analise financeira dc ailton trevisan 2610 · 2015-10-21 · o patrimônio é estudado em seus...

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Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo Tel. (11) 3824-5400 – opções 2 ou 3 (núcleo de relacionamento) Email: [email protected] | web: www.crcsp.org.br Rua Rosa e Silva, 60 | Higienópolis 01230 909 | São Paulo SP Presidente: Claudio Avelino Mac-Knight Filippi Gestão 2014-2015 Palestra Analise Financeira das Demonstrações Contábeis na Prática Elaborado por: Ailton Fernando de Souza O conteúdo desta apostila é de inteira responsabilidade do autor (a). A reprodução total ou parcial, bem como a reprodução de apostilas a partir desta obra intelectual, de qualquer forma ou por qualquer meio eletrônico ou mecânico, inclusive através de processos xerográficos, de fotocópias e de gravação, somente poderá ocorrer com a permissão expressa do seu Autor (Lei n.º 9610/1998). TODOS OS DIREITOS RESERVADOS: É PROIBIDA A REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTA APOSTILA, DE QUALQUER FORMA OU POR QUALQUER MEIO. CÓDIGO PENAL BRASILEIRO ARTIGO 184. Outubro 2015 Apoio:

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Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo Tel. (11) 3824-5400 – opções 2 ou 3 (núcleo de relacionamento) Email: [email protected] | web: www.crcsp.org.br Rua Rosa e Silva, 60 | Higienópolis 01230 909 | São Paulo SP Presidente: Claudio Avelino Mac-Knight Filippi Gestão 2014-2015

Palestra

Analise Financeira das Demonstrações

Contábeis na Prática

Elaborado por:

Ailton Fernando de Souza

O conteúdo desta apostila é de inteira

responsabilidade do autor (a).

A reprodução total ou parcial, bem como a reprodução de apostilas a partir desta obra intelectual, de qualquer forma ou por qualquer meio eletrônico ou mecânico, inclusive através de processos xerográficos, de fotocópias e de gravação, somente poderá ocorrer com a permissão expressa do seu Autor (Lei n.º 9610/1998). TODOS OS DIREITOS RESERVADOS: É PROIBIDA A REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTA APOSTILA, DE QUALQUER FORMA OU POR QUALQUER MEIO. CÓDIGO PENAL BRASILEIRO ARTIGO 184.

Outubro 2015

Apoio:

CRC SP ‐Material exclusivo para uso nas atividades promovidas por este Regional.

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Conteúdo:

• Definição, função e objetivos da contabilidade

• Principais usuários da informação contábil;

• Relevância da informação para tomada de decisão;

• Cuidado no processamento para a geração de informações dequalidades e de acordo com a realidade; estrutura e objetivo dasprincipais demonstrações financeiras;

• Características qualitativas de informação em demonstraçõescontábeis.

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Definição Contabilidade é a ciência que tem por objetivo o estudo das variaçõesquantitativas e qualitativas ocorridas no patrimônio (conjunto de bens,direitos e obrigações) das entidades (qualquer pessoa física ou jurídica quepossui um patrimônio).

Através dela é fornecido o máximo de informações úteis para as tomadas dedecisões, tanto dentro quanto fora da empresa, estudando, registrando econtrolando o patrimônio.

Em resumo, a Contabilidade abrange um conjunto de técnicas para controlar opatrimônio das organizações mediante a aplicação do seu grupo de princípios,técnicas, normas e procedimentos próprios, medindo, interpretando einformando os fatos contábeis aos donos das empresas.

Todas as movimentações existentes no patrimônio de uma entidade sãoregistradas pela Contabilidade, que resume os fatos em forma de relatórios eentrega‐os aos interessados em saber como está indo a situação da empresa.

Definição

Patrimônio é o conjunto de bens, direitos e obrigaçõesvinculado a uma pessoa ou a uma entidade. É o objeto deestudo da contabilidade.

Abrange tudo aquilo que a pessoa tem (bens e direitos) etudo aquilo que a pessoa deve (obrigações). Do ponto devista contábil, são considerados apenas os bens, direitos eobrigações que podem ser avaliados em moeda.

