análise fitoquímica e avaliação da atividade antiproliferativa de...
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XXIV SIMPÓSIO DE PLANTAS MEDICINAIS DO BRASIL
Belo Horizonte – MG – 21 a 24/09/2016
Análise fitoquímica e avaliação da atividade antiproliferativa de Pereskia
aculeata Mill. sob células de carcinoma hepatocelular humano Andressa Ribeiro Vicentini1,* (PG), Ruan Maloni Teixeira (PG), Francisco de Paula Careta (PQ),
Juliana Aparecida Severi (PQ)
UFES- Universidade Federal do ES, Centro de Ciências Exatas, Naturais e da Saúde, CCENS-UFES, Departamento
de Farmácia e Nutrição, Alto Universitário, s/nº, Bairro Guararema, Alegre – ES, CEP 29500-000, e-mail1:
Palavras Chave: Pereskia, antiproliferativa.
Introdução
Pereskia aculeata Mill., conhecida como Ora-pro-nobis, é empregada na medicina popular para o tratamento de queimaduras, como cicatrizante, anti-inflamatório e até mesmo contra o câncer1. Segundo a literatura, espécies do gênero Pereskia já demonstraram atividades como antioxidantes e citotóxica em estudos realizados in vitro2,3. Dentre os variados tipos de câncer já conhecidos, o hepatocarcinoma (CHC) é uma das doenças de maior preocupação em países do mundo todo. Anualmente, são diagnosticados mais de meio milhão de pacientes com CHC, com uma taxa de sobrevivência abaixo de 12%4,5. Dessa maneira, este trabalho teve por objetivo avaliar a composição química, farmacognóstica e atividade antiproliferativa do extrato alcoólico das folhas e suas frações sob células de hepatocarcinoma da linhagem celular HepG2, a fim de contribuir com a caracterização desta espécie, bem como identificar possíveis compostos bioativos úteis ao tratamento do CHC.
Resultados e Discussão
As folhas de P. aculeata foram coletadas em Alegre-ES, secas em estufa de circulação forçada de ar e submetidas à extração por maceração em álcool etílico (1:2, p/v, 3 dias, 3 repetições). As soluções extrativas foram concentradas em rotaevaporador e o resíduo liofilizado, obtendo-se o extrato bruto (rendimento 7,96%). Uma alíquota foi utilizada para prospecção fitoquímica qualitativa, que demonstrou a presença de flavonóides, esteróides e saponinas. Além disso, ensaios farmacognósticos forneceram o teor de lipídios (3,22%), de proteínas (29,9%), de compostos fenólicos (63,8 mg de EAG-equivalente de ácido gálico por grama de extrato), teor de umidade (90,10%) e índice de intumescimento (348,9). Outra porção do extrato foi submetida à extração líquido-líquido, utilizando água e n-hexano, obtendo-se uma fração aquosa (rendimento 44,53%) e orgânica (rendimento 48,96%), respectivamente. A avaliação da atividade antiproliferativa foi realizada sobre células de câncer de fígado da linhagem HepG2, utilizando o extrato bruto e as frações provenientes da partição
nas concentrações de 15 a 500 g/mL. Os resultados de inibição mostraram uma redução superior a 50% da viabilidade celular na menor concentração testada (15,12 µg/mL) para ambas amostras, tanto extrato de folhas quanto suas frações.
Figura 1. Taxa de sobrevivência das células Hep G2
em comparação ao controle negativo.
Conclusões
O extrato de folhas de Pereskia se revelou fonte promissora para obtenção de compostos com atividade antiproliferativa sob linhagens de câncer de fígado HepG2. Neste sentido, a procura por novas opções terapêuticas para o tratamento do CHC é bastante relevante.
Agradecimentos
Agradecemos ao Centro de Ciências Exatas, Naturais e da Saúde CCENS-UFES e a FAPES.
Referências
1MERCÊ A.L.R., et al. Complexes of arabinogalactan of Pereskia
aculeata and Co2+, Cu2+, Mn2+, and Ni2+. Bioresource
Technology. v. 76, n. 1, p. 29–37, 2001.
2PINTO N. C. C.; et al. Cytotoxic and antioxidant activity of Pereskia
aculeata Miller. Pharmacologyonline. v. 3, p. 63–69, 2012.
3GUILHON C. C.; et al. Evaluation of antinociceptive activity of
Pereskia bleo Kunth. Planta Medica. v. 78, p. 1098, 2012.
4GOMES M. A., et al. Carcinoma hepatocelular: epidemiologia,
biologia, diagnóstico e terapias. Revista da associação médica
Brasileira. v. 59, n. 5, p. 514–524,2013.
5JEMAL A., et al. Global cancer statistics. CA: A Cancer Journal for
Clinicians. v. 61, n. 2, p. 69–90, 2011.