dalton trevisan final

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Dalton Dalton Trevisan Trevisan Clínica de Repouso O Vampiro de Curitiba

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Page 1: Dalton Trevisan FINAL

Dalton Dalton TrevisanTrevisan

Clínica de RepousoO Vampiro de

Curitiba

Page 2: Dalton Trevisan FINAL

Dalton Jérson TrevisanDalton Jérson Trevisan Nascido em 14 de junho de 1925, o

contista brasileiro contemporâneo costuma chamado de “Vampiro de Curitiba” remetendo ao título de um de seus livros.

Essa ligação é feita por ser tímido e arredio, além de fugir do assédio dos jornalistas e guardar sua

vida pessoal a sete chaves.

Foto: arquivo Cid Destefani

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Trevisan estreou na Trevisan estreou na literatura em 1945, quando literatura em 1945, quando ainda cursava Direito...ainda cursava Direito...

Entre 1946 e 1948, tornou-se conhecido como editor da revista literária Joaquim, que reuniu ensaios de críticos famosos, textos em prosa e poemas inéditos de autores brasileiros e do exterior.

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No mesmo período, continuou a escrever os seus contos, em geral ambientados na capital paranaense.

O conto foi praticamente o único gênero a que Trevisan se dedicou, pois além deles escreveu apenas um romance, A Polaquinha (1992).

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Em 1959, publicou Novelas Nada Exemplares, que lhe valeu o Prêmio Jabuti.

Em 1965, foi lançado O Vampiro de Curitiba.

Dez anos depois, seu livro Guerra Conjugal foi adaptado para o cinema.

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Em 1996, recebeu o Prêmio Ministério da Cultura de Literatura pelo conjunto de sua obra.

Com o livro Ah, é? , de 1994, o autor inaugura o miniconto contemporâneo brasileiro.

E no ano de 2003, dividiu com Bernardo Carvalho o 1º Prêmio Portugal Telecom de Literatura Brasileira, com o livro "Pico na Veia".

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Mas, Trevisan continua recusando a fama.

Cria uma atmosfera de suspense em torno de seu nome que o transforma num enigmático personagem.

Não cede o número do telefone, e não recebe visitas — nem mesmo de artistas consagrados.

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Clínica de Clínica de RepousoRepouso

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Análise do contoAnálise do contoPersonagens:

D. Candinha, a filha Maria e o namorado João;

Onde acontece: Curitiba. Na casa de D. Candinha e no Asilo Nossa Senhora da Luz.

Tempo: é seguida uma ordem cronológica

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Tema: ruptura dos padrões familiares

O Narrador demonstra que conhece os pensamentos e sentimentos das personagens;

Frases curtas, e uma linguagem direta.

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Também é possível notar uma inversão de papéis:

Quando Dona Candinha internada, a filha assume a casa;

E uma relação amorosa diferente: João é dez anos mais novo que Maria e sustentado por ela.

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Humor sutil e sádico: Ironia no título

Clínica como ambiente circense: Nome do médico “Alô” remete a palhaço.

Oprimidos x opressores:

D. Candinha e internas x Dr. Alô e funcionários da clínica.

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“No conto Clínica de repouso, a ideia de falta de sensibilidade, de miséria moral e de desamparo chega ao leitor quase sem adjetivos, através apenas de fatos concretos. O ambiente que recria é o da classe média suburbana. (...)

Em termos de solidão, raramente encontramos na literatura cena tão patética quando à do final dessa história.”

LADEIRA, Julieta de Godoy. Contos brasileiros contemporâneos. São Paulo: Moderna, 1994. p.17

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O vampiro O vampiro de de

CuritibaCuritiba

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Análise do contoAnálise do contoNarrativa em 1ª pessoa;

Narrador-protagonista

Fragmentação da linguagem;

Conto sem enredo aparente, estruturado em divagações e imagens;

Linguagem coloquial;

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Ridicularização de aspectos do cotidiano e de valores burgueses (pós-modernismo);

Ironia: nome da personagem em diminutivo: Nelsinho;

Tema: a peregrinação urbano-sexual de Nelsinho;

Local onde ocorre: Curitiba

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Subversão de valores: o anti-herói pede súplicas divinas para a concretização do pecado:

"Tem piedade, Senhor, são tantas, eu tão sozinho".

Intertextualidade bíblica: conto A noite da paixão

“Com susto descobriu que era banguela. Nem um dente entre os caninos superiores – terei de beber, ó Senhor, deste cálice?”

