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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
INSTITUTO DE PESQUISAS SÓCIO-PEDAGÓGICAS
PÓS GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
LOGÍSTICA EMPRESARIAL
ANÁLISE DO PROCESSO DE EXPORTAÇÃO
ROSSANA MUNIZ CAPUTO
Prof. MARCO A. LAROSA
RIO DE JANEIRO
2002
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
INSTITUTO DE PESQUISAS SÓCIO-PEDAGÓGICAS
PÓS GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
LOGÍSTICA EMPRESARIAL
ANÁLISE DO PROCESSO DE EXPORTAÇÃO
ROSSANA MUNIZ CAPUTO
Prof. MARCO A. LAROSA
RIO DE JANEIRO
2002
AGRADECIMENTOS
A todos os autores, alunos e pessoas que,
direta e indiretamente contribuíram para a
confecção desta monografia.
DEDICATÓRIA
Dedico esta monografia ao meu noivo que
tanto colaborou para sua confecção e
aperfeiçoamento.
RESUMO
Nos dias de hoje, o potencial de exportação não se limita às grandes
empresas. Este tabu já caiu não existe mais. As pequenas e médias empresas
têm de se internacionalizar, quer exportando os seus produtos ou buscando
tecnologia no resto do mundo.
A consolidação do Plano Real comtemplou-nos com uma redução drástica
da inflação, redução da taxa de juros, aumento do endividamento público e um
enorme déficit nas transações correntes.
Muitas empresas diminuíram suas exportações e aumentaram suas
importações, gerando um déficit na balança comercial.
METODOLOGIA
Neste trabalho foi utilizado bibliografias de Comércio Exterior, a
operacionalidade de empresas de comércio internacional, Noções básicas de
exportação , e Normas administrativas de exportação do SECEX, BACEN e
DECEX.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO I
CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO
CAPÍTULO II
CONDIÇÕES DOS PRODUTOS EXPORTADOS
CAPÍTULO III
MOVIMENTAÇÃO INTERNACIONAL DE MERCADORIAS
CAPÍTULO IV
FORMAS DE PAGAMENTO
CAPÍTULO VI
NORMAS ADMINISTRATIVAS DAS EXPORTAÇÕES
CONCLUSÃO
BIBLIOGRAFIA
INTRODUÇÃO
Muitos são os empresários que se questionam sobre qual realmente seja a
razão de ingressar no mercado internacional, dadas as dificuldades normalmente
encontradas nas primeiras operações, tais como emissão de documentos,
negociações de cambio e outras.
A resposta mais abrangente desta questão poderia ser resumida no objetivo
empresarial de busca de lucros, com maior eficiência. Isto se deve, inicialmente,
ao fato de que a atividade de comercialização externa atende a múltiplos
interesses, seja no aspecto privado da questão, seja no aspecto oficial
determinado pelas próprias diretrizes governamentais que amparam e incentivam
o comercio internacional.
Deve-se, no entanto, ater-se a aspectos mais reflexivos no pressuposto, já
apresentado, de que a tomada de decisões empresarias no mercado externo deve
ser precedida de uma série de reflexões, visando estabelecer o necessário clima
de serenidade profissional.
A serenidade profissional estabelece para a empresa condições para a
exportação e a visão mais abrangente de que esta atividade não deve ser
vislumbrada como eventual, sob risco de que os esforços e investimentos feitos
não atinjam jamais sua plena maturação.
A exportação é um meio pelos quais as empresas se internacionalizam, e o
acesso ao mercado internacional pressupõe um estagio superior de crescimento
que envolve aspectos extremamente positivos para os resultados globais da
empresa. Cabe ainda ressaltar que o marcado internacional, normalmente, serve
de equilíbrio0 para regular a demanda das empresas.
CAPÍTULO I
CANAIS DE DISTRIBUICAO
Tradicionalmente, quando pensamos no mercado internacional, estamos
imaginando de um lado um fabricante e de outro lado um importador.
Contudo, devemos analisar também, as demais opções disponíveis no
mercado que , alias, estão previstas na legislação e poderão se tornar ótimas
alternativas quando não se esta bem familiarizado com o processo. Podemos
dividir as exportações em dois grupos:
· Exportações diretas
· Exportações indiretas
As exportações diretas são quando o fabricante e o exportador tem a
mesma razão social, isto quer dizer que não há qualquer interveniência de outras
empresas ou organizações no processo de exportação.
Por outro lado, nas exportações indiretas, obrigatoriamente teremos a
interveniência de uma terceira empresa que fará o papel de exportador. As
exportações indiretas podem ser efetuadas através de dois tipos de empresas que
poderão intervir no processo de exportação:
· Trading companies;
· Comerciais Exportadoras, Consórcios ou Cooperativas.
