anÁlise do processo de exportaÇÃo - avm.edu.br muniz caputo.pdf · a qualidade tornou-se um...

34
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES INSTITUTO DE PESQUISAS SÓCIO-PEDAGÓGICAS PÓS GRADUAÇÃO “LATO SENSU” LOGÍSTICA EMPRESARIAL ANÁLISE DO PROCESSO DE EXPORTAÇÃO ROSSANA MUNIZ CAPUTO Prof. MARCO A. LAROSA RIO DE JANEIRO 2002

Upload: phamtram

Post on 10-Nov-2018

215 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: ANÁLISE DO PROCESSO DE EXPORTAÇÃO - avm.edu.br MUNIZ CAPUTO.pdf · A qualidade tornou-se um fator exponencial de competitividade, a ponto de ... do pedido do importador ... termos

UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

INSTITUTO DE PESQUISAS SÓCIO-PEDAGÓGICAS

PÓS GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

LOGÍSTICA EMPRESARIAL

ANÁLISE DO PROCESSO DE EXPORTAÇÃO

ROSSANA MUNIZ CAPUTO

Prof. MARCO A. LAROSA

RIO DE JANEIRO

2002

Page 2: ANÁLISE DO PROCESSO DE EXPORTAÇÃO - avm.edu.br MUNIZ CAPUTO.pdf · A qualidade tornou-se um fator exponencial de competitividade, a ponto de ... do pedido do importador ... termos

UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

INSTITUTO DE PESQUISAS SÓCIO-PEDAGÓGICAS

PÓS GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

LOGÍSTICA EMPRESARIAL

ANÁLISE DO PROCESSO DE EXPORTAÇÃO

ROSSANA MUNIZ CAPUTO

Prof. MARCO A. LAROSA

RIO DE JANEIRO

2002

Page 3: ANÁLISE DO PROCESSO DE EXPORTAÇÃO - avm.edu.br MUNIZ CAPUTO.pdf · A qualidade tornou-se um fator exponencial de competitividade, a ponto de ... do pedido do importador ... termos

AGRADECIMENTOS

A todos os autores, alunos e pessoas que,

direta e indiretamente contribuíram para a

confecção desta monografia.

Page 4: ANÁLISE DO PROCESSO DE EXPORTAÇÃO - avm.edu.br MUNIZ CAPUTO.pdf · A qualidade tornou-se um fator exponencial de competitividade, a ponto de ... do pedido do importador ... termos

DEDICATÓRIA

Dedico esta monografia ao meu noivo que

tanto colaborou para sua confecção e

aperfeiçoamento.

Page 5: ANÁLISE DO PROCESSO DE EXPORTAÇÃO - avm.edu.br MUNIZ CAPUTO.pdf · A qualidade tornou-se um fator exponencial de competitividade, a ponto de ... do pedido do importador ... termos

RESUMO

Nos dias de hoje, o potencial de exportação não se limita às grandes

empresas. Este tabu já caiu não existe mais. As pequenas e médias empresas

têm de se internacionalizar, quer exportando os seus produtos ou buscando

tecnologia no resto do mundo.

A consolidação do Plano Real comtemplou-nos com uma redução drástica

da inflação, redução da taxa de juros, aumento do endividamento público e um

enorme déficit nas transações correntes.

Muitas empresas diminuíram suas exportações e aumentaram suas

importações, gerando um déficit na balança comercial.

Page 6: ANÁLISE DO PROCESSO DE EXPORTAÇÃO - avm.edu.br MUNIZ CAPUTO.pdf · A qualidade tornou-se um fator exponencial de competitividade, a ponto de ... do pedido do importador ... termos

METODOLOGIA

Neste trabalho foi utilizado bibliografias de Comércio Exterior, a

operacionalidade de empresas de comércio internacional, Noções básicas de

exportação , e Normas administrativas de exportação do SECEX, BACEN e

DECEX.

Page 7: ANÁLISE DO PROCESSO DE EXPORTAÇÃO - avm.edu.br MUNIZ CAPUTO.pdf · A qualidade tornou-se um fator exponencial de competitividade, a ponto de ... do pedido do importador ... termos

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO

CAPÍTULO I

CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO

CAPÍTULO II

CONDIÇÕES DOS PRODUTOS EXPORTADOS

CAPÍTULO III

MOVIMENTAÇÃO INTERNACIONAL DE MERCADORIAS

CAPÍTULO IV

FORMAS DE PAGAMENTO

CAPÍTULO VI

NORMAS ADMINISTRATIVAS DAS EXPORTAÇÕES

CONCLUSÃO

BIBLIOGRAFIA

Page 8: ANÁLISE DO PROCESSO DE EXPORTAÇÃO - avm.edu.br MUNIZ CAPUTO.pdf · A qualidade tornou-se um fator exponencial de competitividade, a ponto de ... do pedido do importador ... termos

INTRODUÇÃO

Muitos são os empresários que se questionam sobre qual realmente seja a

razão de ingressar no mercado internacional, dadas as dificuldades normalmente

encontradas nas primeiras operações, tais como emissão de documentos,

negociações de cambio e outras.

A resposta mais abrangente desta questão poderia ser resumida no objetivo

empresarial de busca de lucros, com maior eficiência. Isto se deve, inicialmente,

ao fato de que a atividade de comercialização externa atende a múltiplos

interesses, seja no aspecto privado da questão, seja no aspecto oficial

determinado pelas próprias diretrizes governamentais que amparam e incentivam

o comercio internacional.

Deve-se, no entanto, ater-se a aspectos mais reflexivos no pressuposto, já

apresentado, de que a tomada de decisões empresarias no mercado externo deve

ser precedida de uma série de reflexões, visando estabelecer o necessário clima

de serenidade profissional.

