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Pós – Graduação em Marketing Turístico Tema: Análise do Produto Saúde e Bem-Estar na Entidade Regional de Turismo do Centro de Portugal Cadeira: “Mercados Turísticos” Docente: Prof. Henrique Sanchez Discentes: Cláudia Vasconcellos - n.º 2009 59 35 Inês Turras - n.º 2009 66 64 Local: Campo Grande, Lisboa Data: 2010/06/07

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Pós – Graduação em Marketing Turístico Tema: Análise do Produto Saúde e Bem-Estar na Entidade Regional de Turismo do Centro de Portugal

Cadeira: “Mercados Turísticos”

Docente: Prof. Henrique Sanchez

Discentes: Cláudia Vasconcellos - n.º 2009 59 35 Inês Turras - n.º 2009 66 64

Local: Campo Grande, Lisboa Data: 2010/06/07

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LISTA DE ABREVIATURAS ART – Área da Região de Turismo DINKS - Double Income No Kids ERT – Entidade Regional de Turismo ERTC – Entidade Regional de Turismo do Centro IET – Instituto de Estudos Turísticos INE – Instituto Nacional de Estatística UNWTO – United Nation World Tourism Organization= =OMT – Organização Mundial do Turismo PEC – Plano de Estabilidade de Crescimento p.p – Pontos percentuais SPA – Solus Per Aqua

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ÍNDICE LISTA DE ABREVIATURAS ........................................................................................................................ 2 ÍNDICE DE FÍGURAS.................................................................................................................................... 5 ÍNDICE DE IMAGENS .................................................................................................................................. 7 1. RESUMO ..................................................................................................................................................... 8 2. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................... 8 3. METODOLOGIA DO TRABALHO......................................................................................................... 10 4.CARACTERIZAÇÃO DO MERCADO EMISSOR .................................................................................. 11 4.1. Impressão Digital .................................................................................................................................... 11 4.2. Avaliação da Situação Económica Espanhola ........................................................................................ 13 4.3.Quota de Portugal / Região de Turismo do Centro nas viagens ao Estrangeiro ...................................... 13 4.4. Estada Média em Portugal /Entidade Regional de Turismo do Centro de Portugal ............................... 14 4.5. Perfil Sócio-Demográfico ....................................................................................................................... 15 5. CARACTERIZAÇÃO DO MERCADO DE VIAGENS ........................................................................... 16 5.1. Evolução dos Fluxos Turísticos (2003-2008) ......................................................................................... 16 5.2. Principais Destinos turísticos do Mercado Emissor Espanhol ................................................................ 18 5.3. Sazonalidade das viagens ........................................................................................................................ 20 5.4. Organização da viagem ........................................................................................................................... 23 5.5. Motivo da Viagem .................................................................................................................................. 25 5.6. Grau de Satisfação e de Fidelidade ......................................................................................................... 26 5.7. Meio de Transporte utilizado .................................................................................................................. 27 5.8. Meio de Alojamento preferido e tipologia .............................................................................................. 28 5.9. Duração da viagem com análise de vários intervalos de tempo .............................................................. 30

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5.10. Despesa média por viagem e por noite ................................................................................................. 30 6. POSICIONAMENTO DA ERT DO CENTRO DE PORTUGAL COMO POTENCIAL DESTINO TURÍSTICO DE SAÚDE E BEM-ESTAR ................................................................................................... 32 6.1. Portugal - Impressão Digital ................................................................................................................... 32 6.2. ERT do Centro de Portugal ..................................................................................................................... 34 6.3. Caracterização do Hotel Palace Curia ..................................................................................................... 40 7. EVOLUÇÃO GERAL DO MERCADO.................................................................................................... 43 8. CONCLUSÃO ........................................................................................................................................... 45 9. GLOSSÁRIO ............................................................................................................................................. 47 10. BIBLIOGRAFIA ..................................................................................................................................... 49

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ÍNDICE DE FÍGURAS Figura 1 – Localização de Espanha .............................................................................................................................. 11 Figura 2 – Evolução demográfica espanhola ................................................................................................................ 11 Figura 3 - Evolução demográfica espanhola (1950-2020) ............................................................................................. 11 Figura 4 – Faixas Etárias da população espanhola ........................................................................................................ 12 Figura 5 – Aumento % das faixas etárias da população espanhola ............................................................................... 12 Figura 6 - Principais Indicadores Macroeconómicos Espanhóis ................................................................................... 12 Figura 7- Evolução da quota dos mercados externos vs. Mercados internos (%)………………..…………..………...13 Figura 8- Estada média em viagens de Outbound – Quota 2008 ................................................................................... 14 Figura 9- Quota da População Espanhola com férias ................................................................................................... 14 Figura 10 - População com férias outbound por grupo etário ....................................................................................... 15 Figura 11- Fluxos Turísticos – milhões de Viagens....................................................................................................... 16 Figura 12- Fluxos de Outbound – milhões de pessoas ................................................................................................... 16 Figura 13 - Principais destinos mundiais por macro região .......................................................................................... 17 Figura 14 – Evolução do crescimento dos destinos mundiais (milhares de pessoas) .................................................... 17 Figura 15- Receitas Internacionais de Turismo – Mercado Emissor Espanhol 2008 ..................................................... 18 Figura 16 TOP 12 Destinos estrangeiros do Mercado Emissor Espanhol .................................................................... 18 Figura 17– Estada média em viagens de Outbound – Quota de 2008 ............................................................................ 20 Figura 18 - Férias por Meses e por tipologia ................................................................................................................. 20 Figura 19 - Sazonalidade nas Dormidas – Quota 2008 ................................................................................................ 20 Figura 20- Sazonalidade das Viagens de Outbound – Quota 2008 ................................................................................ 21 Figura 21 – Sazonalidade da Procura do produto Saúde e Bem-Estar ........................................................................... 22 Figura 22 – Quota do turismo emissor no Produto saúde e bem-estar ........................................................................... 22 Figura 23- Viagens com destino ao estrangeiro, segundo formas de organização ........................................................ 23 Figura 24 – Viagens com destino ao estrangeiro, segundo planificação da viagem pela internet - 2008 ..................... 23 Figura 25 – Uso de internet por tipologias .................................................................................................................... 24 Figura 26– Tipo de Utilização da Internet por Estada média dos espanhóis em viagens de Outbound ...................... 24 Figura 27 - Viagens com destino ao estrangeiro segundo motivos (%) ........................................................................ 25 Figura 28 - Actividades durante as deslocações ao estrangeiro ..................................................................................... 25 Figura 29 – Fidelidade do Destino Turístico ................................................................................................................ 26 Figura 30 - Meio de transporte utilizado em 2008 ......................................................................................................... 27

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Figura 31 - Evolução de desembarques de Turistas espanhóis no Aeroporto Sá Carneiro, no Porto ........................... 27 Figura 32 – Evolução de Passageiros espanhóis desembarcados no Aeroporto Sá-Carneiro, Porto...............................27 Figura 33 – Tipo de alojamento utilizado para viagens ao estrangeiro .......................................................................... 28 Figura 34 – Duração da viagem ao estrangeiro por tipologia de alojamento ................................................................ 28 Figura 35 – Duração da viagem ao estrangeiro por tipologia de alojamento ................................................................. 29 Figura 36 – Estada média de Outbound ......................................................................................................................... 29 Figura 37- Gastos em Outbound (milhões US$) ............................................................................................................ 30 Figura 38 - Gasto médio por viagem de outbound (US$) ............................................................................................. 30 Figura 39 - Gastos em Outbound por sector – quotas 2008 .......................................................................................... 31 Figura 40 – Portugal continental ................................................................................................................................... 32 Figura 41 - Principais Indicadores Macroeconómicos de Portugal ............................................................................... 33 Figura 42 – Região de Turismo do Centro de Portugal ................................................................................................ 33 Figura 43 – Recursos Turísticos da ERTC (produto vs. Pólo de marca turística) ......................................................... 34 Figura 44- Alojamento com oferta do produto estratégico Saúde e Bem-Estar na ERTC ............................................ 36 Figura 45 – Estâncias termais na ERTC ........................................................................................................................ 36 Figura 46 – Animação complementar ao produto de saúde e bem-estar da ERTC ........................................................ 37 Figura 47 - Volume de dormidas na ERT do Centro de Portugal e evolução dos mercados externos - 2008 ............... 38 Figura 48 - Capacidade em camas por tipologias na ERT Centro ................................................................................. 38 Figura 49 - Proveitos / Hóspedes / Dormidas Globais realizadas na NUT II Centro ..................................................... 38 Figura 50- Pacotes turísticos existentes no Hotel Palace Curia .................................................................................... 40

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ÍNDICE DE IMAGENS

Imagem 1 – Fachada do Hotel Palace Curia ................................................................................................................. 39 Imagem 2 - Hotel Palace Curia – com vista para a piscina ........................................................................................... 39 Imagem 3 – Piscina de interior ..................................................................................................................................... 41 Imagem 4– Massagem a dois ......................................................................................................................................... 41 Imagem 5- Jacuzzi ........................................................................................................................................................ 41 Imagem 6 – Massagem de espuma................................................................................................................................. 41 Imagem 7 – Camas de água ........................................................................................................................................... 41 Imagem 8 – Massagem com pedras quentes ................................................................................................................. 41

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1. RESUMO Após o desenvolvimento do turismo organizado, a actividade turística sofreu grandes transformações. Na Europa dos séculos XVIII e XIX, o termalismo foi um grande movimento que consistia no fluxo de pessoas às estâncias balneárias com o objectivo de tratamento de enfermidades. Com a evolução e o passar dos anos, este conceito evoluiu para o que hoje conhecemos como Spas, estabelecimentos que combinam os serviços de saúde, estética, hotelaria e turismo. Este estudo teve como objectivo analisar a entidade da região de turismo do Centro de Portugal como potencial destino turístico para o produto Saúde e Bem-Estar, bem como estudar o principal mercado emissor para essa região, nomeadamente Espanha. Foi escolhido o Hotel Palace Curia para análise do produto Saúde e Bem-Estar numa perspectiva mais específica. Conclui-se que a ERT do Centro de Portugal tem potencial de crescimento para o produto Saúde e Bem-Estar apostando no turismo interno bem como no principal mercado emissor - Espanha contribuindo para o desenvolvimento sadio de uma procura crescente, através de serviços de qualidade, diferenciados e personalizados.

