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Cap´ ıtulo II - Fundamentos de Dinˆ amica Discreta AN ´ ALISE LINEAR DE SISTEMAS JOS ´ E C. GEROMEL DSCE / Faculdade de Engenharia El´ etrica e de Computa¸ ao UNICAMP, CP 6101, 13083 - 970, Campinas, SP, Brasil, [email protected] Campinas, Novembro de 2006 1 / 80

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Capıtulo II - Fundamentos de Dinamica Discreta

ANALISE LINEAR DE SISTEMAS

JOSE C. GEROMEL

DSCE / Faculdade de Engenharia Eletrica e de ComputacaoUNICAMP, CP 6101, 13083 - 970, Campinas, SP, Brasil,

[email protected]

Campinas, Novembro de 2006

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Capıtulo II - Fundamentos de Dinamica Discreta

NOTA AO LEITOR

Este material foi preparado como suporte as aulas e einteiramente baseado no livro texto :

Jose C. Geromel e Alvaro G. B. Palhares, Analise Linear de

Sistemas Dinamicos : Teoria, Ensaios Praticos e Exercıcios,ISBN 85-212-0335-7, Editora Edgard Blucher Ltda, Sao Paulo,SP, 2004.

onde o leitor podera encontrar maiores informacoes e detalhesa respeito dos topicos aqui abordados.

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Capıtulo II - Fundamentos de Dinamica Discreta

Conteudo

1 Capıtulo II - Fundamentos de Dinamica DiscretaSistemas linearesEquacoes a diferencas lineares

Solucao temporalTransformada Z

Solucao via transformada Z

Representacao de estado

Sistemas dinamicos linearesFuncao de transferenciaResposta em frequencia

DiscretizacaoFuncao de transferencia pulsada

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Capıtulo II - Fundamentos de Dinamica Discreta

Consideracoes iniciais

Como o leitor podera verificar no decorrer da leitura destecapıtulo, os conceitos matematicos que permitem analisarsistemas dinamicos a tempo discreto sao bastante similaresaqueles introduzidos no capıtulo anterior, no ambito doestudo de sistemas dinamicos a tempo contınuo.A diferenca fundamental e que para os sistemas dinamicos atempo contınuo a variavel independente e real (t ∈ R),enquanto que para os sistemas dinamicos a tempo discreto elae inteira (k ∈ Z). Esta diferenca requer o uso de ferramentasmatematicas adequadas para manipular os diversos conceitose propriedades basicas.Por este motivo este capıtulo tenta trilhar, da maneira maisproxima possıvel, o mesmo caminho adotado no capıtuloanterior.

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Capıtulo II - Fundamentos de Dinamica Discreta

Sistemas lineares

Sistemas lineares

Um sistema dinamico a tempo discreto definido para todok ∈ Z e um dispositivo que converte um sinal de entrada g(k)(definido para todo k ∈ Z) em um sinal de saıda y(k)(definido para todo k ∈ Z), atraves da relacao

y = S[g ]

onde S[·] indica um ente matematico que associa sinais deentrada com sinais de saıda. Por exemplo :

S [g ] = 3g → y(k) depende apenas de g(k).

S [g ] =∑k

i=−∞ g(i) → y(k) depende de g(i),−∞ ≤ i ≤ k .

S [g ] =∑∞

i=−∞ g(k − i)2 → y(k) depende deg(i),−∞ ≤ i ≤ ∞.

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Capıtulo II - Fundamentos de Dinamica Discreta

Sistemas lineares

Sistemas lineares

Um sistema dinamico pode ser qualificado como :

Causal quando y(k) depende de g(i) apenas para i ≤ k . Ouseja, em qualquer instante a saıda depende apenas da entradaocorrida no passado e no presente.Linear quando y(k) =

i αiyi (k) for a saıda correspondente aentrada g(k) =

i αigi (k) para todo escalar αi .Invariante no tempo quando y(t − i) for a saıdacorrespondente a entrada g(t − i) para todo i ∈ Z.

Sistemas inteiramente definidos atraves de sua resposta a umaentrada particular, o impulso unitario discreto g(k) = δ(k) :

δ(k) :=

{1 k = 00 k 6= 1

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Capıtulo II - Fundamentos de Dinamica Discreta

Sistemas lineares

Sistemas lineares

O impulso unitario permite decompor sinais discretos notempo. Sendo g(k) definido em k ∈ Z, vale a igualdade :

g(k) =

∞∑

i=−∞

g(i)δ(k − i)

Um sistema LIT com entrada g(k) tem como saıda :

y(k) = S

[∞∑

i=−∞

g(i)δ(k − i)

]

=

∞∑

i=−∞

g(i)S[δ(k − i)]

=

∞∑

i=−∞

g(i)h(k − i)

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Capıtulo II - Fundamentos de Dinamica Discreta

Sistemas lineares

Sistemas lineares

Da primeira para a segunda igualdade usamos a linearidade eda segunda para a terceira a invariancia no tempo aplicada aresposta ao impulso

h(k) = S[δ(k)]

Fato (Sistema LIT)

A sua resposta y(k) e dada pela convolucao discreta de sua

resposta ao impulso h(k) pela entrada g(k), isto e :

y(k) = g(k) • h(k)

=

∞∑

i=−∞

g(i)h(k − i)

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Capıtulo II - Fundamentos de Dinamica Discreta

Sistemas lineares

Sistemas lineares

Propriedades importantes :

A convolucao discreta e uma operacao associativa, distributivae comutativa.Um sistema LIT e Causal se

h(k) = 0 , ∀ k < 0

pois h(k − i) = 0 para todo i > k fazendo com que suaresposta seja dada por

y(k) =k∑

i=−∞

g(i)h(k − i)

e assim y(k) depende apenas de g(i) para i ≤ k .

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Capıtulo II - Fundamentos de Dinamica Discreta

Sistemas lineares

Sistemas lineares

Resposta ao degrau unitario g(k) = υ(k) de um sistema LTI :

y(k) =

∞∑

i=−∞

υ(i)h(k − i)

=

∞∑

i=0

h(k − i)

=

k∑

r=−∞

h(r)

Para sistemas LIT causais

y(k) =

k∑

i=0

h(i)

e a soma parcial da resposta ao impulso unitario.10 / 80

Capıtulo II - Fundamentos de Dinamica Discreta

Sistemas lineares

Sistemas lineares

Resposta a funcao potencia g(k) = µk de um sistema LTI :

y(k) =∞∑

i=−∞

µih(k − i)

=∞∑

r=−∞

µk−rh(r)

=

(∞∑

r=−∞

µ−rh(r)

)

µk

Para sistemas LIT causais

y(k) =

(∞∑

i=0

µ−ih(i)

)

µk

e proporcional a entrada, por um fator que depende de µ.