A serenidade profissional estabelece para a empresa condições para a

exportação e a visão mais abrangente de que esta atividade não deve ser

vislumbrada como eventual, sob risco de que os esforços e investimentos feitos

não atinjam jamais sua plena maturação.

A exportação é um meio pelos quais as empresas se internacionalizam, e o

acesso ao mercado internacional pressupõe um estagio superior de crescimento

que envolve aspectos extremamente positivos para os resultados globais da

empresa. Cabe ainda ressaltar que o marcado internacional, normalmente, serve

de equilíbrio0 para regular a demanda das empresas.

Page 9: ANÁLISE DO PROCESSO DE EXPORTAÇÃO - avm.edu.br MUNIZ CAPUTO.pdf · A qualidade tornou-se um fator exponencial de competitividade, a ponto de ... do pedido do importador ... termos

CAPÍTULO I

CANAIS DE DISTRIBUICAO

Tradicionalmente, quando pensamos no mercado internacional, estamos

imaginando de um lado um fabricante e de outro lado um importador.

Contudo, devemos analisar também, as demais opções disponíveis no

mercado que , alias, estão previstas na legislação e poderão se tornar ótimas

alternativas quando não se esta bem familiarizado com o processo. Podemos

dividir as exportações em dois grupos:

· Exportações diretas

· Exportações indiretas

As exportações diretas são quando o fabricante e o exportador tem a

mesma razão social, isto quer dizer que não há qualquer interveniência de outras

empresas ou organizações no processo de exportação.

Por outro lado, nas exportações indiretas, obrigatoriamente teremos a

interveniência de uma terceira empresa que fará o papel de exportador. As

exportações indiretas podem ser efetuadas através de dois tipos de empresas que

poderão intervir no processo de exportação:

· Trading companies;

· Comerciais Exportadoras, Consórcios ou Cooperativas.

Page 10: ANÁLISE DO PROCESSO DE EXPORTAÇÃO - avm.edu.br MUNIZ CAPUTO.pdf · A qualidade tornou-se um fator exponencial de competitividade, a ponto de ... do pedido do importador ... termos

As intermediações de uma Trading co. são comparadas a uma exportação

direta, isto é, as vantagens são as mesmas que numa exportação direta.

As exportações através de Trading co. também são chamadas de

EQUIPARADAS, porque as responsabilidades fiscais terminam no momento em

que o fabricante emite a nota fiscal contra as Trading Co. e entrega a mercadoria

no deposito ou local por esta indicado.

O prazo legal para uma Trading com. Efetuar o embarque da mercadoria

para o exterior é de 180 dias, caso este prazo não seja cumprido, deve-se

proceder à internação da mercadoria e recolher todos os tributos isentos no ato da

compra.

Já a interveniência de qualquer uma das organizações acima, também

conhecidas como INTERVENIENTES, não goza dos mesmos benefícios das

tradings. A responsabilidade do fabricante não termina no momento da emissão

da nota fiscal e entrega da mercadoria ao exportador.

O prazo legal para que o interveniente efetue o embarque da mercadoria

para o exterior é de seis meses, contando da data do faturamento da mercadoria

pelo fabricante contra a empresa interveniente e caso a exportação não seja

efetuada dentro do prazo, o fabricante deverá recolher todos os tributo suspensos

no ato da venda.

Page 11: ANÁLISE DO PROCESSO DE EXPORTAÇÃO - avm.edu.br MUNIZ CAPUTO.pdf · A qualidade tornou-se um fator exponencial de competitividade, a ponto de ... do pedido do importador ... termos

1.1 - AGENTES COMERCIAIS INTERNACIONAIS

Atuam no agenciamento e intermediações internacionais de compras e

vendas, mediante o pagamento de uma comissão, que é ajustada antes do

fechamento da operação. Os agentes, normalmente, não possuem contratos

formais e buscam investigar mercados e produtos para conciliar os interesses do

importador e do exportador.

1.2 - REPRESENTANTES COMERCIAIS INTERNACIONAIS

Atuam de forma mais formal, com contrato, área de atuação delimitada e,

normalmente, têm uma comissão garantida sobre todos os negócios realizados

dentro de sua área de atuação. Como tal, procuram ajustar os interesses de suas

representadas aos interesses do mercado internacional.

A contratação de um representante internacional nem sempre é uma tarefa

fácil, pois ele irá representar a empresa no exterior onde não se tem controle

sobre sua forma de atuação e desempenho. Antes da contratação, é

recomendável que se faça uma investigação a respeito da empresa ou da pessoa,

em se tratando de pessoa física.

Portanto, for Pessoa Jurídica cadastrada no REI - Registro de

Exportadores e Importadores da SECEX - Secretaria do Comércio Exterior do

Ministério do Desenvolvimento, da Indústria e do Comércio Exterior - MDIC (este

cadastramento pode ser efetuado através de qualquer conexão com o

SISCOMEX- Sistema Integrada de Comércio Exterior - e, normalmente, é

concretizado no primeiro processo de exportação da Empresa, necessitando tara

tal que sejam informados CNPJ, constituição societária, capital social e outros

dados cadastrais).

Page 12: ANÁLISE DO PROCESSO DE EXPORTAÇÃO - avm.edu.br MUNIZ CAPUTO.pdf · A qualidade tornou-se um fator exponencial de competitividade, a ponto de ... do pedido do importador ... termos

CAPÍTULO II

CONDIÇÕES DE PRODUTOS EXPORTADOS

Aparentemente, qualquer produto poderá ser exportado. Mas, existem

controles mantidos pelo SECEX, contidos nos Anexos "A" a "J" da Portaria SCE

2/92, que devem ser consultados antes que se inicie qualquer procedimento de

contato ou de negociação com o Exterior. Existem produtos com exportação

proibida, outros com exportação suspensa, terceiros que sujeitam-se a

autorizações prévias, e os produtos que pretende-se exportar podem ter que se

adequar às exigências da legislação do País importador ou, ainda, atender

hábitos, a tradições e a outras imposições sociais de seus compradores.