Os bens e direitos constituem a parte positiva do Patrimônio,chamada Ativo.

As obrigações representam a parte negativa do Patrimônio,chamada Passivo.

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Definição

BensSão bens tudo o que possui valor econômico e que pode ser convertidoem dinheiro, sendo utilizado na realização do objetivo principal de seuproprietário. São as coisas úteis, capazes de satisfazer as necessidades daspessoas e das empresas. Os bens classificam‐se em: Bens Móveis, BensImóveis, Bens Tangíveis e Bens Intangíveis. Os bens fazem partedo ATIVO (patrimônio bruto).

Bens MóveisSão móveis os bens passíveis de remoção sem dano, seja por força própriaou por força alheia. Ou seja, objetos concretos, palpáveis, físicos, que nãosão fixos ao solo. Ex.: dinheiro, veículos, móveis, utensílios, máquinas,estoques, animais (que possuem movimentos próprios, semoventes), etc.

Definição

Bens ImóveisSão imóveis os bens que não podem ser retirados de seu lugar natural (solo e subsolo)sem destruição ou dano, ou seja, aqueles que, para serem deslocados, terão de sertotal ou parcialmente destruídos (pois são fixos ao solo). Ex.: árvores, edifícios,terrenos, construções, etc.

Bens TangíveisTambém chamados de bens corpóreos e bens materiais, são tangíveis os bens queconstituem uma forma física, bens concretos, que podem ser tocados. Ex.: veículos,terrenos, dinheiro, móveis e utensílios, estoques, etc.

Bens IntangíveisTambém chamados de bens incorpóreos e bens imateriais, são intangíveis os bens quenão constituem uma realidade física e que não podem ser tocados. Ex.: nomecomercial (marca), patente de invenção, ponto comercial, o domínio de internet, etc.

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Definição

Direitos

São os recursos que a empresa tem a receber e que gerarãobenefícios presentes ou futuros. É o poder de exigir alguma coisa.Pode ser, por exemplo, o valor que uma empresa receberá decorrentede uma venda a prazo. O comprador já levou a mercadoria, porémainda não pagou, então a empresa tem o direito de receber o valorcorrespondente. Fazem parte do ATIVO (patrimônio bruto).

Exemplos de direitos: duplicatas a receber, salários a receber, aluguéisa receber, contas a receber, títulos a receber, etc.

Definição

Obrigações

São dívidas, valores a serem pagos a terceiros (empresa ou pessoa física). Fazemparte do PASSIVO.

Quando se compra um bem a prazo, ele integra‐se ao patrimônio a partir domomento que o fornecedor o entrega. Como foi uma venda a prazo, a empresapassa a ter uma obrigação com o fornecedor, representada por uma conta apagar equivalente ao preço do bem. Assim como aumenta de um lado o Ativo(bem) da empresa, de outro lado aumenta o Passivo (obrigação) da empresa.

Exemplos de Obrigações: salários a pagar, aluguéis a pagar, contas a pagar,Fornecedores ou Duplicatas a pagar (referente a compra de mercadorias aprazo), impostos a pagar (ou impostos a recolher), etc.

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Definição

Patrimônio Líquido (PL)

A Situação Patrimonial Líquida também faz parte do PASSIVO (obrigações),mas contém uma natureza especial, onde também fazem parte dasobrigações os direitos dos acionistas, sócios ou titular da empresa individualem relação ao patrimônio da pessoa jurídica.Representa aquilo que, de fato, a pessoa tem. Isto é, sua riqueza efetiva, oque lhe sobra depois de pagar todas as suas dívidas.

O Patrimônio Líquido é a diferença entre os valores do ativo (+) e do passivo(‐) de uma entidade em determinado momento, ou seja, se a empresa temum Ativo (bens + direitos) de R$100.000,00 e um Passivo (obrigações) deR$40.000,00, o Patrimônio Líquido dessa entidade será de R$60.000,00.