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Capıtulo II - Fundamentos de Dinamica Discreta

Sistemas lineares

Sistemas lineares

Sistemas LIT causais de grande interesse sao descritos porequacoes a diferencas do tipo

n∑

i=0

aiy(k + i) =m∑

i=0

eig(k + i) , k ∈ Z

onde ai e ei sao escalares e n ≥ m. Note que especificar afuncao de entrada g(k) nao e condicao suficiente para que aresposta y(k) correspondente seja unica. Dentre muitas, umasolucao especıfica pode ser individualizada impondo-sealgumas condicoes suplementares sobre y(k). Por exemplo, oseu valor em alguns instantes de tempo previamenteselecionados.

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Sistemas lineares

Sistemas lineares

Sendo k = 0 adotado como instante inicial a funcao deentrada so e definida para k ≥ 0. Para selecionar uma solucaoespecıfica pode-se impor os valores de

y(0), y(1), · · · , y(n − 1)

que caracterizam as condicoes iniciais do sistema.

Uma resposta especıfica y(k) correspondente a uma entradag(k) dada, pode ser determinada observando que se y(k)satisfaz a equacao a diferencas entao h0(k) + y(k) onde

n∑

i=0

aih0(k + i) = 0

tambem a satisfaz.

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Capıtulo II - Fundamentos de Dinamica Discreta

Sistemas lineares

Sistemas lineares

O seguinte resultado e fundamental no presente contexto :

Fato (Solucao geral)

Qualquer solucao da equacao a diferencas em estudo, definida para

todo k ≥ 0, pode ser unicamente individualizada pela escolha

adequada de h0(k) e e dada por

y(k) = h0(k) +

k∑

i=0

h(k − i)g(i)

As funcoes h0(k) e h(k), definidas para todo k ≥ 0, precisamser determinadas com o devido cuidado. Este aspecto seraabordado em seguida.

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Capıtulo II - Fundamentos de Dinamica Discreta

Sistemas lineares

Sistemas lineares

Exemplo : A figura abaixo mostra um pendulo oscilando nointerior de uma caixa

x

M

κ

A determinacao do modelo matematico que descreve o seucomportamento dinamico nos instantes t = kT , e um dosobjetivos deste curso. Para pequenos deslocamentos, trata-sede um sistema a tempo discreto LIT causal.

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Equacoes a diferencas lineares

Solucao temporal

Considere a equacao a diferencas com coeficientes constantes

n∑

i=0

aiy(k + i) = g(k) , ∀ k ≥ 0

onde g(k) e uma funcao dada e ai ∈ R para i = 0, · · · , n saoescalares, com an 6= 0. Adotamos a notacao mais compactaD[y ] = g onde D[·] denota o operador avanco

D[y ] =

n∑

i=0

aiy(k + i)

com polinomio caracterıstico

∆D(µ) =

n∑

i=0

aiµi

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Capıtulo II - Fundamentos de Dinamica Discreta

Equacoes a diferencas lineares

Solucao temporal

Os seguintes aspectos sao relevantes :

O operador D[·] e linear.Para a funcao potencia verifica-se que

D[µk]

=n∑

i=0

aiµiµk

= ∆D(µ)µk

ou seja D[µk]

e µk sao colineares. Por este motivo, µk edenominada auto funcao do operador D[·].A equacao algebrica ∆D(µ) = 0 e denominada equacaocaracterıstica. Tem grau n e todos os seus coeficientes saoreais. Assim sendo, ela admite n raızes em pares complexosconjugados.

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Equacoes a diferencas lineares

Solucao temporal

O seguinte resultado e fundamental no estudo de equacoes adiferencas lineares :

Teorema (Existencia e unicidade)

Seja g(k) uma funcao definida para todo k ≥ 0. A equacao a

diferencas D[y ] = g sujeita as condicoes iniciais

y(0), y(1), · · · , y(n − 1)

admite uma unica solucao y(k) para todo k ≥ 0.

Observe que para qualquer conjunto de condicoes iniciais asolucao existe e e unica. Portanto, sem especificar ascondicoes iniciais a unicidade deixa de ocorrer.

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Equacoes a diferencas lineares

Solucao temporal

Fato (Independencia Linear)

O conjunto de funcoes f1(k), · · · , fm(k), definidas para todo k ≥ 0,e linearmente independente - LI se a igualdade

fα(k) :=m∑

i=1

αi fi(k) = 0 ,∀ k ≥ 0

for satisfeita apenas com todos os escalares α1, · · · , αm nulos.

Caso contario o conjunto e dito linearmente dependente - LD.

E preciso estabelecer um teste para classificar conjuntos comoLI ou LD. Ao contrario do ocorrido no estudo de funcoes atempo contınuo nao faremos nenhuma hipotese, como porexemplo continuidade, a respeito das funcoes em estudo.

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Capıtulo II - Fundamentos de Dinamica Discreta

Equacoes a diferencas lineares

Solucao temporal

A funcao fα(k) deve ser nula para todo k ≥ 0. Em particularfα(i) = 0 para k ≤ i ≤ r := k + (m − 1) para todo k ≥ 0.

f1(k) f2(k) · · · fm(k)f1(k + 1) f2(k + 1) · · · fm(k + 1)

...... · · ·

...f1(r) f2(r) · · · fm(r)

︸ ︷︷ ︸

W (k)

α1

α2...

αm

︸ ︷︷ ︸

α

= 0

Para o conjunto de funcoes consideradas temos :

det(W (k)) 6= 0 para algum k ≥ 0 =⇒ LI.det(W (k)) = 0 para todo k ≥ 0 =⇒ LD. Formalmente estacondicao pode falhar pois todas as combinacoes formandomatrizes m × m devem ser testadas.

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Capıtulo II - Fundamentos de Dinamica Discreta

Equacoes a diferencas lineares

Solucao temporal

A solucao geral da equacao a diferencas em estudo pode serdecomposta na forma

y(k) = yh(k) + yp(k) , ∀ k ≥ 0

onde :

yh(k) satisfaz a equacao homogenea D[yh] = 0.yp(k) e uma solucao particular que satisfaz D[yp] = g .

poisD[y ] = D[yh + yp] = D[yh] + D[yp] = g

Assim sendo, resta verificarmos como podemos impor as n

condicoes iniciais dadas. Isto e feito atraves da determinacaode um conjunto de n solucoes homogeneas LI.

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Capıtulo II - Fundamentos de Dinamica Discreta

Equacoes a diferencas lineares

Solucao temporal

Equacao homogenea : Sao obtidas a partir da relacao

D[µk ] = ∆D(µ)µk , ∀ k ≥ 0

a qual indica que todas as fucoes do tipo µki , definidas para

todo k ≥ 0, com µi sendo uma das raızes de ∆D(µ) = 0, saosolucoes da equacao homogenea. Como ∆D(µ) e umpolinomio de grau n, com coeficientes reais, ele admite n

raızes em C em pares complexos conjugados. Supondo que asn raızes sejam distintas, as funcoes

µki , ∀ k ≥ 0 , i = 1, · · · , n

formam um conjunto LI.

