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Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares Sessão 7 Formanda: Christine Reyntjens Dezembro 2010 Workshop - O Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares: metodologias de operacionalização (Parte III - Conclusão) – 2ª tarefa - Análise e comentário crítico – Ao iniciar esta 2ª tarefa, optei pela seguinte metodologia: Seleccionei três relatórios, procurando abarcar os três anos lectivos em análise e escolhendo agrupamentos pertencentes à Delegação Regional de Lisboa e Vale do Tejo. Estas opções tiveram com objectivo verificar se houve alguma evolução no conceito e importância da avaliação da BE ao longo dos três anos. Escolhi igualmente três estabelecimentos de ensino pertencentes à zona geográfica na qual exerço a minha actividade, procurando talvez encontrar uma proximidade de realidades. A partir deste ponto, a escolha foi aleatória, independentemente do conteúdo dos relatórios. Comecei por efectuar um levantamento de todas as referências à BE, apresentando de seguida esse mesmo trabalho: Avaliação Externa das Escolas – 2006/2007 1. Agrupamento de Escolas Francisco Arruda – Lisboa II – Caracterização da Unidade de Gestão: - “A BE é ampla e razoavelmente fornecida” 3. Organização e gestão escolar: - “Os projectos da responsável pela BE têm permitido a melhoria do acervo”. VI – Avaliação por domínio-chave 1. Resultados 1.4. Valorização e impacto das aprendizagens - “Melhorar o sucesso com o desenvolvimento de competências a Língua Portuguesa e Matemática (generalizáveis às outras disciplinas). Numa frente secundária, a escola-sede promove actividades de divulgação cultural, a partir das estruturas disciplinares e da BE. Os responsáveis estimam que estas exposições, concursos e leituras em grupo tenham reflexos positivos na inculcação do valor do saber e no apuramento do gosto.” 3. Organização e gestão escolar 3.3. Gestão dos recursos materiais e financeiros - O Programa de Bibliotecas Escolares como fonte de receitas

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Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares Sessão 7

Formanda: Christine Reyntjens Dezembro 2010

Workshop - O Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares: metodologias

de operacionalização (Parte III - Conclusão) – 2ª tarefa

- Análise e comentário crítico –

Ao iniciar esta 2ª tarefa, optei pela seguinte metodologia:

Seleccionei três relatórios, procurando abarcar os três anos lectivos em análise e escolhendo agrupamentos

pertencentes à Delegação Regional de Lisboa e Vale do Tejo. Estas opções tiveram com objectivo verificar se

houve alguma evolução no conceito e importância da avaliação da BE ao longo dos três anos. Escolhi

igualmente três estabelecimentos de ensino pertencentes à zona geográfica na qual exerço a minha

actividade, procurando talvez encontrar uma proximidade de realidades. A partir deste ponto, a escolha foi

aleatória, independentemente do conteúdo dos relatórios.

Comecei por efectuar um levantamento de todas as referências à BE, apresentando de seguida esse mesmo

trabalho:

Avaliação Externa das Escolas – 2006/2007

1. Agrupamento de Escolas Francisco Arruda – Lisboa

II – Caracterização da Unidade de Gestão:

- “A BE é ampla e razoavelmente fornecida”

3. Organização e gestão escolar:

- “Os projectos da responsável pela BE têm permitido a melhoria do acervo”.

VI – Avaliação por domínio-chave

1. Resultados

1.4. Valorização e impacto das aprendizagens

- “Melhorar o sucesso com o desenvolvimento de competências a Língua Portuguesa e Matemática

(generalizáveis às outras disciplinas). Numa frente secundária, a escola-sede promove actividades de

divulgação cultural, a partir das estruturas disciplinares e da BE. Os responsáveis estimam que estas

exposições, concursos e leituras em grupo tenham reflexos positivos na inculcação do valor do saber e no

apuramento do gosto.”

3. Organização e gestão escolar

3.3. Gestão dos recursos materiais e financeiros

- O Programa de Bibliotecas Escolares como fonte de receitas

Page 2: Analise relatorios av.externa

Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares Sessão 7

Formanda: Christine Reyntjens Dezembro 2010

4. Liderança

4.4. Parcerias, protocolos e projectos

- “O Agrupamento aderiu ao “Plano Nacional de Leitura”, ao “Plano de Acção da Matemática”, para além de

participar na Rede de Bibliotecas Escolares (…)”

Avaliação Externa das Escolas – 2007/2008

2. Agrupamento de Escolas Sesimbra – Castelo Poente

IV – Avaliação por factor

2. Prestação do serviço educativo

2.4. Abrangência do Currículo e valorização dos saberes e da aprendizagem

- “Também os alunos são incentivados a frequentar a BE onde são desenvolvidas actividades de pesquisa e de

sensibilização e de promoção do uso e gosto pelos livros, no âmbito do Plano Nacional de Leitura. Neste

espaço, os alunos têm fácil acesso a materiais audiovisuais.”

- “No 1º ciclo, apenas uma escola tem Biblioteca, tendo no entanto todas as unidades escolares acesso ao

acervo da escola sede, estando previsto um sistema de circulação de livros, de forma a que os materiais da

BE/CRE da escola sede cheguem a todos os estabelecimentos de educação pré-escolar e 1ºciclo

4. Liderança

4.4. Parcerias, protocolos e projectos

- “A escola sede integra a Rede de Bibliotecas Escolares, proporcionando o acesso a recursos diversificados”.