2. INTRODUÇÃO Com o desenvolvimento do turismo moderno ou organizado, a partir de meados do século XIX até início do século XX, existiram grandes transformações e o desenvolvimento da actividade turística como um grande negócio. Resultaram mudanças envolvendo novos hábitos de viagem, novos tipos de turistas, o florescimento e diversificação das empresas turísticas e a organização do sector (REJOWSKI, et al., 2002). Desde a Antiguidade muitas fontes de águas termais ou minerais eram utilizadas com frequência sem nenhuma prescrição. Um dos centros importantes de águas termais, foi o spa-Francorchamps, na Bélgica, que se tornou famoso pela afluência de ingleses no final do século XVIII. O sucesso foi tanto que a “água Spa” passou a designar todo tipo de água mineral e, em decorrência, Spa tornou-se sinónimo de estância termal. Podemos ainda destacar outros balneários importantes na Europa, no século XIX, que gozavam de uma clientela mais abastada: Vichy, em França; Marienbad, na República Tcheca, e Baden Baden, na Alemanha (KHATCHIKIAN, 2000). Hoje, os Spas possuem um novo sentido para a procura turística diversificada, pois são considerados sinónimos de lazer, combinados com prazer, saúde e bem-estar, sendo que a análise desta procura é um dos objectivos deste estudo. Com a complexidade do período pós-industrial, surgem novas tendências de mercado, ou seja, o Spa como equipamento de lazer torna-se um novo segmento no mercado turístico. Fica claro que o Spa não é mais visto como um lugar onde as pessoas buscam apenas saúde e tratamento de doenças, pois hoje há o que chamamos de turismo bariátrico, que consiste no fluxo de turistas que viajam em busca da beleza e da estética, ou seja, os Spas são procurados para outras finalidades.

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A crescente importância das actividades turísticas na economia portuguesa, para além de possuir um elevado significado macroeconómico, reflecte-se igualmente na atenção que tem vindo a ser dada à relevância regional destas actividades. De facto, cada vez mais as actividades do turismo e do lazer são colocadas como alternativas regionais aos problemas e bloqueios de sectores tradicionais das estruturas produtivas de diversas regiões do território nacional (SILVA e SILVA, 2003). O turismo de saúde e bem-estar é assumido como um dos sectores com maior capacidade para rentabilizar os recursos locais e dinamizar um conjunto de outras actividades que lhe são conexas. No entanto, o turismo português foi, desde sempre, promovido como um país de sol e mar e de praias de areia fina que existem em abundância no nosso país. Todo o desenvolvimento do turismo concentrou-se, principalmente, na exploração destes atractivos, em detrimento do turismo do interior e dos valores turísticos em que estas regiões são ricas: termalismo, cultura, gastronomia, paisagens, entre outros. Contudo, nos últimos anos, tem-se vindo a assistir a uma gradual mudança nas atitudes e comportamentos dos turistas, que associada a um maior investimento promocional de outros destinos turísticos vem conduzindo a uma maior procura destes destinos (FERNANDES, MONTE e CASTRO, 2003). Ao longo deste trabalho irão ser abordados vários pontos, destacando a caracterização do mercado emissor espanhol e caracterização do mercado de viagens, o posicionamento da ERT do Centro de Portugal como potencial destino turístico, a oferta de recursos turísticos na ERT do Centro de Portugal, algumas propostas de melhoria para atractividade no Hotel Palace Curia, de forma a aproveitamento de sinergias como também de projectar a ERTC para fora de portas e a evolução geral do Mercado. No capítulo 3, é abordado o tipo de metodologia de trabalho que foi adoptado para a realização deste estudo. No capítulo 4 é caracterizado o principal mercado emissor para a ERTC. Neste capítulo é feita uma impressão digital de Espanha (4.1), caracterização geográfica, demográfica e política. No subcapítulo 4.2. são analisados os principais indicadores económicos dos últimos anos de Espanha. No subcapítulo 4.3. é abordada a quota do mercado emissor espanhol para Portugal bem como para a ERT do Centro sendo que no subcapítulo 4.4. é descrito qual a estada média para Portugal. No último subcapítulo é analisado o perfil sócio-demográfico do mercado emissor espanhol para Portugal. Este subcapítulo também é deveras importante, pois permite-nos analisar qual o segmento que teremos que apostar no futuro para elevarmos o grau de satisfação bem como garantir a fidelização no produto de saúde e bem-estar. No capítulo 5 é caracterizado o Mercado de Viagens de Espanha. No subcapítulo 5.1. é feita uma análise á evolução dos fluxos de turistas. No subcapítulo 5.2. são caracterizados os principais destinos dos espanhóis, sendo que o subcapítulo seguinte é abordado a sazonalidade das viagens. No subcapítulo 5.4 é estudado a organização das viagens e a utilização da internet como ferramenta de pesquisa de informação turística, alojamentos, transportes ou em última instância como forma de pagamento da viagem. No subcapítulo 5.5. é analisado quais os motivos das viagens e no subcapítulo 5.6. é estudado qual o grau de satisfação e de fidelização do mercado de viagens. Nos subcapítulos 5.7. e 5.8 são estudos quais os tipos de transporte

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utilizados e qual o volume de desembarques pelos turistas espanhóis para o Aeroporto Sá-Carneiro. Aeroporto utilizado para deslocações de turistas para a ERT do Centro de Portugal. Também é estudado o tipo de voos utilizados, sendo que os voos low-cost estão a ganhar terreno na preferência dos turistas. Também são estudos os tipos de alojamento preferidos, sendo que os hotéis são os mais utilizados. No subcapítulo 5.9 é abordado a duração da viagem em intervalos de tempo e no subcapítulo final é analisado a despesa média realizada por viagem e por noite. O capítulo 6 é orientado para o posicionamento da ERT do Centro de Portugal como potencial destino turístico de Saúde e Bem-Estar. No subcapítulo 6.1 é feita uma impressão digital de Portugal, desde a caracterização política, geográfica, demográfica e uma avaliação da situação económica dos últimos anos em Portugal. No subcapítulo 6.2. é estudado a ERTC, sendo que no subcapítulo 6.2.1. contempla os vastos recursos turísticos existentes nesta ERTC. No subcapítulo seguinte é caracterizado o alojamento com o produto saúde e bem-estar incluído e também a potencial animação turística-cultural que possa complementar o produto em análise. A animação regular e de qualidade são essenciais para que o turista possa permanecer mais tempo num determinado local. No subcapítulo 6.3. é caracterizado a unidade escolhida por nós com a utilização do produto saúde e bem-estar, nomeadamente o Hotel Palace Curia. No capítulo 7 é feita uma análise à evolução geral do mercado, no capítulo seguinte é feita a conclusão deste estudo e nos capítulos 9 e 10 consta o glossário e a bibliografia. Ao longo deste trabalho, surgiram várias dificuldades para a realização deste estudo, no que concerne à pesquisa de dados estatísticos do mercado emissor espanhol referente a um só ano para uma comparação mais fidedigna. Por outro lado, as fontes sobre dados estatísticos eram inúmeras referentes a Espanha e Portugal, em contrapartida quando analisamos uma determinada entidade regional, nomeadamente a ERTC os dados são reduzidos. O mesmo se passa com dados referentes ao produto Saúde e Bem-Estar em Portugal, que são relativos a estudos realizados no ano de 2008 mas os dados em questão são referentes ao ano de 2004. Ao nível das ERT os dados sobre este produto são escassas ou inexistentes.

3. METODOLOGIA DO TRABALHO Para o desenvolvimento deste trabalho procedemos a pesquisas bibliográficas sobre o tema Spa, em livros, artigos, periódicos e páginas na internet, para que pudéssemos dar suporte às nossas interpretações e traçar o perfil da oferta e da procura do produto de saúde e bem-estar. Ao nível de indicadores estatísticos de Portugal e do mercado emissor espanhol procedemos a pesquisas no instituto de estatística de turismo espanhol, nomeadamente no IET - Familitur, instituto nacional de estatística de Portugal (INE), o site Impactur onde obtivemos dados relacionados com a região Centro de Portugal e documentos em pdf como o Turismo em 2008, Estudo do Mercado Emissor Espanhol 2008, Anuário de Estatística de 2008 entre outros.

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4.CARACTERIZAÇÃO DO MERCADO EMISSOR

4.1. Impressão Digital Os consumidores estrangeiros que mais procuram o turismo da ERTC provêm do mercado espanhol, pela sua proximidade e também pelas semelhanças de custos, língua e cultura. Espanha apresenta-se como o principal país de origem dos fluxos de turismo internacionais para a Região de Turismo de Centro, uma vez que foram registadas 253 mil dormidas provenientes de Espanha no ano de 2008. 4.1.1. Dados Políticos A designação oficial do principal mercado emissor da ERTC é Reino de Espanha, este tem como Chefe de Estado e Primeiro-Ministro o Rei Juan Carlos I e José Luiz Rodríguez Sapatero respectivamente. Este último é responsável pela nomeação do governo. O poder legislativo centra-se na Assembleia Nacional constituída pelo Senado, com 264 membros, e pelo Congresso de Deputados com 350 membros. A estrutura administrativa nacional divide-se em 17 comunidades autónomas e 2 cidades autónomas (Ceuta e Melilla). Desde 1 de Janeiro de 1999, e por pertencer à zona Euro, a unidade monetária em vigor é então o Euro (€). Por último resta dizer que o idioma oficial é o castelhano, existindo também o catalão, o basco e o galego. 4.1.2. Dados Geográficos Espanha localiza-se no Sudoeste europeu e apresenta uma superfície terrestre de 504.782 km2. Quanto à Figura 1 – Localização de Espanha fronteira terrestre apresenta 1.917,8 km, com Andorra (63,7), França

(623), Gibraltar (1,2), Portugal (1.214), Marrocos – Ceuta (6,3) e Melilla (9,6). Tendo Madrid como capital, este país é constituído em mais de metade por planaltos, a chamada ‘‘Meseta Central’‘ - possui altura média de 600 m, onde se destaca a Cordilheira Central. O clima é continental no interior, mediterrânico na costa leste, sul, ilhas Baleares, Ceuta e Melilla, e oceânico no norte. Os principais rios são: Tejo, Ebro, Douro, Guadiana, Guadalquivir e Minho (Minho).

