elogia a ini-ciativa dos Alunos e a participação daturma: “Acabou sendo uma mobiliza-ção do 3º ano todo. Eu e os Professo-res ficamos muito orgulhosos”.

As oficinas temáticas do Comuni-carte, cada uma com seis módulos,acontecem no Colégio desde maio,nas tardes de segundas e sextas-feiras.Os 15 Alunos do PETI, moradores dacomunidade do Morro Azul, no Fla-mengo, são crianças entre 8 e 14 anosque foram retirados das ruas ouestavam em situação de risco. Alémdas oficinas de Informática e Graffiti,que são dadas por Professores, asoutras quatro – 'Leitura', 'O Olhar','Animação' e 'Cidadania' – são

organizadas e ministradas pelos pró-prios Alunos, com a ajuda de Profes-sores e Psicólogos da escola.

Luísa é uma das responsáveis pe-los encontros de leitura, onde são tra-balhadas interpretação de textos e suareleitura através de desenho e teatro.Ela considera que aprendeu muitocom o projeto, no qual pôde expe-rimentar o que é estar em sala de aulano papel de Professora: “O principal éa gente agregar a proposta do Colégio,a de passar adiante o que é aprendido

C

16 nº 75. .a chama

ALUNOS DA CRECHE CRISTO REDENTOR VISITAM O SÃO VICENTE

aqui dentro”. Marina Cavalcanti, daoficina 'O olhar', cujo objetivo é, apartir da arte, desenvolver nas crian-ças as capacidades de percepção, abs-tração e construção, concorda quehouve aprendizado recíproco: “Semdúvida, a coisa mais importante dotrabalho foi a interação”. YasminScheufler vê na oficina de animação,que ensina como produzir efeitos demovimento a partir de materiais sim-ples, como fotografia e massinha, umaoportunidade de despertar e desen-volver possíveis talentos das crianças.

Fernanda Félix, dinamizadora doPeti que acompanha as atividades dascrianças no Colégio, avalia comopositivos os resultados do Comuni-carte: “Notei neles uma mudançamuito grande de consciência e de pen-samento. As experiências são novas, oambiente é diferente e há muita trocaentre eles e as meninas”. Luísa dizque, se elas tiverem disponibilidade,pretendem participar do Comunicar-te também no próximo ano, e mani-festa seu desejo de que o projeto nãotermine: “A gente gostaria muito queesse projeto contagiasse outras pes-soas do Ensino Médio e tivesse conti-nuidade no ano que vem”.

Para Nanci Raymundo, da Coor-denação Comunitária, Pastoral e Soci-al, o Comunicarte comprova que atentativa da escola de mobilizar osAlunos para o trabalho social está dan-do certo: “A gente vê que nossa ma-neira de sensibilizar cria sementes emalguns”. E é por acreditar que esta sen-sibilização social deve acontecer desdecedo que o São Vicente desenvolve oprojeto Creche Cristo Redentor. O ob-jetivo é promover a interação entre osAlunos do Colégio e os da creche, quetambém fica no Cosme Velho.

Até o ano passado, só os Alunosdo CSVP dos 2º e 3º anos do EnsinoFundamental iam até a creche brincarcom as crianças. Este ano, além dosdo 4º e 5º anos terem sido incluídosno projeto, os Alunos se alternam

Sensibilidade desde a infância

COMUNICARTE: EQUIPE DO COMUNICARTE COM ALUNOS DO PETI

Das salas de aula à sociedade

Educar para a transformação social. Esse é o lema de nossa escola e o conhecemos desde

pequenos. No 3º ano do Ensino Médio, prestes a sair do Colégio, tivemos oportunidade de

consolidá-lo. A partir de uma proposta feita em sala de aula, avançamos as barreiras do

conhecimento teórico e partimos para a prática, deixando de ser só“educados”para também

sermos um pouquinho educadores.

O Comunicarte, idealizado por nós, Alunos, ainda é um projeto-piloto. Foram as

professoras Márcia e Vera que propuseram este trabalho, mas não foram só elas que nos

fizeram levá-lo adiante. Todo o Corpo Docente, os Coordenadores, os Funcionários, todos

contribuíram para que tomássemos esta iniciativa, pois ela é muito mais do que

simplesmente outro projeto social da congregação vicentina.

O projeto reflete toda a proposta educacional que o São Vicente prega, é prova de que

todos os valores expostos nas aulas são absorvidos por seus Alunos e devolvidos de forma

positiva para a sociedade. Se o Comunicarte ainda está sendo construído, ele mostra que o

Colégio está pronto, formando seres humanos com valores coerentes com seu ideal.

, turma 3º AAna Paula Pelegrinno e Luísa Reis

entre ir à creche e receber as criançasno próprio São Vicente. A cada sema-na, junto com as Professoras, elesplanejam as atividades que desenvol-verão com os menores, como con-tação de histórias, teatro, pintura, re-corte e colagem, sempre procurandolhes passar uma mensagem.

Para Rosi Menescal, Professora daturma 504, a palavra-chave desse tra-balho é acolhimento: “Nossos alunosdoam um pouco de seu tempo e,principalmente, de sua alegria para ascrianças que ficam na creche, longe deseus familiares durante várias horas eque por alguns momentos passam a s

YASMIM ENSINA ANIMAÇÃO AOS ALUNOS

Page 11: ANDO O FUTURO - csvp.g12.br Chama n75.pdf · nos do 4º e 5º anos do Fundamental ... A programação pensada inclui apresentação dos projetos culturais do São Vicente. Para finalizar

estudo para Alunos carentes. Em2008, foram concedidas bolsasintegrais para os 221 Alunos da EJA e67, entre parciais e integrais, para oensino regular.

CA

PA

ser o centro das atenções de outrastambém crianças. O combinado é queos maiores cuidem dos menores, masa alegria é tamanha que todos acabamse soltando; há no ar uma mistura desorrisos, olhinhos ansiosos ebrilhantes”. Rosi considera que oprojeto vai de encontro ao objetivo detransformação social do CSVP e éimportante para todas as pessoasenvolvidas: “Para nossos Alunos é acerteza de estar fazendo algo queconcretiza a ação “ser feliz por serbom”, palavras sempre ditas por Pe.Lauro. Para os Alunos da creche é aoportunidade de terem um poucomais de atenção, de receber umcarinho delicioso e um cuidadoespecial por crianças maiores. Paranós, Professores, o importante é saberque somos também responsáveis pelaconstrução de uma sociedade maisjusta, igualitária e fraterna”.

Além dos projetos Comunicarte eCreche Cristo Redentor, há mais doisprojetos educativos no São Vicente:as atividades de monitoria para asturmas da EJA (Educação de Jovens eAdultos), dadas por Alunos do 2º anodo Ensino Médio, e as bolsas de os

Projeto social

Hoje eu estava muito animada pois

íamos fazer uma visita à Creche Cristo Re-

dentor. Quando nós começamos a lanchar,

o meu sorriso abriu mais ainda, eu fiquei

tão feliz de ver aquelas carinhas felizes.

Nós começamos a brincar e nos diver-

timos muito. No final, tocamos flauta para

eles e todos aplaudiram. Foi muito fofo. Na

hora de ir embora foi uma tristeza enorme.

Eu acho que o que a gente fez foi muito

bonito. Isso representa muito para mim e

eu acho que esse dia ficará marcado para

sempre na nossa e na vida dessas crianças.

Elas não precisam de dinheiro, mas sim de

amor, atenção e carinho.

, T. 501Mariana Penna Bonelli

Trabalho voluntário no Sertão

Além de participarem de projetosque acontecem no Colégio, Alunos eProfessores do São Vicente viajampelo Brasil para desenvolveremtrabalhos voluntários. Os municípiosbaianos vizinhos Serra do Ramalho eCarinhanha são dois de seus destinos.Cada um é visitado pela equipe da es-cola duas vezes por ano, no primeiro eno segundo semestre. Em Serra doRamalho, a atuação da equipe doCSVP começou em janeiro de 2006,com cursos de formação para Pro-fessores e Educadores da região, quehoje já passam de 600 Alunos. De-pois, a partir de demandas dos pró-prios moradores, foram criados no-vos projetos como Exercício para aCidadania, que visa capacitar lideran-ças sociais em Políticas Sociais,Associação de Mulheres Artesãs Ser-ramalhenses ( , onde são ensi-nadas atividades artesanais a mulhe-res e mães de baixa renda, e Mar deDentro, cujo objetivo é o mapeamen-to da cultura e o resgate da história daregião, formada por agrovilas e pes-soas muito diferentes.