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Capıtulo II - Fundamentos de Dinamica Discreta

Equacoes a diferencas lineares

Solucao temporal

De fato, a matriz W (k) e dada por

W (k) =

1 · · · 1... · · ·

...

µn−11 · · · µn−1

n

︸ ︷︷ ︸

W0

µk1 · · · 0... · · ·

...0 · · · µk

n

onde W0 e uma matriz de Vandermonde cujo determinante ediferente de zero tendo em vista que todos os µi , i = 1, · · · , nsao diferentes entre si. Consequentemente, det(W (k)) 6= 0para k = 0. A solucao geral e dada por

y(k) =

n∑

i=1

ciµki + yp(k)

onde ci , i = 1, · · · , n sao constantes determinadas com as n

condicoes iniciais.23 / 80

Capıtulo II - Fundamentos de Dinamica Discreta

Equacoes a diferencas lineares

Solucao temporal

Quando duas ou mais solucoes da equacao caracterıstica naosao distintas um conjunto de solucoes homogeneas pode serobtido observando-se que a igualdade

kµk = µdµk

permite verificar que

D[kµk ] = µD

[dµk

]

= µd

dµ∆D(µ)µk

=

[

µd

dµ∆D(µ) + k∆D(µ)

]

µk

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Capıtulo II - Fundamentos de Dinamica Discreta

Equacoes a diferencas lineares

Solucao temporal

Por exemplo, considerando que µj seja uma raiz commultiplicidade dois da equacao caracterıstica entao∆D(µ) = (µ − µj)

2d(µ) para algum polinomio d(µ) de ordemn − 2. Portanto

∆D(µj) = 0 ,d

dµ∆D(µj) = 0

fazem com que as funcoes µkj e kµk

j , definidas para todok ≥ 0 sejam solucoes da equacao homogenea. Alem disso,calculando-se a matriz W (k) verificamos que o conjunto defuncoes µk

1 , · · · , µkj , kµk

j , · · · , µkn e LI se µj 6= 0. Neste caso,

y(k) =

n∑

i 6=j=1

ciµki + cjkµk

j

+ yp(k)

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Capıtulo II - Fundamentos de Dinamica Discreta

Equacoes a diferencas lineares

Solucao temporal

Este procedimento e valido para raızes com qualquermultiplicidade. Se µj for uma raiz com multiplicidade m ≤ n

entao

∆D(µj ), · · · ,dm−1

dµm−1∆D(µj) = 0

e, com raciocınio analogo, verificamos que as funcoes k iµkj ,

definidas para todo k ≥ 0 e todo i = 0, · · · ,m − 1 saosolucoes da equacao homogenea e formam um conjunto defuncoes LI, desde que µj 6= 0. Note que para µj = 0 tem-sekµk

j = 0 para todo k ≥ 0. Quando isto ocorre a ordem daequacao a diferencas pode ser reduzida!Podemos assim determinar as n solucoes da equacaohomogenea que formam um conjunto de funcoes linearmenteindependentes. Estas funcoes sao denominadas ModosProprios da equacao a diferencas.

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Capıtulo II - Fundamentos de Dinamica Discreta

Equacoes a diferencas lineares

Solucao temporal

Solucao particular : O chamado Metodo dos Coeficientes aDeterminar se aplica para a classe de funcoes g(k) que emconjunto com seus valores em instantes sucessivos, ate umcerto valor m, formam um conjunto LD. Portanto, existe umoperador avanco com polinomio caracterıstico ∆N(µ) deordem m tal que

N[g ] = 0

Neste caso, uma solucao particular de D[y ] = g pode sercalculada atraves da equacao homogenea definida pelooperador composto

N[D[y ]] = 0

que nada mais e que uma equacao a diferencas homogenea deordem n + m.

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Capıtulo II - Fundamentos de Dinamica Discreta

Equacoes a diferencas lineares

Solucao temporal

Verificando que

N[D[µk ]] = ∆D(µ)∆N(µ)µk

a sua equacao caracterıstica e dada por ∆D(µ)∆N(µ) = 0 ecomo ja sabemos (supondo que todas as raızes sejamdistintas)

y(k) =

n∑

i=1

ciµki

︸ ︷︷ ︸

∆D(µ)=0=⇒yh(k)

+

m∑

i=1

diµki

︸ ︷︷ ︸

∆N(µ)=0=⇒yp(k)

sendo que os coeficientes d1, · · · , dm sao determinadosimpondo-se D[yp] = g . No caso da eventual ocorrencia deraızes multiplas o tratamento anterior deve ser adotado.

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Capıtulo II - Fundamentos de Dinamica Discreta

Equacoes a diferencas lineares

Exemplos

A equacao a diferencas y(k + 1) + y(k) = (−2)k comy(0) = 1 admite ∆D(µ) = µ + 1 e ∆N(µ) = µ + 2. Portanto

y(k) = c1(−1)k︸ ︷︷ ︸

yh(k)

+ d1(−2)k︸ ︷︷ ︸

yp(k)

substituindo yp(k) obtem-se d1 = −1 e, em seguida, com acondicao inicial obtem-se c1 = 2. A solucao geral e

y(k) = 2(−1)k − (−2)k , ∀ k ≥ 0

A equacao a diferencas y(k + 1) + y(k) = (−1)k comy(0) = 1 admite ∆D(µ) = µ + 1 e ∆N(µ) = µ + 1. Portanto

y(k) = c1(−1)k︸ ︷︷ ︸

yh(k)

+ d1k(−1)k︸ ︷︷ ︸

yp(k)

substituindo yp(k) obtem-se d1 = −1 e, em seguida, com acondicao inicial obtem-se c1 = 1.

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Capıtulo II - Fundamentos de Dinamica Discreta

Equacoes a diferencas lineares

Exemplos

A equacao a diferencas y(k + 2) + y(k) = sen((π/2)k) e talque ∆D(µ) = µ2 + 1 e ∆N(µ) = µ2 + 1. Portanto

y(k) = c1ej(π/2)k + c2e

−j(π/2)k

︸ ︷︷ ︸

yh(k)

+ d1kej(π/2)k + d2ke

−j(π/2)k

︸ ︷︷ ︸

yp(k)

Uma equacao a diferencas com ∆D(µ) = (µ + 1)(µ − 1) eentrada tal que ∆N(µ) = µ + 1 tem a solucao geral

y(k) = c1(−1)k + c2︸ ︷︷ ︸

yh(k)

+ d1k(−1)k︸ ︷︷ ︸

yp(k)

Uma equacao a diferencas com ∆D(µ) = (µ + 1)2 e entradatal que ∆N(µ) = µ − 1 tem a solucao geral

y(k) = c1(−1)k + c2k(−1)k︸ ︷︷ ︸

yh(k)

+ d1︸︷︷︸

yp(k)

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Capıtulo II - Fundamentos de Dinamica Discreta

Equacoes a diferencas lineares

Transformada Z

A transformada Z de uma funcao f (k) definida para todok ∈ Z, denotada por f (z) ou Z(f (k)), e uma funcao devariavel complexa

f (z) : D(f ) → C

onde D(f ) e o seu domınio e

f (z) :=

∞∑

k=−∞

f (k)z−k

D(f ) := {z ∈ C : f (z) existe}

E importante ressaltar que f (z) existe indica que a soma acimaconverge e e finita.