2.1 - MARCA DO EXPORTADOR

Marca é um sinal distintivo de qualquer natureza, que pode ser

representado visual, verbal ou figurativamente, através de desenhos, letras ou

símbolos que identifiquem a empresa ou o produto em relação a seus

concorrentes, na mesma linha de produção.

A proteção da marca é fator fundamental para perpetuação e notoriedade

da marca, devendo a empresa ter a preocupação de registrar suas marcas antes

de lançar seus produtos no mercado nacional ou internacional.

É importante lembrar que, antes de solicitar o registro de uma marca no

exterior, esta deverá estar devidamente registrada no país e deve-se analisar os

seguintes critérios:

· Necessidade de registro;

· Se a marca não está registrada;

Page 13: ANÁLISE DO PROCESSO DE EXPORTAÇÃO - avm.edu.br MUNIZ CAPUTO.pdf · A qualidade tornou-se um fator exponencial de competitividade, a ponto de ... do pedido do importador ... termos

· Se o produto a ser exportado para aquele país é de livre importação;

· Se a marca não ofende os usos e costumes daquele país;

2.2 - QUALIDADE DOS PRODUTOS EXPORTADOS

A qualidade tornou-se um fator exponencial de competitividade, a ponto de

figurar na maioria dos casos como parte contratual, e são evidentes as razoes

para tais exigências. Nenhum consumidor perdoará um fabricante que lhe venda

produtos frágeis ou mal embalados, de pouca durabilidade e de confiabilidade

duvidosa.

Se a qualidade dos produtos for apreciada pelo seu justo valor, um sistema

de controle da qualidade corretamente aplicado pode representar o fermento

indispensável para a elevar a produção, tanto em nível nacional, quanto para o

mercado externo.

2.3 - EMBALAGEM

A importância da embalagem está vinculada ao fato de que o produto

importado, seja em que país for, sempre é visto de maneira especial, e a atitude

do consumidor é diferente da que mantém em relação a um produto fabricado em

seu próprio país.

A embalagem tem por função, essencialmente, promover e proteger o

produto. Para atender ao primeiro aspecto, a adequação da embalagem de

exportação deve esgotar o aspecto mercadológico do problema:

· Atitude dos consumidores;

· Peculiaridades mercadológicas;

Page 14: ANÁLISE DO PROCESSO DE EXPORTAÇÃO - avm.edu.br MUNIZ CAPUTO.pdf · A qualidade tornou-se um fator exponencial de competitividade, a ponto de ... do pedido do importador ... termos

· Concorrência;

· Legislação ambiental.

Quanto ao segundo aspecto, não podem ficar de fora os fatores como o das

condições de transporte, estocagem, manuseio, venda, clima e outras variáveis

físicas.

2.4 - MARCAÇÃO DOS VOLUMES E PRODUTOS

A marcação dos volumes destinados para exportação é importante, embora

nos dias atuais, a grande maioria das mercadorias seja transportadas em

containers que são previamente numerados e de fácil identificação. Portanto, ela

perdeu importância em relação a identificação do importador, mas ao mesmo

tempo, agregou outras. No momento da desovação, do container, o importador

devera Ter condições de identificar o conteúdo de cada volume, sem ter que abrí-

lo.

Os dados indispensáveis na marcação dos volumes são: o nome do

importador (abreviado se necessário), numero do volume, numero do pedido do

importador, peso bruto e líquido, nome do exportador e país de origem.

2.5 - CONDIÇÕES DE VENDA- INCOTERMS

Visando universalizar e dar precisão aos termos utilizados nos contratos de

compra e venda das mercadorias, a Câmara de Comércio Internacional definiu,

em 1936 as Incoterms que, no decorrer dos anos, foram adaptadas, e a última

reformulação foi efetuada em 1990.

Page 15: ANÁLISE DO PROCESSO DE EXPORTAÇÃO - avm.edu.br MUNIZ CAPUTO.pdf · A qualidade tornou-se um fator exponencial de competitividade, a ponto de ... do pedido do importador ... termos

As condições de entrega do produto nas transações internacionais deverão

ser estabelecidas com muita precisão para que não se deixe de considerar

nenhum aspecto que, muitas vezes, nos parece irrelevante, mas numa transação

internacional, é de extrema importância.

Não se pode admitir, no comercio internacional, que não se conheçam as

Incoterms, que constituem um contrato bilateral com apenas três silabas.

As condições mais utilizadas são:

· FOB- Free on bord- Livre a bordo;

· CFR- Cost and Freigth- Custo e frete;

· CIF- Cost, Insurance and Freight – Custo, seguro e frete;

· EXW- Ex Works- A partir do local de producao (Ex- Fabrica);

· FAZ- Free along Side Ship- Livre no constado do navio;

· FCA- Free carrier- Transportador livre;

· CPT- Carriage paid to- Transporte pago até;

· CIP- Carriage and Insurance paid to- Transportador e seguro pago até;

· DAF- Delivered at Frontier- Entregue na fronteira.

Talvez fosse interessante verificar, primeiro, onde vender seus produtos.

A não ser, é claro, que Você já tenha, em carteira, pedidos garantidos a

compradores bem definidos. Mas, verificar onde vender irá permitir detectar,

primeiro, informações estatísticas sobre o mercado onde Você pretende atuar

(através da SECEX ou do MRE - Ministério das Relações Exteriores) definindo se

o mesmo é crescente, decrescente ou estável em ralação às quantidades ou aos

valores que importa do Brasil e, principalmente, qual a performance de seus

eventuais concorrentes.