As intermediações de uma Trading co. são comparadas a uma exportação
direta, isto é, as vantagens são as mesmas que numa exportação direta.
As exportações através de Trading co. também são chamadas de
EQUIPARADAS, porque as responsabilidades fiscais terminam no momento em
que o fabricante emite a nota fiscal contra as Trading Co. e entrega a mercadoria
no deposito ou local por esta indicado.
O prazo legal para uma Trading com. Efetuar o embarque da mercadoria
para o exterior é de 180 dias, caso este prazo não seja cumprido, deve-se
proceder à internação da mercadoria e recolher todos os tributos isentos no ato da
compra.
Já a interveniência de qualquer uma das organizações acima, também
conhecidas como INTERVENIENTES, não goza dos mesmos benefícios das
tradings. A responsabilidade do fabricante não termina no momento da emissão
da nota fiscal e entrega da mercadoria ao exportador.
O prazo legal para que o interveniente efetue o embarque da mercadoria
para o exterior é de seis meses, contando da data do faturamento da mercadoria
pelo fabricante contra a empresa interveniente e caso a exportação não seja
efetuada dentro do prazo, o fabricante deverá recolher todos os tributo suspensos
no ato da venda.
1.1 - AGENTES COMERCIAIS INTERNACIONAIS
Atuam no agenciamento e intermediações internacionais de compras e
vendas, mediante o pagamento de uma comissão, que é ajustada antes do
fechamento da operação. Os agentes, normalmente, não possuem contratos
formais e buscam investigar mercados e produtos para conciliar os interesses do
importador e do exportador.
1.2 - REPRESENTANTES COMERCIAIS INTERNACIONAIS
Atuam de forma mais formal, com contrato, área de atuação delimitada e,
normalmente, têm uma comissão garantida sobre todos os negócios realizados
dentro de sua área de atuação. Como tal, procuram ajustar os interesses de suas
representadas aos interesses do mercado internacional.
A contratação de um representante internacional nem sempre é uma tarefa
fácil, pois ele irá representar a empresa no exterior onde não se tem controle
sobre sua forma de atuação e desempenho. Antes da contratação, é
recomendável que se faça uma investigação a respeito da empresa ou da pessoa,
em se tratando de pessoa física.
Portanto, for Pessoa Jurídica cadastrada no REI - Registro de
Exportadores e Importadores da SECEX - Secretaria do Comércio Exterior do
Ministério do Desenvolvimento, da Indústria e do Comércio Exterior - MDIC (este
cadastramento pode ser efetuado através de qualquer conexão com o
SISCOMEX- Sistema Integrada de Comércio Exterior - e, normalmente, é
concretizado no primeiro processo de exportação da Empresa, necessitando tara
tal que sejam informados CNPJ, constituição societária, capital social e outros
dados cadastrais).
CAPÍTULO II
CONDIÇÕES DE PRODUTOS EXPORTADOS
Aparentemente, qualquer produto poderá ser exportado. Mas, existem
controles mantidos pelo SECEX, contidos nos Anexos "A" a "J" da Portaria SCE
2/92, que devem ser consultados antes que se inicie qualquer procedimento de
contato ou de negociação com o Exterior. Existem produtos com exportação
proibida, outros com exportação suspensa, terceiros que sujeitam-se a
autorizações prévias, e os produtos que pretende-se exportar podem ter que se
adequar às exigências da legislação do País importador ou, ainda, atender
hábitos, a tradições e a outras imposições sociais de seus compradores.
2.1 - MARCA DO EXPORTADOR
Marca é um sinal distintivo de qualquer natureza, que pode ser
representado visual, verbal ou figurativamente, através de desenhos, letras ou
símbolos que identifiquem a empresa ou o produto em relação a seus
concorrentes, na mesma linha de produção.
A proteção da marca é fator fundamental para perpetuação e notoriedade
da marca, devendo a empresa ter a preocupação de registrar suas marcas antes
de lançar seus produtos no mercado nacional ou internacional.
É importante lembrar que, antes de solicitar o registro de uma marca no
exterior, esta deverá estar devidamente registrada no país e deve-se analisar os
seguintes critérios:
· Necessidade de registro;
· Se a marca não está registrada;
· Se o produto a ser exportado para aquele país é de livre importação;
· Se a marca não ofende os usos e costumes daquele país;
2.2 - QUALIDADE DOS PRODUTOS EXPORTADOS
A qualidade tornou-se um fator exponencial de competitividade, a ponto de
figurar na maioria dos casos como parte contratual, e são evidentes as razoes
para tais exigências. Nenhum consumidor perdoará um fabricante que lhe venda
produtos frágeis ou mal embalados, de pouca durabilidade e de confiabilidade
duvidosa.