Em outubro do ano passado, osAlunos do São Vicente deram início àoficina Afetividade e Sexualidade,para os jovens da região. Luísa Reisconta que eles fazem dinâmicas e con-versam sobre temas que os mora-dores gostariam de discutir e não têmoportunidade no Colégio, como cor-po, prazer, drogas e álcool: “O obje-tivo é trabalhar com eles questõespróprias da juventude”. Neste ano,começou mais um projeto, o Plantar,

Amas)

SERRA DO RAMALHO

“Para nós, Professores, o

importante é saber que

somos também responsáveis

pela construção de uma

sociedade mais justa,

igualitária e fraterna”.

18 nº 75. .a chama

ROSI MENESCAL

com a proposta de incentivar o desen-volvimento da agricultura e o reflo-restamento locais.

Na opinião do Professor de Geo-grafia Marco Antônio Gomes, queparticipa do projeto desde a sua im-plantação, já é possível notar que osProfessores locais expressam um no-vo olhar sobre as práticas educacio-nais: “A participação política se fazmais intensa e consciente, deixandoos politiqueiros preocupados”.

Segundo ele, esse trabalho atestaque a transformação social não devedepender apenas de projetos do Es-tado, pois há resultados na participa-ção de cidadãos em pequenos grupos:“Avançando pelo interior do Brasil,estamos cumprindo o nosso objetivomaior, de socializar o conhecimentosem, no entanto, ignorar a realidadede vida daquelas comunidades, comquem aprendemos tanto”.

Em Carinhanha, além do projetoExercício para a Cidadania, que tam-bém acontece em Serra do Ramalho,são desenvolvidas as oficinas Jovensem Ação, para cerca de 200 mora-dores de 15 a 25 anos, e Liderança eAtitude, para 30 lideranças pastorais ede movimentos sociais, na faixa etáriade 30 a 70. Cacau Marçal, Professorade Artes, conta que o grupo de Pro-fessores do São Vicente cria coletiva-mente, a partir de sugestões e pedidosdos próprios Alunos, as atividades dasoficinas, que reúnem arte, música,teatro, leitura e psicologia: “Em julho,o tema escolhido foi a casa como pos-sibilidade de transformação do mun-do e de nós mesmos, a partir do que

Serra do Ramalho

Desde a nossa primeira viagem a Serra, ouvimos muitas perguntas do tipo: “O que vocês

fazem lá?”, “Como é a cidade?”. Até hoje, não sabemos ao certo como responder a essas

perguntas. Explicar como é Serra do Ramalho é quase tão difícil quanto explicar o que é o

Sertão. Talvez Guimarães Rosa seja o único a conseguir essa proeza, “construir o Sertão na

linguagem". Nós podemos apenas relatar as nossas impressões de um pedaço de sertão, um

pedaço de Brasil.

São poucas as palavras não-piegas que podem descrever a estranha sensação de se

sentir tão “em casa”em uma cidade no sertão da Bahia, onde a realidade da população não

poderia ser mais distinta da nossa. Seca, pobreza e uma vida política conturbada são apenas

algumas das características de um contexto que ainda muito se assemelha ao coronelismo,

devidamente estudado nas aulas de História.

Geralmente, a viagem começa na porta do Colégio (é muito eufemismo chamar a ida

para Serra de viagem; o certo seria chamar de saga). Em seguida, vamos para o aeroporto,

onde pegamos um avião até Brasília. Depois pegamos um ônibus por mais ou menos 13

horas e finalmente alguém diz: “chegamos”.

Durante uma semana, trabalhamos de oito da manhã às oito da noite nas oficinas do CPF.

Pelo menos dois dias de viagem servem para as visitas às agrovilas do trabalho com jovens.

Para cada agrovila, reservamos um dia inteiro, do qual grande parte se resume à viagem de

ônibus, já que as distâncias entre as agrovilas são grandes e as estradas, esburacadas. É nesta

parte em que aquela tal“poeira do sertão”aparece e se instala confortavelmente em nossas

roupas, cabelos e narinas.

Provavelmente é muito difícil imaginar que realmente valha a pena passar duas

semanas de férias fritando ao sol da Bahia, porém só quem vê a Serra pode compreender a

verdadeira razão que nos motiva a fazer o que fazemos.

, turma 3ºADiana Nakano e Yasmin Scheufler

EQUIPE VOLUNTÁRIA DO CSVP COM JOVENS DA SERRA DO RAMALHO

PARTICIPANTES DAS OFICINAS DE CARIRANHA

SE APRESENTAM NA NOITE CULTURAL

novembro de 2008. .a chama 19

Page 12: ANDO O FUTURO - csvp.g12.br Chama n75.pdf · nos do 4º e 5º anos do Fundamental ... A programação pensada inclui apresentação dos projetos culturais do São Vicente. Para finalizar

Homenagem ao voluntariado do São Vicente

No dia 11 de junho deste ano, mais de cem voluntários do CSVP – Professores, Funcionários, Alunos e ex-Alunos –

que atuam nos projetos de Serra do Ramalho e de Carinhanha foram homenageados na Câmara Municipal do Rio de

Janeiro. A iniciativa foi do vereador Roberto Monteiro, genro de Edna Cardoso, Professora do 2º ano do Ensino

Fundamental da escola.

Edna conta que Roberto acompanha o seu trabalho no voluntariado desde 1995, quando atuava na erradicação do

analfabetismo em Jaguaruana, no Ceará: “Ele sempre admirou essa doação dos Professores nas férias, na época das

festas. Diz que é um trabalho muito bonito, que nos dignifica. Agora, como Vereador, teve a oportunidade de nos dar

essas menções honrosas e deixar nosso trabalho registrado na Câmera para que sirva de exemplo a outros”.

Depois de Jaguaruana, Edna participou, com a equipe do CSVP, da formação continuada de Professores em Cocos,

na Bahia, hoje já encerrada. Atualmente, continua atuando em Serra do Ramalho e Carinhanha: “O que me fortalece

como pessoa e como profissional é ver a utilidade que posso ter, ajudando as pessoas a adquirir uma visão mais ampla

da profissão e da própria vida. Mas com certeza recebo mais do que dou. Volto de lá energizada, fortalecida”. A

Professora acredita que esses projetos na Bahia, cuja previsão de término é 2010, já mostram resultado,

principalmente nos debates políticos:“Hoje eles já sabem do que precisam e como reivindicar”.

CA

PA

está à nossa volta. Trabalhei na minhaoficina com nossas origens culturaisafricanas, indígenas e o cordel nor-destino, com gravura em papelão”.Ao término do trabalho, os partici-pantes colocaram o que produziramem uma casa de bambu construídapor eles próprios. Houve tambémuma noite cultural, onde eles se apre-sentaram com música, teatro e dança.

Para Cacau, a viagem possibilita

uma troca entre os moradores daregião e quem vai até lá: “Nós ofere-cemos reflexão, reconhecimento daidentidade, possibilidade de sonharnovos horizontes, de olhar para a reali-dade de forma crítica e ao mesmotempo poética. E também aprende-mos muito sobre nossa cultura, rom-pemos com preconceitos e nos apro-ximamos de uma visão mais realista dopaís”. A Professora elogia o potencial

ALUNOS DE CARIRANHA CARREGAM CASA DE BAMBU COM TRABALHOS FEITOS NAS OFICINAS

dos Alunos, contando que, após a idada equipe do Colégio em janeiro, elespróprios reproduziram as oficinaspara outros jovens que não haviamparticipado: “Nós ficamos felizes coma iniciativa, o que nos estimulou para opróximo trabalho”.

Em Riacho Fundo, área de peri-feria urbana do Distrito Federal, o SãoVicente começou a atuar em julho de2006 na capacitação de cem liderançaspastorais que lidam com crianças ejovens. São oferecidas oficinas de te-mas variados, como teatro, expressãocorporal e técnicas pedagógicas. Hátambém uma parte teórica, na qualsão discutidos assuntos como globali-zação, temas bíblicos e mitologia, pro-curando-se sempre abordá-los nocontexto atual. O Professor de TeatroMário Sérgio Lima Medeiros opinasobre o valor desses encontros: “Aimportância está em podermos discu-tir com a comunidade temas que fa-lam direto à vida dela, ao seu dia-a-dia.Somos educadores que rejeitamos orótulo de que sabemos tudo, de quevamos levar algo novo. Aprendemosmuito com os Alunos também. Mui-tas das vezes nos surpreendemos como que eles nos dizem através dasdiscussões e das atividades práticas”.