Page 16: ANÁLISE DO PROCESSO DE EXPORTAÇÃO - avm.edu.br MUNIZ CAPUTO.pdf · A qualidade tornou-se um fator exponencial de competitividade, a ponto de ... do pedido do importador ... termos

Detectados os Países receptivos (e que sejam interessantes para sua

Empresa em termos de abrangência de mercado, de preços internos praticados,

de diferenças cambiais, de sazonalidade, de embalagens, de exigências técnicas

e sanitárias, de custo dos transportes, de segurança nas operações de comércio

exterior e de transparência legal nestas operações) Você irá prospectar as

possíveis Empresas interessadas nos seus produtos. Para tanto, utilize as

seguintes fontes de consulta: os Boletins de Informações de Mercado - BIM e os

Boletins de Oportunidades Comerciais - BOC do Departamento de Informação

Comercial do MRE, nossas representações Diplomáticas no Exterior, as Câmaras

de Comércio e os Consulados instalados no Brasil, sua Associação de Classe, os

Escritórios Sebrae, o Banco do Brasil, com seu programa de Geração de Negócios

Internacionais - PGNI e, numa fase que já exigirá um preparo especial do

Exportador, as viagens internacionais e as participações em feiras e em

exposições internacionais.

Page 17: ANÁLISE DO PROCESSO DE EXPORTAÇÃO - avm.edu.br MUNIZ CAPUTO.pdf · A qualidade tornou-se um fator exponencial de competitividade, a ponto de ... do pedido do importador ... termos

CAPÍTULO III

MOVIMENTAÇÃO INTERNACIONAL DE MERCADORIAS

Entre os elementos que condicionam a vida e o bem-estar, a evolução, o

desenvolvimento e a riqueza de um país, os meios de transporte ocupam um lugar

de grande destaque, pois é certo que nem todos os produtos podem ser

produzidos no local onde são consumidos.

Os principais fatores que irão determinar o meio de transporte a ser

utilizado são:

· Situação geográfica;

· Urgência;

· Custo;

· Tipo de produto.

A partir de uma análise dos fatores acima, torna-se fácil tomar uma decisão

sobre qual meio de transporte a ser utilizado nas mais diversas situações.

3.1 - TRANSPORTE AÉREO

O transporte aéreo, apesar de ser o meio de transporte mais caro, vem

ganhando cada vez mais espaço no intercâmbio comercial entre os países. A sua

utilização correta pode ser decisiva na introdução de determinados produtos no

mercado internacional, em função da rapidez e segurança.

Page 18: ANÁLISE DO PROCESSO DE EXPORTAÇÃO - avm.edu.br MUNIZ CAPUTO.pdf · A qualidade tornou-se um fator exponencial de competitividade, a ponto de ... do pedido do importador ... termos

É regulamentado pela I.A.T.A- International Air Transport Association- que

estabelece as tarifas de frete, fiscaliza sua aplicação e exerce o controle sobre as

atividades das companhias aéreas.

Existem quatro categorias de tarifas de transporte aéreo internacional:

· Tarifa Geral

1. Tarifa mínima de 1 a 5 Kgs.

2. Tarifa para embarques de 5 a 45 Kgs

3. Tarifas para quantidades com peso superior a 45 Kgs

· Tarifas Classificadas- São percentuais adicionados a tarifa mínima

1. Bagagem não acompanhada;

2. Jornais, livros, impressos e catálogos;

3. Material em braile;

4. Animais vivos;

5. Restos mortais e urnas;

6. Ouro, platina e valores em geral.

· Tarifas específicas- São aplicadas a certos produtos específicos dentro

de regiões especificas.

· Tarifas por volume- São utilizadas para cargas inutilizadas, por peso

bruto ou pelo volume da mercadoria.

· Carga Preferencial- Consiste de marcadorias perecíveis, que tem

prioridade no embarque.

3.2 - TRANSPORTE MARÍTIMO

O transporte marítimo é responsável por cerca de 90% de toda a

movimentação internacional de mercadorias. Em nosso país, o transporte

internacional marítimo é disciplinado pelo Departamento da Marinha Mercante

(D.M.M.).

Page 19: ANÁLISE DO PROCESSO DE EXPORTAÇÃO - avm.edu.br MUNIZ CAPUTO.pdf · A qualidade tornou-se um fator exponencial de competitividade, a ponto de ... do pedido do importador ... termos

Internacionalmente, quem disciplina o transporte marítimo são as

conferências de fretes, organismos privados de caráter internacional, que

representam os armadores atuantes numa determinada área.

Paralelamente às conferências, existem os OUTSIDERS, armadores que

não fazem parte de nenhuma conferência, que na maioria das vezes, tem uma

rota fixa, sem estarem sujeitos a regularidade e freqüência como os navios

conferenciados.

Temos ainda, uma categoria conhecida como TRAMPS, armadores

independentes, que operam em função da oportunidade de negócios.

Normalmente, não operam em linhas regulares e fixas, e são utilizados para

transporte de mercadorias a granel e cobram em função da viagem realizada.

3.3 - TRANSPORTE FERROVIÁRIO

O intercâmbio comercial com Argentina, Bolívia, Chile, Uruguai e Paraguai

também se processa via ferroviária. Normalmente este meio de transporte é

combinado, de alguma forma, com o transporte rodoviário.

Normalmente este transporte é combinado, de alguma forma, com o

transporte rodoviário, principalmente para Bolívia. Neste caso, o contrato de

transporte é firmado somente com a empresa de transporte rodoviário, embora a

mercadoria seja transportada em parte do trajeto via ferroviária.