Se a qualidade dos produtos for apreciada pelo seu justo valor, um sistema
de controle da qualidade corretamente aplicado pode representar o fermento
indispensável para a elevar a produção, tanto em nível nacional, quanto para o
mercado externo.
2.3 - EMBALAGEM
A importância da embalagem está vinculada ao fato de que o produto
importado, seja em que país for, sempre é visto de maneira especial, e a atitude
do consumidor é diferente da que mantém em relação a um produto fabricado em
seu próprio país.
A embalagem tem por função, essencialmente, promover e proteger o
produto. Para atender ao primeiro aspecto, a adequação da embalagem de
exportação deve esgotar o aspecto mercadológico do problema:
· Atitude dos consumidores;
· Peculiaridades mercadológicas;
· Concorrência;
· Legislação ambiental.
Quanto ao segundo aspecto, não podem ficar de fora os fatores como o das
condições de transporte, estocagem, manuseio, venda, clima e outras variáveis
físicas.
2.4 - MARCAÇÃO DOS VOLUMES E PRODUTOS
A marcação dos volumes destinados para exportação é importante, embora
nos dias atuais, a grande maioria das mercadorias seja transportadas em
containers que são previamente numerados e de fácil identificação. Portanto, ela
perdeu importância em relação a identificação do importador, mas ao mesmo
tempo, agregou outras. No momento da desovação, do container, o importador
devera Ter condições de identificar o conteúdo de cada volume, sem ter que abrí-
lo.
Os dados indispensáveis na marcação dos volumes são: o nome do
importador (abreviado se necessário), numero do volume, numero do pedido do
importador, peso bruto e líquido, nome do exportador e país de origem.
2.5 - CONDIÇÕES DE VENDA- INCOTERMS
Visando universalizar e dar precisão aos termos utilizados nos contratos de
compra e venda das mercadorias, a Câmara de Comércio Internacional definiu,
em 1936 as Incoterms que, no decorrer dos anos, foram adaptadas, e a última
reformulação foi efetuada em 1990.
As condições de entrega do produto nas transações internacionais deverão
ser estabelecidas com muita precisão para que não se deixe de considerar
nenhum aspecto que, muitas vezes, nos parece irrelevante, mas numa transação
internacional, é de extrema importância.
Não se pode admitir, no comercio internacional, que não se conheçam as
Incoterms, que constituem um contrato bilateral com apenas três silabas.
As condições mais utilizadas são:
· FOB- Free on bord- Livre a bordo;
· CFR- Cost and Freigth- Custo e frete;
· CIF- Cost, Insurance and Freight – Custo, seguro e frete;
· EXW- Ex Works- A partir do local de producao (Ex- Fabrica);
· FAZ- Free along Side Ship- Livre no constado do navio;
· FCA- Free carrier- Transportador livre;
· CPT- Carriage paid to- Transporte pago até;
· CIP- Carriage and Insurance paid to- Transportador e seguro pago até;
· DAF- Delivered at Frontier- Entregue na fronteira.
Talvez fosse interessante verificar, primeiro, onde vender seus produtos.
A não ser, é claro, que Você já tenha, em carteira, pedidos garantidos a
compradores bem definidos. Mas, verificar onde vender irá permitir detectar,
primeiro, informações estatísticas sobre o mercado onde Você pretende atuar
(através da SECEX ou do MRE - Ministério das Relações Exteriores) definindo se
o mesmo é crescente, decrescente ou estável em ralação às quantidades ou aos
valores que importa do Brasil e, principalmente, qual a performance de seus
eventuais concorrentes.
Detectados os Países receptivos (e que sejam interessantes para sua
Empresa em termos de abrangência de mercado, de preços internos praticados,
de diferenças cambiais, de sazonalidade, de embalagens, de exigências técnicas
e sanitárias, de custo dos transportes, de segurança nas operações de comércio
exterior e de transparência legal nestas operações) Você irá prospectar as
possíveis Empresas interessadas nos seus produtos. Para tanto, utilize as
seguintes fontes de consulta: os Boletins de Informações de Mercado - BIM e os
Boletins de Oportunidades Comerciais - BOC do Departamento de Informação
Comercial do MRE, nossas representações Diplomáticas no Exterior, as Câmaras
de Comércio e os Consulados instalados no Brasil, sua Associação de Classe, os
Escritórios Sebrae, o Banco do Brasil, com seu programa de Geração de Negócios
Internacionais - PGNI e, numa fase que já exigirá um preparo especial do
Exportador, as viagens internacionais e as participações em feiras e em
exposições internacionais.