Formação de líderes

20 nº 75. .a chama

Metodologia da Ação Social Vicentina

“Mestre não é aquele que sempre ensina, mas aquele que, de repente, aprende”

Ir. Adriano Ferreira,

Guimarães Rosa

Nas atividades sociais desenvolvidas pelo CSVP é comum ouvirmos elogios dirigidos à

nossa forma de atuar. Em nossas reuniões de avaliação, vez por outra, temos a satisfação de

ouvir falas nos seguintes termos: “vocês têm um jeito diferente de trabalhar”, “vocês são

mais próximos da gente, criam junto conosco”. Elogios deste gênero não são gratuitos, cor-

respondem ao nosso esforço de desenvolver uma metodologia social participativa na qual

gestores, voluntários e usuários dos serviços atuam em condições iguais desde a elabo-

ração até à execução dos projetos. Nós, agentes da transformação social do CSVP, não que-

remos só ajudar os menos favorecidos a crescerem; nós queremos crescer junto com eles.

Uma das frases mais difundidas no campo da ação social atualmente é a seguinte: não

basta dar o peixe, é preciso ensinar a pescar. Concordamos com a idéia de que “dar o peixe”,

numa atitude meramente assistencialista, por um lado atende a uma necessidade urgente

da pessoa, mas por outro, estimula o comodismo e a passividade. Também concordamos

com a idéia de que “é preciso ensinar a pescar”, ou seja, oferecer ferramentas para que as

pessoas possam conseguir sua sustentabilidade sem depender de terceiros. Porém, para

nós, ambas as atitudes são ainda insuficientes para que ocorra uma verdadeira

transformação social. É preciso ir além desse “dar o peixe”ou mesmo do “ensinar a pescar”.

Nossa metodologia compreende um passo a mais, que podemos chamar, ainda no exemplo

da pescaria, de “sair para pescar junto”.Trata-se de outra maneira de ver e agir.

Mediante a diversidade de nossas atividades, não basta desenvolvermos um único

modelo de ação. Cada localidade carrega em si suas idiossincrasias que exigem de nós um

esforço para tocarmos em frente nosso método de maneira participativa e orgânica. Nos

nossos diversos espaços de atuação social, inspirados pela idéia “paulofreireana” de que

ninguém educa o outro, nem tampouco ninguém se educa sozinho, mas nos educamos em

comunhão, fazemos o esforço de trazer as pessoas com as quais trabalhamos (professores,

lideranças comunitárias, jovens, pessoas em situação de risco social) para junto de nós na

construção das atividades a serem desenvolvidas. Assim, entendemos que não estamos

dando apenas o peixe, nem somente oferecendo a vara de pescar; partimos para pescar

junto deles, partilhando todo o processo que uma boa pescaria nos reserva: desde a

metódica preparação da vara, do anzol e da isca, passando pela procura do melhor lugar

para lançar a linha, até a angustiosa espera pelo peixe, que premia os persistentes com a

secreta alegria de sentir o primeiro beliscão na isca. Assim vamos, impelidos pela vontade de

construirmos juntos uma sociedade mais justa, conscientes de que essa só poderá emergir

através do encontro entre as pessoas dos diferentes lugares e classes sociais.

Coord. de Projetos Sociais da PBCM

IR. ADRIANO (À ESQUERDA) ORGANIZA REUNIÃO

PARA AVALIAR O PROJETO CARIRANHA

PROJETO ESPERANÇA OFICINA EM FRANCISCO BADARÓ (MG)

Começo de projeto em Minas

Em julho de 2008, o CSVP deuinício à formação de Professores emduas cidades, Francisco Badaró e Je-nipapo, em Minas Gerais. Foram ofe-recidas, para cem educadores em cadalugar, duas palestras, uma sobre co-res-ponsabilidade no processo educativo,dada por Ir. Adriano Ferreira, e outrasobre relacionamento, convivência egrupo, ministrada pela psicóloga Ma-risa Aparecida Domingos. Além dis-so, os Alunos participaram de quatrooficinas: O Lúdico na Educação Infan-til, Produção Textual, Construção doConhecimento e Projeto Pedagógico,Cultura e Palavra. A Professora do SãoVicente Valéria Baptista foi res-ponsável por esta última, onde desen-volveu atividades sensoriais e poéticas.Em Francisco Badaró, ela trabalhou acultura religiosa da região e ajudou osProfessores locais a confeccionaremestandartes da Festa do Rosário, paradecorar a Igreja: “A questão cultural foiintensamente debatida e suscitou acriação de um grupo de estudos. Oslivros já foram encaminhados e em ja-neiro começaremos um trabalho depesquisa e debates sobre a Festa doRosário”. Em Jenipapo, foram confec-cionados tapetes de palavras.

Segundo Valéria, o objetivo dotrabalho em Minas é possibilitar que acomunidade descubra seus própriospassos e continue a se desenvolvermesmo na ausência da equipe daescola: “Encontrar alternativas para ageração de renda e o desenvolvimen-to da cultura local é um dos desafiosdesse projeto. São muitos os cami-nhos e a educação é fundamental”.

novembro de 2008. .a chama 21

Page 13: ANDO O FUTURO - csvp.g12.br Chama n75.pdf · nos do 4º e 5º anos do Fundamental ... A programação pensada inclui apresentação dos projetos culturais do São Vicente. Para finalizar

EX-A

LUN

OS

Os bons filhosà Casa tornamLuis Gauí se formou no São Vicente em 2003 e termina este ano o

curso de História. Rafael Szabó concluiu o Ensino Médio em 2004 e

está no último período de Ciências Biológicas. Hoje, os dois ex-

Alunos coaboram na Educação de Jovens e Adultos. Aqui, eles

contam a sua história no Colégio e dizem como se sentem ao ajudar

o corpo docente da FamíliaVicentina.

22 nº 75. .a chama

Como foi a sua vida de Aluno noSão Vicente?

LUIS: Estudei no São Vicente do 1ºano do Ensino Fundamental até ofinal do Ensino Médio. Foi, portanto,um longo período que abarca a minhainfância e adolescência, repleto de al-tos e baixos. Eu era um menino in-trospectivo, possuía poucos amigos eme relacionava melhor com os Pro-fessores do que com os Alunos. Nãoera, entretanto, um bom Aluno. Ti-rava notas ruins, ficava sempre derecuperação, passava “raspando”, atéque repeti o 2º ano do EM.

RAFAEL: Minha vida sempre foi mui-to boa. Adorava o clima do Colégio, osami-gos, as conversas, as paqueras.Mas, como estudante, nunca fui aqueleAluno exemplar. Muito pelo con-trário, sempre ficava na recuperação eaté fui reprovado. Com a reprovação,amadureci muito como pessoa e co-mo estudante. Nos anos seguintes,apesar de algumas dificuldades, con-segui superar meus limites. Participeido Programa de Vocação Científica(Provoc) da Fiocruz (FundaçãoOswaldo Cruz). Fui eleito represen-tante de turma por dois anos consecu-tivos e ainda fiz coral por um ano (ape-sar de não cantar bem). Na Fiocruz,fui um dos poucos Alunos convidadospara participar de um congresso porduas vezes.

Quais foram os momentos maismarcantes da sua época deAluno?

O que São Vicente te ensinou demais importante?

LUIS: Curiosamente, a melhor coisaque me aconteceu foi ter repetido oano. Mudei a minha relação com asaulas, principalmente de Exatas, Quí-mica e Matemática, que eram o meuterror. Saí de uma série onde não mesentia muito à vontade e aceito, e tive aoportunidade de recomeçar. Foi ummomento em que já estava um poucomais maduro, seguro e disposto a co-nhecer novas pessoas e fazer ami-zades, que até hoje sobrevivem.

RAFAEL: Os melhores momentosforam durante o 3º ano do EnsinoMédio. A angústia de querer entrar lo-go na faculdade e o receio de comoseria me fizeram aproveitar ao máxi-mo o último ano no São Vicente.

LUIS: Acho que um pouco de tudo.Quando se estuda em um lugar por“toda a vida”, esse lugar faz parte es-sencial da formação do caráter do in-divíduo, da sua visão de mundo, deseus ideais e valores. Um ambienteque você freqüenta por doze anos,todos os dias da semana, certamentese torna uma parte significativa edeterminante da sua vida, tanto

quanto o próprio meio familiar. Masme ensinou principalmente quetemos uma grande responsabilidadepara com o mundo, para com aspessoas ao nosso redor; que somospessoas muito afortunadas pelasoportunidades que nos são oferecidase que devemos nos esforçar para fazercom que um número cada vez maiorde pessoas tenha acesso a estasmesmas oportunidades.