3.4 - TRANSPORTE RODOVIÁRIO O transporte rodoviário no Cone Sul da América é regido pelo Convênio

sobre Transporte Internacional e Terrestre, firmado entre Brasil, Argentina,

Paraguai, Uruguai, BOLÍVIA, Chile e Peru. Este convênio formulou a

Page 20: ANÁLISE DO PROCESSO DE EXPORTAÇÃO - avm.edu.br MUNIZ CAPUTO.pdf · A qualidade tornou-se um fator exponencial de competitividade, a ponto de ... do pedido do importador ... termos

regulamentação conjunta do transporte internacional de cargas por estradas de

rodagem na região sul do continente e permitiu, não só a garantia regular de

trânsito dos veículos de carga nos países signatários, como também proporcionou

às empresas permissionárias um regulamento com perfeita determinação de seus

direitos e obrigações.

Dentro do país é o DNER- Departamento Nacional de Estradas de

Rodagens- órgão que fiscaliza e normatiza o transporte rodoviário. Uma das

características mais importantes deste meio de transporte é a freqüência e

simplicidade de funcionamento, a custo razoável.

Desta forma, o desenvolvimento do comercio internacional encontra-

se estritamente ligado a um amplo e diversificado sistema de transporte.

Analisando este ângulo, torna-se evidente que os custos, a velocidade e a

freqüência exercem uma grande influência nos preços das mercadorias, assim

como os métodos de comercio e distribuição de bens de consumo.

O custo o transporte interno, adicionado ao custo de transporte

internacional, até pode inviabilizar uma operação, levando-se em conta que

qualquer importador sempre irá analisar o custo da mercadoria colocada no seu

depósito, isto é custo CIF mais as despesas portuárias e impostos.

Page 21: ANÁLISE DO PROCESSO DE EXPORTAÇÃO - avm.edu.br MUNIZ CAPUTO.pdf · A qualidade tornou-se um fator exponencial de competitividade, a ponto de ... do pedido do importador ... termos

CAPÍTULO IV

FORMAS DE PAGAMENTO

Assim como no mercado nacional, no mercado internacional, temos

diversas formas de pagamento; algumas envolvendo maiores e outras menores

riscos de crédito. Um conhecimento sobre as formas de pagamento disponíveis

dar-nos-á uma certa tranqüilidade numa negociação internacional.

As formas de pagamentos usuais são:

4.1 - REMESSA ANTECIPADA

É também conhecida como pagamento antecipado. É uma forma de

pagamento pouco comumno comercio internacional, por se tratar de um contrato

unilateral, em que o importador terá que confiar totalmente na idoneidade do

exportador.

A remessa antecipada consiste na remessa, por parte do importador, de

ordem de pagamento, cheque bancário ou entrega em espécie ao exportador,

antes do efetivo embarque da mercadoria. Para o exportador, esta é a forma mais

segura possível, já para o importador, o risco é muito grande, pois a garantia de

recebimento da mercadoria está nas mãos do exportador.

Page 22: ANÁLISE DO PROCESSO DE EXPORTAÇÃO - avm.edu.br MUNIZ CAPUTO.pdf · A qualidade tornou-se um fator exponencial de competitividade, a ponto de ... do pedido do importador ... termos

4.2 - COBRANÇA À VISTA OU À PRAZO

Ao contrário da remessa antecipada, o risco, neste caso, é unicamente do

exportador. Para minimizar os riscos, deve-se observar alguns critérios básicos ao

aceitar esta forma de pagamento:

· O cliente é tradicional?

· O cliente compra com regularidade

· O país de destino tem controle cambial

· Existe informações cadastrais deste cliente?

Se todas as respostas forem satisfatórias, o risco diminui, embora não está

descartada a hipótese do importador, por qualquer razão, não retirar os

documentos do banco e deixar a mercadoria à disposição do exportador no

exterior.

A cobrança poderá ser à vista ou à prazo, de acordo com as normas

vigentes. Pode-se se conceder um prazo de até 180 dias sem anuência prévia do

Banco Central. Isto não quer dizer que prazos maiores não poderão ser

concedidos. Para a concessão de prazos de pagamentos superiores a 180 dias,

será necessário uma autorização expressa do Banco Central, u seja fazer um

ROF (Registro sobre Operações Financeiras).

4.3 - CARTAS DE CRÉDITO

Carta de crédito documentário é um compromisso de pagamento por

escrito, emitido por um banco (banco emissor) a favor do exportador (beneficiário)

a pedido e de acordo com as instruções do importador (tomador), pelo qual o

banco se compromete a pagar, aceitar ou negociar certa soma em dinheiro contra

Page 23: ANÁLISE DO PROCESSO DE EXPORTAÇÃO - avm.edu.br MUNIZ CAPUTO.pdf · A qualidade tornou-se um fator exponencial de competitividade, a ponto de ... do pedido do importador ... termos

apresentação de determinado documentos e o cumprimento de certas exigências

dentro de um prazo limitado.

As cartas de crédito são regulamentadas pela Câmara de Comércio

Internacional (CCI), através de regras de usos e uniformes sobre créditos

documentários. O pedido de abertura da carta de crédito é formalizado através de

um impresso próprio, fornecido pelo banco, conhecido como proposta de abertura

de crédito documentários, em que já se encontram as cláusulas, sob as quais o

crédito deverá ser instituído, e os detalhes que serão fornecidos pelo próprio

importador.

4.4 - CONVÊNIO DE CRÉDITO RECÍPROCO (CCR)

O Convênio de Crédito Recíproco (CCR) é um acordo multilateral de

recebimento e pagamentos, que visa fomentar o intercâmbio comercial da América

Latina e reduzir as transferências financeiras entre os países da ALADI. A

negociação pode abranger qualquer tipo de produto de importação e exportação.