Definição

O PL também figura no lado do Passivo em virtude de o capital,reservas, etc., pertencerem aos proprietários da empresa (sócios,acionistas) e não deixa de ser uma obrigação da empresa pessoajurídica para com os proprietários pessoa física.

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Função

As principais funções da Contabilidade são: registrar, organizar, demonstrar, analisar eacompanhar as modificações do patrimônio em virtude da atividade econômica ou socialque a empresa exerce no contexto econômico.

Registrar: todos os fatos que ocorrem e podem ser representados em valor monetário;

Organizar: um sistema de controle adequado à empresa;

Demonstrar: com base nos registros realizados, expor periodicamente por meio dedemonstrativos, a situação econômica, patrimonial e financeira da empresa;

Analisar: os demonstrativos podem ser analisados com a finalidade de apuração dosresultados obtidos pela empresa;

Acompanhar: a execução dos planos econômicos da empresa, prevendo os pagamentos aserem realizados, as quantias a serem recebidas de terceiros, e alertando para eventuaisproblemas.

Objetivo

O objeto é sempre o patrimônio de uma Entidade, definido como um conjunto debens, direitos e obrigações para com terceiros, pertencente a uma pessoa física, a umconjunto de pessoas, como ocorre sociedades informais, ou a uma sociedade ouinstituição de qualquer natureza, independentemente da sua finalidade, que pode, ounão, incluir lucro.

O patrimônio é estudado em seus aspectos qualitativos e quantitativos. Por aspectoqualitativo do patrimônio, entende‐se a natureza dos elementos que o compõem,como dinheiro, valores a receber, ou a pagar expressos em moeda, máquinas,estoques de materiais ou de mercadorias, etc. Essa delimitação qualitativa vai até ograu de particularização que permita a perfeita compreensão do componentepatrimonial.

Enquanto o atributo quantitativo refere‐se à expressão dos componentes patrimoniaisem valores, o que demanda que a Contabilidade assuma posição sobre o que seja“valor”, porquanto os conceitos sobre a matéria são extremamente variados

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Principais usuários da informação contábil

Há pelo menos um século a Contabilidade vem sendo utilizada como principalfonte de informação para gestão econômico‐financeira, onde é inegável aevolução da profissão contábil, sendo um profissional de destaque nos maisdiversos segmentos; responsável por transmitir uma gama de informações eelementos que servem como fonte segura e concreta para uma tomada dedecisão adequada sendo essa informação essencial para qualquer entidade.

O profissional contábil deve absorver organizar e processar dados quantitativose qualitativos de toda a organização, transformando‐os em informações úteis einteligíveis para seus usuários diversos sendo eles quotistas, acionistas,investidores, governos Municipais, Estaduais e Federais e seus órgãos eautarquias, estabelecimentos de créditos como bancos, clientes, fornecedores,funcionários e toda a sociedade que se utiliza da informação contábil.

Principais usuários da informação contábil

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Relevância da informação para tomada de decisão

O processo de tomada de decisão basicamente consiste em identificar,ordenar e destacar os principais pontos de recomendação dedeterminada empresa, apresentando‐os em relatório. Para isso, é precisoexpor o parecer em linguagem de fácil entendimento, possibilitando queo usuário da informação tome decisão com base nela.

Relevância da informação para tomada de decisão

A elaboração dessa análise não pode limitar‐se apenas a dadoscontábeis, pois ela deverá ser acompanhada e relacionada a flutuaçõeseconômicas e a outros fatores que deem subsídios para a tomada dedecisão adequada na organização. Dependendo do contexto dainformação gerada pelo analista, isso pode ocasionar consequênciaspositivas ou negativas.

Toda informação contábil de uma organização é alimentada pordocumentos, fatos e informações de origem interna e externa. Nele sãoclassificadas, analisadas e registradas as operações para posterioremissão de relatórios contábeis e gerenciais, demonstradas na figura aseguir:

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Relevância da informação para tomada de decisão

Relevância da informação para tomada de decisão

Para a correta análise das demonstrações de uma entidade, também éfundamental que as demonstrações tenham alto grau de qualidade,assim como o mínimo espaço de tempo entre sua elaboração e suaanálise, para que ocorra a menor variação possível, pois tal informação,sendo ela indevida ou desatualizada, pode resultar em uma análisetotalmente distorcida da real situação econômica da empresa. Com basenesses dados, o contabilista, o administrador ou o gestor da empresavão ter parâmetro para tomada de decisão, assim como bancos e outrasinstituições financeiras.