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4.1.3. Dados Demográficos A população total de Espanha é de 40.549.000 habitantes, sendo que a densidade populacional é de 80,2 habitantes por Km2. A esperança média de vida é de cerca de 80 anos. Figura 2– Evolução demográfica espanhola Figura 3 - Evolução demográfica espanhola (1950-2020)

Anos N.º (milhares) VAR % 1950 28.063 1980 37.488 33,6 1990 39.351 5 2000 40.016 1,7 2005 40.341 0,8 2010 40.549 0,5 2020p 40.120 -1,1 Fonte: TURISMO DE PORTUGAL, 2008 Fonte: TURISMO DE PORTUGAL, 2008

Dos 40.549.000 habitantes, as duas faixas etárias mais numerosas são as dos 25-44 anos perfazendo os 32% e dos 45-64 anos (25,1%)

Figura 4 – Faixas Etárias da população espanhola Figura 5 – Aumento % das faixas etárias da população espanhola

Idade N.º

(milhões) < 10 4 10-24 6,1 25-44 13 45-64 10,2 65-79 5,2 > 80 2,1

Fonte: IET, FAMILITUR, 2008 Fonte: IET, FAMILITUR, 2008

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4.2. Avaliação da Situação Económica Espanhola Figura 6 - Principais Indicadores Macroeconómicos Espanhóis Indicadores Unidade 2006 2007 2008 2009 2010 População Milhões 44,7 45,2 45,5 45,8 45,9 Crescimento real do PIB (pc) VAR % 3,9 3,7 1,3 -1,7 0,2 Consumo privado (pc) VAR % 3,9 3,5 0,5 -2,4 0 Consumo público (pc) VAR % 4,6 4,9 5,2 5,3 3,8 Formação bruta de capital fixo (pc) VAR % 7,1 5,3 -1,8 -8,3 -3,2 Desemprego % 8,5 8,3 11,1 14,7 15,7 Inflacção % 3,5 2,8 4,4 1,6 1,4 Dívida Pública % do PIB 39,6 36,2 39,1 48,5 55,9 Saldo do Sector Público % do PIB 2,0 2,2 -3,3 -7,1 -1,6 Balança Corrente 10 9 USD 13,6 1,7 -27,5 -22,3 -5,9 Taxa de câmbio 1 USD=x€ 1,26 1,37 1,46 1,29 1,3 Fonte: IET, 2010 (adaptado) A taxa de crescimento do PIB, em 2007 era de 3,7% sendo que em 2008 é de 1,3%. Ao longo da última década, a Espanha registou taxas de crescimento acima da média europeia. O bom desempenho económico registou-se nas condições de vida da população, com as melhorias do rendimento disponível das famílias. Subsequentemente verificou-se um crescimento da procura por produtos e serviços de qualidade nomeadamente ao turismo. Porém, a vulnerabilidade do modelo de crescimento económico, baseando-se em grande parte no consumo interno e no crescimento do sector da construção bem como os riscos que o país começou a enfrentar com a subida do preço do petróleo e o agravamento do défice da balança comercial. Em 2008, o crescimento da economia espanhola evidenciou uma forte abrandamento, face à diminuição da procura interna e do investimento, assim como a subida gradual do desemprego que em 2008 registava 11,1% subindo 2,9% comparando com o ano de 2007 que registava 8,3%

4.3.Quota de Portugal / Região de Turismo do Centro nas viagens ao Estrangeiro

De acordo com os dados do Instituto de Estudos Turísticos (Familitur, 2008), Portugal surge em 2º lugar com 1,4 milhões de turistas representado um quota de 12,3%, facto para o qual contribui a proximidade geográfica entre Portugal e Espanha. Os turistas espanhóis preferem Portugal como destino cultural, de descanso e também de negócios.

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O mercado espanhol apresenta uma quota de 35% da procura externa para esta Região (11,5% da procura total, sendo que 63,5% provêm de turismo interno), com 253 mil dormidas registadas em 2008 é o principal mercado de origens dos fluxos internacionais para a ERTC de Portugal. Ao nível de dormidas do mercado emissor espanhol para a ERTC apresenta uma quota bastante relevante com 14%, mas com tendência para aumentar. Cresceu em relação ao ano de 2007 0,2 p.p

Figura 7- Evolução da quota dos mercados externos vs. Mercados internos (%)

Fonte: INE, 2009

4.4. Estada Média em Portugal /Entidade Regional de Turismo do Centro de Portugal

Na avaliação da estada média dos turistas espanhóis constata-se que a estada média do turista Espanhol em Portugal é de 2,4 dias no ano de 2008 (GEPEARI, 2009), sendo que para a ERTC os turistas espanhóis permanecem 2 dias. (INE, 2009). A estada média dos turistas de Espanha em destinos internacionais é, em 26,1% dos casos, de 8 a 15 dias, valor representativo da importância das férias principais. De salientar, ainda, a forte representatividade da estada média até 3 dias (20,2% dos casos), decorrente de negócios e dos short breaks, a par das estadas superiores a 15 dias, com 23,2% do total das viagens, em grande parte explicadas pelo turismo residencial, as estadas prolongadas e pelas visitas a familiares e amigos. Figura 8- Estada média em viagens de Outbound – Quota 2008

Fonte: IET, FAMILITUR, 2008

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Na Europa, a maioria das viagens realizadas em busca do produto Saúde e Bem-Estar (mais de 87%) tem uma duração média de 4 noites. Em Portugal, os dados relativos a este produto ainda são demasiado escassos.

4.5. Perfil Sócio-Demográfico O perfil de turista que procura o produto Saúde e Bem-Estar, e por isso seria o mais indicado como target para este mercado em Portugal, corresponde às características do Dinks. Normalmente quem procura este tipo de produto são casais com idade superior a 40 anos, com filhos já adultos, casais adultos sem filhos (Empty Nesters), pessoas com formação académica superior, com rendimentos elevados e que usualmente praticam desportos. Estes turistas têm normalmente já alguma experiência turística, têm por hábito viajar mais de uma vez por ano, têm preocupação com a saúde, média de gastos relativamente elevada, realizam tratamentos de SPA, wellness, médicos e de beleza e normalmente viajam para destinos doméstico e quando saiem do país vão para destinos próximos do local de residência e com bom clima. Figura 9- Quota da População Espanhola com férias

Fonte: TURISMO DE PORTUGAL, 2008

Da população residente em Espanha, 53,5% gozaram férias em 2008, no mercado interno e externo, valor que não é muito significativo. Figura 10 - População com férias outbound por grupo etário

Fonte: TURISMO DE PORTUGAL, 2009

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As faixas etárias com maior representatividade de turistas do mercado são as dos 35-44 anos, com 19,1%, 25-34 anos, com 17,4%, e 45-54 anos, com 14,5%, fruto de um maior rendimento disponível. Os turistas com mais de 65 anos foram responsáveis por 11,4% das viagens, valor que tende a aumentar (aumento da esperança média de vida, melhores condições de saúde e atractividade dos destinos turísticos).

5. CARACTERIZAÇÃO DO MERCADO DE VIAGENS 5.1. Evolução dos Fluxos Turísticos (2003-2008)

Em 2008, os residentes em Espanha realizaram um total de 168,8 milhões de viagens, valor que traduz um crescimento de 6,8% face a 2007. Nesse ano observou-se uma forte representatividade do mercado interno versus o mercado outbound (14,1 vezes superior) – 157,6 milhões contra 11,2 milhões de viagens, uma proporção de 93,4% corresponderam a viagens internas, e os restantes 6,6% reportam-se a viagens externas. No período 2003-2008, o mercado interno registou um crescimento médio anual de 4,4% versus 0,3% apresentado pelo mercado externo. (TURISMO DE PORTUGAL, 2009)

Figura 11- Fluxos Turísticos – milhões de Viagens Figura 12- Fluxos de Outbound – milhões de pessoas Fonte: IET, FAMILITUR, 2008 Fonte: OMT, 2008

A procura externa espanhola, apresentou um crescimento substancial dos fluxos de outbound (média de 12,3%), parcialmente explicado pelo acréscimo substancial dos fluxos de espanhóis para o mercado francês, principal destino de férias deste mercado, em contraste com o decréscimo ocorrido em 2008 (-1,7%). Em 2008, a Espanha foi responsável por um total de 21,6 milhões de chegadas de turistas aos diversos destinos mundiais. Este valor revela uma quebra próximo de 367 mil turistas (-1,7%), face a 2007, após um acréscimo absoluto na ordem de 2,5 milhões de turistas (+12,9%), em 2007. A Espanha é o 10º mercado gerador de fluxos turísticos à escala mundial e o 7º mercado europeu com uma quota de 2,5% do total dos fluxos de outbound gerados a nível mundial e 4,3% no contexto europeu, com quebra de fluxos de outbound do mercado nos próximos anos, em consequência da menor performance económica e do poder de compra.

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Ao nível dos fluxos de outbound por macro-região, o continente europeu acolheu 85,3% dos fluxos de outbound de Espanha, sendo a França, Portugal, Itália e Andorra os seus principais destinos sendo a quota conjunta de 84,7% do total dos fluxos. A Europa perdeu quota de mercado para as restantes macro-regiões, mundiais no período 2000-2004. No entanto de acordo com a OMT, esta tendência não se manteve, com a Europa a ganhar quota de mercado (+ 0,5 pontos percentuais entre 2006-2008) e a registar um crescimento médio anual de 6,67%. A América, 2ª macro-região é o 2º grande destino dos espanhóis. Regista uma quota de mercado de 7,9% em 2008. Em 2007 e 2008 tem-se assistido a uma quebra bastante significativa, 6,6% e -1,5%, tendo recebido 1,7 milhões de turistas espanhóis com destaque para os EUA, República Dominicana, Brasil e Cuba que totalizaram 68% dos fluxos outbound para esta macro-região. A América-Latina detém primazia com cerca de 72% do total das viagens para o continente americano, facto explicado pelas ligações históricas e culturais destes países com a Espanha. A evolução do número de viagens dos turistas espanhóis para o exterior, também revela crescimento para o continente Africano com uma quota em 2008 de 4%. O crescimento médio entre 2006-2008 é de 10,8%. Marrocos e Tunísia são os principais destinos, com cerca de 64% dos fluxos globais para esta macro-região. Na Ásia a China, Tailândia, Índia têm vindo a consolidar a sua posição, representando 46% dos globais para esta macro-região tem uma quota de 2,1%, sendo que o Médio Oriente regista uma quota de 1,3% com um crescimento médio anual de 8% (2006-2008). O Egipto concentra 60% dos fluxos de outbound para o Médio Oriente. Figura 13 - Principais destinos mundiais por macro região

Fonte: UNWTO, 2008 (adoptado)

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Figura 14 – Evolução do crescimento dos destinos mundiais (milhares de pessoas)

Fonte: IET, FAMILITUR, 2008

Figura 15- Receitas Internacionais de Turismo – Mercado Emissor Espanhol 2008

Fonte: TURISMO DE PORTUGAL, 2009

5.2. Principais Destinos turísticos do Mercado Emissor Espanhol De igual modo que sucede com outros mercados emissores europeus, a grande maioria dos residentes em Espanha se encantaram por outro país europeu como principal destino estrangeiro, em 76,9%, o que se traduz em 8,6 milhões de viagens. (FAMILITUR, 2008)

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Figura 16 - TOP 12 Destinos estrangeiros do Mercado Emissor Espanhol

Posição Destinos Quota 1.º França 21,3% 2.º Portugal 12,4% 3.º Itália 8,9% 4.º Andorra 6,5% 5.º Reino Unido 6,4% 6.º Alemanha 4,9% 7.º Marrocos 5,3% 8.º EUA 2,7% 9.º América do Sul 8,8%