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Capıtulo II - Fundamentos de Dinamica Discreta

Equacoes a diferencas lineares

Transformada Z

Geralmente D(f ) nao coincide com C. Nestes casos existem

pontos z ∈ C tais que z /∈ D(f ) e, portanto, torna-seessencial a determinacao do domınio da transformada Z.

Importante : O domınio D(f ) da transformada Z dependefortemente do domınio da funcao f (k). Como verificaremosem seguida :

k ∈ [0, +∞) =⇒ |z| ∈ (α, +∞)

k ∈ (−∞, 0] =⇒ |z| ∈ (0, β)

k ∈ (−∞, +∞) =⇒ |z| ∈ (β, α)

para valores adequados de α, β ∈ R. Quanto maior o domıniode f (k), menor o domınio de f (z) e vice-versa.

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Capıtulo II - Fundamentos de Dinamica Discreta

Equacoes a diferencas lineares

Transformada Z

Os calculos envolvendo a transformada Z dependem, emgrande medida, da seguinte propriedade da serie geometricacom razao complexa z ∈ C

z0, z1, z2, · · · , zk , · · ·

Lema (Convergencia da serie geometrica)

Considere z ∈ C. A igualdade

∞∑

k=0

zk =1

1 − z

se verifica e e finita se e somente se |z | < 1.

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Capıtulo II - Fundamentos de Dinamica Discreta

Equacoes a diferencas lineares

Transformada Z

Os seguintes exemplos ilustram os domınios da transformadaZ de algumas funcoes :

f (k) = ak : Z → C e D(f ) = ∅.f (k) = ak : [0, +∞) → C e

f (z) =z

z − a, D(f ) = {z ∈ C : |z| > |a|}

f (k) = ak : (−∞, 0] → C e

f (z) = −a

z − a, D(f ) = {z ∈ C : |z| < |a|}

f (k) = a|k| : (−∞, +∞) → C e

f (z) =z2 + 1

(z − a)(z − 1/a), D(f ) = {z ∈ C : |a| < |z| < 1/|a|}

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Capıtulo II - Fundamentos de Dinamica Discreta

Equacoes a diferencas lineares

Transformada Z

A funcao potencia µk : Z → C com µ ∈ C qualquer naoadmite a transformada Z. Portanto, para funcoes definidasem todo k ∈ Z a transformada Z e muito restritiva. Paracontornar esta dificuldade vamos restringir nosso interesse afuncoes definidas no intervalo k ∈ N := [0,+∞) e assim :

f (z) :=∞∑

k=0

f (k)z−k

que admite o domınio na forma generica

D(f ) := {z ∈ C : |z | > α}

para algum α ∈ R a ser adequadamente determinado.

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Capıtulo II - Fundamentos de Dinamica Discreta

Equacoes a diferencas lineares

Transformada Z

Classe importante : Definida pela existencia de zf ∈ C talque o limite

limi→∞

i∑

k=0

|f (k)|z−kf

existe e e finito.

Lema (Domınio)

Para as funcoes da classe acima, e valido que :

Qualquer z ∈ C satisfazendo |z| ≥ |zf | pertence a D(f ).

Existe M finito tal que |f (z)| ≤ M para todo s ∈ D(f ).

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Capıtulo II - Fundamentos de Dinamica Discreta

Equacoes a diferencas lineares

Transformada Z

Forma geral : Para funcoes definidas para todo k ≥ 0 :

D(f ) := {z ∈ C : |z | > α}

Determinacao do domınio : Para a funcao f (k) dadadetermine o menor valor de α ∈ R tal que

limi→∞

i∑

k=0

|f (k)α−k | < ∞

Determinacao do domınio : Para a funcao f (z) dadadetermine o menor valor de α ∈ R tal que ela permanecaanalıtica e portanto finita em todo z ∈ D(f ).

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Capıtulo II - Fundamentos de Dinamica Discreta

Equacoes a diferencas lineares

Transformada Z

A funcao f (z) = z−1 nao e analıtica em z = 0. Note que

f (k) = δ(k − 1) = {0, 1, 0, · · · }

e portantoD(f ) := {z ∈ C : |z | > 0}

e todo o plano complexo C com excecao da origem.

A funcao f (z) = z/(z2 − 1) nao e analıtica em z = 1 ez = −1. Note que

f (k) = {0, 1, 0, 1, 0, 1, · · · }

e portantoD(f ) := {z ∈ C : |z | > 1}

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Capıtulo II - Fundamentos de Dinamica Discreta

Equacoes a diferencas lineares

Transformada Z

Uma funcao racional e da forma

f (z) :=N(z)

D(z)=

∑mi=0 eiz

i

∑ni=0 aiz i

onde m ≤ n, ei ∈ R para todo i = 1, · · · ,m e ai ∈ R paratodo i = 1, · · · , n. Se n = m ela e chamada propria, casocontrario ela e dita estritamente propria. Ela deixa de seranalıtica nos seus polos, raızes de D(z) = 0. Assim sendo

α = maxi=1,··· ,n

|pi |

O impulso unitario discreto (Kronecker) :

δ(z) = 1 , D(δ) = C

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Capıtulo II - Fundamentos de Dinamica Discreta

Equacoes a diferencas lineares

Transformada Z

Varios calculos envolvendo a transformada Z dependem dadeterminacao correta do seu domınio :

Soma : A soma de uma funcao em todo o seu domınio e dadapor

∞∑

k=0

f (k) = f (1)

desde que 1 ∈ D(f ).Limite : O limite de uma funcao definida em k ≥ 0 satisfaz

limk→∞

f (k) = limz→1

(z − 1)f (z)

desde que 1 ∈ D((z − 1)f ).