RAFAEL: O Colégio me ensinou aser perseverante e acreditar no meupotencial, principalmente nosmomentos difíceis por que passei.Aprendi também que é preciso sersolidário com as pessoas. Há uns doismeses, eu estava no posto decombustível e um menino me pediudinheiro. Estava chovendo e ele, todomolhado. Não dei dinheiro, atéporque na ocasião não tinha. Fui àcasa, busquei roupas que já não usavamais e levei para o menino. Pedi queele retirasse a roupa molhada e subs-tituísse pela seca. Conversei com ele,paguei um lanche e ele me agradeceumuito. Eu fiquei emocionado naquelanoite. Como pode a gente viver nestemundo, nesta correria toda e umsimples gesto como esse ser tão gra-tificante? Acho que este espírito desolidariedade e respeito para com opróximo aprendi no São Vicente.

LUIS: Sim. Acredito que de fato éatravés da Educação que podemos

O lema do Colégio é formar agen-tes da transformação social. Vocêse considera um deles?

LUIS GAUÍ

novembro de 2008. .a chama 23

pensar a sociedade, criticá-la e mudá-la, enquanto influenciamos outraspessoas a fazerem o mesmo. Opteipor ser Professor de História. Eupoderia ter escolhido exercer umaprofissão que me desse muito dinhei-ro, um retorno financeiro rápido ouuma profissão considerada pelo sensocomum como possuindo maior statuse segurança. Mas fiz uma escolha vol-tada para a crença em um ideal de vi-da, algo em que acredito e que me ofe-rece um enorme prazer.

RAFAEL: Sim, acredito que sou umtransformador, porque atuo tambémna área de Educação Ambiental. Paramudarmos a atual sociedade consu-mista, é preciso refletir sobre os pe-quenos atos do dia-a-dia, como pegaruma sacola de plástico no supermer-cado para colocar um pacote de balas,que caberia perfeitamente no bolso! Apreservação do meio-ambiente deveser vista como uma questão de sobre-vivência e, desta forma, devemosconstruir uma visão crítica sobre aproblemática ambiental, contribuin-do para uma sociedade sustentável,pacífica e solidária.

LUIS: Além de ser um Colégio deexcelência no Rio, é inegável que te-nho um enorme carinho por ele. Sin-to-me muito realizado de poder ofere-cer algo em troca, de poder contribuircom a formação de outras pessoas.

Por que você decidiu voltar ao SãoVicente, agora como Educador daEJA (Educação de Jovens eAdultos)?

Também é uma forma de mostrar,através da minha trajetória, que o tra-balho realizado pelos Professores nãoé vão. Eles inspiram, dizem coisas quenunca iremos esquecer. Sem os pro-fessores de História que tive no SãoVicente, acho muito difícil que eu ti-vesse escolhido esta profissão.

RAFAEL: Em primeiro lugar, volteiao São Vicente pela imensa saudadede todos que me acompanharam dire-ta ou indiretamente. Mas também de-cidi voltar porque queria conhecer co-mo é trabalhar como Professor noSão Vicente. Logo que comecei a atu-ar com a Professora Rosa (Ciências) ecom o Professor Marco Antônio(Geografia), senti o carisma dos Alu-nos da EJA e, desde então, fiquei apai-xonado por esse trabalho e confessoque me arrependi profundamente denão ter entrado para a “Família EJA”quando era Aluno.

LUIS: Muito interessante e esclarece-dora. A relação entre Educador e Alu-no é de amor e ódio. Agora que estou“do outro lado”, entendo muito me-lhor as ações dos meus Professores,me questiono sobre como era quandoestudante e sobre as minhas atitudes.E o principal é que não me esqueço deque fui Aluno e como é ser um: as an-gústias, as inseguranças, que se so-mam ao estresse de ter que estudar, iràs aulas e se preocupar com “o quevocê vai ser”, além do fantasma do

Como é a experiência de serProfessor poucos anos depois deter sido Aluno do Colégio?

vestibular. Dessa forma, procurosempre compreender mais e julgarmenos; ter sempre em mente que a vi-da e os problemas daqueles Alunosvão para muito além do que possoapreender em minha aula.

RAFAEL: A experiência de dar aulacomo estagiário ao lado da ProfessoraRosa está sendo muito enriquecedorapara mim. Sei que era Aluno há ape-nas quatro anos, mas acredito que oamadurecimento pessoal e profis-sional não pode ser medido na escalado tempo, mas sim na intensidade eno envolvimento com o trabalho.

LUIS: Posso dizer, com toda a since-ridade, que não há nada no momentomais importante e gratificante paramim do que as aulas da EJA. Saio to-das as noites com um sorriso no rostoe com a impressão de que aprendomuito mais com eles do que elescomigo. A trajetória de vida dos Alu-nos e as suas experiências não só co-movem, como nos ajudam a ter umavisão mais acurada da realidade brasi-leira. A Educação de Jovens e Adultosé um projeto lindo e o clima em sala deaula e no Colégio é ótimo. Os Alunosfazem questão de expressar aimportância das aulas, dizem se estãogostando ou não. Enfim, explicitam oquão importante é estar ali apren-dendo (às vezes após muitos anosafastados da escola) e o quão impor-tante é a nossa presença ali com eles,acreditando que é possível, quedevemos continuar batalhando pormelhores condições de vida.

RAFAEL: A cada dia percebo que aEJA é muito especial, aprendo muitocom os Alunos e com a experiência devida de cada um deles, seus problemase dificuldades. Mas, acima de tudo, oque considero de mais importante naEJA é a dedicação e a força de vontadedos Alunos, que, mesmo após um diainteiro de trabalho, ainda têm vontadede estudar e aprender. Fazer partedisso e poder ajudar de alguma formaos Alunos da EJA a superarem suasdificuldades é muito gratificante.

Qual é a importância da EJA paravocê e para os Alunos?

RAFAEL SZARÓ

Page 14: ANDO O FUTURO - csvp.g12.br Chama n75.pdf · nos do 4º e 5º anos do Fundamental ... A programação pensada inclui apresentação dos projetos culturais do São Vicente. Para finalizar

NO

TAS

Olimpíadas VicentinasOs Jogos Olímpicos só acontecem a cada quatro anos

(este ano foi em Pequim, na China). Mas o Colégio SãoVicente de Paulo organiza a atividade anualmente,envolvendo os Alunos de toda a escola. Para saber comoforam os jogos deste ano – que aconteceram entre os dias26 de junho e 6 de setembro –, os leitores contarão com ostextos do Aluno Markus Arruda, da turma 301, e docoordenador de Educação Física, Paulo Nascimento.Confira abaixo o relato dos nossos colaboradores:

Olimpíada 2008: quanta participação! Quanto

entusiasmo!

Prof. Paulo Nascimento,

Nossa olimpíada deste ano começou no dia 26 de junhocom uma linda solenidade de abertura, da qual participaramas turmas do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental. Aindaem junho, foram realizados todos os jogos deste segmentodo ensino. Após breve interrupção para as férias escolares,a olimpíada teve continuidade com as competições doEnsino Médio, que ocorreram em agosto, e com os jogosdo 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental, que aconteceramno mês de setembro. Vale destacar que, neste ano, tivemos acobertura jornalística realizada por um grupo de Alunos doEnsino Médio, que resultará num jornal sobre o evento.

A equipe de Professores de Educação Física, que é aprincipal responsável pela organização e realização dosjogos, sente-se gratificada, visto que esta é uma atividadeque sempre gera grande motivação nos estudantes. Dentreas muitas atividades que dela se originam, nossas crianças ejovens realizam um treinamento pré-olímpico durante asaulas de Educação Física, dividem-se em equipes, buscampatrocínio olímpico, organizam as torcidas e competem,sempre demonstrando muito prazer. São atividades quefavorecem o crescimento pessoal e coletivo. Através delas,nossos Alunos têm oportunidade de desenvolver atitudes,valores e conhecimentos no que se refere à organizaçãopessoal, à autonomia, ao respeito ao outro e à negociaçãoem busca de consenso e da superação de conflitos.

Os jogos foram disputados sempre com entusiasmo elealdade, com um destaque especial para as duas finais debasquete masculino: a do Ensino Médio, que foi um jogodigno de uma final olímpica, e a do 9º ano, decidido nos úl-timos segundos com uma cesta de três pontos feita peloAluno Luís Ricardo. Este expressou assim seus sentimen-tos ao final da competição: “Senti muita pressão, pois mi-nha equipe solicitou que eu arremessasse, pois já tinha feitoduas cestas de três pontos no jogo. Após o arremesso, coma vitória conseguida, me senti realizado e aliviado”.

Coordenador de Educação Física

A Olimpíada do Colégio São Vicente de Paulo

Markus Arruda

A Olimpíada do meu Colégio foi muito legal porqueteve futebol, corrida de revezamento, queimado e arre-messo ao cesto. Na partida de futebol, nós perdemos para oazul de cinco a quatro, mas, quando acabou o jogo, nóscorremos para o ginásio para torcer pelas meninas noqueimado e nós ganhamos.