CAPÍTULO III
MOVIMENTAÇÃO INTERNACIONAL DE MERCADORIAS
Entre os elementos que condicionam a vida e o bem-estar, a evolução, o
desenvolvimento e a riqueza de um país, os meios de transporte ocupam um lugar
de grande destaque, pois é certo que nem todos os produtos podem ser
produzidos no local onde são consumidos.
Os principais fatores que irão determinar o meio de transporte a ser
utilizado são:
· Situação geográfica;
· Urgência;
· Custo;
· Tipo de produto.
A partir de uma análise dos fatores acima, torna-se fácil tomar uma decisão
sobre qual meio de transporte a ser utilizado nas mais diversas situações.
3.1 - TRANSPORTE AÉREO
O transporte aéreo, apesar de ser o meio de transporte mais caro, vem
ganhando cada vez mais espaço no intercâmbio comercial entre os países. A sua
utilização correta pode ser decisiva na introdução de determinados produtos no
mercado internacional, em função da rapidez e segurança.
É regulamentado pela I.A.T.A- International Air Transport Association- que
estabelece as tarifas de frete, fiscaliza sua aplicação e exerce o controle sobre as
atividades das companhias aéreas.
Existem quatro categorias de tarifas de transporte aéreo internacional:
· Tarifa Geral
1. Tarifa mínima de 1 a 5 Kgs.
2. Tarifa para embarques de 5 a 45 Kgs
3. Tarifas para quantidades com peso superior a 45 Kgs
· Tarifas Classificadas- São percentuais adicionados a tarifa mínima
1. Bagagem não acompanhada;
2. Jornais, livros, impressos e catálogos;
3. Material em braile;
4. Animais vivos;
5. Restos mortais e urnas;
6. Ouro, platina e valores em geral.
· Tarifas específicas- São aplicadas a certos produtos específicos dentro
de regiões especificas.
· Tarifas por volume- São utilizadas para cargas inutilizadas, por peso
bruto ou pelo volume da mercadoria.
· Carga Preferencial- Consiste de marcadorias perecíveis, que tem
prioridade no embarque.
3.2 - TRANSPORTE MARÍTIMO
O transporte marítimo é responsável por cerca de 90% de toda a
movimentação internacional de mercadorias. Em nosso país, o transporte
internacional marítimo é disciplinado pelo Departamento da Marinha Mercante
(D.M.M.).
Internacionalmente, quem disciplina o transporte marítimo são as
conferências de fretes, organismos privados de caráter internacional, que
representam os armadores atuantes numa determinada área.
Paralelamente às conferências, existem os OUTSIDERS, armadores que
não fazem parte de nenhuma conferência, que na maioria das vezes, tem uma
rota fixa, sem estarem sujeitos a regularidade e freqüência como os navios
conferenciados.
Temos ainda, uma categoria conhecida como TRAMPS, armadores
independentes, que operam em função da oportunidade de negócios.
Normalmente, não operam em linhas regulares e fixas, e são utilizados para
transporte de mercadorias a granel e cobram em função da viagem realizada.
3.3 - TRANSPORTE FERROVIÁRIO
O intercâmbio comercial com Argentina, Bolívia, Chile, Uruguai e Paraguai
também se processa via ferroviária. Normalmente este meio de transporte é
combinado, de alguma forma, com o transporte rodoviário.
Normalmente este transporte é combinado, de alguma forma, com o
transporte rodoviário, principalmente para Bolívia. Neste caso, o contrato de
transporte é firmado somente com a empresa de transporte rodoviário, embora a
mercadoria seja transportada em parte do trajeto via ferroviária.
3.4 - TRANSPORTE RODOVIÁRIO O transporte rodoviário no Cone Sul da América é regido pelo Convênio
sobre Transporte Internacional e Terrestre, firmado entre Brasil, Argentina,
Paraguai, Uruguai, BOLÍVIA, Chile e Peru. Este convênio formulou a
regulamentação conjunta do transporte internacional de cargas por estradas de
rodagem na região sul do continente e permitiu, não só a garantia regular de
trânsito dos veículos de carga nos países signatários, como também proporcionou
às empresas permissionárias um regulamento com perfeita determinação de seus
direitos e obrigações.