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Capıtulo II - Fundamentos de Dinamica Discreta

Equacoes a diferencas lineares

Transformada Z

No estudo de equacoes a diferencas via transformada Z, asseguintes propriedades sao importantes para funcoes definidasem k ≥ 0 e escalares θ1, θ2, · · ·

Combinacao linear :

Z

(∑

i

θi fi (k)

)

=∑

i

θi fi (z)

Convolucao a tempo discreto :

Z(f (k) • g(k)) = f (z)g (z)

Deslocamento no tempo :

Z(f (k + 1)) = zf (z) − zf (0)

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Capıtulo II - Fundamentos de Dinamica Discreta

Equacoes a diferencas lineares

Transformada Z

Para funcoes racionais, a inversa da transformada Z pode serobtida via Decomposicao em Fracoes Parciais com a qualdeterminamos os escalares αi tais que

∑mi=0 eiz

i

∑ni=0 aiz i

= α0 +M∑

i=1

αiz

(z − pi )ni

onde pi sao seus polos e∑M

i=1 ni = n. Observe que estamosconsiderando que cada polo pi tenha multiplicidade ni paratodo i = 1, · · · ,M. A inversa e determinada com a relacao

Z−1

(z

(z − p)r+1

)

=1

r !

d r

dprpk =

(k

r

)

pk−r , ∀ k ≥ 0

valida para todo r ≥ 0.

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Capıtulo II - Fundamentos de Dinamica Discreta

Equacoes a diferencas lineares

Solucao via transformada Z

Considere a equacao a diferencas anterior dada na forma

n∑

i=0

aiy(k + i) =m∑

i=0

eig(k + i) , ∀k ≥ 0

com condicoes iniciais y(i), para todo i = 0, · · · , n − 1.Aplicando a transformada Z em ambos os membros obtemos

y(z) = H0(z)︸ ︷︷ ︸

cond. iniciais

+ H(z)g(z)

onde devemos notar que H0(z) depende dos valores iniciais dasolucao y(0), · · · , y(n − 1) e tambem dos valores iniciais daentrada g(0), · · · , g(m − 1).

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Capıtulo II - Fundamentos de Dinamica Discreta

Equacoes a diferencas lineares

Solucao via transformada Z

Os aspectos mais importantes sao :

h0(k) := Z−1(H0(z)) e a parte da solucao que dependeexclusivamente das condicoes iniciais e dos valores iniciais daentrada.h(k) := Z−1(H(z)) e a resposta ao impulso (obtida a partir decondicoes iniciais que anulam H0(z)). A funcao h(k) • g(k)obtida pela transformada Z inversa e a parte da solucao quedepende exclusivamente da funcao de entrada.

y(k) = h0(k) +

k∑

i=0

h(k − i)g(i) , ∀ k ≥ 0

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Capıtulo II - Fundamentos de Dinamica Discreta

Equacoes a diferencas lineares

Exemplo

Aplicando a transformada Z na equacao a diferencasy(k + 2) + 3y(k + 1) + 2y(k) = g(k + 1) − 3g(k) comcondicoes iniciais y(0) = 0 e y(1) = 0 determinamos

H0(z) =−zg(0)

(z + 2)(z + 1), H(s) =

z − 3

(z + 2)(z + 1)

Sendo g(k) = δ(k) o impulso unitario temos :

y(z) =−3

(z + 2)(z + 1)= −3/2 − 3/2

z

z + 2+ 3

z

z + 1

ou seja

y(k) =

{0 k = 0

3(−2)k−1 − 3(−1)k−1 k ≥ 1

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Capıtulo II - Fundamentos de Dinamica Discreta

Equacoes a diferencas lineares

Exemplo

Aplicando a transformada Z na mesma equacao a diferencasanterior mas com condicoes iniciais y(0) = 0 e y(1) = g(0)determinamos

H0(z) = 0 , H(s) =z − 3

(z + 2)(z + 1)

Sendo g(k) = δ(k) o impulso unitario temos :

y(z) =z − 3

(z + 2)(z + 1)= −3/2 − 5/2

z

z + 2+ 4

z

z + 1

ou seja

y(k) =

{0 k = 0

5(−2)k−1 − 4(−1)k−1 k ≥ 1

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Capıtulo II - Fundamentos de Dinamica Discreta

Equacoes a diferencas lineares

Representacao de estado

Qualquer equacao a diferencas linear de ordem n pode serconvertida em um sistema de n equacoes a diferencas deprimeira ordem. Este sistema de equacoes a diferencas,geralmente acoplado, denominado representacao de estado daequacao original e expresso na forma matricial:

x(k + 1) = Ax(k) + Bg(k) , x(0) = x0

y(k) = Cx(k) + Dg(k)

onde A ∈ Rn×n, B ∈ R

n×1, C ∈ R1×n e D ∈ R

1×1.As matrizes (A,B ,C ,D) e a condicao inicial x0 ∈ R

n devemser determinadas de tal forma que a funcao produzida pelarepresentacao de estado y(k) coincida com a solucao daequacao a diferencas em estudo para todo k ≥ 0.

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Capıtulo II - Fundamentos de Dinamica Discreta

Equacoes a diferencas lineares

Representacao de estado

Para a equacao D[y ] = g com an = 1, definimos as variaveisde estado

x(k) =

x1(k)...

xn(k)

, xi(k) := y(k + i − 1), i = 1, · · · , n

e obtemos

A =

0 1 0 · · · 00 0 1 · · · 0...

...... · · ·

...−a0 −a1 −a2 · · · −an−1

, B =

00...01

C =[

1 0 0 · · · 0]

, D =[

0]

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Capıtulo II - Fundamentos de Dinamica Discreta

Equacoes a diferencas lineares

Representacao de estado

A equacao D[y ] = E [g ] com an = 1 e E [·] sendo um operadorde ordem m ≤ n − 1 pode ser reescrita na forma

D[ξ] = g , y = E [ξ]

Definindo como no caso anterior as variaveis de estado

x(k) =

x1(k)...

xn(k)

, xi(k) := ξ(k + i − 1), i = 1, · · · , n

as matrizes A e B nao se alteram. Ademais

y(k) = E [ξ] =

m∑

j=0

ejξ(k + j) =

m∑

j=0

ejxj+1(k)

permite determinar as matrizes restantes

C =[

e0 e1 e2 · · · 0]

, D =[

0]

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Capıtulo II - Fundamentos de Dinamica Discreta

Equacoes a diferencas lineares

Representacao de estado

A equacao D[y ] = E [g ] com an = 1 e E [·] sendo um operadorde ordem m = n pode ser reescrita na forma

D[ξ] = g , y = E [ξ] + eng

onde E [ξ] := E [ξ] − enD[ξ] com coeficientes ei = ei − enai

para i = 0, · · · , n − 1 e um operador de ordem n − 1.Definindo as mesmas variaveis de estado do caso anterior, asmatrizes A e B nao se alteram. Ademais

y(k) = E [ξ] + eng =n−1∑

j=0

ejxj+1(k) + eng

permite determinar as matrizes restantes

C =[

e0 e1 e2 · · · en−1

], D =

[en

]

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Capıtulo II - Fundamentos de Dinamica Discreta

Equacoes a diferencas lineares

Representacao de estado

Para qualquer matriz quadrada A ∈ Rn×n define-se a funcao

potencia de matriz:

F (k) := Ak , ∀k ∈ N

Lema (Transformada Z)

A transformada Z da funcao F (k) = Ak definida para todo k ≥ 0e dada por

F (z) = z(zI − A)−1 , D = {z ∈ C : |z | > max |λi |}

onde λi , i = 1, · · · , n sao os autovalores de A.