Na terça-feira, tivemos futebol, corrida e queimado.No futebol, jogamos contra o verde e perdemos de quatro adois. As meninas jogaram bem no queimado e ganhamosoutra vez. Na corrida, nós ganhamos na masculina, mas nafeminina nós perdemos.

Na hora da colocação, o amarelo ficou em quarto, overde em terceiro, o branco em segundo e o azul emprimeiro. A Olimpíada foi ótima.

, Aluno – Turma 301

24 nº 75. .a chama

FUTURAS CAMPEÃS MUNDIAIS!

ELE VOA! ESFORÇO DE ATLETA, ESTOFO DE CAMPEÃO.

Talento com sotaqueNo dia 5 de julho, cerca de 80 Alunos mostraram que

têm talento de sobra até quando o desafio é se apresentarfalando outra língua. No Sarau de Inglês, que aconteceu noauditório do CSVP, os estudantes do 6º ao 8º ano do EnsinoFundamental apresentaram números musicais, danças,poemas, além de participarem de jogos. Segundo a Profes-sora de inglês do 6º an,o Ivone Vieira, cada Aluno escolheuo tipo de atividade de que queria participar: “As inscriçõesforam aceitas até o dia 25 de junho. Os estudantes pre-enchiam uma ficha dizendo o que iam apresentar, de quematerial iriam precisar e o número de pessoas que seapresentaria com ele. Com a ajuda do serviço de mecano-grafia do Colégio, fizemos cartazes que foram afixados nassalas de aula, nos laboratórios de línguas e de informática eem pontos estratégicos da escola para incentivar a par-ticipação dos Alunos. E tivemos mais de 80 inscritos”.

Para Ivone, que organizou a atividade junto com asProfessoras Lúcia Leite, do 6º ano, e Sônia Bueno, do 8º, oSarau demonstrou o grande potencial artístico dos Alunosdo São Vicente: “Tivemos apresentações belíssimas e todosque compareceram participaram, de uma maneira ou deoutra. No final do evento, alguns Pais nos procuraram parafalar da alegria que sentiram ao ver seus Filhos no palco”.

Leia, abaixo, o poema , escrito porMateus Costa (T. 801), que, no Sarau, tocou teclado, en-quanto seus amigos Carlos André, Lucas Gomes e MiguelBarrozo recitaram seu texto.

'The Love that I receive'

I have love to receive,

No infatuation,

Maternal love,

Love from my father,

And also love from my brother.

People care about me.

I don't feel lonely.

Because my family

Sticks by my side.

I receive love every day,

And I also give love.

There will always be love by my side,

My family's love,

Infatuation or not,

And never exclusion.

Festivos juninosEste ano, a Revista A CHAMA teve a colaboração de

uma “repórter” muito especial para contar como foi a FestaJunina do Colégio dos pequenos, realizada no dia 6 dejunho. O texto e a ilustração são da Aluna Gabriela Pinto(T.301). Leia a seguir:

A Festa Junina do meu Colégio

No dia 6 de junho deste ano, aconteceu a festa juninado Colégio São Vicente de Paulo. A festa foi muito diver-tida. Havia duas barraquinhas de bola na boca do palhaço,duas de jogo de latas e uma de arremesso de argolas. Houvevárias brincadeiras no ginásio, tipo corrida de sacos, limãona colher e dança das cadeiras. Tinha também muita co-mida. Eu levei bolo de fubá, mas havia outras coisas:cachorro-quente, bolo de cenoura com calda de chocolate,bolo de chocolate, muita paçoca, doce de leite duro emquadrados, doce de leite de colher e muito mais.

Na minha turma só tem sete meninas. Quatro estavamde lilás: eu, a Bia, a Catarina e a Bruna. Aconteceu também aquadrilha, que todos os Pais adoraram. Pena que algumaspessoas não dançaram. A festa junina do Colégio SãoVicente de Paulo foi incrível!!!

novembro de 2008. .a chama 25

Page 15: ANDO O FUTURO - csvp.g12.br Chama n75.pdf · nos do 4º e 5º anos do Fundamental ... A programação pensada inclui apresentação dos projetos culturais do São Vicente. Para finalizar

Relembrando os anos 60A década de 60 foi escolhida como o tema deste ano da

Festa da Memória, organizada pelas Professoras do 3º. anodo Ensino Fundamental, Maria Lúcia Vasconcelos Gomese Ana Cristina Barbosa. “Queremos ensinar as crianças aterem a noção de tempo. Mostramos, então, o que existiaantes e comparamos com a atualidade. Já trabalhamos emoutro ano, por exemplo, a pintura de Portinari. Este ano,estamos estudando os 40 anos de maio de 1968 e toda adécada de 60”. Segundo Ana Cristina, a idéia é trabalhar otema de maneira multidisciplinar: “Partimos de um livro deliteratura, o 'Leila menina', de Ruth Rocha, que conta aestória de uma menina que tinha 8 anos em 1968, paradesenvolver o tema nas disciplinas de História, Geografia,Português e Informática”.

As Professoras explicam que, a partir da leitura do livrode Ruth Rocha, os Alunos pediram que seus Paiscontassem como eram os seus 8 anos. “Assim, elespassaram a ter referências concretas daquela época”.Assim, na Festa da Memória deste ano, ocorrida no dia 23de agosto, as crianças reproduziram uma manhã debrincadeiras dos Pais. Houve jogo de peteca, confecção depipas, entre outros. “Isso mostrou a eles a modificação docomportamento no tempo, a mudança das tecnologias.Hoje, eles jogam videogame”, dizem elas. O resultado dapesquisa feita pelos Alunos com seus Pais foi contado naFeira da Linguagem deste ano (ver p. 15).

NO

TAS

Dia dos PaisO Pe. Lauro nos acolheu com uma bela homilia. Para mim, foi

muito especial, já que estava na celebração na companhia da minha

esposa e dos meus quatro Filhos, sendo que os dois menores parti-

ciparam do grupo de flautistas, tocando lindas canções. Adorei. Acho

importante estar com a minha Família numa celebração que nos dá

oportunidade de refletir sobre a importância dos Pais na condução

de seus Filhos, num espírito cristão e vicentino. É muito bom.

Sempre compareci à missa do Dia dos Pais do São Vicente. Pode

ser que nos 13 anos de CSVP eu tenha perdido alguma, mas não me

recordo. Os convites para as missas são sempre feitos de maneira

muito especial. Como não comparecer?

Este ano, após a missa, a diretoria da APM recepcionou os Pais,

oferecendo um pote de mel do projeto Caixa de Abelhas, da Serra do

Ramalho (BA).

, pai de Henrique ( T.1ºC),

Rodrigo ( T. 602) e Marcela (T. 403)e do Guilherme, ex-Aluno.

Joaquim de Almeida

Aos mestres, com carinhoPara comemorar o Dia dos Professores (15 de outu-

bro), a Associação de Pais e Mestres (APM) ofereceu umchurrasco no sábado seguinte, dia 18. Antes, porém, mes-tres e aniversariantes do mês participaram da missa celebra-da pelos Padres Emanoel Bertunes e Lauro Palú na capelado Colégio. Na homilia, Pe. Emanoel, citando GuimarãesRosa, lembrou que “mestre não é só quem ensina, masquem também aprende”.

Durante o almoço houve música, karaokê e sorteio debrindes comprados pela APM para os educadores. Os con-templados ganharam aparelhos de DVD, forno elétrico,cafeteira, liquidificador, sanduicheira, relógio, ferro elétri-co, aparelho de fondue, petisqueira, entre outros presentes.

PROF. JOSÉ HENRIQUE E OS ‘MESTRES’ DA FLAUTA NA MISSA DO DIA DOS PAIS

BRINCADEIRAS DE ONTEM E DE HOJE.

FELIZES OS QUE SABEM BRINCAR!

No domingãoA manhã chuvosa não espantou os 75 voluntários –

entre Alunos, Pais, Professores, Funcionários – e as 25Famílias beneficiadas pelo Projeto Esperança, coordenadopelo grupo das Multiplicadoras na Ação Social (MAS) naComunidade Chico Mendes, na Pavuna (ver A CHAMAno. 74, pág. 20). No dia 19 de outubro, estavam todos noCSVP para mais um Domingão Vicentino, que aconteceudas 9h às 14h. Os convidados receberam as boas vindas doDiretor da escola, Pe. Lauro Palú: “Estamos muito felizesem recebê-los aqui hoje. Quem dera que vocês pudessemvir todos os dias. Que Deus os abençoe”.