Dentro do país é o DNER- Departamento Nacional de Estradas de
Rodagens- órgão que fiscaliza e normatiza o transporte rodoviário. Uma das
características mais importantes deste meio de transporte é a freqüência e
simplicidade de funcionamento, a custo razoável.
Desta forma, o desenvolvimento do comercio internacional encontra-
se estritamente ligado a um amplo e diversificado sistema de transporte.
Analisando este ângulo, torna-se evidente que os custos, a velocidade e a
freqüência exercem uma grande influência nos preços das mercadorias, assim
como os métodos de comercio e distribuição de bens de consumo.
O custo o transporte interno, adicionado ao custo de transporte
internacional, até pode inviabilizar uma operação, levando-se em conta que
qualquer importador sempre irá analisar o custo da mercadoria colocada no seu
depósito, isto é custo CIF mais as despesas portuárias e impostos.
CAPÍTULO IV
FORMAS DE PAGAMENTO
Assim como no mercado nacional, no mercado internacional, temos
diversas formas de pagamento; algumas envolvendo maiores e outras menores
riscos de crédito. Um conhecimento sobre as formas de pagamento disponíveis
dar-nos-á uma certa tranqüilidade numa negociação internacional.
As formas de pagamentos usuais são:
4.1 - REMESSA ANTECIPADA
É também conhecida como pagamento antecipado. É uma forma de
pagamento pouco comumno comercio internacional, por se tratar de um contrato
unilateral, em que o importador terá que confiar totalmente na idoneidade do
exportador.
A remessa antecipada consiste na remessa, por parte do importador, de
ordem de pagamento, cheque bancário ou entrega em espécie ao exportador,
antes do efetivo embarque da mercadoria. Para o exportador, esta é a forma mais
segura possível, já para o importador, o risco é muito grande, pois a garantia de
recebimento da mercadoria está nas mãos do exportador.
4.2 - COBRANÇA À VISTA OU À PRAZO
Ao contrário da remessa antecipada, o risco, neste caso, é unicamente do
exportador. Para minimizar os riscos, deve-se observar alguns critérios básicos ao
aceitar esta forma de pagamento:
· O cliente é tradicional?
· O cliente compra com regularidade
· O país de destino tem controle cambial
· Existe informações cadastrais deste cliente?
Se todas as respostas forem satisfatórias, o risco diminui, embora não está
descartada a hipótese do importador, por qualquer razão, não retirar os
documentos do banco e deixar a mercadoria à disposição do exportador no
exterior.
A cobrança poderá ser à vista ou à prazo, de acordo com as normas
vigentes. Pode-se se conceder um prazo de até 180 dias sem anuência prévia do
Banco Central. Isto não quer dizer que prazos maiores não poderão ser
concedidos. Para a concessão de prazos de pagamentos superiores a 180 dias,
será necessário uma autorização expressa do Banco Central, u seja fazer um
ROF (Registro sobre Operações Financeiras).
4.3 - CARTAS DE CRÉDITO
Carta de crédito documentário é um compromisso de pagamento por
escrito, emitido por um banco (banco emissor) a favor do exportador (beneficiário)
a pedido e de acordo com as instruções do importador (tomador), pelo qual o
banco se compromete a pagar, aceitar ou negociar certa soma em dinheiro contra
apresentação de determinado documentos e o cumprimento de certas exigências
dentro de um prazo limitado.
As cartas de crédito são regulamentadas pela Câmara de Comércio
Internacional (CCI), através de regras de usos e uniformes sobre créditos
documentários. O pedido de abertura da carta de crédito é formalizado através de
um impresso próprio, fornecido pelo banco, conhecido como proposta de abertura
de crédito documentários, em que já se encontram as cláusulas, sob as quais o
crédito deverá ser instituído, e os detalhes que serão fornecidos pelo próprio
importador.
4.4 - CONVÊNIO DE CRÉDITO RECÍPROCO (CCR)
O Convênio de Crédito Recíproco (CCR) é um acordo multilateral de
recebimento e pagamentos, que visa fomentar o intercâmbio comercial da América
Latina e reduzir as transferências financeiras entre os países da ALADI. A
negociação pode abranger qualquer tipo de produto de importação e exportação.
Todas as negociações são feitas em dólares dos Estados Unidos da América.
4.5 - COUNTER TRADE
Não existe definição, em nível internacional, do que vem a ser a
expressão counter trade. Nós, no Brasil, a definimos como comércio internacional
de trocas, e em outros lugares, também é conhecida como comércio de barganha
ou transações de compensação.
Uma definição prática que poderíamos dar a counter trade seria a troca de
mercadorias entre países.