Avaliação Externa das Escolas – 2008/2009

3. Agrupamento de Escolas Paulo da Gama – Amora

4. Liderança

- “O agrupamento desenvolve alguns projectos, tais como o Plano Nacional de Leitura, a Rede de Bibliotecas

Escolares (…)”

IV – Avaliação por factor

1. Resultados

1.2. Participação e desenvolvimento cívico

- “A identificação dos alunos com o agrupamento tem sido fomentado com as actividades de enriquecimento

curricular e com os projectos que oferece, nomeadamente o Desporto Escolar, as actividades da

Biblioteca/Centro de Recursos (…)”

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Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares Sessão 7

Formanda: Christine Reyntjens Dezembro 2010

2. Prestação do Serviço Educativo

2.4. Abrangência do Currículo e valorização dos saberes e da aprendizagem

- “Procura promover nos alunos a valorização do conhecimento, nomeadamente no âmbito do domínio da

Língua Portuguesa como ferramenta da aprendizagem, através de projectos de melhoria no âmbito das

actividades do Centro de Recursos, nomeadamente as ligadas ao Plano Nacional de Leitura.”

3. Organização e gestão escolar

3.1. Concepção, planeamento e desenvolvimento da actividade

- “De realçar, quanto à Área de Projecto, a contribuição da Biblioteca Escolar / Centro de Recursos Educativo

no apoio aos projectos desenvolvidos tendo como base o tema aglutinador “Os Direitos Humanos””.

3.3. Gestão dos recursos materiais e financeiros

- “Todas as escolas do 1º ciclo têm pólos de Centros de Recursos Educativos / Biblioteca Escolar a funcionar,

apesar de apresentarem algum desgaste e necessitarem de constante manutenção”

- “O Centro de Recursos Educativo / Biblioteca Escolar está bem equipado e os alunos são acompanhados por

docentes e funcionários que lhes prestam o apoio necessário.”

4. Liderança

4.4. Parcerias, protocolos e projectos

- “O Agrupamento aderiu a alguns projectos, tais como o Plano Nacional de Leitura, a Rede Nacional de

Bibliotecas Escolares (…) sem no entanto haver monitorização e divulgação dos resultados obtidos.”

Após ter efectuado este levantamento, considero que se podem tirar duas grandes conclusões gerais:

- Os relatórios são muito omissos no que concerne à presença/importância da BE nos estabelecimentos de

ensino e, na maioria dos casos, as referências à mesma são muito vagas e pouco objectivas. Confrontando o

exposto com o conteúdo inerente aos vários domínios/subdomínios do Modelo de Auto-Avaliação da BE, e

embora esta conclusão não possa ser comprovada, fica-se com a ideia de que o processo de avaliação

externa das escolas não encara a biblioteca como sendo muito importante. Também não se sente uma

evolução deste conceito ao longo dos três anos.

- Em nenhum dos relatórios se encara a BE como tendo um papel fulcral na promoção do sucesso educativo,

constando somente algumas menções a alguns projectos/actividades. A ligação às aprendizagens dos alunos

cinge-se muitas vezes às actividades desenvolvidas no âmbito do Plano Nacional de Leitura. No relatório do

Agrupamento de Escolas Francisco Arruda, no ponto 1.4 – Valorização e impacto das aprendizagens - encara-

se até a BE como mera promotora de actividades de divulgação cultural (numa frente secundária).

Como complemento a estas conclusões, há ainda algumas considerações a apresentar:

- A ligação da BE à Rede de Bibliotecas Escolares parece ser vista como mais um projecto no qual se

participa, associando-a somente à vertente de aquisição do fundo documental. No ponto 4 do relatório do

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Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares Sessão 7

Formanda: Christine Reyntjens Dezembro 2010

Agrupamento de Escolas Paulo da Gama é inclusive mencionado que não existe monitorização e divulgação

dos resultados obtidos com esta parceria.

- Como factor positivo, aponta-se o facto de haver, em duas das três escolas sujeitas a análise, uma

preocupação em assegurar o acesso aos livros e à leitura por todos os alunos do Agrupamento, organizando-

se um processo de circulação de fundos entre as escolas.

- Nenhum dos relatórios analisados refere a existência de parceria com as bibliotecas municipais.

- No que concerne ao apoio ao desenvolvimento curricular, apenas um agrupamento menciona a

contribuição da BE no apoio aos projectos desenvolvidos no âmbito da Área de Projecto, e outro menciona o

desenvolvimento de actividades de pesquisa na Biblioteca.

Terminaria esta pequena reflexão expressando, de certa forma, o meu desânimo perante o constatar

desta realidade e por sentir que, à margem deste grupo (in)formado sobre as potencialidades da BE, existe

muito desconhecimento e até ideias erradas acerca do que se pretende. Apesar disto, estou consciente de

que depende do Professor Bibliotecário a alteração da postura e das práticas da comunidade educativa,

procurando optimizar todas as vertentes e recursos da Biblioteca Escolar.