10.º México 1,4% 11.º República Dominicana 1,2% 12.º Equador 1,1%

Fonte: IET, FAMILITUR (2008) Os residentes espanhóis apostam num país europeu como principal destino estrangeiro, representando 76,9% traduzindo-se em 8,6 milhões de viagens. França ocupa a 1.ª posição como país estrangeiro de destino de viagens dos residentes de Espanha, recebendo 21,3% do total das viagens ao estrangeiro no ano de 2008. Em 2.ª posição vem Portugal com 12,4% e Itália com 8,9%. Com menor importância seguem-se Andorra, Reino Unido e Alemanha com pensos de 6,5%, 6,4% e 4,9%. Fora da Europa, Marrocos recebeu 5,3% das viagens ao estrangeiro realizados pelos residentes espanhóis em 2008. O continente americano recebeu 11,9% das viagens emissoras: 8,8% Sul das América e 3,1% a América do Norte. Os países mais visitados foram os EUA com 2,7%, México com 1,4%, República Dominicana com 1,2% e o Equador com 1,1 Com respeito ao ano de 2007, apesar das viagens aos países europeus se manterem praticamente estáveis, se registam notáveis diferenças em França e Reino unido que registaram crescimento em número de viagens de 7,5% e 4,5% respectivamente. Itália, Andorra e Alemanha sofreram quebras significativas. Portugal se manteve praticamente estável, com una variação positiva de 0,8%. (FAMILITUR, 2008)

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5.3. Sazonalidade das viagens As viagens dos residentes em Espanha mostram uma distribuição sazonal, pois 37,3% dos residentes realizam as viagens no período estival (de Junho a Setembro), facto que está associado ao período de férias escolares, com destaque para o mês de Agosto (15,4% das viagens de outbound). A época baixa (Janeiro, Fevereiro, Março, Novembro e Dezembro) totaliza 33,4% do conjunto das viagens, concentradas no mês de Janeiro (8,2%) dia dos Reis e Março (7,7%) devido à Semana Santa. Por sua vez, a época média (Abril, Maio, Junho e Outubro) regista uma quota de 29,3%, sendo Abril o mês de maior procura (9,0%) Agosto é o mês em que se verificou mais viagens: com 15,4% do total. O 2º mês onde se realizaram mais viagens efectuadas foi em Setembro com 12,5%; Julho com 9,4% e Junho e Dezembro com 7,5%. Figura 17 – Estada média em viagens de Outbound – Quota de 2008

Fonte: IET, FAMILITUR, 2008 Figura 18 - Férias por Meses e por tipologia

Fonte: IET, FAMILITUR, 2008

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Figura 19 - Sazonalidade nas Dormidas – Quota 2008 Fonte: INE, 2009 Figura 20- Sazonalidade das Viagens de Outbound – Quota 2008 Fonte: IET, FAMILITUR, 2008 A sazonalidade da procura de Espanha para Portugal revela que 45,6% dos fluxos ocorrem durante na época alta (Julho, Agosto e Setembro), 25,5% na época média (Abril, Maio, Junho e Outubro) e 28,9% na época baixa. Face a 2007, regista-se uma perda de quota na época alta (-1,6 p.p.) e época média (-5,5 p.p) face ao ganho de quota observada na época baixa (+6,6 p.p.). Em 2008, destaque ainda para o nível de fluxos registado no mês de Agosto (23,4% do total) e no período da Semana Santa, centralizado no mês de Março (11,8%), o qual no ano de 2007 coincidiu no mês de Abril. Em 2008, os residentes Espanhóis realizaram 43,5 milhões de viagens em períodos de férias e épocas festivas mostrando uma diminuição de 1,9% em relação a 2007. De entre eles, 20,4 milhões de viagens se fazem no verão com uma média de 2,6%. No Natal se realizaram 4,3 milhões de viagens, verificando-se uma quebra de 4,5% referente ao ano de 2007. Na Semana Santa se efectuaram 5,9 milhões de viagens,

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mostrando um forte crescimento de 19,5%, enquanto as viagens de ponte realizadas foram de 5,6 milhões com uma quebra de 29,4% referente ao ano de 2007. Por último, foram efectuadas 7,3 milhões de viagens de ócio em outros períodos distintos dos anteriores, representando Estas outras viagens de ócio 4,3% em 2008 do total de viagens realizadas e 16,7% das viagens de férias e épocas festivas. Estes tiveram lugar fundamentalmente em Março, donde se registaram 1,37 milhões de viagens. Também se destacaram Outubro, Maio e Novembro com valores perto de 1 milhão de viagens. Finalmente, nos outros meses do ano, o número de viagens superou os 0,7 milhões. (FAMILITUR, 2008) Referente à sazonalidade da procura do produto estratégico Saúde e Bem-Estar, denota-se que regista uma fraca sazonalidade comparando com outros produtos mais tradicionais como o Sol e Praia. O produto Saúde e Bem-Estar é um dos produtos estratégicos definidos no PENT como forma de combater a sazonalidade dos meses de Inverno. Figura 21 – Sazonalidade da Procura do produto Saúde e Bem-Estar

Fonte: TURISMO DE PORTUGAL, 2008 Figura 22 – Quota do turismo emissor no Produto saúde e bem-estar

Fonte: IET, FAMILITUR, 2008

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Este quadro demonstra que o mercado emissor espanhol usufrui do produto Saúde e Bem-Estar com uma quota de 5,2% como mercado emissor, sendo que o nível de turismo interno representa 2,5%

5.4. Organização da viagem Outra característica diferenciadora do turismo emissor espanhol em comparação com o interno diz respeito à forma de organização da viagem, já que na viagem ao estrangeiro se recorre em maior medida a efectuar reservas prévias. Isto se deve à maior distância geográfica e cultural em que se encontram muitos destinos turísticos, pelo que é muito mais fácil contratar um transporte e alojamento a partir da origem. Durante o ano de 2008, efectuaram-se reservas prévias em cerca de 63,8% das viagens realizadas ao estrangeiro. Em 17,8% dos casos, através de pacotes turísticos e em 14,4% das viagens efectuaram-se reservas prévias a partir de operadores turísticos. As reservas directas registaram 33,1% das viagens, com um crescimento de 9% com respeito a 2007. Os pacotes turísticos tiveram uma quebra em 1,5%, assim como as reservas efectuadas a partir de operadores turísticos, que sofreram uma importante descida de 16,2%. (FAMILITUR, 2008) Figura 23- Viagens com destino ao estrangeiro, segundo formas de organização

Fonte: IET, FAMILITUR, 2008 5.4.1. Uso da internet Na hora de planear as viagens ao estrangeiro, 35,4% dos turistas utilizaram a internet, tanto para pesquisar informação como para reservar ou pagar o serviço. O uso da internet para a organização das viagens ao estrangeiro foi de 35,4% em 2008. Na hora de planear a viagem ao estrangeiro, 35,4% dos turistas utilizam a Internet, tanto para buscar informação como para reservar ou efectuar o pagamento do serviço. Esta percentagem tem um peso significativo comparando com o alcançado pelas viagens de turismo interno, situando-se em 22,9%.

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Figura 24 – Viagens com destino ao estrangeiro, segundo planificação da viagem pela internet - 2008

Fonte: IET, FAMILITUR, 2008

Esta percentagem é superior ao uso da internet para o turismo interno, pois se situa em 22,9% acima das viagens em turismo interno. O uso da internet neste tipo de viagens foi essencialmente para a pesquisa de informação, pois se registou em 96,1% dos casos. Também foi muito elevado a percentagem dos que usaram Internet para realizar uma reserva: 76,5%. Por último, em 51,8% se efectuou o pagamento de bens /serviços através da internet. (FAMILITUR, 2008) Figura 25 – Uso de internet por tipologias

Fonte: IET, FAMILITUR, 2008

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Figura 26– Tipo de Utilização da Internet por Estada média dos espanhóis em viagens de Outbound

Fonte: IET, FAMILITUR, 2008

5.5. Motivo da Viagem O Lazer foi o principal motivo das viagens ao estrangeiro, supondo que 55,8% dos 11,2 milhões de viagens que se realizaram ao exterior. Seguiram-se, as visitas a familiares e amigos com 20,6%, e motivos de negócio registou um peso de 19,1%. Em relação à variação se destaca o crescimento das viagens de lazer em 2,4%, se bem que foi mais moderado que no caso do turismo interno com 7,1%. Por sua vez, a visita a familiares e amigos registou um decréscimo de 3,3% comparando com o ano de 2007. Figura 27 - Viagens com destino ao estrangeiro segundo motivos (%)

Fonte: IET, FAMILITUR, 2008

Outra das diferenças com o turismo interno é a importância das viagens ao estrangeiro por motivos culturais, que registam um valor na ordem de 65% em viagens de lazer, enquanto as viagens de turismo interno não alcançam os 10%. O descanso no campo ou a praia é cerca de 18,5% das viagens realizadas em lazer.

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Figura 28 - Actividades durante as deslocações ao estrangeiro

Fonte: IET, FAMILITUR, 2008 Europa foi o destino mais popular dentro das viagens Touring Cultural e paisagístico realizado pelos residentes espanhóis ao estrangeiro, alcançando 78,2%. Um pouco mais elevado é o peso das viagens de descanso em alguns países europeus com 80,3%, sendo os destinos mais frequentes França com 32%, Portugal com 17% e Andorra com 12,4%. Estes tipos de viagens de descanso também são frequentes na América Latina com 7,5% das viagens, Cabe destacar as viagens realizadas à República Dominicana que regista 39% das todas as viagens à América Latina. As viagens de negócios ao estrangeiro foram realizadas na Europa que agregaram mais turistas com 78,2% do total de viagens realizadas por motivos de negócios. Há que salientar que estes sofreram uma forte queda, com cerca de 10,4% referente ao ano de 2007. Dentro de Europa, os países mais visitados por motivos de negócios foram a França com 21,5%, Itália com um peso de 11,4%, Portugal com 10,5%, Alemanha com 9,4% e o Reino Unido com 8,7% O uso da internet para este tipo de viagens foi essencialmente para a busca de informação (96,1%). Também houve um registo elevado para a percentagem dos que usaram a internet para realizar uma reserva, 76,5%. Por último, 51,8% efectuaram o pagamento de bens e serviços através da rede.

5.6. Grau de Satisfação e de Fidelidade

O grau de satisfação das viagens internas foi bastante elevado situando-se em 8,8 pontos em 10. O grau de satisfação dos residentes espanhóis nas suas viagens ao estrangeiro foi, em média, de 8,9 pontos, pontuação muito similar á registada pelos destinos internos (8,8 pontos).