CAPÍTULO V
NORMAS ADMINISTRATIVAS DAS EXPORTAÇÕES
As normas do comércio exterior brasileiro são determinadas pela Secretaria
de Comérco Exterior, subordinada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e
Comércio.
5.1 – REGISTROS SISCOMEX
Qualquer empresa que queira formalizar a sua primeira operação com o
mercado externo deverá providenciar o seu Registro do exportador, também
conhecido como REI- Registro do Exportador e Importador, que credenciará a
empresa para entrar no sistema automatizado do SISCOMEX. Este
credenciamento é feito somente na primeira operação, junto à Delegacia da
Receita Federal.
5.1.1 - REGISTRO DE EXPORTAÇÃO
Efetuado o registro do Exportador, o exportador estará habilitado a solicitar
o Registro de Exportação- RE, que é a autorização prévia da exportação
solicitada, via computador ou diretamente via DECEX, através de um sistema
integrado “on line” conhecido por SISCOMEX. Deverão ser fornecidas informações
comerciais, financeiras, cambiais e fiscais relativas ao seu processo de exportação
5.1.2 - SOLICITAÇÃO DE DESPACHO
A solicitação de Despacho é o documento solicitado pelo despachante
aduaneiro, no porto de embarque da mercadoria. A SD é solicitada ao sistema
integrado pelo despachante aduaneiro, como forma de liberação da mercadoria
para embarque no porto, aeroporto ou fronteira.
5.1.3 - COMPROVAÇÃO DE EMBARQUE- CE
Efetuando o embarque da mercadoria, o despachante aduaneiro solicita ao
sistema a comprovação de embarque, que é o documento que comprova a efetiva
venda para o exterior.
5.2 - DOCUMENTOS DE USO INTERNO
Documentos de uso interno são todos os documentos que transitam apenas
dentro do país, que são:
5.2.1 - CONTRATO DE CÂMBIO
É o documento que comprova a conversão da moeda, fruto de uma
operação no mercado internacional, quer na exportação ou na importação. Tanto
na exportação como na importação, este documento poderá ser emitido antes ou
após o efetivo embarque da mercadoria.
5.2.2 - NOTA FISCAL
A Nota Fiscal dá cobertura fiscal ao trânsito da mercadoria a ser exportada.
Instruirá a movimentação interna até o local de efetivo embarque para transporte
internacional e integrará o processo de desembaraço alfandegário, esta Nota
Fiscal constitui-se nos modelos 1 ou 1A , deve ser emitida em nome do Importador
com o respectivo endereço do País de destino e terá, como principal Código Fiscal
da Operação, o lançamento 7.11 (para aquele Exportador que é o próprio
Fabricante/Produtor das mercadorias exportadas).
Nossa legislação exige que a Nota Fiscal seja preenchida com valores em
Reais, resultante da conversão da moeda estrangeira negociada, e esta
sistemática pode gerar situações conflitantes, dependendo da data de contratação
do câmbio e da destinação dos valores resultantes, se para fins cambiais ou para
fins fiscais, o regulamento do ICMS de seu Estado e não esqueça que as
exportações também se sujeitam ao Regulamento do IPI em todos os seus
tratamentos fiscais, normalmente, as Alfândegas exigem a citação, no corpo da
Nota Fiscal, do número atribuído ao RE que ampara a exportação em curso.
5.3 - DOCUMENTOS DE USO EXTERNO
Documentos de uso externo são os documentos que não tem qualquer
conotação fiscal dentro do país. São os documentos que o importador irá utilizar
para efetuar o desembaraço da mercadoria no seu país. Os principais documentos
de uso externo são:
5.3.1 - FATURA PRÓ FORMA
A fatura pró forma, serva para formalizar uma proposta de compra ou
pedido e , ao mesmo tempo, serve para formalizar a importação junto às
autoridades aduaneiras do país importador.
5.3.2 - FATURA COMERCIAL
A fatura comercial é o documento que substitui a nota fiscal no mercado
internacional. A fatura comercial, é uma cópia da fatura pró forma, mas, neste
caso, é o documento hábil para que o importador possa nacionalizar a mercadoria
no país. É o espelho de sua transação comercial internacional, onde constará
todos os pormenores da operação, tais como características dos produtos,
quantidades, número e tipo de volumes, valores negociados, locais de origem e
destino.
Como documento básico do comércio exterior, serve como comprovante, da
relação comercial, tanto no desembaraço aduaneiro como nos procedimentos de
pagamento do Exportador, toda Fatura deve ser numerada, e esta numeração
constará em todos os documentos que instruem o processo de exportação
deve ser elaborada no idioma do País importador ou, na sua impossibilidade, no
idioma inglês, para negociação bancária, são necessárias três vias originais,
normalmente, toda fatura deve ser datada e assinada, devendo esta assinatura
estar identificada.