Todas as negociações são feitas em dólares dos Estados Unidos da América.

4.5 - COUNTER TRADE

Não existe definição, em nível internacional, do que vem a ser a

expressão counter trade. Nós, no Brasil, a definimos como comércio internacional

de trocas, e em outros lugares, também é conhecida como comércio de barganha

ou transações de compensação.

Uma definição prática que poderíamos dar a counter trade seria a troca de

mercadorias entre países.

Page 24: ANÁLISE DO PROCESSO DE EXPORTAÇÃO - avm.edu.br MUNIZ CAPUTO.pdf · A qualidade tornou-se um fator exponencial de competitividade, a ponto de ... do pedido do importador ... termos

CAPÍTULO V

NORMAS ADMINISTRATIVAS DAS EXPORTAÇÕES

As normas do comércio exterior brasileiro são determinadas pela Secretaria

de Comérco Exterior, subordinada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e

Comércio.

5.1 – REGISTROS SISCOMEX

Qualquer empresa que queira formalizar a sua primeira operação com o

mercado externo deverá providenciar o seu Registro do exportador, também

conhecido como REI- Registro do Exportador e Importador, que credenciará a

empresa para entrar no sistema automatizado do SISCOMEX. Este

credenciamento é feito somente na primeira operação, junto à Delegacia da

Receita Federal.

5.1.1 - REGISTRO DE EXPORTAÇÃO

Efetuado o registro do Exportador, o exportador estará habilitado a solicitar

o Registro de Exportação- RE, que é a autorização prévia da exportação

solicitada, via computador ou diretamente via DECEX, através de um sistema

integrado “on line” conhecido por SISCOMEX. Deverão ser fornecidas informações

comerciais, financeiras, cambiais e fiscais relativas ao seu processo de exportação

Page 25: ANÁLISE DO PROCESSO DE EXPORTAÇÃO - avm.edu.br MUNIZ CAPUTO.pdf · A qualidade tornou-se um fator exponencial de competitividade, a ponto de ... do pedido do importador ... termos

5.1.2 - SOLICITAÇÃO DE DESPACHO

A solicitação de Despacho é o documento solicitado pelo despachante

aduaneiro, no porto de embarque da mercadoria. A SD é solicitada ao sistema

integrado pelo despachante aduaneiro, como forma de liberação da mercadoria

para embarque no porto, aeroporto ou fronteira.

5.1.3 - COMPROVAÇÃO DE EMBARQUE- CE

Efetuando o embarque da mercadoria, o despachante aduaneiro solicita ao

sistema a comprovação de embarque, que é o documento que comprova a efetiva

venda para o exterior.

5.2 - DOCUMENTOS DE USO INTERNO

Documentos de uso interno são todos os documentos que transitam apenas

dentro do país, que são:

5.2.1 - CONTRATO DE CÂMBIO

É o documento que comprova a conversão da moeda, fruto de uma

operação no mercado internacional, quer na exportação ou na importação. Tanto

na exportação como na importação, este documento poderá ser emitido antes ou

após o efetivo embarque da mercadoria.

Page 26: ANÁLISE DO PROCESSO DE EXPORTAÇÃO - avm.edu.br MUNIZ CAPUTO.pdf · A qualidade tornou-se um fator exponencial de competitividade, a ponto de ... do pedido do importador ... termos

5.2.2 - NOTA FISCAL

A Nota Fiscal dá cobertura fiscal ao trânsito da mercadoria a ser exportada.

Instruirá a movimentação interna até o local de efetivo embarque para transporte

internacional e integrará o processo de desembaraço alfandegário, esta Nota

Fiscal constitui-se nos modelos 1 ou 1A , deve ser emitida em nome do Importador

com o respectivo endereço do País de destino e terá, como principal Código Fiscal

da Operação, o lançamento 7.11 (para aquele Exportador que é o próprio

Fabricante/Produtor das mercadorias exportadas).

Nossa legislação exige que a Nota Fiscal seja preenchida com valores em

Reais, resultante da conversão da moeda estrangeira negociada, e esta

sistemática pode gerar situações conflitantes, dependendo da data de contratação

do câmbio e da destinação dos valores resultantes, se para fins cambiais ou para

fins fiscais, o regulamento do ICMS de seu Estado e não esqueça que as

exportações também se sujeitam ao Regulamento do IPI em todos os seus

tratamentos fiscais, normalmente, as Alfândegas exigem a citação, no corpo da

Nota Fiscal, do número atribuído ao RE que ampara a exportação em curso.

5.3 - DOCUMENTOS DE USO EXTERNO

Documentos de uso externo são os documentos que não tem qualquer

conotação fiscal dentro do país. São os documentos que o importador irá utilizar

para efetuar o desembaraço da mercadoria no seu país. Os principais documentos

de uso externo são:

Page 27: ANÁLISE DO PROCESSO DE EXPORTAÇÃO - avm.edu.br MUNIZ CAPUTO.pdf · A qualidade tornou-se um fator exponencial de competitividade, a ponto de ... do pedido do importador ... termos

5.3.1 - FATURA PRÓ FORMA

A fatura pró forma, serva para formalizar uma proposta de compra ou

pedido e , ao mesmo tempo, serve para formalizar a importação junto às

autoridades aduaneiras do país importador.

5.3.2 - FATURA COMERCIAL

A fatura comercial é o documento que substitui a nota fiscal no mercado

internacional. A fatura comercial, é uma cópia da fatura pró forma, mas, neste

caso, é o documento hábil para que o importador possa nacionalizar a mercadoria

no país. É o espelho de sua transação comercial internacional, onde constará

todos os pormenores da operação, tais como características dos produtos,

quantidades, número e tipo de volumes, valores negociados, locais de origem e

destino.