A análise financeira dá ao administrador e detentor da informaçãocondições de saber se o que foi planejado anteriormente atingiu a metaestabelecida e se há condições para tomadas de decisão futuras.

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Relevância da informação para tomada de decisão

Vale lembrar que a análise financeira é uma das tarefas mais difíceis ecomplexas entre as inúmeras do analista, por isso esse tipo detrabalho só se começa após o processamento contábil estardevidamente concluído, dentro dos princípios, parâmetros e normaspróprias da ciência contábil. Em outras palavras, após a conciliaçãoexecutada e os relatórios contábeis prontos, inicia‐se a análise, nãosendo essencial esperar o término do exercício para efetuá‐la.

O importante é levar em consideração o planejamento ou anecessidade da empresa e, para isso, a contabilidade do períododesejado deve ter sido encerrada e os relatórios necessáriosfinalizados.

Relevância da informação para tomada de decisão

Para um bom resultado, é fundamental seguir as seguintes etapas:

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Características qualitativas de informação em demonstrações contábeis

Compreensibilidade

A informação apresentada em demonstrações contábeis deve serapresentada de modo a torná‐la compreensível por usuários que têmconhecimento razoável de negócios e de atividades econômicas e decontabilidade, e a disposição de estudar a informação com razoáveldiligência. Entretanto, a necessidade por compreensibilidade nãopermite que informações relevantes sejam omitidas com ajustificativa que possam ser de entendimento difícil demais paraalguns usuários.

Características qualitativas de informação em demonstrações contábeis

Relevância

A informação fornecida em demonstrações contábeis deve ser

relevante para as necessidades de decisão dos usuários. A informação

tem a qualidade da relevância quando é capaz de influenciar as

decisões econômicas de usuários, ajudando‐os a avaliar

acontecimentos passados, presentes e futuros ou confirmando, ou

corrigindo, suas avaliações passadas.

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Características qualitativas de informação em demonstrações contábeis

Materialidade

A informação é material – e, portanto tem relevância – se suaomissão ou erro puder influenciar as decisões econômicas deusuários, tomadas com base nas demonstrações contábeis. Amaterialidade depende do tamanho do item ou imprecisão julgadanas circunstâncias de sua omissão ou erro. Entretanto, é inapropriadofazer, ou deixar sem corrigir, desvios insignificantes das práticascontábeis para se atingir determinada apresentação da posiçãopatrimonial e financeira (balanço patrimonial) da entidade, seudesempenho (resultado e resultado abrangente) ou fluxos de caixa.

Características qualitativas de informação em demonstrações contábeis

Confiabilidade

A informação fornecida nas demonstrações contábeis deve serconfiável. A informação é confiável quando está livre de desviosubstancial e viés, e representa adequadamente aquilo que tem apretensão de representar ou seria razoável de se esperar querepresentasse. Demonstrações contábeis não estão livres de viés (ouseja, não são neutras) se, por meio da seleção ou apresentação dainformação, elas são destinadas a influenciar uma decisão oujulgamento para alcançar um resultado ou desfecho pré‐determinado.

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Características qualitativas de informação em demonstrações contábeis

Primazia da essência sobre a forma

Transações e outros eventos e condições devem ser contabilizados e

apresentados de acordo com sua essência e não meramente sob sua

forma legal. Isso aumenta a confiabilidade das demonstrações

contábeis.

Características qualitativas de informação em demonstrações contábeis

Prudência

As incertezas que inevitavelmente cercam muitos eventos ecircunstâncias são reconhecidas pela divulgação de sua natureza eextensão e pelo exercício da prudência na elaboração dasdemonstrações contábeis. Prudência é a inclusão de certo grau deprecaução no exercício dos julgamentos necessários às estimativasexigidas de acordo com as condições de incerteza, no sentido de queativos ou receitas não sejam superestimados e que passivos oudespesas não sejam subestimados. Entretanto, o exercício daprudência não permite subvalorizar deliberadamente ativos oureceitas, ou a superavaliação deliberada de passivos ou despesas. Ouseja, a prudência não permite viés.