A Fatura Comercial deve conter: termos de pagamento, dados do veículo
transportador, local de embarque e de destino, identificação dos volumes, pesos
líquido/bruto e descrição completa das mercadorias, com preços unitários e
eventuais descontos ou acréscimos
5.3.3 - LISTA DE EMBALAGEM
A lista de embalagem é o documento que lista todos os volumes e seus
respectivos conteúdos e pesos. Tem duas finalidades: No momento do embarque
e no porto de destino, as mercadorias são inspecionadas com a conferência na
lista de embalagem.
5.3.4 - CERTIFICADO DE ORIGEM
São vários os certificados de origem disponíveis, sendo que sua principal
finalidade é a de atestar a procedência e origem da mercadoria. Com base na
oirgem, são concedidas reduções, ou até mesmo isenções, tas tarifas aduaneiras
no país de destino.
É o documento que atesta a origem das mercadorias e que pode ser
exigido pelo Importador, para que este se valha dos benefícios da redução ou
mesmo da isenção de tributos, garantidos pela legislação do País de destino das
mercadorias, mas que comumente estão vinculados à origem das mercadorias
transacionadas, através de acordos comerciais entre as Nações, tais como os
previstos para os Países - membros da ALADI - Associação Latino Americana de
Integração, os Países - membros do MERCOSUL - Mercado Comum do Sul,
os Países - desenvolvidos (ou industrializados) signatários do SGP - Sistema
Geral de Preferências, em consonância com as diretrizes para o comércio
internacional definidos pelo GATT - Acordo Geral de Tarifas e Comércio,
os Países em desenvolvimento signatário do SGPC - Sistema Global de
Preferências Comerciais, os Países beneficiados pelo PEC - Protocolos de
Expansão Comercial, ou ainda, quando exigidos para simples certificação da
origem brasileira, os Certificados de Origem Comuns emitidos pelas Federações ,
Confederações ou Centros de Indústria, de Comércio ou de Agricultura.
5.3.5 - CONHECIMENTO DE EMBARQUE
O conhecimento de embarque, também conhecido como “Bill of Ladind”,
para transporte marítimo,e “AWB” para transporte aéreo, é emitido pela
companhia de transporte, informando todos os detalhes do produto e do
embarque. É o documento emitido pelo Transportador internacional, ou pelo seu
Agente local, comprovando a transferência da posse da mercadoria e sua saída
para Exterior. Note que o Conhecimento de Embarque, como importante
documento do processo de exportação, deve ter seu preenchimento cercado de
todos os cuidados, principalmente quanto aos detalhes acertados com o
Importador e quanto às particularidades contidas na Carta de Crédito,
merece atenção especial a data de emissão do Conhecimento de Embarque, que
pode inviabilizar uma Carta de Crédito se for posterior à data limite, nela
estipulada, para emissão deste documento. Nunca permita que um Conhecimento
de Embarque seja emitido com anotações que denunciem conflitos com o que foi
informado ao Banco negociador.
5.3.6 - APÓLICE DE SEGURO
Este documento é exigido nas vendas CIF ou CIP, em que o exportador é
responsável pelo pagamento de seguro de transporte internacional.
Para o transporte internacional, é o documento que honra a exigência de
contratação de seguro, pelo Exportador, para garantia total das mercadorias em
caso de sinistro, deve estar, em tudo, condizente com as instruções contidas no
Pedido de Compra ou na Carta de Crédito, sua contratação é obrigatória quando
as condições são CIF, ou nos INCOTERMS equivalentes.
Após o correto preenchimento de todas as telas que compõem a entrada de
um RE, o SISCOMEX atribuirá, automaticamente, numeração específica para seu
processo de exportação, o que contribui a emissão do RE. Este RE emitido tem
validade de 60 dias, mas poderá ser prorrogado. O SISCOMEX é bastante
interativo, permitindo que seja utilizado com bastante desenvoltura. No entanto, se
Você não domina, ainda, os aspectos operacionais do processamento das
exportações, é aconselhável a assessoria de um Despachante Aduaneiro,
capacitado ao trato fiscal e ao desembaraço alfandegário de seu processo de
exportação.