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A fidelidade aos destinos estrangeiros é ligeiramente inferior à dos destinos nacionais, no entanto, é bastante elevada – mais de metade das viagens emissoras (58,9%) são para destinos já visitados, enquanto os novos destinos representam 41,1% do total das viagens. Figura 29 – Fidelidade do Destino Turístico Fonte: IET, FAMILITUR, 2008

5.7. Meio de Transporte utilizado O meio de transporte é uma das principais características diferenciadoras do turismo emissor em comparação com o interno. Assim, a maioria das viagens que se realizaram no estrangeiro no ano de 2008, cerca de 57,2% se fizeram de avião, enquanto o carro foi usado em 30,2% das deslocações. Em comparação com o ano de 2007, as viagens de avião sofreram uma descida de 1,7%, enquanto as viagens de carro aumentaram 2,2% Figura 30 - Meio de transporte utilizado em 2008

Fonte: IET, FAMILITUR, 2008

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Figura 31 - Evolução de desembarques de Turistas espanhóis no Aeroporto Sá Carneiro, no Porto

Fonte: TURISMO DE PORTUGAL, 20008

Figura 32 – Evolução de Passageiros espanhóis desembarcados no Aeroporto Sá-Carneiro, Porto - por tipo de Voo

Fonte: TURISMO DE PORTUGAL, 2008

5.8. Meio de Alojamento preferido e tipologia

O tipo de alojamento é um dos indicadores diferenciadores das viagens realizadas dentro e fora de Espanha. Assim, em viagens emissoras, sobressai o uso do alojamento hoteleiro, que foi eleito com 56,6%, sendo a categoria mais habitual a de 4 estrelas, com 37,4% das viagens com alojamento em hotel. Seguiu-se a categoria de três estrelas com 30,7%. Em comparação com o ano de 2007, as viagens emissoras com alojamento em hotéis permaneceram praticamente constantes mostrando um breve aumento de 0,7%. Depois do hotel, a vivenda de familiares ou amigos foi o tipo de alojamento preferido pelos residentes espanhóis para suas viagens ao estrangeiro, pois foi utilizada em 24,4%, mostrando uma quebra de 1,2% comparando com o ano de 2007. A utilização da vivenda própria teve lugar em 3,1% das viagens ao estrangeiro, mostrando-se o maior aumento registado com 26,3%. (FAMILITUR, 2008)

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Nas suas estadas em Portugal, os espanhóis optam pelos hotéis, com cerca de 72% do total de dormidas, seguindo-se os hotéis-apartamentos (10%) e as pensões (8%). (INE, 2009) Figura 33 – Tipo de alojamento utilizado para viagens ao estrangeiro

Fonte: IET, FAMILITUR, 2008 Figura 34 – Duração da viagem ao estrangeiro por tipologia de alojamento

Fonte: IET: FAMILITUR, 2008 Figura 35 – Duração da viagem ao estrangeiro por tipologia de alojamento

Fonte: IET, FAMILITUR, 2008

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5.9. Duração da viagem com análise de vários intervalos de tempo A estada média dos turistas de Espanha em destinos internacionais é, em 33% dos casos, de 8 a 15 dias, valor representativo da importância das férias principais. De salientar, ainda, a forte representatividade da estadia média até 3 dias (19% dos casos), decorrente das viagens de negócio e dos short-breaks, a par das estadas superiores a 15 dias, com 26% do total das viagens, em grande parte explicadas pelo turismo residencial e pelas visitas a familiares e amigos. Figura 36 – Estada média de Outbound

Fonte: TURISMO DE PORTUGAL, 2009

5.10. Despesa média por viagem e por noite O mercado espanhol ocupou a 11ª posição mundial com uma quota de 2,3% e posicionou-se no 6.º lugar a nível europeu com uma quota de 5,1% no ano de 2007. Figura 37- Gastos em Outbound (milhões US$) Figura 38 - Gasto médio por viagem de outbound (US$)

Fonte: Banco de Espanha, 2009 Fonte: Banco de Espanha, 2009 Espanha apresentou uma tendência de crescimento a nível dos gastos em viagens de outbound (2004-2008), acompanhando a evolução do poder de compra aliado à consolidação do desenvolvimento económico do país, a par de um consumo cada mais sofisticado. Em 2008, o crescimento não foi tão acentuado, decorrente da desaceleração económica.

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O gasto médio por viagem para o exterior apresenta uma tendência de crescimento, desde 2004, não obstante os turistas do mercado procurarem, cada vez mais, as melhores ofertas em termos de preço. Em 2008, o mercado emissor espanhol gastou, em média, 2.298 USD por viagem. As previsões para os anos seguintes apontam para o abrandamento dos gastos médios por viagem, em resultado da crise económica internacional e do menor poder de compra do turista espanhol. (TURISMO DE PORTUGAL, 2009) Referente aos gastos com o produto Saúde e Bem-estar, um turista gasta por dia, cerca de 250 €(sem o transporte). Espanha, Itália e França são os mercados cujos consumidores mostram uma maior intenção em realizar viagens de Saúde e Bem-Estar nos próximos 3 anos, definido pelo PENT como mercados estratégicos. O PENT também aposta nos potenciais mercados de crescimento como a Alemanha, Escandinávia e Reino Unido. Os gastos do mercado emissor em Outbound por sector incide na Animação com 31%, no alojamento com 26% e em compras com 18%. Num segundo nível de gastos, figuram a Restauração com 14% e as viagens internas com 7%. Ao nível da Motivação, o maior gasto médio está na prática desportiva, registando um valor de 93,5€, seguindo-se o Touring cultural e paisagístico com 92,5€ e as viagens de negócio com 86,2€. As viagens de Lazer e de visita a familiares e amigos apresentam valores inferiores com 39,4€ e 35,3€ respectivamente. As viagens por motivos de estudos são as que apresentam um menor gasto diário com 26,1€ Figura 39 - Gastos em Outbound por sector – quotas 2008

Fonte: IET: Familitur 2008

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6. POSICIONAMENTO DA ERT DO CENTRO DE PORTUGAL COMO POTENCIAL DESTINO TURÍSTICO DE SAÚDE E BEM-ESTAR

6.1. Portugal - Impressão Digital

6.1.1. Dados Políticos Portugal, ou oficialmente República Portuguesa, existem quatro órgãos de soberania: o Presidente da República, Assembleia da República, o Governo e os Tribunais. O Presidente da República é o Chefe de Estado e é eleito por sufrágio universal para um mandato de cinco anos, exercendo uma tripla função de: fiscalização (actividade do governo), comando (forças armadas) e representação formal do Estado português no exterior. Actualmente o Presidente da República é Aníbal Cavaco Silva. Na chefia do governo encontra-se o Primeiro-Ministro, José Sócrates. Portugal é membro fundador da NATO, OCDE e da EFTA, deixando este último para aderir à União Europeia. Portugal é ainda fundador da primeira Agência Internacional para as Energias Renováveis (IRENA). O território está dividido politicamente por 9 Distritos e 2 Regiões Autónomas. Lisboa, Leiria, Santarém, Setúbal, Beja, Faro, Évora, Portalegre e Castelo Branco e Açores e Madeira respectivamente

6.1.2. Dados Geográficos Portugal é um país que se situa no sudoeste da Europa, mais concretamente, na Península Ibérica e em dois arquipélagos no Atlântico Norte – Açores e Madeira. A sua área total é de 92.090 Km2 e é a nação mais ocidental do continente europeu, em espaço físico. O território português é delimitado a Norte e a Leste por Espanha e a Sul e Oeste pelo Oceano Atlântico. O território é dividido no continente pelo rio principal, o Tejo. Portugal tem um clima mediterrânico e é um dos países europeus mais amenos: a temperatura média anual em Portugal continental varia entre os 13 °C no interior norte montanhoso até 18 °C no sul, na Guadiana. Os Verões

Figura 40 – Portugal Continental

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6.1.3. Dados Demográficos Portugal apresenta uma densidade populacional de 115,3 habitantes/km2, tendo então cerca de 10,6 Milhões de habitantes (INE, 2010). O crescimento populacional situa-se nos 0,305%, nascendo 10,45 por cada mil habitantes e falecendo 10,62 por cada mil habitantes, o que faz com que a população não esteja a ser renovada, contribuindo para este facto a taxa de fertilidade que se situa nos 1,49. Portugal é um dos países com mais baixa taxa de mortalidade infantil (5 por mil) no mundo. Apesar de Portugal ser um país desenvolvido, ainda existe população sem acesso a água canalizada e electricidade, embora em número bastante reduzido. O saneamento básico ainda não abrange todo o território, sendo a região do Alentejo e de Lisboa e Vale do Tejo onde existe um maior número de população com acesso. Actualmente, ainda existe um grande número de habitações com fossa séptica, apesar de algumas não terem qualquer saneamento. O acesso à saúde é garantido a toda a população, sendo o acesso aos medicamentos garantido a 95 – 100% da população. Vivem em Portugal perto de 550 mil imigrantes, o que representa aproximadamente 5% da população portuguesa, sendo a maioria oriunda do Brasil (66.700), seguida da Ucrânia (65.800) e de Cabo Verde (64.300), entre outros, tais como Moldávia, Roménia, Guiné-Bissau, Angola, Timor-Leste, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Rússia. 6.1.4. Avaliação da Situação Económica Portuguesa Figura 41 - Principais Indicadores Macroeconómicos de Portugal Indicadores Unidade 2006 2007 2008 2009 População Milhões 10,59 10,61 10,63 10,64 Crescimento real do PIB (pc) VAR % 1,4 1,9 0,0 -2,7 Consumo privado (pc) VAR % 1,9 1,7 1,7 -0,8 Consumo público (pc) VAR % -1,4 0,0 1,1 3,5 Formação bruta de capital fixo (pc) VAR % -0,7 3,1 -0,7 -11,1 Exportações de bens e serviços VAR % 8,7 7,8 -0,5 -11,6 Desemprego % 7,7 8,0 7,6 9,5 Inflacção (IHPC) % 3,0 2,4 2,7 -0,9 Dívida Pública % do PIB 64,7 63,6 66,3 76,8 Saldo do Sector Público % do PIB -3,9 -2,6 -2,8 -9,4 Balança Corrente % do PIB -9,9 -9,4 -12,0 -10,3 Taxa de câmbio VAR % 0,2 0,8 1,2 0,5 Fonte: BANCO DE PORTUGAL, 2009

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6.2. ERT do Centro de Portugal A ERT do Centro de Portugal oferece vários produtos estratégicos sendo eles: Touring Cultural & Paisagístico, Natureza, Saúde & Bem-estar, Sol & Mar, Náutico, Gastronomia & Vinhos, Negócios e Golfe. Abrange 4 dos 9 Distritos portugueses sendo eles: Castelo Branco, Coimbra, Aveiro e Viseu. Existe uma entidade regional do turismo do centro, a entidade de designada “Turismo do Centro de Portugal”. Esta para além da sede em Aveiro, tem quatro delegações, que assumirão a designação de Pólo de Marca Turística, nomeadamente a Delegação de Dão-Lafões, a da Ria de Aveiro (Baixo Vouga), de Coimbra (Baixo Mondego e Pinhal Interior Norte) e de Castelo Branco - Naturejo (Beira Interior Sul e Pinhal Interior Sul), e possui Postos de Turismo, afectos à sua sede ou às várias delegações. Terá então a incumbência da valorização turística da respectiva área territorial, visando o aproveitamento sustentado dos recursos turísticos, no quadro das orientações e directrizes da política de turismo definida pelo Governo e nos planos plurianuais das administrações central e local. Figura 42 – Região de Turismo do Centro de Portugal Fonte: ERT Centro de Portugal, 2010

6.2.1. Recursos Turísticos Os recursos turísticos existentes na ERTC são vastos e de grande riqueza. Estes são a matéria-prima para a sustentabilidade da proposta de valor que tentamos vender aos turistas. O património natural e edificado deverá ser preservados e dinamizados de forma a atrair turistas. De seguida passamos a enumerar alguns dos atractivos recursos turísticos categorizados por produtos estratégicos segundo o PENT: Touring Cultural e Paisagístico, Natureza, Sol e Praia, Negócios, Náutico e Saúde e Bem-Estar. Estes estão ainda divididos por pólos de marca turística.