Como documento básico do comércio exterior, serve como comprovante, da

relação comercial, tanto no desembaraço aduaneiro como nos procedimentos de

pagamento do Exportador, toda Fatura deve ser numerada, e esta numeração

constará em todos os documentos que instruem o processo de exportação

deve ser elaborada no idioma do País importador ou, na sua impossibilidade, no

idioma inglês, para negociação bancária, são necessárias três vias originais,

normalmente, toda fatura deve ser datada e assinada, devendo esta assinatura

estar identificada.

A Fatura Comercial deve conter: termos de pagamento, dados do veículo

transportador, local de embarque e de destino, identificação dos volumes, pesos

líquido/bruto e descrição completa das mercadorias, com preços unitários e

eventuais descontos ou acréscimos

Page 28: ANÁLISE DO PROCESSO DE EXPORTAÇÃO - avm.edu.br MUNIZ CAPUTO.pdf · A qualidade tornou-se um fator exponencial de competitividade, a ponto de ... do pedido do importador ... termos

5.3.3 - LISTA DE EMBALAGEM

A lista de embalagem é o documento que lista todos os volumes e seus

respectivos conteúdos e pesos. Tem duas finalidades: No momento do embarque

e no porto de destino, as mercadorias são inspecionadas com a conferência na

lista de embalagem.

5.3.4 - CERTIFICADO DE ORIGEM

São vários os certificados de origem disponíveis, sendo que sua principal

finalidade é a de atestar a procedência e origem da mercadoria. Com base na

oirgem, são concedidas reduções, ou até mesmo isenções, tas tarifas aduaneiras

no país de destino.

É o documento que atesta a origem das mercadorias e que pode ser

exigido pelo Importador, para que este se valha dos benefícios da redução ou

mesmo da isenção de tributos, garantidos pela legislação do País de destino das

mercadorias, mas que comumente estão vinculados à origem das mercadorias

transacionadas, através de acordos comerciais entre as Nações, tais como os

previstos para os Países - membros da ALADI - Associação Latino Americana de

Integração, os Países - membros do MERCOSUL - Mercado Comum do Sul,

os Países - desenvolvidos (ou industrializados) signatários do SGP - Sistema

Geral de Preferências, em consonância com as diretrizes para o comércio

internacional definidos pelo GATT - Acordo Geral de Tarifas e Comércio,

os Países em desenvolvimento signatário do SGPC - Sistema Global de

Preferências Comerciais, os Países beneficiados pelo PEC - Protocolos de

Expansão Comercial, ou ainda, quando exigidos para simples certificação da

origem brasileira, os Certificados de Origem Comuns emitidos pelas Federações ,

Confederações ou Centros de Indústria, de Comércio ou de Agricultura.

Page 29: ANÁLISE DO PROCESSO DE EXPORTAÇÃO - avm.edu.br MUNIZ CAPUTO.pdf · A qualidade tornou-se um fator exponencial de competitividade, a ponto de ... do pedido do importador ... termos

5.3.5 - CONHECIMENTO DE EMBARQUE

O conhecimento de embarque, também conhecido como “Bill of Ladind”,

para transporte marítimo,e “AWB” para transporte aéreo, é emitido pela

companhia de transporte, informando todos os detalhes do produto e do

embarque. É o documento emitido pelo Transportador internacional, ou pelo seu

Agente local, comprovando a transferência da posse da mercadoria e sua saída

para Exterior. Note que o Conhecimento de Embarque, como importante

documento do processo de exportação, deve ter seu preenchimento cercado de

todos os cuidados, principalmente quanto aos detalhes acertados com o

Importador e quanto às particularidades contidas na Carta de Crédito,

merece atenção especial a data de emissão do Conhecimento de Embarque, que

pode inviabilizar uma Carta de Crédito se for posterior à data limite, nela

estipulada, para emissão deste documento. Nunca permita que um Conhecimento

de Embarque seja emitido com anotações que denunciem conflitos com o que foi

informado ao Banco negociador.

5.3.6 - APÓLICE DE SEGURO

Este documento é exigido nas vendas CIF ou CIP, em que o exportador é

responsável pelo pagamento de seguro de transporte internacional.

Para o transporte internacional, é o documento que honra a exigência de

contratação de seguro, pelo Exportador, para garantia total das mercadorias em

caso de sinistro, deve estar, em tudo, condizente com as instruções contidas no

Pedido de Compra ou na Carta de Crédito, sua contratação é obrigatória quando

as condições são CIF, ou nos INCOTERMS equivalentes.

Page 30: ANÁLISE DO PROCESSO DE EXPORTAÇÃO - avm.edu.br MUNIZ CAPUTO.pdf · A qualidade tornou-se um fator exponencial de competitividade, a ponto de ... do pedido do importador ... termos

Após o correto preenchimento de todas as telas que compõem a entrada de

um RE, o SISCOMEX atribuirá, automaticamente, numeração específica para seu

processo de exportação, o que contribui a emissão do RE. Este RE emitido tem

validade de 60 dias, mas poderá ser prorrogado. O SISCOMEX é bastante

interativo, permitindo que seja utilizado com bastante desenvoltura. No entanto, se

Você não domina, ainda, os aspectos operacionais do processamento das

exportações, é aconselhável a assessoria de um Despachante Aduaneiro,

capacitado ao trato fiscal e ao desembaraço alfandegário de seu processo de

exportação.