Emitido o RE - Registro de Exportação, deve-se providenciar os seguintes
documentos, necessários para a circulação das mercadorias em território
brasileiro, para embarque ao Exterior e para liquidação de câmbio junto ao Banco
negociador
CONCLUSÃO
A questão de o que vender no mercado internacional é um dos pontos
cruciais de decisão da empresa. A definição pode pressupor a necessidade da
adaptação, de produtos, na medida em que as mercadorias se direcionam a
consumidores cujos usos e costumes diferem dos nossos, desde situações
facilmente identificadas, como idioma, usos e contumes, ate variáveis mais
complexas, como religião.
Por essas razoes, a determinação de produtos para exportação deve ser
precedida de uma analise cuidadosa também em relação a determinadas
características de adaptação dos diferentes mercados. A primeira e principal
caracteristica requerida para a venda de um produto no mercado reside,
exatamente, no grau de conhecimento exigido do produto em si, ou seja, o produto
deve ser conhecido por aquele que o produz.
O conjunto de vantagens advindas em decorrência de uma venda de
produtos manufaturados e semi-manufaturados ao exterior podem ser
classificados em mensuráveis e não mensuráveis.
Mensuráveis, são todas as vantagens que refletem, de alguma forma, num
resultado contábil e financeiro na empresa. As vantagens não mensuráveis são as
vantagens que não poderão ser transformadas em dividendos numéricos, ou
melhor, que não poderão ser medidas, mas que são de grande importância para a
empresa.
Logo, o planejamento empresarial não deve ater-se somente às vantagens
mensuráveis, mas deve fazer uma análise criteriosa de todos os benefícios que
poderão ser auferidos, quer direta ou indiretamente.
BIBLIOGRAFIA
GARCIA, Luiz Martins. Exportar: Rotinas e Procedimentos,
Incentivos e Formação de Preços, São Paulo: Edições Aduaneiras,
1992.
VAZQUEZ, José Lopes. Comércio Exterior Brasileiro, Editora
Atlas, São Paulo 1997.
MAYA, Jayme de Mariz, Economia Internacional e Comércio
Exterior, Ed. Atlas, São Paulo, 1998.
MURTA, Roberto de Oliveira: Controle da Qualidade na
Exportação, Rio de Janeiro, Fundação Centro de Estudos do
Comércio Exterior, 1982.
BANCO DO BRASIL, Manual do Exportador, Rio de Janeiro,
1989.
NORMAS ADMINISTRATIVAS DE EXPORTAÇÃO, Portaria nº 2
de 22.12.92 e portaria Secex nº 8 de 27.04.93.
SECEX, Portaria 21 e 22 de 12.12.96.
BACEN, Circular nº 2493 de 19.10.94
DECEX. Comunicados 2,4,7,9 e 12/97.
INDICE
AGRADECIMENTO III
DEDICATÓRIA IV
RESUMO V
METODOLOGIA VI
SUMÁRIO VII
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I
CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO 09
1.1- Trading Company 10
1.2- Agentes Comerciais Internacionais 11
1.3- Representantes Comerciais Internacionais 11
CAPÍTULO II
CONDIÇÕES DOS PRODUTOS EXPORTADOS 12
2.1- Marca do Exportador 12
2.2- Qualidade dos Produtos Exportados 13
2.3- Embalagem 13
2.4- Marcação de Volumes e Produtos 14
2.5- Condições de Venda- Incoterms 14
CAPÍTULO III
MOVIMENTAÇÃO INTERNAC.DE MERCADORIAS 17
3.1- Transporte Aéreo 17
3.2- Transporte Marítimo 18
3.3- Transporte Ferroviário 19
3.4 - Transporte Rodoviário 19
CAPÍTULO IV
FORMAS DE PAGAMENTO 21
4.1- Remessa Antecipada 21
4.2- Cobrança à Vista ou à Prazo 22
4.3- Cartas de Crédito 22
4.4- Convênio de Crédito Recíproco (CCR) 23
4.5- Counter Trade 23
CAPÍTULO VI
NORMAS ADMINISTRATIVAS DAS EXPORTAÇÕES 24
5.1- Registros (SISCOMEX) 24
5.1.1- Registro de Exportação- RE 25
5.1.2- Solicitação de Despacho- SD 25
5.1.3- Comprovação de Embarque- CE 25
5.2- Documentos de Uso Interno 25
5.2.1- Contrato de Câmbio 25
5.2.2- Nota Fiscal 26
5.3- Documentos de Uso Externo 26
5.3.1- Fatura Pró Forma 27
5.3.2- Fatura Comercial 27
5.3.3- Lista de Embalagem 28
5.3.4- Certificado de Origem 28
5.3.5- Conhecimento de Embarque 29
5.3.6- Apólice de Seguro 29
CONCLUSÃO 31
BIBLIOGRAFIA 32