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Características qualitativas de informação em demonstrações contábeis

Integralidade

Para ser confiável, a informação constante das demonstrações

contábeis deve ser completa, dentro dos limites da materialidade e

custo. Uma omissão pode tornar a informação falsa ou torná‐la

enganosa e, portanto, não confiável e deficiente em termos de sua

relevância.

Características qualitativas de informação em demonstrações contábeis

Comparabilidade

Os usuários devem ser capazes de comparar as demonstrações contábeis daentidade ao longo do tempo, a fim de identificar tendências em sua posiçãopatrimonial e financeira e no seu desempenho. Os usuários devem,também, ser capazes de comparar as demonstrações contábeis dediferentes entidades para avaliar suas posições patrimoniais e financeiras,desempenhos e fluxos de caixa relativos. Assim, a mensuração e aapresentação dos efeitos financeiros de transações semelhantes e outroseventos e condições devem ser feitas de modo consistente pela entidade,ao longo dos diversos períodos, e também por entidadesdiferentes. Adicionalmente, os usuários devem ser informados das políticascontábeis empregadas na elaboração das demonstrações contábeis, e dequaisquer mudanças nessas políticas e dos efeitos dessas mudanças.

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Características qualitativas de informação em demonstrações contábeis

Tempestividade

Para ser relevante, a informação contábil deve ser capaz deinfluenciar as decisões econômicas dos usuários. Tempestividadeenvolve oferecer a informação dentro do tempo de execução dadecisão. Se houver atraso injustificado na divulgação da informação,ela pode perder sua relevância. A administração precisa ponderar danecessidade da elaboração dos relatórios em época oportuna, com anecessidade de oferecer informações confiáveis. Ao atingir‐se umequilíbrio entre relevância e confiabilidade, a principal consideraçãoserá como melhor satisfazer as necessidades dos usuários ao tomardecisões econômicas.

Características qualitativas de informação em demonstrações contábeis

Equilíbrio entre custo e benefício

Os benefícios derivados da informação devem exceder o custo de produzi‐la. A avaliaçãodos custos e benefícios é, em essência, um processo de julgamento. Além disso, oscustos não recaem necessariamente sobre aqueles usuários que usufruem dos benefíciose, frequentemente, os benefícios da informação são usufruídos por vasta gama deusuários externos.

A informação derivada das demonstrações contábeis auxilia fornecedores de capital atomar melhores decisões, o que resulta no funcionamento mais eficiente dos mercadosde capital e no menor custo de capital para a economia como um todo. Entidades,individualmente, também usufruem dos benefícios, incluindo melhor acesso aosmercados de capital, efeitos favoráveis nas relações públicas e, talvez, custos menores decapital. Os benefícios também podem incluir melhoria no processo de tomada dedecisões da administração, porque a informação financeira utilizada internamente éfrequentemente baseada, ao menos em parte, em informações elaboradas para ospropósitos de apresentar demonstrações contábeis para fins gerais.

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Principais Demonstrações

Balanço patrimonial (BP): estrutura e apresentação

Balanço patrimonial (BP) é a principal demonstração financeira

obrigatória por Lei, uma vez que mostra como está o patrimônio da

organização. O BP demonstra, de forma organizada, quais são e quanto

valem os bens, direitos e obrigações no aspecto qualitativo e

quantitativo, como mencionado a seguir.

Principais Demonstrações

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Principais Demonstrações

Continuação...

Principais Demonstrações

O BP é constituído de duas colunas: do lado direito é a do passivo; do ladoesquerdo, a do ativo. No passivo, são discriminadas as obrigações (dívidas)da empresa para com terceiros e, no ativo, compreendidos os bens edireitos.