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“Nelsinho é um caçador implacável – por amor de todas as mulheres - um sedutor ávido, incorrigível, de reputação; de prestígio, auto-estima sexual. Segue a presa até a exaustão; quase sempre é bem sucedido. A interpretação para vampiro se reflete na dialética do perseguidor-perseguido, do devorador-devorado no jogo do desejo e da realização amorosa. O vampiro representa o apetite de viver o ato libidinoso, que renasce tão logo é saciado.”

http://www.procampus.com.br/vestibular/resumos/uespi2009/O%20VAMPIRO%20DE%20CURITIBA.pdf

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Temática e estiloTemática e estiloLinguagem: Econômica, minimalista; Fragmentação, elipses (“Ai, eu morro só de olhar

para ela, imagine então se.”); Coloquialismo; Metáforas, clichês (O coração de Nelsinho disparou

a mil por minuto); Termos vulgares, ironia e sarcasmo (grande cadela); Diminutivo para debochar e tirar proveito de

situações (casadinha, safadinha, taradinha, Nelsinho... ).

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• Temas recorrentes:Cotidiano nos centros urbanos;Relações conjugais e extraconjugais;Velhice;Solidão;Violência e crueldade;Sexo

* Repetição como recurso temático

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Personagens:Maria e João, personagens constantes de

Dalton Trevisan, são a alegoria da condição do homem na modernidade;

Estereótipos, caricaturas de pessoas comuns em constantes conflitos íntimos;

Vampiro – “O vampiro está ligado a todo um universo de sedução, erotismo e morte. O que tem interesse na narrativa trevisânica é justamente o fato de que esses elementos vão ser veiculados pelo vampiro para compor o molde da violência nas relações doméstico-familiares.”MAQUEA, Vera Lúcia da Rocha. O vampiro habita a linguagem: a narrativa de

Dalton Trevisan. UFPR, Paraná, 1999

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“Com um estilo enganosamente simples, assustadoramente natural, Dalton Trevisan, em cada uma dessas diretas mas sutis narrativas, fixa num único momento os pavores, paixões e angústias do homem.” Gregory Rabassa, Introduction

“A reação que se tem ao ler Trevisan é uma espécie de raiva. Raiva da perfeição da descrição do escritor, de sua absoluta invisibilidade moral, quando sabemos que ele deve estar espreitando, escondido atrás de seu estilo. Mas essa raiva, supõe-se, é exatamente o que Trevisan quer dos leitores.” Michael Wood, The New York Times Book Review

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(...) ele passou a cultivar uma espécie de estética do estupro e da elipse. Aos poucos, o que era estilo conciso se tornou uma nauseabunda repetição de situações estereotipadas – que muitos chamam de estilo. Sua concisão antiga degradou numa espécie de língua de índio, monossilábica e fetichista. Aquilo que era erotismo resulta agora em quase baixa pornografia. É uma pena ver como o célebre Salinger curitibano se converteu em uma caricatura da estética que sempre pregou, povoando seus contos de perversões sexuais hoje banalizadas e entediantes. (...) Dalton Trevisan devia virar blogueiro. Talvez ali pudesse cortar as palavras até chegar a um resultado melhor. (...) Dalton Trevisan é a imagem de um intelectual que se degradou e decaiu morando em uma cidade provinciana.

Luís Antônio Giron, editor da seção Mente Aberta, da revista Época

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BibliografiaBibliografia Um Estudo Temático nos Contos de

Dalton Trevisan: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/476-4.pdf

Os melhores contos brasileiros de todos os tempos Moreira Da costa, Flávio org. RJ Ediouro publicações 2009 p729

LADEIRA, Julieta de Godoy. Contos brasileiros contemporâneos. São Paulo: Moderna, 1994. p.17

http://www.osarmenios.com.br/2011/06/a-marginalidade-consagrada-de-dalton-trevisan/

http://www.procampus.com.br/vestibular/resumos/uespi2009/O%20VAMPIRO%20DE%20CURITIBA.pdf

http://revistaescola.abril.com.br/fundamental-2/dalton-trevisan-literatura-brasileira-biografia-634364.shtml

SPALDING, Marcelo. O Melhor de Dalton Trevisan. http://www.digestivocultural.com/ . 27 de março de 2008.

http://www.releituras.com/daltontrevisan_haicais.asp