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Capıtulo II - Fundamentos de Dinamica Discreta

Equacoes a diferencas lineares

Representacao de estado

Aplicando a transformada Z nas equacoes de estadodeterminamos

H0(z) = C (zI − A)−1zx0 , H(z) = C (zI − A)−1B + D

e, com o lema anterior, as funcoes

h0(k) = CAkx0 , h(k) =

{D k = 0

CAk−1B k ≥ 1

Teorema (Solucao da equacao de estado)

A solucao da equacao de estado e dada por

x(k) = Akx0 +k−1∑

i=0

Ak−1−iBg(i) , ∀ k ≥ 1

y(k) = Cx(k) + Dg(k) , ∀ k ≥ 0

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Capıtulo II - Fundamentos de Dinamica Discreta

Equacoes a diferencas lineares

Representacao de estado

Neste ponto, resta determinarmos o vetor de condicoes iniciaisx0 ∈ R

n. Para tanto, calculando sucessivamente a parte dasolucao que depende das condicoes iniciais

y(k) = CAkx0

para k = 0, 1, · · · , n − 1 obtemos

ymod(0)ymod(1)

...ymod(n − 1)

= Ox0 , O :=

C

CA...

CAn−1

onde ymod(·) sao as condicoes iniciais modificadas pelosvalores iniciais da entrada e O ∈ R

n×n e a Matriz deObservabilidade que e inversıvel sempre que o sistema for deordem mınima.

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Capıtulo II - Fundamentos de Dinamica Discreta

Equacoes a diferencas lineares

Representacao de estado

Finalmente, deve ser notado que a representacao de estadonao e unica. Unica e a funcao H(z) e, dada as condicoesiniciais, unica tambem e a funcao H0(z). Com umarepresentacao de estado (A,B ,C ,D) e uma matriz naosingular T ∈ R

n×n, a chamada Transformacao de Similaridadepermite obter uma nova representacao de estado(T−1AT ,T−1B ,CT ,D) mas ambas representando a mesmafuncao H(z). De fato, simples calculos levam a

H(z) = C (zI − A)−1B + D

= CT (zI − T−1AT )−1T−1B + D

Ademais, observe que det(zI − A) = det(zI − T−1AT ).

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Capıtulo II - Fundamentos de Dinamica Discreta

Equacoes a diferencas lineares

Exemplo

A funcao de transferencia do deslocamento angular do elorotacional de uma junta robotica, apos discretizacao e

H(z) =z2 − 1.044z + 0.0678

z2 − 0.074z + 0.9418

A representacao de estado aqui considerada e dada por

x(k + 1) =

[0 1

−0.9418 0.074

]

︸ ︷︷ ︸

A

x(k) +

[01

]

︸ ︷︷ ︸

B

g(k)

y(k) =[−0.8740 −0.9700

]

︸ ︷︷ ︸

C

x(k) + [1]︸︷︷︸

D

g(k)

Note que os autovalores de A sao iguais aos polos de H(z).Isto e sempre verdade!

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Capıtulo II - Fundamentos de Dinamica Discreta

Sistemas dinamicos lineares

Funcao de transferencia

De maneira generica, um sistema dinamico LIT a tempodiscreto e caracterizado por ter seu comportamento, nodecorrer do tempo, descrito por uma equacao a diferencaslinear com coeficientes constantes. A partir das condicoesiniciais definidas em k = 0, · · · n − 1 e de uma funcao deentrada g(k) definida para todo k ≥ 0, sua saıda e dada por

y(z) = H0(z) + H(z)g(z)

onde

Definicao (Funcao de transferencia)

A funcao H(z) e denominada funcao de transferencia do sistema e

h(k) = Z−1(H(z)) definida para todo k ≥ 0 e a sua resposta ao

impulso.

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Capıtulo II - Fundamentos de Dinamica Discreta

Sistemas dinamicos lineares

Funcao de transferencia

A funcao de transferencia de um sistema torna explıcito comoa entrada influencia a saıda. Para condicoes iniciaisadequadas, nao necessariamente nulas, H0(s) = 0 e a relacaoentrada / saıda torna-se :

y(z) = H(z)g(z)⇐⇒y(k) = h(k) • g(k)

Definicao (Estabilidade)

A funcao de transferencia H(z) e denominada assintoticamente

estavel se ela for analıtica em todos os pontos da regiao |z | ≥ 1.

Como consequencia :

Todos os polos de H(z) estao localizados na regiao |z| < 1.limk→+∞h(k) = 0.

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Capıtulo II - Fundamentos de Dinamica Discreta

Sistemas dinamicos lineares

Resposta em frequencia

A resposta em frequencia de um sistema com funcao detransferencia H(z) e simplesmente dada por H(ejω) para todoω ∈ R. Isto exige que todos os pontos do cırculo unitario doplano complexo estejam no domınio de H(z), isto e

z = ejω ∈ D(H) , ∀ ω ∈ R

Desta forma, devemos nos restringir ao calculo da respostaem frequencia apenas para sistemas assintoticamente estaveis.Para esta classe de sistemas, o efeito das condicoes iniciaisdesaparece no decorrer do tempo pois H0(z) e H(z) tem osmesmos polos e portanto limk→+∞h0(k) = 0. A sua saıdatende a uma funcao que depende exclusivamente da entrada,denominada solucao de regime permanente.