Depois do café da manhã, os visitantes assistiram àapresentação do Coral Loas e Luas, que apresentou umespetáculo de circo e convidou as crianças da comunidadepara “andar na corda bamba”, uma das brincadeiras do

. Os convidados também assistiram a palestras sobresexualidade e escovação dentária. Além disso, houve a játradicional e muito procurada oficina de informática, naqual os visitantes manusearam à vontade os computadores.

Para José Eduardo de Souza, o Zedu, CoordenadorPastoral do São Vicente, o Domingão deste ano repetiu osucesso que tem desde 1994, quando começou: “Tivemosum dia excelente. Talvez seja o caso de pensarmos emvoltar a fazer esta atividade mais de uma vez por ano”.

show

novembro de 2008. .a chama 27

ACOLHIDA CORDIAL ÀS CRIANÇAS E SUAS FAMÍLIAS.

FABRICAÇÃO DE PUFES E POLTRONAS.

O ALMOÇO E O BOLO. O SUCESSO DO ‘ESCOVÓDROMO’.

O SUPER-SUCESSO DA INFORMÁTICA.

Page 16: ANDO O FUTURO - csvp.g12.br Chama n75.pdf · nos do 4º e 5º anos do Fundamental ... A programação pensada inclui apresentação dos projetos culturais do São Vicente. Para finalizar

astoral é uma das dimensõesdas atividades promovidaspelo CSVP, ao lado da Comuni-

tária e da Social. Daí o setor respon-sável pela organização de eventos sechamar Compasso. José Eduardo deSouza, Coordenador Pastoral, explicao que isso significa: “O Colégio, comoum todo, tem uma linha pastoral comometa educativa, pois visa o acolhimen-to e a transformação social”. E é justa-mente com a proposta de ampliar es-tas atividades que começou, neste ano,a expansão do Espaço Pastoral.

Segundo Hélcio Alvim, Professorde Ensino Religioso e Coordenador daEducação de Jovens e Adultos (EJA),o objetivo do projeto é criar situaçõeslúdicas que despertem nos Alunos uminteresse maior por Religião: “Quere-mos conquistar espaços novos e am-pliar outros para garantir um ambientemais propício para a religiosidade”.Hélcio explica que é preciso unir a li-nha pastoral à social: “O grande esfor-ço é permear a dimensão social de uma

Convite à VicentinidadeEm 2008, o São Vicente dá início a atividades com o objetivo de expandir o espaço para a ação pastoral

no Colégio. Noites de Formação, para Alunos da EJA, são um dos novos eventos desse projeto.

maior vicentinidade, ou seja, é impor-tante entender que o que nos movenão é apenas a luta social, mas uma lu-ta inspirada no Evangelho, em Jesus”.

Para os Alunos da EJA foramrealizadas, no primeiro e no segundosemestres, Noites de Formação, nasquais eles tiveram espaço para discutirquestões ligadas à religiosidade e à suavida, em casa e na escola. No dia 9 desetembro, por exemplo, Pe. Lauro co-

“Religião, pra quê?”

Meu amigo é sincero, quando pergunto por que não se preparou

para a primeira Eucaristia, como outros do 6º ano.“Não sei se acredito

nisso”. É possível, porque não conhece, não falam disso em casa, o Pai

e a Mãe não são de muita Igreja, só os Avós às vezes insistem e

discutem com os Pais dele porque não o mandam para a Catequese.

Se os Pais querem que o Filho escolha, mas jamais lhe dão chance

ou estímulo, é quase impossível que pense nisso sozinho. Algum

filósofo ou convertido célebre descobriu Deus em meio a suas crises.

Mas uma criança precisa ouvir dos Pais ou Professores uma palavra

que lhe dê essa possibilidade. O Ensino Religioso, no Colégio, visa isto:

pôr-nos em contato com a fonte de onde jorram para nós a paz de

coração, o meio de encontrar em Deus uma resposta para nossas

P

angústias e perguntas mais fundas, a angústia e os sonhos de nosso

coração, o valor e o sentido da vida.

Um moço de bom coração vê que o mundo não deve ser injusto assim,

uns na pobreza, uns no luxo, uns morrendo de fome, outros jogando

comida fora,“não gosto...”Se vou à missa, ouço a palavra de Deus, que diz

que somos irmãos, nos chama a sermos felizes e responsáveis pelo

mundo, por nossa vida e pela vida dos outros. Se me instruo, posso

reconhecer quando ajo mal, por injustiça, violência, preconceito,

mentira, uso desrespeitoso de meu próprio corpo, uso irresponsável do

sexo, drogas, bebedeiras, opções políticas extremadas ou omissão. Meu

drama é quando o Aluno desiste de tudo, porque a aula é chata...

Pe. Lauro Palú, C. M.

mentou as cinco virtudes vincentinas– simplicidade, humildade, mansidão,mortificação e zelo. No final, os Alu-nos debateram como poderiam aplicar

o que aprenderam .A Aluna do CA, Flora dos Santos, dá asua opinião sobre o evento: “Eu achomuito legal esta iniciativa do SãoVicente. Hoje eu aprendi que na salade aula cada um tem que respeitar oProfessor e o Colega”.

à sua convivência

PE. EMANOEL TAMBÉM PARTICIPOU DAS NOITES DE FORMAÇÃO

28 nº 75. .a chama

EJA

EJA

- F

OR

MA

ND

OS

novembro de 2008. .a chama 29

● ●

● ●

● ●

● ●

● ●

● ●

● ●

● ●

● ●

● ● ●

● ●

1º Semestre

2º Semestre

A Educação de Jovens e Adultos do CSVP tem uma

peculiaridade em relação ao Curso Regular que nos traz muita

alegria. Há dois momentos de Formatura no ano, uma vez que

há sempre uma Turma que se forma a cada semestre letivo. A

Celebração deste meio de ano foi, de muitas maneiras, especial:

marcou a despedida de alguns Professores que estvam conosco

há muitos anos (Laerte Guerra, João Coutinho e Rosiara

Cavalcanti), foi intensamente vivida (com direito a viagens e

churrascos) e deixou muitas saudades. A festa do próximo dia 18

de dezembro certamente também será um momento de muita

emoção para todos nós, uma vez que muitos dos Formandos

estudam aqui desde o início - ou reinício, melhor dizendo - de

sua escolarização. Parabéns a todos!

, Coordenador Pedagógico da EJAHélcio Alvim

Os bons frutos da EJA, duas vezes por ano!EM CADA FORMATURA, PE. LAURO OFERECEU O BOLO AOS CONVIDADOS

Page 17: ANDO O FUTURO - csvp.g12.br Chama n75.pdf · nos do 4º e 5º anos do Fundamental ... A programação pensada inclui apresentação dos projetos culturais do São Vicente. Para finalizar

● ●

● ●

● ● ●

● ●

● ●

● ●

● ●

● ●

● ●

● ●

● ●

● ●

● ●

● ●

● ● ●

● ●

30 nº 75. .a chama

● ●

● ●

● ● ●

● ●

● ●

● ● ●

● ●

● ●

● ● ●

● ●

● ●

● ●

● ●

● ●

● ●

3º A

3º B

3º C ●

● ●

● ●

● ●

● ● ●

● ●

● ●

● ● ●

● ●

● ●

● ●

● ●

● ● ●

● ●

● ● ●

● ●

FOR

MA

ND

OS

20

08

Rio de Janeiro, 5 de junho de 2008.

Prezados Alunos e Alunas do 6º

ano que foram ao Caraça,

Talvez algum de vocês teve a sor-

te de ver e fotografar os esquilos nos

coqueiros e no muro do jardim do

Caraça, durante os três dias que pas-

samos lá. Pois, depois da volta do

segundo grupo, no final de maio,

além de ver os bichinhos, tive o ca-

pricho do coletar, debaixo dos co-

queiros, os coquinhos que eles ti-

nham roído, para comer a polpa.

Os principiantes e inexperientes

roem o coquinho em várias direções,

fazem um buraco mais ou menos

redondo, gastam mais tempo e nem

sempre conseguem comer as duas

partes da castanhazinha. Com o

tempo, se não morrerem cedo, comi-

dos por algum gavião, todos eles

acabam aprendendo a fazer apenas

três cortes, um triângulo, pelo qual

retiram as duas partes da castanha.

Reparem que quando já sabem,

começam sempre por um dos três

buracos do coquinho, aquele que

indica em que direção está a

castanhazinha...

Catei, para cada um de vocês, os

dois tipos de coquinho, para verem a

trabalheira, a habilidade, a força dos

dentes dos esquilos, e, sobretudo,

para verem como é importante (e

como funciona!) o aprendizado.