De acordo com o Artigo 178 da Lei n. 6.404/76 (Lei das Sociedades porAções), classifica‐se o BP da seguinte forma:

Art. 178. No balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos dopatrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimentoe a análise da situação financeira da companhia.

§ 1º No ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau deliquidez dos elementos nelas registrados, nos seguintes grupos:

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Principais Demonstrações

I. ativo circulante; e(Incluído pela Lei n. 11.941, de 2009)

II. ativo não circulante, composto por ativo realizável a longo prazo,investimentos, imobilizado e intangível. (Incluído pela Lei n. 11.941, de2009)

§ 2º No passivo, as contas serão classificadas nos seguintes grupos:

I. passivo circulante. (Incluído pela Lei n. 11.941, de 2009)

II. passivo não circulante. (Incluído pela Lei n. 11.941, de 2009)

III. patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital,ajustes de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria eprejuízos acumulados. (Incluído pela Lei n. 11.941, de 2009).

Demonstração do resultado do exercício (DRE), Demonstração do resultadoabrangente (DRA) e Demonstração das mutações do patrimônio líquido (DMPL)

A demonstração do resultado do exercício (DRE) é a demonstração deforma organizada e sistematizada do resultado das atividades de umaorganização (com ou sem fins lucrativos), em determinado período ouexercício contábil. Resumem‐se as DREs nas diversas contas contábeis:

a) receitas brutas de vendas de produto e/ou mercadoria, da prestação deserviços e dos valores recebidos por doações; b) deduções das receitas; c)custo das mercadorias vendidas e dos serviços prestados; d) despesas; e)provisão para imposto de renda (IR), para contribuição social ou SimplesNacional; f) resultado (lucro ou prejuízo) após a provisão para IR,contribuição social ou Simples Nacional.

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Demonstração do resultado do exercício (DRE), Demonstração do resultadoabrangente (DRA) e Demonstração das mutações do patrimônio líquido (DMPL)

Importante salientar que a DRE, para a maioria das empresaslimitadas, ainda é o principal demonstrativo utilizado para apuração edistribuições de seus resultados positivos (lucros).

Algumas empresas constituídas sob a forma de sociedades anônimasou mesmo as sociedades de grande porte (aquelas com faturamentoacima de R$ 300.000.000 anuais) já utilizam o Lucro Antes dos Juros,Impostos, Depreciação e Amortização (Lajida) – em inglês: Earningsbefore interest, taxes, depreciation and amortization (Ebitda) – paradeterminação de bônus e premiação a serem pagas a seus dirigentespor metas e resultados auferidos.

Demonstração do resultado do exercício (DRE), Demonstração do resultadoabrangente (DRA) e Demonstração das mutações do patrimônio líquido (DMPL)

MODELO DA DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO

RECEITA OPERACIONAL BRUTAVendas de ProdutosVendas de MercadoriasPrestação de Serviços

(‐) DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA Devoluções de Vendas Abatimentos Impostos e Contribuições Incidentes sobre Vendas

= RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA

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Demonstração do resultado do exercício (DRE), Demonstração do resultadoabrangente (DRA) e Demonstração das mutações do patrimônio líquido (DMPL)

(‐) CUSTOS DAS VENDASCusto dos Produtos Vendidos Custo das MercadoriasCusto dos Serviços Prestados

= RESULTADO OPERACIONAL BRUTO

(‐) DESPESAS OPERACIONAIS Despesas Com Vendas Despesas Administrativas

(‐) DESPESAS FINANCEIRAS LÍQUIDASDespesas Financeiras(‐) Receitas FinanceirasVariações Monetárias e Cambiais Passivas(‐) Variações Monetárias e Cambiais Ativas

Demonstração do resultado do exercício (DRE), Demonstração do resultadoabrangente (DRA) e Demonstração das mutações do patrimônio líquido (DMPL)

OUTRAS RECEITAS E DESPESASResultado da Equivalência PatrimonialVenda de Bens e Direitos do Ativo Não Circulante

(‐) Custo da Venda de Bens e Direitos do Ativo Não Circulante

= RESULTADO OPERACIONAL ANTES DO IMPOSTO DE RENDA E DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL ESOBRE O LUCRO