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Capıtulo II - Fundamentos de Dinamica Discreta

Sistemas dinamicos lineares

Resposta em frequencia

Considerando a entrada g(k) = ejωk para k ≥ 0 temos comoresposta

y(z) = H0(z) + H(z)z

(z − ejω)

cuja decomposicao em fracoes parciais resulta em

y(z) = H0(z) + R(z) +H(ejω)z

(z − ejω)

onde R(z) denota os demais termos da decomposicao. Comoos polos de R(z) sao aqueles de H(z) tem-selimk→+∞r(k) = 0 de tal forma que para k suficientementegrande

y(k) ≈ H(ejω)ejωk := yperm(k)

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Capıtulo II - Fundamentos de Dinamica Discreta

Sistemas dinamicos lineares

Resposta em frequencia

Exemplo : A figura abaixo mostra yperm(kT ) e a respostay(kT ) com T = 0.05 [s] a partir de condicoes iniciais nulas,de uma suspensao

H(z) =0.3596z − 0.1481

z2 − 1.529z + 0.7408, g(k) = (1/4)sen(10(kT ))

0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4 1.6 1.8 2

−0.6

−0.4

−0.2

0

0.2

0.4

0.6

kT

Observe que ambas coincidem so apos um certo tempo.60 / 80

Capıtulo II - Fundamentos de Dinamica Discreta

Sistemas dinamicos lineares

Resposta em frequencia

A resposta em frequencia de um sistema a tempo discretotambem pode ser representada graficamente atraves dosDiagramas de Bode de Modulo e de Fase, definidosrespectivamente por

A(ω)dB × log(ω) , ∀ ω ∈ (0, π)

φ(ω) × log(ω) , ∀ ω ∈ (0, π)

onde A(ω)dB e o modulo de H(ejω) expresso em decibeis eφ(ω) e a fase de H(ejω) expressa em graus ou radianos.

Fato (Periodicidade)

A funcao z = ejω e periodica com perıodo 2π. O mesmo ocorre

com H(ejω). Como H(e−jω) = H(ejω)∗, basta representa-la em

meio perıodo.

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Capıtulo II - Fundamentos de Dinamica Discreta

Sistemas dinamicos lineares

Resposta em frequencia

Os diagramas de Bode sao calculados numericamente semgrandes dificuldades. Diferentemente do caso contınuo, por setratar de funcoes periodicas, eles nao admitem assıntotaslineares. Para contornar esta dificuldade notamos que aigualdade

ejω =1 + s

1 − s

∣∣∣∣s=jtan(ω/2)

, ∀ ω ∈ (0, π)

permite determinar o valor de ejω atraves de uma fracaoracional calculada em s = jw onde

w = tan(ω/2) ∈ (0,+∞)

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Capıtulo II - Fundamentos de Dinamica Discreta

Sistemas dinamicos lineares

Resposta em frequencia

A partir da funcao de transferencia H(z) podemos determinara funcao de transferencia modificada

Hmod(s) = H

(1 + s

1 − s

)

que e racional sempre que H(z) for racional. Construindo osdiagramas de Bode (inclusive os assintoticos) para Hmod(jw)com w ∈ (0,+∞) da maneira como tratamos os sistemas atempo contınuo, obtemos H(ejω) para

ω = 2arctan(w)

pois w ∈ (0,+∞) fornece ω ∈ (0, π).

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Capıtulo II - Fundamentos de Dinamica Discreta

Sistemas dinamicos lineares

Resposta em frequencia

A transformacao

z =1 + s

1 − s

e denominada bilinear. Ela mapeia todos os pontos dosemiplano Re(s) < 0 em todos os pontos do cırculo unitario|z | < 1 e vice-versa.

Como consequencia :

Sistemas discretos estaveis sao mapeados em sistemascontınuos estaveis e vice-versa.

Hmod(s)︸ ︷︷ ︸

Re(s)<0

⇐⇒ H(z)︸ ︷︷ ︸

|z|<1

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Capıtulo II - Fundamentos de Dinamica Discreta

Sistemas dinamicos lineares

Resposta em frequencia

Uma maneira de calcular Hmod(s) e fatorar H(z) na forma

H(z) = KΠm

i=1(z − qi )

Πni=1(z − pi )

e por substituicao obtemos

Hmod(s) = KΠm

i=1((1 + qi )s + (1 − qi ))

Πni=1((1 + pi )s + (1 − pi ))

︸ ︷︷ ︸

I

(1 − s)n−m

︸ ︷︷ ︸

II

onde notamos que Hmod(s) e sempre propria.

A parte I e de fase mınima desde que H(z) tambem seja.Os diagramas de Bode da parte II sao bastante simples deserem obtidos. O modulo e igual ao de (1 + s)n−m e a fasetem sinal contrario.

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Capıtulo II - Fundamentos de Dinamica Discreta

Sistemas dinamicos lineares

Exemplo

Abaixo vemos os diagramas de Bode para

H(z) =z − 0.5

(z + 0.5)2

Bode Diagram

Pha

se (

deg)

Mag

nitu

de (

dB)

10−1

100

−180

−135

−90

−45

0

45

System: H Frequency (rad/sec): 2

Phase (deg): −34.4

−20

−15

−10

−5

0

5

10

15

20

System: H Frequency (rad/sec): 2

Magnitude (dB): 3.82

ω [rad/s]

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Capıtulo II - Fundamentos de Dinamica Discreta

Sistemas dinamicos lineares

Exemplo

Abaixo vemos os diagramas de Bode para

Hmod(s) =1.5s + 0.5

0.25s2 + 1.5s + 2.25(1 − s)

Bode Diagram

Pha

se (

deg)

Mag

nitu

de (

dB)

−20

−15

−10

−5

0

5

10

15

20

System: Hmod Frequency (rad/sec): 1.56 Magnitude (dB): 3.83

10−2

10−1

100

101

102

−180

−135

−90

−45

0

45

System: Hmod Frequency (rad/sec): 1.56 Phase (deg): −34.5

w [rad/s]

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Capıtulo II - Fundamentos de Dinamica Discreta

Sistemas dinamicos lineares

Exemplo

Nas figuras anteriores colocamos em evidencia os valores demagnitude e de fase obtidos com a transformacao bilinearatraves da relacao

ω = 2 [rad/s] ⇐⇒ w = tan(1) = 1.56 [rad/s]

Os seguintes pontos sao importantes :

Para Hmod(s) as assıntotas podem ser calculadas. Observe quea sua resposta em frequencia e calculada para s = jw onde,como e usual no caso contınuo no tempo, w ∈ (0, +∞).Se H(z) for uma funcao de fase mınima, o mesmo se dara comHmod(s) desde que n = m. Nos demais casos, Hmod(s) seraigual ao produto de uma funcao de fase mınima por(1 − s)n−m, fazendo com que n − m zeros ocorram em s = 1.Este termo adicional deve ser manipulado com o devidocuidado.

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Capıtulo II - Fundamentos de Dinamica Discreta

Discretizacao

Funcao de transferencia pulsada

O objetivo central e representar, mesmo queaproximadamente, um sistema a tempo contınuo atraves deum sistema a tempo discreto. Isto e conseguido com umaoperacao denominada discretizacao. Seja f (t) uma funcaodefinida para todo t ≥ 0 e um escalar T > 0.

Dada f (t), os valores f (kT ) para todo k ∈ N sao denominadosamostras e T e denominado perıodo de amostragem.Dada a sequencia f (kT ) podemos determinar f (t) atraves dealguma aproximacao. A mais evidente e

f (t) ≈ f0(t) := f (kT ) , ∀ kT ≤ t < (k + 1)T

O erro entre f (t) e f0(t) pode ser controlado a partir daescolha adequada de T > 0.