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Figura 43 – Recursos Turísticos da ERTC (produto vs. Pólo de marca turística)

CASTELO BRANCO/NATUREJO COIMBRA RIA DE AVEIRO VISEU/DÃO

LAFÕES

TOUR

ING CU

LTUR

AL E

PAISA

GIST

ICO

Geoparque Naturejo da Meseta Meridional Museu Francisco Tavares Proença Júnior Museu de Arte Pré-Histórica e do Sagrado no Vale do Tejo Mação Museu Dr. Mário Bento Castelo da Sertã Casa de Artes e Cultura do Tejo Museu Geodesia/Centro Geodésico de Portugal Centro Cultural Raiano

Universidade de Coimbra Museu da Ciência Museu Nacional Machado de Castro Mosteiro de Santa Clara-a-Velha Museu Monográfico e Ruínas Romanas de Conimbriga Espaço-Museu Villa Romana de Rabaçal Residência Senhorial dos Condes de Castelo Melhor/Torre de Santiago da Barra Museu Militar do Buçaco Igreja de Santa Cruz Igreja Moçarabe de S. Pedro de Lourosa Portugal dos Pequenitos

Museu de Aveiro Eco-Museu Marinha da Troncalhada Museu Marítimo de Ílhavo Navio Museu Santo André Museu e Fábrica de Porcelanas Vista Alegre Núcleo Museológico de Macinhata Museu do Vinho da Bairrada Casa-Museu Egas Moniz Casa-Museu Marleta Solheiro Madureira Fábrica da Ciência Viva

Museu Grão Vasco Casa-Museu Almeida Moreira Museu Tesouro Arte Sacra Sé Catedral Museu do Caramulo Museu Municipal Manuel Soares do Albergaria Museu Municipal Castro Daire Museu Municipal Oliveira de Frades Museu Municipal Vouzela Núcleo Museológico do Lagar de Varas de Parada Bioparque

NATU

REZA

Parque Natural do Tejo Internacional Geoparque Naturejo da Meseta Meridional Portas de Rodão- Monumento Natural Serra da Gardunha- Rede Natura Serra de Penha Garcia

Paisagem Protegida da Terra do Açor Reserva Natural do Paul de Arzila Paul do Taipal- Zona de protecção protegida Paul da Madriz- zona de protecção protegida Mata Nacional do Buçaco Grutas de Algarinho e Talismã

Reserva Natural das Dunas de São Jacinto Bioria Pateira de Fermentelos Pateira de Frossos Cascata de Cabrela

Serra do Caramulo Serra de Montemuro Serra de Freita Serra da Arada Bioparque(Serra da Arada)

SOL E

MAR

Praias do Palheirão e da Tocha (Cantanhede) Praias de Buarcos, Cabedelo, Claridade, Gala, Leirosa, Murtinheira e Quiaios (Figueira da Foz) Praias de Mira e Poço da Cruz (Mira)

Praias de São Jacinto (Aveiro) Praias da Barra e Costa Nova (Ílhavo) Praia da Torreira (Murtosa) Praias do Areinho, Cortegraça, Esmoriz e Furadouro (Ovar) Praias do Areão e Vagueira (Vagos)

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Fonte: PRÓPRIA, 2010

NEGÓ

CIOS

NERCAB- Associação Empresarail da Região de Castelo Branco Casa de Artes e Cultura do Tejo Ccentro Cultural Ralano

Hospital da Universidade de Coimbra Universidade de Coimbra Auditório Bissaya Barreto- Campus do Conhecimento e da Cidadania Centro de Artes e Espéctaculos da Figueira da Foz Cine-Teatro Municipal Messias

Centro Cultural e de Congressos de Aveiro Centro Cultural de Ílhavo ISCAA- Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Aveiro Universidade de Aveiro Parque de Exposições de Aveiro

Instituto Politécnico de Viseu ACERT- Associação Recreativa de Tondela Universidade Católica Portuguesa Centro Sócio-Pastoral da Diocese de Viseu Termaslitur

GOLF

E Academia de Golfe da Quinta das Lágrimas

Curla Golf Golfe Montebelo

NÁUT

ICO

Centro de Alto Rendimento de Montemor-o-Velho Clube do Mar de Coimbra-CMC CNAF-Clube Náutico da Figueira da Foz Associação de Surf da Figueira da Foz Associação de Bodyboard da Foz do Mondego Ginásio Clube Figuerense- Centro Náutico

CVCN- Clube de Vela da Costa Nova CGA- Clube dos Galitos de Aveiro NADO- Náutica Desportiva Ovarense ANGE- Associação Náutica da Gafanha da Encarnação Associação Náutica e Recreativa da Gafanha da Nazaré ANT- Associação Náutica da Torreira ÁVELA- Associação Aveirense de Vela de Cruzeiro SCA- Sporting Clube de Aveiro MCG- Marina Clube da Gafanha Associação de Surf de Aveiro Sharpie Club Portugal

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Figura 44- Alojamento com oferta do produto estratégico Saúde e Bem-Estar na ERTC CASTELO

BRANCO/NATUREJO

COIMBRA RIA DE AVEIRO VISEU/DÃO LAFÕES SA

ÚDE E

BEM-

ESTA

R

Hotel Astoria (Spa) Hotel Quinta das Lágrimas

Melia Ria Hotel&Spa Eurosol Estarreja Hotel& Spa Belver Grande Hotel da Curia Golf & Spa Hotel Palace Curia Hotel H20

Montebelo Hotel & Spa Pousada de Viseu Hotel do ParqueHealth Club & Spa

Fonte: PRÓPRIA, 2010 Figura 45 – Estâncias termais na ERTC

VISEU/DÃO LAFÕES

CASTELO BRANCO

/NATURTEJO COIMBRA RIA DE AVEIRO

- Termas Sulfurosas de Alcafache e Spa Termal

- Termas de Monfortinho

- Termas do Luso - Termas da Curia – SPA Resort - Termas do Carvalhal - Termas da Ladeira

de Envendos - Termas Vale da Mó

- Caldas da Cavaca - Caldas da Felgueira - Termas e Spa

- Caldas do Sangemil - Centro Termal S. Pedro do Sul

Fonte: PRÓPRIA, 2010

6.2.2. Alojamento e Animação A ERT do Centro de Portugal, dispõe actualmente de 297 unidades hoteleiras com 24.524 camas. Em comparação com o ano de 2007, verificou-se um aumento no número de camas em 2,3% apesar de o número de unidades hoteleiras desta região ter sofrido um decréscimo (menos 4 unidades hoteleiras relativamente ao ano de 2007). Mais de metade do número total de camas desta região está distribuído pelas regiões do Baixo Vouga, Baixo Mondego e Pinhal Litoral. Desde 2006 que a ERTC apresenta uma estada média de 1,8 noites passadas nas unidades hoteleiras existentes. Isto apesar de se ter vindo a verificar um aumento pouco relevante em indicadores como o aumento de proveitos totais provenientes de estabelecimentos hoteleiros, apartamentos e aldeamentos turísticos e também o número de dormidas. Os hotéis da ERTC são os estabelecimentos hoteleiros que apresentam a maior percentagem de dormidas no Centro de Portugal, uma vez que captam cerca de 72% das dormidas desta região (o equivalente a 1 milhão e 860,5 mil dormidas). Este valor em confrontação com o mesmo período do ano anterior, mostra um acréscimo em mais de 1% das dormidas no centro do país, mais 20 mil dormidas.

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Em 2008 a ERTC de Portugal concentrava grande parte das suas dormidas totais nos Pólos de Desenvolvimento Turísticos Leiria-Fátima (representava 31% das dormidas totais desta Região) e Serra da Estrela (17% do total de dormidas). Embora o valor de dormidas do PDT Leiria-Fátima no ano de 2008 seja inferior ao valor de 2007, verificou-se um crescimento médio anual pois é superior ao ano de 2006. Relativamente ao segundo PDT referido, foi verificado um aumento em mais de 11% (mais 44 mil dormidas) em comparação com o ano anterior. As taxas médias de crescimento, entre 2006 e 2008, dos vários indicadores deste destino turístico foram superiores à média nacional, registando acréscimos de 7,8% para os proveitos (6,2% no total do país), 4,8% para os hóspedes (4,3% no país) e 3,9% para as dormidas (2,2% a nível nacional). (TURISMO 2008) A ERTC tem a capacidade de oferecer aos turistas desta região um conjunto de feiras, actividades e festivais de forma a complementar a oferta do produto de Saúde e Bem-Estar, sendo este um produto estratégico com potencial para combater a sazonalidade característica em produtos como por exemplo Sol e Mar. Na figura 46 são dados alguns exemplos de tipos de animação que podem fazer parte do pacote procurado pelos turistas deste tipo de produto.

Figura 45 – Animação complementar ao produto de saúde e bem-estar da ERTC

VISEU/DÃO LAFÕES CASTELO BRANCO /NATURTEJO COIMBRA RIA DE AVEIRO

Feira dos Produtos Regionais

Feira das Sopas Mostra Gastronómica Festa do Peixe Feira da laranja Feira do Pão e do

Vinho European Peoples Festival

Feira Regional Artesanato Feira de Maça de bravo Esmove

Feira da Azeitona, Azeite e produtos regionais

Tapas e Papas - Mostra Gastronómica e Artes

Feira do Cavalo

Festival da sopa Festival da Melancia Feira de Rua Castanha do Mel

Mostra Internacional do MirtiloFeira do Míscaro Festival das Sopas

Tradicionais Confraria gastronómica do arroz e do mar

Festa da Cidade Programa de animação

das aldeias históricas Festa Romana

Promoção Vitela do Cabrito e da serra do caramulo

Festival gastronómico do Cabrito estonado

Figueira gastronómica - Sável e Lampreia

Feira Artesanato e Produto regional

Festival gastronómico do Bacalhau e do Azeite

Figueira gastronómica - Bacalhau

Festival do Caldo / Festa Sopa

Feira das Artes e Cultura Feira da Vitela Lafões Feel da Land

Workshops sobre nutrição, cozinha saudável, cozinha vegetariana Torneios de Xadrez

Espectáculos de animação cultural Percursos Pedestres pelas Serras, Núcleos Históricos

Passeios de Cavalo Gastronomia e Vinhos

Passeios BTT, de Balão, Rappel, Canoagem Fonte: PRÓPRIA, 2010

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Figura 46 - Volume de dormidas na ERT do Centro de Portugal e evolução dos mercados externos - 2008

Fonte: TURISMO DE PORTUGAL, 2008

Figura 47 - Capacidade em camas por tipologias na ERT Centro

Fonte: TURISMO DE PORTUGAL, 2008

Figura 48 - Proveitos / Hóspedes / Dormidas Globais realizadas na NUT II Centro

Fonte: TURISMO DE PORTUGAL, 2008

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6.3. Caracterização do Hotel Palace Curia Situado na magnífica Serra do Caramulo, entre as regiões da Beira Alta e da Beira Litoral, inserido num cenário rico e deslumbrante, o Hotel Palace Curia oferece condições únicas para quem quer estar em comunhão com a natureza, num ambiente sossegado e revigorante. É o ideal para quem pretende fugir à azáfama da vida urbana e recuperar energias. Inaugurado em 1926, foi recentemente remodelado e voltou no inicio de 2008. O Hotel Palace Curia pertence à cadeia de hotéis Alexandre de Almeida e dispõe de 97 luxuosos quartos e ainda 3 suites. O hotel também oferece animações complementares para que os seus clientes tenham a possibilidade de praticar desportos ao ar livre, como BTT, canoagem, rappel, hipismo entre outras, e de instalações para eventos especiais.