(‐) Provisão para Imposto de Renda e Contribuição Social Sobre o Lucro

= LUCRO LÍQUIDO ANTES DAS PARTICIPAÇÕES

(‐) Debêntures, Empregados, Participações de Administradores, Partes Beneficiárias,Fundos de Assistência e Previdência para Empregados

(=) RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO

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Demonstração do resultado do exercício (DRE), Demonstração do resultadoabrangente (DRA) e Demonstração das mutações do patrimônio líquido (DMPL)

De acordo com o CPC 26, a DRA (“outros resultados abrangentes”) deve apresentar no mínimo:

a.     o total do resultado (do período)

b.  o total de outros resultados abrangentes

c.    o resultado abrangente do período, ou seja, o total do resultado e de outros resultados abrangentes.

Ainda, segundo o CPC 26, se a organização apresentar a demonstração do resultado separada da demonstração do resultado abrangente, não deverá, então, exibir a demonstração do resultado incluída na demonstração do resultado abrangente.

Demonstração do resultado do exercício (DRE), Demonstração do resultadoabrangente (DRA) e Demonstração das mutações do patrimônio líquido (DMPL)

De acordo com o CPC 26, a DRA (“outros resultados abrangentes”) deveapresentar no mínimo:

a. o total do resultado (do período)

b. o total de outros resultados abrangentes

c. o resultado abrangente do período, ou seja, o total do resultado e deoutros resultados abrangentes.

Ainda, segundo o CPC 26, se a organização apresentar a demonstração doresultado separada da demonstração do resultado abrangente, nãodeverá, então, exibir a demonstração do resultado incluída nademonstração do resultado abrangente.

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Demonstração do resultado do exercício (DRE), Demonstração do resultadoabrangente (DRA) e Demonstração das mutações do patrimônio líquido (DMPL)

(DMPL)

Com a função de evidenciar a movimentação de todas as contas dopatrimônio líquido ocorrida durante o exercício, inclusive aumento, redução,bem como a constituição e realização de reservas e a destinação dos lucros,essa demonstração tem fundamental importância para as organizações,especialmente para quem avalia seus investimentos em organizaçõescoligadas e controladas pelo Método da equivalência patrimonial.

A DMPL não é uma demonstração obrigatória, posto que o art. 186 da Lei n.6.404/76 somente exige a DLPA (Demonstração dos lucros ou prejuízosacumulados), no entanto, muitas companhias optam pela DMPL por ser maiscompleta

Demonstração do resultado do exercício (DRE), Demonstração do resultadoabrangente (DRA) e Demonstração das mutações do patrimônio líquido (DMPL)

Segundo a Lei n. 6.406/76, a DPLA deve discriminar:

I. o saldo do início do período, os ajustes de exercícios anteriores e a correçãomonetária do saldo inicial;

II. as reversões de reservas e o lucro líquido do exercício;

III. as transferências para reservas, os dividendos, a parcela dos lucrosincorporada ao capital e o saldo ao fim do período.

§ 1º Como ajustes de exercícios anteriores serão considerados apenas osdecorrentes de efeitos da mudança de critério contábil, ou da retificação de erroimputável a determinado exercício anterior, e que não possam ser atribuídos afatos subsequentes.

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Demonstração do resultado do exercício (DRE), Demonstração do resultadoabrangente (DRA) e Demonstração das mutações do patrimônio líquido (DMPL)

§ 2º A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados deverá indicaro montante do dividendo por ação do capital social e poderá serincluída na demonstração das mutações do patrimônio líquido, seelaborada e publicada pela companhia.

Exemplo simplificado de DMPL

Demonstração das Mutações do patrimônio líquido (DMPL) daempresa XYZ Ltda., inscrita no CNPJ XX.XXX.XXX/XXXX‐XX, encerradoem 31/12/X1 (em R$).

Demonstração do resultado do exercício (DRE), Demonstração do resultadoabrangente (DRA) e Demonstração das mutações do patrimônio líquido (DMPL)

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Demonstração do resultado do exercício (DRE), Demonstração do resultadoabrangente (DRA) e Demonstração das mutações do patrimônio líquido (DMPL)

Obs.