Você vai ser um esquilo experiente,

se aproveitar tudo o que seu Pai, sua

Mãe, seus Professores e suas Profes-

soras e a própria vida lhe ensinarem.

Guarde isso como lembrança de nos-

sa excursão, que foi tão bacana. Céu

azul como aquele, sol bom como

aquele, só mesmo quem merece!

Vocês não viram o lobo-guará

, mas viram a

jaritataca , que é

muito mais rara! Não podem

reclamar, porque não foi um prêmio

de consolação, foi prêmio de pri-

meiro lugar, de campeão.

Alguns dos turistas que estavam

no Caraça ficaram muito bem

impressionados com vocês, acha-

ram vocês comportados, respeitosos

e compenetrados, conscientes de

(Chry-

socyon brachyurus)

(Conepatus semistriatus)

que estavam num lugar especial,

com gente muito especial ajudando

vocês. Parabéns! (Em abril não, mas

em maio tive de pedir silêncio a

vocês mais de uma vez)... E agrade-

ço por terem escutado com atenção

os milhares de explicações que dei

nos três dias.

Um abraço amigo e carinhoso

para você e os Seus

Pe. Lauro Palú, C. M.

.

Boa noite, Pe. Lauro. Já faz algumtempo que eu gostaria de ter enviadoesta mensagem, mas com o corre-corredo dia-a-dia só hoje estou realizandomeu desejo. Sou mãe da Aluna ClarisseMagalhães, turma 605, e fiquei muitoemocionada quando ela me mostrou oscoquinhos, “furadinhos” pelos esquilos,que o senhor recolheu e encaminhou pa-ra cada um dos participantes do evento.Antes mesmo de saber da sua propostapara com os Alunos e que, junto com oscocos, o senhor havia enviado umacarta, logo falei com minha Filha sobre asensibilidade e riqueza da sua atitude...

Vivemos num mundo globalizado,capitalista e virtual, mas não podemosjamais esquecer os valores “reais” na vi-da do homem. É uma luta diária resgatara essência desse ser espiritual, imagem esemelhança de nosso Pai Celestial.

Tive a oportunidade de apreciar umpouco do seu trabalho como educador,pelos bastidores da escola, quando há al-gum tempo fiz um estágio aí com a Ninae a Liliane. Já o admirava pela forma co-mo dirige o Colégio: coerência das pala-vras com atitudes, na busca incessanteda transformação social através da edu-cação. Mas agora desejo manifestar aminha imensa satisfação e alegria não sópor minha Filha estudar neste Colégio(que, aliás, ela adora), mas principalmen-te porque o Diretor deste estabeleci-

mento de ensino é uma pessoa extrema-mente sensível, que busca mostrar as ri-quezas e valores da vida espiritual e cris-tã. Não é necessário para isso o uso derecursos financeiros e nem de palavrasrebuscadas; basta apenas um “olhar” di-ferenciado, uma atitude nobre com totalsimplicidade: os coquinhos do Caraça.

Não tenho a pretensão de avaliá-lo,mas apenas relato o que sinto com totalsinceridade. Todos nós precisamos nostornar mais humanos. Acredito que afrase adequada para o momento em queo mundo se encontra é “Necessidade deHumanizar” e esta atitude do senhor,em especial, mostra isso. Atitude desabedoria.

Agora, além do sabonete do Caraçaque Clarisse guardou de recordação, temtambém os coquinhos e a “aula” escritade como os esquilos fizeram os furi-nhos. Nós ficamos um tempo razoávelanalisando-os.

Muito obrigada. Dirigir colégiosmuitos fazem, mas com dedicação, sen-sibilidade e tamanho carinho só algunsconseguem. O senhor é um destes.

Um abraço.

Prezado Pe. Lauro, dirijo-me ao se-nhor para relatar um acontecimentoque, como mãe e ser humano, medeixou atemorizada e estupefata. No dia6 de outubro, às 17h30, na saída doColégio, meu filho, aluno do 7º ano, foi

Solange Magalhães

novembro de 2008. .a chama 31

Page 18: ANDO O FUTURO - csvp.g12.br Chama n75.pdf · nos do 4º e 5º anos do Fundamental ... A programação pensada inclui apresentação dos projetos culturais do São Vicente. Para finalizar

CA

RTA

S

32 nº 75. .a chama

assaltado na esquina da rua Alegrete, apoucos passos da porta da escola.Arrastado por dois jovens, na frente devárias pessoas, que, assistindo a tudo,nada fizeram, foi levado para dentro darua sem saída, encostado na parede eameaçado.

De concreto, ou de lucro, levaramum celular modelo simples, pois, comosomos contra qualquer tipo de ostenta-ção e exibição pública, não presentea-mos Filho e demais parentes com exces-sos, e R$ 2,00 em moedas. Além do sus-to, meu filho ainda escutou desaforospor ter objeto e valor tão "porcarias".

Faço este relato após horas de refle-xão. Sei que a situação da violência é umarealidade de difícil contenção até mesmopara os profissionais da segurança e osperitos no tema, mas não posso ficar debraços cruzados e omissa quando vejoque crianças e adolescentes estão sofren-do uma violência muito maior do que aperda de seus circunstanciais bens mate-riais. Estão sendo agredidos na sua inte-gridade, na sua confiança, na sua alegria.E por nada. Parcos reais, celulares que secompram hoje por qualquer ninharia,Ipods? Não acredito ser esse o motivoreal dessas abordagens.

O que assistimos hoje é a raiva con-tida, a revolta, o limite ultrapassado, anecessidade de ferir, intimidar, humilhar.Como um "olho por olho, dente pordente", defendido por Hamurabi. Algoque num primeiro momento nos pareceapenas mais um furto como tantos queconhecemos, mas que, a meu ver, é umsinal, um alerta de que precisamos agir já.

Divido esse acontecimento e essasimpressões pessoais com o intuito desensibilizar a comunidade vicentina econvidá-la a pensar em conjunto umaforma de minimizar ou brecar os ata-ques que vários estudantes (em grandeparte do Ensino Fundamental e,portanto, física e psicologicamente maisdespreparados ainda para enfrentá-los)

sofrem hoje no caminho de casa para oColégio e vice-versa.

Acredito que seria muito positivounir as instituições de ensino do bairro -públicas e privadas -, incluindo escolasde idiomas e academias para fazermosum manifesto que cobre da segurançapública mais atenção às nossas crianças.

Que cobre segurança, por redundanteque seja.

Outra tarefa conjunta que pode sermuito positiva e em longo prazo bemmais efetiva do que a contenção tempo-rária é entendermos, com a ajuda dessesprofissionais, o perfil dos infratores lo-cais. Isso nos ajudaria a montar um efe-tivo projeto de intervenção social queestimulasse e suscitasse nos jovens infra-tores um desejo de olhar para si e para ooutro com olhos menos secos. É minhaesperança, como mãe e cristã.

Fica o convite e o agradecimento pe-lo espaço de desabafo. Um abraçocordial,

Cláudia Porto

, C. M., diretor17 de outubro de 2008

D. Cláudia, sua análise é exata

e importante. Toda a matéria de

capa desta revista desenvolve esta

idéia: é aproximando as classes

que conseguiremos mais seguran-

ça e paz, justiça e inclusão. Obri-

gado por sua parceria.

Pe. Lauro Palú

A alma da casaA casa é cheia de cores. Tem verme-

lho sangue na entrada, tem amarelo, liláse verde nas paredes. A casa tem cachor-ro e passarinho. O cheiro do bolo quen-te vindo do forno da Cida faz lamber osbeiços e aquece o coração.

Tem espaço para andar de velocí-pede, tem a cadeira de balanço da vovó,e lugar reservado para quem quer namo-rar. Tem chão de madeira para o pédescalço pisar. Tem a ternura do Pai e asbrincadeiras do Avô.

A casa tem mesa grande para o almo-ço com os amigos aos sábados. O verdelá de fora entra pela janela. A música to-ca. A criança ri e dança. A Mãe dançacom a criança. A música pára. Para ou-virmos o som que vem da alma da casa.

,mãe da Clara (T. 705)e da Catarina (T. 301)

Isabel Fortes

Querida Mãe, parabéns pela sua

Casa, pelas suas Filhas, pela sua Fa-

mília, pelas sombras, pelo silêncio,

pelos cheiros bons da Casa, pela sua

descrição palpável do ambiente bo-

nito que Deus lhe dá a graça de criar

em casa todos os dias. Claro que vai

sair na nossa Revista! Um abraço de

todos os seus leitores futuros. E o

meu, com muita emoção e alegria de

ter tido uma Casa assim e uma Mãe

assim.

Pe. Lauro Palú, C. M.