Imagem 1 – Fachada do Hotel Palace Curia

Imagem 2 - Hotel Palace Curia – com vista para a piscina

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Como oferta do produto Saúde e Bem-Estar este Hotel oferece diferentes tipos de pacotes, passamos a mostrar três das opções oferecidas: Figura 49- Pacotes turísticos existentes no Hotel Palace Curia OFERTA ESPECIAL -

FERIADOS DE JUNHO PACKAGE RITUAL

SPA PACKAGE ROMANTICO

OFER

TA

2 ou 3 noites de alojamento em Quarto Duplo Pequeno-almoço Buffet 1 Jantar para 2 pessoas (bebidas excluídas) noRestaurante "Belle Époque" no Hotel 1 Almoço para 2 pessoas (bebidas incluídas), no Palace Hotel do Bussaco 2 green fee no Campo de Golfe da Curia (Handicap mínimo e indumentária própria exigida) Visita às caves da Quinta do Encontro com oferta de flute de espumante à chegada* Visita ao Museu da Vinha e do Vinho* Estacionamento gratuito disponível no Hotel

Alojamento em quarto Duplo Patio Pequeno-almoço Buffet Acesso livre ao Circuito de Água com piscina dinâmica, jacuzzi, sauna, banho turco Late check out (sujeito a disponibilidade).

Alojamento em QUARTO DUPLO Upgrade para Quarto Superior (mediante disponibilidade) Pequeno-almoço, no quarto, para dois *. Fondue de chocolate e espumante, no quarto *. Acesso gratuito à piscina do SPA, jacuzzi e banhos a vapor Late check out (sujeito a disponibilidade) Estacionamento Gratuito

PREÇ

O Preço por pessoa 2 noites: 120,00 Euros* Preço por pessoa, 3 noites: 197,50 Euros Noite adicional por pessoa: 50 Euros

Preço por quarto duplo com vista para o pátio: desde 110 Euros

Suplemento quarto com vista para o exterior, por noite: 20 Euros

Preço por noite em quarto duplo desde 135 Euros (tarifa flexível)

Fonte: PRÓPRIA, 2010 O Hotel Palace Curia, apresenta no seu site sugestões para os tempos livres dos seus consumidores, tanto oferecidos pelo hotel como oportunidades existentes nas suas imediações. No entanto, verifica-se uma oferta bastante escassa no que diz respeito a pacotes onde incluam as termas, a rota de vinhos ou até a equitação que mencionam. Tendo uma oferta tão vasta de recursos turísticos para o produto Saúde e Bem-Estar nesta região, poderiam incluir nos seus pacotes este tipo de iniciativas. Tendo como objectivo principal receber clientes, reeducação alimentar, bem-estar e qualidade de vida, sendo que a estética permaneceu em segundo plano, torna-se de vital importância implementar outro tipo de animações nomeadamente, workshops sobre nutrição, confecção de alimentação saudável, e implementar mais tipos de spas. Ao nível promocional achamos que o site é unidireccional, não funcionam as reservas online, não permite traduzir nas principais línguas internacionais como o espanhol, inglês, o francês e o alemão. O site deveria ser

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mais dinâmico, agregando unidades de restauração com alimentação saudável, animação periódica, conferências e debates sobre o bem-estar e saúde.

Imagem 3 – Piscina de interior Imagem 4– Massagem a dois

Imagem 6 – Massagem de espuma

Criação de um cartão de prestígio que fidelize o cliente. O cartão permitiria o cliente ao frequentar um restaurante típico, um bar, rent-a-car acumularia pontos que ao atingir um certo limite teria direito a um certo serviço grátis, por exemplo rent-a-car por um dia, um desporto aventura, até um ritual do chá.

Imagem 7 – Camas de água Imagem 8 – Massagem com pedras quentes

Imagem 5- Jacuzzi

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7. EVOLUÇÃO GERAL DO MERCADO Portugal está a apostar no desenvolvimento de clusters turísticos em regiões onde existam recursos naturais adequados à realização das actividades relacionadas com o bem-estar físico e psíquico. O conceito de wellness destination baseia-se na criação de massa crítica de centros lúdico-termais, estéticos, técnicas orientais, talassoterapia, concentrados numa determinada zona ou região com características locais adequadas à realização de actividades relacionadas com o bem-estar. Um dos principais objectivos da criação de wellness destinations é fazer com que Portugal conquiste notoriedade no mercado internacional de wellness, fazendo chegar ao conhecimento dos consumidores finais e intermediários turísticos uma imagem de marca turística forte neste mercado. Os mercados turísticos internos, espanhol e francês registaram crescimentos durante 2009, apesar dos efeitos negativos da crise económica mundial sobre a generalidade do sector. O ano encerrou com 13 milhões de hóspedes e 36,7 milhões de dormidas e a quebra da procura acabou por ficar controlada numa diminuição de 3,1% do número de hóspedes e de – 6,4% das dormidas, por redução da estada média – um desempenho superior ao que as previsões do início do ano deixavam antever. Face a 2008, as dormidas de turistas oriundos de Espanha aumentaram 5,4% (para 3,2 milhões), as dormidas de portugueses cresceram 2,2%, para 13,3 milhões, e as dormidas de franceses reforçaram-se 1,6% (para 1,6 milhões). Estes três mercados conseguiram contrariar o comportamento adverso do mercado do Reino Unido, em que à crise se veio juntar uma forte desvalorização da libra. Depois de um início do ano de quebra, o mercado espanhol reagiu positivamente no verão e sobretudo no pós-verão, quando se registaram crescimentos na ordem dos dois dígitos que permitiram recuperar das quebras registadas em 2008. A campanha “Descubre un Portugal Más Grande”, bem como outras acções realizadas pelo Turismo de Portugal neste mercado de proximidade, estarão na base na captação de fluxos para os destinos nacionais (refira-se que a procura interna em Espanha registou uma quebra de 4,1% face a 2008). O melhor resultado de sempre para o mercado interno português deveu-se também à forte campanha de promoção turística “Descubra um Portugal Maior”, lançada pelo Turismo de Portugal e que desafiou os portugueses a redescobrir a oferta turística do nosso País, as dormidas totais no Centro reduziram-se 2,5% . A maior crise económica em décadas levou o Governo e o Turismo de Portugal a adoptar estratégias também excepcionais de promoção. De forma a estimular os fluxos turísticos a partir dos principais mercados turísticos emissores, foram ainda desenvolvidos esforços de marketing e promoção conjuntos com operadores e com companhias aéreas, que vão de resto continuar durante 2010. Reforçou-se o apoio aos empresários do sector na sua abordagem aos mercados estratégicos do Reino Unido, Alemanha, França, Holanda, Rússia, Polónia, Irlanda e Finlândia, pelos benefícios que os fluxos turísticos destes mercados trazem à nossa economia. Este apoio foi materializado através de campanhas

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como a Perfectly Priced, que permitiu aos agentes do sector publicitarem as suas ofertas de última hora e apelarem à compra junto dos consumidores, através do portal internacional de turismo www.visitportugal.com. Os empresários do Turismo tiveram também à sua disposição o portal www.descubraportugal.pt para publicitarem, junto do mercado interno, as suas ofertas comerciais, obtendo assim um canal adicional de promoção para os seus clientes finais. Mesmo registando quebras no tráfego de passageiros (menos 3,2% no total nacional), os aeroportos portugueses tiveram um melhor desempenho do que a média dos aeroportos europeus (-5%) e mundiais (-3,5%). “A tendência negativa que estava a emergir na segunda metade de 2008 intensificou-se em 2009, mas começará a mostrar sinais de recuperação em 2010. De acordo com a OMT, em 2010 acontecerá uma retoma modesta no sector, sobretudo em continentes como a Europa ou as Américas., que deverão levar mais tempo a recuperar da crise global. Já a Ásia poderá mostrar sinais de recuperação mais acentuados do que os 1% a 3%” (PUBLITURIS, 2 de Dezembro 09). Jorge Costa, presidente do Instituto de Planeamento e Desenvolvimento do Turismo (IPDT), afirma que “é de crer que aqueles países/destinos, que conseguirem inovar e repensar a sua oferta, em perfeito alinhamento com as tendências da procura, possam vir a minimizar os efeitos da crise e mesmo a construir uma imagem e posicionamento de modernidade e inovação responsáveis” (PUBLITURIS, 2 Dezembro 09). Apesar de uma ligeira retoma no ano de 2010, especialistas do sector consideram que as previsões da própria OMT poderão não ser cem por cento concisas, podendo os valores de crescimento virem a oscilar, e até, a diminuírem e a não superarem as expectativas esperadas. A crise financeira mundial e o rumo que esta irá tomar fazem com que os players desta indústria se encontrem numa altura de dúvida e em espera pelos tempos que se aproximam, apesar de muitos dos entendidos afirmarem que esta indústria virá, num futuro próximo, a ultrapassar as indústrias automóvel e farmacêutica. Além disso, a procura internacional em si (os turistas internacionais), encontra-se numa posição defensiva no que respeita a gastos em viagens de lazer. A crise, também psicológica, que se instalou por todo o mundo, leva a que o “consumidor” de viagens e turismo se encontre numa situação de poupança financeira, esperando os tempos posteriores à crise e a estabilidade financeira.