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Capıtulo II - Fundamentos de Dinamica Discreta

Discretizacao

Funcao de transferencia pulsada

A transformada de Laplace de f0(t) e

f0(s) =∞∑

k=0

f (kT )

∫ (k+1)T

kT

e−stdt

=1 − e−Ts

s︸ ︷︷ ︸

S0(s)

∞∑

k=0

f (kT )e−kTs

︸ ︷︷ ︸

f∗(s)

onde :O dispositivo com funcao de transferencia S0(s) e denominadosegurador de ordem zero - SOZ =⇒ s0(t) = υ(t) − υ(t − T ).A transformada f∗(s) define a funcao amostrada ideal

f∗(t) =

∞∑

k=0

f (kT )δ(t − kT )

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Capıtulo II - Fundamentos de Dinamica Discreta

Discretizacao

Funcao de transferencia pulsada

O amostrador ideal e ilustrado atraves do seguinte diagramade blocos

f (t) f∗(t)

[T ]

Deve ser observado o aparecimento, em t = kT , de umimpulso com intensidade f (kT ). E claro que f∗(t) so contemas informacoes a respeito de f (t) nos instantes deamostragem t = kT para todo k ∈ N.

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Capıtulo II - Fundamentos de Dinamica Discreta

Discretizacao

Funcao de transferencia pulsada

O segurador de ordem zero e ilustrado atraves do seguintediagrama de blocos

f0(t)f∗(t)

SOZ

O SOZ apenas completa com o valor constante f (kT ) todo ointervalo de tempo entre duas amostras sucessivas. Para T

pequeno (muitas amostras por unidade de tempo), o erroentre f (t) e f0(t) tende a ser tambem pequeno.

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Capıtulo II - Fundamentos de Dinamica Discreta

Discretizacao

Funcao de transferencia pulsada

A resposta em frequencia do segurador de ordem zero e

S0(jω) = T sinc

(ωT

2

)

e−jωT/2

A figura abaixo mostra o modulo e a fase de S0(jω) emescalas lineares para T = 2 [s].

−15 −10 −5 0 5 10 150

0.5

1

1.5

2

2.5

3

−15 −10 −5 0 5 10 15−200

−100

0

100

200

ω [rad/s]

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Capıtulo II - Fundamentos de Dinamica Discreta

Discretizacao

Funcao de transferencia pulsada

Considere um sistema contınuo no tempo com resposta aoimpulso h(t) = L−1(H(s)) definida para todo t ≥ 0. Parauma entrada g(t) qualquer obtemos a saıda h(t) ∗ g(t). Sesubstituirmos g(t) por g∗(t) temos

y(t) = h(t) ∗

(∞∑

i=0

g(iT )δ(t − iT )

)

=∞∑

k=0

g(iT )h(t − iT )

que leva a

y(kT ) =

∞∑

k=0

g(iT )h(kT − iT )

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Capıtulo II - Fundamentos de Dinamica Discreta

Discretizacao

Funcao de transferencia pulsada

Ou, de forma equivalente

y(kT ) = h(kT ) • g(kT ) ⇐⇒ y(z) = H(z)g (z)

ondeH(z) := Z(h(kT ))

a transformada Z da sequencia formada pelas amostras daresposta ao impulso do sistema e denominada funcao detransferencia pulsada. Observe que as amostras da entradag(kT ) permitem determinar a transformada g(z) a qual,multiplicada pela funcao de transferencia pulsada, fornece atransformada das amostras da saıda.

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Capıtulo II - Fundamentos de Dinamica Discreta

Discretizacao

Funcao de transferencia pulsada

Em varias situacoes praticas e importante fazermos oscalculos anteriores mas para a entrada g0(t) no lugar deg∗(t). Isto se deve ao fato ja mencionado de que g0(t) podese aproximar arbitrariamente de g(t) por uma escolhaconveniente do perıodo de amostragem. Notando que

y(t) = h(t) ∗ g0(t)

= h(t) ∗ (s(t) ∗ g∗(t))

= r(t) ∗ g∗(t)

obtemos y(z) = R(z)g(z) onde R(z) = Z(r(kT )) e

r(t) = h(t) ∗ s(t) ⇐⇒ r(s) =

(H(s)

s

)

− e−sT

(H(s)

s

)

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Capıtulo II - Fundamentos de Dinamica Discreta

Discretizacao

Funcao de transferencia pulsada

Os mesmos calculos anteriores podem ser realizados a partirda representacao de estado

x(t) = Ax(t) + Bg0(t) , x(0) = x0

y(t) = Cx(t) + Dg0(t)

Com a notacao simplificada x(k) := x(t)|t=kT temos

x(k + 1) = eA(k+1)T x0 +

∫ (k+1)T

0eA((k+1)T−τ)Bg0(τ)dτ

= eAT x(k) +

∫ (k+1)T

kT

eA((k+1)T−τ)Bg0(τ)dτ

= eAT x(k) +

(∫ T

0eAξBdξ

)

g(k)

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Capıtulo II - Fundamentos de Dinamica Discreta

Discretizacao

Funcao de transferencia pulsada

A representacao de estado da funcao de transferencia pulsadae expressa na forma

x(k + 1) = Fx(k) + Jg(k) , x(0) = x0

y(k) = Cx(k) + Dg(k)

onde as matrizes indicadas sao dadas por

F = eAT , J =

∫ T

0eAξBdξ

Felizmente estas matrizes podem ser calculadas de maneirabastante eficiente a partir da relacao

Γ :=

[A B

0 0

]

=⇒ eΓT =

[F J

0 1

]

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Capıtulo II - Fundamentos de Dinamica Discreta

Discretizacao

Exemplo

Abaixo mostramos a funcao de transferencia pulsada com umSOZ na entrada, perıodo de amostragem T = 0.15 [s] para

H(s) =15s2 + 16s + 6

s4 + 7s3 + 15s2 + 16s + 6

0 1 2 3 4 5 6 7−0.2

0

0.2

0.4

0.6

0.8

1

1.2

1.4

t, kT [s]

g(t) = υ(t)

g(t) = e−t

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Discretizacao

Funcao de transferencia pulsada

A resposta em frequencia da funcao de transferencia pulsada eobtida a partir da entrada g(t) = ejωt com t ≥ 0. Asamostras, colhidas com perıodo T > 0, permitem calcular

g(kT ) = ejkωT =⇒ g(z) =z

z − ejωT

e portanto

yperm(kT ) = H(ejωT )ejkωT , ∀ k ∈ N

torna aparente que e relevante representar a funcao detransferencia pulsada H(z) para z = ejωT com ω ∈ (0, π/T ).Neste caso, a transformacao bilinear se aplica com a ligeiramodificacao w = tan(ωT/2).

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