Importante notar que as somas da DMPL devem coincidir tanto nahorizontal quanto na vertical, e os totais refletem exatamente omontante do patrimônio líquido da entidade naquele ano calendário.O intuito é que o usuário da informação, pela leitura da DMPL, saibaexatamente como e quanto do patrimônio está sendo destinado, atémesmo porque essas destinações são deliberadas em assembleia edevem obedecer exatamente à sua decisão transcrita na respectivaata, ou mesmo no estatuto/contrato social.

Fluxo De Caixa

Métodos para a elaboração do fluxo de caixa

Existem duas maneiras de se elaborar o fluxo de caixa: a primeira denomina‐se métododireto e a segunda método indireto.

O método direto demonstra todos os pagamentos e recebimentos decorrentes daatividade operacional das empresas. Compras à vista: pagamento das duplicatasreferentes a compras a prazo e pagamento das despesas operacionais como salários,encargos e demais despesas administrativas (gerais e comerciais). Vendas à vista:recebimento das duplicatas por vendas a prazo e outros recebimentos provenientes dasatividades sociais da empresa.

O método indireto parte do resultado das operações sociais, isto é, o lucro líquido doperíodo, ajustado pelas despesas e receitas que não interferem diretamente no caixa ounas disponibilidades da entidade, tais como depreciações, amortizações e exaustões.O método direto, embora mais trabalhoso em virtude da quantidade de informações, émais simples e elucidativo que o indireto.

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Obs.

A legislação societária não determina o método que deverá ser

publicado. Entretanto, o pronunciamento do CPC 03 estabelece que,

caso a empresa opte pelo método direto, deve divulgar como

informação complementar o método indireto, consequentemente, a

maioria das empresas escolhe esse método.

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Vantagens do uso do fluxo de caixa como instrumento de controle gerencial

Entre os empresários e os responsáveis pelos departamentos de controladoria efinanças, é consenso geral que o entendimento do fluxo financeiro da empresa,notadamente para o usuário não familiarizado com a contabilidade, fica muito maisfácil por meio da DFC. Outras vantagens são citadas, como as elencadas a seguir, o quejustifica a implantação e o uso dessa ferramenta pela contabilidade gerencial:

• Permite a análise e o cálculo na seleção das linhas de crédito a serem obtidas junto àsinstituições financeiras, com certa antecedência;

• Possibilita a programação dos ingressos e os desembolsos de caixa, de formacriteriosa, o que permite a determinação do período em que deverá ocorrerinsuficiência ou sobras de recursos, havendo tempo suficiente para as medidasnecessárias quanto às fontes de financiamentos ou aplicações dos excessos financeiros;

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• Facilita a programação do planejamento dos desembolsos de acordo com asdisponibilidades de caixa, evitando‐se o acúmulo de compromissos vultuosos em épocade poucas disponibilidades;

• Proporciona o intercâmbio dos diversos departamentos da empresa com a tesourariacentral para melhor direcionamento das efetivas necessidades da área financeira;

• Desenvolve o hábito do uso eficiente e racional das disponibilidades;

• Permite o planejamento das aplicações de recursos para atender aos projetos deimplantação, expansão, modernização ou diversificação das atividades empresariais;

• Auxilia a análise dos valores a receber e a do montante em estoque, para que se julguea conveniência de aumentar ou diminuir o nível dessas aplicações;

• Facilita a análise das possibilidades de aplicar possíveis excedentes de caixa;

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• Possibilita o estudo de um programa saudável de empréstimos oufinanciamento, visando à diminuição dos gastos com encargos financeiros;

• Permite projetar um plano efetivo de resgate de débitos ou depagamentos de dividendos;

• Fornece uma visão abrangente da participação e integração de todas asatividades da empresa, facilitando os controles financeiros e a seleção dasalternativas que realmente criam valor para o acionista.

Estrutura da demonstração dos fluxos de caixa

Apresentamos a seguir a estrutura da DFC, comparando‐se os métodosdireto e indireto.

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