Rodrigo Peixoto de Souza Almeida

Querido Rodrigo, dou graças a

Deus por seu bom coração e por sua

vontade de ajudar os Pobres. É uma

preocupação que temos, o tempo to-

do, no São Vicente, pois queremos

ajudar vocês a preparar-se para mu-

dar o mundo, não deixar acontecer

tanta coisa ruim com os Pobres e os

que sofrem as conseqüências do mo-

do como o mundo está (des)orga-

nizado.

Você sugeriu uma campanha pa-

ra arrecadar brinquedos, roupas e

livros. Tenho o gosto de dizer que tu-

do isso já está em marcha, graças a

Deus e à iniciativa dos nossos Grêmi-

os e dos projetos sociais do Colégio.

No Domingão Vicentino, dia 19

de outubro, para o qual você fica es-

pecialmente convidado, virão ao Co-

légio muitíssimas Crianças de várias

comunidades e receberão as coisas

que você mencionou, além de passa-

rem uma manhã conosco, usando os

laboratórios de Informática, as qua-

dras, o Parquinho, etc.

Pe. Lauro Palú, C. M.

1ºde outubro de 2008

Caro Padre Lauro, após ver algumasimagens tristes sobre os pobres na inter-net e nas ruas, o estado precário deles, fi-quei muito incomodado e sinto que nãoposso ficar quieto diante do que está a-contecendo com o mundo hoje em dia.Após pensar em alguma maneira de aju-dar os pobres, vi que poderíamos, noCSVP, talvez criar um projeto onde cadaturma poderia doar um brinquedo, umaroupa, um livro entre outros. Esperoatenciosamente a resposta do senhor.Um abraço.

5 de outubro de 2008

Sobre o Islã A noviçarebelde

À procurada felicidade

A Noviça Rebelde conta a históriade uma noviça que era pobre e que sa-bia cantar. E teve que ser babá de setecrianças. O pai dessas crianças é umcapitão da Marinha muito rígido. En-tão, as crianças eram bem educadas.Nomes das crianças: Liesl (16 anos),Friedrich (15 anos), Louisa (13 anos),Kurt (12 anos), Brigitta (11 anos),Marta (9 anos) e Gretl (5 anos). O ca-pitão, que sempre viajava, deixava ascrianças em casa com uma babá. Osfilhos do Capitão se livravam das ba-bás só para seu pai voltar. Mas Maria, anoviça que virou babá, começou acuidar delas. E as crianças, que eramde uma família rica e egoísta com osPobres, aprenderam a cantar. Os fi-lhos do Capitão gostaram tanto danoviça que...é preciso ir ao teatro prasaber!

A peça é um musical. Tem orques-tra, os atores cantam muito bem, ascrianças são crianças mesmo na peça,o cenário é muito legal. Às vezes, apa-rece uma projeção na tela. Eu gosteimuito do ator, porque ele tinha umavoz muito grossa e parecia estar mes-mo zangado, e canta também comuma voz grave.

T. 401Francisco Samuel

AR

TE E

M P

AU

TA

O livro , do jornalista esociólogo Ali Kamel, é uma espécie deesclarecimento sobre a religião dosmuçulmanos. Desde o atentado de 11de setembro de 2001, nos EstadosUnidos, o islamismo passou a ser iden-tificado como a religião dos terroristas.O autor explica que existem muitospontos comuns entre judeus, cristãos eislâmicos e que o terrorismo tem umaorigemquenão se funda na religião.

A história pessoal de Ali Kamel –filho de um sírio muçulmano e de umabaiana católica, casado com uma judia– ajuda a compreender a tranqüilidadecom que passeia por estas três religiõesmonoteístas, sempre buscando traçosde identificação entre elas. Além disso,aborda a divisão existente no Islã entresunitas e xiitas, propõe algumas per-guntas em relação aos ataquesterroristas praticados por fundamenta-listas e aborda a guerra do Iraque e opapeldosnorte-americanosnela.

O livro também cita trechos dostextos sagrados, comparando suasmensagens para, no fim, mostrar quesão fundamentalmente as mesmas:um chamado à paz. Para quem acredi-ta que a construção da paz passa peloreconhecimento da legitimidade dasdiversas religiões, é umaobra fundamental.

Professora de Religião do 2º e 3ºanos do Ensino Fundamental

Sobre o Islã

Sobre o Islã

Giselle Oliveira

Um homem obstinado luta parasobreviver e sustentar seu filho mes-mo sob as mais árduas circunstâncias,sem que isso o faça ignorar os princi-pais valores nem perder as esperanças.Gardner encontra-se nas mais deses-peradas situações, chegando a dormirem abrigos. Nessa jornada angustian-te, ainda é abandonado pela mulher,tendo que criar o filho sozinho. Masnada disso o impede de passar valiosaslições para seu filho, que deposita to-tal confiança no pai.

Em uma determinada cena dofilme, quando Gardner joga basquetecom seu filho, uma lição de vida que épassada me chamou a atenção. O pró-prio pai fala para o filho desistir dosonho de ser um campeão algum dia e,ao perceber o desânimo do garoto, lhedá uma bronca, explicando que elenão deve jamais deixar outros - inclu-sive sue próprio pai - dizer que ele nãoé capaz de algo.

Indico esse filme porque ele nosensina que nada pode atrapalhar arealização de um sonho. Temos queproteger nossos sonhos sempre! Cabea cada um de nós lutar pelo que quer.

Inspetora do 2º ano ao 5º ano doSheila Ribeiro da Silva

Ensino Fundamental

Page 19: ANDO O FUTURO - csvp.g12.br Chama n75.pdf · nos do 4º e 5º anos do Fundamental ... A programação pensada inclui apresentação dos projetos culturais do São Vicente. Para finalizar

Como foi o primeiro Natal? Como foi quando Jesus nasceu?Antes de ele nascer, antes de Nossa Senhora dar à luz o Menino

Jesus, ela foi visitar sua prima Santa Isabel. O Anjo Gabriel tinha dito aNossa Senhora que Deus a escolhera para ser a Mãe de Jesus. E, comoprova do que estava dizendo, o Anjo contou que Santa Isabel, apesar dejá bastante idosa, ia ser Mãe de um menino, que seria mais tarde cha-mado João, São João, São João Batista, porque ele trabalhava, nasmargens do rio Jordão, batizando o povo que desejava fazer penitênciados seus malfeitos, e foi ele mesmo quem batizou Jesus Cristo.

Então, para Nossa Senhora, o primeiro Natal foi o de São João, quenasceu seis meses antes do menino Jesus.

Quando Nossa Senhora chegou à casa de Isabel, foi aquela corre-ria, aquela gritaria da prima feliz, das primas felizes. Santa Isabel dizia:De onde me vem esta graça de receber na minha casa a Mãe de Deus? ENossa Senhora respondia: O Deus todo poderoso fez em mim mara-vilhas e seu nome é santo!

Ficou na casa de Santa Isabel três meses, até o Joãozinho nascer. Eo que ela fazia? No começo, conversavam muito, que tinham tantoassunto. Depois, parece que rezavam mais e conversavam mais comDeus, uma pensando no que ia ser a vida do Filho dela, a outra pensandono que ia ser a vida do Filho dela. Quando São João nasceu,o trabalho deNossa Senhora não era ficar rezando nem só abençoando as pessoas,mas era fazer o caldo de galinha, esquentar o leite na panelinha, lavar asfraldas do Joãozinho, que naquele tempo não eram descartáveis. Aí, ficoimaginando Nossa Senhora pondo aqueles panos brancos no arame, umao lado do outro e, antes de erguer o varal, prendendo com algumgrampo para não caírem com o vento. E como sei que havia vento?

Ali, o que mais havia era vento. E o vento agitava aqueles paninhos,que eram como bandeiras da paz, que as mães estendiam cantando nosvarais. O que falta no mundo é isso: Mães cantando e estendendo nosvarais os paninhos dos seus Filhos e o vento agitando aqueles panoscomo bandeiras da paz.

É a impressão que tenho de como foi o primeiro Natal, ainda antesde Jesus Cristo nascer, quando nasceu o primo dele. E como foi depoisque Jesus nasceu? Quem varria a casa, quem lavava os pratos, quemcuidava das galinhas, quem fazia os bolinhos para as vizinhas quevinham visitar Nossa Senhora, isso o Evangelho não diz, mas ficoimaginando, lembrando como minha Mãe fazia quando nascia o filho dealguma vizinha e a gente ia lá ver como era a criança nova.

Gente boa do Colégio São Vicente, gente boa ligada ao Colégio SãoVicente, um feliz Natal, com muito vento e muitas bandeiras de paz navida de vocês, de coração lhes desejo.

Pe. Lauro Palú, C. M.

Natal de 2008