Emitido o RE - Registro de Exportação, deve-se providenciar os seguintes

documentos, necessários para a circulação das mercadorias em território

brasileiro, para embarque ao Exterior e para liquidação de câmbio junto ao Banco

negociador

Page 31: ANÁLISE DO PROCESSO DE EXPORTAÇÃO - avm.edu.br MUNIZ CAPUTO.pdf · A qualidade tornou-se um fator exponencial de competitividade, a ponto de ... do pedido do importador ... termos

CONCLUSÃO

A questão de o que vender no mercado internacional é um dos pontos

cruciais de decisão da empresa. A definição pode pressupor a necessidade da

adaptação, de produtos, na medida em que as mercadorias se direcionam a

consumidores cujos usos e costumes diferem dos nossos, desde situações

facilmente identificadas, como idioma, usos e contumes, ate variáveis mais

complexas, como religião.

Por essas razoes, a determinação de produtos para exportação deve ser

precedida de uma analise cuidadosa também em relação a determinadas

características de adaptação dos diferentes mercados. A primeira e principal

caracteristica requerida para a venda de um produto no mercado reside,

exatamente, no grau de conhecimento exigido do produto em si, ou seja, o produto

deve ser conhecido por aquele que o produz.

O conjunto de vantagens advindas em decorrência de uma venda de

produtos manufaturados e semi-manufaturados ao exterior podem ser

classificados em mensuráveis e não mensuráveis.

Mensuráveis, são todas as vantagens que refletem, de alguma forma, num

resultado contábil e financeiro na empresa. As vantagens não mensuráveis são as

vantagens que não poderão ser transformadas em dividendos numéricos, ou

melhor, que não poderão ser medidas, mas que são de grande importância para a

empresa.

Logo, o planejamento empresarial não deve ater-se somente às vantagens

mensuráveis, mas deve fazer uma análise criteriosa de todos os benefícios que

poderão ser auferidos, quer direta ou indiretamente.

Page 32: ANÁLISE DO PROCESSO DE EXPORTAÇÃO - avm.edu.br MUNIZ CAPUTO.pdf · A qualidade tornou-se um fator exponencial de competitividade, a ponto de ... do pedido do importador ... termos

BIBLIOGRAFIA

GARCIA, Luiz Martins. Exportar: Rotinas e Procedimentos,

Incentivos e Formação de Preços, São Paulo: Edições Aduaneiras,

1992.

VAZQUEZ, José Lopes. Comércio Exterior Brasileiro, Editora

Atlas, São Paulo 1997.

MAYA, Jayme de Mariz, Economia Internacional e Comércio

Exterior, Ed. Atlas, São Paulo, 1998.

MURTA, Roberto de Oliveira: Controle da Qualidade na

Exportação, Rio de Janeiro, Fundação Centro de Estudos do

Comércio Exterior, 1982.

BANCO DO BRASIL, Manual do Exportador, Rio de Janeiro,

1989.

NORMAS ADMINISTRATIVAS DE EXPORTAÇÃO, Portaria nº 2

de 22.12.92 e portaria Secex nº 8 de 27.04.93.

SECEX, Portaria 21 e 22 de 12.12.96.

BACEN, Circular nº 2493 de 19.10.94

DECEX. Comunicados 2,4,7,9 e 12/97.

Page 33: ANÁLISE DO PROCESSO DE EXPORTAÇÃO - avm.edu.br MUNIZ CAPUTO.pdf · A qualidade tornou-se um fator exponencial de competitividade, a ponto de ... do pedido do importador ... termos

INDICE

AGRADECIMENTO III

DEDICATÓRIA IV

RESUMO V

METODOLOGIA VI

SUMÁRIO VII

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I

CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO 09

1.1- Trading Company 10

1.2- Agentes Comerciais Internacionais 11

1.3- Representantes Comerciais Internacionais 11

CAPÍTULO II

CONDIÇÕES DOS PRODUTOS EXPORTADOS 12

2.1- Marca do Exportador 12

2.2- Qualidade dos Produtos Exportados 13

2.3- Embalagem 13

2.4- Marcação de Volumes e Produtos 14

2.5- Condições de Venda- Incoterms 14

CAPÍTULO III

MOVIMENTAÇÃO INTERNAC.DE MERCADORIAS 17

3.1- Transporte Aéreo 17

3.2- Transporte Marítimo 18

3.3- Transporte Ferroviário 19

3.4 - Transporte Rodoviário 19

Page 34: ANÁLISE DO PROCESSO DE EXPORTAÇÃO - avm.edu.br MUNIZ CAPUTO.pdf · A qualidade tornou-se um fator exponencial de competitividade, a ponto de ... do pedido do importador ... termos

CAPÍTULO IV

FORMAS DE PAGAMENTO 21

4.1- Remessa Antecipada 21

4.2- Cobrança à Vista ou à Prazo 22

4.3- Cartas de Crédito 22

4.4- Convênio de Crédito Recíproco (CCR) 23

4.5- Counter Trade 23

CAPÍTULO VI

NORMAS ADMINISTRATIVAS DAS EXPORTAÇÕES 24

5.1- Registros (SISCOMEX) 24

5.1.1- Registro de Exportação- RE 25

5.1.2- Solicitação de Despacho- SD 25

5.1.3- Comprovação de Embarque- CE 25

5.2- Documentos de Uso Interno 25

5.2.1- Contrato de Câmbio 25

5.2.2- Nota Fiscal 26

5.3- Documentos de Uso Externo 26

5.3.1- Fatura Pró Forma 27

5.3.2- Fatura Comercial 27

5.3.3- Lista de Embalagem 28

5.3.4- Certificado de Origem 28

5.3.5- Conhecimento de Embarque 29

5.3.6- Apólice de Seguro 29

CONCLUSÃO 31

BIBLIOGRAFIA 32