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8. CONCLUSÃO O turismo em Espanha é uma actividade sólida, com expressão a nível mundial e com potencial de desenvolvimento. Espanha, com 7% do turismo mundial e 46 mil milhões de euros de receita por via do turismo internacional, é um dos maiores países de turismo no mundo, com experiência e conhecimento do negócio turístico. O turismo representa para Espanha uma significativa fonte de riqueza e um factor de estímulo às demais actividades económicas. A sua importância para a economia espanhola traduziu-se no ano de 2005 em cerca de 11% para o PIB (três vezes superior ao sector da agricultura, pescas e pecuária), no emprego de 2,7 milhões de pessoas, equivalente a 12,4% da população activa e no contributo de 27,4 mil milhões de euros para o deficit comercial da Balança de Pagamentos. Ao nível da actividade os seus desempenhos são igualmente significativos. Naquele mesmo ano, registou cerca de 58 milhões de visitas a título do turismo receptor e10,5 milhões de visitas no turismo emissor, tendo o turismo doméstico originado 161 milhões de viagens. Referente ao produto Saúde e Bem-estar, este permite destacar a articulação de lógicas de cura, prevenção, beleza e bem-estar, associando Gastronomia e Vinhos, ao lado de regimes vegetarianos, produtos naturais, actividades lúdicas, em espaços fechados ou ao ar livre, com total segurança e garantia de privacidade, produtos turísticos compósitos, de grande complexidade, diversificados, diferenciados, sofisticados, em que a criatividade constitui um elemento fundamental em termos promocionais e de valor acrescentado, instalações muito modernas (conforto, luxo, requinte, vanguardismo), ambiências recreativas, desportivas, programação cultural complementar, com teatro, ópera, concertos, cinema, exposições, festivais. Os spas são objecto de investimentos vultuosos e criativos, que visam transformá-los em paraísos. Neste mundo dos modernos spas ressalta a importância da harmonia com o ambiente, tratamentos e produtos locais, arquitectura integrada no meio natural, elemento essencial para uma experiência única. A saúde ganha crescente atenção, não mais apenas na perspectiva de tratamento e prevenção da doença, mas como elemento preventivo, de qualidade de vida e contribuição activa para o bem-estar. A crescente sensibilidade ecológica traduz-se na busca da redução da poluição, dos consumos em água e em energia, aumento da duração das estadas, escolha de destinos turísticos mais próximos, não obstante a disponibilidade de transportes rápidos e eficazes sobretudo nos serviços de avião low-cost.(UNIVERSIDADE DE LISBOA, 2008) A partir do desenvolvimento deste trabalho concluíram-se vários aspectos que passamos a enunciar:

a) Espanha é o principal mercado emissor para a ERT do Centro de Portugal. b) Em 2008, Espanha concentrou 11.2 milhões viagens para outros destinos estrangeiros. c) A estada média dos turistas de Espanha em destinos internacionais é, em 33% dos casos, de 8 a 15

dias, valor representativo da importância das férias principais.

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d) O produto saúde e bem-estar é um dos produtos estratégicos do PENT que contribui para a redução da sazonalidade, maior qualificação do destino e maior diferenciação do destino turístico.

e) O mercado emissor espanhol registou uma quota de 5,2% do produto de Saúde e Bem-estar. f) Em 2008, os fluxos de outbound do mercado emissor espanhol foi de 21,6 milhões e gerou receitas

internacionais de turismo no valor de 41.900 milhões de euros g) O produto Saúde e Bem-estar regista uma alta taxa de crescimento de 8 a 10% por ano, tem um alto

volume de procura, cerca 2 a 3 milhões de viagens internacionais por ano na Europa, e uma despesa média de 200€ a 400€ por pessoa por dia [sem transportes]

h) Para o mercado emissor espanhol os destinos preferidos de Saúde e Bem-estar são Espanha, Andorra, Caraíbas, Portugal e França

i) De acordo com a estratégia do PENT, Portugal deverá fomentar promoções direccionadas para o mercado emissor Espanhol bem como para outros mercados potenciais, bem como para o mercado interno, tendo em conta as diferentes segmentações dos vários mercados, os gostos, faixas etárias, tendo sempre presente a oferta de um produto de Saúde e Bem-estar qualificado, diferenciador, e, apresentando como complementaridade animação de excelência de forma a incentivar os turistas a permanecerem mais tempo no local.

j) O produto Saúde e Bem-estar é definido no PENT como uma das 2ªs prioridades para a ERT do Centro de Portugal, bem como o produto Gastronomia e Vinhos. Sendo prioridade principal a aposta no Touring Cultural e Paisagístico e o Turismo de Natureza, produtos estes que poderão facilmente serem complementares do produto saúde e bem-estar (e vice-versa).

A ERT do Centro de Portugal tem recursos vastos e de grande valor patrimonial, excelentes acessibilidades, unidades de alojamento de excelência e animação turística de qualidade. Condições sine qua non para atrair e fidelizar outros mercados emissores em crescimento. A ERTC deverá continuar a apostar nos produtos definidos no PENT nomeadamente o produto saúde e bem-estar, o golfe, gastronomia e vinhos, MICE, como forma reduzir a sazonalidade, prolongar o número de dias na ERTC, fidelizar o mercado interno, o espanhol bem como atrair outros mercados em crescimento. A realização de campanhas publicitárias específicas para os vários targets no próprio mercado emissor e através da internet também irão reforçar sem dúvida o produto de Saúde e Bem-estar de qualidade e diferenciador que a ERT do Centro tem para oferecer. O produto de Bem-Estar na ERT do Centro de Portugal reúne todas as condições para obter sucesso na ERT do Centro de Portugal, contribuindo no seu todo para um desenvolvimento sustentável da região.

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9. GLOSSÁRIO HOTEL – Estabelecimento Hoteleiro que ocupa um edifício ou apenas parte independente dele, constituindo as suas instalações um todo homogéneo, com pisos completos e contíguos, acesso próprio e directo para uso exclusivo dos utentes, a quem são prestados serviços de alojamento temporário e outros serviços acessórios ou de apoio, com ou sem fornecimento de refeições, mediante pagamento. Estes estabelecimentos possuem, no mínimo, 10 unidades de alojamento. A classificação do estabelecimento resulta do preenchimento dos requisitos mínimos de instalações, equipamentos e serviços fixados em regulamento. Sempre que disponha de unidades de alojamento e zonas comuns fora do edifício principal, desde que os edifícios constituam um conjunto harmónico e articulado entre si, inserido num espaço delimitado e apresentando expressões arquitectónica e características funcionais homogéneas poderá, para fins comerciais, usar a expressão resort ou hotel resort, conjuntamente com o nome. INBOUND TOURISM - Turismo receptor, (turismo de importação) - feito pelos estrangeiros num dado país. MERCADO EMISSOR – actividades desenvolvidas pelos visitantes residentes, no âmbito de uma deslocação para fora do País de referência, desde que fora do seu ambiente habitual. MERCADO RECEPTOR – Destino que recebe turistas de outras nacionalidades. NUT – Nomenclatura das Unidades Territoriais para fins estatístico definido pelo Decreto-Lei n.º 244/2002 de 5 de Novembro. PIB – Produto Interno Bruto, representa a soma (em valores monetários) de todos os bens e serviços finais produzidos numa determinada região (quer sejam, países, estados, cidades), durante um determinado período (mês, trimestre, ano). O PIB é um dos indicadores mais utilizados na macroeconomia com o objectivo de mensurar a actividade económica de uma região. REVPAR - Preço médio por quarto disponível, medido pela relação entre os proveitos de aposento e o número de quartos disponíveis, no período de referência. Fórmula de cálculo: no total de receitas por ano / Somatório (Número de quartos no mês x Número de dias do mês). Este indicador, para além do seu interesse intrínseco, é utilizado para a construção de outros indicadores, nomeadamente na rotina de análise de competitividade

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TAXA LÍQUIDA DE OCUPAÇÃO-CAMA - Relação entre o número de dormidas e o número de camas disponíveis no período de referência, considerando como duas as camas de casal. A fórmula de cálculo traduz-se em Nº de dormidas durante o período de referência / (Nº de camas disponíveis x Nº de dias do período de referência)] x100". Este indicador permite avaliar a capacidade média de alojamento durante o período de referência. OUTBOUND TOURISM - (turismo de exportação), feito pelos nacionais de um dado país no estrangeiro considerado de lazer (férias, saúde, desporto, religião, etc.). RAPPEL - actividade vertical praticada com uso de cordas e equipamentos adequados para a descida de paredões e vãos livres bem como outras edificações. SPA – De acordo com vários dicionários, um “spa” é um “local onde existem águas termais com poderes curativos”. Mas há quem argumente que o seu nome se deve a um município belga, da província de Liège, que desde o século XIV é famoso pelo poder curativo das suas águas. Outra argumentação e a que melhor sustenta o universo da estética é proveniente da expressão latina Sanus per aqua – em boa saúde através da água. Nos últimos 10 anos, contudo, a palavra “SPA” tem vindo a ampliar o seu significado, abarcando virtualmente qualquer local, espaço, produto, tratamento ou solução que esteja relacionado, seja de que forma for, com a saúde física, mental ou espiritual. Embora esta utilização dilatada possa diminuir a “integridade” do termo e irritar os puristas, é igualmente um tributo à natureza positiva do conceito “SPA” e de todas as associações que lhe são feitas de uma forma cada vez mais ampla e variada. TERMALISMO- que consiste no fluxo de pessoas às estâncias balneárias, que além da procura pela saúde e do tratamento de enfermidades, iam em procura de descanso e prazer. TURISTA - visitantes que permanecem no local visitado mais de 24 horas (ou pelo menos uma noite) e cujo objectivo da visita possa ser. TURISMO - Actividades realizadas por indivíduos durante as suas viagens e estadas em lugares distintos da sua residência habitual, por um período de tempo consecutivo inferior a um ano com fins de lazer, negócios ou outros motivos.

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10. BIBLIOGRAFIA AEP – CENTRO DE ESTUDOS, “Saúde e Bem-Estar 2008”, Lisboa, 2008 CENTRO DE ESTUDOS GEOGRÁFICOS, “Actas dos I Seminário – Turismo e Planeamento do Território”, Lisboa, Universidade de Lisboa, 2008 CUNHA, Licínio, “Economia e Política do Turismo”, McGraw-Hill Portugal, Lisboa, 2008 ENTIDADE REGIONAL DE TURISMO DO CENTRO DE PORTUGAL, “Plano de Actividades da ERTC de 2009”, Aveiro, 2009 FERNANDES, P.; MONTE, A; CASTRO, J; “A Região Norte de Portugal e a preferência da procura turística: Litoral versus Interior” in Revista Portuguesa de Estudos Regionais, n.º4, Instituto Nacional de Estatística e APDR – Associação Portuguesa para o Desenvolvimentos Regional, Lisboa, 2003 INSTITUTO DE ESTUDOS TURISTICOS, “Familitur 2008”, Madrid, 2008 INSTITUTO NACIONAL DE ESTATÍSTICA, “Estatísticas de População Residente 2000-2009” consultado em 05 de Junho de 2010 em http://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_destaques&DESTAQUESdest_boui=83328088&DESTAQUESmodo=2 INSTITUTO PORTUGUÊS DE DESENVOLVIMENTO DO TURISMO, “Revista Turismo em 2009”, Porto, 2009 KHATCHIKIAN, Miguel, “Historial del Turismo”, Lima, Universidad San Martin de Porres, 2000 TURISMO DE PORTUGAL, O Turismo em 2008, Ministério da Economia e do Desenvolvimento, 2008 TURISMO DE PORTUGAL, Anuário das Estatísticas de 2008, Ministério da Economia e do Desenvolvimento, 2008 TURISMO DE PORTUGAL, “Termas em Portugal – A oferta e a procura em 2007”, Direcção de Estudos e Planeamento Estratégico/ Departamento de Informação, Lisboa, 2009

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